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Orai comigo - Catequese para crianças Maria Emília Carreira Estudos www.fatima.pt/ documentacao Santíssima Trindade adoro-Vos profundamente: Itinerário Temático do Centenário das Aparições de Fátima: 1.º ciclo. Fátima: Santuário de Fátima, 2010.

catequesematerial.files.wordpress.com  · Web view2020-04-05 · III - Propostas para a vivência do tema. III - Propostas para a vivência do tema. Maria Emília CarreiraOrai comigo

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Orai comigo - Catequese para crianças

Maria Emília Carreira

Estudos

www.fatima.pt/documentacao

Santíssima Trindade adoro-Vos

profundamente: Itinerário Temático

do Centenário das Aparições de

Fátima: 1.º ciclo. Fátima: Santuário

de Fátima, 2010.

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Orai comigo - Catequese para criançasMaria Emília Carreira

Objectivos:1.Acolher o convite do Anjo, como mensagem para hoje.2.Ajudar a criança a compreender o valor da oração.3.Aceitar Jesus, amá-l’O e adorá-l’O como Nosso Senhor.

A - Conteúdo catequético1. Convite à oraçãoTodos sabemos o que é um convite. Convidamos e somos

convidados para festas, passeios, cinemas, jantares… Os amigos gostam de estar juntos, por isso, convidam-se mutuamente. A sua presença é sempre uma alegria, uma festa. Assim, os convites tornam-se muito importantes para todas as pessoas.

Mas há outros convites e convites muito especiais que vêm de Alguém para outro alguém. ‘Orai comigo’ é um convite ou uma proposta de Alguém muito especial. Vamos ver de onde vem e a quem se destina.

Fátima, Cova da Iria, Aljustrel, Valinhos e Loca do Cabeço são locali- dades muito conhecidas pelos Portugueses e por pessoas de muitos outros Países. O que é que tornou tão importantes estes lugares? – podemos per- guntar. Tudo começou por um convite que soou nos céus destas pequenas localidades de Portugal.

Era ao fim da tarde. Três crianças – Lúcia, Francisco e Jacinta – jo- gavam alegremente, num pequeno monte chamado Loca do Cabeço. Enquanto jogavam, foram surpreendidos por um Anjo de uma enorme beleza e cheio de luz!

– Não temais! Sou o Anjo da Paz. Orai comigo – disse.E curvando-se até ao chão, rezou assim: Meu Deus, eu creio, adoro,

Maria Emília Orai comigo - Catequese para

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espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão, para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam. Depois levantou-se e acrescentou: – Orai assim. Os corações de Jesus e Maria estão atentos às vossas orações. E desapareceu.

O Anjo fez um convite aos três Pastorinhos e eles aceitaram-no imedia- tamente. Trocaram o jogo pela oração. Sentiram dentro deles como que um impulso que os levou a imitarem o Anjo, rezando com ele e como ele. Este convite vindo do Céu alterou os planos destas três crianças que tinham de- cidido jogar o jogo das pedrinhas naquele fim de tarde. No entanto, estavam felizes, muito felizes, com tudo o que tinha acontecido.

‘Orai comigo’ e ‘orai assim’, foram os primeiros de muitos outros convi- tes que se seguiram na vida destas crianças. Convites diferentes dos nossos convites, é certo, mas convites muito especiais, porque vindos do Céu.

O Anjo veio provocar neles um enorme desejo de Deus. Veio desper- tar neles a vontade de O conhecerem e de O amarem mais e melhor. Veio ensinar-lhes que, sem deixarem de brincar, correr, jogar, dançar, … po- diam viver a vida de outra maneira que os ajudaria a ser muito mais felizes. Recordou-lhes que, na vida, podemos descobrir coisas muito importantes e belas. E rezar é uma dessas coisas lindas, porque Deus nos dá a conhecer coisas maravilhosas que jamais alguém ensinará!

Rezar faz bem; dá-nos paz. Ajuda-nos a sermos bons e a viver a vida de acordo com o desejo de Deus. Ele gosta que rezemos. E rezar é falar com Deus como falamos com os nossos amigos. Mais do que falar é escutar. Escutar Deus é estar atento aos seus desejos e perceber o que Ele quer de nós. Ele faz-nos convites, muitos convites.

Se estivermos quietinhos, com os olhos fechados, a pensar em Deus, podemos sentir que Ele nos sorri, nos abraça, e, talvez, quem sabe, nos faça algum convite: Reza! Escuta! Segue! Sê amigo!

2. Convite à adoraçãoMeu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão, para

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os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam.Esta oração ensinada pelo Anjo aos Pastorinhos e rezada por eles com

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muita fé e muito amor, ajudou-os a encontrarem-se com Deus e a compreen- derem o seu grande Amor. Rezaram-na muitas vezes e com o rosto por terra. Tinham aceitado o convite do Anjo e prometeram nunca o esquecer. Pouco a pouco, a vida deles foi-se transformando e Deus passou a ser, para eles, o Alguém mais importante, o único importante.

Meu Deus, eu creio… rezaram eles vezes sem conta! É como se dis- sessem: Meu Deus, eu acredito em Ti. Sei que existes, que estás vivo, me conheces, me amas e cuidas de mim. Sei que me criaste, por isso, confio em Ti. Tu és o meu Senhor, o meu único Senhor. Sem Ti a minha vida não vale nada. Tu és tudo para mim. Amo-Te muito. Ajoelho-me, curvo-me, prostro--me diante de Ti… Como és grande, Senhor! Adoro-Te. Tantas vezes re- zaram assim, que o Anjo, na terceira aparição, lhes trouxe uma maravilhosa surpresa.

Foi na Loca do Cabeço. Estavam com o rosto por terra a rezar a oração do Anjo quando ele apareceu. Trazia nas mãos um cálice e sobre ele uma hóstia da qual caíam algumas gotas de sangue. O Anjo deixou o cálice e a hóstia suspensos no ar e prostrou-se por terra a adorar Jesus Eucaristia, com esta oração:

– Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profun- damente e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da Terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores.

Os Pastorinhos, espantados com o que estava a acontecer, imitaram o Anjo e rezaram com ele e como ele. De seguida, o Anjo deu-lhes a comu- nhão dizendo: – Tomai e comei o Corpo e Sangue de Cristo. Consolai o vosso Deus!

De novo ajoelhou e, prostrado em terra, rezou mais três vezes a mesma oração. Os Pastorinhos prostraram-se também, para adorar Jesus, consolá-

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-l’O, presente, agora, nos seus corações. Foi um momento único, maravi- lhoso e inesquecível para eles. Sentiram-se totalmente envolvidos por Jesus. Estavam tão unidos a Ele que até se esqueceram uns dos outros. Jesus fez-lhes

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sentir tanto a Sua Presença e o Seu Amor, que eles permaneceram em oração durante longo tempo.

A partir desta experiência que tiveram com Jesus Eucaristia, a sua vida mudou para melhor. Decidiram amar e adorar Jesus de tal

maneira que até deixavam as brincadeiras, para rezarem e fazer companhia a Jesus Escondido. Quem acredita em Deus Vivo e

Verdadeiro, quem O escuta, quem O ama, adora-O profundamente. E adorar a Deus é consolá-l’O, é reconhecer que Ele é Tudo para nós e

que nós existimos n’Ele e graças a Ele. Adorar a Deus é amá-l’O com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, com to- das as nossas

forças. Adorar a Deus é não consentir em amar ninguém maisdo que a Deus, pois só Ele deve ocupar o primeiro lugar no nosso coração.

Na nossa vida há coisas belas, lindas, magníficas de que gostamos muito. No entanto, essas coisas tão belas só valem enquanto nos ajudarem a ser felizes, pois que, um dia, todas essas maravilhas da terra acabarão. Só Deus, a maior de todas as maravilhas, permanece para sempre. Por isso, devemos amá-l’O e adorá-l’O, acima de todas as pessoas e de todas as coisas.

Os Pastorinhos compreenderam isto muito bem. Deus, para eles, foi o único e o mais importante das suas vidas. Deram a Deus todo o amor dos seus corações e só tinham um desejo: dar-Lhe alegria, escutar a sua Palavra, os seus recados e fazer a sua vontade. E a vontade de Deus para cada um deles e para cada um de nós é que O amemos a sério e com muita verda- de, cumprindo todos os nossos deveres para com Deus e para com todas as pessoas.

3. Convite à reparaçãoEstamos a perceber que o Anjo transmitiu aos Pastorinhos vários

convi- tes de Deus: convidou-os à oração, à adoração e à reparação. Reparar é amar muito; é estar com… é consolar quem está triste, sofre ou é ofendido.

Nesta oração ‘Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço- Vos perdão, para os que não crêem, não adoram, não esperam e

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III - Propostas para a vivência do tema

não Vos amam’, os três Pastorinhos foram convidados pelo Anjo a rezar e a pedir perdão a Deus pelos pecados dos outros, ou seja, por todos os que não acre- ditam n’Ele, não O adoram, não confiam n’Ele e não O amam. Deus é muito

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ofendido e magoado pelos pecados daqueles que vivem longe d’Ele, pelos que O ignoram e desprezam, pelos que fazem o mal.

Na 3ª aparição, o Anjo, ao dar-lhes a comunhão, pediu mesmo: Consolai o vosso Deus! Isto significa que Deus está muito ofendido. Há muito ódio no mundo, muita guerra, muita vingança, muitos pecados. Consolar Deus é pois reparar, dar-Lhe alegria na vez dos que O entristecem, não só em ora- ção/adoração, mas também na nossa própria vida vivida com muito amor e responsabilidade.

Os Pastorinhos levaram a sério este pedido do Anjo. Ficaram muito impressionados, quando souberam que Deus estava assim tão triste. Depois das aparições, o Francisco só pensava em dar alegria a Jesus. Por isso, sempre que podia, ia à Igreja da sua paróquia, estar na companhia de Jesus escon- dido. Ficava horas seguidas a consolar, a escutar, a falar com o seu grande Amigo, Jesus Eucaristia. Ele não O via – tal qual não via o vento, nem o ar– mas sabia que Ele estava lá à sua espera. Estar ali, na sua companhia, fazia sentir o seu coração feliz, muito feliz. E ele tinha, também, a certeza de que Jesus gostava muito da sua oração, da sua companhia, da sua presença.

Às vezes dizia às companheiras: – Gosto tanto de Deus! Mas Ele está tão triste, por causa de tantos pecados! Nós nunca havemos de fazer nenhum.

Dar alegria a Deus foi uma preocupação constante na vida do Francisco: até podemos dizer que ele foi o grande consolador de Jesus escondido.

Os Pastorinhos aceitaram com muito amor todos os convites vindos do Céu. Por isso, decidiram ser diferentes nos seus comportamentos, nas suas atitudes e, sobretudo, na sua oração. A vida deles foi uma oferta total a Deus, ajudando todas as pessoas. Dar alegria a Deus exige, como sabemos, muitos sacrifícios; mas eles nunca tiveram medo! Deixaram-se conduzir por Jesus, por Nossa Senhora, e depressa começaram a ter comportamentos, atitudes e gestos lindos que agradavam a Deus e surpreendiam a todos.

Começaram a rezar mais e melhor; a serem mais obedientes; a

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respeitar e a pensar nos outros; a partilhar o que tinham com os mais pobres; a fazer bem os seus trabalhos e muitos outros sacrifícios que eles inventavam para oferecerem a Deus pela conversão dos pecadores.

Os convites de Deus através do Anjo, no ano de 1916, não serão,

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também para nós, hoje? Foram entregues a três crianças. A mais velha, antes de morrer, com 92 anos, a Irmã Lúcia, deu a conhecer todos estes convites, dizendo que também eram para todos nós, para todas as pessoas do mundo inteiro. Somos livres em aceitá-los ou não, pois Deus respeita a nossa liber- dade. No entanto, Ele espera sempre que Lhe digamos sim, porque deseja o nosso amor, a nossa generosidade.

Se abrirmos o nosso coração a Deus e Lhe dermos a atenção que Ele merece, então estamos a aceitar os convites: Orai comigo e orai assim! Consolai o Vosso Deus!

B - Indicações pedagógicas1. Para o desenvolvimento da catequese a nível temático,

apre- sentam-se três opções:1ª Opção

a) Dar a catequese na sua totalidade, num único momento.b) Para a adoração eucarística, sugere-se outro momento

específico.

2ª Opçãoa) Apresentar a catequese durante uma manhã ou uma tarde e

cul- minar com a adoração eucarística.

3ª Opçãoa) Apresentar a catequese de forma mais prolongada, ou seja,

em três momentos: um encontro para o convite à oração; outro para o convite à adoração e outro para o convite à reparação.

b) Sugere-se um momento específico para a adoração eucarística. (Os cânticos para a adoração eucarística poderão ser aprendidos pelas crianças ao longo da catequese, para quem escolher a 2ª ou a 3ª opção.)

III - Propostas para a vivência do tema

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2. Actividadesa) Num rectângulo de cartolina, escrever a oração: Meu Deus,

eu creio, adoro, espero e amo-Vos… Depois, rezá-la em grupo no local da catequese ou diante do sacrário. Pode-se, também, dar às crianças pagelas com a oração do Anjo.

b) Aprender e cantar o seguinte cântico: Cristo Jesus, Tu me cha- maste (H. Faria)

Cristo Jesus, Tu me chamaste Eu Te respondo: estou aqui.Tu me chamaste pelo meu nome, Eu Te respondo: estou aqui. (bis)

3. Frases que podem ser apresentadas durante a catequesea) Orai comigo!b) Orai comigo e orai assim!c) Santíssima Trindade, adoro-Vos profundamente…d) Consolai o vosso Deus.

C - Tempo de adoração eucarísticaTema: Santíssima Trindade, adoro-Vos profundamenteSugere-se que esta frase seja utilizada na adoração e colocada em

lugar bem visível, por exemplo: diante do altar, de modo a ser lida por todas as crianças.

Propõe-se um momento de adoração eucarística diante do Santíssimo Sacramento exposto. Este momento de oração deve ser devidamente pre- parado pelo orientador, assim como as crianças devem ser motivadas e bem preparadas para a adoração. Pode-se, também, fazer este momento de oração junto do sacrário. Neste caso, o orientador fará as adaptações necessárias ao esquema apresentado.

1. AcolhimentoOrientador: Estamos, hoje, aqui, porque conhecemos alguns convites

que Deus fez aos Pastorinhos, através do Anjo de Portugal:

Maria Emília Orai comigo - Catequese para

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- Convite à oração… (Rezai e rezai muito).- Convite à reparação… (Consolai o vosso Deus).- Convite à adoração… (Meu Deus, eu creio, adoro…).Conhecemos estes convites e como os Pastorinhos, queremos aceitá-

-los, porque eles são também para nós, para todas as pessoas. Por isso, vie- mos para estar um momento com Jesus Eucaristia. Vamos escutá-l’O e falar com Ele. Vamos louvá-l’O, consolá-l’O e adorá-l’O.

O silêncio ajuda a preparar o nosso coração para este momento tão im- portante. (Silêncio). Vamos senti-lo dentro de nós… Pensemos em Jesus… Ele está à nossa espera, para escutar a nossa oração… (Silêncio).

2. Início da oraçãoEntram em duas filas, em silêncio ou com fundo musical. Depois

de to- dos estarem nos seus lugares, canta-se o cântico:Cristo Jesus, Tu me chamaste, Eu Te respondo: estou aqui.Tu me chamaste pelo meu nome, Eu Te respondo: estou aqui. (bis)

Orientador: Estamos, aqui, porque Jesus nos chamou; Ele fez-nos um convite para estarmos na Sua companhia e nós viemos. Vamos mostrar-Lhe que O queremos seguir e amar com muita verdade.

3. Exposição do Santíssimo De joelhosOração silenciosa

Orientador: Estamos diante de Jesus Eucaristia. Jesus Ressuscitado está presente nesta hóstia santa que está sobre o altar. No silêncio do nosso cora- ção, digamos baixinho: Jesus, eu estou aqui…; Amo-Te muito…; Quero ser teu amigo… (Silêncio).

III - Propostas para a vivência do tema

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4. InvocaçõesDe joelhos. Todos repetem cada invocação:

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Jesus, eu creio em Ti. Tu és o meu Senhor. Adoro-Te, Jesus.Eu amo-Te. Eu louvo-Te.

5. CânticoTão perto de mim, Tão perto de mim.Que até eu Lhe posso tocar. Aqui está Jesus. (bis)

6. Momento de reflexãoSentadosO orientador fará uma breve reflexão sobre a frase: Santíssima Trindade,

adoro-Vos profundamente…Apelar para a leitura da frase… Esta frase faz parte da oração que o

Anjo ensinou aos Pastorinhos, na terceira aparição. Vamos pensar na palavra«adorar». Todos repetimos muitas vezes esta palavra: dizemos que adora- mos um grupo musical, um desporto, um alimento… Quando, utilizamos esta palavra, queremos dizer que gostamos muito de alguma coisa.

Mas o verdadeiro sentido desta palavra é dirigido a Deus: adorar, signi- fica prestar culto, homenagem a Deus. Adoramos unicamente a Deus. Nem sequer adoramos Nossa Senhora e os Santos, pois não são deuses.

Adorar a Deus, como vimos na catequese, é amá-l’O com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, com todas as nossas forças. Adorar a Deus é consolá-l’O, é reconhecer que Ele é Tudo para nós e que nós existimos n’Ele e graças a Ele. Sem Deus a nossa vida não vale

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nada. Adorar a Deus é deixá--l’O ocupar o primeiro lugar no nosso coração.

Os Pastorinhos compreenderam isto muito bem. Deus, para eles, foi o único e o mais importante das suas vidas. Deram a Deus todo o amor dos seus corações e só tinham um desejo: dar-Lhe alegria, escutar a sua palavra, os seus recados e fazer a sua vontade.

Maria Emília Orai comigo - Catequese para

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Na terceira aparição, o Anjo depois de dar a comunhão aos Pastorinhos, fez-lhes um convite muito importante: Consolai o vosso Deus! Consolá-l’O porque Ele está muito ofendido, isto é, muito magoado e triste com o ódio no mundo, a guerra, a vingança, os pecados. Consolar Deus é pois, dar-Lhe alegria para compensar os que O entristecem.

Neste momento, nós estamos, também, a dar alegria a Deus; estamos a consolá-l’O. E consolamos Deus, não só quando rezamos, mas também com a nossa própria vida vivida com muito amor e responsabilidade.

Em silêncio e de olhos fechados para não nos distrairmos, vamos pen- sar: Quero amar a Deus mesmo a sério cumprindo os meus deveres para com Deus e todas as pessoas? (Silêncio) Quero consolá-l’O rezando mais e melhor? (Silêncio) Quero dar-Lhe o primeiro lugar no meu coração? (Silêncio)

7. CânticoJesus, eu amo-Te (4 x) Tu és o meu Senhor (4 x) Jesus, eu creio em Ti (4 x)

8. Oração de adoraçãoRezemos a oração que o Anjo ensinou aos Pastorinhos. Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos.Peço-Vos perdão, para os que não crêem, não adoram, não

esperam e não Vos amam.

9. Pai NossoOrientador: Agora, de braços levantados, exprimindo o nosso louvor

e a nossa alegria, vamos rezar com muito amor, unidos a Jesus aqui presente, a oração que Ele nos ensinou:

Pai Nosso que estais nos Céus…

III - Propostas para a vivência do tema

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10. Bênção EucarísticaSe estiver um sacerdote, canta-se um cântico eucarístico e ele dá a

bên- ção com o Santíssimo Sacramento.

10.1. CânticoÓ verdadeiro Corpo do Senhor, Nascido para nós da Virgem Mãe, Penhor da eterna glória prometida, Ó verdadeiro Corpo do Senhor.

10.2. Bênção do Santíssimo

11. Cântico Final Cantemos alegres A uma só voz. Francisco e Jacinta Rogai por nós.

Salve, salve, pastorinhos Nosso encanto e alegria. Salve, salve, pastorinhos Predilectos de Maria.

Cantemos alegres…

Maria Emília Orai comigo - Catequese para

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Queremosoferecer-nos a Deus Catequese para crianças

Maria Luísa Boléo

Estudos

www.fatima.pt/documentacao

Em COSTA, Bernardino, coord.

– Quereis oferecer-vos a

Deus?: itinerário temático do

Centenário das Aparições de

Fátima: 2.º ciclo.

Fátima: Santuário de Fátima, 2011.

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QUEREMOS OFERECER-NOS A DEUS CATEQUESE pARA CRIANÇAS

Maria Luísa Boléo

I – Introdução

reflexão para o catequIsta

1. O sentido da vidaTodos nós procuramos, ainda que uns mais

intensamente do que outros, descobrir que sentido tem viver, porque estamos neste mundo, que haverá para além dele. Alguns desistem de encontrar uma resposta, contentando-se com uma rotina ou atordoando-se com prazeres fáceis. Outros, porém, não cessam de se interrogar e, mesmo quando a fé responde às suas inquietações, têm consciência de que a vida é toda ela uma busca, um caminho que conduz pro- gressivamente à descoberta total.

Para nós, cristãos, «a nossa esperança tem fundamento real, apoia-se num acontecimento que se coloca na história e ao mes- mo tempo excede-a: é Jesus de Nazaré. E o entusiasmo que a sua sabedoria e poder salvífico suscitavam nas pessoas de então era tal que uma mulher do meio da multidão exclama: “Feliz Aquela que Te trouxe no seu ventre e Te amamentou ao seu peito”. Contudo Jesus observou: “Mais felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 11, 27. 28). Mas quem tem tempo para escutar a sua palavra e deixar-se fascinar pelo seu amor? Quem vela, na noite da dúvida e da incerteza, com o coração acordado em oração? Quem espera a aurora do dia novo, tendo acesa a chama da

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Maria Emília Orai comigo - Catequese para

fé?» (Homilia do Papa Bento XVI, Santuário de Fátima, 13 de Maio de 2010).

Maria Luísa

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Em Jesus encontramos o verdadeiro sentido da vida e a orientação para o caminho, mesmo quando este dá muitas voltas até chegar à meta.

2. Quereis oferecer-vos a Deus?Esse caminho que temos de percorrer se

acreditamos em Je- sus Cristo passa necessariamente pelo amor aos outros, pelo serviço dos outros. “Nós sabemos que passámos da morte para a vida, por- que amamos os irmãos. (…) Foi com isto que ficámos a conhecer o amor: Ele, Jesus, deu a sua vida por nós; assim também nós deve- mos dar a vida pelos nossos irmãos” (1 Jo 3, 14.16). A única forma que temos de manifestar o nosso amor a Deus é o amor que de- vemos ter aos nossos irmãos: «Se alguém disser: “Eu amo a Deus”, mas tiver ódio ao seu irmão, esse é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê» (1 Jo 4, 19-20).

O Papa Bento XVI, na sua visita a Portugal em 2010, desen- volveu a ideia da forma como somos responsáveis uns pelos outros:«Iludir-se-ia quem pensasse que a missão profética de Fátima es- teja concluída. Aqui revive aquele desígnio de Deus que interpela a humanidade desde os seus primórdios: “Onde está Abel, teu ir- mão? […] A voz do sangue do teu irmão clama da terra até Mim” (Gn 4, 9). O homem pôde despoletar um ciclo de morte e ter- ror, mas não consegue interrompê-lo… Na Sagrada Escritura, é frequente aparecer Deus à procura de justos para salvar a cidade humana e o mesmo faz aqui, em Fátima, quando Nossa Senhora pergunta: “Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os so- frimentos que Ele quiser enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que Ele mesmo é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?”» (Memórias da Irmã Lúcia, I, 162 –

Queremos oferecer-nos a Deus -

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Homilia do Papa Bento XVI, Santuário de Fátima, 13 de Maio de 2010).

Maria Luísa

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O Santo Padre sublinhou, portanto, apoiando-se na Mensa- gem de Fátima, a necessidade de sermos responsáveis pelos nossos irmãos e o carácter profético contido nessa atitude. Amar os ir- mãos, preocupando-se com eles, entregando-se a eles totalmente, é a melhor forma de concretizar a oferta de nós mesmos ao Senhor, que a Virgem pediu aos pastorinhos

3. Faça-se em mim…«Imitemos Maria, fazendo ressoar na nossa vida o seu

“faça--se”!» (Papa Bento XVI, Santuário de Fátima, 12 de

Maio de 2010). Ao ouvir as palavras do anjo que lhe anunciava ter sido esco-

lhida para dar à luz “o Filho do Altíssimo”, que seria concebido por- que “o Espírito Santo viria sobre ela”, Maria respondeu: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (cf. Lc 1, 32-38). Estas palavras tornaram-se para sempre a expressão da atitude de total entrega e aceitação da vontade do Senhor que elas manifes- tam. Quando a Virgem, em Fátima, interroga as três crianças sobre a sua disponibilidade para se abandonarem nas mãos do Senhor (“quereis oferecer-vos a Deus…?”) sabia até onde pode levar essa entrega. Depois do seu “faça-se” teve de passar pelo risco de ser acusada de conceber ilegitimamente um filho; deu à luz esse filho em viagem e na pobreza, longe do seu ambiente familiar; pouco depois tornou-se refugiada no Egipto; perplexa, deu pela falta do seu filho de doze anos e procurou-o angustiada durante três dias, até o encontrar no Templo, a assumir-se como Filho de Deus; viu o filho, já adulto, dar início a uma vida itinerante, percorrendo os caminhos da Palestina e afastando-se cada vez mais dela, entregue à sua

Queremos oferecer-nos a Deus -

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missão; por fim, passou pela maior angústia que pode atin- gir uma mãe, quando o seu filho foi preso, torturado, condenado e morreu pregado numa cruz, mas manteve-se firmemente junto dele. Mesmo depois da alegria da ressurreição teve de readaptar a sua vida a uma nova realidade, na qual adoptou, na pessoa de João,

Maria Luísa

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todos os filhos nascidos da salvação realizada por Jesus. Segundo uma tradição antiga terá “emigrado” de novo, no fim da sua vida, acompanhando João e indo viver em Éfeso.

Assim, quando Nossa Senhora perguntou aos pastorinhos se queriam oferecer-se a Deus “para suportar todos os sofrimentos que Ele quisesse enviar-lhes”, sabia que um acto de entrega tem de ser incondicional, sem que se possa imaginar até onde nos pode levar. No caso do Francisco e da Jacinta, as suas vidas foram muito curtas e com um fim bem doloroso. Já a Lúcia viveu uma longa vida de fidelidade na oferta de si mesma feita aos 10 anos.

Peçamos à Mãe de Jesus e nossa mãe, Nossa Senhora do Sim, que nos ajude a dizer sim e a ser fiéis a essa entrega.

Objectivos: Descobrir que Deus nos pede que nos

entreguemos a Ele. Desejar corresponder aos apelos do Senhor. Concretizar a entrega ao Senhor na partilha com

os outros.

Observações Pedagógicas: Este tema vai ao encontro da generosidade

própria das crianças, mas deve haver o cuidado de procurar que o desejo de corresponder ao amor de Deus se traduza em atitudes concretas.

Evitou-se na apresentação do diálogo que teve lugar na pri- meira aparição as referências aos “sofrimentos que Deus quisesse enviar-lhes”. É certo que a pergunta, naquele tempo, foi feita a crianças, mas o tema do sofrimento, já de si tão complexo, apresen- tado como vindo de Deus seria difícil de justificar.

Queremos oferecer-nos a Deus -

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A tónica foi, portanto, posta na entrega de si mesmo, na

doação que cada um pode fazer de si mesmo para corresponder ao amor de Deus, sem deixar, no entanto, de chamar a atenção para o sofrimento que pode vir ao nosso encontro, na sequência dessa entrega.

Maria Luísa

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Esta catequese foi pensada para crianças de 3º/4º catecismo, mas pode ser utilizada, mediante algumas adaptações, com crianças mais velhas, ou até adolescentes. Não se aconselha a sua utilização com crianças mais pequenas, dada a complexidade do tema.

Materiais: Fotografia dos três pastorinhos. Imagem de Nossa Senhora com os três

pastorinhos. Frase 1: Quereis oferecer-vos a Deus? Frase 2: Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra. (Lc 1, 38). Pequenos quadrados de papel, um para cada

pessoa. Pequeno cesto colocado junto do crucifixo da

sala.

II – desenvolvImento da catequese

Experiência HumanaHoje vamos recordar três meninos que já

conhecemos e um acontecimento que se deu no nosso país há muitos anos. Chama- vam-se Lúcia, Francisco e Jacinta. Quem sabe quem eram esses meninos?... (Breve diálogo). Sim, foram os meninos a quem Nossa Senhora apareceu na Cova da Iria, junto de Fátima. O Francisco e a Jacinta eram irmãos e eram os mais novos de uma grande família. A Lúcia também era a mais nova dos irmãos e era prima dos ou- tros meninos. (Fotografia dos três pastorinhos). Todos três tomavam conta juntos dos rebanhos de ovelhas dos respectivos pais. Viviam em Aljustrel, uma pequenina aldeia muito perto de Fátima. No dia 13 de Maio de 1917,

Queremos oferecer-nos a Deus -

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guardavam os rebanhos num lugar próximo, chamado Cova da Iria. Foi então que Nossa Senhora lhes apareceu pela primeira vez. (Imagem de N. S.ª com os três pastorinhos). De- pois de trocar algumas palavras com a Lúcia, Nossa Senhora per- guntou: “Quereis oferecer-vos a Deus?” (Afixar Frase 1 e dialogar

Maria Luísa

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sobre ela com as crianças. Verificar se compreendem). O que quererá dizer “oferecer-se a Deus”?... Dar-se, entregar-se a Deus… Os três meninos responderam que sim. Aceitaram entregar-se totalmente a Deus sem saberem ainda o que ia ser a vida deles. Entregaram-se com toda a confiança.

Palavra de DeusQuando Nossa Senhora fez aquela pergunta aos

meninos, sabia bem o que estava a pedir-lhes. Também a ela Deus tinha um dia feito uma pergunta semelhante. Sabemos que Nossa Senhora vivia em Nazaré, na Palestina. Um dia, um anjo enviado por Deus veio dizer-lhe que tinha sido escolhida para ser a mãe do Filho de Deus. Lembram-se como foi? Como é que o anjo a cumprimen- tou?... “Ave, ó cheia de graça, o Senhor está contigo”… É o que nós também dizemos quando rezamos a Ave-Maria.

Leitura de Lc 1, 30-33. 38Disse-lhe o anjo: “Maria, não temas, pois achaste

graça dian- te de Deus. Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David, reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim.” (…) Maria disse então: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.” E o anjo retirou-se de junto dela.

Silêncio(Dialogar com as crianças sobre a leitura) …O

anjo disse a Maria que ela ia ter um filho. Quem era esse filho? … Sim, era Jesus, o Filho de Deus. O anjo diz que ele vai receber o “trono de David”, que tinha

Queremos oferecer-nos a Deus -

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sido um grande rei em Israel e que era antepas- sado de Jesus. Também diz que há-de reinar para sempre na “casa de Jacob” que tinha sido um dos homens mais importantes quando

Maria Luísa

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o povo de Israel ainda estava a começar a existir. Tudo isto queria dizer que o menino que havia de nascer não era um menino qual- quer. Era realmente o próprio Filho de Deus. E o que é que Maria respondeu ao anjo?... (Afixar Frase 2). Maria aceitou pôr-se inteira- mente à disposição do Senhor, ofereceu-se totalmente a Deus para o que Ele quisesse fazer dela.

Nós conhecemos um bocadinho do que foi a vida de Maria, o suficiente para sabermos que passou muitas dificuldades. Quan- do estava à espera de Jesus, teve de viajar de Nazaré para Belém e Jesus nasceu numa gruta onde se guardavam os animais. Pouco depois, Maria e José tiveram de fugir com Jesus para o Egipto por causa da perseguição do rei Herodes. E quando Jesus foi preso, como terá sido para a sua mãe vê-lo maltratado e, finalmente, pre- gado numa cruz?...

Mas Maria tinha-se oferecido a Deus para cumprir a von- tade dele, ser a mãe do seu Filho, com todas as alegrias e todo o sofrimento que isso pudesse trazer-lhe. Quando disse “faça-se” entregou-se mesmo toda a Deus, disposta a aceitar tudo.

E nós, também seremos capazes de nos oferecermos a Deus? Vamos pensar um bocadinho, cada um no nosso coração… (Si- lêncio) Temos amor a Deus suficiente para dizermos como Maria “faça-se”, ou como os pastorinhos quando responderam a Nossa Senhora que aceitavam oferecer-se a Deus?...

Expressão de Fé(Distribuir pequenos quadrados de papel pelas

crianças, fi- cando também o catequista com um). Agora vamos escrever neste bocadinho de papel o que pensámos, o que queremos dizer a Deus, do fundo do nosso coração. O que vamos escrever é só entre cada um de nós e Deus. (Todos escrevem o que entenderem no papel). Agora vamos dobrar os papéis e vamos

Queremos oferecer-nos a Deus -

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oferecê-los ao Senhor, colo- cando-os naquele cestinho. E vamos cantar:

Maria Luísa

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Cântico: Pai, eu te adoro (Cantemos todos, 11ª edição, nº 434)Pai, eu te adoro.Te ofereço a minha vida. Como eu te amo!

Jesus Cristo, eu te adoro. Te ofereço a minha vida. Como eu te amo!

Espírito Santo, eu te adoro. Te ofereço a minha vida.Como eu te amo!

Trindade Santa, eu te adoro. Te ofereço a minha vida.Como eu te amo!

E agora, todos juntos, diante do nosso Deus que nos ama tanto e nos tem dado tantas coisas, vamos dizer-lhe:

Oração:- Senhor, nós somos teus amigos. Ajuda-nos a dar-te o nosso coração.

Queremos oferecer-nos a Ti, mas nem sempre temos forças para cumprir a tua vontade.- Senhor, nós somos teus amigos. Ajuda-nos a dar-te o nosso coração.

Queremos ficar à tua disposição para tudo

Queremos oferecer-nos a Deus -

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quanto quiseres de nós.- Senhor, nós somos teus amigos. Ajuda-nos a dar-te o nosso coração.

Sabemos que Tu, Senhor, és forte e nos dás forças nas difi- culdades.- Senhor, nós somos teus amigos. Ajuda-nos a dar-te o nosso coração.

Maria Luísa

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Contigo, Senhor, nós vamos ter força para tudo quanto quiseres pedir-nos.- Senhor, nós somos teus amigos. Ajuda-nos a dar-te o nosso coração.

Como é que os três meninos, depois de se oferecerem a Deus, foram capazes de levar a sério essa oferta que tinham feito ao Se- nhor? Eles foram descobrindo que, como Nossa Senhora, tinham de fazer sempre a vontade de Deus. E a melhor maneira de fazer a vontade de Deus é fazer tudo o que podemos pelos outros. E por isso eles procuraram ajudar todos, ter paciência para com todos, mesmo para com aqueles que os tratavam mal, porque não acredi- tavam que eles tinham visto Nossa Senhora. Muitas vezes até da- vam a merenda que as mães lhes preparavam a meninos pobres que não tinham merenda para comer. Também aceitaram com amor todo o sofrimento por que tiveram de passar. Tanto o Francisco como a Jacinta tiveram uma doença grave, que lhes causou grande sofrimento e morreram ainda antes de fazerem 11 anos. A Lúcia, quando cresceu, entrou para um convento e morreu já muito ve- lhinha, depois de uma longa vida em que teve, com certeza, muitas alegrias e muitos momentos difíceis.

E nós? Que poderemos fazer para nos entregarmos de verda-

de ao Senhor? Vamos pensar um bocadinho como é que cada um de nós se há-de dar a Deus… De que maneira poderemos ajudar os outros?... Partilhar o que temos com os outros…

Com a ajuda de Deus havemos de descobrir a melhor manei- ra de nos darmos a Ele e havemos de ser capazes de o fazer.

Depois de uns momentos de reflexão, poderão

Queremos oferecer-nos a Deus -

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desenhar como podem concretamente “entregar-se a Deus”. Terminar, re- tomando o cântico: Pai, eu te adoro. Te ofereço a minha vida. Como eu te amo!

“Quereis oferecer-vos a Deus?”Despertar da Fé com os Pastorinhos

Maria José Bruno

Estudos

www.fatima.pt/documentacao

Em COSTA, Bernardino, coord.

– Quereis oferecer-vos a

Deus?: itinerário temático do

Centenário das Aparições de

Fátima: 2.º ciclo.

Fátima: Santuário de Fátima, 2011.

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“QUEREIS OFERECER-Vos A DEUS?”DESPERtAR DA Fé com os PASTORINHOS

Maria José Bruno

É o convite que é feito, a três crianças que guardavam um pe- queno rebanho de ovelhas, na Cova da Iria. Deus oferecia àquelas crianças um encontro, tão maravilhoso como singular. A linda Senhora surpreende, assusta e encanta: “Não tenhais medo”, foram as palavras que os pastorinhos escutaram da Senhora mais brilhante que o sol. No diálogo com a Senhora, protagonizado pela Lúcia, as crianças dão o seu sim a Deus, e assim inicia o que, nos desígnios de Deus, é hoje Fátima para Portugal e para o mundo.

Contar a história do que aconteceu, naquele dia, a crianças pe- queninas, num contexto favorável, pode despertar nelas a abertura à relação com o mistério de Deus.

1. contar o que aconteceu no dIa 13 maIo de 1917

Queres conhecer uma história bonita e verdadeira?É a história de três meninos: Lúcia, Jacinta e

Francisco. Eles viviam numa pequena povoação que se chamava Aljustrel. Nesse tempo as crianças começavam muito cedo a trabalhar.

- Sabem qual era o trabalho deles?Guardavam as ovelhas dos seus pais. Levavam o

rebanho para os campos, para os animais se alimentarem. A Jacinta tinha sete anos, o Francisco

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Queremos oferecer-nos a Deus - quase nove e a Lúcia tinha dez anos. Jacinta e Francisco eram irmãos e eram primos de Lúcia.

Na manhã do dia 13 de Maio de 1917, num Domingo, de- pois de irem à missa com os pais, lá saíram eles os três com as ovelhas. Iam devagar e as ovelhinhas iam pastando pelo caminho.

Maria José

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Chegaram a um lugar de pastagem, chamado Cova da Iria por volta do meio-dia e puseram-se os três a brincar, construindo uma parede, enquanto as ovelhas iam pastando.

De repente, viram um clarão, que parecia um relâmpago. Pensaram que viria trovoada e começaram a conduzir o rebanho pela encosta abaixo. Depois veio outro relâmpago.

Avançaram um pouco mais e vêem sobre uma árvore peque- nina, uma carrasqueira, uma Senhora, vestida de branco, mais bri- lhante que o Sol.

Ficaram parados a olhar para aquela linda Senhora. A Lúcia diz que não tiveram nenhum medo daquela Senhora.

As primeiras palavras da Senhora foram: “Não tenham medo.

Eu não vos faço mal.”A Lúcia perguntou: - De onde é a Senhora? E a Senhora respondeu: - Sou do Céu!Então, a Lúcia perguntou: - O que é que a Senhora me quer?A Senhora disse-lhe: - Vim aqui para vos pedir que

venham aqui seis meses seguidos, no dia 13, a esta mesma hora. Depois digo quem sou e o que quero. Voltarei ainda uma sétima vez.

Depois a Lúcia perguntou: E eu também vou para o céu? “Sim, vais”. Respondeu a Senhora.E a Jacinta? Perguntou a Lúcia.“Também”, respondeu a Senhora. E acrescentou

depois: Quereis oferecer-vos a Deus para ajudar as pessoas (os meninos e as pessoas crescidas) que fazem o mal para que deixem de o fazer e passem a fazer o bem?

Sim queremos, disse Lúcia

“Quereis oferecer-vos a Deus?” - Despertar da Fé

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“Isso custa, e é difícil, mas a graça de Deus estará sempre com vocês, para vos dar coragem e consolação” disse-lhe a Senhora.

Ao dizer estas palavras, a Senhora abriu as mãos. E das pal- mas das suas mãos saia uma luz que os envolvia. Os três Pastorinhos sentiram que aquela luz entrava nos corações deles e fazia com que sentissem uma alegria e uma paz muito grande.

Maria José

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Os pastorinhos sentiram uma vontade muito grande de fi- carem de joelhos e rezaram em silêncio a oração: “Ó Santíssima Trindade, eu Vos adoro. Meu Deus, meu Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento”.

Passados uns momentos, a Senhora vinda do Céu acrescen- tou: “Rezem o terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra”.

Em seguida, com muita luz à sua volta, começou a elevar-se serenamente para o Céu, até desaparecer.

Depois daquele dia os pastorinhos juntavam-se os três para rezar, isto é, falar com Deus e conversavam entre eles.

O Francisco dizia: O que gostei mais foi de ver Nosso Senhor naquela luz que Nossa Senhora nos meteu no peito. Gosto tanto de Deus! Jesus está triste por causa de tantas maldades que muitas pessoas fazem. Nós não queremos fazer maldades.

2. conversar- Atender às diferentes perguntas que as crianças

fazem de- pois de lhes ser contada esta história e acentuar a pergunta de Nossa Senhora: Quereis oferecer-vos a Deus? Isto é, quereis dar o vosso coração a Deus, que vos quer tornar muito felizes?

- O que fizeram os pastorinhos depois do pedido da Senhora?

- O que é que os pastorinhos ofereciam a Deus?- E tu o que farias?- Ofereciam a amizade que tinham no seu coração,

pensavam como Deus é bom e como Ele quer que todas as pessoas sejam ami- gas e façam o bem. O Francisco gostava de rezar sozinho, a Jacinta e a Lúcia gostavam mais de rezar juntas o terço.

- O que é o terço? Nós também podemos rezar a Ave-Maria e o Pai Nosso…

“Quereis oferecer-vos a Deus?” - Despertar da Fé

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- Eles ofereciam orações: rezavam pelas pessoas, para que fos- sem boas e fossem também para o céu. Porque o que o Pai do Céu

Maria José

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quer é que todos sejam muito felizes. E é a fazer o bem que nós nos sentimos felizes.

- Eles até davam o lanche pensando que assim davam gosto a Jesus.

- Nós também podemos rezar como eles.

3. oraçãoPara educar as crianças para a oração é

importante a atitude do adulto e o modo como lida com a dinâmica das crianças. Facilita criar um contexto, por mais simples que seja, ex: uma vela acesa quando se reza, um jogo de silêncio, uma imagem, um poster…

Dar a Deus um bocadinho do nosso tempo, pois estamos com quem gosta tanto de nós!

Os Pastorinhos rezavam, às vezes, sozinhos e, outras vezes, juntos. Era assim que davam a Deus o tempo deles e sentiam ale- gria em dá-lo, como se dá um presente.

Nós vamos dar também um bocadinho do nosso tempo a Deus. Ele é tão bom para nós! Por isso Ele

merece a nossa atenção. Acendemos a vela e olhamos para ela, sem falar, por uns ins-

tantes.A luz é bonita para os nossos olhos e também

para o nosso coração.A vela acesa faz-nos lembrar aquela luz que a

Senhora mos- trou e de que o Francisco tanto gostou. A luz de Deus enche o nosso coração.

Podemos cantar: “Esta luz pequenina vou deixá-la brilhar!” Querem rezar como a Senhora pediu?

Sugestão: Hoje rezamos para que todos os pais e mães te- nham muita luz. A luz de Deus para verem bem o seu caminho e nos poderem assim

“Quereis oferecer-vos a Deus?” - Despertar da Fé

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ajudar.Rezamos pelos meninos para que descubram a luz de Deus.

Maria José

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Ajudar as crianças a usarem palavras delas para se exprimirem, por vezes são elas que facilitam o caminho da oração.

4. para fazer com as crIançasNo mês de Maio ou Outubro, ou nos dias 13 de

cada mês, fazer um pequeno altar em casa com a imagem de Nossa Senhora. Colocar uma vela e uma cesta junto do altar.

Combinar que aquela é a cesta onde vamos por as ofertas do nosso coração a Deus.

As coisas boas que se fazem no dia, podem simbolizar-se de diferentes modos:

O mais importante é que as crianças sintam que na sua famí- lia se leva a sério o que Nossa Senhora pediu.

Hoje, nós queremos oferecer a Deus o nosso coração, como a mais bela prenda que temos para Lhe

dar, neste momento do dia.A nossa oferta é simbolizada através de

pequenas coisas em que a criança também se envolve, por exemplo:

- Flores naturais que se colocam numa taça ou numa jarra.

- Rodas de papel ou cartolina pintadas. Estas vão-se juntan- do e enfiam-se numa fita ou num fio de algodão, fazem-se nós para separar as rodas e formar um terço no fim do período combinado.

- Bolinhas feitas com prata dos chocolates. Com estas tam- bém se pode fazer um terço

-Desenhos de pessoas que demonstram fazer bem.

BIBlIografIa:• Jacinta, Secretariado do Pastorinhos P – 2496

“Quereis oferecer-vos a Deus?” - Despertar da Fé

1

– Aparta- do 6 Fátima 20 de Fevereiro 1992• Bem – Aventurados, Madalena Fontoura,

Editora Rei dos Livros, Abril, 2000• Despertar da Fé – Patriarcado de Lisboa,

Editora Nova Terra ISBN 972-99735-1-2

A minha vida Senhor é dom do teu amor Estudos

www.fatima.pt/documentacao

Em COSTA, Bernardino, coord.

– Quereis oferecer-vos a Deus?:

itinerário temático do Centenário

das Aparições de Fátima: 2.º

ciclo.

Fátima: Santuário de Fátima, 2011.

Paulo Campino

1

A MINHA VIDA SENHOR é DOM DO TEU AMORPaulo Campino

1. oBjectIvos1.1. Reconhecer que a vida é dom de Deus.1.2. Descobrir respostas para oferecer hoje a

vida a Deus.1.3. Proporcionar encontro com o Deus da

vida.

2. IntroduçãoA sociedade em que vivemos tenta a todo o

momento afas- tar-nos de Deus. O homem do século XXI julga-se auto-suficiente e, como tal, tenta erradicar Deus da sua vida.

Os projectos de vida de cada adolescente não valorizam a dimensão do transcendente e Deus aparece ou como alguém com quem não tenho nada a ver ou então como um pronto-socorro para as minhas horas difíceis.

Com grande desejo de liberdade, de autonomia e auto afirmação é importante que Deus lhes seja

apresentado como o único que possibilita a liberdade plena num mundo marcado por tantas mudanças

culturais. Onde os valores são cada vez mais relativizados, onde a ética se esbate, a política não resolve os

problemas sociais e o desencanto e a falta de perspectivas profissionais estão muito presentes, só

Deus pode ser verdadeiramente a solução. Como nos disse o Papa Bento XVI na sua última presença entre

nós: “Senhor, a nossa grande esperança, está connosco; no seu amor misericordioso, oferece um

futuro ao seu povo: um futuro de comunhão consigo.” Por isso a nossa esperança tem fundamento real,

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“Quereis oferecer-vos a Deus?” - Despertar da Fé apoia-se num acontecimento que se coloca na

história e ao mesmo tempo excede-a: é Jesus de Nazaré. Então o caminho só pode ser feito com Jesus

Cristo. A per- gunta que nossa Senhora fez aos pastorinhos, tem de ser agora colo- cada aos

adolescentes: «Quereis oferecer-vos a Deus para suportar

Paulo

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todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em acto de repara- ção pelos pecados com que Ele mesmo é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?» (Memórias da Irmã Lúcia). Claro que a linguagem hoje é outra, a forma como os sofrimentos surgem também mudou muito, mas, no fundo, a problemática é sempre a mesma. Como é a minha relação com Deus? Como Lhe respondo às suas solicitações? Que caminhos seguir? Que modelos imitar? De quem falar aos homens de hoje? Tal como aos pastorinhos, a per- gunta continua a estar centrada no serviço à Igreja. Os pastorinhos manifestam que estão dispostos a assumir a atitude fundamental dos discípulos de Cristo e membros da Igreja: assumem a sua con- dição de baptizados e, com Cristo, são novas criaturas.

Os Pastorinhos estavam totalmente possuídos do amor a Je-

sus e convencidos que poderiam ajudar a tornar o mundo melhor. Temos de ajudar os adolescentes a centrar a sua vida em Cristo e a crescer no amor a esse Senhor de vida. Como seria interessante que, tal como a Jacinta, cada um pudesse afirmar: “Gosto tanto de dizer a Jesus que O amo! Quando Lh’o digo muitas vezes, parece que tenho lume no peito, mas não me queimo. Outra vez dizia:– Gosto tanto de Nosso Senhor e de Nossa Senhora, que nunca me canso de Lhes dizer que Os amo.” (Memórias da Irmã Lúcia)

Quereis oferecer-vos a Cristo? Como colocar esta questão hoje? Escolhemos o evangelho do Jovem Rico, em Mt 19, 16-21, e gostaríamos que cada um trabalhasse o texto, meditando na respos- ta que daria a Jesus. Vem e Segue-Me.

Este é o grande objectivo desta catequese: que cada um seja capaz de encontrar a forma de, nos tempos de hoje, se oferecer a Deus. Não deve ser trabalhada com falsos moralismos, nem limi- tando a

A minha vida Senhor é dom

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liberdade criativa da oferta. Os pastorinhos consideravam que o oferecimento passa pelo sofrimento, daí que tenham feito tantas mortificações, mas os tempos hoje são outros, as ofertas e as mortificações também, sem perder de vista o seguimento de Cristo,

Paulo

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que se revê no Pai e O revela, revelação que abarca o homem, na medida em que entender as suas angústias e o seu sofrimento. Se- guir Jesus hoje é abrir o horizonte de uma esperança certa que não desilude, é reconhecer o fundamento sobre o qual apoia a vida, é não ter medo de arriscar a própria vida.

3. desenvolvImento

3.1. Experiência HumanaA vida de cada pessoa é um “dom de ternura

com Deus”. O homem, enquanto criado à imagem e semelhança de Deus, está em comunhão com todos e é, com todos, gerador de vida em abun- dância. Neste primeiro momento pretende-se que os adolescentes reflictam sobre a sua própria vida.

O animador entrega a cada elemento do grupo uma folha com as seguintes questões:

a) Há alguma coisa que te preocupe?b)Há alguma coisa que te faça muito feliz?c)Quais os traços mais positivos da tua

personalidade?d)Quais os traços mais negativos da tua

personalidade?e) Qual o valor que mais aprecias numa pessoa? f ) Como ocupas os teus tempos livres?(o animador deve dar tempo para reflectir, ir

passando por cada elemento do grupo e evitar respostas vulgares)

Depois de responderem às questões, na folha, o animador coloca uma grande folha de papel de cenário para que cada um, usando fotos, palavras,

A minha vida Senhor é dom

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desenhos, etc…, possa responder de forma simbólica à seguinte questão: “quem sou?”

Paulo

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Quando todos terminarem a sua colagem, em silêncio, dedi- car algum tempo para que o grupo analise o trabalho final.

(o animador deve dar tempo suficiente; o silêncio é importan-

te; uma música de fundo pode ajudar)Concluído o mural, o grupo analisa-o e cada

elemento apre- senta os aspectos mais sugestivos e importantes que quer realçar.

(o animador proporcionar a participação de todos sem prota-

gonismos)No final desta análise, o grupo atribui um Título ao mural. (o animador deve ajudar a fazer a síntese e

realçar os aspectos mais importantes)

3.2. Palavra de DeusEste momento da catequese deve ser trabalhado

ao “jeito” de “Lecio Divina”.O animador convida cada elemento a ler o texto em silêncio

- Mt 19, 16-21:Aproximou-se dele um jovem e disse-lhe:

«Mestre, que hei-de fa- zer de bom, para alcançar a vida eterna?» Jesus respondeu-lhe: «Porque me interrogas sobre o que é bom? Bom é um só. Mas, se queres entrar na vida eterna, cumpre os mandamentos.» «Quais?» – perguntou ele. Retorquiu Jesus: Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe; e ainda: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe o jovem: «Tenho cumprido tudo isto; que me falta ainda?» Jesus respondeu: «Se queres ser perfeito, vai, vende o

A minha vida Senhor é dom

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que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me.» Ao ouvir isto, o jovem retirou---se contristado, porque possuía muitos bens. Jesus disse, então, aos discí- pulos: «Em verdade vos digo que dificilmente um rico entrará no Reino do Céu. Repito-vos: É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino do Céu.» Ao ouvir isto, os dis- cípulos ficaram estupefactos e disseram: «Então, quem pode salvar-se?»

Paulo

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Fixando neles o olhar, Jesus disse-lhes: «Aos homens é impossível, mas a Deus tudo é possível.»

Depois de lido em voz alta e individualmente deve iniciar-se a reflexão. O animador não deve perder de vista o objectivo central desta catequese, que consiste em reconhecer Deus como Senhor da Vida e em estar disponível para que cada um, agora a seu jeito, se ofereça a Deus.

Dando sempre espaço para o diálogo e partilha em oração, o animador deve reforçar as seguintes ideias centrais do texto:

a)A questão da formulação da pergunta. Trata-se de vida, que é sempre exuberante e bela; o que fazer para a ter sempre, ter plenamente, não a delimitar no tempo e no espaço, não reduzindo ao aqui e agora?b)O aqui e agora deve garantir autenticidade e questionar o sentido da vida. A pergunta, hoje, poderia ser: que devo fazer para que minha vida tenha sentido? Ou seja: como devo viver, para colher plenamente os frutos da vida? Ou ainda: que devo fazer para que a minha vida não passe inutilmen- te? Estou satisfeito com a minha vida? Ou falta-me ainda qualquer coisa? Nesta pergunta podemos vislumbrar uma condição muito semelhante à de cada um de nós. Também nós somos ricos de qualidades, energias, sonhos, esperanças, recursos que possuímos em abundância!

(O animador deve dar tempo para que cada um possa responder interiormente)

c)Só Jesus pode ser a resposta. Mas Jesus quer

A minha vida Senhor é dom

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entrar na vida daquele Jovem, e, como o conhece e sabe das suas angús- tias interiores, Ele próprio o questiona: por que me chamas

Paulo

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“bom”? Nesta pergunta encontra-se a chave da resposta. Aquele jovem percebeu que Jesus é bom e que é mestre. Um mestre que não engana. Reconhecer, no entanto, que Jesus é bom, não é suficiente, é necessário mais.d)É necessário estar aberto à bondade e à beleza. Aí se co- nhece Deus. Ver Deus em todas as coisas e em todos os acon- tecimentos, mesmo lá onde a maioria só vê a ausência de Deus. Vendo a beleza das criaturas e constatando a bondade presente em todas elas. O bom de Jesus interpela a minha vida e espera de mim respostas concretas. Também eu sou chamado a ser bom ao jeito de Jesus.e)Para o jovem, conhecer Deus era seguir e cumprir as suas regras e mandamentos, no entanto, isso não basta. Somos im- pelidos a fazer algo para nos realizarmos a nós mesmos. Rea- lizar-se, através da acção, na verdade, é tornar-se real. Nós so- mos, em grande parte, a partir de nossa juventude, o que nós queremos ser. “Somos, por assim dizer, obra de nós em Deus.”f) ) Jesus convida o jovem rico a ir mais além da satisfação das suas aspirações e dos seus projectos pessoais, dizendo-lhe:«Vem e segue-me!». A vocação cristã deriva de uma proposta de amor do Senhor e só pode realizar-se graças a uma respos- ta de amor: «Jesus convida os seus discípulos ao dom total da sua vida, sem cálculos nem vantagens humanas, com uma confiança sem reservas em Deus. É como se Jesus lhe tive dito: oferece-te a Deus.g)Aquele jovem, que veio a correr ao encontro de Jesus, era muito rico. Entendemos esta riqueza não apenas no plano material. A própria juventude é uma riqueza singular. É pre- ciso descobri-la e

A minha vida Senhor é dom

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valorizá-la. Jesus deu-lhe tal valor que o convida a participar na sua missão de salvação. Tinha todas as condições para uma grande realização e uma grande obra.

Paulo

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h)A tristeza do jovem rico do Evangelho é aquela que nasce no coração de cada um quando não tem a coragem de seguir Cristo, de fazer a escolha justa. Mas nunca é tarde de mais para lhe responder! Tal como os pastorinhos de Fátima estavam dis- poníveis para oferecer a sua vida a Deus, também nós o deve- mos fazer. Só assim a nossa vida terá verdadeiramente sentido.

3.3 Expressão de FéApós a análise do texto bíblico, o animador

convida o grupo a entrar em oração. Se possível, fazê-lo na própria Igreja. O am- biente deve ser acolhedor e os adolescentes podem colocar-se em volta do altar.

Cântico Deixa Deus entrar na tua própria casa Deixa-te tocar pela Sua graça.Dentro, em segredo, reza-lhe sem medo: Senhor, Senhor! Que queres que eu faça?

(A oração seguinte pode ser rezada em dois coros)

C1 – A vida é uma oportunidade, agarra-a.C2 – A vida é beleza, admira-a.C1 – A vida é bem-aventurança, saboreia-a. C2 – A vida é um sonho, faz dele realidade. C1 – A vida é um desafio, enfrenta-o.C2 – A vida é um dever, cumpre-o.C1 – A vida é um jogo, joga-o.C2 – A vida é preciosa, cuida dela.C1 – A vida é uma riqueza, conserva-a.

A minha vida Senhor é dom

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C2 – A vida é amor, partilha-o.C1 – A vida é um mistério, penetra-o.C2 – A vida é promessa, cumpre-a.

Paulo

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C1 – A vida é tristeza, vence-a.C2 – A vida é um hino, canta-o.C1 – A vida é um combate, aceita-o. C2 – A vida é uma aventura, ousa-a. C1 – A vida é felicidade, merece-a. C2 – A vida é vida, defende-a.

Madre Teresa de Calcutá

Pai Nosso

Depois da reflexão feita e em clima de oração, é necessário passar à acção. Neste momento, como resposta a Deus, o animador deve levar cada adolescente a um compromisso. Não esquecer que foi feito o convite para que cada um ofereça a sua vida a Deus. Assim, os compromissos devem implicar uma acção concreta, por exemplo, visitar uma instituição com crianças, idosos, assumir um compromisso com uma actividade da paróquia, etc.

(O animador deve distribuir uma folha onde cada adolescente escreva o seu compromisso concreto.)

Cântico Cantarei ao Senhor enquanto viver, louvarei o meu Deus enquanto existir. Nele encontro a minha alegria.Nele encontro a minha alegria.

4. materIalBíblia / papel / canetas / marcadores / revistas / jornais / cola

A minha vida Senhor é dom

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Fontes:

Memórias da Irmã Lúcia

Da Internet:- Mensagem do papa Bento XVI para a XXV

Jornada Mundial da Juventude (28 Março 2010).-Meditação de Bento XVI sobre o encontro de Jesus com o jovem rico.

- HOMILIA DO PAPA BENTO XVI Esplanada do Santuário de Fátima, Quinta-feira, 13 de Maio de 2010).

Percorrer com Maria o caminho da esperança Catequese comadolescentes

José Henrique Pedrosa

Estudos

www.fatima.pt/documentacao

Em COSTA, Bernardino, coord. –

Não tenhais medo: itinerário temático

do Centenário das Aparições de

Fátima: 3.º ciclo. Fátima: Santuário

de Fátima, 2012.

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PERCORRER Com MARIA o CAMINHO DA ESPERANÇACATEQUESE Com ADOLESCENTES

José Henrique Pedrosa

1. Introdução

«Não desanimes»Na segunda Aparição de Nossa Senhora, a 13

de junho de 1917, a Lúcia fala em nome dos Pastorinhos pedindo a Nossa Se- nhora que os leve para o Céu. Maria responde-lhe que sim: a Jacinta e o Francisco levá-los-á em breve; mas ela ficará mais algum tempo com a missão de A fazer conhecer e amar, pois Jesus quer estabelecer no mundo a devoção ao Seu Imaculado Coração. Lúcia, com pena, pergunta: «Fico cá sozinha?» Nossa Senhora responde-lhe: «Não, filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus». E continua a descrição das Memórias da irmã Lúcia: «Foi no momento em que disse estas últimas palavras que abriu as mãos e nos comunicou, pela segunda vez, o reflexo dessa luz imensa. Nela nos víamos como que submergidos em Deus».

É no contexto desta Aparição que, neste terceiro ano da cele-

bração do centenário das Aparições de Fátima, nos é proposta uma reflexão sobre a esperança cristã.

«O meu Imaculado Coração será o teu refúgio…»A esperança é, em primeiro lugar, confiança nas

promessas de Deus, «é a virtude teologal pela qual

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A minha vida Senhor é dom desejamos o Reino dos Céus e a vida eterna como nossa felicidade, pondo toda a confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos, não nas nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo» (CIC, 1817).

José Henrique

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Por isso Maria convida Lúcia a não desanimar: ela não ficará só! Pode confiar na palavra que lhe é dada da parte de Deus. E pode desde já experimentar essa presença divina naquela luz imensa em que se viu submergida em Deus. No coração de Maria, Lúcia pode ter a certeza de encontrar um refúgio, um porto seguro onde sabo- reia desde já as promessas de Deus.

A esperança é convite a olhar para o futuro envolvidos pela luz de Deus. A encontrar refúgio no Deus que cumpre a sua pro- messa, mesmo quando o presente é cheio de interrogações e dúvi- das: Abraão confiou «para além do que se podia esperar» e tornou---se «pai de muitos povos» (Rom 4, 18); Moisés confiou na palavra de Deus e o deserto tornou-se caminho para a Terra Prometida; a longa espera messiânica fez-se carne no seio da Virgem Maria, e Jesus trouxe ao mundo a salvação.

Para nós hoje, a esperança continua a lançar-nos para além do que conseguimos ver e a confiar naquilo que Deus nos pro- meteu pela Criação, pelos Profetas e em especial, por Jesus Cristo (cf. Youcat, 308). Uma esperança que traz a alegria serena de se sa- ber a caminho da Bem-aventurança eterna. No meio dos percalços da vida, mas com a meta no Céu: «O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, o coração do homem não pressentiu, isso Deus preparou para aqueles que o amam» (1Cor 2, 9).

«… e o caminho que te conduzirá até Deus»Mas a esperança é também um olhar novo sobre o

presente: ela faz olhar para a vida de cada dia como o lugar onde se constrói a felicidade desejada. «A virtude da esperança responde ao desejo da felicidade que Deus colocou no coração de todo o homem; assume as esperanças que inspiram as atividades dos homens,

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purificando---as e ordenando-as para o Reino dos Céus; protege contra o desâ- nimo; sustenta no abatimento; dilata o coração na expetativa da bem-aventurança eterna. O ânimo que a esperança dá preserva do egoísmo e conduz à felicidade da caridade» (CIC, 1818).

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A esperança leva a procurar no presente os meios para conse- guir o fim que se deseja. Ela é dom recebido de Deus, mas também tarefa humana de quem se põe no caminho que conduz para Deus. Ela alimenta-se na escuta da Palavra, na celebração dos sacramen- tos, na oração, na prática da caridade.

Ela ilumina a vida, e faz ultrapassar os desânimos do pre- sente. Faz não ter medo de arriscar a vida pelo que vale realmente a pena. Ajuda a caminhar contra a corrente de uma cultura tantas vezes pessimista, egoísta, materialista, centrada na euforia do mo- mento presente…

A esperança cristã é presente e futuro, já e ainda não, cami- nho a percorrer e certeza alcançada. Dá capacidade para vencer os medos, pois Deus nos garante, em Jesus Cristo, que quer para nós«vida em abundância» (Jo 10, 10).

Maria é a Mãe da Esperança. Ela vive com a confiança que lhe é transmitida pelo Anjo: «Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus» (Lc 1, 30). E é essa confiança que, em Fáti- ma, nos transmite, e da qual nos quer fazer experimentar: «O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te condu- zirá até Deus».

Objetivos:• Conhecer a mensagem da Aparição de Nossa

Senhora em Fátima em junho de 1917;• Reconhecer em Nossa Senhora a Mãe da

Esperança;• Descobrir como viver hoje a esperança cristã.

2. desenvolvImento da Catequese:Apresentam-se de seguida alguns tópicos para o

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desenvolvi- mento prático de uma catequese com adolescentes.

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2.1. Experiência humana (20 minutos)2.1.1. Diálogo inicial: O que é a

«esperança»? O que esperam as pessoas à nossa volta? E nós, o que esperamos? A esperança é importante para a nossa vida? Porquê?

2.1.2. Uma história que fala de esperança: Aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos de Fátima, a 13 de junho de 1917.

Leitura dialogada das Memórias da Irmã Lúcia:Lúcia: Depois de rezar o terço com a Jacinta e o

Francisco e mais pessoas que estavam presentes, vimos de novo o reflexo da luz que se aproximava (a que chamávamos relâmpago) e, em seguida, Nossa Senhora sobre a carrasqueira, em tudo igual a maio.

– Vossemecê que me quer? – perguntei.Maria: – Quero que venhais aqui no dia 13 do

mês que vem, que rezeis o terço todos os dias e que aprendam a ler. Depois direi o que quero.

Lúcia: Pedi a cura dum doente.Maria: – Se se converter, curar-se-á durante o ano.Lúcia: – Queria pedir-Lhe para nos levar para o Céu.Maria: – Sim; a Jacinta e o Francisco levo-os em

breve. Mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração.

Lúcia: – Fico cá sozinha? – perguntei, com pena.Maria: – Não, filha. E tu sofres muito? Não

desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus.

Lúcia: Foi no momento em que disse estas últimas palavras que abriu as mãos e nos comunicou, pela

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segunda vez, o reflexo des- sa luz imensa. Nela nos víamos como que submergidos em Deus. A Jacinta e o Francisco parecia estarem na parte dessa luz que se elevava para o Céu e eu na que se espargia sobre a terra. À frente da

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palma da mão direita de Nossa Senhora, estava um coração cerca- do de espinhos que parecia estarem-lhe cravados. Compreendemos que era o Imaculado Coração de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que queria reparação.

2.1.3. Diálogo: O que mais impressionou neste relato? Por- que podemos ver nele uma mensagem de esperança? A que espe- rança convida Maria?

2.1.4. Síntese a partir do reforço de expressões do texto das Memórias: «Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus».

2.2. Escuta da Palavra (20 minutos)A partir deste momento, o grupo pode continuar

o encon- tro na igreja ou numa outra sala preparada para estar em clima de oração. É conveniente que esse espaço tenha a imagem de Nossa Senhora de Fátima.

2.2.1. Maria é a Mãe da Esperança: a história do Povo de Deus é uma história de esperança. Abraão confia na Palavra de Deus, Moisés confia na palavra de Deus… Maria acolhe em si toda a esperança do Povo, e por ela Cristo faz-se presente no mundo.

2.2.2. Lectio Divina do texto Lc 1, 26-38 (distribuir folha com o texto e as questões para meditação e espaço para o compromisso final; distribuir esferográficas)

a) Leitura do texto:Ao sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por

Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma

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virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David; e o nome da vir- gem era Maria. Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: «Salve, ó

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cheia de graça, o Senhor está contigo». Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que significava tal saudação. Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus. Hás de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Será grande e vai chamar-se Filho do Altís- simo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David, reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim». Maria disse ao anjo: «Como será isso, se eu não conheço homem?» O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus. Também a tua paren- te Isabel concebeu um filho na sua velhice e já está no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril, porque nada é impossível a Deus». Maria disse, então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra». E o anjo retirou-se de junto dela.

b)Leitura individual, em silêncio(possibilidade de ter música de fundo)

c)Questões para a meditação(cada um poderá escrever a sua resposta)

Maria perturbou-se... Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas»Perante a perturbação que Maria sente, o Anjo

convida-a à confiança, a não ter medo… A esperança traduz-se numa atitude de confiança, a não ficar fechado nos medos, mas a ter o coração aberto à surpresa de Deus, e avançar na vida com a força que vem da presença do Espírito Santo em nós. Em Fátima, Maria convida à confiança: «Não desanimes. Eu nunca te deixarei».

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Também nós somos desafiados a viver com confiança em Deus, a ter esperança e a não desanimar. Temos vivido com esta confiança? Sabemos ultrapassar as dificuldades para viver a Palavra

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de Deus? Em casa e na escola, com os amigos, sabemos dar teste- munho da nossa esperança como cristãos?

«… Porque nada é impossível a Deus»A esperança cristã centra-se nas promessas de

Deus, na certe- za de que a Ele nada é impossível. É olhar para o futuro com o olhar de Deus. Saber que nós somos limitados, mas Deus não. Maria acolhe o desafio de não ficar presa às dificuldades do presente: ela sabe esperar em Deus e nas suas promessas. Sabe que neste mundo tudo é passageiro, mas Deus é eterno, e é para Ele e para a Sua Vida que todos caminhamos. E em Fátima quer fazer-nos experimentar esta mesma segurança que ela viveu: no seu coração, Lúcia encon- trará o refúgio: «O meu Imaculado Coração será o teu refúgio…»

Acreditamos que a Deus nada é impossível? Ficamos presos aos nossos limites, ou sabemos confiar-nos a Deus? Acreditamos que caminhamos para a ressurreição e a vida que Jesus nos prome- teu? Vivemos com a esperança da felicidade eterna em Deus?

«… faça-se em mim segundo a tua palavra»A esperança é também um olhar novo sobre o

presente. A confiança nas promessas de Deus compromete o nosso presen- te. Toda a vida de Maria se transformou pela sua esperança: por- que confiou na Palavra de Deus, tornou-se a Mãe de Jesus Cristo. O «sim» de Maria é o exemplo concreto de quem torna a esperança uma forma de viver. A esperança é um caminho que se percorre para Deus com as opções de cada dia. É nesta esperança que Maria envolve os Pastorinhos em Fátima: «O meu Imaculado Coração

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será… o caminho que te conduzirá até Deus».A esperança alimenta-se na escuta da Palavra, na

celebração dos sacramentos, na oração, na prática da caridade. Procuramos estes meios para alimentar a esperança em nós?

José Henrique

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2.3. Expressão de Fé (20 minutos)

2.3.1. Cântico

Quero ser como Tu, como Tu, Maria Como Tu, um dia, como Tu, Maria

Quero aprender a amar… Quero dizer meu sim…

2.3.2. Introdução à partilha: Em clima de oração, cada um é agora convidado a partilhar a meditação que fez: pode repetir ape- nas uma frase do texto bíblico que mais o tenha tocado, uma ques- tão que o fez pensar mais, ou alguma das respostas que escreveu.

a) Tempo para a partilha

b)Durante a partilha pode intercalar-se um cântico mariano

Ao longo da tua vida nunca sozinho estás, Contigo pelo caminho Nossa Senhora vai.

Vem, vem connosco, vem caminhar, Nossa Senhora vem! (bis)

Se pelo mundo os homens sem conhecer-se vão, Não negues nunca a tua mão a quem contigo vai.

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c)Avé Maria… (no final da partilha)

José Henrique

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2.4. Síntese e compromisso final

a) Introdução: a esperança cristã é presente e futuro, já e ainda não, caminho a percorrer e certeza alcançada. Dá capacidade para vencer os medos, pois Deus nos garante, em Jesus Cristo, que quer para nós «vida em abundância» (Jo 10, 10). Maria é a Mãe da Es- perança. Ela vive com a confiança que lhe é transmitida pelo Anjo:«Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus» (Lc 1, 30). E é essa confiança que, em Fátima, nos transmite, e da qual nos quer fazer experimentar: «O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus».

b)Compromisso: no final do nosso encontro, somos convi- dados a descobrir alguma forma concreta de viver a esperança na nossa vida. O que podemos fazer para viver na confiança que Maria viveu e convidou os Pastorinhos a viver? (pode fazer-se uma partilha de ideias) Podem reler o que escreveram nas respostas às questões le- vantadas, e depois tirar uma consequência prática para a vossa vida.

c) Cântico final

Mãe, olha para mimGuarda o meu sim, neste novo dia. Como Tu, quero-me entregar, Ensina-me a rezar: Avé Maria!

Coloca Tuas mãos sobre meus olhos De Mãe que o filho adormece; Fixa no

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meu o Teu olhar,Escuta, Virgem Mãe, a minha prece.

José Henrique

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Materiais necessários: Bíblia, folha com o texto das Memó- rias da Irmã Lúcia, folha com o texto bíblico para a Lectio Divina (com as questões e espaço para as respostas, espaço para o compro- misso final e os diversos cânticos a utilizar), esferográficas.

Fontes: Textos bíblicos: edição da Difusora Bíblica de Março de 2009; Memórias da Irmã Lúcia; Catecismo da Igreja Católica (CIC); Youcat, Catecismo Jovem da Igreja Católica; Vitamina C, Cancioneiro Juvenil do Serviço Diocesano da Pastoral Juvenil de Leiria-Fátima.

“Não tenhais medo” Catequese para crianças dos 8aos 10 anos

Maria Isolinda

Estudos

www.fatima.pt/documentacao

Em COSTA, Bernardino, coord. –

Não tenhais medo: itinerário temático

do Centenário das Aparições de

Fátima: 3.º ciclo. Fátima: Santuário

de Fátima, 2012.

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“Não TENHAIS MEDO”CATEQUESE PARA CRIANÇAS DOS 8 AOS 10 ANOS

Maria Isolinda

I - Introdução

1.1. O fenómeno do medoO medo é um sentimento natural do ser

humano, perante uma ameaça, real ou imaginária, seja ela material ou psicológica. Pode começar por ser apenas uma apreensão, um receio, por aquilo que se teme venha a acontecer contra a nossa vontade. Mas pode chegar a uma situação algo angustiosa, perante a perceção do perigo iminente. Em qualquer caso, é um sinal de alerta que revela dúvida, receio ou insegurança perante alguma coisa, pessoa ou situação, o que gera sempre um sentimento desagradável.

Este sentimento desagradável provocado pelo medo ou in- segurança, não raras vezes, provoca conflitos de desconfiança na relação entre as pessoas e é gerador de preconceitos e juízos precipi- tados que afetam ainda mais essa relação.

O sentimento de insegurança próprio do medo pode influir no modo de tomar decisões, de assumir compromissos, de se com- prometer consigo e com ou outros… não deixando que a pessoa se realize eficazmente.

Mas o medo pode ser vencido. Deus quer-nos livres e feli- zes. Com Ele podemos vencer o medo e recuperar o sentido da confiança que está implícita em toda a realidade humana, para dar sentido ao viver e ao agir. Sem essa confiança, o progresso e o empenho pessoal quotidianos por superar-se não serão possíveis. A Mensagem de Fátima, como mensagem de

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esperança, pode aju- dar-nos na libertação dessa tendência negativa que tantas vezes nos impede de sermos felizes.

“Não Tenhais Medo” Catequese para crianças

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1.2. A recusa do medo pela confiançaO sentimento de medo não é só um facto pessoal.

É também social e cultural.Tem-se medo dos outros, medo de se ser

controlado pelo que quer que seja, sem a pessoa se dar conta de que, bloqueada pelo medo, é ela própria que se controla a si mesma, deixando de viver com espontaneidade a vida social e relacional.

Tem-se medo do que pode acontecer amanhã, dos efeitos maléficos dos maus espíritos, mas também se tem medo de Deus, medo de se comprometer com Ele, medo de ser “controlado” por Ele… E, contudo, só com Ele podemos vencer os nossos medos.

Toda a Sagrada Escritura nos revela um Deus que vem ao nosso encontro, não para nos controlar, mas para nos libertar e ensi- nar a ser livres. Um Deus que se dá em amor gratuito e que nos vem ensinar que esse amor é aquela força que, se movida pela fé n’Ele, pode superar todos os medos. E se possuímos essa força, não temos que ter medo... (1 Jo 4,18; Mt 8,26; Mt 10, 17-20; 14, 27-31; ).

Não temos que ter medo; mas temor, sim; temer apenas a quem devemos temer (Lc 12,4-5), no

temor de Deus. Porque quem teme, confia; ao contrário, quem tem medo, foge, resiste e desiste… Por isso, diz

o Salmo, é feliz o homem que teme o Senhor (Sl 112).

O “não tenhais medo” da Senhora da Cova da Iria é a voz de Deus, conhecedor dos nossos medos, que tantas vezes ecoa na Revelação a incutir ao Seu povo a confiança e a certeza da Sua Pre- sença salvadora ( Is 41,10; Dan 10,12;Is 44,8; Jer 51,46; ... ).

Na atitude dos pastorinhos que viram Nossa Senhora, apren- demos que confiar em Deus é recusar o medo; é voltar-se para Deus, entregar-se a

Maria

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Ele, mesmo nos tempos de escuridão… porque sabemos em Quem pomos a nossa confiança (2Tim 1,12b).

Porque o nosso Deus é o Deus da confiança, a nossa fé não pode deixar de assentar nessa confiança; uma confiança abandona- da nas mãos do Pai do Céu, providente e bom, que faz chover para

“Não Tenhais Medo” Catequese para crianças

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justos e injustos (Mt 5, 45). É nesta fé que queremos conduzir as nossas crianças…

1.3. A criança e medoNa criança, como ser ainda mais inseguro e

frágil, ficar as- sustado, ter medo, sobretudo do desconhecido, é algo muito mais natural do que no adulto. Um medo natural que, em certo sentido, também serve para a proteger. Perante um animal feroz ou um precipício, por exemplo, se a criança não tem medo, é porque não percebe o perigo. Mas se percebe o perigo, tem medo e, porque tem medo, procura defender-se. Assim, o medo é um mecanismo psicológico útil, de sobrevivência e defesa, que permite responder, eficaz e rapidamente, às condições adversas.

Este mecanismo natural é frequentemente explorado nos programas de entretenimento para crianças, em histórias e filmes de terror, mesmo já nos desenhos animados. E, se é por demais, pode produzir nas crianças um efeito contrário ao desejado: in- sónias, sonhos violentos, pesadelos, agitação, falta de segurança… cujas marcas se podem repercutir na vida adulta em atitudes de profunda demissão perante a vida.

A criança, que é simples, espontânea e aberta, quando come- ça a tomar consciência da responsabilidade dos seus atos, pode pro- tagonizar, desde logo, medos que comprometam as suas decisões, o seu sentido de responsabilidade e de empenhamento, naquilo que lhe vai sendo pedido.

Porém, esse medo é educável; é o momento de incutir-lhe este fundamento transcendente da confiança; uma confiança as- sente no amor e na fé em Deus; Amor que tudo providencia para nosso bem, mesmo quando há dor e sofrimento.

Maria

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Os critérios educativos do medo devem conduzir à tranqui- lidade, paz e segurança interiores que abram caminho à compreen- são e aceitação daquela “outra” segurança e paz que Deus nos quer

“Não Tenhais Medo” Catequese para crianças

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dar, que não é precisamente como o mundo no-la dá (Jo 14, 27). O caminho será uma pedagogia de fé e de confiança na Providên- cia, pela via da prática da presença de Deus e da oração.

Neste sentido, a 2.ª aparição de Nossa Senhora em Fátima é profundamente eloquente: Nossa Senhora pede que rezem; perante o sofrimento de Lúcia pela descrença dos seus nas Aparições, apresenta o Seu Imaculado Coração como refúgio seguro e caminho para Deus e termina envolvendo os Pastorinhos no reflexo daquela luz imensa que é Deus (Memórias da Ir. Lúcia, 4.ª Memória, 2007, 165).

A pedagogia da Senhora da Cova da Iria é a da confiança: “Não desanimes, eu nunca te deixarei”; uma mensagem reconfor- tante, a dizer-nos que estamos seguros se confiamos nesse amor--providência de Deus que nunca nos abandona; uma mensagem que vem ao encontro do nosso desejo de paz e de sentido desse algo transcendente que nos dê segurança e certeza no caminho; segu- rança e certeza que nesta catequese queremos anunciar às crianças como uma boa nova, propondo-nos a atingir os seguintes:

1.4. Objetivos– Descobrir na Mensagem da 2.ª aparição de

Nossa Senhora, um grande apelo a ultrapassar o medo, confiando no amor miseri- cordioso de Deus;

– Aprender com os Pastorinhos a acolher a Mensagem e a confiar em Deus, mesmo no sofrimento;

– Esforçar-se por viver sempre sob o olhar de Deus e confiar n’ Ele;

1.5. Observações pedagógicas

Maria

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– As crianças desta idade (8-10 anos) têm ainda muito medo. E até das coisas de Deus, porque desconhecidas, que se lhes apre- sentam como algo misteriosas.

“Não Tenhais Medo” Catequese para crianças

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Esta catequese pretende, tanto quanto lhe é possível, desmi- tificar esse medo. Nesse sentido, como ponto de partida, na Ex- periência Humana, tentamos provocar uma possível sensação de medo, pela presença de um pequeno animal que alguém, previa- mente convidado e preparado, levará à presença das crianças. Mas é bom ter em atenção alguma criança excessivamente tímida ou sensível ao medo; e também o cuidado de que tudo decorra com simplicidade e sem grande alarido.

– Perante todos os medos, incertezas ou dores, de que as crianças possam ter sido ou vir a ser protagonistas, com a ajuda das palavras de Nossa Senhora, a atitude de confiança dos Pastorinhos e a palavra de Jesus, queremos anunciar a boa nova da confiança e certeza da proteção de Deus junto de nós, que transmita muita paz e segurança às crianças. Ao catequista ou orientador confia-se a tarefa delicada de tentar conseguir este objetivo.

– Nesta idade, as crianças estão a crescer, gradualmente, na consciência da responsabilidade dos seus atos; precisam, por isso, de ir percebendo que também em relação a Deus a sua atitude comportamental deve ser responsável. Também nesse sentido esta catequese pretende ajudar a criar essa atitude, em confiança filial, ao jeito dos Pastorinhos.

1.6. Material a preparar• Bíblia;• Imagem da Aparição de Nossa Senhora com os

Pastorinhos;• Dísticos: “Não tenham medo”; “Não desanimes,

eu nunca te deixarei”• Dístico: “Não vos preocupeis…nessa altura o

Espírito do Pai falará por vós”;• Cântico: “Sou do Céu, não tenham medo” (Da

Maria

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Peregrina- ção das Crianças de 2007)• Um terço;

“Não Tenhais Medo” Catequese para crianças

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• Pequenos papéis ou cartolinas em forma de coração – um para cada criança;

• Algo para escreverem.

II - desenvolvImento da Catequese

Ensaiar o cântico acima indicado, sem dar qualquer explicação, antes de começar a catequese e fora da sala, se possível.

Experiência humanaDepois de entrarem na sala, alguém bate à

porta com alguma pressa e insistência:Quem será? – E com tanta pressa!... (A partir da

reação das crianças, dialogar):– Pois, quando somos surpreendidos por algo de

que não esta- mos à espera, temos medo, não é? Mas não vai ser nada. Vamos abrir... Entra alguém com um

pequeno animal, devidamente seguro.Pode ser um cãozito, um gato, uma qualquer ave… Deixar observar e convidar as crianças a pegar nele. A primeira reação será, possivelmen- te, de algum receio…:

– Não há razão para ter medo deste animalzinho; é sossega- do, simpático, até parece que gosta da nossa companhia… (Agra- decem à pessoa que veio mostrar o seu animal e continua a catequese):

– Porque é que temos medo?... Até do que não nos faz ne- nhum mal?... Já vos aconteceu alguma vez ter medo de alguma coisa? Como foi? Quem quer contar?... (Deixar que as crianças se exprimam e contem as suas experiências de medo):

– E não é só das coisas e das pessoas que temos medo. Às vezes até temos medo de nos responsabilizarmos por alguma coi- sa que nos peçam,

Maria

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porque pensamos que não somos capazes, ou não sei porquê… A quem é que já aconteceu isso?... (deixar que as crianças se exprimam):

“Não Tenhais Medo” Catequese para crianças

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– É assim mesmo: temos medo, e às vezes nem há razão para ter medo. Somos todos assim, mesmo os que têm mais idade. Também eu, às vezes sinto medo, sobretudo de assumir algumas responsabilidades… (O catequista aqui “adapta”o seu testemunho, conforme a circunstância)

– Conhecem os Pastorinhos a quem Nossa Senhora apareceu na Cova da Iria, não é verdade? Estes meninos, apesar de estarem habituados ao campo e à serra para onde iam com as ovelhas, por vezes também sentiam medo, sobretudo dos relâmpagos, quando se anunciava trovoada e chuva… ou de alguma coisa desconhecida.

– Mas será que podemos vencer os nossos medos?... Como?...

(deixar que as crianças se exprimam)

Palavra de DeusO que vós dissestes é interessante… É que o medo tolhe-

-nos, não nos deixa avançar, não nos deixa crescer, ser o que deve- mos ser… não é?...

Mas digo-vos uma coisa: Deus conhece os nossos medos e está muito interessado em ajudar-nos a vencê-los. Aqui, no livro da Sua Palavra (apontar a Bíblia) Deus está constantemente a dizer--nos: não tenhas medo! Não tenham medo!…Se Eu estou convos- co, porque é que têm medo? – De facto, onde Deus está, está claro que não tem sentido o medo, não acham?...

É curioso que também Nossa Senhora, quando aparece aos Pastorinhos em Fátima, começa por lhes dizer:”Não tenhais medo”– não tenham medo! (colocar a imagem da Aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos e o dístico “Não tenham medo”, por

Maria

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baixo da imagem) – não tenham medo! É que Nossa Senhora sabia que eles podiam ter medo naquele momento e quis dar-lhes confiança, quis dispor bem os seus corações para acolherem o que Deus lhes qui- sesse pedir. Ela vinha do Céu. E tudo o que é do Céu é muito bom

“Não Tenhais Medo” Catequese para crianças

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para nós. Depois, envolveu-os numa grande luz, como uma certeza da presença de Deus, que nunca abandonaria os Pastorinhos. As- sim, quando começaram a sofrer muito, com os castigos dos pais, que não acreditavam nas Aparições e pensavam que eles mentiam, eles tinham a certeza que Deus estava com eles, a dar-lhes força para vencerem a situação.

Isso entenderam-no melhor na 2.ª aparição de Nossa Senho- ra, a do mês de junho. Nesse dia, a Lúcia estava muito triste e Nos- sa Senhora notou-o. E disse-lhe: “sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus” (mostrar e ler o dístico “Não desanimes…” que deve ser colocado por baixo do outro dístico).

“Eu nunca te deixarei”… por meio de Maria, é Deus a dizer--

-nos, também a nós, que nunca nos deixará; nos maus momentos, sempre porá alguém ao nosso lado para nos dar coragem e ajudar na dificuldade. E isso ajuda-nos a não ter medo, a confiar n’Ele… É assim que Deus faz connosco, porque nos tem amor.

Mas será mesmo assim? Vejamos o que Jesus diz aos seus discípulos, também num momento de dificuldade (cf. Mt 10, 17--20 – o catequista pega na Bíblia e lê o texto adaptado que se segue):

“Haveis de ser perseguidos e presos por causa de mim. Mas quando vos entregarem, não vos preocupeis com o que haveis de dizer. Nessa altura, vos será inspirado o que tiverdes de dizer; não sereis vós a falar, mas é o Espírito do Pai que falará por vós”. Pala- vra do Senhor! (Silêncio)

Afinal, é mesmo assim. É Jesus que o diz. E num momento em que os discípulos deveriam ter muito medo (porque maltrata- dos…)”. Não vos preocupeis…

Maria

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nessa altura o Espírito do Pai falará por vós” (mostrar, ler o dístico e colocá-lo por cima da imagem da Aparição).

“Não Tenhais Medo” Catequese para crianças

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Jesus assegura aos discípulos que naquele momento difícil o Espírito do Pai os defenderá e responderá por eles. Por isso, não têm que ter medo ou receio do que lhes possa acontecer.

Também a nós, se acreditamos n’Ele, no Seu amor, Ele nos defenderá nos momentos difíceis… o Seu coração e o coração de Maria, a Mãe do Céu, serão o nosso grande conforto e o nosso melhor refúgio, quando estamos com medo ou temos alguma di- ficuldade…

Expressão de FéQue maravilhoso! Não é maravilhoso sabermos

que Deus está sempre ao nosso lado, para nos ajudar a vencer os nossos me- dos e dificuldades?... Não é maravilhoso que Ele queira que Nossa Senhora venha a Fátima mostrar o Seu Coração, para nos dizer e garantir que Deus nunca nos abandona, nos ama muito e que, em paga, só quer que nos voltemos para Ele?...

Apetece-me cantar agora aquele cântico que aprendemos no início. Querem cantar comigo?... Então, cantemos:

Refrão: Sou do Céu, sou do Céu, não tenham medo. Sou do Céu. Viestes Santa Maria, ensinar a amar Jesus,Abençoar nossa terra, abrir caminhos de luz.Refrão: Sou do Céu, sou do Céu…

É isso! A Senhora veio do Céu para nos ensinar a voltar o nosso coração para Deus e a amá-lo como Ele deseja. É o que te- mos que fazer. Acreditar que, com Ele, estamos muito mais segu- ros… somos mais capazes de ser responsáveis por aquilo que nos pedem… como os Pastorinhos que, mesmo a sofrer,

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foram tão res- ponsáveis por aquilo que Deus lhes foi pedindo… e tudo fizeram para Lhe dar muita alegria. (Silêncio)

“Não Tenhais Medo” Catequese para crianças

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Nossa Senhora sempre pedia que rezássemos: “rezem o terço todos os dias” (mostrar o terço). Temos que rezar! Podemos rezar agora mesmo, não acham? – Não o terço, mas apenas três Ave-Ma- rias a pedir-lhe que nos meta no peito aquela luz de Deus que envol- veu os Pastorinhos, na Aparição de junho, para que o amor a Deus cresça muito, muito, no nosso coração, está bem? – Rezemos então:

Oração: Ave Maria cheia de graça… etc. (3 vezes).Cantemos de novo: Sou do Céu, sou do Céu,

não tenham medo… etc.

E que podemos nós fazer, também, para que o amor cresça no nosso coração?... (deixar que se exprimam). Olhem, vou dar-vos um papelinho em forma de coração, que representa o vosso próprio coração. Nesse coração de papel, cada um vai escrever o que gosta- va que entrasse no seu coração, para o tornar mais amigo de Deus, mais voltado para Ele… (Silêncio. Dar tempo para pensar e escrever. Depois concluir):

– Quem é que quer partilhar o que escreveu nesse coração de papel?... (deixar que se exprimam) Agora, vão levá-lo para casa. Ponham-no num lugar onde o possam ver todos os dias, para se lembrarem que são responsáveis por aquilo que escreveram… e por fazer o esforço para o conseguir, de acordo?

Depois, é preciso rezar como Nossa Senhora pediu. Rezar sempre, com muita confiança em Deus e em Nossa Senhora. O terço, quem sabe? – Pode ser rezado com outras pessoas… Não querem experimentar desafiar os vossos pais, para o rezarem todos, lá em casa? – Não tenham medo! Nada de mal vos poderá aconte- cer por isso!...

Vamos terminar, mas não nos vamos esquecer do

Maria

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que hoje o Senhor nos quis dizer por meio de Nossa Senhora, dos Pastorinhos e, sobretudo, por Jesus... e até podemos contar tudo isso aos outros:

“Não Tenhais Medo” Catequese para crianças

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aos pais, aos irmãos… talvez ficassem contentes por saber. Era mui- to interessante!...

Cantemos, mais uma vez, antes

de sair: Cântico: Sou do Céu,

sou do Céu… etc.

“Não tenhais medo”Uma proposta de catequese para criançasdo s 8 ao s 1 2 ano s

Maria Fernanda Tavares (SNSF)

Estudos

www.fatima.pt/documentacao

Em COSTA, Bernardino, coord. –

Não tenhais medo: itinerário temático

do Centenário das Aparições de

Fátima: 3.º ciclo. Fátima: Santuário

de Fátima, 2012.

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“Não TENHAIS MEDO”UMA PRopostA DE CATEQUESE pARA CRIANÇAS DOS 8 Aos 12 ANOS

Maria Fernanda Tavares (SNSF)

I – Introdução

(Para o(a)s catequistas)Ao realizarmos esta catequese somos convidados,

tal como o grupo de crianças que teremos pela frente, a fazer um percurso na fé, ainda que rápido, ao longo da

História da Salvação sobre a forma de Deus se aproximar e se relacionar com os seres humanos. A

interpelação a não temer vem-nos logo desde os longínquos tempos bíblicos do Antigo Testamento. Irrompendo também no início do Novo Testamento,

perpassa-o de tal forma, que as palavras que vêm do alto e a confiança motivada por elas puderam suscitar e

sustentar no Homem uma resposta promissora e decisiva na rea- lização de projetos divinos. Nas

circunstâncias mais variadas, Deussegredou ao coração humano: “Não temas”; “Eu estou contigo”.

Pela nossa experiência humana, damos credibilidade às pala- vras de confiança a pôr de parte temores, quando essas palavras vêm de alguém que, pela sua competência e conhecimentos, favorece uma adesão e cria tranquilidade. Mas essa prova de confiança que nos é dada, retirando-nos o medo ou temor, será tanto mais consi- derada segura, se vier de uma pessoa que nos estima e dedica afeto, ou seja, está verdadeiramente interessada na nossa feliz realização.

Passando então para a nossa experiência de crentes, reconhe- cemos, em Deus, Aquele que se

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aproxima e pretende libertar do medo, pela insondável promessa de vida feliz que tem origem no seu amor: «Reconhecer esta dependência total no Criador é fonte de sabedoria e de liberdade, de alegria e de confiança» (Catecismo da Igreja Católica, 301).

“Não tenhais medo” Uma proposta de

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O teólogo Juan Ambrosio no seu texto de reflexão “Sei em quem coloquei a minha confiança”, sobre o tema para o Ano Pasto- ral de 2012-2013, no Santuário de Fátima, parte da experiência de encontro para melhor entendermos a realidade da fé:

Quando, por exemplo, dizemos creio nele – e é a este nível que devemos refletir a fé cristã – essa afirmação é sustentada a partir da confiança gerada numa experiência de encontro. O importante é o outro a quem eu me dirijo e que se dirige a mim. Esse outro é alguém que conquistou a minha confiança. A partir da relação que este encontro gera pode surgir a amizade e o amor. Então esse ou- tro, que é alguém que me ama e que eu amo, é simultaneamente, e por isso mesmo, alguém em quem eu confio e que confia em mim. Por isso, eu já não só acredito no que o outro me diz por causa da força das palavras que me são ditas, mas, pelo contrário, as suas palavras têm ainda mais força, porque me são ditas por alguém em quem eu confio.

O título escolhido para tema do Ano Pastoral “Não tenhais medo”, e a consequente atitude crente da confiança, remete-nos para o acontecimento das Aparições de Fátima e sua ligação com a mensagem da esperança em Deus Salvador que vem ao encon- tro do Homem. A sua presença é sempre inspiradora de paz e de começo de vida nova. Na afirmação do teólogo Borges de Pinho, num texto introdutório ao tema proposto para o ano 2012/2013,«“Não temais”/“Não tenhais medo” exprime, então e basicamente, o anúncio e o reconhecimento da presença atuante de Deus e seu amor salvífico no nosso mundo, como raiz de uma confiança sólida e motivo de uma fundada esperança».

Tendo-nos sido confiada a tarefa de sermos anunciadores e testemunhas da fé e da confiança,

Maria Fernanda Tavares

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particularmente junto dos nos- sos irmãos mais novos, reconhecemo-nos envolvidos no mandato de Jesus «ide pois, fazei discípulos… ensinando-os a cumprir tudo

“Não tenhais medo” Uma proposta de

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quanto vos tenho mandado» (Mc 28, 18-20). Sentimos também quanto é difícil fazer discípulos e, mais difícil ainda, tornarmo-nos seus discípulos. Mas aí, sim, numa confiança ativa e fortalecidos pela promessa de que Ele estará sempre connosco, não teremos medo. Assim a reflexão que esta catequese nos proporciona é tam- bém ocasião para sentirmos a ajuda divina no fortalecimento da nossa fé e confiança.

Na dinâmica da História da Salvação, encorajar alguém numa decisão ou situação difícil, receber um feliz anúncio ou ser incumbido duma tarefa ou missão são situações que, na Bíblia, fo- ram precedidas do convite da parte de Deus, a confiar e a entregar---se na fé. É Deus que se antecipa. Antes de lá chegarmos, Ele já lá está ou, melhor, Ele está sempre connosco.

Para alimentar e aprofundar esta relação do encontro de Deus connosco e saborear a sua presença na confiança de quem, nas mais variadas circunstâncias nos diz “não temas, crê somente”, “Eu estou contigo”, precisamos de dar atenção à sua presença e aprender com o Senhor Jesus como viver esta relação de confiança. Para um cris- tão, a grande oração da confiança é o Pai Nosso. «Quando oramos no Espírito de Jesus, especialmente com o Pai Nosso, caminhamos como que nas sandálias de Jesus e podemos estar seguros de que chegamos ao coração do Pai» (YOUCAT 477, Catecismo Jovem da Igreja Católica).

Insistindo na confiança filial que coopera com a providência do Pai, «Jesus não nos incita a qualquer

espécie de passividade, mas quer libertar-nos de toda a inquietação dominante e de qualquer pre- ocupação.

Assim é o abandono filial dos filhos de Deus» (CIC, 2830). No texto introdutório à experiência humana desta catequese somos fortemente interpelados a pôr a nossa

segurança num Deus que vê muito mais para além

Maria Fernanda Tavares

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daquilo que os nossos olhos podem avis- tar, mesmo se não compreendemos. Em relação ao drama descrito, o

cardeal (cf. doc. 1) continua: «aquele rapazinho debruçado na janela

“Não tenhais medo” Uma proposta de

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de uma casa em chamas não é, porventura, a imagem do cristão dian- te de Deus? No momento do perigo eis que a voz do Pai se faz ouvir: “Tem confiança em Mim, lança-te nos meus braços!”». E muitas vezes nós somos levados a responder: “Pai, eu não Te vejo…”».

Este Ano Pastoral vai coincidir com o “Ano da Fé”, ocasião para aprofundarmos a fé como acolhimento de um dom que não se conquista mas se recebe e é resposta que se sabe apoiada pela iniciativa gratuita de Deus, “é ação recebida” (cf. Borges de Pinho, na reflexão já citada) e, continua o mesmo teólogo, «a fé é a experi- ência de uma certeza interior, fundada em Deus e no seu compro- misso de Amor, de que essa Promessa se cumprirá, mesmo quando humanamente não se vê como é que isso pode acontecer (cf. Rm 4, 18-20); é um viver o presente com os olhos postos no futuro como no lugar/tempo em que Deus se manifestará, na verdade do seu po- der e da sua força, como realização definitiva das nossas esperanças mais profundas e consistentes». Como, de resto, o havia já intuído um autor que, não sendo teólogo soube exprimir a realidade da fé numa linguagem simbolicamente bela e profunda: «A fé é a virtude que nos faz sentir o calor do lar, enquanto cortamos a lenha» (Mi- guel de Cervantes).

No caminhar da nossa vida e, dando sentido à mesma, dei-

xemo-nos conduzir pela luz da fé, mantendo-nos firmes, como se contemplássemos o invisível, segundo a afirmação da Carta aos He- breus (11, 27).

Que Maria, “Estrela da Esperança”, nos oriente – e que nós nos deixemos orientar – para Aquele que “é o nosso Tudo, a nossa espe- rança maior”, Jesus Cristo (cf. Bento XVI, Caritas in Veritate, n.º 78).

Maria Fernanda Tavares

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Objetivos– Reconhecer que a aproximação de Deus ao

Homem é sem- pre geradora de paz e inspiradora de confiança;

– Acreditar, com convicções fundamentadas na Palavra de Deus, que Ele nos ama e nos acompanha no nosso caminhar e na nossa história.

Materiais1

• Bíblia• Cópia do texto do Cardeal Suenens (doc. 1);• Pequenas folhas de papel colorido, recortadas

segundo o formato de pétalas e contendo cada uma delas uma frase bíblica (doc. 2);

• Cópia de duas frases bíblicas em papel cortado em forma circular (doc. 3);

• Cópia(s) do texto do doc. 4;• Folha de cartolina com frase: “Não tenhais

medo”;• Leitor de CD ou computador;• Músicas e texto – A ou B (doc. 5);• Texto para ser completado (doc. 6);• Cola.

II – desenvolvImento da Catequese

Experiência HumanaCom música de fundo (um dos dois cânticos que

são indicados), o(a) catequista acolhe o(a)s catequizando(a)s, no local da catequese,

1 Os textos dos vários documentos referidos no material de apoio a esta catequese encontram-se disponíveis na página oficial do Centenário das Apari- ções, www.fatima2017.org, durante o ano pastoral de 2012-2013, em Textos e Documentos /

“Não tenhais medo” Uma proposta de

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Catequese.

Maria Fernanda Tavares

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distribuindo a cada um uma frase bíblica (doc. 2), escrita em papel, de preferência colorido, cortado com o formato de uma pétala de flor. Dir-lhes-á que a guardem até ao momento oportuno.

Pode entretanto iniciar um breve diálogo sobre o decorrer dos últimos dias, suas atividades e, se surgir qualquer referência a acon- tecimentos que tenham provocado medo ou pânico, aproveitar para valorizar essa referência tendo em conta o tema desta catequese.

Vou agora ler um texto de um Bispo (cardeal da Bélgica), escrito há já alguns anos, cujo assunto muito me impressionou. Querem ouvir? O(A) catequista lê o texto do Cardeal Suenens (doc.1) e estabelece um pequeno diálogo. A título de sugestão, apontam-se algu- mas questões: – O que é que motivou a aflição daqueles pais? Como é que eles souberam que o filho mais novo ainda estava dentro da casa já em chamas? Desejando tanto salvar o menino de cinco anos, o que é que o pai lhe ordenou? Mas o menino teve medo, porquê? E, como é que sabemos que o menino confiou no pai, mesmo dan- do-lhe uma ordem daquelas?

Dirigir agora o diálogo à situação concreta do(a)s catequi- zando(a)s: E, vocês, já alguma vez viveram assim uma situação de medo? Sim? Não? E nunca se sentiram com medo? E medo de quê? Às vezes também temos medo de não conseguirmos os nossos ob- jetivos, não é verdade? E há também quem tenha medo que descu- bram as suas asneiras. Outras vezes temos medo, porque pensamos que estamos sozinhos e que ninguém quer saber de nós.

Pensemos mais um pouco e agora num outro plano: aconte- ce que às vezes temos medo, porque nos sentimos diante de Deus como aquele menino diante do perigo. Dizemos que acreditamos n’Ele e temos tantas

“Não tenhais medo” Uma proposta de

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provas de que Ele está connosco e que quer o melhor para nós, mas quantas vezes também somos levados a res- ponder “Pai, eu não te vejo”? E depois, por não O ver, dizemos (ou dizem algumas pessoas) que não acreditamos n’Ele.

Maria Fernanda Tavares

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Mas sabem, a Deus agrada muito a nossa confiança e por isso nos diz: “Não tenham medo!”. Querem ver como na Palavra de Deus, na Bíblia, aparece sempre essa preocupação de Deus pelas pessoas, quer individualmente quer em grupo ou em comunidade? Sobretudo quando estão numa aflição, ou quando são chamadas a cumprir uma tarefa ou missão, ou então quando ficam muito ad- miradas e surpreendidas por um grande acontecimento.

A PalavraNeste momento, vou colocar a Bíblia em lugar de

destaque, para que todos tenham presente que as frases que vamos ouvir fo- ram retiradas de vários livros da Bíblia – são Palavra de Deus – na qual os nossos antepassados na fé acreditaram e, hoje, nós é que somos desafiados a acreditar.

O(A) catequista pede agora a cada um do(a)s catequizando(a)s, pela ordem que for designada, que leia a frase bíblica que já tem em mãos, enquanto todos os outros permanecem em silêncio.

Quando todos tiverem lido a sua frase o(a) catequista convida o grupo a pôr-se de pé e pede a 2 elementos do grupo, previamente designados, para se aproximarem da Bíblia e, a partir dela, lerem as passagens seguintes que já estarão devidamente assinaladas e por esta ordem: 1.ª – «Anunciei-vos estas coisas para que em mim tenhais a paz. No mundo, tereis tribulações; mas tende confiança: Eu já venci o mundo!» (Jo 16, 33); 2.ª – E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos» (Mt 28, 20).

Dirigindo-se agora ao grupo o(a) catequista diz:Reparem bem: Jesus apresenta aqui a razão para

não termos medo. Diz-nos para termos confiança

“Não tenhais medo” Uma proposta de

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n’Ele, porque Ele está sem- pre connosco.Por isso estas duas frases vão ficar no centro

daquilo que vai parecer uma flor: as vossas frases são as pétalas e este círculo com as duas citações, tão importantes para nós, vão ser o olho, o centro da flor. Assim não esqueceremos esta mensagem.

Maria Fernanda Tavares

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Coloca-se, então a folha de cartolina em cima de uma mesa e, de- pois de colado o papel em forma de círculo com as duas frases (doc. 3), todos (cada um de sua vez ou dois a dois para não demorar muito) vão colar, à volta do círculo, as suas folhas de papel com as frases que leram, dispostas como se fossem pétalas de uma flor. Poder-se-á optar por todas as frases transcritas e indicadas no material, independentemente do nú- mero de elementos do grupo e, neste caso, surgirá mais de uma camada de pétalas e para isso convém que a segunda camada só fique colada junto à base do olho da flor, para que se possa ler a frase de cada uma das pétalas, que ficam por baixo.

Este convite a não ter medo continua a ecoar nos ouvidos do nosso coração. Vamos agora lembrar mais um acontecimento. Em Fátima, segundo a narração feita pela Irmã Lúcia, o Anjo que se aproximou dos três pastorinhos, Lúcia, Francisco e Jacinta come- çou por dizer-lhes: «não temais. Sou o Anjo da paz». Depois no ano seguinte, em 1917, através das palavras de Nossa Senhora, viemos mais uma vez a saber que em Deus nós estamos sempre seguros. E que através de Maria (como já alguns de nós ouvimos, no Evan- gelho de S. João, ela foi-nos dada como mãe, por Jesus, o que é um grande sinal da sua amizade por nós, que somos os seus discípulos de hoje), temos também essa garantia de estarmos seguros e tran- quilos no caminho para Deus.

Vamos ouvir o que diz a Ir. Lúcia.A leitura do texto (doc. 4) pode ser feita em

forma de diálogo – um(a) narrador(a) para o 1º parágrafo com mais dois catequizando(a) s, representando um(a) a voz da Ir. Lúcia e o(a) outro(a) a voz de Nos- sa Senhora, até ao final da última frase de Nossa Senhora (que termina em: “te

“Não tenhais medo” Uma proposta de

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conduzirá até Deus”).Como veem, é tão bom sabermos que Maria, que

também ou- viu a saudação que lhe chegou do Céu, pelo Anjo Gabriel (“não te- mas, Maria”), desafia agora a nossa confiança e se apresenta com um coração cheio de ternura a dizer-nos que, ainda que tenhamos pro- blemas e dificuldades, a nossa esperança deve voltar-se sempre para

Maria Fernanda Tavares

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a escolha do bem, para o Céu, para Deus e que ela nos acompanha sempre nesse caminho de busca, e ela sabe bem que, às vezes, ele é marcado por incertezas e desacertos, mas deixando-nos guiar por ela, cresceremos na fé, na confiança e com o nosso olhar fixo num grande “Ídolo” e numa grande “Star”: Jesus Cristo, o único “the special one” ao qual vale a pena dar ouvidos e imitar, pois a sua palavra é segura.

Para não esquecermos esta mensagem de Nossa Senhora, va- mos completar a frase dita à pastorinha Lúcia mas que também é dirigida a cada um de nós. (Apresenta o doc. 6 numa folha A4).

Completada e aprendida ou fixada a frase, pede a dois elementos do grupo que colem a folha na parte da cartolina que está livre. Fica assim uma espécie de cartaz com o resultado a que se chegou nesta sessão. Na parte superior da cartolina, já deve estar escrito em grandes caracteres NÃO TENHAIS MEDO!

Expressão de FéCompromisso (De acordo com o nível etário

do(a)s catequi- zando(a)s encontrar uma forma de compromisso que os leve a viver este desafio da confiança em Deus, apoiados na promessa da ternura mater- nal de Maria, que é como quem diz uma forma de Deus manifestar a sua presença amorosa e próxima junto de cada uma das pessoas).

Como vimos, temos muitas razões para confiar em Deus. Então vamos comprometer-nos a rezar também por aqueles que perderam a esperança ou que pensam já não terem razões para con- fiar. Deste modo manifestamos a nossa solidariedade na fé, na con- fiança e no amor – nós que gostamos tanto de ser solidários. E se alguma coisa está a correr mal, na

“Não tenhais medo” Uma proposta de

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nossa vida, vamos procurar não desanimar, tendo um pensamento para Deus e para Nossa Senhora. Lembremo-nos, então, de que o coração de Deus é extremamente grande e forte. Cabem lá todos. E os seus braços são suficientemen- te compridos para nos irem buscar onde nos encontramos.

(Ouvir e mesmo cantar a canção escolhida, para interiorizar e

preparar o momento de oração).

«O Senhor é meu pastor: nada me falta. Ainda que te- nha de andar por vales tenebrosos, não temerei nenhum mal, porque Tu estás comigo e me enches de confiança». (do Salmo 23)«O meu imaculado Coração será o teu refúgio e o cami- nho que te conduzirá até Deus». (Memórias da Irmã Lúcia)

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Oração (adaptar consoante as idades)Convidar o(a)s catequizando(a)s mais ou menos

nestes termos: Agora, de pé, vamos falar com Jesus, que está sempre connosco. Podemos até fechar os nossos olhos, para concentrar melhor a nossa atenção e o nosso coração naquilo que estamos a dizer. Podem repe- tir, frase por frase, ou então, mesmo sem palavras, acompanhando com o pensamento o que eu digo a Jesus em nome de cada um e de cada uma de vós.

– Ó Jesus, eu não te vejo, mas sei que tu me vês e que gostas muito, mesmo muito, de mim. Sem te ver, sei que tu olhas para mim com muito afeto e com um amor de predileção (de preferên- cia). É verdade que eu não te vejo, mas confio em ti, pela certeza da tua Palavra que me desafia a não ter medo e a ter confiança. Tua mãe também me acompanha no caminho da minha vida. Por isso não estou só e por isso te agradeço.

Ó Jesus, ajuda-me a confiar sempre em Ti!Para guardar na memória e no coração:

Para ajudar a lembrar estas duas frases que estão diretamente relacionadas com o tema “Não tenhais medo” e com a atitude cren- te da confiança, sugere-se que sejam registadas no caderno dos(as) catequizandos(as) e escritas

“Não tenhais medo” Uma proposta de

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também no cartaz 2.2 Tendo possibilidade de tirar fotografias ao grupo, no decorrer da sessão

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III – doCumentos

Documento 1Conta o Cardeal Suenens: «Em plena noite, uma

casa come- ça a arder. Pai, mãe, filhos correm para a rua e assistem impotentes ao avançar das chamas. De repente lembram-se, horrorizados, que falta o mais pequenino, um menino de cinco anos; na altura da fuga, amedrontado pelo fogo e pelo fumo, voltara para trás e subira para o andar de cima.

Que fazer? Aventurar-se naquela fornalha é impossível. E eis que lá em cima, abre-se uma janela e a criança debruça-se gritando desesperadamente. O pai ouve-o e grita:

– Salta daí!Debaixo de si o pequeno não vê senão fumo e

chamas, mas ouve a voz e responde:– Papá, eu não te vejo!...– Mas vejo-te eu! Salta daí! – Responde o pai.E, a criança salta e cai, sã e salva, nos braços

do pai, que a apanhou no ar…»Em Liturgia Diária, outubro de 2005, p. 139.

Documento 2A partir da Palavra de Deus, desafiados a não ter medo:

Frases bíblicas1. «Após estes acontecimentos, o SENHOR disse a

Abrão numa visão: “Nada temas, Abrão! Eu sou o teu escudo, e a tua re- compensa será muito grande”». (Gn 15,1)

desta catequese, sugerimos que sejam enviadas, através de suporte informático, algumas das que melhor captem o envolvimento das crianças na(s) atividade(s) proposta(s), para:

“Não tenhais medo” Uma proposta de

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Secretariado do Centenário das Aparições – centenário@fati- ma.pt com a indicação do nome da Paróquia e Diocese e o ano de Catequese.

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2.(Ao Povo de Israel) «Nada temas , porque Eu estou conti- go; (…). Porque Eu o SENHOR, teu Deus, tomo-te pela mão, e digo-te: “Não tenhas medo , Eu mesmo te ajudarei!” pobre verme- zinho de Jacob, mísero inseto de Israel!». (Is 41, 10. 13-14)

3. (Vocação de Jeremias) «Mas o SENHOR replicou-me: Não digas: ‘Sou um jovem’. Pois irás aonde Eu te enviar e dirás tudo o que Eu te mandar. Não terás medo diante deles, pois Eu estou contigo para te livrar. Não temas diante deles, (…) porque Eu estou contigo para te salvar». (Jr 1, 7-8.17)

4.«Disse-lhe o anjo: “Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus”». (Lc 1, 30)

5.«O anjo do Senhor apareceu-lhe em sonhos e disse: “José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa”». (Mt 1, 20)

6.«Um anjo do Senhor apareceu aos pastores, e a glória do Senhor brilhou em volta deles; e tiveram muito medo . O anjo dis- se-lhes: “Não temais , pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, em Belém, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor”». Lc 2, 9-11)

7.«Jesus disse a Simão: “Não tenhas receio ; de futuro, serás pescador de homens”». (Lc 5,10)

8.«Mas o anjo tomou a palavra e disse às mulheres: “Não tenhais medo . Sei que buscais Jesus, o crucificado; não está aqui, pois ressuscitou, como tinha dito!”». (Mt 28, 5-6)

9. «Jesus disse às mulheres: “Não temais . Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão”». (Mt 28,10)

10. «O jovem disse às mulheres: “Não vos assusteis! Buscais a Je- sus de Nazaré, o crucificado? Ressuscitou; não está aqui!”». (Mc 16, 6)

11. «Mas, os discípulos vendo-o andar sobre o

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mar, julgaram que fosse um fantasma e começaram a gritar, pois todos o viram e se assustaram. Mas Ele logo lhes falou: “Tranquilizai-vos, sou Eu: não temais !”». (Mc 6, 49-50)

«No mundo, tereis tribulações;mas, tende confiança: Eu já venci o mundo!». (Jo 16, 33)

«E sabei queEu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos». (Mt 28, 20)

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12. «Mas Jesus, disse ao chefe da sinagoga (Jairo): “Não te- nhas receio ; crê somente!”». (Mc 5, 36)

13. «Jesus disse aos discípulos: “Digo-vos a vós, meus amigos: (…) não temais : valeis mais do que muitos pássaros!”». (Lc 12,7)

14. «Disse-lhes Jesus: “Não temais , pequenino rebanho, por- que aprouve ao vosso Pai dar-vos o Reino”». (Lc 12, 32)

15. «Enquanto isto diziam, Jesus apresentou-se no meio deles e disse-lhes: “A paz esteja convosco!” (…). Dominados pelo espan- to e cheios de temor , julgavam ver um espírito. Disse-lhes, então: “Porque estais perturbados e porque surgem tais dúvidas nos vossos corações? Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo!”» (Lc, 36 -39)

Documento 3

“Não tenhais medo” Uma proposta de

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Documento 4Memórias da Irmã Lúcia (Quarta Memória)«Dia 13 de Junho (de) 1917 – Depois de rezar o

terço com a Jacinta e o Francisco e mais pessoas que estavam presentes, vimos de novo o reflexo da luz que se aproximava (a que chamávamos relâmpago) e, em seguida, Nossa Senhora sobre a carrasqueira, em tudo igual a Maio.

– Vossemecê que me quer? – perguntei.– Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que

vem, que rezeis o terço todos os dias e que aprendam a ler. Depois direi o que quero.

Pedi a cura dum doente.– Se se converter, curar-se-á durante o ano.– Queria pedir-Lhe para nos levar para o Céu.– Sim; a Jacinta e o Francisco levo-os em breve.

Mas tu fi- cas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração.

– Fico cá sozinha? – perguntei, com pena.– Não, filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu

nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus.

Foi no momento em que disse estas últimas palavras que abriu as mãos e nos comunicou, pela segunda vez, o reflexo des- sa luz imensa. Nela nos víamos como que submergidos em Deus. A Jacinta e o Francisco parecia estarem na parte dessa luz que se elevava para o Céu e eu na que se espargia sobre a terra. À frente da palma da mão direita de Nossa Senhora, estava um coração cerca- do de espinhos que parecia estarem-lhe cravados. Compreendemos que era o Imaculado Coração de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que queria reparação.

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Eis, Ex.mo e Rev.mo Senhor Bispo, ao que nos referíamos, quando dizíamos que Nossa Senhora nos tinha revelado um segre- do em Junho. Nossa Senhora não nos mandou, ainda desta vez, guardar segredo, mas sentíamos que Deus a isso nos movia».

Documento 5Cânticos (para selecionar um: A ou B)

A – O Senhor é meu Pastor1. Confiarei nessa voz que não se impõe,mas que eu ouço bem cá dentro no silêncio a segredar.Confiarei, ainda que mil outras vozescorram muito mais velozes, para me fazer parar.

E avançarei, avançarei no meu caminho. Agora eu sei que tu comigo vens também. Aonde fores, aí estarei, em Ti avançarei:

RefrãoO Senhor é meu pastor, sei que nada temerei. Ele guia o meu andar,sem medo avançarei. (2x)

2. Confiarei na Tua mão que não me prende,mas que aceita cada passo do caminho que eu fizer.Confiarei, ainda que o dia escureçanão há mal que me aconteça, se conTigo eu estiver.

“Não tenhais medo” Uma proposta de

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E avançarei, avançarei no meu caminho. Agora eu sei que tu comigo vens também. Aonde fores, aí estarei, em Ti avançarei:

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Refrão3. Confiarei, por verdes prados me levas,e em Teu olhar sossegas a pressa do meu olhar.Confiarei, a frescura das Tuas fontesdeixa a minha vida cheia, minha taça a transbordar.

E avançarei, avançarei no meu caminho Agora eu sei que tu comigo vens também. Aonde fores, aí estarei, em Ti avançarei:

Partitura e vídeo: www.paroquia-sppv.pt, diversos 7.09

B – O Senhor é a minha forçaO Senhor é a minha força, ao Senhor o meu canto.Ele é o nosso Salvador,Nele eu confio e nada temo. Nele eu confio e nada temo.

Partitura e vídeo: www.paroquia-sppv.pt, Taizé 8.53

Documento 6Frase para completar:«O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus». (Memórias da Irmã Lúcia) 3.

“Não tenhais medo” Uma proposta de

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3 Dado que o texto se apresenta de forma lúdica, com imagens e palavras para completar – facilitando assim a memorização das crianças – convidamos o(a)s catequistas a descarregá-lo do site: www.fatima2017.org, em: Textos e Do- cumentos/Catequese.

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PERCORRER Com MARIA o CAMINHO DA ESPERANÇACATEQUESE Com ADOLESCENTES

José Henrique Pedrosa

1. Introdução

«Não desanimes»Na segunda Aparição de Nossa Senhora, a 13

de junho de 1917, a Lúcia fala em nome dos Pastorinhos pedindo a Nossa Se- nhora que os leve para o Céu. Maria responde-lhe que sim: a Jacinta e o Francisco levá-los-á em breve; mas ela ficará mais algum tempo com a missão de A fazer conhecer e amar, pois Jesus quer estabelecer no mundo a devoção ao Seu Imaculado Coração. Lúcia, com pena, pergunta: «Fico cá sozinha?» Nossa Senhora responde-lhe: «Não, filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus». E continua a descrição das Memórias da irmã Lúcia: «Foi no momento em que disse estas últimas palavras que abriu as mãos e nos comunicou, pela segunda vez, o reflexo dessa luz imensa. Nela nos víamos como que submergidos em Deus».

É no contexto desta Aparição que, neste terceiro ano da cele-

bração do centenário das Aparições de Fátima, nos é proposta uma reflexão sobre a esperança cristã.

«O meu Imaculado Coração será o teu refúgio…»A esperança é, em primeiro lugar, confiança nas

promessas de Deus, «é a virtude teologal pela qual

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Maria Fernanda Tavares desejamos o Reino dos Céus e a vida eterna como nossa felicidade, pondo toda a confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos, não nas nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo» (CIC, 1817).

Percorrer com Maria o caminho da esperança –

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Por isso Maria convida Lúcia a não desanimar: ela não ficará só! Pode confiar na palavra que lhe é dada da parte de Deus. E pode desde já experimentar essa presença divina naquela luz imensa em que se viu submergida em Deus. No coração de Maria, Lúcia pode ter a certeza de encontrar um refúgio, um porto seguro onde sabo- reia desde já as promessas de Deus.

A esperança é convite a olhar para o futuro envolvidos pela luz de Deus. A encontrar refúgio no Deus que cumpre a sua pro- messa, mesmo quando o presente é cheio de interrogações e dúvi- das: Abraão confiou «para além do que se podia esperar» e tornou---se «pai de muitos povos» (Rom 4, 18); Moisés confiou na palavra de Deus e o deserto tornou-se caminho para a Terra Prometida; a longa espera messiânica fez-se carne no seio da Virgem Maria, e Jesus trouxe ao mundo a salvação.

Para nós hoje, a esperança continua a lançar-nos para além do que conseguimos ver e a confiar naquilo que Deus nos pro- meteu pela Criação, pelos Profetas e em especial, por Jesus Cristo (cf. Youcat, 308). Uma esperança que traz a alegria serena de se sa- ber a caminho da Bem-aventurança eterna. No meio dos percalços da vida, mas com a meta no Céu: «O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, o coração do homem não pressentiu, isso Deus preparou para aqueles que o amam» (1Cor 2, 9).

«… e o caminho que te conduzirá até Deus»Mas a esperança é também um olhar novo sobre o

presente: ela faz olhar para a vida de cada dia como o lugar onde se constrói a felicidade desejada. «A virtude da esperança responde ao desejo da felicidade que Deus colocou no coração de todo o homem; assume as esperanças que inspiram as atividades dos homens,

José Henrique

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purificando---as e ordenando-as para o Reino dos Céus; protege contra o desâ- nimo; sustenta no abatimento; dilata o coração na expetativa da bem-aventurança eterna. O ânimo que a esperança dá preserva do egoísmo e conduz à felicidade da caridade» (CIC, 1818).

Percorrer com Maria o caminho da esperança –

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A esperança leva a procurar no presente os meios para conse- guir o fim que se deseja. Ela é dom recebido de Deus, mas também tarefa humana de quem se põe no caminho que conduz para Deus. Ela alimenta-se na escuta da Palavra, na celebração dos sacramen- tos, na oração, na prática da caridade.

Ela ilumina a vida, e faz ultrapassar os desânimos do pre- sente. Faz não ter medo de arriscar a vida pelo que vale realmente a pena. Ajuda a caminhar contra a corrente de uma cultura tantas vezes pessimista, egoísta, materialista, centrada na euforia do mo- mento presente…

A esperança cristã é presente e futuro, já e ainda não, cami- nho a percorrer e certeza alcançada. Dá capacidade para vencer os medos, pois Deus nos garante, em Jesus Cristo, que quer para nós«vida em abundância» (Jo 10, 10).

Maria é a Mãe da Esperança. Ela vive com a confiança que lhe é transmitida pelo Anjo: «Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus» (Lc 1, 30). E é essa confiança que, em Fáti- ma, nos transmite, e da qual nos quer fazer experimentar: «O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te condu- zirá até Deus».

Objetivos:• Conhecer a mensagem da Aparição de Nossa

Senhora em Fátima em junho de 1917;• Reconhecer em Nossa Senhora a Mãe da

Esperança;• Descobrir como viver hoje a esperança cristã.

2. desenvolvImento da Catequese:Apresentam-se de seguida alguns tópicos para o

José Henrique

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desenvolvi- mento prático de uma catequese com adolescentes.

Percorrer com Maria o caminho da esperança –

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2.1. Experiência humana (20 minutos)2.1.1. Diálogo inicial: O que é a

«esperança»? O que esperam as pessoas à nossa volta? E nós, o que esperamos? A esperança é importante para a nossa vida? Porquê?

2.1.2. Uma história que fala de esperança: Aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos de Fátima, a 13 de junho de 1917.

Leitura dialogada das Memórias da Irmã Lúcia:Lúcia: Depois de rezar o terço com a Jacinta e o

Francisco e mais pessoas que estavam presentes, vimos de novo o reflexo da luz que se aproximava (a que chamávamos relâmpago) e, em seguida, Nossa Senhora sobre a carrasqueira, em tudo igual a maio.

– Vossemecê que me quer? – perguntei.Maria: – Quero que venhais aqui no dia 13 do

mês que vem, que rezeis o terço todos os dias e que aprendam a ler. Depois direi o que quero.

Lúcia: Pedi a cura dum doente.Maria: – Se se converter, curar-se-á durante o ano.Lúcia: – Queria pedir-Lhe para nos levar para o Céu.Maria: – Sim; a Jacinta e o Francisco levo-os em

breve. Mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração.

Lúcia: – Fico cá sozinha? – perguntei, com pena.Maria: – Não, filha. E tu sofres muito? Não

desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus.

Lúcia: Foi no momento em que disse estas últimas palavras que abriu as mãos e nos comunicou, pela

José Henrique

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segunda vez, o reflexo des- sa luz imensa. Nela nos víamos como que submergidos em Deus. A Jacinta e o Francisco parecia estarem na parte dessa luz que se elevava para o Céu e eu na que se espargia sobre a terra. À frente da

Percorrer com Maria o caminho da esperança –

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palma da mão direita de Nossa Senhora, estava um coração cerca- do de espinhos que parecia estarem-lhe cravados. Compreendemos que era o Imaculado Coração de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que queria reparação.

2.1.3. Diálogo: O que mais impressionou neste relato? Por- que podemos ver nele uma mensagem de esperança? A que espe- rança convida Maria?

2.1.4. Síntese a partir do reforço de expressões do texto das Memórias: «Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus».

2.2. Escuta da Palavra (20 minutos)A partir deste momento, o grupo pode continuar

o encon- tro na igreja ou numa outra sala preparada para estar em clima de oração. É conveniente que esse espaço tenha a imagem de Nossa Senhora de Fátima.

2.2.1. Maria é a Mãe da Esperança: a história do Povo de Deus é uma história de esperança. Abraão confia na Palavra de Deus, Moisés confia na palavra de Deus… Maria acolhe em si toda a esperança do Povo, e por ela Cristo faz-se presente no mundo.

2.2.2. Lectio Divina do texto Lc 1, 26-38 (distribuir folha com o texto e as questões para meditação e espaço para o compromisso final; distribuir esferográficas)

a) Leitura do texto:Ao sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por

Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma

José Henrique

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virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David; e o nome da vir- gem era Maria. Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: «Salve, ó

Percorrer com Maria o caminho da esperança –

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cheia de graça, o Senhor está contigo». Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que significava tal saudação. Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus. Hás de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Será grande e vai chamar-se Filho do Altís- simo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David, reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim». Maria disse ao anjo: «Como será isso, se eu não conheço homem?» O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus. Também a tua paren- te Isabel concebeu um filho na sua velhice e já está no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril, porque nada é impossível a Deus». Maria disse, então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra». E o anjo retirou-se de junto dela.

b)Leitura individual, em silêncio(possibilidade de ter música de fundo)

c)Questões para a meditação(cada um poderá escrever a sua resposta)

Maria perturbou-se... Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas»Perante a perturbação que Maria sente, o Anjo

convida-a à confiança, a não ter medo… A esperança traduz-se numa atitude de confiança, a não ficar fechado nos medos, mas a ter o coração aberto à surpresa de Deus, e avançar na vida com a força que vem da presença do Espírito Santo em nós. Em Fátima, Maria convida à confiança: «Não desanimes. Eu nunca te deixarei».

José Henrique

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Também nós somos desafiados a viver com confiança em Deus, a ter esperança e a não desanimar. Temos vivido com esta confiança? Sabemos ultrapassar as dificuldades para viver a Palavra

Percorrer com Maria o caminho da esperança –

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de Deus? Em casa e na escola, com os amigos, sabemos dar teste- munho da nossa esperança como cristãos?

«… Porque nada é impossível a Deus»A esperança cristã centra-se nas promessas de

Deus, na certe- za de que a Ele nada é impossível. É olhar para o futuro com o olhar de Deus. Saber que nós somos limitados, mas Deus não. Maria acolhe o desafio de não ficar presa às dificuldades do presente: ela sabe esperar em Deus e nas suas promessas. Sabe que neste mundo tudo é passageiro, mas Deus é eterno, e é para Ele e para a Sua Vida que todos caminhamos. E em Fátima quer fazer-nos experimentar esta mesma segurança que ela viveu: no seu coração, Lúcia encon- trará o refúgio: «O meu Imaculado Coração será o teu refúgio…»

Acreditamos que a Deus nada é impossível? Ficamos presos aos nossos limites, ou sabemos confiar-nos a Deus? Acreditamos que caminhamos para a ressurreição e a vida que Jesus nos prome- teu? Vivemos com a esperança da felicidade eterna em Deus?

«… faça-se em mim segundo a tua palavra»A esperança é também um olhar novo sobre o

presente. A confiança nas promessas de Deus compromete o nosso presen- te. Toda a vida de Maria se transformou pela sua esperança: por- que confiou na Palavra de Deus, tornou-se a Mãe de Jesus Cristo. O «sim» de Maria é o exemplo concreto de quem torna a esperança uma forma de viver. A esperança é um caminho que se percorre para Deus com as opções de cada dia. É nesta esperança que Maria envolve os Pastorinhos em Fátima: «O meu Imaculado Coração

José Henrique

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será… o caminho que te conduzirá até Deus».A esperança alimenta-se na escuta da Palavra, na

celebração dos sacramentos, na oração, na prática da caridade. Procuramos estes meios para alimentar a esperança em nós?

Percorrer com Maria o caminho da esperança –

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2.3. Expressão de Fé (20 minutos)

2.3.1. Cântico

Quero ser como Tu, como Tu, Maria Como Tu, um dia, como Tu, Maria

Quero aprender a amar… Quero dizer meu sim…

2.3.2. Introdução à partilha: Em clima de oração, cada um é agora convidado a partilhar a meditação que fez: pode repetir ape- nas uma frase do texto bíblico que mais o tenha tocado, uma ques- tão que o fez pensar mais, ou alguma das respostas que escreveu.

a) Tempo para a partilha

b)Durante a partilha pode intercalar-se um cântico mariano

Ao longo da tua vida nunca sozinho estás, Contigo pelo caminho Nossa Senhora vai.

Vem, vem connosco, vem caminhar, Nossa Senhora vem! (bis)

Se pelo mundo os homens sem conhecer-se vão, Não negues nunca a tua mão a quem contigo vai.

José Henrique

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c)Avé Maria… (no final da partilha)

Percorrer com Maria o caminho da esperança –

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2.4. Síntese e compromisso final

a) Introdução: a esperança cristã é presente e futuro, já e ainda não, caminho a percorrer e certeza alcançada. Dá capacidade para vencer os medos, pois Deus nos garante, em Jesus Cristo, que quer para nós «vida em abundância» (Jo 10, 10). Maria é a Mãe da Es- perança. Ela vive com a confiança que lhe é transmitida pelo Anjo:«Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus» (Lc 1, 30). E é essa confiança que, em Fátima, nos transmite, e da qual nos quer fazer experimentar: «O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus».

b)Compromisso: no final do nosso encontro, somos convi- dados a descobrir alguma forma concreta de viver a esperança na nossa vida. O que podemos fazer para viver na confiança que Maria viveu e convidou os Pastorinhos a viver? (pode fazer-se uma partilha de ideias) Podem reler o que escreveram nas respostas às questões le- vantadas, e depois tirar uma consequência prática para a vossa vida.

c) Cântico final

Mãe, olha para mimGuarda o meu sim, neste novo dia. Como Tu, quero-me entregar, Ensina-me a rezar: Avé Maria!

Coloca Tuas mãos sobre meus olhos De Mãe que o filho adormece; Fixa no

José Henrique

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meu o Teu olhar,Escuta, Virgem Mãe, a minha prece.

Percorrer com Maria o caminho da esperança –

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Materiais necessários: Bíblia, folha com o texto das Memó- rias da Irmã Lúcia, folha com o texto bíblico para a Lectio Divina (com as questões e espaço para as respostas, espaço para o compro- misso final e os diversos cânticos a utilizar), esferográficas.

Fontes: Textos bíblicos: edição da Difusora Bíblica de Março de 2009; Memórias da Irmã Lúcia; Catecismo da Igreja Católica (CIC); Youcat, Catecismo Jovem da Igreja Católica; Vitamina C, Cancioneiro Juvenil do Serviço Diocesano da Pastoral Juvenil de Leiria-Fátima.

José Henrique

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Com Maria, aprender a amar Catequese paraadolescentes e jovens

Vasco António da Cruz Gonçalves

Estudos

www.fatima.pt/documentacao

Em VAZ, Carla Abreu, coord. –

Envolvidos no amor de Deus pelo

mundo: Itinerário Temático do

Centenário das Aparições de Fátima:

4.º ciclo. Fátima: Santuário de

Fátima, 2013.

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Com Maria, aprender a amarCatequese para adolescentes e jovens

Vasco António da Cruz Gonçalves

1. INTRODUÇÃO

«Continuem a rezar…»Na Aparição de 13 de julho, depois de Lúcia perguntar à

Senhora «Vossemecê que me quer?», esta, do alto da carrasqueira e envolta naquela luz já familiar, fez-lhe alguns pedidos, entre os quais«continuem a rezar…»; pedido tão natural em Maria como a força da oração na sua vida, aliás, também na vida de seu filho que constante- mente rezava ao Pai. O pedido de Maria é a perseverança na oração como a Igreja o procurou fazer desde a primeira hora (At 1,14).

A Senhora especificou o modo de rezar: «o terço todos os dias, em honra de Nossa Senhora do Rosário». João Paulo II disse: «o rosário é a minha oração predileta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade e na profundidade. (…) De facto, sob o fundo das palavras da “Ave-Maria” passam diante dos olhos da alma os princi- pais episódios da vida de Jesus Cristo. (…) Ao mesmo tempo, o nosso coração pode incluir nestas dezenas do rosário todos os factos que formam a vida do indivíduo, da família, da nação, da Igreja e da huma- nidade, acontecimentos pessoais e do próximo, e de modo particular daqueles que nos são mais familiares e que mais estimamos. Assim, a simples oração do Rosário marca o ritmo da vida humana» (Youcat, 481). E aponta a finalidade da oração: «para obter a paz no mundo e o fim da guerra». A Irmã Lúcia nas suas Memórias ainda refere que «o que me lembro é que Nossa Senhora disse que era preciso rezarem o terço para alcançarem as graças durante o ano». A oração é, na ver- dade, descer à fonte da verdade e da vida, da santidade e da graça, da justiça, do amor e da paz. Pela oração desce-se à fonte do amor e entra-se na escola do amor misericordioso.

Com Maria, aprender a Amar – Catequese para adolescentes e jovens Vasco António da Cruz

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«Sacrificai-vos»Neste quarto ano da celebração das Aparições de Fátima, a

Aparição de 13 de julho desafia-nos a refletir sobre o amor de Deus pelo mundo, o amor de Maria que brota do seu Coração Imaculado e que a todos envolve.

O convite ao “sacrifício” é profundamente evangélico e desafia à vivência do amor que brota da oração, do encontro com o amor misericordioso de Deus e com o coração Imaculado de Maria. Nossa Senhora, insistindo com os pastorinhos, diz-lhes: «Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes, em especial sempre que fizerdes al- gum sacrifício: Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos peca- dores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria». É como se a Senhora lhes pedisse para imitarem Cristo, pois «é o “amor até ao fim” que confere ao sacrifício de Cristo o valor de redenção e reparação, de expiação e satisfação. Ele conhe- ceu-nos e amou-nos a todos no oferecimento da sua vida» (CIC, 616).

O sacrifício de Jesus é toda a sua vida vivida numa abertura aos outros, numa dádiva constante e progressiva que no alto da cruz encontra a sua máxima expressão: «Jesus convida os pecadores para a mesa do Reino: “Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores” (Mc 2,17). Convida-os à conversão sem a qual não se pode entrar no Reino, mas por palavras e atos, mostra-lhes a misericórdia sem limites do Seu Pai para com eles e a imensa “alegria que haverá no céu, por um só pecador que se arrependa” (Lc 15,7). A prova suprema deste amor será o sacrifício da sua própria vida, “pela remissão dos pecados” (Mt 26,28)» (CIC, 545).

A Aparição de 13 de julho é um apelo profundo a ver no«sacrifício» o amor pelos outros, sobretudo pelos que mais pecam. É do coração de cada um, enraizado no coração de Deus e de Maria, que brota a força para partilhar a vida, seguindo o exemplo e o mandamento de Cristo que «ao partilhar, no seu coração humano, o amor do Pai para com os homens, (…) “amou-os até ao fim” (Jo 13,1), “pois não há maior amor do que dar a vida por aqueles que se ama” (Jo 15,13). Assim, no sofrimento e na morte, a sua humanidade tor- nou-se instrumento livre e perfeito do seu amor divino, que quer a salvação de todos os homens» (CIC, 609).

Objetivo:- Conhecer a mensagem da Aparição de Nossa Senhora em

Fátima, em 13 julho de 1917;- Reconhecer em Nossa Senhora e no seu Imaculado

Coração o amor misericordioso e compassivo;- Ajudar a viver o amor como síntese e força da vida cristã.

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2.DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE:

Sensibilidade Juvenil: desejo de um mundo diferente e melhor.Um número significativo de adolescentes e jovens manifesta

o interesse e a vontade de se empenhar em ações concretas e con- tribuir para a construção de um «mundo diferente e melhor». São expressão desta realidade juvenil o voluntariado, as experiências de solidariedade, o associativismo, etc…

Texto Bíblico (Rom 12,9-21): a experiência do amor cristão.

Nesta catequese pretende-se que os adolescentes e os jovens, partin- do da experiência humana de «inferno» como condição de pecado – egoísmo, violência, desvalorização do outro, etc. –, sintam e assumam o compromisso de, através da vivência cristã do amor, construir um mundo diferente e melhor, e fazer que o Céu já aconteça aqui na terra.

2.1. Experiência HumanaSegundo as Memórias da Irmã Lúcia, na mesma Aparição de

13 de julho, Nossa Senhora «abriu de novo as mãos, como nos dois meses passados» e mostrou o inferno aos pastorinhos e ensinou-lhes a jaculatória «Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno; levai as alminhas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem».

2.1.1. PartilhaDepois de uma leitura da «visão do inferno», a partir das Me-

mórias da Irmã Lúcia, segue-se um tempo de partilha da experiência humana de «inferno». Se o número de adolescentes e jovens for grande, esta partilha deve ser feita em pequenos grupos e, depois, em plenário.

As seguintes questões podem orientar:- O que é para ti o inferno? Conta alguma experiência de in-

ferno…- Qual é o fogo que destrói o fogo do inferno? Qual o caminho

que nos livra e livra os outros do fogo do inferno?

A VISÃOA forma de que a Senhora se serviu para mostrar o inferno

aos pastorinhos foi a «visão». Esta materializou-se em imagens que as três crianças foram assimilando da cultura envolvente onde cresciam, na catequese, ilustrações de livros e catecismos, etc. As

Com Maria, aprender a Amar – Catequese para adolescentes e jovens Vasco António da Cruz

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imagens que lhe dão forma não se devem confundir com a mensagem. Nossa Senhora não nos vem dizer que o inferno é assim… porque o inferno não é uma realidade palpável e material!

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A MENSAGEMA mensagem que a Senhora nos deixa através da visão do

inferno é de conversão a Deus, ao Céu. Isto porque o pecado in- ferniza e separa-nos de Deus. E a Senhora ajudou-os, e hoje ajuda--nos a nós, a perceber a gravidade do pecado e a necessidade imensa de conversão. Se as pessoas não se convertem a Deus e ao seu amor misericordioso vivem a infernizar-se e infernizam os outros. Quanto mais longe os homens estão do amor de Deus, mais se aproximam do inferno: estão a «ir para o inferno». Este não é um sítio, um espaço físico, mas um estado de alma, uma situação dramática de desgraça humana: quanto mais a pessoa se desumaniza, tanto mais caminha para o inferno.

A JACULATÓRIAA jaculatória que Maria ensinou aos pastorinhos faz-se por

todos nós que estamos em situação de purgatório e, sobretudo, pelos que mais necessitam, os mais afastados de Deus, para que a Graça os encha, os purifique, os converta.

O INFERNODeus oferece-nos a salvação, a possibilidade de participar no

seu mistério de comunhão, de amor. Mas Deus, precisamente por- que é Deus, respeita a nossa liberdade. Se não nos abrimos à Graça de Deus e nos fechamos nos nossos egocentrismos, não estamos a caminhar para a comunhão (a autêntica humanidade passa por aí), mas para o isolamento, para o inferno (isolando-nos caminhamos no sentido contrário da comunhão, do amor, infernizando-nos).O inferno é uma tragédia pessoal, em que nós, criados para amar e para a co- munhão, nos vamos eternizando cada vez mais fechados dentro de nós próprios.

O FOGO DO INFERNOSão os sentimentos que destroem e fazem sofrer aqueles

que na vida assumem uma atitude de inferno, porque no seu ego- centrismo infernizam-se e infernizam os outros. S. Paulo, na Carta aos Efésios (4,31), aponta alguns: azedume, irritação, cólera, insulto, maledicência e toda a espécie de maldade. Não há fogo pior: a vida é uma tragédia, uma dor, um sofrimento constante quando a pessoa se consome num isolamento culpável, numa solidão contra tudo e contra todos, fechada a Deus e ao seu amor.

O FOGO DO AMOR DE DEUSÉ a Graça de Deus, o fogo do amor misericordioso de Deus

que queima e destrói, não o homem, mas o pecado; fogo que purifica e renova o coração do homem.

Com Maria, aprender a Amar – Catequese para adolescentes e jovens Vasco António da Cruz

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São Paulo exorta-nos: «caminhai na caridade, a exemplo de Cristo, que nos amou e se entregou por nós, oferecendo-se como vítima agradável a Deus» (Ef 5,2). O caminho é o amor! É preciso per- correr hoje e sempre esse caminho, para que a Paz possa vencer! E ainda: «Sede bondosos, compassivos uns com os outros e perdoai-vos mutuamente, como também Deus vos perdoou em Cristo» (Ef 4,32).

2.2. Escuta da PalavraLê-se o texto bíblico: Rom 12,9-21.

Na Carta aos Romanos, S. Paulo exorta os membros da co- munidade cristã a viverem como verdadeiros cristãos e propõe-lhes um conjunto de normas para a vida da comunidade.

Uma série de exortações percorre o texto e aponta qual deve ser o comportamento do cristão. Nos primeiros versículos (9-16), Paulo refere-se sobretudo às relações internas entre os cristãos da comu- nidade de Roma e, nos seguintes (17-21), as exortações confrontam os cristãos de Roma com todos os homens: mas na realidade as duas partes estão intimamente interligadas.

Paulo:1. Exorta à vivência do amor: deve ser sincero e

caracteriza-secomo amor fraterno (9-10);

2. Convida a fugir do mal e a seguir o bem: constitui uma norma de caracter geral que se volta a reencontrar no final deste pequeno texto e sublinha o significado moral;

3. Nos vv. 11-13, insiste na necessidade de uma vida cristã animada pelo fervor, pela alegria na adversidade, pela assiduidade na oração, pela solidariedade para com os companheiros que se exprime também na prática da hospitalidade;

4. Fala da bênção e desafia ao perdão no v. 14, lembrando partes do Evangelho (cf. Mt 5,44 e Lc 6,28);

5. Exorta à partilha da alegria e da dor, isto é, pôr-se de acor- do, colocar-se a si próprio e aos próprios interesses em segundo plano;

6. Convida a viver em paz com todos pois só Deus é que é juiz (vv. 18-19); exorta a assistir também o inimigo: a dar-lhe de comer se tem fome e de beber se tem sede (v. 20).

As recomendações que Paulo dirige aos cristãos de Roma podem ser dirigidas a cada comunidade de crentes em Cristo. Res- pondem a princípios morais universais, mas neste contexto represen-

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tam a consequência prática da fé, ilustrada no seu aspeto doutrinal na primeira parte da carta. Constituem a consequência de um amor autêntico e sem hipocrisia que é o resultado da filiação em Deus no

Com Maria, aprender a Amar – Catequese para adolescentes e jovens Vasco António da Cruz

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Espírito (cf. Rom 5,14) e irmãos em Cristo, na qual «somos um só cor- po» (Rom 12,5).

2.3. Expressão de FéPode-se proporcionar a partilha entre os participantes a partir

do contraste entre o que foi partilhado à volta da visão do inferno e a exortação de Paulo. As partilhas podem orientar-se para uma dimen- são mais pessoal.

- Como é que cada um de nós pode esperar mudar o mundo com a sua própria ação?

2.4. Síntese e compromisso final

«o meu Imaculado Coração vencerá…»O amor vencerá (cf. Ct 8,6-7; 1Cor 13,8).

Por fim, a Senhora garante que o seu Imaculado Coração vencerá. Só o coração puro, sem mancha de pecado, cheio da Graça e do amor de Deus é capaz de vencer o pecado e uma cultura de morte. O Coração de Maria é para nós exemplo e estímulo.

O amor traz em si o ardor de Deus, o outro fogo que é o fogo de Deus, e é capaz de destruir, queimar, não o homem, mas o peca- do que inferniza a humanidade. Se nos abrirmos ao fogo do amor de Deus que renova os nossos corações, sobretudo através da oração assídua, então ajudaremos o amor do Coração Imaculado de Maria a vencer tantos ódios, tanta guerra, tanta violência… fruto dos corações pecadores.

Rezar pela conversão dos pecadores é, antes de mais, deixar- mo-nos transformar e renovar pelo fogo do amor de Deus, mas tam- bém comprometermo-nos a ser instrumentos desse mesmo amor, construtores da sua Paz.

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(Como compromisso, terminar com a Oração de S. Francisco,

se possível cantada)

ORAÇÃO DE S. FRANCISCO

Senhor, fazei de mim instrumento de vossa paz.Onde houver ódio, que eu leve o amor;

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão; Onde houver discórdia, que eu leve a

união; Onde houver dúvida, que eu leve a fé; Onde houver erro, que eu leve a

verdade;Onde houver desespero, que eu leve a

esperança; Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, Fazei que eu procure mais Consolar, que ser consolado;

Compreender, que ser compreendido; Amar, que ser amado.

Pois, é dando que se recebe, É perdoando que se é perdoado,

E é morrendo que se vive para a vida eterna.

3. MaterialBíblia; folha com o texto das Memórias da Irmã Lúcia; folha com a Oração de S. Francisco; papel em branco e canetas.

4. FontesMemórias da Irmã Lúcia I, Fátima, Secretariado dos Pastorinhos;Bíblia, Difusora Bíblica, 2008;Youcat, Catecismo Jovem da Igreja Católica;Catecismo da Igreja Católica (CIC)Vasco Pinto de Magalhães, Purgatório/Inferno, em AA.VV. Conversas com princípio, meio e fim, ed. C. Azevedo, Porto, 1997, pp. 66 ss.

Com Maria, aprender a Amar – Catequese para adolescentes e jovens Vasco António da Cruz

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Mãe do Amor Misericordioso Catequese para crianças

Maria Luís Reis

Estudos

www.fatima.pt/documentacao

Em VAZ, Carla Abreu, coord. –

Envolvidos no amor de Deus pelo

mundo: Itinerário Temático do

Centenário das Aparições de Fátima:

4.º ciclo. Fátima: Santuário de

Fátima, 2013.

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Mãe do Amor MisericordiosoCatequese para crianças

Maria Luís Reis

I – INTRODUÇÃO

REFLEXÃO PARA O CATEQUISTA1. O amor como síntese da vida cristã

«O amor é a forma mais alta e mais nobre de relação dos seres humanos entre si», referiu João Paulo II.

E como pode o amor sintetizar a vida cristã? Ora, sendo a vida do cristão centrada em Cristo e a vida de Cristo centrada no amor de Deus a ser repartido entre todos, também a vida do cristão estará ao serviço do amor.

Se nos dizemos cristãos teremos de agir eticamente como Jesus e para isso é preciso tê-lo diante dos nossos olhos através dos seus ensinamentos e prática de vida. Não é fácil na sociedade atual falar de Amor com “A” maiúsculo. Este amor significa uma entrega total quer vivendo, quer morrendo, como Jesus nos mostrou.

Um fariseu perito da lei, uma vez, perguntou a Jesus: “’Mes- tre, qual é o maior mandamento da Lei?’ Jesus disse-lhe: “Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e com toda a tua mente. Este é o maior e primeiro mandamento. O segundo é semelhante: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas’” (Mateus 22,36-40). Constatamos pois que o amor é a maior verdade cristã e o maior e mais profundo mandamento de Jesus e que S. Paulo tão bem sinteti- za: “Não fiqueis a dever nada a ninguém, a não ser isto: amar-vos uns aos outros. Pois quem ama, cumpre plenamente a Lei” (Rm 13,8).

Também, segundo o Evangelho de João (1,18), “a Deus

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Com Maria, aprender a Amar – Catequese para adolescentes e jovens Vasco António da Cruz

jamais alguém O viu. O Filho Unigénito, que é Deus e está no seio do Pai, foi

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Ele quem o deu a conhecer.” Assim, o cristão deve olhar em primeiro lugar para Jesus, na sua vida humana, contemplando a entrega da sua vida por amor. E então pode dizer que assim é Deus. Deus que se dá no Amor e está presente na nossa vida e em nome do qual fomos batizados, e é este amor que professamos que deve constituir o pilar da nossa vida como cristãos conscientes, cristãos por opção. O amor de Deus, a realidade de que somos profundamente amados por Deus deverá ser talvez, a primeira e maior verdade de fé.

2. Maria, a mulher da compaixão

Define-se compaixão como o sentimento de pesar que nos causam os males alheios, bem como uma vontade de ajudar o próxi- mo. Como podemos então ver em Maria uma mulher de compaixão?

Na segunda aparição destacamos as palavras reconfortan-tes de Nossa Senhora à pastorinha Lúcia, perante o sofrimento pela notícia de ficar sem os seus primos: “Não desanimes. Eu nunca te deixarei.”

Maria é para nós exemplo de verdadeira compaixão quando junto à cruz vê o seu filho em sofrimento desejando que ele não mor- ra, mas aceitando a vontade do Pai tal como o seu Filho. Peçamos também a Deus que nos dê a capacidade de sermos compassivos como Maria, para entendermos que, com Ele, nós superamos tudo. Ele deu-nos Maria para ser nosso amparo e ela assim o referiu a Lúcia: «O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus».

II – DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESEExperiência Humana

Mostrar 3 figuras que ilustrem compaixão:

Fig. 1 – criança a chorar e alguém a consolar; Fig. 2 – alguém dando de comer a um pobre; Fig. 3 – alguém a dar ânimo a um doente.

Ouvir o que as crianças têm a dizer sobre cada uma das imagens apresentadas e por fim questioná-las sobre o sentimento que lhes está subjacente: “a compaixão”.

Deverá explicar-se-lhes que ter compaixão é a nossa vontade de ajudar a minimizar o sofrimento dos outros, mostrando cuidado, atenção e delicadeza por aqueles que sofrem.

E agora que já sabemos o que é “compaixão” vamos ver com o também Maria é generosa connosco no seu amor misericordioso.

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Mãe do Amor Misericordioso – Catequese para crianças Maria Luís Reis

Palavra de Deus

Nossa Senhora disse a Lúcia «Não desanimes. Eu nunca te deixarei». Também a ela Deus fez uma promessa semelhante através do anjo que a visitou em Nazaré. Vamos ouvir:

Leitura de Lc 1,28-30«Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: “Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo.” Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que significava tal saudação. Disse-lhe o anjo: “Maria não temas, pois achaste graça diante de Deus”».

Dialogar com as crianças sobre aquilo que ouviram refletindo que Maria é, na realidade, como nós, pois viveu as mesmas alegrias que nós, as mesmas dores, momentos felizes e momentos difíceis, fadigas como as nossas e o mesmo entusiasmo, sempre confiando e colocando-se nas mãos de Deus. Quando chegam os momentos mais difíceis, Maria ensina-nos a não desanimar diante de coisas que não estão tão bem. Assim, quando rezamos a Ave-Maria e repetimos as palavras do anjo: «O Senhor é convosco!» estamos também nós a dizer que Deus está sempre junto de nós.

Nossa Senhora prometeu aos pastorinhos que nunca os dei- xaria e à sua semelhança também nós sabemos que ela está sempre ao nosso lado amparando-nos quando precisamos. Não é isso que fazem as nossas mães?

O que acontece quando nos magoamos? Quando estamos doentes? E quando estamos aflitos com um teste? (…). Explorar esta relação e atitude de compaixão das mães para com os filhos, abor- dando com algum cuidado as crianças que já não têm a mãe a seu lado.

ATIVIDADE1 – Distribuir às crianças uma pagela com a oração de S. Francisco de Assis, adaptada às suas idades para mais facilmente ser compreendi- da como síntese de toda a catequese.

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ORAÇÃO

Senhor,Onde houver ódio, que eu leve o amor,

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Onde houver discórdia, que eu leve a união. Onde houver erro, que eu leve a verdade.

Onde houver desespero, que eu leve a esperança.Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.

Onde houver trevas, que eu leve a luz!

Ó Jesus,Fazei que eu procure mais

Consolar, que ser consolado.

Compreender, que ser compreendido.Amar, que ser amado.

Pois é dando, que se recebe. É perdoando, que se é perdoado

SENHOR, FAZEI-ME UM INSTRUMENTO DO VOSSO AMOR!(Oração adaptada)

2 – Depois de todos rezarem em conjunto desafiar as crianças a exemplificarem o que fazer para se agir em conformidade com aquilo que dissemos em cada um dos versos (ex.: Que vamos fazer para levar amor onde há ódio?);3 – Depois do diálogo e de acordo com os recursos disponíveis passar uma apresentação (filme/powerpoint) com ilustrações para a referida oração;4 – Por fim, fazer a ligação com Maria que é para nós exemplo destas ações e concluir com o cântico: “Quero ser como tu, Maria”.

Estudos

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Catequese para Criançaswww.fatima.pt/documentacao

Em VAZ, Carla Abreu, coord. –

Santificados em Cristo: Itinerário

Temático do Centenário das Aparições

de Fátima: 5.º ciclo. Fátima:

Santuário de Fátima, 2014

Sandra Dantas

Catequese para Crianças

Sandra Dantas

Objetivos• Dar a conhecer às crianças a figura dos

três pastorinhos.• Ajudar as crianças a perceberem o que

significa ser Igreja.• Ajudar as crianças a perceberem que

são importantes navidada Igreja.

Materiais necessários

• Projetor;• Computador;• Ligaçãoàinternetquepermitavernoyoutube

:http:// www.youtube.com/watch?v=BullAb7DhjI&hd=1;

• Folhas A4 brancas, tantas quantos os participantes;

• Lápis de cor ou marcadores.

Breve palavra ao catequista

Com esta catequese, temos a pretensão de ajudar as crianças a conhecer os pastorinhos de Fátima e fazer com que percebam a importância de ser Igreja erezar pelos outros. Ninguém viveasua fé parasimesmo, maspara a transmitir aos outros, assim como também não a vive sozinho, mas em Igreja. Éna Igreja queaprendemosacrescerna fé. Mas a Igreja

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tambémé cada um de nós. Seria bom que, desde cedo, a criança pudesse fazer essa experiência de ser eajudara construir aIgreja, porquecadaumdenós deve ser a imagem do amor de Deus no mundo, ou seja, a Igreja.

CatequeseCom Maria sou e construo a Igreja

Maria é a mãe de Jesus. Ela acompanhou-o sempre durante toda a sua vida. Foi comela que Jesus aprendeu aamar a Deuseahumanidade. Como todas asmães, ela gostava muito de Jesus esóqueriaoseu bem. Mas, comotoda a gente, Jesus tambémsofreu, às vezes a escola eradifícil, os amigos não o compreendiam e Maria lá estava para o ajudar. Quando Jesus morreu ofereceu a sua vida pelos seus amigos e Maria continuou ao lado dele a ajudar esses amigos. Nós somos hoje esses amigos de Jesus e Maria énossa mãe. Comelanós somos e construímos a Igreja de Jesus.

Cântico – Somos as Crianças de um Mundo (Cd–Festa Maior)

Tal como cada um de nós, os pastorinhos, Lúcia, Francisco e Jacinta, queriam ser amigos de Jesus, por isso rezavam todos os dias o terço e eram muito bons para todos. Já ouvistes a história dos três pastorinhos? Vamos agora ver e escutar com muita atenção esta história.

Veraanimação Pastorinhos, quepodeserencontrada aqui –(http://www.

youtube.com/watch?v=BullAb7DhjI&hd=1)

Falar depois com as crianças sobre o que acabaram de ver. Incentivá-las

a rezar pelos outros como faziam os Pastorinhos.

Animador-Maria,amãedeJesusétambémanossamãe.Elaqueacom- panhou Jesus durante a sua vida está connosco sempre. Vamos agora fazer um desenho para lhe oferecer. Para lhe dizer como gostamos dela e queremos estar sempre com ela e com Jesus. Queremos ser os amigos de Jesus,comoospastorinhos.(Daracadacriançaumafolhadepapelbranca e colocar à disposição de

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todas lápis de coroumarcadores coloridos, depois convidar as crianças a

desenhar Maria na Igreja com Jesus. Depois de desenhar podem oferecer

o desenho a Nossa Senhora, na Igreja).

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ORAÇÃO

Ó Maria, tu és a mãe de Jesus e a minha mãe

do céu. Eu quero estar sempre contigo e com

Jesus.

Ajuda-me a ser bom e a fazer sempre a vontade de Jesus, como tu fizeste.Como os pastorinhos, eu também me comprometo aser um sinal do teu amor no mundo.Rezo por todos os meus amigos e companheiros da escola; ajuda-me a gostar deles mesmo quando eles são maus para mim.

Peço-te também pela minha mãe e pelo meu pai, que eles sejammeus amigos como tu foste de Jesus. Eu também quero ser muito amigo deles.

Obrigado por seres minha mãee meajudares

sempre. Ámen.

Cântico – Raios De Sol (Cd – Festa Maior)

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08/04/2016 Cat_14_Adolescentes_Construo_Igreja.pdf - Arquivo compartilhado com o Box

https://app.box.com/s/kigprp239qb7eoq98ox534jkn3bam46m 1/1

SOU A SENHORA DO ROSÁRIOCatequese para crianças

Estudos

www.fatima.pt/documentacao

Guião da visita da Imagem Peregrina

de Nossa Senhora de Fátima às

dioceses portuguesas - O meu Coração

Imaculado conduzir-vos-á até Deus -

maio de 2015 a maio de 2016. Fátima:

Santuário de Fátima, 2015.

SOU A SENHORA DO ROSÁRIO / Catequese 1

SOU A SENHORA DO ROSÁRIO/ Catequese para crianças

I. INTRODUÇÃO

Para o(a)s CatequistasA visita da Imagem Peregrina de Fátima às Dioceses é um

momento privilegiado para, dentro da preparação para a celebração do Centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima, proporcionar ao povo de Deus um conhecimento mais aprofundado da íntima parti- cipação da Virgem Maria na história da salvação, ela que interveio de modos diversos e admiráveis nos mistérios da vida de Cristo (cf. Missas da Virgem Santa Maria – Missal, Preliminares, n.º5, p.12).

É também uma oportunidade para aproximar as crianças das nossas catequeses «Àquela Mulher vestida de Sol» (Ap 12, 1) que, por desígnio divino, veio do Céu a esta Terra, à procura dos pequeninos privilegiados do Pai (cf. João Paulo II, Homilia em Fátima, 13 de maio de 2000). Ajudá-las a conhecer mais de perto a Senhora de Fátima e a forte atração que exerceu sobre os três Pastorinhos e, consequentemente, a progressiva transformação das suas vidas acaba também por envolver os nossos catequizandos e cada um de nós num dinamismo de abertura ao mistério de Deus e do seu amor.

A proximidade das idades dos nossos catequizandos e dos três Pastorinhos será também um elemento catalisador na recetividade da Mensagem trazida pela Senhora, em Fátima, e no modo de as crianças da

156 • GUIÃO DA VISITA DA IMAGEM PEREGRINA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA ÀS DIOCESES SOU A SENHORA DO ROSÁRIO / Catequese 1

Catequese apreenderem a espiritualidade de Fátima, captando-a como um convite a pôr em prática o ideal evangélico traçado por Jesus.

Toda a dinâmica desta catequese é, apenas, uma proposta que se oferece a(o)s catequistas. Cada um(a) orientará a sessão de catequese utilizando a metodologia que melhor se adequar aos objetivos apresen- tados e tendo em conta as idades das crianças e a realidade concreta do(s) seu(s) grupo(s).

Será consolador verificar que as crianças se alegram e entu- siasmam na expetativa e na preparação da visita da Imagem Peregrina e, por conseguinte, sentem desejo de fazer das suas vidas um dom para Deus e para os outros, à imitação da Serva do Senhor, aprendendo «na sua escola» como recomendou o Papa João Paulo II, na homilia já citada:«Pedi aos vossos pais e educadores que vos metam na ‘escola’ de Nossa Senhora, para que Ela vos ensine a ser como os pastorinhos, que procu- ravam fazer tudo o que lhes pedia».

Na narração da primeira aparição, cujo texto vai ser ouvido ou lido na sessão de catequese, é interessante verificar que as primeiras palavras da Virgem Maria aos pastorinhos são também as que Ela ouviu do Anjo da Anunciação: «Não tenhas medo» / «Não tenhais medo». Palavras que inspiram tranquilidade, paz. Se for oportuno o/a catequista poderá apro- veitar esta ocasião para passar a informação de que a interpelação da parte de Deus a não ter medo se repete algumas centenas de vezes ao longo da Bíblia, mais precisamente, 366 vezes. A aproximação de Deus ao ser humano estabelece-se sempre numa relação de confiança e não de medo, qualquer que seja a situação em que o ser humano se encontra, ou qualquer que seja o desafio que lhe é feito.

Depois de perguntar aos pastorinhos «quereis oferecer-vos a Deus…?» e de ouvir a sua resposta inocente, mas pronta, «Sim,

queremos», Nossa Senhora não lhes esconde o sofrimento que uma tal opção pode trazer consigo. De imediato afirma: «Mas a graça de Deus

154 • GUIÃO DA VISITA DA IMAGEM PEREGRINA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA ÀS DIOCESES SOU A SENHORA DO ROSÁRIO / Catequese 1

será o vosso conforto». A consolação de Deus que lhes será dado experi-mentar, no meio das provações, mantê-los-á firmes.

Os pequeninos gestos de solidariedade visíveis na vida dos Pastori- nhos podem, por vezes, exigir privações, mas estas, por causa do amor que lhes dá sentido, comportam em si a alegria. A verdadeira solidariedade no dar e no dar-se aprende-se com o Evangelho, concretamente com Jesus e Maria. Por aqui passa também o dinamismo da Mensagem de Fátima.

Quem se descobre amado por Deus sente que a sua vida tem de mudar. Aceita então entrar num processo de conversão, abandonando os caminhos do erro e da mentira para passar a viver como um discípulo credível de Jesus Cristo. Segundo a terminologia paulina, trata-se de«despir-se do homem velho» – a conduta de uma vida anteriormente marcada pelo pecado, para «revestir-se do homem novo», capaz de viver segundo o caminho apontado no Evangelho. S. Paulo, em termos decisivos e claros, depois de explicar como se deve fazer uma autên- tica mudança de vida (cf. Ef.4, 22-31), resume assim: «Sede, bondosos uns para com os outros, compassivos; perdoai-vos mutuamente, como também Deus vos perdoou em Cristo» (Ef. 4, 32). Uma tal mudança de vida torna-se dom e oferta de si a Deus e ao próximo, e concorre para a paz e fraternidade.

O apelo à conversão e à mudança de vida na Mensagem de Fátima atualiza, na nossa época histórica, o mesmo apelo de Jesus, em Mt. 4, 17:«Convertei-vos, porque está próximo o Reino do Céu».

Teremos entendido a espiritualidade de Fátima se tivermos em conta que uma conversão autêntica da vida aponta sempre para a

Comu- nhão com Deus, e para o serviço ao próximo, segundo o Modelo que é Jesus. É para Jesus Cristo que a Virgem Maria nos

aponta o caminho quando diz: «Fazei tudo o que Ele vos disser». Fê-

lo em Caná da Galileia.E a partir das manifestações de há 100 anos, em Fátima, temos a garantia de que continua a fazê-lo ainda.

156 • GUIÃO DA VISITA DA IMAGEM PEREGRINA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA ÀS DIOCESES SOU A SENHORA DO ROSÁRIO / Catequese 1

A Igreja, nos Documentos do Magistério e nos textos da Liturgia, anima-nos a confiar seguramente, na intercessão e no auxílio da bem-a- venturada Virgem Maria que «não abandonou a missão salvadora que Deus Pai lhe confiou, mas continua a obter-nos com a sua multíplice intercessão os dons da salvação eterna» (LG.,62). A Igreja, que, pelos vínculos que a unem a Maria, «quer viver o mistério de Cristo» (Marialis Cultus, n.º 11) com ela e como ela, tem a experiência contínua de que a bem-aventurada Virgem Maria está sempre presente, sobretudo na sagrada liturgia, como sua mãe e auxiliadora (Missas da Virgem Santa Maria - Missal, Preliminares, n.º12, p.14).

Na introdução à Missa de Nossa Senhora, sob a invocação de«Nossa Senhora de Caná», é sublinhada a presença da Virgem Maria nos mistérios da nossa salvação e por conseguinte em comunhão com o Povo de Deus em cada Eucaristia.

A Mãe de Jesus, que por admirável providência esteve presente nos mistérios da

nossa Salvação (…) solícita pelo bem dos homens, roga ao Filho que atenda as suas

necessi- dades; manda aos homens que façam o que o Filho nos mandou no

Evangelho. Mais ainda, segundo o sentido da liturgia, devemos estar convencidos do

seguinte: a Mãe de Jesus, que esteve presente no banquete nupcial de Caná, está

presente no banquete nupcial eucarístico da Igreja. Por isso a comunidade dos

fiéis celebra todos os dias a Eucaristia, reunidos em comunhão [antes de mais] com

a gloriosa Virgem Maria (Missas da Virgem Santa Maria – Missal p. 63).

Ao introduzir os catequizandos na leitura da Palavra de Deus (Doc. 2), momento alto da catequese, convém lembrar-lhes que a Senhora que interage na ação do texto evangélico que vão ouvir é a mesma que apareceu em Fátima, pois segundo as belas palavras do Concílio Vati- cano II, ela «cuida, com amor materno, dos irmãos de seu Filho que entre perigos e angústias, caminham ainda na terra, até chegarem à pátria bem-aventurada» (LG, 62).

Após a leitura ou dramatização do texto (Doc. 2), o(a) catequista convida os catequizandos a fazerem uma breve reflexão sobre o Evan- gelho acabado de ouvir. Segundo as suas idades e capacidades, tenta ajudá-los a reter a mensagem deste texto e, de forma especial, o papel intercessor de Maria, num momento que poderia ter sido de grande aflição para os noivos, mas que ela evitou. Por outro lado, antecipou a manifestação do poder divino de seu Filho, Jesus, num milagre, num sinal – o primeiro, segundo o evangelista João – tão claro para os olhos dos que estavam presentes e, sobretudo, tão clarividente para a fé dos discípulos. Naquele lugar concreto, em Caná da Galileia, abriu-se-lhes um novo horizonte: alguém a quem eles podiam entregar a sua fé, e, por esta porta, encontrar Aquele, o Único, a quem eles podiam entregar-se, na realidade das suas vidas.

Maria não se coloca no centro. O seu objetivo é robustecer e apro- fundar a relação de Deus com os homens, como bem o afirma Eloy Bueno de la Fuente, conceituado teólogo espanhol:

Como testemunha fiel, a sua figura é a transparência de Alguém que a chamou e

enviou. A Virgem apenas existe em relação a Deus. Paulo VI afirmou que «na

Virgem Maria tudo é relativo a Cristo e dependente dele» (Marialis Cultus, n.º 25).

Nesta dimensão profun- damente teologal configura-se a sua relação com os demais,

com os filhos do Pai, com os irmãos do Filho. O Espírito enriquece-a com os seus

dons para que o amor mostre toda a sua fecundidade na história. Neste sentido,

pode ver-se a Virgem como «presença sacramental dos traços maternais de Deus»

(Puebla, n.º 291), também portanto da sua misericórdia. (E. Bueno de la Fuente, A Mensagem de Fátima – A misericórdia de Deus: O triunfo do Amor nos

dramas da História, Santuário de Fátima, 2013, p. 45-46)

Saibamos aceitar e, sobretudo, agradecer a participação da Virgem Maria, na História da Salvação e também na história pessoal de cada um(a) de nós. E, nesta preparação para a celebração do

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Centenário das Aparições em Fátima, a melhor forma de a louvar é imitá-la como

160 • GUIÃO DA VISITA DA IMAGEM PEREGRINA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA ÀS SOU A SENHORA DO ROSÁRIO / Catequese 1

discípula de seu Filho, para quem Ela aponta e nos recomenda: «fazei o que Ele vos disser».

Enquanto mãe de Jesus, Maria é também nossa mãe. As boas mães responsabilizam-

se sempre pelos filhos. Esta mãe não foge à regra. Já na terra, ela mobilizou-se

junto de Jesus pelos outros, como foi o caso das bodas de Caná, em que ela salvou o

casal de noivos de uma situação complicada. Na sala do dia de Pentecostes, ela

orava com os discípulos. Porque o seu amor por nós não acaba, podemos estar

certos de que ela se comprometeu por nós nos dois momentos mais importantes

da nossa vida: «Agora e na hora da nossa morte» (YOUCAT 148, Catecismo

Jovem da Igreja Católica).

Atente-se no seguinte:Se o(a) Catequista achar oportuno trabalhar este tema em duas

sessões, pode terminar a primeira sessão no fim da Experiência Humana, findando com o cântico «Ensinai-nos, pastorinhos» para que o aprendam já. Retoma o tema na sessão seguinte com este mesmo cântico para ser mais fácil estabelecer ligação entre as duas sessões.

Insiste-se de novo que a metodologia apresentada, bem como as

atividades sugeridas não passam de simples propostas de trabalho em ordem aos objetivos traçados.

OBJETIVOS- Conhecer um pouco da História e da Espiritualidade de

Fátima;- Relacionar a Mensagem de Nossa Senhora em Fátima com o

anúncio e interpelações que os Evangelhos nos apresentam;- Manifestar alegria em fazer da vida um presente ou dom para

Deus e para os outros.

MATERIAIS

- Poster ou imagem de Nossa Senhora de Fátima com os Pastorinhos;

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- Cópia de texto retirado de Memórias da Irmã Lúcia, Secretariado dos Pastorinhos, Fátima, 8.ª edição, agosto, 2000, pp. 161-165 (Doc. 1);

- Cópia do Evangelho de S. João 2, 1-11 (texto preparado para ser lido de forma dialogada ou para ser dramatizado) (Doc. 2);

- Letra do cântico “Pastorinhos, ensinai-nos” (Doc. 3); pode ser encontrado em áudio, no site do Santuário: www.santuario-fatima.pt/ Arquivo Multimédia / Áudio / Cânticos / Cânticos Peregrinação das Crianças 2009 / Ensinai-nos Pastorinhos ou em CD Avé Fátima, Schola Cantorum Pastorinhos de Fatima, Cânticos do Santuário, faixa 14;

- Leitor de CD ou computador;- Cestinha ou caixa com pequenos papéis enrolados (Doc. 4),

contendo mensagem, um para cada catequizando ou indicação de tarefa para executar.

II. DESENVOLVIMENTO DA

CATEQUESE Experiência HumanaDepois de acolher as crianças no lugar próprio para a catequese,

o(a) catequista dirige-lhes algumas perguntas para as introduzir no tema desta sessão:

quem já ouviu falar de uma terra com o nome de Fátima? E de um lugar chamado Cova da Iria?E de um cântico que começa assim: A treze de maio, / na Cova da Iria,

/ apareceu brilhando / a Virgem Maria.

Ouvir as respostas e no caso de conhecerem o cântico, deixar que o cantem.

Então, numa terra que tem o nome de Fátima, e num lugar que pertence a Fátima, com o nome de Cova da Iria, quem é que apareceu? E a quem é que Nossa Senhora, a Mãe do Céu, apareceu? – A três crianças. Sabem

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os nomes? (Ajudar). – Sim, Lúcia, Francisco e Jacinta. E que mais sabem sobre estes meninos? (Ouvir). Francisco e Jacinta eram irmãos e eram primos de Lúcia. Eram muito amigos. Que idades tinham? Lúcia, 10 anos; Francisco, 9; e Jacinta7. Mais ou menos as vossas idades, não? E sabem o que é que eles faziam? (ouvir e ajudar nas respostas). Ajudavam os pais e os irmãos mais velhos.

Os seus pais eram agricultores. Trabalhavam no campo e nos serviços da casa. E as três crianças, apesar de tenra idade, também começaram cedo a trabalhar. Faziam coisas muito simples: ajudavam os pais e os irmãos mais velhos. Os três eram pastores dos rebanhos de seus pais. Passavam o dia na serra ou nos campos, guardando as ovelhas. Por isso ficaram conhecidos como os três Pastorinhos.

O seu trabalho era uma festa, uma alegria! Durante o dia, além de guardarem as ovelhas, tinham tempo para jogar, brincar e rezar. O Francisco gostava muito de subir para os penedos mais altos, para tocar o seu pífaro. Gostava, também, de brincar. A irmã e a prima corriam atrás das borboletas, apanhavam flores, dançavam e divertiam-se com outras brincadeiras.

O(A) catequista pode apresentar agora um poster ou quadro com a imagem de Nossa Senhora de Fátima e os três pastorinhos e afixá-lo ou colocá-lo diante dos catequizandos. E continua, explicando ou dialo- gando:

Era o ano de 1917. Quase 100 anos, por isso, dizemos que vamos festejar 100 anos ou celebrar o centenário. É uma data muito importante, não acham? Porquê? Porque vamos ter ocasião de lembrar o que se passou nesse ano e sobretudo porque vamos ter oportunidade de conhecer e dar muita atenção às Palavras que Nossa Senhora disse aos três pastorinhos, à Mensagem que trouxe do Céu e ao modo como eles ficaram encantados e como corresponderam à

Mensagem que Nossa Senhora lhes comunicou.E já agora uma outra pergunta: quando estamos a falar em

Nossa Senhora, Nossa Senhora de Fátima, estamos a falar em quem? (Deixar que os cate-

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quizandos respondam, para nos certificarmos de que estão a acompanhar o nosso raciocínio).Muito bem. Dizemos Nossa Senhora de Fátima, porque apareceu em Fátima e já sabemos que foi em 1917 e que apareceu a três crianças. Deixar repetir os nomes. Mas, na verdade, quem é esta Senhora, que nós também designamos por Nossa Senhora? (Deixar que associem a Maria

de Nazaré, Mãe de Jesus). Muito bem, é Maria, Mãe de Jesus. Quer então dizer que foi a Mãe de Jesus que apareceu em Fátima. Vamos ouvir agora o que Lúcia descreveu passados alguns anos.

Sugere-se que se faça uma leitura em diálogo do Doc. 1, pelas crianças (3.º, 4.º Anos). Para as mais pequeninas do 1.º e 2.º Ano, a leitura deverá ser feita pelo(a) catequista.

Lido o texto sobre a primeira aparição, entrar em diálogo com os catequizandos, tendo em conta as suas idades e capacidades de compreensão.

Então, gostaram de ler / ouvir ler o que Lúcia deixou escrito sobre como foi a primeira vez que Nossa Senhora apareceu aos três Pastorinhos, em Fátima? Quais foram as primeiras palavras de Nossa Senhora? (Ouvir as respostas). «Não tenhais medo». Era natural, terem medo, pois não é habitual ter assim uma visão de alguém, envolvido em tanta luz, a luz do Céu, que nós designamos, neste caso, por aparição. E Lúcia, numa linguagem própria do seu tempo, fez logo duas perguntas. Lembram-se dessas duas perguntas no início? Muito bem, donde era a Senhora e o que desejava. Como é que Lúcia perguntou? (Deixar que respondam e ajudar, tentando sempre louvar a atenção com que

ouviram). «Donde é Vosse- mecê?» e «o que é que Vossemecê me quer?» E que respondeu Nossa Senhora? Que era do Céu e que vinha pedir aos três pastorinhos para virem àquele lugar no dia 13, durante seis meses seguidos, naquela mesma hora. Depois lhes diria quem era e o que pretendia.

Foi o primeiro pedido feito aos Pastorinhos. Eles escutaram e

aceitaram o pedido da Senhora. Assim, como podeis imaginar, cada dia 13, à mesma hora, lá estavam eles à espera. E sabem o que faziam, enquanto esperavam?

164 • GUIÃO DA VISITA DA IMAGEM PEREGRINA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA ÀS SOU A SENHORA DO ROSÁRIO / Catequese 1

Faziam uma coisa boa, que Nossa Senhora lhes recomendou em cada uma das seis aparições: rezavam o terço, como Ela lhes tinha recomendado. Assim, já estavam a pensar em Nossa Senhora e em Jesus, por isso para eles a oração do terço não era «nenhuma seca», não. E se os Pastorinhos nunca faltaram ao combinado, a Senhora também nunca faltou. É que Ela queria prepará-los, pouco a pouco, para acolherem, viverem e depois transmitirem uma Mensagem muito importante que Deus lhes queria confiar.

E porque é que Nossa Senhora apareceu? – Podeis perguntar.Sabemos que uma boa mãe deseja o melhor para os seus

filhos. Prote- ge-os, acompanha-os, ensina-os, faz tudo para que eles vivam alegres e felizes. Não é verdade?

Maria, a Mãe de Jesus que é também nossa Mãe, a nossa Mãe do Céu, ao aparecer, em Fátima, mostra-nos que não se esquece de nós e que vem em nosso auxílio. Também Ela está muito, muito atenta às nossas necessidades. Preocupa-se connosco para sermos verdadeiramente felizes. Nós é que facil- mente nos esquecemos dela e de Jesus. Ao aparecer em Fátima, veio dizer-nos para darmos mais atenção a Jesus, e lembrar-nos de quanto Ele gosta de nós, e que é n’Ele que devemos confiar sempre, mesmo nas situações mais difíceis. Veio dizer também que quando nos afastamos de Deus e seguimos os nossos caprichos e fazemos todas as asneiras possíveis, só estamos a contribuir para a nossa desgraça e infelicidade. Então o melhor é mudar de rumo.

E o que é que acham que Deus quer? Isso mesmo, quer o nosso bem, quer ver-nos felizes, muito felizes. Maria veio então dizer-nos como seria bom se todos colaborássemos a fazer um mundo melhor, mais fraterno, a viver em paz e sem guerra, seguindo o exemplo de Jesus.

E as palavras de Nossa Senhora foram tão importantes e decisivas para os Pastorinhos que eles aceitaram com muita alegria e

generosidade os pedidos que ela lhes fez e passaram a viver de uma maneira nova.

Francisco sentia-se atraído para junto do Sacrário, para estar em união com Jesus, para falar com Ele, como o seu maior amigo, manifestando a sua

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pena ao ver que muitas pessoas se afastavam do bom caminho, espalhavam erros, eram ingratas para com Deus, que é tão bom. Procurava assim, junto de«Jesus escondido» consolá-Lo e pedir perdão por essas pessoas e para que elas se emendassem dos seus errados caminhos.

Jacinta aceitava, com muito amor por Jesus, as coisas que lhe custavam, não se queixava e oferecia a Jesus. Sabem por quem é que ela oferecia? Pelos pecadores, para que mudassem a sua vida dos caminhos errados para o caminho de Jesus e assim serem felizes. Também rezava e oferecia o seu sofri- mento pelo Santo Padre. Jacinta para dar gosto a Jesus, procurava dar do que tinha aos pobres. Às vezes privava-se totalmente do seu lanche para dar aos que não tinham e sentia-se assim muito feliz, pois estava a seguir o exemplo de Jesus.

Lúcia, que viveu muitos anos procurou fazer tudo para transmitir a Mensagem que Deus lhe confiou, através de Maria, não se poupando a sofri- mentos e incompreensões. Mas sentiu sempre no Coração da Mãe do Céu um grande apoio e refúgio. E isso criava na Lúcia muita alegria e muita paz.

A PalavraPoderá introduzir por estas palavras ou por outras mais adap-

tadas: neste momento, gostava que ouvissem uma passagem da Palavra de Deus, que nos mostra a preocupação que Maria tem pelas pessoas, procurando ir em auxílio delas, mesmo que tenha de pedir a Jesus para as socorrer, em momentos difíceis. Vamos ouvir com muita atenção e como é uma passagem do Evangelho, vamos pôr-nos de pé (Segue-se leitura ou dramatização de Jo 2, 1-11, Doc.2).

A título de sugestão, apresentam-se, algumas pistas de reflexão, aproveitando sempre as respostas das crianças e partindo dessas mesmas respostas para as questões a pôr-lhes.

Numa terra com o nome de Caná houve uma festa de casamento. E quem é que foi também convidado? Quando estavam na festa o que aconteceu?

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– Faltou o vinho, pois claro. Mas houve alguém que reparou nisso. Quem foi? – Foi a Mãe de Jesus. E acham que ficou calada, que não disse nem fez nada? O que disse ela a Jesus? E aos serventes? E depois, o que fez Jesus? Só Maria, Jesus e os serventes é que souberam o que tinha acontecido, não é verdade? Nem o chefe da mesa, nem o noivo sabiam. E afinal quem fez o milagre de trans- formar a água em vinho? Jesus livrou assim aqueles noivos de uma situação complicada, não acham? Pois Ele, por ser Deus, tinha esse poder tão grande. Os noivos ficaram certamente muito contentes, mas houve umas pessoas que perante aquele facto, acharam que podiam acreditar verdadeiramente que Jesus era Deus e que valia a pena escutá-Lo com muita atenção e queriam até aprender a viver como Ele, para serem bons e fazerem o bem. Quem foram essas pessoas? – Foram os discípulos.

E agora a última pergunta mas que é muito importante. Vamos ver se sabem responder. Qual foi a pessoa que contribuiu, mesmo sem dar nas vistas, para que Jesus, ali mesmo, livrasse de apuros aqueles noivos e para que a alegria da festa pudesse continuar? Nem temos dúvidas, pois não? – Foi a Mãe de Jesus. Foi a mesma Senhora que apareceu em Fátima, como que a querer dizer às pessoas deste tempo: Deem muita atenção a Jesus, fazei o que Ele vos disser, fazei o bem como Ele fez, quando andou na terra e os que andam por caminhos errados, deixem esses caminhos para terem paz e serem felizes.

Expressão da FéEm resposta à pergunta que Nossa Senhora fez aos Pastorinhos

«Quereis oferecer-vos a Deus…?» como é que nós podemos oferecer-nos, isto é, fazer da nossa vida um presente ou uma dádiva para Deus? (Ouvir as respostas dos catequizandos e aproveitá-las no sentido de os ajudar a crescer na

generosidade, e na aber- tura a Deus e ao próximo). Respostas possíveis: Ser bom,

sim. Seguir o caminho de Jesus, muito bem! Mas vamos concretizar: – tratar bem as pessoas…; – seguir os bons conselhos dos pais, dos professores, dos catequistas…; – fazer os TPC da escola e da catequese…; – ajudar nas tarefas em casa…; – ser respeitador,

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não maltratar os colegas…; – ter paciência com os irmãos…; – não estragar comida…; – não exigir coisas demais aos pais, quando se vai às compras…; – ser capaz de partilhar as nossas coisas com quem não tem ou tem menos do que nós…; – portarmo-nos bem, na igreja, na escola, em casa…; Tanta coisa boa que podemos fazer! E também falar com Jesus. Temos tanta coisa a dizer-Lhe e também a agradecer-Lhe o que nos dá e a pedir-Lhe perdão quando erramos(ouvir das crianças outras propostas).

E quando nos custar? Dizer assim, como Nossa Senhora ensinou aos Pastorinhos: «Ó Jesus, é por teu amor, é para que voltem para Ti, os que se afastaram e com a tua ajuda se tornem bons». Não sei se algum de vós já expe- rimentou, quando tem que fazer alguma coisa que é para nosso bem, mas que custa a fazer, se dissermos cá, no íntimo do coração, «Ó Jesus, não me apetece, isto custa-me muito, mas eu vou dar-te esta alegria, porque és meu amigo e queres o melhor para mim. Ofereço-te este sacrifício, é por Ti que o faço…» Podem crer, sentimos dentro do nosso coração uma alegria tão grande, que só pode vir de Deus!

Oração (Adaptar consoante as idades)

Convidar os catequizandos mais ou menos nestes termos: Agora, de pé, vamos olhar para a Imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima ou fechar os nossos olhos, para concentrar melhor a nossa atenção e o nosso coração naquilo que estamos a dizer. Podem repetir as frases conforme vão ouvindo: «Ó Mãe de Jesus e Minha Mãe do Céu, tu que andaste com Jesus ao colo, lhe pegavas pela mão e O ajudaste a crescer, agarra também a minha mão e conduz-me pelo caminho de Jesus, como ensinaste aos pastorinhos de Fátima. Faz com que eu tenha sempre alegria em ser amigo de Jesus».

Para guardar na memória e no coração:Finalmente, consoante o tempo disponível, convidar os cate-

quizandos a retirar um rolinho da cesta e a ler o conteúdo, fazendo um

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desenho ou decoração conforme o gosto pessoal.É apenas uma sugestão. O(A) Catequista poderá encontrar

outro tipo de tarefa, cujo resultado, por exemplo, poderá, eventualmente, ser colocado junto ao andor ou imagem de Nossa Senhora.

Vamos terminar, ouvindo e aprendendo um cântico (Doc.3):Ensinai-nos, Pastorinhos

III. DOCUMENTOS

DOC. 1No dia 13 de maio de 1917, saíram, como de costume, com os

reba- nhos, para um local chamado Cova da Iria. Era um lindo dia de prima- vera! Os Pastorinhos brincavam alegremente. Mas, de repente, viram um relâmpago.

– «É melhor irmos embora para casa. Pode vir trovoada – disse a Lúcia.

– Pois sim – concordaram os primos”.E começaram a descer a encosta. Ao chegar junto de uma

azinheira grande, viram outro relâmpago e, dados alguns passos, mais adiante, viram, sobre uma carrasqueira, uma Senhora vestida de branco, mais brilhante que o Sol. Pararam surpreendidos pela aparição. Ela irradiava tanta Luz que os Pastorinhos ficaram dentro da luz que Ela espelhava.

Então a Senhora disse-lhes:– Não tenhais medo. Eu não vos faço mal.– De onde é Vossemecê? – Perguntou a Lúcia.– Sou do Céu.– E que é que vossemecê me quer?– Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no

dia 13 a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero.

– E eu também vou para o Céu?

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– Sim, vais.– E a Jacinta?– Também.– E o Francisco?– Também, mas tem que rezar muitos terços.E a Senhora fez-lhes um convite:– Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os

sofrimento (…), em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica, pela conversão dos pecadores?

– Sim queremos.E a Senhora acrescentou:– Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será

o vosso conforto.

E enquanto dizia estas palavras, abriu as mãos. Delas saiu uma grande Luz que os penetrou no peito e no mais íntimo da alma, referia a Lúcia, mais tarde.

Essa Luz tão especial era Deus. E eles ficaram envolvidos naquela Luz e viram-se em Deus. Então, por um impulso íntimo, caíram de joelhos e repetiam intimamente: «Ó Santíssima Trindade, eu Vos adoro. Meu Deus, meu Deus, eu Vos amo».

De tal maneira eles ficaram cheios de Deus e felizes por terem a certeza de que iriam para o Céu, que aceitaram com muita alegria e gene- rosidade todos os pedidos que Nossa Senhora lhes fez.

Depois a Senhora acrescentou:– Rezem o terço todos os dias para alcançar a paz para o mundo e o

fim da guerra.Em seguida, a «Senhora mais brilhante que o sol» afastou-se

muito lentamente, subindo em direção ao nascente, deixando um rasto de luz até desaparecer na imensidade da distância.

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mento.

DOC. 2Evangelho Jo 2, 1-11Nar. – Naquele tempo,realizou-se um casamento em Caná da Galileia e estava lá a Mãe de Jesus.Jesus e os seus discípulos foram também convidados para o casa-

A certa altura faltou o vinho. Então a Mãe de Jesus disse-Lhe:Maria – «Não têm vinho». Nar. – Jesus respondeu-Lhe:Jesus – «Mulher, que temos nós com isso? Ainda não chegou a minha hora».Nar. – Sua Mãe disse aos serventes:Maria – «Fazei tudo o que Ele vos disser». Nar. – Havia ali seis talhas de pedra, destinadas à purificação dos judeus, levando cada uma de duas a três medidas. Disse-lhes Jesus:Jesus – «Enchei essas talhas de água». Nar. – Eles encheram-nas até acima.Depois disse-lhes:Jesus – «Tirai agora e levai ao chefe de mesa». Nar. – E eles levaram.Quando o chefe de mesa provou a água transformada em vinho,– ele não sabia de onde viera,pois só os serventes, que tinham tirado a água, sabiam – chamou o noivo e disse-lhe:C. M – «Toda a gente serve primeiro o vinho bom

e, depois de os convidados terem bebido bem, serve o inferior.

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Mas tu guardaste o vinho bom até

agora». Nar. – Foi assim que, em Caná da Galileia, Jesus deu início aos seus milagres.Manifestou a sua glóriae os discípulos acreditaram n’Ele.(Nar. = Narrador; C.M. = Chefe de Mesa)

DOC. 3Ensinai-nos, Pastorinhos Ensinai-nos a viver.Na escola de MariaNós queremos aprender

João Paulo II incentivou-nos: Frequentai a escola de Maria Com a Lúcia, Jacinta e o Francisco Crescereis em graça e sabedoria

A beleza de Deus vos deslumbrou E dispôs a escutar e a cumprir Aprendestes de um anjo e de Maria O caminho por onde temos de ir.

Fazei tudo o que Cristo vos disser Nos repete Maria: eis a lição!E fazei como eu faço: escuto e guardo As palavras de Deus no

coração.

168 • GUIÃO DA VISITA DA IMAGEM PEREGRINA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA ÀS DIOCESES

DOC. 4

O tamanho do papel pode ser como se quiser: em forma de rolo, atado com uma fitinha,

etc. O conteúdo da mensagem pode/deve ser adaptado às idades e aos grupos

Para guardar na minha memória e no meu coração:

Quero dar mais atenção a JesusEle gosta muito de nós e quer o bem de todas as pessoas

Quando alguma coisa me custar a fazer, ofereço a Jesus, como Nossa Senhora recomendou aos Pastorinhos e digo a Jesus, só para ele:

Ó Jesus, é por teu amor, só por ti e para que as pessoas deixem de praticar o mal e façam o bem

Vou também agradecer a Maria, Mãe de Jesus, os cuidados que tem connosco e peço-lhe que me ajude a ser um bom amigo de Jesus e das pessoas com quem me encontro.

Data: Nome:

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FAZEI TUDOO QUE ELE VOS DISSERCatequese para adolescentes

Estudos

www.fatima.pt/documentacao

Guião da visita da Imagem Peregrina

de Nossa Senhora de Fátima às

dioceses portuguesas - O meu Coração

Imaculado conduzir-vos-á até Deus -

maio de 2015 a maio de 2016. Fátima:

Santuário de Fátima, 2015.

FAZEI TUDO O QUE ELE VOS DISSER / Catequese para 1

FAZEI TUDOO QUE ELE VOS DISSER/ Catequese para adolescentes

I. APROFUNDAMENTO DO TEMA

1.Mensagem de FátimaFátima tem um lugar de relevo no nosso país e até pessoas

que pouco frequentam as igrejas têm uma devoção especial pelo seu santuário. Todo o clima próprio que se vive em Fátima envolve quem lá se desloca e propicia uma atmosfera única. Mas quantas pessoas, de todas as que se deslocam a Fátima, conhecem realmente a Mensagem da Senhora «mais brilhante que o sol», a verdadeira razão para a Mãe de Deus ter aparecido na Cova da Iria a três crianças do nosso povo? Mesmo entre os cristãos mais conscientes, que procuram viver a sério a sua fé, quantos conhecem realmente a Mensagem de Fátima?

Ao longo da História da Igreja tem havido bastantes aparições de Nossa Senhora, várias delas a crianças. Cada aparição tem uma finali- dade determinada; constitui uma intervenção especial da Mãe de Deus junto destes seus filhos que continuam a caminho. O poeta José Régio deixou-nos um poema que vale a pena recordar. Foi-lhe inspirado por uma imagem de Nossa Senhora arrancada a um calvário de capela (ele era também grande colecionador de obras de arte) que tinha ao cimo da escada da sua casa de Portalegre. Descreve-a dizendo que uma expressão de febre e espanto

1

quase lhe afeia o fino rosto e acrescenta:

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Não me assusta a sua dor: quase me apraz.O Filho dessa Mãe nunca mais morre. Aleluia! Só isso bastaria a me dar paz.− «Por que choras, Mulher?» − docemente a

repreendo.Mas à minh’alma, então chega de longe a sua vozQue eu bem entendo: − «Não é por Ele…»− «Eu sei! Teus filhos somos nós».(A Nossa Senhora, em Mas Deus é Grande).

Cada aparição de Nossa Senhora é uma manifestação deste seu amor maternal que não deixa nunca de velar por estes filhos ainda a caminho, rodeados de dificuldades.

2. Um caminho de conversãoA mensagem de Nossa Senhora em Fátima é essencialmente

um apelo à conversão. Na linguagem simples, utilizada para falar com três crianças que nem sequer frequentavam a escola, a Mãe do Céu fala na necessidade de conversão e aponta-a como caminho para a paz, num mundo devastado pela Primeira Guerra Mundial. É nesse contexto que a Mãe de Jesus aparece, chamando a atenção para a possibilidade de acabar com todos os conflitos se houver uma conversão do coração, se os seres humanos se aproximarem uns dos outros como irmãos.

Está também presente nas revelações de Nossa Senhora uma intenção de intensificar no mundo a certeza da sua presença media- dora: «Jesus quer servir-se de ti para me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração» (palavras ditas a Lúcia na aparição de 13 de junho de 1917).

A insistência da Virgem para que se rezasse pela conversão dos

pecadores e se oferecesse por essa intenção os sofrimentos e dificul-

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dades remete-nos, por sua vez, para um dos artigos do Credo (Símbolo dos Apóstolos): «Creio na comunhão dos Santos». É porque acredi- tamos nessa capacidade misteriosa de interajuda entre todos que vale a pena rezar pelos outros e procurar contribuir para os levar ao caminho certo, sabendo que também somos ajudados por muitos outros ao longo da nossa vida.

3. A conversão na BíbliaO apelo à conversão tem na Bíblia uma presença muito forte.

São inúmeros os apelos à conversão que atravessam tanto o Antigo como o Novo Testamento. Já os profetas insistiam em que não é a mortificação em si que conta, mas a verdadeira conversão do coração: «Acaso é esse o jejum que me agrada, no dia em que o homem se mortifica? Curvar a cabeça como um junco, deitar-se sobre saco e cinzas? (…) O jejum que me agrada é este: libertar os que foram presos injustamente, livrá-los do jugo que levam às costas, pôr em liberdade os oprimidos, quebrar toda a espécie de opressão, repartir o teu pão com os esfomeados, dar abrigo aos infelizes sem casa, atender e vestir os nus e não desprezar o teu irmão» (Is 58, 5-7).

A verdadeira conversão passa, portanto, pela atenção aos outros,

pelo serviço dos outros. E o Deus que nos chama à conversão espera--nos e recebe-nos de braços abertos: «Rasgai os vossos corações e não as vossas vestes, convertei-vos ao Senhor, vosso Deus, porque Ele é clemente e compassivo, paciente e rico em misericórdia» (Jl 2, 13). Se recebermos a misericórdia infinita de Deus, seremos capazes de uma verdadeira mudança até termos realmente «um coração novo e um espí- rito novo» (Ez 18, 31).

Esta mudança de coração é necessária a todos: «Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos

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perdoar os pecados e nos purificar de toda a iniquidade. Se dizemos que não somos pecadores, fazemo-lo mentiroso e a sua palavra não está em nós» (1Jo 1, 8-10).

Foi esta verdadeira mudança de coração que a Mãe de Deus veio pedir em Fátima.

OBJETIVOS- Descoberta da Mensagem de Fátima como um apelo

maternal à conversão;- Tomada de consciência da necessidade de conversão na vida

de cada um a fim de se viver cada vez mais segundo o Evangelho e da possi- bilidade que cada um tem de ajudar outros nessa conversão;

- Começo do processo de conversão, escolhendo pelo menos um aspeto no qual uma verdadeira conversão possa ser concretizada.

OBSERVAÇÕES PEDAGÓGICAS- Nesta caminhada para a celebração do Centenário das Apari-

ções de Fátima, esta catequese pode surgir como um momento especial para dar realmente a conhecer aos adolescentes tanto o acontecimento como o conteúdo da respetiva mensagem;

- O apelo à conversão não é um tema muito fácil nestas idades, mas é essencial fazer compreender que essa mudança de coração é indis- pensável para se viver verdadeiramente o Evangelho;

- É também mais uma oportunidade para se insistir no papel único que Nossa Senhora tem na vida da Igreja, procurando sempre conduzir os seus filhos ao Filho;

- Pode ser, ainda, uma ocasião para se fazer compreender a capa- cidade que cada um de nós tem de ajudar os outros e de sermos ajudados por eles no mistério da comunhão dos santos.

NOTAMesmo que a paróquia receba a visita da Imagem Peregrina,

se for possível realizar uma peregrinação a Fátima numa data próxima desta catequese seria muito oportuno. Nesse caso, deverá incluir-se uma visita aos Valinhos; a Aljustrel (Casa dos Pastorinhos e Casa-Museu), aos Túmulos dos Videntes e à Casa das Candeias.

MATERIAIS- Fotografias dos três pastorinhos (sendo a da Lúcia também

em criança, quando das Aparições); fotografia da Lúcia perto do fim da vida– Documento 1

- Dados biográficos dos três videntes – Documento 2- Fotocópias da leitura do texto de Jo 2, 1-11- Frases:Quereis oferecer-vos a Deus? Rezai o terço todos os dias.Ó meu Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno.

Levai as almas todas para o céu, principalmente as que mais precisarem.

MÚSICAS- A 13 de maio (Ave de Fátima).

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II – DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

1.ª Parte – Aparições e Mensagem de Fátima

1.Experiência humana

a) Três crianças da Serra de Aire – 1917Formar três grupos. Entregar a cada grupo a fotografia de uma

das três crianças videntes de Fátima.Perguntar se sabem quem é e, no caso afirmativo, o que

sabem sobre aquela menina ou aquele menino. Depois de dialogar sobre as respostas, entregar a cada grupo uma folha com os dados biográficos correspondentes à fotografia. Ao grupo que tiver a fotografia da Lúcia, entregar também a fotografia dela no fim da vida.

Os grupos leem os dados biográficos e dialogam sobre eles. Depois cada grupo mostra aos outros a(s) fotografia(s) que recebeu e partilha com eles os dados relativos à pessoa representada nessa(s) fotografia(s).

b) Síntese pelo catequistaEstas crianças não iam à escola. Viviam numa aldeia muito

pequenina da Serra de Aire e passavam os dias a vigiar os rebanhos das famílias e a brincar. Havia muitas outras crianças com uma vida seme- lhante em Portugal, em 1917, quando o mundo estava atormentado por uma guerra mundial onde lutavam também soldados portugueses. Não havia televisão, nem sequer emissões regulares de rádio. Poucas notícias chegavam àquela povoação e mesmo assim muito atrasadas. Se não tivessem acontecido as aparições de Nossa Senhora ninguém saberia hoje quem eram estes meninos.

Mas estas crianças foram escolhidas quando Nossa Senhora quis trazer uma mensagem ao nosso país e a todo o mundo.

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No dia 13 de maio de 1917, quando os três meninos tomavam conta dos rebanhos num lugar chamado Cova da Iria (que pertencia ao pai da Lúcia) viram uma espécie de relâmpago. Com receio de uma trovoada, resolveram voltar para casa. Foi então que lhes apareceu, em cima de uma azinheira, «uma senhora vestida de branco, mais brilhante que o sol». Quando a Lúcia lhe perguntou de onde era, a Senhora respondeu:«Sou do Céu».

Nessa primeira aparição, Nossa Senhora pediu que voltassem ali mais cinco meses seguidos, no dia 13 de cada mês, à mesma hora (meio--dia). Logo nesse primeiro encontro, a Mãe do Céu perguntou às crianças:«Quereis oferecer-vos a Deus (…) em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?» (afixação da 1.ª frase).

O que Nossa Senhora pedia era uma consagração total paracompensar tantos que não fazem caso de Deus nem se importam com a vontade d’Ele. Lúcia respondeu por todos: «Sim, queremos!» Houve ainda uma recomendação: «Rezai o terço todos os dias para alcançar a paz para o mundo e o fim da guerra» (afixação da 2.ª frase).

Na aparição de 13 de junho, Nossa Senhora revelou que a Jacinta e o Francisco iriam em breve para o céu e disse à Lúcia: «Jesus quer servir-se de ti para me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração… O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus». Nesta segunda aparição, Nossa Senhora ensinou às crianças uma pequena oração (uma jaculatória) para intercalar entre as dezenas do terço. Uma oração que todos conhecem, com certeza, e que se reza agora em todo o mundo: «Ó meu Jesus, perdoai--nos e livrai-nos do fogo do inferno. Levai as almas todas para o céu, princi-

palmente as que mais precisarem» (afixação da 3.ª frase).No mês de julho, a Mãe de Jesus apareceu pela terceira vez às

crianças e fez-lhes algumas revelações, insistindo na importância de rezarem pela conversão dos pecadores.

178 • GUIÃO DA VISITA DA IMAGEM PEREGRINA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA ÀS DIOCESES FAZEI TUDO O QUE ELE VOS DISSER / Catequese para 1

No dia 13 de agosto, o Administrador de Vila Nova de Ourém apareceu com a sua charrete em Aljustrel e ofereceu-se para levar os meninos para a Cova da Iria. Na realidade, levou-os para a Adminis- tração e pô-los na prisão. O Administrador não acreditava em Deus, não era religioso, e a notícia de que crianças daquela zona diziam que Nossa Senhora lhes aparecia não lhe agradava nada. Apesar das ameaças que fez às crianças, não conseguiu que negassem o que tinham visto, nem que lhe contassem as revelações de Nossa Senhora e acabou por levá-las para casa. Nesse mês, Nossa Senhora apareceu noutro local, chamado Valinhos, no dia 19.

A Virgem Maria voltou a aparecer na Cova da Iria no dia 13 de setembro e, finalmente, no dia 13 de outubro, deu-se a última aparição. Nesse dia, a Senhora pediu que se fizesse ali uma capela e disse que era«a Senhora do Rosário». Insistiu para que rezassem o terço todos os dias e anunciou que a guerra ia acabar e que «os militares voltariam em breve para as suas casas». Insistiu, ainda, que era preciso que todos se emendassem e pedissem perdão dos seus pecados: «Não ofendam mais a Nosso Senhor que já está muito ofendido!» Depois, quando se retirou, apareceu S. José com o Menino Jesus e Nossa Senhora ao lado. A seguir, as crianças puderam ver Jesus Cristo adulto e Nossa Senhora, como nas imagens de Nossa Senhora das Dores, que representam Maria junto à cruz. Aconteceu, então, aquilo que ficou conhecido como o “milagre do sol”: o sol «atirava feixes de luz para um lado e para o outro e pintava tudo de diferentes cores – as árvores e a gente, o chão e o ar. (…) A certa altura, o sol parou e depois começou a dançar e a bailar, parou outra vez e outra vez começou a dançar, até que por fim pareceu que se soltasse do céu e viesse para cima da gente». Foi assim que o Sr. Manuel Marto, pai do Francisco e da Jacinta, descreveu o que aconteceu (De Marchi, J. M., Era uma Senhora mais brilhante que o sol, Ed. Seminário das Missões de Nossa

Senhora de Fátima, Cova da Iria, s.d.).

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Referir depois brevemente a doença e morte das duas crianças mais novas e o

percurso de vida da Lúcia. Explicar que a beatificação do Francisco e da Jacinta

nos permite invo- cá-los para pedir a sua ajuda nas dificuldades que temos.

Dar espaço ao diálogo e às questões por parte dos adolescentes.

Depois de tudo o que hoje ouvimos e refletimos, vamos pensar em silêncio naquilo que podemos fazer para rezarmos mais e ajudarmos mais os outros como Nossa Senhora veio pedir.

Será que também nós queremos oferecer-nos a Deus...? (Silêncio)

c)Para InteriorizarOração:Jacinta e Francisco, Pastorinhos de Fátima, queremos aprender convosco o caminhoque nos leva a uma vida de verdadeira união com Jesus.

Ensinai-nos a amar os outros com todo o nosso coração, a reconhecer neles o Amor de Deuse a oferecer toda a nossa vida para que nenhum se perca.Ensinai-nos a desejar, também nós, intensamente, a conversão dos pecadores, a começar por cada um de nós.Deus de infinita bondade,que amais a inocência e exaltais os humildes,concedei, pela intercessão da Imaculada Mãe do vosso Filho, que, à imitação dos bem-aventurados Francisco e Jacinta, Vos sirvamos na simplicidade de coração,para podermos entrar no reino dos Céus.Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.Amen.

182 • GUIÃO DA VISITA DA IMAGEM PEREGRINA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA ÀS DIOCESES FAZEI TUDO O QUE ELE VOS DISSER / Catequese para 1

2. ª Parte – Convertei-Vos ao Senhor, Vosso Deus

2. Palavra

Começar com o cântico “A 13 de maio” (as cinco primeiras estrofes) – Novo Cantemos Todos, n.º 702

a) Um apelo à conversãoA mensagem que Nossa Senhora trouxe a Fátima, e de que

falámos no último encontro, convida-nos a mudar o nosso coração, a pôr de lado tudo o que está mal, para vivermos de acordo com a vontade de Deus.

Se abrirmos a Bíblia, no Antigo Testamento, vemos que muitas vezes Deus enviou mensageiros para ajudar as pessoas a mudarem os seus corações.

Formar três grupos e dar a cada um uma leitura a fazer: Ez 18, 31; Jl 2, 13; 1Jo 1, 8-10.

Cada grupo deverá procurar na Bíblia o texto que lhe foi atribuído,

lê-lo e refletir sobre ele. Tentará depois responder às perguntas:O que tem este texto a ver connosco?O que quer ele dizer para nós, hoje, neste tempo? O que devemos fazer?Depois, os grupos juntam-se e um elemento de cada grupo lê

em voz alta o texto sobre o qual se refletiu, partilhando em seguida as respostas dadas.

b) Fazei o que Ele vos disserO catequista acende uma vela junto da Bíblia, distribui as

fotocó- pias da leitura, atribui os diferentes papéis e faz-se a leitura

dialogada de Jo 2, 1-11:

180 • GUIÃO DA VISITA DA IMAGEM PEREGRINA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA ÀS FAZEI TUDO O QUE ELE VOS DISSER / Catequese para 1

Catequista:Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo São João:

Adolescentes:Glória a vós, Senhor.

Narrador 1:Ao terceiro dia,realizou-se um casamento em Caná da Galileia,e estava lá a Mãe de Jesus.Jesus e os discípulos também foram convidados para o casamento.A certa altura faltou o vinho. Então a Mãe de Jesus disse-Lhe:

Maria:Não têm vinho.

Narrador 1:Jesus respondeu-lhe:

Jesus:Mulher, que temos nós com isso? Ainda não chegou a minha hora.

Narrador 2:Sua Mãe disse aos serventes:

182 • GUIÃO DA VISITA DA IMAGEM PEREGRINA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA ÀS DIOCESES FAZEI TUDO O QUE ELE VOS DISSER / Catequese para 1

Maria:Fazei tudo o que Ele vos disser.

Narrador 2:Havia ali seis talhas de pedradestinadas à purificação dos judeus, levando cada uma de duas a três medidas. Disse-lhes Jesus:

Jesus:Enchei essas talhas de água.

Narrador 2:Eles encheram-nas até cima. Depois disse-lhes:

Jesus:Tirai agora e levai ao chefe de mesa.

Narrador 2:E eles levaram.Quando o chefe de mesa provou a água, transformada em vinho– ele não sabia de onde viera,pois só os servente que tinham tirado a água sabiam – chamou o noivo e disse-lhe:

Chefe de mesa:Toda a gente serve primeiro o vinho bome, depois de os convidados terem bebido bem, serve o inferior.

Mas tu guardaste o vinho bom até agora.

Narrador:Foi assim que, em Caná da Galileia, Jesus deu início aos seus milagres.Manifestou a sua glóriae os discípulos acreditaram

n’Ele. Palavra da Salvação.

Todos:Glória a vós, Senhor.

(Silêncio)

S. João diz-nos que este foi o primeiro milagre de Jesus, o primeiro sinal de que Ele é o Filho de Deus e de que veio ao mundo para nos ajudar e salvar. Vemos aqui também o papel de Nossa Senhora. Qual foi esse papel? O que é que ela fez…?

Não só se apercebeu da dificuldade que afligia os noivos e as suas famílias, como pediu a intervenção de Jesus. E disse aos criados: «Fazei tudo o que Ele vos disser». É essa a importância de Nossa Senhora na vida da Igreja. Ela deu Jesus ao mundo e está sempre pronta a velar por todos nós, por cada um de nós, seus filhos e filhas.

3. Expressão de féFazer da nossa vida uma ofertaA Lúcia, o Francisco e a Jacinta viveram toda a sua vida de

acordo com o que Nossa Senhora lhes veio pedir. Ofereciam também todos os sofrimentos, todas as dificuldades (o cansaço, a sede, o

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incómodo causado pelas pessoas que não acreditavam neles, as ameaças do Admi-

182 • GUIÃO DA VISITA DA IMAGEM PEREGRINA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA ÀS DIOCESES

nistrador…) pela conversão de todos os que não respeitavam a vontade de Deus. Compreenderam que, nesta grande família que á a Igreja, a comunidade dos filhos de Deus, podemos ajudar todos e ser ajudados por outros.

Mais tarde, o Francisco e a Jacinta viveram e ofereceram ainda as dificuldades da doença que os atingiu (a Jacinta sofreu também o facto de ser levada para um hospital em Lisboa, sozinha, sem a mãe, nem ninguém da família). Lúcia ofereceu a perda dos primos, a partida para Espanha para se afastar das pessoas que não cessavam de a procurar e, por fim, toda a sua vida consagrada ao Senhor como religiosa.

Depois de tudo o que lemos, ouvimos, descobrimos, partilhámos nestes dois encontros, vamos fazer um pouco de silêncio. Cada um/a de nós vai pensar: o que preciso de mudar na minha vida, no meu coração, para corresponder à conversão que Nossa Senhora veio pedir?

Sugere-se, para terminar este encontro, a recitação de uma dezena do terço (se houver clima para isso, poderá até ser todo o terço…).

Para guardar na memória e no coração:«Quereis oferecer-vos a Deus (…) em ato de reparação

pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos peca- dores?»

«Rezai o terço todos os dias.»«O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho

que te conduzirá até Deus.»(Nossa Senhora, Cova da Iria, 13 de maio e 13 de junho de 1917).

184 • GUIÃO DA VISITA DA IMAGEM PEREGRINA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA ÀS

TRANSFORMADOS EM CRISTO PARA TRANSFORMARO MUNDOCatequese para jovens

Estudos

www.fatima.pt/documentacao

Guião da visita da Imagem Peregrina

de Nossa Senhora de Fátima às

dioceses portuguesas - O meu Coração

Imaculado conduzir-vos-á até Deus -

maio de 2015 a maio de 2016. Fátima:

Santuário de Fátima, 2015.

TRANSFORMADOS EM CRISTO PARA TRANSFORMAR O MUNDO / 1

TRANSFORMADOS EM CRISTO PARA TRANSFORMARO MUNDO/ Catequese para jovens

I. INTRODUÇÃO

Transformados em

CristoQuando somos jovens temos o sonho de mudar o mundo!

Queremos transformar todas as coisas, movem-nos ideais e grandes causas. Temos a sensação de ter a vida toda pela frente e um mundo largo à nossa espera.

Mas quando olhamos para nós próprios e para a nossa fragilidade, e para o mundo à nossa volta, com as suas luzes e sombras, descobrimos que há tanta coisa para fazer, tanto para mudar, que não sabemos bem por onde começar: «Uma vez perguntaram a Madre Teresa de Calcutá o que devia mudar na Igreja; queremos começar, mas por qual parede? Por onde – perguntaram a Madre Teresa – é preciso começar? Por ti e por mim: respondeu ela». (Papa Francisco, Vigília da Jornada Mundial da Juventude, 2013). Vamos começar também por aqui! Por ti e por mim!

A transformação do mundo e a sua santificação começa na nossa santificação! Vamos mudar o mundo? Vamos! A começar por ti e por mim! Abrir o coração a Jesus, deixar que Ele nos diga por

1

onde podemos começar, deixar-se transformar por Ele, viver numa atitude de perma-

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nente conversão são as disposições fundamentais para que a construção do mundo novo aconteça, a partir da “revolução do coração”.

A vida dos pastorinhos é, para nós, exemplo desta transformação radical não comum em crianças da sua idade. Entregaram-se a uma vida espiritual intensa, traduzida numa oração assídua e fervorosa, renun- ciaram aos próprios gostos e até às brincadeiras inocentes de criança, suportaram grandes sofrimentos sem nunca se lamentarem, movia-os o desejo grande de reparar as ofensas dos pecadores, oferecendo sacrifí- cios e oração (Cf. Homilia do Papa João Paulo II, na beatificação dos vene- ráveis Francisco e Jacinta, 13 de maio de 2000). As vidas dos pastorinhos, tocadas e santificadas por Deus, reparam o mundo em nome de Deus.

É na relação íntima com o Deus três vezes santo, que na oração tem um lugar muito privilegiado, que somos transformados para trans- formar. Vamos aprendendo a acreditar, a esperar, a amar. A união a Deus é, em ‘primeira mão’, o lugar da nossa santificação. Na amizade com Ele vamo-nos tornando Filhos de Deus (cf. Rm 5, 10; 8, 15-17), incorporados em Jesus, habitados pelo Espírito Santo, membros da Igreja, herdeiros da felicidade eterna que tanto esperamos. Participando na comunhão de amor que Deus é, a nossa vida pode dar «frutos na caridade para a vida do mundo» (Concílio Vaticano II, Optatam totius, 16).

Para transformar o mundo…Na sua quarta Aparição, no sítio dos Valinhos, a 15 de agosto

de 1917, Nossa Senhora pediu aos Pastorinhos que rezassem muito e fizessem sacrifícios pelos pecadores: «Rezai, rezai muito, e fazei sacrifí- cios pelos pecadores».

Desde o início das aparições, que a mensagem da Senhora coloca os pastorinhos num horizonte mais largo que o da sua própria

vida individual. Eles são membros de um corpo! Um corpo que sofre e cujos membros estão doentes. A Senhora que lhes fala com voz e coração de

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mãe, convida-os a oferecerem-se como vítimas em reparação pelo mundo inteiro, por esse corpo de que fazem parte.

Viver em comunhão é uma necessidade do homem e o seu primeiro chamamento. Quem acredita vive numa comunhão que o alarga para além de si próprio: «Se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele; se um membro é honrado, todos os membros se alegram com ele» (1 Cor, 12, 26). «A Igreja é maior e mais viva do que pensamos. A ela pertencem conhecidos e desconhecidos, grandes santos e pessoas modestas, os vivos e os mortos» (Youcat, 146).

Fazemos parte de um corpo, o Corpo de Cristo! E porque somos o corpo de Cristo, vivemos uma comunhão que abraça o céu e a terra, onde o bem de uns é bem comunicado a todos e de que todos beneficiam. Podemos viver a alegria da vida comunitária, experimentar o «prazer espiritual de ser povo» (cf. Evangelii gaudium, 268-264), viver uma comu- nhão de bens espirituais, na fé, nos sacramentos, nos carismas, na cari- dade. O nosso pecado prejudica a comunhão e fere o corpo inteiro, mas o mais pequeno dos nossos atos, praticado com caridade, reverte a favor de todos, porque quando a nossa vida se eleva, é o mundo inteiro que se eleva, quando a nossa vida se transforma, o mundo inteiro é transformado.

Objetivos:– Aprofundar o tema do ano pastoral de 2014-2015,

“Santifi- cados em Cristo”, partindo da contemplação da santidade de Deus e da participação na Igreja como Corpo de Cristo e comunhão dos Santos;

– Mergulhar no núcleo central da mensagem de Fátima desco- brindo as suas dimensões fundamentais: a necessidade da conversão permanente, a importância da oração como lugar de santificação; a responsabilidade coletiva e a prática da reparação

como empenho pela transformação do mundo.

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II. DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

1.Oração InicialPode começar-se o encontro com um breve momento de

oração, com um cântico à escolha de quem orienta, e convidando todos a rezar a oração que se segue, da autoria do Padre José Tolentino de Mendonça:

O que te peço, Senhor, é a graça de ser. Não te peço mapas, peço-te caminhos. O gosto dos caminhos recomeçados,com as suas surpresas, as suas mudanças, a sua beleza. Não te peço coisas para segurar,mas que as minhas mãos vaziasse entusiasmem na construção da vida.Não te peço que pares o tempo na minha imagem predileta, mas que ensines os meus olhos a encarar cada tempocomo uma nova oportunidade. Afasta de mim palavras,que servem apenas para evocar cansaços, desânimos, distâncias. Que eu não pense saber já tudo acerca de mim e dos outros.Mesmo quando eu não posso ou quando não tenho, sei que posso ser, ser simplesmente.É isso que te peço, Senhor:a graça de ser de novo.

2. Experiência Humana

A força reparadora e transformadora do amor«Conheci o Paulo em 2005. Tinha quase 18 anos. Vivia numa

insti- tuição de acolhimento e estava pela primeira vez num campo de férias.

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Tinha sido retirado à sua família de origem. As psicólogas e assistentes sociais da casa onde vivia tinham-lhe traçado, a negro, o perfil: instável, agressivo, descontrolado, altamente destruidor. No campo, surpreen- dentemente, o Paulo esteve bem! Muito bem! Cantou, dançou, pulou, caminhou, rezou, divertiu-se, ajudou, cumpriu tarefas, fez amigos… Nada espectável para quem tinha uma folha tão ‘suja’… Na última noite, durante um tempo de oração e partilha, o Paulo saiu da roda e desapa- receu! Alguém o seguiu e, quando regressaram, passados poucos minutos, reparei que as lágrimas eram muitas. Vinham os dois a chorar. Pensei (pensei mal, mas pensei!): “já fez asneira”! Fui ter com ele e perguntei: “Então, o que é que foi? O que é que se passa?” E a resposta surgiu, quase tímida, muito a medo, mas tão verdadeira, nova e surpreendente, como as coisas grandes e carregadas de mistério: “Sabe! É que nunca me tinham dado aquilo que me deram aqui!”. O Paulo tinha-se afastado, para que não o vissem chorar, comovido, pela descoberta da transformação que se tinha dado nele. E afinal, não lhe convinha chorar… tinha uma reputação a manter. Nunca mais soube do Paulo, mas a sua exclamação ficou como um eco que constantemente lembro, para não me esquecer nunca do que é importante e essencial, e de que é sempre possível mudar e recomeçar de novo: “É que nunca me tinham dado aquilo que me deram aqui!”. E, ainda hoje, continuo a pensar: “Afinal, o que lhe demos ali?”»

Depois da leitura do texto, pode fazer-se uma breve partilha, gerando debate a partir das seguintes questões:

Já assististe a uma experiência semelhante a acontecer, que tenha transformado a tua vida ou a vida de alguém que conheces?

Sentes que a imagem que tens ou têm de ti condiciona o teu comporta- mento diante dos outros (pais, irmãos, grupo de amigos,

colegas de escola) ou sentes-te livre para seres quem és?Afinal o que foi dado ao Paulo que nunca lhe tinha sido dado? O queprovocou mudança e fez a diferença na sua vida? Qual a força que o fez

mudar?

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3. Escuta da PalavraLê-se o texto bíblico Rm 12, 1-8:«Por isso, vos exorto, irmãos, pela misericórdia de Deus, a que

ofereçais os vossos corpos como sacrifício vivo, santo, agradável a Deus. Seja este o vosso verdadeiro culto, o espiritual. Não vos acomodeis a este mundo. Pelo contrário, deixai-vos transformar, adquirindo uma nova mentalidade, para poderdes discernir qual é a vontade de Deus: o que é bom, o que lhe é agradável, o que é perfeito. Assim, em virtude da graça que me foi dada, digo a todos e a cada um de vós que não se sinta acima do que deve sentir-se; mas sinta-se preocupado em ser sensato, de acordo com a medida de fé que Deus distribuiu a cada um. É que, como num só corpo, temos muitos membros, mas os membros não têm todos a mesma função, assim acontece connosco: os muitos que somos formamos um só corpo em Cristo, mas, individualmente, somos membros que pertencem uns aos outros. Temos dons que, consoante a graça que nos foi dada, são diferentes: se é o da profecia, que seja usado em sintonia com a fé; se é o do serviço, que seja usado a servir; se um tem o de ensinar, que o use no ensino; se outro tem o de exortar, que o use na exortação; quem reparte, faça-o com generosidade; quem preside, faça-o com dedicação; quem pratica a misericórdia, faça-o com alegria.»

A Carta aos Romanos, que Paulo escreve para preparar a sua visita à comunidade de Roma, faz um convite muito forte à unidade dos cristãos, que nasce da participação comum no amor de Cristo e que se manifesta na diversidade própria de cada um e na aceitação de todos. A partir deste excerto da Carta, podem sublinhar-se os nódulos funda- mentais da Mensagem de Fátima: a conversão permanente, a centra- lidade da oração, o sentido da responsabilidade coletiva e a prática da reparação.

a) «Deixai-vos transformar…» (a conversão permanente).Só Deus é Santo! É Ele a nossa medida alta. Diante d’Ele, nunca

estamos acabados, a nossa transformação nunca terminou. Diante d’Ele nunca atingimos o fim, estamos sempre a caminho e há sempre passos para dar. Começar “por ti e por mim” a transformação do mundo signi- fica, verdadeiramente, começar em Deus e por Deus, reconhecendo a sua grandeza e a sua santidade que nos alarga os horizontes e nos faz sempre ser mais do que pensámos ou sonhámos.

Quando permitimos que Deus viva a sua vida em nós e nos unimos a Ele, através da união a Cristo, amor encarnado, então a nossa vida é transformada, não fica igual. (Cf. Youcat, 342). Abrindo o coração a Jesus e deixando-nos transformar, fazemos a experiência de sermos salvos, descobrimos o seu olhar de amor por nós, um olhar que nos renova a mentalidade, os sentimentos, a capacidade de agir não segundo os nossos interesses mas segundo a vontade de Deus.

Quem se mete com Deus não fica igual. Estás disposto a mudar?

A deixar-te transformar? Ou resistes a Deus e ao que Ele quer fazer em ti?

b) «vos exorto… a que ofereçais os vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Seja este o vosso verdadeiro culto, o espiritual» (a oração).Só na intimidade com Deus pode nascer em nós um amor tão

grande como o de Deus, que nos leve a oferecer a vida inteira a Deus, pelos outros e pelo mundo.

Na vida cristã, a oração é lugar privilegiado desta intimidade: «A oração é como uma janela aberta que nos permite ter o olhar dirigido para Deus, não só para recordarmos a meta a que somos direcionados, mas também para deixar que a vontade de Deus ilumine

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o nosso caminho terreno e nos ajude a vivê-lo com intensidade e empenho» (Papa Bento XVI, Audiência Geral, 12 de setembro de 2012).

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A oração ajuda-nos a reparar! A reparar em Deus e a deixarmo-nos reparar por Ele; a reparar nos outros e na sua necessidade. Só quando amamos, reparamos, porque só o amor é verdadeiramente reparador e«a oração não é mais que um tratar de amizade, estando muitas vezes a sós com quem sabemos que nos ama» (Santa Teresa de Ávila), para que a vida se faça, progressivamente, toda oração.

A oração provoca em nós, uma revolução do coração, dá-nos um coração imaculado, um coração que, a partir de Deus, chega a uma perfeita unidade interior e vê a Deus (cf. Mt 5, 8). É preciso partir do centro mais profundo da nossa existência, para termos os mesmos sentimentos e querermos agir na história com a mesma intencionalidade de Deus.

A vida de oração é um estar habitualmente na presença de Deus, três vezes Santo, em comunhão com Ele. E é cristã na medida em que é comunhão com Cristo e se dilata na comunhão com a Igreja que é o seu corpo, levando-nos a entregar os nossos corpos pelo Corpo, como sacri- fício vivo, santo e agradável e Deus (cf. CIC 2565).

Experimentas esta intimidade? Ou foges de Deus e do seu olhar?

c)«somos membros que pertencem uns aos outros…» (o sentido da responsabilidade coletiva e a prática da reparação)Não estamos sozinhos neste mundo: pertencemos uns aos

outros. Da mesma forma, não se encontra Jesus sem entrar na sua comu- nidade, sem pertencer à comunidade que é a Igreja.

Vivemos na «comunhão dos santos» e o corpo que formamos é o Corpo de Cristo (1 Cor 12, 1-31). Na Eucaristia, Jesus alimenta-nos com o seu Corpo entregue por nós. Da mesma forma cada um deve colocar as suas qualidades e capacidades ao serviço da comunidade,

para sua construção, manutenção e reparação, entregando-se pelos outros. O mais pequeno dos nossos atos, praticado com caridade, reverte a favor

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de todos; pelo contrário, o pecado prejudica esta comunhão.Porque formamos um só corpo o bem de uns é comunicado

aos outros e cada um possui dons que são para o serviço de todos (cf. CIC 947 a 953). Não precisamos de ser todos iguais nem de fazer todos a mesma coisa, mas de descobrir os dons que nos são dados para os colocar à disposição da comunidade.

Deixas morrer os teus dons, vivendo só para ti? Ou colocas os dons que tens ao serviço dos outros?

4. Expressão da Fé«O grande risco do mundo atual, com a sua múltipla e avassa-

ladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada. Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem. Este é um risco, certo e permanente, que correm também os crentes. Muitos caem nele, transformando-se em pessoas ressentidas, queixosas, sem vida. Esta não é a escolha duma vida digna e plena, este não é o desígnio que Deus tem para nós, esta não é a vida no Espírito que jorra do coração de Cristo Ressuscitado» (Evangelii gaudium, 2).

«A humanidade vive, neste momento, uma viragem histórica, que podemos constatar nos progressos que se verificam em vários campos. São louváveis os sucessos que contribuem para o bem-estar das pessoas, por exemplo, no âmbito da saúde, da educação e da comunicação. Todavia não podemos esquecer que a maior parte dos homens e mulheres do nosso tempo vive o seu dia a dia precariamente, com funestas consequên- cias. Aumentam algumas doenças. O medo e o desespero apoderam-se do coração de

inúmeras pessoas, mesmo nos chamados países ricos.

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A alegria de viver frequentemente desvanece; crescem a falta de respeito e a violência, a desigualdade social torna-se cada vez mais patente. É preciso lutar para viver, e muitas vezes viver com pouca dignidade. Esta mudança de época foi causada pelos enormes saltos qualitativos, quan- titativos, velozes e acumulados que se verificam no progresso científico, nas inovações tecnológicas e nas suas rápidas aplicações em diversos âmbitos da natureza e da vida. Estamos na era do conhecimento e da informação, fonte de novas formas de um poder muitas vezes anónimo» (Evangelii gaudium, 52).

Depois da leitura das duas passagens da Exortação apostólica Evangelii gaudium, do Papa Francisco, pode haver um tempo de diálogo/ partilha a partir das seguintes questões: – Que mundo é este em que vivemos? Como o caracterizas?; – Que dimensões positivas encontras no mundo? E que sombras ou ambiguidades?; – E o que gostarias de mudar no mundo?; – O que podemos fazer para mudar o mundo?; – Num mundo onde «já não se ouve a voz de Deus», qual o lugar da oração e qual a sua importância para a nossa transformação e para a transformação do mundo?

5. Síntese e compromisso final«Somos parte da Igreja; mais ainda, tornamo-nos construtores

da Igreja e protagonistas da história. Jovens, por favor, não vos ponhais na “cauda” da história. Sede protagonistas. Jogai ao ataque! Chutai para diante, construí um mundo melhor, um mundo de irmãos, um mundo de justiça, de amor, de paz, de fraternidade, de solidariedade. Jogai sempre ao ataque! São Pedro diz-nos que somos pedras vivas que formam um edifício espiritual (cf. 1Pe 2,5). E, olhando para este palco, vemos a minia- tura de uma igreja, construída com pedras vivas. Na Igreja de Jesus, nós somos as pedras vivas, e Jesus pede-nos que construamos a sua Igreja; cada um de nós é uma pedra viva, é um pedacinho da construção e, quando vem a

chuva, se faltar aquele pedacinho, temos infiltrações

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e entra a água na casa. E não construais uma capelinha, onde caiba somente um grupinho de pessoas. Jesus pede-nos que a sua Igreja viva seja tão grande que possa acolher toda a humanidade, que seja casa para todos! Ele diz-me a mim, a ti, a cada um: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações!”. Nesta noite, respondamos-lhe: Sim, Senhor! Também eu quero ser uma pedra viva; juntos queremos edificar a Igreja de Jesus! Eu quero ir e ser construtor da Igreja de Cristo! Atreveis-vos a repetir isto? Eu quero ir e ser construtor da Igreja de Cristo!» (Papa Francisco, Discurso na Vigília da Jornada Mundial da Juventude, 2013).

Provocados pelo desafio lançado pelo Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, pode tentar encontrar-se em conjunto um propósito concreto de oração e ação, que promova a união de cada um a Deus e a comunhão entre todos os membros do grupo.

6. Oração FinalNo final de um tempo de oração, com cânticos e com a

exposição do Santíssimo Sacramento, convidam-se os participantes, diante de Jesus, a rezarem a oração dos cinco dedos, como a descreve o Papa Fran- cisco, rezando pelo mundo e por si próprio:

i. O dedo polegar é o que está mais perto de ti. Assim, começa por orar por aqueles que estão mais próximos de ti. São os mais fáceis de recordar. Rezar por aqueles que amamos é “uma doce tarefa”.

ii. O dedo seguinte é o indicador: reza pelos que ensinam, educam e curam. Eles precisam de apoio e sabedoria ao conduzir outros na direção correta. Mantém-nos nas tuas orações.

iii. A seguir é o maior. Recorda-nos dos nossos chefes, os gover- nantes, os que têm autoridade. Eles necessitam de orientação divina.

iv.O próximo dedo é o anelar. Surpreendentemente, este é o nosso dedo mais débil. Ele lembra-nos que rezemos pelos débeis, doentes ou

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pelos atormentados por problemas. Todos eles necessitam das tuas orações.

v.E finalmente temos o nosso dedo pequeno, o mais pequeno de todos. Este deveria lembrar-te de rezar por ti mesmo. Quando terminares de rezar pelos primeiros quatro grupos, as tuas próprias necessidades aparecer-te-ão numa perspetiva correta e estarás preparado para orar por ti mesmo de uma maneira mais efetiva.

MATERIALBíblia; folhas com a história do Paulo, com os textos do Papa

Francisco e com a Oração dos cinco dedos, papel em branco e canetas,

FONTESYoucat, Catecismo Jovem da Igreja Católica Catecismo da Igreja Católica (CIC)Congregação para a Doutrina da Fé, A mensagem de Fátima.

O Segredo, Lisboa 2000.Junta Central da Ação Católica Portuguesa, A Mensagem de

Fátima, Lisboa 1961.António Vaz Pinto, Fé e Existência Cristã. Viver o Evangelho

hoje, Lisboa 2010.