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    I-INTRODUO A MECNICA DOS SOLOS

    1.0: INTRODUO AO CURSO

    1.1: DEFINIO E OBJETIVOS DA MECNICA DOS SOLOS

    DEFINIO: A mecnica dos solos estuda as caractersticas fsicas dos solos e as suaspropriedades mecnicas (equilbrio e deformao) quando submetido a acrscimosou alvio de tenses.

    OBJETIVOS: Substituir por mtodos cientficos os mtodos empricos aplicados nopassado.

    1.2: PROBLEMA DA MECNICA DOS SOLOS: A prpria natureza do solo.

    1.3: SOLO SOB O PONTO DE VISTA DA ENGENHARIA: Solo a denominao que se d atodo material de construo ou minerao da crosta terrestre escavvel por meio de

    p, picareta, escavadeira, etc, sem necessidade de explosivos.

    1.4: EMPREGO DO SOLO NA ENGENHARIA CIVIL: Solo como material de construo:Aterros, Barragens de Terra, Base e Sub-base de Pavimentos, etc., Solo como suportede fundao: Valas, Sapatas, Blocos, Estacas, Tubules, Subleito, etc.

    1.5: ORIGEM E EVOLUO DA MECNICA DOS SOLOS: Os primeiros trabalhos sobre ocomportamento dos solos datam do sculo XVII.

    COULOMB, 1773, RANKINE, 1856 e DARCY 1856 publicaram um importante trabalho,

    sobre o comportamento dos solos. O acmulo de insucessos em obras de Engenhariaobservados no incio do sculo XX como:

    O escorregamento de solo durante a construo do canal do Panam, 1913;Rompimento de grandes Barragens de Terra e Recalque em Grandes edifcios, 1913;

    Escorregamento de Muro de Cais na Sucia, 1914. O Levou em 1922 a publicaopelos suecos de uma nova teoria para o clculo e Estabilidade de taludes;

    Deslocamento do Muro de cais e escorregamento de solo na construo do canal de

    Kiev na Alemanha, 1915. Em 1925 o professor Karl Terzaghi publicou seu primeiro livrode Mecnica dos solos, baseado em estudos realizados em vrios pases, depois doincio dos grandes acidentes.

    2.0: ORIGEM E FORMAO DOS SOLOS: Os solos so formados pela deteriorao dasrochas atravs do intemperismo.

    2.1: ROCHA: Agregado de um ou mais minerais, que impossvel de escavarmanualmente, que necessite de explosivo para o seu desmonte.

    2.2: INTEMPERISMO: o conjunto de processos fsicos, qumicos e biolgicos queocasionam a desintegrao e decomposio das rochas e dos minerais, formando ossolos.

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    2.3: INTEMPERISMO FSICO: Ou mecnico o processo de decomposio da rochasem alterao qumica dos seus componentes. Os principais agentes so:

    Variao de temperatura; Repuxo; Congelamento da gua; Alvio de presses;

    2.4: INTEMPERISMO QUMICO: o processo de decomposio da rocha onde os vriosprocessos qumicos alteram solubilizam e depositam os minerais das rochastransformando-a em solo, ou seja, ocorre a alterao qumica dos seus componentes.Neste caso h modificao na constituio mineralgica da rocha, originando soloscom caractersticas prprias. Este tipo mais freqente em climas quentes e midos

    HIDRLISE: o mais importante, pois leva a destruio dos silicatos.

    HIDRATAO: Penetrao da gua nos minerais, atravs de fissuras. A hidrataoocasiona nos Granitos e Gnaisses a transformao de feldspato em argila.

    CARBONATAO: O carbonato de clcio em contato com a gua carregada de

    cido carbnico se transforma em bicarbonato de clcio.

    OXIDAO: Mudana que sofre um mineral em decorrncia da penetrao deoxignio na rocha.

    2.5: INTEMPERISMO BIOLGICO: processo no qual a decomposio da rocha se dgraas a esforos mecnicos produzidos por vegetais atravs de razes, escavao deroedores, etc.

    2.6: INFLUNCIA DO INTEMPERISMO NO TIPO DE SOLO: Os vrios tipos de intemperismo e

    a intensidade com que atuam no processo de formao dos solos, do origem adiferentes tipos de solo.

    2.7: CLASSIFICAO DOS SOLOS QUANTO A ORIGEM E FORMAO: Os solosclassificam-se quanto a origem em solos residuais e sedimentares.

    2.8: SOLOS RESIDUAIS: Solos residuais so os solos que permanecem no local dedecomposio rocha que lhes deu origem. Para a sua ocorrncia necessrio que avelocidade de remoo do solo seja menor que a velocidade de decomposio darocha. A rocha que mantm as caractersticas originais, ou seja, a rocha s a que

    ocorre em profundidade. Quanto mais prximo da superfcie do terreno, maior oefeito do intemperismo. Sobre a rocha s encontra-se a rocha alterada, em geralmuito fraturada e permitindo grande fluxo de gua. A rocha alterada sobrepostapelo solo residual jovem, ou saprlito, que um material arenoso. O material maisintemperizado ocorre acima do saprlito e denominado solo residual maduro, quecontm maior percentagem de argila.

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    3.3: SOLOS FINOS: Os solos finos so os SILTES e as ARGILAS. Solo com 0,074mm. Ossolos finos so os siltes e as argilas. A frao granulomtrica classificada como ARGILApossui dimetro inferior a 0,002mm e se caracteriza pela sua plasticidade marcanteelevada resistncia quando seca. Segundo a ABNT (Associao Brasileira de NormasTcnicas) os limites das fraes de solo pelo tamanho so os da tabela 1:

    TABELA 1FRAO LIMITES (ABNT)Mataco de 25cm a 1mPedra de 7,6cm a 25cmPedregulho de 4,8mm a 7,6cmAreia Grossa de 2,0mm a 4,8mmAreia mdia de 0,42mm a 2,0mmAreia fina de 0,05mm a 0,42mmSilte de 0,005mm a 0,05mmArgila Inferior a 0,005

    Tabela 01- Classificao dos solos segundo a ABNT.

    3.4: COMPORTAMENTO DOS SOLOS: O comportamento dos solos finos definido pelasforas de atrao moleculares e eltricas e pela presena de gua. Ocomportamento dos solos grossos, que so governados pelas foras gravitacionais. OsSILTES apesar de serem classificados como finos, o seu comportamento governadopelas foras gravitacionais (mesmas dos solos grossos).

    3.5: COMPOSIO QUIMICA E MINERALGICA DOS SOLOS: Os solos so formados poragregados de um ou mais minerais.

    3.6: MINERAL: Substncia inorgnica e natural, com composio qumica e estruturadefinida. Os minerais encontrados nos solos podem ser primrios ou secundrios. OsPRIMRIOS, so os mesmos da rocha de origem, e os SECUNDRIOS so formadosquando ocorre a decomposio qumica.

    3.7: MINERAIS CONSTITUINTES DOS SOLOS GROSSOS E SILTES: Os solos grossos soconstitudos basicamente de SILICATOS que apresentam tambm na sua composioXIDOS, CARBONATOS E SULFATOS.

    3.8: MINERAIS CONSTITUINTES DOS SOLOS ARGILOSOS: As argilas so constitudasbasicamente por silicatos de alumnio, podendo apresentar silicatos de magnsio,ferro ou outros metais.

    3.9: SUPERFCIE ESPECIFICA: a superfcie total de um conjunto de partculas divididapelo seu peso. Quanto mais fino for o solo maior ser a sua superfcie especifica, o queconstitu uma das razes das diferenas entre as propriedades fsicas solos finos e dossolos grossos.

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    4.0: FASE SLIDA GUA E AR: O solo constitudo de uma fase fluida (gua ou ar) e deuma fase slida. A fase slida ocupa os vazios deixados pelas partculas slidas.

    4.1: FASE SLIDA: Caracterizada pelo seu tamanho, forma, distribuio e composiomineralgica dos gros.

    4.2: FASE GASOSA: Ar, vapor dgua e carbono combinado. bem mais compressvelque as fases liquida e slida.

    4.3: FASE LIQUIDA: Preenche os vazios dos solos. Pode estar em equilbrio hidrostticoou fluir sob a ao da gravidade ou de outra forma.

    4.4: GUA CAPILAR: Se eleva pelos interstcios capilares formados pelas partculasslidas, devido ao das tenses superficiais oriundas a partir da superfcie lquida dagua.

    4.5: GUA ABSORVIDA: uma pelcula de gua que adere s partcula de solos muitofinos devido a ao de foras eltricas desbalanceadas na superfcie dos argilo-minerais.

    4.6: GUA DE CONSTITUIO: Faz parte da estrutura molecular da parte slida.

    4.7: GUA HIGROSCPICA: A gua que ainda se encontra no solo seco ao ar livre. Asguas livres, Higroscpicas e Capilares podem ser totalmente eliminadas atemperatura prticas de 1000C.

    II-TENSES NO SOLO

    1.0: INTRODUO: O solo ao sofrer solicitaes se deforma, modificando o seu volumee forma iniciais. A magnitude das deformaes apresentadas pelo solo ir dependerde suas propriedades elsticas e plsticas e do carregamento a ele imposto.

    O conhecimento das tenses atuantes em um macio de terra, sejam, elas devido aopeso prprio ou provenientes de um carregamento em superfcie (alvio de cargasprovocado por escavaes) de vital importncia no entendimento do

    comportamento de praticamente todas as obras de Engenharia geotcnica. Nos solosocorrem tenses devidas ao seu peso prprio e a carregamentos externos.

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    IV-PERMEABILIDADE:

    1.0: INTRODUO: A permeabilidade que os solos tm de permitir o escoamento dagua atravs de seus vazios. A sua avaliao feita atravs do coeficiente depermeabilidade.

    1.1: MTODOS PARA A DETERMINAO DA PERMEABILIDADE DOS SOLOS: O coeficientede permeabilidade e pode ser determinado diretamente atravs de ensaios decampo e laboratrio ou indiretamente, utilizando-se correlaes empricas. O mesmopode ser obtido utilizando-se amostras deformadas ou indeformadas.

    1.2: Atravs de ensaios de campo: Os ensaios de campo podem ser realizados emfuros de sondagens, em poos ou em cavas, sendo mais utilizados em sondagens.

    1.3: DIRETAMENTE: Permemetro de Carga Constante: O permemetro de cargaconstante utilizado toda vez que temos que medir a permeabilidade dos solosgranulares (solos com razovel quantidade de areia e/ou pedregulho), os quais

    apresentam valores de permeabilidade elevados.

    V-COMPACTAO DOS SOLOS:

    1.0: INTRODUO: Muitas vezes na prtica da engenharia geotcnica, o solo de umdeterminado local no apresenta as condies requeridas pela obra. Ele pode serpouco resistente, muito compressvel ou apresentar caractersticas que deixam adesejar do ponto de vista econmico. Uma das possibilidades tentar melhorar aspropriedades de engenharia do solo local.

    A compactao um mtodo de estabilizao e melhoria do solo atravs deprocesso manual ou mecnico, visando reduzir o volume de vazios do solo. Acompactao tem em vista estes dois aspectos: aumentar a intimidade de contatoentre os gros e tornar o aterro mais homogneo melhorando as suas caractersticasde resistncia, deformabilidade e permeabilidade.

    A compactao de um solo a sua unificao, por meio de equipamento mecnico,geralmente um rolo compactador, embora, em alguns casos, como em pequenasvaletas at soquetes manuais podem ser empregados. Um solo, quando transportadoe depositado para a construo de um aterro, fica num estado relativamente fofo e

    heterogneo e, portanto, alm de pouco resistente e muito deformvel, apresentacomportamento diferente de local para local.

    A compactao empregada em diversas obras de engenharia, como: aterros paradiversas utilidades, camadas constitutivas dos pavimentos, construo de barragensde terra, preenchimento com terra do espao atrs de muros de arrimo e enchimentodas inmeras valetas que se abrem diariamente nas ruas das cidades. Os tipos de obrae de solo disponveis vo ditar o processo de compactao a ser empregado com aumidade em que o solo deve se encontrar na ocasio e a densidade a ser atingida.

    O incio da tcnica de compactao , creditada ao engenheiro Ralph Proctor, que,em 1933, publicou suas observaes sobre a compactao de aterros,

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    VI-MUROS DE ARRIMO:

    1.0: DEFINIO: Muros so estruturas corridas de conteno de parede vertical ouquase vertical, apoiadas em uma fundao rasa ou profunda. Podem ser construdosem alvenaria (tijolos ou pedras) ou em concreto (simples ou armado), ou ainda, deelementos especiais. Os muros de arrimo podem ser de vrios tipos: gravidade(construdos de alvenaria, concreto, gabies ou pneus), de flexo (com ou semcontraforte) e com ou sem tirantes.

    Figura 1 Terminologia

    1.1: TIPOS DE MUROS1

    1.2: MUROS DE GRAVIDADE: Muros de Gravidade so estruturas corridas que se opemaos empuxos horizontais pelo peso prprio. Geralmente, so utilizadas para conterdesnveis pequenos ou mdios, inferiores a cerca de 5m. Os muros de gravidadepodem ser construdos de pedra ou concreto, (simples ouarmado), gabies ou ainda,pneus usados.

    1.3: MUROS DE ALVENARIA E DE PEDRA: Os muros de alvenaria de pedra so os maisantigos e numerosos. Atualmente, devido aocusto elevado, o emprego da alvenaria menos frequncia.

    Este muro apresenta como vantagens a simplicidade de construo e a dispensa dedispositivos de drenagem, pois o material do muro drenante. Outra vantagem ocusto reduzido, especialmente quando os blocos de pedras so disponveis no local.

    No entanto, a estabilidade interna do muro requer que os blocos tenham dimensesaproximadamente regulares, o que causa um valor menor do atrito entre as pedras.Muros de pedra sem argamassa devem ser recomendados unicamente para aconteno de taludes com alturas de at 2m.

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    Figura 3 Muro de concreto ciclpico.

    1.6: MUROS DE GABIO: Os muros de gabies (Figura 4) so constitudos por gaiolasmetlicas preenchidas com pedras arrumadas manualmente e construdas com fiosde ao galvanizado em malha hexagonalcom dupla toro. As dimenses usuais dosgabies so: comprimento de 2m e seo transversalquadrada com 1m de aresta.

    No caso de muros de grande altura, gabies mais baixos (altura = 0,5m), queapresentam maior rigidez e resistncia, devem ser posicionados nas camadasinferiores, onde as tenses de compresso so mais significativas.

    Para muros muito longos, gabies com comprimento de at 4m podem ser utilizadospara agilizar a construo. A figura 4, apresenta ilustraes de gabies. A redemetlica que compe os gabies apresenta resistncia mecnica elevada.

    No caso da ruptura de um dos arames, a dupla toro dos elementos preserva aforma e a flexibilidade da malha, absorvendo as deformaes excessivas.

    O arame dos gabies protegido por uma galvanizao dupla e, em alguns casos,por revestimento com uma camada de PVC. Esta proteo eficiente contra a ao

    das intempries e de guas e solos agressivos (Maccaferri, 1990).

    As principais caractersticas dos muros de gabies so a flexibilidade, que permite quea estrutura se acomode a recalques diferenciais e a permeabilidade.

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    A figura 4-muro de gabio

    1.7: CRIB WALLS: So estruturas formadas por elementos pr-moldados de concretoarmado, madeira ou ao, que so montados no local, em forma de fogueirasjustapostas e interligadas longitudinalmente, cujo espao interno preenchido commaterial granular grado. So estruturas capazes de se acomodarem a recalques dasfundaes e funcionam como murosde gravidade. Figura 5

    Figura 5-muro crib walls

    1.8: MUROS DE SACOS DE SOLO-CIMENTO: Os muros Figura 6 so constitudos porcamadas formadas por sacos depolister ou similares, preenchidos por uma misturacimento-solo da ordem de 1:10 a 1:15 (em volume). O solo utilizado inicialmentesubmetido a um peneiramento em uma malha de 9mm, para a retirada dospedregulhos.

    Em seguida, o cimento espalhado e misturado, adicionando-se gua emquantidade 1% acima da correspondente umidade tima de compactao proctornormal.

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    Aps a homogeneizao, a mistura colocada em sacos, com preenchimento atcerca de dois teros do volume til do saco. Procede-se ento o fechamentomediante costura manual. O ensacamento do material facilita o transporte para olocal da obra e torna dispensvel a utilizao de frmas para a execuo do muro.

    No local de construo, os sacos de solo-cimento so arrumados em camadasposicionadas horizontalmente e, a seguir, cada camada do material compactadade modo a reduzir o volume de vazios.

    O posicionamento dos sacos de uma camada propositalmente desencontrado emrelao camada imediatamente inferior, de modo a garantir um maiorintertravamento e, em conseqncia, uma maior densidade do muro.

    A compactao em geral realizada manualmente com soquetes. As faces externasdo muro podem receber uma proteo superficial de argamassa de concreto magro,para prevenir contra a ao erosiva de ventos e guas superficiais.

    Esta tcnica tem se mostrado promissora devido ao baixo custo e pelo fato de norequerer mo de obra ou equipamentos especializados. Um muro de arrimo de solo-cimento com altura entre 2 e 5 metros tem custo da ordem de 60% do custo de ummuro de igual altura executado em concreto armado (Marangon, 1992).

    Como vantagens adicionais, pode-se citar a facilidade de execuo do muro comforma curva (adaptada topografia local) e a adequabilidade do uso de solosresiduais.

    Figura 6-muro de saco de solo cimento

    1.9: MUROS DE PNEUS: Os muros de pneus (Figura 8) so construdos a partir dolanamento de camadas horizontais de pneus, amarrados entre si com corda ouarame e preenchidos com solocompactado.

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    Funcionam como muros de gravidade e apresentam com vantagens o reuso depneus descartados e a flexibilidade. A utilizao de pneus usados em obrasgeotcnicas apresenta-se como uma soluo que combina a elevada resistnciamecnica do material com o baixo custo, comparativamente aos materiaisconvencionais.

    Sendo um muro de peso, os muros de solo-pneus esto limitados a alturas inferiores a5m e disponibilidade de espao para a construo de uma base com largura daordem de 40 a 60% da altura do muro. No entanto, deve-se ressaltar que o muro desolo-pneus uma estrutura flexvel e, portanto, as deformaes horizontais e verticaispodem ser superiores s usuais em muros de peso de alvenaria ou concreto.

    Assim sendo, no se recomenda a construo de muros de solo-pneus paraconteno de terrenos que sirvam de suporte a obras civis pouco deformveis, taiscomo estruturas de fundaes ou ferrovias. Como elemento de amarrao entrepneus, recomenda-se a utilizao de cordas de polipropileno com 6mm de dimetro.

    Cordas de nilon ou sisal so facilmente degradveis e no devem ser utilizadas.

    O peso especfico do material solo-pneus utilizado em muro experimental foideterminado a partir de ensaios de densidade no campo (Medeiros et al.; 1997), evaria na faixa de 15,5 kN/m3 (solo com pneus inteiros) a 16,5 kN/m3 (solo com pneuscortados). O posicionamento das sucessivas camadas horizontais de pneus deve serdescasado, de forma a minimizar os espaos vazios entre pneus.

    A face externa do muro de pneus deve ser revestida, para evitar no s ocarreamento ou eroso do solo de enchimento dos pneus, como tambm o

    vandalismo ou a possibilidade de incndios. O revestimento da face do muro deverser suficientemente resistente e flexvel, ter boa aparncia e ser de fcil construo. Asprincipais opes de revestimento do muro so alvenaria em blocos de concreto,concreto projetado sobre tela metlica, placas pr-moldadas ou vegetao.

    Figura 7- muro de pneus

    1.10: MUROS DE FLEXO: so estruturas mais esbeltas com seo transversal em formade L que resistem aos empuxos por flexo, utilizando parte do peso prprio domacio, que se apia sobre a base do L, para manter-se em equilbrio. Em geral, so

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    construdos em concreto armado, tornando-se anti-econmicos para alturas acima de5 a 7m. A laje de base em geral apresenta largura entre 50 e 70% da altura do muro. Aface trabalha flexo e se necessrio pode empregar vigas de enrijecimento, nocaso alturas

    figura 8-muro de flexo

    Para muros com alturas superiores a cerca de 5 m, conveniente a utilizao decontrafortes (ou nervuras), para aumentar a estabilidade contra o tombamento.Tratando-se de laje de base interna, ou seja, sob o retroaterro, os contrafortes devemser adequadamente armados para resistir a esforos de trao. No caso de laje

    externa ao retroaterro, os contrafortes trabalham compresso. Esta configurao menos usual, pois acarreta perda de espao til a jusante da estrutura de conteno.Os contrafortes so em geral espaados de cerca de 70% da altura do muro.

    Figura 9-muro contraforte

    Muros de flexo podem tambm ser ancorados na base com tirantes ouchumbadores (rocha) para melhorar sua condio de estabilidade. Esta soluo de

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    projeto pode ser aplicada quando na fundao do muro ocorre material competente(rocha s ou alterada) e quando h limitao de espao disponvel para que a basedo muro apresente as dimenses necessrias para a estabilidade.

    2.0: INFLUNCIA DA GUA: Grande parte dos acidentes envolvendo muros de arrimoest relacionada ao acmulo degua no macio. A existncia de uma linha freticano macio altamente desfavorvel, aumentando substancialmente o empuxo total.O acmulo de gua, por deficincia de drenagem, pode duplicar o empuxo atuante.O efeito da gua pode ser direto, resultante do acmulo de gua njunto ao tardozinterno do muro, ou indireto, produzindo uma reduo da resistncia ao cisalhamentodo macio em decorrncia do acrscimo das presses intersticiais.

    O efeito direto o de maior intensidade podendo ser eliminado ou bastanteatenuado, por um sistema de drenagem eficaz. Todo cuidado deve ser dispensado aoprojeto do sistema de drenagem para dar vazo a precipitaes excepcionais e paraque a escolha do material drenante seja feita de modo a impedir qualquerpossibilidade de colmatao ou entupimento futuro.

    2.1: SISTEMA DE DRENAGEM: Para um comportamento satisfatrio de uma estrutura deconteno, fundamental a utilizao de sistemas eficientes de drenagem. Ossistemas de drenagem podem ser superficiais ou internos. Em geral, os projetos dedrenagem combinam com dispositivos de proteosuperficial do taluder.

    Sistemas de drenagem superficial devem captar e conduzir as guas que incidem nasuperfcie do talude, considerando-se no s a rea da regio estudada como toda abacia de captao. Diversos dispositivos (canaletas transversais, canaletaslongitudinais de descida (escada), dissipadores de energia, caixas coletoras etc.)

    podem ser selecionados para o projeto, dependendo da natureza da rea(ocupao densa, com vegetao etc.), das condies geomtricas do talude, dotipo de material (solo/rocha).

    Canaleta transversal Canaleta longitudinal

    Sistemas de proteo de talude tm como funo reduzir a infiltrao e a eroso,

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    decorrentes da precipitao de chuva sobre o talude. s alternativas de proteosuperficial podem ser classificadas em dois grupos: proteo com vegetao eproteo com impermeabilizao. No existe uma regra para a concepo deprojetos desta natureza, entretanto deve-se sempre considerar a proteo vegetalcomo a primeira alternativa, em particular, para taludes no naturais.

    Figura 10-Cobertura vegetal e impermeabilizao com concreto projetado

    Processos de infiltrao decorrentes da precipitao de chuva podem alterar ascondies hidrolgicas do talude, reduzindo as suces e/ou aumentando amagnitude das poropresses. Em ambos os casos, estas mudanas acarretam umareduo na tenso efetiva e, conseqentemente, uma diminuio da resistncia aocisalhamento do material, tendendo a causar instabilidade. Ressalta-se que, no casode taludes localizados em reas urbanas, mudanas nas condies hidrolgicaspodem ocorrer no somente devido infiltrao das guas de chuva, como tambmdevido a infiltraes causadas por vazamentos em tubulaes de gua e/ou esgoto.

    Sistemas de drenagem subsuperficiais (drenos horizontais, trincheiras drenantes

    longitudinais, drenos internos de estruturas de conteno, filtros granulares egeodrenos) tm como funo controlar as magnitudes de presses de gua e/oucaptar fluxos que ocorrem no interior dos taludes.

    Estes sistemas tendem a causar rebaixamento do nvel piezomtrico, sendo o volumede gua que flui atravs dos drenos diretamente proporcional ao coeficiente depermeabilidade e ao gradiente hidrulico.

    Com o rebaixamento do nvel piezomtrico, o gradiente hidrulico diminui e o fluxoento vai se reduzindo progressivamente at se restabelecer uma condio de

    regime permanente. Em solos de baixa condutividade hidrulica, esta reduo podesignificar a inexistncia de um volume de drenagem visvel a olho nu, a qual no deve,entretanto, ser associada deteriorao do dreno.

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    Peso do Solo Seco: PS = P2 P3

    Teor de Umidade: h = P1 P2 P2 P3 = %

    Clculo:

    %94,7210050,2431,42

    31,4230,55

    32

    21

    PP

    PPh

    1.1-INDICE DOS VAZIOS: Na Mecnica dos solos o ndice de vazios (e) expresso comoum nmero, ou seja uma grandeza adimensional e portanto no possue unidade, e definido como o volume dos poros (Vv) dividido pelo volume ocupado pelaspartculas slidas (Vs) de uma amostra de solo, ou seja:

    Vs

    VvV

    Vs

    Vve

    O volume dos slidos (Vs) obtido atravs do ensaio de Massa Especfica Real dosGros, o volume total da amostra (V) calculado, por exemplo, pelo Mtodo daBalana Hidrosttica e por consequncia, o volume de vazio (Vv) a diferena entreos dois.

    Os poros dos solos, que apesar de tambm serem chamados de volume de vazios,

    podem estar preenchidos com gua (quando solo est saturado), com ar (quando osolo est totalmente seco) ou com ambos, que a forma mais comum encontrada nanatureza.

    1.2-POROSIDADE DO SOLO: Em geologia, porosidade a caracterstica de uma rochapoder armazenar fluidos em seus espaos interiores, chamados poros. A matria descontnua. Isso quer dizer que existem espaos (poros) entre as partculas queformam qualquer tipo de matria.

    Esses espaos podem ser maiores ou menores, tornando a matria mais ou menos

    densa. Ex.: a cortia apresenta poros maiores que os poros do ferro, logo a densidadeda cortia bem menor que a densidade do ferro.

    Porosidade pode ser contrastada com permeabilidade: nem sempre uma rocha quecontm fluidos em seu interior vai permitir que essa gua flua, ou seja permeada, pelarocha.

    Na mecnica dos solos a porosidade do solo (n) expressa em percentagem, e definida como o volume dos poros (Vv)dividido pelo volume total (V) de uma amostrade solo, ou seja:

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  • 7/22/2019 [Www.materiadocurso.blogspot.com]Efonape Apostila Mecanica Dos Solos PDF

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    100xV

    Vve

    1.3-GRAU DE SATURAO DO SOLO:Na Mecnica dos solos o Grau de saturao (S) expresso em percentagem, e definido como a "relao entre o volume de gua(Va) e o volume de vazios (Vv), presente em uma amostra de solo, ou seja:

    100xVv

    VaS

    O volume de vazio (Vv) obtido pela diferena entre o volume dos slidos (Vs), que calculado atravs do ensaio deMassa Especfica Real dos Gros, e o volume total daamostra (V) que pode ser calculado, por exemplo, pelo Mtodo da Balana

    Hidrosttica. O volume da gua (Va) obtido na determinao da Umidade do solo.*Quando S=100% dizemos que o solo est saturado porque todos os seu poros estopreenchidos com gua. Se S=0% significa que o solo est totalmente seco.

    1.4-MASSA ESPECFICA REAL DOS GROS: Na Mecnica dos solos o peso especficoreal dos gros (s) definido numericamente como o peso dos slidos (Ps) divididopelo seu volume (Vs), ou seja:

    VsPss

    De um modo geral este valor no varia muito de solo para solo. No importa se argila,areia ou pedregulho pois o fator preponderante a sua mineralogia, ou seja,depende principalmente da rocha matriz que deu origem ao solo.

    O ensaio para determinao do Peso Especfico Real dos Gros padronizado noBrasil pela normaABNTNBR 6508/84. O mtodo consiste basicamente em determinar opeso seco de uma amostra por simples pesagem e em seguida determinar seu volume

    baseando-se no princpio de Arquimedes.

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