23 de JANEIRO de 2013
Programa de Desenvolvimento Rural2014-2020
Diagnóstico para o sector florestal
Os recursos florestais: uso, ocupação florestal e existências- evolução
A relevância económica e ambiental do sector florestal
Conclusões e necessidades
Recursos florestais
Evolução positiva, ainda que ligeira, da área de povoamentos florestais entre 1995 e 2010 e acompanhada de um aumento das superfícies ocupadas por matos e pastagens.
Apesar dos danos causados por incêndios, pragas e doenças, a floresta portuguesa evidencia uma resiliência notável ,que radica na sua capacidade de regeneração natural e também no esforço de investimento empreendido na sua expansão
Unidades: milhares de ha
Evolução das áreas de povoamentos florestais , florestas e de matos e pastagens. Dados provisórios do IFN6.
1995 2005 2010 1995-2010
Povoamentos 2787 2899 2943 5,6%
Floresta 3305 3212 3155 -4,5%
Matos e Pastagens 2539 2720 2853 12,4%
Unidades: milhares de ha
Recursos Florestais – evolução das áreas de povoamentos
Evolução da área de povoamentos das principais espécies (Dados provisórios do IFN6)
Espécies com variação positiva
1995-2010
Eucaliptos 16%
Sobreiro 6%
Carvalhos 14%
Pinheiro-manso 54%
Entre 1995 e 2010
Aumento das áreas de povoamentos de:
pinheiro-manso eucalipto
carvalhossobreiro
Diminuição das áreas de povoamentos de:
pinheiro-bravoazinheira
Espécies com variação
negativa1995-2010
Pinheiro-bravo -13%
Azinheira -3%
Pinheiro-brav
o
Eucal
iptos
Sobrei
ro
Azinheir
a
Carvalh
os
Pinheiro-m
anso
0100200300400500600700800
Evolução da área de povoamentos das principais espécies
199520052010
103
ha
Existências – tendências verificadas
Produção lenhosa – Tendências verificadas Volume/ha (m3) – puros e mistos
dominantesVolume total (mil m3)*
1995/98 2005/06 2010..Δ95/05(
%)1995/98 2010… 2005/06
Δ95/05(%
)
Pinheiro-bravo 91 87 …. -5 % 98.804 ….. 85.756 -13 %
Eucaliptos 47 52 ….. 11% 37.090 …… 45.827 24 %
Fontes: IFN4 e IFN5. * Inclui árvores dispersas e povoamentos mistos dominados
Pinheiro-bravoRedução significativa do volume: menos 13%Redução do volume por ha: menos 5%Deficit de madeira de pinheiro-bravo : 2milhões de m3
EucaliptoAumento do volume total em 24%Aumento por ha em cerca de 11%Aumento da representatividade dos povoamentos irregulares
Produtividades médias abaixo do potencial:Pinheiro-bravo: 4,2 m3/ha/anoEucalipto- 5,9 m3/ha/ano
1-Acréscimo médio anual em povoamentos puros
Existências – tendências verificadas
Produtividade média da cortiça de reprodução por novénio
(@/ha)
Composição 1995/98 2005/06 Δ(%)
Puro 102 75 -26 %
Misto
dominante 62 54 -12 %
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
40
80
120
160
200
Evolução da produção de cortiça
Produção de cortiça Tendência
Prod
ução
anu
al (m
il to
n)
Fonte: IFN4 e IFN5
Fonte: APCOR
Entre 1995 e 2005
Diminuição da produtividade dos povoamentos puros em cerca de 26%;
Diminuição da produção total de cortiça em cerca de 29%
Os dados da APCOR confirmam a tendência do decréscimo da produção:
entre 2000 e 2010, a produção de cortiça diminuiu cerca de 20%.
Existências – tendências verificadas
Floresta aberta (<30%)
floresta pouco densa ( 30-
50%)
Floresta densa (>50%)
-80000
-60000
-40000
-20000
0
20000
40000
60000
37683
-73325
Variação das áreas de povoamentos de sobreiro, puros e mistos dominantes, por
grau de coberto arbóreo
vari
açã
o d
a á
rea d
e s
obre
iro (
ha)
Entre 1995 e 2005, verificou-se uma diminuição da densidade dos povoamentos:
A área de povoamentos puros e mistos dominantes “densos” (com Grau de Coberto >50%) diminuiu mais 73 mil ha;
A área de povoamentos “abertos” (com GC < 30%) aumentou em mais de 37mil ha;
A área de povoamentos com um número de árvores por hectare inferior a 40 aumentou em mais de 82 mil ha
Incêndios Florestais
Pragas e doenças
Apoios financeiros
Factores de mudança e condicionantes
Apoios financeiros
Estimativa das áreas intervencionadas com recurso a apoios financeiros, entre 1994 e 2012 (valores contratados):
327mil ha (re)arborizados522mil ha beneficiadosO sobreiro e o pinheiro-bravo foram as espécies alvo de maior apoio.
Contributo decisivo para o aumento da área de pinheiro-manso
PFP PAF PDF e 2080 AGRO e Ruris
ProDer
1981 - 1988
1989 - 1993
1994 - 1999
2000 - 2006
2007 - 2014
0
50000
100000
150000
200000
250000
Áreas (re)arborizadas e beneficiadas com apoio de instrumentos financeiros. Fonte IFAP e ICNF
Área (re)arborizada- (contratada) Área beneficiada (contratada)
Área
(ha)
Incêndios Florestais
19801982
19841986
19881990
19921994
19961998
20002002
20042006
20082010
000%002%004%006%008%010%
% Povoamentos ardidos entre 1980 e 2011
%Povoamentos ardidos Tendência
Entre 2000 e 2011, arderam em média cerca de 73 mil ha de povoamentos florestais por ano, o que corresponde a cerca de 2,3% da área total. A área ardida em 2003 e 2005 contribuiu de forma significativa para este valor
O risco percebido da atividade florestal condiciona fortemente o investimento
Os sistemas de produção lenhosa são particularmente afetados pelos incêndios. Os sistemas de produção múltiplosa têm menor suscetibilidade, sendo essencialmente afetados por grandes incêndios
Para além dos impactos económicos, há que considerar os impactos ambientais (perda de diversidade biológica, erosão, modificação do regime hídrico, libertação de CO2.
29%
43%
8%
1%2%
6%
11%
Distribuição da área de povoamentos ardidos por espécie entre 2000 e 2011
Pinheiro-bravoEucaliptoSobreiroPinheiro-mansoAzinheiraOutros CarvalhosOutras espécies
Pragas e doenças
Evolução da atividade silvícola e da produção
Fonte: INE. Contas económicas da silvicultura
20002001
20022003
20042005
20062007
20082009
2010P0
200
400
600
800
1000
1200VAB da silvicultura
Preços correntes Preços constantes
106
euro
s
Tendência decrescente do Rendimento Empresarial Líquido: menos 18% desde 2001
Os preços pagos à produção não acompanharam o aumento do preço dos factores de produção
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010P0
20
40
60
80
100
120
140
Índices de preços implícitos da produção e dos consumos intermédios (2000=100)
IPI Produção IPI ConsumosFonte GPP a partir do INE
Evolução da atividade silvícola e da produção
Fonte: INE. Contas económicas de silvicultura
A produção de madeira para serrar, sobretudo de pinheiro-bravo, diminuiu em volume e em valor desde 2000.
Destaca-se a evolução desfavorável da produção em valor, menos 25%, desde 2006.
A produção de madeira para triturar (sobretudo eucalipto) evolui de forma positiva entre 2000 e 2010, quer em volume quer em valor.
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010P.000
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
Produção de madeira para serrar
Preços correntes Preços constantes
106
euro
s
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010P.000
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000Produção de madeira para triturar
Preços correntes Preços constantes
106
euro
s
Evolução da atividade silvícola e da produção
Fonte: INE. Contas económicas de silvicultura
Diminuição da produção de cortiça em valor e em volume:
-49 % e -28 % entre 2001 e 2010, respetivamente
- Diminuição da extração e quebra dos preços na produção
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010P0
50100150200250300350400450
Produção de cortiça
Preços correntes Preços constantes10
6 eu
ros
Importância ambiental
Combate à desertificação
O conjunto das áreas suscetíveis à desertificação (zonas semiáridas e sub-húmidas secas) aumentou de 36% para 58% da superfície continental (média dos valores climáticos de 60/90 e 80/2010, respectivamente)
Cerca de 99% da área de azinheira e 93 % da área de sobreiro situam-se em zonas suscetíveis à desertificação.
Fonte: CNCD, não publicadoA amarelo, zonas que passaram a semiáridas ou a semihúmidas secas face à normal de 1960/90
Importância ambiental
Cerca de 20% da área de povoamentos florestais insere-se na Rede Natura 2000
21% da superfície ocupada pelo sobreiro e pela azinheira insere-se na RN 2000, integrando habitats de interesse comunitário. É decisivo travar o processo de declínio dos montados mantendo a sua biodiversidade
Habitats de interesse comunitário do grupo “Florestas” limitados a Portugal ou à Península Ibérica
Por ex: bosquetes de teixo, azevinhais ( na região Atlântica),carvalhais de Quercus robur e/ou Q. pyrenaica e de Q. faginea subsp.broteroi) e amiais com adelfeiras (na região mediterrânea)
As galerias ripícolas constituem, frequentemente, habitats de interesse comunitário, desempenhando importantes funções na proteção do solo e da água
Alterações climáticasImpactos potenciais mais relevantes
Agravamento dos riscos bióticos e de incêndios – impacto potencial mais imediato.
Forte sensibilidade da fileira do pinheiro-bravo ao aumento da probabilidade de incêndio.
Diminuição das produtividades das principais espécies (-10 a -20 % das produtividades do pinheiro-bravo e do eucalipto). Aumento da produtividade possível no norte litoral e em altitude.
Aumento da susceptibilidade à desertificação.
Mitigação das alterações climáticas
A floresta portuguesa armazena cerca de 279,5 Mton CO2eq
O sequestro anual da floresta foi em 2010, de 10,9Mton CO2eq, o correspondente a cerca de 15% das emissões nacionais
Emissões Nacionais em 2010 (sem LULUCF): cerca 70,6Mton CO2eq
Fonte: APA, 2012
Conclusões
Pinheiro-bravo
Tendência continuada de redução da superfície ocupada pela espécie, da produtividade média dos povoamentos e do valor da produção
Espécie afectada por incêndios e agentes bióticos (nemátodo da madeira do pinheiro)
Necessidades:
Aproveitamento da regeneração natural de pinheiro-bravo nas áreas percorridas por incêndiosAções de beneficiação nas zonas de maior aptidãoControlo de agentes bióticosRedução do risco de incêndio
Conclusões
Eucalipto
Tendência de aumento moderado da superfície ocupada pela espécie mas acompanhada de uma degradação dos níveis de produtividade média dos povoamentos
Espécie afectada por incêndios e agentes bióticos (gorgulho do eucalipto)
Necessidades:
Reconversão de povoamentos em zonas de menor aptidão para a produção lenhosaIndução do aumento da produtividade pela renovação dos povoamentos de idade mais avançada (3 ou mais rotações) ou instalados em condições tecnicamente deficientesOperações de controlo de agentes bióticosRedução do risco de incêndio
Conclusões
Sobreiro
Povoamentos adultos com produtividades muito abaixo das potenciais e com tendência a diminuir por envelhecimento, sublotação e problemas fitossanitários
Esforço significativo de expansão da área ocupada por povoamentos desta espécie de povoamentos instalados nos últimos 20 anos
Sistemas de produção particularmente afectados por agentes bióticos
Necessidades:
Adensamentos em grande parte dos povoamentos desta espécie, por sementeira, plantação ou aproveitamento da regeneração naturalMelhoria da fertilidade do soloOperações de controlo de agentes bióticos
Conclusões
Pinheiro-manso
Aumento significativo da área da espécie entre 2000 e 2011, cerca de 12.000ha de povoamentos
Agentes bióticos (sugador das pinhas) podem afetar a produção
Necessidades:
Beneficiação dos povoamentos instalados através do controlo de densidade, adensamentos, desramações, fertilizaçõesOperações de controlo de agentes bióticos