Zine do Felixo

(É uma merda)

R$ 0,60

Editora Tartaruga falida

#1

Editorial

Essa é a primeira edição da Zine

do Felixo, uma publicação

voltada para o público jovem que

quer ficar antenado. Fique por

dentro de novidades no mundo da

moda, saúde e decoração. Nessa

edição seminal inaugural e

histórica, confira uma entrevista

exclusiva com Bruno Billy. Se

quiser colaborar com os próximos

números, envie seus poemas,

desenhos e classificados para

felipe.indridcold@gmail.com

GRUPO ALCOOLICOS ANONIMOS EM COBILANDIA Telefone: (27) 3316-4449

Av João Francisco Gonçalves, 12 - Cobilandia, Vila Velha, ES CEP: 29111-300

Vendo boneca inflável semi-nova. Tratar com Rod (27) 99575-0677

Classificados

Rapaz solteiro e simpático procura moça

de família para relacionamento sério.

Falar com Rato (27) 99929-3124

Estatísticas internacionais apontam que em cerca de 15% a 66% de todos os homicídios e agressões sérias, o agressor, vítima, ou ambos tinham ingerido bebidas alcoólicas (Fonte: IIPDROG ) O consumo de álcool está presente em cerca de 13% a 50% dos casos de estupro e atentados ao pudor (Fonte: IIPDROG) No Brasil, dados do Cebrid apontam que 52% dos casos de violência doméstica estavam ligados ao álcool (Fonte: Cebrid) Pelo menos 2,3 milhões de pessoas morrem por ano no mundo todo devido a problemas relacionados ao consumo de álcool, o que totaliza 3,7% da mortalidade mundial, segundo um relatório elaborado pela Organização Mundial da Saúde (Fonte: Terra) Pesquisa da UFRJ mostrou que o álcool estava presente em cerca de 75% dos casos de acidentes de trânsito com vítimas fatais (Fonte: Fapesp) O consumo excessivo de bebidas alcoólicas está relacionado a 42,7% dos acidentes de trânsito com mortes da cidade de São Paulo (Fonte: Folha de São Paulo) 12,3 % da população brasileira é dependente de bebidas alcóolicas, contra “apenas” 9% de tabaco e 1% de maconha (Fonte: Ministério da Saúde)

Procure ajuda!

Você sabia que o alcoolismo causa disfunção erétil?

Um ano de saudades... Uma homenagem da

Vila Velha Wrecking Crew

Precisa-se de matador de aranhas no Aribiri. Tratar com

S.Santos (27) 99882-2211

Procura-se o guitarrista René Pastana, 40 anos de idade, que fugiu de casa alcoolizado e descalço, sem camisa e todo cagado, devendo 40 reais no bar do Vasquinho. Oferecemos recompensa de R$ 5,00. Contato: (27) 99774-9796

Você também quer ser João Boecher? Ligue agora mesmo!

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Entrevista do Mês Bruno Billy Glória – Vila Velha ZF: E então, Bruno, você é

conhecido por representar sozinho

a cena Rockabilly Capixaba (que

só existe na sua cabeça). Conte

mais sobre isso!

BBilly: Pois é, eu sempre tive esse

tesão por consolidar uma cena

rockabilly forte aqui no Estado, o

nosso problema é a falta de

glamour do capixaba. (risos)

ZF: Você usava jaquetas de couro

ao meio dia em pleno verão!

BBilly: O povo de Vila Velha, principalmente, é um povinho muito

xexelento. Eu gastava duas horas passando o laquê da minha mãe no

topete, estourando as espinhas e passando minhas camisas xadrez pra ir

lindo e pimpão nos rolês. Chegando lá, o povo usava chinelo Tio-tio,

boné aba reta, e no máximo uma camiseta de banda. Ah, não dava mais,

querido. Pisei na jaca com os dois pés, despiroquei! (risos histéricos)

ZF: Você vestiu a camisa, abraçou a idéia e virou o símbolo do

Rockabilly.

BBilly: Exatamente. Me rebelei comple-ta-men-te! E digo mais [ ...]

ZF: Nosso tempo acabou, obrigado, Brunão!

Scyphozoa

O que eu poderia dizer sobre minha vida

Não há coisa alguma que eu possa expressar

Sem lembranças que pudessem ser esquecidas

Minha consciência está dispersa pelo mar

Não há vontade, alegria ou temor

Em meus apêndices trago apenas a morte

Não me importo em ir para onde for

Minha trajetória aleatória é a sorte

Meu corpo frágil ameaça desfazer

Eu já não sei nem mesmo se realmente existo

Sou carregado na corrente, sem prazer

Respirando este silêncio e este vazio

Coelacanthiforme

Provei o agonizar do mundo em chamas

Fui testemunha de extinções e cataclismas

Devastação - está escrito em minhas escamas

Que contam histórias há muito esquecidas

Em meu olhar se perde a vastidão do mar

Minhas nadadeiras dançam em rotas ancestrais

Agourei e chorei o alvorecer e o entardecer

de tantos efêmeros táxons animais

As trevas abissais vomitaram seus montes

E cordilheiras converteram-se em planícies

Milênios sepultados em um pequeno instante

Em minha memória os prantos de um trilobite

Toda a vida que um dia fervilhou

Foi tão fugaz, uma lamentação tacanha

Minhas lembranças de um tempo que se findou

Estão perdidas em uma canção Devoniana