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A cobranccedila de honoraacuterios advocatiacutecios contratuais e a competecircncia da Justiccedila do Trabalho

Luis Felipe Salomatildeo Ministro do STJ Membro do Conselho Editorial

Well ington da Si lva Medeiros Servidor efetivo do STJ Assessor de Ministro

Introduccedilatildeo

de cursivo conhec imento que a competecircncia da

Justiccedila do Trabalho hoje prevista no art 114

da Constitui ccedilatildeo Federal com a redaccedilatildeo que lhe ___ foi atribuiacuteda pela EC 11 452004 nem sempre

osten tou o mesmo alcance nem na CarLas Republicashy

nas passadas nem na atual Carta em sua redaccedilatildeo origishy

nal Uma breve reflexatildeo acerca da Emenda Constitucional

n 45 2004 no particular relativa agrave atuaccedilatildeo da Justiccedila do

Trabalho revela que da ameaccedila referente a sua ex tinccedilatildeo a

Justiccedila Obreira emergiu com a Reforma como o uacutenico brashy

ccedilo do Judiciaacuterio que obteve ampliaccedilatildeo de sua compett ncia

Desta rte cumpre no presente ensaio tratar de dois

temas conexos e que aleacutem de propiciar um novo olhar

para a jus ticcedila EspeciaJizada O breira tecircm aportado nos

tribunais com rela tiva frequecircncia

Cuida-se de saber a competecircncia para o julgamento de

li tiacutegios referentes a

I - cobranccedila de hononi rios advocatiacuteci os contratuais

manejados por advogados vi nc ulados a sind icatos em

desfavor do trabalhado r

n - accedilotildees inden izatoacuteriali propostas por empregac o em

face do empregador obj etjvando o ressarcimento de valor

gasto a t iacutetulo de honoraacuterios contratuais com a propositura

de reclamatoacuteria trabalhista iulgada procedente

Um breve histOacuterico sobre a evoluccedilatildeo da competecircncia da Justiccedila do Trabalho

O art 123 da Carta Magna de 1946 previa compelir

agrave Justiccedila do Trabalho concilia r e julgar os dissiacutedios

ind ividuais e coletivos entre empregados e empregadores

[ ] regra mantida pela Constituiccedilatildeo de 1967 ar t 134 e

pela Emenda Consti tucional de 1969 art 142

texto original da atual Constituiccedilatildeo tambeacutem manteve

a loacutegica anteriormen te adotada no sentido de pautar

a delimitaccedilatildeo da competecircncia da justiccedila do Trabalho a

partir de um criteacuterio subjetivo centrado nas figuras do

traba lhador e do empregador 1

Doutr ina e jur isprudecircncia desde sempre sufragaram

ente ndimento segundo o qual o mencion ado disposi tivo

somente se apli cava quando estivesse subjacente uma

rel accedilatildeo de emprego porquanto quem trabalha para o

empregado r somente pode ser o empregado fi cand

excluiacutedos da jurisdiccedilatildeo trabalhista outros tipos de

trabalhadores que natildeo estavam sujeitos a uma relaccedilatildeo

tipicamente empregatiacuteci a

A Emenda Cons ti tucional n 45 alterou o cri teacuterio de

del im itaccedilatildeo da competecircncia da justiccedila do Trabalho que

natildeo eacute m ais fi xada pela oacutetica subjetiva dos envolvi dos 110

d issiacuted io - empregado e empregador - mas pela oacuteti ca

objetiva da relaccedilatildeo juriacuted ica da qual emergiu o confl ito de interesses)

JUgtl iccedila amp CiJ~dun la I Dcmiddotmhro ~(J~ 14

Justiccedila e Cidadania n 148 p 14-23 dez 2012

Ministro do STJ Luis Felipe Salomatildeo

Surgiram entatildeo discussotildees doutrinaacuterias acerca do alcance

da alteraccedilatildeo promovida pela Ec n 4504 notadamente

acerca dos contornos conceituais da expressatildeo relaccedilatildeo de

trabaUlo confrontando-a com o antigo criteacuterio da relaccedilatildeo

de emprego~

Deveras a Just iccedila do Trabalho sempre foi competente

para solucioDeacutelT os li tiacutegios decorrentes de relaccedilotildees de

emprego aperfeiccediloadas entre empregado e empregador

tais como satildeo defin idos pelos arts 2~ e 3C da CLT de

m odo que restringi r o alcance conceitual de relaccedilatildeo de

trabalh ()~ como sinocircnimo de relaccedilatildeo de emprego esvazia

o propoacutesito da Reforma que foi exatamen te proceder a

essa ampliaccedilatildeo

A primeira obra dOlllrinaacuteria publicada depois da

Refom la do Judic iaacuterio de 2004 expli cita bem o espiacuteri to no

qual estava i mersa a EC n 45 que tinlla sim o propoacutesito

de levar a eeeito profunda modi ficaccedilatildeu na competecircncia da

Jus ticcedila do Trabalho mod ificaccedilatildeo que Jll-uuacutede natildeo foi bem

apreendida pelos aplicadores do D ireito

Referimo-nos agrave obra conjunta coordenada por Grijalbo

Fernandes Coutinho e Marcos Neves Fava Nova Competecircncia da Justiccedila do Trabalho de cuja apresentaccedilatildeo extrai-se a

expectativa de LUTIa revol uccedilatildeo nornlativa uma nova ordem

constitucional uma nova justiccedila que caminhou da limitada

esp~cie (relaccedilatildeo de emprego) para o anlrliacutessimo gecircnero

(relaccedilatildeo de trabalho)4

20 12 De em bnl Il ulI ccedil~ amp t iacutedHJa l1 iacutea

A dou trin a constilucionalista modern a mais abalizada

tambeacutem indica as profu nda~ t-ransformaccedilotildees advindas da

EC n 452004

A competecircncia Ia Justiccedila do Traba lho sofreu profunda alteshy

raccedilatildeo com o advento da Emend a Constitucional n 45f l004

Ao lado dJS tradicionais atr ib uiccedilotildee~ concernentes as accedilotildees

oriundas Ja- relaccedilotildees de emprego o dissid ill coletivo de

n atureZl econocircm ica as accedilotildees sobre representaccedilatildeo si ndical

e as accedilotildees que envolvam dire ito de greve a compet~nda da

Justiccedila do Trabalho foi sign ifi cativamente ampli ada com o

reconhecimento da sua competecircncia para processar e julgar

todas as accedilotildees oriundas da relaccedilatildeo de trabalho Assim um

plexo significativo de relaccedilotildees do trabalho foi induidn como

de aprcciaccedilatildet) da justiccedila especial izada (M ENDES Gilmar

fe rreira Jet alj Curso de direito col1stilllcional Satildeo Paulo

SJra iva 2007 p 925 sem grifo no original)

Destarte natildeo e por poucos motivos que se haacute de se

considera r ter a EC 1 452004 ampliado a comp etecircncia

da Justiccedila do Trabalho para o julgamento de todo lit iacutegio

decorrente da prestaccedilatildeo de trabal ho humano seja ele

havido ou natildeo de viacutencu lo de emprego

Em siacutentese enunciam-se fu ndamen taccedilotildees de ordem

ju riacutedica socioloacutegica e econocircmica para se entender o

alcance da nova Justiccedila do Trabalho para aleacutem da antiga

rel accedilatildeo de emprego

15

Tal como jaacute vinha sendo apregoado pelo STF mesmo antes da EC

4504 a fixaccedilatildeo da competecircncia da Justiccedila do Trabalho natildeo depende

da norma juriacutedica a ser aplicada para a soluccedilatildeo do caso concreto se

de natureza civil ou trabalhista mas somente da origem da situaccedilatildeo

litigiosa Em sendo decorrente de relaccedilatildeo trabalhista seraacute a Justiccedila do

Trabalho a competente para dirimir o conflito de interesses

Os fUlldamentos juriacutedicos estatildeo amparados sobretudo

no processo k gislativo do qual originou a Refo rma do

PodeI Jud iciaacuterio encampada em 20uuml4

F iuacute lll pa tente que o propoacutesito expresso do legislador foi

afas tar o criteacuterio da relaccedilatildeo de emprego pltUa a defl niccedilatildeo

da competecircncia da Justiccedila Especiali zl(ja alterando o foco

para a relaccedilatildeo de t rabalho em sentido amploS

Os fundamen tos socioloacutegicos e econocircmicos satildeo

tambeacutem expressivos

Ecirc sabido que a nova ordem econocircmica calccedilada no capishy

talismo globalizan te promoveu profundas transformaccedilotildees no

seio da sociedade

Transforma ram -se as fo rmas de prod uccedilatildeo de riquezas

com a consequentc m utaccedilatildeo da organi raccedilatildeo do trabalho

humano antes timbrada pelo paradigma do tradicional

contrato de em prego cuja hegemonia nas relaccedilotildees

traba lh istas fo i construiacuteda desde a Revoluccedilatildeo Ind ustrial

Atualmente as formas pelas quais se compra e

vende o t rabalho hu ma no diversi fi cam- se e ultrapassam

os muros das faacutebricas e os lindes da singela subordinaccedilatildeo

juriacutedica e dependecircncia econocircmica - en tatildeo existen tes entre

patratildeo e empregado

Cresce a cada dia a oferta de forccedila de trabalho por

profissionais a ma is de u ma fu nte d e produccedilatildeo de riquezas

sem viacutenculos empregatiacutecios e bem distante do nuacutecleo

tradicionalmente ocupado pela empresa situaccedilotildees nas

quais nem de longe se vislumbra o t raccedilo marcante da

subordinaccedilatildeo ju riacutedica e dependecircncia econocircmica existentes

no tl pico con trato de emprego

atildeo menos evidente eacute a p restaccedilatildeo de serviccedilo pela

via da informalidade de modo tcrce iri zado ou median te

cooperati va~ por profissionais autocircnomos que se

encontram excluiacutedos do mercado formal de emprego

em grallde medida pela proacutepria expansatildeo tecnoloacutegica e

reduccedilatildeo progressiva dos postos de trabalho

Vale cU zer por essa oacutetica o alargamento da competecircncia

da Justi ccedila do Trabalho acompanha a proacutepria reestruturaccedilatildeo

do trabalho humano na sociedade contemporacircma na

estei ra da constataccedilatildeo de que a geraccedilatildeo de rique7as natildeo mais

se alcanccedila de forma hegemocircnica tampouco exclusiva por

intermeacutedio de tiacutepico contrato de emprego

Deve-se entender portanto que a nova competecircncia da

Just iccedila do Trabalho centra-se em relaccedilatildeo de trabaDlo lato sensu - gecircnero de que eacute espeacutecie a relaccedilatildeo de emprego - e o delineashy

mento conceitual daquela (relaccedilatildeo de trabalho) prende-se ao

sistema que a doutrina tem chamado contrato de atividade

Na defi niccedilatildeo de Amauri Mascaro Nascimento relaccedilatildeo

de trabalho compreende o universo de relaccedilotildees juriacutedicas

ou contratos de atividade nos quais o objeto preponderan te

do viacute nculo juriacutedico eacute a atividade mesma da pessoa que

presta serviccedilos para outra parl uma emprCSl ou para uma

pessoa fiacutesica portanto gecircnero

A competecircncia material da Justiccedila do Trabalho sob anaacutelise do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiccedila

uperior Tribunal de Justiccedila vinha oscilando no

que concerne agrave deli mitaccedilatildeo da competecircncia da Justiccedila do

Trabalho no exerciacutecio de seu mister previsto na aliacutenea d n

do in ciso I do art 105 da Carta da Repuacuteblica

A Suacutemula n 366 por exemplo foi cancelada em menos

de um ano de existecircncia

I lt~tiJ amp Culdal1la I Ue7Cmbm 1012 16

o Verbete contava com a seguinte redaccedilatildeo

ompete agrave Ju s iccedila estadual processar e julgar accedilatildeo

indenizatoacuteria proposta por viuacuteva e filhos de empregado

falecid o em acidente de trabalho

Editada depois da EC n 45 2004 e apoacutes o STF

decid ir que competia agrave Justiccedila do Trabalho julgar as accedilotildees

indeni zatoacuterias acidentaacuterias (CC n 7204MG reI Ministro

arlos Britto) a mencionada Suacutemula n 366 pretendia

nitidam ente fazer distinccedilatildeo acerca da competecircncia

quando o postulante da indenizaccedilatildeo natildeo era o empregado

mas seus herdeiros por fundam entos alicerccedilados

seguramente no paradigma superado pela Reforma

Em contrapartida vem o ST inteacuterprete maior da

Constituiccedilatildeo Federal a afirmar que eacute irrelevante para a

definiccedilatildeo da competecircncia o fato de os sucessores e natildeo

o empregado ajuizarem accedilatildeo de inden izaccedilatildeo por danos

morais e patrimoniai~ decorrentes de acidente de trabalho

(AI 667 11 9 AgR ReJator(a) M in Caacutermen Luacutecia Primeira

Turma julgado em 265 2009)

Relembre- se tambeacutem a superada jurisprudecircncia

do ST) no que concerne agrave competecircncia para Julgar

accedilotildees de interdito proibitoacuterio ajuizadas por instituiccedilotildees

fin anceiras em fa ce de sindicatos de trabalhadores contra

os conhecidos piquetes em portas de agecircncias bancaacuterias

por ocasiatildeo de movimentos paredistas

Entendia-se que por se tratar de questatildeo possessoacuteria

competia agrave Ju sticcedila Comum conhecer do litiacutegio (entre

muitos confiram-se CC 11815SC ReI Ministro Barros

Monteiro Segunda Seccedilatildeo julgado em 8211995 CC

92507 RJ ReI Ministro Fernando Gonccedilalves Segunda

Seccedilatildeo julgado em 26312008)

Em breviacutess imo tempo veio o STF a decotar o

mencionado entendimento franqueando agrave Justiccedila do

Trabalho uma vez mais a competecircncia para conhecer

desse tipo de controveacutersia (eg RE n 579648 relator

Ministro Carlos Alberto Menezes Direito relator para o

acoacuterdatildeo Ministra Caacutermen Luacutecia Tribunal Pleno julgado

em 1092008)

Na verdade 110 acircmbito do Supremo Tribunal Federal

m esmo antes da promulgaccedilatildeo da EC n 452004 haacute muito

se consolidara o entendimento segundo o qual a fixaccedilatildeo

da competecircncia da Justiccedila do Trabalho natildeo dependia

da norma juriacutedica a ser aplicada ao caso concreto se de

natureza civil ou trabalhista mas somente da origem

da situaccedilatildeo litigiosa Em sendo decorrente de relaccedilatildeo

trabalhista seraacute a Justiccedila do Trabalho a competente para

dirimir o conflito de interesses

Rememore-se por exemplo o Confli to de Jurisdiccedilatildeo

11 6959ID F relator M iniitro Sepuacute lveda Pertence julgado

em ll1 ltli() Je 1990 Na oportunidade o STF sufragou

entcnd imen to segundo o qual agrave determinaccedilatildeo da

competecircncia da Justiccedila do Trahalho natildeo importa que

dependa a soluccedilatildeo da lide de q uestotildees de direito civi l mas sim no caso que a promessa de conlratar cujo alegado

conteuacutedo eacute fu ndamento do pedido lenha sido feita em

razatildeo da rel accedilatildeo de emprego inserindo-se no cont ra tO

de trabalho (C) 6959DF relator pl acoacuterdatildeo Min istro

Sepwveda Pertence iulgado em 235191J0 Tribunal Pleno )

Por essa Ji n h ltl de rac iociacuten io hancelada pelo STF e

antes que se for mule a preocupaccedilatildeo a segui r a am pliaccedilatildeo

da competecircncia da Just iccedila d o Trabal ho natildeo sign ifica

cviuentemente a ampliaccedilatildeo de d irei tos I ra balh istas como

~e li norma aplidvel ao caso fosse definida a depender da

Justiccedila competen te

atildeo se trata por exem plo dt aplicar a C LT a

profissionais l ib eral~ ou autocircnomos que naacuteo satildeo regidos

pelo histoacuterico e protcLivo Diploma Obreiro Cuida -se de

remeter a justiccedila especia lizada a lide que envolva esses

tipos de profiSSIOnais desde que haja a mencionada

relaccedilatildeo de trabalho nada obstan te deva ser a controveacutersia

solucionada agrave luz do dirti to Civil por exem plo

A Emenda Constitucional n 4504 e as questotildees sindicais Outro aspecto importan te que emergiu da EC n

452004 (oi o alargame nto da Jus ticcedila do Trabalho para

resolver q uestotildees sindicais tendo a doutrina propugnado

que em verdade as questotildees q ue envolvem w rei to

sindical devem toJas elas estar concenl radas na Just iccedila

do Trabalho seja porque dizem respeito a representaccedilatildeo

sindical (inc iso IJI a rt 11 4 C P8S) seja porque

conce rn el1l a exerciacutecio de direito de greve (inciso 11 art

11 4 CH88 ) seja porque aind a que de forma ind ireta

satildeo oriundas da relaccedilatildeo de traba lho

Os sindi catos satildeo e sempre foram valioso instrumento

de interferencia na proacutepria relaccedilatildeo de traba lho de modo

que sua atuaccedilatildeo sobretuJ o como substi tu to processual

dos trabalhadores fin ca raizes na relaccedilatildeo existente entre o

substi tuiacutedo (o trabalhador) e o patratildeo

Eacute dizer o mais relevan tes motivos da atuaccedilatildeo si nd ical

hospedam-se exatamente na relaccedilatildeo de trabalho firm ada

entre pat ratildeo e emp regado e por isso a atuaccedilatildeo da

entidade de classe deve mesmo ser analisada no cenaacuterio do

direito do lrabalho e sind ica l aplicando-se-Ihe as normas

proacutepri3s que regu lam viacutencul os juriacutedicos des~e jaez

Eacute mais que conhecido o embaraccedilo - ou ateacute mesmo a

inviabilidade - de um trabalhador ai nda em emprego

ajuizar accedilatildeo individual em tace do seu patratildeo o u mesmo

os que ainda natildeo estatildeo empregados aju izarem demandas

contra ex-empregadores ressabiados certamente das

odiosas lis tas negrali organ izad as e ar ti culadas por

algumas empresas Avulta nessas situaccedilotildees a importacircncia

da atuaccedilatildeo si nd icalH

Por essa li nha de raci ociacutenio as questotildees que envolvem

sind icatos e trabalhadores de um modo geral unem-se

direta ou indire tamente agrave relaccedilatildeo de trabalho existente

entre o subst ituiacutedo e o patratildeo de modo que se revela de

todo conve nien le que a Justiccedila do Trabalho seja mesmO o

juiacutezo universa l das questries sind ica is

o enunciado de Suacutemula n 363 do Superior Tribunal de Justiccedila

Eacute com essa cautela e essas ponderaccedilotildees que se analisa

a operacionalidade d Suacutemula n 3635TI Compete agrave

Justiccedila estadual processar e julgar a accedilatildeo de cobranccedila

ajuizad a por profi ssional liberal cont ra clientt

Embora editado em 2008 o mencionado Verbete possui

como base jurisprudencial mu itos precedentes julgado

antcs da EC 45 com susten taacuteculo normativo-consti tucional

anterior agrave nova sistemaacutetica e que se apoiavam exatamenlt

no paradigma superado sobretudo fazendo alusatildeo agrave natureza da norm a a ser ap licada no caso concreto - como a

pedra de toque para determinaccedilatildeo da competecircncia I Com efeito a nosso ju iacutezo lt1 mencionada Suacutemula deve

ser ap licada com um gratildeo de ~al a casos cuja controveacutersia

subjacente veio a se instala] poster iormente agrave EC n

52004 excluindo do aJcaJlce do Verbete aquelas questotildees

o riundas a inda que indi retamente de li ma relaccedilatildeo de

traba lho lato sensu

Eacute tle se ressal tar que natildeo se pretende desconstruir

juri~prudecircnc ia acerca da competecircn cia para causas que

envolvam profi ssionais liberais como diz a Suacutemula n

363 que a nosso juiacutezo pode e deve ser apli cada a outros

casos como naqueles em que pessoa juriacutedica pleiteia a

verba compensatoacuter ia de serviccedilos profissionais prestados

como lIm escritoacuterio de advocacia

As accedilotildees de cobranccedila de honoraacuterios advocatiacutecios contratuais manejadas por advogados vinculados a sindicatos em desfavor do trabaJhador

pleito de recebimento de honoraacuterios advocatiacutecios

contratuais foi tema recentemente enfrentado pelo

uperior Tribunal de Justiccedila no Confli to de Com petecircncia

11 112748PE re lator Ministro Raul Arauacutej o

perplexiJ ade que emerge da questagraveo reside no

fato de que em principio teria o causiacuted ico du pla via

para o recebim en to da verba - mediante accedilatildeo proacutepr ia

ou ped ido de retenccedilatildeo fei to nos proacuteprios autos tal como

autorizado pelo ar t 22 sect 4R da Lei n 890694 (Estatuto

da Advocacia)

Muito embora tal perplexidade possa se apresentar

em qualq uer processo jud icial - tendo em vista que o

IUllccedila amp Cidadania I Dezembro 10L 18

mencionado d ispositivo legal natildeo alcanccedila por oacutebvio

apcn a~ os advogados ded icados a feitos trabalhistas

- o desate da controveacutersia ~e mostra particularmente

problemaacutetico quando se trata de causas trabalhistas e

sobretudo quando envol vem advogados vinculados a sindicatos

que como se sabe a condenaccedilatildeo ao pagamento de

honoraacuterios sucumbenciais no processo do trabalho tem

contornos proacuteprios e somente eacute cabiacutevel excepcionalmente

nos le rmos do que dispotildeem a OJ 305 da SDI-I e a Suacutemula

n21 9TST

OJ 305 SOl-I

HONORAacuteRIOS A DVOCATICIOS REQUrsrros

JUSTICcedilA DO T RABALHO (DJ 1112003) Na Justiccedila

do Trabalho o dererimento de honoraacuterios advocat iacutecios

sUieita-se agrave constataccedilatildeo da ocorrecircncia concom ita nte de do is

requisitos o benefiacutec io da juticcedila gratui ta e a assistecircncia po r

sindicato

Suacutemula 219TST

HONORAacuteRlOS ADVOCAT1CI HI POTESE DE

BIMENTO (nova redaccedilatildeo do item II e insendo o item

III agrave redaccedilatildeo) - Res J7420 11 DETT divulgado em 27 30 e

3152011

I - Na Justiccedila do Trabal ho ltl w ndenltlccedilacirco ao pagamento de

honoraacuterio~ advocaticios nunca superiores a 15 (quinze por

cento) natildeo decorre pura e ~il1lplesmente da sucumbecircncia

delendo a park estar assistida por sindicato da categoria

pro fi ss ional e comprovar a percepccedilatildeo de salaacuterio inferior

ao dobro do salaacuterio miacutenimo ou encontrar-se em situaccedilatildeo

econocircmi ca q ue natildeo lhe pem1ita deman dar sem prejuiacutezo do

proacuteprio sustento ou el a respectiva famiacutelia (ex-Suacutemula nV 2 19

- Res 141985 DJ 269 1985)

II - Eacute cab ivel a condenaccedilatildeo ao pagamento de honoraacuterios

advocatiacutecins em accedilatildeo rescisoacuteria 110 processo trahalhista

j II - Satildeo elevido~ os honoraacuterios advocatiacutecios Ilas causas em

que o ente si nd ical flgure como substi tuto processual ~ nas

lide que natildeo derivem da rdaccedilatildeo de empngo

Com efe ito as dema ndas J e advogados vin culados

a sindicatos objetivando o recebimento de honoraacuterios

con tratuais a serem pagos pelos trabalhadores por

vezes satildeo deduzidas exatamente nas especia is hipoacuteteses

em que tambeacutem eacute cabiacutevel a condenaccedilatildeo ao pagamento

dos honoraacuterios de sucu mbecircncia circunstacircncia que em

princiacutepio causa est ranheza

A par da mencionada conjec tura e se natildeo fosse bastante

que o serviccedilo prestado pelos causiacutedicos consubstancia

rel accedilatildeo de trahal ho lato sensu os mencionados plei tos

osten tam pa rticularidades importantes que reforccedilam a

conclusatildeo Je ser competente a Justiccedila do Trabalho para

aprec iaacute -los

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Os pedidos d e recebimento de honoraacuterios o r ig inam shy

gte d e contratos de prestaccedilatildeo de serviccedilos que foram

real izados em accedilatildeo que trami to u na Jus t iccedila do Traba lho

cuja causa d t ped ir apoiava-1gte em relaccedilotildees juriacutedicas

estabelecidas en t re os substituidos e os pat rotildees logo

um a relaccedilatildeQ de t rabalho

Por outro lado ~u bj azem agrave controveacutersia questotildees

sindicais a ser resolvidas antes de fran quear aos advogados

o direito aos honoraacuterills contratuais

ar t 514 aliacutenea b da CLT por exemplo alirma que

Art 514 ltaacutell deveres dos Sindicatos

I ] b) manter serviccedilos de assil1ecircncia judiciaacuteria pam O~ associadus

Por outro lado a Lei n 5584170 q ue dispotildee em

cssecircncia sobre normas de Direito Processual do Traba lho

e disciplina a prestaccedilatildeo de assistecircnda judiciaacuteria no acircm bito

da Justiccedila do Trabalho no scu art 14 aduz ser do sindicato

o encargo de prestar a assistecircncia judiciaacuteria a que faz alusatildeo

a Lei n 106050

Ar t 14 Na Justiccedila do Trabalho a assi~tiacutencia judiciaacuteria a

que se refere a Lei I 1060 lk 5 de fevereiro de 1950 ~eraacute

prestada pelo Sindicato da categoria profiss ional a que

pertencer o trabalhador

sect 1 A assistecircncia eacute devida a todo aquecircle que perceber

salaacuterio igual ou inferior 30 dobro do miacutenimo legal ficando

lSsegurado igual beneficio ao trabalhador de maior salaacuterio

uma vez pnwado que sua situaccedilatildeo econoacutemica natildeo lhe

permite demandar sem prejuiacutezo do ~usten to proacuteprio ou da

fam iacutelia

sect 2 A sihmccedilatildeo econocircmica do trabalhador sem comproada

em atestluo fornecido pela autoridade local do Ministeacuterio do

frabalbu e Prevjdencia Social mediante diligcncia sumaacuteria

que natildeo poderaacute exceder de 48 (quarenta e llitn) hOra

Por sua vez a Lei n 106050 como se sabe refere-se

expressamente agrave assistecircncia judiciaacuteria a qua l compreende

aleacutem do pnlprio patrociacutenio (art 5deg sect 3 e sect 5 l ) as despesa

com honoraacuterios de advogado e peri tos (art 3 inciso V )

Com efeito para o desate da controveacutersia devcshy

t averiguar se o pedido de cobranccedila de honor aacuterios

contratuais pelos advogados do sindicato eacute compativel com

a sistemaacutetica adotoacutelda na Justiccedila do Trabalho relat ivamen te

agrave condenaccedilatildeo em honoraacuterios advocatiacutecios bem como se eacute con~entacircneo com a forma pela qual os sindicatos devem

repre~entar o trabalhador em juiacutezo

Ou scia saber se eacute liacutecita a cobranccedila peJos advogados

do ~indicato de honoraacuterios advocaticios e m Jesfavor d o

trabalhador significa investigar os p roacutep rios con tornos da

atividade de representaccedilatildeo si nd ical isto eacute o modo pelo

qual os ~indicatos devem representar os sindicalizados

judicialmente se gratuita ou onerosamente

Porta n to a nosso ju iacutezo e da competecircncia da Justiccedila

do Trabal ho - porqultU1to envolve relaccedilatildeo de trabalho lato sellS c d ireito sindica l - jul gar se eacute cab iacutevel a cobranccedila de

honoraacuterios contratuais dos trabalhadores patrocinados

por sindicatos em accedilotildees trabalhistas p ri nci palm en te na

especial hipoacutetese de haver co ndenaccedilatildeo a honoraacuterios de

sucumbecircncia na Justica d o Trabal ho

As aljotildees indenizatoacuterias ajuizadas por empregado em face do empregador objetivando o ressarcimento do valor gasto a tiacutetulo de honoraacuterios contratuais (ara a propositura de reclamatoacuteria trabalhista julgada procedente

O segundo tema a que nos p ropusemos exam inar

trata de situaccedilatildeo mais corrique ira c que ami uacutede vem se

avoluman do tan to no acircm bito da Just iccedila Comu m q uanto

no da Jus ticcedila do Trabalh o Satildeo accedilotildees p ropostas p or exshy

lmpregados em face de ex-empregadores com vistas ao

ressarcimento das perdas c danos que os au tores alega m ter

experime n tado com a cont rataccedilatildeo de advogado particular

em razatildeo de descum primcn to de normas t rabal h istas pelo

ex-emp regador pelo q ue os empregados fo ram o brigados

a aju i7ar accedilatildeo reclamatoacuteria trabalh ista na qu al se sagraram

vitoriosos

ia de regra sustenta-se q ue o descumprimento

de normas trabalhistas pelo em pregador acarreta ao

cmpregad o perdas e danos Jlas qu ais devem se inser ir O

honoraacuterio~ contratuais de advogado nos termos do que

preceituam os arts 389 395 e 404 todos do Coacutedigo Civi l

de 2002

rl 389 Natildeo cumprida a obrIgaccedilatildeo responde o devedor por

perdas c dano~ mais juros e at ual izaccedilaacuteo monetaacuteria segundo

iacutend ices oficiais regularmente c~tabdec l dos e honoraacuterios de

advogado

Art 395 Re~pondc o devedor pelo preju iacutezos a que sua mora

der call sa mai~ juros atllul izaccedilio dos valores monetaacuterios

egundo iacutenuices l)fic iais regularmente estabelecidos e

honoraacuterios de advogado

Art 404 As perdas e danos nas obr iga~~otildees de pagamento em

di nheiro eragraveo paga~ com atualizaccedilatildeo monetaacuter ia segundo

lnd icc~ oficiais regularmen te estabelecidos ahrangendo

juros custas e honoraacuterios de advogado sem preiuiacutew la

pc na convenc ional

ssa con troveacuters ia em mais de uma oport un idade foi

apreciada pelo meacuter ito no Super ior Tribunal de Justiccedila

tendo as Turmas de Direito Privado chegado a conclusotildees

opostas acerca da procedecircncia d e ped id os dessa natu reza

Na Q uarta Turm a por exem plo seguiu- se em siacuten tese

a tese capitaneada pelo Mi nistro A ld ir Passarinho Junior

segundo a q ual o gasto com advogado da parte vencedora

em accedilatildeo trabalh ista nagraveo ind uz p or s i soacute a existecircncia de

iliacutecito gerador de da nos materiai~ e morais por p arte

Justiccedila amp Cidad3n1 I DCcmbro 20 t2 20

Ministro do STJ Lu is Fe lipe Salomatildeo

do empregador ven cido na demanda labora l ( RE~p n

l027897MG reI Ministro Ald ir Passarinho Jun ior

e REsp n 9 15882MG reI M in istro Honildo Amaral

de Mello Castro ambos da Quarta Tmm a j ulgado~

respectivamente em J6 J 02008 e 4220 10)

A Terceira Turma po r sua vez sufragou entendimento

diverso no sentido de que o~ ho noraacute rios con lencionajs

integram o va lor dev ido a tiacutetulo de pe rdas e danos

nos termos dos a rts 389 395 e 404 do CC02 [ 1O

pagamento dos honoraacuterios ex traj udiciais como pa rcela

integran te das perdas e danos tambeacutem eacute devido pelo

inad implemento de obrigaccedilotildees traba lhistas diant e

da incidecircncia dos princiacutepios do acesso agrave justi ccedila e da

re st ituiccedilatildeo integral dos danos e dos ar ts 389 395 e 404

do CC02 que podem se r aplicados subs id ia riamente

DO acircmbito dos cont ratos t rabal h is tas nos termos do art

8 paraacutegrafo uacute n ico da CLT (REsp J027797MG ReI

Mi nistra NANCY ANDRI GHI T ERCEIRA TURMA

julgado em J722011 DJe 23220 11 )

A par d OIgt dois m encionados posicionamentogt que

enfrentaram o meacuterito da questatildeo controvertida a posiccedilatildeo

atua l do ST) eacute a de que ltI justiccedila Comum natildeo eacute competente

para apreciar esse lipo de litiacutegio sendo a Justiccedila do Trabalho

o jUlZO natural para causas com os men cionados contornos l~

201 1 11c7cl11bm I rU II ~1 amp Cidada n ia

Deveras cuidando-se de accedilatildeo indenizatoacuteria por danos

mater iais decorrentes do descu mprimento do contralo

de trabalho cuja causa d e pedir remota eacute a relaccedilatildeo de

trabalho a situaccedilatildeo subsume-se ao que d ispotildee o art I J4 inciso V l da Const itu iccedilatildeo Federal

Art 114 C)m pcte agrave Jusliccedila do Trabalho processar c julgar

[ J

1 as accediloes de indeniLaccedilatildeo por dano moral ou patrimclOial

dccllrrenles da relaccedilatildeo dI I rabalho

A controveacutersia cinge-se a saber se o descumprimento

de normas traba lh istas - descumprimento reconhecido

pela Jus ticcedila do Trabalho com a procedecircncia do plei to

na reclamatoacuteria - eacute tambeacutem capaz de gerar o dever de

inden iza r o trabalhador pelos valores despend idos com a

contrataccedilatildeo de advogado

Por esse acircng ul u o dano patrimonial alegado decor

mesmo da proacutepria relaccediliio de trabalho assim tambeacutem se

fosse alegado algum dano mora l que tivesse como pano de

fu ndo () viacutencuJo laboral

Repi ta-se o que se afirmou nout ro passo tal como jaacute vi n ha sendo apregoad0 pelo STF mesmo antes da EC 4504 a flxaccedilatildeo da com petecircncia da justiccedila do Trabalho natildeo

depende da norma juriacuted ica a ser aplicada para a soluccedilatildeo

do caso concreto se de natu reza civil ou trabalhista

mas somente da origem da situaccedilatildeo li tigiosa Em sendo

decorren te de relaccedilatildeo trabalhista seraacute a justiccedila do Trabalh

a competente para d iri mi r o conflito de interesses l

o paradigmaacutetico CC 7204MG relator Min istro

Carlos Brit to ju lgado em 2962005 median te o qual se

reconhece u a competecircncia da Justiccedila do Trabalho para

o julgament o de accedilatildeo de danos mora is e pat rimoniais

decorrentes de acidente de trabalho o STF reconheceu que

~empre foi da competecircncia da Justi ccedila O breira con hecer de

mateacuterias com esse cari7 tendo a EC n 452004 apenas

explicitado esse entend imen to co m a h na lidade de afastar

a equivocada conclusatildeo antes apregoada pdos Tribunais

esse sentido se manifestou o relator Min istro Ca rlos

Britto

Nesse r umo de id eacute ias rcnow-~e a propos iccedilatildeo dt que

a nova red accedilatildeo do art 1] ] da Lex MelXimn soacute veio

acl arar explel ivamente a in tcrprelaccedilatildeo alJ ui perfi lh ada

Poi s a Ju sti ccedila do Trabalho que ia era cumpelenle para

concilia r e julga r os d iss iacutedios individulis e coltti vo

ent re t raba lhadore~ l e l11 pr(gtgadorc~ 1 leacutem de oulra

onl roveacuters i a~ deco r rentes da relaccedilatildeo traba lh isla agQra

eacute con firm ativa men le competen te para processar c ju lga r

a3 accedilocirces de indeni7 accedilatildeo por dano moral ou palrimon ial

decorrentes da relaccedilatildeo de I raba lho

Tambeacutem se mostraram profiacutecuas as ponderaccedilocirce

rea lizadas no voto profe rido pelo Mi ni stro Cezar Pe]uso

2 1

Com efeito a accedilatildeo de

indenizaccedilatildeo ajuizada pelo

trabalhador em face do exshy

empregador com vistas ao

ressarcimento dos honoraacuterios

advocatiacutecios contratuais

despendidos em reclamatoacuteria

trabalhista outrora manejada

deve ser apreciada pela

Justiccedila do Trabalho porquanto

decorrente da relaccedilatildeo de

trabalho (art 114 inciso VI CF)

quanto agrave amplitude da competencia da Just iccedila do

Trabalho para dirimir questotildees relativas a todos os danos

materiais e morais decorrentes da relaccedilatildeo laboral dos

quais os gerados por aciden te do trahalho satildeo apena~ um

exemplo

L portanto dent ro desse quld ro que haacute de interpretarmiddot

1 J Emcmla n 45 quundo exp licitando 110 inc I dn

art 114 o caraacute ter gera l da compctencia da Justiccedila do

Trahalho nela indu iu tndagt d ~ accedilotildees or ill ndas da relaccedilatildeo

de IraoOllho

Imiddotmiddotmiddot] Esa interpretaccedilagraveo acomoda am bils as clausulas const ishy

luLionOlh rcvorenciJ ltl especializaccedilatildeo e a funcionalidade

da Justiccedila do lrabalho d ivia a Imticcedila e~tadu a l e sustentamiddot

se na Illces~iIacuter i a unidade tlt conv icccedilatildeo sem esvazia r o

dispo~to no inc VI onde apenas se divisa I posit ivaccedilatildeo

mediante relevo ucst inado a ~ lJp erar todas as duacutevidas da

jurbprudeacutencia desta Cua que sob a redaccedilatildeo original do

ar t 114 capul entendia - n mcu ver com indi~c lltivel

~erto - yuc para efeito dessa competecircncia dislr ibuiacuteda

com apoio em vacircrios princiacutepios enlre os qua is deg da

unidJue ue cOllvicccedilatildeo era e eacute irrelevante 1 provi ncia

taxonocircmIacutelta da~ normagt apli caacuteveis ao caso se direito

trabalhi sta ou civ il e pois tambem a nature7a mesma da

rc~rnllsahi lidad e se negllcialllu aqu iliana

Fssa conjugaccedilatildeo condul portanto a meu ver ao segui nte

resultado praacuteliw satildeo agorn da competecircncia exclusiva

n

da Justi ccedila do Trabalho todas as accedilotildees oriundas da relaccedilatildeo

de trabalho sern exceccedilatildeo alguma trata-se de accedilotildees

acidenlaacuterias tiacutepicas ou de indenizaccedilatildeo de outra espeacuteck e

de outro tiacutetu lo

A con sagraccedilatildeo defin iti va desse entendimento veio

com a Suacutem ula Vinculante n 22 que apenas explicita

o aciden te do trabalho na perspectiva de dar ecircnfase agrave si tuaccedilatildeo ma is conlrovertida mas que sua principiologia

abarca cerlamente to dos os danos morais e materiais

d ecorrentegt d a relaccedilatildeo de trabalho ex vi do art 11 4 VI

F88

Om efcito a accedilatildeo d e indenizaccedilatildeo aj ui7ada pelo

trabalhador em face do ex-empregador com vistas ao

ressa rcimento dos honoraacuterios advocatiacutecios contratlmis

despendidos em reclamatoacuteria tra balhis ta ou trora

manejada deve ser apreciad a pela Justiccedila do Trabalho

p orquanto decorren te da relaccedilatildeo de trabalho (art 114

inciso VI CF)

E de fato a Justiccedila do Trabalho vem mesmo apreciando

dem and as com esses contornos como demo nstram o

seguintes precedentes do Tribunal Supe rior do Trabalho

RR - 11 3-5520 115240072 Relator Ministro Alberto

Lui l Bresc ian i d e Jontan Pereira Data de Julgamento

11142012 3 Turma Data de Pu blicaccedilatildeo 13420 12

RR - 1184-2320 105030069 Relator M in is tro Ive

Gand ra Martins f il hu Data de Julgamento 98201 1

7 Turma Data de Publicaccedilatildeo 12182011 RR 45740shy

092009503 U1 14 Relatora Ministra Maria Cristina

Irigo)en Peduzzi Data de Julgamento 151 22010 8

Tu rma Da ta de Publicaccedilatildeo 171 2 2010 RR - 80000shy

192009502 0057 Relator Mi ni stro Joseacute Rober to

Frei rI Pi menta Da ta de Ju lga me nto 732012 2

Tu rma Dala de Publicaccedilatildeo J63201 2 RR J 86400shy

9120075090652 Relator Mi nistro Pedro Paulo Manus

Data de Ju lgam ento 822012 7 Turma Data de

Publicaccedilatildeo 24220 12

Deveras mostra-se d e todo conveniente q ue a Jus ticcedila

do I rabalho decida com base na sua especiali zaccedilatilde

consti tucionalmente conferida a questatildeo relativa ao

cabimento d o ressarcimenlo de honoraacuteri os advocatiacutecio

o ntra tu ais recl amados pelo ex-e mp regado em face do exmiddot

empregado r sobret udo para saber se o pleito eacute compatiacutevel

com as regras pec u li ares de sucumbecircncia aplicaacuteveis

ao processo do traba lho regras essas consolidadas na

O ri entaccedilatildeo Jurisprudencial n 305 da SDl middot [ e na Suacutem ula

n 21 9 ambas do Tribunal Superior do Trabalho

Aderna i o reconhecimen to da competecircncia da

Jus ticcedila Comum para julga r as causas desse jaez gerari a

u m enorme d esajuste no sistema porquan to para cada

accedilatildeo tramitando na Justiccedila do Tra balho haveri a mais

uma a tram itar na Jus ticcedila Comum

Tuticcedila amp CiLlldlIIlJ I Dtlltmbru 211t

Po r outro lado no acircmbito da Justiccedila Especiali zada

o pedid o de indenizaccedilatildeo pod e scr (eito na proacutepria

reclama toacuteria traba lh is ta natildeo onerando em nada aquele

eg men to do Judi ciaacuterio

Condusatildeo Um grave problema de teacutecll ica de in terpretaccedilatildeo

juriacutedica eacute ce rtamente observar a nova norma por

uma lente u lt rapassada sobretudo quando a chave

hermenecircuti ca de le itura proacutepr ia do sistema sup erado foi

expressamen te repud iada pelo novel sistema

O misoneismo hermenecirculico co n figu ra verd adeira

deslealdade com o proacuteprio sistema de t riparl iccedila0 de

poderes lima vez que em obseacutequio de valores antigos

simplesmente se descol1sidera o novo va lOr consagrado

pelo legislador

Em uacutelt ima an aacuteuumlse a aversatildeo ao novo tem a virtna lidade

de tom ar inoacutecuos toda virada juriacutedica c avanccedilo ltgal levados a efeit o pelos aparelhos legiferantes do Estado

Fel izmente parece- nos que os Tribunais Superiorc

tecircm de um modo geral comp reendido o alcance da EC

4504 no que co ncerne agrave compctecircncia material da Justiccedila

do Tra balho

O entendimc nto acolhido no julgamento do REsp n

1087) 53MG e a aper tada volaccedilatildeo do CC n 112748

PE apreciados ambos pela Scgunda Seccedilatildeo do Superior

Tri bunal de Just iccedila revelam uma abertura - ao menos

incipiente - do Tribu nal da C idadania para 05 novo

ventos trazidos pela Reforma de 2004 sem apego ao que

passou mas com os olhos aten tos agraves relevantes alteraccedilotildec

legislati v3s sem as quais () Direito nagraveo conseguiria

ombrear 5 galopa lltes transformaccedilotildees sociais bull ___

Nota

rl II -I Compett a luli l 1 I rJo lhn conCll iJr e iul gar~ J ilio IllllJlilull ~ Ullet ivos enl n 1llhJlhJdllre l cnlprq~Jos 1 1 ASCl I ENTO nlJuri M Ieacutedrtl (lrs(I I rdltl pro tlol d 1111111 bull ~ 1 t atildell 1111 ~rllllllll-- r 21

raquo~e tlIlido rrlwem n aluais in I L I X d MI I l ~ ~r 111 Cumplll lti luslI d Trahal ho rroesar ~ jull(I I JIrS oriunJ s da rmiddot Ialt ele ImhI II JhrJngldw lI1Il Je direlll puhlicn ~)tcnH e doi admin lslraccedillll publi(~ direll indlllt l d1 [I rl1 a d htJJ d I1l~tntltl fdcra l c dm middot1UnI(IacutePI 1middot 1 nutras laquogtn lrowrslil drrcnles 11 rehlU de trlhtI 1middotmiddot1middot bl~ Itvrll e fo tor tiJ du inlcll ele Ul1l1 revulu L~t ruturJ- 1 rilrtir 11nov IIld~1ll oollti tuciOIlJI Ullla nOI 11111bull om ai nhulccedili rlshyginal e L1l1 notoacuteria Jl1lpliatildeu de ua Illr~l en(O de acordo 10m 11 novel Int 1u1 J ~ 11 tm PIIIIII Pc pll1ltl I ll1rtecircncia da lutip d Jrlhalh clttemleu-sc do julgalllellto d Illk~ dcCtrrlntl d lIlral lk ~mprclt1l rara J ktl de lod J~ que eleriHm Jd rdccediltlc I lrahalhll Camlnh-l-~t li ) l imi l hla ~~ f1cciccedil )0 1nlrJ)~~lIntt jt- fl ern IM ouse du aprotil lul1cnltl ue sua vUltlao od1 r de- MM aplhdildt (nrrcr()nJen t t~ ~ontlrJ

dos 1I1io sncilS llual4uer litigin 4u dcccedilorrn dI trJhdlwlllIIIIlIlImiddotm Igurd u~ Iuccedilatildeo ubmctld Ii ~tl(IJ1O eI~c ramu lI IlIdl(i~ri pnoml1 vldo enfim de luti 1 d crnlrlgmiddot a JUI lIa Jo I rlhal lw (IVol( trlmlctlTI(l1I d 1Iliral tIlI fhlllm lt (gt PJtlu ITrc 20()~)

Jl 1 A7Ftlnatildell (rel e iltccedillcs dI tollllho lOlllllItIIL111 ulr jl ti IlIslilt ri 1111011 111 I )irdll1 ~ mIe d t rlhllho UI1 trJnluacuterml1o1w Gal1dm da Siln lertin tlrgl kl li I Rio de 1 IO~iru l l l ~r 10lli 11 131 I ~6

I bsa nlva J CI~Jo da ltllll orglniaatilde dlllrthalhu humunp bem tplanada por lljrccedillO luacuteli Vinll1 H W (omll I(tmbullbull0 tlhrtuacute c dn middot cn l rl prg1niacute7i1l1do middot -l tnl rcJC IJ fJ I~S() Llrt kuJ ~c nio bull LlHl1 I UI r mlnnrc~ ~ hirlmiddotnnIIJ~rnl Ina 1HHblln com -n1f1nsas til lOrJlil~ l Ptllu 01

ulidn3S de fundu Je Iluintal ( um frl1~nlIJ ul llII clt ~tnrrcgJdl i nllrm~ (lU cmlrqldC)lt Jlh iU h uc w rllt e It d tralho I rl o Ia () nflmrno mai nrljlIlal 1lt1111 na wia t - t im a ul ilioacutelJegt crclcnle de Ir halhudlTl wloacute llnm natildeo 1Ios lU llmoeacutem rli Dl flo 1

istml ~Ill aprrndltnJu ~ eminInJ4InHgt ex lir mJi valia rm Inbcln uando clIda ~J ml Irlh111lt1 UI artesatildeo lu 1ngthsI111111 liheral du pc ri oU dIgt tt5IJnn 11 des trJhalhHjll~ 11 rc cXlluram e livremen le rar 13Ul1hH li lIllrllo ( 1 sA ~IJri TuacuteH Udllltrlt d lrollulll bullbull lomp~lki 5JiICcedil I 11~II1L rilaacuteigt 111 i(I1 mpdtni d1 JUII 1 cin TrlhJlho Lnja lb hrnand Cou l 111110 (Cllllrd ) lt Paul I rrlllO~ [ rld

Op 1 p 25

[wruacuteitlJ cuniirIII1 pllar I 1larclu Juacute lio 113 J~Crca 1 illlpnrtinli da lhtilulccedilatildelprlluu11 IIperadl r Intcmerll dos S1ndiLll snbnmiddottudo em um conle tll eI ~ lfi wbiltdatlc Ju clllpregu (V IANA hlrcio uh A 11111 0 (tmlprlmlll dlllIgttlCcedilIl ImbIIO li lrlttl1 rclinllrIltIIldshyml ill Relila I Tnhunal Su periro TrJha lhono ~ I n I lan bull bnl ele 2011 p Ih I)

VI NA lvhirclll middotIuliu (11 dI p Ih CASmiddotI IH I nt0I110 Fukguy fJlllldll middotJ5 Iltrrtnccediltil Iu lOInlltlIIC11I tIl Illlttrria ltjllli11I1 iltil C shyballO in lu ticcedilJ do 1[hIIIII rll 23 n 273 l1lhn I 2006

li Cllntiram a lil uJr I J e c mpl ( C 155IiMII Rei 11 ~AII() f)( IIUIIRI n l) Tf LXHR ~H t IN fH SiltAo lul~d em I 111311J CC 300-IIPR ReI Mimlw iNTOcircl JO 1gt1 PA[JA RlULlRo ltFGUNI1A ~HLltttlgJJ m OHill2tHHI J11 0I~ 2l10ll CC 3gt5 17M Rd 1rnbtru

A RI IA RltJ ENDU R ~ECUs I IA ltllAtildell )ulgJd ~1lI 23 1012002 I I Il11112002~ u l uacute36l1~ 1 Rd llin islrcl (ASTR() 1I1 Hl I -rb l o) ~(A( )ulgado m 1~ltJll2llll~ 011lO004

rl 22 A rrcstlccedilatildeo de sen iccedilu proliionJI Jcguril 1lt illslnh 11 llAH o dil 11 hnnnrMim wnvcnclllnadm lO fixad rr adrlrm~ntl

juelicial e 11gt ele mul11hecircncia I 1 (gt lt1 Se n aellllfad fIzer junlll r In au tos (gt eu Cllltrato de hlltlllriri illll~ dI expedir rnuumlnJaJ de 1allllmcnlo ou precatoacutenu I )U17 deve determinar qUecirc lhe sejJm pago ellrcllllllecircntc 1lIr dcdIJccedil ti qunti l cr ~cebida relo ol1s litulnlt ali ~t elc pmlIr Iu~

iiacute (h pagu

c Rhl 11 I()I-J gt111( ltcgulIda gtlt11 relator ~lmitro luis Icltpl Sdlulllatildell ju lgaJ _111 OQ tl521112 111 de 2~tlh~012

Ikl to t qUI nl1 mUito de luridccedililll n h5Y1) rdlur l li nll lIl ~epircLl Pcrl nc n I F lIfrgou ltntmlam~lllo cgulldu 1IIJl j tctrml middot naccedilatildeo LI (ompc llllda ela lultti1 tI middot1 r1halh natildel 1111 [Ilrl 01 qu~ dermiddotn a Iuccedilao da hde de quesllies de Jjrcihl civil mlt ~ I m n ld lU I IrnrnJ

Lle Cllll lrltla r UI) alegado Ilnteud c lundamtnlo do pedido lenha itlo f~ila 111 rallnil rclaccedilatildell de emprego mlnndn se no conlrato de Iraballllt

20 11 DCltmhw I IIIIiccedil 8lt ( idadJr1M 23

Ministro do STJ Luis Felipe Salomatildeo

Surgiram entatildeo discussotildees doutrinaacuterias acerca do alcance

da alteraccedilatildeo promovida pela Ec n 4504 notadamente

acerca dos contornos conceituais da expressatildeo relaccedilatildeo de

trabaUlo confrontando-a com o antigo criteacuterio da relaccedilatildeo

de emprego~

Deveras a Just iccedila do Trabalho sempre foi competente

para solucioDeacutelT os li tiacutegios decorrentes de relaccedilotildees de

emprego aperfeiccediloadas entre empregado e empregador

tais como satildeo defin idos pelos arts 2~ e 3C da CLT de

m odo que restringi r o alcance conceitual de relaccedilatildeo de

trabalh ()~ como sinocircnimo de relaccedilatildeo de emprego esvazia

o propoacutesito da Reforma que foi exatamen te proceder a

essa ampliaccedilatildeo

A primeira obra dOlllrinaacuteria publicada depois da

Refom la do Judic iaacuterio de 2004 expli cita bem o espiacuteri to no

qual estava i mersa a EC n 45 que tinlla sim o propoacutesito

de levar a eeeito profunda modi ficaccedilatildeu na competecircncia da

Jus ticcedila do Trabalho mod ificaccedilatildeo que Jll-uuacutede natildeo foi bem

apreendida pelos aplicadores do D ireito

Referimo-nos agrave obra conjunta coordenada por Grijalbo

Fernandes Coutinho e Marcos Neves Fava Nova Competecircncia da Justiccedila do Trabalho de cuja apresentaccedilatildeo extrai-se a

expectativa de LUTIa revol uccedilatildeo nornlativa uma nova ordem

constitucional uma nova justiccedila que caminhou da limitada

esp~cie (relaccedilatildeo de emprego) para o anlrliacutessimo gecircnero

(relaccedilatildeo de trabalho)4

20 12 De em bnl Il ulI ccedil~ amp t iacutedHJa l1 iacutea

A dou trin a constilucionalista modern a mais abalizada

tambeacutem indica as profu nda~ t-ransformaccedilotildees advindas da

EC n 452004

A competecircncia Ia Justiccedila do Traba lho sofreu profunda alteshy

raccedilatildeo com o advento da Emend a Constitucional n 45f l004

Ao lado dJS tradicionais atr ib uiccedilotildee~ concernentes as accedilotildees

oriundas Ja- relaccedilotildees de emprego o dissid ill coletivo de

n atureZl econocircm ica as accedilotildees sobre representaccedilatildeo si ndical

e as accedilotildees que envolvam dire ito de greve a compet~nda da

Justiccedila do Trabalho foi sign ifi cativamente ampli ada com o

reconhecimento da sua competecircncia para processar e julgar

todas as accedilotildees oriundas da relaccedilatildeo de trabalho Assim um

plexo significativo de relaccedilotildees do trabalho foi induidn como

de aprcciaccedilatildet) da justiccedila especial izada (M ENDES Gilmar

fe rreira Jet alj Curso de direito col1stilllcional Satildeo Paulo

SJra iva 2007 p 925 sem grifo no original)

Destarte natildeo e por poucos motivos que se haacute de se

considera r ter a EC 1 452004 ampliado a comp etecircncia

da Justiccedila do Trabalho para o julgamento de todo lit iacutegio

decorrente da prestaccedilatildeo de trabal ho humano seja ele

havido ou natildeo de viacutencu lo de emprego

Em siacutentese enunciam-se fu ndamen taccedilotildees de ordem

ju riacutedica socioloacutegica e econocircmica para se entender o

alcance da nova Justiccedila do Trabalho para aleacutem da antiga

rel accedilatildeo de emprego

15

Tal como jaacute vinha sendo apregoado pelo STF mesmo antes da EC

4504 a fixaccedilatildeo da competecircncia da Justiccedila do Trabalho natildeo depende

da norma juriacutedica a ser aplicada para a soluccedilatildeo do caso concreto se

de natureza civil ou trabalhista mas somente da origem da situaccedilatildeo

litigiosa Em sendo decorrente de relaccedilatildeo trabalhista seraacute a Justiccedila do

Trabalho a competente para dirimir o conflito de interesses

Os fUlldamentos juriacutedicos estatildeo amparados sobretudo

no processo k gislativo do qual originou a Refo rma do

PodeI Jud iciaacuterio encampada em 20uuml4

F iuacute lll pa tente que o propoacutesito expresso do legislador foi

afas tar o criteacuterio da relaccedilatildeo de emprego pltUa a defl niccedilatildeo

da competecircncia da Justiccedila Especiali zl(ja alterando o foco

para a relaccedilatildeo de t rabalho em sentido amploS

Os fundamen tos socioloacutegicos e econocircmicos satildeo

tambeacutem expressivos

Ecirc sabido que a nova ordem econocircmica calccedilada no capishy

talismo globalizan te promoveu profundas transformaccedilotildees no

seio da sociedade

Transforma ram -se as fo rmas de prod uccedilatildeo de riquezas

com a consequentc m utaccedilatildeo da organi raccedilatildeo do trabalho

humano antes timbrada pelo paradigma do tradicional

contrato de em prego cuja hegemonia nas relaccedilotildees

traba lh istas fo i construiacuteda desde a Revoluccedilatildeo Ind ustrial

Atualmente as formas pelas quais se compra e

vende o t rabalho hu ma no diversi fi cam- se e ultrapassam

os muros das faacutebricas e os lindes da singela subordinaccedilatildeo

juriacutedica e dependecircncia econocircmica - en tatildeo existen tes entre

patratildeo e empregado

Cresce a cada dia a oferta de forccedila de trabalho por

profissionais a ma is de u ma fu nte d e produccedilatildeo de riquezas

sem viacutenculos empregatiacutecios e bem distante do nuacutecleo

tradicionalmente ocupado pela empresa situaccedilotildees nas

quais nem de longe se vislumbra o t raccedilo marcante da

subordinaccedilatildeo ju riacutedica e dependecircncia econocircmica existentes

no tl pico con trato de emprego

atildeo menos evidente eacute a p restaccedilatildeo de serviccedilo pela

via da informalidade de modo tcrce iri zado ou median te

cooperati va~ por profissionais autocircnomos que se

encontram excluiacutedos do mercado formal de emprego

em grallde medida pela proacutepria expansatildeo tecnoloacutegica e

reduccedilatildeo progressiva dos postos de trabalho

Vale cU zer por essa oacutetica o alargamento da competecircncia

da Justi ccedila do Trabalho acompanha a proacutepria reestruturaccedilatildeo

do trabalho humano na sociedade contemporacircma na

estei ra da constataccedilatildeo de que a geraccedilatildeo de rique7as natildeo mais

se alcanccedila de forma hegemocircnica tampouco exclusiva por

intermeacutedio de tiacutepico contrato de emprego

Deve-se entender portanto que a nova competecircncia da

Just iccedila do Trabalho centra-se em relaccedilatildeo de trabaDlo lato sensu - gecircnero de que eacute espeacutecie a relaccedilatildeo de emprego - e o delineashy

mento conceitual daquela (relaccedilatildeo de trabalho) prende-se ao

sistema que a doutrina tem chamado contrato de atividade

Na defi niccedilatildeo de Amauri Mascaro Nascimento relaccedilatildeo

de trabalho compreende o universo de relaccedilotildees juriacutedicas

ou contratos de atividade nos quais o objeto preponderan te

do viacute nculo juriacutedico eacute a atividade mesma da pessoa que

presta serviccedilos para outra parl uma emprCSl ou para uma

pessoa fiacutesica portanto gecircnero

A competecircncia material da Justiccedila do Trabalho sob anaacutelise do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiccedila

uperior Tribunal de Justiccedila vinha oscilando no

que concerne agrave deli mitaccedilatildeo da competecircncia da Justiccedila do

Trabalho no exerciacutecio de seu mister previsto na aliacutenea d n

do in ciso I do art 105 da Carta da Repuacuteblica

A Suacutemula n 366 por exemplo foi cancelada em menos

de um ano de existecircncia

I lt~tiJ amp Culdal1la I Ue7Cmbm 1012 16

o Verbete contava com a seguinte redaccedilatildeo

ompete agrave Ju s iccedila estadual processar e julgar accedilatildeo

indenizatoacuteria proposta por viuacuteva e filhos de empregado

falecid o em acidente de trabalho

Editada depois da EC n 45 2004 e apoacutes o STF

decid ir que competia agrave Justiccedila do Trabalho julgar as accedilotildees

indeni zatoacuterias acidentaacuterias (CC n 7204MG reI Ministro

arlos Britto) a mencionada Suacutemula n 366 pretendia

nitidam ente fazer distinccedilatildeo acerca da competecircncia

quando o postulante da indenizaccedilatildeo natildeo era o empregado

mas seus herdeiros por fundam entos alicerccedilados

seguramente no paradigma superado pela Reforma

Em contrapartida vem o ST inteacuterprete maior da

Constituiccedilatildeo Federal a afirmar que eacute irrelevante para a

definiccedilatildeo da competecircncia o fato de os sucessores e natildeo

o empregado ajuizarem accedilatildeo de inden izaccedilatildeo por danos

morais e patrimoniai~ decorrentes de acidente de trabalho

(AI 667 11 9 AgR ReJator(a) M in Caacutermen Luacutecia Primeira

Turma julgado em 265 2009)

Relembre- se tambeacutem a superada jurisprudecircncia

do ST) no que concerne agrave competecircncia para Julgar

accedilotildees de interdito proibitoacuterio ajuizadas por instituiccedilotildees

fin anceiras em fa ce de sindicatos de trabalhadores contra

os conhecidos piquetes em portas de agecircncias bancaacuterias

por ocasiatildeo de movimentos paredistas

Entendia-se que por se tratar de questatildeo possessoacuteria

competia agrave Ju sticcedila Comum conhecer do litiacutegio (entre

muitos confiram-se CC 11815SC ReI Ministro Barros

Monteiro Segunda Seccedilatildeo julgado em 8211995 CC

92507 RJ ReI Ministro Fernando Gonccedilalves Segunda

Seccedilatildeo julgado em 26312008)

Em breviacutess imo tempo veio o STF a decotar o

mencionado entendimento franqueando agrave Justiccedila do

Trabalho uma vez mais a competecircncia para conhecer

desse tipo de controveacutersia (eg RE n 579648 relator

Ministro Carlos Alberto Menezes Direito relator para o

acoacuterdatildeo Ministra Caacutermen Luacutecia Tribunal Pleno julgado

em 1092008)

Na verdade 110 acircmbito do Supremo Tribunal Federal

m esmo antes da promulgaccedilatildeo da EC n 452004 haacute muito

se consolidara o entendimento segundo o qual a fixaccedilatildeo

da competecircncia da Justiccedila do Trabalho natildeo dependia

da norma juriacutedica a ser aplicada ao caso concreto se de

natureza civil ou trabalhista mas somente da origem

da situaccedilatildeo litigiosa Em sendo decorrente de relaccedilatildeo

trabalhista seraacute a Justiccedila do Trabalho a competente para

dirimir o conflito de interesses

Rememore-se por exemplo o Confli to de Jurisdiccedilatildeo

11 6959ID F relator M iniitro Sepuacute lveda Pertence julgado

em ll1 ltli() Je 1990 Na oportunidade o STF sufragou

entcnd imen to segundo o qual agrave determinaccedilatildeo da

competecircncia da Justiccedila do Trahalho natildeo importa que

dependa a soluccedilatildeo da lide de q uestotildees de direito civi l mas sim no caso que a promessa de conlratar cujo alegado

conteuacutedo eacute fu ndamento do pedido lenha sido feita em

razatildeo da rel accedilatildeo de emprego inserindo-se no cont ra tO

de trabalho (C) 6959DF relator pl acoacuterdatildeo Min istro

Sepwveda Pertence iulgado em 235191J0 Tribunal Pleno )

Por essa Ji n h ltl de rac iociacuten io hancelada pelo STF e

antes que se for mule a preocupaccedilatildeo a segui r a am pliaccedilatildeo

da competecircncia da Just iccedila d o Trabal ho natildeo sign ifica

cviuentemente a ampliaccedilatildeo de d irei tos I ra balh istas como

~e li norma aplidvel ao caso fosse definida a depender da

Justiccedila competen te

atildeo se trata por exem plo dt aplicar a C LT a

profissionais l ib eral~ ou autocircnomos que naacuteo satildeo regidos

pelo histoacuterico e protcLivo Diploma Obreiro Cuida -se de

remeter a justiccedila especia lizada a lide que envolva esses

tipos de profiSSIOnais desde que haja a mencionada

relaccedilatildeo de trabalho nada obstan te deva ser a controveacutersia

solucionada agrave luz do dirti to Civil por exem plo

A Emenda Constitucional n 4504 e as questotildees sindicais Outro aspecto importan te que emergiu da EC n

452004 (oi o alargame nto da Jus ticcedila do Trabalho para

resolver q uestotildees sindicais tendo a doutrina propugnado

que em verdade as questotildees q ue envolvem w rei to

sindical devem toJas elas estar concenl radas na Just iccedila

do Trabalho seja porque dizem respeito a representaccedilatildeo

sindical (inc iso IJI a rt 11 4 C P8S) seja porque

conce rn el1l a exerciacutecio de direito de greve (inciso 11 art

11 4 CH88 ) seja porque aind a que de forma ind ireta

satildeo oriundas da relaccedilatildeo de traba lho

Os sindi catos satildeo e sempre foram valioso instrumento

de interferencia na proacutepria relaccedilatildeo de traba lho de modo

que sua atuaccedilatildeo sobretuJ o como substi tu to processual

dos trabalhadores fin ca raizes na relaccedilatildeo existente entre o

substi tuiacutedo (o trabalhador) e o patratildeo

Eacute dizer o mais relevan tes motivos da atuaccedilatildeo si nd ical

hospedam-se exatamente na relaccedilatildeo de trabalho firm ada

entre pat ratildeo e emp regado e por isso a atuaccedilatildeo da

entidade de classe deve mesmo ser analisada no cenaacuterio do

direito do lrabalho e sind ica l aplicando-se-Ihe as normas

proacutepri3s que regu lam viacutencul os juriacutedicos des~e jaez

Eacute mais que conhecido o embaraccedilo - ou ateacute mesmo a

inviabilidade - de um trabalhador ai nda em emprego

ajuizar accedilatildeo individual em tace do seu patratildeo o u mesmo

os que ainda natildeo estatildeo empregados aju izarem demandas

contra ex-empregadores ressabiados certamente das

odiosas lis tas negrali organ izad as e ar ti culadas por

algumas empresas Avulta nessas situaccedilotildees a importacircncia

da atuaccedilatildeo si nd icalH

Por essa li nha de raci ociacutenio as questotildees que envolvem

sind icatos e trabalhadores de um modo geral unem-se

direta ou indire tamente agrave relaccedilatildeo de trabalho existente

entre o subst ituiacutedo e o patratildeo de modo que se revela de

todo conve nien le que a Justiccedila do Trabalho seja mesmO o

juiacutezo universa l das questries sind ica is

o enunciado de Suacutemula n 363 do Superior Tribunal de Justiccedila

Eacute com essa cautela e essas ponderaccedilotildees que se analisa

a operacionalidade d Suacutemula n 3635TI Compete agrave

Justiccedila estadual processar e julgar a accedilatildeo de cobranccedila

ajuizad a por profi ssional liberal cont ra clientt

Embora editado em 2008 o mencionado Verbete possui

como base jurisprudencial mu itos precedentes julgado

antcs da EC 45 com susten taacuteculo normativo-consti tucional

anterior agrave nova sistemaacutetica e que se apoiavam exatamenlt

no paradigma superado sobretudo fazendo alusatildeo agrave natureza da norm a a ser ap licada no caso concreto - como a

pedra de toque para determinaccedilatildeo da competecircncia I Com efeito a nosso ju iacutezo lt1 mencionada Suacutemula deve

ser ap licada com um gratildeo de ~al a casos cuja controveacutersia

subjacente veio a se instala] poster iormente agrave EC n

52004 excluindo do aJcaJlce do Verbete aquelas questotildees

o riundas a inda que indi retamente de li ma relaccedilatildeo de

traba lho lato sensu

Eacute tle se ressal tar que natildeo se pretende desconstruir

juri~prudecircnc ia acerca da competecircn cia para causas que

envolvam profi ssionais liberais como diz a Suacutemula n

363 que a nosso juiacutezo pode e deve ser apli cada a outros

casos como naqueles em que pessoa juriacutedica pleiteia a

verba compensatoacuter ia de serviccedilos profissionais prestados

como lIm escritoacuterio de advocacia

As accedilotildees de cobranccedila de honoraacuterios advocatiacutecios contratuais manejadas por advogados vinculados a sindicatos em desfavor do trabaJhador

pleito de recebimento de honoraacuterios advocatiacutecios

contratuais foi tema recentemente enfrentado pelo

uperior Tribunal de Justiccedila no Confli to de Com petecircncia

11 112748PE re lator Ministro Raul Arauacutej o

perplexiJ ade que emerge da questagraveo reside no

fato de que em principio teria o causiacuted ico du pla via

para o recebim en to da verba - mediante accedilatildeo proacutepr ia

ou ped ido de retenccedilatildeo fei to nos proacuteprios autos tal como

autorizado pelo ar t 22 sect 4R da Lei n 890694 (Estatuto

da Advocacia)

Muito embora tal perplexidade possa se apresentar

em qualq uer processo jud icial - tendo em vista que o

IUllccedila amp Cidadania I Dezembro 10L 18

mencionado d ispositivo legal natildeo alcanccedila por oacutebvio

apcn a~ os advogados ded icados a feitos trabalhistas

- o desate da controveacutersia ~e mostra particularmente

problemaacutetico quando se trata de causas trabalhistas e

sobretudo quando envol vem advogados vinculados a sindicatos

que como se sabe a condenaccedilatildeo ao pagamento de

honoraacuterios sucumbenciais no processo do trabalho tem

contornos proacuteprios e somente eacute cabiacutevel excepcionalmente

nos le rmos do que dispotildeem a OJ 305 da SDI-I e a Suacutemula

n21 9TST

OJ 305 SOl-I

HONORAacuteRIOS A DVOCATICIOS REQUrsrros

JUSTICcedilA DO T RABALHO (DJ 1112003) Na Justiccedila

do Trabalho o dererimento de honoraacuterios advocat iacutecios

sUieita-se agrave constataccedilatildeo da ocorrecircncia concom ita nte de do is

requisitos o benefiacutec io da juticcedila gratui ta e a assistecircncia po r

sindicato

Suacutemula 219TST

HONORAacuteRlOS ADVOCAT1CI HI POTESE DE

BIMENTO (nova redaccedilatildeo do item II e insendo o item

III agrave redaccedilatildeo) - Res J7420 11 DETT divulgado em 27 30 e

3152011

I - Na Justiccedila do Trabal ho ltl w ndenltlccedilacirco ao pagamento de

honoraacuterio~ advocaticios nunca superiores a 15 (quinze por

cento) natildeo decorre pura e ~il1lplesmente da sucumbecircncia

delendo a park estar assistida por sindicato da categoria

pro fi ss ional e comprovar a percepccedilatildeo de salaacuterio inferior

ao dobro do salaacuterio miacutenimo ou encontrar-se em situaccedilatildeo

econocircmi ca q ue natildeo lhe pem1ita deman dar sem prejuiacutezo do

proacuteprio sustento ou el a respectiva famiacutelia (ex-Suacutemula nV 2 19

- Res 141985 DJ 269 1985)

II - Eacute cab ivel a condenaccedilatildeo ao pagamento de honoraacuterios

advocatiacutecins em accedilatildeo rescisoacuteria 110 processo trahalhista

j II - Satildeo elevido~ os honoraacuterios advocatiacutecios Ilas causas em

que o ente si nd ical flgure como substi tuto processual ~ nas

lide que natildeo derivem da rdaccedilatildeo de empngo

Com efe ito as dema ndas J e advogados vin culados

a sindicatos objetivando o recebimento de honoraacuterios

con tratuais a serem pagos pelos trabalhadores por

vezes satildeo deduzidas exatamente nas especia is hipoacuteteses

em que tambeacutem eacute cabiacutevel a condenaccedilatildeo ao pagamento

dos honoraacuterios de sucu mbecircncia circunstacircncia que em

princiacutepio causa est ranheza

A par da mencionada conjec tura e se natildeo fosse bastante

que o serviccedilo prestado pelos causiacutedicos consubstancia

rel accedilatildeo de trahal ho lato sensu os mencionados plei tos

osten tam pa rticularidades importantes que reforccedilam a

conclusatildeo Je ser competente a Justiccedila do Trabalho para

aprec iaacute -los

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Os pedidos d e recebimento de honoraacuterios o r ig inam shy

gte d e contratos de prestaccedilatildeo de serviccedilos que foram

real izados em accedilatildeo que trami to u na Jus t iccedila do Traba lho

cuja causa d t ped ir apoiava-1gte em relaccedilotildees juriacutedicas

estabelecidas en t re os substituidos e os pat rotildees logo

um a relaccedilatildeQ de t rabalho

Por outro lado ~u bj azem agrave controveacutersia questotildees

sindicais a ser resolvidas antes de fran quear aos advogados

o direito aos honoraacuterills contratuais

ar t 514 aliacutenea b da CLT por exemplo alirma que

Art 514 ltaacutell deveres dos Sindicatos

I ] b) manter serviccedilos de assil1ecircncia judiciaacuteria pam O~ associadus

Por outro lado a Lei n 5584170 q ue dispotildee em

cssecircncia sobre normas de Direito Processual do Traba lho

e disciplina a prestaccedilatildeo de assistecircnda judiciaacuteria no acircm bito

da Justiccedila do Trabalho no scu art 14 aduz ser do sindicato

o encargo de prestar a assistecircncia judiciaacuteria a que faz alusatildeo

a Lei n 106050

Ar t 14 Na Justiccedila do Trabalho a assi~tiacutencia judiciaacuteria a

que se refere a Lei I 1060 lk 5 de fevereiro de 1950 ~eraacute

prestada pelo Sindicato da categoria profiss ional a que

pertencer o trabalhador

sect 1 A assistecircncia eacute devida a todo aquecircle que perceber

salaacuterio igual ou inferior 30 dobro do miacutenimo legal ficando

lSsegurado igual beneficio ao trabalhador de maior salaacuterio

uma vez pnwado que sua situaccedilatildeo econoacutemica natildeo lhe

permite demandar sem prejuiacutezo do ~usten to proacuteprio ou da

fam iacutelia

sect 2 A sihmccedilatildeo econocircmica do trabalhador sem comproada

em atestluo fornecido pela autoridade local do Ministeacuterio do

frabalbu e Prevjdencia Social mediante diligcncia sumaacuteria

que natildeo poderaacute exceder de 48 (quarenta e llitn) hOra

Por sua vez a Lei n 106050 como se sabe refere-se

expressamente agrave assistecircncia judiciaacuteria a qua l compreende

aleacutem do pnlprio patrociacutenio (art 5deg sect 3 e sect 5 l ) as despesa

com honoraacuterios de advogado e peri tos (art 3 inciso V )

Com efeito para o desate da controveacutersia devcshy

t averiguar se o pedido de cobranccedila de honor aacuterios

contratuais pelos advogados do sindicato eacute compativel com

a sistemaacutetica adotoacutelda na Justiccedila do Trabalho relat ivamen te

agrave condenaccedilatildeo em honoraacuterios advocatiacutecios bem como se eacute con~entacircneo com a forma pela qual os sindicatos devem

repre~entar o trabalhador em juiacutezo

Ou scia saber se eacute liacutecita a cobranccedila peJos advogados

do ~indicato de honoraacuterios advocaticios e m Jesfavor d o

trabalhador significa investigar os p roacutep rios con tornos da

atividade de representaccedilatildeo si nd ical isto eacute o modo pelo

qual os ~indicatos devem representar os sindicalizados

judicialmente se gratuita ou onerosamente

Porta n to a nosso ju iacutezo e da competecircncia da Justiccedila

do Trabal ho - porqultU1to envolve relaccedilatildeo de trabalho lato sellS c d ireito sindica l - jul gar se eacute cab iacutevel a cobranccedila de

honoraacuterios contratuais dos trabalhadores patrocinados

por sindicatos em accedilotildees trabalhistas p ri nci palm en te na

especial hipoacutetese de haver co ndenaccedilatildeo a honoraacuterios de

sucumbecircncia na Justica d o Trabal ho

As aljotildees indenizatoacuterias ajuizadas por empregado em face do empregador objetivando o ressarcimento do valor gasto a tiacutetulo de honoraacuterios contratuais (ara a propositura de reclamatoacuteria trabalhista julgada procedente

O segundo tema a que nos p ropusemos exam inar

trata de situaccedilatildeo mais corrique ira c que ami uacutede vem se

avoluman do tan to no acircm bito da Just iccedila Comu m q uanto

no da Jus ticcedila do Trabalh o Satildeo accedilotildees p ropostas p or exshy

lmpregados em face de ex-empregadores com vistas ao

ressarcimento das perdas c danos que os au tores alega m ter

experime n tado com a cont rataccedilatildeo de advogado particular

em razatildeo de descum primcn to de normas t rabal h istas pelo

ex-emp regador pelo q ue os empregados fo ram o brigados

a aju i7ar accedilatildeo reclamatoacuteria trabalh ista na qu al se sagraram

vitoriosos

ia de regra sustenta-se q ue o descumprimento

de normas trabalhistas pelo em pregador acarreta ao

cmpregad o perdas e danos Jlas qu ais devem se inser ir O

honoraacuterio~ contratuais de advogado nos termos do que

preceituam os arts 389 395 e 404 todos do Coacutedigo Civi l

de 2002

rl 389 Natildeo cumprida a obrIgaccedilatildeo responde o devedor por

perdas c dano~ mais juros e at ual izaccedilaacuteo monetaacuteria segundo

iacutend ices oficiais regularmente c~tabdec l dos e honoraacuterios de

advogado

Art 395 Re~pondc o devedor pelo preju iacutezos a que sua mora

der call sa mai~ juros atllul izaccedilio dos valores monetaacuterios

egundo iacutenuices l)fic iais regularmente estabelecidos e

honoraacuterios de advogado

Art 404 As perdas e danos nas obr iga~~otildees de pagamento em

di nheiro eragraveo paga~ com atualizaccedilatildeo monetaacuter ia segundo

lnd icc~ oficiais regularmen te estabelecidos ahrangendo

juros custas e honoraacuterios de advogado sem preiuiacutew la

pc na convenc ional

ssa con troveacuters ia em mais de uma oport un idade foi

apreciada pelo meacuter ito no Super ior Tribunal de Justiccedila

tendo as Turmas de Direito Privado chegado a conclusotildees

opostas acerca da procedecircncia d e ped id os dessa natu reza

Na Q uarta Turm a por exem plo seguiu- se em siacuten tese

a tese capitaneada pelo Mi nistro A ld ir Passarinho Junior

segundo a q ual o gasto com advogado da parte vencedora

em accedilatildeo trabalh ista nagraveo ind uz p or s i soacute a existecircncia de

iliacutecito gerador de da nos materiai~ e morais por p arte

Justiccedila amp Cidad3n1 I DCcmbro 20 t2 20

Ministro do STJ Lu is Fe lipe Salomatildeo

do empregador ven cido na demanda labora l ( RE~p n

l027897MG reI Ministro Ald ir Passarinho Jun ior

e REsp n 9 15882MG reI M in istro Honildo Amaral

de Mello Castro ambos da Quarta Tmm a j ulgado~

respectivamente em J6 J 02008 e 4220 10)

A Terceira Turma po r sua vez sufragou entendimento

diverso no sentido de que o~ ho noraacute rios con lencionajs

integram o va lor dev ido a tiacutetulo de pe rdas e danos

nos termos dos a rts 389 395 e 404 do CC02 [ 1O

pagamento dos honoraacuterios ex traj udiciais como pa rcela

integran te das perdas e danos tambeacutem eacute devido pelo

inad implemento de obrigaccedilotildees traba lhistas diant e

da incidecircncia dos princiacutepios do acesso agrave justi ccedila e da

re st ituiccedilatildeo integral dos danos e dos ar ts 389 395 e 404

do CC02 que podem se r aplicados subs id ia riamente

DO acircmbito dos cont ratos t rabal h is tas nos termos do art

8 paraacutegrafo uacute n ico da CLT (REsp J027797MG ReI

Mi nistra NANCY ANDRI GHI T ERCEIRA TURMA

julgado em J722011 DJe 23220 11 )

A par d OIgt dois m encionados posicionamentogt que

enfrentaram o meacuterito da questatildeo controvertida a posiccedilatildeo

atua l do ST) eacute a de que ltI justiccedila Comum natildeo eacute competente

para apreciar esse lipo de litiacutegio sendo a Justiccedila do Trabalho

o jUlZO natural para causas com os men cionados contornos l~

201 1 11c7cl11bm I rU II ~1 amp Cidada n ia

Deveras cuidando-se de accedilatildeo indenizatoacuteria por danos

mater iais decorrentes do descu mprimento do contralo

de trabalho cuja causa d e pedir remota eacute a relaccedilatildeo de

trabalho a situaccedilatildeo subsume-se ao que d ispotildee o art I J4 inciso V l da Const itu iccedilatildeo Federal

Art 114 C)m pcte agrave Jusliccedila do Trabalho processar c julgar

[ J

1 as accediloes de indeniLaccedilatildeo por dano moral ou patrimclOial

dccllrrenles da relaccedilatildeo dI I rabalho

A controveacutersia cinge-se a saber se o descumprimento

de normas traba lh istas - descumprimento reconhecido

pela Jus ticcedila do Trabalho com a procedecircncia do plei to

na reclamatoacuteria - eacute tambeacutem capaz de gerar o dever de

inden iza r o trabalhador pelos valores despend idos com a

contrataccedilatildeo de advogado

Por esse acircng ul u o dano patrimonial alegado decor

mesmo da proacutepria relaccediliio de trabalho assim tambeacutem se

fosse alegado algum dano mora l que tivesse como pano de

fu ndo () viacutencuJo laboral

Repi ta-se o que se afirmou nout ro passo tal como jaacute vi n ha sendo apregoad0 pelo STF mesmo antes da EC 4504 a flxaccedilatildeo da com petecircncia da justiccedila do Trabalho natildeo

depende da norma juriacuted ica a ser aplicada para a soluccedilatildeo

do caso concreto se de natu reza civil ou trabalhista

mas somente da origem da situaccedilatildeo li tigiosa Em sendo

decorren te de relaccedilatildeo trabalhista seraacute a justiccedila do Trabalh

a competente para d iri mi r o conflito de interesses l

o paradigmaacutetico CC 7204MG relator Min istro

Carlos Brit to ju lgado em 2962005 median te o qual se

reconhece u a competecircncia da Justiccedila do Trabalho para

o julgament o de accedilatildeo de danos mora is e pat rimoniais

decorrentes de acidente de trabalho o STF reconheceu que

~empre foi da competecircncia da Justi ccedila O breira con hecer de

mateacuterias com esse cari7 tendo a EC n 452004 apenas

explicitado esse entend imen to co m a h na lidade de afastar

a equivocada conclusatildeo antes apregoada pdos Tribunais

esse sentido se manifestou o relator Min istro Ca rlos

Britto

Nesse r umo de id eacute ias rcnow-~e a propos iccedilatildeo dt que

a nova red accedilatildeo do art 1] ] da Lex MelXimn soacute veio

acl arar explel ivamente a in tcrprelaccedilatildeo alJ ui perfi lh ada

Poi s a Ju sti ccedila do Trabalho que ia era cumpelenle para

concilia r e julga r os d iss iacutedios individulis e coltti vo

ent re t raba lhadore~ l e l11 pr(gtgadorc~ 1 leacutem de oulra

onl roveacuters i a~ deco r rentes da relaccedilatildeo traba lh isla agQra

eacute con firm ativa men le competen te para processar c ju lga r

a3 accedilocirces de indeni7 accedilatildeo por dano moral ou palrimon ial

decorrentes da relaccedilatildeo de I raba lho

Tambeacutem se mostraram profiacutecuas as ponderaccedilocirce

rea lizadas no voto profe rido pelo Mi ni stro Cezar Pe]uso

2 1

Com efeito a accedilatildeo de

indenizaccedilatildeo ajuizada pelo

trabalhador em face do exshy

empregador com vistas ao

ressarcimento dos honoraacuterios

advocatiacutecios contratuais

despendidos em reclamatoacuteria

trabalhista outrora manejada

deve ser apreciada pela

Justiccedila do Trabalho porquanto

decorrente da relaccedilatildeo de

trabalho (art 114 inciso VI CF)

quanto agrave amplitude da competencia da Just iccedila do

Trabalho para dirimir questotildees relativas a todos os danos

materiais e morais decorrentes da relaccedilatildeo laboral dos

quais os gerados por aciden te do trahalho satildeo apena~ um

exemplo

L portanto dent ro desse quld ro que haacute de interpretarmiddot

1 J Emcmla n 45 quundo exp licitando 110 inc I dn

art 114 o caraacute ter gera l da compctencia da Justiccedila do

Trahalho nela indu iu tndagt d ~ accedilotildees or ill ndas da relaccedilatildeo

de IraoOllho

Imiddotmiddotmiddot] Esa interpretaccedilagraveo acomoda am bils as clausulas const ishy

luLionOlh rcvorenciJ ltl especializaccedilatildeo e a funcionalidade

da Justiccedila do lrabalho d ivia a Imticcedila e~tadu a l e sustentamiddot

se na Illces~iIacuter i a unidade tlt conv icccedilatildeo sem esvazia r o

dispo~to no inc VI onde apenas se divisa I posit ivaccedilatildeo

mediante relevo ucst inado a ~ lJp erar todas as duacutevidas da

jurbprudeacutencia desta Cua que sob a redaccedilatildeo original do

ar t 114 capul entendia - n mcu ver com indi~c lltivel

~erto - yuc para efeito dessa competecircncia dislr ibuiacuteda

com apoio em vacircrios princiacutepios enlre os qua is deg da

unidJue ue cOllvicccedilatildeo era e eacute irrelevante 1 provi ncia

taxonocircmIacutelta da~ normagt apli caacuteveis ao caso se direito

trabalhi sta ou civ il e pois tambem a nature7a mesma da

rc~rnllsahi lidad e se negllcialllu aqu iliana

Fssa conjugaccedilatildeo condul portanto a meu ver ao segui nte

resultado praacuteliw satildeo agorn da competecircncia exclusiva

n

da Justi ccedila do Trabalho todas as accedilotildees oriundas da relaccedilatildeo

de trabalho sern exceccedilatildeo alguma trata-se de accedilotildees

acidenlaacuterias tiacutepicas ou de indenizaccedilatildeo de outra espeacuteck e

de outro tiacutetu lo

A con sagraccedilatildeo defin iti va desse entendimento veio

com a Suacutem ula Vinculante n 22 que apenas explicita

o aciden te do trabalho na perspectiva de dar ecircnfase agrave si tuaccedilatildeo ma is conlrovertida mas que sua principiologia

abarca cerlamente to dos os danos morais e materiais

d ecorrentegt d a relaccedilatildeo de trabalho ex vi do art 11 4 VI

F88

Om efcito a accedilatildeo d e indenizaccedilatildeo aj ui7ada pelo

trabalhador em face do ex-empregador com vistas ao

ressa rcimento dos honoraacuterios advocatiacutecios contratlmis

despendidos em reclamatoacuteria tra balhis ta ou trora

manejada deve ser apreciad a pela Justiccedila do Trabalho

p orquanto decorren te da relaccedilatildeo de trabalho (art 114

inciso VI CF)

E de fato a Justiccedila do Trabalho vem mesmo apreciando

dem and as com esses contornos como demo nstram o

seguintes precedentes do Tribunal Supe rior do Trabalho

RR - 11 3-5520 115240072 Relator Ministro Alberto

Lui l Bresc ian i d e Jontan Pereira Data de Julgamento

11142012 3 Turma Data de Pu blicaccedilatildeo 13420 12

RR - 1184-2320 105030069 Relator M in is tro Ive

Gand ra Martins f il hu Data de Julgamento 98201 1

7 Turma Data de Publicaccedilatildeo 12182011 RR 45740shy

092009503 U1 14 Relatora Ministra Maria Cristina

Irigo)en Peduzzi Data de Julgamento 151 22010 8

Tu rma Da ta de Publicaccedilatildeo 171 2 2010 RR - 80000shy

192009502 0057 Relator Mi ni stro Joseacute Rober to

Frei rI Pi menta Da ta de Ju lga me nto 732012 2

Tu rma Dala de Publicaccedilatildeo J63201 2 RR J 86400shy

9120075090652 Relator Mi nistro Pedro Paulo Manus

Data de Ju lgam ento 822012 7 Turma Data de

Publicaccedilatildeo 24220 12

Deveras mostra-se d e todo conveniente q ue a Jus ticcedila

do I rabalho decida com base na sua especiali zaccedilatilde

consti tucionalmente conferida a questatildeo relativa ao

cabimento d o ressarcimenlo de honoraacuteri os advocatiacutecio

o ntra tu ais recl amados pelo ex-e mp regado em face do exmiddot

empregado r sobret udo para saber se o pleito eacute compatiacutevel

com as regras pec u li ares de sucumbecircncia aplicaacuteveis

ao processo do traba lho regras essas consolidadas na

O ri entaccedilatildeo Jurisprudencial n 305 da SDl middot [ e na Suacutem ula

n 21 9 ambas do Tribunal Superior do Trabalho

Aderna i o reconhecimen to da competecircncia da

Jus ticcedila Comum para julga r as causas desse jaez gerari a

u m enorme d esajuste no sistema porquan to para cada

accedilatildeo tramitando na Justiccedila do Tra balho haveri a mais

uma a tram itar na Jus ticcedila Comum

Tuticcedila amp CiLlldlIIlJ I Dtlltmbru 211t

Po r outro lado no acircmbito da Justiccedila Especiali zada

o pedid o de indenizaccedilatildeo pod e scr (eito na proacutepria

reclama toacuteria traba lh is ta natildeo onerando em nada aquele

eg men to do Judi ciaacuterio

Condusatildeo Um grave problema de teacutecll ica de in terpretaccedilatildeo

juriacutedica eacute ce rtamente observar a nova norma por

uma lente u lt rapassada sobretudo quando a chave

hermenecircuti ca de le itura proacutepr ia do sistema sup erado foi

expressamen te repud iada pelo novel sistema

O misoneismo hermenecirculico co n figu ra verd adeira

deslealdade com o proacuteprio sistema de t riparl iccedila0 de

poderes lima vez que em obseacutequio de valores antigos

simplesmente se descol1sidera o novo va lOr consagrado

pelo legislador

Em uacutelt ima an aacuteuumlse a aversatildeo ao novo tem a virtna lidade

de tom ar inoacutecuos toda virada juriacutedica c avanccedilo ltgal levados a efeit o pelos aparelhos legiferantes do Estado

Fel izmente parece- nos que os Tribunais Superiorc

tecircm de um modo geral comp reendido o alcance da EC

4504 no que co ncerne agrave compctecircncia material da Justiccedila

do Tra balho

O entendimc nto acolhido no julgamento do REsp n

1087) 53MG e a aper tada volaccedilatildeo do CC n 112748

PE apreciados ambos pela Scgunda Seccedilatildeo do Superior

Tri bunal de Just iccedila revelam uma abertura - ao menos

incipiente - do Tribu nal da C idadania para 05 novo

ventos trazidos pela Reforma de 2004 sem apego ao que

passou mas com os olhos aten tos agraves relevantes alteraccedilotildec

legislati v3s sem as quais () Direito nagraveo conseguiria

ombrear 5 galopa lltes transformaccedilotildees sociais bull ___

Nota

rl II -I Compett a luli l 1 I rJo lhn conCll iJr e iul gar~ J ilio IllllJlilull ~ Ullet ivos enl n 1llhJlhJdllre l cnlprq~Jos 1 1 ASCl I ENTO nlJuri M Ieacutedrtl (lrs(I I rdltl pro tlol d 1111111 bull ~ 1 t atildell 1111 ~rllllllll-- r 21

raquo~e tlIlido rrlwem n aluais in I L I X d MI I l ~ ~r 111 Cumplll lti luslI d Trahal ho rroesar ~ jull(I I JIrS oriunJ s da rmiddot Ialt ele ImhI II JhrJngldw lI1Il Je direlll puhlicn ~)tcnH e doi admin lslraccedillll publi(~ direll indlllt l d1 [I rl1 a d htJJ d I1l~tntltl fdcra l c dm middot1UnI(IacutePI 1middot 1 nutras laquogtn lrowrslil drrcnles 11 rehlU de trlhtI 1middotmiddot1middot bl~ Itvrll e fo tor tiJ du inlcll ele Ul1l1 revulu L~t ruturJ- 1 rilrtir 11nov IIld~1ll oollti tuciOIlJI Ullla nOI 11111bull om ai nhulccedili rlshyginal e L1l1 notoacuteria Jl1lpliatildeu de ua Illr~l en(O de acordo 10m 11 novel Int 1u1 J ~ 11 tm PIIIIII Pc pll1ltl I ll1rtecircncia da lutip d Jrlhalh clttemleu-sc do julgalllellto d Illk~ dcCtrrlntl d lIlral lk ~mprclt1l rara J ktl de lod J~ que eleriHm Jd rdccediltlc I lrahalhll Camlnh-l-~t li ) l imi l hla ~~ f1cciccedil )0 1nlrJ)~~lIntt jt- fl ern IM ouse du aprotil lul1cnltl ue sua vUltlao od1 r de- MM aplhdildt (nrrcr()nJen t t~ ~ontlrJ

dos 1I1io sncilS llual4uer litigin 4u dcccedilorrn dI trJhdlwlllIIIIlIlImiddotm Igurd u~ Iuccedilatildeo ubmctld Ii ~tl(IJ1O eI~c ramu lI IlIdl(i~ri pnoml1 vldo enfim de luti 1 d crnlrlgmiddot a JUI lIa Jo I rlhal lw (IVol( trlmlctlTI(l1I d 1Iliral tIlI fhlllm lt (gt PJtlu ITrc 20()~)

Jl 1 A7Ftlnatildell (rel e iltccedillcs dI tollllho lOlllllItIIL111 ulr jl ti IlIslilt ri 1111011 111 I )irdll1 ~ mIe d t rlhllho UI1 trJnluacuterml1o1w Gal1dm da Siln lertin tlrgl kl li I Rio de 1 IO~iru l l l ~r 10lli 11 131 I ~6

I bsa nlva J CI~Jo da ltllll orglniaatilde dlllrthalhu humunp bem tplanada por lljrccedillO luacuteli Vinll1 H W (omll I(tmbullbull0 tlhrtuacute c dn middot cn l rl prg1niacute7i1l1do middot -l tnl rcJC IJ fJ I~S() Llrt kuJ ~c nio bull LlHl1 I UI r mlnnrc~ ~ hirlmiddotnnIIJ~rnl Ina 1HHblln com -n1f1nsas til lOrJlil~ l Ptllu 01

ulidn3S de fundu Je Iluintal ( um frl1~nlIJ ul llII clt ~tnrrcgJdl i nllrm~ (lU cmlrqldC)lt Jlh iU h uc w rllt e It d tralho I rl o Ia () nflmrno mai nrljlIlal 1lt1111 na wia t - t im a ul ilioacutelJegt crclcnle de Ir halhudlTl wloacute llnm natildeo 1Ios lU llmoeacutem rli Dl flo 1

istml ~Ill aprrndltnJu ~ eminInJ4InHgt ex lir mJi valia rm Inbcln uando clIda ~J ml Irlh111lt1 UI artesatildeo lu 1ngthsI111111 liheral du pc ri oU dIgt tt5IJnn 11 des trJhalhHjll~ 11 rc cXlluram e livremen le rar 13Ul1hH li lIllrllo ( 1 sA ~IJri TuacuteH Udllltrlt d lrollulll bullbull lomp~lki 5JiICcedil I 11~II1L rilaacuteigt 111 i(I1 mpdtni d1 JUII 1 cin TrlhJlho Lnja lb hrnand Cou l 111110 (Cllllrd ) lt Paul I rrlllO~ [ rld

Op 1 p 25

[wruacuteitlJ cuniirIII1 pllar I 1larclu Juacute lio 113 J~Crca 1 illlpnrtinli da lhtilulccedilatildelprlluu11 IIperadl r Intcmerll dos S1ndiLll snbnmiddottudo em um conle tll eI ~ lfi wbiltdatlc Ju clllpregu (V IANA hlrcio uh A 11111 0 (tmlprlmlll dlllIgttlCcedilIl ImbIIO li lrlttl1 rclinllrIltIIldshyml ill Relila I Tnhunal Su periro TrJha lhono ~ I n I lan bull bnl ele 2011 p Ih I)

VI NA lvhirclll middotIuliu (11 dI p Ih CASmiddotI IH I nt0I110 Fukguy fJlllldll middotJ5 Iltrrtnccediltil Iu lOInlltlIIC11I tIl Illlttrria ltjllli11I1 iltil C shyballO in lu ticcedilJ do 1[hIIIII rll 23 n 273 l1lhn I 2006

li Cllntiram a lil uJr I J e c mpl ( C 155IiMII Rei 11 ~AII() f)( IIUIIRI n l) Tf LXHR ~H t IN fH SiltAo lul~d em I 111311J CC 300-IIPR ReI Mimlw iNTOcircl JO 1gt1 PA[JA RlULlRo ltFGUNI1A ~HLltttlgJJ m OHill2tHHI J11 0I~ 2l10ll CC 3gt5 17M Rd 1rnbtru

A RI IA RltJ ENDU R ~ECUs I IA ltllAtildell )ulgJd ~1lI 23 1012002 I I Il11112002~ u l uacute36l1~ 1 Rd llin islrcl (ASTR() 1I1 Hl I -rb l o) ~(A( )ulgado m 1~ltJll2llll~ 011lO004

rl 22 A rrcstlccedilatildeo de sen iccedilu proliionJI Jcguril 1lt illslnh 11 llAH o dil 11 hnnnrMim wnvcnclllnadm lO fixad rr adrlrm~ntl

juelicial e 11gt ele mul11hecircncia I 1 (gt lt1 Se n aellllfad fIzer junlll r In au tos (gt eu Cllltrato de hlltlllriri illll~ dI expedir rnuumlnJaJ de 1allllmcnlo ou precatoacutenu I )U17 deve determinar qUecirc lhe sejJm pago ellrcllllllecircntc 1lIr dcdIJccedil ti qunti l cr ~cebida relo ol1s litulnlt ali ~t elc pmlIr Iu~

iiacute (h pagu

c Rhl 11 I()I-J gt111( ltcgulIda gtlt11 relator ~lmitro luis Icltpl Sdlulllatildell ju lgaJ _111 OQ tl521112 111 de 2~tlh~012

Ikl to t qUI nl1 mUito de luridccedililll n h5Y1) rdlur l li nll lIl ~epircLl Pcrl nc n I F lIfrgou ltntmlam~lllo cgulldu 1IIJl j tctrml middot naccedilatildeo LI (ompc llllda ela lultti1 tI middot1 r1halh natildel 1111 [Ilrl 01 qu~ dermiddotn a Iuccedilao da hde de quesllies de Jjrcihl civil mlt ~ I m n ld lU I IrnrnJ

Lle Cllll lrltla r UI) alegado Ilnteud c lundamtnlo do pedido lenha itlo f~ila 111 rallnil rclaccedilatildell de emprego mlnndn se no conlrato de Iraballllt

20 11 DCltmhw I IIIIiccedil 8lt ( idadJr1M 23

Tal como jaacute vinha sendo apregoado pelo STF mesmo antes da EC

4504 a fixaccedilatildeo da competecircncia da Justiccedila do Trabalho natildeo depende

da norma juriacutedica a ser aplicada para a soluccedilatildeo do caso concreto se

de natureza civil ou trabalhista mas somente da origem da situaccedilatildeo

litigiosa Em sendo decorrente de relaccedilatildeo trabalhista seraacute a Justiccedila do

Trabalho a competente para dirimir o conflito de interesses

Os fUlldamentos juriacutedicos estatildeo amparados sobretudo

no processo k gislativo do qual originou a Refo rma do

PodeI Jud iciaacuterio encampada em 20uuml4

F iuacute lll pa tente que o propoacutesito expresso do legislador foi

afas tar o criteacuterio da relaccedilatildeo de emprego pltUa a defl niccedilatildeo

da competecircncia da Justiccedila Especiali zl(ja alterando o foco

para a relaccedilatildeo de t rabalho em sentido amploS

Os fundamen tos socioloacutegicos e econocircmicos satildeo

tambeacutem expressivos

Ecirc sabido que a nova ordem econocircmica calccedilada no capishy

talismo globalizan te promoveu profundas transformaccedilotildees no

seio da sociedade

Transforma ram -se as fo rmas de prod uccedilatildeo de riquezas

com a consequentc m utaccedilatildeo da organi raccedilatildeo do trabalho

humano antes timbrada pelo paradigma do tradicional

contrato de em prego cuja hegemonia nas relaccedilotildees

traba lh istas fo i construiacuteda desde a Revoluccedilatildeo Ind ustrial

Atualmente as formas pelas quais se compra e

vende o t rabalho hu ma no diversi fi cam- se e ultrapassam

os muros das faacutebricas e os lindes da singela subordinaccedilatildeo

juriacutedica e dependecircncia econocircmica - en tatildeo existen tes entre

patratildeo e empregado

Cresce a cada dia a oferta de forccedila de trabalho por

profissionais a ma is de u ma fu nte d e produccedilatildeo de riquezas

sem viacutenculos empregatiacutecios e bem distante do nuacutecleo

tradicionalmente ocupado pela empresa situaccedilotildees nas

quais nem de longe se vislumbra o t raccedilo marcante da

subordinaccedilatildeo ju riacutedica e dependecircncia econocircmica existentes

no tl pico con trato de emprego

atildeo menos evidente eacute a p restaccedilatildeo de serviccedilo pela

via da informalidade de modo tcrce iri zado ou median te

cooperati va~ por profissionais autocircnomos que se

encontram excluiacutedos do mercado formal de emprego

em grallde medida pela proacutepria expansatildeo tecnoloacutegica e

reduccedilatildeo progressiva dos postos de trabalho

Vale cU zer por essa oacutetica o alargamento da competecircncia

da Justi ccedila do Trabalho acompanha a proacutepria reestruturaccedilatildeo

do trabalho humano na sociedade contemporacircma na

estei ra da constataccedilatildeo de que a geraccedilatildeo de rique7as natildeo mais

se alcanccedila de forma hegemocircnica tampouco exclusiva por

intermeacutedio de tiacutepico contrato de emprego

Deve-se entender portanto que a nova competecircncia da

Just iccedila do Trabalho centra-se em relaccedilatildeo de trabaDlo lato sensu - gecircnero de que eacute espeacutecie a relaccedilatildeo de emprego - e o delineashy

mento conceitual daquela (relaccedilatildeo de trabalho) prende-se ao

sistema que a doutrina tem chamado contrato de atividade

Na defi niccedilatildeo de Amauri Mascaro Nascimento relaccedilatildeo

de trabalho compreende o universo de relaccedilotildees juriacutedicas

ou contratos de atividade nos quais o objeto preponderan te

do viacute nculo juriacutedico eacute a atividade mesma da pessoa que

presta serviccedilos para outra parl uma emprCSl ou para uma

pessoa fiacutesica portanto gecircnero

A competecircncia material da Justiccedila do Trabalho sob anaacutelise do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiccedila

uperior Tribunal de Justiccedila vinha oscilando no

que concerne agrave deli mitaccedilatildeo da competecircncia da Justiccedila do

Trabalho no exerciacutecio de seu mister previsto na aliacutenea d n

do in ciso I do art 105 da Carta da Repuacuteblica

A Suacutemula n 366 por exemplo foi cancelada em menos

de um ano de existecircncia

I lt~tiJ amp Culdal1la I Ue7Cmbm 1012 16

o Verbete contava com a seguinte redaccedilatildeo

ompete agrave Ju s iccedila estadual processar e julgar accedilatildeo

indenizatoacuteria proposta por viuacuteva e filhos de empregado

falecid o em acidente de trabalho

Editada depois da EC n 45 2004 e apoacutes o STF

decid ir que competia agrave Justiccedila do Trabalho julgar as accedilotildees

indeni zatoacuterias acidentaacuterias (CC n 7204MG reI Ministro

arlos Britto) a mencionada Suacutemula n 366 pretendia

nitidam ente fazer distinccedilatildeo acerca da competecircncia

quando o postulante da indenizaccedilatildeo natildeo era o empregado

mas seus herdeiros por fundam entos alicerccedilados

seguramente no paradigma superado pela Reforma

Em contrapartida vem o ST inteacuterprete maior da

Constituiccedilatildeo Federal a afirmar que eacute irrelevante para a

definiccedilatildeo da competecircncia o fato de os sucessores e natildeo

o empregado ajuizarem accedilatildeo de inden izaccedilatildeo por danos

morais e patrimoniai~ decorrentes de acidente de trabalho

(AI 667 11 9 AgR ReJator(a) M in Caacutermen Luacutecia Primeira

Turma julgado em 265 2009)

Relembre- se tambeacutem a superada jurisprudecircncia

do ST) no que concerne agrave competecircncia para Julgar

accedilotildees de interdito proibitoacuterio ajuizadas por instituiccedilotildees

fin anceiras em fa ce de sindicatos de trabalhadores contra

os conhecidos piquetes em portas de agecircncias bancaacuterias

por ocasiatildeo de movimentos paredistas

Entendia-se que por se tratar de questatildeo possessoacuteria

competia agrave Ju sticcedila Comum conhecer do litiacutegio (entre

muitos confiram-se CC 11815SC ReI Ministro Barros

Monteiro Segunda Seccedilatildeo julgado em 8211995 CC

92507 RJ ReI Ministro Fernando Gonccedilalves Segunda

Seccedilatildeo julgado em 26312008)

Em breviacutess imo tempo veio o STF a decotar o

mencionado entendimento franqueando agrave Justiccedila do

Trabalho uma vez mais a competecircncia para conhecer

desse tipo de controveacutersia (eg RE n 579648 relator

Ministro Carlos Alberto Menezes Direito relator para o

acoacuterdatildeo Ministra Caacutermen Luacutecia Tribunal Pleno julgado

em 1092008)

Na verdade 110 acircmbito do Supremo Tribunal Federal

m esmo antes da promulgaccedilatildeo da EC n 452004 haacute muito

se consolidara o entendimento segundo o qual a fixaccedilatildeo

da competecircncia da Justiccedila do Trabalho natildeo dependia

da norma juriacutedica a ser aplicada ao caso concreto se de

natureza civil ou trabalhista mas somente da origem

da situaccedilatildeo litigiosa Em sendo decorrente de relaccedilatildeo

trabalhista seraacute a Justiccedila do Trabalho a competente para

dirimir o conflito de interesses

Rememore-se por exemplo o Confli to de Jurisdiccedilatildeo

11 6959ID F relator M iniitro Sepuacute lveda Pertence julgado

em ll1 ltli() Je 1990 Na oportunidade o STF sufragou

entcnd imen to segundo o qual agrave determinaccedilatildeo da

competecircncia da Justiccedila do Trahalho natildeo importa que

dependa a soluccedilatildeo da lide de q uestotildees de direito civi l mas sim no caso que a promessa de conlratar cujo alegado

conteuacutedo eacute fu ndamento do pedido lenha sido feita em

razatildeo da rel accedilatildeo de emprego inserindo-se no cont ra tO

de trabalho (C) 6959DF relator pl acoacuterdatildeo Min istro

Sepwveda Pertence iulgado em 235191J0 Tribunal Pleno )

Por essa Ji n h ltl de rac iociacuten io hancelada pelo STF e

antes que se for mule a preocupaccedilatildeo a segui r a am pliaccedilatildeo

da competecircncia da Just iccedila d o Trabal ho natildeo sign ifica

cviuentemente a ampliaccedilatildeo de d irei tos I ra balh istas como

~e li norma aplidvel ao caso fosse definida a depender da

Justiccedila competen te

atildeo se trata por exem plo dt aplicar a C LT a

profissionais l ib eral~ ou autocircnomos que naacuteo satildeo regidos

pelo histoacuterico e protcLivo Diploma Obreiro Cuida -se de

remeter a justiccedila especia lizada a lide que envolva esses

tipos de profiSSIOnais desde que haja a mencionada

relaccedilatildeo de trabalho nada obstan te deva ser a controveacutersia

solucionada agrave luz do dirti to Civil por exem plo

A Emenda Constitucional n 4504 e as questotildees sindicais Outro aspecto importan te que emergiu da EC n

452004 (oi o alargame nto da Jus ticcedila do Trabalho para

resolver q uestotildees sindicais tendo a doutrina propugnado

que em verdade as questotildees q ue envolvem w rei to

sindical devem toJas elas estar concenl radas na Just iccedila

do Trabalho seja porque dizem respeito a representaccedilatildeo

sindical (inc iso IJI a rt 11 4 C P8S) seja porque

conce rn el1l a exerciacutecio de direito de greve (inciso 11 art

11 4 CH88 ) seja porque aind a que de forma ind ireta

satildeo oriundas da relaccedilatildeo de traba lho

Os sindi catos satildeo e sempre foram valioso instrumento

de interferencia na proacutepria relaccedilatildeo de traba lho de modo

que sua atuaccedilatildeo sobretuJ o como substi tu to processual

dos trabalhadores fin ca raizes na relaccedilatildeo existente entre o

substi tuiacutedo (o trabalhador) e o patratildeo

Eacute dizer o mais relevan tes motivos da atuaccedilatildeo si nd ical

hospedam-se exatamente na relaccedilatildeo de trabalho firm ada

entre pat ratildeo e emp regado e por isso a atuaccedilatildeo da

entidade de classe deve mesmo ser analisada no cenaacuterio do

direito do lrabalho e sind ica l aplicando-se-Ihe as normas

proacutepri3s que regu lam viacutencul os juriacutedicos des~e jaez

Eacute mais que conhecido o embaraccedilo - ou ateacute mesmo a

inviabilidade - de um trabalhador ai nda em emprego

ajuizar accedilatildeo individual em tace do seu patratildeo o u mesmo

os que ainda natildeo estatildeo empregados aju izarem demandas

contra ex-empregadores ressabiados certamente das

odiosas lis tas negrali organ izad as e ar ti culadas por

algumas empresas Avulta nessas situaccedilotildees a importacircncia

da atuaccedilatildeo si nd icalH

Por essa li nha de raci ociacutenio as questotildees que envolvem

sind icatos e trabalhadores de um modo geral unem-se

direta ou indire tamente agrave relaccedilatildeo de trabalho existente

entre o subst ituiacutedo e o patratildeo de modo que se revela de

todo conve nien le que a Justiccedila do Trabalho seja mesmO o

juiacutezo universa l das questries sind ica is

o enunciado de Suacutemula n 363 do Superior Tribunal de Justiccedila

Eacute com essa cautela e essas ponderaccedilotildees que se analisa

a operacionalidade d Suacutemula n 3635TI Compete agrave

Justiccedila estadual processar e julgar a accedilatildeo de cobranccedila

ajuizad a por profi ssional liberal cont ra clientt

Embora editado em 2008 o mencionado Verbete possui

como base jurisprudencial mu itos precedentes julgado

antcs da EC 45 com susten taacuteculo normativo-consti tucional

anterior agrave nova sistemaacutetica e que se apoiavam exatamenlt

no paradigma superado sobretudo fazendo alusatildeo agrave natureza da norm a a ser ap licada no caso concreto - como a

pedra de toque para determinaccedilatildeo da competecircncia I Com efeito a nosso ju iacutezo lt1 mencionada Suacutemula deve

ser ap licada com um gratildeo de ~al a casos cuja controveacutersia

subjacente veio a se instala] poster iormente agrave EC n

52004 excluindo do aJcaJlce do Verbete aquelas questotildees

o riundas a inda que indi retamente de li ma relaccedilatildeo de

traba lho lato sensu

Eacute tle se ressal tar que natildeo se pretende desconstruir

juri~prudecircnc ia acerca da competecircn cia para causas que

envolvam profi ssionais liberais como diz a Suacutemula n

363 que a nosso juiacutezo pode e deve ser apli cada a outros

casos como naqueles em que pessoa juriacutedica pleiteia a

verba compensatoacuter ia de serviccedilos profissionais prestados

como lIm escritoacuterio de advocacia

As accedilotildees de cobranccedila de honoraacuterios advocatiacutecios contratuais manejadas por advogados vinculados a sindicatos em desfavor do trabaJhador

pleito de recebimento de honoraacuterios advocatiacutecios

contratuais foi tema recentemente enfrentado pelo

uperior Tribunal de Justiccedila no Confli to de Com petecircncia

11 112748PE re lator Ministro Raul Arauacutej o

perplexiJ ade que emerge da questagraveo reside no

fato de que em principio teria o causiacuted ico du pla via

para o recebim en to da verba - mediante accedilatildeo proacutepr ia

ou ped ido de retenccedilatildeo fei to nos proacuteprios autos tal como

autorizado pelo ar t 22 sect 4R da Lei n 890694 (Estatuto

da Advocacia)

Muito embora tal perplexidade possa se apresentar

em qualq uer processo jud icial - tendo em vista que o

IUllccedila amp Cidadania I Dezembro 10L 18

mencionado d ispositivo legal natildeo alcanccedila por oacutebvio

apcn a~ os advogados ded icados a feitos trabalhistas

- o desate da controveacutersia ~e mostra particularmente

problemaacutetico quando se trata de causas trabalhistas e

sobretudo quando envol vem advogados vinculados a sindicatos

que como se sabe a condenaccedilatildeo ao pagamento de

honoraacuterios sucumbenciais no processo do trabalho tem

contornos proacuteprios e somente eacute cabiacutevel excepcionalmente

nos le rmos do que dispotildeem a OJ 305 da SDI-I e a Suacutemula

n21 9TST

OJ 305 SOl-I

HONORAacuteRIOS A DVOCATICIOS REQUrsrros

JUSTICcedilA DO T RABALHO (DJ 1112003) Na Justiccedila

do Trabalho o dererimento de honoraacuterios advocat iacutecios

sUieita-se agrave constataccedilatildeo da ocorrecircncia concom ita nte de do is

requisitos o benefiacutec io da juticcedila gratui ta e a assistecircncia po r

sindicato

Suacutemula 219TST

HONORAacuteRlOS ADVOCAT1CI HI POTESE DE

BIMENTO (nova redaccedilatildeo do item II e insendo o item

III agrave redaccedilatildeo) - Res J7420 11 DETT divulgado em 27 30 e

3152011

I - Na Justiccedila do Trabal ho ltl w ndenltlccedilacirco ao pagamento de

honoraacuterio~ advocaticios nunca superiores a 15 (quinze por

cento) natildeo decorre pura e ~il1lplesmente da sucumbecircncia

delendo a park estar assistida por sindicato da categoria

pro fi ss ional e comprovar a percepccedilatildeo de salaacuterio inferior

ao dobro do salaacuterio miacutenimo ou encontrar-se em situaccedilatildeo

econocircmi ca q ue natildeo lhe pem1ita deman dar sem prejuiacutezo do

proacuteprio sustento ou el a respectiva famiacutelia (ex-Suacutemula nV 2 19

- Res 141985 DJ 269 1985)

II - Eacute cab ivel a condenaccedilatildeo ao pagamento de honoraacuterios

advocatiacutecins em accedilatildeo rescisoacuteria 110 processo trahalhista

j II - Satildeo elevido~ os honoraacuterios advocatiacutecios Ilas causas em

que o ente si nd ical flgure como substi tuto processual ~ nas

lide que natildeo derivem da rdaccedilatildeo de empngo

Com efe ito as dema ndas J e advogados vin culados

a sindicatos objetivando o recebimento de honoraacuterios

con tratuais a serem pagos pelos trabalhadores por

vezes satildeo deduzidas exatamente nas especia is hipoacuteteses

em que tambeacutem eacute cabiacutevel a condenaccedilatildeo ao pagamento

dos honoraacuterios de sucu mbecircncia circunstacircncia que em

princiacutepio causa est ranheza

A par da mencionada conjec tura e se natildeo fosse bastante

que o serviccedilo prestado pelos causiacutedicos consubstancia

rel accedilatildeo de trahal ho lato sensu os mencionados plei tos

osten tam pa rticularidades importantes que reforccedilam a

conclusatildeo Je ser competente a Justiccedila do Trabalho para

aprec iaacute -los

20 ] n~zrll1hro I Ju tt~J amp Cid dJnia

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Os pedidos d e recebimento de honoraacuterios o r ig inam shy

gte d e contratos de prestaccedilatildeo de serviccedilos que foram

real izados em accedilatildeo que trami to u na Jus t iccedila do Traba lho

cuja causa d t ped ir apoiava-1gte em relaccedilotildees juriacutedicas

estabelecidas en t re os substituidos e os pat rotildees logo

um a relaccedilatildeQ de t rabalho

Por outro lado ~u bj azem agrave controveacutersia questotildees

sindicais a ser resolvidas antes de fran quear aos advogados

o direito aos honoraacuterills contratuais

ar t 514 aliacutenea b da CLT por exemplo alirma que

Art 514 ltaacutell deveres dos Sindicatos

I ] b) manter serviccedilos de assil1ecircncia judiciaacuteria pam O~ associadus

Por outro lado a Lei n 5584170 q ue dispotildee em

cssecircncia sobre normas de Direito Processual do Traba lho

e disciplina a prestaccedilatildeo de assistecircnda judiciaacuteria no acircm bito

da Justiccedila do Trabalho no scu art 14 aduz ser do sindicato

o encargo de prestar a assistecircncia judiciaacuteria a que faz alusatildeo

a Lei n 106050

Ar t 14 Na Justiccedila do Trabalho a assi~tiacutencia judiciaacuteria a

que se refere a Lei I 1060 lk 5 de fevereiro de 1950 ~eraacute

prestada pelo Sindicato da categoria profiss ional a que

pertencer o trabalhador

sect 1 A assistecircncia eacute devida a todo aquecircle que perceber

salaacuterio igual ou inferior 30 dobro do miacutenimo legal ficando

lSsegurado igual beneficio ao trabalhador de maior salaacuterio

uma vez pnwado que sua situaccedilatildeo econoacutemica natildeo lhe

permite demandar sem prejuiacutezo do ~usten to proacuteprio ou da

fam iacutelia

sect 2 A sihmccedilatildeo econocircmica do trabalhador sem comproada

em atestluo fornecido pela autoridade local do Ministeacuterio do

frabalbu e Prevjdencia Social mediante diligcncia sumaacuteria

que natildeo poderaacute exceder de 48 (quarenta e llitn) hOra

Por sua vez a Lei n 106050 como se sabe refere-se

expressamente agrave assistecircncia judiciaacuteria a qua l compreende

aleacutem do pnlprio patrociacutenio (art 5deg sect 3 e sect 5 l ) as despesa

com honoraacuterios de advogado e peri tos (art 3 inciso V )

Com efeito para o desate da controveacutersia devcshy

t averiguar se o pedido de cobranccedila de honor aacuterios

contratuais pelos advogados do sindicato eacute compativel com

a sistemaacutetica adotoacutelda na Justiccedila do Trabalho relat ivamen te

agrave condenaccedilatildeo em honoraacuterios advocatiacutecios bem como se eacute con~entacircneo com a forma pela qual os sindicatos devem

repre~entar o trabalhador em juiacutezo

Ou scia saber se eacute liacutecita a cobranccedila peJos advogados

do ~indicato de honoraacuterios advocaticios e m Jesfavor d o

trabalhador significa investigar os p roacutep rios con tornos da

atividade de representaccedilatildeo si nd ical isto eacute o modo pelo

qual os ~indicatos devem representar os sindicalizados

judicialmente se gratuita ou onerosamente

Porta n to a nosso ju iacutezo e da competecircncia da Justiccedila

do Trabal ho - porqultU1to envolve relaccedilatildeo de trabalho lato sellS c d ireito sindica l - jul gar se eacute cab iacutevel a cobranccedila de

honoraacuterios contratuais dos trabalhadores patrocinados

por sindicatos em accedilotildees trabalhistas p ri nci palm en te na

especial hipoacutetese de haver co ndenaccedilatildeo a honoraacuterios de

sucumbecircncia na Justica d o Trabal ho

As aljotildees indenizatoacuterias ajuizadas por empregado em face do empregador objetivando o ressarcimento do valor gasto a tiacutetulo de honoraacuterios contratuais (ara a propositura de reclamatoacuteria trabalhista julgada procedente

O segundo tema a que nos p ropusemos exam inar

trata de situaccedilatildeo mais corrique ira c que ami uacutede vem se

avoluman do tan to no acircm bito da Just iccedila Comu m q uanto

no da Jus ticcedila do Trabalh o Satildeo accedilotildees p ropostas p or exshy

lmpregados em face de ex-empregadores com vistas ao

ressarcimento das perdas c danos que os au tores alega m ter

experime n tado com a cont rataccedilatildeo de advogado particular

em razatildeo de descum primcn to de normas t rabal h istas pelo

ex-emp regador pelo q ue os empregados fo ram o brigados

a aju i7ar accedilatildeo reclamatoacuteria trabalh ista na qu al se sagraram

vitoriosos

ia de regra sustenta-se q ue o descumprimento

de normas trabalhistas pelo em pregador acarreta ao

cmpregad o perdas e danos Jlas qu ais devem se inser ir O

honoraacuterio~ contratuais de advogado nos termos do que

preceituam os arts 389 395 e 404 todos do Coacutedigo Civi l

de 2002

rl 389 Natildeo cumprida a obrIgaccedilatildeo responde o devedor por

perdas c dano~ mais juros e at ual izaccedilaacuteo monetaacuteria segundo

iacutend ices oficiais regularmente c~tabdec l dos e honoraacuterios de

advogado

Art 395 Re~pondc o devedor pelo preju iacutezos a que sua mora

der call sa mai~ juros atllul izaccedilio dos valores monetaacuterios

egundo iacutenuices l)fic iais regularmente estabelecidos e

honoraacuterios de advogado

Art 404 As perdas e danos nas obr iga~~otildees de pagamento em

di nheiro eragraveo paga~ com atualizaccedilatildeo monetaacuter ia segundo

lnd icc~ oficiais regularmen te estabelecidos ahrangendo

juros custas e honoraacuterios de advogado sem preiuiacutew la

pc na convenc ional

ssa con troveacuters ia em mais de uma oport un idade foi

apreciada pelo meacuter ito no Super ior Tribunal de Justiccedila

tendo as Turmas de Direito Privado chegado a conclusotildees

opostas acerca da procedecircncia d e ped id os dessa natu reza

Na Q uarta Turm a por exem plo seguiu- se em siacuten tese

a tese capitaneada pelo Mi nistro A ld ir Passarinho Junior

segundo a q ual o gasto com advogado da parte vencedora

em accedilatildeo trabalh ista nagraveo ind uz p or s i soacute a existecircncia de

iliacutecito gerador de da nos materiai~ e morais por p arte

Justiccedila amp Cidad3n1 I DCcmbro 20 t2 20

Ministro do STJ Lu is Fe lipe Salomatildeo

do empregador ven cido na demanda labora l ( RE~p n

l027897MG reI Ministro Ald ir Passarinho Jun ior

e REsp n 9 15882MG reI M in istro Honildo Amaral

de Mello Castro ambos da Quarta Tmm a j ulgado~

respectivamente em J6 J 02008 e 4220 10)

A Terceira Turma po r sua vez sufragou entendimento

diverso no sentido de que o~ ho noraacute rios con lencionajs

integram o va lor dev ido a tiacutetulo de pe rdas e danos

nos termos dos a rts 389 395 e 404 do CC02 [ 1O

pagamento dos honoraacuterios ex traj udiciais como pa rcela

integran te das perdas e danos tambeacutem eacute devido pelo

inad implemento de obrigaccedilotildees traba lhistas diant e

da incidecircncia dos princiacutepios do acesso agrave justi ccedila e da

re st ituiccedilatildeo integral dos danos e dos ar ts 389 395 e 404

do CC02 que podem se r aplicados subs id ia riamente

DO acircmbito dos cont ratos t rabal h is tas nos termos do art

8 paraacutegrafo uacute n ico da CLT (REsp J027797MG ReI

Mi nistra NANCY ANDRI GHI T ERCEIRA TURMA

julgado em J722011 DJe 23220 11 )

A par d OIgt dois m encionados posicionamentogt que

enfrentaram o meacuterito da questatildeo controvertida a posiccedilatildeo

atua l do ST) eacute a de que ltI justiccedila Comum natildeo eacute competente

para apreciar esse lipo de litiacutegio sendo a Justiccedila do Trabalho

o jUlZO natural para causas com os men cionados contornos l~

201 1 11c7cl11bm I rU II ~1 amp Cidada n ia

Deveras cuidando-se de accedilatildeo indenizatoacuteria por danos

mater iais decorrentes do descu mprimento do contralo

de trabalho cuja causa d e pedir remota eacute a relaccedilatildeo de

trabalho a situaccedilatildeo subsume-se ao que d ispotildee o art I J4 inciso V l da Const itu iccedilatildeo Federal

Art 114 C)m pcte agrave Jusliccedila do Trabalho processar c julgar

[ J

1 as accediloes de indeniLaccedilatildeo por dano moral ou patrimclOial

dccllrrenles da relaccedilatildeo dI I rabalho

A controveacutersia cinge-se a saber se o descumprimento

de normas traba lh istas - descumprimento reconhecido

pela Jus ticcedila do Trabalho com a procedecircncia do plei to

na reclamatoacuteria - eacute tambeacutem capaz de gerar o dever de

inden iza r o trabalhador pelos valores despend idos com a

contrataccedilatildeo de advogado

Por esse acircng ul u o dano patrimonial alegado decor

mesmo da proacutepria relaccediliio de trabalho assim tambeacutem se

fosse alegado algum dano mora l que tivesse como pano de

fu ndo () viacutencuJo laboral

Repi ta-se o que se afirmou nout ro passo tal como jaacute vi n ha sendo apregoad0 pelo STF mesmo antes da EC 4504 a flxaccedilatildeo da com petecircncia da justiccedila do Trabalho natildeo

depende da norma juriacuted ica a ser aplicada para a soluccedilatildeo

do caso concreto se de natu reza civil ou trabalhista

mas somente da origem da situaccedilatildeo li tigiosa Em sendo

decorren te de relaccedilatildeo trabalhista seraacute a justiccedila do Trabalh

a competente para d iri mi r o conflito de interesses l

o paradigmaacutetico CC 7204MG relator Min istro

Carlos Brit to ju lgado em 2962005 median te o qual se

reconhece u a competecircncia da Justiccedila do Trabalho para

o julgament o de accedilatildeo de danos mora is e pat rimoniais

decorrentes de acidente de trabalho o STF reconheceu que

~empre foi da competecircncia da Justi ccedila O breira con hecer de

mateacuterias com esse cari7 tendo a EC n 452004 apenas

explicitado esse entend imen to co m a h na lidade de afastar

a equivocada conclusatildeo antes apregoada pdos Tribunais

esse sentido se manifestou o relator Min istro Ca rlos

Britto

Nesse r umo de id eacute ias rcnow-~e a propos iccedilatildeo dt que

a nova red accedilatildeo do art 1] ] da Lex MelXimn soacute veio

acl arar explel ivamente a in tcrprelaccedilatildeo alJ ui perfi lh ada

Poi s a Ju sti ccedila do Trabalho que ia era cumpelenle para

concilia r e julga r os d iss iacutedios individulis e coltti vo

ent re t raba lhadore~ l e l11 pr(gtgadorc~ 1 leacutem de oulra

onl roveacuters i a~ deco r rentes da relaccedilatildeo traba lh isla agQra

eacute con firm ativa men le competen te para processar c ju lga r

a3 accedilocirces de indeni7 accedilatildeo por dano moral ou palrimon ial

decorrentes da relaccedilatildeo de I raba lho

Tambeacutem se mostraram profiacutecuas as ponderaccedilocirce

rea lizadas no voto profe rido pelo Mi ni stro Cezar Pe]uso

2 1

Com efeito a accedilatildeo de

indenizaccedilatildeo ajuizada pelo

trabalhador em face do exshy

empregador com vistas ao

ressarcimento dos honoraacuterios

advocatiacutecios contratuais

despendidos em reclamatoacuteria

trabalhista outrora manejada

deve ser apreciada pela

Justiccedila do Trabalho porquanto

decorrente da relaccedilatildeo de

trabalho (art 114 inciso VI CF)

quanto agrave amplitude da competencia da Just iccedila do

Trabalho para dirimir questotildees relativas a todos os danos

materiais e morais decorrentes da relaccedilatildeo laboral dos

quais os gerados por aciden te do trahalho satildeo apena~ um

exemplo

L portanto dent ro desse quld ro que haacute de interpretarmiddot

1 J Emcmla n 45 quundo exp licitando 110 inc I dn

art 114 o caraacute ter gera l da compctencia da Justiccedila do

Trahalho nela indu iu tndagt d ~ accedilotildees or ill ndas da relaccedilatildeo

de IraoOllho

Imiddotmiddotmiddot] Esa interpretaccedilagraveo acomoda am bils as clausulas const ishy

luLionOlh rcvorenciJ ltl especializaccedilatildeo e a funcionalidade

da Justiccedila do lrabalho d ivia a Imticcedila e~tadu a l e sustentamiddot

se na Illces~iIacuter i a unidade tlt conv icccedilatildeo sem esvazia r o

dispo~to no inc VI onde apenas se divisa I posit ivaccedilatildeo

mediante relevo ucst inado a ~ lJp erar todas as duacutevidas da

jurbprudeacutencia desta Cua que sob a redaccedilatildeo original do

ar t 114 capul entendia - n mcu ver com indi~c lltivel

~erto - yuc para efeito dessa competecircncia dislr ibuiacuteda

com apoio em vacircrios princiacutepios enlre os qua is deg da

unidJue ue cOllvicccedilatildeo era e eacute irrelevante 1 provi ncia

taxonocircmIacutelta da~ normagt apli caacuteveis ao caso se direito

trabalhi sta ou civ il e pois tambem a nature7a mesma da

rc~rnllsahi lidad e se negllcialllu aqu iliana

Fssa conjugaccedilatildeo condul portanto a meu ver ao segui nte

resultado praacuteliw satildeo agorn da competecircncia exclusiva

n

da Justi ccedila do Trabalho todas as accedilotildees oriundas da relaccedilatildeo

de trabalho sern exceccedilatildeo alguma trata-se de accedilotildees

acidenlaacuterias tiacutepicas ou de indenizaccedilatildeo de outra espeacuteck e

de outro tiacutetu lo

A con sagraccedilatildeo defin iti va desse entendimento veio

com a Suacutem ula Vinculante n 22 que apenas explicita

o aciden te do trabalho na perspectiva de dar ecircnfase agrave si tuaccedilatildeo ma is conlrovertida mas que sua principiologia

abarca cerlamente to dos os danos morais e materiais

d ecorrentegt d a relaccedilatildeo de trabalho ex vi do art 11 4 VI

F88

Om efcito a accedilatildeo d e indenizaccedilatildeo aj ui7ada pelo

trabalhador em face do ex-empregador com vistas ao

ressa rcimento dos honoraacuterios advocatiacutecios contratlmis

despendidos em reclamatoacuteria tra balhis ta ou trora

manejada deve ser apreciad a pela Justiccedila do Trabalho

p orquanto decorren te da relaccedilatildeo de trabalho (art 114

inciso VI CF)

E de fato a Justiccedila do Trabalho vem mesmo apreciando

dem and as com esses contornos como demo nstram o

seguintes precedentes do Tribunal Supe rior do Trabalho

RR - 11 3-5520 115240072 Relator Ministro Alberto

Lui l Bresc ian i d e Jontan Pereira Data de Julgamento

11142012 3 Turma Data de Pu blicaccedilatildeo 13420 12

RR - 1184-2320 105030069 Relator M in is tro Ive

Gand ra Martins f il hu Data de Julgamento 98201 1

7 Turma Data de Publicaccedilatildeo 12182011 RR 45740shy

092009503 U1 14 Relatora Ministra Maria Cristina

Irigo)en Peduzzi Data de Julgamento 151 22010 8

Tu rma Da ta de Publicaccedilatildeo 171 2 2010 RR - 80000shy

192009502 0057 Relator Mi ni stro Joseacute Rober to

Frei rI Pi menta Da ta de Ju lga me nto 732012 2

Tu rma Dala de Publicaccedilatildeo J63201 2 RR J 86400shy

9120075090652 Relator Mi nistro Pedro Paulo Manus

Data de Ju lgam ento 822012 7 Turma Data de

Publicaccedilatildeo 24220 12

Deveras mostra-se d e todo conveniente q ue a Jus ticcedila

do I rabalho decida com base na sua especiali zaccedilatilde

consti tucionalmente conferida a questatildeo relativa ao

cabimento d o ressarcimenlo de honoraacuteri os advocatiacutecio

o ntra tu ais recl amados pelo ex-e mp regado em face do exmiddot

empregado r sobret udo para saber se o pleito eacute compatiacutevel

com as regras pec u li ares de sucumbecircncia aplicaacuteveis

ao processo do traba lho regras essas consolidadas na

O ri entaccedilatildeo Jurisprudencial n 305 da SDl middot [ e na Suacutem ula

n 21 9 ambas do Tribunal Superior do Trabalho

Aderna i o reconhecimen to da competecircncia da

Jus ticcedila Comum para julga r as causas desse jaez gerari a

u m enorme d esajuste no sistema porquan to para cada

accedilatildeo tramitando na Justiccedila do Tra balho haveri a mais

uma a tram itar na Jus ticcedila Comum

Tuticcedila amp CiLlldlIIlJ I Dtlltmbru 211t

Po r outro lado no acircmbito da Justiccedila Especiali zada

o pedid o de indenizaccedilatildeo pod e scr (eito na proacutepria

reclama toacuteria traba lh is ta natildeo onerando em nada aquele

eg men to do Judi ciaacuterio

Condusatildeo Um grave problema de teacutecll ica de in terpretaccedilatildeo

juriacutedica eacute ce rtamente observar a nova norma por

uma lente u lt rapassada sobretudo quando a chave

hermenecircuti ca de le itura proacutepr ia do sistema sup erado foi

expressamen te repud iada pelo novel sistema

O misoneismo hermenecirculico co n figu ra verd adeira

deslealdade com o proacuteprio sistema de t riparl iccedila0 de

poderes lima vez que em obseacutequio de valores antigos

simplesmente se descol1sidera o novo va lOr consagrado

pelo legislador

Em uacutelt ima an aacuteuumlse a aversatildeo ao novo tem a virtna lidade

de tom ar inoacutecuos toda virada juriacutedica c avanccedilo ltgal levados a efeit o pelos aparelhos legiferantes do Estado

Fel izmente parece- nos que os Tribunais Superiorc

tecircm de um modo geral comp reendido o alcance da EC

4504 no que co ncerne agrave compctecircncia material da Justiccedila

do Tra balho

O entendimc nto acolhido no julgamento do REsp n

1087) 53MG e a aper tada volaccedilatildeo do CC n 112748

PE apreciados ambos pela Scgunda Seccedilatildeo do Superior

Tri bunal de Just iccedila revelam uma abertura - ao menos

incipiente - do Tribu nal da C idadania para 05 novo

ventos trazidos pela Reforma de 2004 sem apego ao que

passou mas com os olhos aten tos agraves relevantes alteraccedilotildec

legislati v3s sem as quais () Direito nagraveo conseguiria

ombrear 5 galopa lltes transformaccedilotildees sociais bull ___

Nota

rl II -I Compett a luli l 1 I rJo lhn conCll iJr e iul gar~ J ilio IllllJlilull ~ Ullet ivos enl n 1llhJlhJdllre l cnlprq~Jos 1 1 ASCl I ENTO nlJuri M Ieacutedrtl (lrs(I I rdltl pro tlol d 1111111 bull ~ 1 t atildell 1111 ~rllllllll-- r 21

raquo~e tlIlido rrlwem n aluais in I L I X d MI I l ~ ~r 111 Cumplll lti luslI d Trahal ho rroesar ~ jull(I I JIrS oriunJ s da rmiddot Ialt ele ImhI II JhrJngldw lI1Il Je direlll puhlicn ~)tcnH e doi admin lslraccedillll publi(~ direll indlllt l d1 [I rl1 a d htJJ d I1l~tntltl fdcra l c dm middot1UnI(IacutePI 1middot 1 nutras laquogtn lrowrslil drrcnles 11 rehlU de trlhtI 1middotmiddot1middot bl~ Itvrll e fo tor tiJ du inlcll ele Ul1l1 revulu L~t ruturJ- 1 rilrtir 11nov IIld~1ll oollti tuciOIlJI Ullla nOI 11111bull om ai nhulccedili rlshyginal e L1l1 notoacuteria Jl1lpliatildeu de ua Illr~l en(O de acordo 10m 11 novel Int 1u1 J ~ 11 tm PIIIIII Pc pll1ltl I ll1rtecircncia da lutip d Jrlhalh clttemleu-sc do julgalllellto d Illk~ dcCtrrlntl d lIlral lk ~mprclt1l rara J ktl de lod J~ que eleriHm Jd rdccediltlc I lrahalhll Camlnh-l-~t li ) l imi l hla ~~ f1cciccedil )0 1nlrJ)~~lIntt jt- fl ern IM ouse du aprotil lul1cnltl ue sua vUltlao od1 r de- MM aplhdildt (nrrcr()nJen t t~ ~ontlrJ

dos 1I1io sncilS llual4uer litigin 4u dcccedilorrn dI trJhdlwlllIIIIlIlImiddotm Igurd u~ Iuccedilatildeo ubmctld Ii ~tl(IJ1O eI~c ramu lI IlIdl(i~ri pnoml1 vldo enfim de luti 1 d crnlrlgmiddot a JUI lIa Jo I rlhal lw (IVol( trlmlctlTI(l1I d 1Iliral tIlI fhlllm lt (gt PJtlu ITrc 20()~)

Jl 1 A7Ftlnatildell (rel e iltccedillcs dI tollllho lOlllllItIIL111 ulr jl ti IlIslilt ri 1111011 111 I )irdll1 ~ mIe d t rlhllho UI1 trJnluacuterml1o1w Gal1dm da Siln lertin tlrgl kl li I Rio de 1 IO~iru l l l ~r 10lli 11 131 I ~6

I bsa nlva J CI~Jo da ltllll orglniaatilde dlllrthalhu humunp bem tplanada por lljrccedillO luacuteli Vinll1 H W (omll I(tmbullbull0 tlhrtuacute c dn middot cn l rl prg1niacute7i1l1do middot -l tnl rcJC IJ fJ I~S() Llrt kuJ ~c nio bull LlHl1 I UI r mlnnrc~ ~ hirlmiddotnnIIJ~rnl Ina 1HHblln com -n1f1nsas til lOrJlil~ l Ptllu 01

ulidn3S de fundu Je Iluintal ( um frl1~nlIJ ul llII clt ~tnrrcgJdl i nllrm~ (lU cmlrqldC)lt Jlh iU h uc w rllt e It d tralho I rl o Ia () nflmrno mai nrljlIlal 1lt1111 na wia t - t im a ul ilioacutelJegt crclcnle de Ir halhudlTl wloacute llnm natildeo 1Ios lU llmoeacutem rli Dl flo 1

istml ~Ill aprrndltnJu ~ eminInJ4InHgt ex lir mJi valia rm Inbcln uando clIda ~J ml Irlh111lt1 UI artesatildeo lu 1ngthsI111111 liheral du pc ri oU dIgt tt5IJnn 11 des trJhalhHjll~ 11 rc cXlluram e livremen le rar 13Ul1hH li lIllrllo ( 1 sA ~IJri TuacuteH Udllltrlt d lrollulll bullbull lomp~lki 5JiICcedil I 11~II1L rilaacuteigt 111 i(I1 mpdtni d1 JUII 1 cin TrlhJlho Lnja lb hrnand Cou l 111110 (Cllllrd ) lt Paul I rrlllO~ [ rld

Op 1 p 25

[wruacuteitlJ cuniirIII1 pllar I 1larclu Juacute lio 113 J~Crca 1 illlpnrtinli da lhtilulccedilatildelprlluu11 IIperadl r Intcmerll dos S1ndiLll snbnmiddottudo em um conle tll eI ~ lfi wbiltdatlc Ju clllpregu (V IANA hlrcio uh A 11111 0 (tmlprlmlll dlllIgttlCcedilIl ImbIIO li lrlttl1 rclinllrIltIIldshyml ill Relila I Tnhunal Su periro TrJha lhono ~ I n I lan bull bnl ele 2011 p Ih I)

VI NA lvhirclll middotIuliu (11 dI p Ih CASmiddotI IH I nt0I110 Fukguy fJlllldll middotJ5 Iltrrtnccediltil Iu lOInlltlIIC11I tIl Illlttrria ltjllli11I1 iltil C shyballO in lu ticcedilJ do 1[hIIIII rll 23 n 273 l1lhn I 2006

li Cllntiram a lil uJr I J e c mpl ( C 155IiMII Rei 11 ~AII() f)( IIUIIRI n l) Tf LXHR ~H t IN fH SiltAo lul~d em I 111311J CC 300-IIPR ReI Mimlw iNTOcircl JO 1gt1 PA[JA RlULlRo ltFGUNI1A ~HLltttlgJJ m OHill2tHHI J11 0I~ 2l10ll CC 3gt5 17M Rd 1rnbtru

A RI IA RltJ ENDU R ~ECUs I IA ltllAtildell )ulgJd ~1lI 23 1012002 I I Il11112002~ u l uacute36l1~ 1 Rd llin islrcl (ASTR() 1I1 Hl I -rb l o) ~(A( )ulgado m 1~ltJll2llll~ 011lO004

rl 22 A rrcstlccedilatildeo de sen iccedilu proliionJI Jcguril 1lt illslnh 11 llAH o dil 11 hnnnrMim wnvcnclllnadm lO fixad rr adrlrm~ntl

juelicial e 11gt ele mul11hecircncia I 1 (gt lt1 Se n aellllfad fIzer junlll r In au tos (gt eu Cllltrato de hlltlllriri illll~ dI expedir rnuumlnJaJ de 1allllmcnlo ou precatoacutenu I )U17 deve determinar qUecirc lhe sejJm pago ellrcllllllecircntc 1lIr dcdIJccedil ti qunti l cr ~cebida relo ol1s litulnlt ali ~t elc pmlIr Iu~

iiacute (h pagu

c Rhl 11 I()I-J gt111( ltcgulIda gtlt11 relator ~lmitro luis Icltpl Sdlulllatildell ju lgaJ _111 OQ tl521112 111 de 2~tlh~012

Ikl to t qUI nl1 mUito de luridccedililll n h5Y1) rdlur l li nll lIl ~epircLl Pcrl nc n I F lIfrgou ltntmlam~lllo cgulldu 1IIJl j tctrml middot naccedilatildeo LI (ompc llllda ela lultti1 tI middot1 r1halh natildel 1111 [Ilrl 01 qu~ dermiddotn a Iuccedilao da hde de quesllies de Jjrcihl civil mlt ~ I m n ld lU I IrnrnJ

Lle Cllll lrltla r UI) alegado Ilnteud c lundamtnlo do pedido lenha itlo f~ila 111 rallnil rclaccedilatildell de emprego mlnndn se no conlrato de Iraballllt

20 11 DCltmhw I IIIIiccedil 8lt ( idadJr1M 23

o Verbete contava com a seguinte redaccedilatildeo

ompete agrave Ju s iccedila estadual processar e julgar accedilatildeo

indenizatoacuteria proposta por viuacuteva e filhos de empregado

falecid o em acidente de trabalho

Editada depois da EC n 45 2004 e apoacutes o STF

decid ir que competia agrave Justiccedila do Trabalho julgar as accedilotildees

indeni zatoacuterias acidentaacuterias (CC n 7204MG reI Ministro

arlos Britto) a mencionada Suacutemula n 366 pretendia

nitidam ente fazer distinccedilatildeo acerca da competecircncia

quando o postulante da indenizaccedilatildeo natildeo era o empregado

mas seus herdeiros por fundam entos alicerccedilados

seguramente no paradigma superado pela Reforma

Em contrapartida vem o ST inteacuterprete maior da

Constituiccedilatildeo Federal a afirmar que eacute irrelevante para a

definiccedilatildeo da competecircncia o fato de os sucessores e natildeo

o empregado ajuizarem accedilatildeo de inden izaccedilatildeo por danos

morais e patrimoniai~ decorrentes de acidente de trabalho

(AI 667 11 9 AgR ReJator(a) M in Caacutermen Luacutecia Primeira

Turma julgado em 265 2009)

Relembre- se tambeacutem a superada jurisprudecircncia

do ST) no que concerne agrave competecircncia para Julgar

accedilotildees de interdito proibitoacuterio ajuizadas por instituiccedilotildees

fin anceiras em fa ce de sindicatos de trabalhadores contra

os conhecidos piquetes em portas de agecircncias bancaacuterias

por ocasiatildeo de movimentos paredistas

Entendia-se que por se tratar de questatildeo possessoacuteria

competia agrave Ju sticcedila Comum conhecer do litiacutegio (entre

muitos confiram-se CC 11815SC ReI Ministro Barros

Monteiro Segunda Seccedilatildeo julgado em 8211995 CC

92507 RJ ReI Ministro Fernando Gonccedilalves Segunda

Seccedilatildeo julgado em 26312008)

Em breviacutess imo tempo veio o STF a decotar o

mencionado entendimento franqueando agrave Justiccedila do

Trabalho uma vez mais a competecircncia para conhecer

desse tipo de controveacutersia (eg RE n 579648 relator

Ministro Carlos Alberto Menezes Direito relator para o

acoacuterdatildeo Ministra Caacutermen Luacutecia Tribunal Pleno julgado

em 1092008)

Na verdade 110 acircmbito do Supremo Tribunal Federal

m esmo antes da promulgaccedilatildeo da EC n 452004 haacute muito

se consolidara o entendimento segundo o qual a fixaccedilatildeo

da competecircncia da Justiccedila do Trabalho natildeo dependia

da norma juriacutedica a ser aplicada ao caso concreto se de

natureza civil ou trabalhista mas somente da origem

da situaccedilatildeo litigiosa Em sendo decorrente de relaccedilatildeo

trabalhista seraacute a Justiccedila do Trabalho a competente para

dirimir o conflito de interesses

Rememore-se por exemplo o Confli to de Jurisdiccedilatildeo

11 6959ID F relator M iniitro Sepuacute lveda Pertence julgado

em ll1 ltli() Je 1990 Na oportunidade o STF sufragou

entcnd imen to segundo o qual agrave determinaccedilatildeo da

competecircncia da Justiccedila do Trahalho natildeo importa que

dependa a soluccedilatildeo da lide de q uestotildees de direito civi l mas sim no caso que a promessa de conlratar cujo alegado

conteuacutedo eacute fu ndamento do pedido lenha sido feita em

razatildeo da rel accedilatildeo de emprego inserindo-se no cont ra tO

de trabalho (C) 6959DF relator pl acoacuterdatildeo Min istro

Sepwveda Pertence iulgado em 235191J0 Tribunal Pleno )

Por essa Ji n h ltl de rac iociacuten io hancelada pelo STF e

antes que se for mule a preocupaccedilatildeo a segui r a am pliaccedilatildeo

da competecircncia da Just iccedila d o Trabal ho natildeo sign ifica

cviuentemente a ampliaccedilatildeo de d irei tos I ra balh istas como

~e li norma aplidvel ao caso fosse definida a depender da

Justiccedila competen te

atildeo se trata por exem plo dt aplicar a C LT a

profissionais l ib eral~ ou autocircnomos que naacuteo satildeo regidos

pelo histoacuterico e protcLivo Diploma Obreiro Cuida -se de

remeter a justiccedila especia lizada a lide que envolva esses

tipos de profiSSIOnais desde que haja a mencionada

relaccedilatildeo de trabalho nada obstan te deva ser a controveacutersia

solucionada agrave luz do dirti to Civil por exem plo

A Emenda Constitucional n 4504 e as questotildees sindicais Outro aspecto importan te que emergiu da EC n

452004 (oi o alargame nto da Jus ticcedila do Trabalho para

resolver q uestotildees sindicais tendo a doutrina propugnado

que em verdade as questotildees q ue envolvem w rei to

sindical devem toJas elas estar concenl radas na Just iccedila

do Trabalho seja porque dizem respeito a representaccedilatildeo

sindical (inc iso IJI a rt 11 4 C P8S) seja porque

conce rn el1l a exerciacutecio de direito de greve (inciso 11 art

11 4 CH88 ) seja porque aind a que de forma ind ireta

satildeo oriundas da relaccedilatildeo de traba lho

Os sindi catos satildeo e sempre foram valioso instrumento

de interferencia na proacutepria relaccedilatildeo de traba lho de modo

que sua atuaccedilatildeo sobretuJ o como substi tu to processual

dos trabalhadores fin ca raizes na relaccedilatildeo existente entre o

substi tuiacutedo (o trabalhador) e o patratildeo

Eacute dizer o mais relevan tes motivos da atuaccedilatildeo si nd ical

hospedam-se exatamente na relaccedilatildeo de trabalho firm ada

entre pat ratildeo e emp regado e por isso a atuaccedilatildeo da

entidade de classe deve mesmo ser analisada no cenaacuterio do

direito do lrabalho e sind ica l aplicando-se-Ihe as normas

proacutepri3s que regu lam viacutencul os juriacutedicos des~e jaez

Eacute mais que conhecido o embaraccedilo - ou ateacute mesmo a

inviabilidade - de um trabalhador ai nda em emprego

ajuizar accedilatildeo individual em tace do seu patratildeo o u mesmo

os que ainda natildeo estatildeo empregados aju izarem demandas

contra ex-empregadores ressabiados certamente das

odiosas lis tas negrali organ izad as e ar ti culadas por

algumas empresas Avulta nessas situaccedilotildees a importacircncia

da atuaccedilatildeo si nd icalH

Por essa li nha de raci ociacutenio as questotildees que envolvem

sind icatos e trabalhadores de um modo geral unem-se

direta ou indire tamente agrave relaccedilatildeo de trabalho existente

entre o subst ituiacutedo e o patratildeo de modo que se revela de

todo conve nien le que a Justiccedila do Trabalho seja mesmO o

juiacutezo universa l das questries sind ica is

o enunciado de Suacutemula n 363 do Superior Tribunal de Justiccedila

Eacute com essa cautela e essas ponderaccedilotildees que se analisa

a operacionalidade d Suacutemula n 3635TI Compete agrave

Justiccedila estadual processar e julgar a accedilatildeo de cobranccedila

ajuizad a por profi ssional liberal cont ra clientt

Embora editado em 2008 o mencionado Verbete possui

como base jurisprudencial mu itos precedentes julgado

antcs da EC 45 com susten taacuteculo normativo-consti tucional

anterior agrave nova sistemaacutetica e que se apoiavam exatamenlt

no paradigma superado sobretudo fazendo alusatildeo agrave natureza da norm a a ser ap licada no caso concreto - como a

pedra de toque para determinaccedilatildeo da competecircncia I Com efeito a nosso ju iacutezo lt1 mencionada Suacutemula deve

ser ap licada com um gratildeo de ~al a casos cuja controveacutersia

subjacente veio a se instala] poster iormente agrave EC n

52004 excluindo do aJcaJlce do Verbete aquelas questotildees

o riundas a inda que indi retamente de li ma relaccedilatildeo de

traba lho lato sensu

Eacute tle se ressal tar que natildeo se pretende desconstruir

juri~prudecircnc ia acerca da competecircn cia para causas que

envolvam profi ssionais liberais como diz a Suacutemula n

363 que a nosso juiacutezo pode e deve ser apli cada a outros

casos como naqueles em que pessoa juriacutedica pleiteia a

verba compensatoacuter ia de serviccedilos profissionais prestados

como lIm escritoacuterio de advocacia

As accedilotildees de cobranccedila de honoraacuterios advocatiacutecios contratuais manejadas por advogados vinculados a sindicatos em desfavor do trabaJhador

pleito de recebimento de honoraacuterios advocatiacutecios

contratuais foi tema recentemente enfrentado pelo

uperior Tribunal de Justiccedila no Confli to de Com petecircncia

11 112748PE re lator Ministro Raul Arauacutej o

perplexiJ ade que emerge da questagraveo reside no

fato de que em principio teria o causiacuted ico du pla via

para o recebim en to da verba - mediante accedilatildeo proacutepr ia

ou ped ido de retenccedilatildeo fei to nos proacuteprios autos tal como

autorizado pelo ar t 22 sect 4R da Lei n 890694 (Estatuto

da Advocacia)

Muito embora tal perplexidade possa se apresentar

em qualq uer processo jud icial - tendo em vista que o

IUllccedila amp Cidadania I Dezembro 10L 18

mencionado d ispositivo legal natildeo alcanccedila por oacutebvio

apcn a~ os advogados ded icados a feitos trabalhistas

- o desate da controveacutersia ~e mostra particularmente

problemaacutetico quando se trata de causas trabalhistas e

sobretudo quando envol vem advogados vinculados a sindicatos

que como se sabe a condenaccedilatildeo ao pagamento de

honoraacuterios sucumbenciais no processo do trabalho tem

contornos proacuteprios e somente eacute cabiacutevel excepcionalmente

nos le rmos do que dispotildeem a OJ 305 da SDI-I e a Suacutemula

n21 9TST

OJ 305 SOl-I

HONORAacuteRIOS A DVOCATICIOS REQUrsrros

JUSTICcedilA DO T RABALHO (DJ 1112003) Na Justiccedila

do Trabalho o dererimento de honoraacuterios advocat iacutecios

sUieita-se agrave constataccedilatildeo da ocorrecircncia concom ita nte de do is

requisitos o benefiacutec io da juticcedila gratui ta e a assistecircncia po r

sindicato

Suacutemula 219TST

HONORAacuteRlOS ADVOCAT1CI HI POTESE DE

BIMENTO (nova redaccedilatildeo do item II e insendo o item

III agrave redaccedilatildeo) - Res J7420 11 DETT divulgado em 27 30 e

3152011

I - Na Justiccedila do Trabal ho ltl w ndenltlccedilacirco ao pagamento de

honoraacuterio~ advocaticios nunca superiores a 15 (quinze por

cento) natildeo decorre pura e ~il1lplesmente da sucumbecircncia

delendo a park estar assistida por sindicato da categoria

pro fi ss ional e comprovar a percepccedilatildeo de salaacuterio inferior

ao dobro do salaacuterio miacutenimo ou encontrar-se em situaccedilatildeo

econocircmi ca q ue natildeo lhe pem1ita deman dar sem prejuiacutezo do

proacuteprio sustento ou el a respectiva famiacutelia (ex-Suacutemula nV 2 19

- Res 141985 DJ 269 1985)

II - Eacute cab ivel a condenaccedilatildeo ao pagamento de honoraacuterios

advocatiacutecins em accedilatildeo rescisoacuteria 110 processo trahalhista

j II - Satildeo elevido~ os honoraacuterios advocatiacutecios Ilas causas em

que o ente si nd ical flgure como substi tuto processual ~ nas

lide que natildeo derivem da rdaccedilatildeo de empngo

Com efe ito as dema ndas J e advogados vin culados

a sindicatos objetivando o recebimento de honoraacuterios

con tratuais a serem pagos pelos trabalhadores por

vezes satildeo deduzidas exatamente nas especia is hipoacuteteses

em que tambeacutem eacute cabiacutevel a condenaccedilatildeo ao pagamento

dos honoraacuterios de sucu mbecircncia circunstacircncia que em

princiacutepio causa est ranheza

A par da mencionada conjec tura e se natildeo fosse bastante

que o serviccedilo prestado pelos causiacutedicos consubstancia

rel accedilatildeo de trahal ho lato sensu os mencionados plei tos

osten tam pa rticularidades importantes que reforccedilam a

conclusatildeo Je ser competente a Justiccedila do Trabalho para

aprec iaacute -los

20 ] n~zrll1hro I Ju tt~J amp Cid dJnia

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Os pedidos d e recebimento de honoraacuterios o r ig inam shy

gte d e contratos de prestaccedilatildeo de serviccedilos que foram

real izados em accedilatildeo que trami to u na Jus t iccedila do Traba lho

cuja causa d t ped ir apoiava-1gte em relaccedilotildees juriacutedicas

estabelecidas en t re os substituidos e os pat rotildees logo

um a relaccedilatildeQ de t rabalho

Por outro lado ~u bj azem agrave controveacutersia questotildees

sindicais a ser resolvidas antes de fran quear aos advogados

o direito aos honoraacuterills contratuais

ar t 514 aliacutenea b da CLT por exemplo alirma que

Art 514 ltaacutell deveres dos Sindicatos

I ] b) manter serviccedilos de assil1ecircncia judiciaacuteria pam O~ associadus

Por outro lado a Lei n 5584170 q ue dispotildee em

cssecircncia sobre normas de Direito Processual do Traba lho

e disciplina a prestaccedilatildeo de assistecircnda judiciaacuteria no acircm bito

da Justiccedila do Trabalho no scu art 14 aduz ser do sindicato

o encargo de prestar a assistecircncia judiciaacuteria a que faz alusatildeo

a Lei n 106050

Ar t 14 Na Justiccedila do Trabalho a assi~tiacutencia judiciaacuteria a

que se refere a Lei I 1060 lk 5 de fevereiro de 1950 ~eraacute

prestada pelo Sindicato da categoria profiss ional a que

pertencer o trabalhador

sect 1 A assistecircncia eacute devida a todo aquecircle que perceber

salaacuterio igual ou inferior 30 dobro do miacutenimo legal ficando

lSsegurado igual beneficio ao trabalhador de maior salaacuterio

uma vez pnwado que sua situaccedilatildeo econoacutemica natildeo lhe

permite demandar sem prejuiacutezo do ~usten to proacuteprio ou da

fam iacutelia

sect 2 A sihmccedilatildeo econocircmica do trabalhador sem comproada

em atestluo fornecido pela autoridade local do Ministeacuterio do

frabalbu e Prevjdencia Social mediante diligcncia sumaacuteria

que natildeo poderaacute exceder de 48 (quarenta e llitn) hOra

Por sua vez a Lei n 106050 como se sabe refere-se

expressamente agrave assistecircncia judiciaacuteria a qua l compreende

aleacutem do pnlprio patrociacutenio (art 5deg sect 3 e sect 5 l ) as despesa

com honoraacuterios de advogado e peri tos (art 3 inciso V )

Com efeito para o desate da controveacutersia devcshy

t averiguar se o pedido de cobranccedila de honor aacuterios

contratuais pelos advogados do sindicato eacute compativel com

a sistemaacutetica adotoacutelda na Justiccedila do Trabalho relat ivamen te

agrave condenaccedilatildeo em honoraacuterios advocatiacutecios bem como se eacute con~entacircneo com a forma pela qual os sindicatos devem

repre~entar o trabalhador em juiacutezo

Ou scia saber se eacute liacutecita a cobranccedila peJos advogados

do ~indicato de honoraacuterios advocaticios e m Jesfavor d o

trabalhador significa investigar os p roacutep rios con tornos da

atividade de representaccedilatildeo si nd ical isto eacute o modo pelo

qual os ~indicatos devem representar os sindicalizados

judicialmente se gratuita ou onerosamente

Porta n to a nosso ju iacutezo e da competecircncia da Justiccedila

do Trabal ho - porqultU1to envolve relaccedilatildeo de trabalho lato sellS c d ireito sindica l - jul gar se eacute cab iacutevel a cobranccedila de

honoraacuterios contratuais dos trabalhadores patrocinados

por sindicatos em accedilotildees trabalhistas p ri nci palm en te na

especial hipoacutetese de haver co ndenaccedilatildeo a honoraacuterios de

sucumbecircncia na Justica d o Trabal ho

As aljotildees indenizatoacuterias ajuizadas por empregado em face do empregador objetivando o ressarcimento do valor gasto a tiacutetulo de honoraacuterios contratuais (ara a propositura de reclamatoacuteria trabalhista julgada procedente

O segundo tema a que nos p ropusemos exam inar

trata de situaccedilatildeo mais corrique ira c que ami uacutede vem se

avoluman do tan to no acircm bito da Just iccedila Comu m q uanto

no da Jus ticcedila do Trabalh o Satildeo accedilotildees p ropostas p or exshy

lmpregados em face de ex-empregadores com vistas ao

ressarcimento das perdas c danos que os au tores alega m ter

experime n tado com a cont rataccedilatildeo de advogado particular

em razatildeo de descum primcn to de normas t rabal h istas pelo

ex-emp regador pelo q ue os empregados fo ram o brigados

a aju i7ar accedilatildeo reclamatoacuteria trabalh ista na qu al se sagraram

vitoriosos

ia de regra sustenta-se q ue o descumprimento

de normas trabalhistas pelo em pregador acarreta ao

cmpregad o perdas e danos Jlas qu ais devem se inser ir O

honoraacuterio~ contratuais de advogado nos termos do que

preceituam os arts 389 395 e 404 todos do Coacutedigo Civi l

de 2002

rl 389 Natildeo cumprida a obrIgaccedilatildeo responde o devedor por

perdas c dano~ mais juros e at ual izaccedilaacuteo monetaacuteria segundo

iacutend ices oficiais regularmente c~tabdec l dos e honoraacuterios de

advogado

Art 395 Re~pondc o devedor pelo preju iacutezos a que sua mora

der call sa mai~ juros atllul izaccedilio dos valores monetaacuterios

egundo iacutenuices l)fic iais regularmente estabelecidos e

honoraacuterios de advogado

Art 404 As perdas e danos nas obr iga~~otildees de pagamento em

di nheiro eragraveo paga~ com atualizaccedilatildeo monetaacuter ia segundo

lnd icc~ oficiais regularmen te estabelecidos ahrangendo

juros custas e honoraacuterios de advogado sem preiuiacutew la

pc na convenc ional

ssa con troveacuters ia em mais de uma oport un idade foi

apreciada pelo meacuter ito no Super ior Tribunal de Justiccedila

tendo as Turmas de Direito Privado chegado a conclusotildees

opostas acerca da procedecircncia d e ped id os dessa natu reza

Na Q uarta Turm a por exem plo seguiu- se em siacuten tese

a tese capitaneada pelo Mi nistro A ld ir Passarinho Junior

segundo a q ual o gasto com advogado da parte vencedora

em accedilatildeo trabalh ista nagraveo ind uz p or s i soacute a existecircncia de

iliacutecito gerador de da nos materiai~ e morais por p arte

Justiccedila amp Cidad3n1 I DCcmbro 20 t2 20

Ministro do STJ Lu is Fe lipe Salomatildeo

do empregador ven cido na demanda labora l ( RE~p n

l027897MG reI Ministro Ald ir Passarinho Jun ior

e REsp n 9 15882MG reI M in istro Honildo Amaral

de Mello Castro ambos da Quarta Tmm a j ulgado~

respectivamente em J6 J 02008 e 4220 10)

A Terceira Turma po r sua vez sufragou entendimento

diverso no sentido de que o~ ho noraacute rios con lencionajs

integram o va lor dev ido a tiacutetulo de pe rdas e danos

nos termos dos a rts 389 395 e 404 do CC02 [ 1O

pagamento dos honoraacuterios ex traj udiciais como pa rcela

integran te das perdas e danos tambeacutem eacute devido pelo

inad implemento de obrigaccedilotildees traba lhistas diant e

da incidecircncia dos princiacutepios do acesso agrave justi ccedila e da

re st ituiccedilatildeo integral dos danos e dos ar ts 389 395 e 404

do CC02 que podem se r aplicados subs id ia riamente

DO acircmbito dos cont ratos t rabal h is tas nos termos do art

8 paraacutegrafo uacute n ico da CLT (REsp J027797MG ReI

Mi nistra NANCY ANDRI GHI T ERCEIRA TURMA

julgado em J722011 DJe 23220 11 )

A par d OIgt dois m encionados posicionamentogt que

enfrentaram o meacuterito da questatildeo controvertida a posiccedilatildeo

atua l do ST) eacute a de que ltI justiccedila Comum natildeo eacute competente

para apreciar esse lipo de litiacutegio sendo a Justiccedila do Trabalho

o jUlZO natural para causas com os men cionados contornos l~

201 1 11c7cl11bm I rU II ~1 amp Cidada n ia

Deveras cuidando-se de accedilatildeo indenizatoacuteria por danos

mater iais decorrentes do descu mprimento do contralo

de trabalho cuja causa d e pedir remota eacute a relaccedilatildeo de

trabalho a situaccedilatildeo subsume-se ao que d ispotildee o art I J4 inciso V l da Const itu iccedilatildeo Federal

Art 114 C)m pcte agrave Jusliccedila do Trabalho processar c julgar

[ J

1 as accediloes de indeniLaccedilatildeo por dano moral ou patrimclOial

dccllrrenles da relaccedilatildeo dI I rabalho

A controveacutersia cinge-se a saber se o descumprimento

de normas traba lh istas - descumprimento reconhecido

pela Jus ticcedila do Trabalho com a procedecircncia do plei to

na reclamatoacuteria - eacute tambeacutem capaz de gerar o dever de

inden iza r o trabalhador pelos valores despend idos com a

contrataccedilatildeo de advogado

Por esse acircng ul u o dano patrimonial alegado decor

mesmo da proacutepria relaccediliio de trabalho assim tambeacutem se

fosse alegado algum dano mora l que tivesse como pano de

fu ndo () viacutencuJo laboral

Repi ta-se o que se afirmou nout ro passo tal como jaacute vi n ha sendo apregoad0 pelo STF mesmo antes da EC 4504 a flxaccedilatildeo da com petecircncia da justiccedila do Trabalho natildeo

depende da norma juriacuted ica a ser aplicada para a soluccedilatildeo

do caso concreto se de natu reza civil ou trabalhista

mas somente da origem da situaccedilatildeo li tigiosa Em sendo

decorren te de relaccedilatildeo trabalhista seraacute a justiccedila do Trabalh

a competente para d iri mi r o conflito de interesses l

o paradigmaacutetico CC 7204MG relator Min istro

Carlos Brit to ju lgado em 2962005 median te o qual se

reconhece u a competecircncia da Justiccedila do Trabalho para

o julgament o de accedilatildeo de danos mora is e pat rimoniais

decorrentes de acidente de trabalho o STF reconheceu que

~empre foi da competecircncia da Justi ccedila O breira con hecer de

mateacuterias com esse cari7 tendo a EC n 452004 apenas

explicitado esse entend imen to co m a h na lidade de afastar

a equivocada conclusatildeo antes apregoada pdos Tribunais

esse sentido se manifestou o relator Min istro Ca rlos

Britto

Nesse r umo de id eacute ias rcnow-~e a propos iccedilatildeo dt que

a nova red accedilatildeo do art 1] ] da Lex MelXimn soacute veio

acl arar explel ivamente a in tcrprelaccedilatildeo alJ ui perfi lh ada

Poi s a Ju sti ccedila do Trabalho que ia era cumpelenle para

concilia r e julga r os d iss iacutedios individulis e coltti vo

ent re t raba lhadore~ l e l11 pr(gtgadorc~ 1 leacutem de oulra

onl roveacuters i a~ deco r rentes da relaccedilatildeo traba lh isla agQra

eacute con firm ativa men le competen te para processar c ju lga r

a3 accedilocirces de indeni7 accedilatildeo por dano moral ou palrimon ial

decorrentes da relaccedilatildeo de I raba lho

Tambeacutem se mostraram profiacutecuas as ponderaccedilocirce

rea lizadas no voto profe rido pelo Mi ni stro Cezar Pe]uso

2 1

Com efeito a accedilatildeo de

indenizaccedilatildeo ajuizada pelo

trabalhador em face do exshy

empregador com vistas ao

ressarcimento dos honoraacuterios

advocatiacutecios contratuais

despendidos em reclamatoacuteria

trabalhista outrora manejada

deve ser apreciada pela

Justiccedila do Trabalho porquanto

decorrente da relaccedilatildeo de

trabalho (art 114 inciso VI CF)

quanto agrave amplitude da competencia da Just iccedila do

Trabalho para dirimir questotildees relativas a todos os danos

materiais e morais decorrentes da relaccedilatildeo laboral dos

quais os gerados por aciden te do trahalho satildeo apena~ um

exemplo

L portanto dent ro desse quld ro que haacute de interpretarmiddot

1 J Emcmla n 45 quundo exp licitando 110 inc I dn

art 114 o caraacute ter gera l da compctencia da Justiccedila do

Trahalho nela indu iu tndagt d ~ accedilotildees or ill ndas da relaccedilatildeo

de IraoOllho

Imiddotmiddotmiddot] Esa interpretaccedilagraveo acomoda am bils as clausulas const ishy

luLionOlh rcvorenciJ ltl especializaccedilatildeo e a funcionalidade

da Justiccedila do lrabalho d ivia a Imticcedila e~tadu a l e sustentamiddot

se na Illces~iIacuter i a unidade tlt conv icccedilatildeo sem esvazia r o

dispo~to no inc VI onde apenas se divisa I posit ivaccedilatildeo

mediante relevo ucst inado a ~ lJp erar todas as duacutevidas da

jurbprudeacutencia desta Cua que sob a redaccedilatildeo original do

ar t 114 capul entendia - n mcu ver com indi~c lltivel

~erto - yuc para efeito dessa competecircncia dislr ibuiacuteda

com apoio em vacircrios princiacutepios enlre os qua is deg da

unidJue ue cOllvicccedilatildeo era e eacute irrelevante 1 provi ncia

taxonocircmIacutelta da~ normagt apli caacuteveis ao caso se direito

trabalhi sta ou civ il e pois tambem a nature7a mesma da

rc~rnllsahi lidad e se negllcialllu aqu iliana

Fssa conjugaccedilatildeo condul portanto a meu ver ao segui nte

resultado praacuteliw satildeo agorn da competecircncia exclusiva

n

da Justi ccedila do Trabalho todas as accedilotildees oriundas da relaccedilatildeo

de trabalho sern exceccedilatildeo alguma trata-se de accedilotildees

acidenlaacuterias tiacutepicas ou de indenizaccedilatildeo de outra espeacuteck e

de outro tiacutetu lo

A con sagraccedilatildeo defin iti va desse entendimento veio

com a Suacutem ula Vinculante n 22 que apenas explicita

o aciden te do trabalho na perspectiva de dar ecircnfase agrave si tuaccedilatildeo ma is conlrovertida mas que sua principiologia

abarca cerlamente to dos os danos morais e materiais

d ecorrentegt d a relaccedilatildeo de trabalho ex vi do art 11 4 VI

F88

Om efcito a accedilatildeo d e indenizaccedilatildeo aj ui7ada pelo

trabalhador em face do ex-empregador com vistas ao

ressa rcimento dos honoraacuterios advocatiacutecios contratlmis

despendidos em reclamatoacuteria tra balhis ta ou trora

manejada deve ser apreciad a pela Justiccedila do Trabalho

p orquanto decorren te da relaccedilatildeo de trabalho (art 114

inciso VI CF)

E de fato a Justiccedila do Trabalho vem mesmo apreciando

dem and as com esses contornos como demo nstram o

seguintes precedentes do Tribunal Supe rior do Trabalho

RR - 11 3-5520 115240072 Relator Ministro Alberto

Lui l Bresc ian i d e Jontan Pereira Data de Julgamento

11142012 3 Turma Data de Pu blicaccedilatildeo 13420 12

RR - 1184-2320 105030069 Relator M in is tro Ive

Gand ra Martins f il hu Data de Julgamento 98201 1

7 Turma Data de Publicaccedilatildeo 12182011 RR 45740shy

092009503 U1 14 Relatora Ministra Maria Cristina

Irigo)en Peduzzi Data de Julgamento 151 22010 8

Tu rma Da ta de Publicaccedilatildeo 171 2 2010 RR - 80000shy

192009502 0057 Relator Mi ni stro Joseacute Rober to

Frei rI Pi menta Da ta de Ju lga me nto 732012 2

Tu rma Dala de Publicaccedilatildeo J63201 2 RR J 86400shy

9120075090652 Relator Mi nistro Pedro Paulo Manus

Data de Ju lgam ento 822012 7 Turma Data de

Publicaccedilatildeo 24220 12

Deveras mostra-se d e todo conveniente q ue a Jus ticcedila

do I rabalho decida com base na sua especiali zaccedilatilde

consti tucionalmente conferida a questatildeo relativa ao

cabimento d o ressarcimenlo de honoraacuteri os advocatiacutecio

o ntra tu ais recl amados pelo ex-e mp regado em face do exmiddot

empregado r sobret udo para saber se o pleito eacute compatiacutevel

com as regras pec u li ares de sucumbecircncia aplicaacuteveis

ao processo do traba lho regras essas consolidadas na

O ri entaccedilatildeo Jurisprudencial n 305 da SDl middot [ e na Suacutem ula

n 21 9 ambas do Tribunal Superior do Trabalho

Aderna i o reconhecimen to da competecircncia da

Jus ticcedila Comum para julga r as causas desse jaez gerari a

u m enorme d esajuste no sistema porquan to para cada

accedilatildeo tramitando na Justiccedila do Tra balho haveri a mais

uma a tram itar na Jus ticcedila Comum

Tuticcedila amp CiLlldlIIlJ I Dtlltmbru 211t

Po r outro lado no acircmbito da Justiccedila Especiali zada

o pedid o de indenizaccedilatildeo pod e scr (eito na proacutepria

reclama toacuteria traba lh is ta natildeo onerando em nada aquele

eg men to do Judi ciaacuterio

Condusatildeo Um grave problema de teacutecll ica de in terpretaccedilatildeo

juriacutedica eacute ce rtamente observar a nova norma por

uma lente u lt rapassada sobretudo quando a chave

hermenecircuti ca de le itura proacutepr ia do sistema sup erado foi

expressamen te repud iada pelo novel sistema

O misoneismo hermenecirculico co n figu ra verd adeira

deslealdade com o proacuteprio sistema de t riparl iccedila0 de

poderes lima vez que em obseacutequio de valores antigos

simplesmente se descol1sidera o novo va lOr consagrado

pelo legislador

Em uacutelt ima an aacuteuumlse a aversatildeo ao novo tem a virtna lidade

de tom ar inoacutecuos toda virada juriacutedica c avanccedilo ltgal levados a efeit o pelos aparelhos legiferantes do Estado

Fel izmente parece- nos que os Tribunais Superiorc

tecircm de um modo geral comp reendido o alcance da EC

4504 no que co ncerne agrave compctecircncia material da Justiccedila

do Tra balho

O entendimc nto acolhido no julgamento do REsp n

1087) 53MG e a aper tada volaccedilatildeo do CC n 112748

PE apreciados ambos pela Scgunda Seccedilatildeo do Superior

Tri bunal de Just iccedila revelam uma abertura - ao menos

incipiente - do Tribu nal da C idadania para 05 novo

ventos trazidos pela Reforma de 2004 sem apego ao que

passou mas com os olhos aten tos agraves relevantes alteraccedilotildec

legislati v3s sem as quais () Direito nagraveo conseguiria

ombrear 5 galopa lltes transformaccedilotildees sociais bull ___

Nota

rl II -I Compett a luli l 1 I rJo lhn conCll iJr e iul gar~ J ilio IllllJlilull ~ Ullet ivos enl n 1llhJlhJdllre l cnlprq~Jos 1 1 ASCl I ENTO nlJuri M Ieacutedrtl (lrs(I I rdltl pro tlol d 1111111 bull ~ 1 t atildell 1111 ~rllllllll-- r 21

raquo~e tlIlido rrlwem n aluais in I L I X d MI I l ~ ~r 111 Cumplll lti luslI d Trahal ho rroesar ~ jull(I I JIrS oriunJ s da rmiddot Ialt ele ImhI II JhrJngldw lI1Il Je direlll puhlicn ~)tcnH e doi admin lslraccedillll publi(~ direll indlllt l d1 [I rl1 a d htJJ d I1l~tntltl fdcra l c dm middot1UnI(IacutePI 1middot 1 nutras laquogtn lrowrslil drrcnles 11 rehlU de trlhtI 1middotmiddot1middot bl~ Itvrll e fo tor tiJ du inlcll ele Ul1l1 revulu L~t ruturJ- 1 rilrtir 11nov IIld~1ll oollti tuciOIlJI Ullla nOI 11111bull om ai nhulccedili rlshyginal e L1l1 notoacuteria Jl1lpliatildeu de ua Illr~l en(O de acordo 10m 11 novel Int 1u1 J ~ 11 tm PIIIIII Pc pll1ltl I ll1rtecircncia da lutip d Jrlhalh clttemleu-sc do julgalllellto d Illk~ dcCtrrlntl d lIlral lk ~mprclt1l rara J ktl de lod J~ que eleriHm Jd rdccediltlc I lrahalhll Camlnh-l-~t li ) l imi l hla ~~ f1cciccedil )0 1nlrJ)~~lIntt jt- fl ern IM ouse du aprotil lul1cnltl ue sua vUltlao od1 r de- MM aplhdildt (nrrcr()nJen t t~ ~ontlrJ

dos 1I1io sncilS llual4uer litigin 4u dcccedilorrn dI trJhdlwlllIIIIlIlImiddotm Igurd u~ Iuccedilatildeo ubmctld Ii ~tl(IJ1O eI~c ramu lI IlIdl(i~ri pnoml1 vldo enfim de luti 1 d crnlrlgmiddot a JUI lIa Jo I rlhal lw (IVol( trlmlctlTI(l1I d 1Iliral tIlI fhlllm lt (gt PJtlu ITrc 20()~)

Jl 1 A7Ftlnatildell (rel e iltccedillcs dI tollllho lOlllllItIIL111 ulr jl ti IlIslilt ri 1111011 111 I )irdll1 ~ mIe d t rlhllho UI1 trJnluacuterml1o1w Gal1dm da Siln lertin tlrgl kl li I Rio de 1 IO~iru l l l ~r 10lli 11 131 I ~6

I bsa nlva J CI~Jo da ltllll orglniaatilde dlllrthalhu humunp bem tplanada por lljrccedillO luacuteli Vinll1 H W (omll I(tmbullbull0 tlhrtuacute c dn middot cn l rl prg1niacute7i1l1do middot -l tnl rcJC IJ fJ I~S() Llrt kuJ ~c nio bull LlHl1 I UI r mlnnrc~ ~ hirlmiddotnnIIJ~rnl Ina 1HHblln com -n1f1nsas til lOrJlil~ l Ptllu 01

ulidn3S de fundu Je Iluintal ( um frl1~nlIJ ul llII clt ~tnrrcgJdl i nllrm~ (lU cmlrqldC)lt Jlh iU h uc w rllt e It d tralho I rl o Ia () nflmrno mai nrljlIlal 1lt1111 na wia t - t im a ul ilioacutelJegt crclcnle de Ir halhudlTl wloacute llnm natildeo 1Ios lU llmoeacutem rli Dl flo 1

istml ~Ill aprrndltnJu ~ eminInJ4InHgt ex lir mJi valia rm Inbcln uando clIda ~J ml Irlh111lt1 UI artesatildeo lu 1ngthsI111111 liheral du pc ri oU dIgt tt5IJnn 11 des trJhalhHjll~ 11 rc cXlluram e livremen le rar 13Ul1hH li lIllrllo ( 1 sA ~IJri TuacuteH Udllltrlt d lrollulll bullbull lomp~lki 5JiICcedil I 11~II1L rilaacuteigt 111 i(I1 mpdtni d1 JUII 1 cin TrlhJlho Lnja lb hrnand Cou l 111110 (Cllllrd ) lt Paul I rrlllO~ [ rld

Op 1 p 25

[wruacuteitlJ cuniirIII1 pllar I 1larclu Juacute lio 113 J~Crca 1 illlpnrtinli da lhtilulccedilatildelprlluu11 IIperadl r Intcmerll dos S1ndiLll snbnmiddottudo em um conle tll eI ~ lfi wbiltdatlc Ju clllpregu (V IANA hlrcio uh A 11111 0 (tmlprlmlll dlllIgttlCcedilIl ImbIIO li lrlttl1 rclinllrIltIIldshyml ill Relila I Tnhunal Su periro TrJha lhono ~ I n I lan bull bnl ele 2011 p Ih I)

VI NA lvhirclll middotIuliu (11 dI p Ih CASmiddotI IH I nt0I110 Fukguy fJlllldll middotJ5 Iltrrtnccediltil Iu lOInlltlIIC11I tIl Illlttrria ltjllli11I1 iltil C shyballO in lu ticcedilJ do 1[hIIIII rll 23 n 273 l1lhn I 2006

li Cllntiram a lil uJr I J e c mpl ( C 155IiMII Rei 11 ~AII() f)( IIUIIRI n l) Tf LXHR ~H t IN fH SiltAo lul~d em I 111311J CC 300-IIPR ReI Mimlw iNTOcircl JO 1gt1 PA[JA RlULlRo ltFGUNI1A ~HLltttlgJJ m OHill2tHHI J11 0I~ 2l10ll CC 3gt5 17M Rd 1rnbtru

A RI IA RltJ ENDU R ~ECUs I IA ltllAtildell )ulgJd ~1lI 23 1012002 I I Il11112002~ u l uacute36l1~ 1 Rd llin islrcl (ASTR() 1I1 Hl I -rb l o) ~(A( )ulgado m 1~ltJll2llll~ 011lO004

rl 22 A rrcstlccedilatildeo de sen iccedilu proliionJI Jcguril 1lt illslnh 11 llAH o dil 11 hnnnrMim wnvcnclllnadm lO fixad rr adrlrm~ntl

juelicial e 11gt ele mul11hecircncia I 1 (gt lt1 Se n aellllfad fIzer junlll r In au tos (gt eu Cllltrato de hlltlllriri illll~ dI expedir rnuumlnJaJ de 1allllmcnlo ou precatoacutenu I )U17 deve determinar qUecirc lhe sejJm pago ellrcllllllecircntc 1lIr dcdIJccedil ti qunti l cr ~cebida relo ol1s litulnlt ali ~t elc pmlIr Iu~

iiacute (h pagu

c Rhl 11 I()I-J gt111( ltcgulIda gtlt11 relator ~lmitro luis Icltpl Sdlulllatildell ju lgaJ _111 OQ tl521112 111 de 2~tlh~012

Ikl to t qUI nl1 mUito de luridccedililll n h5Y1) rdlur l li nll lIl ~epircLl Pcrl nc n I F lIfrgou ltntmlam~lllo cgulldu 1IIJl j tctrml middot naccedilatildeo LI (ompc llllda ela lultti1 tI middot1 r1halh natildel 1111 [Ilrl 01 qu~ dermiddotn a Iuccedilao da hde de quesllies de Jjrcihl civil mlt ~ I m n ld lU I IrnrnJ

Lle Cllll lrltla r UI) alegado Ilnteud c lundamtnlo do pedido lenha itlo f~ila 111 rallnil rclaccedilatildell de emprego mlnndn se no conlrato de Iraballllt

20 11 DCltmhw I IIIIiccedil 8lt ( idadJr1M 23

Rememore-se por exemplo o Confli to de Jurisdiccedilatildeo

11 6959ID F relator M iniitro Sepuacute lveda Pertence julgado

em ll1 ltli() Je 1990 Na oportunidade o STF sufragou

entcnd imen to segundo o qual agrave determinaccedilatildeo da

competecircncia da Justiccedila do Trahalho natildeo importa que

dependa a soluccedilatildeo da lide de q uestotildees de direito civi l mas sim no caso que a promessa de conlratar cujo alegado

conteuacutedo eacute fu ndamento do pedido lenha sido feita em

razatildeo da rel accedilatildeo de emprego inserindo-se no cont ra tO

de trabalho (C) 6959DF relator pl acoacuterdatildeo Min istro

Sepwveda Pertence iulgado em 235191J0 Tribunal Pleno )

Por essa Ji n h ltl de rac iociacuten io hancelada pelo STF e

antes que se for mule a preocupaccedilatildeo a segui r a am pliaccedilatildeo

da competecircncia da Just iccedila d o Trabal ho natildeo sign ifica

cviuentemente a ampliaccedilatildeo de d irei tos I ra balh istas como

~e li norma aplidvel ao caso fosse definida a depender da

Justiccedila competen te

atildeo se trata por exem plo dt aplicar a C LT a

profissionais l ib eral~ ou autocircnomos que naacuteo satildeo regidos

pelo histoacuterico e protcLivo Diploma Obreiro Cuida -se de

remeter a justiccedila especia lizada a lide que envolva esses

tipos de profiSSIOnais desde que haja a mencionada

relaccedilatildeo de trabalho nada obstan te deva ser a controveacutersia

solucionada agrave luz do dirti to Civil por exem plo

A Emenda Constitucional n 4504 e as questotildees sindicais Outro aspecto importan te que emergiu da EC n

452004 (oi o alargame nto da Jus ticcedila do Trabalho para

resolver q uestotildees sindicais tendo a doutrina propugnado

que em verdade as questotildees q ue envolvem w rei to

sindical devem toJas elas estar concenl radas na Just iccedila

do Trabalho seja porque dizem respeito a representaccedilatildeo

sindical (inc iso IJI a rt 11 4 C P8S) seja porque

conce rn el1l a exerciacutecio de direito de greve (inciso 11 art

11 4 CH88 ) seja porque aind a que de forma ind ireta

satildeo oriundas da relaccedilatildeo de traba lho

Os sindi catos satildeo e sempre foram valioso instrumento

de interferencia na proacutepria relaccedilatildeo de traba lho de modo

que sua atuaccedilatildeo sobretuJ o como substi tu to processual

dos trabalhadores fin ca raizes na relaccedilatildeo existente entre o

substi tuiacutedo (o trabalhador) e o patratildeo

Eacute dizer o mais relevan tes motivos da atuaccedilatildeo si nd ical

hospedam-se exatamente na relaccedilatildeo de trabalho firm ada

entre pat ratildeo e emp regado e por isso a atuaccedilatildeo da

entidade de classe deve mesmo ser analisada no cenaacuterio do

direito do lrabalho e sind ica l aplicando-se-Ihe as normas

proacutepri3s que regu lam viacutencul os juriacutedicos des~e jaez

Eacute mais que conhecido o embaraccedilo - ou ateacute mesmo a

inviabilidade - de um trabalhador ai nda em emprego

ajuizar accedilatildeo individual em tace do seu patratildeo o u mesmo

os que ainda natildeo estatildeo empregados aju izarem demandas

contra ex-empregadores ressabiados certamente das

odiosas lis tas negrali organ izad as e ar ti culadas por

algumas empresas Avulta nessas situaccedilotildees a importacircncia

da atuaccedilatildeo si nd icalH

Por essa li nha de raci ociacutenio as questotildees que envolvem

sind icatos e trabalhadores de um modo geral unem-se

direta ou indire tamente agrave relaccedilatildeo de trabalho existente

entre o subst ituiacutedo e o patratildeo de modo que se revela de

todo conve nien le que a Justiccedila do Trabalho seja mesmO o

juiacutezo universa l das questries sind ica is

o enunciado de Suacutemula n 363 do Superior Tribunal de Justiccedila

Eacute com essa cautela e essas ponderaccedilotildees que se analisa

a operacionalidade d Suacutemula n 3635TI Compete agrave

Justiccedila estadual processar e julgar a accedilatildeo de cobranccedila

ajuizad a por profi ssional liberal cont ra clientt

Embora editado em 2008 o mencionado Verbete possui

como base jurisprudencial mu itos precedentes julgado

antcs da EC 45 com susten taacuteculo normativo-consti tucional

anterior agrave nova sistemaacutetica e que se apoiavam exatamenlt

no paradigma superado sobretudo fazendo alusatildeo agrave natureza da norm a a ser ap licada no caso concreto - como a

pedra de toque para determinaccedilatildeo da competecircncia I Com efeito a nosso ju iacutezo lt1 mencionada Suacutemula deve

ser ap licada com um gratildeo de ~al a casos cuja controveacutersia

subjacente veio a se instala] poster iormente agrave EC n

52004 excluindo do aJcaJlce do Verbete aquelas questotildees

o riundas a inda que indi retamente de li ma relaccedilatildeo de

traba lho lato sensu

Eacute tle se ressal tar que natildeo se pretende desconstruir

juri~prudecircnc ia acerca da competecircn cia para causas que

envolvam profi ssionais liberais como diz a Suacutemula n

363 que a nosso juiacutezo pode e deve ser apli cada a outros

casos como naqueles em que pessoa juriacutedica pleiteia a

verba compensatoacuter ia de serviccedilos profissionais prestados

como lIm escritoacuterio de advocacia

As accedilotildees de cobranccedila de honoraacuterios advocatiacutecios contratuais manejadas por advogados vinculados a sindicatos em desfavor do trabaJhador

pleito de recebimento de honoraacuterios advocatiacutecios

contratuais foi tema recentemente enfrentado pelo

uperior Tribunal de Justiccedila no Confli to de Com petecircncia

11 112748PE re lator Ministro Raul Arauacutej o

perplexiJ ade que emerge da questagraveo reside no

fato de que em principio teria o causiacuted ico du pla via

para o recebim en to da verba - mediante accedilatildeo proacutepr ia

ou ped ido de retenccedilatildeo fei to nos proacuteprios autos tal como

autorizado pelo ar t 22 sect 4R da Lei n 890694 (Estatuto

da Advocacia)

Muito embora tal perplexidade possa se apresentar

em qualq uer processo jud icial - tendo em vista que o

IUllccedila amp Cidadania I Dezembro 10L 18

mencionado d ispositivo legal natildeo alcanccedila por oacutebvio

apcn a~ os advogados ded icados a feitos trabalhistas

- o desate da controveacutersia ~e mostra particularmente

problemaacutetico quando se trata de causas trabalhistas e

sobretudo quando envol vem advogados vinculados a sindicatos

que como se sabe a condenaccedilatildeo ao pagamento de

honoraacuterios sucumbenciais no processo do trabalho tem

contornos proacuteprios e somente eacute cabiacutevel excepcionalmente

nos le rmos do que dispotildeem a OJ 305 da SDI-I e a Suacutemula

n21 9TST

OJ 305 SOl-I

HONORAacuteRIOS A DVOCATICIOS REQUrsrros

JUSTICcedilA DO T RABALHO (DJ 1112003) Na Justiccedila

do Trabalho o dererimento de honoraacuterios advocat iacutecios

sUieita-se agrave constataccedilatildeo da ocorrecircncia concom ita nte de do is

requisitos o benefiacutec io da juticcedila gratui ta e a assistecircncia po r

sindicato

Suacutemula 219TST

HONORAacuteRlOS ADVOCAT1CI HI POTESE DE

BIMENTO (nova redaccedilatildeo do item II e insendo o item

III agrave redaccedilatildeo) - Res J7420 11 DETT divulgado em 27 30 e

3152011

I - Na Justiccedila do Trabal ho ltl w ndenltlccedilacirco ao pagamento de

honoraacuterio~ advocaticios nunca superiores a 15 (quinze por

cento) natildeo decorre pura e ~il1lplesmente da sucumbecircncia

delendo a park estar assistida por sindicato da categoria

pro fi ss ional e comprovar a percepccedilatildeo de salaacuterio inferior

ao dobro do salaacuterio miacutenimo ou encontrar-se em situaccedilatildeo

econocircmi ca q ue natildeo lhe pem1ita deman dar sem prejuiacutezo do

proacuteprio sustento ou el a respectiva famiacutelia (ex-Suacutemula nV 2 19

- Res 141985 DJ 269 1985)

II - Eacute cab ivel a condenaccedilatildeo ao pagamento de honoraacuterios

advocatiacutecins em accedilatildeo rescisoacuteria 110 processo trahalhista

j II - Satildeo elevido~ os honoraacuterios advocatiacutecios Ilas causas em

que o ente si nd ical flgure como substi tuto processual ~ nas

lide que natildeo derivem da rdaccedilatildeo de empngo

Com efe ito as dema ndas J e advogados vin culados

a sindicatos objetivando o recebimento de honoraacuterios

con tratuais a serem pagos pelos trabalhadores por

vezes satildeo deduzidas exatamente nas especia is hipoacuteteses

em que tambeacutem eacute cabiacutevel a condenaccedilatildeo ao pagamento

dos honoraacuterios de sucu mbecircncia circunstacircncia que em

princiacutepio causa est ranheza

A par da mencionada conjec tura e se natildeo fosse bastante

que o serviccedilo prestado pelos causiacutedicos consubstancia

rel accedilatildeo de trahal ho lato sensu os mencionados plei tos

osten tam pa rticularidades importantes que reforccedilam a

conclusatildeo Je ser competente a Justiccedila do Trabalho para

aprec iaacute -los

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Os pedidos d e recebimento de honoraacuterios o r ig inam shy

gte d e contratos de prestaccedilatildeo de serviccedilos que foram

real izados em accedilatildeo que trami to u na Jus t iccedila do Traba lho

cuja causa d t ped ir apoiava-1gte em relaccedilotildees juriacutedicas

estabelecidas en t re os substituidos e os pat rotildees logo

um a relaccedilatildeQ de t rabalho

Por outro lado ~u bj azem agrave controveacutersia questotildees

sindicais a ser resolvidas antes de fran quear aos advogados

o direito aos honoraacuterills contratuais

ar t 514 aliacutenea b da CLT por exemplo alirma que

Art 514 ltaacutell deveres dos Sindicatos

I ] b) manter serviccedilos de assil1ecircncia judiciaacuteria pam O~ associadus

Por outro lado a Lei n 5584170 q ue dispotildee em

cssecircncia sobre normas de Direito Processual do Traba lho

e disciplina a prestaccedilatildeo de assistecircnda judiciaacuteria no acircm bito

da Justiccedila do Trabalho no scu art 14 aduz ser do sindicato

o encargo de prestar a assistecircncia judiciaacuteria a que faz alusatildeo

a Lei n 106050

Ar t 14 Na Justiccedila do Trabalho a assi~tiacutencia judiciaacuteria a

que se refere a Lei I 1060 lk 5 de fevereiro de 1950 ~eraacute

prestada pelo Sindicato da categoria profiss ional a que

pertencer o trabalhador

sect 1 A assistecircncia eacute devida a todo aquecircle que perceber

salaacuterio igual ou inferior 30 dobro do miacutenimo legal ficando

lSsegurado igual beneficio ao trabalhador de maior salaacuterio

uma vez pnwado que sua situaccedilatildeo econoacutemica natildeo lhe

permite demandar sem prejuiacutezo do ~usten to proacuteprio ou da

fam iacutelia

sect 2 A sihmccedilatildeo econocircmica do trabalhador sem comproada

em atestluo fornecido pela autoridade local do Ministeacuterio do

frabalbu e Prevjdencia Social mediante diligcncia sumaacuteria

que natildeo poderaacute exceder de 48 (quarenta e llitn) hOra

Por sua vez a Lei n 106050 como se sabe refere-se

expressamente agrave assistecircncia judiciaacuteria a qua l compreende

aleacutem do pnlprio patrociacutenio (art 5deg sect 3 e sect 5 l ) as despesa

com honoraacuterios de advogado e peri tos (art 3 inciso V )

Com efeito para o desate da controveacutersia devcshy

t averiguar se o pedido de cobranccedila de honor aacuterios

contratuais pelos advogados do sindicato eacute compativel com

a sistemaacutetica adotoacutelda na Justiccedila do Trabalho relat ivamen te

agrave condenaccedilatildeo em honoraacuterios advocatiacutecios bem como se eacute con~entacircneo com a forma pela qual os sindicatos devem

repre~entar o trabalhador em juiacutezo

Ou scia saber se eacute liacutecita a cobranccedila peJos advogados

do ~indicato de honoraacuterios advocaticios e m Jesfavor d o

trabalhador significa investigar os p roacutep rios con tornos da

atividade de representaccedilatildeo si nd ical isto eacute o modo pelo

qual os ~indicatos devem representar os sindicalizados

judicialmente se gratuita ou onerosamente

Porta n to a nosso ju iacutezo e da competecircncia da Justiccedila

do Trabal ho - porqultU1to envolve relaccedilatildeo de trabalho lato sellS c d ireito sindica l - jul gar se eacute cab iacutevel a cobranccedila de

honoraacuterios contratuais dos trabalhadores patrocinados

por sindicatos em accedilotildees trabalhistas p ri nci palm en te na

especial hipoacutetese de haver co ndenaccedilatildeo a honoraacuterios de

sucumbecircncia na Justica d o Trabal ho

As aljotildees indenizatoacuterias ajuizadas por empregado em face do empregador objetivando o ressarcimento do valor gasto a tiacutetulo de honoraacuterios contratuais (ara a propositura de reclamatoacuteria trabalhista julgada procedente

O segundo tema a que nos p ropusemos exam inar

trata de situaccedilatildeo mais corrique ira c que ami uacutede vem se

avoluman do tan to no acircm bito da Just iccedila Comu m q uanto

no da Jus ticcedila do Trabalh o Satildeo accedilotildees p ropostas p or exshy

lmpregados em face de ex-empregadores com vistas ao

ressarcimento das perdas c danos que os au tores alega m ter

experime n tado com a cont rataccedilatildeo de advogado particular

em razatildeo de descum primcn to de normas t rabal h istas pelo

ex-emp regador pelo q ue os empregados fo ram o brigados

a aju i7ar accedilatildeo reclamatoacuteria trabalh ista na qu al se sagraram

vitoriosos

ia de regra sustenta-se q ue o descumprimento

de normas trabalhistas pelo em pregador acarreta ao

cmpregad o perdas e danos Jlas qu ais devem se inser ir O

honoraacuterio~ contratuais de advogado nos termos do que

preceituam os arts 389 395 e 404 todos do Coacutedigo Civi l

de 2002

rl 389 Natildeo cumprida a obrIgaccedilatildeo responde o devedor por

perdas c dano~ mais juros e at ual izaccedilaacuteo monetaacuteria segundo

iacutend ices oficiais regularmente c~tabdec l dos e honoraacuterios de

advogado

Art 395 Re~pondc o devedor pelo preju iacutezos a que sua mora

der call sa mai~ juros atllul izaccedilio dos valores monetaacuterios

egundo iacutenuices l)fic iais regularmente estabelecidos e

honoraacuterios de advogado

Art 404 As perdas e danos nas obr iga~~otildees de pagamento em

di nheiro eragraveo paga~ com atualizaccedilatildeo monetaacuter ia segundo

lnd icc~ oficiais regularmen te estabelecidos ahrangendo

juros custas e honoraacuterios de advogado sem preiuiacutew la

pc na convenc ional

ssa con troveacuters ia em mais de uma oport un idade foi

apreciada pelo meacuter ito no Super ior Tribunal de Justiccedila

tendo as Turmas de Direito Privado chegado a conclusotildees

opostas acerca da procedecircncia d e ped id os dessa natu reza

Na Q uarta Turm a por exem plo seguiu- se em siacuten tese

a tese capitaneada pelo Mi nistro A ld ir Passarinho Junior

segundo a q ual o gasto com advogado da parte vencedora

em accedilatildeo trabalh ista nagraveo ind uz p or s i soacute a existecircncia de

iliacutecito gerador de da nos materiai~ e morais por p arte

Justiccedila amp Cidad3n1 I DCcmbro 20 t2 20

Ministro do STJ Lu is Fe lipe Salomatildeo

do empregador ven cido na demanda labora l ( RE~p n

l027897MG reI Ministro Ald ir Passarinho Jun ior

e REsp n 9 15882MG reI M in istro Honildo Amaral

de Mello Castro ambos da Quarta Tmm a j ulgado~

respectivamente em J6 J 02008 e 4220 10)

A Terceira Turma po r sua vez sufragou entendimento

diverso no sentido de que o~ ho noraacute rios con lencionajs

integram o va lor dev ido a tiacutetulo de pe rdas e danos

nos termos dos a rts 389 395 e 404 do CC02 [ 1O

pagamento dos honoraacuterios ex traj udiciais como pa rcela

integran te das perdas e danos tambeacutem eacute devido pelo

inad implemento de obrigaccedilotildees traba lhistas diant e

da incidecircncia dos princiacutepios do acesso agrave justi ccedila e da

re st ituiccedilatildeo integral dos danos e dos ar ts 389 395 e 404

do CC02 que podem se r aplicados subs id ia riamente

DO acircmbito dos cont ratos t rabal h is tas nos termos do art

8 paraacutegrafo uacute n ico da CLT (REsp J027797MG ReI

Mi nistra NANCY ANDRI GHI T ERCEIRA TURMA

julgado em J722011 DJe 23220 11 )

A par d OIgt dois m encionados posicionamentogt que

enfrentaram o meacuterito da questatildeo controvertida a posiccedilatildeo

atua l do ST) eacute a de que ltI justiccedila Comum natildeo eacute competente

para apreciar esse lipo de litiacutegio sendo a Justiccedila do Trabalho

o jUlZO natural para causas com os men cionados contornos l~

201 1 11c7cl11bm I rU II ~1 amp Cidada n ia

Deveras cuidando-se de accedilatildeo indenizatoacuteria por danos

mater iais decorrentes do descu mprimento do contralo

de trabalho cuja causa d e pedir remota eacute a relaccedilatildeo de

trabalho a situaccedilatildeo subsume-se ao que d ispotildee o art I J4 inciso V l da Const itu iccedilatildeo Federal

Art 114 C)m pcte agrave Jusliccedila do Trabalho processar c julgar

[ J

1 as accediloes de indeniLaccedilatildeo por dano moral ou patrimclOial

dccllrrenles da relaccedilatildeo dI I rabalho

A controveacutersia cinge-se a saber se o descumprimento

de normas traba lh istas - descumprimento reconhecido

pela Jus ticcedila do Trabalho com a procedecircncia do plei to

na reclamatoacuteria - eacute tambeacutem capaz de gerar o dever de

inden iza r o trabalhador pelos valores despend idos com a

contrataccedilatildeo de advogado

Por esse acircng ul u o dano patrimonial alegado decor

mesmo da proacutepria relaccediliio de trabalho assim tambeacutem se

fosse alegado algum dano mora l que tivesse como pano de

fu ndo () viacutencuJo laboral

Repi ta-se o que se afirmou nout ro passo tal como jaacute vi n ha sendo apregoad0 pelo STF mesmo antes da EC 4504 a flxaccedilatildeo da com petecircncia da justiccedila do Trabalho natildeo

depende da norma juriacuted ica a ser aplicada para a soluccedilatildeo

do caso concreto se de natu reza civil ou trabalhista

mas somente da origem da situaccedilatildeo li tigiosa Em sendo

decorren te de relaccedilatildeo trabalhista seraacute a justiccedila do Trabalh

a competente para d iri mi r o conflito de interesses l

o paradigmaacutetico CC 7204MG relator Min istro

Carlos Brit to ju lgado em 2962005 median te o qual se

reconhece u a competecircncia da Justiccedila do Trabalho para

o julgament o de accedilatildeo de danos mora is e pat rimoniais

decorrentes de acidente de trabalho o STF reconheceu que

~empre foi da competecircncia da Justi ccedila O breira con hecer de

mateacuterias com esse cari7 tendo a EC n 452004 apenas

explicitado esse entend imen to co m a h na lidade de afastar

a equivocada conclusatildeo antes apregoada pdos Tribunais

esse sentido se manifestou o relator Min istro Ca rlos

Britto

Nesse r umo de id eacute ias rcnow-~e a propos iccedilatildeo dt que

a nova red accedilatildeo do art 1] ] da Lex MelXimn soacute veio

acl arar explel ivamente a in tcrprelaccedilatildeo alJ ui perfi lh ada

Poi s a Ju sti ccedila do Trabalho que ia era cumpelenle para

concilia r e julga r os d iss iacutedios individulis e coltti vo

ent re t raba lhadore~ l e l11 pr(gtgadorc~ 1 leacutem de oulra

onl roveacuters i a~ deco r rentes da relaccedilatildeo traba lh isla agQra

eacute con firm ativa men le competen te para processar c ju lga r

a3 accedilocirces de indeni7 accedilatildeo por dano moral ou palrimon ial

decorrentes da relaccedilatildeo de I raba lho

Tambeacutem se mostraram profiacutecuas as ponderaccedilocirce

rea lizadas no voto profe rido pelo Mi ni stro Cezar Pe]uso

2 1

Com efeito a accedilatildeo de

indenizaccedilatildeo ajuizada pelo

trabalhador em face do exshy

empregador com vistas ao

ressarcimento dos honoraacuterios

advocatiacutecios contratuais

despendidos em reclamatoacuteria

trabalhista outrora manejada

deve ser apreciada pela

Justiccedila do Trabalho porquanto

decorrente da relaccedilatildeo de

trabalho (art 114 inciso VI CF)

quanto agrave amplitude da competencia da Just iccedila do

Trabalho para dirimir questotildees relativas a todos os danos

materiais e morais decorrentes da relaccedilatildeo laboral dos

quais os gerados por aciden te do trahalho satildeo apena~ um

exemplo

L portanto dent ro desse quld ro que haacute de interpretarmiddot

1 J Emcmla n 45 quundo exp licitando 110 inc I dn

art 114 o caraacute ter gera l da compctencia da Justiccedila do

Trahalho nela indu iu tndagt d ~ accedilotildees or ill ndas da relaccedilatildeo

de IraoOllho

Imiddotmiddotmiddot] Esa interpretaccedilagraveo acomoda am bils as clausulas const ishy

luLionOlh rcvorenciJ ltl especializaccedilatildeo e a funcionalidade

da Justiccedila do lrabalho d ivia a Imticcedila e~tadu a l e sustentamiddot

se na Illces~iIacuter i a unidade tlt conv icccedilatildeo sem esvazia r o

dispo~to no inc VI onde apenas se divisa I posit ivaccedilatildeo

mediante relevo ucst inado a ~ lJp erar todas as duacutevidas da

jurbprudeacutencia desta Cua que sob a redaccedilatildeo original do

ar t 114 capul entendia - n mcu ver com indi~c lltivel

~erto - yuc para efeito dessa competecircncia dislr ibuiacuteda

com apoio em vacircrios princiacutepios enlre os qua is deg da

unidJue ue cOllvicccedilatildeo era e eacute irrelevante 1 provi ncia

taxonocircmIacutelta da~ normagt apli caacuteveis ao caso se direito

trabalhi sta ou civ il e pois tambem a nature7a mesma da

rc~rnllsahi lidad e se negllcialllu aqu iliana

Fssa conjugaccedilatildeo condul portanto a meu ver ao segui nte

resultado praacuteliw satildeo agorn da competecircncia exclusiva

n

da Justi ccedila do Trabalho todas as accedilotildees oriundas da relaccedilatildeo

de trabalho sern exceccedilatildeo alguma trata-se de accedilotildees

acidenlaacuterias tiacutepicas ou de indenizaccedilatildeo de outra espeacuteck e

de outro tiacutetu lo

A con sagraccedilatildeo defin iti va desse entendimento veio

com a Suacutem ula Vinculante n 22 que apenas explicita

o aciden te do trabalho na perspectiva de dar ecircnfase agrave si tuaccedilatildeo ma is conlrovertida mas que sua principiologia

abarca cerlamente to dos os danos morais e materiais

d ecorrentegt d a relaccedilatildeo de trabalho ex vi do art 11 4 VI

F88

Om efcito a accedilatildeo d e indenizaccedilatildeo aj ui7ada pelo

trabalhador em face do ex-empregador com vistas ao

ressa rcimento dos honoraacuterios advocatiacutecios contratlmis

despendidos em reclamatoacuteria tra balhis ta ou trora

manejada deve ser apreciad a pela Justiccedila do Trabalho

p orquanto decorren te da relaccedilatildeo de trabalho (art 114

inciso VI CF)

E de fato a Justiccedila do Trabalho vem mesmo apreciando

dem and as com esses contornos como demo nstram o

seguintes precedentes do Tribunal Supe rior do Trabalho

RR - 11 3-5520 115240072 Relator Ministro Alberto

Lui l Bresc ian i d e Jontan Pereira Data de Julgamento

11142012 3 Turma Data de Pu blicaccedilatildeo 13420 12

RR - 1184-2320 105030069 Relator M in is tro Ive

Gand ra Martins f il hu Data de Julgamento 98201 1

7 Turma Data de Publicaccedilatildeo 12182011 RR 45740shy

092009503 U1 14 Relatora Ministra Maria Cristina

Irigo)en Peduzzi Data de Julgamento 151 22010 8

Tu rma Da ta de Publicaccedilatildeo 171 2 2010 RR - 80000shy

192009502 0057 Relator Mi ni stro Joseacute Rober to

Frei rI Pi menta Da ta de Ju lga me nto 732012 2

Tu rma Dala de Publicaccedilatildeo J63201 2 RR J 86400shy

9120075090652 Relator Mi nistro Pedro Paulo Manus

Data de Ju lgam ento 822012 7 Turma Data de

Publicaccedilatildeo 24220 12

Deveras mostra-se d e todo conveniente q ue a Jus ticcedila

do I rabalho decida com base na sua especiali zaccedilatilde

consti tucionalmente conferida a questatildeo relativa ao

cabimento d o ressarcimenlo de honoraacuteri os advocatiacutecio

o ntra tu ais recl amados pelo ex-e mp regado em face do exmiddot

empregado r sobret udo para saber se o pleito eacute compatiacutevel

com as regras pec u li ares de sucumbecircncia aplicaacuteveis

ao processo do traba lho regras essas consolidadas na

O ri entaccedilatildeo Jurisprudencial n 305 da SDl middot [ e na Suacutem ula

n 21 9 ambas do Tribunal Superior do Trabalho

Aderna i o reconhecimen to da competecircncia da

Jus ticcedila Comum para julga r as causas desse jaez gerari a

u m enorme d esajuste no sistema porquan to para cada

accedilatildeo tramitando na Justiccedila do Tra balho haveri a mais

uma a tram itar na Jus ticcedila Comum

Tuticcedila amp CiLlldlIIlJ I Dtlltmbru 211t

Po r outro lado no acircmbito da Justiccedila Especiali zada

o pedid o de indenizaccedilatildeo pod e scr (eito na proacutepria

reclama toacuteria traba lh is ta natildeo onerando em nada aquele

eg men to do Judi ciaacuterio

Condusatildeo Um grave problema de teacutecll ica de in terpretaccedilatildeo

juriacutedica eacute ce rtamente observar a nova norma por

uma lente u lt rapassada sobretudo quando a chave

hermenecircuti ca de le itura proacutepr ia do sistema sup erado foi

expressamen te repud iada pelo novel sistema

O misoneismo hermenecirculico co n figu ra verd adeira

deslealdade com o proacuteprio sistema de t riparl iccedila0 de

poderes lima vez que em obseacutequio de valores antigos

simplesmente se descol1sidera o novo va lOr consagrado

pelo legislador

Em uacutelt ima an aacuteuumlse a aversatildeo ao novo tem a virtna lidade

de tom ar inoacutecuos toda virada juriacutedica c avanccedilo ltgal levados a efeit o pelos aparelhos legiferantes do Estado

Fel izmente parece- nos que os Tribunais Superiorc

tecircm de um modo geral comp reendido o alcance da EC

4504 no que co ncerne agrave compctecircncia material da Justiccedila

do Tra balho

O entendimc nto acolhido no julgamento do REsp n

1087) 53MG e a aper tada volaccedilatildeo do CC n 112748

PE apreciados ambos pela Scgunda Seccedilatildeo do Superior

Tri bunal de Just iccedila revelam uma abertura - ao menos

incipiente - do Tribu nal da C idadania para 05 novo

ventos trazidos pela Reforma de 2004 sem apego ao que

passou mas com os olhos aten tos agraves relevantes alteraccedilotildec

legislati v3s sem as quais () Direito nagraveo conseguiria

ombrear 5 galopa lltes transformaccedilotildees sociais bull ___

Nota

rl II -I Compett a luli l 1 I rJo lhn conCll iJr e iul gar~ J ilio IllllJlilull ~ Ullet ivos enl n 1llhJlhJdllre l cnlprq~Jos 1 1 ASCl I ENTO nlJuri M Ieacutedrtl (lrs(I I rdltl pro tlol d 1111111 bull ~ 1 t atildell 1111 ~rllllllll-- r 21

raquo~e tlIlido rrlwem n aluais in I L I X d MI I l ~ ~r 111 Cumplll lti luslI d Trahal ho rroesar ~ jull(I I JIrS oriunJ s da rmiddot Ialt ele ImhI II JhrJngldw lI1Il Je direlll puhlicn ~)tcnH e doi admin lslraccedillll publi(~ direll indlllt l d1 [I rl1 a d htJJ d I1l~tntltl fdcra l c dm middot1UnI(IacutePI 1middot 1 nutras laquogtn lrowrslil drrcnles 11 rehlU de trlhtI 1middotmiddot1middot bl~ Itvrll e fo tor tiJ du inlcll ele Ul1l1 revulu L~t ruturJ- 1 rilrtir 11nov IIld~1ll oollti tuciOIlJI Ullla nOI 11111bull om ai nhulccedili rlshyginal e L1l1 notoacuteria Jl1lpliatildeu de ua Illr~l en(O de acordo 10m 11 novel Int 1u1 J ~ 11 tm PIIIIII Pc pll1ltl I ll1rtecircncia da lutip d Jrlhalh clttemleu-sc do julgalllellto d Illk~ dcCtrrlntl d lIlral lk ~mprclt1l rara J ktl de lod J~ que eleriHm Jd rdccediltlc I lrahalhll Camlnh-l-~t li ) l imi l hla ~~ f1cciccedil )0 1nlrJ)~~lIntt jt- fl ern IM ouse du aprotil lul1cnltl ue sua vUltlao od1 r de- MM aplhdildt (nrrcr()nJen t t~ ~ontlrJ

dos 1I1io sncilS llual4uer litigin 4u dcccedilorrn dI trJhdlwlllIIIIlIlImiddotm Igurd u~ Iuccedilatildeo ubmctld Ii ~tl(IJ1O eI~c ramu lI IlIdl(i~ri pnoml1 vldo enfim de luti 1 d crnlrlgmiddot a JUI lIa Jo I rlhal lw (IVol( trlmlctlTI(l1I d 1Iliral tIlI fhlllm lt (gt PJtlu ITrc 20()~)

Jl 1 A7Ftlnatildell (rel e iltccedillcs dI tollllho lOlllllItIIL111 ulr jl ti IlIslilt ri 1111011 111 I )irdll1 ~ mIe d t rlhllho UI1 trJnluacuterml1o1w Gal1dm da Siln lertin tlrgl kl li I Rio de 1 IO~iru l l l ~r 10lli 11 131 I ~6

I bsa nlva J CI~Jo da ltllll orglniaatilde dlllrthalhu humunp bem tplanada por lljrccedillO luacuteli Vinll1 H W (omll I(tmbullbull0 tlhrtuacute c dn middot cn l rl prg1niacute7i1l1do middot -l tnl rcJC IJ fJ I~S() Llrt kuJ ~c nio bull LlHl1 I UI r mlnnrc~ ~ hirlmiddotnnIIJ~rnl Ina 1HHblln com -n1f1nsas til lOrJlil~ l Ptllu 01

ulidn3S de fundu Je Iluintal ( um frl1~nlIJ ul llII clt ~tnrrcgJdl i nllrm~ (lU cmlrqldC)lt Jlh iU h uc w rllt e It d tralho I rl o Ia () nflmrno mai nrljlIlal 1lt1111 na wia t - t im a ul ilioacutelJegt crclcnle de Ir halhudlTl wloacute llnm natildeo 1Ios lU llmoeacutem rli Dl flo 1

istml ~Ill aprrndltnJu ~ eminInJ4InHgt ex lir mJi valia rm Inbcln uando clIda ~J ml Irlh111lt1 UI artesatildeo lu 1ngthsI111111 liheral du pc ri oU dIgt tt5IJnn 11 des trJhalhHjll~ 11 rc cXlluram e livremen le rar 13Ul1hH li lIllrllo ( 1 sA ~IJri TuacuteH Udllltrlt d lrollulll bullbull lomp~lki 5JiICcedil I 11~II1L rilaacuteigt 111 i(I1 mpdtni d1 JUII 1 cin TrlhJlho Lnja lb hrnand Cou l 111110 (Cllllrd ) lt Paul I rrlllO~ [ rld

Op 1 p 25

[wruacuteitlJ cuniirIII1 pllar I 1larclu Juacute lio 113 J~Crca 1 illlpnrtinli da lhtilulccedilatildelprlluu11 IIperadl r Intcmerll dos S1ndiLll snbnmiddottudo em um conle tll eI ~ lfi wbiltdatlc Ju clllpregu (V IANA hlrcio uh A 11111 0 (tmlprlmlll dlllIgttlCcedilIl ImbIIO li lrlttl1 rclinllrIltIIldshyml ill Relila I Tnhunal Su periro TrJha lhono ~ I n I lan bull bnl ele 2011 p Ih I)

VI NA lvhirclll middotIuliu (11 dI p Ih CASmiddotI IH I nt0I110 Fukguy fJlllldll middotJ5 Iltrrtnccediltil Iu lOInlltlIIC11I tIl Illlttrria ltjllli11I1 iltil C shyballO in lu ticcedilJ do 1[hIIIII rll 23 n 273 l1lhn I 2006

li Cllntiram a lil uJr I J e c mpl ( C 155IiMII Rei 11 ~AII() f)( IIUIIRI n l) Tf LXHR ~H t IN fH SiltAo lul~d em I 111311J CC 300-IIPR ReI Mimlw iNTOcircl JO 1gt1 PA[JA RlULlRo ltFGUNI1A ~HLltttlgJJ m OHill2tHHI J11 0I~ 2l10ll CC 3gt5 17M Rd 1rnbtru

A RI IA RltJ ENDU R ~ECUs I IA ltllAtildell )ulgJd ~1lI 23 1012002 I I Il11112002~ u l uacute36l1~ 1 Rd llin islrcl (ASTR() 1I1 Hl I -rb l o) ~(A( )ulgado m 1~ltJll2llll~ 011lO004

rl 22 A rrcstlccedilatildeo de sen iccedilu proliionJI Jcguril 1lt illslnh 11 llAH o dil 11 hnnnrMim wnvcnclllnadm lO fixad rr adrlrm~ntl

juelicial e 11gt ele mul11hecircncia I 1 (gt lt1 Se n aellllfad fIzer junlll r In au tos (gt eu Cllltrato de hlltlllriri illll~ dI expedir rnuumlnJaJ de 1allllmcnlo ou precatoacutenu I )U17 deve determinar qUecirc lhe sejJm pago ellrcllllllecircntc 1lIr dcdIJccedil ti qunti l cr ~cebida relo ol1s litulnlt ali ~t elc pmlIr Iu~

iiacute (h pagu

c Rhl 11 I()I-J gt111( ltcgulIda gtlt11 relator ~lmitro luis Icltpl Sdlulllatildell ju lgaJ _111 OQ tl521112 111 de 2~tlh~012

Ikl to t qUI nl1 mUito de luridccedililll n h5Y1) rdlur l li nll lIl ~epircLl Pcrl nc n I F lIfrgou ltntmlam~lllo cgulldu 1IIJl j tctrml middot naccedilatildeo LI (ompc llllda ela lultti1 tI middot1 r1halh natildel 1111 [Ilrl 01 qu~ dermiddotn a Iuccedilao da hde de quesllies de Jjrcihl civil mlt ~ I m n ld lU I IrnrnJ

Lle Cllll lrltla r UI) alegado Ilnteud c lundamtnlo do pedido lenha itlo f~ila 111 rallnil rclaccedilatildell de emprego mlnndn se no conlrato de Iraballllt

20 11 DCltmhw I IIIIiccedil 8lt ( idadJr1M 23

mencionado d ispositivo legal natildeo alcanccedila por oacutebvio

apcn a~ os advogados ded icados a feitos trabalhistas

- o desate da controveacutersia ~e mostra particularmente

problemaacutetico quando se trata de causas trabalhistas e

sobretudo quando envol vem advogados vinculados a sindicatos

que como se sabe a condenaccedilatildeo ao pagamento de

honoraacuterios sucumbenciais no processo do trabalho tem

contornos proacuteprios e somente eacute cabiacutevel excepcionalmente

nos le rmos do que dispotildeem a OJ 305 da SDI-I e a Suacutemula

n21 9TST

OJ 305 SOl-I

HONORAacuteRIOS A DVOCATICIOS REQUrsrros

JUSTICcedilA DO T RABALHO (DJ 1112003) Na Justiccedila

do Trabalho o dererimento de honoraacuterios advocat iacutecios

sUieita-se agrave constataccedilatildeo da ocorrecircncia concom ita nte de do is

requisitos o benefiacutec io da juticcedila gratui ta e a assistecircncia po r

sindicato

Suacutemula 219TST

HONORAacuteRlOS ADVOCAT1CI HI POTESE DE

BIMENTO (nova redaccedilatildeo do item II e insendo o item

III agrave redaccedilatildeo) - Res J7420 11 DETT divulgado em 27 30 e

3152011

I - Na Justiccedila do Trabal ho ltl w ndenltlccedilacirco ao pagamento de

honoraacuterio~ advocaticios nunca superiores a 15 (quinze por

cento) natildeo decorre pura e ~il1lplesmente da sucumbecircncia

delendo a park estar assistida por sindicato da categoria

pro fi ss ional e comprovar a percepccedilatildeo de salaacuterio inferior

ao dobro do salaacuterio miacutenimo ou encontrar-se em situaccedilatildeo

econocircmi ca q ue natildeo lhe pem1ita deman dar sem prejuiacutezo do

proacuteprio sustento ou el a respectiva famiacutelia (ex-Suacutemula nV 2 19

- Res 141985 DJ 269 1985)

II - Eacute cab ivel a condenaccedilatildeo ao pagamento de honoraacuterios

advocatiacutecins em accedilatildeo rescisoacuteria 110 processo trahalhista

j II - Satildeo elevido~ os honoraacuterios advocatiacutecios Ilas causas em

que o ente si nd ical flgure como substi tuto processual ~ nas

lide que natildeo derivem da rdaccedilatildeo de empngo

Com efe ito as dema ndas J e advogados vin culados

a sindicatos objetivando o recebimento de honoraacuterios

con tratuais a serem pagos pelos trabalhadores por

vezes satildeo deduzidas exatamente nas especia is hipoacuteteses

em que tambeacutem eacute cabiacutevel a condenaccedilatildeo ao pagamento

dos honoraacuterios de sucu mbecircncia circunstacircncia que em

princiacutepio causa est ranheza

A par da mencionada conjec tura e se natildeo fosse bastante

que o serviccedilo prestado pelos causiacutedicos consubstancia

rel accedilatildeo de trahal ho lato sensu os mencionados plei tos

osten tam pa rticularidades importantes que reforccedilam a

conclusatildeo Je ser competente a Justiccedila do Trabalho para

aprec iaacute -los

20 ] n~zrll1hro I Ju tt~J amp Cid dJnia

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Os pedidos d e recebimento de honoraacuterios o r ig inam shy

gte d e contratos de prestaccedilatildeo de serviccedilos que foram

real izados em accedilatildeo que trami to u na Jus t iccedila do Traba lho

cuja causa d t ped ir apoiava-1gte em relaccedilotildees juriacutedicas

estabelecidas en t re os substituidos e os pat rotildees logo

um a relaccedilatildeQ de t rabalho

Por outro lado ~u bj azem agrave controveacutersia questotildees

sindicais a ser resolvidas antes de fran quear aos advogados

o direito aos honoraacuterills contratuais

ar t 514 aliacutenea b da CLT por exemplo alirma que

Art 514 ltaacutell deveres dos Sindicatos

I ] b) manter serviccedilos de assil1ecircncia judiciaacuteria pam O~ associadus

Por outro lado a Lei n 5584170 q ue dispotildee em

cssecircncia sobre normas de Direito Processual do Traba lho

e disciplina a prestaccedilatildeo de assistecircnda judiciaacuteria no acircm bito

da Justiccedila do Trabalho no scu art 14 aduz ser do sindicato

o encargo de prestar a assistecircncia judiciaacuteria a que faz alusatildeo

a Lei n 106050

Ar t 14 Na Justiccedila do Trabalho a assi~tiacutencia judiciaacuteria a

que se refere a Lei I 1060 lk 5 de fevereiro de 1950 ~eraacute

prestada pelo Sindicato da categoria profiss ional a que

pertencer o trabalhador

sect 1 A assistecircncia eacute devida a todo aquecircle que perceber

salaacuterio igual ou inferior 30 dobro do miacutenimo legal ficando

lSsegurado igual beneficio ao trabalhador de maior salaacuterio

uma vez pnwado que sua situaccedilatildeo econoacutemica natildeo lhe

permite demandar sem prejuiacutezo do ~usten to proacuteprio ou da

fam iacutelia

sect 2 A sihmccedilatildeo econocircmica do trabalhador sem comproada

em atestluo fornecido pela autoridade local do Ministeacuterio do

frabalbu e Prevjdencia Social mediante diligcncia sumaacuteria

que natildeo poderaacute exceder de 48 (quarenta e llitn) hOra

Por sua vez a Lei n 106050 como se sabe refere-se

expressamente agrave assistecircncia judiciaacuteria a qua l compreende

aleacutem do pnlprio patrociacutenio (art 5deg sect 3 e sect 5 l ) as despesa

com honoraacuterios de advogado e peri tos (art 3 inciso V )

Com efeito para o desate da controveacutersia devcshy

t averiguar se o pedido de cobranccedila de honor aacuterios

contratuais pelos advogados do sindicato eacute compativel com

a sistemaacutetica adotoacutelda na Justiccedila do Trabalho relat ivamen te

agrave condenaccedilatildeo em honoraacuterios advocatiacutecios bem como se eacute con~entacircneo com a forma pela qual os sindicatos devem

repre~entar o trabalhador em juiacutezo

Ou scia saber se eacute liacutecita a cobranccedila peJos advogados

do ~indicato de honoraacuterios advocaticios e m Jesfavor d o

trabalhador significa investigar os p roacutep rios con tornos da

atividade de representaccedilatildeo si nd ical isto eacute o modo pelo

qual os ~indicatos devem representar os sindicalizados

judicialmente se gratuita ou onerosamente

Porta n to a nosso ju iacutezo e da competecircncia da Justiccedila

do Trabal ho - porqultU1to envolve relaccedilatildeo de trabalho lato sellS c d ireito sindica l - jul gar se eacute cab iacutevel a cobranccedila de

honoraacuterios contratuais dos trabalhadores patrocinados

por sindicatos em accedilotildees trabalhistas p ri nci palm en te na

especial hipoacutetese de haver co ndenaccedilatildeo a honoraacuterios de

sucumbecircncia na Justica d o Trabal ho

As aljotildees indenizatoacuterias ajuizadas por empregado em face do empregador objetivando o ressarcimento do valor gasto a tiacutetulo de honoraacuterios contratuais (ara a propositura de reclamatoacuteria trabalhista julgada procedente

O segundo tema a que nos p ropusemos exam inar

trata de situaccedilatildeo mais corrique ira c que ami uacutede vem se

avoluman do tan to no acircm bito da Just iccedila Comu m q uanto

no da Jus ticcedila do Trabalh o Satildeo accedilotildees p ropostas p or exshy

lmpregados em face de ex-empregadores com vistas ao

ressarcimento das perdas c danos que os au tores alega m ter

experime n tado com a cont rataccedilatildeo de advogado particular

em razatildeo de descum primcn to de normas t rabal h istas pelo

ex-emp regador pelo q ue os empregados fo ram o brigados

a aju i7ar accedilatildeo reclamatoacuteria trabalh ista na qu al se sagraram

vitoriosos

ia de regra sustenta-se q ue o descumprimento

de normas trabalhistas pelo em pregador acarreta ao

cmpregad o perdas e danos Jlas qu ais devem se inser ir O

honoraacuterio~ contratuais de advogado nos termos do que

preceituam os arts 389 395 e 404 todos do Coacutedigo Civi l

de 2002

rl 389 Natildeo cumprida a obrIgaccedilatildeo responde o devedor por

perdas c dano~ mais juros e at ual izaccedilaacuteo monetaacuteria segundo

iacutend ices oficiais regularmente c~tabdec l dos e honoraacuterios de

advogado

Art 395 Re~pondc o devedor pelo preju iacutezos a que sua mora

der call sa mai~ juros atllul izaccedilio dos valores monetaacuterios

egundo iacutenuices l)fic iais regularmente estabelecidos e

honoraacuterios de advogado

Art 404 As perdas e danos nas obr iga~~otildees de pagamento em

di nheiro eragraveo paga~ com atualizaccedilatildeo monetaacuter ia segundo

lnd icc~ oficiais regularmen te estabelecidos ahrangendo

juros custas e honoraacuterios de advogado sem preiuiacutew la

pc na convenc ional

ssa con troveacuters ia em mais de uma oport un idade foi

apreciada pelo meacuter ito no Super ior Tribunal de Justiccedila

tendo as Turmas de Direito Privado chegado a conclusotildees

opostas acerca da procedecircncia d e ped id os dessa natu reza

Na Q uarta Turm a por exem plo seguiu- se em siacuten tese

a tese capitaneada pelo Mi nistro A ld ir Passarinho Junior

segundo a q ual o gasto com advogado da parte vencedora

em accedilatildeo trabalh ista nagraveo ind uz p or s i soacute a existecircncia de

iliacutecito gerador de da nos materiai~ e morais por p arte

Justiccedila amp Cidad3n1 I DCcmbro 20 t2 20

Ministro do STJ Lu is Fe lipe Salomatildeo

do empregador ven cido na demanda labora l ( RE~p n

l027897MG reI Ministro Ald ir Passarinho Jun ior

e REsp n 9 15882MG reI M in istro Honildo Amaral

de Mello Castro ambos da Quarta Tmm a j ulgado~

respectivamente em J6 J 02008 e 4220 10)

A Terceira Turma po r sua vez sufragou entendimento

diverso no sentido de que o~ ho noraacute rios con lencionajs

integram o va lor dev ido a tiacutetulo de pe rdas e danos

nos termos dos a rts 389 395 e 404 do CC02 [ 1O

pagamento dos honoraacuterios ex traj udiciais como pa rcela

integran te das perdas e danos tambeacutem eacute devido pelo

inad implemento de obrigaccedilotildees traba lhistas diant e

da incidecircncia dos princiacutepios do acesso agrave justi ccedila e da

re st ituiccedilatildeo integral dos danos e dos ar ts 389 395 e 404

do CC02 que podem se r aplicados subs id ia riamente

DO acircmbito dos cont ratos t rabal h is tas nos termos do art

8 paraacutegrafo uacute n ico da CLT (REsp J027797MG ReI

Mi nistra NANCY ANDRI GHI T ERCEIRA TURMA

julgado em J722011 DJe 23220 11 )

A par d OIgt dois m encionados posicionamentogt que

enfrentaram o meacuterito da questatildeo controvertida a posiccedilatildeo

atua l do ST) eacute a de que ltI justiccedila Comum natildeo eacute competente

para apreciar esse lipo de litiacutegio sendo a Justiccedila do Trabalho

o jUlZO natural para causas com os men cionados contornos l~

201 1 11c7cl11bm I rU II ~1 amp Cidada n ia

Deveras cuidando-se de accedilatildeo indenizatoacuteria por danos

mater iais decorrentes do descu mprimento do contralo

de trabalho cuja causa d e pedir remota eacute a relaccedilatildeo de

trabalho a situaccedilatildeo subsume-se ao que d ispotildee o art I J4 inciso V l da Const itu iccedilatildeo Federal

Art 114 C)m pcte agrave Jusliccedila do Trabalho processar c julgar

[ J

1 as accediloes de indeniLaccedilatildeo por dano moral ou patrimclOial

dccllrrenles da relaccedilatildeo dI I rabalho

A controveacutersia cinge-se a saber se o descumprimento

de normas traba lh istas - descumprimento reconhecido

pela Jus ticcedila do Trabalho com a procedecircncia do plei to

na reclamatoacuteria - eacute tambeacutem capaz de gerar o dever de

inden iza r o trabalhador pelos valores despend idos com a

contrataccedilatildeo de advogado

Por esse acircng ul u o dano patrimonial alegado decor

mesmo da proacutepria relaccediliio de trabalho assim tambeacutem se

fosse alegado algum dano mora l que tivesse como pano de

fu ndo () viacutencuJo laboral

Repi ta-se o que se afirmou nout ro passo tal como jaacute vi n ha sendo apregoad0 pelo STF mesmo antes da EC 4504 a flxaccedilatildeo da com petecircncia da justiccedila do Trabalho natildeo

depende da norma juriacuted ica a ser aplicada para a soluccedilatildeo

do caso concreto se de natu reza civil ou trabalhista

mas somente da origem da situaccedilatildeo li tigiosa Em sendo

decorren te de relaccedilatildeo trabalhista seraacute a justiccedila do Trabalh

a competente para d iri mi r o conflito de interesses l

o paradigmaacutetico CC 7204MG relator Min istro

Carlos Brit to ju lgado em 2962005 median te o qual se

reconhece u a competecircncia da Justiccedila do Trabalho para

o julgament o de accedilatildeo de danos mora is e pat rimoniais

decorrentes de acidente de trabalho o STF reconheceu que

~empre foi da competecircncia da Justi ccedila O breira con hecer de

mateacuterias com esse cari7 tendo a EC n 452004 apenas

explicitado esse entend imen to co m a h na lidade de afastar

a equivocada conclusatildeo antes apregoada pdos Tribunais

esse sentido se manifestou o relator Min istro Ca rlos

Britto

Nesse r umo de id eacute ias rcnow-~e a propos iccedilatildeo dt que

a nova red accedilatildeo do art 1] ] da Lex MelXimn soacute veio

acl arar explel ivamente a in tcrprelaccedilatildeo alJ ui perfi lh ada

Poi s a Ju sti ccedila do Trabalho que ia era cumpelenle para

concilia r e julga r os d iss iacutedios individulis e coltti vo

ent re t raba lhadore~ l e l11 pr(gtgadorc~ 1 leacutem de oulra

onl roveacuters i a~ deco r rentes da relaccedilatildeo traba lh isla agQra

eacute con firm ativa men le competen te para processar c ju lga r

a3 accedilocirces de indeni7 accedilatildeo por dano moral ou palrimon ial

decorrentes da relaccedilatildeo de I raba lho

Tambeacutem se mostraram profiacutecuas as ponderaccedilocirce

rea lizadas no voto profe rido pelo Mi ni stro Cezar Pe]uso

2 1

Com efeito a accedilatildeo de

indenizaccedilatildeo ajuizada pelo

trabalhador em face do exshy

empregador com vistas ao

ressarcimento dos honoraacuterios

advocatiacutecios contratuais

despendidos em reclamatoacuteria

trabalhista outrora manejada

deve ser apreciada pela

Justiccedila do Trabalho porquanto

decorrente da relaccedilatildeo de

trabalho (art 114 inciso VI CF)

quanto agrave amplitude da competencia da Just iccedila do

Trabalho para dirimir questotildees relativas a todos os danos

materiais e morais decorrentes da relaccedilatildeo laboral dos

quais os gerados por aciden te do trahalho satildeo apena~ um

exemplo

L portanto dent ro desse quld ro que haacute de interpretarmiddot

1 J Emcmla n 45 quundo exp licitando 110 inc I dn

art 114 o caraacute ter gera l da compctencia da Justiccedila do

Trahalho nela indu iu tndagt d ~ accedilotildees or ill ndas da relaccedilatildeo

de IraoOllho

Imiddotmiddotmiddot] Esa interpretaccedilagraveo acomoda am bils as clausulas const ishy

luLionOlh rcvorenciJ ltl especializaccedilatildeo e a funcionalidade

da Justiccedila do lrabalho d ivia a Imticcedila e~tadu a l e sustentamiddot

se na Illces~iIacuter i a unidade tlt conv icccedilatildeo sem esvazia r o

dispo~to no inc VI onde apenas se divisa I posit ivaccedilatildeo

mediante relevo ucst inado a ~ lJp erar todas as duacutevidas da

jurbprudeacutencia desta Cua que sob a redaccedilatildeo original do

ar t 114 capul entendia - n mcu ver com indi~c lltivel

~erto - yuc para efeito dessa competecircncia dislr ibuiacuteda

com apoio em vacircrios princiacutepios enlre os qua is deg da

unidJue ue cOllvicccedilatildeo era e eacute irrelevante 1 provi ncia

taxonocircmIacutelta da~ normagt apli caacuteveis ao caso se direito

trabalhi sta ou civ il e pois tambem a nature7a mesma da

rc~rnllsahi lidad e se negllcialllu aqu iliana

Fssa conjugaccedilatildeo condul portanto a meu ver ao segui nte

resultado praacuteliw satildeo agorn da competecircncia exclusiva

n

da Justi ccedila do Trabalho todas as accedilotildees oriundas da relaccedilatildeo

de trabalho sern exceccedilatildeo alguma trata-se de accedilotildees

acidenlaacuterias tiacutepicas ou de indenizaccedilatildeo de outra espeacuteck e

de outro tiacutetu lo

A con sagraccedilatildeo defin iti va desse entendimento veio

com a Suacutem ula Vinculante n 22 que apenas explicita

o aciden te do trabalho na perspectiva de dar ecircnfase agrave si tuaccedilatildeo ma is conlrovertida mas que sua principiologia

abarca cerlamente to dos os danos morais e materiais

d ecorrentegt d a relaccedilatildeo de trabalho ex vi do art 11 4 VI

F88

Om efcito a accedilatildeo d e indenizaccedilatildeo aj ui7ada pelo

trabalhador em face do ex-empregador com vistas ao

ressa rcimento dos honoraacuterios advocatiacutecios contratlmis

despendidos em reclamatoacuteria tra balhis ta ou trora

manejada deve ser apreciad a pela Justiccedila do Trabalho

p orquanto decorren te da relaccedilatildeo de trabalho (art 114

inciso VI CF)

E de fato a Justiccedila do Trabalho vem mesmo apreciando

dem and as com esses contornos como demo nstram o

seguintes precedentes do Tribunal Supe rior do Trabalho

RR - 11 3-5520 115240072 Relator Ministro Alberto

Lui l Bresc ian i d e Jontan Pereira Data de Julgamento

11142012 3 Turma Data de Pu blicaccedilatildeo 13420 12

RR - 1184-2320 105030069 Relator M in is tro Ive

Gand ra Martins f il hu Data de Julgamento 98201 1

7 Turma Data de Publicaccedilatildeo 12182011 RR 45740shy

092009503 U1 14 Relatora Ministra Maria Cristina

Irigo)en Peduzzi Data de Julgamento 151 22010 8

Tu rma Da ta de Publicaccedilatildeo 171 2 2010 RR - 80000shy

192009502 0057 Relator Mi ni stro Joseacute Rober to

Frei rI Pi menta Da ta de Ju lga me nto 732012 2

Tu rma Dala de Publicaccedilatildeo J63201 2 RR J 86400shy

9120075090652 Relator Mi nistro Pedro Paulo Manus

Data de Ju lgam ento 822012 7 Turma Data de

Publicaccedilatildeo 24220 12

Deveras mostra-se d e todo conveniente q ue a Jus ticcedila

do I rabalho decida com base na sua especiali zaccedilatilde

consti tucionalmente conferida a questatildeo relativa ao

cabimento d o ressarcimenlo de honoraacuteri os advocatiacutecio

o ntra tu ais recl amados pelo ex-e mp regado em face do exmiddot

empregado r sobret udo para saber se o pleito eacute compatiacutevel

com as regras pec u li ares de sucumbecircncia aplicaacuteveis

ao processo do traba lho regras essas consolidadas na

O ri entaccedilatildeo Jurisprudencial n 305 da SDl middot [ e na Suacutem ula

n 21 9 ambas do Tribunal Superior do Trabalho

Aderna i o reconhecimen to da competecircncia da

Jus ticcedila Comum para julga r as causas desse jaez gerari a

u m enorme d esajuste no sistema porquan to para cada

accedilatildeo tramitando na Justiccedila do Tra balho haveri a mais

uma a tram itar na Jus ticcedila Comum

Tuticcedila amp CiLlldlIIlJ I Dtlltmbru 211t

Po r outro lado no acircmbito da Justiccedila Especiali zada

o pedid o de indenizaccedilatildeo pod e scr (eito na proacutepria

reclama toacuteria traba lh is ta natildeo onerando em nada aquele

eg men to do Judi ciaacuterio

Condusatildeo Um grave problema de teacutecll ica de in terpretaccedilatildeo

juriacutedica eacute ce rtamente observar a nova norma por

uma lente u lt rapassada sobretudo quando a chave

hermenecircuti ca de le itura proacutepr ia do sistema sup erado foi

expressamen te repud iada pelo novel sistema

O misoneismo hermenecirculico co n figu ra verd adeira

deslealdade com o proacuteprio sistema de t riparl iccedila0 de

poderes lima vez que em obseacutequio de valores antigos

simplesmente se descol1sidera o novo va lOr consagrado

pelo legislador

Em uacutelt ima an aacuteuumlse a aversatildeo ao novo tem a virtna lidade

de tom ar inoacutecuos toda virada juriacutedica c avanccedilo ltgal levados a efeit o pelos aparelhos legiferantes do Estado

Fel izmente parece- nos que os Tribunais Superiorc

tecircm de um modo geral comp reendido o alcance da EC

4504 no que co ncerne agrave compctecircncia material da Justiccedila

do Tra balho

O entendimc nto acolhido no julgamento do REsp n

1087) 53MG e a aper tada volaccedilatildeo do CC n 112748

PE apreciados ambos pela Scgunda Seccedilatildeo do Superior

Tri bunal de Just iccedila revelam uma abertura - ao menos

incipiente - do Tribu nal da C idadania para 05 novo

ventos trazidos pela Reforma de 2004 sem apego ao que

passou mas com os olhos aten tos agraves relevantes alteraccedilotildec

legislati v3s sem as quais () Direito nagraveo conseguiria

ombrear 5 galopa lltes transformaccedilotildees sociais bull ___

Nota

rl II -I Compett a luli l 1 I rJo lhn conCll iJr e iul gar~ J ilio IllllJlilull ~ Ullet ivos enl n 1llhJlhJdllre l cnlprq~Jos 1 1 ASCl I ENTO nlJuri M Ieacutedrtl (lrs(I I rdltl pro tlol d 1111111 bull ~ 1 t atildell 1111 ~rllllllll-- r 21

raquo~e tlIlido rrlwem n aluais in I L I X d MI I l ~ ~r 111 Cumplll lti luslI d Trahal ho rroesar ~ jull(I I JIrS oriunJ s da rmiddot Ialt ele ImhI II JhrJngldw lI1Il Je direlll puhlicn ~)tcnH e doi admin lslraccedillll publi(~ direll indlllt l d1 [I rl1 a d htJJ d I1l~tntltl fdcra l c dm middot1UnI(IacutePI 1middot 1 nutras laquogtn lrowrslil drrcnles 11 rehlU de trlhtI 1middotmiddot1middot bl~ Itvrll e fo tor tiJ du inlcll ele Ul1l1 revulu L~t ruturJ- 1 rilrtir 11nov IIld~1ll oollti tuciOIlJI Ullla nOI 11111bull om ai nhulccedili rlshyginal e L1l1 notoacuteria Jl1lpliatildeu de ua Illr~l en(O de acordo 10m 11 novel Int 1u1 J ~ 11 tm PIIIIII Pc pll1ltl I ll1rtecircncia da lutip d Jrlhalh clttemleu-sc do julgalllellto d Illk~ dcCtrrlntl d lIlral lk ~mprclt1l rara J ktl de lod J~ que eleriHm Jd rdccediltlc I lrahalhll Camlnh-l-~t li ) l imi l hla ~~ f1cciccedil )0 1nlrJ)~~lIntt jt- fl ern IM ouse du aprotil lul1cnltl ue sua vUltlao od1 r de- MM aplhdildt (nrrcr()nJen t t~ ~ontlrJ

dos 1I1io sncilS llual4uer litigin 4u dcccedilorrn dI trJhdlwlllIIIIlIlImiddotm Igurd u~ Iuccedilatildeo ubmctld Ii ~tl(IJ1O eI~c ramu lI IlIdl(i~ri pnoml1 vldo enfim de luti 1 d crnlrlgmiddot a JUI lIa Jo I rlhal lw (IVol( trlmlctlTI(l1I d 1Iliral tIlI fhlllm lt (gt PJtlu ITrc 20()~)

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ulidn3S de fundu Je Iluintal ( um frl1~nlIJ ul llII clt ~tnrrcgJdl i nllrm~ (lU cmlrqldC)lt Jlh iU h uc w rllt e It d tralho I rl o Ia () nflmrno mai nrljlIlal 1lt1111 na wia t - t im a ul ilioacutelJegt crclcnle de Ir halhudlTl wloacute llnm natildeo 1Ios lU llmoeacutem rli Dl flo 1

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Op 1 p 25

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A RI IA RltJ ENDU R ~ECUs I IA ltllAtildell )ulgJd ~1lI 23 1012002 I I Il11112002~ u l uacute36l1~ 1 Rd llin islrcl (ASTR() 1I1 Hl I -rb l o) ~(A( )ulgado m 1~ltJll2llll~ 011lO004

rl 22 A rrcstlccedilatildeo de sen iccedilu proliionJI Jcguril 1lt illslnh 11 llAH o dil 11 hnnnrMim wnvcnclllnadm lO fixad rr adrlrm~ntl

juelicial e 11gt ele mul11hecircncia I 1 (gt lt1 Se n aellllfad fIzer junlll r In au tos (gt eu Cllltrato de hlltlllriri illll~ dI expedir rnuumlnJaJ de 1allllmcnlo ou precatoacutenu I )U17 deve determinar qUecirc lhe sejJm pago ellrcllllllecircntc 1lIr dcdIJccedil ti qunti l cr ~cebida relo ol1s litulnlt ali ~t elc pmlIr Iu~

iiacute (h pagu

c Rhl 11 I()I-J gt111( ltcgulIda gtlt11 relator ~lmitro luis Icltpl Sdlulllatildell ju lgaJ _111 OQ tl521112 111 de 2~tlh~012

Ikl to t qUI nl1 mUito de luridccedililll n h5Y1) rdlur l li nll lIl ~epircLl Pcrl nc n I F lIfrgou ltntmlam~lllo cgulldu 1IIJl j tctrml middot naccedilatildeo LI (ompc llllda ela lultti1 tI middot1 r1halh natildel 1111 [Ilrl 01 qu~ dermiddotn a Iuccedilao da hde de quesllies de Jjrcihl civil mlt ~ I m n ld lU I IrnrnJ

Lle Cllll lrltla r UI) alegado Ilnteud c lundamtnlo do pedido lenha itlo f~ila 111 rallnil rclaccedilatildell de emprego mlnndn se no conlrato de Iraballllt

20 11 DCltmhw I IIIIiccedil 8lt ( idadJr1M 23

Os pedidos d e recebimento de honoraacuterios o r ig inam shy

gte d e contratos de prestaccedilatildeo de serviccedilos que foram

real izados em accedilatildeo que trami to u na Jus t iccedila do Traba lho

cuja causa d t ped ir apoiava-1gte em relaccedilotildees juriacutedicas

estabelecidas en t re os substituidos e os pat rotildees logo

um a relaccedilatildeQ de t rabalho

Por outro lado ~u bj azem agrave controveacutersia questotildees

sindicais a ser resolvidas antes de fran quear aos advogados

o direito aos honoraacuterills contratuais

ar t 514 aliacutenea b da CLT por exemplo alirma que

Art 514 ltaacutell deveres dos Sindicatos

I ] b) manter serviccedilos de assil1ecircncia judiciaacuteria pam O~ associadus

Por outro lado a Lei n 5584170 q ue dispotildee em

cssecircncia sobre normas de Direito Processual do Traba lho

e disciplina a prestaccedilatildeo de assistecircnda judiciaacuteria no acircm bito

da Justiccedila do Trabalho no scu art 14 aduz ser do sindicato

o encargo de prestar a assistecircncia judiciaacuteria a que faz alusatildeo

a Lei n 106050

Ar t 14 Na Justiccedila do Trabalho a assi~tiacutencia judiciaacuteria a

que se refere a Lei I 1060 lk 5 de fevereiro de 1950 ~eraacute

prestada pelo Sindicato da categoria profiss ional a que

pertencer o trabalhador

sect 1 A assistecircncia eacute devida a todo aquecircle que perceber

salaacuterio igual ou inferior 30 dobro do miacutenimo legal ficando

lSsegurado igual beneficio ao trabalhador de maior salaacuterio

uma vez pnwado que sua situaccedilatildeo econoacutemica natildeo lhe

permite demandar sem prejuiacutezo do ~usten to proacuteprio ou da

fam iacutelia

sect 2 A sihmccedilatildeo econocircmica do trabalhador sem comproada

em atestluo fornecido pela autoridade local do Ministeacuterio do

frabalbu e Prevjdencia Social mediante diligcncia sumaacuteria

que natildeo poderaacute exceder de 48 (quarenta e llitn) hOra

Por sua vez a Lei n 106050 como se sabe refere-se

expressamente agrave assistecircncia judiciaacuteria a qua l compreende

aleacutem do pnlprio patrociacutenio (art 5deg sect 3 e sect 5 l ) as despesa

com honoraacuterios de advogado e peri tos (art 3 inciso V )

Com efeito para o desate da controveacutersia devcshy

t averiguar se o pedido de cobranccedila de honor aacuterios

contratuais pelos advogados do sindicato eacute compativel com

a sistemaacutetica adotoacutelda na Justiccedila do Trabalho relat ivamen te

agrave condenaccedilatildeo em honoraacuterios advocatiacutecios bem como se eacute con~entacircneo com a forma pela qual os sindicatos devem

repre~entar o trabalhador em juiacutezo

Ou scia saber se eacute liacutecita a cobranccedila peJos advogados

do ~indicato de honoraacuterios advocaticios e m Jesfavor d o

trabalhador significa investigar os p roacutep rios con tornos da

atividade de representaccedilatildeo si nd ical isto eacute o modo pelo

qual os ~indicatos devem representar os sindicalizados

judicialmente se gratuita ou onerosamente

Porta n to a nosso ju iacutezo e da competecircncia da Justiccedila

do Trabal ho - porqultU1to envolve relaccedilatildeo de trabalho lato sellS c d ireito sindica l - jul gar se eacute cab iacutevel a cobranccedila de

honoraacuterios contratuais dos trabalhadores patrocinados

por sindicatos em accedilotildees trabalhistas p ri nci palm en te na

especial hipoacutetese de haver co ndenaccedilatildeo a honoraacuterios de

sucumbecircncia na Justica d o Trabal ho

As aljotildees indenizatoacuterias ajuizadas por empregado em face do empregador objetivando o ressarcimento do valor gasto a tiacutetulo de honoraacuterios contratuais (ara a propositura de reclamatoacuteria trabalhista julgada procedente

O segundo tema a que nos p ropusemos exam inar

trata de situaccedilatildeo mais corrique ira c que ami uacutede vem se

avoluman do tan to no acircm bito da Just iccedila Comu m q uanto

no da Jus ticcedila do Trabalh o Satildeo accedilotildees p ropostas p or exshy

lmpregados em face de ex-empregadores com vistas ao

ressarcimento das perdas c danos que os au tores alega m ter

experime n tado com a cont rataccedilatildeo de advogado particular

em razatildeo de descum primcn to de normas t rabal h istas pelo

ex-emp regador pelo q ue os empregados fo ram o brigados

a aju i7ar accedilatildeo reclamatoacuteria trabalh ista na qu al se sagraram

vitoriosos

ia de regra sustenta-se q ue o descumprimento

de normas trabalhistas pelo em pregador acarreta ao

cmpregad o perdas e danos Jlas qu ais devem se inser ir O

honoraacuterio~ contratuais de advogado nos termos do que

preceituam os arts 389 395 e 404 todos do Coacutedigo Civi l

de 2002

rl 389 Natildeo cumprida a obrIgaccedilatildeo responde o devedor por

perdas c dano~ mais juros e at ual izaccedilaacuteo monetaacuteria segundo

iacutend ices oficiais regularmente c~tabdec l dos e honoraacuterios de

advogado

Art 395 Re~pondc o devedor pelo preju iacutezos a que sua mora

der call sa mai~ juros atllul izaccedilio dos valores monetaacuterios

egundo iacutenuices l)fic iais regularmente estabelecidos e

honoraacuterios de advogado

Art 404 As perdas e danos nas obr iga~~otildees de pagamento em

di nheiro eragraveo paga~ com atualizaccedilatildeo monetaacuter ia segundo

lnd icc~ oficiais regularmen te estabelecidos ahrangendo

juros custas e honoraacuterios de advogado sem preiuiacutew la

pc na convenc ional

ssa con troveacuters ia em mais de uma oport un idade foi

apreciada pelo meacuter ito no Super ior Tribunal de Justiccedila

tendo as Turmas de Direito Privado chegado a conclusotildees

opostas acerca da procedecircncia d e ped id os dessa natu reza

Na Q uarta Turm a por exem plo seguiu- se em siacuten tese

a tese capitaneada pelo Mi nistro A ld ir Passarinho Junior

segundo a q ual o gasto com advogado da parte vencedora

em accedilatildeo trabalh ista nagraveo ind uz p or s i soacute a existecircncia de

iliacutecito gerador de da nos materiai~ e morais por p arte

Justiccedila amp Cidad3n1 I DCcmbro 20 t2 20

Ministro do STJ Lu is Fe lipe Salomatildeo

do empregador ven cido na demanda labora l ( RE~p n

l027897MG reI Ministro Ald ir Passarinho Jun ior

e REsp n 9 15882MG reI M in istro Honildo Amaral

de Mello Castro ambos da Quarta Tmm a j ulgado~

respectivamente em J6 J 02008 e 4220 10)

A Terceira Turma po r sua vez sufragou entendimento

diverso no sentido de que o~ ho noraacute rios con lencionajs

integram o va lor dev ido a tiacutetulo de pe rdas e danos

nos termos dos a rts 389 395 e 404 do CC02 [ 1O

pagamento dos honoraacuterios ex traj udiciais como pa rcela

integran te das perdas e danos tambeacutem eacute devido pelo

inad implemento de obrigaccedilotildees traba lhistas diant e

da incidecircncia dos princiacutepios do acesso agrave justi ccedila e da

re st ituiccedilatildeo integral dos danos e dos ar ts 389 395 e 404

do CC02 que podem se r aplicados subs id ia riamente

DO acircmbito dos cont ratos t rabal h is tas nos termos do art

8 paraacutegrafo uacute n ico da CLT (REsp J027797MG ReI

Mi nistra NANCY ANDRI GHI T ERCEIRA TURMA

julgado em J722011 DJe 23220 11 )

A par d OIgt dois m encionados posicionamentogt que

enfrentaram o meacuterito da questatildeo controvertida a posiccedilatildeo

atua l do ST) eacute a de que ltI justiccedila Comum natildeo eacute competente

para apreciar esse lipo de litiacutegio sendo a Justiccedila do Trabalho

o jUlZO natural para causas com os men cionados contornos l~

201 1 11c7cl11bm I rU II ~1 amp Cidada n ia

Deveras cuidando-se de accedilatildeo indenizatoacuteria por danos

mater iais decorrentes do descu mprimento do contralo

de trabalho cuja causa d e pedir remota eacute a relaccedilatildeo de

trabalho a situaccedilatildeo subsume-se ao que d ispotildee o art I J4 inciso V l da Const itu iccedilatildeo Federal

Art 114 C)m pcte agrave Jusliccedila do Trabalho processar c julgar

[ J

1 as accediloes de indeniLaccedilatildeo por dano moral ou patrimclOial

dccllrrenles da relaccedilatildeo dI I rabalho

A controveacutersia cinge-se a saber se o descumprimento

de normas traba lh istas - descumprimento reconhecido

pela Jus ticcedila do Trabalho com a procedecircncia do plei to

na reclamatoacuteria - eacute tambeacutem capaz de gerar o dever de

inden iza r o trabalhador pelos valores despend idos com a

contrataccedilatildeo de advogado

Por esse acircng ul u o dano patrimonial alegado decor

mesmo da proacutepria relaccediliio de trabalho assim tambeacutem se

fosse alegado algum dano mora l que tivesse como pano de

fu ndo () viacutencuJo laboral

Repi ta-se o que se afirmou nout ro passo tal como jaacute vi n ha sendo apregoad0 pelo STF mesmo antes da EC 4504 a flxaccedilatildeo da com petecircncia da justiccedila do Trabalho natildeo

depende da norma juriacuted ica a ser aplicada para a soluccedilatildeo

do caso concreto se de natu reza civil ou trabalhista

mas somente da origem da situaccedilatildeo li tigiosa Em sendo

decorren te de relaccedilatildeo trabalhista seraacute a justiccedila do Trabalh

a competente para d iri mi r o conflito de interesses l

o paradigmaacutetico CC 7204MG relator Min istro

Carlos Brit to ju lgado em 2962005 median te o qual se

reconhece u a competecircncia da Justiccedila do Trabalho para

o julgament o de accedilatildeo de danos mora is e pat rimoniais

decorrentes de acidente de trabalho o STF reconheceu que

~empre foi da competecircncia da Justi ccedila O breira con hecer de

mateacuterias com esse cari7 tendo a EC n 452004 apenas

explicitado esse entend imen to co m a h na lidade de afastar

a equivocada conclusatildeo antes apregoada pdos Tribunais

esse sentido se manifestou o relator Min istro Ca rlos

Britto

Nesse r umo de id eacute ias rcnow-~e a propos iccedilatildeo dt que

a nova red accedilatildeo do art 1] ] da Lex MelXimn soacute veio

acl arar explel ivamente a in tcrprelaccedilatildeo alJ ui perfi lh ada

Poi s a Ju sti ccedila do Trabalho que ia era cumpelenle para

concilia r e julga r os d iss iacutedios individulis e coltti vo

ent re t raba lhadore~ l e l11 pr(gtgadorc~ 1 leacutem de oulra

onl roveacuters i a~ deco r rentes da relaccedilatildeo traba lh isla agQra

eacute con firm ativa men le competen te para processar c ju lga r

a3 accedilocirces de indeni7 accedilatildeo por dano moral ou palrimon ial

decorrentes da relaccedilatildeo de I raba lho

Tambeacutem se mostraram profiacutecuas as ponderaccedilocirce

rea lizadas no voto profe rido pelo Mi ni stro Cezar Pe]uso

2 1

Com efeito a accedilatildeo de

indenizaccedilatildeo ajuizada pelo

trabalhador em face do exshy

empregador com vistas ao

ressarcimento dos honoraacuterios

advocatiacutecios contratuais

despendidos em reclamatoacuteria

trabalhista outrora manejada

deve ser apreciada pela

Justiccedila do Trabalho porquanto

decorrente da relaccedilatildeo de

trabalho (art 114 inciso VI CF)

quanto agrave amplitude da competencia da Just iccedila do

Trabalho para dirimir questotildees relativas a todos os danos

materiais e morais decorrentes da relaccedilatildeo laboral dos

quais os gerados por aciden te do trahalho satildeo apena~ um

exemplo

L portanto dent ro desse quld ro que haacute de interpretarmiddot

1 J Emcmla n 45 quundo exp licitando 110 inc I dn

art 114 o caraacute ter gera l da compctencia da Justiccedila do

Trahalho nela indu iu tndagt d ~ accedilotildees or ill ndas da relaccedilatildeo

de IraoOllho

Imiddotmiddotmiddot] Esa interpretaccedilagraveo acomoda am bils as clausulas const ishy

luLionOlh rcvorenciJ ltl especializaccedilatildeo e a funcionalidade

da Justiccedila do lrabalho d ivia a Imticcedila e~tadu a l e sustentamiddot

se na Illces~iIacuter i a unidade tlt conv icccedilatildeo sem esvazia r o

dispo~to no inc VI onde apenas se divisa I posit ivaccedilatildeo

mediante relevo ucst inado a ~ lJp erar todas as duacutevidas da

jurbprudeacutencia desta Cua que sob a redaccedilatildeo original do

ar t 114 capul entendia - n mcu ver com indi~c lltivel

~erto - yuc para efeito dessa competecircncia dislr ibuiacuteda

com apoio em vacircrios princiacutepios enlre os qua is deg da

unidJue ue cOllvicccedilatildeo era e eacute irrelevante 1 provi ncia

taxonocircmIacutelta da~ normagt apli caacuteveis ao caso se direito

trabalhi sta ou civ il e pois tambem a nature7a mesma da

rc~rnllsahi lidad e se negllcialllu aqu iliana

Fssa conjugaccedilatildeo condul portanto a meu ver ao segui nte

resultado praacuteliw satildeo agorn da competecircncia exclusiva

n

da Justi ccedila do Trabalho todas as accedilotildees oriundas da relaccedilatildeo

de trabalho sern exceccedilatildeo alguma trata-se de accedilotildees

acidenlaacuterias tiacutepicas ou de indenizaccedilatildeo de outra espeacuteck e

de outro tiacutetu lo

A con sagraccedilatildeo defin iti va desse entendimento veio

com a Suacutem ula Vinculante n 22 que apenas explicita

o aciden te do trabalho na perspectiva de dar ecircnfase agrave si tuaccedilatildeo ma is conlrovertida mas que sua principiologia

abarca cerlamente to dos os danos morais e materiais

d ecorrentegt d a relaccedilatildeo de trabalho ex vi do art 11 4 VI

F88

Om efcito a accedilatildeo d e indenizaccedilatildeo aj ui7ada pelo

trabalhador em face do ex-empregador com vistas ao

ressa rcimento dos honoraacuterios advocatiacutecios contratlmis

despendidos em reclamatoacuteria tra balhis ta ou trora

manejada deve ser apreciad a pela Justiccedila do Trabalho

p orquanto decorren te da relaccedilatildeo de trabalho (art 114

inciso VI CF)

E de fato a Justiccedila do Trabalho vem mesmo apreciando

dem and as com esses contornos como demo nstram o

seguintes precedentes do Tribunal Supe rior do Trabalho

RR - 11 3-5520 115240072 Relator Ministro Alberto

Lui l Bresc ian i d e Jontan Pereira Data de Julgamento

11142012 3 Turma Data de Pu blicaccedilatildeo 13420 12

RR - 1184-2320 105030069 Relator M in is tro Ive

Gand ra Martins f il hu Data de Julgamento 98201 1

7 Turma Data de Publicaccedilatildeo 12182011 RR 45740shy

092009503 U1 14 Relatora Ministra Maria Cristina

Irigo)en Peduzzi Data de Julgamento 151 22010 8

Tu rma Da ta de Publicaccedilatildeo 171 2 2010 RR - 80000shy

192009502 0057 Relator Mi ni stro Joseacute Rober to

Frei rI Pi menta Da ta de Ju lga me nto 732012 2

Tu rma Dala de Publicaccedilatildeo J63201 2 RR J 86400shy

9120075090652 Relator Mi nistro Pedro Paulo Manus

Data de Ju lgam ento 822012 7 Turma Data de

Publicaccedilatildeo 24220 12

Deveras mostra-se d e todo conveniente q ue a Jus ticcedila

do I rabalho decida com base na sua especiali zaccedilatilde

consti tucionalmente conferida a questatildeo relativa ao

cabimento d o ressarcimenlo de honoraacuteri os advocatiacutecio

o ntra tu ais recl amados pelo ex-e mp regado em face do exmiddot

empregado r sobret udo para saber se o pleito eacute compatiacutevel

com as regras pec u li ares de sucumbecircncia aplicaacuteveis

ao processo do traba lho regras essas consolidadas na

O ri entaccedilatildeo Jurisprudencial n 305 da SDl middot [ e na Suacutem ula

n 21 9 ambas do Tribunal Superior do Trabalho

Aderna i o reconhecimen to da competecircncia da

Jus ticcedila Comum para julga r as causas desse jaez gerari a

u m enorme d esajuste no sistema porquan to para cada

accedilatildeo tramitando na Justiccedila do Tra balho haveri a mais

uma a tram itar na Jus ticcedila Comum

Tuticcedila amp CiLlldlIIlJ I Dtlltmbru 211t

Po r outro lado no acircmbito da Justiccedila Especiali zada

o pedid o de indenizaccedilatildeo pod e scr (eito na proacutepria

reclama toacuteria traba lh is ta natildeo onerando em nada aquele

eg men to do Judi ciaacuterio

Condusatildeo Um grave problema de teacutecll ica de in terpretaccedilatildeo

juriacutedica eacute ce rtamente observar a nova norma por

uma lente u lt rapassada sobretudo quando a chave

hermenecircuti ca de le itura proacutepr ia do sistema sup erado foi

expressamen te repud iada pelo novel sistema

O misoneismo hermenecirculico co n figu ra verd adeira

deslealdade com o proacuteprio sistema de t riparl iccedila0 de

poderes lima vez que em obseacutequio de valores antigos

simplesmente se descol1sidera o novo va lOr consagrado

pelo legislador

Em uacutelt ima an aacuteuumlse a aversatildeo ao novo tem a virtna lidade

de tom ar inoacutecuos toda virada juriacutedica c avanccedilo ltgal levados a efeit o pelos aparelhos legiferantes do Estado

Fel izmente parece- nos que os Tribunais Superiorc

tecircm de um modo geral comp reendido o alcance da EC

4504 no que co ncerne agrave compctecircncia material da Justiccedila

do Tra balho

O entendimc nto acolhido no julgamento do REsp n

1087) 53MG e a aper tada volaccedilatildeo do CC n 112748

PE apreciados ambos pela Scgunda Seccedilatildeo do Superior

Tri bunal de Just iccedila revelam uma abertura - ao menos

incipiente - do Tribu nal da C idadania para 05 novo

ventos trazidos pela Reforma de 2004 sem apego ao que

passou mas com os olhos aten tos agraves relevantes alteraccedilotildec

legislati v3s sem as quais () Direito nagraveo conseguiria

ombrear 5 galopa lltes transformaccedilotildees sociais bull ___

Nota

rl II -I Compett a luli l 1 I rJo lhn conCll iJr e iul gar~ J ilio IllllJlilull ~ Ullet ivos enl n 1llhJlhJdllre l cnlprq~Jos 1 1 ASCl I ENTO nlJuri M Ieacutedrtl (lrs(I I rdltl pro tlol d 1111111 bull ~ 1 t atildell 1111 ~rllllllll-- r 21

raquo~e tlIlido rrlwem n aluais in I L I X d MI I l ~ ~r 111 Cumplll lti luslI d Trahal ho rroesar ~ jull(I I JIrS oriunJ s da rmiddot Ialt ele ImhI II JhrJngldw lI1Il Je direlll puhlicn ~)tcnH e doi admin lslraccedillll publi(~ direll indlllt l d1 [I rl1 a d htJJ d I1l~tntltl fdcra l c dm middot1UnI(IacutePI 1middot 1 nutras laquogtn lrowrslil drrcnles 11 rehlU de trlhtI 1middotmiddot1middot bl~ Itvrll e fo tor tiJ du inlcll ele Ul1l1 revulu L~t ruturJ- 1 rilrtir 11nov IIld~1ll oollti tuciOIlJI Ullla nOI 11111bull om ai nhulccedili rlshyginal e L1l1 notoacuteria Jl1lpliatildeu de ua Illr~l en(O de acordo 10m 11 novel Int 1u1 J ~ 11 tm PIIIIII Pc pll1ltl I ll1rtecircncia da lutip d Jrlhalh clttemleu-sc do julgalllellto d Illk~ dcCtrrlntl d lIlral lk ~mprclt1l rara J ktl de lod J~ que eleriHm Jd rdccediltlc I lrahalhll Camlnh-l-~t li ) l imi l hla ~~ f1cciccedil )0 1nlrJ)~~lIntt jt- fl ern IM ouse du aprotil lul1cnltl ue sua vUltlao od1 r de- MM aplhdildt (nrrcr()nJen t t~ ~ontlrJ

dos 1I1io sncilS llual4uer litigin 4u dcccedilorrn dI trJhdlwlllIIIIlIlImiddotm Igurd u~ Iuccedilatildeo ubmctld Ii ~tl(IJ1O eI~c ramu lI IlIdl(i~ri pnoml1 vldo enfim de luti 1 d crnlrlgmiddot a JUI lIa Jo I rlhal lw (IVol( trlmlctlTI(l1I d 1Iliral tIlI fhlllm lt (gt PJtlu ITrc 20()~)

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Op 1 p 25

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A RI IA RltJ ENDU R ~ECUs I IA ltllAtildell )ulgJd ~1lI 23 1012002 I I Il11112002~ u l uacute36l1~ 1 Rd llin islrcl (ASTR() 1I1 Hl I -rb l o) ~(A( )ulgado m 1~ltJll2llll~ 011lO004

rl 22 A rrcstlccedilatildeo de sen iccedilu proliionJI Jcguril 1lt illslnh 11 llAH o dil 11 hnnnrMim wnvcnclllnadm lO fixad rr adrlrm~ntl

juelicial e 11gt ele mul11hecircncia I 1 (gt lt1 Se n aellllfad fIzer junlll r In au tos (gt eu Cllltrato de hlltlllriri illll~ dI expedir rnuumlnJaJ de 1allllmcnlo ou precatoacutenu I )U17 deve determinar qUecirc lhe sejJm pago ellrcllllllecircntc 1lIr dcdIJccedil ti qunti l cr ~cebida relo ol1s litulnlt ali ~t elc pmlIr Iu~

iiacute (h pagu

c Rhl 11 I()I-J gt111( ltcgulIda gtlt11 relator ~lmitro luis Icltpl Sdlulllatildell ju lgaJ _111 OQ tl521112 111 de 2~tlh~012

Ikl to t qUI nl1 mUito de luridccedililll n h5Y1) rdlur l li nll lIl ~epircLl Pcrl nc n I F lIfrgou ltntmlam~lllo cgulldu 1IIJl j tctrml middot naccedilatildeo LI (ompc llllda ela lultti1 tI middot1 r1halh natildel 1111 [Ilrl 01 qu~ dermiddotn a Iuccedilao da hde de quesllies de Jjrcihl civil mlt ~ I m n ld lU I IrnrnJ

Lle Cllll lrltla r UI) alegado Ilnteud c lundamtnlo do pedido lenha itlo f~ila 111 rallnil rclaccedilatildell de emprego mlnndn se no conlrato de Iraballllt

20 11 DCltmhw I IIIIiccedil 8lt ( idadJr1M 23

Ministro do STJ Lu is Fe lipe Salomatildeo

do empregador ven cido na demanda labora l ( RE~p n

l027897MG reI Ministro Ald ir Passarinho Jun ior

e REsp n 9 15882MG reI M in istro Honildo Amaral

de Mello Castro ambos da Quarta Tmm a j ulgado~

respectivamente em J6 J 02008 e 4220 10)

A Terceira Turma po r sua vez sufragou entendimento

diverso no sentido de que o~ ho noraacute rios con lencionajs

integram o va lor dev ido a tiacutetulo de pe rdas e danos

nos termos dos a rts 389 395 e 404 do CC02 [ 1O

pagamento dos honoraacuterios ex traj udiciais como pa rcela

integran te das perdas e danos tambeacutem eacute devido pelo

inad implemento de obrigaccedilotildees traba lhistas diant e

da incidecircncia dos princiacutepios do acesso agrave justi ccedila e da

re st ituiccedilatildeo integral dos danos e dos ar ts 389 395 e 404

do CC02 que podem se r aplicados subs id ia riamente

DO acircmbito dos cont ratos t rabal h is tas nos termos do art

8 paraacutegrafo uacute n ico da CLT (REsp J027797MG ReI

Mi nistra NANCY ANDRI GHI T ERCEIRA TURMA

julgado em J722011 DJe 23220 11 )

A par d OIgt dois m encionados posicionamentogt que

enfrentaram o meacuterito da questatildeo controvertida a posiccedilatildeo

atua l do ST) eacute a de que ltI justiccedila Comum natildeo eacute competente

para apreciar esse lipo de litiacutegio sendo a Justiccedila do Trabalho

o jUlZO natural para causas com os men cionados contornos l~

201 1 11c7cl11bm I rU II ~1 amp Cidada n ia

Deveras cuidando-se de accedilatildeo indenizatoacuteria por danos

mater iais decorrentes do descu mprimento do contralo

de trabalho cuja causa d e pedir remota eacute a relaccedilatildeo de

trabalho a situaccedilatildeo subsume-se ao que d ispotildee o art I J4 inciso V l da Const itu iccedilatildeo Federal

Art 114 C)m pcte agrave Jusliccedila do Trabalho processar c julgar

[ J

1 as accediloes de indeniLaccedilatildeo por dano moral ou patrimclOial

dccllrrenles da relaccedilatildeo dI I rabalho

A controveacutersia cinge-se a saber se o descumprimento

de normas traba lh istas - descumprimento reconhecido

pela Jus ticcedila do Trabalho com a procedecircncia do plei to

na reclamatoacuteria - eacute tambeacutem capaz de gerar o dever de

inden iza r o trabalhador pelos valores despend idos com a

contrataccedilatildeo de advogado

Por esse acircng ul u o dano patrimonial alegado decor

mesmo da proacutepria relaccediliio de trabalho assim tambeacutem se

fosse alegado algum dano mora l que tivesse como pano de

fu ndo () viacutencuJo laboral

Repi ta-se o que se afirmou nout ro passo tal como jaacute vi n ha sendo apregoad0 pelo STF mesmo antes da EC 4504 a flxaccedilatildeo da com petecircncia da justiccedila do Trabalho natildeo

depende da norma juriacuted ica a ser aplicada para a soluccedilatildeo

do caso concreto se de natu reza civil ou trabalhista

mas somente da origem da situaccedilatildeo li tigiosa Em sendo

decorren te de relaccedilatildeo trabalhista seraacute a justiccedila do Trabalh

a competente para d iri mi r o conflito de interesses l

o paradigmaacutetico CC 7204MG relator Min istro

Carlos Brit to ju lgado em 2962005 median te o qual se

reconhece u a competecircncia da Justiccedila do Trabalho para

o julgament o de accedilatildeo de danos mora is e pat rimoniais

decorrentes de acidente de trabalho o STF reconheceu que

~empre foi da competecircncia da Justi ccedila O breira con hecer de

mateacuterias com esse cari7 tendo a EC n 452004 apenas

explicitado esse entend imen to co m a h na lidade de afastar

a equivocada conclusatildeo antes apregoada pdos Tribunais

esse sentido se manifestou o relator Min istro Ca rlos

Britto

Nesse r umo de id eacute ias rcnow-~e a propos iccedilatildeo dt que

a nova red accedilatildeo do art 1] ] da Lex MelXimn soacute veio

acl arar explel ivamente a in tcrprelaccedilatildeo alJ ui perfi lh ada

Poi s a Ju sti ccedila do Trabalho que ia era cumpelenle para

concilia r e julga r os d iss iacutedios individulis e coltti vo

ent re t raba lhadore~ l e l11 pr(gtgadorc~ 1 leacutem de oulra

onl roveacuters i a~ deco r rentes da relaccedilatildeo traba lh isla agQra

eacute con firm ativa men le competen te para processar c ju lga r

a3 accedilocirces de indeni7 accedilatildeo por dano moral ou palrimon ial

decorrentes da relaccedilatildeo de I raba lho

Tambeacutem se mostraram profiacutecuas as ponderaccedilocirce

rea lizadas no voto profe rido pelo Mi ni stro Cezar Pe]uso

2 1

Com efeito a accedilatildeo de

indenizaccedilatildeo ajuizada pelo

trabalhador em face do exshy

empregador com vistas ao

ressarcimento dos honoraacuterios

advocatiacutecios contratuais

despendidos em reclamatoacuteria

trabalhista outrora manejada

deve ser apreciada pela

Justiccedila do Trabalho porquanto

decorrente da relaccedilatildeo de

trabalho (art 114 inciso VI CF)

quanto agrave amplitude da competencia da Just iccedila do

Trabalho para dirimir questotildees relativas a todos os danos

materiais e morais decorrentes da relaccedilatildeo laboral dos

quais os gerados por aciden te do trahalho satildeo apena~ um

exemplo

L portanto dent ro desse quld ro que haacute de interpretarmiddot

1 J Emcmla n 45 quundo exp licitando 110 inc I dn

art 114 o caraacute ter gera l da compctencia da Justiccedila do

Trahalho nela indu iu tndagt d ~ accedilotildees or ill ndas da relaccedilatildeo

de IraoOllho

Imiddotmiddotmiddot] Esa interpretaccedilagraveo acomoda am bils as clausulas const ishy

luLionOlh rcvorenciJ ltl especializaccedilatildeo e a funcionalidade

da Justiccedila do lrabalho d ivia a Imticcedila e~tadu a l e sustentamiddot

se na Illces~iIacuter i a unidade tlt conv icccedilatildeo sem esvazia r o

dispo~to no inc VI onde apenas se divisa I posit ivaccedilatildeo

mediante relevo ucst inado a ~ lJp erar todas as duacutevidas da

jurbprudeacutencia desta Cua que sob a redaccedilatildeo original do

ar t 114 capul entendia - n mcu ver com indi~c lltivel

~erto - yuc para efeito dessa competecircncia dislr ibuiacuteda

com apoio em vacircrios princiacutepios enlre os qua is deg da

unidJue ue cOllvicccedilatildeo era e eacute irrelevante 1 provi ncia

taxonocircmIacutelta da~ normagt apli caacuteveis ao caso se direito

trabalhi sta ou civ il e pois tambem a nature7a mesma da

rc~rnllsahi lidad e se negllcialllu aqu iliana

Fssa conjugaccedilatildeo condul portanto a meu ver ao segui nte

resultado praacuteliw satildeo agorn da competecircncia exclusiva

n

da Justi ccedila do Trabalho todas as accedilotildees oriundas da relaccedilatildeo

de trabalho sern exceccedilatildeo alguma trata-se de accedilotildees

acidenlaacuterias tiacutepicas ou de indenizaccedilatildeo de outra espeacuteck e

de outro tiacutetu lo

A con sagraccedilatildeo defin iti va desse entendimento veio

com a Suacutem ula Vinculante n 22 que apenas explicita

o aciden te do trabalho na perspectiva de dar ecircnfase agrave si tuaccedilatildeo ma is conlrovertida mas que sua principiologia

abarca cerlamente to dos os danos morais e materiais

d ecorrentegt d a relaccedilatildeo de trabalho ex vi do art 11 4 VI

F88

Om efcito a accedilatildeo d e indenizaccedilatildeo aj ui7ada pelo

trabalhador em face do ex-empregador com vistas ao

ressa rcimento dos honoraacuterios advocatiacutecios contratlmis

despendidos em reclamatoacuteria tra balhis ta ou trora

manejada deve ser apreciad a pela Justiccedila do Trabalho

p orquanto decorren te da relaccedilatildeo de trabalho (art 114

inciso VI CF)

E de fato a Justiccedila do Trabalho vem mesmo apreciando

dem and as com esses contornos como demo nstram o

seguintes precedentes do Tribunal Supe rior do Trabalho

RR - 11 3-5520 115240072 Relator Ministro Alberto

Lui l Bresc ian i d e Jontan Pereira Data de Julgamento

11142012 3 Turma Data de Pu blicaccedilatildeo 13420 12

RR - 1184-2320 105030069 Relator M in is tro Ive

Gand ra Martins f il hu Data de Julgamento 98201 1

7 Turma Data de Publicaccedilatildeo 12182011 RR 45740shy

092009503 U1 14 Relatora Ministra Maria Cristina

Irigo)en Peduzzi Data de Julgamento 151 22010 8

Tu rma Da ta de Publicaccedilatildeo 171 2 2010 RR - 80000shy

192009502 0057 Relator Mi ni stro Joseacute Rober to

Frei rI Pi menta Da ta de Ju lga me nto 732012 2

Tu rma Dala de Publicaccedilatildeo J63201 2 RR J 86400shy

9120075090652 Relator Mi nistro Pedro Paulo Manus

Data de Ju lgam ento 822012 7 Turma Data de

Publicaccedilatildeo 24220 12

Deveras mostra-se d e todo conveniente q ue a Jus ticcedila

do I rabalho decida com base na sua especiali zaccedilatilde

consti tucionalmente conferida a questatildeo relativa ao

cabimento d o ressarcimenlo de honoraacuteri os advocatiacutecio

o ntra tu ais recl amados pelo ex-e mp regado em face do exmiddot

empregado r sobret udo para saber se o pleito eacute compatiacutevel

com as regras pec u li ares de sucumbecircncia aplicaacuteveis

ao processo do traba lho regras essas consolidadas na

O ri entaccedilatildeo Jurisprudencial n 305 da SDl middot [ e na Suacutem ula

n 21 9 ambas do Tribunal Superior do Trabalho

Aderna i o reconhecimen to da competecircncia da

Jus ticcedila Comum para julga r as causas desse jaez gerari a

u m enorme d esajuste no sistema porquan to para cada

accedilatildeo tramitando na Justiccedila do Tra balho haveri a mais

uma a tram itar na Jus ticcedila Comum

Tuticcedila amp CiLlldlIIlJ I Dtlltmbru 211t

Po r outro lado no acircmbito da Justiccedila Especiali zada

o pedid o de indenizaccedilatildeo pod e scr (eito na proacutepria

reclama toacuteria traba lh is ta natildeo onerando em nada aquele

eg men to do Judi ciaacuterio

Condusatildeo Um grave problema de teacutecll ica de in terpretaccedilatildeo

juriacutedica eacute ce rtamente observar a nova norma por

uma lente u lt rapassada sobretudo quando a chave

hermenecircuti ca de le itura proacutepr ia do sistema sup erado foi

expressamen te repud iada pelo novel sistema

O misoneismo hermenecirculico co n figu ra verd adeira

deslealdade com o proacuteprio sistema de t riparl iccedila0 de

poderes lima vez que em obseacutequio de valores antigos

simplesmente se descol1sidera o novo va lOr consagrado

pelo legislador

Em uacutelt ima an aacuteuumlse a aversatildeo ao novo tem a virtna lidade

de tom ar inoacutecuos toda virada juriacutedica c avanccedilo ltgal levados a efeit o pelos aparelhos legiferantes do Estado

Fel izmente parece- nos que os Tribunais Superiorc

tecircm de um modo geral comp reendido o alcance da EC

4504 no que co ncerne agrave compctecircncia material da Justiccedila

do Tra balho

O entendimc nto acolhido no julgamento do REsp n

1087) 53MG e a aper tada volaccedilatildeo do CC n 112748

PE apreciados ambos pela Scgunda Seccedilatildeo do Superior

Tri bunal de Just iccedila revelam uma abertura - ao menos

incipiente - do Tribu nal da C idadania para 05 novo

ventos trazidos pela Reforma de 2004 sem apego ao que

passou mas com os olhos aten tos agraves relevantes alteraccedilotildec

legislati v3s sem as quais () Direito nagraveo conseguiria

ombrear 5 galopa lltes transformaccedilotildees sociais bull ___

Nota

rl II -I Compett a luli l 1 I rJo lhn conCll iJr e iul gar~ J ilio IllllJlilull ~ Ullet ivos enl n 1llhJlhJdllre l cnlprq~Jos 1 1 ASCl I ENTO nlJuri M Ieacutedrtl (lrs(I I rdltl pro tlol d 1111111 bull ~ 1 t atildell 1111 ~rllllllll-- r 21

raquo~e tlIlido rrlwem n aluais in I L I X d MI I l ~ ~r 111 Cumplll lti luslI d Trahal ho rroesar ~ jull(I I JIrS oriunJ s da rmiddot Ialt ele ImhI II JhrJngldw lI1Il Je direlll puhlicn ~)tcnH e doi admin lslraccedillll publi(~ direll indlllt l d1 [I rl1 a d htJJ d I1l~tntltl fdcra l c dm middot1UnI(IacutePI 1middot 1 nutras laquogtn lrowrslil drrcnles 11 rehlU de trlhtI 1middotmiddot1middot bl~ Itvrll e fo tor tiJ du inlcll ele Ul1l1 revulu L~t ruturJ- 1 rilrtir 11nov IIld~1ll oollti tuciOIlJI Ullla nOI 11111bull om ai nhulccedili rlshyginal e L1l1 notoacuteria Jl1lpliatildeu de ua Illr~l en(O de acordo 10m 11 novel Int 1u1 J ~ 11 tm PIIIIII Pc pll1ltl I ll1rtecircncia da lutip d Jrlhalh clttemleu-sc do julgalllellto d Illk~ dcCtrrlntl d lIlral lk ~mprclt1l rara J ktl de lod J~ que eleriHm Jd rdccediltlc I lrahalhll Camlnh-l-~t li ) l imi l hla ~~ f1cciccedil )0 1nlrJ)~~lIntt jt- fl ern IM ouse du aprotil lul1cnltl ue sua vUltlao od1 r de- MM aplhdildt (nrrcr()nJen t t~ ~ontlrJ

dos 1I1io sncilS llual4uer litigin 4u dcccedilorrn dI trJhdlwlllIIIIlIlImiddotm Igurd u~ Iuccedilatildeo ubmctld Ii ~tl(IJ1O eI~c ramu lI IlIdl(i~ri pnoml1 vldo enfim de luti 1 d crnlrlgmiddot a JUI lIa Jo I rlhal lw (IVol( trlmlctlTI(l1I d 1Iliral tIlI fhlllm lt (gt PJtlu ITrc 20()~)

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I bsa nlva J CI~Jo da ltllll orglniaatilde dlllrthalhu humunp bem tplanada por lljrccedillO luacuteli Vinll1 H W (omll I(tmbullbull0 tlhrtuacute c dn middot cn l rl prg1niacute7i1l1do middot -l tnl rcJC IJ fJ I~S() Llrt kuJ ~c nio bull LlHl1 I UI r mlnnrc~ ~ hirlmiddotnnIIJ~rnl Ina 1HHblln com -n1f1nsas til lOrJlil~ l Ptllu 01

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Op 1 p 25

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VI NA lvhirclll middotIuliu (11 dI p Ih CASmiddotI IH I nt0I110 Fukguy fJlllldll middotJ5 Iltrrtnccediltil Iu lOInlltlIIC11I tIl Illlttrria ltjllli11I1 iltil C shyballO in lu ticcedilJ do 1[hIIIII rll 23 n 273 l1lhn I 2006

li Cllntiram a lil uJr I J e c mpl ( C 155IiMII Rei 11 ~AII() f)( IIUIIRI n l) Tf LXHR ~H t IN fH SiltAo lul~d em I 111311J CC 300-IIPR ReI Mimlw iNTOcircl JO 1gt1 PA[JA RlULlRo ltFGUNI1A ~HLltttlgJJ m OHill2tHHI J11 0I~ 2l10ll CC 3gt5 17M Rd 1rnbtru

A RI IA RltJ ENDU R ~ECUs I IA ltllAtildell )ulgJd ~1lI 23 1012002 I I Il11112002~ u l uacute36l1~ 1 Rd llin islrcl (ASTR() 1I1 Hl I -rb l o) ~(A( )ulgado m 1~ltJll2llll~ 011lO004

rl 22 A rrcstlccedilatildeo de sen iccedilu proliionJI Jcguril 1lt illslnh 11 llAH o dil 11 hnnnrMim wnvcnclllnadm lO fixad rr adrlrm~ntl

juelicial e 11gt ele mul11hecircncia I 1 (gt lt1 Se n aellllfad fIzer junlll r In au tos (gt eu Cllltrato de hlltlllriri illll~ dI expedir rnuumlnJaJ de 1allllmcnlo ou precatoacutenu I )U17 deve determinar qUecirc lhe sejJm pago ellrcllllllecircntc 1lIr dcdIJccedil ti qunti l cr ~cebida relo ol1s litulnlt ali ~t elc pmlIr Iu~

iiacute (h pagu

c Rhl 11 I()I-J gt111( ltcgulIda gtlt11 relator ~lmitro luis Icltpl Sdlulllatildell ju lgaJ _111 OQ tl521112 111 de 2~tlh~012

Ikl to t qUI nl1 mUito de luridccedililll n h5Y1) rdlur l li nll lIl ~epircLl Pcrl nc n I F lIfrgou ltntmlam~lllo cgulldu 1IIJl j tctrml middot naccedilatildeo LI (ompc llllda ela lultti1 tI middot1 r1halh natildel 1111 [Ilrl 01 qu~ dermiddotn a Iuccedilao da hde de quesllies de Jjrcihl civil mlt ~ I m n ld lU I IrnrnJ

Lle Cllll lrltla r UI) alegado Ilnteud c lundamtnlo do pedido lenha itlo f~ila 111 rallnil rclaccedilatildell de emprego mlnndn se no conlrato de Iraballllt

20 11 DCltmhw I IIIIiccedil 8lt ( idadJr1M 23

Com efeito a accedilatildeo de

indenizaccedilatildeo ajuizada pelo

trabalhador em face do exshy

empregador com vistas ao

ressarcimento dos honoraacuterios

advocatiacutecios contratuais

despendidos em reclamatoacuteria

trabalhista outrora manejada

deve ser apreciada pela

Justiccedila do Trabalho porquanto

decorrente da relaccedilatildeo de

trabalho (art 114 inciso VI CF)

quanto agrave amplitude da competencia da Just iccedila do

Trabalho para dirimir questotildees relativas a todos os danos

materiais e morais decorrentes da relaccedilatildeo laboral dos

quais os gerados por aciden te do trahalho satildeo apena~ um

exemplo

L portanto dent ro desse quld ro que haacute de interpretarmiddot

1 J Emcmla n 45 quundo exp licitando 110 inc I dn

art 114 o caraacute ter gera l da compctencia da Justiccedila do

Trahalho nela indu iu tndagt d ~ accedilotildees or ill ndas da relaccedilatildeo

de IraoOllho

Imiddotmiddotmiddot] Esa interpretaccedilagraveo acomoda am bils as clausulas const ishy

luLionOlh rcvorenciJ ltl especializaccedilatildeo e a funcionalidade

da Justiccedila do lrabalho d ivia a Imticcedila e~tadu a l e sustentamiddot

se na Illces~iIacuter i a unidade tlt conv icccedilatildeo sem esvazia r o

dispo~to no inc VI onde apenas se divisa I posit ivaccedilatildeo

mediante relevo ucst inado a ~ lJp erar todas as duacutevidas da

jurbprudeacutencia desta Cua que sob a redaccedilatildeo original do

ar t 114 capul entendia - n mcu ver com indi~c lltivel

~erto - yuc para efeito dessa competecircncia dislr ibuiacuteda

com apoio em vacircrios princiacutepios enlre os qua is deg da

unidJue ue cOllvicccedilatildeo era e eacute irrelevante 1 provi ncia

taxonocircmIacutelta da~ normagt apli caacuteveis ao caso se direito

trabalhi sta ou civ il e pois tambem a nature7a mesma da

rc~rnllsahi lidad e se negllcialllu aqu iliana

Fssa conjugaccedilatildeo condul portanto a meu ver ao segui nte

resultado praacuteliw satildeo agorn da competecircncia exclusiva

n

da Justi ccedila do Trabalho todas as accedilotildees oriundas da relaccedilatildeo

de trabalho sern exceccedilatildeo alguma trata-se de accedilotildees

acidenlaacuterias tiacutepicas ou de indenizaccedilatildeo de outra espeacuteck e

de outro tiacutetu lo

A con sagraccedilatildeo defin iti va desse entendimento veio

com a Suacutem ula Vinculante n 22 que apenas explicita

o aciden te do trabalho na perspectiva de dar ecircnfase agrave si tuaccedilatildeo ma is conlrovertida mas que sua principiologia

abarca cerlamente to dos os danos morais e materiais

d ecorrentegt d a relaccedilatildeo de trabalho ex vi do art 11 4 VI

F88

Om efcito a accedilatildeo d e indenizaccedilatildeo aj ui7ada pelo

trabalhador em face do ex-empregador com vistas ao

ressa rcimento dos honoraacuterios advocatiacutecios contratlmis

despendidos em reclamatoacuteria tra balhis ta ou trora

manejada deve ser apreciad a pela Justiccedila do Trabalho

p orquanto decorren te da relaccedilatildeo de trabalho (art 114

inciso VI CF)

E de fato a Justiccedila do Trabalho vem mesmo apreciando

dem and as com esses contornos como demo nstram o

seguintes precedentes do Tribunal Supe rior do Trabalho

RR - 11 3-5520 115240072 Relator Ministro Alberto

Lui l Bresc ian i d e Jontan Pereira Data de Julgamento

11142012 3 Turma Data de Pu blicaccedilatildeo 13420 12

RR - 1184-2320 105030069 Relator M in is tro Ive

Gand ra Martins f il hu Data de Julgamento 98201 1

7 Turma Data de Publicaccedilatildeo 12182011 RR 45740shy

092009503 U1 14 Relatora Ministra Maria Cristina

Irigo)en Peduzzi Data de Julgamento 151 22010 8

Tu rma Da ta de Publicaccedilatildeo 171 2 2010 RR - 80000shy

192009502 0057 Relator Mi ni stro Joseacute Rober to

Frei rI Pi menta Da ta de Ju lga me nto 732012 2

Tu rma Dala de Publicaccedilatildeo J63201 2 RR J 86400shy

9120075090652 Relator Mi nistro Pedro Paulo Manus

Data de Ju lgam ento 822012 7 Turma Data de

Publicaccedilatildeo 24220 12

Deveras mostra-se d e todo conveniente q ue a Jus ticcedila

do I rabalho decida com base na sua especiali zaccedilatilde

consti tucionalmente conferida a questatildeo relativa ao

cabimento d o ressarcimenlo de honoraacuteri os advocatiacutecio

o ntra tu ais recl amados pelo ex-e mp regado em face do exmiddot

empregado r sobret udo para saber se o pleito eacute compatiacutevel

com as regras pec u li ares de sucumbecircncia aplicaacuteveis

ao processo do traba lho regras essas consolidadas na

O ri entaccedilatildeo Jurisprudencial n 305 da SDl middot [ e na Suacutem ula

n 21 9 ambas do Tribunal Superior do Trabalho

Aderna i o reconhecimen to da competecircncia da

Jus ticcedila Comum para julga r as causas desse jaez gerari a

u m enorme d esajuste no sistema porquan to para cada

accedilatildeo tramitando na Justiccedila do Tra balho haveri a mais

uma a tram itar na Jus ticcedila Comum

Tuticcedila amp CiLlldlIIlJ I Dtlltmbru 211t

Po r outro lado no acircmbito da Justiccedila Especiali zada

o pedid o de indenizaccedilatildeo pod e scr (eito na proacutepria

reclama toacuteria traba lh is ta natildeo onerando em nada aquele

eg men to do Judi ciaacuterio

Condusatildeo Um grave problema de teacutecll ica de in terpretaccedilatildeo

juriacutedica eacute ce rtamente observar a nova norma por

uma lente u lt rapassada sobretudo quando a chave

hermenecircuti ca de le itura proacutepr ia do sistema sup erado foi

expressamen te repud iada pelo novel sistema

O misoneismo hermenecirculico co n figu ra verd adeira

deslealdade com o proacuteprio sistema de t riparl iccedila0 de

poderes lima vez que em obseacutequio de valores antigos

simplesmente se descol1sidera o novo va lOr consagrado

pelo legislador

Em uacutelt ima an aacuteuumlse a aversatildeo ao novo tem a virtna lidade

de tom ar inoacutecuos toda virada juriacutedica c avanccedilo ltgal levados a efeit o pelos aparelhos legiferantes do Estado

Fel izmente parece- nos que os Tribunais Superiorc

tecircm de um modo geral comp reendido o alcance da EC

4504 no que co ncerne agrave compctecircncia material da Justiccedila

do Tra balho

O entendimc nto acolhido no julgamento do REsp n

1087) 53MG e a aper tada volaccedilatildeo do CC n 112748

PE apreciados ambos pela Scgunda Seccedilatildeo do Superior

Tri bunal de Just iccedila revelam uma abertura - ao menos

incipiente - do Tribu nal da C idadania para 05 novo

ventos trazidos pela Reforma de 2004 sem apego ao que

passou mas com os olhos aten tos agraves relevantes alteraccedilotildec

legislati v3s sem as quais () Direito nagraveo conseguiria

ombrear 5 galopa lltes transformaccedilotildees sociais bull ___

Nota

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Op 1 p 25

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