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N.º 5 DEZ./JAN./FEV. 2011 €3.00 Portugal [Cont.] O MUNDO MÁGICO DAS LONGAS EXPOSIÇÕES Nesta edição vamos ensiná-lo a usar um filtro ND de 10 stops. Esse mesmo, o das longas exposições. Tão longas que conseguem captar e transformar tudo. Até mesmo a atmosfera envolvente da cena a fotografar. André Vicente Gonçalves brinda os nos- sos leitores com algumas das melhores imagens dos Alpes italianos. EXCLUSIVO! » Coroas líquidas » Tríptico florido » Liquidificar objectos Saiba como tirar bons retratos em luz natural. GUIAS PRÁTICOS FOTO AVENTURA Nuno Lima e Bruno Silva são os fotó- grafos nacionais em destaque neste número, com fotos espectaculares! PELA OBJECTIVA DE... +PRO 1.º ANIVERSÁRIO OBRIGADO A TODOS OS NOSSOS LEITORES

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Revista de Fotogafia

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N.º 5DEZ./JAN./FEV. 2011

€3.00Portugal [Cont.]

O MUNDO MÁGICO DAS

LONGAS EXPOSIÇÕESNesta edição vamos ensiná-lo a usar um filtro ND de 10 stops. Esse mesmo,o das longas exposições. Tão longas que conseguem captar e transformar tudo.Até mesmo a atmosfera envolvente da cena a fotografar.

André Vicente Gonçalves brinda os nos-sos leitores com algumas das melhoresimagens dos Alpes italianos.

EXCLUSIVO!

» Coroas líquidas» Tríptico florido» Liquidificar objectos

Saiba como tirarbons retratosem luz natural.

GUIAS PRÁTICOS FOTO AVENTURA

Nuno Lima e Bruno Silva são os fotó-grafos nacionais em destaque nestenúmero, com fotos espectaculares!

PELA OBJECTIVA DE...

+PRO

1.ºANIVERSÁRIOOBRIGADO A TODOSOS NOSSOS LEITORES

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clickO Q U E VA I E N CO N T R A R N A z O O m

Foto da capa: Maurício Reis

FICHA TÉCNICA zOOM n.º 4 [Setembro/Outubro/Novembro 2010]

DIRECTOR Maurício Reis REDACÇÃO Cláudio Silva, Marcos Fernandes, Paulo Jorge Dias, Pedro Portela MARKETING/CIRCULAÇÃO Sandra Mendes ARTE/GRAFISMO +ideias design IMPRESSÃO Peres-Soctip - IndústriasGráficas, S.A DISTRIBUIÇÃO Vasp, Lda PROPRIEDADE MR Edições e Publicações, de Maurício José da Silva Reis | Contribuinte 175282609 | REDACÇÃO|PUBLICIDADE Rua da Escola, 35 - Coselhas, Apartado 97, 3001-902 Coimbra | Tel.: 239081925 | E-mail: [email protected] | [email protected] | [email protected]

Depósito legal: 305470/10 | Registado na E.R.C. n.º 125761 Periodicidade: Trimestral | Tiragem: 12.500 exemplares[ Está interdita a reprodução de textos e imagens por quaisquer meios, a não ser com a autorização por escrito da empresa editora ]

http://www.zoomfp.com www.flickr.com/photos/revistazoom http://twitter.com/revista_zoom www.facebook.com/zoom.fotografiapratica

> EDITORIAL

Bem-vindo à quinta edição da revista zOOm – FotografiaPrática.Um ano! O tempo passa mesmo a correr e já lá vão mais de360 dias desde que esta sua nova revista viu a luz do dia.Obviamente que queremos partilhar a nossa alegria com osnossos leitores, já que é por vocês e para vocês que diaria-mente trabalhamos na zOOm.Aproveitamos ainda para agradecer a todos os que têm par-ticipado com imagens, aos fotógrafos que temos entrevista-do, às agências, lojas e marcas que, de alguma forma, noscongratulam pelo trabalho que temos vindo a desenvolver enos envolvem cada vez mais nas suas actividades.E, porque somos cada vez mais a revista preferida de mui-tos amantes da fotografia, estamos a preparar algumas sur-presas para o próximo ano. Por isso, esteja atento.Esta altura do ano é propícia a muito boas fotografias. Asnuvens, a chuva, o nevoeiro, a neve são elementos quepodem dar outra vida a uma imagem. Mas também com-preendemos todos aqueles que pura e simplesmente nãoquerem sair do quentinho da sua casa, ou que temem estra-gar a sua máquina.Por isso é que nesta edição os guias práticos que lhe apre-sentamos podem ser testados dentro de quatro paredes.Depois não diga que não somos seus amigos...O grande destaque deste número vai para as longas exposi-ções. Recorrendo à ajuda de filtros, poderá prolongar umaexposição para lá do inimaginável e dar um toque “mágico”a qualquer cenário onde se encontre. Se tiver água, ounuvens, por exemplo, tanto melhor. De uma forma simplesexplicamos-lhe tudo o que deve saber sobre o tema e quelhe permitirá tirar fantásticas fotografias.Depois temos mais uma Foto-Aventura, desta vez para oslados dos Alpes italianos. O André Vicente Gonçalves nãoconsegue parar muito tempo no mesmo sítio e isso é bom,já que a máquina dele regista cenários que merecem serapreciados. Confirme isto mesmo lá mais para a frente.E, como não podia deixar de ser, entrevistámos mais doisexcelentes fotógrafos – Nuno Lima e Bruno Silva –, que noscontam a sua vida ligada à fotografia. Ah, e mostram-nosalgumas das suas melhores imagens.Mas, como sempre, há muito mais nesta sua revista de foto-grafia.Inspire-se e... boas fotografias.

A direcção.

03 > LivrosQuatro novos livros que não deve deixar de ler - e ver - nospróximos tempos. João Mariano, Paul Strand, Stefano deLuigi e Martine Franck são os fotógrafos de serviço.

05 > ConhecerMais três grandes nomes da fotografia mundial em destaquena zOOm: Jasmine Star, David duChemin e Jack Dykinga.

06 > IniciadosSaiba como ter as suas fotos com o balanço de brancos cor-recto. Ou como usá-lo de forma criativa.

08 > ExposiçãoVeja as imagens de outros leitores e conheça um pouco maissobre as mesmas.

19 > PráticaMais três interessantes ideias para pôr em prática: "Está naaltura de... liquidificar"; "Vamos fotografar coroas... líqui-das"; "Tríptico de flores".

28 > +ProPedro Portela explica quase tudo sobre como tirar retratos

em luz natural. Indicado também para quem (ainda) usa oanalógico.

30 > À La MinuteO grão (ou ruído) pode incomodar muita gente, mas há quemtambém goste. Explicamos-lhe como adicionar, digitalmente,este efeito às suas fotografias.

32 > TécnicaOs cenários que fotografar com longas exposições nuncamais serão os mesmos. Saiba tudo sobre fotografia com fil-tros de 10 stops.

38 > Pela objectiva de...Nuno Lima e Bruno Silva são os dois fotógrafos portuguesesem destaque nesta edição da zOOm. Saiba mais sobre assuas histórias ligadas à fotografia e inspire-se com as suasimagens.

48 > Foto-AventuraAndré Vicente Gonçalves não pára a mostra aos nossos leito-res algumas das suas melhores fotos de viagens, principal-mente as da sua aventura por Itália.

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Eles dançam. Cada foto é estática masnelas sentimos as suas coreografias.São ilusionistas. Retiram do lodo o pré-

mio, com gestos ondulantes e cândidos,como o mágico resgata da cartola o coelho.Mas aqui o truque está no lado do fotógrafo.É ele quem confere beleza aos movimentos

mecânicos dos mariscadores da Ria de Alvor.João Mariano recuperou a estratégia deoutras paragens, que tão bem tem funciona-do na sua documentação de actividades tra-dicionais do sul ocidental, o «laboratório deemoções» ou «imenso atelier», como a eleoutrora se dirigiu. As imagens voltam a ser

de um extremo cuidado formal e geométrico,sem que a beleza estética consiga ultrapassaro testemunho humanista. Mariano tem alter-nado séries monocromáticas de reportagensligadas a actividades de outros, e de todos, ostempos, com trabalhos fotográficos coloridose entendidos como ‘mais artísticos. Chegou avez de regressar aos primeiros, de voltar amolhar os pés, como fez ao documentar aapanha de percebes e de algas no litoralalentejano e na Costa Vicentina. Desta vez,mergulha na apanha de marisco na Ria deAlvor, em Portimão.

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livrosQUE DEVE TER NA SUA ESTANTE . TEXTO: MARCOS FERNANDES

Ria de Alvor: Histórias de um Lugar / MariscadoresFOTOS DE JOÃO MARIANO | EDITORA: CÂMARA MUNICIPAL DE PORTIMÃO | PÁGINAS: 136 | €40

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Homem, Tenancingo de Degollado, 1933

Paul Strand in MexicoFOTOS DE PAUL STRAND | EDITORA: APERTURE | PÁGINAS: 356 | €70

OMéxico de Strandnão é o de AlvarezBravo ou de

Garduño. Talvez seja peloolhar não ser autóctoneou, quiçá, devido ao com-promisso que Paul Strandtinha assumido com umafotografia mais pura, maisstraight… O México dePaul Strand não procura omístico, o poético e surrea-lista, o limbo entre osagrado e o profano, queManuel Alvarez Bravo eFlor Garduño perseguiram, muitas vezes.Strand interessa-se pelo entrelaçado de re-ctas e curvas da arquitectura de edifícios edos interiores despovoados. Mostra, ainda,uma obsessão pela iconografia católica, quepareceu inventariar em imagens. Mas o livro,

que apresenta imagensfeitas entre 1932 e 1934, eem 1966, é, também, umálbum de retratos. Foramfeitos com uma câmara delente falsa, que pareceapontar para um ladomas apreende por outro,para capturar reacçõesnaturais, desprevenidas. Oestilo de retrato é omesmo que Strand põenas naturezas mortas:enquadramentos cerra-dos, imagens puras e

duras de mexicanos. Não há nas fotos espaçopara roubar protagonismo aos protagonistas.Cada fotografia é de arquitectura ou de pai-sagem ou é um retrato. O autor não baralha.Straight posture do pai da StraightPhotography?

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livrosQUE DEVE TER NA SUA ESTANTE . TEXTO: MARCOS FERNANDES

BlancoFOTOS DE STEFANO DE LUIGI | EDITORA: TROLLEY BOOKS | PÁGINAS: 128 | €30

Woman / FemmesFOTOS DE MARTINE FRANCK | EDITORA: STEIDL | PÁGINAS: 152 | €35

Parece haver umgrande vazionas fotografias

de Stefano de Luigi.Ecoa a solidão dosretratados, que sur-gem isolados em boaparte das imagens,em locais onde o fotó-grafo deixa, delibera-

damente, espaços em branco. Os olharesestão, também eles, perdidos no vazio. Talvezseja um truque da mente, de quem está dolado de cá, de quem vê as fotografias e julgaque a privação do olhar isola alguém domundo circundante. Branco é a única corque a cegueira dá a ver. Blanco é a visão deStefano de Luigi sobre sul-americanos, asiá-ticos e africanos que perderam a vista porcausa da Oncocercose, uma doença comum-mente apelidada de Cegueira dos Rios, trans-mitida por um mosquito em algumas partesdo globo. Stefano de Luigi, fotógrafo apoiadopela agência VII, viajou por 14 países entre2003 e 2007 para retratar doentes e para tes-temunhar os esforços da OrganizaçãoMundial de Saúde em erradicar a ‘cegueiraevitável’ até 2020.

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Há-de haver muito fotógrafo, homem,invejoso. Não me custa acreditar queacusem Martine Franck de colocar o

sexto sentido, feminino, na mesma linha demira de um dos outros cinco, a visão. Mas éum pensamento sem sentido. Sentido pareceser o momento em que a fotógrafa daMagnum, e co-fundadora da Fundação HenriCartier-Bresson, dispara o gatilho da máqui-na, tamanha a carga empática que emanadas imagens. O livro revela essa ligaçãoentre a mulher fotógrafa, da escola humanis-ta, e as mulheres fotografadas, actrizes, escri-toras, gueixas, ou ilustres desconhecidas.Women / Femmes é um álbum de retratosda condição feminina, de mulheres queMartine Franck admira, «que fizeram algoespecial com as suas vidas, que contestaramo seu destino, e também aquelas próximascomo a filha, a neta e amigas íntimas», diz aautora. Seja qual for o seu género, e seja qualfor o género de fotografia de que gosta,Women / Femmes é sentido obrigatório.

Women Femmes por Martine Franckpublicado por Steidl / www.steidlville.com

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conhecerFOTÓGRAFOS DE CÁ E DE LÁ

FOTÓGRAFOSNa zOOm damos-lhe a conhecer alguns dos melhores fotógrafos do mundo,sejam eles nacionais ou internacionais. As suas fotografias são, na grandemaioria, autênticas fontes de inspiração. É que, felizmente, também se aprende(e muito) sobre fotografia... a ver.

Jack DykingaCom uma longa carreira, Dykinga já ganhouinúmeros prémios, incluindo um Pulitzer. Efaz o que sempre desejou para a sua vida: serfotógrafo de paisagem. Colaborador de diver-sas revistas – onde se inclui a NationalGeographic -, Jack é um defensor do deserto,o que já levou à escrita de nove livros. EmAbril último (2010) a imagem “StoneCanyon” foi seleccionada como uma dasquarenta melhores fotografias da naturezade todos os tempos. http://www.dykinga.com

David duCheminEsqueça a qualidade do seu equipamentofotográfico e use as ferramentas maisimportantes do fotógrafo: Visão e Inspiração.Pelo menos é isto que defende (e bem) umdos maiores fotógrafos da actualidade, DavidduChemin. Autor de diversos livros e e-bookssobre fotografia, são os seus ‘workshops’ queatraem verdadeiras multidões. Obviamenteque as suas imagens são inspiradoras, acon-tecendo o mesmo com o blogue, que prendeo leitor por tempo indeterminado. A aborda-gem à sua visão da fotografia é humilde,mas motivadora e, principalmente, enrique-cedora. Deixe de pensar e falar em megapi-xéis, lentes X e Y, câmaras Z. Olhe o que orodeia e inspire-se. Aconselhamos ainda aler alguns dos livros deste fotógrafo, incluin-do os da sua editora Craft and Vision(http://craftandvision.com), em formato PDFe que custam aproximadamente... 4 euros!http://www.pixelatedimage.com

Jasmine StarSegundo a imprensa americana, JasmineStar faz parte da lista dos 30 fotógrafos maisinfluentes do mundo, nos últimos dez anos.É bonita, jovem e com muito talento.Especializou-se em fotografia de casamento,com resultados espantosos. No site encontrafotografias deslumbrantes e no blogue pes-soal, para além das imagens dos eventos quefotografa, também conta “estórias”, quevalem leitura atenta. Se pretende ou já foto-grafa casamentos, as fotos de Jasmine Starpodem bem ser uma boa fonte de inspira-ção.http://www.jasminestarblog.com

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iniciadosA FOTOGRAFIA DE UMA FORMA S IMPLES

Quando usar

Flash 5400K: Usar com flash de estúdio, interno ou externo.Cloudy 6000K: Para dias nublados – luz difusa ou pôr-do-sol.Daylight 5200K: Céu limpo e objectos directamente iluminados pelo sol.Fluorescent 4200K: Para usar sob luz fluorescente – num estádio, por exemplo.Shade 8000K: Usar com luz natural, dentro ou fora de casa, quando o sujeito (ou objecto) está à sombra.Tungsten 3000K: Para usar sob luz incandescente – luzes da rua, por exemplo.

Balanço de brancosTENTE EXPLORAR OS VALORES DO BALANÇO DE BRANCOS QUE A SUAMÁQUINA FOTOGRÁFICA DISPONIBILIZA. AS SUAS FOTOS PODEM SAIR MAISCRIATIVAS.

Atemperatura de cor da luz é medidaem graus Kelvin (K) e é gerida pelosistema de balanço de brancos (WB)

da sua máquina digital. A luz é consideradaneutra por volta dos 5500K, com as tempera-turas menores a parecerem mais quentes eas altas mais frias. Alterando, propositada-mente, o balanço de brancos da máquina épossível brincar criativamente com a formacomo as cores são guardadas. Só para ter umexemplo, fotografando uma paisagem ilumi-nada pelo sol, mas com o WB seleccionadopara nublado, produz uma tonalidade maisquente. Em contraste, escolhendo um valor

inferior, 3000K por exemplo – ou Tungsténiono menu do balanço de brancos – a fotoparecerá mais fria.

Quando entender opotencial criativo dobalanço de brancos,poderá usar acâmara como “fil-tro” automáticopara proporcio-nar “ambien-tes” diferentesnas suas foto-grafias.

A grande maioria das máquinas não sóvem com alguns valores pré-definidos para o

balanço de brancos, como permite ao uti-lizador personalizar o seu no

momento.Algumas imagens benefi-ciam de um balanço debrancos mais quente, espe-cialmente retratos oucenários. Contudo, umatonalidade mais friapode tornar uma paisa-gem mais calma e miste-riosa. nZ

Nublado

6000K

Flash

5400K

Dia

5200K

Tungsténio

3000K

Sombra

8000K

DicaNão se esqueça que se fotografar emRAW poderá experimentar a alteraçãode balanço de brancos quando abrir asimagens no computador, seja atravésdo programa de edição que acompanhaa sua máquina, quer através de outro

conversor RAW.

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Como pode verificar, a tonalidade pode mudar completamente o senti-mento que temos ao ver uma imagem. A partir de agora já pode usar asua máquina digital para “filtrar” as suas fotos fácil e rapidamente, tro-cando (propositadamente) o balanço de brancos da luz ambiente.

3000K 4000K 5500K

8000K6000K

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exposiçãoDOS LE ITORES

NOME: Paulo Rocha

PAÍS: Portugal

IDADE: 42

CÂMARA: Canon EOS 350D

WEBSITE: www.flickr.com/photos/paulorocha/

DESTAQUE DA

EDIÇÃO

Envie as suas imagens num CD (ou por e-mail, [email protected]), acompanhadas dorespectivo título, uma pequena descrição e, caso preten-da, pode contar a sua história de vida ligada à fotografia.As fotos devem ter pelo menos 1500 pixéis no ladomaior (300 dpi) e manterem o EXIF.

zOOm - Fotografia PráticaApartado 97 . 3001-902 Coimbra

Gostaria de veras suas fotosnesta secção?

“Sou o Paulo Rocha, tenho 42 anos,interesso-me por fotografia desdemuito jovem, mas foi com o desen-

volvimento da fotografia digital que maisevoluí e me dediquei a este hobbie, em espe-cial desde que adquiri há 3 anos a minha pri-meira DSLR. Sou um auto-didacta nesta acti-vidade. Os meus temas preferidos são oretrato e a paisagem mas, tendo oportunida-de, também gosto de fotografar locais aban-donados.”

BAIXO: FAROL DO CABO RASO“Tirada num final de dia em que as condições climatéricasse reuniram para possibilitar uma longa exposição com umaluz suave que permitiu realçar os detalhes e as tonalidadesdo local.”Canon 350D . 12-24mm . 12mm . f/8 . 57” . ISO 100

DIREITA: PRAIA DO ABANO“Crepúsculo num dia em que a maré e o vento suave

ajudaram a que pudesse obter a composição e aexposição que queria.”

Canon 350D . 12-24mm . 12mm . f/11 . 30” . ISO 100

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CIMA: TORRE VTS“Apesar de ser um local muito fotografado, consegue-se sempre fotosdiferentes. Nesse dia, o arrastamento das nuvens fazia um efeitocomo se o céu tivesse sido penteado. É curioso o efeito nas nuvens e asensação de darem a curva na zona que fica por cima da torre.”Canon 350D . 12-24mm . 12mm . f/11 . 30” . ISO 100

DIREITA: PARQUE DA CABREIA“Pequena cascata no Parque da

Cabreia, no concelho de Sever doVouga.”

Canon 350D . 12-24mm . 17mm .f/14 . 1” . ISO 200

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exposiçãoDOS LE ITORES

ANDRÉ MARTINS > ENFERMEIRO > 24 ANOSwww.flickr.com/photos/domin_guex

“André Martins, 24 anos, natural de Faro, licen-ciou-se em Enfermagem pela Universidade doAlgarve. O gosto pela fotografia cresceu recente-

mente, não há mais de 1 ano, e tem vindo a crescer.Actualmente a máquina digital acompanha-o quase diaria-mente, pois em cada dia existe sempre um momento dignode registo. Sem grande técnica, começou a sua evoluçãocomo autodidacta consumindo todas as publicações e livrossobre o tema. Frequentou um Workshop de Iniciação à foto-grafia, por José Goulão. O seus temas incidem essencial-mente no retrato, moda e fotografia conceptual. Procura sercriativo, não tendo ideias pré-concebidas, o seu sonho écontinuar a evoluir. E o futuro quem sabe...”

CIMA: SILENCE“Por vezes a natureza presenteia-nos com a sua beleza, epaz, por vezes o silêncio diz-nos muito.”Nikon D90 . 50mm . f/1.4 . 1/4000” . ISO 100

DIREITA: JUMP“Auto-retrato criativo, um conceito diferente”Nikon D90 . 18-55mm . 18mm . f/11 . 1/400” . ISO 100

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TIAGO RIBEIRO > ENG.º SISTEMAS > 25 ANOShttp://tiagoribeiro.net

"Tem vinte e cinco anos e é formado emEngenharia de Sistemas e Informática pelaUniversidade do Minho. Em meados de 2008

sente que lhe faz falta um hobby e resolve comprar umamáquina fotográfica. Começa por fotografar tudo o que semexe, depois tudo o que não se mexe e finalmente tudo oque pode. Algures neste processo de aprendizagem, inicia o"Projecto 365": uma fotografia por dia, todos os dias, duran-te um ano. É no decorrer deste caminho que surgem temasrecorrentes como "Phobias" e "Addictions and Bad Habits".O "Projecto 365" do Tiago já acabou, mas a paixão pela foto-grafia continua a crescer. Neste momento é parte integranteda sua vida e continua a dar origem a vários projectos."

DIREITA: SHATTEREDCanon 5D MK II . 50mm . f/1.4 . 1/50" . ISO 100

BAIXO: HOLD MECanon 400D . 50mm . f/2.2 . 1/500" . ISO 200

exposiçãoDOS LE ITORES

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exposiçãoDOS LE ITORES

FRANCISCO TRIGOwww.franciscotrigo.com

“Olá, Eu sou o Francisco Trigo, tenho os 'hobbys' de Fotografia e Pintura. Comeceieste ‘hobby’ com os meus 20 anos. Foi nessa altura que adquiri a minha primeiramáquina, uma Canon analógica que usei durante anos. Nestes últimos 5 anos optei

pela fotografia digital - comecei com uma Nikon D80, hoje tenho a D200, com várias objecti-vas. O mundo de aprendizagem na fotografia é imenso, pois estamos sempre a aprender coi-sas novas e a aperfeiçoar a técnica. Tenho apurado o gosto e dedicado muitas horas a verobras de grandes Mestres e aí verificamos melhor a intensidade de luz e sombras dessasmesmas obras de arte. Apesar de ter um portefólio variado, dedico-me com mais intensidadeaos rostos e expressões. Tenho tido o privilégio de viajar muito, o que me deu oportunidadesúnicas de fotografar rostos diversos. Estou de momento a preparar uma exposição que ireilançar no próximo ano, pois já possuo material suficiente, em tamanho 30x40mm."

CIMA ESQUERDA: SENHOR EM PORTA DA ÍNDIA"Esta foto foi tirada em 2007, em Mumbai, na Porta da Índia, com uma Canon analógica. Estesenhor está trajado com o típico vestuário de Aldeão Indiano. Pedi-lhe para o fotografar e,quando me ia despedir, o mesmo deu-me um beijo na mão, penso como prova de agradeci-mento e submissão."

CIMA CENTRO: SENHOR TRIBAL NO NEPAL"Esta foto foi tirada em 2008, em Kathmandu, perto de um crematório. É habitual este tipo depessoas irem aos locais mais turísticos afim de serem Fotografados e pedirem umas rupias.Tirei esta Foto com uma Nikon D80 digital com ISO 200."

CIMA DIREITA: ORAÇÃO"Foto tirada em 2009 em, Abu Dhabi, dentro de um Templo com uma Nikon D80 com ISO1000. Este menino estava numa zona do Templo com alguma luz exterior que me permitiufazer a foto sem flash."

DANIELA PERALTA > 16 ANOSwww.flickr.com/photos/domin_guex

"Tenho 16 anos e foi-me oferecida uma CanonEOS 1000D há relativamente dois anos.Confesso(-vos) que sou completamente apaixo-

nada por ela e que é raro o dia em que não tenho o gosto deum modesto e simples click. Gosto de aprender, ser critica-da e sentir que vou evoluindo nesta minha paixão. O macro éa opção que mais utilizo, pois foco-me bastante em peque-nos pormenores. Um dia quero fotografar ambientes dife-rentes destes já habituais ambientes; quero conhecer paisa-gens novas e culturas muito mais ricas do que as habituais,pois esta nossa cultura já me parece gasta pelo tempo."

ESQUERDA: MAL-ME-QUER"Estou sob o silêncio desta natureza esbelta e fabulosa.Pego na minha máquina fotográfica, levanto-me da cadeiravelha e corro por estes atalhos cheios de flores e insectosbonitos. Apesar de, pessoalmente, definir o ser humanocomo um ser muito pouco livre, neste momento sinto-mecompletamente livre."Canon 1000D . 37mm . f/4.5 . 1/1600" . ISO 100

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ANTÓNIO MEDEIROS > 17 ANOShttp://olhares.aeiou.pt/greydott

"Vivo nos Açores, na ilha de São Miguel. Nasci a 6de Maio de 1993. Com a minha sempre imensavontade de me expressar desde criança, o meu

gosto pela arte foi-se desenvolvendo. Sempre me intrigueiacerca da imagem. Atento, fui descobrindo a importânciaque ela tem para a minha vida. Assim aos quinze anos com-prei com as minhas próprias poupanças a minha primeiramáquina fotográfica, a que actualmente possuo. De momen-to sou fotógrafo amador, estudo artes visuais e já tendoalguns contactos com trabalhos profissionais na área pre-tendo levar este hobbie para o meu futuro profissional."

CIMA: IN THE ATTIC"A fazer uma pausa para desfrutar do seu último cigarro."Nikon D40 . 18-55mm . 26mm . f/4.5 . 1/20" . ISO 200

ESQUERDA: SAVAGE BEAUTY"Perdida algures nos campos inimigos."Nikon D40 . 50mm . f/1.8 . 1/640" . ISO 200

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exposiçãoDOS LE ITORES

CARLOS GOMESwww.flickr.com/photos/domin_guex

"Em busca de novos “Mundos” encontrei o dafotografia, da imagem, da luz e da criatividade,pelo qual me senti fascinado desde o primeiro

momento. Na verdade este interesse encontrava-se recalca-do dentro de meu eu, do meu imaginário, e do meu espíritocriativo. Sempre vivi em busca do amor e da felicidade. Oamor, esse sentimento que nos transforma e nos transportapara outras “Galáxias”, nos dá asas, encaminhando-nos nosentido certo. A abertura desse novo horizonte foi graças àminha esposa, Angélica Gomes, que me incentivou a fazerum curso de fotografia, que tanto me apaixonou, renovandoem mim o desejo de viver intensamente cada instante e,fotografá-lo, pois cada momento é único e não se repete.Vejo na arte de fotografar aquele registo que já existia den-tro de mim, depois é só procurá-lo e captá-lo. Neste momen-to tento não me focar num só estilo fotográfico, mas simfotografar muito e se possível todos os dias, para ganharprática e conhecer cada vez melhor toda a magia que envol-ve a fotografia. Aqui estou eu, apresentando dois dos meustrabalhos mais recentes e, querendo agradecer a todas aspessoas que acreditaram em mim e contribuíram para queeu chegasse até aqui tendo, a plena convicção que aindatenho um longo caminho a ser percorrido. Aproveito o ense-jo para agradecer em particular ao meu amigo, o fotógrafoCarlos Vilas, a sua disponibilidade e atenção."

CIMA: OCEANÁRIO"Último registo de uma aula de fotografia nocturna com oJorge Alves (Fotógrafo e Coordenador do Curso deFotografia Profissional do ISLA - 2009/10)."Canon 5D MK II . 70mm . f/8 . 32" . ISO 100

ALEXANDRE SIMÕES > 35 ANOSwww.flickr.com/photos/domin_guex

"Olá, sou o Alexandre Simões, vivo em Olhão enasci em 1975. Adoro tirar fotografias, tenho umaSony Alpha 350 e estou muito contente com a

mesma. Isto é um vício: quanto mais fotos tiramos, maisqueremos tirar - sem falar no material, queremos semprealgo melhor."

ESQUERDA: MAIS UM DIA DE TRABALHO"Esta foto foi tirada num jardim da casa de um amigo meu."Sony a350 . 300mm . f/5.6 . ISO 100

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ANABELA CABRAL > 20 ANOSwww.olhares.com/BellaCabral

“Olá, tenho 20 anos e sou natural de São Miguel,Açores. Sempre soube que era na área da Arteque queria “viver” mas nunca tive a certeza daqui-

lo que realmente gostava. Foi então, quando tive que fazerum trabalho fotográfico para a escola, que fiquei completa-mente rendida a este maravilhoso mundo da fotografia enão tenciono sair =) Para mim fotografar é como pintar coma alma... Gosto de fotografia de natureza e macro mas sequiserem ver outros registos meus podem ver no Olhares.Espero que gostem. “

ESQUERDA: REFLEXOS“Como uma única e pequena gota pode ser rica em refle-xos.”Canon 450D . 100mm . f/6.3 . 1/200” . ISO 400

HENRIQUE CALEIRA > 43 ANOSwww.olhares.com/BellaCabral

“Olá. Sou natural de Setúbal e tenho 43 anos.Trabalho no comércio e há cerca de um ano com-prei a minha máquina fotográfica Sony a200. Daí

para cá, de dia para dia gosto mais de tirar fotografias.”

DIREITA: MOURISCA“Em plena tarde de calor numa das mais belas paisagens daMourisca.”Sony a200 . 18mm . f/10 . ISO 100

MIGUEL REISwww.flickr.com/miguelreisphotography

“Desde cedo, talvez por volta dos meus 8 anos deidade, já encarava a fotografia e vídeo como umfascínio. Ver alguém com máquinas fotográficas

ou de filmar deixava-me radiante. Desde essa altura que, emcada passeio escolar ou familiar, tinha de ser eu a tirar foto-grafias! Comecei com pequenas compactas analógicas dosmeus pais e depois acabei por ter uma Werlisa Club Color.Mais tarde, em 2005 e com outra mentalidade fotográfica ,adquiri uma compacta digital Canon mas em pouco tempopercebi que tinha de passar mesmo para DSRL e até aosdias de hoje nunca mais as larguei. Mantenho-me apaixona-do pela minha velhinha mas fiel Canon 400D que ainda vaisendo suficiente para as minhas necessidades.”

ESQUERDA: A TRIBUTE TO ZOOMCanon 400D . 33mm . f/8 . 1/60” . ISO 200

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exposiçãoDOS LE ITORES

JOÃO PEREIRA > 41 ANOShttp://www.flickr.com/photos/surfzzup/

"Um curioso de fotografia, gostaria de participarem Workshops, mas o tempo disponível não temajudado. Maioritariamente fotografo em viagens,

gostaria de me dedicar a fotografar natureza, nocturnas,panorâmicas, assim como explorar melhor o Photoshopcomo ferramenta muito útil na pós-produção."

CIMA: ZAGREB THEATER"Ópera de Zagreb. Com o céu nublado, optei por criar umafoto aplicando a técnica HDR, por forma a realçar o tomescuro do céu contra as cores vivas das flores e da pinturada Ópera."Nikon D70 . 18mm . f/14 . 1/50"

VÍTOR ROQUE > 17 ANOShttp://www.flickr.com/photos/surfzzup/

“Olá, o meu nome é Vítor Roque, sou de Coimbrae tenho 17 anos. Sou um amante da fotografia.Dá-me bastante prazer fazer a fotografia e traba-

lhá-la. Por vezes a fotografia não sai bem, mas com o tempovou aprendendo e tentando sempre melhorar a minha técni-ca. Penso que a fotografia é uma área bastante interessante,desde fazer projectos artísticos a recordar velhos tempos, afotografia tem sempre lugar no quotidiano de qualquer pes-soa. O meu objectivo ao fotografar é poder fazer um “stop”num determinado momento e guardá-lo. Claro, com amelhor técnica possível. Comecei com cerca de dez anoscom máquinas descartáveis - os resultados eram péssimos,como seria de esperar. Mais tarde, com o objectivo de pou-par dinheiro em rolos, comprei (com o meu próprio dinheiro)uma compacta digital Konica Minolta de 5 mp, e, desde aí,tenho vindo a gostar e a aprofundar conhecimentos nestaárea. Recentemente comprei uma SLR Sony a200 e umalente 75-300 e tripé. Espero continuar a melhorar a minhatécnica, claro, sempre acompanhando os conselhos da revis-ta zOOm.”

ESQUERDA: ZENIT“Uma velha máquina fotográfica.”Sony a200 . 18mm . f/22 . 1/4” . ISO 100

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{ como participar na nossa exposição }Para participar nesta secção, envie-nos duas/três fotos por e-mail,com pelo menos 1500 pixéis no

lado menor (manter o EXIF),acompanhadas de título e pequeno texto descritivo.

Anexar ainda um auto-retrato e, caso deseje, pequena apresentação pessoal (história ligada à fotogra-fia, gostos fotográficos,

equipamento anterior e actual, etc...),para [email protected] ou exposiçã[email protected]

ANA LOURO > ENGENHEIRA DE MINAShttp://olhares.aeiou.pt/billabongirl

"Sou a Ana, natural de Cascais, Engenheira deMinas, mais conhecida pela rapariga que trocou acidade pelo campo. Por razões profissionais,

estou neste momento a residir no Baixo Alentejo(Almodôvar) e a adorar. O “bichinho” da fotografia já estápresente em mim há muitos anos (trazido pela minha mãe),mas desde há um par de anos para cá resolvi passar seria-mente à prática. Comecei por investir numa compacta(Olympus C-765 UZ), com a qual fiz excelentes fotos, e maisrecentemente adquiri uma SLR (CANON 1000D), a qualainda estou a explorar aos poucos. Fiz alguns workshops deintrodução à fotografia e leio atentamente a vossa revista,com a qual tento pôr em prática algumas ideias que suge-rem. Tive a sorte de já ter tido alguns trabalhos publicados(em revistas e pequenas exposições) e tenho uma galeria noOlhares (http://olhares.aeiou.pt/billabongirl). Pretendo irmais longe, à medida que o tempo me permite, mas porenquanto vou-me deliciando com as paisagens Alentejanas."

ESQUERDA: ROLINHOS DE FENO“É uma das minhas paisagens predilectas, ver os rolinhos defeno a “rebolar” pelas planícies Alentejanas.”Canon 1000D . f/6.3 . 1/125” . ISO 100

HUGO DIAS > 30 ANOShttp://soulenslaver.deviantart.com

"Olá, chamo-me Hugo Dias, natural de Lisboa e jáa caminho da 30.ª primavera. Já em pequeno cos-tumava agarrar-me à compacta analógica dos

meus pais para fotografar paisagens e momentos das nos-sas férias, ainda me lembro de na altura o ponto alto ter sidoo meu pai a levar-me para fotografar o rally em Arganil.Estive vários anos parado no mundo da fotografia, só háalguns anos é que voltei a agarrar-me a este hobby que meproporciona belos momentos de relaxamento, um autênticoanti-stress. Sou um fotógrafo amador e não tenho intençõesde ser mais que isso, não frequento workshops e é rara a vezque leio alguma informação mais técnica para fotografar.Mas não dispenso passar os olhos pelas fotografias dos res-tantes apaixonados por esta arte. Actualmente possuo umaCanon 450D e tanto procuro fotografar paisagens, comopessoas ou objectos. Não tento dar significado às fotos ape-nas captar e partilhar a beleza."

AO LADO: RAQUEL NUNES"Primeira sessão que fiz com a Raquel, tínhamos combina-dos ir para o Castelo de Sesimbra, apesar de estar nubladoconseguimos belos resultados."Canon 450D . 18-55mm . 18mm . f/4 . 1/100" . ISO 100

DIREITA: CARNIPHICINE"Banda amadora composta por vários amigos de infância. Asessão não foi combinada, apenas telefonaram a dizer queestavam a caminho de minha casa para irmos tirar fotos àbanda, lol."Canon 450D . 18-55mm . 18mm . f/4 . 1/2656" . ISO 400

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exposiçãoDOS LE ITORES

DANIELA SOUSA > 27 ANOShttp://olhares.aeiou.pt/Lvx

“O meu nome é Daniela Sousa, tenho 27 anos e vivo no Porto. A minha paixão pela fotografiasurge quando o silêncio das imagens me falava mais do que mil pessoas à minha volta - aqueleperíodo conturbado que tem por nome adolescência. Desde então nunca mais parei de registar

momentos, tendo particular gosto por retratos espontâneos. Neste momento, encontro-me a realizar osonho de me tornar fotógrafa profissional. Poderão ver o meu trabalho em http://olhares.aeiou.pt/Lvx, ouhttp://exulis.deviantart.com.”

DIREITA: PATPINUP“Faz parte de uma série de fotos dedicada aos anos 50 e ao estilo de moda/vida alternativo ‘rockabilly’”Canon 400D . 18mm . f/7.1 . 1/160" . ISO 200

CATARINA FERNANDESwww.flickr.com/photos/domin_guex

CIMA: A PORTA PARA A DESCOBERTA“Fotografia captada com uma Nikon D60, objecti-va 18-55mm, na praia de São Martinho do Porto.”

Nikon D60 . 18-55mm . 55mm . f/9 . 1/320” . ISO 100

JOÃO RAMOS > DESIGNER GRÁFICO > 29 ANOShttp://joaocsramos.blogspot.com

“João Carlos da Silva Ramos nasceu em AlhosVedros em 1981 e reside actualmente na Baixa daBanheira. É Designer Gráfico de profissão e fotó-

grafo amador nos tempos livres. Autodidacta em fotografia,esta representa para si um complemento a nível expressivoe artístico. Em 2007 participa no II Raid Fotográfico da Moitado qual é vencedor do Tema “Rio Tejo”. Foi este o impulsonecessário para começar a focar a beleza natural e riquezacultural da sua região. Em 2009 vence o IV Raid Fotográficoda Moita com o melhor portfólio. É também vencedor do 1.ºprémio da categoria Cultura Local. Em 2010 vence oConcurso fotográfico subordinado ao tema “O interior doconcelho de Odemira”, promovido pela Associação para oDesenvolvimento de Amoreiras-Gare. Possui diversos traba-lhos publicados em galerias online da especialidade. Tendopor base o tema “O Rio - gentes e locais”, os seus trabalhoscobrem diversos géneros fotográficos. Da paisagem aosdetalhes ribeirinhos, passando pela fotografia abstracta,João Ramos tem como principal objectivo conciliar criativi-

dade e informação cultural através das imagens. Desde2009, tem vindo a promover a sua primeira mostra fotográfi-ca intitulada – “Distância que nos une”. A noção de distânciasendo ambígua, torna-se difícil de identificar. João Ramospretende captar e transmitir com pormenor essa distância –temporal, afectiva, dispersa, entre outros significados sensí-veis ao espectador. O Rio, tema dominante da exposição, éabordado de modo peculiar em que a presença humana estáomnipresente.”

CIMA: ESPELHOS DO CÉU... REFLEXO DA TERRANikon D80 . 70mm . f/8 . 1/1000” . ISO 100

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práticaINSP IRE-SE COM OS NOSSOS EXEMPLOS PRÁTICOS

Está na altura de... liquidificarOs programas de edição de imagem,

como o Photoshop, Gimp, ouPhotoPaint, têm tantas ferramentas

que às vezes até nos esquecemos – ou sequerconhecemos a função – de algumas delas.Uma das mais versáteis, disponível noPhotoshop – versão completa ou Elements –,é a Liquify. É esta “arma” que alguns utiliza-dores usam para tirar aquela gordurinha queestá a mais naquela celebridade ou modelo. É

um filtro bastante poderoso, permitindo dis-torcer a forma de um objecto com a perdamínima de detalhe.De uma forma básica até porque, como já

referimos, trata-se de uma função com bas-tante potencial, o filtro Liquify permite-lheagarrar e puxar, rodar, reflectir (entre outrasformas) os pixéis, ao mesmo tempo que asse-gura a sua máxima qualidade.Neste exemplo prático mostramos como se

pode usar esta ferramenta de uma formacriativa. Agarrámos em alguns objectos, foto-grafamo-los e no Photoshop recorremos aoLiquify para distorcer os mesmos. A imagemfinal pode muito bem servir para vender emsites de venda de fotografias, por exemplo. Omelhor de tudo é que não precisa de muitoequipamento ou acessórios.

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práticaINSP IRE-SE COM OS NOSSOS EXEMPLOS PRÁTICOS

2A primeira tarefa é fotografar o objecto. Monte o cenário numamesa, ou caixa, junto a uma janela ou porta, de forma a conseguiruma boa iluminação. Se usar uma cartolina branca como fundo,

compense com mais um ou dois stops a exposição (+1 ou 2 Evs).Assegure-se que a velocidade é suficiente para não sair uma imagem tre-mida e a abertura pode andar entre f/8 ou f/10, por exemplo.

3Depois de fotografar os objectos e uma vez satisfeito com o resulta-do, chegou o momento de transferir as imagens para o computador.Abra o ficheiro no Photoshop. Se verificar que o fundo não está

ainda totalmente branco, vá ao menu ‘Image’ > ‘Adjustments’ > ‘Levels’ ealtere, dentro dos possíveis, os níveis de luz até que isto aconteça. Paraisto, na barra do histograma puxe o triângulo mais à direita para aesquerda, como mostrado na imagem deste passo.

4Embora possa trabalhar na imagem, pode ter interesse recomeçarde novo, pelo que aconselhamos a duplicação da camada, ‘Layer’ >‘Duplicate layer’. Depois vá ao menu ‘Filter’ > ‘Liquidy...’. Surge uma

nova janela com as várias opções deste filtro.

5Pode mudar as opções de acordo com as suas necessidades. Nonosso caso, alterámos a dimensão do pincel para o máximo (600),‘Brush density’ para 50 e ‘Brush pressure’ para 100. Na barra de fer-

ramentas do lado esquerdo da janela seleccionámos a opção ‘ForwardWarp’, ideal para este género de objectos.

6Chegou o momento de distorcer o seu objecto. Escolha pontos naborda do objecto e puxe o cursor para um dos lados antes de liber-tar. Faça isto para ambos os lados do objecto. Mas a melhor forma é

ir experimentando até se habituar a esta ferramenta.7Para um efeito ainda mais interessante, pode aumentar a área de

trabalho e copiar o objecto. Depois é possível alterar a cor domesmo recorrendo ao menu ‘Image’ > ‘Adjustments’ >

‘Hue/Saturation’. Terminada a composição, junte todas as camadas(‘Layer’ > ‘Flatten image’) e grave o resultado.

1Precisa de muito pouca coisa para levar a cabo com sucesso esteexemplo prático. É verdade que podíamos ter recorrido a kit de ilumi-nação, a tripé, etc e tal. Mas, sinceramente, não é necessário. Uma

cartolina branca e uma janela, ou porta, que permita boa iluminação, étudo o que pode usar. Claro, não esquecendo a câmara, objectiva (a deorigem chega e sobra) e os objectos a fotografar. No nosso caso recorre-mos a uma chave de fendas, uma vela e um lápis. Mas garrafas, copos depé alto, flores, réguas, são outros exemplos.

DificuldadebaixaEquipamento usadoCanon 400DCanon 24-70mm

MaisCartolina brancaLápisChave de fendas

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IMAGEM FINAL Com um pouco de imaginação e em poucos cliques conseguirá imagens curiosas, como as que aqui apresentamos.

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práticaINSP IRE-SE COM OS NOSSOS EXEMPLOS PRÁTICOS

Vamos fotografar coroas... líquidasCertamente já quase todos os leitores

da zOOm viram fotografias de gotasde água que caem em direcção à água

ou outro líquido. É uma imagem mais oumenos comum, mas que requer algum traba-lho e técnica para se conseguirem bonsresultados.Basicamente, trata-se de fotografia a alta-

velocidade, que tem muitos fãs por essemundo fora. Mas usando o mesmo tipo deequipamento e teoria, podemos criar formasabstractas bem engraçadas.Se para a fotografia de gotas pode usar

qualquer tipo de líquido “fino”, como a água,por exemplo, para levar a cabo este exemploprático e obter coroas mais ou menos perfei-

tas, convém recorrer a um líquido mais visco-so, como leite gordo. Para que as imagenssaiam ainda mais criativas e espectaculares,pode adicionar alguma cor, recorrendo atinta para comida (muito usada em pastela-ria, para criar os desenhos), que encontra nossupermercados.Se, por um lado, este nosso guia prático

não é muito exigente tecnicamente, acrediteque requer alguma (ou muita) paciência. Asincronia entre a queda da gota na superfíciee o disparo da máquina tem que ser perfeito.Contudo, não desista, nem desmotive, ao

fim de meia-dúzia de disparos. Acredite quese apostar forte na captura de imagens sin-gulares, pode ter uma tarde engraçadíssima.

DificuldadealtaEquipamento usadoCanon 5D MK IICanon 70-200mmFlash Canon 430EX IITrigger e Cabo disparadorTripé SLIK Pro 330DX

MaisLeite gordoSeringaSaco plásticoCartolinasVidro

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1Em termos de material vai necessitar de pouca coisa. O líquido, quepode ser leite gordo; tinta para comida, se quiser dar cor às ima-gens; uma seringa ou um saco transparente; um vidro; cartolinas de

cor diversas, incluindo uma ou duas pretas, para usar como fundo.Depois o equipamento habitual: máquina fotográfica, tripé e flash. Noque respeita à objectiva, o ideal será uma com capacidade macro, masuma teleobjectiva (ou o extremo da sua grande angular) poderá servir naperfeição.

2Monte a área de trabalho. Coloque uma das cartolinas por baixo dovidro e a de cor preta a servir de fundo. O flash pode ficar à direita ecolocado numa posição mais alta em relação ao local onde vai cair

a gota.3Com o flash a cerca de 20-30 cm da zona de “impacto”, mude-o

para manual e ajuste a potência para 1/64. Como a unidade de flashestá fora da câmara, necessita de um disparador remoto (‘trigger’)

para activá-lo. Também existem cabos que ligam a câmara ao flash.Qualquer um destes acessórios é facilmente encontrado numa loja daespecialidade, ou no eBay.

4Coloque agora um pouco do líquido sobre o vidro, na área ondecairá a gota. Não só servirá para ajudar a criar a coroa (ou outraforma), como terá algo com que a sua objectiva possa contar para

focar. Feito isto, passe o foco para a posição manual.

7Com um pouco de paciência conseguirá ir acertando com o tempo de disparo. Para aumentar as suas possi-bilidades, pode sempre colocar mais líquido na superfície onde vai cair a gota. 8Como referimos no início, pode querer dar cor às suas imagens. Coloque por baixo do vidro uma cartolina

de cor e adicione um pouco de líquido colorido. O efeito pode ter muito mais impacto!

5Agora vamos definir os parâmetros na câmara – aproveite para pas-sar para manual. Obviamente que tudo depende da luz (ou quaseausência da mesma) no espaço onde vai fotografar. Um bom ponto

de partida poderá ser 1/125 a f/11. O ISO pode ser o mais baixo possível.Mas, outra vez, pode querer ajustar mediante a área e luz onde vai foto-grafar.

6Chegou a parte mais “complicada”. Com o comando remoto - paradisparar a máquina à distância - numa mão e com a seringa naoutra (se tiver um suporte para a mesma tanto melhor, já que assim

a gota cairá sempre no mesmo sítio), a uma distância de cerca de 30 cmda superfície, solte uma gota e dispare a máquina assim que esta toqueno líquido que colocou no passo 4. Como pode ver na imagem, dispará-mos a máquina cedo de mais. Nota: em vez de uma seringa, tambémpode usar um saco transparente, com algum líquido, colocado a cerca de30 cm da superfície e depois fazer-lhe um pequeno furo com um alfinete,de forma a cair gota a gota, sempre no mesmo sítio.

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práticaINSP IRE-SE COM OS NOSSOS EXEMPLOS PRÁTICOS

O melhor desta técnica é que não vão existir duas imagens iguais.Vá variando as cores para resultados com impacto.Mas, principalmente, tenha paciência e divirta-se.

IMAGEM FINAL

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práticaINSP IRE-SE COM OS NOSSOS EXEMPLOS PRÁTICOS

Trípticoflorido

Talvez tenha chegado o momento dever as suas fotografias para além doecrã do computador. É um desperdí-

cio terminar a sua criatividade na opção‘Guardar’ do programa de edição de ima-gens. Como sabemos que isto acontececom a grande maioria das pessoas quenos acompanham, decidimos fazer umguia prático, relativamente simples, quepode usar para dar uma nova vida,impressa, às suas fotografias.Vamos até mais longe. Como o Natal

está à porta, pode aproveitar para presen-tar amigos e familiares de uma forma ori-ginal e pessoal. Recorrer a um trípticopode ser uma excelente forma de dar umnovo uso às suas fotografias. Procure, porexemplo, por fotos com o mesmo tema,ou com tonalidades semelhantes. Pode,ainda, “partir” uma paisagem, natural oucitadina, em três secções e seguir os mes-mos passos que a seguir apresentamos.Para este nosso exemplo prático decidi-

mos brincar um pouco com as cores. Como tínhamos adquirido umas carto-

linas para o guia ‘Coroas líquidas’, achá-mos por bem aproveitá-las. Lembrámo-nos então de comprar umas flores quecombinassem com as cores das cartolinase tínhamos a nossa base de trabalho.

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práticaINSP IRE-SE COM OS NOSSOS EXEMPLOS PRÁTICOS

2Monte o cenário de forma a colocar a flor à frente da cartolina, de preferência a uma distância bastantecurta. É crucial ver a incidência da luz. Se for necessário recorra a um candeeiro direccional (daqueles desecretária, por exemplo), ou então a um reflector e veja se flor e cartão recebem a mesma quantidade de

luz. Uma placa de esferovite (ou um quadro de cortiça) pode servir para suportar a cartolina. A flor pode sercolocada numa jarra, ou numa esponja própria para plantas.

1Tês cartolinas, três cores diferentes. Agora restava-nos ir à procura de três flores que casassem na perfei-ção com os tons. Depois de entrarmos numa florista, complicou-se a tarefa: tantas flores bonitas e colori-das que era difícil a escolha. Mas podemos sempre adiantar que rosas e gerberas são fotogénicas.

Orquídeas podem dar um toque, digamos, exótico. É tudo uma questão de gosto. Aqui o que interessa é que ascores combinem com os tons das cartolinas.

3Passe a máquina para a Prioridade à Abertura para que possa con-trolar a profundidade de campo. Como certamente vai usar umtripé, a velocidade pouco importará. Mas se não tiver tripé, tenha

atenção a velocidades inferiores a 1/50, por exemplo, pois corre o riscoda imagem sair tremida. Varie a abertura entre valores f/2.8 e f/5.6, porexemplo, e verifique novamente o ângulo da luz de forma a evitar som-bras fortes na cartolina.

4Repita os passos para as diversas cartolinas e flores. Depois abraos ficheiros RAW no seu programa de edição/conversão habitual.Se usou outra fonte de luz que não a natural, o mais certo é que as

cores não correspondam às reais, com o balanço de brancos “alterado”.Em edição pode facilmente alterar a temperatura de cor, para que os tonsse aproximem daquilo que deveriam ser. Converta os RAW e edite as ima-gens a gosto.

5Agora que já tem as imagens prontas a entrarem no tríptico, abra-as no editor de imagens – no nosso caso vamos usar o Photoshop –e redimensione-as. Vá ao menu ‘Image’ > ‘Image Size’ e mude a lar-

gura para 12cm. Grave as imagens e feche-as. Crie um novo documento(‘File’ > ‘New’) e defina o tamanho para o trabalho final (no nosso casoseleccionámos o formato A3, formato horizontal).

DificuldadebaixaEquipamento usadoCanon 5D MK IICanon 24-70mmTripé SLIK Pro 330DX

MaisCartolinasFlores diversasEsponja para plantasPlaca de esferovite

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6Para ajudar a posicionar as fotos, clique em ‘View’ > ‘Rulers’. Deixeum espaço em branco a toda a volta da imagem, que servirá comomoldura, arrastando e largando umas guias de forma a deixar 6cm

no topo e fundo da imagem, 2cm dos lados e uma guia no centro.7Vá a ‘View’ > ‘Snap’ e active a função ‘Guides’. Isto faz com que as

fotos sejam “puxadas” para as linhas das guias como um íman.Agora abra as suas imagens uma a uma e coloque-as no seu “qua-

dro”, deixando cerca de 1cm de espaço entre elas.8Caso queira colocar uma pequena cercadura à volta das imagens,

coloque umas guias a 1cm de distância das imagens. Com a ferra-menta ‘Rectangular Marquee Tool’ marque a área. Depois vá a ‘Edit’

> ‘Stroke’ e escolha 10px como valor e dê ‘Ok’. Finalmente pode removeras guias (‘View’ > ‘Show’ > ‘Guides’, ou então ‘View’ > ‘Clear Guides’).

IMAGEM FINAL Aqui está uma boa forma de ter quadros originais em sua casa. A escolha da flores é muito importante.

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+proAPROFUNDAR CONHECIMENTOS . TEXTO: PEDRO PORTELA

Fotografar pessoas tem que se lhe diga.Frequentemente, quando se aborda afotografia de forma mais séria, sente-se

a frustração de não conseguir “fazer a luz” deum retrato profissional, próprio da fotografiade moda ou da publicidade. O que se preten-de, desta vez, é deixar algumas dicas daforma de iluminar um retrato com recursoexclusivamente à luz natural; da forma maisbarata e simples possível.No retrato, a parte mais importante é o

rosto humano; e no rosto, os olhos, quedevem estar, por norma, em foco. E bem ilu-minados. De resto, ao iluminar-se um retrato,deve ter-se em atenção dois princípios: (i) ailuminação de um retrato deve ter sombras;(ii) as sombras devem ser reduzidas sob penade dominarem toda a cena, retirando detalheà cena. Uma vez que a luz ambiente semodela com reflectores, é necessário usarassistentes para segurarem nos reflectores,porque os tripés para os mesmos são tipica-mente pouco práticos, especialmente quan-do há vento.Uma nota adicional: estes princípios e té-

cnicas devem ser experimentados e alterna-dos entre si, porque esta é uma abordagemclássica, que pode não adaptar-se ao estilo decada um. Além disso, experiência e experi-mentação são essenciais para se dominar oretrato, que é uma área difícil por si.

Diversas fontes de luzA teoria da iluminação em fotografia ensi-

na que uma grande fonte de luz permitesombras mais suaves, enquanto que umapequena fonte de luz proporciona sombrasduras e bem definidas. É por isso que, se seapontar directamente um flash encaixado nacâmara ao sujeito se criam sombras nos fun-dos e até em si próprio, ao passo que, se seapontar o mesmo flash ao tecto, este propor-ciona uma luz difundida e suave, fruto dadifusão numa grande superfície, que é otecto. Podemos, no entanto, criar uma solu-ção de compromisso entre mobilidade e con-trolo com os novos sistemas de medição TTLdos flashes modernos, que têm funcionalida-des inteligentes de modo a preservar aambiência da fotografia (com uma sombri-nha ou uma caixa de luz, o controlo aumen-taria, mas com prejuízo da mobilidade). Aqui,queremos algo mais natural.

No exterior, temos uma principal fonte de

luz: o sol. Difundido por nuvens ou iluminan-do directamente o sujeito, é uma poderosafonte de luz. Por paradoxal que possa pare-cer, em termos de iluminação em fotografia,o sol é uma pequena fonte de luz. Quandocoberto por um céu nublado, a luz é difundi-da e o tamanho da luz aumenta.

Luz de enchimentoUm retrato é uma fotografia de uma pes-

soa inserida num determinado ambiente(ainda que estejamos a falar de um ambientede estúdio). A menos que se queira umaabordagem específica, deve conservar-se aambiência envolvente, para destacar a pes-soa fotografada e criar uma dimensão a maisà imagem.Assim, ao ar livre, a luz principal é a

ambiente, quer o sujeito fotografado esteja àsombra ou sob o sol intenso, de cima. Neste

Retrato em luz natural

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último caso, é obrigatório usar um difusorpara filtrar a agressiva luz solar. No entanto,em qualquer uma das situações, irá necessi-tar de uma luz de enchimento, quer paramitigar sombras criadas por uma forte ilumi-nação directa, quer para compensar a dife-rença de luz entre um rosto à sombra e umfundo mais luminoso.Embora existam regras relativamente à

intensidade da luz de enchimento em luznatural (de 1/2 da luz principal), é possívelacompanhar o posicionamento do reflector.Em regra, a superfície do reflector (com a suacapa prateada ou dourada) deveráficar num ângulo que permitareceber a luz do céu ereflecti-la para a cara ouo corpo do sujeito.Podemos começarpor posicionar oreflector no meio deum ângulo de 90º eir variando a posi-ção de modo a ajus-tar a intensidade daluz de enchimento.

Luz decabelo(e ombros)A luz de enchimento funciona

para iluminar um objecto que está numasituação de moderada contra luz (não esta-mos a falar de um poderoso sol de chapa portrás do modelo, que atinja o fotógrafo). Estaluz que vem de cima, atingindo costas e

cabelo, funciona paradar volume e deli-near a forma dosujeito, destacando-odo fundo. Ao ar livre, éproporcionada pelo sol,

difundido ou não (con-forme se referiu a cima, se

a luz principal for a solar eesta funcionar também como

luz de cabelo, esta deverá ser nor-malmente difundida).

Luz acessóriaEm complemento, pode acrescentar-se

uma luz (um reflector, neste caso), destinada

a dar uma luminosidade e volume adicionalà imagem. Tipicamente, este foco de luz apa-rece de lado. Evidentemente que esta luzpode não ser necessária se a luz usada paraenchimento for suficientemente forte e late-ral. Esta luz pode também ser usada para darluminosidade e brilho aos olhos.

EstiloComo noutras áreas da fotografia, o retrato

é uma área muito concorrida e saturada doponto de vista criativo. Há que olhar para oportfolio de outros fotógrafos e beber deles ainspiração necessária para criarmos as nos-sas próprias imagens. Imagens simples são,porém, uma boa forma de começar! nZ

EquipamentonecessárioUm ou dois reflectores,reversíveis em difusores;

Fotómetro de mão (luz incidente);Máquina fotográfica de filme ou digital;Objectiva de 50 a 150mm (em filme de

35mm ou sensores full-frame)

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à la minuteEDIÇÃO RÁPIDA DE IMAGENS

Em algumas situações, um pouco degrão pode fazer muito por uma ima-gem. Mesmo grandes nomes da foto-

grafia não o dispensavam (ou dispensam) nomomento de obterem as suas fotografias.Este grão era, e ainda é, provocado pelo uso

de filme de elevada sensibilidade. Nasmáquinas digitais consegue-se algo seme-lhante subindo o valor ISO.

Se acha que algumas das suas fotos pode-riam sair beneficiadas com a adição de umpouco de grão, ou ruído, o Photoshop pode

dar-lhe uma ajuda nessa tarefa. Existemduas opções – ‘grain’ e ‘noise’ – que, usadascuidadosamente, permitem criar imagensmonocromáticas com alguma atmosfera. nZ

Filtro ‘grain’Com este método vamos adicionar uma textura semelhante a grão a ima-gens a preto e branco, dando-lhes um toque clássico.

Adicionar ruído, ou grão,às suas fotografias

1Converta a sua imagem para preto e branco recorrendo ao seu método favorito, seja através do ‘ChannelMixer’, retirando saturação, convertendo para tons de cinza (‘grayscale’), ou outro que normalmente use. Dêainda um toque nos níveis e curvas. Quando estiver satisfeito com o contraste geral da imagem, está pronto

para avançar. Verifique mais uma vez se a imagem se encontra no modo RGB.2Agora crie uma nova camada (‘layer’) e, na janela respectiva, seleccione ‘Gray’ como cor. Em ‘Mode’ mude

para ‘Overlay’. Encontra ainda a opção ‘Fill with overlay-neutral color (50% gray)’. Marque a respectivacaixa. Tudo isto para criar uma camada cinzenta à qual será adicionado o grão.

3Com a nova camada (‘layer’) vá ao menu ‘Filter’ > ‘Texture’ > ‘Grain’. Na janela encontra duas barras –‘Intensity’ e ‘Contrast’. Experimente modificar os valores de forma a ver que resultado obtém e que melhorfunciona. Um bom ponto de partida será 50-50. Tem ainda diversas opções no item ‘Grain Type’. Experimen-

te, por exemplo, o valor ‘Contrasty’. Para efeito mais dramático teste algo à volta de 70-50, por exemplo.4Uma vez escolhidos os valores para o grão dê OK. Se o grão for demasiado, tente reduzir a opacidade (‘opa-

city’) da nova camada até ficar satisfeito. Depois junte as camadas – ‘Flatten image’ – e grave a imagem.

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1Como no exemplo do filtro ‘grain’, também aqui deve converter a sua imagem para monocromático, recorren-do, mais uma vez, ao seu método preferido. Processe-a a gosto e, uma vez satisfeito com o contraste da ima-gem, pode avançar para o passo seguinte. Não se esqueça de verificar se a foto está no modo RGB, porque se

optou pelo modo ‘Grayscale’ não conseguirá continuar.2Repita exactamente o passo dois do método anterior. Isto é, crie uma nova camada, escolhendo ‘Gray’ como

cor e ‘Overlay’ em ‘Mode’. Marque a caixa da última opção: Fill with Overlay-neutral colocar (50% gray)’.

3Com a nova camada seleccionada, vá ao menu ‘Filter’ > ‘Noise’ > ‘Add Noise’. Na janela tem acesso a umabarra, que vai de 0-100%. Comece com um valor à volta dos 20%. Mais abaixo seleccione a opção‘Gaussion’ e active a caixa ‘Monochromatic’. Finalmente dê OK. 4Mais uma vez, tal como no processo anterior – filtro ‘grain’ -, também agora pode alterar, a gosto, a opaci-

dade da nova camada. Comece com um valor elevado e vá diminuindo até estar no “ponto”.

Filtro ‘noise’Este será, eventualmente, o método que mais se assemelha ao grãoproduzido pelo filme da fotografia analógica. Ideal para aplicar emfoto-reportagens, ou dar um toque diferente a retratos, ou (também)a objectos estáticos.

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técnicaTIRE PARTIDO DA SUA CÂMARA FOTOGRÁFICA

Por mais equilibrada que seja a nossafamília, há um sempre um elementoque se deixa atrair para o lado negro.

Neste caso, para o lado cinzento. Tipo aquelesprimos problemáticos, com fama de excên-tricos e muito dados a comportamentosextremos.A família dos filtros ND não foge à regra.

Concebido para diminuir a quantidade de luzque entra na lente sem, no entanto, interferircom as cores e tonalidades, este tipo de filtropermite fotografar, usando uma velocidadede disparo mais baixa ou uma maior abertu-ra de lente. Ou ambos.Até aqui, tudo muito certo e limpinho. O

problema é quando aparece o tal familiarinconveniente que, além de tapar descarada-mente a passagem da luz, ainda tem amania de brincar com o tempo, forçando aexposição até limites que a sua câmaranunca pensou existirem.Estamos a falar, obviamente, dos ND de 10

stop, uma espécie de ovelha negra – ouantes, ovelha cinzenta – da família dos filtrosde Densidade Neutra.Basicamente, o ND de 10 stop agarrou na

especialidade da família – permitir exposi-ções de vários segundos de forma a captar omovimento – e transformou-a numa espéciede actividade radical: o mergulho emapneia… nas profundezas do mundo da foto-grafia.Que é como quem diz, transformar os

segundos de exposição em longos minutos.Usando um filtro ND com factor de filtra-

gem de 1000x e aumento de exposição de 10stops é possível esticar até aos limites otempo de exposição, transformando ummísero segundo em 1000. Ou seja: bemacima dos 16 minutos.Claro que não vai precisar dessa eternida-

de. Com o tempo e com o aperfeiçoar da té-cnica, conseguirá acertar no alvo em 5 a 6minutos. Que é o suficiente para que muitacoisa mude na cena a fotografar. As nuvens mudam de forma e de tom, o

sol vai ali e já volta, a água em movimentotransforma-se em espuma, as pessoas e oscarros de passagem desaparecem sem deixarrasto… o que pode dar jeito, quando se quercapturar cenários urbanos frenéticos numcontexto nunca antes visto: desértico. >

SE É FÃ DAS FOTOGRAFIAS À BEIRA-MAR OU SEADORA FOTOGRAFAR OS DIAS CINZENTOS – COMNUVENS –, ENTÃO VAI ADORAR ESTE ARTIGO!VAMOS ENSINÁ-LO A USAR UM FILTRO ND DE 10STOPS. ESSE MESMO, O DAS LONGAS EXPOSIÇÕES.TÃO LONGAS QUE CONSEGUEM CAPTAR TUDO. ATÉMESMO A ATMOSFERA ENVOLVENTE DA CENA AFOTOGRAFAR.

O MUNDOMÁGICO DASLONGASEXPOSIÇÕES

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Fazer longas exposições, por exemplo ao meio-dia como nesta foto,só é possível recorrendo a filtros ND que cortem muitos stops de luz.

Canon 5D MK II . 24mm . f/14 . 30" . ISO 100

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técnicaTIRE PARTIDO DA SUA CÂMARA FOTOGRÁFICA

Sem filtro 0.6 ND (2 stop) 0.9 ND (3 stop) 1.2 ND (4 stop) 1.8 ND (6 stop) 3.0 ND (10 stop)1/500 segs 1/125 segs 1/60 segs 1/30 segs 1/8 segs 2 seg.1/250 segs 1/60 segs 1/30 segs 1/15 segs 1/4 segs 4 seg.1/125 segs 1/30 segs 1/15 segs 1/8 segs 1/2 segs 8 seg.1/60 segs 1/15 segs 1/8 segs 1/4 segs 1 seg. 16 seg.1/30 segs 1/8 segs 1/4 segs 1/2 segs 2 seg. 32 seg.1/15 segs 1/4 segs 1/2 segs 1 seg. 4 seg. 64 seg.1/8 segs 1/2 segs 1 seg. 2 seg. 8 seg. 2 mins.1/4 segs 1 seg. 2 seg. 4 seg. 16 seg. 4 mins.1/2 segs 2 seg. 4 seg. 8 seg. 32 seg. 8 mins.1 seg. 4 seg. 8 seg. 16 seg. 64 seg. 16 mins.

Quem são e o que fazemFeitas as apresentações, é a hora de conhecer os diferentes filtros ND e a forma como as diferentes densidades afectam a exposição:

É este o poder das longas exposições: tudoo que se mover ou ficará desfocado, ou entãodesaparecerá por completo, transformandototalmente as cenas do nosso dia-a-dia.No fundo, aquilo que um filtro ND de 10

stops lhe proporciona é a capacidade de ca-pturar em fotografia a atmosfera envolventeda cena. Um nascer ou um pôr-do-sol pálidoganham cor e vida de uma forma quenenhum programa de edição seria capaz derecriar.O que é mais surpreendente é que os dias

cinzentos ou mesmo de tempestade acabampor também se revelar os mais indicadospara o uso dos filtros ND de 10 stops. Asnuvens negras que se arrastam no campovisual durante a longa exposição acabam porser captadas como uma pincelada no céu, oque confere um importante efeito dramáticoà imagem.O mesmo acontece com os cenários costei-

ros: um pontão, uma rocha submersa, pare-des do cais, tudo cenários aparentementechatos e pouco convidativos ao clique. Masque ao fim de uma exposição de 2 ou 3 minu-

tos ganham uma aura de mistério. Como queuma energia própria. Ou seja, os dias de inverno que se avizi-

nham são ideais para pôr em prática o queaprender aqui. Ou, de forma ainda mais sim-pática, já não há desculpa para se deixar ficarna cama, à espera de manhãs solarengas…

Antes de apertaro gatilho…Já sabemos que neste momento está mais

interessado em saber como conseguir foto-grafias tão arrebatadoras como as que ilus-tram este artigo. Mas há uma ou duas coisi-tas que precisa de saber antes de apontar edisparar.Em primeiro lugar, há que ter em conta

que não será capaz de visualizar a cena cor-rectamente, através de um filtro ND de 10stop. Como tal, terá de compor a fotografiaantes de aplicar o filtro, até porque o view-finder apresentará uma imagem escurecida,a não ser que a sua câmara disponha doLiveView (ver caixa). Também deve ter em conta que a densida-

de do filtro poderá causar problemas na foca-gem e medição. É muito provável que o siste-ma de focagem automática da sua câmaranão funcione uma vez colocado o filtro ND.Terá, por isso, que o regular para modomanual, fazendo a focagem da lente antes deaplicar o filtro.E quanto à medição, esqueça fazê-lo com a

câmara regulada para prioridade à abertura.A subexposição é garantida! Até porque, comeste modo, a exposição medida mais longaque poderá atingir serão os 30 segundos.Coisa pouca, quando se pode passar a barrei-ra do quarto de hora.Assim sendo, mude para o modo de expo-

sição manual e seleccione o modo Bulb nasvelocidades de disparo. Isto permitir-lhe-áabrir o obturador durante o tempo que preci-sar.Já agora, é conveniente usar um comando

à distância de forma a que possa ter o obtu-rador aberto sem necessidade de manter obotão de disparo da máquina apertado coma mão. Até porque ao fazê-lo o mais provávelseria que a câmara tremesse.

Live ViewUsar um filtro ND de10 f-stop pode tornar-se numa tarefa maissimples, dependendodo Live View da suacâmara. Uma maiorsensibilidade damáquina – a 5D MK II neste campo é excelente– permitir-lhe-á ver se a imagem está suficien-temente clara para alinhar os filtros ND Grad.O resultado é uma poupança de tempo e tra-balho, uma vez que em grande parte dos casosterá de remover o filtro ND, recompor a ima-gem e recolocar os filtros, de cada vez que qui-ser mudar a câmara de sítio.

Sem filtro ND - Exposição 1/15” Com filtro ND 10 stops - Exposição 90”

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Ah e não esqueça do tripé. Sem ele, não há“magia ND” para ninguém!

Na práticaEm regra, boa parte dos fotógrafos – prin-

cipalmente os de paisagem – trabalha comISO 100 e trabalha com f/8 ou f/11 para obteruma qualidade de imagem elevada, usandocomo variável apenas a duração da exposi-ção.No entanto, quando os níveis de luz

ambiente são consideravelmente baixos,como acontece no anoitecer ou na aurora,pode ser recomendável subir o ISO até os 200ou mesmo os 400, de forma a que a exposi-ção com o filtro ND colocado não seja exces-siva. Cinco a seis minutos serão mais do quesuficientes.Se não precisar de uma grande profundi-

dade de campo – por exemplo, ao fotografardesde um ponto elevado – poderá abrir alente até f/4 ou f/5.6.O grande problema das longas exposições

é, no entanto, o ruído, nomeadamente aque-les pixels que parecem brilhar como pirilam-pos quando abrimos a fotografia no compu-tador.Para evitá-lo, algumas câmaras vêm já

equipadas com o sistema NR (NoiseReduction), mas torna o processo mais lento,uma vez que cria uma segunda exposiçãocom a mesma duração da primeira, efectua-da com o obturador fechado. Ou seja, apósuma exposição de 5 minutos, terá de esperaroutros 5 para que a imagem apareça nomonitor. Assim, se a paciência não for uma das suas

virtudes, certifique-se que o modo NR estádesligado. Até porque perderá menos tempoa resolver o problema do ruído no seu pro-grama de edição.Uma das vantagens desta técnica é que os

ficheiros RAW raramente precisam de muitotrabalho no Photoshop para que a imagemfique perfeita. É claro que poderá ter que lim-par uns quantos pixéis e, se a luz estivermesmo “flat”, terá que subir o contraste, masfica-se por aí.Outra questão importante: deve comple-

mentar o seu filtro ND com um outro gra-diente, também conhecido como ND Grad.Isto para impedir que a parte mais clara docenário – normalmente o céu – não fiquesobreexposta. Deverá aplicá-lo com a ajudade um porta filtros, que se acopla ao anel derosca. O problema é que não é exequível veratravés do filtro ND de 10 stop, pelo que setorna impossível alinhar os ND Grad a olho.Uma das opções é aplicar o porta filtro à

lente, antes de inserir o filtro ND, depoisfazer deslizar o ND Grad, alinhá-lo, remover oporta filtro – mas com o filtro (ND Grad) jáposicionado – e colocar o filtro ND na lente.A alternativa é fazer “às escuras”, que é

como quem diz compor a fotografia, visuali-zar através do viewfinder, calcular quanto daimagem é o céu (metade, um quarto, umterço), acoplar o filtro ND, adaptar o suporteem cima e em seguida fazer deslizar o NDGrad no suporte, de modo a que o ND tape aparte de cima da lente. Caso não acerte à pri-meira, poderá ir acertando à medida que aimagem apareça no monitor LCD. nZ

Calcular a exposiçãoUm dos maiores dramas no uso deste tipo de fil-tros é a dificuldade em calcular a exposição cor-recta. Mas tenha calma que nós estamos cá paraajudar. Comece por fazer uma leitura sem terainda instalado o filtro ND. Agora procure o valorobtido na tabela que lhe apresentamos em baixoe verifique qual o valor correspondente.DICA: Diz-nos a experiência que se der meio a umstop de exposição para além da que seria nor-mal, não faz mal nenhum, antes pelo contrário.Isto é, se com o filtro tiver uma exposição de 1minuto, deixe o obturador aberto por 1 minuto e30 segundos a dois minutos. E pronto, está feito.Agora só tem de dobrar a sua zOOm – ou entãorecortar a tabela, que a revista é sua e faz dela oque entender – e guardá-la no seu kit de fotogra-fia.

Exposição não filtrada Exposição com filtro ND 10 stops1/500 seg 2 segundos1/250 seg 4 segundos1/125 seg 8 segundos1/60 seg 16 segundos

1/30 32 segundos1/15 seg 1 minuto1/8 seg 2 minutos1/4 seg 4 minutos1/2 seg 8 minutos

1 segundo 16 minutos2 segundos 32 minutos3 segundos 48 minutos4 segundos 1 hora

Para além desta tabela – doravante designada de“Bíblia sagrada” – tem ainda ao seu dispor umasquantas soluções. Por exemplo, se gostar defazer contas é só pegar na calculadora e pôr osdedinhos a trabalhar: 1/30 x 1000 dá 33.333(segundos). Enfim, é só fazer a conta, como diziaum antigo primeiro-ministro.Há também os fotógrafos da velha guarda, quenão alinham em contas nem em cábulas mágicase, por isso, defendem com unhas e dentes o cál-culo da exposição “a olho”! Que é como quemdiz: câmara no tripé, cena toda bem composti-nha, lente focada, filtro ND no sítio e máquinaregulada para modo Bulb… e depois, enfim, umaexposição de 2 minutos, com f-8 e ISO 100, verifi-ca-se a imagem no histograma e a seguir vai-seaumentando e reduzindo a exposição conformeas necessidades. Claro que se for um apaixonadopela tecnologia e tiver um iPhone à mão podesempre usar o NDcalconiPhone, um aplicativogratuito que lhe permite calcular a exposição, emfunção do filtro que estiver a usar. Até faz a con-tagem e dispara um alarme sonoro quando for aaltura do disparo. Só não clica por si, mas tam-bém você não está lá só para ver as vistas, certo?

Canon 5D MK II . 70mm . f/13 . 135" . ISO 100

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técnicaTIRE PARTIDO DA SUA CÂMARA FOTOGRÁFICA

PASSO-A-PASSOFotografar com umND de 10 stopsE pronto, acabou-se a parte teórica da aula.Vamos à prática que é para isso que aqui esta-mos!

1Comece por montar a câmara no tripé, compor a cena sem o fil-tro ND, fazer uma leitura da exposição a f/8 ou f/11 e anotá-la.

2Mude a focagem de modo automático para manual e foque alente manualmente. Regule o disparo para o modo B (Bulb) e

instale um dispositivo de comando à distância. Coloque o porta fil-tros e alinhe o ND Grad de modo a que a parte com a cor fique acobrir o céu.

3Se o seu ND de 9 ou 10 stops for de rosca, remova o porta fil-tros, tendo o cuidado de não deslocar o ND Grad. Enrosque o fil-

tro ND na lente e ajuste o porta filtros e o Grad, tentando não omover, pois isso iria desfazer o alinhamento. No caso de se tratarde um filtro de encaixe, coloque-o só após o gradiente.

4Calcule a exposição necessária usando a tabela publicada atrásou recorrendo a outro método de cálculo. Com o comando à

distância deixe o obturador aberto durante o tempo necessário.

Edite o seuficheiro RawComo pode ver na amostra, não há comparaçãopossível entre a imagem final e aquela que trouxe nocartão da sua câmara, acabadinho de fotografar.Tudo começa num simples ficheiro RAW e acabacom uma pequena obra de arte. Como? Vá, nãoqueira saber tudo de uma vez. Primeiro leia atenta-mente o nosso guia passo-a-passo.

5Seleccione o mar, ou curso deágua, com recurso à ferramenta

Polygonal Lasso, com 50 pixels.Depois, os níveis (‘Levels’) são ajus-tados de forma a clarear o mar e adar-lhe um aspecto mais “espumo-so”.

2Faça o ajuste nas curvas, deforma a aumentar o contraste e o

impacto. Não existe propriamente umpadrão, pelo que terá de ser feito emfunção de factores como o seu gostopessoal e o sujeito e da cena fotogra-fada. Em regra os negros são escure-cidos e as luzes iluminadas.Basicamente é formar a letra "S"com a linha disponível. Grave a ima-gem como TIFF.

1Abra o ficheiro RAW no Adobe Camera RAW, Lightroom, ou o programaconversor RAW que vinha com a sua máquina e faça os acertos neces-sários na exposição, claridade e vibração. Ajuste a temperatura da cor demodo a ter em conta o ‘cast’ (ou tonalidade predominante que oferece àfoto) do filtro.

3Abra a imagem no Photoshop em formato TIFF. Usando a ferramentade “Crop” faça a conversão para um quadrado. Poderá também man-

ter o quadrado, premindo a tecla “shift” enquanto arrasta o ponteiro dorato.

4Converta a imagem, usando os comandos Image > Adjustments >Black & White. Poderá ainda seleccionar a opção Red Filter, que irá

conferir um tom dramático que assenta que nem uma luva a este tipo deimagens.

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6Seleccione o elemento estático usando a ferramenta Polygonal Lasso e faça o ajuste das curvas criando umaleve curva em “S”. Desse modo, aumenta o contraste e faz sobressair o detalhe. 7Só falta seleccionar o céu e fazer o ajuste das curvas, criando um céu mais escuro e dramático. Empurre a

curva RGB para a direita, escurecendo assim os tons médios.

IMAGEM FINALAumente o tamanho do canvas, de modo a criar uma borda branca em torno da imagem. Fica assim prontinha para ser impressa em papel dequalidade e devidamente emoldurada, como peça de arte fotográfica.

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pela objectiva de...TEXTO: PAULO JORGE DIAS . FOTOS : NUNO L IMA

“O segredo é seg NUNO LIMA

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Atecnologia é uma coisa extraordinária! É graças a ela quetemos a qualidade de vida que se vê: aviões, carros, casas, tele-móveis, internet, câmaras digitais. E analógicas também.

Até esta entrevista! Sem a tecnologia não a estaria a ler conforta-velmente onde quer que esteja. Na melhor das hipóteses, estaria aolhar para uns quantos sarrabiscos que o pessoal da zOOm gravara naparede de uma qualquer gruta obscura.Mas vamos ao que interessa: às vezes a tecnologia, e o fascínio por

ela, fazem-nos descobrir vocações que pensávamos não existirem. Foiassim que aconteceu com Nuno Lima.Um curso na área de informática, o bichinho pelos gadjets e por

todo tipo de brinquedos tecnológicos, uma câmara digital na montraa rir-se para ele e… zás! Alguns anos depois, eis um fotógrafo freelan-cer com carteira de encomendas e portfólio recheado.“Para ser muito franco, nunca tive gosto pela fotografia, até porque

sou da área de informática. Mas, por incrível que pareça, quandocomecei a tirar o curso de informática comprei uma máquina DSLRcomo instrumento tecnológico, pelo qual me apaixonei rapidamente.Paixão que começou há 4 anos atrás e durou até hoje. É capaz de serpaixão para a vida”, revela Nuno Lima. >

uir a nossa sensibilidade”

Nunca foi apaixonado pela fotografia.Mas tornou-se num fotógrafo profis-sional. Normal num homem que gostade quebrar regras. E de partilhar o co-nhecimento, publicando todos os por-menores do seu trabalho na Internet.Eis Nuno Lima, o fotógrafo em destaquenesta edição da zOOm.

Canon 5D MK II . 70mm . f/8 . 1/100" . ISO 100

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pela objectiva de...NUNO L IMA

E nesta coisa das paixões, todos nos lembramos da primeira“namorada”. No seu caso, foi uma Canon 350D – devidamente ador-nada com uma sigma 18-200 – que o fez perder a cabeça.Mesmo que por pouco tempo, já que passado alguns meses ela foi

trocada por um modelo mais recente. E mais bem equipado. Que éque querem? Os homens são assim! Ou antes, os fotógrafos sãoassim!A vontade de fotografar era muita, a pressa de aprender também. E

nem os revezes iniciais o fizeram perder o ânimo: “após a compra daDSLR, deparei-me com o facto de as fotografias não terem tanta qua-lidade como as tiradas pelos meus amigos com compactas, o que melevou a pesquisar na internet e tentar aprender mais, para melhoraros resultados”.Aliás, Nuno é um apologista da partilha de conhecimentos entre

fotógrafos. Quem visita o seu blogue percebe que não mantém gran-des segredos em relação ao trabalho. Por exemplo, não se inibe depublicar o esquema de iluminação de determinada foto. “Até porque foi através dessas partilhas online que aprendi. Não só

estou sempre disposto para o fazer, quando me pedem, como gosta-ria que todos fossem assim, pois fecharmo-nos em copas não nosleva a lado nenhum”, defende o fotógrafo.Na sua opinião, não deve existir o “medo de sermos ultrapassados,

mas sim uma focalização no nosso aperfeiçoamento individual”. Voltando à questão da tecnologia, numa época em que levamos o

escritório para todo o lado, dentro da pasta, ou mesmo no bolso,Nuno Lima faz questão de aproveitar ao máximo a mobilidade que osavanços tecnológicos lhe permitem.“Não tenho estúdio essencialmente porque sou aficionado da foto-

grafia em outdoor. Contudo, tenho estúdio móvel e por isso montoestúdio em qualquer local consoante as necessidades de cada clienteou de cada trabalho”, esclarece.E mobilidade é coisa que dá um certo jeito a quem trabalha na área

da moda, como é o seu caso. Uma área sempre complicada, querequer especial atenção. Até porque o objectivo é fotografar a beleza.Por falar nisso, qual o segredo para a capturar a beleza numa foto?:

“Creio que o segredo reside em seguir a nossa sensibilidade. O concei-to de beleza é extremamente subjectivo, o que para mim pode serbelo, não o é para outra pessoa”.OK, já percebemos que a beleza é um conceito, digamos, fluído. Mas

então e a perfeição? A fotografia perfeita existe? E, já agora, comocapturá-la?“Na minha opinião, uma fotografia perfeita é quando o idealizado

em mente é exactamente igual ao resultado final, o que nem sempreé fácil. Daí eu achar que não existem fotografias perfeitas”, explicaNuno Lima.Pronto, pode não haver fotografias perfeitas. Mas pode existir uma

boa dose de perfeição dentro da imperfeição, certo? Principalmentenum trabalho como o de Nuno, muito marcado por um estilo próprio.Um estilo que o fotógrafo recusa classificar, pois o seu objectivo é

apenas “tentar passar ao público o que realmente gosto de fazer, semlhe atribuir adjectivos”.Mas, ainda assim, Nuno vai dando uma ou duas dicas sobre aquilo

que caracteriza o seu trabalho: “quebrar regras, cores sem saturação/esbatidas, geometrias, mas acima de tudo, tentar criar uma mensa-gem que se torna naturalmente diferente para cada observador”.E eis-nos chegados àquele que é já um clássico nas entrevistas da >

NUNO LIMA

Idade: 28Equipamento:Máq. Canon Full-frame; Lentes Canon; FlashCanon e Elinchrom; tripés, filtros, entreoutrosSoftware: Capture One e Photoshop

http://www.nunolima.com

TALENTONão Profissional n Profissional

Canon 5D MK II . 28mm . f/10 . 1/100" . ISO 100

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Canon 5D MK II . 25mm .f/4 . 1/85" . ISO 200

Canon 5D MK II . 24mm . f/2.8 . 1/85" . ISO 500

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pela objectiva de...NUNO L IMA

RomanticFoi-me lançado um desafio para a execução de uma fotografia romântica, cujo objectivo principal seria o de transmitir uma mensagem de romantismo entredois jovens.Para que isso fosse exequível, houve todo um estudo de locais, modelos, guarda-roupa, adereços, etc. Após essa fase, passámos à parte do terreno em si,estudo da luz, melhor hora do dia para capturar a imagem.Para esta produção, foram utilizados diversos adereços que remetem para o romantismo: um violino, um barco, uma sombrinha antiga… Adereços estes que,juntamente com o local em si, o reflexo na água e a entrada de luz, criaram força na imagem de forma a vincar a mensagem principal: “romantismo”.Na pós-produção, adicionei contraste e retirei um pouco de saturação à imagem.O projecto, desde a pré-produção / répèrage, passando pela montagem de esquema de iluminação, preparação dos modelos e dos cenários, direcção artísti-ca, até à pós-produção foi criado por mim e por uma fotógrafa com quem trabalho bastante, a Rute Violante.

zOOm… o historial de incidentes “no cumprimento do dever”.No caso de Nuno Lima, há uma peripécia marcante, que envolve

uma sessão de fotografia ao ar livre, um burro preocupado em defen-der o seu território e um par de jeans rasgados. E há uma outra, menos divertida, talvez mais assustadora. Mas com

happy ending, pois claro. Que nós aqui não somos dados a finaismelodramáticos…“Digamos que estar a fotografar peças valiosas de um museu, dar

um esticão num cabo e ver o tripé a abanar com a peça por baixo, éalgo que nos dá uns certos calores”, recorda o fotógrafo, ainda enchar-cado em suor.Ai, que já ia o Nuno meter-se em despesas! E despesas é coisa que

não falta a quem faz da fotografia um modo de vida: “já investi bas-tante, mas não vejo necessidade de dizer números, não quero ferirsusceptibilidades”Enfim, lá diz o ditado... perdoa-se o mal que faz (à carteira) pelo

bem que sabe (quando se contempla o resultado final). nZ

Canon 5D . 34mm . f/3.5 . 1/40" . ISO 500

Canon 40D . 38mm . f/8 . 1/125" . ISO 100

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pela objectiva de...TEXTO: PAULO JORGE DIAS . FOTOS : BRUNO S I LVA

A linguagem perfeitaBRUNO SILVA

Descobriu que tinha jeito para afotografia, da mesma forma como ou-tros descobrem que têm queda para apolítica, ou para a música: por acaso,num jantar de amigos. Mas não foi oacaso que fez de Bruno Silva o fotógrafoque é hoje. O cenário paradisíaco ondevive, o olhar atento, o sentido estético.Ou talvez a combinação de tudo isso.

Oexistencialismo ensinou-nos que o Homem é, em boa parte,produto do meio onde vive. E o fotógrafo? Será ele tambémproduto do lugar onde cresceu e viveu?

No caso de Bruno Silva, a resposta é: sim, absolutamente!Aprendeu a fotografar num paraíso de paisagens de cortar a respira-ção, chamado Açores. E isso parece ter influenciado e de que maneiratodo o seu trabalho.

A natureza, as montanhas, as supracitadas paisagens naturais eum verde a perder de vista… ou melhor, um verde interminável quese prolonga até ao azul do mar. E às mil cores daquele céu. Tudo figu-ras omnipresentes na fotografia de Bruno Silva.

Mas, no meio de uma imensidão quase sufocante de beleza natu-ral, qual é afinal o espaço ideal para tirar a fotografia perfeita? >

Lagoa 7 CidadesOlympus E-500 . 9-18mm . 10mm . f/18 . 2” . ISO 100

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pela objectiva de...BRUNO S I LVA

Cidade? Praia? Campo? Montanha?: “Todas, quando as condições eelementos ao nosso redor se fundem em perfeita sintonia.Pessoalmente, não sei se é por morar no Arquipélago dos Açores mastenho uma imensa afinidade com o mar e com as nossas gentes”.

Claro que fotografar o paraíso não é assim tão simples como pare-ce. Não basta chegar, apontar e clicar. E depois chegar a casa e corrigirtudo no Photoshop.

“Existem muitos pormenores que conseguimos ver numa fotogra-fia e muitos outros que não. Podemos planear uma situação e levarem conta todos os detalhes que determinam essa situação e o ‘qua-dro’ final ficar aquém das nossas expectativas. No entanto, um destesdetalhes poderá ganhar ênfase ou por um rasgo de luz, cor, sombrasou por um factor externo à situação que assim se coaduna nummomento único e inesquecível”, explica Bruno Silva.

É por estas e por outras que, na sua opinião, a fotografia não é umaciência exacta: “é antes um cálculo para obter uma linguagem queacredito ser perfeita”.

Ora, nesse cálculo que é a fotografia, há uma equação que desem-penha um papel importantíssimo no seu trabalho: a luz.

“Vou citar o famoso fotógrafo americano Galen Rowell: ‘O meu pri-meiro pensamento é sempre a luz’! Sem dúvida que a luz é o elemen-to fundamental no meu trabalho. A luz é energia e como tal é um fa-ctor de extrema importância na fotografia. A mesma define oambiente, intensifica texturas e sombras, formas, cor, etc.”, explica.

É óbvio que a matemática de uma boa fotografia inclui muitasoutras variáveis. O equipamento, por exemplo. A começar pelo maisvalioso de todos eles. A câmara? Não! O olho humano, pois claro.

“Dizer que uma boa máquina e um bom conjunto de lentes faz adiferença ou que são a essência para captar fantásticas fotografias,esqueçam, é totalmente falso! Um olhar atento, aliado a um grandesentido estético para compor uma boa composição são, antes de qual-quer equipamento topo de gama, bem mais importantes”, defende ofotógrafo.

No entanto, Bruno não deixa de admitir a importância de instru-mentos de trabalho como as lentes: “É no mundo das impressões eem certos estilos/técnicas de fotografia que dependem muito dascapacidades do equipamento, tais como longas exposições dedia/noite, velocidades rápidas utilizadas para fotografar desporto ouvida animal, que o equipamento e a qualidade do mesmo se tornamnum factor de peso. E, neste campo, as lentes fazem uma grande dife-rença”.

Já com os filtros, a música é outra: “são apenas para colmatar algu-mas lacunas que os equipamentos de fotografia ainda não conse-guem ‘absorver’ como reflexos, céus sobreexpostos ou então pararealçar certas nuances no terreno como formas, texturas, nuvens,cores, etc”.

À semelhança de tantos outros fotógrafos, Bruno Silva é totalmen-te autodidacta. Se bem que no seu caso apresente “justa causa”. >

Costa Norte S. MiguelCanon EOS-1Ds . 24-105mm . 24mm . f/13 . 1/25” . ISO 100

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ArealCanon EOS-1Ds . 0.3” . ISO 100

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pela objectiva de...BRUNO S I LVA

Rabo de Peixe n.º 7Canon EOS-1Ds . 24-105mm . 105mm . f/4 . 1/100” . ISO 100

Rabo de Peixe n.º 9Canon EOS-1Ds . 24-105mm . 24mm . f/4 . 1/20” . ISO 400

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Lagoa do FogoUma das fotografias que mais trabalho me deu foi, sem dúvida, a da Lagoa do Fogo (S. Miguel). Não só pela adversi-dade das condições climatéricas sempre presentes neste local mas também pela luz, dois grandes desafios. Durante mais de um ano fiz muitas viagens e sempre seguidas de imensas tentativas frustradas para fotografar estelocal com as condições que pretendia. Num dia, e por instinto, desloquei-me à lagoa para mais uma tentativa e o pôr-do-sol brindou-me com um magníficocorte de luz/sombras nas encostas da cratera e da lagoa, além do ar “limpo”, coisa não menos rara devido ao eleva-do índice de humidade sempre presente em S. Miguel. No terreno, além do tripé e de uma lente grande angular usei um filtro degradé de densidade neutra 0.6 e um filtropolarizador. Ao nível da pós-produção aumentei a saturação e contraste, luz também. Tudo isto foi corrigido a partirdo ficheiro “Raw” e fiz mais uns acertos finais do género no ficheiro “Jpeg”.

BRUNO SILVA

Idade: 35Equipamento:- Canon EOS 1Ds que utilizo com uma lenteangular Tokina (17mm) fixa e uma lentezoom, a Canon 24-105mm L.- Olympus E-500 com uma lente 14-45mmZuiko (este segundo conjunto apenas utilizocom filtros para longas exposições e/oufotografias a infra-vermelho). Tripé, filtros e um sem número de acessó-rios desde cartões de memória, lanternas,etc... até tenho uma bússola (risos). Software: Photoshop

http://brunosilvaphotography.com

TALENTONão Profissional n Profissional

A insularidade tem os seus custos e a formação em fotografia é umbem escasso por essas paragens.

“Nunca tive qualquer tipo de formação e/ou fiz qualquer tipo deworkshop de fotografia. Nos Açores eventos como workshops ou for-mações relacionadas com programas de pós-produção raramenteacontecem”, esclarece o fotógrafo.

E é chegada a hora de fazer a pergunta que se coloca a todos osfotógrafos. Então e de onde vem essa paixão pela fotografia? Deixe-me adivinhar? Estimulada por um familiar entusiasta da arte? Umamáquina oferecida em criança?

Nada disso! Pelos vistos foi mesmo por acaso: “descobri a fotografiahá quatro anos num jantar de aniversário. Na altura, uma amigapediu-me para tirar fotografias do grupo e no final da noite possodizer que fiquei rendido à fotografia. No dia seguinte comprei aminha primeira máquina digital, uma compacta”.

Claro que nem tudo são rosas. Aliás, na ilha de São Miguel elasescasseiam. Por aquelas bandas a especialidade são mesmo as hor-tênsias, azáleas e conteiras.

Mas, retomando o fio à meada, nem tudo são rosas na vida de umfotógrafo. As paisagens são lindas de morrer, ah pois são! Só que há

coisas que não dá para ver nas fotos: pisos escorregadios, a convidarao tombo; cursos de água sinuosos, à espera que o equipamentocaríssimo nos escorregue das mãos… enfim, as condições propíciaspara o desastre.

“Já tive mais histórias de azar do que histórias divertidas! Desdemáquinas na água, sair de casa sem baterias extra e/ou cartões dememória. Até já percorri grandes distâncias e só reparei na falta dotripé ao chegar ao local para fotografar. Enfim, azares que quandonos recordamos deles nos fazem sorrir, mas que na hora não sabemmuito bem”, recorda, entre risos.

Claro que estamos a falar de fotógrafos. E só quem faz parte da“tribo” sabe que tudo vale por uma boa fotografia.

Ou antes, pelo acto de imortalizar um instante. Até porque, “a foto-grafia em si não me interessa. A única coisa que quero é captar umafracção de segundo da realidade”.

Esperem lá, que a frase não é nossa, nem do Bruno. É sim de umgénio da fotografia, chamado Henri Cartier-Bresson.

E é também a citação que o nosso convidado desta edição escolhepara definir a sua forma de estar na fotografia. nZ

Lagoa do FogoOlympus E-500 . 9mm . f/18 . ISO 100

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foto-aventuraTEXTO E FOTOS : ANDRÉ VICENTE GONÇALVES

“Manter semp espírito aventu

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Encontro-me a morar nos Alpes italianos, no entanto tenho per-corrido Itália de norte a sul. É um país com uma grande diversi-dade: desde os belíssimos Alpes que nos dão uma paisagem de

montanha sem precedentes, até às planícies do sul, pequenos paraí-sos escondidos como a maior cascata do mundo construída pelohomem na zona de Terni, o grande Lago Di Garda, as pequenas vilasde Bagnoregio, Sassi di Matera e Alberobello, até aos parques natu-rais na Umbria e as diferentes cidades Sicilianas e de Nápoles. Para as cascatas em cima mencionadas utilizei sempre tripé e fil-

tros de densidade neutra, de modo a cortar a luz existente e criarexposições mais longas para a água ter o efeito de véu. E utilizei tam-bém um polarizador circular para evitar reflexos indesejáveis.É preciso ter algum cuidado com a nossa segurança em cidades

mais problemáticas como por exemplo Nápoles. Nestas situaçõesevito usar o punho da máquina fotográfica, para passar mais desper-cebido, e usar uma mochila escolar apenas com o equipamentoessencial.Pela facilidade geográfica onde me encontro, optei por aproveitar

melhor o tempo e viajar sozinho. Como tal, fiz todo o trabalho de pes-quisa sobre os lugares que mais me poderiam interessar, arrumei omeu kit fotográfico e aproveitei para fotografar todas as paisagensao longo do percurso. Utilizei apenas percursos secundários e estradas nacionais (evitan-

do assim auto-estradas) e, por isso, deparei-me com uma beleza natu-ral sem descrição. Podemos atravessar de carro a mais de 2000metros de altitude com uma vista deslumbrante para os Alpes, aoatravessar a fronteira e entrar na Áustria, seguir rumo à pacata cida-de de Hallstatt que parece ter saído de um sonho. Nesta viagem o meu objectivo foi de ir fotografar o Outono, desde

os Alpes italianos até à Bavaria. Para tal, utilizei sempre tripé e o con-junto Outono de filtros da Lee para acentuar as cores outonais. E apli-quei algumas outras técnicas como a do zooming para criar efeitosdiferentes nas minhas fotografias. Tentando tirar o máximo partido do pôr-do-sol e do nascer do sol

para fotografias com mais impacto - e como quando fui visitar oscastelos estava um ambiente místico com muito nevoeiro - utilizeium filtro “mahogany” graduado para acentuar o rosa do nascer dosol. Decidi então que a minha próxima viagem seria até à Holanda.

Desde os moinhos do sul, até ao maior jardim florido do mundo, aHolanda tem muito a oferecer, tanto em cultura como em belezanatural. E, por isso, passear pelos campos de tulipas é uma sensaçãoúnica. Amesterdão é, sem dúvida, uma cidade muito diversificada e

mediática. Tem uma parte cultural muito vinculada devido aos gran-des museus e à controversa vida nocturna para quem se quer divertire sentir a cidade. No entanto, é uma cidade relativamente segura, ao contrário do

que esperava E é de grande valor fotográfico devido às dezenas decanais e pontes existentes, às casas tradicionais bem altas e finas etambém às famílias que moram nos barcos atracados nas margensdos canais. >

re um ureiro”

CONCRETIZANDO UM DOS MEUSMAIORES SONHOS, TIVE A OPOR-TUNIDADE DE, DURANTE O ÚLTI-MO ANO ATÉ À ACTUALIDADE,SAIR DE PORTUGAL E VIAJARPELA EUROPA. O QUE COMEÇOUPOR SER UMA AVENTURADESCONHECIDA POR ITÁLIATORNOU-SE NUMA EXPLORAÇÃOPOR VÁRIOS PAÍSES EUROPEUS.

Canon 5D MK II . 16-35mm . 25mm . f/11 . 30" . ISO 320

André Vicente Gonçalves

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foto-aventuraTEXTO E FOTOS : ANDRÉ VICENTE GONÇALVES

CIMA: Canon 5D MK II . 85mm . f/5.6 . 1/400" . ISO 420

CIMA ESQUERDA: Canon 5D MK II . 16-35mm . 25mm . f/14 . 6" . ISO 50

ESQUERDA: Canon 5D MK II . 16-35mm . 22mm . f/6.3 . 30" . ISO 500

BAIXO ESQUERDA: Canon 5D MK II . 85mm . f/13 . 25" . ISO 50

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Conheci muitas pessoas nesta cidade que me explica-ram as tradições e a história do “Red Light District”, que éa zona mais problemática de Amesterdão. As cidades costeiras do norte como Volendam são ópti-

mos locais para fotografar e também Rotterdam, no sul,com a sua arquitectura moderna e aquele que foi o portomais importante na Segunda Guerra Mundial. Para fotografar todos estes pontos de interesse utilizei

sempre o meu conjunto de viagem que é constituído poruma lente de retrato e uma “ultra grande angular” quepara quase todas as situações me é suficiente. Para foto-grafar as tulipas utilizei uma lente macro, aqui conta maisa criatividade e enquadramentos mais ousados para tiraro melhor partido dos imensos campos. Esta última viagem foi a mais inesperada de todas.

Estava com uma amiga, às 3 horas da manhã, e decidimosalugar um carro para ir visitar Cinque Terre e Génova e,posto isto, fizemo-nos à estrada. Visitámos várias cidadespelo caminho, como Cremona e Piacenza, novamente semutilizar auto-estradas, o que prolonga a viagem mas que atorna excitante. Chegámos a Génova ao fim da tarde e fotografámos o

famoso porto e o centro histórico. Dormimos no carro, no cimo deuma montanha já a caminho de Cinque Terre, acordámos cedo epusemo-nos novamente a caminho para conhecer a tão esperadacosta de Cinque Terre, muito bonita por sinal.As casas construídas em escada pelas encostas abaixo e de várias

cores fizeram-me lembrar a costa Amalfitana. A única desilusãoforam as praias, onde não existia areia mas sim pequenas rochas masque ainda assim estavam lotadas de pessoas. Manarola foi a cidade mais calma e romântica. Consegue-se ter um

dia bastante descontraído a comer uma bela pizza ou pasta numaesplanada e apreciar o pôr-do-sol do miradouro, o que resulta emfotos lindas. Esperei que escurecesse para fotografar também na“hora azul”.

E porque o aluguer do carro ainda permitia aproveitarmais uns dias, decidimos rumar a Norte, em direcção àSuíça. Fomos dormir a Milão nessa noite e, na manhãseguinte, fomos visitar o lago di Como e o lago Lugano jána Suíça. Atravessámos os Alpes pelas estradas rústicas e chegá-

mos então a Tasch, onde tivemos que apanhar o comboiopara Zermatt, já que não era possível ir de carro. Foi a cidade mais tradicional e bonita que visitámos,

com o Matterhorn como paisagem de fundo. Por curiosida-de, nesta cidade em todas as ruas ouvíamos falar portu-guês. De volta a Tasch, ainda sem saber onde íamos dor-mir, encontrámos uma estrada - que subia pela encosta deuma montanha - e com o espírito de aventura lá fomos.Valeu bem a pena pelas vistas espectaculares, cascatas ecidades rústicas. E acabámos por ficar a dormir a 2400 metros de altitu-

de, com muita chuva, embora na manhã seguinte estives-se um clima muito bom para fotografar, com nevoeiro adar uma mística diferente às fotografias. Passei algumashoras a fotografar neste local, isto porque o nevoeiro eraintenso e estava a tapar o cimo do Matterhorn que é a

montanha mais fotografada da Europa. Ao fim de cerca de 1 hora deespera consegui tirar a fotografia que queria, com o nevoeiro entre arústica aldeia e deixando o pico do Matterhorn descoberto. Um conselho: estejam sempre prontos para viajar a qualquer hora,

pois as melhores viagens que fiz foram as menos planeadas. Já fiz dequase tudo neste último ano, desde dormir no carro, pedir boleia, par-tir sozinho para a Holanda só com a mochila às costas, entre outrascoisas. O que é preciso é manter sempre um espírito aventureiro. Estar

sempre atento ao nosso redor para os perigos que possam aparecerporque nem tudo são rosas. E saber apreciar todas as experiências angariadas, tradições e gas-

tronomias locais. nZ

Na malade viagem…Canon 5D Mk II com o punho BG-E6Canon 16-35mm f/2.8L USMCanon 85mm f/1.8 USMCanon 100mm Macro f/2.8 USMCanon 400mm f/5.6L USMCanon MP-E 65mm f/2.8 MacroTripé ManfrottoConjunto de filtros Lee

Sitewww.andrevicentegoncalves.com

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