XI Simpósio Brasileiro de Aperfeiçoamento em Acupuntura e ... · de Contato japonesa (Seishoku- shin). Kodo Fukushima perdeu a visão na guerra Sino-Japonesa em 1932. Fundou a associação

XI Simpósio Brasileiro de Aperfeiçoamento em

Acupuntura e Terapias Orientas

EBRAMEC - CIEFATO Material elaborado pela Direção e Coordenação da EBRAMEC

Direção Geral: Reginaldo de Carvalho Silva Filho Coordenação Geral: Eduardo Vicente Jofre

Secretaria Acadêmica: Raquel Medina

Agulha de Contato (Seishoku-shin).

Antônio Augusto Cunha.

Técnica básica de utilização da Agulha de Contato japonesa (Seishoku-shin).

Quando nos referimos ao termo agulha de contato (Seishoku-Shin em japonês) estamos falando de técnicas não invasivas de acupuntura. Eu entendo que para um praticante de MTC fica difícil compreender como é possível aplicar um tratamento sem o uso de agulhas inseridas na pele. Mas a experiência em estilos japoneses nos ensina que é muito eficiente este tipo de tratamento.

Qualquer pessoa pode garantir um excelente tratamento sem o uso de agulhas de inserção seguindo estas instruções.


A técnica de agulha de contato veio da adaptação dos estilos pediátricos de Shonishin (Osaka, Kansai e Tanioka) para ser aplicado em adultos. Tendo como base as agulhas do Imperador Amarelo.


Dentre as agulhas do Imperador Amarelo havia aquelas agulhas específicas para técnicas de contato sem inserção.


A Agulha de Contato (Seishoku-shin) é forjada em metal mais grossa que uma agulha de inserção com ponta rombuda arredondada podendo ser de modelos econômicos como Cobre, Titânio ou de metais nobres como Ouro e Prata ou Metal dentário dourado. É importante que estes metais sejam bons condutores de energia para assegurar uma boa troca iônica pelo contato ativando a energia bioelétrica do organismo.

Exemplo de agulha Teishin de Keiri Inoue.


Exemplo de um modelo de Seishoku-shin chamada Teishin. Agulha de Keiri Inoue.


Também podemos usar a agulha normal de inserção sistêmica para atuar como agulha de contato. Geralmente o tratamento é feito em conjunto com moxa Okyu.


Outros modelos de agulhas Teishin japonesas.


Modelo de agulha Zashin, para exercer pressão negativa na pele.


1) Como segurar a agulha Seishoku-shin.

Como você segura a agulha de contato é muito importante no estilo japonês de acupuntura.

Você tem que aprender como segurar a agulha com suas duas mãos. Necessitamos aprender como fazer o Oshidê (mão que mantém a ponta em contato com a pele), e Sashidê (mão que manipula o corpo da agulha).

Para tonificar ou sedar os excessos de energia na área de queixa ao longo dos meridianos. Na técnica de agulha de contato é importante sentir o Ki No Kyorai (movimentos do Ki).


O Oshidê não serve apenas para segurar a agulha, mas para sentir os pontos que serão ativos e efetivos para o tratamento. Quando nos aproximamos deslizando o Oshidê na pele no local do ponto patológico os dedos aderem por atrito e frenam o movimento de deslizamento contínuo. Os mais treinados após exercer estímulo sentem os dedos apertando ou frouxos.


Sashidê (mão que manipula o corpo da agulha). É esta mão que provoca movimentos de deslizamento no corpo da agulha e promove rotações no corpo da agulha para alcançar um qualidade de estímulo ideal.


Shuketsu (encontrando pontos ativos).

Usando o dedo índice e o polegar, juntos como se fosse um O-Ring Test, deslize sobre a pele a busca de sensações como: elevação, frio, umidade, secura, tensão muscular, flacidez, atrito como sensações de presença de pontos ativos. A isto se chama Shuketsu, ou o local que o Oshidê encontra o ponto ativo.


Kodo Fukushima perdeu a visão na guerra Sino-Japonesa em 1932. Fundou a associação de acupuntura para deficientes visuais Toyohari em 1959, Tokyo. A sua escola atualmente possui filiais na America do Norte, Europa e Australia. O seu sistema utiliza métodos não invasivos. Fukushima desenvolveu este método adaptando e re-interpretando as técnicas do acupunturista Keiri Inoue (1903-1967) o criador da primeira agulha de contato,


A forma do Oshidê lembra o Bi-Digital O-Ring Test. Que é o teste de força de oponência do polegar que se enfraquece ao encontrar locais ou pontos patológicos reflexamente.


2) Ki no Kyorai (Movimentação do Ki).

A agulha de contato move o Ki do paciente por isso o Oshidê e o Sashidê devem ser aprendidos para assegurar este efeito.

Os antigos mestres japoneses descrevem o Ki como:

1) O Ki tem um nome, não é uma substancia.

2) O Ki age na função, mas não na substancia.

3) O Ki não pode ser visto, mas pode ser sentido.

4) O KI move a ativa o sangue (sangue tem substancia e pode ser visto e sentido).


Descrevendo as sensações que ocorrem no Ki no Kyorai:

Uma vibração sutil que pode ser sentida como a vibração de batimento vascular. Esta sensação pode ser sentida tanto no Oshidê como no Sashidê.

Sensação de calor ou quentura (irradiação quente) na ponta dos dedos tanto na mão do Oshidê como no Sashidê.

Sensação de calor na ponta dos dedos quando toca na pele do paciente.

Pulsação na ponta dos dedos tanto no Oshidê como no Sashidê.

Sensação de formigamento nos dedos tanto no Oshidê e Sashidê.

Obs: as sensações são mais fáceis de serem sentidas quando usamos agulha de contato. Estas não são as únicas sensações de Ki que podem ocorrer.


Quando há desequilibrio nos órgãos internos há distorções aparentes no abdome. Este tipo de distorção necessita ser tratado para evitar os desequilíbrios dos meridianos. Isto pode ser decorrente do desnível pélvico. A agulha de contato re-equilibra isso.

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O desnível pélvico desequilíbra todos os órgãos internos trazendo distorção abdominal, causando interferencia no exame de pulso também. O melhor resultado se obtém utilizando agulha de contato.


Um outro efeito seria a distorção umbilical, onde o umbigo se desloca da linha central para a direita ou esquerda, há casos de grande desvio e pequeno desvio. Este tratamento é melhor com agulha de contato.


Em alguns pacientes ocorre a distorção escapular direita. Uma fica mais baixa que a outra. O melhor tratamento é através da agulha de contato.


Como tratar Pontos de Meridianos com agulha de Contato:

Localize o ponto ativo do meridiano.

Coloque a mão em Oshidê sobre o ponto.

Apóie a agulha no ponto com a mão Oshidê estabilizada e com a mão Sashidê sobre o ponto na posição perpendicular.

Com as mãos na posição com a agulha estabilizada manipule-a.


Enquanto aguarda a sensação do Ki no Nyorai, aplique giro no sentido dos ponteiros do relógio e/ou deslisamentos no corpo da agulha até sentir o atrito.

Pressione-a contra a pele em picoteio, ou raspe-a conta o ponto.

Ou simplesmente manipule vibrações na agulha.

Quando sentir o Ki no Kyorai retire a agulha imediatamente sem cobrir o ponto.


As técnicas de agulha de contato são excelentes para tratar dores pontuais ou áreas dolorosas, O seu efeito é imediato no alívio dos sintomas. Pacientes que possuem metais pesados no sangue não suportam inserção de agulhas.


As técnicas de agulha de contato são específicas dos estilos japoneses de acupuntura. O propósito deste tratamento é fortalecer ou ativar a energia Wei Ki (energia de defesa) tratando através dela o equilíbrio de meridianos, doenças e os sintomas do paciente.

Analise estes pontos antes e após o tratamento.


Até a próxima....

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