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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA COMO

IMPORTANTE INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA

GESTÃO PÚBLICA

REGIANE ALMEIDA CAMPOS

Prof. Mario Luiz Trindade Rocha

ALPERCATA

2014

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA COMO

IMPORTANTE INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA

GESTÃO PÚBLICA

REGIANE ALMEIDA CAMPOS

Monografia apresentada ao Instituto A Vez

do Mestre como requisito parcial para

obtenção do título de especialista em Gestão

Pública.

Orientador: Prof. Mario Luiz Trindade Rocha

ALPERCATA

2014

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a

Deus que me permitiu com suas

bençãos conseguir concluir o curso

do Pós Graduação, a meus dois

filhos Guilherme e Alexandre, pelo

carinho, paciência e apoio e de

modo especial, a meus pais Elza e

Adão que com seus esforços

procuraram me educar da melhor

forma possível e me fizeram chegar

a quem sou hoje.

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DEDICATÓRIA

À meus filhos Guilherme e

Alexandre, por serem os motivos

principais de todos os meus esforços

diários.

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EPÍGRAFE

Posso, Tudo posso Naquele que me

fortalece (Celina Borges)

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RESUMO

Este estudo trata da análise da NBC T 16.6 – Demonstrações Contábeis, no que tange a obrigatoriedade de elaboração e divulgação pelas entidades do setor público da Demonstração do Fluxo de Caixa, não somente como forma de padronizar os procedimentos perante as normas internacionais de contabilidade, mas como importante ferramenta de êxito a ser utilizada pelos gestores, no controle, acompanhamento e avaliação da execução orçamentária. Portanto, o objetivo primordial é demonstrar a importância desta demonstração que se bem elaborada e projetada, permitirá o conhecimento da origem dos recursos, sua possível destinação, contribuindo para a transparência da gestão pública, e com o equilíbrio fiscal exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei 101/2000).

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METODOLOGIA

O presente estudo foi desenvolvido tendo como base, procedimentos

metodológicos de pesquisa bibliográfica em livros cujos autores analisam e

dissertam sobre as Demonstrações de Fluxo de Caixa aplicadas ao Setor

Público. Contará também, com a apresentação da Demonstração de Fluxos de

Caixa de 02 (duas) prefeituras da região Leste de Minas Gerais, que tiveram

como critério de escolha a população com menos de 50 mil habitantes e

índices de arrecadação de mesmo percentual de repasse do Fundo de

Participação dos Municípios – FPM (que é a maior receita repassada pelo

Governo Federal aos municípios), objetivando analisar sua situação financeira

no aspecto ora apresentado durante este trabalho monográfico, comparando

seus fluxos no decorrer do exercício de 2013 e comprovando como a falta de

controle favorece o desequilíbrio entre receitas e despesas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................08

CAPÍTULO I – A obrigatoriedade da Demonstração de Fluxos de Caixa nas

Entidades Públicas..........................................................................................11

CAPÍTULO II – Alguns conceitos básicos relacionados ao Fluxo de

Caixa.................................................................................................................18

CAPÍTULO III – A estruturação da Demonstração de Fluxo de Caixa no

âmbito público.................................................................................................25

3.1 Comentários sobre sua estruturação e elaboração...........................29

3.2 Aplicabilidade da Demonstração de Fluxo de Caixa no Setor

Público..............................................................................................................31

CONCLUSÃO....................................................................................................38

REFERÊNCIAS.................................................................................................39

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INTRODUÇÃO

Com a aprovação das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicada ao

Setor Público – NBCASP – o Conselho Federal de Contabilidade dá inicio a

uma verdadeira revolução na Contabilidade Governamental Brasileira, que até

então, regida pela Lei nº 4.320/64 (que estatui normas de Direito Financeiro

para elaboração e controle dos Orçamentos e elaboração dos balanços da

União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal) obrigava apenas a

elaboração de quatro demonstrativos: Balanço Orçamentário, Balanço

Financeiro, Balanço Patrimonial e Demonstração das Variações Patrimoniais.

A partir da NBCASP 16.6 – Demonstrações Contábeis, instituída pela

Resolução 1.133/08, do Conselho Federal de Contabilidade – CFC, houve a

obrigatoriedade de elaboração e divulgação, além dos demais acima, da

Demonstração de Fluxo de Caixa e do Resultado Econômico, saindo de um

foco orçamentário para um critério financeiro, já previsto pela Lei 101/2000 (Lei

de Responsabilidade Fiscal), equilibrando as receitas e despesas como pilar de

uma gestão fiscal verdadeiramente responsável.

O art. 1º, §1º da LRF trata:

A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação

planejada e transparente, em que se previnem riscos e

corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas

públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados

entre receitas e despesas e a obediência a limites e

condições no que tange a renúncia de receita, geração de

despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas

consolidadas e mobiliárias, operações de crédito, inclusive

por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição

em Restos a Pagar.

A Lei 131/2009, de 27 de maio de 2009, determinou a disponibilização

de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira

dos entes da Federação, através de meios eletrônicos de acesso público em

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tempo real, com vistas ao pleno conhecimento e acompanhamento da

sociedade.

Para que não haja incoerências nas esferas públicas e descumprimento

da legislação fiscal, é que este trabalho torna-se necessário, ao tratar o fluxo

de caixa como importante instrumento de avaliação da gestão, capaz de

conduzir aos gestores a observação das finanças, alertando a possíveis

ajustes, de forma que as receitas não sejam superestimadas, nem haja

acumulo excessivo de passivos financeiros, possibilitando projeção de

cenários, inferindo em decisões de alocações de recursos, investimentos e

financiamentos, de forma a prevenir insolvência futura.

Sendo este, um assunto recente, é relevante conhecer sua estruturação

para o ambiente público, analisando seus benefícios, para os diversos usuários

que controlam e acompanham as ações e políticas públicas, justificando-se

ainda, por representar:

- instrumento de gerenciamento,

- avaliação de investimentos,

- controle da execução orçamentária,

- equilíbrio da projeção e programação orçamentário-financeira,

- acompanhamento do desempenho da entidade.

Explicitada a relevância e justificativas deste estudo, dividimos sua a

apresentação em três capítulos, em que o Capítulo I – A obrigatoriedade da

Demonstração de Fluxos de Caixas nas Entidades Públicas menciona sua

implantação como novo demonstrativo contábil e o embasamento legal de tal

exigência; no Capítulo II – Alguns conceitos básicos relacionados ao Fluxo de

Caixa, apresenta conceitos importantes, para compreender a estruturação

deste demonstrativo; e, por último no Capítulo III – A estruturação da

Demonstração de Fluxo de Caixa no âmbito público, destacamos os benefícios

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quando este é devidamente elaborado como ferramenta de controle de gestão,

comentando sua elaboração e estrutura baseada em receitas e despesas, e

sua aplicabilidade mediante exemplos e análise de 02 municípios. Para finalizar

expomos as conclusões obtidas e os referenciais utilizados.

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CAPÍTULO I

A OBRIGATORIEDADE DA DEMONSTRAÇÃO DE

FLUXOS DE CAIXA NAS ENTIDADES PÚBLICAS

O fluxo de caixa segundo Zdanowicz (1998) pode ser compreendido

como instrumento que permite ao administrador financeiro planejar, organizar,

coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros, para um determinado

período ou ainda é um instrumento que relaciona o conjunto de ingressos e

desembolsos de recursos financeiros pela empresa em determinado período.

Segundo Silva (2001, p. 420) o fluxo de caixa é considerado por muitos

analistas um dos principais instrumentos de análise, propiciando-lhes identificar

o processo de circulação do dinheiro, por meio da variação das

disponibilidades mais as aplicações financeiras.

Com a introdução das normas internacionais de contabilidade e com a

exigência legal da gestão fiscal, é necessário conhecer os recursos disponíveis

ou a ingressar nos cofres públicos, além de definir o impacto orçamentário-

financeiro de cada despesa, partindo do planejamento, e, sobretudo, de uma

possibilidade de “controle” sobre o futuro.

Tornando-se de fundamental importância para empresas e entidades

públicas, e como trata Assaf Neto & Silva (1997, p. 35) “constituindo-se numa

indispensável sinalização dos rumos financeiros dos negócios”.

A Secretaria do Tesouro Nacional (STN), em seu Manual de

Contabilidade Aplicado ao Setor Público (MCASP) válido para o exercício de

2013, trata da Demonstração de Fluxo de Caixa - DFC como demonstração

contábil que visa o desempenho do setor público e sua importância como

instrumento da avaliação da gestão pública.

Permitindo inferir as decisões de alocações de recursos, na prestação

de serviços públicos, em investimentos e financiamentos, além de permitir a

verificação de como a administração influenciou a liquidez da entidade, de

forma a prevenir insolvência futura.

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Nota-se que muitos municípios, utilizam-se das ferramentas da LRF

apenas para cumprimento legal, não utilizando como, por exemplo, do

demonstrativo de metas bimestrais de arrecadação e cronograma de

desembolso financeiro, para fins gerenciais, carentes de metodologia de

gerenciamento dos recursos disponíveis.

Este instrumento contribui no planejamento, no controle e na

transparência da administração e aprimora as questões que envolvem o Plano

Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei

Orçamentária Anual (LOA), para as entidades públicas, este é um momento

particularmente importante, pois é um ano efetivo de planejamento e definição

de ações compactuadas no Plano Plurianual (PPA).

A integração do PPA, a LDO e a LOA é um valioso instrumento para a

gestão, pois difunde as políticas públicas e garante a informação sobre a

origem das receitas e sua destinação.

Ao mencionar o equilíbrio que deve haver nas contas públicas,

Nascimento (2006, p. 178 e 179) expõe que diferente do equilíbrio

orçamentário, este já previsto na Lei 4.320/64, a LRF trata disto nas chamadas

“contas primárias”, traduzidas no Resultado Primário Equilibrado, um equilíbrio

considerado autossustentável, que prescinde de operações de despesas

planejadas, e sem aumento catastróficos da dívida pública.

Albuquerque (1998, p. 98) afirma que:

Com a LRF a programação anual da execução orçamentária e dos desembolsos financeiros passou a ter por finalidade não só evitar os déficits de caixa mas, principalmente prevenir a ocorrência de déficits que possam acarretar a acumulação de restos a pagar e consequentemente comprometimento de receitas futuras.

O Sistema Orçamentário Brasileiro é composto por cada instrumento

acima descrito, que deve ser elaborado de forma gerencial planejando-se as

ações governamentais tanto pelo lado estratégico quanto político.

Para iniciar, o entendimento destes dispositivos legais, a base deve ser

o PPA que não deve ser elaborado de forma genérica, tendo por objetivo,

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apenas, atender aos dispositivos constitucionais, mas quantificar os objetivos e

as metas físicas eleitas, transformando-se em instrumento gerencial, que

servirá de referência básica para a elaboração dos demais instrumentos que

integram o sistema orçamentário da área pública.

Cabe ao PPA realizar em seu período de vigência (4 anos) os objetivos

estratégicos estabelecidos pela entidade, traduzindo-os em ações concretas.

Em síntese, o PPA compõe-se de dois grandes módulos: a base

estratégica e os programas.

A base estratégica compreende a análise da situação econômica e

social, a diretrizes, objetivos e metas estabelecidas pelo Chefe do Poder

Executivo, a previsão dos recursos orçamentários e sua distribuição entre os

setores e/ou entre os programas e demais órgãos compatíveis.

Já os programas, compreendem a definição dos problemas a serem

solucionados e o conjunto de ações que deverão se empreendidas para

alcançar os objetivos estabelecidos.

O prazo para envio do projeto de lei que estabelece o Plano Plurianual

de Ações é definido pela Constituição Federal em até 31 de agosto do primeiro

ano de mandato do Chefe do Poder Executivo ou a definida na Lei Orgânica

Municipal de cada cidade.

Em uma posição intermediária entre os dispositivos do PPA e a previsão

de receitas e despesas da LOA, é fundamental o balanceamento entre a

estratégia traçada pelo governo e a real possibilidade, surge o dispositivo legal

denominado de Lei de Diretrizes Orçamentárias, que é anualmente elaborado

para execução no próximo exercício.

Este instrumento fixa as prioridade e metas, orienta a elaboração da lei

orçamentária, promove alterações na legislação tributária, alterações na

política de pessoal e fixa os limites para elaboração dos orçamentos dos

Poderes.

Ao contrário da PPA é necessária a quantificação financeira quando se

elabora na LDO os Anexos de Metas e Riscos Fiscais.

O prazo para encaminhamento do projeto de lei para aprovação pela

Câmara Municipal, na representatividade de seus Vereadores é até 15 de

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maio, de acordo com a Constituição Federal ou prazo estabelecido na Lei

Orgânica Municipal.

Como último instrumento do sistema orçamentário da área pública,

surge a Lei Orçamentária Anual, que possibilita a realização das metas e das

prioridades estabelecidas na LDO. É um plano de trabalho que descreve um

conjunto de ações a serem realizadas para atender a sociedade,

estabelecendo a previsão de todas as receitas e a serem arrecadadas no

exercício financeiro e a fixação de todos os gastos que os Poderes e os órgãos

estão autorizados a executar.

Garantem o gerenciamento anual das origens e aplicações de recursos,

definindo os seus montantes e como serão aplicados na administração pública.

Representa a expressão monetária dos recursos que deverão ser mobilizados,

no período específico de vigência, visando execução das políticas públicas e

do programa de trabalho do governo.

A Lei Orçamentária compreende o orçamento fiscal dos órgãos ou

entidades da administração direta, indireta, inclusive fundações instituídas e

mantidas pelo poder público, bem como seus fundos; o orçamento de

investimento das empresas em que a administração pública, direta ou

indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; e o

orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e os órgãos a

ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e

fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público (CF, § 5º do art. 165).

A Constituição Federal em seu art. 35 estabelece como prazo de envio,

do projeto de lei desta peça orçamentária em até 4 meses antes do

encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o

encerramento da sessão legislativa.

Caso os prazos dos dispositivos acima não sejam cumpridos ou não

haja o posterior envio de tais instrumentos às Câmaras Municipais, haverá

sanções e penalidades aplicadas pelo Ministério Público e Tribunal de Contas.

É no planejamento destas peças orçamentárias que se inicia todo um

processo de determinação da arrecadação, da limitação dos gastos, que

deveriam ser comparados periodicamente quando da realização da

Demonstração de Fluxo de Caixa. Orçamentos pouco realistas, em que a

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receita é superestimada, causarão posterior não alcance das metas, e

descontrole nos gastos públicos que serão executados, confiantes nas

arrecadações que não se confirmarão.

Segundo determina os dispositivos legais, todo aquele que utilize,

arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos

pelos quais o ente responda ou que, em nome desta, assuma obrigações de

natureza pecuniária, seja pessoa física ou jurídica tem por exigência prestar

contas. Surge aí, a questão de prestar contas de um descontrole financeiro por

falta de acompanhamento por parte dos gestores público e de um bom

planejamento dos dispositivos anteriores da execução orçamentária.

Conjuntamente ao Poder Legislativo Municipal, o Tribunal de Contas do

Estado é a instituição responsável pelo controle externo das contas dos

administradores dos órgãos e das entidades da administração direta e indireta

dos Municípios. Nessa competência, insere-se a fiscalização contábil,

financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, e o cumprimento dos

princípios da legalidade, legitimidade, economicidade, todas essas no ciclo da

execução receita e despesa pública.

Em sua atuação, esta Corte de Contas emite Parecer Prévio sobre as

contas anuais (favorável ou desfavorável) dos prefeitos municipais,

encaminhando ao respectivo Poder Legislativo, para julgamento.

Quanto aos demais administradores públicos, o Tribunal julga,

decidindo:

- pela regularidade das contas – caso em que não for constatada

qualquer falha;

- pela baixa de responsabilidade, com ressalvas – quando forem

constatadas falhas de caráter formal; e

- pela irregularidade das contas – no caso de descumprimento de

normas que ocasionem ônus ao erário ou evidenciem indícios de crime ou ato

de improbidade administrativa.

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Cada entidade pública deve instituir o Controle Interno, segundo

exigência da Constituição Federal e Lei Complementar 101/2000 – Lei de

Responsabilidade Fiscal -, garantindo fontes fidedignas de informações para a

administração, capaz de proporcionar um bom acompanhamento da gestão,

em especial quanto às questões e às exigências da LRF, do início ao fim do

mandato.

A existência deste Controle Interno beneficia aos gestores, pois, onde

são frágeis os procedimentos de controle, ocorrem, frequentemente, erros

involuntários, desperdícios e até fraudes à revelia do conhecimento do

administrador.

Este Controle Interno, também atua no acompanhamento da execução

das receitas e despesas no exercício emitindo pareceres que darão o

conhecimento prévio da situação de existência de superávit ou déficit

financeiro, e nada melhor que o fluxo de caixa para confirmar o posicionamento

da entidade pública.

O fato é que as entidades públicas possuem controle interno, mas nem

todos estão adequados à sua realidade.

O controle interno consiste em verificar e controlar os procedimentos

adotados na execução de tarefas no âmbito interno das organizações a fim de

se obter resultados favoráveis, visando melhor aproveitamento e emprego dos

recursos financeiros.

Cada entidade pública, deve organizar os procedimentos e métodos de

controle conforme sua realidade e necessidade, mantendo um constante

acompanhamento das operações a fim de detectar se estão sendo obedecidos

todos os procedimentos adequados ao registro de informações, garantindo a

confiabilidade e transparência dos atos públicos.

Muitos déficits públicos poderiam ser evitados, caso o sistema de

controle interno exercesse fidedignamente sua função efetiva no

acompanhamento do sistema de controle financeiro da entidade, utilizando-se

do fluxo de caixa para verificar as entradas e saídas, gerenciando mais

eficazmente os recursos de cada entidade e alertando em caso de distorções e

desequilíbrios.

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Portanto, o controle interno de cada entidade faz parte da elaboração do

fluxo de caixa, pois se não houver controle sobre o saldo disponível,

dificilmente o fluxo de caixa terá os saldos corretos com as programações de

pagamentos e recebimentos.

O ponto crucial da administração financeira pública é o fluxo de caixa.

Este demonstrativo deve buscar evidenciar a atividade de cada fluxo e seus

efeitos na gestão financeira. Para uma boa análise do fluxo de caixa da receita

e despesa, é necessário que os gestores e controladores internos conheçam

todas as operações das empresas e seu resultado final, permite extrair

informações importantíssimas sobre o comportamento financeiro no período

analisado e a tomada de decisões para o futuro da entidade.

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CAPÍTULO II

ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS RELACIONADOS AO

FLUXO DE CAIXA

Quando se pensa em planejamento no âmbito público, temos que

inicialmente planejar a política orçamentária que tem seus objetivos

subdivididos da seguinte forma:

- Objetivos fundamentais da Política Orçamentária:

a) ampliar a renda

b) reduzir as desigualdades sociais

- Objetivos específicos da Política Orçamentária:

a) corrigir as imperfeições do mercado ou atenuar seus efeitos

b) manter uma estabilidade econômica e social

c) fomentar o crescimento econômico

d) melhorar a distribuição de renda

e) universalizar o acesso aos bens e serviços públicos produzidos pelo

próprio setor público ou pelo setor privado

f) assegurar o cumprimento das funções elementares de uma entidade

pública.

Mesmo sendo uma atividade recente na história pública e das

organizações em geral, o planejamento é a única via possível de se utilizar

para alcance destes objetivos.

O ato de se planejar tem dimensões abrangentes, compreende todo o

processo de gestão, inicia-se pela definição da missão da instituição, da visão,

da avaliação de desempenho e dos resultados pretendidos e alcançados nos

períodos.

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Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos órgãos públicos é

justamente causado por esta falta de planejamento, e diante do processo de

convergência da contabilidade pública brasileira que teve início com a

publicação das primeiras Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicada ao

Setor Público (Nbcasp), do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e

concretizada com a publicação pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) do

Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público (Mcasp), que prepara as

implementações de procedimentos patrimoniais, sem planejamento os

municípios e demais órgãos públicos não terão suas contas públicas aprovadas

e o desequilíbrio financeiro será algo inevitável.

Neste contexto de mudanças e adequações as novas exigências, uma

nova demonstração contábil passa a ser exigida: a Demonstração de Fluxo de

Caixa, que tem como objetivo contribuir para avaliar a capacidade de o

Município gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como as suas necessidade

de liquidez.

Para melhor entendermos o funcionamento do fluxo de caixa, é

importante apresentar inicialmente alguns conceitos que permitirão aos

usuários de informação uma clareza de forma abrangente sobre este tema:

- Orçamento Público: é um instrumento de planejamento e execução de

finanças, contendo as estimativas das receitas e autorização de despesas da

administração pública direta e indireta em um determinando exercício (ano

civil), que para ser executada depende de aprovação prévia pelo Legislativo

Municipal de sua lei.

- Receita Pública: é a soma dos ingressos, impostos, taxas,

contribuições, e outras fontes de recursos, arrecadados para atender às

despesas públicas.

- Despesa Pública: conjunto de dispêndios do Estado ou de outra

pessoa de direito público, para o funcionamento dos serviços públicos. Em

outras palavras, no orçamento público formam o complexo da distribuição e

emprego das receitas para custeio dos diversos setores da administração.

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- Receitas Primárias (I): correspondem ao total das receitas

orçamentárias deduzidas as operações de crédito, as provenientes de

rendimentos de aplicações financeiras e retorno de operações de crédito (juros

e amortizações), o recebimento de recursos oriundos de empréstimos

concedidos e as receitas de privatizações.

- Despesas Primárias (II): correspondem ao total das despesas

orçamentárias deduzidas as despesas com juros e amortização da dívida

interna e externa, com a aquisição de títulos de capital integralizado e as

despesas com concessão de empréstimos com retorno garantido.

- Resultado Primário (III) = (I – II): indica o equilíbrio das “contas

primárias”, ou seja, se os gastos orçamentários dos entes federativos são

compatíveis com a sua arrecadação, ou seja, se as receitas primárias são

capazes de suportar as despesas primárias.

- Metas bimestrais de arrecadação: a LRF determina que após a

publicação do orçamento, as receitas previstas serão desdobradas em metas

bimestrais de expectativa de arrecadação pelo Poder Executivo.

- Cronograma de desembolso financeiro: é a programação mensal da

despesa, como ferramenta que irá permitir o acompanhamento, avaliação e

ajuste desta programação com a disponibilidade financeira.

- Fluxo de Caixa: é a mensuração da movimentação dos recursos

financeiros, sejam eles entradas ou saídas, que ocorrem durante um

determinado período.

Para Ross (1985, p. 42 e 43) “determinar o fluxo de caixa ajuda o

administrador financeiro a tomar decisões melhores”.

Para Andrade (2002, p. 128):

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O processo de planejamento econômico e financeiro das

entidades públicas passa invariavelmente pela gestão das

contas Caixa e Bancos. É notório que essas duas contas têm

evidentes provas de liquidez, estando por isso no rol das mais

importantes para a entidade pública, figurando inclusive, no

ápice do plano de contas governamental.

Monteiro (1997, p.66) complementa ainda que:

Na análise da função econômico-financeira deve-se procurar

responder questões relativas a: qual a composição da receita?

E das despesas?

De acordo com a publicação da Lei 4.320/64, a contabilidade pública

vem adotando o regime misto, contabilizando como receita do exercício os

valores efetivamente arrecadados e como despesa do exercício os valores

empenhados.

Pela nova contabilidade, as receitas orçamentárias e as despesas

orçamentárias continuam sendo registradas, respectivamente, no momento de

arrecadação e do empenho. Mas os fatos geradores dessas receitas e

despesas passam a ser reconhecidas no efetivo momento de sua ocorrência,

conhecido na nova contabilidade como regime de competência.

Com a adoção do regime de competência, surgirão muitos

questionamentos quanto ao reconhecimento das receitas públicas, pois estas

sempre foram registradas conforme o regime de caixa, e seus efeitos só

refletiam no patrimônio após seu reconhecimento.

A partir de agora, o gestor deve ficar atento sobre as informações

geradas em sua contabilidade, pois o fato de ter sido registrado um direito a

receber (conta de ativo) não representa uma disponibilidade imediata, uma vez

que, dependendo, por exemplo, do tributo, o prazo de arrecadação é diluído em

alguns meses como o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana

(IPTU).

De outro modo, o gestor pode programar melhor o seu fluxo de caixa,

pois terá a disposição a informação de todos os valores que o Município (ou

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entidade pública) terá a receber ao longo do ano, uma vez que esses tributos

serão registrados no momento do lançamento de seus boletos.

Constatando que a DFC está ligada diretamente a gestão fiscal,

ajudando o administrador financeiro a tomar as melhores decisões, devemos

destacar segundo o MCAPS Parte V que:

a) Fluxo de Caixa das Operações: compreende os ingressos, inclusive

decorrentes de receitas originárias e derivadas, e os desembolsos

relacionados com a ação pública e os demais fluxos que não se

qualificam como de investimento ou financiamento.

b) Fluxo de caixa dos investimentos: inclui os recursos relacionados à

aquisição e à alienação de ativo não circulante, bem como

recebimentos em dinheiro por liquidação de adiantamentos ou

amortização de empréstimos concedidos e outras operações da

mesma natureza.

c) Fluxo de Caixa dos financiamentos: inclui os recursos relacionados à

captação e à amortização de empréstimos e financiamentos.

Assim, fica possível projetar cenários de fluxos futuros de caixa, Cruz e

Glock (2003, p. 20) relatam que:

Enquanto na iniciativa privada tudo pode ser feito desde que

não caracterize descumprimento à lei, na administração

pública, deve ser feito tudo o que a lei determina, exigindo-se,

neste caso, a implementação de controles mais rigorosos e

sofisticados.

Quando constatado um cenário desfavorável na parte financeira das

entidades públicas, algumas providências devem ser tomadas imediatamente,

evitando que a crise cresça com o passar dos meses, no caso de Municípios,

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por exemplo, tem que haver todo um processo de melhorar a arrecadação de

receitas próprias tais como:

- atualização do cadastro imobiliário e da planta genérica de valores,

assim como a revisão de isenções tributárias (caso haja);

- no caso dos Impostos sobre Serviços (ISS): utilização de estimativas,

fiscalizações mais efetivas, adoção de alíquotas diferenciadas para cada tipo

de serviço;

- quanto as taxas, revisão de seus valores, de modo a cobrir o real custo

dos serviços municipais;

- a Contribuição de Melhoria instituição deste tributo principalmente as

classes mais favorecidas financeiramente;

- intensificação da cobrança amigável, visando negociação do débito

inscrito em Dívida Ativa.

Além do aprimoramento da arrecadação é necessário também a redução

das despesas orçamentárias, como:

- realização de um novo planejamento de caixa;

- renegociação de contratos em andamento;

- remanejamento de pessoal, freando novas admissões;

- revisão da folha de pagamento, evitando vantagens indevidas;

- fixação de padrões de consumo de materiais nos diversos setores;

- utilização de procedimentos licitatórios para compras.

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A Contabilidade Pública tem características próprias e exigem métodos

que aliem o planejamento financeiro à execução do orçamento, a DFC surge

como ferramenta que irá auxiliar e apresentar soluções para o déficit público,

prevenindo se utilizada de forma correta, sintomas de desequilíbrio financeiro.

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CAPÍTULO III

A ESTRUTURAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO

DE CAIXA NO ÂMBITO PÚBLICO

Atualmente, com a edição da Lei de Responsabilidade Fiscal, a questão

do equilíbrio orçamentário, já acolhido anteriormente pela Lei 4.320/64,

readquiriu uma importância calcada na premissa básica de equilíbrio das

contas públicas, evitando que as entidades públicas gastem mais do que se

arrecada.

O princípio do equilíbrio é um principio clássico de finanças públicas, que

postula a necessidade de obter equilíbrio entre receitas e despesas e durante,

a execução financeira, torna-se um pilar da gestão fiscal responsável tal

acompanhamento.

Para isto, a Demonstração dos Fluxos de Caixa visa à análise do

desempenho financeiro do setor público e permite, segundo o Manual de

Contabilidade Pública:

- ter uma visão da situação das finanças públicas, possibilitando efetuar

comparações entre ingressos e desembolsos por tipos de atividades

(operacionais, de investimento e de financiamento), e avaliar as decisões de

investimento e financiamento público;

- conhecer a capacidade de expansão das despesas com recursos próprios

gerados pelas operações;

- análise imediata da disponibilidade e do impacto da mesma nas finanças da

entidade, quando da inserção de nova despesa na programação;

- avaliar a previsão de quando é possível contrair novas despesas sem que

isso comprometa as finanças públicas.

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Apesar da NBC T 16.6 no item 31 permitir:

A Demonstração dos Fluxos de Caixa deve ser elaborada pelo método direto ou indireto e evidenciar as movimentações havidas no caixa e seus equivalentes, nos seguintes fluxos:

(a) das operações;

(b) dos investimentos; e

(c) dos financiamentos.

A estrutura preferencial da demonstração é pelo método direto, segundo

o MCASP:

Método direto: o procedimento contábil para elaboração da

Demonstração dos Fluxos de Caixa, que evidencia as

movimentações de itens de caixa e seus equivalentes, a partir

das principais classes de recebimentos e pagamentos brutos.

Cabe destacar, que para que as informações sejam a mais correta

possível e tempestiva, softwares de fluxo de caixa devem ser totalmente

integrados aos sistemas de informações gerenciais dos órgãos públicos

(contabilidade, compras, folha de pagamento, dentre outros). Tal integração

permite as simulações e projeções futuras e análises do impacto orçamentário-

financeiro, de forma a permitir ajustes de recursos ou a setores.

Como apresentado no manual contábil, segue abaixo a estrutura

sugerida pelo método direto para disposição das informações pelos entes

públicos:

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Tabela 1. Modelo de Fluxo de Caixa

(Fonte: MCASP 5ª Edição)

Este modelo apresentado permite uma visualização das aplicações dos

recursos públicos, aplicáveis a qualquer entidade que receba recursos oriundos

do governo estadual e federal, possibilitando a visualização das ações

governamentais e permitindo em sua apresentação uma melhor transparência.

Seu preenchimento periódico, demonstra uma gestão pública voltada

para a responsabilidade fiscal, voltada para o equilíbrio orçamentário, ou seja

entre receitas e despesas.

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3.1 Comentários sobre sua estruturação e elaboração

A Demonstração de Fluxo de Caixa – DFC, é uma das novidades

trazidas pelas Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público

– NBCASP, tal demonstração identifica as fontes de geração dos fluxos de

entrada de caixa, os itens de consumo de caixa durante todo o período coberto

pelas demonstrações contábeis (ou exercício financeiro) e o saldo do caixa na

data das demonstrações contábeis.

Como a estrutura deste demonstrativo segrega os fluxos por operações,

investimentos e financiamentos, ao se elaborá-lo pelo método direto, devem-se

observar os ingressos e desembolsos ocorridos no período.

Segundo orientações do MCASP, o fluxo de caixa das atividades de

operações, os ingressos são decorrentes das receitas realizadas, já os

desembolsos são as despesas liquidadas e efetivamente pagas. Se o resultado

dessa atividade for um fluxo de caixa líquido positivo, é um bom indicador, pois

representa que houve mais ingressos que desembolsos decorrentes do

negócio da entidade.

Na parte de fluxo de caixa de investimentos, os valores a serem

lançados devem corresponder a receita orçamentária de alienação de ativo não

circulante ou desembolsos em razão de convênios a título de investimentos.

Nesse caso, se o fluxo de caixa corresponder a um valor negativo, indica que

houve mais desembolsos que ingressos decorrentes de investimentos.

Para o fluxo de caixa de financiamentos, devem ser lançados os

ingressos de recursos relacionados à captação e à amortização de

empréstimos e financiamentos.

Finalizando, o demonstrativo apura a geração líquida de caixa e

equivalente de caixa representando a soma dos fluxos acima destacados. Este

valor deve coincidir com a diferença entre o saldo inicial e final da conta

equivalente de caixa.

Segundo Andrade (2002), é necessário promover um check list para

controle deste fluxo, baseando-se em saldos bancários, estimativas de

recebimentos (metas de arrecadação) e por último a previsão de desembolso

(cronograma de desembolso), de forma que está analise evite a busca de

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recursos de terceiros, ou seja, empréstimos ou mesmo financiamentos a longo

prazo.

Segundo um comentário a nível empresarial, de Matarazzo (2003 p.

364), mas que pode ser atribuído a contabilidade pública, tais vantagens do

controle financeiro são vistas como possibilidades de:

Avaliar alternativas para investimento; avaliar e controlar ao

longo do tempo as decisões importantes que são tomadas na

empresa, com reflexos monetários; avaliar a situação presente

e futura do caixa da empresa, posicionando-se para que não

chegue a situações de iliquidez; certificar que os excessos

momentâneos de caixa estão sendo devidamente aplicados.

Os objetivos desta avalição podem ser inúmeros, mas principalmente,

permitem o acompanhamento, a observação, fiscalização e exame da gestão

pública, com a finalidade proteger o patrimônio e promover a maior eficácia,

eficiência e efetividades nos serviços que são prestados, corrigindo possíveis

falhas, além de promover a honestidade na gestão dos recursos públicos.

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3.2 Aplicabilidade da Demonstração de Fluxo de Caixa no Setor

Público

Após conceituarmos a DFC como ferramenta primordial de uma gestão

que busca um planejamento e execução contábil-financeira eficiente, e

evidenciarmos suas inúmeras vantagens para as entidades públicas,

destacamos 02 casos práticos de análise de relatórios de municípios da região

Leste de Minas Gerais, com menos de 50 mil habitantes, com índices de

arrecadação de mesmo percentual de repasse do Fundo de Participação dos

Municípios – FPM (maior receita repassada pelo Governo Federal aos

municípios), apresentando a Demonstração de Fluxo de Caixa, com base no

balanço financeiro do encerramento do exercício em 31.12.2013, comparando

e analisando seus fluxos, denominados para fins deste estudo de Municípios A

e B.

Fonte: Prestação de Contas Anual 2013.

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O Balanço Financeiro do Município A, foi construído por meio de

informações extraídas da Prestação de Contas do encerramento do exercício

de 2013, em que constam os ingressos (receitas) que somadas à parte

orçamentária e extra-orçamentária, totalizam em R$ 15.040.944,99 e

dispêndios (despesas) que orçamentários e extra-orçamentários são R$

15.468.154,43. Dessa forma, a título de primeira análise financeira é visível um

déficit no que se arrecadou com as saídas de R$ 427.209,44, o que só foi

compensado pelo saldo disponível em 31.12.2012.

Fonte: Prestação de Contas Anual 2013.

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O Balanço Financeiro do Município B, também teve os dados

quantitativos extraídos da Prestação de Contas do encerramento do exercício

de 2013, com ingressos (receitas) somados à parte orçamentária e extra-

orçamentária de R$ 14.378.151,43 e dispêndios (despesas) que orçamentários

e extra-orçamentários são R$ 15.038.921,10, que originaram um déficit entre o

arrecadado menos os gastos de R$ 660.769,67, compensado pelo saldo

disponível em 31.12.2012.

Nota-se que o déficit público no Município A foi muito maior que o

Município B, e que a falta de controle de fluxos de caixa é nítida diante de tal

fato.

Na elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa, de tais entidades

iremos verificar a movimentação financeira separadamente em seus fluxos

operacionais, investimentos e financiamentos.

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Fonte: Regiane Almeida Campos (2014)

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Fonte: Regiane Almeida Campos (2014)

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Analisando os Municípios A e B verificamos que os gestores de tais

Municípios deverão realizar um controle mais efetivo de suas finanças, pois ao

se ter um fluxo de caixa com saldo negativo é um alerta para um desequilíbrio

no exercício que se encerrou e um risco muito maior, que ao se persistir no

erro de não acompanhamento das entradas e saídas, possa não existir saldo

financeiro suficiente para suprir os déficits públicos.

Em contrapartida, não se pretende obter um fluxo de caixa com grandes

sobras de recursos, o que permitiria uma análise de falta de ações prioritárias

voltadas para melhorias municipais, como saúde, educação, assistência social,

obras públicas, dentre outras.

O objetivo ao se desenvolver uma demonstração de fluxo de caixa

mensal é o equilíbrio entre os ingressos e desembolsos de caixa e o manter no

mínimo proporcional as necessidades de cada entidade.

O ajuste das ações é a engrenagem que deve movimentar um

planejamento mais adequado do caminhar público, com base em informações

extraídas deste novo demonstrativo exigido na contabilidade pública.

Porém verificamos que ocorre o inverso na prática atual, pois ao se

elaborar as Demonstrações de Fluxos de Caixa A e B, exemplo deste estudo,

confirma-se a realidade da maioria das entidades públicas, falta de controle de

gastos e endividamento crescente.

Portanto, em ambos os casos a geração líquida de caixa e equivalente

de caixa foram negativas o que geram uma grande preocupação em constatar

alguns pontos, que podem ser resumidos em:

Ponto 1 – Não há um acompanhamento mais gerencial e cauteloso quanto ao

ingresso de receitas e o desembolso em ações e serviços públicos, visto que,

no Município A o fluxo de caixa das atividades das operações foram de

resultado negativo em R$ (472.209,44), e na mesma situação encontra-se o

Município B com resultado negativo e alarmante de R$ (660.769,67). É

inadmissível, que um gestor público contraia gastos onerosos ao município

sem planejamento e fontes de recursos que arquem com tais despesas.

Os crimes de responsabilidade do prefeito estão relacionados no

Decreto-Lei nº 201/1967, cabendo o julgamento das infrações penais ao

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Tribunal de Justiça e das infrações políticos-administrativas, à Câmara de

Vereadores, em processos autônomos. Com o advento da Lei Complementar

101/2000, que trata da responsabilidade da gestão fiscal, gerou a produção da

Lei nº 10.028, de 19 de outubro de 2001, e está acrescentou ao Decreto-Lei

201/1967 incisos no artigo 4º e 5º que, “relaciona os crimes de

responsabilidade dos prefeitos praticados contra as finanças públicas”.

Nos casos analisados, houve mais desembolsos em 2013 que ingressos

efetivos de receitas, claramente constatam-se a falta de planejamento e a não

existência de acompanhamento das receitas. Deixando-se de realizar ajustes

no cronograma de desembolso quando se verificou no decorrer dos meses

uma expectativa menor de arrecadação de receitas e que deveriam ser

sanados gastos excessivos.

Ponto 2 – Não houve a verificação de ingressos decorrentes de investimentos

no Município B, enquanto que no Município A promoveu-se a alienação de R$

45.000,00 a título de fluxo de caixa de investimentos o que amenizou uma

mínima parte do déficit no fluxo de caixa das operações.

Ponto 3 – O fluxo de caixa de financiamento zerado em ambos os casos, pode-

se justificar como primeiro ano de mandato da gestão 2013/2016, motivo este,

que não foram realizadas operações de créditos juntos as entidades bancárias

e posteriores amortizações da dívida.

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CONCLUSÃO

Acompanhar o controle financeiro é um direito elementar da cidadania e

um pilar da responsabilidade social, tanto para os gestores quanto para os

usuários de informação e demais interessados.

Mas para que esta responsabilidade social comece é necessário que

estejamos abertos a entender e conhecer as mudanças introduzidas pelas

novas normas que visam adaptar a contabilidade pública aos padrões

internacionais, e a NBC T 16.6 é um exemplo claro, de que o acréscimo da

Demonstração de Fluxo de Caixa, só tende a beneficiar os gestores públicos

no gerenciamento e controle financeiro.

Planejamento e equilíbrio são palavras de ordem e que irão garantir a

evolução de uma gestão eficiente voltada não só para o foco orçamentário,

mas para o desempenho financeiro, a capacidade de expansão, de

responsabilização dos compromissos assumidos, evitando um endividamento e

um déficit público que não permitirá o cumprimento das metas e diretrizes

estabelecidas pelo Plano Plurianual, pela Lei de Diretrizes Orçamentárias e

pelo Orçamento Anual, instrumentos balizadores das ações públicas.

Inúmeras vantagens foram demonstradas ao longo deste estudo sobre a

utilização periódica do fluxo de caixa de maneira, e resumidamente pode-se

entender que é empregar da melhor forma possível os recursos financeiros

disponíveis para as entidades públicas. No caso prático ficou claro que não

existe tal acompanhamento, motivo esse que comprova uma dura realidade

brasileira, que com o passar dos anos a dívida pública nas entidades, só

aumentam devido talvez a uma falta de cultura ou até zelo com a coisa pública.

Espera-se com as punições mais severas pela esfera judiciária e por o

controle externo exercido pelo Poder Legislativo e Tribunais de Contas, tais

mecanismos sejam vistos como fundamentais na gestão fiscal.

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REFERÊNCIAS

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