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SADC HOJE VOL. 16 NO. 1 Dezembro 2013

por Joseph Ngwawi

A CORTINA fecha-se em mais um anobastante dinâmico para a África Australem que a região marcou alguns grandessucessos no concernente a sua agenda deintegração regional e no tocante aconsolidação da estabilidade políticaindescritível.

Foi um ano em que a SADC iniciou oprocesso de reajustamento das suas metasde integração como parte dos esforços pararealinhar agenda de desenvolvimento daregião com a dinâmica global emergente.

Isto incluiu a revisão do seu plano dedesenvolvimento de 15 anos - o PlanoEstratégico Indicativo de DesenvolvimentoRegional (RISDP) - para garantir que asmetas sejam realistas e com uma gestãomais sustentável.

Um processo de revisão independentedo RISDP foi concluído ao longo do ano,tendo o relatório preliminar dos consultoresindependentes sido apresentado na 33ªCimeira Ordinária dos Chefes SADC deEstado e de Governo, realizada emLilongwe, no Malawi, em Agosto.

O processo de revisão está em curso edeverá ser concluído em 2014.

De acordo com a revisão intermédiaindependente feita até agora pelo Centrode Estudos e Desenvolvimento deNegócios do Zimbabwe, há necessidade derevisão da maioria das metas e protocolosda SADC para alinhá-los com os novos

2013Ano dinâmico para a África Austral

POLÍTICA 3

COMÉRCIO 4

INFRA-ESTRUCTURA 5

ENERGIA 6-7

MUDANÇAS CLIMÁTICAS 8-9

ÁGUA 10

TRÁFICO 11

COOPERAÇÃO 12

PAZ & SEGURANÇA 13

ELEIÇÕES 14

EVENTOS 15

HISTÓRIA HOJE 16

desafios e com as questões emergentes queafectam a integração regional.

Os Estados Membros da SADCassinaram 27 protocolos e uma série dedeclarações, cartas e memorandos deentendimento sobre diversos assuntos quevão desde o comércio, mineração efinanças e investimento, combate as drogasilícitas, até a silvicultura e recursos hídricospartilhados.

A maior parte dos 27 protocolos foramratificados e estão em vigor. Notou-se queeste processo não tem um roteiro parapermitir uma abordagem sistemática paraimplementação dos protocolos, tanto anível regional e nacional.

A maioria dos protocolos não temobrigações, mas princípios, o que dificultaa aplicação dos instrumentos. Nos casosem que as obrigações são claras, não sãomensuráveis, são irreais, inatingíveis e nãotêm prazos.

Outra área da agenda de integraçãoregional que requer atenção é relativa aosmecanismos de implementação ecoordenação, nomeadamente os ComitésNacionais não funcionais da SADC e aausência de uma plataforma deengajamento político entre o Secretariadoda SADC e os actores não estatais, comogrupos de reflexão regionais, o sectorprivado e as organizações não-governamentais.

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C O N T I N U A Ç Ã O D A P Ã G I N A 1

2013 Ano dinâmico para a África Australdesenvolvimento rural eaumentar a segurança alimentar.

O tema para o seu mandato é"Desenvolvimento Agrícola e daAgro-Indústria: chave para ocrescimento económico eerradicação da pobreza."

Outro marco importantealcançado durante o ano foi aconclusão da transição deliderança no Secretariado daSADC em Botswana, com umanova equipa, agora no local paraorientar a agenda de integraçãoregional.

A nova liderança doSecretariado da SADC échefiada pela SecretáriaExecutiva, Dra. Stergomena L.Tax, da República Unida daTanzânia, que será apoiada peloDr. Thembinkosi Mhlongo, daÁfrica do Sul, e Emilie AyazaMushobekwa, da RepúblicaDemocrática do Congo (RDC).

A Dra. Tax foi nomeada eempossada como secretáriaExecutiva durante a Cimeira, noMalawi, substituindo o Dr.Tomaz Augusto Salomão, deMoçambique, que cumpriu osseus dois mandatos máximos dequatro anos no cargo.

Antes da sua nomeaçãocomo secretária-executiva daSADC, ela era secretáriapermanente no Ministério deCooperação para os Estados daÁfrica Oriental na Tanzânia,desde 2008.

O Dr. Mhlongo foi nomeadonovo secretário executivo adjuntoresponsável pela integraçãoregional durante uma ReuniãoExtraordinária do Conselho deMinistros da SADC realizada nofinal de Outubro, em Lilongwe.

Ele substituiu o engenheiroangolano João Caholo cujomandato terminou em Outubro,depois de servir o Secretariado daSADC por oito anos, confirmeestipulado para aquele tipo deposição de liderança.

Outro grande evento do anofoi a Conferência de Investimentoem Infra-estrutura Regional daSADC realizada emMoçambique, em Junho.

A África Austral apresentouo seu plano de desenvolvimentode infra-estrutura avaliada em

biliões de dólares para ospotenciais financiadores.

Esses projectos estão contidosno Plano Director deDesenvolvimento Regional deInfra-estrutura - um projecto de15 anos que vai orientar aimplementação de projectos deinfra-estrutura transfronteiriçaentre 2013 e 2027.

No que diz respeito àsituação política na região, aÁfrica Austral testemunhoudesenvolvimentos positivos naRepública Democrática do Congo(RDC), Madagáscar e Zimbabwe.

Estes incluíram a assinaturade um acordo de paz entre ogoverno e os rebeldes da RDCque têm desencadeado umaguerra no leste do País desde2012.

A RDC mergulhou na crisepolítica no início do ano passadoquando os rebeldes anti-governamentais que se autodenominam Movimento 23 deMarço invadiram e capturaram acidade de Goma, causandodeslocamento de pessoas e aperda de vidas e bens.

O ano de 2013 testemunhou aconclusão bem sucedida dasnegociações políticas mediadaspela SADC no Zimbabwe.

Os zimbabweanos votarampara uma nova Constituição emum referendo realizado emMarço, um desenvolvimentohistórico que moldou o destinodo País.

A adopção da novaConstituição abriu o caminhopara a realização de eleiçõesharmonizadas no Zimbabwe,mais tarde realizadas em Julho,e foram consideradas pacíficas ecredíveis por uma missão deobservadores da SADCcomposta por 573 membros.

Após anos de mediação daSADC, o Madagáscar realizou aprimeira volta das eleiçõespresidenciais em Outubro quenão produziram um vencedor eabrindo espaço para umasegunda a 20 de Dezembro.

O ex-ministro da Saúde,Jean -Louis Robinson, eex-ministro das Finanças,Hery Rajaonarimampianina,obtiveram na primeira volta das

2 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2013

As conclusões da avaliaçãointermédia do RISDP foramapresentadas durante umseminário de validação,realizado em Joanesburgo,África do Sul, em Julho, ondeum roteiro foi acordado para aconclusão do processo derevisão.

O roteiro vai levar aapresentação final de um planorevisto à 34ª Cimeira da SADCque vai decorrer no Zimbabwe,em Agosto de 2014.

Um grupo de trabalho demúltiplas partes interessadas,incluindo representantes doSecretariado da SADC, osEstados e os actores não estatais,foi formado para implementaras recomendações da equipe deavaliação independente.

A Presidente do Malawi,Joyce Banda assumiu aPresidência rotativa da SADCsubstituindo o PresidenteArmando Guebuza, deMoçambique, durante a Cimeiraem Lilongwe.

Ela colocou a redução dapobreza como prioridademáxima do seu mandato,prometendo políticas eprogramas para melhorar ossectores agrícolas e odesenvolvimento rural.

Prometendo trazer a SADC"mais perto das pessoas", disseBanda, sublinhando que teriacomo alvo final o combate a"violência contemporânea,deliberada e selvagem dapobreza e dosubdesenvolvimento", durante opróximo ano.

"Para vencer essa guerra...devemos promover políticasinclusivas. Neste sentido, nãopodemos nos dar ao luxo dedeixar a juventude para trás. Nãopodemos nos dar ao luxo dedeixar as mulheres para trás. Nãopodemos nos dar ao luxo dedeixar os pobres a cuidar dospobres", disse Banda no seudiscurso de tomada de posse.

Ela prometeu pressionar porpolíticas agrícolas e programasinovadores, como serviços deextensão eficientes e insumos apreços acessíveis, que têm acapacidade de promover o

eleições presidenciais um totalde 21 e 16 por cento dos votos,respectivamente, mas nãoconseguiram conquistar votossuficientes para uma maioriaabsoluta.

O vencedor irá substituirAndry Rajoelina , ex-disc jockeyque derrubou o ex-presidente,Marc Ravalomanana, num golpede Estado apoiado pelosmilitares em 2009.

O ano de 2013 tambémtestemunhou a entrada em vigordo Protocolo da SADC sobreGénero e Desenvolvimento apósa ratificação, com os necessáriosdois terços dos Estados-Membros.

Os objectivos do Protocolosão fornecer a autonomia dasmulheres, eliminar adiscriminação e alcançar aigualdade e equidade de géneroatravés de legislação, políticas,programas e projectos sensíveisao género.

As metas incluem, entreoutras, a realização derepresentação de 50 por cento demulheres e homens na política ena tomada de decisão em 2015,em linha com a decisão daUnião Africana.

Com o fim do ano, a SADCpode agora o olhar para 2014como mais um anopotencialmente dramático porser o último ano que resta parafazer ganhos sociais eeconómicos antes do prazo parao alcance Objectivos deDesenvolvimento do Milénio daONU, em 2015. r

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SADC ESTÁ prestes a finalizar oprocesso de reajustamento dasua agenda de integração, deacordo com a dinâmica global evárias questões emergentes queinfluenciam a sua trajectória dedesenvolvimento.

A região está na fase final deum processo iniciado em 2011visando rever o Plano EstratégicoIndicativo de DesenvolvimentoRegional (RISDP), o seu plano dedesenvolvimento de 15 anos.

Na sequência de umarecomendação do Conselho deMinistros, o Secretariado daSADC estabeleceu um grupo detrabalho composto porrepresentantes do Secretariado,de todos os Estados-Membros edas principais partesinteressadas relevantes.

Espera-se que o grupo detrabalho de múltiplas partesinteressadas implemente asrecomendações de uma revisãoindependente do RISDP que foiconcluída este ano.

Especificamente, é necessárioque o grupo de trabalhoproponha novas prioridades,principais áreas de foco, metas,resultados e prazos para orestante período deimplementação do RISDP.

O grupo de trabalho iráconsiderar e recomendarquaisquer outras estratégias eestruturas de implementação quepodem melhorar aimplementação do RISDP esugerir nova política, estratégia einovações institucionais para operíodo pós 2018, após a

conclusão do plano dedesenvolvimento.

A equipe, deverá prepararum resumo das principaisrecomendações e prioridadespara a conclusão do RISDP eapresentá-los ao Conselho paradeliberação e aprovação emAgosto de 2014.

Espera-se que o grupo detrabalho inicie as suasactividades em Janeiro de 2014 econclua a sua missão até Junhodo mesmo ano.

A revisão do RISDP ocorreapós uma revisão semelhantede um outro projectoimportante da SADC, o PlanoIndicativo Estratégico do Órgãode Política, Defesa e Segurança,popularmente conhecido comoSIPO.

Lançada na República Unidada Tanzânia, em Novembro de2012, o SIPO revisto se destina aabordar alguns dos novosdesafios que a região enfrenta, naÁfrica e no mundo. Ele descreveas intervenções para a paz esegurança regionais abrangendocinco sectores - político, defesa,segurança do Estado, segurançapública e polícia.

As primeiras estratégias eactividades identificadas peloSIPO foram adoptadas em 2003para a implementação ao longode cinco anos. As discussõessobre a revisão do planoiniciaram em 2007.

A revisão do SIPO foinecessária em virtude dosdesafios decorrentes dageopolítica e dinâmica global,

Região prestes a concluir o processo de revisão da Política

Revista parceria SADC- ICP

P O L Í T I C A

SADC E os seus Parceiros deCooperação Internacional (ICP)efectuaram a revisão do seuacordo de 2006, que estabeleceo quadro para a sua cooperação.

A Declaração de Windhoeksobre uma nova parceria entre aSADC e os ICPs, assinado porambas as partes no capital daNamíbia, em Abril de 2006,recomendou, entre outros, aconcepção de um diálogo eficazentre as duas partes.

A Declaração apelou àcriação de grupos temáticoscomo uma plataforma para daratenção às prioridadesespecíficas na SADC numa basesectorial. Preve- se que osgrupos temáticos sejam umaoportunidade para reunirrecursos para a realização dasprincipais prioridades daSADC.

No entanto, uma revisão daDeclaração de Windhoekiniciada pela SADC e pela UniãoEuropeia em 2012 recomendou oreforço da plataforma de diálogoSADC- ICP para facilitar emelhorar mais o diálogoestratégico, ao agrupar asprioridades e interesses daSADC e dos ICPs .

A revisão recomendou quetodos os grupos temáticossectoriais da SADC devem tertermos claros de referência eplanos de acção.

A análise observou que,dado o número crescente de

Funções do grupo de trabalho de revisão do RISDP

AS PRINCIPAIS funções do grupo de trabalho são:• Rever as recomendações da avaliação preliminar e da revisão in-

termédia do RISDP;• Elaborar o "Relatório Final da Revisão do RISDP (2014-2018) " para

que será apresentada ao Conselho para obter mais orientações nasua reunião em Agosto de 2014;

• Consolidar as contribuições das reuniões dos sectores, consideraras prioridades para o restante período de vigência do RISDP e de-senvolver uma estratégia para a implementação do projecto dedesenvolvimento para o período de 2014 a 2018. r

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 3

iniciativas orientadas para osdiversos sectores, os grupostemáticos enfrentam desafios degarantir uma coordenaçãoeficaz e consolidação dosesforços dos ICPs no tocante aagenda comum.

Quatro temas principaisforam apontados como sendoparticularmente importantesna tomada de compromissosde parceria eficaz,designadamente:• Assegurar que a SADC tenha

propriedade e liderança deiniciativas financiadas pordoadores e que os ICPsalinhem melhor as suasintervenções nas estratégiasde médio prazo e planoscorporativos da SADC;

• Necessidade de fortalecer osvínculos entre as estratégiasregionais e dedesenvolvimento dosEstados membros e ummelhor alinhamento entre osesforços nacionais e regionaispara abordar as prioridades;

• Necessidade de reforçar aqualidade e asustentabilidade dasestruturas de diálogo entre aSADC e os seus ICPs; e

• As parcerias estratégicasSADC- ICPs devem integraroutras estruturas de diálogoentre os dois lados com baseem compromissos bilaterais econsenso e na posição globale continental. r

Lagos, em particular o conflito noleste da República Democráticado Congo.

O SIPO deve ser revisto acada cinco anos para asseguraruma resposta adequada aoambiente geopolítico mundial ea relevância dos objectivos,estratégias e actividades emdiversos sectores, bem comopara fortalecer os mecanismos demonitoria, recursos humanos eestruturas. r

mas também de mecanismos decoordenação inadequadas e faltade recursos humanos efinanceiros para aimplementação apropriada.

Entre os novos desafioscitados figuram a pirataria, asmudanças climáticas, tráfico deseres humanos, imigração ilegale recessão económica.

Os desafios específicos, alémde pobreza, são a deterioração dasituação na região dos Grandes

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4 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2013

progressos significativos naconcretização deste sonho de abriras suas fronteiras para literalmentemetade do continente, abrangendotoda a região Austral e Oriental deÁfrica - a desde Cabo a Cairo.

O Presidente do Grupo deTrabalho Tripartido, o Dr. RichardSezibera, indicou que asnegociações estão progredindo deacordo com o prazo acordado eque as consultas serão concluídasem breve, abrindo o caminho parao lançamento da ACL Tripartida.

"Um progresso considerável foifeito e as negociações seintensificaram para garantir que sechegue ao Acordo Tripartido decomércio livre até Junho de 2014,"disse Sezibera, que também é oSecretário-Geral da EAC,intervindo numa reuniãotripartida realizada em Novembroem Arusha, República Unida daTanzânia.

Os seus homólogos, Dra.Stergomena Tax, da SADC, e Dr.Sindiso Ngwenya, do COMESA,comprometeram-se a tornar asnegociações tripartidas numsucesso.

As negociações em cursoenvolvem o COMESA -EAC -SADC e estão sendo seguidosatentamente pela UA bem comooutras regiões querem aprendercom esta experiência.

A Visão de longa data da Áfricadesde 1963, na formação daOrganização da Unidade Africana(OUA), hoje União Africana, é teruma região unida e integrada.

Nos termos do Tratado daComunidade Económica Africano,assinado em 1991, a África temcomo objectivo estabelecer umaárea de comércio livre em todo ocontinente, e acordos comerciaisregionais, como a ACL Tripartidasão considerados como os blocosde construção.

Uma vez em funcionamento, aACL Tripartida vai se tornar umnovo marco para oaprofundamento da integraçãoregional e continental em África.De acordo com um roteiroadoptado em Junho de 2011, as

negociações para a ACLTripartida deverão decorrer emtrês fases - fase preparatória, faseum e fase dois.

Até à data, o Fórum deNegociação do ComércioTripartido (TTNF) concluiu a fasepreparatória que envolveu a trocade informações relevantes,incluindo as tarifas nacionaisaplicadas e dados de comércio emedidas.

A primeira fase, foi destinada aassegurar a adopção dos termos dereferência e as regras deprocedimento para oestabelecimento do TTNF. Esta faseteve início em Dezembro de 2011 edurou cerca de 12 meses.

As negociações tripartidasestão agora concluindo a primeirafase, que abrange questõescentrais relativas a ACL notocante a liberalização tarifária,regras de origem, procedimentosaduaneiros e simplificação dedocumentação aduaneira,procedimentos de trânsito,barreiras não-tarifárias, defesacomercial e outras barreirastécnicas ao comércio e resoluçãode conflitos.

A questão da facilitação dacirculação de homens de negóciosdentro da região está sendonegociada em paralelo com aprimeira fase.

A última fase de negociaçõesestá prevista para começar embreve e irá abranger o comércio deserviços e questões relacionadascom o comércio, tais como direitosde propriedade intelectual,política de concorrência edesenvolvimento do comércio e dacompetitividade.

De acordo com o roteiro, todasas negociações devem serconcluídas dentro de 36 meses. Apartir daí, o COMESA -EAC -SADC vão lançar uma ACLcomum em 2016, com base nosacordos de livre comércio que jáestão em vigor. O lançamento

final da ACL alargada irá resultarem três sub-regiões a fundirem-senuma grande ACL com oobjectivo de estabelecer umaúnica União Aduaneira, numfuturo próximo. r

Dra. Sindiso Ngwenya,Secretário Geral doCOMESA

Dra. Stergomena L. Tax,Secretária Executiva da

SADC

Dra Richard Sezibera,Secretário Geral daComunidade dosEstados da ÁfricaOriental

C O M É R C I O

ACL Tripartida: Um sonho prestesa se tornar realidadepor Kizito Sikuka

TRÊS COMUNIDADESeconómicas regionais de Áfricaesperam assinar em 2014 umacordo visando criar um mercadoalargado que abrange 26 Países daÁfrica Oriental e Austral.

A "Grande" ou Área Tripartidade Comércio Livre (ACL), comuma população combinada decerca de 600 milhões de pessoas eum Produto Interno Bruto de cercade um trilião de dólares norte-americanos, cobre metade dosEstados membros da UniãoAfricana e destina-se a aumentar ocomércio e investimento intra-regional bem como promover odesenvolvimento da infra-estrutura inter-regional.

A meta foi estabelecida háapenas cinco anos pelo MercadoComum da África Oriental eAustral (COMESA), Comunidadedos Estados da África Oriental(EAC) e SADC.

Desde a Cimeira históricaTripartida realizada em Outubrode 2008, em Kampala, Uganda, oCOMESA -EAC -SADC fizeram

A SADC estabeleceu metas paraa revisão e implementação dosprocedimentos de trânsitoregionais de mercadorias, bemcomo o estabelecimento de trocade dados e interligações entre asautoridades aduaneiras.

Os Estados-Membros devemcompletar a revisão eimplementação do Sistema deGestão de Trânsito da SADC emJulho de 2014.

O Sistema de Gestão deTrânsito foi desenvolvido pelaSADC como um instrumentopara harmonizar e padronizar osprocedimentos de mercadoriasem trânsito em toda a região paraimpulsionar o comércio intra-regional.

No entanto, devido a váriosdesafios, tais como a fraca infra-estrutura tecnológica, a maioriados países não estão usando osistema, daí a necessidade derevê-lo.

O estabelecimento de troca dedados e interligação entre asadministrações aduaneiras daSADC está previsto para serconcluída até Dezembro de 2014.

Isto, entre outras coisas, vaigarantir uma contabilidadeeficiente e eficaz de bens e receitas;vai facilitar a declaração de bens, aprodução de dados de comércioconfiável, e assegurar uma melhorgestão do risco e aplicação demedidas aduaneiras. r

SADC caminhapara a livrecirculação demercadorias

Procedimentos padronizados para a circulação de bens na região da SADC fomentam ocomércio intra-regional

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Cinco países da SADC revitalizam o Corredor da Beira

A ponte está sendo construídana confluência dos rios Zambezee Chobe, cerca de 65 km amontante de Victoria Falls.

O projeto, orçado em mais de160 milhões de dólares norte-americanos, compreende aprincipal ponte que mede cercade 750 metros e 2.980 metros deestrada de acesso.

A ponte será a única acomportar um posto fronteiriçode paragem única. A iniciativade posto fronteiriço de paragemúnica tem como objectivofacilitar o comércio e a rápida

circulação de bens e serviçosatravés das fronteiras.

Ao abrigo do sistema deposto fronteiriço de paragemúnica, os viajantes sãosubmetidos apenas uma vez ainspecção aduaneira para apassagem para outro País, emcontraste com a situação actualna qual os viajantes têm de serinspeccionados em ambos oslados da fronteira.

Este desenvolvimento éaguardado com enormeexpectativa porque resolver osproblemas de questões de

atrasos que muitas vezessocorrem na maioria dos postosfronteiriços, bem comopromover o bom fluxo de bensatravés da remoção dos"restritivos" procedimentosoperacionais nas fronteiras.

A SADC aprovou o projectoda Ponte de Kazungula, háalguns anos para facilitar ocomércio intra- regional. Noentanto, vários desafios têmimpedido o processo deimplementação.

Por exemplo, a construção daponte, inicialmente envolvia oZimbabwe por abarcar as águasterritoriais do País, mas um novolocal foi encontrado após amplasconsultas, a poucos metros amontante para a Namíbia.

Outros desafios incluíram arelocação da ponte rodoviária eferroviária a partir da secçãomais curta no Zimbabwe paramontante na Namíbia, e amobilização de financiamentopara um projecto de carizregional.

Uma vez concluída, a pontepoderá promover e apoiar odesenvolvimento económicoregional e aprofundar aintegração entre os Estados-Membros.

Ele irá reduzir os custos detransporte dos produtos básicos eterá impacto sobre outros sectoresda economia como o turismo.

Além disso, a ponte poderáreduzir a pressão sobre osistema de transporte da ÁfricaAustral.

Por exemplo, têm sidousados barcos para atravessar orio, causando atrasos onerosospara os transportadores factoque tem impacto negativo sobreo comércio regional.

A construção da ponte é emgrande parte financiada porparceiros como a Agência deCooperação Internacional doJapão e do Banco Africano deDesenvolvimento cooperando.No entanto, o Botswana eZâmbia são obrigados acontribuir com alguns fundospara a construção. r

CINCO PAÍSES da SADC estãoa intensificar esforços para revi-talizar o Corredor de Desen-volvimento da Beira, numatentativa de impulsionar ocomércio e aprofundar a inte-gração regional.

Inicialmente envolvendoMoçambique e Zimbabwe, oCorredor de Desenvolvimentoda Beira agora foi estendidopara incluir a RepúblicaDemocrática do Congo, Malawie Zâmbia para garantir que osbenefícios sejam partilhados portoda a região.

Como parte do projecto, serãodesenvolvidas infra-estrutura.Isso inclui a remodelação doPorto da Beira, bem como a con-strução e reparação de estradasnos cinco Países parceiros.

Um estudo de viabilidadepara o terminal de cargas do in-terior já foi concluído e obra estáprevista para começar em breve.Um estudo exploratório da linhaférrea de Sena / Machipanda,que liga Malawi e Moçambique,também foi finalizado.

O Zimbabwe planeia con-struir um novo oleoduto de Sa-vanna, em Moçambique, paraaumentar a capacidade do gaso-duto existente.

O novo gasoduto vai trans-portar cerca de 10 milhões delitros de combustível por dia,em comparação com o já exis-tente, que tem uma capacidadede carga de apenas 130 milhõesde litros por mês.

Há planos para a construçãode uma segunda ponte em Tete,

por Kizito Sikuka

A CONSTRUÇÃO da tãoesperada Ponte de Kazungula ,ligando o Botswana e a Zâmbia,sobre o rio Zambeze estáprevista para começar em Marçode 2014.

O Presidente do Botswana,Seretse Khama Ian Khama, disseno seu discurso do Estado daNação que a conclusão estáprevista para 2018.

A Ponte de Kazungula é umaimportante rota de transportepara a região da África Austral.

I N F R A - E S T R U C T U R A

em Moçambique. Um contratode concessão já foi assinadopara a construção da pontesobre o Zambeze, a jusante daactual Ponte Samora Machel,em Tete.

O contrato de concessãoprevê a construção de estradasde acesso. Por exemplo, a re-abilitação da estrada Mutare -Harare- Bulawayo - Plumtreeno Zimbabwe, está quase com-pleta.

Desenvolvimento do Corre-dor da Beira também irá incluira modernização da infra-estru-tura existente na fronteira deForbes, Posto Fronteiriço entreMoçambique e Zimbabwe. Umposto fronteiriço de paragemúnica também será construídona mesma região. r

Batelão usado para a travessia do Rio Zambeze entre o Botswana e a Zâmbia

Construção de Ponte de Kazungula inicia em 2014

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 5

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CONFRONTADA COM a difícil tarefa de eliminar uma lacuna defornecimento de electricidade que afecta a região desde 2007, aÁfrica Austral está a dar passos decisivos para garantir a auto-suficiência energética.

Várias iniciativas estão em implementação pelos EstadosMembros da SADC para assegurar que a meta regional de alcançara auto-suficiência em 2019 não seja perdida. A região enfrentaactualmente um défice de capacidade de mais de 7.000 Megawatts.

Nesta edição, a revista África Austral Hoje destaca algumasdessas iniciativas.

Assinado acordo para o Projecto daGrande Barragem de Inga

"Esta incrível acção doengenho humano, quandoconcluído, terá capacidadepara alimentar a África e defacto exportar electricidadepara além do continente."

Ele disse que a África doSul está extremamenteorgulhosa de trabalhar tãoestreitamente com a RDC narealização desse sonho.

"Isso representa um dosprojectos mais ambiciosos járealizados no continenteAfricano e uma iniciativa que serápor muito tempo um símboloretumbante da ascensão de África edo seu povo."

O projecto da Grande Barragemde Inga procurará aproveitar opotencial hidroeléctrico do rioCongo, um dos rios mais longos daÁfrica subsaariana.

"A primeira pedra" para aconstrução da central será lançadaem Outubro de 2015. A construçãodeverá ser feita em diversas fases.

Primeira fase envolverá aconstrução de componenteprimária da central designadaInga III inferior, que terá umacapacidade de 1.800 MW e nãonecessitará de represamento dorio Congo.

fase seguinte – designada IngaIII superior - irá adicionar umadicional de 3.000 MW e envolvea construção da Grande Barragemde Inga.

Outras cinco hidroeléctricasdeverão ser construídas na mesmabarragem, acabando por aumentara sua capacidade cumulativa paracerca de 40.000 MW.

Quando concluído, a GrandeBarragem de Inga poderásuperar o projecto hidroeléctricode Três Gargantas da Chinaconsiderado como o maiorprojecto hidroeléctrico domundo.

O financiamento para oprojecto da Grande Barragem de

Inga é proveniente de uma sériede investidores que incluem oBanco Africano deDesenvolvimento, BancoMundial, Agência Francesa deDesenvolvimento, o BancoEuropeu de Investimento e oBanco de Desenvolvimento daÁfrica Austral. r

A ÁFRICA DO SUL foi encarregue de defendera iniciativa da Autonomia e Educação deEnergia Limpa da SADC (C -3E), que visacapacitar as mulheres a contribuir para osprocessos de tomada de decisões que envolvema absorção de produtos de energia renovável etecnologias.

A Iniciativa da SADC C -3E faz parte de umaacção global lançada no primeiro EncontroMinisterial de Energia Limpa realizado emWashington DC, Estados Unidos, em Julho de 2010.

O evento reuniu ministros de 20 Países e criou um fórum paracapacitar as mulheres a contribuir para a energia limpa e participaractivamente na revolução de energia limpa.

África do Sul foi escolhida para liderar a iniciativa em África e játem um programa C -3E activo em curso.

Ministros responsáveis pela Energia e Desenvolvimento de Energiana SADC adoptaram a iniciativa C -3E na sua reunião realizada noLesotho no início deste ano como um dos projectos mais emblemáticos

SADC abraça iniciativa C-3E

6 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2013

A ÁFRICA DO SUL e daRepública Democrática do Congoassinaram um tratadofundamental para o projectohidroeléctrico da GrandeBarragem de Inga.

Isto agora abre o caminho paraa construção da tão aguardadacentral hidroeléctrica que deveráiniciar em Outubro de 2015.

O projecto Inga tem acapacidade de produzir mais de 40mil Megawatts (MW) deelectricidade, o suficiente paraatender a maior parte dasnecessidades de energia de toda aregião da SADC.

A RDC e África do Sul estão aimplementar o projecto de energiaem conjunto com outros parceirosde cooperação.

Inicialmente, previa-se queconstrução da central hidroeléctricaenvolveria outros três países daSADC - Angola, Botswana eNamíbia – numa iniciativa entãoconhecida por Projecto do CorredorOcidental de Energia (WESTCOR).

No entanto, devido a váriosdesafios, o projecto WESTCOR nãose materializou.

Falando durante a cerimónia deassinatura do acordo, em Outubro,o Presidente Sul-Africano, JacobZuma, disse que o acordo foi umpasso importante para a realizaçãodo sonho há muito acalentado dospovos da África Austral.

"Devo transmitir como estouparticularmente satisfeito eentusiasmado com o progressoque ocorre para a realização doProjecto Hidroeléctrico da GrandeBarragem de Inga", disse.

O projecto da hidroeléctrica de Inga vai satisfazer as necessidades de energia naregião da SADC

Fórum capacita as mpara Energia Limpa

Caminhando para o equilíbrio entre a oferta e procura regional de elect

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A ASSOCIAÇÃO regional deReguladores de Electricidade daÁfrica Austral (RERA) está noprocesso de desenvolvimento deum quadro de mini redes paramelhorar o acesso à energiaeléctrica na região.

O Presidente da RERA,Phindile Baleni, disse numarecente reunião do GrupoTemático de Energia da SADCrealizada no Botswana que aassistência técnica para odesenvolvimento do quadrocomeçou em Janeiro deste ano eestava prevista para terminar emDezembro.

A região da SADC enfrentagrandes desafios para alcançar amelhoria do acesso a serviçosenergéticos modernos.

Estudos mostram que o acessoglobal do agregado familiar àelectricidade na regiãopermanece persistentementebaixo – uma cifra tão baixoestimada em 14 por cento emalguns Estados-Membros. Ocenário mais crítico indica que ataxa de electrificação para asfamílias rurais é tão baixosituando-se entre 3-4 por centoem vários países.

Está quase claro que aextensão da rede por si só não

será suficiente para atender anecessidade de electrificação.

O Desenvolvimento de miniredes deverá desempenhar umpapel significativo na melhoriado acesso à energia na região. Istoexigirá o desenvolvimento depolíticas de apoio e quadrosinstitucionais e regulamentares.

A RERA com o apoio doSecretariado da SADC tem vindoa trabalhar com o Programa deCooperação de EnergiaRenovável África-UE (RECP)para desenvolver as condições deenquadramento de apoio paramini redes empregandoprodução de energia renovável ehíbrida na África Austral.

O objectivo do projecto éincentivar o desenvolvimento depolíticas de apoio para melhoraras condições de enquadramentopara mini redes com base emsistemas renováveis ou híbridosentre os membros da SADC.

Tais políticas irão facilitar oinvestimento por agentespúblicos e privados em miniredes na região da SADC.

A fase piloto daimplementação do quadro vaidecorrer na Namíbia eZimbabwe. r

e confiaram a África do Sul para defender oprograma na região.

O objectivo da iniciativa C -3E é interligar einspirar as mulheres a participar activamente narevolução de energia limpa e contribuir para acriação de novas tecnologias.

É importante ressaltar que a iniciativa prevêeliminar a lacuna de género no sector daeducação, promovendo o estudo da ciência,tecnologia, engenharia e matemática para

mulheres e raparigas.Prevê-se que o programa C -3E permitiria às mulheres evoluírem

em técnicas de poupança de energia, ensinando os seus familiarespara adoptar medidas que economizam o consumo de electricidade.

Algumas das actividades que já estão sendo perseguidos na Áfricado Sul para inspirar as mulheres a participar do programa incluem ainterligação das mulheres jovens com seus pares mentores e modelosna área de energias renováveis, bem como atribuição de bolsas ouestágios para estudos relacionados a energia limpa. r

Quadro para mini redes de energia na forja

Finalizado acordoZiZaBoNa

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 7

UMA COMISSÃO deadvogados do Zimbabwe,Zâmbia, Botswana e Namíbiaacordaram a forma dereestruturação para a interligaçãode transmissão de energialigando os quatro países daÁfrica Austral.

O Comité de Advogados doZiZaBoNa reuniu-se em Setembro,em Windhoek, Namíbia parafinalizar o Acordo de Accionistas.Segundo o acordo, os respectivosserviços públicos de energia dosquatro países terão participaçõesiguais e deverão financiar partedo projeto que cair dentro desuas fronteiras nacionais.

A capacidade inicial dainterligação de transmissão seráde 300 Megawatts (MW), que maistarde vai subir para 600 MW.

O projecto será implementadoem duas fases. A primeira fase iráabranger a construção de umalinha de 120 km de 330 quilovoltsda Central Eléctrica de Hwangeaté Victoria Falls, onde umacentral de comutação seráconstruída no lado doZimbabwe. A linha vai estender-se a uma subestação emLivingstone, na Zâmbia.

A segunda fase envolverá aconstrução de uma linha de330kV, com 300 km, deLivingstone a Katima Mulilo, naNamíbia, através Pandamateng,no Botswana.

Para a interligação entre oZimbabwe e a Zâmbia seráconstruída como uma linha dealta tensão com uma capacidadede transmissão de 430kV. Noentanto, ela irá operar como umalinha de 330kV durante aprimeira fase. r

mulheres a contribuir

Mini redes desempenham um papel importante na melhoria do acesso a energia

ricidade até 2019

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A OMM, que tem a tarefa de recolha de dadosmeteorológicos globais, disse na sua declaração anualsobre o estado do clima global de 2013, que na terra eno mar a temperatura média da superfície global esteano foi de 0.48° C superior à média de 1961-1990.

Os primeiros nove meses deste ano foram tãoquente como 2003 e mais quentes do que 2011 e 2012.Os dois anos mais quentes registados até hoje foram1998 e 2010.

"Todos os anos têm sido mais quentes, desde 1998, eeste ano mais uma vez o cenário continua subjacente, eé uma tendência de longo prazo ", disse o Secretário-Geral da OMM." Os anos mais frios são mais quentesdo que os anos mais quentes antes de 1998."

A OMM também observou que os níveis globaisdo mar atingiram um nível recorde e têm vindo aaumentar de 3,2 milímetros por ano desde que ossatélites começaram a gravar esses dados em 1993.O Gelo do mar Árctico se recuperou de sua baixacobertura recorde de 2012, mas 2013 ainda está listadoentre os anos em que o gelo global do mar encontra-se nos níveis mais baixos.

O Monte Kilimanjaro, no norte da República Unidada Tanzânia, muitas vezes considerado comobarómetro da mudança climática em África, perdeuquase toda a sua cobertura famosa de neve,impactando severamente no seu ecossistema e dacomunidade agrícola circundante que confia na suafrescura e água abundante.

A área total coberta pela neve no MonteKilimanjaro diminuiu seis vezes de 12 quilómetrosquadrados, em 1900, para dois quilómetrosquadrados, no ano 2000.

Evidências das mudanças climáticas são nitidamentevisíveis no desaparecimento de glaciares em montanhasperto do equador no leste da África, onde os glaciaressão encontrados em duas outras montanhas, além deKilimanjaro - as montanhas Rwenzori, no oeste deUganda, e Monte Quénia , no Quénia.

Mais de 50 por cento destes glaciaresdesapareceram, enquanto os maiores glaciares,particularmente no Kilimanjaro, foram fragmentados.

A redução antecipada de cinco por cento em chuvas,por causa das mudanças climáticas, afectará as pessoase todas as formas de vida selvagem, incluindo plantase animais, de acordo com o último Relatório doAmbiente divulgado pela SADC e parceiros.

O Estado do Ambiente na África Austral (SAEO)diz que os impactos das mudanças climáticas já sãoevidentes e incluem mudanças na disponibilidade deágua, insegurança alimentar, aumento do nível domar e derretimento da cobertura de neve.

por Egline Tauya and Neto Nengomasha

NOVOS RELATÓRIOS globais sobreMudanças Climáticas confirmaram que oplaneta está rapidamente a ficar maisquente devido às actividades humanas, masos negociadores do clima têm sidocriticados por mostrar pouca urgência.

Não houve muito progresso nasnegociações climáticas da ONU, realizadas

recentemente em Varsóvia, Polónia, visando anegociação de um acordo vinculativo sobreMudanças Climáticas no âmbito da ConvençãoQuadro das Nações Unidas sobre MudançasClimáticas (UNFCCC).

Embora as negociações no início de Novembrotivesse terminado com um roteiro para a criação deum novo tratado global até 2015, havia pouco ooptimismo de que isso levaria a uma verdadeiramudança na dinâmica uma vez que os principaisPaíses que continuam a emitir os chamados "gasesde efeito estufa" na atmosfera mostram pouca

inclinação para mudar sua acção.Pelo contrário, eles estão oferecendo

dinheiro para "mitigar" o impacto nosPaíses em desenvolvimento do Sul, quecarregam o impacto apesar de contribuírempouco para o problema.Acordos globais não visam abordar ascausas das mudanças climáticas, masasseguram pacotes financeiros para ajudaros países em desenvolvimento a se"adaptarem" às mudanças.

A linguagem de "intenções" é usada, emvez de compromissos, e a agência de

notícias Reuters da noticiou a partir daPolónia que, enquanto quase 200 Paísesmantiveram as esperanças vivas para um acordoglobal em 2015, depois de superar as disputas emcortes de emissões de gases de efeito estufa eajuda para as nações mais pobres, a reunião foi"amplamente criticada pela falta de urgência".

Enquanto isso, organizações globais e regionaislançaram relatórios dizendo que o mundo estáficando mais quente, os níveis do mar estãosubindo e há fortes evidências de que não sãofenómenos que ocorrem naturalmente.

A Organização Meteorológica Mundial(OMM), diz que 2013 foi um dos anos mais

quentes já registados e que é "praticamente certo" queos seres humanos estão impulsionando as mudançaspotencialmente devastadoras.

M U D A N Ç A S C L I M Á T I C A S

8 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2013

Planeta está cada vez mais qlentidão nas negociações cl

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Os cientistas estão mais confiantes doque nunca de que os humanos estãocausando isso, e outras fontes salientam queas grandes corporações são os principaisresponsáveis, através da queima decombustíveis fósseis no norte industrial.

No entanto, após 13 dias de intensasnegociações, a conferência de Varsóviaproduziu um resultado moderado que nãoresponde às preocupações imediatas dospaíses em desenvolvimento.

A conferência concordou numa estrutura multi-bilionária para combater o desmatamento, e umincipiente Fundo Climático Verde foi projectadopara canalizar financiamento para este fim.

Enquanto a maioria das causas das mudançasclimáticas pode estar longe do ponto de impacto,o desmatamento, que é alto na África Austral, temum impacto importante sobre o dióxido decarbono na atmosfera.

A conferência UNFCCC, conhecida como a19ª Conferência das Partes (COP 19), concordouem criar "um caminho" para os governostrabalharem num projecto de texto de umnovo acordo climático global, que seráapresentado na COP 20 no Peru, em 2014,descrito como um " passo essencial " numasequência aparentemente interminável depalestras sobre as negociações sobre oclima global.

Este processo está previsto para serconcluído até o momento em que oslíderes mundiais se reunirem novamentepara negociações sobre mudançasclimáticas na COP 21, em Paris, França, em2015, e poder ser aplicada em 2020.

No entanto, vários factores devem influenciaro progresso em direcção ao novo tratadoclimático global proposto.

Os Países desenvolvidos prometeram, em2009, aumentar a ajuda aos países emdesenvolvimento, visando lidar com asmudanças climáticas, na ordem dos 100 biliões dedólares norte-americanos por ano a partir de2020, sendo 10 biliões por ano para 2010-12. Masem Varsóvia foram rejeitados os apelos paradefinir metas para 2013-19.Um projecto de texto apenas exortou as naçõesdesenvolvidas para definir "níveis crescentes " deajuda, que será revisto a cada dois anos.

A ONU pretende organizar uma Cimeira sobreo Clima em Nova York no final de 2014. sardc.net r

O documento diz que as mudanças climáticas,incluindo o aquecimento global, está bemencaminhado, com as temperaturas médias na regiãotendo subido em mais de 0.5° C ao longo do séculopassado, e a década de 1990 é considerada a maisquente e seca de sempre. Além disso, a frequência e agravidade das secas e inundações têm aumentado.

Com nove dos 15 Estados-Membros SADCdetendo um total de mais de 15.000 km de costa, aregião será severamente afectada pelo aumento donível do mar, estimado para atingir 15-95 cm até 2100.

Embora grande parte do aumento do nível do marserá devido ao derretimento da cobertura de gelo naGroenlândia, os glaciares de montanha ao redor domundo também continuam a derreter.

O SAEO projecta que o rendimento das culturasvai diminuir até 10-20 por cento em algumas partesda África Austral uma vez que a região está a tornar-se mais árida, e prevê a disseminação dos mosquitosfêmea Anopheles portadores de malária a partes daNamíbia e África do Sul onde antes nunca foiencontrado.

Está previsto a ocorrência de ciclones cada vezmais violentas nas ilhas e nos Estados costeiros,especialmente no Canal de Moçambique. O relatórioadverte que não é possível prever com qualquer graude certeza o momento exacto, a magnitude e anatureza das mudanças climáticas esperadas porcausa do aquecimento global.

Um conjunto de respostas adaptativas varia deaspectos puramente tecnológico, como gestão dedefesas costeiras e práticas agrícolas modificadas, àaspectos política incluindo a regulação das emissõesde gases de efeito estufa.

Sistemas de conhecimento indígenas desempenhamum papel fundamental na abordagem destas mudançasa nível da comunidade, uma vez que estes sistemas têmsido usados durante séculos para prever o tempo e paraproteger a água, terra, florestas, animais e aves daexploração excessiva.

O tema da actualidade da mudança climática comoabordado no relatório é estratégico para orientar odebate e as políticas sobre esse fenómeno mundial naÁfrica Austral.

Os impactos das mudanças climáticas já sãocomuns na região, que vão desde social económicae ambiental. A gama de malária está se expandindo,enquanto o habitat para a vida selvagem estámudando e o acesso à água para uso doméstico,industrial e agrícola está se tornando umdesafio devido ao excesso de extracção de águasubterrânea.

M U D A N Ç A S C L I M Á T I C A S

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 9

quente, mas háimáticas da ONU

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10 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2013

ter destacam-se questõesfundamentais que afectam maisde 40 milhões de pessoas quevivem na bacia do rio,principalmente questõesrelacionadas as mudançasclimáticas eadaptação.

Um dosdestaques dareuniãoinaugural foi oanúncio feito pelaZâmbia, o únicoPaís que aindanão assinou o

O Conselho de Ministros é oórgão de decisão, enquanto aZAMTEC é um comité deassessoria técnica.

A Secretaria (ZAMSEC),dirigida por um SecretárioExecutivo, é responsável pelagestão global, apoiada por umaUnidade de Implementação deProjectos e Grupos de trabalhotemáticos.

O Conselho da ZAMCOM éo mais importante dos órgãossociais da Comissão. As tarefasdo Conselho incluem a adopçãode políticas e decisões,fornecendo orientação,aprovação, supervisão eimplementação de planos,programas e projectos daComissão.

O Conselho é responsávelpela aprovação dos orçamentosanuais e das contas daZAMCOM, bem comodeterminar a contribuição anualde cada Estado-Membro para oorçamento.

A reunião inaugural doConselho elegeu Angola paraservir como o primeiropresidente, tendo o Botswanacomo vice -presidente até apróxima sessão ordinária anualem 2014.

Em declarações de aceitação,o ministro da Energia e Águasde Angola, João Baptista Borges,disse que entre as muitasdecisões que o Conselho deverá

por Admire Ndhlovu

A COMISSÃO da Bacia doZambeze (ZAMCOM) estaráplenamente operacional em2014 após a conclusão de todosos níveis da estrutura.

O Conselho de Ministros, otão aguardado órgão político daZAMCOM, foi constituído em2013 permitindo, assim, asoperações efectivas da comissãopermanente.

A ZAMCOM é umaorganização da baciahidrográfica estabelecida pelosPaíses que partilham a bacia dorio Zambeze "para promover autilização equitativa esustentável dos recursos hídricosdo Zambeze, bem como a gestãoeficiente e desenvolvimentosustentável dos mesmos",conforme estipulado no acordoda ZAMCOM de 2004 e emconformidade com o Protocolorevisto da SADC sobre osRecursos Hídricos Partilhados de2000.

A Bacia do Rio Zambezeabrange parte de oito Estados-membros da SADC - Angola,Botswana, Namíbia, Malawi,Moçambique, República Unidada Tanzânia, Zâmbia eZimbabwe.

A ZAMCOM é regida portrês órgãos - o Conselho deMinistros, o ZAMTEC e oSecretariado.

Acordo ZAMCOM, de que estápronta para aderir aoacordo. O Governo do Malawiestá também considerando apossibilidade de aderir àconvenção. O Zambeze r

Á G U A

A SEDE permanente da Comissão da Bacia doZambeze, a ser estabelecida em Janeiro de 2014,será albergada pelo Governo do Zimbabwe nacapital, Harare.

Isto segue a recomendação do comité deassessoria técnica, aprovada pelo Conselho deMinistros, para aceitar a oferta do Zimbabwepara acolher a sede da ZAMCOM.

A Secretaria provisória da ZAMCOMfunciona em Gaberone, Botswana, desde a suacriação em 2011. Os principais objectivos doSecretariado provisório, estabelecido em Maiode 2011, foram estimular a operacionalizaçãodo acordo da ZAMCOM bem como para

do Sul, em Julho de 2013,proporcionou uma plataformapara jovens investigadores eprofissionais no sector da águadebater questões fundamentaissobre a gestão de recursoshídricos.

Isto foi seguido por umaconferência da Parceria Global daÁgua organizado pela Equipe deAcção da Juventude Água doBotswana, que visa buscar acontribuição dos jovens epreparar uma Estratégia de Águada Jovens pós 2014, com planosde implementação e mecanismosclaros.

O Conselho MinistrosAfricanos sobre a Água(AMCOW) reconheceu ajuventude como um grupochave das partes interessadasdurante sua 6 ª Sessão Ordinária,em Brazzaville, Congo, em Maiode 2007 e declarou que "incluitodos os interessados, emespecial as mulheres, jovens eparlamentares na tomada dedecisões a nível local em levaradiante acções de AMCOW."

A Estratégia de Água daJuventude deverá ser apresentadaem breve para definir umaagenda pós -2015 que vai sucederaspectos relacionados com osObjectivos de Desenvolvimentodo Milénio (ODM). r

OS DESAFIOS emergentes ecomplexos de gerir os recursos doZambeze e outras baciashidrográficas na África Australexigem soluções inovadoras e osjovens têm um papelfundamental a desempenhar,como futuros guardiões dosrecursos.

Durante o passado, os jovensparticiparam em conferências anível nacional e regional, ereforçaram as competências degestão da água da bacia.

A 3ª Conferência Regional dosJovens Profissionais de Água daÁfrica Austral, realizada na África

Juventude desempenha um papelfundamental na gestão sustentável daágua

Zimbabwe alberga sede da ZAMCOMapoiar a criação de órgãos necessários daComissão, que incluem o secretariadopermanente.

A Secretaria ZAMCOM será dirigida por umSecretário Executivo que é responsável pelaadministração do dia-a-dia da comissão,incluindo a facilitação, coordenação e execuçãodas actividades conforme aprovado peloConselho. O Secretário Executivo deveapresentar anualmente ao ZAMTEC asactividades, programas e projectos planeados,iniciadas ou implementadas, e também deveapresentar anualmente relatórios aoSecretariado da SADC r

Comissão do Zambeze estará totalmenteoperacional em 2014

Estrutura de Direcção da ZAMCOM

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 11

exploração sexual, ao trabalhoforçado, a escravidão ou aremoção de órgãos do corpo.

O modus operandi utilizadopelos sindicatos inclui falsosanúncios em jornais paraempregos nas cidades ou emoutros Países.

Em outros casos, as criançassão raptadas ou vendidas paratrabalhar em fábricas,plantações ou lojas, os homensjovens são forçados a trabalharnos mercados de trabalho, taiscomo agricultura e têxtil parapouca ou nenhumaremuneração, e os bebés oucrianças muito jovens sãoroubados ou comprou paraadopção ilegal.

Representantes de 12 EstadosMembros da SADC reuniram-seem Joanesburgo, África do Sul,em Dezembro para fazer umbalanço do desafio TIP edesenvolver estratégias paraacabar com o tráfico.

A chefe da Unidade deGénero da SADC, MadalenaMathiba – Madibela, disse queesta "já não é apenas umaquestão de segurança, mas umaquestão de direitos humanos queestá a afectar a nossa sociedade ",e apelou aos Países da ÁfricaAustral para "quebrar o silêncio".

Várias iniciativas foramintroduzidas pelos EstadosMembros da SADC, incluindo aelaboração de uma legislaçãopara coibir o vício.

Oito dos 15 Estados-Membros têm legislaçõesespecíficas que abordam aquestão do tráfico humano.Estes são Lesotho, Madagáscar,Maurícias, Moçambique,África do Sul, Sswazilândia,República Unida da Tanzânia eZâmbia.

Moçambique tem sido umdos campeões nesta área,decretando uma nova leiabrangente contra o tráfico

humano, que prescreve penasde 16-20 anos de prisão para oscondenados.

Cinco outros países têmprojectos de lei em váriosestágios de desenvolvimento -Botswana, Malawi, Namíbia,Seychelles e Zimbabwe.

Juntamente com Angola e aRepública Democrática doCongo (RDC), estes cincoactualmente usam várias peçasde legislação para enfrentar otráfico de pessoas.

Apesar desta evoluçãopositiva, a região ainda enfrentauma série de desafios a esterespeito, incluindo a naturezaevolutiva das tácticas usadaspelos traficantes e a ausência dedados precisos.

Para abordar a questão dosdados esparsos e poucoconfiáveis, o Secretariado daSADC está a se preparar paracontratar um consultor pararealizar pesquisas sobre aextensão do problema.

Representantes dos EstadosMembros partilharam ideias eapresentaram planos de acçãonacionais para o período de2014-2017, durante aConferência Regional da SADCde Troca de Informação emJoanesburgo, realizada sob umprograma regional apoiado pelaUnião Europeia.

Os planos de acçãonacionais, que incluem medidaspara melhorar a colecta epartilha de dados e uma maiorcooperação transfronteiriça,devem ser incorporados numplano de implementação decinco anos a ser desenvolvidopelo Secretariado.

Isto irá alimentar o Plano deAcção Estratégico da SADC de10 anos sobre o Combate aoTráfico de Pessoas,Especialmente Mulheres eCrianças - que cobre o período2009-2019. r

T R Á F I C O

Tráfico de pessoas na África AustralSADC tece uma resposta regional por Joseph Ngwawi

O TRÁFICO de pessoas é umgrande problema internacional,mas a pouca documentação naÁfrica Austral está mascarandoa verdadeira extensão destaforma de escravidão moderna.

Apesar do seu perfilcrescente em muitas partes domundo e dos esforços paraaumentar a consciência públicapara o problema na ÁfricaAustral, a região continua a serum terreno fértil para ostraficantes que capitalizam avulnerabilidade criada por umasérie de factores.

Estes incluem os conflitos, apobreza, o acesso limitado acuidados de saúde e educação,a desigualdade de género, oelevado índice de desemprego euma falta geral deoportunidades, especialmentepara as mulheres.

A pobreza e a desigualdadesão os grandes desafios da SADCa este respeito, com impactosnegativos sobre muitos aspectosdo desenvolvimento humano esocial.

A Conferência Internacionalda SADC sobre Pobreza eDesenvolvimento, em 2008,observou que a pobreza afectacerca de 45 por cento dapopulação da região e éparticularmente grave entre osgrupos mais vulneráveis, comoas famílias rurais e peri-urbanase as famílias chefiadas poridosos e crianças.

O que é o Tráfico de Pessoas(TIP)?

De acordo com o Protocolodas Nações Unidas (2000),popularmente conhecido como oProtocolo de Palermo, refere-seao recrutamento, transporte,transferência, alojamento ou oacolhimento de pessoas por meiode ameaças ou uso da força parafins de exploração.

Uma distinção deve ser feitaentre TIP e contrabando, emboraexistam ligações entre os dois.

Contrabando humanorefere-se ao movimento ilegalde um indivíduo em um Paísem que ele / ela não sejanacional ou residentepermanente. O indivíduocontrabandeado é assistido poruma taxa por organizaçõescriminosas para atravessar parao outro País.

Contrabando termina com achegada dos migrantes no Paísde destino, ao passo que o tráficoenvolve a contínua exploraçãodas vítimas para gerar lucroilícito para os traficantes.

O contrabando é sempretransfronteiriço, tomando emconta que o tráfico pode ocorrertanto dentro como fora de umPaís.

Exploração de vítimas TIPassume várias formas

As vítimas, em sua maioriamulheres e crianças, são muitasvezes atraídas para sair de suascasas com falsas promessas deempregos, mas sãoposteriormente submetidas à

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12 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2013

C O O P E R A Ç Ã O

Esta competição permitiu ao Paísdesenvolver-se a um ritmo maisrápido do que a maioria dasnações.

O simpósio observou que aÁfrica poderia ganhar muitocom a sua cooperação com aChina se o continentedesenvolver uma política clara ecomum sobre a cooperaçãoChina -África. Actualmente, aÁfrica não tem uma posiçãocomum sobre a China, afectandoseu nível de relacionamento comaquele País asiático.

Também foi observado que aÁfrica tem de aprender a lidarcom seus próprios desafios semmuita dependência deinfluências externa.

Esta atitude tem sidofundamental no actualdesenvolvimento da China, jáque o País tem mostrado quepara o desenvolvimento épossível utilizar uma rotadiferente da do Ocidente.

O papel dos académicos napromoção do desenvolvimentona China foi uma outra liçãofundamental para a África paraestimular a sua agenda dedesenvolvimento.

Grupos de reflexão na Chinadevem trabalhar em estreitacolaboração com o governo,oferecendo críticas construtivassobre os programas do governo eassessoria técnica e política paraas autoridades.

Isto está nítido na China, emcontraste com África onde amaior parte dos grupos dereflexão vê o seu papel como o decriticar se não antagonizar osgovernos sem oferecer soluções.

críticas infundadas e ataquescontra a cooperação China -África", disse ele.

Tais práticas, segundo ele, temperturbado a dinâmica de umbom e estável desenvolvimentoda cooperação China -África.

No entanto, observou-se queos dois lados devem ver maisoportunidades do que desafiosuma vez que a relação está"solidamente baseada naconfiança e na cooperação."

O simpósio China-África,realizado em 22-24 de Outubro,foi organizado pelo Centro deDocumentação e Pesquisa paraÁfrica (SARDC) e pelaEmbaixada da China noZimbabwe.

Mais de 40 académicos,funcionários do governo edecisores políticos da China e deÁfrica, incluindo homens,mulheres e jovens participaramno simpósio.

Os estudiosos africanosvieram da África Austral,Oriental e Ocidental, incluindoBotswana, Malawi,Moçambique, Namíbia, Áfricado Sul, Zâmbia e Zimbabwe,bem como Etiópia, Quênia,Nigéria e Senegal.

O simpósio foi financiadopelo Fórum de CooperaçãoChina África (FOCAC), atravésdo Programa Conjunto deIntercâmbio e Pesquisa China -África.

O FOCAC foi estabelecidopelos líderes chineses e africanosna cimeira inaugural em 2000,para traçar um novo tipo deparceria estratégica e elescontinuam a reunir-seregularmente para avaliar oprogresso e discutir planos parao futuro.

O tema principal do simpósiofoi "Cinquenta Anos deCooperação China - África:Antecedentes, Progresso eSignificados - perspectivasafricanas nas relações China -África e o Desenvolvimento daExperiência da China". r

por Kizito Sikuka

O SÉCULO 21 testemunhou ocrescimento das relaçõeseconómicas entre a China eÁfrica, com o primeiro a emergircomo o principal parceirocomercial de África.

Por exemplo, o comérciobilateral entre a China e Áfricaaumentou rapidamente de cercade 10 biliões de dólares norte-americanos 2000 para mais de 198biliões de dólares em 2012, deacordo com o mais recenterelatório sobre a cooperaçãoeconómica e comercial China -África lançado em Agosto peloschineses governo.

No mesmo período, odesenvolvimento da Chinatambém acelerou a um ritmomais rápido do que a maioria dosPaíses desenvolvidos e emdesenvolvimento, ultrapassandoo Japão em 2011 como a segundamaior economia do mundo.

Este notável relacionamentoSino - África e o crescimentosocioeconómico chinês têmatraído a atenção do mundo umavez que a comunidade mundialquer aprender com estaexperiência.

Reunidos em Harare,Zimbabwe, para um simpósioChina -África, realizado no finalde Outubro, os estudiosos e osdecisores políticos das duasregiões identificaram uma sériede lições importantes que podemser extraídas da experiência dedesenvolvimento na China paraacelerar a agenda de integraçãoAfricana.

Uma das lições foi anecessidade de África a usar osseus diferentes grupos étnicos deuma forma positiva paraestimular o desenvolvimento.

Por exemplo, a China tem 56grupos étnicos, mas conseguiumanter-se unida "com as cidadescompetindo com cidades ealdeias competindo com aldeias"de forma positiva, e não de formadestrutiva.

Falando durante o simpósio,Vice-Ministro dos NegóciosEstrangeiros do Zimbabwe,Christopher Mutsvangwa, disseque a China e África têm muito aaprender uns com os outros,acrescentando que a parceria éfundamental na formação danova ordem global.

"A emergência da China nocenário mundial iluminou asperspectivas da África de muitasformas", disse ele.

Ele disse que o maiorrelacionamento entre a China eÁfrica nas últimas décadas temsido mutuamente benéfico e,devido a isso, "a África continuaa experimentar um crescimentosocioeconómico a um ritmo maisrápido do que algunscontinentes."

Este é um marco importante,especialmente se comparadocom os mais de 40 anos deengajamento Africano com aEuropa e outros Paísesocidentais, que rendeu muitopouco.

O Embaixador da China noZimbabwe, Lin Lin, concordou,dizendo que a África temdesempenhado um grande papel

no desenvolvimento chinêscomo "os nossos irmãos e irmãsafricanos levaram a China paraas Nações Unidas. "

Ele, no entanto, advertiu aChina e África para se protegercontra alguns elementos que nãoquerem ver este relacionamentoa prosperar.

"Há sempre pessoasobservando as relações China -África através de óculoscoloridos com uma mentalidadeda Guerra Fria, colocando

Cooperação China - África Uma parceria para o Século 21

Embaixador Lin Lin

Vice Ministro ChristopherMutsvangwa

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 13

Guebuza disse que estádisposto a manter conversações"em respeito a vontade do povomoçambicano", acrescentandoque "a solução é o diálogo. Nãoé uma solução militar".

O Presidente Sul-Africano,Jacob Zuma, criticou a Renamopor recusar o convite paraconversar.

Para muitos moçambicanos,a crise tem ecosdesconfortáveis de uma guerracivil de 16 anos entre a Renamoe a Frelimo, o partido no poder,que resultou na morte demuitas pessoas. A paz sóvoltou a Moçambique em 1992,quando as duas partesassinaram um acordo depaz. r

SADC condena ataques da Renamo em Moçambique OS LÍDERES da África Australcondenaram as recentesactividades armadas daRenamo em Moçambique, quetêm ameaçado a paz e aestabilidade na região.

A Resistência NacionalMoçambicana (Renamo) - umpartido político conservador emMoçambique liderado porAfonso Dhlakama - voltou parao mato depois de terabandonado as suas armas há21 anos.

A guerra visa derrubar ogoverno moçambicanolegítimo liderado pelopresidente Armando Guebuza,da Frelimo.

Desde a eclosão dasactividades armadas, este ano,no distrito central daGorongosa, várias pessoasforam mortas e feridas.

Numa reunião realizada emPretória, África do Sul, durantea Conferência Internacional daSADC – juntamente comcimeira sobre a Região dosGrandes Lagos, os líderes daÁfrica Austral condenaram asactividades armadas daRenamo e instaram o gruporebelde para parar a suatrajectória rebelde.

"A Cimeira conjuntacondenou veementemente os

recentes actos de violênciaperpetrados pela Renamo naRepública de Moçambique e aRenamo foi solicitada a parar osactos de violênciaimediatamente", diz parte deum comunicado emitido peloslíderes.

Num esforço para encontraruma solução duradoura para oproblema, o PresidenteGuebuza convidou Dhlakamapara uma reunião.

No entanto, a Renamo temignorado o convite. O encontroentre os dois líderes é vistocomo a única maneira de acabarcom o impasse, após meses dodiálogo entre o Governo e aRenamo não ter conseguidoproduzir resultados.

P A Z & S E G U R A N Ç A

O GOVERNO da RepúblicaDemocrática do Congo assinouum acordo de paz com osrebeldes que travam umaguerra há de desestabilizaçãono leste do País há dois anos.

O acordo de paz, assinadono Quénia a 12 de Dezembro, ébaseado n um consensoanteriormente alcançadodurante as negociaçõesrealizadas no Uganda.

Ele põe fim a mais graverebelião na RepúblicaDemocrática do Congo aolongo das últimas duas décadase vem um mês depois do

exército congolês ter derrotadoos rebeldes do M23 no leste doPaís.

Um comunicado conjuntoemitido pelas duas partes refereque o acordo compreende duasdeclarações e 11 pontos.

Os documentos incluemuma promessa do M23 determinar todas as actividadesarmadas e se transformar numpartido político.

O acordo também prevêmedidas destinadas a assegurara estabilidade a longo prazo,reconciliação e odesenvolvimento do leste da

RDC. Estes incluem umaamnistia para os membros doM23 a desmobilização dos ex-membros M23.

O acordo ocorreu após oanúncio de um cessar-fogopelos rebeldes do M23 paraacabar com o conflito no lestedo País. Os rebeldes do M23anunciaram um cessar-fogo emNovembro, depois de teremsido derrotados pelas forças dogoverno apoiadas por forçasinternacionais de manutençãoda paz da SADC, UniãoAfricana e as Nações Unidas.

O acordo atrasou devido a

diferenças entre o Governo daRDC e os rebeldes sobre oprocesso que antecedeu aassinatura do acordo.

O governo da RDC insistiuque só iria assinar o acordo nacondição dos rebeldes do M23renunciarem publicamente ofim das hostilidades, altura emo que o governo faria umadeclaração pública de aceitação.

O M23, no entanto, queriaque o acordo de paz fosseassinado sem a declaração.

Alegadamente apoiado pelovizinho Ruanda e Uganda, masaparentemente abandonadospelos seus patrocinadoresdevido à pressão internacional,o M23 anunciou que sua guerrade 18 meses, que começou a 20de Novembro de 2012, quandoeles invadiram e capturaram acidade de Goma, tinha acabado.

"O chefe do gabinete e oscomandantes de todas asprincipais unidades sãoconvidados a prepararas tropas para odesarmamento,desmobilização e reintegraçãonos termos a acordar com ogoverno do Congo", disse olíder do M23, BertrandBisimwa, num comunicado.

A admissão pública pelosrebeldes M23 foi recebida comagrado pelos Chefes de Estadoe de Governo da SADC e daConferência Internacional paraa Região dos Grandes Lagos(ICGLR), que se reuniram emcimeira conjunta no início deNovembro, em Pretória, Áfricado Sul.

A Cimeira conjunta apelou aSADC e os Estados-MembrosICGLR "para entregarem asforças negativas para os seusPaíses de origem dentro doespírito do Quadro dasNações Unidas para a Paz,Segurança e Cooperaçãopara a RDC e na região."

Isso foi em referência àstropas do vizinho Ruanda eUganda que supostamenteapoiavam os os rebeldes noleste da RDC. r

Rebeldes assinam Acordo de Paz na RDC

Moçambique envia tropas para conter as actividades armadas da Renamo

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14 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2013

Isso deixa a cidade capital,Maputo, com o partido Frelimoapós conquistar completamentecom 37 dos 64 assentos noConselho Municipal.

Candidato vencedor daFrelimo a Edil de Maputo, DavidSimango, tem um nome muitoparecido com o líder da oposição,que é Edil da Beira, DavizSimango .

A COMISSÃO nacional deEleições em Moçambiqueanunciou os resultados oficiais daseleições municipais realizadas emNovembro, mostrando ganhossignificativos por um novopartido de oposição.

O partido Frelimo ganhou 50áreas urbanas, mas perdeu trêsdas quatro maiores cidades afavor da oposição que tambémganhou assentos no ConselhoMunicipal ao longo do País, massobretudo em duas das áreasurbanas.

De acordo com os resultadosoficiais anunciados pelaComissão Nacional Eleitoral(CNE), na Sexta-feira, o partidoFrelimo ganhou a Presidência eConselho Municipal em 50 áreasurbanas, mas perdeu Beira eQuelimane para o MovimentoDemocrático de Moçambique(MDM).

Os resultados ainda não sãooficiais para a cidade deNampula, onde a eleição foirepetida devido airregularidades, mas osresultados preliminares mostramum ganho do MDM e umaderrota mínima para Frelimo.

Os resultados oficiais aindaestão para ser validados peloConselho Constitucional. Ambasas partes manifestaram a suasatisfação com o seu desempenho.

Esta é a primeira vez que oMDM concorre com candidatosdo partido para disputar aseleições locais desde a cisão como Movimento de Resistência deMoçambique (Renamo), em 2009.

Daviz Simango foi eleito oprimeiro Edil da Beira, em 2003,como candidato da Renamo, e em2008 como candidatoindependente, antes de formar oMDM para disputar as eleiçõesnacionais em 2009. Ele ganhou 8,6por cento dos votos na eleiçãopresidencial em 2009, emcomparação com 16,4 por centodo líder da Renamo, Afonso

Dhlakama, e 75 por cento para oactual presidente, ArmandoGuebuza, que cumpre o seusegundo mandato.

O MDM está agorabem colocado paradisputar as eleições

nacionais em 2014, e prevê arealização do seu primeirocongresso nacional no início deDezembro. Simango jáanunciou que vai disputar apresidência do País nas eleiçõesnacionais marcadas para 15 deOutubro.

O Presidente Guebuza estácompletando o seu segundomandato e não vai concorrer denovo, mas a Frelimo ainda nãoanunciou o seu candidato parasubstituí-lo.

O MDM também declarou asua intenção de ganhar a maioriano parlamento, onde detém oitolugares ganhos nas eleições de2009, a Renamo tem 51 e aFrelimo 191.

As eleições parlamentares deMoçambique usam um sistemade representação proporcional,por província, em vez decírculos eleitorais individuais eo voto nas grandes cidades temum impacto.

No entanto, a Renamocontinuou a ameaçar aestabilidade com uma série deataques armados no centro doPaís, mais recentemente,invadindo um posto de políciae centro de saúde no início deDezembro em Tica, cerca de 75km a noroeste da Beira, depoisdo Ministério da Defesa teranunciado que 10 pessoasmorreram em ataquesnas últimas seis semanas.sardc.net r

E L E I Ç Õ E S

Divulgados resultados das eleições Autárquicas em Moçambique

O ex-Mnistro da Saúde, Jean -Louis Robinson, e ex-Ministro dasFinanças, Hery Rajaonarimam-pianina, obtiveram na primeiravolta das eleições presidenciais umtotal de 21 e 16 por cento dosvotos, respectivamente, mas nãoconseguiram conquistar votossuficientes para uma maioriaabsoluta.

A Constituição de Madagáscarexige que um candidatopresidencial deve reunir 51 porcento do total de votos expressosem eleição nacional para serdeclarado Presidente.

A segunda volta das eleiçõespresidenciais vai decorrersimultaneamente com as eleições

O MADAGÁSCAR já marcou aseleições para escolher o novopresidente e os membrosdo parlamento, numdesenvolvimento que vaisinalizar a conclusão de umlongo processo para restaurar aordem constitucional naquelailha do Oceano Índico abaladapela instabilidade desde 2009.

O Madagáscar vai realizar asegunda volta a 20 deDezembro, depois de nenhumcandidato presidencial terconseguido reunir votossuficientes para ser declaradovencedor absoluto na sequênciadas eleições realizadas no finalde Outubro.

Madagáscar pronta para segunda volta deeleições presidenciais e parlamentares

para escolher os membros daAssembleia Nacional.

O Madagáscar mergulhounum caos após um golpe militarque depôs o presidente eleito doMadagáscar, em Março de 2009.As eleições foram um resultado doesforço de mediação da SADCliderada pelo ex-Presidentemoçambicano, Joaquim Chissano.

A recém nomeada SecretáriaExecutiva da SADC, StergomenaLawrence Tax, observou que osucesso das eleições marcaria um"novo começo" para areconciliação nacional ereconstrução e para trazer aestabilidade e desenvolvimentono Madagáscar. r

Presidente moçambicano, Armando Guebuza, deposita o seu voto emMaputo

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 15

Eventos Dezembro de 2013-Fevereiro de 2014Dezembro 1 Dezembro, Global Dia Mundial do SIDA

O tema global do Dia Mundial do SIDA, anunciado em 2011 eque vai até 2015, envolve três mensagens: Zero Mortes, Zero novasinfecções e Zero Discriminação relacionada com SIDA. OsGovernos e os actores não estatais terão de escolher em cada anoum ou todos os zeros que melhor atendam nas suas respectivassituações.

2-5, África do Sul Conferência Regional da SADC sobre Partilha de Informação sobreo Tráfico de Pessoas, especialmente Mulheres e Crianças O principal objectivo da conferência é fornecer aos delegadosuma oportunidade para partilhar experiências, dados einformações sobre o âmbito do tráfico de pessoas e programasimplementados, bem como as lições aprendidas entre os EstadosMembros da SADC.

10-12, Botswana Seminário Regional da SADC sobre a Estratégia deDesenvolvimento SustentávelO Seminário tem como objectivo desenvolver uma estratégiaRegional de Desenvolvimento Sustentável e o Plano global de Acçãoque inclui elementos de crescimento verde e economia verde,levando em conta as recomendações prioritárias identificadas peloprocesso de revisão regional sobre o desenvolvimento sustentável eos resultados da conferência Rio +20.

13-17, Moçambique 3ªSessão Ordinária da Conferência dos Ministros da União AfricanaResponsáveis pelo Desenvolvimento dos Recursos MineraisPrevista para decorrer sob o tema "Alavancar a Visão da MineraçãoAfricana de Renascimento da África: Rumo a uma apropriaçãomais vasta", a conferência reúne ministros e especialistasresponsáveis pela mineração para discutir várias questões, entreelas a adopção do plano de negócios para o recém-formadoCentro Africano de Desenvolvimento de Minerais.

Janeiro 20-22, Abu Dhabi Cimeira Mundial sobre Energia Futura (WFES 2014)

A cimeira será dedicada às energias renováveis, eficiênciaenergética e tecnologias limpas. A WFES 2014 apresentará aspartes interessadas do sector de energia com uma oportunidadeúnica para se reunir com os seus pares para debater a troca detecnologia, partilhar melhores práticas e formar parcerias denegócios.

24-31, Etiópia 22ª Sessão Ordinária da União Africana Chefes de Estado e de Governo vão reunir-se na 22ª Sessão Ordináriada União Africana, precedida de reuniões técnicas dos funcionáriose do Conselho de Ministros. A Assembleia da UA proclamou 2014como o "Ano da Agricultura e Segurança Alimentar " e este tambémserá o tema da 22ª Sessão Ordinária da Assembleia.

26-27, Zimbabwe Cimeira sobre Educação TIC para África Austral 2014A cimeira reunirá responsáveis de Tecnologias de Informação eComunicação (TIC) e políticos da região, reguladores eprofissionais de tecnologias de informação de toda a região daSADC para partilhar conhecimentos e gestão de redes com líderesda indústria de tecnologias de informação de todo o mundo edesenvolver estratégias para o próximo ano.

Fevereiro18-22, Quénia 27ª Sessão do Conselho de Administração do Fórum Ministerial

do Ambiente Esta será a primeira sessão universal do Conselho deAdministração do Fórum Ministerial do Ambiente. Irá analisar asquestões de política ambiental emergentes. Destina-se a promovera cooperação internacional e fornecer orientação política geralpara a direcção e coordenação de programas ambientais noâmbito do sistema das Nações Unidas.

18-20, África do Sul Fórum de Energia Indaba para ÁfricaThis annual conference brings together international andcontinental experts to share insights and solutions to Africa’s energyproblems, while simultaneously exploring the vast energydevelopment opportunities on offer on the continent.

E V E N T O S

SADC Hoje Vol. 16 No. 1 Dezembro 2013

ÁFRICA AUSTRAL HOJEÉ produzido como uma fonte de referência das

actividades e oportunidades na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, e um guião para os

responsáveis pela elaboração de políticas a todos os níveis de desenvolvimento nacional e regional.

Comunidade para o desenvolvimento da África AustralSecretariado da SADC, SADC House,

Private Bag 0095, Gaborone, BotswanaTel +267 395 1863 Fax +267 397 2848/318 1070E-mail [email protected] Website www.sadc.int

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado seis vezes por ano pelo Centro de Documentação ePesquisa para a África Austral (SARDC) para o Secretariado da SADC em Gaberone, Botswana,como uma fonte credível de conhecimento sobre o desenvolvimento regional. Os artigospodem ser reproduzidos livremente pelos órgãos de comunicação social e outras entidades,citando devidamente a fonte.

EDITORMunetsi Madakufamba

COMITÉ EDITORIAL Joseph Ngwawi, Kizito Sikuka, Egline Tauya, Admire Ndhlovu,

Phyllis Johnson, Danai Majaha, Shirley Pisirai

TRADUTORBonifácio António

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é apoiado pelo Ministério Norueguês dos Negócios Estrangeiros, emapoio ao Grupo Temático dos Parceiros Internacionais de Cooperação no Sector de Energia daSADC, que é presidido pela Noruega.

© SADC, SARDC, 2013

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COMPOSIÇÃO & MAQUETIZAÇÃO Tonely Ngwenya, Anisha Madanhi

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H I S T Ó R I A H O J E

graves e perda de equipamentos emambos os lados, mas a cidadefortificada foi tomada. Este encontro histórico marcou oinício de negociações sérias, embora aluta continuou. Realizaram-se contactos entre Cubae Angola, por um lado, e África do Sul,por outro lado, em Londres, em Maiode 1988, mediado pelos EstadosUnidos. Este foi seguido por uma reuniãoentre as duas superpotências, os EUA ea União Soviética, em Lisboa, Portugal,onde um plano de paz foi delineadopara a retirada de ambas as forçascubanas e sul-africanas dentro de umano. Uma série de consultas exploratóriascontinuaram. A 22 de Dezembro de 1988 Angola,Cuba e África do Sul assinaram umacordo tripartido de paz em Nova York.Segundo o acordo, o processo deindependência da Namíbia deviainiciar a 1 de Abril de 1989. A retirada gradual de cerca de 50.000tropas cubanas deveria ocorrer atéJulho de 1991; prisioneiros de guerraseriam trocados e uma exigênciaadicional foi a saída de cerca de 6.000quadros do Congresso NacionalAfricano de Angola. O Conselho de Segurança dasNações Unidas decidiu criar a Missãode Verificação das Nações Unidas emAngola (UNAVEM) para monitorar aretirada das tropas cubanas. O acordo foi delicadamenteentrelaçado de interesses entre as trêspartes e terminou dois conflitos delonga duração: os 13 anos dehostilidades entre África do Sul e asforças angolanas apoiadas por Cuba, euma guerra de 22 anos, entre oscombatentes da liberdade baseados emAngola da Organização dos Povos doSudoeste Africano (SWAPO) e as forçassul-africanas. r

" A BATALHA de Cuito Cuanavale sinalizou ofim do regime de apartheid de minoria colonialbranca em África e a libertação total docontinente Africano. Estamos extremamentegratos e temos uma dívida para com as forçasinternacionalistas cubanas que lutaram lado alado com a gente, incluindo o derramamento doseu precioso sangue para a libertação total deÁfrica" - afirmou o primeiro Presidente daNamíbia pós-independência, Sam Nujoma , numdiscurso por ocasião do 45º aniversário daOrganização dos Povos da África, Ásia e AméricaLatina ( OSPAAAL ) em 2011.

1 Dezembro Dia de Incwala Swazilândia8 Dezembro Imaculada da Conceição Seychelles9 Dezembro Dia da Independência Tanzânia10 Dezembro Dia Internacional dos

Direitos Humanos Namíbia16 Dezembro Dia da Reconciliação África do Sul17 Dezembro Feriado Público África do Sul22 Dezembro Dia da Unidade Nacional Zimbabwe23 Dezembro Feriado Público Zimbabwe25 Dezembro Dia da Família Angola, Moçambique

Natal Todos os Países da SADC 26 Dezembro Dia da Boa Vontade África do Sul

Dia da Família NamíbiaDia do Boxe Botswana, Lesotho,

Swazilândia, Tanzânia, Zimbabwe

1 Janeiro Dia do Ano Novo Todos os Países da SADC2 Janeiro Feriado Público Botswana,Maurícias4 Janeiro Dia dos Mártires RDC12 Janeiro Dia da Revolução de Zanzibar Tanzania15 Janeiro Dia de John Chilembwe Malawi

Dia de Maulid Tanzania16 Janeiro Dia dos Heróis (Laurent Kabila) RDC17 Janeiro Dia dos Heróis (Patrice Lumumba) RDC

Thaipoosam Cavadee Maurícias31 Janeiro Festival Chinês da Primavera Maurícias

1 Fevereiro Dia da Abolição da Escravatura Maurícias3 Fevereiro Dia dos Heróis Moçambique 4 Fevereiro Dia Nacional das Forças Armadas Angola

FERIADOS PÚBLICOS NA SADCDezembro de 2013-Fevereiro de 2014

Um futuro comun na comunidade regional

VINTE E cinco anos se passaram desdea assinatura de um histórico acordo depaz entre Angola, Cuba e África do Sulque, finalmente, abriu o caminho paraa eventual independência da Namíbia. Após a assinatura do acordo a 22 deDezembro de 1988, o ex-Presidente Sul-Africano, PW Botha, proclamou que"uma nova era começou... Queremosser aceites pelos nossos irmãosafricanos. Precisamos uns dos outros." O envolvimento militar da África doSul em Angola começou em Agosto de1975. A partir de 1978 a África do Sulfez várias incursões militares noterritório angolano e intensificou -os em1981, em represália à política de Angolade organizar as forças nacionalistas quelutavam pela independência da vizinhaNamíbia contra a dominação Sul-Africana. O ponto de viragem foi uma batalhaenorme no final de 1987. Cuito Cuanavale, uma pequenacidade no canto remoto do sudeste deAngola, cuja importância estratégicacomo uma pista de aterragem e o seuuso como uma base de defesa aéreapara a frente sul de Angola tornou-se ocampo de batalha para um teste dasvontades militares. As Forças de Defesa da África do Suldespacharam 9.000 tropas, incluindounidades da Namíbia, e envolveram oseu equipamento militar maissofisticado de artilharia de longoalcance, tanques, carros blindados euma cobertura maciça da força aérea. Em resposta a este enorme reforçomilitar, combatentes cubanos estavamcomprometidos com a luta no sul pelaprimeira vez em 11 anos. Anteriormente, os cubanos tinhamsido as tropas de guarnição, segurandoinstalações chave na parte traseira etreinando soldados do governo. A competição entre a agressão doSul-africana e capacidade de Angolapara se defender resultou em vítimas

25 Anos sobreAcordo de paz Angola, Cuba eÁfrica do Sul

O gratificante apoio cubano


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