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Colégio Anglo Cassiano Ricardo 1º Série - Ensino Médio Grupo 29 Projeto Escolar Interdisciplinar Travessias: Histórias construídas pelo conhecer, fazer, conviver e ser CORPO, MODA E CULTURA

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Colégio Anglo Cassiano Ricardo1º Série - Ensino Médio

Grupo 29

Projeto Escolar InterdisciplinarTravessias: Histórias construídas pelo conhecer, fazer, conviver e ser

CORPO, MODA E CULTURA

São José dos Campos2016

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Professor Orientador: Sílvia Masliaev Bigelli

Nome FunçãoAmábile Lucia Prá SecretáriaAmanda Tovani ExpositoraEvandro Keiji Kayano RedatorGabriel De Lima Proença ExpositorGiovana Bassani ExpositoraGustavo Ferreira Campos ExpositorJuliana Mary Lourenço RedatoraLarissa Faria Silva RedatoraMaria Eduarda Souza Mendes Diniz Apresentadora oralMatheus Junji Nakamura Apresentador oralMichelle Bondi Gravatim LíderRafael De Oliveira ExpositorSophia Félix Palma Apresentadora oralVinicius Alexandre Fonseca ExpositorVitoria Gomes Lins ExpositoraYuri Sodré Bastos Blogger

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Dedicamos este trabalho àquelas pessoas que se sentem excluídas por não se encaixarem nos padrões de beleza impostos pela sociedade atual.

AGRADECIMENTOS

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A nossa Professora Orientadora, Sílvia Masliaev, por sempre nos ajudar e exigir nosso

melhor desempenho.

Aos nossos patrocinadores: Bananinha Paraibuna, Mundo Oriental, Ponto 43 e

Panificadora e Confeitaria Flor da Bela Vista que apoiaram nosso trabalho e

compartilham de nossas ideias.

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“Em tempos de ditadura da beleza, o corpo é massacrado pela indústria e pelo comércio que vivem da nossa insegurança”

Paulo Moreira Leite RESUMO

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Atualmente, vivemos em uma sociedade que valoriza mais a aparência do que a essência do indivíduo. Este trabalho foi feito com a intenção de mostrar às pessoas que não é preciso seguir o padrão que é imposto. O importante é sentir-se bem com o próprio corpo. Para a realização deste trabalho, foram feitas pesquisas bibliográficas, uma pesquisa de campo com os alunos do ensino médio do nosso colégio a respeito da satisfação com seus corpos, entrevistas com trabalhadores voluntários e com a professora Angélica Denise Marcondes, portadora de bulimia. A mídia, a indústria e a sociedade impõem um certo padrão de beleza e fazem com que as pessoas queiram segui-lo, porém não são todos que se encaixam nesse padrão. Assim, sentem-se excluídos, o que traz uma angústia constante e o desenvolvimento de distúrbios alimentares e psicológicos. Concluímos, portanto, que, para diminuir a influência que a mídia e a indústria exercem sobre nós, devemos controlar o uso de aparelhos tecnológicos entre os jovens, vivenciar outras alternativas de lazer, além da tecnologia, e nos envolver em trabalhos voluntários.

Palavras-chave: Moda, padrão de beleza, corpo, satisfação, sociedade.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................81.1 JUSTIFICATIVA 81.2 FUNDAMENTAÇÃO

TEÓRICA......................................................................................81.3 SITUAÇÃO-PROBLEMA............................................................................................13 1.4 HIPÓTESES 131.5 OBJETIVOS 14

2. METODOLOGIA...................................................................................153. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................164. CONCLUSÃO........................................................................................17REFERÊNCIAS..........................................................................................18APÊNDICE A – LINHA DO TEMPO.......................................................20APÊNDICE B – ENTREVISTA.................................................................21ANEXOS.....................................................................................................23

ANEXO A 23ANEXO B 23ANEXO C 24ANEXO D 24ANEXO E 25ANEXO F 25ANEXO G 25

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Justificativa

A estética, o corpo e a moda são reflexos do contexto social de cada época.

Estudar as tendências históricas relativas ao corpo, à estética e à moda, através dos

tempos, colabora para a percepção dos paradigmas corporais vigentes que marcam

nosso tempo e modelam o corpo, considerando-se a influência da mídia e da educação.

Vivemos numa sociedade cuja construção da imagem do corpo saudável

(independentemente de ser ou não realmente saudável) obriga o indivíduo a se mostrar

belo e saudável. Isso ocorre principalmente com os indivíduos do sexo feminino, de

acordo com Simone de Beauvoir (1967, p. 9):

Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam de feminino.

Nesse processo, a mídia cria padrões de beleza e saúde, produz modelos a serem

seguidos, muitas vezes, tipos distorcidos de beleza e até de saúde. Assim, a roupa, em

conexão direta com o corpo, evidencia não só concepções pessoais na aparição, mas

ideias e valores sociais de moda e de corpo. Considerando o Mote do Projeto 2016 –

Travessias: histórias construídas pelo conhecer, fazer, conviver e ser – o estudo do

tema é relevante no sentido de destacar a influência da moda e dos padrões estéticos que

norteia o modo de ser da coletividade.

1.2. Fundamentação Teórica

Padrão de beleza pode ser definido como um determinado estilo de corpo que

nos é imposto. Porém, esses modelos a serem seguidos não são fixos e variam de época

para época e de sociedade para sociedade (ver APÊNDICE A).

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Em relação às sociedades, pode-se observar uma notável mudança nos padrões

de beleza de cada país. Em uma pesquisa realizada pelo site britânico Superdrug Online

Doctor (2015), dezoito designers do sexo feminino de diversas partes do mundo foram

convidadas a fazer mudanças na imagem de uma mulher, para que ela se encaixasse nos

padrões de seu país. Os resultados mostram uma grande diferença entre os corpos,

ressaltando essa variedade de ideais estéticos (ver ANEXOS A e B). Segundo o filósofo

e matemático francês, Blaise Pascal (1814, p. 109) “a própria moda e os países

determinam aquilo a que se chama beleza”.

Já em relação às épocas, pode-se perceber que, antigamente, havia uma

valorização dos corpos com maior massa corporal, já que a gordura era sinônimo de

status, representando acesso à comida e riqueza.

Atualmente, os padrões que a mídia e a indústria nos impõem são: mulheres

extremamente magras com bastante busto e quadril e homens muito musculosos (ver

ANEXOS C e D). Porém esse padrão é praticamente impossível de ser alcançado, já que

o corpo humano raramente alcança tais proporções. Assim, as pessoas estão sempre

buscando alternativas para se encaixarem nos padrões como cirurgias plásticas,

medicamentos, “bombas”, comidas fitness, o que faz com que a indústria lucre. É

importante ressaltar que a indústria e a mídia trabalham em conjunto; a primeira tem a

função de produzir aquilo que a sociedade deve consumir e cabe à segunda fazer a

divulgação desses produtos “milagrosos”.

Para atrair o maior número de espectadores e, consequentemente, clientes, a

mídia apela para o instinto básico do ser humano. Em sua maioria, as propagandas

mostram pessoas consideradas bonitas, de uma classe social mais elevada, em um

ambiente agradável e que passam por momentos felizes.

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Aqueles que não estão de acordo com os padrões acabam sentindo-se excluídos

e, para se encaixarem, recorrem a métodos mais rápidos e nem sempre saudáveis para

emagrecer, o que faz com que desenvolvam distúrbios alimentares. Dentre as doenças

desenvolvidas por essas pessoas, destacamos a anorexia, a bulimia, a vigorexia e a

ortorexia. De acordo com a doutora em Saúde Mental, Maria Alice Fontes (2016), a

etiologia dos transtornos alimentares está associada principalmente aos aspectos

socioculturais. A doutora também afirma que:

A pressão cultural por manter-se magro, seja apenas para atender a um padrão estético ou pela exigência de certas profissões (moda, esportes), aliada à presença de uma baixa autoestima, tornam o indivíduo mais propenso a desenvolver um quadro de anorexia ou bulimia.

Podemos definir a anorexia como um transtorno no qual a pessoa deixa de se

alimentar, ocorrendo a perda voluntária de peso. Os anoréxicos possuem o peso abaixo

do normal e recusam-se a se alimentar de forma correta, negando os riscos da ausência

de uma alimentação saudável (ver ANEXO E).

Em oposição à anorexia, a bulimia consiste no consumo exagerado de calorias,

seguida da forçada eliminação delas, por meio do vômito e do uso de laxantes. Para

obtermos mais informações sobre a doença, realizamos uma entrevista com uma

portadora de bulimia, a professora Angélica Denise Marcondes (ver APÊNDICE B).

Para a endocrinologista do Centro Clínico da PUC-RS, Patricia Santafé (2011),

bulímicos desenvolvem essa doença como uma “válvula de escape” aos seus problemas.

Às vezes acontecem alguns fatos na vida desta pessoa e ela acaba descontando na comida aquele problema que a deixou em desequilíbrio, em depressão e ansiosa. Se a palavra que define a anorexia é medo de comer, no caso da bulimia, é compulsão alimentar seguida de culpa.

Os portadores de vigorexia (ver ANEXO F) apresentam uma obsessão pelo

corpo perfeito. O psicanalista Augusto Cury (2012, p. 176) afirma que:

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As pessoas que têm esse transtorno se sentem tão diminuídas e com baixíssima autoestima que procuram, a qualquer custo, desenvolver sua musculatura, ficar fortes, para se sentirem aceitos.

As pessoas que desenvolvem ortorexia criam uma dieta com alimentos que

consideram saudáveis e passam a segui-la, porém normalmente o ortoréxico tem falta de

vitaminas e nutrientes, devido à não ingestão de determinados alimentos.

As cirurgias plásticas também estão entre os métodos usados para se alcançar o

“corpo ideal”, por isso, atualmente, é muito comum vermos jovens realizando cirurgias

para mudar algo em seus corpos. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

(SBCP), o número de intervenções estéticas em adolescentes entre 14 e 18 anos mais do

que dobrou em quatro anos – saltou de 37.740 procedimentos em 2008 para 91.100 em

2012, 141% a mais (SBCP, 2013). Para a psicóloga Rosely Sayão (2002), esse

comportamento é resultado de múltiplas pressões. A sociedade de consumo apresenta a

esses jovens a ideia de que quem não tem determinado corpo não consegue ser feliz.

Assim, a sociedade da aparência e do espetáculo informa aos jovens que, para ser

notado, é preciso apresentar uma beleza padrão.

Jovens famosos também são vítimas dessa pressão e, por conta dos padrões

estéticos, realizam várias cirurgias plásticas. Um exemplo é a integrante da família

Kardashian, Kylie Jenner, que, com apenas 18 anos, já realizou uma série de

intervenções estéticas. Dentre esses procedimentos, podemos destacar preenchimento

nos lábios, contorno da face, afinamento do nariz e aplicação de botox para deixar as

maçãs do rosto e olhos mais evidentes (ver ANEXO G).

Os jovens são o principal alvo da mídia já que eles estão passando por uma fase

em que precisam ser aceitos pelo grupo. Ciente disso, a indústria cria um produto que é

a chave para a aceitação do jovem em seu círculo, que, como necessita dela, adquire o

produto, proporcionando, assim, mais lucro à indústria e ao comércio.

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Nesse processo, entram as blogueiras, meninas que criam sites sobre diversos

assuntos. Muitos deles tratam sobre moda, suas novidades e tendências. Elas estão cada

vez mais famosas e, sendo assim, são a “propaganda” perfeita para as grandes marcas.

Por meio delas, consegue-se influenciar um número maior de jovens ao consumo de

variados produtos. Por isso, é comum vermos marcas patrocinando essas

“webcelebridades”.

Na direção oposta a essa influência negativa, estão as atividades que visam

neutralizá-la e fazer com que os jovens sintam-se bem como são. Entre essas atividades,

destacamos as físicas que melhoram a saúde corporal e psicológica, pois põem os jovens

em contato com suas habilidades básicas o que gera prazer em ser o que se é,

independentemente do padrão imposto. Como diz Caroline Ueno (2012), do Portal

Educação, “os exercícios físicos evitam a depressão e aumentam a autoestima”.

Além das atividades físicas, o trabalho voluntário é eficiente no que diz respeito

a influenciar positivamente os jovens, afastando-os das manipulações midiáticas e

sociais. Segundo Payne e Luks (PAYNE; LUKS, 2001, p. 404), pesquisadores norte-

americanos:

Quem realiza pelo menos quatro horas de trabalho voluntário por mês tem 10 vezes mais chances de ter uma boa saúde do que quem não voluntaria.

A explicação para isso é que o voluntário vivencia um poderoso sentimento de

satisfação, resultado da diminuição do estresse e da liberação de endorfina,

neurotransmissores que provocam sensação de felicidade, semelhante ao que ocorre na

prática de atividades físicas. A pessoa sente-se, portanto, valorizada pelo o que ela é e

não pelo corpo que a natureza – incontrolável às vezes - deu-lhe.

Pesquisas realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2013, bem

como por grupos que propagam esse trabalho asseveram que o voluntariado beneficia as

pessoas que dedicam seu tempo a fazer o bem. Pesquisa referente ao trabalho voluntário

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realizada pela Universidade de Harvard (2015), nos Estados Unidos, com 2.700 pessoas,

concluiu que ajudar o próximo faz bem ao coração e ao sistema imunológico – exames

clínicos evidenciaram que no sangue do trabalhador voluntário há um aumento de

Imunoglobulina-A, anticorpo que ajuda na defesa do organismo contra infecções

respiratórias, aumenta a expectativa de vida e a vitalidade de maneira geral.

Não são somente benefícios físicos que o voluntário adquire ao dedicar-se ao

outro. Em entrevista com três trabalhadores voluntários, realizada pelo nosso grupo,

constamos que a alegria ilumina seus sorrisos. O trabalho voluntário tranquiliza a alma.

Optar por ser útil para a comunidade gera uma satisfação evidente no semblante dessas

pessoas. Segundo eles, o trabalho voluntário faz com que se afastem de seus “pequenos”

problemas e passem a enxergar o outro, valorizando, desse modo, coisas, emoções,

pessoas que estavam esquecidas ou a que estavam acostumadas. Assim, passam a

valorizar mais a vida, sentindo-se mais realizadas e felizes.

1.3. Situação-Problema

Se os padrões são produto de uma cultura, e, geralmente, quem não os segue é

tratado de uma forma cruel, o que gera angústia constante e problemas de saúde, como

reduzir essa influência dos padrões corporais e estéticos principalmente entre os jovens?

1.4. Hipóteses

Acreditamos que, com alternativas de lazer (esportes, convivência com a amigos

e familiares) e com envolvimento em trabalhos voluntários, é possível diminuir a

influência da mídia sobre os jovens. Além disso, a orientação dos responsáveis a fim de

controlar o uso excessivo de tecnologia é primordial para que esses jovens não se sintam

pressionados a seguir padrões estabelecidos pela sociedade consumista.

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1.5. Objetivos

Nossos objetivos são: refletir sobre a busca pela identidade pessoal apesar de

todo um complexo sistema de relações sociais impositivo, marcado pelas ações de uma

cultura consumista que gera graves problemas de saúde física e psicológica, mostrar que

as atividades sociais, de lazer e o trabalho voluntário aumentam o sentimento de

satisfação do jovem consigo mesmo e entender a influência da mídia e dos padrões

estéticos no comportamento dos jovens.

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2. METODOLOGIA

Primeiramente, cada integrante do grupo realizou uma pesquisa sobre o tema:

Corpo, Moda e Cultura com a ajuda de livros, sites, artigos e filmes, como A Morte

Lhe Cai Bem e O Diabo Veste Prada. Depois, o grupo todo desenvolveu a pesquisa de

campo, que consistia em, durante os intervalos das aulas no colégio, perguntar para os

alunos se eles estavam satisfeitos ou não com seus corpos e, em caso negativo, se era

saúde ou estética a causa da insatisfação. A pesquisa foi realizada com 94 adolescentes,

sendo 47 meninos e 47 meninas. Além disso, como citado anteriormente, entrevistamos

uma vítima de bulimia, a professora Angélica Denise Marcondes, para entender melhor

os efeitos da doença. Também conversamos com 3 trabalhadores voluntários, que nos

ajudaram a perceber os benefícios de ajudar o próximo.

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Perguntamos a 94 alunos de 14 a 18 anos se eles estavam satisfeitos com seus

corpos e o motivo de sua (in)satisfação. As respostas estão compiladas na figura 1.

Pode-se perceber que as meninas são as mais insatisfeitas com seus corpos,

principalmente por uma questão de estética. A minoria dos meninos está insatisfeita,

mas aqueles que não estão satisfeitos têm uma preocupação maior com a saúde.

47%

9%

44%

Meninas

Não (Estética)Não (Saúde)Sim

10%

20%

70%

Meninos

Não (Estética)Não (Saúde)Sim

Figura 1: Pesquisa realizada nos intervalos das aulas no Colégio Anglo Cassiano Ricardo, em São José

dos Campos, sobre a satisfação ou não dos jovens com seu corpo.

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4. CONCLUSÃO

Percebemos, com a análise dos elementos de nossa pesquisa, que é muito difícil

diminuir a influência da mídia sobre os jovens visto que os padrões são impostos por

uma sociedade capitalista cujo único objetivo é o lucro, não importando os meios para

se chegar a esse fim.

Concluímos que os jovens são muito influenciados por esse padrão imposto pela

sociedade. São eles que estão em maior contato com a mídia, que, aproveitando-se da

necessidade do jovem de se sentir aceito no grupo, o convence de que só será aceito se

ele seguir esse padrão imposto por ela.

Com os dados da pesquisa de campo que fizemos, nota-se que as meninas são as

mais afetadas por essa tendência, já que elas ainda são vistas como objetos pela

sociedade e se sentem na obrigação de se adequarem ao padrão que a indústria expõe.

Como a mídia entra na casa das pessoas pelos meios de comunicação a que a

população tem acesso crescente – TV e internet – o controle dos pais sobre o que os

filhos veem é diminuído, já que eles também são vítimas desse processo, perpetuando,

assim, uma angústia social e, infelizmente, acreditamos, sem uma solução a curto e

médio prazos.

Também chegamos à conclusão de que o trabalho voluntário e a prática de

atividades físicas fazem com que a pessoa sinta-se bem consigo mesma, pelo que ela é,

sem se importar com os padrões que lhe são impostos.

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REFERÊNCIAS

CURY, A. Manual dos jovens estressados. 1. Ed. São Paulo: Planeta, 2012. 176 p.

FONTES. A. M. O que são Transtornos Alimentares? Causas, tipos e tratamento.

Disponível em: <http://www.plenamente.com.br/artigo.php?

FhIdArtigo=192#.V2183Rlv_qA>. Acesso em: 25 de mai. 2016

IACONELLI, B. ONU lança documento global sobre trabalho voluntário.

Dispinível em: http://delas.ig.com.br/comportamento/onu-lanca-documento-global-

sobre-trabalho-voluntario/n1597397849965.html. Acesso em: 20 de jun. 2016.

PASCAL, B. Pensées, fragments et letters. Paris: Première Fois, 1814. 109 p.

PAYNE, P.; LUKS, A. The healing power of doing good. 1 ed. North Carolina:

iUniverse, 2001. 404 p.

SANTAFÉ, P. Anorexia e bulimia: sintomas, causas e tratamentos para estes

transtornos alimentares. Disponível em:

<https://www.hagah.com.br/roteiros/anorexia-e-bulimia-sintomas-causas-e-tratamentos-

para-estes-transtornos-alimentares-3316786>. Acesso em: 24 de jun. 2016

SAYÃO, R. A busca pela imagem perfeita. Folha de São Paulo, São Paulo. Jul. 2006.

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA PLÁSTICA. Número de cirurgias

plásticas em adolescentes aumenta 141% em 4 anos. Disponível em:

<http://www2.cirurgiaplastica.org.br/numero-de-cirurgias-plasticas-entre-adolescentes-

aumenta-141-em-4-anos > . Acesso em: 20 de mai. 2016.

SUPERDRUG ONLINE DOCTOR. Perceptions of perfection. Disponível em:

https://onlinedoctor.superdrug.com/perceptions-of-perfection/. Acesso em: 27 de jun.

2016.

UENO, C. Os benefícios da atividade física na adolescência. Disponível em:

<http://www.portaleducacao.com.br/fisioterapia/artigos/22568/os-beneficios-da-

atividade-fisica-na-adolescencia> Acesso em 25 de jun. 2016

UNIVERSIDADE DE HARVARD. Voluntaring may be good for body and mind.

Disponível em: http://www.health.harvard.edu/blog/volunteering-may-be-good-for-

body-and-mind-201306266428. Acesso em: 18 de jun. 2016.

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APÊNDICE A – LINHA DO TEMPO

Elaboramos uma linha do tempo para retratar as mudanças nos padrões de beleza.

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APÊNDICE B - ENTREVISTA

Realizamos uma entrevista com a professora de redação, Angélica Denise

Marcondes, de 39 anos. A entrevistada foi portadora de bulimia e nos deu sua opinião

sobre os temas relacionados a Corpo, Moda e Cultura.

1) Na época em que você sofria com a doença, como via seu corpo, ao olhá-lo no

espelho?

Aos 13 anos fiz uma dieta e perdi 25 quilos, ficando com o corpo que eu tenho hoje.

Mesmo assim, sempre que me olhava no espelho, me achava muito gorda. Continuei

com as dietas e passei a pesar 55 quilos, sendo considerada muito magra para minha

altura. Até hoje é assim, me vejo gorda. Acho que a bulimia causa algum tipo de trauma

no cérebro, então por mais que as pessoas falem “você não é gorda”, temos uma

distorção da imagem do nosso próprio corpo.

2) Os seus pais percebiam o que estava acontecendo?

Não. Meu pai só achava estranho o fato de eu comer e desaparecer. Minha irmã que

começou a perceber e tentava conversar comigo, mas ninguém nunca sentou e disse

algo como “vamos tratar isso”. Todos perceberam isso de maneira mais séria quando eu

estava grávida, pois as grávidas normalmente engordam e eu comecei a perder peso

absurdamente. Comecei a me excluir das relações sociais, porque todos os lugares que

vamos têm comida e eu não queria comer, então ficava sozinha.

3) Como você acha que a mídia e os padrões de beleza influenciaram a sua situação?

Nós temos um padrão de beleza social inalcançável. A mídia influencia um padrão que

não existe e que nem é brasileiro. Por exemplo, ao olharmos uma modelo, percebemos

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que ela é esquelética. Hoje em dia, com o photoshop, isso se torna mais intenso. As

pessoas olham para as modelos e pensam “eu não sou assim”. Sendo assim, passam a

procurar alguém com quem se identifiquem, mas não têm meninas com corpo “normal”

nas fotos das revistas. Os adolescentes, se não tiverem uma família que trabalhe a

autoestima e esse tipo de situação com eles, acabam indo “no embalo”, fazendo o que

mostram que é certo ser feito.

4) Na sua opinião, o que podemos fazer para que isso seja evitado na sociedade atual?

Acho que está relacionado à questão da educação. Estudando, entendemos que existem

biótipos e corpos diferentes que não se encaixam no padrão de beleza e isso é normal.

Padrões sempre vão existir, depende de como você vai criar os seus filhos para evitá-

los. Na sociedade atual, é muito claro que está imposto que o magro é bonito e o gordo é

feio, então os pais têm que se policiar para não passarem isso aos filhos. Eu, quando tive

minha filha, decidi colocá-la na terapia, pois não queria que essa ideia chegasse a ela, já

que somos de uma família em que existem muitas pessoas acima do peso. Eu sabia da

probabilidade de ela ser uma menina “gordinha” e não estar dentro do padrão, pois seu

biótipo é de uma menina grande. Isso foi complicado para mim e, na época em que ela

começou a engordar, perto dos 10 anos, eu também fazia terapia para não cobrar sua

magreza. Apesar da bulimia ser uma doença minha, eu queria que ela fosse magra,

então eu sofria. Também é necessário que se trabalhe a autoestima. A terapia funciona

como uma prevenção. Você não precisa ser bulímico para fazer terapia, você faz o

tratamento psicológico para cuidar e gostar de si mesmo.

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ANEXOS

ANEXO A - Foto original

Disponível em: <http://news.health.com/2015/08/17/what-the-perfect-body-looks-like-

in-18-different-countries/>. Acesso em 17 de jul. de 2016.

ANEXO B – Imagem alterada de acordo com o padrão de beleza colombiano e chinês

Disponível em: <http://www.bibamagazine.fr/beaute/minceur/eh-non-!-tous-les-

hommes-n-ont-pas-la-meme-vision-du-corps-parfait-47112#offset1/>. Acesso em 06 de

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set. de 2016.

ANEXO C – Padrão atual de beleza feminina

Disponível em: <http://hdwallpaperimages.in/gisele-bundchen/gisele-bundchen-black-

bikini/>. Acesso em 17 de jul. de 2016.

ANEXO D – Padrão atual de beleza masculina

Disponível em: <http://www.bolsademulher.com/celebridades/10913/neymar-david-

beckham-e-outros-jogadores-que-ja-posaram-de-cueca>. Acesso em 17 de jul. de 2016

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ANEXO E – Distúrbio – anorexia

Disponível em: <https://estilo.catracalivre.com.br/comportamento/10-historias-

inspiradoras-de-pessoas-que-venceram-o-disturbio-alimentar/>. Acesso em 17 de jul. de

2016.

ANEXO F – Distúrbio - vigorexia

Disponível em: <http://www.acessebahia.com.br/vigorexia-disturbio-das-academias-

leva-ao-desejo-de-ter-corpo-cada-vez-maior/>. Acesso em 17 de jul. de 2016.

ANEXO G – Kylie Jenner natural e após procedimentos estéticos

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Disponível em: <http://vogue.globo.com/beleza/noticia/2015/12/cirurgiao-plastico-

comenta-intervencoes-nos-rostos-das-kardashians.html/>. Acesso em 17 de jul. de 2016.

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