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INSTITUTO FEDERAL DO PIAUÍ CAMPUS TERESINA CENTRAL DEPARTAMENTO DE INFORMAÇÃO, AMBIENTE E SAÚDE COORDENAÇÃO DE GEOMÁTICA CURSO DE TECNOLOGIA EM GEOPROCESSAMENTO DESENVOLVIMENTO DE APLICATIVO WEBMAPPING PARA DISPONIBILIZAÇÃO NA WEB DE DADOS DA REDE HOSPITALAR PÚBLICA DO BAIRRO CENTRO DE TERESINA, PIAUÍ DANIEL SILVA VERAS TERESINA-PI 2010

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Trabalho de Conclusão de Curso - TCC Título: DESENVOLVIMENTO DE APLICATIVO WEBMAPPING PARA DISPONIBILIZAÇÃO NA WEB DE DADOS DA REDE HOSPITALAR PÚBLICA DO BAIRRO CENTRO DE TERESINA, PIAUÍ Curso: Curso Superior de Tecnologia em Geoprocessamento Instituição: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí - IFPI Autor: Daniel Silva Veras

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INSTITUTO FEDERAL DO PIAUÍ CAMPUS TERESINA CENTRAL DEPARTAMENTO DE INFORMAÇÃO, AMBIENTE E SAÚDE COORDENAÇÃO DE GEOMÁTICA CURSO DE TECNOLOGIA EM GEOPROCESSAMENTO

DESENVOLVIMENTO DE APLICATIVO WEBMAPPING PARA DISPONIBILIZAÇÃO NA WEB DE DADOS DA REDE

HOSPITALAR PÚBLICA DO BAIRRO CENTRO DE TERESINA, PIAUÍ

DANIEL SILVA VERAS

TERESINA-PI 2010

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DANIEL SILVA VERAS

DESENVOLVIMENTO DE APLICATIVO WEBMAPPING PARA DISPONIBILIZAÇÃO NA WEB DE DADOS DA REDE

HOSPITALAR PÚBLICA DO BAIRRO CENTRO DE TERESINA, PIAUÍ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí, como requisito para obtenção do título de Tecnológo em Geoprocessamento. Orientador: Prof. Esp. Ésio Cordeiro

TERESINA-PI 2010

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INSTITUTO FEDERAL DO PIAUÍ CAMPUS TERESINA CENTRAL DEPARTAMENTO DE INFORMAÇÃO, AMBIENTE E SAÚDE COORDENAÇÃO DE GEOMÁTICA CURSO DE TECNOLOGIA EM GEOPROCESSAMENTO

DESENVOLVIMENTO DE APLICATIVO WEBMAPPING PARA DISPONIBILIZAÇÃO NA WEB DE DADOS DA REDE

HOSPITALAR PÚBLICA DO BAIRRO CENTRO DE TERESINA, PIAUÍ

Aluno: Daniel Silva Veras

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________ Prof. Esp. Ésio Cordeiro

Orientador - IFPI

____________________________________________ Prof. MSc. Márcio Aurélio Carvalho de Morais

Examinador(a) – IFPI

____________________________________________ Prof. MSc. Jurandi Oliveira da Silva

Examinador(a) – IFPI

Teresina-PI, 27 de agosto de 2010.

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DEDICATÓRIA

“À minha família querida, meus pais (Antonio Veras

e Fátima Veras) e meus irmãos (Danilo e Daniely).

Estes são minha base e minha estrutura, o motivo

pelo qual dou o meu melhor.”

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me dado a capacidade de chegar até aqui. Pelos momentos bons e ruins que

me proporcionaram experiências necessárias. Por abençoar a mim e as pessoas que amo.

Obrigado Deus.

A todos os professores do Curso Superior de Tecnologia em Geoprocessamento, em especial

aos professores Jurandi Oliveira, Ésio Cordeiro e Valdira de Caldas. Por todo auxílio e

contribuição na minha formação profissional.

Aos companheiros de curso. Em especial aos amigos Adriano D’Carlos, Kelson França, Aécio

Carvalho e Juliana Sousa.

Aos mui amigos do PROEJA e da Coordenação Pedagógica do Instituto Federal do Piauí.

Certamente a melhor equipe de trabalho que alguém poderia ter.

Um agradecimento especial para Layara Campelo, Weslley Maycon e Max Wagno. Meus

irmãos de caminhada e companheiros de batalha. “Eu talvez não tenha muito amigos, mas os

que eu tenho são os melhores que alguém poderia ter.” (Vinicius de Moraes).

Aos professores Paulo Borges da Cunha e Flôr de Maria Mendes Câmara. As minhas

referências de vida, de ética profissional, de amizade e de amor ao próximo. Pelo incentivo e

pelos ensinamentos transmitidos que levarei por toda a vida. Nunca poderei saldar minha

dívida com vocês.

Aos incontáveis amigos que fiz no Instituto Federal do Piauí, funcionários, professores e

estudantes.

Page 6: WebGIS - TCC Daniel Veras

“Eu acredito, eu luto até o fim: não há como

perder, não há como não vencer.”

Oleg Taktarov

Page 7: WebGIS - TCC Daniel Veras

RESUMO

Os Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) são sistemas capazes de realizar o tratamento de dados que representam objetos e fenômenos localizados sobre a superfície terrestre. Estes sistemas têm sido utilizados vastamente para o apoio a tomada de decisões sobre problemas urbanos, rurais e ambientais. O avanço da Tecnologia da Informação e a disseminação da Internet no cotidiano das pessoas possibilitaram o surgimento de sistemas capazes de levar alguns dos aspectos de um SIG para o ambiente intranet/internet. O presente trabalho apresentou o desenvolvimento de uma aplicação webmapping para a disponibilização de dados da rede hospitalar pública do bairro Centro de Teresina. Este trabalho desenvolveu-se a partir da tarefa de reunir dados sobre a rede hospitalar pública da área de estudo, organizá-los em um banco de dados geográficos e depois disponibilizá-los em forma de mapas dinâmicos na web. O resultado do trabalho foi um sistema capaz de disponibilizar mapas na web que retratam diversos aspectos do bairro Centro, tais como: localização, atividade comercial, praças públicas, ruas e avenidas; além de fornecer a localização e dados quantitativos que caracterizam a rede hospitalar pública existente no bairro. Estas informações disponíveis via internet podem contribuir para a melhoria do acesso da população civil a estes serviços e ainda contribuir para a ampliação da participação popular nas decisões municipais sobre este tema. Palavras-chave: Sistemas de Informações Geográficas (SIGs), saúde pública, Webmapping, Internet.

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ABSTRACT

The Geographic Information Systems (GIS) are systems capable of processing data that represent objects and phenomena located on land. These systems have been widely used to support decisions about urban problems, rural and environmental. The advancement of information technology and the spread of Internet in daily life facilitated the emergence of systems able to take some of the aspects of a GIS environment for the intranet / internet. This paper presented the development of an application Webmapping for availability of data from the public hospital network in the neighborhood Centro of Teresina. This work was developed from the task of gathering data on the public hospital network of the study area, organize them into a geographic database and then make them available in the form of dynamic maps on the web. The result of this work was a system capable of providing web maps depicting various aspects of the neighborhood Centro, such as location, business, public squares, streets and avenues, besides providing localization and quantitative data that characterize the public hospital network existing neighborhood. This information is available via the Internet can contribute to improving access of population to these services and also contribute to the broadening of popular participation in municipal decisions on this issue. Keywords: Geographic Information Systems (GIS), public health, Webmapping, internet.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 15

1.1. OBJETIVOS DA PESQUISA ....................................................................................... 17

1.1.1. Geral ........................................................................................................................ 17

1.1.2. Específicos .............................................................................................................. 17

2. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG) ............................................... 18

2.1. PLANOS DE INFORMAÇÃO (LAYERS) .................................................................. 22

2.2. BANCO DE DADOS GEOGRÁFICOS ....................................................................... 22

2.3. INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA .................................................................................. 23

2.4. MODELAGEM DE DADOS GEOGRÁFICOS ........................................................... 24

2.4.1. Modelo Geo-OMT................................................................................................... 26

3. SIG NO SUPORTE E GERENCIAMENTO DA SAÚDE PÚBLICA ........................... 31

4. CONCEITOS RELATIVOS À INTERNET .................................................................... 36

4.1. WORLD WIDE WEB (WWW)..................................................................................... 36

4.1.1. GeoWeb ................................................................................................................... 38

4.2. HIPERTEXT TRANSFER PROTOCOL (HTTP) ........................................................ 39

4.3. SERVIDORES WEB ..................................................................................................... 41

4.3.1. Apache ..................................................................................................................... 41

5. DISPONIBILIZAÇÃO DE DADOS GEOGRÁFICOS NA WEB ... .............................. 44

5.1. SERVIDORES DE MAPAS .......................................................................................... 47

6. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 49

6.1. MATERIAL BIBLIOGRÁFICO E CARTOGRÁFICO ............................................... 49

6.2. SOFTWARES ................................................................................................................ 49

6.2.1. ArcGIS .................................................................................................................... 50

6.2.2. MapServer ............................................................................................................... 51

6.3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ......................................................... 54

6.3.1. Localização e limites ............................................................................................... 54

6.3.2. O bairro Centro........................................................................................................ 57

6.3.2.1. Aspectos demográficos ..................................................................................... 58

6.3.2.2. Aspectos sócio-econômicos e infra estruturais ................................................. 58

6.4. ASPECTOS DO SETOR DE SAÚDE EM TERESINA ............................................... 61

6.5. COLETA DE PONTOS COM GPS .............................................................................. 65

Page 10: WebGIS - TCC Daniel Veras

6.6. PADRONIZAÇÃO DA BASE DE DADOS ................................................................. 66

6.7. IMPLEMENTAÇÃO DO BANCO DE DADOS GEOGRÁFICO ............................... 67

6.7.1. Modelagem conceitual ............................................................................................ 67

6.7.2. Dicionário de dados ................................................................................................. 69

6.8. DESENVOLVIMENTO DO APLICATIVO WEBMAPPING .................................... 73

6.9. TESTES E IMPLANTAÇÃO ........................................................................................ 86

7. RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................................... 87

8. CONCLUSÕES ................................................................................................................... 94

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 96

APÊNDICES .................................................................................................................100

APÊNDICE A – Código Fonte das consultas do aplicativo. .......................................... 101

APÊNDICE B – Código Fonte do arquivo de configuração Mapfile. ............................ 102

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LISTA DE FIGURAS E QUADROS

FIGURA 01. Geoprocessamento: tecnologia transdisciplinar – equipamentos, processos,

entidades e metodologias. ................................................................................. 19

FIGURA 02. Dualidade das informações num SIG: dados espaciais (geográficos) associados

a atributos alfanuméricos. ................................................................................. 20

FIGURA 03. Arquitetura de um SIG. ...................................................................................... 21

FIGURA 04. Exemplos de diversos planos de informações: representação da realidade em

camadas em um SIG. ........................................................................................ 22

FIGURA 05. Generalização no modelo GEO-OMT. .............................................................. 28

FIGURA 06. Meta modelo parcial do modelo GEO-OMT. .................................................... 29

FIGURA 07. Notação gráfica da classe georreferenciada. ...................................................... 29

FIGURA 08. Notação gráfica da classe convencional. ........................................................... 30

FIGURA 09. Espacialização dos casos de Cólera na cidade de Londes, 1854. ...................... 31

FIGURA 10. Visualização de lotes com pacientes hipertensos de uma Unidade de Saúde da

Família de João Pessoa-PB. .............................................................................. 33

FIGURA 11. GeoSIST - Georreferenciamento do Sistema de Informação em Saúde do

Trabalhador. ...................................................................................................... 35

FIGURA 12. Modelo Cliente / Servidor nos serviços da internet. .......................................... 38

FIGURA 13. Arquitetura do protocolo TCP/IP. ...................................................................... 39

FIGURA 14. Formato das comunicações na web utilizando o protocolo HTTP. ................... 40

FIGURA 15. Mapa disponibilizado pelo BDGEOPRIM mostrando a distribuição geográfica

do primata, gênero Ateles. ................................................................................. 45

FIGURA 16. Estrutura de funcionamento de uma aplicação webmapping. ............................ 46

FIGURA 17. Funcionamento básico de uma aplicação MapServer em modo CGI. ............... 53

FIGURA 18. Funcionamento de uma aplicação MapServer em modo MapScript. ................ 54

FIGURA 19. Localização do município de Teresina, Piauí. ................................................... 56

FIGURA 20. Mapa de situação do bairro Centro em relação ao município de Teresina, Piauí.57

FIGURA 21. Evolução populacional do bairro Centro. .......................................................... 58

FIGURA 22. Teatro 4 de Setembro, Teresina, Piauí. .............................................................. 60

FIGURA 23. Praça Pedro II, Teresina, Piauí........................................................................... 60

FIGURA 24. Atendimentos à pacientes de outros estados em Teresina, janeiro a outubro de

2000................................................................................................................... 64

Page 12: WebGIS - TCC Daniel Veras

FIGURA 25. Diagrama GEO-OMT do banco de dados geográficos da aplicação. ................ 68

FIGURA 26. Estrutura de um arquivo mapfile. ....................................................................... 74

FIGURA 27. Resultado da primeira iteração: criação de um mapa estático. .......................... 75

FIGURA 28. Resultado da segunda iteração: criação de um mapa com navegação. .............. 76

FIGURA 29. Resultado da terceira iteração:criação de um mapa com navegação e controle de

camadas. ............................................................................................................ 77

FIGURA 30. Quarta iteração: criação de componentes informativos. ................................... 78

FIGURA 31. Resultado da quinta iteração: criação de um mapa com rótulos nas vias e nas

edificações de destaque. .................................................................................... 78

FIGURA 32. Aplicativo webmapping em modo CGI. ............................................................ 79

FIGURA 33. Visualização do Google Maps. .......................................................................... 81

FIGURA 34. Visualização de uma aplicação demo p.mapper. ............................................... 81

FIGURA 35. Resultado da sexta iteração: aplicativo em modo API. ...................................... 82

FIGURA 36. Resultado da sexta iteração: barra de navegação para o usuário. ...................... 83

FIGURA 37. Configuração da pesquisa para os nomes de hospitais. ..................................... 83

FIGURA 38. Resultado da oitava iteração: criação de tooltip informativa. ............................ 84

FIGURA 39. Nona iteração: símbolos de identificação no mapa. .......................................... 85

FIGURA 40. Nona iteração: símbolos de identificação no mapa. .......................................... 85

FIGURA 41. Visualização no aplicativo webmapping de diversos elementos existentes no

bairro Centro. .................................................................................................... 87

FIGURA 42. Visualização da barra de ferramentas do aplicativo webmapping. .................... 88

FIGURA 43. Visualização da ferramenta identificador com a tooltip do objeto selecionado. 89

FIGURA 44. Visualização da ferramenta identificador múltiplo com a tooltip dos objetos

selecionados. ..................................................................................................... 89

FIGURA 45. Visualização da ferramenta de medição com a tooltip de cálculo de perímetro e

área. ................................................................................................................... 90

FIGURA 46. Visualização da ferramenta Adicionar ponto de interesse. ................................ 90

FIGURA 47. Visualização da barra de consultas do aplicativo webmapping. ........................ 91

FIGURA 48. Visualização do resultado de uma consulta por hospital. .................................. 92

FIGURA 49. Visualização do resultado de uma consulta por uma especialidade médica. ..... 92

FIGURA 50. Visualização da página da CNES contendo informação sobre o hospital

pesquisado. ........................................................................................................ 93

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LISTA DE TABELAS

TABELA 01. Estrutura de diretórios do Apache. .................................................................... 42

TABELA 02. Alguns utilitários incluídos no Apache. ............................................................ 43

TABELA 03. Aspectos de educação do bairro Centro. ........................................................... 58

TABELA 04. Aspectos de economia do bairro Centro. .......................................................... 59

TABELA 05. Equipamentos comunitários do bairro Centro. ................................................. 59

TABELA 06. Aspectos habitacionais do bairro Centro........................................................... 60

TABELA 07. Contexto histórico da evolução do pólo de saúde de Teresina. ........................ 62

TABELA 08. Distribuição dos estabelecimentos de saúde em Teresina................................. 63

TABELA 09. Distribuição dos estabelecimentos de saúde no bairro Centro de Teresina. ..... 63

TABELA 10. Relação nominal dos estabelecimentos de saúde que fizeram parte da

pesquisa. ............................................................................................................ 65

TABELA 11. Tabela de atributos da layer de rios. ................................................................. 69

TABELA 12. Tabela de atributos da layer de logradouros. .................................................... 69

TABELA 13. Tabela de atributos da layer de bairros. ............................................................ 70

TABELA 14. Tabela de atributos da layer de quadras. ........................................................... 70

TABELA 15. Tabela de atributos da layer de praças públicas. ............................................... 71

TABELA 16. Tabela de atributos da layer de edificações de destaque. ................................. 71

TABELA 17. Tabela de atributos da layer de hospitais. ......................................................... 72

TABELA 18. Tabela com os dados das consultas médicas. .................................................... 72

TABELA 19. Tabela com os dados dos exames médicas. ...................................................... 73

TABELA 20. Tabela com os dados dos procedimentos médicos de alta complexidade. ........ 73

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APAC Procedimentos de Alta Complexidade

API Application Programming Interface

ARPANET Advanced Research Projects Agency Network

ASCII American Standard Code for Information Interchange

BDGEOPRIM Banco de Dados Georreferenciado das Localidades de Ocorrência de

Primatas Neotropicais

CAD Desenho Assistido por Computador

CERN Centro Europeu de Pesquisas Nucleares

CGI Commom Gatteway Interface

CNES Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde

DHTML Hipertext Markup Dynamic Language

DNS Domain Name System

FMS Fundação Municipal de Teresina

FTP Protocolo de Transferência de Arquivos

GDAL Geospatial Data Abstraction Library

GEO-OMT Object Modeling Language - Geo

GeoSIST Georreferenciamento do Sistema de Informação em Saúde do

Trabalhador

GIS Geographic Information System

GML Geography Markup Language

GPS Sistemas de Posicionamento Global

HTML Hipertext Markup Language

HCT Hospital das Clínicas de Teresina

HDIC Hospital de Doenças Infecto-Contagiosa

HGV Hospital Getulio Vargas

HTI Hospital de Terapia Intensiva de Teresina

HTTP Protocolo de Transferência de Hipertexto

IBGE Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMS Imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços

IE Internet Explorer

IP Protocolo de Internet

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IFPI Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí

MNDNR Departamento de Recursos Naturais de Minnesota

NASA National Aeronautics and Space Administration

NAVSTAR Navigation System with Time and Ranging

ODBC Open Data Base Connectivity

OGC Open Geospatial Consortium

OSI Open Systems Interconnection

OMT Modelo Orientado a Objetos

PMT Prefeitura Municipal de Teresina

SEMPLAN Secretaria Municipal de Planejamento

SGBD Sistema Gerenciador de Banco de Dados

SIG Sistemas de Informação Geográfica

SQL Structured Query Language

SMTP Simple Mail Transfer Protocol

SUS Sistema Único de Saúde

TIFF Tagged Image File Format

UDP User Datagram Protocol

URL Uniform Resource Locato

UTM Universal Transverse de Mercator

TCP Protocolo de Controle de Transmissão

TIN Rede de Triangulação Irregular

XML Extensible Markup Language

WEB Sinônimo de WWW

WGS84 World Geodetic System 1984

WWW World Wide Web

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1. INTRODUÇÃO

A grande maioria dos problemas de gestão pública no Brasil depende da distribuição

espacial do fenômeno subjacente (ALMEIDA et al., 2007), ou seja, para combater a exclusão

social precisamos saber onde e quem são os excluídos, para reduzir a criminalidade

precisamos identificar os padrões e as áreas de ocorrências. Enfim, conhecer nossos territórios

é condição essencial para gerarmos políticas públicas consistentes em temas como: exclusão

social, atendimento da saúde, segurança pública, etc. O acesso remoto a estas informações é

uma perspectiva a mais no gerenciamento dos problemas de gestão pública.

O conhecimento e a disposição de informações georreferenciadas sobre o lugar

aumentam a probabilidade de acertos das intervenções – sejam elas de domínio público ou

privado – e como afirma Borges (2000, p. 04), “[...] a manipulação integrada de dados

gráficos e não gráficos, juntamente com a possibilidade de análises espaciais, pode orientar

as tomadas de decisões e o planejamento, e, ainda auxiliar na avaliação de políticas

públicas”, haja vista a crescente necessidade de se representar o espaço em questão, por não

se tomarem decisões baseadas apenas em dados estatísticos, mas também na localização, onde

esta é fator primordial no processo decisório, afinal as ações municipais sempre acontecem

em algum lugar.

Saúde pública na visão de Winslow, Charles-Edward Amory (1920) define-se como

“a arte e a ciência de prevenir doenças, prolongar a vida, promover a saúde e a eficiência

física e mental mediante o esforço organizado da comunidade. Abrangendo o saneamento do

meio” [...] “a organização de serviços médicos e de enfermagem” [...] “e o desenvolvimento

de uma estrutura social que assegure a cada indivíduo na sociedade um padrão de vida

adequado à manutenção da saúde.” (WINSLOW, 1920 apud PAIM, 2000). Assim sendo,

saúde pública centra sua ação a partir da ótica do Estado, e objetiva a aplicação de

conhecimentos, médicos ou não, para organizar sistemas e serviços de saúde e atuar em

fatores condicionantes do processo saúde-doença controlando a incidência de doenças através

de ações de vigilância e intervenções governamentais.

Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG), ciência que integra o

Geoprocessamento, são sistemas capazes de armazenar, tratar, analisar e gerar saídas de

informações geográficas através da criação de mapas temáticos e relatórios, dentre outros

produtos. Têm sido utilizados em diversas áreas do conhecimento, com destaque para sua

Page 17: WebGIS - TCC Daniel Veras

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aplicabilidade na gestão da informação para resolver problemas urbanos, nas grandes cidades

brasileiras.

O Geoprocessamento e os Sistemas de Informações Geográficas (SIG) mostram-se

como instrumentos de aperfeiçoamento da saúde, por poder auxiliar no planejamento, na

prestação e na avaliação dos serviços à população. Revela-se como uma ferramenta útil para a

gestão, possibilitando análises de situações sanitárias, avaliando o risco populacional, e

construindo cenários que viabilizem o planejamento de estratégias de intervenção nos

diversos níveis, transitando com rapidez e eficiência entre macro e micro realidades. (SILVA,

2006). A possibilidade de disponibilização de dados geográficos na internet constitui-se em

mais uma ferramenta que o geoprocessamento oferece para a otimização do gerenciamento de

informações e para a democratização do acesso à informação.

Por muito tempo mapas foram somente estáticos, impressos em papel e adquiridos

em bancas de revistas. Devido ao avanço da tecnologia da informação nas últimas décadas, as

formas de produção e disponibilização de mapas, principal objetivo da cartografia, têm

sofrido alterações substanciais, principalmente após o surgimento da informática. Neste

contexto encontra-se também a web como ambiente para disseminação destas informações,

apresentando-se o mapa como uma importante ferramenta de análise visual.

Devido ao alcance mundial da internet, informações oriundas de qualquer parte do

mundo podem ser acessadas instantaneamente, ou seja, com um clique é possível acessar

informações que estão fisicamente em outros continentes. Isso transforma a rede mundial

numa poderosa ferramenta no mundo globalizado, onde a informação é o principal capital

intelectual para a geração de conhecimentos e estes para a geração de valores para o

desenvolvimento da sociedade. É pensando em todas essas vantagens proporcionadas pela

internet que vê-se oportuno disponibilizar informações geográficas na web.

Assim, a construção de um aplicativo webmapping1 que disponibilize informações

sobre a rede hospitalar pública do bairro Centro de Teresina, torna-se justificável, já que

poderá contribuir de forma concreta, para a otimização do acesso a estas informações

pesquisadas, auxiliando os usuários destes serviços de saúde na rápida localização destes.

1 Webmapping é um termo utilizado para designar mapas interativos para a internet, disponibilizados através

de um servidor web.

Page 18: WebGIS - TCC Daniel Veras

17

1.1. OBJETIVOS DA PESQUISA

1.1.1. Geral

Implementar um aplicativo webmapping para disponibilização na web, através de

mapas interativos, de informações pertinentes à rede hospitalar pública do bairro Centro de

Teresina, capital do Estado do Piauí, como forma de auxiliar a população usuária destes

serviços de saúde na navegação, fornecendo rápida localização de hospitais, bem como,

auxiliar em pesquisas relacionadas sobre saúde pública na cidade de Teresina.

1.1.2. Específicos

• Caracterizar a área de estudo da pesquisa;

• Implementar um banco de dados geográficos com as informações pesquisadas,

utilizando a tecnologia dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG);

• Desenvolver um aplicativo webmapping para disseminação na web das informações

pesquisadas.

Page 19: WebGIS - TCC Daniel Veras

2. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG)

Segundo Câmara e Davis (2004) o desenvolvimento da informática, na segunda

metade do século passado tornou possível armazenar e representar informações geográficas

em ambiente computacional, abrindo espaço para o surgimento do Geoprocessamento.

O Geoprocessamento é tido como um termo amplo, que engloba várias tecnologias

de tratamento da informação geográfica. Para Carvalho, Penha e Santos (2000),

geoprocessamento é um conceito de grande dimensão, no qual estão inseridas diversas

tecnologias de tratamento e manipulação de dados geográficos através de programas

computacionais, tais como Sensoriamento Remoto, digitalização de dados, utilização de

Sistemas de Posicionamento Global (GPS) e os Sistemas de Informação Geográfica (SIG).

Neste sentido, o Geoprocessamento cada vez mais é aplicado em diferentes áreas,

como a cartografia, análise ambiental, transportes, comunicações, energia, saúde e

planejamento urbano e regional. (CÂMARA E MEDEIROS, 1996; CÂMARA et al, 2004;

OLIVEIRA Jr, 2008) O objetivo final dessas aplicações é oferecer respostas a problemas,

permitindo melhor compreensão das variáveis dentro do espaço geográfico. (ver FIGURA 01)

A dinamização da informação associada com os mapas digitais suplantou um antigo

problema dos mapas analógicos que era a sua incapacidade de atualização sem um processo

inteiro de recompilação. Edições comuns em mapas, como atualizar uma legenda ou

adicionar um novo atributo geográfico (rio, lago, estado, estrada, etc) em um mapa analógico

exigiam que fosse refeito todo o trabalho, consumindo muito tempo e recursos financeiros. Os

mapas digitais podem ser atualizados constantemente, a medida que o ambiente neles

representados sofra mudanças. (MIRANDA, J. I., 2005).

Page 20: WebGIS - TCC Daniel Veras

19

FIGURA 01. Geoprocessamento: tecnologia transdisciplinar – equipamentos, processos, entidades e metodologias. Fonte: Rocha, 2007.

O SIG é um dos componentes que integra o geoprocessamento, sendo um dos mais

amplos e que permite realizar análises complexas, ao integrar dados de diversas fontes e ao

criar banco de dados geo-referenciados. Os SIG’s tornam ainda possível automatizar a

produção de documentos cartográficos. (CÂMARA et al., 2004).

Page 21: WebGIS - TCC Daniel Veras

Devido a sua diversidade de aplicações, a definição de SIG pode ser dividida em três

categorias, refletindo cada uma à sua maneira a multiplicidade de usos e visões possíveis

desta tecnologia. (BURROUGH e McDONELL, 1988

Baseada em ferramentas: SIG é um poderoso conjunto de técnicas e procedimentos

capazes de coletar, armazenar, rec

Baseado em Banco de Dados: SIG é um banco de dados indexado

sobre o qual opera um conjunto de procedimentos para responder a consultas sobre entidades

espaciais.

Baseado em Estrutu

integra dados referenciados espacialmente em um ambiente de respo

De uma maneira geral, Sistemas de Informação Geográfica (SIG) são sistemas que

realizam o tratamento computacional de dados geográficos e recuperam informações não

apenas com base em suas características alfanuméricas, mas também através da sua

localização espacial.() Ou seja, o SIG permite associação de dados geográficos (posicionais) a

uma infinidade de atributos (dados alfanuméricos), possibilitando assim a realização de

consultas, análises e simulações, envolvendo todo tipo de informação onde a variável ‘espaço’

seja particularmente importante.

FIGURA 02. Dualidade das informações atributos alfanuméricos. Org.: Veras, 2010.

Devido a sua diversidade de aplicações, a definição de SIG pode ser dividida em três

refletindo cada uma à sua maneira a multiplicidade de usos e visões possíveis

desta tecnologia. (BURROUGH e McDONELL, 1988 apud SILVA, 2007

Baseada em ferramentas: SIG é um poderoso conjunto de técnicas e procedimentos

capazes de coletar, armazenar, recuperar, transformar e exibir dados espaciais

Baseado em Banco de Dados: SIG é um banco de dados indexado

sobre o qual opera um conjunto de procedimentos para responder a consultas sobre entidades

Baseado em Estruturas organizacionais: SIG é um sistema de suporte à decisão que

integra dados referenciados espacialmente em um ambiente de respostas a problemas.

De uma maneira geral, Sistemas de Informação Geográfica (SIG) são sistemas que

computacional de dados geográficos e recuperam informações não

apenas com base em suas características alfanuméricas, mas também através da sua

Ou seja, o SIG permite associação de dados geográficos (posicionais) a

atributos (dados alfanuméricos), possibilitando assim a realização de

consultas, análises e simulações, envolvendo todo tipo de informação onde a variável ‘espaço’

seja particularmente importante. (ver FIGURA 02)

Dualidade das informações num SIG: dados espaciais (geográficos) associados a

20

Devido a sua diversidade de aplicações, a definição de SIG pode ser dividida em três

refletindo cada uma à sua maneira a multiplicidade de usos e visões possíveis

SILVA, 2007a).

Baseada em ferramentas: SIG é um poderoso conjunto de técnicas e procedimentos

uperar, transformar e exibir dados espaciais do mundo real.

Baseado em Banco de Dados: SIG é um banco de dados indexados espacialmente,

sobre o qual opera um conjunto de procedimentos para responder a consultas sobre entidades

ras organizacionais: SIG é um sistema de suporte à decisão que

stas a problemas.

De uma maneira geral, Sistemas de Informação Geográfica (SIG) são sistemas que

computacional de dados geográficos e recuperam informações não

apenas com base em suas características alfanuméricas, mas também através da sua

Ou seja, o SIG permite associação de dados geográficos (posicionais) a

atributos (dados alfanuméricos), possibilitando assim a realização de

consultas, análises e simulações, envolvendo todo tipo de informação onde a variável ‘espaço’

num SIG: dados espaciais (geográficos) associados a

Page 22: WebGIS - TCC Daniel Veras

21

De acordo com Casanova (et al., 2005), um SIG possui os seguintes módulos:

a) Interface com o usuário: forma pelo qual o sistema se comunica e interage com o

usuário;

b) Entrada e integração dos dados: o SIG deve ter meios de processar os dados

espaciais;

c) Armazenamento e recuperação de dados: Organizados sob a forma de um banco

de dados geográficos;

d) Consulta e análise espacial: o SIG deve ter funções que facilitem a consulta de

dados;

e) Visualização e plotagem: capacidade do SIG de retornar resultados de visão

espacial de acordo com as consultas solicitadas.

FIGURA 03. Arquitetura de um SIG. Fonte: Câmara, 2007.

O sistema pode integrar dados de diversas fontes e criar bancos de dados

georreferenciados, incorporando informações espaciais como imagens de satélite, dados de

censo, cadastro urbano e rural. Potencialmente, o SIG é um poderoso recurso que viabiliza a

análise, manipulação, integração, representação e disseminação de informações espaciais.

Alguns dos aplicativos disponíveis no mercado agregam diversas funções no mesmo sistema

como a modelagem de terrenos em três dimensões, análise espacial e o processamento digital

de imagens.

Page 23: WebGIS - TCC Daniel Veras

22

2.1. PLANOS DE INFORMAÇÃO (LAYERS)

No processo de análise e interpretação da realidade representada em mapas, foi

estabelecido o conceito de plano de informação. De uma forma simples, planos de informação

nada mais são do que camadas de informação, geralmente agregadas por tema, ou seja, a

realidade passa a ser representada por estratos, como mostrado na FIGURA 04. Os planos de

informação são representações simplificadas da realidade, uma vez que, nestes processos,

sempre existe uma perda na informação.

FIGURA 04. Exemplos de diversos planos de informações: representação da realidade em camadas em um SIG. Fonte: ESRI, 2010.

Desta maneira, o modo como os dados geográficos são organizados dentro de um

SIG, facilitam a leitura e a compreensão dos mesmos, pois apresentam o mundo real em

camadas, por partes, onde cada camada trata de um tema específico.

2.2. BANCO DE DADOS GEOGRÁFICOS

Banco de dados (ou base de dados) são conjuntos de registros dispostos em estrutura

regular que possibilita a reorganização dos mesmos e produção de informação. Um banco de

dados normalmente agrupa registros utilizáveis para um mesmo fim.

Um banco de dados é usualmente mantido e acessado por meio de um software

conhecido como Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD). Um SGBD adota um

Page 24: WebGIS - TCC Daniel Veras

23

modelo de dados, de forma pura, reduzida ou estendida. Muitas vezes o termo banco de dados

é usado de forma equivocada como sinônimo de SGBD.

Sendo assim, banco de dados geográficos são sistemas capazes de recuperar

informações armazenadas não apenas com base em suas informações alfanuméricas, mas

também na sua localização espacial. (CÂMARA e QUEIROZ, 2004).

Dados geográficos ou georreferenciados são dados em que a dimensão espacial está

associada a sua localização na superfície terrestre, num determinado instante ou período de

tempo. O dado geográfico representa um objeto, fato ou fenômeno da natureza, que esteja

localizado sobre a superfície terrestre em um dado instante ou intervalo de tempo. (CÂMARA

et al., 2004).

Os bancos de dados geográficos possibilitam a representação de redes geográficas

complexas, o relacionamento entre classes e feições e a realização de rotinas para a análise

espacial dos dados, produzindo novas informações. Pode-se dizer que um banco de dados

geográficos é uma coleção de dados referenciados espacialmente, que funciona como um

modelo da realidade.

O banco de dados é um componente fundamental em um SIG, permitindo acesso

rápido e fácil às informações armazenadas. O banco de dados geográfico é composto

basicamente por dois tipos de dados: dados gráficos (entidades espaciais) e seus respectivos

atributos.

Os dados espaciais têm a finalidade de representar a forma (geometria) e posição dos

elementos em uma superfície. Na tabela de atributos estão contidas as informações sobre as

entidades espaciais, é onde se descrevem as características de cada feição geográfica

armazenada, ou seja, os atributos.

2.3. INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

A Informação Geográfica não se limita à informação de âmbito cartográfico, deve ser

entendida num sentido mais amplo, englobando todo tipo de informação susceptível de ser

georreferenciada, isto é, informação que pode ser relacionada com localizações específicas

(MACHADO, 1993 apud FURTADO, 2006) e passível de análise espacial.

Genericamente, a Informação Geográfica define-se como informação acerca de

entidades e fenômenos localizados na superfície terrestre, sendo seus componentes:

Page 25: WebGIS - TCC Daniel Veras

24

a) Localização geográfica: a localização das entidades é normalmente feita

recorrendo à utilização de um determinado sistema de coordenadas;

b) Atributos não espaciais: estas entidades podem ter vários significados com

determinadas características;

c) Suas relações espaciais com outras entidades.

2.4. MODELAGEM DE DADOS GEOGRÁFICOS

Os campos de aplicação dos SIG’s, por serem muito versáteis, são muito vastos, e

dentre eles podemos citar:

� Monitoramento e controle de doenças e pragas;

� Atualizações florestais;

� Planejamento de rotas;

� Mapeamento de solos;

� Monitoramento de bacias hidrográficas;

� Controle de tráfego;

� Monitoramento ambiental;

� Gestão das redes de distribuição de água e coleta de esgotos;

� Gestão de redes de distribuição de energia elétrica; e

� Administração municipal e planejamento urbano.

A aplicação que se deseja do sistema é o que vai identificar a parcela do mundo real

a ser representada, tanto gráfica quanto descritivamente bem como a estrutura dos dados e

suas relações. Para que isso se processe, deve-se passar por quatro níveis de abstração:

(GOMES e VELHO, 1995 apud BORGES e DAVIS, 2004).

1. Nível do mundo real: que se caracteriza pelo estudo dos fenômenos a serem

representados;

2. Nível do mundo conceitual: que se caracteriza pela representação lógica da

abstração. É onde passamos a representar os elementos identificados no nível

das grandes classes formais (dados contínuos e objetos individualizáveis) e

especializar estas classes nos tipos de dados geográficos utilizados comumente

(dados temáticos e cadastrais, modelos numéricos de terreno, dados de

sensoriamento remoto);

Page 26: WebGIS - TCC Daniel Veras

25

3. Nível de representação: onde associamos as classes e objetos representados no

nível conceitual a múltiplas representações geométricas. Estas representações

podem ser no formato matricial ou no formato vetorial;

4. Nível de implementação: é onde será implementado em computador o que foi

definido no nível de representação, envolvendo inclusive a escolha da linguagem

de programação.

Desta forma, para abstrairmos informações do nosso mundo a serem armazenadas no

computador normalmente utilizamos uma técnica de modelagem em banco de dados. No

processo de modelagem é necessário construir uma abstração dos objetos e fenômenos do

mundo real, de modo a obter uma forma de representação conveniente, embora simplificada,

que seja adequada às finalidades das aplicações. Nesta técnica, fazemos a representação do

mundo real em um modelo conceitual, a partir deste, o modelo lógico e partir deste criamos o

modelo físico.

De acordo com Borges e Davis (2004), os modelos de dados conceituais são os mais

adequados para capturar a semântica dos dados e, consequentemente, para modelar e

especificar as suas propriedades.

Assim, os modelos conceituais, voltados para a obtenção da semântica dos dados,

modelam e especificam as propriedades do objeto de análise, visando assim a construção de

um modelo livre de aspectos de implementação do banco, num nível de abstração mais alto.

São exemplos desse tipo de modelo, o modelo entidade-relacionamento, proposto por Peter

Chen (1976), o modelo funcional, por Sike (1977) e Ship (1981), o modelo binário, por Abri

(1974) e o modelo orientado a objetos, por Rumbaugh (1991).

A modelagem de banco de dados em SIG tem a tarefa de manipular e armazenar

dados georreferenciados. Estes tipos de dados são mais complexos que dados convencionais.

Por terem essas características diferentes, necessitam de SGBDs não convencionais e, por

conseguinte, de modelos de representação também orientados a este tipo de dados. (ROC,

2003 apud COSTA, 2006). Desse modo, Câmara e Queiroz (2001) diz ser necessário que tal

modelo seja capaz de:

� Reproduzir uma informação ou fenômeno geográfico em unidades lógicas de dados;

� Suportar a forma com que as pessoas percebem o espaço;

� Representar a natureza diversificada dos dados geográficos e a existência de relações

espaciais entre os fenômenos analisados;

Page 27: WebGIS - TCC Daniel Veras

26

� Permitir a existência de entidades essenciais ao processamento e entidades meramente

cartográficas.

Nesse contexto, a orientação a objetos é uma tendência em termos de modelos para

representação de aplicações geográficas. Os objetos geográficos se adéquam bem aos modelos

orientados a objetos, ao contrário, por exemplo, do modelo de dados relacional que não se

adéqua aos conceitos natos que o homem tem sobre os dados espaciais. Todavia, modelos de

dados para representação geográfica têm necessidades adicionais, com relação aos modelos

convencionais e, por conseguinte é preciso adaptações para aumentar sua capacidade

semântica de modelar entidades geográficas.

2.4.1. Modelo Geo-OMT

Um dos modelos que atendem a necessidade de modelagem de dados geográficos é o

GEO-OMT (Object Modeling Language-Geo). Este modelo parte de primitivas do modelo

OMT convencional, acrescentando-se primitivas geográficas que aumentam o conteúdo

semântico dos componentes deste modelo.

De acordo com Queiroz e Ferreira (2006), o modelo Geo-OMT apresenta as

seguintes características:

� Segue o paradigma de orientação a objetos suportando os conceitos de classe, herança,

objeto complexo e método;

� Representa e diferencia os diversos tipos de dados envolvidos nas aplicações

geográficas, fazendo uso de uma representação simbólica que possibilita a percepção

imediata da natureza do dado, eliminando assim, a extensa classe de hierarquias

utilizada para representar a geometria e a topologia dos objetos espaciais;

� Fornece uma visão integrada do espaço modelado, representando e diferenciando

classes com representação gráfica (georreferenciadas) e classes convencionais (não-

espaciais), assim como os diferentes tipos de relacionamento entre elas;

� Caracteriza as classes em contínuas e discretas, utilizando conceitos de “geo-campos”

e “geo-objetos”;

� Representa a dinâmica da interação entre os vários objetos, explicitando tanto as

relações espaciais como as associações simples;

� Representa as estruturas topológicas “todo-parte” e de rede;

Page 28: WebGIS - TCC Daniel Veras

27

� Formaliza possíveis relações espaciais, levando em consideração a forma geométrica

da classe;

� Traduz as relações topológicas e espaciais em restrições de integridade espaciais;

� Representa os diversos fenômenos geográficos, utilizando conceitos natos que o ser

humano tem sobre dados espaciais;

� Possibilita a representação de múltiplas visões de uma mesma classe geográfica, tanto

baseada em variações de escala, quanto nas várias formas de se perceber o mesmo

objeto no mundo real;

� É de fácil visualização e entendimento, pois utiliza basicamente os mesmos tipos de

construtores definidos no modelo OMT convencional;

� Não utiliza o conceito de camadas e sim o de níveis de informação (temas), não

limitando o aparecimento de uma classe geográfica em apenas um nível de

informação;

� É independente de implementação.

O modelo Geo-OMT é baseado em três conceitos principais: classes,

relacionamentos e restrições de integridade espacial. O modelo possui duas classes principais

que servem de base para outras subclasses. São elas: classes georreferenciadas e classes

convencionais. Através destas classes são representados os três grandes grupos de dados

(contínuos, discretos e não-espaciais) encontrados nas aplicações geográficas.

As classes georreferenciadas definem um conjunto de objetos que possuem

representação gráfica e estão relacionados com algum ponto da superfície terrestre. Podem

representar a visão de campo ou de objetos.

As classes convencionais definem um conjunto de objetos que possuem

propriedades, comportamento, relacionamento e semântica semelhantes e que podem ou não

estabelecer relacionamentos com objetos geográficos, sem contudo possuir algum atributo

geométrico ou geográfico.

Partindo do conceito de herança, oriundo da orientação a objetos e presente neste

modelo em estudo, especializamos a classe principal georreferenciada em classes do tipo:

geo-campo e geo-objeto. (ver FIGURA 05).

Page 29: WebGIS - TCC Daniel Veras

28

FIGURA 05. Generalização no modelo GEO-OMT. Fonte: Borges e Davis, 2004.

As classes do tipo geo-campo representam objetos distribuídos continuamente pelo

espaço, correspondendo a grandezas como tipo de solo, topografia, temperaturas, dentre

outros. As classes geo-objetos representam elementos geográficos individualizáveis,

associados a elementos do mundo real, como quadras, construções e vias urbanas. Esses

objetos podem ter ou não atributos não-espaciais, e podem estar associados a mais de uma

representação geométrica, dependendo da escala em que é representado, ou de como ele é

percebido pelo usuário. Essas formas diferentes de se representar objetos nos remete ao

conceito de múltiplas representações de um objeto.

Neste modelo, para todo tido de classe georreferenciada temos uma representação

simbólica correspondente. Sendo assim, ao invés de estabelecermos o tipo de classe através de

relacionamentos, utilizamos um símbolo identificador do tipo de objeto, representando sua

natureza e geometria. Isso torna mais simples a análise de um modelo GEO-OMT, já que

utilizando-se de elementos visuais, que é mais intuitivo, podemos tornar o modelo mais

significativo e expressivo e por conseguinte, menos complexo na representação das suas

relações. A seguir, observamos a estrutura do modelo GEO-OMT. (ver FIGURA 06).

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29

FIGURA 06. Meta modelo parcial do modelo GEO-OMT. Fonte: Borges e Davis, 2004.

A representação de uma classe georreferenciada pode conter ou não atributos

alfanuméricos. No entanto, terá sempre o atributo gráfico de localização. Esta representação é

dada por um retângulo dividido em quatro partes. Na primeira divisão desse retângulo temos o

símbolo referente ao tipo espacial da classe que será representada e o seu respectivo nome; no

segundo retângulo temos os atributos gráficos da classe; no terceiro colocamos os atributos

convencionais e no último retângulo, as operações da classe. (ver FIGURA 07).

FIGURA 07. Notação gráfica da classe georreferenciada. Fonte: Borges e Davis, 2004.

Page 31: WebGIS - TCC Daniel Veras

30

A notação gráfica utilizada para classes convencionais corresponde à notação usada

no modelo OMT. Uma classe é representada graficamente por um retângulo subdividido em

três partes contendo, respectivamente, o nome da classe, a lista de atributos alfanuméricos e a

lista de operações que são aplicadas à classe. A forma simplificada utilizada é o retângulo

contendo apenas o nome da classe e atributos (ver FIGURA 08).

FIGURA 08. Notação gráfica da classe convencional. Fonte: Borges e Davis, 2004.

Page 32: WebGIS - TCC Daniel Veras

3. SIG NO SUPORTE E GERENCIAMENTO DA SAÚDE PÚBLICA

Em 1854, o Dr. Jonh Snow ao juntar informações sobre uma epidemia de cólera em

Londres, em que cerca de 500 pessoas haviam morrido num período de dez dias, teve a idéia

de marcar em um mapa do centro da cidade a distribuição das residências onde ocorriam

óbitos ocasionados pela doença e as fontes de água que abasteciam a cidade

Com a espacialização dos dados, Dr. Snow percebeu que a maioria dos casos estavam

concentrados em torno do poço localizado na Avenida Broad Stret e ordenou a sua lacração.

Estudos posteriores confirmaram esta hipótese e o local como

FIGURA 09. Espacialização dos casos de Cólera na cidade de Londes, 1854.Fonte: Silveira, 2006.

Percebe-se então,

Geografia é bastante antiga, bem como o ato de explorar o potencial das informações

veiculadas pelos mapas em um processo de entendimento do dinamismo espacial das doenças.

SIG NO SUPORTE E GERENCIAMENTO DA SAÚDE PÚBLICA

Em 1854, o Dr. Jonh Snow ao juntar informações sobre uma epidemia de cólera em

Londres, em que cerca de 500 pessoas haviam morrido num período de dez dias, teve a idéia

de marcar em um mapa do centro da cidade a distribuição das residências onde ocorriam

óbitos ocasionados pela doença e as fontes de água que abasteciam a cidade

Com a espacialização dos dados, Dr. Snow percebeu que a maioria dos casos estavam

concentrados em torno do poço localizado na Avenida Broad Stret e ordenou a sua lacração.

Estudos posteriores confirmaram esta hipótese e o local como sendo o centro

Espacialização dos casos de Cólera na cidade de Londes, 1854.

se então, através deste exemplo, que a associação da Medicina com a

Geografia é bastante antiga, bem como o ato de explorar o potencial das informações

veiculadas pelos mapas em um processo de entendimento do dinamismo espacial das doenças.

SIG NO SUPORTE E GERENCIAMENTO DA SAÚDE PÚBLICA

Em 1854, o Dr. Jonh Snow ao juntar informações sobre uma epidemia de cólera em

Londres, em que cerca de 500 pessoas haviam morrido num período de dez dias, teve a idéia

de marcar em um mapa do centro da cidade a distribuição das residências onde ocorriam

óbitos ocasionados pela doença e as fontes de água que abasteciam a cidade (FIGURA 09).

Com a espacialização dos dados, Dr. Snow percebeu que a maioria dos casos estavam

concentrados em torno do poço localizado na Avenida Broad Stret e ordenou a sua lacração.

o centro da epidemia.

exemplo, que a associação da Medicina com a

Geografia é bastante antiga, bem como o ato de explorar o potencial das informações

veiculadas pelos mapas em um processo de entendimento do dinamismo espacial das doenças.

Page 33: WebGIS - TCC Daniel Veras

32

Lacaz (1972, apud Costa, 2003) conceitua a Geografia Médica como sendo a

disciplina que estuda a geografia das doenças; isto é, a patologia à luz dos conhecimentos

geográficos, associando as condições geográficas do lugar (ambientais, sociais e culturais) à

ocorrência de doenças.

Sorre (1951, apud Costa, 2003), considera a Geografia Médica como uma disciplina

científica e observa que há uma relação entre as doenças e as características geográficas,

físicas e biológicas do lugar que se encontram, mostrando-nos aí o objeto de estudo da

Geografia Médica. O mesmo autor ainda aponta a importância da Cartografia, citando a

superposição de mapas, por exemplo, de dados climáticos e das manifestações endêmicas da

malária, chamando a atenção para a necessidade de maior interação entre a Cartografia, a

Medicina e a Biologia.

O mapeamento das doenças é fundamental quando se considera a necessidade de

vigilância diante da uma epidemia, como a da cólera, por exemplo, pois o conhecimento do

padrão geográfico das doenças pode fornecer informações sobre etiologia e fisiopatologia de

determinados eventos mórbidos. Muitas doenças possuem um padrão geográfico bem

definido. O mapeamento das doenças constitui-se de uma das aplicações para o

Geoprocessamento dentro da área de Saúde Pública. (COSTA, 2003).

Leite (2008) propôs um SIG para analisar a incidência da Hipertensão Arterial

através de uma aplicação de análise espacial, utilizando a área abrangida pelo Programa de

Saúde da Família no bairro Jaguaribe em João Pessoa, no Estado da Paraíba. O trabalho

pretendia demonstrar, entre outros, como a integração dos dados coletados pelos agentes de

saúde em campo, e a visualização espacial destes dados, pode beneficiar no planejamento, no

monitoramento e na tomada de decisão nas ações da Unidade de Saúde da Família. (ver

FIGURA 10).

Page 34: WebGIS - TCC Daniel Veras

33

FIGURA 10. Visualização de lotes com pacientes hipertensos de uma Unidade de Saúde da Família de João Pessoa-PB. Fonte: Leite, 2008.

Entre as diversas aplicações encontradas hoje para os SIG’s está a localização de

equipamentos e serviços públicos, onde partindo de uma base cartográfica que inclua

informações sócio-econômicas e sobre equipamentos públicos urbanos, seja possível

identificar áreas com maior nível de carência e os melhores locais para a instalação de

equipamentos de serviços públicos. Estas decisões podem ser tomadas com base em critérios

de necessidade e de acessibilidade aos locais. Outra grande aplicação ocorre quando as

informações são disponibilizadas via internet, principalmente onde a população civil tem

Page 35: WebGIS - TCC Daniel Veras

34

acesso às informações, podendo assim ampliar sua participação nas decisões municipais, além

de acessar a serviços de infra-estrutura, tais como localização de unidades de saúde, escolas,

creches entre outros que estejam mais próximos à sua residência.

Bogorny et al. (2004), desenvolveu um SIG para ser utilizado na vigilância da saúde

do trabalhadores no Estado do Rio Grande do Sul. O projeto GeoSIST (Georreferenciamento

do Sistema de Informação em Saúde do Trabalhador) tem por objetivo, através de dados de

agravos disponíveis nos diversos sistemas de informação da saúde e dos dados de risco,

coletados em órgãos externos, criar um SIG com informações suficientes para realizar a

vigilância de doenças e acidentes relacionados ao trabalho. Neste sentido, o projeto ajuda na

elaboração de um plano de intervenção para todo o sistema de saúde do trabalho no Rio

Grande do Sul. (BOGORNY et al., 2004).

No GeoSIST, o usuário acessa o sistema de informação geográfica através de uma

interface web, através da qual, o usuário realiza consultas e análises espaciais informando

dados descritivos. Os resultados destas consultas são apresentados na forma de mapas

temáticos (várias camadas de sobreposição), de acordo com os riscos e agravos selecionados.

(FIGURA 11).

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35

FIGURA 11. GeoSIST - Georreferenciamento do Sistema de Informação em Saúde do Trabalhador. Fonte: Bogorny, 2004.

Enfim, o Geoprocessamento e os Sistemas de Informações Geográficas (SIG)

mostram-se instrumentos de aperfeiçoamento da saúde, por poder auxiliar no planejamento,

na prestação e na avaliação dos serviços à população. Revela-se como uma ferramenta útil

para a gestão, possibilitando análises de situações sanitárias, avaliando o risco populacional,

construção de cenários que viabilizem o planejamento de estratégias de intervenção nos

diversos níveis, transitando com rapidez e eficiência entre macro e micro realidades. (SILVA,

2006). E com a disseminação dessas informações na web o processo de tomada de decisão é

otimizado, uma vez que todos aqueles, envolvidos de alguma forma no planejamento e

organização das ações de saúde pública, são capazes de consultar e processar os dados e

visualizar e analisar os resultados de forma fácil, confiável e com acesso remoto.

Page 37: WebGIS - TCC Daniel Veras

4. CONCEITOS RELATIVOS À INTERNET

As origens da internet remontam à segunda metade da década de 60, através do

projeto patrocinado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos para a criação de uma

rede de computadores, que consistia num sistema informatizado de defesa capaz de resistir a

um ataque inimigo com armas nucleares. Este sistema, baseado em redes de computadores,

era capaz de continuar em operação mesmo que um ou mais computadores da rede fossem

destruídos.

Essa rede, designada de ARPANET (Advanced Research Projects Agency Network),

foi posteriormente desmembrada, na década de 80, em um ramo militar e outro civil, voltado

para pesquisas e desenvolvimento na área de redes de computadores. Mas, somente na década

de 90, é que a internet assume seu papel como potencial dominante no universo da

comunicação, devido essencialmente ao aumento das capacidades tanto dos computadores

pessoais como das linhas de comunicação disponíveis e com a criação da Web. (FURTADO,

2006).

4.1. WORLD WIDE WEB (WWW)

A Word Wide Web foi desenvolvida em 1989, por Timothy Berners-Lee, no Centro

Europeu de Pesquisas Nucleares (CERN), tendo inicialmente o objetivo de facilitar a

comunicação entre pesquisadores que já faziam uso da internet. Devido ao seu baixo custo e

facilidade de uso, a web se espalhou rapidamente e hoje, por meio da internet, onde milhões

de computadores estão conectados, é possível acessar uma grande quantidade de informações

e conteúdo hipermídia em qualquer parte do mundo.

É interessante notar que as imagens e gráficos que a web permitiu transmitir

representavam uma grande sobrecarga para a infraestrutura de comunicação de dados da

época, voltadas para a comunicação essencialmente textual na internet. Porem este empecilho

foi superado rapidamente, com o surgimento de tecnologias de comunicação mais eficientes e

de custo reduzido. (INSTITUTO TAMIS, 1997).

Além de textos, as informações na web podem ser apresentadas através de gráficos,

sons, fotografias, vídeos, etc., o que faz dela um dos mais versáteis meios de comunicação já

inventados pelo homem. (INSTITUTO TAMIS, 1997, p. 16) “[...] É como se juntássemos

Page 38: WebGIS - TCC Daniel Veras

37

características do fax, do telefone, do rádio, da televisão em um equipamento único [...]”

(INSTITUTO TAMIS, 1997, p. 16).

Os sistemas de informações baseados na web funcionam com base em um conceito

denominado hipertexto, que é melhor explicado quando observamos seus componentes.

Um hipertexto é um conjunto formado por informações multimeios (informações

compostas de textos, gráficos, fotografias, áudio, vídeo, etc) e associações entre essas

informações, também chamadas de links.

O uso de links possibilita que as informações do hipertexto sejam lidas de forma não

seqüencial, ao contrário de um texto convencional, que sempre induz o leitor a fazer uma

leitura linear, e também que estejam localizadas em qualquer computador conectado à

internet.

A primeira conseqüência disso é “[...] a personalização da informação, ou seja, um

mesmo conjunto de informações pode ser visto de diferentes formas, a depender dos

interesses de quem esteja fazendo o acesso” e a segunda é “a rica diversidade propiciada

pela associação de informações geradas por diferentes autores distribuídos por todo o

mundo” (INSTITUTO TAMIS, 1997, p. 18).

A web tem a vantagem de ser um ambiente multi-plataforma onde os dados, além de

poderem ser acessados de qualquer lugar, podem ser acessados através de qualquer sistema

operacional ou browser utilizado. O seu funcionamento segue o padrão clássico de acesso

cliente /servidor. Isso significa que, para se estabelecer uma conexão, teremos um computador

cliente fazendo requisições ao servidor, ou seja, temos um usuário com um computador com

acesso à internet que, através de um broswer, envia pedidos, usando o protocolo HTTP

(Hypertext Transfer Protocol), a um servidor web, este servidor processo o pedido e envia a

resposta, ao computador do usuário, fechando o ciclo de troca de informações. (FIGURA 12).

Page 39: WebGIS - TCC Daniel Veras

38

FIGURA 12. Modelo Cliente / Servidor nos serviços da internet. Fonte: Furtado, 2006.

4.1.1. GeoWeb

O novo formato de organização dos dados na internet é baseado em um conceito

clássico da ciência da Informação Geográfica, que é a dependência espacial. Baseado na

primeira Leia da Geografia, de Waldo Tobler (1970), o conceito de dependência espacial

afirma que “todas as coisas são relacionadas, mas aquelas que se encontram mais próximas

estão mais relacionadas”. Esta forma de pensar muda radicalmente a forma de apresentar

informações para um usuário, já que isso criaria um ambiente em que se pudesse procurar

coisas com base na sua localização, em vez de palavras-chave.

Estima-se que 90% ou mais dos dados que usamos em nosso dia-a-dia têm relação

estreita com sua posição espacial. (OLIVEIRA, 2009). Dados georreferenciados fazem parte

do nosso cotidiano e a idéia de apresentar conteúdo aos usuários com base na sua localização

irá modificar aplicações relacionadas às mídias – publicidade – e serviços. As propagandas

apresentadas aos usuários poderão ser direcionadas pela sua localização e poderão ser

direcionadas a anunciantes que atendem naquela região. Como exemplo, teríamos a

propaganda da academia do seu bairro aparecendo enquanto o usuário está lendo notícias

sobre saúde, boa forma em um blog ou site.

Assim, a GeoWeb pode ser entendida como um grande globo digital (ou virtual), no

qual estão inseridas informações, e estas, organizadas pela sua localização no espaço e ligadas

ao usuário pela sua proximidade.

Page 40: WebGIS - TCC Daniel Veras

39

4.2. HIPERTEXT TRANSFER PROTOCOL (HTTP)

Quando dois ou mais computadores se interligam diz-se que estão ligados em rede.

As regras que gerenciam esta interligação são denominadas protocolos. Ao longo dos anos

foram propostas várias tecnologias para suportar redes de computadores e atualmente existem

dois protocolos reconhecidos e normalizados internacionalmente: o OSI (Open Systems

Interconnection) e o TCP/IP (Transmission Control Protocol/ Internet Protocol). (FURTADO,

2006).

O TCP/IP é um conjunto de protocolos de comunicação entre computadores

interligados em rede. (SCRIMENGER et al,. 2002 apud BRITO, 2008) Seu nome advém de

dois protocolos diferentes, o TCP (Transmission Control Protocol) e o IP (Protocolo de

Internet). Existem muitos outros protocolos que compõem a pilha TCP/IP, como o UDP (User

Datagram Protocol), o DNS (Domain Name System), o SMTP (Simple Mail Transfer

Protocol), entre outros.

A internet é uma grande rede mundial de computadores que se comunicam através

dos protocolos TCP/IP. Esta arquitetura é estruturada em quatro camadas, sendo elas: física,

rede, transporte e aplicação. (ver FIGURA XX). Na camada de aplicação é onde são

encontrados protocolos de aplicação tais como: FTP (para a transferência de arquivos), o

SMTP (para o envio de e-mail) e o HTTP (para navegação na web).

FIGURA 13. Arquitetura do protocolo TCP/IP. Fonte: Torres, 2010.

Page 41: WebGIS - TCC Daniel Veras

40

HTTP é o protocolo utilizado por clientes e servidores para tranferência de dados

hipermídia (imagens, sons e textos) na world wide web. Este protocolo tem sido usado pela

WWW desde 1990. A primeira versão, chamada HTTP/0.9, era um protocolo simples para a

transferência de dados no formato de texto ASCII pela internet. A versão HTTP/1.0 foi

desenvolvida, entre 1992 e 1996, para suprir a necessidade de transferir não apenas texto. No

HTTP/1.1 (versão atual do protocolo) foi desenvolvido um conjunto de implementações

adicionais, como por exemplo: o uso de conexões persistentes; uso de servidores proxy que

permitem uma melhor organização da cachê; novos métodos de requisições; entre outros.

O protocolo HTTP é baseado em requisições e respostas entre clientes e servidores.

O cliente — navegador ou dispositivo que fará a requisição; também é conhecido como user

agent — solicita um determinado recurso (resource), enviando um pacote de informações

contendo alguns cabeçalhos (headers) a uma URL. O servidor recebe estas informações e

envia uma resposta, que pode ser um recurso ou um simplesmente um outro cabeçalho.

(FIGURA 14).

FIGURA 14. Formato das comunicações na web utilizando o protocolo HTTP. Fonte: Torres, 2010.

Page 42: WebGIS - TCC Daniel Veras

41

4.3. SERVIDORES WEB

Um programa servidor é responsável por aceitar pedidos HTTP de clientes,

geralmente de navegadores, e servi-los com respostas HTTP, incluindo opcionalmente dados,

que geralmente são páginas web com hipertextos, escritas em HTML.

A conexão entre programas clientes e programas servidores é implementada

normalmente através de passagem de mensagens (message passing), por meio de uma rede de

computadores e utilizando um protocolo para codificar as requisições do cliente e as respostas

do servidor.

Um processo se inicia com a conexão entre o computador onde está instalado o

servidor web e o computador do cliente, para isso é preciso que o servidor rode de maneira

contínua (como um programa residente em memória ou daemon), e desta forma ficar

esperando requisições para tratar.

Dentre os softwares servidor web livre disponíveis no mercado está o Apache, da

Apache Software Foudation, considerado o mais bem sucedido e o mais utilizado atualmente

na web.

4.3.1. Apache

O Apache é um servidor web open source, altamente confiável, configurável e

extensível, compatível com várias tecnologias de conteúdo dinâmico (como PHP e CGI),

disponível para vários sistemas operacionais (Unix, Linux, Windows, Netware, etc) e gratuito,

mesmo para uso comercial. (VEIGA, 2006). O servidor HTTP Apache pode ser baixado

gratuitamente no endereço http://httpd.apache.org/.

O Apache é um sistema modular , o que significa que apenas um conjunto mínimo de

funcionalidades está incluído no núcleo do servidor HTTP, e que uma infinidade de

funcionalidades extras poderão ser acrescentadas por meio de módulos. A distribuição oficial

do Apache vem com dezenas de módulos, além desses, centenas de módulos adicionais

podem ser encontrados no endereço: http://modules.apache.org/.

De acordo com Medeiros; Oliveira e Silva (2005), as principais características deste

servidor são:

• Suporte a scripts CGI usando linguagens como PHP, Perl, ASP, Shell Script, etc;

• Módulos DSO (Dynamic Shared Objects) que permitem adicionar/remover

funcionalidades e recursos sem necessidade de re-compilação do programa;

Page 43: WebGIS - TCC Daniel Veras

42

• Autenticação, requerendo um nome de usuário e senha válidos para acesso a

alguma página, subdiretório ou arquivo (suportando criptografia);

• Suporte à autorização de acesso, podendo ser especificadas restrições de acesso

separadamente para cada endereço, arquivo ou diretório acessado no servidor;

• Suporte a virtual hosting, por nome ou endereço IP: é possível servir 2 ou mais

páginas com endereços ou portas diferentes através do mesmo processo, ou usar

mais de um processo para controlar mais de um endereço;

• Suporte a servidor Proxy FTP e HTTP, com limite de acessos. Suporte a Proxy e

redirecionamentos baseados em URLs para endereços internos;

• Suporte a criptografia via SSL, certificados digitais;

• Negociação de conteúdo, permitindo a exibição da página Web no idioma

requisitado pelo Cliente Navegador;

• Suporte a tipos mime; e

• Personalização de logs.

A instalação padrão do software, configura uma estrutura de diretórios, conforme

apresentado na TABELA 01 abaixo:

TABELA 01. Estrutura de diretórios do Apache.

Diretórios Conteúdos Bin Programas e utilitários do Apache.

cgi-bin Scripts CGI.

Conf Arquivos de configuração do Apache. Htdocs Documentos, imagens, dados, etc. do Apache. É

onde é colocado o conteúdo que será publicado na web.

Icons Ícones que o Apache exibe nas mensagens de erro e de informação.

Include Arquivos de cabeçalhos da linguagem C que podem ser utilizados por desenvolvedores para integrar aplicações com o Apache.

Logs Arquivos de log do Apache. Manual Manual on-line do Apache. Modules Módulos do Apache.

Fonte: Veiga, 2006 – Adaptado.

Além do programa principal, HTTP, há outros programas e scripts, utilitários que

vêm junto com o Apache. (ver TABELA 02).

Page 44: WebGIS - TCC Daniel Veras

43

TABELA 02. Alguns utilitários incluídos no Apache.

Utilitários Descrição Ab Ferramenta de medida de desempenho do

Apache.

Apxs Ferramenta para construir e instalar módulos de extensão.

Dbmmanage Cria e atualiza os arquivos de autenticação de usuários no formato DBM (Perl).

Htcacheclean Limpa o cache de disco. Htpasswd Cria e atualiza os arquivos de autenticação de

texto plano. logresolve Resolve nomes de hosts para endereços IP nos

arquivos de log do Apache. log_server_status Script Perl que obtém informações de status do

servidor. Fonte: Veiga, 2006 – Adaptado.

Page 45: WebGIS - TCC Daniel Veras

5. DISPONIBILIZAÇÃO DE DADOS GEOGRÁFICOS NA WEB

Com relação ao modelo SIG, que prevaleceu nos anos 90, executado de maneira

estanque em um computador pessoal, a divulgação de mapas pela internet requer várias

considerações. Para Miranda (2005), algumas dessas considerações devem-se com relação ao:

a) custo: é mais barato distribuir mapas pela web do que imprimir e distribuir em papel; b)

tempo: mapas na internet são distribuídos numa fração do tempo anteriormente requerida

pelos mapas analógicos; e c) interatividade: os usuários podem escolher um local para mapear

e os atributos a serem introduzidos no mapa.

A disponibilização de dados geográficos na internet teve início com a publicação de

imagens de mapas em páginas estáticas desenvolvidas em HTML (Hyper Text Markup

Language). Apesar de não apresentar interatividade com o usuário, é possível produzir e

manter disponíveis uma grande quantidade de mapas (DAVIS Jr. et at., 2005). Neste tipo de

aplicação os dados eram visualizados, através de arquivos pré-existentes, e disponibilizados

geralmente em formato matricial (JPG, BMP, GIF, TIFF, etc). Esses dados eram

simplesmente visualizados ou baixados pelo usuário, para usos diversos. Como exemplo

desse tipo de disponibilização, pode-se citar os mapas em formato de imagem

disponibilizados pelo BDGEOPRIM (Banco de Dados Georreferenciado das Localidades de

Ocorrência de Primatas Neotropicais), que podem ser acessados no endereço:

http://www.icb.ufmg.br/zoo/primatas/bdp_indexgtm.htm. (ver FIGURA 15).

Page 46: WebGIS - TCC Daniel Veras

45

FIGURA 15. Mapa disponibilizado pelo BDGEOPRIM mostrando a distribuição geográfica do primata, gênero Ateles. Fonte: UFMG, 2010. Disponível em http://www.icb.ufmg.br/zoo/primatas/bdp_indexgtm.htm.

Esta disponibilização estática, em formato matricial, não atende de forma eficiente a

maioria das necessidades atuais dos usuários e nem as dos pesquisadores que analisam a

informação espacial. De acordo com Davis Jr. (2005), a tendência atual é a disponibilização

de dados geográficos em formato vetorial em interfaces que apresentem interatividade com o

usuário. Nestes tipos de aplicações o usuário é capaz de manipular os mapas e temas de seu

interesse, obtendo uma melhor visualização através de ferramentas como: pan (arrasta o mapa

pela área de trabalho), zoom (aumenta ou diminui a visualização de objetos no mapa), cálculo

de distâncias, impressão em diversas escalas, além de acesso, por meio de um clique do

mouse, às informações não-espaciais (atributos) dos objetos.

A criação de mapas dinâmicos e interativos, onde as informações textuais estão

integradas às informações de elementos gráficos em um único mapa e de modo acessível ao

usuário por meio de um clique do mouse, é baseada no trabalho dos Servidores de Mapas, que

são aplicativos os que disponibilizam mapas na internet. (MIRANDA e SOUZA, 2003).

Page 47: WebGIS - TCC Daniel Veras

46

FIGURA 16. Estrutura de funcionamento de uma aplicação webmapping. Fonte: KANEGAE, 2010.

O funcionamento dessas aplicações pode ser visualizado na FIGURA 16, onde:

1. O navegador web ou browser: é o software de interface do usuário e o

elemento que provê interoperabilidade ao sistema, pois qualquer usuário

provido de uma conexão a internet e um navegador poderá ter acesso ao

sistema. Exemplos: Google Chrome, Firefox, Konqueror, Internet Explorer,

Opera, etc.

2. O servidor web é o responsável pela publicação de textos, arquivos HTML,

imagens, hiperlinks em uma conexão web. Como exemplos, citam-se:

Apache, IIS, etc.

3. O servidor web comunica-se com um motor webmapping (servidor de

mapas), que é o componente responsável por realizar a leitura parametrizada

de arquivos de dados geográficos (mapas), efetuar uma operação específica

(aproximar, afastar, deslocar, consultar, etc) e converter o resultado de uma

Page 48: WebGIS - TCC Daniel Veras

47

consulta em uma imagem (GIF, PNG JPG) ou outro formato de dados

compatível com o browser.

4. Os dados geográficos devem ser armazenados em formato padrão suportado

pelo software de webmapping ou diretamente no banco de dados, caso este

suporte dados espaciais.

5. O banco de dados compreende as informações de interesse dos usuários e

deve estar estruturado de modo que seus dados possam ser relacionados aos

dados geográficos e consequentemente possibilitar o usuário a obter respostas

coesas relacionadas ao seu negócio.

Miranda e Souza (2003) ainda ressaltam que muitas informações podem ser anexadas

aos atributos geográficos apresentados pelos mapas. Com a linguagem HTML, pode-se

explorar a multimídia em produtos de informação geográfica, provendo o usuário com

ferramentas que “realçam a apresentação da informação”. Esta possibilidade aumenta ainda

mais o potencial dessa aplicação como geradora de conhecimento acerca da área mapeada,

pois a “realidade virtual” das áreas mapeadas pode chegar até o usuário por meio de fotos,

imagens e/ou sons, depoimentos de moradores, etc.

A disponibilização de mapas digitais passa a ser assim, um dos fundamentos da

cultura do novo mundo na Idade da Informação e a internet é uma opção viável para

proporcionar o intercâmbio desses dados. Seu uso em larga escala já é uma realidade em

grande parte do mundo e é crescente a quantidade de serviços disponibilizados nela. Muitos

destes serviços estão relacionados a informações geográficas, desde simples endereços até

sistemas de traçado de rotas e visualização de mapas.

5.1. SERVIDORES DE MAPAS

Os aplicativos que disponibilizam mapas na Internet são chamados de servidores de

mapas (MIRANDA e SOUZA, 2003). Eles são os responsáveis pelo gerenciamento das

informações geográficas dentro do servidor web.

Os servidores de mapas funcionam enviando, a pedido do cliente, páginas da web com

uma cartografia vetorial e/ou matricial associada. A arquitetura dos servidores de mapas é do

tipo Cliente/Servidor: o cliente (browser) solicita os recursos do servidor. O servidor gerencia

todas as petições e responde de forma ordenada às mesmas. Assim, o cliente ao receber os

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48

dados do servidor os interpreta e apresenta ao usuário com certa estrutura de visualização pré-

fixada pelo programador do webmapping.

Dentre os servidores de mapas comerciais e livres, um dos mais utilizados é o

MapServer, que foi escolhido para o desenvolvimento deste trabalho e será tratado em

detalhes no capítulo que trata dos materiais e métodos.

Page 50: WebGIS - TCC Daniel Veras

6. MATERIAL E MÉTODOS

6.1. MATERIAL BIBLIOGRÁFICO E CARTOGRÁFICO

Para a realização deste trabalho foi estruturada uma abrangente base de documentos.

Foram levantados materiais bibliográficos e cartográficos, de modo a fornecer subsídios à

fundamentação teórica e metodológica, necessária para o desenvolvimento do trabalho.

Dentre os materiais bibliográficos foram consultados livros, dissertações,

monografias e artigos científicos, documentos técnicos, tutoriais de geoprocessamento,

páginas da internet, entre outros. As pesquisas foram realizadas, em parte, com o uso da

internet e, outra parte, na biblioteca do Instituto Federal do Piauí (IFPI).

Na construção de um sistema de webmapping a primeira coisa a ser feita é definir a

área de estudo ou abrangência do mapa e seu objetivo. Após essa fase, faz-se necessário obter

mapas que estejam relacionados com o objetivo do projeto. Na organização do banco de

dados geográficos foi definida uma base cartográfica, com as seguintes camadas de

informação: hidrografia, limites regionais, limite da zona urbana, divisão por bairros,

logradouros, quadras e imagens de satélite. Estes dados foram obtidos, em sua grande maioria,

na Secretaria Municipal de Planejamento (SEMPLAN - PMT), em formato shapefile (ESRI).

A camada de informação contendo a rede hospitalar do bairro Centro foi construída pelo autor

com base em dados fornecidos pela Fundação Municipal de Saúde (FMS - PMT) e no

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNESNet).

Dentre os materiais cartográficos obtidos está:

- imagem de satélite do município de Teresina: Quickbird, do ano de 2005 e

resolução espacial de 0,60 m.

6.2. SOFTWARES

Para a edição de textos e o tratamento estatístico dos dados, foram utilizados,

respectivamente, o editor de textos Microsoft Office Word e o editor de planilhas eletônicas

Microsoft Office Excel, ambos presente no pacote Microsoft Office 2007.

O software SIG utilizado foi o ArcGIS 9.3 (ESRI), licença ArcView, disponibilizado

no Laboratório de Geoprocessamento do Instituto Federal do Piauí (IFPI). Este SIG foi

Page 51: WebGIS - TCC Daniel Veras

50

utilizado no tratamento dos dados geográficos, no que tange a padronização da base

cartográfica e a criação e edição do banco de dados geográficos.

Com os mapas e dados disponíveis, o próximo passo foi o desenvolvimento da

aplicação. Para esta tarefa é necessário a configuração de um ambiente de desenvolvimento

provido principalmente por um Servidor de Mapas. Neste trabalho foi utilizado o servidor de

mapas MapServer, que é uma plataforma OpenSource para a publicação de dados espaciais e

aplicações de mapas interativos para a web.

6.2.1. ArcGIS

O ArcGIS 9.3 é um sistema de informações geográficas, da classe dos sistemas

conhecidos como Desktops GIS, desenvolvido pela ESRI (Environmental Systems Research

Institute). Ele dispõe de diversos recursos de geoprocessamento, com ferramentas avançadas

para a manipulação de dados espaciais e alfanuméricos e permite o acesso a banco de dados

geográficos em computadores pessoais, com uma interface gráfica de fácil acesso. (ESRI,

2010).

Com o nome ArcGIS Desktop são comercializadas as licenças ArcInfo, ArcEditor e

ArcView, que compartilham a mesma arquitetura e que são diferenciadas apenas pelo número

de funções que cada versão suporta, variando da solução mais simples (ArcView) até a mais

completa (ArcInfo).

O ArcGIS é um sistema modular constituído, entre outras, por três unidades básicas: o

ArcMap, o ArcCatalog e o ArcToolbox. As principais características destes aplicativos estão

descritas abaixo de forma resumida:

• O ArcMap pode ser considerado o módulo principal, ele reúne ferramentas

para a manipulação, análise e apresentação de mapas. Com ele é possível

visualizar dados geográficos, resolver questões de análise espacial e criar

layouts para impressão.

• O ArcCatalog permite a rápida visualização dos dados, com ele é possível

procurar, gerir, criar, organizar e exportar dados geográficos e alfanuméricos.

Este aplicativo também suporta vários modelos para metadados, permitindo

criar, editar e visualizar as informações sobre os dados.

• O ArcToolbox é o módulo de ferramentas utilizadas para o processamento dos

dados geográficos. O número de ferramentas varia conforme a licença do

Page 52: WebGIS - TCC Daniel Veras

51

ArcGIS utilizada e as extensões, comerciais ou gratuitas, distribuídas

separadamente pela ESRI.

O ArcGIS é um sistema híbrido e suporta diferentes modelos de dados para a

representação das informações geográficas, entre eles, modelo vetorial e modelo matricial

(raster).

Na licença ArcView do ArcGIS, é possível visualizar e importar arquivos dos mais

variados formatos, tais como: shapefiles (ArcView), coverages (Arc/INFO), DWG e DXF

(CAD - Computer-Aided Drafting), imagens (TIFF, JPEG, BMP, etc), grids (raster), TINs

(Triangulated Irregular Networks) e tabelas (atributos).

6.2.2. MapServer

MapServer é um software livre que serve como ambiente de desenvolvimento para a

publicação de dados e aplicações de mapas interativos para a web.

MapServer foi originalmente desenvolvido pelo projeto ForNet da Universidade

de Minnesota (UMN) em cooperação com a NASA (National Aeronautics and Space

Administration) e o Departamento de Recursos Naturais de Minnesota (MNDNR).

Atualmente é um projeto da OSGeo (Open Source Geospatial Software), mantido por um

número crescente de desenvolvedores de vários lugares do mundo, e patrocinado por um

grupo de organizações que custeia melhorias e a manutenção.

Entre as principais funcionalidades disponíveis neste sistema, podemos citar a

geração automática de legendas, barra de escalas, possibilidade de uso de símbolos nos

mapas, suporte a fontes true-type, controle de colisão de rótulos e controle de desenho

dependente de escala. (QUEIROZ e FERREIRA, 2006).

Entre as funcionalidades mais sofisticadas do MapServer, podemos citar o

capacidade de tratamento de projeção em tempo real, permitindo unificar, de forma

transparente, repositórios de dados cartográficos de diversas fontes (diferentes projeções,

datum, fuso, etc). Com ele é possível a conexão com vários bancos de dados, até mesmo, a

integração com o ESRI ArcSDE (repositório proprietário com controle por número de

conexões). Entre os SGBDs aceitos, o mais importante é o PostgreSQL integrado com o

módulo geográfico PostGIS, que fornece uma robusta solução de repositório de dados

geográficos, seguindo a definição Simple Features Specification (SFS – OpenGIS) do

consórcio Open GeoSpatial. (MAPSERVER, 2010).

Page 53: WebGIS - TCC Daniel Veras

52

Considerando o quesito de interoperabilidade, o MapServer se destaca

implementando diversas especificações OpenGIS, sendo eles: WMS (servidor / cliente), WFS

não transacional (servidor / cliente), WMC, WCS, Filter Encoding, SLD, GML, SOS, OM.

O MapServer suporta uma multidão de formatos raster e dados vetoriais. Isso é

possível através da utilização de uma biblioteca, chamada GDAL, presente na camada de

acesso a dados do MapServer.

A GDAL (Geospatrial Data Abstraction Library) é uma biblioteca que fornece uma

API única de acesso a diversos formatos de dados espaciais, tanto matriciais quanto vetoriais.

Seu código fonte é aberto, escrito em linguagem C++ e pode ser obtida a partir do seguinte

endereço: http://www.gdal.org. A sua vantagem reside na grande variedade de formatos

suportados: (GDAL, 2010)

� Matriciais: Arc/Info ASCII Grid, Arc/Info Binary Grid (.adf), ERMapper Compressed

Wavelets (.ecw), ESRI .hdr Labelled, ENVI .hdr Labelled Raster, Graphics

Interchange Format (.gif), GRASS Rasters, TIFF / GeoTIFF (.tif), Hierarchical Data

Format Release 4 (HDF4), Hierarchical Data Format Release 5 (HDF5), Erdas

Imagine (.img), Vexcel MFF2, Idrisi Raster, Image Display and Analysis (WinDisp),

ILWIS Raster Map (.mpr,.mpl), Japanese DEM (.mem), JPEG (.jpg), JPEG2000 (.jp2,

.j2k), Portable Network Graphics (.png), entre outros formatos mariciais.

� Vetoriais: Arc/Info Binary Coverage, Comma Separated Value (.csv),

DODS/OPeNDAP, DWG, DXF, ESRI Personal GeoDatabase, ESRI ArcSDE, ESRI

Shapefile, FMEObjects Gateway, GML, GRASS, INTERLIS, Mapinfo File,

Microstation DGN, MySQL, OGDI Vectors, ODBC, Oracle Spatial, PostgreSQL, S-

57 (ENC), SDTS, SQLite, UK .NTF, U.S. Census TIGER/Line, VRT - Virtual

Datasource.

O ambiente de desenvolvimento, além de oferecer a modalidade de Commom

Gatteway Interface (CGI), que permite o desenvolvimento de um aplicativo sem qualquer

conhecimento de programação, também oferece suas funcionalidades através de API

(Application Programming Interface), podendo ser acessada por diversas linguagens de

programação, tais como Perl, Java, PHP, Python, Tcl,Ruby e C#.

O CGI proporciona a execução de programas (gateways) sob um servidor

informações. Os gateways são programas ou scripts (também chamados cgi-bin) que recebem

requisições de informação, retornando um documento HTML com os resultados

correspondentes. Tais scripts podem ser escritos em qualquer linguagem que possa ler,

Page 54: WebGIS - TCC Daniel Veras

53

argumentar, processar dados e retornar respostas, ou seja, qualquer linguagem de

programação. (MEDEIROS, L. C.; OLIVEIRA, L.C. S.; SILVA, M. M., 2005).

As aplicação baseadas em CGI incluem:

• Processamento de dados submetidos através de formulários – consulta a banco de

dados, cadastramento e lista, livros de visitas, etc;

• Criação de documentos personalizados em tempo real;

• Entre outros.

Tipicamente, um aplicativo construído com a interface CGI é composto por um

arquivo de configuração (MapFile) e arquivos HTML (Templates) que controlam a exibição

dos mapas e legendas gerados pelo MapServer, bem como as informações a serem enviadas

ao CGI. A aplicação roda em um ambiente Cliente/Servidor e as requisições do usuário são

enviadas para o arquivo MapServer executável, localizado no servidor. Este executável irá

receber os parâmetros de inicialização da aplicação webmapping, processar as requisições

solicitadas e retornar ao aplicativo cliente (browser) do usuário o resultado esperado (imagens

do mapa, legenda, barra de escala, mapa de referência, etc.). (ver FIGURA 17).

FIGURA 17. Funcionamento básico de uma aplicação MapServer em modo CGI. Fonte: Medeiros; Oliveira e Silva, 2005.

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54

Para usuários que visam a criação de aplicações com um grau maior de

customização, eventualmente não atingido com aplicações em modo CGI, a API oferece,

através do componente MapScript, suporte para incorporar o MapServer em diversas

aplicações, oferecendo todas as funcionalidades disponíveis no executável do servidor, bem

como algumas funcionalidades avançadas para otimizar o desempenho do servidor de mapas.

(FIGURA 18).

FIGURA 18. Funcionamento de uma aplicação MapServer em modo MapScript. Fonte: Medeiros; Oliveira e Silva, 2005.

6.3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

6.3.1. Localização e limites

Teresina, cuja localização consta na FIGURA 19, ocupa uma área de 1.809 km2. A

zona urbana tem 248,47 km² e a zona rural 1.560,53 km², correspondendo, respectivamente, a

13,74% e 86,26% de sua área total. No contexto do Estado do Piauí, o município representa o

equivalente a 0,72% de sua área total.

Page 56: WebGIS - TCC Daniel Veras

55

O município de Teresina está localizado entre as coordenadas geográficas 5°34’57” S,

43º00’32” O e 4°46’47” S, 42°35’39” O, à margem direita do rio Parnaíba, na porção do

médio curso dessa bacia hidrográfica, onde recebe as águas de um de seus principais

afluentes, o rio Poti. À margem esquerda do rio Parnaíba situa-se o município maranhense de

Timon.

Em relação aos seus limites geográficos, Teresina apresenta em seu entorno a seguinte

delimitação: ao norte, limita-se com os municípios de União, José de Freitas e Lagoa Alegre;

ao sul, com o município de Curralinhos; a oeste, com o Estado do Maranhão e, a leste, com o

os municípios de Altos, Demerval Lobão e Lagoa do Piauí.

Page 57: WebGIS - TCC Daniel Veras

56

FIGURA 19. Localização do município de Teresina, Piauí. Org.: Veras, 2010.

De acordo com a prefeitura municipal, Teresina está dividida em cinco regiões

administrativas, sendo elas: centro, norte, sul, sudeste e leste e possui um total de 118 bairros.

Page 58: WebGIS - TCC Daniel Veras

57

6.3.2. O bairro Centro

O bairro centro foi o primeiro da nova capital do estado, quando da transferência da

antiga capital Oeiras, em 1952. Foi construído seguindo um plano estrutural caracterizado por

um traçado geométrico estabelecendo as ruas em linhas paralelas, simetricamente dispostas.

Atualmente, o bairro concentra grande parte da vida econômica da cidade, que é

caracterizada pelo comércio e atividades de prestação de serviços. É no bairro Centro que se

encontra instalado a estrutura hospitalar da cidade, composta de centenas de clínicas,

hospitais, hotéis, pensões populares, etc. A sua localização pode ser vista na FIGURA 20.

FIGURA 20. Mapa de situação do bairro Centro em relação ao município de Teresina, Piauí. Org.: Veras, 2010.

Page 59: WebGIS - TCC Daniel Veras

6.3.2.1. Aspectos demográficos

a) Demografia

FIGURA 21. Evolução populacional do Fonte: IBGE, 2000.

A população do bairro

(FIGURA 21) mostram que no ano de 1991 a população era de 20.345 habitantes, no censo

demográfico de 2000 a população caiu para 15.284 habitantes e já na contagem da população

do ano de 2007 esse número era de 13.591 habitantes. Isto pode ser provocado pelo ao

aumento do número de estabelecimentos comerciais instalados neste bairro. As pessoas

residentes acabam por vender, alugar ou até mesmo abrir seu próprio negócio, indo então,

morar em bairros mais afastados do centro.

6.3.2.2. Aspectos sócio-econômicos e infra estruturais

a) Educação

TABELA

Escolas públicas Escolas privadas (2001) Creches (2001) População alfabetizada População sem instrução e menos de 01 ano de estudoPopulação com 11 a 14 anos de estudoFonte: IBGE, 2000.

Como mostra a TABELA 03

existia no bairro uma predominância de escolas privadas com relação às públicas,

20.345 17.467

1991 1996

Po

pu

laçã

oEvolução Populacional

emográficos

Evolução populacional do bairro Centro. Fonte: IBGE, 2000.

A população do bairro Centro vem diminuindo com o passar dos anos, dados do IBGE

mostram que no ano de 1991 a população era de 20.345 habitantes, no censo

população caiu para 15.284 habitantes e já na contagem da população

do ano de 2007 esse número era de 13.591 habitantes. Isto pode ser provocado pelo ao

aumento do número de estabelecimentos comerciais instalados neste bairro. As pessoas

por vender, alugar ou até mesmo abrir seu próprio negócio, indo então,

morar em bairros mais afastados do centro.

econômicos e infra estruturais

TABELA 03. Aspectos de educação do bairro Centro.

População sem instrução e menos de 01 ano de estudo População com 11 a 14 anos de estudo

Como mostra a TABELA 03, que trata dos aspectos de educação do bairro Centro,

existia no bairro uma predominância de escolas privadas com relação às públicas,

17.467

15.284 13.591

1996 2000 2007

Anos

Evolução Populacional

População

58

vem diminuindo com o passar dos anos, dados do IBGE

mostram que no ano de 1991 a população era de 20.345 habitantes, no censo

população caiu para 15.284 habitantes e já na contagem da população

do ano de 2007 esse número era de 13.591 habitantes. Isto pode ser provocado pelo ao

aumento do número de estabelecimentos comerciais instalados neste bairro. As pessoas

por vender, alugar ou até mesmo abrir seu próprio negócio, indo então,

Aspectos de educação do bairro Centro.

12 48 02 13.957 3,59% 39,84%

, que trata dos aspectos de educação do bairro Centro,

existia no bairro uma predominância de escolas privadas com relação às públicas, fato que

Page 60: WebGIS - TCC Daniel Veras

59

pode ser explicado pela concentração, nesse bairro, das atividades econômicas e de prestação

de serviço da cidade.

Quanto ao grau de alfabetização, 91,31% (13.957 habitantes) da população total são

alfabetizados e a parcela da população sem instrução e com menos de 01 (um) ano de estudo é

inferior a 3,6% (cerca de 548 habitantes). Isso demonstra que a condição socioeconômica do

bairro também está ligada ao aspecto educacional da população.

b) Economia

TABELA 04. Aspectos de economia do bairro Centro.

Renda média mensal das pessoas responsáveis pelo domicílio R$ 1.524,89 Fonte: IBGE, 2000.

De acordo com os dados do IBGE (2000) apresentados na TABELA 04, a renda

média das pessoas responsáveis pelo domicílio no bairro Centro era de R$ 1.524,89,

equivalendo a 10,1 salários mínimos do ano base de 2000, representando uma das condições

econômicas mais elevadas da cidade.

c) Cultura/Esporte e lazer

TABELA 05. Equipamentos comunitários do bairro Centro.

Bibliotecas públicas 04 Espaços culturais 04 Teatros 05 Quadras poliesportivas 05 Estádio / Ginásio de esportes 02 Praças 17 Fonte: IBGE (2000).

A comunidade do bairro Centro é contemplada com a existência de equipamentos

públicos para o desenvolvimento cultural, tais como: bibliotecas públicas, espaços culturais,

teatros, etc, além de espaços para o lazer, como a praça Pedro II, localizada em frente ao

Teatro 4 de Setembro, uma das mais conhecidas da cidade. (FIGURAS 22 e 23).

Page 61: WebGIS - TCC Daniel Veras

60

FIGURA 22. Teatro 4 de Setembro, Teresina, Piauí. Fonte: PIENTUR.

FIGURA 23. Praça Pedro II, Teresina, Piauí. Fonte: PIEMTUR.

d) Habitação

TABELA 06. Aspectos habitacionais do bairro Centro. Domicílios permanentes 3.785 Densidade habitacional (hab/domicílio) 4,00 Domicílios com abastecimento d’água 3.777 Domicílios com coleta de lixo regular 3.775 Domicílios segundo a condição de ocupação Próprio 2.605 Alugado 894 Outro 286 Domicílios segundo o tipo de esgotamento sanitário Rede geral de esgoto ou pluvial 2.178 Fossa séptica 1.517 Fossa rudimentar 71 Fonte: IBGE (2000).

O bairro Centro, quanto aos aspectos habitacionais descritos na TABELA 06,

caracterizava-se por possuir 68,82% dos domicílios, quanto à condição de ocupação, próprios;

99,00% dos domicílios com atendimento regular de coleta de lixo e abastecimento de água e

57,54% dos domicílios interligados à rede geral de esgotamento sanitário da cidade. Esses

dados, fornecidos pelo IBGE (2000), nos evidenciavam uma condição favorável deste bairro

com relação ao acesso aos serviços de saneamento.

Page 62: WebGIS - TCC Daniel Veras

61

6.4. ASPECTOS DO SETOR DE SAÚDE EM TERESINA

Teresina apresenta um notável crescimento do setor de saúde, constituindo-se num

centro de referencia regional. O setor de saúde é responsável por gerar riquezas para a cidade,

contribuindo para o desenvolvimento sócio-econômico e financeiro. É responsável pela

geração de empregos diretos e indiretos, e pelo incentivo para o desenvolvimento do comércio

e prestação de serviços, tais como: hotéis, pensões, pousadas, farmácias, supermercados,

restaurantes, revendedores de medicamentos e materiais médico-hospitalares, dentre outros.

Um pólo de saúde é caracterizado por um cluster de saúde, ou seja, profissionais e

empresas públicas e privadas relacionadas ao setor de saúde se concentram em uma mesma

área, permitindo a formação de uma cadeia produtiva, com potencial de atingir crescimento

competitivo contínuo e superior ao se uma simples aglomeração econômica. (TERESINA,

2000).

Em Teresina, a evolução desse setor de saúde pode ser melhor discutido dentro do

seu contexto histórico. (TERESINA, 2000):

Page 63: WebGIS - TCC Daniel Veras

62

TABELA 07. Contexto histórico da evolução do pólo de saúde de Teresina.

ANO HISTÓRICO

1853 No ano seguinte à transferência da capital do Estado para Teresina, foi inaugurado o

Hospital de Caridade, posteriormente extinto em 1861.

1860 Construção da Santa Casa de Misericórdia.

1866 È estabelecida a Botica do Povo (primeira farmácia da capital).

1907 Construção do Asilo de Alienados, atual Hospital Areolino de Abreu.

1941 Inauguração da Maternidade São Vicente e do Hospital Getúlio Vargas (HGV), que

foi construído para substituir a antiga Santa Casa de Misericórdia.

1952 Inauguração do Hospital Sanatório Meduna.

Anos 60 Inauguração do Hospital Casamater e Clínica São Lucas.

Anos 70 Inauguração dos Hospitais Santa Maria, São Marcos, Hospital do 2° BEC,

Maternidade Dona Evangelina Rosa e o Hospital de Doenças Infecto-Contagiosas

(HDIC).

Anos 80 Inauguração de várias outras clínicas, entre elas: Santa Clara, Santa Fé, Clinefro,

etc.

Anos 90 Inauguração do Centro Integrado de Saúde Dr Lineu Araujo (Ambulatório Central),

Hospital de Terapia Intensiva de Teresina (HTI) e Hospital da Clínicas de Teresina

(HCT).

2000 Inauguração de vários outras clínicas. Inauguração do Medical Center Teresina, do

Hospital São Paulo, do Centro Médico Dr Dirceu Arcoverde.

Fonte: Teresina, 2000.

De acordo com a Agenda 2015 (TERESINA, 2000) o pólo de saúde em Teresina

divide-se em três sub-áreas:

� Sub-área 01: bairro Mafuá: Hospital de Terapia Intensiva, Clínica e

Maternidade Santa Fé e Hospital das Clínicas de Teresina, Sanatório Meduna,

Hospital Areolino de Abreu e SEPAM;

� Sub-área 02: bairro Centro: Hospital Getúlio Vargas, Hospital de

Doenças Infecto Contagiosas, Hospital Infantil Lucídio Portela, Hospital São

Marcos, Hospital Santa Maria, Clínica São Lucas, Procardíaco, Itacor, Med

Imagem, Clínica Lucídio Portela, Max Imagem, Instituto Lívio Parente,

Radimagem Medical Center, Clinefro, Clínica Santa Clara, COT, Clínica Santo

Antônio e Unidade de Diagnóstico por Imagem- UDI;

Page 64: WebGIS - TCC Daniel Veras

63

� Sub-área 03: Bairro Piçarra e Ilhotas – Hospital da Polícia Militar,

Maternidade Dona Evangelina Rosa, Casamater, França Filho, Prontocor e

SAMIU.

Dados atuais, disponíveis no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde

(CNES), informam que em Teresina existem cerca de 701 estabelecimentos de saúde, dentre

eles: clínicas, hospitais, ambulatórios, profissionais autônomos, órgãos públicos de

fiscalização, etc. ( ver TABELA 08). No bairro Centro são cerca de 410 estabelecimentos,

todos alocados na região do entorno do Hospital Getúlio Vargas (sub-área 02) e estão

distribuídos de acordo com a TABELA 09.

TABELA 08. Distribuição dos estabelecimentos de saúde em Teresina.

ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE QUANTIDADE

Públicos 124

Filantrópicos 09

Sem Fins Lucrativos 05

Sindical 01

Particulares 562

TOTAL 701

Fonte: CNES, 2010.

TABELA 09. Distribuição dos estabelecimentos de saúde no bairro Centro de Teresina.

ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE QUANTIDADE

Públicos 13

Filantrópicos 04

Sem Fins Lucrativos 02

Sindical 0

Particulares 391

TOTAL 410

Fonte: CNES, 2010.

O pólo de saúde instalado em Teresina, como Centro de Referência em Saúde,

apresenta as seguintes características: (TERESINA, 2000).

� Mais de 12.000 empregos diretos e indiretos;

Page 65: WebGIS - TCC Daniel Veras

64

� Movimentação de R$ 20 Milhões/mês;

� 2% do PIB do Estado e 5,5% do PIB de Teresina;

� 37% da arrecadação de ICMS do Estado;

Dentro deste contexto, observa-se outra grande característica desse setor. Teresina,

com a evolução da qualidade dos serviços de saúde oferecidos, transformou-se num grande

pólo regional de turismo de saúde. A concentração de clínicas e hospitais particulares, os

quais são grandes investidores em técnicas e tratamentos diferenciados ou inovadores é vista

como grande atrativo para o deslocamento de pessoas em busca de diversos tratamentos de

saúde.

Turismo de saúde é definido pelo Ministério do Turismo, como sendo toda atividade

em que haja fluxo de pessoas em busca de bens e serviços ligados a atividades médico-

hospitalares, terapêuticos e estéticos. (BRASIL, 2010b).

De acordo com dados da Agenda 2015 (TERESINA, 2000), o atendimento à

pacientes de outros Estados em Teresina, considerando o período de jan a out/2000, totaliza

18.924 atendimentos, e os estados de origem desses pacientes são os mais diversos, sendo a

grande maioria das regiões norte e nordeste do país. (ver FIGURA 24).

FIGURA 24. Atendimentos à pacientes de outros estados em Teresina, janeiro a outubro de 2000. Fonte: Teresina, 2000.

Page 66: WebGIS - TCC Daniel Veras

65

Para o propósito deste estudo devem ser considerados apenas os hospitais públicos

do bairro Centro de Teresina, excluindo-se para isso da contagem, os hospitais particulares,

clínicas particulares, profissionais autônomos, estabelecimentos de administração da saúde,

etc. Assim sendo, a TABELA 10 apresenta a relação nominal dos hospitais que fizeram parte

desta pesquisa.

TABELA 10. Relação nominal dos estabelecimentos de saúde que fizeram parte da pesquisa.

CÓDIGO NO CNES

NOME DO ESTABELECIMENTO ENDEREÇO

3985563 CENTRO DE ESPECIALIDADES ODONTOLOGICAS CEO II

RUA CLODOALDO FREITAS 700 CENTRO -CEP-64000360

2406071 CENTRO DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA DO PIAUI HEMOPI

RUA PRIMEIRO DE MAIO 235 CENTRO -CEP-64001430

2323494 CENTRO INTEGRADO LINEU ARAUJO

RUA MAGALHAES FILHO 152 CENTRO -CEP-64076410

2726971 HOSPITAL GETULIO VARGAS AV FREI SERAFIM 2352 CENTRO -CEP-64001020

2323249 HOSPITAL INFANTIL LUCIDIO PORTELLA

RUA GOV ARTUR DE VASCONCELOS 220 CENTRO -CEP-64001450

2323338 INSTITUTO DE DOENCAS TROPICAIS NATAN PORTELLA

RUA GOV RAIMUNDO ARTUR DE VASCONCELOS 151 CENTRO -CEP-64001450

2551888 LABORATORIO CENTRAL DE SAUDE PUBLICA DR COSTA ALVARENGA

RUA 19 DE NOVEMBRO 1945 CENTRO -CEP-64001470

2679876 LABORATORIO DE CITOPATOLOGIA SESAPI

RUA DAVID CALDAS 227 CENTRO -CEP-64000190

Fonte: CNES, 2010.

6.5. COLETA DE PONTOS COM GPS

GPS (Global Positioning System) é a abreviatura de NAVSTAR GPS (NAVSTAR

GPS – NAVigation System with Time And Ranging Global Positioning System). É um

sistema de radionavegação baseado em satélites desenvolvido e controlado pelo

Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América que permite a qualquer usuário

saber a sua localização, velocidade e tempo, 24 horas por dia, sob quaisquer condições

atmosféricas e em qualquer ponto do globo terrestre (ROCHA, 2002).

De acordo com o mesmo autor, o GPS tem três segmentos: espacial, de controle e de

usuário. O segmento espacial é constituído por uma constelação de 24 satélites em órbita

Page 67: WebGIS - TCC Daniel Veras

66

terrestre aproximadamente a 20.200 km com um período de 12 horas siderais e distribuídos

por seis planos orbitais. Estes planos estão separados entre si por cerca de 60º em longitude e

têm inclinações próximas dos 55º em relação ao plano equatorial terrestre. Foi concebida por

forma a que existam no mínimo quatro satélites visíveis acima do horizonte em qualquer

ponto da superfície e em qualquer altura. O segmento de controle é constituído por cinco

estações de rastreio distribuídas ao longo do globo e uma estação de controle principal MCS

(Master Control Station). Esta componente rastreia os satélites, atualiza as suas posições

orbitais e calibra e sincroniza os seus relógios. Outra função importante é determinar as

órbitas de cada satélite. Esta informação é enviada para cada satélite para depois ser

transmitida por este, informando o receptor do local onde é possível encontrar o satélite.

O segmento de usuário inclui todos aqueles que usam um receptor GPS para receber

e converter o sinal GPS em posição, velocidade e tempo. Inclui ainda todos os elementos

necessários neste processo como as antenas e software de processamento.

Os pontos de interesse na área de estudo foram pontuados, utilizando-se um

equipamento GPS de navegação, modelo e-Trex, marca Garmin, configurado para a utilização

do sistema de coordenadas UTM SAD69. Dentre os diversos pontos, considerados de

interesse para este estudo, estão os: hospitais públicos, pensões, supermercados, bancos,

praças, órgãos públicos, dentre outros elementos importantes para a fiel representação

cartográfica da área de estudo.

6.6. PADRONIZAÇÃO DA BASE DE DADOS

A composição de uma base de dados geográficos, adequada à realização do trabalho,

se deu através da definição dos dados de interesse, entre as diferentes fontes e formatos, e, da

execução de procedimentos para a integração destes dados.

A partir da base cartográfica em formato shapefile, adquirida junto a Secretaria

Municipal de Planejamento (SEMPLAN-PMT), foram selecionados elementos tais como:

logradouros, quadras, divisão por bairros, etc., utilizando-se para isso ferramentas de seleção

do ArcMap. Em seguida, os dados foram reprojetados para o sistema de coordenadas

cartográficas UTM WGS84 através da ferramenta Project, presente no ArcToolBox.

A imagem de satélite foi georreferenciada através da obtenção de coordenadas de

pontos de controle, extraídos da base cartográfica do município de Teresina. Esse processo foi

realizado no ArcMap sob o sistema de coordenadas UTM WGS84.

Page 68: WebGIS - TCC Daniel Veras

67

6.7. IMPLEMENTAÇÃO DO BANCO DE DADOS GEOGRÁFICO

6.7.1. Modelagem conceitual

Um modelo de dados é um conjunto de conceitos que podem ser usados para

descrever a estrutura e as operações em um banco de dados. (ELNA, 1994 apud CÂMARA,

G; QUEIROZ, G., 2004). O modelo procura sistematizar os objetos e fenômenos de uma

parcela do mundo real a ser modelada em uma linguagem estruturada para que possam ser

transferidos para um sistema informatizado. Os modelos podem ser classificados em: modelos

de dados conceituais, modelos de dados lógicos e modelos de dados físicos.

Para Câmara e Queiroz (2004), os modelos de dados conceituais são os mais

adequados para capturar a semântica dos dados e, consequentemente, para modelar e

especificar as suas propriedades. Eles se destinam a descrever a estrutura de um banco de

dados em um nível de abstração independente dos aspectos de implementação.

Para a modelagem dos objetos que integrariam o sistema, foi utilizado o modelo

GEO-OMT (Object Modeling Technique - GEO). Este modelo nada mais é do que um

diagrama de classes adaptado para a modelagem de dados espaciais.

As classes estabelecidas para a modelagem conceitual foram: hidrografia, bairro,

quickbird, logradouros, quadras, praças públicas, edificações de destaque e hospitais. (ver

FIGURA 25).

Page 69: WebGIS - TCC Daniel Veras

FIGURA 25. Diagrama GEO-OMT do banco de dados geográficos da aplicação.Org.: Veras, 2010.

do banco de dados geográficos da aplicação.

68

Page 70: WebGIS - TCC Daniel Veras

69

6.7.2. Dicionário de dados

A seguir são descritas as tabelas que formam o sistema, identificando seus atributos:

a) HIDROGRAFIA:

Descrição: a TABELA 11, contem dados referentes aos rios existentes na zona

urbana de Teresina.

Atributos: ID, NOME, ROTULO.

TABELA 11. Tabela de atributos da layer de rios.

Nome Tipo Descrição ID Interger Código do rio

NOME Character[50] Nome do rio

ROTULO Character[50] Nome do rio que aparecerá no mapa (rótulos)

Org.: Veras, 2010.

b) LOGRADOURO:

Descrição: a TABELA 12, contem dados referentes aos logradouros existentes

na zona urbana de Teresina.

Atributos: ID, NOME, ROTULO, TIPO

TABELA 12. Tabela de atributos da layer de logradouros.

Nome Tipo Descrição ID Interger Código do logradouro

NOME Character[50] Nome do logradouro

ROTULO Character[50] Nome do logradouro que aparecerá no mapa (rótulos)

TIPO Character[50] Tipo de logradouro. Ex: (rua, avenida)

Org.: Veras, 2010.

Page 71: WebGIS - TCC Daniel Veras

70

c) BAIRRO:

Descrição: a TABELA 13, contem dados referentes aos bairros existentes na

zona urbana de Teresina.

Atributos: ID, NOME, ROTULO, AREA, PERIMETRO

TABELA 13. Tabela de atributos da layer de bairros.

Nome Tipo Descrição ID Interger Código do bairro

NOME Character[50] Nome do bairro

ROTULO Character[50] Nome do bairro que aparecerá no mapa (rótulos)

AREA Interger Área do bairro (m²) PERIMETRO Interger Perímetro do limite do bairro (m)

Org.: Veras, 2010.

d) QUADRA:

Descrição: a TABELA 14 contém os dados referentes as quadras existentes nos

bairros da zona urbana de Teresina.

Atributos: ID, BAIRRO, AREA, PERIMETRO

TABELA 14. Tabela de atributos da layer de quadras.

Nome Tipo Descrição ID Interger Código da quadra

BAIRRO Character[50] Nome do bairro a qual a quadra pertence

AREA Interger Área da quadra (m²) PERIMETRO Interger Perímetro do limite da quadra (m)

Org.: Veras, 2010.

e) PRACA:

Descrição: a TABELA 15 contem os dados referentes as praças públicas

existentes nos bairros da zona urbana de Teresina.

Atributos: ID, NOME, ROTULO, BAIRRO, AREA, PERIMETRO

Page 72: WebGIS - TCC Daniel Veras

71

TABELA 15. Tabela de atributos da layer de praças públicas.

Nome Tipo Descrição ID Interger Código da praça

NOME Character[50] Nome da praça

ROTULO Character[50] Nome da praça que aparecerá no mapa (rótulo)

BAIRRO Character[50] Nome do bairro a que pertence a praça

AREA Interger Área da praça (m²) PERIMETRO Interger Perímetro do limite da praça (m)

Org.: Veras, 2010.

f) EDIFICACAO:

Descrição: a TABELA 16 contém os dados referentes às edificações de destaque

existentes nas quadras dos bairros da zona urbana de Teresina.

Atributos: ID, NOME, ROTULO, QUADRA, TIPO

TABELA 16. Tabela de atributos da layer de edificações de destaque.

Nome Tipo Descrição ID Interger Código da edificação de destaque

NOME Character[50] Nome da praça

ROTULO Character[50] Nome da praça que aparecerá no mapa (rótulo)

QUADRA Interger ID da quadra a que pertence a edificação de destaque

TIPO Character[50] Tipo de edificação de destaque. Ex: (religioso, universidade, etc)

Org.: Veras, 2010.

g) HOSPITAL:

Descrição: a TABELA 17 contém os dados referentes aos hospitais públicos

existentes nas quadras dos bairros da zona urbana de Teresina.

Atributos: ID, NOME, ROTULO, ENDER, QUADRA, FONE, TIPO,

CONSULTA, EXAME, APAC, URGENCIA, CIRURGIA, INTERNACAO.

Page 73: WebGIS - TCC Daniel Veras

72

TABELA 17. Tabela de atributos da layer de hospitais.

Nome Tipo Descrição ID Interger Código do hospital

NOME Character[50] Nome do hospital

ROTULO Character[50] Nome do hospital que aparecerá no mapa (rótulo)

ENDER Character[50] Endereço completo do hospital

QUADRA Interger ID da quadra a que pertence o hospital

FONE Character[50] Telefone do hospital

TIPO Character[50] Tipo do hospital. (público federal, público municipal, filantrópico, etc)

CONSULTA Character[254] ID das consultas que podem ser realizadas no hospital

EXAME Character[254] ID dos exames que podem ser realizados no hospital

APAC Character[254]

ID dos exames e tratamentos de alta complexidade (APAC) que podem ser realizados no hospital

URGENCIA Character[3] Se possui atendimento de urgência. (sim ou não)

CIRURGIA Character[3] Se realiza pequenas cirurgias. (sim ou não)

INTERNACAO Character[3] Se possui leitos para internação. (sim ou não)

Org.: Veras, 2010.

h) CONSULTA:

Descrição: a TABELA 18 contém os dados referentes às consultas que podem

ser realizadas nos hospitais públicos.

Atributos: ID, NOME.

TABELA 18. Tabela com os dados das consultas médicas.

Nome Tipo Descrição ID Interger Código da consulta

NOME Character[50] Nome da consulta. Org.: Veras, 2010.

i) EXAME:

Descrição: a TABELA 19 contém os dados referentes aos exames que podem ser

realizados nos hospitais públicos.

Atributos: ID, NOME.

Page 74: WebGIS - TCC Daniel Veras

73

TABELA 19. Tabela com os dados dos exames médicas.

Nome Tipo Descrição ID Interger Código do exame

NOME Character[50] Nome do exame. Org.: Veras, 2010.

j) APAC:

Descrição: a TABELA 20 contém os dados referentes aos procedimentos de alta

complexidade que podem ser realizados nos hospitais públicos.

Atributos: ID, NOME.

TABELA 20. Tabela com os dados dos procedimentos médicos de alta complexidade.

Nome Tipo Descrição ID Interger Código do APAC.

NOME Character[50] Nome do APAC. Org.: Veras, 2010.

6.8. DESENVOLVIMENTO DO APLICATIVO WEBMAPPING

Inicialmente, para o desenvolvimento da aplicação, foi necessário a configuração do

servidor de mapas MapServer. Usuários da plataforma Microsoft Windows podem instalar

rapidamente um ambiente de desenvolvimento MapServer através do MS4W, disponível

gratuitamente em: http://www.maptools.org/ms4w/.

O pacote básico de instalação do MS4W pré-configura um servidor web com os

seguintes componentes:

� Apache HTTP Server version 2.2.15

� PHP version 5.3.2

� MapServer CGI 5.6.3

� MapScript 5.6.3 (CSharp, Java, PHP, Python)

� Includes support for Oracle 11g, and SDE data (if you have associated client/dlls)

� MrSID support built-in

� GDAL/OGR 1.7.1 and Utilities

� MapServer Utilities

� PROJ Utilities

Page 75: WebGIS - TCC Daniel Veras

74

� Shapelib Utilities

� Shp2tile Utility

� Shpdiff Utility

� AVCE00 Utilities

� OGR/PHP Extension 1.0.0

� OWTChart 1.2.0

O desenvolvimento do aplicativo se deu em várias etapas, executadas de forma

seqüenciais numa abordagem iterativa, onde cada nova iteração resultava no aumento de

funcionalidades do aplicativo em desenvolvimento.

A primeira iteração foi a criação de um mapa estático a partir dos arquivos de dados

disponíveis. Neste ciclo é necessário a criação de um arquivo mapfile, que é um arquivo de

extensão .map, em formato texto puro, que faz todas as definições e configurações iniciais

necessárias para execução de uma aplicação.

Este arquivo é lido pelo MapServer em cada interação do usuário com a aplicação e

define diversas características, tais como as camadas que podem aparecer num mapa, a cor

dos objetos mostrados, legendas, mapa de referência, barra de escala, etc. (ver FIGURA 26).

FIGURA 26. Estrutura de um arquivo mapfile. Fonte: Mapserver, 2010.

O mapa estático foi criado através da edição, em linhas de comando, do arquivo

mapfile. Uma a uma as camadas de informações foram adicionadas, ao tempo em que eram

Page 76: WebGIS - TCC Daniel Veras

75

realizados testes para verificar se as funcionalidades estavam sendo adequadamente

adicionadas ao aplicativo. (FIGURA 27).

FIGURA 27. Resultado da primeira iteração: criação de um mapa estático. Org.: Veras, 2010.

Após a conclusão desta fase partimos para a segunda iteração, que era a criação de

controles que permitissem que os mapas fossem criados dinamicamente. Nessa fase, além do

arquivo mapfile, a aplicação exige a criação de uma interface web para que o usuário possa

navegar pelo mapa, usando zoom (aproximação e distanciamento) e movimentação através de

cliques. Essa interface é adicionada ao projeto através da edição de um arquivo Template,

escrito em HTML (HyperText Markup Language). Esse arquivo define como os componentes

gerados pelo MapServer (mapa, legenda, barra de escala, etc) serão apresentados para o

usuário e de que forma o usuário poderá interagir com a aplicação. (ver FIGURA 28).

Page 77: WebGIS - TCC Daniel Veras

76

FIGURA 28. Resultado da segunda iteração: criação de um mapa com navegação. Org.: Veras, 2010.

Na terceira iteração foi adicionado ao aplicativo uma nova função que permitia ao

usuário ativar ou desativar a exibição de camadas, ou seja, escolher qual tema visualizar no

mapa. As camadas adicionadas são ativadas ou desativadas através de uma caixa de seleção.

(ver FIGURA 29).

Page 78: WebGIS - TCC Daniel Veras

77

FIGURA 29. Resultado da terceira iteração: criação de um mapa com navegação e controle de camadas. Org.: Veras, 2010.

Após a conclusão desta fase, tendo a mesma sido testada, passamos para a próxima

etapa de desenvolvimento do aplicativo.

No quarto ciclo de desenvolvimento do aplicativo, foram acrescentados objetos que

facilitam o seu uso pelo usuário, oferecendo informações suplementares sobre o mapa. São

eles: legenda, mapa de referência e barra de escala. (FIGURA 30).

A Legenda é um componente essencial em qualquer mapa para auxiliar o usuário a

interpretar os dados representados. Este item é incluído na interface do aplicativo através do

objeto LEGEND.

O mapa de referência é uma miniatura do mapa de navegação que permite ao usuário

saber qual a área de visualização atual com relação à extensão total do mapa. O mapa de

referência é adicionado ao aplicativo através do objeto REFERENCE.

O objeto SCALEBAR informa ao usuário a escala em que se encontra o mapa,

incluindo na visualização do mesmo uma escala gráfica em formato imagem. Por padrão, o

objeto é localizado no canto inferior esquerdo do mapa.

Page 79: WebGIS - TCC Daniel Veras

78

FIGURA 30. Quarta iteração: criação de componentes informativos. Org.: Veras, 2010.

Na quinta iteração, foi adicionado ao mapa, a fim tornar mais prático e fácil o seu

uso pelo usuário os rótulos dos logradouros e bairros. Este item é adicionado através do objeto

LABEL, declarado no arquivo mapfile da aplicação. Além disso, foram ajustados vários

atributos neste objeto, objetivando evitar conflitos de superposição de nomes e a polução

visual do mapa. (ver FIGURA 31).

FIGURA 31. Resultado da quinta iteração: criação de um mapa com rótulos nas vias e nas edificações de destaque. Org.: Veras, 2010.

Page 80: WebGIS - TCC Daniel Veras

79

No caso dos logradouros tipo ‘avenida’, o rótulo foi configurado numa cor diferente

dos demais logradouros, com intuito de dar maior destaque a estes objetos. Esta diferenciação

é alcançada pela manipulação do objeto COLOR da definição da label, no arquivo Mapfile.

Após a conclusão da quinta iteração, e tendo sido realizado testes com a interface de

usuário do projeto, avançamos mais uma etapa no desenvolvimento da aplicação. Neste ponto,

nosso projeto já possuía todos os itens básicos de um aplicativo webmapping para

visualização de dados, sendo possível, ainda de forma rudimentar, que o usuário navegue pelo

mapa com uma ferramenta pan e aproxime ou distancie dos objetos com a ferramenta zoom,

além de escolher quais camadas de informação da aplicação quer visualizar. (FIGURA 32).

No entanto, ainda era preciso construir as interfaces de consulta para as diversas camadas de

informações do aplicativo, para que os usuários pudessem realizar consultas com os dados da

aplicação.

FIGURA 32. Aplicativo webmapping em modo CGI. Org.: Veras, 2010.

Com a conclusão desta interface de consulta, os usuários poderiam localizar no mapa

um objeto apenas com o uso de palavras-chaves. Seria como um usuário que precisasse

localizar no mapa, todos os hospitais (cadastrados no banco de dados do aplicativo) que

oferecessem consulta especializada na área de cardiologia, ou de neurocirurgia, por exemplo.

Page 81: WebGIS - TCC Daniel Veras

80

A aplicação deverá ser capaz de gerar uma lista com estes hospitais, com endereço e telefone,

além de localizá-los no mapa.

Além disso, era desejo do autor oferecer ao usuário final do aplicativo, uma interface

bonita e funcional, com disponibilização de ferramentas para tornar a experiência mais

agradável, a ponto de usuários sem experiência com softwares geográficos, pudessem utilizar

a ferramenta sem maiores complicações. Para criar uma aplicação mais dinâmica e mais

adaptada aos nossos objetivos, abandonamos o modo CGI do MapServer e passamos a

trabalhar, nesse momento, com scripts PHP (extensão MapScript 5.6.3 do MapServer).

Estas funcionalidades foram fornecidas pelo framework p.mapper, software Open

Source, disponibilizado no endereço: http://www.pmapper.net/download.shtml.

O p.Mapper destina-se a oferecer uma ampla funcionalidade e múltiplas

configurações, de forma a facilitar a configuração de uma aplicação MapServer baseada em

PHP / Mapscript. Algumas das funções incluídas são: (P.MAPPER, 2010).

� DHTML (DOM) interface zoom / pan (sem uso de frames);

� Funções de consulta (identificar, selecionar, pesquisar);

� Configuração de funções, comportamentos e layout bastante flexíveis;

� Funções de impressão em HTML e PDF;

� Interface de utilizador multilíngüe;

� Plugins: camada de transparência, exportação do resultado da consulta, etc;

� Dentre outras.

Utilizando o p.Mapper para a configuração da nossa aplicação poupamos esforços de

programação e ainda conseguimos dar a aplicação uma aparência semelhante a do Googles

Maps, uma conhecida aplicação webmapping da Google, disponível no endereço:

http://maps.google.com.br/ (ver FIGURAS 33 e 34).

Page 82: WebGIS - TCC Daniel Veras

81

FIGURA 33. Visualização do Google Maps. Fonte: Google, 2010.

FIGURA 34. Visualização de uma aplicação demo p.mapper. Fonte: p.Mapper, 2010 - Disponível em http://www.pmapper.net/demo.shtml.

As principais configurações para o p.mapper são definidas no arquivo

config_default.xml, sob o diretório ‘C:\ms4w\apps\pmapper\pmapper-4.0.0\config’, dentre as

principais configurações implementadas foram:

a) <mapFile> … </mapFile>: nessa linha do código é declarado qual arquivo de

configuração mapfile a aplicação deverá ler ao ser executada.

Page 83: WebGIS - TCC Daniel Veras

82

b) <categories> … </categories>: nessa linha do código são especificados todos os

layers de informação que serão utilizadas na aplicação. As layers são organizadas em

grupos (<group> ... </group>) e estes em categorias.

c) <defaultLanguage> ... </defaultLanguage>: nessa linha do código é declarado

parâmetros sobre o local da aplicação, por exemplo, o idioma utilizado na interface do

usuário.

d) <export> ... </export>: nessa linha do código é definido quais formatados de

arquivos a tabela de atributos dos mapas selecionados poderão ser exportados pelo

usuário. Ex.: PDF, XLS, CSV.

Com a conclusão da sexta iteração, a aplicação, já em modo API , apresentava a

aparência da FIGURA 35, e já dispunha de uma barra de navegação nova e diversas outras

ferramentas pré-configuradas pelo framework pmapper. (ver FIGURA 36).

FIGURA 35. Resultado da sexta iteração: aplicativo em modo API. Org.: Veras, 2010.

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FIGURA 36. Resultado da sexta Org.: Veras, 2010.

Na sétima iteração, foram criadas as consultas baseadas em palavras

nova funcionalidade também é adicionada através da edição do arquivo

acrescentando-se o parâmetro:

quais colunas (fields) localizam

pretendemos consultar. Ex.: consulta pelo nome dos hospitais

<searchitem name="

<layer type="

<field type="

</layer>

</searchitem>

FIGURA 37. Configuração da peOrg.: Veras, 2010.

Dessa forma, foram configuradas consultas

hospitais e logradouros. Na

Resultado da sexta iteração: barra de navegação para o usuário

Na sétima iteração, foram criadas as consultas baseadas em palavras

nova funcionalidade também é adicionada através da edição do arquivo

se o parâmetro: searchitem, onde definimos quais arquivos

) localizam-se os dados de atributos das feições espaciais que

pretendemos consultar. Ex.: consulta pelo nome dos hospitais. (ver FIGURA

name="hospital" description="Busca hospitais pelo nome

type="shape" name="hospital.shp">

type="s" name="Nome" wildcard="0" />

Configuração da pesquisa para os nomes de hospitais.

Dessa forma, foram configuradas consultas para as camadas de informação de

hospitais e logradouros. Na layer de hospitais o usuário poderá consultar

83

iteração: barra de navegação para o usuário.

Na sétima iteração, foram criadas as consultas baseadas em palavras-chave. Esta

nova funcionalidade também é adicionada através da edição do arquivo config_default.xml,

onde definimos quais arquivos shapefiles e em

se os dados de atributos das feições espaciais que

. (ver FIGURA 37)

Busca hospitais pelo nome">

para as camadas de informação de

de hospitais o usuário poderá consultar, além por nomes de

Page 85: WebGIS - TCC Daniel Veras

84

hospitais, também por Consultas, Exames e Procedimentos de alta complexidade. (Consultas

– ver APÊNDICE A).

Na oitava iteração, foram criadas as consultas baseadas em cliques do cursor no

mapa. Para essa modalidade de consulta, é necessário que uma tooltip apareça com um

resumo de informações sobre um determinado objeto selecionado (hospital, por exemplo).

Além disso, pode-se explorar a interatividade nesse objeto. Através de um hiperlink, o usuário

poderá ser redirecionado para páginas da web contendo informações detalhadas e imagens

sobre estes objetos selecionados. (FIGURA 38).

FIGURA 38. Resultado da oitava iteração: criação de tooltip informativa. Org.: Veras, 2010.

Após acrescentadas as funcionalidades do sistema foi necessário aprimorar a

apresentação do aplicativo como o objetivo de melhorar a intuitividade da interface e tornar a

experiência do usuários mais agradável e rica. O uso de símbolos em mapas é essencial para a

compreensão da realidade apresentada. Uma boa simbologia torna mais fácil de ler e

interpretar o mapa. Assim, foram acrescentados símbolos para representar a camada de

informação de edificações de destaque, de acordo com o tipo de cada uma. (ver FIGURA 39).

Page 86: WebGIS - TCC Daniel Veras

85

FIGURA 39. Nona iteração: símbolos de identificação no mapa. Org.: Veras, 2010.

Cada tipo de edificação é criada no arquivo mapfile, através do objeto LAYER. Este

objeto por sua vez possui objetos do tipo CLASS que são classificações dentro de uma

camada. Cada classe aponta para um objeto SYMBOL e assim, cada camada possui várias

classes e cada classe possui um símbolo. Quando uma camada é ativada todos os pontos nas

diferentes classes são criados e representados através de seus respectivos símbolos. (ver

FIGURA 40).

FIGURA 40. Nona iteração: símbolos de identificação no mapa. Org.: Veras, 2010.

Page 87: WebGIS - TCC Daniel Veras

86

6.9. TESTES E IMPLANTAÇÃO

Os testes efetuados no aplicativo foram feitos apenas pelo desenvolvedor (teste de

desenvolvedor). Estes testes eram realizados à medida que as funcionalidades iam sendo

acrescentadas e as correções, também efetuadas no mesmo ciclo de desenvolvimento. Isto era

devido ao fato de que para prosseguirmos para a fase seguinte de desenvolvimento,

precisávamos dos resultados da fase anterior.

Os testes realizados diziam respeito à criação dos mapas: se estavam sendo gerados

de maneira adequada, se os rótulos e feições estavam sendo exibidos, se as camadas não

conflitavam uma com as outras impossibilitando a visualização do mapa, se as legendas

estavam sendo criadas corretamente, dentre outros.

Outros testes foram feitos quanto à seleção de temas: a ativação de múltiplos temas,

utilização de zoom juntamente com vários temas, ordem de visualização dos temas, dentre

outros; Consultas do aplicativo: se as tabelas de dados (arquivos dBASE) estavam sendo

acessadas, se os objetos pesquisados estavam sendo destacados no mapa, se os valores

estavam sendo corretamente exibidos caso a consulta retornasse mais de um valor, se o código

de redirecionamento para página de cada objeto estava funcionando, dentre outros; Interface

de exportação de dados e layout de impressão: exportação de dados (tabela de atributos) e

também para a ferramenta de impressão de mapas.

O sistema foi implantado em um servidor web de testes e disponibilizado por um

breve período de tempo. O servidor que recebeu a aplicação não possuía um IP (Protocolo de

Internet) estático, e sim, dinâmico, o que impossibilitava o uso de um nome de domínio

(exemplo: http://www.meusite.com.br). Sendo assim, a disponibilização da aplicação tornava-

se instável, já que o endereço de acesso era trocado cada vez que o servidor renovasse seu

endereço de IP. Por esse motivo e pelo fato de não possuirmos um computador com maior

capacidade de processamento, os testes de performance não foram tão elaborados. Mesmo

assim, foi possível gerar páginas em tempo menor que 13 segundos (para a ativação de

camadas de informação e procedimentos de zoom) e 16 segundos (para as consultas), com o

acesso simultâneo de 5 usuários.

Page 88: WebGIS - TCC Daniel Veras

7. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O resultado do presente trabalho foi a criação de um aplicativo webmapping capaz de

disponibilizar mapas dinâmicos na web que possibilitam a identificação de vários aspectos do

bairro Centro, tais como: edificações de destaque, praças públicas, principais avenidas, etc.,

além fornecer dados quantitativos que caracterizam a rede hospitalar pública existente no

bairro. O aplicativo também provê interação ao usuário por meio de uma série de ferramentas

que visam facilitar o tratamento e a visualização dos dados geográficos.

Este aplicativo permite que o usuário visualize a área do bairro Centro e as ruas e

avenidas de forma diferenciada, sendo as avenidas exibidas com maior destaque. Ao clicar

com o cursor de mouse em determinado ponto o usuário pode visualizar uma tooltip com

informações sobre o ponto e esta pode redirecionar o usuário para um site do ponto em

questão, caso exista, ou para uma página do buscador Google com uma pesquisa pré-

configurada para procurar mais informações sobre o objeto.

Além disso, os mapas gerados pelo aplicativo podem ser visualizados ou impressos

em várias escalas diferentes e com quantas camadas de informação (temas) o usuário desejar.

Nas figuras que seguem são apresentadas as principais características do aplicativo.

FIGURA 41. Visualização no aplicativo webmapping de diversos elementos existentes no bairro Centro. Org.: Veras, 2010.

Page 89: WebGIS - TCC Daniel Veras

88

A representação cartográfica dos elementos que fazem parte do ambiente em estudo

é de suma importância para a contextualização dos dados geográficos apresentados ao

usuário. Na FIGURA 41, é possível observar diversos componentes que caracterizam o bairro

Centro de Teresina, entre eles estão: igrejas, hotéis, supermercados, farmácias, praças

públicas, etc.

FIGURA 42. Visualização da barra de ferramentas do aplicativo webmapping. Org.: Veras, 2010.

Na FIGURA 42 pode-se observar a barra de ferramentas do aplicativo. As

ferramentas disponibilizadas foram: zoom para o mapa inteiro, zoom para a seleção, zoom

(aproximar e distanciar), pan, identificador (identifica o objeto clicado), identificador múltiplo

(identifica vários objetos selecionados), ferramenta de medição (distancia, perímetro e área),

ponto de interesse (permite que o usuário adicione um ponto de interesse com descrição). Nas

figuras que seguem podemos visualizar algumas destas ferramentas. (FIGURAS 43 a 46).

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89

FIGURA 43. Visualização da ferramenta identificador com a tooltip do objeto selecionado. Org.: Veras, 2010.

FIGURA 44. Visualização da ferramenta identificador múltiplo com a tooltip dos objetos selecionados. Org.: Veras, 2010.

Page 91: WebGIS - TCC Daniel Veras

90

FIGURA 45. Visualização da ferramenta de medição com a tooltip de cálculo de perímetro e área. Org.: Veras, 2010.

FIGURA 46. Visualização da ferramenta Ponto de interesse. Org.: Veras, 2010.

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91

A FIGURA 46 apresenta a visualização da ferramenta Ponto de Interesse. Esta

ferramenta permite ao usuário associar um texto a algum ponto no mapa. Este ponto criado é

memorizado apenas durante o acesso atual do usuário.

Sobre as ferramentas de consulta do aplicativo, foram disponibilizadas: logradouros

(buscar por ruas ou avenidas), hospitais (buscar por hospitais), Consultas/Exames/Apacs

(buscar por uma especialidade médica ou pelo nome de exames e procedimentos de alta

complexidade).

Na FIGURA 47 observa-se a barra de consultas do aplicativo onde é possível fazer

buscas por elementos no mapa com o uso de palavras-chave e na FIGURA 48, podemos

observar o resultado de uma consulta por hospital.

FIGURA 47. Visualização da barra de consultas do aplicativo webmapping. Org.: Veras, 2010.

Page 93: WebGIS - TCC Daniel Veras

92

FIGURA 48. Visualização do resultado de uma consulta por hospital. Org.: Veras, 2010.

FIGURA 49. Visualização do resultado de uma consulta por uma especialidade médica. Org.: Veras, 2010.

A configuração das consultas para buscar por Consultas, Exames e Procedimentos de

Alta Complexidade (FIGURA 49) constituiu a parte de maior dificuldade para o

Page 94: WebGIS - TCC Daniel Veras

93

desenvolvimento deste aplicativo, visto que num primeiro momento, estas informações

disponíveis em tabelas separadas (tabela CONSULTA; tabela EXAME; tabela APAC)

deveriam ser interligadas (JOIN) com a tabela de atributos da camada de informação dos

hospitais. O código fonte das consultas deste aplicativo estão disponíveis no APÊNDICE A.

Ainda sobre as ferramentas de consulta do aplicativo, a tooltip gerada para apresentar

os resultados da pesquisa pode redirecionar os usuários para outros sites que ofereçam

maiores informações sobre o elementos pesquisado. Na FIGURA 50, visualiza-se uma página

do CNESNet (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde) onde podem ser encontrados

informações precisas sobre o estabelecimento pesquisado.

FIGURA 50. Visualização da página da CNES contendo informação sobre o hospital pesquisado. Fonte: CNESNet, 2010 – disponível em http://cnes.datasus.gov.br/Exibe_Ficha_Estabelecimento.asp?VCo_Unidade=2211002726971.

Page 95: WebGIS - TCC Daniel Veras

8. CONCLUSÕES

Existem inúmeros recursos e estratégias possíveis de serem utilizadas na tentativa de

solucionar algumas das questões relacionadas ao dilema urbanização versus qualidade de

vida, saúde pública e do meio ambiente, desenvolvimento econômico e desenvolvimento

sustentável. As geotecnologias estão entre tais recursos e estratégias, figurando como um

instrumento de auxílio poderoso e eficiente junto aos órgãos competentes, gerentes e

decisores.

O mapeamento das informações pertinentes a rede pública hospitalar do bairro

Centro de Teresina e a posterior disponibilização em ambiente web através de mapas

interativos, se mostrou uma ferramenta importante para a obtenção de informações específicas

sobre o tema, como as que seguem:

� Quais e onde localizam-se os hospitais que atendem determinada especialidade

médica? Ex.: (cardiologia, pediatria, infectologia, etc);

� Quais e onde localizam-se os hospitais que realizam exames específicos, tais como:

exames hormonais, eletrocardiograma, mamografia, tomografia computadorizada,

etc?

� Quais os serviços de apoio (hotel, pensões, farmacias, etc) existentes no entorno do

hospital X?

� Quais os serviços (consultas, exames, procedimentos de alta complexidade) o hospital

X ou o hospital Y oferece?

� Quais e onde localizam-se os hospitais que possuem atendimento de urgência ? Ou os

que possuem leitos para internações? Ou os que realizam pequenas cirurgias?

Outra consideração sobre o aplicativo diz respeito a sua interface amigável e

intuitiva, o que permite que a utilização do mesmo possa ser feita, via intranet ou internet, por

pessoas sem grandes conhecimentos em softwares geográficos, contribuindo para a

democratização do acesso às informações da rede pública hospitalar da área estudada.

Prosseguindo nas considerações, destacamos que esta aplicação foi desenvolvida em

partes com a utilização de softwares livres, com custo zero no quesito de aquisição de

licenças, o que reduziu o custo total do desenvolvimento, tornando-a viável do ponto de vista

econômico. Mesmo para o software SIG proprietário que foi utilizado neste trabalho (ArcGIS)

existem inúmeros softwares livres equivalentes e que poderiam ter sido utilizados nesta

Page 96: WebGIS - TCC Daniel Veras

95

pesquisa. Cita-se como exemplos o SPRING e o TerraView, ambos desenvolvidos pelo INPE

(Instituo Nacional de Pesquisas Espaciais). Em trabalhos futuros este é um aspecto que poderá

ser explorado. A construção de um aplicativo webmapping com softwares livres (custo zero

em aquisição de licenças) poderá onerar ainda mais os custos de implementação de um

projeto como esse.

O MapServer, servidor de mapas utilizado para o desenvolvimento deste trabalho, se

mostrou capaz de veicular informações cadastrais em forma de mapas interativos na web de

forma robusta e de fácil configuração. Aliado ao framework p.mapper foi capaz de produzir

mapas com riquezas de detalhes, tornando a experiência de navegação no aplicativo muito

mais agradável do ponto de vista estético e funcional.

Por fim, a construção dessa aplicação abre espaço para o desenvolvimento de

aplicações semelhantes no futuro, que tratem de outros temas, como por exemplo, aplicações

para segurança pública, para o turismo, para o transporte público, etc. com baixo custo e

grande benefício para a sociedade em geral, bastando para isso a obtenção dos dados e a

adequação da aplicação para os novos temas.

Page 97: WebGIS - TCC Daniel Veras

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, C. M.; CÂMARA, G.; MONTEIRO, A. M. (organizadores). Geoinformação em Urbanismo: cidade real x cidade virtual. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. BORGES, K. A. V. A gestão urbana e as tecnologias de informação e comunicação. Informática Pública. Vol. 1.2, nº 2. Belo Horizonte, 2000. BORGES, K.; DAVIS, C. Modelagem de dados geográficos. In: CÂMARA, G.; DAVIS.C.; MONTEIRO, A.M. Introdução à Ciência da Geoinformação. São José dos Campos: INPE. 2004. 345 p. BOGORNY, V. (et al.). Desenvolvimento de um SIG para saúde pública usando software livre . Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Porto Alegre: UFRGS, 2004. BRASIL, Ministério da Saúde. Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES. Disponível em: http://cnes.datasus.gov.br/. <Acessado em: 04/07/2010> BRASIL, Ministério do Turismo. Turismo de Saúde. Disponível em: http://www.turismo.gov.br/. <Acessado em: 03/08/2010b> CÂMARA, G., QUEIROZ, G.R. Arquitetura de Sistemas de Informação Geográfica. In: CÂMARA, G.; DAVIS.C.; MONTEIRO, A.M. Introdução à Ciência da Geoinformação. São José dos Campos: INPE. 2004. 345 p. CÂMARA, G.; DAVIS.C.; MONTEIRO, A.M. Introdução à Ciência da Geoinformação. São José dos Campos: INPE. 2004. 345 p. Disponível em: http://www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/introd/ <Acesso em 05/05/2009>. CÂMARA, G.; MEDEIROS, J. S. Geoprocessamento para projetos ambientais. Instituto Nacional de Pesquisas Espciais (INPE). São José dos Campos: INPE, 1996. CASTRO, M. A. S. Tutorial HTML do ICMC-USP . Instituto de Ciências Matemáticas e Computação (ICM) da Universidade de São Paulo (USP). Disponível no endereço: http://www.icmc.usp.br/ensino/material/html/ . Acessado em 02/07/2010. COSTA, F. S. Sistema de Informações Geográficas turísticas da cidade de Manaus: Uma proposta baseada em softwares livres. Trabalho de conclusão de curso de graduação – Curso de Tecnologia em Desenvolvimento de Software do Centro Federal de Educação Tecnológica do Amazonas – CEFET-AM. Manaus, 2006. CASANOVA, M. et al. (Ed.). Banco de Dados Geográficos. Curitiba: Mundogeo, 2005. Disponível em: http://www.dpi.inpe.br/livros/bdados/index.html. Acesso em: 18 nov. 2008. p. 506. COSTA, G. F. Geoprocessamento: uso e aplicação na saúde pública e na saúde ambiental. Faculdade de Saúde Ambiental da Universidade de São Paulo – USP. São Paulo: USP, 2003.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Código Fonte das consultas do aplicativo.

<?xml version="1.0" encoding="ISO-8859-1"?> <searchlist version="1.0"> <dataroot>$</dataroot> <searchitem name="logradouro_suggest_dbf" description="Logradouros"> <layer type="shape" name="logradouro"> <field type="s" name="Nome" description="Logradouros" wildcard="2"> <definition type="suggest" connectiontype="dbase" minlength="1" startleft="1" sort="asc"> <dbasefile encoding="UTF-8" searchfield="Nome">$/logradouro.dbf</dbasefile> </definition> </field> </layer> </searchitem> <searchitem name="hospital_suggest_dbf" description="Hospitais"> <layer type="shape" name="hospital"> <field type="s" name="Nome" description="Hospitais" wildcard="2"> <definition type="suggest" connectiontype="dbase" minlength="1" startleft="1" sort="asc"> <dbasefile encoding="UTF-8" searchfield="Nome">$/hospital.dbf</dbasefile> </definition> </field> </layer> </searchitem> <searchitem name="consulta_options_dbf" description="Consultas"> <layer type="shape" name="hospital"> <field type="s" name="Consulta" description="Consultas" wildcard="0"> <definition type="options" connectiontype="dbase" firstoption="*" sort="asc"> <dbasefile encoding="UTF-8" keyfield="ID" showfield="NOME">$/CONSULTA.dbf</dbasefile> </definition> </field> </layer> </searchitem> <searchitem name="exame_options_dbf" description="Exames"> <layer type="shape" name="hospital"> <field type="s" name="Exame" description="Exames" wildcard="0"> <definition type="options" connectiontype="dbase" firstoption="*" sort="asc"> <dbasefile encoding="UTF-8" keyfield="ID" showfield="NOME">$/EXAME.dbf</dbasefile> </definition> </field> </layer> </searchitem> <searchitem name="apac_options_dbf" description="Apacs"> <layer type="shape" name="hospital"> <field type="s" name="Apac" description="Alta Complexidade" wildcard="0"> <definition type="options" connectiontype="dbase" firstoption="*" sort="asc"> <dbasefile encoding="UTF-8" keyfield="ID" showfield="NOME">$/APAC.dbf</dbasefile> </definition> </field> </layer> </searchitem> </searchlist>

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APÊNDICE B – Código Fonte do arquivo de configuração Mapfile.

MAP EXTENT 741185.83 9435620.77 743964.89 9438245.27 UNITS METERS SIZE 600 500 SHAPEPATH "../../../tcc/" SYMBOLSET "../common/symbols/symbols-pmapper.sym" FONTSET "../common/fonts/msfontset.txt" RESOLUTION 96 IMAGETYPE png INTERLACE OFF #CONFIG "PROJ_LIB" "C:/proj/nad/" PROJECTION "+proj=utm +zone=23 +south +ellps=WGS84 +datum=WGS84 +units=m +no_defs no_defs" END # # Image formates for GD # OUTPUTFORMAT NAME "png" DRIVER "GD/PNG" MIMETYPE "image/png" IMAGEMODE RGB FORMATOPTION INTERLACE=OFF TRANSPARENT OFF EXTENSION "png" END OUTPUTFORMAT NAME "png8" DRIVER "GD/PNG" MIMETYPE "image/png" IMAGEMODE PC256 FORMATOPTION INTERLACE=OFF TRANSPARENT OFF EXTENSION "png" END OUTPUTFORMAT NAME "jpeg" DRIVER "GD/JPEG" MIMETYPE "image/jpeg" IMAGEMODE RGB FORMATOPTION "QUALITY=70" EXTENSION "jpg" END OUTPUTFORMAT NAME GTiff DRIVER "GDAL/GTiff" MIMETYPE "image/tiff" IMAGEMODE RGB #FORMATOPTION "TFW=YES" #FORMATOPTION "COMPRESS=PACKBITS" EXTENSION "tif" END

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OUTPUTFORMAT NAME imagemap MIMETYPE "text/html" FORMATOPTION SKIPENDTAG=OFF DRIVER imagemap END # # Start of web interface definition # WEB TEMPLATE "map.html" IMAGEPATH "/ms4w/tmp/ms_tmp/" IMAGEURL "/ms_tmp/" METADATA #"MAPFILE_ENCODING" "ISO-8859-1" "ows_title" "Webmapping TCC ByVeRaS" "ows_author" "Daniel Veras" END # Metadata END # Web # # Start of Reference map definition # REFERENCE EXTENT 741185.83 9435620.77 743964.89 9438245.27 IMAGE "../../images/referencia_centro.png" SIZE 192 178 COLOR -1 -1 -1 OUTLINECOLOR 255 0 0 END # Reference LEGEND END # # Start of ScaleBar definition # SCALEBAR STATUS off TRANSPARENT off INTERVALS 4 SIZE 200 3 UNITS METERS COLOR 250 250 250 OUTLINECOLOR 0 0 0 BACKGROUNDCOLOR 100 100 100 STYLE 0 POSTLABELCACHE true LABEL COLOR 0 0 90 #OUTLINECOLOR 200 200 200 SIZE small END # Label END # Reference # SYMBOLS USED IN PMAPPER # - 'circle' always necessary (used e.g. for highlight) # - 'square' used in currecnt map file # Symbols can also be defined via tag SYMBOLSET (see above)

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Symbol Name 'circle' Type ELLIPSE Filled TRUE Points 1 1 END END Symbol Name 'square' Type VECTOR Filled TRUE Points 0 1 0 0 1 0 1 1 0 1 END END #================== INICIO DAS DEFINICOES DE LAYERS =====================# # # layer 1 - contorno bairro # LAYER NAME "bairro" TYPE polygon DATA "bairro" TRANSPARENCY 30 METADATA "DESCRIPTION" "Bairros" "RESULT_FIELDS" "Nome, Regiao, Pop_2007, Perimetro, Area" "RESULT_HEADERS" "Bairro, Região Administrativa, População IBGE(2007), Perímetro (m), Área (m2)" END # Metadata CLASS Name 'Centro' COLOR -1 -1 -1 OUTLINECOLOR 0 0 0 TEMPLATE void END # Class END # Layer # # layer 2 - imagem QuickBird # LAYER NAME "quickbird" TYPE RASTER STATUS OFF DATA "quickbird.jpg" END # # layer 3 - quadras # LAYER NAME "quadra" TYPE polygon

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DATA "quadra" TRANSPARENCY 20 METADATA "DESCRIPTION" "Quadras" "RESULT_FIELDS" "Bairro, Perimetro, Area" "RESULT_HEADERS" "Bairro, Perímetro (m), Área (m2)" END # Metadata CLASS Name 'Quadras' COLOR 255 255 0 OUTLINECOLOR 0 0 0 TEMPLATE void END # Class END # Layer # # layer 4 - rios # LAYER NAME "rio" TYPE polygon DATA "hidrografia" METADATA "DESCRIPTION" "Rios de Teresina" "RESULT_FIELDS" "Rotulo" "RESULT_HEADERS" "Nome" END # Metadata CLASS Name 'Rios de Teresina' COLOR 151 219 242 OUTLINECOLOR 0 92 230 TEMPLATE void END # Class END # Layer # # layer 5 - pracas do bairro centro # LAYER NAME "praca" TYPE polygon DATA "praca" TRANSPARENCY 40 METADATA "DESCRIPTION" "Pracas Públicas" "RESULT_FIELDS" "Rotulo, Bairro, Perimetro, Area" "RESULT_HEADERS" "Nome, Bairro, Perímetro (m), Área (m2)" END # Metadata CLASS Name 'Praças Públicas' COLOR 76 230 0 OUTLINECOLOR -1 -1 -1 TEMPLATE void END # Class END # Layer # # layer 6 - logradouros do bairro centro # LAYER

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NAME "logradouro" TYPE LINE DATA "logradouro" CLASSITEM "Tipo" METADATA "DESCRIPTION" "Logradouros" "RESULT_FIELDS" "Tipo, Rotulo" "RESULT_HEADERS" "Tipo, Nome" END # Metadata CLASS NAME "Avenida" EXPRESSION "AVENIDA" COLOR 255 0 0 TEMPLATE void END # Class CLASS NAME "Ruas" EXPRESSION "RUA" COLOR 100 50 0 TEMPLATE void END # Class END # Layer # # layer 7 - hospitais # LAYER NAME "hospital" TYPE point DATA "hospital" LABELITEM "Rotulo" LABELMAXSCALE 80000 METADATA "DESCRIPTION" "Rede Hospitalar" "RESULT_FIELDS" "Rotulo, Ender, Fone, Link" "RESULT_HEADERS" "Hospital, Endereço, Telefone, + informações" "RESULT_HYPERLINK" "Rotulo, Link" END # Metadata CLASS NAME "Rede Hospitalar" MAXSCALEDENOM 9000 SYMBOL 'HOSPITAL' SIZE 20 TEMPLATE void LABEL SIZE TINY COLOR 0 0 0 POSITION AUTO BACKGROUNDCOLOR 255 0 128 BUFFER 2 END END # Class END #layer

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# # layer 8 - edificações de destaque # LAYER NAME "edificacao" TYPE point DATA "edificacao" TOLERANCE 6 TOLERANCEUNITS pixels LABELITEM "Rotulo" LABELMAXSCALE 8000 CLASSITEM "Tipo" METADATA "DESCRIPTION" "Edificacao de Destaque" "RESULT_FIELDS" "Rotulo, Quadra, Tipo, Sobre" "RESULT_HEADERS" "Nome, Quadra, Tipo, Sobre" END # Metadata CLASS NAME "Compras" MAXSCALEDENOM 7500 EXPRESSION /COMPRA/ SYMBOL 'COMPRA' COLOR 250 100 0 SIZE 28 TEMPLATE void LABEL SIZE TINY COLOR 0 0 0 POSITION AUTO BACKGROUNDCOLOR 255 255 128 BUFFER 2 END END # Class CLASS NAME "Religioso" MAXSCALEDENOM 7500 EXPRESSION /RELIGIOSO/ SYMBOL 'RELIGIOSO' COLOR 250 100 0 SIZE 20 TEMPLATE void LABEL SIZE TINY COLOR 0 0 0 POSITION AUTO BACKGROUNDCOLOR 255 255 128 BUFFER 2 END END # Class CLASS NAME "Farmacia" MAXSCALEDENOM 7500 EXPRESSION /FARMACIA/ SYMBOL 'FARMACIA' COLOR 250 100 0 SIZE 20

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TEMPLATE void LABEL SIZE TINY COLOR 0 0 0 POSITION AUTO BACKGROUNDCOLOR 255 255 128 BUFFER 2 END END # Class CLASS NAME "Cultura" MAXSCALEDENOM 7500 EXPRESSION /CULTURA/ SYMBOL 'CULTURA' COLOR 250 100 0 SIZE 20 TEMPLATE void LABEL SIZE TINY COLOR 0 0 0 POSITION AUTO BACKGROUNDCOLOR 255 255 128 BUFFER 2 END END # Class CLASS NAME "Escolas" MAXSCALEDENOM 7500 EXPRESSION /UNIVERSIDADE|ESCOLA/ SYMBOL 'ESCOLA' COLOR 250 100 0 SIZE 20 TEMPLATE void LABEL SIZE TINY COLOR 0 0 0 POSITION AUTO BACKGROUNDCOLOR 255 255 128 BUFFER 2 END END # Class CLASS NAME "Hotel" MAXSCALEDENOM 7500 EXPRESSION /HOTEL/ SYMBOL 'HOTEL' COLOR 250 100 0 SIZE 20 TEMPLATE void LABEL SIZE TINY COLOR 0 0 0 POSITION AUTO BACKGROUNDCOLOR 255 255 128 BUFFER 2 END END # Class

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CLASS NAME "Esportes" MAXSCALEDENOM 7500 EXPRESSION /ESPORTE/ SYMBOL 'ESPORTE' COLOR 250 100 0 SIZE 24 TEMPLATE void LABEL SIZE TINY COLOR 0 0 0 POSITION AUTO BACKGROUNDCOLOR 255 255 128 BUFFER 2 END END # Class CLASS NAME "Governo" MAXSCALEDENOM 7500 EXPRESSION /GOVERNO/ SYMBOL 'GOVERNO' SIZE 18 COLOR 250 100 0 TEMPLATE void LABEL SIZE TINY COLOR 0 0 0 POSITION AUTO BACKGROUNDCOLOR 255 255 128 BUFFER 2 END END # Class CLASS NAME "Agencias Bancárias" MAXSCALEDENOM 7500 EXPRESSION /BANCO/ SYMBOL 'BANCO' COLOR 250 100 0 SIZE 20 TEMPLATE void LABEL SIZE TINY COLOR 0 0 0 POSITION AUTO BACKGROUNDCOLOR 255 255 128 BUFFER 2 END END # Class END #layer END #Map