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B r a g a n ç a P a u l i s t a

Quinta28 Março 2013

Nº 685 - ano [email protected]

11 4032-3919

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Vocês devem estar sem-

pre prontos para dar as

razões de sua esperança!

(1 Pedro 3,15). Esta afirmação de

São Pedro é uma das provocações

mais instigantes ao testemunho

de vida que a Sagrada Escritura

nos apresenta. Pedro chama ao

testemunho competente, con-

tinuado, entusiasta e cheio de

esperança. Podemos imaginar

isso no ambiente de perseguição

do império romano no qual as co-

munidades cristãs viviam. Como

viver a fé com o olhar mergulhado

na esperança se a realidade era

de tortura, sofrimento, dor, per-

seguição e morte? Sem dúvida a

razão estava alicerçada Naquele

que vencera a tortura da cruz e

ressuscitara. Estava vivo. Era

Senhor e Vencedor. Essa é a fé que

a Igreja sempre proclamou. E que

proclama. Fé pela qual a Igreja

viveu e vive! Sem a ressurreição,

sem a vitória sobre a maldade e

todas as suas faces não haveria

nenhuma esperança e nenhum

sentido em viver (1 Coríntios 15,

12ss.). Por isso é que faz parte

da Tradição da Igreja, de sua

vida vivida ao longo dos séculos,

celebrar a Quaresma e, nela, a

Semana Santa. O recordar, o fazer

memória dos passos sofridos do

Cristo (os Dele inocentes) nos leva

a perceber os passos sofridos de

todos os seres humanos (os nossos

ocasionados por nossos erros ou

erros dos outros). As quedas sob

a cruz (as Dele por nossa causa)

nos recordam nossas quedas

(as nossas por nossas fraquezas

e limitações). As cusparadas

recebidas por Ele recordam as

cusparadas que damos ou toma-

mos (porque Ele só as sofreu).

Os xingamentos recebidos por

Ele são frutos da ignorância e da

ingratidão. Os sofridos por nós

(ou dados por nós) acumulam as

mesmas causas recheadas dos

desejos de vingança, ganância,

egoísmo, violência... Houve uma

Verônica para aliviar sua dor. Há

Verônicas em nossos tempos.

Capazes de enfrentar a sanha dos

torturadores. Cruz, cravos, coroa

de espinhos, nudez. Marcas do

Seu sofrimento. Marcas que se

repetem em nossos dias. Uma

sepultura. De outros. Apressa-

da. Igual a de tanta gente sem

nome. Tudo isto seria somente

uma grande tragédia. Revivida

a cada ano. Se não houvesse a

certeza da Ressurreição. Nós

recordamos o caminhar sofrido

do Cristo à luz de sua Vitória.

Porque o seu caminho é o nosso

caminho. E, se temos certeza

que a luz da Vida brilha sobre o

aparente absurdo de tantas dores,

Nele ressuscitado encontramos

a força para não desanimar e

caminhar na Missão até as úl-

timas consequências. Páscoa,

nós todos sabemos, recorda o

caminho de libertação que Deus

traça para seu povo escravizado.

Porque Deus nos criou livres. Se

recordamos a Páscoa histórica de

Israel, é porque ela é tipo da nova

Páscoa: a libertação do pecado,

de seus frutos. Sabendo que

a última palavra sobre a nossa

vida é sempre a palavra da Vida

que Deus nos dá, vamos encon-

trando forças no Cristo e na sua

Igreja para viver com fidelidade

a escolha de sermos cristãos. De

termos assumido o compromisso

de continuar a missão do Senhor:

o anúncio da Boa Nova. A verdade

da paternidade divina sobre todos.

A afirmação da vontade de Deus

para que sejamos filhos e filhas.

Um dado da fé que nos empurra

a nunca desanimar. A ser capazes

de enfrentar as estruturas de

destruição da dignidade humana.

E a proclamar com toda a força

a realeza-serviço do Senhor do

Universo. Para que a sua glória

seja vista na realização do pro-

jeto de Amor de Deus sonhado

quando da criação do ser humano

à sua imagem e semelhança. A

obra da criação continua hoje

na luta para restituir a todas as

pessoas o rosto brilhante de Deus

que é Amor. Um rosto que está

desfigurado por tanta maldade e

injustiça. Um rosto que devemos

limpar. Para essa missão o Senhor

nos convoca. E seu apóstolo Pedro

nos diz que devemos ser compe-

tentes e estar alerta! Vivemos

a primeira semana santa sob o

pastoreio e ministério do Papa

Francisco. Providencialmente ele

assume seu serviço em tempo de

primavera no hemisfério norte. Em

tempo pascal. Tempo de liberdade

e de esperança. Que com ele nós

caminhemos para a realização

do sonho de Deus e que o nome

Francisco nos lembre da missão

de todos nós: converter a nós

todos, Igreja, para que sejamos

portadores da luz do Evangelho

a todos os lugares e a todas as

pessoas. Que a Páscoa seja Páscoa

para todos: dignidade, liberdade,

realização. Como Deus sempre

quis e continua querendo!

Feliz Páscoa!

por Mons. Giovanni Baresse

Jornal do MeioRua Santa Clara, 730Centro - Bragança Pta.Tel/Fax: (11) 4032-3919

E-mail: [email protected]

Diretor Responsável:Carlos Henrique Picarelli

Jornalista Responsável:Carlos Henrique Picarelli(MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da

direção deste orgão.

As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS

Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente.

Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

ExpEdiEntE

para pensar

Páscoa!

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Por CLÁUDia CoLLUCCi/FoLHaPress

cirurgia bariátricaHC interna superobesos antes de

Superobesos mórbidos estão sendo internados por 20 semanas, em média, para que percam peso antes da cirurgia de redução do estômago. É uma nova estratégia adotada pelo Hospital das

Clínicas de São Paulo para evitar complicações pós-operató-rias graves em pacientes que chegam a pesar quase 400 kg. São consideradas superobesas pessoas com IMC (Índice de Massa Corporal) acima de 50 (veja quadro acima). Elas têm problemas cardiorrespiratórios, vasculares e de coagulação que elevam o risco de morte. “É uma catástrofe. Muitos não andam, não saem da cama, têm artrose grave e dependem de oxigênio”, diz o médico Daniel Riccioppo, da Unidade de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do HC. Não há estimativas do número de superobesos mórbidos no país, mas, no HC, eles são 30% dos 1.800 pacientes que aguardam para serem operados. O tempo médio de espera é de três anos. Se não emagrecem, o risco de complicações graves (sangra-mento, infecções, tromboembolismo pulmonar e trombose) chega a 7%, e o de morte, 0,6%, segundo estudo com 156 superobesos do HC. Estudos apontam que, se o obeso perde de 5% a 20% do peso antes da cirurgia, há uma redução do fígado e da gordura acumulada no órgão. “Um fígado menor tem menos sangramento, dá mais espaço para a gente operar e isso facilita a cirurgia no estômago”, afirma Riccioppo.

INTERNAÇÃO A regra número um do serviço é: todo obeso mórbido precisa perder peso antes da cirurgia. Os que não emagrecem em casa podem ficar por duas semanas na enfermaria do HC, onde ingerem até 800 calorias por dia. Já os superobesos vão para o Hospital de Retaguarda de Suzano, ligado ao HC, que tem hoje seis leitos para esse fim --a fila de espera é de 60 pessoas, em média. “Com 20 semanas de internação, eles perdem 20% do peso. Isso é suficiente para reduzir os riscos”, diz o médico. Após quatro meses internada, Marli Matos dos Santos, 53, já perdeu 23 kg dos seus 153 kg. Faltam pelo menos sete para a cirurgia. “Minha netinha me liga todas as semanas e pergunta: ‘E aí vó, quantos quilos você conseguiu emagrecer?” O sucesso da estratégia para pode ser constatado em um estudo que o HC está prestes a publicar: em 20 casos de superobesos operados após internação, não houve compli-cações graves e nem morte. Quem pode pagar diárias de R$ 600, em média, recorre a spas para emagrecer antes da cirurgia. “Não é só perder peso. É tomar consciência de que, no primeiro mês do pós-cirúrgico, a dieta será líquida e que, depois, vai ter de comer feito passarinho”, diz Lucas Tadeu Moura, endocrinologista do Spa Med, em Sorocaba (SP). Lá, os pacientes são avaliados por endocrinologista, nu-tricionista, psicólogo e fisioterapeuta para tentar mudar hábitos de vida. Moura afirma, no entanto, que muitos “querem operar para continuar comendo”. “Eles não encarnam o pensamento magro. Por isso, muitos voltam a engordar.” “Precisei ficar ‘presa’ no hospital para parar de comer” Em 15 anos, Tânia Brito Caetano, 1,55 m, ganhou 120 kg. Ela pesava 63 kg aos 14 anos, quando engravidou da primeira filha. Ao final da gestação, atingiu os 100 kg e não parou mais. Em novembro, aos 29 anos e 183 kg, foi internada em Suzano para se preparar para a cirurgia bariátrica. Ela já perdeu 20 kg. A seguir, trechos do seu depoimento. (CC) “Já era gordinha desde criança, mas, depois que a Thainá [primeira filha] nasceu, fui parar em 100 kg. Aos 16 anos, tive minha segunda filha, a Taís, e fui para uns 130 kg. Com 22 anos, tive a Maria Eduarda e fui para 163 kg. Os médicos tiveram que prender a gordura para fazer a cesárea. Depois da gestação, ganhei mais 20 kg. Uma funcionária da Secretaria da Saúde de Cotia me encaminhou para o HC. Comecei a frequentar as reuniões dos obesos, mas não seguia a dieta, só cortei o guaraná. Também não tomava o remédio. Estava largada. Lavava as roupas e as louças sentada, tomava banho

sentada, tinha uma cadeira que me acompanhava pelos cômodos da casa. Colocava tudo perto de mim para não ter que andar. A pia perto do fogão, a TV perto do sofá. Em vez de eu mudar, passei a mudar a casa para mim. Moro num sobrado e, para subir para os quartos, tinha que ir sentando nos degraus da escada. Quando chegava lá em cima, estava sem ar. Não participava das reuniões da escola das minhas filhas. Tinha vergonha porque não conseguia sentar nas carteiras. Os coleguinhas delas faziam piada: ‘Sua mãe é tão gorda que dá para jogar os peitos atrás das costas’. Não saía. Não passo na catraca do ônibus desde a segunda gravidez. Já fiquei entalada. Ônibus cheio, todo mundo olhando. Tinha muita vergonha de mim. Do jeito que eu acordava, eu ficava. Não me arrumava. Só tomava banho à noite, quando todos já estavam dormindo. Meus pés estavam inchados e rachados. Tinha assadura por todo o corpo. Meus filhos [além das três filhas, ela cuida de dois meninos, de quatro e sete anos, que considera filhos] tinham medo de que eu morresse e eu estava morrendo aos poucos [começa a chorar]. Eu só sabia cozinhar para eles. Era meu jeito de agradar. Há uns 15 dias, eles vieram me visitar e pude brincar de bola. Nunca tinha jogado bola com eles. Eles adoraram, me abraçaram. As coisas começaram a mudar só com a internação. O primeiro café da manhã aqui me deu medo. Era mamão, uma ‘metadinha’ de pão com margarina e café com leite sem açúcar. Em casa, comia quatro pães com ovo ou lin-guiça, além da manteiga, e uma garrafa de café. No almoço, veio salada de alface, frango grelhado e um tiquinho de arroz que cabia numa forminha de empada. Em casa, comia quatro conchas de arroz, pernil, torresmo. Não comia frutas nem verdura, não bebia suco. Com a dieta, em três dias perdi 2 kg. Sempre reclamo que é pouca comida, mas fui ficando feliz a cada quilo perdido. Em três meses, perdi 20 kg, mas tenho que perder mais uns 20 kg para fazer a cirurgia. Já consigo tomar banho em pé. Você não faz ideia de como é bom. Estava me matando. Precisei ficar ‘presa’ no hospital para parar de comer. Um dia vou sair daqui e comer uma coxinha. Mas vai ser uma e não quatro ou cinco. Meu primeiro sonho depois da cirurgia é colocar um tênis. Há mais de dez anos não uso tênis, só chinelo. Outro sonho é cruzar as pernas. Quando sair daqui, vou ser uma nova mulher, uma nova mãe, uma nova esposa. Tinha pavor de me olhar no espelho. Agora, arrumo o cabelo, me maquio. Fiz até um ‘Face’ [perfil no Facebook].”

saúde

Tânia Brito Caetano, 29, e Marli Matos dos Santos, 53, internadas em Suzano, SP

Foto: Karime Xavier/Folhapress

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Se antes grande parte da venda de produtos era feita de porta em porta, hoje existe a comodidade de se comprar pela internet. A figura

do caixeiro viajante permanece apenas na lembrança de quem vivenciou a época. Profissão das mais antigas, supria as neces-sidades dos municípios do interior do país ao transportar produtos produzidos nas grandes cidades. Também chamado de mascate, esses mercadores ambulantes percorriam ruas e estradas vendendo tecidos, jóias e objetos manufaturados. Com a industrialização e a modernização das cidades e dos meios de transportes, a profissão, aos poucos, foi se extinguindo. Depois dos mascates, vieram os vendedores de livros e enciclopédias, que levavam conhecimento e status social aos círculos familiares. Apenas as famílias com maior poder aquisitivo conseguiam adquirir a coleção completa da Barsa, a mais fa-mosa das enciclopédias. Exibir as edições anuais na estante da sala era um privilégio maior até do que usar os livros como fonte de consulta. A maioria das pessoas tinha que se con-tentar em ver os exemplares nos acervo das bibliotecas. E a partir da venda de livros surgiu a venda por catálogos, quando David H. McConnell, fundador da Avon, resolveu dar vidros de perfumes como brindes para quem acei-tasse ouvir suas apresentações, já que não era bem recebido nas vendas de porta em porta que fazia. Como os perfumes tinham mais sucesso do que os livros, ele decidiu mudar de ramo. Uma década depois, em 1896, surgiram os primeiros catálogos para consulta, onde as consumidoras tinham à disposição maior variedade de produtos. No Brasil, a Avon chegou em 1959, ofere-cendo oportunidade de emprego e renda extra às donas de casa, e popularizando a venda direta por meio de catálogos. Mas a precursora nesse ramo, por aqui, foi a Hermes, que começou a vender relógios em folhetos em 1942. Não só a venda de porta em porta mudou muito com o decorrer do tempo, mas os próprios produtos. Em tem-pos de Wikipédia, as gerações mais jovens praticamente desconhecem o uso de uma enciclopédia. Os catálogos impressos ainda existem, mas os vendedores também tive-ram que se adaptar às vendas online. São novos tempos, mas o desejo de comprar – e vender – continua o mesmo.

LivrosO senhor João Oliva foi vendedor de livros por muitos anos, mas, segundo ele, o auge foi entre os anos 1975 e 1981. Ele fornecia produtos às livrarias e viajou por todo o país à trabalho. “Foi uma época maravilhosa. Eu não vendia apenas para as capitais, ia para o interior também. As vendas eram sazonais. Já cheguei a viajar de uma cidade à outra de charrete. Eu abastecia as livrarias das cidades, vendia carretas de livros. Variava muito de região para região, mas o que mais se vendia naquela época eram as coleções de língua portuguesa, de matemática, livro do contador, de corte e costura, de artesanato e também os Dicionários Caldas Aulete. Depois aumentou a procura por coleções de autores como Machado de Assis e Monteiro Lobato”, lembra. “Em São Paulo eram 65 livrarias vendendo esse tipo de coleção. Na época, das seis editoras do país, a única que não foi por esse caminho foi a Abril.” Para Seu João, essa época de auge foi “um passado de saber”. “Ainda existem os consumidores de livros, a Bienal aumenta o número de publicações e de visitantes a cada edição. O que mudou foi o modo como esses livros chegam aos leitores. É um pecado que isso tenha mudado, dava em-prego pra muita gente. Hoje as livrarias fazem o pedido direto com as editoras, por telefone ou email. Os consumidores podem compram direto pelos sites ou

baixar na internet. Antes os livros eram específicos para as livrarias”, lamenta.

CatálogoNádia Gisele da Silva Moraes trabalham com vendas por catálogos há 10 anos. Começou como quase toda vendedora do ramo, oferecendo de porta em porta, para os vizinhos. Hoje tem a própria clientela formada e faz a maior parte das vendas por email. “Eu envio o ca-tálogo virtual para as clientes e elas me respondem indicando os produtos que querem. Algumas senhoras ainda prefe-rem que eu leve o catálogo impresso, mas depois que comecei a receber pedidos por email, minhas vendas aumentaram em 50%. Pelo email são mais pessoas vendo o catálogo ao mesmo tempo, uma

não precisa esperar a outra devolver pra poder olhar. E não tem perigo de alguém ficar com o catálogo sem pedir nada, não se perde tempo assim. Muitas pedem todo mês, sempre uma coi-sinha ou outra. É preferível vender pouco para muitas do que vender muito para poucas. Hoje eu trabalho

apenas com revenda. Pra dar certo de-pende muito da dedicação ”, analisa. Outra mudança no ramo é a facilidade das clientes poderem pagar com cartão de crédito. “Eu baixo um aplicativo no celular onde digito o número do cartão para efetuar a venda. Com isso existe a opção de parcelar o valor também. O sistema de venda mudou um pouco, mas não mudou a essência, que é a de fazer o pedido e esperar alguns dias para chegar”, explica. O contato direto de Nádia com as clientes acontece apenas na hora da entrega dos produtos. “Al-gumas vão buscar na minha casa, para outras eu levo. Algumas pessoas ainda não estão acostumadas, acham que vai demorar muito pra chegar ou fazem expectativas, criam fantasia em relação ao pedido. As roupas e produtos para casa, não tem como ter tudo a pronta entrega, só os produtos mais comuns, como sabonetes e desodorantes. Uma vez uma senhora pediu uma caçarola, mas não viu que, pelo tamanho, era de-corativa. Na hora ficou chateada, mas depois acabou comprando o conjunto todo”, recorda. Shirley Lima Santos vende por catálogos há 15 anos. Diferen-te de Nádia, a maioria de suas clientes ainda prefere o catálogo impressos ao virtual. “Comecei por acaso. Uma amiga deixou um catálogo comigo, eu mostrei para a vizinhança, um monte de gente comprou e então eu decidi que também seria revendedora”. Hoje Shirley é exe-cutiva dentro da empresa e comanda uma equipe de outras 80 revendedoras. “Trabalho só com venda. Pra dar certo tive que investir em produtos, mas tem que saber investir. Alguns produtos são mais rápidos de vender do que outros. Todo mundo quer os produtos de beleza à pronta entrega e quer pra ontem. Hoje eu não preciso mais sair pra oferecer, as pessoas vêm buscar. Ainda faço visitas, mas só com hora marcada”. Shirley concorda que as vendas pela internet são bem mais rápidas, mas, como ela explica, não dá pra apressar as clientes, cada uma tem seu tempo. Para atender toda a clientela ela precisa ter disponível no mínimo quatro catálogos a cada nova campanha. Sobre o perfil da clientela, ela conta que houve uma mudança. “Antigamente as esposas compravam para a família inteira. Hoje as mulheres estão mais independentes e obrigaram os homens a serem mais independentes também. O publico continua sendo mais feminino, mas pelos produtos já dá pra perceber como aumentou o número de homens comprando por catálogo”, analisa.

colaboração sHeL aLMeiDa

O sistema de venda mudou um

pouco, mas não mudou a essência

Nádia

O Sr. João Oliva trabalhou com vendas de livros até os anos 1980. “O livro que mais se vendeu de porta em porta até hoje foi a Bíblia”

Shirley, à esquerda com a cliente Sheila, à direita. Consumidoras de produtos de beleza querem produtos à pronta entrega.

Depois que Nádia começou a trabalhar com catálogo virtual, suas vendas tiveram aumento de 50%.

Hoje quem compra por catálogo também tem a opção de pagar com cartão de crédito

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Juan Gabriel Vásquez enfoca geração marcada pelo medo e pelo crime em Bogotá por JoCa reiners Terron /FoLHaPress

Sobre o narcotráfico Quase nada resiste à força da gravidade em “O Ruído das Coisas ao Cair”, e isso não inclui só objetos; dentre aquilo que cai

certamente não está a crença do leitor, que permanece intacta até o final. Competente narrativa encenada nas circunstâncias do surgimento do narcotráfico no início dos anos 19 70, a leitura do romance do colombiano Juan Gabriel Vásquez soa sugestiva ao cidadão brasileiro dos dias atuais, pois explora efeitos de um assassinato ocorrido em frente a um bar do centro de Bogotá, no início de 1996. Antonio Yammara, o narrador, era en-tão um jovem professor que passava momentos de folga num salão de bilhar perto da universidade. Ali, aproxima-se do ex-presidiário Ri-cardo Laverde, pelo qual desenvolve curiosidade antropológica: enigmáti-co acerca de seu passado e presente, Laverde termina por se tornar um tipo de amigo. No entanto, numa tarde em que algu-mas barreiras impostas pela discrição costumeira de Laverde começavam a cair, disparos dados por um motoqueiro o matam. Anos depois, ainda traumatizado com o evento, imerso numa crise pessoal, o professor resolve investigar as causas da morte de Laverde. É aí que tem início a história: seguindo passos de Elaine, ex-mulher de Laver-

de, ela também morta num acidente aéreo, Antonio chega a Maya Fritss, filha do casal. Ambos se encontram para juntos com-pletarem um quebra-cabeça que é a história deles próprios, a dos nascidos na Colômbia nos anos 1970 e crescidos simultaneamente à lenda e à fortuna do traficante Pablo Escobar. A originalidade do livro se deve à pers-pectiva íntima de Elaine Fritss, adotada para desvelar um enredo conhecido do público através de tantos filmes. Norte-americana, voluntária dos Corpos da Paz, ela se casa com Laverde, cujo sonho é ser piloto comercial. Têm uma filha, e dentro dessa confor-mação pequeno-burguesa e ideológica de “auxílio a países em desenvolvimen-to” nasce a oportunidade, aos poucos compreendida por Elaine em sua inge-nuidade, de traficar cocaína. Ameaçado pelo tom altissonante em certas passagens, “O Ruído das Coisas ao Cair” não vacila diante da emoção e obriga o leitor a permanecer de olhos bem postos na obra futura de Vásquez. Joca reiners terron é autor de “Do Fundo do Poço se Vê a Lua” (Companhia das Letras), entre outros. O ruído das coisas ao cair Autor Juan Gabriel Vásquez Editora Alfaguara Tradução Ivone Benedetti Quanto R$ 39,90 (248 págs.) Avaliação ótimo

O escritor Juan Gabriel Vasquez durante a Flip 2012

Foto: adriano vizoni/Folhapress

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A cidadania não é um processo natural, ou seja, não nascemos ci-dadãos, mas é sim uma construção histórica que deve ser ensinada

àqueles que compõem o que chamamos de sociedade. O termo faz referência ao conjunto de normas sociais e jurídicas, bem como aos direitos e aos deveres que todos deveriam seguir, pois como é fácil perceber, um número grande de “cidadãos” não se preocupa em respeitar as regras básicas de cidadania.É verdadeiro supor que um número alto destas pessoas nem sequer se dá conta de que a ideia de cidadania é resultado de um processo de aprendizado já que nem o Estado e muito menos as famílias se propõem a ensinar aos seus membros as regras de convivência social. E os me-lhores momentos para observar como isto ocorre em nosso cotidiano são as ações que diversas pessoas e instituições adotam quando se acham livres dos con-dicionantes sociais.

Além disso, é necessário dizer que a ausência deste aprendizado tem um componente histórico importante no caso brasileiro – a passagem da ditadura militar para a democracia, fato ocorrido na década de 80, do século XX. Quando tivemos o fim da ditadura, foi criada a ideia equivocada de que a democracia significa que ninguém deve se preocupar com ninguém além de si mesmo. Por mais exagerada que pareça esta suposição, o microcosmo social deixa claro que isto é facilmente observável.Como primeiro destes microcosmos, tomemos o trânsito em Bragança Pau-lista. Em uma tarde qualquer podemos observar que algumas pessoas param nas faixas das avenidas centrais para entregar envelopes ou produtos bem maiores como se esta atitude fosse normal. Ou vemos motoqueiros que, pura e simplesmente, desrespeitam a ideia de mão e contramão ou usam as calçadas como meio para cortar caminho e ganhar alguns minutos.

Outro exemplo, o uso das calçadas na cidade. É notório o uso que uma loja de produtos farmacêuticos faz da calçada de uma praça próxima ao Lago do Taboão; para oferecer a comodidade do estaciona-mento aos seus cientes, esta loja desres-peita todas as demais pessoas que passam por ali e seus funcionários se julgam no direito de agir como agentes de trânsito garantindo, é óbvio, que os clientes da loja sejam privilegiados ao deixarem o local. Entretanto, o mais estranho é observar que na mesma praça temos instituições que deveriam prezar pela segurança e bem estar de todos, mas, como se sabe, nada é feito e o uso da calçada como estacio-namento irá se prolongar por omissão do poder público municipal.Até nos eventos de consagração religiosa observamos o desrespeito às regras bási-cas de cidadania. Basta que observemos os acessos aos deficientes, as faixas de pedestres e as garagens próximas aos locais onde estas celebrações ocorrem. E é

desnecessário citar a questão da utilização dos aparelhos sonoros que animam estes mesmos eventos.Até mesmo no uso do espaço público de grande escala, tais como o Jardim Público ou o Lago do Taboão, inúmeras regras de cidadania são desrespeitas e onde perce-bemos o longo caminho a ser percorrido. Direção, consumo de bebidas alcoólicas e drogas se dão a céu aberto, com a co-nivência do poder público e com o temor daqueles que poderiam aproveitar destes locais, mas, por razões obvias, não o fazem.Sendo redundante, é curioso que o poder público, em todas as suas esferas, para não sermos injustos, o maior interessado na ideia e na criação de um comportamento realmente cidadão, deixe o tema sempre em segundo plano.

Pedro Marcelo Galasso – cientista polí-tico, professor e escritor. E-mail: [email protected]

Por PeDro MarCeLo GaLasso

Reflexão e Práxis

A cada ano que passa os moran-gos vêm mais vermelhos, firmes e doces. Em nada me lembram aqueles de minha infância, muito

azedinhos e com cor tão pálida.Outro dia, depois de dar de cara com um caminhão vendando morangos a preço de banana (será?) , parei e me encarreguei de comprar 8 delas. Exagero meu? Talvez. É que vibrei com suas cores e perfume, não pude deixar de ‘tomar conta’ de alguns...Mas aí a dúvida começo a ser outra? O que fazer com tantos?Dividi minha indecisão com meus ami-gos do facebook, que me aconselharam preparar geleia (que só faço quando eles já estão quase que perdendo), torta, che-esecake... muitas sugestões apareceram.Mas, primeiramente, dei preferência à minha: bombons recheados.Bom, fiz assim:Comecei deixando os morangos (inteiros) mais bonitos, sem batidinhas, de molho em água somente. Nem tirei os cabinhos.Enquanto isso, preparei um brigadeiro branco na panela com 1 lata de leite condensado e 1 colher (sopa - rasa) de margarina. Mexi sempre até que o fun-do da panela apareceu. Foi rapidinho. Acomodei numa travessinha e esperei esfriar.Retirei os cabinhos dos morangos e os deixei secando sobre uma toalha de papel. Reservei os cabinhos separadamente.Então, untei minhas mãos com margarina sem sal e peguei uma porção de brigadeiro já frio (não coloque na geladeira). Abri a massa finamente e dentro arrumei o

morango seco.Fechei com calma, sem deixar que apa-recesse a fruta.Repeti isso até que acabassem os mo-rangos, colocando-os sobre uma travessa untada com margarina.Levei à geladeira para firmar.Para a cobertura, coloquei no microondas 400g de chocolate ao leite fracionado derretendo de 30 em 30 segundos, me-xendo a cada apito do micro.Cuidadosamente, dei um banho nos mo-rangos e colei os cabinhos aproveitando que o chocolate ainda estava mole.Esperei que secassem todos para provar. Eta perdição!Mas cada minuto (de trabalho e de es-pera) valeu a pena! Ah, se valeu!!!Esta receita rendeu 25 super-mega--deliciosos bombons de morango. Dica: Essa delícia deve ser conservada na geladeira e ser consumida em pelo menos 24 horas, pois o morango começa a ‘suar’ e o bombom estoura. Então, as-sim que acabar o preparo, corre chamar azamigas.DeborahDeborah Martin Salaroli, amante da culinária e a tem como passatempo por influência da avó paterna desde criança. Desde abril de 2010, é criadora e autora do blog www.delicias1001.com.br re-cheado somente de receitas testadas e aprovadas.

Alguma sugestão ou dúvida? Mande um e-mail para [email protected]

Por DeBoraH MarTin saLaroLiFotos: delícias 1001

bombom de morango

Delícias 1001

Cidadania

Bombons de morango

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Longevidade, uma dádiva !!!O envelhecimento pode ser en-tendido como a conseqüência da passagem do tempo, ou como

o processo cronológico, fisiológico e funcional do organismo pelo qual um indivíduo torna-se mais velho. O aumento na expectativa de vida da população nos últimos anos fez com que a Odontologia se especializasse cada vez mais no atendi-mento a pacientes com mais de 65 anos.Segundo o ministério da saúde em 2007, “...em países desenvolvidos o envelhe-cimento ocorre associado às melhorias nas condições gerais de vida, enquanto em países em desenvolvimento, esse processo acontece de forma rápida, sem tempo para uma reorganização social e da área de saúde adequada para atender às novas demandas emergentes. Para o ano de 2050, a expectativa no Brasil, bem como em todo o mundo, é de que existirão mais idosos que crianças abaixo de 15 anos, fenômeno esse nunca antes observado.”Antigamente a população, raramente recebia orientações quanto às técnicas de escovação e higienização bucal, não sabiam como manter os tratamentos realizados, e não agendavam retorno a cada 06 meses, e só marcavam uma nova consulta quando estavam com alguma dor de dente ou lesão bucal e as expressões mais comuns ouvidas no consultório eram: “eu perdi meu dente por que todos na minha família perdem, é normal...”, ou então: “na minha época

não existia este tipo de tratamento...”Era uma condição quase que normal a perda gradativa dos dentes com o au-mento da idade. E com isso, o tratamento odontológico à 3º idade resumia-se em tratamentos para reabilitação dentária com próteses total ou parcial.Já nos dias de hoje, temos a informação chegando a todos os indivíduos, de forma rápida e didática, por diversos veículos de comunicação, nas escolas, no atendi-mento odontológico contínuo, ensinando desde cedo a importância da saúde bucal. Prevenir, este é o lema do momento. E sem dúvida, no futuro teremos pacien-tes acima de 65 anos com seus dentes, realizando tratamentos comuns como uma restauração ou raspagem.E é assim que a Odontogeriatria vem se preparando para proporcionar um atendimento adequado para esta par-te da população. O conhecimento das alterações fisiológicas relacionadas ao envelhecimento é de extrema importân-cia na Odontologia para planejamento e tratamento das doenças bucais. Muitos pacientes nesta faixa etária apresentam uma ou mais doenças sistêmicas asso-ciadas, e isso faz com seu atendimento seja realizado com muita cautela e o tratamento multi-especializado é o mais indicado.

Dra. Mariana Martins Ramos LemeCRO/SP: 82.984Especialista em Periodontia

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Seu sorriso COM saúde

Dra. Luciana Leme Martins KabbabeCRO/SP 80.173Dra. Mariana Martins Ramos LemeCRO/SP 82.984Dra. Maria Fátima Martins ClaroCRO/SP 18.374Dr. Luis Fernando Ferrari BellasalmaCRO/SP 37.320 Dr. André Henrique PossebomCRO/SP 94.138

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ícu

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2ºCaderno

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Foi com enorme prazer que fotografei o ensaio pré-wedding da Silvânia e Fernan-do. Um casal muito bacana que, acompanhado pelo filhinho Samuel, produzimos belíssimas fotografias num cenário paradisíaco na vizinha cidade de Extrema. Foi numa deliciosa manhã onde pude testemunhar toda a ternura desta família. Samuel estava sempre por perto arrumando algum “brinquedo” para se divertir. Enquanto isso eu explorava as cenas e os sorrisos dos pais. O resultado foram essas fotos maravilhosas que compartilho com vocês. Em breve eles estarão no-vamente nesta coluna com as fotos do casamento. Até lá, então!

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A Ducati lançou a primeira versão da Hypermotard com o objetivo de mudar parâmetros na categoria.

E, de fato, conseguiu. Porém, embora a resposta tenha sido calorosa, a combinação entre a potência e a esportividade da moto logo foi considerada desproporcional. Isso restringiu o poder de atração do modelo a motociclistas mais experientes. Tanto que, somadas, as três versões anteriores venderam apenas 26 mil unidades no mundo desde 2007. A fabricante italiana então decidiu aposentar as antigas 796, a 1100 e a 1100 SP e apresentou, no Salão da Motocicleta de Milão, em novembro de 2012, a nova geração da “supermoto”. Os modelos da família da Hypermotard agora diferenciam-se apenas pela aplicação. A capacidade cúbica é a mesma – 821 cc.Tanto a Hypermotard convencional quan-to a versão SP, com um tempero mais esportivo, carregam a versatilidade do segmento. A categoria Supermotard, ou supermoto, surgiu das motocicletas de motocross usadas para competições em pistas com partes asfaltadas e trechos de off-road, em circuitos repletos de curvas e saltos. A versão de rua, na prática, veio de motocicletas trail adaptadas para o uso em asfalto. Elas ganham pneus mistos e rodas menores na frente, o que melhora a dirigibilidade e também a estabilidade, pois rebaixa o centro de gravidade.A nova geração da Hypermotard passou por uma série de atualizações diante da versão anterior. O chassi e o quadro, de aço tubular, foram completamente renovados. A Ducati também alongou a distância entre-eixos – agora de 1,50 m diante dos 1,46 m anteriores –, para me-lhorar o comportamento em curvas de raio maior, como nas estradas. A suspensão dianteira é invertida e tem regulagem na pré-carga da mola. Na traseira, um mono-amortecedor também ajustável. O quadro e o conjunto de suspensões garantem ao motociclista, segundo a Ducati, uma posição de equitação ao pilotar, típica de motos trail.O motor escolhido pela Ducati para equipar a Hypermotard é o novo Testas-tretta 11, de 821 cilindradas. O propulsor entrega 110 cv de potência, disponíveis a 9.250 rpm, para mover os 175 kg da moto. Como a proposta da marca era deixar o modelo mais acessível para motociclis-tas de qualquer nível, foi instalado um sistema para alterar o mapeamento do motor com três ajustes – Sport, Touring e Urban. No primeiro, os 110 cv de potência estão disponíveis sem muita interferência do pacote de segurança, que conta com ABS e controle de tração. No segundo, com o mesmo patamar, os controles se fazem mais presentes. No último há um bloqueio na potência e apenas 75 cv são liberados.Esteticamente, o principal destaque está na porção frontal da Hypermotard, com nariz redesenhado e novo grupo ótico. As luzes diurnas de led, que circundam o conjunto, lembram o estilo usado pela Audi, que adquiriu a Ducati no ano passado. De série, a moto conta com o pacote de segurança, formado pelo DCT – sigla para Controle de Tração Ducati – e o sistema ABS produzido pela Bosch. Na Europa,

a Hypermotard parte de 11.490 euros, o equivalente a R$ 29.500. No Brasil, caso venha realmente a ser importada, deve custar o dobro disso.

Impressões ao pilotarpor Carlo Valente- InfoMotori/Itáliaexclusivo para Auto PressRonda/Espanha – Nas versões anteriores, as principais reclamações em relação à Hypermotard eram pela posição de pilotagem, que forçava o motociclista a ficar muito perto do tanque e do guidão. E esta é a primeira diferença que se nota ao montar na nova moto. O corpo agora fica mais longe, o que dá muito mais conforto para as pernas. Além disso, reforça a intenção principal da Ducati, que é deixar a motocicleta mais sob o controle de quem a conduz. E nesse ponto a marca acertou.Na estrada, sobre a versão convencional e a caminho do Circuito de Ascari, perto de Ronda, na Espanha, outra percepção clara é com relação à estabilidade. As manobras são simples e a moto é muito ágil. O motor ficou mais dócil que o an-tecessor e, aliado à agradável posição de pilotagem, permite que uma volta na pista deixe de ser complexa até mesmo para quem não é familiarizado com o estilo motard. Além disso, o ABS e o sistema de controle de tração abafam o receio e garantem a diversão do piloto.Na hora de experimentar a Hypermotard SP, quase nenhuma diferença. Apenas nas frenagens mais extremas é que as motos se destacam uma da outra. A atuação do ABS é modulável e a moto para pratica-mente sem qualquer vibração. No fim das contas, a nova geração da Hypermotard representa grande evolução diante da antecessora. A sensação de segurança sobre a moto é o ponto mais notável. Tanto para quem vai usá-la como dublê em filmes de ação quanto para os que vão enfrentar as ruas da cidade.

Ficha técnicaMotor: Gasolina, 821 cm³, dois cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, com refrigeração a água e injeção eletrônica.Câmbio: Manual de seis marchas.Potência máxima: 110 cv a 9.250 rpm.Torque máximo: 9,1 kgfm a 7.750 rpmDiâmetro e curso: 88,0 mm X 67,5 mm.Taxa de compressão: 12,8:1Suspensão: Dianteira invertida com garfo telescópico de 43 mm com 170 mm de curso. Traseira com monoamortecedor progressivo ajustável com 175 mm de curso.Pneus: 120/70 R17 na frente e 180/55 R17 atrás.Freios: Dois discos semiflutuantes de 320 mm, pinças Brembo com quatro pistões na frente e disco simples de 245 mm e pinça com pistão duplo na traseira.Dimensões: 2,10 metros de comprimento total, 0,86 m de largura, 1,15 m de altura, 1,50 m de distância entre-eixos e 0,87 m de altura do assento.Peso: 175 kg.Tanque do combustível: 16 litros.Produção: Borgo Panigale, ItáliaLançamento mundial: 2012.Preço: 11.490 euros, o equivalente a R$ 29.500

por MiCHaeL FiGUereDo/aUTo Press

Fotos: divulgação

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Quinta 28 • Março • 2013 Jornal do Meio 685 13veículos

Barato flex A Mitsubishi intro-

duziu na gama da

L200 Triton uma

versão mais acessível.

Se trata da HLS, que

parte de R$ 79.990 e vem

equipada com um motor

flex de 2.4 litros com 142

cv de potência e 22 kgfm

de torque a 4 mil rpm. A

transmissão é manual

de cinco marchas. Com

tração traseira, o mo-

delo tem airbag duplo,

freios com ABS e EBD,

ar-condicionado, dire-

ção hidráulica, vidros e

travas com acionamento

elétrico, volante com

ajuste de altura, rádio

com CD player, MP3,

Bluetooth e entradas USB

e auxiliar, entre outros

itens. O modelo chega

às concessionárias

ainda neste mês

por aUGUsTo PaLaDino/aUToPress

Foto: divulgação

Mitsubishi L200 Triton HLS Flex

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Quinta 28 • Março • 2013 Jornal do Meio 68514 veículosveículos

De um modo geral, hatches médios apelam tanto para a racionalidade como para a esportividade. Essa

dualidade geralmente é bem explorada pelas montadoras. No caso do Peugeot 308, a versão turbo THP serve também para consolidar a imagem de um modelo que, finalmente, ganha representatividade no mercado. A THP é uma configuração topo da linha que junta essas duas carac-terísticas a um belo acabamento interno. E, de quebra, faz aquele papel de vitrine de modernidade para a linha do modelo francês, graças à boa dose de equipamen-tos e ao competente conjunto mecânico.A adoção de um moderno trem de força não tirou as motivações racionais nem distanciou o 308 THP do centro da bri-ga do segmento. Inclusive pelo preço praticado pela Peugeot. O hatch sai por R$ 74.990, valor até inferior ao Chevrolet Cruze Sport6 LTZ e ao novo Hyundai i30 – o coreano, por sinal, beira exagera-dos R$ 90 mil. Dessa forma, mesmo com mecânica muito mais apurada do que os concorrentes, o THP não se justifica apenas pelo ganho de emoção.A escolha para equipar o carro foi para o já conhecido 1.6 THP que desenvolve 165 cv a 6 mil rpm e 24,5 kgfm de torque logo aos 1.400 giros. É a mesma configuração que está em carros como os Citroën DS3, DS4 e DS5 e os Peugeot 3008, 408 THP, RCZ e 508. Na Europa, o motor THP é versátil: vai de 120 cv a mais de 200 cv. No Brasil, a PSA Peugeot Citroën optou por adaptar apenas uma variação do motor à gasolina alcoolizada usada por aqui. No caso, com uma calibração que consiga atender a um maior número de necessidades. O mesmo propulsor, mas com algumas alterações, também está nos carros da Mini e no BMW Série 1. A transmissão é uma automática de seis velocidades com opção de troca sequencial na alavanca.Em termos estéticos, o THP é quase idêntico a seus companheiros de linha. Apenas a logo na traseira e as rodas ex-clusivas diferenciam a versão. Por dentro, as alterações ficam por conta do volante com base reta. Não há grandes novidades também na lista de equipamentos. O único diferencial em relação à versão Feline 2.0 é o teto solar panorâmico – opcional na configuração aspirada. Dessa forma, o hatch já vem de fábrica com controle de estabilidade e tração, seis airbags, faróis de led, revestimento interno de couro e GPS com tela de sete polegadas como itens de destaque. Um conjunto interes-sante para acompanhar o belo trem de força do 308 THP.

Ponto a pontoDesempenho – O motor 1.6 THP mostra mais uma vez a sua alta capacidade no 308. Os giros sobem rápido e o propulsor trabalha de forma suave. A entrega de

força acontece cedo. Logo aos 1.400 giros os 24,5 kgfm já estão disponíveis. Mas diferentemente do DS3, por exemplo, o comportamento não é impressionante. O hatch até tem um desempenho animador, acima dos médios de sua categoria, mas nada extraordinário. Principalmente pelo câmbio automático de seis marchas, que deixa as trocas um tanto lentas. Nota 9.Estabilidade – O hatch médio da Peugeot já é um carro muito equilibrado em suas versões tradicionais. No modelo turbo, a mistura ficou ainda melhor com um ajuste ligeiramente mais rígido. Ponto também para os pneus mais largos que apoiam bem no chão e dão aderência suficiente para contornar curvas fechadas com confiança. Nota 9.Interatividade – A grande área envidraçada contribui muito para a visibilidade do 308. O resto do carro tem funcionamento bem simples e fácil de ser manuseado. O GPS tem tela de sete polegadas que não é sensível ao toque, mas traz comandos intuitivos. Nota 8.Consumo – Apesar do motor moderno, o 308 THP conseguiu média de 8,2 km/l em trajeto misto. Uma marca apenas razoável. O InMetro não fez medições para o hatch médio da Peugeot. Nota 6.Tecnologia – O 308 é um dos mais mo-dernos de seu segmento. Tem plataforma que oferece boa rigidez e espaço interno e lista de equipamentos bem recheada, com direito a GPS e teto solar panorâmico. O destaque dessa versão, no entanto, é o conjunto mecânico. O motor 1.6 THP é excelente e dá um desempenho animado para o Peugeot. Nota 9.Conforto – Espaço interno é que não falta no 308. Cinco adultos podem via-jar sem grandes problemas. Os bancos também são confortáveis, com espuma de densidade correta, e o belo teto de vidro ainda amplia a sensação de espaço. A suspensão ligeiramente mais rígida nesta versão e os pneus de perfil fino jogam contra. Com eles, superar a bura-queira das cidades se torna uma tarefa um tanto quanto sacrificante. Nota 7.Habitabilidade – O 308 é um carro muito bem resolvido em seu interior. O painel, além de bonito, é bem pensado e no habitáculo há diversos lugares para porta-objetos. O porta-malas carrega decentes 348 litros, mas tem boca muito alta, o que dificulta a carga de objetos pesados ou volumosos. Nota 7.Acabamento – O interior do THP é ba-sicamente o mesmo do 308 comum. E isso é bom. O acabamento do hatch é caprichado, com um grande aplique de plástico com material emborrachado no painel. Ainda existem diversos elementos cromados espalhados pelo habitáculo. O couro dos assentos e do volante é de qualidade e agrada ao toque. Nota 9.Design – O desenho do 308 é pratica-

mente uma evolução do antigo 307. Isso significa que traz linhas harmônicas e comportadas. O problema é que dá a impressão de ser um design já “cansado”. A versão THP pouco adiciona em termos estéticos. Só as rodas de 17 polegadas com pintura especial diferenciam a versão dos outros 308. Nota 7.Custo/beneficio – Se for comparado aos outros hatches com motor turbo do mercado, o 308 THP é uma ótima compra. Só o compacto Citroën DS3 – que tem apenas duas portas e muito menos espaço – fica próximo dos seus R$ 74.990. Outros rivais como Volkswagen Fusca e Mini Cooper S são bem mais caros e proposta um bocado diferente. Quando à comparação é com os outros dois volumes médios à venda por aqui, o 308 também não faz feio. Mesmo nesta versão turbo, o Peugeot é mais barato que o Chevrolet Cruze Sport6 2.0, por exemplo. Nota 7.Total – O Peugeot 308 THP somou 78 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigirAs primeiras unidades do 308 que desembarcaram no Brasil agradaram logo de cara. O carro é bom de guiar, tem belo acabamento e preço justo. Mas sempre ficou a impressão de que merecia um conjunto mecânico mais refinado. O modelo de entrada tem motor 1.6 que parece se “esguelar” para mover o hatch. Já o topo traz um bom 2.0 de 151 cv, mas aliado a uma antiga e irritante transmissão automática de quatro marchas. A história mudou no final do ano passado quando apareceu a versão THP do hatch. Com o elogiado propulsor 1.6 turbo sob o capô e um câmbio automático de seis marchas, o 308 surge em sua melhor forma.Mas apesar de ter um motor turbinado e com injeção direta, o 308 THP não é um esportivo nato. Ele é apenas um hatch médio mais potente e mais apurado dinamicamente, mas que passa longe de uma proposta realmente agressiva. Os números de desempenho até são animadores. O zero a 100 km/h é feito em menos de nove segundos e o propulsor realmente empurra o carro com vonta-de. O torque disponível em baixos giros deixa o veículo sempre “ligado” e ágil. Mas não há aquela interação extrema entre motorista e automóvel que os esportivos costumam fornecer. O câm-bio, por exemplo, que é sequencial com trocas feitas diretamente na alavanca, não mostra grande agilidade nem são muito suaves.Já o equilíbrio dinâmico desta versão THP arranca elogios. A suspensão é ligeiramente enrijecida e os pneus são mais largos. As alterações nas molas e amortecedores não eliminam totalmente

as rolagens de carroceria, mas os novos “calçados” ajudam bastante na tarefa de dar aderência ao hatch. Por dentro, o 308 traz uma cabine “fami-liar”. É o mesmo painel que está no sedã 408, por exemplo. E agrada. O acabamen-to é caprichado, revestido com plástico emborrachado de boa qualidade e muitos detalhes cromados. O teto solar pano-râmico é vistoso e aumenta a sensação de conforto a bordo. Destaque também para o espaço interno, que permite levar cinco adultos sem grandes dificuldades.

Ficha técnicaPeugeot 308 THPMotor: Gasolina, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, alimentado por turbina de hélice dupla, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro. Comando duplo de válvulas no cabeçote com sistema de va-riação de abertura na admissão e escape. Injeção direta de combustível e acelerador eletrônico.Transmissão: Câmbio automático de seis marchas à frente e uma a ré. Tração dian-teira. Oferece controle de tração.Potência máxima: 165 cv a 6 mil rpm.Torque máximo: 24,5 kgfm a 1.400 rpm.Aceleração 0-100 km/h: 8,3 segundos.Velocidade máxima: 215 km/h.Diâmetro e curso: 77,0 mm x 85,8 mm. Taxa de compressão: 11,0:1.Suspensão: Dianteira do tipo McPherson, com rodas independentes, barra estabili-zadora, molas helicoidais e amortecedores hidraulicos pressurizados. Traseira com rodas independentes, travessa deformavel e amortecedores hidráulicos pressurizados. Oferece controle de estabilidade de série.Pneus: 225/45 R17.Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. Oferece ABS com EDB.Carroceria: Hatch em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. 4,27 metros de comprimento, 1,81 m de largura, 1,49 m de altura e 2,61 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cortina.Peso: 1.392 kg em ordem de marcha.Capacidade do porta-malas: 348 litros.Tanque de combustível: 60 litros.Produção: El Palomar, Argentina.Lançamento no Brasil: 2012.Itens de série: Ar-condicionado auto-mático de duas zonas, vidros e travas elétricas, direção hidráulica, travamento das portas por controle remoto, airbags frontais, laterais e de cortina, freios ABS, sistema de som rádio/CD/MP3/USB/Blue-tooth/Aux com tela de sete polegadas, GPS, teto solar panorâmico, apoio de cabeça central traseiro, alarme perimé-trico, vidros traseiros elétricos, bancos em couro, faróis de xenônio direcionais, rodas de liga-leve de 17 polegadas, sensor crepuscular, de chuva e de estacionamento.Preço: R$ 74.900.

por roDriGo MaCHaDo/aUTo Press

Fotos: pedro paulo Figueiredo/carta z notícias

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Quinta 28 • Março • 2013 Jornal do Meio 685 15

por aUGUsTo PaLaDino/aUToPress

Superlativo – A Land Rover confirmou os preços da nova geração do imponente Range Rover Vogue no Brasil. O utilitário, que ficou 450 kg mais leve que a versão anterior, man-

teve os preços bem pesados. A versão mais barata com motor 4.4 diesel custa R$ 551.800. O mais caro traz o propulsor 5.0 Supercharged e custa R$ 604.800.Poucos e bons – O Brasil entrou mesmo na rota dos carros mais exclusivos do mundo. A Mercedes-Benz confirmou a venda por aqui da versão Black Series da SLS AMG no país. Em relação ao modelo tradicional, a Black Series traz rodas maiores, calçadas por pneus de competição e o motor V8 de 6.2 litros desenvolve 631 cv, contra 571 cv da SLS AMG “normal”. O preço no Brasil ainda não definido, mas como na Europa ele custa 250 mil euros, equivalente a R$ 650 mil, por aqui ele custaria pelo menos R$ 1,3 milhão. Cara nova – A Triumph “repaginou” o visual da Bonneville em uma edição especial, chamada de Bonneville SE pela marca britânica. O motor é o mesmo tricilíndrico de 865 cm³. Porém, na estética, destaque para a nova pintura vermelha no quadro e a listra na mesma cor no tanque de combustível – cuja lateral foi pintada em preto fosco. A moto também recebeu farol diferente do modelo original. A Bon-neville SE chega às concessionárias da marca, nos Estados Unidos e na Europa, a partir de maio. No mercado norte-americano o preço inicial será de US$ 7.999, o equivalente a R$ 16 mil. A Triumph também deu uma versão especial à Speed Triple, que leva a mesma sigla SE e recebeu nova cor, além de peças

em fibra de carbono.Ajuda caseira – Incentivada por um plano econômi-co do governo britânico, a Aston Martin confirmou que vai começar produzir o cupê de quatro portas Rapide S na Inglaterra. A versão tradicional é feita em parceria com a Magna Steyr, na Áustria. Para a fabricante, o “incentivo” será de 1,6 milhão de libras – equivalente a R$ 5 milhões, o que permitirá a criação de 20 novos postos de trabalhos e manterá outros 70 nas fábricas localizadas em Coventry e Gaydon. A “ajuda” à Aston Martin é parte do plano econômico que tem meta de investir 213 milhões de libras em indústrias nacionais e criar mais 11 mil empregos. Agora vai – A Honda realizou um recall de 1.091 uni-dades do Accord V6 fabricados entre 2003 e 2006 por causa de um problema na direção. O caso é que boa parte desses clientes já haviam sido convocados em outubro de 2012 para reparar o mesmo problema. Agora, a Honda garante que o reparo é definitivo. A falha é na mangueira da direção hidráulica que pode vazar e provocar incêndio quando em contato com partes quentes do motor. Está chegando a hora – A nova geração da Mercedes--Benz Classe S está em fase final de desenvolvimento. Durante o Salão de Genebra, o CEO da empresa, o ale-mão Dieter Zetsche, revelou que o lançamento será na cidade de Hamburgo, no dia 15 de maio. A nova Classe S será ainda mais luxuosa para aproveitar o mercado deixado de lado pela Daimler ao aposentar a Maybach, a marca de extremo luxo que a mon-tadora tentou ressuscitar sem sucesso.

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Quinta 28 • Março • 2013 Jornal do Meio 68516


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