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Geografia 7o

Unidade

04Urbanização Brasileira

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Urbanização Brasileira I – Aspectos Gerais

Introdução

Os processos de urbanização nas diversas partes do globo terrestre possuem características comuns e gerais, ao mesmo tempo em que possuem aspectos locais e específicos, colocando assim suas marcas próprias no desenvolvimento dos seus territórios.

Inicialmente a paisagem urbana marca as diferenças entre as cidades no globo. As formas dos edifícios, os tipos de meios de transporte, as cores nas formas das cidades, as funções das cidades, a maior ou menor presença de aspectos naturais, a luminosidade, por exemplo, trazem diferentes sensações, sendo familiar ou estranho a cada um de nós.

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Praga – República Tcheca

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Cairo – Egito

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Cancun – México

Ao mesmo tempo, nas diversas cidades do Brasil e do mundo, também existem diferentes populações em suas diferentes culturas, marcando hábitos alimentares, formas de se vestir, formas de falar, formas de moradia, diferentes religiões, entre outras características, que criam as diferenças das cidades, compondo também a cultura das mesmas.

De forma geral, quanto maior e mais internacionalizada for a cidade, quanto maior o contato cultural, econômico ou político dessa cidade com os diversos lugares do mundo, maior também será a diversidade cultural e de paisagens da mesma. A grandes cidades do mundo (Nova Iorque, Paris, Londres, São Paulo, entre outras), por exemplo, são também marcadas pela sua diversidade cultural, possuindo populações de diversas partes do globo terrestre. Essas cidades possuem intensos fluxos de informações, pessoas e mercadorias.

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Brazilian Day – EUA

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Mulher usando burca em Paris – França

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Jogadores de nacionalidade ganesa, turca e brasileira da seleção alemã, na Copa do Mundo de 2010

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Castro, colônia holandesa no Paraná, Brasil

As diferentes formas de crescimento das cidades e de suas populações, também promovem a possibilidade de presença de diversos problemas nessas cidades. Da mesma forma que o contato das cidades com outras cidades, os intensos fluxos de informações, mercadorias e pessoas, podem criar características positivas para essas cidades, também podem criar intensos problemas.

Os problemas urbanos são uma das principais marcas das grandes cidades no mundo. Intensos congestionamentos, poluição de diversos tipos e formas, problemas habitacionais promovendo formas precárias de vida para grande parte de suas populações, precariedade de serviços públicos (saúde, transpor te, educação etc), desemprego e violência estão presentes nas principais cidades do globo terrestre, marcando também as diferenças econômicas e sociais das populações.

(http://rondoniadigital.com)

(http://www.abril.com.br)

(http://www.dw-world.de)

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CresCImento das CIdades, IndustrIalIzação e urbanIzação

A formação de cidades no mundo ocorre há milhares de anos, associadas aos seus diversos momentos históricos, criando formas e funções diversas. As cidades na Antiguidade, como por exemplo Roma, Atenas, Constantinopla, entre outras, já ocupavam lugares de destaque na vida econômica, política e cultural das populações .

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Machu Picchu – Peru

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Angkor wat – Camboja

Ao longo dos séculos, as cidades passaram a se especializar em atividades diversas, criando ao mesmo tempo características próprias e formando funções.

Podemos considerar que a aceleração do crescimento das cidades, de uma forma mais global e expressiva, esteve associada ao processo de industrialização, sendo este ampliado, principalmente, a partir de meados do século XVIII, no continente europeu. Até então, a população mundial localizava-se predominantemente em áreas agrícolas.

Campo feudal

(http://blog.educacional.com.br)

Burgo na Idade Média

(http://3.bp.blogspot.com)

O desenvolvimento da Revolução Industrial, associado à aceleração do crescimento populacional no continente europeu, por exemplo, a partir do final do século XVIII e ao longo do século XIX, contribuiu com as tendências de urbanização nas diversas áreas de maior industrialização do globo terrestre. Com isso, os territórios com maior crescimento econômico e industrial passaram a também apresentar características do processo de urbanização , formando cidades como Nova Iorque (EUA), Tóquio (Japão) , Paris (França) e Londres (Inglatera).

O processo de urbanização nesses territórios, esteve associado a fatores como: a ampliação da infraestrutura urbana derivada do processo de industrialização (ruas, meios de transporte, sistemas de esgoto), a necessidade inicial de um grande número de trabalhadores para as fábricas, que se localizavam nessas cidades , desenvolvimento de atividades econômicas derivadas dos processos de industrialização (comércio e serviços em geral), além dos processos posteriores de mecanização da produção agrícola, os quais reduzem a necessidade de trabalhadores para a lavoura.

Esses fatores associados contribuíram diretamente para a realização do êxodo rural e o maior crescimento da população nas cidades, estando este movimento populacional também relacionado diretamente ao processo de urbanização.

Cidade de Manchester – Século XIX

(http://blog.educacional.com.br)

A partir do século XIX, em alguns países da Europa, nos Estados Unidos da América e no Japão ampliaram-se os processos de urbanização, gerando a tendência posterior de uma maior concentração de população nas cidades, em relação às

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áreas agrícolas, sendo esse processo de urbanização ampliado ao longo do século XX, derivado também da ampliação dos processos de industrialização. Naquele mesmo momento, o território brasileiro possuía uma economia centralizada na produção e exportação de bens primários (agrícolas e minerais), possuindo ao mesmo tempo a maior parte de sua população em áreas rurais. Apesar disso, já existiam importantes cidades no Brasil, como por exemplo a cidade do Rio de Janeiro, Salvador (Bahia), São Paulo, exercendo funções econômicas e político administrativas.

as CIdades e suas funções

As diferentes formas de desenvolvimento das cidades no mundo também podem promover funções dessas mesmas cidades, a partir das suas características econômicas, políticas, culturais e financeiras. Sendo assim, podemos classificar as cidades, de acordo com o desenvolvimento das suas principais atividades. As cidades podem ser assim caracterizadas enquanto:

Cidades de Função Comercial – são cidades cuja economia está centralizada nas atividades comerciais, e cuja estrutura viabiliza as trocas comerciais.

Cidades de Função Industrial – são cidades cujo crescimento esteve associado às atividades industriais . Geralmente possuem um densa infraestrutura urbana devido à necessidade de viabilizar os processos de produção das indústrias. Ex: Detroit e Volta Redonda.

Cidades de Função Religiosa – são cidades que possuem grande importância religiosa ,promovendo uma série de atividades em torno das atividades religiosas.

Ex.: Jerusalém e Aparecida do Norte.

Cidades de Função Turística – são cidades que desenvolvem atividades econômicas em torno do setor de Turismo , associando a sua infraestrutura e seus serviços a essa prática econômica e cultural.

Ex.: Búzios, Cabo Frio e Mônaco.

Cidades de Função Militar – são cidades com funções de defesa ou com aspectos militares.

Ex.: Resende e Gibraltar

Cidades de Função Portuária – são cidades que possuem o seu desenvolvimento em torno de um importante porto , relacionando diretamente as suas atividades econômicas aos fluxos marítimos e\ou fluviais.

Ex.: Roterdã e Santos

Cidades de Função Político-Administrativa – são cidades que possuem a função de capital de um estado ou de um país. Podem ser caracterizadas pela presença de uma estrutura que facilita a presença de órgãos públicos.

Ex.: Brasília e Washington.

Exercícios de Fixação

01. Diferencie meio urbano de meio rural.

02. Por que áreas urbanas podem ser consideradas zonas de atração demográfica (populacional)?

03. Por que é possível dizer que a formação das cidades transformou povos nômades em povos sedentários?

04. Apresente duas vantagens para a instalação de indústrias nas cidades.

05. Por que a Inglaterra possuiu grande desenvolvimento econômico a partir do século XVIII?

06. Diferencie a revolução técnico-científica da revolução técnico-científica informacional.

07. Cite e caracterize dois tipos de cidade.

Exercícios Propostos

01. Faça uma pesquisa perguntando aos seus familiares sobre sua cidade de origem e quais são as principais diferenças entre a cidade local e a cidade natal. Caso seus familiares residam na cidade natal, pergunte-os sobre a diferença da paisagem urbana no seu período de infância e atualmente.

02. Qual era a atividade econômica predominante no Brasil durante a primeira e a segunda revolução industrial?

03. Além das cidades mostradas na apostila, pesquise a transformação de duas outras cidades antigas.

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Urbanização Brasileira II o CresCImento das CIdades

A aceleração do crescimento das cidades promove diversos fenômenos nelas. O crescimento físico das cidades pode ocorrer de duas formas: crescimento ver tical e crescimento horizontal.

O crescimento ver tical é marcado pela construção de elevados edifícios e áreas subterrâneas, sendo essa forma de crescimento derivada da intensa ocupação do território. Ao mesmo tempo, o crescimento ver tical das cidades pode promover a maior ocupação do território por pessoas e serviços, já que “cria” o solo urbano. A construção de edifícios também promove novos valores para o solo urbano, seja relacionado ao mercado imobiliário, seja relacionado à cobrança de impostos.

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Orla de Botafogo – Séculos XIX e XXI

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O crescimento horizontal das cidades está relacionado à expansão do tecido urbano e da infraestrutura das cidades. A criação de novas rodovias, a expansão de redes de saneamento, a realização de projetos habitacionais, por exemplo, podem contribuir com a expansão horizontal das cidades. No Brasil, esse processo ocorre, geralmente, de forma acelerada e desordenada, criando periferias distantes das áreas centrais, as quais possuem uma menor assistência do poder público, no que diz respeito às politicas de saúde, educação e segurança.

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processo de conurbação. A conurbação pode ser caracterizada como um processo derivado do crescimento horizontal de cidades, realizando a formação de uma grande extensão urbana (um “encontro das cidades”), promovendo o encontro de duas ou mais cidades e reduzindo áreas verdes e agrícolas entre elas.

O processo de conurbação pode formar Regiões Metropolitanas, as quais podem ser definidas como um conjunto de municípios integrados socioeconomicamente a uma cidade central, com serviços e infraestrutura em comum.

No Brasil, o processo de conurbação permitiu a formação de Regiões Metropolitanas, como por exemplo: Região Metropolitana de São Paulo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Região Metropolitana de Salvador, Região Metropolitana de Porto Alegre, entre outras.

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A ampliação do processo de conurbação entre Metrópoles, também pode promover a formação de Megalópoles, as quais podem ser caracterizadas como gigantescas áreas superurbanizadas. Nessas áreas conurbadas, ocorre uma grande extensão da malha urbana, da mesma forma que ocorre uma intensa articulação entre as cidades nesse território. Esse fenômeno predomina nas áreas dos países mais desenvolvidos industrialmente, sendo realizado ao longo do século XX. São exemplos de Megalópoles: Boston-Washington, nos Estados Unidos e Tóquio – Kitakyushu, no Japão.

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A megalópole Boswash - EUA

as CIdades, redes urbanas e hIerarquIa urbana

As cidades possuem características próprias, nos seus aspectos culturais, econômicos, financeiros, infraestruturais e paisagísticos. Essas cidades também possuem relações políticas, econômicas, culturais, financeiras. A partir do momento em que essas cidades passam a se articular em diversos aspectos, passa a ocorrer a formação de uma Rede Urbana.

A densidade da Rede Urbana, ou seja, a ar ticulação entre as cidades permite através de meios de transporte e de comunicação. Esta articulação pode ser, por exemplo, a maior possibilidade dos fluxos de mercadorias, pessoas, capitais e a oferta de serviços entre as cidades.

As cidades possuem diferentes níveis de desenvolvimento e, com isso, também possuem diferentes possibilidades de ar ticulação em uma Rede Urbana. Ao mesmo tempo, o desenvolvimento dos meios de comunicação permite cada vez mais a articulação de cidades de diferentes aspectos econômicos, geográficos e populacionais.

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Rede Urbana – Clássica e Atual

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A existência de cidades de diferentes níveis de desenvolvimento também promove a formação de uma Hierarquia Urbana. A Hierarquia Urbana pode ser determinada pelas diferentes possibilidades de oferta de serviços nas cidades. A oferta de bens e serviços muito frequentes, bens e serviços menos frequentes e bens e serviços raros, também influencia na caracterização de Hierarquia Urbana. Nesse sentido, a Hierarquia Urbana pode possuir os seguintes tipos de cidades:

1o – Metrópole Nacional2o – Metrópole Regional3o – Centro Regional4o – Centros Sub-regionais

De forma geral, a oferta de bens de serviços mais sofisticados ocorrem nas Metrópoles Nacionais e Metrópoles Regionais, como por exemplo os aeroportos internacionais, centros de pesquisa científica, sedes de empresas transnacionais e bancos.

Em paralelo à ofer ta de serviços, a Hierarquia Urbana também está relacionada às diferentes escalas de influência que uma cidade pode exercer sobre uma região\outras cidades (polarização). Quanto maior a sua possibilidade de influência (econômica, financeira, cultural, política etc), mais acima esta cidade estará na Hierarquia Urbana.

o proCesso de urbanIzação nas regIões perIférICas do mundo

A dinâmica de urbanização nas áreas consideradas periféricas do mundo capitalista (América Latina, África e parte do continente Asiático) intensificou-se, principalmente, após a 2ª Guerra Mundial (1939-1945). Alguns fatores gerais contribuíram com a ampliação do êxodo rural, com a posterior superação do

crescimento populacional nas cidades dessas regiões, acima citadas, em relação ao crescimento do campo:

1o – Histórica concentração fundiária;2o – Precárias condições de vida no campo;3o – Baixos Salários;4o – Reduzido apoio aos pequenos agricultores.

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Alguns países como o Brasil, o México, a Argentina começaram a apresentar processos iniciais de industrialização, os quais também contribuíram com a realização do fenômeno da urbanização.

De forma geral, a concentração de infraestrutura em pontos específicos, está associada às possibilidades de emprego, atraindo as populações para as suas principais cidades (Ex.: São Paulo, Cidade do México, Buenos Aires, entre outras). O menor desenvolvimento econômico desses países, em relação aos países mais ricos do mundo, impossibilitou que toda a população que passara a ocupar esses cidades fosse contemplada plenamente com empregos formais e moradia.

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Cidade de Luanda – Angola

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Cidade de Bombaim – Índia

O processo acelerado e desordenado de urbanização contribuiu com a predominância de algumas características gerais nas grandes cidades dessas regiões periféricas:

1o – Presença de favelas e habitações precárias;2o – Realização do fenômeno de Metropolização;3o – Realização do fenômeno de Macrocefalia Urbana;4o – Altas taxas de população subempregada\empregos informais.

No Brasil, apesar do seu processo de industrialização , realizado principalmente a partir da década de 1930 e ampliado após a 2ª Guerra Mundial, o processo de urbanização também possuiu as características gerais realizadas nas principais grandes cidades das regiões menos desenvolvidas economicamente do Mundo, concentrando-se territorialmente nas principais cidades brasileiras.

Exercícios de Fixação01. Qual a diferença entre o crescimento urbano horizontal e vertical?

02. O que é especulação imobiliária?

03. O que é conurbação?

04. Na sua cidade ocorre o processo de conurbação?05. Qual a diferença entre rede urbana e hierarquia urbana?

06. Esquematize uma rede urbana integrando a sua cidade.

07. Apresente duas consequências da macrocefalia urbana.

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Anotações

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01. “...uma senhora dirigia um automóvel com o filho ao lado. De repente, foi assaltada por um adolescente, que a roubou, ameaçando

cortar a garganta do garoto. Dias depois, a mesma senhora reconhece o assaltante na rua. Acelera o carro, atropela-o e mata-o, com a aprovação dos que presenciaram a cena. Verídica, ou não, a história é exemplar. Ilustra o que é a cultura da violência, sua nova feição no Brasil.”

(Jurandir Freire Costa - Revista Veja, No 25, Setembro de 1993.)

O texto anterior ilustra o grau em que se encontra a violência nas grandes metrópoles brasileiras. Explique a relação entre a violência e as características do crescimento das cidades brasileiras.

02. Segundo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), são 3 mil os loteamentos clandestinos no Município de São Paulo, a maioria em áreas sujeitas a erosões e deslizamentos.Explique por que a maioria desses loteamentos localiza-se em áreas consideradas de risco.

03. Faça uma pesquisa indicando as cidades mais poluídas do mundo e do Brasil.

Exercícios Propostos

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Urbanização Brasileira III

Introdução

Os processos de urbanização nas diferentes regiões do Mundo ocorreram (e ainda ocorrem) de acordo com as suas condições econômicas, geográficas, políticas e culturais. A formação inicial de cidades é uma das condições para que possam ocorrer processos posteriores de urbanização nos territórios, criando cidades, metrópoles, redes e hierarquias urbanas.

No Brasil, o processo de urbanização passou a ocorrer com maior intensidade após a 2a Guerra Mundial, associado à ampliação da dinâmica de industrialização e aos crescentes problemas econômicos e políticos para as populações agrárias.

No Brasil ocorreram processos de industrialização e de urbanização posteriores aos países de maior desenvolvimento econômico no Mundo. Com isso, o Brasil passou a ter características específicas no seu território marcadas pelas visíveis desigualdades sociais , como nos mostram as paisagens das principais metrópoles brasileiras.

(http://blog.smb.locaweb.com.br)

(http://blog.jangadeiroonline.com.br)

urbanIzação brasIleIra: um proCesso ao longo do séCulo XX

O processo de urbanização ocorreu, principalmente, ao longo do século XX, podendo estar associado aos seguintes fatores gerais:

1o Histórica concentração fundiária relacionada à predominância de atividades agrícolas para o mercado externo (Ex.: cana de açúcar e café);

2o Precárias condições de vida da população rural devido aos baixos salários e reduzidos incentivos ao pequeno agricultor;

3o Ampliação dos processos de industrialização, localizados em pontos específicos do território (inicialmente no eixo São Paulo – Rio de Janeiro);

4o Intensificação dos fluxos populacionais inter-regionais (principalmente da região Nordeste para a Região Sudeste);

5o Ampliação da integração do território em escala nacional a partir, por exemplo, da construção de rodovias, articulando as regiões brasileiras;

6o Realização de processos de modernização da agricultura (“mecanização do campo”), ampliando os fluxos migratórios no país (Ex.: êxodo rural)

(http://www.scielo.br)

Esses fatores associados contribuíram diretamente para que ocorresse a mudança da paisagem social brasileira, passando o Brasil de um país agrário para um país urbanizado a partir da década de 1970. Ao mesmo tempo, o processo acelerado e desordenado de urbanização no Brasil promoveu a formação e o crescimento de cidades com diversos problemas.

No início da década de 1950, havia, no Brasil, pouco mais de 2.200 municípios, passando a aproximadamente 3.900 municípios na década de 1980 e chegando a aproximadamente 5.500 municípios no início da década de 2000. A criação de novas cidades esteve diretamente associada à ampliação dos processos de urbanização, em todas as regiões brasileiras (Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sudeste e Sul), guardadas as particularidades de cada região.

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(http://www.ibge.gov.br)

Inicialmente, as principais cidades brasileiras concentravam-se ao longo do litoral, já que possuíam funções portuárias/comerciais ou estratégicas/militares. A ampliação dos processos de ar ticulação e integração do território brasileiro, também contribuiu para ampliação de cidades no interior do território do país, como também a ampliação da Rede Urbana.

O processo de urbanização no Brasil também acompanhou a dinâmica de ampliação da articulação do território, apesar da intensa concentração na região Sudeste. A partir da década de 1930, passaram a ocorrer intensos fluxos migratórios para as cidades de São Paulo (centro industrial emergente naquele momento) e do Rio de Janeiro (capital federal até o final da década de 1950), iniciando de forma mais efetiva o processo de urbanização da Região Sudeste, ao mesmo tempo em que já se indicavam as tendências de crescimento desordenado dessas duas cidades, que se tornariam posteriormente as principais metrópoles brasileiras. Já na década de 1950 a população urbana da Região Sudeste superava o número de sua população rural.

A intensa concentração de indústrias em São Paulo também contribuiu com a realização do processo de conurbação das cidades próximas ao município de São Paulo formando, por exemplo, o ABC Paulista (cidades de Santo André, Santo Bernardo do Campo e Caetano do Sul).

(http://olhomauaense.blogspot.com)

As demais regiões brasileiras possuíram processos posteriores de urbanização em relação à Região Sudeste. Esse fenômeno relacionou-se ao menor dinamismo econômico e industrial delas, até a metade do século XX

O processo de urbanização da Região Sul passou a ocorrer de forma mais efetiva a partir da década de 1970, derivado da dinâmica de mecanização do campo nessa região, a qual, associada à intensificação da concentração de terras, dinamizou o processo de êxodo rural.

O processo de urbanização na região Centro-Oeste passou a ser impulsionado inicialmente com a construção de Brasília, ao longo da década de 1950 e com a transferência da capital federal para esta cidade, no início da década de 1960. Intensificou-se na década de 1970, vinculado à construção de rodovias, à expansão da agricultura modernizada da soja e da pecuária.

(http://independenciasulamericana.com.br)

No início da década de 1990, todas as regiões brasileiras possuíam a população urbana maior que a população rural. Em 1991 o Brasil apresentou cerca de 75% da sua população localizada em cidades. Os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a manutenção das tendências à urbanização no Brasil, permitem observar que, atualmente, menos de 20% da população brasileira encontra-se no campo.

a prInCIpaIs metrópoles brasIleIras, hIerarquIa urbana e rede urbana

O processo de urbanização no Brasil apresenta um caráter concentrador territorial, principalmente a partir da formação das Regiões Metropolitanas, a partir das dinâmicas de conurbação entre as principais cidades brasileiras.

Com isso, de acordo com o senso de 2000 do IBGE, os principais aglomerados urbanos no Brasil são: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, Fortaleza, Curitiba, Região Metropolitana de Campinas, Distrito Federal, Belém, Goiânia, Vitória, Manaus, Baixada Santista e Natal.

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(http://www.revista.vestibular.uerj.br)

As metrópoles de São Paulo e do Rio de Janeiro são aquelas que estão no topo da Hierarquia Urbana brasileira, devido à sua importância econômica, financeira, cultural e política, em relação às demais metrópoles brasileiras. São também consideradas Metrópoles que influenciam nacionalmente as demais cidades brasileiras, nos seus diferentes lugares na Hierarquia Urbana, com a presença de importantes empresas, bancos, aeroportos internacionais, como também uma densa rede de serviços.

A ampliação do processo de urbanização promoveu a expansão das Redes Urbanas para regiões no interior do território nacional, ocorrendo a maior densidade da Rede Urbana, nas regiões Sudeste e Sul do território brasileiro. As metrópoles de Belo Horizonte (Minas Gerais), Fortaleza (Ceará), Porto Alegre (Rio Grande do Sul), Curitiba (Paraná), Recife (Pernambuco) também apresentam uma significativa influência nas suas respectivas regiões.

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Exercícios de Fixação

01. Por que o desenvolvimento urbano brasileiro só alcançou maior crescimento a partir da década de 60?

02. Embora o Brasil possa ser considerado um país industrializado, ainda não saiu da condição de país não desenvolvido. De acordo com as justificativas abaixo, marque verdadeiro (V) ou falso (F):

( ) predominância de indústrias de grande porte nas mãos de restritos grupos nacionais. ( ) existência de indústrias tecnologicamente desenvolvidas que provêm de países centrais, cujos lucros são revertidos para os países

de origem.( ) predominância da participação da população no setor secundário da economia, porém com baixos salários.

03. O mapa apresenta a proporção de indivíduos do sexo masculino encontrada nas diversas regiões brasileiras nos anos noventa.

Apresente dois motivos associados às baixas porcentagens de indivíduos do sexo masculino na região Nordeste.

04. Apresente dois fatores de atração das áreas urbanas em relação às áreas rurais.

05. Apresente dois fatores de repulsão de mão de obra do campo à cidade.

06. Cite uma região ou cidade industrial e aponte suas principais indústrias.

07. Por que as principais metrópoles são localizadas na região Sudeste do Brasil?

Exercícios Propostos

01. Leia o fragmento de texto abaixo:

“O graffiti tem diversos supor tes sociais que estão relacionados ao modo de conviver em sociedade, portanto faz com que cada vez mais tenhamos de abrir nossos olhos a novos caminhos a serem percorridos a quem busca desvendar essa arte urbana, o que pode ser considerado um canal de informação alternativa dentro do espaço urbano. Ao observar é evidente, sua presença espalhada por diversos lugares da cidade, e de alguma forma consegue atrair a atenção de muitas pessoas que por eles passam. Com o intuito de analisar sua presença no território urbano e participação social como meio de vida das pessoas, deve-se abrir uma discussão em que produza realmente sua importância entre as questões a desvendar entre

esse eixo exploratório de informações entre projetos culturais e o meio social. Assim, poderá avançar em seus objetivos práticos e legítimos, no tratamento de conhecimento e reconhecimento das práticas dos profissionais que lutam e preservam pelo reconhecimento social na cultura urbana.”

(Extraído do site: vivafavela.com.br – Acesso em 2/09/2010)

Relacione o movimento cultural do grafitti aos espaços de segregação no meio urbano.02. Pesquise uma região metropolitana de outra região do Brasil e aponte suas principais características econômicas.

03. Pesquise sobre as principais cidades planejadas do Brasil e suas características em geral (área, mapa, economia, história etc.).

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Questão agrária no Brasil I

Introdução A questão agrária no Brasil está associada diretamente ao próprio processo de formação do território brasileiro. A produção de

gêneros agrícolas no território brasileiro também gerou a formação de relações de trabalho específicas no Brasil, da mesma forma que influenciou diretamente as formas de distribuição de terras no país.

Atualmente, mesmo depois de 500 anos do início da colonização portuguesa e mais de 100 anos de proclamação da República no Brasil, persistem problemas históricos nas formas de distribuição da terra, a prioridade na produção de gêneros agrícolas, além das formas e condições de trabalho da população no campo brasileiro.

o proCesso de ColonIzação do terrItórIo a eXpansão da agrICultura ComerCIal no brasIl

O processo de colonização portuguesa no Brasil produziu espaços voltados para o mercado externo, promovendo a formação de estruturas agrárias as quais suprissem as necessidades desse mercado externo colonial.

(http://wdetestes.blogspot.com)

Inicialmente, a Coroa portuguesa criou o sistema de acesso às terras em sua colônia brasileira através do sistema de Sesmarias, pelo qual o Rei de Portugal doava terras àqueles que pretendessem se dedicar ao plantio de cana de açúcar. O sistema de doação do Rei de Portugal era baseado na avaliação do pretendente, utilizando critérios como o seu status social e seus serviços prestados à Coroa Portuguesa.

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Século XVI

A necessidade de produção de cana-de-açúcar em grande escala, também influenciou a dimensão dos lotes de terra doados. A produção em grandes propriedades, localizadas principalmente na região que chamamos atualmente Nordeste,nas suas partes mais próximas ao litoral (Zona da Mata), pode ser considerada uma das origens da atual concentração de terras nas mãos de poucos proprietários rurais que perdura até hoje no Brasil, já que desde sua origem, o acesso legal à terra no Brasil se restringiu a poucos.

A produção de cana-de-açúcar no período colonial brasileiro possuiu o seu principal momento de desenvolvimento nos séculos XVI e XVII, sendo utilizados trabalhadores escravizados, trazidos do continente africano, para a realização da produção no Brasil. Inicialmente, não predominou o trabalho assalariado no campo do Brasil colonial.

Naquele momento passou a predominar no Brasil Colonial o sistema de plantation, caracterizado pela predominância de grandes propriedades rurais, monocultoras com o objetivo de produzir para o mercado externo colonial, utilizando trabalhadores escravos como mão de obra.

Os imigrantes que não eram escravos, também passaram a ocupar pequenas porções de terra a partir da posse das mesmas. A posse de terras sem autorização da Coroa Portuguesa era uma atividade ilegal. Ao mesmo tempo, esses primeiros posseiros no Brasil passaram a desenvolver uma agricultura de subsistência, originando também, as primeiras pequenas propriedades de base familiar no Brasil.

A proclamação da independência no Brasil, no início do século XIX (1822), também promoveu alterações na forma de acesso à terra no Brasil, mas sem alterar o caráter predominantemente exportador e concentrador de terras nas mãos de poucas pessoas.

No início do século XIX , ocorreu o fim da Lei da Sesmarias e, em meados daquele mesmo século, foi criada a Lei de Terras (1850), mantendo os privilégios de uma minoria proprietária das terras no Brasil. A Lei de Terras passou a determinar que o acesso à terra no Brasil, ocorreria a partir da compra da mesma, dentro dos leilões efetuados por leiloeiros oficiais e com o pagamento à vista pela porção de terra desejada.

O século XIX e o início do século XX foram marcados pelas transformações nas relações de trabalho no campo brasileiro, principalmente, a partir da proibição do Trafico Negreiro pela Lei Eusébio de Queiroz (1850) e pela abolição da escravidão através da Lei Áurea (1888), gerando a necessidade de ampliação de trabalhadores livres para o cultivo da terra no Brasil. A transição da produção baseada em trabalhadores escravos para a produção baseada em trabalhadores livres, ocorreu no Brasil, ao longo do século XIX .

A expansão do cultivo do café, manteve o padrão histórico predominante no Brasil, no que diz respeito à estrutura fundiária e ao destino da produção. Mantiveram-se as grandes propriedades rurais, monocultoras, com o objetivo principal de produção de café para o mercado externo.

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Depois de se localizar pela vertente atlântica da Serra do Mar, o “caminho do café” expandiu-se pelo Vale Médio do Rio Paraíba do Sul, até chegar ao oeste paulista, na Região de Ribeirão Preto.

Nesse mesmo momento ocorreu a maior ocupação territorial da região que denominamos hoje em dia de Região Sul. A ocupação territorial dessa região diferenciou-se das demais regiões brasileiras, já que se baseou em pequenas e médias propriedades familiares, com culturas de subsistência voltadas para o mercado interno. Essa característica de ocupação territorial influenciou diretamente a dinâmica agrícola e social dessa região,ao longo do século XX.

(http://www.crisenars.blogspot.com)

Exercícios de Fixação

01. Por que a maior parte do Brasil sofreu colonização por exploração?

02. Quais foram as consequências do sistema de sesmarias para a economia e a sociedade brasileira?

03. O que é o sistema de plantation?

04. Por que a cana-de-açúcar foi uma das primeiras atividades econômicas no Brasil?

05. Apresente uma importância para a exploração das drogas do sertão.

06. Cite dois outros espaços produtivos do período colonial brasileiro.

07. Apresente duas diferenças entre o espaço cafeeiro do Vale do Paraíba e o do Oeste Paulista.

Exercícios Propostos

01. Por que a região Sul foi aproveitada como colônia de povoamento e não de exploração?

02. Pesquise imagens que mostrem a diferença entre o tipo de ocupação territorial na ex-colônia de povoamento da de exploração.

03. Apresente a impor tância econômica de dois produtos plantados ou extraídos do Brasil no período colonial.

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Questão Agrária no Brasil II

Introdução No módulo anterior, vimos que a concentração fundiária no Brasil é uma questão geo-histórica, sendo parte do próprio processo

de formação do território brasileiro. A prioridade na produção agrícola para o mercado externo foi sempre uma marca das principais culturas desenvolvidas no território brasileiro, desde o período colonial.

Esse padrão geo-histórico de produção do território no Brasil perdurou durante todo o século XX, avançando pelo atual século XXI. Com esse padrão agrário e agrícola, permaneceram as diferenças sociais e produtivas no campo brasileiro. Ao mesmo tempo que existe “Modernidade Produtiva”, também existe pobreza e profundas desigualdades sociais no campo.

O século XX, no campo brasileiro, também foi marcado pela modernização dos cultivos e, consequentemente, o aumento da produtividade agrícola. A modernização da agricultura esteve vinculada aos cultivos mais rentáveis comercialmente e, de forma geral, voltados para o mercado externo e\ou para a transformação industrial, mantendo assim o padrão geo-histórico da produção agrícola, em grande parte do território brasileiro, pautado em grandes propriedades monocultoras.

(http://resumos.webnode.com.br)

Além da predominância espacial de grandes propriedades na estrutura fundiária brasileira, ao longo do século XX e perpetuando no século XXI, também ocorre uma grande extensão de terras não utilizadas para a agricultura, pertencentes ao Estado brasileiro ou a proprietários particulares de terras, os quais as utilizam como fonte de especulação, agravando ainda mais a questão da concentração fundiária no Brasil.

O cultivo do café no Brasil passou a ocupar o centro na economia brasileira ao longo do século XIX. A expansão das áreas para o seu cultivo, contribuiu para que ao final do século XIX/ início do século XX, ocorressem possibilidades de superprodução de café.

O governo brasileiro realizou intervenções na economia cafeeira para que não ocorressem reflexos maiores para a dinâmica econômica interna.

(http://www.revistacafeicultura.com.br)

a CrIse do sIstema CafeeIro

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Naque le momento , a economia b ras i l e i ra e ra predominantemente agroexportadora, ou seja, grande parte da economia no Brasil dependia da exportação do café. Esse tipo de estrutura econômica coloca o país em uma posição de maior vulnerabilidade em relação às variações da economia mundo (internacional), fazendo com que qualquer alteração mais profunda da economia mundial promova reflexos mais profundos na dinâmica interna dos países agroexportadores.

Como já vimos nos módulos de industrialização brasileira, o final da década de 1920 também foi marcado por uma profunda crise econômica internacional derivada da crise da economia dos Estados Unidos, marcada pela quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929.

Desde o final da década de 20, a produção de café no Brasil apresentava crescimento, entretanto o comércio internacional apresentava limitações nas suas vendas. A crise de 1929 contribuiu para que o café atingisse seus menores preços no mercado internacional, no início da década de 1930.

No início da década de 1930, o processo de ampliação da industrialização no Brasil também promoveu alterações na dinâmica territorial da agricultura, ocorrendo um processo inicial de expansão da Fronteira Agrícola para a região Centro-Oeste, a partir de incentivos do Governo de Getúlio Vargas.

Mapa da “marcha para o oeste” no governo Vargas (década de 30)

a modernIzação produtIva no Campo brasIleIro

O processo de industrialização no Brasil promoveu significativas alterações na estrutura do território brasileiro em escala nacional. Essas alterações produtivas tiveram reflexos na localização da população e nas formas de produzir no campo brasileiro. Até a década de 40, aproximadamente 70% do Produto Interno Bruto brasileiro estava centrado na produção vinda do

campo. A dinâmica de industrialização alterou significativamente esse percentual, da mesma forma que promoveu reflexos produtivos para a agricultura no Brasil.

A par tir da década de 1950, passou a ocorrer o desenvolvimento de tecnologias voltadas para a agricultura, nos países mais desenvolvidos, as quais passam a ser propagadas para vários continentes e países. O conjunto de técnicas e tecnologias que passaram a ser desenvolvidas para a agricultura fizeram parte da dinâmica da chamada “Revolução Verde”.

A “Revolução Verde” foi marcada pela ampliação da utilização de produtos para a agricultura, os quais ampliassem os níveis de produtividade da mesma. O uso de agrotóxicos, herbicidas, sementes selecionadas, além da ampliação dos níveis de mecanização do campo (tratores e colheitadeiras, por exemplo), passaram a ocupar cada vez maior espaço na agricultura mundial.

(http://br.viarural.com)

(http://www.secco.com.br)

Ao mesmo tempo, o crescimento da utilização das tecnologias na agricultura, cada vez mais, o campo dependente da indústria. Tornou buscando pelo aumento da produtividade no campo.

Principalmente a par tir da década de 1950, com o crescimento e diversificação da industrialização no Brasil, passou a ocorrer a possibilidade de modernização da agricultura no país. Ao mesmo tempo em que ampliaram-se as desigualdades sociais no campo como, por exemplo, o aumento da concentração fundiária.

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O processo de modernização da produção agrícola no Brasil, passou a ocorrer, de forma mais intensa, a partir da década de 1970, dentro de um contexto maior de diversificação e complexificação da industrialização no Brasil. Passaram a ser expandidos no pelo território nacional os cultivos modernizados de soja, cana-de-açúcar, laranja e café, da mesma forma passaram a ser formados os Complexos Agroindustriais (CAIs).

(http://brasilagricultura.blogspot.com)

Os Complexos Agroindustriais (CAIs) podem ser caracterizados pela dinâmica de produção, transformação e comercialização dos produtos agropecuários. A estrutura dos CAIs podem apresentar as seguintes características:

– Pesquisa de tecnologias voltadas para a produção agrícola – Financiamento bancário – Indústria processadora de alimentos– Armazenagem e distribuição dos produtos gerados– Atividade agrícola propriamente dita

(http://www.scielo.br)

A partir da década de 1970, passou a ocorrer, de forma mais intensa, a expansão do cultivo da soja no Brasil. Inicialmente ocorreu na região Sul (Rio Grande do Sul e Paraná), sendo, a partir daquele momento, com a maior tendência ao cultivo modernizado.

O desenvolvimento de tecnologias agrícolas pela EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) promoveu a possibilidade técnica de expansão de cultivo da soja para outras regiões do país. Com isso, dentro do processo de expansão da Fronteira Agrícola, a soja passou a ser cultivada na região Centro--Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás). Mais recentemente, os cultivos da soja também atingiram porções do Oeste da Bahia.

Cultivo de soja no RS

(http://www.agrocim.com.br)

Cultivo de soja no Centro Oeste

(http://www.talisma.agr.b)

Cultivo de soja na Bahia

(http://2.bp.blogspot.com)

Além do cultivo da soja, também ocorreu a expansão do cultivo da cana-de-açúcar, principalmente a partir do meio da década de 1970, com a criação do Programa Nacional do Álcool (Proálcool – 1975). A produção em larga escala passou a ocorrer no interior do estado de São Paulo e, principalmente, até a década de 1980 na região de Campos (RJ).

O incentivo à produção de cana-de-açúcar ocorreu devido ao desenvolvimento de tecnologias que permitiram a criação do combustível para automóveis, em função das crises internacionais do petróleo (1973 e 1979).

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(http://www.aerofotografias.com.br)

O cultivo de laranja também passou a ganhar destaque, principalmente devido a sua expansão do seu cultivo no estado de São Paulo, nos municípios de Limeira e Araraquara, por exemplo. Grande parte da produção de laranja é beneficiada, dentro da estrutura dos CAIs exportada em forma de suco.

Cultivo de laranja São Paulo

(http://www.g1brazil.com)

Apesar de possuir atualmente uma menor importância dentro do contexto econômico e agrícola no Brasil, o cultivo de café, presente atualmente principalmente em Minas Gerais, também sofreu um processo de modernização. O desenvolvimento de modernas técnicas de cultivo, o processo de seleção de sementes, o rigoroso controle sobre as fases da produção marcam, por exemplo, a busca de um aumento de qualidade desse cultivo. Ao mesmo tempo em que o café perdeu espaço nas exportações brasileiras, o Brasil ainda continua a ter destaque na sua produção mundial.

(http://www.cnpab.embrapa.br)

Além das formas modernizadas de agricultura, também devemos citar as formas mais tradicionais de agricultura no Brasil, as quais garantem os nossos alimentos do dia a dia. Geralmente essas formas de produção agrícola são realizadas por famílias em pequenas e médias propriedades, as quais possuem menores incentivos à realização das suas produções.

O feijão é cultivado nos estados do Paraná, Minas Gerais, São Paulo e Bahia. Enquanto o milho é cultivado no Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O cultivo da mandioca possui destaque nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Cultivo de mandioca

(http://t3.gstatic.com)

Cultivo de milho

(http://t1.gstatic.com)

A produção de carne bovina também apresenta destaque no Brasil, com um rebanho nacional de aproximadamente 170 milhões de cabeças de gado, destacando-se internacionalmente no número de cabeças de gado comercial.

A concentração da produção de gado bovino ocorre na região Centro-Oeste, possuindo aproximadamente 35% do total dos rebanhos do país, ao mesmo tempo em que os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, também apresentam destaques. Apesar da necessidade de melhoria da estrutura produtiva, de beneficiamento e de comercialização, ocorre há 10 anos uma significativa melhoria das formas de produção de carne bovina no país.

(http://mbaagronegocio.blogspot.com)

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a nova leI agrárIa e os movImentos soCIaIs no Campo brasIleIro

O processo de modernização produtiva da agricultura brasileira ampliou as desigualdades sociais no campo. A maior concentração de terras nas mão de poucos proprietários, geralmente associados às produções modernizadas, elevou o número de excluídos sociais das terras no Brasil. Com isso, foram criados movimentos sociais no campo brasileiro, os quais passaram a reivindicar, por exemplo a Reforma Agrária.

Na década de 1950, foi criada a Sociedade Agrícola e Pecuária de Pernambuco (1955), sendo essa organização conhecida posteriormente por Ligas Camponesas. Ao longo da década de 1960, as Ligas Camponesas intensificaram a sua atuação, expandindo-se por outros estados do Nordeste e lutando contra o monopólio da terra e a exploração dos trabalhadores rurais.

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Francisco Julião

Ao final da década de 1970, dentro do contexto de redemocratização no Brasil, passou a ocorrer a retomada dos movimentos sociais no campo e na cidade brasileiros, dentro do contexto de modernização da agricultura brasileira.

No início da década de 1980, foi criado na região Sul do Brasil o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), colocando a questão da reforma agrária no Brasil como um dos principais focos de discussão. A Reforma Agrária voltou a ser discutida e reivindicada e, na década de 1990, o MST ganhouprojeção e atuação nacionais.

(http://4.bp.blogspot.com)

Em1993, foi criada a lei 8.629, a qual indicou meios constitucionais para a realização da Reforma Agrária no Brasil. A partir desse momento, a terra deveria cumprir função social, ou seja, deveria ser produtiva para a sociedade brasileira. A lei criou novas categorias para a classificação para os imóveis rurais, segundo as suas dimensões territoriais, a partir do módulo fiscal: - Minifúndio – imóvel rural com a dimensão menor que o

módulo fiscal indicado pelo município;- Pequena Propriedade – imóvel rural com a dimensão entre

1 e 4 módulos fiscais;- Média Propriedade – imóvel rural com a dimensão entre 4 e

15 módulos fiscais;- Grande Propriedade – imóvel rural com a dimensão superior

a 15 módulos fiscais.

Apesar dos esforços políticos dos movimentos sociais do campo brasileiro e diversos outros setores da sociedade brasileira, a Reforma Agrária ainda é uma questão para ser mais bem resolvida no Brasil.

Exercícios de Fixação01. Por que foi necessário ocorrer a queima dos estoques de café no período varguista?

02. O que foi o Marcha para o Oeste?

03. O que são CAIs?

04. Por que pode-se dizer que a formação dos CAIs ampliaram as desigualdades no campo brasileiro?05. O que foram as Ligas Camponesas?

06. O espaço canavieiro ganhou maior importância a partir da criação de um novo combustível: o álcool, atualmente chamado de etanol. Que mudanças ocorreram no espaço canavieiro brasileiro desde então?

07. Aponte uma semelhança e uma diferença entre o MST e as Ligas Camponesas.

01. O que são insumos agrícolas?

02. Cite dois gêneros agrícolas que correspondem a sua base alimentar e suas principais áreas de produção.

03. O que é o Estatuto do Campo? Faça um parágrafo justificando sua importância para o combate às injustiças sociais no Brasil.

Exercícios Propostos

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Diversificando o Conhecimento

observe a Charge abaIXo:

(http://www.samuelcelestino.com.br)

Apresente dois problemas relacionados a esta charge.

analIse o treCho da músICa Corte de Cana, de pepe moreno:

Saudade de casa,da família, estou em são paulo pra mudar de vida, tô

No corte de cana, ah que vida, aqui não tenho valor, sou um boia fria

O trabalho é pesado e o sol queima, o calor é imenso, é grande a sede

Eu deixei minha cidade, em busca de um bom salário, aqui em são paulo é pior

Venha logo papaizinho, que eu estou aqui sozinho, é de fazer dó.

A fome doi, doi doi doi.Pra não roubar, papai tem que trabalhar, nem que seja foraO mundo dá muitas voltas,.Alô papai,,,,alô,,,,ô pai venha logo, traz dinheiro pra comprar –Comida, pagar as contas pai

(http://www.vagalume.com.br)

Crie com seus colegas uma rima ou letra de música sobre a condição do homem no campo.

leIa o ComentárIo sobre o fIlme

Durante muito tempo, o homem do campo no Brasil foi representado pelo Jeca Tatu de Monteiro Lobato: um peão isolado do mundo, de pés grandes e sujos, linguajar estropiado e distante

de qualquer ideia de cidadania. O documentário O Sonho de Rose, uma das atrações da próxima Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, reverte essa imagem mostrando agricultores organizados, conscientes de sua importância na cadeia de subsistência do País e orgulhosos de suas conquistas na luta pela terra. Boa parte dessa mudança se concretizou nos últimos 15 anos, período coberto pelo filme de Tetê Moraes.

Desde “Cabra Marcado para Morrer”, não se via um documentário que sintetizasse tão bem uma macroquestão brasileira e sua dinâmica num certo lapso de tempo. Mas se o filme de Eduardo Coutinho partia do sonho da reforma agrária para mostrar o seu desmonte durante a ditadura militar, o de Tetê Moraes conta uma história vitoriosa, que comprova a viabilidade de uma profunda renovação das estruturas agrárias do País.

Tudo começou em 1985, quando 1.500 famíl ias camponesas ocuparam um latifúndio improdutivo no município de Sarandi (RS), a 500 km de Por to Alegre. A fazenda Annoni encontrava-se há 14 anos num moroso processo de desapropriação. Meses depois, enquanto as quase 8 mil pessoas viviam sob barracas de lona à espera do assentamento, Tetê Moraes chegou com sua equipe para registrar um momento que ela considerava épico. Conversou com muita gente, filmou uma caminhada de 300 ocupantes até Por to Alegre, acompanhou a fermentação do movimento. Ao editar o filme, preferiu dar ênfase à participação das mulheres, uma delas em especial. Roseli Seleste Nunes da Silva era uma camponesa tão simples quanto determinada, que comparecia às manifestações com o filho mais novo nos braços, o primeiro a nascer no acampamento e que receberia o nome de Marcos justamente por ser um marco da esperança de todos.

Assim nasceu Terra para Rose, cujas últimas cenas transmitiam um misto de emoção e revolta. Rose morreu esmagada por um caminhão de empresa agrária que se lançou contra um grupo de manifestantes à beira de uma estrada. A pergunta não calou até hoje: Rose e mais dois camponeses foram vítimas de um acidente ou de um atentado?

Desde então, a ocupação da Annoni gerou o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, elemento importante do jogo de forças na sociedade brasileira atual. Terra para Rose ganhou prêmios na Jornada da Bahia e nos festivais de Brasília e Havana, além de ser exibido em seis certames internacionais. Tetê Moraes continuou a fazer documentários e trabalhou na busca de parcerias entre o cinema brasileiro e as televisões nacionais e estrangeiras. Mas em 1996, dez anos depois da primeira visita, ela sentiu a necessidade de rever aquelas pessoas e o que foi feito dos seus sonhos. O projeto de um novo documentário foi patrocinado pelo Incra. Seria um vídeo de 45 minutos, rápido e barato. Com a co-roteirista Tetê Vasconcelos, ela fez uma primeira viagem de reconhecimento do terreno, paralelamente a uma vasta pesquisa sobre a evolução da questão da terra e da reforma agrária no País.

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Descobriu de pronto que o cenário tinha mudado profundamente. Os antigos ocupantes da Annoni haviam se dispersado em diversos assentamentos e agrovilas do Estado, onde prosperaram criando cooperativas, abrindo frigoríficos, estabelecendo acordos de cooperação entre si e com organizações não governamentais, e até associando-se a distribuidores multinacionais. “Parecem camponeses do norte da Itália”, compararia o deputado Márcio Moreira Alves, ao ver o filme pronto.

Nada ocorreu por milagre, a começar pelo próprio projeto de Tetê. Disposta a transformar o vídeo num filme de cinema, ela teve de vencer a oposição do próprio Incra. De um funcionário ouviu que o órgão não pretendia “botar azeitona na empada do MST”. Mas Tetê Moraes é osso duro de roer. Foi à luta, levou o caso à imprensa, resistiu às tentativas de interferência do Incra na edição final. A Margarida de Prata que a CNBB conferiu ao vídeo redobrou suas energias. Levou quatro anos entre as novas filmagens e a chegada de O Sonho de Rose finalmente às telas, com patrocínio da BR Distribuidora. O filme tem colaboração de Paulo Halm num roteiro de edição primoroso, som impecável e excelente transferência para película segundo um novo processo disponível em Nova York.

A diretora tampouco abdicou de sua independência perante o MST. “Cansei de repetir que o filme não era um institucional do movimento”, relembra. De fato, apesar de sua calorosa simpatia pelos ex-sem-terra, não há azeitonas em O Sonho de Rose. Se bandeiras do MST aparecem aqui e ali, é porque fazem parte do

dia a dia dos assentados e dos candidatos à terra prometida. O filme limita-se a mostrar como é possível escapar da sina de Jeca Tatu pela força da organização, do trabalho coletivo e da preservação da individualidade.

Coincidência ou não, Tetê Moraes tem-se mostrado uma exímia contadora de histórias brasileiras bem-sucedidas. Em 1980, no cur ta Quando a Rua Vira Casa, documentou a organização popular do bairro carioca do Catumbi e sua resistência contra a descaracterização. O êxito das experiências de administração comunitária de um municipício catarinense renderam o longa Lajes, a Força do Povo, de 1983.

Em O Sonho de Rose, quando começa a se instalar um certo elogio do paraíso agrário, o roteiro habilmente começa a mostrar que nem tudo é tão simples assim. À medida que reencontra diversos personagens de Terra para Rose, Tetê vai desdobrando a dinâmica das comunidades, o processo espontâneo de depuração e a solução encontrada para as tensões inevitáveis num projeto que mexeu com os paradigmas da vida camponesa. “Os grupos que dão certo são os menores, que têm um denominador comum cultural e valorizam a solidariedade e a disciplina típicas de um movimento social, mas que também deixam espaço para o individual”, aprendeu a documentarista.

Fonte: http://www.terra.com.br/cinema/noticias/2000/10/18/027.htm

Sobre o comentário do filme acima, mostre que trechos podem comprovar a importância do filme para o entendimento das questões fundiárias no Brasil.

Ampliando o Conhecimento

I – Bibliografia

– CORRÊA, Roberto Lobato. A rede urbana. S.Paulo: Ática, 1999

– ________________. O espaço urbano. S.Paulo: Ática, 1995– SANTOS, MILTON; SILVEIRA, MARIA LAURA. O Brasil:

Território e sociedade no inicio do séc. XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001.

– VALVERDE, O. Estudos de Geografia Agrária Brasileira. Petrópolis, Vozes, 1985.

II – Filmes

– 5x Favela, agora por nós mesmos. Produtores: Carlos Diegues e Renata Almeida Magalhães. Brasil (2010)

– São Bernardo. Direção Leon Hirzman. Brasil (1993)

III – Sites

– http://www.embrapa.br/– http://www.canaldoprodutor.com.br/– http://www.ibge.gov.br/

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Geografia 7o

Unidade

05Região Nordeste

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Região Nordeste – aspectos físicosTerceira maior região em extensão do Brasil, a região

Nordeste possui cerca de 18% da área total do país, com uma dimensão de 1,5 milhão de quilômetros quadrados. Junto com o Centro-Sul do país, foram as áreas que mais sofreram acentuadas transformações em sua paisagem natural. É composta pelos estados Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

A heterogeneidade da região é resultado, entre outros fatores, de uma diversidade de elementos naturais, devido à tamanha grandeza. Uma das características diferenciadoras é o quadro físico da região, com uma distribuição irregular da quantidade de chuvas, o que determina climas variados e, consequentemente, vegetações diversificadas.

Tamanhas diferenças permitem à região a delimitação do território em quatro menores sub-regiões: Zona da Mata, Agreste, Sertão e Meio Norte.

(http://dougcaesar.blogspot.com)

zona da mata

Sub-região que ocupa a faixa ao longo da linha costeira, com extensão desde o sul da Bahia até o Rio Grande do Norte. Localiza-se em uma área de planície litorânea, com a presença de rios permanentes, sempre abastecidos por chuvas típicas do clima tropical úmido.

O clima tropical úmido, com médias de temperatura entre 25°C a 27°C, e chuvas ao longo do ano, mais concentradas entre as estações do outono e inverno, permitiu a presença de floresta tropical com domínio de Mata Atlântica. Entretanto, pelas alterações em sua paisagem natural, as áreas florestais foram retiradas pela ocupação colonial, iniciada pela exploração da retirada do pau-brasil e, depois, pela produção monocultora de cana-de-açúcar e cacau, presentes até o dia de hoje.

Mesmo possuindo uma dimensão menor que 10% da área do Nordeste, a Zona da Mata concentra a maior parcela da população. Esta condição é historicamente justificada pela presença das primeiras cidades nordestinas e inclusive do país. Atualmente, é a sub-região mais urbanizada do Nordeste, pela ocupação estimulada inclusive pelo turismo.

(http://biblioteca.ibge.gov.br)

agreste

Sub-região que configura uma faixa de transição entre a Zona da Mata e o Sertão, possuindo características naturais de cada uma das sub-regiões vizinhas. Possui, portanto, tanto o clima litoral úmido quanto o interior seco. Essa distribuição corresponde, em linhas gerais, ao Planalto da Borborema, possuindo áreas semi-áridas com vegetação de caatinga no lado ocidental, e úmidas com vegetação mais densa e tropical no lado oriental.

As encostas dos planaltos voltados para o Oceano Atlântico motivam a subida das massas de ar úmidas que têm origem no litoral. Com o aumento da altitude, a temperatura do ar diminui provocando a condensação do vapor d’água deslocado nas massas de ar. Essa subida da massa de ar pode provocar um tipo de chuva ocasionada pelo relevo chamada chuva orográfica.

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(http://www.diaadia.pr.gov.br)

Predominam pequenas e médias propriedades com a prática de policulturas, voltadas para fornecer alimentos, tanto para a Zona da Mata quanto ao Sertão, com destaque a produção do algodão, café e pecuária leiteira.

Seu espaço geográfico possui cidades com função de capitais regionais, que antes se sustentavam pelo abastecimento das sub-regiões vizinhas, como Campina Grande na Paraíba e Garanhuns em Pernambuco. Hoje, sua economia tem destaque voltado ao turismo, à cultura regional, como as festas juninas, entre outros eventos.

sertão

Maior sub-região em extensão do nordeste, caracterizado pelo clima semiárido, com vegetação do tipo xerófita, com formações vegetais secas, mais comumente chamada de caatinga. Possui o relevo formado por depressões, tendo formas planas em função do intenso desgaste erosivo.

Região com intensa irregularidade pluviométrica, tendo extensos períodos de secas que podem ter a duração de anos. Durante esses extensos períodos de secas, os rios temporários da região secam e dificultam práticas agrícolas. Desde 1951, as áreas de seca têm aumentando devido a fenômenos climáticos globais e à interferência do homem sobre o meio. O rio São Francisco é a única fonte de água perene na região.

A intensidade de duração das secas no sertão é justificada, entre outros motivos, pela distribuição das formas de relevo na região nordeste, com a presença do Planalto da Borborema e a Chapada Diamantina, associada ao regime das massas de ar. Esse perfil permite a delimitação, dentro da sub-região, de uma área intensamente atingida pela seca chamada de polígono das secas.

O Polígono das Secas(http://educacao.uol.com.br)

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As formas de relevo do nordeste

(Lucia Maria & Tércio,Tudo é Geografia, São Paulo, Ática, 2009.)

Com a seca característica da região, políticas públicas de construção de açudes foram aplicadas com o objetivo de armazenamento de água para minimizar os efeitos da seca e assim diminuir as dificuldades da população local.

Mesmo tendo sofrido bastante alteração da sua paisagem natural pela ação humana, o sertão é a sub-região que abriga pequena parte da população nordestina.

Principal atividade econômica corresponde à pecuária extensiva e de cor te, que foram as bases da organização econômica e social do sertão nordestino. Nos locais mais úmidos, como vales fluviais, chamados de brejos, ocorre o cultivo agrícola do milho, feijão e cana-de-açúcar. As atividades agrícolas sofrem grande limitação, pois os solos são rasos e pedregosos, e as chuvas, escassas e mal distribuídas.

meIo-norte

Constitui uma área de transição entre o sertão de clima semi-árido do Nordeste e o clima equatorial da floresta amazônica, abrangendo os estados do Maranhão e parte do Piauí. O clima torna-se cada vez mais úmido a partir do sertão em direção ao oeste, onde a caatinga cede o lugar para vegetações como cerrado e, posteriormente, a mata dos cocais (vegetação de transição até a floresta amazônica). Seu relevo é predominantemente formado por áreas sedimentares. No litoral possui largas praias e grandes extensões de dunas, como o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, no estado do Maranhão.

(http://www.oxfordporcelanas.com.br)

Possui índices de pluviosidade elevados da porção leste para oeste, com clima úmido e vegetação exuberante, onde se encontra a zona de mata dos cocais, vegetação peculiar caracterizada por extensos babaçuais.

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Mata dos Cocais

Em direção leste para oeste, antes das matas de cocais, o cerrado ocupa o Maranhão e parte do Piauí, transformado pela agropecuária. Este domínio apresenta árvores de baixo porte, com galhos retorcidos: o chão é coberto por gramíneas, uma espécie de grama, e apresenta um solo de alta acidez.

Economicamente, predomina na região o extrativismo vegetal da semente de babaçu, além de uma agricultura tradicional, de algodão, cana-de-açúcar e arroz, o que provoca maiores alterações na paisagem natural.

As maiores cidades são Teresina e Parnaíba, no Piauí, e São Luiz no Maranhão, como importantes centros comerciais e serviços. São Luiz se destaca pela atividade portuária para a exportação dos minérios vindos da Serra de Carajás, no Pará.

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01. Devido a sua diversidade física e econômica, a região Nordeste é dividida em sub-regiões. Cite todas as sub-regiões do litoral para o interior.

02. A região da Zona da Mata possuiu grande importância econômica para a economia e a política brasileira. Que importância foi esta?

03. O litoral nordestino atualmente apresenta boa diversidade econômica, mas ainda existem grandes traços de desigualdade interna com as outras sub-regiões do Nordeste. Apresente dois destes problemas.

04. Explique o sistema de chuvas orográficas.

05. Por que grande parte do interior nordestino é chamado de polígono das secas?

06. Qual a diferença climática e vegetativa entre a Zona da Mata e o Sertão nordestino?

07. Por que a região do Meio Norte pode ser considerada uma região de bioma de transição?

01. Por que na região sertaneja no Nordeste existe uma baixa densidade demográfica?

02. Pesquise o climograma de cidades das quatro sub-regiões do Nordeste e descreva a diferença entre eles.

03. Pesquise três recursos naturais endêmicos da região Nordeste, apresentando suas principais funções para a espécie humana.

Exercícios de Fixação

Exercícios Propostos

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Anotações

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Região Nordeste – aspectos históricos e políticos

formação soCIoespaCIal da regIão nordeste

O Nordeste, por ser a primeira região ocupada após o descobrimento, é a região que mais reflete os traços da colonização. O processo de ocupação feita pelos colonizadores, a partir do século XVI, sempre foi direcionado para atender aos interesses de sua metrópole.

Os primeiros núcleos de ocupação urbana eram concentrados no litoral na Zona da Mata, para facilitar o escoamento das riquezas naturais exploradas para a Europa. Além da função econômica, as cidades eram locais estratégicos para ocupação militar portuguesa na defesa dos territórios explorados.

Para garantir o domínio colonial, as cidades tinham a função de reproduzir a organização espacial se garantir a manutenção dos interesses metropolitanos. Aglomeravam-se nessas cidades instituições como as igrejas, as fortificações militares e centros administrativos que reafirmavam a presença e o controle portugueses.

Ao longo do século XVIII, o espaço colonial brasileiro já contava com algumas cidades com um grande número de habitantes. No final desse século, a cidade de Salvador, por exemplo, já somava uma população superior a 40.000 habitantes, e cidades como Recife contavam uma população em torno de 20.000 habitantes. Somente com a ação de missões religiosas lideradas por jesuítas e a descoberta de metais preciosos é que houve a direção para o interior para a formação de novas cidades.

Politicamente, a cidade de Salvador foi a primeira sede do governo-geral no Brasil, em uma tentativa de centralização do poder para auxiliar as capitanias, que estavam passando por um momento de crise.

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Mapa da cidade de Salvador – séc. XVI

Salvador – Atualmente(http://t2.gstatic.com)

A construção dos primeiros núcleos urbanos no litoral nordestino não foi resultado apenas da preocupação dos colonizadores com a defesa do território, mas sim do interesse da exploração de seus recursos naturais, o que motivou o início da primeira atividade econômica do país: a extração do pau-brasil, obtido, basicamente, através de escambo com a população indígena nativa. O caso do litoral norte da região Nordeste, que não pertence à Zona da Mata, não teve sua ocupação pela influência da cana-de-açúcar, mas sim a partir da fundação da cidade de São Luiz (Maranhão), que ocorreu mais tardiamente.

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Cidade de São Luís – Atual

A importância da cana-de-açúcar e do gado na organização do espaço geografico

Ao longo do século XVI, a organização do espaço nordestino era voltada ao cultivo de cana-de-açúcar, o que permitiu destaque à economia colonial, concedendo poder político e econômico à região durante o período colonial. Fisicamente, o sucesso desse cultivo se deve ao clima quente e úmido e ao solo fértil e argiloso do tipo massapé.

Além das condições naturais, a existência de latifúndios, ou seja, concentrações de grandes áreas voltadas ao desenvolvimento da monocultura, e o trabalho escravo de etnia negra com origem africana, garantiu a produção açucareira, atividade que é

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desenvolvida até hoje no Nordeste. Estas condições levaram a uma profunda transformação da paisagem natural e à formação e à organização do espaço nordestino.

(http://carmeladutra1006.blogspot.com)

Os reflexos deste tipo de organização, favorável apenas a uma parcela da sociedade abastarda, são presentes até na região e na sociedade com uma grande concentração da propriedade rural e a forte influência da política dos grandes latifundiários, então chamados “coronéis”. Este perfil influencia no direcionamento das verbas públicas, que deveriam auxiliar nas necessidades de infraestrutura da população carente, principalmente no sertão, mas, no final, atende ao uso particular.

Além da atividade canavieira, a criação de gado foi outra atividade econômica que se desenvolveu no Nordeste, intimamente relacionada à produção de açúcar no seu início. As cabeças de gado serviam tanto para a alimentação abastecimento de carnes e couro, quanto para o trabalho de tração e transporte da cana-de-açúcar nos engenhos. Para não haver disputa de ocupação de extensões de terra com a cana-de-açúcar, os animais posteriormente foram criados em áreas distantes do litoral, o que permitiu, com o tempo, a ocupação do interior do Nordeste.

(http://www.historiaehistoria.com.br)

Além do gado e das missões jesuíticas, a cultura do algodão também influenciou o povoamento do interior nordestino. A partir da Revolução Industrial, que levou ao desenvolvimento da indústria têxtil na Inglaterra, Portugal estimulou o cultivo na colônia para atender à demanda de matéria-prima.

No século XVIII, ainda no período colonial, o Maranhão se destacou como um grande fornecedor de fibras para as fiações inglesas que dominavam o mercado mundial de tecidos. Depois, esse destaque foi direcionado ao Sertão nordestino, principalmente aos núcleos de Pernambuco e Bahia, pelo clima quente quase seco. Toda a produção nesse período era voltada para a exportação, uma vez que não existia no Brasil atividade industrial.

A decadência da produção canavieira

No final do século XVII, o destaque na produção da agricultura canavieira do Nordeste entrou em crise. Seu declínio foi resultado de uma forte concorrência com a produção das Antilhas, que conquistaram os mercados com preços mais baixos.

O algodão sofreu com o declínio de sua produção com a entrada dos Estados Unidos no mercador mundial, de quem sofreu forte concorrência e se constituiu como mais um elemento da decadência econômica da região.

Exercícios de Fixação

01. Cite duas vantagens para a ocupação inicial do Brasil ser no litoral nordestino.

02. Qual era a função das metrópoles no período colonial?

03. Apresente duas consequências negativas para o extrativismo de pau-brasil.

04. Explique a importância do comércio triangular para o sistema colonial brasileiro.

05. Em relação à questão anterior, aponte uma característica social consequente do comércio triangular.

06. Cite dois dos principais espaços produtivos nordestinos no período colonial.

07. Por que a produção canavieira entrou em decadência no final do século XVII?

Exercícios Propostos

01. Pesquise gêneros agrícolas produzidos em plantations que se transformaram em pratos típicos regionais no Nordeste.

02. Qual era a importância econômica do pau-brasil para a economia colonial?

03. O sistema de plantations gerou alguma consequência negativa à estrutura social nordestina? Caso sim, quais foram?

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Região Nordeste – aspectos econômicoso espaço rural nordestIno

A condição socioeconômica da região Nordeste é resultado do reflexo do seu passado agrário-exportador. Caracteriza-se, em sua maior parte, pela forte concentração da propriedade rural da terra e da renda, o que determina uma grande influência dos grandes latifundiários na vida política da região, denominados “coronéis”.

O poder de influência dessas famílias permite a exploração da mão de obra abundante e barata. Essa condição leva muitos trabalhadores a saírem do campo para as cidades, aumentando o contingente de mão de obra desqualificada.

Na Zona da Mata nordestina, destaca-se a atividade sucroalcooleira, como também o cultivo do tabaco e do cacau. Historicamente, a região já se destacava na produção de cana-de-açúcar, porém, nos dias atuais, agrega-se a presença de usinas para a produção de açúcar e álcool. Esse espaço definido como “litoral açucareiro” se estende do Rio Grande do Norte até Sergipe. Entretanto, a sua produção viveu momentos difíceis desde o início do século XX, levando ao fechamento de várias empresas e gerando desemprego.

Além da produção sucroalcooleira, a Zona da Mata também teve destaque na produção de tabaco e do cacau.

(http://www.mecatronicaatual.com.br)

Matéria-prima para a produção de cigarros e charutos, o tabaco teve sua produção a partir do início do século XIX, com maior destaque em 1950, entrando em declínio na década seguinte. O destaque de sua produção é dado aos municípios de Alagoinhas, São Félix e Cruz das Almas, em suas fábricas de charutos, cigarros e fumo de corda.

Como o tabaco, o cacau também teve um período próspero na economia regional, entrando em declínio a partir de 1985, sem mais recuperar sua posição, pela perda de lavouras por pragas. Mesmo assim, a Bahia continua sendo a maior produtora nacional desse cultivo.

No Agreste, historicamente com a presença de pecuária extensiva, predomina a policultura em pequenas e médias propriedades, além da pecuária de leite e produção de laticínios. Grandes feiras de alimentos e de gado deram origem a cidades importantes do Agreste, como Caruaru (PE), Campina Grande (PB) e Feira de Santana (BA).

No Ser tão nordestino, as atividades mais tradicionais determinam a importância dada ao cultivo do algodão e à pecuária. A produção do algodão sofreu declínios históricos pela inserção dos Estados Unidos no mercado mundial. Atualmente, a perda de produção é devida à concorrência com a produção dos estados de São Paulo e Paraná. A pecuária, ainda presente no sertão, compõe um dos maiores rebanhos de ovinos e caprinos do país, mesmo com o uso de técnicas tradicionais.

(http://diariodonordeste.globo.com)

Desde a década de 1990, a agropecuária nordestina, tem recebido investimentos governamentais através de políticas exercidas por polos de desenvolvimento integrados. Suas políticas de modernização buscam integrar a agroindústria, a agricultura e a pecuária através de investimentos em irrigação, pesquisas em cultivos e solos. Entretanto, os resultados gerados desse grande projeto eram destinados ao mercado consumidor do centro-sul, e não a sua população local e regional

Entretanto, as condições naturais da sub-região do sertão se configuram obstáculos à economia do Nordeste. Além das secas, os problemas regionais como a alta concentração de renda e da terra privilegiam poucos em razão de muitos. São considerados problemas na agropecuária do Sertão as políticas inadequadas de administração; o fraco desenvolvimento de tecnologias modernas que levam à baixa produtividade em relação a outras regiões, além da seca como condição natural.

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polígono das seCas

Através do seu histórico da região, é possível perceber que, dentro da sub-região do Sertão, existe uma área delimitada que mais sofre com a escassez das águas. Essa área que recebe o nome de “polígono das secas”, não sofre apenas com as limitações naturais, mas também com políticas públicas inadequadas que não solucionam, de forma eficaz, as necessidades socioeconômicas da região, configurando a chamada “indústria da seca”.

(http://educacao.uol.com.br)

Outro problema decorrente das práticas agrícolas inadequadas é a degradação dos solos que levam à expansão das áreas de desertificação, ou seja, ao aumento das áreas com características de deserto.

Sendo assim, é possível perceber que a seca influencia de forma diferente a vida dos vários grupos de população. De um lado existe o grande proprietário, com acesso à tecnologia e à irrigação para manter sua produção; de outro, existem os pequenos produtores rurais, que baseiam seu trabalho na agricultura de subsistência, e também os que trabalham como meeiros nas grandes fazendas. Estes últimos sofrem tanto nos períodos de seca, que muitas vezes são obrigados a deixar a região.

O desenvolvimento da agricultura irrigada tem se mostrado um impor tante aliado do crescimento econômico do país, especialmente nas áreas irrigadas do Nordeste. A técnica tem sido aplicada entre os municípios de Juazeiro, na Bahia, e Petrolina, em Pernambuco para cultivo de legumes e, em sua maior parte, na fruticultura voltada para a exportação, tornando as duas cidades o maior centro produtor de frutas tropicais do país.

(http://coisadabahia.blogspot.com)

No oeste da Bahia e no sul do Maranhão, o avanço da fronteira agrícola ocorre sobretudo com a soja, mas também com arroz e milho. No caso específico do Maranhão, o desenvolvimento é facilitado pelas excelentes condições de logística da região. Desde 1992, quando começou a funcionar o Corredor de Exportação Norte, toda a produção agrícola do sul do Maranhão passou a escoar para o Porto da Madeira, em São Luís, por um longo trecho de estrada de ferro operado pela Companhia Vale do Rio Doce. O cultivo nessa área, realizado por migrantes de origem europeia vindos da Região Sul, é realizado em fazendas altamente mecanizadas, com os melhores índices de produtividade agrícola por hectare no Brasil; tem ainda como benefício a menor distância em relação ao mercado europeu.

o espaço urbano nordestIno

Devido à condição histórica de região, com ocupação mais antiga do país, o Nordeste teve parte de suas cidades fundadas no início do período colonial. Essa ocupação, inicialmente concentrada no litoral, foi justificada pela necessidade de domínio territorial e exploração dos recursos naturais.

Hoje, mesmo com a ocupação mais antiga, a região possui uma das menores taxas de urbanização do país. Entretanto, esta condição tem sido transformada pelo acelerado processo de urbanização, justificado por investimentos feitos na região, incentivos fiscais oferecidos pelos estados, como também pela migração campo-cidade de um grande contingente populacional.

Um exemplo dessa mudança é a cidade de Fortaleza, com decrescimento rápido e recente, com diversos grupos de migrantes “expulsos” do interior pelo êxodo rural. Na mesma cidade, tem ocorrido uma expansão industrial na área têxtil e de confecções.

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(http://www.brasbern.ch)

O turismo vem cada vez mais se desenvolvendo pelo Nordeste, justificado pelas belezas naturais em cidades litorâneas. Além do turismo, uma transformação da paisagem original é feita a partir da construção de complexos hoteleiros e imensos parques aquáticos, delimitação de polos de ecoturismo, que atraem mais turistas e ameaçam ecossistemas.

Outra fonte de recursos associada ao turismo é a cultura regional, que, sustentada por seus habitantes, preserva a riqueza de detalhes e estimula a economia através da promoção de festas juninas em Campina Grande (Paraíba) e Caruaru (Pernambuco). Vale destacar o conjunto arquitetônico, valorizado pelo número de Patrimônios Culturais da Humanidade, título concedido pela UNESCO a cidades como Olinda (PE), São Luís (MA) e o centro histório do Pelourinho, em Salvador (BA).

(http://herculano-coisasdobrasil.blogspot.com)

Atualmente, a produção petrolífera estimulou a economia do Recôncavo Baiano, organizado em um polo petrolífero ao redor de Salvador, no chamado polo petroquímico de Camaçari, atraindo indústrias e incentivando o comércio e a prestação de serviço. A exploração de gás natural e petróleo realizada pela Petrobras vem se desenvolvendo cada mais com a implantação de bases de apoio, terminais e instalações de beneficiamento em vários pontos do litoral, como em Sergipe e no Rio Grande do Norte

(http://www.jornalprimeirapagina.com.br)

Desde a década de 1990, empresários do Centro-Sul e do exterior têm sido atraídos para a região Nordeste devido a incentivos dos governos estaduais e ao baixo custo da mão de obra nordestina. O processo de industrialização também é ligado a descentralização do Sudeste, devido ao encarecimento da produção e diminuição dos índices decrescimento. A maior parte dessas indústrias é de utilização intensiva de mão de obra, como calçados e vestuários no sudeste baiano; equipamentos de informática e eletrônicos em Ilhéus, como também empresas do setor de Tecnologia da Informação (TI) em Pernambuco.

(http://carlosoblog.blogspot.com)

Exercícios de Fixação

01. Aponte dois motivos que levaram à decadência da produção sucroalcooleira no Nordeste.

02. Quem são os coronéis?

03. Quais eram as principais funções da pecuária no agreste nordestino?

04. Cite duas produções que têm se desenvolvido com a modernização do campo nordestino.

05. O que é o êxodo rural? Aponte uma causa para este fenômeno ocorrer.

06. O turismo tem ganhado destaque na economia do litoral nordestino, devido a suas belezas naturais e grande diversidade cultural. Apresente uma vantagem que este setor leva à economia nordestina.

07. Por que atualmente o Nordeste tem se tornado uma região atrativa para capitais e empresas?

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Exercícios Propostos

01. Desde muito tempo, o Nordeste é considerado um fornecedor de mão de obra para o Brasil inteiro. Por quê?

02. Pesquise com seus colegas os estilos musicais típicos do Nordeste e sua influência nos dias atuais. Anexe ao seu trabalho ao menos uma música e seu respectivo autor.

03. A favelização tem se tornado um dos maiores problemas urbanos no Nordeste e em todas as médias e grandes cidades do Brasil. Aponte duas causas deste fenômeno.

Diversificando o Conhecimento

I – Refletindo sobre o assunto

TEXTO I

TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO TERÁ GESTÃO EMPRESARIAL

Didymo Borges

Ainda persistem dúvidas sobre o caráter a ser dado à exploração da transposição da água do rio São Francisco para as bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional. Muitos esperavam que o governo federal garantisse a água sem custos para o consumidor final em Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Como a água é uma questão de sobrevivência, raciocinavam os que esperavam que a água fosse distribuída gratuitamente, o governo federal deveria assumir o custo dela de tal forma a garanti-la sem custos para o consumidor final.

Por outro lado, raciocinam outros, a gratuidade da água levaria ao desperdício. “Nada dado presta” segundo o raciocínio liberal or todoxo. O governo federal parece inclinado a este princípio e procura uma fórmula que garanta o funcionamento do sistema de transposição bem como sua manutenção, cobrando o custo da água proporcionada ao consumidor final. Além disso, a gestão do sistema será feita por uma empresa pública de tal forma a minimizar a interferência política na gestão do sistema. Mas havia outro critério a ser evitado que seria a criação de uma nova estatal específica para a gestão da transposição. Para garantir uma gestão empresarial sem criar uma nova estatal, ficou determinado que a gestão seria entregue à Codevasf( Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco). Deve ser isto o que determinou a escolha da Codevasf para a gestão do sistema.

Se a água da transposição deve ser usada somente para dessedentação humana e animal é uma questão a ser resolvida com a experiência da gestão escolhida. É sabido que se for cobrado o custo real da água, será impossível utilizá-la para irrigação. Ademais, a vazão do sistema é demasiado irrisória para servir para irrigação como tem sido arguido. Este é o fundamento para outra restrição ao sistema: o superdimensionamento dos canais para a vazão prevista de 26 m3/seg.

A gestão empresarial da transposição tem parâmetros a serem observados. Terá, também, conflitos a serem resolvidos na instância política. Tão logo sejam concluídas as obras, uma nova etapa será iniciada com a necessidade de conciliar conflitantes interesses suscitados pelo sistema de transposição.

(http://www.brasilwiki.com.br)

TEXTO II

Luar do SertãoComposição: João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense

Não há, oh gente, oh nãoLuar como esse do sertãoNão há, oh gente, oh nãoLuar como esse do sertãoOh, que saudade do luar da minha terraLá na serra branquejando folhas secas pelo chãoEsse luar lá da cidade tão escuroNão tem aquela saudade do luar lá do sertãoSe a lua nasce por detrás da verde mataMais parece um sol de prata prateando a solidãoE a gente pega na viola que ponteiaE a canção e a lua cheia a nos nascer do coraçãoNão há, oh gente, oh nãoLuar como esse do sertãoNão há, oh gente, oh nãoLuar como esse do sertãoCoisa mais bela neste mundo não existeDo que ouvir-se um galo tristeNo sertão se faz luarParece até que a alma da lua é que descantaEscondida na garganta desse galo a soluçarAh, quem me dera que eu morresse lá na serraAbraçada à minha terraE dormindo de uma vezSer enterrado numa grota pequeninaOnde à tarde a suruninaChora a sua viuvez

(http://letras.terra.com.br)

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TEXTO III

Petrolina JuazeiroAlceu Valença

Composição: Jorge de Altinho

Na margem do São Francisco, nasceu a belezaE a natureza ela conservouJesus abençoou com sua mão divinaPra não morrer de saudade, vou voltar pra PetrolinaDo outro lado do rio tem uma cidadeQue em minha mocidade eu visitava todo diaAtravessava a ponte ai que alegriaChegava em Juazeiro, Juazeiro da BahiaHoje eu me lembro que nos tempos de criançaEsquisito era a carranca e o apito do tremMas achava lindo quando a ponte levantavaE o vapor passava num gostoso vai e vemPetrolina, Juazeiro, Juazeiro, PetrolinaTodas duas eu acho uma coisa lindaEu gosto de Juazeiro e adoro Petrolina

(http://letras.terra.com.br)

II – Aplicando o que você aprendeu

01. Na sua opinião, a transposição do rio São Francisco é algo favorável ou desfavorável para o desenvolvimento da região Nordeste? Por quê?

02. No texto II, a música caracteriza uma condição de boa parte do povo de origem nordestina. Que condição é esta?

03. A música retratada no texto III mostra a conexão entre duas cidades do Nordeste: Petrolina (PE) e Juazeiro (BA). Sua cidade também faz este tipo de conexão com outra? Qual?

Ampliando o Conhecimento

I – Bibliografia

– CASTRO, Josué de. Geografia da Fome. São Paulo: Civilização Brasileira, 2001.

– ANDRADE, Manuel Correia de. A terra e o homem no Nordeste: contribuição ao estudo da questão agrária no Nordeste. 5a ed. São Paulo: Atlas, 1986

– FERRREIRA, Lúcia de Fátima Guerra. Raízes da Indústria da Seca: caso da Paraíba. João Pessoa: Editora Universitária /UFPB, 1993.

II – Vídeos

– O auto da compadecida. Direção: Guel Arraes. Brasil (2000)– Amarelo Manga. Direção: Claudio Assis. Brasil, (2003)– Vidas Secas. Direção: Nelson Pereira dos Santos. Brasil,

(1963)

III – Sites

– http://www.ibama.gov.br/ecossistemas/caatinga.htm– http://www.sudene.gov.br/– http://www.ana.gov.br

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Geografia 7o

Unidadede

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01. As figuras A e B apresentam formas de produção em espaços e tempos distintos no território brasileiro.

A opção que descreve corretamente a estrutura socioespacial relacionada às figuras é: (A) Figura A: pequena propriedade – elevada produtividade em decorrência da expansão da fronteira agrícola – policultura. Figura B:

grande propriedade – monocultura – trabalho escravo.(B) Figura A: grande propriedade – relações de trabalho servis – produtividade elevada devido à aplicação do conhecimento técnico-

científico na produção. Figura B: grande propriedade – monocultura – trabalho escravo.(C) Figura A: grande propriedade – monocultura – produtividade relacionada à incorporação de terras e superexploração do trabalho.

Figura B: pequena propriedade – monocultura – desmatamento em grandes proporções da Mata Atlântica.(D) Figura A: grande propriedade – adoção do conhecimento técnico-científico no sistema produtivo – emprego de mão de obra pouco

numerosa e qualificada. Figura B: grande propriedade – trabalho escravo – produtividade ligada à superexploração da mão de obra e à expansão da área de produção.

(E) Figura A: pequena propriedade – monocultura – contaminação dos rios e lençóis freáticos. Figura B: grande propriedade – predomínio de relações escravocratas – desaparecimento da floresta de araucária.

02. Leia com atenção as características das empresas agrícolas para assinalar a alternativa correta:

I. Produtividade média para baixa, em decorrência de gastos com a seleção de sementes.II. Elevado índice de mecanização no preparo do solo, médio índice no plantio e muito baixo na colheita.III. Tendência à concentração de terras pela venda de propriedades dos agricultores que não conseguem acompanhar os altos índices

de produtividade.IV. Sistema predominante nos EUA, Canadá, Austrália, porções da Argentina e do Brasil, especialmente nas monoculturas de soja e

laranja.V. Sistema predominante em várias regiões do Brasil, Colômbia, América Central, Gana, Costa do Marfim, Índia e Malásia.

São características das empresas agrícolas somente:

(A) I e II.(B) II e III.(C) III e IV.(D) IV e V.(E) V e I.

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7o

AnoGeografiaMódulo 18 Unidade de

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03. Nos últimos anos, no Brasil, tem chamado a atenção a expansão do plantio de cana-de-açúcar para produção do etanol, utilizado como combustível. No dia 17/09/2009, o governo lançou um programa denominado Zoneamento Agroecológico da Cana-de-açúcar, que visa ordenar o avanço dessa cultura sobre o território, proibindo sua expansão sobre alguns biomas, haja vista que isso poderá trazer impactos negativos no meio ambiente.

Sobre esse assunto, assinale a alternativa correta:

(A) O bioma Amazônia, por sua grande extensão geográfica e vastas áreas ainda não usadas para agricultura, é considerado um espaço adequado para a expansão da cana-de--açúcar.

(B) O bioma Pantanal, devido à abundância de recursos hídricos necessários ao desenvolvimento da cana-de-açúcar, é tido como área ideal para seu plantio.

(C) Existem, em território brasileiro, milhões de hectares de terra subutilizados que podem ser revertidos ao plantio de cana-de-açúcar, sendo desnecessário o avanço sobre biomas ainda conservados.

(D) Remanescentes florestais não utilizados na região Sudeste podem ser incorporados como áreas de plantio, evitando assim sua expansão sobre biomas ambientalmente mais suscetíveis.

(E) No Centro-Sul brasileiro não haverá expansão da cana-de--açúcar, porque as áreas agrícolas já estão incorporadas à dinâmica produtiva.

04. A luta pela terra no Brasil reflete o processo histórico de sua apropriação, ocupação e uso, desde a colonização até os dias atuais. Ao longo do tempo, verificaram-se vários conflitos pela posse da terra. Na segunda metade da década de 1980, houve aumento da violência no campo nas regiões brasileiras, decorrente:

(A) da organização dos movimentos sociais em defesa da pequena propriedade e dos interesses dos migrantes.

(B) da expansão dos latifúndios e do aumento da luta pela posse da terra por parte dos camponeses.

(C) do apoio da Comissão Pastoral da Terra (CPT) aos movimentos sociais de luta pela posse da terra.

(D) da modernização da agricultura nas regiões Norte e Nordeste, o que provocou o aumento da luta pela posse da terra.

(E) da elaboração de legislações federais contrárias às ocupações de terras pelos movimentos sociais.

05. Qual a diferença entre agricultura itinerante e moderna?

06. Essa é a região brasileira que possui o segundo maior contingente populacional do Brasil. Ainda que venha crescendo economicamente nas últimas décadas, boa par te de sua população enfrenta graves problemas sociais. Em algumas áreas dessa região, encontramos o clima tropical semiárido.O texto se refere a qual região brasileira?

(A) Nordeste.(B) Centro-Oeste.(C) Norte.(D) Sul.(E) Sudeste.

07. São características da região Nordeste, EXCETO:

(A) baixo nível de renda da maior parte da população. (B) densa rede de circulação. (C) pequeno grau de articulação interna.(D) dependência do Centro-Sul.

08. Leia o texto abaixo para responder à questão:

“A Ferrovia de Integração Oeste-Leste dinamizará o escoamento da produção do estado da Bahia e servirá de ligação dessa região com outros polos do país, por intermédio de conexão com a Ferrovia Norte-Sul. Incluída entre as prioridades do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Ferrovia de Integração Oeste-Leste terá 1.490 km de extensão e envolverá investimentos estimados em R$6 bilhões até 2012.

A ferrovia ligará as cidades de Ilhéus, Caetité e Barreiras – no estado da Bahia – a Figueirópolis, no estado do Tocantins, formando um corredor de transporte que otimizará a operação do Porto de Ponta da Tulha e ainda abrirá nova alternativa de logística para portos no norte do país atendidos pela Ferrovia Norte-Sul e Estrada de Ferro Carajás.

Entre as vantagens previstas com a construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste para o estado da Bahia estão a redução de custos do transporte de insumos e produtos diversos, o aumento da competitividade dos produtos do agronegócio e a possibilidade de implantação de novos polos agroindustriais e de exploração de minérios, aproveitando sua conexão com a malha ferroviária nacional.

Por outro lado, a ferrovia promoverá a dinamização das economias locais, alavancando novos empreendimentos na região, com aumento da arrecadação de impostos, além de geração de cerca de 30 mil empregos diretos. A ferrovia deve fomentar ainda mais o desenvolvimento agrícola da região oeste do estado, cuja previsão é de uma produção de 6,7 milhões de toneladas em 2015. Os principais produtos a ser transportados são soja, farelo de soja e milho, além de fertilizantes, combustíveis e minério de ferro.”

(http://www.valec.gov.br)

Apresente uma vantagem social e uma desvantagem econômica para o desenvolvimento desta ferrovia.

09. Quais os objetivos da transposição do rio São Francisco?

Page 40: 7o Ano Apostila Geografia Vol 2

GeografiaMódulo 18

192

GEO

Anotações

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