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PEELING DE MELATONINA: Análise da eficácia no tratamento em melasma facial em fototipo III MELATONIN PELL: Effectiveness analysis in treatment in face melasma in photothype III Ana Luísa Perucci Schiavon – [email protected] Kelly Soares Correia – [email protected] Patrícia Garcia de Lima Esquincalha – [email protected] Graduandas em Estética – UniSALESIANO Lins Profª Ma. Luciana Marcatto Fernandes Lhamas – Orientadora – UniSALESIANO Lins – [email protected] RESUMO Melasma se caracteriza por uma alteração da pigmentação na pele, geralmente são simétricas, hiperpigmentadas, acomete principalmente mulheres jovens até a meia idade com fototipos de III a V nas regiões da face, colo e pescoço. A melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal, que possui efeito antioxidante, varredor de radicais livres, protege dos danos induzidos pela radiação ultravioleta (UV) na pele. O objetivo do estudo foi analisar a eficácia do peeling de melatonina no melasma em mulheres com fototipo III, com idade de 40 a 45 anos. Foram selecionadas 5 mulheres, que passaram por quatro sessões do peeling de melatonina, com intervalo de 15 dias, e duração de 40 minutos Foi realizada uma avaliação individual, aplicou-se o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e registro fotográfico pré e pós-procedimentos. O resultado mais eficaz foi observado no tocante ao clareamento nas voluntárias 1 e 5 na região malar, temporal e mentoniana quando comparado com as demais. Conclui-se que o peeling de melatonina tem ação 1

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PEELING DE MELATONINA: Análise da eficácia no tratamento em melasma facial em fototipo III

MELATONIN PELL: Effectiveness analysis in treatment in face melasma in photothype III

Ana Luísa Perucci Schiavon – [email protected]

Kelly Soares Correia – [email protected]

Patrícia Garcia de Lima Esquincalha – [email protected]

Graduandas em Estética – UniSALESIANO Lins

Profª Ma. Luciana Marcatto Fernandes Lhamas – Orientadora – UniSALESIANO Lins – [email protected]

RESUMO

Melasma se caracteriza por uma alteração da pigmentação na pele, geralmente são simétricas, hiperpigmentadas, acomete principalmente mulheres jovens até a meia idade com fototipos de III a V nas regiões da face, colo e pescoço. A melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal, que possui efeito antioxidante, varredor de radicais livres, protege dos danos induzidos pela radiação ultravioleta (UV) na pele. O objetivo do estudo foi analisar a eficácia do peeling de melatonina no melasma em mulheres com fototipo III, com idade de 40 a 45 anos. Foram selecionadas 5 mulheres, que passaram por quatro sessões do peeling de melatonina, com intervalo de 15 dias, e duração de 40 minutos Foi realizada uma avaliação individual, aplicou-se o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e registro fotográfico pré e pós-procedimentos. O resultado mais eficaz foi observado no tocante ao clareamento nas voluntárias 1 e 5 na região malar, temporal e mentoniana quando comparado com as demais. Conclui-se que o peeling de melatonina tem ação despigmentante, clareadora e antioxidante. Percebe-se que para a obtenção de melhores resultados deve-se empregar ao tratamento uma disciplina maior com uso do fotoprotetor solar e, para potencializar os resultados sugere-se um número maior de sessões.

Palavras-chaves: Melasma. Eficácia. Peeling de melatonina.

Abstract

Melasma is characterized by a change in skin pigmentation, usually symmetrical, hyperpigmented, mainly affects young women at middle and middle age with phototype III to V with the regions of the face, neck and neck.Melatonin is a hormone produced by the pineal gland, which has antioxidant effect, free radical scavenger, protects UV-induced skin damage. The aim of the study was to analyze the efficacy of melatonin peeling in melasma dysfunction in phototype III women, witch age 10 to 45 years. Five women were selected, who underwent four sessions of the melatony peel, 15 days apart and lasting 40 minutes each. An individual evaluation was performed, the term applied TCLE and registration photography pre and pos procedure. The most effective result was observed regarding whitening in volunteers 1 and 5 in the malar, temporal and mentonian regions when compared to the others. it is concluded that melatony peeling has depigmenting, whitening and antioxidant action. It is noticed that to obtain better results, a greater discipline should be applied to the treatment with the use of the solar photoprotector and, to maximize the results, a larger number of sessions should be followed.

Key word: Melasma. Efficiency. Melatonin Peel.

INTRODUÇÃO

O melasma é uma alteração da coloração da pele, adquirida, comum, caracterizada por manchas em geral simétricas, hiperpigmentadas, com margens irregulares e de limites definidos, que ocorre em áreas fotoexpostas. Sua principal localização é na face. Mulheres jovens até a meia idade tem maior probabilidade de ter melasma durante o menacme, com fototipos mais altos (III a V). (HANDEL, 2014 apud SCHAEFER, 2018).

Por muitos séculos, o homem tem feito tentativas de alterar artificialmente a cor da pele, através do seu clareamento ou escurecimento [...]. Sucos, plantas e frutas (principalmente as cítricas) têm sido frequentemente empregados para promover o clareamento. (NICOLETTI, 2002, p. 46).

A melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal, sua secreção está relacionada ao ciclo claro/escuro é um poderoso antioxidante. (MAGANHIN et al., 2008).

O maior órgão do organismo está exposto a agressões externas, por esse motivo a pele possui sua própria síntese de melatonina. A melatonina possui efeito antioxidante e varredor de radicais livres, protetor contra os danos induzidos pela radiação UV na pele. (MANIPURA, 2018, p. 1).

A pele é um importante órgão de defesa do corpo humano e em um homem adulto chega a atingir 25.000cm². “Sendo um sistema epitelial, tem como uma das suas principais funções delimitar, isolando estruturas internas do ambiente externo.” (HARRIS, 2016, p. 15).

A pele exerce uma série de funções como: (FEIJÓ, 2013).

a) produção de melanina: pigmento que dá cor a pele e aos pelos;

b) produção de sebo: o sebo é produzido pelas glândulas sebáceas, sua função é manter a pele hidratada e protegê-la contra a entrada de bactérias e fungos;

c) produção de queratina: proteína que forma a camada mais externa da pele, os pelos e as unhas;

d) produção de suor: o suor produzido pelas glândulas sudoríparas e a sua função é manter a pele hidratada e regular a temperatura corporal.

A pele é constituída por duas camadas, dispostas em continuidade, 1- a epiderme e 2- a derme.

“A epiderme é constituída por células como os queratinócitos, os melanócitos e células aurófilas de Langerhans. Constitui-se por cinco camadas distintas: camada basal, camada espinhosa, camada granulosa, camada lúcida, camada córnea”. (CARNEIRO, 2013 apud SOCCOL, 2014, p. 20).

Para Soccol (2014), a derme é o tecido conjuntivo no qual se apoia a epiderme, proporcionando resistência mecânica à pele. A derme é constituída por duas camadas: a papilar (superficial) e a reticular (profunda).

Neste contexto, o presente estudo é uma pesquisa elaborada para conclusão do curso de Bacharel em Estética do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium com objetivo demonstrar a eficácia do peeling de melatonina no tratamento de melasma facial em mulheres de fototipo III.

1 MELASMA

Melasma é uma disfunção comum que causa alteração da cor da pele normal, resultante da hiperatividade dos melanócitos, com consequente hiperpigmentação melânica induzida, principalmente, pela radiação ultravioleta. (MIOT, 2009).

“Caracteriza-se por máculas em geral simétricas, hiperpigmentadas, com margens irregulares e de limites definidos, que ocorre em áreas fotoexpostas”. (HANDEL, 2014 apud SCHAEFER, 2018, p. 6). Acomete principalmente mulheres jovens até a meia idade, durante o menacme, com fototipos mais altos (III a V). Miot et al. (2009) afirma, o melasma é mais comum em mulheres adultas em idade fértil, podendo, porém, iniciar-se pós-menopausa. A idade de aparecimento situa-se entre 30-55 anos e o sexo masculino representa apenas 10% dos casos.

As áreas mais acometidas são especialmente, face, fronte, têmporas e, mais raramente, no nariz, pálpebras, mento e membros superiores.

2 FISIOPATOLOGIA

Melanócitos são células produtoras de melanina, responsáveis pela pigmentação da pele e dos pelos, contribuindo para a cor da pele, conferindo proteção direta aos danos causados pela RUV (radiação ultravioleta). Na pele, estão localizados, na camada basal da epiderme e, ocasionalmente, na derme. Projetam seus dendritos, através da camada malpighiana, onde transferem seus melanossomas aos ceratinócitos. Essa associação melanócito-ceratinócito é denominada: unidade epidérmico-melânica, e é constituída, nos humanos, por um melanócito e cerca de trinta e seis ceratinócitos. (MIOT et al., 2009).

Melanossomas são corpúsculos intra-celulares, altamente especializadas, nas quais ocorre síntese e deposição de melanina, armazenamento de tirosinase sintetizada pelos ribossomos, e representam a sede dos fenômenos bioquímicos em que originam a melanina (Figura 1). A síntese de melanina ocorre exclusivamente, nos melanossomas. (MIOT et al., 2009, p. 625).

Figura 1 – Esquema de produção e distribuição de melanina na epiderme, através dos melanossomas

Fonte: Miot et al., 2009, p. 4.

A melanina é o principal pigmento biológico envolvido na pigmentação cutânea, sendo determinante das alterações na pigmentação da pele. O elemento inicial produzido por biossíntese da melanina é a tirosina, um aminoácido essencial (Figura 2). A tirosina sofre mudança química da tirosinase, complexo enzimático cúprico-proteico, sintetizado nos ribossomos e transferido, através do retículo endoplasmático para o Aparelho de Golgi, sendo aglomerado em unidades envoltas por membrana, ou seja, os melanossomas. (MIOT et al., 2009).

Figura 2 – Esquema bioquímico da formação da eumelanina e feomelanina

Fonte: elaborada pelas autoras adaptado (Sulaimon et al., 2009, p. 5 apud Miot et al., 2009)

Supracitado o esquema bioquímico da formação da eumelanina e feomelanina a partir da tirosina, sendo que a eumelanina é uma macromolécula marrom, alcalino e não solúvel em água e a feomelanina é um pigmento alcalino, solúvel e amarelado. (MIOT et al., 2009).

3 PEELINGS E SEUS TIPOS

O peeling é um procedimento que estimula a renovação das células da pele por meio de uma descamação controlada (Quadro 1). Dependendo do procedimento escolhido poderá ser mais ou menos invasivo. (BORGES, 2010).

Segundo Guerra et al (2013) quanto maior a concentração de um ácido e menor o seu pH, mais rápida e profunda é a sua permeabilidade.

Quadro 1 – Tipos de Peelings

Tipos de peelings

Definição

Peeling Físico

Processo mecânico de arraste das células mortas por meio de substâncias abrasivas que podem estar veiculadas em creme, gel, gel-creme ou até mesmo em loção. A aplicação consiste simplesmente em submeter a pele ao esfregaço com massagens suaves e ligeira pressão.

Peeling Químico

Processo realizado por agentes químicos, geralmente ácidos orgânicos, com variadas concentrações, promovendo intensa renovação celular.

Peeling Biológico

Os ativos utilizados nesta forma de peeling são substâncias naturais com a capacidade de promover a renovação celular. Tais substâncias, apesar de naturais, possuem caráter acentuadamente ácido, o que as tornam tão eficazes quantos aos peeling químico.

Peeling Vegetal

Procedimento realizado com massagens vigorosas, utilizando-se géis que, ao evaporar seus veículos formam grumos que, durante a massagem carreiam as células mortas do extrato córneo deixando a pele limpa e macia. Trata-se de um peeling leve, com principal objetivo de limpar, retirar comedões e melhorar a permeação da pele, facilitando assim, a absorção de outros ativos.

Fonte: Borges, 2010, p. 312-313.

Quadro 2 – Ação do Peeling Químico

Muito superficial (estrato córneo)

esses peeling afinam ou removem o estrato córneo.

Superficial

esses peelings produzem necrose de parte ou de toda epiderme, em qualquer parte do estrato granuloso até a camada de células basais.

Médios (Derme Papilar)

esses peelings produzem necrose da epiderme e de parte ou de toda derme papilar.

Profundos

esses peelings produzem necrose à epiderme e da derme papilar que se estende até a derme reticula.

Fonte: Borges, 2010, p. 329.

O peeling tem como objetivo trazer a pele um aspecto melhor (Quadro 2), suavizando as rugas finas, melhorando a coloração das manchas escuras e aumentando a densidade do colágeno. (BORGES, 2010).

4 O USO DA MELATONINA

Produzida pela glândula pituitária durante a fase de sono REM, a melatonina é mais ativa no período noturno e responsável por regular o ciclo circadiano.

A função da melatonina é importante não apenas para o descanso, memorização e cognição, mas principalmente para a pele, o maior órgão do organismo e que está exposta diariamente a radicais livres. (MANIPURA, 2018).

A melatonina age como um potentíssimo agente antioxidante e varredor de radicais livres (TAN et al., 2002 apud SOCCOL, 2014, p. 89). Além disso, a melatonina age como um fator protetor contra os danos induzidos pela radiação UV (ultravioleta) na pele. Sendo que a sua ação tinha propriedades de eliminação de radicais livres ainda mais forte do que a vitamina C e Trolox (FISCHER et al., 2002 apud SOCCOL, 2014).

O hormônio melanócito estimulante, regula a melanogênese (aMSH) que possui sua síntese elevada durante a exposição solar. A melatonina diminui a atividade da aMSH mesmo já estando ligada ao receptor, por diminuir no citosol a formação de monofosfato de adenosina cíclico (AMPc) neutralizando sua ação na melanogênese. (MANIPURA, 2018).

5 Metodologia

Foi realizada uma pesquisa experimental de abordagem qualitativa, método comparativo, realizada na Clínica de Estética do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Lins com mulheres que apresentam melasma facial com faixa etária entre 40 a 45 anos fototipo III, no período de julho a setembro de 2019.

O estudo recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium por meio do parecer n° 3.353.580 e CAAE: 11677119.0.0000.5379 em 28/05/2019.

O experimento foi realizado com 5 voluntárias, todas do gênero feminino, sendo estas submetidas a sessões quinzenais, totalizando quatro sessões, com duração de 40 minutos cada uma.

Todas passaram por anamnese e avaliação facial, sendo esclarecidas sobre o objetivo e metodologia da pesquisa, assim, estando de acordo, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE.

Os materiais utilizados foram: touca, luva, máscara, gaze, algodão, lençol, cubetas, espátulas e borrifador. Como critérios de inclusão, foram recrutadas voluntárias do sexo feminino com fototipo III que apresentassem melasma facial com idade 40 a 45 anos. Foram excluídas da pesquisa as gestantes, lactantes e as voluntárias que não assinassem o termo de consentimento livre esclarecido.

Foi utilizada a ficha de anamnese para avaliação e coleta de dados pessoais, histórico, patologias, informações de atividades diárias fornecidas pelas voluntárias e uma avaliação da pele feita pelas pesquisadoras assistentes com o uso do equipamento Evince Evidenciador Clínico – MMO e com auxílio da câmera smartphone iPhone para registrar imagens. Foram realizadas sessões de fotos com a câmera Canon EOS t5i, para registrar imagens. Com coleta de imagem pré procedimentos e pós procedimentos, para análise de registros. Sendo que foram registradas imagens na primeira sessão e última sessão. As imagens fotográficas foram utilizadas apenas para pesquisa.

O ativo eleito para o procedimento experimental foi o peeling de melatonina 3% de concentração.

Realizou-se o protocolo de acordo com a Figura 1.

Figura 3 – Organograma do protocolo

(continua)

(conclusão)

Fonte: elaborada pelas autoras, 2019.

Este protocolo foi realizado em todas as voluntárias de maneira padronizada, com objetivo de assegurar uniformidade do presente estudo.

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO

As figuras abaixo ilustram o pré e pós dos procedimentos estéticos realizados para fundamentar o embasamento da pesquisa e uma melhor visualização dos resultados obtidos.

Figura 4 – Resultados pré e pós-procedimentos da voluntária 1

Fonte: elaborada pelos autores, 2019.

Visualiza-se que a voluntária 1 apresentou resultado favorável por ter utilizado o fotoprotetor solar (Figura 4). Segundo PURIM; AVELAR (2012), a fotoproteção solar é essencial na prevenção de doenças cutâneas e manutenção da saúde e da beleza. A aplicação do protetor solar meia hora antes de se expor ao sol, seguido de reaplicações e reforço sempre que necessários, e, ainda, cuidados como: evitar, bloquear e cobrir a pele dos efeitos da radiação.

Figura 5 – Resultados pré e pós-procedimentos da voluntária 2

Fonte: elaborada pelos autores, 2019.

Observou-se que a voluntária 2 obteve uma leve despigmentação (Figura 5), pois a sua atividade laboral a expõe ao ambiente quente que atinge temperaturas altas, chapa e fornos liberam em grande quantidade de energia incessantemente que causam muitos danos à pele. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) diz que todo equipamento gerador de calor, como os fornos são fontes emissoras de infravermelho. (SCHALKA; STEINER, 2012-2013).

As radiações infravermelhas, representam 54,3% da energia e pode causar dois tipos de efeitos: o térmico e o dano oxidativo. Com a perda da homeostasia mitocondrial, a estresse oxidativo e alteração na expressão gênica e no metabolismo dérmico traduzido pelo aumento de expressão metaloproteinase 1, diminuição da síntese de colágeno, desenvolvimento da elastose solar e hiperpigmentação cutânea. (EBERLIN et al, 2016, p.115).

Figura 6 – Resultados pré e pós-procedimentos da voluntária 3

Fonte: elaborada pelos autores, 2019.

Na voluntária 3 pelos registros fotográficos foi o melhor resultado, apresentou maior despigmentação na região orbicular dos olhos (Figura 6). Supõe-se que o resultado teria sido melhor caso a voluntária fizesse uso do fotoprotetor solar, bem como em relação aos hábitos da voluntária que é fumante possa ter influenciado no resultado.

O fumo também pode contribuir no surgimento de várias alterações cutâneas, como o envelhecimento precoce. A nicotina, substância química contida no cigarro, provoca destruição dos fibroblastos, responsáveis pela síntese de colágeno e elastina, que conferem à pele sustentação e elasticidade. Além disso, a nicotina ativa a liberação de radicais livres, compromete a nutrição e oxigenação do tecido conjuntivo e diminui a hidratação natural da cútis, tornando-a desvitalizada (DA SILVA JERÔNIMO; DA SILVA JERÔNIMO; DE CONTI, 2018, p. 304)

Contudo, foi observada uma melhora na qualidade tecidual como radiância, viço, textura e hidratação, assim como um benefício nas rugas estáticas da região orbicular dos olhos, e um positivo progresso na hiperpigmentação dos olhos.

Figura 7 – Resultados pré e pós-procedimentos da voluntária 4

Fonte: elaborada pelos autores, 2019.

Notou-se que na voluntária 4 (Figura 7) ocorreu uma tênue despigmentação na região malar. Similarmente como todas as voluntárias houve uma melhora na hidratação facial e viço.

Figura 8 – Resultados pré e pós-procedimentos da voluntária 5

Fonte: elaborada pelos autores, 2019.

O resultado da voluntária 5 foi satisfatório (Figura 8), visto a importância dos cuidados pós procedimentos, ela fez uso do protetor solar, sendo assim o resultado se mostrou mais eficaz. Conforme Mascarello et al. (2019), “os protetores solares são produtos cosméticos usados para proteger a pele contra a radiação solar e estão entre as melhores medidas fotoprotetoras disponíveis”.

Observou-se resultado mais eficaz no tocante ao clareamento nas voluntárias 1 e 5 na região malar, temporal e mentoniana quando comparado com as demais. Supõe-se que tais evidências tenham ocorrido em virtude da falta de cuidados home care, como uso do fotoprotetor solar, atividade laboral, exposição solar demasiada e tabagismo.

Sugere-se que o tempo de instalação do melasma tenha concorrido para a apresentação dos resultados. “O tratamento do melasma persistente é difícil e o sucesso depende da profundidade do pigmento, sendo mais difícil nos casos em que há extensão dérmica da melanização”. (MAIO, 2017, p. 178).

Todas as voluntárias relataram o surgimento do melasma durante a gestação e persistiram após o parto. Segundo Maio (2017), na gestação o melasma surge na segunda metade da gestação e acomete 45 a 75% das mulheres grávidas.

Como fator limitante da pesquisa que possa ter influenciado na demonstração dos resultados têm-se que as fotos foram registradas imediatamente pós procedimento, e algumas voluntárias apresentaram resposta reacional ao tratamento como hiperemia. Presume-se que, talvez se os registros fotográficos fossem feitos dois dias após a resposta reacional.

CONCLUSÃO

O presente estudo foi de fundamental importância para a estética, devido à grande incidência de mulheres que possuem melasma facial. A melatonina é um ativo inovador, pois diminui a oxidação das células endogenamente, sendo um poderoso inibidor de radicais livres. Ela também controla as alterações de pigmentação da pele e é capaz de suprimir a luz ultravioleta (UV) causadora de danos nas células da pele, apresentando uma forte atividade antioxidante em células expostas ao ultravioleta (UV). Diante da análise dos resultados pelos registros fotográficos pré e pós tratamento, constatou-se que duas voluntárias tiveram resultado muito satisfatório e as outras voluntárias resultados mais discretos. Conclui-se que o peeling de melatonina tem ação despigmentante, clareador e antioxidante.

Percebe-se que para a obtenção de melhores resultados deve-se empregar ao tratamento uma disciplina maior com uso do fotoprotetor solar e, para potencializar os resultados sugere-se um número maior de sessões.

REFERÊNCIAS

BORGES, F. S. Dermato-funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2010. p. 113 – 332.

DA SILVA JERÔNIMO, Andréia Cristina; DA SILVA JERÔNIMO, Daniela; DE CONTI, Marta Helena Souza. Ocorrência de disfunções dermatológicas em gestantes/Occurrence of dermatological dermatology in pregnant. Brazilian Journal of Health Review, v. 2, n. 1, p. 304-314, 2018.

EBERLIN et al. Metodologia alternativa para o estudo dos efeitos da radiação infravermelha-A sobre a pele humana. Surgical & Cosmetic Dermatology, Rio de Janeiro, v. 8, n. 2, 2016, p. 115-120, ISSN 1984-5510. Disponível em: htttp://www.redalyc.org/articulo.oa?id=265546364006. Acesso em: 18 out. 2019.

FEIJÓ, Tarufi. Depilação: o profissional, a técnica e o mercado de trabalho. São Paulo: Senac, 2013.

GUERRA, F. M. R. M. et al. Aplicabilidade dos peelings químicos em tratamentos faciais- estudo de revisão. Rev. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research-BJSCR, v.4, n.3,p33, 2013.Disponível em: https://www.mastereditora.com.br/periodico/20130929_214058.pdf. Acesso em:19 nov. 2019.

HARRIS, Maria Inês Nogueira de Camargo. Pele: do nascimento a maturidade. São Paulo: Senac, 2016.

MAGANHIN, Carla C. et al. Efeitos da melatonina no sistema genital feminino: breve revisão. Rev. Assoc. Med. Bras.,  São Paulo,  v. 54, n. 3, p. 267-271,  jun.  2008. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302008000300022. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302008000300022&lng=en&nrm=iso. Acesso em:  20  mar.  2019. 

MAIO, Maurício. Tratado de medicina estética. 2. ed. São Paulo: Roca, 2017. p.178.

MANIPURA. Farmácia de manipulação. Porto Alegre: São João, 2018. p. 1.

MASCARELLO, Andressa de Freitas et al. Análise de formulação, FPS e espectro fotoacústico de protetores solares de diferentes fabricantes. Rev. Eletrônica de Farmácia, v.16, n. E, 1 ago. 2019. Disponível em: https://revistas.ufg.br/REF/article/view/50596. Acesso em: 29 out. 2019.

MIOT, Luciane Donida Bartoli et al. Fisiopatologia do melasma. An Bras Dermatol, v. 84, n. 6, p. 623-35, 2009. Disponível em: http://fisiosale.com.br/assets/4disfun%C3%A7%C3%B5es-faciais-melasma-1009.pdf. Acesso em: 3 jun. 2019.

NICOLETTI, Maria Aparecida et al. Hipercromias: aspectos gerais e uso de despigmentantes cutâneos. Cosmetics & Toiletries (Edição em Português), São Paulo, v. 14, n. 3, p. 46-53, 2002.Disponível em: https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-BR&as_sdt=0%2C5&q=NICOLETTI%2C+Maria+Aparecida+et+al.+Hipercromias%3A+aspectos+gerais+e+uso+de+despigmentantes+cut%C3%A2neos&btnG=. Acesso em: 17 ago. 2019.

PURIM, Kátia Sheylla Malta; AVELAR, Maria Fernanda de Santana. Fotoproteção, melasma e qualidade de vida em gestantes. Rev. Bras. Ginecol Obstet, v. 34, n. 5, p. 228-34, 2012.

SCHAEFER, Luiza Vasconcelos. Estudo proteômico do melasma facial em mulheres. 2018. 79f. Orientador Dissertação (Mestrado em Medicina – Patologia) – UNESP – Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2018. Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/152775. Acesso em: 30 maio 2019.

SCHALKA, Sérgio; STEINER, Denise (coord.) Fotoproteção no Brasil: recomendações da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Dermatologia, 2012-2013. Disponível em: https://issuu.com/sbd.br/docs/consensob.fotoprote____oleigo-web?e=0/6449812. Acesso em: 19 out. 2019.

SOCCOL, Andrea Thomaz. Desenvolvimento de dermocosméticos à base de composto bioativos de macromiceto, cianobactéria e melatonina na redução de poros, rugas, manchas em pele humana. 2014. 170f.Orientador Tese (Doutorado em Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia) – UFPR- Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2014. Disponível em: http://hdl.handle.net/1884/42016. Acesso em: 30 maio 2019.

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Massageando por três minutos com movimentos circulares. Retirou-se com água.

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Deixando agir por cinco minutos. Retirou-se completamente com água.

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Filtro solar FPS 30

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