234
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Dissertação de Mestrado em Ciências Empresariais Especialização em Marketing e Inovação O Desenvolvimento de Novos Produtos com Sucesso Um Caso de Estudo Joaquim Manuel Aires Pereira de Almeida Matos Coimbra 2010 1

estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

Dissertação de Mestrado em Ciências Empresariais

Especialização em Marketing e Inovação

O Desenvolvimento de Novos Produtos com Sucesso

Um Caso de Estudo

Joaquim Manuel Aires Pereira de Almeida Matos

Coimbra 2010

1

Page 2: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

Dissertação de Mestrado em Ciências Empresariais

Especialização em Marketing e Inovação

O Desenvolvimento de Novos Produtos com Sucesso

A propósito de um caso

Orientador Professor Doutor Arnaldo Matos Coelho

Joaquim Manuel Aires Pereira de Almeida Matos

Coimbra 2010

2

Page 3: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Agradecimentos

Começo por agradecer ao meu orientador, o Doutor Arnaldo Coelho, que com a

sua disponibilidade, experiência e conhecimento, me auxiliou na difícil tarefa de

delinear este trabalho, sem a sua dedicação a esta dissertação não teria sido possível a

sua realização.

Quero também exprimir a minha gratidão também, ao Doutor Filipe Coelho, ao

meu primo Pedro Reininho Araújo, à decoradora Isabel Meireles e ao meu colega Paulo

Queirós de Faria.

Agradeço igualmente a todos, os professores da Faculdade de Economia, cuja

amizade e companheirismo ficaram na minha memória. Não posso esquecer a simpatia,

do Sr. José de Almeida e do Sr. Pedro, que me prestaram um auxílio precioso e com

toda a sua disponibilidade ao longo deste trabalho.

Para todos um grande e sincero abraço

Joaquim Manuel Aires Pereira de Almeida Matos

3

Page 4: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Resumo

Esta tese tem como objectivo central analisar as potencialidades necessárias e

vencer os obstáculos que se deparam enquanto se desenvolvem novos produtos, em que

a utilização de Marketing, de alguns princípios de inovação, design e engenharia

conduzem ao sucesso almejado.

A nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na

sua aplicação ao desenvolvimento de um arrefecedor de garrafas. Este protótipo destina-

se a arrefecer garrafas de bebidas alcoólicas, durante festas familiares, destina-se aos

lares e às famílias. A utilização de Marketing facilitou a escolha das suas características,

durante a concepção e projecto do equipamento. A inovação fundamenta a utilização de

uma nova tecnologia, para se obter o novo produto, que se pretende que promova

desenvolvimentos económicos, criação de riqueza e valorização da sociedade.

4

Page 5: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Índice

1 Desenvolvimento de Novos Produtos (NPD)

Introdução…………………………………………………………………….....10

Capitulo I O Desenvolvimento de Novos Produtos e o Seu Sucesso… ……..11

1.1.1 O Desenvolvimento de Novos produtos e o seu sucesso………………….12

1.1.2 Características de desenvolvimento de um produto com sucesso………….12

1.1.3 Quem desenvolve e concebe os novos produtos?..........................................14

1.2 Uma melhor performance enfatiza estes factos em NPD…………………….14

1.3 Uma forte orientação para o mercado………………………………………...15

1.4 Actividades que se devem desenvolver no novo processo NDP……………..16

Capitulo II Marketing e Inovação……………………………………………...21

2.1 O papel do Marketing na Inovação……………………………………………22

2.2 O valor acrescentado para o cliente que oferece um novo produto. Conceito e novidades………………………………………………………………………….24

2.3 Desenvolvimento de novos produtos………………………………………….27

2.4 Conclusão……………………………………………………………………...29

Capitulo III Os mercados e a inovação com novos produtos…………………….30

3 Os mercados e inovação…………………………………………………………31

3.1.1 O mercado…………………………………………………………………...31

3.1.2 Intenção de compra………………………………………………………..…31

3.1.3 Melhorias para o novo produto……………………………………………....32

3.2 Quando é que a pesquisa de mercado tem demasiada influência………………33

3.3.1 Novos produtos descontínuos………………………………………………...35

3.2.2 Estudos de mercado e novos produtos descontínuos…………………………36

3.3.3 Circunstâncias em que a pesquisa de mercado pode dificultar o desenvolvimento de novos produtos descontínuos…………………………………………………….37

Capitulo IV Geração de ideias…………………………………………………….39

4.1 Introdução e conceitos………………………………………………………..…40

5

Page 6: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

4.2 Fontes de ideias………………………………………………………………….41

4.2.1 Tecnologia……………………………………………………………………..41

4.2.2 Necessidades de mercado e soluções do utilizador……………………………42

4.2.3 Produção / serviço……………………………………………………………...43

4.2.4 Competição/ outras empresas………………………………………………..…44

4.2.5 Canais de distribuição e fornecedores………………………………………….44

4.2.6 Gestão e empregados…………………………………………………………...45

4.2.7 Alterações ambientais…………………………………………………………..45

4.2.8 As fontes de ideias que se encontram disponíveis para as empresas…………..46

4.3 Métodos de Geração de Ideias…………………………………………………...46

4.3.1 Pesquisa directa………………………………………………………………. .47

4.3.2 Inovação tecnológica…………………………………………………………. .48

4.3.3 Estudos extensivos de clientes………………………………………………….50

4.3.4 Facilitar a condução da análise do utilizador…………………………………...51

4.3.5 Identificar utilizadores lideres…………………………………………………..53

4.3.6 Gerar conceitos de produtos com utilizadores lideres…………………………..54

4.3.7 Testar conceitos (produtos) com utilizadores lideres…………………………...54

4.3.8 Integração da Tecnologia e Comercialização…………………………………...54

4.3.9 Estruturas organizadoras para integrar o marketing e I&D…………………….55

4.3.10 Métodos Criativos……………………………………………………………..56

4.3.11 Criatividade individual………………………………………………………...57

4.3.12 Métodos de Grupos Criativos………………………………………………….57

4.4 Alianças, aquisições……………………………………………………………….60

Capitulo V Organizar para a Inovação: Como Estruturar uma empresa para a inovação……………………………………………………………………………….62

5.1 Introdução………………………………………………………………………….63

5.2 Inovação conceitos e definições…………………………………………………....63

6

Page 7: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

5.3 Inovações internas e externas………………………………………………….....65

5.4.1 Evolução do contexto empresarial………………………………………….…..66

5.4.2 Alterações no Ambiente empresarial…………………………………………...66

5.4.3 Resistência à mudança………………………………………………………….68

5.4.4 Técnicas para reduzir a resistência……………………………………………...69

5.5 Mudar culturas Organizacionais…………………………………………………..69

5.6 Desenvolvimento Organizacional………………………………………………....71

5.7 Como criar uma cultura organizacional inovadora……………………………..…72

5.8 Estruturas Orgânicas……………………………………………………………….72

5.9 Organizar para a inovação…………………………………………………………73

5.9.1 Desenvolver um mercado interno para a inovação………………………………74

5.9.2 Equilibrar a criatividade e a criação de valor …………………………………...75

5.9.3 As alterações de equilíbrio em organizações maduras ao longo do tempo……...78

5.9.4 Os desafios de balancear a criatividade e o valor capturado………………….…78

5.8.5 Foco no valor capturado………………………………………………………….79

5.9.5 Cinco passos para equilibrar mercados criativos e comerciais………………...…80

5.10 O valor das plataformas de inovação……………………………………………...81

5.11 As plataformas de inovação incluem…………………………………………...…82

5.12 O modelo corporativo de capital de risco………………………………………....83

5.13 Inovação e eficiência é possível ter os dois………………………………………85

5.14 Conceito de estratégia ambidestra………………………………………………..85

5.15 Organização Co-creativa………………………………………………………….86

Capitulo VI Difusão Difusão da Inovação conceito antigo e moderno: Uma revisão dos principais temas…………………………………………………………………..88

6.1 Introdução………………………………………………………………………….89

6.2 Quatro pré-requesitos para uma adopçãode sucesso……………………………….91

6.3 Distinção entre adopção e difusão…………………………………………………93

7

Page 8: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

6.4 A aproximação da teoria do equilíbrio…………………………………………..94

6.5 Modelos Probit ………………………………………………………………….95

6.6 Modelos de aprendizagem Bayesiana…………………………………………...97

6.7 Modelos teóricos de jogos: diminuições e aumentos da adopção……………….99

6.8 Analise Empírica………………………………………………………………..100

6.9 Desequilíbrio e aproximações evolutivas……………………………………….102

6.10 Difusão como um processo de desequilíbrio …………………………………102

6.11 Difusão como um processo de selecção……………………………………….103

6.12 Difusão como um processo de caminho dependente…………………………105

6.13 Os dados empíricos sobre a lentidão da imitação…………………………….106

6.14 A análise espacial de difusão…………………………………………………107

6.15 Selecção efeitos: difusão e teoria de localização……………………………..108

6.16 Conclusão ……………………………………………………………………109

Capitulo VII Teste conceito….111

7.1Teste conceito………………………………………………………………..…112

7.2 Existem sete passos fundamentais para testar o conceito de um produto……..117

7.3Testar novos produtos…………………………………………………………117

7.4 Testes de publicidade…………………………………………………………..121

7.5 Testar apresentações pessoais de vendas………………………………………124

7.6 Testes da qualidade do produto………………………………………………...125

7.7 Testes de laboratório…………………………………………………………....126

7.8 Avaliação por um perito………………………………………………………..126

7.9 Testes com clientes……………………………………………………………..127

7.10 Avaliação individual do produto……………………………………………...127

7.11 Teste cego……………………………………………………………………..128

7.12 Variação experimental…………………………………………………………129

7.13 Centros de teste ………………………………………………………………..129

8

Page 9: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

7.14 Ensaios de salão/lojas móveis…………………………………………………129

7.15 Testes de utilização do produto…………………………………………….…130

7.16 Feiras…………………………………………………………………………..130

7.17 Testes monodaticos……………………………………………………………131

7.18 Comparações emparelhadas…………………………………………………...131

7.19 Testes de estágio em casa……………………………………………………...131

7.20 Testes de painéis……………………………………………………………….132

Capitulo VIII……………133 (o desenvolvimento de novos produtos caso prático)

8.1 Introdução………

8.2 Marketing e Inovação…………………………………………………………...136

8.3 Objectivos……………………………………………………………………….137

8.4 Metodologia……………………………………………………………………..137

8.4.1 Identificar uma oportunidade de mercado…………………………………….137

8.4.2 Avaliação técnica preliminar……………………………………………….…138

8.4.3 Aplicação do CPB (concepção de construção de produtos)………………….138

8.4.4 Questionário qualitativo……………………………………………………....139

8.4.5 Utilização de quatro pré-requisitos para uma adopção de sucesso…………...141

8.4.6 Avaliação por um perito………………………………………………………141

8.5Conclusão……………………………………………………………………….143

9

Page 10: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Desenvolvimento de Novos Produtos

Introdução

O desenvolvimento de novos produtos (NPD) tem sido o objectivo de muitas

empresas, com a perspectiva de obter resultados e permanecer no mercado.

Nos nossos dias, este é um processo cuja abordagem, para o sucesso tem sido

algo controversa. O NPD e a inovação estão associados e contribuem para uma

prosperidade e riqueza da sociedade. Qualquer estudo, que relata crescimento

económico e desenvolvimento, e engloba alterações tecnológicas, envolve implícita ou

explicitamente pressupostos no que concerne ao caminho das inovações, originando em

alguns pontos do sistema económico, expansão do próprio.

Num mundo cada vez mais global, onde é cada vez maior a competição entre

empresas, a inovação e o desenvolvimento de novos produtos desempenham um papel

fundamental na sociedade contemporânea.

Esta dissertação aborda de uma forma simples, mas conscienciosa alguns

problemas de desenvolvimento de novos produtos, com uma aplicação de marketing e

inovação, apresentando um caso prático.

10

Page 12: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

1.1.1 O desenvolvimento de novos produtos

O sucesso económico da maioria das empresas depende da sua capacidade de

identificar as necessidades dos clientes e de rapidamente desenvolver novos produtos.

Estes devem ser constituídos pelos requisitos das necessidades dos consumidores e

devem ser produzidos a baixo custo. Definir estes objectivos, não é apenas um problema

de marketing, de design ou de produção. O desenvolvimento de novos produtos implica

todas estas funções.

O desenvolvimento de um novo produto começa, com a percepção de uma

oportunidade de marketing, atravessa a fase de concepção e desenvolvimento, termina

no departamento de produção e depois, surge a consequente venda e entrega do produto.

Como já atrás se disse, o desenvolvimento de novos produtos e o seu

melhoramento, são cruciais para a prosperidade das corporações.

De acordo com um estudo relativamente recente, de “benchemarketing”,

realizado no mercado pela American Produtivity e Quality Control (APQC), os novos

produtos lançados nos últimos 3 anos contabilizam uma média de 27.5% das vendas das

empresas (APQC; Cooper 2003). O ciclo de vida dos produtos está a ficar cada vez mais

curto ou seja existe uma redução de 40%, que ocorreu nos últimos 50 anos e é o

resultado de uma aceleração da inovação dos produtos (Von Braum; 1997). Acontece,

que muitos produtos não têm sucesso, pois o mesmo estudo efectuado pela APCQ refere

que pouco mais de metade (56%) do negócio de desenvolvimento de novos produtos

(NPD) consegue satisfazer os seus objectivos financeiros e apenas 51% destes novos

produtos são lançados a tempo no mercado.

Encontra-se uma pobre “performance” de NPD, em muitas empresas, que não

consideraram uma serie de factores imprescindíveis para êxito deste processo.

Compreender por que alguns novos produtos têm sucesso e como alguns processos de

NPD são bem realizados é o ponto central para gerir com visão projectos de

desenvolvimento de novos produtos.

1.1.2 Características de um processo de desenvolvimento de um novo produto com sucesso.

12

Page 13: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

O desenvolvimento de um novo produto com sucesso deve ter como resultado, produtos que possam ser produzidos e vendidos com lucro embora este seja difícil de obter directa e rapidamente.

O esforço de desenvolvimento, de um novo produto exerce-se na “performance” de NPD em cinco características fundamentais: 1- Qualidade do produto -- O produto que resulta do esforço de desenvolvimento é realmente bom? O produto satisfaz as necessidades dos clientes? É de facto robusto e realizável? A qualidade do produto reflecte-se na quota de mercado e no preço que os clientes estão dispostos a pagar?

Produtos superiores e diferenciados são aqueles que entregam benefícios únicos,

apresentam valor acrescentado para o cliente e são os melhores. Estes têm sucesso e

rentabilidade nas suas vendas no mercado. Constituem para o cliente e para o utilizador

vantagens nas seguintes características: um bom preço para o cliente, reduzem os custos

totais, e possuem uma excelente relação preço e características de performance.

Apresentam uma excelente qualidade relativamente aos outros produtos competidores,

nos termos com que os clientes medem a qualidade. São superiores aos produtos com

que competem porque os seus atributos são mais próximos das necessidades dos clientes

e oferecem características únicas, que não estão disponíveis nos produtos com que

competem ou ainda resolvem um problema, que o cliente tem com o outro produto, que

desempenha a mesma função. Oferecem benefícios ou atributos, que são facilmente

percebidos como úteis pelo cliente, pois são altamente visíveis.

2- Custo do produto -- Qual é o custo de produção do produto? Este custo inclui

despesas em ferramentas e equipamento bem como o custo incremental de produzir

cada unidade do produto. O custo do produto determina quanto lucro poderá a empresa

obter, perante um volume de vendas particular e face a um preço de venda estipulado.

3- O tempo de desenvolvimento -- consiste na rapidez com que a equipe de

desenvolvimento consegue completar o produto com o seu esforço. O tempo de

desenvolvimento determina a resposta, que a empresa pode ter para ser competitiva: em

sinergias, em desenvolvimentos de tecnologias, bem como a rapidez com que a empresa

realiza os retornos económicos dos esforços da equipa de desenvolvimento. A realidade

actual mostra-nos muito poucos produtos a serem desenvolvidos, em menos de um ano

e, por vezes, muitos requerem 3 a 5 anos e alguns requerem dez anos. Face ao exposto

verificamos que face à complexidade tecnológica do produto, às incertezas do mercado,

à gestão exercida, a motivação para o rápido desenvolvimento vai ser diferente para

cada empresa.

13

Page 14: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Um tempo de desenvolvimento adequado permite: aumentar as vendas, melhor

competição no mercado, alterar comportamentos de mercado, obter bons estilos, boas

tecnologias e manter a posição de liderança.

4- O custo de desenvolvimento -- traduz-se no montante monetário, que a

empresa necessita para desenvolver o produto. O custo de desenvolvimento é

usualmente uma fracção significativa do investimento necessário, para obter lucros com

o novo produto. Os custos de desenvolvimento do produto são proporcionais ao número

de pessoas envolvidas na equipe do projecto e à duração deste. O montante monetário

necessário para o esforço de desenvolvimento do produto, em ferramentas e

equipamento necessário, para a realização de protótipos utilizados em testes de mercado

é muitas vezes tão elevado como o resto do orçamento de desenvolvimento do produto.

Contudo por vezes é sensato atribuir estas despesas aos custos fixos de produção.

5- Capacidade de desenvolvimento -- traduz-se na capacidade da equipa e da

empresa estarem bem adaptadas, para desenvolver futuros produtos, sendo este o

resultado da sua experiencia em projectos análogos de outros produtos. A capacidade de

desenvolvimento é um activo, que a empresa pode usar, para desenvolver produtos mais

eficazmente, constituindo um recurso económico de futuro.

Uma elevada performance ao longo destas cinco dimensões deve conduzir ao

sucesso económico, contudo existem outros critérios de performance também

importantes.

O desenvolvimento de um produto com sucesso tem muita importância nos

vários interesses dos “stakeholders” da empresa, incluindo membros da equipe de

desenvolvimento, outros empregados e a comunidade em que o produto é fabricado. Os

membros da comunidade e os empregados da empresa podem estar preocupados, com a

capacidade do produto para criar empregos. Outros indivíduos da comunidade, que não

têm nenhuma ligação directa com a empresa ou com produto podem ambicionar que

este seja ecológico na utilização de recursos para o produzir e que tenha um impacto

ambiental mínimo.

1.1.3 Quem desenvolve e concebe os novos produtos?

Os departamentos de uma empresa ligados ao desenvolvimento de novos

produtos costumam ter uma actividade interdisciplinar, que necessita de contribuições

14

Page 15: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

de todas as áreas da empresa, contudo existem três funções, que são quase sempre

centrais, para o desenvolvimento de um novo produto: Marketing, Design e Produção.

O marketing medeia interacções entre a empresa e os seus clientes. Facilita a

identificação das oportunidades, a definição de segmentos de mercado e a identificação

das necessidades dos clientes e dá a sua contribuição para o conceito de produto. No

lançamento de um novo produto, o marketing, vai actuar tipicamente entre a empresa e

os clientes assumindo decisões sobre vários tipos de preços nos alvos de mercado e com

campanhas de promoção do produto.

O design é extremamente importante, pois define a forma física do produto

mais adequada às necessidades dos clientes. Neste contexto, a função de desenho inclui

engenharia, design (mecânico, eléctrico, “software”, etc) e desenho industrial (estética,

ergonomia, interfaces de utilização).

A produção é primariamente responsável pelo design do produto adequado às

capacidades de produção. Ela define e coordena a função de produção incluindo muitas

vezes as encomendas, a distribuição e a instalação. Este conjunto de actividades é por

vezes designado como cadeia de fornecimento.

1.2 Uma melhor performance enfatiza estes factos em NPD.

O estudo de “benchmarking” citado realizado pela APQC mostrou que as

melhores “performances” em desenvolvimento de novos produtos, são mais fortes em

termos de oferecerem importantes benefícios ou seja um valor superior perante outros e

maior valor para o cliente.

Os esforços, que são superiores em performance em NPD, fazem com que o

novo produto tenha uma boa rentabilidade, com que as suas vendas correspondam a

objectivos lucrativos, com que tenham um bom tempo de eficiência e capacidade de

abrir novas janelas de oportunidades.

Existe uma distinção entre benefícios e atributos: os benefícios consistem

naquilo que os clientes ou utilizadores valorizam e pagam por, pelo contrário, os

15

Page 16: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

atributos são características dos produtos, funcionalidades e “performances” ou seja os

elementos com que os engenheiros e designers constroem os produtos.

Geralmente os benefícios e atributos estão associados, mas por vezes os

designers consideram isto errado, porque nem sempre o que se adiciona às

características dos produtos implica benefícios adicionais para os clientes e utilizadores.

Para além do produto desenvolvido pela equipa de NPD, existem algumas

vantagens competitivas no mercado tais como: nome da marca, reputação da empresa,

comunicações de “marketing” superiores (publicidade e promoção), uma força de

vendas muito forte, um bom canal de distribuição, apoio técnico superior com bom

serviço tecnológico, ou simplesmente a disponibilidade do produto.

A mensagem é evidente: é necessário utilizar o máximo esforço em todos os

meios para atingir uma vantagem competitiva com o produto no mercado.

1.3 Uma forte orientação para o mercado.

Uma completa compreensão das necessidades dos clientes e vontades, da

situação competitiva e da natureza do mercado é uma componente essencial do novo

produto de sucesso. Este pensamento é suportado virtualmente por cada estudo de

factores de sucesso no desenvolvimento de novos produtos.

Uma importante medida a adoptar é uma forte orientação para o mercado,

quando se está a inovar um produto. Inversamente a não disposição para considerar as

necessidades dos consumidores, deixando o cliente fora do processo de

desenvolvimento de um novo produto, pode ser causa de desastre. Estes são os

processos de NPD, onde quase todos os novos produtos neles desenvolvidos falham.

16

Page 17: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Uma forte orientação para o mercado pode ser conseguida utilizando uma boa

comunicação com comunidades de consumidores, que podem participar na concepção

do produto.

Todas as pessoas envolvidas no projecto de desenvolvimento devem

compreender bem o cliente e quais as necessidades que deverão ser satisfeitas. O

envolvimento do cliente é essencial, para construir uma especificação precisa do

produto e continuamente fazer um “feed-back” sobre este ao longo do processo de

desenvolvimento. Uma descoberta provocatória em determinados estudos é que um

forte foco no cliente não apenas melhora as taxas de sucesso e rentabilidade, mas

também reduz o tempo de desenvolvimento (Cooper 2001). Contrariamente ao que se

possa pensar, o demorar um bocado de tempo a mais a executar a análise de mercado e a

pesquisa mercado (em elevada qualidade) não oferece tempo extra. Um bom contacto

com consumidores em NPD implica menores despesas e não apenas maior sucesso. É

importante encontrar a melhor de eficiência no tempo.

Uma forte orientação para o mercado está em falta na maioria das empresas nos

novos projectos de produtos. Esta deve prevalecer ao longo de todo o processo de

desenvolvimento de novos produtos (Griffin e Hauser 1996). Esta deve iniciar-se com a

geração de ideias, utilizando grupos de foco e ouvindo a voz do cliente. A investigação

compartilhada com clientes é fundamental, para determinar as suas necessidades

genéricas e os seus problemas. A força de vendas de uma empresa permite activamente

solicitar ideias de clientes e desenvolver relações fortes com pessoas inovadoras e com

utilizadores líderes e é extremamente importante.

Em NPD a investigação em Marketing deve ser utilizada para as decisões de

design e serve como guia para a equipa do projecto antes de se começar a desenhar o

novo produto.

Durante o design é fundamental determinar o que o cliente/utilizador necessita.

Isto, usualmente, significa que a investigação deve ouvir o cliente ou o utilizador,

compreender os seus problemas e as suas necessidades, as suas vontades e desejos.

Simultaneamente, é importante realizar uma análise competitiva em produtos que

desempenham a mesma função (estudo competitivo de “benchmarking”), para

determinar as forças e fraquezas e identificar estratégias nas especificações para realizar

o lançamento deste novo produto. Durante o projecto, o “feed-back” do cliente não deve

acabar com o fim dos estudos de mercado de pré-desenvolvimento. O relacionamento

com o cliente deve ser mantido sempre no processo durante os vários testes. Ao realizar

17

Page 18: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

o protótipo, é necessário experimentar a reacção dos clientes e verificar as suas

suposições.

O trabalho de pré-desenvolvimento (trabalho de casa) é crítico para vencer.

Contabilizando vários estudos, estes revelam que os passos que precedem a realização

do protótipo no desenvolvimento do produto fazem a diferença entre vencer e perder.

As empresas de sucesso gastam duas vezes mais tempo e dinheiro nestas

actividades vitais: screening inicial (primeira decisão a obter sobre o projecto ou seja a

ideia resultante entre várias), estabelecimento preliminar do mercado (o primeiro e

rápido estudo de mercado) e o primeiro estudo preliminar técnico são críticos para a

aparição técnica do projecto.

Existe uma queixa frequente, que é a seguinte: “Mais trabalho de casa significa

maiores tempos de desenvolvimento”. Este é um conceito válido, mas a experiência

mostrou, que o trabalho de casa (trabalho de pré-desenvolvimento) é benéfico por si

mesmo na redução dos tempos de desenvolvimento e conduz a uma elevada taxa de

sucesso. Existem evidências para uma maior probabilidade de as características do

produto não se realçarem, se o trabalho de casa for omisso. Um produto novo, por

vezes, consiste na escolha entre um projecto estritamente novo ou um grande aumento

de velhas características de um produto já existente. É importante, existir uma boa

definição do projecto, porque ela por vezes é o resultado do trabalho que se faz em casa,

conduzindo a boas velocidades de realização de todo o processo de desenvolvimento do

novo produto. Uma das maiores causas de perdas de tempo são as derrapagens que

acontecem nos projectos que são mal definidos, quando entram no estadio de

desenvolvimento. Estes projectos são dispersos relativamente ao alvo de mercado. Neste

caso existe um gasto em tempo inevitável, para fazer melhoramentos de desenho e de

concepção, quando o produto que se move fora do objectivo escolhido no mercado

durante o processo desenvolvimento. Consequentemente mais trabalho de casa aparece

pela frente. Antecipar a ocorrência destas alterações, mais cedo no processo de

desenvolvimento é sempre melhor do que mais tarde, quando são mais custosas.

Pode-se então concluir que não se deve restringir o trabalho de casa. Se se

descobre por experiência própria, ao longo do trabalho, que não há tempo para o

trabalho de casa (pré-desenvolvimento), existe um erro ao cortar no trabalho de casa

(que conduz à taxa de sucesso), que provocará perda de tempo no processo de

desenvolvimento num futuro próximo devido ao aproveitamento de tempo no trabalho

18

Page 19: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

de pré-desenvolvimento (trabalho de casa). Este é um caminho insensato e pouco

inteligente para poupar tempo. Uma regra significante é que o projecto não se deve

mover no estádio de desenvolvimento sem as acções descritas atrás serem executadas

com perfeição.

1.4 Actividades que se devem desenvolver no processo de desenvolvimento de novos produtos.

1 O projecto de um novo produto deve ser definido de modo a que este seja

penetrante e antecipado no alvo de mercado para o qual é concebido. A definição do

produto deve ser estável ou seja a sua definição inicial não deve sofrer grandes

alterações ao longo do processo de desenvolvimento.

2 Os dois maiores desperdícios de tempo em NPD ocorrem quando a definição

do projecto se estende para fora do que se pretende no mercado (socpe creep) e se

houver uma visão instável do produto no alvo de mercado (unstable specs) .

“Scope creep” significa, que a definição do projecto do novo produto muda

constantemente: ela pode começar com um simples projecto de um cliente, depois pode

ser alvo de múltiplos utilizadores e finalmente começar com uma plataforma de novos

projectos familiares. Similarmente instável é o “specs” o que significa, que a definição

do produto, os requerimentos e especificações mantêm possível a sua alteração durante

o estadio de desenvolvimento. É extremamente importante a técnica de descobrir as

pessoas alusivas dos alvos de mercado, que são o objectivo do processo de

desenvolvimento de um novo produto, que fazem uma boa definição do produto bem

direccionada para o mercado pretendido.

Uma penetração segura no alvo de mercado, com uma boa definição do novo

produto para o fim a que se destina e que é realizada mais cedo é estável. Esta é de facto

a base da definição do produto, que é realizada durante a fase de trabalho de casa e é

uma boa solução.

Uma boa definição do projecto e do produto antes de entrar no estadio de

desenvolvimento é o maior factor de sucesso, que tem um impacto positivo, quer na

rentabilidade, quer no aproveitamento de tempo durante o processo de desenvolvimento

e permite o lançamento do novo produto mais cedo no mercado.

A definição do produto deve incluir: definição do tipo de mercado a que se

destina (nacional, internacional, etc), a especificação do alvo de mercado (exactamente

19

Page 20: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

quem tem a intenção de utilizar), descrição do conceito do produto e dos benefícios a

serem entregues ao utilizador, delinear a posição estratégica, que inclui o preço

pretendido, uma lista de características, atributos e requerimentos e especificações.

Construir uma definição de passos de forças com mais atenção no inicio do projecto ou

nas actividades de pré-desenvolvimento, é um factor chave de sucesso. A definição do

produto serve como ferramenta e guia de comunicação. Todas as partes envolvidas no

projecto concordam ou aprovam, o que significa que cada área funcional é envolvida no

projecto, processo que é claro e consciente, pois a definição de um novo produto e o seu

projecto não deixam dúvidas. O trabalho de casa também providencia objectivos claros

para o estágio de desenvolvimento e para os membros da equipe, estes são bastante

visíveis e bem definidos. Aplicando o conceito de “co-creation”, plataformas de

consumidores e de utilizadores podem participar nesta pré-fase de desenvolvimento.

20

Page 21: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Capitulo II Marketing e Inovação

21

Page 22: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

2.1 O Papel do Marketing na Inovação

É do conhecimento geral, que o marketing tem um desempenho crucial, ao

estabelecer uma vantagem competitiva na empresa ao realizar uma interface entre a

equipe de desenvolvimento de novos produtos com os consumidores, com quem possui

uma boa comunicação. Existem numerosos relatórios e estudos de investigação, que

mostram a importância de existir uma clara compreensão dos requisitos dos clientes,

(Langrish e al., 1972; Rothwell, 1977; Cooper, 1980) uma vez que a proximidade com o

cliente(Peters and Waterman, 1982) e a forma de aplicar as técnicas de marketing são

factores significativos de sucesso comercial.

O papel do marketing neste âmbito pode ser considerado como uma função de

NPD com as suas pesquisas de mercado, realçando o seu relacionamento com

consumidores e o facto de permitir de uma forma crítica a contribuição para a inovação

industrial efectiva.

O “marketing” pode ser interpretado em duas perspectivas: como uma

perspectiva geral de negócio, “ a orientação para o mercado”com um maior foco na

comercialização e no processo de produção gerando a satisfação do cliente; ou como

uma actividade mais funcional do NPD, em que realiza investigação nos mercados e nos

benefícios dos novos produtos.

Em todos os aspectos, em todos os níveis de negócio, deve existir uma boa

compreensão do cliente e o cuidado de desenvolver uma elevada empatia com este.

Com esta forma de pensar, através da função de marketing pode existir um papel chave

na parte de recolha de informação. Na forma de analisar, o comportamento de

encomenda do consumidor, de considerar níveis de satisfação do cliente, atitudes

relativamente ao negócio, atitudes relativamente aos seus competidores e, deste modo,

contribuir para o desenvolvimento de uma cultura corporativa na empresa atenta aos

consumidores, mas também à forma como o ambiente que a rodeia está continuamente a

estabelecer procuras. Daqui resultam novas prioridades nos clientes, com consequentes

implicações no desenvolvimento de novos produtos e no desenvolvimento de produtos

existentes.

A orientação de “marketing” na inovação pode ser formalmente definida como:

a identificação ou antecipação dos requisitos de um grupo especifico de consumidores

bem definidos num alvo de mercado e no desenvolvimento apropriado de ofertas com o

objectivo de gerar a satisfação do cliente, contemplando os objectivos organizacionais.

22

Page 23: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

É claro que havendo uma rápida alteração na natureza do ambiente empresarial

relacionada com o negócio, em que a empresa opera ou tem operado, pode existir a

necessidade de a empresa se antecipar com inovações nos seus produtos e não

meramente reagir às alterações que acontecem.

Com esta ênfase na função de “marketing” associada à inovação, não são só

contempladas as necessidades genéricas dos consumidores, mas também as vontades

específicas ou os requisitos de grupos seleccionados de clientes. Em muitos casos, estas

vontades específicas podem estar latentes ou incertamente articuladas e a forma como a

equipa de NPD interpreta as especificações, que os clientes podem querer, constituem a

eficácia e eficiência com que o processo de desenvolvimento de um novo produto,

traduz esta postura em ofertas apropriadas. Estes podem ser os factores críticos de

diferenciamento, que tornam o novo produto mais ou menos competitivo.

Embora a procura, para qualquer produto particular ou serviço possa ser olhada

como homogénea, pode acontecer que os individuais tenham requisitos particulares e é

possível que existam grupos de clientes com requerimentos similares e a variação entre

grupos, considerando os requisitos pretendidos pode ser superior à variação dentro dos

grupos para os mesmos requisitos. Então, a procura pode ser considerada desagregada e

o mercado pode ser segmentado (Wind e Cardoso 1974; Bonoma e Shapiro 1983;

Hlavacek e Ames, 1986).

Através da segmentação, o que é oferecido a segmentos particulares pode de

alguma forma assegurar uma vantagem competitiva.

Quando o foco de NPD tende a operar dentro de um alvo de mercado implícito,

ou explicito definido em termos de tecnologias, produtos e clientes, a equipe de

desenvolvimento pode olhar para ele próprio como operando no mercado de

“equipamento cozinha”,”transportes” como um recurso para o desenho perspicaz e

consciente de clientes.

Neste caso o alvo de mercado pode ser definido em função das necessidades

fundamentais, (Levitt, 1960) e o foco de negócio é um mercado mais abrangente nas

funções desempenadas pelos produtos (transportes por exemplo). Historicamente é a

poderosa influência do alvo de mercado juntamente com as alterações ambientais, que

faz com que as organizações possam ter que aprender a sacudir o passado e estabelecer

novas direcções. Este é um processo que, por si próprio, pode conduzir a uma

reavaliação das metodologias tradicionais.

23

Page 24: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Finalmente um negócio não é apenas um produto no mercado, mais do que isso é

uma colecção de valores tais que a capacidade, para atingir a performance de uma tarefa

particular, realça a aparência e aumenta ou reforça a própria imagem percebida.

As constantes inovações, que surgem devido a novas tecnologias, que facilitam a

execução do trabalho, têm provocado o aparecimento de novos produtos e o

desaparecimento de outros. Este facto nos últimos anos tem diminuído o ciclo de vida

de muitos produtos. Em geral, em muitos mercados, particularmente aqueles em que os

produtos estão em maturidade, existe uma maior proporção de valor adicionado, que é

derivada de suaves aspectos não tangíveis tais como: qualidade no serviço, distribuição

e suporte técnico. Assim a distinção entre serviços e produtos está a tornar-se cada vez

mais indistinta. Em muitos casos, cada um deles tem um elemento significante de

ambos.

A proposta, de “Marketing” em NPD deve ser assegurar que a oferta, que

emerge do processo de desenvolvimento, seja significativa para os segmentos de

clientes que são identificados como tendo um óptimo potencial para o negócio. Ao

mesmo tempo, deve existir uma diferenciação percebida relativamente aos

competidores, olhando para certos valores, que são os clientes alvo, que são

contemplados como importantes.

Neste sentido, o “marketing” facilita o processo de troca com os seus clientes.

Em muitos sectores tecnologicamente novos, pensa-se, que o foco é ainda na tecnologia.

Isto é evidente nos sectores das comunicações móveis. O foco dos operadores de

comunicações móveis tem sido principalmente na tecnologia e no produto. É importante

que os benefícios procurados pelos clientes sejam aumentados e tomados em conta

pelos operadores. Existe a necessidade de considerar quando, cada variação de

comunicação tecnológica oferece valores apreciáveis ao cliente. É então necessário

contemplar a questão de algumas suposições que são feitas acerca do sector das

comunicações móveis. (Littler e Leverick,1992)

2.2 O valor acrescentado para o cliente que oferece um novo produto. Conceito e novidades

24

Page 25: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

No caso de novos produtos tecnológicos, onde a experiência sugere que a

tecnologia e o produto mais do que os valores percebidos pelos clientes são, muitas

vezes, dados de atenção indevidos, o marketing tem uma especial e importante regra a

jogar. Pretende-se assegurar que a inovação emergente satisfaça genuinamente o critério

básico de se apresentar aos clientes como algo que eles possam olhar como tendo alguns

benefícios diferenciáveis, tais como a facilidade de uso. A utilização do modelo de

gestão co-creation cria valor acrescentado, quer para o cliente, quer para a empresa com

a comunicação, que existe entre eles na concepção do produto.

É verdade que, a taxa de mudança ambiental é por vezes frenética, em particular

a inovação com novos produtos é observada com uma posição com implicações óbvias

para os ciclos de vida de produtos sobreviventes. Existe então a necessidade de

pequenos tempos de desenvolvimento, de um marketing rápido e extensivo a novos

produtos com o objectivo de recuperar investimentos e assegurar um retorno adequado,

enquanto, de alguma forma, a posição de quase monopólio existe. Também se pode

acrescentar valor ao cliente num ambiente de aumento de turbulência, construindo

lealdade, o que significa que ao negócio é dado um espaço discricionário, pois quando

os erros e mal-entendidos aumentam, é extremamente importante forjar ligações

duráveis com os clientes, com o objectivo de haver um conhecimento directo das

alterações dos seus requisitos.

Tem sido argumentado, que a confiança é central no “marketing” e na sua gestão

e é uma relação construída (Gronvoos,1989; Hakansson,1982), pois o custo de perder

um cliente é significativo(Strong,1990) em termos de informação adversa que pode ser

disseminada através da sua insatisfação. Esta exige um esforço e são necessários vários

recursos no restabelecimento ou na substituição do relacionamento.

A maior crítica, que pode ser feita na estratégia de marketing tradicional e às

suas metodologias de gestão, é que estas são consideradas como intrinsecamente lógicas

e racionais, envolvendo uma análise, fria, intelectual e reflectiva sobre o ambiente e que

consideram aparentemente uma não problemática aplicação dos planeamentos

processados. (Kotler, 1988; Greenley, 1986).

A subjectividade do analista, a fronteira da racionalidade de quem exerce as

decisões, o contexto político das organizações, as incertezas que rodeiam qualquer

processo de decisão, relativamente às exigências do processo podem afectar os próprios

resultados. (Littler e Leverick, 19993) Estes princípios, devem ser considerados no caso

particular da inovação, onde, mesmo pequenas alterações consequenciais, podem

25

Page 26: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

oferecer perturbações nas partes envolvidas. De facto os riscos e incertezas do

desenvolvimento de novos produtos têm sido uma identidade repetida.

Existem alguns pontos de investigação empírica, com uma elevada taxa de atrito

sobre ideias de produtos e sobre o seu processo de desenvolvimento. Estes mostram um

largo número de projectos de desenvolvimento de novos produtos a serem abandonados

antes de atingirem o estágio comercial. Sobretudo existe uma elevada proporção de

novos produtos, que são lançados actualmente e têm insucesso comercial. Booz, Allene

Hamilton 1982, sugerem que para cada uma de sete ideias de novos produtos apenas

uma resultara num lançamento de um novo produto com sucesso. Um estudo do sector

de confecção de comida nos US, mostra que para cada 1000 ideias de novos produtos,

apenas 36 conduzem produtos ao mercado, numa base contínua (Buzzel e Norse, 1967),

enquanto os resultados dos programas de I&D numa grande variedade de sectores

industriais sugerem uma taxa de sucesso entre 12 e 20% (Mansfild e al 1972).

Um grande elemento de risco é o custo de falhar. Isto embaraça não só o

investimento e o lançamento do novo produto, cujo risco tende a aumentar, em muitos

casos com surgimento de apertos nas legislações de saúde e segurança, mas também

com a inflação em I&D provocada por custos mais extensivos nos programas de

marketing num ambiente altamente competitivo, onde existem custos significativos em

comunicações, com potencial prejuízo no status do negócio, nos distribuidores, nos

fornecedores e nos clientes de todos os tipos.

Os custos monetários em NPD podem ser extremamente elevados, quando

aparecem muitos insucessos. Mesmo extensões do produto podem conduzir a um

elevado número de anúncios e a gastos promocionais, de quantias bastante elevadas.

As incertezas que rodeiam o produto inovador têm sido descritas por Freeman

(1982) entre outros. Eles incluem as incertezas de mercado que estabelecem

dificuldades em predizer a forma e intensidade da competição, as reacções dos clientes

alvo e também a incerteza tecnológica causada pelos problemas não florescentes

tecnológicos, que podem afectar o tempo e custos de desenvolvimento.

Adicionalmente, existe uma incerteza geral, que pode aumentar com a amostra

escolhida e com a dificuldade de prever determinados eventos que rodeiam qualquer

decisão de negócio.

26

Page 27: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

2.3 O Marketing e Desenvolvimento de novos produtos

No contexto do risco e incerteza, é surpreendente, o que se recebe da teoria de

“marketing”, que apresenta o processo de desenvolvimento de um novo produto, como

uma serie de estadios sequenciais, que muitas vezes representam as diferentes

actividades funcionais do negócio (Cannon,1986;Schering,1974). Neste modelo uma

tarefa é completada e passa à próxima fase, sendo assim o desenho do produto final é

completado antes de ter passado à próxima fase, tal como, por exemplo, a manufactura.

Este modelo é baseado na clara divisão de trabalho e é constituído por distintas tarefas

separadas: investigação, design, marketing, produção e por aí fora.

Este conceito de processo de inovação é baseado na divisão do trabalho e

assume, que cada actividade completa as suas tarefas antes do desenvolvimento da

próxima actividade na sequência. A não eficiência e não eficácia desta aproximação são

óbvias. Com este modelo de desenvolvimento de novos produtos, os tecnologistas

podem trabalhar em isolamento, longe dos clientes; então, os produtos emergem como

estão, pois, por consequência, aparece um produto bastante trabalhado e inconveniente

para utilizar.

O atraso provocado por um contacto fechado entre I&D de “marketing”,

“design” e produção pode significar, que os produtos são concebidos sem contemplar a

produção em massa a um custo razoável, assim surge por vezes a necessidade de uma

significante redefinição do “design”. O produto também pode não ser esteticamente

apresentável para o cliente.

Os problemas, que resultam desta aproximação, são diversos. Numa época de

rápidas mudanças, de competição intensa, esta abordagem sugere um consequente

aumento do custo de desenvolvimento do produto.

27

Page 28: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

A necessidade de eficiência e velocidade sugere, que o modelo apropriado para o

desenvolvimento de novos produtos deva funcionar com uma aproximação, com um

alto nível de interacção entre as várias actividades. Assim existirá a oportunidade de

resolver algumas das dificuldades supracitadas, sendo provável que estas sejam

reduzidas. Este conceito também implica, que existirá uma resposta mais rápida a

problemas inevitáveis, que possam aparecer durante o processo de desenvolvimento de

novos produtos. Assim por exemplo: os problemas, que surgem nos testes com clientes

podem ser analisados com o envolvimento do staff de I&D em “marketing” e “design”,

aparecendo a solução mais rapidamente.

O desenvolvimento de novos produtos deve ser focado num processo

centralizado nos valores dos clientes, considerando, que a tecnologia pode ser uma

poderosa ferramenta na condução da inovação. Adicionalmente, os requisitos dos

clientes podem estar latentes e muitas vezes com o desenvolvimento tecnológico pode-

se tentar influenciar, estimular e mesmo criar a procura. Isto sugere que a estrita

aplicação da orientação de marketing pode não ser preponderante nos casos da inovação

radical especificamente rectilínea. De facto, isto pode ser razoavelmente argumentado.

Em tais instâncias, existe uma penetração na imaginação criativa e um talentoso

empreendorismo que podem ser mais relevantes do que uma aplicação de metodologias

que conduzem à inovação(Rosenbloom e Aberthy, 1982).

O problema do emprego de técnicas de investigação de mercados focadas nos

clientes como base para justificar um desenvolvimento de um produto particular

consiste nas dificuldades que os clientes podem encontrar nos questionários ao

visualizar os produtos inovados e a forma como os possam imaginar.

Existem, ainda mais coisas a explorar além do que já tem sido feito. Isto sugere

que se deve empregar circunspecção de modo tal que, o caminho utilizado com produto

em desenvolvimento não seja intransigente, com o que já existe.

Embora exista a liberdade de experimentar ideias de um novo produto, estas

devem ser encorajadas e facilitadas, o que deve ser realizado dentro de um contexto de

avaliar a inovação de uma forma constante e rigorosa nos estágios de revisão definidos,

tendo em conta os valores dos produtos já disponíveis e o preço que o cliente está

disposto a pagar para obter esses valores. O perigo por vezes consiste nos benefícios

percebidos. Os que são considerados por quem desenvolve, que diferem dos benefícios

esperados por potenciais clientes, mesmo havendo uma pesquisa de mercado extensiva

em testes, a informação muitas vezes é selectivamente ignorada ou interpretada de um

28

Page 29: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

modo favorável à inovação. É bom ter pelo menos em consideração tais impedimentos

ao realizar a efectiva inovação do produto.

A contribuição do “marketing”, durante o desenvolvimento de um novo produto,

é atribuída à análise do mercado preliminar e do competidor, assegurando um

posicionamento constante da posição competitiva conquistada com testes contínuos com

clientes, geralmente, com acesso ao produto envolvido. Isto, muitas vezes, procura

enriquecer a ligação com os clientes que, interligados, com a equipa de

desenvolvimento podem estabelecer a inovação. O departamento de marketing deve

também assumir uma atitude de responsabilidade para aconselhar uma estratégia, que

vai de encontro aos objectivos do negócio com a inovação.

O “marketing” deve formular a oferta total, incluindo a marca que é apropriada e

desenvolver o mercado, envolvendo a formulação da campanha de lançamento, seguida

da campanha de “marketing”, que simula a adopção e uma aceitável taxa de difusão do

produto. A estratégia de lançamento necessitará de ter em conta a interligação e a

necessidade de gerar uma resposta favorável entre intermediários, tais como

distribuidores, retalhistas, e líderes de opinião; conselheiros e entidades comerciais,--

que criam agradabilidade, estimulam o interesse, provocam encomendas e captam

potenciais clientes. A publicidade, promoção e vendas pessoais podem ser críticas para

uma boa adopção e na taxa de penetração de mercado. Ofertas inovadoras devem ter

valores intrínsecos, que comandem os preços e assim eles próprios enfatizam a

importância de uma rápida e segura difusão antes de aparecerem os competidores.

2.4 Conclusão

A função do “marketing” consiste em assegurar que as inovações industriais

sejam bem concebidas e desenvolvidas havendo o cuidado de poderem diferenciar

ofertas de benefícios a clientes. Isto envolve uma constante ligação com potenciais

clientes, durante o processo de desenvolvimento, na formulação do conceito do novo

produto, com os testes de utilização do produto e com a estratégia de “marketing”, que

deve ser envolvida noutras actividades da empresa.

29

Page 31: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

O principal objectivo é estimar a reacção do mercado, ao novo produto em

consideração, antes de existirem despesas na produção e custos em promoções do novo

produto. Para atingir este objectivo, é necessário considerar uma série de factores:

3.1.1 O mercado:

Actuais padrões de compra;

segmentos existentes, e

ponto de vista do cliente sobre os produtos disponíveis.

3.1.2 Intenção de compra:

Julgamento e compra repetida;

Barreiras à alteração das marcas;

E alterações de custos

31

Page 32: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

3.1.3 Melhorias para o novo produto:

Conceito global de produto

e características do conceito de produto

Todos estes factores estão interligados, são geralmente contemplados pelo

consumidor de um novo produto em teste e estão relacionados com as necessidades e

preferências dos clientes. Isto, porém, levanta uma questão importante: o tipo de

necessidades requeridas certamente depende do tipo de produto em causa e do

consumidor.

King (1985) argumenta que as necessidades podem ser classificadas em três

tipos:

• Necessidades básicas, que são as que um cliente pode esperar. Por exemplo, um

cliente pode esperar possuir um carro novo a certa altura do tempo.

• Necessidades articuladas, que são aquelas que um cliente pode facilmente expressar.

Por exemplo, um cliente pode expressar o desejo de características adicionais sobre um

veículo a motor.

• Necessidades excitantes, que irão surpreender os clientes e não estão a ser encontradas

em qualquer outro fornecedor de momento. Como exemplo: realizar promoções, que

permitem uma forma fácil e rápida de adquirir um carro novo ou a oferta de uma

viagem de férias na compra de um bem.

Esta utilidade (chamada de “necessidades excitantes”) acontece, de tal forma,

que quem desenvolve novos produtos tem dificuldade em abrangê-la. O sucesso,

certamente, aparecerá naqueles, que são capazes de subentender estas necessidades e

32

Page 33: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

utilizá-las na próxima geração de novos produtos. Isto, no entanto, é extremamente

difícil de realizar.

Peter Drucker observou que só se pode utilizar pesquisa do mercado apenas

sobre o que existe no mercado. Ele fundamenta este seu ponto de vista dizendo que as

empresas americanas não conseguiram colocar a máquina de “fax” no mercado, porque

a pesquisa de mercado estava convencida, de que não havia procura para tal

equipamento.

3.2 Quando é que a pesquisa de mercado tem demasiada influência

Argumenta-se, com muitos estudos de mercado realizados por pessoas que

trabalham nesta área, que apenas os testes extensivos ao consumidor sobre novos

produtos podem ajudar a evitar perdas de grande escala, como aconteceu com a RCA

com o seu vidiodisco, com a Procter & Gamble com as suas Pringles e com a General

Motors com o seu motor rotativo (Barrett, 1996). É no entanto, amplamente aceite, que

a maioria dos novos produtos falham no mercado, porque o consumidor tem

necessidades e desejos que não são satisfeitos.

Os resultados de vários estudos mostram, que 80% dos produtos recém

introduzidos deixam de permanecer no mercado, depois de dois anos (Barrett, 1996).

Com efeito, os casos que envolvem empresas internacionais de alto nível são

frequentemente citados para alertar dos perigos de falhar ao utilizar pesquisa de

mercado (por exemplo, Uniíever's Power Persil e RJ. Reynold's les. cigarro de fumo).

Dada a complexidade e riscos inerentes que existem, os gestores têm solicitado ao longo

de muitos anos, se estes não podem ser minimizados, através da utilização de pesquisa

de mercado no desenvolvimento de novos produtos. A literatura de “Marketing” tem um

mercado derivado que é extensivo à pesquisa de mercado. Esta abordagem procura

descobrir o que o cliente gosta e depois o produto ou serviço é produzido (abordagem à

inovação como encomendas de mercado). Os benefícios deste método para um processo

de desenvolvimento de um novo produto têm sido amplamente articulados e este

método é geralmente considerado (Cooper, 1990; Kotler, 1998). No entanto, devido à

sua simplicidade, este pensamento e visão de gestão, infelizmente, por vezes,

ultrapassam o departamento de comercialização. O efeito da pesquisa de mercado pode

ser maior nas chamadas inovações descontínuas, que são rejeitadas ou aceites com base

nos seus resultados.

33

Page 34: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Defensores da pesquisa de mercado argumentam, que tais actividades

asseguraram, que as empresas são orientadas para o consumidor. Na prática, isto

significa, que os novos produtos são mais bem sucedidos, uma vez que são concebidos

para satisfazer uma necessidade percebida, em vez de simplesmente serem concebidos

para tirar proveito de uma nova tecnologia (Ortt e Schoormans, 1993). A abordagem

adoptada por muitas empresas no que diz respeito à pesquisa de mercado é que, se esta é

realizada de uma forma suficiente as hipóteses de fracasso são reduzidas (Barrett, 1996).

Na verdade, o perigo, que muitas empresas querem evitar, é o desenvolvimento

de produtos, sem qualquer contemplação pelo mercado.

A questão da utilização de pesquisa de mercado, no desenvolvimento de novos

produtos, é controversa. A literatura de marketing tem, tradicionalmente, retratado o

desenvolvimento de um novo produto, essencialmente, como um processo entre

mercado e clientes. Paradoxalmente, muitas das principais inovações, que aparecem na

prática são derivadas da tecnologia. Estas surgem a partir de uma tecnologia e procuram

aplicações no mercado em vez de existir uma oportunidade de mercado, que procura

uma tecnologia. Isto, naturalmente, é a antítese do conceito de marketing, que começa

por tentar compreender as necessidades dos clientes. O papel da pesquisa de mercado no

desenvolvimento de novos produtos é questionável sobretudo no aparecimento dos

principais produtos inovadores, quando ainda não existe mercado para eles. Coloca-se a

seguinte questão: se os potenciais clientes são incapazes de compreender

adequadamente o produto, então conclui-se que a pesquisa de mercado só pode fornecer

respostas negativas (Brown, 1991). Além disso, existe frequentemente a dificuldade, por

parte dos consumidores em articular as suas necessidades. Hamel e Prahalad (1994)

argumentam, que os clientes têm falta de prospectiva e referem -se a Afcio Morita, da

Sony e a Jeader, influentes líderes.

“O nosso plano conduz o público com novos produtos, em vez de lhe perguntar

que tipo de produtos ele quer. O público não sabe o que é possível, mas nos fazemos.”

Isto leva muitos cientistas e tecnologistas a olhar para os departamentos de

marketing com cepticismo. Frequentemente eles vêem as novas tecnologias excitantes

rejeitadas devido à pesquisa de mercado produzida pelo departamento de “Marketing”.

Especialistas em pesquisa de mercado argumentam, que estes problemas podem

ser superados com a utilização de análise de benefícios na investigação de mercado.

Sendo assim o problema reside na suposição de que os benefícios podem não ser

claramente entendidos, ou percebidos de uma forma correcta pelos inquiridos. (King

34

Page 35: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

1985) resume este dilema ordenadamente: a pesquisa sobre o consumidor pode dizer o

que as pessoas pensam num ponto no tempo; mas não pode dizer directamente o que

eles poderão fazer num novo conjunto de circunstâncias.

3.3.1Novos produtos descontínuos

As principais inovações são referidas com novos produtos descontínuos, que

diferem dos produtos existentes por serem totalmente novos. Assim por vezes, criam

mercados inteiramente novos e necessitam de que os compradores alterarem os seus

comportamentos. Por exemplo, o computador pessoal criou um mercado inteiramente

novo e necessitou, que os consumidores alterem o seu comportamento. Estes produtos,

geralmente, requerem um período de aprendizagem por parte do utilizador. Com efeito,

por vezes, o fabricante tem de explicar e de sugerir aos utilizadores como o produto

deve e pode ser utilizado.

Rogers' (1995) num estudo sobre a difusão de inovações, como um processo

social argumenta que é necessário tempo para as sociedades aprenderem e

experimentarem novos produtos. Isto levanta o problema de como lidar com os

consumidores com um conhecimento prévio limitado e como realizar estudos de

mercado sobre um produto totalmente novo ou uma grande inovação.

Surgem duas principais dificuldades:

1 O problema da selecção dos inquiridos,

2 O problema da compreensão das principais inovações.

35

Page 36: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Os consumidores, quando são confrontados com uma tecnologia radicalmente

nova, podem não entender como esta pode satisfazer as suas necessidades, como foi o

que aconteceu com o caso da máquina de fax com as notas Post-It . Isto acontece,

porque os consumidores não são capazes de associar as características e desempenho

físico do produto às características da ideia. Por exemplo, quando os consumidores

viram um fax o que viram foi uma volumosa e cara máquina, que percepcionaram como

uma máquina copiadora. Eles não foram capazes de se imaginar a usá-la, uma vez que

não estavam receptivos a uma nova ideia. Especialistas em investigação mostram, que

quem está melhor adaptado é capaz de compreender melhor os potenciais benefícios do

que aqueles, que têm um menor conhecimento do produto. A técnica de pesquisa de

mercado seleccionada é crucial na obtenção de dados precisos e confiáveis.

3.3.2Estudos de mercado e novos produtos descontínuos

No caso de inovações de novos produtos, a utilização e a validade dos métodos

de pesquisa de mercado é questionável (von Hippel e Thomke, 1999; Elliot e Roach,

1991). Já no início dos anos setenta Tauber (1974) argumentou, que tais abordagens

desencorajam o desenvolvimento de grandes inovações. Pode-se argumentar, que os

estudos de mercado são necessários, se os principais produtos inovadores forem

necessários. Esta abordagem caracteriza-se pelo chamado modelo de empurrão

tecnológico de inovação. Os produtos, que emergem de uma abordagem de empurrão

tecnológico geram inovação. Os produtos emergentes de um empurrão tecnológico são

gerados com pouca consideração pelo mercado. Com efeito, um mercado pode ainda

não existir como aconteceu no caso do PC e de muitos outros produtos totalmente

novos. Frequentemente, os consumidores não são capazes de compreender a tecnologia

36

Page 37: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

em questão e podem ver os novos produtos como uma ameaça para o seu actual modo

de funcionamento.

Martin (1995: 122) argumenta: os consumidores podem ser extremamente pouco

imaginativos… tentar conduzir as pessoas a mudar a maneira como fazem as coisas é o

maior obstáculo enfrentado por muitas empresas. Isto refere-se não só aos clientes mas

também aos próprios trabalhadores, quando são confrontados com uma tecnologia nova,

para utilizar nos vários quadros dos organogramas das empresas. Muitos escritores

argumentam sobre este assunto, uma vez que os potenciais consumidores não são

capazes de relacionar os aspectos físicos de um grande produto inovador com as

consequências de o ter e utilizar (Ortt e Schoormans, 1993).

Outros defendem que, embora a pesquisa de mercado possa ajudar a aperfeiçoar

conceitos de produtos, raramente é o estímulo para um conceito de um produto

inteiramente novo. Consequentemente as técnicas de pesquisa mais convencionais de

investigação de mercado conduzem a resultados inválidos (Hamel e Prahalad, 1994).

Mais recentemente, novas abordagens estão a ser reconhecidas na área de

inovações de produtos descontínuos. Uma das técnicas adopta um processo de

sondagem e de aprendizagem, onde é valiosa a experiência adquirida com cada um dos

passos tomados e ao longo do processo de desenvolvimento são realizadas modificações

no produto sendo a aproximação ao mercado realizada com base nesta aprendizagem

(Lynn et ai., 1997). Esta não é um julgamento ou um erro, mas sim um cuidadoso

desenho experimental e exploração de mercado, que muitas vezes utiliza a herança da

organização. Este novo tipo de desenvolvimento de novos produtos é muito diferente

das técnicas tradicionais e dos métodos descritos na maioria dos textos marketing.

3.3.3Circunstâncias em que a pesquisa de mercado pode dificultar o desenvolvimento de novos produtos descontínuos

37

Page 38: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

As pessoas, que desenvolvem e testam produtos tendem a visualizar o produto

que oferecem, mergulhados numa opinião clássica, quando se deve supor, que o produto

deve ter um núcleo de benefícios, atributos adicionais e características, que são

estabelecidas em torno dele. Saren e Tzokas (1994) alegaram que grande parte do

problema é devido ao caminho, que vemos num produto. Afirmam, que muitas vezes é

necessário vê-lo de forma isolada a partir de:

• o seu contexto;

• a forma como é utilizado

• o papel da relação cliente fornecedor.

A falta de flexibilidade na reflexão contribui, para a existência de opiniões

enganosas sobre novos produtos. Isto é, existe a necessidade por parte das pessoas, que

desenvolvem e testam o produto, de reconhecer, que um produto venha a ser encarado

de forma diferente através de membros de um canal do que pelos utilizadores finais. Por

exemplo, os utilizadores finais estarão preocupados com a forma como o produto irá ter

o seu desempenho, enquanto os membros do canal estão mais interessados em como o

produto se vai vender, em saber se vai ser fácil de armazenar, de apresentar, e (mais

importante ainda) se será rentável.

38

Page 40: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

4.1Introdução (conceitos)

Consiste em identificar, encontrar ideias criativas, que gerem valor para os

clientes nos mercados, para ser possível explorar o potencial das oportunidades

identificadas.

A geração de ideias pretende idealizar novos produtos, que são pela sua própria

natureza inovações, que resultam de criatividade e da forma livre de pensar. A

criatividade é fundamental para o sucesso.

Este capítulo aborda, explicitamente, técnicas, para o melhoramento da gestão

da criatividade na identificação de oportunidades. As ideias criativas, que são geradas

não são o produto final, pois este será determinado iterativamente através do processo

de desenvolvimento, mas essas ideias constituem uma base, para a investigação futura e

um conjunto de pontos de partida para conceber a inovação.

Embora possa ser possível encontrar ideias criativas no vazio, a criatividade é

mais produtiva se dispuser de informações de várias fontes, tais como I & D,

engenharia, produção e marketing.

A ênfase na geração de ideias tem a ver com a geração de grandes inovações,

que consistem em novos conceitos de produtos, que podem expandir os mercados

existentes ou desenvolver novos mercados.

O objectivo da geração de ideias é desenhar um fluxo de ideias a partir de uma

ideia inicial e com elas construir possíveis cenários. O resultado da geração de ideias é o

aparecimento de um conjunto de ideias de produtos excitantes, que estão direccionadas

estrategicamente para oportunidades de mercado. Estas podem ser conceitos, desenhos

iniciais de um produto, ou um protótipo. A forma da ideia depende da fonte de

informação utilizada, que pode ser tecnológica e pode produzir conceitos. Através de

alianças ou aquisições, podem surgir protótipos ou mesmo novos negócios. Na fase de

concepção de desenvolvimento de um produto, é importante avaliar o potencial das

ideias geradas no mercado, os seus conceitos e aperfeiçoar os protótipos. É importante

converter estes protótipos, em realidade e em produtos de qualidade superior, para que

os clientes possam encontrar produtos competitivos alternativos.

As actividades associadas de desenvolvimento de um novo produto iniciam-se

através de forças alternativas, tais como: necessidades do mercado, alterações

tecnológicas, novos materiais, fornecimento disponível de invenções, patentes e através

40

Page 41: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

da acção dos competidores. De facto, estes recursos podem actuar como fontes de

ideias.

4.2 Fontes de ideias:

4.2.1 Tecnologia

As novas tecnologias apresentam novas oportunidades para satisfazer, as

necessidades dos clientes e podem preencher necessidades, que previamente estavam

latentes. Permitem ainda a redução de custos de produtos. Embora a investigação, o

desenvolvimento e a engenharia interna na empresa sejam recursos de valor, os recursos

externos de ideias tecnológicas nunca devem ser subrestimados. É importante contactar

inventores e procurar patentes, que podem estar presentes nas novas ideias em

consideração.

Por exemplo, a tecnologia informática abriu a era da informação. Progressos em

circuitos integrados e “software” permitiram, que o computador fosse difundido na

nossa sociedade. Os preços destes equipamentos diminuíram espantosamente nos

últimos 25 anos. Se o custo de um Rolls Royce tivesse diminuído ao mesmo ritmo, que

o dos computadores, este custaria apenas tostões nos dias de hoje. As reduções dos

custos ao desenvolver novos produtos, aumentam a sua “performance” e permitem a

abertura de novos mercados a um ritmo vertiginoso (como, por exemplo temos: “main

frames”, minicomputadores, PCs, estações de trabalho, e super computadores. Nos

nossos dias, os sistemas CAD / CAM, são utilizados rotineiramente por engenheiros.

Praticamente está a acontecer o momento, em que todos os Engenheiros têm um

computador nas suas secretárias. A tecnologia utilizada nos computadores tem sido

41

Page 42: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

apoiada, por avanços nas telecomunicações, que têm criado sistemas de informação, que

mudaram radicalmente a forma como as empresas operam. O sistema bancário tem sido

globalizado graças a esta tecnologia. Os sobreviventes da indústria na década de 1990

são fortemente dependentes do computador e da tecnologia das telecomunicações.

A American Airlines criou uma vantagem competitiva com o seu sistema Sabre

e a American Express utilizou os seus sistemas de computador, para se diferenciar

através da geração de novos serviços.

As fontes tecnológicas devem ser vistas globalmente, uma vez que o Japão, o

Extremo Oriente, a América do Norte e a Europa têm grandes recursos técnicos para a

inovação tecnológica.

4.2.2 Necessidades de mercado e soluções do utilizador

O reconhecimento de uma tecnologia é o recurso ideal, para o sucesso de um

novo produto, mas as necessidades e as soluções para o utilizador são um recurso com

igual importância na geração de ideias.

Uma das bases para uma estratégia pró-activa na geração de ideias é a orientação

para o cliente, que é uma filosofia, que procura compreender as necessidades e desejos

dos consumidores. Cerca de 60% a 80% do sucesso tecnológico baseado em produtos

têm a sua ideia fonte no reconhecimento das exigências e necessidades do mercado. O

retorno financeiro de produtos gerados com ideias no mercado tende a ser maior, pois

estes costumam alcançar um sucesso final através de vendas e lucro. A consideração das

necessidades do mercado parece ser a fonte de ideias mais óbvia. Contudo, muitas

organizações não utilizam os seus recursos de geração de ideias nesta área, na proporção

42

Page 43: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

dos seus potenciais retornos. O poder de mercado gera oportunidades para novos

produtos e estas têm sido identificadas em várias classes de produtos industriais.

Utilizar plataformas de clientes e utilizadores é por vezes uma boa solução para

melhor identificar as suas necessidades e oportunidades.

4.2.3 Produção / serviço

A actividade de produção é por vezes subestimada como fonte de inovação.

Estudos realizados por Myers e Marquis (1969) dizem que 20% dos novos produtos

tecnológicos têm o seu esboço em ideias provenientes da produção. Os engenheiros de

produção têm um papel importante, ao resolver os problemas de produção aplicados aos

novos produtos, que vão para o mercado, pois a sua participação na unidade de

desenvolvimento constituí uma fonte de geração de ideias.

Por vezes, as necessidades de inovação dos utilizadores, como o caso dos

engenheiros de produção, constituem uma fonte de geração de ideias. Varias máquinas,

que aparecem na indústria tiveram como base ideias de engenheiros de produção.

Exemplo: maquinas para inserir circuitos integrados.

A assistência técnica, garantia e serviço de reclamações podem também ser uma

fonte de geração de ideias importante para novos produtos, pois estes serviços detectam

falhas na qualidade do produto.

Reflectir sobre novas utilizações, como no caso em que um produto possa estar

sujeito a limitações, ajuda a gerar ideias. Por vezes, em vez de anular garantias, quando

um utilizador modifica uma máquina, para funcionar para além dos seus parâmetros de

desempenho recomendado (por exemplo, a velocidade ou tolerâncias), o fabricante pode

encontrar novas ideias para produtos com sua modificação. As principais características

detectadas pelos serviços de assistência técnica e garantia são: identificação das

necessidades dos clientes e lacunas na qualidade. Esta fonte de ideias pode

43

Page 44: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

provavelmente aumentar de influência à medida, que mais atenção a nível mundial está

a ser colocada no processo produto versus engenharia.

4.2.4 Competição/ outras empresas

A razão para o sucesso de estratégias empresariais reside em valores

importantes da geração de ideias. Mesmo, que a empresa seja um líder proactivo numa

indústria, tem que estar apta para se defender dos seus competidores realizando

inovações nos seus produtos ou melhorias, no tempo adequado perante as empresas

competidoras.

Existe também o caso de fontes de ideias, que surgem numa indústria, mas que

são aproveitadas por empresas, que não competem com estas. As inovações muitas

vezes fluem através de vários sectores industriais. Como exemplo temos o caso do

software de escrita, sistemas de construção melhores em aeronaves, que reflectem novas

oportunidades de fabricação de aço para edifícios. Muitas vezes, olhar

internacionalmente, pode trazer uma nova perspectiva para uma indústria. A Body Shop

utiliza champô natural e produtos cosméticos baseados em fórmulas originais de muitos

países localizados em várias partes do mundo.

4.2.5Canais de distribuição e fornecedores

44

Page 45: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Somos levados a pensar que os fabricantes são o maior recurso de inovação, mas

muitas vezes a localização da inovação está onde menos se espera. Os membros dos

canais de distribuição também são uma fonte de ideias, pois as discussões que existem

nas lojas acerca dos produtos e sobre o seu acondicionamento e sobre forma de os

transportar estimulam e geram novas ideias para melhorias de produtos existentes e para

novos produtos.

Os fornecedores de produtos químicos e de materiais, são muitas vezes uma

fonte de novas ideias para o fabricante. A Alcoa, teve a ideia pioneira de utilizar

reboques de alumínio para camiões pesados, mas os fabricantes foram repudiantes. A

Alcoa teve que construir os seus próprios reboques de demonstração e os camionistas

utilizaram estes reboques antes de os fabricantes comprarem o material. Num estudo de

mercado de máquinas de fio eléctrico, verificou-se, que 83% das inovações em relação

às máquinas, que cortam os fios e os anexam aos terminais no fim, não foram

desenvolvidos por especialistas das empresas, que fabricam as máquinas, mas sim pelos

grandes fornecedores de conectores (von Hippel, 1988).

4.2.6 Gestão e empregados

Os gestores e empregados estão directamente envolvidos no esforço do

desenvolvimento de novos produtos, pois podem ter ideias e conhecimentos muito

validos, que podem constituir um recurso de inovação e criatividade.

4.2.7 Alterações ambientais

45

Page 46: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Alterações: demográficas, económicas, climáticas, legislativas e políticas

sugerem muitas ideias para os serviços e novos produtos industriais.

4.2.8 As fontes de ideias que se encontram disponíveis para as empresas são as

seguintes:

Fontes Internas:

Engenharia e investigação

Vendas, Marketing e planeamento

Produção

Outros executivos da empresa

Fontes externas:

Clientes e prospectos

Contractos, organizações e consultores

Publicações técnicas

Competidores

Universidades

Inventores

Fontes não solicitadas

4.3 Métodos de geração de ideias

Na secção precedente, foram indicadas algumas das potenciais fontes de ideias.

Uma organização para alcançar o sucesso, deve estar preparada para utilizar plenamente

essas fontes de ideias. Utilizar métodos de geração de ideias pode ser tão simples como

a criação de canais de informação. Estes são sofisticados e sensíveis às fontes de ideias.

Os métodos de geração de ideias podem ser constituídos por métodos criativos de grupo

46

Page 47: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

e estudos de mercado. Algumas ideias criativas vêm directamente do ambiente. Todas

as organizações devem ser sensíveis às fontes de ideias e realizar uma pesquisa directa

de oportunidades. Algumas ideias exigem previsão tecnológica ou estudos extensivos

do consumidor. Outras podem surgir combinando as necessidades dos clientes e a

tecnologia através da análise do utilizador. Muitas ideias podem ser provenientes de

esforços individuais ou de métodos criativos de grupo, que utilizam a dinâmica de grupo

para incentivar a imaginação.

Iniciativas nacionais de apoio à indústria, tais como MITI no Japão, podem ser

uma fonte de novos produtos. As alianças ou aquisições podem trazer ideias

desenvolvidas rapidamente para a empresa. Embora uma organização possa depender

apenas de um método, a melhor opção é usar vários métodos na geração de ideias, que

abrangem as várias fontes de potenciais ideias. O objectivo da geração de ideias é criar

um grande número de ideias diferentes. Quanto mais ideias forem geradas nesta etapa,

melhor, o mais provável é que uma ou duas dessas ideias passem os testes de

despistagem (inicial “screening”) na fase de gestão da ideia de produto. Mais ideias

serão progressos em direcção à fase de concepção no processo de desenvolvimento de

um novo produto e finalmente, este será um grande sucesso no mercado.

De entre os métodos de geração de ideias destacamos os seguintes:

4.3.1 Pesquisa directa:

Pesquisa em Marketing

Pesquisa do consumidor (incluindo investigação passada)

Pesquisa e desenvolvimento

Identificação da área de crescimento através da pesquisa de mercado

Seguir os competidores (incluindo, empresas associadas depois de pesquisas no

mercado)

Uma científica /técnica/ avanços R&D

Comprar um produto de um consumidor prévio

Para explorar eficazmente fontes de ideias externas à empresa, é útil distribuir às

47

Page 48: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

pessoas informações básicas para pesquisa. Em muitas organizações (por exemplo,

IBM, Lanier, a Johnson & Johnson) é esperado que a gestão de topo passe um dia por

semana em contacto directo com o cliente, para conhecer as suas necessidades e

oportunidades para os servir melhor. Existe uma pequena equipa para estudar as

tendências do mercado com base em dados censitários e relatórios de indústria e bem

como para encontrar dados secundários em bibliotecas, que podem ser um bom

suplemento para enfrentar o contacto com o executivo.

A actividade directa de competição pode ser monitorizada através de um sistema

de feedback, que relata as práticas de venda dos competidores, o seu modo de

distribuição e os seus novos produtos. Por exemplo, alguns empregados de empresas de

produtos de grande consumo lêem os testes de mercado de novos produtos de outras

empresas. Em algumas empresas industriais, trabalhadores especializados viajam para

feiras para aprender o mais possível sobre os novos produtos dos seus competidores.

Noutras empresas a força de vendas executa relatórios sobre a competitividade dos

novos produtos dos competidores e sobre as necessidades dos membros do canal de

distribuição.

Esforços adicionais, em investigação, em aquisições podem conduzir as

empresas a obter experiencia em vários produtos e em habilidades de desenvolvimento.

Por exemplo existem algumas organizações, que contratam advogados a quem atribuem

a tarefa de procurar aquisições ou patentes, que possam interessar à empresa para

penetrar no mercado alvo. Mesmo acções tão simples como a análise sistemática de

reclamações, certificados de garantia, podem ajudar a identificar problemas, que

reflectem uma nova oportunidade para um novo produto. Estas são algumas das

actividades, que devem ser utilizadas numa organização com alvos no mercado.

4.3.2 Inovação tecnológica

48

Page 49: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Explorar novas tecnologias, para obter novas ideias de produtos, exige um bem

gerido e criativo grupo de I & D. Este, deve compartilhar e obter informações

relevantes, bem como, fazer previsões tecnológicas correctas. O alvo do seu esforço é os

mercados estratégicos. Este grupo funciona como uma equipe criativa com outras

funções na organização.

Se as ideias tecnológicas forem geradas, a mais recente e relevante informação

técnica deve estar no projecto e no grupo encarregado de desenvolver o novo produto

num mercado específico. Isto significa que as informações dentro de canais de I & D,

entre técnicos de laboratório e áreas técnicas de capacidade dentro da empresa devem

circular. Além disso, o material técnico exterior à empresa deve encontrar o seu

caminho para os grupos de desenvolvimento. É importante saber a opinião dos clientes

sobre a aplicação da tecnologia. As fontes externas de tecnologia também são

importantes. Mansfield et al. (1971, p. 178) constataram que 54% dos produtos

farmacêutico, provenientes das grandes inovações entre 1935 e 1962, eram baseados em

descobertas, que foram feitas fora das respectivas empresas. Similarmente, o

desenvolvimento de máquinas ferramentas de controlo numérico era fortemente

dependente da tecnologia, que não estava presente nas empresas, que as fabricavam.

Embora os recursos externos sejam importantes, as fontes de informação, que existem

dentro da empresa não devem ser negligenciadas. Marquis (1969) descobriu, que em

cerca de 41% das inovações, que ele estudou, as principais informações inovadoras

foram provenientes do indivíduo, da sua própria formação e experiência. Isto significa,

que existe uma grande quantidade de talentos para a geração de ideias se os canais de

comunicação estiverem bem desenvolvidos. Trabalhos recentes reforçam esta

descoberta. George e Allen (1989) analisaram a comunicação entre as pessoas dentro do

mesmo edifício e entre pessoas de diferentes edifícios. Eles descobriram que havia

pouca comunicação entre edifícios. Na verdade, como dizia o seu estudo, houve pouca

comunicação entre pessoas de diferentes andares no mesmo edifício. Além disso,

descobriram: que havia pouca comunicação entre varias secções organizacionais e

departamentos (de facto, há menos comunicação entre secções organizacionais do que

entre edifícios). Sem uma comunicação eficaz em todos os recursos de I & D e unidades

organizacionais (por exemplo, “marketing”, engenharia, produção), a geração de ideias

será restrita. Assim a comunicação é agrupada em torno de localizações específicas e

algumas unidades organizacionais. A equipa de produto deve tentar ultrapassar estas

49

Page 50: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

barreiras da comunicação, através de reuniões frequentes, redes electrónicas e

videoconferência ou correio electrónico. As acções para melhorar fluxos de

comunicação são importantes, para explorar o potencial tecnológico das ideias. Outro

método consiste na localização de áreas tecnológicas de futuro, o que é feito através da

previsão tecnológica. As abordagens mais comuns de previsão tecnológica, são

baseadas na extrapolação de tendências e opiniões dadas por especialistas em decisões.

É importante também analisar o custo da nova tecnologia no momento actual e no

futuro.

Examinar dados sobre a evolução dos custos e da produtividade pode ser útil na

identificação e geração de ideias.

Muitas vezes é útil examinar e extrapolar os custos de duas ou mais tecnologias

conhecidas (Quinn 1967). É de realçar, em vários pontos do que foi dito, que a

tecnologia não pode ser vista isoladamente, esta tem que estar adaptada às necessidades

dos consumidores e estrategicamente à empresa nos seus mercados alvo, para que seja

bem sucedida.

4.3.3 Estudos extensivos de clientes

Uma vez que, as necessidades de mercado, reflectem um elevado potencial de

fonte de ideias, a proximidade da equipe de NPD com os clientes permite chegar com

mais facilidade ao consumidor. Observar como as pessoas compram e utilizam o

produto, pode ser feito inicialmente por observação casual ou através de uma

introspecção do próprio comportamento do consumidor, o que vai permitir uma melhor

percepção da relação entre o produto e o mercado. Embora isto seja útil, devem ser

50

Page 51: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

tomados cuidados para não gerar opiniões fixas com base em observações ad hoc. Pois

estas observações, podem não ser uma amostra representativa dos consumidores. Um

método amplamente utilizado de adquirir um bom conhecimento acerca dos

consumidores é realizado através de discussões com grupos, que são chamadas de

"focus groups" (Calder, 1977). O grupo geralmente é composto de 8 a 10 utilizadores do

produto. O objectivo das sessões com estes grupos consiste em conhecer as opiniões dos

clientes, as estruturas semânticas, os hábitos de consumo, as atitudes e os processos de

compra. Alguns autores recomendam a utilização de grupos foco no processo de

desenvolvimento de novos produtos.

4.3.4 Facilitar a condução da análise do utilizador

Os utilizadores não têm apenas necessidades, podem também possuir soluções.

Ao invés de esperar, que os utilizadores nos tragam soluções sobre produtos, poder-se-

ão despender esforços para encontrar essas soluções conjuntamente e facilitar esta

resolução de uma forma mais rápida. Um primeiro passo no envolvimento dos

utilizadores nos esforços de geração de ideias consiste, em realizar um inquérito sobre

problemas especiais, que eles resolveram e inspeccionar os seus protótipos. Pode-se

facilitar o processo de solução, mediante o fornecimento de peças aos utilizadores

inovadores a baixo custo. Poderíamos ser mais formais e desenvolver uma parceria com

os utilizadores tal como a IBM tem feito nos seus principais sectores e aplicações

empresariais. Este tipo de parceria pode incluir o apoio técnico, os preços reduzidos, ou

fornecer gratuitamente equipamentos ao utilizador, em troca, o fabricante acede às

necessidades e soluções do utilizador. A inovação pode ocorrer também através da

modificação do produto pelos utilizadores. As primeiras máquinas da Xerox´s não

foram utilizadas, para copiadoras como se pretendia, mas para fazer compensar os

mestres. Esta adopção do utilizador foi importante no desempenho Xerox pois na sua

fase inicial até a velocidade e confiabilidade da máquina poderia ser melhorada para

atender os requisitos do mercado de escritórios. A flexibilidade no design do produto e a

monitorização da adaptação do utilizador constituem um método importante para a

geração de ideias e para a melhoria global dos produtos. Os utilizadores podem por

vezes resolver, o problema do desenvolvimento. É útil examinar a história da

organização e analisar de onde vêm as ideias bem sucedidas. Se os utilizadores

contribuíram activamente, deve-se dedicar um esforço a cultivar e maximizar a sua

contribuição para o processo de geração de ideias.

51

Page 52: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Envolver os utilizadores é uma actividade positiva, mas identificar os

verdadeiros condutores de utilizadores nem sempre é óbvio e recolher o conteúdo da

solução pode ser feito mais formalmente do que apenas lhes perguntar o que eles

fizeram. Primeiro, é necessário definir os condutores de utilizadores de forma mais

explícita e, em seguida, definir um conjunto de passos, para compreender a análise de

um condutor de utilizadores. Os líderes de utilizadores de um produto novo ou produto

melhorado, processo ou serviço, são definidos como aqueles que exibem duas

características sobre ele. Estes utilizadores enfrentam necessidades, que serão gerais

num mercado, mas enfrentam essa necessidade durante meses ou anos antes de a maior

parte do mercado a sentir. Os utilizadores líderes estão bem posicionados, para

beneficiar significativamente da obtenção de uma solução para essas necessidades.

Assim, uma fábrica com uma actual e forte necessidade de um processo de inovação,

que para muitos fabricantes demorará dois anos, enquadra-se na definição de um

utilizador líder em relação a esse processo. Cada uma das duas características acima

especificadas de utilizador líder fornece uma valiosa e independente contribuição para a

necessidade do novo tipo de produto e dados para a solução, que os utilizadores líderes

hipoteticamente devem possuir.

A primeira característica consiste, como os estudos têm demonstrado na

resolução de problemas (resumidos em von Hippel 1988). Os utilizadores que têm

experiência no mundo real, podem reconhecer uma necessidade e estão em melhor

posição para fornecer à pesquisa de mercado com precisão, a solução. Também podem

fornecer dados relativos às suas experiências, quando as novas necessidades de produtos

estão a evoluir rapidamente. Tal como em muitas categorias de produtos de alta

tecnologia, apenas os utilizadores líderes enfrentam essa tendência, o que faz com que

presentemente os fabricantes devam analisar essa experiência do mundo real. É

importante saber se estão a compreender com precisão as necessidades, que o grosso do

mercado terá amanhã. A utilidade da segunda característica é que os utilizadores líderes

estão aptos para indicar uma grande solução para uma determinada necessidade

eminente. Estes dados podem ser fornecidos para a pesquisa de mercado para

averiguação. Isto porque, como tem sido demonstrado por vários estudos de produtos

industriais e de processos de inovação (Mansfield 1968), o maior o benefício, que um

determinado utilizador pode esperar de uma necessidade de um novo produto ou

processo inovador, será o investimento na obtenção de uma solução. Em suma, os

utilizadores lideres têm presentes as fortes necessidades, que se encontraram num

52

Page 53: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

mercado em geral, em meses ou anos no futuro. Uma vez que estão familiarizados com

as condições, que se esperam no futuro a grande maioria, pode servir as necessidades

que uma equipe de previsão necessita para a sua investigação de marketing. Além disso,

uma vez que, os utilizadores têm a tendência para colmatar a necessidade com

experiência, eles podem dar um contributo valioso para o design e conceito de um novo

produto bem como dados para os fabricantes analisarem. As empresas que realizam uma

análise formal de utilizadores líderes seguem os seguintes passos:

1-Especificar os indicadores de utilizadores líderes; encontrar um mercado ou uma

tendência tecnológica e medidas conexas. Os utilizadores líderes estão definidos como

sendo avançados em relação ao mercado no que diz respeito a uma determinada

dimensão importante, que está a mudar ao longo do tempo. Então, podem ser

identificados identificar os utilizadores líderes numa determinada categoria de produto

de interesse, deve especificar-se uma tendência subjacente na qual esses utilizadores

têm uma posição de liderança e devem especificar-se medidas fiáveis dessa tendência.

2- Definir medidas do benefício: O alto benefício esperado, que resolve uma

necessidade é o segundo indicador do utilizador líder e as medidas aproximadas desta

variável devem ser igualmente definidas. Em trabalho realizado, temos observado três

tipos de medidas aproximadas desta variável, que podem ser úteis. Primeiro, a evidência

de o utilizador do produto em desenvolvimento do produto modificado poder servir,

como uma aproximação para benefício do utilizador, porque como se observou

anteriormente, as expectativas de quem faz o investimento em inovação e as

expectativas do seu utilizador estão correlacionadas com o benefício de ambos. Em

segundo lugar, a insatisfação com os produtos existentes (serviços ou produtos) pode

funcionar, como uma aproximação para o benefício esperado, porque é lógico que o

grau de insatisfação com o que existe será correlacionado com o grau de benefício

esperado obtido em melhoramentos. Finalmente, a velocidade de adopção de inovações

também pode funcionar com a expectativa de um elevado benefício. A adopção precoce

e inovação são frequentemente correlacionadas com a percepção de quem adopta os

respectivos benefícios (Rogers e Shoemaker 1971).

4.3.5 Identificar grupos de utilizadores líderes.

53

Page 54: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Para identificar utilizadores líderes, utiliza-se um questionário, em que a

tendência e os indicadores de benefício são especificados. Estes utilizadores podem

mostrar uma visão do mercado potencial, com base nas medidas especificadas. A

análise identifica um subgrupo, que está na vanguarda da tendência a ser estudada e

apresenta uma alta correlação dos benefícios esperados a partir de soluções relacionadas

com as necessidades.

4.3.6 Gerar conceitos (produtos) com utilizadores líderes.

O próximo passo no método envolve dados provenientes de utilizadores líderes

ligados às suas experiências da vida real com novos atributos de conceitos de produtos

de interesse comercial. Esta experiência pode incluir modificações nos produtos

existentes ou novos produtos criados, para satisfazer as suas necessidades. Sessões de

grupos criativos podem ser utilizadas para puxar um conteúdo de uma solução e

desenvolver um novo conceito de produto. Em alguns casos, a solução do utilizador

pode representar não só um conceito, mas um produto totalmente implementado.

4.3.7 Teste de conceitos (produtos) com utilizadores líderes.

As necessidades de hoje, dos utilizadores lideres são tipicamente as mesmas, que

as necessidades dos utilizadores, que se irão tornar uma parte importante do previsível

futuro do mercado. Na verdade, a literatura sobre difusão sugere que, em geral, a

adopção de um novo produto ou quem adopta os novos produtos mais cedo mostra

práticas diferentes em modos significantes, quando comparados com a maior parte dos

utilizadores, que os seguem (Rogers 1962). Recorrendo ao utilizador líder assim se

avalia o modo dos mais típicos utilizadores no alvo de mercado. Isto é feito empregando

o conceito tradicional (produto), testes e procedimentos após segmentar as respostas de

utilizadores líderes e utilizadores não líderes.

4.3.8 Integração da tecnologia e comercialização

O contributo do consumidor em termos de estudos exploratórios ou análise de

utilizadores lideres é crucial para o sucesso no mercado, mas as novas estratégias de

produto deverão ser baseadas no estudo do consumidor e da tecnologia. O sucesso de

uma estratégia pró-activa de um novo produto é altamente dependente da eficácia da

empresa na ligação entre a tecnologia e as necessidades dos clientes. Os clientes apenas

compram, os produtos de que se apercebem, que preenchem as suas necessidades. É

54

Page 55: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

crucial, que a contribuição do cliente seja levada a suportar o início do design no

processo de desenvolvimento de um novo produto. O marketing no seu sentido mais

amplo (o total preenchimento das necessidades dos clientes) deve estar estritamente

integrado com a tecnologia em todas as etapas: desde o design, até à engenharia e

produção de novos produtos. Assim, os riscos podem ser reduzidos e a inovação poderá

ser bem sucedida. Nos dias de hoje a evolução é muito rápida e os mercados são

altamente competitivos, o que implica para a maior parte das empresas, a necessidade

de empregar estratégias integradas conjugando o marketing e a tecnologia na concepção

de novos produtos. Existem três mecanismos, que têm sido tradicionalmente utilizados

pelas empresas para apoiar estas estratégias e exigem a integração do marketing e da

tecnologia: (1) estruturas organizacionais formais; (2) as relações interpessoais, e (3)

apoio analítico. Uma grande variedade de estruturas organizacionais formais podem ser

utilizadas, para facilitar a integração do marketing e da tecnologia. A tabela seguinte

enumera uma série de alternativas.

4.3.9 Estruturas Organizacionais para integrar o Marketing e I&D1. Relatórios I&D para o departamento de marketing

2. Relatórios do departamento de marketing para o departamento de I&D.

3. Departamento de crescimento e desenvolvimento com atribuição de assessoria de marketing e I&D.

4. Matriz de esforços de I&D e marketing associados a projectos de desenvolvimento de novos produtos.

5. Equipes de risco incluindo I&D e marketing

6. I&D atribuído a cada SBU

7. Esforços de marketing no grupo de investigação em I&D.

8. Grupo de design constituído por marketing, I&D, engenharia, e produção.

9.SBUs com orçamentos para comprar internos (ou externos) I&D ou competências de marketing em

grupos associados de assessoria.

10. Divisão empreendedora para casa com acesso I&D e recursos de marketing.

Estas alternativas variam com a comunicação e as relações formais dentro da

organização, estruturas de matriz, grupos empreendedores e equipes de

empreendimento. Estudos empíricos sugerem, que não existe uma forma dominante e

que a maioria das empresas utiliza múltiplas estruturas. Uma das razões, porque não

existe um mecanismo formal de integração dominante é que o problema é

fundamentalmente interpessoal. Os gestores de Marketing geralmente não são

capacitados tecnicamente, tendem a ter perspectivas a curto prazo, preferem tarefas

estruturadas, e muitas vezes são cessantes. Os engenheiros e os cientistas têm

55

Page 56: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

geralmente falta de formação em marketing e gestão, tendem a centrar-se em resultados

de longo prazo, que são confortáveis trabalhando em tarefas não estruturadas e são

frequentemente reservados. Obviamente, o potencial de conflito é elevado. No entanto,

em alguns países, tais como o Japão isso não acontece, porque muitos engenheiros

começam a trabalhar em vendas e marketing antes de serem transferidos para a

engenharia. Nesta situação, o potencial de conflito cultural é muito menor.

O QFD é outro exemplo. Ele representa a formalização do bom marketing,

engenharia, relações industriais e teoria do fabrico. Primeiro os clientes definem a

qualidade nos seus termos através de técnicas como a semântica percentual atributo /

preço / valor tradeoffs. Estes requerimentos dos clientes, em seguida, são transformados

em especificações técnicas detalhadas, através de um projecto integrado, utilizando um

esforço, que avalia alternativas de desenhos de produtos e processos de produção

simultaneamente. O produto é projectado, para atender, tanto as especificações

funcionais como de fabrico, permitindo ganhos de eficiência. Se são feitas trocas em

termos de design, estas reflectem todos os três aspectos da preferência do cliente:

requerimentos de engenharia, a confiabilidade de produção e o custo. O produto é

fabricado com rigoroso controlo de qualidade e activa participação dos trabalhadores. A

função de um forte serviço a clientes é encarregada de garantir, que o cliente recebe os

benefícios, originalmente identificados como o "objectivo" do novo produto. Este e

processos similares destinam-se a forçar a integração das necessidades dos clientes, nos

responsáveis pela concepção de produto, no fabrico, no controlo de qualidade, e no

serviço de pós-venda.

4.3.10 Métodos Criativos

A abordagem de matriz representa um método extremamente interessante para

estimular o pensamento criativo. Ao visualizar uma matriz a partir de uma ampla

perspectiva, novas ideias podem ser facilitadas. Serão seguidamente descritas,

modalidades individuais e de grupo para incentivar o conceito ilusório de criatividade.

A maioria das ideias, que resultam de tais esforços não será viável, mas as poucas, que

são possíveis representam os resultados bem sucedidos do processo de geração de

ideias. Uma ideia criativa pode produzir um bom impacto sobre o segmento de mercado

escolhido e lucro.

56

Page 57: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

4.3.11 Criatividade individual

O sucesso da geração de ideias depende da utilização de métodos eficazes para a

pesquisa de fontes de ideias e da criatividade individual. Algumas ideias vêm

directamente de fontes de ideias, enquanto outras requerem uma pesquisa estruturada,

que inclui previsão tecnológica e questionários exploratórios do consumidor. Voltando à

fonte informação, uma ideia para um novo produto pode ser simples ou pode surgir a

partir da criatividade espontânea de um indivíduo dentro da organização.

Bronowski, na revista da história de inovação em ciência e arte, argumenta:

"Embora ciência e arte sejam fenómenos sociais, uma inovação em qualquer campo,

apenas ocorre, quando uma única mente percebe uma profunda perturbação na nova

unidade" (Bronowski 1987). A inovação é um acto de imaginação, que é gerado pela

descoberta de uma inesperada semelhança.

O desenvolvimento de novos produtos encaixa-se em algum lugar entre a arte e a

ciência, estas são as observações relevantes de Bronowski .

Prince (1970) descreve a criatividade como: uma harmonia arbitrária, um

assombro esperado, uma revelação habitual, uma surpresa familiar, um egoísmo

generoso, uma certeza inesperada, uma formidável teimosia, uma vital trivialidade, a

disciplina da liberdade, uma firmeza intoxicante, uma iniciação repetida, um difícil

prazer, uma jogada previsível, uma solidez efémera, uma diferença unificadora, uma

satisfação exigente, uma expectativa miraculosa e um espanto habitual.

4.3.12 Métodos de Grupos Criativos

Uma vez, que as novas ideias básicas novas ideias são tão cruciais para o sucesso de

um novo produto, as organizações podem utilizar métodos criativos de grupo formais,

para sintetizar as informações sobre os novos produtos potenciais. Os métodos criativos

de grupo não são mágicos, eles não garantem soluções para problemas impossíveis, mas

podem favorecer um clima fértil para criatividade, removendo inibições e estruturas

improdutivas. Eles forçam a organização a pensar além das soluções óbvias, para

encontrar as melhores ideias, para o sucesso no desenvolvimento de novos produtos.

Estas técnicas assumem, que cada indivíduo tem uma riqueza de conhecimentos, que é,

por natureza capaz de criatividade. A tarefa é incentivar os individuais a aproveitar os

seus conhecimentos pessoais, não importando o quanto possa parecer irrelevante e

aplicar esse conhecimento para desenvolver soluções criativas. Não importa, quão

57

Page 58: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

impossível de implementar possam ser. Se por exemplo, o próximo avanço criativo

pode ser desencadeado, por algo que se sabe a partir de um filme recente ou de um

livro, ou de algum conhecimento comum sobre o clima, ou de um conhecimento

específico sobre libretos de ópera, estratégias de futebol, a vela, a costura, a arte

moderna, a química, a mitologia, corridas de automóveis, física, biologia ou mesmo de

gestão. Embora, isto possa parecer absurdo, a experiência tem demonstrado, que "ideias

irrealistas" podem a priori formar o início de soluções produtivas.

Segue-se um esboço sumário de vários métodos de geração de ideias com grupos

criativos e então concentram-se alguns conceitos básicos, para reforçar o sucesso dos

grupos criativos. Embora os métodos formais possam não ser adequados, para cada

problema de um novo produto, sugerimos que muitas das ideias de grupos criativos

possam ser cuidadosamente consideradas e incorporadas no processo de

desenvolvimento de novos produtos.

Uns dos primeiros métodos de geração de ideias foram, sessões de

"brainstorming" (Arnold 1962, pp. 251-268). Nesta abordagem, um pequeno grupo de

pessoas tenta gerar muitas ideias diversas. Não é permitido criticar e os membros do

grupo são encorajados a melhorar as ideias dos outros. Espera-se que, através deste

método, uma ampla variedade de ideias resulte e que algumas sejam realmente novas.

Este formato básico da reunião por vezes é modificado pela adição de uma estrutura em

métodos de lista de atributos. Os atributos são listados para os produtos existentes e são

feitos esforços para os adaptar, modificar, ampliar, substituir, rearranjar, inverter, ou

combiná-los.

O método mais criativo, o método estruturado é representado pela "análise

morfológica" (Ayres 1969). Envolve cinco etapas:

1 Formular o problema explicitamente.

2 Identificar os parâmetros

3 Elaborar uma lista de todas as possíveis combinações de parâmetros

4 Examinar as possibilidades de todas as alternativas

5 Seleccionar as melhores alternativas

Existem alguns elementos comuns nestas técnicas que parecem funcionar bem:

1Establecer abertura e participação

2 Encorajar ideias diversas

3 Construir ideias uns com os outros

4 Orientar e dar rumo a problemas

58

Page 59: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

5 Utilizar um líder para conduzir a discussão

Um método, que utiliza sessões de grupo, foi desenvolvido por Gordon (1961) e

Prince (1972). Essas sessões são baseadas em quatro conceitos simples e poderosos.

O primeiro conceito é ouvir. Existem encontros não estruturados, que podem

muitas vezes jogar com a capacidade de cada participante, para expressar a sua solução

favorita. Como consequência, quando alguém começa a falar muitas pessoas não ouvem

com a atenção devida, mas começam a formular a sua resposta. Um método útil para

encorajar os participantes a ouvir bem as ideias é utilizar um moderador para assegurar,

que nenhuma das ideias seja perdida.

O moderador deve controlar a discussão, para que todos os membros possam

expressar os seus pontos de vista e assim esta ser mais proveitosa para a ideia resultante.

O segundo conceito consiste, em aproveitar alguns elementos bons das várias

ideias. Porque a maioria das ideias tem alguns pontos bons e o grupo deve ser

construtivo nestes pontos bons, enquanto sobrevêm quaisquer pontos maus. Então o

esforço explícito é gasto em bons conceitos e é importante tornar as ideias aceitáveis.

Por exemplo, máquinas de escrever com auto-correcção e máquinas de escrever com

memória foram inovações com sucesso, no equipamento de escritório em 1970.

O terceiro conceito, é a compreensão comum de um problema específico.

Frequentemente um grupo trabalha simultaneamente, no que parece ser o mesmo

problema, mas na realidade existem muitos problemas distintos. Por exemplo, uma

pessoa pode interpretar a limpeza de ar como algo, que previne a poluição enquanto

outros vêm esse problema como uma limpeza do ar já poluído, onde existem ainda

outros pontos de vista, que são a alteração da poluição para outra área geográfica, que a

possa conter.

O conceito final consiste em especificar um líder de grupo. Em grupos não

estruturados existe uma tendência para a existência de um líder. Este deve ser um

facilitador e fazer anotações. Uma vez que, o líder não tem interesse pessoal no

problema, pode e deve promover o funcionamento efectivo o funcionamento do grupo.

59

Page 60: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Estes quatro conceitos supracitados podem ser utilizados, para melhorar

qualquer processo do grupo utilizado na geração de ideias.

4.4 Alianças, aquisições

Embora os governos conduzam alguns programas cooperativos, por vezes,

noutras empresas individuais e privadas, existe a formação de consórcios ou alianças,

com o objectivo de gerar novos produtos. A Sematech tem ligações a 14 empresas de

computadores (IBM, Motorola,e Intel) num esforço, para criar máquinas, que produzem

64 e 256 megachips e avançados microprocessadores. Um consórcio de empresas

próprias nos U.S. desenvolve novas tecnologias, que são suficientes para melhorar os

veículos eléctricos. Este consórcio de sucesso representa novas oportunidades, para

fornecedores, para essas indústrias, para fabricantes de novos produtos e para

utilizadores finais.

Existem alianças de pequena escala, que vão sendo formadas entre empresas,

que têm habilidades complementares no movimento e estratégia de mercado na

tecnologia e confiança nos projectos por elas ambicionados. Por exemplo uma empresa

pequena pode ter uma boa tecnologia e uma empresa maior pode ter uma boa

capacidade de produção e de marketing e juntas terem uma vantagem competitiva. A

Microsoft e a IBM realizaram uma aliança de sucesso nos anos 80 baseada no software

(DOS) através da Microsoft e o hardware através da IBM . As alianças podem também

possibilitar um aumento de risco e de maiores custos de investimento.

A geração de ideias é o passo mais complicado na difícil tarefa de “Marketing”,

que consiste em testar e lançar novos produtos rentáveis, como A.C. Nielson Co.Ltd

referiu.

O que a maioria das empresas utiliza, para gerar novas ideias de produtos são:

conhecimentos técnicos, que existem dentro da empresa, ideias claras sobre novos

produtos dentro da empresa, sugestões do departamento de vendas, ideiam baseadas nas

actividades de novos competidores, sugestões de clientes, problemas que existem nas

operações do cliente com o produto, vários tipos de pesquisa interna e inovações de

sugeridas por fornecedores. O aumento de problemas na operação da empresa gera

novos e diferentes produtos, pesquisa académica e utilização de investigação de

mercado/requerimentos de mercado.

Na fase de geração de ideias, inserida no desenvolvimento de novos produtos é

importante construir cenários com as ideias geradas, contemplando a análise da

60

Page 61: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

indústria, a análise da empresa, focar as áreas estratégicas, identificar as necessidades,

dos clientes ouvir as suas opiniões, ouvir o utilizador e considerar os proveitos, para

gerar novos produtos.

61

Page 63: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

5.1 Introdução

Organizar para a inovação continua a ser um desafio para muitas empresas. Não

é suficiente escolher uma estratégia ou construir processos de inovação. É necessário

construir e envolver a inovação em toda a organização.

As inovações de sucesso requerem escolher, construir e preparar a organização

certa e as pessoas certas para executar e escalar a inovação.

Muitas empresas têm lutado nesta filosofia e através da sua própria descrição

falharam no âmbito de integrar a inovação na organização.

Por vezes, aparecem anticorpos organizacionais, que matam as inovações e

muitas vezes as estruturas, recursos e processos.

5.2 Inovação conceitos e definições

Durante as últimas décadas, a inovação tem sido identificada por muitas nações

ou organizações dentro das nações, como o maior factor económico de crescimento e de

riqueza. O termo inovação tem sido utilizado na literatura, para descrever os processos,

no ambiente empresarial, que utilizam novos conhecimentos, e novas tecnologias para

processos de desenvolvimento de novos produtos, bem como de produtos melhorados

(Porter 1990). A inovação distingue-se do termo invenção, uma vez que a inovação

também envolve o factor da comercialização. Porter identifica a inovação como: um

novo modo de fazer as coisas, que são comercializadas.

Freeman e Soete mencionaram (1997), que uma inovação no sentido económico

é acompanhada pela primeira transacção comercial, que envolve o novo produto.

Embora a palavra seja utilizada também para descrever o processo, que envolve a

comercialização de uma invenção. Estas também ocorrem durante o processo de

inovação e ainda mais invenções e inovações podem surgir durante o processo de

difusão.

Edquist (1997) considera que a definição de inovação de Shumpeter está bem

identificada com a maior parte das definições existentes na literatura:” a criação de uma

nova função produção”. Esta definição engloba o caso de uma nova mercadoria, bem

como uma nova forma de organização, como por exemplo a concentração, para abrir

novos mercados e por ai fora.

Edquist mencionou, que Shumpeter utiliza o termo novas mercadorias àquilo

que podemos chamar novas tecnologias ou inovações de produto, incluídas dentro da

definição” a criação de uma nova função produção” Schumpter considerai os novos

63

Page 64: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

processos organizacionais e os novos processos tecnológicos como inovações.

Sobretudo, ele observa, que o termo inovação é usado adicionalmente para um nova

utilização ou uma nova combinação dos factores existentes, significando a utilização

das tecnologias e conhecimentos existentes de uma forma diferente das anteriores.

A inovação, pode ser externa à empresa que a utiliza, esta observação é

suportada por Nelson e Rosenberg (1993) que argumentam, que muitas vezes uma

invenção é bem sucedida comercialmente, através de uma empresa diferente da

inventora, e isto pode ocorrer após um longo período de tempo depois da invenção ter

surgido. Uma difusão bem sucedida do novo produto ou processo caracteriza uma

inovação.

Esta inovação é definida por Kostas Galanakis em” Tecnovation 2006”, como a

criação de novos produtos, processos, conhecimentos ou serviços através da utilização,

de conhecimentos científicos ou técnicos, novos ou existentes, que providenciam, um

grau de novidade, para quem desenvolve no sector industrial, na nação ou no mundo.

Esta inovação é bem sucedida no mercado.

A literatura moderna de gestão define a inovação, como a combinação de uma

invenção tecnológica com a sua exploração económica.

A invenção consiste em unir todos os esforços, para criar novas ideias e coloca-

las a funcionar. A exploração económica inclui todos os seguintes estágios de

desenvolvimento: comercial, aplicação e transferência de tecnologia, incluindo a

focagem de ideias e invenções ligadas a objectivos específicos. Estes objectivos são

avaliados e os seus resultados traduzidos em investigação e desenvolvimento.

Eventualmente baseados nos resultados de investigação e desenvolvimento surge a,

disseminação, e difusão da tecnologia.

A inovação na organização do trabalho implica melhores processos produtivos,

com mais meios tecnológicos ou não. O tamanho da empresa, e o tamanho dos

mercados são factores determinantes para a ocorrência de uma inovação estão

relacionados com a sua utilização e com a competitividade da empresa. O marketing é

importante para a organização da empresa para a inovação, uma vez que identifica as

novas oportunidades de negócio. Para o sistema de negócio, podem ser utilizados

cenários de inovações técnicas, para identificar novas oportunidades de negócio tais

como vender a utilização em vês de vender os produtos no ciclo económico.

Vender o uso em vez de vender os produtos é um negócio mais elevado, uma

vez que os respectivos esforços adicionais utilizados na comunicação e logística, para

64

Page 65: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

providenciar a funcionalidade no tempo e lugar que se requer são reduzidos e os custos

totais do próprio dono podem ser optimizados.

5.3 Inovações Internas e externas

As inovações internas surgem no trabalho de desenvolvimento de novos

produtos realizados pela própria empresa.

As inovações externas aparecem através de ideias e desenvolvimentos de novos

produtos realizados por outra organização. O processo de inovação está completo, com

a oferta por uma empresa de um novo produto no mercado.

As inovações internas são muitas vezes limitadas pelo pensamento, hábitos ou

pelo staff estabelecido. Uma inovação interna típica é por exemplo o primeiro lápis

mecânico inventado em 1915 por Hayakawa e assim chamado “ The Ever Sharp

Pencil”. Este lápis foi a principal razão, para mudar o nome à empresa: de Hayakawa

Inc, para Sharp Corp.

Um exemplo de uma inovação externa é a Apple Macintosch , com o primeiro

computador, com rato que apareceu em 1984 construído pela Apple Computer Inc. O

conceito do rato foi originalmente inventado por Douglas Engelbart em 1964.

Uma empresa num sector em contracção necessita de inovar, com novos

produtos de valor acrescentado e na organização do trabalho para evitar o abandono do

mercado e conseguir enfrentar a competição permanecendo nesta arena. A inovação

deve procurar introduzir valor acrescentado nos seus produtos para os clientes no novo

produto, com auxílio de estratégias de marketing e deve reduzir os custos de produção,

com a reestruturação da capacidade produtiva da empresa, pois esta deve ser

redesenhada de acordo com as suas possibilidades financeiras da empresa, aproveitando

os meios que esta já dispõe. Por vezes a conjunção e alteração de pequenas coisas

constituem uma diferença, que pode permitir competir e ser um passo para continuar no

futuro.

A inovação requer iniciativa humana, mentalidades abertas para a mudança,

informação tecnológica, isto é inteligência artificial, acesso a documentação e

ferramentas de computadores, para suporte de decisão a construção de cenários técnicos

e económicos, que podem estimular e suportar o julgamento humano e a imaginação

criativa. A aprendizagem continua e a permanente adaptação da organização nas

equipes de gestão constitui uma atitude corporativa de inclinação para a inovação.

65

Page 66: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

5.4 Evolução do contexto empresarial.

O universo organizacional, que existia quando Taylor e Fayol, Weber , ou

mesmo Koontz escreviam não existe agora na realidade. Os administradores nos nossos

dias deparam-se com um ambiente, onde as mudanças acontecem a uma velocidade

antes nunca vista. Se não acontecessem mudanças e alterações o trabalho do

administrador seria relativamente fácil. O planeamento seria, simplificado, uma vez que

o amanhã não seria diferente do hoje.

A questão do projecto organizacional eficaz também seria resolvida, já que o

ambiente estaria livre de incerteza e não haveria a necessidade de adaptação. Assim a

forma de realizar decisões seria muito simplificada, já que o resultado de cada

alternativa poderia ser previsto com uma certeza quase completa. Se por exemplo, os

competidores não lançassem novos produtos ou serviços, se os consumidores, não

procurassem produtos novos e melhores, se os regulamentos governamentais nunca

fossem modificados, ou se as necessidades dos empregados não mudassem, o trabalho

dos administradores seria muito mais fácil. No entanto, não é dessa forma, que as coisas

acontecem. A mudança é uma realidade organizacional. Lidar com ela é uma parte

fundamental do trabalho de todos os administradores.

5.5 Alterações no ambiente empresarial.

As mudanças causadas no ambiente empresarial podem ser devidas a factores

externos à empresa tais como: competição entre empresas, leis e regulamentação,

evolução tecnológica, variação dos mercados de trabalho e alterações económicas.

As mudanças devidas a factores internos de uma organização resumidamente

devem-se a operações internas de organização, estratégias, mão-de-obra (idade, sexo,

educação) e sistema de salários.

66

Page 67: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Uma vez que, existem factores externos e internos, que provocam alterações

numa determinada organização, esta também muda para enfrentar os desafios que à sua

volta se colocam.

Existem duas metáforas muito diferentes no processo de mudança, que rodeia as

empresas: uma apresenta a organização como um grande navio a atravessar um mar

calmo. O capitão e a tripulação sabem exactamente para onde ir, pois já realizaram esta

viagem muitas vezes antes. A mudança aparece sob a forma de uma tempestade

ocasional, uma breve alteração numa viagem, que de outra forma seria calma e

previsível.

Numa outra metáfora a organização é vista como: uma pequena balsa descendo

um rio turbulento com rápidos em todo o percurso. A bordo da balsa estão seis pessoas,

que nunca trabalharam juntas, que não conhecem nada a respeito do rio, que não estão

certas quanto ao seu destino e como se as coisas não estivessem suficientemente más,

estão a navegar numa noite escura.

Nesta metáfora, a mudança é um estádio natural e a sua administração é um

processo contínuo. Estas duas metáforas representam abordagens muito diferentes para

a compreensão e resposta à mudança.

De acordo com Lewin, a mudança bem sucedida numa organização exige, que

seja feito, o “descongelamento” do status quo, e que a mudança seja executada para um

novo estado e depois aparece um novo congelamento dos novos estabelecimentos, para

que estes se tornem permanentes. O status quo pode ser considerado um estado de

equilíbrio. Para uma empresa se mover desse equilíbrio para outro é necessário o

descongelamento.

Isto pode ser feito através de uma das três seguintes formas:

1-Aumento de forças de impulso, que fazem com que o comportamento se afaste

do status quo.

2-Diminuição das forças resistivas, que inibem a movimentação do equilíbrio

existente.

3-Uma combinação das duas abordagens.

Uma vez feito o descongelamento, a mudança deve ser implementada. No

entanto a simples introdução da mudança não assegura, que esta irá permanecer. A nova

situação necessita de ser “ congelada” para que se possa sustentar ao longo do tempo. Se

não for realizado este ultimo passo, existe uma possibilidade muito grande de que a

mudança tenha vida curta e que os empregados voltem ao estado de equilíbrio original.

67

Page 68: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

O objectivo do novo congelamento é o de estabilizar a nova situação, através da

dosagem das forças de impulso e das forças resistivas.

Os dias de hoje são diferentes dos anos cinquenta, pois existem ambientes muito

dinâmicos e imprevisíveis. Para ter uma ideia do que é administrar, nestes ambientes

continuamente: consiste em sobreviver num ambiente hostil e rodeado de surpresas.

Os administradores, deveriam estar sempre motivados para reagir à mudança, já

que eles possuem o compromisso com a melhora de eficácia da organização. No

entanto, a mudança pode constituir uma ameaça para eles e também pode ser uma

ameaça para o pessoal não administrativo.

As organizações podem desenvolver uma inércia, que motiva as pessoas a

resistir a mudar o seu status quo, mesmo que a mudança em questão possa ser benéfica.

Daqui surge a necessidade de inovar.

5.6 Resistência à mudança

É comum dizer, que a maior parte das pessoas detesta qualquer mudança, que

não seja benéfica para o seu bolso.

Um indivíduo pode resistir à mudança por três razões: insegurança, preocupação

com o prejuízo pessoal e a crença de que a mudança não é do interesse da organização.

Nas mudanças subsistem a ambiguidade e a incerteza pelo conhecido. Por

exemplo, a introdução de métodos de controlo de qualidade com base em sofisticados

modelos estatísticos nas fábricas implica, o facto de muitos inspectores de controlo de

qualidade terem, que aprender esses novos métodos. Alguns deles podem ter medo de

não serem capazes de o fazer. Eles podem então, desenvolver uma atitude negativa no

que diz respeito às técnicas de controlo estatístico ou apresentar um comportamento

disfuncional caso se exija, que eles as utilizem.

Outra causa de resistência, é o medo de perder algo que já se possuía. A

mudança ameaça o investimento, que se fez no status quo. Quanto mais pessoas tiverem

investido no sistema actual, mais elas resistirão à mudança. Pois elas temem a perda de

status, dinheiro, autoridade, ambições, amizades, conveniência pessoal, ou outros

benefícios a que dão valor. Isto explica, porque os empregados mais antigos, que já

investiram bastante no sistema actual têm mais a perder com a mudança.

Uma causa final da resistência, é a crença da pessoa de que a mudança é

incompatível com os objectivos e interesses da organização. Se um empregado acredita,

que um novo procedimento de trabalho proposto por um agente de mudança irá reduzir

68

Page 69: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

a produtividade ou qualidade do produto, pode -se esperar que ele resista à mudança.

Caso a sua resistência seja expressa de uma forma positiva (manifestando de uma forma

clara a sua preocupação para com o agente da mudança, juntamente com uma

justificativa), esta forma de resistência pode ser benéfica para a organização.

5.7 Técnicas para reduzir a resistência:

A resistência numa organização, pode ser reduzida com uma boa educação, boa

comunicação, participação, facilitação e apoio, negociação, manipulação e cooperação e

coerção.

Ao executar uma mudança o que se pode mudar numa empresa é de facto: a

estrutura, a tecnologia ou as pessoas.

Mudar a estrutura compreende qualquer alteração nas relações de autoridade,

mecanismo de coordenação, grau de centralização, novos projectos de trabalho ou

variáveis estruturais similares.

A mudança na tecnologia engloba modificações na forma como o trabalho é

feito e outros métodos e equipamentos são utilizados.

Mudar as pessoas diz respeito a alterações nas atitudes, expectativas, percepções

e comportamento dos empregados.

O que é possível mudar, numa empresa?

Estrutura: Complexidade de formalização, centralização, projecto do trabalho

Tecnologia: Processos de trabalho, métodos e equipamento

Pessoas: atitudes, expectativas, percepções e comportamento.

5.8 Mudar culturas organizacionais

69

Page 70: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

O caminho para a mudança cultural:

1 Fazer uma análise cultural para identificar os elementos de cultura, que necessitam de

mudança.

2 Indique uma nova liderança com uma nova visão

3 Inicie uma reorganização

4 Introduza novas histórias e rituais para difundir a nova visão.

5 Mude os processos de selecção e socialização e os sistemas de avaliação e recompensa

de forma a sustentar os novos valores.

O sucesso no mercado de longo prazo cada vez mais pertence à organização

flexível e adaptativa, pois existe a necessidade de inovar e conquistar novos mercados e

de permanecer a evoluir nos negócios ao longo do tempo.

Estimular a inovação

Tanto a abordagem tecnológica como, a estrutural tentam melhorar o

desempenho organizacional alterando a situação de trabalho.

A abordagem às pessoas, por outro lado, tenta mudar o seu comportamento

concentrando-se nas suas habilidades, atitudes, percepções e expectativas.

Muitos desses esforços são conhecidos como técnicas de desenvolvimento

organizacional (DO). As organizações são sistemas formados por organismos, que

integram elementos interdependentes, qualquer programa de mudança será mais eficaz

caso reconheça essa interacção e tente mudar mais de um elemento. Normalmente, o

número de elementos que precisam de ser envolvidos aumenta de acordo com a

magnitude da mudança desejada.

Vamos presumir, por exemplo, que somos administradores de uma grande

empresa e que desejamos aumentar as vendas em duas categorias de produtos:

medicamentos patenteados e produtos de higiene pessoal. Para alcançar o nosso

objectivo devemos concluir, que será necessária uma grande mudança estrutural. A

força de vendas deverá ser dividida, em duas unidades separadas de modo a que os

esforços dos vendedores sejam mais concentrados em cada linha de produtos e a

responsabilidade pelos resultados, seja mais fácil de estabelecer. Uma mudança

estrutural destas pode envolver alterações tecnológicas. Por exemplo, novos programas

de computador podem ter que ser usados para transferir velhas informações sobre

vendas e marketing, para formatos mais apropriados ou novas técnicas ou

70

Page 71: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

procedimentos de vendas, que podem aumentar o profissionalismo dos vendedores.

Além disso, provavelmente, serão necessárias mudanças nas pessoas. Talvez seja

necessário contratar e treinar novos vendedores, e o pessoal contratado anteriormente

terá de ser novamente treinado ou recolocado. A IBM, por exemplo, institui, no inicio

da sua história, uma politica de não demitir e essa politica forçou a empresa a aumentar

o numero das transferências de pessoal, porque algumas instalações foram fechadas ou

porque foram criados cargos em outros lugares. O pessoal da IBM costuma chamar a

empresa “I´ve been moved”(fui transferido). Nesta empresa, noutras, os indivíduos

incapazes de se ajustar às circunstâncias dos locais de trabalho actuais, podem

necessitar de ser substituídos através de uma transferência.

5.9 Desenvolvimento organizacional (DO)

Existem muitas abordagens de mudança planeada numa organização para

resolver problemas imediatos e específicos. O desenvolvimento organizacional (DO), é

uma abordagem objectiva, que conduz a organização inteira a um nível mais elevado de

funcionamento e ao mesmo tempo melhora bastante o desempenho e a satisfação dos

seus membros. Apesar do DO incluir frequentemente em mudanças estruturais e

tecnológicas o seu foco principal está em mudar as pessoas, a natureza e qualidade das

suas relações no trabalho. Esta abordagem, pode ser utilizada para implementar um

espírito de inovação na empresa.

O Desenvolvimento Organizacional (DO) consiste num esforço a longo prazo,

apoiado pela administração de topo, para melhorar os processos de solução de

problemas e de renovação de uma organização, através de uma administração eficaz da

cultura organizacional. Este conceito, pode permitir desenvolver uma cultura

organizacional inovadora e pode também ser um caminho na estratégia organizacional.

Outra finalidade do DO é compartilhar o poder da direcção com os subordinados, um

objectivo indicado pela expressão de gestão colaborativa. O termo gestão colaborativa

significa, que os administradores põem de lado a estrutura de autoridade hierárquica e

deixa, os subordinados representar um maior papel ao tomar decisões. Para realizar essa

mudança, os administradores devem alterar conscientemente, a cultura organizacional:

as atitudes, crenças e actividades compartilhadas pelos membros, de entre os quais estão

as crenças sobre quem tem o poder e a autoridade para iniciar e realizar mudanças.

Desenvolver uma cultura organizacional inovadora, pode ser uma contribuição

71

Page 72: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

das teorias de desenvolvimento organizacional e uma empresa, ao inovar, tem a

possibilidade de conquistar novos mercados e garantir o negócio nos anos vindouros.

5.10 Como criar uma cultura organizacional inovadora:

Uma organização deve ser criativa e inovadora para sobreviver, então deve:

estabelecer um clima de criatividade e inovação nas organizações; encorajar a

participação criativa dos empregados, nos vários níveis da organização; estabelecer um

clima de criatividade e inovação nas organizações e encorajar a participação criativa dos

empregados nos vários níveis da organização.

Algumas recomendações, para desenvolver um espírito de inovação nas organizações:

1 Desenvolver a aceitação das mudanças

2 Encorajar novas ideias

3 Permitir mais interacção

4 Tolerar o fracasso

5 Estabelecer objectivos claros e dar liberdade para os alcançar

6 Mostrar reconhecimento

É necessário um ambiente adequado, para que o processo de inovação aconteça e

se desenvolva. Existem três conjuntos de variáveis, que foram associadas ao estímulo de

inovação: Elas compreendem a organização, a cultura e o comportamento dos recursos

humanos da organização.

5.11 Estruturas Orgânicas:

1 Canais de comunicação - abertos com livre fluxo de informação através da

organização

2 Estilos operativos – permitir variar livremente

72

Page 73: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

3 Autoridade para decisões – baseadas em especialistas individuais

4 Adaptação livre – através da organização para mudar as circunstâncias

5 Ênfase em obter as coisas feitas – não restringir através dos procedimentos

estabelecidos formalmente

6 Perder o controlo informal – com ênfase na norma da cooperação

7 Flexibilidade no comportamento do emprego - permitir ser moldado através dos

requerimentos da situação e da personalidade individual ao fazer o trabalho

8 Tomar decisões – participação e consenso de grupos utilizado frequentemente.

Recursos abundantes

Grande comunicação entre unidades

Variáveis Culturais

Aceitação de indefinição

Tolerância ao que não é pratico

Baixos controlos externos

Tolerância ao risco

Tolerância a conflitos

Ênfase em sistemas abertos

Variáveis de recursos humanos

Grande compromisso com o treino e desenvolvimento

Alta segurança no emprego

Pessoas criativas

Estes são factores de estímulo à inovação

5.12 Organizar para a inovação

Muitas empresas grandes fizeram um grande esforço e através da sua própria

descrição falharam na atenção de integrar a inovação na sua organização. Muitas vezes

73

Page 74: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

descobrem, que os componentes organizacionais da inovação são rejeitados ou

marginalizados pela força da organização.

Por vezes, aparecem anticorpos organizacionais, que matam nas organizações

muitas vezes as estruturas, os recursos e os processos responsáveis pela inovação. Por

causa de isto, alguns acreditam, que não é possível ou que pelo menos é mais duro

inovar, com sucesso dentro duma estrutura de uma grande organização já estabelecida.

5.13 Desenvolver um mercado interno para a inovação

Uma das grandes aproximações, para assegurar o sucesso da inovação numa

organização, consiste em desenvolver um mercado interno, onde as ideias e as funções

da inovação possam florescer num ambiente de oferta e procura. Assim, neste mercado

de inovação, o verdadeiro valor comercial de cada ideia é reflectido na atenção dada

pela gestão e nos fundos que recebe. A inovação com valor é direccionada para

realidades comerciais, não fazendo diferença a actividade dramática, que ela possa ter

para o negócio existente, nem quanto difícil possa parecer.

Por exemplo, o banco de América, tal como outros grandes bancos americanos,

enfrenta um novo desafio no século 21: Oportunidades para futuras aquisições. Então

será necessário descobrir um bom modo de crescer organicamente, através de atrair

mais clientes e preencher uma grande parte das necessidades dos bancos adquiridos ou

em processo de aquisição. Isto é exequível, criando uma equipa de inovação e

desenvolvimento (I&D), sendo esta uma unidade corporativa, que terá como missão o

lançamento e gestão de novos produtos e serviços, que preencham as lacunas existentes

com os clientes do banco. Esta equipa traça inicialmente um objectivo, direccionado aos

novos serviços. Os técnicos, que executam estes serviços podem fortalecer as relações

do banco na extensão a clientes com um elevado grau de eficiência nas transacções. O

banco de América decide tomar um passo não precedente, que consiste em conservar a

74

Page 75: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

indústria do banco. Para concluir este objectivo deve, criar um mercado de inovação

dentro do banco, com extensões, onde as suas localizações são utilizadas para lançar

vários experimentos. Esta aproximação providência um verdadeiro teste do valor

potencial de mercado das inovações.

É critico criar um mercado interno de inovações, equilibrar a criatividade e o

valor capturado-- o que pode ser mais importante do que o desenho organizacional

seleccionado. Uma descrição empreendedora deriva da inovação trazida e suportada por

fortes forças internas do mercado de inovação, que podem aparecer em muitas barreiras

organizacionais.

5.14 Equilibrar a criatividade e a criação de valor

Numa empresa, onde a inovação perdura é importante estar seguro, que ambas as

funções de criatividade e valor capturado (comercial), estão a operar em plena

velocidade. A gestão e a organização inteira reconhecem, que a inovação de sucesso

requer um equilíbrio entre a criatividade e o processo de comercialização. Tipicamente,

algumas empresas têm desenvolvido os seus próprios mercados internos, com um

compromisso entre a criatividade e o valor capturado e dão valor às inovações, quer

pela sua criatividade, quer pelo valor comercial inerente ao bom trabalho da empresa. A

CEMEX criou um mercado interno, para a inovação onde as ideias são desenvolvidas,

seleccionadas e fundadas num ambiente, que honestamente valoriza uma ideia digna de

um bom trabalho. Este mercado é supervisionado pela gestão sénior, para assegurar, que

os anticorpos organizacionais e outras forças não estraguem a percepção do mercado de

potenciais inovações ou que o fundamento para comercialização não está fora de linha

com o verdadeiro potencial da inovação. Dentro da empresa, os inovadores actualmente

vendem, para a gestão as suas ideias criativas envolvidas nos seus projectos I&D, no

75

Page 77: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

outra forma, eles possuem um formato de enquadramento:

Descobrir as coisas direitas

77

ImaginaçãoConceito na realidade

Processo de criatividade

Processo de criação

de valor

Fora da caixa pensante

Pensamento da

caixa pensante

Idealizar redefinir ideias

Engenharia e

manufactura

Experimentação Precisão

Ambiguidade incerteza

comércios bem calculados

Investigação

Coragem

Responder a

questões e verificar

soluções

Surpresa

Fazer as coisas certasIntuição

comprar vender ideias

Fazer questões e

explorar as inovações desconhecidas

Prever o risco maior

Obter o produto no mercado

tendência para

incremental

Seguir oportunidades

Visualizar o futuro e

considerar todas as opções

Incluir inovações radicais

e incrementais

Page 78: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

5.14 As alterações de equilíbrio nas organizações em maturidade

No mundo dos negócios, existe uma evolução natural na selecção entre a

criatividade e o valor capturado, desde que as empresas emergem e crescem até à

maturidade. Nos primeiros estágios, uma empresa está focada em criar de novo,

melhorando os seus produtos e serviços. Uma vez que, maximizar o valor capturado

(rapidez, melhor, entrega mais barata) é relativamente menos significativo. Este é o

problema, que existe em algumas empresas que iniciam a sua actividade. Em estágios

posteriores de crescimento e maturidade, a condução particular, para a criatividade

usualmente diminui e é substituída por uma alteração no aumento do valor capturado

melhorando o processo de executar, entregar e vender da carteira de produtos e serviços.

5.15 Os desafios de balancear a criatividade e o valor capturado

As empresas tipicamente emergentes fazem uma grande aposta na criatividade.

Os seus mercados internos são pré-concebidos com ideias radicais e quebras que podem

vir do processo criativo e, depois, podem ser utilizadas, para possibilitar arranques à

volta da criatividade e novos modelos de negócios radicais.

À medida que as empresas crescem e se tornam maduras, elas aprendem a

equilibrar os seus processos criativos com uma sólida habilidade de comercialização. É

78

Page 79: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

uma questão de sobrevivência. As aproximações a novos negócios radicais, não são

suficientes para fazer o sucesso de uma empresa. Também é necessária uma excelente

execução e capacidade de comercialização de inovações, que vêm de processos

criativos.

A TiVo criou uma nova categoria de mercado com o seu gravador de vídeo

digital, mas enfrenta o aumento de competição e a sua posição neste mercado pode ser

fortalecida, com um maior valor capturado numa arena onde a competitividade está a

aumentar. Para a TiVo e muitas outras empresas, que exploram uma área com ideias

inovadoras alterar o seu objectivo para um grande foco no valor capturado não é apenas

o passo evolucionário seguinte, mas uma forma de sobrevivência.

5.16 Foco no valor capturado

Á medida que as empresas atingem a maturidade, a ênfase no processo de

comercialização ultrapassa a atenção sobre os mercados criativos. A gestão utilizada

consiste em: rentabilidade, utilização de activos e gestão de eficiência de capital. Todos

estes lugares têm mais importância no processo de captura de valor.

A criatividade especialmente a radical tem um valor decrescente ou mesmo um

valor negativo, quando uma empresa entra na maturidade e luta pela sua cota de

mercado. Empresas maduras com fortes funções comerciais e fracas funções criativas

medem a inovação em termos de valor actual líquido, ainda em taxa interna de

rendibilidade de investimento, período de recuperação de investimento e nenhuma

destas suporta actividades criativas. Em muitas destas empresas a inovação incremental

é a norma.

79

Page 80: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

5.17 Existem cinco passos para equilibrar mercados criativos e comerciais

1 Desenvolver plataformas de inovação para os diferentes tipos de inovação, de

que se pretende ir no encalço. Esta plataforma de inovação actua com princípios

organizativos para a inovação.

As plataformas de inovação passaram, ao longo da unidade de negócio, a ser

autênticos silos e providenciam uma perspectiva honesta no valor das inovações com

mais capacidade do que uma percepção limitada de uma única unidade de negócio.

Por exemplo a Canon utiliza plataformas de inovação relacionadas com as suas ópticas,

electrónica e capacidades de produção de precisão, para lançar o negócio de

equipamentos na organização existente. O resultado é uma eficiente utilização dos

recursos e competências para o negócio existente e para novos negócios.

2 Criar carteiras de projectos em cada plataforma. Cada projecto necessita de ser

revisto para assegurar que os mercados criativos e de comercialização estão alinhados e

equilibrados. Uma carteira, que é excessivamente rica em projectos incrementais, é um

sinal de um mercado anémico para ideias criativas. Uma carteira, que tem uma

superabundância de projectos radicais traduz uma quebra na comercialização de

inovações.

3 Parcerias internas, externas e redes

As parcerias internas e externas são essenciais para o sucesso. Nos nossos dias, é

importante conduzir empresas tal como a Cisco e Millenium farmacêutico, que

trabalham agressivamente para completar o seu talento interno com as capacidades dos

seus sócios.

4 Assegurar que os mercados para a criatividade e comercialização são abertos e

transparentes.

A última coisa, que se quer fazer é criar um mercado interno fechado para a

criatividade ou comercialização. Os mercados fechados criam um ar de desconfiança e

podem esconder ineficiências e desigualdades. É importante, gerar eventos de inovações

semi-anuais, que possibilitem visibilidade e transparência total. Os eventos devem ser

abertos a toda a gente e haver a certeza, que são altamente publicitados. É fundamental

considerar, que a criação de valor através da inovação é uma parte vital da cultura. A

80

Page 81: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Google criou uma cultura em que a inovação é a norma, é aberta e a exploração plena de

inovações potenciais é avaliada e esperada pelos empregados.

5 Precaver

A organização necessita de se precaver contra anticorpos organizacionais, que

podem limitar ou destruir os rejuvenescidos mercados e os processos criativos. Num

nível elevado o executivo sénior pode fazer parte de uma ampla inovação com o

objectivo de rejuvenescer o mercado criativo. Tal suporte visível é necessário para

diminuir a resistência inerente às alterações, que existe com a estabilização do mercado

de comercialização. De outra forma muitos na organização veriam o mercado criativo

revitalizado, como uma loucura ou um desperdício de recursos.

5.18 O valor das redes e plataformas de inovação

Muitos CEOs ponderam como organizar a inovação dentro da sua própria

empresa. Criar e manter a estrutura correcta é admite-se, que é duro de fazer. Mesmo

empresas, que têm encontrado centros de inovação verdadeiramente criativos, têm

vacilado e falhado em alguns pontos. Considerem-se as subidas e descidas do

computador da Apple e da Lucent apenas para numerar os dois. Contudo, existem lições

para serem aprendidas com as empresas, que têm tido sucesso. A chave é deitar fora

uma ideia principal errada e adoptar um novo princípio organizador. A ideia principal

errada é que a inovação está presente em toda a parte na empresa e que todos os

empregados, sócios e clientes devem fazer parte do processo, durante todo o tempo. A

inovação não existe eventualmente em todos os lugares na empresa; em vez disso, existe

imensamente em quantidades desproporcionadas através da organização durante

qualquer período de tempo dado.

81

Page 82: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Alguns individuais são muito bons a inovar e outros não. A inovação não é uma

qualidade de iniciativa, que seja necessária em todos os postos de trabalho a todo o

momento para ser bem sucedida. Aqueles, que são criativos e bons a inovar, tornar-se-

ão frustrados num processo, que dilui os seus esforços, com pessoas largamente pouco

talentosas. Embora a inovação deva acontecer preferencialmente nas áreas, que têm sido

alvo de estratégia, deve ser imprudente e um desperdício encorajar as pessoas a gastar

tempo na inovação, em áreas onde não tencionam seguir com investimentos, uma vez

que os retornos estratégicos e financeiros, são inaceitáveis.

Um passo chave para criar ou manter a inovação numa organização, é descartar a

ideia de que absolutamente toda a gente deve estar envolvida a tempo inteiro. Em

algumas organizações, que incluem toda a gente no processo este pode ser oprimido e

pode acontecer uma oposição à produção. Deve-se deixar toda a gente ter acesso e

participar no processo de inovação, mas é claro, que nem toda a gente participa de igual

forma no tempo.

O que tem sido dito, é que não é adequado criar as pessoas da república da

inovação onde todos são iguais.

Em adição não é suficiente simplificar, empregar e patrocinar individuais

criativos. Para criar uma inovação sustentada e excelente numa organização, é

necessário criar uma plataforma de inovação e redes de individuais dentro delas onde o

seleccionado inovador individual possa partilhar ideias com outros, ser gerido e criar

crescimento. É necessário supervisionar a construção de uma plataforma de inovação,

das suas redes para gerir o talento residente, pois deixar o melhor emergir e crescer é da

responsabilidade dos gestores.

Muitas empresas utilizam plataformas de inovação, incluindo Johnson &

Johnson e a Alcoa. As plataformas de inovação providenciam as suas bases

organizacionais para conduzir a inovação de incremental para radical, focam os seus

recursos na inovação e providenciam processos para gerir a inovação.

As plataformas de inovação são unidades organizacionais de redes encaixadas

dentro da empresa, em que os recursos directos rumam a áreas específicas de inovação.

5.19 As plataformas de inovação incluem:

1 Amplas áreas de inovação (tal como a limpeza de uma superfície numa liderança de

bens de consumo, melhoramentos no tratamento, numa empresa de produtos médicos)

que directamente compreendem as actividades da plataforma.

82

Page 83: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

2 Ambos: os modelos de negócio e a alteração tecnológica

3 Um portfolio incremental de inovações radicais e semi-radicais.

4 Redes de pessoas dentro e fora da organização, que podem efectivamente contribuir

para aspectos diferentes da inovação: criação de ideias, selecção, desenvolvimento e

implementação. Estas formam uma pequena distância no intervalo de negócio e em

alterações técnicas. Elas também preservam o capital intelectual e o conhecimento na

empresa em menores dimensões.

5 Métricas e recompensas que:

-Focam os recursos nas áreas potenciais avaliáveis para a inovação e consistentes com a

estratégia de inovação.

-Capturaram a “performance” da inovação da organização, altas luzes dos conflitos e

áreas para a melhoria.

-Encorajaram o comportamento desejado, os resultados e atenuam os anticorpos

organizacionais.

Os sistemas de gestão, que promovem e usam, aprendem e mudam para

melhorar todos os aspectos da inovação a estratégia, o processo, a organização e os

recursos.

Exemplo:

5.20 O modelo corporativo de empreendimento de risco de capital

O modelo corporativo de capital de risco, é um modelo de inovação inspirado

em empresas externas de capital de risco. É um modelo útil ao considerar promover a

inovação radical numa organização, enquanto não dificulta a inovação incremental. A

premissa básica deste modelo é promover o desenvolvimento comercial de inovações

viáveis (especialmente radicais) dentro das organizações, sendo necessário existir um

mecanismo, que coloca e que avalia as potenciais inovações do mesmo modo, que uma

empresa externa de capital risco faria.

83

Page 84: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Algumas organizações tentaram isolar a função inovação, desenvolvendo uma

unidade de negócio separada. Elas estabeleceram diferentes regras e culturas para esta

unidade de negócio, para fomentar a criatividade e inovação. Mas se são conhecidas as

características organizacionais requeridas para a inovação porque é que nem todas as

empresas são inovadoras? Na gestão de inovação coloca-se um dilema: dentro de uma

organização existe uma tensão fundamental entre a necessidade de estabilidade e a

necessidade de criatividade.

Por outro lado, as empresas requerem estabilidade e rotinas estáticas para

acompanhar as tarefas diárias eficiente e rapidamente. Isto coloca a organização a

competir nos nossos dias. Por exemplo, o processamento de milhões de cheques através

de bancos cada dia, ou a entrega de comida através de múltiplos pontos (as lojas dos

seus retalhistas) ao longo do país, procuram altos níveis de eficiência e de controlo.

As empresas também necessitam de desenvolver novas ideias e novos produtos

para serem competitivas no futuro.

Também existe a necessidade de nutrir num ambiente criativo, onde as ideias

possam ser testadas e desenvolvidas. Pois coloca-se um dos principais problemas de

gestão dos nossos dias. Olhando qualquer media ou grande empresa e examinando as

suas operações e actividades desde a Mars à Ford e da P&G até à Sony, nota-se que

estas empresas têm de assegurar, que os seus produtos são fabricados cuidadosamente,

com especificações precisas e que estes estão nos clientes dia após dia. Nesta ética, num

ambiente repetitivo e altamente organizado existe a necessidade de eliminar qualquer

lentidão e ineficiências. Isto é crucial, para assegurar que os custos da empresa sejam

mais baixos do que os dos seus competidores. Sem esta ênfase, os custos da empresa

serão simplesmente uma espiral, os seus produtos e serviços não são competitivos. Mas

sabe-se, que o crescimento económico a longo prazo é dependente da capacidade das

empresas executarem novos produtos e novos processo de produção. Isto significa, que

as empresas necessitam de alguma forma realizar oportunidades para a criatividade e

inovação, em que é permitido calma no sistema. Aqui existe então o dilema: como é que

as empresas tentam reduzir custos e utilizam eficácia para melhorar a competitividade

por um lado e tentam providenciar calma para inovação por outro lado. Como é usual a

resposta para dilemas é difícil e está relacionada com o equilibro de actividades. A

empresa necessita de assegurar uma pressão constante na redução de custos e melhorar

a eficiência nas suas operações. Ao mesmo tempo necessita de espaço para o

desenvolvimento de novos produtos e novos processos produtivos.

84

Page 85: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

5.21 Inovação e eficiência é possível ter os dois.

Uma empresa, que simultaneamente enfrenta um alto grau de eficiência e de

inovação, segue um modelo de gestão, chamado estratégia ambidestra

(Sarkkes,Hulland).

Surpreendentemente, relativamente poucas empresas estão aptas a balancear

estas duas ênfases. Existem verdadeiras batalhas internas sobre recursos em vários tipos

de escalas a favor da eficiência ou a favor da inovação. Gurus da gestão argumentam

que frequentemente existe uma grande exaltação ao possuir simultaneamente ambas o

que pode levar a empresa a uma performance medíocre, pois a natureza turbulenta dos

mercados de hoje e o apertar da garganta da competição criam uma necessidade nas

empresas de considerar esta aproximação dual para o sucesso a longo prazo. Talvez esta

seja uma das razões porque as empresas têm sucesso, quer na inovação, quer na

eficiência. Surpreendentemente, algumas empresas estão aptas a balancear um elevado

grau de ambas: inovação e eficiência. ( Accenture 2005). Dentro de muitas empresas,

têm existido muitas batalhas internas, sobre recursos que muitas vezes tipificam escalas

a favor da ênfase na eficiência ou na inovação, mas raramente em ambas. A inércia

organizacional empurra as empresas para baixo, num caminho particular, sendo mais

duro adoptar outras estratégias face às alterações de mercado, enquanto é mais fácil

olhar a curto prazo pensando em multidões. Home Depot Dell, Airbus, Kodak e Ford,

são apenas alguns exemplos de empresas, que têm recentemente descoberto elas

próprias a queda atrás de competidores sendo este o resultado de fazer, um golo sobre

outro.

Alguns gestores argumentam, que a estratégia ambidestra poderá ser uma

vantagem competitiva.

Dois jornais académicos de topo Académic Journal of Management e

“Organizational Sience”, dedicaram recentemente números especiais à análise da

organização ambidestra e de como as empresas gerem o balanço entre eficiência e

inovação. Ambos, citam a importância para os gestores compreenderem a estratégia

ambidestra.

5.22 Conceito de estratégia ambidestra

Uma empresa, que utiliza uma estratégia ambidestra simultaneamente enfrenta

um grau elevado de ambas: eficiência e inovação, relativamente aos seus competidores.

85

Page 86: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

As empresas ambidestras utilizam os seus recursos de tal modo, que possuem eficiência

a entregar produtos e serviços aos seus clientes, enquanto também inovam para servir

necessidades futuras dos seus existentes e potenciais clientes. Uma ênfase na sua

eficiência é caracterizada através do refinamento e melhoramentos incrementais, que

permitem uma utilização reforçada dos recursos da empresa. Uma ênfase em inovação é

caracterizada, pela mudança radical, pelo risco e experimentação, que permite criar

novos: métodos, relações, produtos ou serviços.

Será, que empresas ambidestras ao competir com empresas não ambidestras

ganham vantagens de performance? Teoristas de gestão (e.g. Porter, 1980) têm

argumentado longamente, que empresas, que simultaneamente possuem estratégias

múltiplas correm o risco de no final ficar presas, entre as várias aproximações.

Esta linha de pensamento sugere que as empresas devem dar ênfase à eficiência

ou à inovação e que balancear as duas é mais difícil. O receio é que os recursos sejam

dispersos entre alternativas competitivas, com a empresa a finalizar com um atraso. Por

exemplo, numa indústria onde a necessidade do cliente implica estabilidade, a inovação

pode ser um requisito menor do que a eficiência para o sucesso competitivo. Agora,

dado que a economia é global existe um poder crescente, para que as empresas

realmente não possam esperar permanecer estáveis no futuro. Assim a melhor estratégia

de custo implica um melhor trade-off, entre eficiência e inovação. É muito importante

contemplar as alterações de mercado e cenários vindouros.

Organização Co-creativa

Uma organização inovadora, deve ter um clima de criatividade e inovação e

encorajar a participação criativa dos empregados nos vários níveis da organização. A

organização co-criativa acrescenta a este modelo de gestão, o envolvimento de clientes,

bem como das suas opiniões e experiências sobre os produtos que esta concebe.

(Prahalad e Ramasswamy) Uma organização co-criativa pensa nos lucros a longo prazo

através da participação e fidelização dos seus clientes e procura garantir o mercado no

futuro. Ao apostar no futuro deste modo surge um intervalo muito amplo de modos

adicionais de criação de valor em que o cliente é parte activa no processo. Este tipo de

organização para além das plataformas de inovação utiliza plataformas de

consumidores. Por vezes, é difícil gerir esta interacção com o cliente e eficiência

operacional, mas disto depende o futuro da empresa.

86

Page 87: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Hoje com a facilidade dos meios de comunicação é possível desenvolver este

tipo de plataformas.

A organização co-creativa envolve os gestores a todos os níveis e tem o poder de

dotar de energia a organização inteira.

Utilizar a co-inovação requer que todo o processo de gestão seja co-creativo e

que este possa ser envolvido e suportado através de capacidades inter cêntricas, uma vez

que os gestores reconhecem as interacções em todo o lado do sistema como lucros da

criação de valor. E também existem razões, para que a organização deva ser desligada

de um centralismo interno. Passar da interacção de capacidades organizacionais

cêntricas, para “co-create” de valor mútuo é o desafio chave do gestor, para tornar a

organização co-creativa. Com a “co-creation” existe uma vantagem competitiva, que é a

criação de valor com os clientes. Este tipo de organização é um verdadeiro “eco-

system”.

87

Page 89: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

6.1Introdução

Para quem estiver interessado na ligação entre tecnologia e progresso

económico, a difusão da inovação deve ser uma preocupação central. Qualquer estudo

económico, que relate crescimento e desenvolvimento económico com alterações

tecnológicas, envolve implícita ou explicitamente pressupostos sobre o caminho das

inovações, originando em alguns pontos do sistema expansão económica, sobre o

próprio. Schumpeter (1934), identificou duas forças motrizes complementares na

difusão, nomeadamente a selecção e a imitação. A primeira, a selecção refere-se à

competição entre empresas inovadoras e empresas tradicionais. Schumpeter refere que

algumas empresas se antecipam a introduzir a inovação e que quem a adopta mais tarde

ou não a adopta fica ligado a tecnologias antigas, estando sujeito à erosão progressiva

das suas quotas de mercado. Neste caso, a difusão pode ser avaliada pelas quotas de

mercado relativas entre duas ou mais empresas.

A segunda força (a imitação) refere-se à possibilidade de as empresas

tradicionais abandonarem a velha tecnologia em favor da nova. A avaliação da difusão é

melhor conseguida pela altura em que a taxa de adopção (imitação de empresas

inovadoras) ocorre. Enquanto a percepção da importância do fenómeno de difusão é

derivada de Schumpeter e outros grandes economistas, as ferramentas para a sua

avaliação foram emprestadas de algumas extensões de outras ciências sociais, onde o

estudo analítico da difusão de inovação já tinha sido estabelecido. A este respeito, a

contribuição dos economistas foi inicialmente empírica e juntamente com as novas

ferramentas analíticas ocorreu uma redefinição do sujeito, que restringiu o âmbito da

investigação. Esta era mais dirigida para a imitação do que para a selecção e limitava-se

à confirmação e explicação, seguindo a regularidade empírica. Por alguma razão as

inovações, que são assumidas como sendo vantajosas, quando comparadas com a

tecnologia pré-existente, não são imediatamente adoptadas pelos potenciais utilizadores,

pelo contrário, há sempre um lapso de tempo, muitas vezes considerável, entre a data

em que a inovação tecnológica aparece no horizonte e ela é aprovada pelo primeiro

grupo consistente de utilizadores. Por outro lado, um período de tempo relativamente

longo em que a inovação é afectada gradualmente, consiste num processo progressivo,

realizado gradualmente por todos os agentes relevantes. No final dos anos setenta, os

economistas haviam acumulado evidências empíricas substanciais sobre a forma de

89

Page 90: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

como ocorrem os caminhos de difusão (sigmóides) e o relatado facto estilizado

chamado “velocidade de difusão”, que difere, consideravelmente de inovações,

indústrias, países ou regiões.

Têm sido encontradas poucas variáveis significantes para explicar as diferenças

na velocidade de inovação, sendo estas principalmente: a adopção lucrativa e o tamanho

médio da empresa.

Novos produtos e estilos são chamados inovações, que entram

constantemente no mercado. Estes novos produtos ou serviços ocorrem, quer no grande

consumo, quer na actividade industrial. As inovações podem tomar a forma de uma

roupa, um acessório de moda ou de um estilo, uma nova técnica de fabrico, de um novo

produto, ou um novo modo de entregar o serviço. Se uma inovação é bem sucedida (a

maioria não o é), ela expande-se (propaga-se) através da população. A inovação

inicialmente é utilizada apenas por algumas pessoas, em seguida mais e mais

consumidores decidem adopta-la, até que em alguns casos, quase toda a população

comprou ou experimentou a inovação.

A difusão de inovações consiste na propagação através da população, de um

novo processo, um novo produto, um novo serviço ou uma nova ideia. Existe uma

tendência para os bens particularmente os técnicos se difundirem mais rapidamente nos

nossos dias. Em 1994, sessenta por cento da população sueca possuia telemóvel, seis

anos mais tarde em 2000, este número era de oitenta por cento. Citando outra tecnologia

o numero de suecos com acesso à internet era de setenta e quatro por cento em 2004

cerca de mais cinquenta e cinco por cento que em 2000.

Ao realizar uma adopção as pessoas movem-se através dos estágios de

percepção, informação, pesquisa e avaliação, e experiência de adopção, embora a

importância relativa de cada estádio possa diferir dependendo de quanto o produto já é

conhecido, bem como de alguns factores culturais, que podem afectar a disposição das

pessoas para experimentar os produtos. Um estudo realizado em 11 países Europeus

descobriu, que os consumidores com culturas individuais, são mais inovadores que os

consumidores com culturas colectivas.

Contudo, mesmo dentro da mesma cultura, nem todas as pessoas adoptam uma

inovação à mesma velocidade. Alguns fazem-no muito rapidamente e outros nunca o

fazem.

90

Page 91: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

6.2 Existem quatro pré-requisitos para uma adopção de sucesso:

Compatibilidade.

A inovação deve ser compatível com os estilos de vida dos consumidores. Como

exemplo temos, um fabricante de produtos de beleza, que tentou durante muitos anos

introduzir um creme, que removia a barba dos homens sendo este substituto das giletes

e do creme de barbear. Este tipo de produto era semelhante ao utilizado pelas mulheres

para remover os pelos das pernas. Embora o produto seja simples e conveniente de

utilizar falhou, porque os homens tiveram a percepção deste produto como sendo

bastante feminino e assim este não teve aceitação nos conceitos de masculinidade.

Experimentalidade

Se um produto desconhecido for acompanhado por um alto risco percebido, as

pessoas estão mais entusiasmadas a adopta-lo se puderem experimentar a priori do que

o fazer concomitantemente. Para reduzir este risco, as empresas escolhem estratégias

bastante dispendiosas de distribuírem gratuitamente amostras de produtos para

experimentação. Por exemplo, a marca Gevalia de café sueco distribuiu algumas

amostras gratuitamente, direccionadas às camadas jovens uma vez que era evidente, que

os jovens cada vez bebiam menos café e que aqueles, que o faziam, começavam mais

tarde com este hábito.

Complexidade.

91

Page 92: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

O produto deve ter baixa complexidade. Um produto fácil de compreender e

fácil de utilizar, será muitas vezes preferido relativamente a um competidor. Esta

estratégia requer um esforço menor por parte do consumidor e também tem um risco

menor na percepção dos consumidores. Fabricantes de DVD´s de música, por exemplo

têm feito um esforço para simplificar a sua utilização (o ecran programado) para

encorajar a sua adopção.

Observabilidade.

Uma inovação facilmente observável (alta visibilidade) tem mais facilidade em

se difundir, desde que a qualidade a faça mais atraente do que outras adopções

potenciais e assim será mais fácil ficar ciente da sua existência. A rápida proliferação de

uma boa quantidade de carteiras de um determinado desenho, deve-se à sua alta

visibilidade. Pois foi mais fácil neste caso ver a conveniência oferecida.

Vantagem relativa.

Muito importante é o produto poder oferecer uma vantagem relativamente a

outras alternativas. O consumidor deve acreditar, que utiliza um benefício, que outros

produtos não podem oferecer. Por exemplo, o sucesso de muitos produtos alternativos

92

Page 93: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

amigos do ambiente, pode ser devido ao facto de os consumidores estarem convencidos

das vantagens ambientais do produto, sendo claro e fácil de compreender estas

vantagens através da comparação com os outros produtos em competição.

6.3 Distinção entre adopção e difusão

É costume referir os termos difusão e adopção sem fazer qualquer distinção entre

eles. É importante referir, que os estudos de difusão se referem ao comportamento de

uma amostra agregada de empresas sem necessariamente recorrer a modelos

microeconómicos de processos de decisão de empresas individuais. Os estudos de

adopção estão focados na adopção da empresa individual e relacionados com a primeira

adopção na amostra, que decide explicar porque é que a empresa individual adopta a

inovação na data observada e não mais tarde ou mais cedo. Esta distinção permite uma

conclusão bastante importante: os modelos de adopção são microeconómicos, enquanto

os modelos de difusão são macroeconómicos. Os primeiros estudos de difusão podem

ser atribuídos a sociologistas, geógrafos, antropologistas, e a psicólogos. As inovações

nestes estudos, eram focadas fundamentalmente no sector agrícola, na área da medicina

e contribuíam para avanços na educação. Nesta grelha de trabalho é natural assumir as

inovações como sendo claramente superiores às alternativas correntes e é natural

assumir, que quem adopta a inovação mais cedo estará melhor. Questiona-se porque

num estudo de difusão isto não acontece? A resposta básica é que quem se atrasa na

adopção tem este comportamento, porque não tem informação suficiente acerca das

vantagens da nova tecnologia. No caso da difusão de inovações tecnológicas o que

difunde, é a informação acerca da própria inovação. As empresas terão muito pouca

informação, se não nenhuma acerca de uma inovação, que não foi propriamente

93

Page 94: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

adoptada e esta será, então associada a um elevado grau de risco. Assim que mais

empresas adoptam a inovação aumenta a informação de base disponível a potenciais

agentes, que a podem adoptar e o risco associado com esta inovação diminui bastante. A

difusão é vista como um processo de imitação, e a explicação do seu comprimento é

revelada por problemas de comunicação.

A informação sobre a inovação é transmitida por contacto pessoal, por analogia

espalha-se como as doenças infecciosas, os primeiros modelos eram referidos como

uma epidemia na natureza.

A difusão tem lugar na população de N potenciais de empresas ou individuais,

que adoptam a inovação. A probabilidade de um agente contrair a doença (ou seja a

probabilidade de adoptar) aumenta assim, que o número de Nt de outras empresas

doentes (que adoptam) aumenta. Ou seja assim, que o número de indivíduos que

adoptam aumenta, o número de agentes, que ainda não adoptaram diminui. Este

acontecimento processa-se ao longo do tempo existindo duas forças que se contrapõem:

uma favorável à difusão (aumentando o numero de agentes infectados) e outra adversa

(diminui o numero de agentes que ainda não estão doentes ou seja disponíveis para

adoptar).

O absentismo dos economistas no campo de investigação da difusão de inovação

até aos anos sessenta pode ser interpretado, como uma admitância tácita da agenda das

suas disciplinas. Em particular, o facto de existirem adopções tardias deu ênfase à regra

de que factores psicológicos e sociais influenciaram a probabilidade de adopção,

focados mais na eficiência das redes de comunicação do que na atractividade da

inovação, para explicar a velocidade de difusão.

6.4 A aproximação da teoria do equilíbrio

94

Page 95: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

São dois os elementos básicos, que caracterizam a chamada teoria de difusão

com aproximação ao equilíbrio. O primeiro é considerar o abandono da disseminação de

informação como variável chave explicadora de difusão. Nas formulações mais radicais

desta aproximação a difusão demora tempo, não pelo facto de a informação ser

imperfeita, mas sim por causa da primeira aparência da própria inovação, que não é

necessariamente superior à tecnologia existente pelo menos para alguns dos potenciais

agentes, que a adoptam ( modelos Probit e modelos de teoria dos jogos). São menos

radicais as aproximações, que mantêm a disseminação de informações como explicação

base da difusão. Para quem a adopta mais tarde no centro do processo e exclui a

comunicação falada ou dita entre agentes (modelos de aprendizagem Bayesiana ).

O segundo elemento básico é considerar que a empresa tem um comportamento

óptimo. Então impõe-se uma restrição pelos autores de modelos de equilíbrio de

difusão, que consiste em assumir, que em qualquer período de tempo as empresas para

que a adopção seja rentável, devem ter realizado a adopção nessa altura. Isto significa,

que as empresas, que não fizeram isto não estão mal informadas, mas estão à espera,

que a data da adopção óptima chegue.

6.5 Modelos Probit

A origem dos modelos “ Probit “ pode ser atribuída a Davies (1979), que acentua

a similaridade lógica entre o comportamento dos consumidores perante novos bens

duráveis. Estes eram usualmente estudados com ajuda da então chamada técnica

econométrica Probit, em que existia a adopção por parte das empresas, em decisões que

envolviam capital e inovações.

Os modelos Probit assumem, que os consumidores e a que base de decisão do

seu consumo assentam numa relação entre a seu próprio ordenado e o ordenado critico:

os consumidores compram o bem se o seu ordenado for superior a um certo limiar (do

95

Page 96: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

ordenado crítico), que depende do preço do bem e dos próprios gostos dos

consumidores.

Então em qualquer momento todos os consumidores, cujo ordenado é superior

ao ordenado crítico são observados como possuidores dos próprios bens duráveis.

Assim, que o tempo passa, os consumidores que ainda não compraram podem reverter

as suas decisões, quer porque os seus ordenados aumentam ou porque o ordenado crítico

diminui.

Consequentemente, um sigmoide simétrico (cumulativo normal ou lognormal)

traduz o caminho de difusão e pode ser obtido assumindo que o ordenado e o ordenado

crítico são lognormalmente distribuídos pela população e significa, que as duas

distribuições respectivamente crescem e declinam a uma taxa constante com variâncias,

que não mudam.

Um simples modo de derivar o caminho de um sigmoide de difusão, consiste em

considerar a distribuição do ordenado como fixa sobre o tempo, enquanto se reduz o

limiar a um valor único, que declina a uma taxa constante.

Utilizando o modelo probit substituindo neste os “consumidores”por empresas, o

“ordenado” por tamanho da empresa novos bens de capital o modelo pode ser adaptado

ao processo de inovações. Este pressupõe, que as empresas maiores são as primeiras a

adoptar, enquanto apenas uma redução do tamanho crítico ou um generalizado aumento

de tamanho permite, às pequenas empresas, encontrar condições de adopção. De facto,

muitos estudos empíricos asseguram, que a distribuição do tamanho das empresas tem

uma forma de sino e é muito bem representada por uma curva lognormal.

Deve ser notado, que a heterogeneidade da empresa é a única força na causa da

difusão, uma vez que quem adopta mais tarde não é instantâneo e as empresas não são

idênticas diferindo, quer no tamanho ou no tamanho crítico. As empresas mais similares

têm uma difusão mais rápida.

A teoria de adopção de Davies foi uma teoria comportamentalista, mas a sua

aproximação ao modelo Probit tem sido popularizada através da formulação

neoclássica, em que as suas raízes são encontradas no estudo de Davies (1966,1969)

sobre a difusão de ceifeiras mecânicas nos US no último século. Este estudo clássico

estabelece as fundações da aproximação de equilíbrio.

A vantagem das ceifeiras sobre técnicas manuais consiste, fundamentalmente,

em muita poupança em trabalho. Nos podemos registar os requerimentos de trabalho

por unidade de terra com (a0) para técnicas não mecânicas e (a1) para ceifeiras onde

96

Page 97: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

(a0-a1» 0). Dado o nível geral de salários (w) e a adopção de benefícios por unidade de

terra igual a (w (a0-a1)): a quinta (i), que o tamanho (extensão da terra) é Si terá então

os benefícios da adopção por ano proporcionais ao seu tamanho, e será (Siw(a0-a1)). Os

custos de adopção são reduzidos ao preço da inovação (p), a uma dada taxa de juro (r),

cujos custos de adopção por ano são (rp). Como suposição chave temos, que o preço do

output é fornecido, e que neste caso é razoável desde que a ceifeira não aumente a taxa

de juro, que é restringida pela quantia disponível de terra.

Estes argumentos preliminares podem ser facilmente adicionados ao estado, que

a empresa adopta, assim que os benefícios da adopção e se tornam positivos:

(Siw(a0-a1)»rp)

O tamanho crítico (Sc) pode ser derivado através

(Si»rp/w(a0-a1)=Sc)

Note-se, que este modelo é incertamente descuidado, pois pressupõe, que as

empresas sabem qual o valor dos benefícios de adopção e nunca esperam para adoptar, a

não ser que tais benefícios sejam insuficientes para a empresa. Quem adopta mais tarde,

pode crescer e a inovação pode conquistar novos agentes, que adoptam apenas por

aumento dos preços gerais dos imputs (w), ou o preço da inovação ou a taxa de juro

descem. A difusão pode também ser derivada, porque as inovações incrementais, que

fazem melhoramentos na performance da nova tecnologia reduzem (a1). Isto não foi

considerado por David.

Começando com Stoneman e Ireland(1983), a maior parte das generalizações

têm focado o impacto do declínio do preço da inovação, assim é relevante a regra

jogada pelos fornecedores de inovações. Alguns tipos de linhas de trabalho aprendem

através do que é assumido pelos fornecedores: assim que a difusão continua, mais peças

que fazem parte da inovação são produzidas, o que faz diminuir o custo marginal de

produção. Quando o custo diminui reflecte-se nos preços da inovação e o declínio de

quem adopta mais tarde empurra a difusão para o futuro. Stonean e Ireland reduzem a

difusão ao problema intertemporal da discriminação do preço, que os fornecedores

decidem derivando a equação da função procura para a inovação através de a incorporar

na sua função lucro. A difusão comporta-se de uma forma mais rápida e mais

competitiva olhada pelo lado da oferta. A equação implica, que quem realiza a adopção

tem um comportamento míope. Pois, não prevê o declínio do preço da inovação e

realiza a adopção assim que o preço da inovação está de acordo com a capacidade da

empresa. Ireland e Stoneman( 1985, 1986) comparam os caminhos da difusão obtidos

97

Page 98: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

sob a suposição de que quem adopta tem miopia por assumir uma previsão perfeita.

Dentro desta grelha de trabalho são medidas a velocidade e os efeitos de bem-estar de

expectativas de diferentes regimes, combinados com ofertas nas várias estruturas de

mercado. As suas descobertas revertem na suposição, de que uma rápida difusão é de

qualquer forma desejável e esta está implícita nos modelos epidémicos. Stoneman e

David (1986) discutem a implicação destas descobertas para políticas tecnológicas.

6.6 Modelos de aprendizagem Bayesiana

Esta classe particular de modelos, reintroduz o atraso de informação como a

principal razão para existirem atrasos na adopção, enquanto retêm as características dos

modelos Probit, com a única diferença ou fonte de heterogeneidade a atitude de gestão

de empresas perante a inovação e não sobre o tamanho da empresa. Estas contribuições

são usualmente classificadas segundo a aproximação de aprendizagem Bayesiana.

Nestes modelos baseados em informação, a inovação é assumida como tendo um

valor incerto: são assumidos dois estados possíveis para a inovação, um bom (adopção

será rentável) e outro "mau" (adopção irá gerar uma perda). Os gestores de empresas

possuem diferentes crenças, que se traduzem em diferentes probabilidades e

distribuições subjectivas ao longo dos dois estados possíveis.

Em qualquer momento t, os gestores revêem as suas crenças iniciais, de acordo

com os resultados experimentais, que são realizados em qualquer momento, com o

objectivo de testar a inovação. Este tratamento da informação não tem qualquer relação

com o fim dos modelos epidémicos: os testes são realizados por cada empresa e

mantidos em segredo, ou realizados e divulgados pelos fornecedores ou por organismos

independentes, de tal modo, que representam uma fonte externa de informação. Não são

admitidas fontes internas.

98

Page 99: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

No conjunto, os resultados desta abordagem têm sido bastante desanimadores, a

menos, que os testes sejam públicos e gratuitos (Jensen, 1979, 1982). Nada garante que

empresas mais optimistas ou melhor informadas irão adoptar primeiro, ou seja, que

escolham caminhos de difusão, que podem ser provenientes de escolhas racionais

individuais (McCardle, 1985; Jensen, 1988a, b). Estes resultados contrastam com os dos

modelos evolucionistas, (difusão como processo de selecção) ,que, pelo contrário

demonstram que os caminhos de difusão não exigem que as empresas tenham de agir

racionalmente.

A principal limitação do modelo Probit e do modelo de aprendizagem

Bayesiana é a sua identificação na estreiteza da sua definição de "inovação". Quem

adopta mais tarde uma inovação é considerado como “ uma peça única de uma

máquina”, e o seu impacto sobre os custos de produção e sobre a capacidade das

empresas deve ser pequeno. De facto, supõem-se que quem adopta supostamente não

quer aumentar a sua produção (restrição de capacidade), nem para ser capaz de aliviar

tal restrição num futuro próximo (o que deve significar que os lucros suplementares

provenientes de adopção são insuficientes para o efeito). David e Olsen (1984) e Ireland

e Stoneman (1986) consideram a suposição de que, quando um determinado preço de

saída é relaxado, o comportamento estratégico das empresas necessita de ser

arbitrariamente regulado por uma hipótese ad hoc, caso contrário as empresas, que estão

classificadas em baixos níveis de variáveis criticas (pequenas empresas, "empresas

pessimistas"), poderiam ser induzidas a antecipar as suas datas de adopção. Os

benefícios da adopção têm de facto, diminuído: quem adopta mais cedo produz alguns

efeitos externos negativos, que consistem numa descida do preço de produção, que de

qualquer forma é melhor para quem adopta primeiro.

6.7 Modelos teóricos de jogos: diminuições e aumentos da adopção

Com efeito, o estudo da relação entre a difusão e o comportamento estratégico

foi desenvolvido, como um campo separado, cujas datas de origens remontam à

Reinganun´s (1981a, b) em aplicações seminais da teoria dos jogos. Uma característica

marcante dos modelos de adopção de teoria dos jogos consiste na existência de

comportamento estratégico, que parece tornar a heterogeneidade entre empresas não

necessária à existência de caminhos de difusão: sob certas condições, empresas

idênticas podem revelar a adopção, em diferentes datas.

99

Page 100: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Apesar das alegações de alguns estudantes, importa salientar, que este montante

contribui apenas para a afirmação de que a adopção é sequencial no modelo teórico de

teoria dos jogos, que pretende ou tenta reconstruir caminhos macro-economicos de

difusão, tais como aqueles representados por curvas sigmóides, a adopção sequencial é

uma condição prévia para a difusão existir, mas não revela a história inteira. A chave do

desenvolvimento dos modelos de teoria dos jogos consiste, em substituir a tradicional

diminuição dos lucros sem a adopção, com o aumento destes. Isto coincide com a

substituição da estreita definição de inovação, como uma peça única de uma

maquinaria, com a mais ampla descrição de uma nova tecnologia como um conjunto de

peças interligadas de hardware, pacotes de software e capacidades humanas.

Problemas de compatibilidade e padronização emergem, quanto maior for a

adopção de uma nova tecnologia, maior é a adopção de benefícios esperados, assim que

o risco de ter adoptado uma tecnologia não compatível diminuir. A adopção de

externalidades tende a ser positiva e é usualmente, chamada como uma rede de

externalidades. Farrell e Saloner (1986) descrevem o caso tradicional de uma nova

tecnologia, que desloca uma antiga, mas é claro, que esta grelha de análise se aplica

melhor ao caso de duas ou mais novas tecnologias em competição. Nos primeiros

estádios de difusão de uma nova tecnologia, existem muitos desenhos competitivos e

muitas concepções, mas uma é dominante e emerge, esta substitui a antiga tecnologia e

desloca as suas alternativas contemporâneas. Modelos nesta linha de trabalho são os de

Dybig e Spatt (1983), Farrell e Saloner (1985, 1988, 1992), Katz e Shapiro (1985, 1986)

enquanto um detalhado caso de estudo é oferecido por Postrel (1990). Este fluxo de

literatura aborda as mesmas questões e chega às mesmas conclusões dos chamados de

modelos de difusão de dependência.

6.8 Analise Empírica

100

Page 101: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Os modelos de equilíbrio investigam a adopção e derivam a difusão através de

datas individuais de adopção. Um bom teste para esta proposição deve ser exercido

através do exame das suas decisões individuais, das empresas em vez de considerar

curvas agregadas de difusão. Um método muito ingénuo de o fazer é realizar a análise

Probit ou Logit, no que se refere a um determinado ponto no tempo e que simplesmente

examina, quais as empresas na amostra que realizaram ou não a adopção. Muitos

estudos têm utilizado esta técnica, sendo alguns exemplos significativos e apresentados

por Oster (1982), Gibbs e Edwards (1985), Kelley e Brooks: (1991), e Dinar Marom

(1991), Franck e Gaussens (1992) e O´ Farrell e Oakey (1992). Foi confirmado, que o

tamanho da empresa é um dos principais factores determinantes da adopção, juntamente

com o estatuto corporativo da empresa e com as condições locais do mercado.

Uma das grandes desvantagens das técnicas Probit e Logit é que elas tratam a

adopção completamente separada da difusão, uma vez que nem o tempo, nem as

variáveis de tempo entram na análise. Muito recentemente alguns contributos têm

aparecido (Hannan e McDowell, 1984a, 1987; Waldman, 1985; Levin et al., 1987; Rose

e Joskow, 1990) Stoneman e Karshenas, 1990, 1991), fazendo o uso de uma técnica

mais adequada, a chamada análise de duração. Esta técnica teve origem em estudos de

duração de desemprego. Os resultados disponíveis para estudos de adopção ainda estão

a ser considerados muito provisoriamente. Grosso modo, as observações referem-se a

empresas individuais no tempo (dados de painel), a variável dependente é dada pelo

tempo, que a empresa gastou à espera antes de a adoptar. Por isso, é possível considerar,

que as características da empresa mudem no tempo, juntamente com o preço final do

produto, o preço da inovação e as características ambientais, que podem variar de

empresa para empresa e que são dependentes do tempo. O nível de difusão em cada

ponto no tempo e a própria variável tempo entra na regressão, mas não existe uma

relação exacta entre eles. De facto, de acordo com os modelos de equilíbrio, que temos

revisto, os níveis de difusão em cada ponto do tempo determinam o preço da inovação e

da produção final, de forma, que eles possam representar, a existência de aprendizagem

por parte da oferta exercendo a influência do comportamento estratégico. Quanto ao

tempo, Lancaster (1979) demonstrou que isto representa a heterogeneidade não

observada (relatada como, por exemplo atitude de gestão), enquanto Stoneman e

Karshenas tentaram demonstrar, que isto também representa a difusão de informações a

partir de fontes internas e externas (epidemia).

101

Page 102: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

No entanto, nunca estes estudos confirmam heterogeneidade como uma das

explicações das principais diferenças nas datas de adopção. Levin et al (1987)

adicionam a interessante observação de que a heterogeneidade da empresa parece ser

mais relevante na fase inicial de difusão, enquanto nos níveis mais tardios de difusão,

qualquer significado que esta tenha, tornam-se o principal factor determinante dos

atrasos da adopção ou seja, estes modelos mostram os factores determinantes para a

adopção mudar ao longo do tempo. Isto parece estar de acordo com sugestões

provenientes do caminho da teoria da dependência.

6.9 Desequilíbrio e aproximações evolutivas.

Nesta tema, as contribuições teóricas estão organizadas em três grupos. O

primeiro está preocupado com a difusão em termos tradicionais, mas sob um ponto de

vista de desequilíbrio. O segundo grupo foca o papel desempenhado pela difusão da

inovação na formação da concorrência entre empresas e acomoda uma perspectiva

multi-tecnológica. A terceira abordagem prende-se com as questões de padronização,

interdependência técnica e dependência de caminho.

6.10 Difusão como um processo de desequilíbrio

Os modelos de Metcalfe's (1981), e Cameron's e Metcalfe (1987) podem ser

proveitosamente retratados como intermediários, entre os modelos clássicos e o ponto

de vista de desequilíbrio. A inovação é ainda vista consubstanciada como um bem de

102

Page 103: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

capital ou um novo material, e a curva sigmóide ainda é o elemento chave da análise;

como em muitos modelos Probit, a ênfase é sobre a interacção simultânea do lado da

procura e da oferta de forças no processo de difusão. Nunca se dá ênfase a, elementos de

desequilíbrio.

O desequilíbrio decorre do pressuposto de um processo dinâmico da teoria

“schumpeteriana” em, que os fornecedores de inovação têm lucros suplementares,

oferecendo um produto melhor, que os seus rivais. Esses lucros são reinvestidos em

adição de capacidades, o que resulta no fornecimento de inovação em quantidades

crescentes e com um preço decrescente. Juntamente com esta tendência existe uma

outra, que faz com que os fornecedores façam aumentar os custos de produção ao longo

do tempo devido à crescente concorrência dos “imputs” necessários. Os lucros dos

fornecedores, são, espremidos em ambos os lados: entrada e a saída e por fim reduzidos

a zero. O processo de difusão pode ser descrito como um processo de erosão gradual

dos fornecedores, erosão temporária dos lucros ou seja, como um processo que tem

lugar fora de equilíbrio, mas de facto a necessidade traz o sistema de volta para uma

nova posição de equilíbrio.

6.11 Difusão como um processo de selecção

Este é um campo de investigação, que pode ser considerado evolutivo. As suas

raízes foram traçadas por Nelson (1968) e posteriormente desenvolvidas por Nelson e

Winter (1982). A observação fundamental é que nos modelos de equilíbrio, os

adoptantes tardios aparentemente resistem à concorrência com os primeiros adoptantes:

não obstante o facto de acreditarem por enquanto numa tecnologia inferior, não vão à

falência e têm tempo para mais tarde ou mais cedo, adoptar a inovação. Isto acontece,

porque o preço da sua produção não é afectado pela difusão da inovação ou dizendo o

mesmo de outra maneira, porque quem adopta primeiro é relativamente lento em

transformar os seus lucros suplementares em capacidade adicional e assim a imitação

pode ocorrer. Ou seja, a selecção é demasiado lenta para evitar a imitação.

Nos modelos evolucionistas este é diferente. Mais uma vez, estes resultam de

uma definição de tecnologia diferente, que não é restrita apenas aos artefactos humanos

103

Page 104: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

(máquinas, materiais), mas engloba elementos organizacionais e culturais. A própria

adopção da 'simples' inovação (peças únicas de maquinaria, novos materiais), não é um

acto isolado, mas sim parte de um grande processo de mudança. Na verdade, a adopção

de uma tecnologia não pode ser vista como um evento inteiramente discreto resumido

pela compra de um único item, mas deve ser retratada como um processo mais amplo,

em que a empresa muda a sua organização e a sua cultura ( Henderson, 1993). Quase se

pode dizer, que cada empresa representa uma tecnologia diferente, diferentes grupos de

empresas partilham diferentes concepções da mesma tecnologia e ficam ligadas a elas

por um determinado período.

Muitos modelos (Nelson e Winter, 1982; Gibbons e Metcalfe, 1989)

simplificam a análise, assumindo, que não existe nenhuma imitação, e então a difusão é

derivada exclusivamente da selecção. As empresas com as melhores tecnologias

reinvestem os seus lucros suplementares e aumentam as suas quotas de mercado. As

empresas com tecnologias inferiores realizam perdas e contraem (desinvestimento) ou

abandonam o negócio. Uma tecnologia difunde-se com o aumento da quota de mercado

de quem a adopta.

Estes modelos podem reproduzir os padrões observados dos caminhos de

difusão, e explicar as entrelinhas das mudanças dinâmicas da estrutura de mercado das

indústrias. Em particular, implica, que existe uma tendência para a utilização relativa de

tecnologias para crescer mais e mais concentradamente. Na verdade, apenas o fluxo

contínuo de inovações, que observamos existir em países industrializados é capaz de

restabelecer a necessária variedade tecnológica, que permite, que apareçam novos

operadores, que fazem reviver o declínio das suas fortunas acrescentando uma nova

tecnologia às já existentes. Resultados similares são obtidos por modelos, que

combinam a selecção e imitação lenta, tal como em Gibbons e Metcalfe (1986) e Soete

e Turner (1984). Nestes modelos as tecnologias podem ser continuamente melhoradas

pelos seus utilizadores. Estas melhorias têm lugar a ritmos diferentes, as vantagens

existentes de uma tecnologia existente sobre as outras são um facto e estas são

constantemente ameaçadas. Com efeito, as tecnologias devem ser classificadas de

acordo com o seu desenvolvimento potencial bem como às suas vantagens estáticas.

Além disso, as empresas podem diferir nas suas capacidades imitadoras ou nas

capacidades inovadoras, o que complica ainda mais o modelo.

Modelar situações em que coexiste a variedade tecnológica com diferentes

capacidades imitadoras/inovadoras e diferentes propensões para investir é claramente

104

Page 105: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

difícil. Tal como Nelson e Winter (1982) e Silverberg (1988) apontam, é muitas vezes

impossível descobrir soluções analíticas e a simulação no computador, continua a ser a

única forma de retratar os processos de difusão. Os primeiros modelos de simulação

foram construídos por Nelson e Winter (1982) e ainda estão entre os mais complexos.

Outros são citados por Silverberg (1988) e (1991). Segundo Silverberg, Dosi e Orsenigo

(1988) é suposto existir no início do processo um conjunto de empresas, sendo cada

empresa caracterizada por diferentes capacidades imitação/inovação. A inovação ao ser

difundida gera derrames públicos e ganhos privados de produtividade para quem a

adopta. Os ganhos privados e públicos de produtividade sofrem mudanças ao longo do

tempo e a certa altura surge a descida dos preços da inovação. Ao alterar os parâmetros

do modelo, diferentes resultados podem ser alcançados, mas em qualquer caso, os

sigmóides de difusão e caminhos de imitação são alcançados. Considera-se que quem

adopta primeiro nem sempre é melhor, que os imitadores mais rápidos. Este último pode

desfrutar de uma melhor combinação de descida de preços e de ganhos de

produtividade.

6.12 Difusão como um processo de caminho-dependente

Os chamados modelos de caminhos de dependência linear jogam com

competição em multi-tecnologia e partilham algumas das conclusões dos modelos teoria

de jogos de externalidades de rede, como discutido anteriormente, na medida em, que

estes assumem adopção sequencial ao invés de a explicar, e explorar as suas

consequências.

A maioria dos modelos são baseados em aplicações sofisticadas de teoria de

probabilidade, sendo um dos mais populares o de Arthur, Ermoliev e Kaniovski's (1987)

Generalized Polya Ura Scheme ( Arthur, 1989a).Os esquemas de Polya Urn são

aplicáveis a populações infinitas, uma característica que os torna aptos para o estudo de

tecnologias amplamente definidas (Cowan, 1987, 1990, 1991, em reactores nucleares;

27 David e Bunn, 1987, em sistemas de fornecimento de electricidade) ou competitivos

em relação a normas muito utilizadas em tecnologias (David, 1985, sobre a máquina de

105

Page 106: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

escrever teclados; Puffert, 1988 em bitolas ferroviárias; Blankart e Knieps, 1991, nas

telecomunicações).

Aumentar lucros é frequentemente visto como emergir durante um período

prolongado de que resultam, não apenas as externalidades de rede a curto prazo, mas

também de fenómenos extensivos e cumulativos; e progresso técnico localizado, tal

como descrito por Atkinson e Stiglitz (1969), Stiglitz (1987) e David (1975a). Os

agentes heterogéneos resultam da adopção de uma tecnologia específica com benefícios

"incondicionais" e "condicionais" sendo o primeiro, independente do número de outros

adoptantes e o segundo uma função crescente do mesmo.

A incerteza decorre do pressuposto da sequencialidade da adopção. Em cada

instante t assume-se, que apenas um agente adopta, como se os agentes fossem

aleatoriamente extraídos de uma urna. A incerteza contempla o tipo de agentes, que vão

ser extraídos, providenciando que as tecnologias, A, B, C, ... competem , com a

repetida extracção de A agentes orientados no início do processo com causa de

benefícios condicionais de adoptar A a aumentar assim mais e mais quem adopta mais

tarde irá escolher A, independentemente de como sejam os benefícios incondicionais.

Na verdade, apenas uma tecnologia, mais cedo ou mais tarde acaba por dominar

o mercado (tecnológica lock-in). A tecnologia extraída depende das preferências dos

primeiros agentes, baseada na história da adopção de decisões aleatórias. Essas

preferências podem representar, acidentes históricos menores, que não seriam capazes

de exercer qualquer influência sobre o rumo do processo técnico, que se ocorrer hoje ou

amanhã, mas são muito importantes nas fases iniciais do processo de difusão (path-

dependency). Nada garante que as melhores tecnologias (com as maiores

potencialidades de desenvolvimento de longo prazo) sejam difundidas: as preferências a

curto prazo dos agentes com influência (primeiros adoptantes) por tecnologias inferiores

podem causar que melhores alternativas e sejam prematuramente abandonadas.

6.13 Os dados empíricos sobre a lentidão da imitação

106

Page 107: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Uma questão central da selecção é a abordagem da relativa rapidez de imitação

e da selecção, com evidência sobre a persistência de rotinas e cultura organizacional da

empresa.

6.14 A análise espacial de Difusão

Num nível mais sofisticados de análise, pode-se estudar o processo de

transmissão de tecnologias: aqui estamos no verdadeiro reino de geografia, onde

conceitos relacionados com a distância são importantes. Este tema certamente influencia

o problema de comparar a difusão da mesma inovação em diferentes áreas. Joga

principalmente com uma série de inovações e o estudante é convidado a explicar,

porque é que alguns agentes identificados pela sua localização no espaço adoptam a

inovação mais tarde do que outros. Têm sido realizados estudos, que geralmente através

da comparação de regiões dentro de um mesmo país, em vez de nações.

Hagerstrand's (1953) e Pred's (1966) consideraram os estudos seminais em três

fases de um processo de difusão espacial:

1 A inovação é introduzida em alguns grandes centros urbanos;

2 A inovação tem uma boa propagação na vizinhança dos grandes centros e transmite-se

a centros menores;

3 Quando a inovação se distribuí na vizinhança de centros menores, o processo de

difusão está completo.

107

Page 108: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Este processo com estas três etapas identifica um caminho espacial e ordenado

de difusão. Existe uma forte semelhança com os modelos epidémicos, desde que seja

assumido, que a adopção tem lugar apenas, quando o potencial adoptante tenha

acumulado uma quantidade de informações sobre a inovação; estas informações podem

ser provenientes de uma fonte interna ou derivadas de outros utilizadores a menos, que

seja proveniente de outros fornecedores ou dos meios de comunicação. Daqui resulta

que os três estádios de difusão estão regulados por dois fluxos internos de informação:

um, que segue o caminho hierárquico dos principais centros para os secundários e outro

que tem lugar na vizinhança de cada centro de adopção. Os dois canais são identificados

pelo tráfego de uma série de meios de comunicação, tais como estradas e telefones. É de

salientar, que as três fases podem ser representadas não só por um mapa geográfico, mas

também por uma curva epidémica.

Infelizmente, tanto a existência de alguma ordem espacial bem como a

relevância empírica de informações a serem consideradas como uma força motriz tem

sido seriamente questionada pelas mais recentes evidências empíricas. Como Feller

(1975) e Brown (1981) lembram, o interesse dos geógrafos na difusão diz respeito a

uma vasta gama de" inovações ": não apenas novos produtos e processos, mas também

bens colectivos e, no âmbito de geografia cultural, novas ideologias e hábitos sociais.

Brown (1981) menciona o fabrico de inovações (em especial processo inovações), como

menos do que outros itens que seguem os caminhos hierárquicos ou caminhos de

vizinhança previstos pelo trabalho de Hagerstrand Pred's. Parece, que quando as

inovações têm de ser adoptadas pelas empresas, a disciplina geográfica precisa de pedir

emprestados conceitos e métodos de medição da economia (Vereador e Davies, 1990;

Eriksson,1991;Malecki,1983).

Brown (1981) é bastante representativo deste processo de empréstimo. O autor

salienta a ênfase dos geógrafos nas redes de comunicação como o elemento-chave da

teoria difusão necessita de ser corrigido com a consideração da regra de

heterogeneidade da empresa (que ele chama de “perspectiva de adopção ") e a estratégia

dos fornecedores em providenciar as complementaridades necessárias de infra-

estruturas (mercado e perspectivas infra-estrutural). Para além dos estudos os casos

mencionados por Brown (1981) e alguns dados sobre a evidência de abordagem de

Brown's podem também ser encontrado em Mattingly (1987), Meir (1981) e Sthyr

Petersen (1990).

108

Page 109: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

6.15 Efeitos da selecção e a teoria da localização

Ambas as abordagens descritas anteriormente podem ser estendidas para

abranger os efeitos de difusão da inovação. Nas inovações, que afectam a

competitividade das empresas pode acontecer, que diferentes velocidades difusão

resultem em efeitos selectivos. Para tais efeitos existirem, as regiões ou nações terão de

ser consideradas e vinculadas, pelo menos, ao último mercado, em que os adoptantes da

inovação existiram, isto é, os adoptantes de cada área supostamente vendem os seus

produtos para o mercado internacional ou mesmo nacional. Desde que a adopção afecte

a competitividade, os retardatários podem ser expulsos do mercado. Se os retardatários

não forem distribuídos aleatoriamente no espaço, mas agrupados em áreas específicas,

estas áreas serão relegadas para uma posição marginal dentro da indústria ou da

economia a ser estudada. Ao considerar os efeitos de pós-adopção sobre a teoria da

difusão nota-se a sobreposição da teoria da localização (Feller, 1975), e da teoria

internacional de comércio. Esta sobreposição recorda a possível influência das

externalidades de Marshallian na modelação da distribuição geográfica da manufactura.

Na verdade, Marshall (1932) considera a difusão da inovação dentro dos distritos

industriais como uma das mais importantes externalidades, que contribuem para a

existência de economias de aglomeração. Mesmo se difícil de avaliar tanto nos

inquéritos empíricos e modelos formais, esta externalidade nunca deixa de fascinar os

economistas e geógrafos económicos.

Recentemente, a avaliação da vitalidade dos distritos industriais italianos

(Becattini, 1989; Brusco, 1986), juntamente com o reconhecimento do papel

desempenhado pela aglomeração de pequenas empresas no nascimento da indústria

electrónica (Scott e Kwok, 1989), tem fomentado uma nova onda de interesse neste

campo. Esta nova vaga de estudos geográficos enfatiza a possibilidade de aglomerações

de pequenas empresas altamente integradas para competir com grandes empresas, em

maturação ou com altas tecnologias. Argumenta-se, que essas aglomerações podem ter

algumas vantagens na rápida difusão da informação no, que respeita a inovações. Em

primeiro lugar estas vantagens devem resultar de sua elevada dependência em relação à

subcontratação. Quando as produções intermédias passam pelo mercado (e não através

de hierarquias intra-empresas, hierarquias burocráticas, como nas grandes empresas)

uma boa parte da informação passa com elas, juntamente com muitas inovações

incrementais, que as empresas individuais são empurradas a encomendar, com o fim de

109

Page 110: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

aumentar a sua reputação. Em segundo lugar, a vida social de uma comunidade

localizada ajuda à divulgação desta informação através de multiplicar o processo de

troca de informações de oportunidades.

6.16 Conclusão

A difusão como teoria tem gradualmente abandonado a perspectiva da inovação

única centrada no comportamento de adopção. Um caminho muito mais rico, que está

emergente distingue as tecnologias em termos de conhecimentos e competências, bem

como artefactos discretos. Este desenvolvimento de tecnologias interactua em

complementaridade, com modos competitivos e o duplo papel das forças de oferta e

procura que está no centro das abordagens modernas baseadas em equilíbrio ou

perspectivas evolutivas. De muitas maneiras, a difusão é um exemplo canónico para

confrontar Nelson e Winter.(1982) da mudança económica. O que é claro é que as

diferentes perspectivas contribuem grandemente para engrandecer a nossa compreensão.

110

Page 111: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Capitulo VII Teste conceito

111

Page 112: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

7.1 Teste conceito

112

Page 113: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Durante a fase de desenvolvimento de um novo produto é conveniente testar, o

seu conceito, no alvo de mercado para o qual é concebido e em alvos sucedâneos. Esta

fase realiza-se antes do desenvolvimento total do produto ou seja antes de este ir para o

mercado. Se por exemplo o impacto do desenho no produto é muito importante para o

cliente e bastante visível, então será necessário testar esta característica, antes de o

produto ser colocado no mercado. Existem outras características igualmente importantes

tal como a fiabilidade, a qualidade, o preço, a aptidão do produto ao seu uso etc. Então

através de questionários, desenhos e protótipos será necessário elaborar testes, que

transmitam o feedback do cliente. Com este teste o fundamental, é adaptar as

necessidades do mercado às concepções tecnológicas e ao conceito do produto.

Este teste é constituído por técnicas qualitativas, principalmente discussões de

grupo, que são utilizadas para obter reacções dos clientes alvo, para uma nova ideia de

produto. Os temas de perguntas nos questionários costumam abranger: a compreensão, a

credibilidade do produto; ideias sobre o que seria semelhante; ideias sobre como ele

seria utilizado e ideias acerca de quando e por quem pode ser utilizado.

Estas técnicas supracitadas ajudam a revelar, as características mais promissoras do

novo produto, bem como os grupos a inquirir, a quem se pode recorrer.

Poder-se-á argumentar que a avaliação da intenção de compra é a principal

finalidade dos testes de conceito, de modo a que os produtos e serviços com potenciais

pobres possam ser removidos ou nunca lançados.

7.2 Existem sete passos fundamentais para testar o conceito de um produto:

1- Definir as proposições do teste conceito

Como primeiro passo, recomenda-se, que a equipa, que elabora o produto

explicitamente articule e escreva as questões, a que pretende responder com este teste.

O teste de um conceito é essencialmente uma actividade experimental, e como qualquer

113

Page 114: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

experimento conhece a proposta do que se pretende experimentar, que é essencial à

elaboração de um método experimental efectivo.

As proposições fundamentais, envolvidas num teste conceito de um produto são

tipicamente as seguintes:

Qual a quantidade de conceitos alternativos, que devem ser implementados?

Como pode o conceito ser melhorado, para melhor satisfazer as necessidades do cliente?

Aproximadamente, quantas unidades se estimam vender?

Deve o desenvolvimento continuar?

2 Escolher a população alvo para o questionário.

É suposto no teste conceito, que a população de potenciais clientes se reflicta no

questionário do alvo de mercado para o produto. Se o questionário é mais ou menos

entusiasmante sobre o produto na população, então existirá, eventualmente uma

audiência alvo para o produto, então as inferências baseadas no teste de conceito serão

tendenciosas. Como resultado do que atrás foi dito, a equipa no teste de conceito deve

escolher uma população para o questionário, que reflicta o mercado alvo das mais

variadas formas possíveis. Nos questionários, as primeiras questões de ecrã, são

geralmente utilizadas para verificar, se quem responde está no mercado alvo do produto.

Muitas vezes, a um produto estão endereçados vários requerimentos. Nestes

casos, um teste de conceito preciso requer que a potenciais clientes de cada segmento

alvo possa ser feito um questionário. Fazer questionários a todos os segmentos possíveis

pode ser proibitivo e caro em tempo e dinheiro, em tais casos a equipe escolhe os

potenciais clientes nos maiores segmentos. Contudo, quando apenas se escolhe uma

amostra num segmento, as inferências acerca da resposta sobre o mercado inteiro

costumam ser facciosas.

114

Page 115: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

3Escolher a forma de executar o desenho do questionário em função do método

utilizado na entrevista, que pode ser: entrevista pessoal, por telefone, por correio, email

e internet.

4 Comunicar o conceito

A escolha da forma do questionário está ligada ao modo como o conceito será

comunicado. Os conceitos podem ser comunicados através dos seguintes modos:

--Descrição verbal: Uma descrição verbal é geralmente um pequeno parágrafo

ou um conjunto de pontos-chave que sumarizam o conceito de produto.

--Desenho: São utilizados desenhos usualmente com linhas e o produto em

perspectiva com anotações das características chave.

--História de imagens: Consiste numa serie de imagens, que comunicam uma

sequência temporal de acções, que envolvem o produto. (benefícios potenciais)

--Vídeo

--Simulação: “softwares”, que mostram o produto de uma forma animada ou

estática.

--Multimédia interactiva. Combina a riqueza visual do vídeo com a simulação.

--Aparência física dos produtos: modelos

A forma ideal do questionário está relacionada com o modo de comunicar. Neste

modo é fundamentar e fazer passar de uma forma exacta os benefícios do produto.

115

Page 116: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

5 Medir a resposta dos clientes

A maioria dos questionários dos testes de conceito, primeiro comunicam o

conceito do produto e depois avaliam a resposta dos clientes. Quando um teste conceito

é melhorado, na fase de desenvolvimento de conceito, a resposta do cliente é avaliada

usualmente, através de perguntar sobre como escolher entre dois ou mais conceitos

alternativos.

Questões adicionais focam-se na forma de os clientes reagirem ao modo, como

os conceitos de produto podem ser melhorados.

Os testes de conceito também pretendem avaliar a intenção de compra dos

clientes. A escala de intenção de compra mais comummente utilizada tem respostas em

cinco categorias: definitivamente compraria, provavelmente compraria, poderia ou não

comprar, provavelmente não compraria e definitivamente não compraria.

6 Interpretar os resultados

Se a equipa está simplesmente interessada em comparar dois ou mais conceitos,

a interpretação dos resultados é simples. Se um dos conceitos domina os outros e a

equipe está confiante, que quem responde compreende as diferenças chave entre os

conceitos, então pode simplesmente escolher um conceito baseado no custo ou em

outras considerações ou pode decidir oferecer versões múltiplas do produto. Os custos

de fabrico devem ser contemplados no conceito.

116

Page 117: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Em muitos casos, a equipa está interessada em estimar a procura para o produto

no período de lançamento, que usualmente costuma ser um ano. Existe um modelo para

estimar as potenciais vendas de produtos duráveis. Consideramos produtos duráveis,

que existiram nos últimos anos e que existem e têm uma taxa de repetição de compra

insignificante. Estes produtos, estão em contraste com o conjunto de produtos de

consumo geral, tais como lâminas de barbear ou comida congelada, cujos modelos de

previsão de vendas fazem julgamentos subsequentes sobre a taxa de repetição de

encomenda. Antes de expor o modelo, devemos notar, que a previsão de venda de novos

produtos está sujeita a um compromisso de incerteza e exibe erros notáveis. As

previsões de venda nunca tendem a ser correlacionadas com a procura actual, mas

providenciam informações úteis, para a equipe de desenvolvimento.

Nós estimamos Q a quantidade esperada de vendas do produto durante um

período de tempo.

Q=N*A*P

N é o número de potenciais clientes, que se espera da facção, que encomenda durante

um período de tempo.

A é a fracção de clientes potenciais para quem o produto possa estar disponível.

P é a probabilidade, com que o produto é encomendado

P=Cdifin*Fifin+Cprob*Fprob

Fdifin- é a fracção de pessoas, que responderam ao questionário, afirmativamente

Fprob -é a fracção de pessoas, que responderam ao questionário provavelmente

Cdel e C são constantes de calibração estabelecidas com produtos semelhantes

Não havendo Cd=0.4 e Cp=0.2

Para produtos associados a uma categoria inteiramente nova

N é o número de clientes no alvo de mercado para o novo produto.

P é a probabilidade de encomenda no alvo de mercado durante um período de tempo,

muitas vezes superior a um ano.

7 Reflexo dos resultados no processo.

117

Page 118: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

O principal benefício do teste de conceito, é obter o feedback real dos clientes e de

potenciais compradores.

7.3 Testar novos produtos

Os novos produtos costumam surgir numa actividade comercial, que envolve

determinadas tarefas:

Uma dada organização investiu tempo e dinheiro em desenvolver novos

produtos a partir de uma ideia para um produto actual e com uma estratégia de

marketing. Foi dedicado um ano ou mais a este esforço de desenho, as previsões

preliminares das vendas potenciais, parecem boas e existe uma forte pressão

118

Identificação de uma oportunidade

Desenho

Testar

Publicidade e teste de produtos

Pré-teste de mercado e pré-lançamento e previsão

Introdução

Gestão do ciclo de vida

Page 119: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

organizacional para o lançamento do produto. Esta pressão deve ser contida. A fase de

desenho foi baseada em modelos, que são razoáveis. As representações precisas da

resposta de mercado são razoáveis, mas não são a realidade. Então, uma boa estratégia

de uma boa política de gestão é a estratégia de testar o produto no mercado e tentar

saber se as consequências de falhar são pequenas. Uma vez no mercado, deve tentar-se

prevenir que outras organizações utilizem outras estratégias melhores. Isto significa, que

quando se vai parar ao mercado (nacional ou global) deve-se ir com o melhor

posicionamento possível. Para fazer isto é necessário redefinir o produto através de um

teste.

Podemos pensar num novo produto em termos dos seus benefícios esperados e

do seu risco. Todos os novos produtos têm algum risco. Podemos pensar na “ fronteira

de decisão” como um benefício mínimo esperado, para um dado nível de risco ou

inversamente, como um mínimo risco admissível para um dado benefício esperado. Esta

fronteira de decisão é mostrada na figura seguinte.FALTA

Estes pontos representam um produto alternativo e combinações de marketing.

Neste caso todos os produtos estão debaixo da fronteira de decisão. Supunhamos que

seleccionamos produtos favoritos com a atenção. A estratégia de testar é experimentar.

Então é necessário melhorar o produto de tal forma, que este passe a fronteira de

decisão. Por exemplo um teste de publicidade pode eliminar alguma incerteza e

identificar uma cópia melhor movendo assim o produto ao longo da linha. O próximo

passo é um pré-teste de mercado a que se segue um teste de mercado. O objectivo da

estratégia é atravessar a fronteira de decisão a um custo mínimo esperado.

O risco pode ser reduzido através de um teste sequencial em que são testados,

primeiro, os componentes do produto e, depois, integrando o desenho completo do

produto a que podemos chamar preposição inteira do benefício. Este conceito chave

consiste em atrasar as grandes despesas de testar (e o risco correspondente) até que os

componentes de risco sejam minimizados. Existe um gasto relativamente pequeno para

119

Page 120: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

um pré-teste laboratorial ou uma proposição completa no teste, que pode reduzir

dramaticamente as hipóteses de falha no lançamento. Similarmente os testes de produto

podem detectar fluxos, que podem causar a falha no mercado. Testar um produto pode

causar atrasos e dar aos competidores uma vantagem temporal; então, deve haver todo o

cuidado, para prevenir atrasos desnecessários. Em alguns casos, antecipar pode ser um

salto, melhor do que um estádio de teste, mas apenas, se a pressão, para obter o

mercado, justifica rapidamente o risco de o fazer.

A incerteza está sempre presente. As previsões tornam-se menos incertas e os

testes aproximam-se mais da realidade, mas os custos aumentam sempre à medida que

nos aproximamos cada vez mais da realidade. A estratégia de teste balanceia a incerteza

e o custo através de uma utilização cuidadosa de uma estratégia sequencial. Depois dos

componentes serem testados, o produto integrado é testado, mas este não é já um teste

de mercado completo. Mais tarde simulações de laboratório, painéis de consumo de

consumidores específicos, e modelos estatísticos são usados para avaliar a proposição

inteira (produto, serviço e elementos de marketing). Este pré-teste de teste de mercado

elimina muitas características a baixo custo sem revelar o produto aos competidores.

Mas eles, ainda não são a realidade. Para muitos produtos, o estádio final de teste é um

teste de mercado ou faseada “roll-out”. (Para produtos duráveis de elevados custos, um

auto-teste de mercado não é possível. Para muitos serviços, os programas piloto são

substituídos por testes de mercado). Se os passos preliminares forem utilizados, o

produto integrado deve ter uma elevada probabilidade de sucesso no teste de mercado

ou “roll-out”. Os testes de mercado continuam a ser importantes, quando são possíveis,

porque mesmo com um bom pré-teste surgem resultados não esperados e poderão

ocorrer sérias perdas, em muitos casos, quando o investimento é grande.

Maximização do benefício esperado

Outro objectivo de testar é identificar o produto e as variáveis de marketing, que

maximizam o lucro da empresa para um determinado nível de risco. Um caminho para

encontrar isto é testar todas as combinações, de produto mas tentar testar todas as

combinações é por vezes impossível e insuficiente. A estratégia de teste deve maximizar

o lucro exercendo um esforço para descobrir caminhos para melhorar o benefício

esperado do produto para a organização. Na maioria dos testes de produto os resultados

são mais baixos, que os níveis desejados. O procedimento de teste deve produzir um

diagnóstico adicional para melhorar o produto. Em muitos, casos é necessário um

120

Page 121: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

espírito empreendedor para solucionar problemas e converter o produto numa base de

sucesso com diagnósticos.

Os testes de publicidade e testes de produto providenciam informação no

processo de resposta do consumidor, bem como indicações finais de compra. Na análise

do pré-teste de mercado, as previsões das vendas são o maior objectivo, mas as

avaliações da percepção podem ser coligidas para melhorar a publicidade final e o

produto para entregar ao CBP (concepção de construção de produtos) a estratégia de

posicionamento. Os testes de “marketing” produzem uma projecção precisa das vendas

nacionais, mas também produzem informações experimentais sobre o preço, a

publicidade e os níveis de promoção, que são críticos para melhorar o lucro. De facto,

este melhoramento do “marketing mix” é um benefício real do teste de marketing,

quando existem penalidades devidas à entrada posteriores, que não são grandes.

Este teste destina-se a reduzir o risco e maximizar o lucro, como se mostra na

figura seguinte:

Primeiro os componentes, tal como a publicidade e o produto físico são testados

e melhorados. Depois o produto integrado é testado num pré-teste de mercado. Deste

121

Teste componente

Anúncio de publicidade com cópia do produto físico

Pré teste de mercado Eliminar características melhorar os vencedores

Aumentar a amostra no pré teste de mercado

Programa piloto

Validar previsões desenvolver procedimentos de

Teste de mercado validar previsões identificar a melhor estratégia

Faseada roll-out

Validar previsões

Melhoramento incremental

Lançamento no mercado

Roll-out

Page 122: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

teste resulta a preposição do benefício inteiro e o modo como os clientes vêem isto com

a publicidade do produto final, preço, promoção, vendas, distribuição e execução do

serviço. As características eliminadas, são mandadas para trás para a fase de desenho e o

produto e o “marketing mix” são melhorados. A ideia chave do pré-teste de mercado é

que o seu baixo custo não se torne uma quantia exorbitante, nem um grande gasto em

tempo, mas permite uma precisão de diagnóstico suficiente, para ir ou não para futuros

testes ou lançamento. Quando possível e justificado, o produto é colocado para teste na

realidade através de um teste de mercado. Se o produto tem sucesso no teste de

mercado, é introduzido no mercado inteiro. Se não tem, é abandonado ou enviado para

trás para a fase de desenho. Aumentando o tempo para o mercado as pressões de ir para

o mercado podem fazer com que as empresas não realizem o teste de mercado. Nestes

casos o tamanho da amostra do pré-teste de mercado é aumentado; então, uma previsão

mais precisa está disponível e o lançamento é cuidadosamente monitorizado, para

corrigir erros rapidamente. Em alguns, casos ocorre uma “ roll-out” de alguns pequenos

mercados para o mercado total e ocorre apreender-se, onde os custos dos erros são mais

pequenos.

7.4 Testes de publicidade

A publicidade é um comportamento muito importante no desenho de novos

produtos. Boas cópias criam agradabilidade e comunicações para o CBP. Testes com

publicidade permitem a selecção dos melhores anúncios para as alternativas avaliáveis,

informam se o anúncio é suficiente para a introdução do novo produto e gera um

diagnóstico na informação para melhorar o anúncio.

Alguns gestores, que têm trabalhado estritamente com novos produtos têm uma

boa ligação com o consumidor. Cada organização tem os seus peritos em publicidade,

que ao testar certas técnicas, podem fazer erros, e então algumas empresas recorrem à

opinião de gestores. A questão não é quando testar, mas qual a técnica, que deve ser

122

Page 123: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

utilizada e quantos anúncios se devem testar. Nós começamos por examinar os critérios

das cópias de publicidade.

A publicidade é um efectivo, que conduz a vendas mais rentáveis, mas para

encontrar as vendas, a publicidade deve também encontrar uma série de objectivos

intermediários como mostra a figura que se segue.

Esta hierarquia de respostas é importante na avaliação da publicidade, porque

indica mais precisamente o que é efectivo acerca da publicidade e o que deve ser

melhorado. Com o objectivo de utilizar esta hierarquia há que estar apto para medir as

várias componentes de estádio. Sugere-se uma medida para cada um dos estádios da

figura acima apresentada. Algumas empresas utilizam medidas intermédias como a

evolução final da fase de publicidade. Isto é incorrecto. Estas medidas apenas

providenciam indicadores para a efectividade. Esta é difícil de avaliar sem conhecer o

efeito dos anúncios nas vendas. É aconselhável utilizar medidas, para cada componente

incluindo o comportamento de encomenda.

A exposição é o pré requisito, pois qualquer resposta é medida por indicadores

do consumidor numa audiência para um meio particular de comunicação.

Contudo, antes que qualquer resposta ocorra, um consumidor deve directamente

ter alguma atenção à exposição. A atenção é medida por indicadores de quando o

consumidor viu ou ouviu o anúncio e talvez note o seu conteúdo ou o leia. A

compreensão é próximo nível de resposta. É baseada na agradabilidade e na

compreensão. A agradabilidade é a medida por auxílio ou por recordação de falta de

auxílio do nome do produto ou a única proposição de venda. Pode ser medida

imediatamente um dia depois da exposição do anuncio ou mais tarde. A compreensão é

123

Exposição

Atenção

Compreensão

Aceitação

Encomenda

Page 124: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

medida pelas percepções do produto, que o anúncio invoca. Depois da compreensão

vem a aceitação, que reflecte a transição da compreensão em preferência. Esta é a

medida através da primeira escolha, com um intervalo de ordem e preferência, intenção

de compra ou encomenda na simulada situação de compra. O fim resulta em comprar o

que é medido nos testes de mercado ou na encomenda realista de ambientes de

encomenda. (Agradabilidade, credibilidade e significado).

Em adição para medir o efeito dentro da hierarquia, é útil tomar medidas que

determinam, porque é que esses efeitos ocorrem. Agradabilidade, credibilidade e

significado são três medidas encontradas para ser correlacionadas com a hierarquia de

resposta. A agradabilidade melhora a aceitação. Mas alguns investigadores acreditam,

que a publicidade, que é desagradável pode também produzir bons resultados. Por

exemplo uma recordação abrasiva” anel à volta do colar” pode produzir efeito.

Silk(1974) descobriu que um anúncio, não agradável e duro sobre vendas na rádio

produziu uma resposta melhor (marca, agradabilidade, recordação, preferência) que um

anuncio suave e agradável. Mas esta diferença desaparece com a repetição ao longo do

tempo.

Contudo, a efectividade de baixa agradabilidade deve ser calculada

cuidadosamente. A publicidade, que é desagradável pode obter mais atenção, mas para

novos produtos eles podem ter uma pontuação mais baixa na aceitação uma vez, que a

atenção é obtida.

Várias organizações podem utilizar diferentes ênfases nos critérios para avaliar

as cópias de publicidade, mas cada organização deve seleccionar o melhor método para

as suas necessidades e recursos. Estas aproximações diferem no que diz respeito a

métodos, medidas, perfeição, precisão e custo.

Uma aproximação largamente utilizada é um teste no ar. Um teste com um

anúncio na televisão local e, 24 horas depois, uma amostra aleatória da população alvo é

inquirida por telefone para determinar: quando o anúncio é visto, as recordações, as

queixas e se o nome da marca é associado ao anúncio. A vantagem do teste no ar é a

exposição é natural, que mede a compreensão coligida. Recordações, memória e o nome

da associação são características importantes e necessárias. Contudo, elas são medidas

incompletas da resposta de compra, porque não consideram aceitação. Uma

aproximação da medida de aceitação é o teste teatral, em que uma audiência

representativa é exposta a novos espectáculos televisivos, com publicidades comerciais,

que incluem o anúncio do novo produto. A resposta a um novo produto é dada pela

124

Page 125: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

percentagem de pessoas, que deve seleccionar o novo produto em vez de outros

produtos considerando-o vantajoso depois de verem os programas e os anúncios. O teste

teatral provoca medidas de interesse, de credibilidade e recordações. Em alguns

procedimentos, quem responde dá uma reviravolta, faz um levantamento, para reflectir

o seu interesse no anúncio, mas a aceitação de resultados é a melhor saída. Isto é

usualmente comparado com normas para produtos similares.

O único caminho de medida de encomenda é realizado através dos testes de

mercado. Alguns serviços encarregados de colocar o anúncio no ar, observam o

comportamento de uma encomenda através dos painéis de consumo e dados que

possuem.

Para seleccionar o método apropriado, uma organização deve pesar a

rentabilidade e validade de uma técnica contra o custo e cabimento desta para o novo

produto em consideração.

7.5 Testar apresentações pessoais de vendas

Enquanto testar os anúncios é comum nos produtos de grande consumo,

pequenas organizações testam apresentações de vendas pessoais. Nos produtos

industriais estas apresentações, são tão importantes, como anunciar nos meios de

comunicação os produtos de grande consumo. Apresentações alternativas podem ser

feitas para mostrar benefícios particulares, utilizando várias demonstrações e estas

podem ser baseadas em comparações directas. Estas aproximações são utilizadas para

avaliar as vendas em termos de sucesso.

7.6 Testes da qualidade do produto

125

Page 126: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Um produto bem desenhado preenche o núcleo da preposição do benefício. Mais

tarde, na fase de desenho utiliza-se o mapeamento de percepções para identificar o CBP

para posicionamento de conceito de produto e do protótipo. A análise de conjunto pode

ser sugerida para seleccionar as características, que os consumidores sentem e

substanciam o CBP. Os métodos da casa da qualidade são propostos para aspectos de

micro desenhos para encontrar as características requeridas. Assim, determina-se se a

performance do produto planeada para o nível de produção e esta formulação pode ser

melhorada. Testes do produto físico determinam a entrega do produto para o CBP e

geram informação de diagnóstico, para melhorar o produto ou reduzir custos.

A qualidade total é um foco maior no desenho e teste de produto e joga uma

regra crítica para assegurar a qualidade antes do lançamento do produto. As

especificações de qualidade determinam, que o estágio de desenho deve ser encontrado

ou excluído e os clientes devem reconfirmar, que o produto actual tem o nível de

qualidade desejado. Algumas especificações podem ser encontradas nos testes de

laboratório, enquanto outras têm a necessidade de utilizar o teste directo. Por exemplo, a

durabilidade da porta de um carro pode ser testada por uma máquina, que abre e fecha a

porta 35000 vezes enquanto a facilidade de abrir uma dimensão pode necessitar de teste

directo do utilizador para assegurar, que a porta é fácil de utilizar. A nível da casa da

qualidade e análise, são feitos julgamentos de engenharia acerca de ligações,

funcionamento, atributos e características e percepções mas no estádio de teste as

suposições de percepções críticas devem ser testadas.

Um automóvel pode ter um CBP baseado em conforto e eficiência adequado. Os

produtos físicos podem ser testados de várias formas.

O gestor de novo produto deve tentar encontrar um teste, que indica como este

terá performance sob as actuais condições de utilização. Testes inadequados conduzem

a erros custosos no teste de mercado ou na escala inteira para o lançamento.

126

Page 127: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

7.7 Testes de laboratório

Os testes de laboratório de facto respondem às performances de muitos produtos

e a algumas questões. A eficiência de um motor de automóvel é medida num teste

standard.

Existe uma desvantagem no teste de laboratório é que pode não ser

representativa da utilização do produto.

7.8 Avaliação por um perito

Uma forma de avaliar aspectos da percepção de um produto é através da

avaliação de um perito. Por exemplo, o conforto dos interiores de um automóvel pode

ser avaliado por engenheiros estilistas e executivos de marketing.

7.9 Testes com clientes

127

Page 128: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Para complementar testes de laboratório e avaliação de um perito voltamos ao

julgamento final do cliente. Os produtos são testados sob condições fechadas ao uso

actual. As percepções do cliente providenciam as conclusões chave para a avaliação da

performance do produto. Testar apenas as características físicas não é suficiente.

Comummente utilizam-se três procedimentos nos testes de clientes: avaliação individual

do produto, comparações cegas e variações experimentais. Em cada procedimento é

importante, que as atitudes do cliente e sua experiência sejam compreendidas no

processo de avaliação.

7.10 Avaliação individual do produto

A aproximação mais simples consiste no teste de clientes, nos quais se pergunta

aos clientes para avaliar o novo produto e para verificar se ele é bom. Avaliações

adicionais são realizadas numa escala de cinco a sete pontos.

7.11Teste cego

128

Page 129: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Nestes testes, o novo produto é comparado com os produtos existentes. As

especificações do fabricante, são suprimidas para medir a resposta física sem confundir

as atitudes de marca.

7.12 Variação experimental.

Formulações alternativas do produto estão muitas vezes sob, consideração,

assim os testes são muitas vezes estendidos perguntando aos consumidores as

formulações alternativas. Pode-se pedir aos consumidores, para avaliar os sabores

específicos do café ou pode-lhes ser pedido para avaliar um desenho experimental das

várias formulações alternativas. Mais tarde as funções são estimadas ligando as

características físicas às percepções.

7.13 Centros de teste

129

Page 130: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Estes são utilizados para testar o produto, quando este é demasiado grande,

demasiado caro ou demasiado complexo para ser levado aos consumidores. Um ou mais

centros de testes serão escolhidos e uma amostra representativa de consumidores será

levada ao centro de teste, onde o produto está exposto e existem questionários sobre a

reacção ao produto.

7.14 Ensaios de salão / lojas móveis

Estes são comummente utilizados para o teste de produtos ou teste de outros

aspectos como o “marketing mix”: a publicidade, preço, embalagem, etc… Aqui os

produtos estão expostos num centro comercial ou numa caravana ambulante para o seu

material ser testado e para as pessoas fazerem perguntas sobre ele.

130

Page 131: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

7.15 Testes de utilização do produto

Estes são frequentemente utilizados em futuros negócios. Um pequeno grupo de

potenciais clientes é seleccionado, para utilizar o produto durante um período limitado

de tempo. As pessoas da parte técnica da fábrica observam a forma como os indivíduos

ou potenciais clientes utilizam o produto. Com este ensaio, os técnicos da fábrica

aprendem algo mais acerca dos requisitos dos clientes e sobre os requisitos dos serviços

do produto. Após o teste são feitas perguntas detalhadas ao cliente sobre o produto, que

incluem a intenção de compra.

7.16 Feiras

Nestas é possível reunir um grande número de compradores que vêm vários novos

produtos em poucos dias. Os fabricantes conseguem perceber como, os compradores

reagem aos vários produtos em exposição. Este técnica é conveniente e permite obter

um profundo conhecimento do mercado, pois as visualizações dos compradores podem

diferir consideravelmente das do utilizador final, os consumidores.

7.17 Testes monádicos

131

Page 132: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

As respostas são dadas apenas por cada pessoa, que experimenta o produto, a

quem se pede a sua opinião sobre este. Esta é a situação normal na vida real, pois

quando um consumidor experimenta um novo produto realça a diferença entre a recente

experiência e o produto, que costuma usar. Este teste serve para avaliar o produto.

7.18 Comparações emparelhadas

Um operador é convidado a experimentar dois ou mais produtos em pares e é-

lhe perguntado, qual prefere. Isto é menos "real" em termos da forma como os

consumidores normalmente utilizam produtos, mas permite que os produtos a sejam

testados deliberadamente uns contra os outros.

7.19 Testes de estágio em casa

Estes são utilizados para ter uma impressão de como o produto realiza as suas

funções em condições normais de utilização, quando esta informação é necessária. O

produto é apresentado aos inquiridos, que são convidados a utilizá-lo de uma forma

132

Page 133: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

normal e a preencher um questionário sobre o assunto. Os produtos podem ser testados

comparativa ou sequencialmente.

7.20 Testes de painéis

Painéis representativos, são recrutados e utilizados para o teste do produto.

Testes de materiais e questionários podem ser enviadas através do correio, o que reduz o

custo de realizar os testes em casa. Empresas de negócios diferentes podem também ter

painéis de testes ou intermediários, que têm novas ideias de produtos ou protótipos, para

ser testados.

133

Page 135: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

8. O Desenvolvimento de novos produtos: caso prático

8.1 Introdução

O sucesso económico da maioria das empresas depende da sua capacidade de

identificar as necessidades dos clientes, de rapidamente criar produtos, que consigam ter

os requisitos das suas necessidades e possam ser produzidos a baixo custo. Encontrar

estes objectivos não é apenas um problema de marketing, de design ou de produção. O

desenvolvimento de novos produtos envolve todas estas funções.

O desenvolvimento de um novo produto e as actividades com ele relacionadas

começa com a percepção de uma oportunidade de marketing, e termina na sua produção

e consequente venda e entrega do produto.

O esforço de desenvolvimento de um novo produto implica um esforço de

desenvolvimento na performance do produto em seis características fundamentais:

1- Qualidade do produto: Quanto bom é o produto que resulta do esforço de

desenvolvimento? O produto satisfaz as necessidades dos clientes? É de facto robusto e

realizável? A qualidade do produto reflecte-se na quota de mercado e no preço que os

clientes estão dispostos a pagar?

Os produtos superiores e diferenciados são aqueles, que entregam benefícios

únicos e apresentam valor acrescentado para o cliente e são o número um, que conduz

ao sucesso e à rentabilidade de um novo produto. Estes constituem para o cliente único

e para o utilizador vantagens nas seguintes características: bom valor para o cliente,

reduzem os custos totais (alto valor em uso), e uma excelente relação preço e

características de performance. Apresentam uma excelente qualidade relativamente aos

outros produtos competidores nos termos com que os clientes medem a qualidade. São

superiores aos produtos com que competem em termos de melhor encontrar as

necessidades dos clientes e oferecem características únicas, que não estão disponíveis

nos produtos com que competem ou resolvem um problema, que o cliente tem com o

produto competitivo. Oferecem benefícios ou atributos, que são facilmente percebidos

como úteis pelo cliente e que são altamente visíveis.

2- Custo do produto: Qual é o custo de produção do produto? Este custo inclui gasto de

capital em equipamento e em ferramentas bem como um custo incremental de produzir

cada unidade do produto.

3- O tempo de desenvolvimento que é a rapidez com que a equipe de desenvolvimento

consegue completar o produto com o seu esforço. O tempo de desenvolvimento

determina a responsabilidade da empresa para poder competir: em sinergias, em

135

Page 136: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

desenvolvimentos de tecnologias, bem como a rapidez com que as empresas realizam os

retornos económicos dos esforços da equipe. A realidade é que muito poucos produtos

podem ser desenvolvidos em menos de um ano e muitos requerem 3 a 5 anos e alguns

requerem dez anos. Coloca-se a seguinte questão: porquê desenvolver produtos mais

depressa? A motivação para o rápido desenvolvimento é diferente para cada empresa. É

importante saber por que é que se está a acelerar o processo, a razão que o determina

que ferramentas são utilizadas e como vigorosamente são aplicadas. Por exemplo,

muitas empresas iniciam um programa com a intenção de acelerar o seu processo,

quando o problema real é que o processo corrente está fora de controlo. A sua

necessidade real é apenas entregar produtos com a modéstia do esquema estabelecido e

não com uma velocidade vertiginosa.

5- Custo de desenvolvimento traduz-se no valor que a empresa necessita de

gastar para desenvolver o produto. O custo de desenvolvimento é usualmente uma

fracção significante do investimento requerido para encontrar lucros. Os custos de

desenvolvimento do produto são grosseiramente proporcionais ao numero de pessoas na

equipe do projecto e à duração do projecto. Nas despesas para o esforço de

desenvolvimento, a empresa quase sempre faz um investimento em ferramentas e

equipamento necessário para a produção. Esta despesa é muitas vezes tão grande como

o resto do orçamento de desenvolvimento do produto. Contudo por vezes é sensato

atribuir estas despesas aos custos fixos de produção.

6- Capacidade de desenvolvimento, traduz-se na capacidade da equipa e da

empresa estarem bem adaptadas para desenvolver futuros produtos como resultado da

sua experiência em projectos de desenvolvimento de outros. A capacidade de

desenvolvimento é um activo que a empresa pode usar para desenvolver produtos mais

eficazmente, constituí um recurso económico de futuro.

Uma elevada performance ao longo destas seis dimensões deve conduzir

ultimamente ao sucesso económico, contudo existem outros critérios de performance

também importantes.

A função de marketing medeia interacções entre a empresa e os seus clientes.

Facilita a identificação das oportunidades, da definição de segmentos de mercado e a

identificação das necessidades dos clientes. O marketing aqui actua tipicamente entre a

empresa e os clientes: tipos de preços alvos e campanhas de promoção do produto.

A função do design joga a regra de liderança em definir a forma física do

produto para melhor encontrar as necessidades dos clientes. Neste contexto a função de

136

Page 137: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

desenho inclui engenharia, design (mecânico, eléctrico software, etc) e desenho

industrial (estética, ergonomia, interfaces de utilização).

A função de produção é primariamente responsável pelo design operativo ou por

coordenadas do sistema de produção em vez de produzir o produto. Explicitamente

definida e coordenada a função de produção inclui muitas vezes as encomendas,

distribuição e instalação. Este conjunto de actividades é por vezes chamada cadeia de

fornecimento.

8.2 Marketing e Inovação

É do conhecimento geral que o marketing tem um desempenho crucial, ao

estabelecer e suster uma vantagem competitiva na interface dos negócios com os

mercados, em que possuí uma posição única. Existem numerosos relatórios e estudos de

investigação, que mostram a importância de existir uma clara compreensão dos

requisitos dos clientes, que a proximidade com o cliente e a forma de aplicar um amplo

intervalo de técnicas de marketing são factores significantes de sucesso comercial.

Muitos estudos atribuem ao marketing a influência do sucesso comercial.

O papel do marketing pode ser considerado como, uma função do negócio com

as suas filosofias e como algo que permite de uma forma crítica a contribuição para a

inovação industrial efectiva.

Em todos os aspectos, em todos os níveis de negócio, deve existir uma

compreensão do cliente e o cuidado de desenvolver uma elevada empatia com este.

Nesta forma de pensar, através da função de marketing pode existir um papel chave na

parte de recolha de informação, com consequentes implicações no desenvolvimento de

novos produtos e existentes.

A orientação de marketing neste contexto pode ser formalmente definida como:

a identificação ou antecipação dos requisitos de um grupo especifico de clientes dentro

de um negócio alvo e o desenvolvimento apropriado de ofertas com o objectivo de gerar

a satisfação do cliente, contemplando os objectivos organizacionais.

Com esta ênfase não são só as necessidades genéricas que são contempladas,

mas mais as vontades específicas ou os requerimentos de grupos seleccionados de

clientes. Em muitos casos, estas vontades específicas podem estar latentes ou

incertamente articuladas e a forma como o negócio interpreta as especificações que os

clientes podem querer, constituem a eficácia e eficiência com que o negócio traduz esta

postura em ofertas apropriadas, podendo ser factores críticos de diferenciamento entre o

mais e o menos competitivo.

137

Page 138: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

No caso de novos produtos tecnológicos, onde a experiencia sugere que a

tecnológica e o produto mais que os valores percebidos pelos clientes são muitas vezes

dados de atenção indevidos. Aqui o marketing tem uma especial e importante regra a

jogar. Pretende-se assegurar que a inovação emergente, genuinamente satisfaz o critério

básico de se apresentar aos clientes como algo que eles possam olhar como tendo alguns

benefícios diferenciáveis, tais como a facilidade de uso.

Uma completa compreensão das necessidades dos clientes e vontades, da

situação competitiva e da natureza do mercado é uma componente essencial do novo

produto de sucesso. Este método é suportado virtualmente em cada estudo e é um factor

de sucesso no desenvolvimento de novos produtos.

Uma medida a adoptar é uma forte orientação para o mercado na inovação do

produto, inversamente a não disposição para considerar as necessidades dos

estabelecimentos de mercado, deixando o cliente fora do desenvolvimento do produto,

cheira a desastre. Estes são os estudos, onde quase todos os produtos falham.

8.3 Objectivos

Identificar uma oportunidade de mercado na área da refrigeração

Desenvolver e testar um protótipo

Promover o interesse comercial da solução encontrada

8.4 Metodologia

8.4.1 Identificar uma oportunidade de mercado

A percepção de uma oportunidade de marketing surgiu com o feed-back de um

fabricante de electrodomésticos de refrigeração, a experiência de um investigador ligado

à refrigeração do seu “know how” e do seu convívio social.

A necessidade de arrefecer garrafas foi identificada para aplicar em vinho e

outras bebidas. Daqui surgiu a geração da ideia de conceber um protótipo de

refrigeração para uma ou duas garrafas. Uma vez que foi identificada a necessidade de

um arrefecimento rápido e de manter as bebidas frescas durante as festas foram

aplicados os conhecimentos de refrigeração para desenvolver um electrodoméstico, que

permite-se um rápido arrefecimento de garrafas, bem como a manutenção do seu

conteúdo a uma temperatura adequada.

138

Page 139: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

8.4.2 Avaliação técnica preliminar

Dada a existência de uma grande variedade de equipamentos, que possibilitariam

a execução do protótipo, num espaço reduzido, foram realizados uns cálculos sumários

e feita a sua verificação conclui-se que seria possível desenvolver este electrodoméstico.

Com o objectivo de captar mais ideias e conceitos técnicos possíveis para

desenvolver o equipamento foram realizadas com o Eng. Paulo Queirós de Faria

algumas secções de “Brainstorming”, em que era focada a tecnologia a utilizar e

surgiram logo ideias para outras aplicações e outros novos produtos.

8.4.3 Aplicação no CBP (concepção de construção de produtos)

A metodologia aplicada na construção e desenvolvimento do protótipo foram as

seguintes: Qualidade do produto (independente do preço); Custo do produto (ser

executável em pequenas fabricas e oficinas próximas, umas das outras e as peças

importadas de fácil transporte, o que permite, que a sua montagem seja executada de

uma forma simples e barata, o que também permite flexibilidade no design); o tempo de

desenvolvimento (este não foi contemplado com grande importância uma vez que o

produto em causa é muito novo, daí dar-se mais relevância aos estudos de marketing e a

sensibilidade de possíveis clientes, para realizar rectificações no projecto); o custo de

produção é estimado face ao preço recolhido nos inquéritos de marketing, considerando

uma produção flexível em pequena escala; o custo de desenvolvimento é totalmente

assumido pelo investigador, bem como a capacidade de o realizar.

Foi decidido, que a tecnologia a utilizar seria independente do “design” e dos

materiais do invólucro, que conduziria sempre a um produto fiável, com qualidade no

funcionamento. Sendo assim os materiais de acabamento e o design possibilitam a

escolha de vários segmentos de mercado em função do seu custo.

Os atributos, que foram considerados mais importantes durante a concepção

foram os seguintes:

Fiabilidade - bom funcionamento sem avarias

Segurança - segura utilização, sem causar danos ao utilizador

Robustez – resistir a algumas quedas

Estética – aqui é de salientar a importância do desenho e percepção que os

consumidores têm do produto.

139

Page 140: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Aptidão ao uso – tempo de arrefecimento mais conveniente para a generalidade dos

utilizadores.

Qualidade/preço – boa tecnologia, que permite um preço barato, mas que pode ser

superior em função dos acabamentos.

Neste protótipo foi considerado que o design joga uma regra de liderança nas

vendas, uma vez que o equipamento também é um objecto decorativo.

Aqui é de notar a importância, que o desenho tem na capacidade de captar o

cliente para a compra do produto.

8.4.4 Questionário

Face ao exposto: surgiram algumas dúvidas relativamente ao que seriam as

necessidades gerais do mercado. Foi elaborado o seguinte questionário com a ajuda do

Dr. Filipe Coelho com o objectivo de determinar as necessidades dos clientes no

conceito do protótipo.Descrição do produto: Equipamento capaz de realizar o arrefecimento de uma ou duas garrafas

de vinho em menos de vinte minutos.Já teve a necessidade de arrefecer algo rapidamente? Que vantagens nota nos produtos existentes que utiliza para realizar esta função? Que desvantagens não gosta nos produtos existentes que utiliza para realizar esta função? O que é que considera importante para encomendar este produto? .................................Que melhoramentos faria ao produto? . …………………………………………..Quando e porque utilizaria este produto? . ..................................................................Gostaria de assistir a uma demonstração do produto?.................................................. Quando tem a necessidade de arrefecer rapidamente :O que fazem? ………………………………………………………………………….É eficaz? ……………………………………………………………………………….É rápido? ……………………………………………………………………………….Tem dificuldade em arrefecer rapidamente? ……………………………………………De que balde gosta mais para arrefecer uma garrafa de vinho? 1º ,2º, 3º……….

Descrição do questionário

Este questionário começa com uma breve introdução do produto: Equipamento

capaz de realizar o arrefecimento de uma ou duas garrafas de vinho em menos de vinte

minutos.

140

Page 141: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Seguem-se uma serie de questões, que distinguem as necessidades dos

consumidores, com o objectivo de obter informações para projectar o equipamento de

uma forma mais adequada ao consumidor. Termina com a escolha de um desenho de

um equipamento para arrefecer uma garrafa. Como já anteriormente citei o desenho é

considerado com uma grande influência, na futura venda deste novo produto

descontínuo. Este deve ser o mais apropriado para o mercado.

Este questionário pretende responder às seguintes questões que muitas vezes são

colocadas nos testes de conceito de um produto:

Qual a quantidade de conceitos alternativos que devem ser implementados?

Exemplo arrefecer uma ou duas garrafas.

Como pode ser melhorado o produto para melhor satisfazer as necessidades do

cliente? Exemplo tempo de arrefecimento e aptidão ao uso.

Escolher a população alvo para o questionário.

Escolher o desenho.

Este questionário qualitativo, foi colocado numa loja de electrodomésticos no

Porto, Eléctrica Pedro Hispano, e obteve a resposta de alguns clientes.

Este questionário foi também realizado e a um grupo de médicos.

Resultados dos questionários qualitativos:

Questionário na Eléctrica Pedro Hispano

Foram realizados 13 questionários, onze pessoas têm a necessidade de arrefecer garrafas

rapidamente e duas não.

Cinco pessoas consideraram o preço como uma característica fundamental para

adquirir o produto. Duas não responderam e as restantes citaram questões funcionais

relacionadas com o tempo de arrefecimento.

Este é um atributo muito importante, quer pelas respostas quer pela análise do

que as pessoas fazem em casa nas condições actuais: metem as garrafas no congelador.

Relativamente aos três desenhos: uma pessoa escolheu o último desenho, cinco pessoas

escolheram o segundo e sete escolheram o primeiro.

Questionário no grupo de médicos

Foram realizados doze questionários, onze pessoas têm a necessidade de arrefecer

garrafas rapidamente e uma não.

Duas pessoas consideraram o preço como uma característica fundamental para

adquirir o produto. Duas não responderam e as restantes citaram questões funcionais

relacionadas com o tempo de arrefecimento.

141

Page 142: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Este é um atributo muito importante, quer pelas respostas quer pela análise do

que as pessoas fazem em casa nas condições actuais: metem as garrafas no congelador.

Relativamente aos três desenhos: três pessoas escolheram o terceiro desenho, quatro

pessoas escolheram o segundo e cinco escolheram o primeiro.

Na análise neste grupo notou-se que o preço não era uma questão determinante,

mas sim a estética e as questões funcionais. Este grupo era bastante jovem.

8.4.5 Utilização de quatro pré-requisitos para uma adopção de sucesso:

Compatibilidade; Experimentalidade; Complexidade; Observabilidade; Vantagem

relativa.

Este protótipo foi executado, contemplando, o facto de ser compatível com os

estilos de vida das famílias contemporâneas. Apresenta uma boa capacidade de ser

facilmente experimentado no local de venda e tem uma baixa complexidade ao ser

utilizado. Este critério foi considerado nas condições de projecto. Este protótipo é

facilmente observável, mesmo num simples esboço e apresenta uma boa percepção para

os consumidores. Oferece uma vantagem relativa a outros produtos competidores, quer

em características de performance, quer em características estéticas.

Face ao exposto julga-se, que este equipamento terá uma fácil adopção e difusão

na sociedade em que nos inserimos.

8.4.6 Avaliação por um perito

Uma forma de avaliar aspectos da percepção de um produto é através da

avaliação de um perito. Com o objectivo de um bom sucesso comercial foi pedida a

opinião a um perito, através do, Pedro Reininho Araújo, a decoradora Isabel Meireles

que nos elucidou sobre o design do protótipo. Escolheu o desenho nº 12 e nº 11 como os

melhores os seguindo-se o desenho nº 6, depois o desenho nº 2 e por fim o desenho nº

14. (Os outros foram rejeitados). Segundo a sua opinião todos estes desenhos se

integram muito bem numa casa moderna.

Foi pedida também a opinião ao Doutor Filipe Coelho, Professor de Marketing e

do seu ponto de vista exclui apenas os desenhos de cor verde, pois são os que menos

aprecia e os outros todos, na sua opinião, poderiam ser objecto de teste.

142

Page 143: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

1

2

3 4 5

6 7 9

10 11 12

13 14

143

Page 144: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

8.5 Conclusão

Nesta dissertação, o estudo e investigação teórica tiveram como objectivo

adquirir conhecimentos de “marketing”, sobre inovação e sobre o seu comportamento

no mercado, como explica a adopção e difusão.

As inovações trazem para a sociedade novos conceitos e novos produtos que

permitem a sua prosperidade. Nos nossos dias numa economia global em que o mundo

empresarial enfrenta sucessivas alterações no ambiente que as rodeia, estão sujeitas a

reestruturações e a alterações sucessivas, doseando o seu grau de inovação e de

eficiência perante as suas necessidades de competir, na sociedade contemporânea. Que

todos os dias lhes apresenta novas realidades. Através da inovação as empresas

procuram permanecer, conquistar e até mesmo criar, novos mercados.

O desenvolvimento de novos produtos é fundamental para alcançar os objectivos

atrás citados, numa grande parte do universo empresarial.

Os mercados da nossa sociedade estão a ficar saturados de produtos. Inovar com

um novo produto é uma boa oportunidade para encontrar novos mercados, criar valor na

sociedade e contribuir para o seu desenvolvimento. Uma inovação desta natureza obriga

a avaliar o sistema produtivo bem como todas as competências funcionais da empresa

que garantem a sua sustentabilidade. Ou seja a sua produção, as suas competências

técnicas, a sua capacidade de resposta num mercado global, os seus recursos humanos e

os seus horizontes de vida que consiste numa boa definição da sua estratégia nos anos

vindouros. Ao inovar é necessário uma boa contemplação de cenários futuros, o que

obriga a repensar a empresa nas suas capacidades, no seu modo de fazer as coisas, os

seus conhecimentos e as suas capacidades que servem de escudo para enfrentar as

adversidades que se adivinham.

Estes conhecimentos foram aplicados ao desenvolvimento de um arrefecedor de

garrafas. Foi executado um protótipo, contemplando, o facto de ser compatível com, os

estilos de vida das famílias contemporâneas. Apresenta uma boa capacidade de ser

facilmente experimentado no local de venda e tem uma baixa complexidade ao ser

utilizado. Este critério foi considerado nas condições de projecto. Este protótipo é

facilmente observável, mesmo num simples esboço e apresenta uma boa percepção para

os consumidores. Oferece uma vantagem relativa a outros produtos competidores, quer

em características de performance, quer em características estéticas.

144

Page 145: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Face ao exposto julga-se, que este equipamento terá uma fácil adopção e difusão

na sociedade em que nos inserimos. O seu desenvolvimento seguiu, de forma tão

estreita quanto possível e necessária, a metodologia sugerida neste estudo. Para além

disso, mais que um estudo descritivo ou especulativo, ele tornou possível o

desenvolvimento de uma ideia de negócio ou um produto comercialmente viável e que

interessou os agentes de mercado.

Após vários cálculos preliminares de engenharia, foi considerado um tempo de

arrefecimento para uma garrafa a uma temperatura ambiente de 20 minutos. A parte

mecânica do equipamento foi considerada de uma forma independente do “design”

exterior, pelo projectista. O tempo de arrefecimento tem bastante influência na solução

construtiva.

Através de pequenos estudos de “marketing” foi tirada a conclusão de que o

tempo de arrefecimento era um atributo determinante para uma boa venda do

equipamento. A diminuição deste obrigou a outra solução construtiva. Após uma

reflexão sobre as opiniões dos peritos de “marketing”, de decoração e sobre os

questionários qualitativos chega-se à conclusão de que é de lançar o produto no

mercado com um tempo de arrefecimento para uma garrafa de 10 minutos e o desenho

escolhido é o primeiro do grupo nº2, que melhor concilia as características técnicas do

equipamento com a estética, para o mercado.

Este pequeno caso prático consiste numa aproximação muito simples de um

processo de NPD. Certamente pelo exposto na teoria, poderia ser mais aprofundado com

estudos de mercado mais sofisticados. Todavia, importa a cada momento saber adequar

os meios disponíveis aos resultados a alcançar. Este é aliás um bom exemplo de como

alcançar um resultado com recursos limitados mas que uma metodologia adequada

permitiu concretizar com êxito.

145

Page 146: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Bibliografia

Accenture. (2005). High performance and the need for balance.

Administração ,James A. F. Stoner, R. Edward Freeman ,5ª Edição PHB (1985)

Administração Stephen Robbins & Mary Coulter Quinta Edição PHB (1998)

Alderman, N, and Davies, S. (1990) 'Modeling Regional Patterns of Innovation Diffusion in the UK Metalworking Industry', Regional Studies, pp. 513-28.

American Productivity & Quality Center. Improving New Product Development Performance and Practices. Houston, TX: APQC 2003.

Arnold, J.E., ”Useful Techniques,” Source Book for Creative Thinking, eds. S.J. Parnes and H.F. Harding (New York: Charles Scribner´s Sons, 1962).

Arthur, W.B. (1989a) 'Silicon Valley Locational Clusters: When Do Increasing Returns Imply Monopoly?' ,Santa Fe Institute Working Paper.

Arthur, W.B. (1989b) 'Competing Technologies, Increasing Returns and Lock-in by Historical Events', Economic Journal, 99, pp. 116-46.

Arthur. W.B., Ermoliev, Y.M. and Kaniovski, Y. (1987) 'Path-Dependent Processes and the Emergence of Macro-Structure', European Journal of Operational Research, 30,pp. 294-303.

A study of the relation between competitiveness and technological innovation capability based on DEA models. Jian Cheng Guanª, Richard C.M. Yam , Chiu Kam Mok, Ning Maª ,European Journal of Operational Research 170 (2006) 971-986.

Atkinson, A.B. and Stiglitz, J.E. (1969) 'A New View of Technological Change', Economic Journal, 79, pp. 573-78, September.

Barreít, P. (1996) 'The goocí and bad cíie young", Marketing, 11 July, 16.

Becattini, G. (1989) 'Piccole e medie imprese e distretti industriali nel recente sviluppo italiano', Note Economiche.

Blankart, C.B. and Knieps, G. (1991) 'Path Dependence, Network Externalities and Standardization', University of Groningen, Institute of Economic Research, research memorandum No. 439

Bonoma, T.V. and Shapiro, B.P. (1983) Segmenting Industrial Market, Lexington Books, Lexington, Massachusetts.

Brown, L.A. (1981) Innovation Diffusion: A New Perspective, Methuen, New York.

Brown, R. (1991) 'Managing the S curves of innovation', Journal of Marketing Management, Vol. 7, No. 2, 189-202.

Brusco, S. (1986) 'Small Firms and Industrial Districts: the Experience of Italy1, in Keeble. D. and Wever, E. (eds), New Firms and Regional Development, Croom Helm, London.

Buzzell, R.D. and Nourse, R.E.M. (1967) Product Innovation in Food Processing: 1954-1964, Harvard University Press, Cambridge, Massachusetts.

Calder, B.J., “Focus Groups and de Nature of Qualitative Marketing Research, 14 (August 1977), 353-64.

146

Page 147: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Cannon, T. (1986) Basic Marketing, Second Edition, Holt, Rinehart and Winston, Eastbourne.

Cameron, H.M. and Metcalfe, J.S. (1987) 'On the Economics of Technological Substitution', Technological Forecasting and Social Change, 32, pp. 147-62.

Co-creating unique value with customers. C.K. Prahalad and Vent Ramaswamy, Emerald Vo 32 No 3 (2004) Emerald Group Publishing Limited

Co-creating Value through customers experience the nike case. Venkat Ramaswarmy Emerald Vo l No 5 (2008) Emerald Group Publishing Limited

Co-creating unique value with customers. C.K. Prahalad and Vent Ramaswamy, Emerald Vo l No 5 (2008) Emerald Group Publishing Limited

Communities of practice: Combining Organizational Learning and Strategy Insignts to create a Bridge to 21st century . Wiliam Mo Snyder, August, 1997.

Consumer Behaviour , A European Prespective Third EditionMichael Solomon, Gary Bamossy, Soren Askegaard, Margaret K. Hogg. Prentice Hall 1999.

Conteixtual weing and verbal stimuli in design. Idea Generation. Lassia Lhkkanen, Matti k Perttula, J.S Gero (ed) Design Computing and Cognition 2006 Springer.

Costumer community and co-creation: a case of study. Jennifer Rowley, Beata Kupiec-Teahan and Edward Leeming, Bangor Business School, University of Wale, Bangor, Uk, Marketing Intelligence & Planning Vol. 25 No. 2, 2007.

Cowan, R. (1987) 'Backing the Wrong Horse: Sequential Technology Choice Under Increasing Returns', PhD dissertation, Stanford University.

Cowan, R. (1990) 'Nuclear Power Reactors: A Study in Technological Lock-In', Journal of Economic History, L, pp. 541-67.

Cowan, R. (1991) Tortoises and Hares: Choice among Technologies of Unknown Merit'. Economic Journal, 101, pp. 801-14.

Cooper R.G. (2003) and Edgett, S.J., and Kleinschemidt, E.J., Best Practices in Product Development: What Distinguishes Top Performers, Ancaster, ON, Canada Product Development Institute Inc., 2003.

Cooper R.G. (2003) and Edgett, S.J., ”Overcoming the crunch in resources for new product development”, Research-Technology Management 46(3):48-58 (May-June 2003).

Cooper R.G. (1980) “How to Identify the Potential New Winners”, Research Management, September, pp. 10-19.

Cooper R.G. (2001) Winning at New Products, 3rd edn, Perseus Publishing, Cambridge, MA.

Cooper R.G. (2001) Winning at New Products: Acelerating the Process from Idea to Launch, 2nd edition, Reading, MA: Perseus Books, 2001.

147

Page 148: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Dale Litter, Marketing and Innovation Edited by Mark Dogson and Rothell , The Handbook of Industrial Innovation, 1994.

David, P. (1987) 'Some New Standards for the Economics of Standardization in theInformation Age', in Dasgupta and Stoneman (1987).

David, P. (1966) 'The Mechanization of Reaping in Ante Bellum Midwest1, in Rosovsky,H. (1966); republished in Rosenberg, N. (1971), and in David, P. (1975).

David, P. (1969) 'A Contribution to the Theory of Diffusion', memorandum No. 71, Stanford Center for Research in Economic Growth.

David, P. (1971) 'The Landscape and the Machinery: Technical Interrelatedness, Land Tenure and the Mechanization of the Com Harvest in Victorian Britain1, in McCloskey (1971).

David, P. (1975a), 'Labor Scarcity and the Problem of Technological Practice and Progress in Nineteenth-Century America1, in David, P. (1975), ch. 1.

David, P. (1975b) Technical Choice, Innovation and Economic Growth, Cambridge University Press, Cambridge,

David, P. (1985) 'Clio and the Economics of QWERTY', American Economic Review,Papers and Proceedings.

David, P. (1986) Technology Diffusion, Public Policy, and Industrial Competitiveness', in Landau, R. and Rosenberg, N. (eds), The Positive Sum Strategy: Harnessing Technology for Economic Grow, National Academic Press, Washington.

David. P. and Bunn, J.A. (1987) 'The Economics of Gateway Technologies and Network Evolution: Lessons from Electricity Supply History', CEPR paper prepared for the 15th annual Telecommunications Policy Conference, Airlie, Va., 28-29 September.

David. P. and Olsen, T.E. (1984) `Anticipated Automation: a Rational Expectations Model of technological Diffusion CEPR paper, Sanford University, April.

Davies, S. (1979) The Diffusion of Process Innovations, Cambridge University Press, Cambridge.

Design and Marketing of New Products Second Edition , Glen L. Urban John R. HauseR, Prentice Hall, Second Edition. (1993).

Dinar, A. and Marom, D. (1991) 'Rate and Patterns of Computer Adoption and Use in Agricultural Extensions', Technological Forecasting and Social Change, 39, pp. 309-18.

Dybvig, P.H. and Spatt, C.S. (1983) 'Adoption Externalities as Public Goods', Journal of Public Economics, 20, pp. 231-47

Drawing for Designers, Alan Pipes

Elliot, K. and Roach, D. (1991) 'Are consumers evaluating your products the way you think and hope they are?' Journal of Consumer Marketing, Vol. 8, No. l, 5-14.

Equidist,C., 1997. Systems of Innovations approaches- their emergence and characteristics In: Equidist, C,(Ed), Systemes of Innovation. Technologies Institutions and Organizations.Printer.

Eriksson, R.A. (1991) `The Influence of Economics on Geographical Enquiry`, Progress in Human Geography, pp. 231-47.

Greenley, G.E. (1986) The Strategic and Operational Planning of Marketing, McGraw

Hill, London.

148

Page 149: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Farrell. J. and Saloner, G. (1985) 'Standardization, Compatibility and Innovation', Rand Journal of Economics, Vol. 16, No. l, pp. 70-83.

F. Lissoni and J.S. Metcalfe, Diffusion of Innovation Ancient and Modern: A review of the Main Themes, Edited by Mark Dogson and Rothell , The Handbook of Industrial Innovation, 1994.

Farrell, J. and Saloner, G. (1986) 'Installed Base and Compatibility: Innovation, Product Preannouncements and Predation', American Economic Review. 76, pp. 940-55.

Farrell, J. and Saloner, G. (1988) 'Coordination through Committees and Markets 1, Rand Journal of Economics, Vol. 19, No. 2, pp. 235-52.

Farrell, J. and Saloner, G. (1992) 'Converters, Compatibility and the Control of Interfaces', Journal of Industrial Economics, XL, No. l, pp. 9-35.

Feller, I. (1975) 'Invention, Diffusion and Industrial Location', in Collins, L. and Walker,D.F. (eds), Location Dynamics of Manufacturing Activity, Wiley, New York.

Fishelson, G. and Rymon, D. (1989) 'Adoption of Agricultural Innovations: The Case of Drip Irrigation of Cotton in Israel1, Technological Forecasting and Social Change, 35,pp. 375-82.

Fisher, J.C. and Pry, R.H. (1971) 'A Simple Substitution Model for Technological Change1, Technological Forecasting and Social Change, 2, pp. 75-88.

Foray, D. and Grubler, A. (1990) 'Morphological Analysis and Lock-out of Technologies: Ferrous Casting in France and the FRG1, Research Policy. 19, pp. 535-50.

Franck, B. and Gaussens, O. (1992) 'L'autornatisation dês petites et moyennes enterprises: une étude économetrique1, Economie et Prévision, 1-2, pp. 102-3.

Freeman, C. (1982) The Economics of Industrial Innovation, Frances Pinter, London.

Freeman, C., Soete, L., 1997. The Economics Of Industrial Innovation, third ed. Printer.

Galanakis K. (2006) Innovation Process. Make The Sense Using Systems Thinking, Thecnovation, (26) (2006).

George, V.P. ., and T.J. Allen, “ Netgraphts: A Graphic Representation of the Adjacency Matrices As Tool for Network Analysis”, MIT Sloan of Management, Working Paper No. 3194-90-BPS, (November) 1989).

Gibbons, M. and Metcalfe, J.S. (1986) Technological Variety and the Process of Competition1, paper presented at the International Conference on Innovation Diffusion, Venice (Italy), 17-21 March.

Gibbs, D.C. and Edwards, A. (1985) The Difrusion of New Production Innovations in The British Industry`, in Thwaites, A.T. and Oakey, R.P.(eds), The Regional Economic Impact of Technological Change, Frances Pinter, London.

Gordon, W.J.J., Synthetics: The Development of Creative Capacity (New York: Harper & Row, 1961)

Gronroos, C. (1989) 'Defíning Marketing: A Market-Oriented Approach1, European Journal of Marketing, Vol. 23, No. l, pp. 52-60.

149

Page 150: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Griffin, A. Hauser, J.,”Integrating R&D, and Marketing: A review and analysis of the

literature,” Journal of Product Innovation Management 13:191-215 (1996).Gold, B. (1981) 'Technological Diffusion in Industry: Research Needs and Shortcomings',Journal of Industrial Economics, XXIX, pp. 247-69.

Gold, B., Rosegger, G. and Peirce, W.S. (1970) 'Diffusion of Major Technological Innovations in US Iron and Steel Manufacturing', Journal of Industrial Economics,XVIII (3), pp. 218-41, July.

Griliches, Z. (1957) 'Research Costs and Social Returns: Hybrid Com and Related Innovations', Journal of Political Economy, October. Republished in Rosenberg (1971).

Griliches, Z. (1960) 'Hybrid Cora and the Economics of Innovations Science1, 29 July.Republished in Rosenberg (1971).

Griliches, Z. (1980) 'Hybrid Com Revisited: A Reply1, Econométrica, Vol. 48, No. 6, pp.1451-61, September.

Gruber, H. (1992) 'La teoria delí'adozione delle innovazioni tecnologiche: una rassegna dioníributi recenti1, Economia Política, ano IX, pp. 123-57.

Griibler, A. (1991) 'Diffusion: Long Term Patterns and Discontinuities1, Technological Forecasting and Social Change, 39, No. 1-2. Republished m Nakicenovic and Griibler(1992).

Hagerstrand, T. (1953) Innovation Diffusion as et Spatial Process English translation 1967, Chicago University Press, Chicago.

Hlavacek, J.D. and Ames , B.C. (1986) `Segmenting Industrial and High Tech Markets` Journal of Business Strategy , Fall, pp. 39-40.

Hamel, G. and Prahalad, C.K. (1994) 'Competing for the future', Harvard Business

Review, Vol. 72, No. 4, 122-8.

Hannan, T.H. and McDovvell, J.M. (1984a) 'The Determinants of Technology Adoption :The Case of the Banking Firm', Rand Journal of Economics, 15, pp. 328-35.

Hannan, T.H. and McDowell, J.M. (1984b) 'Market Concentration and the Diffusion of New Technology in the Banking Industry1, Review of Economics and Statistics, 66, pp686-91.

Hannan, T.H. and McDowell, J.M. (1987) 'Rival Precedence and the Dynamics of Technology Adoption: an Empirical Analysis', Económica, 54, pp. 155-71.

Hakansson, H. (1982) International Marketing and Purchasing of Industrial Good: Interaction Approach, John Wiley and Sons, Chichester.

Henderson, R. and Clark, K.B. (1991) 'Architectural Innovation: The Reconfiguration on of Existing Product Technologies and the Failure of Established Firms', Administrative Science Quarterly, 35, pp. 9-30.

Henderson, R. (1993) 'Underinvestment and Incompetence as Responses to Radical Innovation: Evidence from the Photolithographic Alignment Equipment Industry', Rand Journal of Economics, 24, pp. 249-70.

Introduction Marketing Research Paul Baines & Bal Chansarkar, Wiley.

Ireland, N.J. and Stoneman, P. (1985) 'Order Effects, Perfect Foresight and Intertemporal Price Discrimination', Recherches Economiques de Louvain, Vol. 51, No. l, pp. 7-20.

Innovation Games: A new Approach to the Competitive Challenge.Roger Miller, Xavier Olleros and Luis Molinié, Elsevier, Long Range Planning, 2008.

150

Page 151: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Ideia Generation : Identifying The Most Useful TechniquesTrevor Sowrey , Leeds Business School, Leeds Polytechnic, UK, European Journal of Marketing, 1989.

Idea Generation Techniques for Quality ImprovementJoyce Fortune, The open University, UK, International Journal of Quality & Reability Management, 1993.

Ideia Generation techniques in Industrial marketNigel F. Coates Newcastle Business School, University of Northumbria, Newcastle upon Tyne, UK, Iain Cook, BICC Cables Ltd, Helsby Technology Centre, Warrington, UK Harry Robinson, Journal of Marketing Practice: Applied Marketing Science.

Innovation and competitiveness of industries: comparing the mainstream and the evolutionary approaches. Fulvio Castellacci, Technological Forecasting & Social Change 2008.

Innovation and efficiency :It is possible to have it all. Matthew Sarkeesª, John Hulland, Kelly School of Business, Elsevier Business Horizons 2009.

Innovation Management and New product Development. Third Edition, Paul Trott, FT, Prentice Hall.

Ireland, N.J. and Stoneman, P. (1986) Technological Difrusion, Expectations and Weifare', Oxford Economic Papers, No. 38, pp. 283-304.

Jensen, R. (1979) 'On the Adoption and Diffusion of Innovations Under Uncertain}'.Discussion Paper No. 410, Center for Mathematical Studies in Economics and Management Science, North Western University, Evanston.

Jensen, R. (1982) 'Adoption and Diffusion of an Innovation of Uncertain Profitability .Journal of Economic Theory, 27, pp. 182-93.

Jensen, R. (1983) ‘Innovation Adoption and Diffusion When There Are Competing Technologies', Journal of Economic Theory, 29, pp. 161-71.

Jensen, R. (1988a) 'Information Cost and Innovation Adoption Policies', Management Science, 34,pp 230-39.

Katz M.L. and Shapiro, C (1985) `Network Externalities, Competition and Compatibility `American Economic Review 75, pp424-40.

Katz M.L. and Shapiro, C (1986) `Tecnology Adoption in the Presence of Network Externalities` Journal of Political Economy.94, pp. 822-41.

Kelley, M.R. and Brooks, H. (1991)`External Learning Opportunities and The Diffusion of Process Innovations To Small Firms: The case of programmable Automation`, Technological Forecasting and Social Change, 39, No. 1-2, republished in Nakicenovic and Grubler (1992).

King, S, (1985) 'Hás marketing failed or was it never really tried?', Journal of Marketing Management, Vol. l, 1-19.

Kotler, P. (1988) Marketing Management: Analysis, Planning, Implementation and Control, Sixth Edition, Prentice Hall International, Englewood Cliff, New Jersey.

Lancaster, T. (1979)`Econometric Methods for the Duration of Unemployment` Econometrica, 47, pp. 939-56.

151

Page 152: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Key strategies for the successful involvement of custumers in co- creation of new technology-based services. Per Kistenson, Jonas Matthing, Niklas Johanson, International Journal of Services, Vol 19, No, 4 , 2008.

Langrish, J., Gibbons, M, Evans, W. and Jevons, F.R. (1972) Wealth from knowledge, Macmillan, London.

Lessons from innovation empirical studies in the manufacturing sector: A systematic review of literature from 1993-2003. Nijar Becheikhn, Rejean Landry, Nabil Amara, Techovation 2006.

Levin, S.G., Levin, S.L. and Meisel, J.B. (1987) `A Dynamic Analysis of The Adoption New Technology: The Case of Optical Scanners`, Review of Economics and Statistics, 86, pp. 12-17.

Littler, D.A. and Leverick, F.(1992) From Technology to Marketing: The Way Forward for Mobile Communications, PICT Policy Paper No 18, Economic and Social Research Council, PICT, Oxford.

Littler,D.A. and Leverick, F. (1993) 'Strategic Archetypes in Nascent Technology Sectors in Baker, MJ. (ed.) Perspectives on Marketing Management, Vol. 3, John Wilely and Sons,Chichester.

Lynn, G.S., Morone, J.G. and Paulson, A.S. (1997) 'Marketing and discontinuous innovation: The probe and learn process', in Tushman, M.L. and Anderson, P. (eds) Managing strategic innovation and change, a collection of readings, Oxford University Press, New York, 353-75.

Malecki,E.J. (1983) `Technology and Regional Development: A Survey` International Regional Science Review, 8, pp. 89-125.

Martin, J. (1995) 'Ignore your customer', Fortune, Vol. 8, No. l, 121-25.

Mansfield, E. (1968) Industrial Research and Technological Innovation (New York: W.W. Norton, 1968).

Mansfield, E.M. et al (1972) Research and Innovation in the Modern Corporation Macmillan, London.

Mansfield, E.M. et al (1971) Research and Innovation in the Modern Corporation (New York: W.W. Norton, 1971).

Marquis, D.G. “The Anatomy Of Successful Innovation,” Innovation, 1 (7), (1969), 28-37.

Marshall, A (1932) Economics of Industry, Macmillan, London.

Making Innovation Work, Davila, Epstein, Shelton, Wharton School Publishing, 2005.

Marketing Research, Naresh Malhotra , David F. Birks, Third European Edition, Prentice Hall (2007).

McCardle , K (1985) `Information Acquisition and The Adoption of New Technology`, Management Science 21 pp1372-89.

Mattingly, P. (1987) ` Patterns of Horse Devolution and Tractor Diffusion in Illinois, 1920-1982`, Professional Geographer, 39, pp. 1372-89.

Meir, A. (1981) `Innovation Diffusion and Regional Economic Development: the Spatial Diffusion of Automobiles in Ohio`, Regional Studies, 15, pp. 11-25.

Metcalfe, J.S. (1981)`, Impulse and Diffusion in The Study of Technical Change`, Futures, 13, pp. 347-59, October.

152

Page 153: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Myars, S., and D.G. Marquis, Successful Industrial Innovation: A Study of Factors Underlying Innovation in Selected Firms,” NSF 69-17 (Washington Science Foundation, 1969).

Nelson, R. and Winter S.G. (1982) An Evolutionary Theory of The Economic Change, Harvard University Press, Cambridge MA.

Nelson, R. (1968) ` A “ Diffusion” Model of International Productivity Differences in Manufacturing Industry` American Economic Review, 58, pp. 1219-48.

Nelson, R and Rosenberg, N., 1993, Technical Innovation Systems. A comparative Analysis, In Nelson, RR, (Ed), National Innovation Systems. A comparative Analysis Oxford University Press, Oxford.

Ortt, R.J. and Schoormans, P.L, (1993) 'Consumer research in the development process of a major innovation', Journal of the Market Research Society, Vol. 35, No. 4, 375-89.

O`Farrell, P.N. (1992) “The Regional Variations in the Adoption of CNC Machine Tools by Small Engineering Firms: A Multivariate Analysis`, Environment and Planning, A 24, pp. 887-902.

Oster, S. (1982) `The Diffusion of Innovations Among Steel Firms: The Basic Oxygen Furnace` Bell Journal of Economics. 13, pp. 45-56.

Pred, A. (1966) The Spatial Dynamics of US Urban-Industrial Growth: 1800-1914, Cambridge University Press Cambridge.

Product Design and Development, Karl T. Ulrich . Steven D. Eppinger McGraw-Hill, Fourth Edition. (2008).

Porter, M.E. (1980). Competitive Strategy. New York. Free Press.

Porter, M.E, 1990. The Competitive Advantage of Nations. Mcmilian, New York.

Postrel, S.R. (1990) `Competing Networks and Proprietary Standards: The Case of Quadraphonic Sound` Journal of Industrial Economics, XXXIX, pp. 169-85.

Peters, T. and Waterman, R.H.(1982) In Search of Excellence, Harper and Row, New York.

Purffet, D. (1988)`Network Externalities and Technological Preferences in the Selection of Railways Gauges`, PhD dissertation, Stanford University.

Prince, G.M., The Practice of Creativity (New York: Collier Books, 1970, Reprinted

1972).

Product Innovation – Industrial Approach, G.Seliger, Department of Assembly Technological and Factory Management, Institute for Machine Tools and Factory Management, Technical University Berlin, Germany

Quinn, J.B.,” Technology Forecasting” Harvard Business Review, 42, (2), (March-

April 1967) 73-90.

Reinganum, J. (1981a) `On The Diffusion of the New Technology: A Game Theoretic

Approach`, Review of Economic Studies, XLVIII, pp. 395-405.

153

Page 154: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Reinganum, J. (1981b) `Market Structure and The Diffusion of New Technology`, Bell

Journal of Economics, 48 pp. 57-69.

Rogers, E. (1995) The Diffusion of Innovation, The Free Press, New York.

Rogers, E.M. and Shoemaker, Communications of Innovations: A Cross-Cultural

Approach (New York: The Free Press, 1971).

Rose, N.L. and Joskow, P.L. (1990) `The Diffusion of New Technologies: Evidence

from the electrical Utility Industry, Ran Journal of Economics, 21, pp. 354-73.

Rosenbloom, R.S. and Abemathy, W.J. (1982) 'The Climate for Innovation in Industry Research Policy, l 1, pp. 209-25.

Rothwell, R(1977) The Characteristics of Successful Innovation and Technically

Progressive Firms (with some comments on Innovation Reaseaech)`,R&D Management,

Vol. 7, No. 3,June.

Scott, A.J. (1986) ´Industrial Organizational and Location: Division of Labor, the Firm

and Spatial Process`, Economic Geography, 62, pp. 215-45.

Scott, A.J. and Kwok, E.C. (1989)`Interfirm Subcontracting and Locational

Agglomeration: A Case Study of Printed Circuits Industry in Southern California`,

Regional Studies, 23, pp. 405-16.

Saren, M.A.J. and Tzokas, N. (1994) Proceedings of the Annual Conference of the

European Marketing Academy, Maastricht.Scheuing, E.E. (1974) New Product Management, The Dryden Press, Hinsdale, Illinois

Schumpeter, J.A. (1934) The Theory of Economic Development, Harvart University Press, Cambridge, Mass.

Silverberg, G. (1988)` Modeling Economic Dynamics and Technical Change: Mathematical Approaches to Self-Organization and Evolution`, in Dosi et al., Technical Change and Economic Theory, Frances Pinter, London.

Silverberg, G. (1991)` Adoption and Diffusion of a Technology as a Collective Evolutionary Process`, Technological Forecasting and Social Change, 39, No. 1-2 Republished in Nakicenovic and Grubler (1992).

Silverberg, G., Dosi, G. and Orsenigo, L. (1988) `Innovation, Diversity and Diffusion: A Self-Organization Model`, Economic Journal, No. 98, pp. 1032-54.

Sketching drawing techniques for product designersKoos eissen and roselien steur

154

Page 155: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Soete, L. and Turner, R. (1984) `Technology Diffusion and The Rate of Technological Change`, Economic Journal, 94, pp612-23.

Stiglitz J.E. (1987)`Learning to Learn, Localized Learning and Technological Progress`, in Dasgupta, P. and Stoneman, P. (eds) Economic Policy and Technological Change, Cambridge University Press, Cambridge.

Stoneman, P (1980) `The Rate of Imitation, Learning and Profitability, Economics Letters, 6, pp-179-83

Stoneman, P (1981) Ìntrafirm Diffusion, Bayesian Learning and Profitability, Economics Journal, 94, pp. 612-23

Stoneman, P (1983) The Economic Analyses of the Technological Change, Oxford University Press, Oxford.

Stoneman, P (1986) `Technological Diffusion.The View Point of Economic Theory, Ricerche Economiche, 40, pp. 585-606.

Stoneman, P and Karshenas, M. (1990) `Rank, Stock, Order and Epidemic Effects in The Diffusion of Process Technologies: An Empirical Model`, Warwick Economic Research Papers, No. 358, April.

Stoneman, P and Karshenas, M. (1991)`The Diffusion of New Technology: Extensions to Theory and Evidence `, paper prepared for the ESRC Research Initiative on New Technologies and the Firm.

Stoneman, P and Ireland, NJ. (1983)`The Role of Supply Factors in Diffusion of New Process Technology`, Economic Journal, 96 pp. 142-50.

Strong, L. quoted in: Holberton, S. (1990) 'How BA Tries to Make Friends and Keep Them'. Financial Times, 14 September, p. 16.

Sthyr Petersen, H. (1990)`Diffusion of Coal Gas Technology in Denmark 1850-1920`, Technological Forecasting and Social Change, 38, pp. 37-48.

Tauber, E.M. (1974) 'Predictive validity in consumer research', Journal of Advertising Research,Vol. 15, No. 5, 59-64.

The generation of ideas for New products. Kagan page, Professional, Paperbacks

The PDMA handbook of New Product Development Second Edition, Kenneth B. Kahn, Editor Wiley, 2005.

The Bacova Guild, LTD.

The concept of co-creation ,C.K. Prahalad in conversation with Sarah Powel, “ Spotlight” column Editor, Emerald Group Publishing Vol 20 No. 11, 2004.

The emergence of service Science: Toward Systematic Service Innovations to accelerate co-creation Value . Jim Spoher, Paul P. Maghio , Prodution and Operation Management, 2008.

The practice of co-creating unique value with costumers: an interview with C.K. Prahalad, Emerald Group Publishing Vol 34 No. 2, 2006.

Towards a new techonology future approach. R. Cantin, P.Michel , Elsevier, Computers in industry 2006.

Universal Principes of Design William Lidwell, Kritina Holden, Jill Butler

155

Page 156: estudogeral.sib.uc.ptestudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/14372/1/Tese.docx · Web viewA nossa análise consiste em estudos empíricos, nos âmbitos supracitados e na sua aplicação

Von Braun, C.F. The Innovation War. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall, 1997.

Von Hippel, E., “Successful Industrial Products from Consumers` Ideas,” Journal of

Marketing, 42 (1), (January 1978), 39-49.

Von Hippel, E, The Sources of Innovation, (New York: Oxford University

Press1988).

Von Hippel, E. and Thomke, S. (1999) 'Creating breakthroughs at 3M Harvard

Business Review, Vol. 77, No. 5, 47-57.

Waldman, D.M. (1985) `Computation in Duration Models with Heterogeneity`, Journal

of Econometrics, 28, pp. 127-34.

When co-creating value with a costumer goes wrong, Alistair Davinson, Emerald Group Publishing Vol 32 No. 3, 2004.

Winning at New Products. Robert Cooper Third Edition Basic Books,(2001)

Waldman, D.M. (1985) `Computation in Duration Models with Heterogeneity`, Journal

of Econometrics, 28, pp. 127-34.

Desenhos do protótipo de Joaquim Manuel Aires Pereira de Almeida Matos

Agradecimentos: Agradeço ao Professor Arnaldo Coelho e Filipe Coelho a sua colaboração.

156