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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00

AULA 00: Aplicao da Lei PenalSUMRIO 1. Apresentao 2. Cronograma 3. Desenvolvimento do tema 4. Questes da FCC 5. Respostas comentadas 6. O supra-sumo do perfil FCC 7. Referncia bibliogrfica PGINA 01 02 04 38 47 52 55

Queridos e queridas amigas do Estratgia Concursos! um prazer estar aqui com vocs, iniciando um curso de Direito Penal p/ TRE-PR! Para aqueles que no me conhecem, meu nome Francisco Dirceu Barros e sou Professor de Direito Penal, Processual Penal e Direito Eleitoral. Meu currculo resumido o seguinte: Promotor de Justia Criminal, Promotor de Justia Eleitoral, Mestre em Direito, Especialista em Direito Penal, Especialista em Processo Penal, ex-professor universitrio, professor de vrios cursos de ps-graduao, com vasta experincia em cursos preparatrios aos concursos do Ministrio Pblico e Magistratura, lecionando as disciplinas de Direito Eleitoral, Direito Penal, Processo Penal, Legislao Especial e Direito Constitucional. Ex-comentarista da Rdio Justia STF, Membros efetivo do GNPJ (Grupo Nacional dos Promotores de Justia). Colunista da Revista Prtica Consulex, seo Casos Prticos. Palestrante em diversos congressos no Brasil. Autor de diversos artigos em revistas especializadas. Professor do curso on line Eu Vou Passar (www.euvoupassar.com.br) Tambm sou autor de mais 60 livros lanados, dentre os quais destaco os seguintes: Direito Penal - Parte Geral, Direito Penal Parte Especial, Volumes I, II, III, IV (Prefaciados por Fernando da Costa Tourinho Filho, Jlio Fabbrini Mirabete, Jos Henrique Pierangeli e Rogrio Greco), Processo Penal para Concursos, Volumes I, II, III, IV e V, Direito Eleitoral, 10 edio, todos da Srie Provas e

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 Concursos, Editora Campus/Elsevier. Carta aos concursandos em coautoria com William Douglas e Os Segredos dos Concurseiros Vencedores, Editora Consulex. Amigos e amigas; Sem prejuzo dos termos tcnicos aplicveis ao contexto jurdico, sempre defendi que possvel adequar a linguagem jurdica ao destinatrio da mensagem. Nesse contexto, aceitei o desafio da turma do Estratgia Concursos para produzir um curso de Direito Penal com um bom contedo e que seja escrito em uma linguagem leve, didtica e objetiva. Nosso foco ser o cargo de Analista Judicirio do TRE-PR (rea Judiciria), portanto, vamos desenvolver os temas intercalando questes no estilo da banca organizadora do evento (FCC). Vamos desenvolver uma metodologia com a percepo de que voc nunca teve contato com a matria, depois vamos aprofundando o assunto e voc vai ficar surpreso quando perceber o quanto fcil estudar o direito penal. A didtica vai ser desenvolvida como se eu estivesse conversando com voc, repito: em uma linguagem leve, didtica e objetiva. Mas uma coisa eu garanto: voc ser capaz de resolver questes que j foram elaboradas at em concursos de Juiz e Promotor. Vamos preparar voc para um nvel superior ao desejado, afinal: QUEM PODE O MAIS PODE O MENOS. Todos preparados? Vamos dar uma olhada no edital! Direito Penal - Aplicao da lei penal: princpios da legalidade e da anterioridade; a lei penal no tempo e no espao; o fato tpico e seus elementos. Crime: consumado, tentado e impossvel; desistncia voluntria e arrependimento eficaz; arrependimento posterior; crime doloso e culposo. Imputabilidade penal: Do concurso de pessoas; Penas: espcies; Do concurso de crimes. Efeitos da condenao e da reabilitao. Ao penal pblica:Extino da punibilidade. Crimes contra a Administrao Pblica. Crimes de abuso de autoridade.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 O cronograma do nosso curso ser o seguinte:Assunto Aula 00 Aplicao da lei penal: princpios da legalidade e da anterioridade; a lei penal no tempo e no espao; O fato tpico e seus elementos. Crime: consumado, tentado e impossvel; desistncia voluntria e arrependimento eficaz; arrependimento posterior; crime doloso e culposo. Da imputabilidade penal Do concurso de pessoas Penas: espcies; Da Ao penal Da extino da punibilidade Do concurso de crimes. Efeitos da condenao e da reabilitao. Crimes contra a Administrao Pblica. Dos crimes praticados por particular contra a administrao em geral Abuso de autoridade (Lei n 4.898/1965). Data Disponvel

Aula 01 Aula 02 Aula 03 Aula 04 Aula 05 Aula 06 Aula 07 Aula 08 Aula 09 Aula 10 Aula 11

10/11 17/11 24/11 01/12 08/12 15/12 22/12 29/12 05/01 12/01 19/01

Feitas essas consideraes iniciais, vamos nossa aula de hoje! Um grande e fraternal abrao. Francisco Dirceu Barros.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 1. O princpio da legalidade Vamos comear estudando um tema que sempre cobrado nos concursos, trata-se do princpio da legalidade, seu gnero e suas espcies. O princpio da legalidade tem como origem histrica a Magna Carta, imposta pelos bares ingleses ao rei Joo Sem Terra, em 1215. Algo muito importante para humanidade foi expresso no artigo 39 da citada Magna Carta: nenhum homem livre pode ser submetido a julgamento seno pelos seus pares e de acordo com a lei. A maioria da doutrina (Fragoso, Nucci, Bitencourt, Mirabete, Alberto Silva Franco, Paulo Queiroz, Delmanto, entre outros) segue as lies de Fragoso ao defender que legalidade sinnimo de reserva legal. Dizia Heleno Cludio Fragoso, referindo-se ao disposto no art. 1o do Cdigo Penal: Essa regra bsica denomina-se princpio da legalidade dos delitos e das penas ou princpio da reserva legal e representa importante conquista de ndole poltica, inscrita nas Constituies de todos os regimes democrticos e liberais.1 Temos sobre o tema duas posies: 1 posio: legalidade sinnimo de reserva legal 1 posio: legalidade no sinnimo de reserva legal Em realidade, entendo que o princpio da legalidade gnero que fundamenta duas espcies de princpios: a) Princpio da anterioridade da lei penal. b) Princpio da reserva legal; Vamos definir as duas espcies do princpio da legalidade??

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FRAGOSO, Heleno Cludio. Lies de Direito Penal Parte Geral, p. 89 (grifo nosso).

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1o) Princpio da anterioridade.

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Conceito: No h crime sem lei anterior que o defina; no h pena sem prvia imposio legal. Exemplo do princpio da anterioridade. Tcio cometeu um fato no ms de maro 2010. Em maro de 2011, este fato passou a ser definido como crime. Pergunta-se: Tcio ser penalizado? Soluo jurdica: No. Porque, pelo princpio da anterioridade, no existe crime sem lei anterior que defina este fato como delito; no exemplo, a lei posterior ao fato. No fcil? Vamos agora aprender o conceito do princpio da legalidade MACETE: No conceito anterior, suprima as duas palavras que esto em itlico (anterior e prvia), ficar o outro princpio.

2o) Princpio da reserva legal. Conceito: No h crime sem lei que o defina; no h pena sem cominao legal. Exemplo do princpio da reserva legal. Um juiz editou uma portaria, afirmando que quem fosse apanhado andando pela rua aps 24h pagaria uma pena de 01 (um) a 02 (dois) anos de deteno. Tcio, foi preso, aponte a soluo jurdica. Soluo jurdica: No existe possibilidade jurdica de algum pagar por esse crime, pois portaria no lei; e no existe crime sem lei que o defina.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 Por fora da tradio do princpio, vem-se usando a palavra crime em vez de infrao penal, que seria o gnero, da qual so extradas as espcies crime e contraveno penal. Entretanto, posio tranqila a leitura extensiva do conceito de crime para abranger tambm a contraveno, submetida igualmente aos princpios da reserva legal e da anterioridade. Entenda o que estou dizendo: A palavra crime pode aparecer no seu concurso como contraveno ou infrao penal. Vejamos como isso pode ser cobrado na prova! 1- (FCC/TJPE/Analista Judicirio) Assinale a opo incorreta. Por princpio da anterioridade podemos dizer que a-( ) No h crime sem lei que o defina; no h pena sem cominao legal. b-( ) No h contraveno sem lei anterior que o defina; no h pena sem prvia imposio legal. c-( ) No h infrao penal sem lei anterior que o defina; no h pena sem prvia imposio legal. d-( ) No h crime sem lei anterior que o defina; no h pena sem prvia imposio legal. Comentrios: Item incorreto: a, observe que o item ficou errado porque define o princpio da legalidade ou reserva legal. Agora voc j sabe que a questo pode ser elaborada de trs formas diferentes: No h crime (infrao penal ou contraveno) sem lei anterior que o defina; no h pena sem prvia imposio legal.

2- (FCC/TJDTF/Analista Judicirio) A norma inserida no artigo 1 do Cdigo Penal ''No h crime sem lei anterior que o defina. No h pena sem prvia cominao legal'' chamada de: a-( ) princpio do tempo do crime; b-( ) princpio da anterioridade; c-( ) princpio da retroatividade da lei mais benigna;

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 d-( ) princpio da legalidade; Comentrios: Item correto: b (veja os comentrios da questo 01).

1.1. Os princpios da legalidade, anterioridade e a medida de segurana Tanto a Constituio quanto o Cdigo Penal referem-se pena, omitindo-se no tocante medida de segurana, que um tipo de sano com finalidade essencialmente teraputica, entretanto, a maioria dos autores admite que, aps a Reforma Penal de 1984, essas medidas tambm esto sujeitas aos princpios da legalidade e da anterioridade.

2. Princpios que regem a aplicao da lei penal no tempo. 1o O da irretroatividade da lei mais severa EXEMPLO DIDTICO: Se A est sendo acusado por um crime com pena de 1 (um) a 2 (dois) anos e, posteriormente, for editada uma lei que altere a pena para 2 (dois) a 10 (dez) anos, esta lei no poder ser aplicada ao caso de A, pois a mesma mais severa, no podendo retroagir. 2o O da retroatividade da lei mais benigna Previso legal: a Carta de 1988 (art. 5o, XL) estabelece que: a lei penal no retroagir, salvo para beneficiar o ru. EXEMPLO DIDTICO: No caso j citado, pode acontecer o contrrio. Posteriormente ao crime cometido pelo autor, uma lei entra em vigor e torna o homicdio qualificado em simples. Neste caso, sero aplicadas as penas do homicdio simples, porque a lei penal retroage para beneficiar o ru. Vejamos como o tema pode ser cobrado na prova! Julgue os itens com C ou E: a) ( ) A lei penal no retroagir para beneficiar o ru. b) ( ) A lei penal no retroagir, salvo para beneficiar o ru.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 c) ( ) A lei penal no retroagir para prejudicar o ru. d)( ) A lei processual penal no retroagir, salvo para beneficiar o ru. Comentrios: Observe, mais uma vez, que na Constituio Federal a lei penal no retroagir, salvo para beneficiar o ru. Vou repetir: a lei penal, porque a lei processual penal atende a outro princpio, o tempus regit actum, que voc estudar na disciplina direito processual penal. Julgue assim: F, V, V, F.

Um fato praticado sobre a vigncia da lei A, contudo, no momento em que o Juiz vai proferir o julgamento, ela no est mais em vigor, tendo sido revogada pela lei B, mais benfica para o agente. Qual lei deve ser aplicada? A, que vigia ao tempo da prtica delituosa, ou B, vigente ao tempo da prolao da sentena? Resposta: deve ser aplicada a lei mais benfica, no caso da lei B, que dever retroagir para alcanar o fato cometido antes de sua entrada em vigor e assim, beneficiar o agente.2 3- Da ultra-atividade: possvel que, embora a lei esteja revogada, permaneam os seus efeitos. EXEMPLO DIDTICO: A est sendo processado por um crime que tem a pena de 1 (um) a 2 (dois) anos de priso. Posteriormente, sancionada uma lei, afirmando que o mesmo crime cometido por A tem a pena de 4 (quatro) a 7 (sete) anos. Voc j aprendeu: a lei nova malfica no pode retroagir. Ento A ser penalizado por uma lei revogada? Correto, esse o fenmeno da ultra-atividade, atravs do qual possvel a aplicao de uma lei, no obstante cessada a sua vigncia.

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No mesmo sentido: Capez, Direito Penal, Vol. I, So Paulo, Ed. Saraiva, 2010.

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Um fato praticado sobre a vigncia da lei A, contudo, no momento em que o Juiz vai proferir o julgamento, ela no est mais em vigor, tendo sido revogada pela lei B, que mais rigorosa para o agente. Qual lei deve ser aplicada? A, que vigia ao tempo da prtica delituosa, ou B, vigente ao tempo da prolao da sentena ? Resposta: Nesse caso, a lei B no poderia retroagir e alcanar o fato cometido antes de sua entrada em vigor, por ser mais gravosa. Mesmo estando, ao tempo da sentena, em pleno perodo de vigncia, o Juiz no poder aplic-la, j que no vigia ao tempo do fato, e sua retroao implicaria prejuzo ao acusado e afrontaria o disposto no art. 5., XL, da constituio. Ento, a nica soluo, ante a irretroatividade da lei B, ser aplicao da lei A, de forma ultrativa, a qual irradiar efeitos mesmo aps a cessao de sua vigncia, alcanando o fato cometido ao seu tempo. Exemplo: Arthur comete um homicdio antes da entrada de vigor da Lei n. 8.930/94, que passou a consider-lo crime hediondo. Os dispositivos do Cdigo Penal vigentes a poca do cometimento da infrao penal devero ser aplicados espcie, mesmo aps sua revogao, no se admitindo que a nova lei mais gravosa retroaja. Surge, da, a ultra-atividade da parte do Cdigo Penal que foi revogada.3 Vejamos como o tema j foi cobrado em uma prova! (FCC/TJPE/Analista Judicirio). Fenmeno pelo qual possvel a aplicao de uma lei, no obstante cessada a sua vigncia. a)( ) irretroatividade da lei mais severa; b)( ) retroatividade da lei mais benigna; c)( ) Anterioridade; d)( ) ultra-atividade. Comentrios: Resposta: d, caso voc tenha errado leia novamente o item 2. Princpios que regem a aplicao da lei penal no tempo.3

No mesmo sentido: Capez, Direito Penal, Vol. I, So Paulo, Ed. Saraiva, 2010.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 3. Da abolitio criminis (abolio do crime) Fenmeno pelo qual uma lei posterior deixa de considerar como infrao um fato que era anteriormente crime ou contraveno penal. Exemplo didtico O crime de adultrio (art. 240 do CP) e o de seduo ( art. 217 do CP) foram revogados. Em ordem prtica, teremos as seguintes situaes: a lei nova descriminante, atuando retroativamente, exclui todos os efeitos jurdico-penais do comportamento antes considerado infrao; se algum estiver sendo indiciado (na delegacia) pelo crime de adultrio, o inqurito policial ser arquivado; se j existir algum processo contra A, o mesmo dever ser trancado, mediante decretao da extino da punibilidade; se A j foi condenado com trnsito em julgado, a sentena no poder ser executada; se A j foi condenado e est cumprindo pena, dever ser decretada a extino da punibilidade e o mesmo dever ser solto. 3.1. Natureza jurdica da abolitio criminis A abolitio criminis constitui fato jurdico extintivo da punibilidade, em conformidade com o art. 107 do Cdigo Penal.

Art. 107. Extingue-se a punibilidade: III pela retroatividade da lei que no mais considera o fato como criminoso.

4. Retroatividade das leis penais em branco Leis penais em branco so as de contedo incompleto, vago, lacunoso, que necessitam ser completadas por outras normas jurdicas, geralmente de natureza extrapenal.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 4 Como conclui Luiz Rgis Prado, portanto, na lei penal em branco, o comportamento proibido vem apenas enunciado ou indicado, sendo a parte integradora elemento indispensvel conformao da tipicidade. Quanto ao tema retroatividade da lei penal em branco podemos identificar duas regras: 1a regra: caso o complemento da norma penal em branco for lei (normas penais em branco homogneas), a sua alterao ser benfica, portanto, retroagir. EXEMPLO DIDTICO Tcio cometeu o crime previsto no art. 237 do Cdigo Penal (Contrair casamento, conhecendo a existncia de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta). Aponte a soluo jurdica considerando que posteriormente, uma lei alterou o Cdigo Civil e excluiu o impedimento que causava nulidade absoluta ao casamento de Tcio. Resposta: Haver abolitio criminis em branco, ou seja, a lei que alterou o complemento retroage para beneficiar o ru. 2a regra: caso o complemento da norma penal em branco seja uma norma infralegal (normas penais em branco heterogneas), temos que considerar duas hipteses: 1a hiptese: no houve alterao da prpria figura abstrata do Direito Penal. Soluo jurdica: se o complemento for norma infralegal, no retroagir. EXEMPLO DIDTICO Tcio estava sendo processado por ter cometido o crime do art. 2 da Lei no 1.521/1951 (Lei de Economia Popular), que consiste na venda de produto acima do preo constante nas tabelas oficiais. Aponte a soluo jurdica considerando que posteriormente houve alterao no valor dos preos tabelados.o

Soluo jurdica: como a alterao no incidiu na prpria figura abstrata do tipo penal, no haver excluso do crime. 2a hiptese: houve alterao da prpria figura abstrata do Direito Penal.4

PRADO, Luiz Regis. Direito Penal Ambiental, p. 43.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 Soluo jurdica: se o complemento for norma infralegal, no retroagir. 5. Da sucessividade das leis penais no tempo Para que voc perceba a importncia do tema, acompanhe essa indagao: uma lei vigente no tempo da infrao revogada por outra (= sucedida no tempo). Como o fato penal produz efeitos prolongados, possvel que a lei vigente, no tempo da sua ocorrncia, no seja a mesma da sua condenao ou da execuo da pena. Pergunta-se: qual a lei que vai incidir sobre o caso? A do tempo do crime? A do tempo em que vai ser executada a pena? E se a lei do tempo do crime for mais grave? E se a lei do tempo da execuo for mais grave? No existe o menor problema para voc responder a tais indagaes. Veja estas regras: 1. Lei nova incriminadora: A lei posterior cria um tipo at ento ordenamento jurdico: novatio legis incriminadora. retroage. 2. Lei nova agravante: A lei posterior que, de qualquer modo, cria situao mais rigorosa ou severa para o autor de um tipo j existente: lex gravior ou novatio legis in pejus. Soluo: no retroage. Nestas duas hipteses, aplica-se a regra geral da noretroatividade decorrente da adoo, pelo Direito Penal, do princpio contido no art. 1o do Cdigo Penal, que exige a anterioridade da lei penal incriminadora. 3. Lei nova permissiva atenuante A lei posterior atenua, sem revogar, a situao do agente diante de um tipo j existente, favorecendo o autor de um tipo: lex mitior ou novatio legis in mellius. Soluo: retroage para beneficiar. 4. Na dvida sobre qual a lei mais benigna, aplica-se a requerida pela defesa. (Soluo adotada pela maioria da doutrina.) 5. Havendo crime continuado (art. 71 do CP), lei nova que o intermedeie deve ser aplicada, mesmo que mais gravosa, e no se pode inexistente no Soluo: no

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 falar em retroatividade malfica, pois o agente ser punido pela legislao em vigor, no momento do crime. 6. No caso de crime permanente, a soluo a mesma. Segundo a Smula no 711 do STF, ratificando o entendimento assumido por aquela Corte, no sentido de que: Smula no 711. A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigncia anterior cessao da continuidade ou da permanncia.

5.1. Extra-atividade da lei mais favorvel: Vamos enfrentar uma questo de alto nvel s para voc saber como a matria fcil. (24. Procurador da Repblica/MPF) No tema de aplicao da lei penal no tempo: (A) havendo sucesso de leis penais no tempo aplicvel a lei intermediria se ela for a mais favorvel; (B) O Cdigo Penal prev a combinao de leis sucessivas sempre que a fuso possa beneficiar o ru; (C) O Cdigo Penal veda a lex tertia; (D) Verifica-se a maior favorabilidade da lei, no exame da norma em abstrato. Item correto: a. Comentrio: A sucesso de leis penais impe geralmente um dualismo: ao lado da lei mais severa, situa-se a outra, mais benigna (lex mitior). Seja esta anterior ou posterior, ser sempre aplicada aos casos anteriores. uma decorrncia da regra absoluta da irretroatividade da lei penal mais severa. Para cumprir sua funo no plano do Direito intertemporal, de disciplinar todos os fatos praticados antes ou durante sua vigncia e cuja relao jurdico-penal ainda no tenha se exaurido, a lex mitior dotada de eficcia extra-ativa, que se manifesta atravs da ultra-atividade e da retroatividade.

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Quero dizer que se for para beneficiar o ru a lei sempre ser extra-ativa, ou seja, vai para frente (ultra-atividade) e para trs (retroatividade). Me diga uma coisa: Como conhecida a extra-atividade da lei que regula situaes futuras? Resposta: A extra-atividade que regula situaes futuras denomina-se ultra-atividade. 7. Da lei excepcional ou temporria Em geral, as normas penais teem prazo indeterminado, at que sejam por outras revogadas. Entretanto, em algumas situaes especiais, torna-se imprescindvel estabelecer um prazo certo de durao para leis penais incriminadoras. 7.1. Leis excepcionais: So as promulgadas em condies excepcionais, no raro sob turbulncia social, calamidades pblicas, guerras, revolues, cataclismos, epidemias etc. 7.2. Leis temporrias: So as que j trazem no seu prprio texto o tempo de vigncia. A caracterstica principal dessas duas leis que elas so autorevogveis, ou seja, no necessrio outra lei revog-las. Basta acabar o perodo de calamidade (no caso das leis excepcionais) ou o tempo determinado exaurir-se (no das leis temporrias), que elas estaro revogadas. Observe que, se elas j nascem predeterminadas a sarem do ordenamento jurdico, ningum iria obedecer ao preceito sancionador se no houvesse a observao do caput do art. 3o (embora decorrido o perodo de sua durao ou cessadas as circunstncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigncia). por isso que afirmamos que toda lei temporria ou excepcional ultrativa. Permanecem seus efeitos, embora revogada.Prof. Francisco Dirceu Barros

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 Vejamos como o tema j foi cobrado em uma prova! (FCC/TJPE/Analista Judicirio). Relativamente ao tempo, as lei temporrias so: a)() retroativas, mas no ultrativas; b)() retroativas, independentemente de prejudicar ou beneficiar o agente; c)() retroativas se, embora prejudicando o agente, beneficiarem a sociedade; d)() ultrativas. Comentrios: As leis temporrias e excepcionais tm ultraatividade, ou seja, aplicam-se ao fato cometido sob o seu imprio, mesmo depois de revogadas pelo decurso do tempo ou pela superao do estado excepcional. Resposta: d.

8. Do tempo do crime: Na doutrina temos trs teorias que tentam explicar o tempo do crime: a) Teoria da atividade. Considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado. b) Teoria do resultado (do evento, ou do efeito). Considerase tempus delicti (tempo do delito) o momento da produo do resultado. c) Teoria mista (ou da ubiqidade). O tempus delicti , indiferentemente, o momento da ao ou do resultado.

E grave na sua memria: Penal: atividade.

Teoria

adotada

pelo

Cdigo

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 EXEMPLO DIDTICO: Tcio, com 17 anos (ao inimputvel, no pode ser imposta pena, e sim medida socioeducativa ou medida de segurana), atira em Mvio, que vai para UTI e s morre dois anos depois (em conseqncia do tiro). Observe que, quando Mvio morreu, Tcio j tinha 19 anos, portanto imputvel (a quem pode ser atribuda pena). Pergunta-se: Tcio pagar com pena ou medida socioeducativa? Resposta: s voc verificar em que tempo foi cometido o crime, isto , o momento da ao. Na poca, Tcio tinha apenas 17 anos. Portanto, ser-lhe- aplicada a medida socioeducativa. Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em prova! 1- (OAB-FCC). O tempo do crime regido pela teoria: a)( ) Teoria do resultado; b)( ) Teoria da atividade; c)( ) Teoria mista; d)( ) Ubiqidade; e)( ) Do evento

Comentrios: Resposta: b. Quanto ao tempo do crime, a teoria adotada foi a da atividade, portanto, considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado. 2- (OAB-FCC). Definimos o tempo do crime como: a) o momento da ao ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado. b) o momento da produo do resultado. c) indiferentemente, o momento da ao ou do resultado. d) o resultado da ao ou omisso, ainda que outro seja o resultado do momento. Comentrios: Resposta: a. Leia os comentrios da questo anterior.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 9. Da territorialidade Leciona Capez 5que: Princpio da territorialidade absoluta: s a lei penal brasileira aplicvel aos crimes cometidos no territrio nacional. Principio da territorialidade temperada: a lei penal brasileira aplica-se, em regra, ao crime cometido no territrio nacional. Excepcionalmente, porm, a lei estrangeira aplicvel a delitos cometidos total ou parcialmente em territrio nacional, quando assim determinarem tratados e convenes internacionais. A isso denominam-se intraterritorialidade, pois a lei estrangeira estaria sendo aplicada no territrio nacional, ou seja, de fora para dentro do nosso pas. Principio adotado: o da territorialidade temperada. O ordenado penal brasileiro aplicvel aos crimes cometidos no territrio nacional, de modo que ningum, nacional, estrangeiro ou aptrida, residente ou em transito no Brasil, poder subtrair-se lei penal brasileira por fatos criminosos aqui praticados, salvo quando normas de direito internacional dispuserem em sentido contrario. Em sntese didtica, vamos estabelecer as regras seguintes: Regra 1-Aplica-se a lei brasileira, sem prejuzo de convenes, tratados e regras de Direito Internacional, ao crime cometido no territrio nacional. Regra 2-Para os efeitos penais, consideram-se como extenso do territrio nacional as embarcaes e aeronaves brasileiras, de natureza pblica ou a servio do governo brasileiro, onde quer que se encontrem. Regra 3- Tambm para os efeitos penais, consideram-se como extenso do territrio nacional as aeronaves e as embarcaes brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espao areo correspondente ou em alto-mar.

CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: Parte Geral. v. 1. ed., So Paulo: Saraiva, 2010.5

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 Regra 4- tambm aplicvel a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves estrangeiras de propriedade privada, achando-se em pouso no territrio nacional ou em vo no espao areo correspondente. Regra 5. tambm aplicvel a lei brasileira aos crimes praticados em embarcaes estrangeiras de propriedade privada, em porto ou mar territorial do Brasil.

9.1. Dos princpios que regem a aplicao da lei penal no espao Princpios adotados pelo Cdigo Penal, na aplicao da lei penal no espao. 1. Princpio da territorialidade. A lei penal s tem aplicao no territrio do Estado que a editou, sem atender nacionalidade do sujeito ativo do delito ou do titular do bem jurdico lesado. OBSERVAO IMPORTANTE! O Cdigo Penal adotou o princpio segundo o qual, em regra, a lei penal s aplicvel ao crime cometido em nosso territrio. 2. Princpio da nacionalidade. A lei penal do Estado aplicvel a seus cidados onde quer que se encontrem. Divide-se em dois tipos: 2.a) Princpio da nacionalidade ativa. Aplica-se a lei nacional ao cidado que comete crime no estrangeiro, independentemente da nacionalidade do sujeito passivo. Exemplo: art. 7 o, II, b; 5o do CP. 2.b) Princpio da nacionalidade passiva. Exige que o fato praticado pelo nacional no estrangeiro atinja um bem jurdico de seu prprio Estado ou de um co-cidado. 3. Princpio da defesa. Tambm conhecido como princpio real ou de proteo. Leva em conta a nacionalidade do bem jurdico lesado pelo crime, independentemente do local de sua prtica ou da nacionalidade do sujeito ativo. EXEMPLO DIDTICO Aplica-se a lei brasileira a um fato criminoso cometido no estrangeiro, lesivo ao interesse nacional, qualquer que seja a nacionalidade de seu autor.Prof. Francisco Dirceu Barros

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 4. Princpio da Justia penal universal. Preconiza o poder de cada Estado de punir geralmente crimes contra a humanidade, que repudia qualquer ser humano, seja qual for a nacionalidade do delinqente e da vtima, ou o local de sua prtica. Para a imposio da pena, basta encontrar-se o criminoso dentro do territrio de um pas. Exemplo: art. 7o, II, a; 4o. 5. Princpio da representao. A lei penal de determinado pas tambm aplicvel aos delitos cometidos em aeronaves e embarcaes privadas, quando realizados no estrangeiro e a no venham a ser julgados. Exemplo: art. 7o, II, c, do CP (excees).

O Cdigo Penal brasileiro adotou o princpio territorialidade como regra; os outros, como exceo. Princpios adotados pelo CP, na eficcia espacial da lei penal: 1o territorialidade: art. 5o (regra); 2o real (proteo ou defesa): art. 7o, I, e 3o; 3o justia universal: art. 7o, II, a; 4o nacionalidade ativa: art. 7o, II, b; 5o representao: art. 7o, II, c.

da

MACETE: o nome RENATo JR (REpresentao, NAcionalidade, Territorialidade, Justia universal, Real (proteo ou defesa). Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em prova! (FCC/126. OAB/SP) So aplicao da lei penal no espao: princpios que regem a

a)( ) da territorialidade, da defesa, da justia universal, da nacionalidade e da continuidade.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 b)( ) da territorialidade, da defesa, da representao, da justia universal e da nacionalidade. c)( ) da defesa, da justia universal, da nacionalidade, da representao e da continuidade. d)( ) da territorialidade, da defesa, da justia universal, do espao mnimo e da continuidade. Comentrios: Resposta: b. Caso voc tenha errado volte ao item da coruja ateno decore.

9.2. Territrio brasileiro por equiparao H duas situaes aqui enquadradas: 1. Embarcaes e aeronaves brasileiras de natureza pblica ou a servio do governo brasileiro onde estiverem. Exemplo: o interior de um navio militar brasileiro, ancorado em porto estrangeiro, considerado territrio nacional por equiparao. Nesse sentido, reiterando o preceituado no Cdigo Penal, est o disposto no Cdigo Brasileiro de Aeronutica, que menciona, em seu art. 107, 3o, o seguinte:

As aeronaves pblicas so as destinadas ao servio do poder pblico, inclusive as requisitadas na forma da lei; todas as demais so aeronaves privadas.

2. Embarcaes e aeronaves brasileiras, de propriedade privada, que estiverem navegando em alto-mar ou sobrevoando guas internacionais. Aos navios e embarcaes particulares, navegando em altomar, aplica-se a lei do pavilho nacional. So considerados, nesse caso, como prolongamento do territrio do pas de sua matrcula. Ao navegarem em guas territoriais estrangeiras ou quando estiverem atracados em porto estrangeiro, ficam sujeitos jurisdio do pas onde se encontram. Em conseqncia, ficar sujeita lei penal brasileira a infrao cometida a bordo de uma embarcao brasileira, de propriedade

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 privada, que se encontre navegando em alto-mar. Do ponto de vista jurdico-penal, o crime considerado como praticado em territrio brasileiro. o que dispe o j citado 1o do art. 5o do CP. 10. Ultraterritorialidade ou extraterritorialidade da lei penal: 10.1. Da extraterritorialidade incondicionada Conceito. Diz-se incondicionada a extraterritorialidade excepcional da lei penal brasileira, nesses casos, porque a sua aplicao no se subordina a qualquer requisito. Funda-se o incondicionalismo na circunstncia de esses crimes ofenderem bens jurdicos de capital importncia, afetando interesses relevantes do Estado. Em certos casos especficos, pode ocorrer que a lei penal brasileira venha ser aplicada a um crime praticado fora das fronteiras de nosso territrio, seja porque o autor ou a vtima um brasileiro, seja porque determinados valores precisam ser protegidos, mesmo que a ofensa tenha acontecido no exterior, ou, ainda, porque o Estado brasileiro comprometeuse, atravs de tratados ou convenes, a reprimir certos crimes. o que se chama de extraterritorialidade, que preferimos denominar de ultraterritorialidade (= ultra-atividade territorial) da lei penal nacional, que ocorre quando esta vier a ser aplicada ao autor de um crime cometido sobre o territrio de um pas estrangeiro. Trata-se de exceo ao princpio geral, fundamentada no pressuposto de que legtimo e necessrio evitar casos de impunidade, que resultariam da observncia irrestrita da regra da territorialidade, e se manifesta atravs das regras da personalidade, da proteo real e da justia universal. Na verdade, no que diz respeito ao mbito da eficcia espacial da lei penal, nenhum Estado atm-se aplicao de um s princpio, que o da territorialidade. Ao lado deste, funcionam outras regras, aplicveis em casos especiais. Essa possibilidade de aplicao ultraterritorial da lei penal pode estar sujeita a certas condies (aplicao condicionada), ou pode ser uma exigncia do sistema poltico-jurdico vigente, decorrente da relevncia atribuda a determinados interesses (aplicao incondicionada). 10.2. Ficam sujeitos lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 1. Crimes contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repblica: Por representar o Estado brasileiro, o Presidente da Repblica goza de proteo penal especial, pois os atos atentatrios sua liberdadeProf. Francisco Dirceu Barros

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 ou sua vida acabam por atingir a nao em seu todo. Se esses atos delituosos so cometidos no exterior, seu autor fica sujeito represso ultraterritorial incondicionada de nossa lei penal, com fundamento no princpio da proteo real (veja art. 7o, inciso I, letra a, do CP). 2. Os crimes contra o patrimnio ou a f pblica da Unio, do Distrito Federal, de Estado, de Territrio, de Municpio, de empresa pblica, sociedade de economia mista, autarquia ou fundao instituda pelo Poder Pblico. 3. Os crimes contra a Administrao Pblica, por quem est a seu servio. Adotou-se o princpio da defesa. 4. Os crimes de genocdio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil (art. 7o, inciso I, letra d, do CP). A conveno aprovada pela ONU, atravs de sua Resoluo n o 260 (III), de 9/12/1948, define o genocdio como sendo o crime praticado com inteno de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, tnico, racial ou religioso, como tal. Tendo o Brasil aderido a essa Conveno, foi aprovada a Lei n o 2.889/1956, que retomou a mesma definio e estabeleceu as respectivas penas. 10.3. Conseqncia da ultraterritorialidade incondicionada Leciona Fragoso: Cometido um dos crimes nas circunstncias em que acabamos de examinar, a lei brasileira ser aplicada, ainda que o agente tenha sido absolvido ou condenado no estrangeiro (art. 7o, 1o, do CP), seja ou no punvel no pas estrangeiro a ao praticada, e independentemente de ter o autor ingressado em territrio brasileiro. Se o agente tiver sido condenado no estrangeiro pelo mesmo crime, a pena a cumprida ser descontada, quando da execuo da pena imposta no Brasil. o que estabelece o art. 8 o do CP, expressando o princpio, hoje universal, do non bis in idem.6 10.4. Competncia para julgamento

6

FRAGOSO, Heleno Cludio. Op. cit., p. 121.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 Se o crime praticado no exterior por brasileiro, a competncia para processar e julgar o caso do juiz criminal da capital do Estado onde reside o acusado.7 10.5. Da extraterritorialidade condicionada Ficam tambm sujeitos lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 1. Os crimes que, por tratado ou conveno, o Brasil se obrigou a reprimir. Observe que aqui foi adotado o princpio da Justia universal ou cosmopolita. Segundo Joo Mestieri: O fundamento jurdico dessa teoria ser o crime um mal universal e por isso todos os Estados tm interesse em coibir a sua prtica e proteger os bens jurdicos da leso provocada pela infrao penal.8

2. Os crimes praticados por brasileiros. Adotado o princpio da nacionalidade ativa. 3. Os crimes praticados em aeronaves ou embarcaes brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em territrio estrangeiro, que a no sejam julgados (art. 7o, inciso II, letra c, do CP). Adotado o princpio da representao. Trata-se de inovao introduzida pela Lei n o 7.209/1984 e visa a suprir uma lacuna do Direito anterior. Com o novo dispositivo, se um avio particular brasileiro estiver sobrevoando o espao areo argentino e ocorrer um crime a bordo, no caso de a aeronave prosseguir viagem para aterrissar em nosso pas, nossa lei poder ser aplicada, firmando-se a competncia da Justia Criminal brasileira. Pelo Direito anterior, esse caso no poderia ser alcanado pela eficcia extraterritorial da lei penal brasileira. De forma inversa, se ocorrer um crime a bordo de uma embarcao ou de uma aeronave estrangeira, que se encontre sobre nosso territrio em sentido amplo, a lei penal brasileira poder deixar de ser aplicada. Isto ocorrer se o navio ou o avio estiver apenas utilizando o direito de passagem inocente ou, mesmo, se estiver o primeiro num7 8

Cf. TJRS, AP 683047534, RT 606/373 e RT 474/382; 376/396. MESTIERI, Joo. Teoria Elementar de Direito Criminal, p. 117.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 porto e o segundo num aeroporto, desde que o crime no tenha repercutido perante a ordem jurdica brasileira. 10.6. A extraterritorialidade condicionada: condies Condio 1- Entrar o agente no territrio nacional. Sem a presena do agente em territrio brasileiro, seria incuo o seu julgamento por nossa Justia Criminal e, segundo nossa lei, eis que estamos diante de casos de competncia subsidiria ou substitutiva, isto , nossa lei somente ser aplicada se no o for a do pas onde ocorreu a infrao. Trata-se de uma espcie de condio de procedibilidade.9 O TJSP decretou a nulidade da ao penal por crime cometido no estrangeiro por brasileiro que no retornou a nosso pas.10 Em se tratando de extraterritorialidade condicionada, torna-se fundamental a entrada do agente em territrio nacional, seja de modo voluntrio ou no, a fim de gerar interesse punitivo. Mencione-se a lio de Frederico Marques a respeito: No distingue a lei se a entrada foi extempornea ou forada, ou se resultou simplesmente da passagem do autor do crime pelo pas. Por outro lado, se essa entrada condio necessria, para a perseguio penal, tambm o condio suficiente, de forma que, instaurado o inqurito policial, com a comprovao da entrada do agente em territrio brasileiro.

Condio 2- Ser o fato punvel tambm no pas em que foi cometido. Se a competncia extraterritorial de nossa lei, nesses casos, substitutiva, torna-se compreensvel essa exigncia. preciso que o ato praticado constitua crime tanto aqui quanto no pas estrangeiro. Se o fato cometido em pas estrangeiro irrelevante perante o ordenamento jurdico-penal brasileiro, no se pune seu autor em nosso pas. Na realidade, a condio expressa o princpio da dupla tipicidade: o fato praticado no exterior e considerado crime no Brasil necessita ser tambm infrao penal no exterior. Nesse sentido:9

Cf. JESUS, Damsio E. de. Op. cit.RT 233/122.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 Indefere-se a extradio com relao a fatos cuja descrio, na documentao que institui o pedido, no permite aferir da sua dupla tipicidade penal. 11 Quando o crime for cometido em lugar no-pertencente a pas algum, aplica-se a lei da ptria do agente do delito, pois so os nacionais responsveis pelo cumprimento das leis do seu pas. Condio 3. Estar o crime includo entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradio. Condio 4. No ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou no ter a cumprido a pena. Condio 5. No ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, no estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorvel.

A lei brasileira aplica-se tambm ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condies supramencionadas: 1) no foi pedida ou foi negada a extradio; 2) houve requisio do Ministro da Justia. Veja que aqui foi adotado o princpio de proteo ou real.

11. Do lugar do crime Para solucionar a questo do lugar do crime, tambm foram criadas trs teorias: 1a) Da atividade:

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STF, Extr. 518, Plano, rel. Seplveda Pertence, RTJ 133/1993.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 considerado lugar do crime aquele em que o agente desenvolveu a atividade criminosa, ou seja, onde praticou os atos executrios. 2a) Do resultado:

Segundo a teoria do resultado, tambm conhecida por teoria do efeito ou do evento, o local do delito o lugar da produo do resultado. 3a) Da ubiquidade (mista ou unitria).

Lugar do crime aquele em que se realizou qualquer dos momentos do iter criminis (caminho do crime), seja da prtica dos atos executrios, seja da consumao.

E grave na sua memria: A teoria adotada pelo Cdigo Penal, em relao ao lugar do crime, foi a teoria da ubiqidade. Diz o artigo 4 do CP: Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ao ou omisso, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. CASO FORENSE PRTICO Tcio, na fronteira do Paraguai, atira em Mvio, que est no Brasil. Mvio morre. Pergunta-se: o lugar do crime foi no Brasil ou no Paraguai? Soluo do problema: O lugar do crime foi no Brasil. Basta que uma poro da conduta criminosa tenha ocorrido em nosso territrio, para ser aplicada nossa lei. Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em prova! 1- (OAB-FCC). O lugar do crime regido pela teoria: a)( ) Teoria do resultado ou mista;

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 b)( ) Teoria da atividade ou unitria; c)( ) Teoria da ubiqidade ou unitria; d)( ) Teoria da atividade ou mista. Comentrios: Resposta: c. Os vrios segmentos doutrinrios denominam esta teoria como: teoria da ubiqidade, mista ou unitria. 2- (OAB-FCC). Definimos o lugar do crime como: a)( ) o local da ao ou omisso, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. b)( ) o local da produo do resultado. c)( ) indiferentemente, o local da ao ou do resultado. d)( ) o local da ao ou omisso, ainda que outro seja o resultado do momento. Comentrios: Resposta: a. Caso voc tenha errado leia novamente o item da coruja fique atento.

12. A importncia da pena cumprida no estrangeiro A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela computada, quando idnticas. EXEMPLOS DIDTICOS Exemplo 1. Penas diversas: pena de multa cumprida no estrangeiro e privativa de liberdade a ser imposta no Brasil. Neste caso, a pena no Brasil ser atenuada. Exemplo 2. Penas idnticas: A cumpriu 25 anos (vinte e cinco) de recluso no estrangeiro. Foi condenado, no Brasil, pelo mesmo crime, a 30 (trinta) anos de recluso. Soluo: A pena do Brasil ser diminuda e A s pagar 5 (cinco) anos. REVISO DIDTICA:

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 Exemplo de diversidade qualitativa 3. Um sujeito, no estrangeiro, pratica crime contra a f pblica da Unio (brasileira), incidindo a extraterritorialidade incondicional de nossa lei penal (art. 7o, I, b). condenado nos dois pases (art. 7o, 1o): multa no estrangeiro e recluso no Brasil. Satisfeita a multa no estrangeiro, fica atenuada a pena imposta no Brasil. Exemplo de diversidade quantitativa 4. No caso anterior, o sujeito condenado no estrangeiro a 01 (um) ano e no Brasil a 02 (dois) anos de recluso. Cumprida a pena no estrangeiro, o condenado ter, no Brasil, a cumprir, 01 (um) ano de recluso. 13. A sentena estrangeira e sua eficcia A sentena estrangeira, quando a aplicao da lei brasileira produz na espcie as mesmas conseqncias, pode ser homologada no Brasil para: a) obrigar o condenado reparao do dano, a restituies e a outros efeitos civis; b) sujeit-lo medida de segurana.

13.1. A homologao supramencionada depende: Para obrigar o condenado reparao do dano, a restituies e a outros efeitos civis, de pedido da parte interessada. Para os outros efeitos, depende da existncia de tratado de extradio com o pas de cuja autoridade judiciria emanou a sentena, ou, na falta de tratado, de requisio do Ministro da Justia. Na conformidade da lei brasileira (arts. 63 e 64 do Cdigo de Processo Penal), o autor do delito, se responsabilizado criminalmente, fica obrigado a reparar o dano. Obs. 1: A sentena estrangeira dever ser homologada no Brasil, se requerida pelo interessado. A Constituio Federal, art.105, inciso I, alnea i, estabelece que competncia do STJ (Superior Tribunal de Justia) a homologao das sentenas estrangeiras, in verbis:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justia: I processar e julgar, originariamente:

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 i) a homologao de sentenas estrangeiras e a concesso de exequatur s cartas rogatrias.

14. A contagem do prazo penal Na contagem do prazo penal, o dia do comeo inclui-se no cmputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendrio comum.

1. A foi condenado em 10 dias de priso. Comeou a cumprir a pena no dia 1o de janeiro. O trmino da penalidade ser no dia 10 ou 11? Resposta: Terminar s 24h do dia 10. Obs.: Parece que a soluo fcil, mas necessrio que voc saiba que o prazo processual penal diferente, pois o mesmo regulado pelo art. 798 do Cdigo de Processo Penal (no se computar no prazo o dia do comeo). 2. A foi condenado e foi intimado no dia 1 o de janeiro para recorrer da sentena em 10 dias. Pergunta-se: o prazo termina dia 10 ou 11? Resposta: Agora diferente. Se voc no incluiu o primeiro dia, o prazo terminar s 24h do dia 11. Moral da histria: os dois institutos esto direcionados a beneficiar o ru. Prazo penal: quanto mais rpido terminar, melhor (por isso, inclui-se o primeiro dia). Prazo processual penal: se for contado de forma rpida, prejudica o ru (por isso, no inclui o primeiro dia; assim, a contagem ser mais lenta).

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 E mais ainda: se A, no primeiro exemplo, comeou a cumprir a pena no dia 1o de janeiro s 23h59s. Pergunta-se: quando terminar o prazo? Resposta: A mesma resposta: s 24h do dia 10. Por qu? O primeiro dia contado por inteiro, no se levando em conta que, realmente, durante ele, o ru ficou encarcerado somente 1 segundo.12 Obs.: A decadncia e prescrio so institutos que esto no Cdigo Penal e no Cdigo de Processo Penal. Pergunta-se: aplica-se a contagem do CP ou do CPP? Resposta: O prazo ser contado da forma que mais beneficiar o acusado, ou seja, pela regra do art. 10 do CP.13 15. Das fraes no-computveis da pena Na arroladas: aplicao das penas, observam-se as regras abaixo

Regra 1. Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as fraes de dia. 15.1. Desprezo das fraes de dia EXEMPLO DIDTICO Nos termos da primeira regra, nas penas privativas de liberdade e restritivas de direito devem ser desprezadas as fraes de dia, que so as horas. Assim, se o juiz tiver de aumentar de metade a pena de 15 (quinze) dias, o quantum ser de 22 (vinte e dois) dias, e no de 22 dias e 12h. Essas fraes de dia devero ser desprezadas.14 Regra 2. Desprezam-se, na pena de multa, as fraes de cruzeiro.

12

Nesse sentido, o STF j se posicionou (STF, HC 45.648, RTJ, 47:592; TACrimSP, ACrim 202.629, RT, 525:389; ACrim 435.367, JTACrimSP, 91:409).13

Neste sentido: STF, RHC 54.088, RT, 490:389; TACrimSP, HC 111.516, JTACrimSP, 69:169 e 91:409. No mesmo sentido: RT, 490:389; ACrim 492.723, Julgados, 95:167; STJ, REsp 116.041, 6a Turma, DJU, 20/10/1997, p. 53.144.14

Exemplo de Nelson Hungria.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 Desprezo das fraes de cruzeiro. Exemplo: pena em dez dias-multa, acrescida de um tero; o resultado treze dias-multa, e no treze dias-multa e fraes.

16. Do conflito aparente de normas Conceito. Ocorre conflito aparente de normas quando aparentemente existem duas ou mais normas aplicveis ao mesmo fato. Para saber qual das normas deve ser efetivamente aplicada ao fato concreto, dentre as aparentemente cabveis, torna-se necessrio recorrer aos princpios que solucionam a questo. So eles: Alternatividade. Especialidade, Subsidiariedade, (Consuno Consuno, Especialidade

MACETE: o nome Subsidiariedade Alternatividade)

CESA

16.1. Princpio da Especialidade Conceito. A norma especial derroga a geral. Exemplo 1: matar algum (art. 121 do CP). Nesse caso, a recluso de 06 (seis) a 20 (vinte) anos. S que h vrias maneiras de matar algum, por exemplo: quando se mata algum para roubar o crime no ser o de homicdio e sim o de latrocnio, artigo 157 3 do Cdigo Penal que norma especial em relao ao homicdio. Exemplo 2: a norma do art. 123 do CP, que trata do infanticdio, prevalece sobre o art. 121, que cuida do homicdio, porque possui os elementos especializantes prprio filho, durante o parto ou logo aps e sob a influncia do estado puerperal. QUEM PODE O MAIS PODE O MENOS (Preparando Voc Para Voar Nos Concursos) Voc agora vai resolver uma questo de alto nvel elaborada em um concurso para Procurador da Repblica.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 Pode responder tranquilamente, pois com a metodologia que estamos usando voc vai responder qualquer questo (At da NASA). (24. Ministrio Pblico da Unio MPDFT) O CP, em seu art. 121, 3., tipificou o homicdio culposo, todavia a Lei n. 9.503/1997, em seu art. 302, tipificou a conduta de quem causa homicdio culposo na direo de veculo automotor, inclusive fixando pena mais grave. Considerando os princpios existentes para a soluo do conflito aparente de normas, para encontrar a norma aplicvel ao condutor que causasse um homicdio culposo de trnsito no dia de hoje poderia ser utilizado o princpio da: a)( ) alternatividade. b)( ) consuno ou absoro. c)( ) subsidiariedade. d)( ) especialidade. Comentrios: Resposta: d, no foi fcil? A norma especial que o Cdigo de Trnsito (Lei n 9.503/1997) derroga a geral que o Cdigo Penal, portanto, o homicdio culposo de trnsito ser punido pelo Cdigo de Trnsito que norma especial em relao ao Cdigo Penal. 16.2. Princpio da Subsidiariedade H dois tipos: 1- Implcita ou tcita. Ocorre quando: a) vrios delitos unem-se para formar um outro nico delito. Neste caso, o agente ativo pagar pelo delito formado. Por exemplo: nos crimes complexos existem vrios delitos juntos, o latrocnio abrange os arts. 146, 147, 129, 157, 121 e resumido num s, o 157, 3o, in fine; b) quando um delito une-se a outro para formar qualificadora ou majorante. Exemplo: atropelar e omitir socorro. uma

2- Explcita. Ocorre a aplicao da norma subsidiria quando esta prev expressamente sua incidncia, no caso de no constituir o fato um crime mais grave. Pode ser, tambm, chamada de subsidiariedade expressa.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 Exemplo: art. 132 do CP: Expor a vida ou a sade de outrem a perigo direto e iminente. Pena: deteno, de 3 (trs) meses a 1 (um) ano, se o fato no constitui crime mais grave.

16.3. Princpio da Consuno Pelo princpio da consuno (ou absoro), um fato mais amplo e mais grave absorve o fato menos amplo e menos grave, que funciona como fase normal de preparao (antefactum no-punvel) ou de execuo (crime progressivo ou crime complexo ou progresso criminosa) ou, ainda, mero exaurimento (postfactum no-punvel). Em linguagem didtica, costuma-se dizer que o tubaro (fato mais abrangente) engole as sardinhas (fatos que integram aquele como sua parte). CUIDADO: NO CONFUNDA AS PALAVRAS 1A palavra consuno que um princpio do conflito aparente de normas

A palavra concusso o crime previsto no artigo 316 do CP.

Anlise de forma mais didtica Podemos dividir o conceito em trs partes. 1a parte- Um delito (crime) serve de meio (caminho) para se chegar a um fim (outro crime). Exemplo:O art. 150 do CP meio para o art. 155 do CP (invaso domiclio meio para um furto). Neste caso, o meio consumido pelo fim. 2a parte- Quando o delito fase normal de preparao ou execuo de outro crime (tambm consumido). Exemplo: porte ilegal de arma, leso corporal = homicdio. Paga-se pelo homicdio, pois os meios so consumidos pelo fim. 3a parte. Se um ato anterior ou posterior resultar em um crime, e esses atos forem praticados com a mesma finalidade (pelo delito maior), os delitos menores sero consumidos.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 16.3.1. Hipteses em que se aplica o princpio da consuno a)Crime progressivo. Ocorre o crime progressivo quando o agente, desejando desde o incio a produo de um resultado mais grave, mediante diversos atos, realiza sucessivas e crescentes violaes ao bem jurdico. Exemplo didtico 1 Para matar algum, necessrio que, antes, lesione-se esta mesma pessoa. Nesse caso, embora tenha havido tambm o crime de leso corporal, o agente s responde pelo resultado final (homicdio), que era o resultado por ele pretendido desde o incio. H, pois, aplicao do princpio da consuno. Exemplo didtico 2 Com inteno de matar a esposa, o agente arma-se com um pedao de madeira e desfere diversas pauladas (vrios atos), at matla. H vrios atos, progressivamente mais graves, e uma s conduta, um s crime. O ltimo golpe letal absorve os golpes anteriores, respondendo o agente por homicdio consumado. Portanto, para a caracterizao do crime progressivo, necessrio o concurso de unidade de desgnio (nica vontade/ unidade do elemento subjetivo); unidade de fato (existe um s crime, dirigido por uma s vontade); pluralidade de atos; e progressividade na leso ao bem jurdico. b) Progresso criminosa. Subdivide-se em: b.1) Progresso criminosa em sentido estrito. Ocorre quando o agente, aps atingir o resultado desejado inicialmente, pratica novo fato (novo crime, e no ato), produzindo um resultado mais grave. Soluo: o agente responder apenas pelo crime final, em razo da aplicao do princpio da consuno. H pluralidade de fatos e pluralidade de elementos subjetivos. Exemplo didtico O agente inicialmente quer apenas lesionar a vtima, mas, durante a execuo do crime de leses corporais, ele altera o seu dolo e resolve mat-la, respondendo, assim, apenas pelo homicdio doloso. b.2) Antefactum impunvel. um fato menos grave praticado pelo agente antes de um mais grave, como meio necessrio realizao deste. A prtica delituosa, que serviu como meio necessrio para a realizao do crime, fica por este absorvida por se tratar de crime-meio. O crime anterior integra a fase de preparao ou de execuo do crime posterior e, por isso, no punvel. O fato mais graveProf. Francisco Dirceu Barros

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absorve o menos grave, salvo a Smula n o 17 do STJ, nica exceo, onde o fato menos grave (estelionato) absorve o mais grave (falsidade documental), desde que a falsidade no tenha maior potencialidade lesiva. O critrio usado nesta subespcie diferenciado, conforme anlise da referida Smula, mas a condio exigida pelos Tribunais a mesma objetividade jurdica do crime mais grave e menos grave, para adequao da absoro.

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Exemplo didtico Subtrair uma folha de cheque em branco para preench-lo e, com ele, cometer um estelionato. O estelionato absorve o crime anterior. b.3) Postfactum impunvel. o fato menos grave praticado contra o mesmo bem jurdico da mesma vtima, aps a consumao de um primeiro crime. Embora constitua aquele um novo delito, considerado como impunvel, por ser menos grave que o anterior. Nesse caso, aplicase o caso da consuno e o agente responde apenas pelo crime anterior (mais grave) praticado. Exemplo didtico A furta relgio e, logo aps, quebra-o dolosamente. Neste caso, A s poder ser processado por furto, porque o fato posterior (crime de dano, art. 163 do CP) menos grave, foi cometido contra o mesmo sujeito passivo e atenta contra o mesmo objeto jurdico (o patrimnio). c) Crime complexo. aquele que resulta da unio de dois ou mais crimes autnomos, que passam a funcionar como elementares ou circunstncias do crime complexo. Pelo princpio da consuno, o agente no responde pelos crimes autnomos, mas to-somente pelo crime complexo. Exemplo didtico O crime de latrocnio que surge da fuso dos crimes de roubo e homicdio; o crime de extorso mediante seqestro que aparece com a fuso dos crimes de seqestro e extorso; o crime de leso corporal seguida de morte, conseqncia da juno dos crimes de leso corporal e homicdio culposo. Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em prova!

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 (FCC- Analista do Ministrio Pblico Sergipe- 2009). No conflito aparente de normas, quando se evidencia a ocorrncia de um crime-meio para a caracterizao de um crime-fim, a questo vem solucionada pelo:

a)( ) princpio da subsidiariedade tcita; b)( ) princpio da consuno; c)( ) princpio da especialidade; d)( ) princpio da alternatividade; e)( ) princpio da fragmentariedade.

Comentrios: Resposta: b. Caso voc tenha errado leia novamente o item 16.3. (FCC/TJTO/Analista Judicirio). Em caso de conflito aparente de normas, ser pertinente a aplicao do princpio da consuno: a)( ) ao crime progressivo, progresso criminosa, ao crime complexo. b)( ) se a comparao for entre normas e no entre fatos. c)( ) apenas se o fato for resultante da fuso de dois ou mais crimes autnomos. d)( ) somente ao crime progressivo. Comentrios: Resposta: a. Caso voc tenha errado leia novamente o item 16.3.1. Hipteses em que se aplica o princpio da consuno.

16.4. Princpio da Alternatividade Se um tipo atingir vrias condutas alternativas, a pessoa que infringir paga s uma vez pelo mesmo crime. O crime de induzimento ao suicdio assim definido: Induzir ou instigar algum a suicidar-se ou prestar-lhe auxlio para que o faa.

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Caso Tcio induziu, depois instigou e ainda comprou uma corda para Mvio suicidar-se. Pergunta-se: Tcio paga por quantos crimes? Resposta: s um, pois o tipo penal tem vrios verbos (Induzir, instigar e prestar), neste caso, usamos o Princpio da Alternatividade para dizer que: Se um tipo atingir vrias condutas alternativas, a pessoa que infringir paga s uma vez pelo mesmo crime.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 QUESTES COMENTADAS DA

1- (FCC/TJSP/Analista Judicirio) O princpio da reserva legal significa que: a) s a lei pode determinar o que infrao penal e prever a sano cabvel. b) o autor de um fato delituoso s pode ser julgado pelo Juiz competente. c) o Juiz pode aplicar o fato delituoso em julgamento a lei que lhe parecer mais justa. d) o autor de um fato delituoso s pode ser julgado atravs do processo legal.

2)- (FCC/PB/Analista Judicirio).No tema "Lei Penal no Tempo", o princpio da ultratividade da lei penal significa: a) aplicao da lei penal mais benfica para fatos ocorridos antes de sua vigncia. b) aplicao da lei penal mais benfica para fatos ocorridos antes e depois de sua vigncia. c) aplicao da lei penal mais benfica para fatos ocorridos durante a sua vigncia mesmo a possua revogao. d) proibio da retroatividade da lei penal. e) irretroatividade da lei penal, salvo para beneficiar o ru.

3. (FCC/BA/Analista Judicirio) Lei posterior que passa a cominar ao crime de uma pena menor:

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a) no tem aplicao aos anteriormente sua vigncia

fatos

Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 anteriores porque cometidos

b) tem aplicao aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentena condenatria transitada em julgado c) tem aplicao aos fatos anteriores, desde que no tenha ocorrido o trnsito em julgado da sentena condenatria d) tem aplicao aos fatos anteriores, mas to somente para fazer cessar os efeitos civis da sentena condenatria e) tem aplicao aos fatos anteriores, desde que no tenha ocorrido o trnsito em julgado da sentena condenatria para a defesa. 4. (FCC/PA/Analista Judicirio) Com relao eficcia da Lei penal no espao, considere: I. Aplica-se a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves estrangeiras de propriedade privada, achando-se em pouso no territrio nacional ou em vo no espao areo brasileiro. II. Aos crimes praticados em embarcaes brasileiras, de natureza pblica, que se encontre em porto estrangeiro, ser aplicada a lei do pas em que a embarcao estiver aportada. III. Aos crimes cometidos a bordo de embarcaes mercantes ou de propriedade privada brasileira, que se acharem em alto-mar, ser aplicada a lei brasileira.

correto o que se afirma APENAS em a). I e II. b). I e III. c). II. d). II e III. e). III. 5. (FCC/Simulada) A chamada abolitio criminis faz cessar, em virtude dela,

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 a) a execuo da sentena condenatria mas no os seus demais efeitos penais. b) a execuo da pena em relao ao autor do crime mas este benefcio no se estende aos eventuais co-autores ou partcipes. c) os efeitos penais da sentena condenatria mas no a sua execuo. d) a execuo e os efeitos penais da sentena condenatria.

6. (FCC/Simulada) A expresso ''abolitio criminis'' significa a) deixar o juiz de aplicar a pena quando as conseqncias da infrao atingirem o agente de forma to grave que a sano se torne desnecessria. b) a possibilidade de absolvio do agente quando a norma tipificadora da infrao penal caiu em desuso. c) revogao de norma que tipifica uma conduta como infrao penal; ela no alcana os efeitos civis da condenao transitada em julgado. d) abolio da pena dos criminosos, mediante decreto do Presidente da Repblica, normalmente editado no Natal. e) o mesmo que abolicionismo penal: corrente doutrinria que propugna forma de descriminalizao. PREPARANDO VOC PARA UM NVEL MAIS ELEVADO QUEM PODE O MAIS PODE O MENOS. Veja como ficou fcil resolver at questo de alto nvel 7. (24. Ministrio Pblico da Unio MPDFT) No que concerne aplicao da lei penal no tempo, assinale a opo incorreta. a) A abolitio criminis faz cessar a execuo da sentena condenatria e todos os efeitos penais decorrentes dessa deciso. b) A abolitio criminis faz cessar a obrigao de indenizar o dano causado pelo crime, a qual decorre da sentena penal condenatria. c) A lei penal mais benigna possui retroatividade e ultratividade.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 d) A lei excepcional, cessadas as circunstncias que a determinaram, aplica-se a fato praticado durante sua vigncia.

8. (FCC-OAB) 'Normas penais em branco'' so a) normas de contedo incompleto, as quais exigem complementao por outra norma jurdica, a fim de serem aplicadas ao fato concreto. b) normas de contedo abstrato, complementao jurdica de outra norma. as quais independem de

c) normas de contedo vago, cujos preceitos devem ser analisados de forma restrita, com intuito de evitar interpretao analgica. d) normas de contedo incerto, pelas quais o juiz deve analis-las de acordo com o critrio de maior benignidade para o ru.

9. (FCC-OAB) Sobre a aplicao da lei penal, a alternativa que faz referncia incorreta : a) considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ao ou omisso ainda que outro tenha sido o lugar do resultado b) ficam sujeitos lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repblica c) a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela computada, quando idnticas. d) para efeitos penais, consideram-se como extenso do territrio nacional as embarcaes e aeronaves brasileiras, de natureza pblica ou a servio do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcaes brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espao areo correspondente ou em alto-mar.

10. (129. OAB/SP) Segundo a teoria da atividade, considera-se tempo do crime a) o momento da conduta. b) o momento da consumao do crime.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 c) o momento em que se realiza o efeito da ao ou omisso. d) o momento da conduta ou o momento do resultado.

11. (FCC/124. OAB/SP) O Cdigo Penal adotou (A) a teoria do resultado, em relao ao tempo do crime, e a teoria da ubiqidade, em relao ao lugar do crime. (B) a teoria da atividade, em relao ao tempo do crime, e a teoria da ubiqidade, em relao ao lugar do crime. (C) a teoria da atividade, em relao ao tempo do crime, e a teoria do resultado, em relao ao lugar do crime. (D) a teoria do resultado, em relao ao tempo do crime, e a teoria da atividade, em relao ao lugar do crime.

12. (FCC/Simulada) No que concerne ao tempo do crime, nosso Cdigo Penal adotou a teoria A) do resultado. B) da ubiqidade. C) mista. D) da atividade.

13. (FCC- 130. OAB/SP) Em relao ao lugar do crime, o Cdigo Penal vigente adotou a teoria: (A) da atividade. (B) do resultado. (C) da ubiqidade. (D) do assentimento.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 14. (Delegado de Polcia/SP 2008) Com relao ao tempo do crime, o Cdigo Penal brasileiro adotou a teoria da: (A) relatividade. (B) consumao. (C) atividade. (D) ubiqidade. (E) habitualidade.

15. (FCC/Simulada) A exigncia de ser editada uma lei antes do fato fundamento essencial do princpio: A) in dubio pro reo; B) da especialidade; C) da isonomia; D) da anterioridade.

16. (FCC-OAB) O Princpio da ........................... "A lei penal no retroagir, salvo para beneficiar o ru". a) retroatividade da lei mais benigna b) irretroatividade da lei mais gravosa c) Reserva Legal d) Legalidade

17. (FCC/Simulada) Lei posterior que passa a cominar ao crime de uma pena menor: A) no tem aplicao aos anteriormente sua vigncia fatos anteriores porque cometidos

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 B) tem aplicao aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentena condenatria transitada em julgado C) tem aplicao aos fatos anteriores, desde que no tenha ocorrido o trnsito em julgado da sentena condenatria D) tem aplicao aos fatos anteriores, mas to somente para fazer cessar os efeitos civis da sentena condenatria E) tem aplicao aos fatos anteriores, desde que no tenha ocorrido o trnsito em julgado da sentena condenatria para a defesa.

18. (FCC/TJPE/Analista Judicirio) Ocorre o ............................ quando duas ou mais normas entram em vigor ao mesmo tempo, regulando a mesma matria, sendo certo que uma delas exclui as demais, tendo em vista as relaes existentes entre elas. a) concurso excludente de normas; b) concurso temporal de normas; c) concurso aparente de normas; d) concurso de agentes.

19. (FCC-OAB) O Princpio da ............. dispe que a Lei Penal aplicada no territrio onde se exerce a soberania do Estado, independentemente da nacionalidade do agente. a) Personalidade; b) Territorialidade; c) Defesa; d) Justia Universal;

20. (FCC/TJMG/Analista Judicirio) O Princpio da .................... leva em conta a nacionalidade do bem jurdico atingido pela ao delituosa, onde quer que seja ela praticada e seja qual for a nacionalidade do agente.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 a) Personalidade; b) Territorialidade; c) Defesa; d) Justia Universal;

21. (FCC- Analista do Ministrio Pblico Sergipe- 2010). Considere a hiptese de um crime de extorso em andamento, em que a vtima ainda se encontra privada de sua liberdade de locomoo. Havendo a entrada em vigor de lei penal nova, prevendo aumento de pena para esse crime, (A) ter aplicao a lei penal mais grave; (B) ter aplicao a lei nova, em obedincia ao princpio da ultratividade da lei penal. (C) no poder ser aplicada a lei penal nova, que s retroage se for mais benfica ao ru. (D) ser aplicada a lei nova, em obedincia ao princpio tempus regit actum. (E) no ser aplicada a lei penal mais grave, pois o direito penal no admite a novatio legis in pejus.

Vou fazer uma pequena adaptao na questo para voc saber ter contato com uma grande pegadinha: 22. Considere a hiptese de um crime de extorso mediante seqestro em andamento, em que a vtima ainda se encontra privada de sua liberdade de locomoo. Havendo a entrada em vigor de lei penal nova, prevendo aumento de pena para esse crime, (A) ter aplicao a lei penal mais grave; (B) ter aplicao a lei nova, em obedincia ao princpio da ultratividade da lei penal. (C) no poder ser aplicada a lei penal nova, que s retroage se for mais benfica ao ru.Prof. Francisco Dirceu Barros

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 (D) ser aplicada a lei nova, em obedincia ao princpio tempus regit actum. (E) no ser aplicada a lei penal mais grave, pois o direito penal no admite a novatio legis in pejus.

QUEM PODE O MAIS PODE O MENOS (Preparando Voc Para Voar Nos Concursos) Voc agora vai resolver trs questes de alto nvel. Pode responder tranquilamente, pois com a metodologia que estamos usando voc vai responder qualquer questo (At da NASA).

23. (Procurador do Estado/SP 2005) O antefato e o ps-fato impunveis so desdobramentos do princpio da: (A) ofensividade. (B) consuno. (C) especialidade. (D) conexo. (E) taxatividade.

24. (43. Promotor de Justia MP/MG) A respeito da lei penal no tempo, marque a opo FALSA. (A) A denominada lei penal intermediria, sendo a mais benfica, retroagir em relao lei anterior (do tempo do fato) e ser, ao mesmo tempo, ultrativa em relao lei posterior (que a sucedeu antes do esgotamento dos efeitos jurdico-penais do acontecimento delitivo). (B) A lei posterior, que deixa de considerar como crime uma determinada conduta, retroage para alcanar os fatos anteriores sua vigncia, ainda que definitivamente julgados.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 (C) As leis excepcionais ou temporrias so ultrativas, ou seja, tm eficcia mesmo depois de cessada sua vigncia, regulando os fatos praticados durante seu tempo de durao. (D) Em virtude da abolitio criminis cessam a execuo e os efeitos principais da sentena condenatria, como a imposio de pena, permanecendo os efeitos secundrios, como a reincidncia e a meno do nome do ru no rol dos culpados.

25. (130. OAB/SP) Quanto aplicao da lei penal no espao, aponte a alternativa incorreta. (A) O Cdigo Penal adotou, como regra, o princpio da territorialidade. (B) Na aplicao do princpio da territorialidade, territrio jurdico compreende todo o espao em que o Estado exerce a sua soberania. (C) Conforme o art. 7., I, a, do Cdigo Penal, ficam sujeitos lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes contra a honra do Presidente da Repblica Federativa do Brasil. (D) A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas.

RESPOSTAS COMENTADAS 1- Item correto: a. Comentrio: o que ns falamos no princpio da anterioridade tambm aplicvel ao princpio da legalidade ou reserva legal, ou seja, a questo pode questo pode ser elaborada de trs formas diferentes: No h crime (infrao penal ou contraveno) sem lei que o defina; no h pena sem imposio legal.

2. Item correto: c. Comentrio: lembre-se ultra-atividade o fenmeno em que uma lei, embora a lei esteja revogada, permanece com seus efeitos.

3. Item correto: b. Comentrio: leia o artigo 2 do CP:

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 Ningum pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execuo e os efeitos penais da sentena condenatria. Pargrafo nico. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentena condenatria transitada em julgado.

4. Item correto: b. Comentrio: Leia o artigo 5 do CP: Aplica-se a lei brasileira, sem prejuzo de convenes, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no territrio nacional. 1 Para os efeitos penais, consideram-se como extenso do territrio nacional as embarcaes e aeronaves brasileiras, de natureza pblica ou a servio do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcaes brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espao areo correspondente ou em alto-mar. 2 tambm aplicvel a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcaes estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no territrio nacional ou em vo no espao areo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

5. Item correto: d. Comentrio: leia o artigo 2 do CP: Ningum pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execuo e os efeitos penais da sentena condenatria. Pargrafo nico. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentena condenatria transitada em julgado.

6. Item correto: c. Comentrio: Cuidado: abolitio criminis faz cessar os efeitos penais da sentena condenatria, portanto, no alcana os efeitos civis da condenao transitada em julgado, assim o autor pode ser obrigado a reparar o dano causado pelo crime.

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No esquea: A edio de lei mais favorvel (''abolitio criminis'') possibilita ao ru ver cessada a execuo e os efeitos penais da sentena condenatria.

7. Item correto: b. Comentrio: o item b ficou errado porque a abolitio criminis no faz cessar a obrigao de indenizar o dano causado pelo crime.

8. Item correto: a. Comentrio: Lembre-se que as leis penais em branco so as de contedo incompleto, vago, lacunoso, que necessitam ser completadas por outras normas jurdicas, geralmente de natureza extrapenal.

9. Item incorreto: o item errado o a . Comentrio: leia o artigo 6 do CP: Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ao ou omisso, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

10. c, 11, b, 12, d, 13, c. Comentrios: No Direito brasileiro, o lugar do crime o local em que ocorreu a ao ou omisso, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. NO CONFUNDA No tempo do crime a teoria adotada foi a da atividade: Considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado. No lugar do crime a teoria adotada foi a da ubiquidade ou mista:Prof. Francisco Dirceu Barros

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ao ou omisso, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 14. Item correto: c. Comentrio: questo de alto nvel?? Ficou to fcil que nem precisa comentar.

15. Item correto: d. Comentrio: j aprendemos que o princpio da anterioridade defende que No h crime sem lei anterior que o defina; no h pena sem prvia imposio legal.

16. a, 17. b. Comentrios: Leia a CF, art. 5o, XL: a lei penal no retroagir, salvo para beneficiar o ru. Leia tambm o pargrafo nico do artigo 2 do CP: A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentena condenatria transitada em julgado.

18. Item correto: c. Comentrio: j aprendemos que haver conflito aparente de normas, quando as normas aparentemente entram em conflito, pois existem duas ou mais normas aplicveis ao mesmo fato.

19. Item correto: b. Comentrio: j aprendemos que o princpio da territorialidade preconiza que a lei penal s tem aplicao no territrio do Estado que a editou, sem atender nacionalidade do sujeito ativo do delito ou do titular do bem jurdico lesado.

20. Item correto: c. Comentrio: lembre-se o princpio da defesa, tambm conhecido como princpio real ou de proteo. Leva em conta a nacionalidade do bem jurdico lesado pelo crime, independentemente do local de sua prtica ou da nacionalidade do sujeito ativo.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 21. Item correto: e. Comentrio: o item e ficou correto porque no crime de extorso, o resultado ocorre de maneira imediata, no se prolongando no tempo, ou seja, o crime instantneo, portanto, no ser aplicada a lei penal mais grave, pois o direito penal no admite que uma lei nova retroaja em prejuzo do autor do delito. Item correto: a. Comentrio: o item a ficou correto porque no crime de extorso mediante seqestro o seu resultado se prolonga no tempo, ou seja, o crime permanente, portanto, ser aplicada a lei penal mais grave. Repito: no caso do crime permanente, lei nova deve ser aplicada, mesmo que mais gravosa, e no se pode falar em retroatividade malfica, pois o agente ser punido pela legislao em vigor, no momento do crime. Lembra da smula do STF???? Smula no 711. A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigncia anterior cessao da continuidade ou da permanncia. STJ: O crime de extorso mediante seqestro, previsto no art. 159, 1, do CP, por ser de natureza permanente, consuma-se onde a vtima encontra-se privada de locomoo, independentemente do pagamento de resgate. (STJ RT 748/566).

23. Item correto: b. Comentrio: vou repetir, pelo princpio da consuno (ou absoro), um fato mais amplo e mais grave absorve o fato menos amplo e menos grave, que funciona como fase normal de preparao (antefactum no-punvel) ou de execuo (crime progressivo ou crime complexo ou progresso criminosa) ou, ainda, mero exaurimento (postfactum no-punvel).

24. Item correto: d. Comentrio: o erro se encontra na expresso permanecendo os efeitos secundrios, como a reincidncia e a meno do nome do ru no rol dos culpados, pois j aprendemos que com a abolitio criminis s permanece o efeito civil, qual seja, a obrigao de reparar o dano.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 25. Item correto: c. Comentrio: corrija o erro lendo o artigo 7 do CP: Ficam sujeitos lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repblica; O SUPRA-SUMO DO PERFIL FCC Da anlise das provas da FCC detectei que quais so as questes mais cobradas no tema aplicao da lei penal. ATENO: voc no pode passar para prxima aula sem resolver as 20 questes seguintes. 1. Voc sabe quais so os princpios que regem a aplicao da lei penal no tempo? Em caso de dvida consulte o item 2. 2. Voc aprendeu definir abolitio criminis? Em caso de dvida consulte o item 3. 3. Voc sabe como realizada a retroatividade das leis penais em branco? Em caso de dvida consulte o item 4. 4. Voc sabe fazer a diferena entre uma lei excepcional e uma temporria? Em caso de dvida consulte o item 7. 5. Voc sabe qual a teoria dominante em relao ao tema tempo do crime? Em caso de dvida consulte o item 8. 6. No tema territorialidade, voc sabe qual foi a teoria adotada? Em caso de dvida consulte o item 9. 7. Voc sabe quais so os princpios que regem a aplicao da lei penal no espao?

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 Em caso de dvida consulte o item 9.1. 8. Voc sabe o que territrio brasileiro por equiparao? Em caso de dvida consulte o item 9.2. 9. Voc sabe o que extraterritorialidade incondicionada? Em caso de dvida consulte o item 10.1. 10. Voc sabe quais os crimes que ficam sujeitos lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro? Em caso de dvida consulte o item 10.2. 11. Voc sabe quais so os requisitos da extraterritorialidade condicionada? Em caso de dvida consulte o item 10.6. 12. Voc sabe Voc sabe qual a teoria dominante em relao ao tema lugar do crime. Em caso de dvida consulte o item 11. 13. Voc sabe qual a importncia da pena cumprida no estrangeiro? Em caso de dvida consulte o item 12. 14. Voc sabe como feita a contagem do prazo penal? Em caso de dvida consulte o item 14. 15. Voc sabe quais so os princpios que regem o conflito aparente de normas? Em caso de dvida consulte o item 16. 16. Voc sabe o que defende o princpio da subsidiariedade? Em caso de dvida consulte o item 16.2. 17. Voc sabe o que defende o princpio da especialidade? Em caso de dvida consulte o item 16.1. P 18. Voc sabe o que defende o princpio consuno?

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 Em caso de dvida consulte o item 16.3. 19. Voc sabe quais so as hipteses em que se aplica o princpio da consuno? Em caso de dvida consulte o item 16.3.1. 20. Voc sabe o que defende o princpio alternatividade? Em caso de dvida consulte o item 16.4.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 Referncias Bibliogrficas: BARROS, Francisco Dirceu. Direito Penal Parte Especial, Vol. I, Srie Provas e Concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2007. _____. Direito Penal Parte Especial, Vol. II, Srie Provas e Concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2007. _____. Direito Penal, comentado e exemplificado com sua interpretao doutrinria e jurisprudencial, parte geral. Niteri: Impetus, 2006. _____. Direito Processual Penal. Vol. I, Srie Provas e Concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2006. _____. Direito Processual Penal. Vol. II, Srie Provas e Concursos. 2. ed.. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2006. BITENCOURT, Czar Roberto. Lies de Direito Penal Parte Geral. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1995. BRUNO, Anbal. Crime contra a pessoa. 5. ed.. Rio de Janeiro: Editora Rio, 1979. _____. Direito Penal: Parte Geral. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1959. _____. Direito Penal: Parte Especial. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1967. CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: Parte Especial. v. 2, 3. ed., So Paulo: Saraiva, 2003. DELMANTO, Celso. Cdigo Penal comentado. 5. ed., Rio de Janeiro: Renovar, 1988. GRECO, Rgerio. Curso de Direito Penal: Parte Especial. 2. ed. Niteri: Impetus, 2006. HUNGRIA, Nlson. Comentrios ao Cdigo Penal. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1983. JESUS, Damsio Evangelista de. Direito Penal: Parte Geral. 20. ed. So Paulo: Saraiva, 2000. _____. Cdigo Penal Anotado. 19. ed. So Paulo: Saraiva, 2000. _____. Direito Penal Parte Especial. 11. ed. So Paulo: Saraiva, 2001.

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Direito Penal p/ TRE-PR Teoria e exerccios comentados Prof. Francisco Dirceu Barros Aula 00 MARQUES, Jos Frederico. Tratado de Direito Penal. 2. ed.. So Paulo: Saraiva, 1964. MIRABETE, Jlio Fabbrini. Manual de Direito Penal Parte Geral. 2. ed. So Paulo: Atlas, 1985. _____. Cdigo Penal Interpretado. 10. ed. So Paulo: Atlas, 2003. NUCCI, Guilherme de Souza. Cdigo Penal Comentado. 5. ed. So Paulo: RT, 2006. PIERANGELLI, Jos Henrique. Manual de Direito Penal brasileiro, Parte Especial. (arts. 121 a 234), So Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Cdigo de Processo Penal Interpretado. So Paulo: Saraiva, 1997.

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