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SERVIO DE APOIO S MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DE SANTA CATARINA SEBRAE - SC

Florianpolis 2015

PLANO ESTRATGICO DE DESENVOLVIMENTO DO SETOR NUTICO DO MUNICPIO DE TIJUCAS - SC

Fase 2: Planejamento Estratgico do Setor Nutico do Municpio

FICHA TCNICA CONSELHO DELIBERATIVO DO SEBRAE/SC Sergio Alexandre Medeiros Presidente Alaor FranciscoTissot Vice-Presidente Entidades Agncia de Fomento do Estado de Santa Catarina BADESC Banco do Brasil S.A. BB Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul BRDE Caixa Econmica Federal CAIXA Federao da Agricultura e Pecuria do Estado de Santa Catarina FAESC Federao das Associaes de Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina FAMPESC Federao das Associaes Empresariais de Santa Catarina FACISC Federao das Cmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina FCDL Federao das Indstrias do Estado de Santa Catarina FIESC Federao do Comrcio do Estado de Santa Catarina FECOMRCIO Fundao Centros de Referncia em Tecnologias Inovadoras CERTI Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econmico Sustentvel SDS Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas SEBRAE Servio Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI/DR-SC Universidade Federal de Santa Catarina UFSC

DIRETORIA EXECUTIVA Carlos Guilherme Zigelli Diretor Superintendente Anacleto ngelo Ortigara Diretor Tcnico Srgio Fernandes Cardoso Diretor Administrativo Financeiro UNIDADE DE ATENDIMENTO COLETIVO SC Ricardo Monguilhott de Brito Gerente Alan D. Claumann Coordenador Estadual da Carteira de Turismo Roberto Tavares de Albuquerque Coordenador Geral de Projetos de Atendimento Coletivo COORDENADORIA REGIONAL DA GRANDE FLORIANPOLIS Soraya Tonelli Coordenadora Regional da Grande Florianpolis Simone Amorim Pereira Cabral Gestora Regional de Turismo da Grande Florianpolis Alides Sgrott Coordenador da Regional Foz do Itaja EQUIPE TCNICA Rafael Andreguetto Diretor RCL | Ideias, Negcios e Turismo Letcia Tonetto Consultora RCL | Ideias, Negcios e Turismo Carolina Carvalho Consultora RCL | Ideias, Negcios e Turismo

SUMRIO 1. APRESENTAO ..................................................................................................................... 5

1.1. OBJETIVOS ................................................................................................................. 6 1.1.1. Objetivo Geral ....................................................................................................... 6 1.1.2. Objetivos Especficos ............................................................................................. 6

2. INTRODUO ........................................................................................................................ 7 3. MATRIZ SWOT (FORA, FRAQUEZA, OPORTUNIDADES E AMEAS) ..................................... 8 4. ANLISES E CENRIOS ......................................................................................................... 12

4.1. ANLISES E CENRIOS MACROAMBIENTAIS ........................................................... 12 4.1.1. Anlise e Cenrio Internacional .......................................................................... 12 4.1.2. Anlise e Cenrio Nacional .................................................................................. 14 4.1.3. Anlise e Cenrio Estadual Santa Catarina ....................................................... 17 4.2. ANLISE E CENRIO MICROAMBIENTAL ................................................................. 21 4.2.1. Anlise e Cenrio Municipal ................................................................................ 21

5. PLANEJAMENTO ESTRATGICO PARTICIPATIVO ................................................................. 26 5.1. METODOLOGIA ........................................................................................................ 26 5.1.1. Fotos do primeiro encontro da Oficina de Planejamento Estratgico ................ 27 5.1.2. Fotos do segundo encontro da Oficina de Planejamento Estratgico ................ 28 5.1.3. Fotos do terceiro encontro da Oficina de Planejamento Estratgico ................. 29 5.2. VALORES .................................................................................................................. 30 5.3. MISSO .................................................................................................................... 30 5.4. VISO ....................................................................................................................... 30 5.4.1. Viso Curto Prazo - 2016 ..................................................................................... 31 5.4.2. Viso Mdio Prazo - 2021 .................................................................................... 31 5.4.3. Viso Longo Prazo - 2026 .................................................................................... 31

6. ANALISE GUT ....................................................................................................................... 32 7. PLANEJAMENTO ESTRATGICO DO POLO NUTICO DE TIJUCAS ........................................ 36 8. REFERNCIAS ....................................................................................................................... 37

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1. APRESENTAO

A cadeia produtiva nutica no Brasil tem propenso para gerar empregos em todos os seus elos e, por isso, possui um potencial de impacto social muito importante, pois alm da gerao de emprego, distribuio de renda e desenvolvimento social, tambm dispe de inmeras possibilidades de negcios para as micros e pequenas empresas.

Nos ltimos 10 anos o mercado nutico brasileiro apresentou as maiores taxas de crescimento do mundo, cerca de 10% ao ano (Bote, 2014). Como descrito por Eduardo Colunna, presidente da Associao Brasileira dos Construtores de Barcos e Seus Implementos ACOBAR, nosso potencial imenso e internacionalmente reconhecido, como evidencia o recente interesse de grandes empresas multinacionais do setor nutico em estabelecer conexes no Brasil. indstria nacional est diante de desafios e oportunidades igualmente inditos, e para fazer frente a eles deve demonstrar sua capacidade de utilizar as ferramentas que o mercado exige: informao consistente, raciocnio estratgico e talento humano (ACOBAR, 2012).

Nos ltimos anos, um grande nmero de marcas internacionais comeou a perceber o Brasil como um mercado de alto potencial, principalmente diante da crise econmica que afeta os pases centrais, como a comunidade do Euro. Santa Catarina j destaque no setor nutico do pas com grandes empresas instaladas no estado. E o municpio de Tijucas localizado na Grande Florianpolis, tem sido sondado por investidores nacionais e internacionais com interesse em reas desocupadas do muncipio. Com uma localizao estratgica e os recursos oferecidos pelo Rio Tijucas, bem como por ser uma cidade litornea com uma faixa costeira pouco explorada, se mostra como uma regio atraente para a expanso do setor.

Nesse contexto, este trabalho almeja contribuir demonstrando a competitividade das empresas do setor nutico e evidenci-lo como um meio de crescimento econmico, de modo a propiciar ao muncipio de Tijucas as bases para se iniciar como um polo de desenvolvimento da cadeia nutica de Santa Catarina, com o intuito de possibilitar melhores condies de trabalho e de vida populao, alm de diversificar as atividades econmicas desenvolvidas atualmente na cidade.

O documento apresentado refere-se ao Produto Parcial do contrato com o SEBRAE-SC que tem como escopo a avaliao e planejamento do desenvolvimento do setor nutico no municpio de Tijucas - SC. Esta segunda fase do Plano Estratgico de Desenvolvimento do Polo

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Nutico do muncipio de Tijucas - SC foi nomeada como Planejamento Estratgico do Setor Nutico do Municpio.

1.1. OBJETIVOS

1.1.1. Objetivo Geral

Definir estratgias e premissas, por meio da anlise do ambiente interno e externo, para o alcance dos resultados futuros do muncipio com enfoque no setor nutico.

1.1.2. Objetivos Especficos

1. Definir a forma participativa dos pilares do Plano; 2. Realizar Oficinas com os agentes locais para definio de Misso, Viso

e Valores; 3. Definir objetivos, prioridades e metas para o Desenvolvimento do

Setor Nutico do municpio; 4. Determinar as principais linhas de ao necessrias para a consecuo

dos objetivos propostos, considerando os eixos estratgicos definidos.

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2. INTRODUO

Este documento foi estruturado a partir de coleta de informaes, anlise de dados do muncipio e do mercado nutico, levantados na Fase 1 Diagnstico Estratgico Situacional do Municpio, que serviro de referncia a partir de ento para o processo de tomada de decises empresariais, incentivando e apoiando as cadeias produtivas do setor.

Para construo desse documento foi realizada Oficina de Planejamento Estratgico com participao dos principais agentes locais, tanto do setor pblico quanto do privado. Essa oficina contou com 3 (trs) encontros onde foram :

Analisados e atualizada a Matriz SWOT; Definidos: misso, valores e viso; Aplicada a Anlise GUT e; Traados objetivos

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3. MATRIZ SWOT (FORA, FRAQUEZA, OPORTUNIDADES E AMEAS)

Durante a Fase 1 Diagnstico, com a finalidade de entender quais so os obstculos/oportunidades especficos do Setor Nutico de Tijucas, foi realizada uma listagem das foras, fraquezas, oportunidades e ameaas (Matriz SWOT) a partir do conhecimento e experincia resultantes dos trabalhos desenvolvidos pela equipe do projeto em visita tcnica, das reflexes de reunies com a equipe da Prefeitura, entrevistas realizada com pescadores artesanais do municpio e com representante da Marine Express, empresa nutica instalada na cidade, e tambm de estudos levantados sobre o setor no estado de Santa Catarina. A Matriz SWOT foi analisada e revisada no 1 encontro da oficina de planejamento estratgico.

Para melhor compreenso, as foras e fraquezas so listadas a partir da percepo do muncipio de Tijucas, e as oportunidades e ameaas so baseadas nos dados do setor em mbito estadual e nacional, que pode influenciar o municpio que est procura de desenvolver o setor.

FORAS Localizao estratgica; Facilidade de acesso e prximo aos

principais portos e aeroportos do estado;

Legislao Municipal favorvel, Plano Diretor Adaptado e Incentivos Fiscais;

Grandes reas disponveis a preos acessveis;

Disponibilidade de mo-de-obra local; Cidade plana com geografia favorvel; Grande nmero de empresas de

transportes; Polo da indstria cermica. Prximo de trs importantes terminais

tursticos nutico no Estado (So F. o Sul, Itaja e Porto Belo);

Prximo a Ilha do Arvoredo um dos

FRAQUEZAS Comodismo e falta de interesse da

populao; Briga politica, que se estende por anos; Cidade de costas para o rio e o mar; Represamento do Rio Tijucas na foz. No uma cidade turstica; Pouca infraestrutura de apoio turstico; Recursos com potencial tursticos no

explorados; Assoreamento do Rio; Inexistncia de Molhe; Baa impossibilitada para banho; No existem balizamento e sinalizao

nutica na baa de Tijucas; Carta nutica desatualizada; Inexistncia de mo-de-obra

qualificada e especializada;

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principais pontos de mergulho do Brasil; Rio Tijucas possui total de 13,5km e a

baa de Tijucas possui faixa costeira so 12km;

Possibilidade da implantao da universidade do mar em parceria com a Itlia;

Possui um campus da Univali e uma escola profissionalizante do SENAI;

Elaborao do Plano Estratgico de Desenvolvimento do Polo Nutico do Municpio;

O municpio de Tijucas participa do GTT Nutico do Estado;

Parceria com a Associao Nutica Catarinense para o Brasil (ACATMAR);

Dedicao do municpio para captao de investidores no setor nutico com uso de material impresso direcionado, participao em feiras e disponibilidade para visitas tcnicas.

Sem o conhecimento da capacidade de carga nutica de recreio;

No ter levantamento da capacidade de Carga do Municpio.

OPORTUNIDADES Diretas para Tijucas/SC Pelas caractersticas da dinmica das

guas desenvolvimento de atividades aquticas como caiaque e SUP;

Possibilidade de requalificao de outras atividades ligadas ao mar (pesca esportiva, artesanal, mergulho, mecnica naval, marinas, e outros servios diversos);

Captao de competies esportivas ligada ao mar;

AMEAAS Falta de mo de obra especializada; Falta de investimento em

desenvolvimento tecnolgico; Falta de estratgias de

desenvolvimento econmico nutico retrai investimentos privados;

Crise Econmica Nacional e Mundial; Altos encargos sociais e Carga

tributria elevada com taxas de juros mais altas do mundo;

Aumento do preo dos combustveis;

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Desenvolvimento da maricultura na baa;

Gerao de incluso social, por meio de oportunidade de emprego e renda no setor nutico;

Potencial para construo de marinas com vagas molhadas;

Possibilidade de criao de servios de estaleiro, manuteno e reparao com a implantao de infraestrutura nutica para a recepo de embarcaes;

Saturao de infraestrutura nutica nas cidades do litoral sul do Rio de Janeiro e litoral norte de So Paulo;

Desejo da iniciativa privada em investir na ampliao ou em mais empresas de infraestrutura nutica;

Indiretas para Tijucas/SC (mbito Estadual) O Estado de Santa Catarina conta com

508 km de extenso de litoral; Visibilidade nas mdias, em geral, sobre

a ampliao do uso do mar aumentou o interesse de investidores;

Potencial real de mercado para Santa Catarina se tornar um local para que as embarcaes fiquem no Estado, em vagas molhadas;

Instalao de Empresa e Indstria Nutica no Estado;

Possibilidade de complementar e ampliar as opes de atividades e servios associados ao setor nutico;

O setor nutico essencialmente

Aumento do dlar; Insegurana fsica e patrimonial; O Paran e Rio Grande do Sul esto se

estruturando para aumentar a infraestrutura nutica;

Boa infraestrutura nutica e mo de obra qualificada, no Uruguai e Argentina;

Inexistncia de um Plano Estratgico Estadual do setor nutico do Estado de Santa Catarina;

Inexistncia de financiamento da esfera Federal para a infraestrutura nutico;

Inexistncia de empresas operando voos internacionais de forma regular no Estado;

Lentido dos rgos pblicos; Contratao de financiamentos; Falta de estratgias de capacitao e

qualificao para o setor; Inexistncia de escolas e clubes

nuticos; Baixo nmero de procura pelos

servios nuticos no Estado por navegadores internacionais;

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regional, o que garante que o Estado pode desenvolver polos nuticos dentro de seu territrio;

A crise na Europa despertou o interesse por novos mercados;

H vagas para bons profissionais, com boa noo, de mecnica a diesel, de carpintaria, de eletrnica, entre outras competncias;

Setor nutico tradio no Estado de Santa Catarina;

Grande presena de construtores, de renome, de embarcaes e velas de renome no Estado;

A indstria de pequenas e mdias embarcaes catarinense a segunda do Brasil, s perdendo para o Rio de Janeiro;

Santa Catarina produz mais de 90% dos moluscos cultivados no pas;

Poder aquisitivo crescente no pas;

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4. ANLISES E CENRIOS

4.1. ANLISES E CENRIOS MACROAMBIENTAIS

4.1.1. Anlise e Cenrio Internacional O Fundo Mundial para a Natureza (WWF World Wildlife Fund) elaborou um relatrio,

atravs da empresa Boston Consulting Group, em que coloca um preo na gua, o capital-dinheiro dos oceanos do mundo foi avaliado em US$ 24 bilhes. O relatrio do WWF estima que os "bens e servios" que oferecem os oceanos, incluindo a sua imensa riqueza de alimentos, gera uma receita de cerca de US $ 2,5 trilhes anuais. Esses impressionantes nmeros tornam os oceanos a stima maior economia do mundo. A avaliao inclui a renda que ganham grandes indstrias, como a pesca, o turismo e os transportes martimos, bem como uma avaliao da proteo fornecida pelos recifes e manguezais costeiros, que so a principal fonte de subsistncia da populao (petrleo e gs no foram incorporados a essa anlise).

O setor nutico composto por empresas cujas atividades esto ligadas a embarcaes aquticas ou praticadas em gua mar, rio ou lagoa. Esse segmento possui uma cadeia produtiva abrangente envolvendo a indstria, assim como o comrcio (venda de consumo de bens e servios) relacionado com as embarcaes de esporte e lazer, alm do setor de servios e apoio nutico (manuteno e suporte). Neste contexto, pode-se afirmar que o setor da indstria nutica uma potncia referente cadeia de gerao de emprego e renda, fonte de tecnologia, divisas internacionais e de preservao do meio ambiente.

O Conselho Internacional de Associaes da Indstria Marinha (The International Council of Marine Industry Associations ICOMIA), uma associao comercial internacional que representa a indstria naval mundial desde 1966, e da qual o Brasil faz parte, anunciou em 2011 que a indstria nutica movimenta mais de US$ 83,5 bilhes em todo o mundo, com cerca de 4,9 mil estaleiros, 200 fabricantes de motores, gerando empregos para cerca de 700 mil pessoas (SEBRAE-SC).

Nesse contexto, importante destacar tambm a correlao que o setor nutico possui com o segmento de turismo e, de acordo com a Organizao Mundial do Turismo (OMT) o setor turstico movimenta cerca de US$ 1 trilho por ano, somente no ano de 2014, 1,1 bilho de pessoas viajaram pelo mundo, um aumento de quase 5% em relao a 2013, corresponde a 9% do PIB mundial, 1 em cada 11 empregos e 1,4 bilhes de dlares em

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exportao. De acordo com as previses da OMT, em longo prazo, a chegada de turistas internacionais no mundo crescer anualmente 3,3% entre 2010 e 2030.

No cenrio internacional do setor nutico destacam-se os pases como a Frana, Itlia, Austrlia, Crocia e Nova Zelndia, estes so exemplos de naes que reconheceram nesta cadeia produtiva, uma forma de fortalecer a gerao de emprego, renda e inovaes tecnolgicas. Na Amrica do Sul destaca-se tambm a boa infraestrutura nutica e mo de obra qualificada no Uruguai e Argentina.

Em referncia a anlise de outros pases que esto avanando nesse setor encontra-se tambm Portugal com seus investimentos focados nos seguintes servios: construo de marinas, promoo de empresas de charter nutico (barcos alugados), implantao de estaes nuticas, escolas e centros de prtica para mergulho, windsurf, pesca desportiva, remo e cruzeiros. Alm disso, sobressai tambm o nmero de escolas e clubes nuticos, alm da questo de segurana.

No entanto, aps a primeira onda da crise econmica mundial (2008), os pases no centro das preocupaes da comunidade financeira internacional so, justamente, aqueles que abrigam alguns dos maiores e mais sofisticados centros nuticos, como Itlia, Espanha, Portugal e Grcia. Nesse cenrio, os governos desses pases aumentaram os impostos sobre a compra, posse e utilizao de embarcaes de esporte e recreio, medidas para reduo dos seus dficits internos.

A crise na Europa despertou o interesse por novos mercados no mundo, dentre eles o Brasil que possui uma vasta rea litornea com muitas oportunidades de investimentos. Dessa forma, parte do mercado europeu, existente e potencial, pode ser atrada para o Brasil, isso porque a capacidade de carga dos destinos na Europa est chegando ao seu mximo e a demanda continua crescendo.

Nesse contexto, o cenrio internacional mostra-se predominantemente otimista em vrios aspectos, possvel estimar que haver acrscimo do fluxo de turistas internacionais nos destinos, inclusive no Brasil. Alm disso, esperado um crescimento no setor nutico, portanto maiores investimento e consequentemente gerao de emprego e renda. Outra previso importante sobre o comrcio martimo mundial e que a carga martima transportada cresa dos atuais 9 bilhes de toneladas ao ano para 19 ou ate 24 bilhes. Com nmeros to expressivos que impactam a economia de modo geral, essa atividade econmica j considerada de grande relevncia em todo mundo.

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4.1.2. Anlise e Cenrio Nacional O Brasil apresenta 7.480 km de extenso de costa navegvel, abrangendo

aproximadamente 17 Estados da Federao, e condies de clima favorvel para a prtica do esporte, turismo e lazer, alm de envolver quase 395 municpios e 40 milhes de habitantes nesse cenrio de costa navegvel. De navegao fluvial o Brasil conta com 12 regies hidrogrficas e 41.635 km de vias fluviais, deste total, 20.956 km, ou 50,3%, so operacionais. Seis corredores hidrovirios so aproveitados para o transporte de cargas.

Segundo o Anurio Estatstico de Turismo 2015 do Ministrio do Turismo mais de 6,4 milhes de turistas estrangeiros visitaram o Brasil em 2014, representa um crescimento de 10,6% em relao a 2013, o evento da Copa do Mundo no pas foi o motivo principal dessa porcentagem. Os principais pases emissores so Argentina, seguida de Estados Unidos e Chile. As maiorias dos turistas internacionais (70,6%) usaram o avio como meio de transporte para chegar ao Brasil, sendo apenas 2,1% utilizaram via martima ou fluvial. E os principais estados de entrada so: So Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

O mercado nutico no pas conta com cerca de 120 estaleiros formais - entre nacionais e de origem europeia e norte-americana - especializados na fabricao de embarcaes de esporte e recreio, desde caiaques, pranchas a vela e motos aquticas at iates de alto luxo, trawlers e veleiros de longo curso (ACOBAR, 2012). O Relatrio Nutico da Indstria Brasileira tambm apresentou um cenrio sobre este setor no pas, cuja frota de embarcaes de esporte e recreio acima de 16 ps aproximadamente 70.000 embarcaes (lanchas e veleiros); com uma gerao de empregos diretos em estruturas de apoio nutico de aproximadamente 7.000 trabalhadores e cerca de 5.000 trabalhadores temporrios; e as marinas so, ainda, a base de trabalho de cerca de 9.000 marinheiros particulares e seus auxiliares (pagos pelo proprietrio das embarcaes).

De acordo com a ANTAQ (Agncia Nacional de Transportes Aquavirios) as estatsticas de movimentao porturia do ano de 2014 demonstraram um crescimento de 4,25% em relao ao ano de 2013 (FIRJAN).

A indstria nutica brasileira est mais concentrada nas regies sul e sudeste, com destaque para os estados de So Paulo com (35% do total de estaleiros), Santa Catarina (21% do total) e Rio de Janeiro (14%), movimentando a cifra de R$ 5,3 bilhes de reais no ano de 2010 e possuindo 840 empresas em operao no ano de 2011, que empregavam mais de 40 mil trabalhadores. Desde 2005, mais de 20 grandes estaleiros detentores de marcas

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reconhecidas internacionalmente estabeleceram estruturas de revendas, representaes e, em alguns casos, operaes industriais no Brasil.

Apesar do crescimento observado nos ltimos anos, o mercado nutico brasileiro ainda tem uma srie de desafios ligados s etapas de produo, comercializao e utilizao de embarcaes, para alcanar a plenitude do seu potencial econmico e social. Dessa forma, fundamental reduzir as ameaas existentes, e dentre as aes necessrio criar uma poltica de incentivo ao setor. Como ainda um setor em desenvolvimento existem poucos incentivos ligados rea para seu crescimento, alm disso, falta investimento em desenvolvimento tecnolgico, a maior parte da matria prima importada por no haver similar com a mesma qualidade no pas.

Outra ameaa grave no setor so as cargas tributrias, altos juros e muitos encargos sociais, que dificultam a entrada de investimento no setor. Ainda na esfera federal tem-se a lentido dos rgos pblicos em todas as esferas ocasionando atrasos em construo, em liberao, licenciamentos, entre outros. Alm disso, h inexistncia de financiamento da esfera federal para a infraestrutura nutica e a contratao de financiamentos, arrendamentos e seguros do setor uma das mais complicadas, alm de ser vista como arriscada e onerosa, isso devido tambm a falta de marcos regulatrios nessa rea. A formatao do marco regulatrio primordial para o regulamento do setor nutico e seu desenvolvimento no pas, assim como a elaborao de estratgias de desenvolvimento econmico nutico para atrair investimentos privados. Nesse sentido alguns grupos de trabalho do setor esto se unindo e discutindo sua viabilidade como o GTT Nutico (Grupo de Trabalho do Turismo Nutico).

Outra dificuldade encontrada no setor atualmente a crise econmica nacional influenciada pela crise global, instabilidade poltica do pas, dvidas sobre o futuro do governo atual, dificuldades no controle das contas pblicas. Entre as consequncias esto o aumento do dlar, o que prejudica principalmente a importao de matria prima para a indstria nutica e o aumento do preo dos combustveis, item que impacta em 13% do total dos custos de uma embarcao de qualquer tamanho.

Alm disso, existe escassez de mo de obra especializada, necessrio abrir cursos especializados que atendam o mercado e incentivem o ingresso de jovens na rea nutica, atualmente no h escolas e clubes nuticos que consigam elevar a qualidade e o efetivo da mo de obra para o setor nutico em geral. No h estratgias de capacitao e qualificao para o setor e atualmente as aes existentes em grande parte so isoladas e sem continuidade garantida.

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Por outro lado, h oportunidades para o pas, a queda da demanda nos mercados centrais fez com que as maiores empresas do setor nutico adotassem estratgias de busca e ocupao de novos mercados, entre os quais o Brasil, tanto pela potncia de sua economia como pelo fortalecimento e consolidao de um mercado de luxo em potencial. O poder aquisitivo crescente, mostrado em estudo elaborado em 2011, aponta o Brasil como o pas onde se observar o maior crescimento no nmero de indivduos com patrimnio acima de U$100 milhes at 2016 (ICOMIA Fact Book 2010). E dentre o mercado nutico h uma previso de crescimento da demanda por embarcaes com comprimento entre 20 e 26 ps, com valores entre R$60.000,00 e R$120.000,00.

No interior dos estados das regies sudeste, sul e centro-oeste, onde o crescimento da renda per capita tem sido mais acentuado ao longo dos ltimos anos, observa-se a utilizao cada vez maior das guas de represas, reservatrios, rios e lagos para a prtica de atividades nuticas. Este movimento propicia o surgimento de polos nuticos emergentes, que do origem cadeias produtivas prprias, que incluem desde uma simples garagem nutica at estaleiros de projeo nacional, ACOBAR (2012).

Sobre as tendncias deste setor, constata-se o aquecimento do mercado nutico no Brasil, conforme aponta o Relatrio Nutico de 2012, que indica um crescimento nos ltimos sete anos, mais do que em outros pases. No segmento de estruturas de apoio nutico, conforme relatrio da ACOBAR, 62% dos empresrios pesquisados apontam inteno de ampliao de suas estruturas operacionais. Alm disso, a descoberta da paixo pelo mar e esportes nuticos propiciou aumentos significativos de consumo destes produtos e servios.

As tendncias para o setor, em nvel nacional, apontam para boas oportunidades, em especial pelos grandes eventos internacionais, como a Copa do Mundo 2014 e as Olimpadas 2016, estes eventos tendem a fomentar a expanso de servios de turismo nutico, como a locao de lanchas e veleiros (charters) e a atracao de embarcaes estrangeiras. Referente aos negcios, para o diretor tcnico do evento Boat Show, um dos maiores no setor, Marcio Dottori, mesmo podendo ser considerado um suprfluo em um momento em que a situao econmica fica mais apertada, o potencial do mercado nutico no Brasil ainda muito grande. Segundo ele, em 2011 o faturamento do setor foi US$ 750 milhes e deve dobrar at 2020 (Revista Nutica, 2015).

A disparada recente do dlar aguou o interesse de investidores estrangeiros por aquisies no Brasil, apesar das notcias ruins na economia e do ambiente poltico conturbado. Bancos de investimentos j notam maior movimentao de fundos de private equity e de

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multinacionais interessados em comprar empresas brasileiras. (SBVC Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, 2015), pois, o Brasil est mais barato. Nesse cenrio, tambm se torna mais atrativo para turistas estrangeiros com gastos em territrio nacional, aumentando as divisas e assim gerando mais empregos.

Um incentivo para o setor est vindo da rea do Turismo, em reunio com o Grupo de Trabalho do Turismo Nutico o Secretrio Nacional de Polticas de Turismo, Vinicius Lummertz, destacou que as orlas brasileiras esto entre as cinco prioridades do Ministrio do Turismo no Plano Nacional do Turismo (PNT) para os prximos anos, e que fundamental criar um pacote de prioridades do segmento amparadas por uma argumentao poltica forte e que possa sensibilizar as autoridades sobre as mudanas solicitadas pelo setor. O representante do Ministrio disse estar convencido de que a melhor forma de trabalhar mostrar como o segmento pode retribuir ao Pas, e como pode contribuir com o crescimento do Turismo, na gerao de emprego e renda.

Existem timas oportunidades para o cenrio nacional no setor nutico, importante nesse momento priorizar aes que minimizem as ameaas existentes fortalecendo cada vez mais o setor para o desenvolvimento de toda cadeia produtiva de forma ordenada e promissora tanto para as empresas quanto para o pas. Dessa forma, fazem-se necessrias aes imediatas de modo a garantir a sustentabilidade para o futuro que se deseja para o setor, visando diminuio dos efeitos da crise econmica. Sendo assim, a previso do setor nutico apresenta grande potencial de crescimento, pois o pas tm considerveis recursos para ser utilizado a seu favor.

4.1.3. Anlise e Cenrio Estadual Santa Catarina O Estado de Santa Catarina conta com 508 km de extenso de litoral, o setor nutico

tradio no Estado. O eixo da BR-101, em Santa Catarina, o polo Nutico mais importante da regio e o segundo maior do Brasil, atrs apenas do litoral de So Paulo. A regio abriga mais de 50 estruturas de apoio nutico, que incluem iates clubes, garagens nuticas, hotis, empreendimentos imobilirios e marinas de alto padro.

No por coincidncia, encontra-se nessa mesma regio o 2 maior polo industrial nutico do Brasil, onde esto instalados mais de 20 estaleiros, em sua maioria, especializados na construo de lanchas com tamanhos que variam entre 19 e 80 ps. Alm da demanda gerada localmente, essas empresas tm participao importante no mercado nacional, sendo lderes em volume de vendas em diversos segmentos. A indstria de pequenas e mdias

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embarcaes catarinense a 2 do Brasil, s perdendo para o Rio de Janeiro e o estado ainda responsvel pela produo de mais de 90% dos moluscos cultivados no pas.

O setor nutico foi responsvel por 0,60% de toda Receita Lquida de Vendas de atividades industriais de Santa Catarina no ano de 2008, 0,84% em 2009 e 0,55% em 2010. Chegando a contabilizar R$ 445.595.000,00 de Valor Bruto de Produo industrial em 2010, representando quase 0,51% do total nacional que foi de R$ 87.290.401.000,0020 (IBGE).

Segundo Pesquisa Industrial Anual (PIA, IBGE) feita em 2010, a produo de embarcaes catarinenses foi responsvel por 8,3% da produo nacional total e 10,05% da Receita Lquida de Vendas de embarcaes em todo territrio nacional. Com base nos dados do MTE (Ministrio do Trabalho e Emprego), em 2011 havia devidamente registradas, 94 empresas do setor em Santa Catarina, representando 11,2% do total de empresas do pas e sendo responsvel por mais de 10% dos empregos do setor (SEBRAE-SC).

O nmero de empresas no territrio catarinense cresceu 11,39% entre 2009 e 2010, partindo de 79 para 88 empresas. De 2010 a 2011 foi registrado outro incremento na ordem de 6,82%, fechando o ano com 94 empresas registradas no estado. Um crescimento de 18,99% entre 2009 e 2011. Esse crescimento se refletiu na frota brasileira de embarcaes de esporte e recreio acima de 16 ps, que compreende um conjunto de aproximadamente 70.000 embarcaes, entre lanchas e veleiros, tipos de embarcaes em que Santa Catarina se transformou no 2 maior produtor (SEBRAE-SC). Sendo percebida grande presena de construtores de embarcaes e velas de renome no Estado.

Em relao ao Turismo, Santa Catarina foi o 5 estado com maior entrada de turistas internacionais em 2013, o total de chegada de turistas internacionais foi de 175.023, sendo os acessos 40,8% via area, 39,7% via terrestre e 19,5% via martima. Dentre os maiores pases emissores esto Argentina, Chile e Uruguai. A movimentao estimada de turistas entre janeiro e fevereiro de 2013 foi de 3.827.496 com uma estimativa de gerao de receita de R$ 2.798.569.614,54, sendo a principal motivao o lazer em seguida os negcios.

Em relao aos benefcios fiscais oferecidas pelo estado de Santa Catarina, que se relacionam diretamente ao setor nutico destacam-se:

Pr-Emprego, programa que foi institudo pela Lei n 13.992, de 15 de fevereiro de 2007, e regulamentado pelo Decreto n 105, de 14 de maro de 2007. Esse programa tem como objetivo a gerao de emprego e renda no territrio catarinense por meio de tratamento tributrio diferenciado do ICMS, destinando-se a incentivar empreendimentos considerados de relevante interesse socioeconmico

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situados no estado ou que nele venham a instalar-se. Consideram-se empreendimentos de relevante interesse socioeconmico aqueles representados por projetos de implantao, expanso, reativao, modernizao tecnolgica, considerados prioritrios ao desenvolvimento econmico, social e tecnolgico do estado de Santa Catarina e que resultem em gerao ou manuteno de empregos, bem como os que consolidem, incrementem ou facilitem exportaes e importaes.

Pr-Nutica, programa a de incentivo Indstria Nutica, instituda pela Lei n 10.297/96, art. 43) e regulamentado pelo Decreto n 2.483, de 28 de julho de 2009, que beneficia a indstria de embarcaes de lazer, atravs de reduo de carga tributria, com alquota de ICMS de 7%. Esse programa tem como objetivo manter a competitividade da indstria catarinense e fomentar o polo nutico do Estado.

PRODEC, Programa de Desenvolvimento da Empresa Catarinense, uma Lei Estadual, que tem como objetivo conceder incentivo de postergao, equivalente a um percentual pr-determinado sobre o valor do ICMS a ser gerado pelo novo projeto, implantao ou expanso de empreendimentos industriais e comerciais, que vierem produzir e gerar emprego e renda no Estado de Santa Catarina.

PRODETUR, Programa de Desenvolvimento Regional do Turismo, direcionado ao desenvolvimento de regies tursticas especficas financiado pelo Governo federal e envolve Parcerias Pblico-Privadas (PPP) em diversas reas, inclusive competncia fiscal e gerencial, educao e treinamento, pesquisa de mercado, medidas para melhorar o transporte, saneamento ambiental, medidas de preservao ambiental e histrica, bem como medidas gerais destinadas a promover o desenvolvimento local e a qualidade de vida local (WTTC, 2009).

SC investimento, agncia de promoo de investimentos, atuar com investidores, parceiros e empresas internacionais que trabalham no setor global de Viagens & Turismo, operando como primeiro contato para a expanso e o aperfeioamento de negcios e investimentos. O papel de SC investimentos ser de fornecer dados e outras informaes necessrias aos investidores potenciais, por exemplo: sobre procedimentos para instalar-se em Santa Catarina, facilitando assim as relaes de investimentos (WTTC, 2009).

SC Parcerias, empresa formada pelo Governo deste estado para promover as Parcerias Pblico-Privadas. Sua finalidade criar investimentos em Santa Catarina, basicamente no intuito de melhorar a infraestrutura do estado, como rodovias, portos, ativos e

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servios pblicos, rede de esgotos e sistema de abastecimento de gua. Contudo, essas parcerias tambm abrangem o desenvolvimento do turismo e setor nutico (WTTC, 2009). No foram encontrados estudos que apresentem o valor do salrio mdio do setor

nutico, no entanto o salrio mdio estimado no ano de 2012 no setor da indstria foi de R$ 1.515,00 no estado. Sobre a qualificao da mo de obra os cursos existentes na rea nutica, segundo a Capitania dos Portos existem cerca de 41 empresas cadastradas para formao de condutores de motoaqutica e arrais amador. E dentre as universidades a Univali (Universidade do Vale do Itaja) tem o curso tcnico em Construo Naval, a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) possui graduao em Engenharia Naval e a UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina) possui o curso de Engenharia da Pesca. O SENAI possui o curso tcnico de Mecnica Bsica de Motores Nuticos, porm no regular e h cursos destinados a Aquavirios em Florianpolis, Itaja, So Francisco do Sul e Laguna. Existem alguns cursos profissionalizantes isolados como: Iniciao Produo Nutica, que foi realizado na cidade de Biguau no ano de 2014, parceria entre o estaleiro catarinense Schaefer Yachts e o Projeto Pescar.

As principais ameaas encontradas no setor nutico so inexistncia de um Plano Estratgico Estadual do Estado de Santa Catarina. Essa falta de ordenamento atrasa e dificulta processos e investimentos para o Estado. Outra preocupao a concorrncia dos estados do Paran e Rio Grande do Sul que esto se estruturando para aumentar a infraestrutura nutica em seus territrios. Alm disso, esses estados possuem empresas operando voos internacionais de forma regular, o que gera maior vantagem em relao Santa Catarina que ainda no possui voos internacionais operando. Esse fator contribui com o baixo nmero de procura pelos servios nuticos no Estado por navegadores internacionais.

As oportunidades identificadas para o Estado de Santa Catarina no setor nutico so muitas dentre elas: a saturao de infraestrutura nutica nas cidades do litoral sul do Rio de Janeiro e litoral norte de So Paulo h desejo da iniciativa privada em investir na ampliao ou em mais empresas de infraestrutura nutica, sendo o estado uma opo vivel. H potencial real de mercado para Santa Catarina se tornar um local para que as embarcaes fiquem no Estado, em vagas molhadas. Assim h possibilidade de complementar e ampliar as opes de atividades e servios associados ao setor nutico. Com isso haveria um aumento de gerao de

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empregos, pois existem vagas para bons profissionais com boa noo da mecnica a diesel, de carpintaria, de eletrnica, entre outras competncias que o setor exige.

Outro fator favorvel a criao de reas Especiais de Interesse Turstico, defendido pelo Ministrio do Turismo, locais onde os investidores teriam incentivo creditcio e um regime de licenciamento diferenciado, para melhorar a infraestrutura turstica do pas. Outro projeto em andamento a redefinio do modelo de gesto da Embratur, transformando-a em agncia para facilitar parcerias com a iniciativa privada (Mtur, 2015).

O cenrio estadual catarinense assim como o nacional mostra-se predominantemente otimista, a visibilidade nas mdias em geral sobre a ampliao do uso do mar aumentou o interesse de investidores, principalmente estrangeiros. Nesse contexto, possvel prever que o estado tem grande oportunidade de crescimento nesse setor, podendo tornar-se cada vez mais referncia de polo nutico e, consequentemente do turismo nutico, tendo como resultado tambm a gerao de emprego e renda no estado. importante que as ameaas sejam consideradas e minimizadas de acordo com um Plano Estadual para o setor.

4.2. ANLISE E CENRIO MICROAMBIENTAL

4.2.1. Anlise e Cenrio Municipal O municpio de Tijucas, em sua baa, conta com uma faixa litornea com 12 km de

comprimento, entre dois destinos tursticos: Porto Belo, ao norte no Rio Santa Lucia, e Governador Celso Ramos, ao sul no Rio Inferninho e prximo a Ilha do Arvoredo, um dos principais destinos para mergulho do Brasil.

Com localizao estratgica a 53 km da capital do Estado, Florianpolis, 250 km de Curitiba, capital do Paran e 490 km de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. prximo dos trs grandes centros consumidores de servios nuticos: So Paulo, Curitiba e Porto Alegre, segundo levantamento da ACOBAR em 2005.

No possui portos ou aeroportos, porem prximo aos principais portos do estado de Santa Catarina, os portos de Itaja, Navegantes e So Francisco e est a 53 km do Aeroporto Internacional Herclio luz, em Florianpolis, e 42 km do Aeroporto Ministro Victor Konder, em Navegantes.

Foi realizado um Estudo da Demanda Turstica Regionalizada do Vale do Rio Tijucas, realizada pela Secretaria de Turismo de Santa Catarina SANTUR, no perodo de 14 a 25 de agosto de 2013. Na ocasio foram pesquisadas no total 2.202 pessoas, sendo 260 Turistas, 307

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Excursionista, 484 Residentes e 1.151 Passantes e residentes. Nesse estudo foi definida uma estimativa de movimentao populacional mensal na regio de 684.055 pessoas, um nmero considervel, que poderia ser melhor aproveitado em benefcio do muncipio.

notrio que Tijucas, atualmente, no considerada turstica e a maioria das pessoas no permanece na localidade, no momento o muncipio se caracteriza como um local de passagem, dessa forma, os valores gastos pelas pessoas, muito pouco fica retido como renda gerada do Turismo para o municpio, caso fosse melhor aproveitado os atrativos da cidade, os valores poderiam ter um impacto maior na economia local.

A economia do municpio tem nos setores de servios e da indstria os mais relevantes. A agropecuria quase no possui participao no valor bruto do municpio. Nos dados de 2008, os servios contriburam com 42% e a indstria com 34%. A indstria de transformao a que mais emprega no municpio. Apesar de esta categoria representar somente 16,75% do nmero de empresas estabelecidas, responsvel pela gerao de 42,54% dos empregos.

O comrcio ocupa a primeira posio no nmero de empresas com 42,75% do total, e emprega 23,57%. Com porcentagem proporcional ao nmero de empresas (5,90%), a categoria transporte, armazena e correio responsvel por 5,23% dos empregos. Por se tratar de uma cidade de porte menor, a administrao pblica tem um peso significativo no nmero de ocupaes, possuindo 10,15%.

Sua orla impossibilitada para banho devido a grande depsito de sedimentos, uma formao de lodo que se estende por grande parte da praia. Esse fator contribui para dificuldade de navegao na baa, apenas moradores locais navegam na regio, alm disso, sua carta nutica est desatualizada, segundo pescadores da regio a ltima atualizao foi em meados de 1950 e no h balizamento e sinalizao nutica.

O municpio cortado pelo Rio Tijucas, com 13 km de extenso desde a divisa, com o municpio de Canelinha, at a foz, na baa de Tijucas. Esse rio pouco utilizado, tanto para lazer quando para trabalho devido ao assoreamento na foz do rio, causado pelo depsito de sedimentos e movimentao das mars, a lamina dgua fica rasa, com aproximadamente 50 cm, dificultando entrada e sada de embarcaes para a navegao tanto no rio quando sada para a baa e mar aberto. Acredita-se que a inexistncia de um molhe favorece esse quadro, pois a construo poderia minimizar o depsito de sedimentos coibindo a formao de bancos na entrada do rio e no canal.

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O municpio cresceu de costas para o rio e o mar sem valorizar suas guas e seu potencial, tambm no utiliza outros recursos com grande potencial para o turismo como:

Igrejas e capelas, num total de 14, participando da rota religiosa existente na regio;

Cine Lohe, que hoje abriga a Igreja universal; Construes histricas, algumas pertencentes ao municpio e outras

particulares com risco de demolio; Ponte Bulco Viana, datada de 1930; Recursos naturais: captao de gua e reas naturais; Recursos culturais: Eventos esportivos, gastronomia e eventos locais.

Com grande vocao para desenvolver o setor nutico e turstico, o municpio conta com a legislao municipal favorvel e plano diretor adaptado (Lei N 22/2013, que altera, acresce e revoga a Lei Complementar N 05/2010 que dispe sobre o plano diretor participativo do municpio de Tijucas e da outras providncias) vislumbrando o desenvolvimento nutico. O Plano Municipal estabelece reas destinadas a investimentos nuticos na Foz do Rio Tijuca, as Zonas Nutica, Turstica e de Servios (ZNTS), com grande capacidade de abarcar empresas do setor. Essas grandes reas disponveis e geografia favorvel tornam-se atrativos para busca por investidores nacionais e internacionais

Sobre a Lei de Incentivo Fiscal do Municpio assinada desde 2006, Lei N 1999/2006, dispe sobre a concesso de incentivos fiscais e estmulos econmicos para empreendimentos (Art. 1) que venham a se estabelecer no municpio de Tijucas. Dentre os incentivos: iseno de at 100% (cem por cento) dos impostos municipais, pelo prazo mximo de 5 (cinco) anos, exceto o Imposto Sobre Servios, este com iseno de at 50% (cinquenta por cento), pelo mesmo prazo; Estmulos Econmicos: cesso de uso de reas pertencentes ao poder pblico municipal pelo prazo de at 20 (vinte) anos, podendo ser renovado.

Hoje no municpio de Tijucas, existem poucas empresas instaladas envolvidas diretamente com o setor nutico, que representam hoje baixo impacto na economia local, de acordo com cadastro de empresas da Prefeitura existem 07 (sete) empresas de pescados, 01 (uma) empresa de manuteno e 01 (uma) empresa de Importao de Equipamentos. A pesca artesanal tem pouca significncia a Colnia de Pescadores conta com cerca de 20 pescadores artesanais. Esses pescadores vendem os peixes em peixarias da cidade, porm concorrem com fornecedores de fora. Existe a pesca esportiva de forma tmida na regio, sendo de

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conhecimento apenas 01 (um) barqueiro que leva grupos de pessoas para realizar pesca, na Ilha do Arvoredo, de maneira informal.

Com o poder pblico favorvel e contribuindo para o desenvolvimento do setor, o crescimento esbarra na pouca infraestrutura de apoio turstico, demonstrado em um cadastro que a Prefeitura Municipal possui, o municpio conta com 07 (sete) meios de hospedagem, 81 meios de alimentao, 13 empresas de transporte, 03 (trs) locais de entretenimento, 01(uma) agncia dos Correios e 01 (um) centro de informaes tursticas. O desconhecimento da capacidade de carga do municpio contribui para a deficincia de infraestrutura.

Segundo relatos de moradores existe uma briga poltica, que se iniciou por disputa de poder, das duas famlias mais tradicionais da cidade, que se estende por anos e ainda reflete no poder pblico. Apesar disso existe uma grande dedicao da atual gesto pblica do municpio para captao de investidores para o setor nutico, confeccionando um material impresso direcionado, com apresentao do municpio e seus potenciais. No ano de 2015 houve, tambm, a participao em feiras, especficas do setor nutico como a FIMAR (Feira Internacional Nutica Itlia Brasil), visitas tcnicas ao municpio com investidores interessados e o Salo Internacional Nutico de Gnova (Itlia).

Tijucas participa do GTT Nutico do Estado. Composto por 11 municpios, unidos em prol de melhoria das polticas pblicas do Estado relacionadas ao setor e tem parceria com a Associao Nutica Catarinense para o Brasil (ACATMAR), que conta com 243 associados e possui um programa de capacitao, programa de certificao das empresas e preservao do meio ambiente e existe o contato, para uma futura parceria, com a italiana UCINA (Unione Nacionale Cantieri e Industrie Nautiche ed Affine), a maior associao nutica do mundo que busca parceiras no Brasil.

Atualmente o municpio de Tijucas no possui investimento efetivo pblico ou privado direcionado ao Setor Nutico. Porm, j tramitam negociaes com empresas do setor como:

Indstria de velas (nvel mundial) demostrou interesse em trazer a fbrica, hoje instalada na Bahia, para Tijucas/SC.

Atravs da SC Parcerias, o investidor australiano esteve em visita a Tijucas, no ms de agosto de 2015, com o objetivo de conhecer a cidade e entender a geografia local, j que um dos objetivos a instalao de transporte hidrovirio na regio. O investidor possui na Austrlia um investimento de 28 ferry boats, alm de empresa de nibus em Londres com expanso para outros pases.

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Empresas italianas com interesse em instalar estruturas nuticas no municpio. Esse contato foi realizado atravs do evento da FIMAR em que alguns empresrios do setor presentes se mostraram muito interessado no investimento.

O municpio de Tijucas teve um representante no Salo Internacional Nutico de Gnova, uma importante oportunidade para apresentar as possibilidades de investimento que o municpio oferece e atrair investimento. Mesmo sendo um muncipio litorneo e com grande extenso de rio no existe mo de

obra especializada no setor nutico, em particular para a construo e reparao. Tambm no existem cursos direcionados ao setor, no entanto existe um campus da UNIVALI e a escola profissionalizante do SENAI. O municpio tem interesse em parcerias para criao de cursos profissionalizantes relacionados ao setor e almeja a implantao da Universidade do Mar, essa com interesse de parceria, j sinalizado pela Universidade de Gnova.

O municpio tem uma previso de cenrio futuro promissor e assim como o cenrio estadual e nacional mostra-se otimista. Com o real interesse da atual gesto em estruturar a poltica municipal do setor nutico e promover o municpio como rea estratgica para o desenvolvimento de um novo polo nutico brasileiro, disseminando, assim, a cultura do mar e trabalhando com parceiros para a qualificao e capacitao de mo de obra, gerando emprego e renda para o muncipio e regio.

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5. PLANEJAMENTO ESTRATGICO PARTICIPATIVO

5.1. METODOLOGIA

Para consecuo e desenvolvimento do Planejamento Estratgico o trabalho foi realizado em 3 (trs) etapas:

Anlise de Dados coletados no Diagnstico e elaborao da Matriz SWOT; Realizao de Reunio de Trabalho com o municpio para apresentao

de resultados e definio de encontros; Realizao de 3 (trs) encontros da Oficina de Planejamento

previamente estabelecidas com a presena da Sociedade Civil, Iniciativa Privada e Poder Pblico Municipal. Na etapa de Anlise de Dados e Matriz SOWT, inicialmente foi realizada reviso

bibliogrfica nas principais fontes primrias (livros, artigos, estudos e websites da internet relacionados ao tema) e fontes secundrias como a anurio estatstico do IBGE, ACOBAR, SANTUR, Mtur, entre outros. A pesquisa foi baseada no levantamento de dados do setor nutico e turismo em mbito mundial, nacional, estadual e municipal para a realizao das anlises e cenrios.

Concluda esta etapa foi realizada reunio de trabalho onde foram apresentados os resultados do Diagnstico e definidos os encontros e convites para participao na Oficina para elaborao do Planejamento Estratgico.

A Oficina de Planejamento Estratgico foi realizada em trs encontros no muncipio de Tijucas, onde foram convidados os principais agentes locais do poder pblico e privado ligados direto ou indiretamente ao setor nutico (prefeito, secretrios, vereadores, empresrios, pescadores etc.). Na oficina foi apresentado o processo de planejamento para todos os presentes, definidos grupos de trabalho para discusso e elaborao do plano de ao participativo.

A conduo da oficina foi realizada atravs de moderao com apoio tcnico da consultoria e da Secretaria Municipal de Indstria, Comrcio e Turismo.

No primeiro encontro, realizado dia 06 de outubro de 2015, na Cmara de Vereadores de Tijucas s 16h, estiveram presentes 10 pessoas. Na ocasio foi apresentado o objetivo da Oficina, o projeto e seus benefcios, a composio do Planejamento Estratgico, os resultados do Diagnstico e Matriz SWOT. Junto com os participantes foram debatidos outros itens para

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complementar a Matriz SWOT e debatidas premissas como: Valores, Misso e Viso; em plenria foram definidos os Valores.

No segundo encontro, realizado no dia 13 de outubro de 2015, na Cmara dos Vereadores de Tijucas s 19h, participaram 22 pessoas, foi apresentado o resumo da primeira oficina e definido junto aos participantes as premissas debatidas no primeiro encontro: Misso e Vises: Viso 2016 (curto prazo), Viso 2021 (mdio prazo) e Viso 2026 (longo prazo); e foram debatidos os objetivos a serem estabelecidos para alcanar o que foi proposto.

No terceiro encontro, realizado no dia 27 de outubro de 2015, no Museu Tijucas Casaro Gallotti s 18h, participaram 27 pessoas, foi exposta novamente a Matriz SWOT e atravs de votao foi estabelecido os itens mais relevantes, a partir da foram separados os itens para ser discutidos em grupo e atriburem notas de acordo com a anlise GUT (gravidade, urgncia e tendncia) para a verificao e debate das aes prioritrias. Cada grupo apresentou as notas e debateu com todos apresentando suas justificativas e assim as ideias dos participantes foram registradas e organizadas em um painel junto com as notas de todos os itens. A partir dessa lista foram levantados as 4 (quatro) notas mais altas para serem contempladas como aes prioritrias no Plano de Ao.

Aps os encontros as informaes foram compiladas e analisadas, extraindo-se os elementos, que estruturaram o Planejamento Estratgico e o Plano de Ao. O Planejamento Estratgico foi estruturado a partir dos itens da Matriz SWOT realizada no Diagnstico (primeira fase do plano) e complementada com sugestes e Anlise GUT elaborada pelos participantes. E em seguida o Plano de Ao foi estruturado a partir dos 4 (quatro) itens estratgicos definidos como aes prioritrias pelos participantes, diante disso, foram definidos objetivos e programas e aes com correspondncia no tratamento aos itens da Matriz SWOT.

5.1.1. Fotos do primeiro encontro da Oficina de Planejamento Estratgico

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5.1.2. Fotos do segundo encontro da Oficina de Planejamento Estratgico

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5.1.3. Fotos do terceiro encontro da Oficina de Planejamento Estratgico

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5.2. VALORES Durante a realizao da primeira oficina foi estabelecido, com os presentes, os Valores

que devero ser levados em considerao quando da realizao de qualquer planejamento municipal com foco no Setor Nutico.

Estes valores so premissas ou princpios que sero os guias ou critrios para as atitudes ou decises, de todas e qualquer pessoa, que no exerccio das suas responsabilidades e a busca dos seus objetivos estejam executados na misso e na direo da viso.

Os valores definidos foram: VALORIZAO DO SER HUMANO; RESPONSABILIDADE SCIO-AMBIENTAL; PRESERVAO DA HISTORIA E CULTURA; DESENVOLVIMENTO COM QUALIDADE.

5.3. MISSO

Aps a definio dos valores iniciou-se a discusso sobre qual era a misso do

municpio de Tijucas para se estabelecer ou desenvolver o Setor Nutico. Com a inteno de definir como o municpio se prope a fazer, qual seu papel para o

desenvolvimento do Setor Nutico e para quem ser feito. Na primeira oficina a plenria chegou as seguintes concluses:

Proporcionar e incentivar a instalao de um polo nutico; Fomento da cultura do mar.

Estas concluses foram apresentadas nas reunies seguintes, e no final estabeleceu-se como Misso:

TORNAR TIJUCAS POLO NUTICO ATRAVS DO FOMENTO DA CULTURA DO MAR

5.4. VISO

Na primeira oficina tambm se iniciou a discusso para definio da Viso, e na oficina seguinte definiu-se que no seria somente uma, mas trs vises.

Desta forma foram traadas vises futuras para o municpio representando onde o municpio deseja chegar, o que quer e como deseja ser reconhecido.

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Para isso, estrategicamente, foram traadas vises a curto (um ano), mdio (cinco anos), e longo (dez anos), prazos como degraus a serem galgados. Representando as aspiraes do municpio e servindo de inspirao para que sejam alcanadas.

5.4.1. Viso Curto Prazo - 2016

POSSUIR POLTICA MUNICIPAL DO SETOR NUTICO.

5.4.2. Viso Mdio Prazo - 2021 SER PLO NUTICO DE COMRCIO E SERVIOS NUTICOS DO ESTADO DE SANTA CATARINA.

5.4.3. Viso Longo Prazo - 2026 SER POLO NUTICO BRASILEIRO COM TURISMO, COMRCIO, SERVIOS E INDSTRIA NUTICA.

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6. ANALISE GUT

uma ferramenta de auxlio na priorizao de resoluo de problemas. A matriz serve para classificar cada problema que julgado pertinente pela tica da gravidade (do problema), da urgncia (de resoluo) e pela tendncia (de piorar com rapidez ou de forma lenta).

IMPORTNCIA = G x U x T

G GRAVIDADE o fator de impacto financeiro ou qualquer outro dependendo dos objetivos da instituio

U URGNCIA o fator tempo T TENDNCIA o fator tendncia (padro de desenvolvimento)

Durante o terceiro encontro foi realizado com os presentes uma dinmica de trabalho

em grupo para analisar os apontamentos realizados pela consultoria e complementados pelos participantes do primeiro encontro.

Esta anlise fez-se necessria para que o municpio de Tijucas, atravs de seus participantes, durante os encontros, definisse quais as fraquezas e ameaas deveriam ser tratadas como prioridade.

Desta forma foi disponibilizada em forma de mural o quadro da Matriz SWOT (Fraquezas e Ameaas) para que cada participante, na sua viso, priorizasse. Cada um recebeu 3 (trs) adesivos, para serem colados nos pontos principais avaliados por eles.

Aps a anlise e avaliao por parte dos participantes, foram definidos 4 (quatro) grupos de trabalho que com base nas informaes da Matriz SWOT (Fraquezas e Ameaas) j priorizadas pudessem ter a aplicao da ferramenta GUT.

Os apontamentos priorizados trabalhados em grupo esto listados abaixo: Fraquezas:

Comodismo e falta de interesse da populao; Briga politica, que se estende por anos; Cidade de costas para o rio e o mar;

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Represamento do Rio Tijucas na foz. Pouca infraestrutura de apoio turstico; Assoreamento do Rio; Inexistncia de Molhe; Baa impossibilitada para banho; Recursos para potenciais tursticos no explorados; Sem o conhecimento da capacidade de carga real da nutica de

recreio. Ameaas:

Falta de estratgias de desenvolvimento econmico nutico retrai investimentos privados;

Crise Econmica Nacional e Mundial; Altos encargos sociais e Carga tributria elevada com taxas de juros

mais altas do mundo; Falta de mo de obra especializada; Insegurana fsica e patrimonial; Lentido dos rgos pblicos; Falta de estratgias de capacitao e qualificao para o setor; Baixo nmero de procura pelos servios nuticos no Estado por

navegadores internacionais; No existem reas reais para a construo de marinas, respeitando os

rgos ambientais; Inexistncia de um Plano Estratgico Estadual do setor nutico do

Estado de Santa Catarina.

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Cada item da SWOT analisado recebeu notas de 1 a 5 para gravidade, notas de 1 a 5 para tendncia e notas de 1 a 5 para urgncia. Ao final as notas foram multiplicadas resultando e as notas mais elevadas destacaram pontos a serem priorizados no plano de ao.

NOTA GRAVIDADE URGNCIA TENDNCIA (SE NADA FOR FEITO) 5 EXTREMAMENTE GRAVE PRECISA DE AO IMEDIATA ... IR PIORAR RAPIDAMENTE 4 MUITO GRAVE URGNTE ... IR PIORAR EM POUCO TEMPO 3 GRAVE O MAIS RPIDO POSSVEL ... IR PIORAR 2 POUCO GRAVE POUCO URGENTE ... IR PIORAR EM LONGO PRAZO 1 SEM GRAVIDADE PODE ESPERAR ... NO IR MUDAR

Os grupos de trabalho ao fim de suas anlises com a aplicao da ferramenta GUT

apresentaram seus resultados em plenria onde houve debates e por fim a validao das mesmas.

A seguir a listagem final das fraquezas e ameaas priorizadas: O QUE? G U T NOTA TOTAL Assoreamento do Rio; 5 5 5 125 Falta de estratgias de desenvolvimento econmico nutico retrai investimentos privados; 5 5 5 125 Insegurana fsica e patrimonial; 5 5 5 125 Lentido dos rgos pblicos; 5 5 5 125 Represamento do Rio Tijucas na foz. 5 4 4 80 Recurso para potencial turstico no explorado 3 5 5 75 Inexistncia de um Plano Estratgico Estadual do setor nutico do Estado de Santa Catarina; 4 5 3 60 Pouca infraestrutura de apoio turstico; 3 4 3 36 No existem reas reais para a construo de marinas, respeitando os rgos ambientais; 2 4 4 32 Falta de estratgias de capacitao e qualificao para o 3 4 2 24

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setor; Baa impossibilitada para banho; 3 2 3 18 Baixo nmero de procura pelos servios nuticos no Estado por navegadores internacionais; 2 3 3 18 Inexistncia de Molhe; 5 3 1 15 Comodismo e falta de interesse da populao; 3 4 1 12 Sem o conhecimento da capacidade de carga real da nutica de recreio; 3 3 1 9 Altos encargos sociais e Carga tributria elevada com taxas de juros mais altas do mundo; 2 3 1 6 Briga politica, que se estende por anos; 2 2 1 4 Cidade de costas para o rio e o mar; 2 2 1 4 Crise Econmica Nacional e Mundial; 1 1 1 1 Falta de mo de obra especializada; 1 1 1 1

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7. PLANEJAMENTO ESTRATGICO DO POLO NUTICO DE TIJUCAS

Finalizadas as anlises, debates, ponderaes e reflexes e encerrando o ciclo de oficinas foi realizada em plenria a apresentao da metodologia 5W2H que ser utilizada para elaborao do Plano de Ao para implantao do Plano Estratgico do Polo Nutico de Tijucas.

Durante a apresentao em conjunto os presentes desenvolveram objetivos e metas para exemplificar como ser estabelecido o planejamento final.

De acordo com as prioridades estabelecidas em plenria foram organizadas as mesmas atravs do estabelecimento de Objetivos e Metas, os quais esto traduzidos em 03 programas a seguir listados:

POLTICA E INFRAESTRUTURA QUALIFICAO MERCADO

ESTRUTURAR A POLITICA MUNICIPAL DO SETOR NUTICODISSEMINAR A CULTURA DO MARATRAVS DA QUALIFICAO E DACAPACITAO DE MO DE OBRA ECOM GERAO DE EMPREGO ERENDA

PROMOVER O MUNICPIO COMOREA ESTRATGICA PARA ODESENVOLVIMENTO DE UM NOVOPOLO NUTICO BRASILEIRO

Criar cmara tcnica para o setorElaborar Plano Municipal dos setores turstico e nutico

Criar Plano de adequao da infraestrutura nutica

Desenvolver trabalhos deconscientizao dacomunidade sobre aCultura do MarImplantar escolas nuticas deeducao profissionalpara o setorCelebrar termo de cooperaopara implantao daUniversidade do Mar

Implantar sistema demonitoramento de vagasdisponveis para osetor nuticoRealizar estudo da cadeiaprodutiva existente compotencial para se transformarem associaes oucooperativasligadas ao setor nutico

Realizar estudo paraviabilizao da mariculturaIdentificar 1 (um) novoproduto turstico

Realizar estudo de mercadopara promover o destinoTijucasRealizar estudo de mercadopara a indstria nuticaRealizar estudo de mercadopara comrcio eservios nuticos

Desenvolver showcasede eventos e atividades

PROGRAMA

OBJETIVOS

METAS/AES

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