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  • CENTRO TECNOLGICO DA ZONA LESTE FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE

    MARIANA SILVA FERNANDES DOS SANTOS

    ANLISE SOBRE A UTILIZAO DO E-COMMERCE POR UMA EMPRESA DE SO PAULO

    So Paulo

    2009

  • CENTRO TECNOLGICO DA ZONA LESTE FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE

    MARIANA SILVA FERNANDES DOS SANTOS

    ANLISE SOBRE A UTILIZAO DO E-COMMERCE POR UMA EMPRESA DE SO PAULO

    Monografia apresentada no curso de Tecnologia em Logstica com nfase em transporte na FATEC ZL como requerido parcial para obter o Ttulo de Tecnlogo em Logstica e Transporte Orientador: Jos Abel de Andrade Baptista

    So Paulo

    2009

  • CENTRO TECNOLGICO DA ZONA LESTE

    FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE

    MARIANA SILVA FERNANDES DOS SANTOS

    ANLISE SOBRE A UTILIZAO DO E-COMMERCE POR UMA EMPRESA DE SO PAULO

    Monografia apresentada no curso de Tecnologia em Logstica com nfase em transporte na FATEC ZL como requerido parcial para obter o Ttulo de Tecnlogo em Logstica e Transporte.

    COMISSO EXAMINADORA

    __________________________________ Prof. Jos Abel de Andrade Baptista

    ___________________________________ Mestre Marco Antonio Yamamoto - Unicastelo

    ___________________________________ Prof. Georgette Ferrari Priolli

    So Paulo, 15 de Junho de 2009.

  • DEDICATRIA

    Dedico este trabalho ao Pai Celestial, que me torna forte em meus

    momentos de fraqueza, rocha da minha vida. minha famlia, que minha base e

    meu porto seguro. Aos amigos que tanto me apoiaram e me incentivaram. Ao meu

    orientador e amigo Abel, que tornou este sonho possvel. E ao meu amado Diego,

    que me inspira mesmo estando to distante.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo a Deus por significar TUDO em minha vida. Agradeo meus

    pais por terem me criado com tanto amor e por terem lutado para que nunca nada

    me faltasse. Agradeo meus amigos, que entenderam minha ausncia no tempo em

    que realizei este trabalho. Agradeo a todos que, direta ou indiretamente, fizeram

    parte desta importante fase da minha vida.

  • Eu irei e cumprirei as ordens do Senhor, porque sei que o Senhor nunca d

    ordens aos filhos dos homens sem antes preparar um caminho pelo qual suas

    ordens possam ser cumpridas. Livro de Mrmon 1 Nfi 3:07

  • RESUMO

    A logstica era vista inicialmente como pea de um grande quebra-cabea. Isto mudou. Hoje a logstica se tornou o quebra-cabea, sendo formado por peas de diferentes tamanhos. A logstica evoluiu de uma forma extremamente rpida e, diferentemente da maioria dos casos que crescem em uma alta velocidade, de forma ordenada. Este crescimento fez com que as empresas vissem a logstica como fator-chave para terem um diferencial competitivo. A tecnologia e a globalizao vieram somar com tudo isto. Uma prova disto o e-commerce. Esta ferramenta ciberntica faz com que uma pequena empresa consiga se tornar uma multinacional sem ter, necessariamente, que aumentar seu espao fsico. Faz com que clientes de toda parte do mundo consigam comprar produtos de diferentes vendedores sem terem de sair de suas casas. uma ferramenta que est fazendo a diferena em uma floricultura da zona leste de So Paulo, ajudando a aumentar a renda deste estabelecimento em at 50% do que costumava ser antigamente.

    Palavras-chave: Logstica, Logstica Integrada, Logstica Globalizada, E-Commerce.

  • ABSTRACT

    The logistics was seen initially as part of a large puzzle. This has changed. Today, logistics has become the puzzle, being formed by parts of different sizes. Logistics has evolved very fast and, unlike the majority of cases that grow at a high speed, so ordered. This growth made companies see logistics as a key factor to have a competitive differential. Technology and globalization have added to this. A proof of this is e-commerce. This cybernetic tool makes a small company become a multinational without, necessarily, to increase its physical space. It makes customers from all over the world can buy products from different sellers without having to leave their homes. It is a tool that is making the difference in a floriculture of the east area of Sao Paulo, helping to increase the income of this establishment in 50% of what used to be before.

    Keywords: Logistics, Integrated Logistics, Global Logistics, E-Commerce.

  • LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 01 - Relao entre as trs atividades logsticas primrias para atender

    clientes.......................................................................................................................16

    FIGURA 02 - A Integrao Logstica..........................................................................25

    FIGURA 03 - Fatores que levam Globalizao.......................................................28

    FIGURA 04 - Processo de Logstica e Operaes Globais........................................31

    FIGURA 05 - Infra-Estrutura Terrestre Rodoviria - So Paulo.................................44

    FIGURA 06 - Compresso da Janela de Servio.......................................................48

  • LISTA DE TABELAS

    TABELA 01 - Raio-X 2008 (Janeiro a Dezembro)......................................................54

    TABELA 02 - Datas comemorativas em 2008............................................................55

    TABELA 03 - Rotas realizadas pela floricultura.........................................................61

    TABELA 4 - Distncias percorridas pelas rotas da floricultura...................................61

  • LISTA DE GRFICOS

    GRFICO 01 - Meios de pagamento na compra de bens de consumo na internet

    em Dezembro de 2008 Volume Transacional.........................................................56

    GRFICO 2 - Aumento do lucro mdio Anual............................................................62

    GRFICO 3 Lucros anuais por datas comemorativas............................................63

    GRFICO 4 Formas de pagamento........................................................................64

  • SUMRIO

    1. Introduo...............................................................................................................12

    1.1Objetivo.................................................................................................................13

    1.3 Justificativa ..........................................................................................................13

    1.4 Metodologia..........................................................................................................14

    2. Logstica.................................................................................................................15

    2.1 Histria da Logstica.............................................................................................17

    2.2 Logstica no Brasil................................................................................................18

    2.3 Logstica Empresarial...........................................................................................20

    2.4 Logstica Integrada...............................................................................................22

    2.5 Logstica Globalizada...........................................................................................26

    2.6 Logstica de Transportes......................................................................................32

    2.6.1 Classificao dos Modais de Transporte...........................................................33

    2.7 Logstica de Servios...........................................................................................45

    3. E-Commerce..........................................................................................................49

    3.1 Vantagens e Restries do Comrcio Eletrnico.................................................56

    3.2 A Logstica no Comrcio Eletrnico.....................................................................57

    4. Estudo de Caso......................................................................................................58

    Concluso...................................................................................................................65

    Referncias Bibliogrficas..........................................................................................66

  • 12 1. INTRODUO

    O surgimento da Internet desencadeou uma srie de transformaes

    comportamentais, culturais e econmicas em todo o mundo. Nas ltimas duas

    dcadas, uma nova economia vem se configurando, baseada essencialmente no

    poder da informao e do conhecimento. A produtividade das empresas est cada

    vez mais associada competncia de coletar, processar e aplicar informaes a fim

    de gerar valor. A acumulao dessas informaes em forma de conhecimento

    constitui um dos principais ativos de qualquer organizao.

    No h duvidas de que a Internet revolucionou o ambiente dos negcios.

    Ao permitir um fluxo contnuo e quase instantneo de informaes, a Internet

    viabilizou uma alocao mais eficiente das unidades e recursos produtivos, que

    passaram a ser organizados em escala global. Com rpido fluxo de informaes,

    limitaes como custos de transao e administrativos do lugar a novas

    possibilidades, em que o valor gerado pelas organizaes depende muito mais de

    sua capacidade de coordenar redes (sistemas) de valor, permitindo que cada

    unidade individual otimize a utilizao de seus recursos (capital, trabalho, matria-

    prima, administrao, informao e tecnologia).

    No demorou muito para que empreendedores percebessem

    oportunidades de negcios intrnsecas ao ambiente eletrnico. De fato, se a Internet

    era capaz de gerar valor econmico nas relaes B2B (business to business),

    quantas no seriam as possibilidades de lucro nas transaes diretas com o

    consumidor (B2C).

  • 13

    Este trabalho analisar o e-commerce como ferramenta estratgica para o

    aumento da demanda nas organizaes. Mostrar o que esta nova tecnologia trouxe

    para uma empresa da cidade de So Paulo e o que este estabelecimento fez com

    relao a sua frota para atender este novo mercado.

    1.1. OBJETIVO

    O objetivo deste trabalho mostrar a rpida e ordenada evoluo da

    logstica e como a tecnologia e a globalizao influenciaram neste crescimento. Visa

    mostrar tambm o e-commerce como uma ferramenta estratgica e essencial em

    qualquer negcio.

    1.2. JUSTIFICATIVA

    Inicialmente muitos viam a tecnologia como um monstro que tiraria o

    emprego de muitos trabalhadores. Hoje isto j no mais tido como verdade. O e-

    commerce, por exemplo, a prova de que a internet e o ser humano conseguem

    conviver de forma harmoniosa. Esta ferramenta ajuda empreendedores a

    aumentarem seus mercados consumidores de forma rpida e, quase sempre, sem

    grandes investimentos. Com esta unio, pequenos negcios esto se transformando

    em grandes empreendimentos.

  • 14 1.3. METODOLOGIA

    Para a realizao deste trabalho ser utilizada a metodologia de estudo

    de campo para analisar a utilizao do e-commerce por uma empresa do estado de

    So Paulo e, ainda, ser utilizada a metodologia de pesquisa bibliogrfica para

    reviso de literatura pertinente ao tema.

  • 15 2. LOGSTICA

    A Logstica singular: nunca pra! Est ocorrendo em todo o mundo, 24 horas por dia, sete dias por semana, durante 52 semanas por ano. Poucas reas de operaes envolvem a complexidade ou abrangem o escopo geogrfico caractersticos da logstica. (BOWERSOX e CLOSS; 2001, p. 19).

    Para Christopher (1997), a logstica o processo de gerenciar

    estrategicamente a aquisio, movimentao e armazenamento de materiais, peas

    e produtos acabados (e o fluxo de informaes correlatas) atravs da organizao e

    seus canais de marketing, de modo a poder maximizar a lucratividade presente e

    futura atravs do atendimento dos pedidos a baixo custo.

    Ballou (1993) diz que existem trs atividades primrias que so base de

    toda logstica. So elas:

    Transporte;

    Manuteno de estoques; e

    Processamento de pedidos.

  • 16

    FIGURA 01: Relao entre as trs atividades logsticas primrias para atender clientes.

    Tais atividades so consideradas primrias porque influenciam

    diretamente na maior parte do custo total da logstica e so, tambm, extremamente

    necessrias para a coordenao e cumprimento desta tarefa.

    Logstica o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os servios e informaes associados, cobrindo desde o ponto de origem at o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor. (NOVAES apud CONCIL OF LOGISTICS MANAGEMENT; 2007, p. 35)

    Fonte: Ballou (1993, p. 25)

  • 17 2.1 Histria da Logstica

    Segundo Souza (2002), a logstica originou-se no sculo XVIII, no reinado

    de Luis XIV, onde existia o posto de Marechal, responsvel pelo suprimento e

    material blico nas batalhas. O sistema logstico foi desenvolvido com o intuito de

    abastecer, transportar e alojar tropas, propiciando que os recursos certos estivessem

    no local certo e na hora certa. Estes sistemas operacionais permitiam que as

    campanhas militares fossem realizadas e contribua para a vitria das tropas

    militares nos combates.

    Gallo (1998) diz que a partir do momento em que os militares comearam

    a perceber o poder estratgico que o sistema logstico possua, deu-se mais ateno

    ao servio de apoio que as equipes prestavam no sentido de deslocamento de

    munio, vveres, socorro mdico nas batalhas, etc. Consequentemente, despertou-

    se o interesse de estudo nesta rea, que foi evoluindo aps os resultados que foram

    observados na Segunda Guerra Mundial, em relao ao sistema logstico utilizado

    pelos militares.

    Ballou (2006) nos conta o incio da logstica sob um ponto de vista

    diferente, diz que nas pocas mais antigas da histria documentada da humanidade,

    as mercadorias mais necessrias no eram feitas perto dos lugares nos quais eram

    mais consumidas, nem estavam disponveis nas pocas de maior procura. Alimentos

    e outras commodities eram espalhados pelas regies mais distantes, sendo

    abundantes e acessveis apenas em determinadas ocasies do ano. Os povos mais

    antigos consumiam os produtos em seus lugares de origem ou os levavam para

    algum local distante, armazenando-os para utilizao posterior. Contudo, devido

  • 18 inexistncia de sistemas desenvolvidos de transporte e armazenamento, o

    movimento das mercadorias limitava-se quilo que a pessoa conseguia carregar por

    sua prpria fora, e os bens perecveis s podiam permanecer guardados por prazos

    muito curtos. Todo esse limitado sistema de transporte-armazenamento

    normalmente obrigava as pessoas a viver perto das fontes de produo e as limitava

    ao consumo de uma escassa gama de mercadorias.

    medida que os sistemas logsticos fossem aperfeioados, o consumo e

    a produo experimentariam uma separao geogrfica. Algumas regies se

    especializariam em commodities para cuja produo tivessem melhores condies.

    A produo excedente poderia ser ento enviada, sem desvantagem econmica, a

    outras reas produtoras (ou consumidoras), e os artigos necessrios, mas de

    escassa ou inexistente produo local, seriam importados. Esse processo seguiu

    para o incio da logstica de transporte e administrativa.

    2.2 Logstica no Brasil

    Segundo Neves (2005), a origem da palavra logstica vem do grego

    LOGISTIKOS, do qual o latim LOGISTICUS derivado, ambos significando

    clculo e raciocnio no sentido matemtico. No Brasil, a histria da Logstica ainda

    muito recente e, tambm em Neves (2005), destacam-se os seguintes fatos

    histricos:

    a) ANOS 70

    Desconhecimento do termo e da abrangncia da logstica;

  • 19

    Informtica ainda era um mistrio e de domnio restrito; Iniciativas no setor automobilstico, principalmente nos setores de

    movimentao e armazenagem de peas e componentes;

    Fora do segmento automobilstico, o setor de energia eltrica definia normas para embalagem, armazenagem e transporte de materiais;

    1.977 so criadas a ABAM - Associao Brasileira de Administrao de Materiais e a ABMM - Associao Brasileira de Movimentao de Materiais,

    que no se relacionavam e nada tinham de sinrgico;

    1.979 criado o IMAM - Instituto de Movimentao e Armazenagem de Materiais.

    b) ANOS 80

    1.980 surge o primeiro grupo de Estudos de Logstica, criando as primeiras definies e diretrizes para diferenciar Transportes de Distribuio e de

    Logstica;

    1.982 trazido do Japo o primeiro sistema moderno de logstica integrada, o JIT - Just in Time e o KANBAN, desenvolvidos pela Toyota;

    1.984 criado o primeiro Grupo de Benchmarking em Logstica; 1.984 a ABRAS - Associao Brasileira de Supermercados cria um

    departamento de logstica para discutir e analisar as relaes entre

    Fornecedores e Supermercados;

    criado o Palete Padro Brasileiro, conhecido como PBR e o projeto do Veculo Urbano de Carga;

    1.988 criada a ASLOG - Associao Brasileira de Logstica; Instalao do primeiro Operador Logstico no Brasil (Brasildocks).

  • 20 c) ANOS 90

    Estabilizao da economia a partir de 1.994 com o plano Real e foco na administrao dos custos;

    Evoluo da microinformtica e da Tecnologia de Informao, com o desenvolvimento de software para o gerenciamento de armazns como o

    WMS - Warehouse Management System, cdigos de barras e sistemas para

    Roteirizao de Entregas;

    Entrada de 06 novos operadores logsticos internacionais (Ryder, Danzas, Penske, TNT, McLane, Exel) e desenvolvimento de mais de 50 empresas

    nacionais;

    Novas metodologias e tcnicas so introduzidas: Enterprise Resource Planning (ERP), Eficient Consumer Response (ECR), Eletronic Data

    Interchange (EDI)

    Privatizao de rodovias, portos, telecomunicaes, ferrovias e terminais de contineres;

    Investimentos em monitoramento de cargas; Ascenso do e-commerce.

    2.3 Logstica Empresarial

    A logstica empresarial estuda como a administrao pode prover melhor nvel de rentabilidade aos servios de distribuio aos clientes e consumidores, atravs do planejamento, organizao e controle efetivos para as atividades de movimentao que visam facilitar o fluxo de produtos. (BALLOU, 1993, p. 17)

  • 21

    Segundo Ballou (1993), a logstica empresarial implica tanto o suprimento

    fsico como a distribuio fsica, com o propsito de providenciar nveis de servios

    adequados aos clientes a um custo razovel. A logstica empresarial estuda como a

    administrao pode prover melhor nvel de rentabilidade nos servios de distribuio

    aos clientes e consumidores por meio de planejamento, organizao e controles

    efetivos para as atividades de movimentao e armazenagem, que visam facilitar o

    fluxo de produtos. A logstica empresarial tem como objetivo proporcionar aos

    consumidores bens e servios quando, onde quiserem e na condio fsica que

    desejarem. Este tipo de logstica deve gerenciar as atividades operacionais de modo

    a otimiz-las, garantindo o suprimento, o gerenciamento do fluxo interno fbrica

    (logstica da manufatura) e a distribuio dos produtos, atendendo ao cliente com o

    menor nvel de estoque possvel. Esse objetivo faz com que as empresas busquem

    agilidade em seus processos produtivos e administrativos.

    Segundo Moura (2002), o ambiente externo, caracterizado pelas

    mudanas contnuas, faz com que a logstica se apresente como o principal

    diferencial competitivo.

    Martins e Alt (2003) relatam que empresrios brasileiros atentaram

    definitivamente para a logstica como um elemento que pode gerar uma grande

    vantagem competitiva em relao concorrncia, quando perceberam que, em um

    pas de dimenses continentais como o Brasil, as empresas deveriam ter um

    gerenciamento logstico eficaz.

    A indstria que adota a logstica em sua postura organizacional administra os custos de matrias-prima, produtos, transportes, produo, estoques e prazos de entrega. A logstica possibilita atuao sistmica desde a previso de entrada de matria-prima at a entrega dos produtos ao consumidor final, fazendo com que a indstria contribua para o desenvolvimento de regies, atravs da interao comercial com outras localidades. (FIESP, 2009)

  • 22 2.4 LOGSTICA INTEGRADA

    Bowersox e Closs (2001) dizem que antes da dcada de 50, as empresas

    executavam, normalmente, a atividade logstica de maneira puramente funcional.

    No existia nenhum conceito ou uma teoria formal de logstica integrada. Atribuem,

    tambm, a falta de ateno dada logstica durante a evoluo do conceito de

    marketing a trs importantes fatores:

    a) Primeiro, antes da grande difuso dos computadores e de tcnicas

    quantitativas, no havia nenhum motivo para se acreditar que funes logsticas

    pudessem ser integradas ou que essa integrao de funes pudesse aprimorar o

    desempenho total. Nas dcadas seguintes, comearam a ocorrer mudanas nas

    prticas de gerenciamento logstico. No era possvel ignorar a presena da

    emergente tecnologia de informao no terreno frtil da logstica. Os primeiros

    aplicativos de computador e as primeiras tcnicas quantitativas concentravam-se no

    aperfeioamento do desempenho de funes logsticas especficas, como o

    processamento de pedidos, previses, controle de estoque, transporte, etc. O que

    despertou o interesse pela integrao entre funes foi o significativo potencial de

    melhorias.

    b) Um segundo importante fator que contribuiu para as abrangentes

    mudanas foi o ambiente econmico voltil. A contnua presso no sentido de elevar

    os lucros, que teve incio em meados da dcada de 50, em conjunto com condies

    de mercado instveis, continuou durante a dcada de 90. Atualmente esta presso

    por lucro tem-se refletido numa preocupao gerencial com a conteno e a reduo

    de custos. A logstica continua sendo uma rea relativamente inexplorada em termos

  • 23 de aumento de produtividade. Assim, a combinao entre tecnologia e presso

    econmica na dcada de 50, resultou numa transformao na prtica logstica que

    continua at hoje. No entanto, as tentativas no sentido de desenvolver um

    gerenciamento integrado da logstica enfrearam uma oposio significativa em

    diversas empresas. Os executivos responsveis por funes especficas, como

    transporte ou compras, normalmente desconfiavam de mudanas organizacionais

    consideradas essenciais para a implementao dos processos mais amplos da

    logstica. No era nada fcil defender a idia bsica de que o custo total poderia ser

    reduzido por meio de uma despesa maior em alguma rea funcional especfica, em

    face das prticas tradicionais de contabilidade de avaliao de desempenho. Por

    exemplo, os gerentes de transporte eram tradicionalmente avaliados pelos gastos de

    transporte na forma de um percentual das vendas. De acordo com a contabilidade

    tradicional, um gasto mais elevado com transporte para obter um melhor nvel de

    servio ao cliente ou para reduzir o custo total, podia ser visto como uma

    deteriorao da gerncia de transporte.

    c) O terceiro obstculo ampla adoo da logstica integrada foi a

    dificuldade de quantificar o retorno sobre o investimento que poderia ser obtido. Os

    problemas de quantificao resultaram, em parte, da dificuldade de a administrao

    entender o real custo de estoque. Em face dos procedimentos formais da

    contabilidade, era difcil estimar o retorno financeiro obtido a partir do investimento

    em estoque ou quantificar o valor de um melhor servio ao cliente.

    Bowersox e Closs (2001) concluem que vrios profissionais de logstica

    enfrentam srias dificuldades para conquistar adeptos para a idia de uma

    integrao logstica, entre executivos mais antigos, cuja informao estava

    fundamentada em procedimentos tradicionais de contabilidade e de administrao

  • 24 funcional. Esses fatores bsicos, somados resistncia natural a mudanas, foram a

    causa para que nem todos os esforos iniciais no sentido de implementar princpios

    logsticos tivessem sucesso. Vrias tentativas de implementar conceitos novos

    fracassaram. O pretenso profissional de logstica era normalmente visto como um

    construtor de imprio em proveito prprio. Essa desconfiana natural, somada

    mentalidade No mexa no que est dando certo, representou um obstculo em

    diversas tentativas iniciais de introduzir o gerenciamento integrado de processos

    logsticos. No entanto, graas a alguns relatos de notvel sucesso, o conceito

    fundamental da logstica integrada sobreviveu.

    Dornier, Ernst, Fender e Kouvelis (2000) defendem a idia de que esta

    evoluo na logstica se deu graas a trs principais foras:

    A integrao de funes internas incluindo a gesto da distribuio fsica, marketing, manufatura, etc. - ao longo da corporao.

    A cooperao crescente entre as reas de logstica e operaes de diferentes elos na cadeia de suprimentos (integrao setorial).

    A busca por melhorias na integrao geogrfica, que vai alm das tradicionais reas de atividade econmica para abranger o mundo inteiro

    como fonte potencial de clientes, conhecimento, tecnologia, matrias-primas,

    e assim por diante.

    Para um melhor entendimento, o conceito de logstica integrada pode ser

    visto na rea sombreada da ilustrao abaixo:

  • 25

    FIGURA 02: A Integrao Logstica

    J para Bowersox e Closs (2001), houve cinco importantes mecanismos

    propulsores dessa mudana e entender o impacto destes mecanismos vital para

    compreendermos o estgio atual da logstica e o caminho que ela est tomando.

    So eles:

    1) Uma mudana significativa nas regulamentaes;

    2) A comercializao do microcomputador;

    3) A revoluo da informao;

    4) A adoo, em grande escala, dos movimentos da qualidade; e

    5) O desenvolvimento de parcerias e alianas estratgicas.

    Faria e Costa (2007) dizem que a logstica no mais vista apenas como

    um suporte operacional e de marketing, com a funo de transportar, armazenar e

    disponibilizar bens para os processos de transformao e consumo. Atualmente,

    est se tornando cada vez mais necessria para chegar a uma alta vantagem

    competitiva nas organizaes e, para sustentar este posto, est passando a ser

    analisada por seu carter estratgico. Tal mudana est atrelada, principalmente,

    busca por uma maior competitividade e nveis de custos reduzidos, em funo do

    desafio global e da necessidade de uma ao rpida frente s alteraes

    Fonte: Bowersox e Closs (2001, p.44)

  • 26 ambientais.

    2.5 Logstica Globalizada

    Um eficiente sistema logstico, to importante para as operaes dentro de um pas, absolutamente crtico nas atividades de produo e de marketing em nvel global. A logstica dentro do pas concentra-se em servios de valor agregado num ambiente relativamente controlado. A logstica globalizada deve atender a todos os requisitos do pas, e ainda fazer face a crescentes incertezas ligadas distncia, demanda, diversidade e documentao das operaes. (BOWERSOX e CLOSS, 2001, p. 121)

    Dornier; Ernst; Fender; Kouvelis (2000) dizem que ao nos voltar para a

    globalizao das informaes que existem hoje em dia, percebemos que os

    negcios so definidos em um ambiente global. Este ambiente globalizado est

    obrigando as empresas, independentemente da localizao de sua matriz ou tipo de

    mercado, a ter como relevante o resto do mundo na hora de montar sua estratgia

    competitiva.

    Bowersox e Closs (2001) afirmam que as operaes globalizadas

    aumentam os custos e a complexidade da logstica. Elas aumentam as incertezas e

    diminuem o controle. A incerteza decorre de percursos maiores, de perodos mais

    longos e do menor conhecimento do mercado que ser atingido. As dificuldades de

    controle vm da necessidade constante de intermedirios, sem mencionar a

    regulamentao governamental na forma de exigncias alfandegrias e de

    restries comerciais. Tais desafios, que so tpicos da logstica globalizada,

    dificultam o desenvolvimento de sistemas eficientes e eficazes. No entanto, a

  • 27 globalizao um fato inevitvel nos dias de hoje. Portanto, no tendo como evitar

    este fato, a logstica deve estar preparada para encarar mais este desafio e suas

    complexidades.

    Christopher (1997) fala que o conceito de empresa global passa,

    necessariamente, pelo entendimento de que ela domina muitos mercados hoje.

    Pode-se identificar que estas empresas procuram reduzir custos atravs da

    economia de escala na compra e na produo e atravs de operaes concentradas

    de fabricao e ou montagem. Por outro lado, enquanto a lgica da globalizao

    pode ser determinante do sucesso, deve-se reconhecer os desafios que ela impe.

    Em primeiro lugar, sabe-se que os mercados so heterogneos e exigem adaptao

    local em muitas categorias de produtos. Em segundo lugar, h a necessidade de um

    alto nvel de coordenao do fluxo logstico, sob pena da complexa logstica das

    cadeias globais acarretar custos mais elevados. Desta forma, situar logstica no

    mercado global e organiz-la, juntamente com a cadeia de suprimentos, um fator

    crtico de sucesso.

    H muitos fatores que impelem as empresas a entrar na arena internacional, motivando e facilitando essa entrada. As empresas so motivadas a expandir as operaes globalizadas a fim de poderem crescer e sobreviver. As operaes globalizadas so tambm facilitadas pelo desenvolvimento de novas tecnologias e capacitaes. Os cinco fatores que levam s operaes globalizadas so o crescimento econmico, a abordagem da cadeia de suprimento, a regionalizao, a tecnologia e a desregulamentao, sendo esta ltima dividida em desregulamentao financeira e do transporte. (BOWERSOX e CLOSS, 2001, p. 122)

    Abaixo veremos uma figura com os fatores que levam globalizao:

  • 28

    FIGURA 03: Fatores que levam globalizao

    De acordo com Christopher (1997), o gerenciamento de uma rede de

    fluxos e informaes globais, alm de ser mais complexo, envolve algumas

    consideraes adicionais. As decises de produzir em unidades locais ou centralizar

    a produo, o gerenciamento do servio ao cliente, o gerenciamento das

    informaes logsticas e a terceirizao de operaes so aspectos fundamentais no

    processo de globalizao. Obviamente, a nfase dada a estes aspectos pode variar

    em funo do mercado a ser atingido e das caractersticas das indstrias. De

    maneira geral, as decises de localizar unidades produtivas em determinados

    lugares so influenciadas diretamente por alteraes na demanda de bens e

    servios e pelas mudanas na oferta de insumos para a operao. Para SLACK et al

    (1996), localizao a posio geogrfica de uma operao relativamente aos

    recursos, a outras operaes ou clientes com os quais interage.

    Abordagem de Cadeia de suprimento

    Regionalizao

    Crescimento Econmico

    Tecnologia Desregulamentao

    Fonte: BOWERSOX e CLOSS (2001, p.124)

  • 29

    Quanto ao gerenciamento do servio ao cliente, para Christopher (1997),

    envolve a monitorizao das necessidades de servio e de desempenho e se

    estende para todo o processo de execuo do pedido desde o recebimento at a

    entrega do produto. Frente a esta constatao, v-se a necessidade do

    gerenciamento local, dentro das regras globais, tendo em vista as caractersticas e

    necessidades especficas dos mercados locais. O gerenciamento das informaes

    logsticas, por sua vez, exige uma visibilidade ampla, isto , da cadeia total.

    necessrio enxergar, por meio da rede de fornecimento e dos clientes finais, e

    compreender a demanda real para que o sistema no dependa dos estoques. Um

    fluxo de informaes adequado coordena as operaes (fluxos complexos de

    materiais, peas, subconjuntos e produtos acabados) para a obteno de um servio

    a baixo custo.

    Por outro lado, para Ballou (1993), a terceirizao uma tendncia nas

    transaes internacionais, tanto nos materiais e componentes, como nos servios

    que antes eram fornecidos dentro da prpria organizao. Com preocupao maior

    na cadeia de valor onde obtm vantagem os ncleos de competncia do negcio,

    a empresa tende a adquirir o restante externamente. Esta tendncia fica mais

    evidente na logstica, onde o servio de transporte, armazenagem e controle de

    estoque so cada vez mais subcontratados de especialistas ou parceiros logsticos.

    Como fator de sucesso, Christopher (1997) diz que, sem levar em

    considerao o tamanho e as metas de uma empresa, a logstica global est

    assumindo, cada vez mais, uma posio de destaque no pensamento e na ao

    estratgica. Agora, devido aos desenvolvimentos da tecnologia da informao

    durante a ltima dcada e s necessidades de satisfazer as demandas cada vez

    maiores dos clientes em todo o mundo, a logstica tornou-se reconhecida como uma

  • 30 rea de grande oportunidade. Em determinados setores, notadamente na

    distribuio e no varejo, as empresas no podem ignorar a importncia da logstica

    em relao lucratividade. imperativo fornecer servio ao cliente e que no seja

    superado por ningum; satisfazer totalmente as necessidades de escolha do

    produto, entrega em tempo e disponibilidade de estoques a um preo competitivo.

    No somente a lucratividade, mas a sobrevivncia da empresa depende destas

    questes. A fonte da vantagem competitiva encontrada, primeiramente, na

    capacidade de a organizao diferenciar-se de seus concorrentes aos olhos do

    cliente e, em segundo lugar, pela sua capacidade de operar a baixo custo e,

    portanto, com lucro maior.

    Partindo desta afirmao e analisando o mbito da logstica nas

    organizaes, pode-se dizer que a logstica constitui-se numa vantagem competitiva,

    j que est presente no sistema total da organizao. Atravs do gerenciamento

    logstico possvel satisfazer a necessidade dos clientes, pois h a coordenao

    dos fluxos de materiais e informaes que vo do mercado at a empresa, suas

    operaes e, posteriormente, para seus fornecedores.

    Contudo, Potter (2003) nos lembra que importante destacar que, apesar

    das tendncias das operaes sem fronteiras, existem algumas barreiras que

    prejudicam a logstica globalizada. As empresas que se expandem

    internacionalmente deparam-se com custos e complexidades maiores, decorrentes

    da distncia, documentao, diversidade de cultura e demanda de clientes, e, por

    isso, preciso desenvolver estratgias e tticas para responder a este ambiente.

    No caso do Brasil, de acordo com Lopez e Silva (2004), o transporte

    interno ainda no est bem estruturado, pois as rodovias no possuem qualidade

  • 31 adequada, j que a maioria delas no pavimentada, gerando gastos de tempo,

    combustvel e manuteno. H poucas ferrovias e estas poucas j esto em estado

    muito comprometido, alm das aquavias, que so pouco aproveitadas. Estes fatores,

    mais a legislao tributria, polticas de governos, volumes negociados, modalidades

    de pagamentos e oscilaes da taxa de cmbio, influenciam a formao dos altos

    preos de produtos que so destinados para exportao.

    Abaixo temos um modelo que nos ajudar a entender melhor o conceito

    de Logstica Globalizada:

    FIGURA 04: Processo de logstica e operaes globais

    Fonte: Adaptado de DORNIER, ERNST, FENDER e KOUVELIS (2000, p. 31)

  • 32 2.6 Logstica de transportes

    De acordo com Alvarenga e Novaes (2000), para se organizar um

    sistema de transporte preciso ter uma viso sistmica, que envolve planejamento,

    mas para isso preciso que se conhea: os fluxos nas diversas ligaes da rede; o

    nvel de servio atual; o nvel de servio desejado; as caractersticas ou parmetros

    sobre a carga; os tipos de equipamentos disponveis e suas caractersticas; e os

    sete princpios ou conhecimentos, referentes aplicao do enfoque sistmico.

    Quanto aos parmetros de carga, os principais elementos so: peso e

    volume, densidade mdia; dimenso da carga; dimenso do veculo; grau de

    fragilidade da carga; grau de perecibilidade; estado fsico; assimetria; e

    compatibilidade entre cargas diversas.

    Sendo assim, pode-se observar que no transporte de produtos, vrios

    parmetros precisam ser observados para que se tenha um nvel de servio

    desejvel pelo cliente. Dependendo das caractersticas do servio, ser feita a

    seleo de um modal de transporte ou do servio oferecido dentro de um modal.

    Segundo Costa, Caridade, Nagel e Botter (1999), para que se obtenha o

    alto padro de servios de transportes desejados, trs fatores tm importncia

    fundamental:

    1. Flexibilidade: A logstica de transportes deve adaptar-se s variaes

    na demanda dos clientes e a circunstncias inesperadas. Alm disso, dada

    reduo do tamanho das consignaes, os prestadores de servios se vem

    obrigados a trabalhar com um nmero de clientes crescente, tendo de apresentar,

  • 33 portanto, elevada flexibilidade para lidar com uma demanda de grandes flutuaes.

    2. Velocidade: Uma maior velocidade de entrega reduz o tempo em

    trnsito de produtos e matrias-primas, reduzindo o capital retido. Alm disso,

    melhora a qualidade da programao da produo, tornando as empresas

    contratantes mais geis para responder as oscilaes na demanda de seus

    produtos.

    3. Confiabilidade: Um aumento na confiabilidade da entrega reduz os

    riscos de falha no fornecimento de materiais ou na distribuio de produtos, o ganho

    em reduo dos estoques imediato. Este item, entretanto, no causa da reduo

    nos nveis de estoque, conseqncia desta, sendo, portanto, uma exigncia atual

    do mercado.

    Segundo Ballou (2001), a seleo de um modal de transporte pode ser

    usada para criar uma vantagem competitiva do servio.

    Transporte barato tambm contribui para reduzir o preo dos produtos. Isto acontece porque, alm de sua influncia no aumento da competio no mercado, o transporte um dos componentes de custo que, juntamente com os custos de produo, vendas e outros, compe o custo agregado do produto. medida que o transporte se torna mais eficiente e oferece melhor desempenho, a sociedade beneficia-se de melhor padro de vida. (BALLOU, 1993, p. 115)

    2.6.1 Classificao dos modais de transporte

    Os transportes de carga possuem cinco tipos de modais, cada um com custos e caractersticas operacionais prprias, que os tornam mais adequados para certos tipos de operaes e produtos. Todas

  • 34

    as modalidades tm suas vantagens e desvantagens. Algumas so adequadas para um determinado tipo de mercadorias e outras no. Escolha a melhor opo, analisando os custos, caractersticas de servios, rotas possveis, capacidade de transporte, versatilidade, segurana e rapidez. (FIESP, 2009)

    Ferrovirio

    O modal ferrovirio caracteriza-se, especialmente, por sua capacidade de

    transportar grandes volumes, com elevada eficincia energtica, principalmente em

    casos de deslocamentos a mdias e grandes distncias. Apresenta, ainda, maior

    segurana, em relao ao modal rodovirio, com menor ndice de acidentes e menor

    incidncia de furtos e roubos. So cargas tpicas do modal ferrovirio: Produtos

    Siderrgicos; Gros; Minrio de Ferro; Cimento e Cal; Adubos e Fertilizantes;

    Derivados de Petrleo; Calcrio; Carvo Mineral e Clinquer; Contineres.

    A ferrovia basicamente um transportador lento de matrias-primas ou manufaturados de baixo valor para longas distncias. A distncia mdia da viagem de 535 milhas, com velocidade mdia de 20 milhas horrias. A distncia mdia diria para um vago de cerca de 57 milhas dirias. As baixas velocidades e pequenas distncias dirias percorridas refletem o fato de que o vago gasta 88% de seu tempo carregando e descarregando, locomovendo-se de um ponto a outro dentro do terminal, sendo classificado e agregado em composies ou mesmo ficando inativo durante uma queda sazonal de demanda. (BALLOU; 1993, p. 127)

    A ANTT (2009) nos revela que o sistema ferrovirio nacional o maior da

    Amrica Latina, em termos de cargas transportadas. O transporte ferrovirio no

    Brasil utilizado principalmente no deslocamento de grandes tonelagens de

    produtos homogneos, ao longo de distncias relativamente longas. Como exemplos

    destes produtos esto os minrios (de ferro, de mangans), carves minerais,

    derivados de petrleo e cereais em gro, que so transportados a granel. No

    entanto, em pases como a Europa, por exemplo, a ferrovia cobre um aspecto muito

  • 35 mais amplo de fluxos. Como exemplos de meios de transporte ferrovirio, pode-se

    citar o transporte com vages, containers ferrovirios (1 a 5 toneladas) e transporte

    ferrovirio de semi-reboques rodovirio. As ferrovias participam de 33% da matriz de

    modais brasileiros.

    Segundo Ballou (1993) existem duas formas de servio ferrovirio, o

    transportador regular e o privado. Um transportador regular presta servios para

    qualquer usurio, sendo regulamentado em termos econmicos e de segurana pelo

    governo. J o transportador privado pertence a um usurio particular, que o utiliza

    em exclusividade.

    Com relao aos custos, Ballou (2006) diz que o modo ferrovirio

    apresenta altos custos fixos, mas custos variveis relativamente pequenos. Quanto

    maior o volume por trem, menor o valor unitrio, pois cargas de maior volume

    causam uma economia de escala, ou seja, custos unitrios reduzidos para cargas de

    maior volume. Nos custos fixos esto includos: manuteno e depreciao das vias,

    depreciao das instalaes dos terminais e as despesas administrativas. Nos

    custos variveis entram: salrios, combustvel, lubrificantes e manuteno; estes

    mudam proporcionalmente a distncias e volumes.

    Porm, a ANTT (2009) afirma que, embora o custo do transporte

    ferrovirio seja inferior ao rodovirio, este ainda no amplamente utilizado no

    Brasil, como o modo de transporte rodovirio.

    Em sntese, conclumos que o modal ferrovirio representa:

    Baixo custo relativo de transporte

    Baixo custo de manuteno

  • 36

    Grande capacidade de carga

    Pouco flexvel, mas com intencionalidade na concepo

    Baixa velocidade dos fluxos

    Mais utilizado para produtos de grandes volumes e baixo valor agregado

    Indicado para longas distncias

    Aquavirio

    A ANTAQ (2009) diz que as vias martimas e fluviais so o meio de

    transporte mais antigo.

    Bowersox e Closs (2001) nos contam que o transporte aquavirio ,

    normalmente, dividido em duas categorias: Transporte de alto-mar e Transporte

    Interno por Vias Navegveis (transporte aquavirio domstico). O sistema de vias

    navegveis internas representa o modal de transporte com a menor quilometragem,

    as barcaas, que normalmente operam em rios e canais, possuem uma grande

    flexibilidade. J as embarcaes de alto-mar, que geralmente so projetadas para

    serem utilizadas em oceanos e nos Grandes Lagos se restringem aos portos

    apropriados a seu calado. O principal diferencial do modal hidrovirio sua

    capacidade de movimentar cargas muito grandes e as principais desvantagens so a

    rapidez e o alcance de operao limitados.

    A ANTAQ (2009) diz ainda que o Brasil possui cerca de 13 mil Km de vias

  • 37 navegveis, utilizadas economicamente para o transporte de cargas e passageiros,

    podendo atingir cerca de 44 mil Km navegveis, caso sejam realizadas obras de

    infra-estrutura em outros 29 mil Km de vias naturalmente disponveis, sem contar

    que o Pas possui potencial de navegabilidade em guas superficiais flvio-lacustres

    em cerca de 63.000 Km. Apesar do grande potencial da malha hidroviria brasileira,

    a ausncia de um nvel adequado de investimentos no setor tem resultado prejuzos

    para a viabilidade econmica das vias navegveis, concorrendo para o

    desbalanceamento da matriz de transportes e para o agravamento das deficincias

    na intermodalidade com os demais modais. As hidrovias so 7% da matriz de

    modais brasileiros.

    Quanto aos custos, Ballou (2006, p. 166) nos informa que:

    O maior investimento de capital que qualquer transportador aquavirio precisa fazer em equipamento de transporte e, at certo ponto, em instalaes de terminais. As hidrovias e os portos so de propriedade e operao pblicas. Muito pouco desses custos, especialmente no caso de operaes nacionais, cobrado dos transportadores. Os custos fixos predominantes no oramento do transportador aquavirio so os relacionados a operaes nos terminais. Entre eles figuram as tarifas porturias, quando um navio entra num porto martimo, e os custos de carga e descarga. [...] Os custos dos terminais, normalmente elevados, so de certa forma compensados pelos custos muito baixos da linha de transporte. Sem as despesas pelo uso das vias aquticas, os custos variveis so apenas aqueles ligados operao do equipamento de transporte. [...] Com altos custos nos terminais e baixos custos de percurso, os preos da tonelada-milha tm significativa reduo quanto maior for distncia percorrida e o tamanho da carga transportada. Por isso o transporte aquavirio um dos mais baratos modais de transporte de commodities a granel em longas distncias e volumes substanciais.

    Em sntese, conclumos que o modal aquavirio representa:

    Eficincia Energtica (carga/potncia) alta

  • 38

    Baixa emisso de poluentes

    Baixo consumo de combustvel

    Maior capacidade de concentrao de cargas

    Maior segurana da carga e controle fiscal

    Menor nmero de acidentes

    Menor custo operacional

    Menor Impacto ambiental

    Dutovirio

    A natureza de uma dutovia singular, se comparada a todos os outros tipos de transporte. Os dutos operam 24 horas, sete dias por semana, com restries de funcionamento apenas durante mudana do produto transportado e manuteno. (BOWERSOX e CLOSS, 2001,p. 288)

    Segundo a ANTT (2009), dutos so tubulaes especialmente

    desenvolvidas e construdas de acordo com normas internacionais de segurana,

    para transportar petrleo e seus derivados, lcool, gs e produtos qumicos diversos

    por distncias especialmente longas, sendo ento denominados como oleodutos,

    gasodutos ou polidutos.

    - Oleodutos, cujos produtos transportados so em sua grande maioria: petrleo, leo combustvel, gasolina, diesel, lcool, GLP, querosene e nafta, e outros.

    - Minerodutos, cujos produtos transportados so: Sal-gema, Minrio de ferro e Concentrado Fosftico.

  • 39

    - Gasodutos, cujo produto transportado o gs natural. O Gasoduto Brasil-Bolvia (3150 km de extenso) um dos maiores do mundo. (ANTT, 2009)

    Existem, ainda, trs tipos de dutos:

    - Dutos subterrneos: so aqueles enterrados para serem mais

    protegidos contra intempries, contra acidentes provocados por outros veculos e

    mquinas agrcolas e, tambm, contra a curiosidade e vandalismo por parte de

    moradores vizinhos linha dutoviria.

    - Dutos aparentes: so aqueles visveis. Normalmente encontrados nas

    chegadas e sadas das estaes de bombeio e nas estaes de carregamento e

    descarregamento.

    - Dutos submarinos: so assim denominados pois a maior parte da

    tubulao est submersa no fundo do mar. Este mtodo geralmente utilizado para

    o transporte da produo de petrleo de plataformas martimas.

    Com relao aos custos deste modal:

    Ao contrrio dos outros modais, no existe nenhum continer ou veculo vazio de retorno. Os dutos apresentam o maior custo fixo e o menor custo varivel entre todos os tipos de transporte. O alto custo fixo resulta do direito de acesso, da construo e da necessidade de controle das estaes, alm da capacidade de bombeamento. Como os dutos no necessitam de mo-de-obra intensiva, o custo operacional varivel extremamente baixo, aps sua construo. (BOWERSOX e CLOSS; 2001, p. 288)

    Em sntese, conclumos que o modal dutovirio representa:

    Permite que grandes quantidades de produtos sejam deslocados de maneira segura, diminuindo o trfego de cargas perigosas por caminhes, trens ou por

    navios e, conseqentemente, diminuindo os riscos de acidentes ambientais;

  • 40

    Simplifica carga e descarga;

    Diminue custos de transportes;

    Menor possibilidade de perdas ou roubos.

    Melhoria da qualidade do ar nas grandes cidades;

    Alta confiabilidade;

    Baixo consumo de energia;

    Baixos custos operacionais;

    Aerovirio

    As transportadoras areas oferecem um meio de transporte extremamente veloz e consideravelmente caro. Itens pequenos de valor alto ou remessas emergenciais que precisam percorrer longas distncias so os casos mais indicados para o transporte areo. Normalmente, as transportadoras areas levam cargas inferiores a 230 quilos, incluindo produtos de alta tecnologia, de valor alto, mas com pouco peso. (CHOPRA e MEINDL, 2003, p. 270)

    Bowersox e Closs (2001) nos contam que o transporte areo o mais

    novo tipo de transporte e, tambm, o menos utilizado. Sua grande vantagem est na

    rapidez de entrega das cargas. Enquanto alguns meios de transporte levariam dias

    para entregar um produto, uma mercadoria pode percorrer costa a costa em apenas

    algumas horas. Seu alto custo torna-o um meio de transporte extremamente caro,

    porm esse aspecto pode ser compensado por se tratar de um transporte rpido e

    eficiente, o que faz com que outros elementos da cadeia, como armazenagem e

    estoque, sejam reduzidos ou eliminados.

  • 41

    Ballou (2006) complementa dizendo que o transporte areo tem muitos

    dos custos caractersticos das empresas de frete aquavirio e rodovirio, j que as

    empresas de aviao no so donas nem do espao fsico e, em geral, nem dos

    terminais areos. Compram servios nos aeroportos na forma de combustvel, taxas

    de pouso, aluguel de espao fsico e armazenagem. Verifica-se tambm que a

    manuteno em terra e a coleta e entrega nas operaes de transporte areo so os

    custos de terminais para este modal. Alm disso, as empresas so locatrias, ou

    proprietrias, de seus equipamentos e que, medida que a depreciao de sua vida

    econmica avana, se transforma em despesa anual fixa.

    No curto prazo, as despesas areas variveis so afetadas mais pela distncia que pelo tamanho da carga. Como um avio tem sua maior ineficincia nas fases de decolagem e pouso da operao, os custos variveis so reduzidos pela extenso do percurso. O volume tem influncia indireta nos custos variveis pelo fato de o aumento da demanda pelos servios de transporte areo ter dado origem a avies de grande porte que apresentam custos operacionais menores por tonelada-milha. (BALLOU; 2006, p.167)

    Segundo Bowersox e Closs (2001), no modo areo existem os servios

    regulares, contratuais e prprios. O servio areo oferecido em algum dos sete

    tipos: linhas-tronco domsticas regulares, cargueiras (somente cargas), locais

    (principais rotas e centros menos populosos, passageiros e cargas), suplementares

    (charters, no tem programao regular), regionais (preenchem rotas abandonadas

    pelas domsticas, avies menores), txis areos (cargas e passageiros entre

    centros da cidade e grandes aeroportos) e internacionais (cargas e passageiros).

    Em sntese, conclumos que o modal aerovirio representa:

    Alto Custos de Transportes

  • 42

    Alto Custo de Manuteno

    Baixa Flexibilidade (Terminal a Terminal)

    Alta Velocidade

    Rodovirio

    Segundo Ballou (1993), o transporte rodovirio caracterizado pela

    flexibilidade nas operaes de transporte, pois possui veculos de tamanhos e

    capacidade diversificados, atuando em centros urbanos e tambm em longos

    percursos nas rodovias, podendo atuar na distribuio de mercadorias da origem at

    o destino final, sem a necessidade de transbordo.

    As vantagens inerentes do uso de caminhes so (1) o servio porta a porta, de modo que no preciso carregamento ou descarga entre origem e destino, como freqentemente ocorre com os modos areo e ferrovirio; (2) a freqncia e disponibilidade dos servios e (3) sua velocidade e convenincia no transporte porta a porta. (BALLOU, 1993, p. 127)

    Bowersox e Closs (2001) dizem que o rpido crescimento do setor de

    transporte rodovirio veio, principalmente, da flexibilidade operacional alcanada

    com o servio porta a porta e a velocidade de movimentao intermunicipal.

    Rodrigues (2004) complementa dizendo que o transporte rodovirio um

    dos mais simples e eficientes dentre seus pares. Sua nica exigncia existirem

    rodovias. A grande dificuldade o alto consumo de combustvel.

    Para Martins e Caixeta-Filho (2001, p. 27) O contnuo desenvolvimento

    cientfico e tecnolgico, que outrora havia elevado as ferrovias categoria de

  • 43 principal modal de transporte no sculo XIX, atuou favoravelmente com relao s

    rodovias no sculo XX. Neste sentido, o transporte rodovirio tem, a cada dia,

    inovado seus equipamentos, com a criao de modernos veculos de carga de

    grande capacidade e com tecnologias que facilitam as operaes logsticas em

    geral.

    A ANTT (2009) revela que no Brasil a situao um pouco precria. O

    modal rodovirio o mais utilizado dentre todos os outros modais, mas no possui

    infra-estrutura suficiente para suportar este peso. Esta falta de investimento e a m

    utilizao das rodovias fazem com que o trnsito dentro do pas se torne catico e

    com que a depreciao dos veculos seja mais rpida que em outros pases,

    europeus por exemplo.

    Abaixo veremos um mapa mostrando as principais rodovias de So Paulo,

    que o estado que contm a maior movimentao de caminhes e automveis

    dentro do pas:

  • 44

    FIGURA 05: Infra-Estrutura Terrestre Rodoviria - So Paulo

    Fonte: Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (2009)

    O transporte de cargas no Brasil tipicamente rodovirio. Em mdia, as grandes empresas entrevistadas pelo CEL/Copeead transportam 88,3% de suas cargas por rodovia. Do total das empresas participantes, um tero relata utilizar somente o modal rodovirio na movimentao de suas cargas e apenas 6% das entrevistadas apontam utilizar predominantemente outros modais. (LIMA; 2007, p. 2)

    Quanto aos custos do modal rodovirio, Ballou (2006) nos diz que os

    transportadores rodovirios mostram caractersticas de custos contrastantes com as

    das ferrovias. Seus custos fixos so os menores dentre todos os outros

    transportadores, pois as organizaes no so as proprietrias das rodovias nas

    quais operam, o veculo representa uma pequena unidade econmica e as

    operaes nos terminais no exigem equipamentos dispendiosos. No entanto, seus

    custos variveis tendem a ser altos, pois os custos com construo e manuteno

  • 45 das rodovias so cobrados dos usurios na forma de impostos sobre os pedgios,

    combustveis e taxas por peso-milhagem.

    Os custos do transporte rodovirio so divididos principalmente entre despesas nos terminais e em trnsito. As despesas de terminais, entre elas as de coleta-entrega, manuteno de plataformas e faturamento e cobrana, representam entre 15 a 25% dos custos totais. [...] os custos unitrios totais desse transporte realmente diminuem com cargas de maior tamanho e distncia, medida que os custos de terminais e outras despesas fixas vo sendo divididos entre uma quantidade maior de toneladas-milhas, embora de maneira no to acentuada quanto ocorre com os custos do transporte ferrovirio. (BALLOU, 2006, p. 166)

    2.7 LOGSTICA DE SERVIOS

    Os clientes avaliam as ofertas de qualquer empresa em termos de preo, qualidade e servio, e reagem de acordo com as prprias convenincias, aproveitando tais ofertas ou ignorando-as. Servio, ou servio ao cliente, um termo de grande alcance, incluindo elementos que vo desde a disponibilidade do produto/mercadoria at a manuteno ps-venda. Na tica da logstica, servio ao cliente o resultado de todas as atividades logsticas ou dos processos da cadeia de suprimentos. (BALLOU, 2006, p. 93)

    Rezende et al. (2002) nos conta que uma das premissas bsicas no

    planejamento de um sistema logstico que as atividades que compem a operao

    logstica devem ser estruturadas de modo a se atingir um determinado nvel de

    servio ao cliente, ao menor custo total possvel.

    Para Bowersox e Closs (2001), no enfoque logstico, cliente a entidade

    porta de qualquer destino de entrega. Dizem ainda que, em alguns momentos, o

    cliente pode vir a ser outra organizao ou um indivduo que est tomando posse do

    produto ou servio que ser entregue. Completam argumentando que

  • 46 independentemente do motivo e da finalidade da entrega, o cliente que est sendo

    atendido o foco e a fora motriz para o estabelecimento dos requisitos de

    desempenho logstico.

    Zeithaml, Parasuraman e Berry (1990) nos contam que a importncia da

    realizao de pesquisas com clientes a necessidade de obteno de informaes

    que auxiliem a tomada de deciso quanto ao nvel de servio a ser prestado, e o

    estudo dessas falhas pode apontar oportunidades de atuao muitas vezes

    imperceptveis. Dado que a medida de satisfao pode ser decomposta e

    identificada a partir da comparao entre o servio esperado e o servio percebido

    pelo cliente, deve-se completar a metodologia de pesquisa com questionamentos

    sobre a percepo do cliente acerca dos servios prestados pela empresa e com

    questionamentos sobre o que o cliente gostaria de estar recebendo para no ficar

    insatisfeito. Os resultados permitiro que sejam calculados os indicadores de

    satisfao para cada item de servio.

    Novaes e Borges (2001) enfatizam dizendo que identificar os reais nveis

    de satisfao dos clientes e minimizar as falhas de percepo entre a empresa e o

    cliente so os principais motivos da necessidade de se obter informaes a partir da

    perspectiva do cliente.

    Para Churchill Jr e Peter (2000), uma das formas bastante eficientes e

    utilizadas em pesquisas que medem o grau de satisfao com o servio prestado a

    decomposio desta medida de satisfao em dois diferentes itens: o servio

    ESPERADO e o servio PERCEBIDO pelo cliente. O servio esperado o nvel de

    servio que deixar o cliente satisfeito. Muitas vezes tambm denominado de

    expectativa ou exigncia de servio. J o servio percebido a avaliao que o

  • 47 cliente faz sobre o desempenho da empresa que lhe prestou o servio.

    Mas o que seria o nvel de servio logstico?

    Nvel de servio logstico a qualidade com que o fluxo de bens e servios gerenciado. o resultado lquido de todos os esforos logstico da firma. o desempenho oferecido pelos fornecedores aos seus clientes no atendimento dos pedidos. O nvel de servio logstico fator-chave do conjunto de valores logsticos que as empresas oferecem a seus clientes para assegurar sua fidelidade. Como o nvel de servio logstico est associado aos custos de prover este servio, o planejamento da movimentao de bens e servios deve iniciar-se com as necessidades de desempenho dos clientes no atendimento de seus pedidos. (BALLOU; 1993, p. 73)

    Segundo Bowersox e Closs (2001), existe uma crescente expectativa dos

    clientes quanto ao nvel de servio logstico. Para atender este exigente mercado, as

    empresas esto investindo alto nas operaes logstica, utilizando-as como um

    grande diferencial competitivo. Explicam que esta crescente expectativa por parte

    dos consumidores ilustrado pelo comportamento freqentemente conhecido como

    compresso da janela de servio.

    A maioria dos setores industriais tem tido, tradicionalmente, um nvel explcito ou implcito de servio aceito, de modo geral, como satisfatrio ou adequado. Se uma empresa deseja ser um srio concorrente em um setor industrial, espera-se que atenda s expectativas mnimas desse setor. Na dcada de 70, por exemplo, um tempo de ciclo de sete a dez dias com um ndice de disponibilidade de estoque de 92% era um desempenho geralmente aceitvel para fabricantes de produtos de consumo. Por volta do incio da dcada de 80, as expectativas tiveram um aumento substancial. O tempo de ciclo passou a ser de cinco a sete dias com o ndice de disponibilidade mnima aceitvel de 95%. Atualmente, as expectativas de servio mnimo esto mais prximas de uma entrega em trs a cinco dias e as taxas de disponibilidade esto se aproximando de 98%. (BOWERSOX e CLOSS; 2001, p. 77)

    Na figura a seguir perceberemos que a compresso da janela de servio

    tende a um nvel de desempenho cada vez melhor, em um ritmo mais rpido.

  • 48

    90 %

    2 dias 10 dias

    FIGURA 06: Compresso da Janela de Servio

    Fonte: BOWERSOX e CLOSS (2001, p. 78)

    Com a globalizao, o servio ao cliente se tornou algo ainda maior, j

    que uma empresa localizada em um lado do globo tem de atender as necessidades

    de seus clientes do outro lado. Pensando nisto, Dornier, Ernst, Fender e Kouvelis

    (2000, p. 205) dizem que O desafio para empresas hoje no se iro se tornar

    globais, mas como adaptar estratgias de marketing globais para atender a uma

    variedade de ambientes e comportamentos de consumidores. Completam dizendo

    que os consumidores esto mais individualistas e que este novo mercado, que

    coloca fim a era de produtos padronizados e d vida a era de extrema customizao,

    traz conseqncias para as entidades de negcios:

    Segmentos de mercado homogneos devem ser previamente divididos em subconjuntos menores, a fim de considerar as necessidades individuais emergentes.

    Uma exploso no nmero de produtos oferecidos cria novas presses sobre as marcas de produtos.

    100%

    Tempo de Ciclo

  • 49

    Uma queda no giro de produtos individuais significa que o mesmo nvel de estoque de um produto permanece na prateleira por um tempo mais longo.

    A validade da classificao ABC de produtos classificando-os como produtos de rpido consumo (As), consumo moderado (Bs) e baixo consumo (Cs), baseando-se em seu nvel de vendas est reduzida. No passado, os poucos produtos de rpido consumo tipicamente representavam uma quantia desproporcional nas vendas (isto , 20% do produto eram de rpido consumo e representavam 60% das vendas). Os produtos de mdio e baixo consumo eram a maioria dos produtos, mas contribuam com menos de 40% nas vendas da empresa. Como resultado do aumento na segmentao do mercado e na customizao, contudo, mais produtos esto mudando agora para as categorias B e C em termos de nveis individuais de vendas. A contribuio total de produtos nas categorias B e C cresceu substancialmente, enquanto que os poucos produtos de rpido consumo na realidade atravessam uma queda no nvel de vendas. Enquanto antes os itens na categoria A recebiam a maior parte das atenes da empresa, agora torna-se uma necessidade competitiva focar-se nos itens B e C. (DORNIER, ERNST, FENDER e KOUVELIS, 2000, p. 205)

    3. E-commerce

    Hoje existem vrias definies para o comrcio eletrnico, para Limeira

    (2003, p. 38) o Comrcio Eletrnico o ato de vender produtos ou servios atravs

    da Internet, afirma isso quando escreve que Comrcio eletrnico consiste na

    realizao de negcios por meio da Internet, incluindo a venda de produtos e

    servios fsicos, entregues off-line, e de produtos que podem ser digitalizados e

    entregues on-line [...].

    Para Coelho (2002, p. 32) o comrcio eletrnico a venda de produtos

    (virtuais ou fsicos) ou a prestao de servios realizados em estabelecimento

    virtual. Que pode ser realizada atravs dos computadores com Internet, telefones e

  • 50 televises.

    Segundo Trepper (2000, p. 3) O Comrcio eletrnico j existe, em vrias

    formas, desde o final da dcada 1960, mas desde 1993, novas tecnologias, em

    constante evoluo, permitem s empresas realizar funes de negcios eletrnicos

    (e-business) com maior eficincia [..].

    O comrcio eletrnico permite que o cliente compre um produto ou

    contrate os servios de uma empresa, sem a necessidade de ir at o local, pode

    realiz-lo de qualquer lugar onde haja um computador e um ponto de conexo

    internet. um meio rpido e fcil, isso influncia no crescimento.

    O termo e-commerce descreve uma ampla variedade de transaes eletrnicas, como envio de pedidos de compra para fornecedores via EDI (troca eletrnica de dados); o uso de fax e e-mail para conduzir transaes; o uso de caixas eletrnicos e cartes magnticos para facilitar o pagamento e obter dinheiro digital, assim como o uso da Internet e de servios on-line. (KOTLER, 2000, p. 81)

    Alm da possibilidade de disponibilizar produtos ou servios pela Internet,

    o e-commerce uma excelente ferramenta que ajuda a empresa na obteno da

    eficincia entre o processo de negociao com seus clientes e fornecedores,

    fortalecendo os laos de confiana.

    O e-commerce muito mais do que a mera troca de produtos e servios por dinheiro pela Internet. uma tecnologia capacitadora que permite as empresas aumentar a preciso e eficincia do processamento das transaes do negcio. O e-commerce tambm um meio que possibilita a troca de informaes entre a empresa e seus clientes e fornecedores, beneficiando todos os envolvidos. (TREPPER, 2000, p. 13)

    Segundo Trepper (2000), em 1980 as prticas de comrcio eletrnico

  • 51 comearam a disseminar entre as empresas sob a forma de intercmbio eletrnico

    de dados e correio eletrnico, denominada como tecnologia EDI (Electronic Data

    Interchange ou Intercmbio de Documentos Eletrnicos), que permite enviar e

    receber documentos. Empresas tais como a Cisco Systems, Proteon,

    posteriormente, a Wellfleet (atualmente Bay Networks) e a 3Com comearam a se

    interessar pela fabricao e venda de roteadores, o equivalente comercial dos

    gateways criados pela BNN nos primrdios da ARPANET. S a Cisco tornou-se um

    negcio de 1 bilho de dlares. Surgiu a Word Wide Web, o que barateou o

    comrcio eletrnico, por que permitiu que pequenas empresas alcanassem com

    facilidade pblicos maiores.

    Segundo Sabatino (2003), o mercado virtual pode ser dividido em pelo

    menos quatro grandes grupos de caractersticas distintas: os sites de comrcio, os

    sites de servios, os de informao e aqueles compostos por esses trs elementos:

    Sites de comrcio: Segmento que constitui o que denominamos hoje comrcio eletrnico (e-commerce) e constitudo por empresas comerciais (canais de

    distribuio), muitas das quais atuam tambm no mundo real e vem na Internet

    uma oportunidade de aumento de vendas e/ou aumento do poder de barganha com

    os fornecedores. Exemplo: Americanas.com, Submarino e Amazon;

    Sites de servios: Como o prprio nome permite inferir, trata-se de um segmento constitudo por empresas que oferecem servios. Esses servios podem ou no ser

    facilmente replicveis. No primeiro grupo temos os servios intrinsecamente

    conectados ao ambiente virtual como os provedores de e-mail (exemplo: Bol), sites

    de relacionamento (exemplo: Orkut), ferramentas de busca e comparao de preos

    entre outros. J no segundo, temos os servios de on-line banking, por exemplo;

  • 52 Sites de informao: Constitui ao modelo mais simples existente e oferece apenas uma grande gama de informaes, sem um forte apelo comercial exceto

    pela exposio de propaganda. Exemplo: Wikipedia e CNN.com;

    Sites compostos: Segmento formado pelos sites que oferecem um mix variado de servios, comrcio e informaes, como por exemplo: Yahoo!, UOL, Terra, MSN,

    entre outros.

    O crescimento da Internet, como instrumento eficiente de negcios, s foi

    possvel a partir do momento em que:

    1) as empresas desenvolveram suas redes internas e externas de comrcio eletrnico, conectadas Internet; 2) os servidores de rede atingiram os nveis necessrios para prover conexes velozes exigidas para a comunicao efetiva; e 3) um nmero suficiente de consumidores passaram a ter acesso Internet, seja no trabalho ou em casa. em funo dessa terceira condio que, no Brasil, o comrcio eletrnico B2C apresenta ainda nmeros significativamente menos expressivos que o de economias mais avanadas, como os Estados Unidos. (LINDGREN; 2001, p. 466)

    Lindgren (2001) diz ainda que, seja no Brasil, seja em outros pases, o

    principal benefcio da Internet foi a reduo de custos. Os processos de compra, por

    exemplo, tornaram-se muito mais eficientes medida que as empresas puderam

    pesquisar fornecedores e produtos alm do seu canal tradicional, que poderiam

    inclusive satisfazer melhor s especificaes da compra. Alm disso, a Internet tem

    potencial para reduzir os custos gerais de compra pela automatizao de sistemas

    manuais de renovao de pedidos de faturamento. (LINDGREN, 2001, p.469). No

    menos importante, as economia advindas da reduo de informaes impressas em

    papel podem ser considerveis em diversos segmentos.

    Lindgren (2001) completa dizendo que existiram ainda muitos outros

    benefcios, como:

  • 53 A) Reduo de estoques - uma vez que a Internet possibilitou a troca eletrnica de

    informaes (EDI Eletronic Data Interchange) entre empresas, viabilizando a

    adoo do sistema de suprimento Just in Time. Paralelamente, muitas empresas

    conseguiram aumentar seu nvel de servio ao cliente, implementando atendimento

    mais gil e cmodo, como a automao de call centers, a venda de passagens

    areas via Internet e o on-line banking.

    B) Empresas passaram a utilizar a Internet como canal ativo de relacionamento com

    seus consumidores. Em muitos casos, esses clientes passaram a participar inclusive

    no processo de pesquisa e desenvolvimento dos produtos como, por exemplo, no

    desenvolvimento de novos softwares. Alm de poupar uma boa dose do esforo

    criativo, o envolvimento dos clientes no processo de desenvolvimento de produtos

    contribuiu para a reduo do risco inerente a essa atividade.

    C) A Internet se transformou numa poderosa ferramenta de comunicao e, como

    tal, passou a ser utilizada como canal para transmisso de mensagens de marketing.

    Embora os consumidores demonstrem certa rejeio em relao a banners e pop-

    ups prova disso a existncia de softwares anti-pop-ups a Internet sem dvida

    um mecanismo que alavanca a repercusso de mensagens criativas e publicidade.

    Ademais, atravs dos sites institucionais os consumidores podem conhecer melhor a

    empresa, contat-la para solucionar dvidas e fazer reclamaes, alm de

    compartilhar idias com outros usurios do produto em fruns de discusso.

    Do ponto de vista especfico do Marketing, vale destacar que a Internet se caracteriza por ser um meio onde as estratgias devem ser orientadas para atrair e no empurrar as mensagens para os potenciais clientes. Em outras palavras, o consumidor quem decide o que procurar, quando faz-lo e quantos detalhes coletar; enquanto no Marketing tradicional as empresas decidem quando, onde e o que os consumidores vero. (LINDGREN, 2001, p.477).

  • 54

    A e-bit (2009) nos mostra que:

    O ano de 2008 foi importante para o e-commerce nacional. No s pelo faturamento, que j vem crescendo gradualmente ano a ano, mas tambm pelo incremento no nmero de pessoas consumindo bens de consumo e servios pela internet.

    Ao final do ano, pde-se registrar um crescimento nominal de 30% nas vendas online sobre 2007. Mesmo com um perodo de cautela devido instabilidade econmica mundial ocorrida principalmente a partir do 2 semestre e acomodao natural do setor, o faturamento do e-commerce no Brasil foi de R$ 8,2 bilhes.

    Em 2008, as compras pela internet, na mdia, ficaram em R$ 328, bem acima dos R$ 302 praticados em 2007. Esse fator significa uma tendncia para que nos carrinhos dos consumidores, mais produtos so acrescentados a cada compra e outros mais baratos esto dando lugar para produtos mais caros. Isso demonstra um aumento da confiana do consumidor nas compras pela rede e uma tendncia para os prximos anos.

    TABELA 01: Raio-X 2008 (Janeiro a Dezembro)

    Faturamento anual R$ 8,2 bilhes

    Tquete Mdio Anual R$ 328

    Crescimento em relao a 2007 30%

    Categoria de Produto mais vendida (em volume pedidos)

    Livros 17%

    Fonte: e-bit (2009)

    As datas comemorativas aumentam as compras via internet de forma

    considervel. o que vemos nas tabelas a seguir:

  • 55 TABELA 02: Datas comemorativas em 2008

    Dia das Mes Dia dos Namorados

    Dia dos Pais Dia das Crianas

    Natal

    Perodo 23/04/08 a 09/05/08

    28/05/08 a 13/06/08

    30/07/08 a 14/08/08

    28/09/08 a 12/10/08

    15/11/08 a 23/12/08

    Faturamento R$ 381 milhes R$ 324 milhes R$338 milhes R$ 360 milhes R$ 1,25 bilho

    Tquete Mdio R$ 328 R$ 319 R$ 324 R$ 318 R$ 346

    Crescimento Nominal em relao

    a 2007

    33% 43% 30% 30% 15%

    Categoria de produto de

    destaque na data

    Eletrodomsticos

    7%

    Sade, beleza e

    medicamentos

    12%

    Eletrnicos

    10%

    Brinquedos

    5%

    Informtica

    9%

    Fonte: e-bit (2009)

    A e-bit (2009) nos diz que, quando falamos em comrcio eletrnico,

    automaticamente pensamos em uma loja virtual, com sua vitrine de produtos e o

    carrinho de compras, que encaminha o consumidor para o processo de finalizao

    do pedido e do pagamento. Com a disputa pelo consumidor e o poder cada vez

    maior em suas mos, um dos grandes desafios atra-lo, converter a venda e

    fideliz-lo, o que, obrigatoriamente, requer um processo de pagamento simples,

    seguro e rpido e que oferea principalmente segurana ao consumidor. Analisando

    o meio de pagamento preferido pelos e-consumidores, constatamos que a

    preferncia pelo carto de crdito e boleto bancrio evidente. Mais de 80% das

    compras em volume transacional realizadas em 2008 utilizaram o dinheiro de

    plstico e o boleto bancrio.

  • 56

    GRFICO 01: Meios de pagamento na compra de bens de consumo na internet em Dezembro de 2008 Volume Transacional

    3.1 Vantagens e Restries do Comrcio Eletrnico

    Segundo Merlo (2002), as vantagens que o Comrcio Eletrnico oferece

    passam pela facilidade em comparar preos e produtos sem se deslocar do

    ambiente, pela comodidade (a qualquer hora do dia ou da noite), pela

    disponibilizao de produtos 24 horas por dia e pelo custo do produto que tende a

    ser menor, pois est exposto a um mercado global.

    J a e-bit (2009) nos conta que o Comrcio Eletrnico sofre com a

    preocupao e a desconfiana do consumidor em relao segurana das suas

    informaes, sendo este o principal fator restritivo. Os outros fatores de restrio

    passam pelo custo da linha telefnica, dos equipamentos, do software, pela baixa

    Fonte: e-bit informao (www.ebitempresa.com.br)

  • 57 cultura da informtica (devido poltica adotada pelo governo brasileiro) e pela

    usabilidade de sites de Comrcio Eletrnico mal projetados.

    3.2 A Logstica no Comrcio Eletrnico

    Novaes (2004) nos conta que a logstica no comrcio eletrnico B2C est

    sendo implementada atravs de prticas operacionais diferentes, pois as demandas

    dos consumidores so outras. Um ponto a considerar com relao ao prazo de

    entrega: para a maioria das empresas, entregar os produtos dentro de 24 a 72 horas

    aps a colocao do pedido no mais satisfatrio. Os clientes exigem cada vez

    mais rapidez aps a colocao do pedido. Apesar de algumas grandes empresas

    preferirem um sistema prprio de entregas, a grande maioria opta por utilizar

    servios logsticos de terceiros, que podem ser atravs de empresas de entrega

    rpida, couriers e transportadoras de cargas fracionadas. Sendo este servio

    terceirizado ou no, a distribuio fsica de produtos um elemento de fundamental

    importncia para as empresas de e-commerce, sendo determinante para o bom

    atendimento aos clientes.

    De acordo com Merlo (2002), no e-commerce a logstica se caracteriza

    por um grande nmero de pequenos pedidos, entregues individualmente, que

    geram, conseqentemente, custos elevados. A venda on-line tende a aumentar o

    ndice de devoluo das mercadorias compradas, pelo fato de o cliente no poder

    ter o contato fsico com os produtos. Com isso, os sistemas logsticos tiveram que

    efetuar a logstica reversa, a qual j existia nas lojas fsicas.

  • 58

    Segundo Novaes (2004), os servios solicitados pelas grandes empresas

    aos operadores logsticos so variados, principalmente no e-commerce, pois estes,

    alm do trabalho de coleta e entrega, esto tendo que armazenar mercadorias,

    gerenciar estoques, providenciar a embalagem de alguns produtos, entre outras

    atividades.

    4. ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE SO PAULO

    Um estudo de caso foi realizado em uma empresa que utiliza o e-

    commerce. Possui, tambm, uma loja fsica e vrios depsitos prprios localizados

    na capital paulista. Como em muitas outras empresas que tambm possuem loja

    virtual, alm da fsica, a primeira funciona mais como um canal de vendas. O estudo

    consistiu em mostrar a roteirizao de veculos realizada pela empresa com os

    pedidos feitos atravs do site, j que esta adquiriu uma frota com quatro veculos

    apenas para atender este novo mercado, e as mudanas que o e-commerce trouxe

    para o capital da empresa.

    A empresa analisada uma floricultura que est h bastante tempo no

    mercado, localizada na regio leste da cidade de So Paulo. Possui apenas uma

    nica loja fsica com frota prpria, composta por seis veculos com capacidades

    diferentes (frota heterognea), com a qual faz entrega em toda a capital paulista

    todos os dias at as 20:00 horas. Todos os veculos tm carroceria metlica

    fechada, tipo ba, de forma a proteger a carga contra o clima e outras intempries. O

  • 59 nmero mdio de quilmetros percorridos por semana por veculo da ordem de

    350.

    Visando proporcionar um bom atendimento para os clientes, as entregas

    so feitas por perodo. O perodo da manh funciona das 08:00 s 12:00h, com

    horrio limite para fechar o pedido at s 10 horas. O da tarde das 12:00 s 18:00h,

    com horrio limite para fechar o pedido at s 15 horas. E o da noite das 18:00 s

    20:00h, com horrio limite para fechar o pedido at s 17 horas. Os pontos de

    entrega situam-se predominantemente na regio leste (sede da empresa). A loja no

    cobra frete para produtos que sero entregues na capital. A floricultura em questo

    garante a entrega do pedido na data solicitada, mas no garante o horrio de

    preferncia, sendo este apenas referencial.

    A empresa conta atualmente com cinco motoristas, que trabalham oito

    horas por dia. Eventualmente, nos perodos de alta demanda, os mesmos trabalham

    alm do horrio e, algumas vezes, faz-se necessrio a contratao de motoristas

    terceirizados.

    A roteirizao dos veculos feita pelo gerente de entrega, que define

    qual a regio determinada para cada motorista, o melhor caminho que este deve

    seguir e o perodo em que cada cliente ser atendido. Caso haja necessidade de

    mudana no trajeto pr-definido (em funo de algum imprevisto), o motorista tem

    que conhecer a sua rea de entrega para definir o novo trajeto a ser seguido e a

    seqncia de entrega das mercadorias. O cliente avisado imediatamente. Poder-

    se-ia pensar que existem vrias dificuldades na circulao dos veculos, como:

    estacionamento no disponvel prximo ao lugar em que se deseja parar, rodzio,

  • 60 congestionamento, entre outros, induzindo modificaes na programao de

    entregas, diminuindo assim a produtividade dos veculos e necessitando, muitas

    vezes, de uma maior frota para a empresa. Porm, a nica que realmente

    relevante, no caso da floricultura em questo, o congestionamento, pois produtos

    com rpida perecividade ou de pouca durabilidade, que o caso, so suprimidos do

    rodzio e a entrega, no caso de flores, bastante rpida.

    At 1997 as vendas da empresa eram feitas diretamente na loja ou pelo

    telefone. A partir de 1998 a empresa comeou a vender tambm pela Internet. O

    objetivo do site que o mesmo funcione mais como um canal de vendas e tambm

    como um catlogo: quando o cliente quer fazer uma encomenda e no sabe o que

    pedir, ele pode usar o site para escolher o produto desejado.

    Foram coletados dados de entregas da floricultura durante quatro dias e,

    nesses dias, as entregas foram realizadas apenas nos perodos da manh e da

    tarde. Entregas no perodo da noite so mais difceis de acontecer. As rotas

    realizadas pela empresa nesses dias esto descritas na tabela 3. A coluna 1

    corresponde aos dias e a segunda, terceira, quarta e quinta colunas s rotas

    realizadas por cada motorista, onde D o depsito, M1 o cliente 1 do perodo

    manh, M2 o cliente 2 do perodo manh, T1 o cliente 1 do perodo da tarde, T2

    o cliente 2 do perodo da tarde e assim sucessivamente. Conforme possvel

    observar na tabela 1, os dias 01 e 03 possuem duas rotas no perodo da manh,

    para isto so utilizados dois motoristas e os dias 02 e 04 possuem trs rotas para

    este mesmo perodo.

    A partir dos endereos de cada cliente e das rotas realizadas pela

  • 61 floricultura (tabela 3), as distncias foram calculadas utilizando o programa para

    clculo de distncias do GUIAMAIS (2009).

    TABELA 03: Rotas realizadas pela floricultura

    DIA MOTORISTA 01 MOTORISTA 02 MOTORISTA 03 MOTORISTA 04

    01 D M1 M2 M3 D D M4 M5 M6 D

    02 D M1 M2 M3 D

    D T1 T2 D

    D M4 M5 M6 M7 ...D

    D M8 M9 M10 ....M11 D

    D T3 T4 T5 D

    D T6 T7 T8 T9 D

    03 D M1 D

    D M2 M3 M4 M5 ...M6 D

    D T1 T2 T3 D

    04 D M1 M2 M3 M4 ...M5 M6 M7 D

    D T1 T2 D

    D M8 M9 D

    D T3 D

    D M10 M11 M12 ... D

    D T4 T5 D

    Na tabela 4 esto listadas as distncias totais percorridas em cada dia

    para os perodos da manh e da tarde em quilmetros. A terceira coluna apresenta

    as distncias totais percorridas pelas rotas definidas pela floricultura.

    TABELA 4: Distncias percorridas pelas rotas da floricultura

    DIA PERODO DISTNCIA TOTAL (KM)

    01 MANH

    TARDE

    107,6

    0

  • 62

    02 MANH

    TARDE

    93,4

    72,8

    03 MANH

    TARDE

    57

    9,1

    04 MANH

    TARDE

    88,7

    59,6

    Antes do incio das vendas pelo site, a floricultura obtinha uma renda

    lquida mdia mensal de R$ 3.600,00, totalizando R$ 43.920,00 anuais. Com o

    comrcio eletrnico, as vendas subiram de forma bastante considervel.

    Inicialmente, cerca de 7% ao ano. Hoje este nmero est prximo dos 50%. Abaixo

    temos um grfico que representar este acontecimento:

    GRFICO 2: AUMENTO DO LUCRO LQUIDO MDIO ANUAL

    Os perodos com maior demanda so dia das mes e dia dos namorados.

  • 63 A renda obtida nestes perodos chega a atingir 45% de todo o lucro anual. Quase

    60% das vendas so realizadas atravs do e-commerce. A seguir um grfico

    representando os lucros anuais por datas comemorativas:

    Os clientes que compram pela internet j o fazem para no precisarem

    perder tempo indo at o local que vende o produto. Sendo assim, a maioria dos

    pagamentos so realizados via carto de crdito. Dificilmente os clientes optam por

    boleto bancrio, transferncia bancria ou depsito. Temos abaixo um grfico

    demonstrativo:

    GRFICO 3: LUCROS ANUAIS POR DATAS COMEMORATIVAS

  • 64

    GRFICO 4: FORMAS DE PAGAMENTO

  • 65

    CONCLUSO

    Ao trmino deste trabalho, pode-se concluir que a logstica tinha papel

    fundamental em qualquer ambiente de negcio antes mesmo de se saber o que

    realmente era logstica. Com este descobrimento, as empresas comearam a ver a

    logstica mais do que apenas como um meio de se diminuir custos no transporte e

    na armazenagem de produtos, passaram a t-la como uma grande aliada para se

    destacarem no mercado. Este processo de evoluo foi rpido e, inicialmente, no

    muito aceito por alguns empresrios, que pareciam ter cabrestos nos olhos, no

    queriam enxergar o bvio. Com o passar do tempo, foi inevitvel para estes

    profissionais no s aceitarem a importncia desta evoluo, como tambm

    arrumarem uma forma de fazerem parte disto, para garantirem seus empregos.

    A tecnologia veio agregar valor a tudo isto. Com esta unio (logstica +

    tecnologia), o mundo dos negcios mudou completamente e est mudando mais a

    cada dia. As organizaes, mesmo com um pequeno espao fsico disponvel,

    podem se tornar multinacionais, tendo de pensar em todas as pessoas do mundo

    como um mercado a ser atingido. A prova disto o e-commerce, uma ferramenta

    que liga empresas com clientes que estas nunca imaginaram que poderiam

    alcanar. possvel comprar coisas de diferentes tipos, tamanhos e preos com

    apenas um clique, sem ter de sair da cama. Esta mudana no est sendo fcil,

    ainda estamos na ponta do iceberg, muito est por vir.

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    REFERNCIAS

    ALVARENGA, Antnio Carlos, NOVAES, Antnio Galvo. Logstica Aplicada: suprimento e distribuio Fsica. 3 ed. So Paulo: Edgar Blcher, 2000.

    BALLOU, Ronald H. Logstica empresarial: transportes, administrao de materiais e distribuio fsica. So Paulo: Atlas, 1993.

    ________, Ronald H. Logstica empresarial: transporte, administrao de materiais, distribuio fsica. So Paulo: Atlas, 1995.

    ________, Ronald H. Gerenciando a Cadeia de Suprimentos: planejamento, organizao e logstica empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2001.

    ________, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/ Logstica Empresarial. 5 ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

    BOWERSOX, Donald J; CLOSS, David J. Logstica Empresarial: o processo de integra