Observatório do Emprego e Formação ProfissionalLisboa, 9 de Julho de 2010
Emigração portuguesa: tendências recentes
João Peixoto
Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG),
Universidade Técnica de Lisboa([email protected])
Tópicos
• Alguns indicadores estatísticos
• Alguns factores explicativos
• Conclusão
Fontes e conceitos
• Diversidade de fontes estatísticas– Censos, inquéritos, registos
• Diversidade de conceitos– País de nascimento vs nacionalidade vs residência, temporalidade
• Prioridades políticas ‐ Imigração vs emigração, estrangeiros vs nacionais
• Recomendações internacionais
• A situação em Portugal e na União Europeia
-0,4%
-0,2%
0,0%
0,2%
0,4%
0,6%
0,8%
1,0%
1,2%
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
Taxa bruta de crescimento natural Taxa bruta de crescimento migratórioTaxa bruta de crescimento efectivo
Evolução das taxas de crescimento natural, migratório e efectivo (%), Portugal, 1980‐2009
Fonte: INE
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
400,0
450,0
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
0,0%
0,5%
1,0%
1,5%
2,0%
2,5%
3,0%
3,5%
4,0%
4,5%
em percentagem milhares
popu
laçã
o de
nac
iona
lidad
e es
trang
eira
, em
milh
ares população de nacionalidade estrangeira, em
percentagem
do total de população residente
População estrangeira residente em Portugal (milhares e %), 1980‐2009
Fonte: INE
População portuguesa residente no estrangeiro, 2008
Fonte: Observatório da Emigração
Fonte: INE, IMMS
Fonte: INE, IMMS
Fonte: INE, IMMS
Fluxo anual de emigrantes para países europeus seleccionados (nacionais de Portugal), 2003‐2009
Stock de emigrantes em países europeus seleccionados (nacionais de Portugal)
Stock de emigrantes em países europeus seleccionados (nascidos em Portugal)
Os novos destinos – fluxos para Angola
2006 2007 2008 2009
156 1296 1474 23787
Fonte: Observatório da Emigração (com base no Consulado‐Geral da República de Angola em Lisboa)
Fluxo anual de emigrantes para Angola, 2006‐2009
Os novos destinos – stock em Angola
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
21000 45000 45000 60000 74600
Fonte: Observatório da Emigração (com base na Direcção‐Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas)
Estimativas da população portuguesa e de origem portuguesaem Angola, 2003‐2009
Remessas de emigrantes, média anual 2006‐2008
Fonte: Observatório da Emigração
Remessas de emigrantes e imigrantes, 1996‐2009 (milhares de euros)
Fonte: Banco de Portugal
Fonte: Banco de Portugal
Fonte: Banco de Portugal
Fonte: Banco de Portugal
Remessas de emigrantes, países europeus seleccionados, 2004‐2008 (milhares de euros)
2004 2005 2006 2007 2008
Espanha 60.971 51.557 61.812 96.694 126.233
França 964.129 908.869 978.951 1.026.187 983.034
Luxemburgo 75.800 69.564 81.835 91.620 73.040
Reino Unido 181.442 147.171 151.625 163.575 125.012
Suíça 531.061 519.890 530.721 544.717 554.124
Fonte: Observatório da Emigração
Remessas envolvendo Angola, 2004‐2009 (milhares de euros)
2004 2005 2006 2007 2008 2009
Enviadas para Portugal 20.641 23.354 32.946 48.114 70.862 103.475
Recebidas de Portugal 11.100 13.726 11.539 12.274 13.126 12.324
Saldo 9.541 9.628 21.407 35.840 57.736 91.151
Fonte: Observatório da Emigração (com base no Banco de Portugal)
Emigração por nível de instrução
1990 2000 1990 2000 1990 2000 1990 2000
16,0% 19,5% 13,1% 16,4% 11,4% 14,7% 10,1% 13,1%
Fonte: Beine, M., F. Docquier e H. Rapoport (2006), "Measuring internationa l ski l led migration:
new estimates control l ing for age of entry", Pol icy Research Discuss ion Paper, World Bank.
Brain drain 0+ Brain drain 12+ Brain drain 18+ Brain drain 22+
Emigrantes altamente qualificados, em percentagem de todos osindivíduos altamente qualificados nascidos em Portugal, por idade de saída
Pop. residente População comPaís de residência nascida em Portugal ISCED 5/6 %
Australia 14959 1094 7,3Austria 873 102 11,7Belgium 19870 1566 7,9Canada 153985 15350 10,0Czech Republic 28 14 50,0Denmark 634 153 24,1Finland 155 30 19,4France 567700 23436 4,1Greece 279 53 19,0Hungary 24 9 37,5Ireland 537 171 31,8Italy 3868 528 13,7Luxembourg 38398 688 1,8Mexico 263 126 47,9Netherlands 2178 ..New Zealand 141 33 23,4Norway 583 62 10,6Poland 33 9 27,3Portugal 8113583 627711 7,7Slovak Republic 4 1 25,0Spain 53420 3980 7,5Sweden 2275 365 16,0Switzerland 94200 1917 2,0United Kingdom 32263 5502 17,1United States 206340 22687 11,0OECD ‐ Total 9306593 705587 7,6Nota: (a) A maior parte dos dados corresponde aos recenseamentos de 2000.Fonte: OCDE
População residente em países da OCDE, nascida em Portugal ecom nível de instrução superior, último ano disponível (a)
Alguns factores explicativos
• Emigração e políticas de imigração
• Emigração e crescimento económico
• Emigração e imigração
• Imigração e crescimento económico
• Migrações e mobilidade
Emigração e políticas de imigração: a liberdade de circulação aumenta os movimentos?
• Migrações internacionais e factor político – importância das políticas restritivas
• Alargamentos da União Europeia e repercussões migratórias –grande variabilidade
• Emigração portuguesa e adesão à UE – relação complexa:– Final dos anos 80: emigração para a Suíça
– Anos 90: os trabalhadores deslocados
– Novo século: circulação migratória
Emigração e crescimento económico: a emigração diminui em tempos de crescimento?
• Na teoria: relação entre migração, níveis de emprego e de crescimento.
• Mas as migrações respondem a um mercado internacional de trabalho, por vezes mais importante do que o mercado nacional: – Emigração dos anos 60
– Emigração dos anos 80
– Emigração actual
• Relação complexa entre emigração e crescimento.
Emigração e imigração: são substitutos ou complementares?
• Dinâmicas comparadas da emigração e imigração– Sectores de actividade
– Níveis salariais
– Níveis de expectativa e comparação social
• Em Portugal tem havido complementaridade, tanto no plano dos rendimentos esperados, como no da hierarquia social.
• A segmentação dos mercados de trabalho reforça a complementaridade:– Segmentação regional
– Segmentação laboral
Imigração e crescimento económico: a imigração tem permitido o crescimento?
• A imigração tem beneficiado largamente a economia portuguesa:– Oferta de trabalho, viabilização do investimento, redução de custos,
mobilidade funcional e geográfica
– Estímulo ao comércio internacional, aumento do empreendedorismo
• Mas tem permitido manter ou reforçar o modelo tradicional de crescimento:– Mercado de trabalho muito segmentado
– Sectores tradicionais, baixa produtividade
Migrações e mobilidade: de que movimentos falamos quando falamos em migrações?
• Formas clássicas de migração: vida e trabalho num espaço A → vida e trabalho num espaço B
• Novas formas de migração:– Deslocações pendulares: diárias, de âmbito metropolitano; ou
semanais/mensais, de âmbito regional/internacional
– Migrações temporárias: deslocações, por motivo de trabalho, de curta e média duração
– Transnacionalismo
• As estatísticas sobre migrações podem não captar a dinâmica e volatilidade dos movimentos modernos.
Conclusão: existe linearidade na evolução dos movimentos migratórios?
• Teoria: a teoria da “transição para a mobilidade”
• Observação empírica: os casos de “viragem migratória”– A Europa Ocidental e do Norte na viragem para o séc. XX
– A Europa do Sul após os anos 70
– A expectativa da Europa Central e de Leste
• A conjugação de variáveis: desenvolvimento económico e transição demográfica
• Os novos movimentos
• A importância da escala: observação nacional vsregional/local– Espaço integrado da UE: deverá, no futuro, potenciar migrações
• Portugal: o futuro em aberto