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X SEMINÁRIO NACIONAL Programa ABC na Educação Científica 08 a 10 de outubro de 2014 Ilhéus - Bahia

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X SEMINÁRIO NACIONAL

Programa ABC na Educação Científica

08 a 10 de outubro de 2014

Ilhéus - Bahia

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O Ensino de Ciências na Bahia I (Sessão 5)

Prof. Dr. José Fernando Moura Rocha

Instituto de Física - UFBA

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O ENSINO DA FÍSICA UNIVERSITÁRIA BÁSICA:

Uma experiência singular

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Onde e quando

Foi iniciada, em 1999, no Instituto de Física

da UFBA, após a criação do Curso de

Física, Licenciatura, noturno.

(por 8 anos foi o único curso noturno da UFBA)

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Inovações curriculares

A matriz curricular deste curso trouxe várias

inovações importantes, entre as quais a

criação de 4 novas disciplinas, denominadas

Físicas Básicas I, II, III e IV

oferecidas, paralelamente, às tradicionais Físicas

Gerais e Experimentais I, II, III e IV, destinadas a

engenheiros, físicos (licenciatura e bacharelado) etc.

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Objetivo das Físicas Básicas

Criar um espaço formal para o ensino

contextualizado da física universitária introdutória,

usando uma abordagem simultaneamente

histórica, fenomenológica, matemática e

conceitual

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Sumário

1. Os primeiros cursos de física, da Bahia

2. Os cursos de física existentes na Bahia, em

2011

3. A estrutura curricular do Curso de Física,

Licenciatura, noturno, da UFBA, e suas

inovações

4. A experiência de ensino / Repercussão

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Os primeiros cursos de física, da Bahia

.

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1941 – Curso de Física da antiga “Faculdade de

Filosofia da Bahia”

- autorizado a funcionar em 1942

- primeiro vestibular em 1943

- primeira turma, com 1 aluno, em 1952

1997 – Início da expansão dos cursos de física, na

Bahia

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0

100

200

300

400

500

600

1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010

mer

o d

e A

lun

os

Ano

noturno

diurno

Matrícula e Conclusão no Curso de Física – UFBA - Salvador

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010N

úm

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de

Co

ncl

uin

tes

Ano

noturno

diurno

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Os cursos de física existentes na Bahia, em 2011

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Instituição Curso Implantação Número de

concluintes até 2011

Vagas oferecidas

em 2011

Licenciatura Bacharelado

UFBA

Licenciatura /

Salvador 1952 262 – 50

Bacharelado /

Salvador 1952 – 311

Licenciatura /

not. / Salvador 1999 144 – 40

Licenciatura /

Barreiras 2009 – –

40 Bacharelado /

Barreiras 2009 – –

UEFS

Licenciatura /

F. de Santana 1997 98 –

40 Bacharelado /

F. de Santana 1999 – 50

UESC*

Licenciatura /

not. / Ilhéus 1999 98 – 20

Bacharelado /

Ilhéus 2001 – 43 20

UESB Licenciatura /

V. Conquista 2001 126 - 40

UFRB Licenciatura /

Amargosa 2006 13 – 40

IFBA Licenciatura /

not. / Salvador 2011 – – 80

Totais até 2011 741 404 370

Total de concluintes em Física, na Bahia, até 2011: 1.145

Cursos de Física (Licenciatura e Bacharelado), na Bahia, no ano de 2011

Entre 2003 e 2011 - 548 licenciados

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A estrutura curricular do Curso de Física, Licenciatura, noturno, da UFBA e suas inovações

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Estrutura Curricular – 1999

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Conteúdos das Disciplinas

Física Básica I

Mecânica clássica básica através de uma abordagem contextual, simultaneamente histórica, fenomenológica, matemática e conceitual;

Física Básica II

Termodinâmica, Teoria Cinética, ondas, fluídos, noções básicas, com a mesma abordagem.

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Física Básica III

Eletromagnetismo clássico, básico, com a

mesma abordagem

Física Básica IV

Óptica e Física Moderna, básicas, com a mesma abordagem

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A experiência de ensino / Repercussão

História Oral, o que é?

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Atores Históricos

Discentes: 9

- ex-alunos das Físicas Básicas I, II, III, IV, ou de, pelo menos, de três delas, distribuídos ao longo dos anos

2001, 2002, 2003, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011.

Docentes: 4

- que ministraram pelo menos uma das Físicas Básicas ou disciplinas a elas relacionadas (Metodologia e Prática de Ensino de Física).

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Opiniões avaliativas dos 4 docentes:

A criação do Curso de Física, Licenciatura, noturno foi uma iniciativa bastante positiva do Instituto de Física da UFBA,

“foi uma experiência completamente à frente de seu tempo”.

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Para os 4 docentes

As disciplinas Físicas Básicas, integrantes do Curso de Física, Licenciatura, noturno, foram, essencialmente, uma experiência positiva.

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Para um dos docentes

As Físicas Básicas fugiram ao tradicional modelo das Físicas Gerais e Experimentais, diminuindo a parte matemática, sem deixar de utilizá-la, “em prol de uma ênfase maior na questão conceitual e histórica”.

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Para outro docente

Tal experiência “teve um papel fundamental para que se percebesse que as nossas disciplinas [Físicas G. e Experimentais], elas não contemplam, nem nunca contemplaram a parte experimental, nem a parte histórica e filosófica da ciência”.

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Para o terceiro docente

“A forma desse currículo da Licenciatura noturna [...] não é o essencial”. O essencial é a presença da abordagem contextual na formação do licenciado em Física.

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Para o quarto docente

As Físicas Básicas não são fundamentais, nem básicas para o licenciado, noturno. “Elas preencheram, no noturno, num dado momento, ... um vazio nos cursos das Físicas [Gerais e Experimentais] I, II, III e IV. Mas só nesses, [e esta] não é a melhor forma de resolver este problema”.

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Visão dos discentes

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Os alunos entrevistados afirmaram claramente a validade da proposta das Físicas Básicas (em seus conteúdos e abordagem).

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Sobre as Físicas Básicas, um dos alunos declara:

“Sem medo de errar, fundamentais. Não seria o mesmo professor que eu sou hoje, se eu não tivesse passado por essas disciplinas”.

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E completa:

“Então tem a matemática, tem, mas aborda ... de forma mais fenomenológica, histórica e contextualizada, e isso, com certeza absoluta, dá um respaldo grande a qualquer estudante e futuro profissional, porque a gente cria um vínculo, se situa no momento histórico da construção social, da cultura, entende a Física enquanto cultura. ... Então a gente não vai pra aula para simplesmente discutir fórmula, a gente vai pra discutir história, pra discutir fenômeno, pra discutir o lado humano da ciência, porque é o que de fato também interessa. A parte matemática é importante, mas não é só aquilo, se fosse pra discutir só fórmulas, a gente fazia um curso de matemática”.

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Outro aluno afirma:

“foi uma excelente ideia”.

“[...] quando eu ingressei lá na Faculdade, essas matérias me deram uma visão histórica e filosófica principalmente da evolução das ideias de Física, de como as coisas nasceram e como elas foram evoluindo. Isso, para um professor, é fundamental, porque ajuda a tornar a matéria sedutora para os alunos. O aluno vê a Física como uma construção humana, que teve erros, que teve acertos, que teve brigas, que teve, inclusive, influência política [...]”.

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Um terceiro aluno pondera:

“Eu acho isso extremamente proveitoso, desde que a disciplina seja bem dada pelo professor. [...] Mas eu fiquei sabendo que, às vezes, o cara passa batido nessas disciplinas. Pra ele, é totalmente inútil, não foi o meu caso”.

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Ainda sobre a avaliação das Físicas Básicas, um quarto aluno declara:

“Essa é uma pergunta chave! Eu acho que elas são fundamentais, acho que são muito importantes. Agora, como eu falei antes [...], a impressão que eu tenho é que a necessidade dessas disciplinas veio de uma deficiência da própria Física Geral Experimental, da maneira como ela é colocada. Eu acho que são disciplinas muito deficientes [...]. Não sei, as Físicas Gerais Experimentais poderiam, se fossem reformuladas, suprir isso”.

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Especificamente sobre Física Básica III, outro aluno declara:

“[...] a gente não está acostumado a discutir o fenômeno e suas bases históricas, ao mesmo tempo. É o que eu estava falando das outras matérias, ou a gente está fazendo conta, ou a gente está discutindo fenômeno, ou a gente está reproduzindo experimento pra depois chegar em casa ... abrir as contas. E na Básica III a gente fez as três coisas ao mesmo tempo: a gente fez fenômeno, experimento, a gente discutiu o contexto histórico e provou matematicamente, diversas vezes”.

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Sobre Física Básica IV, um outro aluno afirma:

“Se me permitir, excelente. Acho que foi a melhor das Físicas Básicas que fiz. Todas foram importantes, fundamentais, mas a Física Básica IV, por se tratar de problemas de natureza curiosa, que discutem questões da natureza da luz, as discussões dos fenômenos ópticos e ondulatórios, eu acho que foi excelente, não poderia ser melhor”.

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Dificuldades das Físicas Básicas:

- a falta de um livro-texto apropriado;

- o reduzido número de professores motivados

a ministrar cursos desta natureza:

• com características artesanais;

• com forte exigência de preparação de experimentos demonstrativos e de material didático.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Curso de Física, Licenciatura, noturno, foi um projeto bem sucedido. Muitas das inovações incluídas na sua estrutura curricular, apesar de polêmicas, mostraram-se plenamente acertadas;

Sua estrutura curricular mostrou também falhas presentes na concepção tradicional dos currículos dos cursos de Licenciatura em Física.

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A inclusão das Físicas Básicas na estrutura curricular do Curso de Física, Licenciatura, noturno,

- garantiu a presença de uma abordagem contextual na estrutura deste curso, explorando, simultaneamente, aspectos históricos, fenomenológicos, matemáticos e conceituais;

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- mostrou também como aplicar em sala de aula a ideia muito difundida nos meios acadêmicos de que História da Ciência (História da Física) pode e deve ser utilizada para melhorar a aprendizagem dos conteúdos de Física;

- revelou-se uma proposta original, aplicável também ao currículo do bacharelado, não sendo encontrada em outras universidades do país.

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O Curso de Física, Licenciatura, noturno, influenciou positivamente na recente reformulação dos currículos do curso diurno (licenciatura e bacharelado), onde 3 das Físicas Básicas foram incorporadas como obrigatórias, e a quarta como optativa.

Isto mostra que as controvérsias não impediram o sucesso desta inovadora experiência de ensino.

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Em síntese, a estrutura curricular do Curso de Física, Licenciatura, noturno,

- introduziu mudanças conceituais e metodológicas relevantes no ensino universitário de física;

- provocou questionamentos sobre as opções disponíveis para garantir ao aluno o espaço para discutir os processos de construção do conhecimento científico.

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“Sinopse do Censo dos Profissionais do Magistério da Educação Básica 2003” – INEP

Na Bahia, em 2003

Dos 2.216 profissionais do magistério da Educação Básica que ministravam a disciplina Física:

89 diplomados em Física ( 4% )

261 diplomados em Matemática; (≈ 12%)

279 na “Área 1”; (≈ 12%)

116 em Pedagogia/Ciências da Educação;

313 em outros cursos de graduação;

709 não tinham graduação e

447 não informaram.

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Físicos versus Matemáticos e “Área 1”

Na Bahia

4% eram graduados em Física

24% eram graduados em Matemática e “Área 1”

Em São Paulo

10% eram graduados em Física

63% eram graduados em Matemática e “Área 1”

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Carência de Licenciados e Número de concluintes 2003-2011

Na Bahia, entre 2003 e 2011,

foram diplomados 737 profissionais

dos quais 548 licenciados

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O mesmo docente

Vê a recente inclusão das Físicas Básicas, no currículo do Curso de Física, diurno, como um avanço, como parte de um processo, e considera que

o desejável é que a ideia de ensinar ciências como produção humana não se restrinja a estas quatro disciplinas, devendo, ser levada para todo o curso de Física.

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E continua: “[...] As Físicas Gerais e Experimentais, elas fazem a parte mais dura do conteúdo, vamos dizer assim, a parte do laboratório e a parte das contas; do domínio conceitual e das contas. Isso é fundamental também, mas a parte da Física Básica, ela também é fundamental, porque ela alimenta o professor de todo o conteúdo filosófico, e eu trouxe isso para a escola”.

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“Sinopse do Censo dos Profissionais do Magistério da Educação Básica 2003” – INEP

Com base neste Censo

No Brasil, em 2003, dos 31.175 profissionais do magistério da Educação Básica que ministravam a DISCIPLINA FÍSICA

somente 10% tinham graduação em Física

e 9% não eram sequer graduados.

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O Curso de Física, Licenciatura, noturno, surgiu

como resposta ao processo de esvaziamento por

que passava o Curso de Física, diurno, da UFBA,

(não só o de Física), em meados da década de

1990.

- caracterizado pela redução do número de

alunos matriculados e pela simultânea

redução do número de alunos concluintes.

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Razões principais para a criação do curso noturno

a) Perfil dos alunos de física, na época (1996);

- pesquisa revelava que cerca de metade dos alunos matriculados trabalhavam.

b) Altos índices de evasão do Curso de Física, diurno - cerca de 80%.

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Causas da evasão

Aos baixos salários oferecidos aos professores de ensino

médio e a reduzida oferta de trabalho para o Bacharel.

somavam-se:

- desatualização curricular

(paradigma curricular de meados do século XX)

- horário de oferta das disciplinas

- espaço em que o Instituto de Física podia intervir.

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Física Básica III:

Física Básica IV:

Média de alunos matriculados : 22 / semestre.

Média de alunos matriculados : 15 / semestre.

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Modelos curriculares - ontem e hoje

A partir da

- década de 1940

- modelo francês, conhecido por 3+1.

- década de 1960

- modelo do “currículo mínimo”.

- década de 1990

- modelo: “núcleo comum” + módulos sequenciais.

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UFBA

Programa de Ensino, Filosofia e História das Ciências Tese de Doutorado

Origem e Evolução do Curso de Física, Licenciatura,

Noturno, da Universidade Federal da Bahia: O Caso das Disciplinas Física Básica III e IV

José Fernando Moura Rocha

Orientador: Dr. Aurino Ribeiro Filho