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XXXIII – Gincana Cultural: Teresina, Meu Amor”: A alegria de aprender a brincar TAREFA BRINQUEDO NORANIMAL Nº 1 Animação da Torcida Se você está contente bata as mãos// se você está contente bata as mãos// se você está contente e quer mostrar prá toda gente// se você esta contente bata as mãos... Se você esta contente, grite mais// se você esta nervoso, grite mais// se você está nervoso e quer esconder de toda gente, se você esta nervoso, grite mais: Com o meu manto sagradoAmarelinha azul Duas tarças na mãoAmarelinha azul O Iate é nossoO Iate todo treme Vai começar a festaCom a equipe UhBoomTum Daledaledale ohAmarelinha azul Daledaledale ohAmarelinha azul Daledaledale ohA equipe mais bonita A Kairós já ganhouA equipe UhBoomTum Todo brinquedo que envolve disputa fica melhor com trilha sonora, disso até Rapunzel está careca de saber. Se tiver coreografia – dancinhas, passinhos, “ondas” e gestos ensaiados, tanto melhor. Claro está que não podem faltar gritos de guerra, urras, palmas, mãos que tremem para passar energia ou de nervosismo... silêncios de cemitério - neguinho roendo unha. A torcida é um corpo coletivo, que grita, vibra, reverbera e que, até quando faz silencio, fala: Fala quando diz, quando grita, quando chia, quando cala. Por isso, a animação, desenvoltura e originalidade da torcida serão avaliadas por todos os jurados (ou seja, por aqueles que estiverem só de manha, ou só de tarde, e pelos que ficarem o dia todo. Caberá ao presidente comum do Júri conferir as notas individuais, somá-las e apresentar à mesa a nota de cada equipe. Atenção para as regras fundamentais do jogo: 1) o silêncio e o respeito durante as apresentações da sua e da outra equipe, bem como a partir das solicitações/ indicações do apresentador deverão ser cuidadosamente observados pois também são um modo de dizer que pode decidir a partida; 2) os animadores de torcida devem ser nesta edição, antes de tudo, mestres brincantes, assumindo a função dos mascotes que por suas atuações coletivas, levarão pontinhos para suas equipes. PONTUAÇÃO: 0 (zero) a 1.000 (mil) pontos. TEMPO: Máximo de 2 (dois) minutos.

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XXXIII – Gincana Cultural: Teresina, Meu Amor”:

A alegria de aprender a brincar

TAREFA BRINQUEDO NORANIMAL Nº 1 Animação da Torcida Se você está contente bata as mãos// se você está contente bata as mãos// se você está contente e quer mostrar prá toda gente// se você esta contente bata as mãos... Se você esta contente, grite mais// se você esta nervoso, grite mais// se você está nervoso e quer esconder de toda gente, se você esta nervoso, grite mais:

Com o meu manto sagradoAmarelinha azul Duas tarças na mãoAmarelinha azul

O Iate é nossoO Iate todo treme Vai começar a festaCom a equipe UhBoomTum

Daledaledale ohAmarelinha azul Daledaledale ohAmarelinha azul

Daledaledale ohA equipe mais bonita A Kairós já ganhouA equipe UhBoomTum

Todo brinquedo que envolve disputa fica melhor com trilha sonora, disso até Rapunzel está careca de saber. Se tiver coreografia – dancinhas, passinhos, “ondas” e gestos ensaiados, tanto melhor. Claro está que não podem faltar gritos de guerra, urras, palmas, mãos que tremem para passar energia ou de nervosismo... silêncios de cemitério - neguinho roendo unha.

A torcida é um corpo coletivo, que grita, vibra, reverbera e que, até quando faz silencio,

fala: Fala quando diz, quando grita, quando chia, quando cala. Por isso, a animação, desenvoltura

e originalidade da torcida serão avaliadas por todos os jurados (ou seja, por aqueles que

estiverem só de manha, ou só de tarde, e pelos que ficarem o dia todo. Caberá ao presidente

comum do Júri conferir as notas individuais, somá-las e apresentar à mesa a nota de cada

equipe. Atenção para as regras fundamentais do jogo: 1) o silêncio e o respeito durante as

apresentações da sua e da outra equipe, bem como a partir das solicitações/ indicações do

apresentador deverão ser cuidadosamente observados pois também são um modo de dizer que

pode decidir a partida; 2) os animadores de torcida devem ser nesta edição, antes de tudo,

mestres brincantes, assumindo a função dos mascotes que por suas atuações coletivas, levarão

pontinhos para suas equipes.

PONTUAÇÃO: 0 (zero) a 1.000 (mil) pontos.

TEMPO: Máximo de 2 (dois) minutos.

TAREFA BRINQUEDONORMINAUGURAL Nº 2 – Abertura

Salve essa casa, nobre morada/ nova jornada vamos começar// Nossa festa vai principiar/com rabecas, bombos e violas/hoje aqui viemos festejar//render

graças à vida nessa hora

(Abrição de Portas, Antônio Nóbrega)

Apresentem seu cordão, suas artes, seu enredo// o terreiro já está limpo, dê sua graça

sem medo: chamem os moços, chamem os velhos e as crianças para brincar//papais, mamães e

avós também vão se apresentar// os de ontem, os de hoje, não deixem ninguém faltar// e a tropa

do Villac vem o caldo engrossar// o bom mesmo é nós juntinhos, num painel de arrasar // Família

grande é assim: mexido, farra e fuá, tudo bem misturadinho para brincar, brincar, brincar ... Pois

que rufem os tambores// a festa vai começar.

PONTUAÇÃO: 0 (zero) a 750 (setecentos e cinquenta) pontos.

CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO:

1. Coerência para com o tema: até 150 (cento e cinquenta) pontos;

2. Cenário:até 150 (cento e cinquenta) pontos;

3. Criatividade:até 150 (cento e cinquenta) pontos;

4. Figurino:até 150 (cento e cinquenta) pontos;

5. Execução:até 150 (cento e cinquenta) pontos;

TEMPO: máximo de 15 (quinze) minutos para cada equipe.

TAREFABRINCADEIRA ESTRUTURNORMAL Nº3: ARRUMAR A CASINHA

Olhar uma criança brincando é aprender a

dimensão do HUMANO. O brincar do adulto é um

processo criador que se inicia através do brincar

da criança.

Lucilene Silva, educadora, em Tarja Branca

É importante ver o adulto brincar. Eu cresci vendo meus

pais brincando, arrumando a casa, fazendo as tarefas

cotidianas com o espírito da brincadeira.

Laura Tamjana, artista visual em Tarja Branca

Toda festa pressupõe um espaço e um lugar. Um espaço se torna o lugar da festa quando

nós o transformamos com investimentos que dizem muito de nós e do “clima” que queremos

proporcionar. As cores, os materiais, a disposição dos objetos, assim como os vazios entre eles,

são recursos para criar ama “ambiência”. As equipes devem preparar “sua casa” com o esmero

de crianças brincando de casinha, afinal para os convidados o impacto deve ser direto e se

renovar ao longo do dia positivamente. Casa limpa e arrumada para surpreender, para

identificar a tribo, para aconchegar os que ficam o dia todo torcendo com as equipes.

Todo este trabalho, no entanto, deve ser prazeroso e por isso este cuidado precisa ser

dividido igualmente entre todos: meninos e meninas, grandes e pequenos, antigos e atuais, pais

e filhos. Assim sendo, os brincantes de cada equipe deverão encontrar uma forma lúdica de

planejar, produzir e apresentar aos convidados suas casas e as marcas que as constituem (as

cores, as propostas, os sonhos). Este é o melhor modo de dizer: sejam bem vindos, amigos.

PONTUAÇÃO: de 0 (zero) a 600 (seiscentos) pontos.

CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO:

1. Adequação ao tema da gincana: até 300 (trezentos) pontos;

2. Originalidade/Criatividade: até 150 (cento e cinquenta) pontos;

3. Compartilhamento das tarefas: até 150 (cento e cinquenta) pontos;

TEMPO: Máximo de 5 (cinco) minutos.

TAREFA BRINCADEIRA ORANORMAL Nº 4 – Quem conta (canta) um conto, puxa um

ponto .... e muitos pontos para a caixinha

Eu queria inventar um livro onde as crianças pudessem morar

Monteiro Lobato

Eu vou te contar uma história, agora, atenção! Que começa aqui no meio da palma da tua mão Bem no meio tem uma linha ligada ao coração Quem sabia dessa história antes mesmo da canção? Dá tua mão, dá tua mão, dá tua mão, dá tua mão...

Uma história, Palavra Cantada

Os programas “Lá vem história e “Canta conto”, da TVBrasil/RJ e TV Cultura de S.P (décadas de 80 e 90), são duas experiências que distinguem a multiartista BIA BEDRAN. Formada em Musicoterapia e Educação Artística, Bia é cantora, compositora, contadora de histórias e escritora. Nos anos 70 fez parte do Quintal Teatro Infantil e desde os anos 80 faz parte do Grupo Musical “Bloco da Palhoça”, além de manter viva sua carreira solo como contadora de historias, cantora e compositora.

Bia gosta de brincar com os sons e com as palavras na construção de suas músicas e na (re)invenção de suas histórias. Também gosta muito de brincar com as ricas tradições culturais, orais e escritas, dos “contos da carochinha”, das cantigas populares, das brincadeiras de roda e, igualmente, da MPB e da Literatura Brasileira que ela incorpora e reinventa nos seus trabalhos. Exímia contadora de histórias Bia Bedran tem, como não podia deixar de ser, um rico repertório, construído em anos de pesquisa, e um corpo brincante que canta, dança e fala com gestos, palavras e também com silêncios.

Ao contar e/ou cantar uma história, Bia aprende e ensina, envolve e encanta, promove a alegria: “boquinha de forno/ forno//tirando bolo/ bolo// jacarandá/ já// quando eu mandar?/ vou// e se não for? / apanha...” Corram meninos e meninas, vamos brincar e encantar seguindo as “ordens” e a “tradição” da qual faz parte a Bia Bedran.

As equipes deverão dar de presente (promover com, promover para) as crianças da

Educação Infantil e para as professoras deste segmento (como uma singela homenagem para

aquelas que são diariamente nossas multiartistas), um espetáculo de contação de história(s)

que, seguindo a tradição aqui representada por Bia Bedran costortoture* a arte de contar

histórias, a dança, o conto, a poesia, o teatro e a música (inclusive aquela que é criada para dar

sustentação e efeito as narrativas e que os técnicos chamam de sonoplastia). Mas, não

esqueçam: ainda que este exercício exija um texto, roteiro, cenário, sons e outras artes são os

corpos dos mestres brincantes das equipes e dos brincantes (alunos e antigos alunos do Ensino

Médio e Fundamental, professoras e crianças do Infantil) que devem ser os mais importantes e

potentes recursos a serem usados.

*Coser de maneira sinuosa, não reta. In.: Brincabulário, dicionário de palavras imaginárias , de

Marta Largata: São Paulo, Ed. Atica, 2011.

PONTUAÇÃO: 0 a 800 (oitocentos) pontos

CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO:

1. Roteiro e texto (entrega até o dia 10 de agosto) até 200 (duzentos) pontos;

2. Coreografia: até 200 (duzentos) pontos;

3. Cenário/Figurino: até 100 (cem) pontos;

4. Linguagem/Interpretação/Empatia dos mestres brincantes: até 200 (duzentos) pontos;

5. Trilha musical e uso dos efeitos sonoros (inclusive palmas) até 100 (duzentos).

TEMPO: Máximo de 15 (quinze) minutos para cada equipe.

TAREFA BRINCADEIRA ANCESTRNORMAL Nº 5 – Fazer de canto*

“As brincadeiras mais populares são as mais universais e de livre movimentação individual. Essas brincadeiras dificilmente desaparecem: são das mais admiráveis constantes sociais, transmitidas por via oral, abandonadas numa geração e reerguida na outra, numa sucessão ininterrupta de movimento e canto”. (Cascudo, 1988:38).

A gente tem que seguir esses meninos, essa força, essa

vontade, essa alegria, porque quando eles crescem, eles crescem

otimistas. Quem vive a alegria não quer tristeza, não quer

pessimismo e nem desesperança.

Lucilene Silva, educadora, em Tarja Branca

E já que estão todos no terreiro (alunos e antigos alunos do Ensino Médio e Fundamental, professoras e crianças do Infantil) e hoje é festa, vamos fazer de canto? Para começar entrar no “clima” uma canção do MPB4, que sabe cantar para adulto e para crianças, e vai nos levar de volta a Portugal: “Ah, vira, virou, meu coração navegador/Ah, gira, girou, essa Galera// Vou voltar na primavera/ Que era tudo que eu queria/ Levo,terra nova daqui/ Quero ver o passaredo/ Pelos portos de Lisboa/ Voa, voa, que eu chego já...” Mas, por que Portugal, gente? E numa Galera? “Num sei, só sei que foi assim” por que esta “adivinha” é um presentinho. Mas, como somos todos brincantes e gostamos de brincar, lá se vão umas “pedrinhas” para o caminho marcar: mas, ATENÇÃO, quem avisa brincante é: não esqueçam de usar as pistas e nem saiam do caminho, fora da trilha mora o Lobo que comeu a vovó da chapeuzinho. Ele é morto de fome, pode comer seus pontinhos:

1) Lya de Itamaracá assim definiu a ciranda, uma das mais conhecidas e tradicionais brincadeiras de roda: “Minha ciranda não é minha só/ Ela é de todos nós /A melodia principal quem Guia é a primeira voz // Pra se dançar ciranda Juntamos mão com mão/ Formando uma roda/ Cantando uma canção”;

2) Sim, a roda é um brinquedo simples e forte porque junta tradições orais, música e movimento; canto, dança e gestos. Um brinquedo capaz de unir e igualar pela sua força mágica (cósmica ?) pais e filhos, avós e netos, bisnetos, tetranetos...; alunos e professores; gente grande e gente pequena;

2) Na brincadeira de roda também se pode misturar as diferenças que nos torna, a nós brasileiros, um povo assim (salve, salve) bem misturadinhos. Inclusive por que os Portos da Lisboa Ibérica eram também espanhóis e árabes e negros africanos;

3) A roda também é ritualmente indígena, pés no chão, às vezes dançando lado a lado, às vezes de mãos dadas, canto e sons de bichos: dor e alegria, festa da vida e da morte, da paz e da guerra, lugar de celebrar os encontros e os conflitos.

Arte Yanomami - O equilíbrio do mundo

Dito isso, queremos propor aqui uma celebração da diversidade cultural do Brasil, um país feito de diferenças e de conflitos, mas também de encontros e de alegria. Que o faz de canta da roda nos alegre o coração e nos acenda a esperança, “Deus há de ter piedade da gente”.

As equipes devem promover uma brincadeira cantada sob o comando de cinco (cinco) Mestres Dançarilhos** (uma moça ou um rapaz, uma mãe, um pai, uma criança, uma avó ou um avô da comunidade dombarretana - que não podem ser os mesmos da brincadeira nº 4). Os mestres dançarilhos devem conduzir a brincadeira e orientar os participantes desta prova desta experiência (crianças do infantil, pais, mães, avós, que podem ser os mesmos da brincadeira anterior, desde que seja acrescido ao grupo 05 crianças e 03 professores do Ensino Fundamental – primeira fase). Para bem cumprir seu desafio, os mestres brincantes deverão considerar os tópicos abaixo para criar uma sequência de apresentações que explicite os diferentes modos de brincar de roda e que garanta a harmonia final do espetáculo.

1)Quanto às letras, apresentar os temas tradicionais e/ou reinventados das cantigas de rodas: aqueles que remetem à vida cotidiana, os trabalho, a relação homem/natureza e as invenções do romanceiro popular; 2)Quanto ao andamento, apresentar rodas lentas; rodas moderadas; rodas vivas; rodas alternantes;3) Quanto à execução musical: Coro; Solo e coro; Forma mista (coro e parte falada ou declamada); 4) Quanto à formação: roda simples; roda com um figurante no centro; roda com dois ou mais figurantes no centro; roda com figurante fora e dentro: roda assentada e rodas concêntricas; 5) Quanto à movimentação: marcha simples; marcha na ponta dos pés; roda em cadeia ou serpentina; rodas que acentuam um determinado ritmo (marcação com os pés ou as mãos); rodas imitativas: rodas dramatizadas

Observação: Claro deve ficar que em qualquer das rodas sempre há elementos das diversas formas, sendo os tópicos aqui citados um modo de expor a prevalência de uma ou outra particularidade, quase sempre destacadas, por sua vez, nas estruturas e temáticas tradicionais das cantigas de roda *Fantasia cantada ou faz de conta musical, originário das terras da Sencília. Nas terras da Sencília moram os sencílios, aqueles que têm olhos, e corações, mais sensíveis) ** Dançarilhos são andarilhos dançadores encontrados em todo o universo do samba

PONTUAÇÃO: 0 (zero) a 800 (oitocentos) pontos.

CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO:

1. Adequação à proposta: até 200 (duzentos) pontos;

2. Repertório: até 200 (duzentos) pontos;

3. Coreografia: até 200(duzentos) pontos;

4. Figurino: até 100 (cem) pontos;

5. Atuação dos mestres dançarilhos: até 100 (cem) pontos

TEMPO: máximo de 15 (quinze) minutos.

TAREFA BRINCADEIRA RADICA NORMAL Nº 6 DANÇARILHANDO* PELO SAMBA

“O chefe da folia (da policia?) /Pelo telefone manda me avisar// Que com alegria/ Não se

questione para se brincar// (...) Ai, se a rolinha, sinhô, sinhô / Se embaraçou, sinhô, sinhô/É que

a avezinha, sinhô, sinhô/Nunca sambou, sinhô, sinhô// Queres ou não, sinhô, sinhô/ Vir pro

cordão, sinhô ,sinhô/ E ser folião, sinhô, sinhô/ De coração, sinhô, sinhô”.

Estamos este ano comemorando o centenário do registro oficial do primeiro samba brasileiro,

“Pelo Telephone”, de Donga. No entanto, mais do que realçar esta efeméride, o que se deseja

aqui é que este registro cumpra a função de nos lembrar que o samba é também uma

brincadeira, uma experiência do brincar:

Brasil, início do século XX. Imaginemos o cenário já bem conhecido e um tanto idealizado: num

fundo de quintal, homens e mulheres negros numa roda cantando, tocando e dançando. Muitos

deles filhos e netos de escravos, alguns sobreviventes da escravidão. Eles vieram de vários

“brasis” e falam linguagens musicais e corporais diferentes que serão incorporadas na

construção do novo ritmo. Os versos, que cantam, muitas vezes improvisados, eram às vezes

lugar de disputas entre os membros da roda: uma pitada de graça, de malícia e de tensão que

os jogos verbais carregam consigo. Outras vezes, os versos eram apropriações do cancioneiro

popular, inclusive das cantigas de roda repetidas no dia a dia pelas crianças, a exemplo do

estribilho “Ai se a rolinha…”, é tradicional no nordeste com pequenas variações: “olha rolinha,

doce, doce/ caiu no laço, doce, doce/ embaraçou-se doce, doce/ no nosso amor...” Esta citação

entra no enredo com a intenção de explicar que na experiência histórica de criação do samba se

misturaram saberes vários. Se como disse Vinicius de Moraes, o “samba é negro demais no

coração”, importante entender que é negro e múltiplo como múltiplas são as culturas negras e

como múltipla é a vida ordinária das pessoas comuns no Brasil.

Por isso, ouçamos samba, dancemos samba, para não ficarmos “ruins da cabeça” nem “ doentes

do pé”, afinal tem razão Caymmi quando canta: “o samba da minha terra, deixa a gente mole/

quando se canta, todo mundo bole/ quando se canta todo mundo bole...”

Onde a cabeça? Onde o pé? Sobre o corpo que dança, Dani Lima, diz: “quem dança é afetado e

também afeta (...) dançar é saber coisas sobre você, saber coisas sobre o outro, saber coisas sobre

o mundo, saber coisas sobre sua relação com o mundo e com outras pessoas”. Nietzsche

complementa o argumento: “é preciso valorizar o corpo como a porção de vida que existe dentro

de mim”.

Os brincantes deverão apresentar uma roda de samba que nos ensine pela magia da dança e da

música que somos um todo e que podemos aprender na alegria e com a alegria. O roteiro deve

tomar como ponto de partida, o universo das crianças: seus corpos e seus sonhos e os sambas

feitos para elas dançarem; passar pelos diferentes estilos de samba e terminar promovendo um

encontro alegre de diferentes gerações de dombarretanos bons de cabeça e do pé (inclusive

aqueles que estudaram e estudam no Villac). Participam desta prova alunos do Ensino

Fundamental (primeira e segunda fases) e do Ensino Médio.

PONTUAÇÃO: 0 a 800 (oitocentos) pontos

CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO:

1. Roteiro e argumento: até 200 (duzentos) pontos

2. Coreografia: até 200 (duzentos) pontos.

3. Cenário/Figurino: até 200 (duzentos) pontos;

4. Trilha musical e efeitos sonoros feitos com as mãos e os pés: até 200 (duzentos)

TEMPO: Máximo de 15 (quinze) minutos para cada equipe.

BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS DA TARDE:

TAREFA BRINCADEIRA ARTERIORMAL Nº 7 : Vestindo a camisa

Considerando que a camisa é o coração exposto dos gincaneiros, os brincantes deverão

apresentar de forma lúdica, individual ou coletivamente, mas obrigatoriamente envolvendo

suas torcidas – corpo coletivo das equipes, as artérias que dão vida as suas identidades: idéias,

pressupostos, intenções.

PONTUAÇÃO: de 0 (zero) a 300 (trezentos) pontos.

CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO:

1. Beleza: até 100 (cem) pontos;

2. Originalidade/Criatividade: até 100 (cem) pontos;

3. Adequação ao tema da gincana: até 100 (cem) pontos;

TEMPO: Máximo de 5 (cinco) minutos.

TAREFA SOBRENATURORMAL Nº 8: Uh uh uh uh... vem que é brincadeira!

Vem que é divertido

Aqui no nosso mundo já está tudo decidido

Vem, vem, vem, vem

Vem que é brincadeira

Aqui na nossa escola todo mundo é uma caveira

Ah ah ah ah

Uh uh uh uh

Uuuuuuuuuuh

Um dos paradoxos mais intrigantes do ser humano é gostar de brincar com o medo: bruxas, assombrações, lobos maus, almas “penadinhas”, caveiras, vampiros, zumbis e diabos fascinam tanto quanto assustam. Fascinam por que assustam ou assustam por que fascinam? Spinoza vem em nosso socorro lembrando que o medo - esta “paixão triste”, oposto da alegria – não existe sem a esperança:

Do que se tem medo? Da morte, foi sempre a resposta. E de todos os

males que possam simbolizá-la, antecipá-la, recordá-la aos mortais. Da morte

violenta, completaria Hobbes. De todos os entes reais e imaginários que

sabemos ou cremos dotados de poder de vida e de extermínio. Do que se tem

medo?*

Inevitável que o medo fosse transformado em gatilho para o riso, para a graça, para a pandega. Para enfrentar os mistérios da morte, a experiência do irremediável, um tanto de curiosidade, uma pitada de suspense e o alivio de que tudo não passou de uma brincadeira. Dos contos de assombração às lendas urbanas, dos filmes de suspense aos videoclipes, o que o medo tem a nos ensinar?

As equipes devem fazer uma apresentação de histórias clássicas de terror que promova

nos assistentes uma “viagem” marcada pela imaginação e pela fantasia com direito a frio na barriga e arrepio no cangote e cujo ponto de chegada seja clipe “Thriller” de Michael Jackson. Fica liberada nesta prova a participação de alunos e antigos alunos ( de todos os segmentos) do IDB e MMV.

*Chauí, M. “Sobre o medo”, In: os sentidos da paixão. São Paulo: Companhia da Letras/ FUNART, 1987

PONTUAÇÃO: de 0 (zero) a 600 (seiscentos) pontos.

CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO:

1. Adequação ao tema proposto: até 200 (duzentos) pontos;

2. Originalidade do roteiro/Criatividade: até 200 (duzentos) pontos;

3. Apresentação e execução: até 200 (duzentos) pontos;

TEMPO: Máximo de 10 (dez) minutos.

Umbabarauma homem-gol

Joga bola, joga bola

Jogador

Joga bola, joga bola

Corocondô

Pula, cai, levanta,mete gol, vibra

Abre espaço, chuta e agradece

Olha que a cidade

Toda ficou vazia

Nessa tarde de domingo

Só para lhe vê joga

Jorge Ben Jor, Umbabarauma

(Part. Mano Brown)

TAREFA BRINCADEIRA FENOMENORMAL Nº 9 Entrando em Campo

Bola na trave não altera o

placar

Bola na área sem ninguém

pra cabecear

Bola na rede pra fazer o gol

Quem não sonhou em ser um

jogador de futebol?

A bandeira no estádio é um estandarte

A flâmula pendurada na parede do quarto

O distintivo na camisa do uniforme

Que coisa linda é uma partida de futebol (Skank - É Uma Partida De Futebol)

Para aplicar uma firula exata

Que pintor

Para emplacar em que pinacoteca, nega

Pintura mais fundamental

Que um chute a gol

Com precisão

De flecha e folha seca

Jesus queira me livrar de esporte ou de terno

Não deixa eu ir pra o inferno assistir um jogo lá

Jesus queira me livrar de esporte ou de terno

Não deixa eu ir pra o inferno assistir um jogo lá

Deus me livre de eu ir lá

O futebol no inferno está grande a confusão

Vai ver a melhor de três pra ver quem é

campeão

O time do Satanás ou quadro de Lampião

Lampião só joga bruto bem na base do chinelo

Domingo ele disputou uma bola com Pinguelo

Fez a falta e Berimbau lhe deu cartão amarelo

Deus me livre de eu ir lá

A torcida gritou penal começou a sacanagem

Lampião olhou pra ele com a cara bem

selvagem

Berimbau não deu penal porque não teve

coragem

Caju & Castanha

Para avançar na vaga geometria

O corredor

Na paralela do impossível, minha nega

No sentimento diagonal

Do homem-gol

Rasgando o chão

E costurando a linha

Parábola do homem comum

Roçando o céu

Um senhor chapéu

Para delírio das gerais

No coliseu

Mas que rei sou eu

(Chico Buarque,Futebol)

No flow, por onde a gente passa é show

Fechou, e olha onde a gente chegou

Eu sou… País do Futebol Negô

Até gringo sambou, tocou Neymar é gol!

Ô minha pátria amada e idolatrada

Um salve à nossa nação

E através dessa canção

Hoje posso fazer minha declaração

Entre house de boy, beco e viela

Jogando bola dentro da favela

Pro menor não tem coisa melhor

[Mc Guimê]

E, por isso, lhes digo que A Primeira Missa, de Portinari, é inexata. Aqueles índios de biquine, o

umbigo à mostra, não deviam estar na tela, ou por outra: — podiam estar, mas de calções, chuteiras

e camisa amarela. Lapso de Portinari não pôr o Feola, sem boné e contrito, com aqueles pernões

monumentais e aquela barriga tão plástica. O principal papel do escrete de 58 foi o de profeta do

grande Brasil.*

Pero Vaz de Caminha diria que, nesta terra, até os paralelepípedos dão flor, até as zebras estão

florindo. E outra coisa: — outrora, o que matava o brasileiro era o subdesenvolvimento pessoal. Sim,

cada um de nós era, individualmente, um falido do sentimento, um falido da paixão, um falido da

esperança. Depois de 58, o país continua subdesenvolvido, ao passo que cada brasileiro,

pessoalmente, está investido de uma imensa potencialidade criadora.*

Foi preciso que jornais alemães, franceses, húngaros, tchecos, inglês esberrassem para nós: —

“Vocês são os maiores.”*

Já descobrimos o Brasil e não todo o Brasil. Ainda há muito Brasil para descobrir. Não há de ser num

relance, num vago e distraído olhar, que vamos sentir todo o Brasil. Este país é uma descoberta

contínua e deslumbrante. *

Eu diria ainda que nós também “vivemos” o futebol, ao passo que o inglês, ou o tcheco, o russo

apenas o joga. Há um abismo entre a seca objetividade européia e a nossa imaginação, o nosso

fervor, a nossa tensão dionisíaca.*

O sujeito que diz que o futebol passou é o Narciso às avessas, já que a seleção é a pátria em calções

e chuteiras.*

Pelé podia virar-se para Miguel Ângelo, Homero ou Dante e cumprimentá-los, com íntima efusão:—

“Como vai, colega?”*

O futebol é brincadeira, e das boas, e são tantos os cronistas deste esporte/arte que escolhemos aqui nos deixar levar pelo olhar apaixonadíssimo de Nelson Rodrigues:

”Os lorpas, os pascácios poderão objetar que se trata de futebol, apenas o futebol. Não é só o futebol. É, sobretudo, o homem brasileiro”*

Ah, Nelson, “dourados” foram os anos 50, mas como você sabe bem “o que era ouro virou casca de besouro”, embora o futebol continue a ser a “paixão nacional”. Pena que você não viu o talento das meninas, pena que você não conheceu a Martha. Sim, hoje os meninos, e agora também as meninas, continuam brincando nas pontas de rua, nas várzeas, nas praias, nos morros e no asfalto, em campos, campinhos – estruturados ou improvisados, quem se importa? Brasil só é futebol/ Nesses noventa minutos/De emoção e alegria/Esqueço a casa e o trabalho/A vida fica lá fora/Dinheiro fica lá fora/A cama fica lá fora/Família fica lá fora/A vida fica lá fora/E tudo fica lá fora. Para estes apaixonados o que importa é emplacar uma pintura digna da Pinacoteca: Ah, se eu fosse o Rei... Quem nunca sonhou em ser um jogador de futebol? Fazer uma jogada celestial em gol? Tabelar, driblar dois zagueiros// Dá um toque driblar o goleiro? // E só não entrar com bola e tudo porque teve humildade em gol? Quem não sonhou em ser um (a) moleque (a) bom (ao) de bola: Olha a menina moleca láááááá// Mas que menina moleca Mas que moleca maluca//É uma levada da breca//Ela é uma lelé da cuca// olha... ela... mole...quinha// Vai lá.. dribla//Olé... ole olá Pula... passa//Corre... chuta//Pega... leva//Nossa... olha láááá. Quem, mesmo não sendo muito entendido do assunto, e só assistindo futebol na Copa do Mundo, não se encanta, e até se orgulha, de sermos – apesar de tudo – pentacampeões do mundo?

Mas, sejamos honestos, Nelson, sobretudo honestos: sua verve continua incrível, inigualável, faz vibrar até quem não conhece nada de futebol (sim, existem alguns poucos energúmenos que não entendem nada, e o que é pior, não gostam de futebol. Paciência!) Por isso nós, por absoluta falta de capacidade de parafrasear, dizer de outro modo, assumimos nossa condição de “ladrões de palavras” para apresentar aqui, como enunciado desta prova deste desafio, não um texto, mas um palimpsesto construído a partir das suas crônicas, republicadas por ocasião da última Copa do Mundo. É uma boa oportunidade para os nossos meninos e meninas conheçam os seus textos.

À estes fragmentos “roubados”, juntamos outros tantos, como uma pequena amostra de como esta brincadeira mobiliza, encanta, produz. Todos estes outros fragmentos foram retirados da MPB. São citações de sambas, rocks, rap e até de uma embolada. Justapostos aos textos do Nelson Rodrigues eles formam camadas desta “cultura do futebol”, que os gincaneiros do IDB devem “ raspar” para recriar e emplacar, para delírio das gerais, um gol de placa. “Que coisa linda é uma partida de futebol!

*http://www.brasil.gov.br/esporte/2014/06/cronicas-de-nelson-rodrigues-futebol-e-paixao

1. As equipes devem apresentar uma dança contemporânea que tenha como território um campo de futebol e como matéria prima para a coreografia os gestos e os movimentos de jogadores e jogadoras dentro de campo. Como coadjuvantes, juiz e bandeirinhas;

2. Não será exigido referências a uma época específica, nem a personagens específicos estando permitido as equipes brincar com o tempo e com o real.

3. Um narrador deve comentar “lances da partida” como modo de conduzir a apresentação. O texto da narrativa é livre, embora deva fazer referência a obra e/ou ao estilo do mestre Nelson Rodrigues

4. As músicas aqui citadas devem ser tomadas como uma inspiração, podendo ser usadas ou não no roteiro. Fica também a critério das equipes a decisão de usar uma ou várias músicas.

PONTUAÇÃO: 0 (zero) a 750 (setecentos e cinquenta) pontos. CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO:

1. Coerência para com o tema: até 200 (duzentos) pontos; 2. Cenário: até 50 (cinquenta) pontos; 3. Criatividade: até 200 (duzentos) pontos; 4. Figurino: até 100 (cem) pontos; 5. Execução: até 200 (duzentos) pontos;

TEMPO: máximo de 15 (quinze) minutos para cada equipe.

TAREFA BRINCADEIRA MAIORMRAL Nº 10: Brincando com Portinari

“Vim da terra vermelha e do cafezal. As almas penadas, os brejos e as matas virgens Acompanham-me como o espantalho, Que é o meu auto-retrato. Todas as coisas frágeis e pobres Se parecem comigo.”

Candido Portinari

"O alvo da minha pintura é o sentimento.

Para mim, a técnica é meramente um meio. Porém, um meio indispensável."

Candido Portinari

Quanta coisa eu contaria se pudesse, e se

soubesse ao menos a língua, como a cor”

Portinari

"Este é um livro sobre a infância. A infância do pintor e a infância vista na sua obra. E como a infância chama o futuro, é

sobre o pintor, nós e o futuro que eu quero falar. Mas antes preciso contar uma

história. Porque acontece que o pintor, o "Menino de Brodósqui", foi meu pai - ou,

como descendente de italianos, meu "papa".A história tem a forma de uma

carta que eu-filho-nós escreve para ele-pai-Brasil.

João Candido, 1979

Auto-retrato, de Portinari - 1956. Acervo digital ©Projeto Portinari

Coleção particular, Rio de Janeiro, RJ.

“De volta a casa / Passava um ou outro trole/ Ou cavaleiro vindo das fazendas”. “Nasci e montei na garupa// De muitos cavaleiros/ Depois Montei sozinho em cavalo de Pé de milho”. “Andei de bicicleta e em Cavalo em pelo. Tive medos. E sonhei”. “Amanhecer alegre nas festas/ Da fazenda. PreparavamOs cavalos atrelando-os aos

Troles. Iam buscar a música”

"Eram belas as manhãs frias na época da

apanha do café e delicioso o canto dos

carros de boi transportando as sacas da

colheita. Quantas vezes adormecíamos

sobre as sacas. A luz do sol parecia mais

forte.Era somente para nós. Ia pela estrada

afora o carro vagaroso, cantando.

Dormíamos cheio de felicidades.

Sonhávamos sempre, dormindo ou não.

Nossa imaginação esvoaçava pelo

firmamento. Fantasias forjadas, olhando as

nuvens brancas, mais brancas do que a

neve. Tudo se movia ao nosso redor como

um passe de mágica. Belas eram as

seriemas, as saracuras e os tatus. Quando

víamos no chão um orifício, sabíamos a que

bicho pertencia. Conhecíamos também a

maioria das árvores e arbustos, sabíamos a

maioria das árvores e arbustos, sabíamos

suas serventias para as doenças; as chuvas,

o arco-íris, as nuvens, as estrelas, a lua, o

vento e o sol eram-nos familiares. O

contacto com os elementos moldava nossa

imaginação e enchia nosso coração de

ternura e esperança."

Tudo e mais as lendas. Onde estarão os jacus e as pacas?

Os jenipapos e jatobás? As estradas cortando as Matas, criavam histórias E medos. Os caminhos

Também fugiram. Olhando Céu, às vezes transformados em Nuvens.

Saí das águas do mar/ E nasci no cafezal de

/Terra roxa. Passei a infância/ No meu povoado arenoso.

Viajei pelo espaço. Fui à lua primeiro do que o sputnik. Caminhei além, muito além, para

Lá do paraíso. Desci de pára-quedas, Atravessei o arco-íris, cheguei

Nos olhos-d’água antes do sol nascer.

Nasci e montei na garupa De muitos cavaleiros. Depois Montei sozinho em cavalo de

Pé de milho. Fiz as mais Estranhas viagens e corri

Na frente da chuva durante Muitos sábados. Dava poeira

No trenzinho de Guaivira.

O tema do falatório era o lobisomem. A lua e o sol passavam longe.

Mais tarde mudamos para a Rua de Cima. O sol e a lua moravam atrás de nossa

casa. Quantas vêzes vi o sol parado.

Éramos os primeiros a receber sua luz e Calor.

Em muitas ocasiões ouvi a lua cantar.

Não tínhamos nenhum brinquedo/Comprado. Fabricamos/Nossos papagaios, piões,/Diabolô. //A noite de mãos livres e pés ligeiros era: pique, barra- manteiga, cruzado.//Certas noites de céu estrelado/E lua, ficávamos deitados na Grama da igreja de olhos presos/Por fios luminosos vindos do céu/era jogo de Encantamento.// No silêncio podíamos/Perceber o menor ruído/Hora do deslocamento dos/Pequenos lumes… Onde andam/Aqueles meninos, e aquele/Céu luminoso e de festa?/Os medos desapareciam/Sem nada dizer nos recolhíamos/Tranquilos…

Caminhei além, muito além, para /Lá do paraíso. Desci de pára-quedas,// Atravessei o arco-íris, cheguei/Nos olhos-d’água antes do sol nascer.

(...) Ficava espiando do nosso maracujazeiro./Surpreendido vendo São Jorge à paisana,/Pensei pedir-lhe o cavalo emprestado./Não me animei. A lua estava de vestido de Noiva./ Os sinos começaram a badalar./As gentes acudiam, era a missa do galo./Os dos sítios do Adão e dos olhos-d’água/Lá

estavam desde cedo./As estrelas baixaram iluminando o lado/De fora da igreja, onde se aglomeravam/As gentes, os cães e os animais de montaria./O Dragão veio se chegando de chinelos…

Sentia-me feliz quando chegava um circo./Vinha de terras estranhas./Todo o meu pensamento se ocupava dele.//O palhaço, montando um burro velho, fazia Reclame com a meninada acompanhando./Eu assistia ao espetáculo e apaixonava-me pelas Acrobatas de dez a quinze anos. FaziaPlanos para fugir com elas. Nunca lhes falei./Por elas tudo em mim palpitava./Minha fantasia.//Voltando à vida real, entristecia-me. Não era eu Um príncipe? Nada disso. Roupas baratas, Pobreza… Até as flores lá de casa pareciam Murchas e sem perfume./ Só nos achávamos// Bem rondando o circo. Quando partia para outra/Localidade, eu sentia tanta tristeza, chegava ao desespero,/Chorava silenciosamente; desolado ia ver o trem/Passar na direção onde estavam as acrobatas./Talvez pensassem em mim/O trem seria meu emissário./Nos encontraríamos mais/Tarde… O tempo deixava pequena lembrança/Até a chegada de outro circo…

Tomando a obra de Portinari como mote, os gincaneiros devem montar um quadro vivo sobre as “grandezas e misérias do Brasil”, onde segundo Assis Chateaubriand, Portinari “deita com sua paleta cores imortais”. No entanto, como aqui o acento tônico deverá recair sobre a infância e as festas populares, a leitura do escritor Antônio Calado também deve ajudar a delinear ainda melhor este quadro: ( ...) vamos chegando, aos poucos, à percepção de que não estamos diante de um mundo apenas imaginário e sim diante da recriação intensificada e fantástica do mundo que Portinari conhece, o de sua terra natal, o Brasil. Disto seus quadros são a prova. Neles vemos a paisagem, pisamos o chão; vemos seus trabalhadores e sua pobreza - não descritos com aflição, descritos com amor. Não amor pela miséria e o trabalho incessante e sim amor por mulher, homem, criança, o amor por sua humanidade (...) E não existem, no tesouro das artes, quadros mais eloqüentes do que esses, que pintam a felicidade de crianças que brincam."* Além destas indicações, para compor sua brincadeira as equipes devem considerar os tópicos abaixo:

1. Apresentar uma seleção das obras a serem trabalhadas pelas equipes com uma justificativa. 2. Criar nos momentos de ensaio oficinas sobre a obra de Portinari com as pessoas que vão

compor o quadro (documentar com textos e fotos) 3. Proporcionar nas oficinas acima citadas releituras individuais das obras que foram selecionadas

(Colecionar) 4. Organizar uma seleta de poemas e músicas para acompanhar os quadros escolhidos 5. Criar uma trilha sonora para compor o quadro vivo 6. Entregar para a comissão que irá repassar aos jurados todos os itens acima organizados em um

Portifólio.dia 15 de agosto até meio dia no IDB. Devem participar desta prova alunos do IDB e VILLAC (Ensinos Fundamental e Médio, professores (Ensino Fundamental e Médio), pais e funcionários do IDB e do MMV *Rockwell Kent, - CALLADO, Antonio. Candido Portinari. In: CANDIDO Portinari. São Paulo: Finambrás,

1997. P. 11-19.

PONTUAÇÃO: 0 à 1000 (mil) pontos. CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO: 1. Adequação à proposta: até 250 (duzentos e cinquenta) pontos; 2. Recursos cenográficos (objetos, textos, músicas): até 250 (duzentos e cinquenta) pontos; 3. Pesquisa e portifólio: até 250 (duzentos e cinquenta) pontos; 4. Execução: até 250 (duzentos e cinquenta) pontos;

TEMPO: máximo de 15 (quinze) minutos para cada equipe.

TAREFA NORMAL Nº 11- BRINCANDO DE TOP MODEL

No desfile desta edição da XXXIII Gincana Cultural "Teresina, meu amor", cada equipe deve

apresentar três casais para concorrer aos títulos de: Garoto e Garota IDB 2016, Garoto e

Garota Madre Maria Villac 2016 e Mister e Miss Comunidade IDB 2016.

Os candidatos à Garoto e Garota IDB 2016 devem ser alunos que estão regularmente

matriculados na escola, completar a idade mínima de 15 (quinze) anos no ano de 2016 e, caso

sejam menores de idade, devem apresentar uma autorização dos pais para que possam

participar do desfile.

Os candidatos à Garoto e Garota Madre Maria Villac 2016 devem ser alunos que estão

regularmente matriculados na escola, completar a idade mínima de 15 (quinze) anos no ano de

2016 e, caso sejam menores de idade, devem apresentar uma autorização dos pais para que

possam participar do desfile.

Os candidatos à Mister e Miss Comunidade IDB 2016 devem ser antigos alunos (não podendo

ser pais de alunos), completar a idade mínima de 18 (dezoito) anos até a data da Gincana. Não

será permitida a participação de pessoas que já concorreram ao título.

OBSERVAÇÕES:

Não será avaliado o uso de efeitos ou artifícios para decorar, embelezar ou

incrementar o desfile;

As equipes deverão fornecer os nomes dos candidatos para a Comissão Organizadora

até às 12 horas do dia anterior, segunda-feira, dia 15 de agosto, e deve ser garantida

a permanência em quadra apenas de dois representantes de cada equipe;

Após a preparação do desfile, somente será permitida em quadra a presença dos

candidatos, que deverão fazer um percurso previamente definido pela Comissão

Organizadora;

Após a apresentação das equipes, os casais ganhadores deverão desfilar novamente

para os jurados segundo ordem de chamada estabelecida pelo apresentador da

Gincana.

PONTUAÇÃO:

Cada categoria (GAROTA IDB; GAROTO IDB; GAROTA MMV; GAROTO MMV; MISS

IDB e MISTER IDB) terá a pontuação de 25 (vinte e cinco) pontos por candidato/a

escolhido/a.

Exemplo: Garota da Equipe A - 25 pontos/ Garota da Equipe B - 0 ponto Garota da

Equipe A - 0 ponto/ Garota da Equipe B - 25 pontos

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO: CARISMA, ESTÉTICA, DESENVOLTURA (DESFILE)

TEMPO: Máximo de 15 (quinze) minutos para toda a apresentação.

TAREFA NORMAL Nº 12 - ENCERRAMENTO:

“Cresci brincando no chão, entre formigas. De uma infância livre e sem

comparamentos. Eu tinha mais comunhão com as coisas do que

comparação (...) Então, eu trago de minhas raízes crianceiras a visão

comungante e oblíqua das coisas.” (Manoel de Barros, 2003)

Já é tradição que o encerramento da Gincana Cultural "Teresina, meu amor"

seja uma surpresa que encante e emocione espectadores e jurados. Apesar do

cansaço, ou até por causa dele, é neste momento que a capacidade de superação e o

sentido de “dever cumprido” se manifestam de maneira mais evidente.

Todo ano nossa intenção é, como vocês já sabem, mexer, futucar, “tirar do lugar” concepções, opiniões e situações que, entendemos, precisam ser repensadas na nossa escola, nas nossas famílias, na nossa cidade e, consequentemente, no “mundo grande”. Acreditamos que A alegria de aprender a brincar é um destes desafios já que quanto mais experimentarmos as possibilidades de encontro com o outro, de cumplicidade e aproximação, de tensão e de convivência/articulação das diferenças que o brincar produz, menos nos aproximaremos das “patologias” com a “anestesia” dos sentidos existenciais e corporais, como diz o pedagogo Marcos Santos*. Q u e e s t a e x p e r i ê n c i a t e n h a n o s e n s i n a d o a v a l o r i z a r e s t e s m o m e n t o s d e “ horizontalidade” quando nos tornamos todos iguais e aprendemos a dançar e a cantar juntos.

Sendo assim, as equipes deverão apresentar ao público uma brincadeira final

que seja condizente com a esperança de que possamos alargar nossas visões e nossas

práticas, nosso tempo e nossos espaços para brincar, brincar, brincar...

. Devem participar desta prova alunos do IDB e VILLAC (Ensinos Fundamental e Médio) e professores

(Ensino Fundamental e Médio) e pais

PONTUAÇÃO:

0 (zero) a 750 (setecentos e cinquenta) pontos.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:

1. Cenário e figurino: até 150 (cento e cinquenta) pontos;

2. Atuação dos mestres brincantes: até 150 (cento e cinquenta) pontos;

3. Roteiro e Direção: até 150 (cento e cinquenta) pontos;

4. Diversidade dos brincantes: até 150 (cento e cinquenta) pontos;

5. Integração e horizontalidade entre os brincantes: até 150 pontos

TEMPO: máximo de 15 (quinze) minutos para cada equipe.