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FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA PRÁTICA CATEGORIA: TEOLOGIA / REFERÊNCIA Copyright © 2005, por Júlio Zabatiero Todos os direitos reservados Coordenação editorial: Silvia Justino Preparação de texto: Renata Bonin Revisão: Rodolfo Ortiz Supervisão de produção: Lilian Melo Capa: Douglas Lucas Os textos das referências bíblicas foram extraídos da versão Almeida Revista e Atualizada. 2ª ed. (Sociedade Bíblica do Brasil), salvo indicação específica. Publicado no Brasil com a devida autorização e com todos os direitos reservados pela: Associação Religiosa Editora Mundo Cristão Rua Antonio Carlos Tacconi, 79 – CEP 04810-020 – São Paulo – SP – Brasil Telefone: (11) 5668-1700 – Home page: www.mundocristao.com.br Editora associada a: • Associação Brasileira de Editores Cristãos • Câmara Brasileira do Livro • Evangelical Christian Publishers Association A 1ª edição foi publicada em janeiro de 2006, com uma tiragem de 2.500 exemplares. Impresso no Brasil 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 06 07 08 09 10 11 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Zabatiero, Fundamentos de La Teología Práctica

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Teología práctica

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FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA PRTICA CATEGORIA: TEOLOGIA / REFERNCIA Copyright 2005, por Jlio Zabatiero Todos os direitos reservados Coordenao editorial: Silvia Justino Preparao de texto: Renata Bonin Reviso: Rodolfo Ortiz Superviso de produo: Lilian Melo Capa: Douglas Lucas Os textos das referncias bblicas foram extrados da verso Almeida Revista e Atualizada. 2 ed. (Sociedade Bblica do Brasil), salvo indicao especfica. Publicado no Brasil com a devida autorizao e com todos os direitos reservados pela: Associao Religiosa Editora Mundo Cristo Rua Antonio Carlos Tacconi, 79 CEP 04810-020 So Paulo SP Brasil Telefone: (11) 5668-1700 Home page: www.mundocristao.com.br Editora associada a: Associao Brasileira de Editores Cristos Cmara Brasileira do Livro Evangelical Christian Publishers Association A 1 edio foi publicada em janeiro de 2006, com uma tiragem de 2.500 exemplares. Impresso no Brasil 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 06 07 08 09 10 11 Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) (Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Zabatiero, Jlio Fundamentos da teologia prtica / Jlio Zabatiero. So Paulo : Mundo Cristo, 2005. Bibliografia. ISBN 85-7325-417-3 1. Teologia prtica I. Ttulo. 05-4223 CDD-230 ndice para catlogo sistemtico 1. Teologia prtica : Cristianismo 230 Prefcio 7 Introduo 11 1. A teologia prtica como modo de ser da teologia crist 19 2. Teologia prtica: uma teologia da ao em discernimento 33 3. Uma cristologia prtica: o senhorio de Jesus 49 4. Uma soteriologia prtica: vida em liberdade 63 5. Uma espiritualidade cristocntrica 77 6. Uma espiritualidade solidria 93 7. A missiologia integral paulina 107 Concluso O circuito teolgico-prtico: a mstica humana do mistrio divino 125 Bibliografia de consulta sugerida 131 Bibliografia 133 Sobre o autor 137 Sumrio 6 FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA PRTICA CONSIDERO JLIO ZABATIERO um dos melhores telogos brasileiros. No me canso de admirar sua habilidade em escrever e principalmente em compartilhar (quando quer) coisas profundas e complicadas com muita simplicidade. Nesta sua obra, mais uma vez ele nos brinda com um trabalho de muita criatividade e, ao mesmo tempo, extremamente simples para que todos pudessem tirar proveito dele. A teologia prtica precisava ser definida e redesenhada para nossos pastores, professores de seminrios e seminaristas, a fim de que ela pudesse se firmar em relao s outras teologias. Ficava sempre no ar a idia de que a capacidade acadmica de quem trabalha com a teologia prtica inferior daqueles que trabalham com as demais disciplinas. Creio que o autor rompe as barreiras fictcias do mundo teolgico, as quais j no se sustentam no mundo moderno, ao definir que teologia prtica teologia que nasce da pr- tica teolgica. Considero tambm valiosa a escolha de uma das cartas do apstolo Paulo (Colossenses) como ponto de partida. Mais uma vez, rompem-se barreiras preconceituosas no saber teolgico. Jlio parte Prefcio 8 FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA PRTICA da ao missionria de uma das pessoas mais marcantes do cristianismo para propor que: fazer teologia prtica refletir criticamente sobre a prtica teolgica em nosso contexto de vida. Embora esta afirmativa parea bvia, a realidade que, em vez de reiter-la, muitos estudiosos da Bblia tm negado que a misso a me da teologia.1 H autores que no apenas desprezam a misso, mas tambm os que trabalham teologicamente a partir dela. Entretanto, como possvel elaborar teologia sem pratic-la, especialmente por se tratar de ao divina? Por isso, a caducidade de certos pensamentos teolgicos. Foram formulados longe da realidade, do contexto em que o povo est inserido. Precisamos de coragem para romper com os conceitos impostos construo do saber e em especial formao da liderana crist (atravs de seminrios teolgicos, mas no exclusivamente) que vem despontando e que ter a grande responsabilidade de conduzir a igreja nas prximas dcadas. O surgimento de tantos modelos eclesisticos tem se tornado um tremendo desafio para as pessoas preocupadas com o rumo que a igreja vem tomando. No basta apenas criticar os novos modelos. preciso propor uma teologia adequada aos novos tempos. Por isso, creio que este livro poder auxiliar-nos nas reflexes futuras. Refletir teologicamente uma necessidade, e uma necessidade urgente. preciso dar um basta na crtica apenas pela crtica, fundamentada em postulados teolgicos distantes de nossa realidade, e por isso incuos para a caminhada da igreja de hoje. Duas colocaes finais. Os textos de Jlio mostram dois fatos bem claros: ele um homem comprometido com a Palavra de Deus, 1Martin KAHLER, Mission is the mother of theology, p. 190. PREFCIO 9 o que torna sua teologia prtica acima de tudo uma teologia bblica, e inteiramente comprometido com a misso da igreja. Estes dois fatos, por si s, me levam a sugerir-lhe que leia esse texto e use-o como instrumento para aprimorar seu ministrio, ou seja, sua teologia prtica. ANTONIO CARLOS BARRO Mestre e Doutor em Missiologia Membro do Comit Executivo do Congresso de Lausanne.

Introduo 12 FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA PRTICA CONSIDERO O ESCREVER UM exerccio de liberdade e paixo. A liberdade de refletir criticamente sobre minha prtica, minha igreja, minha escola, enfim o mundo em que vivo, e a paixo de servir a Deus e edificar a igreja, na ardente expectativa do Reino de Deus. Vivemos em um tempo paradoxal: nunca tantas novidades geraram tanta mesmice! O consumismo da ps-modernidade cria e destri seus produtos com imensa velocidade. Tudo tem prazo de validade efmero. Quantos meses dura um corinho? Quantos anos dura um modelo de igreja? Quantos livros de liderana crist ainda tero de ser escritos para aprendermos a liderar? Nunca houve tantos livros de teologia publicados no Brasil. Livros de todos os tipos, de todas as tendncias e pocas, e apesar de tamanha diversidade, porm, a imensa maioria muito semelhante, j que no prope formas diferentes de fazer teologia. Ficamos acostumados a pensar nela a partir das grandes divises disciplinares que se formaram na Modernidade: teologia bblica, teologia histrica, teologia sistemtica e teologia prtica. Cada uma dessas divises apresenta suas regras, sua metodologia, seus objetivos e sua histria. Em ambientes de formao teolgica, quando se menciona a palavra teologia sem adjetivos, quase sempre se pensa em teologia sistemtica, e logo se revivem nomes como Berkhof, Barth, Tillich, Erickson e outros. Vem-nos mente a imagem de pesados livros que discutem os grandes temas doutrinrios cristos: Deus, Trindade, revelao, criao, pecado, redeno, igreja, escatologia, cristologia, pneumatologia etc. Para vrios pastores e pastoras, outra lembrana no to agradvel tambm se manifesta: a do exame de ordenao... Depois de muito tempo de domnio quase absoluto, a teologia sistemtica passou a ser desafiada pela teologia bblica. Qual delas teria o direito de ostentar o ttulo de rainha das cincias teolgicas? Ser que a teologia sistemtica, por ser sistemtica, no bblica? At que ponto a teologia bblica efetivamente bblica (fiel s Escrituras)? Um nome no garante a qualidade da reflexo, afinal, vrias obras de teologia bblica no foram aceitas com entusiasmo pelas igrejas. De uma forma ou de outra, porm, para muitas pessoas teologia bblica e sistemtica apresentam algo em comum: ocupam-se de conceitos, sistemas, noes abstratas que pouco ou nada tm que acrescentar vida cotidiana das pessoas e comunidades crists. Embora esse juzo no seja de todo correto, transita livremente em vrios crculos acadmicos e em especial nos eclesiais. Em sntese: quando se pensa em teologia, a maioria das pessoas lembra de teorias pouco interessantes e relevantes para os desafios da vida crist e da prtica ministerial. A prpria teologia prtica, em muitos casos, no tem passado de uma tecnologia, de uma teologia aplicada, que acaba no sendo nem teologia, nem prtica de acordo com as noes mais comuns desses dois termos. Em ambientes acadmicos, a teologia prtica tende a ser relegada a segundo plano por ser pouco teolgica, e em ambientes eclesiais tende a ser desconsiderada por ser teolgica demais. A maior parte dos livros de teologia recm-publicados pode ser facilmente classificada numa dessas fronteiras disciplinares. Essas breves consideraes sobre a mesmice da novidade e sobre os diferentes prestgios da teologia no dia-a-dia eclesial e acadmico evanglico visam a ajudar-me a explicar um pouco a natureza desta obra. Embora se trate de um livro sobre teologia prtica, a base argumentativa a carta de Paulo aos colossenses, a temtica segue a terminologia da teologia sistemtica e o contedo no oferece modelos nem receitas para a prtica. Voc poderia pensar ento: Afinal, de que tipo de teologia trata este livro?. Reafirmo o ttulo: trata-se de um livro de teologia prtica. No entanto, ele considera os limites da modernidade e tira proveito das possibilidades que a chamada ps-modernidade oferece, transgredindo as fronteiras disciplinares convencionais do saber teolgico com liberdade e paixo. Certamente este no o primeiro livro de teologia que transgride fronteiras disciplinares. Quem est acostumado leitura teol- gica se lembrar de imediato de autoras e autores recentes como J. Moltmann, J. Cone, L. Boff, Sallie McFague. De fato, h um amplo reconhecimento de que as fronteiras disciplinares criadas na modernidade esto desgastadas e precisam ser superadas. Do reconhecimento ao, entretanto, h uma longa distncia a percorrer. Pense, por exemplo, no currculo de seminrios e faculdades de teologia. Voc se localiza facilmente nos departamentos de Bblia, Teologia Sistemtica e Histria, Teologia Prtica e Cincias de Apoio ou Anlise da Realidade. Ao pensar em fazer mestrado ou doutorado em teologia, imediatamente essas reas do saber teolgico lhe sero oferecidas. A questo : como reorganizar o currculo teolgico de modo a transgredir essas fronteiras sem comprometer o reconhecimento do curso de teologia como tal? Toda organizao de ensino teolgico baseia-se nessa categorizao disciplinar. Se a transgredimos, que fazer? Como sero os cursos de teologia? Pense, tambm, em seu ministrio eclesial ou missionrio. Como conceber-lhe a identidade ministerial se essas fronteiras disciplinares deixarem de ser reconhecidas como a nica forma possvel de INTRODUO 13 14 FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA PRTICA organizar a atividade teolgica e ministerial? Ser que as palavras pastor, missionrio e educador continuaro a representar com clareza seu significado? Nas entrelinhas deste livro, por exemplo, proponho que toda pessoa que serve a Deus liderando a igreja atravs de ministrios ordenados (ou, se no ordenados, reconhecidos e estruturados nas instituies eclesisticas), se considere, mais que ministra ou ministro, teloga prtica e telogo prtico. Que diferena far essa nova viso de si em sua atividade ministerial e em sua auto-imagem? Se, em vez de pastor(a), voc se apresentar como telogo(a) prtico(a), como as pessoas e a comunidade eclesial reagiro? Proponho nas entrelinhas porque, afinal, mudanas dessa envergadura no dependem apenas da vontade de uma pessoa, por mais que essa inteno tenha slida base terica e relevncia utpica para a igreja. Proponho apenas nas entrelinhas porque creio que mais importante que a aceitao terica dessa possvel mudana, o reconhecimento da prtica teolgica como atividade devocional e ministerial relevante. Ela to necessria quanto qualquer tarefa ministerial e disciplina espiritual que nos dispusermos a definir ou reconhecer como prioritrias. Teologia prtica nasce da prtica teolgica. E esta indica, aqui, todo e qualquer servio que, como lderes do povo de Deus, realizamos para a glria de Deus, a expanso do Reino, o crescimento da igreja e a edificao do Corpo de Cristo. Fao questo de destacar o adjetivo da expresso prtica teolgica. Encontramos mais comumente as expresses prtica ministerial, prtica missionria, pr- tica de liderana ou, talvez a forma mais comum, simplesmente prtica. Pessoas prticas so pessoas eficazes, que no se perdem em teorias, nem gastam tempo com reflexes inteis e muito menos com lucubraes estratosfricas. Pessoas prticas no so pessoas teolgicas, nem pessoas tericas. Quem prtico, faz. Quem terico, pensa. Tais concepes no poderiam estar mais distantes do que este livro se dispe a apresentar. Prtica irrefletida tem pouqussima eficcia. Teoria bem formulada extremamente prtica. Para ser bem formulada, no entanto, a teoria deve nascer da pr- tica. Essa uma das razes por que optei por alicerar estes fundamentos da teologia prtica na carta aos colossenses. Todas as epstolas de Paulo so eminentemente teolgicas. Trata-se de um conjunto de teoria na melhor acepo dessa palavra. So timas teorias teolgicas porque nascem da prtica paulina e da prtica das igrejas paulinas, mas no se esgotam nela. Germinam da prtica e vo crescendo, amadurecendo, florescendo. Tornam-se, ento, pr- tica refletida, conceitos, imagens, metforas teolgicas. Ao frutificar, delas colhemos mais e melhores prticas. Fazer teologia prtica refletir criticamente sobre a teologia que praticamos em nosso contexto. Na linguagem bblica, exercer sabedoria e discernimento. A reflexo teolgica, porm, embora surja da prtica, no se alimenta dela. Seu alimento terico. Trata-se de discursos outros sobre a prtica. Para ns, evanglicos, a principal fonte terica da teologia a Escritura, a Palavra de Deus. Podemos encontrar obra mais teol- gico-prtica? Na Bblia a espiral teoria-prtica-teoria-prtica exemplificada livro aps livro, perodo histrico aps perodo histrico, situao de vida aps situao de vida. Lembremo-nos dos profetas e das profetisas do antigo Israel, cujas histrias e cujos livros encontramos no Antigo Testamento. Eles fizeram teologia prtica a partir da vivncia com o povo de Deus, refletiram com sabedoria e discernimento para encontrar a vontade e o julgamento divinos sobre a realidade, e os anunciaram. Seus livros so exemplos de teologia prtica, e suas vidas, de telogos e telogas prticas. Pense em Jesus, o Messias. Sua prtica teolgica fonte inesgot- vel de novas prticas e teorizaes teolgicas. Quanta compaixo INTRODUO 15 16 FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA PRTICA motivou suas aes. Quanta reflexo para agir dessa maneira. Imagine se Jesus, em vez de refletir teologicamente, apenas imitasse a teologia j pronta das lideranas judaicas de seu tempo. Entre muitas outras conseqncias, eu e voc no seramos cristos e a igreja no existiria. Jesus foi o pastor, o mestre, o telogo por excelncia. Sem escrever nenhum livro, fez teologia e excelente teologia. No escreveu em pergaminho, mas escreveu em coraes e mentes de pessoas concretas. Algumas das quais, mais tarde, escreveram muitos livros. Por isso, neste livro, exercitamos nossa compreenso da teologia pr- tica ao construir, a partir de Colossenses 1:15-20, uma cristologia prtica, refletindo sobre a supremacia de Jesus Cristo. Em seguida, a partir de Colossenses 2:6-15, ponderamos sobre a salvao ofertada por Deus, em Cristo, e concretizada na criao pelo Esprito Santo. Ao refletir sobre a espiritualidade crist, desenvolvemos o tema da espiritualidade cristocntrica, com base no texto de Colossenses 2:163:, e da espiritualidade solidria, fundamentada em Colossenses 3:5-17. Finalizamos nossa breve caminhada teolgica com Paulo e os colossenses refletindo sobre a misso integral da igreja, conforme experimentada pelo apstolo e seus companheiros de ministrio. Ao faz-lo, retornamos ao ponto de partida de toda reflexo teolgica: orao e adorao. S fazemos e pensamos misso porque Deus nos amou e entregou-se por ns: o mistrio da graa que nos alcana e eleva at a filiao divina, irmandade com Jesus, o Messias, o ungido pelo Esprito. Fundamentos da teologia prtica , portanto, um convite. Um convite transgresso. Transgresso segundo o exemplo de Cristo, que por fidelidade ao Pai e amor humanidade no deixou de quebrar as leis de seu tempo e de sua religio. um convite liberdade. Liberdade segundo o exemplo de Cristo, que a exerceu amorosa e utopicamente, entregando a prpria vida para que uma nova humanidade pudesse ser criada por Deus. Liberdade que, alimentada pela paixo pelo Reino de Deus, atravessa fronteiras construdas por ns mesmos ao logo da histria, vence tabus e prope novas formas de viver. Fazer teologia exercitar essa liberdade em meio a tantas determinaes estruturais, marqueteiras e mercadolgicas. um convite para que voc escreva a teologia prtica que este livro meramente introduz, sonha, imagina. Que voc escreva teologia na forma de outros livros, de canes, de poesias, de novos ministrios, novas organizaes crists, novas formas de relacionamento, novos modelos de espiritualidade. Que voc escreva teologia com novas palavras e novas aes, novos formatos e novas formas de expresso. Que voc seja a prpria teologia em ao.

Captulo 1A teologia prtica como modo de ser da teologia cristLIGAR ESTREITAMENTE OS TERMOS teologia e prtica no parece natural. E de fato no . Essa situao relativamente nova na histria do pensamento cristo. Apenas a partir do desenvolvimento da modernidade ocidental que a teologia crist foi se identificando cada vez mais com um sistema de idias, distanciando-se da vida cotidiana de cristos e igrejas. Hoje, as circunstncias vm mudando. A crise da modernidade tambm se tem refletido no campo religioso, e especificamente no mundo da teologia. comum falar em teologia prtica e, mais que isso, em teologia como algo essencialmente prtico. Como a teologia chegou a ser considerada prtica? Em que ela consiste? Estas so as perguntas que tentaremos responder neste captulo.

PARADIGMAS DA TEOLOGIA CRIST NA HISTRIA Com base nas consideraes desenvolvidas por E. Farley e James Fowler,1 pode-se dizer que a histria da teologia crist conheceu trs grandes paradigmas reguladores: 1Faith development and pastoral care, cap. 1. A teologia prtica como modo de ser da teologia crist Captulo 1 20 FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA PRTICA 1. Paradigma da teologia habitual. Predominou desde as origens da igreja crist at o incio da Idade Mdia. A teologia era um habitus de vida e estudo, concebida como conhecimento de Deus e constru- da por meio das disciplinas da orao, do estudo e da participao litrgica. Objetivava a formao de pessoas, lideranas e comunidades eclesiais crists. Seus principais sujeitos foram os pais da Igreja, a hierarquia sacerdotal crist e os conclios cristos. A teologia se desenvolveu principalmente em dilogo crtico com os ataques que a Igreja sofria, tanto internamente (pelas heresias) quanto externamente, por religies e filosofias concorrentes. Nesse perodo, foram definidas as grandes linhas da teologia como atividade acadmica, em especial quanto ao vnculo com a reflexo filosfica, seja mediante acordo metodolgico seja pela recusa das premissas do saber filosfico. 2. Paradigma da teologia cientfica. Predominou durante a Idade Mdia at a Contra-Reforma. Nesse perodo, a teologia constitua o arcabouo ordenador de todo o conhecimento humano, bem como o das nascentes universidades na Europa. A metodologia teolgica praticada era, em grande medida, a mesma do paradigma anterior, com alteraes mais significativas nas nfases metodolgicas, nas relaes com a filosofia e, principalmente, na funo da teologia. Esta ultrapassa as fronteiras eclesiais e assume papel determinante em todo o desenvolvimento do saber europeu a teologia se torna a rainha do conhecimento. Nomes como Abelardo e Toms de Aquino figuram entre os principais protagonistas da teologia, colocando em segundo plano hierarquias eclesiais e conclios, ainda que a eles subordinados. 3. Paradigma da teologia disciplinar. Nasceu com a modernidade e predomina at hoje (ainda que sob os efeitos da crise de transio destes ltimos anos da modernidade). Este paradigma se caracteriza por subordinao da teologia aos imperativos do mundo acadmico, devido perda de prestgio e poder das Igrejas no campo universit- rio, e do saber em geral. Essa subordinao foi transformando, cada vez mais, a teologia em uma cincia, ou melhor, em um sistema disciplinar de conhecimento, dividido em reas do saber teolgico ou em disciplinas particulares. Essas reas foram desenvolvendo lealdades e metodologias diversas, conforme as cincias e os departamentos universitrios com os quais passou a se vincular. Os sujeitos da teologia foram se tornando cada vez mais telogos profissionais, sejam aqueles a servio das igrejas crists, sejam os mais diretamente vinculados s universidades, s quais desenvolveram lealdade, mesmo s expensas de sua lealdade eclesial. Nesse tempo, a teologia enfrentou os grandes conflitos que o desenvolvimento da racionalidade moderna apresentou s igrejas e adeso f crist, individualmente. No meio universitrio, a teologia vista cada vez mais como cincia, e no meio eclesistico como reflexo doutrinrio-dogmtica. Conflitos foram gerados entre esses dois grandes ambientes do fazer teolgico. A teologia vem se tornando atividade de profissionais e tem sido encarada com desconfiana pela membresia das diversas denominaes crists. O PARADIGMA DISCIPLINAR MODERNO E A CRISE CONTEMPORNEA As disciplinas teolgicas na modernidade Como atividade acadmica, a teologia foi se organizando ao redor de quatro grandes eixos disciplinares. So eles: a teologia sistemtica, a teologia histrica, a teologia bblica e a teologia prtica. Essa terminologia, que reflete principalmente a prtica teolgica no meio protestante, deriva em grande parte da atividade acadmica de F. Schleiermacher. A TEOLOGIA PRTICA COMO MODO DE SER DA TEOLOGIA CRIST 21 22 FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA PRTICA Nesse paradigma, a teologia sistemtica foi assumindo o papel de mais importante eixo disciplinar da teologia. Desenvolvendo-se como reflexo sistemtica sobre as verdades da f crist, seu mtodo privilegiou o dilogo com a filosofia e a elaborao de grandes compndios sistemticos, coerentemente organizados para abranger todo o universo do saber teolgico. A partir desse privilegiado dilogo com a filosofia, vrias correntes teolgicas vm sendo elaboradas, gerando muitos conflitos, em particular entre os sistemas teolgicos tipicamente acadmicos e aqueles tipicamente eclesiais. Parafraseando Nietzsche e Foucault, pode-se dizer que na teologia sistemtica concentrou-se a vontade de verdade de telogos acadmicos e eclesiais. Por sua vez, a teologia histrica foi, desde o incio deste paradigma, uma disciplina teolgica auxiliar, a servio da construo dos grandes sistemas teolgicos ou doutrinrios, conforme o espao de produo teolgica. Seu parceiro privilegiado de dilogo era a histria da filosofia, e visava ordenao cronolgica e temtica progressiva do saber teolgico no meio acadmico , permitindo, assim, a distino entre verdades teolgicas racionais e crenas religiosas. Nos meios eclesiais, a teologia histrica objetivava primariamente a legitimao das doutrinas de cada denominao crist. Da os diferentes nomes pelos quais esta disciplina veio a ser conhecida: histria dos dogmas, histria das doutrinas, histria da teologia, histria do pensamento cristo. Quanto teologia bblica, que inicialmente era uma disciplina auxiliar da teologia sistemtica, no sculo XX passa a ser exercida com grande autonomia e a disputar com a sistemtica o papel de rainha das disciplinas teolgicas. Nos meios eclesiais, foi construda a partir da metodologia da exegese histrico-gramatical e estava a servio da manuteno da verdade dos sistemas doutrinrios confessionais. Especialmente no setor protestante, a teologia bblica teve grande desenvolvimento, dada a profunda vinculao que a verdade tem, nessas igrejas, com as Escrituras. Nos ambientes acadmicos, a teologia bblica tem como mtodo principal a exegese histrico-crtica. Era exercida ora como um ramo da teologia histrica a servio da sistemtica, ora como um ramo autnomo, buscando a consistncia cientfica necessria para estabelecer-se e validar-se como distinta da teologia sistemtica. O quarto eixo disciplinar da teologia na modernidade foi o da teologia prtica. Esta sempre ocupou o ltimo lugar em termos de importncia no panteo das cincias teolgicas. Nos meios acadmicos, foi exercida principalmente como uma teologia sistemtica aplicada da qual extraiu suas temticas e metodologias servindo como tecnologia. Nos meios eclesiais, a teologia prtica esteve subordinada aos interesses e s necessidades organizacionais das igrejas crists. Entendida tambm como tecnologia teolgica, ela no conquistou autonomia, tornando-se principalmente uma teologia do ministrio sacerdotal (ordenado) das denominaes crists. Apenas na segunda metade do sculo XX, a teologia prtica passa a disputar espao com as demais disciplinas teolgicas e a se constituir autonomamente, desenvolvendo metodologia e objetivos especficos. A crise do paradigma disciplinar moderno Embora ainda predominante, o paradigma disciplinar da teologia est em crise, como o saber moderno em geral. A crise do iluminismo e do projeto moderno racional-cientfico, comumente conhecido como ps-modernidade, tambm lanou seus efeitos sobre a atividade teolgica. A fragmentao do sujeito, da razo e das ideologias, que colocou em xeque os grandes modelos racionais e cientficos da modernidade, tambm produz efeitos relativamente devastadores nos crculos teolgicos, em especial nos acadmicos.

A TEOLOGIA PRTICA COMO MODO DE SER DA TEOLOGIA CRIST 23 24 FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA PRTICA Embora pudssemos nos deter longamente nesse ponto, debatendo sobre os contornos dessa crise externa teologia, dirigiremos nossa ateno aos aspectos mais internos da crise do paradigma disciplinar. No hemisfrio norte, o paradigma disciplinar da teologia desafiado pelo menos em trs fronts, todos construdos a partir do perodo entre as duas Guerras Mundiais, alcanando o clmax aps a Segunda Grande Guerra. No campo da ao eclesial, desdobrando-se para dentro das universidades, a reflexo missiolgica fomenta srias crticas ao predomnio da forma sistemtica e abstrata de fazer teologia, qual convoca para uma profunda reflexo sobre a misso e o papel das igrejas crists. Especialmente presente nos grandes conselhos interconfessionais protestantes cujos nomes mais representativos so o Conselho Mundial de Igrejas e a Aliana Evanglica Mundial , a missiologia vai se desenvolvendo como cincia teolgica relativamente aut- noma e ocupando cada vez mais espao nas igrejas e nos crculos acadmicos. Entre os praticantes mais tpicos da teologia, as correntes neoortodoxa (Barth, Brunner, Tillich etc.) e poltica (Metz, Moltmann etc.) foram as principais promotoras da crise da teologia sistemtica. Conclamaram a um modelo de teologia mais abrangente, inclusivo, menos marcado pelas distines entre as disciplinas teolgicas e mais caracterizado pela unidade do saber teolgico e pelo declnio da filosofia como parceira privilegiada de dilogo epistmico. Especialmente no caso da teologia poltica, a sociologia passa a ser a grande parceira de reflexo da teologia. A partir de meados dos anos 1960, comeam a ser elaboradas as chamadas teologias contextuais, que questionam, com grande diversidade, o paradigma moderno do fazer teolgico. As teologias feministas, negras, asiticas, hispnicas (nos Estados Unidos) e outras formas locais de saber teolgico desafiam os modelos de racionalidade, o privilgio do profissionalismo dos telogos e os lugares da teologia. Na Amrica Latina, a teologia da libertao e a teologia evanglica radical (evangelical) exerceram forte impacto na elaborao de novos modelos do fazer teolgico, entendida a teologia especialmente como reflexo sobre a prtica ou prxis crist na sociedade. J no vista como cincia, a teologia torna-se uma reflexo crtica militante, caracterizada pela pluralidade de sujeitos e de locais de elaborao, e pela grande diversidade de mtodos e objetivos. Essas teologias locais vieram a produzir um efeito colateral interessante: considerar prtica (ou prxica) a teologia, alavancando os movimentos mais tipicamente ps-modernos de reviso paradigmtica do campo teolgico. TEOLOGIA PRTICA: MODO DE SER DE TODA A TEOLOGIA Prtica o modo de ser da teologia medida que o objetivo ltimo da reflexo e construo teolgicas prtico, no especulativo.2 O primeiro o compromisso de caridade, de servio. A teologia vem depois, ato segundo.3 Prtica o modo de ser da teologia, pois ns a fazemos em um mundo marcado pelo pecado e pelo conseqente sofrimento da pessoa e de toda a criao, que geme: Diante da tragdia dos que sofrem, a f em Jesus Cristo nos desafia justia e eqidade. O paradigma do Bom Samaritano (Lc 10:25-37) o qual, diferentemente do sacerdote e do levita, sente compaixo e se detm para ajudar o ferido serve de marco referencial para compreender o que significa refletir A TEOLOGIA PRTICA COMO MODO DE SER DA TEOLOGIA CRIST 25 2G. D. KAUFMAN, In face of mistery. A constructive theology, p. 430. 3G. GUTIRREZ, Teologia da libertao. Perspectivas, p. 24. 26 FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA PRTICA teologicamente sobre as vtimas e considerar as implicaes que sua desgraa acarreta para o nosso compromisso de f. [...] Fazer teologia, como nos recorda este episdio do Evangelho, no significa especular, mas encontrar novos estmulos para seguir a Jesus Cristo e dar testemunho das boas novas de seu reino.4 A crise do paradigma disciplinar moderno nos permite, ento, iniciar uma caminhada rumo a uma nova compreenso da teologia crist: essencialmente teologia da ao. Comecemos por discutir uma nova definio da teologia. Teologia (prtica) discurso crtico e construtivo sobre a ao crist no mundo. Fundamenta-se no discernimento da ao de Deus e se constri em dilogo crtico e construtivo com os discursos sobre a ao no-crist e sobre a ao anticrist. A racionalidade da teologia consiste de uma teoria crtico-discursiva da ao. Sua finalidade contribuir para o aperfeioamento da ao crist na contemporaneidade, em resposta crstica na energia do Esprito Santo ao de Deus no mundo. Teologia (prtica) discurso, ao comunicativa, atividade comunitria e no individual e isolada. Como tal, constri-se a partir de reflexo, dilogo e confronto: Como uma sociedade sempre dividida em grupos sociais com interesses divergentes, no h uma perspectiva nica sobre uma dada questo. Os indivduos, em seus textos, defendem uma ou outra posio gerada no interior da sociedade em que vivem. O discurso sempre a arena em que lutam esses pontos de vista em oposio. Um deles pode ser dominante, isto , pode contar com a adeso de um nmero maior de pessoas. Isso, no entanto, no elimina o fato de que concepes contrrias se articulam sobre 4H. S. CARMONA, Hacia una espiritualidad evanglica comprometida, p. 95s. um mesmo assunto. Um discurso sempre, pois, a materializao de uma maneira social de considerar uma questo.5 Concebida como discurso, preciso superar a idia de que teologia s feita por telogos, por profissionais que se isolam da comunidade e vivem em meio a livros, textos e computadores. O papel do telogo na igreja partilhar a reflexo e estimular o pensamento e a ao crticos e construtivos. O telogo o homem da comunicao na Igreja. Ele carrega uma linguagem religiosa tipicamente crist, resultado de uma longa histria. Conhece centenas de palavras e sabe us-las. Quando fala, faz que a lngua da Igreja circule. [...] Os telogos so agentes de comunicao: agem no duplo plano dos cristos que se convertem sua vocao e do mundo que est espera de uma palavra compreensvel. Eles no so os condutores da evangeliza- o, mas somente os especialistas em palavras. No se evangeliza, porm, somente com palavras. O Evangelho levado por pessoas vivas, nas quais a vida, os atos e os comportamentos esclarecem as palavras. Os discursos, as intervenes, os apelos recebem a sua fora da pessoa. Os evangelizadores so pessoas comuns que vivem intensamente o Evangelho.6 De um lado, o dilogo sempre exige espelhar, mostrar a imagem do outro, num encontro face a face para compreender o interlocutor, seu discurso e sua ao. Por outro lado, exige voltar-se para trs de si, pensar ponderada e cuidadosamente sobre os prprios conceitos, valores e sentimentos, de modo que o dilogo seja significativo e transformador. Como discurso sobre a ao crist, o sujeito privilegiado da teologia a comunidade crist em ao no mundo, para a qual a A TEOLOGIA PRTICA COMO MODO DE SER DA TEOLOGIA CRIST 27 5F. P. SAVIOLI & J. L. FIORIN, Lies de texto: leitura e redao, p. 30. 6 J. COMBLIN, A fora da palavra, p. 382,7. 28 FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA PRTICA teologia servir como meio e expresso de discernimento crtico e construtivo, simultaneamente (Rm 12:1,2; Cl 1:9-12). O discurso crtico porque no se pode conceber perfeita, completa ou absoluta a ao crist no mundo, pois seria idolatria e este um risco que a igreja sempre corre, medida que uma das tendncias do ser humano sempre considerar corretas as prprias aes, deixando os erros para os outros. A ao crist deve ser acompanhada constantemente do discernimento da comunidade crist, visando a identificar nossos erros e acertos. Por mais amadurecida que seja a comunidade crist, porm, a ao dela estar sempre aqum da plenitude do agir divino, ao qual resposta pessoal no tempo e no espao. Ao mesmo tempo, porm, a ao crist discurso construtivo, pois no se restringe a descobrir e apontar erros, mas buscando sempre responder de forma positiva ao de Deus, que tudo criou e a tudo vivifica com sua justa e amorosa presena visa a construir comunidades de reconciliao, amor e justia. Assim, as comunidades crists sero prottipos e primcias do Reino de Deus, espaos onde as pessoas podero encontrar amizade, companheirismo, sentido para a vida e, especialmente, podero encontrar Deus presente e atuante. ... a teologia no cincia de um objeto que lhe permanece estranho ou indiferente: ela , muito mais, sabedoria, conhecimento que se une experincia prazerosa e amante, iluminao que vem do fundamento e prorrompe na busca e a abre profundidade de Deus. Ela actio do Esprito e passio da criatura, e, justamente, enquanto tal, torna-se tambm ao do homem e paixo do Mistrio, que entra na humildade das palavras humanas.7 7B. FORTE, A teologia como companheira, memria e profecia, p. 195. Por ser teo-logia, o critrio ltimo de sua elaborao no a ao nem a prxis crist, mas, sim, a ao de Deus em Cristo. De outra forma, em vez de teologia, torna-se uma tcnica, apenas um modo de fazer, uma estratgia. A verdade da teologia deve corresponder ao de Deus cuja presena neste mundo e na Igreja imanente, embora transcenda a toda a realidade criada o Deus trino, forma verdadeira da comunidade na diversidade, amorosamente Amigo e Reconciliador do universo (Ef 2:11-22; Cl 1:18-20). Enquanto teo-logia, o discurso teolgico prtico est inserido na histria humana e partilha de todas as caractersticas de sua historicidade. Deve-se ressaltar particularmente o carter provisrio e dialogal de toda elaborao teolgica, sob o risco de a teologia transformar-se em letra morta e fonte de diviso e confuso na igreja. Uma posio teolgica transforma sua unilateralidade meramente finita em grave erro, caso no acolha a contrabalano, o julgamento e o aprimoramento que os pontos de vista opostos costumam trazer. Entre seres histricos, a verdade aparece no dilogo, nascendo dialeticamente do confronto dos opostos e do novo e mais rico consenso que pode surgir desse confronto no Esprito. A conseqncia imediata da verdade de nossa finitude hist- rica e da ao do Esprito Santo entre ns que a condio essencial para a verdade dentro da comunidade a liberdade do debate teolgico. A ortodoxia representa um consenso histrico, a ser contrabalanado, criticado e aperfeioado por meio de debates posteriores medida que as situaes culturais se transformam, as interpretaes do Evangelho mudam e a relatividade at mesmo daquele consenso se torna evidente. Somente na atuao dinmica do Esprito Santo atravs de diferentes perspectivas da Igreja total que a ortodoxia se A TEOLOGIA PRTICA COMO MODO DE SER DA TEOLOGIA CRIST 29 30 FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA PRTICA torna ortodoxa e no no absoluto de uma perspectiva dentro do todo.8 Por ser crist, a teologia discurso cujo paradigma da ao no se encontra na Igreja, mas em Jesus Cristo, Alfa e mega de toda a criao. Sua presena ativa no mundo articulada e configurada pelo Esprito Santo, que a tudo e a todos permeia como luz e vida, e que energiza a comunidade crist para ser agente histrico da vontade divina. A teologia, nesse sentido, visa a construir um saber discursivo que nos permita seguir a Jesus, imit-lo e caminhar em seus passos (Mc 1:16,17; 1Pe 2:21; Ef 5:1,2). Por ser teologia da ao crist no mundo, s pode ser feita em permanente co-relao discursiva com o mundo em ao tanto a ao no-crist, ou seja, aquela ao que reflete o agir de Deus, mas no se configura a partir das comunidades e instituies crists, quanto a ao entendida como anticrist, ou seja, aquela que se configura de forma contrria ao paradigma crstico e que a tradio crist denomina pecado. Nas palavras de Jesus, a teologia prtica deve ser sal da terra e luz do mundo, e para s-lo precisa dialogar, estar na terra e no mundo, mas sem ser do mundo (Jo 17:11-18). Sendo discurso sobre a ao crist no mundo presente, contextual, articulada a partir dos limites e das possibilidades da ao no tempo e no espao especficos da comunidade crist que a realiza. ... a contextualizao do evangelho possvel pela ao do Esprito Santo no povo de Deus. Na medida em que a Palavra de Deus se encarna na igreja, o evangelho toma forma na cultura. E isto reflete o propsito de Deus: a inteno de Deus no que o Evangelho 8L. GILKEY, O Esprito e a descoberta da verdade atravs do dilogo, p. 203,4. se reduza a uma mensagem verbal, mas que se encarne na igreja e, atravs dela, na histria. Aquele Deus que sempre falou aos homens a partir de dentro da situao histrica designou a igreja como o instrumento para a manifestao de Jesus Cristo em meio aos homens. A contextualizao do evangelho jamais pode ser levada a cabo independente da contextualizao da igreja na histria.9 Por ser reflexo crist no mundo, a teologia prtica ser discurso missionrio, evangelizador, alimentador e nutridor da prtica missionria da igreja. Discurso que coloca a igreja e sua teologia no cenrio pblico das aes e discusses visando ao bem-estar da sociedade em que vivemos. A teologia prtica assume os riscos da presena no mundo e do dilogo crtico e construtivo com os saberes produzidos fora da Igreja, crendo que entre esses saberes haver aqueles que contribuiro para a edificao do povo de Deus e para o bem-estar da criao. Assim entendida, a teologia prtica se torna uma aventura de f: No existem frmulas mgicas que garantam uma soluo automtica para todos os problemas teolgicos, ticos e sociais que nos desafiam em nossa igreja e sociedade pluralistas. Contudo, se, como os cristos da tradio reformada crem, a nica questo fundamental por detrs de todas saber o que o Deus trino vivo das Escrituras est dizendo e fazendo em nossa poca e em nosso tempo, e o que ns temos de dizer e fazer em resposta agradecida e obediente a este Deus vivo ento eu acho que possvel descobrir a maneira de Deus e a nossa maneira de tratar todas as questes.10 A TEOLOGIA PRTICA COMO MODO DE SER DA TEOLOGIA CRIST 31 9C. R. PADILLA, Misso integral. Ensaios sobre o Reino e a Igreja, p. 114. 10S. C. GUTHRIE, Sempre se reformando. A f reformada em um mundo pluralista, p. 93. 32 FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA PRTICA RECAPITULANDO 1. Descreva os trs grandes paradigmas da teologia crist de acordo com Farley. 2. Em sua opinio, quais so os limites do paradigma disciplinar moderno da teologia? 3. Como voc definiria teologia prtica? 4. Qual a relao entre teologia prtica e espiritualidade? 5. Que ao crist e como se relaciona com o discurso? 6. Por que a ao no pode ser considerada o critrio da teologia prtica? 7. Quais so os riscos e os valores da teologia prtica?

ESPAOLCaptulo 1 La teologa prctica como una forma de ser de la teologa cristLIGAR DE CERCA LA TRMINOS teologa y la prctica no parece natural. Y de hecho no lo es. Esta situacin es relativamente nuevo en la historia del pensamiento cristiano. Slo por el desarrollo de la modernidad occidental es que la teologa cristiana estaba identificando cada vez ms con un sistema de ideas, alejndose de la vida cotidiana de los cristianos y las iglesias. Hoy en da, las circunstancias han cambiado. La crisis de la modernidad se ha reflejado tambin en el campo religioso, y en concreto en el mundo de la teologa. Es comn hablar de la teologa prctica y, ms que eso, en la teologa como esencialmente prctica. Como la teologa que antes se consideraba la prctica? Ella es? Estas son las preguntas que tratamos de responder a esta captulo.PARADIGMAS CHRISTIAN TEOLOGA EN LA HISTORIA En base a las consideraciones desarrolladas por E. Farley y James Fowler, se puede decir que la historia de la teologa cristiana se reuni en tres grandes paradigmas normativos: desarrollo 1Faith y pastoral cuidar, cap. 1. La teologa prctica como una forma de ser teologa cristiana Captulo 1 20 MOTIVOS PARA LA TEOLOGA 1. Paradigma teologa habitual PRCTICA. Prevalecido desde el comienzo de la iglesia cristiana hasta la Alta Edad Media. Teologa era un hbito de vida y estudio, concebido como el conocimiento de Dios y construirse a travs de las disciplinas de la oracin, el estudio y la participacin litrgica. Dirigido a formar a las personas, lderes y comunidades eclesiales cristianas. Sus principales temas fueron los padres de la Iglesia, el cristiano consejos sacerdotal jerarqua y cristianos. La teologa desarrollada principalmente en dilogo crtico con los ataques que sufri la Iglesia, tanto a nivel interno (las "herejas") y externamente por las religiones y filosofas competidores. Durante este perodo, las grandes lneas se definieron la teologa como una actividad acadmica, especialmente en cuanto a la relacin con la reflexin filosfica, ya sea por acuerdo metodolgico es la negativa de las instalaciones del conocimiento filosfico. 2. Paradigma de la teologa cientfica. Prevalecido durante la Edad Media hasta la Contrarreforma. En ese perodo, la teologa era el marco originador de todo el conocimiento humano, as como los muelles universidades de Europa. La metodologa teolgica practicada fue en gran parte el mismo que el ejemplo anterior, con los cambios ms significativos en el nfasis metodolgico en las relaciones con la filosofa y sobre todo la funcin de la teologa. Esto va ms all de las fronteras y asume el papel eclesial en el desarrollo general de conocimientos europea - la teologa es la reina de conocimiento. Nombres como Abelardo y Toms de Aquino entre los principales protagonistas de la teologa, poniendo en las jerarquas de fondo de la Iglesia y los consejos, aunque que de ellos dependen. 3. Paradigma teologa disciplinaria. Naci con la modernidad y prevalece hasta nuestros das (aunque bajo los efectos de la crisis de la transicin de los ltimos aos de la modernidad). Este paradigma se caracteriza por la subordinacin de la teologa a los imperativos del mundo acadmico, debido a la prdida de prestigio y poder de las iglesias en el mbito universitario ro, y el conocimiento en general. Esta subordinacin se estaba convirtiendo cada vez ms en la teologa una "ciencia" o mejor en el sistema de conocimientos disciplinarios, dividido en reas de conocimiento teolgico o disciplinas particulares. Estas reas han desarrollado lealtades y diferentes metodologas, como las ciencias y departamentos universitarios con los que se declararon en obligarse. Los temas de la teologa eran cada vez ms los telogos profesionales, tanto el personal al servicio de las iglesias cristianas, son los ms directamente vinculados a las universidades, que se desarrollaron lealtad, incluso a costa de su fidelidad eclesial. En ese momento, la teologa se enfrent a los grandes conflictos que el desarrollo de la racionalidad moderna present a las iglesias y la adhesin a la fe cristiana, de manera individual. En el mbito acadmico, la teologa se ve cada vez ms como una ciencia, y en el ambiente eclesistico como reflexin doctrinal dogmtico. Los conflictos se generaron entre estos dos grandes entornos de do teolgico. Teologa se est convirtiendo en la actividad profesional y se ha mirado con recelo por los miembros de las diversas confesiones cristianas. El paradigma DISCIPLINARIA CRISIS MODERNA Y CONTEMPORNEA Las disciplinas teolgicas en la modernidad como una actividad acadmica, se estaba organizando la teologa torno a cuatro ejes principales disciplinarias. Ellos son: una teologa sistemtica, teologa histrica, la teologa bblica y la teologa prctica. Esta terminologa, lo que refleja principalmente la prctica teolgica en el entorno protestante, se deriva en gran parte de la actividad acadmica de F. Schleiermacher. TEOLOGA PRCTICA COMO SER TAN teologa cristiana TEOLOGA 21 22 MOTIVOS PARA LA PRCTICA En este paradigma, la teologa sistemtica estaba asumiendo el papel de eje disciplinaria ms importante de la teologa. El desarrollo de la reflexin como sistemtica sobre las verdades de la fe cristiana, su mtodo favorecido el dilogo con la filosofa y el desarrollo de grandes libros de texto sistemticas, coherentemente organizado para cubrir todo el universo del conocimiento teolgico. De este dilogo privilegiado con la filosofa, diversas corrientes teolgicas se han desarrollado, generando muchos conflictos, sobre todo entre los sistemas teolgicos tpicamente acadmicas y los tpicamente eclesial. Parafraseando a Nietzsche y Foucault, se puede decir que en la teologa sistemtica se centr en la voluntad real de los telogos acadmicos y de la iglesia. A su vez, la teologa histrica fue, desde el principio de este paradigma, una ayuda disciplina teolgica, ayudando a construir los grandes sistemas teolgicos o doctrinales como el espacio de la produccin teolgica. Su socio preferente para el dilogo era la historia de la filosofa, y tena por objeto ordenamiento cronolgico y temas progresistas del conocimiento teolgico - en el mundo acadmico - permitiendo as la distincin entre verdades teolgicas racionales y creencias religiosas. Medios eclesiales, teologa histrica dirigidas principalmente para legitimar las doctrinas de cada denominacin cristiana. De ah que los diferentes nombres por los que esta disciplina lleg a ser conocido: la historia del dogma, historia de las doctrinas, la teologa de la historia, la historia del pensamiento cristiano. En cuanto a la teologa bblica, que inicialmente era una disciplina auxiliar de la teologa sistemtica en el siglo XX se ejercer con gran autonoma y para competir con el papel sistemtico de la reina de las disciplinas teolgicas. Medios eclesiales, se construy sobre la metodologa de la exgesis histrico-gramatical y estaba en el servicio de mantenimiento de la verdad de los sistemas doctrinales religiosos. Especialmente en el sector protestante, la teologa bblica tuvo gran desarrollo, dado el profundo vnculo que la verdad tiene, en estas iglesias, con la Escritura. En el mbito acadmico, la teologa bblica es el mtodo principal de la exgesis histrico-crtica. Se llev a cabo, ya sea como una rama de la teologa histrica al servicio de la sistemtica, o como una rama autnoma, buscando la coherencia cientfica necesaria para establecer y validar a diferencia de la teologa sistemtica. La cuarta disciplina eje de la teologa en los tiempos modernos fue el de la teologa prctica. Esto siempre ha sido el ltimo lugar en trminos de importancia en el panten de las ciencias teolgicas. En los crculos acadmicos, se llev a cabo principalmente como una teologa sistemtica aplicada - que atrajo a sus temas y metodologas - que sirve como la tecnologa. Medios eclesiales, la teologa prctica se subordin a los intereses y necesidades de la organizacin de las iglesias cristianas. Entendido tambin como tecnologa teolgica, no ha ganado autonoma, convirtindose principalmente una teologa del ministerio sacerdotal (ordenados) denominaciones cristianas. Slo en la segunda mitad del siglo XX, la teologa prctica comienza a luchar por el espacio con otras disciplinas teolgicas y ser independiente, el desarrollo de la metodologa y objetivos especficos. La crisis del paradigma disciplinario moderno Aunque todava predominante, el paradigma disciplinario de la teologa est en crisis, ya que el conocimiento moderno en general. La crisis de la Ilustracin y la modernidad racional-cientfico, conocido comnmente como el posmodernismo, tambin lanz sus efectos sobre la actividad teolgica. La fragmentacin del sujeto, la razn y las ideologas, y amenaz a los grandes modelos racionales y cientficos de la modernidad, tambin produce efectos relativamente devastadores en los crculos teolgicos, especialmente en lo acadmico. TEOLOGA PRCTICA COMO SER TAN TEOLOGA CRISTIANA 23 24 MOTIVOS PARA LA TEOLOGA PRCTICA Aunque podramos detenernos mucho en este punto de la discusin de los contornos de esta teologa crisis externa, dirigir nuestra atencin a los aspectos internos de la crisis del paradigma disciplinario. En el hemisferio norte, el paradigma disciplinario de la teologa es desafiado por lo menos en tres frentes, todos construidos a partir del perodo entre las dos guerras mundiales, alcanzando el clmax despus de la Segunda Guerra Mundial. En el campo de la accin eclesial, desarrollo en las universidades, la reflexin misionolgica fomenta la crtica seria de la predominancia de manera sistemtica y abstracta de hacer teologa, que llama a una profunda reflexin sobre la misin y el papel de las iglesias cristianas. Sobre todo en este gran consejos interreligiosos protestante - cuyos nombres ms representativos son el Consejo Mundial de Iglesias y el Consejo Mundial de la Alianza Evanglica - misionologa desarrollar como teolgica ciencia relativamente autmata noma y ocupando cada vez ms espacio en las iglesias y en los crculos acadmicos. Entre los practicantes ms tpicos de la teologa, la neoortodoxa actual (Barth, Brunner, Tillich etc.) y poltica (Metz, Moltmann etc.) fueron los principales promotores de la crisis de la teologa sistemtica. Inst a un modelo ms completo de la teologa inclusiva, menos marcada por las diferencias entre las disciplinas teolgicas y ms caracterizadas por la unidad del saber teolgico y el declive de la filosofa como un socio privilegiado de dilogo epistmico. Especialmente en el caso de la teologa poltica, la sociologa se convierte en el gran socio reflexin teolgica. Desde mediados de la dcada de 1960, comenz a ser elaborado llamadas teologas contextuales que de interrogacin, con gran diversidad, el paradigma moderno de la teolgica hacer. Teologas feministas, formas negros, asiticos, hispanos (EE.UU.) y otros locales de conocimiento teolgico desafan los modelos de racionalidad, la profesionalidad del privilegio de los telogos y los lugares de la teologa. En Amrica Latina, la teologa de la liberacin y la teologa evanglica radical (evanglica) ejercieron un fuerte impacto en el desarrollo de nuevos modelos de hacer teologa, entendida teologa especialmente como reflexin sobre la prctica o praxis cristiana en la sociedad. No han visto como la ciencia, la teologa se convierte en una reflexin crtica militante, que se caracteriza por la pluralidad de temas y sitios de desarrollo, y por la gran variedad de mtodos y objetivos. Estas teologas locales llegaron a producir un efecto secundario interesante: tener en cuenta (o praxis) teologa prctica, aprovechando ms tpicamente movimientos postmodernos de opinin paradigmtico del campo teolgico. TEOLOGA PRCTICA: TODO SER TAN Teologa Prctica es la forma de ser de la teologa como "el fin ltimo de la reflexin y la construccin teolgica es prctico, no especulativa" 2 "es el primer compromiso de caridad, el servicio. Teologa viene despus es el segundo acto "0.3 La prctica es la forma de ser de la teologa, porque lo hacemos en un mundo marcado por el pecado y el consiguiente sufrimiento de la persona y de toda la creacin, gimiendo: Frente a la tragedia de que sufrimiento, la fe en Jesucristo nos desafa a la justicia y la equidad. El paradigma del buen samaritano (Lucas 10: 25-37) - que, a diferencia del sacerdote y el levita, siente compasin y se detiene para ayudar a los heridos - sirve como marco de referencia para entender lo que significa para reflejar la teologa como MODO PRCTICA SER CRISTIANO TEOLOGA 25 2G. D. Kaufman, En la cara de misterio. La teologa constructiva, p. 430. 3G. GUTIERREZ, Teologa de la Liberacin. Perspectivas, p. 24. 26 TEOLOGA DE MOTIVOS DE PRCTICA teolgicamente sobre las vctimas y considerar las implicaciones de su desgracia trae a nuestro compromiso de fe. [...] Hacer teologa, ya que este episodio nos recuerda el Evangelio no significa especular, pero encontrar nuevos estmulos para seguir a Jess Cristo y dar testimonio de la buena noticia de su reino.4 La crisis del paradigma disciplinario moderna nos permite, a continuacin, , comenzar a caminar hacia una nueva comprensin de la teologa cristiana: la teologa esencialmente de accin. Vamos a discutir una nueva definicin de la teologa. Teologa (prctica) es el discurso crtico y constructivo sobre la accin cristiana en el mundo. Se basa en el discernimiento de la accin de Dios y est construida sobre el dilogo - crtico y constructivo - con los discursos sobre la accin no-cristiana y la accin anti-cristiana. La racionalidad de la teologa es una teora discursiva crtica de accin. Su propsito es contribuir a la mejora de la accin cristiana en el mundo contemporneo, en la respuesta de Cristo - el poder del Espritu Santo - a la accin de Dios en el mundo. Teologa (prctica) es el habla, la accin comunicativa, la actividad de la comunidad y no individual y aislado. Como tal, se construye a partir de la reflexin, el dilogo y la discusin: Como sociedad siempre se divide en grupos sociales con intereses divergentes, no hay perspectiva nica sobre un tema. Los individuos, en sus textos, argumentan cualquier posicin generada dentro de la sociedad en que viven. El discurso es siempre la arena en la lucha contra estos puntos de vista en la oposicin. Uno de ellos puede ser dominante, es decir, usted puede contar con la adhesin de un mayor nmero de personas. Esto, sin embargo, no elimina el hecho de que los conceptos contrarios se articulan sobre 4H. S. CARMONA, Hacia una espiritualidad evanglica comprometida, p. 95s. el mismo tema. Un discurso es siempre, por lo tanto, la realizacin de la forma social de considerar un questo.5 Diseado como el habla, es necesario superar la idea de que la teologa se hace solamente por los telogos, por "profesionales" que estn aislados de la comunidad y viven en el medio los libros, textos y computadoras. El papel del telogo en la Iglesia es el de compartir la reflexin y estimular el pensamiento y la accin crtica y constructiva. El telogo es un hombre de la comunicacin en la Iglesia. Lleva un lenguaje religioso tpicamente cristiano, el resultado de una larga historia. Conozca cientos de palabras y saber cmo usarlos. Cuando habla, es que el lenguaje de la Iglesia para circular. [...] Los telogos son responsables de comunicacin: actan en el doble plano de los cristianos que se convierten a su vocacin y el mundo est esperando una palabra comprensible. No son los impulsores de la evangelizacin, pero slo los expertos de las palabras. No evangelizar, pero slo con palabras. El Evangelio es tomada por las personas que viven, en las que la vida, los actos y comportamientos representan las palabras. Los discursos, intervenciones, recursos reciben la fuerza de su persona. Los evangelistas son personas comunes que viven la Evangelho.6 un lado, el dilogo siempre requiere de espejo, muestra la imagen del otro en una reunin cara a cara de entender la persona que llama, su discurso y la accin. Por otro lado, requiere girando detrs de ellos, piense cuidadosamente ponderados y sobre los conceptos mismos, valores y sentimientos, por lo que el dilogo es significativa y transformadora. Como hablar de la accin cristiana, el sujeto privilegiado de la teologa es la comunidad cristiana en accin en el mundo, para lo cual la Teologa PRCTICA ser tan TEOLOGA CRISTIANA 27 5F. P. SAVIOLI y JL Fiorin, lecciones de texto: leer y escribir, p. 30. 6 J. Comblin, La palabra de la fuerza, p. 382.7. 28 RAZONES PARA teologa teologa prctica servirn como un medio y una visin crtica y constructiva de expresin, a la vez (Romanos 12: 1-2; Colosenses 1: 9-12). El discurso es fundamental, ya que es perfecto, conviene actuar cristiana completa o absoluta en el mundo, sera idolatra - y este es un riesgo que la iglesia siempre se ejecuta, como una de las tendencias del ser humano siempre se considera correcta su propio acciones, dejando los errores de otros. La accin cristiana debe ir acompaada de discernimiento constante de la comunidad cristiana con el fin de identificar nuestros errores y aciertos. Para obtener ms madura es la comunidad cristiana, sin embargo, la accin ser siempre estn destituidos de la plenitud de la accin divina, que es la respuesta personal en tiempo y espacio. Al mismo tiempo, sin embargo, la accin cristiana es el discurso constructivo, porque no se limita a descubrir y sealar los errores, pero - siempre tratando de responder positivamente a la accin de Dios, que cre todas las cosas y da vida a todo con su presencia justo y amoroso - tiene como objetivo construir comunidades de reconciliacin, el amor y la justicia. Por lo tanto, las comunidades cristianas son prototipos y primicias del Reino de Dios, espacios donde la gente puede encontrar la amistad, el compaerismo, el sentido de la vida, y sobre todo pueden encontrar a Dios presente y activo. ... La teologa no es consciente de un objeto que permanezca indiferente o extrao: es mucho ms, la sabidura, el conocimiento que se une a la experiencia placentera y amante, la iluminacin que viene de la tierra y las explosiones en la bsqueda y abre la profundidad de Dios. Ella es "actio" el Espritu y "Passio" la criatura, y precisamente como tal, sino que tambin se convierte en la accin humana y la pasin del Misterio, que entra en la humildad de las palabras humanas.7 7B. FUERTE, Teologa como un compaero, la memoria y la profeca, p. 195. ser "teo-loga", el criterio ltimo de su desarrollo no es la accin o de la praxis cristiana, sino ms bien la accin de Dios en Cristo. De lo contrario, en lugar de la teologa, una tcnica se convierte en slo una manera de hacer una estrategia. La verdad de la teologa debe coincidir con la accin de Dios - cuya presencia en este mundo y en la Iglesia es inmanente, sino que trasciende toda la realidad creada - el Dios trino, la diversidad de la comunidad en forma verdadera, amorosamente amigo y reconciliador del universo (Ef 2: 11-22; Colosenses 1: 18-20). Mientras que "teo-loga", el discurso teolgico prctico est incrustado en la historia humana y comparte todas las caractersticas de su historicidad. Cabe destacar especialmente el carcter provisional y dialgica de toda elaboracin teolgica, con el riesgo de la teologa convertido en letra muerta y una fuente de divisin y confusin en la iglesia. Una posicin teolgica vuelve su unilateralismo puramente finito en grave error si no cumplen con el contrapeso, el juicio y la mejora que puntos de vista opuestos suelen traer. Entre los seres histricos, la verdad aparece en el dilogo, nacido dialcticamente el choque de contrarios y el nuevo y ms rico de consenso que pueda surgir de esta confrontacin en el Espritu. La consecuencia inmediata de la verdad de nuestra rica finitud toria y el Espritu Santo entre nosotros es que la condicin esencial para la verdad dentro de la comunidad es la libertad del debate teolgico. La "ortodoxia" representa un consenso histrico, que se compensar, criticado y mejorado a travs de nuevos debates como situaciones culturales giran, el Evangelio interpretaciones del cambio e incluso la relatividad que el consenso se hace evidente. En la dinmica de trabajo del Espritu Santo a travs de diferentes perspectivas de la Iglesia total es que la ortodoxia Teologa TEOLOGA PRCTICA DE CMO SER TAN CRISTIANA 29 30 MOTIVOS DE LA TEOLOGA PRCTICA convierte en "ortodoxo" y no en el punto de vista absoluto dentro de la totalidad. 8 Ser cristiana, la teologa es un discurso cuyo paradigma de la accin no est en la Iglesia, sino en Jesucristo, el Alfa y Omega de toda la creacin. Su presencia activa en el mundo se articula y configurado por el Espritu Santo, que todo y todos impregna como la luz y la vida, y que da energa a la comunidad cristiana a ser agente histrico de la voluntad divina. Teologa, en este sentido, tiene como objetivo construir un discurso conocimiento que nos permite seguir a Jess, imitarlo y caminar en sus pasos (Marcos 1: 16-17; 1 Pedro 2:21; Efesios 5: 1-2). Siendo la teologa de la accin cristiana en el mundo, slo se puede hacer en permanente discurso "correlacin" con el mundo en accin - tanto la accin no-cristiano, es decir, que la accin que refleja la palabra de Dios, pero no fija de las comunidades y las instituciones cristianas, como la accin entendida como anti-cristiana, es decir, uno que est configurado de una manera contraria a la de Cristo paradigma y que la tradicin cristiana llama pecado. En las palabras de Jess, la teologa prctica debe ser sal de la tierra y luz del mundo, y para ser un dilogo tan precisa, estando en la tierra y en el mundo pero no ser del mundo (Juan 17: 11-18). Como hablar de la accin cristiana en este mundo, es contextual, vinculada desde los lmites y las posibilidades de accin en el tiempo y espacio especfico de la comunidad cristiana que lo realiza. ... La contextualizacin del evangelio es posible por el Espritu Santo en el pueblo de Dios. En la medida en que la Palabra de Dios se encarna en la iglesia, el evangelio se concreta en la cultura. Y esto refleja el propsito de Dios: la intencin de Dios no es que el Evangelio 8L. Gilkey, El Espritu y el descubrimiento de la verdad a travs del dilogo, p. 203.4. se reduce a un mensaje verbal, pero a encarnar en la Iglesia ya travs de ella, en la historia. El Dios que habl a los hombres dentro de la situacin histrica designado a la iglesia como el instrumento para la manifestacin de Jesucristo entre los hombres. La contextualizacin del evangelio nunca puede llevarse a cabo independientemente del contexto de la iglesia en historia.9 a ser cristiano por la reflexin en el mundo, la teologa prctica ser el discurso misionero, evangelizador, alimentador y el fomento de la prctica de la iglesia misionera. Discurso que pone a la iglesia y su teologa en la arena pblica de acciones y discusiones dirigidas a bienestar de la sociedad en que vivimos. La teologa prctica asume el riesgo del mundo y el dilogo crtico y constructivo con el conocimiento que se produce fuera de la Iglesia, en la creencia de que entre este conocimiento ser los que van a contribuir a la edificacin del pueblo de Dios y el bienestar de la creacin. As entendida, la teologa prctica se convierte en una aventura de fe: No hay frmulas mgicas que garanticen una solucin automtica a todas las cuestiones teolgicas, ticas y sociales que nos desafan en nuestra iglesia y en la sociedad pluralista. Sin embargo, si, como creen los cristianos de la tradicin reformada, la nica pregunta fundamental detrs de todo es saber lo que el Dios trino de la Escritura viva est diciendo y haciendo en nuestro tiempo y en nuestro tiempo, y lo que tiene que decir es Atracciones respuesta agradecida y obediente a este Dios vivo - as que creo que se puede averiguar la manera de Dios y la manera en que tratamos todos questes.10 Teologa PRCTICA SER TAN TEOLOGA CRISTIANA 31 9C. R. PADILLA, La misin integral. Ensayos sobre el Reino y la Iglesia, p. 114. 10S. C. Guthrie, siempre reformndose. La fe reformada en un mundo pluralista, p. 93 32 FUNDAMENTOS DE LA PRCTICA TEOLOGA recapitulacin 1. Describir las tres principales paradigmas de la teologa cristiana segn Farley. 2. En su opinin, cules son los lmites del paradigma disciplinario moderno de la teologa? 3. Cmo definira la teologa prctica? 4. Cul es la relacin entre la teologa y la prctica espiritual? 5. Cul es la accin cristiana y cmo se relaciona con el discurso? 6. Por qu la accin no se puede considerar el criterio de la teologa prctica? 7. Cules son los riesgos y los valores de la teologa prctica?