UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE TECNOLOGIA
ANDRÉIA RODRIGUES CASARE
Adaptação de diretrizes de acessibilidade de conteúdo Web para
atendimento a cenários de uso de dispositivos móveis por idosos
LIMEIRA
2016
ANDRÉIA RODRIGUES CASARE
Adaptação de diretrizes de acessibilidade de conteúdo Web para
atendimento a cenários de uso de dispositivos móveis por idosos
Dissertação apresentada à Faculdade de
Tecnologia da Universidade Estadual de
Campinas como parte dos requisitos exigidos
para a obtenção do título de Mestra em
Tecnologia, na Área de Sistemas de
Informação e Comunicação.
Orientadora: Profa. Dra. Regina Lúcia de Oliveira Moraes
Coorientador: Prof. Dr. Celmar Guimarães da Silva
Este exemplar corresponde à versão final da
dissertação defendida pela aluna Andréia
Rodrigues Casare, e orientada pela Profa.
Dra. Regina Lúcia de Oliveira Moraes e
coorientada pelo Prof. Dr. Celmar Guimarães
da Silva.
LIMEIRA
2016
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM TECNOLOGIA
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
Adaptação de diretrizes de acessibilidade de conteúdo Web para atendimento
a cenários de uso de dispositivos móveis por idosos
Andréia Rodrigues Casare
A Banca Examinadora composta pelos membros abaixo aprovou esta Dissertação:
_______________________________________________________________
Profa. Dra. Regina Lúcia de Oliveira Moraes
FT/UNICAMP
_______________________________________________________________
Profa. Dra. Vania Paula de Almeida Neris
DC/UFSCar
_______________________________________________________________
Prof. Dr. André Constantino da Silva
Campus Hortolândia/ IFSP
A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de
vida acadêmica do aluno.
AGRADECIMENTOS Aos meus pais Plinio e Maria (in memoriam) e aos meus irmãos, presentes em todos os momentos, sem os quais eu não chegaria até aqui. Aos meus orientadores Regina e Celmar, por todas as lições aprendidas e paciência. Ao meu namorado André pelo incentivo e apoio para que eu chegasse até aqui. As minhas amigas Ivani, Kely e Jaqueline pelo incentivo e por acreditarem em mim. Aos também amigos Aline, Andressa, Celso, Eva, Fábio, Gerson, Gustavo, Paula, Silvio, Ricardo, Roberto, William e tantos outros companheiros de vida acadêmica. A todos os participantes dos testes e avaliações e suas fundamentais contribuições para a consolidação dessa dissertação. À aluna e estagiária Elaine que ajudou na organização e montagem da infraestrutura para realização dos testes de usabilidade com os idosos. À Fatec de Itapetininga, em especial à Diretora Isolina pelo apoio e infraestrutura cedida para realização dos testes de usabilidade com os idosos.
À FAPESP pelo financiamento dos tablets e ao FAEPEX Unicamp pelo financiamento para inscrição e apresentação do artigo no SAC 2016 em Pisa na Itália.
RESUMO
A população brasileira vem envelhecendo ano a ano e isso aumenta a importância do estudo da usabilidade e acessibilidade das interfaces para o público idoso. Particularmente, como os tablets ganham o mercado, o estudo das interfaces nativas desses dispositivos para os idosos se configura em um importante campo de investigação. A literatura de Interação Humano-Computador (IHC) defende que as técnicas de avaliação de usabilidade e acessibilidade ainda não atendem por completo esse público. Este trabalho de mestrado, que teve como objetivo aprimorar as técnicas de avaliação de acessibilidade considerando o uso de tablets pelo público idoso, resultou na proposição de recomendações complementares às Web Content Accessibility Guidelines (WCAG), acrescentando recomendações mais específicas para esse cenário. A metodologia foi baseada no levantamento de técnicas de avaliação de acessibilidade e usabilidade usadas em estudos correlatos, na avaliação com usuários para identificar problemas de interação, usando think aloud; e em aplicação de questionários com pessoas de terceira idade, para levantamento de características específicas do cenário estudado. Da análise desse levantamento, recomendações mais específicas para a terceira idade foram propostas. Os resultados obtidos na avaliação de acessibilidade usando os novos critérios de sucesso propostos, mostraram que eles são relevantes e auxiliam na detecção de um número maior de problemas de acessibilidade em websites, particularmente quando acessados por idosos usando tablets.
Palavras-chave: acessibilidade, idosos, tablets, android, WCAG
ABSTRACT The Brazilian population is aging year by year, which increases the importance of studying the usability and accessibility interfaces usability and accessibility for the elderly public. Particularly, as the tablets gain the market, the study of native interfaces of these devices for the elderly is configured as an important field of research. Human-Computer Interaction (HCI) literature argues that usability and accessibility still do not fully meet this public. This work aims to improve the accessibility evaluation techniques based on the use of tablets devices by the elderly people. The results analysis make feasible a proposal of additional recommendations to the Web Content Accessibility Guidelines (WCAG), adding more specific recommendations to this specific scenario. The methodology was based on the survey of accessibility and usability evaluation techniques used in related studies, in evaluation with users to identify interaction problems, using think aloud; and questionnaires with senior citizens, to investigate specific characteristics of the studied scenario. The results from the analysis of this survey, using the proposed new success criteria, showed that they are relevant and assist in the detection of a greater number of accessibility issues on websites than the original version, particularly when accessed by the elderly when using tablets.
Key words: accessibility, elderly people, tablets, android, WCAG
LISTA DE FIGURAS Figura 1: Processo de Avaliação Heurística. ............................................................. 25
Figura 2: Processo de avaliação com usuários. ........................................................ 59
Figura 3: Participante realizando a tarefa da avaliação com o tablet. ....................... 68
Figura 4: Página principal do website TSE. ............................................................... 94
Figura 5: Página Título e local de votação do website TSE. ..................................... 94
Figura 6: Página Consulta por título no website TSE. ............................................... 95
Figura 7: Página principal do website DETRAN. ....................................................... 95
Figura 8: Página de informações sobre renovação CNH no DETRAN. ..................... 96
Figura 9: Página sobre CNH – HABILITAÇÃO no DETRAN. .................................... 96
Figura 10: Página do cadastro do condutor para fazer a renovação CNH. ............... 97
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Graus de severidade ................................................................................ 24
Quadro 2: Trabalhos da literatura que propõem recomendações de acessibilidade e
usabilidade ................................................................................................................ 48
Quadro 3: Continuação dos trabalhos da literatura que propõem recomendações de
acessibilidade e usabilidade ...................................................................................... 49
Quadro 4: Continuação dos trabalhos da literatura que propõem recomendações de
acessibilidade e usabilidade ...................................................................................... 50
Quadro 5: Principais técnicas e cenários abordados nos trabalhos relacionados. .... 55
Quadro 6: Q1 - Profissões dos participantes. ........................................................... 65
Quadro 7: Q2 - Acessa a Internet? ............................................................................ 65
Quadro 9: Q4 - Usa outros tipos de computadores? ................................................. 66
Quadro 10: Q5 - Tem alguma limitação visual? ........................................................ 66
Quadro 11: Q6 - Tem alguma limitação motora? ...................................................... 66
Quadro 12: Avaliação com usuários utilizando a técnica think aloud tradicional ....... 70
Quadro 13: Q1 - A interface do tablet é agradável? .................................................. 71
Quadro 14: Q2 - Os botões e links são apresentados em um tamanho adequado? . 71
Quadro 15: Q3 - O tamanho das letras dos textos é adequado? .............................. 71
Quadro 16: Q4 - As páginas do site estavam muito carregadas de conteúdo?......... 71
Quadro 17: Q5 - Os textos apresentados no site são compreensíveis? ................... 72
Quadro 18: Q6 - A navegação de uma página para outra no site foi: ....................... 72
Quadro 19: Q7 - O tamanho do teclado apresentado nesse tablet é: ....................... 72
Quadro 20: Q8 - Foi fácil sair da aplicação ou do site quando terminou a tarefa: ..... 72
Quadro 21: Q9 - Utilizaria novamente esse tablet para navegar na internet? ........... 73
Quadro 22: Q10 - Teve algum(ns) problema(s) ao utilizar o tablet? .......................... 73
Quadro 23: Q11 - Você sugere alguma(s) alteração(ões) para melhoria desse tablet?
.................................................................................................................................. 74
Quadro 24: Q12 - Você sugere alguma(s) alteração(ões) para melhoria do site
utilizado nesse teste? ................................................................................................ 74
Quadro 25: Q1 - Profissões dos participantes. .......................................................... 75
Quadro 26: Q2 - Acessa a internet? .......................................................................... 75
Quadro 27: Q3 - Já usou tablet? ............................................................................... 76
Quadro 28: Q4 - Outros tipos de computadores. ....................................................... 76
Quadro 29: Q5 - Tem alguma limitação visual? ........................................................ 76
Quadro 30: Q6 - Tem alguma limitação motora? ...................................................... 76
Quadro 31: Avaliação com usuários utilizando a técnica Retrospective Think Aloud 78
Quadro 32: Q1- A interface do tablet é agradável? ................................................... 79
Quadro 33: Q2- Os botões e links são apresentados em um tamanho adequado? .. 80
Quadro 34: Q3 - O tamanho das letras dos textos é adequado? .............................. 80
Quadro 35: Q4 - As páginas do site estavam muito carregadas de conteúdo?......... 80
Quadro 36: Q5 - Os textos apresentados no site são compreensíveis? ................... 80
Quadro 37: Q6 - A navegação de uma página para outra no site foi? ...................... 80
Quadro 38: Q7 - Tamanho do teclado do tablet ........................................................ 81
Quadro 39: Q8 - Foi fácil sair da aplicação ou do site quando terminou a tarefa? .... 81
Quadro 40: Q9 - Utilizaria novamente esse tablet para navegar na internet? ........... 81
Quadro 41: Q10 - Teve algum(ns) problema(s) ao utilizar o tablet? .......................... 82
Quadro 42: Q11 - Você sugere alguma(s) alteração(ões) para melhoria desse tablet?
.................................................................................................................................. 82
Quadro 43: Q12 - Você sugere alguma(s) alteração(ões) para melhoria do site
utilizado nesse teste? ................................................................................................ 83
Quadro 44: Problemas na página web. ..................................................................... 84
Quadro 45: Problemas do tablet. ............................................................................... 84
Quadro 48: Proposta de Complementação. .............................................................. 91
Quadro 49: Problemas encontrados nos websites utilizados na avaliação de
acessibilidade WCAG. ............................................................................................... 98
Quadro 50: Q1 - Profissões dos avaliadores. .......................................................... 100
Quadro 51: Q2 - Formações dos avaliadores.......................................................... 100
Quadro 52: Q3 - Tempo de experiência com o tema acessibilidade em computação.
................................................................................................................................ 100
Quadro 53: Q4 - Uso das recomendações WCAG por avaliador. ........................... 100
Quadro 54: Q5 - Versões das recomendações WCAG já usadas por avaliador. .... 101
Quadro 55: Q6 - Experiência com avaliação de acessibilidade em interfaces em
cenários específicos. ............................................................................................... 101
Quadro 56: Recorte dos resultados da avaliação do grupo de controle no website do
TSE. ........................................................................................................................ 102
Quadro 57: Recorte dos resultados da avaliação do grupo de controle no website do
DETRAN.................................................................................................................. 102
Quadro 58: Recorte dos resultados da avaliação do grupo de controle no website do
TSE. ........................................................................................................................ 103
Quadro 59: Recorte dos resultados da avaliação do grupo de controle no website
DETRAN.................................................................................................................. 103
Quadro 61: Recorte dos resultados da avaliação do Grupo WCAG Estendido no
website DETRAN. ................................................................................................... 105
Quadro 62: Resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no website TSE. .. 107
Quadro 63: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no
website TSE. ........................................................................................................... 107
Quadro 64: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no
website TSE. ........................................................................................................... 108
Quadro 65: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no
website TSE. ........................................................................................................... 109
Quadro 66: Resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no website DETRAN.
................................................................................................................................ 110
Quadro 67: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no
website DETRAN. ................................................................................................... 111
Quadro 68: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no
website DETRAN. ................................................................................................... 112
Quadro 69: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no
website DETRAN. ................................................................................................... 113
Quadro 70: Novos critérios de sucesso avaliados ................................................... 115
Quadro 71: Mapeamento do WCAG 2.0 para as Heurísticas de Nielsen: = nosso
mapeamento, = Moreno et al., X = ambos. A linha Total indica a soma dos (marca
de check) e (marca de X) das recomendações. ...................................................... 187
LISTA DE APÊNDICES E ANEXOS
APÊNDICE I - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ................................. 131
APÊNDICE II – Questionário perfil do entrevistado ................................................. 133
APÊNDICE III – Questionário pós-teste .................................................................. 134
APÊNDICE IV – Métricas utilizadas na avaliação com usuários idosos .................. 136
APÊNDICE V – Questionário perfil do avaliador ..................................................... 137
APÊNDICE VI - Resultados da avaliação de acessibilidade usando as
recomendações WCAG ........................................................................................... 138
APÊNDICE VII - Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG) 2.0 .... 139
APÊNDICE VIII – Resultados da avaliação do grupo controle no website do TSE . 171
APÊNDICE IX – Resultados da avaliação do grupo controle no website do DETRAN
................................................................................................................................ 174
APÊNDICE X – Resultados da avaliação do grupo WCAG Estendido no website do
TSE ......................................................................................................................... 177
APÊNDICE XI – Resultados da avaliação do grupo WCAG Estendido no website do
DETRAN.................................................................................................................. 178
APÊNDICE XII - Mapeamento do WCAG 2.0 para as Heurísticas de Nielsen ........ 180
APÊNDICE XIII - Publicações ................................................................................. 188
ANEXO I .................................................................................................................. 189
SUMÁRIO
1 Introdução ............................................................................................................................. 15
1.1 Justificativa ...................................................................................................................... 18
1.2 Objetivos ......................................................................................................................... 19
1.3 Organização do Trabalho ................................................................................................ 19
2 Referencial Teórico ............................................................................................................... 20
2.1 Usabilidade ..................................................................................................................... 20
2.2 Métodos e técnicas de avaliação de usabilidade ........................................................... 21
2.2.1 Avaliação Heurística ................................................................................................. 22
2.2.2 Questionário ............................................................................................................. 26
2.2.3 Teste de Usabilidade ................................................................................................ 27
2.2.4 Pensamento em voz alta (Think Aloud) .................................................................... 28
2.2.5 Observação ............................................................................................................... 30
2.2.6 ePWG ........................................................................................................................ 30
2.3 Acessibilidade.................................................................................................................. 31
2.4 Recomendações de acessibilidade ................................................................................. 33
2.4.1 ATAG 2.0 ................................................................................................................... 33
2.4.2 UAAG 2.0 .................................................................................................................. 34
2.4.3 WCAG 2.0 ................................................................................................................. 35
2.4.4 eMAG ....................................................................................................................... 37
2.4.5 Avaliação de acessibilidade ...................................................................................... 38
2.5 Relações entre acessibilidade e usabilidade ................................................................... 38
2.7 Considerações sobre o Referencial Teórico .................................................................... 42
3 Trabalhos Relacionados ......................................................................................................... 43
3.1 Interação dos idosos com dispositivos móveis ............................................................... 43
3.2 Interação dos idosos com Web ....................................................................................... 44
3.3 Adequações das recomendações de acessibilidade e usabilidade................................. 46
3.4 Avaliação de Usabilidade ................................................................................................ 50
3.5 Avaliação de usabilidade e acessibilidade ...................................................................... 52
3.6 Combinação de métodos e técnicas para realizar testes de usabilidade ....................... 53
3.7 Considerações sobre os Trabalhos Relacionados ........................................................... 54
4 Metodologia de Pesquisa ..................................................................................................... 56
4.1 A FATEC e o Público-alvo ................................................................................................ 56
4.2 Definição da Metodologia............................................................................................... 57
4.3 Considerações sobre o capítulo ...................................................................................... 62
5 Resultados da avaliação com usuários .................................................................................. 63
5.1 Teste-piloto ..................................................................................................................... 63
5.2 Avaliação com usuários usando Think Aloud de forma tradicional ................................ 65
5.2.1 Questionário de perfil do entrevistado .................................................................... 65
5.2.2 Avaliação com usuário ............................................................................................. 67
5.2.3 Questionário de pós-teste ........................................................................................ 71
5.3 Avaliação com usuários utilizando Retrospective Think Aloud ....................................... 75
5.3.1 Questionário de perfil do entrevistado .................................................................... 75
5.3.2 Avaliação com usuário ............................................................................................. 77
5.3.3 Questionário de pós-teste ........................................................................................ 79
5.4 Problemas levantados na avaliação com usuários idosos .............................................. 83
5.5 Considerações sobre o capítulo ...................................................................................... 86
6 Proposta de Complementação do WCAG 2.0 ....................................................................... 88
6.1 Considerações sobre o capítulo ...................................................................................... 92
7 Avaliação da Proposta de Complementação do WCAG 2.0 .................................................. 93
7.1 Questionário do perfil do avaliador ................................................................................ 99
7.2 Resultados da avaliação do Grupo Controle ................................................................. 101
7.3 Resultados da avaliação do Grupo WCAG Estendido ................................................... 104
7.4 Resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios ...................................................... 106
7.5 Consolidação dos Resultados ........................................................................................ 113
7.6 Comparativo entre esta pesquisa e o trabalho de Lara (2012) .................................... 116
8 Conclusões e trabalhos futuros ........................................................................................... 117
Referências ............................................................................................................................. 119
15
1 Introdução
Toda sociedade aspira por um aumento da média de vida dos indivíduos,
porém o que se busca é que isso venha acompanhado de boa qualidade de vida
(Marinho, 2007). Entre os grandes desafios do século XXI está em envelhecer com
qualidade de vida, o que implica a tarefa complexa de manutenção da autonomia e
da independência. Destaca-se ainda que novas necessidades surgiram para o
público mais velho, tais como a mobilidade, o acesso a informação e serviços,
segurança e saúde preventiva (SDH, 2012).
Os mesmos autores ainda afirmam que a exclusão social dos idosos é um
fato preocupante em todo o mundo e é um problema que está crescendo na medida
em que cresce também o número de idosos na população (Marinho, 2007 e SDH,
2012). Segundo Kreis et al.(2007) e Alban et al.(2012), atualmente os idosos
permanecem ativos e são participativos na sociedade e, a inclusão digital pode
atingir vários pontos: inserção social, afetividade e consequentemente saúde mental.
Por esse motivo, a tecnologia pode contribuir para a redução do isolamento e trazer
o bem estar, ajudando no processo de comunicação com os amigos e parentes.
Além disso, esse público, a cada ano, está mais adepto ao uso da internet e de
novas tecnologias.
Arch (2009) relata que os idosos desejam realizar as mesmas atividades
que as pessoas mais jovens realizam, tais como: interagir com o governo, comprar
pela internet, participar da educação e de cursos on-line e se comunicar. Outro fator
é a aprendizagem, que ocupa cada vez maior importância na vida dessas pessoas.
A preparação para uma participação ativa na vida de cidadão tornou-se para a
educação uma missão de caráter geral, uma vez que os princípios democráticos se
expandiram pelo mundo, tendo a educação um importante papel na dinâmica social,
com a função de combater as formas de exclusão (Caseiro, 2011).
Adicionalmente, é importante considerar que a média de sobrevida da
população tem aumentado no Brasil e no mundo, fazendo crescer a população idosa
do globo terrestre (IBGE, 2011). Segundo o IBGE (2011) e a Agência FAPESP
(2016), por volta de 2025, o Brasil estará mundialmente colocado no sexto lugar em
população idosa com aproximadamente 32 milhões de pessoas com 60 ou mais
anos de idade. Além disso, o IBGE afirma (IBGE, 2011):
16
Os grupos etários de menores de 20 anos já apresentam uma diminuição absoluta no seu contingente. O crescimento absoluto da população do Brasil nestes últimos dez anos se deu, principalmente, em função do crescimento da população adulta, com destaque também para o aumento da participação da população idosa.
Também segundo Veras et al. (2011), a cada ano o Brasil ganha mais de
650 mil idosos. Anteriormente, acreditava-se que o Brasil era ainda um país com
população jovem, mas esse perfil mudou e apesar disso, no que tange o estudo de
usabilidade, não se dá importância às informações demográficas que mostram e
projetam o envelhecimento da população brasileira.
Nielsen (2013) também relata que o número de usuários mais velhos que
utilizam produtos de software está crescendo muito rápido, sendo este fato
impulsionado por dois fatores: a sociedade em envelhecimento e a porcentagem
cada vez maior de pessoas idosas on-line. As oportunidades de negócios para esse
público-alvo também estão crescendo, por duas razões: comércio eletrônico e
transações bancárias. Sendo assim, a interface adequada pode expandir a
quantidade de negócios realizados por essa parcela da população. Além disso, esse
público está mais aberto a aceitar novos desafios e aproveitar oportunidades (Arch,
2009; Tanaka, 2004).
Se considerarmos os dispositivos que permitem o uso de produtos de
software, o tablet pode ser considerado potencialmente útil, facilitando e tornando a
vida dos idosos mais interessante e divertida. Muitos aplicativos podem ser criados
para ajudar no dia-a-dia desse público-alvo; um exemplo é um aplicativo para
lembrar o horário de tomar remédios. Dessa forma, dado o aumento da população
idosa e de seu interesse no uso da internet através de dispositivos móveis, é cada
vez mais relevante considerar características específicas dessa população para uso
desses recursos computacionais. Nesse sentido, Tanaka (2004) defende que as
pessoas da terceira idade não têm a mesma facilidade para usar um telefone ou um
tablet se comparadas a uma criança. Essa dificuldade se deve à diminuição da
coordenação motora, da audição, da visão e do tato, que já não apresentam a
mesma acuidade. Aborda também que, com o avanço da idade, é comum as
pessoas perderem algumas habilidades, ou até mesmo desenvolverem algumas
doenças físicas ou mentais, o que acaba tornando mais difícil o uso de
computadores.
17
Ainda é muito comum os idosos tenham dificuldades ao adotar ou usar
tecnologias de informação, e isso acontece porque a interface1 dos aplicativos ou
sites são inadequadas (Zajicek, 2006). A interface de usuário pode ser definida
como toda porção de um sistema com a qual um usuário mantém contato para
utilizá-lo (englobando software e hardware). Ela também conduz, orienta, alerta e o
ajuda durante as interações (Prates e Barbosa, 2003). Por esta razão, é muito
importante que a interface seja de fácil aprendizagem e eficiente para atingir um
objetivo, isto é, que sejam necessários poucos passos até completar suas
funcionalidades (Cybis et al., 2010). Portanto, uma boa interface deve atrair o
usuário e fazer com que ele tenha sucesso ao usar o aplicativo, evitando a
frustração e o abandono da utilização (Ayob et al., 2009). Além disso, na maioria das
vezes o desenvolvimento destas interfaces não considera as alterações e limitações
das capacidades físicas e cognitivas, decorrentes do processo natural de
envelhecimento.
Ao projetar interfaces para terceira idade e para diferentes dispositivos
exige-se um cuidado extra com a organização das informações, facilidade de
interação, adaptação a diferentes ambientes, capacidade de compreensão da
estrutura e do conteúdo da interface pelo usuário, entre outros (Alban et al., 2012;
Moritz e Meinel, 2010). Portanto, um dos requisitos de uma boa interface é ter uma
boa usabilidade. Usabilidade é um atributo de qualidade que avalia se as interfaces
de usuário são fáceis de usar, memorizar, eficientes, eficazes e agradáveis. A
palavra "usabilidade" também se refere a métodos para facilitar a utilização durante
o processo de design (Nielsen, 1993).
Diversos autores defendem que as interfaces devem ser acessíveis a
todos os usuários e, nesse conjunto, encontram-se os idosos (Almeida et al., 2011;
Macedo e Pereira, 2009; Moritz e Meinel, 2010). Barbosa e Silva (2010) defendem
que o usuário deve poder interagir com o software e hardware sem que a interface
imponha obstáculos. Ambos devem ser acessíveis a todos os usuários, sejam eles
idosos, jovens ou pessoas com necessidades especiais. Os sistemas não podem
depender da habilidade da pessoa para manter as informações ativas durante seu
uso. Por isso, os designers devem construir sites com textos simples, coloridos e
1 Interface de usuário
18
ícones significativos para reduzir a confusão e aumentar a facilidade de uso (Caprani
et al., 2012).
A acessibilidade é, portanto, também outro atributo importante em uma
interface. Acessibilidade pode ser definida como alguma coisa (produto ou serviço)
que esteja acessível a qualquer usuário, seja ele com deficiência, com limitação ou
idoso. Acessibilidade na Web se refere a qualquer usuário usando software ou
hardware, que ao acessar um conteúdo Web, possa compreender o site e interagir
com ele, sem encontrar qualquer tipo de barreira (Lara et al., 2010).
Para que se possa afirmar que uma interface tem uma boa usabilidade e
é acessível a todas as pessoas, ela deve ser avaliada. Especificamente para
avaliações de aplicativos e sites para dispositivos móveis, devem ser levadas em
conta as necessidades e características do usuário, a interferência do meio externo,
as particularidades dos aplicativos e as limitações físicas e cognitivas do usuário.
Esses fatores influenciam a interação e devem ser considerados na avaliação de
usabilidade (Alban et al., 2012).
1.1 Justificativa
Atualmente, as pessoas da terceira idade têm se mostrado interessadas
em acessar a internet e se incluir digitalmente. Tablets são mais leves que
notebooks e podem ser carregados para qualquer lugar. Portanto, são uma ótima
opção para prover acesso à internet, que é o foco das pessoas da terceira idade.
Contudo, as telas dos tablets são menores que as de notebooks, e nem
tudo o que é visualizado em um notebook será adequadamente visualizado ou
adaptado para a tela de um tablet. Adicionalmente, os teclados tendem a ser
menores e o acesso é feito apenas com o toque (teclados virtuais). Sendo assim,
adaptações específicas para esse ambiente computacional são necessárias,
considerando a apresentação de conteúdos e a interação dos usuários. Além disso,
a qualidade da interface, segundo a ótica do público idoso, precisa ser avaliada e
adaptada às suas necessidades particulares.
Até onde se conhece, não foi estudado de uma maneira extensiva o
cenário de utilização de tablets por pessoas idosas, sendo mais comum o estudo
isolado da interação de usuários em outros dispositivos móveis ou do uso de
19
computadores por idosos. Dessa forma, julga-se que as técnicas de avaliação de
acessibilidade associadas a esse cenário podem ser complementadas para atendê-
lo de forma mais ampla.
1.2 Objetivos
O objetivo geral do trabalho é testar a hipótese de que é possível fazer a
avaliação de acessibilidade, baseada em revisão de recomendações, de uma forma
mais direcionada às pessoas de terceira idade que utilizam interfaces nativas2 de
tablets (e de navegadores por eles providos). Já o objetivo específico é ampliar as
recomendações WCAG 2.0, criando critérios de sucesso específicos para atender a
idosos quando utilizam tablets para acessar conteúdo via navegadores web.
Dessa forma, o aprimoramento proposto por este trabalho pode contribuir
para que os websites sejam projetados com melhor usabilidade e acessibilidade
para tablets, de forma a atender plenamente o público da terceira idade. Além disso,
espera-se que as adaptações que foram propostas para recomendações WCAG 2.0
sejam utilizadas em futuras atualizações das recomendações WCAG.
1.3 Organização do Trabalho
O restante deste trabalho está organizado da seguinte forma: o Capítulo 2
apresenta o Referencial Teórico; os Trabalhos Relacionados se encontram no
Capítulo 3; o acompanhamento da Metodologia de Pesquisa pode ser feito pelo
Capítulo 4, que é seguido pelos Resultados da Avaliação com Usuários
apresentados no Capítulo 5; a Proposta de Complementação é apresentada no
Capítulo 6; já no Capítulo 7 encontra-se a Avaliação da Proposta de
Complementação do WCAG 2.0; e o Capítulo 8 conclui esse texto e indica trabalhos
futuros.
2 Entende-se por interface nativa aquela fornecida pelo fabricante sem modificações.
20
2 Referencial Teórico
Este capítulo aborda os assuntos que embasam este trabalho. A Seção
2.1 discorre sobre aspectos de usabilidade; as técnicas de avaliação de usabilidade
são abordadas na Seção 2.2; na Seção 2.3 é abordado o conceito de acessibilidade;
as recomendações de acessibilidade são abordadas na Seção 2.4; na Seção 2.5
discorre-se sobre as relações entre acessibilidade e usabilidade; os idosos e a
tecnologia são relatados na Seção 2.6; finalmente, a Seção 2.7 encerra essa seção
resumindo os assuntos mencionados.
2.1 Usabilidade
O conceito de usabilidade está relacionado à qualidade de software, no
que se refere a facilidade de usar e aprender. A NBR 9241-11 (2002) define
usabilidade como uma medida na qual um produto (software e hardware) pode ser
usado por usuários específicos, em um contexto específico de uso, para alcançar
objetivos específicos com eficácia, eficiência e satisfação. Já Nielsen (1993) define
usabilidade como um conjunto de fatores que qualificam a interação do usuário com
o software. Esses fatores estão relacionados com a facilidade de usar e aprender a
utilizar o sistema.
Os fatores de usabilidade apresentados por Nielsen (1993) são:
Facilidade de aprendizado: o software deve ser fácil de aprender,
para que o usuário inicie o uso rapidamente e consiga finalizar o
trabalho;
Facilidade de recordação: deve ser fácil de lembrar os passos,
para que o usuário consiga, depois de um tempo, retornar ao
sistema e usá-lo facilmente;
Eficiência: o sistema deve permitir que o usuário tenha um nível
alto de produtividade;
Segurança no uso: o sistema deve ter poucos erros e, caso
aconteça algum erro durante o uso do sistema, o sistema deve ser
recuperado rapidamente, portanto devem ser evitados erros
catastróficos;
21
Satisfação do usuário: o software deve ser agradável, de maneira
que o usuário se sinta satisfeito ao usá-lo.
2.2 Métodos e técnicas de avaliação de usabilidade
Vários métodos podem ser utilizados na avaliação de usabilidade de um
software. Os métodos de avaliação de IHC (Interação Humano-Computador) podem
ser classificados em: métodos de inspeção, investigação e de observação (Barbosa
e Silva, 2010).
Os métodos de inspeção não envolvem diretamente os usuários. Os
avaliadores tentam se colocar no lugar do usuário, para identificar problemas
durante a interação com o sistema (Barbosa e Silva, 2010). Esses métodos visam
identificar problemas de usabilidade e melhorar a usabilidade de uma interface
verificando se ela segue padrões estabelecidos (Holzinger, 2005). São exemplos de
métodos de inspeção: avaliação heurística, percurso cognitivo, inspeção semiótica e
revisão de recomendações (Rocha e Baranauskas, 2003). A Seção 2.2.1 trata com
mais detalhes o método de avaliação heurística.
Nos métodos de investigação são utilizados questionários, entrevistas,
grupos de foco e estudos de campo. São métodos que permitem ao avaliador
interpretar e analisar opiniões, expectativas e comportamentos do usuário
relacionados com os sistemas interativos (Barbosa e Silva, 2010). A Seção 2.2.2
tratará com mais detalhes a técnica de questionário.
Os métodos de observação trabalham diretamente com o usuário real e
permitem ao avaliador coletar dados durante a realização de tarefas pelo usuário.
Diferentemente de uma avaliação por inspeção, com os dados coletados através dos
métodos de observação é possível identificar problemas reais que os participantes
(usuários) enfrentaram com o uso da interface (Barbosa e Silva, 2010).
Os métodos que envolvem o usuário final são os mais fundamentais e
indispensáveis, pois expõem a maneira como os usuários usam o sistema e quais os
exatos problemas encontrados na interface (Holzinger, 2005). São exemplos de
métodos e técnicas por observação: teste de usabilidade, think aloud (pensamento
em voz alta) e observação, os quais serão abordados em mais detalhes nas Seções
2.2.3 a 2.2.5.
22
2.2.1 Avaliação Heurística
Segundo Nielsen (1995b), a avaliação heurística é um método de
avaliação de IHC que visa encontrar problemas de usabilidade durante o processo
de design interativo. É um dos métodos de inspeção mais comuns. Envolve
especialistas em usabilidade que examinam cada diálogo ou cada elemento
interativo da interface, verificando se estão em conformidade com princípios de
usabilidade, conhecidos como “heurísticas”. Essa técnica orienta os avaliadores a
inspecionar a interface em busca de problemas de usabilidade, sendo um método
rápido e de baixo custo (Barbosa e Silva, 2010).
A avaliação heurística não deve ser feita por um único avaliador, porque
uma pessoa possivelmente nunca será capaz de encontrar todos os problemas de
usabilidade em uma interface. A experiência tem mostrado que diferentes pessoas
encontram diferentes problemas de usabilidade. Recomenda-se usar de três a cinco
avaliadores (Nielsen, 1995b).
O conjunto de heurísticas de Nielsen (1995a) é a iniciativa mais
disseminada desse tipo de avaliação; é composto pelas dez seguintes heurísticas:
1. Visibilidade do estado do sistema: essa heurística indica que o
sistema deve sempre manter os usuários informados sobre o que está acontecendo,
retornando um feedback apropriado em tempo razoável.
2. Correspondência entre o sistema e o mundo real: indica que o
sistema deve falar a linguagem dos usuários, com palavras, frases e conceitos
familiares ao usuário, ao invés de termos orientados ao sistema. Sendo assim, o
diálogo deve seguir as convenções do mundo real, fazendo com que as informações
apareçam em uma ordem natural e lógica.
3. Controle do usuário e liberdade: discorre sobre erros cometidos
pelos usuários. É comum os usuários escolherem funções do sistema por engano, e
nessas situações precisarão de uma "saída de emergência" que deve estar
claramente marcada para sair do estado indesejado sem ter que passar por um
diálogo prolongado. Prover apoio a ações de desfazer e refazer.
4. Consistências e padrões: discorre sobre o uso de padronizações,
pois os usuários não precisam adivinhar que diferentes palavras, situações ou ações
23
significam a mesma coisa. Indica que as convenções da plataforma do sistema
operacional devem ser seguidas.
5. Prevenção de erros: discorre sobre como procurar e prevenir erros,
tomando o cuidado de fazer um projeto cuidadoso que impeça que erros possam
ocorrer. O objetivo é eliminar as condições passíveis de erros ou verificá-las,
apresentando aos usuários uma opção de confirmação antes de se comprometerem
com uma determinada ação.
6. Reconhecimento em vez de recordação: indica como se deve
minimizar a carga de memória do usuário. O designer deve tornar os objetos (botões
e links), as ações e opções visíveis. O usuário não deve ter que lembrar informações
de uma parte do diálogo para outra. Instruções para uso do sistema devem estar
visíveis ou facilmente recuperáveis sempre que apropriado.
7. Flexibilidade e eficiência de uso: trata do uso de aceleradores que
devem ser invisíveis para usuários iniciantes e disponíveis para usuários
experientes, para que estes possam acelerar a interação, de tal forma que o sistema
atenda a ambos os tipos de usuários. Permitir que usuários adaptem-se às ações
frequentes.
8. Estética e design minimalista: indica que os diálogos não devem
conter informação que seja irrelevante ou raramente necessária. Indica que cada
unidade extra de informação em um diálogo compete com as unidades relevantes de
informação e diminui sua visibilidade relativa.
9. Ajude os usuários a reconhecer, diagnosticar e recuperar de erros:
indica que as mensagens de erro devem ser escritas em linguagem simples e sem
códigos, devem indicar com precisão o problema e sugerir uma solução construtiva.
10. Ajuda e documentação: indica que é necessário prover help e
documentação. Essas informações devem ser fáceis de encontrar, focalizadas na
tarefa do usuário, e não ser muito extensas.
A Figura 1 mostra o processo de aplicação da avaliação heurística. Na
primeira etapa da avaliação heurística, que é a preparação, os avaliadores devem
organizar as telas e os protótipos do sistema que serão usados na avaliação. Em
seguida, devem ser definidas quais heurísticas serão usadas durante a avaliação
(por exemplo, as de Nielsen).
24
Feita essa primeira etapa, entra-se na etapa de coleta de dados e
interpretação. Nessa etapa, cada avaliador deve inspecionar cada tela e seus
elementos ou protótipo, anotar as heurísticas que foram violadas, o local exato em
que ocorre a violação e quais elementos da interface são responsáveis pela violação
da heurística. Essa atividade deve ser executada pelo menos duas vezes: a primeira
deve-se concentrar no fluxo de execução e a segunda no diálogo. Depois de feitas
as duas avaliações, o avaliador deve justificar o problema encontrado, ou seja, deve
definir e explicar o problema. Feito isso, o avaliador deve julgar a severidade do
problema encontrado. Uma sugestão para classificação do grau de severidade pode
ser vista no Quadro 1.
A próxima etapa da avaliação heurística é a consolidação. Nessa etapa
os avaliadores compartilham entre si a lista de problemas encontrados nas
interfaces do sistema e elaboram uma lista única, em seguida, cada avaliador atribui
um grau de severidade a cada um dos problemas. Após esse novo julgamento, os
avaliadores se reúnem e chegam a um acordo sobre o grau de severidade atribuído.
Quadro 1: Graus de severidade
1. Não é um problema de usabilidade
2. É um problema cosmético, não precisa ser corrigido
3. É um problema pequeno, de baixa prioridade
4. É problema grave, precisa ser corrigido
5. É um problema catastrófico, precisa ser corrigido antes do lançamento do produto
25
Figura 1: Processo de Avaliação Heurística.
26
Na última etapa, que é o relato dos resultados, os avaliadores geram um
único relatório consolidado contendo todos os problemas encontrados. Para cada
problema é descrito o local onde ocorre, o problema em si, a heurística violada e a
severidade do problema.
É importante ressaltar a possibilidade de se utilizar outros conjuntos de
heurísticas que sejam mais específicos para determinadas situações. Rocha e
Baranauskas (2003) exemplificam o uso de outras heurísticas. Um exemplo é um
sistema que contêm menus ou diálogos centrados na entrada de informações
através de formulários. Nesse caso, podem ser definidas heurísticas que avaliem
especificamente a usabilidade desses componentes mais relevantes. Dessa forma,
apresenta-se um conjunto de heurísticas de categorias específicas, para captar
aspectos específicos do domínio desse tipo de sistema.
2.2.2 Questionário
Questionário é um conjunto de questões, criadas para coletar dados por
amostragem (Gunter, 2003). Pode ser um formulário impresso ou on-line com
questões que os participantes da pesquisa devem responder, tendo como finalidade
fornecer dados necessários para uma pesquisa, avaliação ou análise. Em IHC,
questionário é uma técnica utilizada para identificar o nível de satisfação dos
usuários com o sistema, incluindo aspectos como a satisfação com o uso e as
funcionalidades, ausência de problemas durante o uso do sistema e o interesse por
voltar a utilizar o sistema (Prates e Barbosa, 2003). Essa técnica permite coletar
dados de um grande número de pessoas, mesmo que essas estejam
geograficamente dispersas (Barbosa e Silva, 2010).
Deve-se tomar o cuidado de elaborar as questões de forma que o
entrevistado perceba a relação da pergunta com o problema que está sendo
pesquisado e com os objetivos da pesquisa. As questões também devem ser
precisas e inequívocas, ou seja, é preciso tomar o cuidado para que a questão não
contenha duas ideias diferentes, o que pode confundir o entrevistado (Kitchenham e
Pfleeger, 2002).
Os questionários podem ser compostos por dois tipos de perguntas:
abertas e fechadas. Nas questões abertas os participantes da pesquisa ficam livres
para responder com suas palavras. Já nas questões fechadas os participantes
27
devem selecionar uma resposta a partir de uma lista de opções pré-definidas
(Kitchenham e Pfleeger, 2002).
Existem vantagens e desvantagens para cada tipo de questão. As
questões abertas têm as vantagens de estimular a cooperação, cobrem pontos que
as questões fechadas não cobrem e permitem fazer uma análise mais ampla. Por
outro lado, são menos objetivas, mais difíceis de analisar e codificar os resultados.
Já as questões fechadas têm as vantagens da rapidez e facilidade de
aplicação, pouca possibilidade de erros e facilidade na análise dos resultados. Como
desvantagens pode-se citar a exigência de maior tempo e cuidado na elaboração e a
influência sobre o entrevistado que as alternativas apresentadas poderão impor
(Kitchenham e Pfleeger, 2002).
A escolha pelo tipo de questões deve depender das necessidades
específicas da pesquisa. Ao elaborar um questionário, devem ser levados em conta
os objetivos, a hipótese da pesquisa, o público-alvo e os métodos de análise de
dados escolhidos (Kitchenham e Pfleeger, 2002).
2.2.3 Teste de Usabilidade
O teste de usabilidade é um método que faz a avaliação de usabilidade
de um software, tendo como objetivo encontrar problemas de usabilidade durante a
interação com o sistema, permitindo determinar se os usuários acham fácil ou difícil
usar a interface (Rogers et al., 2013).
O principal objetivo do teste é diagnosticar a usabilidade do produto, o
que refletirá automaticamente no aumento da satisfação do usuário. Esse teste tem
a finalidade de avaliar a usabilidade de um sistema interativo a partir de experiências
de usuários alvo. Para realizar esse teste, um grupo de usuários é selecionado para
realizar um conjunto de tarefas específicas em um ambiente controlado (Barbosa e
Silva, 2010).
Esse método pode ser usado em conjunto com a técnica de observação
(descrita na próxima seção), monitorando as ações dos participantes e registrando
dados importantes da interação do usuário com a interface. Dessa forma, torna
possível identificar problemas reais que os participantes enfrentam e não apenas
28
problemas previstos por uma avaliação de inspeção, como, por exemplo, a avaliação
heurística (Barbosa e Silva, 2010).
Outra técnica que pode ser usada em conjunto com o teste de usabilidade
é chamada de “pensamento em voz alta” (think aloud), em que os participantes
verbalizam o que estão pensando sobre os passos que devem executar usando a
interface (Rocha e Baranauskas, 2003).
A equipe técnica então observa os participantes na realização das tarefas.
Pode ser usada a gravação de áudio e vídeo, desde que devidamente autorizada
pelo participante, o que virá a facilitar a etapa posterior, que é a análise e
consolidação dos resultados.
2.2.4 Pensamento em voz alta (Think Aloud)
Think Aloud é uma técnica utilizada durante o teste de usabilidade, na
qual se pede ao participante que fale em voz alta o que pensa enquanto usa um
sistema. A expectativa é que a verbalização de seus pensamentos evidencie como o
participante interpreta cada item da interface (Rocha e Baranauskas, 2003; Nielsen,
2012), permitindo ao avaliador coletar dados reais sobre a satisfação do usuário com
o sistema (Boren e Ramey, 2000). É um método que tem muitas vantagens, sendo
que dentre elas a mais importante é que os designers descubram como realmente o
usuário avalia a interface do software. Também é possível identificar muitos erros e
equívocos que a interface causa (Nielsen, 2012).
Outros benefícios dessa técnica são: (i) é uma técnica barata, pois não há
necessidade de nenhum equipamento em especial; (ii) é flexível, pois pode-se usar
essa técnica em qualquer estágio do desenvolvimento de um software; (iii) é
convincente, pois por mais reticente que seja o designer, se ele se sentar alguns
minutos ao lado de um usuário, perceberá as ações e os pensamentos do usuário
ao interagir com a interface, e perceberá a necessidade de realizar ajustes na
interface; (iv) é fácil de aprender, pois qualquer grupo de designers consegue aplicar
essa técnica (Nielsen, 2012).
As desvantagens dessa técnica são: (i) é difícil medir o tempo de
execução das tarefas; (ii) os valores medidos passam a não ser confiáveis, uma vez
29
que para fazer o think aloud o usuário faz mais esforço cognitivo, o que gasta
naturalmente mais tempo que o usual (Rocha e Baranauskas, 2003).
A pessoa responsável por conduzir o teste tem que estar bem preparada
no sentido de levar o usuário a falar sempre e nunca interferir nas ações do usuário
durante o uso do sistema. Alguns exemplos de questionamento que se pode fazer
ao usuário quando ele ficar algum tempo em silêncio são “O que você está
pensando agora?” ou “O que você acha que essa mensagem significa?” (depois de
o usuário notar uma mensagem). Se o usuário perguntar se pode fazer alguma
coisa, pode-se responder com outra pergunta: “O que você acha que vai acontecer
se fizer isso?” Ainda, se o usuário se mostra surpreso, pode-se perguntar: “Era isso
que você esperava que aconteceria? O que esperava?”.
A coleta de dados pode ser composta de anotações que o avaliador fez a
respeito das falas dos participantes; pode-se também usar microfones, filmadoras e
gravadores de voz (Cybis et al., 2010).
Os comentários dos usuários devem ser criteriosamente analisados e
nunca aceitos indiscriminadamente, pois podem dar falsa impressão das razões de
um determinado problema.
A principal força dessa técnica é mostrar o que os usuários estão fazendo
e porque estão fazendo uma ação durante os testes, evitando o desperdício de
tempo posteriormente (Rocha e Baranauskas, 2003).
Uma variação dessa técnica é o pensamento em voz alta retrospectivo
(Retrospective think aloud), no qual primeiramente os participantes realizam as
tarefas do teste de usabilidade silenciosamente e, após o término das tarefas,
verbalizam seus pensamentos de forma retrospectiva (Haak e Jong, 2003). Em
alguns casos, a verbalização retrospectiva pode ser realizada sem qualquer
estímulo; já em outros casos, a aplicação do retrospective think aloud pode ser feita
usando a gravação do vídeo produzido durante o teste de usabilidade. Quando a
verbalização é realizada por estímulos, o pensamento em voz alta retrospectivo
combina potencialmente os benefícios de trabalhar silenciosamente e o pensamento
em voz alta (Haak e Jong, 2003; Olsen et al., 2010). Esta abordagem é considerada
menos intrusiva porque os usuários apenas executam suas tarefas usando o
sistema e, depois de terminar, eles verbalizam o que eles estavam pensando sobre
o sistema. Porém é considerada lenta devido ao participante precisar verbalizar após
30
o teste e assim, retardar o processo de avaliação e também porque os usuários
podem esquecer de detalhes que ocorreram durante o teste.
2.2.5 Observação
A técnica de observação é uma forma de levantamento que permite a
investigação de fenômenos nos seus contextos de ocorrência natural (Belei et al.,
2006). A observação consiste em observar o comportamento e as interações,
presenciadas pelo próprio investigador, à medida que vão acontecendo,
identificando problemas reais. Além disso, fornece detalhes importantes do processo
de interação e permite que o pesquisador capture informações que afetam o uso de
um produto como, por exemplo, interrupções e distrações (Barbosa e Silva, 2010).
Uma das vantagens dessa técnica é que ela fornece uma compreensão
mais profunda do fenômeno que está sendo estudado (Runeson e Hõst, 2008).
Também, com seu uso, é possível descobrir como realmente o trabalho é realizado,
pois é muito comum os usuários realizarem suas tarefas de modo diferente daquilo
que foi prescrito ou mesmo imaginado pelos especialistas da área de design
(Tavares et al., 2010). Comumente, esta técnica é utilizada em conjunto com o teste
de usabilidade (Rocha e Baranauskas, 2003).
2.2.6 ePWG
A Cartilha de Usabilidade é o resultado do Projeto Padrões Web em
Governo Eletrônico (ePWG), do Programa Federal de Governo Eletrônico. Essa
cartilha fornece recomendações de boas práticas na área digital, com o objetivo de
apresentar a usabilidade, inserindo-a no contexto do desenvolvimento e manutenção
de websites do governo eletrônico. Possui recomendações que devem ser
observadas, assim como subsídios para testes que podem ser utilizados tanto pela
equipe interna de órgãos governamentais quanto para a contratação ou licitação.
As diretrizes de usabilidade em governo eletrônico propostas por esta
cartilha baseiam-se na observação concreta de problemas comuns nas páginas de
instituições públicas no Brasil. São elas (ePWG, 2010):
Diretriz 1 - Contexto e navegação;
Diretriz 2 - Carga de informação;
31
Diretriz 3 - Autonomia;
Diretriz 4 - Erros;
Diretriz 5 - Desenho;
Diretriz 6 - Redação;
Diretriz 7 - Consistência e Familiaridade.
Para facilitar sua aplicação, cada diretriz é dividida em várias
recomendações. Por exemplo, considere a “Diretriz 1 – Contexto e navegação” a
seguir:
“Cada página de website possui diversas entradas e saídas, e isso pode
causar desorientação aos usuários do website. Por isso é importante que o website
informe o usuário em que contexto ela se encontra, e demarque claramente a
navegação”. Essa diretriz possui 14 recomendações, que são:
1.1. Página inicial clara;
1.2. Estrutura do site de forma lógica e fácil;
1.3. Estruturar a informação de forma lógica e intuitiva para o cidadão;
1.4. O conteúdo mais importante antes na primeira página, antes da
rolagem de página;
1.5. Elementos da identidade visual localizados sempre no mesmo lugar;
1.6. A ferramenta de busca presente em todas as páginas;
1.7. As páginas, seções ou serviços mais utilizados visíveis;
1.8. Não use páginas de transição;
1.9. Documentação, tutorial e ajuda;
1.10. Formatos especiais de arquivo e download;
1.11. Não use janelas pop-up ou abra links em nova janela;
1.12. Busca simples e depois, avançada;
1.13. Resultados da caixa de busca;
1.14. Formulários amigáveis.
Além das recomendações, essa cartilha fornece as técnicas e métodos
que, com base na própria cartilha, podem ser utilizados para realizar os testes de
usabilidade em websites.
2.3 Acessibilidade
32
Para Bergman e Johnson (1995) oferecer acessibilidade significa remover
barreiras que impedem pessoas com deficiências de participar de atividades
substanciais, incluindo o uso de serviços, produtos e informação.
Nos dias atuais a acessibilidade tornou-se um requisito fundamental na
sociedade em que vivemos e está relacionada tanto a lugares físicos acessíveis
como ao meio digital.
A acessibilidade beneficia todas as pessoas, com ou sem deficiências, e
inclusive as pessoas idosas com capacidades em mudança devido ao
envelhecimento (Barbosa e Silva, 2010; W3C, 2015). A idade pode influenciar as
capacidades físicas, mentais ou de aprendizado. Por exemplo, uma criança pode ter
limitação física de acesso por ainda não ter amadurecido seu corpo, e mentais por
ainda não saber discernir o impacto das suas atitudes; em idosos, o avanço da idade
pode afetar algumas de suas capacidades físicas (velocidade de reação ou
capacidade de manipulação) ou mentais (Barbosa e Silva, 2010).
Durante o processo de interação, o usuário utiliza sua habilidade motora
para interagir com os dispositivos de entrada, seus sentidos (visão, audição e tato)
para identificar as respostas do sistema que são emitidas pelos dispositivos de
saída, e sua capacidade cognitiva para compreender as respostas e tomar as
decisões para os próximos passos da interação. Se a interface possuir algum
obstáculo durante esse processo, ele não será capaz de aproveitar todos os
recursos oferecidos pelo sistema (Barbosa e Silva, 2010).
A acessibilidade atribui igual importância a pessoas com e sem limitações
de movimento, visão, audição e de aprendizado. Portanto, a acessibilidade permite
que todas as pessoas sejam incluídas em qualquer lugar, seja esse lugar físico ou
digital. A finalidade é incluir todas as pessoas no grupo de usuários-alvo, e não
excluir desse grupo pessoas com ou sem limitações ou deficiências (Barbosa e
Silva, 2010).
Já acessibilidade na web pode ser definida como a capacidade de
usuários com qualquer deficiência (visual, auditiva, física, cognitiva ou neurológica)
poderem utilizar a internet, nela navegar, entendê-la, contribuir e interagir com ela
sem qualquer tipo de barreira (Henry, 2005). A acessibilidade é um dos fatores que
compõem a qualidade de um site, por isso há uma preocupação de diversas
instituições e governos em relação a este assunto (Lima et al., 2007).
33
2.4 Recomendações de acessibilidade
Para o desenvolvimento de sites mais acessíveis, existem diversas
recomendações e padrões de acessibilidade. A World Wide Web Consortium (W3C)
é uma organização responsável pela padronização e boas práticas para publicação
de conteúdos em sites. O Web Accessibility Initiative (WAI) é um grupo de pesquisa
da W3C que tem como responsabilidade estabelecer recomendações (guidelines)
para o desenvolvimento de sites acessíveis para o maior número de pessoas,
incluindo pessoas com necessidades especiais, cegueira, audição, baixa visão,
limitações cognitivas, entre outras (W3C, 2015). Com foco no conteúdo para a Web,
o grupo da WAI elaborou as Web Content Accessibility Guidelines 2.0 (WCAG), que
são recomendações de acessibilidade para conteúdo para a Web (Caldwell et al.,
2008).
Adicionalmente, a W3C desenvolveu outros dois conjuntos de
recomendações. Um deles são as recomendações UAAG (User Agent Accessibility
Guidelines) 2.0, que versam sobre como os navegadores e tecnologias assistivas
devem disponibilizar o conteúdo da Web de forma acessível aos usuários (Tanaka,
2010). O outro conjunto é composto pelas Authoring Tool Accessibility Guidelines
2.0 (ATAG), que têm como objetivo auxiliar o design de ferramentas de autoria
acessíveis (Richards et al.,2013). Basicamente, as ATAG apresentam diretrizes que
permitem atender às recomendações WCAG 2.0.
Além dessas recomendações providas pelo W3C, existe ainda o Modelo
de Acessibilidade em Governo Eletrônico (eMAG). Esse modelo é coerente com as
necessidades brasileiras e também segue os padrões internacionais de
acessibilidade. Abordaremos o eMAG com mais detalhes na Seção 2.4.4; nas
próximas seções, serão abordadas as recomendações ATAG, UAAG , WCAG e a
avaliação de acessibilidade.
2.4.1 ATAG 2.0
34
Authoring Tool Accessibility Guidelines (ATAG) 2.0 fornecem diretrizes
para a concepção de ferramentas de criação de conteúdo da Web para que sejam
mais acessíveis, permitindo, apoiando e promovendo a produção de conteúdo Web
para todas as pessoas com necessidades especiais (Richards et al., 2013).
Incluem recomendações para ajudar os desenvolvedores de ferramentas
de autoria a criar suas ferramentas de forma mais acessível às pessoas com
necessidades especiais, inclusive auditivas, cognitivas, neurológicas, físicas, de fala
e deficiência visual. Também é recomendada a compradores de ferramentas de
autoria para que possam avaliar as ferramentas que estão sendo compradas
(Richards et al., 2013).
As recomendações ATAG 2.0 são divididas em duas partes, que refletem
cada uma um aspecto fundamental da acessibilidade com relação às ferramentas de
criação de conteúdo. A primeira parte traz as recomendações de acessibilidade de
interfaces para as ferramentas de autoria para pessoas com necessidades
especiais. Já a segunda parte refere-se a dar suporte para criação das ferramentas
de autoria, por qualquer autor, com a finalidade de criar conteúdo da web que seja
mais acessível aos usuários finais com necessidades especiais (Richards et al.,
2013).
2.4.2 UAAG 2.0
User Agent Accessibility Guidelines 2.0 (UAAG) fornecem recomendações
de como os navegadores podem diminuir as barreiras de acessibilidade web às
pessoas com necessidades especiais (Allan et al., 2013). Além de navegadores,
incluem também os media players e tecnologias assistivas, o que é generalizado
pelo termo user agent.
As UAAG 2.0 são divididas em três camadas de orientação para a
redução de barreiras à acessibilidade dos navegadores: princípios gerais,
recomendações gerais e critérios de sucesso para testes.
Os navegadores podem estar em conformidade com as recomendações
UAAG 2.0 em um dos três níveis: níveis A (mínimo), AA (recomendado) e AAA
(avançado). Os três níveis de conformidade baseiam-se nas designações de nível
correspondente (A, AA ou AAA) dos critérios de requisitos específicos. Para que o
35
navegador do usuário possa estar em conformidade com um nível, os critérios de
sucesso desse nível e dos níveis abaixo dele devem ser cumpridos (Allan et al.,
2013).
As recomendações UAAG beneficiam os desenvolvedores porque
explanam quais são os tipos de informações e controles que uma tecnologia
assistiva precisa apresentar conforme o seu navegador (Allan et al., 2013).
2.4.3 WCAG 2.0
Web Content Accessibility Guidelines (WCAG) 2.0 são recomendações
para tornar mais acessíveis os conteúdos de sites. Essas recomendações têm o
objetivo de fazer com que os conteúdos sejam acessíveis às pessoas que possuem
algum tipo de deficiência, incluindo cegueira e redução da visão, surdez e perda de
audição, dificuldades de aprendizagem, limitações cognitivas, entre outras (Caldwel
et al., 2008).
O documento que define as WCAG 2.0 está estruturado em quatro
princípios, relacionados às características desejadas do conteúdo: identificável,
operável, compreensível e robusto, como sumarizado a seguir:
Conteúdo identificável: a informação e os componentes da interface
devem ser apresentados de maneira que os usuários possam identificá-los.
Conteúdo operável: os componentes da interface e de navegação
devem ser operáveis.
Conteúdo compreensível: a informação e a operação da interface
devem ser compreensíveis.
Conteúdo robusto: o conteúdo deve ser robusto o suficiente para que
possa ser interpretado por uma ampla variedade de dispositivos adotados pelo
usuário, inclusive as tecnologias assistivas (Caldwel et al., 2008).
Ao todo são 4 princípios que agrupam 12 recomendações. Cada uma das
recomendações possui diversos critérios de sucesso, ou seja, critérios que precisam
ser atendidos para que a recomendação seja considerada como plenamente
atendida.
Os critérios de sucesso das WCAG 2.0 possuem níveis de conformidade,
definidos entre A (mais baixo), AA e AAA (mais alto). Por exemplo, uma página terá
36
nível de conformidade “A” se estiver de acordo com todos os critérios de sucesso de
nível “A”. A mesma página terá nível de conformidade “AA” se, além de atender os
critérios de sucesso de nível “A”, também atender os de nível “AA”. E a mesma
página terá nível de conformidade “AAA”, se além de atender os critérios de sucesso
“A”, “AA”, também atender os de nível “AAA”.
Nesse conjunto, chama-se a atenção para as seguintes recomendações
mais diretamente relacionadas à terceira idade:
Recomendação 1.4 - Discernível: facilitar a audição e a visualização de
conteúdos, incluindo a separação do primeiro plano e do plano de
fundo. Possui o Critério de Sucesso 1.4.1, intitulado “Utilização da cor”
(Nível A), que recomenda que a cor não deve ser utilizada como único
meio visual de transmitir informações, indicar uma ação ou pedir uma
resposta.
Recomendação 2.4 - Navegável: fornecer formas de ajudar os usuários
a navegar, localizar conteúdos e determinar o local onde estão. O
Critério de Sucesso 2.4.2, intitulado “Página com Título” (Nível A),
recomenda que as páginas web devem ter títulos que descrevam o
tópico ou finalidade. Já o Critério 2.4.4, intitulado “Finalidade do link
(em contexto)” (Nível A), recomenda que o link por si só deve fornecer
de maneira clara qual é a finalidade do mesmo, seja através do próprio
link ou a partir do texto do link. Outro critério que chama atenção é o
2.4.7, intitulado “Foco Visível” (Nível AA), que tem por finalidade
fornecer um indicador visível do foco do teclado.
Recomendação 3.3 - Assistência de entrada: ajudar os usuários a
evitar e corrigir erros. Também possui diversos critérios de sucesso,
dos quais se ressalta o Critério de Sucesso 3.3.1, intitulado
“Identificação do Erro” (Nível A), cuja finalidade é identificar
automaticamente um erro de entrada e informar por escrito ao usuário.
Os critérios de sucesso abordados impactam diretamente usuários da
terceira idade, seja por esse público não possuir muita experiência na web, seja
pelas limitações fisiológicas, como, por exemplo, deficiência de visão.
37
2.4.4 eMAG
O Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico (eMAG) tem a
finalidade de orientar os designers no desenvolvimento e na adaptação de
conteúdos digitais do Governo Federal, garantindo o acesso a todos. As
recomendações do eMAG permitem que a implementação da acessibilidade digital
seja conduzida de forma padronizada, de fácil implementação, coerente com as
necessidades brasileiras e em conformidade com os padrões internacionais. O
eMAG é uma versão especializada do documento internacional WCAG voltado para
o governo brasileiro, porém o eMAG não exclui qualquer boa prática de
acessibilidade do WCAG (eMAG, 2014).
As recomendações do eMAG destinam-se aos autores de páginas,
projetistas de sites e aos desenvolvedores de ferramentas para criação de conteúdo
para sites do governo federal. A observação destes padrões também facilita o
acesso ao conteúdo da Web, independentemente da ferramenta utilizada (desktops,
laptops, telefones celulares ou navegador por voz) e de certas limitações de ordem
técnica, como, por exemplo, uma conexão lenta, a falta de recursos de mídia, etc.
(eMAG, 2014).
As recomendações do eMAG estão separadas por seções de acordo com
as necessidades de implementação:
1. Marcação;
2. Comportamento (Document Object Model - DOM);
3. Conteúdo/Informação;
4. Apresentação/Design;
5. Multimídia;
6. Formulário.
No eMAG, diferentemente da WCAG, as recomendações de
acessibilidade não estão divididas por níveis de prioridade e sim por área. Por se
tratar de recomendações para páginas de governo, todas as recomendações
necessárias para determinada situação devem ser seguidas. Assim, se a página é a
área de contato, as recomendações de formulário (além das de marcação, conteúdo
etc.) devem ser seguidas; se apresentar vídeo, atenção especial deve ser dada às
recomendações de multimídia. Em um total de 46, as recomendações são alocadas
dentro de cada seção. Por exemplo, na seção “Marcação”, existe a recomendação
38
“1.1 – Respeitar os Padrões Web” – no caso, os Padrões Web são recomendações
do W3C, destinadas a orientar os desenvolvedores para o uso de boas práticas que
tornam a web acessível para todos (eMAG, 2014).
2.4.5 Avaliação de acessibilidade
A avaliação de acessibilidade é similar aos métodos de avaliação de
usabilidade. Tem como objetivo encontrar barreiras de acessibilidade em páginas
web. A maioria dos métodos de avaliação de acessibilidade atuais avalia o conteúdo
de páginas web, baseado na conformidade com certas guidelines de acessibilidade,
principalmente com as WCAG 2.0 (Brajnik, 2006).
A avaliação de conformidade com guidelines é um método de inspeção
muito simples e muito parecido com a avaliação heurística, apesar do número de
guidelines ser muito maior. Dado um conjunto de guidelines, como as WCAG 2.0, o
avaliador, que deve ser um especialista na área, verifica se a página ou site em
avaliação está de acordo com cada guideline. Caso não esteja, descreve as
violações existentes em um relatório, incluindo uma justificativa para cada violação.
Essa avaliação resulta em uma lista de problemas encontrados que podem ser
direcionados para melhorias. Como é um método de inspeção de interfaces, a
verificação de conformidade com guidelines não requer a presença de usuários
durante o processo de avaliação (Brajnik, 2006).
2.5 Relações entre acessibilidade e usabilidade
É comum haver certa confusão entre as definições de acessibilidade e
usabilidade, pois ambas têm como foco as pessoas que utilizam o sistema
computacional (Quesenbery, 2009 e Kapsi et al.,2009). O uso das normas e padrões
de usabilidade e acessibilidade de forma coerente pode aumentar a eficácia,
eficiência e qualidade dos sistemas, fazendo-os acessíveis para todas as pessoas
(Petrie et al., 2015).
No trabalho de Kapsi et al. (2009) são apresentadas 2 formas de relação
entre acessibilidade e usabilidade: como complementares, ou como acessibilidade
sendo uma subclasse de usabilidade. Os autores que entendem acessibilidade e
usabilidade como complementares afirmam que um website com boa acessibilidade
39
terá uma boa usabilidade e vice-versa (ePWG, 2010; Petrie and Kheir, 2007). Nesse
caso, os processos de design centrado no usuário incluem ambas as técnicas.
Durante o processo de design e avaliação, o usuário final participa usando
complementarmente as recomendações para esse processo. O design centrado no
usuário ajuda a tomar decisões que têm como resultado final um website com design
mais acessível (Rogers et al., 2013). Essa combinação pode desenvolver
experiências de usuários positivas para pessoas com deficiência.
A complementariedade está implícita no WCAG 2.0, uma vez que as
recomendações estão também orientadas à usabilidade, pois introduz
navegabilidade como um elemento essencial de acessibilidade web. Isso mostra que
o WCAG 2.0, enquanto padrão de acessibilidade, também incorpora princípios
gerais de usabilidade, reconhecendo a ligação entre ambos os conceitos (Termens
et al., 2009).
Segundo Theofanos e Redish (2003) e Arch (2009), melhorando a
acessiblidade melhora-se a usabilidade para todos os usuários. Muitas
características que tornam os websites acessíveis às pessoas com deficiências
cognitivas também melhoram a usabilidade geral de websites.
Por outro lado, autores que consideram acessibilidade como subclasse da
usabilidade entendem que, enquanto a usabilidade se preocupa com todos os
usuários, a acessibilidade tem o objetivo de tornar um website utilizável por todas as
pessoas, independentemente de eventuais limitações sensoriais, motoras ou
cognitivas (Ferreira, 2008; Adebesin et al., 2010; Thatcher et al., 2003). A
acessibilidade está relacionada com a tradução da informação, pois grande parte
das vezes, a informação que existe em um meio precisa ser traduzida ou
transformada para ser comunicada em outro meio. Por exemplo, traduzir imagens e
vídeos para texto, ou texto gráfico para Braille, entre outras situações (Ferreira,
2008; Shneiderman, 1998).
Henry (2002) também compartilha a visão de que usabilidade é uma
superclasse de acessibilidade. Afirma que o foco das normas e recomendações de
acessibilidade do WCAG (que em 2002, quando da publicação do artigo de Henry,
estava na versão 1.0) eram encontrados nos aspectos técnicos de acessibilidade,
enquanto o foco na interação humana (ou seja, o foco na usabilidade em si) era
desconsiderado. Ela reforça que é importante compreender a diferença entre aquilo
40
que atende aos padrões mínimos de acessibilidade e aquilo que é realmente
possível de ser utilizado por pessoas com deficiências. Afirma ainda que prover
usabilidade implica prover acessibilidade, e que aspectos tidos como bons para se
prover usabilidade em geral, podem ser obrigatórios para se prover acessibilidade.
O trabalho de Dias et al. (2014) também permite inferir a mesma relação
de superclasse. Dias et al. (2014) elaboraram um questionário com 93 questões
cobrindo usabilidade e acessibilidade. Os requisitos de acessibilidade usados
englobam todos os critérios de sucesso das recomendações WCAG. Esses
requisitos foram englobados de acordo com as 10 heurísticas de Nielsen (1995a),
visando facilitar sua aplicação por especialistas de IHC. Embora não explicitado no
texto, entende-se que a visão destes autores é a de que os problemas de
acessibilidade que podem ser verificados pelo atendimento às recomendações
WCAG também podem ser verificados pelo atendimento às heurísticas de Nielsen
(embora exigindo o detalhamento nas 93 questões apresentadas). Assim, isso
corrobora a visão de que acessibilidade é uma subclasse de usabilidade. Vale
ressaltar que os autores propõem uma medida de o quanto acessível e usável está o
site avaliado, com base nas respostas fornecidas ao questionário por eles proposto.
Já o trabalho de Moreno et al. (2009) mostra a sobreposição existente
entre as heurísticas de usabilidade de Nielsen e as recomendações de
acessibilidade (WCAG). Eles propõem uma relação entre as heurísticas de Nielsen
para as recomendações do WCAG 2.0. Os autores argumentam que não é clara a
distinção entre usabilidade e acessibilidade. Alguns problemas são claramente
definidos como sendo de acessibilidade (ou de usabilidade), e há outros em que os
problemas de acessibilidade e usabilidade se sobrepõem. Um estudo foi feito para
encontrar as relações entre os conceitos de acessibilidade e usabilidade. Os autores
concluíram que esta correspondência fornece um recurso para ajudar os
profissionais a incluir a usabilidade em seus projetos web, e através da usabilidade
alguns aspectos da acessibilidade já estarão cobertos automaticamente. Esta
correspondência também é abordada no trabalho de Kapsi et al. (2009), que
apresenta guias de avaliação de usabilidade através de diretrizes de acessibilidade.
A ideia do trabalho foi proporcionar aos desenvolvedores de websites os
componentes fundamentais que devem ser levados em conta durante o design das
recomendações de acessibilidade.
41
Visando compreender melhor a relação existente entre os conceitos de
usabilidade e acessibilidade e, também para melhor embasar a proposta, foi feita
uma comparação entre as heurísticas de usabilidade de Nielsen e o WCAG 2.0.
Essa análise da usabilidade e acessibilidade foi realizada com base nos princípios e
recomendações do WCAG, justificando como foram estudadas e analisadas as
heurísticas e recomendações WCAG para se chegar ao resultado final dessa
análise. O resultado dessa comparação pode ser visto com mais detalhes no
Apêndice XII.
2.6 Os idosos e a tecnologia
No último censo do IBGE (2010) foi revelado que 20,5 milhões de
pessoas no Brasil são idosas, totalizando 11% da população brasileira. De acordo
com uma projeção realizada pelo IBGE, essa faixa etária passará de 23,9 milhões
(11,7% do total) em 2015 para 73,5 milhões (33,7% do total), em 2060 (IBGE, 2013).
Portanto, com a população envelhecendo, a tendência é que a Web seja cada vez
mais acessada por essa parcela da população.
Outro ponto importante é o papel da tecnologia para esse público.
Segundo Kreis et al. (2007), as Tecnologias de Comunicação e de Informação
(TICs) têm possibilitado a inserção dos idosos no mundo virtual, que veem as
oportunidades se ampliarem ao se incluírem novamente na sociedade. Portanto, se
o idoso adquire conhecimentos na área de informática, sua vida passa a ter um novo
significado, pois isso amplia suas relações interpessoais, formas de entretenimento
e acesso à cultura. Dessa forma, a informática e a web ajudam a reduzir o
isolamento do idoso e estimular a saúde mental e psíquica desse público.
No passado a maioria dos idosos não utilizava tecnologia, mas hoje
conhecem a dimensão e utilidade dela. O envelhecimento tende a ser ativo, positivo
e saudável, em que a aprendizagem é uma constante. As redes sociais e as
tecnologias fazem parte dele. A tecnologia é uma ferramenta fantástica para a
comunicação. Quando usada pelo público da terceira idade, é possível perceber o
poder que ela tem de aumentar a sua inclusão social e reduzir o seu isolamento.
Além disso, é uma fonte inesgotável de informações e serviços que podem facilitar a
vida dos idosos, levando conveniências e benefícios ao dia a dia e à saúde (O
Globo, 2014).
42
As Tecnologias de Informação e Comunicação podem ser fundamentais
para a vida independente dos idosos, reduzindo as despesas com serviços de
saúde, satisfazendo as necessidades individuais, melhorando os padrões de vida e
criando novas oportunidades de negócios (Gaßner e Conrad, 2010).
Assim, as características dos dispositivos móveis, como capacidade de
comunicação, internet e telefone, interação por toque, peso leve, câmeras de alta
resolução, sensores (GPS, bússola, entre outros) e avançada capacidade de
computação, tornam esses dispositivos apropriados para auxiliar os idosos nas suas
atividades diárias, como também uma ferramenta promissora para melhorar a
qualidade de vida desse público (Plaza et al., 2011).
2.7 Considerações sobre o Referencial Teórico
Neste capítulo foi relatado um estudo com base na literatura sobre
usabilidade e acessibilidade. Foram apresentadas aqui as recomendações e
técnicas de avaliação associadas a esses conceitos, como também a relação entre
acessibilidade e usabilidade e entre idosos e o uso de tecnologia.
No próximo capítulo, alguns trabalhos relacionados à proposta são
apresentados. Esses trabalhos auxiliaram no entendimento do tema e na formulação
da pesquisa.
43
3 Trabalhos Relacionados
Este capítulo aborda alguns trabalhos da literatura na área de
acessibilidade e usabilidade de interface voltados a sites para dispositivos móveis.
Esses trabalhos auxiliaram o entendimento e a formulação da pesquisa. A Seção 3.1
discorre sobre a interação dos idosos com dispositivos móveis; a interação dos
idosos com a Web é abordada na Seção 3.2; na Seção 3.3 são abordadas
adequações das recomendações de acessibilidade e usabilidade; discorre-se sobre
usos da avaliação de usabilidade na Seção 3.4; na Seção 3.5 é abordada a
avaliação de usabilidade e acessibilidade; a combinação de métodos e técnicas para
realizar testes de usabilidade é abordada na Seção 3.6; finalmente, a Seção 3.7
encerra essa seção resumindo o que foi aprendido com os trabalhos relacionados e
as lacunas identificadas.
3.1 Interação dos idosos com dispositivos móveis
Esta seção aborda alguns trabalhos sobre a interação de idosos com
dispositivos móveis, destacando a complexidade dessas interfaces para o público da
terceira idade, como também a falta de acessibilidade.
Alban et al. (2012) relatam que, para projetar interfaces para o público da
terceira idade e para diferentes dispositivos, exige-se um cuidado extra com a
organização das informações, facilidade de interação, adaptação a diferentes
ambientes, entre outros. Já Gonçalves et al. (2011) realizaram um estudo da
interação dos idosos com celulares em que é destacada a complexidade da interface
de um celular para pessoas não familiarizadas com a tecnologia. Essas interfaces
não têm atendido aos diferentes requisitos de interação, pois no grupo de idosos há
diferenças em relação à escolaridade, experiência com tecnologias, habilidades
cognitivas e destreza física. Já Nicolau e Jorge (2012) realizaram um estudo com
idosos, cujo público-alvo era composto por idosos com tremores nas mãos. Teve
como objetivo examinar o desempenho da entrada de texto em dispositivos com
interface touchscreen por esses idosos. O touchscreen oferece alta flexibilidade para
diferentes interfaces, mas essa vantagem é um desafio para os idosos, que têm
mais dificuldades em selecionar com precisão os alvos representados por
componentes reduzidos. Portanto, a entrada de texto em teclados virtuais é um
44
desafio. Foi realizado um teste com 15 usuários idosos em dois tipos de dispositivos
– tablet e telefone – e foram analisados os erros em diferentes situações, tais como:
inserções, substituições e omissões de letras. Os resultados mostraram que o erro
de omissão foi o tipo de erro mais comum, devido a problemas cognitivos; em
seguida, e nesta ordem, os erros mais comuns foram o de substituição e o de
inserção. Nesse estudo foi constatado também que o tremor das mãos está
altamente relacionado com erros de entrada de texto.
Trewin et al. (2013) estudaram o uso de smartphones e tablets com
touchscreen, tendo como foco o acesso físico a esses novos dispositivos, cujo
acesso se dá com o toque dos dedos. Usam como metodologia entrevistas e
observação. Participaram dessa pesquisa pessoas com deficiência em agilidade.
Essas pessoas consideraram o smartphone útil, mas acharam que o tablet oferece
muito mais vantagens. O custo é a maior barreira para comprá-lo. Foi observado que
a agilidade demanda importantes características de acessibilidade, trazendo
dificuldades de uso para muitos participantes, cujas deficiências dificultaram a
acessibilidade. Mesmo com alguns problemas de acessibilidade, os participantes se
entusiasmaram por ambos os dispositivos.
Os trabalhos apresentados nesta seção colaboram com nossa pesquisa,
pois apontam problemas com as interfaces de celulares e tablets quando o público é
a terceira idade, como também relatam o cenário brasileiro e mostram evidências de
que os idosos estão cada vez mais interessados em se incluir digitalmente e
participar ativamente do mundo digital. Portanto, as características das pessoas da
terceira idade devem ser levada em consideração quando se desenvolve um site
para dispositivos móveis que seja acessível também a esse público.
3.2 Interação dos idosos com Web
Essa seção discorre sobre os trabalhos em que o foco é a interação de
idosos com a Web, relatando as barreiras de acessibilidade encontradas e as
deficiências desse público.
Os trabalhos de Almeida et al.(2011) e Sayago e Blat (2009) apresentam
estudos com foco na interação dos idosos com a Web usando computadores
desktop, tendo sido reveladas pelos resultados as barreiras de acessibilidade e uma
45
série de itens que devem ser levados em consideração ao desenvolver um site para
pessoas da terceira idade. Entre as barreiras destacadas estão dificuldades de
lembrar etapas ou sequências, entender os termos do computador e o uso do
mouse. Foi destacado ainda que os idosos preferem o uso de palavras em vez de
ícones.
A preocupação com acessibilidade na Web para idosos motivou o
trabalho de Dickinson et al. (2007). Embora a W3C tenha provido recomendações de
acessibilidade para cegos e surdos, esses padrões não são eficazes para permitir o
acesso de idosos. Faltam orientações adequadas para pessoas com deficiência
cognitiva, raciocínio lento e falta de memória (Dickinson et al., 2007).
No trabalho de Melo et al. (2012) é realizado um estudo das habilidades
motoras dos idosos, no qual são destacados problemas de ergonomia e limitações
relevantes, tais como: audição, visão, tato e locomoção. O trabalho enfatiza que, no
desenvolvimento de uma aplicação para o público da terceira idade, não pode ser
deixado de lado o estudo de problemas como visão, audição, entre outros, os quais
se relacionam à fisiologia humana que se degrada com o envelhecimento.
O trabalho de Lara (2011) apresenta o desenvolvimento de um plug-in
chamado TUKI, que permite fazer a personalização de páginas Web, e também a
geração automática de prompts de voz para apoiar as interações e a entrada de
dados. Esse plug-in foi criado com o objetivo de incrementar as funcionalidades do
navegador Web, permitindo que pessoas de meia idade ou idosos tenham mais
facilidade na interação com a Web. Para validar o TUKI foi realizada uma avaliação
heurística por cinco especialistas da área de IHC. A avaliação foi satisfatória, pois o
plug-in atendeu 9 das 10 heurísticas de Nielsen; apenas não foi satisfatório na
heurística "Ajuda e documentação", pois o TUKI não continha nenhuma
documentação.
Os trabalhos apresentados nessa seção são relevantes, pois abordam as
dificuldades que as pessoas da terceira idade podem encontrar ao utilizar um
website usando computadores desktop, e também foi importante para conhecermos
o público que estamos trabalhando em nossa pesquisa.
46
3.3 Adequações das recomendações de acessibilidade e usabilidade
Essa seção aborda alguns trabalhos da literatura que propõem
recomendações de acessibilidade e usabilidade. Todos os trabalhos envolvem
apenas o público idoso, sendo alguns voltados para dispositivos móveis e outros
para desktop. Apenas o trabalho de Lara (2012) cria novos critérios de sucesso para
o WCAG 2.0; os outros apenas sugerem uma lista de recomendações.
Em Al-Razgan et al. (2012) é apresentada uma revisão de
recomendações para dispositivos móveis com touchscreen e recomendações de
design para o público da terceira idade. Essas recomendações foram consolidadas
após uma minuciosa revisão da literatura, e foram classificadas em três dimensões:
“visão e sentimento”, “funcionalidade” e “interação”. Alguns exemplos dessas
recomendações são: separar o teclado por números e letras, prover um espaço
adequado entre os botões, usar ícones maiores, usar fontes grandes para as letras
dos conteúdos, usar expressões claras, prover zoom fácil, entre outras. O objetivo
dessa revisão de recomendações é que possam servir como orientações para
designers e desenvolvedores na criação de interfaces para dispositivos móveis para
o público da terceira idade.
Macedo e Pereira (2009) criaram 10 recomendações de acessibilidade e
usabilidade para ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), voltadas para público
idoso. Para criar essas recomendações, foi realizada uma pesquisa de campo
qualitativa, analisando a interface da plataforma EAD Moodle, com as técnicas de
análise contextual: observação de campo e grupo focal. A observação dos idosos foi
realizada quando os idosos estavam utilizando as interfaces e ferramentas do
Moodle, em execução de tarefas reais no AVA. A finalidade destas recomendações
é aumentar a facilidade de acesso e uso dos AVA’s por idosos, e
consequentemente, gerar uma procura de cursos à distância mediados por esta
tecnologia, possibilitando uma interação entre os idosos e o acesso a novos
conhecimentos.
Lara (2012) também realizou um estudo utilizando observação de campo,
questionários e entrevistas com pessoas de meia idade e com idosos, visando
levantar as dificuldades ao utilizar sites de comércio eletrônico independente da
plataforma utilizada. Entre as dificuldades levantadas destaca-se esquecimento,
manuseio do mouse, localização de campos de entrada de dados, visualização de
47
informações com cores, entre outras. Com base nessas dificuldades, a pesquisadora
propôs novos critérios de sucesso para WCAG 2.0 que atendam o público da
terceira idade.
Já no trabalho de Arch (2009) é apresentada uma revisão bibliográfica
sobre as recomendações de usabilidade que devem ser seguidas no
desenvolvimento de aplicações Web para terceira idade. O autor conclui que as
recomendações WCAG 2.0 contribuíram para os requisitos desse público em
estudo, mas ainda existem lacunas relacionadas a deficiências relativas ao
envelhecimento, o que exige mais pesquisa e investigação nessa área. As
recomendações WCAG são muito relevantes, pois se seguidas podem tornar os
sites mais acessíveis para todas as pessoas e, principalmente, para os idosos.
Questões muito simples como tamanho da letra, espaçamentos e links com
tamanhos adequados, contribuem para que um site se torne mais acessível e,
consequentemente mais utilizado.
Almeida et al. (2014) realizaram uma pesquisa exploratória com o objetivo
de fazer um teste de usabilidade para avaliar as interações de idosos e jovens
usando o Gmail no iPad. A finalidade foi de analisar semelhanças e diferenças em
relação aos gestos aplicados, reconhecimento de elementos da interface e possíveis
problemas de acessibilidade e usabilidade. Como resultado, foi gerada uma lista de
16 recomendações para apoiar o desenvolvimento de interfaces Web para iPad com
ênfase em usuários da terceira idade.
Tanaka (2010) propôs um método alternativo para avaliar a acessibilidade
em sistemas de informação, baseado em heurísticas. O conjunto de heurísticas de
acessibilidade proposto foi resultado de um processo que abstraiu o contexto de
execução do sistema, aplicável a diferentes tipos de sistemas. Os resultados obtidos
através de dois experimentos mostraram que as heurísticas de acessibilidade
propostas são fáceis de aprender, rápidas de aplicar e de baixo custo, o que
possibilita sua aplicação a qualquer momento do processo de desenvolvimento de
um software.
A partir do levantamento bibliográfico apresentado nesta seção, foi feita
uma triagem na qual foram considerados apenas trabalhos que foram publicados a
partir do ano de 2009, e que atendiam ao cenário escolhido (idosos ou dispositivos
móveis). Também se verificou se essas recomendações abordadas pela literatura de
48
IHC já constavam no WCAG 2.0. Os Quadros 2 a 4 apresentam essas
recomendações levantadas e também um mapeamento dessas recomendações com
o WCAG 2.0, detalhando qual critério de sucesso se encaixa a cada recomendação
(se houver). Esse mapeamento realizado dessas recomendações levantadas com o
WCAG foi realizado com base na experiência e interpretação do WCAG pela autora.
Os trabalhos apresentados nesta seção são relevantes para a nossa
pesquisa, pois abordam recomendações de acessibilidade e usabilidade voltadas ao
nosso público alvo.
Quadro 2: Trabalhos da literatura que propõem recomendações de acessibilidade e
usabilidade
Recomendações WCAG Literatura IHC
Manter links sublinhados. Almeida et al., 2014
Orientar o usuário por meio de mensagens com linguagem clara, objetiva e educacional.
3.3.3 Almeida et al., 2014
Elaborar botões com rótulos ao invés de imagens. 1.4.5 Almeida et al., 2014
Exibir feedback visual, sonoro ou tátil no ato do toque configurável pelo usuário.
Almeida et al., 2014
Manter o mesmo posicionamento dos elementos na interface e suas respectivas funcionalidades.
3.2.4 Almeida et al., 2014
Destacar as funcionalidades principais do sistema. Almeida et al., 2014
Exibir um painel de ajuda e dicas sobre as funcionalidades no primeiro acesso do usuário.
Almeida et al., 2014
Aumentar o tempo de exposição das mensagens temporárias e posicioná-los no meio da interface.
2.2.1,2.2.2 Almeida et al., 2014
Evitar funcionalidades instantâneas que mudam a cada nova interação como filtros e autocompletar.
3.2.4 Almeida et al., 2014
Utilizar fonte com boa leitura e cores com contraste. 1.4.3 Almeida et al., 2014
Manter o foco do sistema na ação corrente do usuário sem exibir funcionalidades secundárias.
3.2.1 Almeida et al., 2014
Manter uma função “voltar” aparente na interface. Almeida et al., 2014
Zoom fácil. 1.4.8 Al-Razgan et al., 2012
A navegação principal deve ser colocada de forma idêntica em todas as páginas e funções críticas nunca devem desaparecer, e funções importantes devem ser colocadas na parte superior da tela para evitar toques erro.
3.2.3 Al-Razgan et al., 2012
49
Quadro 3: Continuação dos trabalhos da literatura que propõem recomendações de
acessibilidade e usabilidade
Recomendações WCAG Literatura IHC
Áudio para ajudar os idosos com visão reduzida. 1.2.9 Al-Razgan et al., 2012
Fonte maior para textos e rótulos dos ícones. 1.4.5 Al-Razgan et al., 2012
A página web não deve depender do recurso de barras de rolagem.
Lara, 2012
A página web deve evitar o uso de janelas pop-up. Lara, 2012
A página web deve diferenciar os links visitados dos links não visitados.
Lara, 2012
Não utilizar nomes idênticos para referenciar URLs distintas.
Lara, 2012
Links adjacentes devem ser apresentados na interface com espaço suficiente entre eles para evitar erros involuntários.
Lara, 2012
A página web não deve depender do recurso de barras de rolagem.
Lara, 2012
A página web deve evitar o uso de janelas pop-up. Lara, 2012
A página web deve diferenciar os links visitados dos links não visitados.
Lara, 2012
Não utilizar nomes idênticos para referenciar URLs distintas.
Lara, 2012
Links adjacentes devem ser apresentados na interface com espaço suficiente entre eles para evitar erros involuntários.
Lara, 2012
Ícones ou imagens adjacentes devem fazer parte da área de ativação dos links.
Lara, 2012
A página web deve oferecer uma funcionalidade que leia o conteúdo por meio de sintetizador de voz.
Lara, 2012
Os principais elementos que compõem a página web devem ser visualizados em destaque, tais como links, menus, botões e outros.
Lara, 2012
Menus do tipo drop-down devem ser apresentados com velocidade reduzida o suficiente para serem ativados por usuários que apresentam pouca coordenação motora.
Lara, 2012
Conteúdo multimídia deve disponibilizar opções para controlar a sua execução e a velocidade de apresentação.
Lara, 2012
A página web deve apresentar de forma distinta as opções de menu que já foram visitadas daquelas que ainda não foram visitadas.
Lara, 2012
Os menus do tipo drop-down devem apresentar apenas um nível de opções.
Lara, 2012
As opções intermediárias do menu, quando selecionadas, devem apresentar uma página contendo suas opções subsequentes e elementos alternativos para o seu acionamento, tais como botões e link.
Lara, 2012
50
Quadro 4: Continuação dos trabalhos da literatura que propõem recomendações de
acessibilidade e usabilidade
Recomendações WCAG Literatura IHC Ícones devem ser facilmente associados a objetos do mundo real.
Lara, 2012
A página deve apresentar meios que permitam ao usuário utilizar um resumo de suas interações anteriores.
Lara, 2012
A página inicial deve identificar claramente quais partes da aplicação web podem ser acessadas com ou sem autenticação.
Lara, 2012
A página web não deve apresentar funcionalidades distintas com descrições e títulos já utilizados em contexto diferentes.
Lara, 2012
A página web não deve ter a mesma forma de apresentação para links e outros componentes da interface que não aceitem ativação.
Lara, 2012
Na página web que contém campos para entrada de dados devem ser explicitadas informações sobre o formato de dados e seu domínio, ou seja, informações de como o usuário deve preencher o campo.
Lara, 2012
A página web deve fornecer recursos interativos para auxiliar o preenchimento de campos de formulário.
Lara, 2012
A página web deve disponibilizar diferentes meios de preenchimento de informações em campos de formulário além do teclado.
Lara, 2012
Disponibilizar mapa de navegação. 2.4.8 Macedo e Pereira, 2009
Evitar a utilização de links no meio de conteúdo que promovam a abertura de muitas janelas.
Macedo e Pereira, 2009
Manter texto alinhado à margem esquerda. 1.4.8 Macedo e Pereira, 2009
Manter bom contraste entre as cores de fundo da página e o texto, evitando cores de fundos muito brilhantes.
1.4.3,1.4.6 Macedo e Pereira, 2009
Escrever o texto na linguagem do usuário. 3.1.3,3.1.5 Macedo e Pereira, 2009
Manter espaçamento duplo entre as linhas de um texto. 1.4.8 Macedo e Pereira, 2009
Usar tamanho da fonte para textos maior que 12 pontos. 1.4.3,1.4.6 Macedo e Pereira, 2009
Dispor as informações de forma hierárquica nas áreas mais percebidas.
1.3.1 Macedo e Pereira, 2009
3.4 Avaliação de Usabilidade
Esta seção aborda alguns trabalhos sobre avaliação de usabilidade
utilizando a plataforma mobile, destacando a complexidade dessas interfaces
quando utilizada por idosos, como também as vantagens e desvantagens de utilizar
51
as avaliações de usabilidade para levantar os problemas de interface, e desafios
quando realizadas em dispositivos móveis por esse púbico.
Em Chou e Hsiao (2007) é realizado um estudo para analisar a
usabilidade de interface utilizando questionários, análise de correlação e modelo
relacional cinza. O modelo relacional cinza é uma técnica que considera o uso de
ferramentas matemáticas no comportamento de áreas da ciência (matemática,
lógica, previsão, tomada de decisão, computação gráfica, sistema de controle, entre
outras). Nesse trabalho, o modelo relacional cinza foi empregado com o objetivo de
obter o comportamento da aprendizagem das pessoas de meia idade no uso do
computador. Os resultados mostraram que as diferenças individuais, como idade,
sexo, nível de instrução e limitação física, devem ser levados em consideração nos
testes de usabilidade. Foi percebido também que pessoas com mais de 50 anos têm
mais dificuldade que jovens na hora de aprender novas tecnologias e que as
características dos seres humanos devem ser consideradas ao realizar testes de
usabilidade.
Questões de investigação, metodologias, atributos de usabilidade e uma
estrutura genérica para conduzir estudos na área de usabilidade foram utilizados por
Zhang (2005) para propor vários testes de usabilidade em aplicações móveis para
todos os tipos de usuários. Além disso, o autor aponta vantagens e desvantagens de
cada metodologia, e ressalta que a seleção da metodologia adequada depende dos
objetivos, questões específicas de investigação e atributos de usabilidade que se
deseja avaliar. Segundo o autor, os dispositivos móveis apresentam uma série de
desafios significativos para o teste de usabilidade, tais como: contexto móvel,
conectividade, tamanho reduzido da tela, resoluções de telas diferentes, capacidade
de processamento limitada.
Nielsen e Norman (2010) também apresentam um estudo sobre a
usabilidade de interfaces sensíveis ao toque. Indicam a necessidade de novos
métodos de usabilidade, já que as interfaces mudaram e também mudou a maneira
de interagir com elas. Alguns pontos abordados são as diferenças que existem entre
tablets de diferentes fabricantes. Por exemplo, os dispositivos móveis da Apple são
diferentes dos similares da Google; o ANDROID da Google utiliza menus, já o IOS
da Apple é contra a utilização de menus em seus dispositivos. Outro problema
levantado é quanto ao tamanho das telas. Existem no mercado dispositivos móveis
52
com telas pequenas, médias e grandes, e todos os gestos que funcionam bem na
tela grande devem também funcionar perfeitamente em uma interface com tela
menor.
Os trabalhos apresentados nesta seção corroboram com esta pesquisa,
pois mostraram características das pessoas da terceira idade que devem ser
considerados ao realizar o teste de usabilidade com esse público.
3.5 Avaliação de usabilidade e acessibilidade
Esta seção aborda um trabalho sobre usabilidade e acessibilidade, que
teve como resultado a criação de questionário para um especialista avaliar a
usabilidade e acessibilidade de um website.
Dias et al. (2014) propõem o Heuristic Evaluation with Usability and
Accessibility (HEUA), um questionário que pode ser usado para avaliar o grau de
existência de usabilidade e acessibilidade em um website. Este questionário é
composto por 93 requisitos de usabilidade e acessibilidade, que foram criados com
base em padrões de interface para avaliar usabilidade, com todos os critérios de
sucesso WCAG 2.0 e também com os critérios criados por Lara et al. (2010) para
idosos. Os 93 requisitos foram classificados em 10 heurísticas de Nielsen, e a cada
heurística foi associado um subconjunto desses requisitos. Para utilizar o HEUA o
especialista precisa responder todas as perguntas do questionário, o qual possui as
seguintes alternativas de resposta: (i) atende; (ii) não atende; e (iii) não se aplica.
Finalizadas as respostas do questionário, uma média deverá ser calculada para
obter um resultado quantitativo que indica como os requisitos de usabilidade e
acessibilidade estão presentes no website. O resultado da validação do HEUA
mostrou evidências de que ele pode ser usado para agregar as preocupações com
usabilidade e acessibilidade em um único instrumento, resultando em um valor
numérico que permite fazer comparações entre versões de sistemas ou entre
diferentes sistemas.
53
3.6 Combinação de métodos e técnicas para realizar testes de usabilidade
Uma vez que este trabalho pretende utilizar várias técnicas e métodos em
conjunto para realizar testes de usabilidade, esta seção discorre sobre trabalhos que
realizaram esse tipo de combinação.
Klaassen et al. (2007) comparam os métodos de entrevistas,
questionários e pensamento em voz alta (think aloud) em um estudo que procurou
determinar quais os problemas encontrados em testes de site personalizado,
concluindo que o pensamento em voz alta pode ser mais adequado para detecção
de problemas. Segundo eles, a técnica think aloud pode ser utilizada em conjunto
com outros métodos, resultando em uma avaliação de melhor qualidade. Já no
trabalho apresentado por Moritz e Meinel (2010), o foco é a combinação de
diferentes métodos para testar a usabilidade de sites de maneira mais eficiente em
notebooks. Na proposta, os autores combinam métodos de avaliação heurística,
percurso cognitivo, medição de dados fisiológicos, auditoria e lista de verificação de
usabilidade, além da gravação de um vídeo do rosto do usuário para testar a
usabilidade de aplicações em dispositivos móveis de maneira mais eficiente.
Também os trabalhos de Lee e Grice (2004) e Holzinger (2005) propõem
um método de teste de usabilidade que combina questionários, tarefas baseadas em
cenários e avaliação heurística, contribuindo significativamente com uma abordagem
para combinar diferentes métodos de testes para interfaces e desenvolvimento de
aplicações móveis. Destacou também que a usabilidade no desenvolvimento de
aplicações móveis é um processo importante para abordar sistematicamente o
usuário e a perspectiva de uso.
Law e Hvannberg (2002) e Rocha e Baranauskas (2003) defendem que
as técnicas de avaliação heurística e teste de usabilidade são complementares, pois
podem identificar conjuntos distintos de problemas de usabilidade. Defendem ainda
que o teste de usabilidade pode detectar com mais precisão a origem do problema
de usabilidade, ou seja, mostra com mais detalhes porque está acontecendo um
erro, se faltam informações, se a interface está confusa e em que ponto, entre outros
problemas. Nos testes realizados no trabalho de Law e Hvannberg (2002), cada uma
das técnicas identificou 44% do total de problemas de usabilidade, e alguns
problemas identificados na avaliação heurística não foram constatados no teste de
54
usabilidade, e vice-versa. Portanto, as técnicas se completam e juntas conseguem
apurar um número maior de problemas.
Os trabalhos apresentados nesta seção foram relevantes, pois ajudou no
entendimento e na realização de testes com usuários.
3.7 Considerações sobre os Trabalhos Relacionados
O Quadro 5 sumariza as principais técnicas e cenários abordados nos
trabalhos considerados nesta seção. Eles relatam as dificuldades que as pessoas da
terceira idade apresentam, como motoras, baixa visão e audição, memória e
raciocínio lentos, entre outras. Essas dificuldades têm grande impacto no uso de
dispositivos móveis, que apresentam telas menores, textos com fontes pequenas,
telas sensíveis ao toque e que necessitam de precisão para acertar alvos na tela.
São apresentadas também diversas técnicas e recomendações de usabilidade e
acessibilidade existentes na literatura de IHC. Os trabalhos consultados apontam a
combinação de várias técnicas para obtenção de um número maior de problemas de
usabilidade e acessibilidade. Mas as combinações de técnicas apresentadas e os
cenários considerados são diferentes dos que estamos propondo, ou seja, testar a
combinação de técnicas distintas com idosos utilizando tablets. Com o conhecimento
gerado dessa combinação de técnicas e com esse cenário, foi feito adaptações na
aplicação das técnicas de testes de usabilidade, como também adaptações nas
recomendações de acessibilidade.
55
Quadro 5: Principais técnicas e cenários abordados nos trabalhos relacionados.
56
4 Metodologia de Pesquisa
Conforme a Seção 1.2, a hipótese que norteou este estudo foi de que é
possível fazer a avaliação de acessibilidade, baseada em revisão de
recomendações, de uma forma mais direcionada às pessoas de terceira idade que
utilizam interfaces nativas de tablets (e de navegadores por eles providos) para
acessar conteúdo via navegadores web.
As adaptações das recomendações WCAG 2.0 foram propostas com
base em revisão bibliográfica e em avaliação com usuários idosos acessando
websites através de tablets.
A Seção 4.1 discorre sobre a FATEC, instituição onde foram realizadas as
avaliações e onde se encontra o público-alvo da pesquisa; as etapas da aplicação
da metodologia de pesquisa são abordadas na Seção 4.2.
4.1 A FATEC e o Público-alvo
A FATEC de Itapetininga pertence ao Centro Paula Souza, uma autarquia
do Governo do Estado de São Paulo vinculada à Secretaria de Desenvolvimento
Econômico e Tecnologia, que administra 218 Escolas Técnicas (ETECs) e 63
Faculdades de Tecnologia Estaduais (FATECs) em mais de 300 municípios do
Estado de São Paulo.
O público-alvo são alunos inseridos no projeto de inclusão digital para
comunidade da terceira idade da FATEC de Itapetininga. Esse projeto teve início em
março de 2012. Em todo semestre são oferecidas trinta vagas, sendo a procura pelo
curso considerada grande. As aulas aos idosos são ministradas com ajuda
voluntária dos alunos dos cursos de Análise e Desenvolvimento de Sistemas,
Agronegócios e Comércio Exterior.
O Curso tem os seguintes objetivos:
Oferecer aos participantes a oportunidade de utilizar os recursos
dos Laboratórios de Informática, da Faculdade, para aprimorar
seus conhecimentos;
Familiarizar as pessoas da terceira idade com os recursos da
informatização, contribuindo para que os mesmos estreitem suas
57
relações com a tecnologia, inserindo-se melhor no contexto da
modernidade.
Doze alunos desse curso participaram como voluntários da avaliação de
usabilidade e acessibilidade proposta nesta pesquisa. Eles foram observados e
responderam questionários visando a avaliação de interfaces dos tablets. Esses
alunos são pessoas que não têm conhecimento sobre computador, nunca utilizaram
tablets, e apenas uma pequena percentagem possui celular touchscreen.
4.2 Definição da Metodologia
A metodologia a ser utilizada foi desenhada considerando as melhores
práticas utilizadas para a aplicação de avaliação com usuários, conforme reportadas
na literatura por especialistas na área de IHC (Caseiro, 2011; Gonçalves et al., 2011;
Rocha e Baranauskas, 2003; Moritz e Meinel, 2010 e Zhang, 2005). Procurou-se
absorver as experiências reportadas como sendo de sucesso. Sendo assim, a
aplicação dessa metodologia foi realizada com base nas seguintes etapas:
Revisão da literatura de IHC para levantamento de requisitos do
cenário de estudo;
Escolha de tablets da marca SAMSUNG de diferentes tamanhos
para a avaliação com usuários;
Elaboração de uma lista de tarefas contendo tarefas típicas
utilizadas pelo público alvo;
Aplicação de teste-piloto, para validação da metodologia e dos
recursos utilizados;
Aplicação de avaliação com usuários para identificar problemas
de interação, captação das imagens, coleta de métricas e
preenchimento dos questionários;
Análise dos dados coletados da avaliação com usuários;
Proposição de complementações das recomendações do
WCAG 2.0 com base na análise das etapas (i) e (vi);
Avaliação de interfaces de dispositivos móveis usando os novos
métodos propostos e verificação de sua capacidade de
58
identificar mais erros de acessibilidade (em especial para o
público idoso) que os métodos já existentes.
Na Figura 2 pode ser visto com mais detalhes como foi realizada a
avaliação com usuários para levantar problemas de interação ao acessar websites
usando tablets.
Na etapa (iii), foi elaborado um roteiro para a avaliação com usuários
composto por tarefas que são de interesse do público-alvo, ou seja, tarefas típicas
que pessoas da terceira idade desenvolvem com o apoio da internet. As tarefas
selecionadas para o avaliação foram:
Primeira tarefa:
Abrir o navegador Internet Explorer ou Chrome;
Entrar no site www.climatempo.com.br;
Consultar a previsão do tempo da cidade de Itapetininga do dia
seguinte;
Finalizada a consulta, retornar à tela inicial do tablet;
Segunda tarefa:
Abrir o navegador Internet Explorer ou Chrome;
Entrar no site www.tse.jus.br;
Acionar o link “Título e local de votação”;
Fazer uma consulta por título;
Finalizada a consulta, retornar à tela inicial do tablet;
Terceira tarefa:
Acionar o aplicativo Kindle;
Acionar o link em iniciar a leitura;
Criar uma nova conta usando o seu e-mail;
Finalizado a criação da conta no kindle, entrar na loja Kindle (a loja
Kindle pode ser acionada pelo aplicativo Kindle ou pelo site
www.amazon.com.br);
59
Figura 2: Processo de avaliação com usuários.
Procurar um livro gratuito de sua preferência;
Selecionar o link de compra;
Preencher o cadastro para compra;
Finalizada a compra, retornar à tela inicial do tablet.
60
Antes de aplicar a avaliação definitiva, foi realizado um teste-piloto (etapa
(iv)). Com base nesse teste-piloto foram feitos ajustes no roteiro, antes de iniciarmos
as avaliações definitivas. Mais detalhes sobre o teste-piloto é apresentado no
capítulo 5 (Seção 5.1).
As etapas (v) e (vi) foram realizadas duas vezes com grupos de idosos
distintos. A primeira utilizou a técnica think aloud de forma tradicional, e a segunda,
a técnica think aloud retrospectiva.
A avaliação da interface com o público da terceira idade (etapa (v)) foi
realizada de forma individual. Essa decisão decorreu da necessidade de se gravar a
manipulação do tablet pelo usuário, como também a gravação da voz do usuário e,
para isso precisávamos de espaço reservado que não interferisse na concentração
do participante e no áudio gravado.
Foi entregue aos participantes o documento sobre Ética3 na pesquisa
(Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE), que os participantes deveriam ler e
assinar (caso concordasse com a gravação de um vídeo durante a utilização da
interface), antes do início da avaliação. O Apêndice I apresenta o documento de
ética que foi submetido para se obter o consentimento para a filmagem dos
participantes da avaliação, uma vez que a técnica de observação foi utilizada como
uma das técnicas de avaliação. O consentimento do Comitê de ética em Pesquisa
(CEP) foi aprovado em 04/07/2014 sob número 30879914.6.0000.5404.
Inicialmente, os participantes receberam instruções sobre como
funcionaria a avaliação, tais como: explicação do propósito e objetivos da avaliação,
duração da avaliação, atividades a serem executadas durante a avaliação e
preenchimento de questionários ao início e ao final da avaliação. Também
receberam algumas orientações de como ligar o tablet, como operar a tela usando o
toque dos dedos, quais ícones (aplicativos) são usados para navegar na internet, e
qual o botão que retorna à tela inicial do tablet.
Depois das orientações, o participante preencheu um questionário que
avaliava o seu perfil (vide Apêndice II) e pôde utilizar o tablet livremente por dez
3 http://aplicacao.saude.gov.br/plataformabrasil/login.jsf - CAAE 30879914.6.0000.5404
61
minutos. Logo depois, foi requisitado ao participante que retornasse à tela inicial do
tablet e foi entregue a ele a lista de tarefas.
Como essas técnicas foram utilizadas, foi solicitado ao participante que
falasse o que estava pensando durante a execução da avaliação na primeira vez
quando o think aloud tradicional foi utilizado. Na segunda vez, utilizando-se o think
aloud de forma retrospectiva, foi assistido o vídeo da avaliação com o participante, e
foi solicitado a ele que verbalizasse seus pensamentos durante a exibição do vídeo.
Além disso, um vídeo com foco na manipulação do dispositivo foi gravado.
Depois de completadas as tarefas no tablet, o participante preencheu um
questionário sobre a avaliação com questões quantitativas e qualitativas (vide
Apêndice III).
Na etapa (vi), os resultados foram analisados com base no vídeo gravado
e no questionário proposto. Na análise dos vídeos gravados foram coletadas
algumas métricas selecionadas (vide Apêndice IV). Essas métricas foram
elaboradas com bases nos trabalhos de Almeida et al. (2011), Gonçalves et al.
(2011); Kronbauer e Santos (2011) e Law e Hvannberg (2002). Das 14 métricas
criadas, 5 foram baseadas nos trabalhos desses autores, como exemplo a métrica
“Média da Qtde. de vezes que o usuário expressou frustração com a interface”, as
outras 9 métricas foram criadas com base na plataforma (dispositivo móveis) e no
público-alvo. Além disso, foram identificados problemas durante o teste-piloto que
motivaram métricas complementares, mais específicas do público-alvo. Essas
métricas serviram para avaliação e apresentação de resultados quantitativos da
avaliação com usuário.
Por sua vez, as respostas obtidas com base nos questionários foram
analisadas e classificadas. E com base nesses resultados da análise da avaliação
com usuário e revisão da literatura IHC, foram levantados requisitos para uma
proposta de adaptação do WCAG específico para atender a idosos. As adaptações
propostas foram incorporadas aos métodos de avaliação de acessibilidade (etapa
(vii)) que, em seguida, foram avaliadas para se determinar se são capazes de
identificar mais erros de acessibilidade do que as recomendações WCAG 2.0
originais (etapa (viii)). Os resultados das etapas (vii) e (viii) são detalhados nos
próximos capítulos.
62
4.3 Considerações sobre o capítulo
Este capítulo detalhou o público-alvo e a metodologia da avaliação com
usuário para levantar os requisitos e propor as adaptações nas recomendações do
WCAG 2.0. Em essência, a metodologia visou coletar requisitos, via análise da
literatura e via avaliação com usuários, para propor alterações e complementações
nas recomendações citadas, e testar se o efeito esperado dessa proposição foi
atingido, ou seja, se a nova lista de recomendações identificou mais erros de
acessibilidade que as recomendações originais do WCAG 2.0.
O próximo capítulo apresenta a análise dos resultados da avaliação com
usuários idosos acessando websites com tablets (etapa (vii) da metodologia).
63
5 Resultados da avaliação com usuários
Este capítulo apresenta os resultados da avaliação com usuários idosos
para levantar problemas de interação no acesso de websites com tablets. Os
participantes dessa avaliação foram idosos que participaram do curso de Inclusão
Digital na FATEC de Itapetininga no segundo semestre de 2014 e primeiro semestre
de 2015.
A Seção 5.1 discorre sobre o teste-piloto; a avaliação com usuários
usando think aloud tradicional é abordado na Seção 5.2; a Seção 5.3 discorre sobre
a avaliação com usuários usando retrospective think aloud; e os problemas
levantados na avaliação com usuários idosos são abordados na Seção 5.4.
5.1 Teste-piloto
O teste-piloto foi realizado com 5 idosos que, posteriormente, não fizeram
parte do grupo que realizou a avaliação definitiva. Esse teste-piloto teve a finalidade
de verificar se todas as etapas definidas na metodologia atendiam satisfatoriamente
ao objetivo do trabalho, se as etapas da execução da avaliação estavam bem
elaboradas e se não causavam dúvidas, se as informações relevantes estavam
incluídas no roteiro, se existiam questões irrelevantes e se perguntas que podiam
agregar informações importantes à pesquisa não tinham sido omitidas. Com base
nesse teste-piloto foram feitos os seguintes ajustes:
a) Ajustes no roteiro (ou seja, no documento que define como
conduzir a avaliação com o participante). Foi definido um roteiro
mais detalhado, indicando tarefas como: receber o participante,
explicar o motivo da avaliação, a duração da avaliação, e o motivo
para a gravação do vídeo;
b) Ajustes nas tarefas. O teste-piloto foi feito com os seguintes
websites: 1ª tarefa – no site da Google4, com o objetivo de localizar
o site da “TV TEM - Itapetininga” e procurar uma reportagem do dia
18/06/2014 no programa Jogo de Cintura; 2ª tarefa – no site da
4 www.google.com.br
64
Globo5, para localizar a reportagem sobre “Panamá e Costa Rica”
exibida em 27/06/2014; 3ª tarefa - no site do Climatempo6, para
consultar a previsão de tempo da cidade de Tietê para o dia
seguinte. Após essa avaliação foi possível perceber que estes sites
não tinham formulários de cadastros, e eram apenas páginas para
consulta e que depois de um tempo, a informação procurada podia
ser retirada do site; além disso as Tarefas 1 e 2 eram muito
parecidas, o que também não agregaria informação relevante para
os resultados da avaliação, e que poderia comprometer no
levantamento de requisitos para a proposta de complementação
WCAG. Então as tarefas foram alteradas para: 1ª tarefa – no site
do Climatempo4, com o objetivo de consultar a previsão de tempo
da cidade de Itapetininga do dia seguinte; 2ª tarefa - no site do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE)7, procurar seu local de votação,
fazendo a procura pelo seu título de eleitor; 3ª tarefa - fazer um
cadastro no aplicativo Kindle no site da Amazon8 e comprar um
livro gratuito para Kindle;
c) Ajustes no local físico: a sala usada no teste-piloto não tinha boa
iluminação, então foi percebido que para ter uma boa filmagem era
necessária uma sala com boa iluminação e também com cortinas;
d) Escolha do tipo de filmadora: no teste-piloto foi usada uma
filmadora não profissional9. Foi verificado que a qualidade do vídeo
não ficou boa, o que provocou a mudança para uma filmadora
profissional10;
e) Definição do posicionamento da filmadora: foi observado que para
fazer a filmagem seria necessário um tripé e que este deveria ficar
atrás do participante para conseguir um bom posicionamento para
captura das imagens.
5 www.globo.com
6 www.climatempo.com.br
7 www.tse.jus.br
8 www.amazon.com.br
9 SONY DSC-W510 - com resolução 12 megapixels
10 Filmadora Sony – HDR – CX 160
65
5.2 Avaliação com usuários usando Think Aloud de forma tradicional
Esta seção aborda os resultados da avaliação com usuários idosos
utilizando a técnica think aloud de forma tradicional. A Seção 5.2.1 discorre sobre os
resultados do questionário de perfil dos entrevistados; a avaliação com usuários é
abordada na Seção 5.2.2 e, finalmente na Seção 5.2.3 são apresentados os
resultados do questionário pós-teste.
5.2.1 Questionário de perfil do entrevistado
Antes de iniciar a avaliação, os participantes preencheram o questionário
de perfil do entrevistado (Apêndice II), que teve a finalidade de conhecer melhor os
participantes.
As questões do questionário de perfil do entrevistado estão apontadas
como título dos Quadros de 6 a 11.
Quadro 6: Q1 - Profissões dos participantes.
Profissões Quantidade de participantes
Aposentado(a) 4
Professor(a) 3
Costureira 1
Funcionário público 1
Contadora 1
Diretora de escola 1
Doméstica 1
Quadro 7: Q2 - Acessa a Internet?
Acesso Percentagem
Menos de 2 anos 67%
Entre 2 e 5 anos 8%
Mais que 5 anos 25%
66
Quadro 8: Q3 - Já usou tablet?
Uso Percentagem
Nunca 100%
Algumas vezes 0%
Faz uso constante 0%
Quadro 9: Q4 - Usa outros tipos de computadores?
Nunca 17%
Algumas vezes 50%
Faz uso constante 33%
Quadro 10: Q5 - Tem alguma limitação visual?
Sim 50%
Não 50%
Qual? Dificuldade para enxergar de perto
Quadro 11: Q6 - Tem alguma limitação motora?
Sim 0%
Não 100%
Qual? - - - - - - - - - - - - - - -
Nota-se que a maioria dos participantes eram aposentados ou
professores, já acessavam a internet antes da participação nos testes, faziam uso
não frequente de computadores e não tinham limitação motora. A limitação visual
atingia metade dos participantes, sem serem, no entanto, limitações graves. Uma
questão referente a raciocínio do participante ser lento ou rápido (vide Apêndice II)
não foi considerada, pois a avaliação do raciocínio é muito subjetiva e portanto não
foi utilizada para fazer a análise do perfil do participante.
67
5.2.2 Avaliação com usuário
A avaliação com usuário utilizando a técnica think aloud tradicional teve a
participação de 12 idosos, sendo 9 mulheres e 3 homens, com idade entre 55 e 76
anos. Os três modelos de tablet da marca SAMSUNG (tamanho de 7’’, 10’’ e 12’’)
com ANDROID 4.2 foram usados pelos participantes, sendo que cada modelo foi
usado por 4 participantes, sem repetições de pessoas e a definição de qual tablet
cada participante usaria foi feita de forma aleatória. A avaliação foi realizada de
forma individual, com horário marcado antecipadamente conforme a disponibilidade
do participante e todas as avaliações foram realizadas no período da tarde.
As tarefas para a avaliação foram:
1ª - Consultar a previsão do tempo da cidade de Itapetininga do dia
seguinte;
2ª - Fazer uma consulta do local de votação no site do TSE usando o
título de eleitor;
3ª - Criar uma conta no aplicativo Kindle e no site da Amazon11, e fazer a
compra de um livro gratuito.
Durante as sessões de avaliação, o condutor ficou próximo ao
participante e o induzia a falar o que estava pensando no momento que estava
realizando as tarefas. Uma filmadora gravava a interação e a voz do participante, e o
aplicador fazia anotações das reações e comentários do participante. A Figura 3
mostra um dos participantes realizando a avaliação no tablet de 12’’ e, também o
ambiente utilizando durante as avaliações.
11
www.amazon.com.br
68
Figura 3: Participante realizando a tarefa da avaliação com o tablet.
Completada a avaliação com os 12 participantes, o vídeo foi assistido e,
com base nas métricas selecionadas (Apêndice IV), foram tabulados os problemas
observados. O Quadro 12 mostra com mais detalhes a tabulação dos problemas
encontrados na avaliação com usuários usando o think aloud na forma tradicional,
conforme as métricas estabelecidas.
Com base nos dados do Quadro 12, por exemplo, observa-se pela
métrica intitulada “participantes que concluíram a tarefa” que 75% dos participantes
concluíram a 1ª tarefa nos três modelos de tablets; já nenhum dos 12 participantes
(100%) conseguiu concluir a 2ª tarefa. Conseguiram concluir a última tarefa apenas
25% dos participantes e apenas aqueles que estavam utilizando o tablet de 7”.
Em relação a erros cometidos pelos participantes, a maior média obtida
foi na avaliação da métrica “Média da quantidade de reclamações da interface”,
quando foi obtida a média 6, com o tablet de 7” na execução da 2ª tarefa. A menor
média observada foi para a métrica "Média da quantidade de vezes que o
69
participante desviou do objetivo da tarefa". Essa média foi observada para todos os
modelos de tablet. Outras medidas podem ser observadas no Quadro 12.
Analisando os resultados apresentados no Quadro 12, das 12 métricas
analisadas, pode se chegar às seguintes conclusões: duas métricas (“Participantes
que souberam habilitar o teclado virtual” e “Participantes que identificaram a barra de
rolagem”) tiveram 100% de sucesso para todos os modelos de tablet; para as 10
métricas restantes, 50% dos aspectos mais positivos ficaram para o modelo de 10”,
30% para o de 12” e apenas 20% para o de 7”. Dentre os aspectos mais negativos,
50% foram para os tablets de 7”, 20% para os de 10” e 30% para os de 12”. Assim,
os dados indicam que em relação ao tamanho do tablet, o de 10” teve o melhor
desempenho junto aos participantes da avaliação com usuários, pois agrega 50%
dos pontos mais positivos e 20% foram considerados medianos. O tablet com pior
desempenho foi o de 7”, que foi considerado mediano a ruim, e o de 12” teve
desempenho médio em todas as métricas observadas. A distribuição dos tablets
mesmo sendo realizada de forma aleatória não influenciou nos resultados. Pois
analisando o perfis dos participantes após a realização das avaliações, identificou-se
que cada grupo dos tablets de 7’’, 10’’ e 12’’, teve participantes professores,
aposentados e domésticas.
70
Quadro 12: Avaliação com usuários utilizando a técnica think aloud tradicional
71
5.2.3 Questionário de pós-teste
Ao término da avaliação, cada participante respondeu um questionário
sobre a avaliação (Apêndice III). O resultado desse questionário é apresentado nos
Quadros de 13 a 24.
Quadro 13: Q1 - A interface do tablet é agradável?
tablet concordo totalmente concordo discordo
discordo totalmente
7’’ 25% 25% 50% 0%
10’’ 75% 0% 25% 0%
12’’ 0% 75% 25% 0%
Quadro 14: Q2 - Os botões e links são apresentados em um tamanho adequado?
tablet concordo totalmente concordo discordo
discordo totalmente
7’’ 25% 50% 0% 25%
10’’ 100% 0% 0% 0%
12’’ 25% 50% 25% 0%
Quadro 15: Q3 - O tamanho das letras dos textos é adequado?
Tablet concordo totalmente concordo discordo
discordo totalmente
7’’ 0% 50% 25% 25%
10’’ 50% 0% 50% 0%
12’’ 0% 50% 50% 0%
Quadro 16: Q4 - As páginas do site estavam muito carregadas de conteúdo?
Tablet concordo totalmente concordo discordo
discordo totalmente
7’’ 0% 25% 50% 25%
10’’ 0% 75% 25% 0%
12’’ 50% 50% 0% 0%
72
Quadro 17: Q5 - Os textos apresentados no site são compreensíveis?
tablet concordo totalmente concordo discordo
discordo totalmente
7’’ 25% 75% 0% 0%
10’’ 50% 25% 25% 0%
12’’ 0% 50% 50% 0%
Quadro 18: Q6 - A navegação de uma página para outra no site foi:
tablet muito
fácil
fácil médio difícil muito
difícil
7’’ 0% 25% 50% 0% 25%
10’’ 0% 50% 50% 0% 0%
12’’ 0% 50% 50% 0% 0%
Quadro 19: Q7 - O tamanho do teclado apresentado nesse tablet é:
tablet muito
ruim
ruim razoável bom ótimo
7’’ 25% 0% 25% 25% 25%
10’’ 0% 0% 25% 0% 75%
12’’ 0% 0% 25% 50% 25%
Quadro 20: Q8 - Foi fácil sair da aplicação ou do site quando terminou a tarefa:
tablet muito
fácil
fácil médio difícil muito
difícil
7’’ 0% 50% 25% 0% 25%
10’’ 0% 75% 25% 0% 0%
12’’ 0% 25% 50% 25% 0%
73
Quadro 21: Q9 - Utilizaria novamente esse tablet para navegar na internet?
Tablet Sim Por quê? Não Por quê?
7’’ 50% É fácil de manusear, tamanho
perfeito. 50% Porque não.
10’’ 75%
Com toda certeza. É mais fácil
e sofisticado.
Para desenvolver mais
conhecimento.
É muito útil e proveitoso.
25%
Não, ou
somente
com o apoio
de um
instrutor.
12’’ 100%
Depende, se eu tiver acesso
fácil ao computador, eu daria
preferência.
Só preciso aprender mais.
Ele é um dispositivo bom.
Porque não é muito diferente
da navegação do computador.
0%
Quadro 22: Q10 - Teve algum(ns) problema(s) ao utilizar o tablet?
Tablet Respostas
7’’
Tive problema com o tamanho das letras.
Sim, tive muitos.
Sim, um pouco.
Sim.
10’’
Não.
Apenas forçou um pouco a visão.
Na hora de focar o teclado.
Pela primeira vez usei um tablet, com certeza tive
dificuldades que serão sanadas.
12’’
Mais ou menos, algumas vezes o touch do tablet não
obedeceu.
Tive vários problemas por não conhecer o tablet e várias
dificuldades no teclado.
Sim, porque não tenho conhecimento.
O problema maior foi velocidade da internet.
74
Quadro 23: Q11 - Você sugere alguma(s) alteração(ões) para melhoria desse tablet?
Tablet Respostas
7’’
Sim.
Não.
Não.
Não.
10’’
Não.
As informações devem ser mais claras.
Mais explicações sobre as teclas.
Mais informações sobre os erros cometidos.
12’’
Não.
Não, pois não conheço.
Não, porque não tenho conhecimento sobre como usar um tablet.
Melhorar as informações e as mensagens.
Quadro 24: Q12 - Você sugere alguma(s) alteração(ões) para melhoria do site utilizado
nesse teste?
Tablet Respostas
7’’
Telas cheias de conteúdo.
Não.
Não.
Não.
10’’
Não, já está normal.
Apenas nitidez.
Eles deverão ser mais diretos no assunto.
Está bom, ok.
12’’
Não.
Não.
Muito sensível e a direção errada não dá certo.
Também não tenho conhecimento adequado para isso.
Com base nas respostas, é possível inferir que os participantes preferiram
o tablet de 10’’ quando analisaram a interface, tamanho de letras, botões, links e
teclado. A maioria utilizaria novamente os tablets (de qualquer tamanho) para
navegar na internet. A maior reclamação em relação aos sites utilizados foi quanto
ao excesso de conteúdo das páginas.
75
5.3 Avaliação com usuários utilizando Retrospective Think Aloud
Esta seção aborda os resultados da avaliação com usuários utilizando a
técnica retrospective think aloud. A Seção 5.3.1 discorre sobre os resultados do
questionário de perfil dos entrevistados; a avaliação com usuário é abordada na
Seção 5.3.2 e, finalmente na Seção 5.3.3 são apresentados os resultados do
questionário pós-teste.
5.3.1 Questionário de perfil do entrevistado
Antes de iniciar a avaliação, os participantes preencheram o questionário
de perfil do entrevistado (Apêndice II), que teve a finalidade de conhecer melhor os
participantes. De forma similar à Seção 5.2.1, as questões do questionário de perfil
do entrevistado estão apontadas como título dos Quadros de 25 a 30.
Quadro 25: Q1 - Profissões dos participantes.
Profissões Quantidade de participantes
Aposentado(a) 2
Professor(a) 1
Advogado(a) 1
Assistente social 1
Funcionário público 1
Dentista 1
Comerciante 1
Costureira 1
Doméstica 3
Quadro 26: Q2 - Acessa a internet?
Acesso Percentagem
Menos de 2 anos 50%
Entre 2 e 5 anos 25%
Mais que 5 anos 25%
76
Quadro 27: Q3 - Já usou tablet?
Uso Percentagem
Nunca 100%
Algumas vezes 0%
Faz uso constante 0%
Quadro 28: Q4 - Outros tipos de computadores.
Nunca 16,7%
Algumas vezes 33,3%
Faz uso constante 50%
Quadro 29: Q5 - Tem alguma limitação visual?
Sim 41,7%
Não 58,3%
Qual? Não enxergo de perto
Quadro 30: Q6 - Tem alguma limitação motora?
Sim 0%
Não 100%
Qual? - - - - - - - - - - - - - - -
Nota-se que a maioria dos participantes eram domésticas ou
aposentados, já acessavam a internet antes da participação nos testes, faziam uso
não frequente de computadores e não tinham limitação motora. A limitação visual
atingia 41,7% dos participantes sem serem, no entanto, limitações graves. Uma
questão referente a raciocínio do participante ser lento ou rápido (vide Apêndice II)
não foi considerada, pois a avaliação do raciocínio é muito subjetiva e, portanto não
foi utilizada para fazer a análise do perfil do participante.
77
5.3.2 Avaliação com usuário
Nesta segunda avaliação com usuários, a técnica think aloud foi utilizada
de forma retrospectiva. A avaliação também teve a participação de 12 idosos, sendo
10 mulheres e 2 homens, com idade entre 56 e 74 anos. Essa avaliação também foi
realizada de forma individual, com horário marcado antecipadamente conforme a
disponibilidade de cada participante e também foi realizada no período da tarde.
Nessa avaliação o condutor não ficou próximo ao participante, não fez
nenhuma pergunta ao participante, como também não respondeu nenhuma questão
do participante. Também foi gravada a interação e a voz do participante na
realização das tarefas. E as tarefas utilizadas foram as mesmas da avaliação com
usuário utilizando think aloud tradicional.
Após realizar a avaliação com cada um dos 12 participantes, foi assistido
o vídeo da avaliação, e solicitado ao participante que verbalizasse o que ele estava
pensando no momento que executava a tarefa, o que sentiu em cada interação com
o site, as dificuldades, dúvidas etc. Com base nas métricas estabelecidas, foram
tabulados os problemas observados. O Quadro 31 mostra com mais detalhes a
tabulação da avaliação com usuário usando o Retrospective Think Aloud.
Com base nos dados do Quadro 31, por exemplo, segundo a métrica
intitulada “Participantes que concluíram a tarefa”, 50% dos participantes concluíram
a 1ª tarefa nos tablets de 7’’ e 12’’, sendo 75% que utilizaram o tablet de 10’’. 50%
dos participantes conseguiu concluir a 2ª tarefa. Conseguiram concluir a última
tarefa apenas 25% dos participantes, sendo apenas aqueles que estavam utilizando
o tablet de 7”.
Em relação a erros cometidos pelos participantes, a maior média obtida
foi na avaliação da métrica “Média da quantidade de erros cometidos na interface”,
em que foi obtida a média 5,5 com o tablet de 7”, na execução da 3ª tarefa. A menor
média foi zero observado para a métrica “Média da quantidade de vezes que clicou
no aplicativo errado” para os participantes que utilizaram o tablet de 12” nas três
tarefas. Outras medidas da tabulação referentes a essa avaliação podem ser
observadas no Quadro 31.
78
Quadro 31: Avaliação com usuários utilizando a técnica Retrospective Think Aloud
79
Analisando os resultados apurados da tabulação das 12 métricas do
Quadro 31, pode se chegar à seguinte conclusão: duas métricas (“Participantes que
souberam habilitar o teclado virtual” e “Participantes que identificaram a barra de
rolagem”) tiveram 100% de sucesso para todos os modelos de tablet, para as 10
métricas restantes, 70% dos aspectos mais positivos ficaram para o modelo de 12”,
20% para o de 10” e apenas 10% para o de 7”. Os mais negativos ficaram divididos
entre os tablets de 7’’ e de 10’’ com 50% cada. Dessa maneira, os dados indicam
que, em relação ao tamanho do tablet, o de 12” teve o melhor desempenho junto
aos usuários pois agrega 70% dos pontos mais positivos e 30% foram considerados
medianos. O de 7” teve o pior desempenho (considerado ruim) e o de 10” tendeu a
ficar mais na média em todas as métricas observadas. A distribuição dos tablets
mesmo sendo realizada de forma aleatória não influenciou nos resultados. Pois
analisando o perfis dos participantes após a realização das avaliações, identificou-se
que cada grupo dos tablets de 7’’, 10’’ e 12’’, tiveram professores, aposentados e
domésticas como participantes. O tablet de 7’’ foi o que teve a participação maior de
pessoas graduadas e mesmo assim o tablet de 7’’ foi o que teve o pior desempenho.
Analisando os resultados obtidos nos dois grupos de avaliação é possível
concluir que o tablet de 7’’ foi o que teve o pior desempenho, já os tablets de 10’’ e
12’’ tiveram desempenho classificados como mediano a bom.
5.3.3 Questionário de pós-teste
Ao término da avaliação, cada participante respondeu um questionário
sobre a avaliação (Apêndice III). O resultado da aplicação desse questionário é
detalhado nos Quadros 32 a 43.
Quadro 32: Q1- A interface do tablet é agradável?
tablet concordo totalmente
concordo discordo discordo
totalmente
7’’ 25% 50% 25% 0%
10’’ 25% 75% 0% 0%
12’’ 25% 75% 0% 0%
80
Quadro 33: Q2- Os botões e links são apresentados em um tamanho adequado?
tablet concordo
totalmente concordo discordo
discordo
totalmente
7’’ 0% 100% 0% 0%
10’’ 0% 100% 0% 0%
12’’ 50% 50% 0% 0%
Quadro 34: Q3 - O tamanho das letras dos textos é adequado?
tablet concordo
totalmente concordo discordo
discordo
totalmente
7’’ 25% 25% 25% 25%
10’’ 0% 100% 0% 0%
12’’ 0% 100% 0% 0%
Quadro 35: Q4 - As páginas do site estavam muito carregadas de conteúdo?
tablet concordo
totalmente concordo discordo
discordo
totalmente
7’’ 0% 25% 75% 0%
10’’ 50% 0% 50% 0%
12’’ 50% 25% 25% 0%
Quadro 36: Q5 - Os textos apresentados no site são compreensíveis?
tablet concordo
totalmente concordo discordo
discordo
totalmente
7’’ 0% 75% 25% 0%
10’’ 25% 25% 50% 0%
12’’ 25% 50% 25% 0%
Quadro 37: Q6 - A navegação de uma página para outra no site foi?
Tablet muito
fácil fácil médio difícil
muito
difícil
7’’ 0% 25% 25% 50% 0%
10’’ 0% 0% 75% 0% 25%
12’’ 0% 25% 25% 50% 0%
81
Quadro 38: Q7 - Tamanho do teclado do tablet
tablet muito ruim ruim razoável bom ótimo
7’’ 0% 0% 50% 25% 25%
10’’ 0% 0% 25% 50% 25%
12’’ 0% 25% 0% 25% 50%
Quadro 39: Q8 - Foi fácil sair da aplicação ou do site quando terminou a tarefa?
tablet muito
fácil fácil médio difícil
muito
difícil
7’’ 25% 25% 50% 0% 0%
10’’ 0% 50% 25% 25% 0%
12’’ 25% 50% 0% 25% 0%
Quadro 40: Q9 - Utilizaria novamente esse tablet para navegar na internet?
Tablet Sim Por quê? Não Por quê?
7’’ 75%
Sim, porque eu quero aprender
a mexer e navegar na internet.
Sim, porque é muito funcional,
prático. De tamanho bom para
transportar em qualquer lugar e
principalmente em viagens.
Sim, porque achei agradável as
suas telas. As apresentações de
texto são claras, facilitando a
visualização.
25%
Não, muito difícil,
prefiro o
computador porque
os comandos são
mais
compreensíveis.
10’’ 75%
Sim, manuseio fácil.
Sim, porque foi difícil, eu tenho
que aprender. 25%
Não, porque prefiro
o computador de
mesa ou notebook.
12’’ 100%
Sim, nunca tive contato com
tablet e achei até fácil de
manusear, gostoso e prático.
Sim, para aprender a usar o
tablet.
Sim, tenho dificuldade em outro
aparelho para ligar, carregar até
mesmo em aprender usar.
0%
82
Quadro 41: Q10 - Teve algum(ns) problema(s) ao utilizar o tablet?
Tablet Respostas
7’’
Sim, não consegui realizar as tarefas sugeridas no teste.
Sim, porque não consegui entrar no site e concluir a tarefa.
Sim, porque foi a primeira vez que utilizei.
Sim, por ser a primeira vez que utilizei esse tablet.
10’’
Um pouco por falta de conhecimento.
Muitos problemas.
Sim, não consegui entender os pedidos.
Sim, letras apagadas, as informações importantes não estavam em
destaque, difícil manuseio do teclado, muito sensível ao toque,
chegando a irritar o usuário.
12’’
Não, porque o tamanho dele era bom, tela com campo visual bom e
marca boa.
Sim, dificuldade em decorar a função de cada botão.
Movimento lento dos dedos acessa mais do que o desejado.
Sim, porque eu não sabia ligar até mesmo conhecia o aparelho,
pensava que era só para os jovens e não dava importância.
Quadro 42: Q11 - Você sugere alguma(s) alteração(ões) para melhoria desse tablet?
Tablet Respostas
7’’
Sim, deixar mais claro o fundo das telas, letras maiores ou com mais
espaço entre elas.
Mais facilidade para entrar no site
Por enquanto não. Antes precisaria aprender a manuseá-lo.
Não. O tamanho, teclado e tela são ótimos.
10’’
Não saberia dizer.
Não, o problema sou eu.
Vocabulário mais fácil.
Clareza e simplicidade em informações básicas, porque o usuário
comum não precisa ser um profissional da área para manuseá-lo.
12’’‘
Para quem nunca usou e pode ter medo de mexer e estragar, os
manuais deveriam vir mais explicativos e sem utilizar, tantos termos
em inglês que às vezes dificultam a compreensão.
Não.
Para minha condição menos sensibilidade ao toque, resposta mais
lenta ao toque.
Acho que preciso ter mais experiência, porque hoje foi um pouco
difícil.
83
Quadro 43: Q12 - Você sugere alguma(s) alteração(ões) para melhoria do site utilizado
nesse teste?
Tablet Respostas
7’’
No site www.climatempo.com.br achei muito confuso os comandos,
muito conteúdo na mesma página.
Muito conteúdo na tela.
Não.
Não, o site utilizado é de fácil compreensão.
10’’
Está tudo bem.
Não, quem precisa melhorar sou eu.
Mais explicações das teclas.
Informações pontuais, indicando o local para digitar na pesquisa, letras
maiores e mais claras.
12’’
Acredito que os sites, conforme seu objetivo deveria ter mais
informações sobre a sua função.
Não.
Não.
Mais tempo para realizar a tarefa, pois não consegui localizar no site
www.climatempo.com.br, a previsão do dia seguinte.
Com base nas respostas é possível inferir que os participantes preferiram
os tablets de 10’’ e de 12’’ quando analisaram a interface, tamanho de letras, botões,
links e teclado. A maioria utilizaria novamente os tablets (de qualquer tamanho) para
navegar na internet. As maiores reclamações em relação aos sites utilizados foram
quanto ao excesso de conteúdo das páginas e quanto à navegação de uma página
para outra.
Em relação aos resultados do questionário de pós-teste do grupo think
aloud tradicional, o tablet de 10’’ foi o preferido dos participantes, e a maioria das
reclamações também foi quanto ao excesso de conteúdo das páginas.
5.4 Problemas levantados na avaliação com usuários idosos
Com a análise dos questionários de pós-teste e vídeos da avaliação com
usuários, foi possível levantar os comentários, reclamações e erros cometidos pelos
participantes nas duas avaliações, ou seja, na avaliação usando o think aloud
tradicional e na avaliação com o retrospective think aloud.
84
Com base nessa análise foram levantados vários problemas, que foram
classificados em problemas na página web (Quadro 44), problemas do tablet
(Quadro 45), e em problemas de Sistema Operacional ou Navegadores (Quadro 46).
Quadro 44: Problemas na página web.
Páginas com muito conteúdo.
As informações do site causam dúvidas.
As mensagens de erros causam dúvidas.
O vocabulário usado nos sites é de difícil compreensão.
Fundo(background) de alguns sites é escuro, o contraste fundo escuro e
cor das letras atrapalha a visibilidade.
O foco nos campos do formulário não é muito evidente.
É difícil entender onde deve ser clicado para que o teclado virtual apareça.
Não se pode diferenciar nas páginas do site o que é link ou botão.
Nos sites não há a informação sobre a sua finalidade.
Os caracteres do CAPTCHA são difíceis de entender.
A tecla “barra” (/), usada em datas, é difícil de ser encontrada no teclado.
Nos sites não há destaque para onde se deve digitar para fazer uma
busca.
A navegabilidade dos sites é ruim, sendo difícil saber onde se deve clicar
(quais links) para se chegar no local que se precisa acessar.
O preenchimento de formulários gera dúvidas.
Não usar links com cor diferente, ou marcação, que torne claro para o
usuário que se trata de um link. (No tablet, ao visualizar a tela, não há
como saber os lugares que são clicáveis).
Quadro 45: Problemas do tablet.
A luminosidade das telas é ruim.
Telas sensíveis, um leve toque já direciona para outra página.
85
Quadro 46: Problemas de Sistema Operacional ou navegadores.
O espaçamento entre os links e botões do site é muito pequeno
(o que causa erros).
O espaço entre as teclas do teclado virtual é pequeno.
O teclado virtual é difícil de entender (principalmente os
símbolos).
Há dificuldade em perceber quando o teclado virtual está ativo,
os campos do formulário ficam embaixo do teclado.
A barra de rolagem não é visível.
Difícil perceber como ativar o zoom no tablet.
Letras pequenas (zoom).
Uma vez levantados os problemas encontrados pelos participantes na
avaliação com usuários idosos acessando websites através de tablets, passamos
para a próxima tarefa da análise, que foi verificar se esses problemas encontrados já
constavam no WCAG 2.0. O Quadro 47 mostra esse mapeamento dos problemas da
avaliação com o WCAG, indicando qual critério de sucesso se encaixa com cada
problema (se houver). Esse mapeamento foi realizado com base na experiência e
interpretação do WCAG pela autora.
86
Quadro 47: Problemas levantados na avaliação com usuários idosos.
Problemas WCAG 2.0
Páginas com muito conteúdo. 1.4.8
Informações do site causam dúvidas. 3.1.3, 3.1.5
Mensagens de erros causam dúvidas. 3.1.5
Vocabulário usado nos sites é de difícil compreensão. 3.1.3, 3.1.5
Fundo(background) de alguns sites é escuro, o contraste fundo e cor da letra atrapalha a visibilidade. 1.4.3
O foco nos campos do formulário não é muito evidente.
É difícil entender onde deve ser clicado para que o teclado virtual apareça.
Não se pode diferenciar nas páginas do site o que é link ou botão.
Nos sites não há a informação sobre a sua finalidade. 2.4.2
Os caracteres do CAPTCHA são difíceis de entender.
A tecla “barra” (/), usada em datas, é difícil de ser encontrada no teclado.
Nos sites não há destaque para onde se deve digitar para fazer uma busca. 3.3.2
A navegabilidade dos sites é ruim, sendo difícil saber onde se deve clicar (quais links) para se chegar no local que se precisa acessar. 2.4.4, 2.4.5
O preenchimento de formulários gera dúvidas.
Não usar links com cor diferente, ou marcação, que torne claro para o usuário que se trata de um link. (No tablet, ao visualizar a tela, não há como saber os lugares que são clicáveis).
5.5 Considerações sobre o capítulo
Este capítulo apresentou os resultados da avaliação com usuários nas
duas formas, tradicional e retrospectiva com os idosos que participaram do curso de
87
inclusão digital na FATEC de Itapetininga. Da análise dos resultados da avaliação
com usuários e questionários, gerou-se parte dos requisitos para a proposta de
complementação do WCAG 2.0, sendo que essa proposta é apresentada no próximo
capítulo.
88
6 Proposta de Complementação do WCAG 2.0
Este capítulo apresenta a proposta de complementação do WCAG. Essa
proposta é embasada na revisão da literatura de IHC com foco nas questões de
acessibilidade, discutida na Seção 3.3, bem como nos problemas levantados na
avaliação com usuários idosos apresentados na Seção 5.4.
Primeiramente foi feita uma análise do WCAG 2.0 em face dos problemas
levantados na avaliação com usuários e na literatura de IHC. Procurou-se analisar
se essa versão do WCAG continha (ou não) recomendações adequadas a esses
problemas e as lacunas identificadas na literatura. Para recomendações e lacunas
não contempladas, foram coletados elementos para embasar uma proposta de
complementação das recomendações do WCAG 2.0.
Para elaborar a proposta de complementação, foram consideradas as
recomendações indicadas nos Quadros 2, 3 e 4 (Capítulo 3) levantados na revisão
da literatura. Os trabalhos de Almeida et al. (2014), Al-Razgan et al. (2012) e
Macedo e Pereira (2009) foram utilizados na proposição dos novos critérios. O
trabalho de Lara (2012) não foi considerado por alguns motivos: pelo público-alvo da
pesquisa não ter sido composto apenas por pessoas de terceira idade inexperientes;
por ter trabalhado com deficientes visuais, o que não é foco deste trabalho; e pelo
foco não ter sido exclusivo para websites acessados por tablets. Além disso, as
recomendações propostas por esse trabalho não foram validadas. Porém, mais
tarde, o trabalho de Lara foi utilizado para a avaliação dos novos critérios por nós
propostos.
Adicionalmente, também foram considerados para a complementação os
problemas levantados na avaliação com usuários (Quadro 47 – Capítulo 5). Foram
verificados se os problemas levantados não estavam associados a nenhuma das
recomendações do WCAG 2.0. Se não estivessem, eram classificados como
pertencentes a um dos quatro princípios do WCAG, gerando tanto um novo critério
de sucesso quanto uma nova recomendação.
Como uma maneira de integração ao WCAG, os novos critérios propostos
seguiram a classificação dos princípios, recomendações e classificação em níveis:
níveis A (mínimo), AA (recomendado) e AAA (avançado). Como foi feita a
classificação do nível para cada novo critério, o “WCAG Estendido” (proposto) em
89
alguns casos sofreu uma renumeração. Essa versão estendida do WCAG se
encontra no Apêndice VII. O Quadro 48 contém apenas os novos critérios de
sucesso e recomendações propostos.
A criação dos novos critérios de sucesso foi embasada nos problemas
levantados na avaliação com usuários (Quadro 47) e nas recomendações dos
Quadros 2, 3 e 4. A vinculação desses problemas ou recomendações com um novo
critério de sucesso foi feita da seguinte maneira: primeiramente foi verificado em
qual princípio esse problema poderia se encaixar, em seguida em qual
recomendação desse princípio melhor se encaixava esse problema, e por último foi
criado o novo critério de sucesso, classificando-o quanto ao nível de conformidade.
Nos próximos parágrafos são apresentados exemplos de como foi realizada essa
vinculação entre problemas e novos critérios de sucesso.
- Problema – Os caracteres do CAPTCHA são difíceis de entender.
Esse problema foi classificado como Princípio 1 – Perceptível, como Recomendação
1.1 – Alternativas em Texto e foi acrescentado no critério de sucesso 1.1.1 a
seguinte alteração: Entrada alternativa: Os mecanismos de entrada alternativa
devem ser perceptíveis ao usuário. No caso das letras do CAPTCHA quando for
difícil de entender, o usuário deve perceber o ícone do alto-falante e entender a
finalidade do mesmo.
- Recomendação de Almeida et al. (2014) – Exibir um feedbak visual,
sonoro ou tátil no ato do toque configurável pelo usuário. Foi classificado como
Princício 1 – Perceptível, como Recomendação 1.3 – Adaptável e foi criado um novo
critério de sucesso numerado como 1.3.3 – Visibilidade do Estado do Sistema: Deve
ser fornecido um feedback no ato do toque, perceptível a pelo menos um dos
sentidos do usuário, e configurável pelo usuário (Nível A).
- Problemas: Não se pode diferenciar nas páginas do site o que é link
ou botão; não usar links com cor diferente, ou marcação, que torne claro para
o usuário que se trata de um link. (No tablet, ao visualizar a tela, não há como
saber os lugares clicáveis); e a recomendação de Almeida et al. (2014) – Manter
os links sublinhados. Foram classificados como Princípio 1 – Perceptível; como
recomendação 1.4 - Discernível e foi criado um novo critério de sucesso numerado
como 1.4.3 - Perceptibilidade de Elementos Acessíveis por Ação dos Usuários: O
usuário deve poder discernir os elementos da interface que são acionados pelos
90
usuários (por exemplo, links e botões) daqueles que não são. Esses elementos
devem estar perceptíveis antes do usuário realizar a ação (Nível A).
- Problema – A tecla “barra” (/), usada em datas, é difícil de ser
encontrada no teclado. Esse problema foi classificado como Princípio 2 –
Operável, como não foi encontrado nenhuma recomendação que se encaixasse com
esse problema, então foi criado uma nova recomendação, a Recomendação 2.5 –
Formato da Entrada dos Dados e criado também o novo critério de sucesso 2.5.1 -
Máscaras de Formatação: Sempre que requerido um formato específico de entrada
de dados textual, a máscara de formato deve ser provida, exceto quando o
posicionamento dos elementos da máscara não puder ser definido automaticamente
(Nível AA).
91
Quadro 48: Proposta de Complementação.
Princípios e Recomendações
Novos critérios de sucesso para o público idoso com pouca experiência no uso
1 –
Perc
eptíve
l
1.1 - Alternativas em texto Acrescentar no Critério 1.1.1 (Conteúdo não textual), item CAPTCHA. (Nível A): Entrada alternativa: Os mecanismos de entrada alternativa devem ser perceptíveis ao usuário. No caso das letras do CAPTCHA quando for difícil de entender, o usuário deve perceber o ícone do alto-falante e entender a finalidade do mesmo.
1.3 – Adaptável 1.3.3 - Visibilidade do Estado do Sistema: Deve ser fornecido um feedback no ato do toque, perceptível a pelo menos um dos sentidos do usuário, e configurável pelo usuário. (Nível A)
1.4 – Discernível 1.4.3 - Perceptibilidade de Elementos Acessíveis por Ação dos Usuários: O usuário deve poder discernir os elementos da interface que são acionados pelos usuários (por exemplo, links e botões) daqueles que não são. Esses elementos devem estar perceptíveis antes de o usuário realizar a ação. (Nível A)
1.4.4 – Perceptibilidade de Recursos de Entrada: os recursos de entrada (vídeo, microfone e teclado) disponíveis devem ser perceptíveis, por exemplo, pela presença de um ícone relativo ao recurso. (Nível A)
2-
Operá
vel
2.4 Navegável 2.4.5 - Botão “Voltar”: Deve sempre existir na interface um botão “Voltar” e deve estar em local de fácil percepção. (Nível A)
2.4.9 - Funcionalidades do Sistema: As principais funcionalidades do sistema devem estar em destaque. (Nível AA)
2.4.10 - Localização dos Links: Deve ser evitada a utilização de links no meio de conteúdo que ocasionem a abertura de várias janelas. (Nível AA)
2.5 – (NOVA) Formato da entrada dos dados: Prover maneiras de facilitar a entrada de dados pelos usuários.
2.5.1 - Máscaras de Formatação: Sempre que requerido um formato específico de entrada de dados textual, a máscara de formato deve ser provida, exceto quando o posicionamento dos elementos da máscara não puder ser definido automaticamente. (Nível AA)
3-
Com
pre
ensív
el 3.3 - Assistência de Entrada 3.3.7- Ajuda e dicas: No primeiro acesso do usuário ao
sistema, devem ser fornecidas ajuda e dicas das funcionalidades do sistema. (Nível AAA)
92
6.1 Considerações sobre o capítulo
Este capítulo apresentou a proposta de complementação do WCAG 2.0,
ou seja, a proposta de criação de um WCAG Estendido (Apêndice VII), no qual 8
novos critérios de sucesso foram propostos e um pré-existente foi complementado.
O próximo capítulo trará um relatório da avaliação dessa versão estendida do
WCAG.
93
7 Avaliação da Proposta de Complementação do WCAG 2.0
Este capítulo apresenta a avaliação da proposta de complementação do
WCAG 2.0. Para realizar a avaliação dessa complementação, foram recrutados 7
avaliadores entre estudantes e profissionais da área de IHC que participaram de
uma avaliação de cobertura do WCAG Estendido.
Para realizar a avaliação foi feita uma divisão desses 7 avaliadores em 3
grupos da seguinte maneira: i) Grupo Controle – composto por 2 avaliadores que
utilizaram o WCAG original para efetuar a análise; ii) Grupo WCAG Estendido –
composto por 2 avaliadores que utilizaram o WCAG com as modificações inseridas;
iii) Grupo Novos Critérios – composto por 3 avaliadores que fizeram a avaliação com
base apenas nos novos critérios de sucesso propostos.
Além da definição dos grupos, foi necessário pesquisar e selecionar
websites que apresentassem os problemas para os quais estão sendo propostos os
novos critérios de sucesso. Foram analisados vários websites que fornecem serviços
à população, como: DETRAN12, TSE13, Caixa Econômica Federal, Correios entre
outros. Da análise desses websites chegou-se à conclusão de que os websites do
DETRAN e TSE reuniam problemas que seriam relacionados a todos os novos
critérios de sucesso. O Quadro 49 apresenta uma análise dos websites utilizados na
avaliação, destacando com um check () os critérios de sucesso propostos que não
eram atendidos em cada website.
Os avaliadores realizaram duas tarefas referentes a esses websites:
realizar o agendamento para renovação da CNH no website do DETRAN e consultar
o local de votação pelo número do título de eleitor no website do TSE. As Figuras 4
a 10 apresentam as telas dos websites TSE e DETRAN no tablet 10’’ utilizado pelos
avaliadores.
12
www.detran.sp.gov.br 13
www.tse.jus.br
94
Figura 4: Página principal do website TSE.
Figura 5: Página Título e local de votação do website TSE.
95
Figura 6: Página Consulta por título no website TSE.
Figura 7: Página principal do website DETRAN.
96
Figura 8: Página de informações sobre renovação CNH no DETRAN.
Figura 9: Página sobre CNH – HABILITAÇÃO no DETRAN.
97
Figura 10: Página do cadastro do condutor para fazer a renovação CNH.
98
Quadro 49: Problemas encontrados nos websites utilizados na avaliação de acessibilidade
WCAG.
Novos critérios Problemas nos websites
DETRAN TSE
1.1.1 (Conteúdo não textual), item CAPTCHA. (Nível A): Entrada alternativa: Os mecanismos de entrada alternativa
devem ser perceptíveis ao usuário. No caso das letras do
CAPTCHA quando for difícil de entender, o usuário deve
perceber o ícone do alto-falante e entender a finalidade do
mesmo.
1.3.3 - Visibilidade do Estado do Sistema: Deve ser fornecido
um feedback no ato do toque, perceptível a pelo menos um
dos sentidos do usuário, e configurável pelo usuário. (Nível A)
1.4.3 - Perceptibilidade de Elementos Acessíveis por Ação dos Usuários: O usuário deve poder discernir os elementos da interface que são acionados pelos usuários (por exemplo, links e botões) daqueles que não são. Esses elementos devem estar perceptíveis antes de o usuário realizar a ação. (Nível A)
1.4.4 – Perceptibilidade de Recursos de Entrada: os recursos
de entrada (vídeo, microfone e teclado) disponíveis devem ser
perceptíveis, por exemplo, pela presença de um ícone relativo
ao recurso. (Nível A)
2.4.5 - Botão “Voltar”: Deve sempre existir na interface um botão “Voltar” e deve estar em local de fácil percepção. (Nível A)
2.4.9 - Funcionalidades do Sistema: As principais funcionalidades do sistema devem estar em destaque. (Nível AA)
2.4.10 - Localização dos Links: Deve ser evitada a utilização
de links no meio de conteúdo que ocasionem a abertura de
várias janelas. (Nível AA)
2.5.1 - Máscaras de Formatação: Sempre que requerido um
formato específico de entrada de dados textual, a máscara de
formato deve ser provida, exceto quando o posicionamento
dos elementos da máscara não puder ser definido
automaticamente. (Nível AA)
3.3.7- Ajuda e dicas: No primeiro acesso do usuário ao
sistema, devem ser fornecidas ajuda e dicas das
funcionalidades do sistema. (Nível AAA)
99
O restante deste capítulo está organizado da seguinte forma. A Seção 7.1
apresenta os resultados do questionário do perfil do avaliador; os resultados da
avaliação do grupo de controle são apresentados na Seção 7.2; já a Seção 7.3
discorre sobre os resultados do grupo que avaliou o novo WCAG; os resultados do
grupo que avaliou apenas os novos critérios de sucessos propostos nessa pesquisa
são abordados na Seção 7.4, na Seção 7.5 é apresentada a consolidação dos
resultados, e finalmente a Seção 7.6 apresenta um comparativo entre esta pesquisa
e o trabalho de Lara (2012).
7.1 Questionário do perfil do avaliador
Antes de iniciar o teste de acessibilidade usando as recomendações do
WCAG, os avaliadores preencheram o questionário de perfil do avaliador (Apêndice
V), que teve a finalidade de permitir conhecer a experiência dos avaliadores quanto
a acessibilidade e às recomendações WCAG.
As questões do questionário de perfil do avaliador estão apontadas como
título dos Quadros 50 a 55. Nota-se que a maioria dos avaliadores eram analistas de
sistemas ou estudantes de cursos superiores de tecnologia da informação, a maioria
tinha experiência com acessibilidade de no mínimo 2 anos e, alguns com mais de 5
anos de experiência. A maioria usa o WCAG esporadicamente ou já fez uso dele em
algum momento, tendo utilizado ambas as versões do WCAG (1.0 e 2.0). Nenhum
avaliador trabalhou com avaliação de acessibilidade em interfaces voltadas a tablets
ou idosos, e cinco dos avaliadores já trabalharam avaliando acessibilidade em
interfaces voltadas à web.
Optou-se por ter um grupo de avaliadores com diferentes características,
pois, pretende-se que essas novas recomendações possam ser utilizadas também
por pessoas com pouca experiência em acessibilidade.
100
Quadro 50: Q1 - Profissões dos avaliadores.
Profissão Quantidade de avaliadores
Agente local de inovação - SEBRAE 1
Analista de Sistemas e Professor 2
Consultor Técnico 1
Estudante 2
Programadora Plena 1
Quadro 51: Q2 - Formações dos avaliadores.
Doutor em Ciência da Computação
Graduando em Análise e Desenvolvimento de Sistemas
Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas
Tecnólogo em Informática e Gestão de Negócios
Tecnólogo em Jogos Digitais
Mestre em Tecnologia e Inovação
Análise e Desenvolvimento de Sistemas/Ciência da Computação
Quadro 52: Q3 - Tempo de experiência com o tema acessibilidade em computação.
Experiência Quantidade de avaliadores
Não tenho experiência 2
Menos de 2 anos 1
Entre 2 e 5 anos 2
Mais de 5 anos 2
Quadro 53: Q4 - Uso das recomendações WCAG por avaliador.
Uso Quantidade de avaliadores
Nunca usei 1
Já usei ao menos uma vez, mas não tenho usado 2
Uso esporadicamente 3
Uso frequentemente 1
101
Quadro 54: Q5 - Versões das recomendações WCAG já usadas por avaliador.
Versões Quantidade de avaliadores
1.0 1
2.0 2
Ambas 3
Não informado 1
Quadro 55: Q6 - Experiência com avaliação de acessibilidade em interfaces em cenários
específicos.
Interface Já trabalhou Não trabalhou
Voltadas a tablets 0 7
Voltadas ao público idoso 0 7
Voltadas à web 5 2
7.2 Resultados da avaliação do Grupo Controle
Os dois avaliadores do grupo de controle realizaram o teste de
acessibilidade utilizando as recomendações do WCAG 2.0 original (vide ANEXO I).
As tarefas foram realizadas em um tablet e o avaliador tinha que verificar, em cada
página do website que foi utilizada, quais critérios de sucesso a página não atendia.
Para cada critério de sucesso que o avaliador avaliasse como “não atendida”, foi
anotada no campo “Observação” do formulário (Apêndice VI) a sua observação
quanto ao motivo do não atendimento e os problemas encontrados no teste para
cada critério de sucesso testado.
Nos Quadros 56 e 57 são mostrados problemas que foram relatados
pelos avaliadores, mas que não tinham sido identificados nas avaliações com
usuários idosos. Esses problemas têm potencial para serem analisados e se
transformarem em novos critérios de sucesso a serem incorporados futuramente. Já
nos Quadros 58 e 59 são apresentados os problemas encontrados pelos avaliadores
e que coincidem com os problemas encontrados na avaliação com usuários idosos,
isto é, que deram origem aos novos critérios de sucesso propostos. Ao localizar
esses problemas, os avaliadores desse grupo tentaram relacioná-los a algum critério
existente no WCAG original.
A lista completa de todos os problemas encontrados por esse grupo pode
ser vista nos Resultados da avaliação do grupo controle no website do TSE
102
(Apêndice VIII), e nos Resultados da avaliação do grupo controle no website do
DETRAN (Apêndice IX).
Quadro 56: Recorte dos resultados da avaliação do grupo de controle no website do TSE.
Critério de
Sucesso Local do Website
Grupo de Controle – WCAG original
Avaliador 1 Avaliador 2
1.2.4 Página inicial
As legendas não estão completas.
3.3.2 Consulta por título
Para nenhum dos campos é mencionado se é obrigatório ou não
o preenchimento.
3.3.6 Consulta por título
Não tem opção para confirmar os dados antes de consultar.
Quadro 57: Recorte dos resultados da avaliação do grupo de controle no website do
DETRAN.
Critério de
Sucesso Local do Website
Grupo de Controle – WCAG original
Avaliador 1 Avaliador 2
3.3.1 Formulário
de agendamento
Quando o CAPTCHA não é preenchido e o formulário é
enviado, é exibido a seguinte “Os caracteres da imagem não são
válidos”. Mas que imagem o diálogo se refere? E, pior, o foco
vai para o primeiro campo, “Nome”, não para o campo do
CAPTCHA.
103
Quadro 58: Recorte dos resultados da avaliação do grupo de controle no website do TSE.
Critério de
Sucesso Local do Website
Grupo de Controle – WCAG original
Avaliador 1 Avaliador 2
1.4.5 Página inicial
DJE e PJe são imagens de texto contendo links para outras partes
do site, mas poderiam ser simplesmente texto para facilitar a busca pelas palavras com a
busca do navegador.
1.1.1 Consulta por título
O CAPTCHA fornecido pode ser difícil de ler, mesmo dando zoom,
mas não há outra alternativa a não ser ficar gerando novos captchas até conseguir um
“menos pior”
3.3.2 Consulta por título
Não existe informação prévia se há algum formato pré-
estabelecido ao inserir o número aqui, se pode incluir pontos ou
traço.
3.3.2 Consulta por título
Do lado deste campo, diz-se que o formato é com “/” (barras).
Porém, nada acontece ao digitar as “/”
3.3.5 Consulta por título
Não existe informação prévia se há algum formato pré-
estabelecido ao inserir o número, se pode incluir pontos ou traços.
Quadro 59: Recorte dos resultados da avaliação do grupo de controle no website DETRAN.
Critério de
Sucesso Local do Website
Grupo de Controle – WCAG original
Avaliador 1 Avaliador 2
1.1.1 Formulário
de agendamento
Página não possui nenhuma forma alternativa
de CAPTCHA.
3.3.2 Formulário
de agendamento
Os campos de data de nascimento, CPF, RG e CEP não
especificam o formato, e se o usuário deve digitar separadores.
Analisando os resultados obtidos do teste realizado pelo Grupo de
Controle, foi possível perceber que dentre os problemas que consideramos que não
estavam cobertos pelo WCAG (para os quais geramos os 9 novos critérios de
sucesso propostos), 3 foram encontrados pelos avaliadores desse grupo que se
104
utilizaram da versão não estendida com os novos critérios. Isso indica que o WCAG
2.0 original não cobre problemas específicos do acesso web por meio de tablets,
que são problemas do cenário estudado.
No Quadro 58 o Avaliador 1 classificou o problema “Não existe
informação prévia se há algum formato pré-estabelecido ao inserir o número aqui, se
pode incluir pontos ou traço” como relativo aos critérios de sucesso 3.3.2 e 3.3.5.
Discordo dessas classificações do avaliador, pois o critério de sucesso 3.3.2
(Rótulos e Instruções) se refere aos títulos dos campos e instruções da finalidade
dos campos de um dos campos de um formulário. Já o 3.3.5 (Ajuda) refere-se a uma
ajuda textual da página ou site, e não sobre o formato de campo. Portanto essa
classificação equivocada embasa a necessidade do novo critério de sucesso 2.5.1,
“Máscaras de formatação”.
Já no Quadro 59 o Avaliador 2 classificou o problema “Página não possui
nenhuma forma alternativa de CAPTCHA” como relativo ao critério de sucesso 1.1.1,
embora a descrição desse critério não tenha como recomendação uma entrada
alternativa para o campo CAPTCHA. Isso mostra que a sugestão de
complementação para esse critério é pertinente.
7.3 Resultados da avaliação do Grupo WCAG Estendido
O grupo WCAG Estendido também teve a participação de duas pessoas.
Utilizou o WCAG Estendido, isto é, o WCAG original acrescido dos novos critérios de
sucesso, mais específicos para o cenário com idosos acessando internet com
tablets. Ao integrar os novos critérios ao WCAG original, foi necessária a
renumeração de todos os critérios de sucesso para que não se distinguisse os
critérios antigos dos novos. Os avaliadores também receberam instruções para
utilizar apenas o arquivo PDF que foi fornecido, e não usar o WCAG disponível no
website do W3C.
Nos Quadros 60 e 61 são apresentados apenas os novos critérios de
sucesso propostos e que foram usados pelos avaliadores durante a avaliação. Já o
resultado completo da avaliação realizada por ser grupo, pode ser visto com mais
detalhes nos Apêndices X e XI.
105
Quadro 60: Recorte dos resultados da avaliação do Grupo WCAG Estendido no website
TSE.
Critério de
Sucesso Local do website
WCAG Estendido
Avaliador 3 Avaliador 4
2.4.9 Página inicial
A opção de “Serviços ao eleitor” está disponível em “Menu
inferior”.
No menu principal a opção eleitor não apresenta a opção de busca por local de votação
1.1.1 Consulta por título
Não são apresentadas formas alternativas de CAPTCHA
(como a sonora, por exemplo).
O CAPTCHA não apresenta alternativa de áudio.
2.4.5 Consulta por título
Após realizar a consulta de um título, não há opção de voltar e
realizar uma nova consulta.
A opção voltar não está disponível para o usuário.
2.5.1 Consulta por título
Não possui máscara nos campos do formulário.
Quadro 61: Recorte dos resultados da avaliação do Grupo WCAG Estendido no website
DETRAN.
Critério de
Sucesso Local do Website
WCAG Estendido
Avaliador 3 Avaliador 4
3.3.7 Todas as páginas
Não possui dicas de ajuda para o primeiro acesso.
1.4.3 Página inicial
Os botões do carrossel não têm destaque e o usuário
pode se confundir achando que é apenas uma imagem.
2.4.10 Página inicial Há um excesso de links por toda a
página, inseridos no meio do texto.
1.4.3 Renovação
CNH
Não é possível identificar que o texto abaixo do título “Renovação da CNH” é o botão para acessar
esta função.
2.4.10 Página inicial Há um excesso de links por toda a
página, inseridos no meio do texto.
1.4.3 Renovação
CNH
Não é possível identificar que o texto abaixo do título “Renovação da CNH” é o botão para acessar
esta função.
2.5.1 Formulário
de agendamento
Os campos não possuem máscara, apenas o campo
telefone apresenta um exemplo
106
Analisando o resultado da avaliação desse grupo, percebeu-se que dos 9
critérios de sucesso que estamos propondo, 7 foram identificados pelos avaliadores.
Isso aponta que os critérios propostos para o WCAG 2.0 são pertinentes ao cenário
estudado (idosos acessando a internet com tablets) e que também ficou claro para o
avaliador qual a finalidade de cada critério novo. Ou seja, isso indica que o WCAG
original não está completo, e que esses novos critérios de sucesso permitiram uma
melhor cobertura dos problemas encontrados no cenário estudado.
Esse grupo de avaliadores ao analisar os dois websites não conseguiram
identificar os novos critérios de sucesso 1.3.3 e 1.4.4. Avalio que o motivo pelo qual
os dois avaliadores não identificaram esses dois critérios de sucesso foi pela pouca
experiência em acessibilidade e por fazerem uso esporadicamente do WCAG 2.0.
Os dois problemas que são tratados por esses dois critérios existem tanto no
website DETRAN quanto no website TSE, conforme é apresentado no Quadro 49.
7.4 Resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios
A avaliação realizada pelo Grupo Novos Critérios, que avaliou apenas os
novos critérios de sucesso teve a participação de três pessoas. Esse grupo realizou
o teste de acessibilidade utilizando apenas os 9 critérios de sucesso que estão
sendo propostos e executando as mesmas tarefas que foram feitas nos grupos
anteriores.
Os Quadros 62 a 69 apresentam com mais detalhes os resultados obtidos
na avaliação realizada por esse grupo.
Os 6 novos critérios de sucesso identificados na avaliação do website
TSE são apresentados nos Quadros 62 a 65. Por sua vez, os Quadros 66 a 69
apresentam os 9 critérios de sucesso identificados no website do DETRAN. Neste
website, os avaliadores conseguiram identificar todos os critérios de sucesso
propostos nessa pesquisa.
107
Quadro 62: Resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no website TSE.
Critério de
Sucesso Local do Website
Grupo Novos Critérios
Avaliador 5 Avaliador 6 Avaliador 7
1.1.1 Página inicial
Campo "Processo físico" não tem correspondentes textuais
disponíveis.
3.3.7 Página inicial
Não há assistente com ajuda e dicas de uso e localização dos
serviços disponíveis no site
Quadro 63: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no website
TSE.
Critério de
Sucesso Local do Website
Grupo Novos Critérios
Avaliador 5 Avaliador 6 Avaliador 7
1.4.3 Título e local de votação
A página possui componentes que podem ser associados a
alguma ação. Além disso, está simples e mostra com clareza as possíveis ações a serem
realizadas. Exige um conhecimento mínimo do
usuário em relação aos estados dos componentes, como textos
que referenciam links e submenus.
2.4.5 Título e local de votação
A página não possui um botão
"VOLTAR"
Não há um botão voltar.
1.1.1 Consulta por título
Não está disponível um ícone de alto-falante como
alternativa textual.
Não há componentes complementares que facilitem aos usuários com pouca visão
ou baixa audição.
1.3.3 Consulta por título
Não há configurações na página que possam habilitar funções para deficientes auditivos ou visuais. Estas respostas do
sistema podem ser por bipes ou até mesmo vibrações (em casos
de dispositivos móveis).
2.4.5 Consulta por título
A página não possui um botão específico "VOLTAR", a não ser
do próprio navegador.
108
Quadro 64: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no website
TSE.
Critério de
Sucesso Local do Website
Grupo Novos Critérios
Avaliador 5 Avaliador 6 Avaliador 7
3.3.7 Consulta por título
O campo “Nome da mãe” não especifica que deve ser informado o nome
completo e sem abreviações. Na verdade, nos deixa acreditar que
somente o primeiro nome seria suficiente.
3.3.7 Consulta por título
No campo “CAPTCHA”, a orientação é “Por favor,
repita os caracteres acima:” e o termo “repetir”
pode causar confusão.
3.3.7 Consulta por título
Antes do botão “Consultar” existe a informação “Esta
informação ajuda o Tribunal Superior Eleitoral
a evitar a consulta por programas automáticos,
que dificultam a utilização deste aplicativo pelos demais usuários”. Tal
frase pode levar o usuário a acreditar que há algum outro tipo de consulta, o
que na verdade não existe. Esta orientação pode não ser clara a
quem não é da área de tecnologia.
Nenhum recurso disponibilizado sobre a
utilização do sistema. O usuário não é informado em nenhum momento
sobre a forma adequada de utilizar os recursos do
sistema.
1.1.1 Consulta por nome
Não há componentes complementares que facilitem aos usuários
com pouca visão ou baixa audição.
1.4.3 Consulta por nome
A página não possui recursos de entrada.
109
Quadro 65: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no website
TSE.
Critério de
Sucesso Local do Website
Grupo Novos Critérios
Avaliador 5 Avaliador 6 Avaliador 7
2.5.1 Consulta por nome
A página possui campos com entrada
que necessitam de uma Máscara de Formação,
como Datas (DD/MM/AAAA). A
barra (‘/’) não é colocada
automaticamente. Isto pode ser um problema
quando o usuário possui pouca/nenhuma habilidade em relação ao uso do teclado dos
dispositivos.
3.3.7 Consulta por nome
Nenhum recurso disponibilizado sobre a utilização do sistema. O
usuário não é informado em nenhum
momento sobre a forma adequada de utilizar os recursos do sistema.
2.4.5 Todas as páginas
Inexistência da opção de retorno, com exceção
do recurso de “breadcumb”.
As páginas não possuem um botão
específico "VOLTAR", a não ser do próprio
navegador.
110
Quadro 66: Resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no website DETRAN.
Critério de
Sucesso Local do Website
Grupo Novos Critérios
Avaliador 5 Avaliador 6 Avaliador 7
1.4.3 Página inicial
Não fica tão clara a caracterização dos botões de
acesso às opções de renovação de CNH. Os
botões são muito extensos, camuflando-os, pois trata-se de um formato pouco comum
em ambientes web.
2.4.5 Página inicial
Ao clicar no link “Mais dúvidas”, presente no bloco
de dúvidas frequentes, o usuário é levado a outra
página, e perde a sequência dos passos executados, o
breadcumbs não tem continuidade, e o botão
“Voltar” é inexistente. Neste caso, a única opção é
continuar a navegação com utilização de outros links ou optar pelo botão “Voltar” do
próprio navegador.
2.4.9 Página inicial
Impossível visualizar as principais
funcionalidades da página. Botões e links não estão
visíveis, a não ser que o usuário
adivinhe.
3.3.7 Página inicial
O bloco de “Passo a passo” aparece apenas na parte de
baixo da página, logo em seguida de uma série de
informações não tão importantes e secundárias.
A página não possui recursos que auxiliem o usuário a utilizar os recursos fornecidos
pela tela.
1.4.3 Renovação
CNH
Não é possível discernir os
elementos que podem ser acionados pelos usuários antes
executar a ação.
111
Quadro 67: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no website
DETRAN.
Critério de Sucesso
Local do Website
Grupo Novos Critérios
Avaliador 5 Avaliador 6 Avaliador 7
1.4.4 Renovação
CNH
A página não possui qualquer recurso de
entrada, como audio e vídeo que possam facilitar
as ações do usuário.
1.4.4 Renovação
CNH
A página não possui recursos de entrada
disponíveis.
2.4.5 Renovação
CNH
A página não possui botão “Voltar”, a não ser que
este seja um recurso do próprio navegador.
1.1.1 Formulário de agendamento
Não está disponível um ícone de alto-falante como alternativa
O CAPTCHA não fornece ao usuário entradas
alternativas, com o ícone de alto-falante.
1.1.1 Formulário de agendamento
Na área de Endereço do
formulário não há conteúdo
textual para o ícone de atualizar
imagem do CAPTCHA
(representado por duas setas).
1.4.3 Formulário de agendamento
A página permite que o usuário diferencie os elementos interativos
daqueles que não são. No entanto, para os recursos cancelar, voltar e concluir, não há como saber se são apenas elementos textuais
ou botões.
1.4.4 Formulário de agendamento
A página não possui recursos de entrada que possam ser identificados.
112
Quadro 68: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no website
DETRAN.
Critério de
Sucesso Local do Website
Grupo Novos Critérios
Avaliador 5 Avaliador 6 Avaliador 7
2.4.5 Formulário de agendamento
Na página não tem
disponível um botão
"VOLTAR".
A página não possui um botão “Voltar”.
2.4.9 Formulário de agendamento
Ausência da caracterização de gênero sexual, diretriz utilizada em grande parte
dos sites do próprio governo.
2.4.10 Formulário de agendamento
Há um link chamado
“AgendaSP” na
mensagem informativa de Atenção
2.5.1 Formulário de agendamento
Ausência da caracterização de gênero sexual, diretriz utilizada em grande parte
dos sites do próprio governo.
2.5.1 Formulário de agendamento
Antes de perceber que é solicitado a UF do órgão
emissor do RG, tive a sensação de que havia um problema. Órgão emissor
do RG não aceita / (barra), elemento essencial para tal
informação. Ex: SSP/SP
2.5.1 Formulário de agendamento
Número do endereço não aceita letras, elemento
relativamente comum em numerações, como por exemplo 100B, 150F
3.3.7 Formulário de agendamento
Vaga explicação sobre termos técnicos como PGU
Nem todos os elementos em tela
fornecem algum tipo de ajuda ou dica,
apenas os que são menos usuais.
113
Quadro 69: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no website
DETRAN.
Critério de
Sucesso Local do Website
Grupo Novos Critérios
Avaliador 5 Avaliador 6 Avaliador 7
1.1.1 Agendamento Hora e data
Não está disponível um ícone de alto-
falante como alternativa. Na área
de Endereço do formulário não há conteúdo textual para o ícone de
atualizar imagem CAPTCHA
(representado por duas setas)
Utilização desnecessária e
repetitiva do recurso de
CAPTCHA, pois na tela anterior já foi
pedido o CAPTCHA.
O CAPTCHA não fornece ao usuário
entradas alternativas, com o
ícone de alto-falante.
2.4.5 Agendamento Hora e data
Na página não tem disponível um botão
"VOLTAR".
A página não possui um botão “VOLTAR” que possa direcionar
o usuário a um estado anterior.
Analisando o resultado da avaliação desse grupo, percebeu-se que os 3
avaliadores conseguiram utilizar todos os novos critérios de sucesso na avaliação,
identificando os problemas nos dois websites que foram avaliados (DETRAN e TSE).
Esses mesmos problemas já tinham sido localizados na análise feita previamente
para a escolha dos websites para uso na avaliação de acessibilidade (Quadro 49).
7.5 Consolidação dos Resultados
Analisando os resultados que foram obtidos na avaliação do WCAG
realizada pelos 3 grupos, foi possível concluir que os critérios de sucesso que estão
sendo propostos são relevantes, pois os três grupos identificaram os problemas que
deram origem aos novos critérios de sucesso.
O Grupo de Controle, que utilizou o WCAG original, identificou 3
problemas que geraram 3 novos critérios de sucesso na versão WCAG Estendida.
Como não localizaram um critério mais adequado, os avaliadores classificaram em
critérios existentes na versão original, mas que não estão totalmente adequados na
opinião da autora desta dissertação. Já o Grupo WCAG Estendido encontrou
problemas referentes a mais de 50% dos critérios de sucesso novos, e o Grupo
114
Novos Critérios conseguiu identificar problemas referentes a 100% dos novos
critérios de sucesso. Isso indica que mesmo misturando e fazendo a renumeração
dos critérios de sucesso do WCAG, os novos critérios são claros e ajudam os
avaliadores a identificar problemas de acessibilidade em websites.
Comparando os resultados da avaliação do grupo controle e do grupo
WCAG estendido, pode-se inferir que o grupo controle conseguiu encontrar uma
quantidade maior de problemas do que o grupo WCAG estendido, isso pode ser
atribuído ao fato dos avaliadores do grupo controle ser mais experientes que os
avaliadores do grupo WCAG estendido. Já no grupo WCAG estendido, um dos
avaliadores não tinha experiência com acessibilidade e nunca tinha utilizado o
WCAG, o que pode ter impactado na detecção de problemas de acessibilidade
durante a avaliação e, o segundo avaliador tinha experiência com acessibilidade e
com WCAG, mas comparando com os avaliadores do grupo controle essa
experiência é menor. Embora o grupo WCAG estendido tenha encontrado uma
quantidade menor de problemas em relação ao grupo controle, os problemas
identificados durante a avaliação são pertinentes, pois mais de 50% dos problemas
encontrados são os problemas que deram origem a criação dos 7 dos 9 novos
critérios de sucesso, o que mostra que os novos critérios de sucesso propostos são
claros para o avaliador na hora de utilizá-los na avaliação de acessibilidade.
O Quadro 70 apresenta os novos critérios de sucesso e os critérios
identificados por avaliador. Analisando esse quadro, foi possível perceber que todos
os problemas levantados no teste de usabilidade e na revisão da literatura de IHC
(usados como requisitos para dar origem aos novos critérios de sucesso) foram os
mesmos problemas encontrados no teste de acessibilidade. Portanto, isso valida e
destaca a relevância dos critérios de sucesso que estão sendo propostos para o
cenário estudado, pois com esses novos critérios é possível encontrar um número
maior de problemas de acessibilidade em websites quando acessados por tablets.
115
Quadro 70: Novos critérios de sucesso avaliados
Novos Critérios Grupo de Controle Grupo WCAG Estendido
Grupo Novos Critérios
Avaliador 1
Avaliador 2
Avaliador 3
Avaliador 4
Avaliador 5
Avaliador 6
Avaliador 7
1.1.1- Entrada alternativa
1.3.3 - Visibilidade do Estado do Sistema
1.4.3 - Perceptibilidade de Elementos Acessíveis por Ação dos Usuários
1.4.4– Perceptibilidade de recursos de entrada
2.4.5 - Botão “Voltar”
2.4.9 - Funcionalidades do Sistema
2.4.10 - Localização dos Links
2.5.1 - Máscaras de Formatação
3.3.7- Ajuda e dicas
Em termos de autocrítica dos critérios propostos, vale destacar que o
texto proposto para o critério de sucesso 1.4.4. pode ser melhorado, visando torná-lo
mais abrangente em termos de acessibilidade. Ele está definido como: "1.4.4 –
Perceptibilidade de Recursos de Entrada: os recursos de entrada (vídeo, microfone
e teclado) disponíveis devem ser perceptíveis, por exemplo, pela presença de um
ícone relativo ao recurso. (Nível A)". Considerando que ícones normalmente são
recursos feitos para serem visualmente detectados, isso tornaria esse critério de
pouca serventia para situações com pessoas de baixa visão ou cegas. Portanto, o
critério poderia ser alterado para: "1.4.4. - Perceptibilidade de Recursos de Entrada:
havendo diferentes recursos de entrada de dados (p.ex., vídeo, microfone e teclado),
deve ser perceptível a possibilidade de uso desses recursos. (Nível A)". Como a
116
alteração deste texto exigiria a realização de novos testes, esta alteração fica
sugerida para inserção e análise em outras oportunidades de pesquisa.
7.6 Comparativo entre esta pesquisa e o trabalho de Lara (2012)
A coincidência entre os dois trabalhos foi levantar problemas de
usabilidade e acessibilidade, com finalidade deste levantamento propor melhorias
nos websites para torná-los mais acessíveis ao público idoso.
Dessa forma, houve divergências relacionadas ao público-alvo utilizado
para levantar problemas de usabilidade e acessibilidade, à maneira como os testes
foram conduzidos e à plataforma. Enquanto o nosso trabalho teve o foco de apenas
idosos, o de Lara (2012) trabalhou, além de pessoas da terceira idade, pessoas de
meia idade e experientes no acesso a websites, como também pessoas com
deficiência visual. Quanto ao teste, o nosso foi uma avaliação com usuários idosos
para levantar problemas interação, realizando tarefas nos websites TSE,
Climatempo e Amazon, enquanto que Lara (2012) trabalhou com um protótipo de
website em que continha melhorias na usabilidade e acessibilidade. Em relação à
plataforma utilizada, enquanto Lara (2012) trabalhou com websites acessados por
qualquer plataforma, o nosso teve o foco website acessado por tablets.
Mesmo assim, fizemos uma comparação dos resultados obtidos nos dois
trabalhos. Lara (2012) sugeriu o critério de sucesso “3.3.7 - Na página Web que
contém campos para entrada de dados devem ser explicitadas informações sobre o
formato de dados e seu domínio, ou seja, informações de como o usuário deve
preencher o campo“; esse critério pode ser interpretado coincidente com o nosso
critério “2.5.1 - Máscaras de Formatação: Sempre que requerido um formato
específico de entrada de dados textual, a máscara de formato deve ser provida,
exceto quando o posicionamento dos elementos da máscara não puder ser definido
automaticamente”. Porém, os critérios de sucesso 1.3.3, 1.4.3, 1.4.4, 2.4.5, 2.4.9,
2.4.10 e 3.3.7 por nós sugeridos não estão contemplados no trabalho de Lara
(2012). Já o critério de sucesso “2.1.5 - A página web deve evitar o uso de janelas
pop-up”, proposto por Lara (2012) não está coberto pelas nossas recomendações.
Na nossa análise isso pode ter sido influenciado pelo público-alvo, pela plataforma
utilizada ou pela estrutura dos websites públicos.
117
8 Conclusões e trabalhos futuros
A cada dia, as pessoas da terceira idade têm se mostrado interessadas
em acessar a internet e se incluir digitalmente. E os tablets são uma ótima opção
para prover acesso à internet, como também são mais leves que notebooks e
podem ser carregados para qualquer lugar. Contudo, as telas dos tablets são
menores que as de notebooks, e nem tudo o que é visualizado em um notebook
será adequadamente visualizado ou adaptado para a tela de um tablet.
Este trabalho responde se a avaliação de acessibilidade pode ser feita de
uma forma melhor, usando recomendações WCAG mais específicas às pessoas de
terceira idade e que estejam acessando a web através de tablets.
Foram propostos 9 novos critérios de sucesso, criados conforme
requisitos obtidos em avaliação realizada com usuários para levantar problemas de
interação quando acessam websites com tablets e também com base em revisão da
literatura de IHC.
A avaliação com os usuários foi realizada utilizando três tablets da marca
SAMSUNG com Android 4.2, com telas de 7’’, 10’’ e 12’’, a distribuição desses
tablets entre os 12 voluntários foi realizada de forma aleatória e, nenhum dos
participantes possuia qualquer tipo de limitação.
Esses novos critérios foram criados analisando cada problema levantado
e classificando-o primeiramente em um princípio do WCAG 2.0, em seguida em uma
das recomendações do princípio e por fim criando um novo critério (ou adaptando
um pré-existente) dentro da recomendação em que foi classificado o problema.
Os novos critérios de sucesso para WCAG propostos foram: 1.1.1
(adaptação) - (Conteúdo não textual), item CAPTCHA. Entrada alternativa; 1.3.3 -
Visibilidade do Estado do Sistema; 1.4.3 - Perceptibilidade de Elementos Acessíveis
por Ação dos Usuários; 1.4.4 – Perceptibilidade de Recursos de Entrada; 2.4.5 -
Botão “Voltar”; 2.4.9 - Funcionalidades do Sistema; 2.4.10 - Localização dos Links;
2.5.1 - Máscaras de Formatação e 3.3.7- Ajuda e dicas.
Os novos critérios de sucesso foram avaliados por profissionais e
estudantes da área de IHC. Para realizar essa avaliação, os 7 avaliadores foram
divididos em 3 grupos: grupo de controle; um grupo que avaliou o novo WCAG com
as modificações que foram inseridas; e um grupo que avaliou apenas os novos
critérios de sucesso propostos.
118
Esse grupo de avaliadores tinha diferentes características, pois, pretende-
se que essas novas recomendações possam ser utilizadas também por pessoas
com pouca experiência em acessibilidade.
Analisando os resultados da avaliação realizada, conclui-se que os novos
critérios de sucesso propostos são relevantes, pois os três grupos de avaliadores
identificaram os problemas que deram origem aos novos critérios de sucesso. Em
especial, o grupo que avaliou apenas os novos critérios conseguiu identificar
problemas referentes a 100% dos critérios que estão sendo propostos.
Esse resultado revelou fortes indícios de que a hipótese é verdadeira,
pois conseguiu identificar um maior número de problemas de acessibilidade no
cenário estudado, quando comparado com o uso do WCAG tradicional para o
mesmo cenário. Os resultados da pesquisa também foram avaliados por revisores
de congressos nacionais e internacionais (Apêndice XIII).
Sugere-se como trabalhos futuros baseados nesta pesquisa:
1. Analisar os novos problemas levantados durante as avaliações e
que não estão cobertos nem pelo WCAG nem pelos novos critérios
de sucesso levantados nesta dissertação;
2. Verificar as interseções das recomendações geradas nesse
trabalho e no de Lara (2012), e como eles podem se completar
para prover melhor acessibilidade para idosos nas plataformas
estudadas por ambos;
3. Verificar se as recomendações criadas por Lara (2012) que não
estão cobertas, se são adequadas ao cenário que estudamos;
4. Realizar novas avaliações com um grupo maior de especialistas
experientes da área de IHC, a fim de validar melhor esses novos
critérios de sucesso;
5. Fazer a proposição das recomendações criadas para incorporação
em versão futura do WCAG pela W3C;
6. Ampliar o público-alvo para abranger deficiências que não foram
consideradas neste trabalho.
119
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Usability. Magazine Interactions – Bridging the gap Vol. 10, Issue 6, November +
December 2003. New York, USA, 36-51.
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Veras, R.; Lima, M. A.; Araujo, T. C. N.; Alves, M. I. C.; Sayd, J.; Figueiredo, M. C.;
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130
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Mobile Applications. International Journal of Human-Computer Interaction. Vol.18,
Issue 3, 293-308.
131
APÊNDICE I - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário(a), do Projeto
de Pesquisa sob o título “Usabilidade dos dispositivos móveis para pessoas da
terceira idade”. Meu nome é Andréia Rodrigues Casare, sou a pesquisadora
responsável e minha área de atuação é Professora Associada I da FATEC de
Itapetininga. Após receber os esclarecimentos e as informações a seguir, no caso de
aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas
vias. Uma delas é sua e a outra é da pesquisadora responsável. Em caso de recusa,
você não será penalizado(a) de forma alguma. Em caso de dúvida sobre a
pesquisa, você poderá entrar em contato com as pesquisadoras responsáveis
Andréia Rodrigues Casare e a orientadora da pesquisa Profa. Dra Regina Lúcia De
Oliveira Moraes nos telefones (15) 99716-8350, e-mail
[email protected]; [email protected] .
Em caso de denúncias ou reclamações sobre sua participação e sobre questões éticas do estudo, você pode entrar em contato com a secretaria do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UNICAMP: Rua: Tessália Vieira de Camargo, 126; CEP 13083-887 Campinas – SP; telefone (19) 3521-8936; fax (19) 3521-7187; e-mail: [email protected].
Justificativa: As pessoas da terceira idade atualmente têm se mostrado
interessadas em acessar a internet e se incluir digitalmente. O tablet é um
dispositivo móvel que pode atender esse público. Estes dispositivos são mais leves
que os notebooks e podem ser carregados para qualquer lugar, portanto, são uma
ótima opção para acessar a internet, que é o foco das pessoas da terceira idade.
Objetivo: O objetivo desta pesquisa é colher dados para avaliar a usabilidade de
algumas marcas de tablets que utilizam o Sistema Operacional ANDROID para
pessoas da terceira idade.
Procedimento: Durante a realização do teste de usabilidade será filmado apenas a
manipulação no tablet e a voz gravada, e não será possível a identificação da
pessoa na filmagem. Para avaliação e apresentação dos resultados, estamos
solicitando sua autorização para realização dessas gravações e a utilização das
imagens e sons durante a divulgação dos resultados deste projeto e também na
apresentação desta pesquisa.
Riscos e desconfortos: Não há riscos e desconfortos previsíveis.
Benefícios: Com a gravação dos testes, será possível identificar os problemas de
usabilidade das interfaces dos tablets sob a ótica do público da terceira idade.
Sigilo e privacidade: Você tem a garantia de que sua identidade será mantida em sigilo e nenhuma informação será dada a outras pessoas que não façam parte da
132
equipe de pesquisadores. Na divulgação dos resultados desse estudo, seu nome não será citado.
Esclarecimento: Não haverá nenhum tipo de pagamento ou gratificação financeira
pela sua participação nessa pesquisa.
Recusa: Você tem liberdade de se recusar a participar ou retirar seu consentimento,
em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo.
CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO DA
PESQUISA
Eu, __________________________________________________, RG
_______________, abaixo assinado, concordo em participar do estudo “Usabilidade
dos dispositivos móveis para pessoas da terceira idade”, como sujeito. Fui
devidamente informado (a) e esclarecido (a) pela pesquisadora Andréia Rodrigues
Casare sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os
possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido
que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a
qualquer penalidade.
Itapetininga,____ de _________ de 20 __.
________________________________
Assinatura do(a) pesquisado(a)
Responsabilidade do Pesquisador:
Asseguro ter cumprido as exigências da resolução 466/2012 CNS/MS e
complementares na elaboração do protocolo e na obtenção deste Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Asseguro, também, ter explicado e fornecido
uma cópia deste documento ao participante. Informo que o estudo foi aprovado pelo
CEP perante o qual o projeto foi apresentado. Comprometo-me a utilizar o material e
os dados obtidos nesta pesquisa exclusivamente para as finalidades previstas neste
documento ou conforme o consentimento dado pelo participante.
__________________________________
Assinatura da pesquisadora responsável
133
APÊNDICE II – Questionário perfil do entrevistado
Data:___/____/2014
Idade:_________________________ Sexo(F/M):________________________
Profissão: _______________________________________________________
Acessa a internet: menos de 2 anos
entre 2 e 5 anos
mais que 5 anos
Já usou tablet ? nunca
algumas vezes
faz uso constante
Outros tipos de computadores (exceto tablet): nunca
algumas vezes
faz uso constante
Tem alguma limitação visual?
Sim Não Qual:__________________________
Tem alguma limitação motora?
Sim Não Qual:___________________________
Seu raciocínio é:
muito lento lento razoável rápido muito rápido
134
APÊNDICE III – Questionário pós-teste
Data:___/____/2014
1) A interface do tablet é agradável?
( ) concordo totalmente ( ) concordo ( ) discordo ( ) discordo
totalmente
2) Os botões e links são apresentados em um tamanho adequado?
( ) concordo totalmente ( ) concordo ( ) discordo ( ) discordo
totalmente
3) O tamanho das letras dos textos é adequado?
( ) concordo totalmente ( ) concordo ( ) discordo ( ) discordo
totalmente
4) As páginas do Site estavam muito carregadas de conteúdo?
( ) concordo totalmente ( ) concordo ( ) discordo ( ) discordo
totalmente
5) Os textos apresentados no site são compreensíveis?
( ) concordo totalmente ( ) concordo ( ) discordo ( ) discordo
totalmente
6) A navegação de uma página para outra no site foi:
( ) muito fácil ( ) fácil ( ) médio ( ) difícil ( ) muito difícil
7) O tamanho do teclado apresentado nesse tablet é:
( ) muito ruim ( ) ruim ( ) razoável ( ) bom ( ) ótimo
8) Foi fácil sair da aplicação ou do site quando terminou a tarefa:
( ) muito fácil ( ) fácil ( ) médio ( ) difícil ( ) muito difícil
135
9) Utilizaria novamente esse tablet para navegar na internet?
( ) Sim ( ) Não. Por quê?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
10) Teve algum(ns) problema(s) ao utilizar esse tablet?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
11) Você sugere alguma(s) alteração(ões) para melhoria desse tablet ?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
12) Você sugere alguma(s) alteração(ões) para melhoria do Site utilizado nesse
teste?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
136
APÊNDICE IV – Métricas utilizadas na avaliação com usuários idosos
137
APÊNDICE V – Questionário perfil do avaliador
Data:___/____/2016
Nome:__________________________________________________________
Profissão: _______________________________________________________
Formação:_______________________________________________________
Há quanto tempo tem experiência com o tema acessibilidade em computação? não tenho experiência
menos de 2 anos
entre 2 e 5 anos
mais que 5 anos
Com relação a seu uso das recomendações WCAG: nunca usei
já usei ao menos uma vez, mas não tenho usado
uso esporadicamente
uso frequentemente
Quais versões das recomendações WCAG você já utilizou?
1.0
2.0
ambas
Você já trabalhou especificamente em avaliação de acessibilidade em interfaces:
Voltadas a tablets? ( ) Sim ( ) Não
Voltadas ao público idoso? ( ) Sim ( ) Não
Voltadas a web? ( ) Sim ( ) Não
138
APÊNDICE VI - Resultados da avaliação de acessibilidade usando as
recomendações WCAG
Data:___/____/2016 Avaliador:__________________________
Website avaliado: DETRAN (www.detran.sp.gov.br)
Tarefa: Fazer o agendamento para renovação da sua CNH
Critério de sucesso
(código e título)
Local do website
(url e descrição da tela)
Observação
139
APÊNDICE VII - Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG) 2.0
As Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG) 2.0 abrangem diversas recomendações com a finalidade de tornar o conteúdo da Web mais acessível. Seguir estas diretrizes irá tornar o conteúdo acessível a um maior número de pessoas com deficiência, incluindo cegueira e baixa visão, surdez e baixa audição, dificuldades de aprendizagem, limitações cognitivas, limitações de movimentos, incapacidade de fala, fotossensibilidade e combinações destas características. Seu conteúdo da Web também ficará mais acessível aos usuários em geral ao seguir estas diretrizes.
Os critérios de sucesso das WCAG 2.0 são escritos como declarações testáveis, que não se referem a tecnologias específicas. Orientações sobre como satisfazer os critérios de sucesso em tecnologias específicas, bem como informações gerais sobre como interpretar os critérios de sucesso, são disponibilizadas em documentos separados.
Introdução
As Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG) 2.0 definem a forma de como tornar o conteúdo da Web mais acessível para pessoas com deficiência. A acessibilidade abrange uma vasta gama de deficiências, incluindo visual, auditiva, física, de fala, intelectual, de linguagem, de aprendizagem e neurológica. Embora estas diretrizes cubram uma ampla diversidade de situações, elas não são capazes de abordar as necessidades das pessoas com todos os tipos, graus e combinações de deficiências. Estas diretrizes tornam também o conteúdo da Web mais acessível por pessoas idosas, cujas habilidades estão em constante mudança devido ao envelhecimento, e muitas vezes melhoram a usabilidade para usuários em geral.
As WCAG 2.0 baseiam-se nas WCAG 1.0 e foram concebidas para serem largamente aplicadas às diferentes tecnologias atuais e futuras da Web, e para serem testáveis com uma combinação de testes automáticos e avaliação humana.
A acessibilidade na Web depende não só do conteúdo acessível, como também de navegadores web acessíveis e outros agentes de usuário. Ferramentas de autoria também desempenham um papel importante para a acessibilidade na Web. Para uma descrição geral sobre como estes componentes de desenvolvimento web e interação funcionam em conjunto, consulte:
Camadas de Orientação das WCAG 2.0
As pessoas e organizações que utilizam as WCAG são diversas e incluem programadores e web designers, legisladores, responsáveis pelas compras, professores e alunos. Para corresponder às várias necessidades deste público, são fornecidas diversas camadas de orientação, incluindo princípios globais, diretrizes gerais, critérios de sucesso testáveis, um rico conjunto de técnicas de tipo necessárias e de tipo sugeridas, bem como falhas comuns documentadas com exemplos, links para recursos e código fonte.
Princípios – Os quatro princípios que constituem a base da acessibilidade na Web
são: perceptível, operável, compreensível e robusto. Após cada princípio estão suas diretrizes. As 12 diretrizes fornecem os objetivos básicos
que os autores devem atingir para tornar o conteúdo mais acessível aos usuários com diferentes deficiências. As diretrizes não são testáveis, mas disponibilizam a estrutura e os objetivos de âmbito global que ajudam os autores a compreender os critérios de sucesso e a melhor implementar as técnicas.
140
Critérios de Sucesso - Para cada diretriz, são fornecidos critérios de sucesso testáveis para permitir que as WCAG 2.0 sejam utilizadas onde os requisitos e os testes de conformidade são necessários, tais como na especificação do projeto, nas compras, na regulamentação e nos acordos contratuais. A fim de atender as necessidades dos diferentes grupos e situações, são definidos três níveis de conformidade: A (o mais baixo), AA e AAA (o mais elevado).
Técnicas de tipo necessária e de tipo sugerida - Para cada uma das diretrizes e critérios de sucesso existentes no próprio documento das WCAG 2.0, o grupo de trabalho documentou ainda uma grande variedade de técnicas. As técnicas têm caráter informativo e enquadram-se em duas categorias: as que são de tipo necessária para satisfazer os critérios de sucesso e as que são de tipo sugerida. As técnicas de tipo sugerida vão além do que é exigido pelos critérios de sucesso individuais e permitem aos autores um melhor cumprimento das diretrizes. Algumas técnicas de tipo sugerida vão ao encontro de barreiras de acessibilidade que não estão abrangidas pelos critérios de sucesso testáveis. Onde são conhecidas falhas comuns, estas são igualmente documentadas.
Todas estas camadas de orientação (princípios, diretrizes, critérios de sucesso e técnicas de tipo necessária e de tipo sugerida) funcionam em conjunto para fornecer orientações sobre como tornar o conteúdo mais acessível. Os autores são encorajados a observar e a aplicar todos os níveis que conseguirem, incluindo as técnicas de tipo sugerida, de forma a melhor satisfazerem as necessidades do maior número possível de usuários.
Note-se que até mesmo o conteúdo que está em conformidade com o nível mais elevado (AAA) não estará acessível a pessoas com todos os tipos, graus ou combinações de deficiências, particularmente nas áreas da linguagem cognitiva e da aprendizagem. Os autores são encorajados a considerar a totalidade das técnicas, incluindo as técnicas de tipo sugerida, assim como a procurar orientação relevante sobre as atuais boas práticas, de forma a garantir que o conteúdo da Web seja acessível, tanto quanto possível, a esta comunidade.
Termos Importantes nas WCAG 2.0
Página Web
É importante notar que, neste padrão, o termo "página web" abrange muito mais do que páginas estáticas em HTML. Ele inclui também as páginas web cada vez mais dinâmicas que estão surgindo na Web, incluindo páginas que podem apresentar comunidades interativas virtuais completas. Por exemplo, o termo "página web" inclui uma experiência imersiva e interativa como em um filme, localizada em um único URI.
Determinado Por Meio de Código de Programação
Vários critérios de sucesso requerem que o conteúdo (ou determinados aspectos do conteúdo) possa ser "determinado por meio de código de programação". Isto significa que o conteúdo é apresentado de modo que os agentes de usuário, incluindo as tecnologias assistivas, possam extrair e apresentar esta informação aos usuários de diferentes modalidades.
Suporte a Acessibilidade
Usar tecnologia com suporte a acessibilidade significa que ela funciona com
tecnologias assistivas (TA) e utiliza recursos de acessibilidade de sistemas
operacionais, navegadores e outros agentes de usuário. Recursos tecnológicos só
141
podem ser considerados, de maneira confiável, em conformidade com os critérios de
sucesso do WCAG 2.0 se forem usados de uma forma com "suporte a
acessibilidade". Recursos tecnológicos nem sempre tem suporte a acessibilidade
(por exemplo, não funcionam com tecnologias assistivas) quando eles não estão em
conformidade com qualquer critério de sucesso (ou seja, quando a mesma
informação ou funcionalidade não está disponível de outra maneira que é
originalmente suportado).
Diretrizes WCAG 2.0
Princípio 1: Perceptível - As informações e os componentes da interface do usuário
devem ser apresentados em formas que possam ser percebidas pelo usuário.
Diretriz 1.1 Alternativas em Texto: Fornecer alternativas textuais para qualquer conteúdo
não textual, para que possa ser transformado em outras formas de acordo com as
necessidades dos usuários, tais como impressão com tamanho de fontes maiores, braille,
fala, símbolos ou linguagem mais simples.
1.1.1 Conteúdo Não Textual: Todo o conteúdo não textual que é exibido ao usuário tem
uma alternativa textual que serve a um propósito equivalente, exceto para as situações
indicadas abaixo. (Nível A)
Controles, Entrada: Se o conteúdo não textual for um controle ou aceitar a entrada de
dados por parte do usuário, então esse conteúdo não textual possui um nome que descreve
a sua finalidade. (Consultar a Diretriz 4.1 para requisitos adicionais de controles e conteúdo
que aceitam entrada de dados por parte do usuário).
Mídias com base no tempo: Se o conteúdo não textual consiste em mídia baseada em
tempo, então as alternativas textuais fornecem, no mínimo, uma identificação descritiva do
conteúdo não textual (Consulte a Diretriz 1.2 para obter os requisitos adicionais para mídia).
Teste: Se o conteúdo não textual for um teste ou um exercício, que ficaria inválido se fosse
apresentado em texto, então as alternativas textuais fornecem, no mínimo, uma identificação
descritiva do conteúdo não textual.
Sensorial: Se a finalidade do conteúdo não textual for, essencialmente, criar uma
experiência sensorial específica, então as alternativas textuais fornecem, no mínimo, uma
identificação descritiva do conteúdo não textual.
CAPTCHA: Se a finalidade do conteúdo não textual for confirmar que o conteúdo está
sendo acessado por uma pessoa e não por um computador, então devem ser fornecidas
alternativas textuais que identificam e descrevem a finalidade do conteúdo não textual.
Formas alternativas de CAPTCHA, que utilizam modos de saída para diferentes tipos de
percepção sensorial, devem ser apresentadas para atender diferentes deficiências.
Entrada alternativa: Os mecanismos de entrada alternativa devem ser perceptíveis ao
usuário. No caso das letras do CAPTCHA quando for difícil de entender, o usuário deve
perceber o ícone do alto-falante e entender a finalidade do mesmo.
142
Decoração, Formatação, Invisível: Se o conteúdo não textual for meramente decorativo, se for utilizado apenas para formatação visual, ou se não for exibido aos usuários, então esse conteúdo não textual deve ser implementado de uma forma que possa ser ignorado pelas tecnologias assistivas.
Diretriz 1.2 Mídias com base em tempo: Fornecer alternativas para mídias
baseadas em tempo.
1.2.1 Apenas Áudio e apenas Vídeo (Pré-gravado):Para as mídias de apenas
áudio |pré-gravados e mídias de vídeo (sem áudio) |pré-gravados as regras
seguintes são verdadeiras, exceto quando o áudio ou o vídeo é uma mídia
alternativa para o texto e está claramente identificado como tal: (Nível A).
Apenas áudio pré-gravado: É fornecida uma alternativa para mídia com base em
tempo, que apresenta informação equivalente para o conteúdo composto por apenas
áudio pré-gravado.
Apenas vídeo pré-gravado: É fornecida uma alternativa em mídia com base em
tempo ou uma faixa de áudio que apresenta informação equivalente para o conteúdo
apenas de vídeo pré-gravado.
1.2.2 Legendas (Pré-gravadas): São fornecidas legendas para todo conteúdo
de áudio |pré-gravado em mídia sincronizada, exceto quando a mídia for uma
alternativa para texto e for claramente identificada como tal. (Nível A)
1.2.3 Audiodescrição ou Mídia Alternativa (Pré-gravada): Uma alternativa para
mídia com base em tempo ou uma audiodescrição do conteúdo em vídeo |pré-
gravado é fornecida para mídia sincronizada, exceto quando a mídia é uma
alternativa ao texto e for claramente identificada como tal. (Nível A)
1.2.4 Legendas (Ao Vivo): São fornecidas legendas para todo o conteúdo
do áudio |ao vivo existente em mídia sincronizada. (Nível AA)
1.2.5 Audiodescrição (Pré-gravada): É fornecida audiodescrição para todo o
conteúdo de vídeo |pré-gravado existente em mídia sincronizada. (Nível AA)
1.2.6 Língua de sinais (Pré-gravada): É fornecida interpretação em língua de
sinais para todo o conteúdo de áudio |pré-gravado existente em um conteúdo
em mídia sincronizada. (Nível AAA)
1.2.7 Audiodescrição Estendida (Pré-gravada): Quando as pausas no áudio de
primeiro plano forem insuficientes para permitir que as audiodescrições transmitam o
sentido do vídeo, é fornecida uma audiodescrição estendida para todo o vídeo|pré-
gravado existente no conteúdo em mídia sincronizada. (Nível AAA)
1.2.8 Mídia Alternativa (Pré-gravada): É fornecida uma alternativa para mídia com base
em tempo para a todo o conteúdo existente em mídia sincronizada |pré-gravada e para a
todo o conteúdo multimídia composto por apenas vídeo pré-gravado. (Nível AAA)
143
1.2.9 Apenas áudio (Ao vivo): É fornecida uma alternativa para mídia com base em
tempo que apresenta informações equivalentes para conteúdo apenas áudio |ao vivo. (Nível
AAA)
Diretriz 1.3 Adaptável: Criar conteúdo que pode ser apresentado de diferentes maneiras
(por exemplo um layout simplificado) sem perder informação ou estrutura.
1.3.1 Informações e Relações: As informações, a estrutura e
os relacionamentos transmitidos através de apresentação podem ser determinados por meio
de código de programação ou estão disponíveis no texto. (Nível A)
1.3.2 Sequência com Significado: Quando a sequência na qual o conteúdo é apresentado
afeta o seu significado, uma sequência de leitura correta pode ser determinada por meio de
código de programação. (Nível A)
1.3.3 - Visibilidade do Estado do Sistema: Deve ser fornecido um feedback no ato do
toque, perceptível a pelo menos um dos sentidos do usuário, e configurável pelo usuário.
(Nivel A)
1.3.4 Características Sensoriais: As instruções fornecidas para compreender e utilizar o
conteúdo não dependem somente das características sensoriais dos componentes, tais
como forma, tamanho, localização visual, orientação ou som. (Nível A)
Nota: Para requisitos relacionados com a cor, consulte a Diretriz 1.4.
Diretriz 1.4 Discernível: Facilitar a audição e a visualização de conteúdo aos usuários,
incluindo a separação entre o primeiro plano e o plano de fundo.
1.4.1 Utilização de Cores: A cor não é utilizada como o único meio visual de transmitir
informações, indicar uma ação, pedir uma resposta ou distinguir um elemento visual. (Nível
A)
Nota: Este critério de sucesso aborda especificamente a percepção de cores. Outras formas
de percepção são abordadas na Diretriz 1.3, incluindo o acesso às cores por meio de código
de programação e a outra codificação da apresentação visual.
1.4.2 Controle de Áudio: Se qualquer áudio em uma página web tocar automaticamente
durante mais de 3 segundos, deve estar disponível um mecanismo para fazer uma pausa ou
parar o áudio, ou um mecanismo para controlar o volume do áudio, independentemente do
nível global de volume do sistema deve disponibilizar. (Nível A)
Nota: Uma vez que qualquer conteúdo que não cumpra este critério de sucesso pode
interferir na capacidade de um usuário de usar toda a página, todo o conteúdo da página
web (quer seja ou não utilizado para cumprir outros critérios de sucesso) deve atender este
critério de sucesso.
1.4.3 Perceptibilidade de Elementos Acessíveis por Ação dos Usuários: O usuário deve
poder discernir os elementos da interface que são acionados pelos usuários (por exemplo,
links e botões) daqueles que não são. Esses elementos devem estar perceptíveis antes do
usuário realizar a ação. (Nível A)
144
1.4.4 Perceptibilidade de recursos de entrada: os recursos de entrada (vídeo, microfone e
teclado) disponíveis devem ser perceptíveis, por exemplo, pela presença de um ícone
relativo ao recurso. (Nível A)
1.4.5 Contraste (Mínimo): A apresentação visual de texto e imagens de texto tem
uma relação de contraste de, no mínimo, 4.5:1, exceto para o seguinte: (Nível AA)
Texto Ampliado: Texto em tamanho grande e as imagens compostas por texto em tamanho
grande têm uma relação de contraste de, no mínimo, 3:1;
Texto em plano Secundário: O texto ou imagens de texto que fazem parte de
um componente de interface de usuário inativo, que são meramente decorativos, que não
estão visíveis para ninguém, ou que são parte de uma imagem que inclui outro conteúdo
visual significativo, não têm requisito de contraste.
Logotipos: O texto que faz parte de um logotipo ou marca comercial não tem requisito de
contraste.
1.4.6 Redimensionar texto: Exceto para legendas e imagens de texto, o texto pode ser
redimensionado sem tecnologia assistiva até 200 por cento sem perder conteúdo ou
funcionalidade. (Nível AA)
1.4.7 Imagens de Texto: Se as tecnologias que estiverem sendo utilizadas puderem
proporcionar a apresentação visual, é utilizado texto para transmitir informações em vez
de imagens de texto, exceto para o seguinte: (Nível AA)
Personalizável: A imagem de texto pode ser visualmente personalizada de acordo com os
requisitos do usuário;
Essencial: Uma determinada apresentação de texto é essencial para as informações que
serão transmitidas.
Nota: Os logotipos (texto que faz parte de um logotipo ou marca comercial) são
considerados essenciais.
1.4.8 Contraste (Melhorado): A apresentação visual do texto e imagens de texto tem
uma relação de contraste de, no mínimo, 7:1, exceto para as seguintes situações: (Nível
AAA)
Texto Ampliado: Texto em tamanho grande e as imagens compostas por texto em tamanho
grande têm uma relação de contraste de, no mínimo, 4.5:1;
Texto em plano Secundário: O texto ou as imagens de texto que fazem parte de
um componente de interface de usuário inativo, que são meramente decorativos, que não
estão visíveis para ninguém, ou que fazem parte de uma imagem que inclui outro conteúdo
visual significativo, não têm requisito de contraste.
Logotipos: O texto que faz parte de um logotipo ou marca comercial não tem requisito de
contraste mínimo.
1.4.9 Áudio de fundo baixo ou sem áudio de fundo: Para conteúdo composto por apenas
áudio |pré-gravado que (1) contenha essencialmente fala em primeiro plano, (2) não seja
145
um CAPTCHA de áudio ou logotipo de áudio, e (3) não seja vocalização com o objetivo de
ser, essencialmente, expressão musical, tal como cantar ou fazer batidas, no mínimo, uma
das seguintes afirmações é verdadeira: (Nível AAA)
Sem Fundo: O áudio não contém sons de fundo.
Desligar: Os sons de fundo podem ser desligados.
20 dB: Os sons de fundo são, no mínimo, 20 decibéis mais baixos que o conteúdo da voz
em primeiro plano, com a exceção de sons ocasionais que duram apenas um ou dois
segundos.
Nota: De acordo com a definição de "decibel", o som de fundo que cumprir este requisito
será, aproximadamente, quatro vezes mais baixo do que o conteúdo de voz em primeiro
plano.
1.4.10 Apresentação Visual: Para a apresentação visual de blocos de texto,
um mecanismo está disponível para se obter o seguinte: (Nível AAA)
As cores do primeiro plano e do plano de fundo podem ser selecionadas pelo usuário.
A largura não tem mais do que 80 caracteres ou glifos (40 se CJK).
O texto não é justificado (alinhado a ambas as margens esquerda e direita).
O espaçamento entre linhas (principal) tem, no mínimo, um espaço e meio nos parágrafos, e
o espaçamento entre parágrafos é, no mínimo, 1,5 vezes maior do que o espaçamento entre
linhas.
O texto pode ser redimensionado sem tecnologia assistiva até 200 por cento, de um modo
que o usuário não necessite rolar horizontalmente para ler uma linha de texto em uma janela
em tela cheia.
1.4.11 Imagens de Texto (Sem Exceção): As imagens de texto só são utilizadas por
questões meramente decorativas ou quando uma determinada apresentação
de texto é essencial para a informação que está sendo transmitida. (Nível AAA)
Nota: Os logotipos (texto que faz parte de um logotipo ou marca comercial) são
considerados essenciais.
Princípio 2: Operável - Os componentes de interface de usuário e a navegação
devem ser operáveis.
Diretriz 2.1 Acessível por Teclado: Fazer com que toda funcionalidade fique disponível
a partir de um teclado.
2.1.1 Teclado: Toda a funcionalidade do conteúdo é operável através de uma interface de
teclado sem requerer temporizações específicas para digitação individual, exceto quando a
função subjacente requer entrada de dados que dependa da cadeia de movimento do
usuário e não apenas dos pontos finais. (Nível A)
Nota 1: Esta exceção diz respeito à função subjacente, não à técnica de entrada de dados.
Por exemplo, se utilizar escrita manual para introduzir texto, a técnica de entrada de dados
146
(escrita manual) requer entrada de dados dependente de caminho, mas a função subjacente
(entrada de texto) não.
Nota 2: Isto não proíbe, e não deve desencorajar, a entrada de dados através do mouse ou
outros métodos de entrada de dados em conjunto à operação com o teclado.
2.1.2 Sem Bloqueio do Teclado: Se o foco do teclado puder ser movido para um
componente da página utilizando uma interface de teclado, então o foco pode ser retirado
desse componente utilizando apenas uma interface de teclado e, se for necessário mais do
que as setas do cursor ou tabulação ou outros métodos de saída normalmente utilizados, o
usuário deve ser informado sobre o método para retirar o foco. (Nível A)
Nota: Uma vez que qualquer conteúdo que não cumpra este critério de sucesso pode
interferir com a capacidade de um usuário usar toda a página, todo o conteúdo da página
web (quer seja utilizado para cumprir outros critérios de sucesso ou não) tem que cumprir
este critério de sucesso.
2.1.3 Teclado (Sem Exceção): Toda a funcionalidade do conteúdo é operável através de
uma interface de teclado sem requerer temporizações específicas para digitação individual.
(Nível AAA)
Diretriz 2.2 Tempo Suficiente: Fornecer aos usuários tempo suficiente para ler e utilizar
o conteúdo.
2.2.1 Ajustável por Temporização: Para cada limite de tempo definido pelo conteúdo, no
mínimo, uma das seguintes afirmações é verdadeira: (Nível A)
Desligar: O usuário pode desligar o limite de tempo antes de atingi-lo; ou
Ajustar: O usuário pode ajustar o limite de tempo antes de atingi-lo, num intervalo de, no
mínimo, dez vezes mais do que a configuração padrão; ou
Prolongar: O usuário é avisado antes de o tempo expirar e tem, no mínimo, 20 segundos
para prolongar o limite de tempo com uma simples ação (por exemplo, "pressionar a barra
de espaços"), e o usuário pode prolongar o limite de tempo, no mínimo, dez vezes; ou
Exceção em Tempo Real: O limite de tempo é uma parte necessária de um evento em
tempo real (por exemplo, um leilão), e não é possível nenhuma alternativa ao limite de
tempo; ou
Exceção Essencial: O limite de tempo é essencial e prolongá-lo invalidaria a atividade; ou
Exceção de 20 Horas: O limite de tempo é superior a 20 horas.
Nota: Este critério de sucesso ajuda a garantir que os usuários possam executar tarefas
sem alterações inesperadas no conteúdo ou contexto, que são resultados de um limite de
tempo. Este critério de sucesso deve ser considerado em conjunto com o Critério de
Sucesso 3.2.1, que impõe limites nas alterações de conteúdo ou contexto como resultado da
ação do usuário.
147
2.2.2 Colocar em Pausa, Parar, Ocultar: Para informações em movimento, em modo
intermitente, em deslocamento ou em atualização automática, todas as seguintes
afirmações são verdadeiras: (Nível A)
Em movimento, em modo intermitente, em deslocamento: Para quaisquer informações
em movimento, em modo intermitente ou em deslocamento, que (1) sejam iniciadas
automaticamente, (2) durem mais de cinco segundos, e (3) sejam apresentadas em paralelo
com outro conteúdo, existe um mecanismo para o usuário colocar em pausa, parar, ou
ocultar as mesmas, a menos que o movimento, o modo intermitente ou o deslocamento
façam parte de uma atividade, na qual sejam essenciais; e
Em atualização automática: Para quaisquer informações em atualização automática, que
(1) sejam iniciadas automaticamente e (2) sejam apresentadas em paralelo com outro
conteúdo, existe um mecanismo para o usuário colocar em pausa, parar ou ocultar as
mesmas, ou controlar a frequência da atualização, a menos que a atualização automática
faça parte de uma atividade, onde é essencial.
Nota 1: Para obter requisitos relacionados com conteúdo em modo intermitente ou em modo
piscando, consulte a Diretriz 2.3.
Nota 2: Uma vez que qualquer conteúdo que não cumpra este critério de sucesso pode
interferir com a capacidade de um usuário de usar toda a página, todo o conteúdo da página
web (quer seja ou não utilizado para cumprir outros critérios de sucesso) tem que cumprir
este critério de sucesso.
Nota 3: O conteúdo que é atualizado periodicamente por software ou que é transmitido ao
agente do usuário não tem obrigação de preservar ou apresentar as informações geradas
ou recebidas entre o início de uma pausa e a continuação da apresentação, uma vez que
pode não ser tecnicamente possível e, em muitas situações, pode ser confuso fazê-lo.
Nota 4: Uma animação que ocorra como parte de uma fase de pré-carregamento ou
situação semelhante pode ser considerada essencial se a interação não puder ocorrer
durante essa fase para todos os usuários e se a não indicação do progresso puder confundir
os usuários e levá-los a pensar que o conteúdo está congelado ou danificado.
2.2.3 Sem Temporização: A temporização não é uma parte essencial do evento ou da
atividade apresentada pelo conteúdo, exceto para mídia sincronizada não interativa
e eventos em tempo real. (Nível AAA)
2.2.4 Interrupções: As interrupções podem ser adiadas ou suprimidas pelo usuário, exceto
interrupções que envolvam uma emergência. (Nível AAA)
2.2.5 Nova autenticação: Quando uma seção autenticada expira, o usuário pode continuar
a atividade sem perder dados após a nova autenticação. (Nível AAA)
Diretriz 2.3 Convulsões: Não criar conteúdo de uma forma conhecida por causar
convulsões.
2.3.1 Três Flashes ou Abaixo do Limite: As páginas web não incluem nenhum conteúdo
que pisque mais de três vezes no período de um segundo, ou o flash encontra-se abaixo
dos limites de flash universal e flash vermelho. (Nível A)
148
Nota: Uma vez que qualquer conteúdo que não cumpra este critério de sucesso pode
interferir com a capacidade de um usuário de usar toda a página, todo o conteúdo da página
web (quer seja ou não utilizado para cumprir outros critérios de sucesso) tem que cumprir
este critério de sucesso.
2.3.2 Três Flashes: As páginas web não incluem qualquer conteúdo que pisca mais de três
vezes no período de um segundo. (Nível AAA)
Diretriz 2.4 Navegável: Fornecer maneiras de ajudar os usuários a navegar, localizar
conteúdos e determinar onde se encontram.
2.4.1 Ignorar Blocos: Um mecanismo está disponível para ignorar blocos de conteúdo que
são repetidos em várias páginas web. (Nível A)
2.4.2 Página com Título: As páginas web têm títulos que descrevem o tópico ou a
finalidade. (Nível A)
2.4.3 Ordem do Foco: Se uma página web puder ser navegada de forma sequencial e as
sequências de navegação afetarem o significado ou a operação, os componentes que
podem ser focados recebem o foco em uma ordem que preserva o significado e a
operabilidade. (Nível A)
2.4.4 Finalidade do Link (Em Contexto): A finalidade de cada link pode ser determinada a
partir do link sozinho ou a partir do texto do link em conjunto com seu respectivo contexto
do link determinado por meio de código de programação, exceto quando a finalidade
do link for ambígua para os usuários em geral. (Nível A)
2.4.5 Botão “Voltar”: Deve sempre existir na interface um botão “Voltar” e deve estar em
local de fácil percepção. (Nível A)
2.4.6 Várias Formas: Está disponível mais de uma forma para localizar uma página web em
um conjunto de páginas web, exceto quando a Página Web for o resultado, ou uma etapa,
de um processo. (Nível AA)
2.4.7 Cabeçalhos e Rótulos: Os cabeçalhos e os rótulos descrevem o tópico ou a
finalidade. (Nível AA)
2.4.8 Foco Visível: Qualquer interface de usuário operável por teclado dispõe de um modo
de operação onde o indicador de foco do teclado está visível. (Nível AA)
2.4.9 Funcionalidades do Sistema: As principais funcionalidades do sistema devem estar
em destaque. (Nível AA)
2.4.10 Localização dos Links: Deve ser evitada a utilização de links no meio de conteúdo
que ocasionem a abertura de várias janelas. (Nível AA)
2.4.11 Localização: Informação sobre a localização do usuário está disponível em
um conjunto de páginas web. (Nível AAA)
2.4.12 Finalidade do Link (Apenas o Link): Um mecanismo está disponível para permitir
que a finalidade de cada link seja identificada a partir apenas do texto do link, exceto quando
a sua finalidade for ambígua para os usuários em geral. (Nível AAA)
149
2.4.13 Cabeçalhos da sessão: Os cabeçalhos da seção são utilizados para organizar o
conteúdo. (Nível AAA)
Nota 1: "Cabeçalho" é utilizado no seu significado geral e inclui títulos e outras formas para
adicionar um cabeçalho a diferentes tipos de conteúdo.
Nota 2: Este critério de sucesso abrange seções sobre escrita, não sobre componentes de
interface do usuário. Os componentes de interface do usuário são abrangidos pelo Critério
de Sucesso 4.1.2.
Diretriz 2.5 Formato da Entrada dos Dados: prover maneiras de facilitar a entrada de
dados pelos usuários.
2.5.1 Máscaras de Formatação: Sempre que requerido um formato específico de entrada
de dados textual, a máscara de formato deve ser provido, exceto quando o posicionamento
dos elementos da máscara não puder ser definido automaticamente. (Nível AA)
Princípio 3: Compreensível - A informação e a operação da interface de usuário
devem ser compreensíveis.
Diretriz 3.1 Legível: Tornar o conteúdo do texto legível e compreensível.
3.1.1 Idioma da Página: O idioma humano pré-definido de cada página web pode
ser determinado por meio de código de programação. (Nível A)
3.1.2 Idioma das Partes: O idioma de cada passagem ou frase no conteúdo pode
ser determinado por meio de código de programação, exceto para nomes próprios, termos
técnicos, palavras de idioma indeterminado e palavras ou frases que se tornaram parte do
vernáculo do texto que as envolve. (Nível AA)
3.1.3 Palavras Incomuns: Um mecanismo para identificar definições específicas de
palavras ou expressões utilizadas de uma forma restrita e incomum está disponível,
incluindo expressões idiomáticas e jargões. (Nível AAA)
3.1.4 Abreviaturas: Está disponível um mecanismo para identificar a forma expandida ou o
significado das abreviaturas. (Nível AAA)
3.1.5 Nível de Leitura: Quando o texto exigir uma capacidade de leitura mais avançada do
que o nível de educação secundário inferior (equivalente no Brasil aos últimos anos do
ensino fundamental), após a remoção dos nomes próprios e títulos adequados, um conteúdo
suplementar, ou uma versão que não exija uma capacidade de leitura mais avançada do
que o nível de educação secundário inferior (equivalente no Brasil aos últimos anos do
ensino fundamental) está disponível. (Nível AAA)
3.1.6 Pronúncia: Um mecanismo está disponível para identificar a pronúncia específica de
palavras, onde o significado das mesmas, no contexto, é ambíguo se a pronúncia não for
conhecida. (Nível AAA)
Diretriz 3.2 Previsível: Fazer com que as páginas web apareçam e funcionem de modo
previsível.
150
3.2.1 Em Foco: Quando qualquer componente recebe o foco, não inicia uma alteração de
contexto. (Nível A)
3.2.2 Em Entrada: Alterar a definição de um componente de interface de usuário não
provoca, automaticamente, uma alteração de contexto, a menos que o usuário tenha sido
avisado sobre esse comportamento antes de utilizar o componente. (Nível A)
3.2.3 Navegação Consistente: Os mecanismos de navegação que são repetidos em
múltiplas páginas web dentro de um conjunto de páginas web ocorrem na mesma ordem
relativa a cada vez que são repetidos, a menos que seja iniciada uma alteração pelo
usuário. (Nível AA)
3.2.4 Identificação Consistente: Os componentes que têm a mesma funcionalidade em um
conjunto de páginas web são identificados de forma consistente. (Nível AA)
3.2.5 Alteração mediante solicitação: As alterações de contexto são iniciadas apenas a
pedido do usuário, ou um mecanismo para desativar essas alterações está disponível. (Nível
AAA)
Diretriz 3.3 Assistência de Entrada: Ajudar os usuários a evitar e corrigir erros.
3.3.1 Identificação do Erro: Se um erro de entrada for automaticamente detectado, o item
que apresenta erro é identificado e o erro é descrito para o usuário em texto. (Nível A)
3.3.2 Rótulos ou Instruções: Rótulos ou instruções são fornecidos quando o conteúdo
exigir a entrada de dados por parte do usuário. (Nível A)
3.3.3 Sugestão de Erro: Se um erro de entrada for automaticamente detectado e forem
conhecidas sugestões de correção, então as sugestões são fornecidas ao usuário, a menos
que coloque em risco a segurança ou o propósito do conteúdo. (Nível AA)
3.3.4 Prevenção de Erros (Legal, Financeiro, Dados): Para páginas web que façam com
que ocorram responsabilidades jurídicas ou transações financeiras para o usuário, que
modificam ou eliminam dados controláveis pelo usuário em sistemas de armazenamento de
dados, ou que enviem respostas de teste do usuário, no mínimo, uma das seguintes
afirmações é verdadeira: (Nível AA)
Reversível: Os envios de informações são reversíveis.
Verificado: Os dados introduzidos pelo usuário são verificados quanto à existência de erros
de entrada e é oferecida ao usuário uma oportunidade de corrigi-los.
Confirmado: Um mecanismo está disponível para rever, confirmar e corrigir as informações
antes de finalizar o envio.
3.3.5 Ajuda: Está disponível ajuda contextual. (Nível AAA)
3.3.6 Prevenção de Erros (Todos): Para páginas web que exijam que o usuário envie
informações, no mínimo, uma das seguintes afirmações é verdadeira: (Nível AAA)
151
Reversível: As submissões são reversíveis.
Verificado: Os dados introduzidos pelo usuário são verificados quanto à existência de erros
de entrada e é oferecida ao usuário uma oportunidade de corrigi-los.
Confirmado: Um mecanismo está disponível para rever, confirmar e corrigir as informações
antes de finalizar o envio.
3.3.7 Ajuda e Dicas: No primeiro acesso do usuário no sistema, devem ser fornecidas ajuda
e dicas das funcionalidades do sistema. (Nível AAA)
Princípio 4: Robusto - O conteúdo deve ser robusto o suficiente para poder ser
interpretado de forma confiável por uma ampla variedade de agentes de usuário, incluindo
tecnologias assistivas.
Diretriz 4.1 Compatível: Maximizar a compatibilidade entre os atuais e futuros agentes
de usuário, incluindo tecnologias assistivas.
4.1.1 Análise: No conteúdo implementado utilizando linguagens de marcação, os elementos
dispõem de tags completas de início e de fim, os elementos são aninhados de acordo com
as respectivas especificações, os elementos não contêm atributos duplicados, e quaisquer
IDs são exclusivos, exceto quando as especificações permitem estas características. (Nível
A)
Nota: Tags de início e fim que não têm um carácter crítico na sua formação, ou seja, falta de
um sinal de maior ou um atributo incorreto, não estão completas.
4.1.2 Nome, Função, Valor: Para todos os componentes de interface de usuário (incluindo,
mas não se limitando a: elementos de formulário, links e componentes gerados por scripts),
o nome e a função podem ser determinados por meio de código de programação; os
estados, as propriedades e os valores, que possam ser definidos pelo usuário, podem ser
definidos por meio de código de programação; e a notificação sobre alterações destes itens
está disponível para os agentes de usuário, incluindo as tecnologias assistivas. (Nível A)
Nota: Este critério de sucesso destina-se, essencialmente, a autores da Web que
desenvolvem ou criam os seus próprios componentes de interface de usuário. Por exemplo,
os controles HTML normais já cumprem este critério de sucesso quando utilizados de
acordo com a especificação.
Conformidade
Esta seção apresenta os requisitos de conformidade para a versão WCAG 2.0. Ela também
fornece informações sobre como apresentar reivindicações de conformidade, que são
opcionais. Finalmente, descreve o que significa suporte a acessibilidade, uma vez que só as
formas que suportam acessibilidade são confiáveis para conformidade.
Requisitos de Conformidade
152
Para que uma página web esteja em conformidade com as WCAG 2.0, todos os seguintes
requisitos de conformidade devem ser cumpridos:
1. Nível de Conformidade: Um dos seguintes níveis de conformidade é inteiramente
cumprido.
Nível A: Para conformidade de Nível A (o nível mínimo de conformidade), a página
web| satisfaz todos os Critérios de Sucesso de Nível A, ou é fornecida uma versão
alternativa em conformidade.
Nível AA: Para conformidade de Nível AA, a página web satisfaz todos os Critérios de
Sucesso de Nível A e Nível AA, ou é fornecida uma versão alternativa em conformidade de
Nível AA.
Nível AAA: Para conformidade de Nível AAA, a página web satisfaz todos os Critérios de
Sucesso de Nível A, Nível AA e Nível AAA, ou é fornecida uma versão alternativa em
conformidade de Nível AAA.
Nota 1: Embora só se possa obter conformidade com os níveis estabelecidos, os autores
são encorajados a comunicar (nas reivindicações) quaisquer progressos no sentido de
cumprir os critérios de sucesso a partir de todos os níveis para além do nível de
conformidade alcançado.
Nota 2: Não é recomendado que a conformidade Nível AAA seja requerida como política
geral para sites inteiros porque, para alguns conteúdos, não é possível satisfazer todos os
Critérios de Sucesso de Nível AAA.
2. Páginas inteiras: A conformidade (e o nível de conformidade) aplica-se apenas
a página(s) web inteiras, e não pode ser alcançada se parte de uma página web for
excluída.
Nota 1: Para efeitos de determinação de conformidade, as alternativas a parte do conteúdo
de uma página são consideradas como parte integrante dessa mesma página quando as
alternativas puderem ser obtidas diretamente a partir da página, por exemplo, uma
descrição longa ou uma apresentação alternativa em vídeo.
Nota 2: Os autores de páginas web que não possam cumprir os requisitos de conformidade
devido ao conteúdo fora do seu controle, poderão apresentar uma Declaração de
Conformidade Parcial.
3. Processos completos: Quando uma página web fizer parte de uma série de páginas
web que apresentem um processo (por exemplo, uma sequência de passos necessários
para executar uma atividade), todas as páginas web no processo devem estar em
conformidade com o nível específico ou superior. (Não é possível obter conformidade com
um determinado nível se uma das páginas do processo não estiver em conformidade com
esse nível ou superior.)
Exemplo: Uma loja online tem uma série de páginas que são usadas para selecionar e
comprar produtos. Todas as páginas que compõem essa série desde o início ao fim
(checkout) estão em conformidade para que qualquer página que seja parte do processo
fique em conformidade.
153
4. Apenas Formas de Utilizar Tecnologias com Suporte a Acessibilidade: Só
podemos confiar nas formas de uso da tecnologia que suportem a acessibilidade para
satisfazer os critérios de sucesso. Qualquer informação ou funcionalidade que é fornecida
de uma forma que não seja suportada pela acessibilidade está também disponível de uma
forma com suporte a acessibilidade. Não-Interferência: Caso as tecnologias sejam
utilizadas de um modo sem suporte a acessibilidade, ou se não forem utilizadas em
conformidade, isso não impede que os usuários acessem o restante da página. Além disso,
a página web, como um todo, continua a cumprir os requisitos de conformidade nas
seguintes condições:
Quando um agente de usuário liga uma tecnologia da qual não se dependa para
conformidade,
Quando um agente de usuário desliga uma tecnologia da qual não se dependa para
conformidade e
Quando um agente de usuário não suporta uma tecnologia da qual não se dependa para
conformidade
Além disso, os seguintes critérios de sucesso aplicam-se a todo o conteúdo da página,
incluindo conteúdo do qual não se dependa para cumprir requisitos de conformidade, porque
a falha no cumprimento destes requisitos poderá interferir com qualquer utilização da
página:
1.4.2 - Controle de Áudio,
2.1.2 - Sem Bloqueio de Teclado,
2.3.1 - Três flashes ou Abaixo do Limite, e
2.2.2 - Colocar em Pausa, Parar, Ocultar.
Nota: Se uma página não puder estar em conformidade (por exemplo, uma página de teste
de conformidade ou uma página de exemplo), não poderá ser incluída no âmbito da
conformidade ou em uma reivindicação de conformidade.
Anexo A: Glossário
Abreviatura: forma abreviada de uma palavra, expressão ou nome, onde a abreviação não
se torna parte da língua.
Nota 1: Isto inclui siglas e acrônimos, onde:
siglas são formas abreviadas de um nome ou frase criadas a partir das letras iniciais das
palavras ou sílabas contidas neste nome ou frase.
Nota 1: Não definidas em todos os idiomas
Exemplo 1: SNCF é a sigla em francês que contém as letras iniciais de Société Nationale
des Chemins de Fer, a ferrovia nacional francesa.
Exemplo 2: ESP é uma sigla para extrasensory perception (percepções extrassensoriais).
154
acrônimos são formas abreviadas criadas a partir de letras iniciais ou parte de outras
palavras (em um nome ou expressão) que podem ser pronunciadas como uma palavra.
Exemplo: NOAA é um acrônimo criado a partir das letras iniciais de National Oceanic and
Atmospheric Administration dos Estados Unidos.
Nota 2: Algumas empresas adotaram o que costumavam ser as iniciais como o próprio
nome de suas empresas. Nesses casos, o novo nome da empresa são as letras (por
exemplo: Ecma) e a palavra não é mais considerada uma abreviação.
agente de usuário: qualquer software que obtenha e apresente conteúdos da Web aos
usuários. Exemplo: navegadores web, reprodutores de multimídia, plug-ins e outros
programas — incluindo tecnologias assistivas — que ajudam a obter, apresentar e interagir
com conteúdo da Web.
ajuda (ajuda contextual): texto de ajuda que fornece informações relacionadas à função
que está sendo executada atualmente. Nota: Rótulos claros podem atuar como ajuda
contextual.
alterações de contexto: alterações importantes no conteúdo da página web se efetuadas
sem conhecimento do usuário, podem desorientar usuários que não são capazes de
visualizar toda a página simultaneamente. As alterações de contexto incluem alterações de:
agente de usuário;
viewport;
foco;
conteúdo que altera o significado da página web.
Nota: Uma alteração de conteúdo nem sempre é uma alteração de contexto. As alterações
de conteúdo, tais como um contorno expansível, um menu dinâmico ou um controle de
tabulação não alteram necessariamente o contexto, a menos que também alterem um dos
quatro indicados acima (por exemplo, o foco).
Exemplo: Abrir uma nova janela, mover o foco para um componente diferente, acessar uma
nova página (incluindo qualquer coisa que pareça que o usuário tenha deslocado algo para
uma nova página) ou reorganizar significativamente o conteúdo de uma página, são
exemplos de alterações de contexto.
alternativa textual: texto que está associado por meio de código de programação
a conteúdo não textual, ou referido a partir de texto associado por meio de código de
programação a conteúdo não textual. O texto associado por meio de código de programação
é aquele cuja localização pode ser determinada por meio de código de programação a partir
do conteúdo não textual.
Exemplo: Uma imagem de um gráfico é descrita em texto no parágrafo após o gráfico. A
alternativa em texto abreviado para o gráfico indica que uma descrição é apresentada em
seguida.
alternativa para mídia com base em tempo: documento que inclui descrições em texto,
corretamente sequenciadas, de informações visuais e auditivas baseadas em tempo, e que
fornece um meio para atingir os resultados de qualquer interação baseada no tempo
155
Nota: Uma apresentação utilizada para criar conteúdo de mídia sincronizada somente
cumpre esta definição se tiver sido corrigida para representar, de forma precisa, a mídia
sincronizada final após a edição.
ambígua para os usuários em geral: a finalidade não pode ser determinada a partir do link
e de toda a informação da página web apresentada ao usuário simultaneamente com o link
(por exemplo, os leitores sem deficiências não saberiam qual a finalidade de um link até que
fosse ativado)
Exemplo: A palavra "goiaba" na seguinte frase "Uma das maiores exportações é a goiaba"
corresponde a um link. O link pode conduzir a uma definição de goiaba, a um gráfico que
apresenta a quantidade de goiabas exportadas ou a uma fotografia de pessoas colhendo
goiabas. Todos os leitores só poderão saber depois de ativarem o link e, neste caso, a
pessoa com deficiência não se encontra em qualquer desvantagem.
ao vivo: informação obtida a partir de um evento real e transmitida em tempo real ao
receptor com não mais que o atraso proveniente da transmissão.
Nota 1: Um atraso na transmissão consiste em um pequeno atraso (normalmente
automatizado) utilizado, por exemplo, para dar tempo ao transmissor de colocar em fila de
espera ou censurar a transmissão do áudio (ou vídeo), mas não é suficiente para permitir
uma edição significativa.
Nota 2: Se a informação for totalmente gerada por computador, então não é ao vivo.
apenas áudio: uma apresentação baseada em tempo que contém
apenas áudio (sem vídeo e sem interação).
apenas vídeo / vídeo (sem áudio): uma apresentação baseada em tempo que contém
apenas vídeo (sem áudio e sem interação).
apresentação: composição do conteúdo de forma a ser compreendido pelos usuários.
arte ASCII: imagem criada por uma disposição espacial de caracteres ou glifos
(normalmente, a partir dos 95 caracteres imprimíveis definidos pelo ASCII).
Áudio: a tecnologia de reprodução de som
Nota: O áudio pode ser criado sinteticamente (incluindo a síntese de fala), gravado a partir
de sons reais, ou ambos.
Audiodescrição: narração adicionada à trilha sonora para descrever detalhes visuais
importantes que não podem ser compreendidos a partir apenas da trilha sonora principal
Nota 1: A audiodescrição de vídeo fornece informações sobre ações, personagens,
mudanças de cenário, textos na tela e outro conteúdo visual.
Nota 2: Na audiodescrição padrão, a narração é adicionada durante as pausas existentes no
diálogo. (Consulte também a audiodescrição estendida.)
Nota 3: Se todas as informações sobre o vídeo já estão disponíveis no áudio, não é
necessária qualquer audiodescrição adicional.
156
Nota 4: Também designada por "vídeo-descrição" e "narrativa descritiva".
audiodescrição estendida: audiodescrição que é adicionada a uma apresentação
audiovisual através da pausa no vídeo, dessa forma há tempo para adicionar a descrição
estendida
Nota: Esta técnica só é utilizada se o sentido do vídeo se perder sem a audiodescrição e as
pausas entre o diálogo/narração forem curtas demais.
blocos de texto: mais de uma frase de texto.
CAPTCHA: iniciais de "Completely Automated Public Turing test to tell Computers and
Humans Apart" (Teste Público de Turing Completamente Automatizado para Diferenciar
Computadores e Humanos).
Nota 1: Os testes CAPTCHA implicam, muitas vezes, pedir ao usuário para digitar texto que
é apresentado em uma imagem obscura ou em um arquivo de áudio.
Nota 2: Um teste de Turing é qualquer sistema de testes concebido para diferenciar um
humano de um computador. O nome provém de um famoso cientista de informática,
chamado Alan Turing. O termo foi criado por pesquisadores da Carnegie Mellon
University. [CAPTCHA]
componente de interface de usuário: parte do conteúdo que é percebido pelos usuários
como um único controle para uma função específica.
Nota 1: É possível implementar vários componentes de interface de usuário como um único
elemento programático. Esses componentes não estão relacionados às técnicas de
programação, mas sim ao que o usuário entende como sendo controles independentes.
Nota 2: Os componentes da interface de usuário incluem elementos de um formulário e
links, bem como componentes gerados por scripts.
Exemplo: Uma miniaplicação tem um "controle" que pode ser utilizado para se deslocar
através de conteúdos por linha, por página ou por acesso aleatório. Uma vez que cada um
destes controles necessita de um nome e de ser ajustado de forma independente, cada um
deles torna-se "componente da interface de usuário."
confiáveis / das quais se depende para conformidade (tecnologias): o conteúdo não
está em conformidade caso esta tecnologia seja desligada ou não seja suportada.
conformidade: cumprir todos os requisitos de um determinado padrão, diretriz ou
especificação.
conjunto de páginas web: um grupo de páginas web que compartilham um objetivo
comum e que são criadas pelo mesmo autor, grupo ou organização
Nota: Versões de línguas diferentes são consideradas como sendo conjuntos diferentes de
páginas web.
contexto do link determinado por meio de código de programação: informação
adicional que pode ser determinada por meio de código de programação a partir
157
de relações com um link, combinada com o texto de link e apresentada aos usuários de
diferentes maneiras.
Exemplo: Em HTML, a informação que é determinada por meio de código de programação a
partir de um link em inglês inclui texto que se encontra no mesmo parágrafo, lista ou célula
de uma tabela como sendo o link, ou em uma célula de cabeçalho em uma tabela associado
a célula da tabela que contém o link.
Nota: Uma vez que os leitores de tela interpretam a pontuação, eles também podem
fornecer o contexto da frase atual, quando o foco está em um link nessa frase.
conteúdo (conteúdo da Web): informação e experiência sensorial a serem comunicadas
ao usuário através de um agente de usuário, incluindo o código ou a marcação que define
a estrutura do conteúdo, a apresentação e as interações.
conteúdo não textual: qualquer conteúdo que não seja uma sequência de caracteres que
possa ser determinado por meio de código de programação, ou onde a sequência não
exprima algo em linguagem humana.
Nota: Isto inclui arte ASCII (que consiste em um padrão de caracteres), emoticons,
leetspeak (que utiliza a substituição de caracteres), e imagens que representem texto.
conteúdo suplementar: conteúdo adicional que ilustra ou explica o conteúdo principal
Exemplo 1: Uma versão áudio de uma página web.
Exemplo 2: Uma ilustração de um processo complexo.
Exemplo 3: Um parágrafo que resume os principais resultados e recomendações obtidos
numa pesquisa.
controlável pelo usuário: dados destinados a serem acessados pelos usuários
Nota: Isto não se refere, por exemplo, a registros de Internet (logs) e dados de monitoração
de mecanismos de busca.
Exemplo: Campos de nome e endereço de uma conta de usuário.
determinado por meio de código de programação (determinável por meio de código
de programação): determinado pelo software a partir de dados fornecidos pelo autor, de
forma a que os diferentes agentes de usuário, incluindo tecnologias assistivas, possam
extrair e apresentar esta informação aos usuários de diferentes maneiras
Exemplo 1: Determinado em uma linguagem de marcação a partir de elementos e atributos
que são acessados diretamente através de tecnologias assistivas normalmente disponíveis.
Exemplo 2: Determinado a partir de tecnologias específicas de estrutura de dados, em uma
linguagem que não é de marcação, e exposto à tecnologia assistiva através de uma API de
acessibilidade, que é suportada por tecnologia assistiva facilmente disponível.
definido por meio de código de programação: definido por software utilizando métodos
que são suportados por agentes de usuário, incluindo tecnologias assistivas
158
em modo intermitente:retroceder e avançar entre dois estados visuais, de um modo
destinado a chamar a atenção
Nota: Consulte também o flash. É possível que algo seja grande o bastante e tenha luz
intermitente suficientemente brilhante, na frequência correta, para também ser classificado
como um flash.
em pausa: interrompido por ação do usuário e não retomado até que seja novamente
solicitado pelo mesmo.
em uma janela em tela cheia: na maioria das telas comuns de computadores
desktops/notebooks com viewport maximizado.
Nota: Visto que as pessoas normalmente utilizam os seus computadores durante vários
anos, recomendamos que não se sujeitem às mais recentes resoluções de computadores de
desktops/notebooks, mas que, ao efetuar esta avaliação, considerem as resoluções mais
comuns de computadores desktops/notebooks ao longo de vários anos.
Emergência: uma repentina e inesperada situação que requer ação imediata para preservar
a saúde, segurança ou propriedade
erro de entrada: informação fornecida pelo usuário que não é aceita. Nota: Isto inclui:
Informação que é solicitada pela página web mas omitida pelo usuário
Informação que é fornecida pelo usuário, mas que não se enquadra no formato ou valores
dos dados exigidos.
Essencial: se removido, alterará profundamente a informação ou funcionalidade do
conteúdo, e a informação e a funcionalidade não podem ser obtidas de outra forma para
ficarem em conformidade.
estrutura: O modo como as partes de uma página web estão organizadas em relação umas
às outras; e o modo como um conjunto de páginas web está organizado.
evento em tempo real: evento que a) ocorre ao mesmo tempo em que é visto e b) não é
totalmente gerado pelo conteúdo
Exemplo 1: Uma Webcast de uma apresentação ao vivo (ocorre ao mesmo tempo em que é
vista e não é pré-gravada).
Exemplo 2: Um leilão online com pessoas dando lances. (ocorre ao mesmo tempo em que é
visto).
Exemplo 3: Indivíduos que interagem em um mundo virtual utilizando avatares (não é
totalmente gerado pelo conteúdo e ocorre ao mesmo tempo em que é visto).
experiência sensorial específica: uma experiência sensorial que não é meramente
decorativa e não transmite informação importante, nem desempenha nenhuma função
159
Exemplo: Os exemplos incluem a execução de um solo de flauta, trabalhos de artes visuais,
etc.
expressão idiomática: expressão cujo significado não pode ser deduzido a partir do
significado de palavras isoladas, e as palavras específicas não podem ser alteradas sem
perder o seu sentido
Nota: as expressões idiomáticas não podem ser traduzidas diretamente, palavra por palavra,
sem perder o seu sentido (cultural ou dependente da língua).
Exemplo 1: Em inglês, "spilling the beans" significa "revelar um segredo". Contudo,
"knocking over the beans" (derrubar os feijões) ou "spilling the vegetables" (deixar cair os
vegetais) não tem o mesmo significado.
Exemplo 2: Em japonês, a expressão "さじを投げる" traduz-se literalmente como "ele joga
uma colher", mas significa que não existe mais nada que ele possa fazer e que, finalmente,
ele desiste.
Exemplo 3: Em holandês, "Hij ging met de kippen op stok" traduz-se literalmente como
"Deitou-se com as galinhas", mas significa que ele foi cedo para a cama.
finalidade do link: natureza do resultado obtido pela ativação de um hyperlink.
Flash: um par de alterações opostas numa luminescência relativa, que pode causar
convulsões em algumas pessoas caso a exposição seja prolongada e ocorram em um
determinado intervalo de frequência.
Nota 1: Consulte limites de flash universal e flash vermelho para obter informações sobre
tipos de flash que não são permitidos.
Nota 2: Consulte também em modo intermitente.
Funcionalidade: processos e resultados alcançáveis através da ação do usuário.
função / papel (role): texto ou número através do qual o software pode identificar a função
de um componente em um conteúdo da Web.
Exemplo: Um número que indica se uma imagem funciona como link, botão de comando ou
caixa de verificação.
imagem de texto: texto que foi convertido para um formato não textual (por exemplo, uma
imagem) para se obter um determinado efeito visual
Nota: Isto não inclui texto pertencente a uma imagem que contenha outro conteúdo visual
importante.
Exemplo: O nome de uma pessoa em um crachá em uma fotografia.
Informativo: para fins informativos e não necessário por questões de conformidade
Nota: O conteúdo necessário por questões de conformidade está referenciado como
"normativo."
160
interface de teclado: interface utilizada pelo software para obter entradas por digitação.
Nota 1: A interface de teclado permite aos usuários introduzir dados por teclado nos
programas, mesmo que a tecnologia nativa não disponha de teclado.
Exemplo: Um PDA com tela sensível ao toque tem uma interface de teclado incorporada no
seu sistema operacional, bem como uma conexão para teclados externos. As aplicações no
PDA podem utilizar a interface para obter dados de entrada por teclado, quer a partir de um
teclado externo, quer a partir de outras aplicações que forneçam dados de saída por
teclados simulados, tais como sistemas de interpretação de caracteres manuscritos ou
aplicações "voz-para-texto" com a funcionalidade de "emulação de teclado".
Nota 2: O funcionamento da aplicação (ou partes da aplicação) através de um emulador de
teclado operado pelo mouse, tais como as MouseKeys, não a qualifica como sendo uma
operação por interface de teclado porque a operação do programa é, neste caso, feita pela
sua interface de dispositivo apontador e não pela sua interface de teclado.
interpretação em língua de sinais: tradução de uma língua, normalmente uma língua
falada, para língua de sinais
Nota: As verdadeiras línguas de sinais são línguas independentes não relacionadas com
a(s) língua(s) falada(s) no mesmo país ou região.
Jargão: palavras utilizadas pelas pessoas de uma forma particular em um campo específico
Exemplo: A palavra StickyKeys (teclas presas) faz parte do jargão utilizado no contexto da
tecnologia assistiva/acessibilidade.
Legendas: sincronização visual e/ou alternativa em texto para informação de áudio, com ou
sem fala, necessárias para compreender o conteúdo em mídia.
Nota 1: Estas legendas são semelhantes às legendas só de diálogo, exceto as que
transmitem não só o conteúdo do diálogo falado, como também equivalentes à informação
de áudio sem diálogo, necessários para compreender o conteúdo do programa, incluindo
efeitos sonoros, música, risos, localização e identificação do interlocutor.
Nota 2: As legendas ocultas são equivalentes que podem ser ativadas e desativadas em
alguns leitores multimídia.
Nota 3: As legendas abertas são legendas que não podem ser desativadas. Por exemplo, se
as legendas forem imagens de texto equivalentes à parte visual, incorporadas no vídeo.
Nota 4: As legendas não devem ocultar nem obstruir informações relevantes do vídeo.
Nota 5: Em alguns países, as legendas de diálogo e de áudio e as legendas só de diálogo
designam-se ambas por "legendas".
Nota 6: As audiodescrições podem ser legendadas, mas não obrigatoriamente, uma vez que
são descrições de informações que já se encontram presentes visualmente.
161
limites de flash universal e flash vermelho: um flash ou alteração rápida de sequência de
imagem encontra-se abaixo do limite (por exemplo, conteúdo que passa) se qualquer uma
das seguintes afirmações for verdadeira:
não existem mais de três flashes universais e/ou mais de três flashes vermelhos no
período de um segundo, ou
a área combinada de flashes que ocorrem ao mesmo tempo não ocupa mais de um total de
0,006 esterradianos em um campo visual de 10 graus na tela (25% de um campo visual de
10 graus na tela) a uma distância normal de visualização
onde:
Um flash universal é definido como um par de alterações opostas na luminescência relativa
de 10% ou superior da luminescência relativa máxima em que a luminescência relativa da
imagem mais escura está abaixo dos 0.80; e em que "o par de alterações opostas" aumenta
seguido por um decréscimo, ou diminui seguido por um acréscimo, e
Um flash vermelho é definido como qualquer par de transições opostas envolvendo uma
saturação de vermelho.
Exceção: fazer um Flash que usa um padrão bom, balanceado, equivalente ao sinal
aleatório de ruído branco ou ao padrão alternado de quadriculado com "quadrados" menores
do que 0,1 grau (de um campo visual a uma distância de visualização típica), em um dos
lados, não viola os limites.
Nota 1: Para softwares e conteúdo Web em geral, a utilização de um retângulo de 341 x 256
pixels em qualquer parte da área da tela apresentada quando o conteúdo é visualizado em
1024 x 768 pixels, fornecerá uma boa estimativa de um campo visual de 10 graus para
tamanhos de tela e distâncias de visualização normais (por ex., telas de 15 a 17 pol. a 22 a
26 pol.). (As telas de resoluções mais altas que mostram o mesmo conteúdo produzem
imagens menores e seguras, por isso são as resoluções mais baixas que são utilizadas para
definir os limites.)
Nota 2: Uma transição é a alteração na luminescência relativa (ou luminescência relativa/cor
para flash vermelho) entre altos e baixos adjacentes em um plano de medida
de luminescência relativa (ou luminescência relativa/cor para flash vermelho) em
comparação com o tempo. Um flash consiste em duas transições contrárias.
Nota 3: A atual definição no campo para "par de transições contrárias, envolvendo um
vermelho intenso" indica que, para cada um ou ambos os estados envolvidos em cada
transição, R/(R+ G + B) >= 0,8, e a alteração no valor de (R-G-B)x320 é > 20 (valores
negativos de (R-G-B)x320 estão definidos para zero) para ambas as transições. Os valores
R, G, B variam entre 0 a 1, conforme especificado na definição de “luminescência relativa”.
Nota 4: Estão disponíveis ferramentas que irão executar uma análise a partir da captura de
tela de vídeo. Contudo, não é necessária nenhuma ferramenta para avaliar esta condição,
se o flash for inferior ou igual a 3 flashes em um segundo. O conteúdo passa
automaticamente (consulte #1 e #2 acima).
162
língua de sinais: uma língua que utiliza combinações de movimentos das mãos e dos
braços, expressões faciais ou posições corporais para transmitir significados
linguagem humana / idioma humano: linguagem que é falada, escrita ou expressa (por
meio visual ou tátil) para comunicar-se com os humanos.Nota: Consulte também língua de
sinais.
luminescência relativa: a luminosidade relativa de um ponto qualquer em um espaço de
cor, padronizado em 0 para o preto mais escuro e 1 para o branco mais claro
Nota 1: Para o espaço de cor sRGB, a luminescência relativa de uma cor é definida como L
= 0,2126 * R + 0,7152 * G + 0,0722 * B em que R, G e B são definidos da seguinte forma:
se RsRGB <= 0.03928 então R = RsRGB/12,92 senão R = ((RsRGB+0,055)/1,055) ^ 2.4
se GsRGB <= 0.03928 então G = GsRGB/12,92 senão G = ((GsRGB+0,055)/1,055) ^ 2.4
se BsRGB <= 0.03928 então B = BsRGB/12,92 senão B = ((BsRGB+0.055)/1.055) ^ 2.4
e RsRGB, GsRGB, e BsRGB são definidos da seguinte forma:
RsRGB = R8bit/255
GsRGB = G8bit/255
BsRGB = B8bit/255
O caractere "^" representa o operador de exponenciação. (Fórmula obtida a partir
de [sRGB] e [IEC-4WD]).
Nota 2: Praticamente todos os sistemas utilizados atualmente para visualizar conteúdos da
Web assumem a codificação sRGB. Exceto quando se sabe que será utilizado outro espaço
de cor para processar e visualizar o conteúdo, os autores deverão avaliar utilizando o
espaço de cor sRGB.
Nota 3: Se, após a apresentação surgir um pontilhado, então será utilizado o valor da cor de
origem. Para cores pontilhadas na origem, utilizar os valores médios das cores pontilhadas
(média R, média G e média B).
Nota 4: Existem ferramentas que calculam automaticamente quando se testa o contraste e o
flash.
Mecanismo: processo ou técnica para se alcançar um resultado.
Nota 1: O mecanismo deve ser explicitamente oferecido ao usuário no conteúdo, ou pode-se
confiar que será oferecido ou pela plataforma, ou pelos agentes de usuário,
incluindo tecnologias assistivas.
Nota 2: O mecanismo deve cumprir todos os critérios de sucesso para o nível de
conformidade em questão.
meramente decorativo: que serve apenas um objetivo estético, não fornecendo informação
e sem qualquer funcionalidade
163
Nota: O texto é meramente decorativo se as palavras puderem ser reorganizadas ou
substituídas sem alterar a sua finalidade.
Exemplo: A capa de um dicionário com palavras aleatórias pouco proeminentes em plano de
fundo.
mesma funcionalidade: o mesmo resultado quando utilizado
Exemplo: Um botão para submeter uma "pesquisa" em uma página web e um botão para
"localizar" outras páginas web poderão ambos ter um campo que permita a introdução de
uma palavra chave e apresentar tópicos no site da Web relacionados com a palavra
submetida. Neste caso, teriam a mesma funcionalidade, mas não seriam rotulados de forma
consistente.
mesma ordem relativa: a mesma posição em relação a outros itens.
Nota: Considera-se que os itens se encontram na mesma ordem relativa, mesmo se forem
inseridos ou retirados outros itens na ordem original. Por exemplo, a expansão de menus de
navegação permite a introdução de um nível de detalhe adicional, ou a introdução de uma
seção de navegação secundária na ordem de leitura.
mídia alternativa para texto: mídia que não apresenta mais informação do que a que já se
encontra presente em texto (diretamente ou por meio de textos alternativos)
Nota: É fornecida uma alternativa em mídia para texto aos que se beneficiam de
representações alternativas de texto. As alternativas em mídia para texto podem ser
compostas por apenas áudio, apenas vídeo (incluindo vídeo em língua de sinais) ou por
áudio e vídeo.
mídia sincronizada: áudio ou vídeo sincronizados com outro formato para apresentação de
informações e/ou com componentes interativos baseados em tempo, a menos que a mídia
seja uma mídia alternativa para texto que esteja claramente identificada como tal.
navegado de forma sequencial: navegado em uma ordem definida para avanço de foco
(de um elemento para outro) utilizando uma interface de teclado.
nível de educação primário (equivalente no Brasil aos primeiros anos do ensino
fundamental): período de seis anos que tem início entre os cinco e os sete anos de idade,
possivelmente sem existir qualquer ensino anterior.
Nota: Esta definição baseia-se no Padrão Internacional de Classificação de
Educação [UNESCO].
nível de educação secundário inferior (equivalente no Brasil aos últimos anos do
ensino fundamental): o período de dois ou três anos de escolaridade que tem início após a
conclusão dos primeiros seis anos de escolaridade e que termina nove anos após o início do
nível de educação primário
Nota: Esta definição baseia-se no Padrão Internacional de Classificação de Educação
a [UNESCO].
164
Nome: texto através do qual o software pode identificar um componente no conteúdo da
Web para o usuário.
Nota 1: O nome poderá estar oculto e ficar visível apenas através de tecnologia assistiva, ao
passo que um rótulo está visível a todos os usuários. Em muitos casos (mas não todos), o
nome e o rótulo são os mesmos.
Nota 2: Isto não está relacionado com o atributo name em HTML.
Normativo: necessário para conformidade
Nota 1: Pode estar em conformidade com uma variedade de formas bem definidas para
esse documento.
Nota 2: O conteúdo identificado como sendo "informativo" ou "não-normativo" nunca é
exigido para conformidade.
página web: um recurso não incorporado a partir de um único URI utilizando HTTP mais
quaisquer outros recursos que sejam utilizados na apresentação ou destinados a serem
apresentados em conjunto por um agente de usuário
Nota 1: Embora quaisquer "outros recursos" possam ser apresentados em conjunto com o
recurso principal, não seriam necessariamente apresentados em simultâneo.
Nota 2: Para efeitos de conformidade com estas diretrizes, um recurso deve ser "não
incorporado" no âmbito da conformidade, de forma a ser considerado uma página web.
Exemplo 1: Um recurso Web que inclui todas as imagens e mídias incorporadas.
Exemplo 2: Um programa Web de correio eletrônico construído utilizando Asynchronous
JavaScript e XML (AJAX). O programa está totalmente hospedado em
http://example.com/mail, mas inclui uma caixa de entrada, uma área de contatos e um
calendário. São fornecidos links ou botões que permitem visualizar a caixa de entrada, os
contatos ou o calendário, mas que não alteram o URI da página como um todo.
Exemplo 3: Um portal personalizável, em que os usuários podem escolher o conteúdo a
partir de um conjunto de diferentes módulos de conteúdos.
Exemplo 4: Ao entrar em "http://shopping.example.com/" no seu navegador, você entra em
um ambiente de compras interativo semelhante a um filme, em que se pode deslocar
visualmente em uma loja, arrastar produtos das prateleiras ao seu redor e colocá-los em um
carrinho de compras em sua frente. Ao clicar em um produto, este é apresentado com uma
folha de especificações ao lado. Isto poderá ser um site da Web de apenas uma página, ou
apenas uma única página dentro de um site da Web.
pré-gravado: informações que não são ao vivo.
processo: conjunto de ações do usuário, em que cada ação é necessária para executar
uma atividade.
Exemplo 1: Uso com sucesso de uma série de páginas web em um site de compras requer
que os usuários visualizem produtos, preços e ofertas alternativas, selecionem produtos,
façam uma compra, forneçam informações sobre o envio e sobre o pagamento.
165
Exemplo 2: Uma página de registro de conta requer o preenchimento correto de um teste
de Turing antes de acessar o formulário de registro.
relação de contraste: (L1 + 0,05) / (L2 + 0,05), em que
L1 corresponde à luminescência relativa da cor mais clara de todas, e
L2 corresponde à luminescência relativa da cor mais escura de todas
Nota 1: As relações de contraste podem variar entre 1 a 21 (normalmente indicado por 1:1 a
21:1).
Nota 2: Uma vez que os autores não têm controle sobre as configurações do usuário,
quanto à forma como o texto é apresentado, (por exemplo, suavização de fonte ou anti-
aliasing), a relação de contraste para o texto pode ser avaliada com a opção pixelização
desativada (anti-aliasing).
Nota 3: Para os propósitos dos Critérios de Sucesso 1.4.3 e 1.4.6, o contraste é medido
respeitando o fundo no qual o texto é apresentando em utilização normal. Se não for
especificada a cor de fundo, é assumida a cor branca.
Nota 4: Em utilização normal, a cor de fundo é a cor especificada do conteúdo sobre o qual
o texto deve ser apresentado. É uma falha se não existir nenhuma cor de fundo especificada
quando a cor do texto está especificada, uma vez que a cor de fundo predefinida do usuário
é desconhecida e não pode ser suficientemente avaliada para contraste. Pela mesma razão,
é uma falha se não existir nenhuma cor de texto especificada quando a cor de fundo está
especificada.
Nota 5: Quando existir uma borda em volta da letra, a borda pode adicionar contraste e
poderia ser utilizada para calcular o contraste entre a letra e o respectivo fundo. Uma borda
fina em volta da letra é utilizada como a própria letra. Uma borda larga em volta da letra, que
preenche os detalhes interiores da mesma, funciona como um halo e será considerado
como fundo.
Nota 6: A conformidade das WCAG deve ser avaliada relativamente aos pares de cores
especificados no conteúdo, onde o autor esperaria aparecer de modo adjacente em
apresentação normal. Os autores não necessitam considerar apresentações incomuns, tais
como alterações de cor efetuadas pelo agente de usuário, exceto quando provocadas pelo
código produzido pelos autores.
relações / relacionamentos: associações coerentes entre unidades distintas de conteúdo
responsabilidades jurídicas: transações em que o indivíduo se compromete legalmente
com uma obrigação ou benefício vinculativo.
Exemplo: Uma certidão de casamento, um conjunto de ações (financeira e jurídica), um
testamento, um empréstimo, adoção, alistamento no exército, qualquer tipo de contrato, etc.
Rótulo: texto ou outro componente com uma alternativa em texto que é apresentado ao
usuário para identificar um componente no conteúdo da Web
Nota 1: O rótulo é apresentado a todos os usuários, ao passo que o nome poderá estar
oculto e ficar visível apenas através de tecnologia assistiva. Em muitos casos (mas não
todos), o nome e o rótulo são os mesmos.
166
Nota 2: O termo rótulo não está limitado ao elemento label em HTML.
satisfaz um critério de sucesso: o critério de sucesso não é avaliado como 'falso' quando
aplicado à página.
seção: Uma parte independente de um conteúdo escrito que aborda um ou mais tópicos ou
pensamentos relacionados. Nota: Uma seção pode consistir em um ou mais parágrafos e
incluir gráficos, tabelas, listas e subseções.
sequência de leitura correta: qualquer sequência, em que as palavras e os parágrafos são
apresentados em uma ordem que não altera o significado do conteúdo.
suporte a acessibilidade: suportado pelas tecnologias assistivas dos usuários, bem como
pelas características de acessibilidade existentes nos navegadores Web e outros agentes
de usuário. Para qualificar o uso de uma tecnologia de conteúdo Web (ou característica de
uma tecnologia) como suportado pela acessibilidade, essa tecnologia de conteúdo da Web
(ou característica) deve cumprir ambos os pontos 1 e 2:
A forma como a tecnologia de conteúdo da Web é utilizada deve ser suportada por
tecnologia assistiva dos usuários (AT). Isto significa que a interoperabilidade da utilização
da tecnologia foi testada com a tecnologia assistiva dos usuários na linguagem humana (ou
linguagens humanas) do conteúdo,
E
A tecnologia de conteúdo da Web deve ter agentes de usuário com suporte a
acessibilidade disponíveis para os usuários. Isto significa que, no mínimo, uma das
seguintes quatro afirmações é verdadeira:
A tecnologia é suportada de forma nativa em agentes de usuário amplamente distribuídos,
que também tem suporte a acessibilidade (como HTML e CSS);
OU
A tecnologia é suportada em um plug-in amplamente distribuído, que também tem suporte a
acessibilidade;
OU
O conteúdo está disponível em um ambiente fechado, tal como uma universidade ou rede
empresarial, em que o agente de usuário requerido pela tecnologia e utilizado pela
organização também tem suporte a acessibilidade;
OU
Os agentes de usuário que suportam a tecnologia tem suporte a acessibilidade e estão
disponíveis para download ou compra de forma a:
não custar mais a uma pessoa com deficiência do que a uma pessoa sem deficiência e
ser tão fácil de encontrar e obter para uma pessoa com deficiência como é para uma pessoa
sem deficiência.
167
Nota 1: O Grupo de Trabalho WCAG e o W3C não especificam qual ou quanto suporte para
tecnologias assistivas deve ter uma determinada utilização de uma tecnologia Web, para
que ela seja classificada como com suporte a acessibilidade.
Nota 2: As tecnologias Web podem ser utilizadas de formas que não suportem a
acessibilidade, desde que não se dependa delas para conformidade e que a página como
um todo cumpra os requisitos de conformidade, incluindo o Requisito de Conformidade 4:
Apenas Formas de Utilizar Tecnologias com Suporte a Acessibilidade e o Requisito de
Conformidade 5: Não-Interferência.
Nota 3: Quando uma Tecnologia Web é utilizada de um modo com "suporte a
acessibilidade", não implica que toda a tecnologia ou todos os seus usos sejam suportados.
A maioria das tecnologias, incluindo HTML, não têm suporte para, no mínimo, uma
característica ou utilização. As páginas só estão em conformidade com WCAG se pudermos
confiar que os usos da tecnologia suportam a acessibilidade.
Nota 4: Ao mencionar tecnologias de conteúdo da Web que tenham várias versões, é
necessário especificar as versões suportadas.
Nota 5: Uma das formas para os autores localizarem utilizações de uma tecnologia com
suporte a acessibilidade é consultar compilações de utilizações que estão documentadas
para ter suporte a acessibilidade. Os autores, as empresas, os fornecedores de tecnologia
ou outros, podem documentar formas de utilizar tecnologias de conteúdo da Web com
suporte a acessibilidade. Contudo, é necessário que todas as formas de utilização de
tecnologias na documentação cumpram a definição de tecnologias de conteúdo da Web
com suporte a acessibilidade apresentada acima.
tamanho grande (texto): com, pelo menos, 18 pontos ou 14 pontos negrito, ou um tamanho
de fonte que seja equivalente para fontes em Chinês, Japonês e Coreano (CJK)
Nota 1: fontes com traços extraordinariamente finos ou características incomuns, que
reduzam a familiaridade dos seus formatos de letras, são mais difíceis de ler, especialmente
com níveis de contraste mais baixos.
Nota 2: O tamanho da fonte é o tamanho em que o conteúdo é apresentado. Não inclui o
redimensionamento que poderá ser feito pelo usuário.
Nota 3: O tamanho efetivo do caractere que o usuário vê depende do tamanho definido pelo
autor e das definições de visualização do agente de usuário. Para muitas fontes do corpo de
textos convencionais, 14 e 18 pontos é mais ou menos equivalente a 1,2 e 1,5 'em', ou a
120% ou 150% do tamanho predefinido para o corpo de texto (assumindo que a fonte do
corpo de texto está a 100%); contudo, os autores teriam de verificar este aspecto para as
fontes específicas em uso. Quando as fontes são definidas em unidades relativas, o
tamanho efetivo do ponto é calculado pelo agente de usuário para visualização. O tamanho
do ponto deve ser obtido a partir do agente de usuário ou calculado a partir de unidades
métricas da fonte quando se avalia este critério de sucesso. Os usuários com baixa visão
ficariam responsáveis por escolher as definições adequadas.
Nota 4: Quando se utiliza texto sem especificar o tamanho de fonte, deverá ser assumido
como razoável o menor tamanho de fonte utilizado nos principais navegadores para textos
168
não especificados. Se um cabeçalho de nível 1 for apresentado nos principais navegadores
em 14 pontos negrito, ou superior, então será razoável assumir que este é um texto grande.
O escalonamento relativo pode ser calculado com base nos tamanhos predefinidos de modo
semelhante.
Nota 5: Os tamanhos de caracteres 18 e 14 para textos romanos são obtidos a partir do
tamanho mínimo para caracteres ampliados (14 pontos) e do tamanho padrão de fonte
ampliada (18 pontos). Para outros tipos de fonte, tais como as línguas Chinesa, Japonesa e
Coreana (CJK), os tamanhos "equivalentes" seriam os tamanhos mínimos de impressão em
caracteres ampliados utilizados para essas línguas e o tamanho imediatamente a seguir de
caracteres padrões ampliados.
tecnologia (conteúdo da Web): mecanismo de codificação de instruções a serem
apresentadas, reproduzidas ou executadas pelos agentes de usuário.
Nota 1: Tal como é utilizado nestas diretrizes, "Tecnologia Web" e a palavra "tecnologia"
(quando utilizada isoladamente) referem-se às Tecnologias de Conteúdo da Web.
Nota 2: As tecnologias de conteúdo da Web podem incluir linguagens de marcação, formato
de dados, ou linguagens de programação que os autores podem utilizar isoladamente ou em
combinação, de forma a criar experiências ao usuário final que variam de páginas web
estáticas, apresentações em mídia sincronizada e aplicações Web dinâmicas.
Exemplo: Alguns exemplos comuns de tecnologias de conteúdo da Web
incluem HTML, CSS, SVG, PNG, PDF, Flash e JavaScript.
tecnologia assistiva (tal como é utilizado neste documento): hardware e/ou software
que funciona como um agente de usuário, ou em conjunto com um agente de usuário
convencional, que fornecem funcionalidades para cumprir as necessidades de usuários com
deficiências, que vão além dos oferecidos pelos agentes de usuário convencionais.
Nota 1: a funcionalidade fornecida pela tecnologia assistiva inclui apresentações alternativas
(por ex., síntese de fala ou conteúdo ampliado), métodos alternativos de entrada (por ex.,
voz), mecanismos de orientação ou navegação adicionais e transformações de conteúdo
(por ex., para tornar as tabelas mais acessíveis).
Nota 2: As tecnologias assistivas se comunicam, muitas vezes, com agentes de usuário
convencionais através de dados e mensagem usando e monitorando APIs.
Nota 3: A diferença entre agentes de usuário convencionais e tecnologias assistivas não é
absoluta. Muitos agentes de usuário convencionais fornecem algumas funcionalidades para
ajudar pessoas com deficiências. A principal diferença é que os agentes de usuário
convencionais visam um público mais vasto e diverso que, normalmente, inclui pessoas com
e sem deficiências. As tecnologias assistivas visam um grupo de usuários mais restrito, com
deficiências específicas. O apoio fornecido por uma tecnologia assistiva é mais específico e
adequado às necessidades do seu público-alvo. O agente de usuário convencional pode
fornecer uma funcionalidade importante às tecnologias assistivas, tal como a requisição de
conteúdo da Web a partir de objetos do programa ou análise da marcação/código em
conjuntos identificáveis.
169
Exemplo: As tecnologias assistivas que são importantes, no contexto deste documento,
incluem o seguinte:
ampliadores de tela, e outros auxiliares de leitura, que são utilizados por pessoas com
deficiências visuais, de percepção e físicas, para que possam alterar a cor, o espaçamento,
o tamanho e o tipo de letra do texto, a sincronização com a fala, etc., para melhorar a
legibilidade do texto e imagens apresentados;
leitores de tela, que são utilizados por pessoas cegas para lerem informação textual através
de síntese de fala ou braille;
software de conversão de texto para fala (sintetizador de fala), que é utilizado por algumas
pessoas com deficiências intelectuais, de linguagem e de aprendizagem para converterem
texto em fala sintetizada;
software de reconhecimento de voz, que pode ser utilizado por pessoas com algumas
deficiências físicas;
teclados alternativos, que são utilizados por pessoas com determinadas deficiências físicas
para simular o teclado (incluindo teclados alternativos que utilizam ponteiros de cabeça,
simples interruptores, dispositivos de sopro/sucção e outros dispositivos de entrada
especiais.);
dispositivos apontadores alternativos, que são utilizados por pessoas com determinadas
deficiências físicas para simular ativações do botão e do ponteiro do mouse.
Texto: sequência de caracteres que podem ser determinados por meio de código de
programação, em que a sequência exprime algo em linguagem humana
utilizada de uma forma restrita e incomum: palavras utilizadas de forma a requerer que
os usuários conheçam exatamente qual é a definição a ser aplicada, com o objetivo de
compreender o conteúdo corretamente
Exemplo: O termo "gig" tem um significado se utilizado em um debate sobre concertos de
música e outro se utilizado em um artigo sobre espaço do disco rígido de computadores;
contudo, a definição adequada pode ser determinada a partir do contexto. Por outro lado, a
palavra "texto" é utilizada de uma forma muito específica na versão WCAG 2.0, então uma
definição está disponível nesse glossário.
versão alternativa em conformidade: versão que está em conformidade com o nível
designado, fornece as mesmas informações e funcionalidades na mesma linguagem
humana, está tão atualizada como o conteúdo que não está em conformidade, e para a
qual, no mínimo, uma das seguintes afirmações é verdadeira: é possível acessar a versão
em conformidade a partir da página que não está em conformidade, através de
um mecanismo com suporte a acessibilidade, ou só é possível acessar a versão que não
está em conformidade a partir da versão em conformidade, ou só é possível acessar a
versão que não está em conformidade a partir de uma página em conformidade, que
também forneça um mecanismo para acessar a versão em conformidade.
Nota 1: Nesta definição, a expressão "só é possível acessar" significa que existe algum
mecanismo, tal como um redirecionamento condicional, que impede um usuário de "chegar"
170
(carregar) à página que não está em conformidade, a menos que o usuário tenha acabado
de vir da versão em conformidade.
Nota 2: Não é necessário que a versão alternativa corresponda, página a página, à original
(por ex., a versão alternativa em conformidade pode consistir em várias páginas).
Nota 3: Se estiverem disponíveis versões em várias línguas, serão necessárias versões
alternativas em conformidade para cada língua oferecida.
Nota 4: Podem ser fornecidas versões alternativas para acomodar diferentes ambientes de
tecnologia ou grupos de usuários. Cada versão deverá estar o mais em conformidade
possível. É necessária uma versão em conformidade total, para cumprir o nível de
conformidade 1.
Nota 5: A versão alternativa em conformidade não precisa permanecer no âmbito da
conformidade, nem no mesmo site da Web, desde que esteja tão disponível como a versão
que não está em conformidade.
Nota 6: As versões alternativas não devem ser confundidas com o conteúdo suplementar,
que suporta a página original e melhora sua compreensão.
Nota 7: A definição de preferências de usuário no conteúdo para produzir uma versão em
conformidade é um mecanismo aceitável para acessar a outra versão, desde que o método
utilizado para definir as preferências tenha suporte a acessibilidade.
Vídeo: a tecnologia de imagens ou fotos em movimento ou em sequência.
Nota: O vídeo pode ser composto por desenhos ou fotografias animadas, ou ambas.
Viewport: objeto no qual o agente do usuário apresenta o conteúdo.
Nota 1: O agente de usuário apresenta o conteúdo através de uma ou mais viewports. As
viewports incluem janelas, frames, alto-falantes e lupas virtuais. Uma viewport pode conter
outra viewport (por exemplo, frames encaixados). Os componentes da interface criados pelo
agente de usuário, tais como prompts, menus e alertas, não são viewports.
visualmente personalizado: a fonte, o tamanho, a cor e o fundo podem ser definidos.
171
APÊNDICE VIII – Resultados da avaliação do grupo controle no website do TSE
Critério de
Sucesso Local do Website
Grupo de Controle
Avaliador 1 Avaliador 2
1.2.1 Página inicial
Está disponível apenas um player de rádio na página inicial do TSE,
o site não possui nenhuma alternativa.
1.2.2 Página inicial
As legendas fornecidas são curtas. Servem apenas para chamar a atenção do usuário. Mas não
levam a uma outra página informando a notícia da rádio, por
exemplo.
1.2.4 Página inicial
As legendas não estão completas.
1.2.6 Página inicial
O site informa a rádio do TSE, porém a mesma não possui
nenhuma outra opção de acessibilidade.
1.2.8 Página inicial
O site possui apenas a rádio e um canal do youtube. Porém, a rádio não possui uma alternativa em
vídeo por exemplo.
1.4.4 Página Inicial
Apesar de possuir um tamanho aceitável. O site não permite
redimensionar o tamanho do texto. Tendo como opção apenas o zoom
do navegador do tablet.
1.4.5 Página inicial
DJE e PJe são imagens de texto contendo links para outras partes
do site, mas poderiam ser simplesmente texto para facilitar a busca pelas palavras com a
busca do navegador.
2.4.9 Página inicial
Não há nada especificando o que DJE e PJe significam nas
páginas, impossível dizer para onde levam estes links.
2.4.9 Página inicial
O que é “push”? Além de ser uma palavra de outro idioma, o
seu significado neste caso é bem difícil de inferir por um usuário
leigo.
3.1.4 Página inicial
Não há nada especificando o que DJE e PJe significam nas
páginas, impossível dizer para onde levam estes links.
1.3.3 Título e local de votação
Apenas a visualização através do
texto está disponível. A página não possui nenhum ícone, ou outra
172
opção de visualização.
1.4.1 Título e local de votação
A distinção dos links são feitas apenas através da cor do texto.
1.4.4 Título e local de votação
O texto só pode ser redimensionado através da
tecnologia de apoio de zoom do tablet.
1.4.5 Título e local de votação
Apesar da apresentação visual ser
através de texto, o mesmo tem pouco destaque.
1.1.1 Consulta por título
O CAPTCHA fornecido pode ser difícil de ler, mesmo dando zoom,
mas não há outra alternativa a não ser ficar gerando novos captchas até conseguir um
“menos pior”.
O site usa um modelo de CAPTCHA simples e não possui
nenhuma personalização.
1.4.4 Consulta por título
O texto só pode ser redimensionado através da
tecnologia de apoio de zoom do tablet.
1.4.5 Consulta por título
A imagem do CAPTCHA não pode
ser personalizada.
2.1.1 Consulta por título
Não é possível imprimir pelo tablet, nenhuma das duas
opções disponíveis para imprimir funcionam. Não sei se caberia
algum outro critério de sucesso, mas talvez seja realmente uma
falha no WCAG.
2.4.4 Consulta por título
O CAPTCHA é, na verdade, um link para gerar um outro código,
mas em nenhum local está descrito o que ele faz ao ser
clicado.
3.3.2 Consulta por título
Não existe informação prévia se há algum formato pré-
estabelecido ao inserir o número aqui, se pode incluir pontos ou
traço.
3.3.2 Consulta por título
Do lado deste campo, diz-se que o formato é com “/” (barras).
Porém, nada acontece ao digitar as “/”
3.3.2 Consulta por título
Para nenhum dos campos é mencionado se é obrigatório ou
não o preenchimento.
3.3.5 Consulta por título
Não existe informação prévia se há algum formato pré-
estabelecido ao inserir o número,
173
se pode incluir pontos ou traços.
3.3.5 Consulta por título
Não possui uma ajuda online. Não possui uma página de ajuda, com um modelo de inserção, por
exemplo.
3.3.6 Consulta por título
Não tem opção para confirmar os
dados antes de consultar.
174
APÊNDICE IX – Resultados da avaliação do grupo controle no website do
DETRAN
Critério de
Sucesso Local do Website
Grupo de Controle
Avaliador 1 Avaliador 2
1.4.4 Página inicial
O texto pode ser redimensionado, mas apenas através do zoom com pinça (ou dois toques) do tablet, o
site não possui opção para aumentar o tamanho do texto.
2.2.1 Página inicial
Carrossel (3 de 6) de ícones de acesso rápido passa
rápido demais, não há como ler cada um dos rótulos de
ícones.
2.2.2 Página inicial
Não há como pausar ou parar o carrossel, ele passa bem rápido, impossível ler
todo o seu conteúdo.
2.4.4 Página inicial
No item "idoso" do carrossel , imaginei que teria
informações sobre CNH para idosos ao acessar este item, mas na verdade, só há
informações sobre como obter o cartão de idoso.
2.4.4 Página inicial
Impossível descobrir o significado dos botões cinzas e para onde nos
levarão caso sejam clicados apenas visualizando-os.
2.4.9 Páginal inicial
Imaginei que teria informações sobre CNH
para idosos ao acessar este item, mas na verdade, só há
informações sobre como obter o cartão de idoso.
1.4.5 Renovação
da CNH
Pessoa com deficiência; link de imagem “Veja detalhes+”
em várias partes da página.Este link é uma
imagem de baixa resolução que, mesmo usando o zoom pelo navegador/tablet, fica muito difícil de ler. Melhor
seria se fosse texto.
2.4.9 Renovação
da CNH
Pessoa com deficiência; link de imagem “Veja detalhes+” em várias partes da página. Impossível distinguir estes links visualmente apenas
sem o contexto dos mesmos.
175
3.2.3 CNH –
Habilitação
O Carrossel que continha todos os itens de navegação pelo site “some” ao sair da
página inicial.
1.1.1
Formulário de
agendamento
O CAPTCHA fornecido pode ser difícil de ler, mesmo
dando zoom, mas não há outra alternativa a não ser
ficar gerando novos CAPTCHAs até conseguir
um “menos pior”.
Página não possui nenhuma forma alternativa de CAPTCHA.
1.4.4
Formulário de
agendamento
O site não contém um componente
para redimensionar o texto.
3.1.4
Formulário de
agendamento
"PGU” é uma das opções para “tipo de documento”,
mas não é explicado o significado desta sigla.
3.3.1
Formulário de
agendamento
Quando o CAPTCHA não é preenchido e o formulário é
enviado, é exibido a seguinte “Os caracteres da imagem não são válidos”.
Mas que imagem o diálogo se refere? E, pior, o foco vai
para o primeiro campo, “Nome”, não para o campo
do CAPTCHA.
3.3.2
Formulário de
agendamento
Os campos de data de nascimento, CPF, RG e CEP não especificam o formato, e
se o usuário deve digitar separadores.
3.3.2
Formulário de
agendamento
O Órgão Emissor do RG deve ser apenas uma
abreviação, pois o campo possui um limite baixo de
número de caracteres (não dá para escrever, por
exemplo, Secretaria de Segurança Pública)
3.3.2
Formulário de
agendamento
O número do celular é obrigatório, mas não está marcado como tal. Só fui descobrir isso ao tentar submeter o formulário.
3.3.4
Formulário de
agendamento
O sistema não pergunta se os dados estão confirmados, ele passa direto
para a próxima página.
176
3.3.5
Formulário de
agendamento
A página de agendamento não possui uma ajuda
online.
O site não possui uma página dedicada de “Ajuda”.
177
APÊNDICE X – Resultados da avaliação do grupo WCAG Estendido no website
do TSE
Critério de
Sucesso Local do Website
WCAG Estendido
Avaliador 3 Avaliador 4
3.3.3 Consulta por título
No campo “Data de nascimento”, é necessário
incluir manualmente as barras para separação de
dia/mês/ano. Caso o usuário não coloque as barras, uma
mensagem aparece informando que o campo deve
possuir uma data válida no formado exigido.
3.3.7 Todas as páginas
Não possui dicas de ajuda para o primeiro acesso.
1.3.2 Página inicial
Antes de apresentar o passo a passo para o agendamento da CNH, há vários outros links na seção “Onde solicitar”. Em um destes há a descrição “Marque o horário aqui”, porém este é o
link para o agendamento no Poupa-tempo. Depois, outro
link é apresentado para o agendamento no passo a
passo, redirecionando para o formulário. Esta sequência pode confundir o usuário.
1.4.1 Página inicial
A cor azul é utilizada com frequência nesta página,
porém com vários objetivos diferentes. É utilizada para links, títulos (“Condições”,
“Onde solicitar”, etc.), blocos de texto, botão para exibir mais detalhes e ícones do
passo a passo. Como alguns destes elementos são clicáveis
e outros não, o uso de uma mesma cor pode confundir.
1.4.3 Página inicial
Os botões do carrossel não têm destaque e o usuário pode se
confundir achando que é apenas uma imagem.
178
APÊNDICE XI – Resultados da avaliação do grupo WCAG Estendido no website
do DETRAN
Critério de
Sucesso Local do Website
WCAG Estendido
Avaliador 3 Avaliador 4
3.3.3 Consulta por título
No campo “Data de nascimento”, é necessário
incluir manualmente as barras para separação de
dia/mês/ano. Caso o usuário não coloque as barras, uma
mensagem aparece informando que o campo deve
possuir uma data válida no formado exigido.
3.3.7 Todas as páginas
Não possui dicas de ajuda para o primeiro acesso.
1.3.2 Página inicial
Antes de apresentar o passo a passo para o agendamento da CNH, há vários outros links na seção “Onde solicitar”. Em um destes há a descrição “Marque o horário aqui”, porém este é o
link para o agendamento no Poupa-tempo. Depois, outro
link é apresentado para o agendamento no passo a
passo, redirecionando para o formulário. Esta sequência pode confundir o usuário.
1.4.1 Página inicial
A cor azul é utilizada com frequência nesta página,
porém com vários objetivos diferentes. É utilizada para links, títulos (“Condições”,
“Onde solicitar”, etc.), blocos de texto, botão para exibir mais detalhes e ícones do
passo a passo. Como alguns destes elementos são clicáveis
e outros não, o uso de uma mesma cor pode confundir.
1.4.3 Página inicial
Os botões do carrossel não têm destaque e o usuário pode se
confundir achando que é apenas uma imagem.
2.2.2 Página inicial
Na tela inicial, os serviços estão em um carrossel e o usuário não pode parar o carrossel, apenas
apertar a seta para ir para frente.
179
2.4.10 Página inicial
Há um excesso de links por toda a página, inseridos no
meio do texto.
1.4.3 Renovação
CNH
Não é possível identificar que o texto abaixo do título
“Renovação da CNH” é o botão para acessar esta
função.
1.1.1
Formulário de
agendamento
O CAPTCHA não apresenta a
opção de áudio
2.5.1
Formulário de
agendamento
Os campos não possuem máscara, apenas o campo
telefone apresenta um exemplo
3.2.3
Formulário de
agendamento
As páginas do site não possuem uma ordem. Caso você entre pelo
menu CNH-Habilitação você é encaminhado para uma tela de ajuda, mas caso acesse através dos serviços online que estão no carrossel e, depois deseje voltar para páginas anteriores, o site
retorna para a tela de ajuda mesmo sem ter acessada.
3.3.6
Formulário de
agendamento
Ao digitar o registro da CNH, o site não informa o usuário sobre a
permissão para realizar tal serviço e só faz a verificação do número da CNH quando todo o formulário
é preenchido e enviado.
2.4.2 Todas as páginas
As páginas não têm a descrição
das suas finalidades.
180
APÊNDICE XII - Mapeamento do WCAG 2.0 para as Heurísticas de Nielsen
A pesquisa de artigos relacionados a usabilidade e acessibilidade na
literatura evidenciou a relação existente entre esses dois assuntos. Essa relação é
abordada por alguns autores (Termens et al., 2009; Theofanos e Redish, 2003;
Moreno et al., 2009) e serviu de base para apresentarmos uma análise das
recomendações do WCAG 2.0 e sua relação com as heurísticas de Nielsen. O
resultado da análise foi organizado com base nos princípios e recomendações do
WCAG. Nos parágrafos seguintes relatamos a nossa análise da usabilidade e
acessibilidade, justificando como foram estudadas e analisadas as heurísticas e
recomendações WCAG para se chegar ao resultado apresentado resumidamente no
Quadro 71.
O Princípio 1 – Perceptível: afirma que os usuários devem perceber as
informações e os componentes da interface. Este princípio possui quatro
recomendações: (i) oferecer alternativas textuais para conteúdos não textuais; (ii)
fornecer alternativas para multimídia baseada em tempo; (iii) adaptar conteúdo sem
perda de informações ou estrutura e (iv) facilitar a audição e a visualização de
conteúdos aos usuários. Esse princípio está relacionado com as seguintes
heurísticas: H1, H2, H3, H8 e H9.
A Recomendação 1.1 define que é preciso oferecer alternativas textuais
para conteúdos não textuais. Estas alternativas podem expor dados escondidos para
os usuários. Por exemplo, o objetivo de um botão com base em imagem torna-se
perceptível para os usuários de leitores de tela se uma sugestão textual está
disponível, pois será lido para eles. Da mesma forma, a descrição de um arquivo de
vídeo ajuda os usuários a compreender um conteúdo de vídeo que eles não podem
ver. Ambas as situações lidam com o problema da linguagem dos usuários (H2).
Quando um dado de entrada é fornecido de maneira equivocada e, para sinalizar a
inconsistência, faz-se uma marcação com a cor vermelha, é preciso incluir uma
alternativa textual. O auxílio de uma alternativa textual para complementar o uso de
cores na interface é relevante para a Recomendação 1.1. Por exemplo, usuários
daltônicos podem não distinguir mensagens de erro que são apontadas na cor
vermelha e, nesse caso, o sistema falha ao não atender a linguagem do usuário
(H2). Além disso, o uso de alternativas textuais poderia melhorar a percepção do
status do sistema (H1), fazendo com que esses usuários reconhecessem uma
181
situação de erro (H9). Além disso, as tecnologias de apoio não devem usar
decoração nos itens perceptíveis aos usuários, o que reduziria a percepção de
outros conteúdos relevantes e dificultaria o entendimento dos usuários (H8). Dessa
análise, verifica-se que a Recomendação 1.1 está relacionada com as heurísticas
H1, H2, H8 e H9.
A Recomendação 1.2 está relacionada com a oferta de alternativas para
multimídia baseada em tempo. Todos os critérios de sucesso estão relacionados à
linguagem dos usuários (H2).
Já a Recomendação 1.3 se refere à adaptabilidade do conteúdo sem
perda de informações ou estrutura. Se o conteúdo é apresentado apenas usando
características sensoriais (tamanho, forma, posição visual - incluindo sequências
significativas - som, orientação), alguns usuários podem não interpretá-lo
corretamente e isso pode dificultar a percepção do status do sistema (H1). Além
disso, um conteúdo que é apresentado sem seguir a linguagem dos usuários pode
não ser perceptível e por esse motivo pode ser ignorado (H2).
Vale a pena notar que a Recomendação 1.3 destaca que alguns dados
apresentados devem ser programaticamente determinados pelo software fornecido
pelo autor. Os dados devem ser fornecidos de forma que os diferentes perfis de
navegação, incluindo tecnologias de apoio, possam extrair e apresentar esta
informação de diferentes maneiras. Pode-se verificar se um site atende a essa
característica por meio de perfis de navegador distintos durante a execução da
avaliação heurística.
Moreno et al. (2009) também relaciona esta recomendação com a
heurística H6 sem argumentar ou justificar a relação existente. Na análise não foi
possível fazer essa ligação da Recomendação 1.3 com a heurística H6, pois o uso
de títulos e rótulos estão ligados principalmente à estruturação clássica de
documentos do mundo real.
A Recomendação 1.4 argumenta que os conteúdos devem ser
distinguíveis, isto é, os usuários devem perceber o conteúdo, incluindo a separação
entre o primeiro e segundo plano. De acordo com esta recomendação, por exemplo,
os usuários devem ser capazes de controlar a execução automática do áudio (parar
e configurar o volume). Se o áudio tem um fundo indesejado que pode confundi-lo,
eles devem ter uma saída fácil para resolver esse estado indesejado do sistema
182
(H3). Além disso, os sites devem fornecer alternativas para conteúdo baseado em
cor; que é outra característica sensorial que aponta problemas semelhantes aos da
Recomendação 1.3. Usuários cegos podem não perceber o estado do sistema
apresentado apenas por cores (H1), ou mesmo outras informações relevantes, como
por exemplo, uma palavra importante que é apresentada em uma cor específica em
um texto (H2). Na verdade, os navegadores web devem proporcionar meios para o
usuário configurar seu fundo preferido e as cores de primeiro plano em uma página
web, a fim de ajudá-los a superar as barreiras relacionadas a cores. Fornecendo
capacidades de redimensionamento de texto e um contraste mínimo entre o plano
de fundo e o primeiro plano, também ajudam a distinguir conteúdos apresentados ao
usuário. Dessa forma, H2 e H3 são as heurísticas relacionadas a essa
recomendação.
O Princípio 2 – Operável: afirma que os componentes da interface do
usuário e a navegação devem ser operáveis. Este princípio possui quatro
recomendações: (i) tornar as funcionalidades acessíveis por teclado, (ii) ter tempo
suficiente para interagir com o conteúdo, (iii) evitar convulsões e (iv) melhorar a
navegabilidade. Essas recomendações estão diretamente relacionadas a todas as
heurísticas, excetuando duas delas (H9 e H10).
A Recomendação 2.1 que se refere a proporcionar o acesso às
funcionalidades do teclado está diretamente relacionada à facilidade de utilização.
Por exemplo, um usuário que não pode usar um mouse deve ter alternativas de
interagir com as páginas da web, e o teclado pode ser a única maneira de fazer isso.
Para os usuários sem deficiência, as funcionalidades devem estar disponíveis
através do teclado, e isto está relacionada a fornecer eficiência do uso (H7). No
entanto, para os usuários com deficiência, esta deve ser considerada como
compatível com a sua linguagem de comunicação (H2). Tarefas de recepção e
remoção de foco de componentes devem ser consistentemente executadas através
do teclado (H4), e qualquer ação incomum necessária para realizar estas tarefas
deve ser informada aos usuários (ou seja, deve ser visível) (H6). Feita essa análise
observa-se que a Recomendação 2.1 está relacionada com as heurísticas H2, H4,
H6 e H7.
Fornecer tempo suficiente para a leitura e uso de conteúdo é o foco da
Recomendação 2.2 que está relacionada à heurística (H1), referindo-se ao tempo e
183
ao feedback. A heurística H1 afirma que o sistema deve manter os usuários
informados sobre o que está acontecendo no sistema, o que inclui o tempo de
interação. Os usuários também devem ter meios para ajustar ou desligar esses
limites (H3); essas formas devem ser visíveis (H6) e serem capazes de prevenir
erros (H5). De forma semelhante, os usuários devem ter maneiras de parar, pausar
e esconder e mover os componentes de rolagem (H6). Estas formas permitem que
os usuários controlem o que está acontecendo e, portanto, evitam que os usuários
cheguem a um estado indesejado (H3). Além disso, quando o sistema interrompe
um usuário devido a procedimentos de autenticação, ele não deve perder as
informações já fornecidas pelo usuário (como por exemplo, campos de formulário já
preenchidos). Ao abrir um formulário da web depois de uma autenticação, este não
deve ser incompatível com o procedimento manual (H2). Resumindo, essa
recomendação se relaciona com as heurísticas H1, H2, H3, H5 e H6.
Já a Recomendação 2.3 está relacionada com evitar conteúdo que pisca
mais que três vezes por segundo, o que poderia causar convulsões. Obedecer a
essa orientação, melhora o controle do usuário e evita estados indesejados (H3).
Poderia-se argumentar que os flashes são desnecessários e, pode relacioná-lo com
a heurística H8, mas entendemos que essa ligação é muito fraca e, portanto,
optamos por não considerá-la.
A Recomendação 2.4 se refere a navegabilidade. O conteúdo web deve
ajudar o usuário a saber a sua localização em uma página (H6), que pode ser
considerado como um estado do sistema que deve ser percebido pelo usuário (H1).
Além disso, tornar visível o indicador de foco do teclado e qualquer informação sobre
a localização do usuário em um site também melhora a visibilidade do status do
sistema (H1). O conteúdo web também deve ajudar os usuários a navegar (o que
inclui o fornecimento de "saídas de emergência") (H3). Fornecer títulos, cabeçalhos,
rótulos e links significativos ajuda o usuário na navegação da página web (H2). Os
usuários também devem ter acesso a atalhos que permitam que se pule o conteúdo
que se repete em muitas páginas (como cabeçalhos e menus), que é necessário
para os leitores de tela. Esta funcionalidade deve ser perceptível (H6) e ajuda a
oferecer informações aos usuários de leitores de tela em uma ordem natural (H2).
Além disso, essa funcionalidade aumenta a eficiência de uso (H7), bem como
alternativas de se chegar a uma página da web (como por exemplo, um mapa do
184
site e um mecanismo de busca) que aumenta a eficiência na navegabilidade (H7). O
fato do leitor de tela ler apenas a informação relevante para os utilizadores pode ser
relacionado com a heurística H8. Assim, essa recomendação se relaciona com as
heurísticas H1, H2, H3, H6, H7 e H8.
O Princípio 3 - Compreensível - afirma que a informação e a operação da
interface de usuário devem ser compreensíveis. É composto por três
recomendações: (i) tornar o conteúdo do texto legível e compreensível; (ii) fazer com
que as páginas web apareçam e funcionem de modo previsível e (iii) ajudar os
usuários a evitar e corrigir erros. As recomendações que compõem este princípio se
relacionam com todas as heurísticas, exceto H1, H7 e H8.
A Recomendação 3.1, que sugere o fornecimento de texto legível, inclui a
linguagem de definição da página inteira ou de partes dela; isso ajuda os leitores de
tela a falar as palavras corretamente, o que ajuda os usuários a compreender o
conteúdo da página (H2). Um tipo de ajuda contextual é o fornecimento de uma
versão simplificada de uma página web, que é mais fácil para as pessoas com nível
de escolaridade mais baixa, ou seja, uma página web simplificada deve falar uma
linguagem simplificada para alguns usuários (H2). É também necessário prever os
mecanismos perceptíveis para explicar as palavras incomuns, expressões e
abreviações (H6); estes mecanismos também funcionam como uma ajuda contextual
(H10).
Apresentação e operação previsíveis de páginas web, sugerida pela
Recomendação 3.2, se relaciona diretamente com a consistência (H4). A
Recomendação 3.2 reforça a necessidade de se manter a consistência entre os
componentes com a mesma funcionalidade, e entre os mecanismos de navegação
utilizados em diversas páginas de um site.
Vale a pena notar um conflito de heurísticas quando consideramos
diferentes tipos de usuários e queremos proporcionar consistência. Se
considerarmos os usuários sem deficiência visual, usando um navegador web
tradicional com o apoio de um mouse, as opções de uma lista de seleção podem ser
vistas, sem que seja necessário direcionar o foco do sistema para essa lista (ou
seja, sem clicar em um dos itens da lista). Portanto, as páginas web geralmente
consideram a ação de focar em um item da lista (por um único clique do mouse)
como um atalho para a seleção desse item, que por sua vez pode desencadear um
185
evento de atualização da página. O uso de atalhos melhora a eficiência de uso
desses usuários (H7), mas não atende ao Critério de Sucesso 3.2.1; esse critério se
refere a quando qualquer componente recebe um foco, não se iniciar uma alteração
de contexto. Portanto esse uso de atalhos não atende a Recomendação 3.2. Isso
fica evidente em um cenário em que usuários com baixa visão usam um leitor de tela
para ler esta lista, pois nessa situação esses leitores vão definir o foco em cada item
da lista que será lido. Nesse caso, a ação de focar em um item não pode
desencadear o evento de atualização. O sistema deve acionar a atualização de um
único evento quando o usuário seleciona o item da lista (por exemplo, quando os
usuários pressionam "Enter" depois que o leitor ler o item selecionado). Em resumo,
a Recomendação 3.2 fornece uma interface utilizável para todos os tipos de
usuários, mas com eficiência reduzida para os usuários que não possuem
deficiência visual.
Moreno et al. (2009) relaciona as heurísticas H2 e H4 a esta
recomendação, sem apresentar quaisquer outras argumentações. No entanto,
opomo-nos à inclusão do mapeamento para a Heurística H2, pois não verificamos
relação entre essa recomendação e qualquer conceito do mundo real.
A Recomendação 3.3 – assistência de entrada versa sobre ajudar os
usuários a evitar e corrigir erros, tendo assim ligação com a Heurística H5
(prevenção de erros) e H9 (diagnóstico e correção de erros). A Recomendação 3.3
assistência de entrada, descreve esses erros aos usuários e sugerem como eles
podem ser corrigidos (H9). Além disso, ele impõe que os rótulos e instruções devem
ser claros para orientar os usuários a preencher os campos do formulário (H5). A
Heurística Prevenção de Erros descreve como corrigir, rever e confirmar as
informações antes de enviá-las (H5). A submissão de informações também deve ser
reversível, o que reforça o controle do sistema pelos usuários (H3). Por último, mas
não menos importante, esta recomendação indica a necessidade de uma ajuda
contextual (H10).
O Princípio 4 – Robusto - afirma que os conteúdos devem ser
interpretados de forma confiável pelos agentes de usuário, incluindo tecnologias de
apoio. O princípio tem uma única Recomendação (4.1) que se refere a como
maximizar a compatibilidade do agente do usuário, uma vez que a não obediência
dessa recomendação pode criar muitos problemas de usabilidade. Por exemplo,
186
uma marcação de erro em uma página HTML pode ocultar um componente visual
que revela o estado do sistema (H1), ou um botão que apresenta uma
funcionalidade (H6), ou ainda um cabeçalho que ajuda a entender um conteúdo
(H2), ou até mesmo um outro erro (H9). Também pode desativar uma função
JavaScript que poderia fornecer um erro de mecanismo de prevenção (H5), uma
função voltar (H3) ou uma ajuda contextual (H10). Portanto, esse princípio está
relacionado com as seguintes heurísticas: H1, H2, H3, H5, H6, H9 e H10.
Com o resultado deste mapeamento das heurísticas de Nielsen e das
recomendações WCAG 2.0, foi possível compreender melhor a ligação existente
entre usabilidade e acessibilidade. Esse entendimento ajudou na proposta de
complementação do WCAG, principalmente na criação dos textos dos novos critérios
de sucesso, que foram criados com base em problemas encontrados na avaliação
com usuários idosos; e também em problemas levantados na literatura IHC sobre
acessibilidade, muitos dos quais envolviam problemas que também eram de
usabilidade. Foi possível compreender que, dada a forte relação entre acessibilidade
e usabilidade, expressa pelo mapeamento apresentado entre heurísticas de Nielsen
e WCAG, a contribuição a ser proposta por este trabalho provavelmente não seria
exclusiva de acessibilidade, mas sim relacionada também a usabilidade.
187
Quadro 71: Mapeamento do WCAG 2.0 para as Heurísticas de Nielsen: = nosso
mapeamento, = Moreno et al., X = ambos. A linha Total indica a soma dos (marca de
check) e (marca de X) das recomendações.
Heurísticas de Nielsen (H)
Recomendações WCAG (R) V
isib
ilid
ad
e
Co
rre
sp
on
dên
cia
Lib
erd
ad
e
Co
nsis
tên
cia
Pre
v.
Err
os
Reco
nh
ecim
en
to
Fle
xib
ilid
ad
e
Min
imali
sta
Recu
pera
r err
os
Aju
da/d
ocu
men
.
H1 H2 H3 H4 H5 H6 H7 H8 H9 H10
Princípio 1- Perceptível
R 1.1 Alternativas em texto
R 1.2 Mídias c/base em tempo
R 1.3 Adaptável
R 1.4 Discernível X
Princípio 2 - Operável
R 2.1 Acessível por teclado
R 2.2 Tempo suficiente X
R 2.3 Convulsões
R 2.4 Navegável X X X
Princípio 3 - Compreensível
R 3.1 Legível X
R 3.2 Previsível X
R 3.3 Assistência de entrada X X X
Princípio 4 – Robusto
188
R 4.1 Compatível
TOTAL 6 9 6 2 3 5 2 2 3 3
APÊNDICE XIII - Publicações
Casare, A.R., Moraes, R. L. O. e Silva, C. G. 2015. Adaptação de métodos de
avaliação de acessibilidade e usabilidade com foco no uso de tablets por idosos. In
IHC 2015 Companion Proceedings – Master and Doctoral Consortium. pp. 13-16.
Salvador-BA, Brasil.
Casare, A.R., Moraes, R. L. O. e Silva, C. G. 2016. Complementação na WCAG 2.0
referente ao uso de dispositivos móveis por usuários idosos. In 13th International
Conference on Information Systems & Technology Management – CONTECSI. pp.
56-59. São Paulo-SP,Brasil.
Casare, A.R., Silva, C.G., Martins, P. S. e Moraes, R. L. O. 2016. Usability heuristics
and accessibility guidelines: a comparison of heuristic evaluation and WCAG. In
Proceedings of the 31st Annual ACM Symposium on Applied Computing.pp.213-215.
Pisa, Italy.
Casare, A.R., Moraes, R. L. O. e Silva, C. G. 2016. Elicitação de Requisitos para
Adaptação de Diretrizes de Acessibilidade de Conteúdo Web ao Uso de Tablets por
Idosos. Cadernos de Informática – Volume 9 – Número 1 – 2016. 42-60.
189
ANEXO I
Web Content Accessibility Guidelines (WCAG) 2.0 são recomendações que
tem a finalidade de tornar os conteúdos de sites mais acessíveis. A tradução
autorizada em Português do Brasil encontra-se disponível em
https://www.w3.org/Translations/WCAG20-pt-br/.