XXVIII Domingo do Tempo Comum - Ano A · PDF fileO rei ficou irado e enviou ... messiânicos são descritos com a imagem de um banquete que Deus prepara ... desafio de Deus, enquanto

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  • XXVIII Domingo do Tempo Comum - Ano A

    28 DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO A)

    12 de Outubro de 2013

    Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo So Mateus (Mt 22, 1-14)

    1Tendo Jesus recomeado a falar em parbolas, disse-lhes: 2O Reino do Cu comparvel aum rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho. 3

    Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles no quiseram comparecer. 4

    De novo mandou outros servos, ordenando-lhes: 'Dizei aos convidados: O meu banquete estpronto; abateram-se os meus bois e as minhas reses gordas; tudo est preparado. Vinde sbodas.' 5

    Mas eles, sem se importarem, foram um para o seu campo, outro para o seu negcio. 6

    Os restantes, apoderando-se dos servos, maltrataram-nos e mataram-nos. 7

    O rei ficou irado e enviou as suas tropas, que exterminaram aqueles assassinos e incendiarama sua cidade. 8

    Disse, depois, aos servos: 'O banquete das npcias est pronto, mas os convidados no eramdignos. 9

    Ide, pois, s sadas dos caminhos e convidai para as bodas todos quantos encontrardes.' 10

    Os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos aqueles que encontraram, maus e bons, e asala do banquete encheu-se de convidados.

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    11Quando o rei entrou para ver os convidados, viu um homem que no trazia o traje nupcial. 12E disse-lhe: 'Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?' Mas ele emudeceu. 13

    O rei disse, ento, aos servos: 'Amarrai-lhe os ps e as mos e lanai-o nas trevas exteriores;ali haver choro e ranger de dentes.' 14

    Porque muitos so os chamados, mas poucos os escolhidos.

    Mensagem

    No seguimento dos dois Domingos anteriores, tambm neste 28 Domingo do Tempo Comumos chefes religiosos e civis continuam na mira de Jesus.

    O texto comea com a parbola dos convidados para o banquete (vers. 1-10). Apresenta-nosum rei que organizou um banquete para celebrar o casamento do seu filho. Convidou vriaspessoas, mas os convidados recusaram-se a participar no banquete, apresentando asdesculpas mais inverosmeis. A figura do rei muitas vezes usada no Antigo Testamento paradesignar Deus. O filho do rei, para uma audincia crist da parbola, designava de imediatoJesus. E o banquete nupcial feito pelo rei uma imagem fortssima de festa e de alegria, tantasvezes anunciado pelos profetas (cf, Is 25, 6), e impacientemente aguardado pelos judeuspiedosos.

    Primeira surpresa: quando o Rei enviou os seus servos a chamar os convidados para obanquete, estes no quiseram vir. O cuidado meticuloso posto pelo rei na preparao do seubanquete esbarra na brutalidade com que se irou, enviou as suas tropas, matou aqueleshomicidas e incendiou a sua cidade (Mt 22, 7). O castigo descrito retrata e interpreta osacontecimentos relacionados com a destruio de Jerusalm no ano 70.

    O rei resolveu, apesar de tudo, manter a festa e mandou que fossem trazidos para o banquetetodos aqueles que fossem encontrados nas encruzilhadas dos caminhos. E essesdesclassificados, que nunca se tinha sentado mesa de um personagem importante (com tudoo que isso significava em termos de comunho e de estabelecimento de laos de famlia e deamizade), celebrou a festa mesa do rei.

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    Esta parbola explicita bem o cenrio em que o prprio Jesus se move. Ele aparece, comfrequncia, a participar em banquetes ao lado de gente duvidosa e desclassificada, ao pontode os seus inimigos o acusarem de comilo e bebedor de vinho, amigo de publicanos e depecadores (Mt 11,19; Lc 7,34). Porque que Jesus participa nesses banquetes, correndo orisco de adquirir uma fama to desagradvel? Porque no Antigo Testamento os temposmessinicos so descritos com a imagem de um banquete que Deus prepara para todos ospovos. Ora, Jesus tem conscincia de que, com Ele, esses tempos chegaram; e utiliza ocenrio do banquete para expressar a realidade do Reino (a mesa da festa, do amor, dacomunho com Deus, para a qual todos os homens e mulheres, sem excepo, soconvidados). Para Ele, o sentar-se mesa com os pecadores uma forma privilegiada de lhesdizer que Deus os acolhe com amor e que quer estabelecer com eles relaes de comunho ede familiaridade, sem excluir ningum do seu convvio ou da sua comunidade.

    Os lderes de Israel, no entanto, sempre reprovaram a Jesus esse contacto com os pecadorese os desclassificados. Para eles, os publicanos e as prostitutas, por exemplo, estavamdefinitivamente arredadas da comunidade da salvao. Sent-los mesa do banquete doReino algo de inaudito e que os lderes de Israel acham absolutamente inapropriado.

    muito provvel que, originalmente, a parbola tivesse servido a Jesus para responderqueles que o acusavam de ter convidado para o banquete do Reino todo o tipo dedesclassificados e de pecadores. Jesus deixa claro que, na perspectiva de Deus, a questono se tal ou tal pessoa tem o direito de se sentar mesa do Reino; mas a questo essencial se aceita ou no aceita o convite de Deus. Na verdade, os lderes de Israel recusaram odesafio de Deus, enquanto que os pecadores e desclassificados o acolheram de braosabertos.

    Mais tarde, a comunidade crist ir fazer uma releitura um pouco diferente da parbola eutiliz-la para explicar porque que os pagos acolheram melhor do que os judeus a Boa Novado Reino.

    A segunda parbola a parbola do convidado que se apresentou na festa sem o traje nupcial(vers. 11-14). O rei que organizou o banquete mandou, ento, lan-lo fora da sala onde serealizava a festa. Qual a razo para o homem no usar o traje nupcial? Porque no o quisreceber. um presente do rei entrada da sala do banquete. No nosso mundo ocidental, soos convidados que levam os presentes. No mundo oriental, quem convida que oferece ospresentes aos convidados, entre os quais se conta o vestido de festa.

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    A parbola constitui uma advertncia queles que aceitaram o convite de Deus para a festa doReino, aderiram proposta de Jesus e receberam o Baptismo. Mateus escreve no final dosculo I (anos 80), quando os cristos j tinham esquecido o entusiasmo inicial e viviaminstalados numa f pouco exigente. Consideravam que j tinham feito uma opo definitiva eque j tinham assegurado a salvao. Mateus diz-lhes: cuidado, porque no chega entrar nasala do banquete; preciso, alm disso, vestir um estilo de vida que ponha em prtica osensinamentos de Jesus.

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