58
 _ _  A o r dem ambiental internacional Wagner Costa Ribeiro c i o n S í Ü S ? - ^ f t a ^ rel3ÇÕes in tema- acordos entre paí ses. Eles nasceram da tent ativa í£ ° SUr glram os P ^ i r o s que chegavam às terr as e destruíam sua base natural™ "'^ 2 ^  de COl°n°S f alCanÇaram A também discutido neste capítilo ' t se c o n i m ? Tratado Antártico - servação de uma área da Terra a nartir H p g UIU p a Pnrn eira vez ap re- elaborado a partir da iniciativa de urna"das ^ n ' = ? ,ntcrnac ionaI' Ele foi Guerra Fna e vigora até nossos dias O Trat i j', K A rpott-' nci as do pe río do da  pa rtic ipa çã o da o n u , muito e m L o '^ !!! ? ^ fo/ c ri]a d o s e m a do a tematica ambiental desde os seus nrim ' h ac,onal tenlia discuti- monstrado. ° SSC U S Pn mordios, como també m será de  _____ Q crescime nto da i mportânria r ja t nm r-. ...   _____________ _________ nacional toi acompanhado pela o n u .  A tjnirVf 'ental no cen ário inter ação, passou a emp rega r parte de seus esforenc Um S C U S orSa nism os de construir um sistema de conservac ão -imh i 6Ste fim’ cons eguindo d e s, está sendo implementado. ‘ mblental que, apesar das difículda- h - * ® editoracontexto 53

Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 1/58

 ____  A o rdemambiental

internacional

Wagner Costa Ribeiro

c i o n S í Ü S ? - ^ f ta rel3ÇÕes intem a-acordos entre países. Eles nasceram da tentativa í£ ° SUrglram os P ^ i r o sque chegavam às terras e destruíam sua base natural™ "'^ 2 ^  de COl°n°S

falCanÇaram — Atambém discutido neste capí t ilo ' t se c o n i “ m ? Tratado Antárt ico -servação de uma área da Terra a nartir Hp gUIU p a Pnrn eira vez ap re-elaborado a partir da iniciativa de urna"das ^ n '=? ,ntcrnac ionaI' Ele foiGuerra Fna e vigora até nossos dias O Trat i j',KArpott-'nci as do pe río do da

 pa rtic ipa ção da o n u , muito e m L o ' ^ ! ! ! ? ^ ” fo/ cri]ado sem ado a tematica ambiental desde os seus nrim ' h ac,onal tenlia discuti- 

monstrado. ° SSCUS Pn mordios, como també m será de _____  Q crescimento da importânria rja tnmr-. • ...   ______________________ 

nacional toi acompanhado pela o n u . A tjnirVf 'ental no cen ário interação, passou a emp rega r parte de seus esforenc Um SCUS orSa nism os deconstruir um sistema de conservac ão -imh i 6Ste fim’ cons eguindodes, está sendo implementado. ‘ ‘ mblental que, apesar das difículda-

h  - * ®editoracontexto

53

Page 2: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 2/58

OS PR IMEIROS ACOR DOS INTERNACIONAIS

As prim eiras tentativas de se estabelecer tratados internacionais queregu lassem a ação hu m ana sobre o amb iente remontam a 1900 1. A caça es portiva, am plam ente pratic ada na Ingla te rra pelo s proprietários de te rras,foi levada às colônias africanas. Os safáris são o maior exem plo de comoesta prática foi difundida. Entretanto, os colonizadores, que não podiam caçar em seu país de o rigem por não possuir terras, exageraram em seus novos domínios, promovendo uma matança indiscriminada de animais e pássaros. Outro alvo dos caçadores foram os elefantes, nesse caso devido aovalor econôm ico do marfim. .

A Coro a ing lesa reagiu realizando, em 1900, em L ondres, um a reunião

internaciona l, com o objetivo de discutir a caça indiscrimina da nas colôniasafricanas. Fo ram con vidado s a participar os países que possuíam terras nocontinente africano: Alemanha, Bélgica, França, Inglaterra, Itália e Portugal. O resu ltado desse encontro foi a Convenção para a Preservação de Animais, P ássaros e Peixes da África, que visava a conter o ímpe to dos caçadores e manter animais vivos para a prática da caça no futuro. Foramsignatários daquele docum ento Alem anha. Congo Belga (atual R epública

D crhu cráticã do C ong o), F rança, Inglaterra^ Itália e Portug al2. _____________ Dentre as principais medidas adotadas pela Convenção estava a elaboã d l dá i áti d I d d t

Page 3: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 3/58

 preservação am bie nta l fo i d is cutida. A lé m desse encon tro , vário s outrosocorreram, gerando um grande núm ero de docum entos, mas sem que sechegasse a bons resultados práticos. A simples decisão de evitar o extermínio de seres vivos não era suficiente para conter os seres hum anos. Porém,um alento emergiu por oçasião do Tratado An tártico. F inalmen te, um am biente natura l fo i preservado com o resu ltado de um a reuniã o in te rn acional.

 Não se pode negar que esse docum ento in augurou, por sua im portâ ncia , adiscussão referente às relações internacionais e ao am biente no período daGuerra Fria.

O TRATADO ANTÁ RTICO

O Tratado Antártico será analisado a partir da perspe ctiva da G uerraFria. Veremos como as superpotências conseguiram entrar no grupo de países que discutem o futuro do continente gelado, m arginalizando a Argentinae o Chile - os principais países que reivindicavam a sobera nia sobre o território da Antártida. A lém disso, apresen taremos alguns prin cípio s que foramutilizados gara sustentar a reivinfliÕagSo-territorini de vários países por

aquela porção do planeta.

Page 4: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 4/58

 partir da p ro jeção d os merid ianos que tangenciassem os pontos extrem os dacosta de países que se enco ntram defronte da Antártida. A partir daí, se traçaria uma reta em direç ão ao centro do continente gelado, definindo a faixaterritorial de dom ínío de um determ inado país. A proximidade dos países doHem isfério Sul da va a eles um a vantagem em relação aos países do H em isfério Norte, levan do à não-aplicação d este princípio.

Outros princípios evocado s nas discussões que envolveram a soberania sobre a An tártida foram o Princípio da E xploração Econôm ica e o Princípio da Segurança. O primeiro foi definido a partir da tradição dos paísesna exploração eco nô m ica da Antárt ida. Assim, por exem plo, a a tividade

 pesqueira do Japão —que pesca krill e baleias na região - seria consid eradaqa- dsfiniç ãe das fronteir as, fá o Principio da Segurança aplica o argum entode que se deve evitar a qualquer custo um novo conflito em escala mundial,

em especial na Antártida, onde as conseqüências afetariam a dinâm ica natural da Terra e teria, portan to, conseq üências catastróficas (Conti, 1984).

 A presença das superpotê ncia s

A prim eira reun ião tsUffinãeional q u t fc vr com o pauta a A ntártida Foi ã

Conferência de Paris, realizada em 1955. Naquela ocasião, África do Sul,Argen tina, A ustrália, Bélgica, C hile, Estados Unidos, França, Inglaterra, Ja

Page 5: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 5/58

Po r ocasião do a g i , o   gov erno do s E stados Unidos propôs —em abrilde 1958 - um tratado para regu larizar as ações antrópicas no con tinente

 bra nco. Como justific ativa, apresento u a necessidade de realizar mais pesquisas para entender m elhor a dinâm ica natural n aquela porção do mundo.

As negociações promovidas pelos Estados Unidos resultaram no Tratado Antártico, que foi firmado em 1- de deze mbro de 1959. Após ser ratifica

do pela Á frica do Sul, Argentina, Austrália, Bélgica, Chile, Estados U nidos,França, Inglaterra, Japão, Noruega, Nova Zelândia e u r s s , denominadosmem bros consultivos, passou a ser aplicad o5, em 23 de junho d e 1961.

Além dos países fundadores, fora m incorporados ao Tratado Antárticoa Alem anha Ocidental. a A lem anha Oi icirrai t na epora q pais ainda se encontrava dividido), o Brasil, a China, a ín dia, a Itália, a Po lônia e o Uruguai.Todos esses países participaram com o m em bros consultivos. A nos mais tar

de, outros países foram aceitos, porém sem o status  de mem bros consult ivos. São eles: Áustria, Bulgária, Coréia do Norte, Coréia do Sul, Cuba, Dinamarca, Equador, Espanha, Finlândia, Grécia, Holanda, Hungria, NovaGuiné, Papua, Peru, Rom ênia, Tch ecoslováqu ia (antes de seu desdob ram ento em E slováquia e Repú blica Tcheca) e Suécia.

C om o Tratado Antártico, estabeleceu-se im^rtâm hin científico entreasUases instaladas na Antártida. Deixada de lado a polêmica da definição

de fronteiras nacionais no continente gelado, a ocupação foi direcion ada p ara a produção de conhecim ento instalando -se a infra-estrutura necessária

Page 6: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 6/58

vigentes, sem pe rm itir, porém, o ingresso de novos países até mesm o para arealização de pe squ isas. N a verdade, adiou-se a discussão referente à soberan ia do continente branco.

A segurança am biental, tema recorrente quando se trata de preservaçãoam biental e que s erá discutida mais ad iante, tem na A ntártida sua expressãomáxim a. C onform e relata o cientista político Villa (1994), as conseqü ênciasde um a exploração econô m ica sem conhecimento da dinâmica natural são

imprevisíveis, podendo afetar todo o planeta. Esse é outro importante as pecto a se r c onsid erado quando se analisa a Antártida.

A EMER GÊNC IA DA TEMÁTICA AMBIENTAL NA ONU

Apresentaremos aqui a ONU, destacando alguns de seus mecanismosinternos d e decisão e de ação. A lém disso, discorreremo s sobre o surgim ento da preocupaç ão e m seus organismos co m a temática ambiental.

A s imag ens dos horrores praticados du rante a Segu nda G uerra Mupdial ( 1939 iâáSJ: difflndidas jjof fotografias dns-campos de concen traçãoe de cidades destruídas - abalaram a opinião pública internacional. Era preciso estabelecer mecanismos que evitassem a repetição daquelas cenas.A lé di d i t i l t l i õ

Page 7: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 7/58

emp regada pela pr imeira vez a expressão Nações Unidas, que vir ia a serusad a anos mais tarde para designar a ONU. Por meio dele, os pa íses refo rçavam a intenção de estabelecer um organismo que instituísse proced imen tosque viabilizassem a paz. Em 30 de outubro de 1943, dando prosseguim entoà idéia de articular países para garan tir a paz e a segurança m undiais, a C hina, os Estados Unidos, o Reino Unido e a União Soviética assinaram em

Moscou, u r s s , outro com promisso que reforçava aquela intenção.Menos de dois anos depo is, durante a Con ferência de Yalta - realizadana Criméia —antiga URSS —em fe vere iro de 1945, Roosevelt, Churchil l e Jo-seph Stalin, então secretário geral do P artido Com unista da u r s s . anunciaram ao m undo sua_decisã»-dc c riai1 u mxrorganfzaçãõ 3 e países vo ltada paraa busc a da paz. E ntre 25 de abril e 25 de jun ho daquele ano, cinqü enta p aíses reuniram-se na Conferência de São Francisco, em São Francisco, Esta

dos Unidos, e estabeleceram a criação da o n u .Inicialmente, a ONU operou por intermédio de comissões econ ôm icas e pro gram as especia is desenvolvidos por suas agências. As prim eiras agências tinham caráter regional, como a Co missão Econôm ica para a Am éricaLatina e o Caribe (Cepal). Elas desen volviam estudos que visavam a m elhorar as condições de  "ida da pcpu lação da fegtão-em que atuavam , masforam muito criticadas devido ao fato de suas propostas não con segu irem

m uda r o cenário de desigualdade social presente em m uitos países.Os programas patrocinados pela o n u   são variados e podem ser volta

Page 8: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 8/58

dos quanto pela então u r s s   durante a Guerra Fria, o que acabou por enfraquecer as decisões do Conselho de Segurança. Para uma medida ser aprovada, são necessários no mínimo nove votos.

O grande papel do C onselho de Segu rança é discutir e posicionar-sesobre conflitos entre países. Entre as decisões que podem ser tomadas encontram-se a intervenção das Tropas de Paz da o n u  em áreas beligerantes eo embargo econôm ico, no qual os países-membro são proibidos de manterrelações comerciais com o país que sofre a sanção. Além disso, são atribui

ções do Conselho de Segurança, o estabelecimento de acordos de paz e decretação de zonas livres de conflito militar entre países em guerra, além daaprovação do ingresso de novos países. Como este é o órgão mais imp ortante da-ONtf,--muitos países desejam participar dele. Para tal, rniclãíam ummovimento que tem como objetivo alterar a sua composição, aumentando-se o total fixo de participantes, além de retirar o poder de veto dos mem bros

 pe rm an en tes . O Br as il int eg ra esse gr up o de pa íse s.Outra esfera de decisão da o n u   é a Assembléia Geral, que ocorre

anualm ente e conta com a participação de representantes de todos os países-membro. Nela, um novo país é reconhecido e aceito como membro a partirda indicação do Co nselho e são tomadas decisões como a escolha da sedede-co n ^ ê n^ias-temÉtlcã^ põf exemplo, Apesar de contar com maiei participação de países que o Conselho, as decisões tomadas pela Assembléia

acabam tendo me nor impacto do que as da outra instância de decisão.A ONU realiza Conferências internacionais para diversos assuntos, se

gundo deliberação de sua Assembléia Geral e/ou sugestão de um organismoou programa multilateral. Nelas são estabelecidas declarações, nas quais as pa rte s de cl ar am pr in cí pi os so bre os tem as em bo ra não es te jam ob rig ad as acumpri-los, e tam bém C onvenções Internacionais que passam a regular asações entre as partes. As Partes Signatárias são aquelas que ingressaram no

 pe río do em qu e o d oc um en to es tav a dis po nív el pa ra ass ina tur a an tes de en trar em vigor. Para que u ma convenção possa ser aplicada, é necessário queum determinado número de partes a ratifiquem. Este número é definido para cada docum ento. Depois que um documento passa a valer, novas partes po de m ad er ir a ele . Q ua nd o ocor re o i ng re ss o, um a pa rte co nc or da co m ostermos definidos anteriormente, desde que a legislação nacional não obri

gue o país a submeter o documento ao Congresso. Nesse caso, além de ade-nr, a parte deve ratifícá-lo, pois ele não terá valor tanto internamente, quantn

 p er an te à s de m ai s in tegr an te s da Con ve nç ão Inle rnacion aèr 3- m es m o po de — ocorrer com uma Parte Signatária.

Quando a ONU foi criada, estavam entre as suas primeiras ações as quevisavam a minimizar os aspectos capazes de desencadear conflitos entre

 pa íses , co m o a f al ta de ali me nto ou o acesso a rec urs os nat ura is. Pa ra o pr imeiro caso, foi instituída, em 1945, a f a o   —(Fo od an d A gri cu ltu re Or gani-zation) - Organ ização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultu-

Ó‘nU I g i ™ a m a ' 0  e " lb“ “ daS diStUSSfcS - « « l » *>

s i S S *ve a indicação da pesquisa dc solos e florestas tropicais como auxílio pa ra odesenvolvim ento do pequeno prod utor rins - ---------- —  ----- - J?----- -

exploração dos recursos vegetais sem a degradação do solo e a ameaca à re

B d u c a t a u l . S c te w M c a nd

C : / , ' r Sal" “ 'Ça" das Na'.f c . Unidas p ar . a Educaçãofn a m b ie „« ' ações relacionada

A UNES CO

^ Un“ C° ’ apresentando um histórico de sua atnÇã° voltados para os temas am bientais e comentar as visões de ciência e deteemea que predominaram na implementação de suas propostas Além dic

S t “ “ sR‘ru T T r in,e™acio"aisaçao. a í n s c c u r    (United Nations Scientific Conference on the ConservaUon and Utih.ation of Resources) - Con ferência das Nações U nidas para a

£ 3 3 * 2 ? ' d os R“ u rsos ; * C on fe re nc ia * <• a

Fundada em 1946 e tendo como sede Paris Franca ,, r r, - , -decada de 1970, (, principal organismo d a o n u  a abordar a questão aibien-

t r V o s T a Í e r r n ^ r o a eP r  0T Ver ° Íntercâmbl° «entífico e tecnológlco entre os países-membro e implementar program as de educação a Unesco nas-ou a encaminhar as demandas de organismos mistos - com postos nor estados, grupos pnvados e o n g s   - apoiando financeiramente as intóativas

60

Page 9: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 9/58

d a i u p n 6  (International Union for the Protection of Nature) - União Internacional para Proteção da Natureza - uma das mais antigas organizações con-servacionistas do mundo, criada em 1948 em Fontainebleau, França.

O conservacionismo é uma das vertentes do ambientalismo. Seus se guidores atuam na busca do uso racional dos elementos dos ambientes naturais da Terra. Embasados no conhecimento científico e tecnológico dos sistemas naturais, eles defendem uma apropriação humana cautelosa dosrecursos naturais, que respeite a capacidade de reprodução e/ou reposiçãonatural das fontes dos recursos.

Os preservacionistas, por seu turno, radicalizam, propondo a intocabi-lidade dos sistemas naturais. Essa vertente do ambientalismo tem conseguido, pui exemplo, implantar reservas ecológicas, defendendo Íreürã  3 a 3 ã po pu la çã o qu e ne la s vi ve , co m o ri be ir in ho s e in dí ge na s e a m or at ór ia da pe sc a d a b ale ia. O arg um en to pr es er va ci on is ta su ste nta -se co m m aio r fa ci lidade quando existe a ameaça de extinção de uma espécie. A ação preservacionista em relação a um a espécie ameaçada de extinção representa a possi bi lid ad e de m an tê -l a no co nj un to de se re s vi vo s do pl an et a. As pr im ei ra sentidades preservacionistas surgiram nos Estados Unidos. Elas foram organizadas com o objetivo de instalar parques nacionais que abrigassem fauna,flora-ou-aTe m esm o Tõeafc-áè^

A Conferência das Nações Unidas para a Conservação e  Utilização dos Recursos

A primeira açao voltada para o temário ambiental de destaque da

Estados u Z Z   Cm C°m 3 rCaIlZaÇã° da unsccur, em Lake Success,stados Unidos, que contou com a participação de 49 países. Como se po

dia esperar, a grande ausente foi a u r s s .  Na qu ele s tem po s, um en co nt ro en -

imDress^HSUPerP°tenClaS ” ° tem tório de Qualquer uma delas pod eria dar aimpressão de qu e o pais visitante capitulava ante o outro.A Unesco em conjunto com a f a o , a w h u   (World Health Organiza-

tiiíü k qu_qms_ .(.Orga nização Mundi^l-do-Saúde j 'ho.,r rv,r,, „ 1 . ------------------- /,-e-a-eiT (JuiernaTíonaTLa-Orgamzation ou Organização Internacional do Trabalho), financiou a

reunião que, segundo Mccormick (1992), teve um papel inovador quanto aoencaminhamento das discussões ambientais em escala internacional.

 j dentre os resultados da u n s c c u r  , po de mo s cit ar um di ag nó st ico da si-tuaçao ambiental que tratava dos seguintes aspectos:

[...] a crescente pressão sobre os recursos; a interdepen dência de recursos- uma análi-

- daS carencias ^ ti£aj j e._alHI?ggt 'JlQIêgtas,_anúnai^^xombustfveKj--e-deseftVot-

tone, em Wyoming, Estados Unidos, foi o primeiro a ser criado segundo es

sa orientação.Esta vertente tem sustentado, entretanto, ações mais radicais, como o

chamado terrorismo ecológico, que passou a atuar a partir da década de1990. Os ativistas passaram à ação direta, destruindo plantações de organismos geneticamente m odificados (o g m ) e explodindo bombas em ícones dasociedade de consumo, como as redes internacionais de alimentos. Muitos pr es er va cio ni sta s afa st ara m- se da so ci ed ad e de co nsum o, fug ind o do m un do urbano e constituindo comunidades alternativas, impulsionados pelomovim ento da contra-cultura. Porém, à medida que os estudos indicavamque os problemas ambientais - com o as mudanças climáticas ou o buracona cam ada de ozônio —têm escala internacional, eles perceberam que nãoestavam abrigados em seus refúgios e que também poderiam sofrer as conseqüências daqueles problemas, mesmo habitando locais distantes dos

grandes cen tros urbanos. Os terroristas verdes - também chama dos pela li-tej5tura.de ecologistas radicais ou profundos - passaram a agir contra aqueles que co nsideram os m aiores respons áveis pe la degradação ambiertUTl do—

 pl an et a.

E evidente que a Unesco não apóia as iniciativas dos ecologistas profundos. Su as ações, como veremos a seguir, embasam-se no conservacionismo.

62

. . "— : recurses-poi-mero Jc Icuuulogia aplicada; técnicas de recursos educacionais para paifees subdesenvolvidos; e o desenvolvimen to integrado de baciashidrograficas (Mccormick, 1992:52-53). oacias

cõ .s N^ ) Se tmha a exPectatlva de elaborar durante a u n s c c u r   recomenda-te de fs S T paises-membro da ONU- Buscava-se criar um ambien te de discussão acadêm ica que pudesse indicar a direção a ser seguida pelosatores internacionais, dotando-os de um racionalismo conservacionista em-

 ba sa do no co nh ec im en to ci en tíf ico di sp on ív el at é aq ue le m om en to A pre -

a COm° norteadora das diretrizes e políticas am bientais é uma

sobre ” ™ bie„,e aSSar“ ‘ w

 A Co nfe rê nci a da Bi os fer a

Foram necessanas quase duas décadas para que outra reunião internac.O [,ar,mpoj ,a a !e M 5 1E 3 E respe,,» » , t ó S a r t i e nt, l o c o ^ “ ateve lagar em Pa™. em 1968, reunindo 64 palses. 14 organizações intenre-vemamentais e 13 o n g s . Assim como na reunião anterior, um conjunto de

E S t * ' ? 7 UneSC° ’ ONU’ FAO’ OMS’ IUCN e o InternationalBiolog cal Piogramme7  - d1Spom bilizou recurso s para financiar a Confe-rencia Intergovernamental de Especialistas sobre as Bases Científicas paraUso e Conservaçao Racionais dos Recursos da Biosfera, conhecidadialmente como C onferência da Biosfera.

mun-

63

Page 10: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 10/58

ín aquele encontro, ioram discutidos os impactos ambientais causadosna biosfera pela ação hum ana. O discurso cientificista dominou a reunião,na qu al os temas soc iais e políticos ficaram em segundo plano. Seu produtom ais imp ortante foi o program a interdisciplinar O Hom em e a Biosfera8 -criad o em 1970 - que proc urou reunir estudiosos dos sistemas n aturais, afim d e estudarem as conseqüências das demandas econôm icas em tais am

 bie nte s.

O s mem bros da U nesco deveriam criar comitês nacionais qu e coordenariam os trabalhos em cada país e propor temas de pesquisa. Em seguida,foi criado um C om itê de Coorden ação9, que definiu os objetivos do programa, listados abaixo:

a) Identificar e va lorizar as mudanças na biosfera que resultem da atividade humana,e os efeitos dessas m udanças sobre o homem.

 b) Estudar e com pa rar a estrutura, o func ionamento e a dinâmica dos eco ssistemas naturais, m odificados e protegidos.c) Estudar e comparar a estrutura, o funcionamento e a dinâmica dos ecossistemas“naturais” e os processos socioeconôm icos, especialmente o impacto das mudançasnas populações hu man as e m odelos de colonização desses sistemas.d) Desenvolver sistemas e meios para medir as mudanças qualitativas e quantitativasno am biente pa ra estabelecer critérios científicos que sirvam de base Dara uma_ 2estãarsnrirmal HnsJrgHTiü-nr ni in r i ii in rlHinrffi a proteção aa n atn reza e para o estabelecimento de fatores de qua lidade ambiental.

e) Ajudar a obter um a m aior coerência global na investigação ambiental mediante:1 . O estabe lecime nto de m étodos comparáveis, compatíveis e normatizados, para a

Page 11: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 11/58

I

logias que em basariam a instrumen talização dos recursos naturais. Torn adas também um recurso para a reprodução ampliada do capital (Santos,1996), a ciência e a tecnologia serviram com o legitimadoras da ex ploraçã odos ambientes naturais, isto é, foram transform adas em um a ideo logia (Ha-

 berm as, 1989) que em basaria outro tipo de am bie nta lism o, o ecocapitalis-m o, expressão cunhad a por Bosquet e Gorz (1978) e reafirmada pelo fran

cês D upuy (1980). Para os seguidores de tal vertente do amb ientalism o, aciência e a técnica pod em trazer a redenção pa ra os problemas hum anos, assim como podem m over a reprodução do capital - se transformadas em seu bem mais valioso , o saber-fazer, que é com erc ia lizado, inclusive o saber- fa - _zeLambiental ou eeelogieam eate eerreto , co im rele teriTsldò cham ado!

Com o decorrência dessas visões sobre a ciência, a técnica e o am bientalismo , surge o capitalismo verde, que, em v ez de preconizar alterações nos

m odos de produção que geram impactos, devastação ambiental e problem asde saúde, atua na direção de propor soluções técnicas para os problemas decorrentes da produção industrial em larga escala, abrindo, na verdade, nov asoportunidades para a reprodução do capital. Dentre os novos negócios eoportun idades estão a venda de filtros de ar, de equ ipamentos p ara retenção ede tratamento de dejetos in dustriais e dom iciliares, sofisticados s istemas dertratamento de esgotos entre inúmeros outros, com o os que ficaram ex postosem São Paulo na Feira de Produtos Tecnológicos para o Meio Am biente -

l l à li ã d Ri d J i

Page 12: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 12/58

essa delmição teve, para citar apenas um exemplo, uma outra concepção naGrécia Antiga. Naquele período da civilização ocidental, a “natureza” eraapreendida como um todo que continha e articulava tudo, inclusive a espécie humana, co mo já discutiram vários autores (Casini, 1979; Collinpwood1986; Leff, 1986; Gonçalves, 1989; Vesentini, 1989; e Ponting, 1994).

Ao longo da trajetória da espécie humana pertencente à civilizaçãoocidental, o entendimento do ambiente modificou-se. Em nossos dias, ele émarcado pelo domínio científico-tecnológico alcançado e, principalmente

 po r um si st em a de va lor es qu e c om põ em a s oc ied ad e d e co nsum o de massa.’Esse m odo de olhar o ambiente foi empregado e m todas as reuniões internacionais organizadas pela o n u .

 _ A co nc ep çã o-d e nat ur ez a heg emO mca a dê fm e peTaTogTca de ac um ul ação do capital. N esse sentido, a natureza não existe como coisa primeira,essência das coisas e dos seres que compõem a Terra; ela é reproduzida nàforma de ambiente natural, exterior à vida humana e dotada de atributos deordem geomorfológica, vegetal, mineral, dependendo do enfoque que sedeseje dar. Porém, a essas características são atribuídos valores de troca ede uso, como ind icam Altvater (1995) e Moraes e C osta (1987) - os últimosdiscutindo o espaço geográfico.

"JTtenrezeA1" -seTTõbjeii vo de normalizar a colcia e-a disponibilidade de dados ambientais como vital para a comparação das distintas situa

ções encontradas nos países-membro. É evidente que as premissas científicas adotadas vieram dos países centrais, mais avançados no conhecimentodos ambientes naturais e que acabaram tendo sua visão de ciência e de natureza predominando em relação à dos demais integrantes do sistema internacional.

O item /de stac a a possibilidade de se aplicar modelos explicativos àgestão ambiental. Tal iniciativa passou a ser muito empregada tanto na recuperação de áreas degradadas, com o objetivo de reconstituir a vegetaçãonativa, por exemplo, quanto na projeção de cenários para as mudanças climáticas g lobais. Em que pesem as inúmeras críticas feitas à aplicação demodelos matemáticos à formulação de políticas públicas, como as queapontam para um enquadramento da realidade em um sistema pré-concebi-do, eles continuam sendo amplamente utilizados.

 N o últ im o ite m desta cado , a ed ucaç ão am bie nt al é e nte nd ida co m o ba se para o desenvolvimento de uma compreensão dos problemas ambientaisa_pattir de uma abordagem mteFdisciphnar. Este é um dos aáfcrntõs maisdestacados pela Unesco, que realizou três reuniões internacionais sobre ele.Tais reuniões serão abordadas mais adiante.

Outro item a ser comentado refere-se ao que previa o treinamento deespe cialistas das disciplinas que trabalham com a temática ambiental Co mo decorrência, surgiram vários programas de capacitação de pessoal queforam inicialmente financiados pelo Banco Mundial e depois pelo  p n u m a ,

66

Tratava-se deín ! 'h /m i'T de c'x taisas :lreas lk‘ amhieníc natural.

çâo ° ° d e d esenv ° i , e r n ata do amhifn/p P - ~ Preservaci°nista e/ou conservacionis-tra ta da ^ o seconsumismo. praticam um modo de vida pautado pelo

 pr od uç ão d em ais do pr og ra m a ° Homem e a Biosfera  era promover a

ca ,” cniinecimen to sobre a biosfera, catalisando a contribui-o PCl° SPafSeS~mcn ibro da ONU- É inte ressa nte

do m un do co mo criicriõ p S a " g ^ tOU08 grandes don,í,,i<,s fe t a ismnrppn “ —*

cias Assim fo ra m fH t? °S daHaÇá° humana no ambiente e suas decorrên-trooicais esubtroni! * ^ ab o rd av a™ as fo rm açõ es f lo r e s ta i ,

se lan e! montanhosas e em i lhas, ou seia . t ra ta v a , da*; *%£ -a m b S ^ n S S r ^ T ^ - '° T   °bjetivos do P^grama a conservação de

dos d* : r r de - ^ c a i,a a  •estradas e renresas) miii - engenharia no ambiente (principalmenteo estudo I S ’ - Utll ,ZaÇa° da CnerS ,a e lé t rica nos ambientes urbanos

tes produzidos. ^ aS’° SeMudos cstavam dmgidos para os ambien-

chamadas  Re se rv as d ^ B i n t f ^   pf°gran?a ° Horne™e a Biosfera foram asdas pelos países m em h H PreservaÇao am biental distribuí-

apontar áreas que fossem 

C° “ e s I T qUe fOSSCe HUdada a dÍntoÜC» natin-a l nclas presente. P°“ 

comitê d e ^

telewILltfoS   6 Z queape?as detêm reservas naturais, ao menos as

várias d ° — ■ «servas da Rincf ro Pr°gramas de cooperaçao. Estima-se que as Re-

vegetais da Terra. ^ 90%h ***» » » parte delas « I a “" í " » * * P" * * * mantê-las por falta de recureos Pen fenco s, que nao conseguem

67

Page 13: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 13/58

Vp-e a C opferência da Biosfera, uma scrir. rir  —?-------- — .........   ,- ,T....................   " l u ‘ » a n . u n iu s c n r. n r i m m i / w m ^ m a n T i in ' :.

^ 2“SSnsed i s c n , : ;- nteg rar a ordem ambiental internacional. A seguir abordaremos

d e h p o Í S í n t e r f 8, “ f    *1*10 “ “ 3 ConvenÇão sobre Zonas ÚmidasBrasil i;5n Internacional, que merece destaque pelo envolvimento doBrasil já que nosso pais está sob a influência do clima tropical úm ido 7

 po rta nt o, su je ito as de te rm ina çõ es de st a c on venção .

 A C on fe rê nc ia de Ram sa r 

c n I VCnÇa^- u°bre I" °naS  t-fmidas de Impo rtância Internaciona l - espeRamsar (V.;Kí lS rT K l d a c o m o C on ve nç ão d eem Ram sar r f r ^ Ç d es taqu e d a Unesco. E la o co rr eu em 1971em Ramsar, Ira, edchmu, em seu Artigo I, zonas úmidas como sendo as

S £ S S 3=SS=SS=

q ue con si st e t r a S T ’ ° ^ tCm°S ass i st id o >eteresses de cada parte, ora obtendo v a n t rabaIho’ e a Predom inância de ind o internacional ora o b t e n S í S ^ S H ^ “ ais * < * * ao cená-

Alem do realismo político elementos h ^ P°tencias hegemônicas.global podem ser identificados nó objetivo centra?T *   ^ ln terdePendênciareconhecimento da importância das áreas úmH conven?ão, qual seja o

aquaticas e o fato de que e stas não r c s p e ^ Í ^ 3 reProduÇã° das avesgram e em estratégias de cooperação ? ^  qUand° m i'intem ,”SasPectos scrvem para ilnsh-,. „ entIe a& pa rte s. c|(>„a .nao P° de ser enq.,aHr a43 _em: ; l ‘at_° uC <*uc a ordem ambiental

Joe s internacionais contemporâneas a  coninT'."''^' teori as das feJa-d os p el a c on tr ov érs ia c ie nt íf ic a a m pa ra m intp C t em as , e ntr em ea -sas, indicando que as análises devem s n e ^ Z f ^  ^ allanÇas as mais diver-

Mais um aspecto a ser comentado- ^ dlngldas a cada caso.cou a cargo da uicn, conforme foi def iniH ’C posi tár la da convenção fi -be a uma ONO a função * ^ d e „ í o s í a b ^ h o ? ^ * » u -reumOes ordinárias da C onferência ~ « 'nao maiores que três anos” (São  Paulo +qq- ' ‘ " ^ tanles em intervalos

Internacional p f ™ G u ^ p n í ^ de Im Portância pa rti ci pa nt es foi m an tid o, co m o re ss al ta m os ° Pnn C 1P10  da soberania dosfinal do período da bipolaridad e assistíamos etan to’ antes mesm o dointegrante da ordem amb iental internac ional " 6S ha de um a ONG com o

1l l ' 'HPássaro s ,r. , ÓÕfetlV0 Cf ntral P^ teg ero s ãnffiientes em que vivem os

 pá ss ar o s ec ol og ic am en te de pe nd en tes das zo na s úm id as ” . P ar a qu e isISSO

Hí*™ ' T ~   , cuniratante indicou áreas de seu território aue afen d ta m as c o nd .ç oe s d e sc ri ta , „ o A rti go L da c on ve nç ão . « 2 3

f r b‘e,,KS e a «Plo rá-los dentro de limites que „T a f e t a s s e ^a reprodução das aves aquáticas (Artigo 3).

e m ~ - “- - g d<.StaC arq “ ° « * « ” »' c o n h e c e u , u e “as a .e s aouáticas.graçoes pen odicas, podem atrave ssar fronteiras e nort into H p 

f r c^nsiderada.s como um recurso internacional”, P ’•^c o “ i - • internacional , mas permitia às narraCIOnaldaP°P“M«migrantedcaves aoS,i™s"emsc,i 

tem,ono. desde que ela não afetasse a reprodução das espécies

d , aP “ I ° . í e Va, ,B " n i n a d o p el a c on ve nç ão f o i , '

 A s Co nfe rê nc ias sob re

[a manutenção

forme indica H Z T  ^ defmÍdaS para a c°nservacão, con-rorme indica o Artigo 2. Esse artigo possibilita a alegação de soberania rnn* P° SS,yCIS mve stidas das partes no território nacional de uma das nar te s

com o objetivo de manter as áreas úmidas nermile “nn m / ’resse nac iona l n, enfe an „. ,r .... ‘:n i 6  permite Por motIV° de lnte-( Sã o Pq ul . IT) rm lar - ^ t n n s , r   ',3   Inimes das zonas unudas”

Educação Ambiental

 pr im eir a d ela s oco rre u em B e lg ra d fa u ,„ ,‘rt ' c d uc a ( ^   ambiental. A

m e de E nc on tro de B elg ra do “S ê f b ? S ""“í   " 1  ' ' “ * e n „qual destacamos os seguintes termos: 3 Carta de BeISrado, da

R a m s t r ^ n c ^ n T a T ^ ° tCXt° f ln al d a C o nv en çã o deRamsar encontra-se embasado na tradição do realismo político. Apesar dereconhecer um objetivo comum as partes, a convenção m antém a soberania

As desigualdades cntrc pobres e r 

c.a?dePq?eT ordem ^ ^ °S aCOrdantes‘ Esta é ™ das evidências de que a ordem am biental internacional é complexa e permeada de inte-

68

M ^ e n u ,d ete ^ d- ^ { | ^ ^ ^ _ cre^ Hde gvit^

e mb ora c au sa da s p or u m n úm ero r e M v a ^ t " n ^ E ss as “ " ^ çõ e smanidade. t! amente pequeno de países, afetam toda a hu ’

[- ] Nos necessitamos de uma nova ética Plnhsi . •comportamentos para indivíduos e sociedades n„ ■c C“Ca QUe Prom ova atitudes ehumanidade dentro da biosfera; que   reconher* ‘ ^  consonantes com o lugar da

 ple xa s e d inâ mic as rel açõ es en tre a hu ma ni da de 'r“ P° nda COm sensi bil ida de às c om-danças stgmficattvas devem ocorrer em t,-dav a s. nj |ur e/ a- e en'r e os povos. Mu-

 po de de se nv olv im en to ra cio na l n„~  Ç?es do  mundo Para assegurar o ti-1 racionat que será orientado po r es sa no va id éi a gl ob al

69

Page 14: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 14/58

dos recursos da-p ' ; ~ ------- *«« u.oinuui^dO cquuauval   rra, e atender mais as necessidades dos povos (IN:  Dias, 1992: 65)

ra v , S : : fren,e’ a edu,caçã0 ambiental é apontada como a alternativa para viabilizar o precon izado acima:

[~J Governantes e planejadores podem ordenar mudanças, e novas abordagens de desenvo vimento podem melhorar as condições do mundo, mas tudo isso s e c o n s ^ . i r í

r “ emrUJd eS,de CT tPraZ° Sf a juventude nâ0  recet>er um novo tipo de educ acão r 1

h Ph C° n X‘° qUC d6Vem Ser lanÇadas as fundações para um programa mun'1de educaçao Ambiental que possa tornar possível o desenvolvimento de novos

C Val° reS GaÜtUdeS’ ^ d° *melhoria “ alidade am bi en tal e, efe tiv am en te, a e lev açã o d a q ua lid ad e d e v ida par a í-I W>- « i F

 NOT A S

futuras (IN- Dias i as gerações presentes e

o domínio territoria/que o pápado^ ossuía de alSunias espécies. Dadonhando a lgum a r elevânc ia , o que co n t r ib u iu Z L e v i t a r a T -   T ° ** ^  a Cab ou vo de caçadas. Nos escritos sagrados encontram1 1 extinção de especies que eram al-

 pe ci e h um an a na T erra q ua nto pa ra a p rot eç ão das ripJUSU 1í?aÜVas tanto Para ° domínio da es-cabena ao homem reinar no planeta, já que é o único "™ aS de VÍda' No  Primeiro caso.teger animais decorreu do reconhecimento de n X se 'ndi**'<e a Deus-A decisão de pro-rm n^no w*n---------- ■ . . c ime nto de que eles tambem têm direito à vida Do contráParaDuma — - i*6"3.criado’ «gum entavam os~q'

da £reja em* relação ao p u n h a m a s ob rev ivê nc ia dos

ambientalismoanimais.

Etn 1977 em Tbilisi (Geórgia), ocorreu a Primeira Conferên cia Inter-governamental em Educação Ambiental. Dessa reunião surgiram os pnncí-

(nte dScn5 l 0-TTHblental aSere m aplicados den treo s quais identificam osre aa ,a ' -  Peda8óêica envolvendo o estudante em suare .iidace, e uma atençao particular deverá ser dada à compree nsão das re

meto am b i Lt eaS e'Ul o desenvo lvhllento socioeconômico e a m elhoria dort* ^ r Cam v-lst^- P^S'bllkar- dOS- ednr,1nrlncr ,   ......

dianteaos impasses ambientais . Tambémsepropunha uma prática ampla 

a escolar’ vo,tada “a — - * > * “ * -  Passados dez anos da Conferência de Tbilise, realizou-se, em uma ini-

S uc T Í   U nC ~C A d °KPNUMA 6 ^ ^ ° C ° ^ eSSO H te rn ac io m dS r e v en tn ™aÇ' ° A m b ie n ta is ’ e m M o sc ou ( ^ s s i a ) , e m a go st o de

 p T A ’u Sairam 25 estrategias internacionais para ações no cam po da Ed uc açao Am bie nt al pa ra a dé ca da de 1990 ” (IN:  Dias, 1992: 89)

ternad on alCT tUl°’ “ tudamo! as.Primeiras etapas da ordem ambiental in-Antártir- 1  pesar a lnoperancia dos primeiros docum entos, o TratadoAntártico alcançou seus objetivos.

O problema surge quando analisamos a o n u . Das primeiras decisões -como os programas de conservação de solos -a té as reuniões õrg Sz ad as

 pe la Unesc o, po uc o se av anç ou . Na ve rda de , a t em áti ca am bie nta l nhará

escopo institucional na o n u   om ente após a reunião de EstocolmoRam ^ r; ^ . a° ^ f K w . ^ c ° nfCTê"c ia d ‘ Bi<” f^ ^ c ° ^ n ç ã i r a ^

4 A ü h a T c ar t T   etaÇã0 d6Ste Perí0d° ’VCr Hobsbaw n (1995)locahza da no ex tremo sul da América dr> <5„i „ .gueiras avistadas pelos navegadores que chegavam De l t f   6 n° me deVld° às inúmeras (o- Canr»7-nii ^ 10 0 1 % . ____   . . gava m pelo <xeano a noite.’Capozoli (1991) a pre se nt a u ma d e t a l h a d a d e s c r i r ã n ' “ " U' ‘C'

Antá rt ico . Expoe t am bém as tr ajetór ia s ^ p r i ^ S   0--^ --” **880 ^ C ulmÍnou no ^ a d o prec isa.6 A

A MtPN foi criada com o objetivo de co ntribuirde órgãos governamentais

viajantes, em uma narrativa agradável <

' e nao-goveniamentais Am.n i cor r r a_çí° da r ida na ap** da

ruc N e atua em vár ios país es do ; fm pt me rn an do 1^ ° “ ^ a) projetos conserva cionis

r am n ' o rg an izad as p ar a t ra ta r d a edu caçao am bi en ta l, en vo lv ê :

s X ~ S h ní? ^ T gUr am  daf à P°PulaÇão mundial visibilidadesobre a questão ambiental. Alem disso se pautaram em temas que, apesar deafetar diretamente a vida humana, não indicavam riscos na escala que os estudos am bientais vao toma r publica nas décadas de 1980 e 1990 Pode-se afirmar, entretanto, que elas foram a base que permitiu a realização da Conferên-ia sobre o Meio Am biente Humano que ocorreu em Estocolmo em 1972

---...... ..■iviiifliiHM.ii nnifin í  Y_ ■ . 1-T.T . . -------- ’ 1 n-jfi

hoje uma das maisirifluentes e Ituantes oreanízacõp s a" d Nf u ml  ReTources (TUCN), atédos e os divu lga po r interméd io de revistas e allj-, v li i ' mundo, que realiza estu-

° Utr° ° rgâ° mÍsto destinad o a gerar fundo s nai-a Pm “ ° gFande Púb ,ico- Além da Wíldlife Found (w w f ), criado em 1960. Embora concebido |’r0bletnas amb*entais foi o World

 pas sou a concorrer com ela, desenvolvendo prou-ios nr.mri r Jtr‘" r recursos Pani a íucn, eledores doadores ricos espalhados pelo mundo. a t w h “nha ^  SeUS mantene-

s países do mundo, fi

* »“ P«— Oo .« - - r  ■sobre os sistemas naturais e registrar as tL sf o rm n c ^ ! ^  pr°düZlr inf°nnaçãoaçao humana, em especial devido aos grandes acidente ^ ? °SSofnam em  decorrência da

erramame nto de petróleo nos oceanos, a deposiç ão dp e'-°I'',Slc°s, como a chuva ácida, oUm dos aspectos positivos da atuação do mp oue se mant F“ ados em cursos d ’água etc.

 pes qu isa dor es de vári os p aíse s do mu ndo Alé m d isso 0™ ' ^ ° , 4 ’ fol 0  intercàmt>io entre bre am bie nte s até en tão po uco e s t u d a d o s í o q u e c ^ t r S f dlVCrSaS PUblica? õe s so -cientifico de processos naturais pouco conhecidos Durant K ' ° aVanço do c°nhecimentocontou com o apoio da Unesco, que o intesrou »„ n' ^   Paite SUa exis tênc ia, o ib p

8 Nã o se na po ssí vel ima gin ar em nL sô s dfas ° Ê * BÍOS^ou qualquer organismo vinculado a ela com este iitufo^r*3,lnternacional Promovido pela ONU

 pro gra ma i nd uz a pensa r.9 l is te ----- -

e e nâo de gênero, como o nome dado ao’

Ch, l e; A u s t r á H a , Brasil, No va Ze lân dia , Paí ses Bai xos, Re ino Un ido ReDÚhÍ,> ^ k r ‘a’ pã ° ’ Ma lás ia, Ni gé ria ,Alemanha, Romênia, Suécia, Tthecoslováquú. Uganda e ü r s s   ' " ’R ePÚbllca Federal da

Page 15: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 15/58

A C O N F E R Ê N C I A D E E S T O C O L M O '

em que ela foi>,rganizadaT™TO 0 c°ntextocrescimento zero, proposto no rH„f ,Vi() 2 U®nc ia ram ’ C° m ° ° d o  

abordaremos os principais aspectos d í^ n S ' ma (CR)‘T a®bém po lu ição do ar e d o cre sc im en toV o Z lr ,  COnferência: o controle daféricos. to populacional, em especial nos países peri-

ração de Estocolnw ™ P l S o d ^A çã^ èT p C°nc lu SÕ?s’ A t acan d o a De cla - o Meio Ambiente ou United Nations Fn ' r ° g r a m a as Nações Unidas para

qual faze mos uu, b<Ua„” „! apomândo 1 3 “ " ' 'am n“ (PNUMA> d »d as a le a d écad a d e 1 98 0. Dep oi s d es i» , r. , ;i a ^ i n T c S i ' “ desenvoIvi-do pnuma confundem-se com as rP„ n ^ “ iniciativas mais relevantesnos próximos capítulos. &S  m ternacionais que serão vistas

A CONFERÊNCIA D È ^ S T Õ c Õ r i u õ -----------  —   ------

 ----------------

u J z : * * * * "   ^de .968 que surgiu a idéia d e " i ^ u mformas de controlar a poluição do ' u~   encontro de países para criar

 bie nta is qu e ma is i S Í * * ’ " ' * « • * ~Assembléia Geral da ONU. a indicaçfc *ano. Na mesma reunião, definiu-se o a n o i w o dezembro daquele

6 ° 3110 de 1972  P a« sua realização. Estava

73

Page 16: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 16/58

nasctíiiiiu & Conferencia que m arcou o am bientalismo internacional e queinaugurava um n ov o ciclo nos estudos das relações internacionais.

A p rim eira grande conferência da o n u  convo cada especialmente para adiscussão de problemas am bientais ocorreu em Estocolmo, Su écia, e foi denominada Co nferên cia sobre Meio Am biente Hum ano. Para organizá-la, foiconstituída um a C om issão Preparatória da qual o B rasil participou por indicação da A ssem bléia G eral1. Esse grupo, com posto por 27 países,

[...] re alizou quatro sessões. A primeira ocupou-se com a parte operativa e com a deft-nição de com o o s estados-membro deveriam atuar; na segunda, foi adotada a agenda

 provisória e decidida a na tureza do docu men to a se r a ss inado em 1972; co ub e àterceira sessão exam inar o progresso verificado na ap reciação dos temas substantivose ap rese nta? <»est*>v<> da 1 >erlamç;u > »>Meio”Ambieate; a quarta sessão, realizada em março de 1972, ocupou-se da parte funcional da conferência, inclusive dos as

 pec tos financeiro s” (N ascimento e Silva, 1995:26).

Ape sar da mo bilização alcançada pela Com issão P reparatória, outroseventos exe rceram m aior influência sobre a Co nferência de Estocolmo . Adivulgação d o relatório do Clube de Rom a foi um deles, como veremos.

Ou tro ev ento foi a Mesa Red onda de Esp ecialis tas em D esenvolvimento e M eio Am biente2, realizada em Foune^, Suíça, en te 4 e 12 de ju n h od e t 9 7 T Surgiu nãqueTa reunião um a das teses discutidas em Estocolmo: o

estab elecim ento d e medidas diferentes para países centrais e países periféricos que con tinua sendo empregado como m ostram as negociações relacio

Page 17: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 17/58

rais da Terra. O fim das reservas de petróleo, ponto central quando se aborda esse problem a, era um fato já co nhec ido que só foi m assificado com acrise, em 1973. N esse contexto, propo stas de se limitar o contro le populacional e o crescim ento econôm ico de países periféricos fora m apreciadas,resultando em um intenso debate entre os zeristas e os desenvolvimentistas.

Vejamos com mais vagar o tratame nto dado a estes tem as na C onferên

cia de Estocolmo.

 A poluição atm osférica

Ao longo do processo de industrialização, principalmente na Europa,cientistas começaram a observar a presença de elementos químicos em

 plantas. Isso desperta va a curio sid ade e levava ao questio nam ento das decorrências deste fato. Entretanto, a associação da poluição atm osférica 3  aosurgimento e/ou agravam ento de problemas respiratórios na população sófoi confirmada em 1930, quando por cinco dias consecu tivos um a imensa eespessa nuvem de poluentes cobriu o vale do Rio Meuse na Bélgica, então-umar área ind us trializ ada.- Qs hos pitais Fogistiaiam úaquétff período umgrande aum ento de casos de internação e consultas de pessoas co m problemas relacionados ao aparelho respiratório. Suspeitando de que havia algu

Page 18: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 18/58

 D e c l a r l r ^ Z T ^   * pm^ 'eiJ lã da PoluiÇão foi abordado em dois itens daclarai:ao das Naçoes Unidas sobre o Meio Ambiente: proclama ções e

nH n ?'*’ dOCUmento fínal que continha 26 princípios e que fo^u bs crito pe los paí se s p ar tic ip an te s. Os do is itens são:

6 Deve-se pôr fim à descarga de substâncias tóxicasçao de calor e-m quantidades ou concentrações tais que possam ser neutralizadas pelotueio ambiente, de modo a evitarem-s-“ ~ --------   • - - ^

ou de outras matérias e a libera-

" eCeSSá" a à ^ - ' — a p ar a , „ d a a p „ pu ,a çil„ d o

va sozinho nessa emp reitada Ídéias’ mas não esta" M as sa ch us et s In st itu te o f T ec hn ol og y  P°t0maC e o

r t „„ , --------" _se danos graves e irreparáveis aos ecossistemase ser apoiada a justa luta de todos os povos contra a poluição

a d ° t a r t 0 d a S “ m e d Í d aS P ° S SÍ Ve iS P a r a i m ? e d l r a P o l u i r ã o d o ,mares por substancias que possam por em perigo a saúde do homem, prejudicar os re-rsos vivos e a vida mannha, causar danos às possibilidades recreativas ou interferir

outros usos legítimos do mar_(/JV.- Nascimento P Silva. 1995:163).

Ciou sobrem aneira as d i s c u s ^ ^ I X Í S s ^ e m e T e c f ' f ^cia de Estocolmo Tr,,,Z   ’ sPecial as 9ue ocorreram

ra o crescimento   (Meadows, 1973)5  publicação Os limites pa-

durante a Conferênci;

fazer as projeçõÜsq”úe suílonuvam ' ' ^ ' 10  «“ Pregado para sem a ic lo . imperfeito? su p“ ! s í ^ M c a do C° nClusões « » M » .

EssesIuicão marí

 pr in cí pi os se rvi ram pa ra a c ria çã o de no rm as de co ntr ol e daafirmam que é e inacabado”, os autores da obra

 ba te ,n hr p ? f f m; ssao de po lue nte s pe las in dú str ias , re tom an do o deSurgia tamhó ° Ü° f nas grandes aglom erações urbano-industriaisS ' , , " °V° 6 lucratlvo negó«o : a produçã o de filtros e den  d puu u^a u uc íniros e ae ma-o n li; COntr°le dos efluentes industriais, reafirmando o ecocapitalismoa nte no em e nt e d is cu tid o. 1 K J

.N.9 ^ r~ ~PÍ° 6’ a-a$sertlya “deve sce apoiada frtttste-luüi

mos, é o único Pel° ^  «abe- po, co m u m ho rizo nte de t em po ma io r aJ    . . e" a,nCntc Sloba! ™ seu esco-que tnnta anos e que jncjuj

 b Ht

 p o v o s co nt ra a põ lü iç ao ^e xp re ss a um a lei tur a ba se ad a na teo ria da inte rde

C <^ S n c i a° d e Pp >I, 1C7 S ‘™ ^ p o lu iÇão - S eg u n do ° * x t o fi na l d auma bandeira con ^m *110 “ “ * POlU,Ç5° ^ S“

v o l v im f n ^ f  0  da P°luif l° também é datada de ma neira geral, sem o envolvimento de seus produtores diretos. A recomendação é “pôr fim à des

sem se cite "CíaS toxlcas ou de outras matérias e a liberação de calor”,luidor Nn r ° S walSeS, resP°nsave ls Pela geração e emissão de material po-to no texfn fí SO|“a PO|U'i a° : ‘(r ,<)S ° SpaiSeS merece ram ° m esmo tratame n-se ratm d ^   distinção entre os países vai aparecer quando

c u n ^ o Í p ^ S r ^ 3 d' SPOn,bÍIÍdadC d° S rCCUrS° S MtUraÍS e ° — 

1 vanave is importan-i —t uiu iui innca <

i iidepcndentes^nías como^leniemostlinllm^os0 ,, ,1" £ £ 5 * ° "á° como « & ■ £ «do real (Meadows, 1973 :18). mteraçao, tal e com o são no raun-

c ad a f XP° “ ” d a ' S * ■trabalho redigiu o seguinte diagnóstico: ^ °S resultados>0 grupo de

U m vez que a produção industrial está c,somente a 2%, poderia á crescendo a 7 %----- “ <•-/o, puu ena pa recer que os ciclos ™ c,v ' ' j 3° an° 6 a P°PulaÇão cresceconstituíssem motivo de regozijo. Uma simples é f reaI‘mentaÇão domina ntesmento sugeriria que o padrão material de vida da nonn^ ^  de crescidos próximos 14 anos. Tal conclusão, contudo mu? ^ ^ 0  '"UndÍiil d°brará dentr°cita de que a crescente produção industrial do mu H ' ‘nClU1 3  su PosiÇã° implí-entre todos os cidadãos. A falácia dessa su po sic ão w ri^ equ“aüvamente distribuídanam as taxas de crescimento econômico n e r c a n i ^ 7    aVaI'ada qUando se exa™ -vidualmente. A maior parte do crescimento nTh ,  la.IgUmas naf ões tomadas indi-ocorrendo nos países já industr ializados, nos i ‘a t* ” T " * 0   •" J CStá realmenteçao e relativamente baixa (Meadows, 1973  37 ) ^ crescimento da popula-

Populaç,ao  versus recursos naturais?

A lém da poluição du ar, o crescimento JopiüaciQnaLacaboiUnteiferin-

S é a t d l M Z ° T    601 EstocoImo- Baseadl)s em uma releitura dasma o Q n e Ü Í q,UC ,° CresCÍmento Populacional ocorre em escalasun am ora Produção de alimentos, o que levaria à luta por alimento, al

consideraídoPr  0r n ° C° ntr° Ie P°Pulacional. Eles argumentavam que,Uni do ■T n ~° pa rame tro 0 esül°de vida da população dos EstadosUnidos, os recurso s naturais da Terra seriam insuficientes para prover a ba-

76

Para eles, este fato confirm a

 po br e g an ha filh os” . a máxima: “O rico tom a-se mai sEn r  nco e ovez de analisaiia^ra-zQe^^e -kv-anrai

mo a t ransferência de recursos 'nara n n “ ConcentraÇão de riqueza, co-cros ou de royal.ies, eles aerêdUam T   * dfV‘d a * to -equdíbrio entre o crescimento populacional e™? 1  d eco ' I eu d a P c ^a *nuição do segundo indic ado r resulto u d; m ih , mo rtalÍdade- A dimi-

 po pu laç ão , e m e sp ec ial da qu e viv ia na s c i d a d í ^ C° ndlÇÕes d e vid a da

A alternativa sugerida p ara elinfinar essa dtstorção é lacônica:

77

Page 19: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 19/58

n ua t e t e d a m a » o dc scq uilfb im resultante:

natalidade, par aque ela se i .na teà 3  ^ deque esta últim a tome a subir (Meadows, 1973:156). de’ mals baixa' ou delxar 

i m p l t m l S a d T ^ m T a í Z f    P0,' tÍCaS ^" «g rá fic as que foram

- i S ^ w « K 5a a a id e u rí ã s * "' ' s l t a c lm o ° “ “ ' « « " d a ç õ e s .

Sns sr "“r *—*»*>«»-s enc ía l pa ra a in ic iação de nnv ^ m ane ir as d cn e™ f ” d°S hm ÍteS é eS“fu nd am en ta l d o c om rtam en t“ ™ arlo e Z , T 3 ^ciedade contemporânea [..] P ^ Uv ‘n' de ‘«da a estrutura da so-Istamo», mais civel tão altodeve forçar » fw v U>ui um bReconhecemos que o equilíbrio mundial .somem,- nnri.rf 

•>'«vencidos de que a pressão demog ráfica no mundo já atingiu um ní-

fi -síasssMssstssssssr :<<mai u ma r ea i i rtarte naco

tanto em term os absolutoT Iom ^ « T T * ™ Uma meIh° ra sub“ aLdas ; e a f ir m am os que e s T ' 35 " aÇOeS econo™^ m en te desenvolvi-

global [ ] progresso so pode ser alcançado por meio de uma estratégia

ttspÊKSKíssírasr" e ,° fa po ” *desenvolvimento econômico de iodas as nações do muwfe.Ser a um congelamento do status quo de

emitida  palas nações ricas, ela s e r i ^ ^ í l ^ - f    , 68511 ProPos^ o fosseob tenção de um es tado ha rm onios o e ' ■ - - neoco lom al is m o. Agico deve constituir  \  >e global de equilíbrio econômico, social e ecoló-

UmH avent ura ^oniunlíi ,, . _  be ne fíc io par a t od os (Me ado ws, “ co nv lcÇao co mum , com

 cla ra cã »  /fa* V 1  de s^as con cluso es aparece nos princ ípios 15 e 16 Ha  n

'   a seguir:

15

T b« eflcteS sociais, econômicos e ambientais nara tnH, Ç ^am-ind..„da>r. u&p ,uje tos destinados à d om inga , maximoA*£5Brespeito. dêVt n  901 _  ____ : _ i---------------** n » ra#i .In________  

conc entra ç^^e x^ess iv^is a(denLirost 'nienl° demográfico o) ou as

m” n b K ^ ^

78

mo ^co nden ação do colonial,s-Ç o, ou seja, do controle populacional -m ' "ece ssidade de planifica-e t ra ta do d e f or ma a in da m í i s e x t ^ t a n oT * ^ E s te ú lt im o P ° nt o

 po ss ib il id ad e de in tro du zi r p ol íti cá s de m n  f J  SegUIn,e- que rec onh ece ae/ou areas densamente povoadas. gráficas para equ ilibrar vazio s

c os, co mo o núm ero de h a b E e s ^ u m í á 001^ 2 ***** d°  critérios técni-exerc er sobre os recursos naturaTs qUe Possa vir a

sg" sm“d° * "Zxttjszissz;.Crescimento versus desenvolvimento

reunião ^ d iscussões nam lado tínhamos os que advogavam em fav &rt   esfnvoIvimentista. De

sc bai :r a( . (- > - ^ tnTC[Tnx-

“ SOSTTão-renováveis; do O U t n r ^ ^ H ^ e s u m i d ^ e ™  desenvo lvimento” trazido pela indústria es que reivindicavam o

ticipáção 2   W 2 : , s ONGs. A par-ambientalismo, deixando claro que as trmda cou novos rumos para omo ao longo dos anos 1970 merecem ser m °COn?das no amb ientalis-t„ij Ate 3 Conferência de Estocolmo ,, p- “ ^nm anallsadas.

S ™ qAUe, . f nhavam A ta q ue mundial L S ! ^ d? am bie"-cifismo A luta do movimento a m b í l m mC,pientes e focadas no pa

 pa ra o de sa rm am en to das su pe rp otê nc ias ai n te rn ac io n a l e st av a vo lta dí

 f Z  £ , G u e n a F ri a’ m ° m en to hi st ór ic o ^ í ° ^ V,f ta q ue se vi vi a o a„tos bélicos com capacidade e “d e ^ ^ des-v oIv id os ar te f^trumam o planeta. Não foram T 0ucaS r, ” qf  ’ 56 empregados’des- 

en ti dad es amb ient ah sTas co nt ra ^ p r ^ d cS ” an Íf es taÇt íe s P ^h Ucàs d eF t.u ue armas nucleares.Outrodespm av^a atençJIbcia ,

era o temor de que ocorresse internacionalnas que processavam o urânio para le ía r fadlaçao ru,c|ear em usi-T h r e e M i l es í s lm i ,  „ « < * - ? *

ocorridos em 1979 e d p r h ! ’ Pensilvama,, esse medo não era infu nd ad o™ ^/’ ÜCrânia’em 1986,

Com a ense do petróleo: n^la jme;ra ° j -^St6 cenario mudou em pu bl ico a ,d éia da escas! ez de » •>— .

Estados Unidos,  ______  _   ^confirmârâm que esse medo

79

Page 20: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 20/58

Oüi ros grupos ambientalistas, porém, amparam-se no preservacionis-mo para propor uma ação radical: o abandono do modo de vida urbano-in-dustrial. Pertencentes a essa corrente temos a cham ada ecologia profundaou radical, que possui seguidores nos Estados Unidos e na Europa. Com o jádissemos, muitos ativistas desses grupos têm o mesmo partido para a açãodireta, intervindo, por exemplo, em áreas de cultivo de material transgêni-co. Com o pass ar do tempo, eles perceberam que não bastava abandonar acidade e o modo de vida urbano-industrial. A poluição do ar e da água, as

mudanças climáticas globais ou mesmo a po ssibilidade de contágio por organismos geneticamente modificados rouba-lhes o paraíso. Era precisoagir. Com o resultad o, assistimos, já na déca da de 1990, a cenas de terroris-mo-ecológteo nas quais ambientalistas detonam bombas em redes de aff  1mentos de países centrais ou invadem e destroem plantações de organismosgeneticamente modificados. O pacifismo é deixado de lado quando a palavra de ordem é a man utenção de um estilo de vida.

Em Estocolmo, as ONGs organizaram o  M ilj õf or um   (Fórum do Meio);que serviu de palco para suas reivindicações. Não houve unanimidade entreseus participantes, pois parte deles alegava que o fórum desviava a atençãoda opinião pública para os temas que estavam sendo tratados na reunião oficial O trtres imagina vam es ta r influenciando ,

vam

l as  g figsm ag K ex.crcenito prU>

s p ^ j i m p n r   10 dC Guerra Fn a no t |ual as superpotências respe itado hloro assisüm °s a manifestaç ão de seus satélites. Os paísesfnflu ên ’Cla!!Sía qu e lrUe8ravam o então Leste Europeu, à época área de

!nte“c to d « S r r i f " ’™ " ’ * contra alal Se o ' , ' nai1 dar voto e vo z;àenlão Alemanha Orien-

argumento político era forte, também é verdade que o chamado

sa de S r ? ? regla° !Tlai<: lnclustr>alizada do bloco sociali sta. A recu

ar e os lihr.,-' ■•vrava da adesao as normas de controle de poluição doar e os liberava para continuar a poluir.

zava m ^inte n^S rfrf n rent|amen,° P™ta.g°nizado pela China, que sinali-“Ã rü 7iãnTTõ ã~ - ^ r - S u a ln f lu en Gia -so b re -o -een é rit» r rr te rr ra ri rr ir atn< OSIÇa° °,SPaiS6S pC nfé nc os’ ma nifes tou-s e a favor da aut o-vitoriosae e s f T ^ ^ * ad0Çã0 de feStrÍÇÕes ambientais, tese que foiduramenfr PnnCÍpi° 2 1   da de claraÇão. Além disso, criticoumo nr inc L l re /m Ç°?S nf0mal thusianas e 8u8er'u que se apontasse co-

lista* protagonizada^elos países cent^s^o^e^to d^coifferênd^^\pesar (fe

“ VCrSa0  nnal da D- Iara^ <>*

são sobre aqu eles que decidiriam o futuro am biental do planeta.Os grupos ambientalistas mais radicais usaram o fórum para protes

tar contra a pauta definida na reunião oficial, que restringia bastante a pa rti ci pa çã o da s o n g s . Elas foram proibidas de assistir às sessões, ficandoà margem das discussões. Esses grupos alegavam também que temas quediziam respeito à segurança ambiental do planeta não estavam presentesno debate.

Este argumento apoiava uma leitura conservadora do ambientalismoque continua influenciando parte do movimento ambientalista. Para essesegmento, também influenciado pelas idéias difundidas pelo Clube de Roma, o m aior problema ambiental decorre do aumento da população. Partedas o n g s  aderiu às teses do crescimento zero.

Os países da periferia insurgiram-se contra esse argumento, pedindo odesenvolvimento, ainda que com ele viesse a poluição. Uma frase do representante do Brasil na ocasião é paradigmática deste projeto: “Venham (as

indústrias) para o Brasil. Nós ainda hão temos poluição”7.

'çasnas-discussões ambientais.

cou e C i E e ^ s o T a d° re?l)Sm0 POlíÜCO na C onferê ncia de E stocolm o fi-S o -c o n ío lí .í , S° berama dos_Paises foi salvaguardada e venceu a tese deriam v i r a " em ° cm relação às políticas desenvolvim entistas que pode

m vir a ser praticadas por cada país. Entretanto, ainda qu e de m aneira tí-

atores no mZ '  PartlClpaça ° d as ONGs’ CIUC ind ica va a pr ese nç a de n ovo s^ Z h   T k '° '   ESSa Part'ciPaVao cresceu quanto ao desen volvimento da ordem ambiental internacional, como veremos.

Alem da Declaraçao, a Conferência de Estocolmo gerou um Plano de Aç ao  que deveria ser implementado com o objetivo de operacionalizar os pr inc ípi os co ntid os na De cla ração . Ne le fo ram lis tad as 109 reco m en da çõ es

E ‘ X r í ° d‘ S|NaÇOeS Unldas TCKa"d° t e t T c o m ? ™m S , d e d S n a" l m an ej o d o. , r ecu rso s n at ur ai s e o s i m pac to s 'd omodelo de desenvolvimento no ambiente “hum ano”. Talvez devido à suaamplitude pr,ocam ente o Plano de Ação ficou no plano das i„ t< Z 5«

-Mas j

A^o siçãadese nvolvim entista saiu vencedora do embate de idéias. Ganhara m os países periféricos, que puderam “desenvolver-se”, isto é, receberinvestimentos diretos. Mas este ganho não se deu sem conseqüências ao am

 bi en te . Ele co rro bo rou a di visão int ern ac ion al do s r isc os téc nicos do trab alh o(Waldmann, 1992), que consiste na propagação de subsidiárias poluidorasde empresas transnacionais em países cuja legislação ambiental não impõerestrições. O s países periféricos ficaram com a parte suja do trabalho.

;ao. para.3AcccmblcL c t Jl Est°r° lmo f<>' a "K iieaç _s^bteta^erahdTONu, da necessidadejie se criar o p n q m a , S n a W i fi

S Ü ambieSÍ f  5 d eJ ,ab. ÍU P l a"° ^ Ação. A i ns ti tu c io n al izaçãoaa tematica ambiental nas Naçoes Unidas ampliava-s-se.

8081

Page 21: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 21/58

O PROGRA MA DAS NAÇÕE S UNIDAS PARA O ME IO AMB IE NT E

Estabelecido em dezembro de 1972 pela Assembléia Geral da o n u , oPNUMA p as so u a fu nc io na r em 1973. N um pr im ei ro mo m en to , ele op er av acomo um programa de ação voltado para a temática ambiental e ganhou aos

 po ucos u m pe so ins tit uc ion al ma ior na o n u , embo ra ainda não tenha o prestígio de organismos como a Unesco ou a f a o . O  p n u m a  também coordena o

Fundo M undial para o Meio Ambiente - que conta com a contribuição devários países filiados - sendo muitas vezes confundido com ele.

A criação do pnuma não foi fácil . Os países periféricos eram contra-acreditavai 11 qüe~<5le seria um instrumento utilizado para frear o desen

volvimento, im pondo normas de controle ambiental adotadas pelos paísescentrais. Para eles, essa seria uma maneira de implem entar o crescimentozero, que fora derrotado em Estocolmo.

 N ad a di ss o ocor reu . O  p n u m a , entretanto, nasceu esvaziado e ganhouforça com o passar dos anos.

A primeira discussão envolvendo o  p n u m a  foi em relação à sua sede.Os países centrais preferiam sua instalação em um país periférico, justif i-rarrcfo queTodos os organismos da o nu estavanj sediados Bm países centraisdo Hem isfério Norte e que era chegada a hora de mudar este quadro distri

 bu in do se de s pe lo m un do . Des ej av am , co m iss o, li vr ar -s e das m an ife st ações de oNGs. Os países periféricos, por outro lado, viam nessa localizaçãouma am eaça ao seu próprio desenvolvimento e imaginavam que sofreriamum patrulhamento em suas atividades econômicas. Para as o n g s . a localização do  p n u m a  em um país fora do eixo do poder indicava o desprestígio datemat ica ambiental na o n u , além, obviamente - e isso era um argumentonão-co nfesso - do fato de ficar distante da mídia.

Após muita polêmica, a sede do  pn u m a  foi fixada em N airobi, Quênia.Era um mal começo. Longe das atenções e dos recursos, o  pn u m a  ficaria relegado a um plano secundário. Este fato ficou evidenciado pelo tempo quese passou e ntre a determinação de sua sede, esco lhida em 1973, e a sua instalação definitiva, 1 1   ano s depois - apesa r dos esforços de M aurice Stron<*seu primeiro direto r executivo.

Para ap licar o Plano de Ação definido em Estocolmo foram criados'• o Programa_de Avaliação Amb iental Global uma rede de inforr 

ções d estmad as-a acomparrhar o~dcscn vol vimênfo de programas am bi en ta is int ern ac ion ais e n aci ona is;

• o P rograma de Administração Ambiental - baseado na falta de determinação dos países em adotar medidas de conservação ambiental, op n u m a   bu sc ar ia im pl em en ta r c on ve nç õe s e no rm as qu e os ob rig as sem a atuar buscand o a conservação ambiental;

82

servacionistas. ' pessoal para as práticas con-

Apesar das dificuldades iniciais „ n r , .

destacar-se no cenário internacional re i li / . M " la c on s eê u , u a° s p o u co sma Regional dos Mares foi o primeiro déles" Van°S enCOntros-°  p ro gra -

f. -. J r eun indo 120pa f ses f* -» - . ,

lhados de poluição e degradaçâolKurin'-a em m''' fre“te 3 Problemas comparti-um catalisador Uncial e, à m e d i d a ^ a®‘Udos assumiram o financiamento e a ad im nX cã o T ó CrCSCendo 08 PróP™s esta-

ir :ses  quc™a-informando a situação nacional, para que se nudess'f Pa'S Um reIatónoMo n it o ram ent o G l ob a l d o Am b i en t e Z J , f  *****  m° ntar um de197^- r  

:°mo parte do Earthwãtch. O SMGAque ttcafroi i sendõ criad a ir m

ligou centenas de organizações na.-in -James foram a FAO. w h o . w i | ,  Í0 n f ’das *»** « mais[ Em 1985, foi estabelecida a B ase de S l L l ,

(Tolba^í99 745T  ' SIS‘emaS de informaíà

impor-

 baistais

Ia a Base de Dados de ConservaçãoíMi.ni^  j .  :. r. „ , »-->rmaçao para Pesquisas GIo-

çao geográfica para estudos ambien-

cional de Substâncias Químicas p X c i í ° Reg,Stronacional de Referência. O primeiro f m T " 10  6  ° SlStema Inte'-

 p on am em ris co o am bie nte a p ar tir da cont am? ^ 61110 d2S situaÇ°es que pro cu rou org an iza r u ma rede de inf orm ações ™ " dÇao clu,m ,c a e o segu nd o

Se estas m edidas a lc an çara m S u ^hzando informações amb ientais miinrliai centralizando e disponibi-Um das sob re Dese rt if icação - q u e o c o m ^ e m V r °" f er ên c ia das NaÇões

meira iniciativa global do pnuma - não oh “v ° 1977  e foi a Pri"de te r c of* eg uid o e la bo ra r urn Pla no d e S l T   ? 5 «^ o s . A pesa,a fa lta de envolvimentõ' dos ^ s ^ m ^ n ^ ! í aE:LCOmbate 3 Desertificação,log,co destinado , evitar o a , , t a o d o t eco-

sertificação em caráter internacion al,re un iã o. A m ai or p ro va d is so foi a n e r e s s M . d e T » S ! n o v f  

c uís tuur novamente a de-4 , na Conferência'aíses Seriamenteica (  c d  ), que será

1 , , . novamen te a de-das Nações Unidas para C o m b X ^ S í T 0" M ConferênciaAfetados pela Seca e/ou Desertificacão em caçao no? 1'aíses Seriamentetra ta da no c ap ítu lo “A orde m a m b . c L l m u a d S ^ " “ (a A

1apos a CNUMAD”.

83

Page 22: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 22/58

 — — "Eni p a rc cn a co m aiu c N e a WWK o P.Nu m a  elaborou a Estratégia Mun-^•<al para a Conservação, que tinha como objetivos centrais:

a) M anter os processos ecológicos essenciais [...]. b ) Pr es er va r a d iv ers id ad e ge né tic a [...].c) Assegurar o aproveitamento indefinido das espécies e dos ecossiste

mas (Tamames, 1985:196).

A estrategia consistiu em um amplo programa de capacitação de pessoal voltado pa ra a definição de planos regionais e nacionais, que permitisse a leitura integrada dos problemas ambientais em escala global. Além disso, conto u c om um aporte ü n an cei ro.xazoável-^ btk fo-pri netpal mcnte-peh rw w f   - o que atraiu governos de todo o mundo. Eles passaram a seguir os

 pa ss os su ge rid os ’ pe la es tra tégi a pa ra a c on se rv aç ão am bie nt al, qu e in di cava, entre outras coisas, a instalação de programas de educação ambientale a mudança da legislação ambiental - com base em um a visão conserva-cionista dos recursos naturais.

Com o passar dos anos, surgia uma inquietação na comunidade am-

.!.S,lanl ter n,aC'0 na1' ° NGS e .lideran ças vo ltad as para a tem ática que -q   das realizações do  p n i   m a   e. ao mesmo ini „ , , _ j  ______ *--------------  — n u -.u m tenmn^-dá-

FTãno ue Açao traçado em Estocolmo. Para isso, foi organizado um novoevento interna cional que ficou conhecido como a Conferência de Nairobi.

 A Co nf erên cia de Na iro bi

Sede do  p n u m a ,  Na iro bi sedio u, em ma io d e 1982, um a con fer ên cia in ternacional que avaliaria a atuação do programa. Na ocasião, elaborou-se umnovo diagnóstico da situação ambiental mundial. Desta vez, porém tinha-seEstocolmo como referência, tendo permitido uma comparação de resultadodesalentador. Am bientalmente falando, o m undo estava pior do que em 1972.

^ Inicialme nte avaliou-se o que fora implementad o a partir do Plano deAçao e confirmo u-se o já sabido: muito pouco tomou-se realidade O planoroí transform ado em exercício retórico.

Mas não foi só isso. A máxima de que a pobreza é a m aior fonte de de

gradação ambiental, divulgada em Estocolmo, foi reafirmada com todas asletras. Mais uma vez os pobres e sen estilo de vida eram responsabilizados pe la de va st aç ao de am bi en te s na tur ais . Segu nd o es sa vis ão , em paí ses per i-réncos o crescimento populacional ocorre principalmente em áreas rurais, oque leva os novos habitantes a ocuparem os ambientes naturais protegidos àsua devastaçã o. ~

Mais uma vez foi poupado de críticas o estilo de vida opulento e con-surrusta da sociedade de consumo. Pouco foi dito sobre o excesso de consu-

84

mo de comb ustíveis fósse is peJa Donil. - .conseqüências ambientais deste f £ ? “ Ç 1 ° S   países centfais e sobre ascussao amhipnfai _ ■ . *ato para o p laneta . Al iás, em 1982 adiscussao ambiental internacional

ainda estava voltada pa ra a po lu iç ão e su asconseqüências para a saúde da popuTacão T - .............. _ 

ícas globais seriam introduzidos na C° m° aS muda nças climá-, essas Preocupações estavam ausentes ac',onal mais adiante. Co-

salvar este novo diagnóstico da situ cão “C, dlscussâo’nada podia

com a impressão de que a C on fe ri Sf Na ib,cntaí do planeta Ficou se  mesm o que foi dito L   °

eram-bastante escassos no  p n u m a . ' uulIlctnos ^financeiros, queniento final da reunião n i

 pa m es rec on hecia m o fra casso do7 °— ■ aÇã° d e N a, ro bi ~ « No do cu me nto fin al da reu niã o

ao escrever:A comunidade mundial de Estados 1  i

I... Jo Plano de Açao só se cumpriu parcialm P Pr""--ge-lo e melho rá-lo  f 1siderados satisfatórios Dara a r L . f  1“ q u i t a d o s aâ o p ^ . m r^ , L

"*“ Ju eompreensâo dos ben*

temacionalí  / 

a / .

t

  - -- -- -- -- -- -" V -u ua ot ev er m ^ , . , . , . _ - yau “es igualmacional (/JV.  Tamames, 1985:253-54)

Por essas razoes, o Plano de

Ação não teve r e n e r c deSlgUal destes-noc , ~ - .. repercussâo suficiente na comunidade in-

se, entre ao de Nairobi, preconizou-

[•••1  urna metodologia anml-< r» »■<*«- .

s envol vi m ento s oc ioe c o„ôm iCo a n S a i m ' 4 ' [ ~ ] P °de c ond^ ' a u ,n de(-1 os paises desenv olvidos e onrr,\ n^ tCraC,onal e durfve l.

graves. O emprego de técnicas T   combater °s proble-

econamlco e soCIal

da s em outro.s i

1985:254-55). recursos naturais (!N:  Tamames,

 Na pri me ira fra.se lê -se rl a r, m  _ __________________________________ 

mento sustentável . . ente um dos princ ípios <lr>,iec..........| . • - *r a d . f cui iü u í ti ái s adi am * au „ , . . . ; / . 9 n ' o K *-íconômich f cr.o.^1  , ’ uaJ Scj u ;rna scã fT umdesenvolvimento econômico êsoc ial quai ****a t ra ca de um

dade, pois este concei to já havia sido e s b o r^ 0’ i nbem aclui não há novi-Mexico, redigida etn reunião realizada em ,° ^  D e c la r a Pão d e C o y o c o c

harmoniosa emre a sociedade e o seu ““ >«*>ao de aulodependêncla local" (,« . u .ff (••-] conee tado

Em outro Irecho da  D ec la ra 4 3 1 9>

P“ “ S P en fé riC 0 S ' K X n o s S u t Í

85

Page 23: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 23/58

tos resultantes das reuniões da ordem ambiental internacional. Nesse caso,entretanto, existe uma novidade: reconhece-se que as técnicas desenvolvidas e aplicadas por países periféricos devem ser difundidas entre eles, o quedemonstra que a simples importação de pacotes tecnológicos estaria longede resol ver os problem as am bientais dos países de baixa renda.

As críticas mais duras e diretas à falta de ação do  p n u m a  estão presentes na  M en sa ge m de Ap oi o à Vida,   a declaração redigida pelas o n g s   reunidas em Na irobí. Representantes de 55 países encontraram-se e discutiram

uma pauta alternativa durante a realização da reunião oficial. Do resultadodeste trabalho, destacam os o que segue:

-L- +Ntmca-ex r s ti u~m ir 11101i leimrda IriTtóriff êm que uma muüança de 3iFeçâo selaztão presente quan to agora. Não podemos fechar nossos olhos diante da contínua degradação do meio ambiente. O atual processo de desenvolvimento, no Norte e no Sul,no Leste e no Oeste, em todas as partes, nos coloca diante dos mesmos perigos, queconstituem a causa fundamental da degradação do meio ambiente (IN-  Tamames1985:275). ’

 Nes te tre ch o in ic ia l do do cu m en to das o n g s   vê-se uma clara acepçãointerdependente da temática ambiental. Para os seguidores desta premissa,cslarfatnoSTDdos diante do mesm o perigo: uma degradação do ambiente tamanha que afetaria a todos e que teria uma causa comum: o modelo de desenvolvim ento a dotado nos quatro cantos da Terra.

Mas mesmo as o n g s  mantiveram o argumento que responsabiliza os países periféricos pela degradação ambiental, embora reconheçam que o estilode vida dos países centrais também causa impactos ambientais relevantes.

 No te mp o e m q ue os p obre s nã o tê m sat isfeit as su as nece ssida des h uma nas de ág ua p otável, serviços sanitários, alimentos, co mbustível e moradia, as taxas de natalidade continuam sendo altas, favorecendo o crescimento da população. O aumento continuo do consumo pe r c apit a nas nações desenvolvidas e o rápido incremento da população mundialoriginam um a pressão cada vez maior sobre os recursos alimentícios e dificultando nossos esforços para lograr um desenvolvimento sustentável (IN:  Tamames, 1985:277).

Mais adiante, encontramos a seguinte passagem:

O processo atual ataca a todos os componentes do meio ambiente natural, desde os

 pas saro s, as b ale ias e as arvo res até o s ser es h um ano s degradação ambiental e a in ju st iç a so ci al  aãu, cvrno a conservação e o desenvolvimento, as duas faces de umamesma moeda.

 A c ult ura uni for me do a lto c onsum o, que fa z r icos a uns po uco s e po bre s a mui tos, deve ser alterada par a criar as condições políticas, econômicas, tecnológicas e espirituais que estimulem a coexistência de uma multiplicidade de culturas e seu conseqüente crescime nto. Os problemas do meio ambiente não se resolverão somente com medidas tecnológicas, ainda que sejam necessárias novas tecnologias ambiental e socialmente sensatas, assim como outras mudanças sociais e políticas relevantes (IN: Tamames, 1985:278) (o grifo é nosso).

86

O trecho an te r ior convida

<n 

ra

-----— ^ o n g s . Ma s seu s represeniant, = ---------‘■“"« •guazu aai

d ad e q ue m e re ci s er d e st te ad a S a t m T la m bé m é  u m a n o v i -a n t e ri o r , q u e re c o n h e c e a p o b r e z a c o m n u , n t r a d , f â o c n t re e s te tr e c h o e o

a mb ie nta l, ela tem de se r S S a l T u S S ? Sp° n sá ve l Pe la ^g r ad a çã o

g ° ^ ês_Oftfqs.sãf>.ftnomies,

c recho an te r ior con vida ?  r e l V » t  in a u to pia tra ns fo rm ad ora d o a m b 3 ~ qUe n ã° e d i t a m

m i s s a p o s - m o d e m a p a r a a l g u n s (G  u S T   í *   7^ ’'° *   u m a P r e 'm a n i f e s t o d a s o n g s .  M a s .... _ ’ 1 S7 )- e st ar ia s a lv a g u ar d a d o n o

fún2   a v a n ç a ra m , r e c o n h e c e n d o q u ef u n d a m e n t a i s p a r a s e c h e g a r a u m q u a d r o

 p o h ti c o c o m o a Mensagem de Apoio T l T   SC che gar a um textoo n g s   d e v á n o s p a í se s , s e r ia p r e c i s o f a z e r a l í ^ r e u n i ã o <iu e r e u n i ur e l i g i o s o , u m a d a s m a t r i z e s d o a m b i e n t a l . C o n c e s sõ e s - A t é o c a r á t e r

d e s s a s d i f ic u l d a d e s , as c r í ti c a s a o m ò d e l o d e T ’ * * * * *   n ° t ex t 0‘ A P e s «s a o c o n t u nd e n te s e n ão d e ix a m d ú v id a s a u a m o ^ ™ ' 'I v im e n t o e c o n ô m i c om o d o d e v id a h eg em ô n ic o * n ec es si da d e d e s e a lt er ar o

Esle aspecto pode ser üus.rad o „a seguirrte Dassap,m .

ãF uma altemai jva representa ,,m •elaborar e articular um novo tipo de deSafío intelectual e político-

desenvolvimento como ura s im p£ t Z t Z   T ' *“ *' “ P° de Se^ rna,s e serviços . Ele deve ser def inido c o m ü l" ™ 6  pm da *í o  de b<^ mate-

- g - _ „ a s s a a s - a s a s - »

enr e s c a l a m ^ , '“ criuca a o n u  e aos governos:

[.-] existem problemas urgentes fai« ™nio . m . r  

a atmosfera e o aumento de su b s . â n c ^ a ^ a s e I 1 ^ “ ’ ^  ^ 05 danosÇas, resultantes da introdução de tecnologias e c o n " Vas Pers^tentes. Estas araea-mens âo verdadeiramente global, e sua solução lCa'"6nte Peng °sas, têm uma di-govemo atuando de maneira isolada Mais n re d s l P aIcan9^ a por nenhum

 blem as do m elo amb ien te gl ob al req ue rem i.nv „ ™ nte' no mo men to em qu e o s pro-mna escala sem precedentts „ t T °   "° ordena^ ° de arnp ll '

mames, 1985:279). rinteniãcJõnáis está em

A c r i t ica à

d ' s l » « o s b as ta nte o t)je „ v o !:

■ - .................. -« „ . c , mci, h o , ? r , ™ Z e X ‘N1 « * — •

que merece

sistenfe as prioridades do r\i ,\IA,,

-‘111. Têm contribuído comou seja, menos do

têm promovido de maneiraem outras agências da t -  "■•mura con-s iicias na o n i;. Tem autori/ado uma Se-

87

Page 24: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 24/58

---- er-etaria^Hnenos de 200 pessoas, infeilõr em numero ao pessoal de vánis ongs  indi-------vidualmente consideradas. Delegaram uma grande quantidade de tarefas sem garantiros meios para sua execução (IN: Tamames, 1985:283).

^ Ap esa r das duras críticas feitas ao  pn u m a , ele cresceu e envolve muitasáreas. O desenvolvimento de suas ações concentra-se na capacitação de

 pe ss oa l e n a ela bo raçã o de po lít icas na cio na is vo lta da s pa ra a im pl em en tação das convenções internacionais que promove.

 N es te ca pí tu lo, vim os qu e a C on fe rênc ia de Es to co lm o co ns eg ui u en volver muitos países a discutir pontos importantes como a poluição atmos-

lume de recursos e de atores que não nod T &COnseSuiu reunir um vo-tícipa do Global Environmental Faciíity (g e f  )  ,:Il’ também P " -ras o n g s  e países com problemas e rV)tcnciais L h f f de múm e-o Banco Mundial e o Programa das , emp arceria comto. Além disso, com a Ag en da 21   um d'1" ^ ,s para ° Desenvolymien-cussões da c n u m a d , te^ves ^ L Z Z h Pro ve ™ s das dis-mais uma vez como o responsável n l 1  , P 3’ P° ls fol desig nadoconstam. responsável pela impleme ntação das açõe

-feriua s  a gesiãu dos recursos naturais. Ela foi também p alco de um a lutaentre as teorias desen volvimentistas e a teoria do crescimento zero, que aca

 bo u de rro tad a. Seu pla no de ação nã o lo gr ou êx ito , e a De cl ar aç ão de Est ocolmo ainda hoje é lembrada como uma importante declaração de princí pi os qu e ta m b ém nã o levo u a re su lt ad o s pr át ic os . A de ci sã o de m ai ordestaque, como ressaltamos, foi a criação do  pn u m a .

O saldo das ações do  pn u m a  - não muito positivo - talvez possa ser jus tificado pelo mal com eço e pela falta de recursos humanos e financeiros, co-

Sob seus auspícios foram realizadastal internacional a

açoes que nela

muitas rodadas da ordem amhipn.

que suas realizações foram inúmeras e0^ ^ 3213^ 6  P°der’ ac^ i tamos A pó s a c ria çã o do p n Z v s r ? ” ° bje,ÍV° S relev an ^ -

especial a Unesco, deixaram as a„ » t   ? T orSanismos da o n u , em pr es en ça de um órg ão es pe cí fic o inibi,f** anU’.letl tai s em se gu nd o pl an o. Aao assunto. g eSpec)hco m.b.u a iniciativa dos demais em relação

sou a c á E í a T d ^ a l r d a ^ e Í ^ ^ p a s -s o b re tu r ln r - |a s ^ 6 f o l aJ v o d e d u ra s c rí ti c as .

i u o i . Outros, comoMccorm ick (1992), advogam que o problema é organizacional, pois o pro

grama deveria atuar como articulador de uma série de organismos dao n u

 enão dispõe de po der nem tem condições materiais e financeiras para isso. Háainda os que culpam a localização de sua sede em um país fora do circuitomundial das grand es decisões, como Adams (1996:359) e parte das o n g s .

Discordamos dessas interpretações; no nosso entender, o esvaziamento do  pn u m a  corrobora o argumento central já defendido. Um organismomultilateral constituído de poder e de condições de atuar em relação a seusafiliados levaria a uma perda de autonomia e de soberania. Sendo assim, co mo salvaguardar os interesses nacionais? Seria muito difícil.

Por isso, a história do  pn u m a  transcorreu como apresentamos acima.Ele foi criado para atender a uma pressão emergente, principalmente de algumas o n g s , e acabou não conseguindo exercer a função que poderia e quedele se esperava por decisão dos gestores do sistema das Nações Unidas, ouseja, pelos membros com poder de veto do Conselho de Segurança, que atuam a parti rde seus próprios interesses, baseados no realismo p o líti co :^

SOcreludo-pelas-ONGs- íu ea cn sa Q ai „ din ge,,m en te - t end o em vi st a q ue n ão - n s i u i S n l í * l!ToP er an te s Po l it ica-financeiros em quantidade necessário a"ga nar recursos humanos e

como ocorreu na Conferência de Na iro bi ^ 'm plementar ° Plan° de Ação,

o PNU M^e nvolve u-se”com a makvr part e d as &r^ é P° SSÍVel cscJue^ r quezadas no se,o da o n u  a p ar ti r d a décad a d í l ^ o " ' 0 ^ l nt em ac io n ai s ° rg ani -capitulo, no qual apresentamos as princinais re,,m T° n° próxlmointernacional ocorridas antes da c n u m a d .' eumoes da ordem ambiental

n o t a s

pnw -m a  e edtrtcrdo-paradigrrra-da~Guerra FrTã. Com o passar dos anos,tomou emprestados postulados da teoria da interdependência, o que melhorou parcialmente seu desempenho. Desde a localização de sua sede até asações que conseguiu implementar em sua primeira década de operação, tudo leva a crer que e le foi construído para não funcionar como uma instânciasupranacional, tomando parte da soberania de suas partes.

 Na sci me nto e Sil va (1 995 ) an resen fa  ,   -r ,a Conferência de Estocolmo. ‘ Posl?ões defendidas pelo Brasil durante

Maurice Strong, empresá rio canadense envnlvidr, - -cas, incluindo o setor petrolífero, emergiu como U de™ ^ ram°S de ativldades econômi-

foi seu organizador, sendo depois indicado w.» ».- ■ « “a,area ;lmbientaJ nesta reunião. EletHJUpou também na Co nferèn r,, .. H, Co,llgrencia Oe hstocolmo , car-

88

-PNUMA1(Mccormick, 1992:101). Apris a Conferência d ó'R ? ° ° execMi™  d ode ser mdicado para Secretário Geral da ONU fato I f SUrgIram mm° res de sua IntenÇão3 A poluição atmosférica é causada  Z d Z e n " > »

 pro ces sos ind ust nai s e da q uei ma de co mb ust íve l fn « PC emi Ssao de ga se s r esu lta nt es deempregados em usinas termoelétricas ou em indústrias n ^ ° °   Veg6tal 6 ° gás naturaldos de oetroleo, principalmente o óleo diesel e a pi r ‘ movimentar caldeiras; e os deriva-que movimentam , também, veículos em áreas urbana emPregad°s em motores a explosão

>_lube de Roma nasceu da idéia de Aiirf.lir, p=ccei jnH„ot , .- , mdu stnal italiano que reuniu em 1968

Page 25: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 25/58

um grupo d e trinta pessoas de dez países - c ientistas, educadores, economistas, hum anistas, in-dustríais e funcionários públicos de nível nacional e internacional [...] para discutir [...] os dilemas atuais e futuros do homem” (Meadows, 1973: 9-10). Entre seus objetivos estava o de produzir um diagnóstico da situação mundial e apontar alternativas para os líderes mundiais.5  Os limites para o crescimento é  analisado criticamente po r Tamames (1985), que analisoutambém vários outros docum entos produzidos pelo Clube de Roma. Este autor condena o arti-ficialismo dos modelos matemáticos, que não dariam conta de c onter todos os elementos darealidade. Antes dele, um grupo de pesquisadores da U niversidade de Sussex, Grã-Bretanha,criticou as limitações dos modelos matemáticos empregados pelos formuladores do Relatóriodo Clube de Roma e foi além, ao apontar a pobreza como causa fundamental a ser comhatida.

Para eles, com o crescimento zero, as diferenças regionais e de riqueza se perpetuariam(Mccormick, 1992:92).6 Em Three Miles Island - por razões ainda não divulgadas -, o sistema elétrico deixou de funcionar, causando o aquecimento do reator e o aumento de sua pressão interna. Além disso, o

t em pe ra tu ra s m ais haY xL d mc uItln , i t s p e ^ s T ^ T ^ « T 3 Setembr° ’ que asram pro.b.dos de circular no período qu, ia das 7h\s ' “ ° "5  C°m ° 05  *»■U l da placa. Apesar da adesão da população em ^ ““ d 'a da Semana’ c°nforme o fi-P ra quem n3o respe.tasse o rodízio, ele foi sus™, ,\ Ce^ " lente devid° às pesadas multasocom do uma renovaç ão na frota, levando a <f,m Lm-  ,  C°m -  aleSaÇã° de que h aviasao nla,s econômicos e consomem menos comh , ^ , U'Ç.a° da pollliçSo-Pois <* carros novos

svirem defábricas com sistemas de con trolee Mue os mais velhos, além de

sistema de válvulas de segurança também falhou, impedindo a vazão automática dos gases, atéque a pressão retomasse aos indicadores normais. Como resultado desta série de acontecimentos, a radiação acabou escapando para a atmosfera e afetando diretamente cerca de 20  mil pessoas que moravam nas proximidades, acarretando em doenças como câncer e leucemia.Já em Chem obyl, além da morte imediata de trinte pessoas, a população local, estimada emcem mil pessoas, foi afetada. Pior que isso: o transporte da radiação pelos ventos espalhou os pro ble ma s, que ch eg ara m até o c ent ro do c on tin en te e uro peu , c on tam ina nd o t am bé m prod uto sagrícolas e animais que seriam usados como alimento. Consta que até o Brasil chegou a rece

 be r u m n av io c arg ue iro ca rreg ado co m l eite em pó con tam ina do .

O rodízio só sena implemen tado quando a poluição , da comb ustão nos motores,nticado , pois a população certamente seria afetada n I * elevados, o que foi muito

munu rp ,0  de Sao Paulo aproveitou-se da idéia e crfot?. T i   C°n dlçoes do ar. A prefeitura dotrafego na area central expandida da cidade 6 veículos Para diminuir o^ m e n t o ^ , lv a(19 95 ) eMoraes (1 99 ?b

ICOmpnhm, -ao aus OCeanos

*> Especialista

es-eompronTÍssus llUemaciõnms db

i a delegaçao do Egito nucrobiologia daem Estocolmo (Mccormick, 1992 : 11 7 )

LTa., uma subsidiária do grupo Sumítomo'KTetar Mining Co. Ltd., em Tokai, Japão. Na ocasião, a solução de urânio resultante do processamento foi depositada em excesso em um dostanques destinados a abrigar esse refugo, gerando o primeiro acidente nuclear crítico no Japão.Como decorrência, foi preciso utilizar água fria para impedir a explosão do referido tanque e oaumento da área sujeita à contaminação. Apesar de ter conseguido evitar a explosão, houve ocontágio dos operadores e de parte da população da região.Em 1987, tivemos no Brasil um episódio que resultou na contaminação por radiação nuclearde algumas pessoas em Goiânia, Goiás. Sem saber do que se tratava, manipularam em um ferro-velho uma peça de um equipamento hospitalar que continha Césio 137.7 Os problemas decorrentes da poluição atmosférica, intensificaram-se no Brasil a partir da década de 1970. O caso mais divulgado no mundo todo ocorreu em Cubatão, São Paulo, onde sedesenvolveu um dos mais importantes pólos petroquímicos do país devido à presença da Refinaria Presidente Bemardes. A ausência de controle ambiental gerou vários problemas de saúdena população, principalmente no período entre 1970 e meados da década de 1980. Casos de

 bro nq ui te e de asm a er am co mu ns ent re o s h abi tan tes do ent orn o das ind úst rias. Ma s a co nse qüência de maior impacto junto à opinião pública internacional foi o elevado número de bebêsque nasciam com anencefalia (ausência de cérebro). Estudos indicaram que a aspiração de gases e de material particulado expelidos pelas indústriais afetavam o desenvolvimento dos fetos. Como medida co ntra o problema foram criadas severas leis que im puse ram a adoção He

filtros e mon itoramento dos gases lançados na atmo sfera pelas indústrias, o que, em parteamenizou o prob lema.Outras localidades também registram índices preocupantes de poluição do ar, como a GrandeSão Paulo. Ne sse caso, a concentração industrial - em especial no chamado a b c  e em São Paulo - além da elevada concentração de veículos automotores (ônibus, caminhões e principalmente carros, devido à priorização pelos governantes do desenvolvimento de um sistema detransporte que incentivou o transporte individual), levou as autoridades estaduais a propor umsistema que restringe a circulação de carros quando os índices de poluição atingem proporçõesque afetam aind a mais a qualidade de vida da população. Ho uve épocas em que o rodízio de

90

91

Page 26: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 26/58

DE ESTOCOLMO À RIO-92

võm a cr iação do  pn u m a ,  houin tern acio nal com um d e s e n v o l V ' » ^ ° rd em *m b ™ l

Outros fatores, entretanto, devem ser con iH ? í t6maS am bientais.ne de novas reuniões, como o aumen to do conh P aa  SC exPlicar essa sé-alteraçoes na atmosfera, em espec ial sobre a c m ^ ^ T ’ ClentíflC0 sobre asapos a Con ferência de Estoc olmo Qe ozôn io- Além disso,mais contundente e a mobilizar aopinião^£??,Saram 3 exercer “m a açãomas ambientais. Na década de 1980 suas í l ,Icainternacional para os te-

n a p re ser vação d e e spéc ie s am eaçadas d e e j Z ^ * " 6 StaVam fo ca d™  p ^ e suas co ns eq üênc ias na atm os fer a 6 n° Controle da P°lui-Esse quadro estimulou a organização

truturaram o sistema in ternacional no q S i í 1 ' ° * lm P° rta nte s Que es-

S fT o pVerem°Sa ConveriÇão sobre r  0 mérr .0P W ° 3 tematlca am biental.da Flora e Fauna Selvagens em Pe rigo dc  Fx rirrs I,nternaciona] de Espécies

 bre Po lui ção Tr an sfr on tei riça de Lo nge !Al , ° fC,ITES)’a Con ve nç ão so-

na para a Proteção da Camada de 3 Convenção de Vle- bre Su bs tân cia s qu e De str np m , r n ^   , ° Protucolo de Montreal-- que jje.stroem-a-eam arfa-rte-rr u uc iViontmaLso=.-a siT eia so br e o C on tro le de M ov im e nt os T r ^ T " C 3 C onvenção daPerigosos e seu Depósito (era). Tran sfronteiriços de Resídu os

93

Page 27: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 27/58

A CONVE NÇÃO SOB RE COM E RCIO INTE RNACIONAL  DE ESPÉC IES DE FLOR A E FAUNA SELVAGENS E M P E R I G O DE E XT INÇÃO

Aparentemente, a idéia de preservar espécies ameaçadas de extinção éuma demonstração de consciência ambiental e de respeito à pluralidade demanifestações da vida no planeta. Esses pontos devem ser consideradosquando se discute a preservação ambiental, mas não são suficientes nara se

entender o problema.Um aspecto que d eve ser trazido à discussão é o da reserva de valor

que as espécie s vivas representam. Diante dos avanços alcançados e.m csm-

8 6 de comércio,

ricos se recusarem a aceitar as normas deco * ! "1 ^ 10  de os Países perifé-nvados de animais e/ou plantas que constam 11 f° ° UC venda de produtos de-es ficou impossibilitado de exercer su n"'"  f neXOS' Esse êruPo d epaí-

. resses mais amplos” da coletividade <-. eran ia’ em função dos be ra m ne nh um a aj ud a - co let lvl da ríe am bie nta lis ta t - u *...  v- pe rd id o - pa ra ma nte rem

seja na forma d amuicntalista. Também nao rece-cooperação técnica ou a fundo

USO f utu ro . Nã o s e v e r i f i c r ^ S ^ n ó s ^ n n a ç ã o g en ét ic a destinados " aoP ° r — P ‘o , r edu zm do ; d isP ° siÇão

efeito estufa, guando eles

cruzilíiadas d a o r d e m d a s “ e n -i tulo usado pelo sociólogo Santos (1994a) ’ ^ t0mar cn,Prestado um

cio da . s o b e r a n i a ° Plen° d ireito ao exercf-

à s co n d i ^ es de -xos I. T) e. rn -oiLrUx, a ,, -1 _ „ _ .ranSí ’0íte de espcçi es_ i n c J u í d a ^ n ^ ^

aefmssã,, de_gases_quejjiteiisificaíH-( pos co m o a e ng en ha ria ge né tic a e a bio tecn olo gia - pr inc ip al m en te ao lo ngo da decada d e 1990, como verem os mais adiante - cada ser vivo passa aser um recurs o natural. Na verdade, as espécies vivas passam a ser vistascomo portadoras de informação genética capaz de, seguramente manipulada, resolver necessidades humanas.

Essa interpretação, embora presente, não foi a de mais destaque na discussão da c i t e s . O  pr in ci pa l arg um en to na ép oc a er a o v al or co m er cia l dasespecies, em especial as consideradas ex óticas: fator qnp ptiav a levandofliuitas delas a cxtinçau. S egundo Elliott,

° COmércio leSal de animais selvagens é estimado entre $US5 bilhões e.. . . . . bilhões por ano. O valor do comércio ilegal é bem mais difícil de determinar mas estimativas de agencias do governo dos Estados Unidos projetam em $US 100 milhões o com ercio de anima is e plantas apenas nos Estados Unidos. [...] A Interpol estima que o c omercio ilegal é da ordem de $US5 bilhões anuais (Elliott, 1998: 30-31).

A c i t e s   representa uma tentativa de impedir a continuidade deste quadro busca ndo controlar as espécies ameaçadas de extinção, proibindo suavenda. Rea lizada em Washington, Estados Unidos, em março de 1973 aconven ção pa ssou a vigorar a partir de julho de 1975, 90 dias após o décimoregistro de ratificação.

Constam do texto três anexos que discriminam as espécies impedidasde ser com ercializadas (aquelas que estão em extinção), as que correm risco

e entrar em extinção e as que exigem algum cuidado especial na sua mani- pu laç ao . A l ist a d e es pé cie s não é fix a e p od e ser alt era da se gu nd o a re cu pe ração eu a degradaçae ambiental e os avanços do conhecimento sobre as es-■pectes:

A c i t e s   está voltada para um a ampla gama de seres vivos - e m seusanexos, as espécies e stão agrupadas em fauna e flora. A reunião das partes,que ocorre a cada dois anos, tem garantido agilidade a esta convenção. Desse modo, tão logo os estudos gerados por uma comissão especial designada

 pe la s pa rte s in di qu em a p os sib ili da de de um a e sp éc ie ser ext inta , ela torn a-

94

 b) üie dlü as int ern asm-o^pie^- lo^^nrei rãmenr ,- üTcrr 

-no -s-ane^

OU O transporte d e ^ p f e i ^ n ^ i °U|P í®í b* ln ° co m érc io , a capt ur a

Paulo b, 1997; 27). nclu idas nos ane xos i, n e m (São

 p a u l a t i r S « S à c i S “ mU19 8 ? 08 “ 0 ^ ^ ° 3* Uma am PJa1992:176). Este número paS ou oara ? “ te8ravam (M cc órm ií !

c n u m a d   atingindo, no final de 1909  1463  em ‘ ’ ano de realização da

da c i t e s   fe negociações

sos e ncos imp useram facilmenie sua vontade

r,> ™ ™ N Ç Ã O S OB R E p { )(I g ^ r a o N T ^ ç A D E | O N f f i 4 ,

dustriaJi a t iv i dad e

merco a1 emprega r o termo “chuva ácida” £ ■’ qU™ 1C° mglês’ foi 0 P n-vao, a direção dos ventos, a corros ão e os d dcI.onou “a queim a de car-(Mccorrmck, 1992:181). danos da acidez à ve ge taç ão ”

™ .1 °, ° d m '  - P aíses ' 'ava a contaminarão de la* n / UÉf w / üc -g os pela chuva ácida

outros trabalhos científi-

95

Page 28: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 28/58

aos realizados por países due r e c e b i a m a c a r i n  pnlnirlrvi^ ili M'.im Vi/mlii>~ — toram divu lgados. As prin cip ais áre as de chuva ácida no m undo concen

tram -se no H em isfério Norte, em especial na Europa, nos Estados Unidos,no Ca nad á, no Japã o, na China e na índia. Ao sul do Equador, as áreas m aisafetad as são a A m érica do Sul, em sua porção leste, no eixo B uenos A ires—São Paulo, e à oeste entre o Peru e o Equador, a lém de outro s pon tos lo

calizado s na faix a atlântica africana e na Indonésia.A insatisfação, em especial dos países escandinavos que recebiam a

carga de poluentes de seus vizinhos do sul mais industrializados, levou a Noru ega e a Suécia a re iv in dicarem à Org anização para a Cooperação Econômica e Desenvo lvimento (o c d e ) a formação de um grupo de estudos referentes à p oluição transfronteiriça. A partir dos relatórios divulgados por 

gru pe de pesquisa, i iouve a convocação, em 1979, para a Convenção

sobre Poluição Tran sfronteiriça de Longo Alcance (c p t ). Ela ocorreu emGe nebra e pa ssou a vigorar a partir de 1983. Inicialmente, seu cam po deação foi circunscrito aos mem bros da Com issão Eco nôm ica Européia das Nações Unid as, passando em seguid a a envolv er outros países, com o os daAm érica do No rte. Países como a C hina e o Japão, altam ente poluidores,não firmaram este acordo. No final de 199 9,44 países o integravam 4.

O objetivo deste docum ento foi estabelecer metas de reducáo da p olui

ção do ar. 'ev an do as participantes a criar programas que perm itissem alcançá-las. Co m o os integrantes da conve nção são responsáveis po r cerca de

Page 29: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 29/58

mn parâmetro o total emitido em 1987. Este protocolo passou a vigorar emfevereiro de 1991.

Em 1991, reunidos em G enebra, os participantes da c p t  decidiram queseus m embros deveriam reduzir em 30% as emissões de com postos orgânicos7 até o final de 1999. Esta de cisão só passou a vigorar em setem bro de1997. Dos protocolos que integram a CPT, tornou-se o que mais provoco udeclarações de países. Cada parte integrante apresentou um a data com o ba

se para efetuar a redução em 30% da em issão de compostos orgânicos. OCanadá, por exemplo, decidiu pelo ano de 1988; a Dinamarca, por 1985; eos Estados Unidos, por 1984.

Em 1994, houve a revisão do P rotocolo .df Helsinque-em trova rodad adaXEXr^esta-^>ez-cnr0SlõrNofuega, qua ndo ficou acordado que, em vez dese estabelecer uma diminuição percentual com um às partes, cad a um a delasteria uma cota de reduçã o própria. E ste índice seria estabelecido em funçãodas condições geográficas de cada parte - considerando dinâm ica atm osférica e altitude - e da capacidade técn ica de controlar as emissões. Este d ocumen to entrou em vigor em agosto de 1998.

Em 1998, reunida s em Aarhus, D inam arca, as partes firma ram novo pro tocolo envolv endo a c p t . Trata-se de um d ocumento qne visa s redução

 jd e meta is pesadas_r - -■O jogo das relações políticas foi mais equilibrado na c p t   do que, por

exemplo, na c i t e s . Dela participaram os países centrais e poderosos da E u

Page 30: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 30/58

ÍBW rx fin ^ â d pãrã esse faio seriam as evidências cientitir:^ snhre adestruição da cam ada, localizada a cerca de 50 km da superfície teirestrena est ratosfera , e suas conseqüências para a saúde humana - como o au me nto dos caso s de câncer de pele e de catarata. Nesta camada da atmosferase concentra o ozônio, um gás natural formado por moléculas de oxigêniolivres e qu e filtra os raios ultravioletas em itidos pelo Sol.

Substâncias criadas pela espécie humana, como os clorofluorcarbonos( c f c ), os hidroclorofluorcarbonos (h c f c ), o s   br om of luo rca rbo no s ( b f c ) e oshalons halogenados ( h b f c )8, ao chegarem à estratosfera, reagem com o ozô

nio, eliminando-o, o que permite uma passagem maior de raios infravermelhos à superfície do planeta. Tal processo varia de acordo com a latitude; estudos indicam que as radiações aumentam do Equador para os pólos.

T T " « f -sultados do trabalho do Comitê Coorde— i - - - ~ OZOIU°] eVena a«uardar os re-

W - delegação ^ pn o c omo c on tro lar a s em issõ es de c. o ro tl ao re lo n o s (São p S J J ! W  . T ^

A-dcvastaçao-do ©3 está telacioiíada também ao êfêito estufã,Tenôme-no natural que co nsiste na retenção de calor nas baixas camadas da atmosfera a partir da ação de uma cam ada de gases, entre os quais está o ozônio.Além disso, os gases à base de cloro e bromo citados no parágrafo anteriorintensificam o efeito estufa, podendo alterar o clima na Terra, elevando astemperaturas e o nível dos mares e alterando o regime de chuvas.

Os problemas acarretados pela destruição da camada de ozônio afetamdesde um executivo que trabalha em Wall Street até um aborígene australia-

A outra delegação que se ma nifestouafirmou que o protocolo destinado a co..

destroem a camada de ozônio deveria dirigiraÇ * « I—  

tais países (São Paulo c, 1997: 70 ) TgamzayO es regionais em relaçao a

,exto aprüvado em Viena Elas

dP~ s,zr .'(t petav.uuyeiraçãO éntre ............   ^tadHCTsermns-si.ijei tos-a-Ea<&açaQ-sefar e expostos-- , ao s riscos citados aci

ma. Este aspecto foi reconhecido como um problema ambiental global, quedemanda uma discussão específica, ganhando corpo institucional na Confe

rência de Viena, Áustria, em março de 1985.Muitos países, por meio de seus representantes, expressaram dúvidas

quanto aos efeitos à saúde causados pela diminuição da camada de ozônio;exigiam m ais evidências científicas, o que resultou na seguinte passagemdo Preâmbulo da cv:

Cientes também da necessidade de pes qui sas ma is ex ten sas e de o bse rva çõe s si ste má ticas, a fim de dar prosseguimento ao d esenvolvimento do con hecimento científicosobre a camada de ozônio e dos possíveis efeitos adversos que resultem de sua modificação (São Paulo c, 1997:44).

Apesar da incerteza científica, decidiu-se pela tom ada de medidas queevitassem a propagação de substâncias que destroem a camada de ozônioEste ponto não está contido na versão final da CV, que deixou aberta esta

 po^si biíid.- ^le no Q-rti vu 2 , sugerinao que tai ichrum protocoto - crque acabou ocorrendo emMontreaTdoTs anos depois.

A possibilidade de estabelecer um código de conduta externo que regule a ação das pa rtes integrantes da CV gerou uma grande controvérsia.Dois países manifestaram-se isoladamente a respeito. Para a delegação doJapão,

98

do mundo rico - aquele aue re-.lm .-nr, c dd EuroPa>ou seja,lâncias capa» * de a l S a c S L * <1. ? ‘""= P">du z as m,I„ -

A divulgaçao feita em julho de 1985

cam ad a d e o zô ni o a ue de v^ ri a^ ob r !! » A ^ S ^ 0 ' m gle- p S’ L g u e a

Mo oei c« ^ i  r os em

99

Page 31: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 31/58

 prf»r‘PÍtn pytr^mamnnfn in ip. n l i11 N■ u tlKIinr a n pnfrp nç paigpg r^ nlraiç e OS países periféricos, fixando metas dis tintas para cada um desses gru pos, c onforme o Artigo 5:

I. Q ualq uer parte que seja um país em desenvolvim ento cujo nível calculado anual de consumo das substâncias controladas seja inferior a0,3 quilogramas  p e r capita,  na data da entrada em vigor do referido

 p ro toco lo p ara a parte em questã o, ou a qualq uer te m po dentro dedez a no s da entrada em vigor do referido protocolo, pod erá, a fim desatisfazer suas necessidades internas básicas, adiar o cumprimentodas m edidas de controle estabelecidas nos parágrafos 1 a 4 do Artigo2 , por dez anos após os p razos esp ecificados naqueles parágrafos.

 No enta nto , tal parte não poderá exceder um nível calculado de consumo de 0,3 quilograma p e r capita  (São Paulo c, 1997: 33).

Para os integrantes do outro grupo estabeleceu-se, no Artigo 2 do PM,um rígido cro no gram a de redução das substâncias que afetam a cam ada deozôn io - determinando como medida de comparação os valores de 1986,informad os em relatórios enviados pelas partes à S ecretaria da cv. Um a dascriticas feita s ao p rotoc olo se.baseia na inclusão de apen as dcris srupos-Jesdbstârrcias a serem controladas. É preciso insistir, entretanto, que o tempoda polít ica é m ais lento que o da ansiedade em resolver os problemas am

Page 32: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 32/58

 por to das as ações desenvolvidas na superfíc ie e na atm osfera (L ovelo ck,L989). Este enfoque ge rou muitas críticas, em esp ecial de parte de o n g s  do Norte, as quais afi rm avam que o privilég io dado aos países perifé ricos fariacom que os investimentos para a produção de substâncias que danificam acam ada de ozônio m igrassem para eles, reforçando a divisão internacionaldos riscos técnicos do traba lho e eliminando os esforços dos Estados U nidos e dos países euro peu s em atingir os índices acordados no protocolo.

Elas reiteravam que o crescimento econômico verificado na índia e na China m otivaria uma m aior produ ção das substâncias. De fato, a índ ia ingressou no PM apenas em ju n ho de 1992 10 e a Ch ina um pouco a ntes, em junh ode 1991. Se estes países ganharam algum tempo, também é ve'rdade"que~submeteram-se à ordem ambiental internacional. Nada impede, por exem

 plo, que novas ro dadas baseadas em estudos científicos, co m o tem sido, os pre ssio nem a reduzir os prazos de eliminação das substâncias .

O Protocolo de M ontreal foi ainda mais longe: p roibiu as partes env olvidas de comercializar com Estados não-participantes. No Artigo 4, ficouacertado o seguinte:

1. Dentro de um ano a contar da data de entrada em vigo: ãel ^ p r e te— coloras partes dev erão p roibir a importação de substâncias controladas de qualquer Estado q ue não seja parte deste protocolo.

2. A partir de 1 de jane iro de 1993, nenhum a parte que esteja op erando

Page 33: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 33/58

n o Sp v f ^ 0 , d 0 (q U C ° SEU a lU C Ce 'SS Or- F o i P r c « « > ano e quatro meses para o  pm , contra tres anos e seis meses para a cv.

Comparando os dados, observa-se que Portugal e Japão, que figuramcomo parte na cv, f irmaram o  pm  no primeiro dia em que foi aberto à assinatura no que foram acompanhados por muitos outros países. O país a S -co, inclusive, mostrou uma atitude bastante distinta quando com pa rsa àua declaraçao na cv, o mesm o ocorrendo com a Espanha, que também se

S r — d°  Z   ° utras indusões de destaques3o a Austrália, a Malasia, a indonésia e a Venezuela.

Passados m ais de uma décad a da assinatura do  pm , verifica-se uma efe-rL h n rUÇa° emiSSà° dC substâncias que destroem a camada de ozônio.... °j g r ouj?a ra_i s_s_Q_a ..pnoi brç a.o. da-pr43d nç ão rfe-<:iFP-pH — 

e A fnca do Sul ainda nao haviam ingressado neste protocolo.

das c Ü e p :r0 bl’ 38  partes ,ncluíram mais substâncias ao grupodas controladas. Entretanto, o resultado mais relevante foi a divulgação do

ntlT 0,v°a d, ^ t Vaímção ClentlT|ca do Protocolo de Montfeal. queT ^ a 3 ?Im,nmÇa° de aISumas substâncias na atmosfera e a neces sidadede cinqüenta anos para que a camada de ozomo recubra a área que ocupavaantes das emissões das substâncias que a destroem.

Em 1997, novamente reunidas em Montreal, as partes decidiram banir 

r Z r Ça° r ; e S1  ~de nà°-partes de alSUmas das substânciasquedes199™ camada de ozomo. Este documen to entrou iem vigor em janeiro de

Segundoestimatiyas divulgadas pelo pnuma em 1997. o consumo mundial

e m r iS 6 0% (S e8atto’ 1997 ■■A22)- Mesmo entre os. Pen fen cos, a diminuição foi verificada - como no caso do Brasil

CFc doDàísaan^r 0 tOCOÍ° Cm ! i " °  6 defmÍU qUC até 2001 Vai banir ° uso deCFGd o pais, a ntecipando em dez anos o prazo a que teria direito Na o e po ss ív el im ag in ar qu e co m es te do cu m en to os pa íses co ns en ti

ria em p erder parc ialmente sua soberania; ao contrário, ela foi reafirmada j e l p pr m £i m o da_ig_ua!dade_ ga » _ai_ pa rte ã. C -r,,, r  os principaispaíses doW e m a i nt er na ci on a l f or am en vo lv id os , s eu s d i r e d ^ f o r a Z r c Z z t a a

v s^ITu e'6 ° T   na° SlgniflCa Uma Perda real de autonorn'a tendo em, taNf [l,gras discriminaram todos os integrantes e os não-participan-. verdade, isso so foi possível com a inclusão da cláusula que proibiao com erco com os países que não aderiram, além do ingresso deV íses co-

05  nldoS- 0 JaPao e a maior Parte dos países europeus. Nessescasos, a opinião püb lica teve uma atuação importante, pressionando seus

e s s r mcdidas ecrmo™ * No va s ro da da s en vo lv era m as pa rte s da cv e do  pm . Em Londres Rei

no Unido, jun ho d e 1990, outras substâncias foram agregadas ao grupo con-

S l   0 S o T d a 61"8 d ^ ^ 1,410,18 " COm praZ0S bem "gidos: redu-2000 Dp . 1 pr°duÇa° C1d° consum ° até 1995 e eliminação total emame no? O ° SreSllltados não foram positivos quanto na reuniãodo a " Spaises^ entrais questionaram o tratamento diferenciado destina-

m u E S A lém disso,_ ficou d ec id id a a c ria çã o d e u m t un d amultilateral para perm itir o intercâmbio lecnologico cnlrc as partes

a c r J í m r®Unldas em C°Penhague, Dinamarca, as partes decidi ramÍon t nH SUbstanclas co nf iad as aos anexos, como outros tipos de ha-

e, p - a primeira vez, substâncias h c f c . Dessa vez, porém houve maisíesistencia principalm ente de Israel e da Com unidade Européia que utilizam parte desses gases como insumo para a produção de pesticidas. Comoresultado, até o final de 1999

102

 pa íse s im por tan tes co mo Rú ssi a, índ ia , Israel

rp n/ r0t0íf0! jfde MontreaL Em sua Pauta constava como objetivo maiorrever os aportes financeiros das partes com o objetivo de manter em func oname nto os grupos de trabalho que atuam como fiscahzadores e q“ e subsidiam as reuniões, a partir de estudos científicos que realizam

d e S I q S ^s í l é i a  s q b r e  o  c o n t r o l e

DE RESÍDU OS PER IGOSOS R SFJT DEPOSITO

r,vnr l i PHreSenÇa de substânc ias de elevad o impac to ambien tal, com o as de-adas de processos químicos da indústria farmacêutica e química e o lixo

saiMe *Í£vi<H! Í SejadH T taÍj substâncias P°deni acarretar problemas deaude. Devido ao grande fluxo de substâncias dessa natureza entre países -

fho T ez T ' Part lr da ln tensÍf lcaÇã0 da d iv isão in ternacional do " S a-contamina. 5? í eSS an ° Cnar n ° r maS r egu | am en tá -l o a fi m de ev it a r acontaminaçao dos países que os recebem e daqueles pelos quais passam aoerem transportado. Com tal objetivo, foi convocada, em ma rço de 198 911

a Convenção da Basiléia (Suíça) sobre o Controle de Movimentos Trans’frontemços de Resíduos Pengosos e seu Depósito (c t r  ).

Antes da c t r  , ocorreram vários acidentes envolvendo a contaminacãoquímica em especial em países periféricos. Esses países eram tradicionais

f ,C“ * » P a,S e! riC“ r e“ b e „d o di n he ir o emalte rna ? do socialismo e da i 'Rs.^esta atividade passou a ser uma-alternativa para os países do Leste Europeu, os quais passaram a concorrercom os países penfericos na busca de lixo de alto risco.

desdeEa década de S T  p *  i T “ S * PaUtad° Cm fÓ mns i nt er na ci on ai sdesde a decada de 1980. Em 1984, os Estados Unidos e, depois a Comuni-

sos O pT rE T CStabeleceram normas Para o transporte de resíduos perigosos. O  pn u ma   po r su a vez, org an izo u no Ca iro, Eg ito, em 1987 um a r eun fãoque elaborou a pubhcaçao  N or ma s e p ri nc íp io s p ar a o g er en ci am en to am -

103

Page 34: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 34/58

tucntaUncnif .sadio tjosjvsuiuos sólidos, qnc. fír.oti conhe cida com o  N or ma sdo  ( airo, acompanhando uma iniciativa da o c d e  datada de 1984.

. Essas iniciativas nao foram suficientes para inibir o fluxo de resíduos pe rig osos . A té a r ea liz aç ão de ssa co nv en çã o, os pa íse s po di am ex po rta r r esíduos livremente com o faziam os países centrais para periféricos Como otransporte dessas substâncias é, na maior parte das vezes, marítimo, surgiua preocupação de que acidentes resultassem na contaminação dos oceanosatingindo praias e contaminando a população.

A C t r    pr oc ur ou reg ul ar não ap en as o de sti no fin al do lix o, co mo tam

 bé m a pa ss ag em de st e m ate ria l p elo ter ritó rio de ou tra s p art es qu e não o im  po rta do r e o ex po rt ad or do re sí du o; não im pede , no en tan to, o “co m ér ci o”de resíduos perigosos.

Essa convenção rfSo regula somente a ação entre o importador e o ex po rta d or do s re sí du os , ab rin do a p os si bi lid ad e de um a p ar te ve ta r o tra ns  po rte p or áre a de su a jur isd ição . Es tab ele ceu o A rtig o 6 :

4. C ada Estado d e trânsito deverá acusar prontamente ao notificador o recebimento danotiricação. Subseqüen temente po derá dar uma resposta por escrito ao notificador,em um prazo de sessenta dias, permitindo o movimento com ou sem condições, negando permissão para o movimento ou solicitando informações adicionais. O Estado

 _ ,“ Ç°rt açã ° nâ o d ev erá per mi tir q ue o m ovi me nto tra nsf ron teir iço ten ha in.Vin ,n .i n n íí •*“PeHBlDS“ 0 por escrito der Estado Tte Trânsito TSão Paulo1997d: 24). ’

Como o Protocolo de Montreal, a c t r    pr oib iu o envolvimento comercial com E stados que não aderiram a ela.Além disso, a salvaguarda da soberania foi uma constante neste docu

mento. No A rtigo 4, ficou acordado que:

12. Nada na presente convenção deve afetar em nenhum aspecto a soberania dos Estados sobre seu mar territorial, estabelecida de acordo com o direito internacionale os direitos soberanos e a jurisdição que os Estados exercem sobre suas zonaseconômicas exclusivas e plataformas continentais de acordo com o direito inter-nacronal, bem como o exercício dos direitos e liberdades de navegação por partedos navios e aviSes de todos os Estados, conforme prevê o direito internacional e1997° ?^abeIec,do em fnstrumentos internacionais pertinentes (São Paulo d,

Além disso, as partes podem indicar os resíduos que consideram perigosos segundo sttas leis nacionais qae não estejam na lista dos anexos e. fazer valer para eTes —quando houver o m ovimento e/ou depósito em seu território -as normas da c t r  . Foi dado, porém, um prazo de apenas seis meses,a contar da data de adesao, para que a parte comunique ao secretariado oacréscimo que d eseja fazer.

104

Outro aspecto relevanteís  estabelecerem, com pa

nas e regionais sobre o movimento derc^sTduos perigosos. pa rte s es tabe lece rem co m 1 i &A ° TR’ qUe l,osslb,l,Ulf   * cerem . com partes e nao-partes . acordo s bilaterais, multilate

a s

.....M .vençío . Esses — ambientalmente menos saudáveis nn<* n„ i cer dlsP°sitlvos que nao sejam

 pa rtic ul arm en te lev and o-se em c o n s i d e r ^ o 'i n ^ S e s ’'do '* PreS ent e “ nVenÇâ° ’ment o (São Paulo d, 1997:30). ' ses dos países em desenvolvi-

 _N .cL.O.n a. 1t L».. l .v>y y , inT

a úmero de participantes a L 1 K-APesar do elevado

5 0 0 s it uações d e tr an sp o rt e d e r e s í d u o ? S d « d e o a ^ 7 ** ™ ™ ***** *ses  pe rif ér icos em 1994 A novidade P*>'ses centrais para paí-do antigo bloco socialista. aumen to do fluxo para os países

. Depois da reunião de Fw, rnmTi i ■assistimos a afim iaçao dã lematicaaníbientalreuniões, «

nais, como vimos no c'a pto lo T S iT o s „o“™ 7 " “ *“apresentamos a Iradiçso do realismo p S c n “ Parad'S™»”. 1>™do

a '?í gana« ie“°raKnt°d , c n u m a d  el , fo, “ *• Tvorável aos países periféricos discriminados de ^ man61ra fa’

d .s .ensões ambien.a.s i n . e m . o i o ^ m e r i S d T i t ^ S

105

Page 35: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 35/58

 pr ot oc ol os di sc ut id os ac im a, ela vi na a pa tro ci na r a r eu niã o qu e dif un dm atematica ambiental para os quatro cantos do planeta, a CNUMAD.

NOTAS

* ; r - »

motores de veículos motorizadossâo maiores que os dos gases anteriormentehum anos e, ao com hin nrp .... . ...... . n-.. _ 

ou empregados em indústrias. Os danos por eles causadostratados. Eles geram mutações e câncer em ;□ffi?T7E vn»nr rncüiion

Setembro de 1  9^ Un °re/,< e ,tS/treal^,^ ma' /tS2/neW f^IeS/ >art~bo0j,x xv*'*:,00^xx;vl1- hfrn l.

Setembro^d?i 999 ',W Un °I^ /,de^ tS/,t reaty/^lnaly,tS2/neW^1*eS/,*:)art b °0/,xxv<iboo/xxvii_.html." O lixo radioativ ,  -----   —“ • »wy««w |# ui v-v.especifico: a Agencia Internacional de Energia Atômica." £ ^ ! adÍ?" tÍV0.fiV exc,ufdü d«t a convenção por contar com um organismo internacional

106

 A CONFERENCIA DA S NA ÇÕES UNIDA S PARA O MEIO AMBIENTE 

E O DESENVOLVIMENTO

da sua x e a ü ^ a ' ^ ^ ^ T í >vel nas d iscussões que ela abrigou. Antes H .^ ^ a lT o s um bal°

^scolliâ-4e-pafs-estão-rrdeTH?tãcãõ da Am;r/finja e o assa ssinat o H i vt dical e ambientalista Chico Mendes em ]QR«i p ° assassindto do bder sm-m an ife sta çõ es do s g ru po s a m b i e n ^ s ^ a s q u e S ‘S f at os ’ aIla do s àsdios, sensibilizaram os delegari™ i s e n t e s à \ I " ! 1   T ° S ,d ? ' S e Pl só -1989. Assim a esco lhi do Mr-.cii  J    resenlesà Assembleia Geral da o n u  de

à di m in u ição d as q ue im ad as e p e l a r ã o e í i Z T fonna dc Pressão veladamorte do líder sindical. Igamento dos man dantes da

107

Page 36: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 36/58

A < m   " - j A n r e p r ^ Cf>Tifr>n i i m m n m «Mi in i n i j i M HT n f p nr» a r r a n j o das relaçõe s interna cion ais sobre a temática ambiental. Com extrema habilidade,M aurice S trong —o Secretário Geral da reunião —estabeleceu um discursoalarmista, afirm an do que aqu ela reunião seria a última oportunidad e para“salvar a Terra” . A men sagem publicitária da reunião - “Em nossas mãos” — expressava aq ue le entendimento, procurando cham ar à responsabilidade oschefes d e Estad o e /ou seus representantes para os problem as ambientais tra

tados na cnumad.Pelo m eno s d o p onto de vista da mobilização de lideranças políticas, ac n u m a d foi um sucesso: dela participaram 178 Estados-nação, dos quais114 chegaram a s er representado s pelos respectivos Chefes de Estado, den tre os quais Dodemos destacar liderança- dos países cejitcaiscemo-GeorseBuStr, FrançoTs M itterran d e John Major, na épo ca respectivam ente p residentes dos Estado s Unidos e da França e primeiro-ministro da Inglaterra, e

expoen tes da perifer ia, com o Fidel Castro, presidente de Cuba.O objetivo d a c n u m a d  foi o estabelecimento de acordo s internacionaisque mediassem as ações antrópicas no ambiente2. Eles trataram das mudanças climáticas globa is e do acesso e manutenção da biodiversidade, na forma d e Con venções internacionais. Também foram elaboradas duas declarações: a do R io, um a c arta de princípios pela preservação da vida na Terra e a

-ÉfiSsIairação oe Flo res tas, que~estabeleceli intenção de m ante r as florestas. A

 Agenda XXI,  u m p lano de ação para a virada do século, visando a minimizaros problemas ambientais m ndiais também é res ltado daq ela re nião

Page 37: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 37/58

SEGURAN ÇA E DESENVOLVIMENTO

Os conceitos de segurança am biental global e de desenvolvimento sustentável são centrais para o estabelecimen to da ordem ambiental internacional. O primeiro deles nos faz refletir sobre a necessidade de manter as con dições da reprodu ção da vida hum ana n a Terra, posto que ainda não se temnotícia da existência de outro plan eta com condições naturais semelhantes aoque habitamos, não deixando ou tra alternativa senão aqui vivermos. E m sín tese, a Terra ainda é a morada da espécie hum ana - ao menos por enquanto. Jáo segundo, p rocura regular o uso dos recursos naturais por meio do em pregode técnicas de-man eje ambiental, de- combate ao desperdício e à poluição. Sefôssemos empregar uma expressão também para este conceito, diríamos q ueele define que as ações humanas dirigidas para a produção de coisas nec essá

rias à reprodução da vida devem evitar a destruição do planeta.Entretanto, em q ue pese o recon hecim ento dessas duas prem issas e deque elas envolvem a promoção d e ajustes globais - nos quais os vários atoresdo sistema internacional certamen te devem contribuir para que metas comunssejam alcançadas - os países, principais interlocutores na ordem am bientalinternacional, por meio de seus negociadores, têm procurado salvaguardar ointeresse nacional. Agindo dessa forma, transform am as preocupações com a

sustentabilidade do sistema econôm ico hegemô nico e a possibilidade de q uel i h it ã d i tó i A

Page 38: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 38/58

anrn Dura nte a d6cada de 1970, tomou corpo uma discussão que procurava

s e rv a ç £ ^ rb iS alteFentà° mUlt° dÍStanteS: 2 produ<íão econômica e a con-ervaçao ambiental. Essa aproximação ocorreu de mane ira lenta por meiode reuniões internacionais e relatórios preparatórios

cia de Rstocol mo° T *  deSenvol^ mento e ambiente é anterior à Conferência de Estocolmo. Os presságios de uma nova concepção são esboçados noEncomro Prep ^atón o de Founex (Suíça), em 1971, onde m icio uS um ^re -

flexao a respeito das implicações de um modelo de d esenvolvim ento baseado exclusivamente no crescimento econômico, na problemática ambientalEsto d^ us sa o ganhou destaque com 0 ecünumis[a Sacl^ ^ _  

ouceito de écóclêsenvolvimento na década de 1970.

r ice w ' ! 7 3 ’ Pr im e i ra r eu n ia° d0 PNUMA, realiza da e m G enebra , M au-nc e Strong então diretor-executivo do programa, empregou a exnressão

S ^ r IV,mT - E " " " P° ré m - 4 r « o c Up aç íí „ em d S T c T

“ r 3° ; qU£ S6r! f f° r mU la d0 ’ P£ la P rl m ei ra ve ? P o r S ac hs , nono seguinte. Para ele, o ecodesenvolvim ento seria:

- r u;x 'ü

agua, entre outras. " q u a l . v i d a . ..uvos conmtos por

I.EFF. 19 94 : 317 ). ftstrFssrnrese (SacfiN. T97T, TN:

com entad a dcTnnnr ™ ^aO’ em que pese seu caráter genérico, merece sers n - -P r da geografia. A capac idade natural para a fotos-cando i ' " l Pa'SeS penferico s era uma alusão à sua paisagem natural, desta-simila g6nS, , C'm esPecial a dos europeus - de um “mundo verde” Al20similar ao que e difundido sobre a Amazônia brasileira em nossos dias

d os n a f t t d o T ? m e, \t ! rÍ °, é a " ldÍCa Çã0   de ^ a aplicação no meio ruralSeria Z Í , ^ ' °  qUC ° leVarÍa a tecer essa consideração ?m em o9 nu L ^ se)seguida’condenaria os países ao subdesenvolvi-

Sd ad e aSSÍCa dlVÍSã° d° trabalho entr e « camp o e acidade, dond e se pode imaginar que a cidade é insustentável?• um nosso ponto de vista, Sachs está refletindo - conscientemente ou

nao um conceito geográfico. Trata-se da formulação de gênero de vida. pa ss ag em de Vi da l d e La Bl ach e i lu str a a ma triz de Sachs :

da ,uz e energias cujo jn^anismcLEias^sGapa^as-Rlartfas-absorveirre decom põem os corpos químicos; as bactérias fixam, em cerS T^ P‘anta^ bsorvem

a rãvés d ^u m lm a U id âo d rma<la “ ^ 0 rg a“ c irc u.arí : ma muIt,dao de seres: uns elaboram a substância de que se alimentam os

' vegetais, o azote da

especies N tr an? 0r t am ge rmeS de d oe n5a s V *  podem destruir outras",transfo mad óra H h “ aUXÍ1'° d°SagentSS m o ^ n i c o s  que se ve rifica a ação

ansformadora do hom em; este nao se contenta em tirar proveito, com o arado dosniatenais e m decomp osição do subsolo, em utilizar as quedas de água, devidas à força

da gravidade em função das d esigualdades do relevo. Ele colabora com todas estasenergias agrupadas e associadas segundo as condições do meio. O hom em entra no

 jo go da n atu rez a (L a Bl ach e, 192 1:42 ).

A idéia de sustentabilidade é justamente a de fazer a espécie humanaentrar no jogo da natureza ’ . Em outras palavras, Sachs vislum bra o am

 bie nte rur al co mo o lug ar p os sí ve l p ar a se d es en vo lv er um m od o de vid a ca paz de ma nte r e repr od uz ir as co nd içõ es da ex ist ên ci a h um an a sem co mp ro

meter a base natural necessária à produção das coisas. As comunidadesalternativas e os ecologistas radicais também. E stes últimos chegaram mesmo a condenar as cidades.

Se tomarmos a divisão do trabalho como um aspecto a ponde rar na direção da sustentabilidade, veremos que Marx continua, neste aspecto, coma razão. Trata-se da primeira e principal divisão estabelecida pela espéciehumana, com a agravante de que a cidade depende do campo. Com o resposta a esta formulação surgem inúmeros program as na década d e 1990, dentreos quais se destaca o de cidades sustentáveis, que em alguns países, dentreeles o Brasil, vem reunindo lideranças de ván os segm entos para disc utir al-temativas para viabiliza-las. Ora, como s n s t e n t a r um rp vio que , em si tomando emprestada uma expressão de Marx —depende de energia e matéria- pr im a ge rada fo ra de la pa ra fu nc io na r, se os ha bi ta nt es d a ci d ad e não pr od uz em al im en to —em qu e pe se o ca rá te r ca da vez m ais ur ba ni za do docampo e a sujeição do pequeno produtor ao capital (Oliveira, 1981). Outraderivação do termo cidades sustentáveis” surgiu no campo da saúde. Nestecaso, a expressão que define os programas é “cidade saud ável”, reconhe cendo, embora não explicitamente, que os urbanistas higienistas muito emvoga no início do século xx tinham razão. Não é agradável viver em um lugar com trânsito intenso, odores ruins, barulho excessivo, respiran do um arcombinado com vários elementos químicos, muitos deles causadores dedoenças graves em seres humanos.

Mas voltemos ao histórico da formulação do conceito de desenvolvimento sustentável. A formulação teve continuidade com a D eclaração deCoyococ (México), organizada pelo  p n u m a  e a Conferência das NaçõesUnidas sobre Comercio e Desenvolvimento, em 1974. Neste docu mento,lê-se que o ecodesenvolvimento seria uma:

110

relação harmoniosa entre a sociecTade e seu meio ambiente natural legado à autode- pen dên cia loc al (IN:  Leff, 1994:319).

O Relatório Que Faire,  de 1975, atualiza o termo, grafando a expressão que vai consolidar esta idéia: desenvolvimento sustentado.

A consolidação do conceito de d s   na comunidade internacional viráanos mais tarde, a partir do trabalho da Com issão Mund ial para o M eio Am

 bie nte e De senv olv im en to (c m m a d ), criada em 1983 devido a uma delibera-

111

Page 39: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 39/58

yão dii A ssem bléia Ueral da ONU. Ficou definida a  p resença de 23 países-m em bro da Com issão, que prom oveu entre 1985 e 1987:

[.-■] mais de 75 estudos e relatórios, realizando também conferências ou audiências pú bl icas em dez p aíses e acum ulando ass im as visões de um a seleção impressionantede indiv íduo se organizações (Mccormick, 1992:189).

Esta C om issão foi presidida por Gro Harlem B rundtland, que fora pri-m eira-m inistra da N oruega e pretendia dar um tom mais progressista aostrabalhos do grupo que coordenava. O docum ento mais importante produzido sob seu com and o foi o relatório  Nosso fu tu ro com um 3,  no qual encontra-se a definição mais em pregada de desenvolvim ento sustentável, reproduz'da STse gu ir -

[...] aquele que atend e às necessidades do presente sem compro meter a possibilidade

de as geraçõe s futuras atenderem as suas próprias necessidades (c m m a d , 1988: 46).

Este con ceito tom ou-se referência para inúmeros trabalhos e interessesdos mais diversos. Se de um lado existe os que acreditam que o planeta emque vivem os é um sistema único, que sofre conseqüências g cada alteraçãode um de seus comp onentes; de outro e stao os que acreditam que o modeloheg em ônico pod e ser ajustado à sustentabilidade. E ste é o debate: manter as

condições q ue perm itam a reprodução da vida hum ana no planeta ou manteri b d bilid d i i

Page 40: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 40/58

[...] ten ta recuperar o desenvolvim ento como categoria cap az de integrar os desiguais(e os diferentes?) em tom o de um futuro comum. Isso demonstra que pode haver maiscontinuidade do que ruptura de paradigmas no processo em curso (Gonçalves,1996:43). ,

Por seu tumo , Ribeiro et al  sugerem distinguir 

[...] o conceito de D esenvolvimen to Sustentável de sua função a lienante e justificado-ra de desigualdades de outra que se ampara em prem issas para a reprodução da vida bastante dist in tas. Dese nvolv im ento Sustentável poderia ser, então, o resu ltad o deum a mudan ça no modo da espécie humana relacionar-se com o ambiente, no qual aética não seria apen as entend ida num a lópica instrnmental, rn o ia -'imt-Hmenco ecocapttalísta, m as emba sada em preceitos que ponde rassem as temporalida-des alteras à própria espécie hum ana, e, porque não, tam bém as internas à nossa pró pria esp écie (Ribeiro et al,  1996:99).

Herculano (1992) faz parceria com Gonçalves (1996) quando não vislumbra nenhuma ruptura a partir da almejada sustentabilidade. Entretanto,não deixa de reconhecer que ela pode, ao menos, viabilizar um a reforma docapitalismo.

 _______ Ribeiro et al. (19961 ponderam que o desenvelvimento sas tentávef   poderia v ir a ser um a referência , desde que servisse para con stru ir novas

formas de relação entre os seres hum anos e destes com o ambiente. Apon

Page 41: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 41/58

(Elliott, 1998:239). M as não deixou de cum prir a função de justificar “cientificam ente” a política extema dos países.

Pensar os problemas ambientais globalmente exige conhecimentocientífico e perspicá cia política. Um a das grandes dificuldades encontradasem reuniões in ternaciona is é a de que muitos dos representantes dos países

 parti c ip an tes ficam div id id os entr e este s dois gru pos de pers onagens - oscien t is tas e os tom adores de decisões - e raramen te conseguem chegar a

 b o m termo, m esm o quando repre sentam o mesm o país.Uma das evidê ncias mais claras desse com portam ento deco rre da críti

ca contundente que muitos cientistas fazem aos documentos oficiais resultan tes de discu ssões p olíticas. E com um d izerem que o con ceito está erradoOU Stíin  base cT entíhca que o sustente . Deste modo, te ndem a desconsid era rtodo o esforço de elaboração do documen to e a verdadeira “alquimia” política em preg ada - às vezes ao longo de anos e por meio de discussões apa

rentemente intermináveis —em sua construção.De outro lado, os políticos, que têm ganhado esta batalha com os pe s

quisado res, ressentem -se de informações m ais precisas sobre determinadasqu estões ou, o que é m ais freqüente, enco m endam co nclusões científicasque “ex pliquem ” suas decisões. Esse descompasso, à luz da opinião pública

 —f f l t f ã d i ^ ê l a ^ NOs c pela s gra ndes em presas de com unic ação - , re sultaem um a série de reuniões dispendiosas que aparentem ente servem apenas

 para gerar diá rias para delegações im en sas conhecerem o m undo e seus paí

Page 42: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 42/58

da ordem am biental internacional. Entretanto, como estamo s vivendo umdinâmico processo de ajuste internacional de interesses envolvendo a temática ambiental, surgem novas opo rtunidades e novos países po dem ser alçados a posições de destaqu e no cenário internacional.

Villa aponta um conceito para ajudar a com preensão da conjuntura atual. Trata-se da segurança global multidimensional, que p ara o autor 

[...] reflete a nova natureza prepon derante da seguranç a internacional: esta já n ão pode mais ser almejada em termos de acré scimo de pode r A preservação de [um] Estadonacional diante dos novos fenômeno s transnaciona is - explosão po pulacional, m igrações internacionais e desequilíbrios ecológicos globais - não se dá pela im posiçã o dasua vontade unilateral ou pelo apelo à última ratio, a violência insHfnrinnal Em-otu -----

-teafrpalavfasrqu estio na- seu pano de fundo genérico realista que vê na legalidade e legitimidade da guerra o elem ento específico das relações internacionais. Nesse sentido, pode-se afirmar que a singularidade da segurança global multidimensional é queos conflitos que podem d erivar dos fenôme nos transnacionais não adm item a guerra

como meio de solução (Villa, 1997:209).

Para o cientista político Villa, a imposição de temas transnac iona is im pede ou tira o efe ito da fo rça, já que todos sofreremos as conseqüências doseven tos am bientais globais. S ua indagação seria: de au e adia nta teF armas eimpo r © use de autom óvel, se com as m udanças climáticas a b ase nacionalda agricultura vai transformar-se, exigindo uma adaptação custosa até mesmo p ara os países centrais?

mcnsao estrategiea, para esses antores, apenas os processos naturais baslzFi f l à ã d f ô

Page 43: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 43/58

riam para fornecer elementos à compreensão dos fenômenos e suas conse-quencias para as unidades políticas.

Elliott (199 8) ap onta também um a outra interpretação que associa omilitarismo a questão am biental e à segurança. Trata-se da visão estratégica, que admite os recursos naturais como vitais à sobrevivência da popuía-çao de uma unidade política e que, portanto, reforça o conceito de soberaniadas unidades na gestão de seus recursos. Se lembrarmos que Cline (1983) eRattestin (1993) definem os recursos naturais como um dos elementos quedevem ser ponderados na definição do poder, veremos que esta matriz oodea irigar muitos ad eptos. O caso da gestão dos recursos hídricos nos parece omais em blemático para ilustrar esse entendimento: coraoa s bacias muitas-vtzcs Uanspassam os limites territoriais dos países, eles podem ficar emuma situação de dependência de outro país para obter água e abastecer sua

 po pu la çã o. Tal s itu aç ão po de se r o bs er va da na di sp ut a en tre Is rael e Sí riaenvolvendo as colinas de Golã, onde estão os mananciais que provém déagua a habitantes dos dois países.

 _ Ent re ta nt o a aut or a, qu e tam bém é c ienti sta po líti ca , d efe nd e u m a po sição muito próxima à de Villa (1997):

t-m lngira ^ a fi S ^ ie p ulagao n3o pudem sei segurosle o ecos-^ KT ^ ^ uiavau ser seguros se o ecossistema e seguro. Nem um nem outro vai ajudar a identificar o inimigo que objetiva

11 '"tegn dade temtor.al e a soberania do estado. O “inimigo” não é o ambientemas as atividades cotidianas humanas e de corporações (Elliott, 1998: 238)

A autora esquece-se de que as atividades humanas e das corporações^como bem apontou, causadoras dos problemas ambientais em escala nacional estão circunscritas geograficamente. Segundo dados do  p n u m a , cercade 25% do total da populaçao mundial gera os problemas ambientais na escala que encontramos atualmente. Esta é a parcela inserida no universo dosconsumidores. Como este índice já chegou a cerca de 30% no início da década de 1990, conclui-se que é cada vez menor a parcela da população quecausa problemas ambientais devido ao modo de vida que adota, o que indica, entre tantas outras coisas, uma m aior concentração da riqueza.

Pa[a os sere® humanos (demasiadam ente humanos, para lembrar N ie tz sc he ) qu e es tão us ufr ui nd o do m un do do co ns um o - e que viv em em.determinada unidade política, permanece o interesse nacional. Eles querem

salvagua rdar vantagens PSpecífoasraue garantem a ^do de vida negociadas para cada aspecto discutido na ordem ambiental internacional.

 N es se senti do , pr ot el ar o ab an do no da qu eim a de co mb us tív el fó ss il éuma atitude esperada quando se obtém vantagens com sua venda, como defenderam os países árabes na Convenção de Mudanças Climáticas. O inte-

116

S . 'S S ;f^ l™ m „ 0;ur aT Se“ "S0deí°rçaevidente nne „ ' uma dds Premissas do realismo político. E

para ‘7 » sua -como as que foram propostas „a f ‘“P *  * m M e ir as .se seguiram aela , como s a^ego “ ' P™ *

AS DECISÕES NA cn u m ad

a ê d Í^ u fs ^ ÍCcornoeSada CN' }gs^ ^ ^ -RP-v-ol-vjdos-&m-di-versas-frentes‘ae discussão, como. a conservaçao da biodiversidade biológica as mudan

£ d i sc u ti ra m p o ré m , o m o d e l o d e d e se n vo lv im e n to < U

s s , x S   cmc^  r dutos-dac nu m ad - a c o n de Biológica t . n '/ I ,(CMC)’ a Conv ençao sobre a Diversida- A g e n d a S i   râo r e fe r i raÇa° í ° R'° ’ * Declara?ã° sobre Florestas e a

A M    u referenclas na ordem ambiental internacional.A anal isedosprotocolos fumados.

 pr é eu nt -o ' p u l a d a s ao lo ng o do pr oc es so de ne go ci aç ão

3 ^ d °CUment° P r 0d u zi d0 ’ u m a di nâm ica

com o blocos de ^ OUFlorestas,   da c m c  e da Ag en da xx i. ' * D ec la ra ^a o so hr e

 A Co nv enç ão sob re a D ive rs ida de Bi oló gic a e a De cla ra çã o d e Fl ores tas

res v iv asÍ ,rm w nT ,r tr ’qUe " T * tecnoI°g ,as Passaram a se u t il izar de se-so Esses avanços n / pnm a’ e z' sc necessária uma regulação ao seu aces-genf t c r r w Z n o .n a h SObr,etUd° na b io tecnologia e na engenhar iagenética. A biotecnologia pode ser definida como o empreg o de todo e a u a lquer processo biológico que altere as condições de um ser vivo "

sopo â m í ! ! ! ! ^ ? : )meÇ0U 3 fcnnentar a para produzir vinho na Me-P r S ™ d e ! i n h em p reg a- se co n hec im en to s em b i ot ecn o lo g ia .X"

 pr oa iiç ao -de -y m ho oH-ntesTrio ~,  ____    , . ___ , ______  _ _______ ~pao - praticas UUC n^ orr pm hó I  __ 

enquad radas demrc) da cham ada biotec nolog ia tradicio nal ’ ‘

 bi ot ec no lo gi a i n t e i T l ^ COnh eCÍmento bi ot ec no ló gi co - de fin id o co mo

S è se7 e "s t™ 2 T , a ,™ i T ? e Ó E a ? 'dessa situação «-ria o 7 * ^ de se obter alguma vantagem. Um exemplot í a g S s ° US<> ** V,VOS n o CO" tro Ie P™ gas q ue a t a c L

117

Page 44: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 44/58

-------A parti r d ã d éc ad a de 1970, passuu-se a p iat icar a biotecnologia re-combinante , também chamada de engenharia genét ica, que consiste nacom binação de genes de seres vivos.

Is so só foi po ssível graças aos pesquisadores ingleses James W atson eFrancis Crick que, em 1953, divulgaram a estrutura do d n a  (ácido desox ir-ribonucléico - m aterial genético dos seres vivos) com o um a dupla hélice.Essa estrutura co m bina-se de m aneira singular em cada ser vivo, definindo

suas características a partir de pares de cromossom os. Os crom ossom os ca rregam a informação genética e têm a capacidade de ser reproduzidos, g erando seres se m elhantes . A eng enharia gen ética consiste na identificação daseqüência adequada de genes e na manipulação da estrutura genética com ointuito de adaptar as características do ser vivo ao interesse do pesquisadore7õu em pre sário .

E ssa inovação tecnológica é m uito prom issora. Alimentos mais protéi-

cos, rem édios n ovos para doenças graves como o câncer e a a i d s  e novosmateriais feitos a partir de vegetais vêm sendo pesquisados ao redor domundo e podem estar próximos, em um futuro não muito distante, da realidade. Tu do isso se conseg uiria com a manipu lação genética, ou seja, a identificação das ca racterísticas dos genes e seu processamento.

Essa po ssibilidade, p orém , tem sérias imp licações éticas. U ma delas dizrespeito à manipulaçao do código genético de seres humanos; pode-se, em

tese, modificar as características físicas de um ser humano e até mesmo de

Page 45: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 45/58

les poderem gerarem novas do enças provocan do a morte em larga escala.Esta seria uma am eaça à segurança am biental global.

Também não são conclusivos os estudos sobre a inserção de org anismo s transgênicos em áreas protegidas. Po r isso é preciso cautela e evitar ocontato, pois um eventua l desequilíbrio no amb iente natural pode ria levar àsua destruição.

Porém, a maior conseqüên cia do uso e desenvolvimento d a bio tecn o

logia comb inada à engenharia genética é a possibilidade de l ivrar-nos dadep end ência dos recursos naturais não-renov áveis. Entraríamos, em tese,no “reino da liberdade, nos libertando da necessidade” de lidar com uma

 base m atr i.il restr ita para_pnoduzir os-bens ttsados em nossas vÍctãs.~A1 íbef-dade viria da oportunidade de reproduzir seres com características qu e p ermitissem seu uso pela espécie hum ana - seja para produzir m ateriais, co m

 bust ív el o u chips, como indicam as pesquisas mais recentes.

A renovação da m atéria-prima é algo que preocupa os industriais. P esquisas em andamento indicam que, em breve, será possível pro duz ir em escala industrial novos materiais a partir de fibras vegetais. Esses materiais

 poderã o ser usados na confe cção de carrocerias de automóveis , entre outrasaplicações. Q uso de óleo de castanlia-do pará empregado em ehips  comerTubrilicãnte é um exem plo de com o essa po ssibilidade fica a cad a dia mais próxim a de se r alcançada.

Outra fonte de p reocupação é a proxim idade do fim do petróleo . E spe l f i d b d i i

Dá-se hoje uma polêmica envolvendo a b iotecnologia. Autores comoriam a melhorar o padrao de vida da humanidade, mesmo que na agricultu

Page 46: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 46/58

j p gRifkin, acreditam que ela configura um novo paradigma, causando uma re-voluçao tecnológica que

[ 1 afetará cada um de nós mais direta, substancial e intimamente qu e qualquer outra

d!reto g lHa “ P°r raZa°’ Cada Ser humano já tem interesset Z ?  n T h T Ça° qUe 3 blotecnol°Sia tomará no próximo século. Até o pre-ente, o debate sobre essa questão envolveu um limitado grupo de biólogos molecula-

d id ^ ^ n temT S^ planej!adores-Polí ticos e c r ít icos. Com a grande quant idade de novas tecnolog.as que estâo sendo introduzidas no mercado e e m nossa vida.

chegou o momento de estender o diálogo aos benefícios e riscos dessa nova ciênciaL- .J mciuindo a socied ade como um todo (Rifkin, 1999:247).

Contra essa visao, temos autores que advoga m que a biotecnologia e aengenharia genetica nao configuram uma ruptura de paradigma. Dentreeles, destacamos Buttel, que, embora reconheça a importância deste proce-aimento tecnologico, escreve que a biotecnologia

[...] e uma tecnologia embrionária; poucos produtos biotecnológicos têm alcançado omercado o que e merente a dificuldade em elaborar modelos de pesquisa e desenvolvimento de uma tecnologia incipiente por m uitos anos à frente (Buttel, 1995:30).

Outro autor considera que

A biotecnologia não const.tui de modo algum uma ameaça, mas produzirá ganhado-(Kennedry,ef e 8 ^ . t0daS “ reV°1UÇÕeS anten°reS Proraovidas ^no logia

Este e, em nosso entendim ento, o ponto central. Trata-se de identificarquem vai ganhar e quem vai perder diante de uma inovação tecnológica im

 po rta nt e, co mo e a bio tec no log ia. A c b   é uma tentativa de organizar este jogo político, reunindo os principais países envolvidos - como os que dominam as tecnologias em biotecnologia e engenharia genética e os que

 po ss ue m as ma tri zes na tur ais in situ.

Ao longo do processo de discussão e implementação da c b , os EstadosUnidos m antiveram-se isolados e não conseguiram sensibilizar com suasteses os demais componentes do g-7 e da Comunidade Européia, tradicionais aliados. E uma evidência de que, em alguns casos, as armas não impor

tam quando se vm tom afdecisõ es em caráter intem ácionaT.Durante a Rio-9£ os Estados Unidos não firmaram a c b , alegando que

mantem a liderança na pesquisa e no desenvolvimento em biotecnologia emnível mundial. Eles estavam afirmando os “interesses nacionais”, neste caso ilos geradores de tecnologia nas áreas de engenharia gené tica e biotecno-ogia. Para isso, não se intimidaram diante da grande quantidade de países

que a assinaram já durante a reunião do Rio.

121

p , q gra, para citar um exemplo, estudos da f a o  indiquem que a produção familiar já co ns ig a p ro d u z ir tanto qu an to as gr an de s fa ze nd as m on oc ul to ras , co m avantagem d e não em pregar agrotóxicos.

Se esse argumento pode ser contraposto aos defensores da engenhariagenética, é preciso ampliar a discussão considerando quem produz as tecnologias que permitem manipular os genes dos seres vivos. Como apontamosno capítulo “D os primeiros tratados à Conferência de Estocolm o”, a ciênciae a tecnologia são geradas para resolver os problemas de quem pode finan

ciá-las. No caso da produção da biotecnologia e de engenharia genética,constituem-se em mercadorias bem caras.

Essa piud uvãu está ibSUila a poucos grupos transnacionãTs - destacando-se a Monsanto e a Novartis -, o que não chega a surpreender. O problema éque eles têm desenvolvido tecnologias no mínimo curiosas como, porexemp lo, seme ntes que resistem a determinados defensivos agrícolas - produzidos, aliás, pelo mesmo grupo que conseguiu tal inovação tecnológica.Do ponto de vista da humanidade, seria muito mais interessante que se produzissem seme ntes resistentes às pragas, mas isso certamente nos levaria aofim da p rodução de defensivos agrícolas e diminuiria a gama de produtos

Outro tipo de mercadoria “engenh eirada”, como são chamadas aquelasque sofreram alteração de suas características pelo emprego da engenharia

genética, são as sementes transgênicas. Nelas são introduzidas características externas à sua formação natural por meio da transferência de genes deoutro ser e com o objetivo de dotar-lhe de alguma propriedade. Apesar dosestudos ainda não serem conclusivos acerca de possíveis problemas de saúde que possam surgir nos consumidores, esses grupos empresariais desejamcomercializá-los sem comunicar ao cliente a origem do produto. Ora, ocomp rador tem o direito de saber a origem daquilo que está comprando emuitos - por razões religiosas e/ou por precaução contra possíveis problemas de saúde - podem decidir não adquirir tais mercadorias.

Qual é o limite de tais pesquisas? Ele tem sido estabelecido apenas pelos interess es de quem as financia. É preciso regular este cenário, definindonormas que direcionem as descobertas para interesses mais amplos da so ciedade internacional. Nesse campo, não é mais possível esquecer a ética.

a tradição sobre a ética em uma írasc, di __ 

ríamos que ela e uma foFma de conduta cujos valores foram acordados entrias partes envolvidas. É preciso avançar na direção de se discutir e estabelecer procedim entos éticos no trato com as tecnologias que envolvem seresvivos - com o é o caso da biotecnologia e da engenharia genética. Do contrário, surgirão não apenas novas formas de monop ólios, o que não seria

 pr op ria m en te uma no vid ad e, ma s, ev en tua lm en te, um a fon te de pro ble ma sde sa úde e ambientais em larga escala.

Os F.s lado.-' I i111 (T<>s recusavam-se a [)í ii’ii r pelos seres vivos t j11 <* <. rirem fora de seus domínios territoriais. Recusavam-se a reconhecer, portan

Brasil viu sair o pau-brasil o ouro e mais recentemente a ba uxita o m iné-

Page 47: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 47/58

to, a autonomia territorial e o uso dos recursos naturais de cada Estado nacional - mesmo qu e este uso se dê na forma da preservação. Por outro lado,necessitam dos seres vivos para viabilizarem suas pesquisas.

A definição do q ue é recurso natural está vinculada ao patamar tecnológico existente: é o estoque de conhecimento acumulado pelos seres humanos qu e vai ditar o que é ou deixa de ser um recurso natural. Ao trabalharcom seres vivos, o paradigma tecnológico da biotecnologia muda consubs-tancialmente o conceito de recurso natural. Ganham destaque a fauna e a

flora. Ora, neste sentido, os países que detêm um estoque de seres vivos pa ss am a oc up ar um a po si çã o re leva nt e na or de m am bie nt al in ter na cio na l, p o is po dí jrr rfo rn ec er a -b ase m ate ria 1-qne vat permíTír a realização cias pesquisas. Este é o caráter estratégico de se possuir e manter ambientes naturais. Daí a reivindicação, por parte dos países periféricos, de algum tipo deremuneração para viabilizarem a conservação das espécies vivas.

Essa tese era radicalme nte contrária aos interesses dos Estados U nidos, que insistiram, na figura de George Bush - então presidente do país- ,em p atentear os seres vivos, bem como os possíveis desenvolvimentos advindos da p esquisa biotecnológica. E m outras palavras: caso um a empresa

^roá üT õli parTir de um scr vívcTquesó existe na Argentina, não pagaria nada àquele país, f icando com a totalidade dos ganhos que viesse a ter. A propriedade intelectual seria da empre

sa, ainda que a Arge ntina mantivesse vivo aquele ser em seu hábitat natural,que pe rtence ao território argentino.Para qualquer s er vivo da Terra (que não seja da espécie hum ana), não

há limites adm inistrativos que o impeçam de ir e vir - a não ser para aquelesque foram dom esticados e vivem em zoológicos, residências ou qualqueroutro tipo de confmamento, como a limitação do seu ambiente natural promovida pela devastação. As limitações que evidentemente existem são decorrentes de aspectos do ambiente natural e de possíveis predadores. Assim,algumas espécies nã o ocorrem em determinadas partes do planeta por restrições ambientais naturais. Mas a tecnologia já equacionou este problema:atualmente é possível reproduzir as condições naturais de um ambiente emoutro lugar, desde que se tenha informações dos ambientes e informaçõesgenéticas das espécies.

■ ,S( r  g f i i n t y n centrais já consumiram grande parte-de sei-am biente natural <e suas m atrizes genéticas), o mesmo não acontece com pa rte do s paí se s pe rif éri co s. A q uestã o pa ss a a ser, ago ra, o acesso à b io tecnologia pelos países periféricos em troca das matrizes para as experimentações p elos países centrais.

Os países periféricos, por seu passado colonial, já têm experiência acumulada sobre a dilapidação dos seus recursos naturais pelas metrópoles. O

122

Brasil viu sair o pau-brasil, o ouro e, mais recentemente, a ba uxita, o m iné-

nafo HanH^.n°Vam? te ° T ™  6  °Srecursos genéticos que são retirados do pa is cla nd es tin am en te - pr at ica co nh ec id a c om o bio pir ata ria.

I ,cf pr°curou frear o fluxo de mão única que assistimos até então, re-^ o acesso as tecnolog.as desenvo lvidas pelos países centrais

ÍS g S u a : PaiSCS ° reS d£ reCUrS° SgenéÜCOS’^omo “ tá escrito ™

Cada Parte Contratante deve adotar medidas legislativas, administrativas ou políticas

qUe eSS3S - 6m aS * * ™ desenvol-í l ü S J t t t f t a L s L .....garantido Oacesso a tecnologia-

* J s-sua-teaaefefêneiarde comum acordo incluindo tecnolog ia

s” s „ p:: s s s ' s

I S J t T f   r eSPdL° à s?berania- f ,“ “ a gu arda do às panes. „o arúgo15 da c b que dispõe sobre o “Acesso a Recursos Ge néticos”:

Em reconhecimento dos direitos soberanos1rais. a autoridade dos Estados sobre seus recursos

 para de term ina r o ace sso a re cu rso s g ené tico s p en en ce

U&T.2Y,.

natu- aos governos

 Nao bas tasse essa pas sag em , a s ob er an ia foi desta ca da co m o um pr in cipio nos seguintes termos do artigo 3 :

Os Estados, em conformidade com a Carta das Nações Unidas e com os princípios doDireito Internacional, tem o direito soberano de explorar seus próprios recursos segundo suas políticas ambientais e a responsabilidade de assegurL que ativTdades sob su a ju risd içã o ou co ntro le n ão c au se m d an o a o m eio am b.en te d e S “de areas alem dos limites da jurisdição na cional (São Paulo e, 1997:17).

O disposto acima representou uma vitória dos países detentores de recursos geneticos em especial para aqueles que integram o grupo dos países

 pe rif éri co s. Em lev an tam en to da Conservation International  de 1997 iden-

a n e n tr detentores de grande diversidade biológicaapenas os Estados Unidos e a Austrália são desenvolvidos. Ambos os países, e em especial o primeiro, defenderam uma gestão internacional sobreos recursos geneticos que ocorrem em^ ç a s naturais, o quo acabaria com a

r- fN ° Processo verificado na De claraça o de Florestas, ocorre u um en-frentamento entre a Malasia e os Estados Unidos. Tradicional fornece dor de

c io dTs‘n t a Malásia firmava posição na direção da não-preserva-r ^ s í , ,UStl flCaní ^ e’os Países Peri féricos não poder iam al terar seu modelo econômico, dadas as condições da crescente pobreza interna. Apontava, ainda, para o fato de que, ao não alterarem seu padrão de

123

Page 48: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 48/58

rnnsumo, e, portanto, do consumo dos rccuisos natuiais e eirergéliCQs, õs

 países cen tra is m antin ham os nív eis de em is são de gases polu ente s na a tmosfera, não con tribuind o para a redução dos problem as referentes ao possível aquec ime nto do planeta.

Os Estado s Un idos, preocupados em m anter as fontes para dese nv olver pesquisas em biotecno logia, insistiam em m edidas m ais rígidas para a

 preserv ação das flore stas, pre ssio nando na direção de se criar um a convenção sobre o tema. N ovam ente vimos um a tentativa de regulamen tar o uso

dos recursos na turais desses Estados-nação p elos Estados Unidos. Tratava-se de man ter o estoque genético dos países periféricos, que ainda está longede ser con he cido nas suas características e po ssíveis aplicações.

 N esse m om ento , a estr atég ia dos Esta dos U nidos to rna-se explícitaTíocu rand o d emon strar força externa para o público interno - numa conjuntura eleitoral —o presiden te daquele país firmava a posição da sua he gem onia no planeta. N ão assinou a convenção que o obriga ria a pagar —ainda que

na forma de repasse de conhecim ento científico e tecnológico p elas m atrizesque utiliza, ao mesmo tempo que procurou determinar o uso dos ambientesnaturais dos países impondo a preservação —também sem remuneração. Foiderrotado , no entanto, em sua p olítica externa. O isolame nto dos EstadosUn idos na c b , que não fo ram acompanhado s pelos demais integrantes do 6 7, e a não regulam entação dõ uso das florestas na forma de convenção sãomostras disso. Além disso, Bush perdeu a eleição para Bill Clinton, cujo vi

ce Al Go re tinha um a importante base eleitoral no movim ento am bientalis

1

Page 49: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 49/58

 A Convenção de M udanças Climáticas

 No in íc io da década de 1990, a Assem bléia Geral da o n u  encomendouao  Inte rgovernmental Panei on Climate Change  ( i p c c ) um estudo so bre asmudanças climáticas. O IPCC envolveu cerca de 300 cientistas de vinte pa íses neste trabalho e divulgou algumas con clusões importantes.

A primeira delas foi a com provação de qu e a tem peratura m édia da

Terra está se elevando. Os dados doi p c c  

indicavam qu e a variação positivada tem peratura do planeta e stá oscilando en tre 0,3°C e 0,6 C po r décad a.Mais que isso, os cientistas detectaram dois períodos de aquecimento maisintenso da Terra: de 1920 a 1940 e de 1975 até 1990.  ______ 

-----segunda conclusão surgiu em tomo das conseq üênc ias desse aum ento da temperatura: será afetada a dinâmica dos sistemas naturais, resultandoem u m a elevação do nível do mar, a partir do de rretimen to das calotas po la

res, pondo em risco os interesses de países insulares, com o o Japão, e as cidades que se localizam à beira-mar. Além d isso, a distribuição das chu vas passará por alterações, transform ando áreas atu alm ente úm idas em áreasmais secas e eventuais áreas semi-áridas em áreas úm idas (M intzer e Leo-nard , 1994:5-6). .

O un o consenso rói a constaTação de um a m áíõr presença de gases queintensificam o efeito-estufa (gases estufa) na atm osfera5. A partir deste pon

to começaram a ficar explícitas as divergências que ocorreram (e permane

maiores detentores de florestas no mando, liderança do G-7. A Malásia advogava na direção de se introduzirem índices de emissão de gases estufa

ses estufa deveria ser implantado ao menos como uma atitude prev entiva.' Nos ter mo s acord ad os no Ri o de Jane iro , os paí ses centr ais , ao co ng ela rem

Page 50: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 50/58

vogava na direção de se introduzirem índices de emissão de gases estufa p e r c ap ita , taxando os p aíses que o ultrapassassem, gerando com isso fundo pa ra pe sq ui sa s am bi en ta is . Ao m es m o tem po , o p aí s q ue ri a re cu rs os pa ramanter as florestas, que servem como sumidouro do co2.

A Malásia contav a com a apoio dos países das ilhas do Pacífico e estesarticularam-se em torno de Tuvalu, indicado porta-voz do grupo. Até oPrepcon de Nova York, o último antes da c n u m a d , o  Japão esboçava um tímido apoio às teses da Malásia. Os delegados daquele país foram porém

convencidos pelos argumentos da delegação dos Estados Unidos de que asmudanças climáticas não representavam tanto perigo quanto indicavam am-hifnM liílqf ... _ _  

gos índices de emissão de ga ses estufa segundo aqueles de 1990, adquiriramo direito de manter seu padrão de consumo. Ao mesmo tempo, restringiramqualquer possibilidade dos países periféricos de implementarem um aumen to de emissão de gases estufa na atmosfera.

Esse fato foi questionado pelas ongs nas reuniões do Comitê de Negociações Intergovern amenta l - co mpos to pelos países signatários d a CMC eo n g s - que se deram após a cnumad . As primeiras conclusões do Comitêforam d e que a CMC é inadequada, pois permitiu aos países signa tários congelarem seu privilégio de emitir gases estufa. As pressões para mudar essecenário, oriundas Drincioalmenle das orçjnnizarnps nãn.nniiprn.im^miii '

Os Estados Unidos tinham como aliados os países exportadores de petróleo, que não admitiam a fixação de índices de emissão de poluentes a

 pa rti r de de riv ad os de pe tró leo sem qu e se a pr of un da ss em ai nd a ma is os es tudos. No G-7, a posição era de se estabelecer um índice para o ano 2000,tese que o presidente George Bush não considerava, tendo em vista que defendia o controle de emissão de maneira autônoma, segundo metas estabelecidas por cada signatário.

 bu sc av am a re vi sã o da CMC já na P rim ei ra C on fe rê nc ia da s Pa rt es qu eocorreu em ab nl de 1995, em Berlim, Alemanha.

As ameaças à segurança ambiental global que as mudanças climáticasacarretam foram simplesmente negligenciadas pelos Estados Unidos, nestecaso em aliança com os países exportadores de petróleo. Se o país perdeuno debate em relação ao acesso aos recursos genéticos, ganhou com amplavantagem na discussão sobre as mudanç as climáticas.

via divulgado os resultados de seu trabalho. Como não havia a confirmaçãocientífica do aquec imento da Terra, elaborou-se um texto tênue. De maisconcreto, a CMC indica a ampliação das pe squisas sobre as conseqüências daação antrópica na dinâm ica da atmosfera. A posição vencedora, capitaneada

 pe lo s Est ad os Uni do s, nã o re pr es en to u m ud an ça s na so ci ed ad e de co ns umo.

A CMC não significou a solução para os problemas advindos do aquecimento global. A decisão de maior destaque entre seus participantes está noartigo 4, que estabe leceu para as partes a manutenção dos níveis de em issãode 1990 dos gases estufa a partir do ano 2000 para os países desenvolvidos.Esses países devem apresentar 

informações pormenorizadas sobre [...] a projeção resultante de suas em issões antró- picas por fontes e de remoções por sumidouros de gases de efeíto-estufa não controlados pelo Protocolo de Montreal [...] com a finalidade de que essas emissões antrópi- cas de dióxido d e carbono e de outros gases de efeito estufa não-controlados pelo

 A A ge nd a X XI 

 A Age nd a X XI  pretendia ser um plano de ação para os problemas am bi en ta is de apl ica ção im ed iat a; foi ne la qu e se decid iu sob re os recu rso s pa ra as medidas necessárias ao rearranjo proposto, na direção do binômioconservação ambiental e desenvolvimento. Essa reorganização foi orçadaem US$ 600 bilhões.

Pautada de maneira indireta, a pobreza apareceu na Ag en da XX I6. O documento dispõe do repasse de recursos para viabilizar os projetos amb ientaise de combate à pobreza, pois assume que ela leva à ocupação de novas áreasnaturais e à degradação do ambiente. Também conceitua as comunidades locais, nome dado pela onu aos povos que vivem sem a organização de Estados, reconhecendo sua importância e a necessidade de mantê-los vivos. Essas comunidades representam formas alternativas de reprodução da vida

 pt iâ ò í , pe c i e nuiuana, bem como dispõem de um saber que interessa ao Oci-Protocolo de Montreal voltem, individual ou conjuntamente, ao? níveis de   1QQD rs sn

Paulo f, 1997 :26J.

De tal decisão, cabe interrogar: os índices de 1990 são suficientes paraimp edir o agravam ento das condições climáticas e a elevação da temperatura do planeta?

Ainda que não tenhamos um consenso na comunidade científica sobreas origen s do aquecimen to do planeta, um maior controle de emissão de ga-

I12 6

1

 A   discussão começou com um resgate de uma resolução da Conferência de Estocolmo, na qual os países centrais repassariam 0,7% do seu pib

 pa ra os pa íse s pe rif ér ic os . A in ve rsão de flu xo s de ca pi ta l er a o o b je ti v odesta medida, tendo em v ista que, tradicionalmente, os países p eriféricossão exportadores de capital, na forma de remessa de lucros, pagam ento dedívidas e tecnologia.

12 7

f3 u as jjdsiçífes' surgiram: os país es centrais gue assina vam o r n m p m -

U Fórum Internacional das o n g s  e  M ov im en to s So cia isnusso, mas não lixavam data para implementá-lo; e os que assinaram e queriam o início o mais breve possível, insistindo em estabelecer uma data que no âmbito do Fórum G lobal

Page 51: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 51/58

riam o início o mais breve possível, insistindo em estabelecer uma data quegirava em tomo de 1995. A tese alemã acabou sendo a vencedora, reconhecendo o compromisso do repasse a partir do ano 2000, sem fixar, porém,seu início. A ausênc ia desses recursos esvaziou a Age nd a X XI , que ficou como um plano de intenções, sem recursos para sua implementação.

Embora com pequena dotação orçamentária para ser operacionalizada,na A ge nd a X X I  temos aspectos importantes para a regulamentação das relações ambientais mundiais. É lá que estão os referenciais sobre mecanismos

de gestão dos recursos naturais, de participação da sociedade civil e de reconhec imento da im portância das comunidades locais, para citar alguns.Mas-eia-fe)-csqucerda. Os reeirrsüsnãírChegaram: õbteve-se pouco

mais que US $ 15 bilhões do total previsto. Tampouco houve mobilização po lít ica p ar a a tra í-lo s.

 Na pr im ei ra pa rte da  Age nd a X X I  constam recomendações sociais eeconômicas. Na lista de tarefas encontra-se a mudança dos padrões de consumo, a busca do desenvolvimento sustentável e o combate à pobreza, dentre outros temas.

 Na se gu nd a pa rte , têm -se m ed id as pa ra a co ns er va çã o do s am bi en te s~ . . . -|u e

vação da diversidade biológica, a proteção da atmosfera e dos oceanos e aelaboração de formas de intervenção em ambientes muito sensíveis à degradação, visando a minimização dos impactos ambientais. Nesse item, algunsavanços podem ser notados, em especial no que diz respeito à conservaçãodos r.ecursos genéticos. No caso do Brasil, tivemos a criação do Programa Na ci on al da Bi od iv ers id ad e, na es fe ra fed era l, e do Pro gra ma Es tad ua l pa raa Conservaçao da B iodiversidade (Probio), no estado de São Paulo.

 Na te rce ira pa rte da  Ag en da XX I,  propõe-se a participação das mulheres, das crianças e das comunidades locais nas decisões. Seria uma maneirade atender às demandas de grupos sociais que têm sido marginalizados aolongo dos anos.

A última seção da  Age nd a X X I   dispõe formas que viabilizariam asações sugeridas anteriormente. O repasse de tecnologia dos países centrais

 pa ra os po bre s é ap on tado co mo fun dame nta l p ar a aju da r a e nc am inh ar a r esolução dos des ajustes dos últimos. T ambém indica o alívio da dívida externna dos países em desenvolvimento como estratégia para conduzi-los ao de

senvolyimento sustentável. As duas reeomendaçoes não foram apMcadas 1 pe los pa íse s c redo res e/o u g era do res de t ecno log ia.

128

no âmbito do ó um G lobal

Fórum rinh ül f * 01" ! CÜlS° NGS 6 Mo vi" ’entos Sociais no âmbito dod o m a is de trê s m i / ' ^ ■ Um m arco n a r ea li zação da c n u m a d .  Reunin-nos u onJ o Pf ' C'PameS qUC orSanizaram mais de dois mil sennná-

ticas à ™ fu A n F ? mtenSO trabalh° ’ d6le S3Íram as mais duras crí-nas L V oc ^ õé s: ’ ^ ^ ^ - ^ e a r a m resultados expressivos

é a fo i; ir,c ° r r aç ão ’ pe i° m en os^ ^ tc matic a a mb jc nta l. P eJ âp m nÊ kana° 3penas entre representantes do Brasil - de

tal Era um a’ , COmunltanos e religiosos discutindo a questão ambien-entre “verdL ” è n Ç3° ^ prOVOCava a esperança de uma possível uniãofirmar movimentos sociais que, infelizmente, não conseguiu se

A atuação das o n g s  n a c n u m a d   foi intensa, sem chegar porém are-su tados expressivos. A pnncipa l orientação era a de exercer a função de lo-

: Pr0CUrand0pCrSLlad,r represe ntantes das dele gaçõ es a votarem nas

até

 pr op os tas or ta in ad - dTscussõcs c n f m ^iom u^s ent re as o n g s . Alem disso os cerca de

legaçí5 T ^ * h « ™ - reU-n -0 ° f íCial “ Parte del6S integrand° decomo tarefa conseguir informações relevantes pa ra rep assá -la s ao f i b o n g s  

muito^rèstrita o  pa ml elo , a s itu ação era out ra. Pr ev en do qu e a c n u m a d   seria

cT bo ra^se t?;rIÍn^anÇaS a,nlr : ltal,StaS P^P ^e ra m que a sociedade civilu, t ' A' '  > j p a ra e st abc l ece r co m p r om i ssos em b u sca d e u m am

saudável e de uma sociedade mais justa. Com o resultado de reuniões

5 T : S ; RBOT V hegOU-Se a mais de tn nta tn J . s T a d uas de-laraçoes a Declaraçao do Povo da Terra e a Declaração do Rio - e à C a r -tada Teira   . Cada o n g  po de ria fir m ar at é trê s tra tado s, em bo ra pu de ss e secomp rometer a implemen tar a todos. puaes se se

As o n g s   discutiram a pobreza, o estilo de vida, a questão urbana o racismo, a educaçao ambiental, entre outros temas. Entretanto quase nada

 o T m õ b m " a r l Z T ' " ’  T , 4  CNUMAD‘ S e “ f u n d a m e n t a l f oi

- . Alguns países i so laram-se, marcando

129

suas mtcnçBcs na. direção do deseuvulvuneiTtrsinu ou do distnbutiviyino;outros, reivindicavam medidas urgentes na direção de um a sociedade pla

tá i i â i i l t bi t l t á l N

indício de uma maior abertura à sociedade. Depois dela, ocorreriam novasrodadas, das quais trataremos a seguir.

Page 52: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 52/58

netária mais equânime socialmente e am bientalmente responsável. Novosalinhamentos deram-se, produzindo arranjos geopolíticos próprios à temática ambiental.

Alguns países do Sul voltaram-se para uma atitude desenvolvimentis-ta, indo atrás de tecnologia. Outros, preocupavam-se apenas em conseguirrecursos para a preservação ambiental.

Quanto ao Norte, as posições dos Estados Unidos na direção dos seusinteresses des tacaram-se dos dem ais. Entretanto, eles não foram alcançados

 pl en am en te . N a c b , o   texto final afrontou a propos ta do país. Já na c m c  ocorreu justamente o contrário, com a adogão quase que integral Has sugestões dos Estados Unidos.

A Comunidade Européia firmou os protocolos pois possui internamente instrumentos de gestão ambiental ainda mais avançados que os estabelecidos. O Japão, o ra atuou de maneira autônoma, ora juntou-se aos EstadosUnidos.

Estes foram alguns dos ecos da c n u m a d .  Ne ste caso , o am bie nte na tu ral foi entendido pelos países env olvidos como um instrume nto a serviço da

internacional, o ambiente ainda e tido co mo aTgo exterior à representação da vida. M ais que isso, a sociedade hegemônica (de base ocidental) recria a própria vida, reproduzindo-aem laboratórios d e pesquisa. Pensa e produz o ambiente como recurso natu

ral. Me smo com a consciência da limitação dos recursos, não se propôs, nac n u m a d , a transformação das relações que reproduzem a vida - inclusive ahum ana —como fora veiculado por seus organizadores.

Certamente, a maior contribuição da c n u m a d   foi difundir a temáticaambiental pelo mundo. Depois da sua realização, a pauta política incorporou o am biente. Se isso ainda não representa uma possibilidade de transformação —o que seria difícil se lembrarmos que a maior parte da ordem am

 bi en ta l in te rn ac io na l op era se gu nd o as ins tit uiç õe s das Naç õe s Un ida s - aomenos está sendo construído um sistema para regular as ações humanas e osimpactos que elas geram no ambiente.

Apesa r de se divulgar que “o mundo estava em nossas mãos” e que eraa derrade ira oportunidade de salvar a Terra para as gerações futuras, as posições dos principais países basearam-se no realismo político. Os Estados

Unidos, por exemplo, assinaram apenas os documentos que salvaguardavam seus interesses, como a Declaração de Florestas e a CMC. Entre os países periféricos, a posição realista foi reafirmada na CB, quando conseguiramgrafar o direito às tecnologias e aos processos advindos de suas m atrizes deinformação genética.

A c n u m a d  não foi o começo nem o fim da ordem ambiental internacional, mas ao menos garantiu a participação das o n g s , o  que pode ser um

odadas, das qua s a a e os a segu .

 NO TA S

1 Durante o debate em torno da elaboração da Co nstituição de 1988, muitos proprietários deterras na Amazônia —imaginando qu e suas propriedades estavam ameaça das diante de uma

 po ssí ve l re for ma ag rári a e sta be lec ida no tex to c on stit uci on al —pa ssa ram a re aliz ar q ue ima dasna mata, tentando com isso con figurar suas terras como produtivas e escap ar da desapropria

ção para fins de reforma agrária. Isso aumentou enormemente os focos de fogo na mata, des pe rta nd o a a ten ção int ern aci on al p ara o p rob lem a. P ara um a an ális e d a d eva sta ção dos recu rso sminerais c iW sia is da Anu/um a, ver <>1  IVHI KA (IV>X7), VAI V l k l >1  f l ' W ) e S A BI R(1996).

■A posição do gov emo brasileiro nesta reunião foi publicada na obra O desafio do desenvolvimento sustentável ( b r a s il . Presidência da República. Comissão Interministerial para Preparação da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1991) naqual encontra-se uma descrição dos problemas ambientais do país e um balisamento das posições externas do govemo nas negociações preparatórias.3 O  No sso Fut uro Comum, , que também ficou conhecido como  Re lat óri o B run dtl and  (Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1988) é produto do trabalho de um acomissão de 2 1  membros de diversos países que, entre 1983 e 1987, estudaram a degradação

do desenvolvimento sustentável. Para uma interpretação deste relatório, ver Bermann (1992),Herculano (1992), Malmon (Coord. 1992), Oliveira (1992), Waldman n (1992 a),Gonçalves(1996), Ribeiro etal.   (1996), Sachs (1993), Cavalcanti (org. 1995), Christofoletti et al.  (orgs.

1995), Viola et al. (1995), Vieira e Weber (orgs. 1997) e Castro e Pinto n (orgs. 1997). Umaidéia alternativa ao desenvolvimento sustentável é apresentada por Alier (1998): para o economista espanhol, a população carente é am bientalista sem afirmar-se com o tal, dado seu baixoconsumo de produtos.4Objeto de estudo dos antropólogos e geógrafos, o imaginário de ou tros grupos sociais nãoocidentais é um contraponto interessante para a concepção hegemônica do ambiente, cujo caráter essencialmente utilitarista começa a ser questionado. Assistimos o estudo de outros gru

 po s s oci ais com o o bje tiv o d e a pre end er as técn ica s d e m ane jo d o a mb ie nte em que viv em, numa tentativa de ganhar tempo na co rrida para descobrir as potencialidades de seres vivos atéentão não valorizados. Ao aprender com povos indígenas da Amazônia, p or exemplo, a preparação de remédios ou alimentos, menos q ue um intercâmbio cultural, objetiva-se incorporaraquele saber-fazer para produzi-lo na escala da sociedade de consu mo de massa.Porém, olhar para esses modos de vida humana alternativos à sociedade de consumo pode indicar caminhos no necessário recriar das relações humanizadas, colocadas em questão a partirdo momento em que os conhecimentos científico e tecnológico indicam problemas que envolvem a própria subsistência da espécie humana. Na viagem da história hum ana, a civilização

-Qetdental-volta^se-para os selvagens que combateu e catequisou a alguns séc ulos atrás [...) bu sca nd o nova s “ velh as” fèfeí ênc iaíT para a re pro duç ão d a vi da.A procura pelo conhecimento das comunidades locais —como os povos indígenas, os quilom- be iro s, o s c abo clo s e os cai ça ras —tem ab ert o uma no va fren te de lu ta pa ra es te se gm en to dasociedade. Trata-se do reconhecimento de seu “saber fazer” e do pagamen to pelo seu uso nodesenvolvimento de qualquer produto. Entre as lideranças políticas envo lvidas neste debate,destaque-se a professora de história e senadora Marina Silva, do Partido dos Trabalhadores pelo Acre, já foi homenageada mesmo fora do país por esta luta.

130131

? 0 efeito Cim fa ocorre naturalmente n dl bn a e e irrespúnsãveT peTõ surgTmento da víHa, pòis~mantém as condições climáticas nos níveis atuais. Ele ocorre devido à presença de uma cam ada de gases que absorve parte da radiação solar e impede que ela retome à atmosfera. Se esse

A ORDEM AMB IENTA L INTERNACIONAL

Page 53: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 53/58

g q p ç p qefeito for intensificado a partir da concentração elevada dos gases estufa, a temperatura terrestre poderá elevar-se a po nto de impedir a reprodução da vida humana. Os principais gases-es-tufa são: o gás carbônico (c:o2) produzido a partir da combustão de combustíveis fósseis ou daqueima de áreas naturais como ocorre na Floresta Amazônica; o metano ( cr,) produto das atividades agrícolas; os compostos de C lorofluorcarbono (cfc), gás que não se encontra no am

 bie nte na tu ral , se nd o p rod uz ido em esc ala ind ust rial e em pre ga do em má qui nas usa das pa ra r efrigerar, como ge ladeiras, freezers e condicionadores de ar. Com menor participação temos oóxido nitroso (N2O), o ozônio (03) e o vapor d'água (H2O).6 Para uma interpretação da  Age nda X XI,  ver Barbieri (1997).

7 Os tratados foram publicados em Tratados das ONGs,  1992.

 A ORDEM AMB IENTA L INTERNACIONAL  APÓS A CNUMAD

Após a c n u m a d , outros organismos para a regulação de relações internacionais sobre o ambiente foram propostos, intervindo diretamente naconstrução da ordem ambiental internacional. Referimo-nos à reunião queresultou na criação da Organização M undial do Com ércio  — o m c , às Reuniões das Partes da c b   e da c m c   e à instalação de um sistema de qualidadeambiental, instituído por meio da série ISO 14000. Outro ponto de destaquefoi a realização da Convenção para o Com bate à Desertif icação Conferência das Nações Unidas para Combater a Desertif icação nos Países Seriamente Afetados pela Seca e/ou Desertificação, em especial na África  — c d , 

em Paris, em 1994. Todos estes elementos configurarão uma c omplex a redede ações internacionais, como veremos a seguir.

OUTROS ORGANISMOS INTERNACIONAIS E O AMB IE NT E

Uma_das .e.videncias-dam porta n& ia da-temátiea-ambrental-é-a-su a-trr-corporação por outros organismos internacionais, como a o m c , que serádestacada a seguir.

132133

 A Organização frfundiahlo Cuméiúv  ---------- ------------------* -

A OMC i i á i d d d d i ã d f i t d

sos genéticos: imaglna-s e que eles possam sacar os argum entos da Convenção, reivindicando o acesso à tecnologia usada no aprimoramento genéticod i t itó i T bé l

Page 54: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 54/58

A OMC, originária das rodadas de negociação do g a t t , foi gestada paralelamente às reuniões da c n u m a d . Esse organismo m ultilateral tem comoobjetivo estabelecer mecanismos que facilitem o com ércio internacional.Diversos interesses fizeram porém, com que ela abrigasse, entre suas atri bu iç õe s, o co nt ro le so br e se rv iços e, pr in ci pa lm en te , so br e a p ro pr ieda deindustrial, na forma de pa tente e C o p y r i g h t   (Primo Braga, 1994:283).

O aumento da venda de tecn ologia levou à regulamentação das relações comerciais em escala internacional. E evidente que os países mais interessados em estabelecer um ajuste no comércio eram os produtores de conhecimento aplicado, como os Estados Unidos. Eles tiveram um papeldecisivo no concerto das nações envolvidas nas rodadas do g a t t . Mas não

 pa ra ram aí. Env ol ve ram paí ses na ad oç ão de leis in ter na s d e pr op rieda de intelectual1.

Com o forma de pressionar os países a adotarem leis brandas, isto é,que servissem a seus interesses, os Estados Unidos ameaçavam utilizar umdispositivo interno que impõe sanções a parceiros comerciais. Trata-se daOmnibus Trade and Com petit iveness Act, conhecida mund ialmente comoJ_£LSpecial 3Q1. de 1988. Com esse mecanismo, os E stados Un idos estabeleceram a p ossibilidade de instituir medidas,como o bloqueio de importação ou exigências técnicas impossíveis de serem alcançadas, aos seus parceiros com erciais (Goyos Jr., 1994:132).

Além disso, os Estados Unidos enfraqueceram a Organização Mundialda Prop riedade Intelectual (w i po ), criada em 1967. A principal razão paraisso é o fato desse o rganismo m ultilateral não prever sanções aos países quese recusam a cumprir o acordado. Na verdade, a w i po   acabou sendo útilapenas p or permitir o registro mundial de marcas e designs,  sem avançarmuito no campo da propriedade intelectual. Tal brecha foi aproveitada pelos Estados Unidos para forçarem a inclusão do tema, de acordo com seusinteresses, na o m c . O país obteve total êxito em sua iniciativa. Ao contrárioda experiência da c n u m a d , na o m c   o   pe so do s pa íses pe rif ér ico s nas de ci sões foi bastante reduzido. Disso resultou, por exemplo, o reconhecimentodo patenteam ento de microorganismos - posição contrária à da CB e aos interesses dos países detentores de grande estoque genético, com o o Brasil.

A conseqüência mais grave deste confronto de acordos é jurídica. Ne

nhum jurista do mundo até o momento"opinou sobre õ seguintélTrõblema:quando ocorrer uma divergência entre países signatários da Convenção so br e a Diversidade Biológica e da o m c , qual dos textos terá validade jurídica? A resp osta está por vir , quando surgir uma situação concreta. Por enquanto, existem apenas especulações. Espera-se que um país detentor detecnologia apóie suas teses na OMC, o que o desobrigaria de cumprir o acertado na Convenção. O contrário é esperado para um país detentor de recur-

de seres vivos que ocorrem em seu território. Também especula-se que valeria o princípio da precedência, o q ue privilegia as normas da CB que foramgeradas antes da OMC.

 A sé rie iso 140 00

Outra referência multilateral é o sistema de qualidade e gestão amb iental que ficou conhecido com o ISO 14000. Na verdade, trata-se da implementação de limada s resoluções .ria  A ge nd a. X X L  que. r.r.ioi.i-o gc-ipa -de-trabalh eitc-20 7. Este grupo, composto po r diversos países, passou a se reunir paraestabelecer normas de certificação de qualidade ambiental para grupos em pre sa ria is.

A certif icação ocorreria a partir de uma em presa homo logadora, quefiscalizaria as empresas certificadas. Para pleitear um certificado da sérieISO 14000, uma indústria deve tom ar medidas para reduzir os problemasambientais causados pelos processos produtivos que emprega. Além disso,

-os-impactos ambientais do oroduio têm de ser analisados desde as fontesenergéticas que vai consumir, passando pelos materiais, s ua vida útil e des-tinação após o uso. Outra inovação importante da série ISO 14000 é que aresponsabilidade jurídica de possíveis problemas ambientais f ica para o

 pro pri etá rio (ou ac ion is ta m ajo rit ári o) da em pre sa, em ve z d e r ec ai r is ol ad amente sobre um técnico.

A série ISO 14000 gerou novas especulações. Uma delas diz respeito à po ss ib ili da de de se cr ia r m ec an ism os pr ot ec io ni st as , co m os pa ís es ex igindo certificação para a entrada de produtos importados.

Outra especulação decorre de uma brecha na legislação que criou a série. Decidiu-se que a certif icação vai se valer das normas am bientais do

 paí s. Assim , um pa ís qu e im põ e um me no r con tro le am bi en tal po de ria ce rti ficar um produto que, em outro país, seria desclassificado. Para a empresa,a principal vantagem seria o selo impresso na embalagem , pouco im portando se ele foi conseguido a partir de leis mais ou menos exigen tes.

AS CUI Nr ÜK fc m J lAS DAS PART E SDÁS CONVENÇOES DA c n u m a d   ___________________________________________  _

Em 1997, chefes de Estado reunidos em Nova York realizaram umaavaliação das decisões da c n u m a d ,  pr ocura nd o q ua nt ifi ca r o qu e ha vi a sid oimplementado. Os resultados foram desanimadores. Quase nada havia sidorealizado e as perspectivas eram ainda piores. O Earth Summit,  como ficou

134 135

nfiirhf.cr do , rt'.si il\  1.11  iiu&nsihcaiaoH‘s na aiea uml r t..! c implementainovos financiam entos para os países sem recursos para aplicar um manejosustentado em suas reservas.

 bro e d ez em br o de 1994 , es tabe lec er am -se as no rm as de fun cio na me nt o dasreuniões das partes.

Page 55: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 55/58

Já no Rio de Janeiro ocorreu, também em 1997, a Rio+5, evento organizado por o n g s , fechado ao público para avaliar o que havia sido imp lementado da c n u m a d .  Nes se ca so , as co nc lu sõ es fo ram pr at ic am en te asmesmas que a do grupo oficial. Quase nada do acordado havia ganhado caráter operacional. Apesar disso, lentamente encontram-se avanços n a direção de con struir um a medida internacional que garanta a todos as condiçõesde habitabilidade. Conforme estabelecido em documentos firmados no Rio

de Janeiro, ocorreram várias reuniões entre as partes da c b   e da CMC, queveremos a seguir. Iniciaremo s com as discussõ es sobre bio segurança. trava -

 Na se gu nd a reu niã o das pa rte s da c b , realizada em Jacarta, Indonésia,em novem ro de 1995, definiu-se pelo estabelecimento de um protocolo es-

 pe ci h co pa ia a bi os eg ur an ça . Pa ra in ic ia r o s es tu do s qu e su bs id ia ria m oselaboradores do protocolo, foi criado um Grupo de Trabalho para Biosegurança. (>s objetivos deste grupo eram vistoriar a manipulação de organismos, seus riscos e sucessos, procurando impedir que alguma falha possa ge rar ameaças à vida na Terra. Para tal, ele reuniu especialistas de todas as

 pa rte s do mu nd o, qu e se de di ca m a es tu da r o de se nv ol vi m en to de or ga ni smos geneticamente melhorados.

dãs pêlãs Partes da c b . Depois, abordaremos as discussões sobre mudançasclimáticas envolvendo as partes da CMC.

Aí discussões sobre biosegurança

O conceito de biosegurança também compõe a ordem ambiental internac ional, q liando e s t u d a m o s a biodive rsidade. Com o vimos, por biosegu-

-Btienos Anes,"Argentina, se ria a terceira reunião das partes da c b , emnovem iro de 1996. Na ocasião, a pauta esteve voltada para o acesso ao conhecimento das comunidades tradicionais e ao uso sustentado das reservasnaturais.

 Na Q ua rta C on fe rê nc ia das Pa rt es da Con ve nç ão so br e D iv er si da deBiologica, realizada em Bratislava, Eslováquia, em maio de 1998, as discussões foram a respeito da biosegurança, do turismo ecológico com o alternativa e preservação ambiental, da participação das comu nidades locais

=stnrgaianlia de que as condições dettaTõTlaT)iTidade da espécie humana na Terra sejam mantidas. Isso envolve uma infinidade decampos, como, por exemplo, o da produção de alimentos. Nesse caso, os

cuidados são direcionados para evitar o surgimento de pragas que ameacemas culturas e os animais produzidos para o abastecimento humano.A questão ética permeia todo o debate sobre biosegurança. Ela envolve

a clonagem (reprodução) de seres vivos e de seres humanos, bem como procura restringir as pesquisas científicas e tecnológicas para evitar que deslizes gerem seres incontroláveis. Este é seu aspecto mais controverso, tendo

 po is m ui to s ci en tis ta s se op oe m a te r su as at iv id ad es vi gi ad as , al eg an douma possível que da no núme ro de descobertas científicas.

Outro aspecto ético diz respeito ao direito dos seres humanos alterarem os demais seres vivos de acordo com suas necessidades. Na verdade,embo ra isso já ocorra há muito tempo, a possibilidade de projetar um ser vivo é algo relativamente novo que, como alegam os que tentam impedir amanipulação g enética, pode gerar riscos à dinâm ica planetária.

For fim, mas nfto menos importante, surge a _ . q u e erealmente um a inovação tecnológica quando se Frata de engenharia genética.

Alterar o código genético consiste em inovação? Até que ponto aquilo nãoocorreria por intermédio da evolução natural ou em uma mutação genética?Estas questões alimentam o debate, que deverá ser muito aprofundado.

Paia tratar deste rol de temas, as partes da c b  realizaram uma série dereuniões. Na primeira delas, que ocorreu em Nassau, Bahamas, em novem

136

em projetas, de m anutenção dt csm quc genético e ® tnoaTWTsidade emaguas interiores (lagos, rios e represas) no mar e na costa. Estiveram presentes nesta reunião mais de cem países signatários da c b .

Dentre as decisões da reunião de Brastislava, cabe destacar o reforçoda atividade turística como possibilidade de uso sustentado de áreas naturais. A Reunião de Ministros, ocorrida nos primeiros dias da Conferência,apontou a importância de se envolver a comunidade local em atividades turísticas e recomendou-se que as experiências nacionais sejam relatadas naConferencia das Partes de 2000, em N airobi, no Quênia.

Decidiu-se elaborar um protocolo que regule a cooperação técnica en-vo ven o países que possuem estoque genético e os que dispõem d e tecno-ogia em engenharia genética e em biotecnologia. Incentivou-se também a

realização de parcerias multilaterais.A discussão do tema da biosegurança não demonstrou avanços. Deci-

dm-se acatar a sugestão de muitos países para realizar mais dua s reuniões euma onlerència das Partes Extraord inária para deliberar sob re o controle

 —a ni an ip u aç ão ge né tic a. Ess e é um do s m ai s rele v-ante s-a sst mto s^dan efi, p o sl ^q u e vai regu lar a c ole ta, o tra ns po rte e o uso dãs ma tri ze s ge né tic as ei as técnicas de engenharia genética e biotecnologia de maneira que nãoameace a reprodução da vida humana na Terra. Seu objetivo é evitar, porexemplo, a contaminação de culturas com o o trigo, a soja, o arroz e a batata

 ba se al im en ta r do mu nd o - po r no vo s m ic ro or ga ni sm os ou pe lo su rg imento e a guma praga desenvolvida a partir do uso inadeq uado das técnicas de manipulação genética.

137

--------A quc3tão que nos parccc-mais substauli va, puiém, advém da lelação eu-tre a CB com outros tratados internacionais sobre o ambiente. O grupo de trab lh b d t t b t át i b d l C

Conferencia das Fartes da c m c . Resolveu-se ainda, fortalecer e ampliar o pr az o pa ra que o gr up o de tra ba lho re al iz as se o tra ba lh o de ap ro fu nd ar as

i b d li áti

Page 56: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 56/58

 ba lho q ue a bo rd ou es te as pe ct o pe rc eb eu se r a t em át ic a ab arca da pe la C on venção sombreada por outros instrumentos, entre eles o que regula a

 pr op rie da de in tele ctu al. Es te últ im o, rec on he ce o pa ten tea m ento de m icr oo rganismos, o qu e não consta da CB. Como já vimos, isso pode representar um pr ob le m a: qu an do pa íse s sig na tár ios dos d ois do cu m en tos e stiv ere m en vo lvi dos e m um a controvérsia, qual será usado para julgá-la? O debate prossegue.Decidiu-se criar um grupo de trabalho para averiguar melhor a questão, em

 bo ra j á ten ha s id o d isc ut ida a tes e da p re ced ên cia da CB sobre o outro tratado.

A i discussões sobre mudanças climáticas

Após a c n u m a d , uma série de reuniões alteraram as negociações internacionais sobre as mudanças climáticas. A primeira Conferência das Partesda CMC ocorreu em Berlim, em 1994. A segunda teve lugar em Genebra, em1996; a terceira em Kyoto, em 1997 - quando se estabeleceu o Protocolo deKyoto ( p k  ); a quarta em B uenos Aires e a quinta deu-se em Bonn.

O maior objetivo da Primeira Cnnfp.ré.nr.ia das Partes da CMC foi irople-

 pe sq uis as so br e as m ud an ça s c lim átic as.Em Kyoto, ao contrário das reuniões anteriores, assistimos a uma das

mais importantes rodadas da ordem ambiental internacional.Os dados divulgados pelo i pc c   eram preocupantes. O Canad á e os Es

tados Unidos aum entaram as emissões de gases estufa cerca de quatro vezesmais que todos os países d a América Latina (Rosa, 1997:1-3). Era precisoconter este ri tmo. A o mesm o tempo, o m undo capital ista passava por mais

uma de suas crises cíclicas: diminuir a emissão significaria reduzir a atividade econômica, acarretando mais desemprego.Em Kyoto duas-novas 4dcias ganharamndestaque.'Unia delas propunha

rnentar ajustes mais rígidos em relação ao controle da emissão de gases estufa na atmosfera. Entretanto, nem mesmo o consenso dos pesquisadoresem torno do aumento da temperatura no planeta permitiu que propostasmais avançadas fossem discutidas - como por exem plo, a dos países insulares e da Alemanha. Tais países advogaram pela redução de 20% dos índicesde c o 2 até 2005, tendo como base o total emitido em 1990.

Em Berlim aprovou-se que, para o ano de 2000, fossem mantidos pelos países desenvolvidos os mesmos níveis de emissão de CO2 medidos em1990. Além disso, instituiu-se um grupo de trabalho para elaborar um planode controle efetivo das fontes que contribuem para o aquecimento global. Adiscussão do relatório final deste grupo ocorreu em Kyoto, no Japão, naQuarta Conferência das Partes da CMC, em 1997.

Dentre os formadores de opinião da sociedade civil mundial, a insatisfação com os resultados do encontro em B erlim foi geral. Eles se defrontaram com os opo sitores a medidas mais rígidas para o controle de gases estufana atmosfera, como parte dos países desenvolvidos e os países produtores de

 pe tró le o. O u se ja . ho uv e um a ali an ça entremos q ue pr od uz em e c ons ome mcarros - com todo o peso que possui a indústria automobilíst ica na geraçãode divisas, de impostos e de empregos, em um quadro de desemprego estrutural e mundialização da produção - aqueles que extraem a matéria-prima pa ra pr od uç ão do co m bu stí ve l q ue im ado pe los mo tor es.

Em Genebra, as negociações foram ainda piores do que em Berlim. Adecisão de m aior destaque foi a aceitação de Kyoto com o sede da Terceira

transformar a emissão de gases estufa em um negócio. A outra, visava a cn-ar um fundo para pesquisas ambientais, tendo como parâmetro os índices de po lu içã o dos pa íse s de se nv ol vid os . A p rim ei ra indi ca çã o fo i f ei ta pe la de legação dos Estados U nidos. A outra, pela do Brasil.

Os Estados Unidos propunham abrir mais uma frente de negócios, que po de ría m os ch am ar de “n eg óc io s ci nza ”. Te nd o co m o ba se os in di ca do re sde emissão de gases estufa de 1990, apresentados em relatórios pelas Partes

r f i s fa h e le r^r n s eg u in l f e , s ê u m q a íí .  r lpsen vnI vTdo ftão pt»18atingisse o que foi estabelecido como meta de redução de emissão de gasesestufa ele, poderia “comprar” de outro país a diferença entre o limite esta be lec ido e a e fe tiv a re du çã o, in tro du zi nd o té cn ic as de co nt ro le am bi en ta l.Tal princípio já fora acertado no Protocolo de Montreal, como vimos no ca pí tu lo “D e Es to co lm o à R io -9 2” . O ar gu m en to é qu e nã o im po rt a da on desaem os gases, mas sim a quantidade que chega à atmosfera. Esta proposta,caso implementada, resultaria na compra do direito de poluir e não co ntri bu iri a c om a m ud an ça do m od o de vid a, pr im ei ra ra zã o a se r po nd er ad a nadiminuição dos efeitos da devastação ambiental.

A proposta brasileira tinha como base evidências científicas: os gasesestufa permanecem na atmosfera por cerca de 140 a 150 anos, segundo indicam as pesquisas. Desta maneira, as conseqüên cias atuais das mu dançasclimáticas - se confirmadas as especulações de que elas têm como causa aemissão de gases estufa na atmosfera —são resultado das emissões pretéritas. Sendo assim, o Brasil propunha que os países emissores gases no passado. aqueles que realizaram a 1? Revolução Industrial, fossem responsabili

zados pelas mudanças climáticas e pagassem pelos danos. O princípio do po lu idor pa ga do r era su ge rid o como m ed id a pa ra re gu la r as re la çõ es so br eas mudanças climáticas. Os poluidores deveriam, então, pagar uma taxa queiria para um fundo - o qual recebeu o nome de Fundo p ara o D esenvo lvimento Limpo - com o objetivo de financiar o desenvolvimento de técnicascapazes de reduzir a emissão de gases estufa e de criar maneiras de absorveraqueles que estão na atmosfera.

138 139

 Ne sse ca m p^ tom faé m -i?^rm?rak?TrterTegis-trar -a-tdéí a-dc -vá rto s-p es qu í^sadore s brasileiros, dentre eles o profess or Aziz Nacib Ab'sáber, para se introduzir o reflorestamento em grande escala para que as árvores, ao cresce

TABELA 1 - — -

Emissão de CO2 —Total nacional de países selecionados em gigagramas

P í

Page 57: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 57/58

rem, absorvessem CO2 e servirem como sumidouro. Tal programa, chamadode Projeto Florestas para o Meio Ambiente (Floram )2 foi reconhecido internacionalmente, recebendo premiações d e organismos da o n u .

Era a primeira vez que o Brasil apresentava uma sugestão de fato nasrodadas da ordem am biental internacional, tendo essa, de imediato, apoioda Colômbia e da Alemanha. Ela acabou sendo acatada pelas Partes, embora ainda não tenhamos uma definição do Fundo para o Desenvolvimento

Limpo , que ficou para ser acordado nas próximas reuniões das partes. _____ Os Estado s Unidos, entretanto, t iveram uma nov a derrota na esfer-a

País 1990 1994 1997

 Al em an ha 1014501 904112 894000Estados Unidos 4928900 5146100 5455553

Japão 1124532 1213940 1230831Total 7067933 7264152 7580384

Fonte: http://www.unep.org. Novembro de 1999.

Em outubro e novembro de 1999 ocorreu mais uma rodada da CMC.

ambiental internacional. Sua sugestão não foi acatada em Kyoto, emboranão tenha sido totalmente descartada. Espera-se que ela venha a ser implementada dentro das próximas rodadas da CMC.

Ficou determinado no  p k   um tratamento diferenciado para as p artes nadefinição das metas d e redução da emissão dos gases estufa, conforme o artigo 3:

As Partes incluídas no Anexo !(...) devem reduzir sua emissão de gases em 5% sobreo que omitiam cm 1990 no período de 2008 a 2012 (http://www.un.org/dcpts/trcaty/ final/ts2/newfiles/part-boo/xxviiboo/xxvü_7.html- Setembro de 1999).

As partes do Anexo 1 totalizam 39 países desenvolvidos, incluindo a

Com unidade E uropéia. O índice de redução de 5,2% é uma méd ia do total aser reduzido: países como o Japão, p or exemplo, tiveram a determinação de6% de redução. Para a Comunidade Européia e seus membros ficou determinada uma diminuição em 8% e para os Estados Unidos coube uma diminuição de 7%3.

Estes resultados precisam ser ratificados por 55 partes, dentre elas asque emitem juntas 55% dos gases estufa que constam do  p k  . Aqui surgemas dificuldades. No final de 1999, 84 países faziam Parte do  p k  , dos quaisapenas 13 o haviam ratificado. Eles não podem ser “vistos” no m apa 9, poissão “Estados -ilhas”. Seu interesse na implementação do protocolo é evidente: podem desaparecer, se forem confirmadas as mudanças climáticas.

A maior dificuldade para a implementação do  p k   é de ordem econômica. Os principais países poluidores, como os E stados Unidos e o Japão, con-

Desta vez a reunião foi em Bonn, Alemanha. A Comunidade Européia pro pô s qu e o  p k   entrasse em vigor até junho de 2002 , no aniversário de dezanos da c n u m a d , a qual foi aplaudida pelos ambientalistas.

Outro destaque da reunião de Bonn foi a posição dos “Estados-ilhas”,que divulgaram um manifesto por meio da Aliança dos Estados-ilhas - qu econgrega 43 países insulares a pequenos arquipélagos do Pacífico - em queafirmam já estarem sentindo os efeitos das mudanças climáticas. Segundoindicaram, a elevação do nível do mar atinge já índices preocupantes, exigindo uma mudauça 11a atitude dos principais em issores de gases estufa.

Entre os países asiáticos também surgiram manifestações pela mudança de atitude dos países centrais. A delegação do Camboja, por exemplo,

afirmou que o aumento da intensidade das cheias nos últimos anos tem rela ção direta com a emissão de gases estufa.Os Estados Unidos continuaram decididos a não ratificarem o  p k    en

quanto os países periféricos não tiverem que reduzir sua emissão de gasesestufa, e insistiram na proposta de transferir cotas de poluição entre as pa rtes. Em tal decisão continuam praticamente sem apoios significativos.

A CONF E RENCI A DE DES ERTI F I CAÇAO _________________________ 

 Nã o fal tam pol êm ica s qu an do o assu nto en vo lve a t em át ica a m bie nta l. Na s di sc us sõ es so br e m ud an ça s cl im át ic as , el a oc or re na ex pl ic aç ão da scausas da ocorrência do fenômeno. Em relação à desertificação, começa nadefinição do conceito.

muito sua economia para atingirem as metas acordadas em Kyoto. No primeiro caso, o Congresso vem insistindo que não é justo o tratamento diferenciado concedido às partes em desenvolvimento e se recusa a ratificar o p k    enquanto tais partes não forem também incluídas entre as que devem reduzir a emissão de gases estufa na atmosfera.

Muitos autores acreditam qüef a desertificação éum a con seqüência dasmudanças climáticas. Para Conti (1998) o conceito só pode ser aplicado para regiões semi-áridas. Suertegaray (1992) entende por desertificação a degradação de ambientes os mais diversos tendo como força motriz a ação an-trópica. Para Drew

140 141

A ^sertífíoação l l l u ga r r i ma rg en s c >focalmente t Em 1999,trDrasil sediuu em Recife a terceira reurrfao tfasTaries tfac d . N el a bu sc ou -se o e st ab el ec im en to de po lít ic as ef et iv as pa ra os vá rio s pa íse s afe tad os po r e ste pro ble ma , co m o é o ca so do Br as il.

cunscritas do que e m extensões uniformes. [...] O fator desencadeante da desertifica-ção é o excesso d e população, pelo fato de o povo abandonar o nomadismo para seinstalar em determinado local. O financiamento de sistemas de abastecimento de água

Page 58: Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

7/21/2019 Wagner Costa Ribeiro - A Ordem Ambiental Internacional

http://slidepdf.com/reader/full/wagner-costa-ribeiro-a-ordem-ambiental-internacional 58/58

 No fin al de 1999, 159 pa íse s pa rti ci pa va m da CD, dos quais 115 signatários (ver mapa 10 ).

Após a reunião do Rio de Janeiro ocorreram novas rodadas de nego ciação envolvendo a temática ambiental. As Conferências das Partes estavam previstas nos documentos firmados durante a c n u m a d  e alteraram al

gumas de suas resoluções. Entretanto, outros organismos também tiveramde tratar da temática ambiental. Rste fato deve ser visto soh Hnis ânaulng-

g po r o rga nis mo s in ter na cio na is te m sido ca usa inv olu ntá ria do fat or d ese nca dea nte, àmedida que isso reúne gado e comunidades humanas instáveis. Essas zonas concentradas são as m ais propensas à desertificação (Drew, 1994:40).

A desertificação não pode ser asso ciada simplesm ente à falta d'água oua prolongadas estiagens. Ela tem como causa mais am pla a má utilização dosolo e suas conseqüências são notadas com mais clareza em áreas como as

descritas por Drew.As áreas sujeitas à desertificação nem sempre circunscrevem-se a desertos - como apon tou Drew —estendendo-se por outras partes da Terra quenão são desérticas —aqui entendidas do p onto de vista climático sujeitas, po rta nt o, a p ro lo ng ad as es tiage ns , ai nd a qu e rece ba m gra nd e qu an tid ad e deágua na forma de chuvas torrenciais. Além disso, observa-se grande partedo continente africano sendo afetada pelo avan ço da desertificação.

 —Es te as pe ct o mo tiv ou a r ea liz aç ão , pe lo  p n ü m ã   de uma reunião internacional para debater a desertif icação. Os participantes deste evento nãoconseguiram no entanto, avançar e propor medidas para evitar o agrava-

no primeiro, é uma evidência da importância que os problemas ambientaisadquiriram, sejam como fontes de novos negócios, sejam como fonte de riscos ambientais globais; o outro ângulo indica que as Partes derrotadas estão pr oc ur an do cr ia r a lte rn at iv as pa ra a di sc us sã o do s pr ob le m as am bi en ta is ,como é o caso do patenteamento de seres vivos. Neste caso, o.s Estados Uni-

ilienlo da situação.----------Foi preciso convocar um a nova reunião internacional para tratar do te

ma. A oportunidade surgiu pela introdução da desertif icação na  Age nd a  

 XXI ,  despertando a atenção de muitos países para o problema. Além disso,estabeleceu-se um Plano de Ação de Combate à Desertificação, que deveria bu sc ar rec urs os pa ra se rem im ple me nt ad os em pa íse s ati ng ido s pe lo pr ob lema.

Por pressão de o n g s , a desertificação entrou na p auta da ordem am bie nta l int er na ci on al. D esse mo do, Pa ris , em 1994, rec eb ia a v isi ta de es pe cialistas representantes de países, para tratar do tema na Conferência das Na çõ es Un ida s pa ra Co m ba te r a Deser tif ica çã o nos Pa íse s Se ria me nte Afe tados pela Seca e/ou Desertificação, em especial na África - CD.  Ne la ficouestabelecido que:

‘desertificação’ significa terra degradada em áreas áridas, semi-áridas e subúmidas resultantes de vários fatores incluindo variação climática e atividades humanas(http//www. un.org/depts/treaty/fmal/ts2/newmes/part boo/xxvnbooxxvii 10 .html

dos, perdedores na c b ,  estiveram muito empenhados em certificar, duranteas rodadas da OMC, a garantia de que pod eriam cob rar por material genético pa ten tea do . ____ 

à atuação de vários organismos na temática ambiental pode acarretardificuldades para sua implementação. Diferenças têm prevalecido e as forças reaglutinam-se a cada documento discutido, como vimos. Diversos or

ganismos estão sem recursos para atuar, como era esperado, o que reforça a po siç ão do s qu e ac re di tam se rem to do s es se s ev en to s na da alé m de m er oexercício retórico, dos quais nada se aproveita. Outros entendem que seavança, a passos lentos, para o estabelecimento de uma nova medida para areprodução da vida humana na Terra.

NOTAS

1  Uma boa análise das posições dos Estados Unidos pode ser encontrada emTac hinardi (1993).Em seu livro, ela demonstra as vantagens e os problemas de um sistema internacional de patentes.2 Para m ais informações sobre o Floram ver Ab'sáber (1990 e 1997).3Fonte: (http://www.un.org/depts/treaty/final/ts2/newfiles/part_boo/xxviiboo/xxvii_7.htmlSeembro rle 199‘J)

Setembro de 1999).

O objetivo maior da CD era combater a desertificação nas áreas afetadas. No artigo 7, fica estabelecida a opção preferenc ial pelos países africanos. Esta opção ainda não repercutiu em medidas práticas e, apesar de preconizar acordos e uma cooperação entre as partes, pouco se avançou paracombater a desertificação.

142 143