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XV COBREAP - CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS - IBAPE/SP – 2009 ANÁLISE COMPARATIVA NA AVALIAÇÃO DE FLORESTA PLANTADA DE PINUS PELO MÉTODO DO VALOR ECONÔMICO, UTILIZANDO COMO PARÂMETROS A PRODUTIVIDADE MÉDIA REGIONAL, INVENTÁRIO FLORESTAL, PLANTIO EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO DO TALHÃO. CYRO JOSÉ MATAVELLI RESUMO Na avaliação de florestas plantadas, para que se possa estimar a produtividade do talhão, faz-se necessário a realização do inventário florestal, cujas amostragens deverão respeitar os parâmetros estatísticos estabelecidos para o levantamento. Muitas vezes, por não se ter dados do inventário, são utilizadas informações referentes à produtividade média da região, projeto técnico de implantação, notas fiscais da compra de mudas e informações obtidas junto aos proprietários de quantos “pés” ele tem plantado. Além disso, mesmo que se tenham as informações do inventário, é muito importante que se diferenciem as áreas plantadas cuja legislação ambiental foi respeitada, das plantadas em áreas de preservação permanente, já que essa última, conforme Manual de Obtenção de Terras devem ser descritas no laudo, porém não avaliadas. Para isso, é fundamental a utilização de técnicas de geoprocessamento e imagens de alta resolução espacial aliadas aos levantamentos de campo. A proposta deste trabalho é demonstrar a importância de se utilizar como subsídio as informações obtidas através do Inventário Florestal nas avaliações e demonstrar as discrepâncias existentes quando se utiliza metodologias inadequadas. Palavras-chave: Inventário florestal, Produtividade média regional, Avaliação de florestas plantadas, Legislação ambiental, Desapropriação.

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XV COBREAP - CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS - IBAPE/SP – 2009

ANÁLISE COMPARATIVA NA AVALIAÇÃO DE FLORESTA PLANTADA DE PINUS PELO MÉTODO DO VALOR ECONÔMICO, UTILIZANDO COMO PARÂMETROS A PRODUTIVIDADE MÉDIA REGIONAL, INVENTÁRIO FLORESTAL, PLANTIO EM

ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO DO TALHÃO.

CYRO JOSÉ MATAVELLI

RESUMO

Na avaliação de florestas plantadas, para que se possa estimar a produtividade do talhão, faz-se necessário a realização do inventário florestal, cujas amostragens deverão respeitar os parâmetros estatísticos estabelecidos para o levantamento. Muitas vezes, por não se ter dados do inventário, são utilizadas informações referentes à produtividade média da região, projeto técnico de implantação, notas fiscais da compra de mudas e informações obtidas junto aos proprietários de quantos “pés” ele tem plantado. Além disso, mesmo que se tenham as informações do inventário, é muito importante que se diferenciem as áreas plantadas cuja legislação ambiental foi respeitada, das plantadas em áreas de preservação permanente, já que essa última, conforme Manual de Obtenção de Terras devem ser descritas no laudo, porém não avaliadas. Para isso, é fundamental a utilização de técnicas de geoprocessamento e imagens de alta resolução espacial aliadas aos levantamentos de campo. A proposta deste trabalho é demonstrar a importância de se utilizar como subsídio as informações obtidas através do Inventário Florestal nas avaliações e demonstrar as discrepâncias existentes quando se utiliza metodologias inadequadas.

Palavras-chave: Inventário florestal, Produtividade média regional, Avaliação de florestas plantadas, Legislação ambiental, Desapropriação.

SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................................................ 1 LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................................... 3 LISTA DE TABELAS ........................................................................................................................ 3 1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 3 2.OBJETIVOS ..................................................................................................................................... 4 3.JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................. 4 4.METODOLOGIA ............................................................................................................................ 4 5.RESULTADOS ................................................................................................................................ 8

Valores Econômicos ................................................................................................................... 8 Áreas ........................................................................................................................................... 9 Análises das situações .............................................................................................................. 11

6.CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ...................................................................................... 12 7.REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 13

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Perímetro da fazenda (Imagem Cbers)............................................................................5FIGURA 2: Mapa levantado pelos técnicos........................................................................................7FIGURA 3: Mapa fornecido pelo proprietário....................................................................................8FIGURA 4: Mapa elaborado pelos técnicos do Instituto (esquerda) e mapa fornecido pelo proprietário (direita)............................................................................................................................9FIGURA 5: Imagem Cbers da área plantada....................................................................................10

LISTA DE TABELAS

TABELA 1: Evolução da produção do Pinus inventariado com 15 anos e perspectiva de corte raso aos 18 anos..........................................................................................................................................6TABELA 2: Produção do Pinus inventariado com 24 anos e perspectiva de corte raso aos 24 anos.6TABELA 3: Evolução da produção do Pinus (produtividade média regional) com 15 anos e perspectiva de corte raso aos 18 anos..................................................................................................6TABELA 4: Produção do Pinus (produtividade média regional) com 24 anos e perspectiva de corte raso aos 24 anos...................................................................................................................................6TABELA 5: Sortimento do Pinus dos dados obtidos pelo Inventário Florestal. ...............................7TABELA 6: Sortimento do Pinus dos dados de produtividade média................................................7TABELA 7: Valores Econômicos do Pinus com idade de 24 anos e corte raso aos 24 anos.............8TABELA 8: Valores Econômicos do Pinus com idade de 15 anos e corte raso aos 18 anos.............9TABELA 9: Áreas de plantio do Pinus com idade de 24 anos. .........................................................9TABELA 10: Áreas de plantio do Pinus com idade de 15 anos. .....................................................10TABELA 11: Plantio de Pinus com 24 anos e corte raso aos 24 anos..............................................11TABELA 12: Plantio de Pinus com 15 anos e corte raso aos 18 anos..............................................11TABELA 13: Valor econômico do plantio de Pinus na APP...........................................................12TABELA 14: Serviços que poderiam ser executados no imóvel com o valor obtido na venda do Pinus localizado na APP...................................................................................................................12

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1. INTRODUÇÃO

Na avaliação de florestas plantadas, para que se possa estimar a produtividade do talhão, faz-se necessário a realização do Inventário Florestal, cujas amostragens deverão respeitar os parâmetros estatísticos estabelecidos para o levantamento. Muitas vezes, por não se ter dados do inventário, são utilizadas informações referentes à produtividade média da região, projeto técnico de implantação, notas fiscais da compra de mudas e informações obtidas junto aos proprietários de quantos “pés” ele tem plantado.

Porém, essas informações não são plenamente confiáveis, haja vista que utilizando-as na avaliação, não levamos em conta como essa floresta foi conduzida, se ela foi atingida por geada, formiga ou fogo em alguma fase de crescimento, se o projeto técnico foi cumprido à risca, se a nota fiscal da compra das mudas e as informações repassadas pelo proprietário são fidedignas.

Além disso, mesmo que se tenham as informações do inventário, é muito importante que se diferenciem as áreas plantadas cuja legislação ambiental foi respeitada das plantadas em áreas de preservação permanente, já que essa última, conforme Manual de Obtenção de Terras devem ser descritas no laudo, porém não avaliadas. Para isso, é importante a utilização de técnicas de geoprocessamento e imagens de alta resolução espacial aliadas aos levantamentos de campo.

2. OBJETIVOS

A proposta deste trabalho é informar o quanto é importante obter informações através do Inventário Florestal nas Avaliações e demonstrar as discrepâncias existentes quando se utiliza metodologias inadequadas.

3. JUSTIFICATIVA

Esse estudo de caso torna-se de suma importância para orientar os técnicos na realização de Avaliação de Florestas Plantadas, comparando diversas metodologias e demonstrando a mais eficiente e precisa, dando maior confiabilidade ao laudo apresentado, evitando assim, a imperícia. Apresentando-se desta maneira, ocorrem diversos benefícios ao Instituto, sendo uma das principais o decréscimo de contestações judiciais, dando maior agilidade e eficácia aos processos.

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4. METODOLOGIA

Os dados foram obtidos na Avaliação do Imóvel Rural denominado Fazenda do Posto Ltda, área registrada de 1.314,1455 ha e 24.622,95 m de perímetro, conforme figura 1, localizado no município de Correia Pinto – SC, cujo Inventário Florestal foi realizado em maio de 2.008 em 39,11 ha de Pinus na idade de 24 anos, manejado inadequadamente, com indícios de fogo e 14,89 ha de Pinus na idade de 15 anos, bem manejado.

FIGURA 1: Perímetro da fazenda (Imagem Cbers).

A produtividade média dos plantios foi obtida através do Inventário Florestal, seguindo padrões mínimos exigidos, ou seja, erro amostral inferior a 10 %, com intervalo de confiança a 95% de probabilidade. Para o Pinus de 15 anos, através do Software SisPinus, estimou-se a produtividade e corte raso para os 18 anos, conforme tabela 1,

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trazendo para o valor presente os custos e receitas (15 anos) através do Método do Valor Econômico. A taxa de juros utilizada foi de 12 % a.a. e o coeficiente de risco de 5 %. Para o Pinus de 24 anos (tabela 2), foi realizado o inventário com os mesmos critérios e corte raso aos 24 anos.

TABELA 1: Evolução da produção do Pinus inventariado com 15 anos e perspectiva de corte raso aos 18 anos.

IdadeAltura

Dominante (m)

Árvores / ha

DiâmetroMédio (cm)

AlturaMédia

(m)

ÁreaBasal

(m²/ha)

VolumeTotal

(m³/ha)15 21,1 521 30,0 19,2 36,8 325,4*16 22,0 520 30,8 20,0 38,7 355,617 22,7 520 31,5 20,6 40,6 384,918 23,5 519 32,2 21,3 42,3 413,4

*Erro amostral de 8,69 % (<10%)

TABELA 2: Produção do Pinus inventariado com 24 anos e perspectiva de corte raso aos 24 anos.

IdadeAltura

Dominante (m)

Árvores / ha

DiâmetroMédio (cm)

AlturaMédia

(m)

ÁreaBasal (m²/

ha)

VolumeTotal

(m³/ha)24 27,6 418 33,0 25,0 35,9 412,6**

** Erro amostral de 9,77 % (< 10%)

Para a realização do estudo de caso, a produtividade média da região foi gerada através do Software Sispinus, como nos mostra as tabelas 3 e 4 (e confirmada através de informações de produtores da região através do IMA – Incremento Médio Anual), cujos dados de entrada eram apenas o número de árvores por hectare, idade do plantio e homogeneidade do povoamento. Os procedimentos seguintes para obtenção dos Valores Econômicos das Florestas seguiram os mesmos critérios descritos no parágrafo anterior.

TABELA 3: Evolução da produção do Pinus (produtividade média regional) com 15 anos e perspectiva de corte raso aos 18 anos.

IdadeAltura

Dominante (m)

Árvores / ha

DiâmetroMédio (cm)

AlturaMédia

(m)

ÁreaBasal

(m²/ha)

VolumeTotal

(m³/ha)15 21,1 521 29,6 19,2 35,8 316,016 21,9 520 30,4 19,9 37,7 345,717 22,7 520 31,1 20,6 39,6 374,718 23,4 519 31,8 21,2 41,3 402,8

TABELA 4: Produção do Pinus (produtividade média regional) com 24 anos e perspectiva de corte raso aos 24 anos.

IdadeAltura

Dominante (m)

Árvores / ha

DiâmetroMédio (cm)

AlturaMédia

(m)

ÁreaBasal (m²/

ha)

VolumeTotal

(m³/ha)24 27,2 418 37,0 24,4 45,0 505,8

Tanto para a produtividade média dos plantios (tabela 5), quanto para a produtividade média regional (tabela 6), o sortimento foi realizado através do Software SisPinus, cujos preços da madeira diferenciados pelo diâmetro das toras foram obtidos na região, procedendo assim, a avaliação do plantio.

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TABELA 5: Sortimento do Pinus dos dados obtidos pelo Inventário Florestal.

Idades Volumetotal

LaminaçãoEspecial Laminação Serraria Celulose Energia

24 anos 412,6 36,1 193,5 143,7 34,7 4,615 anos (Corte Raso aos 18) 413,4 20,7 189,7 160,6 36,5 5,9

TABELA 6: Sortimento do Pinus dos dados de produtividade média.

Idades Volumetotal

LaminaçãoEspecial Laminação Serraria Celulose Energia

24 anos 505,8 125,8 225,1 127,2 23,3 4,415 anos (Corte Raso aos 18) 402,8 16,5 179,1 164,4 36,6 6,2

Para determinação da área de plantio (figura 2), inclusive nas áreas de preservação permanente foram realizadas medições de campo e técnicas de geoprocessamento, através da utilização de imagens de satélite:

FIGURA 2: Mapa levantado pelos técnicos.

Para um segundo levantamento de áreas, utilizou-se para quantificá-las, um mapa de uso fornecido pelo proprietário que seria entregue para certificação (figura 3), cujas áreas de plantio encontradas no mapa e entrevista com um funcionário que coordenou o plantio na época e responsável pelo manejo, informando o número de “pés” plantados, foram coincidentes.

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FIGURA 3: Mapa fornecido pelo proprietário.

5. RESULTADOS

Valores Econômicos

Os Valores Econômicos do plantio de Pinus com idade de 24 anos e corte raso aos 24 anos (tabela 7), utilizando como informações a produtividade da floresta (inventário) e a produtividade média regional, obtidos através do levantamento de preço das toras na época da avaliação foram:

TABELA 7: Valores Econômicos do Pinus com idade de 24 anos e corte raso aos 24 anos.

Metodologia Produtividade(m³/ha)

Valor Econômico R$/ha

Inventário Florestal 412,6 16.921,34

Produtividade Média Regional 505,8 25.481,45

Através dos dados de Valores Econômicos obtidos, verificamos que pelo fato do Pinus na idade de 24 anos encontrar-se mal manejado (fato este verificado no Inventário Florestal através da produtividade), existiu uma diferença de 93,2 m³/ha e R$ 8.560,11/ha de uma metodologia para outra. Vale ressaltar que a produtividade média regional estimada já está considerando uma floresta bem heterogênea. Caso comparássemos

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com a média regional de uma floresta bem manejada e homogênea, cuja produção média regional para essa idade é de 542,00 m³/ha, a discrepância seria ainda maior.

Os Valores Econômicos do plantio de Pinus com idade de 15 anos e corte raso aos 18 anos (tabela 8), utilizando como informações a produtividade da floresta (inventário) e a produtividade média regional, obtidos através do levantamento de preço das toras na época da avaliação foram:

TABELA 8: Valores Econômicos do Pinus com idade de 15 anos e corte raso aos 18 anos.

Metodologia Produtividade(m³/ha)

Valor Econômico R$/ha

Inventário Florestal 413,8 11.499,20

Produtividade Média Regional 402,8 10.917,76

Em relação ao Pinus de 15 anos, por ser um plantio bem conduzido, a diferença

de produtividade das duas metodologias foi de apenas 11 m³/ha e R$ 581,44, ou seja, insignificante, levando-se em conta um erro amostral de 9,77 %, com intervalo de confiança a 95% de probabilidade.

Áreas

A área de plantio obtida pelos técnicos do Instituto para o Pinus com idade de 24 anos, considerando as APP’s e a área fornecida pelo proprietário, conforme figura 4 e tabela 9, foram:

FIGURA 4: Mapa elaborado pelos técnicos do Instituto (esquerda) e mapa fornecido pelo proprietário (direita).

TABELA 9: Áreas de plantio do Pinus com idade de 24 anos.

Metodologia Área Total(ha)

Área na APP(ha)

Área Avaliada(ha)

Técnicos do Instituto 39,11 3,97 35,14

Proprietário (Mapa) e Funcionário (Entrevista) 60 0 60

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A área de plantio obtida pelos técnicos do Instituto para o Pinus com idade de 15 anos, considerando as APP’s e a área fornecida pelo proprietário, conforme figura 4 e tabela 10, foram:

TABELA 10: Áreas de plantio do Pinus com idade de 15 anos.

Metodologia Área Total(ha)

Área na APP(ha)

Área Avaliada(ha)

Técnicos do Instituto 14,89 3,37 11,52

Proprietário (Mapa) e Funcionário (Entrevista) 20 0 20

Através dos dados obtidos nas tabelas 9 e 10, observamos que as informações de áreas levantadas junto ao proprietário (através do mapa elaborado para certificação, quanto entrevista com o funcionário que participou do plantio e manejava a floresta) estavam bem diferentes daquelas levantadas pelos técnicos, além de não considerar as áreas plantadas em preservação permanente.

Em relação a tabela 9, o talhão de Pinus na idade de 24 anos era de difícil acesso, relevo bem declivoso e fazia divisa com área de floresta nativa. Além disso, havia uma área que foi consumida por fogo.

Apesar de toda a área de plantio ter sido medida em campo, inclusive as de preservação permanente, a análise inicial foi feita através da utilização de imagens de satélite Cbers 2B (figura 5), com resolução espacial de 20 m.

Caso tivéssemos disponível uma imagem de satélite de alta resolução espacial, por exemplo Ikonos e Quick-Bird, georreferenciada e ortorretificada, os trabalhos de campo seriam facilitados, principalmente na diferenciação dos limites de plantio de Pinus e mata nativa, identificação das áreas queimadas, falhas no interior do talhão e áreas de preservação permanente.

FIGURA 5: Imagem Cbers da área plantada.

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Análises das situações

Foram analisadas 4 situações, descritas conforme abaixo:

• Avaliação da Floresta Plantada obtido através do Inventário Florestal e Medição das Áreas pelo Incra – IF e ME. (TESTEMUNHA)

• Avaliação da Floresta Plantada obtido através da Produtividade Média da Região e Medição das Áreas pelo Incra – PM e ME.

• Avaliação da Floresta Plantada obtido através do Inventário Florestal e Área informada pelo proprietário (sem medição) – IF e SM.

• Avaliação da Floresta Plantada obtido através da Produtividade Média da Região e Área informada pelo proprietário (sem medição) – IF e SM.

A partir desses parâmetros obtivemos os seguintes resultados:

TABELA 11: Plantio de Pinus com 24 anos e corte raso aos 24 anos.

Situações Produtividade(m³/ha)

Valor Presente Líquido R$/m³

Valor Econômico

R$/ha

Área Total (ha)

Valor Total (R$)

Área na

APP (ha)

Valor na APP (R$)

Área Avaliada

(ha)

Avaliado Valor Total - Valor na APP

(R$)

IF e ME 412,6 43,17 16.921,34 39,11 661.793,80 3,97 67.177,74 35,14 594.616,06

PM e ME 505,8 50,93 25.481,45 39,11 996.579,33 3,97 101.161,34 35,14 895.417,99

IF e SM 412,6 43,17 16.921,34 60 1.015.280,69 0 0 60 1.015.280,69

PM e SM 505,8 50,93 25.481,45 60 1.528.886,72 0 0 60 1.528.886,72

Analisando a tabela 11, comparando as situações (IF e ME) com (PM e ME), diferentes apenas na produtividade (IF= 412,6 m³/ha e PM= 505,8 m³/ha), obtivemos uma acréscimo de aproximadamente 51 % na indenização final da floresta.

Ao compararmos as situações (IF e ME) com (IF e SM) e (PM e SM), observamos que houve um acréscimo de aproximadamente 71 % e 157 %, respectivamente na indenização final da floresta.

TABELA 12: Plantio de Pinus com 15 anos e corte raso aos 18 anos.

SituaçõesProdutividade aos 18 anos

(m³/ha)

Valor Presente Líquido R$/m³

Valor Econômico

R$/ha

Área Total (ha)

Valor Total (R$)

Área na

APP (ha)

Valor na APP (R$)

Área Avaliada

(ha)

Avaliado Valor Total - Valor na APP

(R$)

IF e ME 413,8 40,96 11.449,20 14,89 170.478,59 3,37 38.583,80 11,52 131.894,78

PM e ME 402,8 40,08 10.917,76 14,89 162.565,45 3,37 36.792,85 11,52 125.772,60

IF e SM 413,8 40,96 11.449,20 20 228.984,00 0 0 60 228.984,00

PM e SM 402,8 40,08 10.917,76 20 218.355,20 0 0 60 218.355,20

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Analisando a tabela 12, comparando as situações (IF e ME) com (PM e ME), como as diferenças de produtividade não foram consideráveis (IF= 413,8 m³/ha e PM= 402,8 m³/ha), a diferença na indenização final da floresta está dentro da margem de erro considerável.

Ao compararmos as situações (IF e ME) com (IF e SM) e (PM e SM), observamos que houve um acréscimo de aproximadamente 73% e 65%, respectivamente na indenização final da floresta.

6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Se considerarmos somente o Pinus plantado nas APP’s, que deverá ser quantificado, porém não avaliado, conforme Manual de Obtenção de Terras, teremos um valor total de R$ 105.761,52, conforme tabela 13.

TABELA 13: Valor econômico do plantio de Pinus na APP.Plantio Área (ha) Unidade Valor TotalPinus de 24 anos plantado na APP 3,97 ha R$ 16.921,34 R$ 67.177,72 Pinus de 15 anos plantado na APP 3,37 ha R$ 11.449,20 R$ 38.583,80

R$ 105.761,52

Somente com o valor obtido na venda do Pinus não indenizável, poderíamos, por exemplo, executar o georreferenciamento do imóvel, adquirir imagem de alta resolução espacial (1m) para confecção do mapa de usos do solo, realizar o inventário florestal do plantio de Pinus, averbar reserva legal e cercar mais de 12 km de divisas (tabela 14).

TABELA 14: Serviços que poderiam ser executados no imóvel com o valor obtido na venda do Pinus localizado na APP.

Serviços Quantidade Unidade Custo TotalGeorreferenciamento (*) 24,62295 Km de Perímetro R$ 921,26 R$ 22.684,14

Imagens IKONOS (**) 30 km² R$ 48,00 R$ 1.440,00Planejamento e execução do

Inventário Florestal (***) 54 ha R$ 15,00 R$ 810,00

Averbação de Reserva Legal (****) 262,82 ha R$ 30,00 R$ 7.884,60Cercamento (*****) 12.157,13081 metros lineares R$ 6,00 R$ 72.942,78

R$ 105.761,52Fontes:(*) Planilhas Incra, SR-10 F;(**) Processo aquisição Incra, SR-10 T;(***)http://www.manejoflorestal.org/index3.cfm?cat_id=58&subcat_id=261(****)http://www.manejoflorestal.org/index3.cfm?cat_id=58&subcat_id=261(*****)http://cepa.epagri.sc.gov.br/

Através dos trabalhos realizados, para que o laudo de avaliação possa se tornar confiável, evitando a imperícia, recomenda-se o uso dos dados obtidos no Inventário Florestal e a correta aferição das áreas dos talhões, principalmente as plantadas em desconformidade com a legislação ambiental, através de técnicas de geoprocessamento e sistemas de informações geográficas (SIG).

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7. REFERÊNCIAS

INCRA, Manual de Obtenção de Terras e Perícia Judicial, Aprovado pela Norma de Execução Incra/DT nº 52, 2006.

OLIVEIRA, E. B. Sistema Prognose do Crescimento e Produção de Florestas (SisPinus). Colombo, PR. EMBRAPA FLORESTAS, 2006.

SCOLFORO, J.R.S. Inventário Florestal. Lavras, MG. UFLA/FAEPE, 1997.344 p.

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