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WDM Este tutorial apresenta os conceitos básicos sobre WDM. Este tutorial serve de base ao tutorial DWDM do mesmo autor. (Versão revisada do tutorial publicado em 22/12/2003). Luiz Felipe de Camargo Fernandes Engenheiro Eletrônico (FEI 73), Mestre em Telecomunicações (FEI 86), atuando há mais de 20 anos somente em Telecomunicações, com enfoque em Sistemas Ópticos, Redes tipo LAN, Acesso, MAN, WAN e, Proteção. Fez cursos na Alemanha, USA, Japão, Espanha, Inglaterra. É Especialista em Sistemas Ópticos, com várias publicações, tendo participando também como Chairman e Palestrante de Seminários promovidos pelo IBC, Sala 21 de São Paulo, IIR, TELEXPO, entre outros. Elaborou todas as especificações e realizou testes completos em equipamentos DWDM, no Brasil, Argentina, Suécia, França, Alemanha e Áustria. Foi Gerente na ERICSSON e na TELESP/TELEFONICA, tendo atuado em projetos como a Rede de Aceso Rápido à Internet (Speedy), Rede ATM, Rede L.D., Redes Ópticas e ASON. Em 2001 deixou a TELEFONICA, para fundar a TELECOMM CONSULTING S/C LTDA. Integrou a equipe do Teleco para contribuir na área de Sistemas de Telecomunicações Fotônicos. Email: [email protected] Categoria: Redes Ópticas Nível: Introdutório Enfoque: Técnico Duração: 15 minutos Publicado em: 28/12/2009 1

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WDM Este tutorial apresenta os conceitos básicos sobre WDM. Este tutorial serve de base ao tutorial DWDM domesmo autor. (Versão revisada do tutorial publicado em 22/12/2003).

Luiz Felipe de Camargo Fernandes Engenheiro Eletrônico (FEI 73), Mestre em Telecomunicações (FEI 86), atuando há mais de 20 anossomente em Telecomunicações, com enfoque em Sistemas Ópticos, Redes tipo LAN, Acesso, MAN, WANe, Proteção. Fez cursos na Alemanha, USA, Japão, Espanha, Inglaterra. É Especialista em Sistemas Ópticos, com várias publicações, tendo participando também como Chairman ePalestrante de Seminários promovidos pelo IBC, Sala 21 de São Paulo, IIR, TELEXPO, entre outros. Elaborou todas as especificações e realizou testes completos em equipamentos DWDM, no Brasil,Argentina, Suécia, França, Alemanha e Áustria. Foi Gerente na ERICSSON e na TELESP/TELEFONICA, tendo atuado em projetos como a Rede de AcesoRápido à Internet (Speedy), Rede ATM, Rede L.D., Redes Ópticas e ASON. Em 2001 deixou a TELEFONICA, para fundar a TELECOMM CONSULTING S/C LTDA. Integrou a equipe do Teleco para contribuir na área de Sistemas de Telecomunicações Fotônicos. Email: [email protected]

Categoria: Redes Ópticas

Nível: Introdutório Enfoque: Técnico

Duração: 15 minutos Publicado em: 28/12/2009

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WDM: Introdução No início do ano de 1977 foram anunciados os primeiros testes de Sistemas de Telecomunicações queutilizavam Tecnologias Ópticas. Estes testes empregavam Fibras Ópticas Multimodo para Transmissão de Radiação Luminosa, gerada pordiodos LASER (Light A mplification by S timuleted E mission of R adiation) do tipo GaAlAs (Gallium -

Aluminium - Arsenide), que operavam no comprimento de onda de 850 nm, sendo que a Região do Espectroque se encontrava no entorno deste Comprimento de Onda foi posteriormente chamada de 1ª Janela. A grande preocupação por parte de Fabricantes de Equipamentos e Empresas da área de Telecomunicaçõesera a confiabilidade e vida útil destes novos LASER's. Entretanto, estas preocupações cessaram quando em 29 de Junho de 1977 os laboratórios Bell provaram aconfiabilidade destes novos LASER's, anunciando os resultados de testes de vida útil que previam, atravésde extrapolação matemática, mais de um milhão de horas, o que seria equivalenteá um período de 100 anosde vida útil. E assim sendo, Fabricantes e Empresas logo começaram, respectivamente, a fabricar e instalar SistemasComerciais operando com Taxas de 45 Mbit/s (Mbit/s = Milhões de bits por segundo). Estes Sistemas possibilitavam o envio de informações por Radiação Luminosa, por uma razoável distância, auma Taxa de Transmissão considerável, para á época, o que já justificava o uso comercial desta recémcriada tecnologia. Essa distância era limitada pelo Coeficiente de Atenuação das Fibras Ópticas Multimodo, existentes nestaépoca, que era de aproximadamente -2 dB/km (dB por quilometro, onde dB = deciBell), mas que podia serampliada pelo uso de Repetidores. Esses Repetidores efetuavam uma Amplificação deste Sinal, convertendo inicialmente esta RadiaçãoLuminosa, mais comumente chamada de Sinais Ópticos (O), para Sinais Elétricos (E) que eram amplificadose processados e em seguida re-convertidos para Sinais Ópticos (O). Essas conversões foram denominadas O-E-O (Óptica- Elétrica- Óptica) e eram indesejáveis, na medidaque aumentam os custos e complexidade dos equipamentos. Logo após surgiu uma nova geração de equipamentos, que utilizava novos LASER's, do tipo InGaAsP(Indium - Gallium - Arsenide - Phosphide), que operavam no Comprimento de Onda de 1310 nm, onde oCoeficiente de Atenuação era mais favorável, da ordem de -0,5 dB/km. Posteriormente a Região do Espectro que se encontrava no entorno deste Comprimento de Onda foichamada de 2ª Janela. Em 1978 foi divulgado um projeto conjunto entre a AT&T, a British Post Office e a STL, para construção deum sistema com Cabo Submarino, que empregaria Fibras Ópticas do Tipo Monomodo, e Sistemas Ópticosoperando em 1310 nm, com o objetivo de interligar os Estados Unidos e a Inglaterra, para entrar emoperação comercial em 1988.

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No fim deste mesmo ano, o Laboratório Ibaraki da NTT do Japão estabeleceu um novo recorde de distânciausando Fibras Ópticas do Tipo Monomodo, com Coeficiente de Atenuação de -0,2 dB/km, operando em1550 nm. Essa Região do Espectro, que se encontrava no entorno de 1550 nm foi, mais tarde, chamada de 3ª Janela. Dessa época em diante os desenvolvimentos se tornaram cada vez mais rápidos, culminando pela descobertados Amplificadores puramente Ópticos, Solitons, novos dispositivos e Sistemas Ópticos, como é o caso dosSistemas DWDM e outros, que abordaremos a seguir.

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WDM: Transmissão de Luz Na série de tutoriais sobre Fibra Óptica publicada anteriormente no portal Teleco (mais detalhes na páginado autor), mostramos como uma Radiação Luminosa (Raio de Luz) de Comprimento de Onda λ se propagaem uma Fibra, sendo neste caso em particular uma Fibra Óptica do tipo Monomodo, conforme podemos verna figura 1. Notar que a figura apresentada não se encontra em escala ou proporção, pois normalmente umafibra tem Espessura (Diâmetro) menor que um fio de cabelo.

Figura 1: Radiação Luminosa com comprimento de onda λ propagando em fibra óptica Para verificarmos este fato na prática, poderemos montar uma Configuração Experimental usando comoFonte de Luz um LASER. Tomando alguns cuidados com o Controle Preciso da Temperatura e daAlimentação do LASER, pela própria característica desse dispositivo teremos uma Radiação Luminosa comComprimento de Onda, que alguns autores chamam de Cor (vide Observação 1), extremamente estável.

Figura 2: Configuração Experimental para verificar a propagação em uma fibra Monomodo OBS. 1: Embora a palavra Cor seja largamente utilizada para designar Comprimento de Onda, ela éimprópria, pois lembramos que até hoje os Sistemas Ópticos operam em uma determinada RegiãoInfravermelha do Espectro Fotônico (assim chamado, por fazer o uso de FOTONS para a transmissão e nãode ELETRONS, como nos sistemas elétricos convencionais) abaixo ilustrado. Essa região é denominadaNIR (Near InfraRed) e não tem, portanto, cor alguma pelo simples fato de estar fora da Região Visível (VL -

Visible Light).

Tabela 1: Espectro Fotônico da Luz usada nos sistemas ópticos

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WDM: Transmissão Uni e Bidirecional

Transmissão Unidirecional Observamos ainda que se injetarmos em uma Fibra Óptica, como a descrita anteriormente, doiscomprimentos de onda distintos λ1 e λ2, com um razoável espaçamento entre eles, como por exemplo:

Para λ1 usaremos como Fonte de Luz, ou Emissor de Radiação Luminosa, um LASER comComprimento de Onda de 1310 nm, que será nosso Transmissor Óptico nº 1.Para λ2 usaremos um LASER com Comprimento de Onda de 1550 nm que será nosso TransmissorÓptico N.º 2.

Esses 2 (dois) Comprimentos de Onda se propagarão normalmente e sem interação nesta Fibra Óptica.Fazendo uma analogia para entender esse comportamento, seria como se a água e o óleo percorressem ummesmo cano sem se misturar. A figura 3 procura mostrar esse comportamento.

Figura 3: Transmissão Unidirecional de diferentes comprimentos de onda em uma mesma fibra Note-se que os 2 (dois) Comprimentos de Onda λ1 e λ2, se propagam em um mesmo sentido ou direção epor esta razão denomina-se Transmissão Unidirecional em uma Fibra Óptica. Na figura 4 apresenta-se uma configuração experimental deste fato, onde na parte da Recepção Óptica sãousados Fotos Diodos para detectar os comprimentos de Onda λ1 e λ2, operando respectivamente em 1310 e1550 nm.

Figura 4: Configuração experimental para verificar a Transmissão Unidirecionalem fibra Monomodo com 2 comprimentos de onda distintos

Transmissão Bidirecional

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Poderemos verificar que é possível injetar um dos 2 (dois) Comprimentos de Onda λ1 ou λ2 em sentido oudireção oposta, sem haver qualquer perturbação. Este fato é ilustrado na figura 5, e denomina-seTransmissão Bidirecional em uma Fibra Óptica.

Figura 5: Transmissão Bidirecional de diferentes comprimentos de onda em uma mesma fibra A figura 6 apresenta a configuração experimental para verificação desse fato, onde sinais de Comprimentode Onda distintos de 1310 e 1550 nm trafegam em uma Fibra Óptica em sentidos opostos.

Figura 6: Configuração experimental para verificar a Transmissão Bidirecionalem fibra Monomodo com 2 comprimentos de onda distintos

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WDM: Curva Característica A Curva Característica de uma Fibra Óptica é obtida através do levantamento dos valores dos Coeficientesde Atenuação (α - alfa) desta Fibra em função da Freqüência de Operação ou, mais comumente, doComprimento de Onda (λ), como é ilustrado na figura 7. Plotamos a Curva Característica de uma Fibra Óptica do tipo Monomodo, onde os Comprimentos de Ondaλ1 (1310 nm) e λ2 (1550nm) se encontram em Regiões que apresentam Coeficientes de Atenuação comvalores baixos. Essa é a condição necessária para uma boa propagação de Luz na Fibra. Encontramos também o comprimento de onda λ3 (1384 nm), que apresenta um Pico de Forte Atenuaçãonesse tipo de Fibra. Esta Atenuação ou Perda Óptica é devida à Absorções Extrínsecas dos materiais empregados na fabricaçãoda fibra, onde estão presentes, de forma indesejável, Íons Oxidrila (OH +). Embora chamado por muitos de Atenuação por Pico de Água (em Inglês: Water Peak Attenuation,

abreviado como WPA), esta denominação é incorreta, pois são os Íons Oxidrila que provocam estaAtenuação e não a Água. Portanto, as denominações corretas que deveriam ser empregadas são: Atenuação (ou Perda de Luz) porAbsorções Extrínsecas dos Materiais, Atenuação pelos Íons Oxidrila (OH +) ou simplesmente Atenuaçãopor Íons Oxidrila, ou ainda Atenuação por Pico OH (ou Pico de Oxidrila).

Figura 7: Curva característica de uma Fibra Óptica do tipo Monomodo Para mais detalhes, sugerimos verificar as publicações relativas a Fibras Ópticas, emitidas pela ITU - T, (doInglês: International Telecommunications Union - Telecommunications Standards Section) que é o Órgãodas Nações Unidas, responsável por padronização e recomendações, na área de Telecomunicações, abaixocitadas:

G.650 Definition and test methods the relevant parameters of single-mode fibres.

G.651 Characteristics of a 50/125 µm multimode graded index optical fibre cable.

G.652 Characteristics of a single-mode optical fibre cable.

G.653 Characteristics of a dispersion shifted single-mode optical fibre cable.

G.654 Characteristics of a cut-off dispersion shifted single-mode optical fibre cable.

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G.655 Characteristics of a non-zero dispersion shifted single-mode optical fibre cable.

E, ou também as publicações da IEC e do BELLCORE.

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WDM: TDM x WDM Se empregarmos um Laser que opere em Comprimentos de Onda que sofram Baixa Atenuação, como é ocaso de Lasers que operem nos entornos de 1310 ou 1550 nm, em uma configuração como a mostrada nafigura 2 e o modularmos digitalmente (geralmente esta Modulação é feita por Chaveamento no Domínio doTempo), verifica-se que ao injetarmos esta Radiação Luminosa numa Fibra teremos na outra extremidade asInformações ou Dados que foram inicialmente inseridos. Simplificadamente este é o princípio da Transmissão Óptica usando a tecnologia TDM (do Inglês: Time

Division Multiplexing, ou Multiplexação por Divisão de Tempo). Esta tecnologia hoje é extremamente confiável e evoluiu muito ao longo do tempo, apresentando Taxas deTransmissão que inicialmente ram de 155 Mbit/s e aumentando posteriormente para 622 Mbit/s, 2,5 Gbit/s,10 Gbit/s, 40 Gbit/s e atualmente já existe a capacidade tecnológica para a fabricação de equipamentos quepermitem taxas iguais ou superiores á 80 Gbit/s. Entretanto, esta tecnologia utiliza muito pouco da Capacidade de Transmissão de uma Fibra Óptica (segundoalguns autores menos de 1%), tem custos muito superiores quando comparado a outros Sistemas Ópticosmais avançados, que serão vistos a seguir, e não permite o aumento de Taxas de Transmissão em Sistemas jáinstalados. Assim sendo, na tecnologia TDM para aumentar a Taxa de Transmissão de uma Rede de Telecomunicações,que é um fato normal e geralmente resultante de um crescimento na Demanda de Tráfego (por exemplo: de622 Mbit/s para 2,5 Gbit/s), teríamos que optar por uma das seguintes alternativas:

Desativar os Circuitos de Transmissão dos equipamentos TDM de 622 Mbit/s existentes, retirar,instalar, testar e ativar os novos equipamentos TDM de 2,5 Gbit/s, utilizando o mesmo par de FibrasÓpticas existente, o que acarretaria um longo período de paralisação, implicando em lucros cessantes.Instalar em paralelo, se houver disponibilidade de um outro par de Fibras Ópticas nos Cabos de Fibraque constituem esta Rede, os novos equipamentos TDM de 2,5 Gbit/s, sendo que neste caso nãoteríamos interrupções e o equipamento retirado poderia até ser usado em outro local desta Rede.Entretanto, se ao longo do tempo, houver necessidade de aumentar a Taxa de Transmissão, porexemplo, de 2,5 Gbit/s para 10 Gbit/s, este sistema deveria novamente ser retirado, para dar lugar aoutro equipamento novo.Caso haja disponibilidade de vários pares de Fibras Ópticas nos Cabos de Fibra que constituem estaRede, pode-se promover a instalação de mais três Sistemas TDM iguais ao já existente de 622 Mbit/s,que totalizariam quatro Sistemas de 622 Mbit/s, os quais possibilitariam um tráfego total de 2,5 Gbit/s.Cabe ressaltar que um Sistema TDM de 2,5 Gbit/s é geralmente mais barato de que três Sistemas TDMde 622 Mbit/s. Esta afirmação também se verifica para sistemas de maiores taxas como, por exemplo,um Sistema de 40 Gbit/s costuma ser mais barato que quatro de 10 Gbit/s,Nos dois casos imediatamente acima citados, caso não houvessem Fibras Ópticas disponíveis nosCabos de Fibra que constituem a Rede de Telecomunicações onde se deseja implantar estesequipamentos, seria necessário a instalação de novos Cabos de Fibra, que são custosos e de instalaçãodemorada.

Em síntese, podemos dizer que a ampliação de Sistemas TDM sempre se faz através de novos equipamentose, quase sempre, com a utilização de mais Fibras Ópticas.

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Para resolver estes e outros problemas, aumentando significativamente a Capacidade de Transmissão dasFibras Ópticas, inclusive com a utilização das já existentes na Planta, e também outros como o da escassezde Cabos de Fibra Óptica em uma determinada localidade, foi desenvolvida a tecnologia WDM(Wavelength-Division Multiplexing), que trouxe uma substancial redução nos preços e custos envolvidos. Entretanto, não queremos com isto dizer que os Sistemas Ópticos TDM são obsoletos ou que não devem serutilizados. Pelo contrario, como dissemos estes Sistemas evoluíram e hoje, incorporam novas tecnologias que foram ouestão sendo utilizadas também em Sistemas WDM e DWDM (Dense Wavelength-Division Multiplexing), oqual será abordado em tutorial futuro, tais como:

Solitons, tipos especiais de Pulsos de Luz que mantém sua forma original, geralmente Gaussiana, aose propagar por longas distâncias, em uma Fibra Óptica;FEC (do Inglês: Foward Error Correction ), técnica que permite um aumento de ganho de váriosdecibéis (dB's), pelo uso de bits adicionais, que permitem a correção de erros;Amplificadores Ópticos Especiais, que amplificam diretamente o Espectro Luminoso, sem fazer aindesejável conversão O-E-O (Óptica- Elétrica - Óptica),Compensadores Dinâmicos de PMD (Polarization Mode Dispersion), dispositivos para minimizarum dos efeitos não lineares (PMD) apresentado pela Fibra Óptica.

Com o uso dessas tecnologias, que deverão abordadas em novos tutoriais no portal Teleco, os SistemasÓpticos TDM têm hoje e também em futuro próximo, utilização plena em aplicações específicas.

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WDM: Considerações Finais

WDM, DWDM e CWDM A tecnologia WDM (do Inglês: Wavelength Division Multiplexing, ou Multiplexação por Divisão deComprimentos de Onda), é simplesmente a Combinação de Múltiplos Sinais Ópticos, com diferentesComprimentos de Onda (Cores), devidamente espaçados entre si e que são injetados e se propagam em umamesma Fibra Óptica. Desta forma, com a técnica WDM podemos transmitir vários Comprimentos de Onda de forma simultâneanas regiões denominadas Bandas ou Janelas onde a Fibra Óptica apresenta menor Atenuação, conformemostra a Figura 8.

Figura 8: Princípio de funcionamento do WDM O princípio básico desta tecnologia, foi ilustrada na seção Transmissão Uni e Bidirecional deste tutorial,com a diferença de que ao invés de inserirmos Radiações Luminosas por meio de apenas dois LASER'snuma Fibra Óptica, são utilizados vários LASER's com espaçamentos apropriados entre os seuscomprimentos de Onda. Para possibilitar a inserção destes vários LASER's, utiliza-se um dispositivo óptico passivo, chamado deMultiplexador Óptico (ou Mux. Óptico, ou ainda simplesmente Mux), dispositivo esse que será explicadocom mais detalhes em tutorial futuro que abordará os Sistemas DWDM. Por volta de 1980 foram apresentados vários Sistemas WDM experimentais, os quais operavam com grandesespaçamentos entre os Comprimentos de Onda. Inicialmente, devido à falta de tecnologia existente naquela época para as Fibras Ópticas, para osDispositivos Ópticos e para os LASER's, os Sistemas WDM funcionavam no entorno de 850 nm, nachamada 1ª Janela, utilizado Fibras Ópticas Multimodo. Nessa época os valores dos Coeficientes deAtenuação no entorno da Janela de 850 nm, eram na faixa de -2,0 a -2,5 dB/km. Posteriormente, com a disponibilidade das Fibras Ópticas Monomodo, os Sistemas WDM passaram á operarno entorno de 1310 nm, região esta chamada de 2ª Janela. Porém, como podemos ver na Figura 9, os Coeficientes de Atenuação que se encontrava em 1310 nm, era daordem de -0,3 a -0,4 dB/km, ao passo que os Coeficientes de Atenuação em 1550 nm eram de

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aproximadamente de -0,17 a -0,25 dB/km, ou seja, praticamente a metade.

Figura 9: Atenuações em 1310 nm e 1550 nm A redução dos Coeficientes de Atenuação implica em várias vantagens, como por exemplo, a de que commenores potências podemos atingir distâncias mais longas. Sendo assim, houve um esforço no intuito de desenvolver Sistemas WDM que operassem no entorno de1550 nm, região esta, chamada de 3ª Janela , ou Banda C, que ocupa a Região do Espectro compreendidaentre 1530 nm á 1565 nm, como ilustra a figura 10, abaixo.

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Figura 10: Banda C ou 3ª Janela DWDM (Dense Wavelength Division Multiplexing) Em 1990 surgiu a segunda geração experimental de Sistemas WDM, que já operavam na Região de 1550 nme possibilitavam Transmissão Unidirecional de 4 até de 8 Canais ou Comprimentos de Onda, com amploespaçamento entre eles. Com a evolução das tecnologias, este espaçamento foi sendo reduzido de 1000 GHz para 600 GHz, 400GHz, 200 GHz e 100 GHz. Note se que Sistemas WDM com espaçamentos inferiores à 100 GHz são considerados como SistemasDWDM (Dense Wavelenght Division Multiplex), os que serão abordados em tutorial futuro. A ITU - T, para possibilitar a padronização entre equipamentos de diferentes fabricantes definiu para aBanda C, Freqüências Centrais para Espaçamentos de 100 GHz e 50 GHz iniciando em 1528,77 nm eterminando em 1560,61 nm (Vide Tabela A.1, do Anexo A, da Recomendação ITU - T G.692: Optical

interfaces for multichannel systems with optical amplifiers). Para um melhor aproveitamento, da Região do Espectro que apresentava baixos coeficientes de Atenuação,foi criada a Banda L ou 4ª Janela, como mostra a figura 11.

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Figura 11: Banda C e banda L Posteriormente o Grupo de Estudos nº 15 denominado: Transport Network Systems and Equipment da ITU -T, normatizou, para permitir não só um padrão, mas principalmente para assegurar interconexões comequipamentos de diferentes fabricantes, uma grade baseada em uma Freqüência de referência estabelecidaem 193100 GHZ, com espaçamentos de 100 GHz, 50 GHz, 25 GHz e, 12,5 GHz que se estendia até o fim da4ª Janela ou Banda L, em 1624,89 GHz. Um grande avanço, que contribuiu para o aumento da relação custo / benefício, foi a introdução de FibrasÓpticas, com uma nova tecnologia que não apresentava o indesejável fenômeno da Atenuação por ÍonsOxidrila, como ilustrado na figura 12.

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Figura 12: Comparação entre a fibras Monomodo Convencional (preto) e sem atenuação (amarelo) O Grupo de Estudos anteriormente citado normatizou uma divisão em Bandas para todo o EspectroFotônico, e que se encontra na tabela 2, apresentada abaixo:

Tabela 2: Bandas do Espectro Fotônico

A figura 13 nos mostra todo o potencial das Novas Fibras Ópticas que não têm os picos de Atenuação porÍons Oxidrila. A limitação da utilização de apenas uma ou duas Bandas, geralmente a Banda C e ou aBanda L, não mais existem. Este avanço permitiu que fosse possível o aproveitamento máximo da faixa de transmissão disponível nacurva destas Novas Fibras Ópticas. Portanto, podemos ampliar os Sistemas DWDM não só em número de canais e Taxa de Transmissão, mastambém no numero de Bandas.

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Figura 13: Alocação das Bandas na curva característica das Fibras Monomodo CWDM (Coarse wavelength division multiplexing) Esta característica também favorece um novo tipo de equipamento WDM, chamado de CWDM, que é debaixo custo e de fácil fabricação, indicado preferencialmente para uso em Redes Metropolitanas e deAcesso. A tecnologia CWDM apresenta um grande espaçamento entre canais, de 20 nm, no espectro que vai de 1270nm á 1610 nm, permitindo atualmente até 18 canais. Este tipo de equipamento também será objeto de tutorial futuro. Para mais detalhes veja a RecomendaçãoITU-T G.694.2: Spectral grids for WDM applications: CWDM wavelength grid.

Deve-se atentar para não confundir esta tecnologia CWDM com a tecnologia denominada WWDM (Wide

Wavelength Division Multiplexing), que é implementada através de dispositivos passivos que utilizam doisCanais, com Comprimentos de Onda em 1310 nm e 1550nm, que possibilitam a duplicação da transmissãode dois sinais ópticos em uma única Fibra ou até quatro sinais ópticos em um par de Fibras. Estes equipamentos são chamados comercialmente de duplicadores ou quadruplicadores, são extremamentesimples, de custo muito baixo e, geralmente, são usados em Redes de Acesso, quando da falta de Fibras nosCabos Ópticos dessas Redes. Ao utilizar estes dispositivos deve-se levar em conta dois aspectos fundamentais. O primeiro é que estesequipamentos somente permitem ampliação de um número muito reduzido de canais. O segundo é que comosão passivos, estes dispositivos, introduzem atenuações adicionais, indesejáveis, que podem inviabilizar umainterconexão, caso a atenuação deste enlace já esteja no limite ou próxima dele.

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Em outras palavras, a utilização destes equipamentos, limita a distância de um enlace, pois inevitavelmenteintroduz atenuações que podem inviabilizar ou ainda tornar extremamente crítico o enlace original, que seencontrava funcionando normalmente.

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WDM: Teste seu Entendimento 1. O que é WDM?

O mesmo que TDM.

Wide Division Multiplex.

Multiplexação por Divisão de Comprimentos de Onda.

Uma técnica de codificação de sinais digitais. 2. Qual o comprimento de onda do Pico de Oxidrila em uma fibra óptica?

1310 nm

1384 nm

1550 nm

1565 nm 3. Qual das seguintes tecnologias é indicada preferencialmente para uso em Redes Metropolitanas ede Acesso?

WDM

DWDM

CWDM

WWDM

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