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Caderno de
Resumos do
Encontro
Didático Científico do
Curso de Medicina
Ano III – Número 6
31 de outubro e 1° de novembro de 2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
CAMPUS MORRO DO CRUZEIRO
CADERNO DE RESUMOS
X ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
Ouro Preto – Minas Gerais
X ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
João Luiz Martins
Reitor
Antenor Rodrigues Barbosa Júnior
Vice-Reitor
ESCOLA DE FARMÁCIA
Marta de Lana
Diretora
Carla Penido Serra
Vice-Diretora
CADERNO DE RESUMOS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS MÉDICAS
Yure Kalinine Ferraz de Souza
Chefe do Departamento
COLEGIADO DE MEDICINA
Márcio Antonio Moreira Galvão
Presidente
31 de outubro e 1° de novembro de 2012
AUDITÓRIO PROFESSOR DIMAS BELARMINO DE SOUZA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
OURO PRETO – MINAS GERAIS
CADERNO DE RESUMOS
REALIZAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
COMISSÃO ORGANIZADORA
Professora Dra. Adriana Maria de Figueiredo (UFOP)
Professor Dr. Márcio Antônio Moreira Galvão
Professora Dra. Palmira de Fátima Bonolo
Acadêmica de Medicina Robson Moraes dos Santos (UFOP)
Acadêmica de Medicina Lídia Lelis Leal (UFOP)
Acadêmico de Medicina Júlia Carvalho Oliveira(UFOP)
CADERNO DE RESUMOS ORGANIZADO POR
Professora Dra. Adriana Maria de Figueiredo (UFOP)
Acadêmico de Medicina Robson Moraes dos Santos (UFOP)
SUMÁRIO
PREFÁCIO
APRESENTAÇÕES ORAIS
Ações educativas com idosos em Antônio Pereira: dificuldades,
impressões e desafios
Envelhecimento Ativo
Projeto “De bem com o dia”. Formação de grupo operativo para
controle de diabetes mellitus na unidade de atenção primária a saúde
– UAPS do bairro Santo Antônio da cidade de Mariana-MG
Cuidados Paliativos: um olhar humanizado da morte
Atividades educativas e recreativas com grupos de idosos na
Estratégia de Saúde da Família - 01 Cabanas - Mariana - MG
Adesão ao Tratamento da Hipertensão
Viver bem é viver com o coração: Projeto de intervenção baseado em
medidas educativas em saúde com portadores de Hipertensão e
Diabetes bem como seus cuidadores no distrito de Padre Viegas,
Mariana – MG
Perfil da Estratégia de Saúde familiar nos municípios de Mariana e
Ouro Preto
Estratégias de promoção da saúde e prevenção de doenças em idosos
no distrito de Santo Antônio do Leite, Ouro Preto/MG
Demanda de atendimentos na UPA/OP: urgência/emergência x
ambulatório
Doenças Negligenciadas: Esquistossomose
Regulação da Profissão Médica
Oficinas pedagógicas: construindo estratégias para a ação dos
agentes comunitários de saúde no âmbito da sexualidade infanto-
juvenil.
Relações entre médico e paciente: uma visão crítica
Projeto Gestação e Amamentação: O bem estar e a saúde na gestação
e puerpério
PÔSTERES DE DISCIPLINA
A história natural da Febre Maculosa, a prevenção e controle da
doença
Espaço e Doença: Uma abordagem epidemiológica
Saúde do Trabalhador – Uma nova visão que emerge da Reforma
Sanitária Brasileira
Vigilância epidemiológica no Brasil: definição, histórico e uma
aplicação prática
O viés epidemiológico da obra literária “O Mapa Fantasma”.
PREFÁCIO
É com grande satisfação que apresentamos os resultados do X Encontro Didático
Científico da Escola de Medicina. Nosso objetivo primordial é de propiciar o
pensamento reflexivo, seja por meio da história da saúde, em especial da saúde pública,
ou por meio de ações e intervenções na busca de uma atenção integral aos indivíduos e
populações.
Temos um painel diversificado de trabalhos que apontam para a efetiva articulação entre
ensino- serviço de saúde-comunidade assistida. É nossa prioridade avaliar processos e
condições de saúde que apontem para estratégias onde as pessoas vivam mais e melhor
e tenham seu direito de cidadania alcançado.
Agradecemos aos estudantes, aos professores, aos dirigentes da Universidade Federal de
Ouro Preto, aos profissionais de saúde, aos gestores municipais de Mariana e Ouro
Preto e a todos que proporcionaram alcançar êxito nesses trabalhos e nessa produção
aqui apresentada.
Professora Palmira de Fátima Bonolo
Comissão Organizadora
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
AÇÕES EDUCATIVAS COM IDOSOS EM ANTÔNIO PEREIRA: DIFICULDADES,
IMPRESSÕES E DESAFIOS
Aline Sanches Oliveira
Elen Cristina da Mata
Fábio Fernandes de Mendonça
Rafaela Arantes
Sara Helena Resende Carvalho
Adriana Maria de Figueiredo
Introdução: Visando a assistência integral à saúde da população, a Estratégia de Saúde
da Família (ESF) realiza todas as ações que competem ao nível de atenção primária:
prevenção, promoção, assistência e reabilitação (FILHO, 2004). Entre as ações
realizadas pela ESF está a assistência à saúde do idoso, um dos principais problemas
atuais de saúde pública mundial (BRITO; LITVOC, 2004). Nesse contexto, diferentes
formas de educação em saúde devem ser utilizadas, como o trabalho com grupos, onde
os profissionais podem instigar os participantes a discutirem e encontrarem estratégias
para enfrentar os problemas da comunidade, com melhorias das condições de vida e
saúde. Porém, dependendo das circunstâncias, o estabelecimento deste processo pode
ser inviabilizado e as experiências vivenciadas servem como aprendizado para o
desenvolvimento de novas estratégias de intervenção. Objetivos: discutir e refletir
experiências vivenciadas por estudantes de medicina, inseridos na ESF do distrito de
Antônio Pereira - Ouro Preto, nas ações voltadas para qualidade de vida do idoso.
Desenvolvimento: Iniciamos com o reconhecimento da área de trabalho e das
necessidades da população alvo, os idosos. Além disso, os acadêmicos entenderam a
dinâmica de funcionamento da instituição de saúde, tiveram acesso a todo o quadro de
atividades realizadas e como as mesmas eram executadas, proporcionando o
estabelecimento de vínculos e ambientação. O grupo obteve a colaboração de estudantes
dos cursos de nutrição e educação física da UFOP, além do acompanhamento de alunas
em internato rural. Devido a uma rede de acontecimentos, foi possível a realização de
apenas um encontro, não alcançando a expectativa de se ter atividades subsequentes. O
encontro foi realizado com sucesso, em um primeiro momento houve apresentação dos
participantes, dinâmicas, atividade física de alongamento e a disponibilização de lanche.
Discussão: A princípio, encontramos fatores dificultadores e facilitadores na
implantação do grupo operativo e ações com a comunidade. A preparação da equipe da
ESF foi de grande importância para que pudéssemos fazer um bom diagnóstico da
comunidade local e da situação de saúde da população. A ESF possuía uma boa
estruturação, a equipe multiprofissional estava inserida na comunidade e havia uma
inter-relação entre os profissionais, o que era muito benéfico para que a ESF
funcionasse na região. Contudo, sua estrutura física era muito limitada, o que se tornou
uma dificuldade pela impossibilidade de que as ações fossem realizadas no local, que é
de fácil acesso a população. Portanto, a procura de um local de fácil acesso para haver
adesão da população e que pudesse atender a um grupo operativo se tornou uma
dificuldade. Conclusões: Através dessa experiência, tivemos a chance de refletir acerca
da viabilidade dos grupos de conversa. Ações educativas voltadas aos idosos visando
uma mudança comportamental são eficazes, porém é necessário escolher um espaço
adequado para a realização das atividades e buscar sempre a continuidade do trabalho
em grupo. Para a nossa formação acadêmica tal oportunidade foi muito proveitosa e
satisfatória.
Palavras-chave: ESF, saúde do idoso, qualidade de vida.
Referências:
1. BRITO, F. C.; LITVOC, J. Conceitos Básicos. In: LITVOC, J.; BRITO, F. C.
Envelhecimento: prevenção e promoção da saúde. São Paulo: Atheneu, 2004.
cap. 1.
2. FILHO, A. D. S. O SUS e a Saúde da Família. In: MINISTÉRIO DA SAÚDE.
Saúde da Família: Panorama, Avaliação e Desafios. Rio de Janeiro: MS, 2004,
p. 14-26.
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
ENVELHECIMENTO ATIVO
Flávia Padua Tavares
Gabriela Ribeiro Salim Nogueira
Iara Proença Xavier
Juliana Oliveira Pedrosa
Mariana Fontes Pereira
Rafael Henrique Aparecido Ferreira
Fausto Aloísio Pedrosa Pimenta
Resumo: O aumento no número de idosos nas últimas décadas tem motivado o
interesse pelo estudo do envelhecimento e dos fatores associados à qualidade de vida
desta população. Estima-se que, em 2025, o Brasil terá a sexta população de idosos do
mundo, com uma proporção de aproximadamente 14%, o que significa, em números
absolutos, cerca de 32 milhões de idosos, onde as doenças crônico-degenerativas
ocuparam lugar de destaque. O envelhecimento pode ser conceituado como um
conjunto de modificações morfofisiológicas, bioquímicas e psicológicas, que
determinam a perda progressiva da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio
ambiente, sendo considerado um processo dinâmico e progressivo. Sendo assim,
objetivo do seguinte trabalho é analisar aspectos como os sentimentos deste grupo em
relação ao envelhecimento, a satisfação com a saúde e com a vida, a importância das
atividades sociais e de lazer para a qualidade de vida dos idosos, de modo a evidenciar
como é envelhecer no Brasil, e, também, encontrar uma definição consensual do
envelhecimento ativo. As definições de envelhecimento ativo não consideram apenas a
longevidade como critério. O processo envolve múltiplos fatores individuais, sociais e
ambientais, determinantes e modificadores da saúde. Assim, a integridade da saúde
física e a capacidade funcional são componentes importantes do envelhecimento ativo,
mas uma definição não pode limitar-se a esses fatores. Manter os idosos funcionalmente
independentes é o primeiro passo para se atingir uma melhor qualidade de vida. Para
tanto, é necessário implementar programas específicos de intervenção, visando eliminar
fatores de riscos relacionados com a incapacidade funcional. Além disso, é
imprescindível a elaboração de ações de promoção da saúde, prevenção de doenças,
recuperação e reabilitação, que interfiram diretamente no sentido da manutenção da
capacidade funcional dos idosos. Algumas medidas, tais como: a inserção dos idosos
nos Grupos de Promoção de Saúde (GPS) e as visitas domiciliares, promovidas pela
Estratégia de Saúde da Família (ESF), são de grande importância no processo de
envelhecimento ativo. A qualidade de vida desse grupo está intimamente relacionada
ao fato de os idosos terem uma relação social estável, bons relacionamentos e
realizarem atividades prazerosas que atenuam o estresse e o ócio, de acordo com o
artigo “Reflexões de Idosos Participantes de Grupos de Promoção de Saúde Acerca do
Envelhecimento e da Qualidade de Vida”. Mesmo admitindo a existência de perdas
durante o processo de sua constituição, o envelhecimento ativo deve ser estimulado
entre os idosos, pois ele é sinônimo de vida plena e com qualidade. Conclui-se também
que ele corresponde ao equilíbrio biopsicossocial e à integralidade de um ser humano
que está inserido em um contexto social e que, embora idoso, ainda é capaz de
desenvolver as suas potencialidades. O processo de envelhecimento saudável refere-se a
um conceito pessoal cujo planejamento deve ser focalizado na história, nos atributos
físicos e nas expectativas individuais, constituindo-se, portanto, numa jornada e não
num fim.
Palavras-chave: Envelhecimento ativo, idosos, Grupos de Promoção de Saúde.
Referências:
1. DE MORAIS, Edgar Nunes. Atenção à saúde do Idoso: Aspectos Conceituais.
Brasília - DF . Primeira edição – 2012. Organização Pan-Americana da Saúde –
Representação Brasil.
2. TAHAN,Jennifer; DE CARVALHO,Antonio Carlos Duarte . Reflexões de
Idosos Participantes de Grupos de Promoção de Saúde Acerca do
Envelhecimento e da Qualidade de Vida. Saúde Soc. São Paulo, v.19, n.4,
p.878-888, 2010.
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
PROJETO “DE BEM COM O DIA”FORMAÇÃO DE GRUPO OPERATIVO PARA
CONTROLE DE DIABETES MELLITUS NA UNIDADE DE ATENÇÃO
PRIMÁRIA A SAÚDE – UAPS DO BAIRRO SANTO ANTÔNIO DA CIDADE DE
MARIANA-MG
Clayton Marcos Dos Santos
Filipe Nappi Mateus
Ludyanne Da Silva Gomes
Maira Kroetz Boufleur
Taylane G. M. Coelho
Washington Miguel Almeida
Adriana Maria de Figueiredo
Introdução: Alicerçada na diretriz de uma formação integrada aos serviços, a
Universidade Federal de Ouro Preto, introduz os estudantes de medicina do 2º período
em unidades de saúde como cenário de aprendizagem para o desenvolvimento de ações
educativas junto à comunidade. Ao interagir com a equipe da Unidade de Atenção
Primária à Saúde (UAPS) Santo Antônio, o grupo foi colocado diante da necessidade da
implantação de um grupo operativo voltado para o controle do Diabetes Mellitus.
Objetivo: Auxiliar e esclarecer às pessoas acometidas, pelo Diabetes Mellitus, a
compreenderem sua enfermidade, incentivar o auto cuidado por meio da alimentação,
atividades físicas, medicamentos e proporcionar aos discentes à vivência prática da
Unidade de Atenção Primária à Saúde. Metodologia: O método aplicado segue
inicialmente um padrão prático de visitas as famílias que possuíam algum membro
portador de Diabetes Mellitus, posteriormente um grupo operativo foi criado, no qual as
pessoas atendidas se reuniam quinzenalmente e abordavam temas relacionados à
enfermidade. Os encontros foram feitos de forma lúdica e descontraída, buscando-se
uma interação efetiva entre os participantes, os discentes e os profissionais de saúde da
UAPS. Resultados: Observou-se uma grande evasão dos participantes ao longo do
tempo, o que estimulou a execução de um estudo exploratório para investigar suas
causas. Em visitas domiciliares, foram realizadas entrevistas com questionário
estruturado, que foi respondido por sessenta pessoas. Apurou-se que o principal motivo
da não participação nas atividades educativas é o fato de o horário dos encontros não ser
compatível com o dos participantes (55%), seguido pela resposta de os temas tratados
apresentarem somente 33% do interesse da população entrevistada. Conclusão: O
interesse e a disponibilidade da população devem ser levados em consideração no
planejamento e execução de ações como as propostas pelo grupo operativo “De Bem
com o Dia”, possibilitando a participação mais ampla da comunidade.
Palavras chave: Diabetes Mellitus; Unidade Básica de Saúde: Participação
Comunitária
Referências
1. Da Ross, M.A. Estilos de Pensamento em Saúde Pública: um estudo de
produções FSP-USP e ENSP – Fiocruz entre 1948 e 1994, a partir da
epistemologia de Ludwick Fleck. 2000. Tese (Doutorado em Educação e
Ciência) – CED, UFSC, Florianópolis, 2000.
2. Pedrosa, I.I. É preciso repensar a educação em saúde sob a perspectiva da
participação social. Disponível em: <
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/caderno_de_educacao_popular_e_
saude.pdf >. Acesso em 14 de outubro de 2012.
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
CUIDADOS PALIATIVOS: UM OLHAR HUMANIZADO DA MORTE.
Augusto Henrique Pimenta de Resende
Breno Muriel de Oliveira Fonseca
Bruna Ferraz Lima
Henrique Resende Rodrigues
Patrícia Batista Lima
Raquel Liana Neves Jorge
Adriana Maria de Figueiredo
Introdução: O tema da morte suscita muitas reflexões e discussões. O prolongamento
da vida proporcionado pelos avanços médicos e tecnológicos, bem como a melhoria na
qualidade de vida levaram à necessidade de criação e desenvolvimento dos Cuidados
Paliativos. Em Belo Horizonte, o Hospital Risoleta Tolentino Neves foi pioneiro na
implantação de uma equipe que executa atividades nessa área. Objetivos: Este trabalho
visa analisar o que são cuidados paliativos, como esta atividade é realizada no Hospital
Risoleta Tolentino Neves e abordar os aspectos legais referentes a esta prática.
Discussão: Os pacientes com doenças crônicas e degenerativas sem possibilidade de
cura carecem de atenção específica, bem como seus familiares. Neste contexto, se
fazem necessários os Cuidados Paliativos, que objetivam aliviar o sofrimento e os
sintomas daqueles indivíduos em estágio terminal, assegurando uma “boa morte”. Para
o estudo do tema neste trabalho, foram empreendidas análises bibliográficas e visita
técnica ao Hospital Risoleta Tolentino Neves. Nesta instituição existe uma equipe
multidisciplinar composta por médico, enfermeiro, psicólogo, fonoaudiólogo, assistente
social, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e nutricionista para fornecer um
atendimento integral e humanizado aos pacientes e seus familiares. O perfil principal
dos pacientes atendidos pela equipe é de idosos frágeis, mas também são contemplados
portadores de neoplasias malignas. As reuniões para discussões dos casos clínicos e
abordagem de temas teóricos sobre o assunto são semanais. Por se tratar de um tema
polêmico, discussões sobre o aspecto legal dos Cuidados Paliativos são de extrema
importância. No Brasil, esta prática se enquadra na chamada ortotanásia. Nesse
contexto, um fator que interferirá no sentido de delimitar tal processo é o testamento
vital, registro do desejo do paciente em documento e que foi regulamentado pela
Resolução nº 1.955 de 9 de agosto de 2.012 do Conselho Federal de Medicina.
Conclusão: As análises do que são os cuidados paliativos, de como essa atividade é
realizada no Hospital Risoleta Tolentino Neves e da abordagem dos aspectos legais
referentes a essa prática convergem para a eminente necessidade de difundir o tema no
âmbito social, e para uma melhor estruturação que permita aplicabilidade no meio
profissional.
Palavras-chave: cuidados paliativos; doente terminal; assistência terminal.
Referências:
1. Manual de Cuidados Paliativos - ANCP. Disponível em:
<http://www.paliativo.org.br/biblioteca_resultadobusca.php?sgeral=livro&butto
n=Busca> . Acesso em; 10/04/2012
2. MENEZES, Rachel Aisengart. O momento da morte: Interpretação familiar
e religiosidade. In: XXIX Encontro Anual da ANPOCS, Caxambu, 2005.
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
ATIVIDADES EDUCATIVAS E RECREATIVAS COM GRUPOS DE IDOSOS NA
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA - 01 CABANAS _ MARIANA - MG
Ana Cláudia dos Santos
Bernardo Arantes Neves de Abreu
Daniel Guilherme de Oliveira e Silva
Gabriela Cunha Arantes
Giovanny Viegas Rodrigues Fernandes
Robson Moraes dos Santos
Adriana Maria de Figueiredo
Kassia Castro Correia
Introdução: A Estratégia de Saúde da Família – 1 (ESF-1) do bairro Cabanas, da
cidade de Mariana, conta com uma população de 165 idosos. O Projeto CuidaIdoso é
uma das poucas opções para as pessoas dessa faixa etária realizarem atividades físicas e
educativas, sendo essa uma das principais razões do grande interesse e adesão ao
projeto. Entendendo a importância da educação permanente para o desenvolvimento de
ações que foquem a qualidade de vida da população idosa, decidimos dar continuidade
ao projeto, que conta com atividades físicas, lúdicas e educativas. Objetivos: promover
a qualidade de vida, o envelhecimento saudável e a socialização dos idosos da região
abrangida, bem como melhorar a comunicação entre a unidade de saúde e os usuários,
mantendo-os em contato frequente com ela. Metodologia: O método utilizado foi o de
grupo operativo, sendo os idosos divididos em dois subgrupos, de aproximadamente 20
pessoas cada, a fim de facilitar a interação. Com o intuito de conhecer melhor esse
grupo, foi aplicado, no primeiro encontro de cada subgrupo, um questionário, pré-
existente, modificado. Esse questionário serviu de base para elaboração das atividades
semanais. Os encontros com os idosos, intercalados a cada semana, ocorreram com
oficinas de atividades educativas, lúdicas e físicas. Resultados: Os idosos relataram
grande satisfação e interesse durante as atividades realizadas. Os encontros
proporcionaram um aumento no vínculo dessa população com a unidade de saúde bem
como espaços para discussão de temas como vacinação, câncer, alimentação, dentre
outros.
Palavras chaves: saúde do idoso, qualidade de vida, atenção primária.
Referências
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa / Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília :
Ministério da Saúde, 2007. (Série A. Normas e Manuais Técnicos), (Cadernos
de Atenção Básica; n. 19).
2. DIAS, R.B; CASTRO, F.M. Grupos Operativos. Grupo de Estudos em Saúde da
Família. AMMFC: Belo Horizonte, 2006. Disponível em
<http://www.smmfc.org.br/gesf/goperativo.htm>.
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
ADESÃO AO TRATAMENTO DE HIPERTENSÃO
Bianca Silveira
Fernanda Linhares de C. Pereira
Gustavo Moreira Madeira
Helena Távora de S. A. Guimarães
Jorge Costa Ribeiro
Mariane Habib Sales de Paula
Túlio Felício da Cunha Rodrigues
Márcio Antônio Moreira Galvão
Introdução: A hipertensão é uma das maiores causas de mortes no Brasil e dados da
pesquisa anual da OMS mostram que cerca de 1/3 da população brasileira é hipertensa e
não sabe. Além disso, a adesão ao tratamento e a conscientização das pessoas ainda são
parâmetros bastante insatisfatórios, pois a maioria dos indivíduos não sabe que essa
doença, embora seja, em muitos casos, assintomática, é tão grave. Somando-se a isso
existe a crença de que somente medicamentos são satisfatórios sendo que uma
alimentação balanceada exercícios físicos regulares são preponderantes no processo de
tratamento da doença e alívio dos sintomas. Objetivos: Os integrantes do grupo
objetivaram realizar uma conscientização em relação aos entrevistados hipertensos e
não hipertensos da importância de uma boa saúde, e, a partir de entrevistas, conhecer o
grau de conhecimento de cada um sobre a gravidade da doença e a necessidade de
tratamento e de acompanhamento.Métodos: Foram feitas pesquisas com as famílias dos
integrantes do grupo com o objetivo de saber a percentagem de hipertensos dentro desse
grupo de indivíduos e, em caso afirmativo da doença, qual é o seu tratamento de
preferência, se julgam ser satisfatório e se sabem realmente sobre o nível de gravidade
da doença. Os integrantes também realizaram a explanação a todos os familiares
entrevistados sobre os riscos e a mortalidade causada pela hipertensão. Além disso, foi
ressaltado a importância de exames periódicos de aferição da pressão principalmente em
pessoas que tem parentes próximos hipertensos. Resultados: Os resultados obtidos
foram que dos 60 entrevistados 35% das pessoas são hipertensas e dessas 80% não estão
cientes da gravidade da doença e 90% apresentam um tratamento predominantemente
medicamentoso. Além disso, várias pessoas descobriram que eram hipertensos somente
com o avanço da idade e/ou após episódios de dores no peito, taquicardia, mal estar e
até mesmo infartos. Conclusões: No grupo de pessoas entrevistadas, a conscientização
em relação à doença ainda é muito insatisfatória e isso reflete o quão importante é que o
trabalho acerca da hipertensão seja ainda mais aprofundado não somente pelas entidades
governamentais como pelos médicos e profissionais da saúde em todas as camadas
sociais, já que uma conscientização adequada ainda não aconteceu e uma parcela muito
grande da sociedade ainda não acredita que uma doença tão silenciosa seja a causa de
tantas mortes.
Palavras chave: Adesão, hipertensão e conscientização.
Referências:
1. Disponível em < http://saude.terra.com.br/doencas-e-tratamentos/oms-1-em-
cada-3-adultos-sofre-hipertensao-e-1-em-cada-10-e-
diabetico,2b8434568d457310VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html> Acesso
em 25/10/2012;
2. Disponível em: <http://drauziovarella.com.br/doencas-e-
sintomas/hipertensao/hipertensao/> Acesso em: 18/10/2012.
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
VIVER BEM É VIVER COM O CORAÇÃO: PROJETO DE INTERVENÇÃO
BASEADO EM MEDIDAS EDUCATIVAS EM SAÚDE COM PORTADORES DE
HIPERTENSÃO E DIABETES BEM COMO SEUS CUIDADORES NO DISTRITO
DE PADRE VIEGAS, MARIANA – MG
Andressa Harpis Bastos
Guilherme Angelo dos Santos Silva
Natália Dias do Nascimento
Luciana Silva de Godoy
Thaís Borges Finotti
Vanessa Almeida de Camargos
Adriana Maria de Figueiredo
Introdução: O projeto “Viver bem é viver com o coração” foi baseado em um modelo
de educação em saúde “dialógico” que visa estabelecer um vínculo entre a população e
a Equipe de Saúde da Família, visando uma maior participação social e não apenas um
modelo educador verticalizado e impositivo. Constitui um modelo bilateral de
construção de conhecimento entre o educador e o educando, possibilitando o
compromisso e a co-responsabilidade entre os usuários e a equipe de saúde. O distrito
de Padre Viegas, Mariana, é composto por uma população adulto-idosa na qual as
doenças crônicas como diabetes e hipertensão arterial são relevantes e prevalentes. A
unidade básica de saúde conta com uma equipe multiprofissional composta por 1
médico, 1 enfermeiro, 1 técnico em enfermagem e 3 agentes comunitários de saúde,
abrangendo cerca de 249 famílias. Segundo o diagnóstico situacional, o distrito conta
com 80-90 pacientes portadores dessas patologias crônicas. Objetivo: Conscientizar a
população sobre alimentação saudável e prática de exercícios físicos na construção de
uma melhor qualidade de vida. Desenvolvimento: Baseado na técnica de grupos
operativos em que o aprendizado está fundamentado na comunicação e interação entre
pacientes e a equipe de saúde, os interessados foram divididos em dois grupos a fim de
facilitar a comunicação e a interação deles conosco. Organizamos as reuniões por temas,
de acordo com a demanda dos participantes abordando tópicos em dieta balanceada,
prática de exercícios físicos e fatores de risco para doenças cardiovasculares. No início
de cada encontro a técnica em enfermagem realizava aferição da pressão arterial e peso.
Embasado na “pedagogia crítica” cuja aprendizagem se deve a um ato de conhecer a
realidade concreta do educando (paciente), desempenhamos dinâmicas de caráter
educativo e integralista. A primeira, “Dinâmica do barbante” teve intuito de aproximar a
população e a equipe de saúde visando facilitar a comunicação. A segunda dinâmica
denominada “Dinâmica da bola” apontou a importância da presença do cuidador na
rotina do paciente. Essas atividades foram finalizadas com um café da manhã saudável.
Devido a grande aceitação do projeto optamos por dividir o grupo em dois subgrupos
para facilitar a interação. Nas reuniões com cada um desses subgrupos realizamos a
“Dinâmica dos alimentos” que consistia em montar um cardápio de acordo com a rotina
alimentar de cada um. No último encontro com todos os interessados fizemos uma
palestra expositiva sobre os principais fatores de risco para doenças cardiovasculares.
Essa reunião foi encerrada com uma caminhada pelo distrito, orientada por um educador
físico. Conclusão: A prática de hábitos alimentares saudáveis e exercícios físicos é de
fundamental importância no tratamento de doenças como diabetes e hipertensão. Porém,
os pacientes possuem muitos conceitos pré-concebidos e toda uma influência cultural,
sendo isso um fator limitante na adesão a essas práticas saudáveis. Em contrapartida,
houve grande aceitação por parte da população e da Equipe de Saúde da Família.
Palavras- chave: Diabetes, Hipertensão, Hábitos alimentares.
Referências:
1. FIGUEIREDO, Maria Fernanda Santos; RODRIGUES-NETO, João Felício;
LEITE, Maísa Tavares Souza. Modelos aplicados às atividades de educação em
saúde. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 63, n. 1, Fev. 2010.
2. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Atenção a saúde do adulto:
hipertensão e diabetes. Belo Horizonte: SAS/MG, 2006. p.198. Disponível em:
<http://www.saude.mg.gov.br/publicacoes/linha-
guia/linhasguia/LinhaGuiaHiperdia.pdf />. Acessado em 15 de abril. 2012.
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
PERFIL DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE FAMILIAR NOS MUNICÍPIOS DE
MARIANA E OURO PRETO.
Ana Carolina Ribeiro Meireles;
Carla Gomes de Paiva;
Larissa Meireles Braga;
Lauanny Ribeiro Aguiar;
Ligiane Figueiredo Falci;
Luana Almeida Silveira;
Ludmila Moreira Cruz.
Márcio Antônio Moreira Galvão
Palmira de Fátima Bonolo
Resumo: O presente estudo tem como objetivos identificar o perfil da Estratégia de
Saúde Familiar (ESF) nos municípios de Mariana e Ouro Preto, suas principais
dificuldades, metas, levantar a porcentagem de pacientes atendidos pelas equipes de
saúde da família e constatar se houve diminuição do número de pacientes internados por
hipertensão após a implantação das ESFs. Para isso, foi utilizado um questionário
baseado nos conhecimentos extraídos dos artigos de Medeiros (2010) e Vasconcelos
(2011) e dados das secretarias de saúde dos dois municípios. Os principais resultados
em Mariana foram as quedas nos valores de internações por hipertensão na população
masculina depois implantação das ESFs, variando de 12,9% em 1997 para 8,5% em
2011, bem como na população feminina diminuindo de 17,4% em 1997 para 7,7% em
2011. Em Ouro Preto, por sua vez, após a implantação das ESFs também houve queda
nos valores de internações por hipertensão, na população masculina foram reduzidas de
16,2% em 1998 para 2,8% em 2011 e na feminina de 22,1% em 1998 para 2,3% em
2011. As principais dificuldades em Mariana referem-se à deficiência do espaço físico e
à falta de informatização. Já em Ouro Preto, às unidades de saúde alugadas e adaptadas;
ao mofo e às infiltrações; ao acesso dificultado a usuários debilitados ou com
dificuldade de locomoção; à falta de espaço para atividades de ações coletivas de
promoção e prevenção à saúde e ao descumprimento de alguns princípios da legislação
sanitária do estado vigente. As metas para os próximos anos no município de Mariana
são: ampliar a Atenção Primária à Saúde com mais equipes de Estratégia de Saúde da
Família; informatizar as unidades e fortalecer o fluxo e contrafluxo de informações. Já
em Ouro Preto foi listada como principal meta a aquisição de imóveis próprios.
Constatou-se, por fim, uma notória melhoria na qualidade de vida da população desde a
implantação da Estratégia de Saúde da Família e a necessidade de se continuar
investindo na atenção básica visando combater os obstáculos ainda correntes.
Palavras chave: Saúde da Família; Atenção Primária à Saúde; Gestão em Saúde.
Referências
1. MEDEIROS, C. R. G. et al. Rotatividade de enfermeiro e médico: um
impasse na implementação da Estratégia de Saúde da Família. Disponível
em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232010000700064. Ciência & Saúde Coletiva, 15(Supl. 1): 2010.
2. VASCONCELOS, F. G. A.; ZANIBONI, M. R. G. Dificuldades do trabalho
médico no PSF. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-
81232011000700085&script=sci_arttext. Ciência & Saúde Coletiva, 16(Supl. 1):
2011
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
ESTRATÉGIAS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS EM
IDOSOS NO DISTRITO DE SANTO ANTÔNIO DO LEITE, OURO PRETO/MG
Ana Clarisse da Costa Porto
Eliana Fernandes Maia
Emília Calil Silva
Fernanda dos Santos da Silva
Júlia Carvalho Oliveira
Adriana Maria de Figueiredo
Resumo: O conceito de Promoção da Saúde, definido em Ottawa no ano de 1986 é
dado ao processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua
qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo.
Por essa perspectiva, o maior desafio na atenção primária à pessoa idosa é contribuir
para que, apesar das progressivas limitações dessa fase da vida, esses indivíduos possam
redescobrir possibilidades de viver com qualidade. Com o intuito de possibilitar um
processo de envelhecimento saudável e ativo, são primadas estratégias não só de
prevenção de doenças, como também a promoção da saúde. Dessa forma, foi proposto
um trabalho de educação em saúde na Estratégia Saúde da Família de Santo Antônio do
Leite, distrito de Ouro Preto- MG, visando a efetivação de um grupo operativo com
idosos. Os objetivos dessa intervenção incluíam possibilitar aos idosos envolvidos uma
melhor compreensão do seu envelhecimento e aceitação dessa fase da vida através de
uma reflexão quanto à necessidade de hábitos que corroborem com seu bem estar;
promover o intercâmbio entre os estudantes, professores, profissionais de saúde e a
comunidade; propiciar a reflexão sobre a formação em saúde e a prática assistencial e
contribuir para a consolidação da produção cientifica em saúde. Esse projeto grupal de
educação em saúde proposto pelo curso de Medicina da UFOP incentiva uma maior
integração ensino-serviço-comunidade, com uma visão integral da saúde, com enfoque
em terapias não medicamentosas, criando territórios propícios para as devidas mudanças
comportamentais. A práxis integrada aos serviços de saúde nos possibilitou vivenciar as
potencialidades e limitações da ESF, permitindo-nos encarar de perto os paradigmas
quanto à real função dessa estratégia de saúde, tanto por parte dos profissionais de saúde
residentes quanto por parte da população adscrita. As limitações encontradas revelaram
uma fragilidade na integração ensino-serviço-comunidade e na atenção básica a esse
grupo específico, no entanto, as potencialidades indicam um vasto campo para
desenvolvimento de atividades preventivas e, principalmente, promotoras da saúde
voltadas a essa população.
Palavras chave: Educação em saúde. Promoção da saúde. Envelhecimento.
Referências:
1. VASCONCELOS, Eymard Mourão. Educação Popular e a atenção à saúde da
família. São Paulo-Sobral: Editora Hucitec/Edições UVA, 2001.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Caderno de Atenção Básica. Envelhecimento e Saúde da Pessoa
Idosa. Brasília, 2006.192p.
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
DEMANDA DE ATENDIMENTOS NA UPA/OP: URGÊNCIA/EMERGÊNCIA X
AMBULATÓRIO
Carolina Vieira
Geiza D. Conceição
Izabela Zarnowski
Maria Alice Cardoso
Paulo Henrique Melo
Raíssa F. R. Ribeiro
Laís Sato
Palmira Bonolo
Introdução: Ao longo de várias visitas orientadas feitas em vários hospitais e unidades
de pronto atendimento, durante as disciplinas med100 e med117, os alunos do presente
grupo notaram uma queixa em comum dos profissionais de saúde: a demanda
aumentada devido a casos sem urgência/emergência atendidos nos serviços de pronto
atendimento. Após uma busca de dados e revisão bibliográfica procuramos entender,
primeiramente, o que é o atendimento de emergência/urgência, qual a diferença de
abordagem entre o serviço de plantão e o feito nos postos de saúde da família, como o
sistema de saúde e a estrutura populacional influenciam os atendimentos na rede de
saúde. Objetivos: Estudar as definições de urgência/emergência e sua adequação aos
atendimentos de unidades de pronto atendimento; Relacionar o perfil da população com
o perfil de procura aos postos de pronto atendimento; Tratar e interpretar dados
colhidos, em campo, para possivelmente apontar estratégias de prevenção para a
sobrecarga do pronto atendimento. Métodos: Foi feita uma revisão bibliográfica para
apoio ao desenvolver do tema. Após essa revisão, o grupo percebeu uma necessidade de
coleta de dados em campo. Uma vez que não tínhamos tempo hábil para a coleta, nos
foram disponibilizados, pela professora orientadora do presente trabalho, dois conjuntos
de dados que já haviam sido coletados, sobre o perfil de freqüência na UPA/OP. O
primeiro grupo se tratava do perfil de 73.245 atendimentos realizados durante todo o
ano de 2011, na UPA/OP, e o segundo tratava do perfil de atendimento de 156 pacientes
na mesma unidade de saúde durante uma única semana do mês de setembro de 2012.
Esses dados foram comparados levando em consideração a estrutura populacional
refletida na amostragem e o motivo pelo qual as pessoas procuravam o pronto
atendimento. Resultados e Discussões: Após a análise e tratamento dos dados podemos
perceber que grande parte das pessoas que procuram o pronto atendimento, não o faz
por estar passando por um episódio de urgência/emergência. Exames gerais sem queixa
somaram mais de 26% dos casos do primeiro grupamento de dados. Esses números
podem indicar uma sobrecarga nesse tipo de serviço, o que vem a ser um grande
problema quando pensamos na oferta de serviços médicos de qualidade, sobretudo em
situações emergenciais. Após essa análise, o grupo chegou á conclusão que é necessário
um trabalho de conscientização da população acerca do tipo de atendimento que deve
ser levado às unidades de pronto atendimento e principalmente, ensinar sobre o posto de
saúde da família e o que ele pode tratar e , o mais importante, sobre a prevenção feita
nesses locais a cerca de algumas doenças, sobretudo as crônicas.
Palavras chave: Urgência/Emergência, Pronto Atendimento, Posto saúde da família.
Referências:
1. ROMANI, H. M.; SPERANDIO, J. A.; SPERANDIO, J.L; DINIZ, M. N.;
INÁCIO, M. A. M. Uma Visão Assistencial da Urgência e Emergência no
Sistema de Saúde. Revista Bioética, São Paulo, v.17, n.1, p. 41-53, fev. 2009.
2. MENDES, E.V. As redes de Atenção á Saúde. 2ª edição. Brasília: Organização
Pan-Americana da Saúde, 2011. 554p.
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
DOENÇAS NEGLIGENCIADAS: ESQUISTOSSOMOSE
Débora Dumont Cruz Nunes
Najla Braz da Silva Vaz
Pedro Gadbem Bobst Samira Karolyne da Silva Romão
Simone Alves Edmundo
Carolina Coimbra Marinho
Adriana Maria Figueiredo
Introdução: O trabalho foi desenvolvido visando ressaltar a importância de doenças
endêmicas, negligenciadas tanto pelo Governo, como por grande parte da população
acometida por ela. Para isso, contamos com o apoio do Laboratório de Epidemiologias
das Doenças Parasitária (LEPi) da UFOP, que já apresentava um projeto em andamento,
referente á esquistossomose no distrito de Ouro Preto, Antônio Pereira, por se tratar de
uma área endêmica.Objetivos: O objetivo do grupo foi colaborar direta ou
indiretamente, na coleta de dados para análise no Laboratório, para que pudesse auxiliar
na demarcação de áreas de risco, conscientização da população local, e além disso,
colocar em evidência uma questão importante de prevenção e necessidade de uma
atuação mais eficaz do Governo. Discussão: A metodologia utilizada pelo grupo foi a
aplicação de questionários, feitos pelo Laboratório, que visava coletar dados da
população em geral, para posterior análise epidemiológica. A atuação do grupo nas UBS
(Unidades Básicas de Saúde) ocorreu com o auxilio de Agentes de Saúde. E consistia
em uma visita domiciliar concomitante com a aplicação dos questionários, para os
moradores de determinada microrregião. Além disso, houve participação na coleta e
diagnóstico de alguns moradores, e sua posterior análise no laboratório. Conclusão:
Durante a realização do trabalho houve discussão a respeito da preponderância da
esquistossomose e do fato da região ser uma área endêmica, e a necessidade de uma
vigilância epidemiológica. E pela análise do grupo, alguns dos fatores responsáveis,
são: o conhecimento precário por parte dos genitores, escassas opções de lazer, falta de
confiança na relação UBS- população- UFOP, e de atuação da saúde pública. É
necessário fortalecer esses laços, e utilizar os dados coletados para atuar de forma eficaz
na região, reduzindo os índices de prevalência da doença. Aliado a isso, é necessário
levar em consideração o estilo de vida dos moradores, analisar a falta de opção de lazer,
a escassez de recursos da comunidade, e os costumes arraigados de usos não adequados
dos córregos e ribeirões; para então poder atuar de forma eficaz, propondo melhorias
para a comunidade, em particular e para a população, em geral.
Palavras chave: Esquistossomose; saúde pública; vigilância epidemiológica.
Referências:
1. HTTP://www.nupeb.uop.br/lepi/
2. AYRES José Ricardo de Carvalho Mesquita. Epidemiologia, promoção da saúde
e paradoxo do risco
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO MÉDICA
Daniel Magalhães Nobre
Filipe Mateus Costa Teixeira
Francisco Patruz Ananias de Assis
Henrique Martins Arada Caldeira
Luisa Guimarães Hofner
Pedro Fonseca Abdo Rocha
Sávio Henrique de Souza Almeida
Adriana Maria de Figueiredo
Introdução: O ato médico é nome que identifica o projeto de lei 7703/06 que busca
definir todo procedimento técnico-profissional praticado por médico habilitado e
dirigido para a prevenção primária, secundária e terciária da saúde. É parte do processo
de regulamentação da profissão médica e tem sido objeto de debates entre as várias
profissões da saúde e demais setores da sociedade civil. Mas mostra-se assunto ainda
pouco conhecido. A finalidade do “ato médico” é regular a profissão, delimitando os
espaços de atuação dos médicos habilitados em seu exercício e em relação às outras
profissões de saúde. Objetivo: Definir o que é o ato médico e apresentar os argumentos
favoráveis e contrários ao projeto de lei. Além disso, apresentar os resultados de uma
pesquisa realizada entre acadêmicos de medicina da Universidade Federal de Ouro
Preto (UFOP), para levantar a perspectiva desses estudantes a respeito do projeto de lei.
Discussão: O grupo constatou que, alguns parágrafos ainda são polêmicos e geram
discussões acerca do tema, entre eles o da estratégia ventilatória, que promove um
confronto entre médicos e fisioterapeutas em torno de suas áreas de atuação. A pesquisa
realizada com acadêmicos do ciclo básico versus ciclo médico revela que, num aspecto
geral, houve assertivas em que o primeiro e o quinto período demonstraram tendência
de concordância, como por exemplo em relação a regulamentação da profissão, e
divergiram em outras, como a que aborda o ato médico como sendo uma elitização da
medicina. Além disso, a pesquisa realizada entre os acadêmicos revela uma maior
tendência dos alunos do quinto período em serem favoráveis a implementação
regulamentadora da profissão médica quando comparada a dos alunos do primeiro
período. Conclusão: O projeto de lei avança para aprovação, entretanto, ainda apresenta
questões conflituosas entre as diferentes profissões. Observamos que entre os estudantes
de medicina entrevistados também há divergências no conhecimento e entendimento do
projeto. Isso evidencia a importância de que esse projeto ainda seja debatido tanto na
esfera acadêmica quanto na profissional.
Palavras chaves: Ato médico, regulamentação, medicina.
Referências:
1. Cartilha: “A MEDICINA E OS ATOS MÉDICOS”
‘Em defesa do direito da população à assistência médica digna e de qualidade’
- Conselho Federal de Medicina. Brasília, outubro de 2003.
2. Machado, Maria Helena. Debatendo o Ato Médico. Ciência e Saúde Coletiva,
10:18,2005
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
OFICINAS PEDAGÓGICAS: CONSTRUINDO ESTRATÉGIAS PARA A AÇÃO
DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NO ÂMBITO DA SEXUALIDADE
INFANTO-JUVENIL.
Felipe Sabec Folgueral
Paulo Henrique Castanha x1
Géssica Santana Marotta
Nicollai Silvério Silva
Adriana Maria de Figuereido
Introdução: A Unidade Básica de Saúde – UBS – localizada no bairro Rosário,
Mariana, Minas Gerais, está na periferia da cidade e foi fundada em novembro de 2011.
Portanto, trata-se de uma Estratégia de saúde da família em desenvolvimento. A área
abrangida pela UBS é caracterizada por fortes desigualdades, sendo subdividida em
duas regiões diferenciadas pelo nível socioeconômico. A primeira microrregião próxima
ao centro da cidade possui maior quantidade de pessoas idosas e, portanto, doenças mais
comuns a essa idade, já na região mais distante do bairro é uma região de invasão com
uma população mais jovem e com grande incidência de doenças parasitárias e gravidez
na adolescência. Por ser uma UBS em fase de construção, verificaram-se várias
dificuldades, dentre elas a ausência de médico, a baixa adesão da população, falta de
identificação no local e problemas sociais como alcoolismo, drogas, violência sexual e
gravidez na adolescência. A Equipe de saúde desta UBS é formada por uma enfermeira,
uma técnica de enfermagem e cinco agentes comunitários de saúde. Objetivo: O
objetivo desse trabalho foi a criação de um projeto de intervenção interno, de modo a
construir estratégias para a ação das ACSs no âmbito da sexualidade infanto- juvenil na
comunidade atendida pela UBS- Rosário. Desenvolvimento: Levando em consideração
o pouco tempo de inserção dessa UBS no bairro Rosário, falta do médico e baixa
adesão da população, optou-se por um trabalho que visasse o aprimoramento das
habilidades dos profissionais ali inseridos. Essa situação impossibilitava uma integração
direta com a população. Foram desenvolvidas oficinas, trabalhadas de forma objetiva,
clara e direta, abordando de várias formas a sexualidade do adolescente e da criança,
promovendo reflexão e incentivando a participação dos profissionais de saúde.
Discussão: Levando em consideração a participação e envolvimento das ACSs nas
oficinas realizadas, percebeu-se um diferente nível de comprometimento das mesmas
para com o projeto. Dessa forma, pode-se dizer que uma parcela do grupo trabalhado
tirou real proveito das discussões e construiu real conhecimento. Conclusão: As
oficinas realizadas proporcionaram maior efetivação dos objetivos desse projeto e,
apesar de todos os percalços enfrentados no decorrer da efetivação do projeto, percebeu-
se que o mesmo abriu porta para futuros trabalhos desta natureza na unidade, além de
ter nos proporcionado uma grande experiência pessoal.
Palavras chave: Agente comunitários de Saúde, sexualidade, Estratégia de Saúde da
Família
Referências
1. Ministério da Saúde.; 2006. Guia para a formação de profissionais de saúde e de
educação. Saúde e Prevenção nas escolas. Série número 75.
2. Dias, A.C.G., Teixeira, M.A.P.; 2010. Gravidez na adolescência: um olhar sobre
um fenômeno complexo.
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
RELAÇÃO ENTRE MÉDICO E PACIENTE: UMA VISÃO CRÍTICA.
Carolina de Almeida e Silva
Clarissa Queiroz Gonçalves
Fernanda Pinheiro Manhães
Linamar Salomé Sant’Ana Machado
Lorena Caroline Lima de Oliveira
Ricardo Luiz Narciso Moebus
Introdução: A eficiência na oferta do serviço de saúde depende da integração entre três
pontos básicos: O saber técnico do profissional; as tecnologias que incluem métodos e
instrumentos necessários; os processos relacionais entre médico e paciente. Nosso
trabalho tem como objetivo analisar criticamente esta relação entre médico e paciente.
As obras utilizadas como base foram: o livro “Relação Médico-Paciente” de Alonso
Augusto Moreira Filho, e os textos “O ato de cuidar: a alma do serviço de saúde?” e “A
medicina além do metal” de Emerson Merhy. Objetivo: A partir dessas referências,
construímos nosso ponto de vista a respeito do funcionamento das relações interpessoais
para que a produção do cuidado na oferta do serviço de saúde seja eficiente em dois
aspectos: no tratamento e possível cura da enfermidade e na integração do profissional
com o usuário do serviço. Discussão: O encontro entre o médico e o paciente envolve
aspectos interessantes: momentos de falas, escutas e interpretações, os quais possuem a
produção de uma acolhida ou não das intenções que essas pessoas colocam nesse
encontro; momentos de cumplicidades, os quais há a produção de uma
responsabilização em torno do problema que vai ser enfrentado; momentos de
confiabilidade e esperança, os quais se produzem relações de vínculo e aceitação. Há
sempre um espaço de relação que se produz ao encontro de sujeitos. No caso do serviço
de saúde, esse espaço intercessor sempre será partilhado e nele há um jogo de
necessidades: o de cura, pelo paciente; e o de oferecer o tratamento, por parte do
médico. O paciente vai à busca de uma solução para aplacar aquilo que considera um
sofrimento, tanto quanto para possibilitar que o seu organismo volte a funcionar bem.
Por sua vez, o médico é o sujeito capacitado para fornecer o procurado alívio do
sofrimento. Conclusão: Dessa forma, a relação médico-paciente, como processo de
trabalho, é ainda mais direta do que o usual, passando por diferentes entraves como a
insegurança ante a enfermidade, o temor do insucesso e a dificuldade em manter uma
neutralidade afetiva. Para que haja eficiência nesse processo, se faz necessária uma
disposição mútua em que ambas as partes trazem consigo expectativas e devem,
portanto, manter uma flexibilidade e cooperação.
Palavras chave: Relação; paciente; médico.
REFERÊNCIAS:
1. FILHO, Alonso Augusto Moreira. Relação Médico- Paciente. 2° Edição. Belo
Horizonte: Editora COOPMED, 2005.
2. MERHY, E.E. O ATO DE CUIDAR: a alma dos serviços de saúde?. 2009.
Disponível em: <http://www.uff.br/saudecoletiva/professores/merhy/artigos-
05.pdf>. Acesso: 25 out. 2012 às 13:45
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
PROJETO GESTAÇÃO E AMAMENTAÇÃO: O BEM ESTAR E A SAÚDE NA
GESTAÇÃO E PUERPÉRIO
Adélie Nicolli Martins Gai
Amália Assis de Freitas
Luiz Gustavo Minaré Conessa
Márcio Massao Santana Sueto
Priscila Cintra Campos
Adriana Maria de Figueiredo
Resumo: O Grupo de Gestantes é um ambiente dinâmico que objetiva a promoção da
saúde integral individual-coletiva das gestantes, mediada pelas interações que nele
ocorrem. A participação no grupo permite à gestante ser multiplicadora de saúde. As
interações geradas entre as participantes e os profissionais da saúde, possibilitam a
promoção da saúde integral com repercussões desse processo na vida das gestantes, dos
seus familiares e demais participantes do grupo. Baseando-se nisso, criou-se o Projeto
Gestação e Amamentação, direcionado às gestantes da população de Cachoeira do
Campo, Distrito de Ouro Preto, Minas Gerais, mais especificamente, à área II deste
distrito que é de abrangência da Unidade “Vida” da Estratégia de Saúde da Família. O
grupo buscou contribuir positivamente com o pré-natal das gestantes envolvidas através
de discussões sobre verdades e mitos existentes entre as pessoas da população local,
informações relevantes sobre alimentação sadia, tipos de parto, riscos quanto ao
consumo de álcool e tabaco durante a gravidez, amamentação cruzada, além de fornecer
o aprendizado de exercícios que possibilitariam um maior bem estar durante o processo
gestacional tanto para a gestante quanto para o bebê. Ao término do trabalho, notou-se a
satisfação das gestantes quanto ao que foi transmitido, uma maior participação dos pais
no processo gestacional – a medida em que passaram a acompanhá-las nos encontros-,
assim como notória tranquilidade e bem-estar. Tais resultados certificam que, com esse
cuidado a mulher grávida passa a se sentir fortalecida, com as experiências vivenciadas
em grupo, e consegue construir um corpo de conhecimentos relativos à sua condição, o
que contribui para uma vivência mais plena e saudável da gestação, do parto e da
maternidade.
Palavras-chave: Gestantes, Promoção da Saúde, Gravidez
Referências: 1. DELFINO, M.R.R.; PATRICIO, Z.M.; MARTINS, A.S.; SILVERIO, M.R. O
processo de cuidar participante com um grupo de gestantes: repercussões
na saúde integral individual-coletiva. Ciênc. saúde coletiva. 2004, vol.9, n.4,
pp. 1057-1066.
2. SANTOS, R.V.; PENNA, C.M.M. A educação em saúde como estratégia para
o cuidado à gestante, puérpera e ao recém-nascido. Texto contexto – enferm.
2009, vol.18, n.4, pp. 652-660.
PÔSTERES DE DISCIPLINA
A HISTÓRIA NATURAL DA FEBRE MACULOSA, A PREVENÇÃO E
CONTROLE DA DOENÇA
Douglas Donadone Spares
Fernanda Souza Pereira
Geysa Carvalho Mendes Silva
Lígia Barros de Oliveira
Marina Letícia Massote Couto
Nayane Moura Maia
Patrícia Junqueira de Resende
Pauline Dias Soares
Thales Miranda Sales
Viviane Felício da Cunha Rodrigues
Márcio Antônio Moreira Galvão
Introdução: As zoonoses representam uma séria ameaça para a saúde e o bem-estar da
população em todo o mundo e entre elas estão as Rickettsioses. Vários gêneros e
espécies da família Rickettsiase mantém ciclos zoonóticos na natureza, sendo agentes
causadores das febres maculosas e do tifo. A natureza infecciosa das riquettsioses foi
demonstrada pela primeira vez na década de 1900 pelo patologista norte-americano
Howard Taylor Ricketts, ao cultivar a riquettsia presente no sangue de pacientes
portadores da febre maculosa em animais. No Brasil, a riquettsia foi reconhecida pela
primeira vez em São Paulo no ano de 1929, sendo posteriormente descrita em Minas
Gerais e no Rio de Janeiro. Objetivo: Analisar a importância da história natural da
Rickettsiose e de sua epidemiologia para a prevenção e combate da doença no Brasil.
Metodologia: Revisão bibliográfica de artigos e livros de microbiologia referentes à
riquettsioses e seus vetores. Desenvolvimento: As espécies da família Rickettsiase
possuem como reservatórios ratos, cães, coelhos e carrapatos. As riquettsias são
transmitidas ao homem através da picada de carrapatos ou piolhos , por meio da saliva e
fezes respectivamente. Com base no conhecimento, evolução da doença, sua história
natural, e em sua epidemiologia, é possível criar medidas preventivas para assegurar a
promoção da saúde. Para tanto é necessário uma descrição da estrutura epidemiológica
do agente e da doença como um todo. A febre maculosa é uma doença que ocorre no
Brasil predominantemente na região sudeste com casos esparsos em outros estados
como na região sul. Tal incidência se deve a presença do principal vetor e reservatório
(carrapato estrela) nessas regiões cujo habitat são pastos e gramados. Essa doença tem
caráter sazonal devido ao aumento da atividade do carrapato com maior contato com o
ser humano entre os meses de junho e outubro e também caráter compulsório.
Conclusão: Por se tratar de uma doença de notificação compulsória, todos os
municípios devem se preparar para adoção de medidas de controle para se obter um
diagnóstico precoce, afim de se evitar o óbito. Ações educativas que envolvam vários
setores (institucionais e comunitários), com objetivo de se prevenir a doença, devem ser
focadas no controle dos carrapatos, em seu habitat natural. As medidas de controle
ambiental devem estar associadas a uma inspeção individual (procura de carrapatos no
corpo em intervalos de tempo de aproximadamente três horas, uso de equipamentos de
proteção, etc) para uma prevenção efetiva.
Palavras chave: Rickettsioses, prevenção, controle
Referências: 1. Del Fiol FS, Junqueira FM, Rocha MCP, Toledo MI, Barberato Filho S. A febre
maculosa no Brasil. Rev. Panam Salud Pública. 2010;27(6):461-6.
2. TRABULSI, L.R.; ALTERTHUM F. Microbilogia, 5ª edição Editora Atheneu,
2008.
PÔSTERES DE DISCIPLINA
ESPAÇO E DOENÇA: UMA ABORDAGEM EPIDEMIOLÓGICA
Márcio Antônio Moreira Galvão
Breno Bernardes de Souza
Bryan Ferraz Freitas
Joyce Carvalho Martins
Laurice Barbosa Freitas
Liliane Alves Matos
Marília Fontenelle e Silva
Naline Silva Jaques
Natália Corrêa de Assis
Introdução: Ao longo da história da epidemiologia, o espaço foi muitas vezes utilizado
como categoria de análise para a compreensão da ocorrência e distribuição das doenças,
fundamentando-se, principalmente, em aspectos biológicos e naturais de sua
composição. A partir da ascensão da Epidemiologia Social, na segunda metade do
século XX, o conjunto de determinantes não biológicos do espaço, em destaque os
processos sociais e históricos, passaram a receber maior atenção na análise do processo
saúde-doença. Neste ínterim, o médico e epidemiologista Luis Jacintho da Silva,
procurando fugir da dicotomia artificial entre determinantes naturais e não-naturais,
presente no embate teórico entre a Epidemiologia Clássica e a Social, propõe uma
análise dinâmica centrada no espaço geográfico. Essa análise une os principais pontos
de cada teoria para que, a partir de uma abordagem completa do espaço, processos
importantes não sejam ofuscados no entendimento da gênese e da distribuição das
doenças. Objetivo: Descrever, por meio de revisão da literatura, a análise
epidemiológica centrada no espaço proposta por Silva. Desenvolvimento: O espaço
geográfico é o cenário onde se desenvolvem as interações entre os diferentes segmentos
das sociedades humanas e entre essas e a natureza. O fato de as doenças surgirem ou
serem modificadas por estas interações justifcam o uso do espaço como centro de uma
análise epidemiológica. Para tal, é preciso definir o objeto de estudo (doença ou
conjunto de doenças); reconstruir o sistema de relações que gira em torno deste objeto
(paisagem, vetores, ocupação humana, entre outros); identificar quais dessas relações
permitem a ocorrência da doença. Tal análise, de modo contrário ao processo usual da
epidemiologia, inicia-se não da doença, mas sim dos diversos aspectos que a englobam,
permitindo sua ocorrência. Como estudo de caso para compreensão de tal teoria,
analisar-se-á a Doença de Chagas no Estado de São Paulo (DC-SP), sendo esta,
portanto, o objeto de estudo. Para entender como a DC disseminou-se em SP, torna-se
necessário buscar, no processo evolutivo da epidemiologia da doença, os vínculos que
esta estabeleceu com as condições sociais e ecológicas e, com isso, explicar as
transformações que sofreu ao longo do tempo. O avanço da fronteira agrícola paulista,
juntamente com a organização espacial da produção agrária - cafeicultura baseada na
mão-de-obra assalariada, propiciou a disseminação do Triatoma infestans e da endemia
chagásica no planalto ocidental paulista. Este contexto epidemiológico particular da
endemia chagásica se limitou à distribuição dessa organização espacial, sendo que,
quando as condições históricas determinaram a reorganização espacial, a endemia
desapareceu. Conclusão: O espaço não é estático, imutável, ele é o produto dinâmico e
histórico de uma rede de relações ampla e complexa, que engloba influências da
indústria, do estado, da sociedade e da natureza. Assim, por propiciar uma análise em
que o espaço é considerado o esteio onde o processo saúde-doença ocorre, a
análise epidemiológica centrada no espaço permite uma compreensão vasta e, portanto,
adequada à epidemiologia das doenças.
Palavras chave: epidemiologia, modelos epidemiológicos e espaço.·.
Referências:
1. SILVA, L.J., 1986. Desbravamento, agricultura e doença: a doença de Chagas no Estado de São Paulo. Cad. Saúde Públ., 2(2): 124-140.
2. SILVA, L.J., 1997. O Conceito de Espaço na Epidemiologia das Doenças Infecciosas. Cad. Saúde Públ., 13(4): 585-593.
PÔSTERES DE DISCIPLINA
SAÚDE DO TRABALHADOR – UMA NOVA VISÃO QUE EMERGE DA
REFORMA SANITÁRIA BRASILEIRA
Bárbara Vidigal dos Santos
Diego Andrade Leal
Gabriel Guandalini
Keilly Fonseca e Andrade
Luiza Fagundes Lima
Marcos Santana Firme
Mirla Fiuza Diniz
Rafaela Carvalho Gersanti
Rayanna Mara de Oliveira Santos Pereira
Márcio Antônio Moreira Galvão
Introdução: A Reforma Sanitária foi um movimento contra as diretrizes implantado na
área da saúde durante a ditadura militar, a qual se estruturou no meio acadêmico e
sindical e se consolidou na 8ª Conferência Nacional de Saúde. Pela primeira vez, foi
discutida a criação de um novo modelo de saúde para o Brasil acrescentando à
constituição de 1988 que a saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado, tendo
como objetivo final a melhoria das condições de vida da população, em especial
reconhecendo o indivíduo na sua condição de trabalhador. Dessa forma, surgiu o termo
Saúde do Trabalhador, o qual demanda articulações intersetoriais, uma vez que é
condicionada por fatores sociais, econômicos, tecnológicos, biológicos e ambientais.
Objetivo: Analisar o processo de construção da saúde do trabalhador à luz da Reforma
Sanitária. Discussão: Antes da década de 70, quem precisasse de assistência médica
deveria pagar por ela, ser atendido em instituições filantrópicas ou estar formalmente
inserido no mercado de trabalho. As ações de saúde do trabalhador tem seu início com
as lutas sociais das décadas de 70 e 80, com a democratização e a Reforma Sanitária. A
partir daí, a classe trabalhadora passou a ter um papel ativo na criação dos Programas de
Saúde do Trabalhador, sendo reconhecida como possuidora de saber e não como mera
consumidora de serviços de saúde. No contexto da medicina social latino-americana
dessa época, na qual se destacam Sérgio Arouca e Anamaria Tambellini, passou a se
compreender o processo saúde-doença de uma outra forma na qual os fatores biológicos
sofrem a influência dos processos históricos e sociais. Isso faz com que possa se
superar o reducionismo positivista e incorporar o ser humano na relação laboral,
reconhecendo a “subjetividade do trabalho: o significado que os indivíduos atribuem a
determinadas situações, o modo como cada um reage a partir da sua história de vida”. A
Carta Constituinte estabelece parâmetros legais para a constituição da Saúde do
Trabalhador no Sistema Único de Saúde (SUS). Seu artigo 200 estabelece a ampliação
do atendimento do SUS para além da intervenção no corpo ou suas partes; evolui para a
intervenção nas causas e, inclusive, nos ambientes de trabalho. Contudo, a Reforma
Sanitária veio, em parte, de dentro do aparato estatal, faltando-lhe uma sustentação
social que lhe desse força política (reforma “pelo alto”). É essa lacuna na gênese da
reforma que faz necessária a continuidade do processo. Nesse sentido, a reforma não se
resume à criação do SUS, pois se trata de um processo dinâmico de (re)construção, que
deve se adequar às mudanças do perfil das coletividades e priorizar a participação
social. Conclusão: Se a reforma geral prometida está por se realizar, a Reforma
Sanitária Brasileira contribuiu, todavia, para a difusão da consciência do direito à saúde
do trabalhador, vinculado à cidadania, e para a realização parcial de uma reforma
democrática de Estado.
Palavras-chave: Reforma Sanitária; Saúde do Trabalhador; Medicina social latino-
americana.
Referências:
1. PAIM, J. S. Reforma sanitária brasileira: contribuição para a compreensão e
crítica. Salvador, 2007. 300p.
2. LACAZ, F. A. C. Saúde do trabalhador: um estudo sobre as formações
discursivas da academia, dos serviços e do movimento sindical. 1996. Tese
(Doutorado) – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de
Campinas, Campinas, 1996.
PÔSTERES DE DISCIPLINA
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA NO BRASIL: DEFINIÇÃO, HISTÓRICO E UMA
APLICAÇÃO PRÁTICA
Bárbara Alves Salgado Costa
Filipe Vidica Teodoro Barcelos
Isabella Neiva Liboreiro
Laura Rodrigues Sefair
Leonardo Augusto Souza Panzera
Maíra Lopes Xaxier
Nícolas Santos de Oliveira
Rafael Resende do Vale
Rodrigo Magno Oliveira
Taylla Mendes Silva
Introdução: A vigilância epidemiológica é uma “contínua e sistemática coleta, análise e
interpretação de dados essenciais de saúde para planejar, implementar e avaliar práticas
de saúde pública, intimamente integrada com a periodicidade de disseminação desses
dados para aqueles que necessitam conhecê-los” . O conceito clássico de vigilância
datado do final do século XIX vinculava- se ao conceito de isolamento e quarentena,
medidas compulsórias de caráter restritivo. Esses conceitos são efetivos na atualidade
no controle de doenças infecciosas graves com potencial de disseminação global. O
conceito moderno associa-se à década de 50. Baseava-se no acompanhamento
sistemático de doenças na comunidade e tinha o propósito de identificar rapidamente o
aparecimento de epidemias e oferecer bases científicas para o controle de doenças
(Langmur, 1971). Objetivos: Definir o conceito atual de vigilância epidemiológica,
apresentar o desenvolvimento da vigilância no Brasil e apresentar uma aplicação
prática. Discussão: O histórico da vigilância no Brasil inicia-se na segunda metade da
década de 70 com a criação de diversas Secretarias Nacionais, das premissas do SUS e
do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE). Na década de 90, surgiram
as primeiras iniciativas de desenvolvimento da farmacovigilância (futura ANVISA) e
houve a incorporação de novas tecnologias envolvidas na geração e disponibilidade de
dados ao sistema de vigilância. Nos anos 2000 criou-se o EPI-SUS, programa de
capacitação de profissionais na área de vigilância epidemiológica. Um exemplo da
aplicação da vigilância epidemiológica refere-se às doenças crônicas. A partir da década
de 60, elas passaram a ser a principal causa de morte no Brasil. O esquema de
Vigilância Epidemiológica consiste na obtenção de dados de mortalidade, de
morbidade e de fatores de risco, tornando-se essencial para a prevenção e promoção da
saúde. O monitoramento dos fatores de risco são, no entanto, uma das ações mais
importantes do esquema, uma vez que permitem a elaboração de ações preventivas que
interrompam a cadeia epidemiológica da doença, proporcionando benefícios que não
são alcançados com as intervenções secundárias e terciárias, de maior custo (LESSA,
2004). Conclusão: A criação e desenvolvimento do programa de vigilância
epidemiológica no Brasil são recentes e ainda encontram- se em aperfeiçoamento. A sua
principal deficiência relaciona-se à obtenção e análise de dados de saúde, fatores que
comprometem sua eficiência.
Palavras chave: vigilância epidemiológica no Brasil, doenças crônicas, histórico.
Referências:
1. AKERMAN, M.; CAMPOS, G. W. De S.; MINAYO, M. C. De S;
CARVALHO, Y. M. De (2009). Tratado de Saúde Coletiva (2ª edição). São
Paulo: Hucitec Editora.
2. LESSA, I. Doenças crônicas não-transmissíveis no Brasil: um desafio para a
complexa tarefa da vigilância. Ciência & Saúde Coletiva, Salvador, 9(4):931-
943, outubro de 2004. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/csc/v9n4/a14v9n4.pdf. Acesso em: 19 de outubro de
2012.
PÔSTERES DE DISCIPLINA
O VIÉS EPIDEMIOLÓGICO DA OBRA LITERÁRIA “O MAPA FANTASMA”.
Marcio Antônio Moreira Galvão
Camila Biazussi Damasceno
Gustavo Resende Furtado
Janaína Drumond Rocha Fraga
Lívia do Ó e Souza
Marcos Vinícios Rasmussen Loures
Marcelo Pinto Maciel
Michelle Simões Montrezor
Vinícius Chinellato Lima de Carvalho
Guilherme Rezende
Introdução: O livro O Mapa Fantasma foi publicado em 2008 pelo autor Steven
Johnson e relata a epidemia de cólera que ocorreu em 1854 em Londres. Milhares de
pessoas foram dizimadas, e a maioria foi abandonada a céu aberto na metrópole inglesa.
Como a causa da cólera não era totalmente elucidada, três teorias se destacavam na
tentativa de explicar essa injúria: a miasmática, a religiosa e a da transmissão da cólera
pela água. Essa última teve autoria do protagonista da obra, John Snow, que era médico
anestesista e cirurgião. Ele desenvolveu o primeiro estudo epidemiológico, baseando-se
em dados previamente registrados. Objetivos: Extrair da obra literária os seguintes
aspectos: a importância do método investigativo de John Snow na descoberta da
transmissão da cólera; a relevância da epidemiologia para elaboração de políticas de
saúde pública. Discussão: Na época em que ocorreu a epidemia de cólera na Inglaterra,
a ciência carecia de credibilidade frente às explicações não empíricas. John Snow,
através da observação do padrão de abastecimento de água e dos locais com maior taxa
de mortalidade, criou o chamado “Mapa Fantasma”, possibilitando a conclusão de que
apenas um dos poços possuía água contaminada.Conclusão: Por meio de um fantástico
e inovador trabalho epidemiológico, John Snow combateu dogmas e superstições
acerca da etiologia e patogênese da cólera. Após a sua descoberta foram implantadas
melhorias na infraestrutura das cidades inglesas, implicando na diminuição da
mortalidade por cólera no país. A partir deste momento, a epidemiologia consolidou-se
como ciência investigativa e a metodologia utilizada por Snow foi essencial para a
elucidação de padrões epidemiológicos de outras doenças.
Palavras chave: Epidemiologia, Transmissão, Cólera.
Referências:
1. HERCULANO, Selene. O mapa fantasma: como a luta de dois homens contra o
cólera mudou o destino de nossas metrópoles. Ambient. soc., Campinas, v. 13,
n. 2. Dezembro.2010. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
753X2010000200014&lng=en&nrm=iso. Acessado em: 16 de Outubro.
2012. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-753X2010000200014.
2. JONHSON, Steven. O mapa fantasma. Jorge Zahar, 2008.