2ª Geração do Modernismo Brasileiro
Romance de 30
Centro de Ensino Isaura Amorim
por Pedro Gervásio
CIDELÂNDIA2015
Característica Regionalista
• A segunda fase modernista do Brasil em prosa se caracteriza pelo regionalismo, ou seja, a relação do
homem com o meio em que vive. • A obra que marca o início do romance regionalista no
modernismo é o livro A Bagaceira de José Américo de Almeida, publicado em 1928. Seu valor literário se deve mais pelo aspecto histórico (secas – imigrações)
do que pelo seu valor estético.
Principais Autores
• Raquel de Queirós• Graciliano Ramos• José Lins do Rego• Jorge Amado• Érico Veríssimo• Dyonélio Machado
Características dos Autores
• Basicamente esses autores se dedicaram ao regionalismo do nordeste do país, falando da seca, do cangaço, das dificuldades e misérias
enfrentadas pelo povo dessas regiões (norte e nordeste).
• Entre eles, Érico Veríssimo e Dionélio Machado se dedica mais ao sul do país, falando das paisagens do homem com a
paisagem natural.
Rachel de Queiroz• Rachel de Queiroz foi a primeira mulher a se
eleger imortal na academia brasileira de letras. Suas obras regionalistas destacam-se
pela reflexão da figura feminina numa sociedade patriarcal.
• Em “O Quinze”, a autora narra às histórias vividas por uma família que enfrenta uma
grande seca. Há neste texto várias reflexões, várias descrições sobre o campo, a paisagem
seca da região nordeste.• A figura feminina também é um ponto central
na obra da autora, destacam-se entre essas personagens femininas Conceição em O Quinze e Maria Bonita em O Lampião.
Graciliano Ramos• Graciliano Ramos é considerado pela crítica literária o
melhor ficcionista dessa geração.• Entre seus livros principais destacam-se São Bernardo,
Memórias do Cárcere e Vidas Secas. Memórias do Cárcere é um romance autobiográfico em que o que autor narra as dificuldades vividas durante o período
em que esteve preso em virtude de ser perseguido pela ditadura tendo em vista que possuía algumas ligações
com o partido comunista.• Em São Bernardo, encontramos a história de Paulo
Honório, um pobre que se tornou um rico proprietário da fazenda São Bernardo. Nesse livro, Graciliano faz
uma reflexão do processo de coisificação do homem, que muitas vezes volta-se mais para o ter do que para
ser.
Jorge Amado• Jorge Amado é talvez o autor mais
conhecido pelo público jovem, isto porque muitos de seus livros foram
adaptados para a TV e para o cinema. É um recordista de vendas de livros no
Brasil.• Seus textos traçam o verdadeiro painel
do Brasil e em especial do povo baiano. Sua linguagem simples, próximo do falar do povo, suas constantes preocupações com as tradições e costumes unidas ao seu bom humor, fizeram dele um dos
escritores mais aclamados e mais bem quistos do público atual. Sua obra é
dividida em função da temática:
Obras de Jorge Amado
• Romances da Bahia – que retrata a vida das classes oprimidas na urbana Salvador. São livros de denuncia das desigualdades sociais, entre eles
destacam-se Capitães da Areia.• Romances ligados aos ciclos do cacau – que retratam as explorações de
trabalhadores rurais e a economia latifundiária do nordeste. Segundo ele, foi a luta do cacau que o tornou romancista. Entre esses romances
destacam-se: Cacau e Terras do Sem Fim.• Crônica de costume – que partem do cenário do agreste para a zona
cacaueira para uma reflexão sobre a vida, os amores e os costumes da sociedade. São desse ciclo as figuras como Gabriela, Cravo e canela, Dona
flor e seus dois maridos, Tieta do agreste e Teresa Batista cansada de guerra.
José Lins do Rego• José Lins do Rego foi um apaixonado
por futebol, torcedor inveterado do flamengo. Foi um autor muito
identificado com o povo e com a sua região. Suas obras retratam
basicamente as atividades as coisas que aconteciam relacionadas as fazendas
produtoras de cana-de-açúcar. Ele fala da decadência dos engenhos e da
estrutura patriarcal. Vejamos um trecho de uma de suas obras, Menino de
Engenho:
Érico Veríssimo• Érico Veríssimo, assim como Jorge Amado, conquistou o
publico leitor. Sua obra é comumente dividida em romances urbanos, históricos e políticos.
• Entre os Romances Urbanos destacam-se Clarissa e Olhai os Lírios do Campo.
• Neste momento temos um autor que analisa as crises de uma sociedade na época. A sua grande obra prima e a
trilogia histórica O Tempo e o Vento, em que nós encontramos as grandes figuras de Ana terra e Rodrigo
Cambará. É dele também o conhecidíssimo Incidente em Antares, um romance político que mistura o plano real
com o plano imaginário. Num dado momento desse romance os coveiros entram em greve e os mortos por
sua vez acabam ressuscitando para denunciar a corrupção e a podridão moral dos moradores da cidade.
Trecho de Menino de Engenho
• “Coitado do Santa Fé! Já o conheci de fogo morto. E nada é mais triste do que engenho de fogo morto. Uma
desolação de fim de vida, de ruína, que dá à paisagem rural uma melancolia de cemitério abandonado. Na
bagaceira, crescendo, o mata-pasto de cobrir gente, o melão entrando pelas fornalhas, os moradores fugindo
para outros engenhos, tudo deixado para um canto, e até os bois de carro vendidos para dar de comer aos seus
donos. Ao lado da prosperidade e do riquezado meu avô, eu vira ruir, até no prestígio de sua autoridade, aquele simpático velhinho que era o Coronel Lula de Holanda,
com seu Santa Fé caindo aos pedaços (...)”
Dyonélio Machado• Escritor, jornalista e médico brasileiro, Dyonélio Machado, nascido em 1895, em Quaraí, e falecido em
1985, em Porto Alegre, é considerado um dos principais nomes do modernismo no Brasil.
Em 1927, lançou a sua primeira obra, o livro de contos Um Pobre Homem, mas só em 1935 se tornou
reconhecido, com o romance Os Ratos, uma obra sobre os problemas sociais da época. Posteriormente,
lançou obras como O Louco do Cati,Deuses Econômicos, Endiabrados, Fada e o livro póstumo O
Cheiro de Coisa Viva, de 1995, que reuniu textos soltos e o romance O Estadista.
Sinopse da obra Os RatosO tema da obra Os Ratos é a
massificação do homem contemporâneo, sozinho na
multidão. O autor prima pela análise psicológico que relata o drama financeiro de
um homem comum, que trabalha em uma repartição,
cercado de pessoas preocupadas consigo
mesmas.