o jovem
jp maia [4] dossier [8] especial [10]
Fizemos o balanço do último ano de mandato
A JP Maia foi a votos para reconduzir Manuel Oliveira e a sua equipa na liderança da estrutura. Nesta edição fazemos o balanço do último ano de mandato. Quase não tínhamos espaço para tudo…
O sucesso das Charter Schools
Criado nos EUA, este modelo educativo, que oferece uma alternativa inovadora ao tradicional modelo de escola pública, está a ganhar cada vez mais adeptos, mas ainda continua desconhecida em Portugal.
Um ano de trabalho da distrital de Lisboa
Há cerca de um ano, a distrital de Lisboa estava adormecida. Luís Chiti decidiu então encabeçar um projecto que devolveu a vida ao distrito e que reafirmou a Juventude Popular por terras alfacinhas.
Nº 32 | Ano XXV | Agosto de 2010
www.jpmaia .orgimprensa@jpmaia .org
entrevista [12]
Manuel Oliveira
Após um ano excepcional, sem comparação na história da
concelhia, Manuel Oliveira prepara-se para iniciar o seu segundo
mandato à frente da Juventude Popular da Maia.
Em tempo de balanço e construção de novas expectativas, o
presidente da estrutura respondeu às perguntas d’O Jovem, e afirma
o desejo de ver concelhia que lidera ser sempre a referência.
2222 primeira páginaprimeira páginaprimeira páginaprimeira página agosto 2010 | o jovem
EDITORIALEDITORIALEDITORIALEDITORIAL Tiago LoureiroTiago LoureiroTiago LoureiroTiago Loureiro | Editor d’O Jovem
No reino do vácuoNo reino do vácuoNo reino do vácuoNo reino do vácuo
Há dias, aquando de uma visita à página de facebook da JP da Póvoa de Varzim, pude aproveitar mais um pedaço do bom serviço público que por lá se faz ao ser conduzido para uma reportagem em que a Câmara Municipal do Porto se insurgia contra as pinturas de cariz político nas paredes da cidade. Dizia o presidente da autarquia portuense que não se pode andar a pintar as paredes em nome da liberdade de expressão, correndo o risco de transformar esse direito numa mera forma de sujar as paredes dos outros. Em resposta, os visados referiam o facto de muitas dessas paredes estarem também sujas com cartazes de propaganda a eventos da Câmara do Porto. No mundo da propaganda política, pinturas e cartazes são muitas vezes uma arma usada. Infelizmente. É que nesta troca de acusações encontro um denominador comum que merece a minha concordância: seja através de pinturas ou da colagem de cartazes, este método de divulgação de mensagens não passa de um mau serviço com contornos de violação abusiva do que é colectivo – no caso dos espaços públicos – e do que é pertença do outro, quando se trata de propriedade privada, e que torna tudo muito mais grave. Numa altura de enorme desilusão popular com as estruturas partidárias, escolher fazer passar a mensagem através destes métodos, mais do que ser rudimentar, apresenta-se ao público como uma forma facilitista e despreocupada com que o poder político o olha. Não é à toa que o CDS veio propor há pouco tempo a proibição deste tipo de propaganda. É que, ao invés de procurar sair à rua e promover o contacto com as pessoas ou apresentar e esclarecer soluções, pinturas e cartazes apenas apresentam clichés, muitas vezes contendo até informação errada, num “toma lá e cala” que não dignifica a capacidade intelectual e política exigível aos seus responsáveis e que baixam o nível de fazer política dos seus principais defensores.
Keep it real!Keep it real!Keep it real!Keep it real!
Não me acusem de falta de modéstia porque o que se segue é a mera constatação de um facto: o jornal O Jovem
é uma referência no mundo das “jotas” em Portugal. Cada uma das suas edições vai recebendo a chegada dos olhares de novos leitores e despertam cada vez mais críticas, que me vão chegando através do e-mail respectivo que, todos os meses, exibimos na capa do jornal. Todas elas são legítimas e provocam em mim o efeito construtivo necessário para fazer desta uma publicação cada vez melhor. O único tipo de crítica que me provoca reacções diferentes, nomeadamente de riso pela sua singularidade e de pena pela sua pobreza, são as opiniões ignorantes. Por exemplo, há muito quem diga que O Jovem tem por obrigação ser imparcial e recomende ao seu editor seguir nesse mesmo diapasão. Mas, novidade das
novidades, esta publicação, quem nela escreve e quem a edita, seguem o seu mais elementar direito a uma liberdade de expressão plena. As opiniões nele expressas são, tal e qual como aparecem, um pleno direito de quem as dá. Quem é convidado a participar n’O Jovem, só me dá essa honra se bem lhe apetecer. Ou seja, quem escreve n’O
Jovem para dar a sua opinião, pode perfeitamente vincula-la a facções ou tomar partido de uma coisa qualquer. Por exemplo, na última edição, não faria sentido que o Sérgio Lopes tivesse escondido a sua vaidade pela plenitude de Braga, ou que o Micha tivesse escondido o seu orgulho pelo seu primeiro ano de mandato. Cada um puxa a brasa à sua sardinha. Tudo normal. E quem lê tem de perceber isso. Outra grande novidade: O Jovem está perfeitamente identificado com uma concelhia de uma organização política claramente definida e com um programa e um conjunto de princípios que não quer esconder. Tentar fazer d’O Jovem uma publicação imparcial é – como hei-de dizer de forma fácil para que me percebam? – vá, impossível! O compromisso d’O Jovem é com a JP e com a Maia. Se esta explicação não foi suficiente, o e-mail continua disponível para quem me quiser contactar.
Nada como escrever isto numa edição que saiu bem “caseirinha”. Na capa vem o nosso Manel e em destaque “apenas” quatro páginas que resumem o trabalho de todo um ano de mandato da JP Maia. Um mandato que fez desta concelhia a referência da JP, e que me enche de orgulho enquanto militante que já cá anda há algum tempo e que já viu de tudo. Mas nunca tinha visto um mandato tão produtivo, uma liderança tão capaz, uma equipa tão forte qualitativa e quantitativamente e um ambiente de trabalho e de amizade tão bom. Nunca tinha visto o prazer da descoberta de todas as coisas novas que conseguimos: um novo presidente, novos militantes, um novo núcleo, um novo site, uma nova imagem, um novo estilo, uma nova atitude. Nunca tinha visto uma concelhia tão agarrada às suas origens e preocupada com a sua realidade, sem ceder às ilusões dos cargos em orgãos nacionais ainda hoje ocupados por mérito próprio por militantes como o Manel, o Nuno e eu próprio. Nunca vi tanta humildade e auto-estima funcionarem tão bem juntas e em tamanho equilíbrio. Nunca tinha visto tanta e tão boa Juventude Popular na minha Maia. Há um ano iniciamos um caminho de sonho. Está na hora de continuar a mantê-lo realidade.
Nunca tinha visto um mandato tão produtivo, uma liderança tão capaz, uma equipa tão forte e um ambiente de trabalho e de amizade tão bom. Nunca tinha visto tanta JP na Maia!
o jovem | agosto 2010 diário jpdiário jpdiário jpdiário jp 3333
Enquanto outros aproveitam o mês de Agosto para ir a banhos, a Juventude Popular não pára, nomeadamente através do seu presidente e deputado, Michael Seufert. Fica a conhecer a actualidade de Verão da JP!
Comunicado sobre a tragédia dos incêndios Perante a época de incêndios que assola o país, a
Juventude Popular lançou um comunicado onde diz ser
incompreensível que num país onde o património
florestal poderia ter um impacto muito positivo na
economia e ter um valor ambiental fortíssimo, se
continue a apostar em politicas reactivas ao invés de
politicas preventivas, como se esperaria de um governo
responsável. Neste comunicado, a JP defende, por
exemplo, uma forte aposta na manutenção de florestas
limpas, levada a cabo por titulares de RSI, reclusos,
desempregados, uma medida com carácter integrador
na sociedade.
Encerramento da Escola Móvel O presidente e deputado da Juventude Popular
questionou o Ministério da Educação sobre o
encerramento da Escola Móvel, um projecto que
servia crianças de família itinerantes sem condições
de frequentar o ensino regular. Segundo Michael
Seufert, “argumentar que estes meninos custavam
muito dinheiro ao estado e que voltar ao sistema
antigo é solução, corresponde a tirar o estado de onde
ele pode fazer a diferença: nos nichos dos nichos para
os quais não há solução de mercado”.
Solução JP para o fecho das escolas Através de um texto da militante da JP de Coimbra,
Lúcia Santos, a JP entende que “a lógica
economicista não pode sobrepor-se ao bem-estar das
crianças e das suas famílias, nem pode ignorar a
diversidade do nosso país e tem necessariamente de
assegurar que o estabelecimento de ensino de
acolhimento corresponda de facto a um novo
equipamento educativo, de garantir a razoabilidade
das deslocações diárias dos alunos e de prever os
mecanismos de financiamento que permitam apoiar
as autarquias locais a suportar os custos associados à
aplicação desta medida”.
A JP chumba a Ministra da Educação, Isabel Alçada A Juventude Popular lança a mensagem: a Ministra
da Educação, Isabel Alçada, chumbou sem prova de
recuperação que a valha. A JP exige um sistema de
educação baseado no rigor, na exigência e no
mérito. Por isso, a JP contesta o encerramento
indiscriminado de escolas, os mega-agrupamentos,
os vergonhosos “saltos do 8º para o 10º ano e o
inacreditável fim dos chumbos. Uma mensagem que
urge divulgar!
4 4 4 4 ser jp na maiaser jp na maiaser jp na maiaser jp na maia agosto 2010 | o jovem
A Comissão Política da JP Maia eleita em 2009 cessou oA Comissão Política da JP Maia eleita em 2009 cessou oA Comissão Política da JP Maia eleita em 2009 cessou oA Comissão Política da JP Maia eleita em 2009 cessou o seu mandato no passado mês seu mandato no passado mês seu mandato no passado mês seu mandato no passado mês
de Julho. de Julho. de Julho. de Julho. Durante esse períodoDurante esse períodoDurante esse períodoDurante esse período, a equipa maiata realizou um trabalho , a equipa maiata realizou um trabalho , a equipa maiata realizou um trabalho , a equipa maiata realizou um trabalho incomparávelincomparávelincomparávelincomparável, , , ,
destacandodestacandodestacandodestacando----se como uma concelhia se como uma concelhia se como uma concelhia se como uma concelhia exemplaexemplaexemplaexemplarrrr no seiono seiono seiono seio da Juventude Popular. Antes do da Juventude Popular. Antes do da Juventude Popular. Antes do da Juventude Popular. Antes do
início do novo mandatoinício do novo mandatoinício do novo mandatoinício do novo mandato, fazemos o balanço de um , fazemos o balanço de um , fazemos o balanço de um , fazemos o balanço de um anananano que se pauto que se pauto que se pauto que se pautou por uma ou por uma ou por uma ou por uma
qualidade sem igualqualidade sem igualqualidade sem igualqualidade sem igual na histna histna histna históóóóriariariaria da estrutura.da estrutura.da estrutura.da estrutura. PorPorPorPor Manuel OliveiraManuel OliveiraManuel OliveiraManuel Oliveira
um ano de
A aventura começou no dia 1 de Agosto
de 2009. Estávamos em ano de quentes
confrontos políticos. A máquina eleitoral
do CDS, que seguia embalada depois da
eleição de Nuno Melo e Diogo Feio para o
Parlamento Europeu, empenhava-se
agora na tarefa legislativa e autárquica.
Apenas quinze dias separavam estas duas
rondas. Muitas bandeiras, muitos
discursos e desabafos num excitante
sentimento de que o partido seria
recompensado em votos pelo trabalho
magnífico de oposição ao primeiro
mandato de José Sócrates. Pelo meio
destas batalhas, a Juventude Popular da
Maia foi a votos e, com desejos
reforçados de continuidade ainda com
mais ambição, elegeu uma nova equipa:
Manuel Oliveira assumiu a dianteira
ladeado por Carlos Pinto, Nuno Silva e
Tiago Loureiro; Tiago Oliveira encarou o
dinamismo da Secretaria-Geral; Vânia
Peres, Luís Santinhos, Liliana Santo,
Rinaldo Rodrigues e Pedro Souza-
Cardoso fechavam o leque oficial de
promessas. Durante esse ano muitos se
iriam juntar e descomprometidamente
assumir também o compromisso de
excelência e honra: Rita, Márcio,
Mariana, Igor, Zé Miguel, Júlio e tantos
outros. Por muito ou quase nada, todos
foram essenciais, todos foram
excepcionais, todos foram JP.
A exigência eleitoralA exigência eleitoralA exigência eleitoralA exigência eleitoral O mandato arrancou na realidade de que,
em muitos anos, o partido ia, no concelho
da Maia, sozinho a eleições. A coligação
com o PSD local estava de lado, o
candidato, Álvaro Braga Júnior, estava
apresentado e os rostos de freguesia um
a um a serem alinhados. A Juventude
Popular da Maia desde o primeiro minuto
jurou empenho e colocou os seus
melhores quadros ao serviço das listas
candidatas. Gerindo participações entre a
pré-campanha legislativa e a autárquica,
a estrutura visitou, entre outros, a
Associação Cultural e Recreativa de
Teibas, o Aeródromo de Vilar de Luz e o
Atlético Clube de Pedrouços. Sempre ao
lado dos candidatos, sempre ao lado do
projecto CDS. Percorremos a pé e
distribuímos flyers de madrugada,
quando mais ninguém o fez, por toda a
Maia. Acordamos cedo e, ao lado da
restante JP, com bandeiras, autocolantes
e gritos de guerra, percorremos o distrito
ao lado de Ribeiro e Castro com a certeza
de que o partido faria história. Foi mais
de um mês a suar e a batalhar pelo
reforço da direita democrática sem pedir
nada em troca, sem ambicionar mais
nada que um simples agradecimento
pelo esforço e compromisso. O claro e
previsível desastre dos resultados a nível
local foi largamente recompensado pela
eleição de quatro deputados pelo distrito
do Porto, incluindo o Presidente da
Juventude Popular. Um sentimento de
orgulho e pertença tão grande que valeu
por tudo. Pairava um sentimento de
missão cumprida.
Mãos à obra!Mãos à obra!Mãos à obra!Mãos à obra! Ainda a festejar as últimas reacções ao
enorme resultado no distrito, a estrutura
conseguiu finalmente parar para começar
a pensar em si própria. O compromisso
com as batalhas eleitorais tinha ocupado
três meses do novo mandato. Era preciso
definir prioridades e retomar as
produções com marca “JP Maia”
alinhadas com o caderno de actividades
sufragado pelos militantes em Agosto. O
primeiro passo foi reforçar a presença da
primeiro passo foi reforçar a presença da
estrutura e da sua mensagem nas redes
sociais. Das primeiras concelhias da JP a
estar presente no Facebook, esta
ferramenta permitiu indiscutivelmente
aproximar militantes e simpatizantes. Foi
ainda criada uma página exclusiva de
divulgação do jornal oficial da estrutura,
O Jovem. O objectivo seria aumentar a
exposição pública e dignificar cada vez
mais um produto, único na família JP,
que mensalmente custa muito esforço e
dedicação. Ao longo do mandato O
Jovem cumpriu com as suas
responsabilidades em doze edições
carregadas de notícias da estrutura,
entrevistas importantes e textos de
opinião diversificados e pertinentes.
Hoje, e num mandato que comemorou os
25 anos da fundação deste nobre jornal,
O Jovem é mais do que uma referência,
com mais de seiscentos seguidores e um
público atento, exigente e fiel.
Em Novembro, o Conselho Nacional da
JP reúne em Mirandela naquele que viria
a ser um fim-de-semana importante para
a concelhia. Além da concelhia ter visto
um militante, o Eric Rodrigues, ser
nomeado Secretário-Geral da Comissão
Política Nacional, foram ainda
defendidas duas moções sectoriais,
provenientes do Congresso Nacional de
Guimarães, pelos militantes maiatos
Manuel Oliveira e Carlos Pinto. Ainda
nesse mês, o 25 de Novembro de 1975
não foi esquecido e mais uma vez a JP
Maia decidiu sair à rua e promover junto
das escolas aquilo que os manuais de
História parecem querer ocultar como o
dia da verdadeira Liberdade no Portugal
pós-25 de Abril. Uma campanha sempre
positiva e em nome da verdade histórica.
A época natalícia chegou depressa com
mais uma reedição da campanha de
recolha de brinquedos e roupa que a
concelhia anualmente organiza. A edição
de 2009 superou, felizmente, em muito a
do ano transacto permitindo à estrutura
entregar os resultados à IPSS maiata “A
Causa da Criança”, destinada a jovens
que provêem de meios familiares e
sociais problemáticos.
Percorremos a pé e distribuímos flyers de madrugada por toda a Maia. Acordamos
cedo e, ao lado da restante JP, com bandeiras e gritos de guerra, percorremos o distrito ao lado de Ribeiro e Castro com a certeza de que o partido faria história.
o jovem | agosto 2010 ser jp na maiaser jp na maiaser jp na maiaser jp na maia 5555
Temas actuais em debate Temas actuais em debate Temas actuais em debate Temas actuais em debate
Inerente ao espírito de Ano Novo, a JP
Maia acelerou ainda mais a sua
motivação para iniciativas que
considerava essenciais para a discussão
política. Em Janeiro foi organizado, na
Casa do Alto em Pedrouços, um debate
sobre Regionalização que contou com
um painel de excelentes oradores:
António Garcia Pereira, dirigente do
MRPP; João de Pinho Almeida, deputado
e à altura Secretário-Geral do CDS;
António Tavares, Director do TECMAIA –
Parque Empresarial da Maia. Um
momento alto para a estrutura numa
iniciativa que será para sempre
relembrada pela sua qualidade e
pertinência.
Com um Congresso Distrital no
horizonte, a JP Maia encarou os meses de
Fevereiro e Março como aqueles em que
seria necessária uma preocupação maior
com o futuro da política JP no distrito do
Porto. O Congresso viria a acontecer em
Paredes e mais uma vez revelou uma
concelhia maiata forte e imprescindível
no universo JP. Duas moções sectoriais,
apresentadas por Manuel Oliveira e Tiago
Loureiro, quatro militantes nos novos
órgãos distritais, Carlos Pinto, Tiago
Loureiro e Eric Rodrigues na Comissão
Política Distrital e Nuno Silva na Mesa do
Congresso Distrital. Ainda em Março, a
Comissão Política Concelhia apostou
forte na área da Saúde com duas
iniciativas de destaque: visita ao Centro
de Saúde de Águas Santas e debate
sobre o tema da morte medicamente
assistida que contou com mais um leque
de oradores reconhecidos. Foi no Fórum
da Maia que a concelhia debateu com
João Moreira Pinto - médico e Secretário-
Geral do CDS Porto, Rui Nunes -
Presidente da Associação Portuguesa de
Bioética, Jorge Teixeira da Cunha -
Sacerdote e Professor da Universidade
Católica, e Laura Santos - autora do livro
“Ajudas-me a Morrer? A morte assistida
na c ul tura o c id e nta l d o
séc. XXI”, que este deve ser um tema
acima de tudo debatido por todos e
julgado por cada consciência.
Pela Maia, sempre!Pela Maia, sempre!Pela Maia, sempre!Pela Maia, sempre! Um dos objectivos do mandato passou
por uma maior presença da estrutura no
terreno, junto das escolas, das
colectividades e dos executivos de
freguesia. Era importante conhecer o
concelho e ouvir respostas da parte de
quem todos os dias o vive intensamente.
Foi assim lançada a “Volta ao Concelho”
que iniciou em Barca, passou por Vila
Nova da Telha, Pedrouços e Folgosa.
Tristemente foram estes os únicos
executivos de junta que responderam ao
desafio da JP Maia e abriram as suas
portas. Dos restantes catorze executivos
a estrutura nunca recebeu uma resposta
ou simplesmente foi ignorada e colocada
em segundo plano uma iniciativa que
acima de tudo assenta numa relação
institucional. O importante sempre foi
identificar ameaças, fraquezas, forças e
potencialidades de cada uma das
freguesias que compõem o concelho para
depois apresentar um projecto de
reforma administrativa consciente e
responsável – prevista a sua
apresentação para este novo mandato.
Nestas visitas, a JP Maia procurou
sempre incorporar a exploração das mais
valias patrimoniais de cada freguesia e
alertar para casos de aparente
despreocupação pública. Foram ainda
promovidas durante todo o mandato, e
especialmente no mês de Abril,
campanhas de divulgação e filiação de
novos militantes. A estrutura fez
campanha em todas as escolas
secundárias da Maia e aproveitou a
excelente oportunidade de ouvir os
jovens, os seus problemas e ambições.
Foram distribuídos mais de trezentos
“flyers” e recebidas muitas queixas,
muitas preocupações com o futuro dos
jovens no nosso país. Muitos associaram-
se ao espírito da JP, outros conscientes
de que afinal a política não é um bicho de
gabinete. Resultados? Quase 200 novos
militantes…
A estrutura fez campanha em todas as escolas secundárias da Maia e aproveitou a excelente oportunidade de ouvir os jovens, os seus problemas e ambições. Foram distribuídos mais de trezentos “flyers” e recebidas muitas queixas e muitas preocupações com o futuro dos jovens no nosso país.
6666 ser jp na maiaser jp na maiaser jp na maiaser jp na maia agosto 2010 | o jovem
Uma nova imagem, a Uma nova imagem, a Uma nova imagem, a Uma nova imagem, a
mesma atitudemesma atitudemesma atitudemesma atitude O mês de Maio foi o da habitual
preparação da concelhia para mais uma
Feira das Oportunidades – evento
promovido pelo Pelouro da Juventude da
Câmara Municipal da Maia e, desta vez, a
aposta foi muito alta. Uma nova imagem
da concelhia seria apresentada, um novo
logótipo, site na Internet, material de
campanha, reformulação d’ O Jovem e
aposta em novas ferramentas internas de
formação como o Manual do Novo
Militante. Basicamente foi um sucesso.
Não haverá melhor adjectivo para
caracterizar a reacção dos militantes e
simpatizantes. A concelhia tem hoje uma
imagem mais leve, moderna e apelativa.
Ainda em Junho, a estrutura decidiu
reagir ferozmente ao clima de
desorganização e guerrilha que se vivia
nas reuniões de Assembleia Municipal.
Insurgindo-se contra o que considerava
uma tremenda falta de respeito pelo
compromisso assumido com os eleitores,
a JP Maia sentiu que o seu alerta foi mais
do que compreendido pelos responsáveis
do órgão local e os seus intervenientes.
Quando todos já viam a “silly season” no
horizonte, a estrutura promoveu em
Junho um conjunto de iniciativas que
mostram mais do que um mínimo
compromisso. Preocupada com a
crescente onda de insegurança que
transpira no concelho, a concelhia
decidiu reagir em comunicado um
sentimento de solidariedade com todos
os responsáveis locais que procuram
soluções para este flagelo e ainda visitou
a Divisão da Polícia de Segurança Pública
da Maia onde encontrou respostas e
ouviu preocupações desta força de
segurança. Junho foi ainda mês do
primeiro Conselho Municipal de
Juventude de 2010, em que a concelhia
obviamente participou, e revelador de
uma notícia que para sempre ficará na
história da JP Maia: condições mínimas
para a criação de núcleos territoriais que
permitam um alcance diário e próximo
aos problemas dos jovens e do concelho.
O mês fechou com chave de ouro numa
O mês fechou com chave de ouro numa
iniciativa organizada em conjunto pelas
Comissões Políticas do CDS Maia e da JP
Maia. Numa iniciativa de nível poucas
vezes visto, o objectivo passou pela
formação interna e abordagem
generalizada do presente e futuro do
nosso país. Com as participações
especiais de José Ribeiro e Castro,
Michael Seufert, João Pinho de Almeida,
Nuno Melo e Rui Moreira, foi possível no
concelho da Maia abordar a História e
evolução política do CDS-PP, as várias
correntes que doutrinam o partido e
ainda discutir o estado actual da política
e da economia.
Foi um mandato especial, marcado por
uma ronda eleitoral inesquecível capaz
de proporcionar uma experiência
inigualável e futuramente útil. Um
mandato pautado pela exigência de uma
equipa que nunca se dá por satisfeita ou
acomodada, no que chega a ser um
quase enervante sentimento compulsivo
de fixação de metas para nos
superarmos, infelizmente, a nós próprios.
É difícil descrever tudo o que se faz, tudo
o que se pensa e tudo o que se alcança
nesta casa sem roçar um orgulho e
prepotência especiais, à special one. Mas
dizer que somos os melhores já não
chega e isso é irritante. O que se sabe é
que se a única forma de alcançar o
sucesso imediato e eterno é atingir um
nível de imprescindibilidade tal, então
isso foi e é a Juventude Popular da Maia.
Em conjunto com o CDS Maia, numa iniciativa de nível poucas vezes visto, o
objectivo passou pela formação interna e pela abordagem do presente e futuro do
país. Com as participações de figuras ímpares como José Ribeiro e Castro,
Michael Seufert, João Pinho de Almeida, Nuno Melo e Rui Moreira.
o jovem | agosto 2010 ser jp na maiaser jp na maiaser jp na maiaser jp na maia 7777
charter schools
o sucesso das
Nos inícios dos anos 1990, os Estados Unidos viram nascer uma fórmula que permite equilibrar a liberdade de escolha dos pais, a autonomia da
gestão das escolas e a responsabilizaçççção estatal no alcance de padrões
de qualidade e equidade na educaçççção. As charter schools transformaram-se num caso de sucesso, embora a sua realidade seja ainda bastante desconhecida em Portugal. PorPorPorPor Tiago LoureiroTiago LoureiroTiago LoureiroTiago Loureiro
o jovem | agosto 2010 dossierdossierdossierdossier 9999
Um novo conceito
Os rankings escolares demonstram,
ano após ano, a disparidade de
resultados entre escolas privadas e
escolas públicas. Tais resultados,
poderíamos dizer, levam a crer que a
gestão por própria conta e risco leva a
que as decisões sejam mais bem
ponderadas e os métodos testados e
comprovados para garantir o sucesso.
No entanto, nas imensas escolas
públicas, todas elas na posse de um
mesmo e único dono, a ineficiência da
sua gestão, baseada em regras e
normas universais independentemente
das diferenças que separam escolas,
comunidades e alunos, leva a um
insucesso generalizado, ao encontro,
quem sabe, da igualdade socialista,
conseguida, neste caso, por baixo.
Perante esta realidade, os pais que
queiram dispor da educação do seu
filho livremente o que fazem? Das
duas, uma: ou têm capacidades
financeiras para colocarem os seus
filhos em escolas privadas ou sujeitam-
se a deixar o estado escolher a escola
que acolherá o seu filho. Justa, esta
situação não é. Eficaz, menos ainda.
Nesse sentido, cada vez mais
especialistas vêm apontando o
surgimento de escolas mistas, ou seja,
geridas por entidades privadas sob
tutela e financiamento público, como
uma política educacional ideal para
melhorar a educação pública.
Nos Estados Unidos da América (EUA),
um modelo inovador tem tentado
combinar a liberdade de escolha dos
pais, a autonomia da gestão das
escolas e a responsabilização estatal no
alcance de padrões de qualidade e
equidade na educação. Essa
experiência, que tem chamado a
atenção de muitos estudiosos do
fenómeno educativo por todo o mundo,
é o das “charter schools”. A primeira lei
que permitiu o surgimento destas
escolas tem quase 20 anos, tendo
surgido em 1991 no estado do
Minesota, tendo este sido seguido pela
Califórnia no ano seguinte. Hoje, são já
mais de 40 os estados norte-
americanos a fazê-lo.
Com um conjunto de metas bem definidas, as “charter schools” criam um sistema onde os alunos e os pais podem escolher livremente entre escolas com projectos educativos próprios e autónomos. O estado mantém o seu papel de garante de uma educação gratuita e universal. O seu sucesso está à vista nos EUA. Como funciona?
Cada charter school é criada e gerida por
entidades privadas, nomeadamente
grupos de professores ou empresas,
sendo que os custos de frequência dos
seus alunos são suportados pelo estado
respectivo, que fica responsável pelo
acompanhamento e avaliação do seu
desempenho. Por exemplo, no Texas,
cada aluno que se transfere de uma
escola pública para uma charter school,
corresponde a uma transferência de
recursos do distrito onde estudava para a
nova escola, no mesmo montante. Ou
seja, o estado afecta de forma diferente
exactamente os mesmo recursos, dando
ao aluno uma nova liberdade de escolha e
à escola uma fonte de subsistência e
desenvolvimento.
Para que uma charter school seja criada,
os seus responsáveis têm de desenvolver
um projecto educacional (charter, de
onde deriva o nome deste tipo de
escolas) e atrair um número suficiente de
alunos para que ela seja
economicamente viável. Ao contrário das
tradicionais escolas públicas, cujo acesso
está dependente do local de residência
dos encarregados de educação, os pais
podem colocar livremente os seus filhos
numa charter school. Se houver excesso de
procura numa determinada charter school,
a colocação dos alunos é feita por sorteio,
uma vez que estas escolas se
comprometem com o princípio da
equidade.
A grande característica destas escolas
reside no facto de estarem isentas da
maioria das leis e normas que regem o
funcionamento do sistema tradicional de
escola pública, tal como a colocação dos
alunos com base no local de residência, a
alunos com base no local de residência, a
adopção de programas curriculares pré-
definidos estatalmente ou a colocação
centralizada de professores, por
exemplo. Desta forma, as charter schools
têm uma ampla liberdade e um forte
incentivo para promover um ensino de
maior qualidade e que tenha em conta
que cada aluno é um caso, cada realidade
tem problemas diferentes – logo não
merecem soluções universais. Para além
de tudo isto, os recursos públicos são
utilizados de uma forma bem mais
eficiente… para bem do contribuinte.
Onde é que eu já ouvi isto?
A Juventude Popular, ao longo dos anos,
tem vindo a desenvolver um discurso de
liberdade e autonomia na educação. Na
moção vencedora do seu último
Congresso, por exemplo, vem expresso
que “cada aluno deverá ter a liberdade de
escolher a escola que pretende
frequentar e o projecto educativo que
mais lhe interessa, com a garantia
financeira concedida pelo estado de uma
forma mais justa e livre” e que cada
escola deve ter a “possibilidade de
adoptar o seu próprio projecto educativo,
gerir autonomamente os seus serviços,
os professores com que contam e
adoptar o modelo de avaliação que
entendam como melhor”. Já para não
falar na expressão “cheque-ensino”, que
tem entrado no discurso político por
força da acção da JP.
As charter schools parecem ser um
exemplo bastante aproximado dessas
ideias, com a vantagem de
corresponderem a um exemplo prático
de grande sucesso.
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perdido mandato; havia um trabalho desgarrado e sem lógica inter-concelhia e falta de motivação e rumo. Graças à nova filosofia e modelo de gestão inserida com a nossa Distrital de Lisboa da Juventude Popular, ganhámos vários desafios neste primeiro ano de mandato e cumprimos com as metas que tínhamos definido para esta metade do mandato. A criação dos Gabinetes de Estudos, do Oeste, de Apoio ao Crescimento e de Comunicação, permitiu-nos não só alargar o leque de participação dos militantes na Distrital de Lisboa como garantir uma maior diversidade de pensamento que tem sido muito útil no nosso trabalho político. Não querendo iniciar uma análise exaustiva e porventura desinteressante para os leitores d´O Jovem, posso adiantar alguns exemplos: criámos os Gabinetes que nos propusemos; realizámos 3 Conselhos Distritais onde lançámos um tema para debate (o da Imigração); concretizámos a primeira grande
formação para novos militantes da Juventude Popular; organizámos toda a campanha Legislativa no Distrito de Lisboa; tivemos vários momentos de convívio entre os militantes; etc. Em suma, lançámos as bases que pensamos ser essenciais para que o nosso projecto cresça de forma sustentada. No entanto, consideramos que ainda muito há a fazer, mas que os objectivos, com o empenho e dedicação que temos tido por parte de todos e que eu aproveito para agradecer, serão apenas o resultado óbvio do nosso trabalho. E com esse trabalho orgulhamo-nos de, com apenas 6 meses de actividade, ganhar o Prémio Krus Abecassis que premeia todos os anos a melhor Distrital da Juventude Popular. Não que o prémio seja o nosso objectivo, mas é sem dúvida satisfatório e motivador ver esse trabalho reconhecido ainda para mais em disputa com Distritais que respeitamos e admiramos como a Distrital do Porto e a Distrital de Braga.
Cheira a
Lisboa Após ano e meio de inactividade, a Distrital de Lisboa da JP voltou a ganhar vida. Um ano depois da eleição, a estrutura lisboeta está radicalmente diferente. Organização e crescimento foram as novidades que deram forma à nova Distrital de Lisboa. O Jovem esteve à conversa com o principal responsável pela mudança, o Presidente da Distrital, Luís Chiti. De forma genérica, após cerca de um ano de mandato que balanço fazes? Fazemos um balanço muito positivo do nosso primeiro ano de mandato. Quando fomos eleitos já sabíamos o que nos esperava. O facto de termos tido um ano e meio sem distrital eleita teve repercussões a vários níveis: havia muitas concelhias que tinham
o jovem | agosto 2010 especial especial especial especial 11111111
No início do teu mandato, em entrevista a’O Jovem, definiste a implantação e a formação política como prioridades. O que foi feito nessas áreas? É verdade, e ainda hoje, a meio do mandato, faz sentido continuar a apostar nessas áreas. Em termos de implantação, com as concelhias que iremos formar no decorrer de Setembro e Outubro, iremos atingir 14 Concelhias eleitas (num total de 16) que é a maior implantação nos últimos 10 anos no distrito de Lisboa. E tudo isto sem recurso a transferências ou concelhias fantasma que em nada ajudam ao crescimento sustentado da estrutura. Este resultado só foi possível numa articulação entre a Secretaria-Geral Distrital e os Coordenadores Concelhios nomeados para onde não existia estrutura eleita. Além disso, quanto à formação, organizamos, com cooperação da Concelhia da Amadora, a primeira grande formação para novos militantes da Juventude Popular. Um momento que pretendemos repetir, em moldes diferentes e com conteúdo mais conciso e objectivo, de modo a ajudar os nossos novos militantes a conhecer um pouco mais do que somos, como funcionamos e do que defendemos. Ainda sobre formação, o nosso Gabinete de Estudos já está a preparar o calendário de debates e sessões de esclarecimento até ao final de 2010, pelo que em Setembro irão ter novidades no nosso site e no nosso facebook. Como avalias a prestação da Juventude Popular no distrito de Lisboa e no contacto com os jovens? Penso que as Concelhias têm feito um óptimo trabalho. Exemplo disso foi a colagem de cartazes que a concelhia da Amadora fez, a acção de divulgação na Praia Grande pela concelhia de Sintra ou até mesmo a concelhia de Lisboa com as suas tertúlias. Houve também presença da Distrital em alguns debates nas faculdades e até mesmo a concelhia de Sintra esteve presente num debate na Escola Secundária de Rio de Mouro. Portanto, considero que, de um modo geral, é positivo. No entanto, pensamos que é possível fazermos mais. A Distrital tem previsto uma aposta forte em comunicação no último ano deste mandato, aliás como já estava previsto desde que nos comprometemos com este projecto. O lançamento do Facebook e do site da Distrital de Lisboa (www.jpdistritallisboa.org) foram importantes, no entanto o site ainda se encontra em fase de melhoramentos quer de funcionalidades, quer de imagem. Aliás, pretendemos que o nosso site venha a tornar-se a mais importante ferramenta de comunicação com os militantes, concelhias e jovens em geral. Mas mais do que isso, temos programado a colocação de um outdoor na Cidade Universitária e de acções de campanha focalizadas na captação de novos militantes e na divulgação da nossa mensagem.
Quais os objectivos para o que resta do mandato desta Comissão Política Distrital? Continuaremos a trabalhar na implantação, queremos atingir o pleno de concelhias eleitas. No entanto, a nossa maior aposta será sem dúvida a continuidade da formação política, com particular destaque para o debate político de temas modernos e ainda pouco discutidos. Além disso, como referi na pergunta anterior, iremos destacar a questão da comunicação, factor essencial não só para a articulação da muito diversa actividade do nosso distrito, mas também para dar a conhecer o nosso pensamento, a nossa ideologia e aquilo que fazemos. É muito importante, quer para todas as Concelhias quer para todas as Distritais, que divulguem o seu trabalho e as suas actividades. Vivemos hoje numa sociedade em que a comunicação é essencial para que exista visibilidade, e a Juventude Popular, em todos os seus níveis, deve ter a maior visibilidade possível. Também importantes serão as posições políticas que pretendemos tomar sobre matérias da actualidade. Pretendemos discuti-las em Conselho Distrital e tomar uma posição pública em consonância com os Conselheiros Distritais, de modo a legitimá-las num âmbito mais alargado assim como fazer sentir que a opinião dos militantes conta. Actualmente a Juventude Popular tem cinco distritais activas. Como avalias a importância de haver estruturas distritais eleitas para o desenvolvimento da JP? Considero que as Distritais são vitais para o crescimento e actividade da JP. Logo à partida por se tratar de estruturas intermédias de proximidade, ou seja, podem ajudar e acompanhar as concelhias, para mim as estruturas mais importantes da Juventude Popular, no desenvolvimento do seu trabalho, assim como exercer motivação muito mais presencialmente do que a estrutura nacional. Mas mais do que isso, são estruturas que, uma vez em actividade, são determinantes para a implantação e para a manutenção das estruturas existentes. Vivemos bem de perto essa realidade no nosso distrito, como expliquei logo no inicio da entrevista, após o
teceu na JP foi precisamente quando a maior parte das Distritais pura e simplesmente desapareceu. É portanto fulcral que existam Distritais e que mais existam. Aliás, aproveito a oportunidade para lançar o “debate” relativamente ao modo de eleição das Distritais na JP: fará sentido reduzir o número de Concelhias eleitas necessárias para que se possa convocar Congresso Distrital? Muito sinceramente é um tema que já falámos na nossa Comissão Política Distrital e pensamos que é um tema, entre muitos outros, que pode e deve ser abordado numa revisão estatutária lançada no último Conselho Nacional de Cascais pelo nosso Presidente e Deputado Michael Seufert para à qual, com muito orgulho, fui convidado a par da Presidente Distrital do Porto, Vera Rodrigues, e do Presidente Distrital de Braga, Sérgio Lopes. O que também denota a importância que as estruturas Distritais podem ter na estrutura nacional. Para terminar gostaria de dar os parabéns à concelhia da Maia pelo excelente trabalho que têm feito com O Jovem que já conta com 25 anos de existência e continua a ser uma referência para os seus leitores e para os jovens de direita.
término do mandato da última Distrital de Lisboa, vivemos momentos difíceis onde muitas concelhias pura e simplesmente deixaram de existir e as que existiam trabalhavam desprovidas de lógica de grupo. Este é apenas um exem- plo da necessidade e importância da existência das Distritais. Al iás, basta olhar para a estrutura da Juventude Popular, e quem já está na JP há algum tempo aperce- be-se disso facilmente, o maior declínio de estru- turas eleitas que acon-
seja sempre a referência.
“ Quero que a JP Maia
Manuel Oliveira O presidente da JP Maia em entrevista.
“ O que mais amo na JP é a minha concelhia e as pessoas que lá estão comigo nos momentos bons e
maus, sem jogos e sem duplo interesse. É unicamente para essas que me esforço e me preocupo em manter
o nível alto. Só quero que a JP Maia seja sempre a referência, a que faz a diferença, a que é
indiscutivelmente melhor e que não precisa de dar mais provas a ninguém do seu valor a não ser aos
nossos próprios militantes. Primeiro a Maia!
“
o jovem | agosto 2010 entrevistaentrevistaentrevistaentrevista 11115555
Completaste um ano à frente da JP Maia
e preparas-te para recomeçar o segundo.
Como analisas o teu primeiro mandato?
Francamente positivo. Em Agosto de 2009,
quando decidi a candidatura, sabia que era
importante fazer uma equipa equilibrada e
activa que conseguisse gerir no mesmo dia
uma campanha de rua de manhã e um
debate à noite. Penso que o resultado está
à vista de todos. Estivemos nas escolas, nas
freguesias, nas assembleias e organizamos
debates, momentos de formação. A minha
preocupação passou sempre por diversificar
ao máximo a actividade da concelhia e isso
acho que conseguimos. É verdade que
definimos no início três áreas de grande
intervenção e apenas trabalhamos a fundo
uma delas, a Saúde. Mas em contrapartida
intervimos noutras de maior relevo actual
como a Segurança, a Regionalização e a
displicência com que a maioria dos políticos
assume a responsabilidade confiada pelos
eleitores. Basicamente, e quando muitos
não estavam à espera, continuamos a ser a
JP da Maia, uma força que muitos têm
medo pela nossa irreverência e
d e s c o m p r o m e t i m e n t o c o m o
e s t a b l i s hm e n t .
Quais as principais diferenças entre a JP
Maia de hoje e aquela que te foi
“entregue” pelo teu antecessor?
Não gosto de comparar o meu trabalho
com o de ninguém assim como espero que
não o façam ao contrário. Mas obviamente
que há diferenças nem que seja pelo
simples facto do estilo de liderança ser
diferente. Uma das minhas preocupações
sempre foi trazer a concelhia mais para o
terreno, sentir o dia-a-dia do concelho, a
sua realidade, ouvir os jovens e todos
aqueles que gostam de partilhar os seus
desabafos connosco. Senti que a concelhia
precisava disso e só assim é
que podia legitimamente fazer uma política
local responsável. Hoje estamos muito mais
no terreno, somos muito mais conhecidos
nas escolas e nas freguesias e isso nota-se
pelo aumento na média de filiações por
iniciativa própria, ou seja, jovens que vão ao
nosso site, ficaram com um flyer nosso
distribuído ou algum amigo já lhes falou.
Reforçamos a presença no mundo virtual,
fizemos um refresh à imagem e produzimos
ferramentas de formação e comunicação
interna. Hoje estamos naturalmente
melhores, de outra forma eu não tinha
assumido o projecto há um ano.
No último ano, a JP Maia reforçou a
tradição de promover debates sobre
temas importantes da actualidade
nacional. Consideras esses momentos os
maiores sucessos do teu mandato?
Não os considero os maiores sucessos, até
porque todas as iniciativas têm o seu
particular valor para a construção do pleno
sucesso. No entanto, como força política é
importante a discussão, é importante
chamar a atenção e trazer para as primeiras
páginas as nossas preocupações e
ambições. Os debates da Regionalização e
da Eutanásia realizaram-se porque em
primeiro lugar eram temas que toda a
equipa queria aprofundar e trabalhar.
Partimos sempre dessa premissa.
Queremos saber mais daquele tema? Ok,
vamos criar condições para que
especialistas das mais variadas áreas da
sociedade venham, a nosso convite,
emprestar os seus conhecimentos e
partilhá-los não só connosco mas também
com todo o concelho. Só assim crescemos e
ganhamos maturidade de discurso.
No teu primeiro mandato tiveste alguns
momentos marcantes: eleições nacionais
e autárquicas e o Congresso Distrital do
Porto, por exemplo. Como classificas o
papel que a JP Maia teve nestes
momentos?
O período eleitoral não foi particularmente
fácil de gerir, mas creio que também não
serei o único a queixar-me. Foi um ano algo
atípico com eleições praticamente em cima
umas das outras, tempos de pré-campanha
em cima de tempos de campanha oficial.
Enfim, foi tudo gerido muito ao sabor do
dia. Mas são momentos que guardo com
satisfação, principalmente a campanha
para as legislativas com o Dr. Ribeiro e
Castro em que não podíamos ter tido maior
recompensa que eleger o Micha como
deputado e representante da JP no
parlamento. Já nas autárquicas as coisas
correram de forma desastrosa para o
partido, algo que no fundo todos
contávamos. Não me esquecerei nunca da
JP Maia ter andado noites a distribuir flyers
por todo o concelho quando mais ninguém
o fez, não me esquecerei nunca que
assumimos em muitos casos
responsabilidades que não eram nossas. Se
calhar o nosso mal é gostar muito da nossa
camisola e esperar sempre que algo de
melhor virá. No global só posso considerar
positiva a nossa entrega: a nível legislativo
fomos recompensados com a eleição do
“nosso” deputado, a nível autárquico
continuamos a saborear uns belos finos na
máquina de cerveja de pressão que
exigimos. São momentos que marcam e
não se esquecem. Quanto ao Congresso
Distrital do Porto, em relação aos seus
dividendos para a concelhia, foi apenas e só
a confirmação de que a JP no distrito
precisa e confia bastante no know-how,
ambição e singularidade da JP Maia.
Comparando com mandatos anteriores, a
JP Maia e o seu presidente tiveram uma
maior exposição mediática na imprensa
concelhia. Sinal de bom trabalho e uma
mais-valia para a concelhia?
É sobretudo sinal dum reconhecimento da
estrutura que tem vindo a aumentar. É para
isso que cá estou, independentemente do
cargo sou apenas mais um de muitos que
quer o nome da Maia sempre na primeira
página. Sem dúvida que o que mais amo na
JP é a minha concelhia e as pessoas que lá
estão comigo nos momentos bons e maus,
sem jogos e sem duplo interesse. É
Foi positiva a nossa entrega nas eleições: a nível legislativo fomos recompensados com a eleição do “nosso” deputado, nas autárqui-cas continuamos à espera que alguém nos facilite uma máquina de cerveja de pressão.
“ 11116666 entrevistaentrevistaentrevistaentrevista agosto 2010 | o jovem
Muitas vezes fazemos coisas simples e todos ficam admirados como se fosse preciso um grande esforço para o conseguir. Fico admirado, mas depois lembro-me que na Maia há uma coisa chata como tudo: iniciativa.
unicamente para essas que me esforço e
me preocupo em manter o nível alto. Só
quero que a JP Maia seja sempre a
referência, a que faz a diferença, a que é
indiscutivelmente melhor e que não precisa
de dar mais provas a ninguém do seu valor
a não ser aos nossos próprios militantes. É
essa a mensagem que passo: primeiro a
Maia.
Pouco depois de teres sido eleito, o CDS
da Maia elegeu também um novo
presidente. Como classificas as relações
entre a JP e o CDS maiatos desde então e
que perspectivas tens para o futuro?
Institucionalmente, a JP Maia beneficiou
muitíssimo com a chegada do José Eduardo
Azevedo à presidência do CDS da Maia.
Pessoalmente, julgo que ganhei um amigo
e alguém com quem se pode conversar
descomprometidamente. Depois do
brilharete para as autárquicas na Maia, o
CDS precisava de uma liderança
descontraída, objectiva e transparente e
penso que o conseguiu com o Zé Eduardo.
Creio ainda que o CDS da Maia conseguiu
perceber a sorte que tem em ter uma JP
como esta no concelho e seria uma burrice
se não capitalizassem com ela. Isso foi
notório na iniciativa de grande qualidade
que realizamos em conjunto e que contou
com um excelente painel de oradores.
Estou desejoso de embarcar em mais
experiências destas porque o CDS, a JP e a
Maia só ficam a ganhar. Estou convicto e
com fé num CDS que seja honesto consigo
próprio e que estabeleça sozinho metas
alcançáveis. Não temos de ter medo, se em
ano sem eleições só temos cinco pessoas na
sede para uma reunião, então são essas que
interessam porque são essas que amam
merecem o partido. merecem o partido.
e merecem o partido.
Prestes a iniciar o teu segundo mandato,
quais os objectivos e os desejos para o
próximo ano? Será um mandato mais
pautado pela continuidade ou a apostar
na mudança?
É impossível não alinhar este segundo
mandato numa perspectiva de
continuidade até porque a mudança já a
encarnamos todos os dias. Sobretudo
apostaremos num reforço da campanha de
rua, na constituição e afirmação de mais
núcleos territoriais e na exploração de áreas
como a reforma administrativa, a
economia, o urbanismo e o
empreendedorismo. Queremos apresentar
uma proposta de reforma administrativa
para o concelho e continuar com as nossas
visitas institucionais a executivos e
colectividades. Vamos estar atentos ao
plano de exploração das infra-estruturas de
desporto da Maia e queremos perceber a
verdadeira dimensão e importância do
Parque Industrial do concelho. Não
esqueceremos ainda temas como o Apoio
Social e a evolução do combate político
pelo reforço da política de Segurança.
Vamos estar atentos e reagir
espontaneamente a tudo o que for
essencial para a JP da Maia marcar a sua
posição.
Os debates sobre os grandes temas da
actualidade são já uma marca
inconfundível da dinâmica da JP Maia.
Pensas continuar o ritmo no próximo
mandato?
Sim, claramente. Não vou é, de forma
nenhuma, divulgar agora os seus temas
porque isso seria estar a incentivar um
facilitismo de acção no qual a concelhia da
facilitismo de acção no qual a concelhia da
Maia não se revê. Mas a promessa é de que
a pertinência dos temas e a qualidade dos
intervenientes será como sempre
salvaguardada.
A JP Maia refrescou a sua imagem e
reforçou a sua presença na web, com
meios próprios, de forma completamente
autónoma. Consideras esta
demonstração de grande capacidade de
iniciativa e autonomia um dos pontos
fortes da JP Maia durante o teu mandato?
A concelhia da Maia, assim como os seus
militantes, sempre aprenderam a viver das
nossas possibilidades e exigência. É
verdade que gozamos de uma autonomia
exemplar porque também fazemos por
isso. E nada, mas mesmo nada, se faz sem
vontade e sentido de responsabilidade.
Muitas vezes fazemos coisas bastante
simples e todos ficaram admirados como se
fosse preciso um grande esforço para o
conseguir. Eu próprio fico admirado com
estas reacções, mas depois lembro-me que
na Maia há uma coisa chata como tudo:
iniciativa. Tudo isto são coisas que já não
discutimos. Fazer é um verbo que sobra
imenso e que nós aproveitamos e
desgastamos bastante. Por isso, ter um
site, flyers, manuais e outras tantas coisas,
tudo produzido e pago por nós, é antes de
mais bom sinal e depois regozijo e auto-
estima interna.
Durante a tua presidência, o jornal “O
Jovem” comemorou 25 anos de
existência. Parece-te que, a par da idade,
a importância da publicação também tem
crescido?
Mais do que crescido. Já tive oportunidade
de escrever no próprio jornal que O Jovem
“
o jovem | agosto 2010 entrevistaentrevistaentrevistaentrevista 17171717
de escrever no próprio jornal que “O
Jovem” ocupa hoje um espaço único e
muito especial no universo da JP. Não
tenho a mais pequena dúvida que hoje ele é
lido ou apenas alvo da mera curiosidade de
todos. Temos vindo a aperfeiçoar
mensalmente “O Jovem” e todos têm
presenciado o excelente trabalho de edição
que o Tiago tem vindo a desenvolver
juntamente com a ajuda da restante
concelhia. Espero sinceramente presenciar,
seguramente do lado de fora, os próximos
25 anos do jornal. Para mim é um gozo
enorme saber que tenho uma ferramenta
tão importante na minha concelhia e sinal
de satisfação quando militantes de todo o
país me perguntam se “O Jovem” não é
mesmo o jornal oficial de toda a JP porque
não encontram mais nada parecido. Eu
digo simpaticamente que não, que ele é da
Maia e fruto do esforço e orgulho de apenas
uma concelhia.
Durante o teu mandato, a JP Maia
concretizou a criação de um núcleo. É teu
desejo que novos núcleos nasçam no
futuro?
Sim e estamos a trabalhar nisso. Queremos
chegar diariamente em força a todos os
pontos do concelho e isso só o
conseguimos se tivermos elementos
activos nesses locais. Já temos a funcionar a
todo o vapor o núcleo do Castêlo da Maia,
queremos agora mais dois ou três que
compreendam as zonas sul, oeste e este do
concelho. No entanto, queremos ir com
calma e muita ponderação. Temos a
responsabilidade de ser, pelo menos que eu
tenho conhecimento, a única concelhia
activa com núcleo territorial e por isso, mais
uma vez, estamos a desbravar sozinhos
terrenos desconhecidos. Não há pressas.
Em que medida a criação de mais núcleos
será um sinal positivo para a JP Maia?
Eu posso estar a magicar uma conspiração
que não lembra a ninguém, mas confesso
que, e pensando no problema de
implantação do CDS Maia no concelho, a
ideia dos núcleos é para um projecto muito
mais do que a simples representação da JP
Maia. Pelo menos para mim. Pensando que
um problema de representação começa
sempre de baixo para cima e que há fortes
probabilidades de continuar este ritmo de
influencia da juventude local por parte da
JP, então pode ser que daqui a dez ou
quinze anos já não tenhamos só 3%. Mas
isto pode ser uma simples maluqueira da
minha parte, ou não. No fundo, no fundo,
continuamos a trabalhar para a máquina de
cerveja de pressão…
Hoje estamos muito mais no terreno, somos muito mais conhecidos nas escolas e nas freguesias e isso nota-se pelo aumento na média de filiações por ini-ciativa própria.
É sabido que o esforço na organização de
grandes iniciativas tem na presença do
público uma grande recompensa. Para
além do público “anónimo”, pensas que a
Juventude Popular, nomeadamente
através de outras concelhias, têm sabido
recompensar a JP Maia estando
presentes nas suas iniciativas?
Infelizmente não. Mas isso é tão subjectivo
que podíamos estar aqui a teorizar durante
horas. O que sei objectivamente é isto: é
raríssimo a concelhia da Maia falhar
actividades no Distrito, seja qual for a
concelhia, e quando o faz, nunca é só com
a representatividade de um militante.
Nunca pedimos mais nem menos e se em
algum momento organizamos debates e
campanhas, elas são sobretudo para
consumo e interesse da casa. Apenas
divulgamos porque gostamos da
presença de todos e da família JP em
particular e porque consideramos que é
no mínimo do interesse de todos os
temas que discutimos. Se depois
ninguém aparece só posso lamentar e
ficar bastante apreensivo. Senti
profundamente que a iniciativa “A Direita
Democrática em Portugal” rivalizou, pela
qualidade e pertinência, com umas
Universidades JP. No entanto, não
tivemos nem meia sala. É triste ver que as
concelhias existem e só reagem ao que
lhes interessa ou ao que simplesmente são
mandatadas. A JP no distrito do Porto tem
de melhorar muito, baixar a cabeça e
começar a trabalhar a sério, mostrar
humildade e compromisso. Mas posso estar
a exigir muito, afinal pertenço à JP da Maia.
Em termos nacionais, entramos
recentemente na segunda metade da
actual CPN. Como classificas,
globalmente, o seu trabalho? A JP está
bem entregue ao Michael Seufert?
Recordo-me que a larga maioria dos
militantes no último congresso de
Guimarães votou Micha e eu fui um deles.
Uma moção estrondosa, um rapaz
simpático, humilde e com uma bagagem
retórica grande. Acho que na altura foi isso
que convenceu a JP. Hoje vejo que a CPN,
na figura do seu Presidente e representante
no Parlamento, já alcançou coisas boas,
como a influência no novo Estatuto do
Aluno, a reacção ao fim da Escola Móvel e
os alertas para o desemprego jovem.
Todavia há sempre aspectos que falham
numa equipa e que é vital corrigir, a CPN
não é excepção. Sinto que a CPN deve
continuar a privilegiar uma mensagem de
competência e mérito porque se é isto que
doutrinamos então façamos dela prática.
Tudo o resto é fumo sem fogo, pormenores
e aspectos que só atrasam e nada ajudam a
JP. Pessoalmente quero que a CPN se
preocupe com as concelhias, não peço mais
nada. E se conseguirmos ter bases fortes,
teremos uma cabeça indestrutível.
O Presidente da JP está na Assembleia da
República. Pensas que o seu trabalho tem
honrado a JP e lhe tem trazido
benefícios?
Tal como já disse anteriormente: é
importante para a JP, independentemente
de quem a representa, ter um papel activo
dentro do parlamento. Regozijo-me pela
influência da JP no novo Estatuto do Aluno
e aguardo por mais. Lembro-me que na
noite em que o Micha saiu eleito lhe pedi,
depois das felicitações, para ele não se
esquecer que acima de tudo era JP e que
era o seu Presidente. Assim prometeu e
para já tenho todas as garantias.
Relativamente ao CDS, após os
excelentes resultados no período eleitoral
de há um ano, como te parece estar o
partido? Ainda no rumo do sucesso ou,
como muitos vaticinam, a ser esvaziado
pelo recente crescimento do PSD nas
sondagens?
Não descarto que o crescimento do PSD
possa assombrar uma vez mais o CDS.
Historicamente tem sido assim, somos
vítimas de um eleitorado flutuante que
ainda é em grande número. O mais
importante é que o CDS continue forte
nos argumentos contra a obesidade
mórbida deste estado, os criminosos e os
corruptos. Confesso que a última
campanha legislativa me encheu as
medidas e o espírito. Quero viver outra
vez esses momentos e sei que todo o
partido e a JP estão nas ruas as vezes que
forem precisas. O CDS é vital como
alternativa séria de Governo para
Portugal e os portugueses começam cada
vez mais a perceber isso. Só temos de
continuar iguais e não trair quem todos
os dias confia em nós.
Recordo-me que a larga maioria dos militantes no último congresso de Guimarães votou Micha e eu fui um deles. Uma moção estrondosa, um rapaz simpático, humilde e com uma bagagem retórica grande. Acho que foi isso que convenceu a JP.
“
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Perfil
Manuel Oliveira nasceu a 17 de Abril de 1986,
o que faz dele um jovem de 24 anos. É
licenciado em Recursos Humanos pela Escola
Superior de Estudos Industriais e de Gestão
(ESEIG), área na qual tem desenvolvido a sua
actividade profissional.
Filiou-se na Juventude Popular em 2005, e
desde então desempenhou vários cargos na
concelhia da Maia, até que, em Agosto de
2009, foi eleito presidente da estrutura, cargo
para o qual foi reeleito recentemente.
É reconhecidamente monárquico e sócio do
FC Porto. Para além destes, possui ainda
outros gostos que O Jovem foi descobrir.
Um país: Portugal
Uma cidade: Barcelona
Uma viagem: China
Um livro: Le Grec, de Pierre Rey
Um filme: Rear Window, de Hitchcock
Uma música: Asphalt World, dos London Suede
Um político: Winston Churchill
Uma marca: Aston Martin
Uma bebida: Maduro Tinto
Uma qualidade: Transparência
Um defeito: Transparência
TTTTRADIÇÃO DE LIBERDADERADIÇÃO DE LIBERDADERADIÇÃO DE LIBERDADERADIÇÃO DE LIBERDADE Nuno SilvaNuno SilvaNuno SilvaNuno Silva | Vice-Presidente da CPC da Juventude Popular da Maia
Abateu-se, por estes dias, uma polémica que está para durar sobre a construção de uma mesquita em Nova Iorque, perto do Ground Zero. De maneira a dotar a polémica de veracidade, é preciso sublinhar que a mesquita e Centro Islâmico, vulgarmente conhecida como Córdoba House, a razão desta polémica, não será de facto construída no Ground Zero, mas num cinema abandonado a dois quarteirões do fatídico local que vitimou cerca de 3000 pessoas. Posto isto, a discussão pode então ser feita correctamente, e não apregoando o fantasma de que nascerá no local simbólico, mas perto dele. Tenho escrito algumas coisas recentemente sobre este assunto e gosto de começar por dizer que é um assunto onde ninguém tem razão. A politização da religião é o verdadeiro fantasma que deve ser combatido, e não a construção de uma mesquita. E os Estados Unidos da América (EUA) perdem o seu charme de bastião da liberdade exactamente quando chegamos à religião. Sabendo que os EUA são um país criado pela vontade intrínseca da fuga de opressão religiosa da Europa, e sobre um manto de protecção cívica de todos os credos e religiões, custa ver este país cair numa conversa tão alarmista como esta. Embora seja um estado laico, como várias fés nos seus cidadãos, os EUA são um país onde, pelo menos nos últimos 50 anos, um candidato presidencial vive e morre com a questão da religião. Ser mórmon ou ser não denominante, ser judeu ou ser católico apostólico romano, ser evangelista ou ser islâmico, ser budista ou ser ateu, não deveria ser um ponto de tanta pressão na vida política do candidato americano. E isto já esta demasiado envergado no discurso político e no arremesso da crítica entre candidatos, e do espírito do cidadão votante que é impossível parar. E a luz de liberdade que é a Constituição Americana e as consequentes primeiras dez emendas, vulgo” Bill of Rights”, morre mais um bocadinho às mãos do seu herdeiro, o americano comum. Depois de divagar um pouco sobre a generalidade do tema religião na vida política americana, encontro um novo bater no fundo. O tema da mesquita nova iorquina perto do Ground Zero deveria ser um assunto local. Sempre fomos habituados a ver que os EUA tem um forte valor de discutir temas locais dentro das comunidades e o pouco que é federal, a nível nacional. Com esta mesquita, perdeu-se esse valor. É aqui que aponto o dedo. O denominado movimento Tea Party é o primeiro grande culpado disto tudo e tem um objectivo: usar este tema na campanha das “midterms” de Novembro. A voz social conservadora americana hoje à frente do Partido Republicano (GOP) decidiu cortar de vez com os laços históricos de profunda liberdade e fazer ataques, muitos deles racistas e pura e simplesmente xenófobos a um segmento da população americana que tem tanto direito a praticar a sua religião como a maioria cristã. Quando o país foi fundado, os “Founding Fathers” tiveram o cuidado de defender a liberdade religiosa. Grupo de fundadores este que está praticamente na voz de todos os conservadores sociais do Tea Party como Sarah Palin ou Newt Gingrich, mas aparentemente só quando interessa. Se para o GOP é, e muito bem, argumento a segunda emenda da
Constituição garantir a liberdade de porte de arma registada, é também a primeira emenda que diz liberdade de expressão, reunião, associação e de religião. É de mau gosto ter uma mesquita tão próxima do Ground Zero? Até posso admitir que sim, mas não é motivo suficiente para suprimir um garante de liberdade religiosa confiado na Constituição a todos os Americanos, até os islâmicos. A Comunidade Islâmica não pode ser toda posta no mesmo saco, como não pode nenhuma comunidade. Aos fundamentalistas, resolve-se com aplicação da lei. Aos moderados, com a garantia de liberdade. Newt Gingrich, ex-Speaker, dizia que a culpa do 9/11 foi de todos os
islâmicos. Isto é argumento de um xenófobo. O 9/11 foi culpa de extremistas islâmicos, fundamentalistas, não de moderados. Dos 3000 que morreram, chances há de haver islâmicos nas contas. São vítimas como os outros. E devem ser respeitados. Mais que isso, se o problema é realmente o islamismo em geral, como proeminentes membros do GOP parecem querer fazer passar juntamente com o a sua frente de ataque, vulgo Fox News, então porque é que, existe dentro do Pentágono uma mesquita para os trabalhadores islâmicos do local que provavelmente terá o maior aparato de segurança a seguir à Casa Branca e juntamente com o Congresso? Lembro que o Pentágono foi também atingido no 9/11 como as Twin Towers, e aqui não há uma mesquita a ser construída a dois quarteirões. Há uma lá dentro! Segundo culpado desta situação é a
liderança democrata. Barack Obama não foi sensato ou inteligente ao comentar a situação e trouxe o problema definitivamente para o plano nacional. Vendo o erro que fez, tentou limpar o comentário com generalidades e falhou. Harry Reid, líder democrata do Senado fez o mesmo ao, publicamente, vir contra a mesquita, sublinhando no entanto que é a favor da liberdade de religião. Nancy Pelosi (a Speaker), vendo todo este aparato, não se deixou ficar e vai a jogo com os republicanos em termos nacionais ao apoiar uma investigação sobre de onde vem o financiamento ao lobby contra a mesquita. E de Agosto a Novembro vai ser isto. Todos perdem, ninguém ganha. Além de isto ser também um caso de propriedade, onde o dono do edifício pode fazer dele o que quiser, até uma mesquita, os únicos que deviam tratar disto com legitimidade é o Governo de Nova Iorque, o Mayor de Nova Iorque, e as famílias do 9/11. Se os dois primeiros são políticos, os terceiros são os visados do crime de há 9 anos. E há de facto grupos de famílias que são a favor da construção da mesquita sob um pretexto que maior parte dos conservadores americanos (e não só) não gostam: tolerância. A verdade é que, como lia há uns tempos, não podemos tomar as mesmas posições que tomas os islâmicos da Arábia Saudita ou do Iémen. A Ocidente vive a razão e devemos ser nós a mostrar porque a temos, e não lutar com a deles com as armas deles.
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20202020 opiniãoopiniãoopiniãoopinião agosto 2010 | o jovem
O Partido Republicano O Partido Republicano O Partido Republicano O Partido Republicano
decidiu cortar de vez com decidiu cortar de vez com decidiu cortar de vez com decidiu cortar de vez com
os laços históricos de os laços históricos de os laços históricos de os laços históricos de
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como a maioria cristã.como a maioria cristã.como a maioria cristã.como a maioria cristã.
UM VERÃO QUENTEUM VERÃO QUENTEUM VERÃO QUENTEUM VERÃO QUENTE Rita Magalhães e SilvaRita Magalhães e SilvaRita Magalhães e SilvaRita Magalhães e Silva | Vogal da CPC da Juventude Popular da Maia
Este Verão terá sido um dos mais quentes nos últimos anos,
não só pela quantidade de incêndios que assolaram o nosso
país, mas também pelas reflexões emitidas pelos nossos
governantes.
José Sócrates mostra-se satisfeito com o crescimento da
economia portuguesa, apesar de se verificar
que esse crescimento tem vindo a estagnar
(passámos de um crescimento de 1,1% para
0,2%).
A taxa de desemprego regista, mais uma
vez, um aumento e desta vez com uma
particularidade bem interessante: afinal o
desemprego em Portugal aumentou não só
para os portugueses, mas também para os
estrangeiros que cá vivem. O ideal é
regressarem aos seus Estados de origem
antes que uma certa personalidade da vida
política se lembre de retirar os apoios aos
portugueses para dar a estes “estranhos
internacionais”.
O caso Freeport chega ao fim e veio
enunciar a fraqueza da justiça portuguesa
quando se afirma que não houve tempo
para ouvir José Sócrates. Pergunto-me: o
que é que os investigadores andaram a fazer durante 6 anos?
Percebo que o nosso 1º ministro tenha uma agenda bastante
ocupada, mas ao que tem feito, de certeza que teria uma horita
para colaborar com a justiça. Parece-me que há uma justiça
para os influentes e outra para o Zé Povinho. Não nos
esqueçamos que ele era um dos principais suspeitos e nem
como testemunha foi ouvido.
A indefinição orçamental continua. Não se sabe quem votará a
favor e contra, murmura-se a possibilidade de eleições
antecipadas, apesar de esta hipótese só estar em aberto até dia
9 de Setembro. Curioso é o facto da votação do Orçamento de
Estado estar marcada para Dezembro, altura em que é
inconstitucional a dissolução da Assembleia da República.
Porém há tanta falta de acção por parte do Executivo que estes
prazos são meramente referidos para
conhecimento geral, nada mais.
Instalou-se a guerra entre a DECO e o
Banco de Portugal. A entidade bancária
permitia a inclusão de cláusulas
contratuais abusivas quanto à revisão
unilateral dos juros acordados nos
contratos de habitação e a entidade de
defesa do consumidor apresentou uma
queixa contra esta que nega ter recebido
qualquer comunicado. A conclusão deste
assunto é que se autoriza que o spread
ou os juros sejam alterados sem qualquer
acordo com o cliente.
Mas nem tudo são más notícias, o nosso
ministro até é optimista em relação ao
evento mais marcante do Verão: os
incêndios. Afirma ele que está a arder
menos que em 2003 e 2005. Ora aí está
uma razão de alegria para os portugueses. Deve ser por isso que
ainda não foi expedida qualquer medida regular ou adicional,
nem elaborado nenhum balanço dos prejuízos.
o jovem | agosto 2010 opiniãoopiniãoopiniãoopinião 21212121
“ PerguntoPerguntoPerguntoPergunto----me: o que é que os me: o que é que os me: o que é que os me: o que é que os
investigadores andaram a investigadores andaram a investigadores andaram a investigadores andaram a
fazer durante 6 anos? fazer durante 6 anos? fazer durante 6 anos? fazer durante 6 anos?
Percebo que o nosso 1º Percebo que o nosso 1º Percebo que o nosso 1º Percebo que o nosso 1º
ministro tenha uma agenda ministro tenha uma agenda ministro tenha uma agenda ministro tenha uma agenda
bastante ocupada, mas aobastante ocupada, mas aobastante ocupada, mas aobastante ocupada, mas ao que que que que
tem feito, de certeza que teria tem feito, de certeza que teria tem feito, de certeza que teria tem feito, de certeza que teria
uma horita para colaborar uma horita para colaborar uma horita para colaborar uma horita para colaborar
com a justiça. Parececom a justiça. Parececom a justiça. Parececom a justiça. Parece----me que me que me que me que
há uma justiça para os há uma justiça para os há uma justiça para os há uma justiça para os
influentes e outra para o Zé influentes e outra para o Zé influentes e outra para o Zé influentes e outra para o Zé
Povinho. Não nos esqueçamos Povinho. Não nos esqueçamos Povinho. Não nos esqueçamos Povinho. Não nos esqueçamos
que ele era um dos principais que ele era um dos principais que ele era um dos principais que ele era um dos principais
suspeitos e nem como suspeitos e nem como suspeitos e nem como suspeitos e nem como
testemunha foi ouvido.testemunha foi ouvido.testemunha foi ouvido.testemunha foi ouvido.
REFLEXÕES SOBRE POLÍTICA INTERNAREFLEXÕES SOBRE POLÍTICA INTERNAREFLEXÕES SOBRE POLÍTICA INTERNAREFLEXÕES SOBRE POLÍTICA INTERNA Júlio MarquesJúlio MarquesJúlio MarquesJúlio Marques | Presidente da Mesa do Plenário da Juventude Popular da Maia
Num mês em que a capa do nosso “O Jovem” figura o actual e recém-eleito presidente da minha concelhia, num segundo mandato consecutivo, em que me estreio a escrever para o nosso jornal na qualidade de presidente da Mesa do Plenário e ex-presidente de concelhia, é-me difícil a escolha do tema e do estilo de escrita a adoptar. O meu regresso a esta estrutura e a forma como estou habituado a escrever torna mais complexa essa escolha. Falar sobre a minha entrada para a juventude popular, onde figura o meu passado e todos os seus tempos sombrios, seria abrir uma brecha digna dos melhores comentários no facebook, mas não é o momento oportuno, nem o clima é propicio a isso. Poderia escrever sobre casamentos do “jet seven”, sobre as tias de cascais, do estado de pobreza do país, sobre a palavra hipocrisia, sobre o Zé-Povinho, mas era tão chato que provavelmente ninguém iria querer ler as minhas linhas. E por isso com o objectivo de não vos maçar muito, vou escrever um pouco sobre o estado da política de juventude no nosso país, a qual incide directamente sobre o futuro das massas no partido. Utilizando um português perceptível, o estado das juventudes partidárias no nosso país é uma calamidade, e o estado dos partidos não lhe fica nada atrás. Porque faço eu uma afirmação tão forte como esta? Com diversos amigos meus pessoais, dirigentes de concelhias em diversos partidos, outros com cargos nas máquinas da juventude que representam, numa conversa franca, honesta, e ao sabor do álcool fomos debatendo a situação da politica nacional, chegando a uma conclusão interessante, embora com ideologias bem afastadas, o único ponto onde nos aproximávamos era na forma como funciona a politica interna de cada um, seja em que partido, ou juventude. Chegamos igualmente à conclusão que a política já não é tão externa como deveria ser, os jogos de poder deixaram de se fazer em praça pública para passaram a ser feitos à porta fechada. Já não há grandes picardias entre juventudes, defesa de ideais, aparece a política interna aqui bem mais activa como sobrevivência dos militantes activos. O que definimos como política interna? Após alguma meditação chegamos a várias conclusões, a política interna actual incide directamente contra a meritocracia, vergando-a a um feudalismo moderno instalado no seio de todas as estruturas. As lutas dentro das concelhias, dentro das distritais, e bem no coração da direcção dos partidos e das juventudes partidárias são feitas a título pessoal ou em bando por cada militante com ambição e vontade essencialmente de afirmação.
As direcções das juventudes partidárias patrocinam, apoiam e incutem autenticas digladiações que muitas vezes começam com militantes acabados de chegar, é do género de política secular aplicada aos cavaleiros britânicos quando os reis lhes davam a entender qualquer coisa do género “When Lambs become Lions”. Bem, a verdade é que os Leões já se encontravam no poleiro, e no meio de tanta ovelha apenas uma ou duas sobreviviam para se vangloriarem de um cargo mais elevado. Analisando cuidadosamente, a politica interna, acaba por se traduzir num empobrecimento daquelas que devem ser as verdadeiras batalhas, que é contra outros partidos e juventudes partidárias da oposição.
Nas juventudes partidárias existe actualmente um elevado tráfico de influências, os cargos são negociações, compra e venda de votos, para aqueles que já estiveram em congressos ou eleições, sabem a algazarra digna de uma luta em que se torna o ambiente que rodeia os candidatos ao que quer que seja, em que estrutura for, em que partido ou juventude for. A política interna leva-nos a observar muitas vezes um mundo podre, que os jovens que entram, não estão certamente habituados, e por isso se perdem militantes, esses que logo ao entrarem dentro do esquema se
sentem altamente pressionados a tomar posições como se falássemos de Ganges organizados. Uns abandonam as estruturas, outros resistem, outros ainda tornam-se parte da máquina de guerra interna. Algumas pessoas são com isto travadas na sua felicidade partidária, porque algumas distritais e direcção de partidos e Juventudes normalmente activam blocos de segurança para não permitir a progressão desses jovens militantes. Isto não é ficção científica, existe, e no nosso país, é uma realidade dura e crua da politica interna, mas isto vai bem mais longe, a chamada máquina, que são as estruturas da direcção cometem muitas vezes crimes contra o próprio partido, e prol do grupo que se encontra no poder, e que tem logo de inicio o intuito de se cimentar por mais algumas épocas. Há militantes que se apagam das listas informáticas, há militantes cujas filiações são rasgadas, apenas, porque nesse ano vieram das mãos dos que se opõem a máquina. Isto é crime partidário, e acontece nos partidos e nas juventudes, mais chocante acontecer nas juventudes, porque é ai que a base do ser humano como politico é construída, formada.
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22222222 ooooppppiniãoiniãoiniãoinião agosto 2010 | o jovem
Após alguma meditação Após alguma meditação Após alguma meditação Após alguma meditação
chegamos a várias chegamos a várias chegamos a várias chegamos a várias
conclusões, a política conclusões, a política conclusões, a política conclusões, a política
interna actinterna actinterna actinterna actual incide ual incide ual incide ual incide
directamente contra a directamente contra a directamente contra a directamente contra a
meritocracia, vergandomeritocracia, vergandomeritocracia, vergandomeritocracia, vergando----a a a a
a um feudalismo moderno a um feudalismo moderno a um feudalismo moderno a um feudalismo moderno
instalado no seio de todas instalado no seio de todas instalado no seio de todas instalado no seio de todas
as estruturas.as estruturas.as estruturas.as estruturas.
Todas as estruturas partidárias criam aglomerados de que se orgulham. Eu chamo-lhes células ocas, criadas para introdução de elementos móveis que são nada mais nada menos que militantes que hoje são de Braga, amanha de Guimarães e depois de amanha de Coimbra. Células ocas que são concelhias fantasma onde só figuram nomes, e não trabalho ou actividade política. E depois temos o mais incrível, nos partidos e juventudes partidárias existem concelhias boas, militantes com potencial, e activos, e na altura da luta, são esquecidos e todo o seu trabalho com dignidade banalizado. Na hora de ocupar os cargos, os escolhidos não são os que fazem politica externa, nem os que trabalham, são os que criam instabilidade interna, sãos os que fomentam as batalhas campais, são as juventudes partidárias e as suas bases polidas de negro que alimentam esta sapiência que absorve ideologias. Hoje em dia para se subir num partido ou numa juventude partidária é preciso muitas vezes destruir concelhias, minar distritais, corromper a máquina, expulsar militantes, num verdadeiro rastro de destruição. A política interna afasta os militantes que são pessoas e não máquinas, porque a credibilidade é débil e estas atitudes são apenas para os que têm mais estofo ou mesmo estômago para aguentar a pressão. A calamidade política começa com a má formação dos militantes que pretendem ser políticos, e vemos isto hoje em
dia como um senado, enquanto meia dúzia de pessoas trabalha como César e os seus exércitos para aumentar o poderio e espólio de uma nação, os ditos senhores com “S” grande digladiam-se num gigantesco senado para ver quem vai ficar com os melhores lugares, cargos e propriedades….
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o jovem | agosto 2010 opiniãoopiniãoopiniãoopinião 23232323
Todas as estruturas partidárias criamTodas as estruturas partidárias criamTodas as estruturas partidárias criamTodas as estruturas partidárias criam
aglomerados de que se orgulham.aglomerados de que se orgulham.aglomerados de que se orgulham.aglomerados de que se orgulham. EEEEu chamou chamou chamou chamo----
lhes células ocas, criadas para introdução de lhes células ocas, criadas para introdução de lhes células ocas, criadas para introdução de lhes células ocas, criadas para introdução de
elementos móveis que são nada mais nada elementos móveis que são nada mais nada elementos móveis que são nada mais nada elementos móveis que são nada mais nada
menos menos menos menos que militantes que hoje são de Bque militantes que hoje são de Bque militantes que hoje são de Bque militantes que hoje são de Braga, raga, raga, raga,
amamamamanha de Guimarães e depois de amanha de anha de Guimarães e depois de amanha de anha de Guimarães e depois de amanha de anha de Guimarães e depois de amanha de
Coimbra. Células ocas que são concelhias Coimbra. Células ocas que são concelhias Coimbra. Células ocas que são concelhias Coimbra. Células ocas que são concelhias
fantasma onde sófantasma onde sófantasma onde sófantasma onde só figuram nomes, e não figuram nomes, e não figuram nomes, e não figuram nomes, e não
trabalho ou actividade política.trabalho ou actividade política.trabalho ou actividade política.trabalho ou actividade política.