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1 ZONA OESTE EM CENA PROJETO Z.O EM CENA 2015

ZO EM CENA

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1ZONA OESTE EM CENA

PROJETOZ.O EM CENA

2015

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O QUE E OZ.O EM CENA?

A proposta “Zona Oeste em Cena” almeja um diagnóstico da “Cultura de Rua” (hip-hop)

que vem tomando conta das comunidades da zona oeste. Entender como os jovens enxergam e participam desse movimento e interagir de maneira direta, identificando e conhecendo suas necessidades e oportunidades.

Registrar e legitimar movimentos, encontros onde à cultura hip-hop é fomentada, se fortalece e engrandece a autoestima de jovens adeptos da cultura e logo a melhor interação deles com sua família e comunidade, percebendo como este movimento denominado “cultura de rua” tem interagido com o cotidiano destes jovens.

Retratar o momento da cultura hip-hop em 2015, na zona oeste do Rio de Janeiro, onde apesar de diversos fatores negativos que direcionam os jovens a vulnerabilidade, reconhecemos este movimento como um efetivo instrumento de prevenção e redução de riscos e danos e incentivador de oportunidades tendo como referência artística, MV Bill, Cone Crew Diretoria, Tonny Boss, entre outros.

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O COMECONo Brasil, o hip hop se torna gradativamente

a mais recente etapa de um processo de resistência que há séculos vem sendo desenvolvida por sua população afrodescendente, geralmente moradores do subúrbio, num processo contínuo de constituição de uma identidade negra neste país, que desde sempre se manifesta através da capoeira, jongo, samba, etc.

Como enfatizado nas palavras de Abdias do Nascimento: “Somos a Negritude. E Negritude é a própria onipresença para aqueles que a assumem e a amam...”.

A gênese daquilo que viria a ser chamado de movimento hip hop no Brasil, surge ao final dos anos 70, inicio dos anos 80, no exato momento da eclosão dos denominados “novos movimentos sociais”, que passam a incorporar questões como a de gênero e raça no processo de constituição de um novo modelo de sociedade, mais pluralista, democrática, participativa e cidadã, criando novas formas e novas práticas de exercício político reivindicatório.

O hip hop se torna um porta voz das periferias brasileiras, um grito dos excluídos, surgindo nos guetos, locais de reunião dos integrantes desse movimento cultural que passam cotidianamente a exercer funções de integração social, valorizando seu território e criando novos laços de sociabilidade nessas áreas das cidades.

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Esse mapa nos norteia apenas nos movimentos da cultura hip-hop, porém, existem outros não menos importantes

que fazem acontecer a multiplicação das culturas em lugares extremos de toda a zona oeste. Pelo ritmo de propagação dos eventos, cada vez teremos mais opções e eventos de melhores nivéis organizacionais, o que fortalecerá a cena do hip-hop na zona oeste.

O MAPADAS RODAS

BATALHA 50 CENTSCAMPO GRANDE

RODA CULTURAL INHOAÍBA

RODA CULTURAL PEDRADA DE GUARATIBA

RODA CULTURAL DO TERREIRÃO

RODA CULTURAL DE BANGU

MODU- MOVIMENTO DESABAFO URBANO VILA KENEDDY

ESPAÇO CULTURAL VIADUTO DE REALENGO

RODA CULTURAL QUARTA UNDER

BATALHA DA DI DEUS

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DAS RODASBATALHA 50 CENTS

CAMPO GRANDE

RODA CULTURAL INHOAÍBA

RODA CULTURAL PEDRADA DE GUARATIBA

RODA CULTURAL DO TERREIRÃO

RODA CULTURAL DE BANGU

MODU- MOVIMENTO DESABAFO URBANO VILA KENEDDY

ESPAÇO CULTURAL VIADUTO DE REALENGO

RODA CULTURAL QUARTA UNDER

BATALHA DA DI DEUS

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A Roda Cultural de Bangu começou em 2010, originalmente da rua, surgiu no largo de Bangu. Rodou por algumas praças e hoje no Ponto de Cultura Caixa de Surpresa conta com uma maior infra estrutura para o bem estar de seus frequentadores garantindo a cada quarta uma nova experiência.

“Minha família me apóia, me incentiva, eles se sentem orgulhosos devido a trajetória de vida que eu levava, e devido ao hip hop tô conseguindo construir uma nova história, posso dizer para você que ultimamente minha vida tem girado em torno do hip hop.”

DIOGO TEIXEIRA Mc DG

RODA CULTURALDE BANGU

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“Só veio a fortalecer, primeiro chegou como música e depois como graffiti, eu sou o hip hop, meu jeito de vestir, de falar e o que eu sou hoje é graças ao hip hop.”

MARCOS BRUNO DE SOUZA WERNECK organizador e idealizador da roda Nobru

Já faz um tempo que a juventude da Pedra de Guaratiba motivada pelo isolamento cultural se desdobra para levar o hip-hop a praça Dr. Raul Capelo Barroso ou praça do rodo. Neste charmoso bairro da zona oeste, a roda que acontece bem no meio da praça cercada por barracas de alimentação e brinquedos, tem como característica principal o clima familiar e a interação com a comunidade.

RODA CULTURAL

GUARATIBAPEDRADA DE

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A roda que é organizada pelo Original Black Sound System no Espaço Cultural Viaduto de Realengo é um encontro de gerações que através do graffiti, música, dança e articu-lações com diversos coletivos e pontos de cultura, transformou um lugar antes peri-goso e abandonado em uma usina cultural.

“Eu sempre fui um maluco de maturidade precoce devido a minha vivência. Mas se eu não tivesse conhecido o hip hop eu estaria propício a cair em várias estatísticas que o sistema impõe para a gente.”

MARTIN JR.Mc ativista

ESPACO CULTURAL

REALENGOVIADUTO DE

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“Hoje em dia é até uma sensação de orgulho que o pessoal tem. A galera vem assistindo essa minha caminhada. Tanto amigos falavam que eu era maluco de sair daqui para pintar em certo lugar e não ganhar nada e tal, mas cara quando você leva a parada no peito, de tentar mudar a realidade de alguém, por alguns segundos, de repente é aquele segundo que você está ali, naquele bairro, em outro lugar pode ter a certeza que muda uma vida inteira.“

FELIPE CRISTIENSEgrafiteiro Fil

A primeira roda aconteceu na praça de Inhoaíba no final de 2013. Formou-se com a cooperação dos jovens locais pela necessidade coletiva de ter um movimento na sua área, realizado todo último sábado do mês. Mesmo com as dificuldades a equipe se esforça para melhorar a cada evento, trazendo sempre atividades diferentes como teatro, biblioteca itinerantes, capoeira entre outras.

INHOAIBAVILLAR CARIOCA

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Desde 2010 a Quarta Under é uma grande referência de entretenimento na região, muito mais do que uma simples roda, esse encontro da cultura de rua, é bem diversificado, tendo desde futebol ao slackline, exposições, apresentações de grandes mcs e batalhas de altíssimo de nível.

“De uma certa forma o hip hop foi entrando, eu fui conseguindo entender mais dessa cultura que envolve todo universo do hip hop. Consegui aprender os quatro elementos. Como disse já dancei, graffitei, tentei fazer letras mas minha voz não me ajudou muito e hoje em dia sou DJ.”

JEFFERSON MAURÍCIO Dj Jeff

RODA CULTURALQUARTA UNDER

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“Vejo o reconhecimento das crianças, tem vários menorzinhos que viram o nosso clipe (Fale Menos, Faça Mais). Vemos um futuro melhor para eles, que eles possam fazer no futuro o que nós fazemos hoje, ainda mais com o acontecimento da roda cultural dentro da comunidade. O rap sem sombra de dúvida está nos levando para um caminho melhor.”

BTT E PEU Canetas Beat

A Roda Cultural do Terreirão ocupa a praça Eurico Alencastro Massot (praça da paz) junto com a ONG Onda Carioca e suas ações em torno da sustentabilidade, acrescentam conceitos de responsabilidade ambiental e social a cultura do hip hop e seus valores a comunidade participante.

RODA CULTURAL DOTERREIRAO

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A roda que acontece regularmente as quintas-feiras embaixo do viaduto novo de Campo Grande, o maior bairro do Rio de Janeiro, surgiu através da vontade de valorizar o artista local e reintegrar a produção cultural com a cena carioca. Através das batalhas o vencedor leva como prêmio o dinheiro arrecadado pela bilheteria.

“Eu consegui provar que o rap que eu faço é de uma forma certa e não tem nada de errado nisso. Não é porque é rap que vou virar bandido e que sou um marginal, posso fazer uma coisa boa com o rap, como o rap sempre faz para a sociedade.”

BRUNO LUIZ JORDÃO Mc Relíquia

BATALHA50 CENTS

CAMPO GRANDE

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“Eu não consigo viver sem minha cultura, sem o grafite, sem meu rap. Tem gente que é assim, eu sou assim e necessito disso, é minha vida, então eu gostaria que no lugar onde eu moro tivesse muito mais.”

ROMULO LOPES grafiteiro Splif

O mais tradicional movimento de Hip-Hop da zona oeste (MODU — Movimento Desabafo Urbano). Um elo entre a nova geração e a velha escola. Há décadas promovendo a cultura e trazendo grandes atrações regularmente para as praças da famosa Vila Kennedy.

MODUMOVIMENTODESABAFO URBANO

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A Batalha Da Di Deus mais do que promover a cultura é um processo de revitalização de um espaço que até então se mostrava como uma zona de perigo embaixo da linha amarela (benefício comum a quase todas as rodas que de maneira democrática vem ocupando o espaço público/ocioso). É um novo palco numa área em que os contrastes socioculturais são gritantes. Esse novo espaço visa fortalecer a cultura popular.

“No início a proposta era falar que o hip hop tem voz, mas eu acho que ele precisa ter braços também, precisa criar mão de obra e fazer parte da sociedade. Fazendo campanhas de doação de sangue, arrecadando alimentos para poder ajudar as famílas das comunidades.”

JONATHAN HIBRIDO Mc e articulador

BATALHA DADA DI DEUS

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“Eu acho que a família tinha que participar mais, apoiar. Acho que o movimento está crescendo, todos gostam. Eu acho que é um movimento legal, bacana que tem interagido com os jovens, uma coisa gostosa, harmoniosa.”

MÔNICA ROMARIZmãe do Mc Yuri

BREAK DANCEGRAFFITI

RAP

Além das rodas que ressaltamos no nosso trabalho, que evidenciam o rap, com seus MCs e DJs, existem outros movimentos não menos importantes para a cultura hip-hop: Grupos de break como o CJ Hip-Hop em campo Grande, Jovens de periferia em Realengo, ambos perpetuam a dança de rua entre gerações e foram de supra importância para a difusão do Break na nossa região. Mutirões de Graffiti na Pedra de Guaratiba, em Cosmos, Vila Aliança, na Vila Kennedy, Vila Vintém, Bangu entre outros que colorem a Zona Oeste levando alegria e esperança aos que contemplam diariamente essas obras eternizadas em nosso muros.

Por meio das manifestações artísticas a cultura se prolifera, se fortalece, se viabiliza e acaba entrando para a vida dos jovens que se apropriam dos reais valores e conceitos provenientes do Hip-Hop.

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APONTAMENTOSDA PESQUISAPor entre esse movimentos é visível a vontade

de produzir e a sede de propagar a cultura, cada um com sua peculiaridade, seus hábitos, suas iniciativas, mas uma coisa é comum a cada um desses movimentos: o sentimento do Hip-Hop. Isso faz valer cada caixa de som carregada nas costas, cada viagem de van lotada. Esse sentimento se mostra no brilho dos olhos da criança que se deslumbra ao ver uma batalha de rimas, na esperança do Mc que rima pela primeira vez, no entusiasmo de um menino que se arrisca em participar de um cypher de break, na admiração de pessoas de meia idade ao se depararem com Graffitis colorindo sua até então cinza rua. Essas emoções, que melhoram a autoestima dessas pessoas são a motivação que os fazem se sacrificarem para organizar eventos e injetar Cultura na vida da sua comunidade. A Cada evento a cultura se multiplica e cada vez mais seus benefícios se tornam nítidos para os participantes e todos ao seu redor. A chama do Hip-hop ilumina muitos caminhos que até então eram obscuros, e com essa luz faz a juventude enxergar acessos a melhores oportunidades. Outro fato relevante é que apesar das distâncias, esses movimentos tem trabalhado em rede, se ajudando no possível, tornando as iniciativas coletivas espalhadas pela cidade em uma unidade representativa forte e bem distribuída. Ocupando positivamente espaços abondonados, dando um novo tom para o ritmo de vida dessa parte da população.

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A SMC – Secretaria Municipal de Cultura, Programa Fomento a Cultura Carioca

Aos colaboradores, produtores e artistas das rodas culturais:

JOR Produções (produção);

#Wun Produções (co-produção): Daniel de Castro, Rapha Sampaio, Gabriel Dias (GD); Martin Jr; Cleiton Oliveira; Fillipe Queiroz; Tony Boss; Estudante & Xamã;

Instinto Coletivo Rap: Elton Shot, Ras Renato, JB; Libertá: Marlon Santos, PH Mc, Dj Foox; Canetabeats: Peu, BTT; ÃO (Nova Era ↑↑); M.E.C 4: Fera, Maninho, Gringo; Saulo zion; estúdio LA; Tanuflow; Castelan; Fábrica de Pedra; Caleidoscópio Lunar; Geovani Martins; Adson QP.

Equipe z.o. em cena:

Leidimar Machado – Coordenação

Ernesto Mike Charlie – Coordenação de NúcleoMarcos Gabriel G. Dias – PesquisadorFernando Renato – PesquisadorJessica Beatriz – FotógrafaFernando Abbade – Designer

Apoio: Fabricio Senra e Giovana Soares - Transcrição

Realizado em dezembro de 2015.

AGRADECIMENTOS

tel: 21-3464-7596

contatos:

emailfacebookblogspot

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PATROCÍNIO:REALIZAÇÃO: