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1 XV COBREAP - CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS - IBAPE/SP – 2009 TRABALHO DE PERÍCIA Resumo: Devido à alta incidência da mosca dos estábulos na região de Planalto/SP, foram apresentadas denúncias a CETESB e posteriormente ao Ministério Público, visando elucidar as fontes de propagação do vetor, e suas causas. Face às denúncias, apontou-se como a causa do problema o acúmulo de vinhaça em áreas agrícolas plantadas com cana de açúcar. Em setembro de 2.008 foi encomendado ao Instituto de Veterinária da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, um laudo sobre o problema, qual culminou com o “Relatório de visita técnica aos municípios de Planalto, Monte Aprazível e União Paulista”. Constatou-se nas propriedades visitadas o manejo deficiente ou inadequado do esterco e restos alimentares dos bovinos, o qual se observou a incidência de larvas da mosca dos estábulos. Foram promovidas três vistorias na região afetada pela mosca dos estábulos. Diante dos fatos, o presente estudo teve a finalidade de identificar as causas da alta infestação do vetor e apontar iniciativas que visem à prevenção e o controle da mosca dos estábulos. Palavras-chave: Mosca, Estábulos, Stomoxys, Vinhaça, Curral.

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XV COBREAP - CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS - IBAPE/SP – 2009

TRABALHO DE PERÍCIA

Resumo: Devido à alta incidência da mosca dos estábulos na região de Planalto/SP, foram apresentadas denúncias a CETESB e posteriormente ao Ministério Público, visando elucidar as fontes de propagação do vetor, e suas causas. Face às denúncias, apontou-se como a causa do problema o acúmulo de vinhaça em áreas agrícolas plantadas com cana de açúcar. Em setembro de 2.008 foi encomendado ao Instituto de Veterinária da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, um laudo sobre o problema, qual culminou com o “Relatório de visita técnica aos municípios de Planalto, Monte Aprazível e União Paulista”. Constatou-se nas propriedades visitadas o manejo deficiente ou inadequado do esterco e restos alimentares dos bovinos, o qual se observou a incidência de larvas da mosca dos estábulos. Foram promovidas três vistorias na região afetada pela mosca dos estábulos. Diante dos fatos, o presente estudo teve a finalidade de identificar as causas da alta infestação do vetor e apontar iniciativas que visem à prevenção e o controle da mosca dos estábulos. Palavras-chave: Mosca, Estábulos, Stomoxys, Vinhaça, Curral.

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I. Introdução: I.A. Problemática

Devido à alta incidência de mosca do estábulo, ou mosca do esterco (Stomoxys calcitrans) na região de Planalto/SP, foram apresentadas denúncias a CETESB e posteriormente ao Ministério Público, visando elucidar as fontes de propagação do vetor, e suas causas.

Essas denúncias culminaram na instauração de Inquérito Civil Público nº 55/08 pela Promotoria de Justiça de Buritama, Estado de São Paulo.

Em setembro de 2.008 foi encomendado à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Instituto de Veterinária, um laudo sobre o problema, qual culminou com o “Relatório de visita técnica aos municípios de Planalto, Monte Aprazível e União Paulista, realizado em 10-12 de setembro de 2008”, firmado pelo ilustre professor doutor Avelino José Bittencourt.

I.B. Do Relatório Técnico da UFRRJ

De acordo com o Relatório Técnico da UFRRJ: “Verificou-se nas propriedades visitadas que o manejo da matéria orgânica era deficiente na maioria dos casos, onde foi observada a presença de esterco bovino e eqüino junto às instalações dos animais (currais e estábulos). Em três propriedades visitadas observou-se a presença de montes de esterco a céu aberto, esterco sem ser retirado do estábulo e próximo às baias. Numa propriedade utilizava-se casca de arroz no piso das baias, que era armazenada sem proteção. Devida à liberação de amônia, que estimula a postura das moscas (Nakano et al., 1973), o esterco dos animais, acrescido de materiais como a casca de arroz, restos de silagem e de capim picado, juntamente com a urina dos animais, fermentam e atraem a mosca Stomoxys calcitrans, bem como outras moscas”.

É sabido que existem altas concentrações de amônia (NH3) na urina dos bovinos. Na composição, a vinhaça contém nitrogênio, dentre outros elementos (vide Tabelas 1 e 2), porém em baixa concentração.

Sabendo que a “mistura” ideal para a reprodução das larvas da S. calcitrans (e de outras moscas) é calor + umidade + matéria orgânica + amônia, quando ela encontra essas condições, tem aí um favorecimento para sua reprodução. Em se não havendo controle destes fatores é certo que a infestação do vetor será constante.

Há que se observar que, conforme Rogers et al., 1971; Bayley et al., 1973 apud Bittencourt, 2008, “como esta mosca possui uma relativa capacidade de dispersão, onde segundo autores, pode voar desde sete até 117 km, entende-se que o seu controle deve ser visto não apenas como um problema de um determinado município, mas de uma mesorregião”.

Há que se soma aos fatores a presença de diversos maciços florestais na região, onde, inclusive, a simples presença de uma camioneta branca foi suficiente para atrair tais moscas. Comprovando que as mesmas habitam estes maciços.

Ou seja, existe toda uma comunhão de fatores e condições ambientais quais propiciam a reprodução e disseminação da S. calcitrans na região estudada.

I.C. Da informação técnica CETESB Nº 003/09-CFU

A CETESB através de seu corpo técnico, pós vistoria às áreas afetadas,

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exarou a Informação Técnica CETESB nº 003/09-CFU. Destaca-se, da referida informação, às fls. 124: “No processo de

licenciamento, essa empresa também informou que toda a vinhaça produzida seria destinada a fertirrigação de áreas plantadas com cana de açúcar, por canais de irrigação [...] a vinhaça seria encaminhada até as áreas de aplicação por tubulação subterrânea (aproximadamente 48.900 metros de tubos de 500 mm), canais secundários abertos no solo (250 metros) e utilizados canhões de aspersão”.

Às fls. 126: “Em 28.01.2009 e 06.08.2008 forma registradas, nesta agência diversas reclamações [...] sendo que em 12.08.2008, houve denúncia relatando alta infestação de moscas dos estábulos, Stomoxys calcitrans, face ao acúmulo de vinhaça em áreas agrícolas plantadas com cana de açúcar, criando poças onde se prolifera a citada mosca [...].

Concluindo (fls. 126/127): “Para atendimento às reclamações, efetuou-se uma primeira inspeção, oportunidade em que não foi constatado o problema citado; no entanto, decorridos 5 (cinco) meses, período em que recebemos informações do agravamento do problema e as reclamações se acentuaram, nova vistoria foi realizada, abrangendo a planta industrial e as áreas agrícolas plantadas com cana de açúcar da COPLASA – AÇÚCAR E ÁLCOOL LTDA, no município de PLANALTO”.

“Acompanhados do engenheiro agrônomo responsável pela Casa da Agricultura de União Paulista, Sr. Walterney Guisilini (denunciante do problema) e outros produtores rurais, observou-se a aplicação de vinhaça gerando poças e áreas enlameadas, onde havia a presença de quantidade significativa de moscas, corroborado pelo manejo inadequado (ou deficiente), na maioria dos casos, da matéria orgânica oriunda dos bovinos e eqüinos junto aos estábulos e currais dos produtores”.

Pela própria afirmativa da CETESB, em meses anteriores inexistia o problema de larvas na lavoura de cana de açúcar, e posteriormente, por conta do manejo deficiente ou inadequado do esterco e restos alimentares dos bovinos nos imóveis circunvizinhos, há uma incidência de larvas destas moscas.

Em vistoria atual também se identificou problemas com larvas das moscas, porém, a COPLASA vem se utilizando de produtos registrados e tecnicamente recomendados para o controle das moscas, o que não se observa em alguns dos imóveis vistoriados.

Tanto é certo que, às fls. 127 do ICPA destaca-se: “Saliente-se que, na documentação apresentada pela COPLASA, constou declaração de 20.10.2008 do Engenheiro agrônomo responsável pela Casa da Agricultura de União Paulista, Sr. Walterney Guisilini, representante dos produtores rurais daquela região, relatando as medidas adotadas pela COPLASA e a diminuição significativa da presença do vetor”.

A CETESB comprova que as medidas implementadas pela COPLASA foram eficazes no controle parcial da mosca. Mas há que se observar que temos o passivo gerado pelos produtores rurais, quais não fazem a sua parte, ou seja, de nada adianta a COPLASA, unilateralmente, promover ao controle do vetor se os proprietários rurais também não o fizerem.

II. Sobre a mosca dos estábulos Stomoxys calcitrans, Linnaeus, 1758

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II.A. Aspectos morfológicos de Stomoxys calcitrans A mosca Stomoxys calcitrans (Linnaeus, 1758), comumente conhecida como

“mosca dos estábulos”, é uma mosca hematófaga (alimenta-se de sangue), que ataca diversas espécies, dentre as quais se destacam bovinos, caprinos, ovinos, eqüinos, cães e até mesmo o homem (Bittencourt & Borja, 2002). Segundo Moraes (2007), a mosca dos estábulos possui tamanho similar ao da mosca doméstica (Fotografia 1).

Fotografia 1. Espécime de Stomoxys calcitrans em repouso sobre fio de arame.

Medindo em torno de seis milímetros, apresenta coloração acinzentada,

quatro listras escuras longitudinais, sendo as laterais mais curtas, não chegando até o final do escudo do tórax. Seu abdome é mais curto e possui três manchas escuras arredondadas no segundo e terceiro segmentos abdominais. Possui aparelho bucal do tipo picador, proeminente e projetado cranialmente, localizado entre os curtos palpos. Este é provido de pequenas labelas que apresentam estruturas similares e pequenos dentes.

Os adultos são sexados pelo formato e disposição dos olhos facetados, ou seja, machos possuem olhos holópticos (os olhos se tocam, dorsalmente) e fêmeas olhos dicópticos (os olhos são separados, dorsalmente), e ainda, são distinguidos pelas diferenças morfológicas da genitálias (Furman & Catts, 1982).

Os ovos medem aproximadamente um milímetro, podem apresentar coloração variando de branca à amarela (Soulsby, 1987) ou pérola (Mello, 1989) e apresentam um sulco longitudinal em um dos lados. As larvas da mosca dos estábulos é semelhante às larvas da mosca doméstica (Fotografia 2), exceto por suas placas estigmáticas se apresentarem mais separadas e os espiráculos em forma de “S” (Soulsby, 1987). As pupas (coloração castanha) são menores que as da Musca domestica e apresentam umas das extremidades mais delgada (Neves & Faria, 1988).

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Fotografia 2. Larva de Stomoxys calcitrans junto ao esterco remexido.

II.B. Ciclo biológico de Stomoxys calcitrans

De acordo com Moraes (2007), o ciclo de vida da mosca dos estábulos varia de 12 a 60 dias, estando diretamente relacionado as características climáticas da região. Guimarães (1983) relata que uma fêmea adulta pode produzir até 632 ovos, fazendo mais de 20 posturas em toda a vida. Os estágios de desenvolvimento compreendem: ovo, larva, pupa e adulto (Figura 1).

Figura 1. Ciclo biológico de Stomoxys calcitrans. Fonte: Manual Novartis de Biologia e Controle de Moscas.

Os ovos eclodem de um a quatro dias, entrentanto, este período pode se

prolongar em ambientes de baixa tempetura (Urquhart et al., 1996) ou ser reduzido em locais de temperaturas mais altas (Guimarães, 1983). Após a eclosão, as larvas se alimentam de material orgânico vegetal, e amadurecem num intervalo de seis a 30 dias (Urquhart et al., 1996). A pupação pode durar de seis a dez dias, estando

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diretamente relacionada à temperatura e umidade as quais as pupas foram expostas (Soulsby, 1987).

Nos locais de temperaturas mais elevadas a mosca dos estábulos desenvolve-se continuamente, não havendo interrupção do ciclo de vida ao longo do ano (Guimarães, 1983). Em geral, os adultos de S. calcitrans vivem por até um mês (Moraes, 2007). Ocorrida a emergência, a fêmea inicia a oviposição após nove dias aproximadamente (Soulsby, 1987). A alimentação leva aproximadamente três minutos, mas é constantemente interrompida em consequência da dor ocasionada por sua picada nos animais parasitados (Carrera, 1991; Urquhart et al., 1996). II.C. Perdas econômicas causadas por Stomoxys calcitrans

A presença de altas infestações da mosca dos estábulos causa efeitos adversos, tanto pela perda de sangue, como pelas moléstias e irritação que provocam, o qual tem repercussões nos padrões de conduta (aglomeração, inquietação, procura de água para proteção, etc.) dos animais e nos níveis de produção de leite. O grande número de moscas pode causar a redução do ganho de peso no gado porque os animais não se alimentam ao serem atacados. As feridas causadas pelas picadas nos cavalos podem levar a infecções secundárias e transmitir patógenos (DuPonte & Larish, 2003).

Verificou-se nos Estados Unidos em 1977, que esta mosca foi incriminada como causadora de prejuízos da ordem de 398,7 milhões de dólares (Drummond et al., 1987). Também nos Estados Unidos, a produção leiteira pode ser afetada, como constatado por Bruce & Decker (1958), que estudaram a relação entre a quantidade de moscas e a redução na produção de leite, verificando durante os meses de verão, que cada mosca ocasionava uma perda média mensal na produção de leite de 0,65-0,70% por vaca. No Brasil, Guimarães (1984), citou que em áreas com elevada incidência da mosca dos estábulos, pode ocorrer um decréscimo de 20 a 60% na produção leiteira. Nos Estados da Paraíba e Rio Grande do Norte o parasitismo era tão intenso que as vacas eram ordenhadas a noite (Guimarães, 1986). Grisi et al. (2002) estimaram que no Brasil as perdas podem atingir mais de 100 milhões de dólares/ano.

Vários estudos relatam a perda na produtividade animal devido a infestação de S. calcitrans (Bruce & Decker, 1958; Campbell, et al., 1977; Campbell, et al., 1987; Dougherty et al., 1993). Em estudo realizado sobre animais expostos ao parasitismo da mosca dos estábulos, Bittencourt (1998) verificou que estes exibiam respostas às picadas, dentres elas podem ser destacadas o balançar da cabeça, orelhas e movimentação cutânea, com o objetivo de espantar as moscas e na ocorrência de parasitismo intenso, os bovinos se aglomeravam. Dessa forma, além de aumentar o consumo de energia, o pastejo é afetado, havendo deste modo, influência negativa no ganho de peso.

Considerando-se o ganho de peso, conversão alimentar e custos com inseticidas, os animais suportam o parasitismo de até duas moscas por membro torácico ou seis moscas em todo o corpo sem causar prejuízos econômicos (Campbell et al., 1987). II.D. Prejuízos sanitários

A mosca dos estábulos pode irritar as pessoas por seus ataques viciosos causando picadas doloridas (DuPonte & Larish, 2003). Além disso, pode disseminar

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microorganismos patogênicos ao homem e aos animais domésticos, atuando também como hospedeiro intermediário de endoparasitas (Brues, 1913; Rasmussen & Campbell, 1981).

Vários estudos relatam a transmissão de agentes patogênicos pelas moscas dos estábulos. Soulsby (1987) relata a transmissão de Trypanosoma spp. aos equinos, bovinos, ovinos, caprinos, e até aos humanos na África, durante a alimentação de S. calcitrans. Este mesmo autor menciona o papel da mosca dos estábulos como hospedeiro intermediário de Habronema majus e como responsável pela transmissão mecânica de agentes que desenvolvem infecções septicêmicas. Moya Borja (1982) observaram S. calcitrans veiculando ovos de Dermatobia hominis (berne) tanto a campo como em condições laboratoriais.

Stork (1979) correlacionou o pico de aparecimento de moscas dos estábulos ao aumento de casos de mastite em rebanhos leiteiros, o qual foi atribuído a presença de Corynebacterium pyogenes nas moscas coletadas. Badini et al. (2004) avaliou a capacidade de S. calcitrans em carrear bactérias envolvidas nas etiologias das mastites, o qual foi constatada a presença de Staphylococcus aureus aureus e Klebsiella oxytoca em amostras de leite. Moraes et al. (2004), isolou espécies como Escherichia coli e S. aureus de amostras de leite de vacas positivas para mastite e de macerado de moscas capturadas na mesma propriedade. Segundo Moraes (2007) esta associação resulta na concentração de animais, acúmulo de esterco bovino e utilização de cama de frango para a adubação de hortaliças, o que torna o ambiente favorável para o desenvolvimento e proliferação da mosca. II.E. Controle e tratamento

De acordo com o Artigo técnico (2009) - Mosca dos estábulos, da Associação Goiana dos Produtores de Novilho Precoce – AGPNP, as moscas dos estábulos são difíceis de controlar através do tratamento de animais, já que elas geralmente, alimentam-se apenas uma ou duas vezes por dia, por curtos períodos.

Vários inseticidas aprovados podem ser administrados em spray, onde as moscas possam estar repousando, por exemplo, em celeiros ou fileiras de cercas.

A consideração principal no controle de moscas de estábulo é a higiene, a qual pode ser responsável por até 90% do controle. Áreas ao longo de fileiras de cercas, sob montes de alimentos, ou onde quer que o estrume ou matéria em decomposição possam se acumular, devem ser mantidos limpos, já que proporcionam o meio para o desenvolvimento de moscas.

Se procedimentos de boa higiene forem praticados, então o controle químico, provavelmente será necessário; por outro lado, sem higiene, as medidas de controle químico provavelmente serão improdutivas.

Para identificar os focos de criação, torna-se necessário remexer com garfo ou ancinho, o esterco acumulado nas quinas das paredes, ao redor dos pilares e vigas, sob os bebedouros e cochos observando se há a presença de larvas de moscas. III. Da responsabilidade sobre a infestação

Tanto no estudo apresentado pelo Instituto de Veterinária da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, quanto no laudo da CETESB ficou comprovado que a origem das moscas não é de responsabilidade direta da usina, mas sim de

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situações, pré existentes à implantação da mesma, visto que a pecuária já era atividade desenvolvida na região antes mesmo da implantação da usina. Já existia na região a mosca Stomoxys calcitrans. O manejo de controle do referido vetor é deficiente ou até nulo por parte dos produtores rurais.

Com o advento da implantação da usina e conseqüente geração de vinhaça o que temos é a maior disponibilidade de alimento gerado por esta vinhaça e, por conseguinte, um possível incremente na atividade reprodutiva deste vetor. Conforme o publicado por Orlando Filho & Leme (1984) e Elias Neto & Nakahodo (1995), temos como composição da vinhaça (Tabelas 1 e 2).

Tabela 1. Caracterização da vinhaça. Fonte: Elias Neto & Nakahodo (1995).

Caracterização da vinhaça Unidade Mínimo Média Máxi ma pH --- 3,50 4,15 4,90 Temperatura ºC 65 89 111 Demanda Bioquímica Oxig. (DBO5) mg/l 6680 16950 75330 Demanda Química Oxig. (DQO) mg/l 9200 28450 97400 Sólidos Totais (ST) mg/l 10780 25155 38680 Sólidos Suspensos Totais (SST) mg/l 260 3967 9500 Sólidos Suspensos Fixos (SSF) mg/l 40 294 1500 Sólidos Suspensos Voláteis (SSV) mg/l 40 3632 9070 Sólidos Dissolvidos Totais (SDT) mg/l 1509 18420 33680 Sólidos Dissolvidos Voláteis (SDV) mg/l 588 6580 15000 Sólidos Dissolvidos Fixos (SDF) mg/l 921 11872 24020 Resíduos Sedimentares (RS) 1h mg/l 0,20 2,29 20,00 Nitrogênio mg/l 90 357 885 Nitrogênio amoniacal mg/l 1 11 65 Fósforo total mg/l 18 60 188 Potássio total mg/l 814 2035 3852 Cálcio mg/l 71 515 1096 Magnésio mg/l 97 226 456 Manganês mg/l 1 5 12 Ferro mg/l 2 25 200 Sódio mg/l 8 52 220 Cloreto mg/l 480 1219 2300 Sulfato mg/l 790 1538 2800 Sulfito mg/l 5 36 153 Etanol – CG % v/v 0,01 0,09 1,19 Levedura % v/v 0,38 1,35 5,00 Glicerol % v/v 0,26 0,59 2,5

Tabela 2. Características químicas de tipos de vinhaça. Fonte: Orlando Filho & Leme (1984). *OM = Organic matter

Elements/Units Must Molasses Mixed Juice

N kg m3/vinasse 0,75 – 0,79 0,33 – 0,48 0,26 – 0,35 P2O5 kg m3/vinasse 0,10 – 0,35 0,09 – 0,61 0,09 – 0,50 K2O kg m3/vinasse 3,50 – 7,60 2,10 – 3,40 1,01 – 2,00 CaO kg m3/vinasse 1,80 – 2,40 0,57 – 1,46 0,13 – 0,76 MgO kg m3/vinasse 0,84 – 1,40 0,33 – 0,58 0,21 – 0,41 SO4 kg m3/vinasse 1,50 1,60 2,03 *OM kg m3/vinasse 37 – 57 19 – 45 15 – 35 Mn mg/dm3 6 – 11 5 – 6 5 – 10 Fe mg/dm3 52 – 120 47 – 130 45 – 110

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Elements/Units Must Molasses Mixed Juice

Cu mg/dm3 3 – 9 2 – 57 1 – 18 Zn mg/dm3 3 – 4 3 – 50 2 – 3 PH mg/dm3 4,0 – 4,5 3,5 – 4,5 3,5 – 4,0

Segundo o Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - Resposta

Técnica: “A vinhaça é um resíduo líquido obtido na fabricação do álcool. A composição da vinhaça depende do modo de produção do álcool, sendo mais rica em nutrientes nas usinas que produzem álcool a partir do mel residual da fabricação do açúcar que nas destilarias independentes.”

“Os efeitos positivos atribuídos a adubação com vinhaça são os seguintes: aumenta o teor de matéria-orgânica a porcentagem de saturação de base e o pH do solo, o teor de K e de alguns nutrientes como Zn, Fe, Mn e Cu e melhora a estrutura do solo após três anos de aplicação.”

Conforme laudo da CETESB, temos: “Entre outras informações, consta do referido estudo que a mosca “Stomoxys calcitrans” "utiliza diversos tipos de materiais para o seu desenvolvimento, onde se pode destacar restos culturais adicionados de vinhoto, Assim, a aplicação de vinhaça no solo, de forma inadequada, gerando o acúmulo do produto em locais em que o palhiço (palha e demais restos vegetais) permanece na lavoura, pode favorecer o processo de proliferação de moscas.”

Poder favorecer não quer dizer que obrigatoriamente irá causar o processo de proliferação de moscas.

Em se analisando o próprio nome da mosca Stomoxys calcitrans – “Mosca dos Estábulos” (ou mosca do esterco) temos aí a principal origem da mesma, ou seja, nos estábulos, ou em locais onde haja concentração de matéria orgânica de origem animal (esterco). Em se havendo manejo inadequado, como é o caso, evidente que a proliferação da mosca será intensificada.

Ainda conforme o SBRT, temos que: “É notório informar que a preocupação com a higiene nas instalações é muito importante. Não deixar acúmulo de esterco, resto de alimentos no cocho e piso, resto de leite no chão, vasilhames, etc. Para evitar o aparecimento de moscas, as instalações devem estar sempre limpas e se possível caiadas”.

O controle da mosca começa na limpeza e perfeita sanidade das instalações do gado, coisa que não ocorre a contento na região, como comprovada pela vistoria e reportagem fotográfica.

Imputar à vinhaça a total responsabilidade pela existência da mosca na região, não pode permanecer. Visto que a vinhaça não é o principal fator, mas sim, um deles, o outro, e não menos (ou até mais) importante é o “manejo inadequado (ou deficiente), na maioria dos casos, da matéria orgânica oriunda dos bovinos e eqüinos junto aos estábulos e currais dos produtores”, conforme citado no relatório da CETESB.

Observa-se ainda que, a CETESB convocou tão somente para a reunião do dia 01.09.2008 as usinas daquela região, mas deixou de convocar os produtores rurais, quais possuem gado e manejo inadequado de seus resíduos, ou seja, coube tão somente às usinas a responsabilidade de controle do vetor? Absurdo, visto que o vetor existe e existia antes da instalação da usina, nos imóveis circunvizinhos, pois o laudo da UFRRJ isso comprovou de forma clara e firme.

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Foram promovidas vistorias às áreas da usina e dos imóveis circunvizinhos, e, observou-se a existência de vários focos das moscas, à relatar: IV. Das vistorias

Foram promovidas três vistorias a região afetada pela infestação da mosca dos estábulos (Stomoxys calcitrans).

A primeira vistoria foi realizada no dia 04.03.2009 às áreas de cultivo de cana-de-açúcar, no qual vistoriamos “pulmões” de distribuição de vinhaça, canais abertos de condução de vinhaça e poças de vinhaça localizadas no canavial.

A segunda vistoria foi realizada no dia 12.03.2009 às propriedades rurais que registraram os maiores índices de infestação da mosca dos estábulos.

A terceira vistoria foi realizada na data de 30 de março de 2.009, onde procurou-se observar se todas recomendações técnicas para o controle do vetor foram implantadas na COPLASA. Todas as visitas foram acompanhadas pelo funcionário da Usina COPLASA, Sr. Amarildo Bueno.

IV.A. Primeira vistoria: áreas de canavial IV.A.I. “Pulmões” de distribuição de vinhaça

Nas áreas de canavial, as plantas cultivadas apresentavam um tamanho de aproximadamente três metros de altura. Verificou-se no decorrer da vistoria que os “pulmões” de distribuição de vinhaça para os locais de irrigação apresentavam acúmulo dessa substância e água de chuva (Fotografias 4 a 8).

Fotografia 4. “Pulmão” de distribuição com acúmulo de vinhaça e água de chuva.

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Fotografia 5. Vista geral do “Pulmão” de distribuição com acúmulo de vinhaça e água de chuva.

Constatou-se nesses acúmulos de vinhaça e água de chuva a presença de

grande quantidade de pequenas moscas e larvas de mosquito, que não pertenciam à espécie Stomoxys calcitrans (Fotografia 6).

Fotografia 6. Pequenas moscas e larvas encontradas no acúmulo de vinhaça e água de chuva.

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Fotografia 7. “Pulmão” de distribuição com acúmulo de vinhaça e água de chuva.

Fotografia 8. “Pulmão” de distribuição com acúmulo de vinhaça e água de chuva. A seta indica o acúmulo de matéria orgânica. Ambiente favorável ao desenvolvimento das larvas de Stomoxys calcitrans.

IV.A.II. Canais abertos para condução de vinhaça

O acúmulo de vinhaça e água de chuva também foi constatado nos canais abertos de condução dessa substância aos locais de irrigação e no canavial, pela presença de poças. Foram vistoriados dois canais abertos e quatro poças.

Nos canais abertos, verificou-se a presença de larvas de S. calcitrans junto à matéria orgânica presente as margens do acúmulo de vinhaça e água de chuva (Fotografias 9 e 10). Nestes locais, o índice de larvas encontradas foi maior comparado as poças no interior do canavial.

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Fotografia 9. Canal aberto de condução com acúmulo de vinhaça e água de chuva. A seta indica o acúmulo de matéria orgânica (ambiente favorável ao desenvolvimento das larvas de Stomoxys calcitrans).

Fotografia 10. Canal aberto de condução de vinhaça com excessivo acúmulo dessa substância e água de chuva. No local, foram encontradas larvas de Stomoxys calcitrans.

IV.A.III. Poças de vinhaça no interior e borda de c anavial

Das quatro poças vistoriadas, três eram de tamanho grande e foram formadas pelo acúmulo excessivo de vinhaça (fertirrigação) junto à curva de nível no interior do canavial (Fotografias 11 a 13). Observamos que devido ao excessivo acúmulo dessa substância, parte dos pés de cana-de-açúcar presente nesses locais morreram (Fotografias 11 a 13).

Importante observar que, nas poças de vinhaça no interior do canavial onde observamos a maior presença de aves (Garça branca pequena “Egretta thula”, Quero-quero “Vanellus chilensis”, Jaçanã “Jacana jacana”, Carcará “Polyborus plancus”, Curicaca ”Theristictus caudatus”, etc.) os índices de larvas eram muito

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baixos, ou até inexistentes, entendendo haver um controle natural sobre estas, imposto pelas aves (Fotografias 12 e 13).

Fotografia 11. Poça de vinhaça e água de chuva no interior do canavial. A seta indica pés de cana-de-açúcar mortos devido ao excessivo acúmulo de vinhaça e água.

Fotografia 12. Poça de vinhaça e água de chuva no interior do canavial. A seta indica pés de cana-de-açúcar mortos devido ao excessivo acúmulo de vinhaça. Neste local, observamos a maior presença de aves, entendendo haver um controle natural sobre as larvas de Stomoxys calcitrans.

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Fotografia 13. Poça de vinhaça e água de chuva no interior do canavial. A seta indica pés de cana-de-açúcar mortos devido ao excessivo acúmulo de vinhaça.

Uma poça isolada, localizada na borda de um quadrante de canavial

apresentou índices elevados de larvas de S. calcitrans, bem como, de outras larvas não identificadas (Fotografias 14 a 16).

Fotografia 14. Poça de vinhaça e água de chuva na borda do canavial. Presença de grande quantidade de larvas de Stomoxys calcitrans.

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Fotografia 15. Larvas (seta) de Stomoxys calcitrans encontradas em poça de vinhaça e água de chuva na borda do canavial.

Fotografia 16. Larvas (não identificadas) encontradas em poça de vinhaça e água de chuva na borda do canavial.

IV.B. Segunda vistoria: Propriedades Rurais

Realizadas vistorias em cinco propriedades rurais que registraram os maiores índices de infestação da mosca do estábulo (Stomoxys calcitrans) (Tabela 3).

Tabela 3. Propriedades rurais vistoriadas no município de Planalto/SP. Propriedade Proprietário(s) Coordenadas

Fazenda Isabella Fernando Acaiaba S 20º56’28” W 49º54’30”

Fazenda Braido Leandro Braido S 20º55’47” W 49º54’28”

Fazenda Ribalta Odeval Magnani S 20º58’25” W 49º53’40”

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Propriedade Proprietário(s) Coordenadas

Banco da Terra vários S 20º59’23” W 49º54’22”

Rancho do Ipê Pedro de Freitas S 20º58’56” W 49º53’31”

Verificou-se nas propriedades rurais vistoriadas que o manejo da matéria

orgânica era muito deficiente na maioria dos casos, onde foi observada a presença de esterco bovino armazenado junto a currais e estábulos. Em especial em duas propriedades visitadas, Fazenda Isabella (criação de gado leiteiro e corte) e Fazenda Braido (criação de gado leiteiro), onde se observou a precariedade do manejo da matéria. IV.B.I. Fazenda Isabella

Na Fazenda Isabella, foi observada a presença de grande quantidade de matéria orgânica próximo e junto ao local de alimentação dos bovinos, o que favorece a proliferação das larvas de Stomoxys calcitrans. No estábulo de alimentação do gado leiteiro, observou-se monte de esterco a céu aberto no curral de espera (Fotografias 17 e 18), silagem para alimentação dos bovinos no chão do estábulo (Fotografia 19), esterco sem ser retirado do estábulo e próximo a baias (Fotografias 20 e 24).

Fotografia 17. Vista do curral de espera. A esquerda, estábulo de alimentação dos bovinos. Fazenda Isabella, Planalto, SP.

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Fotografia 18. Monte de esterco no curral de espera (seta). Ambiente favorável ao desenvolvimento de larvas de Stomoxys calcitrans. Fazenda Isabella, Planalto, SP. Observa-se a totalidade do piso com alta concentração de esterco, o que propicia a proliferação mosca dos estábulos.

Fotografia 19. Estábulo de alimentação dos bovinos com acúmulo de silagem descartada. Ambiente favorável ao desenvolvimento de larvas de Stomoxys calcitrans. Fazenda Isabella, Planalto, SP.

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Fotografia 20. Baias de alimentação com acúmulo de esterco (seta). Ambiente favorável ao desenvolvimento de larvas de Stomoxys calcitrans. Fazenda Isabella, Planalto, SP. Observou-se ainda a alta incidência de carrapato (Boophilus microplus) nos animais, comprovando o manejo fitossanitário deficiente.

Fotografia 21. Baias de alimentação com acúmulo de esterco. Ambiente favorável ao desenvolvimento de larvas de Stomoxys calcitrans. Fazenda Isabella, Planalto, SP. Observa-se falta de higiene do rebanho leiteiro e em seu estábulo.

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Fotografia 22. Baias de alimentação com acúmulo de esterco. Animal em contato direto com o esterco, o que favorece a disseminação de outras enfermidades. Fazenda Isabella, Planalto, SP.

Fotografia 23. Acúmulo de esterco junto às baias de alimentação (setas). Além do fator contaminação da ração, é ambiente favorável ao desenvolvimento de larvas de Stomoxys calcitrans. Fazenda Isabella, Planalto, SP.

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Fotografia 24. Acúmulo de esterco junto às baias de alimentação (seta). Ambiente favorável ao desenvolvimento de larvas de Stomoxys calcitrans. Fazenda Isabella, Planalto, SP.

Ainda no estábulo de alimentação do gado leiteiro, realizou-se a procura de

larvas de Stomoxys calcitrans junto à matéria orgânica acumulada neste local (esterco e silagem). Não foram encontradas larvas na silagem, entretanto, após revolver o esterco, foram encontradas inúmeras larvas de S. calcitrans (Fotografias 25 a 27).

A ocorrência de moscas do estábulo não foi observada nos animais e estruturas utilizadas por elas para repouso (cercas, muros, fios, etc.), e tão somente moscas domésticas foram encontradas (Musca domestica). A presença de carrapatos (Boophilus microplus) era constante em todos os animais observados, demonstrando a deficiência no manejo fitossanitário do rebanho.

Fotografia 25. Procura as larvas de Stomoxys calcitrans junto às fezes acumuladas no estábulo de alimentação. Fazenda Isabella, Planalto, SP.

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Fotografia 26. Larvas de Stomoxys calcitrans (setas) junto ao esterco acumulado no estábulo de alimentação dos bovinos. Fazenda Isabella, Planalto, SP.

Fotografia 27. Larva de Stomoxys calcitrans encontrada junto ao esterco acumulado no estábulo de alimentação dos bovinos. Fazenda Isabella, Planalto, SP.

Nas proximidades do estábulo de alimentação (distância de

aproximadamente três metros), observou-se a presença de um tanque para o armazenamento dos dejetos oriundos da lavagem das baias. Este local apresenta condições favoráveis para o desenvolvimento de larvas de S. calcitrans, visto que grande quantidade de matéria orgânica (esterco, urina, restos de silagem) encontra-se armazenada neste local a céu aberto (Fotografias 28 a 30) e sem nenhum resquício de tratamento sanitário que visse a inibição de proliferação de vetores.

Evidenciou-se junto aos dejetos armazenados no tanque, grande quantidade de larvas mortas não pertencentes à espécie S. calcitrans. Possivelmente, as larvas observadas (larvas grandes comparadas às larvas de S. calcitrans) podem ser dos

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besouros chamados vulgarmente de “besouros rola bosta”, que utilizam o esterco para a postura dos ovos e desenvolvimento das larvas.

Fotografia 28. Tanque de armazenamento de dejetos oriundos da lavagem das baias de alimentação dos bovinos. Fazenda Isabella, Planalto, SP.

Fotografia 29. Vista geral do tanque de armazenamento de dejetos. Ao fundo, estábulo de alimentação dos bovinos. Fazenda Isabella, Planalto, SP.

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Fotografia 30. Acumulo de matéria orgânica (seta) as margens do tanque de armazenamento de dejetos. Ambiente favorável ao desenvolvimento das larvas de Stomoxys calcitrans. Fazenda Isabella, Planalto, SP.

No estábulo maternidade (local apropriado para os bezerros) verificou-se a

presença de matéria orgânica acumulada do lado de fora do barracão (Fotografia 31). Este acumulado de matéria orgânica era composto principalmente por restos vegetais, o que favorece o desenvolvimento de larvas de S. calcitrans.

Fotografia 31. Acúmulo de matéria orgânica (seta) do lado externo do estábulo maternidade. Ambiente favorável ao desenvolvimento das larvas de Stomoxys calcitrans. Fazenda Isabella, Planalto, SP.

Nas proximidades do estábulo maternidade (distância de aproximadamente

dois metros), observou-se a presença de uma fossa e um tanque para o armazenamento dos dejetos oriundos da lavagem do pavilhão dos bezerros (Fotografias 32 e 33). Estes locais apresentavam grande quantidade de matéria orgânica (esterco e urina), o que favorece o desenvolvimento de larvas de S.

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calcitrans.

Fotografia 32. Fossa localizada ao lado do estábulo maternidade. A seta indica o acúmulo de matéria orgânica no interior desta estrutura. Ambiente favorável ao desenvolvimento das larvas de Stomoxys calcitrans. Fazenda Isabella, Planalto, SP.

Fotografia 33. Tanque de armazenamento de dejetos oriundos da lavagem do pavilhão dos bezerros. Ambiente favorável ao desenvolvimento das larvas de Stomoxys calcitrans. Fazenda Isabella, Planalto, SP.

No curral do gado de corte verificou-se que os compartimentos principais não

apresentavam acúmulo ou camadas espessas de esterco no chão (Fotografias 34 a 36). O acondicionamento do esterco associado a restos de alimentação animal, ou a outros tipos de matéria orgânica em decomposição em camadas finas, favorece o ressecamento destes materiais, não permitindo que as larvas de moscas se desenvolvam devido a baixa umidade.

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Fotografia 34. Vista geral do curral do gado de corte. Fazenda Isabella, Planalto, SP.

Fotografia 35. Vista geral do curral do gado de corte. Fazenda Isabella, Planalto, SP.

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Fotografia 36. Compartimento principal do curral sem acúmulo ou camadas espessas de esterco no chão. Fazenda Isabella, Planalto, SP.

Por outro lado, observou-se em outros compartimentos do curral o acúmulo

de esterco em espessas camadas. Todavia, não foram encontradas larvas de S. calcitrans (Fotografias 37 a 39). Em contraste com estes locais, também se verificou compartimentos com a presença de cal virgem no chão, medida profilática adotada após o período de infestação (agosto de 2008) de moscas do estábulo na propriedade visitada (Fotografia 40).

Fotografia 37. Compartimento do curral com acúmulo de esterco no chão. Não foram encontradas larvas no esterco. Ambiente favorável ao desenvolvimento das larvas de Stomoxys calcitrans. Fazenda Isabella, Planalto, SP.

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Fotografia 38. Compartimento do curral com acúmulo de esterco sobre o chão. Não foram encontradas larvas no esterco. Ambiente favorável ao desenvolvimento das larvas de Stomoxys calcitrans. Fazenda Isabella, Planalto, SP.

Fotografia 39. Compartimento do curral com acúmulo de esterco no chão. Não foram encontradas larvas no esterco. Ambiente favorável ao desenvolvimento das larvas de Stomoxys calcitrans. Fazenda Isabella, Planalto, SP.

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Fotografia 40. Compartimento do curral sem acúmulo de esterco no chão. Presença de cal virgem sobre o piso como medida profilática após a infestação de moscas do estábulo (S. calcitrans). Fazenda Isabella, Planalto, SP.

IV.B.II. Fazenda Braido

Na Fazenda Braido, vistoriou-se os seguintes locais: estábulo de ordenha com compartimento de espera e pastagem. Não foi observado acúmulo de esterco no estábulo de ordenha, que se apresentava parcialmente limpo, com a presença de uma fina camada de esterco (Fotografias 41 e 42). O compartimento de espera se apresentava também parcialmente limpo, com pequenos acúmulos de esterco espalhados pelo chão (Fotografia 43).

Fotografia 41. Estábulo de ordenha satisfatoriamente limpo, com a presença de fina camada de esterco. Fazenda Braido, Planalto, SP.

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Fotografia 42. Estábulo de ordenha satisfatoriamente limpo, com a presença de fina camada de esterco. Fazenda Braido, Planalto, SP.

Fotografia 43. Compartimento de espera parcialmente limpo, com pequenos acúmulos de esterco fresco espalhados pelo chão. Fazenda Braido, Planalto, SP.

Ao contrário do observado nos dois compartimentos citados anteriormente,

verificou-se na pastagem (distante aproximadamente 15 metros do estábulo de ordenha) o acúmulo excessivo de esterco, formando uma grossa camada (Fotografia 44). Após revolver o esterco, observou-se a presença de larvas de S. calcitrans (Fotografias 45 e 46).

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Fotografia 44. Vista geral da localização do estábulo de ordenha. A seta indica o acúmulo de fezes na área de pastagem. Fazenda Braido, Planalto, SP.

Fotografia 45. Esterco revolvido onde foi observada a alta incidência de larvas de S. calcitrans. Fazenda Braido, Planalto, SP.

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Fotografia 46. Larva de S. calcitrans encontrada no acúmulo de esterco próximo ao estábulo de ordenha. Fazenda Braido, Planalto, SP.

Verificou-se a ocorrência de moscas do estábulo (S. calcitrans) nas cercas

no entorno do estábulo de ordenha e também em alguns bovinos que se encontravam num cocho de alimentação (Fotografias 47 e 48).

Fotografia 47. Espécime de mosca dos estábulos (S. calcitrans) encontrada em cerca no entorno do estábulo de ordenha. Fazenda Braido, Planalto, SP.

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Fotografia 48. Espécime de mosca do estábulo (S. calcitrans) observada sobre bovino. Fazenda Braido, Planalto, SP.

IV.B.III. Fazenda Ribalta

Na Fazenda Ribalta, vistoriou-se apenas o curral de ordenha e os currais de espera. Três eqüinos que se encontravam na pastagem foram observados, e nenhuma mosca do estábulo foi encontrada, sendo evidenciadas somente moscas domésticas (Musca domestica) nesses animais (Fotografia 49).

Fotografia 49. Eqüinos observados sem a presença da mosca do estábulo. Fazenda Ribalta, Planalto, SP.

O curral de ordenha, apesar de rústico, estava limpo, não sendo observada a

presença de moscas em seu interior. Não foi verificado acúmulo de esterco em camadas espessas, apenas uma camada fina e seca (Fotografias 50 e 51). Os currais de espera estavam enlameados devido a chuva do dia anterior. Não foi verificado acúmulo de esterco nesse local (Fotografia 52).

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Fotografia 50. Vista geral do curral de ordenha e currais de espera. Fazenda Ribalta, Planalto, SP.

Fotografia 51. Interior do curral de ordenha com fina camada de esterco seco. Fazenda Ribalta, Planalto, SP.

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Fotografia 52. Vista de um curral de espera, enlameado devido a chuva do dia anterior. Fazenda Ribalta, Planalto, SP.

Após vistoria na Fazenda Ribalta, no início de nosso trajeto rumo a próxima

propriedade a ser realizada a vistoria, evidenciou-se a presença de diversos maciços florestais, como o observado nas proximidades da propriedade supracitada (Fotografia 53). Durante a visita técnica realizada na região (setembro de 2008) pelo Prof. Dr. Avelino José Bittencourt (Instituto de Veterinária – UFRRJ) foi observada que a simples presença de uma camioneta branca ao lado destes maciços foi suficiente para atrair a mosca dos estábulos (S. calcitrans). Comprovando que as moscas habitam esses maciços.

Fotografia 53. Área para o plantio de cana-de-açúcar. Ao fundo, maciço florestal nas proximidades da Fazenda Ribalta. Em setembro de 2008 foi observado índice elevado de moscas dos estábulos nesses ambientes. Fazenda Ribalta, Planalto, SP.

IV.B.IV. Assentamento Banco da Terra

No assentamento Banco da Terra, foi visitado o lote que apresentou o maior

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índice de infestação da mosca do estábulo. Nesta propriedade, vistoriou-se o chiqueiro, o curral de ordenha e currais de espera.

De modo geral, apesar da rusticidade dos locais vistoriados, não se observou acúmulo excessivo de matéria orgânica (esterco e restos vegetais em decomposição), exceto, pela presença de um amontoado de espigas de milho a céu aberto próximo ao chiqueiro. Após uma procura nesse amontoado, não encontramos larvas de mosca, o que pode ser atribuído a presença de galinhas no local.

O chiqueiro se encontrava bastante enlameado devido a chuva do dia anterior. Apenas sabugos de milho misturados a lama foram evidenciados (Fotografia 54).

Fotografia 54. Vista do chiqueiro com sabugos de milho misturados a lama. Lote – Banco da Terra, Planalto, SP.

No curral de ordenha, evidenciou-se a presença de camada fina de esterco

seco com pequenos acúmulos de esterco fresco (Fotografias 55 e 56). Não foi observada a ocorrência de moscas do estábulo, apenas moscas domésticas (Musca domestica).

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Fotografia 55. Vista do curral de ordenha. Lote – Banco da Terra, Planalto, SP.

Fotografia 56. Interior do curral de ordenha com camada fina de esterco ressecado com pequenos acúmulos de esterco fresco. Lote – Banco da Terra, Planalto, SP.

Os currais de espera também se encontravam bastante enlameados. No

primeiro curral vistoriado observou-se a presença de bezerros, ovinos e caprinos (Fotografia 57). Neste local, somente moscas domésticas foram evidenciadas. No segundo curral vistoriado observou-se a presença de bovinos adultos que também eram incomodados por moscas domésticas (Fotografia 58).

Fotografia 57. Curral de espera com a presença de bezerros, ovinos e caprinos (não presente na foto). Lote – Banco da Terra, Planalto, SP.

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Fotografia 58. Curral de espera com a presença de bovinos adultos. Lote – Banco da Terra, Planalto, SP.

IV.B.V. Rancho do Ipê

No Rancho do Ipê, vistoriou-se o curral de ordenha e os currais de espera (Fotografia 59). Com exceção ao curral de ordenha, os currais de espera se apresentavam bastante enlameados devido a chuva do dia anterior.

Fotografia 59. Vista do curral de ordenha. Rancho do Ipê, Planalto, SP.

Verificou-se no curral de ordenha, uma satisfatória limpeza das baias,

evidenciada pelo piso ainda molhado sem restos de esterco (Fotografia 60). Neste local, observou-se apenas a presença de moscas domésticas (Musca domestica).

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Fotografia 60. Interior do curral de ordenha. Verificou-se a realização de limpeza satisfatória no local.

Nos currais de espera, não foi observado acúmulo de esterco (Fotografias 61

e 62). Duas vacas estavam presentes em um dos currais. Não foi constatada a presença de moscas do estábulo nesses animais, apenas moscas domésticas (Fotografia 63).

Fotografia 61. Curral de espera sem acúmulo de esterco. Rancho do Ipê, Planalto, SP.

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Fotografia 62. Curral de espera sem acúmulo de esterco. Rancho do Ipê, Planalto, SP.

Fotografia 63. Curral de espera sem acúmulo de esterco. Apenas moscas domésticas foram observadas sobre os animais. Rancho do Ipê, Planalto, SP.

IV.C. Terceira vistoria: medidas preventivas

A terceira vistoria teve como objetivo verificar as medidas preventivas tomadas pela COPLASA com o intuito de eliminar os focos de reprodução de Stomoxys calcitrans nas áreas de canavial. Verificou-se no decorrer da vistoria as modificações e adequações realizadas nas estruturas de distribuição de vinhaça afim de evitar o acúmulo dessa substância e água de chuva. Os locais vistoriados foram os mesmos registrados na primeira vistoria: “pulmões” de distribuição, canais abertos de condução e poças de vinhaça no interior e borda do canavial, na qual se evidenciou anteriormente acúmulo de vinhaça e água de chuva com a presença de larvas de S. calcitrans.

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IV.C.I. “Pulmões” de distribuição de vinhaça Foram vistoriados três “pulmões” de distribuição de vinhaça no qual durante

a primeira vistoria, verificou-se nesses locais o acúmulo de vinhaça e água de chuva.

No primeiro “pulmão” vistoriado, no qual durante a primeira vistoria, observou-se acúmulo de vinhaça e água de chuva em dois tanques escavados no solo, observamos a presença de uma caixa de alvenaria ao nível do solo, para o recebimento e distribuição da vinhaça. Está caixa, apresentava-se sem acúmulo de líquidos em seu interior (Fotografias 64 e 65).

Fotografia 64. “Pulmão” de distribuição com modificações em sua estrutura. Observa-se a caixa de alvenaria para o recebimento e a distribuição da vinhaça.

Fotografia 65. Vista do interior da caixa de alvenaria construída para o recebimento e a distribuição da vinhaça.

No segundo “pulmão” vistoriado, observou-se a presença de três caixas de

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alvenaria (Fotografia 66). Duas dessas caixas (primeira e terceira) apresentavam registros para o controle do fluxo da vinhaça na tubulação (Fotografia 67), enquanto a segunda caixa será responsável pelo recebimento e distribuição da vinhaça (Fotografia 68).

Nas caixas de alvenaria que apresentavam os registros para o controle do fluxo da vinhaça na tubulação, não foi observado o acúmulo de vinhaça, e tão somente água de chuva.

Fotografia 66. Vista das três caixas de alvenaria construídas.

Fotografia 67. Vista do interior da caixa de alvenaria com registro para o controle do fluxo de vinhaça na tubulação.

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Fotografia 68. Vista da caixa de alvenaria em ampliação. Observa-se na caixa antiga o acúmulo de vinhaça e água de chuva com a presença de pequenas moscas.

A segunda caixa de alvenaria apresentava-se em ampliação, o qual parte da

nova parede não fora construída. Observou-se neste local o acúmulo de vinhaça e água de chuva com a presença pequenas moscas, quais não se identificam como S. calcitrans (Fotografia 69).

Fotografia 69. Pequenas moscas, quais não se identificam como S. calcitrans, sobre a superfície da vinhaça e água de chuva no interior da caixa de alvenaria.

No terceiro “pulmão” vistoriado, observou-se a presença de uma pequena

caixa de alvenaria para o recebimento e distribuição da vinhaça (Fotografia 70). O local onde outrora se fazia presente uma poça de vinhaça e água de chuva com acúmulo de matéria orgânica foi totalmente enterrada (Fotografia 71).

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Fotografia 70. Caixa de alvenaria construída para o recebimento e distribuição da vinhaça.

Fotografia 71. Vista do local onde outrora se encontrava a poça de vinhaça e água de chuva com acúmulo de matéria orgânica.

IV.C.II. Canais abertos para condução de vinhaça

Vistoriou-se o principal canal aberto de condução de vinhaça, que durante a primeira vistoria apresentava-se com grande quantidade de dessa substância e água de chuva com a presença de larvas de S. calcitrans.

Na presente vistoria, observou-se que parte do canal fora aterrado parcialmente, onde constatamos o acúmulo de vinhaça e água de chuva (Fotografia 72) e parte não fora aterrado (Fotografia 73). Neste acumulado observou-se a presença de pequenas moscas (Fotografia 74). Não foram encontradas larvas de S. calcitrans.

Há que se destacar que o regime de chuvas durante o período do estudo foi bem intenso, e a drenagem dos locais é uma drenagem natural, realizada em nível para evitar erosão, o que torna mais demorada a percolação desta água nos solos.

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Inclusive no dia da terceira vistoria houve chuva pesada na região analisada.

Fotografia 72. Trecho do canal aberto de condução de vinhaça parcialmente aterrado. Observa-se o acúmulo de vinhaça e água de chuva.

Fotografia 73. Trecho do canal aberto de condução de vinhaça não aterrado. Observa-se o acúmulo de vinhaça e água de chuva.

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Fotografia 74. Presença de pequenas moscas sobre o acumulado de vinhaça e água de chuva. Não foi observada a presença de S. calcitrans.

IV.C.III. Poças de vinhaça no interior e borda do c anavial

Dos quatro locais visitados anteriormente (primeira vistoria) onde ocorreram poças, apenas um não foi vistoriado (local não encontrado). Visitamos as curvas de nível onde ocorreram as duas poças de tamanho grande no qual se observou a presença de aves, e o local onde ocorrera a poça isolada na borda de um quadrante de canavial no qual constatamos a presença de larvas de S. calcitrans e outras larvas não identificadas.

Nas curvas de nível onde se encontram as duas poças grandes, observou-se novamente a forte presença de aves (Fotografia 75).

Fotografia 75. Presença de aves se alimentando de larvas e pequenas moscas no acumulado de vinhaça e água de chuva.

Estas aves possivelmente estavam se alimentando de larvas e de pequenas

moscas presentes em grande quantidade no acumulado de vinhaça e água de

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chuva (Fotografia 76).

Fotografia 76. Pequenas moscas sobre o acumulado de vinhaça e água de chuva. Não foi observada a presença de S. calcitrans.

Neste local, verificou-se a grande quantidade de pequenos buracos no solo,

o que indica o comportamento apresentado pelas aves na procura por larvas enterradas no substrato orgânico (Fotografia 77).

Fotografia 77. Pequenos buracos no solo, o que indica o comportamento das aves na procura de larvas enterradas no substrato orgânico.

Verificou-se que os acúmulos de vinhaça e água de chuva comparado ao

observado na primeira vistoria, apresentavam-se em bem menor quantidade, devido a drenagem parcial feita pela COPLASA (Fotografias 78 e 79).

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Fotografia 78. Curva de nível com acúmulo menor de vinhaça e água de chuva comparado ao nível observado na primeira vistoria. Observa-se a drenagem parcial do local.

Fotografia 79. Curva de nível com acúmulo menor de vinhaça e água de chuva comparado ao nível observado na primeira vistoria. Observa-se a drenagem parcial do local.

De acordo com o Sr. Amarildo Bueno, os funcionários responsáveis pela

drenagem do local alegaram a dificuldade em drenar totalmente as poças de vinhaça e água de chuva devido espessa camada de lama presente no local, o que pode ocasionar o “atolamento” do maquinário.

No local onde ocorrera a poça isolada na borda de um quadrante de canavial, não se constatou o acúmulo de água de chuva e matéria orgânica o que favorecera a presença de larvas de S. calcitrans encontradas na primeira vistoria (Fotografia 80). A ausência do acúmulo de matéria orgânica mencionada se deve a forte chuva do dia anterior, no qual a enxurrada carregou os detritos.

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Fotografia 80. Local onde foram encontradas larvas de S. calcitrans e larvas não identificadas junto a acúmulo de água de chuva e matéria orgânica (primeira vistoria). Na terceira vistoria não se observou a formação de poça.

V. Conclusões e Recomendações

Após a realização das vistorias as áreas da usina (áreas de canavial) e imóveis circunvizinhos (propriedades rurais afetadas) podemos afirmar que o elevado índice de infestação da mosca do estábulo “Stomoxys calcitrans” ocorrido em agosto de 2008 não é de responsabilidade direta e exclusiva da COPLASA.

De acordo com o relatório técnico emitido pelo Instituto de Veterinária da UFRRJ, nas localidades visitadas, apesar da umidade relativa apresentar-se abaixo da ideal para a reprodução das moscas, a temperatura praticamente apresentava-se na faixa onde o desenvolvimento desta e de outras moscas ocorre sem maiores problemas. Quando se soma a fertirrigação da vinhaça, evidenciado pelos acúmulos dessa substância no canavial e estruturas de distribuição (“pulmões” e canais abertos), associado especialmente ao deficiente manejo da matéria orgânica nas propriedades rurais vistoriadas (esterco, silagem, restos vegetais), vimos fornecidas as condições adequadas para o desenvolvimento não somente da mosca do estábulo “S. calcitrans”, como também da mosca doméstica “Musca domestica”.

Segundo Guimarães (1984), a mosca do estábulo pode criar-se em locais que contenham palha de arroz, de trigo e restos culturais que tenham permanecido no campo por algum tempo, principalmente se estes materiais se encontrarem fermentados ou umedecidos com urina e fezes de gado. As fezes de bovinos, eqüinos, suínos e ovinos podem servir para a criação de “Stomoxys calcitrans”, embora se saiba que estas não são o substrato preferido, a não ser que estejam misturadas a matérias orgânicas vegetais, como é o caso específico dos imóveis vistoriados visto conterem a fezes e resíduos dos cochos (alimentação) imediatamente dispostas ao lado dos locais de maiores concentrações de animais.

Os restos alimentares que ficam debaixo dos cochos e o vinhoto, que é um subproduto da indústria canavieira, podem atrair e estimular a postura desse díptero (Guimarães, 1983). As formas imaturas podem ser encontradas em grandes

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quantidades neste substrato, em cochos de confinamento (Skoda et al., 1991) e ao redor de currais, matadouros e restos vegetais (Herrero et al., 1989).

O controle de eficiência de aplicação da vinhaça está sendo promovido pela COPLASA, tanto quanto controle fitossanitário da reprodução do vetor (S. calcitrans), promovendo aplicação sistemática de cal virgem, e os produtos: Abate, Difly WP e Pironim, além da impermeabilização das lagoas de vinhoto, tubulação de vinhoto evitando canais a céu aberto, drenagem das curvas de nível onde possa haver acúmulo de água de chuva e vinhaça, além de movimentação do terreno buscando aplainar as áreas de possível concentração e acúmulo de vinhaça, os quais, pelo efeito das chuvas, acabam por ser tornar poças. Foi observado um bom nível de controle biológico (natural) das larvas, em especial nos locais de maior umidade pela forte presença de aves, conforme fotografias apresentadas.

É recomendável que, nos locais onde existem maior incidência de aves, seja evitada a aplicação de produtos químicos para controle das larvas, pelo risco de contaminação destas aves. Recomenda-se a aplicação de produtos biológicos, caso haja necessidade.

Mas, como observado em vistoria, e comprovado pelas fotografias, os imóveis circunvizinhos ainda permanecem sem controle do vetor, pois mantém hábitos antigos, não promovendo a correta higienização dos estábulos, nem promovendo a aplicação de produtos para controle das larvas. Se não forem realizados tratamentos à contento nestes locais, pelos proprietários rurais, o problema da mosca S. calcitrans dificilmente será solucionado.

Diante dessas informações, e do cenário encontrado durante as vistorias, concluímos que a melhor forma de prevenir e controlar a mosca do estábulo é a interação dos diversos atores envolvidos neste processo, ou seja, a COPLASA e os donos das propriedades rurais. De modo a não oferecer condições favoráveis ao desenvolvimento das moscas. Visto que o possível manejo inadequado da vinhaça por parte da usina, bem como, o manejo deficiente da matéria orgânica por parte dos produtores rurais favorece a elevação da população de Stomoxys calcitrans. Referências Bibliográficas AGPNP. 2009. Artigo técnico: Mosca dos estábulos. Internet: <http://www.agpnp.com.br/conteudo/downloads/75_39.pdf>. Acesso em 23.03.09, 20:35. ARANTES, C.A., Perícia Judicial Aspectos Técnicos e Legais. Edição do Autor, 2009. BADINI, P.V.; MORAES, A.P.R.; CASTRO, B.G.; ALMEIDA, C.R.R.; SOUZA, M.M.S. & BITTENCOURT, A.J. 2004. Avaliação da capacidade de Stomoxys calcitrans (Linnaeus, 1758) em carrear bactérias envolvidas nas etiologias das mastites no município de Rio Claro – RJ. In: XIV JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO. Seropédica. Anais... Seropédica: Editora da UFRRJ, 2004, 14(1): 443-448. BITTENCOURT, A.J. 2008. Avaliação de infestações pela mosca Stomoxys

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