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O “PROJETO ÓLEO LEGAL” DE COLETA DE ÓLEO DE COZINHA USADO: EMPREENDEDORISMO ALIADO À CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL NA
CIDADE DE MOGI GUAÇÚ, SÃO PAULOAutor: Rodrigo Martins de Almeida1
Orientador: Prof. Dr. Ricardo da Silva Manca2
RESUMONo intuito da preservação ambiental, diversas iniciativas podem ser direcionadas ao reaproveitamento dos produtos, no sentido de diminuir a retirada de recursos naturais. As iniciativas, por vezes, se perdem ao longo do caminho, seja pela incapacidade do gestor em lidar com as dificuldades do mercado, seja pela falta de conhecimento e liderança do idealizador. O empreendedorismo deve ser aplicado sobre uma base fundamentada, com metas e propostas de curto, médio e longo prazo, para que o sucesso do empreendimento seja observado. Para isso, é preciso que o projeto seja explicitado de forma simples para o entendimento de toda sociedade, contando com responsabilidade de todos, desde autoridades, até as camadas mais vulneráveis da sociedade. Aliando empreendedorismo, preservação ambiental e mercado potencial teve origem o “Projeto Óleo Legal”. O “Projeto Óleo Legal” fundamenta-se na conscientização sobre o descarte adequado do óleo de cozinha, utilizado nas residências, comércios, empresas e escolas. Tem como premissa a sensibilização a respeito dos danos causados ao meio ambiente decorrente do descarte incorreto do óleo. Tendo em vista uma melhor qualidade de vida, buscando melhor aproveitamento dos descartes do óleo de cozinha usado, o Projeto propôs parceria com a comunidade, instituições organizadas, escolas, condomínios e empresas. Tendo o seu início em março de 2016 e realizadas diversas ações, palestras, eventos de arrecadação com a comunidade, coleta de óleo em prol de entidades carentes e solidárias, campanhas unindo esporte e meio ambiente por meio da arrecadação do óleo.
Palavras-chave: Conscientização ambiental; descarte de óleo; responsabilidade socioambiental; reuso de óleo.
ABSTRACTIn order to preserve the environment, several initiatives can be directed to the reuse of products, in order to reduce the withdrawal of natural resources. Initiatives are sometimes lost along the way, either because of the manager's inability to deal with market difficulties, or because of the creator's lack of knowledge and leadership. Entrepreneurship must be applied on a well-founded basis, with short, medium and long-term goals and proposals, so that the success of the enterprise is observed. For this, it is necessary that the project be explained in a simple way for the understanding of the whole society, counting on the responsibility of everyone, from the authorities, to the most vulnerable layers of society. Combining entrepreneurship, environmental preservation and potential market, the “Legal Oil Project” originated. The “Legal Oil Project” is based on raising awareness about the proper disposal of cooking oil, used in homes, businesses, companies and schools. Its premise is to raise awareness of the damage caused to the environment due to incorrect oil disposal. In view of a better quality of life, seeking to make better use of used cooking oil discharges, the Project proposed partnership with the community, organized institutions, schools, condominiums and companies. Beginning in March 2016, several actions, lectures, fundraising events with the community, oil collection for needy and solidary entities, campaigns uniting sport and the environment through oil collection were carried out.
Keywords: Environmental awareness; oil disposal; socio-environmental responsibility; reuse of oil.
1 Rodrigo Martins de Almeida é discente de graduação em Engenharia Ambiental (2020) pela Faculdade Municipal Professor Franco Montoro, Mogi Guaçu, São Paulo. e-mail: [email protected] 2 Ricardo da Silva Manca possui graduação em Engenharia Ambiental pela UNIPINHAL (2004), Mestrado em Planejamento de Sistemas Energéticos pela Faculdade de Engenharia Mecânica da UNICAMP (2008), Doutorado em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da UNICAMP e atualmente é Pesquisador de Pós Doutorado na Faculdade de Engenharia Civil da UNICAMP. Professor da Faculdade Municipal Professor Franco Montoro, Mogi Guaçu, São Paulo. e-mail: [email protected]
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1. INTRODUÇÃO A sociedade precisa e deve ter consciência da perigosa relação existente entre
o descarte do óleo de cozinha usado e o meio ambiente. O cuidado com o planeta é
responsabilidade de todos, não só das autoridades, mas de toda a sociedade.
Todo projeto que tenha relação com a conscientização ambiental e que
pretenda envolver a sociedade, os governos e os empreendedores, necessita de
uma Política Ambiental com base nas diretrizes da Educação Ambiental, que deve
ser abordada em todas as camadas da sociedade.
O “Projeto Óleo Legal” fundamenta-se na conscientização sobre o descarte
adequado do óleo de cozinha, permeando a atuação profissional, enquanto fonte de
renda do empreendedor, com a educação ambiental, ao aliar o descarte correto à
preservação do meio ambiente.
Teve o seu início em março de 2016, com base no ideal empreendedor de um
aluno da Engenharia Ambiental da Faculdade Municipal Professor Franco Montoro.
A visão do mercado potencial na coleta de óleo de cozinha e o interesse na
educação ambiental, proporcionaram o diagnóstico do setor e a proposta de
confecção do empreendimento. Desde então, o projeto se mantém robusto, fonte de
renda do empreendedor, e fonte de conscientização ambiental nas cidades de Mogi
Guaçu, Mogi Mirim e Estiva Gerbi. Nesse sentido, são realizadas diversas ações:
palestras, eventos de arrecadação com a comunidade, coleta de óleo em prol de
entidades carentes e solidárias, campanhas unindo esporte e meio ambiente, por
meio da arrecadação do óleo.
Através da experiência e contato com as pessoas, observa-se que uma das
principais dúvidas da população é sobre o descarte adequado desse resíduo, apesar
de muitas pessoas aproveitarem o óleo utilizado para a fabricação de sabão, este
possui boa durabilidade, além de o volume de óleo utilizado na sua confecção ser
pequeno. A quantidade de óleo produzido pelas famílias é maior do que o
necessário para a confecção do sabão, em consequência disso, o volume excedente
é descartado de forma incorreta na pia.
De acordo com ZUCATTO et al. (2013), o consumo de óleo de cozinha do
brasileiro é de 15 litros por pessoa ao ano e em torno de 90% óleo de cozinha é
descartado de forma incorreta.
Tendo em vista uma melhor qualidade de vida, buscando melhor
aproveitamento dos descartes do óleo de cozinha usado, o presente trabalho
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apresenta as ações do Projeto óleo Legal frente às dificuldades e conquistas ao
longo dos anos. Assim, o estudo pretende diagnosticar o projeto empreendedor,
avaliando possibilidade e futuras oportunidades neste setor.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. O descarte incorreto do óleo de cozinha e o meio ambiente
Segundo o Jornal O Estado de São Paulo (Estado de São Paulo, 2010), mais
de 200 milhões de litros de óleo vão para os rios e lagos mensalmente. No Brasil, a
produção de óleos vegetais ultrapassa a marca de 3 bilhões de litros de óleos
vegetais por ano e somente 7 milhões de litros de óleo usado são recolhidos por
mês, com destaque para o Estado de São Paulo, que coleta mensalmente 1,8
milhões de litros, um terço do total de todo o Brasil.
O Programa de Gestão Ambiental (PGA) do Ministério Público Federal
apresenta o dado preocupante de que, um litro de óleo de cozinha utilizado
contamina um milhão de litros de água, recurso hídrico equivalente ao consumo de
uma pessoa durante 14 anos (ZUCATTO et al., 2013).
Leal et al. (2014) cita que, na maior parte dos municípios brasileiros, as redes
de esgoto estão ligadas as redes fluviais, favorecendo o transporte dos resíduos de
óleo até os mares e oceanos, provocando o acúmulo de óleo sobre a superfície da
água. Devido a menor densidade do óleo em relação à água, a presença nas
superfícies hídricas impede a oxigenação, leva a morte de peixes e outros animais
marinhos e pode contribuir com a poluição do lençol freático.
Zucatto et al. (2013) complementa que, o óleo impede a troca de oxigênio e
mata seres vivos como plantas, peixes e microrganismos. O óleo é menos denso
que a água, ele fica na superfície dos rios e lagos, impedindo a entrada de luz e
oxigênio. Isso causa a morte de várias espécies aquáticas, como o fitoplâncton
(algas microscópicas que vivem em rios e mares e que produzem oxigênio) que
depende da luz para desenvolver-se e sobreviver. Isso pode trazer consequências
sérias, pois o fitoplâncton está na base da cadeia alimentar dos ecossistemas
aquáticos, servindo de alimento para organismos maiores que também poderão
morrer.
Outro problema ambiental provocado pela presença do óleo no meio ambiente
relaciona-se à contaminação dos solos. O óleo de cozinha usado chega aos solos,
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tanto por meio das margens dos mananciais aquáticos quanto por meio do óleo
descartado no lixo comum que acaba parando nos lixões. O óleo contamina o solo e
é absorvido pelas plantas, prejudicando-as, além de afetar o metabolismo das
bactérias e outros micro-organismos que fazem a deterioração de compostos
orgânicos que se tornam nutrientes para o solo (ZUCATTO et al., 2013).
Além do solo e da água, a atmosfera acaba sendo poluída, porque a
decomposição do óleo produz o gás metano (CH4), que é um gás que potencializa o
efeito estufa, ou seja, é capaz de reter o calor do sol na troposfera, o que aumenta o
problema do aquecimento global (ZUCATTO et al., 2013).
Na questão socioambiental, a presença do óleo de cozinha no solo pode
causar a impermeabilização, e quando ocorrem as chuvas, contribui para o
surgimento de enchentes (LEAL et al. (2014).
Segundo Fogaça (2020), outro problema referente ao descarte irregular do óleo
de cozinha está atrelado aos esgotos das cidades. O óleo de cozinha usado chega
às Estações de Tratamento de Esgoto, que irão separá-lo da água e tratá-lo para
que a água possa ser novamente despejada nos mananciais, como rios e lagos. No
entanto, esse tratamento realizado não é feito com o esgoto total, mas apenas cerca
de 68%, o que significa que o óleo acaba chegando aos mananciais aquáticos. Além
disso, o custo desse tratamento é alto, correspondendo a cerca de 20% do custo
com o tratamento do esgoto.
2.2. Iniciativas no descarte do óleo de cozinha
Segundo a Revista TAE (2012), 90% dos consumidores brasileiros têm o hábito
de jogar óleo, proveniente de fritura e do preparo das refeições, em pias e vasos
sanitários. Nas residências, o descarte incorreto do óleo de cozinha traz
consequências devastadoras para o meio ambiente.
O setor privado, e principalmente, as iniciativas de empreendedores e startups,
tem contribuído para o correto descarte do óleo de cozinha. Este é o caso da
empresa Prolux Engenharia e Construtora Ecoesfera, que ao desenvolver o Sistema
Hidráulico de Coleta e Descarte de Óleo de Cozinha, proporcionou caminhos para o
descarte coerente e responsável do óleo utilizado, evitando a contaminação dos
recursos hídricos (REVISTA TAE, 2012).
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Reportagem veiculada pela Rede Globo (Rede Globo, 2019), apresentou o
Projeto Cada Gota Vale, cujo óleo usado, após ser coletado, transforma-se em
biodiesel, sendo o combustível gerado, renovável e com excelente grau de pureza.
Apesar dos atuais esforços no sentido de evitar o descarte dos resíduos
líquidos na água, em especial o óleo de cozinha, a Empresa de Saneamento Básico
do Estado de São Paulo – SABESP (SABESP, 2007) coloca que, na atualidade, há
um debate para incluir o óleo de cozinha e demais gorduras de uso culinário na lista
de produtos do sistema de logística reversa. Ressalta-se, que, o descarte
inadequado deste produto resulta na poluição de cursos d’água, bem como no
entupimento das redes de esgoto. De acordo com a concessionária de água e
esgoto do estado de São Paulo, há um direcionamento para que a responsabilidade
pela coleta, reaproveitamento e descarte correto desses materiais seja realizado
pelos fabricantes.
2.3. Cadeia do óleo reciclado
O consumo médio do óleo de cozinha está em torno de 13 a 15 litros por
brasileiro ao ano e cerca de 90% é descartado de forma inadequada. No Brasil,
destino comum e caseiro do óleo é a fabricação artesanal. Do ponto de vista
comercial, o óleo pode ser utilizado na produção de outros produtos como sabão,
massa de vidraceiro, ração animal, resinas para tintas, adesivos, massa asfáltica,
graxa, desmoldantes e outros produtos.
Porém, de acordo com a Revista Meio Ambiente Industrial (2016), a principal
rota do óleo de cozinha usado direciona-se à produção do biodiesel.
De acordo com Manca (2019), o biodiesel é um combustível biodegradável
derivado de fontes renováveis, que pode ser produzido a partir de gorduras animais
ou de óleos vegetais. Existem dezenas de espécies vegetais no Brasil que podem
ser utilizadas, tais como mamona, dendê, girassol, canola, gergelim, soja.
Por ter sua cadeia produtiva baseada em espécies vegetais, a energia gerada pelo
biodiesel é chamada de energia renovável. O óleo de cozinha usado tem entrado na
cadeia da produção do biodiesel, pois o óleo de cozinha é produzido também a partir
de oleaginosas, principalmente a soja (MANCA, 2019).
O biodiesel substitui total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo em motores
automotivos (de caminhões, tratores, caminhonetes, automóveis, etc.) ou
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estacionários (geradores de eletricidade, calor, etc.) e pode ser usado puro ou
misturado ao diesel em diversas proporções. Um dos processos mais utilizados para
a produção de biocombustíveis, é a transesterificação, que consiste numa reação
em que os triglicerídeos (gordura) reagem com o metanol na presença de
catalisador, que pode ser um ácido ou uma base. Essa reação produz glicerol e o
éster metílico de ácido graxo, que é o biodiesel (MANCA, 2019).
De acordo com a Revista Meio Ambiente Industrial (2016), são várias as
vantagens do biodiesel de óleo de fritura em relação ao diesel de petróleo: renovável
e isento de enxofre, esse biodiesel pode ser usado em motores diesel sem
necessidade de adaptação dos veículos. Além disso, apresenta maior lubrificação,
acarretando maior vida útil do motor, e polui 80% menos na emissão de gases de
efeito estufa.
2.4. Empreendedorismo ambiental
Empreendedorismo nada mais é que a capacidade de idealizar, coordenar
negócios, projetos, serviços, mudanças em empresas já existentes, mas com
inovação e riscos, o que nos remete as startups que busca essa inovação om um
modelo de negócios repetível e escalável com incertezas e soluções a serem
desenvolvidas.
O empreendedorismo ambiental não precisa comercializar produtos ou serviços
totalmente voltados ao meio ambiente. É possível adotar uma postura
ecologicamente responsável em qualquer segmento. Alguns exemplos de startups
com a preocupação nos três pilares da sustentabilidade (ambiental, social e
econômica) podem ser acompanhados na sequência:
Solos - Criada por empreendedoras baianas, a startup Solos tem a missão de
transformar em adubo os resíduos orgânicos gerados por supermercados e
shoppings. A empresa monta uma estrutura de tratamento nos próprios locais
de coleta a fim de evitar a necessidade de transporte. O adubo, produzido por
uma máquina, pode ser utilizado em fazendas e jardins. Além desse trabalho,
as empreendedoras se dedicam à educação ambiental, conscientizando os
líderes de empresas da importância de implementar um processo de gestão
de resíduos (SOLOS, 2020).
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Newatt - Com uma tecnologia ligada à Internet das Coisas, é possível mensurar
o gasto energético e entender quais aparelhos são mais dispendiosos. O
dispositivo é conectado ao quadro de distribuição e, segundo o site da startup,
permite o melhor gerenciamento da energia, o que resulta em uma economia
média de 30%. Além disso, em indústrias, é possível detectar falhas e
comportamento anormal de equipamentos antes que algo saia do controle
(NEWATT, 2020).
Methanum Energia e Resíduos - Usa técnicas onde os resíduos de
saneamento geram energia elétrica. Com as técnicas empregadas, o
aproveitamento dos dejetos gera biogás, que, por sua vez, pode ser
transformado em energia elétrica (METHANUM, 2020).
Agrosmart - Realiza monitoramento inteligente para cultivo de lavouras, e a
promessa é diminuir o uso de energia elétrica, combustível e consumo de
água. O que é muito importante, já que metade da água utilizada na
agricultura poderia ser evitada com mais eficiência do processo. A tecnologia
monitora a lavoura durante 24 horas por dia e gera modelos de plantio e
colheita com base em dados e informações sobre clima e solo. Com isso em
mãos, o produtor é capaz de antecipadamente definir datas para cada ação,
desde a irrigação até a colheita (AGROSMART, 2020).
Boomera - A Boomera trabalha com novas possibilidades para resíduos. Um
dos projetos da empresa foi a reciclagem de cápsulas de café Dolce Gusto e
de fraldas descartáveis. As técnicas utilizadas são a Engenharia Circular e a
Logística Reversa. Isso significa que toda a cadeia produtiva é conectada por
meio da tecnologia e de parcerias com cooperativas de catadores. Assim, o
que era resíduo se torna matéria-prima para a indústria (BOOMERA, 2020).
Pecsa - A Pecsa trabalha com resgate de fazendas degradadas por uso
excessivo do solo e o emprego de pesticidas na agricultura, o que resulta em
perda de terras produtivas. Após a reforma, o produtor tem as terras
renovadas, produtivas, com mão de obra qualificada e alto potencial de
desempenho econômico. Tudo isso em conformidade com as normas
brasileiras e em parceria com instituições de pesquisa.
O modelo financeiro também é inovador: o produtor participa do investimento
de acordo com a disponibilidade. Além disso, é possível solicitar outros
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produtos de consultoria, como a nutrição estratégica de animais (PECSA,
2020).
Fornari indústria - Os produtos agrícolas podem prejudicar o meio ambiente,
bem como os processos de fabricação muitas vezes geram grandes gastos
de água e energia elétrica. A Fornari Indústria tenta mudar isso produzindo
soluções mais eficientes, como equipamentos de higienização de máquinas
avícolas – o que elimina o uso de produtos químicos como o formol, lavador
de botas e máquina para desinfetar ovos. Outra inovação é que a startup
também oferece serviços de manutenção industrial focados na melhor
eficiência possível (FORNARI, 2020).
Faex Soluções Ambientais - A Faex presta consultoria de coleta e logística de
resíduos industriais perigosos para esses negócios que é o transporte, a
estrutura para armazenagem temporária e a instrução para o descarte. Dessa
forma, pequenas e médias empresas podem gerenciar seus resíduos de
forma segura, dentro da lei e sem prejudicar o meio ambiente (FAEX, 2020).
Universidade Eslovaca de Tecnologia e o estúdio Crafting Plastics - Parceria
entre Universidade Eslovaca de Tecnologia em Bratislava – Slovak University
of Technology in Bratislava e o Estúdio Crafting Plastics, criaram um material,
resistente como plástico, feito a partir de óleo de cozinha usado, amido de
milho e açúcar. Além de durável com uma vida útil estomada em 50 anos,
suporta temperaturas acima de 100ºC. O plástico se degrada ao entrar em
contato com a terra ou o mar, podendo, inclusive ser ingerido com segurança
pelos peixes e pode ser transformado em diversos tipos de embalagens,
inclusive alimentos. Em uma composteira industrial ele se degrada em água,
CO2 e biomassa (PENSAMENTO VERDE, 2019).
The Ocean Cleanup - Boyan Slat, de 26 anos, é referência por ter criado um
sistema de retirada de plástico do oceano cria modelo de óculos com lixo
reciclado. Valor obtido com venda dos óculos irá para operação de limpeza
em uma área com grande quantidade de lixo marítimo no Pacífico. A
organização sem fins lucrativos The Ocean Cleanup, com sede na Holanda,
lançou os primeiros óculos feitos por meio de reciclagem do lixo retirado do
mar. Os vidros foram confeccionados com o primeiro lote de lixo da limpeza.
A organização conseguiu transformá-lo em um material de alta qualidade e
seguro. A estimativa é que cada par de óculos permita a limpeza do
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equivalente a 24 campos de futebol da faixa de lixo do Pacífico. O primeiro
lote de óculos vendido resultará em cerca de 500 mil campos de futebol de
limpeza (THE OCEAN CLEANUP, 2020).
2.5. Educação Ambiental
Uma etapa de grande importância para toda população consumidora de
recursos naturais são as campanhas de conscientização. Estas podem ser
consideradas como uma forma de comunicação mais abrangente tanto do ponto de
vista da informação como do tipo de usuário. Nela devem constar abordagens sobre
o porquê do uso eficiente e o descarte de resíduos de forma correta, levando-se em
conta aspectos ambientais e econômicos (MANCA, 2008).
De acordo com Manca (2008), na adoção de campanhas educacionais para
conscientizar a população sobre a necessidade do uso eficiente dos recursos,
devem ser estabelecidos parâmetros que unam o maior número de envolvidos.
Torna-se importante que junto às medidas de conscientização da sociedade,
mecanismos possibilitem a concretização das ações definidas. Nesse caso a
conscientização precisa mostrar os mecanismos de acesso aos serviços de coleta,
reciclagem e destino dos resíduos.
Uma ação importante para estimular a sociedade a realizar medidas de
conservação e diminuição do desperdício de recursos naturais é o incentivo a partir
de subsídios para que a aqueles que participam das campanhas. Um deles é por
meio da bonificação através de abatimentos de impostos em financiamentos de
imóveis, descontos nos impostos e tributos municipais.
Ressalta-se que, campanhas nesse intuito, devem ter começo, meio e sem
data prévia para finalização. Isso impede que campanhas comecem e se deteriorem
ao longo do tempo, o que favorece a desconfiança da sociedade, criando um círculo
vicioso de que toda campanha em função da proteção do meio ambiente é falha e
com resultados desnecessários para sociedade (MANCA, 2008).
Segundo Manca (2008), de forma pontual, medidas de médio e longo prazos
podem ser propostos como a informação nas escolas a fim de sensibilizar as
crianças desde o início. Isso favorece para que as novas gerações se familiarizem
com o real valor dos recursos naturais e passe a reduzir os desperdícios.
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As campanhas devem ser chamativas e visar públicos específicos de toda
sociedade: nota-se em muitas campanhas a utilização de conteúdo extremamente
técnico, que muitas vezes não é compreendido por todos os leitores (MANCA,
2008).
De acordo com Melo (2017), a educação ambiental é de extrema importância,
pois transforma o pensamento das futuras gerações, ensinando não só às crianças,
mas toda a sociedade sobre a importância do uso consciente dos recursos,
preservação ambiental e dos animais, reciclagem de nossos resíduos, importância
do descarte correto do lixo. Nossa existência depende de nossas ações com a
natureza. Buscar equilíbrio entre a relação homem x natureza, com alternativas
sustentáveis mudando nosso comportamento. A educação ambiental é uma
ferramenta para a mudança de comportamento, buscando o desenvolvimento
sustentável com ações, concepções e mudanças de hábito.
Segundo Mello (2017), a educação ambiental é um processo contínuo pelo
qual o educando adquire conhecimento e informações relativas às questões
ambientais e passa a entender como ele pode se tornar um agente maléfico ou
benéfico ao meio ambiente, podendo interferir diretamente na degradação quanto na
preservação do meio ambiente.
Um belo exemplo de educação ambiental e inclusão social está no Parque
Zoológico de São Paulo. A Fundação Parque Zoológico de São Paulo (FPZSP)
desenvolve, desde 2000, um Programa de Educação Ambiental (PEA) que
compartilha conhecimentos sobre a biodiversidade e promove experiências que
contribuam para a reflexão sobre questões ambientais, conectando pessoas de uma
forma mais positiva e respeitosa com os animais e a natureza (RANCURA, 2020).
3. MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo foi realizado na cidade de Mogi Guaçu, São Paulo, como
parte dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Ambiental
da Faculdade Municipal Professor Franco Montoro.
O trabalho se baseia na explanação das atividades proporcionados pelo
“Projeto Óleo Legal” (Figura 1), Projeto Piloto Empreendedor desenvolvido junto à
Faculdade Municipal Professor Franco Montoro, e que, após maturado, se tornou o
trabalho profissional do aluno.
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Figura 1 – Logomarca do Projeto Óleo Legal
FONTE: Elaboração Própria (2020)
A base metodológica visa expor as principais conquistas e desafios
enfrentados pelo projeto ao longo dos anos de sua existência, bem como mostrar as
parcerias e aberturas de mercado conquistadas a partir da fundamentação da
relação entre trabalho profissional e a educação ambiental.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Intenção do Projeto Óleo Legal
O óleo de cozinha é usado para diversos preparos de alimentos em vários
setores da sociedade: bares, restaurantes, lanchonetes, residências, padarias, entre
outros. Descartar o óleo de cozinha usado de forma incorreta gera enormes
prejuízos ao meio ambiente, além de provocar entupimentos de redes de esgotos e
galerias pluviais, gerando transtornos para toda a sociedade.
Em muitas cidades, existem programas de coleta do óleo de cozinha usado,
para que a sociedade possa descartar de forma correta, e que posteriormente será
encaminhado para a reciclagem. Porém, há muitos coletores clandestinos, não
identificados que realizam coletas em residências, além de empresas sem licenças e
alvarás de funcionamento, realizando serviços sem comprovação do real destino
dado ao óleo usado.
Nas residências e comércios, principalmente, o óleo utilizado, em sua grande
maioria é descartado inadequadamente, pela pia, ralo, vaso sanitário e na terra
(quintais e áreas externas aos comércios).
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Ao ser despejado na pia ou no vaso sanitário, o óleo usado passa pelos canos
da rede de esgoto e fica retido em forma de gordura, atraindo pragas que podem
causar várias doenças, tais como leptospirose, febre tifoide, cólera, Salmonelose,
hepatites, esquistossomose, amebíase e giardíase. Essas doenças podem ser
transmitidas para humanos e animais.
Além disso, esse óleo encrustado nos encanamentos dificulta a passagem das
águas pluviais e causa o extravasamento de água na rede de esgoto e o seu
entupimento, levando ao mau funcionamento das estações de tratamento. Por essa
razão, faz-se necessário o uso de produtos químicos poluentes para desentupir
essas instalações, o que leva à mais poluição e a mais gastos econômicos.
Dessa forma, o Projeto Óleo Legal surge como empresa responsável,
legalizada, com parcerias robustas e caráter empreendedora, visando atender a
população com serviços de ótima qualidade e transparência.
4.2. Atuação de Coleta - Mogi Guaçu, Mogi Mirim e Estiva Gerbi
As coletas são realizadas nas cidades de Mogi Guaçu, Mogi Mirim e Estiva
Gerbi, onde são disponibilizados tambores identificados com nome do projeto para o
descarte do óleo.
Levantamentos realizados, mostram que até o mês de outubro de 2020, o
atendimento englobava 17 condomínios, 1 projeto social, 6 escolas municipais, 1
creche, 95 pontos comerciais, 1 paróquia e 1 comunidade evangélica.
A coleta é diversificada por ponto, sendo que em alguns pontos o óleo pode ser
despejado nos tambores (pontos comerciais) (Figura 1) ou ser colocado em
recipientes como em garrafas pet, alocadas posteriormente, nos tambores
(condomínios, escolas, ponto de coletas).
A coleta é realizada de acordo com a necessidade, podendo ser realizada
semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente. Em condomínios as coletas são
iguais aos pontos de comércios com a particularidade de serem quinzenais e os
moradores realizam o descarte utilizando recipientes.
Para que não haja perturbação sonora, nenhuma campanha publicitária em
carros de som é realizada visando a coleta e identificação do carro. Opta-se pela
realização das coletas nas casas, com agendamento através “disk coleta” do projeto.
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Os recipientes que os moradores utilizam para armazenagem do óleo (garrafas
pet, potes de vidro, etc.) são encaminhados para reciclagem.
O volume de óleo coletado é armazenado em containers (Figura 2) da empresa
Projeto Óleo Legal, sendo filtrado, e posteriormente coletado pela empresa
responsável pela recuperação e reutilização do óleo de cozinha. Para garantia da
segurança ambiental, há a emissão de uma documentação ambiental comprovando
a destinação correta.
Figura 2 - Tambores utilizados nas coletas
FONTE: Elaboração Própria (2020)
Figura 3 - Containers de armazenamento
FONTE: Elaboração Própria (2020)
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4.3. Atuação Educacional
O Projeto Óleo Legal não se fundamenta apenas no trabalho profissional de
coletar óleo e destinar de forma correta. Os estudos do empreendedor no Curso de
Engenharia Ambiental da Faculdade Municipal Franco Montoro, aliados ao
conhecimento e vivência ambiental, proporcionaram a atuação do empreendedor em
campos de atividades educacionais e ações ambientais.
Até o momento, foram realizadas diversas palestras (Figura 3), ações,
campanhas em escolas, programas na rádio, plantio de mudas de árvores, com
abordagens distintas (Figura 4)e não somente referentes ao óleo de cozinha, entre
elas, mas todas com envolvimento na preservação ambiental. Destaque para as
palestras realizadas em escolas municipais, Sesi, Senac, Senai, para grupos de
escoteiros, Tiro de Guerra, Faculdade Municipal Franco Montoro, Condomínio,
Faculdade Unopar, Igrejas, Comunidade Evangélica Cefa, Escola Estadual Luis
Martini, para todos os professores e diretores escolas municipais (realizado na
Faculdade Municipal Prof. Franco Montoro), Protagonistas da Vida (Associação
Rádio Mundo Melhor).
Diversas ações ambientais vêm sendo desenvolvidas, como entrega de vales
muda de árvores a parceiros do projeto, coleta de resíduos eletrônicos em conjunto
com a coleta de óleo. Destaca-se também, a participação em programa de televisão,
rádio e internet e eventos esportivos da prefeitura de Mogi Guaçu.
Alguns eventos de destaque podem ser citados como de suma importância
para o Projeto como Dia Mundial da Água, o Domingo na Franco, o Dia do Amigo
em Martinho Prado, o Roseira Race Mountain Bike, a Semana SIPAT no Senai, Amo
meu bairro por isso eu cuido, Campanhas arrecadação de óleo em prol Apae e Cac
(Centro de Atendimento a criança) de Mogi Guaçu, Semana do meio Ambiente, Mês
da Água, Estande na ExpoGuaçu.
O Projeto também se vale das ferramentas e mídias sociais como Instagram,
Facebook, Whatsapp. No ano de 2020 surgiu o canal no Youtube – Papo Ambiental
com Projeto Óleo Legal, onde são realizados vídeos semanais abordando a temática
ambiental em um ponto de vista dos acontecimentos atuais.
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Figura 4 - Imagens de algumas palestras realizadas
FONTE: Elaboração Própria (2020)
Figura 5 - Imagens de algumas ações, entrevistas e eventos com o projeto.
FONTE: Elaboração Própria (2020)
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4.4. Disseminação do conhecimento
Tabela 1 – Palestras realizadas
Locais Número de participantes
Número de Palestras
Total
Emef Profª Maria Julia Bueno 280 5 1400
Emef Marina Aparecida Rogerio Paschoalotti 600 3 1800
Emef. Profª Cleonice Aparecida da C. Kilburn Thiele
50 1 50
Condomínio Terras Do Mogi (Mogi Mirim) 100 1 100
Emef. Profº Antonio Carnevalle Filho 600 3 1800
Emef Rita de Cássia Gomes da Silva Cola 600 3 1800
Emef. Profª Maria Diva Franco de Oliveira 600 4 2400
Emef. Profª Emilia Vedovello Pedroso 250 4 1000
Sesi 700 1 700
Senac 550 5 2750
Senai 500 1 500
Escoteiros 200 3 600
Tiro de Guerra 180 1 180
Faculdade Municipal Franco Montoro 600 1 600
Faculdade Unopar 100 1 100
Paróquia Imaculada Conceição 300 1 300
Comunidade Evangélica Cefa 1000 1 1000
Escola Estadual Luis Martini 500 1 500
Professores e Diretores escolas municipais 200 1 200
Protagonistas da Vida 50 3 150
Paróquia Santo André 200 1 200
Total 18.130
FONTE: Elaboração Própria (2020)
*estas palestras foram realizadas no período de 2016 a 2020, sendo cada um com sua particularidade de presença e período, houve vezes que foram feitas as palestras para todos os alunos de uma vez outra vez foi sala por sala. Os números de participantes estão aproximados de acordo com o informado nos locais na época.
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Figura 5 – Número de pessoas atendidas por setor
Escolas Estaduais e Municipais
Paróquias
Faculdades e Cursos Profissionalizantes
Condomínios
Escoteiros e Tiro de Guerra
Protagonistas da Vida
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
Número de Pessoas Atendidas por Setor
FONTE: Elaboração Própria (2020)
4.5. Total de óleo coletado no período
Levantamentos realizados pelo Projeto Óleo Legal indicam que ao longo do
Projeto (2016 a 2020) foram coletados 149.200 litros de óleo.
Quando realizada uma comparação entre o primeiro mês de coleta (março de
2016), com arrecadação de 74 litros e o último mês de coleta do ano de 2020
(outubro de 2020), com coleta de 3210 litros, observa-se a evolução do Projeto.
Contudo, cabe ainda destacar, que apesar do volume considerável coletado no ano
de 2020, devido à pandemia do Coronavírus, que fez com que o isolamento social
fosse adotado (Frequência baixa de pessoas nas ruas, comércios fechados), houve
queda na arrecadação do óleo. Comparando o mês de outubro de 2019, com coleta
de 5210 litros de óleo, verifica-se que houve diminuição na quantidade obtida no
mês de outubro de 2020 (3210 litros).
A Tabela 2 apresenta a quantidade de óleo coletado entre os parceiros do
projeto.
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Tabela 2 - Quantidade de óleo coletado entre os parceiros do projeto.
Pontos Porcentagem Quantidade
Comerciais/ponto de coleta 80% 138.200
Escolas, Creche, Associação. 4% 6.000
Condomínios/residências 3,3% 5.000
Total 149.200
FONTE: Elaboração Própria (2020)
A Figura 6 apresenta a quantidade de óleo coletado desde o início do projeto
até a data de outubro de 2020. Destacando o crescimento das coletas nos anos, e
com queda em 2020 devido a pandemia do Coronavírus.
Figura 6 - Quantidade de óleo coletado no decorrer do Projeto
2016 2017 2018 2019 20200
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30000
40000
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49800
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Total de óleo coletado por ano
FONTE: Elaboração Própria (2020) Obs.: Os dados do ano de 2020 estão contabilizados até o mês de outubro
4.6. Dificuldades encontradas na disseminação do conhecimento e da coleta
Diversas são as dificuldades encontradas para levar o conhecimento ambiental,
com destaque para a dificuldade de autorização e interesse de diretores e
professores na realização de palestras e ações ambientais em escolas, tanto
municipais, estaduais e particulares.
Outra dificuldade encontrada é relutância de alguns comerciantes em separar o
óleo de cozinha dos estabelecimentos, por vezes, pela falta de interesse de
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proprietários comerciais, que muitas vezes preferem descartar nas pias, em
detrimento ao armazenamento. Isso também ocorre nas residências, cuja
disseminação do conhecimento é mais distante.
Existem também nas cidades diversos coletores de óleo clandestinos, que
prejudicam a coleta de empresas responsáveis e degradam projetos como o Projeto
Óleo Legal que muitas vezes tem de reconstruir toda a estrutura informativa para
que o processo não se torne descontínuo, por descrédito da população.
4.7. Projetos Socioambientais
A Tabela 3 apresenta ações socioambientais realizadas, agregando a
educação ambiental com atitudes concretas de ajuda comunitária.
Tabela 3 - Ações socioambientais realizadas
Projeto Quem se beneficia? Ganho com ação e observações
Amo meu bairro por isso eu
cuido
Meio Ambiente com a
reciclagem do óleo e resíduos
eletrônicos, Sociedade e Bairro.
Realizada coleta de óleo e
resíduos eletrônicos, conversa
com todos os moradores onde
foi realizado o evento,
educação ambiental no bairro.
Amo Tampinhas do Bem Meio Ambiente com a
reciclagem das tampinhas e
Santa Casa de Mogi Guaçu.
Campanha com a intenção de
ajudar com as necessidades da
Santa Casa de Mogi Guaçu
Coleta de óleo em prol Apae de
Mogi Guaçu
Meio Ambiente com a
reciclagem do óleo e Apae
Campanha de coleta de óleo de
cozinha usado onde foi
revertido em dinheiro e
entregue para Apae ajudar em
suas necessidades
Coleta de óleo em prol CAC
(Centro Atendimento a Criança)
de Mogi Guaçu
Meio Ambiente com a
reciclagem do óleo e, Cac.
Campanha de coleta de óleo de
cozinha usado onde foi
revertido em dinheiro e
entregue para CAC ajudar em
suas necessidades.
FONTE: Elaboração Própria (2020)
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4.8. Análise financeira
Em março de 2016, o discente saiu do emprego que tinha em uma fábrica, para
dedicação integral no Projeto Óleo Legal, e no mesmo ano de criação, o Projeto já
teve êxito financeiro.
Em 2017 o valor médio mensal que recebia retirando todas as despesas já
equivalia ao valor que estaria recebendo caso estivesse trabalhando na fábrica e a
partir de 2018 o valor médio mensal superou.
Porém o mesmo destaca algo muito evidente que é a falta de incentivo para
empreendedores ambientais, apesar de existir alguns programas e fundos na
realidade não o vê acontecer. Sendo primordial uma maior facilidade para obter
incentivo o que proporcionaria um trabalho com melhor qualidade e geraria
possivelmente empregos.
4.9. Propostas Futuras Empreendedoras
Há o planejamento futuro da criação de um aplicativo para facilitar as pessoas
a encontrarem o Projeto Óleo Legal na internet, redes sociais e também para
agendar coletas.
Pensa-se, também, na Criação Selo Ambiental de Boas Práticas para o Meio
Ambiente não só para parceiros do projeto que estarão realizando seus descartes do
óleo de cozinha, mas para empresas que desejam selos para outras práticas
ambientais como, por exemplo: destinação correta seus resíduos como papel,
plástico; realiza tratamento de sua água, que se utiliza de energia solar ao invés da
energia da concessionária.
5. CONCLUSÃO
Entende-se como primordial a realização de projetos ambientais, alinhados
com a educação ambiental e o empreendedorismo. Tais projetos devem ser
estruturados para que tenham um começo, com a definição de estratégias
consistentes, deve ser pautado em um período chave, permeado pela análise
constante, e não pode ser fundamentado em um tempo fim, no sentido de não
inviabilizar a condução do Programa. Projetos voltados para a questão ambiental
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costumam durar pouco tempo, haja vista a não participação da sociedade ou
descrença em projetos sem um bom planejamento.
Ressalta-se a importância do engajamento governamental e poder público,
incentivando e permitindo o correto direcionamento dos programas ambientais.
O descarte correto do óleo de cozinha seguido de uma coleta segura,
corrobora para a preservação do meio ambiente, e projetos com engajamento no
empreendedorismo ambiental são capazes de resguardar os recursos naturais,
quando destinam de forma coerente os resíduos produzidos pelo homem.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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METHANUM. Transformando resíduos em energia. Disponível em: <http://methanum.com/>. Acesso em: 12 nov. 2020.
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574575576577
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