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SUBSECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
1º GRUPAMENTO DE SOCORRO FLORESTAL
E MEIO AMBIENTE
MANUAL TÉCNICO DE MONTANHISMO DO CURSO DE SALVAMENTO EM
MONTANHA
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MANUAL TÉCNICO DE MONTANHISMO DO CURSO DE SALVAMENT O
EM MONTANHA DO CBMERJ
AUTORES
Cb BM Q00/97 Jorge Eduardo Pereira Cunha da Silva da ABMDP II
Cb BM Q00/99 Cleiton Lira Caliocane do DBM 2/6 – Cachoeiras de Macacu
COLABORADORES
Ten Cel BM QOC/83 Gilberto de Andrade Mendes
Ten Cel BM QOC/93 Alex de Almeida Borges
Maj BM QOC/96 Cláudio Pacheco Velloso
Cap BM QOC/98 Rodrigo Lara de Azevedo
Cap BM QOC/00 Luciano Silva Fróes da Cruz
Cap BM QOC/00 Bruno Agnes Pereira
1º Ten BM QOC/01 Luciano Salviano de Sales
1º Ten BM QOC/02 Michel Camacho Cipolatti
2º Sgt BM Q01/90 Marcos Henrique Melo de Oliveira
3° Sgt BM Q01/90 Henrique Coimbra
3° Sgt BM Q00/91 Ernandes Correa de Medeiros
Cb BM Q00/98 Vinícius Faios da Silva
Cb BM Q05/00 Carlos Eduardo Herdy
Cb BM Q01/00 Cristiano de Abreu Marcelino
Sd BM Q00/02 Felipe Dall’igna
Professor Juratan Câmara
18ª Turma do CSMont /2004
19ª Turma do CSMont/2005
20ª Turma do CSMont/2006
Sr Rui Miranda, e Sr Vinícius Layter Xavier – Montanhistas civis
REVISÃO OPERACIONAL
Cap BM QOC/97 Feliciano Francisco Suassuna do 1º GSFMA
2ª Edição 2008
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PREFÁCIO
Este manual é dedicado a todos os Bombeiros Militares independente de
posto ou graduação, que se dedicam e se doam ao cumprimento das missões
operacionais do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro. E que
honram o lema “VIDA ALHEIA E RIQUEZAS SALVAR” , e que por muitas vezes
deixaram o convívio familiar, sacrificando horas de descanso tendo em vista a
dedicação profissional para as missões de Salvamento.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Primeiramente agradecemos ao Senhor Deus, pois este trabalho não seria
possível sem a sua permissão.
Temos a honra de agradecer ao Excelentíssimo Senhor Subsecretário
Estadual de Defesa Civil e Comandante Geral do CBMERJ, Cel BM Pedro Marco
Cruz Machado, e aos seus Oficiais Ajudantes de Ordens.
O Subcomandante Geral e Chefe do Estado-Maior do CBMERJ, Sr Cel BM
José Paulo Miranda de Queiroz e aos Oficiais do Estado-Maior Geral, ao Sr Cel BM
José Ricardo Bento Garcia de Freitas, Diretor Geral de Ensino e Instrução.
Ao Sr Ten Cel BM Gilberto de Andrade Mendes , Comandante da Academia
de Bombeiro Militar Dom Pedro II, que nos orientou na formação deste trabalho, ao
Sr Ten Cel BM Wanius de Amorim, Comandante do 1º GSFMA.
Ao Professor Juratan Câmara pelo glorioso histórico junto ao CBMERJ e ao
CSMont, formando os Montanhistas da Corporação.
As nossas famílias por acreditarem no nosso objetivo profissional, aos
nossos instrutores e monitores pela qualidade da instrução que nos foi ministrada.
E aos Bombeiros Militares irmãos de Salvamento em Montanha.
A todos os nossos sinceros agradecimentos.
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HOMENAGENS
Temos grande honra de homenagear Oficiais e Praças do CBMERJ, que por
muitos anos dedicaram parte da sua vida profissional a formação de montanhistas
na Corporação. Elevando assim o nome do CBMERJ no montanhismo nacional e
internacional, e que sem a colaboração destes brilhantes Bombeiros Militares, não
chegaríamos ao que somos hoje, pois o trabalho árduo dos mesmos merece nosso
reconhecimento.
Os Bombeiros Militares homenageados estão abaixo elencados:
Cel BM Simões, Cel BM Bento, Cel BM Marcos Ferreira e Cel BM Joelson ;
Ten Cel BM Valdinei , Ten Cel BM Gilberto Mendes, Ten Cel BM Wanius,
Ten Cel BM Gustavo, Ten Cel BM Rosalvo , Ten Cel BM Jesus, Ten Cel BM Alex
Borges e Ten Cel BM Sacramento ;
Maj BM Sequeira, Maj BM Cláudio Velloso e Maj BM Santos Ferreira ;
Cap BM Strong , Cap BM Suassuna , Cap BM Luz, Cap BM Márcio Dutra,
Cap BM Chiaradia, Cap BM Hiro , Cap BM Walter, Cap BM Rodrigo Azevedo e
Cap BM Bruno Agnes ;
1º Ten BM Salviano e 1º Ten BM Cipolatti ;
Subten BM Viana e Subten BM Maurício ;
1º Sgt BM Evandro ;
2º Sgt BM Ferreira, 2º Sgt BM Mesquita , 2º Sgt BM Marcos Melo , 2º Sgt BM
Ribamar, 2º Sgt BM Dos Passos e 2º Sgt BM Cunha ;
3º Sgt BM Cândido , 3º Sgt BM Marinaldo, 3º Sgt BM Trindade , 3º Sgt BM
Ventura , 3º Sgt BM Coimbra e 3º Sgt BM Medeiros ;
Cb BM Muniz , Cb BM Régis , Cb BM Alexandre Pires , Cb BM Jalmir , Cb BM
Pereira , Cb BM Frederico , Cb BM Gomes , Cb BM Wagner, Cb BM Furtado , Cb
BM Dias , Cb BM Marcelino , Cb BM Lemos, Cb BM Nantes , Cb BM Faios e Cb BM
Herdy ;
Sd BM Nilson e Sd BM Felipe Dall’igna .
Esta homenagem é estendida a todos os demais Oficiais e Praças
concludentes do CSMont, que merecem toda atenção e respeito, pela valiosa
colaboração ao montanhismo do CBMERJ.
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HOMENAGEM AO INSTRUTOR PIONEIRO
Ao Professor Juratan Câmara nosso instrutor pioneiro, nossas sinceras
homenagens ao profissional que se dedica ao CBMERJ por mais de 20 anos
atuando com os demais instrutores na formação de montanhistas do CBMERJ.
HOMENAGEM AO GUIA DE MONTANHA AVANÇADO
Ao 2º Sgt BM Marcos Melo , pelo fato de ser o único Bombeiro Militar da
Corporação a possuir o Curso Avançado de Montanhismo do Exército Brasileiro.
Fato este que colaborou para a melhoria da instrução no âmbito do Curso de
Salvamento em Montanha do CBMERJ.
CANÇÃO DO MONTANHISTA DO CBMERJ
Canção de autoria do Ten Cel BM Wanius de Amorim
A montanha exige do homem muita ação,
Esforço, coragem e forte união,
Na busca de um ideal tem que se entender,
É escalando que se consegue vencer.
Em matas fechadas cumprindo uma missão,
A sede, a fome e o frio quiseram nos deter,
Mas a vontade de vencer deu nos força pra valer,
Montanhas haveremos de vencer.
Os picos, os montes e os lugares muito altos,
Não impediram que fossemos avante,
Somos feitos de coragem, bravura e destemor,
Montanhista, Bombeiro de valor.
Nos céus, montes e passagens,
Sejam quais forem os lugares,
Salvar vidas em montanhas é a nossa missão,
Montanhista, Bombeiro de ação.
MONTANHA!!!
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ORAÇÃO DO MONTANHISTA DO CBMERJ
Senhor! Vós que sois onipotente.
Concedei–nos no fragor da busca e do salvamento,
A nós que salvamos nas pedras e montanhas,
A nós que conhecemos o sabor dos ventos,
O destemor para salvar,
A santa dignidade para perseverar,
A força da coragem para sempre salvar,
E a fé, para tudo suportar,
E dai–nos também ó Senhor Deus!
Quando o salvamento for adverso,
E quanto maior for a incerteza,
A determinação de nunca recuar,
E ante a busca e o salvamento,
Jamais fracassar.
MONTANHA!!!
LEMAS DA MONTANHA
1) Os altos cumes existem para desafiar o homem, nós aceitamos o
desafio;
2) A coragem é a capacidade de se cumprir o dever, mesmo quando se
sente medo;
3) A montanha não é dos que tentam, e sim dos que conseguem.
PARA FRENTE!!!
PARA O ALTO!!!
MONTANHA!!!
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NOTA
Os usuários deste manual são solicitados a apresentar sugestões que
possam ampliar a sua clareza e exatidão.
As observações deverão referir-se à página, ao parágrafo e a linha do texto
correspondente à modificação sugerida.
Justificativas devem ser apresentadas sobre cada observação, a fim de
assegurar compreensão e exata avaliação.
As sugestões deverão ser enviadas ao Estado – Maior Geral do CBMERJ.
Considerando os avanços constantes na área do montanhismo, e o
surgimento de novas técnicas e novos equipamentos, os autores entendem que se
faz necessária a atualização deste manual anualmente.
Tendo em vista a ampliação do conhecimento técnico do Bombeiro Militar,
os autores do manual em epígrafe, autorizam a reprodução total ou parcial de textos
e fotos do mesmo, desde que citadas as fontes.
As informações contidas neste manual, não substituem um instrutor e nem a
especialização.
Considerando que o BM ao cursar o CSMont terá por objetivo aprender e
praticar técnicas que estão ou não neste manual, os autores entendem que a prática
das técnicas de montanhismo no decorrer do CSMont, tem por função acrescentar
mais detalhes técnicos referentes a assuntos específicos da área de Salvamento em
Montanha.
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SUMÁRIO ASSUNTO PÁGINA Página principal........................................................................................ 1 Autores, colaboradores e revisão operacional.......................................... 2 Prefácio e agradecimentos especias........................................................ 3 Homenagens............................................................................................ 4 e 5 Canção do montanhista do CBMERJ....................................................... 5 Oração do montanhista do CBMERJ e lemas da montanha ................... 6 Nota........................................................................................................... 7 Sumário.................................................................................................... 8 Capítulo I – Histórico do montanhismo – introdução................................ 9 a 14 Capítulo II – Altitudes das principais montanhas no Brasil e no mundo... 15 e 16 Capítulo III – Equipamentos utilizados em Salvamento em Montanha e suas aplicações.......................................................................................
17 a 60
Capítulo IV – Vestuário e equipamentos utilizados em ambiente de montanha e suas aplicações.....................................................................
61 a 67
Capítulo V – Cordas, cabos e suas aplicações........................................ 68 a 92 Capítulo VI – Nós e voltas....................................................................... 93 a 147 Capítulo VII - Planos inclinados e horizontais........................................... 148 a 152 Capítulo VIII - Métodos de enrolar cordas................................................ 153 a 160 Capítulo IX - Técnicas de escalada e Salvamento................................... 161 a 211 Capítulo X – Rapel e ascensão em corda................................................. 212 a 228 Capítulo XI – Ancoragens em grampos, chapeletas e pontos naturais.... 229 a 235 Capítulo XII – A travessia Petrópolis - Teresópolis.................................. 236 a 256 Capítulo XIII – Mínimo impacto................................................................. 257 a 265 Conclusão................................................................................................. 266 Bibliografia................................................................................................. 267 e 268
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CAPÍTULO I
1.1 HISTÓRICO DO MONTANHISMO - INTRODUÇÃO
O texto a seguir relata um breve histórico do montanhismo no Brasil e no
mundo.
Tudo começou em 1786, quando um naturalista suíço chamado Saussure
ofereceu um prêmio a quem atingisse o cume do ponto mais alto da Europa, o Mont
Blanc, situado entre a França e Itália, com 4.810 metros de altitude. Os ganhadores
foram os franceses Jacques Balmat e Michel Gabriel Pacard, em 08 de agosto de
1786.
Sendo que a conquista marcante da história do montanhismo, foi a do
Monte Everest, com 8.844 metros de altitude, localizado na cordilheira do Himalaia
entre a China e o Tibet, na data de 29 de maio de 1953 pelo neozelandês Edmund
Hillary e o nepalês Tenzig Norgay.
O Monte Everest foi conquistado pela face sul, que tem seu acesso pelo
Nepal.
Para conquistar o Monte Everest, o governo da Inglaterra organizou uma
grande expedição e mandou reunir uma dúzia dos melhores escaladores da época.
O sucesso da expedição era importante, pois várias tentativas de se chegar
ao cume do Monte Everest haviam fracassado.
Entre estas tentativas se destaca a do inglês Georges Mallory, que
concedeu uma entrevista ao jornal New York Times, e respondeu a seguinte
pergunta: Porque deseja conquistar o Everest? Ele simplesmente respondeu:
Porque está lá.
Mallory junto com seu companheiro Andrew Irvine morreram ao tentar
conquistar o Everest pela face norte, que tem seu acesso pelo Tibet no ano de 1924.
Em 1951 e 1952 houveram tentativas de escalar o Everest pela face sul, o
objetivo não foi atingido, mas as expedições trouxeram informações importantes.
Entre as informações consideradas importantes, estavam a descoberta do
local conhecido como Vale do Silêncio.
O Monte Everest até então, era conhecido por pico 15, sendo que em 1952
inspetores descobriram que se tratava da maior montanha do mundo, e passaram a
chamá-la com nome do seu inspetor principal: Sir George Everest.
A marcha rumo ao Monte Everest, partiu de Katmandu que é a capital do
Nepal.
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O percurso a ser vencido era de 273 km, e contou com a ajuda dos Sherpas
e mais 350 carregadores contratados pelas localidades de Katmandu para
transportarem 15 toneladas de equipamentos e suprimentos, incluindo o oxigênio
suplementar que foi guardado para ser utilizado já próximo ao cume.
Os Sherpas são nômades e costumam ter pelo menos 4 residências, e
moram na Cordilheira do Himalaia no caminho para o Monte Everest.
As figuras abaixo mostram Edmund Hillary e Tensig Norgay, os
conquistadores do Everest.
Figura 1.1.1 Hillary Figura 1.1.2 Tenzing
Após o caminho para o Monte Everest ser descoberto, foram efetuadas
várias ascensões. Sendo que na data de 16 de maio de 1975, foi registrada a
primeira ascensão feminina ao Everest realizada por Junko Tabei.
Em 1978, foi registrada a 1ª escalada ao cume do Everest sem uso de
oxigênio suplementar pelo italiano Reinhold Messner, que em 1979 repetiu o feito.
No dia 08 de maio de 2008, a tocha olímpica para as olimpíadas de Pequim
foi conduzida ao cume do Monte Everest por um grupo de escaladores, fato inédito
no montanhismo mundial.
Em 1954, A expedição italiana liderada por Ardito Desio, conseguiu com
êxito escalar o K2 atá o cume, com os escaladores Achile Companolli e Lino
Lacedelli atingindo o mesmo.
O K2 está localizado na Cadeia Montanhosa do Karakoram, que pertence a
Cordilheira do Himalaia, situada no Baltistão, fronteira entre a China e o Paquistão.
A primeira tentativa profissional de ascensão ao cume do K2, ocorreu em
1902, mas apesar de cinco tentativas infrutíferas e mortais, o seu cume não havia
sido atingido.
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O K2 é a segunda montanha mais alta do mundo com 8.611 metros de
altitude. A primeira ascensão feminina ao K2, ocorreu na data de 23 de junho de
1986, e foi realizada por Wanda Rutkiewicz.
A ascensão do K2 é considerada muito mais difícil que a do Monte Everest.
Até Junho de 2000, 189 pessoas tinham conseguido atingir o cume, enquanto que
quase 1500 já haviam escalado o Everest.
49 pessoas morreram tentando a ascensão, 13 das quais em 1986.
Atualmente possui 270 ascensões, sendo que 66 delas ocasionaram
fatalidades (1 para cada 4 ascensões).
No ano de 2008 mais precisamente entre os dias 31 de julho e 1º de agosto,
foi registrado o falecimento de 11 escaladores no K2, os mesmos foram atingidos
por uma avalanche que cortou as cordas fixas na região do gargalo de garrafa, a
8.200 metros de altitude.
Figura 1.1.3 – Monte K2
1.2 MONTANHISMO NO BRASIL
Tudo começou no século XVII com o desbravamento de trilhas pelos
Bandeirantes, na busca de riquezas e expansão da faixa territorial do país, além do
tratado de Tordesilhas.
No ano de 1817, uma senhora inglesa de nome Henrietta Carsteirs, junto
com um grupo de pessoas atingiu o cume do Pão de Açúcar, uma das montanhas
mais tradicionais do RJ e do Brasil.
E ao alcançar o mesmo, lá cravou a bandeira da Inglaterra. Os militares da
Escola Militar da Praia Vermelha na Urca, ao saberem deste feito, formaram uma
equipe e repetiram o trajeto feito pela conquistadora, que hoje em dia é conhecida
por via costão.
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Citando como fonte a apostila de iniciação ao montanhismo do Clube
Paranaense de Montanhismo, a mesma relata que em 1856 ocorre a primeira
escalada com conquista de montanha do Brasil, quando o cidadão José Franklin da
Silva, morador da antiga vila de Aiuruoca, movido por pioneirismo quase visionário,
escala os imponentes paredões sulcados do Pico das Agulhas Negras, no Maciço de
Itatiaia, atingindo então a maior altitude que um brasileiro já alcançara em nosso
país: 2791 m de altitude. Para lá chegar, o solitário escalador venceu primeiro os
pontões principais que antecedem os paredões, depois escalando muralhas
rochosas, sulcadas pela erosão que formou suas caneluras, até alcançar o cume.
O relato desta escalada foi enviado pelo nosso montanhista pioneiro, à Corte,
onde em palavras singelas narrou sobre o caminho que galgara suas dificuldades e
suas belezas, que destaca com entusiasmo e admiração.
Ainda no final do século XIX, houve nova ascensão ao elevado Pico das
Agulhas Negras, até então considerado como a montanha mais alta do Brasil. Com
os escaladores, Horácio de Carvalho e José Borba, que vencendo todas as
dificuldades, percorrem o caminho pioneiro de José Franklin da Silva, desta vez, já
aplicando artifícios rudimentares de escalada. A ascensão fora debaixo de frio
intenso, enfrentando os escaladores um princípio de mau tempo, com fortes rajadas
de vento, mas que não impediu de ambos chegarem ao almejado cume das Agulhas
Negras.
Citando como fonte a apostila de iniciação ao montanhismo do Clube
Paranaense de Montanhismo, a mesma informa que no ano de 1828 já eram
registradas subidas a Pedra da Gávea, montanha de 842 metros de altitude, onde
um capricho da natureza esculpiu imponente efígie de traços humanos, cuja
semelhança com o rosto do imperador D. Pedro II, lhe valeu a denominação de
"Cabeça do Imperador". Pseudo-inscrições rupestres (caneluras geológicas),
também fizeram atrair os doutos do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro,
levando o sábio Mestre Frei Custódio Alves Serrão, membro daquele Instituto, a
subi-la à frente de um pequeno grupo, no ano de 1839.
Segundo o escritor Átila Barros, a Pedra da Gávea foi a primeira montanha
a ser batizada com um nome português no Rio de Janeiro. Ao ser descoberta a Baía
da Guanabara, embocadura de um grande rio, o Rio de Janeiro, isso em 1° de
Janeiro de 1502, os marujos lusos visualizaram uma estranha montanha em forma
de um "cesto-de-gávea" de suas caravelas, e assim a chamaram.
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Esse nome, registrado pelo capitão Gaspar de Lemos, viria a se tornar
famoso, místico e lendário.
A Pedra da Gávea, imensa escarpa de 842 metros de altitude, com sua
imponente "Cabeça do Imperador", tornou-se alvo de diversas e curiosas histórias
contadas ao logo de décadas.
Isso porque, no século XIX, o Padre Benigno Cunha enviou um relatório ao
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro descrevendo a existência de "inscrições
fenícias" nos rochedos da Gávea. Em 23 de março de 1839, no decorrer da 8°
Sessão Extraordinária do IHGB, o assunto voltou ao temário, e resultou na criação
de uma Comissão de Estudo composta pelos historiadores Manoel de Araújo Porto
Alegre, J. Cunha Barbosa e o Capelão Imperial, Padre J. Rodrigues Monteiro.
Mas a história marcante do montanhismo no Brasil, começa no ano de
1909, quando um grupo de alemães chega ao Brasil para conquistar o dedo de
Deus, no município de Teresópolis. Os mesmos contrataram o guia Raul de Sá
Carneiro, profundo conhecedor da região para levá-los até ao objetivo, mas não
conseguiram, e chegaram a afirmar que o dedo de Deus era um pico impossível de
ser conquistado.
Em 08 de abril de 1912, Raul de Sá Carneiro, José Teixeira Guimarães,
com os irmãos Acácio, Alexandre e Américo de Oliveira, auxiliados pelo menino
João Alves de Lima que levava alimentação e água para os mesmos, venceram os
1.692 metros de altitude do dedo de Deus.
A conquista levou ao todo seis dias, e os mesmos escalaram a via
conhecida hoje por paredão Teixeira, batizada com este nome em homenagem ao
guia Teixeira, morto ao cair em um abismo localizado na face da via da conquista,
por onde hoje são realizadas as maiorias das desescaladas que partem do cume da
referida montanha.
Os grampos foram fabricados pelo ferreiro José Teixeira Guimarães, e boa
parte deles estão lá até hoje. E após este marcante feito, o dedo de Deus tornou-se
o símbolo do montanhismo no Brasil, e está localizado no Parque Nacional da Serra
dos Órgãos que compreende os municípios de Petrópolis, Teresópolis, Magé e
Guapimirim.
Em 1919, foi fundado o 1º clube de escalada da América do Sul, o CEB:
Centro Excursionista Brasileiro.
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Em 1951, foi formada a 1ª mulher guia de montanhismo no Brasil: Alda
Pacheco da Rocha.
Em 1953, Dilce Vieira Mota e Vilma Arnaud, foram as primeiras mulheres da
América do Sul a se tornarem guias de escaladas.
Na década de 60, um dos grandes destaques do montanhismo no Brasil, foi
Silvio Mendes, responsável por escalar e conquistar vias de grande dificuldade para
a época, tais como: o Pico maior de Friburgo e a chaminé Galotti no Pão de Açúcar.
Durante a conquista do 2º lance da chaminé Galotti, no mês de setembro de
1949, foi encontrado o cadáver de um homem entalado pelo pescoço em uma fenda,
fato este que ficou conhecido como “a múmia da Galotti”.
Em 1954, guias do CEB liderados por Mário de Araújo Mota, conquistaram a
1ª montanha fora do Brasil, na Argentina, chamado: “Pico Brasil” com altitude de
5.132 metros.
Em 1995 Mozart Catão e Waldemar Niclevicz, conquistaram a montanha
mais alta do mundo: o Monte Everest com 8.844 metros de altitude.
Em 1998, morrem no Monte Aconcágua na Argentina, após serem atingidos
por uma avalanche, Mozart Catão, Alexandre Oliveira e Othon Leonardos, que
tentaram atingir o cume da referida montanha pela face sul.
No ano de 2000, Waldemar Niclevicz atinge o cume do K2.
Em 2005, Vitor Negretti utilizando cilindro de oxigênio suplementar, escala
pela 1ª vez o Monte Everest, tendo feito a ascensão pela face norte, e encontra-se
no cume com a dupla de brasileiros Waldemar Niclevicz (que escalava o Everest
pela 2ª vez), e Gustavo Irivan Burda, os mesmos escalaram a montanha pela via
nepalesa.
No ano de 2006, morre o montanhista Vitor Negretti, que conseguiu atingir o
cume do Monte Everest sem oxigênio suplementar, mas teve complicações no ato
da sua descida, vindo a falecer no abrigo avançado.
Em maio de 2006 Ana Elisa Boscarioli torna-se a primeira brasileira a
escalar o Everest pela via clássica nepalesa.
Em maio de 2008, os brasileiros Eduardo Keppke e Rodrigo Raineri
escalaram o Monte Everest.
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CAPÍTULO II – ALTITUDES DAS PRINCIPAIS MONTANHAS NO BRASIL
E NO MUNDO
2.1 OS CUMES MAIS ALTOS DE CADA CONTINENTE
a) África: Kilimanjaro com 5.895 metros, na Tanzânia, conquistado em 1889;
b) América do Norte: Mckinley com 6.194 metros, nos Estados Unidos,
conquistado 1913;
c) América do Sul: Aconcágua com 6.959 metros, conquistado 1897;
d) Antártida: Vinson com 4.892 metros;
e) Ásia: Everest com 8.844 metros, conquistado em 1953;
f) Europa: Elbrus com 5.642 metros, na Rússia;
g) Oceania: Carstens com 4.884 metros em Irian Jaya - Indonésia.
2.2 ALTITUDES E OS PRINCIPAIS PICOS DO BRASIL
a) 1º Pico da Neblina: 3.014 metros, na fronteira do Brasil com a Venezuela;
b) 2º 31 de março: 2.992 metros, em Roraima;
c) 3º Pico da Bandeira: 2.890 metros, no Parque Nacional do Caparaó –
ES/MG;
d) 4º Pico da Pedra da Mina: 2.797 metros, na Serra fina – SP/MG;
e) 5º Pico da Agulhas Negras: 2.791 metros, em Itatiaia – RJ;
f) 6º Pico do Cristal: 2.780 metros, no Parque Nacional do Caparaó -
ES/MG;
g) 7º Monte Roraima: 2.727 metros, em Roraima;
h) 8º Morro do Couto: 2.680 metros, em Itatiaia – RJ;
i) 9º Pedra do Sino de Itatiaia: 2.670 metros, em Itatiaia – RJ;
j) 10º Pico dos Três Estados: 2.665 metros, na Serra Fina – RJ/SP/MG.
2.3 ALTITUDES E OS PRINCIPAIS PICOS DO RIO DE JANEI RO
a) Pico das Agulhas Negras: 2.791 metros, no Parque Nacional do Itatiaia –
RJ;
b) Pico das Prateleiras: 2.548 metros, no Parque Nacional do Itatiaia – RJ;
c) Pico da Tijuca: 1.021 metros, no Parque Nacional da Tijuca;
d) Pico do Bico do Papagaio: 989 metros, no Parque Nacional da Tijuca;
e) Pico Tijuca Mirim: 917 metros, no Parque Nacional da Tijuca;
f) Pico do Andaraí maior: 860 metros, no Parque Nacional da Tijuca;
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g) Pedra da Gávea: 842 metros, no Parque Nacional da Tijuca;
h) Morro do Archer: 817 metros, no Parque Nacional da Tijuca;
i) Corcovado: 704 metros, no Parque Nacional da Tijuca;
j) Pedra Bonita: 696 metros, no Parque Nacional da Tijuca;
k) Agulinha da Gávea: 610 metros, no Parque Nacional da Tijuca;
l) Morro da Cocanha: 982 metros, no Parque Nacional da Tijuca;
m) Pico dos quatro: 678 metros, no Parque Nacional da Tijuca;
n) Pedra do Conde: 821 metros, no Parque Nacional da Tijuca;
o) Pedra do Sino: 2.263 metros, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos;
p) Castelos do Açu: 2.158 metros, no Parque Nacional da Serra dos
Órgãos;
q) Pedra do Garrafão: 2.138 metros, no Parque Nacional da Serra dos
Órgãos;
r) Agulha do Diabo: 2.050 metros, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos;
s) Pico Dedo de Deus: 1.692 metros, no Parque Nacional da Serra dos
Órgãos;
t) Morro do Escalavrado: 1.410 metros, no Parque Nacional da Serra dos
Órgãos;
u) Pico Maior de Friburgo: 2.316 metros, no Parque Estadual dos Três
Picos, é o ponto mais alto da Serra do Mar;
v) Pico da Pedra Branca: 1.024 metros, no Parque Estadual da Pedra
Branca – RJ;
w) Pão de Açúcar: 395 metros, na Urca – RJ;
x) Morro da Urca: 230 metros, na Urca – RJ;
y) Pico do papagaio da Ilha Grande: 982 metros, no Parque Estadual da Ilha
Grande;
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CAPÍTULO III
3.1 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS EM SALVAMENTO EM MONTAN HA E
SUAS APLICAÇÕES
A importância de se conhecer o perfeito manuseio dos equipamentos é
essencial em toda operação de Bombeiro Militar que envolva risco de vida.
Os procedimentos de checagem devem ser supermassificados para
garantir o sucesso da operação e a segurança dos que nela estão envolvidos.
Deve-se um tomar conta do outro, tendo em vista que o cansaço físico e o
cansaço mental podem facilitar a desconcentração e vir a causar descuidos.
E a não observância de um pequeno detalhe técnico, poderá vir a
comprometer todo o sucesso da atividade.
No Salvamento em Montanha nada deve ser desprezado e nem
desconsiderado, por isso buscamos o máximo de conhecimento possível, visando
prestar sempre o melhor atendimento ao público que aciona o CBMERJ.
A seguir conheceremos a modernização dos equipamentos utilizados em
Salvamento em Montanha, bem como suas características técnicas.
3.1.1 BAUDRIER
Equipamento usado em Salvamento em Altura e Salvamento em Montanha.
É um equipamento essencial de segurança e pode ser fabricado a partir de
uma larga fita de nylon, podendo ser acolchoada nas partes mais sensíveis, e
ajustada em volta da cintura e das pernas por fivelas de metal.
Fivelas de metal para ajuste.
Loops ou olhais para conecção de
mosquetões, encordamento, e solteira.
Anéis porta materiais para transporte de
costuras,cordeletes e mosquetões avulsos.
Figura 3.1.1.1
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3.1.2 BAUDRIER PEITORAL
Modelo que tem sua utilização em conjunto com o baudrier de cintura para
reduzir os efeitos da queda em escalada, evitando assim que o escalador fique de
cabeça para baixo. Este equipamento pode ser utilizado para Salvamento em
Montanha para o rapel com a maca Sked.
Figura 3.1.2.1
3.1.3 BAUDRIER INTEGRAL PARA ESCALADA E RESGATE
Equipamento utilizado para as funções acima mencionadas, sendo que para
escalada o encordamento é na altura do peito envolvendo os dois loops peitorais.
Figura 3.1.3.1
3.1.4 BAUDRIER INTEGRAL DE RESGATE TIPO PÁRA-QUEDIS TA
Utilizado em trabalhos industriais em conjunto com talabartes, o freio
autoblocante é fixado na 1ª corda, enquanto o trava-quedas com o talabarte
conectado a argola superior do cinto, é fixado em uma 2ª corda conhecida por linha
da vida.
Talabartes com conectores Trava - quedas
Figura 3.1.4.1 Figura 3.1.4.2 Figura 3.1.4.3
19
3.1.4 MOSQUETÃO
Peça metálica constituída de um anel com abertura e gatilho para ser
utilizado em ancoragens e no baudrier. No início os mosquetões eram feitos de aço,
mas devido seu peso, foram completamente superados pelas novas ligas, que
agregam leveza e resistência.
Hoje a maior parte dos mosquetões é feita de uma liga especial de alumínio,
cromo e zinco, mas existem modelos de titânio, tornando-os leves e resistentes.
Existem vários modelos com utilidades específicas, como o simétrico ou
oval, assimétrico, pêra e semi-oval. Também diferem entre si dependendo do tipo de
gatilho, sem trava, ou com trava que pode ser de rosca ou automática.
Possuem resistências diferentes, sempre com a inscrição da sua
capacidade expressa em KN, gravada ao longo do dorso.
3.1.4.1 CUIDADOS COM O MOSQUETÃO
A manutenção e inspeção periódicas também são fatores importantíssimos
para sua segurança, verifique o aspecto geral do material, se apresenta desgaste,
ranhuras ou trincas, se o gatilho abre com suavidade mesmo quando submetido à
carga. Não hesite em condenar um mosquetão, principalmente se este tiver sofrido
uma queda, pois poderá ter fraturas não perceptíveis.
3.1.4.2 PARTES DO MOSQUETÃO COM ROSCA OU TRAVA
Bloqueio ou nariz
Trava ou rosca
Gatilho Dorso ou espinha
Dobradiça
Figura 3.1.4.2.1
20
3.1.4.3 ÂNGULO DE RESISTÊNCIA
Os mosquetões são desenhados para suportarem carga unidirecional ao
longo do dorso com a trava fechada.
Figura 3.1.4.3.1
3.1.4.4 MOSQUETÃO SIMÉTRICO DE DURALUMÍNIO
É também conhecido por oval. No CBMERJ é empregado em planos
inclinados em conjunto com a polia simples de placa fixa da Petzl. E tem por
características a distribuição da tração que recai nos dois eixos por igual.
Figura 3.1.4.4.1
3.1.4.5 MOSQUETÃO DE DURALUMÍNIO DE FORMATO EM “D”
Com resistência em torno de 35 KN possui resistência superior aos
mosquetões simétricos, pois a tração recai no eixo oposto ao gatilho.
Figura 3.1.4.5.1
21
3.1.4.6 MOSQUETÃO DE DURALUMÍNIO EM “D” MODIFICADO
Com resistência em torno de 30 KN, possui boa abertura facilitando a
conecção no cinto, e a ancoragem em grampo ou chapeleta, durante uma escalada.
Figura 3.1.4.6.1
3.1.4.7 MOSQUETÃO DE DURALUMÍNIO COM TRAVA AUTOMÁTI CA
Possui uma mola que o mantém fechado, muito confiável para todos os
trabalhos, principalmente ancoragens.
Figura 3.1.4.7.1
3.1.4.8 MOSQUETÃO DE DURALUMÍNIO GOLIAT
Possui resistência de 30 KN, segundo o fabricante faders, devido a sua
forma anatômica, o modelo apresenta boa resistência, quando submetido a
esforços.
Figura 3.1.4.8.1
22
3.1.4.9 MOSQUETÃO DE DURALUMÍNIO FORMA TO PÊRA
Geralmente possui resistência em torno de 22 KN. O seu lado maior permite
um melhor asseguramento ao guia quando no uso do nó UIAA, e tem vantagens
parecidas com as do mosquetão em “D” modificado.
Figura 3.1.4.9.1
3.1.4.10 MOSQUETÃO DE DURALUMÍNIO GATIL HO CURVO PARA
ESCALADA
Com resistência em torno de 26 KN, é padronizado para passar a corda
dinâmica quando no ato da escalada, para facilitar o ato de costurar.
Estes modelos de mosquetões para escalada, são conhecidos no CBMERJ
como molas de segurança.
Figura 3.1.4.10.1
3.1.4.11 MOSQUETÃO DE DURALUMÍNIO GATI LHO RETO PARA
ESCALADA
Com resistência em torno de 26 KN é padronizado para conecção nas
proteções fixas (grampos e chapeletas) durante a escalada.
Figura 3.1.4.11.1
23
3.1.4.12 MOSQUETÃO DE DURALUMÍNIO EM “D” PARA ESCAL ADA
COM GATILHO DE ARAME DE AÇO
Com resistência entre 24 e 26 KN, possui abertura facilitada do gatilho em
relação aos outros mosquetões similares para ajudar a costurar com mais rapidez.
Figura 3.1.4.12.1
3.1.4.13 MOSQUETÕES DE AÇO PARA TRACIONAMENTO
Atualmente se recomenda para tracionamentos, como planos inclinados, a
utilização de mosquetões de aço, e até para ancoragens por possuírem mais
resistência à tração do que os mosquetões de duralumínio.
Fig 3.1.4.13.1 Fig 3.1.4.13.2 Fig 3.1.4.13.3 Fig 3.1.4.13.4
3.1.4.14 COSTURAS
São dois mosquetões sem rosca, interligados por uma fita expressa. São
utilizadas em escaladas, onde servem para a segurança em pontos fixos (grampos e
chapeletas), as quais são colocadas ao longo da via tornando segura a progressão
do guia. O mosquetão de gatilho curvo onde é passada a corda deverá estar ao lado
contrário da progressão do guia, visando uma escalada mais segura.
Gatilho reto para conecção no grampo.
Figura 3.1.4.14.1 Figura 3.1.4.14.2 Figura 3.1.4.14.3
Gatilho curvo para passagem da corda.
Fita expressa.
24
3.1.4.15 MAILON RAPIDE
Conhecido também por malha rápida, é similar ao mosquetão, porém não
apresenta gatilho, o fechamento é feito por intermédio de uma rosca. Este
equipamento é fabricado normalmente em aço.
E apresenta como fator desfavorável o seu peso que é bem superior aos
mosquetões.
É disponível em vários modelos: semi-oval, delta, simétrico, etc.
Fig 3.1.4.15.1 Fig 3.1.4.15.2 Fig 3.1.4.15.3 Fig 3.1.4.15.4
3.2 FREIO OITO OU APARELHO OITO
3.2.1 Equipamento muito utilizado no CBMERJ é preso ao baudrier e a
corda através de um mosquetão.
O freio oito tem preço acessível e boa eficiência, mas prejudica a vida útil da
corda, provocando torcimentos conhecido por cocas.
Deve-se ter muito cuidado na utilização desse equipamento, uma vez que
não é autoblocante, o mesmo possui duas velocidades, uma rápida e outra lenta de
acordo com a colocação da corda nos orifícios maior ou menor.
Atualmente existem vários modelos para diversas aplicações. A figura
Figura 3.2.1.2 mostra um modelo conhecido por huit, cujo formato tem por finalidade
reduzir os torcimentos na corda.
Figura 3.2.1.1 Figura 3.2.1.2 Figura 3.2.1.3
25
3.2.2 FREIO OITO DE RESGATE OU BIG OITO
Utilizado pelos tripulantes operacionais das aeronaves de salvamento do
CBMERJ, possui orelhas ao lado do orifício maior para travar a corda, permitindo
que o BM fique parado a fim de iniciar o resgate da vítima.
É mais apropriado utilizá–lo com corda de 12 mm de diâmetro, ou com uma
corda de diâmetro inferior a 12 mm desde seja dobrada para aumentar o atrito e
garantir uma boa frenagem. Pois o orifício maior onde se passa a corda é maior que
ao dos freios oitos convencionais, o que fará que a velocidade de descida seja maior
quando comparado ao freio oito simples.
Figura 3.2.2.1 Figura 3.2.2.2
3.2.3 COLOCAÇÃO DO FREIO OITO NA CORDA PARA DESCIDA
SIMPLES (UMA PESSOA)
O BM ao executar a colocação do freio oito desta forma, conforme
demonstram as figuras abaixo, evitará a perda do aparelho caso haja algum
descuido, porque o mesmo ficará na corda.
A trava do mosquetão
deverá ficar sempre
voltada para o rosto
do BM.
Figura 3.2.3.1 Figura 3.2.3.2 Figura 3.2.3.3
Figura 3.2.3.4 – Método incorreto de uso do mosquetão
26
3.2.4 TÉCNICAS PARA EFETUAR UMA PARADA NA CORDA
UTILIZANDO FREIO OITO
São técnicas utilizadas para efetuar uma parada durante a descida,
principalmente para abordagem de vítimas em altura. Entretanto, se faz necessário
um bom treinamento para efetuá-las com maior segurança.
As figuras abaixo ilustram os principais procedimentos para efetuar a
parada na corda com a utilização do aparelho oito.
3.2.4.1 COM MOSQUETÃO AUXILIAR
Figura 3.2.4.1.1
3.2.4.2 NO FREIO OITO DE RESGATE OU BIG OITO
Figura 3.2.4.2.1
3.2.4.3 COM O NÓ PRUSIK
Nesta técnica, o BM deverá utilizar a mão auxiliar para descer o Prusik que
deverá sempre ficar sem tensão. Para efetuar a parada, basta que o BM retire a mão
auxiliar do mesmo. Feito isto, o sistema travará totalmente parando a descida.
Figura 3.2.4.3.1
27
3.2.4.4 PASSANDO A CORDA EM VOLTAS NAS PERNAS
Método utilizado para atendimento a vítimas em alturas, trocar de
equipamentos, de cordas, transpor do Prusik para o aparelho oito e vice-versa ou
outro freio correspondente, passar do plano horizontal para o vertical (cabo
comando) e outras aplicações. Devem ser feitas pelo menos três voltas em forma de
oito envolvendo as pernas.
Figura 3.2.4.4.1 Figura 3.2.4.4.2
3.2.5 MODO PADRÃO DE UTILIZAÇÃO DO FREIO OITO ENSIN ADO NO
CBMERJ
Deve-se sempre visualizar a corda, ficando a parte da volta desta no freio
oito voltada para o BM. O CBMERJ padroniza este procedimento para diminuir a
possibilidade de travamento da descida quando no contato com alguma superfície,
conforme demonstra a figura 3.2.5.2.
Figura 3.2.5.1 Figura 3.2.5.2
28
3.2.6 VELOCIDADES DO FREIO OITO SIMPLES
O aparelho oito simples é composto de 02 orifícios para colocação da corda,
um maior e outro menor, ou seja, quando a corda for passada no orifício maior a
descida será com menos atrito e maior velocidade como visto na figura 3.2.6.1.
Quando a corda for passada no orifício menor a descida será com maior
atrito e menor velocidade conforme visto na figura 3.2.6.2, esta forma é utilizada
para pessoas que tem o primeiro contato com o equipamento.
Quando a corda for passada dobrada no freio oito conforme demonstra a
figura 3.2.6.3, significa que a descida também terá bastante atrito. Esta forma é
utilizada para rapelar após uma escalada e assim voltar à base da via.
As duas voltas passadas no orifício maior conforme demonstra a figura
3.2.6.4, tem a finalidade de se descer com uma vítima em prédios, as mesmas tem
por objetivo um maior atrito da corda em contato com o freio, auxiliando o BM na
frenagem do sistema para a descida com a vítima.
Figura 3.2.6.1 Figura 3.2.6.2 Figura 3.2.6.3 Figura 3.2.6.4
3.3 ATC - AIR TRAFIC CONTROLLER
3.3.1 Utilizado para asseguramento em escalada, pelo fato de sua área de
contato com a corda e o mosquetão situado no baudrier proporcionar um bom atrito.
Figura 3.3.1.1 Figura 3.3.1.2 Figura 3.3.1.3
29
3.3.2 COLOCAÇÃO DO ATC NA CORDA SIMPLES E DUPLA
Figura 3.3.2.1 Figura 3.3.2.2
3.4 REVERSO
Funcionamento parecido com o ATC, podendo ser utilizado com corda
simples e dupla. É excelente para dar segurança ao participante de uma cordada de
escalada, pois permite que em conjunto com o mosquetão auxiliar, fique auto
blocante, travando assim uma queda do participante.
Figura 3.4.1
3.5 PLAQUETA GIGI
Tem seu funcionamento em escalada destinado a fornecer segurança ao
participante de uma cordada de escalada, pois permite que em conjunto com o
mosquetão auxiliar que seja simétrico, fique autoblocante travando assim a queda
do participante.
Figura 3.5.1
30
3.6 GHOST
Possui função parecida com a do reverso, a figura 3.6.2, ilustra a utilização
do mosquetão auxiliar em conjunto com o aparelho, que tem por função proporcionar
asseguramento para o participante de uma cordada. O guia ancorado recupera a
corda, e no caso de queda do participante, a corda travará automaticamente no
freio.
Figura 3.6.1 Figura 3.6.2
3.7 PLAQUETA STICHT
Possui funcionamento semelhante ao ATC, podendo ser utilizada com
corda simples e dupla.
Figura 3.7.1
31
3.8 RACK
Outro freio descensor, faz também a função do freio oito, passando a corda
por entre as barras de alumínio ou aço.
Dependendo da distância entre as mesmas, aumenta ou diminui o atrito,
diferenciando a velocidade da descida, as barras vermelhas fixas são indicadores
que limitam o risco de uma montagem errada.
Pode ser utilizado em cordas simples e duplas, e segundo a Petzl este
aparelho é recomendado para grandes descidas.
Como travar nó de mula
Fig 3.8.1 Fig 3.8.2 Fig 3.8.3 Fig 3.8.4 Fig 3.8.5
32
3.9 DESCENSORES AUTOBLOCANTES
Fabricados especialmente para permitir uma descida com mais segurança,
e são disponíveis em vários modelos de diferentes fabricantes.
Diferentes do freio oito, reverso e ATC, que são de frenagem manual,
nestes descensores basta tirar a mão da trava de liberação da corda, que estes
equipamentos travarão automaticamente.
São excelentes para trabalhos suspensos, sendo que o grigri é mais
utilizado como assegurador para escaladas.
Os modelos de descensores autoblocantes ilustrados no manual são
projetados pelos fabricantes para trabalharem apenas com corda simples.
Os fabricantes recomendam a utilização destes equipamentos somente após
os usuários serem instruídos sobre o manuseio e os recursos dos mesmos.
3.9.1 GRIGRI
Fabricado pela empresa francesa Petzl, além de descensor, pode ser
utilizado, principalmente para segurança em escaladas, é um equipamento
autoblocante, e tem como função bloquear automaticamente a queda do escalador.
É projetado pelo fabricante para ser utilizado em corda simples de 10 a 11
mm de diâmetro.
Atualmente é muito utilizado para escaladas indoor, que ocorre em grandes
muros com agarras artificiais, asseguramento do participante na escalada em rocha
e rapel. O usuário deste equipamento deverá atentar para a colocação correta da
corda no aparelho, conforme demonstra a figura 3.9.1.4.
Grigri em utilização
Figura 3.9.1.1 Figura 3.9.1.2 Figura 3.9.1.3 Figura 3.9.1.4
33
3.9.2 DESCENSOR STOP
Fabricado pela empresa francesa Petzl, é um descensor autoblocante que
em comparação ao freio oito diminui muito os danos à corda. Este equipamento é
utilizado normalmente para descidas, onde que se tenha que parar em algum ponto
para executar um trabalho suspenso, basta retirar a mão da trava vermelha, para
que o mesmo bloqueie a descida automaticamente.
É projetado pelo fabricante para ser utilizado em corda simples de 9 a 12
mm de diâmetro, e descidas até 100 metros.
Observação importante: Atentar para que se apertar totalmente a trava de
liberação vermelha a velocidade da descida aumentará consideravelmente e não
haverá frenagem, conforme demonstra a figura 3.9.2.3.
Figura 3.9.2.1 Figura 3.9.2.2 Figura 3.9.2.3
3.9.3 DESCENSOR INDY
Fabricado pela empresa italiana Kong, é um descensor autoblocante, que
possui funcionamento parecido com o descensor stop, só que trava soltando a mão,
ou apertando totalmente a trava de liberação preta, ou seja, duas frenagens.
É projetado pelo fabricante para ser utilizado em corda simples de 10 a 13
mm de diâmetro e descidas até 100 metros.
Figura 3.9.3.1 Figura 3.9.3.2 Figura 3.9.3.3
34
3.9.4 DOUBLE STOP DESCENDER - DSD – 25
Descensor autoblocante fabricado pela empresa alemã Anthron, possui duas
frenagens como o descensor Indy, e foi testado pelo Curso de Salvamento em
Alturas do CBMERJ no ano de 2002.
É projetado pelo fabricante para ser utilizado em corda simples de 9 a 12 mm
de diâmetro.
Na descida de socorrista e vítima este equipamento respondeu com êxito ao
teste, travando totalmente com dois Bombeiros Militares conforme demonstra a
figura 3.9.4.2.
Figura 3.9.4.1 Figura 3.9.4.2
3.10 CAPACETE
Equipamento de proteção individual para a cabeça, e tem por função
proteger o BM de queda de pedras, equipamentos ou quaisquer outros objetos,
impactos repentinos, quedas ao chão, passagem por locais estreitos ou batidas em
pedras ou elementos cortantes e pontiagudos.
Os capacetes modernos são confortáveis e de fácil ajuste.
Existem diferentes modelos, sendo que no CBMERJ, estão em uso o
modelo Ecrin Rock da Petzl e o nacional Montana.
Figura 3.10.1 Figura 3.10.2
35
3.11 LUVA
Sempre utilizada em par, é um equipamento de proteção individual utilizado
no rapel para proteger as mãos de queimaduras quando em contato direto com a
corda, fato este que pode levar o praticante a retirar a mão da corda.
Figura 3.11.1
3.12 FITAS TUBULARES
São utilizadas nas ancoragens para preservar as cordas da abrasão, e
também servem na confecção de solteiras e cadeiras improvisadas.
São ideais para ancoragens em pedras, árvores, vigas de concreto, desde
que protegidas por proteções de mangueira, de preferência dobradas, lona e outros
equipamentos auxiliares.
São vendidas a metro, nas lojas especializadas em montanhismo, e para
sua emenda é padronizada pelo CBMERJ a confecção do nó duplo, especial para
este fim.
Figura 3.12.1 Figura 3.12.2 Figura 3.12.3
36
3.13 ANEL DE FITA COSTURADA (ANNEAU ) E FITA DAISY CHAIN
A figura 3.13.1, demonstra a fita costurada aneauu que é uma fita que
possui costura e carga de ruptura padrão em torno de 22 KN.
A figura 3.13.2, demonstra a fita Daisy Chain, que é uma fita costurada com
pequenas alças de suporte. É um acessório bastante versátil durante uma escalada,
pois pode ser utilizado para organização de equipamentos em suas alças. Mas seu
principal uso é como alça solteira em conjunto com os estribos, pois permite ajuste
mais simples à medida que o escalador progrida através dos mesmos.
Figura 3.13.1 Figura 3.13.2
Observação : A união de uma fita tubular ou anneau com mosquetão presa
ao baudrier, para fins de ancoragem individual, é conhecida como solteira.
3.14 ESTRIBO
Escada de 3 ou mais degraus, que pode ser confeccionada com cordas de
5 a 7 mm, fitas ou hastes de duralumínio. O estribo é utilizado na escalada artificial e
ascensão em corda.
Figura 3.14.1
37
3.15 CORDELETES
Também conhecidos por cordins, são cabos solteiros especiais de 5, 6 e 7
mm de diâmetro, geralmente de fibra de poliamida, possuem alta resistência, e são
utilizados como forma de segurança ou ascensão, normalmente para nó Prusik,
marchard ou bachman.
Figura 3.15.1
3.16 POLIAS
Conhecidas no CBMERJ como patescas, são utilizadas em içamento de
cargas, transposição de obstáculos, sistemas de força e salvamento com plano
inclinado. São encontradas em vários modelos. As figuras 3.16.1 e 3.16.2, mostram
modelos simples para uso em somente em cordas. A figura 3.16.3, mostra um
modelo duplo para utilização em cordas. A figura 3.16.4, mostra um modelo duplo
para corda e cabo de aço. A figura 3.16.5 mostra um modelo que pode ser utilizado
em planos inclinados com duas cordas paralelas, enquanto a figura 3.16.6 mostra
um modelo autoblocante, conhecida por polia Prusik, que tem função de bloquear
automaticamente uma carga ao ser içada.
Figura 3.16.1 Figura 3.16.2 Figura 3.16.3 Figura 3.16.4
Figura 3.16.5 Figura 3.16.6
38
3.17 ASCENSORES
3.17.1 ASCENSOR DE PUNHO
Geralmente utilizados em cordas simples de 8 a 13 mm de diâmetro. Este
equipamento trava na corda para facilitar a ascensão, é fácil de manusear, porém o
CSMont padroniza o uso de um mosquetão, entre o orifício superior do mesmo e a
corda. É utilizado em par, sendo o 1º posicionado acima e o 2º posicionado abaixo, e
são conectados ao cinto do BM através de fitas tubulares. No 2º ascensor destinado
ao pé, será fixado um estribo. E o BM deverá finalizar o sistema com as conecções
dos mosquetões restantes, checar todo o equipamento e realizar a ascensão.
Mosquetões
de segurança
Figura 3.17.1.1 Figura 3.17.1.2 Figura 3.17.1.3
BM EM ASCENSÃO
Figura 3.17.1.4 Figura 3.17.1.5
3.17.2 ASCENSOR TWIN Equipamento destinado à ascensão em cordas duplas, possui dois punhos.
Figura 3.17.2.1
39
3.17.3 ASCENSOR BASIC
Difere-se dos anteriores pela ausência de punho. A Petzl recomenda utilizar
este equipamento para bloquear sistemas de polias, travessias horizontais e como
auto-segurança em passa-mão, que consiste em um sistema montado com corda
ancorada na base e no topo, utilizado em paredes inclinadas.
Figura 3.17.3.1 Figura 3.17.3.2
3.17.4 CROLL
Ascensor ventral destinado à auto-segurança, auxílio na subida de cordas
verticais. Possui olhal superior em forma de retângulo para conecção da fita torse
própria para o mesmo, e também fixada ao baudrier. A sua utilização é efetuada em
cordas de 8 a 13 mm.
Figura 3.17.4.1 Figura 3.17.4.2 Figura 3.17.4.3
3.17.5 TIBLOC
É considerado o menor ascensor do mundo, é fabricado pela Petzl, e
funciona em conjunto com um mosquetão posto entre a corda e os orifícios laterais.
Figura 3.17.5.1
40
3.17.6 ASCENSOR GIBBS
Utilizado pelo Curso Avançado de Montanhismo do Exército Brasileiro,
cumpre a função de ascensor e bloqueador, funcionando assim como Prusik
mecânico, em tracionamentos e içamentos.
Figura 3.17.6.1 3.17.7 BLOQUEADOR SHUNT
Utilizado em cordas simples e duplas com diâmetro entre 8 a 11 mm. Este
equipamento pode ser utilizado juntamente com o Oito ou ATC, para funcionar como
sistema de segurança autoblocante, basta tirar a mão que o aparelho travará na
corda, mas é preciso que este esteja conectado a um mosquetão preso
separadamente no baudrier. A Petzl fabricante do aparelho recomenda que o
mesmo seja posicionado sob o descensor conforme demostra a figura 3.17.7.2.
Figura 3.17.7.1 Figura 3.17.1.2
3.17.8 ASCENSOR DE PÉ – PANTIM
Utilizado em cordas de 8 a 13 mm de diâmetro, facilita a ascensão em
cordas em conjunto com o ascensor de punho e o croll, possui fita do pé para ajuste
fácil e rápido, retira–se da corda com um simples movimento de dobrar a perna para
trás. O fabricante deste equipamento informa que o mesmo não é um EPI, e
aconselha a sua utilização no pé direito.
Figura 3.17.8.1
41
3.18 PLACAS DE ANCORAGENS
São utilizadas em pontos confiáveis, onde há possibilidade de lançamentos
de duas ou mais cordas, ou até em sistemas de tracionamento e sistemas de
redução de força.
Figura 3.18.1 Figura 3.18.4 Figura 3.18.3 Figura 3.18.4
3.19 MACAS DE SALVAMENTO EM MONTANHA
3.19.1 MACA SKED
Utilizada pelo CSMont para ações de Salvamento em Montanha, e segundo
o Manual do Curso de Salvamento em Altura do Corpo de Bombeiros da Polícia
Militar do Estado de São Paulo na página 28, informa que a maca Sked consiste em
um sistema compacto de maca constituído por uma folha plástica altamente
resistente, acompanhada por uma mochila e acessórios que conferem ao
equipamento leveza, praticidade e funcionalidade. Não proporciona imobilização
dorsal, razão pela qual deve ser utilizada prancha longa. Para movimentações na
horizontal, dispõe de dois tirantes reforçados de nylon com capacidade para suportar
1725 kg cada um. O tirante a ser utilizado na região do tronco da vítima é 10 cm
menor do que o da região das pernas, devendo ser observada esta disposição no
momento do uso.
Ao inspecioná-la, verifique suas condições estruturais, especialmente
quanto a abrasões ou cortes, estado das fitas, alça de transporte e fivelas de
fechamento e ajuste, bem como, o estado de conservação de seus acessórios: 01
mosquetão em aço grande para salvamento (com certificação NFPA – National Fire
Protetion Associacion), 01 corda de 20m, 02 fitas de nylon para içamento em dois
tamanhos, 01 suporte para os pés, 04 alças adicionais pequenas para transporte.
Figura 3.19.1.1
42
3.19.2 MACA SMIT–SISTEMA MOLDÁVEL DE IMOBILIZAÇÃO E
TRANSPORTE
Equipamento de fabricação brasileira teve sua aquisição pelo 1º GSFMA no
ano de 2006. Tem a sua aplicação para as mesmas funções da maca SKED,
podendo ser utilizada para içamento de vítima na vertical, salvamento no plano
inclinado e rapel com vítima de trauma, sendo observados mesmos cuidados
quando no uso da maca Sked.
Figura 3.19.2.1
3.19.3 MACA CESTO
Esta maca está disponível no 1º GSFMA para ações de Busca e
Salvamento em Montanha. E segundo o Manual do Curso de Salvamento em Altura
do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo na página 27,
informa que a mesma é confeccionada em aço tubular em todo seu perímetro e por
material plástico (PVC) nas partes que envolvem a vítima, podendo ser inteiriça ou
em duas partes acopláveis. Ao inspecioná-la, deve-se atentar para a integridade
estrutural da maca, conferindo-se ainda, as condições dos quatro tirantes de fixação
da vítima e suas fivelas. A base de apoio para os pés, os pinos de travamento da
maca que garantem o seu acoplamento seguro e as condições da corda que costura
lateralmente a maca.
A capacidade de transporte desta maca é de 180 Kg.
Figura 3.19.3.1 Figura 3.19.3.2 Figura 3.19.3.3
43
3.19.4 MACA LECCO
Figura 3.19.4.1
Fabricada pela empresa Kong, situada na Itália, é um equipamento para
todo tipo de intervenção de socorro em qualquer tipo de ambiente que possa ser
transportada por pessoas ou helicóptero. Apresenta fitas que possibilitam que a
vítima tenha todos os membros imobilizados com sistema de fácil ajuste. Sua
estrutura em alumínio de alta resistência totalmente desmontável possui uma capa
de nylon para proteção da vítima que pode ser totalmente aberta por meio de zíper
com dupla abertura possibilitando acessar a vítima enquanto transportada.
O travesseiro para a cabeça é estofado e anatômico não permitindo que a vítima
fique com a cabeça móvel durante o transporte, o mesmo é fixado a maca por meio
de velcro, podendo ser removido se necessário, o fundo da maca é enrijecido para
preservar a coluna da vítima. Seus exclusivos cabos acolchoados para suporte nos
ombros, permitem que as mãos dos socorristas fiquem livres durante o transporte.
Pode ser transportada horizontalmente por meio de pessoas ou tirolesa, ou
verticalmente sendo suspensa, para tanto, acompanha fitas que possibilitam estas
ações, além de bolsa-mochila para o transporte. O Seu peso de 13 kg, o material da
estrutura é composto de liga leve de alumínio. O Material da cobertura é o Nylon®
800D resinado e possui capacidade de carga de 180 kg. Suas dimensões montada
com os cabos para transporte no ombro são de 310X60 cm, e suas dimensões sem
os cabos para transporte no ombro são de 200X60 cm. As dimensões do saco de
transporte são de 40X60X25 cm. Sendo que a capacidade de carga da fita para
içamento ou descida horizontal, ou transporte em helicóptero são de 500 kg. A
capacidade de carga da fita para tirolesa são de 500 kg. A capacidade de carga da
fita para içamento ou descida vertical é de 400 kg, e sua certificação é de acordo
com as normas: CE / Direttiva Dispositivo Médico 93/42/CEE Classe 1.
44
3.19.5 CAPA EVEREST PARA TRANSPORTE DA MACA PRANCHA
RÍGIDA
Figura 3.19.5.1
Capa fabricada em nylon e cordura para içamento de maca tipo “prancha
rígida” com capacidade de carga de 180 Kg. Apresenta 5 pontos de fixação em cada
lateral para conexão de uma fita divisora de carga com capacidade de carga de 400
kg, em cada ponto de fixação, assim como cada ponta da fita divisora é de cor
idêntica (exemplo: fita de conexão azul com ponta azul da fita divisora).
Seu sistema de fechamento é feito por meio de velcro na parte superior da
capa e para a respiração da vítima existe uma tela de tecido que possibilita a
entrada de ar, acima desta tela existe um sistema de ajuste que permite um perfeito
fechamento da capa na parte da cabeça.
Em sua parte interna apresenta bolsos confeccionados em tela com zíper
para transporte de medicamentos. Apresenta 4 fitas ajustáveis externas para manter
a estabilidade da vítima dentro da capa.
O seu peso é de 4 kg, e é certificada de acordo com as normas: CE-EN1865
e Diretiva 93/42/CEE.
45
3.20 SAPATILHAS PARA ESCALADA EM ROCHA
São calçados com desenho e solados fabricados especialmente para
escalada. São encontrados de vários modelos e formas, e dependendo do tipo de
escalada a ser realizada, podem ter fechamento de velcro, cadarço ou elástico.
Os vários desenhos visam aplicações para as diferentes modalidades, em
relação ao tipo de terreno. Algumas são ideais para dominar lances em micro
agarras, outras para negativos ou tetos e para escalada em aderência, etc.
O tipo de solado também influi no desempenho da sapatilha. Os mais
macios são bem mais aderentes e ideais para vias em aderência, porém não são tão
precisos em minúsculos regletes e gastam muito rápido, como o 5.10–Stealth e o
Vibram–Megabyte. Já os duros são menos aderentes, mas apresentam um maior
resultado em micro agarras, além de serem mais duráveis, como o Boreal-Fusion e o
Vibram- XSV. As sapatilhas quanto ao solado de borracha se classificam em macias
e duras , a tabela abaixo explica a classificação e a utilização.
Macias (5.10 Stealth, Vibram-Megabyte) Duras (Boreal-Fusion, Vibram-XSV)
Mais aderência Menos aderência
Menos durabilidade Mais durabilidade
Menos pecisão em micro-agarras Mais precisão em micro-agarras
As figuras abaixo ilustram sapatilhas utilizadas pelo CSMont.
Figura 3.20.1 Figura 3.20.2 Figura 3.20.3 Figura 3.20.4
O Centro Excursionista Teresopolitano, no seu website, traz uma
informação muito técnica sobre o tamanho ideal da sapatilha para cada escalador.
Esta informação está abaixo transcrita:
Existe uma lenda que diz: a sapatilha deve estar bem apertada no pé para
poder funcionar. Isto é uma meia-verdade. Elas devem estar justas e confortáveis. O
seu pé não deve doer, mas também não deve haver nenhum “espaço vazio” no
46
interior do calçado. Lembre-se sempre que, após algumas escaladas, as sapatilhas
esticam um pouco, e se ajustam ao desenho do seu pé.
Cuidado com sapatilhas apertadas ou folgadas demais, elas não
funcionarão para você. Caso estejam apertadas, mergulhe-as na água fria e
coloque-as por algum tempo (1 ou 2 horas). Isto pode funcionar.
A Snake fabricante das sapatilhas modelo Anhangava e Trinity que são
utilizadas pelo CSMont, recomenda os seguintes cuidados no que versa sobre a
conservação deste calçado:
1 – Lave sempre com água;
2 – Nunca use sabão;
3 – Ponha a sapatilha para secar na sombra e num local ventilado, pois a
secagem forçada danifica e pode prejudicar a garantia;
4 – Trate o couro periodicamente com produtos;
5 – Depois de usar a sapatilha, retire a palmilha para arejar e facilitar a
secagem;
6 – Guarde a sapatilha sempre à sombra e num local ventilado, cuidando
para que a temperatura do local nunca ultrapasse 60 graus centígrados.
A Snake informa que a sapatilha sofre desgaste após um tempo de uso e o
usuário pode solicitar uma ressola, que consiste na revisão completa no solado
entressola, palmilha e emborracahamento.
E informa também que os cardaços e palmilhas sofrem um desgaste natural
muito mais rápido e que podem ser facilmente substituídos.
3.21 COMPARTIMENTO PARA MAGNÉSIO
Pequeno compartimento transportado pelo escalador. O mesmo serve para
o acondicionamento do carbonato de magnésio, que é um produto semelhante a um
pó branco, que é utilizado para marcar os pontos de apoio na rocha e manter as
mãos secas durante a escalada, facilitando assim a pegada nas agarras.
Figura 3.21.1
47
3.22 PROTEÇÕES FIXAS
3.22.1 GRAMPO
As proteções permanentes geralmente utilizadas no Brasil são os grampos,
artefatos de fabricação caseira sobre os quais não existe nenhum controle de
qualidade.
Os grampos são fixados na rocha por intermédio de um furo justo por uma
broca SDS de aço geralmente de 12 mm de diâmetro, feito na mesma, e a sua
colocação é por batida ajustável e expansível na rocha. O diâmetro padrão dos
grampos é de ½” vendido em lojas especializadas em montanhismo, mas também
existem grampos de medidas de ¼” e 3/8.
Para confiar a sua vida neste equipamento, se faz necessária uma
observação do estado geral, se está bem batido, (verificando o correto
posicionamento do mesmo na rocha), corrosão, torto, fissuras, etc.
Os grampos são divididos em haste e olhal.
Os grampos são feitos de aço 1.020, mas existem grampos de aço inox.
Olhal
Haste
Sentido de trabalho
Figura 3.22.1.1 Figura 3.22.1.2
Existem grampos que não possuem solda e tem o olhal arredondado,
conforme mostra a figura 3.22.1.3. A composição do mesmo geralmente é de aço
inox, e o modelo abaixo tem resistência de 50 KN garantida pelo fabricante.
O problema é que o para o grampo se fixar a rocha, é necessária o uso
de uma cola conforme mostra a figura 3.22.1.4, que leva 24 horas para secar, e só
após este tempo o grampo poderá ser usado. É ideal para regrampear vias.
Figura 3.22.1.3 Figura 3.22.1.4
48
3.22.2 CHAPELETA E PARABOLT
Proteção permanente em vias de escalada, fixada por intermédio de um
parabolt que pode ter 10 ou 12 mm de espessura, conforme exposto na figura
3.22.1.3. O parabolt é um parafuso de expansão especial para fixação na rocha,
sobrando uma ponta para fora onde é colocada a orelha da chapeleta e depois a
porca.
Existem modelos atuais que permitem a colocação da corda diretamente
na chapeleta, conforme apresenta as figuras 3.22.1.1 e 3.22.1.2 enquanto as mais
comuns apresentam as arestas pontiagudas, e não se deve passar a corda
diretamente nas mesmas. Neste caso, é melhor perder um cordelete ou mosquetão
passado em torno da mesma antes de passar a corda, e efetuar um rapel de
emergência com mínimo de segurança, do que ficar exposto a sofrer um grave
acidente.
As chapeletas são mais confiávéis que os grampos, pois os fabricantes
cumprem testes previstos por normas internacionais para aprovação. E apresentam
carga de ruptura em torno de 2.200 a 2.500 Kg, dependendo do modelo.
Parabolt.
Porca.
Orelha.
Figura 3.22.1.1 Figura 3.22.1.2 Figura 3.22.1.3
3.22.3 POSICIONAMENTO DA CHAPELETA NA ROCHA-FONTE P ETZL
Certo Posicionamentos erra dos e perigosos
Figura 3.22.3.1 Figura 3.22.3.2 Figura 3.22.3.3 Figura 3.22.3.4
49
3.23 PUNHO COM BROCA E MARTELO
Este conjunto é o responsável para a abertura do furo para instalação dos
grampos e chapeletas, conforme mostra a figura 3.23.1. Trata-se de um punho com
encaixe para uma broca. O martelo tam tam na figura 3.23.2, tem seu uso também
para colocação e retirada de pitons, o seu cabo de borracha tem a função de
absorver vibrações, e a base do mesmo é equipada com chave para apertar
parafusos de chapeletas.
Martelo comum;
Olhal para auxiliar na retirada de pitons;
Martelo para meios
pequenos e saca piton;
Cabo de borracha para
absorver vibrações;
Figura 3.23.1 Figura 3.23.2 Chave para apertar
parafusos de chapeletas.
3.24 FURADEIRA À BATERIA
As furadeiras para fixação de proteções em rocha, são à base de bateria
recarregável, geralmente são pesadas, mas a sua vantagem é o ganho de tempo do
escalador para furar a rocha em relação ao batedor com punho.
A figura 3.24.2 mostra um montanhista do CBMERJ, fazendo uso da
furadeira do 1º GSFMA para bater um grampo durante a conquista da via
sesquicentenário na Pedra da Gávea.
Figura 3.24.1 Figura 3.24.2
50
3.25 PITON
a) Peças de metal em aço cromo molibidênio de altíssima qualidade e
resistência.
b) São relativamente leves e proporcionam grande segurança.
c) São constituídas de cabeça, olhal e lâmina.
d) São proteções fixas não permanentes.
e) São utilizados em escalada artificial.
f) Sua colocação e retirada produzem ruído, as figuras a seguir demonstram
outros modelos de pitons, que são disponíveis em vários tamanhos de acordo com
os fabricantes dos mesmos.
3.25.1 PITON PARA FENDA HORIZONTAL
Forjado em aço cromo molibidênio ou aço doce que pode ou não ser
galvanizado, possui resistência em torno de 27 KN.
Este modelo é também conhecido por lost arrow.
Figura 3.25.1.1 Figura 3.25.1.2 Figura 3.25.1.3
3.25.2 PITON PARA FENDA HORIZONTAL E VERTICAL (UNIV ERSAIS)
Pitons finos e longos que possuem a característica de moldar-se à fenda.
Possuem dois olhais e são constituídos de aço doce e flexível.
O modelo na figura abaixo com dois olhais, é também conhecido por
knifeblade.
Figura 3.25.2.1
Piton horizontal.
Piton universal.
Lâmina. Cabeça.
Olhal.
51
3.25.3 PITON PARA FENDAS ENVIESADAS
Este modelo fabricado pela Petzl de nome universel, é recomendado para
fissuras ou fendas enviesadas em calcário e granito, e deforma-se para casar com
as mesmas.
É fabricado em aço de média dureza sem tratamento térmico.
Figura 3.25.3.1
3.25.4 PITON EM CANELETA
Tem o formato em “v” que lhe dá grande resistência, e a característica de
ficar apoiado em três pontos, podendo ser usado na vertical ou horizontal.
Este modelo é também conhecido por angle.
Figura 3.25.4.1 Figura 3.25.4.2
3.25.5 RURP
É um pequeno piton, possui uma lâmina fina e curta. Tem resistência em
torno de 3 KN. É usado como segurança relativa, ou para suportar somente o peso
do escalador no estribo. É utilizado em escalada artificial.
Figura 3.25.5.1
52
3.25.6 PECKER
Trata-se de um minipiton para fendas realmente muito finas e rasas com
pouca profundidade, e que normalmente não suportaria um piton normal, mesmo os
mais finos. É fabricado pela empresa Black Diamond.
Figura 3.25.6.1
3.25.7 COLOCAÇÃO E RETIRADA DE PITONS
a) Escolhe-se o piton de acordo com a fenda;
b) O ideal e introduzir o piton 2/3 manualmente;
c) Um terço com martelo até o olhal;
d) Quando ouvir um som semelhante ao encher de um cantil de água
durante as marteladas é sinal que o piton ficou bom;
e) Quando ouvir um som metálico é sinal que o piton chegou ao fundo da
fenda;
f) Quando o som ficar grave ou seco o piton não está bem fixado;
g) Primeiro analisamos a fenda para escolher o piton adequado;
h) Com piton podemos fazer entalamento com mais pitons, nuts stoper ou
excêntricos, observando qual ficou melhor na fenda;
i) Se não houver piton adequado tentar entalamento com dois pitons ou
mais;
j) O uso dos pitons tem diminuído devido ao uso de nuts, excêntricos e
friends;
l) As batidas com a marreta devem ser fortes espaçadas;
m) Retirar os pitons da pedra sempre com a camisa de corda;
n) Para retirar o piton da pedra, bater o piton todo para um lado e depois
para o outro.
o) Enquanto os grampos são fixados com o olhal para cima, os pitons são
fixados com olhal para baixo.
53
p) Segundo Flávio Daflon em seu manual escale melhor e com mais
segurança, colocar um piton requer escolher o tamanho certo, encaixá-lo e entalá-lo
na fenda, batendo com uma marreta.
A figura abaixo mostra outro modelo de martelo de nome jumbe para
colocação e retirada de pitons.
Pequeno martelo para retirada de
meios pequenos e saca piton;
Cabo de borracha para absorver vibrações;
Olhal para auxiliar na retirada de pitons;
Martelo comum.
Figura 3.25.7.1
3.25.8 PRECAUÇÕES NO USO DE PITONS
Após fixar um piton nas fendas ou fissuras da rocha, deve-se observar o
correto posicionamento dos mosquetões conectados nos mesmos, conforme mostra
a figura 3.25.8.3, enquanto as figuras e 3.25.8.1 e 3.25.8.2, demonstram conecções
erradas e perigosas.
Para evitar o atrito da corda com arestas vivas, reduzir o braço da
alavanca do esforço sobre os meios e confeccionar equalizações, são utilizados
alargadores , conforme mostram as figuras 3.25.8.4 e 3.25.8.5 que podem ser pré-
fabricados ou improvisados com cordeletes ou fitas. São unidos aos meios com uso
de mosquetões.
Observação : Os mosquetões na escalada artificial e em qualquer outro tipo
de ancoragem durante qualquer modalidade de escalada, nunca devem ficar com o
gatilho voltado para a rocha.
Fig 3.25.8.1 Fig 3.25.8.2 Fig 3.25.8.3 Fig 3.25.8.4 Fig 3.25.8.5
54
3.26 PROTEÇÕES MÓVEIS
3.26.1 NUTS
Com a atual divulgação do mínimo impacto em paredes, estes sistemas de
proteção estão sendo cada vez mais utilizados, principalmente em aberturas de vias
novas. Pois mantém as características naturais das paredes, já que são colocados
em fendas pelo guia e retirados pelo participante.
São assim chamados devido a sua fácil colocação e retirados com as mãos
na maioria das vezes. São leves, resistentes, não danificam a via, e proporcionam
uma escalada limpa, conforme mostra a figura 3.26.1.3.
Figura 3.26.1.1 Figura 3.26.1.2 Figura 3.26.1.3
Basicamente existem dois tipos: entaladores passivos e entaladores de
expansão.
Estão entre os equipamentos mais técnicos e de difícil e complexa
utilização, utilizam o princípio de entalamento, e requerem treinamento específico
para sua correta aplicação.
As proteções móveis se dividem em dois tipos, os ativos e os passivos, ou
seja, os que se expandem na rocha, como os friends, e os que se ajustam à rocha,
como os nuts e ambos têm maior emprego na escalada artificial.
São encontrados em vários modelos e tamanhos, com finalidades bem
distintas, a seguir temos alguns exemplos:
55
3.26.2 QUANTO AO FORMATO
a) Formato de cunha;
b) Formato semicircular ou excêntrico;
c) Entaladores passivos, exemplo: cunha/excêntrico, onde uma simples peça
do metal é encaixada na fenda;
d) De ação rotativa, exemplo: friends/spider com partes móveis acionadas
por molas que se retraem ao entrar e sair da fenda e expandem-se dentro da fenda.
3.26.3 ENTALADORES PASSIVOS
Podem ser tipo cunha ou excêntrico;
a) De formato tipo cunha;
b) São conhecidos como: stoppers, stones, rups, nuts, steel nuts,
micronuts, taders ou entaladores;
c) São mais largos do meio para final da peça;
d) Possuem um lado largo outro estreito.
3.26.4 COLOCAÇÃO
Sua colocação consiste em encaixá-los para onde a fenda se fecha, e os dois
lados podem ser usados, mas os mais largos oferecem maior segurança.
Qualquer modificação no formato dos modelos melhora ou não seus
desempenhos.
Existem nuts com:
a) Todos os lados retos;
b) Ligeiramente curvados;
c) Combinando lado reto com curvo;
d) Com ressaltos;
e) O objetivo da colocação é encontrar um ponto, segurança estável;
f) Nuts de lado reto ficam melhores em fendas de lados regulares;
g) Nuts de curvas ficam melhores em fendas de lados irregulares.
56
As figuras abaixo demonstram exemplos de colocação de nuts stopers.
Sendo que a figura 3.26.4.3, demonstra uma forma de oposição de nuts, que pode
ser utilizado em uma passagem do guia para um lance horizontal, com a função de
impedir que a corda puxe o primeiro nut para cima ou para o lado.
Progressão - Oposição de nuts.
do guia.
Nut direcionador.
Fig 3.26.4.1 Fig 3.26.4.2 Figura 3.26.4.3
3.26.5 COLOCAÇÃO DOS NUTS EM FENDA VERTICAL
a) Posição em que trabalham melhor;
b) Se a fenda fechar-se em baixo, devem ser colocadas neste sentido (cima
para baixo);
c) Normalmente os nuts são unidirecionais, mas se forem alojados
profundamente na fenda podem ser usadas em múltiplas direções;
d) Fendas de parede totalmente paralelas não são boas sendo necessário o
uso de dois nuts através do método chamado encunhamento. Para este método o
ideal é o nut possua duas peças no mesmo cabo de aço. Se o encunhamento for
com nuts independentes o mosquetão deve passar nos dois cabos de aço para não
perder material em caso de queda;
3.26.6 COLOCAÇÃO EM FENDA HORIZONTAL
a) A fenda deve fechar-se de dentro para fora (parte de fora estreita).
E nesta situação torna-se multi–direcional;
b) Não colocar muito próximo à borda da pedra podendo quebrar a borda e
soltar-se;
c) Não deixar o cabo de aço atritando nas bordas.
57
3.26.7 COLOCAÇÃO EM FENDAS SEM FUNDO
a) Usa-se o nut de formato trapezoidal em sua parte superior. Usar o lado
mais estreito, pois tende a aumentar a superfície de contato;
b) Em fenda sem fundo que se estreita para baixo pode aparentar-se boa,
mas é insegura.
3.26.8 COLOCAÇÃO EM BOLSOS E PEQUENAS GARGANTAS
a) Não é um bom emprego para as cunhas. Quando a garganta parece um
túnel pode-se enfiar a cunha por ali. A passagem pode ser de cima para baixo ou
vice-versa;
b) Melhor usar as de cabo de aço, pois a emenda é menor do que as de
cordelete.
3.26.9 NUTS EXCENTRICS OU EXCÊNTRICOS-APRESENTAÇÃO
Significa círculo fora de centro e são peças de formato hexagonal que são
encaixadas nas fendas.
Atualmente são de formato irregular, permitindo sua utilização em fendas de
tamanhos variáveis.
Figura 3.26.9.1 Figura 3.26.9.2 Figura 3.26.9.3
58
2.26.10 COLOCAÇÃO DOS EXCÊNTRICOS
a) Ao receber uma tração e girar prendem-se ainda mais;
b) Seus formatos variam de acordo com fabricante;
c) Os tradicionais eram hexagonais com a mesma distância dos lados, o que
limitava sua versatilidade;
d) A Black Diamond fabricou o excêntrico de forma que cada par de lados à
distância diferencia-se, podendo ser usado “em pé", ou seja, no lado mais estreito.
Observação : Em qualquer emprego em que se faz necessário combinar
meios para obter a uma melhor direção de queda deve-se optar pela equalização.
3.26.11 OUTRAS OBSERVAÇÕES
a) Aprenda a estimar o entalador certo para a fenda;
b) Escolha o de rápida colocação e com menor desgaste físico ao
escalador;
c) Escolha o melhor entalador para a situação;
d) Não necessariamente o maior;
f) Nas decidas em caso de dúvida, reforce-os com outro;
g) Cheque cada um após a colocação principalmente na direção de queda;
h) Verifique se poderá ser desalojado por um movimento da corda;
i) Se a carga for requerida em mais de uma direção em caso de queda, se
faz necessária a equalização.
3.26.12 SACA NUTS
Equipamento utilizado para retirar nuts que apresentem dificuldade de
remoção.
Figura 3.26.12.1
59
3.26.13 FRIENDS-FONTE CURSO AVANÇADO DE MONTANHISM O DO
EXÉRCITO BRASILEIRO–APRESENTAÇÃO
Equipamento que possui um tipo de gatilho que aciona as peças móveis,
retraindo-se quando o gatilho é acionado e assim estreitando sua largura e
permitindo sua introdução em fendas. Assim que o gatilho é solto, as peças voltam a
sua posição exercendo uma pressão na fenda.
Chamados de meios móveis de expansão (castanhas acionadas por mola).
Muito resistentes e de fácil emprego (agir na barra de acionamento),
proporcionaram avanço no histórico da escalada, e são utilizados em fendas
paralelas, verticais e horizontais. Diferem-se dos entaladores passivos por
ajustarem-se ao tamanho das fendas por meio de expansão de castanhas.
Dependendo do número de castanhas, podem ser chamados de 4CU
(quatro unidades de castanha) e TCU (três unidades de castanha)
A Black Diamond fabrica o camalot (várias castanhas), que possui dois
eixos. Este tipo de friend pode ser utilizado como entalador passivo. Existem friends
de vários tamanhos desde os pequenos aos grandes, e com numeração para serem
utilizados em fendas que comportem os mesmos.
EMPREGO
Todas as castanhas devem estar em contato com a pedra, deve se evitar
tensão perpendicular ao eixo das mesmas, e o punho deverá estar voltado para
direção de queda, conforme demonstra a figura 3.26.13.3.
Castanhas
Figura 3.26.13.1 Figura 3.26.13.2 Figura 3.26.13.3
Observação importante: Ao colocar estes equipamentos móveis para
progressão em escalada artificial, deve-se testar se os mesmos estão fixados na
rocha, pisando no estribo conectado ao mosquetão da costura que está clipado no
mesmo, e abaixar a cabeça oferecendo o capacete, pois se o mesmo soltar, baterá
no mesmo, evitando assim lesionar o escalador.
60
3.26.14 CLIFF RANGER
Gancho de aço destinado para segurança relativa em escalada. E que
servem para apoio sobre saliências da rocha ou sobre pequenos buracos perfurados
com talhadeiras. Existem vários tamanhos e modelos, dependendo do uso que se
faz. É utilizado em escalada onde há necessidade de progressão em artificial, e é
um equipamento essencial para conquista de via de escalada.
Os cliffs são disponíveis em vários modelos, sendo muito comum o talon
conforme mostra a figura 3.26.14.3. A figura 3.26.14.4 mostra o modelo fifi, a figura
3.26.14.5 mostra o modelo reglete, enquanto a figura 3.26.14.6 mostra um BM
ancorado com par de cliffs ranger.
Observação : Os cliffs devem sempre ficar sob tensão.
Figura 3.26.14.1 Figura 3.26.14.2 Figura 3.26.14.3
Figura 3.26.14.4 Figura 3.26.14.5 Figura 3.26.14.6
3.27 DESTORCEDOR
Equipamento colocado entre a carga e a corda para permitir que a mesma
gire sobre si mesma sem torcer a corda. Este modelo ainda permite a montagem de
3 mosquetões no olhal do lado da carga, e possui carga de ruptura de 36 KN e carga
de trabalho de 5 KN garantida pelo fabricante.
Figura 3.27.1
61
CAPÍTULO IV–VESTUÁRIO E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS EM
AMBIENTE DE MONTANHA E SUAS APLICAÇÕES
4.1 O ambiente de montanha irá nos impor características especiais, tanto
na parte de vestuário, como na parte de equipamento. Cabe ao vestuário o
importante papel de manter o equilíbrio calórico do corpo, reduzindo os efeitos das
variações de temperatura do meio ambiente, sendo portanto, essencial para que
uma tropa dure nas ações sob condições climáticas adversas.
O vestuário empregado divide-se em: vestuário de abrigo e vestuário de
proteção.
4.2 VESTUÁRIO DE ABRIGO-DIVISÃO:
4.2.1 INTERNO
Serve para reter o calor do corpo, porém deve ser permeável para a
transpiração. Deve-se usar peças leves e superpostas, ao invés de somente uma
quente e pesada, o que proporciona diversas combinações de acordo com as
condições ambientais. Exemplo: camisetas, cuecas, meias de lã e outros.
4.2.2 EXTERNO
Serve para proteger o corpo contra o frio e a umidade, deve ser simples,
sem forros e de secagem rápida. Ex.: luvas de lã, capuz, cachecol, calça e outros.
Figura 4.2.2.1 Figura 4.2.2.2 Figura 4.2.2.3
62
4.2.3 VESTUÁRIOS DE PROTEÇÃO
Servem para proteger o corpo do contato com o vento e a água, logo devem
ser impermeáveis. Dificultam a evaporação do suor devido à falta de porosidade, e
por isso, devem ser usados somente quando estiverem ocorrendo precipitações,
ventos e, principalmente, nos intervalos e altos de uma marcha em montanha. Como
por exemplo: japonas e calças de "goretex", "anorak", poncho, capa de chuva, saco
aluminizado e outros.
Figura 4.2.3.1 Anorak. Figura 4.2.3.2
4.2.4 CALÇADOS
Devem ser do tipo vulcanizado, com o bico baixo e com as bordas da sola
no mesmo alinhamento do couro do calçado. Não devem ter pregos ou tachas, pois
podem causar ferimentos nos pés quando se caminha em pedras. Os coturnos de
sola de borracha especial vulcanizada com ressaltos ou travas, são os mais
empregados.
4.3 OUTROS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL EM
MONTANHA
4.3.1 BARRACA ESPECÍFICA PARA MONTANHISMO
Ideal para acampamento, geralmente impermeabilizada, possui mosquiteiro,
janela, vareta para montagem e outros acessórios, dependendo do modelo.
Figura 4.3.1.1
63
4.3.2 SACO DE DORMIR
Confeccionado em geralmente em poliamida dependendo do modelo,
possui capacidade para suportar temperaturas negativas.
Figura 4.3.2.1
4.3.3 ISOLANTE TÉRMICO
Material importante, para isolar o corpo do contato com o solo frio. Este
equipamento funciona como um colchão para proporcionar um conforto relativo,
para o descanso.
Figura 4.3.3.1 Figura 4.3.3.2
4.4 ACESSÓRIOS PARA OPERAÇÕES EM MONTAN HA
4.4.1 MOCHILA CARGUEIRA
Ideal para longas caminhadas, e deve possuir conforto no contato com o
corpo, e ajustes em sua estrutura de apoio. Quanto a capacidade de transporte de
carga, tem sua disposição em litros, como por exemplo: 50, 60, 70, 75, 80 litros.
As mais utilizadas em montanhismo são de cordura que é um tecido
resistente à abrasão, composto de nylon de alta tenacidade, texturizado a ar durante
o processo de extrusão, adquirindo um aspecto áspero e sem brilho, semelhante ao
da lona de algodão. Não absorve água, não amassa, não mofa e seca rápido, e
possui camada interna de resina que o torna impermeável.
Figura 4.4.1.1
64
4.4.2 FOGAREIRO
Ideal para acampamento, devendo ser utilizado em conjunto com um
pequeno recipiente de gás, que tem autonomia de cerca de 03h30min para cozinhar
ou esquentar alimentos.
Figura 4.4.2.1
4.4.3 HEAD LAMP
Ideal para iluminação noturna ou em locais escuros como: grutas, chaminés
e outros. Hoje em dia é muito comum o uso de head lamp à base de leds, que são
micro-lâmpadas que iluminam bem e consomem pouca bateria ou pilha.
Figura 4.4.3.1
4.4.4 REPELENTE
Ideal para ser utilizado em acampamentos e caminhadas, e serve como
proteção da pele contra ataques de mosquitos.
Figura 4.4.4.1
65
4.4.5 RESERVATÓRIO DE ÁGUA DE POLIURE TANO PARA
HIDRATAÇÃO
Trata-se de um recipiente para água que pode ser acondicionado na
mochila. E tem por função permitir que o montanhista se hidrate com maior rapidez e
segurança.
Figura 4.4.5.1
4.4.6 FACÃO
Tem como principal característica a facilitação da limpeza de áreas para
movimentação ou retirada de vítimas de locais de difícil acesso, serve também como
instrumento a facilitar a montagem de um acampamento. É um equipamento de uso
individual bastante útil para solucionar problemas a todo o tempo na operação.
Figura 4.4.6.1
4.4.7 BINÓCULO
Equipamento que auxilia a equipe de busca de forma a facilitar a
localização de vítimas, pontos de referência, pontos de pouso, entre outros. Deve
ser emborrachado para facilitar seu manuseio mesmo em situações extremas.
Figura 4.4.7.1
66
4.4.8 BÚSSOLA E GPS
Equipamentos indispensáveis em operações em terrenos montanhosos. Os
mesmos são destinados a orientação no terreno e possuem boa eficiência, sendo o
GPS - Global Sistem Positioning, ou sistema de posicionamento global, mais eficaz
por possuir monitoramento via satélite.
Nas operações em terrenos montanhosos, a carta topográfica do local de
busca, apesar de toda esta tecnologia, complementa o uso dos mesmos.
Figura 4.4.8.1
4.4.9 BASTÕES PARA CAMINHADA
Equipamento utilizado nas caminhadas em trilhas, e tem por função reduzir
o esforço por ocasião do transporte do peso na mochila. Existem modelos
destinados a caminhada em neve e em terreno seco.
Figura 4.4.9.1
67
4.4.10 IMPERMEABILIZADOR DE MATERIAIS
Essencial para proteção de equipamentos, documentos, ou qualquer outro
tipo de material que possa se danificar em contato com a água.
Figura 4.4.10
4.4.11 BM COM MATERIAL IMPERMEABILIZ ADO NO CERIMONIAL
Na figura abaixo, o aluno do CSMont está com os seguintes kits de uso
individual acondicionados em potes expostos e impermeabilizados: kit de
montanhismo, kit de Higiene pessoal, kit de primeiros socorros, kit de manutenção
de fardamento, kit de sobrevivência, material didático para anotação, kit de
orientação, fardamento reserva e outros.
Figura 4.4.11.1
68
CAPITULO V–CORDAS, CABOS E SUAS APLICAÇÕES
5.1 DEFINIÇÃO DE CORDA: Corda é um conjunto de cordões de fibras e
fios torcidos ou trançados entre si.
5.2 ELEMENTOS BÁSICOS
5.2.1 Fibra: é a matéria básica de uma corda;
5.2.2 Fio: é um conjunto de fibras;
5.2.3 Cordão: é um conjunto de fios;
5.2.4 Capa: é a camada externa de uma corda, que tem como característica
a flexibilidade e a proteção da alma;
5.2.5 Alma: parte interna de uma corda, que é protegida pela capa, tem
como características resistência e elasticidade (alongamento).
Capa Alma Cabo trançado Cabo torcido
Figura 5.2.6 Figura 5.2.7
5.3 TIPOS DE FIBRAS
5.3.1 Fibras vegetais:
5.3.1.1 Sisal ou henequém originário do México: fibras duras
semelhantes aos cabos de manilha, são mais leves e menos resistentes que o cabo
de manilha;
Figura 5.3.1.1.1 - cabo de sisal
5.3.1.2 Manilha (juta): são macias, deslizam bem sobre cadernais e
roldanas, e quanto à coloração, variam de branco amarelado ao castanho escuro;
5.3.1.3 Cânhamo: fibra vegetal mais forte que as anteriores, porém muito
áspera ao tato;
Os cabos de origem vegetal possuem larga aplicação em trabalhos pesados
tipo pistas de cordas e geralmente são cordas de grande diâmetro fabricadas por
torcimento;
69
Sofrem degradação acentuada quando expostas ao meio ambiente,
principalmente quando molhadas, podendo apodrecer, mofar e até serem atacadas
por fungos e outros microorganismos, sem revelar na aparência o seu real estado de
conservação;
5.3.2 Fibra animal: seda, crina e couro, que possuem uso limitado;
5.3.3 Fibra mineral: no CBMERJ tem seu uso em conjunto com o tirfor para
ações de salvamento;
Fig. 5.3.3.1–cabo de aço Figs. 5.3.3.2 e 5.3.3.3–cabo de aço tracionado
5.3.4 Fibras sintéticas: são fibras derivadas do petróleo, possuindo uma
resistência muito superior às fibras dos cabos vegetais e animais do mesmo
diâmetro;
5.3.4.1 Poliéster: as fibras de poliéster têm alta resistência quando
úmidas, ponto de fusão em torno de 250ºC, boa resistência à abrasão, aos raios
ultra-violetas e a ácidos e outros produtos químicos, entretanto, não suportam forças
de impacto ou cargas contínuas tão bem quanto as fibras de poliamida. São
utilizadas em salvamento e em ambiente industriais em conjunto com fibras de
poliamida;
5.3.4.2 Perlon: trata-se de um filamento de nylon que recebe este nome,
esta fibra é presente em cordas dinâmicas do CBMERJ, a mesma possui boa
flexibilidade e elevada resistência;
5.3.4.3 Kevlar: é uma marca registada da DuPont para uma fibra sintética
de para-aramida muito resistente e leve.Trata-se de um polímero resistente ao calor
e sete vezes mais resistente que o aço por unidade de peso. O kevlar é usado na
fabricação de cintos de segurança, cordas, construções aeronáuticas e coletes à
prova de bala e na fabricação de alguns modelos de raquetes de tênis;
70
5.3.4.4 Poliamida: boa resistência à abrasão, em torno de 10% mais
resistente à tração do que o poliéster, mas perde de 10 a 15% de sua resistência
quando úmida, recuperando-a ao secar, possui excelente resistência a forças de
impacto. No CBMERJ é utilizada em Salvamento em Montanha e Salvamento em
Altura;
5.3.4.5 Polipropileno e polietileno: são fibras que não absorvem água e
são empregadas quando a propriedade de flutuar é importante, como por exemplo:
no Salvamento Aquático. Porém, estas fibras se degradam rapidamente com a luz
solar e, devido a sua baixa resistência à abrasão, pequena resistência a suportar
choques e baixo ponto de fusão, não devem ser utilizadas para operações de
Salvamento em Altura e proibidas para trabalhos sob carga;
Figura 5.3.4.5.1 cabo de polietileno
5.3.4.6 A corda Kernmantle: as cordas de construção Kernmantle
apresentam diversos tipos de alma e de capa, a alma da corda é confeccionada por
milhares de fibras de nylon torcidas juntas, formando cordões. Os mesmos são
torcidos em direções opostas, metade à direita e metade à esquerda, para que a
corda seja neutra, isto é, não torça quando submetida a esforço, a palavra
kernmantle tem origem alemã (kern-alma e mantle-capa).
A capa, geralmente colorida, é que proporciona a maioria das
características de manuseio, sempre com referência a construção da mesma,
quanto maior for seu número de fios, maior será sua resistência à abrasão.
Empresas fabricantes de cordas de kernmantle trançam as mesmas com 48
fios, utilizando a tecnologia de última geração.
A maior parte da força da corda é provida pela alma, e a capa funciona
como uma cobertura protetora, isolando-a e a protegendo dos efeitos nocivos dos
agentes externos.
As cordas kernmantle tem todas as vantagens das cordas de nylon, mas
minimizam os problemas como dureza, fricção e excessiva elasticidade.
71
Segundo o que consta no informativo Betary treinamento técnico disposto
em www.betarytreinamento.com.br, para se ter uma idéia da diferença entre a
tecnologia imposta pela norma Brasileira e a tecnologia Kernmantle, uma corda de
padrão nacional de 12 mm oferece resistência à ruptura de no máximo 2.500 Kg. O
mesmo diâmetro de corda com o padrão Kernmantle, oferece uma resistência de
4.000kg.
Isso se dá provavelmente pela qualidade da trama. Proporção de capa e
alma. E porque a corda padrão NR 18 utiliza menos fios na fabricação, o que
justifica também serem mais baratas.
5.3.4.7 Tecnologia dry: sistema utilizado por fabricantes de cordas de
salvamento para que as mesmas que se mantenham secas, quando utilizadas em
locais úmidos.
Esta tecnologia evita que a corda congele em ambientes gelados, aumenta
um pouco a sua resistência à abrasão, reduz a absorção de raios ultra-violetas e a
torna mais maleável.
O tratamento dry consiste em um banho químico com substâncias
repelentes à água aderida às fibras, que permite que as cordas flutuem lhe
outorgando ainda uma maior resistência à abrasão.
O tratamento dry não degrada antes da terceira lavagem, desaparecendo
totalmente após a sétima;
5.3.4.8 Spectra: fibra extremadamente forte e leve possui maior resistência à
abrasão que o kevlar, porém apresenta baixa elasticidade para absorver impactos.
Possui um ponto de fusão muito baixo para poder ser utilizada com a
maioria dos equipamentos de rapel, podendo ser utilizada no meio aquático;
5.3.4.9 Cordas Tipo A, B, C, 1, gêmeas, duplas e ca bo de aço:
Um dos modelos de cordas de fabricação européia utilizada para
Salvamento em Altura, e presente no CBMERJ é a semi – estática tipo A, como a
Milet spelunca, francesa utilizada pelo Curso de Salvamento em Alturas, e composta
de fibras é a poliamida.
A corda de fabricação européia semi-estática tipo B é limitada a certos
tipos de salvamentos por possuir resistência menor que a do tipo A, e não é
projetada para uso industrial e sua composição geralmente é de fibras de poliamida.
72
A corda utilizada para Salvamento em Montanha no CBMERJ através de
técnica de escalada é a dinâmica Tipo 1, ou seja corda simples, é composta de
fibras de poliamida, como por exemplo a francesa Milet top rock, utilizada pelo Curso
de Salvamento em Montanha do CBMERJ.
Existem também cordas dinâmicas européias gêmeas e duplas,
geralmente com fibra de poliamida, e são utilizadas em duplas para técnicas de
escalada e tem seu maior uso no continente europeu.
A corda de fabricação européia tipo C os fabricantes recomendam a sua
aplicação em planos inclinados e sua composição é de fibras de poliamida e possui
baixo alongamento. No CBMERJ o cabo utilizado para esta finalidade é o espia,
possui as mesmas características supramencionadas, e um alerta visual de
desgaste vermelho entre a capa e a alma, que ao aparecer indica sinal de desgaste.
Este cabo é fabricado sob encomenda para o CBMERJ.
O cabo de aço presente nas viaturas de salvamento é utilizado com
equipamentos peculiares, como o tirfor, guincho fergon, grampo manilha, esticador /
encolhedor, clips para emendas e sapatilho para construção de alças para
ancoragens;
Tirfor Guincho fergon Grampo manilha
Figura 5.3.4.9.1 Figura 5.3.4.9.2 Figura 5.3.4.9.3
Esticador / encolhedor Alça com sapatilho Alça com clips
Figura 5.3.4.9.4 Figura 5.3.4.9.5 Figura 5.3.4.9.6
Observação: No CBMERJ os equipamentos visualizados acima, são
também utilizados para se esticar cabos de sisal de diâmetros grossos para
transposição de obstáculos conhecidos por pista de cordas.
73
5.4 ESTRUTURA: o tipo de construção da estrutura das cordas irá definir se
ela é semi–estática, estática ou dinâmica.
Nas cordas semi-estáticas a estrutura da alma pode ser lisa e paralela, com
elasticidade em torno de 2,6 a 4,8%, e nas cordas estáticas podem ser trançados,
dando - lhe a elasticidade natural entre 1 e 1,5%.
Já nas cordas dinâmicas a alma é representada por um conjunto de
pequenos cabos torcidos em espiral, que é o segredo para a absorção de choques,
com elasticidade em torno de 6 a 8,8%.
As cordas utilizadas no CBMERJ para descidas simples e com vítima, são
de fibra de poliamida e certificadas para a atividade.
O diâmetro das cordas de salvamento existentes no CBMERJ varia de 10 a
12 mm de diâmetro. As figuras abaixo ilustram uma corda semi-estática Milet modelo
spelunca utilizada pelo Curso de Salvamento em Alturas e pela Academia de
Bombeiro Militar do CBMERJ, e a constituição da capa e alma de uma corda semi-
estática:
Figura 5.4.1 Figura 5.4.2
A corda dinâmica é utilizada em Salvamento em Montanha através de
técnicas de escaladas, por ter muito boa elasticidade facilitando assim a absorção
de choque no caso de quedas. No exemplo abaixo, há uma corda dinâmica modelo
top rock tipo 1, ou seja, corda dinâmica simples de 60 metros de comprimento que
está em uso no CBMERJ, conforme ilustra a figura 5.4.3, do fabricante francês Milet.
A figura 5.4.4, demonstra como é o processo de fabricação de uma corda
dinâmica, e a figura 5.4.5 como é a constituição da capa e da alma da mesma.
Figura 5.4.3 Figura 5.4.4 Figura 5.4.5
74
Estão em uso no CBMERJ para fins de salvamento a corda Millet, de
fabricação francesa, a corda dinâmica mammut de fabricação suiça e as nacionais
P48f da Plasmódia. Além da CSL 2 em 1 de poliéster pré–estirado da Cordoaria São
Leopoldo, a corda rescue da empresa baiana BRC–Braziliam Ropes e o cabo espia
fabricado sob encomenda para o CBMERJ para fins de uso em planos inclinados,
pelo fato de o mesmo possuir pouca elasticidade.
5.5 VIDA ÚTIL DAS CORDAS
A vida útil das cordas depende mais da maneira que é utilizada do que do
seu tempo de existência, as condições a que são submetidas e a freqüência de uso
com os tipos de equipamentos utilizados, a velocidade de descida em rapel, a
exposição à abrasão, o clima e o tipo de carga que são submetidas, são os
principais fatores predominantes para se medir a durabilidade.
Vida útil média da corda segundo o fabricante de co rdas Beal
5.5.1 Uso intensivo: 3 meses a 01 ano;
5.5.2 Uso semanal: 2 a 3 anos;
5.5.3 Uso ocasional: 4 a 5 anos.
5.6 INSPEÇÃO DA CORDA
5.6.1 Visual: checa-se toda a corda verificando se a mesma possui
rompimento de cordões ou trechos coçados, e se constatado desgaste, a corda não
poderá ser mais utilizada para operações que envolvam vidas;
5.6.2 Tátil: apertar a corda com os dedos da mão, para verificar se há
variação em seu diâmetro, bem como surgimento de calos e se a alma está intacta
dentro da capa;
5.6.3 Olfativa: cheirar a corda para verificar se a mesma possui cheiro de
mofo ou se esteve em contato com produto químico, se positivo, determinar com
qual produto a mesma esteve em contato, e aplicar a mesma para uso em
operações leves onde não há envolvimento de vidas.
75
5.7 MANUTENÇÃO E CUIDADOS COM A CORDA
5.7.1 A vida útil depende da freqüência e do tipo de uso, a corda pode sofrer
danos irreparáveis se não forem tomadas medidas preventivas durante sua
utilização. Ao adquirir uma corda deve-se saber o ano de fabricação da mesma, pois
alguns fabricantes desaconselham adquirir cordas com mais de 5 anos a partir da
data de fabricação, mesmo que esteja nova;
5.7.2 O excesso de solicitação mecânica, abrasão, raios ultravioleta e
umidade degradam pouco a pouco as propriedades da corda;
5.7.3 É imprescindível a inspeção sempre que usada, observando-se o
aspecto externo se apresenta desgaste da capa, se há alteração no diâmetro em
algum ponto, sentir a continuidade da alma apalpando ou dobrando;
5.7.4 Poeira, terra, areia e lama são altamente nocivos, pois partículas
pequenas podem penetrar pela capa e provocar desgaste interno, sentar ou pisar na
corda pode facilitar este processo;
5.7.5 A conservação da corda é fundamental, devendo evitar guardá-la
molhada ou exposta ao calor ou sol, produtos químicos, etc. Lavar a corda quando
apresentar sinais de sujeira é uma boa maneira de auxiliar na conservação, porém,
usar somente água e secá-la à sombra e em local arejado, na figura abaixo se
observa o processo de lavar a corda com um lavador próprio para a mesma, este
equipamento é disposto para compra em lojas especializadas em montanhismo;
Figura 5.7.5.1
5.7.6 A corda é o principal equipamento no Salvamento em Altura e
Salvamento em Montanha, é por ela que se desce e se sobe, por sofrer desgaste,
merece cuidados especiais;
76
5.7.7 Ao ancorar a corda para começar uma descida, é de vital importância
que ela não venha a atritar em nenhum ponto, por isso devem ser utilizadas
proteções como mangueiras de incêndio, tapetes, lonas contra abrasão e quinas,
além de ancoragens secundárias, conforme demonstram as figuras abaixo:
Fig 5.7.7.1 Fig 5.7.7.2 Fig 5.7.7.3 Fig 5.7.7.4
5.7.8 O simples uso da corda já é uma grande causa de desgaste, todo
equipamento de descida desgasta a corda, uns menos e outros mais. O fabricante
Beal recomenda não fazer descidas rápidas por haver perigo de queima da capa da
corda, pois a temperatura de fusão da poliamida é de cerca de 230º C;
5.7.9 Se a corda for de fibra vegetal e apresentar desgaste, deve-se
banhar a mesma em alcatrão;
5.7.10 Evitar utilizar tirfor ou outro tipo de multiplicador de força na tração
de cordas recomenda–se utilizar somente a força humana, sendo este equipamento
utilizado quando no uso de cabo de aço, que é específico para o mesmo;
5.7.11 A corda durante a sua vida, guarda na memória os esforços a que
foi submetida, podendo vir futuramente a falhar por fadiga. Mesmo com a aparência
externa ainda boa, por possuir uma estrutura tensil e elástica, a corda estará apta ao
uso quando mantiver suas propriedades mecânicas;
5.7.12 Quanto menor aplicado o número de cargas a uma corda, maior
será a sua durabilidade;
5.7.13 Recomenda-se enrolar a corda no método vai e vem de montanha
para guardá–la, a fim de aliviar a torções sobre as fibras da mesma, quando em
comparação aos métodos tipo corrente e coroa japonesa. Sendo que nas viaturas de
socorro os métodos tipo corrente e coroa japonesa são utilizados por desenrolarem
facilmente, e reduzir o tempo resposta nas operações de Bombeiro Militar;
5.7.14 Utilizar nós que exijam o máximo de segurança e que possam ser
desatados facilmente;
77
5.7.15 Os resultados de testes efetuados em cordas novas ou as que já
apresentaram algum desgaste devem ser comparados nas especificações contidas
nas tabelas fornecidas pelos seus fabricantes;
5.7.16 Não deixar a corda sob tensão por um período prolongado, nem
tampouco a utilize para rebocar um carro ou para qualquer outro uso, senão aquele
para o qual foi destinada.
5.7.17 Imtempéries: a ação dos raios ultravioleta (UV) e a umidade sobre
as fibras de uma corda reduzem sensivelmente sua vida útil e a segurança no uso
do produto. Portanto, evite, sempre que possível, deixar uma corda exposta ao
tempo. Cordas fabricadas com fibras naturais são muito sensíveis à umidade, fator
que provoca o surgimento de fungos e bactérias que a destroem. Algumas fibras
sintéticas, derivadas do petróleo: polipropileno, por exemplo, podem ser sensíveis
aos raios UV se não forem tratadas (estabilizadas) com produtos químicos na sua
fabricação;
5.7.18 Segundo a empresa Beal fabricante de cord as de salvamento, a
corda deverá ser posta fora de uso nas seguintes si tuações:
5.7.18.1 suportou uma queda;
5.7.18.2 sob inspeção a alma aparentar ter sido danificada;
5.7.18.3 se a capa apresentar grande desgaste;
5.7.18.4 esteve em contato com agentes químicos;
5.7.18.5 segundo a Beal em qualquer circunstância, a vida útil da corda
jamais deve exceder 5 anos. O período de armazenagem e uso acumulados não
deve exceder 10 anos.
78
5.8 PARA FINS DE PADRONIZAÇÃO, DOS NO MES DE PARTES
COMPONENTES DE UMA CORDA, ADOTA-SE A SEGUINTE TERMI NOLOGIA:
5.8.1 Chicotes: são os extremos livres de uma corda;
5.8.2 Seio: parte da corda situada entre os chicotes;
5.8.3 Falcassa: é a união dos cordões de fibras da extremidade de uma
corda, para evitar que a mesma comece a se desfazer, exemplo: queimar o chicote;
5.8.4 Alça: é uma curva em forma de “U”;
5.8.5 Nós alceados: nós que possuem alças em sua formação;
5.8.6 Nós de emenda de cabos: nós específicos para emenda de cabos;
5.8.7 Firme ou vivo: é a parte da corda próxima ao seu feixe de
enrolamento;
5.8.8 Anel: é uma volta onde as partes da corda se cruzam;
5.8.9 Cocas: são torcimentos ocasionais que aparecem em uma corda;
Figura 5.8.9.1
5.8.10 Cote: arremate feito após confecção de nós, podendo ser pescador
duplo ou triplo, aplicados aos chicotes, ou outras voltas específicas como três cotes,
servindo como forma de segurança para todos os nós;
5.8.11 Cabo solteiro: é uma corda de 2, 3 ou 4 e 5 m de comprimento
geralmente com diâmetro de 6 a 10 mm, utilizada para segurança pessoal em
operação, é caracterizada pela sua fácil maneabilidade e resistência;
5.8.12 Descoxar: quando a extremidade de uma corda começa a se
desfazer;
5.8.13 Coçar: gastar uma corda atritando-a em superfície áspera;
5.8.14 Morder ou estrangular: prender por pressão, uma corda com ela
própria, ou com uma superfície;
5.8.15 Retinida: corda fina com 3 mm de diâmetro, empregada para o
estabelecimento de cordas de maiores diâmetros;
5.8.16 Catenária: deformação de uma corda ou cabo de travessia ou
tirolesa devido a ação de um peso;
5.8.17 Retesar: processo de se esticar uma corda aplicando-lhes os
processos de tracionamento;
5.8.18 Soltar: operação de liberar uma corda do seu ponto de ancoragem;
5.8.19 Acochar: ajustar o nó apertá-lo;
79
5.8.20 Desencocar : retirar as cocas da corda;
5.8.21 Permear: dobrar a corda ao meio visando realizar uma descida com
mais atrito no aparelho de frenagem;
Figura 5.8.21.1
5.8.22 Encordamento: nó específico feito pelos chicotes de uma corda
dinâmica no olhal ou loop dos cintos baudrier de uma cordada, ou seja, dois
escaladores estarão unidos pela corda através deste nó;
5.8.23 Ancorar: fixar uma corda num ponto de ancoragem;
5.8.24 Bater uma corda: desencocar e retirar as impurezas de uma corda;
5.8.25 Passo: é a largura do trançado de uma corda;
5.8.26 Polímero: cabo fabricado sem emendas;
5.8.27 Cabo medido: é a utilização exata da metragem de um cabo para
efetuar uma descida, como por exemplo: o BM dispõe de um cabo de 50 metros, e a
descida é de 30 metros. O BM devidamente ancorado lança para baixo o
comprimento do cabo que vai utilizar, e o que sobrou do mesmo é utilizado para
confeccionar as ancoragens.
Este método é muito utilizado em instrução de Salvamento em Alturas
principalmente em torres, e tem também o objetivo de evitar a sobra em exceso do
cabo no solo, e facilita desfazer as cocas após as descidas;
5.8.28 Cabo lançado: é a ancoragem e o lançamento de todo comprimento
de um cabo para se efetuar um salvamento;
5.8.29 Induzido: termo constante no Manual do Estágio Básico do
Combatente de Montanha do Exército Brasileiro para se confeccionar um nó pelo
chicote. Os exemplos a seguir explicam estes termos: para o CBMERJ volta do fiel
pelo chicote, para o Exército Brasileiro: volta do fiel com um chicote induzido.
5.8.30 Ilustração da terminologia dos nomes compone ntes de um cabo:
Figura 5.8.30.1
80
5.9 CARGA DE TRABALHO, (FS) FATOR DE SEGURANÇA E CA RGA
DE RUPTURA-FONTE CORDAS PLASMÓDIA
Antes de utilizar uma corda para atividade de salvamento, é imprescindível
saber a carga de ruptura, que é o máximo de tração que uma corda pode suportar e
a carga de trabalho. Para que a mesma seja utilizada com segurança e o fator de
segurança, que varia de 5 a 7 para cargas e 10 a 12 para vidas humanas. Cada
corda de salvamento tem sua carga de ruptura específica, variando sempre acima
de 2.000 kgf, as cordas nacionais empregadas em salvamento geralmente tem seu
laudo de ruptura realizado pelo IPT–Instituto de Pesquisas Tecnológicas.
Ex: corda de rapel semi-estática de 11 mm de diâmetro nova com carga de
ruptura de 3.000 Kg, a partir daí teremos a seguinte fórmula:
CT= CR = 3.000 = 600 kg para cargas;
FS 5 5
CT= CR = 3.000 = 300 kg para vidas.
FS 10 10
Observação : Alguns nós diminuem a resistência da corda no ato de sua
utilização, deve-se atentar para o correto uso dos mesmos, para termos o máximo
possível de condições de segurança no ato do uso do material.
5.10 FASES DE UMA CORDA
5.10.1 Fase elástica
Deformação temporária, a corda após teste de tração dentro de sua carga
de trabalho, alonga e volta ao seu tamanho original;
5.10.2 Fase Plástica
Deformação permanente, a corda submetida a teste dentro de sua carga de
trabalho, alonga e não volta ao seu tamanho original, devendo ser descartada para
uso;
5.10.3 Ruptura ou colapso
É a ruptura de uma corda propriamente dita.
Figura 5.10.1
81
5.11 CARACTERÍSTICAS DAS CORDAS DE SALVAMENTO EM AL TURA
E MONTANHA
5.11.1 Leveza: para facilitar o transporte;
5.11.2 Boa flexibilidade;
5.11.3 Boa elasticidade: a fim de absorver impactos durante as operações;
5.11.4 Elevada carga de ruptura;
5.11.5 Elevada resistência à abrasão:
É talvez uma das principais causas de desgaste e redução da vida útil de
uma corda. Por ser sensível ao atrito em superfícies cortantes, ásperas e
pontiagudas, as cordas devem ser manuseadas evitando-se sempre que possível
este atrito. Portanto, deve se evitar o contato da corda com superfícies de grande
abrasividade;
5.11.6 Impermeabilidade:
As capas e almas das cordas dry são submetidas a tratamento
impermeabilizante à base de silicone ou teflon, que impede a absorção de água pela
corda e aumenta a resistência da capa à abrasão. A película que se forma ao redor
da corda faz com que deslize melhor nos mosquetões e sobre a pedra, diminuindo o
atrito. Essa característica é essencial nas escaladas em neve e gelo, pois evita o
congelamento da corda;
5.11.7 Marcação de duas cores na cord a dinâmica:
Em algumas cordas a cor da capa muda no meio da corda, tornando mais
fácil a armação do rapel para a desescalada;
5.11.8 Comprimento das cordas dinâmic as:
As cordas dinâmicas utilizadas no CBMERJ, possuem comprimento de 50 e
60 metros, As cordas duplas, tem diâmetro geralmente entre 8 e 9 mm e são
utilizadas em par. As cordas gêmeas são ainda mais finas, com diâmetro entre 7,5 e
8 mm de diâmetro, e por isso mesmo devem ser usadas em par e costuradas
sempre juntas. São ainda mais leves que as duplas, mas não tão versáteis;
5.11.9 Padrões de testagem:
Segundo o Manual de Salvamento em Altura do Corpo de Bombeiros da
Polícia Militar do Estado de São Paulo na página 16, a UIAA (União Internacional de
Associações de Alpinismo), sediada em Genebra na Suíça, estabelece normas para
os equipamentos e a segurança dos montanhistas (de uso esportivo);
82
5.11.10 National Fire Protection Association:
Segundo o Manual de Salvamento em Altura do Corpo de Bombeiros da
Polícia Militar do Estado de São Paulo na página 16, a National Fire Protection
Association (NFPA) é uma associação independente sediada em Massachussetes –
EUA, destinada a promover a segurança contra incêndio e outras emergências.
Dentre diversas normas, a NFPA - 1983 Standard on Fire Service Safety
Rope and Systems Components, revisada em 2001, versa sobre equipamentos de
Salvamento em Altura utilizados por Bombeiros.
Esta norma estabelece a classificação de equipamentos de uso pessoal e
de uso geral (para duas pessoas, também chamadas “cargas de resgate”). Segundo
a norma, a carga de uma pessoa é de 300 lbs (135kg) e a carga de resgate equivale
a 600 lbs (270 kg), estes valores levam em conta o peso estimado de uma pessoa
padrão mais os equipamentos de segurança.
A NFPA não certifica equipamentos, a certificação é realizada por
laboratórios de teste independentes e idôneos, como o Underwrites Laboratories
(UL) ou o Safety Equipament Institute (SEI)
Segundo o Manual de Salvamento em Altura do Corpo de Bombeiros da
Polícia Militar do Estado de São Paulo na página 8, para a NFPA as cordas de
salvamento são cordas estáticas com capa e alma e fibras de poliamida, e de acordo
com a norma NFPA-1983/2001, devem ter diâmetro de 12,5 mm e carga de ruptura
de 4000 kgf.
5.11.11 Normas brasileiras
Segundo o Manual de Salvamento em Altura do Corpo de Bombeiros da
Polícia Militar do Estado de São Paulo na página 16, as Normas Brasileiras
Regulamentadoras (NBR) existentes, versam sobre equipamentos de proteção
individual e proteção contra quedas, sob o enfoque da segurança no trabalho, cuja
fabricação em conformidade com essas normas, é indicada pelo Certificado de
Aprovação (CA).
Embora atendam suficientemente aos ambientes de trabalho como os da
construção civil e da indústria, não contemplam atividades esportivas ou de
salvamento, para as quais são consideradas inadequadas, razão pela qual valemo-
nos de normas internacionais de consenso para especificação e aquisição de
equipamentos.
83
5.12 ABAIXO ESTÃO DESCRITOS OS TESTES A QUE SÃO
SUBMETIDAS AS CORDAS DE ESCALADA PARA OBTEREM A
HOMOLOGAÇÃO DA UIAA
5.12.1 Força de Impacto:
É a força máxima que uma corda exerce sobre o escalador para frear a
queda, quanto maior a força de impacto, maior será o choque sobre o escalador e
todo sistema de segurança: baudrier, corda, costuras, grampos, freio, mosquetão,
ancoragem. Uma força de impacto baixa, portanto, aumenta a segurança em caso
de queda.
A UIAA determina que a força de impacto máxima de uma corda seja de
1200 daN, mas as cordas mais avançadas chegam a 680 daN, essa é a
característica mais importante da corda de escalada que deve ser levada em conta
na hora da compra.
5.12.2 Número de quedas:
É o número máximo de quedas fator 2 que uma corda suporta antes de
romper, O teste com cordas dinâmicas é realizado em três metros de corda que
devem suportar quedas: 5 para simples e 12 para gêmeas de 6 metros de um peso
de 80 kg.
Algumas pessoas consideram apenas o número de quedas da corda na
hora da compra, como se esse fosse a característica mais relevante.
Nos testes, contudo, as quedas são tão violentas que é praticamente
impossível reproduzi-las durante uma escalada, pois o atrito da corda nos
mosquetões, o contato do escalador em queda com a rocha, o movimento do
segurança, a deformação dos mosquetões, o aperto dos nós contribuem
conjuntamente para reduzir sensivelmente a força do impacto da queda.
Um número máximo de quedas alto não significa necessariamente que uma
corda é mais resistente e durável que a outra, apenas que suportou mais quedas no
teste e que é mais cara.
Outro detalhe que poucas pessoas conhecem é que o número de quedas
máximo é determinado pelo fabricante, a UIAA ao testar a corda apenas verifica se
ela suporta a quantidade padrão de quedas, sem verificar o número máximo;
84
5.12.3 Deslizamento de capa:
O deslizamento da capa sobre a alma pode ser notado esfregando - a entre
os dedos. O mesmo é perigoso porque concentra a tensão sobre a capa ao invés da
alma, o que pode acarretar no rompimento da primeira, as cordas homologadas pela
UIAA são submetidas a um teste em que 2 metros do produto, passam cinco vezes
por um equipamento especial.
Após este teste, o deslizamento resultante não pode ser superior a 40 mm,
e nas melhores cordas, este sinal de desgaste não chega a ocorrer.
5.12.4 Flexibilidade do nó:
Mostra a flexibilidade do nó mediante a um nó simples e dez quilos de peso;
5.12.5 Anti-Aresta:
Algumas cordas são fabricadas para passar no teste em arestas, que
consiste em uma queda sobre uma peça metálica com um ângulo de 90º e uma
quina arredondada com 1 mm de raio.
5.13 TABELAS DE TESTES DE CORDAS SEMI–ESTÁTICAS,
ESTÁTICAS E DINÂMICAS HOMOLOGADAS NA EUROPA
5.13.1 Demonstrativo com tabela de testes de corda semi–estática tipo A
projetada para salvamento do fabricante Roca, de poliamida, homologada pela
norma européia EN1891, e pelo CE (conforme especificações das normas definidas
pelo CEN – Conselho Europeu de Normatização) e UIAA.
Corda espeleo - rescue - (fonte cordas Roca)
Diâmetro 10,5 mm
Tipo A
Nº de quedas de fator 1 13
Força de choque com fator 0,3 460 daN
Peso utilizado 100 Kg
Alongamento 50/150 Kg 3,7%
Flexibilidade para confecção de nó 0,95
Deslizamento da capa -2 mm
Peso por metro 72,5 g
Carga de ruptura 2.700 Kgf
85
5.13.2 Demonstrativo com tabela de testes de corda semi–estática tipo B
projetada para salvamento do fabricante Beal, de poliamida, homologada pela norma
européia EN1891, e pelo CE (Conforme especificações) e UIAA.
5.13.3 Demonstrativo com tabela de teste de uma corda estática tipo C
projetada para plano inclinado do fabricante Roca, de poliamida, homologada pela
norma européia EN 1891, e pelo CE e UIAA.
Observação : Nesta tabela não consta a fator de queda, pois o fabricante
recomenda que esta corda não deve ser utilizada para asseguramento de vidas, ou
seja, não é homologada para descida simples ou com vítima e escalada, somente
para planos inclinados (tirolesas) por possuir baixo alongamento.
Corda rescue - (fonte cordas Beal)
Diâmetro 10,4 mm
Tipo B
Nº de quedas de fator 1 10
Força de choque com fator 0,3 4,7 KN
Peso utilizado 80 Kg
Alongamento 50/150 Kg 4,8%
Resistência com o nó azelha dobrada 1.500 kg
Deslizamento da capa 0
Peso por metro 68 g
Carga de ruptura 2.100 Kg
Corda tirolina - (fonte cordas Roca)
Diâmetro 11 mm
Tipo C
Peso utilizado 100 Kg
Alongamento 50/150 Kg 1,3 %
Encolhimento após contato com água 0,2 %
Peso por metro 84,7 gr
Carga de ruptura 3.200 daN
86
5.13.4 Demonstrativo com tabela de teste de uma corda dinâmica tipo 1
projetada para escalada do fabricante Roca, de poliamida, homologada pela norma
européia EN 892, e pelo CE e UIAA.
5.13.5 Demonstrativo com tabela com perda de resist ência de cordas
aprovadas pela UIAA
Redução da resistência das cordas em conseqüência d os nós utilizados
Fonte: American Alpine Jornal (para cordas Kernmant le)
Nós Azelhas Lais de
guia
Pescador duplo de
correr, nó duplo
Pescador simples,
volta do fiel
Perda 20 a 25% 25 a 30% 30 a 35% 35 a 40%
5.13.6 Cabo espia:
Fabricado sob encomenda, é de grande utilização no CBMERJ para
Salvamento em Altura utilizando técnicas de plano inclinado, possui baixo
alongamento, capa e alma trançados e uma 2ª capa entre a 1ª capa e a alma, que
indica alerta visual de desgaste, tem resistência em torno de 1950 kg e sua
constituição é de fibra de poliamida.
Figura 5.13.6.1
Corda dinâmica Khili - (fonte cordas Roca)
Diâmetro 10,5 mm
Tipo A
Nº de quedas de fator 2 9
Força de choque 862 daN
Peso utilizado 80 Kg
Alongamento com 80 Kg 6 %
Flexibilidade para confecção de nó 0,6
Deslizamento da capa 0 + ou – 1 mm
Peso por metro 62,2 gr
87
5.14 A CORDA DE DUPLA TRANÇA
Nas atividades de Bombeiro Militar, particularmente nas operações de
salvamento, a corda utilizada é a de dupla trança, pois esta é mundialmente
reconhecida como sendo hoje, das mais eficientes e de maior credibilidade,
principalmente quando estão envolvidas operações de alto risco. No CBMERJ, as
cordas utilizadas para salvamento quanto as fibras, atualmente podem ser
dinâmicas de poliamida para Salvamento em Montanha através de técnicas de
escalada, semi–estáticas tipo A de poliamida para rapel, o cabo espia de poliamida
com alerta visual entre a capa e a alma destinado a planos inclinados e os cabos
náuticos de poliéster pré–estirado para atividades diversas, conforme ilustra a figura
abaixo.
Figura 5.14.1
Segundo a cordoaria São Leopoldo fabricante do cabo náutico de poliéster
pré–estirado CSL 2 em 1 em uso no CBMERJ, as características da corda de dupla
trança a serem ressaltadas são:
5.14.2 A construção com filamentos em paralelo orienta todas as fibras do
núcleo no sentido do eixo do cabo;
5.14.3 Devido a variação possível dos passos da alma, se pode modificar o
alongamento sobre carga, em face de cada aplicação em particular;
5.14.4 Não são rotativos e se mantém livre de torções;
5.14.5 Não se enroscam e nem se desfazem em qualquer aplicação;
5.14.6 Elevada resistência à abrasão;
5.14.7 Fáceis de serem emendados quando novos ou usados;
5.14.8 Mantém–se flexíveis no estado úmido ou seco;
5.14.9 Confortáveis no manuseio e livres de fragmentos ou rebarbas;
5.14.10 Excelente capacidade de absorção de choque;
5.14.11 Elevada retenção das propriedades físicas após esforços cíclicos,
por longo tempo.
88
5.15 QUADRO DEMONSTRATIVO DAS CARACTERÍSTICAS DOS T IPOS
DE FIBRAS UTILIZADAS NO CBMERJ
Fonte: Manual de Salvamento em Altura do CBMERJ ano de 1996 e
manual de Salvamento em Montanha do CBMERJ ano de 1991.
Tipos Flexibilidade Carga de
ruptura
Elasticidade Resistência ao
atrito
Poliéster pré-
estirado
Muito boa Boa Boa Boa
Poliamida Boa Muito boa Boa Muito boa
Nylon seda Muito boa boa Boa Regular
Polipropileno Regular Regular Ruim Ruim
Perlon Muito boa Boa Muito boa Muito boa
Aço Ruim Boa Nulo Muito Bom
89
5.16 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS FIBRAS UTIL IZADAS EM
CORDOARIAS NO BRASIL
Características
Poliamida
(Nylon) Poliéster Polipropileno Polietileno Sisal
Absorção ao
choque Excelente Boa Muito boa Razoável Fraca
Resistência à
abrasão Muito boa Excelente Muito boa Boa Excelente
Resistência à
fadiga Boa Excelente Excelente Boa Fraca
Resistência à
tração Excelente Excelente Muito boa Razoável Fraca
Flutuabilidade Negativa Negativa Positiva Positiva Negativa
Raios UV Muito boa Excelente Boa Razoável Boa
Alongamento Médio Baixo Médio Alto Baixo
Resistência química
Ácidos Razoável Boa Excelente Excelente Fraca
Alcalinos Muito boa Razoável Excelente Excelente Fraca
Solventes
orgânicos Muito boa Boa Muito boa Muito boa Fraca
Fonte: Cordas Plasmódia, fabricante da corda P48F utilizada no CBMERJ.
90
5.17 O QUE DIZ ALGUNS ITENS DA NR 18, A NORMA REGUL ADORA
DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO DO BRASIL QUE V ERSA SOBRE
EPI E TRABALHOS EM ALTURA PARA TRABALHADORES CIVIS
Anexo: Especificações de Segurança para Cabos de Fibra Sintética
1. O Cabo de fibra sintética utilizado nas condições previstas do subitem
18.16.5 deverá atender as especificações previstas a seguir:
-Deve ser constituído em trançado triplo e alma central;
-Trançado externo em multifilamento de poliamida;
-Trançado intermediário e o alerta visual de cor amarela em multifilamento
de polipropileno ou poliamida na cor amarela com o mínimo de 50% de identificação,
não podendo ultrapassar 10%(dez por cento) da densidade linear;
-Trançado interno em multifilamento de poliamida;
-Alma central torcida em multifilamento de poliamida;
-Construção dos trançados em máquina com 16, 24, 32 ou 36 fusos;
-Número de referência: 12 (diâmetro nominal em mm.);
-Densidade linear 95 + 5 KTEX(igual a 95 + 5 g/m);
-Carga de ruptura mínima 20 KN;
-Carga de ruptura mínima de segurança sem o trançado externo 15 KN;
-O cabo de fibra sintética utilizado nas condições previstas no subitem
18.16.5;
Deverá atender as prescrições de identificação a seguir:
-Marcação com fita inserida no interior do trançado interno gravado NR
18.16.5 ISO 1140 1990 e fabricante com CNPJ.
Rótulo fixado firmemente contendo as seguintes in formações:
-Material constituinte: Poliamida;
Número de referência: Diâmetro de 12 mm; Comprimentos em metros;
Incluir o aviso: “CUIDADO: CABO PAR A USO ESPECÍFICO EM
CADEIRAS SUSPENSAS E CABO-GUIA DE SEGURANÇA PARA FI XAÇÃO DE
TRAVA-QUEDAS”.
1ª Capa; Fita de identificação; 3ª Capa;
2ª Capa com alerta visual; Alma.
Figura 5.17.1
91
O cabo sintético deverá ser submetido a Ensaio conforme Nota Técnica
ISO 2307/1990, ter avaliação de carga ruptura e material constituinte pela rede
brasileira de laboratórios de ensaios e calibração do Sistema Brasileiro de
Metrologia e Qualidade Industrial.
5.18 FICHA DE MEMÓRIA DE CORDA
É comum em locais onde se trabalham com cordas para atividades em
alturas, para melhor controle das mesmas, adotar as seguintes medidas:
5.18.1 Criar uma ficha de corda para cada uma que esteja sobre seus
cuidados;
5.18.2 A corda de rapel, só poderá ser utilizada para rapel (semi–estática),
podendo ser utilizada para ascensão com o nó Prusik ou ascensor;
5.18.3 A corda de escalada, só poderá ser utilizada para escalada
(dinâmicas);
5.18.4 Corda para tirolesa, só para tirolesa (estáticas);
5.18.5 Numerar as mesmas a partir dos chicotes e exercer controle, ex.:
corda 1 chicote A, corda 1 chicote b, facilitar a identificação do lado que foi feita à
ancoragem;
5.18.6 A mesma deve ser enrolada em vai e vem para evitar torções na
capa e na alma para a sua armazenagem.
5.18.7 Na próxima página há um exemplo de como deve ser controlada a
utilização de uma corda de salvamento:
92
FICHA DE MEMÓRIA DE CORDA
Corda Semi–estática
Millet Spelunca Nº 12
Comprimento
100m
Cor azul,
branca e
vermelha
Data de aquisição
10/10/2005
Chicote da
ancoragem
Data de
uso
Nr de
descidas
de rapel
nesta
data
Nr de ascensões
com
ascensores/Prusik
Freio
utilizado Local
Nº de
descidas
Chicote A 12/11/2005 80 36 Oito e atc Pedra da
Tartaruga 20
Chicote B 22/02/2006 90 25
Oito e
Stop
Morro da
Urca 30
Permeada 15/07/2006 78 00 Oito e gri
– gri Paineiras 25
Chicote A 20/08/2006 54 02 Oito e
Rack
Prédio de
15
andares -
RJ
10
Chicote B 20/03/2007 62 00 Oito e
DSD 25
Prédio de
10
andares -
RJ
14
Chicote A 26/07/2007 52 05 Freio oito Pedra da
Contenda 05
Chicote B 10/01/2008 85 09 Freio oito
Cachoeira
do Véu da
Noiva
03
Total de esforços 501 77 xxxxxxxx xxxxxxxxx 107
Observações: A corda após inspeção final, foi constatada na data de seu último uso, um
desgaste excessivo na capa por ocasião de rompimento de cordões, forte abrasão, além de a
alma estar exposta em pelo menos duas partes da mesma, e pelo fato de a mesma ter atritado
em ponto áspero, tendo por estas características não haver mais condições de uso.
Ass: Responsável pelo equipamento
93
CAPÍTULO VI
6.1 NÓS E VOLTAS
Segundo Colin Jarman e Bill Beavis, autores do livro Marinharia e Trabalhos
em Cabos das Edições Marítimas, na página 10, no que versa sobre a definição de
nós, diz o seguinte: “Um nó é uma combinação de voltas, a maioria das vezes
entremeadas, destinadas a reunir dois cabos, a fixá-los entre um ponto e outro, ou
entre um ponto e um objeto, ou a aumentar a extremidade de outro cabo”.
Considerando o alto risco nas atividades que envolvem uso de cabos e
cordas, o BM deve ter o conhecimento necessário para a confecção dos nós, porque
os mesmos em conjunto com outros equipamentos suportarão vidas durante a
prática de atividade de risco.
Por isso, neste capítulo serão abordados os principais nós e voltas que são
utilizados nas atividades de Salvamento em Altura e Salvamento em Montanha.
6.2 CARACTERÍSTICAS DE UM BOM NÓ
6.2.1 Fácil confecção;
6.2.2 Não estar trepado, pois diminuirá a resistência da corda;
6.2.3 Ser específico e próprio para a função que o exige;
6.2.4 Apresentar o máximo de segurança;
6.2.5 Apertar à proporção que aumenta a força sobre si sem risco de se
desfazer;
6.2.6 Ser fácil de desatar.
6.3 OBJETIVOS DOS NÓS E VOLTAS
6.3.1 União de cabos;
6.3.2 Técnicas de ancoragens;
6.3.3 Técnicas de ascensão e descensão;
6.3.4 Técnicas de içamento, tração e deslocamento;
6.3.5 Técnicas de escalada.
94
6.4 PRINCIPAIS NÓS E VOLTAS UTILIZADOS NAS OPERAÇÕE S DE
BOMBEIRO MILITAR PARA SALVAMENTO EM ALTURA E SALVAM ENTO EM
MONTANHA E OUTRAS ATIVIDADES DE SALVAMENTO
6.4.1 NÓ SIMPLES
Nó de fácil confecção e tem como função, evitar que a extremidade da
corda se desfaça caso não tenha sido feita uma falcassa, e até para iniciar a
confecção de outros nós como: azelha simples pelo chicote, nó duplo ou nó de fita,
pescador simples e nó de Frade.
Colin Jarman e Bill Beavis, autores do livro Marinharia e Trabalhos em
Cabos das Edições Marítimas, na página 11 figura 2-1, apresentam este nó como:
“meia volta”.
Figura 6.4.1.1 Figura 6.4.1.2
6.4.2 NÓ EM OITO OU VOLTA DO FIADOR
Muito utilizado no montanhismo, serve para iniciar o nó de azelha dobrada
pelo chicote, e quando feito dobrado, serve para unir cordeletes para ascensão ou
tracionamento e para união de cabos de mesmo diâmetro.
O Manual do Estágio Básico do Combatente de Montanha do Exército
Brasileiro apresenta este mesmo nó como: “nó alemão”.
Figura 6.4.2.1 Figura 6.4.2.2
95
6.4.3 NÓ EM OITO DOBRADO
É eficiente na união de cordeletes, permite após fácil tração recuperar o
cabo com mais facilidade do que o nó duplo eo nó pescador duplo de correr. Este nó
foi testado pelo CSMont 2005 na instrução de içamento de vítima no Morro da Urca.
Figura 6.4.3.1 Figura 6.4.3.2 Figura 6.4.3.3
Figura 6.4.3.4 Figura 6.4.3.5
2.4.4 NÓ DE FRADE
Utilizado para evitar que a extremidade de um cabo não se desfaça, e para
segurança no rapel quando na utilização de freios descensores autoblocantes e o
aparelho oito utilizado no olhal menor.
Colin Jarman e Bill Beavis, autores do livro Marinharia e Trabalhos em
Cabos das Edições Marítimas, na página 114 figura 12-24, apresentam este nó
como: “Frade de segunda volta”, e consta em manuais do CBMERJ.
Figura 6.4.4.1 Figura 6.4.4.2
Figura 6.4.4.3 Figura 6.4.4.4
96
a) NÓ DE FRADE UTILIZADO COMO NÓ DE SEGURANÇA EM DE SCIDA
COM CORDA SIMPLES E NO ORIFÍCIO MENOR DO FREIO OITO
Figura 6.4.4.5
6.4.5 NÓ DE FRADE, PESCADOR DUPLO E TRIPLO
Colin Jarman e Bill Beavis, autores do livro Marinharia e Trabalhos em
Cabos das Edições Marítimas, na sua página 114 figura 12-23, apresentam este nó
como: “nó de Frade de primeira volta”. E nos Manuais do Estágio Básico do
Combatente de Montanha do Exército Brasileiro e escale melhor e com mais
segurança de autoria de Flávio Daflon, é conhecido somente por nó de Frade.
Quando este nó é confeccionado para fins de arremates após nós alceados,
encordamentos e ancoragens é conhecido por pescador duplo, e com mais uma
volta será o pescador triplo, e é muito utilizado em montanhismo, tendo em vista a
necessidade de arrematar os nós para torná-los seguros em atividade de
Salvamento em Montanha.
A) NÓ DE FRADE E PESCADOR DUPLO
Figura 6.4.5.1 Figura 6.4.5.2 Figura 6.4.5.3
B) NÓ DE FRADE E PESCADOR TRIPLO
Figura 6.4.5.4 Figura 6.4.5.5
97
Figura 6.4.5.6 Figura 6.4.5.7
Observação: Este nó pode ser utilizado em cordas molhadas ou
escorregadias, que estejam em uma ancoragem superior para dar maior firmeza na
empunhadura, utilizando o processo de corda fradeada ou Lepar , que consiste em
vários nós de Frade em torno de uma corda.
Este procedimento é utilizado pelo Exército Brasileiro em forma de
improviso em terrenos onde a inclinação não é muito acentuada.
6.4.6 NÓ DIREITO
É o nó usado para emendar cabos de mesmo diâmetro, este nó quando
feito com cordas com diâmetros diferentes, ele se desfaz. Existem também as
variantes: nó direito e nó de envergue, (quando os chicotes não estão paralelos) e
nó direito de correr, quando se deixa uma alça para soltura rápida.
Observação : Após confecção do nó deve se fazer cote ou arremate de
ambos os lados, para evitar que o mesmo se desfaça.
As figuras a seguir demonstram várias versões do nó direito, e suas
aplicações quando se fizer necessário.
a) NÓ DIREITO PELO CHICOTE
Figura 6.4.6.1 Figura 6.4.6.2
Figura 6.4.6.3 Figura 6.4.6.4
98
b) NÓ DIREITO PELO SEIO
(figura 57)
Figura 6.4.6.5 Figura 6.4.6.6
Figura 6.4.6.7 Figura 6.4.6.8
c) NÓ DIREITO DE CORRER
Ao término da confecção do nó direito, escolhe-se um dos chicotes para
voltar por dentro do anel do nó, formando assim uma alça para soltura rápida, o nó
aperta e devido a alça, fica mais fácil desfazê-lo.
Colin Jarman e Bill Beavis, autores do livro Marinharia e Trabalhos em
Cabos das Edições Marítimas, na página 12 figura 2-7, apresentam este nó como:
“nó de correr (direito)”.
Figura 6.4.6.9 Figura 6.4.6.10 Figura 6.4.6.11
99
d) NÓ DIREITO DUPLO
Trata-se de um misto da escota simples com nó direito propriamente dito,
após teste mostrou ser bastante confiável.
Figura 6.4.6.12 Figura 6.4.6.13 Figura 6.4.6.14
Figura 6.4.6.15 Figura 6.4.6.16 Figura 6.4.6.17
6.4.7 NÓ DE ENVERGUE
Assemelha-se ao nó direito, porém os chicotes estão invertidos aos seus
firmes, é essencial arrematar o mesmo com cotes para que se torne seguro.
Figura 6.4.7.1 Figura 6.4.7.2 Figura 6.4.7.3
Figura 6.4.7.4 Figura 6.4.7.5 Figura 6.4.7.6
100
6.4.8 NÓ TORTO
Conhecido também por nó esquerdo, não apresenta tanta segurança
quando comparado ao nó direito, aconselha-se ao fazê-lo, arrematá-lo com
pescador simples ou duplo para ter total segurança na sua aplicação.
Figura 6.4.8.1 Figura 6.4.8.2 Figura 6.4.8.3
Figura 6.4.8.4 Figura 6.4.8.5
6.4.9 VOLTA DO CALABROTE
Tem a mesma função e confecção parecida com a do nó direito, ideal
também para emenda de cabos lisos. Colin Jarman e Bill Beavis, autores do livro
Marinharia e Trabalhos em Cabos das Edições Marítimas, na página 23 figura 3-7,
apresentam este nó como: “nó de cirurgião”.
Figura 6.4.9.1 Figura 6.4.9.2 Figura 6.4.9.3
Figura 6.4.9.4 Figura 6.4.9.5
101
6.4.10 VOLTA DA RIBEIRA
É usado para prender uma corda a um mastro, viga ou árvore e também
para arrastar troncos ou peças, quanto maior a tração, mais ele aperta e segura,
mas não deve substituir os nós de ancoragem tradicionais.
Figura 6.4.10.1 Figura 6.4.10.2 Figura 6.4.10.3
6.4.11 NÓ DE ESCOTA OU TECELÃO
Utilizado para unir dois cabos de diâmetro diferentes, com as variantes: nó
de escota simples, escota dupla, escota de rosa, que consiste em uma alça para
soltura rápida após tração e escota com alça fixa, feito através de uma alça no cabo
de menor diâmetro.
a) NÓ DE ESCOTA SIMPLES
Figura 6.4.11.1 Figura 6.4.11.2 Figura 6.4.11.3
Figura 6.4.11.4 Figura 6.4.11.5
102
b) NÓ DE ESCOTA DUPLA
Figura 6.4.11.6 Figura 6.4.11.7 Figura 6.4.11.8
Figura 6.4.11.9 Figura 6.4.11.10 Figura 6.4.11.11
c) ESCOTA DE ROSA
Sua função é formar uma alça, que após esforço torna-se fácil de ser
desfeita.
Figura 6.4.11.12 Figura 6.4.11.13 Figura 6.4.11.14
103
Figura 6.4.11.15 Figura 6.4.11.16 Figura 6.4.11.17
d) ESCOTA COM ALÇA FIXA SIMPLES E DUPLA
Forma-se uma alça, e percorre-se o mesmo caminho feito pelos chicotes
das escotas anteriores, podendo a alça fixa ser utilizada para içamento de
equipamentos, como: mosquetões, junto com a emenda de um cabo de diâmetro
diferente, podendo ser feita simples ou dobrada.
1) ESCOTA SIMPLES COM ALÇA FIXA
Figura 6.4.11.18 Figura 6.4.11.19 Figura 6.4.11.20
Figura 6.4.11.21 Figura 6.4.11.22
104
2) ESCOTA DOBRADA COM ALÇA FIXA
Figura 6.4.11.23 Figura 6.4.11.24 Figura 6.4.11.25
Figura 6.4.11.26 Figura 6.4.11.27 Figura 6.4.11.28
105
6.4.12 NÓ DE PRENDER MANGUEIRA
Nó padronizado pelo CBMERJ, para içamento de mangueiras de incêndio,
sendo que no esguicho, deverá ser feito um cote para que o mesmo seja içado
uniformemente com a mangueira.
Para garantir a eficiência do nó é comum passar o chicote pelo qual o
mesmo é confeccionado por dentro da alça da soltura rápida.
Figura 6.4.12.1 Figura 6.4.12.2 Figura 6.4.12.3
Figura 6.4.12.4 Figura 6.4.12.5 Figura 6.4.12.6
106
6.4.13 NÓ DE PESCADOR SIMPLES, PESCADOR DUPLO E TRI PLO DE
CORRER
Utilizado pelos pescadores para emendar suas linhas ou redes de pesca.
Tem sua aplicação também no montanhismo, existindo as variantes: nó de pescador
simples, também conhecido por nó de correr simples, que tem a função de unir
cabos de mesmo diâmetro. Nó de pescador duplo e triplo, para fins de arremates
após nós alceados, encordamento e de ancoragens. Pescador duplo de correr e
triplo de correr, estes dois últimos sendo mais utilizados para unir cordeletes e cabos
de mesmo diâmetro.
Ao confeccionar estes nós, é recomendado deixar quatro dedos de chicote
para cada lado e acochar o nó em sua totalidade para que o mesmo não venha a
afrouxar.
a) NÓ DE PESCADOR SIMPLES
Figura 6.4.13.1 Figura 6.4.13.2 Figura 6.4.13.3
b) PESCADOR DUPLO DE CORRER
Figura 6.4.13.4 Figura 6.4.13.5 Figura 6.4.13.6
Figura 6.4.13.7 Figura 6.4.13.8
107
c) PESCADOR TRIPLO DE CORRER
Figura 6.4.13.9 Figura 6.4.13.10 Figura 6.4.13.11
Figura 6.4.13.12 Figura 6.4.13.13
6.4.14 NÓ DE ABOÇO
Ideal para emenda de cabos de diâmetros grossos, pode também ser
utilizado para união de cabos molhados e cabos de mesmo diâmetro. Colin Jarman
e Bill Beavis, autores do livro Marinharia e Trabalhos em Cabos das Edições
Marítimas, nas páginas 23 e 24 figuras 3-8 e 3-9, apresentam este nó como:
“calabrote dobrado”. Os Escoteiros e Desbravadores o conhecem este nó pelo nome
de “nó ordinário”.
a) NÓ DE ABOÇO
Figura 6.4.14.1 Figura 6.4.14.2 Figura 6.4.14.3 Figura 6.4.14.4
b) NÓ DE ABOÇO DOBRADO
Figura 6.4.14.5
108
6.4.15 NÓ DUPLO
Conhecido também por nó de fita, é usado pura e exclusivamente para
emenda de fitas tubulares e fitas de carga, podendo também ser utilizado emendas
de cabos de mesmo diâmetro, é muito seguro, porém se o cabo emendado com este
nó sofrer grande esforço, fica difícil desfazê-lo.
Ao confeccioná-lo recomenda-se deixar quatro dedos de chicote para cada
lado, e acochar o nó em sua totalidade para que o mesmo não venha a afrouxar.
a) NÓ DUPLO EM CABOS
Figura 6.4.15.1 Figura 6.4.15.2 Figura 6.4.15.3
Figura 6.4.15.4 Figura 6.4.15.5
b) NÓ DUPLO EM FITA TUBULAR
Figura 6.4.15.6 Figura 6.4.15.7 Figura 6.4.15.8
Figura 6.4.15.9 Figura 6.4.15.10 Figura 6.4.15.11
109
6.4.16 ENCAPELADURA SIMPLES
Nó utilizado pelo CBMERJ para fins de imobilização quando se fizer
necessário, e para início dos métodos de enrolar cordas corrente dupla e quádupla,
e para confeccionar o nó de catau pela encapeladura simples.
Figura 6.4.16.1 Figura 6.4.16.2 Figura 6.4.16.3
6.4.17 ENCAPELADURA COM VOLTAS
Sua função é exclusivamente para imobilização, aperta mais que a
encapeladura simples, tornando-se mais eficaz quando a sua aplicação se fizer
necessária.
Figura 6.4.17.1 Figura 6.4.17.2 Figura 6.4.17.3
6.4.18 ENCAPELADURA DOBRADA
Sua principal aplicação é estaiar um mastro, o centro do nó é posto sobre o
mastro, os chicotes são unidos por um nó específico a critério do especialista,
formando assim quatro alças, e nestas são confeccionados nós de emenda de
cabos, e tracionados até que o mastro fique em pé totalmente.
a) ENCAPELADURA DOBRADA
Figura 6.4.18.1 Figura 6.4.18.2 Figura 6.4.18.3
110
b) ENCAPELADURA DOBRADA INVERSA
Nesta outra versão de encapeladura dobrada, o chicote é puxado por cima,
esta apresenta resultado melhor que a tradicional, quando utilizada para estaiar o
mastro.
Figura 6.4.18.4 Figura 6.4.18.5 Figura 6.4.18.6
6.4.19 VOLTA DA VITÓRIA
Nó exclusivo da Marinha do Brasil pode ser aplicado em ancoragens,
imobilizações que se fizerem necessárias, início de trabalho decorativo (coxim de
anel), além de executar as funções da encapeladura dobrada.
Figura 6.4.19.1 Figura 6.4.19.2
Figura 6.4.19.3 Figura 6.4.19.4
111
6.4.20 YOKOHAMA
Sua finalidade é formar três alças fixas, pode ser aplicado em ancoragem, e
executar também a mesma função da encapeladura dobrada, é conhecido também
por cebolão e encapeladura japonesa.
Figura 6.4.20.1 Figura 6.4.20.2 Figura 6.4.20.3
Figura 6.4.20.4 Figura 6.4.20.5 Figura 6.4.20.6
6.4.21 NÓ DE CATAU OU CATAU DE REFORÇO
Utilizado para diminuir o tamanho de um cabo, ou isolar um trecho coçado
ou puído que exista no mesmo, as figuras abaixo ilustram exemplos de nó de catau.
a) NÓ DE CATAU
Figura 6.4.21.1 Figura 6.4.21.2.
Figura 6.4.21.3 Figura 6.4.21.4
112
b) CATAU PELA ENCAPELADURA SIMPLES
Nesta versão além do isolamento do trecho coçado, o referido nó permite
formar uma cadeira improvisada através das duas alças laterais.
Figura 6.4.21.5 Figura 6.4.21.6 Figura 6.4.21.7
6.4.22 LAIS DE GUIA OU CABRESTANTE
Tem como função a confecção de uma alça que ao mesmo tempo aperte e
seja fácil de soltar, serve para iniciar a confecção dos nós bolina duplo, e terminar os
nós balso de calafate. No montanhismo é utilizado com sustentação, dando uma
passagem com o chicote em uma das pernas e arrematando com uma volta do fiel,
e depois com pescador duplo em torno do próprio cabo.
Estes detalhes foram acrescentados, porque antes da invenção dos cintos
baudrier, os escaladores utilizavam este nó em torno da cintura, e ao cair durante a
escalada, o nó subia para a altura do peito, trazendo complicações para os mesmos
caso não conseguissem retomar a escalada. E provocou alguns acidentes fatais,
sendo o mais conhecido o da jovem Marizel na via travessia dos olhos na Pedra da
Gávea em 1975, onde houve efetiva participação do CBMERJ no resgate, com uma
guarnição comandada na época pelo Cap BM Da Silva, e com participação ativa do
Professor Juratan Câmara.
a) LAIS DE GUIA OU CABRESTANTE SIMPLES
Figura 6.4.22.1 Figura 6.4.22.2 Figura 6.4.22.3
113
Figura 6.4.22.4 Figura 6.4.22.5
b) LAIS DE GUIA COM SUSTENTAÇÃO
Volta do fiel;
Pescador duplo.
Figura 6.4.22.6
114
c) LAIS DE GUIA DUPLO OU CABRESTANTE DUPLO DO CBMER J
Confeccionado com a corda dobrada, serve para confecção de cintos cadeira
improvisados e ancoragens, aperta bem e é fácil de ser desfeito.
Figura 6.4.22.7 Figura 6.4.22.8 Figura 6.4.22.9
Figura 6.4.22.10 Figura 6.4.22.11 Figura 6.4.22.12
6.4.23 AZELHA SIMPLES
Nó utilizado para confeccionar uma alça que não corra em um cabo,
apresenta as seguintes variações: azelha simples pelo seio, que é o caminho para
se confeccionar o nó balso pelo seio e azelha simples pelo chicote.
a) AZELHA SIMPLES PELO SEIO
Figura 6.4.23.1 Figura 6.4.23.2 Figura 6.4.23.3
115
b) AZELHA SIMPLES PELO CHICOTE
Figura 6.4.23.4 Figura 6.4.23.5 Figura 6.4.23.6
Figura 6.4.23.7 Figura 6.4.23.8
6.4.24 PESCADOR SIMPLES DE CORRER COM ALÇA FIXA
Conhecido no CSAlt do CBMERJ, por nó de pescador de correr, pode ser
obtido através de um nó de moringa, ou conforme o modelo abaixo, sua finalidade é
formar uma alça fixa, através da união de dois nós simples.
Figura 6.4.24.1 Figura 6.4.24.2 Figura 6.4.24.3 Figura 6.4.24.4
116
6.4.25 AZELHA DOBRADA
Nó utilizado para confeccionar uma alça que não corra em um cabo,
apresenta as seguintes variações: azelha dobrada pelo seio e pelo chicote, que é
utilizada para encordamento de uma cordada para uma escalada.
Colin Jarman e Bill Beavis, autores do livro Marinharia e Trabalhos em
Cabos das Edições Marítimas, na página 20 figura 2-42, apresentam este nó como:
“alça com dupla volta de fiador”. E no Manual do Estágio Básico do Combatente de
Montanha do Exército Brasileiro, este nó é apresentado como: “aselha em oito”.
Consta também no Manual de Salvamento em Altura do Corpo de
Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo na página 33, este mesmo nó
apresentado como: “oito duplo”.
a) AZELHA DOBRADA PELO SEIO
Figura 6.4.25.1 Figura 6.4.25.2 Figura 6.4.25.3
b) AZELHA DOBRADA PELO CHICOTE
Figura 6.4.25.4 Figura 6.4.25.5 Figura 6.4.25.6
117
Figura 6.4.25.7 Figura 6.4.25.8
c) AZELHA DOBRADA EM ENCORDAMENTO
Figura 6.4.25.9
d) AZELHA DOBRADA COMO NÓ DE SEGURANÇA NO ORIFÍCIO
MENOR DO FREIO OITO
Figura 6.4.25.10
118
6.4.26 AZELHA EQUALIZADA
É um excelente nó para ancoragem, por formar duas alças fixas, fácil de
fazer, e após sofrer tensão, é fácil desfazê-lo.
Segundo consta no Manual de Salvamento em Altura do Corpo de
Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo na página 34, este mesmo nó é
apresentado como: “oito duplo de alças duplas” e também é chamado de Mickey ou
coelho e tem eficiência de 82%.
Figura 6.4.26.1 Figura 6.4.26.2 Figura 6.4.26.3
a) AZELHA EQUALIZADA COMO NÓ DE SEGURANÇA NO ORIFÍ CIO
MAIOR DO FREIO OITO
Figura 6.4.26.4
119
6.4.27 AZELHA EM NOVE
Tem sua confecção parecida com a azelha dobrada, confecciona-se pelo
seio, dando uma volta a mais que a azelha dobrada.
Este nó executa as mesmas funções das azelhas simples e dobrada, mas
apresenta mais facilidade de ser desfeito após tensão em comparação as azelhas
supramencionadas.
Segundo consta no Manual de Salvamento em Altura do Corpo de
Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo na página 33, este mesmo nó é
apresentado como: “nove” e é ideal para suportar cargas, e possui eficiência de
70%.
Figura 6.4.27.1 Figura 6.4.27.2 Figura 6.4.27.3
6.4.28 AZELHA CALÇADA
Assemelha-se a azelha simples, e permite uma melhor recuperação do
cabo, devido a tração ficar apenas em uma parte do anel do nó.
Figura 6.4.28.1 Figura 6.4.28.2 Figura 6.4.28.3
120
6.4.29 AZELHA EQUALIZADA COM TRÊS ALÇAS
Executa-se o nó fazendo uma azelha dobrada pelo seio com uma longa
alça, depois esta, desce e faz o contorno de todo o anel do nó, formando assim três
alças fixas.
Figura 6.4.29.1 Figura 6.4.29.2
Figura 6.4.29.3 Figura 6.4.29.4
b) AZELHA EQUALIZADA DE TRÊS ALÇAS, ARREMATADA COM
PESCADOR TRIPLO, SERVINDO COMO NÓ DE SEGURANÇA NO F REIO OITO
DE RESGATE (BIG OITO)
Figura 6.4.29.5
121
6.4.30 AZELHA DUPLA DO EXÉRCITO
Assemelha-se a azelha equalizada, porém esta é confeccionada quase a
partir de uma azelha simples.
O Manual do Estágio Básico do Combatente de Montanha do Exército
Brasileiro apresenta este nó como: ”aselha dupla”.
Figura 6.4.30.1 Figura 6.4.30.2 Figura 6.4.30.3
6.4.31 NÓ DE COIMBRA
Desenvolvido e testado pelo Sgt BM Coimbra formado na 12ª Turma do
Curso de Salvamento em Montanha do CBMERJ.
O referido nó tem a característica de formar uma alça fixa, através de quatro
voltas feitas pelo chicote envolvendo uma alça superior, e formando outra alça
inferior, para que seja introduzida na primeira, que depois de acochada deve ser
arrematada com o nó pescador duplo.
Observação : Nos testes este nó após sofrer tensão foi desfeito com
facilidade.
Figura 6.4.31.1 Figura 6.4.31.2 Figura 6.4.31.3 Figura 6.4.31.4
122
6.4.32 NÓ DE ARNEZ
Tem a mesma função do nó de azelha, forma uma alça fixa quase a partir
de um nó em oito, passando o chicote pela frente dos anéis superior e inferior do nó,
conforme ilustra a figura 6.4.32.3. Para se formar a alça fixa, o anel inferior deverá
ser introduzido por dentro do anel superior e puxado para cima, confeccionando o nó
propriamente dito.
Figura 6.4.32.1 Figura 6.4.32.2 Figura 6.4.32.3
Figura 6.4.32.4 Figura 6.4.32.5
6.4.33 NÓ DE MORINGA
Muito utilizado para içamento de cantis, garrafas etc. A base do recipiente
fica na alça, enquanto a boca deste fica no centro do nó que é apertado, garantindo
assim a segurança na operação.
Figura 6.4.33.1 Figura 6.4.33.2 Figura 6.4.33.3 Figura 6.4.33.4
123
6.4.34 PESCADOR FIXO
Possui várias funções, pode ser utilizado para tracionamentos, ancoragens
e para confeccionar estribo improvisado com cabo. O Manual de Salvamento em
Altura do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo nas
páginas 33 e 34 apresenta este nó como: “sete”, e tem por função unir uma corda
fixa a outra ancoragem intermediária.
Para direcioná-lo do sentido desejado, deve-se orientar o cote inicial na
direção oposta.
Figura 6.4.34.1 Figura 6.4.34.2 Figura 6.4.34.3
6.4.35 NÓ BORBOLETA
Utilizado para formar uma alça fixa, é um excelente nó para tração, pois
após esforço, é fácil de desfazê-lo.
Figura 6.4.35.1 Figura 6.4.35.2
Figura 6.4.35.3 Figura 6.4.35.4
124
6.4.36 BALSO PELO SEIO
Formado a partir de uma azelha simples, é um nó útil em várias aplicações
como por exemplo: cadeiras improvisadas, ancoragens e içamentos.
´
Figura 6.4.36.1 Figura 6.4.36.2 Figura 6.4.36.3
6.4.37 CADEIRA ESPANHOLA
Conhecido também por nó Espanhol, é utilizado para confecção de cintos
cadeira improvisados, serve também, para cabo guia quando na utilização de duas
polias em cabos paralelos de um plano inclinado. O Manual do Estágio Básico do
Combatente de Montanha do Exército Brasileiro apresenta este nó como: “balso
americano”.
Figura 6.4.37.1 Figura 6.4.37.2
Figura 6.4.37.3 Figura 6.4.37.4
125
6.4.38 BALSO ARGENTINO
Utilizado em tracionamento de planos inclinados, forma-se semelhante a um
lais de guia, passando uma alça dobrada por dentro de um anel, e após isto,
formarão duas alças fixas, onde se encaixa um mosquetão, de preferência de aço
para o tracionamento, o nó ainda mantém o sentido do direcionamento do cabo.
Figura 6.4.38.1 Figura 6.4.38.2 Figura 6.4.38.3 Figura 6.4.38.4
6.4.39 BALSO DE CALAFATE
Utilizado pela Marinha do Brasil para suportar o peso de um militar quando
se trabalha suspenso, em uma alça o militar senta, e outra alça é feita na altura do
peito e por baixo das axilas, e depois este nó é arrematado com um lais de guia
após a confecção da 2ª alça.
Figura 6.4.39.1 Figura 6.4.39.2 Figura 6.4.39.3
Figura 6.4.39.4 Figura 6.4.39.5
126
6.4.40 BALSO PELO SEIO DE CORRER
Confecciona-se seguindo o mesmo caminho da azelha dupla do Exército
Brasileiro, porém surge a formação de duas alças móveis ajustáveis, servindo para
cadeiras improvisadas e outros empregos que se fizerem necessários, de acordo
com o critério do especialista que o utilizar.
Figura 6.4.40.1 Figura 6.4.40.2 Figura 6.4.40.3
127
6.4.41 BOLINA DUPLO
Este nó é utilizado pelo CSMont para fins de encordamento a partir de um
lais de guia, formando duas alças fixas na alça de suporte do cinto Baudrier. E no
montanhismo civil é conhecido como lais de guia duplo.
Este nó é praticamente o balso pelo seio, mas sendo executado pelo chicote
para a função de encordamento e arrematado com pescador duplo.
Figura 6.4.41.1 Figura 6.4.41.2 Figura 6.4.41.3
Figura 6.4.41.4 Figura 6.4.41.5
Figura 6.4.41.6 Figura 6.4.41.7
128
6.4.42 PESCADOR DUPLO DE CORRER COM ALÇA
Sua finalidade é formar uma alça que morde um ponto de ancoragem por
pressão, em montanhismo é muito utilizado para confecção de ancoragens
secundárias, também conhecidas por back up.
Figura 6.4.42.1 Figura 6.4.42.2 Figura 6.4.42.3
Figura 6.4.42.4 Figura 6.4.42.5 Figura 6.4.42.6
129
6.4.43 NÓ PATA DE GATO
É usado para fixar uma corda em um ponto de ancoragem e para iniciar o
nó Prusik, pode ser feito pelo seio e pelo chicote, lembrando que após a sua
confecção, deve se arrematá-lo para evitar que o mesmo se desfaça.
Os Manuais do Estágio Básico do Combatente de Montanha do Exército
Brasileiro e de Salvamento em Altura do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do
Estado de São Paulo na página 42, este mesmo nó é apresentado como: “boca de
lobo”.
Colin Jarman e Bill Beavis, autores do livro Marinharia e Trabalhos em
Cabos das Edições Marítimas, na página 21 figuras 3-1 e 3-2, apresentam também
este nó como: “boca de lobo”.
a) PATA DE GATO PELO SEIO
Figura 6.4.43.1 Figura 6.4.43.2 Figura 6.4.43.3 Figura 6.4.43.4
b) PATA DE GATO PELO CHICOTE
Figura 6.4.43.5 Figura 6.4.43.6 Figura 6.4.43.7 Figura 6.4.43.8
130
6.4.44 BOCA DE LOBO
Assemelha-se a pata de gato, porém para sua confecção é feita mais uma
volta no anel inferior, serve para fins de ancoragem, podendo ser confeccionado
pelo seio ou pelo chicote.
Colin Jarman e Bill Beavis, autores do livro Marinharia e Trabalhos em
Cabos das Edições Marítimas, na página 26 figuras 3-16 e 3-17, apresentam este nó
como: “boca de lobo dobrada”.
a) BOCA DE LOBO PELO SEIO
Figura 6.4.44.1 Figura 6.4.44.2 Figura 6.4.44.3 Figura 6.4.44.4
b) BOCA DE LOBO PELO CHICOTE
Figura 6.4.44.5 Figura 6.4.44.6 Figura 6.4.44.7
Figura 6.4.44.8 Figura 6.4.44.9
131
6.4.45 VOLTA DO FIEL
É utilizado para fixar uma corda em um ponto de ancoragem, também
podendo ser feito dobrado. Serve também durante uma escalada para o guia ou
participante se ancorar em um grampo utilizando um mosquetão de ancoragem, que
o mesmo carrega consigo.
É importante que após uma ancoragem confeccionar cotes específicos
sobre o firme para que o mesmo não venha a se desfazer.
Quando feito pelo seio pode ser chamado também de nó de porco, e pelo
chicote nó de barqueiro.
Este nó é utilizado pelo Curso de Salvamento em Alturas do CBMERJ para
a função acima mencionada, que após todos os procedimentos de segurança
supramencionados além da proteção das arestas vivas, confecção da ancoragem
secundária atrás e acima da principal e teste de tração com dois BMs se
pendurando na corda, sempre apresentou eficiência, segurança e confiabilidade em
todas as atividades do curso.
a) VOLTA DO FIEL PELO SEIO
Figura 6.4.45.1 Figura 6.4.45.2 Figura 6.4.45.3
b) VOLTA DO FIEL PELO CHICOTE
Figura 6.4.45.4 Figura 6.4.45.5 Figura 6.4.45.6 Figura 6.4.45.7
132
c) DIFERENÇA DE ARREMATES NA VOLTA DO FIEL
O arremate padrão do CBMERJ, na volta do fiel com é feito com 03 cotes
para o mesmo lado de forma que forme três voltas do fiel em volta do firme.
Consta no Manual do Estágio Básico do Combatente de Montanha do
Exército Brasileiro este arremate com o nó pescador duplo, que apresenta eficiência
semelhante.
Figura 6.4.45.8 Figura 6.4.45.9 Figura 6.4.45.10 Figura 6.4.45.11
6.4.46 VOLTA DO FIEL DOBRADO A PARTIR DE UMA ALÇA F IXADA
EM PONTO DE ANCORAGEM
Figura 6.4.46.1 Figura 6.4.46.2 Figura 6.4.46.3 Figura 6.4.46.14
133
6.4.47 NÓ MOLA
Nó utilizado pelo Exército Brasileiro, consta no Manual do Estágio Básico do
Combatente de Montanha do mesmo. A sua função é confeccionar uma ancoragem
fácil, ligeira e que precise ser desativada rapidamente, pois é um nó de fácil soltura e
muito bom para suportar tensões. Mas não devemos esquecer de fazer a
ancoragem secundária de segurança, que na figura está no mesmo posto da
principal, mas o ideal é um ponto atrás e ou acima, a não ser que seja um PAB-
“Ponto a Prova de Bomba” , que consiste em uma coluna robusta de concreto onde
não há duvida de sua resistência.
Figura 6.4.47.1 Figura 6.4.47.2 Figura 6.4.47.3 Figura 6.4.47.4
134
6.4.48 TRAPA
Este nó consta no Manual de Salvamento em Altura do Corpo de Bombeiros
da Polícia Militar do Estado de São Paulo na página 32, e tem por função preservar
a carga de ruptura original da corda.
O mesmo é realizado a partir de voltas sucessivas de 04 a 05 no ponto de
ancoragem, e no final pode ser arrematado, com azelha dobrada ou equalizada, e
de preferência nestas, mosquetões de aço.
Figura 6.4.48.1 Figura 6.4.48.2 Figura 6.4.48.3
Figura 6.4.48.4 Figura 6.4.48.5
135
6.4.49 NÓ DA UIAA OU NÓ DINÂMICO
Nó utilizado para segurança em escalada, e para descida com a corda
passada no mosquetão quando não houver aparelho de descida especifico, ou seja,
uma descida improvisada de emergência.
A sua utilização forma torcimentos na corda, que são conhecidos por
cocas.
No Manual do Estágio Básico do Combatente de Montanha do Exército
Brasileiro, este nó é apresentado como: “nó da UIAA ou nó de meio porco”.
Consta também no Manual de Salvamento em Altura do Corpo de
Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo na página 37, este mesmo nó
apresentado como: “meia volta do fiel e também nó da UIAA”, e tem por
característica não ficar preso à ancoragem e a possibilidade de operar nos dois
sentidos do chicote, servindo de nó de segurança (tanto para a descida, quanto para
a subida).
Figura 6.4.49.1 Figura 6.4.49.2 Figura 6.4.49.3
6.4.50 VOLTAS NO MOSQUETÃO
Na dúvida de confeccionar o nó da UIAA, podem ser feitas três voltas no
dorso do mosquetão, que terá a mesma eficiência, o único problema são os muitos
torcimentos na corda provocada pelo atrito corda e mosquetão.
E atentar para a segurança, pois se trata de uma descida improvisada de
emergência, ou seja, na ausência de um aparelho descensor específico.
Figura 6.4.50.1
136
6.4.51 NÓ DE MULA
Tem seu nome original como munter mule, é utilizado em Salvamento em
Montanha, e tem a função de bloquear o nó da UIAA, pois permite além de um
bloqueio eficiente uma fácil soltura do sistema.
Para confeccioná–lo se faz necessária à formação de duas alças por
debaixo do firme do nó da UIAA, sendo que uma das alças entra por dentro da outra,
pressionando o sistema contra o mosquetão, e formando uma alça maior que dará
origem a um nó de azelha simples que envolverá também o firme do nó da UIAA.
Figura 6.4.51.1 Figura 6.4.51.2 Figura 6.4.51.3
Figura 6.4.51.4 Figura 6.4.51.5 Figura 6.4.51.6
137
2.4.52 PRUSIK
Segundo o website montanhas do Rio, este nó foi desenvolvido por Karl
Prusik em 1931. Para confeccioná-lo se utiliza um cordelete de 6 mm de diâmetro
com cerca de 2 metros de comprimento, que depois de unido com nó específico,
envolve outra corda de diâmetro maior com seis voltas.
É usado como auto–blocante para técnicas de ascensão em corda, e para
segurança em descida simples, é excelente para auto-resgate em corda, para
transposição de uma corda para outra, sistemas de polias, tracionamento, içamento
e deslocamento, e outras múltiplas funções, é conhecido pelos militares das Forças
Armadas como prússico e deve ser emendado com os seguintes nós: duplo,
pescador duplo ou triplo de correr e oito duplo, para garantir a segurança e permitir a
recuperação do cordelete após tração.
O CBMERJ padroniza utilizar este nó com 6 voltas, visando a segurança da
atividade de Salvamento em Montanha e Salvamento em Altura.
Caso seja efetuada ascensão em corda dupla, o nó Prusik deve envolver as
duas cordas.
a) PRUSIK PELO SEIO
Figura 6.4.52.1 Figura 6.4.52.2 Figura 6.4.52.3
Figura 6.4.52.4 Figura 6.4.52.5
138
b) PRUSIK PELO CHICOTE
Figura 6.4.52.6 Figura 6.4.52.6 Figura 6.4.52.7
Figura 6.4.52.8 Figura 6.4.52.9
c) EMENDAS DE CORDELETE COM NÓ DUPLO, PESCADOR DUPL O
DE CORRER E OITO DUPLO
É padronizado no CBMERJ a emenda de cordelete com o nó duplo. No
Exército brasileiro e no montanhismo civil, é padronizado a emenda do cordelete
com pescador duplo de correr. No montanhismo europeu é notada a utilização do
pescador duplo de correr o oito duplo ou fiador duplo para emenda de cordelete.
Ao confeccionar estes nós, recomenda-se deixar quatro dedos de chicote
para cada lado e acochar o nó em sua totalidade para que o mesmo não venha a
afrouxar.
Figura 6.4.52.10
139
6.4.53 NÓ MARCHARD
Tem a mesma finalidade do Prusik, é também conhecido por kleinhest.
Este nó também se apresenta em várias versões.
a) NÓ MARCHARD COM CORDELETE
Figura 6.4.53.1 Figura 6.4.53.2 Figura 6.4.53.3
Figura 6.4.53.4 Figura 6.4.53.5
b) OUTRAS FORMAS DE MARCHARD COM FITA E CORDELETE
Figura 6.4.53.6 Figura 6.4.53.7
140
6.4.54 NÓ AUTOBLOCK, FRENCH PRUSIK OU PRUSIK FRANCÊ S
Excelente nó blocante, tem seu emprego para contra segurança para
descida simples, ou seja, pode ser utilizado em conjunto com uma pequena fita
tubular presa ao cinto baudrier e a um mosquetão acima do freio de descida, caso
este seja de frenagem manual como o freio oito, e permite que o BM ao executar
uma descida simples caso tenha que efetuar uma parada na corda, basta que tire a
mão auxiliar que estará no nó blocante do sistema, que antes não deverá estar sob
tensão, que o fará bloquear automaticamente.
Porém recomenda–se que o BM tenha pelo menos dois cordeletes de
comprimento de 2 metros para que o mesmo efetue o auto–resgate em altura.
Este nó possui característica de aumentar em a carga de trabalho do
cordelete, devido a sua confecção ser executada com o cordelete dobrado e o
mosquetão é introduzido nas duas alças.
Existem outras formas de nó autoblock destinadas para o mesmo fim.
Figura 6.4.54.1 Figura 6.4.54.2 Figura 6.4.54.3
6.4.55 NÓ DE BACHMAN
Algumas pessoas interpretavam este nó como sendo o marchard, feito no
mosquetão, na visualização, veremos a forma antiga e sua correta confecção, que
consiste em passar a corda entre o mosquetão e a corda, sendo totalmente diferente
da forma antiga. Para confeccioná-lo são feitas 4 ou mais voltas com o cordelete
dobrado envolvendo a corda e o mosquetão.
a) FORMA ANTIGA
Figura 6.4.55.1 Figura 6.4.55.2
141
b) NÓ DE BACHMAN ATUAL CONSTANTE EM MANUAIS DE
MONTANHISMO
Figura 6.4.55.3 Figura 6.4.55.4 Figura 6.4.55.5 Figura 6.4.55.6
6.4.56 BELONESI
Nó blocante, tem a mesma função do Prusik, sendo este feito pelo chicote,
com seis voltas sobre a corda, o chicote desce, passa entre as três primeiras voltas,
e após a passagem nestas voltas, confecciona-se um nó de pescador duplo, para
segurança. Este nó pode ser feito com cordeletes e em cordas de mesmo diâmetro a
partir de um chicote.
Figura 6.4.56.1 Figura 6.4.56.2 Figura 6.4.56.3
2.4.57 CORAÇÃO
Sem dúvida um dos primeiros sistemas de autobloqueio existentes. É um
improviso com uso de 03 mosquetões, um no grampo e 02 conectados no primeiro.
A corda é passada nestes dois mosquetões que ficam abaixo do primeiro de
forma que a parte da corda destinada a recuperação, venha a ficar móvel sendo
facilmente recuperada pelo guia que está ancorado, e a outra parte da corda que
está no encordamento do participante, venha a bloquear automaticamente, se este
vier a cair durante a escalada, garantindo assim a sua integridade física.
Corda do participante, que em caso de queda
o sistema bloqueará automaticamente;
Parte da corda móvel, permitindo a recuperação
Figura 6.4.57.1 pelo guia durante a progressão do participante.
142
6.4.58 NÓS DE SALVACORDA OU DE EVASÃO, (AO EXECUTAR ESTE
TIPO DE DESCIDA, CHECAR EQUIPAMENTO E ANCORAGEM SE POSSÍVEL
DUAS OU TRÊS VEZES)
São nós que permitem recuperação da total da corda após o rapel, possuem
confecções diferentes dependendo do local: montanha, prédio, árvore e grampo. As
figuras abaixo demonstram dois nós de salvacorda em uso no CBMERJ.
a) NÓ DE SALVACORDA OU EVASÃO ENSINADO NO CURSO DE
SALVAMENTO EM ALTURAS, DO CBMERJ PARA DESCIDA EM CO RDA
SIMPLES
Confeccionado através de uma alça de uma corda dobrada envolvendo um
ponto fixo, sendo feitas várias alças que vão se sobrepondo e acochando sobre si
mesmas, é considerado seguro, e deve ser feito com um número mínimo de quatro
passagens. Após a sua execução, sobrarão duas extremidades e a descida será na
mais firme, e na outra, aconselha-se fazer um nó de azelha para identificar a corda
que não será utilizada, e ao término do rapel, as duas extremidades serão puxadas
simultaneamente e a corda cairá por inteiro, permitindo assim sua recuperação.
Figura 6.4.58.1 Figura 6.4.58.2 Figura 6.4.58.3
Figura 6.4.58.4 Figura 6.4.58.5 Figura 6.4.58.6
143
b) SALVACORDA DE MONTANHA
Considerado o mais seguro de todos, consiste em passar os chicotes da
corda em um ponto fixo ou em um grampo, até que a sua metade fique exatamente
no ponto de ancoragem. Após isso recomenda-se unir os chicotes com o nó
pescador duplo de correr e acochá-lo.
O rapel deverá ser feito com a corda dobrada, e ao chegar a um ponto
seguro, desatar o nó de segurança, puxar um dos chicotes que a corda descerá.
Figura 6.4.58.7 Figura 6.4.58.7
144
6.4.59 ASSENTO AMERICANO
Consta no Manual Estágio Básico do Combatente de Montanha do Exército
Brasileiro, o assento americano consiste em um cinto cadeira improvisado que pode
ser utilizado em Salvamento em Altura e Salvamento em Montanha.
Serve para fornecer segurança ao BM durante a ação de socorro se não
houver cinto baudrier específico, e o mesmo deve ficar bem justo ao corpo e
acochado.
Para confeccioná-lo pode se utilzar um cabo solteiro de 10 a 12 mm de
diâmetro, de 4 a 5. metros de comprimento. O mesmo é simples de fazer, sendo
finalizado com nó direito unindo os chicotes, e arrematado com pescador duplo de
ambos os lados.
Este conjunto de nós de fechamento, é padronizado pelo Exército Brasileiro
para ser posicionado do lado oposto à mão de trabalho.
Figura 6.4.59.1 Figura 6.4.59.2 Figura 6.4.59.3
Figura 6.4.59.4 Figura 6.4.59.5 Figura 6.4.59.6
145
6.4.60 ATADURA DE PEITO
Segundo o Manual Estágio Básico do Combatente de Montanha do Exército
Brasileiro, a atadura de peito é um artifício de corda confeccionado para aumentar a
segurança durante a realização de uma escalada ou de uma desescalada, dividindo
a tensão com o assento americano e evitando que o escalador fique de cabeça para
baixo em caso de queda ou perda dos sentidos. Fornece relativo conforto e boa
liberdade de movimentos com ambas as mãos. A sua confecção tem início em um
nó de azelha simples, cuja alça é introduzida por cima da cabeça do BM e ficando
por cima do fardamento.
Um dos chicotes subirá pelas costas e passará por dentro da alça do nó de
azelha simples, e depois descerá para ser unido com o outro chicote, após isso será
feito o nó direito e arremate com pescador duplo de ambos os lados. Este sistema
de nós de fechamento é padronizado pelo Exército Brasileiro para ficar do lado
oposto a mão de trabalho.
Após confeccionada a atadura de peito, o mosquetão do sistema entrará por
dentro dos anéis do nó de azelha simples posicionado na altura do peito do BM,
conforme demonstram as figuras 6.4.60.5 e 6.4.60.6.
Figura 6.4.60.1 Figura 6.4.60.2 Figura 6.4.60.3
Figura 6.4.60.4 Figura 6.4.60.5 Figura 6.4.60.6
146
6.4.61 AMARRAS
As amarras permitem emendas de pequenos troncos de árvores e bambus
para construção de abrigos, improviso de maca para transporte de vítima e outras
funções. A seguir estão três formas de se confeccionar amarras.
a) AMARRA QUADRADA
É usada para unir dois troncos ou varas mais ou menos em ângulo reto,
começa com uma volta do fiel bem firme, e o chicote que sobra desse nó, deverá ser
torcido com a corda para maior garantir a segurança. Os troncos ou varas são
rodeados por três voltas completas redondas entre as peças concluindo-se com a
volta do fiel na vara oposta a que se deu o nó inicial.
Figura 6.4.61.1
b) AMARRA DIAGONAL
Serve para aproximar e unir duas varas que se encontram formando um
ângulo agudo, e tem sua principal aplicação na construção de cavaletes.
Tem seu início através do nó volta da ribeira apertando fortemente as duas
peças, e em seguida executam–se três voltas redondas em torno das varas no
sentido dos ângulos, arrematando-se com um anel de duas ou três voltas entre as
peças e uma volta do fiel para encerrar.
Figura 6.4.61.2
147
c) AMARRA PARALELA
Serve para unir duas varas colocadas paralelamente, é mais simples que as
anteriores.
Figura 6.4.61.3
148
CAPÍTULO VII
7.1 PLANOS INCLINADOS E HORIZONTAIS
Conhecidos também por tirolesas, consistem em técnicas de transposição
de obstáculos ou de progressão em terrenos que necessitam de montagem de
sistemas que possibilitem travessias horizontais e diagonais, e são utilizadas para
diversas finalidades em ações de salvamento, tais como: passagem de um cume
para o outro, segurança na transposição de rios com grande correnteza, descida de
vítima controlada com cabo guia preso a freio de segurança. No CBMERJ são
utilizadas para Salvamento em Altura e Salvamento em Montanha sempre com duas
cordas.
7.2 TÉCNICAS DE TRACIONAMENTO
Métodos importantes, para se retesar cabos para salvamentos, transposição
de obstáculos entre outras atividades diversas, a seguir serão mostradas técnicas
utilizadas no CBMERJ, outras novas e improvisos.
Observação: Nos tracionamentos devemos utilizar de preferência
mosquetões de aço e cordas estáticas pelo fato de as mesmas possuírem baixo
alongamento, e não as dinâmicas, pois são cordas destinadas a escalada e
possuem alongamento maior do que as cordas supramencionadas.
7.2.1 VOLTA DO FIEL PELO SEIO
Utilizado no mosquetão, de preferência, nos tracionamentos devem-se
utilizar os de aço. Confeccionando a volta do fiel pelo seio e introduzindo o
mosquetão, a corda desce e passa em outro mosquetão, volta passando por dentro
deste primeiro. Feito isso, é iniciado o tracionamento. A técnica ensinada no
CBMERJ é de passar uma alça, por dentro do mosquetão que está no ponto de
ancoragem, confeccionando um cote, três voltas sobre o firme e outro cote,
finalizando o arremate e fazer a segunda ancoragem atrás deste, em outro ponto
fixo que será a segurança do tracionamento.
Figura 7.2.1.1
149
7.2.2 VOLTA DO FIEL MOSQUETÃO E PATESCA SIMPLES
Figura 7.2.2.1
7.2.3 COM BALSO ARGENTINO E MOSQUETÃO
Figura 7.2.3.1
7.2.4 COM BALSO ARGENTINO, MOSQUETÃO E PATESCA SIMP LES
Figura 7.2. 4.1
7.2.5 COM BLOQUEADOR GIBBS, MOSQUETÃO E PATESCA SIM PLES
Figura 7.2.5.1
150
7.3 SISTEMA DE TRAÇÃO CARIOCÃO
7.3.1 Quando há pouco espaço disponível para tração, e içamento e até
para se reduzir a força aplicada em um tracionamento, o CBMERJ utiliza um sistema
conhecido por Cariocão, que consiste em no mínimo dois nós Prusik, que vão se
alternando um a frente móvel, e outro conectado à base do tracionamento, que
segura o sistema. Muito utilizado em Salvamento em Montanha, sendo que se a
tração for para se retesar cordas para planos inclinados, o sistema não deverá ficar
no último Prusik, nem em freios autoblocantes e ascensor, devendo ser executada a
confecção de cotes e a retirada destes equipamentos, através de técnicas ensinadas
nos cursos de especialização do CBMERJ.
Figura 7.3.1.1 Figura 7.3.1.2
7.3.2 CARIOCÃO COM BLOQUEADOR GIBBS, 01 PATESCA TAN DEM,
02 PATESCAS SIMPLES E 02 NÓS PRUSIK
Figura 7.3.2.1
Figura 7.3.2.2
Observação: Conforme demonstra a figura 7.3.2.2, o sistema não deverá
ficar nunca em um bloqueador e nem em um cordelete, devendo ser feitos
arremates, e depois a retirada destes equipamentos através da união do último
Prusik com o nó Mariner , que pode ser feito com fita ou cordelete. O nó Mariner é
ensinado no CSMont.
151
7.4 MARINER
Trata-se de um nó que trabalha em conjunto com o último nó Prusik em um
sistema de polias e sistema de força tipo cariocão, servindo também para transferir
tensão de um ponto para outro, e tem por finalidade aliviar um sistema tracionado.
O Mariner pode ser feito com fita tubular ou cordelete.
A sua confecção é fácil, mas deve-se ter muito cuidado ao acochá-lo, as
figuras abaixo demonstram como confeccionar um nó Mariner.
1º Passo: passa-se a fita no mosquetão que deverá estar fixado em um
ponto de ancoragem através de outra fita, de forma que sobre duas alças, uma
menor e outra maior.
Alça 1.
Alça 2.
Figura 7.4.1
2º Passo: confecciona-se uma volta sobre a primeira dentro do mosquetão.
Alça 1.
Alça 2.
Figura 7.4.2
3º Passo: devem ser feitas pelo menos quatro voltas com a alça 2 que foi
deixada maior em envolvendo da alça 1 que está menor.
Observação importante: A sobra da alça 2 que formou as voltas deverá
passar por dentro da alça 1, e depois todas estas voltas feitas com a alça 2 deverão
ser acochadas em direção as voltas que foram feitas no mosquetão.
Figura 7.4. 3 Figura 7.4. 4
152
4º Passo: testar o sistema para ver se o mesmo está correto, as voltas
quando bem feitas e acochadas não se desfazem.
A figura abaixo ilustra o uso do Mariner para desfazer a tensão de um
sistema de força que está fortemente tensionado.
Após serem feitos cotes para garantir a segurança do sistema ou para
transferir tensão de um ponto para outro, o Mariner poderá ser desfeito retirando a
alça 2 de dentro da alça 1, e as voltas serão desfeitas com facilidade, e o nó Prusik
poderá ser retirado do sistema com total segurança.
Figura 7.4.5
a) MARINER COM CORDELETE
Segue os mesmos procedimentos ilustrados anteriormente, nas figuras
abaixo o Mariner está conjugado em um sistema de força juntamente com o nó
autoblock ou Prusik francês.
Figura 7.4.6 Figura 7.4.7
153
CAPÍTULO VIII
8.1 MÉTODOS DE ENROLAR CORDAS
A seguir serão mostrados os métodos mais tradicionais de enrolar cordas
utilizadas nos cursos de especialização do CBMERJ, aconselha-se para todos inicia
-los a partir de um nó de segurança, sendo nas correntes simples, dupla e quádrupla
o nó de Frade e azelha dobrada na corrente tripla e coroa japonesa.
8.1.1 CORRENTE DUPLA
Excelente método para acondicionar e transportar na mochila cordas de 30
a 60 metros de comprimento, desenrola bem quando bem feita sem erros nas alças
que são formadas. A corrente quádrupla, segue o mesmo raciocínio.
Figura 8.1.1.1 Figura 8.1.1.2 Figura 8.1.1.3
Figura 8.1.1.4 Figura 8.1.1.5 Figura 8.1.1.6
Figura 8.1.1.7 Figura 8.1.1.8 Figura 8.1.1.9
154
8.1.2 CORRENTE TRIPLA
Método utilizado para reduzir o comprimento de uma corda para
acondicioná-la em mochila ou em sessão, quando comparado aos métodos corrente
dupla, tripla e coroa japonesa, não apresenta desempenho no seu desenrolar, pelo
fato de suas alças morderem umas as outras.
Figura 8.1.2.1 Figura 8.1.2.2 Figura 8.1.2.3
Figura 8.1.2.4 Figura 8.1.2.5 Figura 8.1.2.6
155
8.1.3 CORRENTE QUÁDRUPLA
Figura 8.1.3.1 Figura 8.1.3.2
Figura 8.1.3.3 Figura 8.1.3.4
Figura 8.1.3.5 Figura 8.1.3.6
156
8.1.4 COROA JAPONESA
Método eficaz em salvamento inicia-se a partir de uma azelha dobrada, com
o BM trançando a corda em volta do corpo, e ao seu término deve-se arrematar a
mesma confeccionando voltas em torno da última alça feita.
É o método empregado quando há necessidade de resgate de suicidas em
altura.
Figura 8.1.4.1 Figura 8.1.4.2 Figura 8.1.4.3
Figura 8.1.4.4 Figura 8.1.4.5 Figura 8.1.4.6
157
8.1.5 VAI E VEM DE MONTANHA
Método padrão utilizado por montanhistas para guardar e transportar
cordas, pois as fibras não estão sob forte torcimento conforme visto nos métodos
anteriores, permitindo um acondicionamento mais seguro do que os outros já vistos,
mas no seu desenrolar para operação, pode ocorrer travamento das alças.
Figura 8.1.5.1 Figura 8.1.5.2 Figura 8.1.5.3
Figura 8.1.5.4 Figura 8.1.5.5 Figura 8.1.5.6
158
8.1.6 COROA CIRCULAR
Método ensinado nos cursos de especialização do CBMERJ, que visa
facilitar o transporte da corda junto ao corpo do BM, mas a sua aplicação de pronta
resposta não favorece o socorro, pois a mesma não desenrola tão bem quanto a
coroa japonesa, vindo as suas alças morderem umas as outras, podendo
comprometer o estabelecimento de cordas na atividade de salvamento.
Figura 8.1.6.1 Figura 8.1.6.2 Figura 8.1.6.3
Figura 8.1.6.4 Figura 8.1.6.5
159
8.1.8 MÉTODO DE ENROLAR CORDA PARA TRANSPORTAR COMO
MOCHILA
Método utilizado atualmente pelos escaladores de diversas partes do mundo
para transportarem as suas cordas de escalada como se fosse uma mochila.
Para executar este método executam-se os seguintes procedimentos:
a) Executa-se o procedimento para enrolar a corda no método vai e vem de
montanha até os dois chicotes se encontrarem, conforme demonstram as figuras
8.1.8.1, e 8.1.8.2;
Figura 8.1.8.1 Figura 8.1.8.2
b) Após a união dos chicotes, devem ser feitas três voltas em torno da corda
e um cote acima destas mesmas três voltas, conforme ilustra a figura 8.1.8.3;
Figura 8.1.8.3
160
c) Feito o cote jogar os chicotes por cima de cada ombro, descer os
mesmos e trançá-los à frente do corpo, e passá-los pelas alças que estão atrás, à
esquerda e à direita, e na altura do umbigo, fechar com nó direito, e a corda estará
pronta para o transporte.
Figura 8.1.8.4 Figura 8.1.8.5 Figura 8.1.8.6 Figura 8.1.8.7
8.1.9 COROA JAPONESA TRIPLA
Método de enrolar corda desenvolvido por militares especializados do
CBMERJ, que consiste em um misto da coroa japonesa com a corrente tripla, sendo
enrolada em volta do corpo, e tem como início um nó de azelha dobrada.
Figura 8.1.9.1
161
CAPÍTULO IX
9.1 TÉCNICAS DE ESCALADA E SALVAMENTO
O CBMERJ em atenção aos eventos que ocorrem em áreas florestais e
montanhosas, dos Parques Nacionais, Estaduais, Municipais e outras áreas
florestais dentro dos limites do Estado do Rio de Janeiro, iniciou no ano de 1986
através do Curso de Salvamento em Montanha, a formação de Bombeiros Militares
(Oficiais e Praças) para atuarem em ações de socorro específicas em ambiente de
montanha, tendo como Instrutor pioneiro o Professor Juratan Câmara, renomado
montanhista civil.
O referido Professor no ano de 1975, foi o principal responsável pelo
resgate do corpo de uma escaladora conhecida como Marizel na via travessia dos
olhos na Pedra da Gávea, atuando em conjunto com uma guarnição do CBMERJ,
comandada na época pelo Cap BM Da Silva.
Nos itens a seguir veremos as modalidades e técnicas de escalada, que
fazem parte da formação de um Bombeiro Militar especializado em Salvamento em
Montanha.
9.2 ESCALADA COM CORDA SIMPLES, CORDAS GÊMEAS E COR DA
DUPLA
As cordas duplas, com diâmetro geralmente entre 8 e 9 mm, são utilizadas
em par. O escalador leva duas delas, de 50 ou 60 metros cada, podendo costurar as
duas na mesma proteção ou de forma alternada. Elas são úteis em algumas
situações, com, por exemplo, nas vias em móvel. Costurando alternadamente, a
força de impacto sobre as proteções é menor do que com uma corda simples e,
portanto, maior a chance da peça móvel permanecer no lugar.
Em vias com ziguezagues, também costurando de forma alternada, obtém–
se um menor arrasto de corda. Sem falar que, para descer de algumas vias longas,
é obrigatório ter duas cordas. Melhor então transportar duas leves, de 8,5 mm de
diâmetro cada, do que ter que escalar com duas pesadas, de 10,5 mm cada.
As cordas gêmeas são ainda mais finas, entre 7,5 e 8 mm de diâmetro, e
por isso mesmo devem ser usadas em par e costuradas sempre juntas. São ainda
mais leves que as duplas, mas não tão versáteis. São úteis principalmente em locais
onde a escalada transcorre por terreno com arestas e blocos, que ameaçam a
integridade da corda, como por exemplo, em uma via alpina.
162
Estatisticamente, é mais fácil ter uma corda de 10,5 mm rompida do que
duas cordas de 8 mm. Uma corda simples é sempre testada em simples, com peso
de 80 Kg. Uma corda dupla é testada em simples, com peso de 55 Kg, enquanto que
uma gêmea é testada em dupla com 80 Kg de peso.
Corda simples Cordas gême as
Corda dupla
Figura 9.2.1 Figura 9.2.2
9.3 ESCALADA ESPORTIVA
Modalidade que permite ao escalador preocupar-se puramente com seu
desempenho físico e técnico sobre a via.
O aspecto psicológico é minimizado pelo alto grau de segurança da
escalada, por exemplo: proteções fixas, próximas e de boa qualidade, fácil acesso, e
boa ancoragem para o assegurador. São vias curtas e normalmente de alto grau de
dificuldade.
Em uma boa via de escalada esportiva, o escalador se concentra na
dificuldade dos movimentos, sem se preocupar com as conseqüências de uma
possível queda, pois esta será sempre segura.
A qualidade e simplicidade das proteções permitiram aos escaladores
desenvolverem movimentos muito difíceis e atléticos, sem receios de repetidas
quedas. Boas vias de escalada esportiva podem ser encontradas por todo o país.
Na Urca existe a Pedra do Urubu, local que é muito procurado por escaladores de
todo o país e até do exterior, pelo alto grau de dificuldade das suas 22 vias, sendo a
mais difícil a Southern Confort a 1ª via de 10° gra u do Brasil, graduada em (Xa).
Esta via é conhecida como via do alemão, pelo fato de ter sido conquistada
por Wolgang Güllich de nacionalidade alemã, no ano de 1987, sendo que o primeiro
brasileiro a encadenar a via, ou seja, escalar a mesma completamente foi Luís
Cláudio Pita no ano de 1995.
163
Ainda no município do Rio de Janeiro, existem outros pontos de escalada
esportiva, o campo escola 2000 no interior do Parque Nacional da Tijuca tendo como
a via mais difícil a coquetel de energia, graduada em Xc, o campo escola 2001
também no interior do Parque Nacional da Tijuca, que possui como via mais difícil a
esdrúxulo luxo, graduada em Xa, o Barrinha também no Parque Nacional da Tijuca,
que tem seu acesso por uma bifurcação, logo no início da trilha da Pedra da Gávea,
na subida pelo lado da Barra da tijuca e que possui como vias mais difíceis a Mister
Bill e massa crítica, ambas graduadas em Xc.
E ainda na Urca existe a parede dos ácidos que tem como uma das vias
mais difíceis a nosferatus, graduada em VIIIc, e em copacabana no Parque da
Chacrinha, o paredão Andrômeda com via de escalada graduada em VIIIc.
Os escaladores de vias esportivas consideram o bom desempeno nas
mesmas quando conseguem encadear ou encadenar as mesmas, ou seja, escalar a
via do início ao fim sem quedas e sem apoio da corda, costuras, grampos ou
qualquer outro equipamento. E escalar à vista, ou seja, encadear a mesma guiando
logo na 1ª tentativa. Para ser à vista, o escalador não pode ter tentado a via antes,
nem ter visto alguém a escalando, nem pode ter dica alguma de como fazer os
movimentos. Atualmente o Norte Americano Chris Sharma, é o melhor escalador
esportivo do mundo.
9.4 BIG WALL - GRANDE PAREDE
Um big wall pode ser visto como uma escalada que venha a durar
normalmente mais de dois dias, geralmente utiliza-se muita proteção móvel. Os
estilos em livre ou em artificial podem ser utilizados, mas geralmente a escalada em
artificial móvel é a predominante. Ao contrário da escalada em livre, estilo que tem
como desafio utilizar apenas o corpo sem ajuda de pontos de apoio diferentes da
rocha para progredir, a escalada artificial utiliza uma gama de equipamentos que são
acomodados, entalados ou até mesmo martelados na rocha, onde o escalador se
pendura para progredir e colocar a próxima peça. Esse ritual acontece geralmente
nas fendas. Apenas quando não é possível instalar nenhum desses equipamentos
uma proteção fixa é colocada.
A rotina em um big wall é sempre a mesma, um guia, outro dá segurança e o
terceiro organiza. Pode haver o revezamento de funções, depois de longas horas
164
esperando uma enfiada ser completada. Nesse estilo geralmente apenas o primeiro
escala enquanto que os outros fazem ascensão pela corda, para poupar tempo.
O objetivo principal é chegar ao final da via pelo caminho mais isento de
proteções fixas possíveis.
No Brasil existem vias com alto grau de dificuldade, mas o big wall mais
tradicional localiza-se na Pedra do Sino, na Serra dos Órgãos que contém as vias
Franco - Brasileira e Terra de Gigantes, cuja escalada demora em torno de 7 dias.
E são paredes grandes, com muitas fendas e negativas.
No haul bag, conforme mostra a figura 9.4.3 que é uma bolsa super reforçada e
resistente à abrasão, que apresenta semelhança com um “fardo”. É fabricado
especialmente para escalada em big wall, e no seu interior estão contidos os
equipamentos restantes além dos alimentos, água, fogareiro, saco de dormir e
portaledge. O haul bag é içado sempre após o guia montar uma parada fixa e se
ancorar.
A figura 9.4.1 demonstra o portaledge que é um tipo de cama de campanha
construída em alumínio estrutural ou em ligas de aço cromo molibdênio e nylon, que
fica encostada na parede e suportada por um ponto de ancoragem devidamente
equalizado, podendo ter um sobreteto, conforme ilustra a figura 9.4.2, que lhe
proporciona uma aparência de barraca.
Figura 9.4.1 Figura 9.4.2 Figura 9.4.3
9.5 ALTA MONTANHA
Quando uma escalada é dificultada pelos efeitos da diminuição da pressão
atmosférica, chamamos de alta montanha. Normalmente acima de 4.000 metros de
altitude, o organismo humano começa a perceber os efeitos da baixa pressão, que
podem ir muito além de uma falta de fôlego. Dores de cabeça insuportáveis, enjôos,
insônia e falta de apetite são sintomas normais, mas a situação pode se complicar
165
muito levando até a edemas, que podem causar a morte. No entanto um
montanhista bem informado sabe monitorar seu organismo, administrar o próprio
ritmo e recuar se necessário for. Desta forma aumentam suas chances de atingir o
objetivo com segurança. Devido à altitude, muito gelo, ventos e temperaturas
extremas completam o quadro de alta montanha, tornando obrigatória a utilização de
roupas e equipamentos especializados.
A maior montanha do Brasil possui 3.014 metros de altitude, que é o Pico
da Neblina. O mesmo está no Parque Nacional do Pico da Neblina, na Serra do
Imeri (Planalto das Guianas), situado na fronteira do Brasil com a Venezuela. O Pico
da Neblina foi descoberto em 1953, mas foi escalado pela 1ª vez em 1965.
Pico da Neblina 3.014 metros de altitude
Figura 9.5.1
A cordilheira dos Andes possui montanhas acima dos 6.000 metros, e
oferece opções inclusive para caminhadas em altitude. Peru e Bolívia no inverno
ou Chile e Argentina no verão são as regiões mais visitadas por brasileiros, mas
Colômbia e Equador são países procurados, pelo fato de possuir vulcões.
A cordilheira do Himalaia possui 14 montanhas acima dos 8.000 metros,
tendo como destaque o Monte Everest com 8.844 metros de altitude sendo
considerado o teto do mundo, além de uma infinidade de outras acima de 7.000
metros. As figuras 9.5.2 e 9.5.3 mostram o Monte Everest.
Figura 9.5.2 Figura 9.5.3
166
Os Alpes europeus são as montanhas mais visitadas do mundo, e foram
elas que sediaram as primeiras conquistas do homem, numa história romântica
protagonizada por verdadeiros heróis obstinados por pisar naqueles cumes nevados.
A figura 9.5.4 retrata o Mont Blanc com 4.810 metros de altitude,
considerado o ponto de partida do montanhismo no mundo no ano de 1.786.
Figura 9.5.4
9.5.1 PRESENÇA DE MONTANHISTAS DO CBMERJ EM ALTAS
MONTANHAS NO EXTERIOR
No ano de 2006, o Ten Cel BM Alex Borges escalou o Monte Kilimanjaro na
Tanzânia, com de altitude de 5.985 metros de altitude, a maior montanha do
continente africano.
E no ano de 2007, junto com outro Oficial montanhista, o Cap BM
Suassuna, escalou o Monte Kenya, que possui 5.000 metros de altitude conforme
mostra a figura 9.5.1.3, o Ten Cel BM Alex Borges com o brevet do CSMont e figura
9.5.1.1 mostra o Cap BM Suassuna com a Bandeira do Brasil.
Cap BM Suassuna Monte Kilimanjaro Ten Cel BM Alex Borges
Figura 9.5.1.1 Figura 9.5.1.2 Figura 9.5.1.3
167
RELATO DO TEN CEL BM ALEX BORGES E DO CAP BM SUASSUNA
SOBRE O FEITO INÉDITO PARA O MONTANHISMO NO CBMERJ
A escalada para um dos cumes do Mount Kenya começou no dia 02 de
novembro de 2007, onde dois Oficiais do CBMERJ, o Ten Cel BM Alex Borges da 3ª
Seção do EMG e o Cap BM Suassuna do 1º GSFMA – Alto da Boa Vista, iniciaram
uma marcha de três dias com destino ao pico conhecido como Lanana, a
aproximadamente 5.000 metros de altitude.
O primeiro pernoite aconteceu no interior do Kenya National Park, a uma
altitude de 3.500 metros, no acampamento base conhecido como Met. Station, onde
a temperatura no exterior do abrigo aproximou-se de zero grau.
O deslocamento para o segundo abrigo levou aproximadamente seis horas,
onde os BMs montanhistas alcançaram uma altitude de 4.300 metros e já avistavam
o Mount Kenya a frente, com o glaciar imponente. O pernoite no segundo abrigo,
que era de pedra, foi muito desconfortável, pois o frio era intenso.
A partida para o terceiro abrigo começou por volta das 11:00 horas, onde os
Oficiais tiveram que ganhar uma altitude de 400 metros até atingirem o ponto de
4.700 metros. Segundo relato dos militares, a passagem por esse trecho foi
extremamente árdua devido a sua inclinação acentuada, com deslocamento moroso,
pois a neve, a altitude e o frio já afetavam os seus corpos.
Figura 9.5.1.4
O ataque final ao cume, ao ponto conhecido como Lanana, situado a 4.985
metros de altitude, começou por volta das 04:00 horas da manhã. O frio era
insuportável, os Oficiais montanhistas tiveram que usar agasalhos extras, pois seus
uniformes não sustentavam mais a adversidade do frio intenso. No meio da
escalada, tiveram que transpor alguns trechos de gelo, causando sensação de
congelamento nos pés, apesar de estarem com três meias, o coturno não isolava o
frio com eficiência naquelas temperaturas baixas. A água do camel bag ficara
168
congelada e a cada passo no terreno montanha acima, era necessário grande
esforço físico, pois a altitude era um fator de peso para o deslocamento.
Figura 9.5.1.5
Segundo os montanhistas, o esforço físico e o estresse psicológico
vivenciado assemelhava-se com um dos treinamentos do CSMont, que consiste em
uma marcha de dez picos no Parque Nacional da Tijuca, sem consumo de água e
alimento, acrescido de uma marcha até o cume da Pedra da Gávea, executada pela
trilha das Canoas. Ou seja, o deslocamento era executado passo a passo, com
muita determinação e superação – atributos infundados de um montanhista.
Segundo relato dos Oficiais, ao chegarem ao cume, a sensação térmica era
de aproximadamente 10 graus negativos e a emoção tinha tomado conta dos seus
corpos, a carne de suas almas estava sendo postas ao sabor dos ventos, a uma
altitude de aproximadamente 5.000 metros, tinham atingido o segundo maior teto do
Continente Africano.
Figura 9.5.1.6
O CSMont continua mantendo a tradição de escrever brilhantes linhas no
livro de sua história. Os autores dedicam esse marco, ao Professor Juratan, que
tanto orienta, ensina e forja o BM na nobre missão do montanhismo. Reconhecendo
o Professor Juratan pela sua trajetória no CBMERJ no Curso de Salvamento em
Montanha – CSMont.
Os Oficiais Montanhistas supramencionados compartilham esse feito
alcançado com todos os Montanhistas do CBMERJ.
PARA FRENTE! PARA O ALTO! MONTANHA!
169
9.6 CLASSIFICAÇÃO DAS MONTANHAS QUANTO À ALTITUDE PELO
EXÉRCITO BRASILEIRO
9.6.1 ALTA MONTANHA
(a) Altitudes superiores a 2.500 metros;
(b) Constituição rochosa;
(c) Escassa vida vegetal;
(d) Condições de vida extremamente difíceis pelo agravamento das
condições climáticas com temperaturas bastante baixas, rajadas de vento, chuvas
torrenciais, geadas, granizo e, ocasionalmente, precipitação de neve nos pontos
mais altos;
(e) Transitabilidade restrita, devido aos itinerários escassos e abruptos,
limitando os efetivos e dimensões das operações militares;
(f) Ausência de núcleos populacionais;
(g) Existência de alguns abrigos de montanha;
(h) É aconselhável o emprego de tropa aclimatada e adaptada à região
montanhosa.
9.6.2 PRESENÇA DA 19ª TURMA DO CSMONT DO C BMERJ NO PICO DAS
AGULHAS NEGRAS, E PRATELEIRAS ALTAS MONTANHAS BRAS ILEIRAS
Pico das Agulhas Negras 2.791 metros Pico das Prateleiras 2.548 metros
Figura 9.6.1.1 Figura 9.6.1.2 Figura 9.6.1.3 Figura 9.6.1.4
Observação: Nas altas montanhas acima de 4.500 metros, a presença de
gelo é permanente.
170
9.6.3 MÉDIA MONTANHA
(a) Altitudes compreendidas entre 1.000 e 2.500 metros;
(b) Pastos naturais e bosques;
(c) Possibilidade de ocorrência de chuvas, geadas e frio intenso à noite;
(d) Presença de neblina e nevoeiros;
(e) Caminhos escassos, porém existem vias de ligação;
(f) Pobreza de recursos para subsistir devido à escassez de núcleos
populacionais com produção de alimentos;
(g) O CBMERJ através de suas OBMs especializadas está apto a operar
durante todo o ano.
9.6.4 PRESENÇA DO CSMONT DO CBMERJ NO PI CO DEDO DE DEUS,
MÉDIA MONTANHA BRASILEIRA
Figura 9.6.4.1 Figura 9.6.4.2 Figura 9.6.4.3
9.6.5 BAIXA MONTANHA
(a) Altitudes compreendidas entre 500 e 1.000 metros;
(b) As condições climáticas não afeiam as operações militares;
(c) Não há restrições para o emprego de tropa;
(d) Existência de núcleos populacionais permanentes com zonas
agropastoris.
171
9.6.6 PRESENÇA DE MONTANHISTAS DO CBMERJ NA PEDRA DA
GÁVEA, BAIXA MONTANHA BRASILEIRA
Figura 9.6.6.1 Figura 9.6.6.2 Figura 9.6.6.3
9.7 FORMAÇÃO DE UMA CORDADA PARA INIC IAR UMA ESCALADA
Para que se inicie uma escalada é necessária a formação de uma equipe de
escaladores denominada cordada , geralmente com dois ou até três Bombeiros
Militares, que após se equiparem com os materiais peculiares de escalada, iniciam a
mesma, e se divide em guia e participante. A figura 9.7.1. mostra uma cordada
escalando no paredão CEPI, localizado na face oeste do Pão de Açúcar.
Guia: responsável por guiar a escalada;
Participante: responsável pela segurança do
guia.
Figura 9.7.1
172
9.8 TÉCNICAS DE ESCALADA EM ROCHA
Técnicas em que o escalador progride vertical ou horizontalmente na
mesma, utilizando os pontos de apoios naturais, bem como as proteções fixas nelas
existentes que são grampos e chapeletas. Ou com uso de equipamentos móveis,
como friends, nuts stoper ou excentric, piton. Podendo também ser utilizada a
técnica do top rope que geralmente é feita em campos escolas de escalada, onde há
existência de grampos em locais de fácil acesso, onde a corda é passada em
mosquetões presos geralmente em uma fita tubular protegida contra quina viva e
fixada no grampo.
9.8.1 TOP ROPE
Significa “corda de cima”, um nó específico de encordamento é feito no olhal
ou loop do baudrier do escalador, enquanto parte da corda é passada mosquetão
que está preso a uma fita tubular protegida e ancorada em um grampo acima, e
depois esta desce para o sistema de freio do participante, que fará a segurança de
baixo. É excelente para iniciantes, esta técnica é utilizada em escaladas indoor, e
campos escola de escalada em rocha.
Figura 9.8.1.1 Figura 9.8.1.2 Figura 9.8.1.3
9.8.2 ESCALADAS EM AGARRAS (ESCALADA EM LIVRE)
O CBMERJ utiliza a técnica de escalar em parede de rocha utilizando
somente os apoios naturais (agarras) da pedra que é chamado de escalada em livre.
Todo e qualquer equipamento utilizado durante uma escalada em livre tem a
função de proteger os escaladores no caso de uma queda.
Esta é a forma mais comum de escalada no Brasil, que exige um bom
conhecimento de técnicas e equipamentos de segurança.
173
A região da Urca, no Rio de Janeiro, que inclui o Pão de Açúcar, é local de
instrução do CSMont, por ser um dos locais mais visitados do Brasil, não só pela
facilidade de acesso, mas também pela qualidade da rocha e quantidade e
variedade das vias de todas as dificuldades.
Os desafios de uma via podem estar além da dificuldade da escalada em si,
a distância e qualidade das proteções, o tamanho e a verticalidade (exposição) da
parede, envolvem fortemente o aspecto psicológico.
As agarras quanto ao formato podem ser divididas em: agarras de tração,
(conforme ilustram as figuras 9.8.2.1, 9.8.2.2 e 9.8.2.3), de preensão, de empurrar,
de entalamento de mãos e invertidas.
ESCALADA EM AGARRAS VERTICAL E HORIZ ONTAL
Figura 9.8.2.1 Figura 9.8.2.2
Figura 9.8.2.3 – Agarra de tração.
Figura 9.8.2.4 – Agarra de preensão.
174
Figura 9.8.2.5 – Agarra de empurrar.
Figura 9.8.2.6 – Agarra de entalamento de mão.
Figura 9.8.2.7 – Agarra invertida.
9.8.3 ESCALADA EM ADERÊNCIA
A escalada em aderência acontece em paredes com baixa ou média
inclinação e possuem poucas ou nenhumas agarras. Para escalar este tipo de
parede é ideal deixar o peso do corpo nos pés para que o solado da sapatilha tenha
maior contato com a rocha, as mãos invertidas também ajudam em certos momentos
e auxiliam o equilíbrio do escalador na rocha. O CSMont escala o paredão unisec,
no Morro Dona Marta, onde esta técnica é posta em prática.
Figura 9.8.3.1 Figura 9.8.3.2
175
9.8.4 ESCALADA EM OPOSIÇÃO
Consiste na progressão do escalador, de uma forma que se puxe com os
braços e empurre o corpo com as pernas, deixando o peso do corpo sobre os pés
para proporcionar um bom equilíbrio na rocha devido à oposição de forças, é muito
utilizada em diedros, como o pégasus na babilônia e o da via K2 no corcovado.
Figura 9.8.4.1 Figura 9.8.4.2
9.8.5 FISSURA E FENDA
São fraturas que separam as paredes em uma rocha, que dependendo do
tamanho, largura e posicionamento permitem progressão do escalador com
entalamento dos dedos e as mãos nas mesmas, escalando com um misto da técnica
de escalada em fissuras e a de escalada em agarras.
As mesmas servem de ponto de apoio isolados durante a escalada, e são
protegidas com proteções móveis, caracterizando assim a escalada limpa, deixando
a parede intacta conforme foi encontrada.
Fissuras de dedo. Fenda de mão.
Figura 9.8.5.1 Figura 9.8.5.2
176
9.8.6 DIEDRO
Um diedro é formado pelo encontro de duas paredes com ângulo máximo
de 90º. E merecem atenção especial do CBMERJ pelo fato de haverem em
inúmeras vias de escaladas no RJ, como a K2, no Corcovado, e o diedro pégasus
no Morro da Babilônia, onde no dia 27 de abril de 2008 foi registrado pelo CBMERJ
o salvamento de um escalador após o mesmo cair, ao tentar guiar a 1ª enfiada.
Estavam presentes no salvamento uma guarnição de ABS do 1º GBM, com
o montanhista da 18ª turma do CSMont, Cb BM Taveira, a aeronave de salvamento
do CBMERJ e o Professor Juratan Câmara.
Os diedros são tecnicamente escalados em oposição, mas existem alguns
em que se pode utilizar a técnica da tesoura, visando diminuir o desgaste do
escalador mantendo o peso do corpo basicamente sobre os pés.
Considerando um lance difícil em uma parede lisa para os pés, o escalador
pode ter melhor chance de passar sem queda colocando as mãos e os pés
próximos, como ocorre na primeira enfiada da via K2 no Corcovado que é via
tradicional de escalada do CSMont.
Dependendo do tamanho da abertura da fenda que forma o diedro pode se
passar utilizando a técnica de escalada em chaminé como ocorre na via Secundo no
Pão de Açúcar.
Diedros
Figura 9.8.6.1 Figura 9.8.6.2
177
9.8.7 CHAMINÉ
O encontro de duas paredes rochosas e paralelas formam o que
chamamos de chaminé, elas são classificadas em estreitas, médias e largas .
Para escalar chaminés o escalador se entala na mesma a técnica utilizada é
a troca mão–troca pé, ou seja, a alternância de membros superiores e inferiores em
movimentos sincronizados, que vão permitir o deslocamento nas mesmas.
Figura 9.8.7.1 Figura 9.8.7.2 Figura 9.8.7.3
9.8.8 ESCALADA EM BOULDER
Atualmente as instruções de montanhismo do CBMERJ incluem escalada
em boulder, que caracterizam certas seqüências de movimentos difíceis, em blocos
de pedra baixos e sem a utilização de cordas de proteção, esta modalidade é
conhecida por bouldering. Muito disseminado entre os escaladores modernos.
Escalar em boulders é desafiador e essencial para o preparo do montanhista,
visando atingir os maiores graus de dificuldade possíveis.
Por segurança é utilizado um tipo de colchão para proteger o escalador da
queda direta ao solo, este equipamento é conhecido por crash pad, conforme
demonstra a figura 9.8.8.4. Mesmo assim é importante uma segurança aproximada
que tem a função de ajeitar uma possível queda de forma a fazer o escalador cair de
pé, minimizando as chances de contusão.
Por tratar-se de movimentos fortes e seqüências curtas, o bouldering requer
explosão muscular e força bruta.
178
Mas também existe o high ball, com características de ser um boulder mais
alto que os demais. Possuindo vários lances, e pode haver chance maior de se
machucar em caso de queda. Fato que merece a atenção do montanhista no que se
refere a segurança na atividade.
Figura 9.8.8.1 Figura 9.8.8.2 Figura 9.8.8.3
CRASH PAD
Figura 9.8.8.4
179
9.8.9 ESCALADA ARTIFICIAL
Ao contrário do que acontece em uma escalada em livre, escalar
artificialmente significa utilizar o equipamento como apoio para progredir na via,
desde um simples grampo, até os diversos equipamentos especializados para as
mais adversas dificuldades.
São paredes difíceis demais para serem escaladas em livre, muito lisas ou
muito negativas, ou pouco sólidas. Mesmo não sendo tão popular quanto escalada
em livre, esta modalidade permitiu ao homem conquistar as mais incríveis e
improváveis paredes rochosas do planeta.
Esta modalidade consiste na progressão em via totalmente artificial, ou com
trecho em artificial, que possa conter cabo de aço, para por os mosquetões das duas
solteiras que são fixadas ao cinto, além de costurar nos grampos existentes na via.
E para vias que permitam progressão através do uso de estribos, em
grampos ou chapeletas, ou até de meios móveis, caso seja, feito em livre, o grau de
dificuldade será maior.
O CSMont escala o tradicional paredão CEPI, conquistado em 1952 na face
oeste do Pão de Açúcar, que é uma via tradicional conquistada com cabo de aço,
com 220 metros de extensão até o cume.
Esta via tem seu início em um artificial fixo, onde será posta em prática a
técnica de escalada artificial, e após este lance, o cabo de aço se inicia em
horizontal.
Nesta escalada além do encordamento da cordada, os montanhistas do
CBMERJ, dispões de duas solteiras que para fixação no cabo de aço, e as costuras
para costurar nos grampos existentes na via, e o croqui da mesma é C D1 220 m.
a) ESCALADA EM CABO DE AÇO NO PAREDÃO CEPI (FIGURA
9.8.9.1), E ARTIFICIAL FIXO COM USO DE ESTRIBO (FIG URA 9.8.9.2)
Figura 9.8.9.1 Figura 9.8.9.2
180
b) ESCALADA ARTIFICIAL VERTICAL E HORIZONTAL COM US O DE
EQUIPAMENTOS MÓVEIS E ESTRIBO
Figura 9.8.9.3 Figura 9.8.9.4 Figura 9.8.9.5
b) COMO ARMAR UMA PARADA EM ARTIFICIAL MÓVEL
As figuras 9.8.9.6 e 9.8.9.7 demonstram como armar uma parada com o
máximo de equalização possível com uso de pitons, nuts e friends, para a cordada
de escalada.
Fonte - figuras Petzl.
Figura 9.8.9.6 Figura 9.8.9.7
181
9.8.10 ESCALADA ARTIFICIAL EM TETOS
Na face sul do Pão de Açúcar na Urca, existe o setor dos tetos, sendo o
mais antigo o teto Ricardo Menescal, conquistado no ano de 1970. Neste setor
existem vias que possuem graduações de VIIa, A2 e A3, que são curtas mas que
demoram a ser escaladas devido ao alto grau de dificuldade, e que exigem um
excelente preparo físico do escalador. A figura abaixo mostra a 19ª turma do
CSMont escalando na via coringa, tendo contato visual as vias do setor dos tetos do
Pão de Açúcar.
Setor dos tetos do pão de açúcar.
Figura 9.8.10.1
9.9 ESCALADA INDOOR
O CSMont geralmente em dias chuvosos, realiza instruções em paredes de
escalada indoor, por ser derivada da escalada em rocha, esta modalidade nasceu na
Europa como forma de treinamento urbano, principalmente no inverno, para as
escaladas em montanha.
Amplamente difundido, principalmente na Europa e Estados Unidos,
proliferam hoje em dia os ginásios de escalada esportiva, onde não somente
escaladores de rocha procuram melhorar suas capacidades técnicas e físicas, bem
como os montanhistas da Corporação.
A escalada em muros artificiais se desenvolveu nos últimos 10 anos e
continua sendo a modalidade mais crescente, devido ao fácil acesso, baixo custo
dos equipamentos e o trabalho físico e mental.
Antigamente montanhistas e escaladores de rocha se voltavam para
estruturas artificiais como treinamento, hoje a grande maioria das pessoas inicia em
muros e depois, eventualmente, começam a se interessar por paredes rochosas, ou
até grandes montanhas geladas.
182
Muitos escaladores constroem pequenos muros de treinamento em suas
casas, onde fazem sessões de treinamento procurando desenvolver principalmente
o aspecto de força e resistência.
Esta modalidade é realizada em grandes muros de escalada construídos em
paredes de alvenaria ou em grandes aglomerados de madeira compensada
apropriada para a confecção dos mesmos, utilizando agarras de fabricação
industrial, geralmente a base de resina, exemplos: Body Hitech no Citta América na
Barra da Tijuca e 11 A em Niterói, parede do 1º GSFMA - Grupamento de Socorro
Florestal e Meio Ambiente do CBMERJ, localizado no Alto da Boa Vista, onde é
ministrado o Curso de Salvamento em Montanha do CBMERJ.
Além da parede da torre de exercícios da Escola de Bombeiros Cel
Sarmento em Guadalupe.
Figura 9.9.1 Figura 9.9.2 Figura 9.9.3
183
9.10 MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA SE INICIAR UMA ESCA LADA
EM LIVRE
Baudrier, mosquetões (quantos de fizerem necessários), freio oito, atc (air
trafic controler), reverso, grigri, costuras pelo menos oito, solteira, capacete,
mosquetão de ancoragem, sapatilha apropriada, corda dinâmica, cordeletes para
situações de emergência e improvisos, saco de magnésio para manter as mãos
secas, e equipamentos móveis: friends, nuts stoper ou excentric, piton se a via
exigir.
Para um melhor aprendizado, as instruções iniciais do CSMont são
ministradas em campos escolas, como: Urca, Grajaú, Paineiras e Bananal em
Itacoatiara (Niterói – RJ).
Capacete próprio para escalada;
Costuras;
Solteira;
Encordamento com corda dinâmica;
Cinto baudrier com sistema de freio;
Par de sapatilhas próprias para escalada;
Corda dinâmica.
Figura 9.10.1
184
9.11 CHECAGEM ANTES DA ESCALADA
a) Antes da escalada, a cordada decidirá quem deverá ser o guia e o
participante, pois os mesmos farão revezamento nas funções durante a progressão
até o cume;
b) Os mesmos se encordarão fazendo um nó apropriado dentro das normas
técnicas existentes, no olhal ou loop do baudrier localizado e centralizado na região
da cintura, e o participante passará todas as costuras para o guia, e após isto
checarão da seguinte forma:
1) Guia checando equipamento: Baudrier 1, 2, 3, 4, mosquetão fechar e
voltar ¼, freio oito ou ATC, encordoamento, solteira, costuras, sapatilha, capacete,
guia BM pronto! Atenção à segurança!
2) Participante checando equipamento: Baudrier 1, 2, 3, 4, mosquetão
fechar e voltar ¼, freio oito ou ATC, corda, (checar se a corda está passada
corretamente no sistema de freio) encordamento, solteira, sapatilha, capacete,
participante BM pronto! Pronta a segurança!
3) Antes de tudo isto o participante deverá passar a corda, a fim de
inspecioná-la para que não tenha embaraços durante a escalada.
E após este procedimento o guia gritará: GUIA BM ESCALANDO!
A figura abaixo demonstra a progressão do guia e a segurança do
participante em um lance de alto grau de dificuldade na via CBMERJ 150 anos.
Guia;
Participante.
Figura 9.11.1
185
9.12 DESENVOLVIMENTO
a) O guia inicia a progressão enquanto o participante vai liberando a corda
dentro do sistema de freio, deixando cerca de um braço de folga para auxiliar a
progressão do guia;
Figura 9.12.1
b) O guia colocará as costuras nos grampos ou chapeletas da forma correta
a ser ensinada, ou seja, progressão para a direita o gatilho do mosquetão da costura
para a esquerda e vice-versa. Sendo que a corda deve passar pelo mosquetão de
dentro para fora, a figura 9.12.3 demonstra a colocação correta da corda no
mosquetão da costura, enquanto as figuras 9.12.4 e 9.12.5 demonstram colocação
errada da corda no mosquetão da costura. Estas medidas são para garantir a
segurança na escalada e uma melhor absorção de energia de queda ou amenizar a
mesma caso venha a acontecer. Geralmente o mosquetão de gatilho reto fica no
grampo ou chapeleta e o de gatilho curvo se passa a corda.
Figura 9.12.2 Figura 9.12.3 Figura 9.12.4 Figura 9.12.5
186
c) O guia após uma enfiada, ou seja, a utilização de aproximadamente o
comprimento da corda de escalada que está em uso, se ancora através da solteira
em um grampo, se comunica com o participante através das vozes que serão
passadas mais à frente.
O participante libera a corda do sistema de freio, e este puxa toda a corda
para si, e proporciona a colocação da mesma no sistema de frenagem para garantir
a progressão do seu participante;
Figura 9.12.6
d) O participante é responsável pela retirada das costuras dos grampos, e
este passará pelo seu guia e após isto assumirá a função de guia, sendo que
dependendo do número de enfiadas de corda voltará ou não a ser participante
novamente.
Figura 9.12.7
Observação: Jamais o participante deverá desviar a sua atenção do guia
quando este estiver escalando ou vice – versa, ou seja, um é responsável pela
segurança do outro.
187
9.13 SEGURANÇA NA ESCALADA
Divide-se em: aproximada, dinâmica, estática e auto-segurança, conforme
veremos adiante.
a) SEGURANÇA APROXIMADA
Feita no início de uma escalada para garantir por alguns metros a ascensão
do guia, caso a primeira proteção esteja um pouco longe, como é comum em
algumas vias. Esta forma de segurança é muito usada em escaladas em boulders,
mesmo quando se tem o crash pad.
Figura 9.13.1
a) SEGURANÇA DINÂMICA
Feita com movimento geralmente com o sistema de freio posto no
baudrier. Na ilustração abaixo, há um exemplo na via travessia dos olhos na Pedra
da Gávea.
Figura 9.13.2
188
c) SEGURANÇA ESTÁTICA
Feita geralmente com um mosquetão conectado ao sistema de freio preso a
um grampo ou chapeleta.
A figura 9.13.3, demonstra uma técnica de asseguramento do guia já
ancorado para o seu participante, de modo que se o participante vier a ter uma
queda na escalada, o sistema freará automaticamente, conforme acontece com o
grigri.
A figura 9.13.4 demonstra a técnica de segurança estática utilizada pelo
CBMERJ para escalar o Pão de Açúcar pela via costão.
Figura 9.13.3 Figura 9.13.4
d) AUTO-SEGURANÇA
Ocorre quando o participante se ancora a um ponto fixo próximo para
proporcionar segurança dinâmica, estática ou até a aproximada.
Esta forma de segurança quando utilizada em escaladas, tem a função de
evitar que o participante seja puxado para cima se por acaso o guia vier a cair.
Figura 9.13.5
189
9.14 DESESCALADA
No final de vias de escalada que exigem a necessidade de desescalar,
utilizando a técnica do rapel, deverá ser feito o seguinte procedimento: passar um
dos chicotes da corda nos grampos da parada dupla, que são 02 grampos um do
lado do outro e uni-los através do nó pescador duplo de correr. Feito isto, passar a
corda dobrada no sistema de freio, checar os equipamentos e iniciar o rapel.
Neste procedimento, poderá ser confeccionado para segurança um nó
Prusik envolvendo a corda dobrada e unido ao baudrier por meio de um mosquetão.
Feito isto rapelar alternadamente, até chegar a base da via, resgatando a
corda que descerá sem problemas.
Observação : Foram registrados neste ano de 2008, acidentes na
desescalada um no Morro da Babilônia e outro na Pedra do Baú em São Paulo,
ambos fatais.
Figura 9.14.1 Figura 9.14.2
9.15 CORDADA DE SALVAMENTO EM MONTANHA – SALVAMENTO
ORGANIZADO
Deverá ser formada por quatro montanhistas, sendo que cada um transporta
material específico para realizar a sua função na via de escalada, visando efetuar o
salvamento do escalador vitimado com suspeita de trauma por ocasião de queda.
a) Guia 1 : transporta além da corda dinâmica e equipamentos peculiares,
uma corda semi-estática, que será fixada em um mosquetão de aço no grampo de
sua ancoragem, caso não exista parada dupla. O mesmo deve se ancorar 02 (dois)
grampos acima da vítima, esta corda servirá de ascensão para seu participante,
visando chegar mais rápido na vítima;
b) Participante 1 : devidamente equipado com baudrier de resgate e
encordado, este transporta o colar cervical e um Ked, progredindo até a vítima com
190
um par de ascensores na corda fixa, e recebendo a segurança do guia 1, dará o
primeiro atendimento a vítima, que depois de realizados os procedimentos, rapelará
com a mesma, que estará imobilizada na maca sked, junto com o participante 2;
c) Guia 2 : transporta além da corda dinâmica e equipamentos peculiares,
uma corda semi-estática, que será fixada em um mosquetão de aço no grampo de
sua ancoragem, caso não exista para dupla. Este deve ancorar 1 grampo acima da
vítima, a corda após fixada servirá de ascensão para seu participante, visando
chegar mais rápido na vítima;
d) Participante 2 : devidamente equipado com baudrier de resgate e
encordado, este leva a maca Sked, progredindo até a vítima com um par de
ascensores na corda fixa, e recebendo a segurança do guia 2 dará o primeiro
atendimento a vítima. Após feitos os procedimentos de salvamento, o participante 2
rapelará junto com o participante 1, com a vítima na maca Sked;
Observação: Os participantes deverão conectar a solteira de cada um no
cinto baudrier da vítima antes de iniciar o rapel com a mesma na maca Sked.
e) Vítima : pessoa envolvida no evento, e recebe toda carga decorrente da
situação podendo ser fatal ou não fatal.
Guia 1;
Vitima;
Guia 2.
Figura 9.15.1
Guia 2;
Participante 2;
Maca Sked;
Baudrier integral de escalada e resgate; Corda semi-estática; Corda dinâmica.
Figura 9.15.2
191
Guia 1 ancorado;
Guia 2 ancorado;
Cordas semi-estáticas;
Cordas dinâmicas.
Figura 9.15.3
As 2 cordadas de Salvamento em Montanha
no atendimento à vítima.
Figura 9.15.4
Guia 1;
Guia 2;
Participante 2;
Participante 1;
Vítima na maca Sked.
Figura 9.15.5
Participante no atendimento à vítima.
Figura 9.15.6
192
9.16 RAPEL COM VÍTIMA DE TRAUMA
a) Após os participantes prestarem todo atendimento à vítima, e tendo as
suas solteiras conectadas no baudrier da mesma, e as alças da maca Sked
conectadas no mosquetão fixado nos loops ou olhais peitorais do baudrier de
resgate, conforme ilustra a figura 9.16.3;
b) Os guias auxiliarão no rapel destes conforme visto na figura 9.16.1, os
descendo lentamente no seu sistema de freio que está na corda dinâmica e no
encordamento dos participantes aumentando o atrito para a prática de um rapel
lento e constante;
c) Os participantes rapelarão com seu sistema de freio na corda semi-
estática da cordada correspondente, até atingir um ponto seguro;
d) Os participantes já em um ponto seguro, com a vítima retiram a corda
dinâmica do encordamento e corda semi-estática do sistema de freio, as unem com
um nó de pescador duplo de correr, gritam CORDA LIVRE! Após isso os guias
preparam o rapel de cada um unindo as duas cordas correspondentes de cada
cordada com o nó pescador duplo de correr no grampo.
Feito isto, rapelam com as duas cordas no freio oito, Atc ou outro freio
correspondente, e ao chegar num ponto seguro, liberam as mesmas executando o
nó de salvacorda de Montanha.
E a vítima será transportada para as viaturas de salvamento do CBMERJ,
que executarão os procedimentos específicos para atender as necessidades da
mesma.
Figura 9.16.1 Figura 9.16.2 Figura 9.16.3
193
9.17 SALVAMENTO COM MOCHILA DE CORDAS
O guia e o participante acessam a vítima, e se ancoram para abordá-la. A
mesma poderá estar consciente, mas com lesão de membro inferior ou superior.
O guia prepara um freio fixo, enquanto o participante aproveitando a corda
da vítima enrola no método vai e vem, e põe a metade desta por trás do pescoço
com as alças caindo pela sua frente.
A vítima é posicionada nas costas do participante com as pernas nas alças
da corda enrolada em vai e vem de montanha, apóia-se nas costas do socorrista e o
abraça, e tem duas fitas solteiras conectada ao baudrier do participante para sua
segurança.
Esta modalidade de salvamento pode ser utilizada quando se tem o mínimo
de equipamento.
Participante abordando a vítima;
Guia auxiliando o participante
no atendimento à vítima.
Figura 9.17.1
Guia operando o freio fixo;
Vítima nas costas do participante.
Figura 9.17.2
Vítima nas costas do participante;
Corda da vítima envolta com as pernas da
mesma nas alças e transportada pelo
participante.
Figura 9.17.3
194
9.18 SALVAMENTO EM “A”
Método utilizado para salvamento de pessoas que por se acharem em um
nível alto de escalada, e que se arriscam desnecessariamente escalando em “solo
ou solitário” , ou seja, escalando sem equipamento, e ficam paradas próximo ou
não a um grampo, sem condições de subir ou descer.
Este tipo de salvamento se inicia de seguinte forma:
1- O guia chega até a vítima, e a ultrapassa, ancora-se um grampo acima,
retira o encordamento, e passa o chicote da corda pelo grampo.
2- Feito isto, o guia deixa um longo chicote para fazer um lais de guia para a
vítima, faz um nó de azelha dobrada e o introduz em outro mosquetão que está no
seu cinto, e a parte da corda que está no participante, passa no seu freio de descida.
3- O guia após este procedimento, checa novamente todo o seu
equipamento e as novas conecções feitas e acessa a vítima já através do rapel.
4- Ao acessar a vítima, o chicote que ficou longo serve para confeccionar o
nó lais de guia com sustentação na vítima para unir a mesma ao guia. Feito isto, é
iniciado o salvamento através da desescalada.
5- Nesta situação o participante após proporcionar o asseguramento do
guia, permanece ancorado abaixo aguardando a chegada do guia e da vítima.
Observação: A via Luiz Arnaud em Itacoatiara, já registrou vários casos
destes, sendo um destes em março de 2007, solucionados pelo Cap BM Walter,
Montanhista da 16ª Turma do CSMont, junto com os Sargentos Bombeiros Militares
Sardella e Rangel, Montanhistas da 18ª turma do CSMont.
Guia operando o sistema de freio;
Vítima se apoiando na corda e unida ao guia
pelo chicote da corda que foi deixado para
este fim;
Corda móvel no grampo.
Figura 9.18.1
195
9.19 SALVAMENTO ATRAVÉS DO IÇAMENTO DE 2 BOMBEIROS
MILITARES E VÍTIMA NA MACA SKED – ABORDAGEM SUPERIO R
Neste procedimento, 02 Bombeiros Militares acessam a vítima partindo de
um cume, e devidamente encordados, são descidos através de um freio fixo superior
e com mais uma corda para cada um que está fixa, e transportam todo o
equipamento possível para o atendimento da mesma.
Após acessarem a vítima e executarem os procedimentos de suporte básico
de vida, extricação, equipar a vítima com baudrier, capacete, conectarem a fita
solteira de cada um no baudrier da vítima, e fechar a maca Sked. Devem atentar
para a outra corda que está fixa, e que será é colocada o aparelho ascensor.
O aparelho ascensor situado na corda fixa, tem por função ajudar na
estabilidade dos mesmos durante o içamento.
Após estes procedimentos supramencionados, os Bombeiros Militares que
estão com a vítima, comunicam o PRONTO PARA O IÇAMENTO!
A partir deste comando, os Bombeiros Militares posicionados no cume,
confeccionam 01 sistema de força tipo cariocão na corda do encordamento de cada
BM que está na maca Sked junto com a vítima, e o processo de içamento é iniciado.
Ascensor na corda fixa.
Figura 9.19.1
196
9.20 SALVAMENTO ATRAVÉS DO IÇAMENTO DE VÍTIMA EM CH AMINÉ
A figura abaixo ilustra o procedimento de içamento de vítima realizado em
chaminé através do sistema de força cariocão.
Para a maca Sked obter maior estabilidade no seu içamento, a figura abaixo
mostra um ponto de ancoragem situado à direita, onde a corda que está em um nó
de azelha dobrada fixada na maca Sked passa por dentro de uma polia.
E o seu conjunto dá uma semelhança de um triângulo, e que facilita o
direcionamento e o posicionamento da maca dentro da chaminé.
Pode ser utilizada também uma 2ª corda com função de corda guia, para
ajudar também na estabilidade da maca Sked durante o içamento.
Figura 9.20.1
197
9.21 COMUNICAÇÃO PADRÃO DA CORDADA DURANTE AS
ESCALADAS DO CURSO DE SALVAMENTO EM MONTANHA
Após a voz do guia escalando! A Cordada deverá atentar para os
seguintes procedimentos:
a) Corda! O guia gritará em voz alta quando sentir necessidade que o seu
participante libere maior comprimento de corda visando a sua progressão;
b) Ancorado! O guia gritará em voz alta, quando se ancorar em um
grampo, ou qualquer outro tipo de proteção fixa utilizando sua solteira ou improviso
dos meios existentes que carrega consigo. Após isto, o participante retira a corda do
sistema de segurança que estava em uso;
c) Recupera! O participante dará esta voz para que o guia puxe toda
extensão de corda para si, até que a mesma estique no seu cinto e gritará BASTA!
d) Participante! Pronto à segurança!
O guia ancorado acima dará esta voz, após passar a corda no sistema de
freio existente no seu cinto, garantindo a progressão do seu participante;
e) Participante escalando!
Após este comunicado do participante para o seu guia, o mesmo deverá ter
atenção total com o mesmo;
f) Durante a escalada, guia e participante deverão atentar para a metragem
da corda que está sendo utilizada, como por exemplo:
Guia 01 pergunta ao participante 02, quantos metro s de corda?
Participante 02 responde ao guia 01, sete metros d e corda.
g) O procedimento descrito acima é feito para que o guia com visão
privilegiada dos grampos na via, possa progredir mais ou não, dependendo da
metragem de corda já utilizada;
h) Padronização de números a serem falados durante a escalada:
1 (um), 4 (quatro), 5 (cinco), 7 (sete), 8 (oito), 9 (nove) 11 (onze), 13 (treze),
15 (quinze);
i) Participante 02! tenso! O guia 01 após costurar, em uma escalada
guiada ou no método top rope, poderá pedir o tenso ao participante, para melhor se
equilibrar, ajustar equipamento ou até desescalar certo trecho, visando a melhor
progressão ou a segurança da cordada, e o participante recuperará a corda no seu
sistema de freio de modo que a mesma fique tensionada.
198
j) Caindo! O guia ao cair por qualquer motivo durante a escalada deverá se
comunicar desta forma. E tanto o guia como o participante, devem proceder de
acordo com o item 9.24 no que versa sobre a trava da corda pelo participante no ato
da queda do guia.
9.22 CHECAGEM PARA A DESESCALADA (RAPEL)
MONTANHISTA CHECANDO EQUIPAMENTO!
Baudrier: 1cintura (verificar se a fivela de metal está corretamente fechada).
2 - perna direita (verificar se a fivela de metal está corretamente fechada). 3 - perna
esquerda (verificar se a fivela de metal está corretamente fechada). 4 - loop ou olhal
do cinto baudrier (verificar se o mesmo está bem fixado, centralizado e também as
suas costuras de reforço internas). Mosquetão (fechar e voltar ¼ e verificar se o
mesmo está inserido dentro do loop ou olhal do baudrier). Freio oito ou reverso,
(verificar se o freio está inserido dentro do mosquetão). Corda (esta deve estar
dobrada no aparelho de frenagem). Solteira, luvas, calçado e capacete,
Montanhista pronto! Montanhista desescalando!
Após esta checagem o montanhista estando ancorado no grampo, e com a
corda dobrada no aparelho de frenagem, se desancora e efetua o rapel até o
grampo mais próximo do final da corda, e se ancora novamente refazendo todo o
procedimento de desescalada, até atingir um ponto seguro terminando assim a
desescalada.
9.23 FATOR DE QUEDA
Entende-se por fator de queda (FQ), o dobro da altura da queda de um
escalador, geralmente após a última costura executada por este (h) sobre o
comprimento de corda que este utilizava a partir do sistema de frenagem de seu
participante (c).
Quando esta fórmula der como resultado “2” é fator agravante para a
continuidade do uso da corda dinâmica, apropriada para a escalada.
199
Exemplo:
Um escalador progride verticalmente na rocha, já tendo utilizado 20 metros
de corda, e a última costura está a 10 metros abaixo de onde houve a queda deste,
daí teremos o seguinte cálculo:
FQ = _2 x h_= 2 x10 = 20 = 1
c 20 20
Observação : Quanto maior o fator de queda, menos instrumentos de
dissipação existem.
Para entender o cálculo e de uma queda de Fatores 1 e 2 observe os
exemplos abaixo:
Teste de laboratório
Figura 9.23.1 Figura 9.23.2 Figura 9.23.3
Figura 9.23.4 Figura 9.23.5
Observação: A Queda Fator 2 também é denominada Queda U.I.A.A. e é
utilizada como referência nos testes para homologação de equipamentos.
200
9.24 EQUIPAMENTOS RESPONSÁVEIS PELA ENERGIA DE
DISSIPAÇÃO
a) Corda dinâmica: alonga durante o impacto da queda vindo a amenizar
em parte a mesma, e apresenta as seguintes fases:
1) Fase elástica: deformação temporária;
2) Fase plástica: deformação permanente, sendo aconselhável a não
utilização da mesma após apresentar esta fase;
3) Ruptura ou colapso: é o rompimento propriamente dito de uma corda;
4) Carga pontual: é o rompimento de uma corda nova;
b) Proteções: grampos, Chapeletas, meios artificiais e equipamentos
móveis: pitons, nuts Stoper, excentric, friends, também recebem impacto;
c) Costuras: ajudam na dissipação da energia, vindo a amenizar a mesma;
d) Baudrier, sistema de freio e corpo do participan te: recebem impacto;
e) Baudrier e corpo do escalador: recebem a maior parte do impacto, por
isso é necessária uma perfeita checagem do equipamento, além do uso adequado
de equipamentos específicos para cada atividade, exemplo: diferença entre baudrier
de escalada e baudrier para rapel.
Sendo que o impacto sobre o escalador não pode chegar a 12 KN, que é o
limite máximo que o corpo humano pode suportar.
Testes efetuados em laboratórios de ensaio confirmam a teoria de que em
uma queda fator 2, seja ela de quatro ou de vinte metros, a força de choque
registrada é a mesma, aproximadamente de 9 KN, em caso de corda dinâmica, e em
caso de corda estática de 13 a 18 KN. Levando em conta que o corpo humano
resiste a uma força de choque de no máximo 12 KN, verificamos o perigo de escalar
utilizando cordas estáticas.
201
Segundo a revista fator 2 – número 31 de maio de 2007, com texto de Flávio
Daflon, no que versa a trava da corda pelo participante após o aviso do guia
informando que vai cair, diz o seguinte:
Nessa hora você tem duas opções:
(A) Recolher a corda do guia, deixando-a justa para que ele caia menos;
(B) Deixar a corda com folga para que o guia caia com mais tranqüilidade;
A resposta não é tão simples assim, depende de alguns outros fatores.
Mas a primeira opção a ser pensada é a letra B.
Se o guia está num lance próximo ao vertical ou até mesmo negativo e você
deixar a corda justa, quando ele cair e a corda interromper a queda, ele vai puxar o
guia de volta para a parede com uma grande força. O suficiente para deixar alguns
com o tornozelo torcido.
Quando se deixa alguma folga na corda antes do guia cair, ele desce numa
trajetória paralela a parede, se ela for vertical ou desce afastando-se dela se for
negativa.
A corda absorve impacto de forma gradual e não funciona como um elástico
puxando o guia de volta para a pedra.
É fácil fazer um teste. Pode ser num muro de escalada, de preferência
numa parede negativa.
Estando um pouco acima da proteção, se solte e compare a diferença da
queda com a corda justa e com a corda frouxa.
Essa diferença pode em parte explicar porque num mesmo lance alguns
escaladores caem e torcem o pé e outros não. Pode ser o caso, por exemplo, do
lance de 5º grau da via M2, no Morro da Babilônia.
Importante também é não esquecer que o guia deve, ao cair, se afastar da
parede, mas sem exagerar. Não é necessário dar um empurrão com força, porque
se a corda estiver justa você voltará com mais força ainda de encontro a pedra.
Agora se a parede for bem positiva, e o guia cair escorregando por ela,
deixar a corda justa não irá prejudicá-lo, pelo contrário.
E se há chance do guia cair em pé sobre um platô, ou até mesmo no chão,
quem dá segurança deve ficar muito atento para não deixar uma folga excessiva.
202
9.25 SISTEMA BRASILEIRO DE GRADUAÇÃO DE ESCALADAS –
FONTE FEMERJ - FEDERAÇÃO DE ESPORTES DE MONTANHA DO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO
O sistema brasileiro de graduação de escalada, foi enunciado pela 1ª vez
em 1974, e sofreu uma proposta de reformulação em 1999 por parte de Interclubes
do Rio de Janeiro quando foram introduzidos alguns ajustes que o tornaram mais
atual e eficiente.
O sistema tem sua estrutura principal composta por três itens: O grau geral,
o grau do Crux e o grau do artificial, alguns itens extras podem ser colocados
conforme a necessidade, como grau de exposição, de duração e detalhes sobre o
artificial, conforme exemplos abaixo:
a) GRAU GERAL
Em muitos sistemas estrangeiros, como o americano e o francês, apenas o
grau do lance mais difícil “crux” é informado. No sistema brasileiro o grau do crux é
antecedido pelo grau geral, que informa a dificuldade da via como um todo. Este
grau passa a dificuldade técnica média dos lances da escalada, somada as
dificuldades subjetivas, como a psicológica e física, e tem as seguintes
características: é escrito em algarismos arábicos, não tem subdivisões e é utilizado
em todas as escaladas com duas ou mais enfiadas de corda.
Exemplo: 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º 8º, 9º, 10º, 11º,12º...
b) GRAU DO LANCE MAIS DIFÍCIL-CRUX
O grau do lance mais difícil (crux) : Trata-se do lance ou seqüência mais
difícil da via, embora se trate primordialmente do nível de dificuldade técnica, os
fatores subjetivos também podem influir. Este grau é expresso em algarismos
romanos e possui as seguintes subdivisões: “sup” até o sexto grau c, “a, b e c” do
sétimo em diante. As vias de falésia boulders e escaladas curtas em geral (de uma
enfiada) só possuem este grau, não sendo usado o grau geral, exemplos:
Escala IV, IVsup, V, Vsup, VI, VIsup, VII a, b, c, VIII a, b, c, IX a, b, c...
203
c) GRAU OBRIGATÓRIO
O grau obrigatório: Alguns escaladores gostam de mencionar o grau
máximo “obrigatório” em livre da escalada, isto é aquele que mesmo apoiando-se
nas proteções. O escalador é obrigado a conseguir guiar para repetir aquela via.
Neste caso o novo grau máximo em livre substitui o crux real e este é mencionado
entre parênteses, junto com a indicação de artificial.
Por exemplo: Suponhamos que numa via de 3º VIsup, o lance de VIsup
possa ser subindo apoiando-se nas proteções (artificial A0/VI sup), ou seja, a via é
de 3º grau,l o crux é de VIsup e caso este seja feito em artificial A0, o novo crux
passa a ser IV.
d) GRAU DE EXPOSIÇÃO
O grau de exposição (E): O grau de exposição de uma via, procura
expressar o grau de comprometimento psicológico, e são levados em conta
principalmente a distância e a qualidade das proteções e o risco de vida em caso de
queda, mas também a dificuldade técnica dos lances (embora este fator tenha
menor peso). Este grau vem sempre ao final da graduação (depois do artificial, caso
exista) é opcional e segue uma escala de E1 a E8, com os seguintes parâmetros:
E1: Vias bem protegidas (ex: Vias do paredão coloridos na Urca – RJ);
E2: Vias com proteção regular (ex: Vias do Morro da Babilônia, Urca – RJ);
E3: Proteção regular com trechos perigosos (ex: algumas vias na serra dos
órgãos – RJ);
E4: Vias perigosas (ex: Algumas vias em Três Picos – RJ);
E5: Vias muito perigosas (ex: Algumas vias também de Três Picos – RJ);
E6: Vias muito perigosas e em caso de queda, pouquíssimos escaladores
tentarão guiar à vista;
E7: Vias muito perigosas e em caso de queda, raríssimos escaladores
tentarão guiar à vista;
E8: Vias muito perigosas e em caso de queda, é bastante duvidoso que
alguém tente guiar à vista.
204
e) GRAU DO ARTIFICIAL
O grau do artificial (A): Este grau segue o sistema internacional, indo de A0
a A5, e possui subdivisões (“+”), a definição é a mesma adotada internacionalmente,
sendo que o A0 tem em nosso país a seguinte definição:
Exemplo: A0, A1, A1+, A2, A2+, A3, A3+, A4, A4+,A5.
A0: Pontos de apoio sólidos ("à prova de bomba") isolados ou em uma curta
seqüência, com pouca exposição; pêndulos; uso da proteção para equilíbrio ou
descanso e tensionamento da corda para auxílio na progressão;
A1: Peças fixas ou colocações sólidas de material móvel, todas elas fáceis
e seguras, em uma seqüência razoavelmente longa;
A2: Colocações de material móvel geralmente sólidas, porém mais difíceis.
Algumas colocações podem não ser sólidas, mas estarão logo acima de uma boa
peça. Não há quedas perigosas;
A2+: Como o A2, mas com possibilidade de mais colocações ruins acima de
uma boa. Potencial de queda aproximado de 6 a 9 metros, mas sem atingir platôs.
Pode ser necessária certa experiência para encontrar a trajetória correta da
escalada;
A3: Artificial difícil. Possui várias colocações frágeis em seqüência, com
poucas proteções sólidas. O potencial de queda é de até 15 metros, equivalente ao
arrancamento de 6 a 8 peças, mas geralmente não causa acidentes graves.
Geralmente são necessárias várias horas para guiar uma enfiada, devido à
complexidade das colocações;
A3+: Como o A3, mas com maior potencial de quedas perigosas.
Colocações frágeis, como cliffs de agarra em arestas em decomposição, depois de
longos trechos com proteções que agüentam somente o peso do corpo. É comum
que escaladores experientes levem mais de três horas para guiar uma enfiada.
A4: Escaladas muito perigosas. Quedas potenciais de 18 a 30 metros, com
perigo de se atingir platôs ou lacas de pedra. Peças que agüentam somente o peso
do corpo;
A4+: Como o A4, mas são necessárias várias horas para cada enfiada de
corda. Cada movimento do escalador deve ser calculado para que a peça onde ele
se encontra não seja arrancada apenas com o peso do seu corpo. Longos períodos
de pressão psicológica;
205
A5: Este é o extremo, sob o ponto de vista técnico e psicológico. Nenhuma
das peças colocadas em toda a enfiada é capaz de segurar mais do que o peso do
corpo, quando muito. As enfiadas não podem possuir proteções fixas nem buracos
de cliff;
A5+: Como um A5 em que as paradas não são sólidas. Qualquer queda é
fatal para todos os componentes da cordada. Até o presente não se conhece
nenhuma via de escalada com essa graduação.
Segundo o Professor Juratan Câmara, instrutor pioneiro do Curso de
Salvamento em Montanha, o grau do artificial se divide em:
A1 - artificial positiva fixa;
A2 - artificial positiva Móvel ou negativa fixa;
A3 - artificial negativa móvel
Quando o artificial possui poucos pontos de apoio, pode-se mencionar a
quantidade destes pontos, neste caso, coloca-se o número de pontos de apoio entre
parênteses logo depois do grau. Ex: 4º V A1(3), OU 4º v a2+(2)
Quando a via possui trecho em cabo de aço, adiciona-se a letra “C” no final,
exemplo: 4º V C.
f) GRAU DE DURAÇÃO
O grau de duração (D): Expressa o tempo de duração da via quando
repetida à vista por uma cordada normal.
A escala utilizada é a internacional, tendo apenas a notação sido
modificada por maior clareza, já que a escala internacional utiliza os mesmos
algarismos romanos que aqui utilizamos para o Crux da via, o grau de duração varia
de D1 a D7 e é colocado no início da via.
- D1: algumas poucas horas de escalada;
- D2: meio dia de escalada;
- D3: convém reservar um dia para a escalada;
- D4: um longo dia de escalada;
- D5: requer uma noite na parede, cordadas muito velozes podem repeti-la
em um dia;
- D6: dois ou mais dias de escalada, normalmente inclui longos e
complicados trechos de escalada artificial;
- D7: expedições de locais de acesso remoto, com longa aproximação e
muitos dias de escalada.
206
g) ILUSTRAÇÃO
Suponhamos que uma determinada via seja curta (uma enfiada de corda ou
mesmo um boulder) e a seqüência mais difícil seja VIIb. O grau da via é VIIb.
Suponhamos agora que uma via tenha na verdade duas ou mais enfiadas,
então o grau médio dos lances da via a ser aferido, e ajustado um pouco para cima
ou para baixo conforme a exposição, exigência física e outros fatores subjetivos.
Suponhamos que esse grau seja 5º, então o grau da via é 5º VIIb.
Mas no meio da via há uma artificial de cliffs graduado em A2, então o grau
da via é 5º VIIb A2.
Se esse artificial constituir apenas de três pontos de apoio, você pode
querer explicar isso, com a seguinte denominação: 5º VIIb A2(3).
Suponhamos que na via não tenha artificial nenhum, pois é feita em livre,
como vimos acima, seu grau então 5º VIIb, mas o crux (VIIb) tem a possibilidade de
ser feito em artificial segurando em um ou dois dos grampos de proteção, (um A0,
portanto), e aí o lance mais difícil passa a ser um Vsup e você pode informar isso na
graduação da seguinte forma: 5º Vsup (A0/VIIb).
Bem acontece que esta via é particularmente exposta (um E4), e embora
isto já tenha influenciado o grau geral da via, você pode querer dar a informação em
separado, então o grau da via é 5º VIIb E4, e se houver o artificial A2, será 5º VIIB
A2 E4;
E finalmente a via em questão é tão longa e trabalhosa que se trata de um
Big Wall, e uma cordada normal levará dois dias para repetir, o grau então é: D5 5º
VIIb A2 E4.
Em suma o grau pode ser expresso de maneira tão simples como VIIb ou
tão extensa como D5 5º VIIb A2 E4, conforme as características da via, mas na
prática, a maioria das vias só requer mesmo o uso de dois termos , o grau geral e o
crux.
207
9.26 LEITURA DO CROQUI DA VIA MAURÍCIO MOTA (M2) NO MORRO
DA BABILÔNIA NA URCA
Conquistadores: Juratan Câmara, Pedro Caliano, Carlos Trindade, Dalton
Chiarelli e Mário Arnaud.
X - Proteção (chapeleta ou grampo).
I
XX
I ----- V - Crux (Lance mais difícil da via).
X
I
X
I
X
I
X X - Parada dupla (dois grampos próximos).
I – IV – lance de 4º grau.
X
I –3º - Lance de 3º grau.
X
X ---- Proteção (chapeleta ou grampo).
Esta via pode ser representada pela seguinte forma D1 4º V E2 150 metros.
Geralmente são usadas legendas para interpretação das vias a serem
escaladas conforme exemplo abaixo:
X – Grampo ou chapeleta;
C – Cabo de aço se houver trecho com cabo de aço na via;
] [ - Chaminé.
208
9.27 A CONQUISTA DA VIA BOMBEIROS 150 ANOS NA PEDRA DA
GÁVEA EM 02 DE JULHO DE 2006
No final do ano de 2005, o instrutor mais antigo do CSMont, o Professor
Jurantan Câmara, recebeu a missão do Comandante Geral do CBMERJ na época
Cel BM Carlos Alberto De Carvalho , no que versava a uma conquista de uma via de
escalada para comemorar os 150 anos da Corporação que foram completados no
dia 02 de julho de 2006.
O Professor Juratan teve uma idéia ousada de que poderíamos conquistar
uma via de escalada na Pedra da Gávea, que começaria um pouco mais abaixo de
quem vai para o início da passagem ou travessia dos olhos. Em uma escalada em
livre com passagem de 5º grau e crux de VIIa, atravessando toda face frontal da
cabeça do Imperador através de uma escalada em artificial fixo, e chegando ao
cume.
O Professor Juratan Câmara aproveitando a escalada da 19ª turma do
CSMont na Travessia dos Olhos em janeiro de 2006, junto com o Cb BM Gomes do
1º GSFMA, fixou os quatro primeiros grampos, para iniciar a conquista.
Em março de 2007, foram convocados através de publicação em Boletim
Ostensivo da Corporação para trabalharem na conquista, os seguintes Bombeiros
Militares Montanhistas abaixo elencados:
Maj BM QOC/96 Cláudio Velloso;
Cap BM QOC/97 Suassuna;
Cap BM QOC/97 Luz;
Cap BM QOC/98 Rodrigo Azevedo;
Cap BM QOC/98 Walter;
1º Ten BM QOC/02 Cipolatti;
3º Sgt BM Q01/90 Coimbra;
3º Sgt BM Q00/91 Medeiros;
Cb BM Q00/97 Cunha;
Cb BM Q01/97 Gomes;
Cb BM Q00/99 Caliocane;
Sd BM Q00/02 Felipe Dall’igna.
209
A conquista teve seu reinício no mês de março de 2006, pois a via teria que
ser escalada no dia 02 de julho de 2006, junto com as comemorações do
sesquicentenário.
Foram pelo menos 18 subidas e descidas à Pedra da Gávea para efetuar os
trabalhos, inclusive com pernoites próximo à base da via, devido ao acesso
demorado e ao alto grau de dificuldade, conforme ilustra a figura abaixo:
Figura 9.27.1
As próximas figuras demonstram as progressões realizadas na rocha desde
o início até o final no dia 30 de junho de 2006.
Figura 9.27.2 Figura 9.27.3 Figura 9.27.4
Figura 9.27.5 Figura 9.27.6 Figura 9.27.7
210
Figura 9.27.8 Figura 9.27.9 Figura 9.27.10
Na data de 30 de junho de 2006, o Cb BM Caliocane, terminou a conquista no
cume da Pedra da Gávea fixando cerca de 8 grampos que faltavam para o término
da mesma, sendo entrevistado por um repórter da TV Globo que o aguardava para a
entrevista, que foi exibida no dia 14 de agosto de 2006 no telejornal Bom dia Brasil,
no horário de 07h15min, que foi apresentado pelo jornalista Renato Machado.
Na data do término da conquista estavam presentes, o Ten Cel BM Wanius
de Amorim, Comandante do 1º GSFMA, Oficiais e Praças, os conquistadores da via
e os alunos do CSMont/2006.
Também participaram da conquista da via outros militares do 1º GSFMA que
foram voluntários, pelo valor do que a mesma representava para a vida profissional
de cada um, os militares abaixo elencados:
Cb BM Q01/97 Muniz;
Cb BM Q01/97 Wagner;
Cb BM Q01/98 Jalmir;
Cb BM Q00/00 Alexandre Pires;
Cb BM Q05/00 Herdy.
Também colaborou voluntariamente na conquista fixando grampos no trecho
do artificial o renomado montanhista civil Maurício Mota, inclusive escalando a
mesma no dia 02 de julho de 2006 com Professor Juratan e o montanhista civil Sr.
Otávio.
A graduação da via sesquicentenário na Pedra da Gávea, ficou definida da
seguinte forma: D2 5º VIIa A1 E1 170 metros.
211
No dia 02 de julho de 2006, após a escalada na via, por volta das 17h00min
o Maj BM Cláudio Velloso entrou via rádio no sistema do QCG, comunicando o
pronto da missão. Comunicação esta, que foi ouvida por todos os presentes na
solenidade, além da Excelentíssima Sra Governadora do Estado do Rio de Janeiro
Rosinha Garotinho e o Excelentíssimo Sr. Secretário de Estado da Defesa Civil e
Comandante Geral do CBMERJ, Cel BM QOC/77 Carlos Alberto De Carvalho .
9.28 A ÉTICA NO MONTANHISMO
A escalada é uma atividade, que ajudou a desenvolver não só o Brasil, mas
também o mundo. Hoje em dia é utilizada em operações militares de combate,
Salvamento em Montanha e amplamente divulgada e praticada como esporte no
meio civil, merecendo assim atenção especial do CBMERJ.
Mas se não fosse a coragem e a obstinação dos conquistadores de várias
montanhas e vias de escalada, nada disto seria possível.
Além do devido respeito ao meio ambiente, o escalador deve deixar a rocha
conforme a encontrou. Hoje em dia a grande parte das vias tem acesso por trilhas,
fato este que justifica a não abertura de novas trilhas e aproveito das trilhas
existentes.
O respeito mútuo entre os escaladores é tradicional, se por acaso se escalar
em uma via e a achar desprotegida, deve-se respeitar o estilo do conquistador, pode
ser que a via que não sirva para nós, mas pode servir para ele.
Por isso não se deve retirar nem acrescentar grampos das vias, sem
autorização expressa dos conquistadores, devendo respeitar o estilo dos mesmos.
Hoje em dia se prega a escalada limpa em paredes com fendas que
comportem proteções móveis, ou seja, para se fixar um grampo neste tipo de
parede, só se deve fazer se necessário for, pois desta forma não haverá modificação
no ambiente natural que encontramos.
Em uma via é comum respeitar a vez da cordada que está escalando na
parede, e em caso de ultrapassagem, deve ser feita de maneira educada e cordial.
Após a escalada deve-se escolher a forma de descida que cause o menor
impacto, ou seja, se ao término desta houver a possibilidade de se descer por uma
trilha, esta opção deve ser prioritária, pois o rapel em paredes com vegetação pode
ser bastante impactante.
212
CAPÍTULO X – RAPEL E ASCENSÃO
10.1 O rapel foi inventado por Jean Charlet Straton com mais dois
montanhistas, no ano de 1879 para desescalar a montanha Petit dru em Chamonix
na França. O Rapel vem do francês rappeler e tem o significado em português de
trazer, recuperar. É uma técnica de descida comumente utilizada no final das
escaladas. O Rapel é a técnica de descida em espeleologia (exploração de grutas e
cavernas), canyoning (descida em cachoeiras), escaladas e resgates.
Porém, alguns praticantes preferem enxergá-lo como esporte radical, assim,
eles descem cachoeiras, grutas e prédios, presos por corda e equipados com
equipamentos peculiares para a prática do rapel.
Fato este que merece atenção do CBMERJ para atuar nestes tipos de
salvamento.
Toda a prática de rapel só se deve iniciar após toda a checagem de
equipamento, conforme visto no item 9.22 do capítulo anterior e após o pronto da
segurança . Onde um BM que estará abaixo e com luvas, irá segurar a corda
visando a segurança do outro que estiver praticando a descida. E se houver algum
problema, irá esticar a corda para travar a descida.
10.2 MODALIDADES DE RAPEL
10.2.1 - RAPEL POSITIVO INCLINADO
Em todo percurso da descida existe contato do praticante com o terreno,
este tipo serve de base para todos os outros, e é com ele que se familiariza com o
equipamento, passando a confiar nele.
Figura 10.2.1.1
213
10.2.2 RAPEL POSITIVO VERTICAL
Não difere muito do anterior, porém o terreno apresenta um ângulo de 90
graus em relação ao solo. Estando praticamente no limite para se passar ao
negativo.
Pode ser bem observado quando praticado em prédios.
Figura 10.2.2.1
10.2.3 RAPEL NEGATIVO
Acontece quando o praticante perde o contato com o terreno, por este
apresentar ângulo menor que 90 graus em relação ao solo.
Esta modalidade é merecedora de muita atenção, pois a abordagem a
uma vítima é complicada, pelo fato de ser exercida uma maior força no aparelho de
descida.
O praticante deve ficar atento, pois nesta modalidade pode se ganhar
velocidade mais rapidamente.
Figura 10.2.3.1
214
10.2.4 RAPEL INVERTIDO
O praticante desce normalmente freia e joga as costas para trás e os pés
para cima cruzando-os na corda, e inverte a posição de descida, passando a realizá-
la de cabeça para baixo. Normalmente praticado em negativo, a não ser que se
queira descer raspando em uma parede. Os cuidados deverão ser dobrados em
relação ao negativo, pois um descuido pode complicar a situação, principalmente no
momento da passagem para esta posição, e também se corre o risco da mão
escapar da corda, quando da manobra da mão que sai de trás para frente.
Figura 10.2.4.1 Figura 10.2.4.2
10.2.5 RAPEL COM RESGATE DE CORDA OU INTERCALADO COM O
PROCEDIMENTO SALVACORDA DE MONTANHA
Muito utilizado no término de uma escalada, pois o cumprimento da corda é
insuficiente para descer toda a parede. Os grampos da via de escalada servem
como pontos de ancoragens intermediários. Esta modalidade é executada pelo
CSMont com a corda dobrada passando os chicotes por dentro do grampo, de
preferência em parada dupla. Feito isto, a cordada desescala e vai repetindo o
procedimento com atenção e checando o equipamento toda hora, até atingir a base
da via.
Existe a técnica de descida em “A” que é uma técnica perigosa, causadora
de muitos acidentes, a dupla de escaladores faz opção por ela, e na falta de
sincronismo, ou um descer mais rápido que o outro pode provocar acidentes. Nesta
modalidade a corda está móvel dentro do grampo, se for o caso de corda simples.
No dia 30 de maio de 2008, foi registrado no Morro da Babilônia o acidente fatal do
215
escalador Marcos Aurélio Thuler de 25 anos de idade e o não fatal de Júlio Fábio
Patrício da Silva de 30 anos de idade.
O acidente ocorreu pelo fato de a cordada optar pelo uso desta técnica, ao
emendar duas cordas para ganhar mais metros para baixo visando desescalar com
maior rapidez. O nó de união de cabos se desfez, uma corda desceu e uma ficou
fixa.
Como eram duas cordadas, os acidentados foram abordados pelo
experiente escalador civil Flávio Daflon que conseguiu descer os dois e atuar em
conjunto com a guarnição de salvamento do 1º GBM que avançou para o local.
A aeronave do CBMERJ foi acionada para efetuar o salvamento de Daniele
Lopes Zaidan de 25 anos e Daniel Souto Scofano de 31 anos de idade, que estavam
ancorados em uma parada dupla, sendo realizado com sucesso.
(Fonte jornal o dia de 31 de maio de 2008 e relato de Flávio Daflon
disponível na internet)
10.2.6 RAPEL GUIADO
Quando existe a necessidade de transpor algum obstáculo, é exercido um
desvio diagonal que pode ser feito por outra corda guia. Estando o BM equipado
além do capacete, baudrier e sistema de freio, este utilizará uma solteira com o
mosquetão conectado na corda que será utilizada para guiá-lo. Esta corda pode
estar ancorada e vir de cima, ou outra corda guia presa atrás do baudrier através de
um nó específico fita e mosquetão. E será de responsabilidade do responsável pela
segurança, que estará embaixo efetuando os desvios necessários e afastando a
pessoa da parede.
10.2.7 RAPEL COM FREIO FIXO
Utilizado em salvamentos, a descida é controlada pelo BM que está no topo
manuseando o sistema de freio que estará fixo em um ponto de ancoragem superior.
Para executar este procedimento, o BM deve estar sempre ancorado,
equipar e checar a vítima. Feito isto, deverá confeccionar um nó alceado para ser
colocado no mosquetão, que deverá estar no loop ou olhal do cinto da pessoa que
será descida pelo sistema supramencionado.
216
10.2.8 RAPEL COM FREIO MÓVEL
Utilizado também em salvamentos, a descida é controlada pelo BM que
está embaixo na segurança. O procedimento acontece da seguinte forma: o BM
equipado e corretamente checado utilizará um sistema de frenagem, e não deverá
por a mão na corda, pois terá sua descida controlada de baixo.
Aconselha–se neste caso utilizar uma fita extensora conectada no baudrier
através de um nó pata de gato, para que a pessoa venha a segurar na mesma.
O mosquetão, freio oito e a corda, deverão ser fixados na parte superior da
fita. E terá como função, afastar o rosto da vítima do sistema de freio que ficará
acima. O segurança embaixo, deverá atentar para que a corda fique afastada da fita
durante a descida.
Esta técnica não é utilizada com freios auto blocantes, devidos aos mesmos
travarem automaticamente após o operador retirar a mão do sistema de trava do
mesmo.
10.2.9 RAPEL COM CABO DA VIDA
Esta técnica segue os padrões normais, e acontece da seguinte forma:
O BM após checar todo equipamento e receber o pronto das seguranças,
descerá na sua corda com seu sistema de freio.
O mesmo terá duas seguranças, uma de baixo através de um BM que estará
utilizando um par de luvas, irá esticar a corda para travar a descida, caso ocorra
algum problema.
Enquanto a segurança de cima, será feita através de outro BM que estará
ancorado, e que utilizará uma 2ª corda que será conectada ao cinto do BM, que
estará descendo através de um nó alceado fixado em um mosquetão e ao seu cinto.
O BM que estará responsável pela segurança de cima, arma um freio fixo
para garantir a 2ª segurança.
Este sistema é considerado bastante seguro, principalmente para iniciantes
ou em salvamento, pelo fato de se utilizar duas cordas, dois sistemas de freio, e dois
Bombeiros Militares na segurança.
217
10.2.10 RAPEL COM FITA SOLTEIRA UNINDO DOIS BMS
Técnica utilizada geralmente em dupla, através de uma solteira fixada no
olhal ou loop do cinto baudrier de um BM, que será conectada através do mosquetão
no olhal ou loop do baudrier do outro BM que estiver rapelando. Este procedimento
tem por função desenvolver um fator de segurança a mais, porque haverá duas
cordas no sistema ao invés de uma. A segurança embaixo reforça este sistema, que
é considerado ideal para iniciantes.
Fita solteira.
Figura 10.2.10.1
10.2.12 RAPEL DE FRENTE OU ARANHA
A descida é feita de frente com o baudrier que será vestido ao contrário
para ficar com o loop ou olhal na parte de trás. Feito isto, serão fixados o sistema de
freio e a corda. É recomendado após o BM se equipar, realizar uma checagem
perfeita do equipamento, pois uma equipagem errada poderá comprometer a
descida e causar acidentes.
Observação: Esta modalidade necessita de treinamento, pois é muito fácil
perder o ritmo da descida com as passadas, podendo ocasionar quedas e
escorregões.
Figura 10.2.12.1
218
10.2.13 CASCADING
É o rapel executado em cachoeiras, desde que em uma única queda
d’água. É Muito confundido com o canyoning, sendo que a descida dentro d’água
pode dificultar a respiração.
Nesta modalidade, é exercido um grande esforço no aparelho devido a
pressão da água.
Figura 10.2.13.1
10.2.14 CANYONING
É o rapel no meio de rios e extremos (canyons), onde se faz necessário
driblar cachoeiras, corredeiras, poços e outros obstáculos, seguindo sempre a
correnteza.
Observação: Nesta modalidade há contato direto da corda com as pedras
que estão visíveis ou encobertas pela água. Fato que pode vir a facilitar acidentes.
Figura 10.2.14.1
10.2.15 ESPELEOLOGIA
Trata-se de atividades de exploração de cavernas e grutas, em que as
técnicas de rapel são utilizadas para garantir o acesso as mesmas. Porém com
características específicas.
219
10.2.17 RAPEL INDUSTRIAL
Feito com baudrier integral tipo cinto pára-quedista. Nesta modalidade
utilizam-se duas cordas, uma para o freio descensor e outra para fixar o trava-
quedas, que é conhecida como linha da vida.
Esta modalidade é executada em conjunto com freios autoblocantes como
o stop e o DSD-25, e é praticado em plataformas de petróleo, prédios e torres de
telefonia.
Descensor autoblocante ID;
Corda principal;
Trava-quedas Asap;
Corda de segurança ou
linha da vida.
Figura 10.2.17.1
Observação: Na figura acima, está sendo utilizado na corda principal o
descensor autoblocante ID, que possui duas frenagens como o DSD-25, mas
apresenta um custo mais elevado que os outros descensores autoblocantes.
Na corda de segurança ou linha da vida, está fixado o trava- quedas Asap,
que possui um mosquetão apropriado para o seu uso, e está unido a argola em “D”
do cinto situada na altura do peito do operador através de um talabarte, que é uma
fita reforçada utilizada no meio industrial.
Descensor ID Trava-quedas Asap
Figura 10.2.17.2 Figura 10.2.17.3
220
10.3 RAPEL DE SALVAMENTO - PRINCIPAIS MODALIDADES
10.3.1 DESCIDA COM VÍTIMA COINSCIENTE
Técnica utilizada pelo CBMERJ para o salvamento de pessoas em prédios,
torres, em operações de combate a incêndio e outras situações adversas que
necessitem do emprego desta técnica.
Nesta modalidade após ancorar e proteger a corda, o BM devidamente
equipado, acessa a vítima e a equipa com capacete, cinto, luva e um mosquetão,
que será conectado no mosquetão do seu cinto.
O BM empenhado nesta modalidade de salvamento deverá atentar para os
seguntes procedimentos técnicos:
1- O aparelho oito deverá estar com duas passagens de corda, conforme
ilustra a figura 10.3.1.2;
2- Antes de iniciar a descida com a vítima, O BM checa seu equipamento e
o equipamento da vítima;
3- A vítima deverá estar unida ao mesmo, através do mosquetão da própria
conectado no mosquetão que está no sistema de freio e fixado no loop ou olhal do
cinto do BM;
4- Após o pronto da segurança, a descida é iniciada e a vítima virá entre as
pernas do BM;
5- O BM ao controlar a descida, deverá atentar para que a vítima não
encoste em momento algum no aparelho oito;
6- Enquanto a mão de comando está na corda, a mão de apoio poderá ser
utilizada para afastar a vítima do contato com o sistema de frenagem;
7- Vítimas de cabelo longo devem prender o mesmo antes de iniciar a
descida;
8- A descida deverá ser feita de forma lenta e controlada.
Figura 10.3.1.1 Figura 10.3.1.2
221
10.3.2 RESGATE DE SUICIDA
Técnica utilizada quando há vítimas em prédios ou similares que pretendam
tentar suicídio. E só será executada após terem se esgotados todas as tentativas de
se convencer a vítima a desistir desta péssima idéia. Quando esgotadas as
negociações, ou se o momento for favorável, a equipe de Salvamento em Altura é
autorizada a intervir de forma a surpreender a pessoa.
A corda não fica estendida, é enrolada no método coroa japonesa e
lançada pelo BM, que deverá descer junto com a mesma.
Esta técnica é utilizada em situações que o elemento surpresa é
fundamental, pois se a corda ficar estendida será facilmente percebida.
Figura 10.3.2.1
10.3.3 EMENDA DE CORDAS OU DESCIDA FRACIONADA
Para ilustrar a aplicação desta técnica, se faz necessário o entendimento
deste exemplo: O BM tem uma descida de 140 metros, porém o mesmo tem uma
corda de 50 metros e outra de 100 metros. O mesmo descerá através da corda de
maior comprimento, que deverá ter um nó de azelha dobrada no final para o BM por
o pé para esticar o sistema através do seu peso. Feito isto, emendará a corda de
menor comprimento acima do sistema de freio através de 02 voltas do fiel que
obrigatoriamente são arrematadas com 03 cotes, e com um 2º mosquetão no cinto,
conecta o 2º freio oito que está na 2ª corda, que será lançada para baixo, e a partir
disto, e executa os procedimentos de transposição.
O BM antes de efetuar a descida, prepara a corda de menor comprimento,
enrolando a mesma em corrente dupla, faz um cote envolvendo as alças, deixa
cerca de 1 metro de chicote e fixa o 2º freio oito nesta corda com a passagem no
olhal menor do mesmo, e a acondiciona em uma mochila.
222
O chicote de cerca de 1 metro ou pouco mais, presente na 2ª corda, servirá
para emendá-la com a primeira.
O BM após checar as ancoragens e todo seu equipamento, deverá atentar
que o freio oito da primeira corda deverá estar fixado na mesma através do olhal
menor. Feito o procedimento de checagem, a descida é iniciada de forma lenta.
Após a transposição, o freio oito da 1ª corda permanecerá na mesma,
sendo recolhido posteriormente.
Para completar a descida o BM deverá ter o máximo de atenção possível,
pois um pequeno erro poderá ser fatal.
Figura 10.3.3.1
10.3.4 RAPEL COM VÍTIMA DE TRAUMA NA MACA SKED
Muito utilizado em salvamento de escalador em rocha, este será acessado
através de técnica de escalada executado pelas cordadas de Salvamento em
Montanha por abordagem inferior, ou através de rapel por abordagem superior. Os
BMs deverão ter consigo todos os equipamentos de salvamento disponíveis, além
do máximo de material médico que possam levar. Após ser abordada e extricada, a
vítima é colocada na maca Sked, e descerá no rapel com uma dupla de
montanhistas. Este método é considerado muito difícil, para executá-lo, a
experiência e a especialização do montanhista farão a diferença.
Figura 10.3.4.1
223
10.3.5 RAPEL EXECUTANDO PÊNDULO COM VÍTIMA
Utilizado em prédios, quando o ponto de ancoragem superior não permite
acessar uma janela que poderá estar lateral a esquerda ou à direita do
direcionamento da corda. O BM para na direção da janela que pretende acessar, e
em seguida, fará pêndulo, até alcançar a janela e a vítima. Ao acessar esta, o BM a
equipa com materiais pertinentes a mesma, e sairá para fora do prédio, vindo a fazer
pêndulo com a vítima. Esta técnica é utilizada em situações super emergenciais.
Figura 10.3.5.1
10.3.6 MUDANÇA DO RAPEL PARA ASCENSÃO OU VICE – VER SA
Consiste na passagem do Prusik para o aparelho oito ou vice-versa. Parece
simples, mas esta técnica é o princípio para a maioria dos resgates, como por
exemplo: pessoa com um longo cabelo preso ao freio oito ou outro freio e manobras
com equipamentos em altura.
Figura 10.3.6.1
224
10.3.7 RAPEL DE HELICÓPTERO
Método utilizado em salvamento em montanha devido ao tempo resposta
ser o menor possível. A vítima é acessada através do rapel do tripulante
operacional, equipada e içada para local seguro, tendo assim um salvamento mais
rápido que os demais.
Figura 10.3.7.1 Figura 10.3.7.2
10.4 IMPROVISOS
10.4.1 YOSEMITE
Técnica utilizada para desescalar utilizando 5 mosquetões. A mesma é
utilizada na ausência de aparelho descensor específico, ou seja, uma descida
improvisada utilizando a corda dobrada.
Neste método a frenagem do sistema não torce a corda, a figura 10.4.8.1
ilustra este procedimento.
Figura 10.4.1.1
Observação : A utilização do nó da UIAA ou nó dinâmico no mosquetão, e
as voltas no mosquetão ilustradas nos itens 6.4.49 e 6.4.50 do capítulo VI,
complementam também este item.
225
10.4.2 RAPEL SEM MOSQUETÃO E BAUDRIER - RAPEL EM “S ” OU
RAPEL CLÁSSICO
Técnica utilizada por muitos anos para desescalar montanhas com corda de
sisal, antes de dispormos dos equipamentos e a tecnologia disposta nos dias de
hoje. O CSMont utiliza esta técnica para desescalar locais ou trechos curtos que
sejam inclinados. A técnica consiste em utilizar a corda dinâmica ou semi-estática
dobrada, e se inicia da seguinte forma: o BM voltado para o ponto de ancoragem
passa a mesma pela frente entre as pernas, e após contornar a coxa direita, sobe
para o ombro esquerdo, e será segura pela mão direita que estará atrás, e a mão
esquerda que estará à frente do corpo, conforme ilustra a figura abaixo.
Figura 10.4.2.1
10.4.3 RAPEL SEM MOSQUETÃO E BAUDRIER - COMICCI
O CSMont utiliza esta técnica de improviso para desescalar locais ou
trechos curtos que sejam inclinados. A técnica consiste em utilizar a corda dinâmica
ou semi-estática dobrada. E se inicia da seguinte forma: o BM posicionado
lateralmente ao ponto de ancoragem, passa a mesma pela frente da coxa direita e
entre as pernas confeccionando um “S”. Feito isto, faz um giro de aproximadamente
90º na direção da descida e inicia a mesma. A corda irá atritar entre as pernas para
proporcionar a frenagem, e as mãos auxiliarão na descida.
Figura 10.4.3.1 Figura 10.4.3.2
226
10.5 ASCENSÃO EM CORDA
10.5.1 ASCENSÃO COM APARELHO ASCENSOR
A ascensão permite o BM acessar uma vítima, sair de um local confinado e
completar uma escalada em rocha através de uma corda que está ancorada acima.
É uma atividade que exige preparo físico e treinamento para se familiarizar
com a correta aplicação da técnica.
A melhor forma de praticar a ascensão é através do uso de um par de
ascensores, e na ausência deste equipamento, pode se utilizar o nó Prusik
confeccionado com seis voltas.
A checagem do procedimento para iniciar a ascensão é muito importante, e
deverá ser feita da seguinte forma:
BM checando equipamento! Baudrier: 1cintura (verificar se a fivela de
metal está corretamente fechada), 2 - perna direita (verificar se a fivela de metal está
corretamente fechada), 3 - perna esquerda (verificar se a fivela de metal está
corretamente fechada), 4 - loop ou olhal do cinto baudrier (verificar se o mesmo está
bem fixado, centralizado e também as suas costuras de reforço internas).
Fita tubular 1, (verificar se a mesma está emendada com nó duplo, fixada no
olhal ou loop do baudrier através do nó pata de gato, e inserida no mosquetão fixado
no orifício inferior do ascensor 1), Mosquetão, (fechar e voltar ¼ e verificar se o
mesmo está inserido no orifício inferior do ascensor 1).
Ascensor 1, (que deverá ficar com o seu punho na altura da testa do BM).
Mosquetão ou mola de segurança, (que deverá estar envolvendo a corda e o
ascensor, e será inserido no orifício superior do ascensor 1).
Corda, (verificar se os dois ascensores estão posicionados na mesma).
Ascensor 2, (que deverá estar posicionado abaixo do ascensor 1).
Mosquetão ou mola de segurança, (que deverá estar envolvendo a corda e o
ascensor, e será inserido no orifício superior do ascensor 2).
Mosquetão, (fechar e voltar ¼ e verificar se o mesmo está inserido no
orifício inferior do ascensor 2).
Fita tubular 2, (que deverá estar do mesmo tamanho da fita tubular 1,
emendada com nó duplo, fixada ao loop ou olhal do baudrier através do nó pata de
gato, e inserida no mosquetão posicionado no orifício inferior do ascensor 2).
Mailon rapide, (que deverá estar posicionado e fechado no outro orifício
inferior de menor tamanho presente no ascensor 2).
227
Estribo, ou improviso com fita ou cordelete para por o pé, que deverá estar
inserido no mailon rapide.
Luvas, calçado e capacete.
BM Pronto! BM ascendendo.
Observação : O uso de duas fitas tubulares posicionadas nos mosquetões
do par de ascensores, e no loop ou olhal do cinto baudrier do BM, tem por finalidade
prevenir o mesmo de acidente se por acaso um dos mosquetões encostar em
alguma superfície e vier a abrir.
Os mosquetões ou molas de segurança posicionados entre o orifício
superior dos mesmos e a corda, tem por finalidade manter a corda sempre dentro do
ascensor, e a ausência deste mosquetão de segurança, pode acarretar na saída do
ascensor da corda durante o procedimento de ascensão.
Os autores deste manual entendem que todo sistema montado nas ações
de Salvamento em Montanha, deverão ter sempre uma segurança a mais.
A figura abaixo ilustra a equipagem para ascensão.
Corda; Mosquetão de segurança;
Mosq. de segurança; Ascensor 1;
Ascensor 2; Mosquetão;
Mosquetão; Fita tubular 1;
Milon rapide; Fita tubular 2;
Estribo.
Figura 10.5.1.1
228
10.5.2 ASCENSÃO COM O NÓ PRUSIK
Nesta forma de ascensão, o par de ascensores é substituído por um par de
cordeletes de 6 mm. Estes podem ter 2 metros de comprimento cada, e mais um
terceiro onde será confeccionado um nó pata de gato feito no 2º cordelete destinado
ao uso do pé, e fixado a um 2º mosquetão presente no olhal ou loop do cinto do
baudrier do BM, através de um nó pata de gato.
Este sistema irá prevenir o BM de uma queda, se por acaso o 1º
mosquetão que está fixado no olhal ou loop do cinto do baudrier, encostar em
alguma superfície áspera e vir a abrir.
O procedimento de checagem se inicia da seguinte forma:
BM checando equipamento! Baudrier: 1cintura (verificar se a fivela de
metal está corretamente fechada), 2 - perna direita (verificar se a fivela de metal está
corretamente fechada), 3 - perna esquerda (verificar se a fivela de metal está
corretamente fechada), 4 - loop ou olhal do cinto baudrier (verificar se o mesmo está
bem fixado, centralizado e também as suas costuras de reforço internas).
Mosquetão, (fechar e voltar ¼ e verificar se o mesmo está inserido no loop
ou olhal do baudrier). Prusik 1, (verificar se foram feitas 6 voltas do cordelete na
corda, se está emendado com nó específico, e se o mesmo está dentro do
mosquetão posicionado no cinto). Corda, (verificar toda sua extensão e se não há
torcimentos). Prusik 2, (verificar se o cordelete está com 6 voltas na corda e se está
emendado com nó específico). Cordelete de segurança, (verificar se o mesmo está
com o nó pata de gato envolvendo o Prusik 2, emendado com nó específico e com o
nó pata de gato no 2º mosquetão fixado no olhal do baudrier). Luvas, calçado e
capacete. BM Pronto! BM ascendendo!
Observação: O nó de emenda do cordelete deverá ficar no meio do sistema.
Prusik 1;
Corda;
Mosquetão do Prusik 1;
Prusik 2;
Mosquetão do cordelete de segurança;
Cordelete de segurança;
Alça do Prusik 2 para por o pé.
Figura 10.5.2.1
229
CAPÍTULO XI - ANCORAGENS EM GRAMPOS, CHAPELETAS E
PONTOS NATURAIS
11.1 A montagem de um circuito a ser utilizado para descidas em cordas, é
chamada de ancoragem, e consiste em se fixar uma extremidade da corda e lançar
o outro chicote para baixo, por onde será realizada a descida. No montanhismo
podem ser feitas em grampos, chapeletas e pontos naturais (pedras robustas bem
fixadas que apresentem boa resistência sem risco de soltar e árvores).
A ancoragem é o ponto mais importante nas técnicas verticais,
principalmente no rapel, por se tratar da técnica de fixação de todo o sistema a ser
utilizado na descida, ou seja, é a fixação da corda por onde será efetuado o rapel,
tornando clara a sua importância, uma vez que a segurança deste circuito depende
da sua perfeita montagem. Desta forma existem algumas regras básicas a serem
seguidas:
a) Utilizar sempre material específico e em perfeitas condições, atentando-
se para a sua capacidade e a carga a ser usada;
b) Escolher minuciosamente o local de fixação do sistema com critérios
rígidos de segurança. No caso de ancoragem artificial inspecionar bem grampos ou
chapeletas existentes, como: estado de conservação (presença de ferrugem,
torções, fadiga do material), colocação confiável (grampo bem batido, chapeleta bem
fixada), localização propícia, etc. No caso de ancoragem natural observar os
recursos: árvore com robustez para agüentar a carga, pedra sem risco de soltar, e
ancorar sempre na base da mesma;
c) Confeccionar o circuito com nós eficientes e seguros, sempre com
arremates;
d) Usar sempre que possível ancoragem secundária, de preferência atrás e
acima da primeira, que servirá como segurança no caso de rompimento;
e) Evitar sobra desnecessária de corda no solo, uma vez que as várias
descidas podem levar a torções na corda, propiciando as chamadas cocas;
f) Proteger a corda de abrasões em contatos com arestas vivas, usando
carpetes, lonas, proteções de mangueiras, etc.
g) Atentar para que o mosquetão utilizado não fique suportando peso pelo
gatilho, nem roçando esta parte. Se possível, use dois mosquetões com roscas
fechadas e invertidas;
230
h) Evitar a amarração da corda diretamente nos pontos fixos sem proteções,
e utilizar equipamentos corretos, fitas tubulares fechadas com mosquetão, e
protegendo para que as mesmas não fiquem em contato direto com o ponto de
ancoragem, como por exemplo: passar a fita por dentro de proteção de mangueira
de incêndio.
11.2 ANCORAGEM SIMPLES EM GRAMPOS
É a ancoragem que utiliza apenas um ponto de fixação, sendo os demais
existentes exigidos somente em caso de ruptura dele (back-up). Não é tão segura
quanto a ancoragem em paralelo, já que toda a carga está fixa em apenas um ponto.
Figura 11.2.1 Figura 11.2.2 Figura 11.2.3
11.3 ANCORAGEM PRINCIPAL E SECUNDÁRIA
É a ancoragem que utiliza dois ou mais pontos fixos paralelos, com a
finalidade de dividir a cargas entre estes pontos. É a mais utilizada e recomendada
pelos óbvios motivos de segurança, uma vez que se tem mais de um ponto
sustentando a carga.
Valendo ressaltar que o ângulo formado pela equalização não deve
ultrapassar 90 graus. Serve tanto para grampos e chapeletas, quanto para pontos
fixos com ancoragem secundária para que no rompimento da principal, a carga fique
na ancoragem secundária ou de segurança, no montanhismo civil a ancoragem
secundária é conhecida como back-up.
Figura 11.3.1 Figura 11.3.2
231
11.4 EQUALIZAÇÃO
Segundo o Manual de Salvamento em Altura do Corpo de Bombeiros da
Polícia Militar do Estado de São Paulo na página 47, diz o seguinte: Em situações
em que não haja um ponto único suficientemente seguro, ou seja, PAB–ponto a
prova de bomba, onde não se tem dúvida da resistência do mesmo, ou em que o
posicionamento do ponto existente seja desfavorável ao local em que desejamos
que nossa linha de trabalho seja direcionada, podemos lançar mão da equalização.
A técnica da equalização consiste em dividir, em partes iguais, a carga
sustentada pelo sistema entre os pontos de ancoragem. Para isso, devemos
obedecer algumas regras:
a) Escolha pontos preferencialmente alinhados (paralelos) entre si;
b) O ângulo formado pela equalização deverá respeitar o limite de 90º,
evitando sobrecarga sobre os pontos de ancoragem;
c) A equalização deverá ser sempre auto-ajustável; e
d) Para proporcionar segurança em caso de falência de um dos pontos de
ancoragem, é necessária a confecção de um cote de segurança;
e) Pode ter a forma de V ou M sendo essencial que seja observado o ângulo
máximo de 90º entre as linhas de ancoragem. Quanto maior o ângulo formado,
maior a possibilidade da ancoragem entrar em colapso, pois aumentará
exponencialmente a sobrecarga nos pontos de fixação, tendendo ao infinito.
As figuras abaixo demonstram formas de distribuição do esforço sobre os
pontos de ancoragem equalizados. (fonte Petzl)
Fig 11.4.1 Fig 11.4.2 Fig 11.4.3 Fig 11.4.4 Fig 11.4.5
232
11.5 ANCORAGEM PARALELA OU EQUALIZADA
É a ancoragem que utiliza dois ou mais pontos fixos paralelos, com a
finalidade de dividir a cargas entre estes pontos. É a mais utilizada e recomendada
pelos óbvios motivos de segurança, uma vez que teremos mais de um ponto
sustentando a carga.
Valendo ressaltar que o ângulo formado pela equalização não deve
ultrapassar 90 graus.
Figura 11.5.1 Figura 11.5.2
11.6 SEGURANÇA DO GRAMPO NA ANCORAGEM EQUALIZADA
Considerado um dos sistemas mais seguros, quando temos a disposição
três grampos de ancoragens próximos, se por acaso não houver o 3º grampo para
fazer a ancoragem secundária atrás e ou acima, pode ser feita em uma árvore
robusta na sua base, reforçando ainda mais o sistema.
Figura 11.6.1
233
11.7 SEGURANÇA DO NÓ
Considerando testes feitos por fabricantes de cordas, que o ponto de maior
esforço em uma corda é o nó, e que normalmente se rompe aproximadamente a 10
centímetros abaixo de seu firme, desta forma usamos o Prusik como forma de
segurança, para garantir que o sistema estará seguro mesmo com o rompimento da
corda, utilizando cordeletes.
Figura 11.7.1 Figura 11.7.2
11.8 ANCORAGEM DIRETA EM GRAMPOS SEM EQUALIZAÇÃO
É a ancoragem que utiliza dois ou mais pontos fixos paralelos, sem
equalização, a sua utilização é segura, uma vez que teremos mais de um ponto
sustentando a carga, mas o esforço nos grampos é maior do que a ancoragem
equalizada.
Figura 11.8.1 Figura 11.8.2 Figura 11.8.3
234
11.9 ANCORAGEM AUTO-RESGATÁVEL (SALVACORDA DE
MONTANHA)
a) Utiliza-se este tipo de ancoragem quando é necessário ser desmontada
de baixo, onde não se pode deixar qualquer tipo de material nos pontos fixos. É
extremamente utilizada no rapel ao final de uma escalada.
Neste caso, não se utiliza qualquer tipo de equipamento, bastando a
passagem da corda pelo ponto fixo, sendo emendado os dois chicotes através do nó
pescador duplo de correr, pois é o nó de segurança para o montanhista.
Como não possibilita qualquer tipo de ancoragem secundária, procura-se
sempre a maior quantidade de pontos fixos possíveis, atentando-se para que na
hora de recolhimento da corda não haja a ocorrência desta se prender;
Figura 11.9.1 Figura 11.9.2 Figura 11.9.3 Figura 11.9.4
b) Após executar estas ancoragens auto-resgatáveis, não esquecer de
emendar a corda dobrada com o nó pescador duplo de correr, que é o nó de
segurança para este tipo de procedimento conforme ilustração abaixo:
Figura 11.9.5
Observação: As chapeletas mostradas nas figuras 11.9.1 e 11.9.2, devido a
sua anatomia, permitem a passagem da corda diretamente. Entretanto, se por acaso
for encontrada chapeleta diferente do modelo acima, e que normalmente apresenta
aresta viva, deverá ser utilizada uma fita ou cordelete ou até um mosquetão para
sacrifício, ou seja, será abandonado na via, pois existe o risco de ruptura da corda.
235
11.10 ANCORAGEM EM CHAPELETA COM ARESTA VIVA.
Toda ancoragem prevista neste tipo de chapeleta que possui aresta viva,
deve ser precedida de um mosquetão, e executar os procedimentos similares as
ancoragens efetuadas em grampos, e jamais passar a corda direto dentro do orifício
da chapeleta, que ao contrário das chapeletas que permitem a pasagem da corda, a
sua forma anatômica é diferente e pode vir a romper a corda quando na descida de
rapel.
Geralmente em vias de escalada que possuem chapeletas, existem paradas
duplas, ou seja, duas chapeletas com argolas para passar a corda.
Se por acaso encontrar alguma diferente desta, proceda conforme os
procedimentos de segurança individual mencionados no item anterior.
Local para conexão do mosquetão;
Direcionamento do esf orço.
Figura 11.10.1 Figura 11.10.2
11.11 ANCORAGENS COM FITAS TUBULARES EM ÁRVORES
Os exemplos abaixo ilustram procedimentos seguros, lembrando que nunca
devemos passar a corda direta na fita, pois haverá atrito que levará a ruptura,
utilizando para isto mosquetão de preferência o de aço, e proteger o ponto de
ancoragem.
Sendo que deverá ser feita a ancoragem secundária, que não deverá
receber carga, ficando como segurança em caso de rompimento da principal,
sempre atrás e ou acima da primeira, sempre ancorando na base de uma árvore que
apresente confiabilidade.
Figura 11.11.1 Figura 11.11.2
236
CAPÍTULO XII – A TRAVESSIA PETRÓPOLIS – TERESÓPOLIS
12.1 Considerada uma das travessias mais bonitas do Brasil, possui cerca
de 30 Km de extensão, sendo realizada sua primeira travessia em 1932, e até o final
dos anos 80, era considerada uma caminhada de orientação difícil, por não haver
trilha definida e muitos grupos se perdiam.
Para reduzir a degradação ambiental, o Parque limita a 400 pessoas por dia
sendo 200 por Petrópolis e 200 por Teresópolis, para visitas de um dia e outras para
pernoitar, a travessia Petrópolis-Teresópolis é muito procurada nos meses de junho
e julho devido as condições meteorológicas favoráveis, sendo que o Parque
Nacional da Serra dos órgãos cobra 12.00 reais por pessoa por diária com pernoite,
e 6 reais para moradores de Petrópolis e alguns clubes de montanhismo associados.
O Parque Nacional da Serra dos Órgãos recomenda o roteiro para o público
visitante com a entrada por Petrópolis no Bairro do Bonfim e com duração de 03 dias
para melhor apreciação da paisagem e no 1° dia pern oite nos Castelos do Açu com
altitude de 2.158 metros, sendo considerado um trecho de caminhada pesada com 7
Km de extensão da entrada do Parque no Bonfim até os Castelos do Açu com
duração prevista de 06 horas de caminhada, devido ao peso dos equipamentos na
mochila, neste local, á noite se observa a cidade do Rio de Janeiro e Baixada
Fluminense iluminadas, e de manhã apreciar o nascer do sol.
No 2º dia o trecho açu Pedra do Sino com duração de aproximadamente 07
horas de caminhada, o trecho é considerado crítico, pois é onde se concentra o
maior número de buscas de pessoas que se desorientam, principalmente quando há
nevoeiro, pois se perde boa parte da referência visual, e o pernoite se dá no abrigo
4 ou na área de camping em suas adjacências, e onde é possível por meio de trilha
chegar ao cume da Pedra do Sino com 2.263 metros de altitude, ponto mais alto da
Serra dos órgãos, e no 3º dia acompanhar o nascer do sol na mesma e descer a
trilha que leva para Teresópolis com cerca de 11 Km de extensão e duração em
média de 04 horas para descê-la.
237
Segue abaixo parte do relatório de reconhecimento para Ações de Busca
e Salvamento e Montanha e Prevenção e Combate a Inc êndios Florestais ,
realizado em 10 e 11 de julho de 2007, pelos militares do CBMERJ abaixo
elencados com suas respectivas especialiazações:
Cap BM Rodrigo Azevedo do 15º GBM: possuidor dos Cursos Salvamento
em Montanha e Salvamento em Altura;
1º Ten BM Luciana Rocha do Gab/Cmdo-Geral: possuidora do Curso de
Prevenção e Combate e a Incêndio Florestal;
1º Ten BM Samir do 15º GBM;
3º Sgt BM Diógenes do 3º GMar: possuidor dos Cursos de Salvamento em
Montanha e Salvamento no Mar;
Cb BM Ribeiro do 15º GBM;
Cb BM Bruno do 15º GBM: possuidor dos Cursos de Mergulhador
Autônomo e Tripulante Operacional;
Cb BM Cunha da ABMDP II: possuidor dos Cursos de Salvamento em
Montanha, Salvamento em Altura e Pára-quedista Militar do Exército Brasileiro, nº
46.190;
Cb BM Boareto do 15º GBM: possuidor do Curso de Busca, Resgate e
Salvamento com Cães;
Cb BM Caliocane do DBM 2/6 – Cachoeiras de Macacu: possuidor do Curso
de Salvamento em Montanha;
Sd BM Elen do CEFID: possuidora do Curso de Monitor de Educação Física
e única Mulher do CBMERJ a possuir o Curso de Salvamento em Montanha.
238
12.2 PRINCIPAIS PONTOS DE INTERESSE OPERACIONAL
OBSERVADOS
No reconhecimento detalhes importantes tais como, pontos para captação
de água, local para aterrisagem de aeronave, abrigos e cobertas, pontos críticos de
acidentes, foram identificados e marcados em planilha e GPS, objetivando orientar e
direcionar as atitudes do comandante de operações e de seus comandados,
fornecendo assim dados importantes para o planejamento das operações de longa
duração em locais remotos.
Até os Castelos do Açu a marcha é bastante pesada, pois apresenta uma
diferença de altitude de aproximadamente 1.100m, trajeto este, que se torna mais
difícil devido à exposição ao sol constante, ventos frios, influência de baixa pressão
atmosférica, trajeto íngrime e nesta época poucos locais para captação de água.
O trajeto mais delicado da travessia é compreendido entre o Açu e a
Pedra do Sino, onde existem poucas trilhas demarcadas, e alguns amontoados de
pedras chamados “totens” , os quais indicam o caminho a ser seguido, entretanto
alguns de confiabilidade duvidosa, e prejuízo para comunicação via telefone celular
por haver baixa cobertura de sinal.
Para maior segurança deve-se estar sempre munido de carta, bússola
e GPS para uma orientação correta e evitar que se tome o caminho errado, pois
quase no fim deste trajeto, na base da Pedra do Sino, existem trechos com alto grau
de periculosidade, somente sendo transpostos os obstáculos através de escaladas,
onde é necessária a utilização do equipamento correto.
Daí em diante o trajeto volta a ser bem demarcado com a presença do
abrigo 4, um pequeno chalé que serve como infra-estrutura para acampamento, com
locais de camping ao redor do mesmo.
E mais adiante um longo trecho de descida, com trilha muito bem
demarcada, que passa por 01 área de camping conhecida como abrigo 3, além de
mais dois abrigos naturais de pedras conhecidos por 2 e 1, que leva ao município de
Teresópolis, onde termina a travessia que tem cerca 30 Km.
239
12.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS PELA EQU IPE DE
RECONHECIMENTO DO CBMERJ
Para este tipo de missão, tendo em vista as adversidades, como condição
meteorológica, que pode mudar, variação de temperatura, preservação ambiental,
um possível salvamento de pessoal civil ou até um próprio companheiro, se fez
necessário constar na logística da missão os seguintes materiais abaixo elencados:
1- Mochilas cargueiras de 50 e 77 litros;
2- 01 Corda semi-estática de 100 metros de comprimento;
3- Lanternas head lamp com micro-lâmpadas (leds) e pilhas reservas;
4- Kit de emergências médicas individual;
5- Cantil de 1 litro de capacidade para captação de água;
6- Receptor GPS, pilhas reserva, bússola, carta topográfica do local,
escalímetro e material para anotação;
7- Fogareiro com 5 recipientes de gás reserva;
8- 03 Barracas para 03 pessoas e 02 barracas para 02 pessoas;
9- Vestimenta para frio: anorak, touca brucutu, luva de lã, japona padrão do
CBMERJ;
10- Sacos de dormir para temperatura específica, que chegou a 2° C na
madrugada do dia 11 de julho e podendo até ser abaixo de 0º C;
11- Alimentação energética: barra de cereal, carboidrato, bananada, frutas;
12- Câmeras fotográficas digitais para fotografar os pontos;
13- Kit individual de montanhismo: cinto baudrier, mosquetão, aparelho oito,
luvas, capacete, costuras, sapatilhas para escalada, cabo solteiro, fita tubular e
isolante térmico para forrar o chão dentro da barraca;
14- Saco aluminizado para aumentar a temperatura do corpo em média 5°,
de baixo custo, ideal para se proteger da chuva e do frio, caso haja mudança brusca
das condições climáticas;
15- Rádios portáteis para comunicação, além de telefones celulares
individuais dos integrantes da missão;
16- Canivete suíço, talheres, pratos de plástico, panela, isqueiro e fósforo,
para consumir alimento quente;
17- Kit de manutenção de fardamento: agulha e linha, graxa para coturno,
botões sobressalentes;
240
18- Kit de higiene pessoal: escova e creme dental, barbeador, fio dental,
espelho;
19- Binóculo para observação;
20- Além de todos os equipamentos estarem impermeabilizados com sacos
plásticos consistentes, para que os mesmos se mantivessem secos quando em
contato com água.
12.4 RECOMENDAÇÕES
Devido o trajeto ser de nível considerado pesado, recomenda-se fazer o
percurso, se o interessado tiver real conhecimento das trilhas, pois o risco de se
perder é iminente, e o mesmo deve possuir bom preparo físico e psicológico, e estar
portando equipamentos, alimentação e vestuários próprios para completar a
travessia com uma boa estrutura logística.
As subidas são íngremes e muitas das descidas são acentuadas devido a
subir para elevações e descer vales, e o risco de torção de pé e queda, também é
grande, por isso recomenda-se uso de calçado específico de boa aderência.
Nesta travessia se sobe e se desce também por muitos trechos rochosos,
onde o uso de um calçado específico se faz bastante necessário.
Geralmente é comum a mudança de tempo e o nevoeiro, que faz a
visibilidade diminuir bastante, e dependendo do ponto onde a pessoa se localiza,
recomenda-se parar e esperar uma possível melhora das condições de visibilidade,
pois se optar por seguir em frente, haverá possibilidade de desorientação e até
mesmo o risco de se aproximar dos muitos abismos.
Em condições de nevoeiro a dificuldade para acionar o socorro aéreo é
dificultada devido a falta de referências.
E para o acionamento do socorro terrestre, os locais são de acesso
demorado e difícil acesso.
241
12.5 POSSIBILIDADE REAL DE SALVAMENTO EM VIA DE ESC ALADA.
Segundo relato de escaladores civis experientes, um possível salvamento
nesta via, é considerado de altíssimo grau de dificuldade, pois esta possui
graduações das mais difíceis de serem vencidas, que incluem uso de proteções
móveis específicas. A sua extensão é de Na Pedra do Sino, que na figura está a
esquerda, existe uma via de escalada “Big Wall”, conhecida como Terra de
Gigantes, considerada a mais difícil do Brasil, conquistada pelos escaladores
Alexandre Portela e Sérgio Tartari no ano de 1985. Para concluir a escalada nesta
via, são necessários sete dias escalando e dormindo na rocha, utilizando barracas e
equipamentos adequados, e um excelente planejamento logístico.
A extensão da via é de 600 metros de difícil escalada.
Pedra do Sino;
Pedra do Garrafão.
Figura 12.5.1
O croqui desta via é assim representado:
D6: dois ou mais dias de escalada, normalmente inclui longos e
complicados trechos de escalada artificial, Grau geral: 4º, Crux (lance mais difícil)
IVSup, Grau do Artificial - A4+ e Grau de exposição - E5 – Via muito perigosa.
242
12.6 POSSIBILIDADE REAL DE SALVAMENTO EM LOCAL DE P RÁTICA
DE RAPEL
Na cachoeira conhecida como Véu da Noiva em Petrópolis, cujo acesso se
dá seguindo em frente à bifurcação no ponto 1, é praticada a modalidade de rapel
negativo com uma saída do lado da queda dágua com cerca de 40 metros de altura.
É um ponto que merece atenção do CBMERJ, pois cada vez mais pessoas
em busca de emoção, praticam este esporte, às vezes com guias que pouco
conhecem da atividade e que muitas das vezes tem baixo conhecimento técnico
para a prática desta modalidade com total segurança.
As figuras 12.6.1 e 12.6.2 ilustram o rapel negativo praticado por pessoal
civil na Cachoeira Véu da Noiva. Enquanto as figuras 12.6.3 e 12.6.4 ilustram o rapel
(cascading) praticado por pessoal civil em outra cachoeira também no Parque
Nacional da Serra dos Órgãos.
Figura 12.6.1 Figura 12.6.2
Figura 12.6.3 Figura 12.6.4
243
12.8 DURAÇÃO TOTAL DO RECONHECIMENTO
O reconhecimento teve início às 10h03min do dia 10 de julho de 2007, a
partir da entrada do Parque Nacional da Serra dos Órgãos em Petrópolis, com
chegada aos Castelos do Açu por volta das 16h15min do mesmo dia, onde foi
montado acampamento, e providenciada alimentação quente.
A noite foi ministrada uma palestra de orientação através das estrelas, onde
foram mostradas as constelações do cruzeiro do sul, constelação de escorpião, que
nasce a + ou – a leste e se põe a + ou – a oeste. O reconhecimento do planeta
Júpiter que estava visível no céu, além da visão de parte da nossa galáxia, a Via
Láctea, cujo centro está na cauda da constelação de escorpião, e reconhecimento
da estrela Denébola na a mais brilhante da constelação do cisne, que estava visível
+ ou – na direção do norte.
No dia 11 de julho a operação iniciou-se às 08h15min da manhã, sendo que
a equipe chegou a Pedra do Sino que é a maior montanha da Serra dos Órgãos com
2.263 metros de altitude, às 16h15min do mesmo dia, e descendo para Teresópolis,
a partir do Abrigo 4, às 17h50min, chegando ao destino (sede do ParNaSO –
Teresópolis) às 21:15 horas do dia 11 de julho do corrente ano, sendo a operação
efetuada com sucesso sem baixas na equipe.
12.9 PONTOS DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA NAS PARTES MAIS ALT AS DO
PARQUE
a) Este ponto localiza-se no Ajax , local compreendido entre a Pedra do
Queijo e a subida da Isabeloca.
No Ajax existe uma área de acampamento definida pelo Parque Nacional
da Serra dos Órgãos;
Figura 12.9.1
244
b) Local de captação de água frente + ou – 60 metros dos Castelos do Açu,
que é um abrigo natural de pedras, onde as pessoas que fazem a travessia
pernoitam e se alimentam;
Figura 12.9.2
c) Captação de água pela 1º Ten BM Luciana Rocha no local conhecido
como Vale do Paraíso .
Próximo a este ponto de captação de água existe uma área indicada pelo
Parque Nacional da Serra dos Órgãos para montagem de acampamento;
Figura 12.9.3
245
d) Ponte no local conhecido por Vale das Antas , abaixo da mesma, passa
um córrego onde se capta água potável.
O Vale das Antas é um local indicado pelo Parque Nacional da Serra dos
Órgãos para a montagem de acampamento, e é ponto de partida para o cume da
Pedra do Sino e Abrigo 4.
Figura 12.9.4
12.10 PRINCIPAIS ABRIGOS NA PARTE ALTA DO PARQUE
a) CASTELOS DO AÇU:
Figura 12.10.1 Figura 12.10.2 Figura 12.10.3
Localizado a 2.158 metros de altitude, foi marcado como o 4º ponto de
orientação no reconhecimento. Por ser um abrigo natural de pedras, costuma-se
montar acampamento, geralmente em seu interior.
Pelo fato der ser um local onde se venta muito, a uma sensação térmica é
muito baixa, o mesmo possui ponto de captação de água potável bem a sua frente,
mas se faz necessário o uso de purificador para consumir a mesma.
246
b) ABRIGO 4:
Figura 12.10.4 Figura 12.10.5
Localizado a 2.131 metros de altitude, é o melhor ponto de pernoite do
Parque Nacional da Serra dos Órgãos, dispõe de infra instrutura, para melhor servir
os excursionistas, e há um funcionário do parque de permanência no mesmo para
recebê-los. Ao seu redor há área de camping, e pontos de captação de água
potável. Neste ponto, já há sinal de cobertura para telefone celular.
12.11 ACESSO AO CUME DA PEDRA DO SINO COM 2.263 MET ROS DE
ALTITUDE
Figura 12.11.1 Figura 12.11.2 Figura 12.11.3
Figura 12.11.4 Figura 12.11.5
Às 16h15min do dia 11 de julho de 2007, o nome do CBMERJ mais uma vez
se fez presente na montanha mais alta da Serra dos Órgãos, e nesta se localiza o
marco de concreto que marca a altitude de 2.263 metros da referida montanha,
conforme ilustra a figura 12.11.4.
247
12.13 ROTEIRO DA TRAVESSIA POR FOTOS DO S PONTOS
a) ENTRADA DO PARNASO–PI-PONTO INICIAL
Figura 12.13.1
b) BIFURCAÇÃO DA CACHOEIRA VÉU DA NOIVA E TRILHA PA RA A
PEDRA DO QUEIJO–PONTO 1
Figura 12.13.2
c) PEDRA DO QUEIJO–PONTO 2
Figura 12.13.3
Latitude/ Longitude. S22º27.687’ x W43º05.428’
Coord. Retangulares. 7514450 x 696119
Local para pernoite. Pousadas próximas a entrada do ParNaSO
Ponto de captação de água potável. No trecho entre o PI e o P1
Local para pouso de helicóptero. Ainda se faz possível o socorro
através de viaturas de salvamento.
Altitude. 1.095 metros
Ponto Crítico até o próximo ponto. Terreno acidentado
Latitude/ Longitude: S22°27.994’ x W43°04.940’;
Coordenadas retangulares: 7513924 x 698060;
Local para pernoite: Bifurcação para a Cachoeira do Véu da
Noiva;
Ponto de captação de água potável: Cerca de 150 metros a
frente da bifurcação no rio do Bonfim;
Local para pouso de helicóptero: Não há;
Altitude: 1.300m;
Pontos Críticos até o próximo ponto: Subida íngreme para o
P2 e abismos.
Latitude/ Longitude: S22º28.380’ x W43º04.706’;
Coordenadas retangulares: 7513588 x 697725;
Local para pernoite: No próprio ponto;
Ponto de captação de água potável: Não há;
Local para pouso de helicóptero: Pairado próximo ao ponto.
Altitude. 1.550 metros;
Pontos Críticos até o próximo ponto: Subida íngreme para o P3
e abismos.
248
d) AJAX–LOCAL COMPREENDIDO ENTRE O P ONTO 2 E PONTO 3
Figura 12.13.4
e) SUBIDA DA ISABELOCA-LOCAL COMPREE NDIDO ENTRE O
PONTO 2 E PONTO 3
Figura 12.13.5
f) CHAPADÃO–PONTO 3
Figura 12.13.6.
Este local é recomendado pelo ParNaSO para montagem de
acampamento, e o mesmo permite que a aeronave possa
realizar um embarque e desembarque pairado.
Este ponto é importante, já foi registrado no mesmo vários
salvamentos através das aeronaves do CBMERJ.
Além de possuir ponto de captação de água próximo.
Latitude/ Longitude: S22°29.137’ x W43°04.435’;
Coordenadas retangulares: 7512086 x 698119;
Local para pernoite: Local não aconselhável por ser terreno
rochoso;
Ponto de captação de água potável: Não há;
Local para pouso de helicóptero: Pairado no próprio ponto.
Altitude. 2.062 metros;
Pontos Críticos até o próximo ponto: Terreno acidentado e
abismos.
249
g) CASTELOS DO AÇU–PONTO 4
Figura 12.13.7
h) VALE ENTRE O AÇU E MORRO DO MARCO –PONTO 5
Figura 12.13.8
I) MORRO DO MARCO–PONTO 6
Figura 12. 13.9
Latitude/ Longitude: S22°29.062’ x W43°03.724’;
Coordenadas retangulares: 7512162 x699452;
Local para pernoite: No interior dos Castelos do Açu e atrás,
do mesmo há área de acampamento;
Ponto de captação de água potável: Frente ao Açu, com
uso de clorim, pois a água é parada;
Local para pouso de helicóptero: Pairado nas proximidades.
Altitude. 2.158 metros;
Pontos críticos até o próximo ponto: Terreno acidentado e
abismos.
Latitude/ Longitude: S22°28.872 x W43°03.492’;
Coordenadas retangulares: 7512555 x 699803;
Local para pernoite: Não aconselhável;
Ponto de captação de água potável: Próximo ao ponto
descendo pela vegetação há uma ravina com água;
Local para pouso de helicóptero: Não há;
Altitude: 2.081 metros;
Pontos críticos até o próximo ponto: Subida íngreme e
abismos até o Morro do Marco.
Latitude/ Longitude: S22°28.843’ x W43°03.328’;
Coordenadas retangulares: 7512624 x 700073;
Local para pernoite: Não aconselhável local rochoso;
Ponto de captação de água potável: Não há;
Local para pouso de helicóptero: Pairado no próprio ponto;
Altitude: 2.144 metros;
Pontos críticos até o próximo ponto: Descida íngreme em
trecho rochoso e sumiço de trilha até o vale da luva.
250
J) VALE DO PARAÍSO–PONTO 7
Figura 12.13.10
l) MORRO DA LUVA–PONTO 8
Figura 12.13.11
m) SUBIDA DO ELEVADOR (ESCADA DE VERGAL HÃO FIXADA NA
ROCHA)–LOCAL ENTRE O P8 E P9
Figura 12.13.12
Latitude/ Longitude:
Coordenadas retangulares: 7513123 x 700178;
Local para pernoite: Neste ponto o ParNaSO aconselha
acampar;
Ponto de captação de água potável: No próprio ponto há uma
nascente com água corrente;
Local para pouso de helicóptero: No Morro do Marco ou no
Morro da luva, pontos próximos;
Altitude:
Pontos críticos até o próximo ponto: Subida íngreme em trilha
irregular para o Morro da Luva.
Latitude/ Longitude: S22°28.344 x W43°03.236’;
Coordenadas retangulares: 7513598 x 700488;
Local para pernoite: Local rochoso, não aconselhável;
Ponto de captação de água potável: Não há;
Local para pouso de helicóptero: Pairado no próprio ponto.
Altitude: 2.212 metros;
Pontos críticos até o próximo ponto: Descida íngreme em
trecho rochoso, sumiço de trilha e subida em escada de
vergalhão para o Morro do Dinossauro.
251
n) MORRO DO DINOSSAURO–LOCAL ENTRE O P8 E P9
Figura 12.13.13
o) VALE DAS ANTAS–PONTO 9
Figura 12.13.14
p) DORSO DA BALEIA-LOCAL ENTRE O P9 E P1 0
Figura 12.13.15
Latitude/ Longitude: S22°27.509’ x W43°02.339;
Coordenadas retangulares: 7514450 x 701405;
Local para pernoite: O ParNaSO recomenda acampar nesta área;
Ponto de captação de água potável: No próprio ponto há água
corrente;
Local para pouso de helicóptero: Não Há;
Altitude: 1948 metros;
Pontos críticos até o próximo ponto: Rumo a Pedra do Sino,
existem 3 trechos que se faz necessário uso de corda e emprego
de técnica de escalada.
252
q) CAVALINHO - SUBIDA PARA A PEDRA DO SINO –LOCAL ENTRE O P9
E P10
Figura 12.13.16
r) ESCADA NA SUBIDA PARA A PEDRA DO SINO– LOCAL ENTRE O P9 E
P10
Figura 12.13.17
s) PEDRA DO SINO–PONTO 10
Figura 12.13.18
3º local que se faz necessária a fixação de cordas para que
a tropa pudesse prosseguir rumo à Pedra do Sino.
Latitude/ Longitude: S22°27.617’ x W43°01.811’;
Coordenadas retangulares: 7514685 x 702631;
Local para pernoite: Probido pelo Parque Nacional da Serra dos
Órgãos o pernoite no cume da Pedra do Sino;
Ponto de captação de água potável: Não há;
Local para pouso de helicóptero: Pairado no próprio ponto;
Altitude: 2.263 metros, a montanha mais alta da serra dos
Órgãos;
Pontos críticos até ao abrigo 4: Trilha em solo rochoso e
abismos.
253
t) ABRIGO 4–PONTO 11
Figura 12.13.19
u) ÁREA PRÓXIMA AO ABRIGO 3–LOCAL ENTR E O P11 E P12
Figura 12.13.20
v) ABRIGO 1–LOCAL ENTRE O P11 E P12
Figura 12.13.21
Local para pernoite recomendado pelo ParNaSO e em su a
adjacência é possível montar acampamento;
Ponto de captação de água potável: Nas adjacências do abrigo 4;
Local para pouso de helicóptero: Nas proximidades do abrigo 4;
Altitude: 2.131;
Pontos críticos até Teresópolis: Trilha irregular e abismos.
254
x) SAÍDA EM TERESÓPOLIS–PONTO 12
Figura 12.13.22
12.14 PONTO DE ATENÇÃO
Na descida do abrigo 4 para a sede do Parque Nacional da Serra dos
Órgãos em Teresópolis, existe uma trilha conhecida por cota 2000 , que diminui o
tempo de descida em cerca de 50 minutos em relação a trilha original.
No dia 12 de julho de 2007, 04 pessoas entraram nesta trilha e vieram a se
perder. E o 6º GBM-Friburgo, foi acionado via tel celular dos desorientados, que por
fim acionou o quartel da área e o próprio Parque Nacional da Serra dos Órgãos.
Sendo que a equipe de reconhecimento viu estas pessoas no Abrigo 4, um
dia antes, das mesmas se perderem, e ficou pronto para o novo acionamento que
não se fez necessário, pois horas depois as mesmas foram encontradas e
orientadas.
Latitude/ Longitude: S22°26873’ x W43°00.846;
Coordenadas retangulares: 7516213 x 704374;
Local para pernoite: Existem abrigos dentro do próprio parque
que necessitam de autorização para pernoitar;
Ponto de captação de água potável: No próprio ponto
existem vários locais de captação de água potável;
Local para pouso de helicóptero: Já se faz possível o
socorro através de viaturas salvamento;
Altitude: 985 metros.
255
12.15 FEITO MARCANTE DO CBMERJ
Nos dias 17 e 18 de setembro do ano de 2008, os Cadetes BM do 2º ano do
CFO da ABMDP II, e a equipe de instrução comandada pelo Ten Cel BM Magnelli
Subcmt da ABMDP II, tendo como Oficiais: Cap BM Fróes (formado na 20ª turma do
CSMont), Cap BM Vitoriano e Cap BM Martins Oliveira (possuidores do Curso de
Prevenção e Combate a Incêndio Florestal), Cap BM Méd Bousquet e como Praça o
Cb BM Cunha (formado na 19ª turma do CSMont), realizaram a Travessia partindo
de Teresópolis e chegando aos Castelos do Açu em um único dia com mais 44
Cadetes.
Esta travessia seria uma instrução de Busca e Salvamento em Montanha
dentro da normalidade, se não fosse as adversidades da natureza encontradas
durante a duração da mesma.
A equipe executou a instrução debaixo de muito frio, vento, chuva, tempo
fechado e pouca visibilidade, condições em que normalmente não é realizada esta
travessia, pois o risco de se desorientar é iminente.
Considerando que o CBMERJ tem por função realizar buscas em qualquer
tipo de terreno, seja qual for a condição climática, dia, noite, calor ou frio, esta
equipe teve por desafio honrar o nome da Corporação, tendo em vista que o cenário
real e adverso de Busca e Salvamento em Montanha estava descrito.
A marcha em direção aos Castelos do Açu, teve início às 04h30min do dia
17 de setembro de 2008, tendo sua chegada no destino às 19h10min do mesmo dia.
A utilização do receptor GPS e os conhecimentos de orientação topográfica
da equipe de instrução foram decisivos para o sucesso da operação.
Após atingir o objetivo, foram proferidas palavras do Ten Cel BM Magnelli,
Subcmt da ABMDP II elogiando o desempenho do efetivo presente na operação, e
foi autorizada a montagem do acampamento.
Na madrugada do dia 18 de setembro de 2008, a temperatura chegou a 0º
C, mas foi tranquilamente suportada, pois todos os integrantes da operação estavam
portando materiais próprios para temperaturas negativas, além de uma alimentação
própria para o esforço que a atividade exigiu.
Às 08h00min do dia 18 de setembro de 2008, foi iniciada a marcha em
direção à saída do Parque Nacional da Serra dos Órgãos em Petrópolis, tendo sua
chegada por volta das 12h00min do mesmo dia, com total sucesso e sem baixas na
equipe.
256
No retorno à ABMDP II, todo o efetivo empenhado na operação foi
recepcionado pelo Sr Cel BM Bento – Diretor Geral de Ensino e Instrução do
CBMERJ, e pelo Ten Cel BM Gilberto Mendes - Cmt da ABMDP II.
Os Oficiais superiores supramencionados demonstraram sua plena
satisfação com a qualidade que a instrução foi ministrada, e elogiaram o empenho
de todos os Bombeiros Militares empenhados na mesma.
As fotos abaixo ilustram momentos da travessia Teresópolis – Petrópolis.
Figura 12.15.1- abrigo 3 -17/09/08. Figura 12.15.2 – elevador 17/09/08.
Figura 12.15.3 Cadetes no Açu Figura 12.15.4 – Desmontagem do
18/09/2008. acampamento no Açu - 18/09/2008
Figura 12.15.5 – Saída do Açu em Figura 12.15.6 – Chegada em
direção a Petrópolis – 18/09/2008. Petrópolis 18/09/2008.
257
CAPÍTULO XIII - MÍNIMO IMPACTO – TRANSCRIÇÃO DE TEX TO DO
MANUAL DO GRUPO RAPEL E CIA
13.1 Nas incursões aos ambientes naturais, a ignorância sobre como
conviver em harmonia com a natureza, poderá criar problemas ambientais nem
sempre facilmente solucionados, e acidentes ocasionalmente trágicos. Tais
problemas podem ser contornados seguindo e ensinando algumas regras simples,
que protegerão o meio ambiente, darão maior prazer e evitarão acidentes.
Devido ao exposto, surge a necessidade da conscientização e emprego de
algumas técnicas básicas para um melhor aproveitamento nas atividades, causando
o menor impacto possível, objeto principal deste módulo, mesmo na situação de
participante, o compromisso com o bem estar do grupo e o zelo do meio ambiente é
primordial para o sucesso nestas empreitadas.
13.2 EQUIPAMENTOS
a) Tenha certeza de que dispõe do equipamento apropriado para cada
situação, e o conhecimento da sua correta utilização, qualquer dúvida consulte os
instrutores da atividade, que irão orientá-lo da melhor maneira possível, acidentes e
agressões à natureza em grande parte são causados por improvisações e uso
inadequado de equipamentos;
b) Escolha a mochila adequada para a sua atividade, o saco de dormir deve
ser leve e adequado ao clima, caso haja necessidade de barraca, escolha uma que
seja pequena e leve, porém resistente e impermeável, saiba como distribuir o peso
para evitar esforço desnecessário;
c) Tenha sempre lanterna, agasalho, capa de chuva e um estojo de
primeiros socorros, alimento e água, mesmo em atividades de um dia ou poucas
horas de duração.
258
13.3 TRILHAS E LOCAIS DE ACAMPAMENTO
Mantenha-se nas trilhas já existentes, evitando atalhos e jamais abra trilhas
novas mesmo que a trilha principal não ofereça boas condições, a transposição de
alguns obstáculos também faz parte do desafio. O fato de contornar a parte
danificada de uma trilha, a degradação se tornará maior no futuro.
A melhor forma de se caminhar em trilhas é em fila indiana, aonde o mais
experiente vai à frente e o cerra fila vai ao final, se porventura houver a necessidade
de sair da fila, somente o faça com o conhecimento do instrutor, que providenciará
para que o grupo aguarde o seu retorno.
13.4 HIGIENE E RESPEITO
a) Nunca deixe o lixo, traga-o sempre de volta, para isso certifique-se de
que está levando sacos plásticos para acondicioná-los. Se você pode levar uma
embalagem cheia para um ambiente natural, pode trazê-la vazia na volta, não
queime nem enterre o lixo, as embalagens podem não queimar completamente e
animais podem cavar até o lixo e espalhá-lo, caso encontre algum lixo pelo caminho,
deixado por alguém, se possível recolha, pois estará dando a sua contribuição;
b) Para lavar pratos, talheres e panelas pode ser usada areia do fundo do
rio, é eficiente e não polui, e não jogue restos de alimentos na água, colha um pouco
d’água e lave os seus pertences afastado das fontes e rios, o mesmo procedimento
se aplica na hora de escovar os dentes e tomar banho, não use sabão em fontes,
rios, lagos, etc;
c) Caso não haja instalações sanitárias, cave uma latrina com 15
centímetros de profundidade e a pelo menos 60 metros de qualquer fonte de água,
trilhas ou locais de acampamento. É altamente desagradável encontrar “cacos de
vidro” ou papel higiênico. O ecologicamente correto seria considerar o papel
higiênico como lixo para retorno, porém é viável que se queime desde que
observadas as normas de segurança, ou seja, não provoque incêndio;
259
d) Controle seus instintos de destruidor, não quebre ou corte galhos de
árvores, mesmo que estejam mortas ou tombadas, pois podem estar servindo de
abrigo para aves ou outros animais. Também é válido para as mudas de plantas ou
flores, que ficariam lindas na sala, porém nem sempre elas suportam a viagem e
morrem o que não irá acontecer no seu local de origem, e existem casas que as
vendem de uma maneira bem mais garantida de progredir;
e) Não mexa em ninhos de espécie nenhuma, não persiga e não pegue
filhotes, além de correr o risco de um ataque da mãe, o filhote pode ser rejeitado por
estar com o seu cheiro;
f) Observe os animais à distância, a proximidade pode ser interpretada
como ameaça e provocar um ataque, além da transmissão de doenças.
13.5 FOGUEIRA
Fogueiras matam o solo, degradam o local e representam uma grande
causa de incêndios florestais. Os fogareiros modernos são leves e fáceis de usar,
cozinhar com um fogareiro é mais rápido e prático.
Se houver a necessidade de acender uma fogueira, utilize os
conhecimentos necessários para executá-la dentro das normas de segurança.
13.6 SAÚDE
a) Aprenda como prestar os primeiros socorros e tenha sempre um estojo
com os medicamentos necessários, na situação de participante bastam poucos
medicamentos e algum material para curativo, um kit de primeiros socorros mais
detalhado deve ficar por conta do profissional da área de saúde, que supostamente
saberá fazer uso mais aprofundado;
b) O salvamento em ambientes naturais é caro e complexo, podendo levar
dias e causar grandes danos ao ambiente;
c) Tenha o pleno conhecimento das suas condições físicas, a fadiga leva
a exaustão, e a exaustão propicia acidentes;
260
d) Esteja alerta para os sintomas de hipotermia, a hipotermia ocorre quando
a temperatura do centro do corpo chega abaixo do normal por excesso de exposição
ao frio ou umidade, ela pode ocorrer em temperaturas acima de zero. O tratamento
se inicia abrigando a vítima do vento e chuva e rapidamente secando-a e
aquecendo-a, previna-se da hipotermia evitando a exposição e a fadiga, se vista de
forma a permanecer quente e obter proteção do vento e da chuva. Tenha a mesma
preocupação com a insolação e outros males causados pelo calor intenso e perda
de sais. É interessante portar sempre um pequeno agasalho, de acordo com o local
a ser visitado, além da cobertura, óculos escuros, protetor solar e repelente;
e) Água é vital durante longas caminhadas, beba um pouco de água a cada
15 minutos. Assim, seu corpo estará sendo hidratado conforme a necessidade dele,
se beber grandes doses de água, seu organismo eliminará o que não for necessário
a ele.
261
6.7 REGRAS DE MÍNIMO IMPACTO PARA O USO DO PARQUE
NACIONAL DO ITATIAIA, LOCAL DE INSTRUÇÃO DO CSMONT E CPCIF
(TRANSCRIÇÃO DO CONTEÚDO DO WEBSITE DO PNI A PARTIR DE 2006)
Regras para o uso do planalto do Parque Nacional do Itatiaia por
unidades militares, grupos especiais e grupos acima de 20 pessoas
1. Quanto aos objetivos destas regras
a. Definir as atribuições e responsabilidades para o uso da área do Planalto
do Parque Nacional do Itatiaia por unidades militares, grupos especiais e grupos
acima de 20 pessoas que permaneçam por mais de um dia nesta área.
b. Para fins de entendimento destas regras, definem-se grupos especiais
como aqueles integrados por: Polícia Federal, Polícia Civil, Defesa Civil e outras
instituições definidas pela Administração do Parque.
2. Quanto ao pedido de utilização da área do PNI po r mais de um dia
a. O pedido para a realização de atividades de pequeno porte dentro do
Parque Nacional do Itatiaia deverá ser feito com antecedência mínima de 20 (vinte)
dias à Administração do Parque.
b. Caso o efetivo total empregado (montanhistas, alunos e apoios) no
interior do parque seja superior a 20 (vinte) pessoas , a antecedência do pedido
para a realização de atividades dentro do Parque Nacional do Itatiaia passa a ser de
02 (dois) meses (sessenta dias), de forma a possibilitar que a Administração do
Parque faça a divulgação desta atividade de maior porte.
c. Em qualquer destas situações, no pedido de utilização do Parque
Nacional do Itatiaia deverão constar todas as atividades a serem realizadas, com
os respectivos dias, horários, efetivos, locais e descrição das atividades .
d. As unidades militares do Exército deverão encaminhar os seus
pedidos de utilização do parque por intermédio do Comando da Academia Militar
das Agulhas Negras (AMAN) , que deverá orientá-las quanto ao cumprimento
destas regras. A antecedência do pedido deverá possibilitar que se cumpram os
prazos previstos para entrada junto à Administração do Parque.
e. As unidades militares que não forem do Exército , os grupos
especiais e os grupos acima de 20 pessoas deverão encaminhar seus pedidos
diretamente à Administração do Parque , que deverá orientá-los quanto ao
cumprimento destas regras.
262
3. Quanto ao período de realização de atividades po r militares e por
grupos especiais
a. Deve-se evitar realizar atividades nos feriados e no mês de julho .
b. As atividades de montanhismo e de escalada deverão ser realizadas
somente nos dias úteis de semana , evitando-se sábados e domingos.
4. Quanto às atividades a serem realizadas
a. As atividades a serem desenvolvidas deverão estar voltadas
prioritariamente para o treinamento das técnicas de montanhismo (marchas e
escaladas). (Fl 2 / 4 das regras para o uso do Parque Nacional do Itatiaia por
unidades militares e por grupos especiais)
b. Antes da realização do exercício, a unidade militar, o grupo especial ou o
grupo acima de 20 pessoas deverá instruir seus subordinados ou integrantes
quanto às regras de mínimo impacto ambiental do Ministério do Meio Ambiente
(MMA), de modo a intervir o mínimo possível no ambiente , como por exemplo:
não movendo pedras; não pisoteando fora das trilhas, nem criando atalhos; não
removendo a vegetação; não acendendo fogueiras; não fazendo pixações de
qualquer espécie; e evitando manifestações ruidosas.
5. Quanto às restrições de atividades
a. É proibido realizar disparos com arma de fogo (com munição real ou
de festim) ou acionar explosivos , artifícios pirotécnicos e agentes químicos
(fumígenos, lacrimogêneos etc.) dentro da área do Parque Nacional do Itatiaia,
durante as vinte e quatro horas do dia .
b. É proibido o uso da represa do abrigo Rebouças para o banho , prática
de natação ou atividades congêneres.
c. Deve-se reduzir ao mínimo necessário a utilização de iluminação
artificial (elétrica ou lampião) em áreas abertas.
d. O trânsito de veículos pequenos (jipes, caminhonetes, ambulâncias
etc.) e de veículos grandes (caminhões, ônibus etc.) no trecho posto-três / Abrigo
Rebouças deverá ser realizado fora do horário de visitação estabelecido pela
administração do Parque. Em outros horários , somente poderá ocorrer mediante
solicitação prévia e autorização da administração do Parque .
263
e. Somente veículos pequenos poderão permanecer estacionados nas
imediações do Abrigo Rebouças , sem prejuízo das vagas destinadas aos
visitantes. Os veículos grandes deverão permanecer no estacionamento próximo
ao posto-três .
f. No período de interdição do trecho posto-três / Abr igo Rebouças , por
força da reprodução do melanophriniscus moreirae (sapo “flamenguinho”),
normalmente entre os meses de novembro e fevereiro, não é permitido o trânsito
de veículos de nenhuma espécie, civil ou militar, salvo casos emergenciais .
g. Deve-se respeitar a capacidade diária de suporte das trilha s e áreas
diversas , conforme as normas estabelecidas pela Administração do Parque.
6. Quanto às obrigações do usuário
a. O recebimento e a entrega (devolução) do Abrigo Rebouças seguirão
as normas específicas estabelecidas pela Administração do Parque.
b. Deverá ser afixada uma placa ou faixa nas adjacências dos banheiros
externos (próximos ao abrigo Rebouças), identificando a unidade militar , o grupo
especial ou o grupo acima de 20 pessoas (e sua instituição) que está realizando o
exercício.
c. A fim de facilitar a supervisão das atividades por parte da
Administração do Parque e a coordenação e controle da tropa ou grupamento
pelas próprias unidades militares, pelos grupos especiais e pelos grupos acima de
20 pessoas, todas as instalações deverão estar concentradas ao máximo, com o
mínimo de dispersão. As barracas de alojamento (acampamento) deverão ser
montadas na área próxima ao posto-três , que se destinará futuramente a camping
(tão logo sejam construídos um banheiro com fossa e uma área de coleta de lixo).
Algumas instalações de (Fl 3 / 4 das regras para o uso do Parque Nacional do
Itatiaia por unidades militares e por grupos especiais) apoio (cozinha - devido à
proximidade da fonte d’água - material de escalada - devido ao peso e necessidade
de transporte - latrinas ou banheiros químicos - devido à capacidade das fossas - e
posto médico - devido aos locais de ocorrência das atividades de risco) poderão ser
montadas na imediações do Abrigo Rebouças .
d. Caso as instalações de apoio que estejam montadas nas imediações
do Abrigo Rebouças tenham que ser utilizadas por mais de uma semana, somente
permanecerão montadas durante os finais de semana aquelas imprescindíveis à
264
guarda de material, equipamentos (inclusive de cozinha) e alojamento de pessoal
para operá-las.
e. Caso o efetivo seja superior a 20 (vinte) pessoas, deverá ser
obrigatoriamente providenciado o balizamento (com bandeirolas ou outros meios
de sinalização visual) dos itinerários nas trilhas a serem percorridas pela tropa ou
grupamento, a cargo dos usuários (unidades militares, grupos especiais ou grupos
acima de 20 pessoas). Esta medida evitará o uso de atalhos (o que causaria a
abertura de novas trilhas) e / ou o pisoteio fora das trilhas abertas à visitação.
f. Nos dias de realização de escaladas ao Pico das Agulhas Negras e às
Prateleiras , assim como de deslocamentos a outros locais, caso o efetivo atinja a
capacidade de suporte das trilhas, conforme previsto nas normas do Parque,
deverá ser providenciada e afixada pelos usuários (unidades militares, grupos
especiais ou grupos acima de 20 pessoas), com uma antecedência de três dias,
uma faixa informativa no quilômetro “zero” da estrada de acesso ao Planalto do
Itatiaia (Garganta do Registro ). Nesta faixa deverá constar um esclarecimento aos
visitantes quanto à interdição daquelas trilhas naqueles dias . Este esclarecimento
deverá também ser difundido no site de internet do Parque Nacional do Itatiaia, sob
a responsabilidade de sua Administração.
7. Quanto ao tratamento dos resíduos de cozinha
a. Independentemente de onde estiver localizada, a instalação da cozinha
deverá contar com um sistema de tratamento de resíduos e da água utilizada na
confecção dos alimentos e na limpeza dos utensílios, providenciada pelos
usuários (unidades militares, grupos especiais ou grupos acima de 20 pessoas).
8. Quanto ao tratamento do lixo
a. Todo o lixo produzido , inclusive embalagens e detritos alimentares,
deverá ser obrigatoriamente coletado, acondicionado (embalado) e transportado
para fora da área do Parque Nacional do Itatiaia, pelos usuários (unidades
militares, grupos especiais ou grupos acima de 20 pessoas), durante e ao término do
exercício. Devido à natureza arenosa e pedregosa do solo, facilmente revolvido pela
ação das chuvas, e ao risco de contaminação do lençol freático, nenhum lixo ou
excrementos podem ser enterrados na área do Parque.
265
9. Quanto ao uso dos banheiros e tratamento dos exc rementos
a. Os excrementos (fezes e urina ) deverão ser feitos obrigatoriamente em
banheiros (existentes ou químicos instalados). Caso haja impossibilidade (devido
ao tempo ou à distância) de se deslocar a tropa ou grupamento (ou um ou mais de
seus integrantes) para próximo destes, as necessidades fisiológicas deverão ser
feitas em sacos plásticos resistentes e depois transportadas até os banheiros.
(Fl 4 / 4 das regras para o uso do Parque Nacional do Itatiaia por unidades militares
e por grupos especiais)
b. Caso o efetivo total empregado na atividade seja superior a 20 (vinte)
pessoas, deverão ser obrigatoriamente instalados banheiros químicos (ou
sistema de fossa seca, como o modelo SIEsp/AMAN) pelos usuários (unidades
militares, grupos especiais ou grupos acima de 20 pessoas), em quantidade
compatível com a capacidade de cada banheiro.
c. Durante a realização das atividades os banheiros públicos não
poderão ter o seu acesso barrado aos visitantes do Parque.
d. Caso o efetivo total empregado na atividade seja superior a 20 (vinte)
pessoas e a duração das atividades seja superior a três dias, as fossas do abrigo
Rebouças e dos banheiros externos deverão ser obrigatoriamente esvaziadas
pelos usuários (unidades militares, grupos especiais ou grupos acima de 20
pessoas), ao término do exercício.
10. Quanto à supervisão das atividades desenvolvida s
a. A supervisão durante a execução das atividades será atribuição
exclusiva da Administração do Parque e estará a seu cargo.
11. Quanto às atribuições da administração do PNI
a. Cabe à Administração do Parque autorizar , limitar , negar ou propor
alterações nas atividades previstas que não estejam em conformidade com
estas regras ou de unidades militares ou instituições que não as tenham obedecido
anteriormente, fazendo-o por escrito e dentro do menor prazo possível.
266
CONCLUSÃO
O presente manual tem o objetivo de atualizar os conhecimentos dos
Bombeiros Militares cursados em Salvamento em Montanha. Visando informar os
mesmos sobre a correta utilização dos equipamentos, e das técnicas mostradas
neste módulo.
O treinamento constante e a especialização do BM são importantes para a
absorção do conteúdo didático exposto neste manual. E a correta aplicação dos
procedimentos técnicos utilizados nas operações de Salvamento em Montanha,
facilitará o trabalho do montanhista e proporcionará um melhor atendimento as
vítimas.
Hoje em dia a tecnologia propiciou um aprimoramento na fabricação dos
equipamentos deixando–os mais leves e mais resistentes. Mas apesar de toda
elevação da resistência dos mesmos, devemos manter a concentração nas
atividades em que estivermos empenhados, e utilizar o equipamento dentro das
suas condições de trabalho e segurança.
E nas operações que envolvam risco de vida, continuar zelando pela
segurança pessoal e a dos companheiros que estejam empenhados na mesma,
trabalhando sempre com “agilidade, perfeição e segurança” , e assim cumprir o
lema operacional do Salvamento em Montanha.
PARA FRENTE!!!
PARA O ALTO!!!
MONTANHA!!!
267
BIBLIOGRAFIA
1) Manual de Montanhismo do CBMERJ, ano de 1991;
2) Manual de Estágio Manual do Estágio Básico do Combatente de
Montanha e arquivos digitais dos Cursos Básico e Avançado de Montanhismo do
Exército Brasileiro;
3) Manual do Curso de Salvamento em Alturas do CBMERJ, 2ª edição
1996;
4) Guia de escaladas da Urca e de escalada e trilhas da Floresta da Tijuca;
5) Manual do Curso de Salvamento em Altura do Corpo de Bombeiros da
Polícia Militar do Estado de São Paulo;
6)Tom Papp, colaborador da Webventure;
7) Manual de montanhismo do Grupo Rapel e Cia;
8) Website da FEMERJ – Federação de Esportes de Montanha do Estado
do Rio de Janeiro, disponível em www.femerj.org.br;
9) Catálogos das empresas fabricantes de cordas Plasmódia, Roca, Beal
cordas, Cordoaria São Leopoldo, Casa das Cordas, Milet, e Cousin;
10) Manual de nós e voltas da Marinha do Brasil;
11) Livro Marinharia e Trabalhos em Cabos das Edições Marítimas;
12) Catálogos Kong Bonait, Camp, DMM, Black Diamond, Kailash, New
England, catálogo Petzl, Simond Chamonix, Black Diamond, Camp, Anthron,Snake,
Lucky, Kong e Trilhas e Rumos;
13) Informativo da Betary treinamento técnico, disponível em
www.betarytreinamento.com.br;
14) Website do Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil, disponível em
www.mte.gov.br;
15) Website cordas Plasmódia, disponível em www.plasmódia.com.br;
16) Website do Clube Paranaense de Montanhismo, disponível em
www.cpmorg.com.br/cpm/história-montanhismo-brasil;
17) Website com texto do escritor Átila Barros, disponível em www.
montanha.bio.br/site_atila_barros_off;
18) Manual de técnicas de escalada, Escale Melhor e com Mais
Segurança;
19) Website Trilhas e Aventuras, disponível em www.trilhas
eaventuras.com.br;
268
20) Website M.Arnaud, disposto em www.m.arnaud.com.br;
21) Website montanhas do rio, disposto em www.montanhasdorio.com.br;
22) Website do Parque Nacional de Itatiaia, disposto em
www.parquenacionaldoitatiaia.com.br;
23) Website mundo vertical, disposto em www.mundovertical.com;
24) Marski montanhismo e escalada, disposto em www.marsk.org/index;
25) Wickpédia a enciclopédia livre, disposto em http://wickpedia.org;
26) Website da Empresa Equinox, disponível em www.equinox.com.br;
27) DVD Terra de Gigantes;
28) Manual de Busca e Salvamento em Cobertura Vegetal de Risco do
Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo;
29) Website do Parque Nacional da Serra dos órgãos, disponível em
www.ibama.gov.br/parnaso;
30) Figuras Petzl disponíveis em www.petzl.com;
31) Website go outside, disponível em www. gooutside.terra.com.br
32) Website do Centro Excursionista Teresopolitano, disponível em
www.ceteresopolitano.org;
33) Revista Fator 2, nº 31 de maio de 2007;
34) Website sua pesquisa, disponível em www.suapesquisa.com;
35) Documentário a conquista do Everest;
36) Portal Alta Montanha, disponível em www.altamontanha.com;
37) Instruções práticas do CSAlt do CBMERJ / 1º GBS ano de 2002,
CSMont do CBMERJ / 1º GSFMA dos anos 2004, 2005, Instrução de atualização de
Montanhistas no 1º GSFMA/2007, além de intensos treinamentos específicos para a
atividade, troca de conhecimentos com profissionais do meio civil e militares de
Corporações co–irmãs e Forças Armadas, propiciaram a confecção deste manual.