10
Brian Parker, Annette Saddik, Nancy Tischler e outros desse grupo maravilhoso e partilharam, forma,1 informalmente, seu profundo conhecimento conosco, durante varIOS anos. Michael Paller nos cedeu generosamente o manuscrito de sua monografia sobre Williams e sexualidade, que ainda não foi publicada, e junta. mente com Annette Saddik levou a evitar certos constrangimentos devido às suas oportunas correções. Somos especialmente gratos a Nancy Tischler e AI Devlin pela organização do livro Selected Let. ters [Cartas Selecionadas1, cujo trabalho foi quase tão importante para nós quanto o de Lyle Leverich, biografia do jovem Williams, Tom: The U"k,lOw" Te,messee Williams [Tom: O Desconhecido Tennessee Williams1, que, com toda certeza, permanecerá indisp en. sável a futuros estudiosos e críticOS do autor. Por sua assistência a questões relacionadas com Williams , fossem elas pequenas ou grandes, nossos agradecimentos a Michael Kahn, Lee Hoiby e Jeremy Lawrence; Michael Wilson e Chris Baker da Hartford Srage Company; Steven Mazzola, PJ Papparelli, Jef Hall.Falvain e Liza Holtmeyer do Shakespeare Theatre; Elizabeth Barron, Paul J. Willis e Arin Black do Tennessee WilliamslFestival Lit erário de Nova Orleans; Michael Bush e Lisa Dozier do Clube de Teatro de Manhattan; e numa nota mais pessoal, David e Lu Ann Landon, Arnold Rampersad, Mike Keekey, Christine P. Horn e Francesca McCaffery. A Pamela Beatrice, Joan e Yannis Moscho- vakis, e Anna Moschovakis, muito amor e gratidão. Sobretudo, quase tudo que fizemos como devíamos nesta ano tologia se deve a Allean Hale - a sua cultura, a seu olhar lúcido e sua memória, a seu insuperável conhecimento sobre Williams e a sua generosa di sponibilidade de tempo. Desnecessário dizer que todas as incorreçõcs são de nossa inteira respon sabilidade. 68 · MISTEA 'ARAOU! [ OUTRAS PEÇAS EM UM AT O EsrAS SÃO AS EsCADAS QUE VOCÊ TEIh QUE Tradu ção Gisele Freire Kadi Moreno [sabella Lemos Rita Giovanna . '. .':':

WILLIAMS, Tennessee - Estas São as Escadas Que Você Tem Que Vigiar (1)

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Teatro

Citation preview

  • Brian Parker, Annette Saddik, Nancy Tischler e outros desse grupo maravilhoso e col~borativo partilharam, forma,1 ~ informalmente, seu profundo conhecimento conosco, durante varIOS anos. Michael Paller nos cedeu generosamente o manuscrito de sua monografia sobre Williams e sexualidade, que ainda no foi publicada, e junta. mente com Annette Saddik levou a evitar certos constrangimentos devido s suas oportunas correes. Somos especialmente gratos a Nancy Tischler e AI Devlin pela organizao do livro Selected Let. ters [Cartas Selecionadas1, cujo trabalho foi quase to importante para ns quanto o de Lyle Leverich, biografia do jovem Williams, Tom: The U"k,lOw" Te,messee Williams [Tom: O Desconhecido Tennessee Williams1, que, com toda certeza, permanecer indispen. svel a futuros estudiosos e crticOS do autor.

    Por sua assistncia a questes relacionadas com Williams , fossem elas pequenas ou grandes, nossos agradecimentos a Michael Kahn, Lee Hoiby e Jeremy Lawrence; Michael Wilson e Chris Baker da Hartford Srage Company; Steven Mazzola, PJ Papparelli, Jef Hall.Falvain e Liza Holtmeyer do Shakespeare Theatre; Elizabeth Barron, Paul J. Willis e Arin Black do Tennessee WilliamslFestival Literrio de Nova Orleans; Michael Bush e Lisa Dozier do Clube de Teatro de Manhattan; e numa nota mais pessoal, David e Lu Ann Landon, Arnold Rampersad, Mike Keekey, Christine P. Horn e Francesca McCaffery. A Pamela Beatrice, Joan e Yannis Moscho-vakis, e Anna Moschovakis, muito amor e gratido.

    Sobretudo, quase tudo que fizemos como devamos nesta ano tologia se deve a Allean Hale - a sua cultura, a seu olhar lcido e sua memria, a seu insupervel conhecimento sobre Williams e a sua generosa disponibilidade de tempo. Desnecessrio dizer que todas as incorrecs so de nossa inteira responsabilidade.

    68 MISTEA 'ARAOU! [ OUTRAS PEAS EM UM AT O

    EsrAS SO AS EsCADAS QUE VOC TEIh QUE ViGi~

    Traduo Gisele Freire

    Kadi Moreno [sabella Lemos Rita Giovanna

    . '.

    ~ .':':

  • S - Escadas que Voc Tem que Vigiar estreou "O Estas ilO as 1'1 ,. trc cm 22 de abril de 2004, no Kennedy CCntcr Sh.,kcspcare lC,1

    , I . D C Foi diri,'ida por Michael Kahn, teve ccn;rio em Was \llIgtoll .' o . .._ d J. k ,s !i,'urinos de C:nhcrlllc ZlIber, II1Inllnaao de de Ali rcw ,lC lIes. , o . ., II B kl sonogr'l!ill de Martin Dcs/;Irdllls e trilha SOllora Howc 111 cy, ,

    . , I d Ad \ II W"rlll'rk O elenco cm ordem dc apario, foi onglll'l c , I , " , o seguinte:'

    CARL, o IIII/I

  • d I t nente aponta slIa lantema para a escada separada C
  • (O novO rapaz balana a cabea olhando fixamente para a tela atravs do vidro oval da porta.)

    CARL: Quero que voc veja uma cena nesse filme que a Joan Ben-net est comendo um pedao de aipo e me diga o que achou. (De repel/te.) Ei! (Apol/ta slla lal/temil/ha para o vlllto de 11m homem qlle est passaI/do por baixo da corda de veludo

    d d ') da esca a.) Aon e voce pensa que vai. HOMEM: Estou procurando o banheiro dos homens.

    CARL: Voc sabe que no l em cima.

    HOMEM: Por que eles no deixam este lugar iluminado para que a gente possa ver aonde est indo? (Afasta-se.)

    CARL: V o que eu digo sobre esta escada velha? Voc precisa vigiar esta escada como um falco, "principahllente a esta hora do dia ft.

    GAROTO: ~? CARl. (lcl/allta-se I/a frente dele): Quantos anos voc tcm? GAROTO: De ... dczessctc!

    CARL: Voc no tcm dezesscte. Voc ainda nem faz a barba.

    (Tora o queixo dele.)

    GAROTO: O amncio dizia ~garO!o de dczcsscte, ou mais, qUl' pu-desse trabalhar 3 tarde",

    ARI.: Voc tt'm uns quinze, no tcm? Com qucm voc couvcrsou? Krogcr? Foi o velho Krogcr que te contratou? t Aposto que

    74 "I ST U rAlu,IH SE t: OUTlU r I! AS EM UM ATO

    foi ele, aquele velho sujo, ele uma "fruta".' Sabe o que quer dizer fruta?

    GAROTO: Fruta?

    CARL: No falo de mas e pssegos. Olha. Olha. Voc no pre-cisa tanto de um emprego pra ter que trabalhar aqui. Aqui um lugar sujo chefiado por um homem sujo, nem gosta-ria de te contar as coisas que acontecem nesse lugar e que vou ter que te contar se vier trabalhar aqui. No trabalhe aqui. Arranja um emprego ao ar livre ou numa farmcia. Eu diria isso sua me, se conhecesse ela, ou ao seu velho, porque eu tambm sou pai. ~ por isso que me demiti. Criei razes aqui, e para um homem adulto uma desgraa ficar preso trabalhando como lanterninha de cinema. Tenho 28 anos, trabalho aqui h dez e ganho dez dlares a mais do que quando comecei. Agora tenho mulher e um beb de trs meses e o padre diz pra minha mulher que evitar filhos pecado. (Tudo isso dito COIII lilI/a voz extrelllamellfe cal/sada, as palavras mal tm foras para sair dos lbios flcidos,) Essa a cena do restaurante de que eu falei. Olha. (Ele adiaI/ta-se e abre parcialmCllte a porta lJailllll qlle d para a plateia.)

    DIAI.OGO DO FII.ME: - VIII cal/ap. qm'rida? - Mio, obrig{/{I.!. - Pega l/III pt~dao dt, aipo. TI'III lIit,/II';/Ia

    B, {tl

  • C.\RL: A! Olha este dose!

    GAROTO: No estoU vendo ...

    C\Rl: Olha, olha. Olha isso.

    (Uma adoleSCei/te filtra com um saco gorduroso de piPOca. Ela encara por um momento as duas figuras na porta vai

    . E t- logo I,'ra os chinelos e, rpido como a sombra vem. "ao ' sobe as escadas de mrmore com os sapatos em uma das mos. Carl vira-se com i"dol"cia.)

    URl: Era algum?

    GAROTO: O qu?

    CARL: Algum entrou, no entrou?

    GAROTO: Eu n-no vi.

    URL: Como esta pipoca veio parar aqui?

    (Apo"ta a lanterna sobre as pipocas cadas no cho iumo escada.)

    URL: No tinha pipoca aqui antes. Algum entrou. Olha. Tem pipoca na escada! (Chama.) Ei, Ei, a em cima!

    (O gerente Kroger filtra da rua. Ele um homem corpulmto e com uma decad"cia Io evidente como a do prprio pr dio velho.)

    KROGER: Qual o problema? Algum subiu as escadas?

    CARL: No, senhor.

    76 WIHEl '''.ADIS[ I: OUTRAS PEAS EM UM ATO

    KROGER: Ento por que est gritando l pra cima? Acham que eu pago vocs pra qu, pra ficar vendo a fita?4 Acham que foram empregados pra isso? Os dois aqui, desfrutando o filme, en-quanto quem quiser se esgueira por baixo da corda e deixa o lugar mal falado? Voc a menino, novato. O que foi que eu disse sobre estas escadas? Eu no disse que voc tem que vigiar estas escadas?

    URL (mal-humorado): Ningum subiu essas escadas, Mr. Kroger, enquanto eu estava aqui.

    KROGER (para o garoto): Voc viu algum se esgueirar debaixo dessa corda?

    GAROTO: N-no, senhor. ..

    CARL: O que eu vi foram umas pipocas nos degraus.

    KROGER: Sherlock Holmes, h? Tem certeza, Mr. Sherlock Holmes? Se h pipoca nos degraus, no brotaram ali, no ?

    CARL: No sou responsvel pelo que tem nos degraus de um lugar sujo e velho como este. Se a gerncia no tem decncia sufi ciente pra manter a casa limpa, no dou a mnima pro que tem nesses degraus sujos, sorvete ou banana, pra mim tanto faz. Vi pipoca nos degraus. Foi s o que vi.

    KROGER: E voc estava gritando com as pipocas? Voc acha que pi-pocas vo contestar? Menino, como que isso veio parar aqui?

    'O termo usado no original "pitcher'" e representa a forma como o personagem pronuncia a palavra "picture", que "filme. Optouse por usar a palavra "fila", denominao popular antiga para "filme". (N. T.)

    ESTAS sAo AS ESCADAS QUE voeE TEM QUE VIGIAR n

  • " *

    EI IlC t"lltO qll'liltO CU COl1l0 isso foi pnrnr nr. Escut-(,.AI~L: . e s,'" . " aqui, Mr. Krogcr.

    KROGER: "Escufa aqui", niio. Seu moleque! Jamais diga isso pra

    mim.

    CARL: Eu blo "Escuta nqui"l'ro senhor C pra quem cu quiser.

    KROGER: Quem voc pensa que pra falar assim comigo no meu prprio cinema?

    CARl . Seu prprio cinema, seu velho saco de banha, pois faa bOIll proveito. Eu me demiti, me demiti de mnnh, j esqueceu? Depois de dez anos lIl'sta pocilga fedorenta e sebosa, eu en trego minha demisso porque eu cht'go aqui limpo e saio sujo. A sujeira no minha, mas deste lugar imundo, e se eu abrisse a boca - se ahrisse a boca, Mr. Kroger! - Sabe o que poderia bzer com este lugar? Eu poderia fechar este lug:u num piscar de olhos. Fcil, f:cil, bastava eu abrir a boca soo bre a metade do que eu sei sobre o que este ...

    "ROGER (para o g,lroto): Menino! Menino, v l fora e chama um policial!

    CARL: , , isso mesmo, faa isso, eu adoraria que voc fizesse isso! KROGER: No ,ou tolerar uma impertinncia dessas de um re'

    tardado!

    CARL: Ah, sua ria velha e baiaca! (Ele arranca sua jaqueta eng,lw, nada e encardida e joga com violncia na cara de }.Ir. Km-ger.) Ou,'iu o que eu disse? Tia velha, sua ria velha, gorda e fedida. (Um ou dois espectadores so atrados pela confusJO

    78 . lUSTra ' AI. .\ DI5[ .E O U TRAS PEAS EloI. U ,W .\TO

    ",' rea illlmin"d". Um" 1II1I/lI/:r fran~in" COI/I III/S cillqllcllta aIlOS, a bilhetdm, entm pdll porta l/I11ito 1.','1;(/11,/(1".)

    BllJ IETFIRA: Mr. Krogcr, Mr. Kroger, o quc foi? Voc estava dcsa. c'ltando Mr. Krogrr?

    (Isto dito p,lra g'lroto, q//e sacode a c"be" cm pllico.)

    RL: Fui eu que de acarei Mr. Kroger, fui eu, eu, e//! Desper-dicei dcz Ilnos da minh:, juvenrude dando meu suor nes-te antro horroroso de sujeira e corrup\'o! E agora vou pra ca a lavar essll sujeira! Ouviu? Lavar essa sujeira, e tambm mio vou esquecer o que aconteccu aqui dez anos atrs quando arranjei este emprego sujo! J esqueceu o que aconteceu h dez anos quando arranjei cste emprego sujo, Kroger?

    (Kroger recua sem p/vms, para a porta de sada.)

    BILHETEIRA: Carl, como se atreve a falar assim com o Mr. Kro-ger! No entendo como voc se atreve a falar assim com o Mr. Kroger, depois de tudo que ele aturou de voc! Voc chegava bbado, e durante o seu !Urna deixava as meninas subirem com homens atrs delas feito bodes velhos. Juro por Deus, no sei como reve o descaro de levantar a voz para um pobre velho como ~lr. Kroger, e fazer um escarcu dt"sse5. Meninos, voltem para os lugares, no tem nada pra \'er aqui, volrem pro filme, vocs a, meninos.

    (Os meninos voltm pelo corredor d.J pl.lli.'u. :\Ir. Krogt7 s.Jj para a ma, ",JS sua voz forte e dl's.JfoT,ld.J pode sn oul'ida cOnt'Ocando a polcia.)

  • ' .'1'1 : E'I'fro qu~' ,,1
  • {, I.AI>YS, Sei u,\1~ ~ol ~11 dl's~ 1I l\Iulher, que IIlclh"r II ~O rUI .lf, llIas chi leve n cornu,," de di ze r que cu II " li devi'l ver CHtc fihllc porque 80UIIIUho lI\,vn. vo~e cOllhecc este lu~ar? 1I11.lrotlldu l'Olle se llivertir II 1\ li 10 oqui, 11111 8 telll quc tOlllM cuidado. Telll que toll,:If cuidad.,. M (IS 8e voce ror rilpido - e cuidado so - voce pode se divertir l\IuitO aqui. Voc podc sc divertir aqui, h:lsta slIhcr comu.

    (A s IlOrll' s vlI;lIllllllmm,. O llvlise ti trilba SflllfI'" /J a voz da alrl:. )

    DlAI .oc:O 1 0 HI.M E: - Vuc (lCOII 11111;/0, IIIlIilo tempo fora, CII (ll/l/e; 1111/;10 SU:;I//II', c CII I/o qller;1I isso. Mas ell eslava de SII III/!I/rIII/". /10; IIIII;S furle cio qllc CII. /Ioi IIIII;S fortc do 'lI/C c/c. Nel//IIIIII de I/S dois C/"cria qlle acol/lecesse, lIIas acon Icc('l/. s vetes IIS , O;SIlS siml/lesmel/le acolllecem. Elllelldc o C/I/ I! CI/ ql/ero tliurf

    ,LA"YS: Essa l: JOIIII l.Iennctt.' Ela est cxpli'::IIH.lo uma coisa para o marido. Ele n ~() acredita nela. Fingida! (/\ /11 sorri COIIIl/ma flldiga im/esaillllel.)

    (AiS"''' pv lieiais COIII ar resoll/lo elllrl/lll acuIII// i/ll/Illc/OS 1J//1I hilhelcim, ql/c (.,Ia bllixillho 111111' 10m hislrico .)

    11111 tETFl RA: Se a!sum (nlnr "(ogu" vai causar p:inicu! (A corda dc 1Ic/1/(/0 /ellal/lllda e eles sobem com III/,Ie",as. Clad)'s ivga a cabea pI"a Iris. 12111 ri COI/sigo IJrpria, baixio I/ho a 'Pr/I/eI/lio, drpois cm voz alIa e 10m grosseiro.)

    J Juan Ik llncu (l YIO 1990" :.1Iril. do "1l'IlHI nOrt r ' lHIll' ri\.,lt IlO, que H'vt seu n u~r 110 d '.J. d< 1 9~ O. F.1II11l'. pur 1'"1''''' J< Olul""rrs (,,, ,,I. CIII filllles ,,"ir. (N. T.) 11 MI Tf. 'A""01 5l] li O\JTk .U PE AS EM U M ATO

    (;"'10'1'0: Est r ri/lllu de qu?

    (; LADYS: Ela 8elllprc cntra cm p;l l1ico Com o que acontece aqui e sa hc por qu? Os meninos fa1.cm ta ma haguna que tir:m ela do srio! (Anda at a ninfa d(JUrada.) Olha aquela moa /lua! Cosia das curva8? APONto que as minhas silo melho. res. Quadris l:Jrgo8 saram de moda como andar de charrete! Haaha-hahahna ... Com licena. Eu vou tornar um gole d'gua. (Ela entra pela purta escrita "Damas".)

    (Os puliciais descem com pr:daos do uniforme do lanterni. Ilha meio queimadus.)

    IIIL1'IlTEIRA (segu;',doos) : Ele deve ser louco, tudo que tenho a dizer, ele deve ser louco! Rasgou tudo bem aqui onde estou! E tacuu fogo l em cima. Estou preocupada com o Mr. Kro. gero Ele teve hemorragia no intestino h apenas duas sema nas por causa de uma doena malisna, e isso o deixou to perturbado que possvel que ele tenha uma recada, ..

    (Os lJOlcais saem com metade dos panos queimados.)

    BlLHETEIIlA: Menino! Mr. Kroger veio aqui enquanto cu estava l em cima?

    GAROTO: No, dona.

    IIIl .HETEIIlA (sail/do): Ah, Mr, Kroger! Est tudo bem, Mr. Kro gerI Agora est tudo bem, Mr. Kroger. Na verdade no (oi um incndio, foi s ...

    (A porIa vaivm (echa. Gladys volla do banheiro (e",illi 110. EltI esl ao lado da parla e ellcara o nOL/O lanlerninha,

    ESTAS SAO AS ESC ADAS QUE vo c: t TEM QUE VI GIAR , 8J

  • II d mente de cima a baixo. Ele se desl'ia do olholldo.o det'l la a d . - direto e cOllstrallgedor dela.) llgulo e VISIIO

    h So) Parece que estou em p aqui h uma GAROTO: Q.que oras . eternidade.

    (A garota ri com uma ellOrme indolncia.)

    N- to deste lugar Vou me demitir deste emprego GAROTO: ao gos . antes de ser despedido. No gosto. No gosto de lugar as sim. No suporto isso aqui. No suportaria ficar aqui todas as tardes. Ficaria louco. As coisas acontecendo desse jeito. Meu pai me disse para aceitar este emprego, mas minha me me disse para no aceitar. Eu devia ter escutado ela, e no ele, mas ele est sempre reclamando que sou preguioso. Ele acha que sou preguioso porque nunca trabalhei durante as frias de vero antes. Mas eu trabalhei. Eu escrevi, e-eu es crevi poemas! E dois foram pu-publicados!

    GLADYS: Conhece a msica que diz "You're so Different from the Rest?' o meu nmero, nmero oito na ;ukebox daquele lugar na esquina que a nossa turma vai noite ... Voc vai acabar indo l noite se ficar aqui ... (A voz dela est quase inaudvel de to indolente.) (Passos e vozes so ouvidos acima. Um policial desce as es cadas segurando Carl firmemente pelo brao.)

    CARL (grosseiro): Nada melhor, nada melhor do que encontrar ele no tribunal! Deixa ele falar! Deixa ele dizer o que quer!

    'Y",:i < ,o dif

  • me seguir? Suba quando o filme recomear! (Passa por baixo da corda de veludo, sobe correndo os degraus e desaparece de vista. Fora do campo de viso ela o chama num sussurro estridente.) Suba quando o filme recomear!

    (O garoto concorda com a cabea num espasmo. Depois de um momento ele vai rapidamente at os degraus e recoloca a corda de veludo no lugar. Ento se recoloca rpido em SUa posio formal. Ele permanece muito ereto e rgido, e a msica do final do filme vai crescendo para um clmax espiritual. Com seus olhos azuis e brilhantes o rapaz olha para (rente encanta. do. Com um movimento brusco ele limpa o suor da testa.)

    ALGUM ACIMA: Ssssssssss! Sssssss! (Ele morde os lbios.)

    ALGUM ACL\4A: Ssssssssss! Sssssss! (Ele fecha os olhos por um momento. A luz comea a dimi. nuir. Mas permanece mais tempo na ninfa dourada.)

    CORTINA

    16 . .w n Tl . PAI AOU l ( Oll ra .u PlAS 1'" UW ATO

    lhiSTER . .Y ARD iSE

    Traduo Kadi Moreno

    .... .....,

    L ~i