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Número 59 | junho | 2017 PÁGINA 8 Rabello sai e deixa legado desastroso no IBGE I NFORMATIVO DA ASSIBGE-S INDICATO N ACIONAL | www.assibge.org Encarte com as Resoluções do XII Congresso da ASSIBGE-SN Fora Temer e suas reformas! Gestão democrática no IBGE A indignação com as reformas trabalhista e previdenciária, com a podridão do governo Temer e com o destino do IBGE marcaram o VII Encontro Nacional de Aposentados e Aposentandos e o XII Congresso Nacional da ASSIBGE-SN. Os eventos foram realizados em Juiz de Fora (MG), dos dias 27 de maio a 3 de junho, e contaram com delegados de base de todo o país. Nesta edição do Jornal da ASSIBGE-SN apresentamos uma síntese das palestras e debates. Páginas 2, 3, 4 e 5. Olinto assume compromissos PÁGINA 8 Presidência do IBGE Plenária do XII Congresso da ASSIBGE-SN VII Encontro de Aposentados e Aposentandos Aposentados e aposentandos do IBGE de todo o Brasil participaram do VII ENAAP, realizado em Juiz de Fora (MG), de 27 a 29 de maio. Além de ouvir palestras sobre saúde preventiva e educação financeira na terceira idade, os presentes debateram as reformas trabalhista e previdenciária e suas consequências para a terceira idade. Confira nas páginas 6 e 7. XII Congresso Nacional da ASSIBGE-SN e VII ENAAP Diretas, JÁ!

XII Congresso Nacional da ASSIBGE-SN e VII ENAAP ... · no Brasil no final do século XIX, ... pela redemocratização do país. ... mo das reformas e da incapacidade do governo de

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Número 59 | junho | 2017

P Á G I N A 8Rabello sai e deixa legado desastroso no IBGE

IN F O R M AT I V O D A ASSIBGE-S I N D I C ATO NA C I O N A L | www.assibge.org

Encarte com as Resoluções do XII Congresso da ASSIBGE-SN

Fora Temer e suas reformas!Gestão democrática no IBGE

A indignação com as reformastrabalhista e previdenciária, coma podridão do governo Temer ecom o destino do IBGEmarcaram o VII EncontroNacional de Aposentados eAposentandos e o XII CongressoNacional da ASSIBGE-SN. Oseventos foram realizados emJuiz de Fora (MG), dos dias 27 demaio a 3 de junho, e contaramcom delegados de base de todoo país. Nesta edição do Jornal daASSIBGE-SN apresentamos umasíntese das palestras e debates.Páginas 2, 3, 4 e 5.

Olinto assumecompromissos

PÁGINA 8

Presidência do IBGE

Plenária do XII Congressoda ASSIBGE-SN

VII Encontro deAposentados eAposentandosAposentados eaposentandos do IBGE detodo o Brasil participaramdo VII ENAAP, realizado emJuiz de Fora (MG), de 27 a29 de maio. Além de ouvirpalestras sobre saúdepreventiva e educaçãofinanceira na terceiraidade, os presentesdebateram as reformastrabalhista e previdenciáriae suas consequências paraa terceira idade.Confira nas páginas 6 e 7.

XII Congresso Nacional da ASSIBGE-SN e VII ENAAP

Diretas,JÁ!

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Teoria e prática:A sociedade capitalista e asprimeiras resistências

Não é possível existir consciência declasse sem identidade de classe, e não épossível identidade de classe sem movi-mento de classe ou experiência coleti-va. O trabalhador sai do estágio de cons-ciência de si para consciência para si(V.I.Lenin). O sindicato é uma escola declasse, que possibilita a formação daconsciência de classe em movimento.

A mudança da realidade dependeda correlação de forças, numa arenaque também tem adversários. Para or-ganizar a experiência, é preciso teoria,estudo e formação.

A partir do século XIX o capitalismopassa a um estágio de mundialização. NaEuropa o movimento dos trabalhadorespassa a ser disputado pelas diversas cor-rentes políticas. No século XX essa ex-periênciase desdobra nas colônias e an-tigas colônias, chegando às Américas eno Brasil no final do século XIX, depoisda escravidão.

O fim da escravidão,industrialização e a classetrabalhadora no Brasil

No início do século XX há uma criseforte no país, a partir substituição daforça de trabalho. O trabalho escravolegalmente acaba, mas economicamen-te permanece. O movimento sindical éproduto da chegada dos imigranteseuropeus, o anarco-sindicalismo, orga-nizado em frentes, com uma estruturahorizontal, com o foco na greve geral ena insurreição. Nos primeiros 30 anoshá um pipocar de greves por locais detrabalho. Até os anos 30 o sindicalismoestá em disputa entre anarquistas e co-munistas. A industrialização só come-ça depois, com Vargas.

O movimento dostrabalhadores e o fimda ditadura militar

Em 1964 se impõe uma ditaduraempresarial-militar. Toda vez que aclasse dominante consegue hegemo-

nizar a classe média ela dá um gol-pe. A burguesia avança em seu pro-jeto de internacionalização da econo-mia, com o aparelho militar. A dita-dura foi a forma que a classe domi-nante usou para impor um novo pe-ríodo de dominação. O movimentosindical resistiu como pode. Houveum processo de aniquilação física da

militância, partidos e organizações daesquerda brasileira.

A ditadura militar se esgota pelascondições de crise do capital no finaldos anos 70, mas sua queda se dáprincipalmente pela força do movi-mento operário, estudantil e demo-crático de contestação ao regime. Aclasse média, que em 64 apoiou ogolpe "contra o perigo comunista" oua "baderna", adere ao movimentopela redemocratização do país.

O novo sindicalismo

O novo sindicalismo nasce dasgreves nos locais de trabalho. Em 79/80 havia duas concepções em dispu-ta: pelega/cupulista, e outra, de bai-xo para cima, das lutas de carátersubversivo em relação à ordem e aosindicato. O ponto de "subversão" éo local de trabalho, para uma novaalternativa das classes "perigosas",

sindical para as centrais sindicais, em2006,levou a um banditismo sindicale a uma pulverização, com o surgi-mento de várias novas centrais.

Hoje a maior parte do movimentosindical apaga incêndio. Atua numa lógi-ca prisioneira das táticas (passos), e nãotem estratégia (onde se quer chegar).Qual projeto de sociedade nós temos?O que nos faz ir a um Congresso? É a lutapelo salário e emprego, dentro dos limi-tes do capital? O Estado capitalista noBrasil está podre, mas o grande debateque continuamos a fazer nos sindicatosé o reajuste, a tabela. No limite algunssindicatos arranham uma estratégia.

A importância da formaçãosindical de classe

É preciso retomar a formação noslocais de trabalho. Os novos colegasestão reféns da meritocracia. São prisi-oneiros do individualismo (eu me bas-to), que é a base do pensamento neoli-beral. Se relacionam com o sindicatocomo cliente/consumidor, prestador deserviço. Essa turma, que entrou no ser-viço público através de concursos pú-blicos que a luta sindical conquistou, re-produz a lógica da geleia geral que vi-rou a política: "Político é tudo ladrão".

Como é possível mudar a ordem dascoisas sem fazer política? Essa leva dedirigentes que assumiu os sindicatosdepois que o PT foi para o governo, agena lógica de que o sindicato basta a simesmo. Por isso, seja qual for o partidode plantão, quando a gente vai negoci-ar com o governo federal com mais de50 carreiras, com um movimento quenão se entende, com a lógica corporati-va, o governo estimula a divisão, naqueleprincípio maquiavélico de "dividir parareinar". Por isso não tem data-base, nemconvenção 151, nem direito de greve enem acordo coletivo nacional. É preci-so mobilizar e formar.

O HISTORIADOR E PROFESSOR DA UERJ, HELDER MOLINA, FOI CONVIDADO PARA ABORDAR O TEMA

no sentido de interferir na socieda-de e ameaçar o Estado. O PT (1982)e a CUT (1983) formaram um proces-so de alavanca para a transformaçãosocial naquele período. Mas o PT e aCUT não nasceram propondo revolu-ção, e sim para lutar por reformas epela melhoria das condições de vidados trabalhadores.

Nos últimos 30 anos três coisas acon-teceram na esquerda: 1) a esquerda queera movimento se institucionalizou. 2) aesquerda se aburguesou, tomou para sios parâmetros do Estado e da forma depensar burguesa como seu modus ope-randi, principalmente depois que parteda esquerda assumiu parcela da gestãodo Estado (que Marx denomina de “co-mitê de negócios das classes dominan-tes”). 3)a esquerda abandonou a orga-nização por local de trabalho, de base.

Voltar para a base e atuarjunto às novas levas detrabalhadores

A tarefa para hoje é retomar a or-ganização por local de trabalho. Ar-mando Boito (Unicamp) diz que o sin-dicalismo brasileiro nasceu sob ocontrole do Estado. 80% do sindica-lismo brasileiro está preso ao impos-to sindical. A legalização do imposto

"ORGANIZAÇÃO POR LOCAL DE TRABALHO"NO XII CONGRESSO DA ASSIBGE-SN. EM SUA PALESTRA, MOLINA

FEZ UM APANHADO HISTÓRICO DO MOVIMENTO DA CLASSETRABALHADORA, DE SUA ORIGEM NA INGLATERRA DA

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ATÉ OS DIAS ATUAIS, NO BRASIL.CONFIRA A EXPOSIÇÃO RESUMIDA POR TÓPICOS.

XII Congresso Nacional

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Consciência de classe se forja na lutaPALESTRA

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XII Congresso Nacional

O Brasil em meio à crisepolítica e econômica do governo Temer

CÁSSIUS DE BRITO (DIRETOR DA EXECUTIVA NACIONAL DA ASSIBGE-SN) E RUDÁ RICCI(CIENTISTA POLITICO DO INSTITUTO CULTIVA) FIZERAM A ANÁLISE DA CONJUNTURABRASILEIRA, EM MEIO A UMA CRISE POLÍTICA E ECONÔMICA DE GRANDES PROPORÇÕESPARA O PAÍS. PUBLICAMOS TRECHOS DAS INTERVENÇÕES DE CÁSSIUS E RUDÁ, QUEPROCURARAM APRESENTAR UMA RETROSPECTIVA DOS ÚLTIMOS ANOS, ALÉM DE UMASÉRIE DE ELEMENTOS PARA A COMPREENSÃO DA REALIDADE BRASILEIRA ATUAL.

“Esta crise vem desnudan-do o empresariado brasilei-ro, com seu estatuto moral:cruel, desonesto, corrupto e

que não sabe ser capitalista. A narrati-va da Lava-Jato mostra isso, com a com-pra de políticos. É o empresariado quefixa preço no Estado brasileiro, que co-locou Henrique Meirelles e Paulo Ra-bello no governo Temer. Não há maiscomo esconder que são golpistas e de-sonestos, que vivem à custa de recur-sos públicos. Não há um que se susten-te por sua competência técnica, sempassar pelo financiamento do BNDES.”

“Em 15 e 31 de marçohouve pela primeira vez a in-teriorização dos protestos,em cidades pequenas, coma participação de centenas

ou milhares de habitantes. O movimen-to sindical retornou ao cenário, depoisde ser destruído pelo lulismo, períodoem que tornou-se correia de transmis-são do governo. Os sindicatos de pro-fessores e de trabalhadores rurais cum-prem o papel de mobilizar este povopelo interior. Este é o melhor momen-to para os movimentos populares e aesquerda desde o primeiro governo daDilma. O que falta é estratégia e lide-ranças.”

“O bloco dominante quisimpor a reforma previ-denciária, o que foi uma po-lítica desastrosa e despertou

a resistência nas ruas. Isso tudo com asmais recentes denúncias que envolvemo próprio Temer. A cúpula do governo,o PSDB e o baixo clero não sabem maiso que fazer. A Rede Globo é a única for-ça que sabe o que quer: garantir as re-formas agora e um governo pela via daeleição indireta. Está nítido que o Impe-achment foi o maior erro político desse

“Em 2016 tivemos um gol-pe parlamentar. O governoque assume se baseia noprograma "Uma ponte para

o futuro" (FIESP) e o choque recessivopassa a ser permanente, com a Emen-da 95, que impõe o teto de gastos por20 anos. Para isso vigorar é preciso fa-zer as reformas da Previdência e traba-lhista. A idéia central é recuperar astaxas de lucros, atacando o custo do tra-balho (terceirização geral, contrato in-termitente, reforma trabalhista), abrirnovos nichos para a acumulação decapital, explorando serviços que até en-tão eram públicos (previdência priva-da, fundos de pensão privados, etc),além da terceirização generalizada nosserviços públicos. Rabello de Castro éexpressão desta política no IBGE. Oseconomistas neoliberais afirmam queessas medidas vão aumentar a confian-ça dos empresários , vai haver investi-mentos e saída da recessão. “

“Em 2017 há uma frag-mentação do bloco de poderque embarcou no governoTemer, diante da resistência

popular, da divergência quanto ao rit-mo das reformas e da incapacidade dogoverno de ser o fiador do projeto. Adelação premiada da JBS leva a umacisão desse bloco e a uma divisão damídia empresarial: Globo bate no Te-mer, já Estadão e Folha são mais pru-dentes. Há uma avaliação de que Te-mer não serve mais e que é precisoum novo condutor para impor essasreformas. Formam-se dois lados: umbloco da rapinagem dos direitos so-ciais e trabalhistas e um bloco do mo-vimento de resistência, que começoudefensivo e avançou para uma pautaafirmativa de saída política da crise,com as eleições diretas.”

“Diante desta situaçãomovimentos sociais, cen-trais, sindicatos e partidospolíticos de esquerda vão

mirar apenas no processo eleitoral de2018 ou vão discutir um projeto parao país, com base nas demandas popu-lares? Que papel vamos cumprir deforma emergencial e que tarefas demédio e longo prazo estão colocadaspara o campo popular?”

“O que está em jogo é um novoprojeto popular para o país.”

“Numa conjuntura muito acelerada édifícil tirar conclusões de maior fôlego.”

bloco conservador no Brasil nos últimos20 anos. Estamos vivendo uma crisepolítica, sem lideranças conservadorascapazes de conduzi-la. O movimentosindical é a bola da vez para levar o povopara as ruas. Por isso as elites querem areforma trabalhista.”

“Temer é um nome fraco,era o distribuidor da arreca-dação do PMDB. Metade doministério do Temer é do

baixo clero. Há uma contradição nestegoverno entre FIESP x Baixo Clero: umquer reduzir investimentos, outro quergastos para se manter na esfera do go-verno. Vivemos também um processode politização do Poder Judiciário. A mi-nistra Carmem Lúcia passa a participarda negociação de um possível novo go-verno. A Lava-Jato é o imponderável daconjuntura. A Polícia Federal está divi-dida, Aécio está destruído e o PSDB,perde em Minas e, por conseguinte,perde as eleições em 2018. Temer res-gatou o petismo e Lula está vacinado,e dispara em todas as pesquisas.”

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DEBATE | CONJUNTURA

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XII Congresso Nacional

Discutir o papel do IBGE na sociedade brasileira foi o objetivo do debate"O IBGE QUE QUEREMOS", um dos pontos centrais do XII Congresso daASSIBGE-SN. Para abordar o tema o Sindicato indicou Dione de Oliveira(Executiva Nacional e Núcleo Sindical Av. Chile). Foram convidados oeconomista Wellington Leonardo da Silva (Conselho Federal de Economia- Cofecon) e Marco Mitidiero Junior (Associação dos Geógrafos Brasileiros- AGB). Também deram contribuições ao debate o colega Betão (NúcleoSindical S. Catarina) e Susana L. Drumond (Núcleo Sindical UE/RJ).

Quando Paulo Rabelloassumiu a Presidência doIBGE já havia uma utilizaçãocrescente de mão de obratemporária, orçamentoexíguo e excesso de trabalho,limitação às atividadessindicais, Recursos Humanosvoltados para o controle dotempo e das pessoas,crescimento do número deaposentadorias e escolha dechefias regionais pormeritocracia (TO, GO, MT eRR). Isso foi herança dagestão Wasmália/Dilma.

Em um ano naPresidência, Paulo Rabello deCastro traz para o IBGE suavisão ultraliberal, além defazer do órgão umaferramenta de propaganda dogoverno e de projeçãopessoal. Cria a frenteparlamentar da GEMA, quevisa buscar apoio ao seuprojeto no CongressoNacional e propõe que o IBGEopere num sistema "pesque epague", vendendo serviços epesquisas por encomenda.

Como legado Rabellodeixa encaminhado junto aoMinistério do Planejamentoum projeto de alteração doEstatuto, que subordina oatual Conselho Diretor doIBGE a um Conselho Superiorde Gestão, composto peloPresidente do IBGE,representantes de quatroministérios, um expresidentedo IBGE e cinco membros da

"sociedade civil" (semexplicitar qual), escolhidospelo próprio Presidente doIBGE.

Experiênciasinternacionais mostram queem conselhos dessa naturezahá a definição na legislaçãosobre quem seria essa“sociedade civil”. Aponta-seclaramente quem são asentidades, órgãos ouinstitutos que teriam assento,ao mesmo tempo em que hámais representação dasestruturas de governo(ministérios), bem como deníveis subnacionais (estadose municípios).

Para resolver essasituação de crise do IBGE épreciso que se instale umprocesso de discussão dainstituição com seustrabalhadores. É precisodemocratizar a gestão emudar o formato deindicação do corpo dedireção, retirando do governode plantão a decisão principalde quem assume a casa,fortalecendo o IBGE comoórgão de Estado. Isso passapela convocação de umcongresso institucional, comampla participação dacategoria, eleição direta doPresidente, Conselho Diretore chefias das unidadesestaduais e departamentos, eplanejamento estratégicodiscutido de formahorizontal.

DIONE OLIVEIRAExecutiva Nacional | ASSIBGE-SN

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O IBGE QUE QUEREMOS

IBGE: mudanças e perspectivas.Como assegurá-lo como um órgãopúblico e de Estado? Há um nítido desequilíbrio no IBGE

em relação às Geociências. Odocumento final do CongressoDemocrático sobre o IBGE (2009)apontou uma série de problemas quese confirmaram nos últimos anos. Nopróprio livro comemorativo de 80anos do IBGE (2016) a palavraestatística aparece 490 vezes,enquanto a geografia é citada 80vezes.

Antes era uma cartografia deapoio à estatística, mas que depoisganhou muito força no IBGE. A partir

Geociências em segundo plano

BETÃONúcleo Santa Catarina

Informação para toda a sociedade

SUSANA L. DRUMONDNúcleo UE/RJ

Não é novidade para nós discutir osrumos do IBGE. A ASSIBGE-SN semprepautou debates sobre o Estado e opapel do IBGE.

Na década de 90, diante da ameaçada Reforma Administrativa do governo,preparamos um Estatuto alternativo ejá dizíamos que havia chefias de longadata e feudos no IBGE. Elaboramosuma proposta de estruturademocrática, a partir de um grupo de30 pessoas. E ela permanece atual.

No ano de 2009 realizamos oCongresso Democrático sobre o IBGE,cujo documento final propôs umConselho Consultivo ampliado, público,democrático. Ali já defendíamos que oEstado brasileiro produzisse um bemfundamental, que é a informação paratoda a sociedade.

de determinado momento apredominância do projeto neoliberalimplantou um pensamentoeconômico determinante, colocando aGeografia como coadjuvante no IBGE.

O “G” do IBGE também estáameaçado

A proposta de mudança deEstatuto, encaminhada pelaadministração Rabello de Castro,também atinge as atribuições da áreade Geociências, com foco nas"demandas dos usuários".

CONTINUA NA PÁGINA 5

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1. Fora Temer, retirada dasreformas da previdência etrabalhista, revogação da lei daterceirização, nenhum direito amenos.

2. Participação na greve geralindicada pelas centrais sindicais,frentes populares, movimentossociais e pelos fóruns dosservidores públicos.

3. Revogação da EmendaConstitucional 95 (PEC do tetodos gastos).

4. Eleições gerais e diretas paraExecutivo e Congresso Nacional.

5. Em uma eventual eleiçãodireta, defender um programacomprometido com a anulaçãodas reformas que retiram osdireitos dos trabalhadores.

6. Participar do calendário de lutaunificado dos movimentossociais, populares, sindicais e dosservidores públicos.

7. A ASSIBGE-SN deve fortalecer aarticulação com as grandesfrentes nacionais de lutas como aFrente Brasil Popular, a FrentePovo sem Medo e o Fórum dosServiços Públicos Federais.

8. Orientar aos núcleos queparticipem dos Fóruns de Lutasem seus estados. que sejam emdefesa dos direitos: pela auditoriada dívida dos municípios, estadose união. contra as privatizações eas "reformas" trabalhista eprevidenciária.

9. Apoio à Auditoria Cidadã daDívida Pública.

10. Apoio à auditoria das contas daSeguridade Social.

11. Demonstrar à sociedade asalternativas para a saída da crise,como a taxação de grandesfortunas, auditoria da dívida eoutras medidas que apontem adesnecessidade das reformas.

12. Pela democratização dosmeios de comunicação.

13. Pelo fim do "foro privilegiado"("prerrogativa de foro").

14. Reforma tributáriaprogressiva e taxação das grandesfortunas.

15. Levantamento eacompanhamento dos projetosde lei que afetam a categoria,com mobilizações evitando suaaprovação, e denunciando àsociedade as suas consequências.

16. Luta contra a privatização dosrecursos naturais.

17. Democratização dos serviçospúblicos, com o fim da indicação dedirigentes nacionais e regionais porpolíticos dos partidos de plantão.

18. Campanha massiva e urgenteem defesa dos serviços públicos edas empresas estatais, articuladapelos diversos fóruns deservidores, visando combater odiscurso privatista, chamando apopulação a defender seusdireitos.

19. Opor-se a todos os partidoscujos governos (federal, estadualou municipal) apliquem medidasfiscais que restrinjam direitossociais e dos trabalhadores.

20. Incluir na pauta do Congressodos servidores públicos federais oretorno à prática das plenáriasdeliberativas, como método detomada de decisões.

21. Luta pela data-base e pelaefetivação da Convenção 151 da OIT.

22. Reposição das perdasinflacionárias.

23. Acompanhar os eixos da pautados SPF.

24. Aprofundar o debate sobre areforma política.

25. Apoio à Reforma Agrária.

26. Reivindicar liberação do pontopara dirigentes sindicais (efetivos etemporários) para realizar trabalhode base (reuniões e disseminaçãode informações), nas agências elocais de trabalho, assim comoparticipação em fóruns sindicais.

27. Orientação aos núcleos daASSIBGE-SN que participam dosfóruns estaduais, que divulguematravés de produtos midiáticos(Outdoor e outros) os nomes dosparlamentares que estão contra ostrabalhadores.

28. Que a ASSIBGE-SN, junto comoutras entidades, atue junto aoMPF e/ou à Justiça Federal, contrao Sistema Financeiro de Habitação,no sentido de suspender aincorporação de R$ 357 bilhões(novação do FCUS-2017) à dívida,resultado de contratos com acláusula de compensação dasvariações salariais, sistema dedesamortização de capital,aplicação de índice de correção ejuros ilegais, suspensão a sermantida até que ocorra a auditoriacidadã da dívida.

CONJUNTURA BRASILEIRA E MOVIMENTO DOS TRABALHADORES

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29. Cobrar reunião com novoPresidente e questionar sobre seuposicionamento e o planejamentopara o IBGE em sua gestão, nossospontos de pauta, comoreestruturação de carreira,equiparação de direitos dos APMcom os efetivos, democratizaçãodas relações de trabalho e daatividade sindical.

30. Considerando que a indicação deRoberto Olinto segue a lógicaantidemocrática de indicação política,a categoria deve se manter alerta edefender as eleições diretas para oscargos de direção do IBGE.

31. Ação política, caso a Direção doIBGE protele reunião com ExecutivaNacional.

32. Que a Executiva Nacional se reúnaurgentemente com o diretorexecutivo e exija a anulação do PADque acusa o servidor Rodrigo deCampos Macedo. Além disso,denuncie o assédio do diretor deGeociências e do chefe da UnidadeEstadual de Santa Catarina.

33. Exigir que a Direção do IBGErealize um Congresso Institucionalainda em 2017.

34. Exigir a imediata suspensão datramitação do novo Estatuto do IBGE,proposto por Rabello.

35. Pela revogação da medalha"Getúlio Vargas", concedida a MichelTemer no III Encontro de Chefias doIBGE.

36. Trabalhar para acabar com aGEMA (Frente Parlamentar Mista daGeografia, Estatística e MeioAgroambiental).

37. Exigir ações institucionais paraprevenção de acidentes de trabalho,incêndios, etc.

38. Exigir a revogação de toda aRCD que limita a realização deassembleias e reuniões sindicais aohorário de almoço.

39. Reivindicar a liberação de e-mailsdo Sindicato para comunicação com acategoria, através do e-mailinstitucional.

40. Que o IBGE implemente umprograma voltado para a preparaçãodo aposentando nos locais detrabalho.

41. Exigir do IBGE espaços para osaposentados, com a promoção dedebates, acesso à internet ecomputadores.

42. Estabelecer um sistema deremoção interna anual, com critériosbem definidos, que contemple obanco de solicitações de intenção deremoção, antes da elaboração doquadro de vagas de concurso público.

43. Que seja retomada a discussãosobre a implementação da ComissãoNacional de Saúde, visando umapolítica de saúde no IBGE.

44. Zerar o banco de horas da grevede 2014, cuja manutenção pelo IBGEé abusiva e unilateral.

45. Fim da precarização do trabalho eda contratação de servidorestemporários para atividadescontínuas no IBGE.

46. Igualdade Salarial (piso do NívelIntermediário) e equiparação detodos os direitos para ostrabalhadores temporários(indenização de campo, licenças,acompanhamento de pessoa dafamília, auxílio-saúde, examesperiódicos, extensão da licençapaternidade, seguro-desemprego,liberação para participação dosfóruns sindicais).

47. Exigir do IBGE, em nível nacional,a garantia de equipamentos deproteção individual para ostrabalhadores que trabalham comcoleta em campo.

48. Nos casos de trabalho de campoem áreas de risco, que sejamtrabalhadores efetivos (chefes ou não)mais experientes a negociar a entrada,de forma a diminuir o risco dos APM.

49. Exigir que o IBGE contrate seguropara todos os automóveis (frota).

50. Buscar garantir a possibilidadede escolha na utilização das fériasdurante o período de contrato detrês anos dos APM, permitindo quesejam concedidas duas férias,inclusive para estagiários.

51. Exigir manutenção preventiva ecorretiva da frota, evitando-seassim riscos fatais aostrabalhadores.

52. Cobrar da Direção do IBGEmudanças efetivas para melhoria napolítica de RH.

53. Alteração no registro deafastamento por doença, semnecessidade de expor o CID, seguindoa Resolução CFM N.º 1.658/2002 doConselho Federal de Medicina.

54. Fim da perseguição aosgrevistas do IBGE.

55. Que sejam discutidos e debatidosos critérios relativos à avaliação dedesempenho para os efetivos etemporários.

56. Cobrar da Direção do IBGE umamaior transparência e fiscalização dasatribuições dos APM, para evitarsobrecarga de trabalho frente aosefetivos.

57. Que o IBGE providencie umemail institucional para todos osAPM, um crachá igual aos dosefetivos e uniformização dosprocedimentos para concessão doauxílio transporte.

58. Que nos editais de concurso paraefetivos haja previsão de pontuaçãode experiência de trabalho depesquisa estatística, sociais,econômicas, geográficas emapeamento.

59. Que a solicitação para dirigir sejainiciativa do IBGE, cabendo aoservidor aceitar ou não essarequisição.

60. Reestruturação das agências esetores do IBGE (mobiliário, imóveis,veículos, etc.).

61. Em caso de mudança física dequalquer unidade, os funcionáriosda mesma sejam ouvidos noprocesso de escolha da novaunidade por meio de pesquisa deopinião, e que seja solicitadotransparência por meio dedivulgação dos estudos quejustifiquem a eventual mudança.

62. Ação política para tentar barrar amudança do prédio no Rio deJaneiro.

63. Convocação de concurso públicoque supra as vagas abertas com aredução de pessoal e asaposentadorias.

64. Garantia de um orçamento quedê conta das necessidades do IBGEem todas as suas frentes, semquebra de continuidade eperiodicidade das pesquisas eatividades administrativas.

65. Exigir maior transparência nadefinição de critérios para a escolhade funções e lotação nos setoresdentro do IBGE.

66. Seguir a luta pela reestruturaçãoda carreira do IBGE, com base noprojeto que foi debatido e acordadocom a Direção anterior e que seencontra no MPOG.

67. Pela normatização dosprocedimentos administrativos noIBGE. A direção do órgão deve adotarcritérios impessoais, públicos etransparentes em seus atos.

68. Estabelecimento de intervalosregulares obrigatórios para osservidores que têm trabalhosinternos, visto o dano à saúdecausado pela ininterrupção dessasatividades.

69. Que haja um horárioefetivamente flexível ao trabalhador,podendo este cumprir sua jornada detrabalho entre 7h e 21h.

70. Melhores condiçõesremuneratórias para os estagiários einvestigar e denunciar os casos emque os estagiários estejam realizandofunções inerentes a trabalhadoresefetivos.

71. O IBGE deve suspender aimplantação do Projeto Rede,divulgar amplamente a últimaversão, devendo retornar paraconsulta à categoria e serreformulado a partir de umametodologia participativa.

72. Que o IBGE apoie a participaçãodos trabalhadores em eventoscientíficos e tenha uma política devalorização e formação profissionalcontinuada.

73. Que o IBGE realize maistreinamentos e capacitaçõespresenciais para realização dotrabalho.

74. Exigência de transparência nasdeliberações do Conselho Diretor.

75. Extensão do adicional defronteira para o IBGE.

SOBRE O IBGE

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76. Introduzir o debate sobre aredução da jornada de trabalho de 8para 6 horas, sem redução daremuneração.

77. Seminário sobre a democratizaçãodas instituições públicas, articulandocom IPEA, BNDES, Fiocruz,Universidades, etc.

78. Seminário sobre a situação dasGeociências do IBGE (geografia,cartografia e geodésia, recursosnaturais e base territorial).

79. Que a ASSIBGE-SN edite umarevista sobre a produção do IBGE,convidando pesquisadores externosao órgão.

80. Promover um debate nacionalsobre o modelo de Estado que nósqueremos.

81. Reforçar a implementação daSecretaria dos Aposentados nosnúcleos.

82. Que os aposentados sejamconvidados a usar meios virtuais paraa participação e mobilização nasatividades do sindicato.

83. Reedição e reimpressão dacartilha sobre o sindicato paradistribuição aos novos servidores.

84. Divulgar ações judiciais daASSIBGE-SN que foram ganhas e pagas.

85. Maior acompanhamento dosaposentados ausentes. Manutençãodo cadastro atualizado deaposentados e pensionistas, incluindomanutenção de seus e-mails.

86. Elaboração de uma cartilha erealização de atividades deesclarecimento sobre a Funpresp,sempre que ingressarem novosservidores.

87. Inserir a bandeira contra a Lei daMordaça, também conhecido como“Projeto Escola sem Partido”.

88. Reforçar a realização dosencontros estaduais de APMspromovidos pelos núcleos para:

SOBRE AS ATIVIDADES DA ASSIBGE-SN

sindicalização e escolha de delegadospara o Encontro Nacional de APM,sem a obrigatoriedade de osparticipantes serem sindicalizados.

89. Depois que pelo menos 50% +1dos núcleos sindicais tiveremrealizados seus encontros estaduais,realizar o Encontro Nacional dos APMsnos seguintes moldes: imediatamenteantes de uma DN, usando a mesmaproporção de quórum da DN, ou seja1 delegado para cada 250 APM nabase e mais um para cada fraçãosuperior a 0,5. Se o núcleo tivermenos de 250 APM, elegerá umrepresentante. Os núcleos quetiverem mais de 350 APMs na basetem direito a eleger um observador,sendo os participantes apenastemporários sindicalizados. Os demaisnúcleos, fora dos 50%, queeventualmente não conseguiremrealizar seus encontros, poderãoeleger delegados através deassembleias.

90. Orientação para que os APM nãodirijam os veículos do IBGE que nãotenham seguro.

91. Fazer um levantamento sobre asações judiciais feitas contra o IBGE arespeito do trabalho temporário e seuresultado. Após isso, prepararorientações sobre direitos epossibilidades de ações na justiçadepois do fim do contrato.

92. Preparar material e campanhacontra assédio moral e sexual, formasde denunciar e apoio jurídico. Que osnúcleos realizem palestras sobre estestemas nas unidades estaduais eagências de coleta.

93. Campanha com informaçõessobre direitos e deveres dostrabalhadores efetivos e temporários.

94. Incentivar o acompanhamentodos fatos jornalísticos através demídias consideradas alternativas, aoinvés dos canais de mídia tradicionais(Rede Globo, Bandeirante, RedeRecord, entre outros).

95. A realização de uma rodada dedebates em todos os estados,organizados pelos núcleos e com aparticipação da Executiva Nacional,para discutir os impactos dasreformas previdenciária e trabalhistano IBGE.

96. A realização de uma Campanhade Sindicalização, visando ampliar apresença do sindicato entre osnovos, os aposentados e ostemporários.

97. Aquisição de materiais deproteção (vinagre, leite demagnésia) para participação nosatos e manifestações.

98. O fortalecimento dos NúcleosSindicais de base, com atividadespermanentes dirigidas a todos ossegmentos da categoria: efetivos,temporários, aposentados.

99. Criação de um GT em cada núcleopara levantar dados de quem são ostemporários, seus interesses, suaorganização. Fazer um histórico desuas "conquistas" recentes. Realizarencontros mais frequentes entre ostemporários nos núcleos sindicais.

100. Articular com outros órgãos doserviço público em que há uso da lei8.745/93 para avaliar como é aaplicação desta lei nestes locais ebuscar lutas unitárias e coordenadas.

101. Orientação à Executiva parabuscar realizar um dia de formaçãopolítica e sindical nos próximoscongressos.

102. Que a ASSIBGE-SN elabore umacartilha direcionada para ostrabalhadores APM, voltada aesclarecimento de direitos eparticipação em mobilizações.

103. Que a Executiva Nacionalcontinue com as visitas aos núcleos.

104. Realização de encontrosregionais dos núcleos.

105. Realizar uma pesquisa sobre oclima institucional e sobre aimagem do sindicato junto àcategoria. A partir desta, umdiagnóstico e ações.

106. Aperfeiçoar as ferramentas decomunicação, com a utilizaçãotambém de vídeos e outrosrecursos para a comunicação.

107. Que a Executiva Nacionalmonte uma comissão demobilização para visitação aosnúcleos, com um cronograma devisitas estabelecido e tentandoagregar servidores aposentadosnessa tarefa.

108. Que os núcleos façam umlevantamento das condições

precárias de trabalho em suasunidades e que o resultado sejaencaminhado à Executiva Nacional,que entregará o relatório à direçãodo IBGE.

109. Buscar, em cada local detrabalho, dialogar com ostrabalhadores de forma a ampliar odiálogo com a base, inclusivecriando-se eventos específicos queatraiam os trabalhadores.

110. Utilizar a ferramentaSametime, Skype, Hangout ouequivalente, para que existaconversa em tempo real, com áudioe vídeo, entre Executiva Nacional eNúcleos para diálogos maisurgentes.

111. Que os núcleos promovamdebates juntamente com outrasentidades interessadas, sobre oCenso Agropecuário, em cadaestado, como forma de esclarecer asociedade que esse é o Censo quefaremos, mas não é o quequeremos.

112. Que a assessoria jurídica daASSIBGE-SN atue preventivamentepelos meios possíveis, para evitar aabertura de PADS contra servidoresque acumulem cargo técnico e deprofessor.

113. Que, na medida do possível, aspalestras da ASSIBGE-SN sejamtransmitidas em tempo real.

114. Que a ASSIBGE-SN, através doseu jurídico inclusive, questione apolítica de bloqueio de mensagensdo sindicato no notes e a censura.

115. Que o custo do aluguel daterceira sala do Núcleo Brasília(R$1.200) seja socializado de acordocom os critérios usuais da ASSIBGE-SN.

116. Delegar à CEN (ComissãoEleitoral Nacional)a possibilidadedos aposentados encaminharemseus votos pelos correios naocasião das eleições gerais daASSIBGE-SN.

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117. Artigo 4º, alínea “i”:i) Manter relações com as demais entidadesde trabalhadores, órgãos dos poderespúblicos e outros segmentos organizados dasociedade, pela concretização dasolidariedade social e defesa dostrabalhadores (...)

118. Artigo 12º, alínea “d”:d) Os delegados serão eleitos emAssembleias de suas bases com antecedênciamínima de 20 (vinte) dias do CongressoNacional.

119. Art 13º, alínea “h”:h) Eleger a Comissão Eleitoral Nacional, nahipótese em que sua realização ocorra nomesmo ano de realização das eleições.120. Artigo 15º, parágrafo 3º:Os trabalhadores ativos (...) que disputaremas eleições de delegados e observadores àDN será aplicado da seguinte forma (...)

121. Artigo 22ºA Assembleia Geral é o órgão máximo dedeliberação em nível de Núcleo Sindical ouEstado, podendo ser ordinária ouextraordinária, nas quais apenassindicalizados poderão votar e servotados, desde que a sindicalização some3 (três) meses ou mais. Para votar emassuntos de interesse coletivo, comocampanha salarial, deliberação de greve, épermitida a participação de todos ostrabalhadores, independentemente deserem sindicalizados.

122. Artigo 24ºTodas as eleições de representantes parafóruns, estatutários ou não, obedecerão aocritério da proporcionalidade direta equalificada, em chapas concorrentes, daseguinte forma (...)

123. Artigo 27ºOs Núcleos Sindicais são órgãos (...) para ummandato de 3 (três) anos.

124. Artigo 37, parágrafo 1°:(...) a CEN (Comissão Eleitoral Nacional)comunicará a necessidade de substituiçãodos membros irregulares até um prazomáximo de 3 dias úteis (...)

125. Artigo 41, alínea “d”:d) As eleições serão realizadasem até 2 (duas) convocações, senecessário, devendo a segundaeleição (...)

126. Artigo 41º, alínea “e”:e) Para serem validadas aseleições, é necessário ocomparecimento mínimo de25% mais um do total dossindicalizados aptos a votar emprimeira convocação. de 20%dos filiados aptos a votar emsegunda convocação.

127. Artigo 41º,alínea “h”:h) (...) em reunião que deveráser realizada em até 5 (cinco) dias úteis (...)

128. Artigo 50º, parágrafo 1º:Do total arrecadado com as contribuiçõessindicais, antes do repasse aos núcleos,haverá a retenção de 10% do totalarrecadado até dezembro de 2017. A partirde Janeiro de 2018, este percentual será

136. Moção de repúdio às alterações noEstatuto do IBGE, sobretudo em relação àcriação do Conselho Superior de Gestão.

137. Moção derepúdio à ação doGoverno do Parácontra os sem-terra,na Fazenda SantaLúcia, município dePau D´arco, no dia 24de maio de 2017, queresultou no massacrede 10 companheiros.

138. Moção derepúdio à truculênciae ao uso das forças

MOÇÕES APROVADAS

130. Até 16 de Junho: assembleias derepasse das discussões do XII Congresso.

131. Adesão à greve geral a ser convocadapelas centrais sindicais, movimentossociais e frentes populares (previsão dedata: na semana de 26 a 30 de Junho).

132. No segundo semestre, a realizaçãodo plebiscito sobre eleições gerais para oIBGE em todos os níveis.

PLANO DE LUTAS

reduzido para 5% do total arrecadado, queserá destinado para o fundo de greve edepositado em conta corrente específica.

129. Art. 50, parágrafo 5°:É obrigatória a prestação de contas doresultado financeiro do fundo de greve, aqual será feita pela Executiva Nacional (...)”.

133. Agosto: lançamento da campanha desindicalização e realização do primeiroencontro de formação.

134. Segundo semestre: realização doprimeiro encontro de formação.

135. No primeiro semestre de 2018:realização do II Congresso Democrático daASSIBGE-SN, em substituição à DN doprimeiro semestre.

militares na manifestação legítima dostrabalhadores, no dia 24 de maio, e nasdemais.

139. Moção de Repúdio aos chefes queimpediram a vinda de temporários/efetivos ao XII Congresso da ASSIBGE-SN.

140. Moção de repúdio contra o IBGE pelamanutenção da RCD que limita o horáriode assembleias.

141. Moção em defesa do Comitê Gestordo Plano de Caros e Carreiras (CGPCC).

142. Moção de repúdio à atitude doCoordenador de RH e do IBGE em negar-sea defender a natureza técnica dos cargospara fins de acumulação.

ALTERAÇÕES ESTATUTÁRIAS

A equipe de apoio,formada por

funcionários denúcleos e daASSIBGE-SN

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Hoje as empresas funcionamcomo Estados, portanto, temos umimperialismo de empresas, comodiria o geógrafo Milton Santos.Com o processo de privatizaçãoeste conhecimento pode ficarrestrito, já que a cobrança porpesquisas é uma forma derestringir o saber. Subordinar oCenso Agro à Comissão deAgricultura do Senado é subordinaro Censo ao Agronegócio.

Como a crise teve origem e sedeu no epicentro financeiro doPlaneta (EUA e Europa), e havia apossibilidade deste capitalevaporar, muitos grupos foramcomprar ativos na Natureza. Oprojeto é privatizar e"mercadorificar" a Natureza, comonunca imaginamos, sob a lógica daexploração econômica (terras, sol,água, ar, etc).

A política de negociação decréditos de carbono transforma aNatureza em ativo financeiro.Portanto, o Agronegócio brasileiroé tão somente o resultado da crisedo capitalismo internacional ebrasileiro.

Papel da Geografia e do IBGEneste momento

A proposta de "estrangeirização"de terras vem com novos projetos delei neste governo. Há também umataque ao IBGE, através de indicaçõescirúrgicas, privatização doconhecimento, intensificando aprecarização do serviço e ahiperprecarização da mão de obra. Omaior exemplo disso são os ataquesao Censo Agropecuário do IBGE.

"Fazer mais com menos"não é o caminho

Há também um ataque àquantidade e qualidade dasinformações, com um corte de maisde 60% das questões do Censo.Eliminaram informações sobre aagricultura familiar (campesinato),que gera mais 70% dos alimentos.Foram retirados dados da agriculturaorgânica e também parte sobre o usode agrotóxicos (agora chamadospomposamente de "produtosfitossanitários"), além das perguntassobre recursos hídricos dentro dosestabelecimentos rurais e a condição detrabalho temporário no campo.

Como o “G” do IBGE está sendoimpactado por esta conjuntura?

MARCO MITIDIERO JUNIORAssociação dos Geógrafos Brasileiros - AGB

O que importa às elites éempurrar as reformas àtoque de caixa, mesmo queseja com outro Temer.Diante da abrupta aplicaçãode uma nova metodologiada Pesquisa Mensal deComércio (PMC) e daPesquisa Mensal deServiços (PMS), que têmincidência direta sobre ocálculo do PIB, o ConselhoFederal de Economiadecidiu pediresclarecimentos ao IBGE.Estamos aguardando aresposta, mas até agora nãoobtivemos nenhum retorno.

O IBGE que queremos temque ser um órgão de Estado

WELLINGTON LEONARDO DA SILVAConselho Federal de Economia

O IBGE que queremos temque ser um órgão de Estado,cujo corpo técnico precisa terautonomia para produzirestudos e projetos, visandoforjar políticas públicas para opaís. A POF é importante, oCenso Demográficointermediário é importante(entre os dez anos), o CensoAgro, incluindo a agriculturafamiliar, é fundamental, alémde pesquisas sobredesigualdade social (dadossobre isso) e as pesquisasgeográficas e geodésicas, emconsonância com a área deEstatística.

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VII Encontro Nacional dos Aposentados, Aposentandos e Pensionistas

“Muita gente não vai conse-guir se aposentar e os gruposmais atingidos serão mulheres,trabalhadores de baixa renda eos que atuam em serviços me-nos valorizados. Haverá umtempo maior de permanênciados mais idosos no mercadode trabalho, maior dificuldadepara os mais velhos que fica-rem desempregados, além dadificuldade de ingresso dosmais jovens em posições pro-tegidas e um desestímulo àbusca do emprego formal.”

"A maior parte das aposenta-dorias no Brasil é por idade, oque indica que as pessoas nãose aposentam pelo tempo decontribuição, fruto da insegu-rança do mercado de trabalho.Com a mudança para 25 anosde contribuição mínima esta si-

"Só com investimentos sociais do Estado, com base nosrecursos naturais estratégicos que temos no Brasil, seriapossível zerar o déficit social neste país. Isso significa darmoradia, transporte, educação, saúde digna para todosos brasileiros. É preciso sair deste monólogo em que nosencontramos e passar a debater um acordo nacional emtorno de como podemos sair desta crise."

"Estados e municípios tam-bém são atingidos pela crise.No DIEESE temos demonstra-do que a crise é provocadapela queda da arrecadação,não pelo crescimento dos gas-tos. A Emenda Constitucional95 (cria o teto de gastos públi-cos) veio para limitar os inves-timentos sociais por vinteanos, mas não limitou os gas-tos com a dívida pública brasi-leira, responsável por grandeparte da dilapidação dos re-cursos orçamentários do país.”

"As pequenas e médias em-presas têm tido dificuldadesde se estabelecer, enquantoas grandes se mantêm, por-que têm mais recursos e influ-ência política. Não há projetoeconômico continuado noBrasil sem passar pelo poderpúblico. Temos um empresa-riado muito conservador e,neste momento, investimen-tos públicos retraídos pelo go-verno, além da ausência deinvestimentos a espera dastais reformas. O que gera pos-tos de trabalho em larga es-cala é a produção.

"A Lava-jato tem papelcentral nesta crise, mas comuma certa parcialidade. Ago-ra ela avança para o setor pri-vado, como a JBS, o que para-lisa as empresas atingidas,causando também desempre-go. Na política contamos comum Congresso Nacional semlegitimidade e não se enxer-ga quadros políticos que apre-sentem um novo horizonte."

"Hoje a aposentadoria é medida pela mé-dia das 80 últimas maiores remunerações.Agora você vai pegar todas as contribuiçõesdesde 1994 para fazer a média, o que rebai-xa o valor do benefício. Atualmente o traba-lhador recebe no mínimo 85% do valor quan-do se aposenta por idade, o que vai cair para

75% com a reforma da Previdência.Com as novas regras, além da idademínima, o trabalhador terá que con-tribuir por 40 anos para receber o be-nefício em valor integral. No caso doservidor, a idade mínima será de 55para a mulher e 60 para o homem, mascom uma regra de transição que au-menta a idade mínima para a aposen-tadoria ao longo dos próximos anos.Em 2028 ela será de 60 e 65 anos.”

QUEDA DEARRECADAÇÃOE DÍVIDA PÚBLICA

CENÁRIO CONFUSOE SEM UMA SAÍDANO HORIZONTE

A CRISEE O PAPELDO ESTADO

NOVAS REGRASSÓ PIORAM AAPOSENTADORIA

PROBLEMASNA REFORMADA PREVIDÊNCIA

tuação vai piorar, sobretudono mercado de trabalho. Paraos servidores públicos a idademínima de aposentadoria pas-sa para 65 anos para homense 62 para mulheres, com 25anos de contribuição. A atualdiferença da aposentadoria damulher para a do homem levaem consideração o tempo detrabalho doméstico despendi-do pelas mulheres.”

OS MAIS ATINGIDOSPELA REFORMADA PREVIDÊNCIA

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Aposentados rejeitam reformas de TemerA economista Jessica Name,doutora pela UFRJ e coordenadorado DIEESE, foi a palestrante sobrea conjuntura no VII EncontroNacional de Aposentados eAposentandos da ASSIBGE-SN.Name centrou sua exposição nasconsequências das reformasprevidenciária e trabalhista paraa sociedade brasileira.Destacamos os principais trechosde sua exposição

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Em sua palestra, Solange Go-mes de Oliveira, diretora de di-vulgação da Associação Brasi-leira de prevenção ao Câncer(Abrapac), fez um alerta sobreo papel da indústria de alimen-tos processados, que geramobesidade e doenças, além dofumo e da bebida alcóolica emexagero. De acordo com Solan-ge, 600 mil brasileiros foram di-agnosticados com câncer em2016, sendo que um terço de-les seria de casos evitáveis. Adiretora da Abrapac criticou aomissão do Estado, que não as-segura o cumprimento da lei,que prevê o início do tratamen-to 60 dias após o diagnósticoda doença. Solange sugeriu atodos fazer os exames preven-tivos, buscar informação sobrequalquer sintoma ou alteraçãovisível em seu corpo e não ce-der à depressão. De acordocom ela, o maior fator de riscopara a saúde é a ignorância.

Solange Gomes alerta que

"É um sonho de consumo doempresariado, faz tempo, frag-mentar o mercado de trabalhoe pagar o mínimo de direitos.Só que quem consome os pro-dutos das empresas somosnós, que estamos no mercadode trabalho.

"O que gera emprego é in-vestimento e produção. O quequerem é legalizar a perda dedireitos e as formas precáriasde ocupação. Tudo que geraperda das empresas na Justiçado Trabalho está na reformatrabalhista. A reforma enfra-quece a Justiça e retira a forçados sindicatos. Isso para dar astais "garantias legais" para o in-vestimento das empresas. Issovai significar um estímulo àprecarização do mercado detrabalho.

“Serão mais de 100 artigosda CLT modificados. É a maiormudança no mercado de tra-balho no Brasil desde 1930,desmontando todo o concei-to político, jurídico e ideoló-gico que fundamentou o sis-tema de relações de trabalhono país até aqui."

O cartunista Diego Novaes foi uma dasatrações do VII ENAAP. Com sua habilidadee traço de humor fez caricaturas dosparticipantes, que levaram uma lembrançado evento para a casa. Alguns de seustrabalhos foram expostos ao final do ENAAPe início do XII Congresso da ASSIBGE-SN,numa coletânea de cartuns já publicadospelo Sindicato na internet e em boletins.

"Todo o desmonte das relações de tra-balho que está sendo realizado no se-tor privado será repassado ao setor pú-blico. O acordo coletivo poderá se sobre-por ao que está previsto na legislação. Al-guns pontos da terceirização generaliza-da vão atingir o setor público. O uso deOrganizações Sociais, Parcerias PúblicoPrivadas e fundações se amplia com a re-forma trabalhista. Teremos uma parcelareduzida de categorias regendo uma mas-sa enorme de terceirizados e temporári-os no setor público. Isso já pode ser ob-servado, no caso do IBGE.”

REFORMATRABALHISTA:MODERNIZAÇÃOOU DESPROTEÇÃO?

DESMONTETRABALHISTAATINGE O SETORPÚBLICO

se não houver alteração da po-lítica de saúde pública, daqui a20 anos o câncer poderá ma-tar mais que as doenças cardi-ovasculares. É importante lutarpela melhoria do SUS, denun-ciar as irregularidades dos pla-nos de saúde e buscar entida-des voluntárias de apoio emsua cidade e seu estado.

Muitas vezes a Abrapac temque fazer barulho na imprensapara que as pessoas sejamatendidas. Solange citou a ju-dicialização dos problemas desaúde, o mau funcionamentodo Sisreg (fila virtual) comoproblemas que evidenciam aprecarização do sistema desaúde. Entre os presentes ficoua sugestão de debater a pre-venção de saúde, através dosnúcleos sindicais da ASSIBGE-SN.

Você estápreparado?

A colega Rosentina Santos daSilva (ibgeana aposentada epsicóloga) fez de sua palestraum alerta aos aposentados eaposentandos presentes ao VIIENAAP. O consumo desenfrea-do é estimulado pelo Capital,sobretudo bancos e financei-ras, mas a decisão sobre o en-dividamento é de cada um."Antes de assinar qualqueracordo ou contrato leia tudo,mesmo que sejam letras mi-núsculas. O endividamento éuma bola de neve", ressaltouRose. Vários colegas deramdepoimentos de suas experi-ências pessoais, como se

comportam diante do consu-mo, das suas necessidades ede suas famílias.

A palestrante também cha-mou a atenção de todos paraalgumas decisões dos que es-tão para se aposentar. "Quan-do é o melhor momento?Como viver com a nova reali-dade e o novo salário? Pode vira depressão. Como enfrentar?Esses são alguns desafios sobreos quais cada um deve refletirantes de decidir pela aposen-tadoria", concluiu.

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Cuidar melhor da saúde

Um alertanecessário

Aspectos psicológicos paraa educação financeira

CARI CATU RAS

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ASSIBGE-SINDICATO NACIONAL | Av. Pres. Wilson, 210 - 8º andar - Rio de Janeiro/RJ - CEP: 20030-021 | (21) 3575-5757 | www.assibge.org.br | [email protected] da ASSIBGE-SN - Informativo da ASSIBGE-SN | Jornalista responsável (redação/edição/revisão): Henrique Acker - MTb 17.635 |

Programação visual : Juarez Quirino da Silva | Fotos desta edição: Isabelle Boaventura | Tiragem: 10.000 | Impressão: Gráfica Newstech

Mudanças em vista?

Remetente: Executiva Nacional da ASSIBGE-SNAv. Presidente Wilson, 210 | 8º andar | Castelo | Rio de Janeiro/RJ | CEP: 20030-021

Guindado ao mais alto posto do Ins-tituto pelo governo Temer, o empresá-rio Paulo Rabello chegou com fama de"amigo do homem" e chegou a impres-sionar a alguns por seu palavreado elo-quente a frente do órgão e sua posiçãode fazer do IBGE um balcão de produ-tos e serviços a serem negociados coma iniciativa privada.

Mas, afinal, que legado Rabellodeixa em sua passagem pelo IBGE?• CENSO MEIA-BOCA - O CensoAgropecuário foi descaracterizado eo que deverá ser realizado de setem-bro/2017 a março/2018 é outra pes-quisa, de alcance limitado e cujoquestionário representa um rompi-mento da possibilidade de sequên-cia com os censos anteriores. De 80mil censitários o IBGE só vai contarcom 26 mil. de um orçamento deR$1,5 bi o IBGE vai ter que se virarcom R$ 780 mi.• ESTATUTO PRESIDENCIALISTA - Oprojeto de reforma do Estatuto doIBGE, elaborada por um grupo fe-chado e sem qualquer consulta aocorpo técnico, cria um Conselho Su-perior de Gestão, formado pelo pró-prio Presidente, quatro representan-tes de ministérios e outras cincopessoas, indicadas pelo Presidente.Na prática isso esvazia o ConselhoDiretor e seu caráter de colegiado.Da mesma forma é criado um Ga-binete, diretamente subordinadoao Presidente. Ora, se na atual es-trutura já é difícil ouvir o corpotécnico da casa, que dirá numa es-trutura totalmente subordinada aum Presidente?• APARELHAMENTO DO IBGE - Omais grave deste breve período de"aventuras" foi o uso escancarado davisibilidade que o cargo confere parafazer propaganda do governo, como uso de um Encontro de Chefiaspara a entrega de medalha ao pró-prio Temer. Este tipo de atitude, quefoge da discrição exigida de um diri-gente máximo de um órgão de pes-quisa oficial, colocou o IBGE na ber-linda, ameaçando o que o Institutotem de mais importante: sua credi-bilidade junto à opinião pública.

Rabello deixa legado desastroso no IBGEANTES DE COMPLETAR UM ANO, PAULO RABELLO DE CASTRO – O "BREVE", COMO ELE MESMO DE AUTO-INTITULOU – DEIXOU A PRESIDÊNCIA DO IBGE.

Em maio, após o pedido de demis-são de Maria Sylvia Bastos, Rabello foiconvidado por Temer para ocupar a Pre-sidência do BNDES. Não titubeou eaceitou, apesar de ter ensaiado críticasao governo na última semana em queestava no IBGE. Caiu para cima, comofazem os políticos profissionais, e ain-

Em seu discurso o novo Presidente do IBGE tocou em algunspontos importantes para a categoria e a opinião pública

VENDA DE PESQUISAS“A informação é pública, gratuitae acessível a todo mundo, nãoexiste critério de privilégico paraninguém. A gente não vai vendernada, não vai fazer pacotes, issonunca passou pela minha cabeça,mas a gente tem que pensar emcomo podemos trabalhar cemparceiria, criando um sistemade integração de informaçãopara o país”.

PLANO DE CARREIRA“Nós temos um plano de cargos esalários pendente, e isso é umaprioridade. Não importa se a gentevai conseguir para este ano ou anoque vem. O problema é ter esseplano assinado e implementado”.

MANIPULAÇÃO DE DADOS“O IBGE nunca apanhou tanto nasua histótria como nos últimos oitomeses. Se alguém pode manipular é

a equipe técnica e vocês estãomalucios de achar que uma equipetécnica vai manipular de bocafechada. Reclamam de tudo, não vãoreclamar de uma manipulação?”

PROJETO DE NOVOESTATUTO PARA O IBGE

“Um coisa eu já falei e vou repetir:o Conselho de Gestão não será, emhipótese alguma, superior aoConselho Diretor do IBGE”.

SEDE ÚNICA DO IBGE NO RIO“Existe hoje uma comissãodiscutindo e avaliando aspropostas, com representantesde cada diretoria e umrepresentante do Sindicato.Depois de consultados nós vamosdecidir pelo que trouxer maiorqualidade técnica e à vida dosfuncionários. Estejam tranquilosem relação a isso.”

da saiu dizendo que "um ibgeano nãofoge a uma missão".

Em seu lugar assumiu o ex-diretorda DPE, Roberto Olinto. No entanto,não se sabe até quando o governo Te-mer se sustenta, mergulhado que estánum mar de corrupção, projetos de re-formas impopulares e descrédito.

Ainda assim a direção do Sindicatoenviou imediatamente ao IBGE um pe-dido de reunião e uma carta ao novoPresidente, visando debater as principaisreivindicações da categoria e propondoque o projeto de reforma do Estatutoseja imediatamente retirado dos gabine-tes do Ministério do Planejamento.

A ASSIBGE-SN aguarda confirma-ção da reunião com Olinto, mas man-tém de pé a bandeira da democrati-zação do IBGE, como única saída parao processo de precarização por quepassa o Instituto. Apesar da instabi-lidade política, a ASSIBGE-SN esperaque a nova administração rompa coma lógica de "fazer mais com menos"e busque o diálogo com a categoria,evitando soluções administrativaspara problemas que são estruturaise que exigem um trato democrático,com transparência e participação detodo o corpo técnico.

Carta ao novoPresidente do IBGE

Rabello inventou a medalha“Getúlio Vargas”, que concedeu,em nome do IBGE, a Michel Temer

Olinto assume compromissos em sua posse

FOTO: DIVULGAÇÃO

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