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  • Lei de Introduo Parte Geral Obrigaes Teoria Geral dos Contratos Contratos em Espcie Responsabilidade Civil Direito das Coisas

    Direito de Famlia e Sucesses

    7 ediorevista, atualizada

    e ampliada

    De acordo com: Lei 13.058/2014 Guarda Compartilhada Lei 13.146/2015 Estatuto da Pessoa com Deficincia

    DIREITOCIVIL

    Cristiano Vieira Sobral Pinto

    Sistematizado

    Doutrina avanada Jurisprudncia atualizada Jornadas de Direito Civil Quadros sinticos

    Questes de Concursos Comentadas

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  • LEI DE INTRODUO S NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO

    1.1. ESTRUTURA DO DECRETO-LEI N. 4.657/42Estrutura da Lei de Introduo s normas do Direito Brasileiro:Arts. 1 e 2 Vigncia das NormasArt. 3 Obrigatoriedade das NormasArt. 4 Integrao da NormaArt. 5 Interpretao da NormaArt. 6 Aplicao da Norma no TempoArts. 7 a 19 Aplicao da Lei no Espao (Direito Internacional Privado)

    1.2. CONCEITO DA LEI DE INTRODUO S NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB)

    A Lei de Introduo s normas do Direito Brasileiro no se aplica apenas ao direito civil (esta lei tem um carter autnomo), possuindo um mbito muito maior. Em matria de aplicao de leis, por exemplo, suas normas se destinam no s ao Direito Privado, mas tambm ao Direito Pblico e ao Direito Interna-cional, na ausncia de qualquer outro preceito.1

    1.3. DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVOO direito objetivo aquilo que se chama na expresso latina como norma

    agendi, isto , uma norma de conduta. Trata-se de um complexo de normas que

    1 Trata-se a Lei de Introduo s normas do Direito Brasileiro (alterao do nome LINDB com fundamento na Lei n. 12.376/10) de um conjunto de normas sobre normas (Lex Legum).

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    regula as relaes juridicamente relevantes com fixao em abstrato, como o art. 186 do Cdigo Civil2 (ato ilcito subjetivo).

    Por outro lado, tem-se o direito subjetivo, chamado na expresso latina de facultas agendi. O mesmo surge da projeo do que estava em abstrato para o concreto; dizer, propalam-se no mundo concreto poderes de seu titular para exigir ou pretender de algum um comportamento especfico. No art. 186 do Cdigo Civil, por exemplo, existe uma norma que est em abstrato; mas, caso algum que seja imprudente cause danos a outrem, este ter direito de pleitear a indenizao devida.

    Direito subjetivo e direito objetivo so aspectos de um conceito nico, compreendendo a facultas e a norma; ou seja, os dois lados de um mesmo fenmeno, os dois ngulos de viso do jurdico. Um o aspecto individual; outro, o aspecto social.3

    1.4. FONTES DO DIREITOa) Lei (fonte primria): o direito brasileiro se submete ao sistema romano-

    -germnico, cuja diretriz fundamental a predisposio legislativa e posterior adequao do fato norma. As leis podem ser cogentes, ou seja, leis de ordem pblica, de carter obrigatrio. Podem ser tambm dispositivas: aquelas que deixam ao alvedrio das partes as suas respectivas condutas.

    Com o fenmeno da globalizao, a comunicao entre as civilizaes tornou mais fcil a interao entre os sistemas jurdicos. Nossa matriz romano--germnica tem sido influenciada pelas prticas do direito consuetudinrio que se baseia na vasta utilizao de precedentes judiciais para decidir novos casos. Tradicionalmente, o sistema romano-germnico utiliza-se de vasto manancial de decises jurisprudenciais que acabam sendo definidas pelos tribunais superiores. Esse direito sumulado traz segurana jurdica ao nosso sistema, embora as partes tenham baseado seus direitos na estrita letra legal. O modelo de precedente desse sistema diverge em parte, pois o Juiz do Common Law no se baseia necessria e exclusivamente em casos que chegaram s cortes superiores de seus pases. Os precedentes utilizados pelos juzes do Common Law podem se basear em outras decises semelhantes quelas de juzes de mesmo grau (ou hierarquia).

    No apenas no caso da utilizao dos precedentes que caracterizam essa interao de modelos, mas algumas prticas caractersticas do Common Law (direito consuetudinrio) passaram a ser adotadas pelo direito brasileiro. Entre algumas, podemos citar a regra que permite aos juzes dos Juizados Especiais julgarem as causas fora do critrio da estrita legalidade; a existncia de juzes leigos que podem conduzir a instruo e minutar sentenas; a prpria fixao de alimentos, que h muito feita com base na equidade, instituto que se coaduna

    2 Art. 186. Aquele que, por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilcito.

    3 PEREIRA, Caio Mrio da Silva. Instituies de direito civil, p. 14.

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    fortemente com a prtica do Common Law; poderes crescentes reconhecidos aos juzes de primeiro grau, com o aumento de exigncias para a propositura de recursos protelatrios, conferindo mais poderes ao Juiz que est mais prximo da comunidade que julga.4

    Da mesma forma, a premissa contrria tambm observada. Pases anglo--saxes (Inglaterra, Estados Unidos, Austrlia, Nova Zelndia etc.) passaram a ter uma expressiva criao de direito positivo, ou seja, seus parlamentos passaram a vislumbrar na criao da norma positiva uma parte representativa do ordenamento jurdico desses pases.

    b) Costumes (fontes secundrias): os costumes, por sua vez, so regras sociais que se incorporaram a uma comunidade. Variam de um local para o outro. Aquele que o alega deve provar que o costume existe. Em sntese, eles constituem uma norma criada, imposta pelo uso social.

    c) Jurisprudncia: constitui decises reiteradas em um determinado sentido. A maioria da doutrina entende que tal espcie no fonte formal do direito, pois julga o caso concreto.

    d) Doutrina: majoritrio o entendimento de que no fonte formal de direito.

    e) Princpios Gerais de Direito: a doutrina clssica entende que os mes-mos devem ser aplicados somente quando esgotadas as possibilidades de uso de analogia e dos costumes. Hoje, a doutrina moderna no enxerga dessa for-ma, mencionando que os princpios servem de base para toda a aplicao do ordenamento jurdico, ou seja, todo o sistema legal encontra fundamento nos princpios, os quais servem como vetores e acabam orientando a soluo de casos concretos. Os professores Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves Farias lembram que os princpios so sintetizados em trs axiomas: no lesar ningum (neminem laedere), dar a cada um o que seu (suum cuique tribuere) e viver honestamente (honeste vivere).5

    1.4.1. Existncia ou inexistncia de lacuna na leiAlguns entendem que existe lacuna na lei, a qual denominam formal, ine-

    xistindo, por outro lado, lacuna no direito, esta chamada de lacuna material.6-7 A doutrina citada se vale do mtodo de autointegrao do ordenamento jurdico.

    4 GRECO, Leonardo. Instituies de processo civil. 1. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2009. v. I, p. 5 e segs.

    5 ROSENVALD, Nelson; FARIAS, Cristiano Chaves. Parte geral. 7. ed. 3 tiragem. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009. p. 49.

    6 ZITELMAN. Las lagunas del derecho. Apud JACQUES, Paulino. Curso de introduo Cincia do Direito. p. 121-123. Disponvel em: .

    7 DONATI. Il problema della lacune dellordinamento giuridico. Apud GUSMO, Paulo Dou-rado. Introduo Cincia do Direito. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1960. p. 142-143.

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    A autointegrao consiste na integrao da norma feita por meio do prprio ordenamento jurdico, dentro dos limites da mesma fonte dominante, sem pre-cisar recorrer a outros ordenamentos e com o mnimo recurso a fontes diversas da dominante.8

    Outros autores9 admitem a tese da existncia de lacunas na lei no momento em que o operador do direito no supre essa necessidade no texto legislativo, faltando assim soluo ao caso concreto.

    Indaga-se ento: como se d o suplemento dessas lacunas? a) critrio cro-nolgico (norma posterior prevalece sobre a anterior); b) critrio da especialidade (norma especial prevalece sobre a geral);10 c) critrio hierrquico (norma superior prevalece sobre norma inferior).

    Nota!

    Observam-se a antinomia de 1 grau, ou seja, conflito que envolve um dos critrios acima, e, ainda, a antinomia de 2 grau, que envolve dois critrios daqueles acima expostos.

    Importante! Como visto, havendo conflito entre uma norma regra versus norma-regra, vamos nos valer dos chamados mtodos hermenuticos (critrios cronolgico, da espe-cialidade e hierrquico). Porm, possvel falarmos sobre Derrotabilidade (defesea-bility) ou Superabilidade da norma regra.

    8 BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento jurdico, p. 146-148. Disponvel em: .

    9 BRUNETTI. Sul valore del problema delle lacune. Apud GUSMO, Paulo Dourado. Intro-duo cincia do direito, p. 143; SERPA LOPES, Miguel Maria de. Curso de direito civil, p. 181. Disponvel em: .

    10 Recurso especial. Processual civil. Administrativo. Abate de animais. Indenizao. Pres-crio. Lei n. 569/1948, com a redao dada pela Lei n. 11.515/2007. Aplicao do princpio da especialidade.

    [...] 2. O acrdo recorrido est em consonncia com o entendimento do STJ, segundo o qual o prazo da prescrio para ajuizamento de ao indenizatria pelo sacrifcio de animais doentes ou destruio de coisas ou construes rurais, para salvaguardar a sade pblica ou por interesse da defesa sanitria animal, aquele estabelecido no art. 7 da Lei n. 569/1948, com a redao dada pela Lei n. 11.515/2007.

    3. A norma geral que disciplina a prescrio no Direito Administrativo art. 1 do Decreto 20.910/32 , relativa cobrana das dvidas Passivas da Unio, dos Estados e dos Municpios, e de todo e qualquer direito ou ao contra a Fazenda Federal, Estadual ou Municipal cede regncia ao art. 7 da Lei n. 569/48, norma especfica que regula a matria e de observncia obrigatria, na ao em comento, em razo do princpio da especialidade.

    4. Recurso especial a que se nega provimento (REsp n. 1343504/PR, rel. Ministro Og Fer-nandes, Segunda Turma, j. em 08.04.2014, DJe 02.05.2014).

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    Derrotabilidade se d quando as regras em situaes excepcionais, que no cum-pram o objetivo ou a finalidade constitucional, devem ser derrotadas, e, como con-sequncia, devem ser afastadas do caso concreto e no formar jurisprudncia. Um exemplo que podemos retirar da nossa jurisprudncia, apesar de no ser explcito, o REsp 799.431/MG. Vejamos:Administrativo. Processual civil. Violao ao art. 535, incisos I e II do Cdigo de Pro-cesso Civil no reconhecida. Dissdio jurisprudencial no demonstrado. Estgio probatrio. Reprovao. Arredondamento de percentual. Aplicao dos princpios da razoabilidade e proporcionalidade. Possibilidade.1. O acrdo hostilizado solucionou a quaestio juris de maneira clara e coerente, apresentando todas as razes que firmaram o seu convencimento.2. A demonstrao do dissdio jurisprudencial no se contenta com meras transcri-es de ementas, sendo absolutamente indispensvel o cotejo analtico de sorte a demonstrar a devida similitude ftica entre os julgados.3. Esta Corte Superior de Justia, bem como o Supremo Tribunal Federal, tm ad-mitido a possibilidade de o Poder Judicirio apreciar, excepcionalmente, a razoabi-lidade e a proporcionalidade do ato praticado pela Administrao.4. A exonerao est calcada na reprovao no estgio probatrio, porquanto no alcanado percentual mnimo de 80%, sendo o resultado efetivamente obtido de 79,55823%. A diferena de apenas 0,44177%, deveras nfima e, portanto, incapaz de justificar a exonerao de cargo pblico, o que justifica o arredondamento.5. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa extenso, provido (REsp 799.431/MG, rel. Min. Laurita Vaz, 5 Turma, j. em 16.04.2009, DJe, 05.04.2010).

    1.5. VIGNCIA DA LEIPode a lei em seu prprio texto trazer sua data de vigncia. Se a mesma

    no a mencionar, aplica-se a regra do art. 1 da Lei de Introduo s normas do Direito Brasileiro ou o seu 1 (45 dias em territrio nacional ou trs meses depois de oficialmente publicada, caso aceita no estrangeiro, ter sua admisso).11

    A lei passa por um processo antes de sua vigncia (elaborao, promulga-o12 e publicao). Aps tal processo, a lei passa a valer no trmino da vacatio legis (prazo razovel para se ter conhecimento da lei13).

    Elaborao Promulgao Publicao Vacatio Legis (aqui a lei existe, mas no pode ser aplicada) Vigncia.

    Durante o prazo da vacatio, a lei no tem obrigatoriedade e deve ser computada de acordo com o 1 do art. 8 da Lei Complementar n. 95/98.14

    11 Art. 1 Salvo disposio contrria, a lei comea a vigorar em todo o pas quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

    1 Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia trs meses depois de oficialmente publicada. O 1 do art. 1 da LINDB consta como revogado pelo Decreto-lei n. 333/1967.

    12 Momento que o Poder Executivo autentica a lei.13 Dormncia.14 Art. 8 A vigncia da lei ser indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo

    razovel para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a clusula entra em vigor

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  • 8 DIREITO CIVIL SISTEMATIZADO Cristiano Vieira Sobral Pinto

    Ocorrendo nova publicao de seu texto, mesmo para a correo de erros materiais ou at falhas de ortografia, o prazo para sua obrigatoriedade volta a fluir da nova publicao, salvo se a lei j estiver vigorando.15 Veja-se a questo do Ministrio Pblico do RJ:

    Ministrio Pblico do Estado do Rio de JaneiroProcuradoria-Geral de JustiaXXV concurso para ingresso na classe inicial da carreira do Ministrio PblicoProva escrita preliminar 20.01.2002O novo Cdigo Civil foi publicado em 11 de janeiro de 2002, entrando em vigor um ano aps a sua publicao. Se, durante o perodo da vacatio legis, forem feitas correes em normas do direito de famlia, publicadas em 1 de outubro de 2002, indaga-se: quando entraro em vigor:a) As normas alteradas?b) As normas relativas ao direito das obrigaes?

    RESPOSTA OBJETIVAMENTE JUSTIFICADA, segundo a legislao vigente, desnecessria a consulta ao novo Cdigo Civil.

    a) 1 de outubro de 2003, porque com a nova publicao ela se submete a uma nova vacatio. Se fosse correo de erros, somente por lei nova.

    b) Se no foram objeto de mudana, entraro em vigor em 11 de janeiro de 2003.

    Necessrio observar que as leis que estabelecem perodo de vacncia no podem ser contadas em meses ou anos; elas sempre sero contadas em nmeros de dias de sua publicao oficial. Importante colacionar o art. 8, 2, da Lei

    na data de sua publicao para as leis de pequena repercusso. 1 A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleam perodo de

    vacncia far-se- com a incluso da data da publicao e do ltimo dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente sua consumao integral.

    Ateno!!! O art. 132 do CC no apresenta conflito com o artigo descrito. Importante salientar que o artigo da lei civil se refere aos prazos de natureza obrigacional, enquanto o 1 do art. 8 da Lei Complementar n. 95/98 guarda referncia com o prazo de vacncia. Assim diz o art. 132 do CC: Salvo disposio legal ou convencional em contrrio, computam-se os prazos, excludo o dia do comeo, e includo o do vencimento.

    1 Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se- prorrogado o prazo at o seguinte dia til.

    2 Meado considera-se, em qualquer ms, o seu dcimo quinto dia. 3 Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual nmero do de incio, ou no ime-

    diato, se faltar exata correspondncia. 4 Os prazos fixados por hora contar-se-o de minuto a minuto.15 Art. 1, Lei de Introduo s normas do Direito Brasileiro. Salvo disposio contrria, a lei

    comea a vigorar em todo o pas quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. 4 As correes a texto de lei j em vigor consideram-se lei nova.

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    Complementar n. 95/98,16 imprescindvel para concursos, principalmente na fase objetiva.

    A lei nasce formalmente com sua promulgao, mas somente comea a vigorar depois de oficialmente publicada.

    Vale mencionar que os atos normativos administrativos (decretos, resolues e regulamentos) entram em vigor na data de sua publicao no rgo oficial da imprensa, conforme determinam o Decreto n. 572 de 1890 e o caput do art. 8 da Lei Complementar n. 95/98,17 pois se trata de lei de pequena repercusso, como podemos observar pelo julgado abaixo:

    Lei municipal. Publicidade. A Lei de Introduo s normas do Direito Brasileiro prescreve que, salvo disposio contrria, a lei comea a vigorar em todo o pas 45 (quarenta e cinco) dias depois de oficialmente publicada. Em se tratando de insti-tuio de regime jurdico nico de servidor pblico, criado por lei, revestindo-se de carter de ato administrativo, h disposio legal em contrrio. Ensina-nos Juarez de Oliveira, em nota LINDB, in Cdigo Civil. 49. ed. So Paulo: Saraiva, p. 01: com re-lao aos atos administrativos, admite-se a obrigatoriedade a partir da publicao, de acordo com o art. 5 do Decreto n. 572, de 12.07.1890, que, nesta parte, no se pode considerar revogado pelo Cdigo Civil (conforme RO, Vicente. O direito e a vida dos direitos, p. 378, nota). A lio do mestre Hely Lopes Meirelles, in Direito administrativo brasileiro. 20. ed. So Paulo: Malheiros, p. 86 e 88, de que: publici-dade a divulgao oficial do ato para conhecimento pblico e incio de seus efeitos externos; vale ainda como publicao oficial a afixao dos atos e Leis municipais na sede da prefeitura ou da cmara, onde no houver rgo oficial, em conformidade com o disposto na Lei orgnica do municpio (TRT 3 R., RO n. 2.664/99, rel. Juza Maria Lcia Cardoso de Magalhes, 1 Turma, DJMG, 21.01.2000, p. 10).

    Salvo melhor juzo, entende-se que o art. 1 da Lei de Introduo s nor-mas do Direito Brasileiro no foi revogado pelo art. 8 da Lei Complementar n. 95/98. A regra desse dispositivo tornou-se residual, sendo aplicada somente quando o legislador no houver estabelecido outro prazo e quando a lei for de grande repercusso, porquanto apenas as leis de pequena repercusso podem entrar em vigor na data de sua publicao.

    Nota!Conforme descrito abaixo, o 2 do art. 1 da Lei de Intro-duo s normas do Direito Brasileiro foi revogado. Art. 1, 2 A vigncia das leis, que os Governos Estaduais elaborem por autorizao do Governo Federal, depende da aprovao deste e comea no prazo que a legislao estadual fixar. (Revogado pela Lei n. 12.036, de 2009).

    16 Art. 8 [...] 2 As leis que estabeleam perodo de vacncia devero utilizar a clusula esta lei entra

    em vigor aps decorridos (o nmero de) dias de sua publicao oficial.17 Art. 8, caput. A vigncia da lei ser indicada de forma expressa e de modo a contemplar

    prazo razovel para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a clusula entra em vigor na data de sua publicao para as leis de pequena repercusso.

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  • 10 DIREITO CIVIL SISTEMATIZADO Cristiano Vieira Sobral Pinto

    1.6. EFICCIA DAS LEISUma vez em vigor, a lei se torna obrigatria em todo territrio nacional.

    Tal norma estipulada no art. 3 da Lei de Introduo s normas do Direito Brasileiro,18 e merece algumas crticas. notrio que no Brasil h uma gama muito vasta de leis; por isso, exigir das pessoas o conhecimento de todas as leis seria um verdadeiro absurdo; logo, tal norma merece um temperamento, uma mitigao. A edio infindvel de novas leis gera dificuldades at para o profissional do Direito, quanto mais para um leigo. por essa razo que tal matria foi prevista no art. 139, III, do Cdigo Civil.19 Uma questo que pode ser colocada em concurso diz respeito ao sentido jurdico da norma do art. 3 da Lei de Introduo s normas do Direito Brasileiro, o qual consiste na segurana jurdica.

    O que significa o princpio iura novit curia? Como se diz que ao juiz no dado desconhecer a lei, significa que em tese as partes podem apresentar ao magistrado para julgamento somente e exclusivamente fatos. As excees a esse princpio so: os direitos estrangeiro, estadual, municipal e consuetudinrio.

    Vejamos a jurisprudncia:

    Direito Processual Civil. Adoo de Novos Fundamentos no Julgamento de Apelao.No julgamento de apelao, a utilizao de novos fundamentos legais pelo tribunal para manter a sentena recorrida no viola o art. 515 do CPC.Isso porque o magistrado no est vinculado ao fundamento legal invocado pelas partes ou mesmo adotado pela instncia a quo, podendo qualificar juridicamen-te os fatos trazidos ao seu conhecimento, conforme o brocardo jurdico mihi factum, dabo tibi jus(d-me o fato, que te darei o direito) e o princpiojura novit curia (o juiz conhece o direito). Precedentes citados: AgRg no Ag 1.238.833-RS, Primeira Turma, DJe 7.10.2011 e REsp 1.136.107/ES, Segunda Turma, DJe 30.8.2010.REsp 1.352.497-DF, Rel. Min. Og Fernandes, j. em 04.02.2014 (ver In-formativo n. 535).

    A lei produz seus efeitos at que outra lei a revogue ou a modifique. Trata--se do princpio da continuidade das leis, esculpido no art. 2 da Lei de Intro-duo s normas do Direito Brasileiro e por essa razo diz-se que s lei tem condo de revogar lei. Exceo a esse tema a lei temporria (so exemplos: leis oramentrias, leis para o congelamento de preos etc.), ou seja, aquela que j traz em seu texto o prazo de sua vigncia, que, quando findo, a revoga automaticamente, sem necessidade de redao de uma nova lei.

    18 Art. 3 Ningum se escusa de cumprir a lei, alegando que no a conhece.19 Art. 139. O erro substancial quando: [...] III sendo de direito e no implicando recusa

    aplicao da lei, for o motivo nico ou principal do negcio jurdico.

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    Sobral Pinto-Direito Civil Sistematizado-7 ed.indb 29 18/02/2016 11:27:38

  • 30 DIREITO CIVIL SISTEMATIZADO Cristiano Vieira Sobral Pinto

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    31Cap. 1 LEI DE INTRODUO S NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO

    1.14 QUESTES COMENTADAS52

    1. (TRT 8 Regio 2014 TRT 8 Regio (PA e AP) Juiz do Trabalho) Analise as proposies a seguir e marque a nica alternativa que contempla as afirmaes COR-RETAS:

    I Salvo disposio contrria, a lei comea a vigorar em todo o pas trinta dias depois de ofi-cialmente publicada. Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia trs meses depois de oficialmente publicada. Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicao de seu texto, destinada a correo, o prazo de vigncia ser contado da nova publicao. As correes a texto de lei j em vigor consideram-se lei nova.

    II Segundo o ordenamento jurdico brasileiro, no obstante o disposto no art. 1 da Lei de In-troduo s Normas do Direito Brasileiro, admite-se prazo diverso para a vacatio legis, desde que a vigncia da lei seja indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razovel para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a clusula entra em vigor na data de sua publicao para as leis de pequena repercusso.

    III Em prol da segurana jurdica, as leis civis produzem seus efeitos a partir de sua vigncia. A irretroatividade , portanto, a regra, no silncio da lei, mas poder haver retroatividade, se expressa e no ofender direito adquirido, ato jurdico perfeito e coisa julgada.

    IV No que tange eficcia espacial das leis, no direito brasileiro prevalece a adoo do princpio da territorialidade moderada, admitindo-se tanto regras de territorialidade, como de extra-territorialidade. Contudo, mesmo para as hipteses legais de aplicao da extraterritorialida-de, as leis, atos e sentenas de outro pas, bem como quaisquer declaraes de vontade, no tero eficcia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pblica e os bons costumes.

    V No mbito do direito brasileiro, excludas as hipteses de vigncia temporria, a lei perma-nece em vigor at que outra a modifique ou revogue. Essa revogao pode ser expressa, quando a nova norma enuncia a revogao dos dispositivos anteriores, ou tcita, quando, embora no enunciando a revogao, a nova norma disciplina a matria de forma diversa e incompatvel. No que diz respeito abrangncia da revogao, diz-se que h derrogao quando a nova norma revoga totalmente a anterior, e ab-rogao quando a nova norma revoga apenas parcialmente a lei anterior.

    A) Esto corretas apenas as afirmaes II e IV. B) Todas as afirmaes esto corretas. C) Esto corretas apenas as afirmaes III e V. D) Esto corretas apenas as afirmaes I e III.

    E) Esto corretas apenas as afirmaes II, III e IV.

    Comentrios

    A questo tem por gabarito a assertiva de letra E. O item I est errado, de acordo com o art. 1 da LINDB, salvo disposio contrria, a lei comea a vigorar em todo o pas 45 dias depois de oficialmente publicada. O item II, est correto trazendo o disposto na LC n. 95/1998, em seu art. 8, caput. A afirmativa constante do item III est correta, e tem por fundamento a previso do art. 6 da LINDB, j que o direito brasileiro adotou por regra o princpio da irretroatividade das leis, todavia este poder ser relativizado, em carter excepcional, de acordo com jurisprudncia ptria (sobre a matria, consultar tpico referente ao direito intertemporal). O disposto no item IV tambm est correto, de

    52 Os gabaritos esto de acordo com os publicados pela banca.

    Sobral Pinto-Direito Civil Sistematizado-7 ed.indb 31 18/02/2016 11:27:38

  • 32 DIREITO CIVIL SISTEMATIZADO Cristiano Vieira Sobral Pinto

    acordo com o art. 17 da LINDB. E finalmente, o item V est errado, j que a revogao comporta duas modalidades: a ab-rogao que revogao total da norma anterior; e a derrogao, que apenas diz respeito a ineficcia de parte da norma anterior.

    2. (FCC 2014 MPE-PA Promotor de Justia) Considere as afirmaes abaixo, a res-peito do direito intertemporal em matria civil:

    I. A Lei de Introduo s Normas do Direito Brasileiro veda, textual e literalmente, o efeito re-troativo da lei.

    II. Os direitos sob condio suspensiva so considerados adquiridos.III. As expectativas de direito equiparam-se a direitos adquiridos quando constantes de contra-

    to escrito.IV. A lei nova possui efeito imediato, salvo quando alterar prazos de prescrio.Est correto o

    que se afirmaAPENASem A) II.

    B) II e IV.C) I e III.D) I, II e III.E) I, III e IV.

    Comentrios

    Somente o item II est correto e tem por base legal disposto no 2 do art. 6 da LINDB: Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou algum por le, possa exercer, como aqules cujo como do exerccio tenha trmo pr-fixo, ou condio pr-estabelecida inaltervel, a arbtrio de outrem. O gabarito a letra A.

    3. (UFPR 2014 DPE-PR Defensor Pblico) Acerca da Lei de Introduo s Normas do Direito Brasileiro, considere as seguintes afirmativas:

    1. Os princpios gerais de direito, estejam ou no positivados no sistema normativo, consti-tuem-se em regras estticas carecedoras de concreo e que tm como funo principal auxiliar o juiz no preenchimento de lacunas.

    2. De acordo com o ordenamento jurdico brasileiro, o efeito repristinatrio da lei revogadora de outra lei revogadora automtico e imediato sobre a velha norma abolida, prescindindo de declarao expressa de lei nova que a restabelea.

    3. A revogao de uma norma por outra posterior tem por espcies a ab-rogao e a derroga-o, e pode ser expressa ou tcita, sendo que, neste ltimo caso, obrigatrio conter, na lei nova, a expresso revogam-se as disposies em contrrio.

    4. A lei em vigor ter efeito imediato e geral, respeitados os atos jurdicos consumados, mesmo que invlidos.

    5. A cessao da eficcia de uma lei no corresponde data em que ocorre a promulgao ou publicao da lei que a revoga, mas sim data em que a lei revocatria se tornar obrigatria.

    Assinale a alternativa correta.A) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 so verdadeiras.B) Somente as afirmativas 2 e 5 so verdadeiras.

    C) Somente as afirmativas 1 e 5 so verdadeiras.

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