ABTP - Associação Brasileira dos Terminais Portuários
Relatório Anual 2014
Análise de Mercado e das Atividades
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ÍNDICE
MENSAGEM DO PRESIDENTE ......................................................................................... 02
1. CENÁRIO POLÍTICO E ECONÔMICO
1.1. Comércio Internacional .......................................................................................... 04
1.2. Comércio Exterior Brasileiro ................................................................................... 05
2. PERFORMANCE DOS TERMINAIS PORTUÁRIOS BRASILEIROS EM 2014
2.1. A Importância dos Portos no Comércio Exterior Brasileiro ..................................... 10
2.2. Movimentação de Cargas no sistema portuário...................................................... 12
2.3. Movimentação por Natureza da Carga ................................................................... 14
2.4. Fluxo de Cargas por Região .................................................................................. 17
3. INVESTIMENTOS PRIVADOS NOS PORTOS DO BRASIL .............................................. 19
4. PROJEÇÕES DE MOVIMENTAÇÃO PARA 2015........................................................ 21
5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA ABTP ............................................................ 22
5.1. Atividades Internas ................................................................................................. 23
5.2. Atividades Externas ............................................................................................... 31
6. RESULTADOS OBTIDOS PELA ABTP ....................................................................... 53
7. PRIORIDADES E DESAFIOS PARA 2015 ................................................................... 54
8. RELATÓRIO FINANCEIRO DO EXERCÍCIO DE 2014 ................................................ 59
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Exercício Social de 2014
Mensagem às Empresas Associadas
Como todos sabem, o ano 2014 foi marcado por um pleito eleitoral no qual
ficou demonstrada a necessidade urgente de mudanças nas rotas econômica,
política e moral do País.
Ao final do ano, num cenário de crescente e acirrada competição global,
vimos nossa moeda fortemente desvalorizada, contas públicas deficitárias e retração
dos investimentos públicos em infraestrutura. Além disso, persistiu uma danosa
interferência estatal na atividade portuária, expressa no centralismo federal, na
superposição de atribuições entre órgãos públicos e na incessante profusão de
normas regulatórias que alongam os processos decisórios e inibem investimentos.
Apesar dessa conjuntura adversa o setor portuário movimentou 969 milhões
de toneladas e 9,6 milhões de contêineres (TEUs), registrando crescimentos de 4%
e 6%, respectivamente, em relação a 2013.
O sistema portuário recebeu em 2014 R$ 11,66 bilhões, correspondentes a
investimentos em novos terminais e/ou prorrogações. Embora estes números
pareçam elevados, representam apenas 22% de todo o potencial de investimentos
do setor privado. Se não fossem o excesso de interferência de órgãos públicos e o
cipoal de normas que privilegiam o formalismo em detrimento do pragmatismo,
poderíamos ter avançado mais em investimentos na modernização e na ampliação
das instalações portuárias, com impacto positivo na economia interna e no comércio
exterior brasileiro.
Todavia, devemos enxergar esse cenário desafiador como o cimento que
fortalece a união das empresas titulares de terminais portuários. A modernização e o
aumento da competitividade do setor dependem da desobstrução dos investimentos
privados, razão pela qual a ABTP definiu para 2015 as seguintes prioridades: apoiar
a agilização dos investimentos no setor, mediante a negociação de taxas de retorno
condizentes com o mercado e a realidade econômica; defender o respeito aos
contratos, a liberdade de investir e de contratar, bem como a prorrogação de prazos
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contratuais de acordo com a lei, fatores estes indispensáveis à segurança jurídica
dos investidores; buscar a pacificação das relações Capital-Trabalho, combatendo o
nefasto e inconstitucional monopólio restabelecido pela Lei nº 12.815/2013; e
continuar defendendo as empresas associadas contra abusos de poder cometidos
por órgãos públicos.
Em 2015 o setor portuário estará ainda mais comprometido com a atração de
novos investimentos, especialmente na infraestrutura de acesso aos portos, e com a
minimização dos formalismos e das práticas obsoletas vigentes. A ABTP, por sua
vez, estará concentrada no fortalecimento e na união do setor empresarial, único
caminho para superar os obstáculos que se antepõem aos legítimos interesses
nacionais, expressos na geração de riqueza e de empregos, indispensáveis para
cumprir um dos principais fundamentos da nossa Constituição Federal: cidadania e
dignidade para todos os brasileiros.
Uma palavra final: somente trabalhando com empenho pela eliminação dos gargalos
portuários – deficiências de infraestrutura nos acessos terrestres e marítimos,
excesso de burocracia, ineficiência das administrações portuárias e elevados custos
de praticagem e trabalho avulso, entre outros – o País poderá se beneficiar
inteiramente dos modernos e eficientes terminais privados e públicos de que dispõe
hoje, passando assim a contribuir efetivamente para o aumento da competitividade
dos produtos brasileiros no mercado mundial.
Wilen Manteli
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1. CENÁRIO POLÍTICO E ECONÔMICO
1.1 COMÉRCIO INTERNACIONAL
Em 2014, estima-se que a economia mundial tenha crescido 3,3%, um pouco
menos do que previa a Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE)1, cuja previsão era de 3,6%, conforme observa-se na FIGURA 1.
Esse resultado, que acompanha a média dos últimos dois anos (2,8%), consolida
uma tendência de recuperação após a crise de 2008, estimulada pelo melhor
desempenho de economias como a dos Estados Unidos, China e Índia.
Figura 1 - Projeções de Crescimento Econômico em % PIB Fonte: OECDStat(OCDE) e World Economic Outlook Update (FMI). Adaptado: ABTP
O crescimento de 7,4% da China, ligeiramente inferior ao projetado, confirma
a redução da demanda interna chinesa e a desaceleração da indústria de
construção civil. O governo chinês reduziu a meta de crescimento do PIB para 7%,
visando a sustentabilidade de longo prazo, e se prepara para uma desaceleração
econômica em função da deflação e desequilíbrios causados pela queda na
demanda interna, por excessos de investimentos e capacidade ociosa.
A Índia, que tem aumentado o comércio com o Brasil, superou as
expectativas e cresceu 7,2% em 2014, principalmente devido à melhora nos termos
1OECDStat – 26/11/2014 estimativa.
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
BRASIL RUSSIA CHINA INDIA AFRICA DOSUL
USA EURO AMÉRICALATINA
MUNDO
Projeção 2014 PIB efetivo 2014 Projeção 2015
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de troca com a queda dos preços de petróleo e a recuperação da atividade industrial
e do investimento2.
Os Estados Unidos cresceram 2,4% com destaque para o aumento da sua
produção de petróleo de xisto.
A OCDE estimou para a área do Euro um crescimento de 0,8%, o que indica
uma discreta melhora na economia de países como Portugal, Espanha e Itália, que
até 2013 apresentavam PIB negativo e em 2014 lograram melhor desempenho. A
queda dos preços de petróleo e os estímulos monetários beneficiaram a área do
Euro, que ainda sofre com os reflexos da crise.
O Brasil cresceu abaixo da projeção inicial, registrando apenas 0,1%,
resultado que reflete dificuldades internas no âmbito econômico e político. A queda
no preço das commodities e a desvalorização do Real frente ao Dólar beneficiaram
as exportações brasileiras, ao passo que as importações se reduziram. Para 2015
espera-se um crescimento modesto, de 0,3%, em função da menor demanda
externa, principalmente da China, do baixo nível de investimento e dos persistentes
problemas na infraestrutura brasileira, que oneram o comércio exterior.
1.2 COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO
Depois de treze anos de superávit no saldo da Balança Comercial Brasileira,
em 2014 o Brasil registrou déficit de US$ 3,93 bilhões. Segundo dados do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações em 2014
foram de US$ 225,1 bilhões, o que representou uma queda de 7% em relação a
2013, e as importações totalizaram US$ 229,0 bilhões (- 4,4%) resultando um
percentual negativo de 5,7% na corrente de comércio brasileira, em comparação ao
período anterior.
2Perspectivas de La economía mundial – FMI. 19/01/2015.
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A FIGURA 2 apresenta os valores de importação e exportação do Brasil, com
destaque para o agronegócio, e o saldo da balança comercial.
Figura 2 - Saldo da Balança Comercial Brasileira e Outros - 2004 a 2014 (US$ Bilhões FOB) Fonte: Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio – MDIC. Ministério da Agricultura – AgroStatBrasil a partir dos dados da SECEX/MDIC. Adaptado: ABTP
Em 2014 o agronegócio brasileiro representou 25% da corrente de comércio
do Brasil (US$113,4 bilhões), obtendo saldo positivo de US$ 80,1 bilhões. Todavia,
deve-se registrar que, mesmo tendo contribuído para amenizar o déficit comercial de
2014, o saldo positivo do agronegócio recuou em 3,4% em relação ao de 2013.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA)3, três dos cinco principais segmentos que respondem por 78% das
exportações totais do agronegócio - o complexo soja, o sucroalcooleiro e os
produtos florestais - registraram redução no preço médio de exportação: 4%,12% e
7%, respectivamente. Por outro lado, o segmento de carnes e o cafeeiro obtiveram
valorização no preço médio de 2% e 9%, respectivamente.
Apesar da uma redução de 3,6% em suas compras de commodities
alimentícias do Brasil, a China permanece como o principal mercado do nosso
agronegócio, com 22,8% das compras, seguida pelos EUA (7,2%) e Holanda (6,3%).
Por outro lado, a China apresenta forte concorrência à indústria brasileira de
manufaturas. Como se pode verificar na FIGURA 2, a indústria brasileira tem
3 Balança Comercial do Agronegócio – Dezembro/2014. Publicado em 08/01/2015
-100,00
0,00
100,00
200,00
300,00
04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14
Exp. Imp. AGRONEGÓCIO OUTROS SETORES SALDO COMERCIAL
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amargado déficits crescentes, e não apenas em função da forte competição chinesa,
mas também por problemas conjunturais internos (política, infraestrutura e
tecnologia).
A FIGURA 3 apresenta os principais parceiros comerciais do Brasil segundo
os dados do MDIC. Observa-se que as reduções no comércio com esses parceiros,
em comparação com 2013, foram muito significativas, registrando-se retrações de
21% na corrente de comércio com a Argentina, 18% com a Holanda, 6% com a
Alemanha e 6% com a China. A exceção foi o comércio com os Estados Unidos, que
cresceu 2%.
Figura 3 - Corrente de Comércio Brasileira - cinco principais parceiros - 2008 a 2014 (US$Bilhões FOB) Fonte: Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio – MDIC. Adaptado: ABTP
Ainda segundo dados do MDIC, a baixa performance brasileira em 2014 está
relacionada, entre outros fatores, à queda no preço de commodities importantes
como o minério de ferro, que teve o preço fortemente reduzido em função da maior
oferta global e da menor demanda chinesa. Além disso, não há que se desprezar a
crise econômica na Argentina, bem como a forte desvalorização do Real frente ao
Dólar, que, apesar de favorecer as exportações de produtos brasileiros, encarece as
importações de matérias-primas para a indústria nacional.
Diante da evolução do cenário econômico em 2014, o Fundo Monetário
Internacional (FMI)4 estima em 3,5% o crescimento econômico mundial para 2015.
Esta projeção baseia-se em quatro fatores: i) queda nos preços do petróleo em
função do aumento da oferta mundial do produto; ii) crescimento da economia
mundial com defasagem entre grandes economias como os Estados Unidos, que
4Perspectivas de La economía mundial – FMI. 19/01/2015.
0
10
20
30
40
50
60
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2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Bilh
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s
China EUA Argentina Alemanha Holanda
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superaram as expectativas, e o Japão, que cresceu abaixo das expectativas
(+0,04%); iii) apreciação do Dólar frente a outras moedas; e iv) aumento das taxas
de juros e risco de mercados emergentes. Para o Brasil, o Fundo prevê crescimento
de apenas 0,3% em 2015.
Já a Associação do Comércio Exterior do Brasil (AEB)5 projeta um
crescimento de 0,5% e continuidade da redução da corrente de comércio, com
queda nas importações e exportações, porém com superávit de US$ 8,14 bilhões
por conta de uma queda mais acentuada nas importações.
Ainda segundo a AEB, as cotações de commodities como soja, minério de
ferro e petróleo devem permanecer em queda, em função do excesso de oferta
desses produtos no mercado mundial.
O desempenho econômico brasileiro em 2015 dependerá de ajustes na
política econômica interna, mas, principalmente, da conjuntura econômica
internacional. O preço das commodities, por exemplo, precisa se estabilizar, assim
como a taxa de câmbio, que tem efeito positivo limitado sobre a competitividade dos
produtos brasileiros na medida em que favorece também outros países que tiveram
suas moedas desvalorizadas frente ao Dólar.
A China, que figura hoje como o maior parceiro comercial do Brasil, vem
apresentando um quadro de desaceleração econômica. Maior consumidor de
minério de ferro do mundo, esse país reduziu seu ritmo de investimentos e
construções, provocando queda na cotação da matéria-prima.
A Argentina, maior consumidor dos produtos manufaturados brasileiros,
reduziu sua participação na corrente de comércio do Brasil em 2014, devido ao
agravamento da crise econômica interna, e aumentou suas importações de
manufaturados chineses.
A Rússia, principal destino das exportações brasileiras na Europa Oriental,
elevou as importações provenientes do Brasil em 2014. Porém, a previsão é que a
economia russa desacelere em função da queda nos preços do petróleo e das
sanções econômicas que lhe têm sido impostas.
5AEB divulga projeções para a balança comercial em 2015 – AEB. 17/12/2014.
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A recuperação econômica dos Estados Unidos, iniciada em 2014, deverá
prosseguir, aumentando a participação desse país na corrente de comércio
brasileira, que em 2014 foi de 14%.
O Brasil, apesar das previsões de baixo crescimento para 2015, conta com
fatores internos positivos, como a projeção de crescimento de 3,4% da safra de
grãos 2014/15, estimada em 200,08 milhões de toneladas6, o que poderá
compensar, em parte, o baixo desempenho dos manufaturados brasileiros.
6 Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos, v. 2 – Safra 2014/15, fev. 2015 – Companhia
Nacional de Abastecimento (CONAB).
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2 PERFORMANCE DOS TERMINAIS PORTUÁRIOS BRASILEIROS
2.1 A IMPORTÂNCIA DOS PORTOS NO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO
O comércio por meio dos portos tem grande importância para a economia
brasileira, principalmente por abarcar os principais itens da pauta de exportação,
como grãos e minério de ferro.
O comércio exterior somente por via marítima registrou, em 2014, US$
358,71 bilhões, o que representa 79% de todo o comércio exterior brasileiro, e o
saldo da balança comercial marítima apresentou um superávit de US$ 16,1 bilhões.
Observa-se na TABELA 1 a participação dos cinco portos públicos com maior
participação no comércio em 2014.
Tabela 1 – Corrente de Comércio de portos selecionados (Via Marítima)
ACUMULADO JANEIRO – DEZEMBRO 2014 (US$ milhões FOB)
PORTO Exportação Importação Corrente Comércio
∆%
SANTOS - SP 57.678 58.396 116.074 31
PARANAGUA - PR 16.582 14.018 30.600 8
VITORIA - ES 21.471 5.219 26.690 7
RIO DE JANEIRO (SEPETIBA) - RJ 16.767 7.370 24.137 6
RIO GRANDE - RS 13.896 6.124 20.020 5
TOTAL 187.381 171.320 358.701 100
Fonte: AliceWeb - MDIC (Via Marítima). Extraído em 29/01/2015 – Adaptado: ABTP.
Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ, o
sistema portuário brasileiro movimentou 969,6 milhões de toneladas (Mton) em
2014, o que representa crescimento de 4% sobre o movimento de 20137. Desse
total, 714 Mton foram movimentadas através da navegação de Longo Curso e 213
Mton por Cabotagem. Os segmentos de Apoio Portuário, Apoio Marítimo e
Navegação Interior contabilizaram, juntos, 42 Mton.
7 A ANTAQ alterou constantemente os valores de movimentação portuária referentes a 2013. No
Relatório Anual publicado em fevereiro/14 consta que a movimentação de 2013 foi de 931 Mton, e no Relatório Anual publicado em fevereiro/15 esse número foi reduzido para 929,3 Mton. Diante dessa inconsistência, a ABTP optou por utilizar o número divulgado pelo Sistema de Informações Gerenciais SIG/ANTAQ em agosto de 2014 - 932,2 Mton - que serviu de base a todas as Análises Trimestrais de 2014 desta Associação.
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A TABELA 2 mostra a distribuição de cargas por tipo de navegação e
instalação portuária.
Tabela 2 - Tipo de Navegação nas Instalações Portuárias Brasileiras (2014)
Valores em milhares de toneladas
Instalação Portuária
Navegação Granel Sólido Granel Líquido Carga Geral
Sub -Total Solta Contêiner
PORTO Longo Curso 192.034 19.103 11.473 61.677 284.286
Cabotagem 7.980 29.184 2.511 13.582 53.257
TUP Longo Curso 342.270 52.441 16.270 19.102 430.084
Cabotagem 25.224 118.994 8.105 7.428 159.751
Total 567.507 219.723 38.359 101.789 927.378
As navegações do tipo Apoio Portuário, Apoio Marítimo e Navegação Interior contabilizaram 42 Mton. Fonte: Sistema de Informações Gerenciais – ANTAQ. Extraído em 27/02/2015 – Adaptado: ABTP.
A navegação de Longo Curso cresceu 4,4% sobre 2013, enquanto a
Cabotagem cresceu 3,9%. O bom desempenho da navegação de Longo Curso se
deve, principalmente, às exportações de Graneis Sólidos. O transporte de Longo
Curso respondeu por 91% do Granel Sólido movimentado em 2014 (534 Mton).
Minério de ferro, fertilizantes adubos e carvão mineral cresceram 5%, 11% e 26%,
respectivamente.
O Granel Líquido, tipo de carga predominante na navegação de Cabotagem,
respondeu por 64% da movimentação de 2014, com 148 MTon. O bom desempenho
foi garantido pela maior movimentação de combustíveis e óleos minerais.
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2.2 MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS NO SISTEMA PORTUÁRIO
Em 2014 foram movimentadas 969,6 Mton através do sistema portuário
brasileiro, o que representou um aumento de 4% sobre 2013.
Como pode ser observado na FIGURA 4, a movimentação nos Portos
Públicos cresceu 3%, situando-se em 349 Mton, enquanto os Terminais de Uso
Privado (TUP) movimentaram 621 Mton (+4%). A distribuição das cargas
movimentadas por tipo de instalação não se alterou, permanecendo 36% em Portos
Públicos e 64% em TUP.
Figura 4 - Movimentação de Cargas por Tipo de Instalação Portuária Fonte: Sistema de Informações Gerenciais – ANTAQ. Adaptado: ABTP.
A TABELA 3 apresenta o fluxo de cargas de acordo com o sentido, natureza
da carga e o tipo de instalação portuária. Observa-se que a movimentação em TUP
concentra-se em cargas do tipo Granel Sólido, que obteve melhor desempenho em
função da safra recorde de grãos 2013/14, da maior produção de minério e da taxa
de câmbio, que favoreceu as exportações das commodities agrícolas.
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Tabela 3 - Movimentação nas Instalações Portuárias por Sentido de Navegação
Valores em milhares de toneladas
Instalação Portuária
Sentido Granel Sólido Granel Líquido Carga Geral
Sub -Total Solta Contêiner
PORTO Exportação 154.421 17.044 8.673 40.411 220.549
Importação 52.524 34.242 6.536 34.962 128.265
TUP Exportação 340.548 45.416 22.997 13.067 422.028
Importação 42.461 135.052 7.829 13.463 198.806
Total 589.954 231.754 46.036 101.904 969.648
Fonte: Sistema de Informações Gerenciais – ANTAQ. Extraído em 27/02/2015 – Adaptado: ABTP.
Em 2014 a movimentação cresceu em todos os tipos de cargas, pela ordem:
1° Granel Líquido (5,4%), 2° Granel Sólido (3,6%) e 3° Carga Geral (3,5%).
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2.3 MOVIMENTAÇÃO POR NATUREZA DA CARGA
GRANEL LÍQUIDO
Em 2014, foram movimentadas 231,7Mton de Granel Líquido, um incremento
de 5,4% sobre a movimentação de 2013. Desse total, 208 Mton correspondem à
movimentação de combustíveis e óleos minerais e produtos derivados, que cresceu
8%.
O crescimento na movimentação de granel líquido confirma as perspectivas
do Plano Decenal de Expansão de Energia 2022 (PDE – 2022)8 para o Brasil, que
projetou um crescimento médio anual de 4,8% da oferta interna de energia em
toneladas equivalentes de petróleo (tep) no decênio 2012–2022, ao passo que a
demanda interna deve crescer 4,4%, garantindo um excedente exportável.
Os terminais de uso privado movimentaram 78% do granel líquido e os portos
públicos 22%, mantendo a mesma distribuição de 2013.
GRANEL SÓLIDO
A movimentação de Granel Sólido registrou crescimento de 3,6% sobre 2013,
atingindo 589,9 Mton. Desse total, 67,3% correspondem à movimentação de minério
de ferro (346 Mton) e soja (51 Mton).
Apesar da queda de 9% na movimentação de açúcar, importante item da
pauta do agronegócio, deve-se registrar que a soja bateu novo recorde de produção
em 2014 e seu preço médio no mercado internacional recuou 6,2%, o que favoreceu
as exportações do grão.
Os TUP responderam por 65% (383 Mton) de toda a movimentação portuária
de granel sólido, tendo o minério de ferro como principal produto, com 83% dessa
parcela (287 Mton). Os Portos Públicos movimentaram 207 Mton (35%),
principalmente em produtos do agronegócio como soja, açúcar e milho.
8Plano Decenal de Expansão de Energia 2022 / Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa
Energética. Brasília: MME/EPE, 2013
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CARGA GERAL
CARGA GERAL SOLTA
Em 2014 foram movimentados 147,9 Mton de Carga Geral, o que significa um
crescimento de 3,6% sobre a movimentação de 2013.
Observou-se que a movimentação de Carga Geral Solta cresceu mais que a
movimentação de Contêineres - 6,5% e 2,2% respectivamente - contrariando a
tendência de conteinerização das cargas. O desempenho da carga solta se deveu
principalmente ao crescimento da movimentação de produtos siderúrgicos (28%) e
celulose (16%).
A TABELA 4 mostra que o crescimento da carga solta ocorreu tanto nos TUP
(5,1%) quanto nos Portos Públicos (9,5%). Por outro lado, a carga movimentada em
contêineres pelos portos públicos recuou 0,2%, enquanto em TUP cresceu 9,4%.
Tabela 4 - Movimentação de Carga Geral
Valores em milhões de toneladas
CARGA GERAL
2013 2014 ∆%
SOLTA PORTO 13.888 15.210 9,5
TUP 29.329 30.826 5,1
CONTEINERIZADA PORTO 75.494 75.374 -0,2
TUP 24.253 26.530 9,4
Total 142.964 147.940 3,5
Fonte: Sistema de Informações Gerenciais – ANTAQ. Adaptado: ABTP.
CARGA GERAL CONTEINERIZADA
A movimentação de contêineres contabilizou 101,9 Mton, um crescimento de
2,2% . Foram 9,3 milhões de TEUs (+5%) contra 8,9 milhões em 2013. O percentual
registrado confirma a projeção para o setor conteineiro9, que prevê um crescimento
médio anual de 6,33%.
9 Portos 2021 – ILOS.
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A FIGURA 5 mostra o desempenho da movimentação de TEUs entre 2001 e
2014.
Figura 5 - Movimentação Brasileira em Contêineres (TEU) Fonte: Sistema de Informações Gerenciais – ANTAQ. Adaptado: ABTP.
A movimentação em TUP registrou 2,6 milhões de TEUs (MTEUs), um
expressivo aumento de 26%, ao passo que a movimentação em portos públicos
recuou 1%, contabilizando 6,8 MTEUs.
Mesmo tendo reduzido em 4,8% a sua movimentação, o Porto de Santos
segue liderando o ranking brasileiro, com 3,04 MTEUs , conforme mostra a TABELA
5. Em 2013 o porto de Santos ficou na 38° posição no ranking mundial de TEU.10.
Tabela 5 – Ranking Nacional na movimentação de Contêineres 2014
Valor em milhares de TEU
PORTO/TERMINAL Quantidade %
1. ° Santos 3.040 33
2. ° Paranaguá 757 8
3. ° Rio Grande 679 7
4. ° Portonave 677 7
5. ° Embraport 530 6
TOTAL 9.342 100
Fonte: Sistema de Informações Gerenciais – ANTAQ. Adaptado: ABTP
10
World Top Container Ports 2014, publicado pela revista Container Management.
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O porto de Paranaguá vem em segundo lugar no ranking brasileiro, com 757 mil
TEUs (+3,6%), seguido por Rio Grande com 679 mil TEUs (+8,4%) e Portonave
(Navegantes, SC) com 677 mil TEUs (+0,5%).
2.4 FLUXO DE CARGAS POR REGIÃO
A Região Nordeste apresentou o melhor desempenho em 2014, com o
expressivo crescimento de 6,7% sobre a movimentação de 2013. Observa-se na
TABELA 6 que o maior crescimento ocorreu na carga geral, com incremento de
8,9%, seguida pelo granel sólido (7,2%) e granel líquido (4,7%). O grande destaque
da região foi o porto de Suape (PE), que cresceu 19%, movimentando 5,1 Mton de
carga geral (+5%), 9,1 Mton de granel líquido (+26%) e 418 mil TEUs (6%).
Destacaram-se também, na movimentação de granel sólido, os terminais Alumar,
com 13 Mton (+7%), e Ponta da Madeira (MA), com 113 Mton (+5%).
A Região Sudeste apresentou o segundo melhor desempenho, com
crescimento de 4,1% sobre a movimentação de 2013. O maior crescimento foi
registrado em granel líquido (6,7%), seguido pela carga geral (+4,6%) e granel sólido
(+3%). Destacaram-se o Terminal Almirante Maximiano da Fonseca (Tebig
Transpetro - Angra dos Reis/RJ), que registrou crescimento de 36%, movimentando
35 Mton de granel líquido; o porto de Itaguaí, com 64 Mton (+9,5%); e o terminal da
Embraport no Porto de Santos (SP), que cresceu 173% em TEUs, embora a
movimentação total do portotenha sofrido uma redução de 6%.
A Região Norte registrou aumento de 3,2% sobre a movimentação de 2013.
O granel líquido cresceu 11%, com a maior movimentação contabilizada no Terminal
Manaus (5,3 Mton), que cresceu 1%. A carga geral e o granel sólido tiveram
crescimento menos expressivo, de 2% e 1%, respectivamente. O Porto de Vila do
Conde (PA) registrou o maior crescimento na movimentação de graneis sólidos(5%),
e na carga geral solta Porto Velho (RO) cresceu 62%, enquanto os terminais
Bertolini Belém (PA), J.F. Oliveira Belém (PA) e Ibepar Manaus (AM) registraram
quedas neste segmento de 3%, 7% e 8%, respectivamente. . A movimentação de
contêineres cresceu 11% em 2014, tendo o terminal de Chibatão (AM) apresentado
o melhor desempenho neste segmento (+28%).
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Tabela 6 - Movimentação Portuária por Natureza e Região
Valores em milhões de toneladas
Região Natureza 2013 2014 ∆%
Norte
Total 79.872 82.417 3,2
Carga Geral (t) 13.321 13.618 2,2
Sólido (t) 51.630 52.190 1,1
Líquido (t) 14.921 16.609 11,3
TEU (u) 631.877 701.189 11,0
Nordeste
Total 216.355 230.774 6,7
Carga Geral (t) 16.267 17.716 8,9
Sólido (t) 144.803 155.164 7,2
Líquido (t) 55.285 57.894 4,7
TEU (u) 959.906 1.033.514 7,7
Sudeste
Total 485.350 505.352 4,1
Carga Geral (t) 71.346 74.638 4,6
Sólido (t) 298.657 307.669 3,0
Líquido (t) 115.347 123.045 6,7
TEU (u) 4.391.346 4.459.444 1,6
Sul
Total 141.503 143.946 1,7
Carga Geral (t) 39.058 41.968 7,5
Sólido (t) 68.069 67.773 -0,4
Líquido (t) 34.376 34.205 -0,5
TEU (u) 2.984.582 3.148.061 5,5
Fonte: Sistema de Informações Gerenciais – ANTAQ. Adaptado: ABTP.
Excluiu-se a região central brasileira.
A Região Sul registrou crescimento de apenas 1,7% em 2014. A
movimentação de carga geral cresceu 7,5%, e granel sólido e granel líquido
apresentaram recuos de 0,4% e 0,5%, respectivamente. O porto de São Francisco
do Sul (SC) liderou o aumento na movimentação de carga solta (21%). O segmento
de contêineres cresceu 5,5%, com destaque para o porto de Itapoá (+14%). Em
granel sólido, enquanto o porto de Paranaguá (PR) registrou queda de 2% na
movimentação, o TUP Ceval (RS), o porto de Imbituba (SC) e o Terminal Marítimo
Luiz Flogliato (RS) cresceram 34%, 22% e 16%, respectivamente. Os melhores
resultados no granel líquido foram contabilizados no TUP Cattalini (PR), no porto de
Rio Grande (RS) e no Terminal de São Francisco do Sul (SC), com acréscimos na
movimentação de 14%, 6% e 2%, respectivamente.
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3. INVESTIMENTOS PRIVADOS NOS PORTOS BRASILEIROS
Dos R$ 31 bilhões em investimentos previstos pelo Governo Federal para o
setor portuário, no biênio 2014/2015 foram efetivados R$ 11,66 bilhões, conforme
apresenta a TABELA 7:
Tabela 7 – Investimentos Privados
Valores em bilhões de reais
Tipo Sub -Total
Novos Expansões
ADESÃO – Term. de Uso Privado -TUP 2013 2,52 0,22 2,3
ADESÃO – Term. de Uso Privado -TUP 2014 8,51 8,31 0,196
ARRENDAMENTO - Portos Públicos 2014 0,628 Ainda no TCU 0,628
TOTAL 11,66 8,53 3,12
Fonte: Secretaria Especial de Portos - SEP/PR
Desse total investido, quando comparado ao total de R$ 54 bilhões
anunciados pelo Governo, verifica-se que falta ainda realizar 78% dos investimentos
previstos para os próximos quinze anos em todo o setor portuário.
Os editais de licitação referentes a 31 áreas portuárias, divididas em 10
blocos nos Portos de Santos, Belém, Vila do Conde, Outeiro e Miramar, ainda estão
em análise pelo Tribunal de Contas da União, sem previsão de liberação.
Na TABELA 8 estão dispostos os investimentos em TUPs já autorizados, que
totalizaram até 2014 R$ 10,5 bilhões. Na Região Sudeste são doze
empreendimentos, num total de R$ 5,3 bilhões; no Nordeste são R$ 3,4 bilhões,
sendo 71% destinados ao Porto Sul ; no Norte são dezessete empreendimentos,
orçados em R$ 4,7 bilhão, sendo oito Estações de Transbordo de Cargas (ETC) e
nove TUPs; e na Região Sul são três TUPs somando R$ 1 bilhão. O Centro Oeste
recebeu R$ 0,25 bi em ETCs, que, pelas suas características, contribuirão para o
escoamento da soja brasileira.
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Tabela 8 – Investimentos em Terminais Privados no Brasil (autorizados até 31/12/2014)
Valores em milhares de reais
REGIÃO Empresa (Razão Social) Município UF Modalidade Valor do
Investimento Data da
Assinatura
SUDESTE
Estaleiro Brasa Niterói RJ TUP - Estaleiro R$ 60.000,00 11/12/2013
Flexibras São João da Barra RJ TUP Off Shore R$ 142.450,00 11/12/2013
Saipem do Brasil Guarujá SP TUP Off Shore R$ 17.000,00 11/12/2013
Intermoor do Brasil São João da Barra RJ TUP R$ 73.600,00 13/02/2014
Estaleiro Jurong (Aracruz) Aracruz ES TUP - Estaleiro R$ 500.000,00 20/01/2014
Manabi Logística S.A. Linhares ES TUP R$ 1.500,000,00 27/02/2014
NOV Flexibles São João da Barra RJ TUP R$ 537.000,00 06/05/2014
Louis Dreyfus Pederneiras SP ETC R$ 10.296,00 19/05/2014
SS Naval Vila Velha ES TUP R$ 5.000,00 06/11/2014
SUL
Terminais de Granéis SC São Fco. do Sul SC TUP R$ 419.043,00 11/09/2014
Celulose Rio Grandense Guaíba RS TUP R$ 115.505,00 17/10/2014
Itapoá Itapoá SC TUP R$ 488.000,00 30/12/2014
NORTE
AMAGGI Exp e ImpLtda Porto Velho RO TUP R$ 100.000,00 03/01/2014
ETC - RONAV Manaus AM ETC R$ 3.000,00 07/02/2014
Transporte Bertolini Juruti PA ETC R$ 1.157,00 12/02/2014
Transporte Bertolini Manaus AM ETC R$ 180,00 12/02/2014
Transporte Bertolini Porto Velho RO ETC R$ 3.332,00 12/02/2014
Mineração Buritirama Barcarena PA TUP R$ 52.350,00 18/03/2014
Rio Turia - TERFRON Itaituba PA ETC R$ 50.505,00 27/03/2014
Hidrovias do Brasil S.A. Barcarena PA TUP R$ 505.276,00 12/05/2014
Hidrovias do Brasil S.A. Itaituba PA ETC R$ 200.000,00 31/07/2014
CIANPORT (Itaituba) Miritituba PA ETC R$ 43.869,00 26/08/2014
Ecoporto Praia Norte Praia Norte TO ETC R$ 16.400,00 05/08/2014
Ipiranga Petróleo Manaus AM TUP R$ 9.810,00 01/09/2014
Amazongás Porto Velho RO TUP R$ 300,00 16/10/2014
CIANPORT (Amapá) Santana AP TUP R$ 137.000,00 29/10/2014
Chibatão Manaus AM TUP R$ 113.060,63 23/12/2014
NORDESTE
BAMIN - Bahia Mineração Ilhéus BA TUP R$ 898.000,00 06/01/2014
Porto Sul Ilhéus BA TUP R$ 2.421.980,00 06/01/2014
Estaleiro Enseada Maragogipe BA TUP R$ 85.000,00 24/07/2014
CENTRO OESTE
Louis Dreyfus São Simão GO ETC R$ 12.197,00 27/03/2014
Caramuru São Simão GO ETC R$ 4.100,00 30/10/2014
Caramuru São Simão GO TUP R$ 8.700,00 30/10/2014
Total Parcial NOVOS: R$ 8.534.111,00
Expansão de área ou aumento de capacidade
Ultrafértil Santos SP TUP R$ 2.257.000,00 03/12/2013
PRUMO LOGÍSTICA São João da Barra RJ TUP R$ 286,00 19/05/2014
Saipem do Brasil Guarujá SP TUP R$ 165.000,00 05/06/2014
Hermasa Itacoatiara AM TUP R$ 30.478,00 18/12/2014
Total Parcial EXPANSÃO: R$ 2.452.764,00
Total Geral: R$ 10.986.875,00
Fonte: Secretaria Especial de Portos - SEP/PR
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4. PROJEÇÕES DE MOVIMENTAÇÃO PARA 2015
Em 2014, como se vê na TABELA 8, foram autorizados 26 novos terminais
portuários. Entretanto, o efetivo início de suas operações pode levar entre cinco e
oito anos, dependendo da liberação das licenças exigidas. O mesmo ocorre em
relação a algumas obras de expansão. Em face deste cenário, não se pode esperar
para 2015 um aumento da capacidade de movimentação portuária do País. Por
outro lado, no curto prazo o crescimento do nosso comércio exterior dependerá em
maior grau da recuperação do mercado mundial do que da ampliação da oferta de
terminais portuários.
A ABTP considera dois cenários para 2015, a saber:
(1) – Levando-se em conta a média anual de crescimento de 5% registrada no
período 2004-2014, o sistema portuário brasileiro poderia alcançar a marca de 1,017
bilhão de toneladas movimentadas em 2015.
(2) – Considerando que apesar das incertezas que ainda persistem sobre a
recuperação da economia mundial, houve 37 novas autorizações e mais 2
antecipações de terminais públicos, que aliadas as perspectivas de aumento das
exportações de minérios e do agronegócio, em parte decorrentes da alta do dólar,
pode-se esperar um crescimento da movimentação portuária em torno de 3,5%,
totalizando 1,003 bilhão de toneladas.
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ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA
ABTP
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5.1 ATIVIDADES INTERNAS
CELEBRAÇÃO DOS 25 ANOS
Em evento realizado em 27 de março de 2014, no Iate Clube do Rio de
Janeiro, com a presença maciça de associados,
autoridades, jornalistas e personalidades ligadas ao
setor portuário, foram celebrados os 25 anos de
fundação da ABTP. Em seu discurso de saudação, o
Presidente Executivo afirmou que “as empresas do
setor portuário têm mais afinidades do que
diferenças entre si” e reiterou a fidelidade da ABTP
aos princípios que motivaram sua fundação e
constituem ainda hoje a sua força: UNIÃO
EMPRESARIAL, LIBERDADE DE EMPREENDER,
DE OPERAR E DE CONTRATAR.
Conselho Deliberativo Biênio 2013 - 2015
ABTP - Associação Brasileira dos Terminais Portuários
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1. Antonio J. Bacelar Teixeira - Presidente Biênio 2013 – 2015
2. Antônio Henrique - Ministro Secretaria de Portos
3. Jorge Gerdau Johannpeter - Homenageado
4. Osmar Luis Rebelo de Oliveira- 1.° Presidente da ABTP
5. Antônio Bacelar, Antônio Henrique e Wilen Manteli
6. Antônio Bacelar e Wilen Manteli
7. Arno Markus e Silvio Capelão
8. Wilen Manteli – Presidente Executivo ABTP
9. Equipe da ABTP
1 2
3 4
5 6
7 8
9
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COMITÊ JURÍDICO
O Comitê Jurídico reuniu-se quatro vezes em 2014 (fev/jul/out/nov) para discutir,
principalmente, os seguintes itens :
(1) Análise das Emendas 55 e 56 ao PL nº 1.572/2011 (Projeto de Alteração do
Código Comercial Brasileiro);
(2) Relação Capital–Trabalho nos portos. Efeitos da denominação “categorias
diferenciadas” constante na Lei nº 12.815/13; e PL nº 2.868/2011, que propõe
alterar a redação do art. 14 da Lei nº 4.860/ 1965, referente ao regime de
trabalho nos portos organizados, para estender aos trabalhadores avulsos e
empregados o adicional de risco portuário;
(3) Minuta do contrato de adesão. Cláusulas impugnadas pela ABTP;
(4) Aspectos dos contratos de transição/emergência
(5) Emendas ao PL nº 7.814/14, de autoria do Dep. Federal Mendonça Filho, que
altera a Lei nº 12.815;
(6) Resoluções ANTAq 3.707 e 3.708, de 2014.
(7) Eleição de Coordenador e Vice
Sobre o Projeto de Lei nº 1.572/2011, o COJUR atentou principalmente nos
dispositivos que tratam da limitação de responsabilidade e abrandamento do dever de
reparação integral, no âmbito da responsabilidade civil do empresário. O COJUR expressou
preocupação, também, com o artigo 107 do PL, que versa sobre o valor de ressarcimento
pelo transportador em caso de falta ou avaria. Tal dispositivo está longe de atender às
necessidades dos terminais, uma vez que os ativos portuários, tais como portainers,
shiploaders, shipunloaders, pipelines, cais, píeres etc. têm valores de inventário elevados e
a proposição relativa ao ressarcimento não cobre os custos que acarretam sua paralisação,
manutenção ou perda.
Sobre a inserção de categorias diferenciadas de trabalhadores portuários na Lei nº
12.815/2013, bem como a contratação com vínculo empregatício de Trabalhador Portuário,
o COJUR entende que o novo marco dificultou ainda mais a negociação entre terminais e
sindicatos. Assim, considerou a possibilidade de judicialização do dispositivo legal que trata
das categorias diferenciadas, inclusive com apoio de outras entidades. (Ação em amicus
curiae – o que se verá adiante).
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Houve manifesta preocupação com o propósito do PL nº 2.868/2011, que altera a
redação do art. 14 da Lei nº 4.860/1965 (que dispõe sobre o regime de trabalho nos portos
organizados), para estender aos trabalhadores avulsos e empregados o adicional de risco
portuário. Se transformado em Lei, este PL acarretará sensível aumento dos custos
portuários em decorrência da oneração da folha de pagamento dos operadores portuários.
Um assunto em destaque foi a prerrogativa da ANTAq de estabelecer
unilateralmente condições e desrespeitar direitos adquiridos no processo de adaptação dos
contratos de adesão, conforme o artigo 47 da Lei nº 10.233/01. O COJUR sugeriu que, após
a assinatura do contrato, sejam ressalvados os pontos controversos da minuta de
adaptação, como forma de manifesto desacordo.
Com a mesma preocupação, o COJUR discutiu a abrangência e as inovações
contidas nos contratos de transição (emergenciais). A orientação da ABTP é contestar os
termos desses contratos, buscando condicioná-los às decisões individuais das empresas e
suas conveniências.
O Comitê avaliou nove propostas de emendas ao PL nº 7.814/14 e manifestou-se
favoravelmente àquelas que dispõem sobre prescrição do trabalho portuário (Art. 37. - § 4º),
alteração da classificação de estiva (Art .40, §1. º II), alteração da classificação de
consertadores de carga (Art .40, §1. º IV), e categorias diferenciadas (Art .40, § 4º),
A reunião que avaliou as resoluções da ANTAq 3707 e 3708 resultou em 148
contribuições às Audiências Públicas, em forma de críticas e sugestões de texto.
Para a coordenação do COJUR durante o biênio 2014–2016foram eleitos Diego de
Paula (Portonave) e Sandra Silva Francisco (Cargill) . Após a eleição foram prestados os
agradecimentos ao ex-coordenador, Ezequiel Balfour Levy, que por cinco anos exerceu esta
função.
DELEGACIAS REGIONAIS
A Delegacia de Santa Catarina se reuniu em agosto de 2014 para tratar dos
seguintes assuntos:
(1) CAP – procedimentos para representantes dos CAPs (Portos Públicos e
Terminais Privados);
(2) Parâmetros Operacionais – troca de know how;
(3) NR 12;
(4) USUPORT SC / RJ / BA;
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(5) Resolução 69 da DRF de 12/12/13 e utilização do scanner para inspeções não
invasivas
Um dos maiores pleitos da delegacia de SC é a busca do direito de participação dos
TUPs nas reuniões dos Conselhos de Autoridade Portuária. Diante disso, foi recomendado
que a Delegacia realize reuniões prévias às reuniões ordinárias dos CAPs de Itajaí, São
Francisco e Imbituba, que as demandas oriundas dos TUP sejam levadas em consideração
pelos representantes da ABTP e que a atuação destes seja fiscalizada pelos representados.
Decidiu-se também que a Delegacia fará um relatório sobre a situação da praticagem em
Santa Catarina, no intuito de discutir com Marinha e SEP (com a colaboração da ABTP)
medidas para tornar mais eficiente esse serviço.
A Delegacia debateu as diferenças de padrões operacionais entre os portos
catarinenses, tendo em vista uma compatibilização. A esse respeito, foi deliberada a
formação de núcleos de excelência reunindo representantes dos diversos terminais, com
foco em logística e segurança, meio ambiente e relações trabalhistas.
Outro assunto em pauta na Delegacia de SC foi a NR 12, que exige adequações nos
equipamentos de carga e descarga, principalmente nos terminais de contêineres. Um
levantamento preliminar para atender tal exigência estimou em R$ 300 mil o custo por
terminal portuário.
Por fim a Delegacia ressaltou a exigência da Receita Federal de instalação de
scanner para contêineres importados (§2.° , artigo 70.° da IN 680). Ao receber a ABTP em
Brasília, a Receita Federal reiterou que não se envolveria em questões inerentes a repasses
de custos. No entanto, verifica-se que tal compromisso não se aplicou às disposições da IN
680 e que a instalação de scanners não reduziu os custos aduaneiros para os importadores.
A Delegacia de Santos realizou sete reuniões em 2014.
Os temas mais relevantes discutidos foram:
(1) A qualidade do fornecimento de energia elétrica pela Codesp;
(2) Gestão da malha ferroviária no porto;
(3) Melhoria dos acessos rodoviários às margens esquerda e direita do porto;
(4) Posição da delegacia frente ao CAP de Santos - Obtenção da assinatura do
contrato de Dragagem de Manutenção;
(5) Sistema de Controle de Tráfego de Caminhões;
(6) Multas aplicadas aos terminais portuários;
(7) Discussão sobre o Edital SEP/PR 03/14, relativo à contratação de dragagem de
manutenção;
(8) Discussão do Regulamento Interno do CAP;
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(9) Análise das resoluções 3707 e 3708 da ANTAq.
A Delegacia de Santos acompanhou os serviços de dragagem de manutenção e as
discussões ocorridas no CAP, mantendo bom relacionamento com a Autoridade Portuária
local.
A Delegacia do Paraná foi reativada em 01 de outubro de 2014, na sede da
associada FOSPAR, com a presença de onze reresentantes das associadas Ultracargo,
Cargill, Catallini, PASA, LDC, CentroSul, COAMO e FOSPAR. Na oportunidade foram
eleitos o Delegado (Ronaldo Sapateiro - FOSPAR) e o Subdelegado (Alexandro Cruzes -
COAMO). A delegacia representará os terminais portuários nos portos de Paranaguá e
Antonina.
Na reunião inaugural foram discutidos os principais tópicos que a ABTP vem
trabalhando junto a autoridades do governo - SEP e ANTAQ - e na esfera judicial:
segurança jurídica dos contratos de arrendamento e adesão, governança portuária, relações
Capital-Trabalho, projetos de Lei e infraestrutura.
Ficou definido que haverá reuniões da Delegacia antecedentes às reuniões do CAP.
No Porto de Paranaguá foi criada uma comissão, com participação do CAP, para
discutir o processo de revisão da poligonal Os representantes da ABTP no CAP
disponibilizarão informações sobre o que está sendo proposto e levarão a pauta para ser
discutida nas reuniões da delegacia antes das reuniões de deliberação do CAP e da
comissão.
A Delegacia da Amazônia se reuniu em 22/7/2014 para tratar, principalmente, dos
seguintes assuntos:
1) Compatibilização do calendário de reuniões com as do CAP de Belém e Vila do
Conde;
2) Poligonais dos Portos Organizados da Região - foi discutida a proposta enviada à
SEP pelo Governo do Pará, elaborada com auxílio técnico das empresas;;
3) Praticagem - tendo em vista que os práticos hoje estão exigindo pagamento de
adicional para manobras fora do horário de maré, foi discutida a retomada do trabalho junto
ao CIABA (Centro de Instrução Almirante Braz Aguiar) para simulação das operações de
atracação e desatracação.
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As principais atividades desenvolvidas pela ABTP-Sul em 2014 foram:
(1) Acompanhamento da retomada da execução dos Serviços de Dragagem do Rio
Gravataí, Arroio das Garças e Canal do Humaitá, num trecho de 1.800 metros. A
manutenção do calado (5 metros) é fundamental para a segurança das embarcações e dos
trabalhadores embarcados, bem como para evitar custos adicionais, tendo em vista que o
assoreamento impõe sérias limitações à plena utilização da capacidade de transporte da
hidrovia.
(2) Ação Rio Grande. Esse movimento, iniciado pela ABTP -Sul, reúne as principais
entidades empresariais do Estado, especialmente FARSUL, FIERGS e FECOMÉRCIO, com
o objetivo de promover o aproveitamento e o desenvolvimento das hidrovias. O setor
empresarial, em parceria com as autoridades estaduais e prefeituras dos municípios
lindeiros às hidrovias, pretende estimular o aproveitamento dessas verdadeiras “artérias de
desenvolvimento”, que incluem territórios marginais aos rios e lagoas, para atrair
empreendimentos produtivos e de logística, ofertando aos interessados o direito à
construção de terminais e as vantagens do transporte aquaviário.
(3) Participação nos estudos da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção
do Investimento (AGDI) com vistas à detecção de gargalos e pontos de estrangulamento da
logística de transportes do Estado.
(4) Participação junto às entidades FARSUL, FIERGS e FECOMÉRCIO em reuniões
e eventos para identificação das necessidades de investimentos no porto marítimo de Rio
Grande e discussão dos planos de exploração do Sistema Hidroviário do RS.
(5) Em cumprimento à sua missão de apoiar o desenvolvimento do setor portuário e
hidroviário, a Delegacia representou a ABTP nos seguintes eventos regulares:
Fórum FIERGS–COINFRA - reuniões mensais para discussão das questões
de infraestrutura que afetam o desenvolvimento do Estado.
FECOMÉRCIO – reuniões do Grupo de logística e Comércio Exterior para
discutir a facilitação ao Comércio Exterior e questões logísticas a ele relacionadas.
AGENDA 2020 –reuniões para arrolamento de prioridades de atuação
conjunta das Federações empresariais. A ABTP participa do grupo de infraestrutura e lidera
os segmentos Portuário e Hidroviário.
(6) Agenda de investimentos no porto de Rio Grande. Acompanhamento dos
investimentos privados (Bianchini, Yara Fertilizantes e Termasa/Tergrasa), e públicos
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(implantação de sistema de VTMIS e modernização do cais do porto novo, com
construção/reforma de mais 1.200 metros de cais e aprofundamento do calado).
DOCUMENTO: Propostas da ABTP para o setor portuário
No mês de agosto , como resultado de discussões ocorridas durante mais de um ano
nos Grupos de Trabalho liderados pelos Conselheiros, foi lançado o documento “Propostas
da ABTP para o Setor Portuário: Evolução na Legislação e Regulamentação do
Sistema Portuário Brasileiro”, organizado em torno de quatro grandes temas:
SEGURANÇA JURÍDICA, GOVERNANÇA, RELAÇÃO CAPITAL-TRABALHO e
INFRAESTRUTURA.
Este documento gerou centenas de cópias
distribuídas pelas entidades representativas de
diversos setores da economia brasileira que
dependem direta ou indiretamente dos portos:
Indústria, Agricultura, Pecuária e Mineração, entre
outros.
A ABTP aproveitou o pleito eleitoral de 2014
para encaminhar exemplares aos presidenciáveis,
tendo em vista a incorporação de suas propostas à
AGENDA PORTOS, com a seguinte mensagem
central: “Queremos a manutenção dos avanços
obtidos e a diminuição dos entraves aos investimentos”.
Para auxiliar na divulgação desse trabalho a ABTPcontratou por três meses a
empresa de mídia e comunicação In PRESS que gerou 92 matérias na imprensa e mais de
uma dezena de encontros com jornalistas. O retorno financeiro para a ABTP, calculado com
base no valor comercial do espaço ocupado na mídia, foi estimado em R$ 1,2 milhão.
Manual do CAP – ENAEx
Com a implantação do novo marco regulatório, os Conselhos de Autoridade Portuária
(CAPs) perderam a função deliberativa, tornando-se órgãos meramente consultivos, mas se
mantiveram como o principal instrumento de interlocução das comunidades locais com a
administração dos portos organizados. É preciso continuar estimulando a criação de um
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conjunto de processos, costumes, princípios, valores e objetivos que envolvam e
comprometam a sociedade, fazendo-a participar das
decisões da administração portuária.
Adotar boas práticas de governança corporativa
significa, basicamente, praticar a transparência nos
assuntos portuários com a finalidade de envolver a
sociedade e acelerar o desenvolvimento econômico e
social em cada região portuária.
A quinta edição do manual do CAP elaborado
pela ABTP, que é também a primeira após a
promulgação da nova Lei dos Portos(nº 12.815/2013) foi
lançada no mês de maio por ocasião do ENAEX
(Encontro Nacional do Comércio Exterior), com o objetivo de atualizar e transmitir aos
representantes empresariais e conselheiros dos CAPs informações que contribuam para o
correto e eficiente exercício da função.
5.2 ATIVIDADES EXTERNAS
ACOMPANHAMENTO DE PROJETOS DE LEI E/OU MEDIDAS
PROVISÓRIAS
PROJETO DE LEI Nº 5.627/14 - ESPELHO D`ÁGUA
Concomitantemente à Ação de Inconstitucionalidade e ao Mandado de Segurança, a
ABTP trabalhou em conjunto com a Comissão Especial (CESP) da Câmara dos Deputados
que analisou o Projeto de Lei nº 5.627/13, do Poder Executivo, referente ao parcelamento e
remissão de dívidas patrimoniais com a União.
O objetivo da CESP é modernizar a legislação e criar condições para a regularização
da ocupação dos terrenos de marinha. Em 02/12/2014, a Comissão aprovou os seguintes
destaques ao parecer do dep. César Colnago (PSDB/ES):
Emenda 24: Dispensa a realização de audiências quando for aplicado o regime de
aforamento a terras da União em imóveis situados em áreas urbanas consolidadas e fora da
faixa de segurança.
ABTP - Associação Brasileira dos Terminais Portuários
Página 32
Emenda 31: propõe que a União repasse 20% dos recursos arrecadados por meio
da cobrança de taxa de ocupação, foro e laudêmio aos Municípios onde estão localizados
os imóveis que deram origem à cobrança.
Dentre os pontos do texto aprovado, destacam-se os mais importantes:
a. Taxa de ocupação de 2% do valor do domínio pleno do terreno, anualmente
atualizado;
b. Ficam remitidos os débitos de natureza patrimonial, inclusive aqueles com
exigibilidade suspensa, que em 31/12/2010 estejam vencidos há cinco anos
ou mais e cujo valor total consolidado, naquela data, seja igual ou inferior a
R$ 10.000,00;
Acrescente-se que ficam isentas do pagamento de laudêmio, do foro ou de
taxas de ocupação as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos,
reconhecidas como entidades beneficentes de assistência social com a
finalidade de prestação de serviços nas áreas de assistência social, saúde ou
educação, que se enquadrem na Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009;
c. Serão anistiados os débitos patrimoniais à União, constituídos e não pagos,
inclusive os inscritos em dívida ativa, das entidades de que trata este artigo,
desde que a anistia seja requerida em até 180 dias da vigência desta Lei;
PROJETO DE LEI Nº 7.814/14 – LEI DOS PORTOS
A ABTP participou ativamente das análises de emendas propostas pela Comissão
Portos para o PL nº 7.814/14, que pretende resgatar a sistemática de gestão
descentralizada dos portos organizados. Os pontos positivos são o restabelecimento do
papel deliberativo dos Conselhos de Autoridade Portuária - CAPs, a revogação do art. 7º da
Lei nº 12.815, que possibilita o acesso aos portos e instalações portuárias em caráter
excepcional, e a restituição às autoridades portuárias de competências transferidas ao poder
concedente pela Lei nº 12.815, tais como a fixação e arrecadação de tarifas, fiscalizações e
autuações,.
De julho a dezembro/2014 o projeto tramitou na Comissão de Trabalho, de
Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara Federal, tendo recebido oito emendas
ABTP - Associação Brasileira dos Terminais Portuários
Página 33
em outubro de 2014. Ao final da legislatura foi arquivado, como de praxe, porém sem o
parecer do relator.
A ABTP está trabalhando em propostas de emendas a este PL, para, se aprovadas
na CTASP, submetê-las, com apoio parlamentar, à próxima Comissão da Câmara (Viação e
Transportes).
A Associação acompanha também outros Projetos de Lei direta e indiretamente
ligados ao setor portuário com maior destaque àqueles constantes do QUADRO 1.
ABTP - Associação Brasileira dos Terminais Portuários
Página 34
Nº ANO AUTOR EMENTA
7814 2014 Dep. Mendonça Filho (DEM/PE)
Altera a Lei nº 12.815, de 5 de junho de 2013, que dispõe sobre a exploração direta e indireta pela União de portos e instalações portuárias e sobre as atividades desempenhadas pelos operadores portuários; e dá outras providências.
6969 2013 Sarney Filho - PV/MA
Institui a Política Nacional para a Conservação e o Uso Sustentável do Bioma Marinho Brasileiro (PNCMar) e dá outras providências.
487 2013 Sen Renan Calheiros
Altera o Código Comercial, que passa a ser dividido em três partes: I) Parte Geral, composta dos seguintes títulos: a) Do Direito Comercial; b) Da Pessoa do Empresário; c) Dos Bens e da Atividade do Empresário; d) Dos Fatos Jurídicos Empresariais; II) Parte Especial, que disciplina os seguintes temas: a) Das Sociedades; b) Das Obrigações dos Empresários; c) Do Agronegócio; d) Do Direito Comercial Marítimo; e) Do Processo Empresarial; III) Parte Complementar, que contém as disposições finais e transitórias.
5627 2013 Poder Executivo
Altera o Decreto-Lei nº 9.760, de 5 de setembro de 1946, o Decreto-Lei nº 2.398, de 21 de dezembro de 1987, a Lei nº 9.636, de 15 de maio de 1998, dispõe sobre o parcelamento e a remissão de dívidas patrimoniais com a União, e dá outras providências.
4589 2012 Professor VictórioGalli (PMDB/MT)
Dá nova redação ao inciso V da alínea “a” do art. 652 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, para fixar a competência da Justiça do Trabalho para julgar ações de danos por responsabilidade civil do OGMO em face de controvérsias com base no Fundo de Indenização do Trabalhador Portuário Avulso (FITP).
1572 2011 Dep. Vicente Cândido (PT/SP)
Institui o Código Comercial. Emenda 56 do Dep. Eduardo Cunha (PMDB-RJ) inclui o Livro do Direito Comercial Marítimo, limitando a responsabilidade dos transportadores quanto à reparação de danos.
2868 2011 Dep. Carlos Bezerra (PMDB/MT)
Altera a redação do art. 14 da Lei nº 4.860, de 26 de novembro de 1965, que dispõe sobre o regime de trabalho nos portos organizados, para estender aos trabalhadores avulsos e empregados o adicional de risco portuário.
447 2011 Dep. Arnaldo Jordy (PPS/PA)
Dá nova redação ao art. 3º da Lei nº 8.630, de 23 de fevereiro de 1993, que "dispõe sobre o regime jurídico da exploração dos portos organizados e das instalações portuárias e dá outras providências", para integrar as autoridades de inspeção do trabalho às demais autoridades em exercício no porto organizado.
374 2011 Sen. Ana Amélia (PP/RS)
Dispõe sobre a movimentação e armazenagem de mercadorias importadas ou despachadas para exportação, as obrigações dos responsáveis por locais e recintos alfandegados, a autorização para explorar serviços de movimentação e armazenagem de mercadorias em Centro Logístico e Industrial Aduaneiro; modifica a legislação aduaneira, alterando as Leis nos 4.502, de 30 de novembro de 1964, 9.019, de 30 de março de 1995, 9.069, de 29 de junho de 1995, 9.716, de 26 de novembro de 1998, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e os Decretos-Leis nos 37, de 18 de novembro de 1966, 1.455, de 7 de abril de 1976, e 2.472, de 1º de setembro de 1988; e revoga dispositivos do Decreto-Lei no 2.472, de 1º de setembro de 1988, e da Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995, e dá outras providências.
214 2008 Sen. Paulo Paim (PT/RS)
Acrescenta § 4º ao art. 23 da Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, para dispor sobre a participação dos sindicatos de trabalhadores na Comissão Paritária, no âmbito do órgão de gestão de mão-de-obra do trabalho portuário, e dá outras providências.
247 2007 Dep. Cleber
Verde – (PRB/MA)
Cria a Aposentadoria Especial para os trabalhadores relacionados às operações em navios, tais como: arrumadores, estivadores, conferentes de carga, conserto de carga, capatazia, ensacadores e vigilância de embarcação, expostos a agentes físicos, químicos e biológicos em nível acima da tolerância de nocividade à saúde ou de integridade física nas Empresas de Movimentação e Armazenamento de Cargas, de Carga e Descarga, de Armazenamento e Depósitos de Cargas e nas Cooperativas de Trabalhadores Portuários.
227 2007 Dep. Milton Monti - (PL/SP)
Dispõe sobre a movimentação e armazenagem de mercadorias importadas ou despachadas para exportação, o alfandegamento de locais e recintos, a licença para explorar serviços de movimentação e armazenagem de mercadorias em Centro Logístico e Industrial Aduaneiro, altera a legislação aduaneira e dá outras providências.
1636 2007 Lucio Vale (PR/PA)
Modifica a Lei nº 9.537, de 1997, que "dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências", relativamente ao serviço de praticagem.
QUADRO 1 – Projetos de Lei do Senado e Câmara – atualizado em Março de 2015
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ACOMPANHAMENTO PELA ABTP DE ATOS REGULATÓRIOS DO
GOVERNO
SECRETARIA DE PORTOS
MUDANÇA DE MINISTRO
A ABTP (Diretoria Executiva, Presidente e membros do Conselho Deliberativo) se fez
receber pelos dois titulares que assumiram a SEP em 2014 - o Ministro Antônio Henrique
Pinheiro da Silveira (de 03/10/13 a 26/06/14) e o Ministro Cesar Borges, que permaneceu
até o final do ano.
Encontros com o Ministro e o Secretário-Executivo foram realizados para encaminhar
os principais assuntos que pautaram a ABTP em 2014, quais sejam: SUSTENTABILIDADE
DOS CONTRATOS, GOVERNANÇA e RELAÇÃO CAPITAL- TRABALHO.
Os Ministros se comprometeram a cumprir estritamente o texto da lei nº 12.815/13 e
informaram que as prioridades da SEP seriam a implementação do Plano Nacional de
Dragagem, o Novo Modelo de Gestão das Cias. Docas e o programa de licitações das
áreas de portos organizados, este último sem sucesso por estar em processo de
questionamento no TCU desde novembro de 2013.
PORTARIA SEP Nº 244/2013
A Portaria 244/2013 da SEP, publicada em 26 de novembro de 2013, definiu as
entidades responsáveis e os procedimentos para indicações dos membros do Conselho de
Autoridade Portuária(CAP) dos Portos Organizados.
O CAP foi criado pela Lei nº 8.630/93 e, embora tenha tido sua competência
modificada pela nova lei dos portos,, teve preservado o seu objetivo principal: abrir o setor
ABTP - Associação Brasileira dos Terminais Portuários
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portuário à participação da sociedade permitindo que, na área do porto organizado, os
diversos segmentos ligados a essa atividade se tornem partícipes das decisões relativas ao
seu desenvolvimento.
No Bloco da Classe Empresarial os dois representantes dos Titulares de
Arrendamentos de Instalações Portuárias são indicados pela ABTP. A relação dos atuais
representantes da ABTP nos CAPs consta do Quadro 2.
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Página 37
PORTO STATUS CONSELHEIRO ASSOCIADA
Angra dos Reis Titular Carlos Henrique da Rocha Technip
Angra dos Reis Suplente Virmar Guimarães Muzitano Petrobras Antonina Titular Adriano Dutra Emerick Terminal da Ponta do Félix
Antonina Suplente Cicero César Simião Terminal da Ponta do Félix
Belém e Vila do Conde Titular Wilton Matos da Costa Albras
Belém e Vila do Conde Suplente Ricardo Luiz Cerqueira Cargill Cabedelo Titular Luciano Correa Libório Raízen
Cabedelo Suplente Francisco de Assis Gomes da Silva Petrobras
Forno Titular Sérgio Brandão Xavier de Oliveira Triunfo Logística
Forno Suplente Roberto Bongiovanni Pennant Fortaleza Titular Alexandre Jardim Petrobras
Fortaleza Suplente Claudio Borges Teóphilo Gaspar de Oliveira Raízen
Ilhéus Titular Regilmar Azevedo Costa Intermarítima
Ilhéus Suplente Gustavo PerufoGuasso Cargill Imbituba Titular Pedro Kuzniecow Fertisanta
Imbituba Suplente Flavio Borges AGIL
Itaguaí Titular Carlos Alberto Auffinger CPBS
Itaguaí Suplente Luciano Ferreira Porto do Sudeste Itajaí Titular Ricardo Arten APM Terminals
Itajaí Suplente Ingrid Krause APM Terminals
Itaqui Titular Claudio Borges Teóphilo Gaspar de Oliveira Raízen
Itaqui Suplente Sílvio Lucio de Oliveira Aguiar Granel
Macapá Titular Thiago Miranda Pereira Petrobras
Macapá Suplente Adelino da Costa Araujo neto Petrobras
Maceió Titular Hugo Leonardo Nunes dos Santos Petrobras
Maceió Suplente Luciano Luiz Aciolli Barreto Petrobras
Manaus Titular Anderson Pitzer Petrobras Manaus Suplente Marco Venicius da Silva Freitas Petrobras
Natal e Areia Branca Titular Airton Paulo Torres Salinor
Natal e Areia Branca Suplente Fabiano da Nóbrega Batista Salina Diamante Branco
Paranaguá Titular Regis Gilberto Prunzel Cargill Paranaguá Suplente Juarez Moraes da Silva TCP
Pelotas Titular Ático Remigio Scherer Ático Scherer
Porto Alegre Titular Mario Roberto Rodrigues Lopes Serra Morena
Porto Alegre Suplente Marco AntonioFollyLugon Petrobras Porto Velho Titular Dolores Barofaldi Hermasa
Porto Velho Suplente Osmar Ruani Cargill
Recife Titular Carlos Eduardo Bessa Petrobras
Recife Suplente Marcelo Rodrigues de Araújo Petrobras Rio de Janeiro e Niterói Titular Marcia Lopes H. Gomes Triunfo Logística
Rio de Janeiro e Niterói Suplente Fernando Sergio Martins Fontes Ultracargo
Rio Grande Titular Paulo Roberto TelescaBertineti Tecon Rio Grande
Rio Grande Suplente Guillermo Henrique Dawson Junior TERMASA Salvador e Aratu Titular Demir Lourenço Júnior TECON SALVADOR
Salvador e Aratu Suplente Renato Cardoso Rego Filho Intermarítima
Santarém Titular Ronaldo Donath Cargill
Santarém Suplente Carlos Eduardo Barbosa Campos Raízen Santos Titular Henry Robinson Brasil Terminais Portuários
Santos Suplente Jose Di Bella Filho Rumo Logística
São Francisco Titular Alberto Raposo de Oliveira TESC
São Francisco Suplente Roberto Nunes Lunardeli TESC São Sebastião Titular Claudio Santos de Oliveira Petrobras
São Sebastião Suplente Francisco das Chagas P Marques Petrobras
Suape Titular Rodrigo Aguiar da Costa Pinto Tecon Suape
Suape Suplente Helano Pereira Gomes Petrobras Vitória Titular Suedson Freire HiperExport
Vitória Suplente Watson Valamiel TVV Login
QUADRO 2 – Composição Nacional dos Conselheiros da ABTP nos CAP Atualizado em: Janeiro de 2015
ABTP - Associação Brasileira dos Terminais Portuários
Página 38
PORTARIA SEP Nº 349/2014
Em reunião realizada com a SEP foram esclarecidas as dúvidas procedimentais e
questões técnicas sobre a Portaria 349, que regulamenta o art. 57 da Lei nº. 12.815/2013,
relativo à prorrogação antecipada dos contratos de arrendamento portuário em vigor
firmados sob a vigência da Lei nº. 8.630/1993, que possuam previsão expressa de
prorrogação ainda não realizada.
O então Ministro Antonio Henrique explicou que o motivo principal da edição da
Portaria era o fato de o Tribunal de Contas da União (TCU) estar atuando com níveis de
controle elevadíssimos no setor portuário. Ele esclareceu que as duas possibilidades de
investimentos no sistema portuário – prorrogação de contratos ou licitação das mesmas e de
outras áreas – permaneceram em aberto a partir do novo marco legal. A Lei dos Portos não
ordenou a prorrogação, mas sim conferiu ao poder concedente a prerrogativa de efetivá-la
ou não, e os questionamentos por parte do TCU estariam ocorrendo exatamente nesse
ponto.
Segundo a SEP, no entendimento do TCU um novo arrendamento pode corrigir
falhas/imperfeições de mercado que, no caso de prorrogação dos contratos, se
perpetuariam. O senso crítico do TCU sobre os EVTEAs é muito elevado e, no entendimento
daquela Corte, num possível leilão, o mercado por si só ajustaria as possíveis falhas. Para
seguir o rígido controle exigido pelo TCU, bem como para assegurar os investimentos em
prorrogações antecipadas, a SEP decidiu uniformizar, padronizar e dar transparência aos
processos de prorrogações contratuais.
Para comprovar ao TCU as vantagens da prorrogação antecipada sobre a nova
licitação, a Portaria exige que o Plano de Investimentos tenha aderência ao “planejamento
setorial”, que a prorrogação esteja expressa em contrato e que sejam demonstrados os
ganhos reais para o setor portuário, além de serem comprovadas a produtividade e a
eficiência do requerente. A SEP argumentou ao TCU que a prorrogação traz investimentos
imediatos, o que poderá não acontecer numa nova proposta de licitação, e esse grau de
incerteza é uma das principais vantagens da prorrogação sobre a nova licitação.
A ABTP questionou sobre as prorrogações ordinárias e a SEP informou sua intenção
de criar nova regulamentação para essas prorrogações, visto que as linhas de
argumentação são distintas: nas ordinárias não há previsão de investimentos. Apesar de
existir previsão legal de prorrogação do contrato, a SEP explicou que tudo sempre será
ABTP - Associação Brasileira dos Terminais Portuários
Página 39
motivado pelos critérios do poder concedente, mas que pelo entendimento do TCU, se
houver possibilidade de licitação, não há motivos para prorrogação. (grifo nosso)
A Portaria estabelece a repartição de competências entre Autoridade Portuária,
ANTAq e SEP, o que resulta em demarcação mais clara de responsabilidades, limitação da
interferência recíproca e divisão de ônus em caso de uma possível auditoria do TCU.
Não há previsão para assinatura das prorrogações antecipadas de contrato, inclusive
aquelas já autorizadas pela ANTAq. Antes da assinatura haverá uma análise, caso a caso,
tendo em vista a harmonização de todos os termos aditivos.
NOTA TÉCNICA Nº 7/2014, da SEP/ANTAq
A ABTP em conjunto com a ABRATEC, realizaram um seminário para discutir as
características mais relevantes da Resolução ANTAq 3.220/2014, que tem por objeto
estabelecer procedimentos para a elaboração de projetos de arrendamentos e definir a
metodologia de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos de
arrendamento de áreas e instalações portuárias nos portos organizados, bem como da Nota
Técnica NT07/2014 que trata da definição da metodologia para recomposição do equilíbrio
econômico-financeiro dos contratos de arrendamento revistos na Res. 3.220/14
Houve destaque e debates sobre os seguintes pontos principais da NT7: (a) a
solicitação de revisão pela arrendatária ser apresentada no prazo máximo de 2 (dois) anos
contados da ocorrência do fato caracterizador da materialização do risco ou do início da sua
ocorrência, (b) a discussão sobre o conceito de FLUXO DE CAIXA MARGINAL contido no
Art. 9º e que tem como objetivo neutralizar os impactos negativos ou positivos gerados
especificamente pelo evento que ensejou a recomposição, considerando os dispêndios e
receitas marginais e a Taxa de Desconto definida pela ANTAQ. (c) a recomposição do
equilíbrio econômico-financeiro realizada de forma a que seja nulo o Valor Presente Líquido
– VPL do fluxo de caixa marginal projetado, (d) os procedimentos de encaminhamento de
todos os documentos e informações necessários ao desenvolvimento do EVTEA, (e) a
obrigatoriedade de apresentação do Fluxo de Caixa Contratual e sua posição recomposição.
(f) Sobre a realização de novos investimentos em outras áreas do porto organizado, entre
outras.
Foi consensuado que alguns dos pontos acima da NT 07 eram passíveis de
aprimoramento, a saber: (i) deixar mais claro o procedimento de entrega e tramitação da
documentação dos EVTEs, com definição dos intervenientes no processo, uma vez que há
ABTP - Associação Brasileira dos Terminais Portuários
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divergência entre a Resolução 3.220, a exemplo dos artigos 3.° §2.° contra o artigo 18, bem
como o item 38 da NT (ii) sugerir que o Fluxo de Caixa Contratual (item 14i da NT5) não
seja expressamente exigido, uma vez que a sua recomposição é trabalhosa e por vezes
inexequível, (iii) sugerir a dilatação do prazo de investimentos em período superior a 2 anos,
expresso na NT7 e na Resolução 3.220, (iv) descrever melhor o conceito de VPL=0 na NT7,
(v) inserir no texto da NT7 que sejam considerados os investimentos já homologados e que
tenham ocorrido após os 2 anos permitidos pela NT, (vi) revisão da redação do item 22 da
NT, (viii) revisão da redação do item 32 da NT e (ix) que a SEP faça consulta ao TCU sobre
investimentos de Capital Privado em obras públicas que possam ser considerados em
EVTEAs.
Ao final, os presentes deliberaram, à unanimidade, que tanto ABTP e ABRATEC
reforçassem junto ao Ministro a necessidade de liberação dos pedidos de antecipação
negociada com cada empresa, nos termos da NT7 vigente, bem como que a SEP
considerasse as propostas de aperfeiçoamento da NT 7 elaboradas durante o evento.
AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES
AQUAVIÁRIOS
ENCONTROS ANTAq - ABTP
Em diversas ocasiões a ABTP esteve reunida com os diretores da ANTAq para tratar
das reivindicações e pleitos de seus associados. A ANTAq inicialmente colocou-se à
disposição para tentar dar celeridade e cumprimento às seguintes medidas: recepção de
contribuições para nova minuta de contrato de Adesão, com exclusão das garantias de
proposta e execução; análise das adaptações de autorizaçõespara ampliação de áreas em
TUP sem limitação de 25%; apoio ao não pagamento da taxa de uso do espelho d´água
instituída pela SPU, e flexibilização de penalidades, entre outras.
ABTP - Associação Brasileira dos Terminais Portuários
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Ao longo de 2014 a ANTAq realizou três Audiências Públicas sobre normas atinentes
aos terminais portuários e editou duas novas propostas de resolução para regulamentar o
novo marco legal, a saber:
RESOLUÇÃO Nº 3.584/2014
Com referência à audiência pública presencial de 02/09/2014, na sede da ANTAQ,
para discussão da minuta de Resolução nº 3.584/2013, que aprova a proposta de alteração
à Norma anexa à Resolução nº 3.274/2014 sobre fiscalização da prestação dos serviços
portuários e estabelece infrações administrativas, a ABTP fez os seguintes questionamentos
e/ou contribuições:
Artigo 32° inciso I – Esclarecer na resolução nº 3.584 as responsabilidades do
caminhão/motorista/fornecedor que chega ao porto sem agendamento pelo fato de sua
carga ter sido negociada na modalidade CIF (risco do fornecedor). Neste caso, sugere-se
que a ANTAq procure discutir com as Autoridades Portuárias como proceder na recepção
deste caminhão, no reagendamento etc, e que defina na resolução a apuração dos casos
em que o motorista chega atrasado.
Como se estabelecerá a exclusão do item 2 da resolução CODESP DP.83/2014 é
outro ponto a ser definido. A ANTAq esclareceu que os casos de modalidade CIF
representam menos de 10% do total de caminhões, não havendo necessidade de regular
para as exceções; e, especificamente quanto ao item 2 da resolução, informou que
aumentará a janela de agendamento.
Artigo 36 inciso XIII – A ABTP se posicionou contra esse dispositivo, ponderando
que é necessária uma justificativa razoável para a intervenção imposta e questionando a
Agência sobre qual seria a ilegalidade na expansão da capacidade de um terminal.
Norma Objeto Status Contribuições
Res.3.584/14 Dispõe sobre a fiscalização da prestação dos serviços portuários e estabelece infrações administrativas.
Altera a 3.274/14
Total: 121 ABTP: 22
Res.3.707/14
Aprova a proposta de norma que regula a prestação de serviço portuário em bases não discriminatórias e a utilização excepcional de áreas e instalações portuárias concedidas, arrendadas ou autorizadas.
Nova Total: 1888 ABTP: 35
Res.3.708/14 Aprova a proposta de norma que regula a exploração de áreas e instalações portuárias no âmbito dos portos organizados.
nova Total: 1944 ABTP: 113
QUADRO 3– Audiências Públicas
ABTP - Associação Brasileira dos Terminais Portuários
Página 42
A ANTAq admitiu que esse dispositivo ainda pode ser discutido, todavia adiantou que
o entendimento expresso na resolução, oriundo da SEP, se fundamenta na análise de
viabilidade locacional. Ou seja, a SEP quer avaliar se a expansão da capacidade não
afetará outros negócios portuários já comprometidos e autorizados.
Artigo 4.° inciso XL – Questionou-se sobre o “sistema eletrônico” previsto nesta
Resolução e sua redundância com outros sistemas .
A Agência pretende receber informações diretamente dos arrendatários por entender
que há muitas inconsistências nos sistemas das Autoridades Portuárias. Porém, não definiu
o modo de implantação nem data para início dessas rotinas.
Artigo 5.° alínea d - A ABTP solicitou esclarecimentos sobre os relatórios a serem
entregues, e se haverá padronização desses documentos para não se incorrer em
entendimentos divergentes dentro própria agência.
Artigo 6.° inciso XVI – Foi questionado se o aumento de preços acima dos índices de
mercado não é um direito assegurado pela livre concorrência, sendo o terminal responsável
pelo risco de se estabelecer fora da média de mercado.
A ANTAq concordou apenas em parte, argumentando que não estaria regulando
para os portos onde há muita concorrência, mas sim para aqueles com oferta escassa de
terminais, como no caso das regiões Norte e Nordeste. Além disso, alegou que os índices e
a periodicidade dos reajustes podem estar estabelecidos em contratos e assim devem ser
rigorosamente cumpridos.
RESOLUÇÃO Nº 3.707/2014
Os dispositivos mais discutidos foram: (1) Criação da Tarifa de Serviço; (2)
Equiparação de Tarifas de Serviço e Preço, (3) Tarifas de Serviço discriminatórias, (4)
Utilização em caráter excepcional.
A minuta de Resolução cria os conceitos de Capacidade (dinâmica, efetiva e
estática) e de Tarifa de Serviços, como também o extenso conceito de Serviço Adequado,
que extrapola, em muito, aquele definido pela Lei nº 8.987/95.
A Tarifa de Serviço é equiparada a Preço em total discordância de conceitos e, até
mesmo, destoando dos dispositivos da própria minuta de Resolução, a exemplo do artigo 3°
. A ABTP questionou qual seria a diferença básica entre Tarifa de Serviço e Preço, e a
ABTP - Associação Brasileira dos Terminais Portuários
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Agência não soube responder, embora tenha explicado que a Tarifa de Serviço passará a
vigorar nos novos contratos (pricecap) e pode já existir em contratos vigentes. A variável
Preço, por sua vez, diz respeito apenas a contratos novos, mas não foi definida com clareza
pela ANTAQ.
Já no artigo 7°, a ABTP afirmou não haver discriminação de preços, mas sim uma
composição dos custos aplicável a diferentes serviços para diferentes clientes. A Agência
explicou que a exigência tem bases não discriminatórias, referindo-se tão somente à
equiparação dos serviços, sem imposição de preços iguais ou similares, mas que, havendo
motivo, analisará caso a caso.
Quanto à excepcionalidade no uso das instalações portuárias conforme o artigo 9°
proposto, a plenária entendeu que esse dispositivo possibilita a quebra de compromissos
comerciais já consolidados, tendo em vista que o acesso às instalações seria imposto
unilateralmente. Em casos de abuso, a fiscalização caberia ao CADE e não à ANTAq. A
ANTAq respondeu que não está inovando, mas apenas cumprindo o estabelecido em Lei; e
que a proposta de norma não pretende afetar o negócio portuário. Porém, devido ao
elevado número de reclamações, irá rever alguns itens da minuta.
A ANTAq assume a responsabilidade por não ter realizado uma análise do impacto
regulatório, alegando que este expediente postergaria, em muito, a publicação das
resoluções, além de ser uma atividade custosa para o Governo, e também por acreditar que
as normas são meros instrumentos para orientar o cumprimento da lei. De qualquer forma,
a ABTP solicitou a suspensão da referida norma para uma revisão acurada, ou, no mínimo,
a postergação do prazo de apresentação de contribuições.
RESOLUÇÃO Nº 3.708/2014
Na resolução em referência, os itens mais questionados foram: (1) Obrigações
previstas em novas licitações; (2) Impedimento à participação de grupos econômicos em
licitações, (3) Alteração unilateral dos contratos (4) Adaptação dos contratos de
arrendamento.
O artigo 14 da Minuta, que dispõe sobre novas obrigações no Edital de Licitação,
refere-se à realização pelo arrendatário de obras e investimentos em áreas públicas ou
comuns, e até mesmo fora da área do arrendamento, mas não prevê contrapartidas do
poder concedente nem qualquer dispositivo de ressarcimento ou indenização por tais
ABTP - Associação Brasileira dos Terminais Portuários
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investimentos. A ANTAq não soube esclarecer esse ponto, o que leva a crer que, depois da
execução dessas obras, continuarão sendo cobradas do arrendatário, normalmente, as
tarifas previstas em seu contrato.
O artigo 18, que impede a participação de empresas verticalizadas em licitações de
instalações portuárias, gerou grande controvérsia. A ABTP pediu a supressão desse
dispositivo, por restringir os ganhos decorrentes da integração vertical e a consequente
redução de custos por parte dessas empresas, além de prejudicar diretamente grupos
operadores de commodities, principalmente aqueles ligados ao agronegócio brasileiro.
A ABTP entende que o conceito de verticalização está sendo confundido com
concentração de mercado e, caso isto ocorra, quem deve fiscalizar é o CADE.
A possibilidade de alteração unilateral de contratos gera insegurança jurídica, uma
vez que permite à Agência modificar de forma arbitrária as condições pactuadas e também
as condições edilícias estabelecidas. A ABTP pediu a supressão desse dispositivo.
O artigo 89, que obriga as empresas arrendatárias a requerer a adaptação de seus
contratos, sob pena de sofrerem sanções por parte da Agência, não tem fundamento na Lei
nº 12.815/13, motivo pelo qual a ABTP também pediu sua supressão.
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Em dezembro de 2014, Conselheiros e Executivos da ABTP foram recebidos pelo
presidente do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes, acompanhado do ministro
Raimundo Carreiro e do secretário de Fiscalização de Desestatização e Regulação de
Transporte, Davi BarretoA entidade externou suas preocupações com a paralisação dos
investimentos na construção e ampliação de terminais portuários. Entre outros problemas,
foram destacados a demora na aprovação de novos terminais, antecipação da prorrogação
e adensamento dos pedidos das empresas titulares de contratos de arrendamento. Estas
providências, se liberadas, poderão significar aportes de investimentos em torno de 40
bilhões de reais. A ABTP também manifestou sua preocupação quanto aos antigos
problemas que afetam o desempenho dos terminais, tais como o excesso de centralização
das questões portuárias, o atraso na melhoria dos acessos terrestres e aquaviários dos
portos e o recrudescimento do monopólio da mão de obra nos portos organizados.
O Presidente do TCU concordou que os investimentos portuários são uma questão
de interesse nacional e por isso o governo precisa encontrar soluções rápidas e pragmáticas
para destrancá-los . Os representantes da ABTP consideraram proveitoso o encontro e se
ABTP - Associação Brasileira dos Terminais Portuários
Página 45
colocaram à disposição do TCU para fornecer apoio e informações necessárias à busca de
soluções para os problemas do setor.
FRENTES DE DEFESA DA ABTP
A UNIÃO EMPRESARIAL NO SISTEMA PORTUÁRIO – RESULTADO DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS Nº 3 E N° 4 DE 2014 - ANTAq
ABTP, ABDIB, ABRATEC e ABTRA
uniram-se contra as propostas de normas nº
3.707/2014 e 3.708/2014 que, segundo avaliação
unânime, contêm definições e dispositivos que
extrapolam a Lei dos Portos.
As quatro Associações subscreveram uma
carta à ANTAq solicitando o cancelamento das
Audiências Públicas e a rediscussão em
profundidade de ambos os textos, tendo em vista
corrigir erros conceituais tais como a atribuição aos
terminais portuários de características exclusivas de serviços públicos, quando, na
realidade, são entes privados exercendo atividades econômicas reguladas.
ADAPTAÇÃO DOS CONTRATOS DE ADESÃO
Em reunião realizada em abril de 2014 na ANTAq, com os Diretores Mário Povia e
Fernando Fonseca e a Superintendente de Outorgas (à época Assessora Técnica) Flávia
Moraes Takafashi, foram examinadas todas as cláusulas e condições do modelo do
Contrato de Adesão utilizado para promover as adaptações dos atuais contratos. Os
executivos da Agência se mostraram sensíveis e acolheram parte dos pleitos da ABTP,
formulando em seguida uma nova minuta de contrato, que incorporou as seguintes
alterações principais: A Cláusula Primeira - DA FUNDAMENTAÇÃO LEGAL - foi renomeada
ABTP - Associação Brasileira dos Terminais Portuários
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para REGIME JURÍDICO. A subcláusula que trata da precariedade do contrato permaneceu
com o mesmo texto e mesma numeração, excluindo-se a descrição do artigo 47° da Lei nº
10.233/2001.
À cláusula OBJETO foi acrescentada uma referência ao texto do artigo 58° da Lei nº
12.815/13.
Foi acrescentada a cláusula QUALIDADE DO SERVIÇO, cuja implementação está
condicionada à publicação de uma norma sobre os parâmetros de qualidade a serem
exigidos. A cláusula INÍCIO DA OPERAÇÃO E HABILITAÇÃO AO TRÁFEGO
INTERNACIONAL foi subdividida em duas, mantendo-se o mesmo texto.
Os contratos adaptados ficaram isentos da Garantia de Execução, porém, salvo o
disposto em Instrumentos Convocatórios, as Garantias serão exigidas.
A associação pleiteou que a minuta do contrato de adesão aplicada aos atuais
contratos não possa alterar direitos adquiridos, e recebeu resposta afirmativa.
ADAPTAÇÃO DOS CONTRATOS ANTERIORES À LEI Nº 8.630/93
A prerrogativa para avaliar a conveniência das prorrogações dos contratos anteriores
a 1993 é do Poder Executivo. A ABTP entende que é preciso buscar uma solução
pragmática, pacificadora do setor e que permita a realização dos investimentos imediatos
para a recuperação e modernização dos terminais arrendados de uso público. Respaldando
esse pleito, a AGU assegurou o direito de adaptação dos contratos à legislação vigente,
através do Parecer nº 04/2011/AG/CGU, de 27-07-2011, e o Congresso Nacional autorizou
prorrogações pelo mesmo período constante nos contratos originais.
Texto da Lei:
"Os contratos de arrendamento celebrados anteriormente à Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro
de 1993, deverão ser renovados por mais 1 (um) único período, não inferior ao prazo consignado no
respectivo contrato”. Lei nº 12.815, Art. 56. (VETADO).
Razões do veto
"O caput propõe a renovação obrigatória dos contratos de arrendamento celebrados antes
da Lei nº 8.630, de 1993. Tal proposta viola o princípio constitucional da Separação de Poderes, ao
retirar do Poder Executivo a prerrogativa de avaliar a conveniência e a oportunidade de eventuais
prorrogações daqueles contratos. Além disso, ao impor uma renovação para todos os instrumentos,
independentemente da previsão contratual e da vigência de cada um deles, a proposta fere também
o princípio da isonomia.”
ABTP - Associação Brasileira dos Terminais Portuários
Página 47
Cabe sublinhar que o veto da Presidência da República ao referido dispositivo não
proíbe a prorrogação dos contratos, mas tão somente reitera que a competência nesse caso
é exclusiva do Poder Executivo, ao qual compete avaliar a conveniência e a oportunidade de
tais prorrogações.
MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO/SECRETARIA DO
PATRIMÔNIO DA UNIÃO - SPU
A apelação da ABTP contra a decisão do TRF-1 sobre o Mandado de Segurança
impetrado aguarda julgamento, assim como a ADI, que deverá ser apreciada pelo STF. O
relator do processo é o Ministro Teori Zavaski.
TRABALHO PORTUÁRIO AVULSO
Desde fevereiro de 2014, os representantes sindicais dos trabalhadores portuários
avulsos vêm se reunindo com as demais associações de classe em um Grupo Tripartite
sobre Trabalho Portuário albergado pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE.
Apoiada pelo MTE, a classe laboral tem feito exigências com base na Convenção
OIT 137 e sua Recomendação 145 que contemplam exclusivamente o interesse dos
trabalhadores, ignorando a questão central geradora desse instrumento: como aumentar a
produtividade dos serviços portuários, mediante a incorporação de novas tecnologias,
minimizando os impactos sociais decorrentes - principalmente o desemprego. .
A Convenção OIT 137 se apoia fundamentalmente na modernização dos métodos de
movimentação de cargas nos portos, e sua Recomendação 145 considera que tais
mudanças podem beneficiar a economia do país como um todo e contribuir para o aumento
do nível de vida, sem esquecer-se porém que tais mudanças envolvem ...“consideráveis
repercussões sobre o nível de emprego nos portos e sobre as condições de trabalho.” (texto
extraído dos considerandos da Res.145).
Entretanto, os representantes da classe laboral vão de encontro aos princípios da
Convenção OIT, quer por inabilidade na análise do texto, quer pelo interesse na obtenção
de vantagens para o trabalhador portuário. Neste cenário, tais representantes impuseram
uma pauta que vai desde a garantia de renda mínima com base num cálculo de renda
média, passando pela proibição da multifuncionalidade, até a garantia de engajamento
ABTP - Associação Brasileira dos Terminais Portuários
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mínimo, o que significaria um enorme retrocesso nas relações Capital -Trabalho nos portos
brasileiros. A ABTP se posicionou da seguinte forma sobre os pontos propostos:
Multifuncionalidade
A multifuncionalidade é um caminho indispensável ao desenvolvimento profissional
do trabalhador e, por isso, deve ser incentivada. O TPA deve ser livre para concorrer à
escala em qualquer atividade a que esteja apto.
Renda Mínima
A proposição de renda mínima formulada pelos trabalhadores corresponde à média
dos últimos 24 meses de salário e inclui obrigações de garantia de pagamento que oneram
os custos portuários.
Engajamento Mínimo
Além de não ter respaldo legal, o engajamento mínimo não leva em consideração a
automação das operações, que naturalmente reduz a necessidade de trabalhadores nos
ternos.
Paridade – terminais
A ABTP entende que o conceito de paridade, ou isonomia, não deve ser aplicado de
forma a assimilar um padrão retrógrado de gestão do trabalho portuário. A Lei dos Portos
garante ao Terminal Privado, localizado dentro ou fora da área do Porto Organizado, a livre
contratação de sua mão de obra, portanto não há que se exigir a requisição de avulsos.
ABTP - Associação Brasileira dos Terminais Portuários
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PROCESSOS JUDICIAIS
(1) FUNDAF
A ABTP obteve decisão favorável da 7ª Turma Suplementar do TRF da 1ª Região. A
União (Fazenda Nacional) opôs embargos de declaração para reverter essa decisão,
contrária aos seus interesses por impedir a cobrança do FUNDAF desde o ajuizamento da
ação. A ABTP também opôs embargos de declaração, pelo fato de o acórdão não ter feito
referência à restituição dos valores pagos/depositados, direito este que constou
expressamente na fundamentação do voto. Sobre este assunto cabem as seguintes
considerações:
(1) Em face do acórdão favorável do TRF, a Receita Federal não poderá exigir a
realização de pagamento ou de depósitos judiciais;
(2) Por outro lado, como o acórdão pode ser revertido no STJ/STF, a postura mais
prudente seria as empresas continuarem efetuando tais depósitos até o trânsito em julgado
da ação, quando os valores depositados serão imediatamente levantados e atualizados.
Aquelas que continuam efetuando o pagamento normalmente poderão ter esses valores
restituídos ao final da ação, mas em procedimento mais moroso do que o simples
levantamento do depósito judicial;
(3) As empresas que optarem por cessar o pagamento ou o depósito em juízo, caso
haja a reversão do acórdão favorável terão 30 dias para realizarem o pagamento/depósito
sem multa de mora, mas acrescido de juros pela taxa SELIC.
(2) CAPATAZIA
A ABTP impetrou processo judicial em 01.07.2002 com dois objetivos: (a)
reconhecer o direito dos terminais arrendados e privados de contratarem livremente os
trabalhadores de capatazia; e (b) anular as autuações dos fiscais do Ministério do Trabalho
e Emprego aplicadas àqueles terminais que utilizam pessoal próprio na execução dos
trabalhos de terra. Em face da Lei nº 12.815/2013, que tornou a contratação de
trabalhadores de capatazia registrados nos OGMOs obrigatória para os terminais
ABTP - Associação Brasileira dos Terminais Portuários
Página 50
localizados dentro da área do porto, a 4ª Turma Suplementar do TRF da 1ª Região entendeu
que a ação teria perdido o objeto. O Escritório Veirano opôs embargos de declaração e,
posteriormente, interpôs Recurso Especial ao Superior Tribunal de Justiça, objetivando a
reforma do acórdão para que sejam reconhecidas: (i) a pertinência do objeto, já que ainda
há interesse no reconhecimento da ilegalidade das autuações lavradas entre o ajuizamento
da ação (01/07/2002) e a data de entrada em vigor da nova legislação (05/06/2013); e (ii) a
não obrigatoriedade de intermediação do OGMO na contratação de trabalhadores para as
atividades de capatazia e bloco pelas associadas da Recorrente qualificadas como
"terminal de uso privado" mesmo após a edição da Lei nº 12.815/2013. Tal arrazoado, se
acolhido, poderá resultar no cancelamento dos autos de infração lavrados no período em
questão, bem como possibilitar o levantamento dos depósitos administrativos ou judiciais
efetuados ao longo do processo, ou até mesmo a restituição de valores eventualmente
pagos.
(3) TRABALHO PORTUÁRIO AVULSO (ADIN nº 5.132/2014)
Com a aprovação do Conselho Deliberativo a ABTP requereu, em 8/12/2014, ao
Ministro do STF Gilmar Mendes sua admissão como amicus curiae11 para contribuir com o
julgamento da questão posta pela FENOP na ADIN nº 5132, que busca a declaração de
inconstitucionalidade do § 4º do artigo 37 da Lei nº 12.815/2013, que dispõe sobre a
prescrição das ações relativas aos créditos decorrentes da relação de trabalho
avulso.
Em síntese, alega-se que a referida norma está em desacordo com a regra geral de
prescrição dos créditos trabalhistas, prevista no artigo 7º, XXIX, da Constituição Federal. Isto
porque a Lei nº 12.815/2013 definiu um novo marco inicial do prazo prescricional bienal.
Enquanto a CFdetermina um limite de dois anos para o exercício do direito da ação,
contados a partir do término da relação de emprego, a Lei nº 12.815/2013 estabeleceu que
essa contagem se inicia na data do cancelamento do registro ou do cadastro do trabalhador
avulso no órgão gestor de mão de obra (OGMO).
Além de postular a inconstitucionalidade do dispositivo que gerou a ADIN, a ABTP
requereu que fosse deferida a medida cautelar postulada pela FENOP, já que o julgamento
de ações considerando o marco inicial da prescrição bienal trazido pelo dispositivo legal
inconstitucional pode gerar consequências irreversíveis; e
11
amicus curiae: Entende-se por amicus curiae o sujeito que, por determinação da Corte ou por sua própria iniciativa, acolhida pelo Tribunal, colabora com este, fornecendo informações e auxiliando o magistrado na apreciação de assuntos relevantes para a solução da lide.
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APRESENTAÇÕES EM SEMINÁRIOS, CONGRESSOS E ENCONTROS EMPRESARIAIS
Em 2014 a ABTP se fez presente em dezenas de eventos nacionais e internacionais
do setor portuário, dentre os quais destacamos:
Pólo de Camaçari em Debate: Uma discussão a favor do Estado.
Setembro/2014 – Salvador - BA
Para atender ao novo ciclo de expansão do principal polo industrial do Hemisfério
Sul, o seminário Competitividade do Polo de Camaçari debateu os desafios e as vantagens
do complexo que reúne 90 empresas. O objetivo foi construir uma agenda positiva, que
concilie as expectativas das empresas, governo e demais parceiros, para juntos, buscarem
soluções compartilhadas para o desenvolvimento e aumento da competitividade do setor
industrial na Bahia. A ABTP participou do Painel “A importância dos terminais portuários
para a competitividade do Polo de Camaçari”.
Congresso Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário e Aquaviário.
Outubro/2014 – Itajai- SC
A ABTP participou do Painel ” Responsabilidade na Gestão de Saúde e Segurança
no Trabalho portuário” e defendeu o aperfeiçoamento permanente, sem exageros que
impliquem em aumento desnecessário dos custos, das normas relativas à segurança e
saúde no trabalho portuário. Na visão da entidade, é fundamental, além da capacitação dos
trabalhadores, sua conscientização para as boas práticas de segurança, que incluem o uso
dos EPI e o cumprimento das normas.
3.° Congresso de Direito Marítimo, Portuário e Aduaneiro – Outubro/2014 –
Santos-SP
A adoção da arbitragem no Direito Marítimo como alternativa para solução de
controvérsias foi um tema de extrema importância discutido no evento. A arbitragem é
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apontada como o futuro do Direito, tendo em vista a exaustão do Judiciário, que se encontra
sobrecarregado de processos, bem como a complexidade do direito marítimo e portuário.
Houve também debates aprofundados sobre a Lei dos Portos, o novo Código
Comercial e as emendas 55 e 56 do PL 1572/11, entre outros assuntos.
Seminário Internacional de Logística e Feira Nacional de Logística.
Novembro/2014 – Fortaleza - CE
O “IX Seminário Internacional de Logística e EXPOLOG – Feira Nacional de
Logística”, direcionados a todos os atores da Cadeia Logística, proporcionaram um
privilegiado ambiente para debates sobre temas relevantes voltados para a melhoria dos
modais de transporte, armazenagem e logística do comércio exterior.
A ABTP participou do Painel “Investimentos, as novas atribuições e competências a
partir do novo marco regulatório”, comentando números apresentados por representantes
do Governo Federal, criticando a morosidade no tratamento de pedidos de investimentos,
pleiteando a adequação de obras de dragagem e discutindo as causas do elevado custo do
sistema portuário.
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6. RESULTADOS POSITIVOS OBTIDOS PELA ABTP
Defesa permanente do direito de adaptação dos contratos de arrendamento pré-
1993.
Entidade credenciada pelo poder concedente a indicar representante da classe
empresarial nos CAPs.
Entidade credenciada pelo poder concedente a ter assento no Fórum Permanente
para Qualificação do Trabalhador Portuário - FPQTP (Portaria SEP nº 250/13)
Evento comemorativo dos 25 Anos da ABTP.
Elaboração e ampla divulgação do documento “Propostas da ABTP para o setor
portuário”.
Aumento da presença da ABTP na mídia, especialmente no segundo semestre de
2014.
Participação ativa no GT tripartite do trabalho portuário, coordenado pelo MTE,
limitando deliberações contrárias à Lei nº 12.815/13, à Convenção OIT 137 e sua
Recomendação 145.
Audiências com o ministro da SEP, levando os pleitos e propostas do setor
empresarial.
Participação em seminários e audiências públicas em defesa dos interesses dos
associados da ABTP.
Articulação com as demais entidades empresariais tendo em vista uma coalizão para
a defesa dos interesses comuns no processo de implementação e consolidação do marco
regulatório do setor portuário.
Audiência com o presidente do TCU para manifestar a preocupação dos terminais
portuários com a paralisação dos investimentos no setor.
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7. PRIORIDADES E DESAFIOS
Ao longo do ano a Associação debateu internamente diversos temas de interesse
tanto dos Terminais de Uso Privado como dos Portos Públicos, conforme apresentado no
Quadro 3.
Para 2015 foi definida uma agenda de prioridades e desafios, aprovada pelo
Conselho Deliberativo e constituída pelos seguintes pontos:
SEGURANÇA JURÍDICA – ADAPTAÇÃO DOS CONTRATOS DE ADESÃO E ARRENDAMENTO COM PRESERVAÇÃO DOS DIREITOS ADQUIRIDOS
O setor portuário chegou ao fim de 2014 com mais de 55 Contratos de Adesão
adaptados, o que pareceu um bom desempenho do governo. Entretanto, o texto do novo
contrato estabeleceu unilateralmente novas exigências, que as empresas se viram
obrigadas a assimilar para garantirem a manutenção de seus empreendimentos, mas que
geram insegurança jurídica
ADESÃO ARRENDAMENTOS
CO
MU
M
Adaptação dos contratos com direitos adquiridos Adaptação não prevista em Lei
Portaria 110/13 – Restringe Expansão (Revogação Portaria) Portaria 349/14 – Dificulta prorrogação (Revogação Portaria)
Revisão das Poligonais com preservação de direitos adquiridos Revisão das Poligonais com preservação de direitos adquiridos
Representação no CAP Fortalecimento do CAP pelo modelo de poder deliberativo
TPA (estrito cumprimento da Lei) TPA (Liberdade de Contratar)
Obras de Infraestrutura aquaviária Obras de Infraestrutura aquaviária
Obras de Infraestrutura terrestre) Obras de Infraestrutura terrestre
Acessos Cais (art.7/ Res. 3707) - Cancelar Minuta Acessos Cais (art.13 / Res. 3707) - Cancelar Minuta
Tabelamento de Preços (Res. 3707) - Cancelar Minuta Tabelamento de Preços (Res. 3707) - Cancelar Minuta
Emendas ABTP PL 7.814/14 Emendas ABTP PL 7.814/14
Novo Código Comercial – Limitação Responsabilidade Novo Código Comercial – Limitação Responsabilidade
ES
PE
CÍF
ICO
Espelho D`água – Competência SEP Enfrentamento da Minuta Resolução 3.708
Solução para Arrendamentos Pré-93
Ajuste da TIR para investimentos
Licitação das áreas greenfields
Sustação do Pagamento de Tarifas Portuárias
Contrapartidas para investimentos em obras públicas.
QUADRO 3 - Prioridades e Desafios para 2015
ABTP - Associação Brasileira dos Terminais Portuários
Página 55
Já a adaptação dos contratos de Arrendamento continua sem previsão Todavia,
esse processo parece estar seguindo a mesma lógica da adaptação dos contratos de
Adesão. Em dezembro de 2014 a ANTAq, por meio de Audiência Pública, publicou a
proposta de norma 3.708/2014, que menciona a obrigatoriedade da adaptação e prevê
penalidades para as empresas arrendatárias que não o fizerem.
TRABALHADOR AVULSO
Além da ADIN nº 5132/2014 (amicus curiae), a ABTP atuará no GT Tripartite do
Ministério o Trabalho de forma a não permitir que se construa uma política de trabalho
portuário avulso retrógrada e conflitante com os padrões de desenvolvimento tecnológico
dos portos brasileiros e com a atual realidade econômica.
REVISÃO DAS POLIGONAIS DOS PORTOS ORGANIZADOS
Com o propósito de preservar direitos adquiridos no processo de revisão das
poligonais portuárias, tanto dos terminais que estão operando sob autorização/contrato de
arrendamento quanto daqueles que já tiverem termo de referência ou licença prévia, a
ABTP pretende: (i) obter a participação junto a SEP nas discussões das alterações das
poligonais dos POs; (ii) requerer que toda e qualquer proposta de alteração de poligonal
seja precedida de audiência pública, em cumprimento à lei; e (iii) garantir a manutenção das
operações sem majoração de custos processuais.
OBRAS DE GOVERNO – ACESSOS TERRESTRES E AQUAVIÁRIOS
A ABTP propõe: continuidade dos projetos de dragagem de aprofundamento e
manutenção dos canais de acesso marítimo, com estudos prévios em cada porto
considerando a evolução dos navios-tipo; rigoroso acompanhamento das obras em
execução por parte da SEP e da iniciativa privada.; atribuição de responsabilidade civila o
Governo pela não realização de obras de dragagem, e envolvimento da Marinha do Brasil
no processo de execução dos projetos.
ABTP - Associação Brasileira dos Terminais Portuários
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PRORROGAÇÃO DO REPORTO
Criado em 2004, o Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação
da Estrutura Portuária (Reporto) é considerado um dos principais estímulos do governo ao
reaparelhamento e desenvolvimento dos portos. O Reporto permite a compra de
equipamentos por um valor até 50% menor, devido à suspensão de taxas como o Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI) e contribuições para o PIS/Pasep. O Reporto teve sua
vigência assegurada até o dia 31 de dezembro de 2015 pela Medida Provisória 556, e
prorrogada pela Lei nº 12.688/2012. Agora a ABTP irá propor a continuidade desse
incentivo, por entender que ele é indispensável aos novos programas de investimentos em
portos.
REGULAÇÃO EM EXCESSO, POR PARTE DA SEP E ANTAQ
O setor ressente-se do excesso de normas e portarias publicadas após a Lei nº
12.815, adensando a burocracia e interferindo negativamente na adaptação dos contratos e
na operação dos terminais. Parece haver um movimento coordenado no sentido de super-
regular a atividade portuária após a aprovação do novo marco legal. Preocupa-nos
igualmente o aumento indiscriminado de autuações por parte da ANTAq, com multas
pesadas, sem que tenha havido, previamente, um processo pedagógico caracterizado por
um período de orientação e advertências.
Observa-se que não tem sido usada, pela Agência, a ferramenta da Análise do
Impacto Regulatório, que tem por finalidade conferir mais transparência e racionalidade ao
processo de elaboração de normas regulatórias, como fazem outras Agências (ANTT,
ANVISA e ANEEL, por exemplo) e como determinou o Programa de Fortalecimento da
Capacidade Institucional para Gestão em Regulação (Decreto nº 6.062 /2007). Nota-se,
também, a pouca efetividade das audiências públicas, com baixíssimos índices de
aproveitamento das sugestões da sociedade.
A ABTP pleiteia a correção dos entraves apontados, além da divulgação pela ANTAq
de uma agenda regulatória anual que dê previsibilidade, transparência e mais participação
do setor regulado.
A ABTP defenderá a aplicação do que recomenda o Relatório TCU sob índice
031.996/2013-2:
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“183. A Antaq estabeleceu, em 2010, projeto para implantação de Análise de Impacto Regulatório com assessoramento e consultoria do PRO-REG, dentro do seu denominado planejamento estratégico, contudo, sem maiores providências para implantação da metodologia e normatização interna. A agência informou que não tem a intenção de “aplicar a ferramenta de forma indistinta por considerar que, na maioria dos casos, a adoção de parte dos elementos de AIR já se mostra suficiente”. Ao contrário da assertiva da Antaq, entende-se que a AIR deve ser aplicada a todas as decisões regulatórias, moderando a profundidade da análise de acordo com a complexidade e impacto do tema“ 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam de relatório de auditoria operacional que teve por objetivo avaliar a governança da regulação nos setores de energia, comunicações e transportes, por meio das agências reguladoras de infraestrutura. Acordam os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão do Plenário, ante as razões expostas pelo Relator, em: 9.1. recomendar à Agência Nacional de Transportes Terrestres, Agência Nacional de Transportes Aquaviários, Agência Nacional de Aviação Civil, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Agência Nacional de Telecomunicações e Agência Nacional de Energia Elétrica, com fulcro no art. 250, inciso III, do Regimento Interno TCU, que adotem: 9.1.1. as boas práticas referentes a Análise de Impacto Regulatório (AIR) recomendadas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE);”
NOVA ORDEM: CRIAÇÃO DA EMPRESA PORTUÁRIA DE DRAGAGEM, NOVO CÓDIGO COMERCIAL E PRATICAGEM
A ABTP acompanhará o desenvolvimento de estudos que possibilitem a possível
criação de uma EMPRESA PORTUÁRIA DE DRAGAGEM para dar continuidade à
manutenção do calado nos principais portos brasileiros.
NOVO CÓDIGO COMERCIAL - LIVRO DO DIREITO COMERCIAL MARÍTIMO –
P.L. 1.572/2011 – EMENDAS 55 E 56:
A ABTP deverá atuar junto ao Legislativo para mostrar, por meio de estudo
circunstanciado, a ilegalidade contida nas emendas 55 e 56 do PL em referência (limitação
de responsabilidades e abrandamento do dever de reparação integral por parte dos
transportadores), bem como o impacto econômico sobre os terminais caso o PL incorpore
essas emendas ao se transformar em Lei.
PRATICAGEM
Continuaremos defendendo junto ao Governo que a metodologia de preço deve ser
própria e atender às características regionais, ao invés de utilizar referências internacionais.
A ABTP pleiteia também a livre contratação dos serviços, visando gerar mais competição e
redução de preços para os usuários; extinção do processo de rodízio único, que engessa a
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atividade e anula qualquer possibilidade de concorrência entre os prestadores do serviço,
bem como a Revisão da LESTA (Lei nº 9.537/97) de forma a manter sob responsabilidade
da Autoridade Marítima apenas a regulação técnica da praticagem, transferindo a regulação
econômica à ANTAq.
CESSÃO ONEROSA PARA USO DO ESPELHO D´ÁGUA
A ABTP pretende sustentar a luta para que esse ônus financeiro de questionável
legalidade seja suprimido, com o cancelamento do ato infralegal que o criou (Portaria nº
404/11), o qual, além de alongar os processos de autorização para instalação e expansão
de terminais, afasta novos investimentos e aumenta os custos logísticos do comércio
exterior.
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RELATÓRIO FINANCEIRO
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No exercício encerrado em 31 de dezembro de 2014, os demonstrativos contábeis
da Administração da ABTP mostram que a receita foi de R$ 4.595.687,03 (quatro milhões,
quinhentos e noventa e cinco mil, seiscentos e oitenta e sete reais e três centavos), dos
quais R$ 4.197.425,11 (quatro milhões, cento e noventa e sete mil e quatrocentos e vinte
e cinco reais e onze centavos) corresponderam à receita social, R$ 147.918,41 (cento e
quarenta e sete mil, novecentos e dezoito reais e quarenta um centavos) corresponde à
receita financeira e R$ 250.343,51 (duzentos e cinquenta mil, e trezentos e quarenta e três
reais e cinquenta e um centavos) corresponderam a receitas extraordinárias, decorrentes
de contribuições específicas de empresas associadas para a defesa da “adaptação dos
contratos de arrendamento anteriores à 1993” e contribuições para o evento de 25 anos da
ABTP.
A despesa foi de R$ 4.292.812,09 (quatro milhões, duzentos e noventa e dois mil,
oitocentos e doze reais e nove centavos), dos quais R$ 4.090.291,96 (quatro milhões,
noventa mil, duzentos e noventa e um reais e noventa e seis centavos) corresponderam às
despesas de custeio, R$ 202.520,13 (duzentos e dois mil, quinhentos e vinte reais e treze
centavos) corresponderam às despesas para a defesa de “adaptação dos contratos de
arrendamento anteriores à 1993”. Foram, ainda, provisionados R$ 200.000,00 (duzentos
mil reais) para atualizar o valor destinado às despesas processuais.
O superávit líquido operacional foi de R$ 102.874,94 (cento e dois mil reais,
oitocentos e setenta e quatro reais e noventa e quatro centavos).