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JORNAL OPÇÃO39 Anos

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22/09/2015

Início Edição da semana Opção Diário Editorial Colunas Bastidores Entrevistas Cultural Reportagens Tocantins Mais

Euler de França Belém

Segunda Guerra Mundial

Turing foi importante para derrotar o nazismo. Mas a batalhafoi decidida por militares e políticos

Edição 2067

Gênio da matemático, embora tenha sido decisivo para salvar a Inglaterra, foi condenadopela Justiça por ter mantido relações homossexuais e se matou com apenas 41 anos

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Foto 1: Marian Rejewski: o matemático contribuiu para decifrar os segredos da máquina EnigmaFoto 2: Alan Turing: o matemático inglês é a prova que o indivíduo faz e ajuda a mudar a história de seu

tempo. Condenado por ser homossexual, optou por se matar

O filme “O Jogo da Imitação”, dirigido por Morten Tyldum, conta, de maneira fiel, parte dahistória da vida do matemático britânico Alan Turing, tido como o inventor do computador.A atuação de Benedict Cumberbatch como Turing é admirável. Na Segunda Guerra Mundial(1939-1945), convocado pelo governo do primeiro-ministro Winston Churchill, o cientistacriou uma máquina que permitiu que se revelasse a criptografia alemã. Espécie de pré-computador, a engenhoca desvendou os recursos da máquina Enigma, que produzia umacriptografia de qualidade. É possível que, graças a este trabalho, a batalha tenha duradomenos. Porém, em 1952, Turing se suicidou (gostava do filme “Branca de Neve e os SeteAnões” e certamente por isso pôs cianeto numa maçã e a comeu). Só tinha 41 anos. A lei daInglaterra considerava ilegal o relacionamento sexual entre dois homens (ou duasmulheres) e o pesquisador de Cambridge foi detido. Para evitar a condenação à prisão,aceitou fazer um tratamento, uma castração química, que provocou efeitos colaterais: suas

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mãos tremiam e as mamas cresceram. É quase possível sugerir que o Estado o matou.

A biografia clássica sobre o cientista, que estudou em Cambridge e Princeton, é “AlanTuring: The Enigma”, de Andrew Hodges. As editoras brasileiras não se interessaram emtraduzi-la. Um livro sintético mas de qualidade é “O Homem Que Sabia Demais — AlanTuring e a Invenção do Computador” (Novo Conceito, 317 páginas, tradução de SamuelDirceu), de David Leavitt. Os livros mais importantes sobre a Segunda Guerra Mundial citamo Ultra, mas nem todos mencionam Turing. A melhor biografia do mais importante estadistainglês do século 20, “Churchill” (Nova Fronteira, 897 páginas, tradução de Heitor AquinoFerreira), de Roy Jenkins, apesar de não citar o nome do estudioso, resgata a importância doUltra, o sistema que fez a revelação dos segredos da Enigma.

Quatro livros mencionam Turing de modo mais explícito: “Europa na Guerra — 1939-1945”(Record, 599 páginas, tradução de Vitor Paolozzi), de Norman Davies, “Inteligência na Guerra— Conhecimento do Inimigo, de Napoleão à Al-Qaeda” (Companhia das Letras, 448 páginas,tradução de S. Duarte), de John Keegan, “A Tempestade da Guerra — Uma Nova História daSegunda Guerra Mundial” (Record, 811 páginas, tradução de Joubert de Oliveira Brízida), deAndrew Roberts, e “Inferno: O Mundo em Guerra — 1939-1945” (Intrínseca, 766 páginas,tradução de Berilo Vargas), de Max Hastings. “A Segunda Guerra Mundial” (Bertrand Brasil,1095 páginas, tradução de Fernanda Oliveira), de Antony Beevor, não apresenta o nome deTuring, mas concede alta importância ao Ultra. Os cinco historiadores são ingleses.

Andrew Roberts escreve: “… em 12 de fevereiro de 1940, o submarino alemão U-33 foiatacado ao lado da costa oeste da Escócia e os dois rotores extras utilizados pela Enigmanaval acabaram capturados. Cinco semanas depois, um matemático de Cambridge,chamado Alan Turing — brilhante, excêntrico, homossexual — montou, na EscolaGovernamental de Códigos e Cifras, em Bletchley Park, [a] 60 km de Londres, um aparelhoconhecido como máquina ‘bombe’, dispositivo eletromecânico capaz de fazer centenas decálculos por minuto. Os outros heróis de Bletchley iriam incluir os matemáticos StewartMilner-Barry e Alfred Dilwyn (“Dilly”) Knox”.

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Norman Davies anota que, assim como os “alemães quebraram alguns dos códigos navaisbritânicos, os soviéticos quebraram alguns códigos alemães”. O historiador ressalva: “Mas aoperação Ultra foi diferente por dois motivos. Ela quebrou o código Enigma do comandomilitar central da Alemanha. E o Enigma permaneceu quebrado de 1940 até o término daguerra. A capacidade britânica de ler as intenções do inimigo foi de valor inestimável”.

A história da quebra as cifras da Enigma não começou com os ingleses e com Turing.“Agentes poloneses se infiltraram na fábrica em que uma versão aprimorada da máquinaestava sendo construída e descobriram os detalhes precisos de seu projeto. Três jovensmatemáticos da Universidade de Varsóvia, liderados por Marian Rejewski, entãodesenvolveram um conjunto de fórmulas pelas quais o código podia ser lido”, registraNorman Davies. “O projeto Ultra (…) atraiu”, em 1939, “um extraordinário conjunto deexcêntricos, cientistas, linguistas e matemáticos, com destaque para um gay solitário deCambridge chamado Alan Turing.”

Com uma máquina Enigma nas mãos, os ingleses avançaram no estudo de suasvulnerabilidades. Com a “bomba de Turing”, uma calculadora eletromecânica, os britânicospassaram a ler “todas as transmissões da Enigma no espaço de três horas após o começode cada dia. (…) E, em 1944, eles inventaram o primeiro computador eletrônico do mundo, oColossus”. Norman Davies observa que, de “meados de 1940 até o fim de 1943, a posição daGrã-Bretanha foi terrível. Sem o Ultra, teria sido bem pior”. O historiador acrescenta: “Mas épreciso não nos esquecermos de que a Segunda Guerra Mundial não foi decidida pela lutada Alemanha com a Grã-Bretanha. É preciso concluir que o Ultra foi menos uma operaçãovencedora da guerra e mais um elemento vital na longa luta da Grã-Bretanha por suasobrevivência. Com a possível exceção da Batalha de Kursk, não teve nenhum papel nosprincipais conflitos na Frente Oriental. Não há provas de que os criptógrafos soviéticostenham quebrado o Enigma por si mesmos. O Exército Vermelho teve que se virar sem oUltra”. O que Norman Davies está sugerindo é que há uma tendência a se subestimar adecisiva participação dos soviéticos na vitória dos Aliados. A guerra foi decidida sobretudopelos políticos, como Churchill, Stálin e F. D. Roosevelt, e pelos militares.

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Max Hastings diz que “o termo Ultra era uma designação coletiva aliada para uma grandevariedade de chaves do Eixo, mais de duzentas em 1945, algumas das quais custaram arevelar seu segredos. (…) O manejo da inteligência Ultra pelos Aliados tornou-sesofisticadíssimo”. O historiador sublinha que os homens chaves para deslindar a Enigmaforam Turing e Gordon Welchman. Ele segue na linha de Norman Davies: “Conhecer ascartas do inimigo não diminuía, por si, sua força nem garantia o sucesso nos confrontosentre exércitos e frotas. Contudo, as informações revelaram aos Aliados mais sobre o que ooutro lado fazia e planejava do que fora concedido a qualquer combatente ao longo dahistória”.

John Keegan é o que explora a ação da Inteligência na guerra com mais atenção. A máquinaEnigma, criada pelo alemão Arthur Scherbius, em 1918, era utilizada para cifrar e decifrar.Só em 1928 “o Exército alemão começou a utilizá-la em todas as comunicações suscetíveisde interceptação, o que na prática significava as mensagens por rádio. (…) A Enigma era umdos primeiros exemplos de máquina on-line. (…) Era compacta e fácil de transportar. Porfora, assemelhava-se a uma máquina de escrever portátil da época, com um tecladoorganizado alfabeticamente na versão militar. (…) A principal virtude da Enigma era suacapacidade de multiplicar as cifrações possíveis por um fator tão amplo que desafiava adecifração por um agente externo em qualquer dimensão prática de tempo”.

A Enigma era tida como perfeita pelos alemães. Tanto que os nazistas não perceberam queseus códigos haviam sido quebrados e acreditavam que a espionagem dos Aliados, juntocom traições de seus parceiros, era responsável pelo vazamento de informações.

Um pecadilho do belo filme “O Jogo da Imitação” é sugerir que tudo começou com Turing eseus parceiros. Fica-se com a impressão de que os ingleses partiram do nada. Comonotaram Norman Davies (acima) e John Keegan, os primeiros a obter informações a partirda Enigma “foram os criptoanalistas do Exército polonês. (…) O aspecto mais extraordináriodo esforço polonês, e decididamente heroico do ponto de vista intelectual, foi que ele deinício se baseou num exercício de matemática pura”. Porém, como disse Peter Calvocoressi,

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do centro inglês de criptoanálise em Bletchley Park, “para quebrar uma [máquina] cifradorasão necessárias duas coisas: teoria matemática e auxílio mecânico”.

John Keegan frisa que “os poloneses acabaram por projetar uma série de instrumentosmecânicos auxiliares. (…) Mas o esforço original que lhes permitiu compreender a lógica daEnigma foi uma obra de puro raciocínio matemático. Por ter sido realizado sem nenhummecanismo moderno de computação, apenas com papel e lápis, deve ser considerado umdos mais notáveis exercícios matemáticos de toda a história”. Henryk Zygalski, Jerzy Rozyckie Marian Rejewski — “o mais criativo” — foram os matemáticos que iniciaram oentendimento da Enigma e a decifração dos códigos da Alemanha. Já em 1932. Francesestambém colaboraram na quebra das cifras alemãs.

Com a introdução de dois novos discos na Enigma, os poloneses, apesar de fazer aintercepção das mensagens, não tinham mais condições de lê-las. Eles passaram aosbritânicos “máquinas reconstruídas” e “o conceito de submeter as mensagensinterceptadas a um tratamento por folhas de papel perfuradas”. Os ingleses trocaram ateoria matemática pelos dispositivos mecânicos na decifração da Enigma.

O matemático Gordon Welchman, de Cambridge, é visto por John Keegan como essencialpara a decifração dos códigos nazistas. Mas o historiador admite que, “intelectualmente”,Turing era “superior a Welchman”. “O engenho de Turing era eletromecânico”, de alta“velocidade e potência, mas Welchman sugeriu uma alteração no desenho que permitia aeliminação rápida de dispositivos da Enigma que, apesar de possíveis, não eramfuncionais”. Sem Turing, os ingleses poderiam ter avançado, mas demorariam um poucomais. É o brilho do indivíduo na vida, na história.

Os Aliados, incluindo os ingleses, não conseguiram decifrar todo o sistema de códigos dosnazistas. “Três chaves navais da Enigma, inclusive a importante chave designada porBletchley com o codinome ‘Barracuda’, usada para sinais de alto nível durante operações dafrota, jamais foram decodificados. A chave de alto nível denominada ‘Pink’, da Luftwaffe,somente foi descoberta após um ano de uso, e depois disso apenas muito raramente; a

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somente foi descoberta após um ano de uso, e depois disso apenas muito raramente; a‘Green’, chave usada pela administração doméstica do Exército alemão, foi quebrada só 13vezes durante a guerra, e mesmo assim com o auxílio de algum prisioneiro de guerra (“talera a segurança da Enigma quando utilizada apropriadamente”); a chave ‘Shark’, dossubmarinos alemães do Atlântico, permaneceu inquebrável entre fevereiro e dezembro de1942, período crucial da batalha do Atlântico, e a chave da Gestapo, usada entre 1939 e1945, nunca foi decifrada”, diz John Keegan.

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