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Ze Paulo Neto

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A questão social se põe como objeto de análise para os assistentes sociais de campo, como para aqueles que estão na academia.

A expressão da questão social não é unívoca, ou seja, que não permite apenas uma interpretação. Registram-se compreensões diferenciadas e atribuições muito diversas em torno dela.

Neto explica o fenômeno da questão social no marco da tradição marxista.

A expressão questão social é recente, surge para explicar o fenômeno do pauperismo na Europa Ocidental com os impactos da industrialização no final do sec. XVIII;

Na sociedade industrial a pobreza crescia na razão em que aumentava a capacidade social de se produzir riquezas;

Nas sociedades pré-capitalistas a pobreza estava ligada a escassez;

O pauperismo (pobreza acentuada e generalizada) é designado como questão social pelos seus desdobramentos socio-políticos.

Na segunda metade do séc. XIX a questão social é incorporada ao pensamento conservador;

No entanto a questão social passa a ser naturalizada tanto no âmbito do pensamento conservador laico quanto no do confessional;

No pensamento laico as expressões da questão social ( fome, desigualdade, desemprego, doenças, etc), são vistas como desdobramento da sociedade moderna;

No pensamento confessional, a Rerum Novarum reconhece a gravidade da questão social e se apela para medidas sócio-politicas para diminuir seus gravames.

A questão social no pensamento conservador laico e confessional é vista como uma questão moral;

O enfrentamento das suas expressões é a preservação da propriedade privada dos meios de produção sem questionar a exploração do capital sobre o trabalho;

O ideario formulado pela burguesia é diluído na Revolução de 1848, em que somente com a supressão da burguesia a questão social pode ser suprimida.

A questão social é determinada pela exploração do capital sobre o trabalho;

A questão social tem a ver com a sociabilidade erguida sob o capital;

Não existe uma reforma no interior do capitalismo, tem que haver uma revolução catastrófica (embate político) para destruir o capitalismo e consequentemente, a exploração.

Com o fim da segunda Guerra Mundial, na Europa Ocidental o capitalismo experimentou as “três décadas gloriosas”, período em que o capitalismo teve um crescimento econômico significativo;

A implantação do Welfare State (keynes) com melhorias para a classe trabalhadora parecia que a questão social e suas manifestações eram problemas do passado, só os marxistas que afirmavam que as melhorias nas condições de vida não alteravam a lógica do capitalismo;

A globalização e as ideias neoliberais que se contrapõem ao Welfare State, pareceu surgir uma nova pobreza, uma nova exclusão, etc.- a “nova questão social”.

Não existe uma nova questão social, o fato é que são novas formas de expressão da questão social, já que a questão social é insuprimível sem a supressão da dinâmica do capital;

A cada novo estágio de desenvolvimento do capitalismo, as formas de exploração tendem a se modificar;

As manifestações da questão social tradicionais e as novas expressões da questão social devem ser consideradas as peculiaridades histórico-culturais e nacionais;

1) A questão social só se finda com a supressão do capitalismo;

2) Ainda está longe o futuro em que o Serviço Social vai se esgotar pelo exaurimento da questão social.