1
JOSÉ ROBERTO SALES
ACADEMIA VARGINHENSE DE LETRAS,
ARTES E CIÊNCIAS :
MEMBROS CORRESPONDENTES
1960-2015
1ª edição
Varginha – MG
José Roberto Sales
2015
2
© Copyright José Roberto Sales, 2015
Catalogação na Fonte Responsável: José Roberto Sales __________________________________________________ 981.512
Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências : membros correspondentes 1960-2015 / José Roberto Sales (1957-)
Varginha : José Roberto Sales, 2015 – 1 ed.
90p.
ISBN 978-85-60604-13-5
1. Varginha (MG) – História 2. Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências : membros correspondentes 1960-2015. __________________________________________________
EDIÇÃO COMEMORATIVA DOS 55 ANOS DA FUNDAÇÃO
DA ACADEMIA 1960-2015 Capa, digitação, diagramação e revisão final: José Roberto Sales. CAPA: Insígnia e lema da Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências. Ilustração original do Irmão Osmundo Ribeiro, 05/06/1960 (AVLAC Livro de Atas nº. 1, 1960-1961, fl. 11vº, 05 jun. 1960). Impressão e acabamento Gráfica Editora Sul Mineira Ltda. Rua Tiradentes, nº. 395 – centro. Varginha – MG
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SUMÁRIO
RESUMO
SUMMARY
LISTA DE ABREVIATURAS
LISTA DE QUADROS
1 INTRODUÇÃO
2 JUSTIFICATIVA
3 METODOLOGIA
4 SÓCIOS/MEMBROS CORRESPONDENTES 1960-2015
4.1 Aurélia Rubião 08/04/1961
4.2 José Rodrigues Crespo 18/09/1964
4.3 Carlyle de Figueiredo Martins 02/10/1964
4.4 José Spártaco Pompeu 02/10/1964
4.5 Geraldo Freire da Silva 02/10/1964
4.6 Maria de Lourdes Filgueira Balassiano 15/10/1997
4.7 Sílvia Benedetti 25/10/2000
4.8 Neide Barros Rego 04/12/2006
4.9 Terezinha Ofélia Nascimento Rennó 25/08/2008
4.10 Edméa Sodré de Azevedo Carvalho 25/08/2008
4.11 José Keitel Ribeiro 25/08/2008
4.12 Cristina Lúcia Dias Vaz 25/08/2008
4.13 Henriette Effenberger 25/08/2008
4.14 Rita Bernadete Sampaio Veloso 25/08/2008
4
4.15 Ana Teresinha Drumond Machado 25/08/2008
4.16 Lamartine Miranda Filho 25/08/2008
4.17 Eurydice Meimei Carvalho Corrêa 25/08/2008
4.18 Ângela Benedita Mota Torino Paletti 25/08/2008
4.19 Ailton Donizetti Rocha 25/08/2008
4.20 Uriel Zanon 25/08/2008
4.21 Cláudia Lemos Moraes 25/05/2009
4.22 Victor Emmanuel Evangelista da Silva 26/03/2012
5 MEMBROS EFETIVOS NÃO RESIDENTES EM VARGINHA
6 SÓCIO/MEMBRO CORRESPONDENTE SEM
EFETIVAÇÃO REGISTRADA EM ATA
6.1 Augusto Linhares 04/10/1963
6.2 Newton Freire Maia 05/02/1965
6.3 Otávio Alvarenga 05/02/1965
6.4 Milton Xavier de Carvalho 05/02/1965
6.5 Hilo Andrade 26/03/1965
6.6 Cândido Martins de Oliveira Júnior 09/04/1967
6.7 Alfredo Marques Vianna de Góes 09/04/1967
6.8 Aires da Mata Machado Filho 09/04/1967
6.9 Nordestino Filho 09/04/1967
6.10 Waldemar de Moura Santos 27/07/1968
6.11 Ferrer Lopes 27/07/1968
6.12 Paulo Basileu, Irmão 31/05/1969
6.13 Maria da Costa Lage 01/10/1969
5
6.14 Dilza Pinho Nilo 22/04/1970
6.15 Jorge Azevedo 16/05/1970
6.16 Garibaldi, Dr. 24/03/1973
6.17 Zacarias Gomes Martins 05/09/2005
6.18 Dario Teixeira Cotrim 04/12/2006
6.19 José Tavares de Lima 31/01/2011
7 PERFIL ACADÊMICO DOS MEMBROS
CORRESPONDENTES SEGUNDO O GÊNERO
7.1 Homens
7.2 Mulheres
8 SÓCIOS HONORÁRIOS E BENEMÉRITOS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ÍNDICE ONOMÁSTICO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
6
RESUMO
Este livro apresenta a lista completa dos membros
correspondentes da Academia Varginhense de Letras, Artes e
Ciências no período de 55 anos compreendido entre 21 de
fevereiro de 1960 e 21 de fevereiro de 2015. As pessoas
indicadas ou citadas em atas como membros
correspondentes, mesmo sem a comprovação do recebimento
do Diploma de Acadêmico, também foram incluídas. Os
documentos pesquisados foram os Livros de Atas nº 1 a 8 e o
Livro Termo de Posse de Novos Acadêmicos – LTPNA (não
numerado), especificados nas Referências Bibliográficas. O
trabalho também apresenta os sócios honorários e
beneméritos e o perfil acadêmico dos membros
correspondentes segundo o gênero.
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SUMMARY
This book presents the full list of corresponding members of
the Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências, a
literary, artistic and scientific association of civil society, in the
period of 55 years between February 21, 1960 and February
21, 2015. Varginha is a county of Minas Gerais State, Brazil.
The persons indicated or quoted in minutes of books as
corresponding members, even without proof of receipt the
Academic Diploma, were also included. The documents
surveyed were the Minutes of Books 1 to 8 and the Term
Paper Tenure New Academic Book – LTPNA (unnumbered),
specified in the References. The work also presents the
academic profile of the corresponding members by gender and
the honorary and benefactor members.
8
LISTA DE ABREVIATURAS
AIL Academia Itajubense de Letras (Itajubá)
AMULMIG Academia Municipalista de Letras de Minas
Gerais (Belo Horizonte)
Art. Artigo
AVLAC Academia Varginhense de Letras, Artes e
Ciências
DOEMG Diário Oficial do Estado de Minas Gerais
f. Frente
fl. Folha
vº Verso
f/vº Frente e verso
LA Livro de atas
LTPNA Livro Termo de Posse de Novos
Acadêmicos
p. Página
9
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 LIVROS DE ATAS DA ACADEMIA
VARGINHENSE DE LETRAS, ARTES E CIÊNCIAS,
PERÍODOS REGISTRADOS, QUANTIDADE DE FOLHAS E
TOTAL DE ATAS, 1960-2015
QUADRO 2 ASSINATURAS DE AURÉLIA RUBIÃO NOS
LIVROS DE ATAS Nº 3, 4 E 5 DA ACADEMIA
VARGINHENSE DE LETRAS, ARTES E CIÊNCIAS, 1971-
1980
QUADRO 3 MEMBROS CORRESPONDENTES SEGUNDO A
ORDEM ALFABÉTICA E PRIMEIRA DATA DE REFERÊNCIA
EM ATA, 21/02/1960-21/02/2015
QUADRO 4 MEMBROS CORRESPONDENTES DA AVLAC,
SEGUNDO O GÊNERO, 21/02/1960 A 21/02/2015
QUADRO 5 ÍNDICE ONOMÁSTICO
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1 INTRODUÇÃO
Segundo a tradição das academias de todo o mundo,
um membro ou sócio correspondente de uma academia
literária, artística ou científica é uma pessoa que possui uma
posição de destaque em determinado campo do
conhecimento e que, por isso, foi convidada para ingressar na
instituição. Diferentemente do membro efetivo vitalício, o sócio
correspondente não reside na cidade ou no país onde se
encontra a sede da academia. Por isso, os membros
correspondentes, usualmente, não podem comparecer às
reuniões periódicas e se dirigem aos colegas da academia por
meio de correspondência impressa ou eletrônica.
Nos dois primeiros Estatutos da Academia
Varginhense de Letras, Artes e Ciências, de 21 de fevereiro
de 1960 e de 29 de outubro de 1969 os membros
correspondentes eram denominados sócios. Tal denominação
ocorria, pois, em seus primórdios os acadêmicos pareciam
perceber a Academia mais como uma associação recreativa
semelhante aos clubes atléticos e desportivos que como uma
associação civil da área cultural.
O Estatuto de 21 de fevereiro de 1960 estabeleceu a
primeira disposição sobre os membros correspondentes à
época denominados ―sócios correspondentes‖:
11
Art. 4º - A Academia constitui-se também de sócio honorários e correspondentes, eleitos na forma do regimento interno (LA1, 09 mar. 1960, fl. 1vº).
O Estatuto de 29 de outubro de 1969, mais detalhado,
estabeleceu:
Art. 3º §1º - Os membros efetivos da Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências devem residir em Varginha, passando à categoria de sócios correspondentes, em caso de transferência de domicílio, §2º - É permitida aos sócios correspondentes a escolha de seu patrono, §3º - Em circunstâncias especiais, a Academia poderá admitir sócios efetivos residentes fora de Varginha.
Os parágrafos 2º e 3º do artigo 3º criaram situações
dúbias ao permitirem que os membros correspondentes
escolhessem patronos e ao admitirem a existência de
―circunstâncias especiais‖ em que o ―sócio‖ efetivo continuaria
a sê-lo mesmo não tendo mais residência e domicílio em
Varginha. A escolha de um patrono pressupõe a existência de
uma cadeira.
O Estatuto de 02 de maio de 2002 estabeleceu:
12
Art. 5º - Todos os membros efetivos que compõem a Academia são denominados acadêmicos e somente e eles. (...) Art. 8º §1º O membro efetivo da Academia deve obrigatoriamente residir no município de Varginha. §2º O membro efetivo que fixar residência em outro município passará à categoria de membro correspondente.
Conforme se constata, o Estatuto de 2002 aboliu o
termo ―sócio‖ e a consideração de ―circunstâncias especiais‖.
A partir de sua entrada em vigor, todos os membros efetivos
que se mudassem de Varginha passariam à categoria de
membros correspondentes.
O Estatuto de 05 de agosto de 2013, atualmente em
vigor, mantém a mesma deliberação. O membro
correspondente não é considerado acadêmico, por
conseguinte, não toma posse nem é ocupante de cadeira:
―Todos os membros efetivos que compõem a
Academia são denominados acadêmicos e somente eles‖
(Estatuto de 2013, art. 5º).
Um trecho de ata de 1964 fala em nomeação de sócio
correspondente: ―(...) pedindo fazer constar de ata a
satisfação da Academia pela alta distinção por sua nomeação
como sócio correspondente‖ (LA3, 06 nov. 1964, fl. 8vº). O
nome desse correspondente encontra-se ilegível na referida
ata.
13
A primeira menção sobre a designação de sócio
correspondente em ata da Academia foi registrada em 10 de
maio de 1963 e se refere à Aurélia Rubião (vide verbete).
A passagem do tempo, a modificação do panorama
cultural brasileiro durante as décadas seguintes à fundação, a
incorporação de novos membros efetivos com formação
escolar mais técnica e acadêmica e o desenvolvimento
constante de atividades culturais pela Academia contribuíram
para alterar, gradativamente, a percepção dos acadêmicos de
que seriam ―sócios‖ de uma agremiação nos mesmos moldes
de uma agremiação desportiva.
Com isso, na primeira década do século XXI quando
se tornou imperativa a necessidade da reformulação do
Estatuto, o termo ―sócio‖ foi abandonado. O termo ―membro
correspondente‖ surgiu pela primeira vez no Estatuto de 02 de
maio de 2002, que revogou o anterior de 1969. Quando, por
sua vez, o Estatuto de 05 de agosto de 2013 revogou o de
2002, o termo foi mantido. Não se trata apenas da simples
modificação de um vocábulo. Essa alteração revela o
aprimoramento de uma nova forma de percepção, mais
diferenciada e aprofundada, que os acadêmicos têm do
trabalho que realizam.
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2 JUSTIFICATIVA
A Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências
foi fundada em 21 de fevereiro de 1960 e até o momento – 21
de fevereiro de 2015, nenhuma lista de sócios/membros
correspondentes havia sido elaborada com base em
exclusiva, ampla e aprofundada pesquisa documental.
A primeira lista oficial com os membros
correspondentes foi publicada no item ―12. Membros
Correspondentes‖ da ―Revista Acadêmica : Edição
Comemorativa 1960-2010‖, em 2010, por ocasião dos
cinquenta anos de fundação da Academia (Revista
Acadêmica, 2010, p. 10). A lista peca por não identificar as
fontes utilizadas. Apesar dessa falha técnica, comprovamos,
agora, que a referida lista é fidedigna nas informações que
apresenta, embora bastante incompleta e com alguns
equívocos em relação aos municípios de residência de alguns
dos correspondentes, conforme demonstramos a seguir.
Durante as reuniões ordinárias da Academia é
frequente surgirem dúvidas sobre a quantidade exata de
membros correspondentes, a data em que seus nomes foram
aceitos e incluídos na Academia, suas cidades de origem e/ou
residência, qualificações e trabalhos desenvolvidos.
15
Tendo em vista essas lacunas, resolvi desenvolver
essa pesquisa para oferecer aos confrades acadêmicos a
listagem completa de nossos membros correspondentes no
período de 21 de fevereiro de 1960 a 21 de fevereiro de 2015.
3 METODOLOGIA
A pesquisa para a identificação e listagem de todos os
sócios/membros correspondentes da Academia Varginhense
de Letras, Artes e Ciências no período de 55 anos
compreendido entre 21 de fevereiro de 1960 e 21 de fevereiro
de 2015, aqui apresentada, é exclusivamente documental.
Os documentos pesquisados foram os Livros de Atas
nº 1 a 8 e o Livro Termo de Posse de Novos Acadêmicos –
LTPNA (não numerado). No Livro Termo de Posse de Novos
Acadêmicos foram registradas as atas das posses do Irmão
Aureliano Chaves de Figueiredo, Ibrahim Barbosa Chaves e
Públio Salles Silva. O Quadro 1, abaixo, apresenta a síntese
da documentação pesquisada.
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QUADRO 1
LIVROS DE ATAS DA ACADEMIA VARGINHENSE DE
LETRAS, ARTES E CIÊNCIAS, PERÍODOS REGISTRADOS,
QUANTIDADE DE FOLHAS E TOTAL DE ATAS, 21/02/1960-
21/02/2015
LIVRO
DE ATAS
INÍCIO FINAL Nº
FOLHAS
DO
LIVRO
TOTAL
DE
ATAS
1 21/02/1960 18/11/1961 50 33
2 03/12/1961 12/02/1964 50 36
3(1)
28/02/1964 19/02/1972 100 102
4 29/04/1972 10/04/1978 50 19
5
26/04/1980 18/07/1981
50
43 Período de inatividade
09/09/1993 25/04/2001
6 03/05/2001 31/03/2008 100 88
7 28/04/2008 05/08/2013 100 52
8 26/08/2013 Atual 100 15(2)
LTPNA(3)
17/09/1969 07/08/1976 - 3
TOTAL 21/02/1960 24/11/2014 600(4)
391
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NOTAS DO QUADRO 1
(1) O período correto abrangido pelo Livro nº 3 é de 28/02/1964
a 19/02/1972, e não de 13/02/1964 a 28/04/1972, conforme
consta do livro ―História da Academia Varginhense de Letras,
Artes e Ciências 1960-2010‖ (SALES, 2011, p. 175).
Infelizmente, houve um erro de digitação.
(2) Até 21 de fevereiro de 2015. A última ata assentada até
essa data foi a de 24 de novembro de 2014, uma vez que
dezembro e janeiro são meses de recesso da Academia.
(3) LTPNA: Livro Termo de Posse de Novos Acadêmicos (não
numerado).
(4) O total não inclui a quantidade de folhas do Livro Termo de
Posse de Novos Acadêmicos que, atualmente, encontra-se
extraviado.
A lista dos membros correspondentes no período
1960-2015 foi elaborada a partir da leitura e análise das 391
atas registradas nos livros de atas enumerados no Quadro 1
acima.
As necessárias informações complementares sobre
alguns dos membros correspondentes foram pesquisadas nos
respectivos perfis profissional e pessoal disponíveis na
internet, bem como notícias, artigos, relatos, crônicas,
18
poemas, textos etc. publicados por terceiros ou pelos próprios
acadêmicos e que se encontram também disponíveis para
consulta on-line. Informações complementares sobre
acadêmicos políticos foram extraídas principalmente dos
arquivos on-line da Assembleia Legislativa de Minas Gerais,
do Senado Federal e do Diário Oficial do Estado de Minas
Gerais (DOEMG).
4 SÓCIOS/MEMBROS CORRESPONDENTES 1960-
2015
4.1 Aurélia Rubião (08 de abril de 1961)
Ainda em 1960 ou no início de 1961, Aurélia Rubião
(1901-1987), pintora figurativista varginhense, foi convidada
para ser membro efetivo da Academia. Na época, ela residia
em São Paulo, onde lecionava na Escola Técnica Federal.
Da ata de 08 de abril de 1961, consta:
Em tempo: A professora Aurélia Rubião telegrafou ao Presidente informando ser materialmente impossível estar presente à sua posse, pedindo por isso, que o próprio Presidente a representasse no Ato (LA1, 08 abr. 1961, fl. 34f).
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Pouco tempo depois, a Academia recebeu uma carta
da pintora desculpando-se por não estar presente na
cerimônia de posse:
Carta de Aurélia Rubião, agradecendo a escolha do seu nome para integrar o nosso Silogeu, e desculpando-se por não ter podido comparecer à solenidade de posse. Ao mesmo tempo promete enviar-nos volumes do ―O Leão do Mar‖, da autoria de seu pai, Sr. Luís [sic] Álvares Rubião (LA1, 04 jun. 1961, fl. 37vº).
Em outubro de 1961 a Academia já havia recebido os
exemplares prometidos:
A seguir, foi feito um sorteio de outros exemplares da mesma obra [O leão do mar], gentilmente enviados pela filha de Rubião, senhorinha Aurélia Rubião, com um telegrama de agradecimento pela honra concedida a seu pai e outrossim, excusando-se [sic] de não comparecer à reunião (LA1, 06 ago. 1961, fl. 45vº).
Infelizmente, os exemplares de ―O leão do mar‖ não
foram localizados nos arquivos e na biblioteca da Academia.
Convém lembrar que a Academia teve parte expressiva de
seu acervo incinerada deliberadamente na década de 80, e
que, em junho de 2007, a sede da Academia então localizada
em uma sala do pavimento térreo no histórico prédio da
Estação Ferroviária, sofreu um ataque de vândalos
20
incendiários. Os livros da biblioteca foram utilizados para
iniciar a fogueira.
A honra concedida ao pai de Aurélia Rubião citada por
ela no telegrama se refere ao fato de Luiz Álvares Rubião ter
sido escolhido patrono da cadeira 14. Em 03 de setembro de
1961, a biografia de Álvares Rubião foi apresentada em
reunião da Academia (LA1, 03 set. 1961, fl. 44f a 45vº).
A primeira menção sobre a designação de sócio
correspondente em ata da Academia ocorreu em 10 de maio
de 1963 e se refere à Aurélia Rubião:
O sr. Presidente, dr. Manoel Rodrigues [de Sousa] declara aberta a sessão e manda o 1º Secretário [José Assis Ribeiro] ler uma carta da Sra. Dª. Aurélia Rubião, residente em São Paulo, que, em resposta à consulta da Academia para frequentar as reuniões e apresentar elogio ao seu patrono, informava não poder exercer estas obrigações sociais dada a impossibilidade de realizar viagens, por motivo de saúde. E terminava a carta pedindo ao Sr. Presidente considerar vaga a cadeira que a ela fora oferecida. O Sr. Presidente pede ao Sr. Secretário oficiar à Dª. Aurélia, informando que a Academia a aceitaria na categoria de sócia correspondente, e aguardava a aceitação deste cargo (LA2, 52ª sessão ordinária, 10 maio 1963, fl. 33f.).
Conforme também se constata, considerava-se o
membro correspondente como ocupante de um cargo.
21
Duas semanas depois, em 24 de maio de 1963,
Aurélia Rubião encontrava-se presente à reunião da
Academia:
(...) o sr. Presidente [Manoel Rodrigues de Sousa] abriu a sessão e em nome da Academia saudou a Professora Aurélia Rubião, nossa sócia correspondente, residente em São Paulo, e filha de Luiz Álvares Rubião, patrono da cadeira [nº 14] do Dr. Manoel Rodrigues [de Sousa]. Em seguida o sr. Presidente leu passagens do seu trabalho que foi apreciado por todos os presentes. O Sr. Presidente explicou que Dª. Aurélia fazia parte do nosso cenáculo como sócia correspondente [...] A seguir, o Prof. Carvalho convida a Profª. Aurélia para visitar as instalações da Biblioteca Pública Municipal de Varginha, sob sua direção (LA2, 53ª sessão ordinária, 24 maio 1963, fls. 34f/vº).
Não há dúvidas de que Aurélia Rubião participou da
reunião. No entanto, do livro de atas não consta a assinatura
dela, provavelmente porque a ata foi redigida em dia posterior
ao da realização da reunião e a artista não mais se
encontrava em Varginha. Assinaram a referida ata os
acadêmicos José Assis Ribeiro (1º Secretário), Manoel
Rodrigues de Sousa (presidente), Luiz Teixeira da Fonseca,
Mauro Resende Frota, Lectício Luiz Lycarião, [uma assinatura
ilegível], Zaíra Tribst e Edgard de Britto.
A documentação também não deixa dúvida alguma de
que em 24 de maio de 1963 Aurélia Rubião já era considerada
22
informalmente sócia correspondente da Academia. No
entanto, o Diploma de Acadêmico somente foi conferido a ela
no dia 02 de janeiro de 1967, e dele consta os dizeres:
ACADEMIA VARGINHENSE DE LETRAS. URBEM INCENDAM. Diploma. O Presidente da Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências, tem a honra insigne de conferir a Aurélia Rubião Cadeira: Nº 24 – PATRONO: Eugênio Rubião o presente Diploma de Acadêmico, na qualidade de membro correspondente outorgando-lhe todos os direitos e privilégios exarados nos Estatutos. Varginha, 2 de janeiro de 1967. (a) João Eugênio do Prado (presidente), Acadêmico [não consta a assinatura de Aurélia Rubião], José Marcos de Oliveira Rezende (Secretário Geral).
Não há dúvida sobre a legalidade do texto do diploma
transcrito acima, pois dele constam as assinaturas de João
Eugênio do Prado (presidente) e de José Marcos de Oliveira
Rezende (Secretário Geral). Aurélia Rubião não o assinou.
Esse fato não anula sua validade legal nem invalida o título de
acadêmico a ela conferido, uma vez que o diploma tem as
assinaturas do presidente e do secretário geral.
O Diploma de Acadêmico de Aurélia Rubião encontra-
se reproduzido em página não numerada do Catálogo
Ilustrado do livro ―Aurélia Rubião : Vida e Arte‖ (SALES,
2011).
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Em ata de agosto de 1963 consta: ―São tratados pelo
sr. Presidente, assuntos gerais, tais como: - oferta de um
quadro de sua autoria, pela Acadêmica Aurélia Rubião‖ (LA2,
02 ago. 1963, fl. 38vº).
A redação do relatório não deixa claro se Aurélia
Rubião apenas fez a oferta do quadro ou se já o havia doado
para a Academia.
A Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências
sempre teve uma merecida deferência especial com Aurélia
Rubião. Consta da ata do dia 30 de novembro de 1968:
A pedido do Professor Carvalho, o Sr. Presidente indicou, para visitar nossa confrade, Aurélia Rubião, ora em Varginha, a seguinte comissão: Professor Antônio Corrêa de Carvalho, o requerente, e o Dr. João Eugênio do Prado (LA3, 30 nov. 1968, fl. 55vº).
A próxima ata foi redigida meses depois. Em primeiro
de março de 1969, consta:
As comissões encarregadas de anunciar ao Irmão Aureliano Chaves de Figueiredo sua incorporação à Academia e de visitar a acadêmica Aurélia Rubião deram conta da missão que lhes foi confiada (LA3, primeiro mar. 1969, fl. 56f).
24
Em 27 de março de 1971, Aurélia Rubião esteve
presente em outra reunião da Academia, onde com outros
confrades proferiu uma palestra sobre arte:
O Sr. Presidente congratulou-se com a casa pela presença especial da pintora Aurélia Rubião, enaltecendo sua atividade como artista plástica e o amor profundo que tem pela arte em geral [...] Decidiu, então, ouvir de cada um dos presentes a sua concepção e opinião sobre a beleza e a arte, iniciando pela pintora Aurélia Rubião [...] A seguir, as pintoras Aurélia Rubião e Stela M. Paiva [Stella Muoio Silveira de Paiva] falaram sobre os planos, já organizados, para uma exposição de pintura no final do mês de abril, em Varginha. Além de telas suas, vão juntar o que Varginha e a circunvizinhança têm de arte. A Academia irá dar apoio total a essa iniciativa (LA3, 27 mar. 1971, fl. 94vº e 95f/vº).
Infelizmente, a ata não apresenta uma síntese da fala
da pintora nem cita os conteúdos abordados.
No mês seguinte (abril de 1971), Aurélia Rubião
encontrava-se novamente presente à reunião acadêmica e
solicitou providências da Academia para a realização da
referida exposição de pintura:
(...) reuniu-se a Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências, à hora regimental, com a presença dos acadêmicos [...] Aurélia Rubião [...] e a inauguração em sequência, da Exposição de Pintura. Ficou estabelecido que o horário seria 20 Hs, no Clube de Varginha, no sábado seguinte (24/04/71). A acadêmica e
25
pintora Aurélia Rubião pediu ao sr. Presidente que solicitasse ajuda da Prefeitura para o transporte de quadros e telas que seriam trazidos de São Paulo. Além disso, o sr. Presidente encarregou-se de pedir ao Exmo. Sr. Dr. Francisco Vani Benfica a designação de dois guardas para a vigilância das obras de arte enquanto durasse a exposição [...] A acadêmica Aurélia Rubião justificou sua afirmativa, em reunião anterior, de que Portinari é um clássico [...] Em tempo: [...] Tendo a Academia pago o transporte das obras vindas de São Paulo, inclusive o retorno (LA3, 17 abr. 1971, fl. 96f/vº).
Em 23 de março de 1974, Aurélia Rubião esteve
presente à solenidade de posse da nova diretoria. A
assinatura da artista consta da folha 9vº. Na mesma reunião,
esteve presente como convidado o professor, filólogo e
linguista Aires da Mata Machado Filho (1909-1985) (LA4, 23
mar. 1974, fl. 8vº a 9vº).
A assinatura de Aurélia Rubião consta de cinco atas da
Academia no período de 1971-1980, conforme especificado
no Quadro 2:
26
QUADRO 2
ASSINATURAS DE AURÉLIA RUBIÃO NOS LIVROS DE
ATAS Nº 3, 4 E 5 DA ACADEMIA VARGINHENSE DE
LETRAS, ARTES E CIÊNCIAS, 27/03/1971-10/06/1980
DATA LIVRO DE ATAS FOLHA
27/03/1971 3 95vº
02/02/1974 4 8f.
26/04/1980 5 2f.
24/05/1980 5 3f.
10/06/1980 5 3vº
Fonte: AVLAC. Livros de Atas nº. 3, 4 e 5, 27 mar. 1971 a 10 jun. 1980.
Aurélia Rubião faleceu em maio de 1987, em São
Paulo. As referências sobre ela em atas da Academia
continuaram muito além dessa data.
Em 2005, a Academia organizou uma exposição
póstuma com obras de Aurélia Rubião no ―Projeto Memórias
de Varginha‖:
Hoje demos início ao Projeto Memórias de Varginha, cujo nome foi idealizado pela diretora cultural Vânia Vinhas [Cardoso]. Tem como objetivo resgatar a memória cultural de Varginha. É o primeiro evento. Será em homenagem à artista plástica varginhense ―Aurélia Rubião‖ (já falecida) [...] Intitulou-se Vida e Obra de Aurélia Rubião. Vânia falou da necessidade de usar o nome das pessoas que
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irão ceder os quadros, bem como as telas exibidas (LA6, 30 maio 2005, fl. 61vº).
A ata seguinte (26 de junho de 2005) apresenta um
breve relato pós-exposição:
A diretora cultural Vânia Vinhas [Cardoso], comentou sobre o Evento Memórias de Varginha que homenageou a artista plástica e acadêmica Aurélia Rubião. Disse da pouca divulgação e da pouca frequência. Vânia acha que deve ser feita uma pesquisa sobre os eventos que estão sendo realizados na cidade, para que não haja dois ao mesmo tempo. Ficou confirmado então, que o quadro de Aurélia Rubião foi de fato doado para Dona Arimá Regina Albuquerque, na presença do acadêmico José Galvão Conde. O quadro denomina-se ―A normalista‖ (LA6, 26 jun. 2005, fls. 62vº e 63f).
Para leitura de análise detalhada da tela ―A normalista‖
(óleo sobre tela, 69,5 x 56,5cm; 1964), ver ―Aurélia Rubião :
Vida e Arte‖ (SALES, 2011, p. 247-250). A obra foi
reproduzida em página inteira não numerada do Catálogo
Ilustrado no final do livro.
Em 26 de maio de 2008, há um pequeno relato sobre o
estado do túmulo onde foi sepultada Aurélia Rubião no
Cemitério Municipal:
Isa Bíscaro Alves, segunda-secretária, informou aos presentes o descaso e o abandono que se
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encontra o túmulo da acadêmica e artista plástica Aurélia Rubião. O vice-presidente José de Souza Pinto pediu que fosse registrado em ata este fato. A acadêmica Terezinha [Teixeira] Sério Reis ficou de procurar os parentes de Aurélia Rubião, para discutir a possibilidade de restauração do túmulo (LA7, 26 maio 2008, fls. 2vº e 3f).
Em 30 de novembro de 2009, consta a seguinte
menção a Aurélia Rubião e sua obra:
O acadêmico José Roberto Sales anunciou a todos que está escrevendo a biografia da pintora varginhense e acadêmica Aurélia Rubião (1901-1987) com índice e com catálogo ilustrado de suas obras que se encontram em Varginha. Adquiriu uma tela de Aurélia intitulada ―Retirantes‖, de 1967, da Galeria Paulistana de Artes (LA7, 30 nov. 2009, fl. 28f).
Na reunião seguinte (primeiro de fevereiro de 2010),
outra referência:
Depois o acadêmico José Roberto Sales informou a todos que localizou o diploma de acadêmico de Aurélia Rubião e passou uma cópia para os acervos da AVLAC em mãos para a Presidente Vânia Vinhas Cardoso. Aurélia Rubião deu posse como membro correspondente em 02 de fevereiro de 1967 e o patrono de sua cadeira é Eugênio Rubião (LA7, primeiro fev. 2010, fl.29f).
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Em 29 de março de 2010 foi apresentada em reunião
da Academia a seguinte proposta: ―(...) a Senhora Presidente
Vânia Vinhas Cardoso apresentou a idéia de se criar um
Concurso Municipal de Arte e Literatura, homenageando (...) a
pintora Aurélia Rubião. Depois de um debate, decidiu-se
aguardar um amadurecimento de idéias e opiniões sobre o
assunto‖ (LA7, 29 mar. 2010, fl. 31vº).
Em 26 de abril de 2010, a biografia de Aurélia Rubião
estava quase pronta: ―Ele [José Roberto Sales] comunicou
que a Biografia de Aurélia Rubião está praticamente pronta,
faltando a revisão‖ (LA7, 26 abr. 2010, fl. 33f.).
Da ata de 31 de maio de 2010, consta: ―O acadêmico
José Roberto Sales fará uma palestra sobre a inesquecível
acadêmica e Artista Plástica Aurélia Rubião, em data ainda a
ser marcada‖ (LA7, 31 maio 2010, fl. 34f). Infelizmente, a
palestra não foi realizada.
Em 27 de setembro de 2010, Aurélia Rubião é
lembrada pelos acadêmicos: ―Ao finalizar a reunião, a
presidente Vânia Vinhas Cardoso declamou o poema
―Primavera de Seda‖, que o acadêmico José Roberto Sales
fez em homenagem à Aurélia Rubião (...). O acadêmico José
Roberto Sales lembrou que o próximo dia quatro de outubro é
o vigésimo terceiro aniversário de morte de Aurélia Rubião‖
(LA7, 27 set. 2010, fls. 41vº e 42f). É desnecessário
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transcrevermos o poema aqui. Ele encontra-se nas páginas
182-183 do livro ―Aurélia Rubião : Vida e Arte‖ (2010).
Da ata do dia 06 de dezembro de 2011, consta
referência sobre o processo de finalização do livro ―Aurélia
Rubião : Vida e Arte‖:
O acadêmico José Roberto Sales comunicou aos acadêmicos que o livro ―Aurélia Rubião : Vida e Arte‖ de sua autoria encontra-se em fase final de impressão na Gráfica Editora Sul Mineira. O Projeto ―Aurélia Rubião : Vida e Arte‖ têm a realização de José Roberto Sales, da Prefeitura Municipal de Varginha, Fundação Cultural do Município de Varginha, COMIC – Conselho Municipal de Incentivo à Cultura, e chancela cultural da Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências, com o patrocínio da AUTOTRANS, empresa de transporte coletivo urbano do município (LA7, 06 dez. 2011, fl. 66f).
A ata do dia 26 de março de 2012 apresenta breve
relato do lançamento do livro:
O acadêmico José Roberto Sales lembrou aos confrades que no dia 26 de janeiro de 2012, quinta-feira, às 19 horas e 30 minutos, no hall da antiga Estação Ferroviária de Varginha (denominada pela população de ―Estação das Artes‖), localizada na Praça Matheus Tavares, nº. 121, centro, ocorreu o lançamento do livro ―Aurélia Rubião : Vida e Arte‖, de sua autoria. No lançamento estiveram presentes Eduardo Antônio Carvalho prefeito municipal de Varginha, Vérdi Lúcio Melo presidente da Câmara Municipal, (...) secretários de pastas
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municipais, colecionadores particulares das obras de Aurélia Rubião, professores, artistas plásticos, cidadãos e vários familiares da artista, inclusive os residentes no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, que vieram a Varginha especialmente para participar do evento. Entre os acadêmicos, além do autor, estiveram presentes Anita Regina Di Marco, Isa Bíscaro Alves, Marcus Vinicius Vallim Madeira, Michele Tommaso Vanzetti, Sueli Aparecida Teixeira e Vanessa Caldeira Teixeira Reis. A acadêmica Vânia Vinhas Cardoso solicitou que se constasse da ata que ela não pôde comparecer ao lançamento do livro porque se encontrava adoentada naquela noite. [repetição do trecho com os patrocinadores do livro, citado na ata acima] (...) Nesse momento, o presidente José Galvão Conde solicitou que se constasse da ata um Voto de Louvor ao acadêmico José Roberto Sales pela excelência do livro ―Aurélia Rubião : Vida e Arte‖, e a acadêmica Vânia Vinhas Cardoso endossou o Voto de Louvor pela qualidade do trabalho no que se refere à pesquisa histórica e a análise das obras de Aurélia Rubião. Ela ressaltou que é professora de História da Arte e soube apreciar o valor literário e artístico da obra produzida (LA7, 26 mar. 2012, fls. 68f/vº).
Da ata do dia 05 de novembro de 2012, consta: ―O
acadêmico José Roberto Sales apresentou para os confrades
o artigo ―A importância da pintura de Aurélia Rubião‖,
publicado pela Revista da Academia Mineira de Letras,
volume LXI, abril, maio e junho de 2012 (páginas 141-144)‖
(LA7, 05 nov. 2012, fl. 81f).
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Em 25 de fevereiro de 2014, o acadêmico José
Roberto Sales comunicou aos confrades:
(...) que no dia 28 de dezembro de 2013 recebeu de presente do Sr. Nivaldo Ferreira Alves, viúvo da acadêmica Isa Bíscaro Alves (1941-2012) o material didático elaborado por Aurélia Rubião composto por dois cadernos de desenho e papéis avulsos com desenhos. Em 1979, esse material didático foi dado para Aurélia Rubião para a amiga Isa Bíscaro. Os documentos que agora integram a coleção particular de José Roberto Sales foram catalogados no livro ―Aurélia Rubião : Vida e Arte‖ (SALES, 2011, p. 373) (LA8, 25 fev. 2014, fl. 9f).
Da mesma ata ainda consta:
Em 12 de novembro de 2013, o Conselho Deliberativo da Fundação Cultural do Município de Varginha por sugestão de José Roberto Sales e aprovação por unanimidade resolveu denominar ―Galeria e Pinacoteca Aurélia Rubião‖ uma das salas do Museu Municipal de Varginha, localizado na Casa da Cultura. A Resolução nº. 008/2013 foi publicada no jornal ―Varginha – Órgão Oficial do Município‖, de 30 de janeiro de 2014, data em que entrou em vigor. A seguir, apresentamos o texto da Resolução na íntegra: RESOLUÇÃO Nº 008/2013 / CONFERE DENOMINAÇÃO OFICIAL A EQUIPAMENTO CULTURAL DA FUNDAÇÃO CULTURAL DO MUNICÍPIO DE VARGINHA / O Conselho Deliberativo da Fundação Cultural do Município de Varginha, Estado de Minas Gerais, no uso das atribuições legais que lhe são conferidas pelo inciso VIII do Art. 6º do Estatuto da instituição e, /
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CONSIDERANDO que os equipamentos culturais tradicionalmente são denominados com o nome de pessoas ilustres, estudiosos de notório saber e defensores intransigentes da história e da memória do município / RESOLVE: / Art. 1º - Denominar a Galeria e Pinacoteca da Casa da Cultura Nico Vidal, órgão da Fundação Cultural do Município de Varginha inaugurada no dia 05 de novembro de 2013, sito à Praça Governador Benedito Valadares, nº 141 – Centro – Varginha, estado de Minas Gerais: / GALERIA E PINACOTECA AURÉLIA RUBIÃO. / Art. 2º - Esta Resolução entra em vigor na data da sua publicação. / Varginha (MG) 12 de novembro de 2013 / Diná de Souza Melo / Presidente / José Roberto Sales / Vice Presidente / Rosana Aparecida de Carvalho / Conselheira / Vânia Vinhas Cardoso / Conselheira (VARGINHA. Órgão Oficial do Município, edição 898, 30 jan. 2014, p. 18). O presidente José Roberto Sales apresentou para os acadêmicos um exemplar do jornal ―Varginha – Órgão Oficial do Município‖ com a publicação da Resolução citada acima (LA8, 25 fev. 2014, fl. 9vº e 10f).
Em maio de 2014, José Roberto Sales escreveu a
peça de teatro ―À outra margem‖ cuja protagonista é Aurélia
Rubião. Consta da ata de 30 de junho de 2014 (LA8, fl. 35f):
O presidente José Roberto Sales comunicou aos acadêmicos que concluiu a redação de sua peça de teatro ―À outra margem‖ drama em ato único, ambientado em Varginha na tarde do dia 25 de março de 1945, exatamente um mês após o falecimento de Mário de Andrade. Em um encontro fictício, Oneyda Alvarenga visita Aurélia Rubião em sua residência no centro de Varginha. Juntas, elas rememoram saudosas e emocionadas, o relacionamento profissional e
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afetivo que tiveram com Mário de Andrade, falam da cultura brasileira, dos movimentos artísticos do século XX, da II Guerra Mundial, da psicanálise, de suas próprias obras e das dificuldades de serem mulheres e artistas na época em que viveram. Também falam das semelhanças e diferenças de personalidade entre elas (apenas supostas pelo autor) e, principalmente, da árdua e necessária tarefa de lidar com a perda e elaborar o luto. O trabalho do luto é metaforicamente descrito como uma travessia. O encontro de Aurélia e Oneyda com o legado de Mário de Andrade somente seria possível, então, na outra margem, após a travessia.
O livro ―À outra margem‖ foi lançado no dia 11 de
dezembro de 2014, na Casa da Cultura de Varginha.
4.2 José Rodrigues Crespo (18 de setembro de 1964)
José Rodrigues Crespo, mais conhecido apenas como
Rodrigues Crespo, nasceu em 03 de agosto de 1896, em
Campos dos Goytacazes, estado do Rio de Janeiro e faleceu
em Belo Horizonte. Era filho de José Rodrigues Crespo e de
D. Laudelina de Azeredo Crespo. Foi jornalista e bancário.
Inicialmente, José Rodrigues Crespo foi citado nas
atas da Academia como sócio correspondente. Na ata de 18
de setembro de 1964, o relator o chama de ―nosso
correspondente‖, sem deixar claro se Crespo apenas se
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correspondia com a Academia ou se o fazia na condição de
sócio correspondente (LA3, 18 set. 1964, fl. 5vº).
Em dezembro do mesmo ano, consta de ata: ―Pelo
mesmo acadêmico [Edgard de Britto] foram entregues alguns
exemplares de seus trabalhos para serem remetidos ao
confrade Rodrigues Crespo‖ (LA3, 04 dez. 1964, fl. 11f.). O
relator da ata se refere a Rodrigues Crespo como confrade,
tratamento dispensado aos membros da Academia sejam eles
efetivos ou correspondentes.
Em 05 de fevereiro de 1965, consta de ata: ―Foram
designados para recepcionar os sócios correspondentes (...)
ao poeta Rodrigues Crespo, o acadêmico Dr. Manoel
Rodrigues‖ (LA3, 05 fev. 1965, fl. 12f).
―Foi aprovado por unanimidade a nomeação de
Rodrigues Crespo como nosso representante na Amulmig
[Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais], sendo
que o mesmo será o titular da cadeira nº. 33 que está vaga na
Academia‖ (LA3, 12 mar. 1965, fl. 13f).
Em 27 de fevereiro de 1966, Rodrigues Crespo
participou da posse da nova Diretoria cuja reunião da
Academia também era destinada a recepcioná-lo e a entregar
a ele o Diploma de Acadêmico:
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Aplaudido pela assistência, o poeta Rodrigues Crespo, tomou lugar na mesa, ao lado do presidente (...). Ao ex-presidente coube saudar e apresentar o novo acadêmico Rodrigues Crespo (...). Depois dos aplausos da assistência, o presidente entregou a Rodrigues Crespo, o diploma de Acadêmico, sentindo que esse fato honra a nossa Academia, como também deverá honrar o recipiendário. Em seguida foi dada a palavra ao neófito que disse da satisfação de se incorporar à nossa Academia, elogiando a nossa Diretoria, ora empossada e os antigos dirigentes; lembrou da temporada que teve a ventura de conviver com os varginhenses, desde o ano de 1927 a 1937, quando teve oportunidade de colaborar com os dois jornais locais, tal com ―Cosme e Damião‖ - o ―Sul Mineiro‖ e ―Arauto do Sul‖, em cujas colunas publicou suas crônicas e versos; lembrando o ―rancho da saudade‖ fez menção dos nomes dos seus companheiros e colaboradores Luiz Teixeira [da Fonseca] e José Marcos e Wladimir [de Rezende Pinto]. Desenvolveu com maestria o elogio do patrono de sua cadeira, fazendo a sua biografia e pondo em evidência os seus trabalhos, cujos pendores deram-lhe a primazia na poesia sátira, pois, como barbacenense, deixou manuscritos sobre uma réplica de atualidade, ao terminar foi muito aplaudido (LA3, 27 fev. 1966, fl. 25f/vº).
José Rodrigues Crespo tomou posse da cadeira 37,
cujo patrono é o padre Corrêa de Almeida, tendo sido seu
primeiro ocupante. Ele foi um dos sócios fundadores da
Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais (Belo
Horizonte).
Alguns versos de Rodrigues Crespo são dramáticos
como, por exemplo, nos transcritos abaixo:
37
Para mim, malgrado os danos,
A vida foi um prazer.
Vivi setenta e quatro anos
E, agora, devo morrer.
Em ―Banco das Cismas‖, ele compôs:
Tudo no olvido cai, tudo fenece,
Banco das Cismas...tudo cai no olvido!
Teu nome hoje é vazio de sentido,
A nova geração não te conhece!
Irremediavelmente, ao ler esses versos em uma
Academia de Letras, somos levados a fazer uma reflexão
mais profunda sobre a ―imortalidade‖ dos acadêmicos!
São obras de Rodrigues Crespo: O cinco de julho
(1936) e Banco das Cismas (1955). A Biblioteca Nacional não
possui nenhuma obra desse autor.
O sítio oficial da Academia Municipalista de Letras de
Minas Gerais – AMULMIG traz o nome de Rodrigues Crespo
como um dos sócios fundadores. O nome dele consta como
membro da AMULMIG 061-B.
38
4.3 Carlyle de Figueiredo Martins (02 de outubro de 1964)
O nome de Carlyle de Figueiredo Martins como sócio
correspondente foi proposto pelo acadêmico Edgard de Britto,
em 02 de outubro de 1964:
O acadêmico Edgard de Britto propôs para sócio correspondente de nossa Academia em Fortaleza, no Ceará, o Dr. Carlyle de Figueiredo Martins, aludindo as suas qualidades intelectuais, jornalista, foi promotor de justiça, Juiz de Direito autor de numerosos trabalhos, dentre os quais mencionou alguns; foi aceita a proposta, sendo encarregado o acadêmico Secretário Geral para fazer a devida comunicação ao Dr. Carlyle (LA3, 02 out. 1964, fl. 7f).
Em 05 de fevereiro de 1965, consta de ata: ―Foram
designados para recepcionar os sócios correspondentes (...)
Dr. Carlyle juiz aposentado, de Fortaleza, no Ceará,
apresentado pelo confrade Edgar de Britto‖ (LA3, 05 fev.
1965, fl. 12f).
A ata não faz referência à entrega do Diploma de
Acadêmico desse suposto acadêmico.
4.4 José Spártaco Pompeu (02 de outubro de 1964)
José Spártaco Pompeu foi delegado e político
brasileiro, tendo sido suplente de deputado estadual em Minas
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Gerais durante a 4ª e 5ª legislaturas (1959-1967). Ele
substituiu o deputado Aníbal Teixeira de Souza (PRP –
Partido de Representação Popular) nos períodos de 27 de
agosto a 26 de setembro de 1963 e de 04 de maio a 18 de
julho de 1966 e o deputado Sebastião Navarro Vieira (PRP)
no período de 02 a 27 de julho de 1962 (ASSEMBLEIA
LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS).
O PRP – Partido de Representação Popular (1945-
1965), partido político conhecido também como Partido
Populista, foi fundado ainda com Plínio Salgado no exílio,
tendo como colaborador a Confederação dos Centros
Culturais da Juventude – CCCJ. O PRP reagrupou grande
parte dos ex-integrantes da Ação Integralista Brasileira com
orientação ideológica nacionalista (Revista Brasileira de
Ciência Política nº. 5. Brasília jan./jul. 2011).
Spártaco Pompeu foi casado com a Sra. Maria Isabel
Pompeu, ex-diretora do Educandário Olegário Maciel e uma
as primeiras vereadoras de Varginha, de 1970 a 1972.
Segundo Eduardo Benedito Ottoni, prefeito de Varginha, José
Spártaco Pompeu era delegado de policia, professor na
Escola Tiradentes em Belo Horizonte, político militante, tendo
exercido grande liderança na região
(www.blogdomadeira.com.br, 15 jul. 2011).
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―Com aplausos gerais foi aprovada a proposta para
sócio correspondente da Academia o deputado – Spartaco
Pompeu, em Belo Horizonte‖ (LA3, 02 out. 1964, fl. 7f).
Em 05 de fevereiro de 1965, consta de ata: ―Foram
designados para recepcionar os sócios correspondentes (...)
ao Deputado Spártaco Pompeu, o confrade Mauro Frota‖
(LA3, 05 fev. 1965, fl. 12f). Não consta da ata se houve a
entrega do Diploma de Acadêmico correspondente para
Spártaco Pompeu.
4.5 Geraldo Freire da Silva (02 de outubro de 1964)
Em 02 de outubro de 1964, o acadêmico Leopoldo
Veiga Marinho indicou o nome do deputado Geraldo Freire da
Silva (1912-2002), mais conhecido apenas como Geraldo
Freire, advogado e jornalista, para sócio correspondente em
Brasília:
[Leopoldo] Veiga Marinho apresentou o nome do Deputado Geraldo Freire da Silva para sócio correspondente da Academia em Brasília; foi aceito. Ao Sr Secretário Geral para comunicar (LA3, 02 out. 1964, fl. 7f).
Consta da ata do dia 15 de março de 1969:
O Professor Antônio Corrêa de Carvalho comunicou à Casa, os agradecimentos do
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confrade Deputado Geraldo Freire pela homenagem que a Academia lhe presta no domingo, dia 9, no Colégio Normal dos Santos Anjos (LA3, 15 mar. 1969, fl. 57f).
Em abril do mesmo ano, consta outra referência:
O 1º Secretário foi também encarregado de expedir um ofício ao Deputado Geraldo Freire, congratulando-se com ele pela sua designação para representar o governo federal na entrega do chapéu cardinalício aos dois arcebispos brasileiros, em cerimônia que se efetuaria em Roma no dia 1º de maio (LA3, 26 abr. 1969, fl. 59f).
A ata da sessão solene de 07 de outubro de 1970, dia
da cidade de Varginha, menciona a presença de Geraldo
Freire que presidiu os trabalhos da Academia:
Dentre os convidados de honra, notamos a presença do Dr. Geraldo Freire, presidente da Câmara Federal e da Arena mineira que, nesta ocasião, recebeu a presidência de honra dos trabalhos (LA3, 07 out. 1970, fl. 90f).
O acervo da Biblioteca Nacional possui os seguintes
livros de autoria de Geraldo Freire:
Política exterior : moção de censura (discursos
parlamentares – Brasil, 1962);
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Correção monetária nas desapropriações por
necessidade ou utilidade pública (discursos parlamentares –
Brasil, 1966);
Divórcio e família : discursos proferidos (discursos
parlamentares – Brasil, 1975);
Homenagem ao Papa Paulo VI : discurso proferidos na
sessão de 17 de agosto de 1978 (discursos parlamentares –
Brasil, 1978);
Pequenos lances de uma grande luta : 1963 a 1978
(discursos parlamentares – Brasil);
Ao longo da vida (memórias, 1984);
A revolta das águas (ficção brasileira, 1994);
Vivendo e sonhando (poesia brasileira, 1997).
Da Wikipédia consta que Geraldo Freire foi agraciado
pelo Papa Pio XII com a comenda da Ordem de São Silvestre,
pelos seus ideais cristãos e relevantes serviços prestados à
Igreja. Era membro efetivo da Academia de Letras de Brasília,
Academia Dorense de Letras de Boa Esperança, Academia
Sul-Mineira de Letras de Campanha, Academia de Letras,
Ciências e Artes de Varginha [sic].
A fonte utilizada para os dados acima citados pela
Wikipédia foi o Dicionário Histórico-Biográfico, 1930-1983 (Rio
43
de Janeiro, Forense-Universitária/FGV-CPDOC/Finep, 1984,
vol. 2) .
4.6 Maria de Lourdes Filgueira Balassiano (Diploma de
15/10/1997 sem registro em ata. Reconhecimento do título
com registro em ata de 28/04/2014)
Maria de Lourdes Filgueira Balassiano, pedagoga,
escritora, artista plástica e cantora lírica do Rio de Janeiro
recebeu o Diploma de Acadêmico como membro
correspondente no dia 15 de outubro de 1997. O diploma foi
assinado por José Galvão Conde (presidente), José de Souza
Pinto (secretário-geral) e pela diplomada. No mês de outubro
de 1997, não houve assentamento de atas. A ata
imediatamente anterior é do dia 26/09/1997 e a
imediatamente posterior é do dia 06/11/1997, nenhuma delas,
nem em todas as atas posteriores houve o registro do nome
de Balassiano. Em 24 de março de 2014, Maria de Lourdes
Filgueira Balassiano apresentou para a diretoria da Academia
por intermédio da acadêmica Teresinha Teixeira Sério Reis
seu Diploma de Acadêmico na qualidade de membro
correspondente. A veracidade do documento foi comprovada
pelo acadêmico José Galvão Conde. Na presença dos
acadêmicos, ele reconheceu e confirmou sua assinatura como
44
presidente. Posteriormente, o presidente José Roberto Sales
leu os livros de atas da Academia e comprovou que não
houve o registro da entrega do Diploma.
Da ata da sessão de primeiro de março de 2010,
referente ao mês de fevereiro [sic], consta:
(...) a acadêmica Teresinha Teixeira Sério Reis comunica que recebeu uma correspondência da Sra. Lourdes Balssiano [sic], cunhada do saudoso Dr. José Marcos Oliveira Rezende solicitando detalhes de como ingressar na academia como membro correspondente (LA7, primeiro mar. 2010, fl. 30vº).
Causa estranhamento o fato de a Sra. Lourdes
Balassiano solicitar esse tipo de informação, uma vez que três
anos antes ela já havia recebido o Diploma de Acadêmico
como membro correspondente.
Da ata da reunião ordinária da Academia Varginhense
de Letras, Artes e Ciências de 28 de abril de 2014, consta:
Em tempo: Maria de Lourdes Filgueira Balassiano, nome artístico Lourdes Balaciano, escritora, artista plástica pela Sociedade de Belas-Artes do Rio Janeiro, cantora lírica diplomada pela Academia de Música Lourenzo Fernândez do Rio de Janeiro, é membro correspondente da Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências no Rio de Janeiro, tendo recebido o Diploma de Acadêmico no dia 15 de outubro de 1997, assinado por José Galvão Conde (presidente) e José de Souza Pinto (secretário-geral). Na ocasião, o fato não
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foi registrado em ata. Para constar, o presidente José Roberto Sales determinou o registro em ata na presente data com a aprovação dos demais acadêmicos (AVLAC, LA8, fl.18f.).
Da ata da reunião ordinária da Academia Varginhense
de Letras, Artes e Ciências do dia 26 de maio de 2014,
consta:
O presidente José Roberto Sales comunicou aos confrades que enviou ofícios em nome da Academia para: (...) 2) Sra. Maria de Lourdes Filgueira Balassiano cumprimentando-a pela iniciativa da realização da ―Tarde Festiva de Música e Literatura‖ ocorrida no dia 12 de abril na Associação Médica de Varginha e comunicando-a sobre o lançamento do nome dela no livro de atas da Academia, pois quando ela recebeu o Diploma de Acadêmico como membro correspondente no dia 15 de outubro de 1997, diploma assinado pelo presidente José Galvão Conde e pelo secretário-geral José de Souza Pinto, o fato não foi registrado em ata (OFÍCIO AVLAC/D/Nº 003/2014, 02 maio 2014) (AVLAC, LA8, fls. 18f. 20vº).
4.7 Sílvia Benedetti (25 de outubro de 2000)
Sílvia Benedetti (Varginha-MG, 1935-) recebeu seu
Diploma de Acadêmico como membro correspondente no dia
25 de outubro de 2000. Consta da ata:
―Reuniu-se a Academia Varginhense de Letras, Artes e
Ciências (...) para a posse de Sílvia Benedetti como sócia
46
correspondente da Academia Varginhense de Letras, Artes e
Ciências‖ (LA5, 25 out. 2000, fl. 35f).
Em 26 de abril de 2010, encontra-se outra referência a
Sílvia Benedetti:
Depois a Presidente Vânia [Vinhas Cardoso] comentou sobre todos os eventos aos quais a AVLAC vem apoiando. Falou sobre a correspondência de Sílvia Benedetti, membro correspondente de Porto Alegre. Ela solicita o apoio dos acadêmicos para o lançamento do seu livro ―Tecidos em Retalhos‖ [sic], em Varginha em data a ser marcada (LA7, 26 abr. 2010, fl. 32vº).
O título correto do livro supracitado é ―Tecidos e
retalhos‖. Uma citação sobre o lançamento do referido consta
de outra ata:
Comentou sobre o lançamento do livro ―Tecidos e Retalhos‖ da escritora Sílvia Benedetti que aconteceu na Alessandro Comércio de Livros, no dia 11 de outubro de 2010 das 16 às 18 horas, onde estiveram presentes os acadêmicos Vânia Vinhas Cardoso, Aníbal Albuquerque, Carmem Vieira Brandão, Teresinha Teixeira Sério Reis e José Maria de Jesus Raimundo Silva (LA7, 25 out. 2010, fls. 42vº e 43f).
Em ata de 27 de maio de 2011, consta: ―(...) café
literário e lançamento do livro ―Tecidos e Retalhos‖ da
escritora varginhense Sílvia Benedetti, membro
47
correspondente em Porto Alegre, Rio Grande do Sul‖ (LA7, fl.
58vº).
Sílvia Benedetti é formada em Direito pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul; trovadora,
repentista e realiza palestras literárias.
A Biblioteca Nacional possui em seu acervo o livro
―Tecidos e retalhos‖, de autoria de Sílvia Benedetti, editado
em Porto Alegre pela Evangraf, 2010 (274p.).
4.8 Neide Barros Rego (04 de dezembro de 2006)
Consta da ata de 04 de dezembro de 2006: ―Nos foi
comunicado que a Sra. Neide Barros Rego, de Niterói, e (...)
aceitaram o convite para membros correspondentes‖ (LA6, 04
dez. 2006, fls. 79vº e 80f). Não há referência sobre as
qualificações da convidada.
A ata do dia 27 de setembro de 2008 relata a ―posse
solene dos membros correspondentes‖ na Associação
Comercial e Industrial de Varginha, dentre eles, a de Neide
Barros Rego (LA7, 27 set. 2008, fl. 6a). Trata-se de um
equívoco do relator utilizar o termo ―posse‖ para se referir à
entrega dos Diplomas de Acadêmicos aos novos membros
correspondentes. De acordo com o Estatuto da Academia,
somente os membros efetivos tomam posse das cadeiras.
48
4.9 Terezinha Ofélia Nascimento Rennó (25 de agosto de
2008)
A reunião de 25 de agosto de 2008 foi uma plenária
acadêmica para indicação dos membros correspondentes.
Após leitura do currículo foram aprovados os nomes de várias
pessoas, dentre elas o de Terezinha Ofélia Nascimento
Rennó, de Santa Rita do Sapucaí – MG (LA7, 25 ago. 2008, fl.
5vº).
A ata do dia 27 de setembro de 2008 relata a ―posse
solene dos membros correspondentes‖ na Associação
Comercial e Industrial de Varginha, dentre eles, a de
Terezinha Rennó (LA7, 27 set. 2008, fl. 6a). Trata-se de um
equívoco do relator utilizar o termo ―posse‖ para se referir à
entrega dos Diplomas de Acadêmicos aos novos membros
correspondentes. De acordo com o Estatuto da Academia,
somente os membros efetivos tomam posse das cadeiras.
Da ata do dia 31 de maio de 2010, consta a seguinte
referência sobre Terezinha Rennó:
A Presidente Vânia Vinhas Cardoso falou, também, da carta da Sra. Terezinha Ofélia Rennó, Presidente da Academia Itajubense de Letras, presenteando-a com um exemplar autografado do livro ―Água da Vida‖ da poetisa Lina Lisboa, membro da AIL e residente de [sic] Belo Horizonte (LA7, 31 maio 2010, fl. 33vº).
49
4.10 Edméa Sodré de Azevedo Carvalho (25 de agosto de
2008)
A reunião de 25 de agosto de 2008 foi uma plenária
acadêmica para indicação dos membros correspondentes.
Após leitura do currículo foram aprovados os nomes de várias
pessoas, dentre elas o de Edméa Sodré de Azevedo
Carvalho, de Três Corações – MG (LA7, 25 ago. 2008, fl. 5vº).
4.11 José Keitel Ribeiro (25 de agosto de 2008)
A reunião de 25 de agosto de 2008 foi uma plenária
acadêmica para indicação dos membros correspondentes.
Após leitura do currículo foram aprovados os nomes de várias
pessoas, dentre elas o de José Keitel Ribeiro, de Três
Corações – MG (LA7, 25 ago. 2008, fl. 5vº).
A ata do dia 27 de setembro de 2008 relata a ―posse
solene dos membros correspondentes‖ na Associação
Comercial e Industrial de Varginha, dentre eles, a de José
Keitel Ribeiro (LA7, 27 set. 2008, fl. 6a). Trata-se de um
equívoco do relator utilizar o termo ―posse‖ para se referir à
entrega dos Diplomas de Acadêmicos aos novos membros
correspondentes. De acordo com o Estatuto da Academia,
somente os membros efetivos tomam posse das cadeiras.
50
4.12 Cristina Lúcia Dias Vaz (25 de agosto de 2008)
A reunião de 25 de agosto de 2008 foi uma plenária
acadêmica para indicação dos membros correspondentes.
Após leitura do currículo foram aprovados os nomes de várias
pessoas, dentre elas o de Cristina Lúcia Dias Vaz, de Belém –
PA (LA7, 25 ago. 2008, fl. 6f).
4.13 Henriette Effenberger (25 de agosto de 2008)
A reunião de 25 de agosto de 2008 foi uma plenária
acadêmica para indicação dos membros correspondentes.
Após leitura do currículo foram aprovados os nomes de várias
pessoas, dentre elas o da escritora e cronista Henriette
Effenberger (1952-), de Bragança Paulista – SP (LA7, 25 ago.
2008, fl. 6f).
4.14 Rita Bernadete Sampaio Veloso (25 de agosto de
2008)
A reunião de 25 de agosto de 2008 foi uma plenária
acadêmica para indicação dos membros correspondentes.
Após leitura do currículo foram aprovados os nomes de várias
51
pessoas, dentre elas o da poetisa Rita Bernadete Sampaio
Veloso, de Alvinópolis – MG (LA7, 25 ago. 2008, fl. 6f).
4.15 Ana Teresinha Drumond Machado (25 de agosto de
2008)
A reunião de 25 de agosto de 2008 foi uma plenária
acadêmica para indicação dos membros correspondentes.
Após leitura do currículo foram aprovados os nomes de várias
pessoas, dentre elas o de Ana Teresinha Drummond
Machado, de Boa Esperança – MG (LA7, 25 ago. 2008, fl. 6f).
A ata do dia 27 de setembro de 2008 relata a ―posse
solene dos membros correspondentes‖ na Associação
Comercial e Industrial de Varginha, dentre eles, a de Ana
Teresinha Drumond Machado (LA7, 27 set. 2008, fl. 6a).
Trata-se de um equívoco do relator utilizar o termo ―posse‖
para se referir à entrega dos Diplomas de Acadêmicos aos
novos membros correspondentes. De acordo com o Estatuto
da Academia, somente os membros efetivos tomam posse
das cadeiras.
Ana Teresinha nasceu em Ponte Nova e reside em
Alvinópolis. Foi Professora de Português e Literatura
Brasileira por 25 anos, na Escola Estadual ―Prof. Cândido
Gomes‖, em Alvinópolis — MG. É Pós-Graduada em
52
Literatura Brasileira, pela PUC-MG, e em Língua Portuguesa,
pela FAFI/BH.
4.16 Lamartine Miranda Filho (25 de agosto de 2008)
A reunião de 25 de agosto de 2008 foi uma plenária
acadêmica para indicação dos membros correspondentes.
Após leitura do currículo foram aprovados os nomes de várias
pessoas, dentre elas o de Lamartine Miranda Filho, de
Campos Gerais – MG (LA7, 25 ago. 2008, fl. 6f).
4.17 Eurydice Meimei Carvalho Corrêa (25 de agosto de
2008)
A reunião de 25 de agosto de 2008 foi uma plenária
acadêmica para indicação dos membros correspondentes.
Após leitura do currículo foram aprovados os nomes de várias
pessoas, dentre elas o de Eurydice Meimei Carvalho Corrêa,
de Campos Gerais – MG (LA7, 25 ago. 2008, fl. 6f).
A ata do dia 27 de setembro de 2008 relata a ―posse
solene dos membros correspondentes‖ na Associação
Comercial e Industrial de Varginha, dentre eles, a de Eurídice
[sic] Meimei Carvalho Corrêa (LA7, 27 set. 2008, fl. 6a). Trata-
se de um equívoco do relator utilizar o termo ―posse‖ para se
referir à entrega dos Diplomas de Acadêmicos aos novos
53
membros correspondentes. De acordo com o Estatuto da
Academia, somente os membros efetivos tomam posse das
cadeiras.
4.18 Ângela Benedita Mota Torino Paletti (25 de agosto de
2008)
A reunião de 25 de agosto de 2008 foi uma plenária
acadêmica para indicação dos membros correspondentes.
Após leitura do currículo foram aprovados os nomes de várias
pessoas, dentre elas o de Ângela Benedita Mota Torino
Paletti, de Itamonte – MG (LA7, 25 ago. 2008, fl. 6f).
Ângela Paletti é bacharel em Direito e professora na
Escola Estadual Nilo Peçanha, em Itamonte (MG). Um de
seus versos do poema ―A lágrima‖:
Entra-me
inacabada lágrima,
E diga-me:
quando a mágica da vida
Transformará em luz
a indecifrada ferida
que sem licença e medidas
a paixão nos conduz?
54
4.19 Ailton Donizetti Rocha (25 de agosto de 2008)
A reunião de 25 de agosto de 2008 foi uma plenária
acadêmica para indicação dos membros correspondentes.
Após leitura do currículo foram aprovados os nomes de várias
pessoas, dentre elas o de Ailton Donizetti Rocha, de Poços de
Caldas – MG (LA7, 25 ago. 2008, fl. 6f).
4.20 Uriel Zanon (25 de agosto de 2008)
A reunião de 25 de agosto de 2008 foi uma plenária
acadêmica para indicação dos membros correspondentes.
Após leitura do currículo foram aprovados os nomes de várias
pessoas, dentre elas o de Uriel Zanon, de Joinville – SC (LA7,
25 ago. 2008, fl. 6f).
A ata do dia 27 de setembro de 2008 relata a ―posse
solene dos membros correspondentes‖ na Associação
Comercial e Industrial de Varginha, dentre eles, a de Uriel
Zanon (LA7, 27 set. 2008, fl. 6a). Trata-se de um equívoco do
relator utilizar o termo ―posse‖ para se referir à entrega dos
Diplomas de Acadêmicos aos novos membros
correspondentes. De acordo com o Estatuto da Academia,
somente os membros efetivos tomam posse das cadeiras.
55
Uriel Zanon, residente em Joinville, Santa Catarina, é
médico, doutor em Medicina Tropical pela Universidade
Federal de Minas Gerais, sanitarista pela Escola Nacional de
Saúde Pública, professor aposentado de Microbiologia Clínica
da Universidade Federal Fluminense.
4.21 Cláudia Lemos Moraes (25 de maio de 2009)
Consta da ata do dia 25 de maio de 2009: ―Depois foi
feita a apresentação de novo candidato, digo, membro
correspondente (...) a Sra. Cláudia Lemos Moraes da Cidade
de Socorro – SP que foi aprovada por unanimidade‖ (LA7, 25
maio 2009, fl. 15f).
4.22 Victor Emmanuel Evangelista da Silva (26 de março
de 2012)
Victor Emmanuel Evangelista da Silva (1972-) tomou
posse na Academia como membro efetivo em primeiro de
dezembro de 2006, sendo o segundo ocupante da cadeira 24
(LA6, primeiro dez. 2006, fls. 78vº a 79vº). Poucos anos
depois, o acadêmico mudou-se para outro município.
Consta da ata de 27 de junho de 2011:
56
O acadêmico Victor Emmanuel Evangelista da Silva comunica a todos a sua mudança para a cidade de Passos (MG) [sic] [Patos de Minas]. O §2º do capítulo II do Estatuto da AVLAC diz o seguinte: ―O membro efetivo que fixar residência em outro município passará a categoria de membro correspondente‖. Devido a este fato houve uma votação para mudar, pois se prevê a volta do acadêmico para Varginha, então, como ficaria ele, sem cadeira? Sendo que ele tomou posse legalmente dela? Então, por unanimidade, ficou resolvido que o acadêmico efetivo continua sendo membro efetivo mesmo residindo em outra cidade (LA7, 27 jun. 2011, fl. 61vº).
Meses depois, a decisão tomada pelos acadêmicos
relatada acima, foi revogada pelos acadêmicos, tomando por
base o Estatuto da Academia.
Consta da ata de 26 de março de 2012:
O acadêmico Victor Emmanuel Evangelista da Silva, médico rádio-oncologista responsável pelo serviço de radioterapia do Centro de Oncologia do Hospital Bom Pastor, esteve presente para comunicar aos confrades que estava prestes a mudar-se de Varginha. Sob o impacto da notícia que deixou a todos consternados, os acadêmicos presentes votaram unanimemente em plenário que Victor Emmanuel continuasse a pertencer aos quadros da Academia na condição de membro efetivo e não na de membro correspondente. Está claro, agora, que a decisão dos acadêmicos, tomada sob impacto emocional, violou as normas estabelecidas no Regimento
57
Interno de 26 de fevereiro de 2007. O artigo 7º estabelece: ―Os candidatos a membros efetivos da Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências – AVLAC deverão preencher, no mínimo, os seguintes requisitos: (...) d) ser natural da cidade de Varginha, ou, nela ter residência fixa‖, e Parágrafo Único do artigo 28: ―Somente o membro efetivo toma posse de Cadeira Acadêmica‖. O acadêmico Aníbal Albuquerque fez questão que se registrasse em ata que ele se posicionava contra a violação do Regimento Interno, e que Victor Emmanuel Evangelista da Silva, deve, agora, ser considerado membro correspondente, portanto, a votação em plenário realizada no dia 27 de junho de 2011, não tem validade legal. O acadêmico José Roberto Sales também se posicionou contrário à violação do Regimento Interno e muda seu voto favorável dado naquela data. Agora, ele endossou as afirmativas de Aníbal Albuquerque e afirmou que as regras do Regimento Interno foram amplamente discutidas e aprovadas em plenário, portanto, elas são legais e existem para serem cumpridas, caso contrário, não há necessidade delas (LA7, 26 mar. 2012, fls. 70f/vº).
O Quadro 3, abaixo, apresenta os membros
correspondentes segundo a ordem alfabética e a primeira
data de citação em ata da Academia Varginhense de Letras,
Artes e Ciências.
58
Do Quadro 3 não constam os nomes das pessoas
indicadas e/ou aprovadas ou com o nome citado para
sócio/membro correspondente sem comprovação de
efetivação registrada em ata. Para isso, ver o capítulo sobre
esse assunto.
59
QUADRO 3
MEMBROS CORRESPONDENTES SEGUNDO A
ORDEM ALFABÉTICA E PRIMEIRA DATA DE
REFERÊNCIA EM ATA, 21/02/1960-21/02/2015
NOME DATA LIVRO DE ATA
Ailton Donizeti Rocha 25/08/2008 LA7, fl. 6f.
Ana Teresinha Drumond
Machado
25/08/2008 LA7, fl. 6f.
Ângela Benedita Mota
Torino Paletti
25/08/2008 LA7, fl. 6f.
Aurélia Rubião 08/04/1961 LA1, fl. 34f.
Carlyle de Figueiredo
Martins
02/10/1964
LA3, fl. 7f.
Cláudia Lemos Moraes 25/05/2009 LA7, fl. 15f.
Cristina Lúcia Dias Vaz 25/08/2008 LA7, fl. 6f.
Edméa Sodré de
Azevedo Carvalho
25/08/2008 LA7, fl. 5vº
Eurydice Meimei
Carvalho Corrêa
25/08/2008
LA7, fl. 6f.
Geraldo Freire da Silva 02/10/1964 LA3, fl. 7f.
60
Henriette Effenberger 25/08/2008 LA7, fl. 6f.
José Keitel Ribeiro 25/08/2008 LA7, fl. 5vº
José Rodrigues Crespo 18/09/1964 LA3, fl. 5vº
José Spártaco Pompeu 02/10/1964 LA3, fl. 7f.
Lamartine Miranda Filho 25/08/2008 LA7, fl. 6f.
Maria de Lourdes
Filgueira Balassiano
15/10/1997(1)
28/04/2014(2)
LA8, fl.18f.(2)
Neide Barros Rego 04/12/2006 LA6, fls. 79vº e
80f.
Rita Bernadete Sampaio
Veloso
25/08/2008
LA7, fl. 6f.
Sílvia Benedetti 25/10/2000 LA5, fl. 35f.
Terezinha Ofélia
Nascimento Rennó
25/08/2008
LA7, fl. 5vº
Uriel Zanon 25/08/2008
LA7, fl. 6f.
Victor Emmanuel
Evangelista da Silva
26/03/2012(3) LA7, fls. 70f/vº.
Notas: (1) Data do Diploma de Acadêmico.
(2) Data do reconhecimento do
diploma em ata. (3)
Data em que o acadêmico passou a ser considerado membro
correspondente devido à mudança de Varginha.
61
Conforme se constata da análise dos dados acima, no
longo período de 36 anos compreendido entre 03 de outubro
de 1964 e 24 de outubro de 2000, a Academia não diplomou
nenhum membro correspondente. O ano de 2008 foi marcado
pela preocupação dos acadêmicos com a nomeação de
membros correspondentes. Prova disso é que apenas no dia
25 de agosto de 2008, foram aprovados 12 nomes, mais que
a soma de todas as décadas anteriores.
5 MEMBROS EFETIVOS NÃO RESIDENTES EM
VARGINHA
A situação de alguns membros efetivos que se
mudaram de Varginha é indefinida. Conforme vimos na
Introdução, os parágrafos 2º e 3º do artigo 3º do Estatuto de
29 de outubro de 1969 criaram situações dúbias ao permitirem
que os membros correspondentes escolhessem patronos e ao
admitir a existência de ―circunstâncias especiais‖ em que o
―sócio‖ efetivo continuaria a sê-lo mesmo em caso de
mudança de residência e domicílio de Varginha.
Nas primeiras décadas de existência da Academia, a
mudança de Varginha para outro município, portanto, nem
sempre implicaria em perda do título de acadêmico e em
62
vacância automática da cadeira ocupada. Essa decisão seria
tomada em plenária da Academia após análise das ditas
―circunstâncias especiais‖.
Mesmo das atas desse período inicial da Academia, no
entanto, constam os registros das mudanças da situação
acadêmica de alguns dos seus membros efetivos que
passaram a sócios/membros correspondentes por terem se
mudado de Varginha.
A primeira referência a esse fato consta da ata do dia
primeiro de março de 1969:
No mesmo sentido, o 1º Secretário foi encarregado de comunicar sua passagem para sócios correspondentes, os seguintes membros efetivos ora residentes fora de Varginha: Dr. Cícero Acayaba Vieira, Irmão Osmundo Ribeiro, Sr. Nestor Duarte Pacheco, Irmão Odorico José Amorim, cujas cadeiras passam a ser vacantes (LA3, primeiro mar. 1969, fl. 56vº).
O acadêmico Cícero Acaiaba mudou-se para
Cambuquira. Apesar da decisão tomada e do registro em ata,
a cadeira nº 7, ocupada por ele, nunca foi, efetivamente,
considerada vaga. Posteriormente, o acadêmico voltou a
residir em Varginha e readquiriu o direito da posse da cadeira.
Os acadêmicos Adrienne Diniz Vallim e Alcebíades
Sebastião Vianna de Paula tomaram posse na Academia
63
como membros efetivos. Posteriormente, ambos se mudaram
para Belo Horizonte.
Da ata do dia 26 de março de 2012, consta:
―considerações sobre o falecimento de Adrienne Diniz Vallim,
membro correspondente por residir em Belo Horizonte‖ (LA7,
26 mar. 2012, fl. 69vº). Adrienne Vallim era considerada
membro correspondente, mesmo tendo sido vice-presidente
da Academia no biênio 1966-1967. Ela foi a primeira ocupante
da cadeira nº. 25 e a primeira mulher a ocupar a vice-
presidência.
Alcebíades Sebastião Vianna de Paula (1927-2000),
primeiro ocupante da cadeira nº. 08, sempre foi considerado
membro efetivo, mesmo tendo há décadas residência fixa em
Belo Horizonte, cidade onde faleceu. Não há nenhuma
referência sobre ele em atas na condição de membro
correspondente.
O Estatuto de 05 de agosto de 2013 tentou resolver,
ou, pelo menos, estabelecer limites mais claros em relação à
ocupação e vacância das cadeiras e definir a situação dos
membros efetivos que se mudarem de Varginha.
Segundo o referido Estatuto, ―Todos os membros
efetivos que compõem a Academia são denominados
acadêmicos e somente eles‖ (art. 5º). ―O membro efetivo da
Academia deve residir no município de Varginha há pelo
64
menos 10 (dez) anos do início do processo de sua indicação‖
e o membro efetivo ―que fixar residência em outro município
passará à categoria de membro correspondente, sem
vacância de cadeira. No caso de retornar a fixar residência em
Varginha, retomará o posto de membro efetivo‖ (§1º e 2º do
art. 8º).
Como se vê, apesar das mudanças ocorridas, uma
cadeira permanecerá ocupada mesmo tendo o membro
efetivo se mudado de Varginha. Essa possibilidade foi
mantida porque em hipótese o membro efetivo não residente
poderá, no futuro, voltar a residir na cidade como aconteceu
com o acadêmico Cícero Acaiaba.
6 SÓCIO/MEMBRO CORRESPONDENTE SEM
EFETIVAÇÃO REGISTRADA EM ATA
Algumas pessoas foram indicadas e/ou aprovadas
para sócio/membro correspondente da Academia Varginhense
de Letras, Artes e Ciências e seus nomes constam das atas.
Outras tiveram apenas seus nomes citados em ata como
membros correspondentes (não consta se houve indicação ou
aprovação). Posteriormente, no entanto, não foram
registradas outras referências, nem consta das atas que
65
essas pessoas tenham apresentado panegíricos e recebido o
Diploma de Acadêmico Correspondente.
Aqui citamos seus nomes pela ordem cronológica em
que surgem nas atas:
6.1 Augusto Linhares (04 de outubro de 1963)
Em 04 de outubro de 1963, o acadêmico Edgard de
Britto apresentou para os acadêmicos o nome do Dr. Augusto
Linhares (1879-1963), médico e literato nascido em Baturité
(Ceará) e residente no Rio de Janeiro, para sócio
correspondente:
1º moção do acadêmico Edgard de Britto propondo convite ao Dr. Augusto Linhares para sócio correspondente da Academia no Rio (...) é submetida à casa a proposta de convite ao Dr. Augusto Linhares, para sócio correspondente da Academia no Rio. A aprovação é unânime, ficando a Secretaria incumbida de oficiar ao Dr. Linhares (LA2, 61ª reunião ordinária, 04 out. 1963, fl. 41f).
Na mesma reunião, o acadêmico Mauro Resende
Frota se incumbiu de uma breve apresentação do perfil do Dr.
Augusto Linhares:
A seguir é dada a palavra ao Dr. Mauro Frota para leitura do interessante trabalho ―Concerto
66
de poesia‖ com que Augusto Linhares obsequiou nossa Academia. Começando por dizer: ―Foi Mallarmé quem introduziu o falso conceito de que faz parte da essência da poesia o hermetismo, daí suporem os da Bossa Nova da geração espontânea Coca-Cola que só o hermetismo é poético‖, etc., analise [sic] com precisão, erudição e humanismo o senso poético da vida, e afirma ―tudo na vida é poesia‖. Cita Manuel Bandeira que numa página de suas ―Crônicas da Província do Brasil‖ diz textualmente ―todos os dias a poesia reporta onde menos a esperamos: numa nota policial dos jornais, numa tabuleta de fábrica, num nome de hotel da Rua Marechal Floriano, nos anúncios da Casa Matias...‖ E para terminar brinda-nos com dois poemas inéditos: O prego e o martelo‖ que dada sua oportunidade a Secretaria providenciará sua publicação em jornais locais. Terminada a leitura uma salva de palmas consagra o valor do trabalho do médico e literato carioca, dr. Linhares (LA2, 61ª reunião ordinária, 04 out. 1963, fl. 41f/vº).
Mais adiante, na mesma ata, encontramos a outra
referência a Augusto Linhares:
A seguir, o Sr. Presidente faz uma apreciação dos trabalhos dos dois intelectuais apresentados no dia: Augusto Linhares e [Benjamin] Ramos César – ambos profundos, eruditos, humanísticos – e propõe sejam aplaudidos os dois beletristas pelo valor das suas produções (LA2, 61ª reunião ordinária, 04 out. 1963, fl. 42f).
67
O acadêmico Benjamin Ramos César (1893?–1969)
citado na ata era membro efetivo da Academia. Não
localizamos em atas o registro da cadeira que ele teria
ocupado (SALES, 2011, p.129).
Conforme podemos constatar, o relato do 1º Secretário
José Assis Ribeiro sobre a apresentação do sócio
correspondente Augusto Linhares pelo acadêmico Mauro
Resende Frota poucas informações nos revelam sobre ele.
Apenas conseguimos saber que o Dr. Augusto Linhares é
médico, literato, residente no Rio de Janeiro e escreveu o
texto ―Concerto de poesia‖. O secretário também não
especificou se o médico é do estado ou da cidade do Rio de
Janeiro.
No ano seguinte, consta de ata que o Dr. Joaquim
Tomáz de Paiva escolheu o consagrado poeta Augusto
Linhares para o patrono de sua cadeira (LA3, 05 fev. 1965, fl.
11vº). É uma situação inusitada: como pode um acadêmico
ser membro de uma academia e ao mesmo tempo o patrono
de uma das cadeiras?
Na sessão festiva realizada pela Academia em 26 de
dezembro de 1965, os acadêmicos prestam homenagens
póstumas aos confrades falecidos, dentre eles, Augusto
Linhares:
68
―O confrade Prof. Antonio Correa de Carvalho, que
aproveitou da oportunidade [para saudar?] uma homenagem
póstuma, lembrando a memória dos confrades falecidos: (...)
Augusto Linhares‖. O relator foi o 1º secretário Luiz Teixeira
da Fonseca (LA3, 26 dez. 1965, fls. 23f/vº).
A Biblioteca Nacional possui apenas uma obra de
Augusto Linhares intitulada ―A turma de 1902‖, obra com
apenas 36 páginas, publicada no Rio de Janeiro em 1953.
6.2 Newton Freire Maia (05 de fevereiro de 1965)
Pelo confrade [Leopoldo] Veiga Marinho foram
apresentados para sócios correspondentes da Academia o
prof. Newton Freire Maia, de Boa Esperança (...) (LA3, 05 fev.
1965, fl.12f).
6.3 Otávio Alvarenga (05 de fevereiro de 1965)
Pelo confrade [Leopoldo] Veiga Marinho foram
apresentados para sócios correspondentes da Academia (...)
Otávio Alvarenga, em Coqueiral (LA3, 05 fev. 1965, fl.12f).
69
6.4 Milton Xavier de Carvalho (05 de fevereiro de 1965)
Pelo confrade [Leopoldo] Veiga Marinho foram
apresentados para sócios correspondentes da Academia (...)
a mesma proposta foi feita pelo acadêmico Luiz Teixeira [da
Fonseca], apresentando o nome do Comendador Milton
Xavier de Carvalho, presidente da Academia Sulmineira [sic]
de Letras da cidade de Campanha (LA3, 05 fev. 1965, fl.12f).
Consta da ata de 02 de abril de 1965, o agradecimento
de Milton Xavier de Carvalho: ―Uma carta do acadêmico
Comendador Milton Xavier de Carvalho agradecendo a
comunicação de haver sido indicado para sócio
correspondente de nossa Academia‖ (LA3, 02 abr. 1965, fl.
14vº).
6.5 Hilo Andrade (26 de março de 1965)
―Mauro [Resende Frota] propôs para sócio
correspondente da Academia, o Deputado Hilo Andrade,
tendo em vista o seu interesse, não só pela Academia, como
também, no que tange ao financiamento da Fundação Escolar
por estar promovendo a fundação da Faculdade de Direito de
Varginha. Com todas as propostas aprovadas, foi encerrada a
sessão‖ (LA3, 26 mar. 1965, fl. 14f).
70
6.6 Cândido Martins de Oliveira Júnior (09 de abril de
1967)
Cândido Martins de Oliveira Júnior, presidente da
Academia Mineira de Letras, foi indicado para sócio
correspondente pelo presidente Manoel Rodrigues de Sousa
no dia 09 de abril de 1967 (LA3, 09 abr. 1967, fl. 40f.). Ele foi
desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e
professor livre-docente da Faculdade de Direito da
Universidade Federal de Minas Gerais, tendo lecionado a
disciplina Direito Civil (RELAÇÃO GERAL DOS
PROFESSORES DA FACULDADE, 1966). Em 06/03/1975,
Gustavo Capanema (ARENA – Aliança Renovadora Nacional
– MG) prestou no Senado Federal uma manifestação de pesar
pelo Falecimento de Cândido Martins (publicada no DCN2 de
07/03/1975, p. 191).
6.7 Alfredo Marques Vianna de Góes (09 de abril de 1967)
Alfredo Marques Vianna de Góes (Montes Claros,
1908 – Belo Horizonte, 1992) foi indicado para sócio
correspondente pelo presidente Manoel Rodrigues de Sousa
no dia 09 de abril de 1967 (LA3, 09 abr. 1967, fl. 40f.). Alfredo
Góes (1908-1992) foi um dos fundadores da Academia
71
Montesclarense de Letras e da Academia Municipalista de
Letras de Minas Gerais da qual foi o presidente por quase 28
anos.
Da ata do dia 09 de novembro de 1968 consta: ―O Sr.
Presidente incluiu o nome do Dr. José Gomes Nogueira para
integrar a comissão que recepcionará os nossos sócios
correspondentes de Belo Horizonte, (...) e Alfredo Viana de
Góes [sic] (...) A sessão será realizada no salão da
associação médica [sic]. À noite, no jantar que a Academia
ofertará aos novos sócios correspondentes, o acadêmico José
Rodrigues Crespo que acompanhará a comitiva de Belo
Horizonte será saudado pelo confrade João Eugênio do
Prado‖ (LA3, 09 nov. 1968, fl. 54vº e 55f).
6.8 Ayres da Matta Machado Filho (09 de abril de 1967)
Ayres da Matta Machado Filho, da Academia
Municipalista de Belo Horizonte, foi indicado para sócio
correspondente pelo presidente Manoel Rodrigues de Sousa
no dia 09 de abril de 1967 (LA3, 09 abr. 1967, fl. 40f.). Ayres
da Matta Machado Filho (1909-1985) foi filólogo, professor e
linguista.
Da ata do dia 09 de novembro de 1968 consta: ―O Sr.
Presidente incluiu o nome do Dr. José Gomes Nogueira para
72
integrar a comissão que recepcionará os nossos sócios
correspondentes de Belo Horizonte, Aires da Mata Machado
[sic] (...) A sessão será realizada no salão da associação
médica [sic]. À noite, no jantar que a Academia ofertará aos
novos sócios correspondentes, o acadêmico José Rodrigues
Crespo que acompanhará a comitiva de Belo Horizonte será
saudado pelo confrade João Eugênio do Prado‖ (LA3, 09 nov.
1968, fl. 54vº e 55f).
Em 23 de março de 1974, o prof. Ayres da Matta
Machado esteve presente à solenidade de posse da nova
diretoria. Consta da ata: ―À hora aprazada – estando
presentes os convidados e os ilustres intelectuais – (...) o
ilustre beletrista Professor Ayres da Mata [sic] Machado Filho
– o Presidente da A.V.L.A.C. declarou aberta a sessão,
procedendo-se as formalidades de estilo inerentes à posse‖
(LA4, 23 mar. 1974, fl. 8vº).
6.9 Nordestino Filho (09 de abril de 1967)
Nordestino Filho poeta, da Academia de Letras de
Cachoeiro do Itapemirim (ES) foi indicado para sócio
correspondente pelo acadêmico Edgard de Britto no dia 09 de
abril de 1967 (LA3, 09 abr. 1967, fl. 40f.).
73
Nordestino Filho é o pseudônimo de Raimundo
Estevão Pereira (1900-1982), natural de Viçosa (CE). Aos 25
anos mudou-se para Cachoeiro do Itapemirim. Era oficial do
exército. Foi cofundador da Academia Cachoeirense de Letras
e o primeiro ocupante da cadeira nº 10.
Um de seus versos:
Há nos versos que componho,
E nas trovas que se lê,
Farrapos de um róseo sonho
E algo, meu bem, de você.
6.10 Waldemar de Moura Santos (27 de julho de 1968)
Consta de ata de 27 de julho de 1968:
Apresentou, outrossim, e foi aprovada unanimemente, a indicação do nome do Sr. Waldemar de Moura Santos, presidente da Academia Marianense de Letras para nosso sócio correspondente em Mariana. É ele jornalista e historiador e é bem conhecido nos meios intelectuais do Estado. Fez à nossa Academia doação de duas de suas obras: ―Lendas Marianenses‖ e ―Sessenta tempos‖ (LA3, 27 jul. 1968, fl. 51f.).
74
6.11 Ferrer Lopes (27 de julho de 1968)
Em 27 de julho de 1968, consta da ata: ―Deu o Sr.
Presidentes [sic] alguns informes sobre a grande bagagem
intelectual do poeta português Ferrer Lopes, candidato a sócio
correspondente de nossa Academia em Queluz de Portugal. A
comissão encarregada de estudar as obras poéticas doadas
por este ilustre escritor luso, deu voto favorável à sua
admissão, sob o beneplácito de todos os presentes‖ (LA3, 27
jul. 1968, fl. 51f.).
Em 29 de setembro de 1968, consta da ata:
O Sr. Presidente Dr. Manoel Rodrigues de Sousa deu conhecimento da carta do poeta luso Ferrer Lopes, agradecendo sua admissão como nosso sócio correspondente em Queluz de Portugal (LA3, 29 set. 1968, fl. 54f).
Em maio de 1971, o presidente da Academia relata:
―o Sr. Presidente se refere ao excelente nome e
prestígio de que goza a Academia Varginhense de Letras,
Artes e Ciências em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e outros
centros do país, ressaltando que a Casa possui também
sócios no estrangeiro‖ (LA3, 22 maio 1971, fl. 97Vº). Na
referência a sócio no estrangeiro está implícita a participação
de Ferrer Lopes.
75
6.12 Paulo Basileu, Irmão (31 de maio de 1969)
O Irmão Paulo Basileu foi indicado para sócio
correspondente pelo Professor Antônio Corrêa de Carvalho no
dia 31 de maio de 1969 (LA3, 31 maio 1969, fl. 61f.).
Em 21 de fevereiro de 1970 o irmão Paulo Basileu se
encontrava presente à reunião acadêmica:
(...) e a recepção do Irmão Paulo Basileu que, de membro correspondente passou a sócio efetivo, dada a sua transferência para esta cidade (...). O Irmão Paulo Basileu falando do papel das Academias, ressaltou a pessoa do Presidente eleito [Manoel Rodrigues de Souza], que agradeceu comovido (LA3, 21 fev. 1970, fl. 75f/vº).
Não há menção à cadeira ocupada pelo Irmão Paulo
Basileu. No entanto, ata de 12/02/1970 informa que o Irmão
Paulo Basileu tomou posse nesse dia da cadeira 20 e que o
patrono é Joaquim Nogueira Itagiba (AVLAC, LA3, 12 fev.
1970, fls. 74f. a 75f.).
A participação dos irmãos do Colégio Marista de
Varginha na Academia foi detalhadamente estudada no item
―4.5 A AVLAC e o Colégio Coração de Jesus (Colégio Marista
de Varginha) 1960-1969‖, do livro ―História da Academia
76
Varginhense de Letras, Artes e Ciências 1960-2010‖, de José
Roberto Sales (2011, p. 33-37).
6.13 Maria da Costa Lage (primeiro de outubro de 1969)
Maria da Costa Lage foi indicada para sócia
correspondente pelo acadêmico Mário Frota no dia primeiro
de outubro 1969. Ela era professora, escritora, poetisa e
jornalista, residente em Belo Horizonte (LA3, 31 maio 1969, fl.
61f.).
Em 08 de outubro de 1969 consta da ata:
―A comissão encarregada de examinar o pedido de
admissão da escritora, poetisa e professora Maria da Costa
Lage como membro correspondente de nossa Academia em
Belo Horizonte, dando sua opinião favorável, o Presidente
consultou o plenário que aceitou sua incorporação. O Dr.
Mário Frota ficou encarregado de lhe comunicar a sua eleição‖
(LA3, 08 out. 1969fls. 69vº e 70f).
6.14 Dilza Pinho Nilo (22 abr. 1970)
Consta da ata de 22 de abril de 1970:
―Mandou o Sr. Presidente oficiar à escritora Dona Dilza
Pinho Nilo sua incorporação à nossa Academia como seu
77
membro correspondente em Itanhandu‖ (LA3, 22 abr. 1970, fl.
79f).
Dilza é autora do livro de crônicas ―Longa Margarida‖.
Em 22 de março de 1985, em homenagem à escritora, o
município de Itanhandu instituiu a ―Fundação Itanhanduense
de Educação e Cultura e Desportos Dilza Pinho Nilo‖.
6.15 Jorge Azevedo (16 de maio de 1970)
Consta da ata de 16 de maio de 1970:
―Nesta mesma sessão foi indicado o escritor Jorge
Azevedo para nosso sócio correspondente em Belo Horizonte‖
(LA3, 16 maio 1970, fl. 82f).
6.16 Garibaldi, Dr. (24 de março de 1973)
Consta de ata: ―À Casa foi ainda dado conhecimento
do soneto remetido pelo sócio correspondente Dr. Garibaldi‖
(LA4, 24 mar. 1973, fl. 4f).
Em atas anteriores não há referência à indicação do
Dr. Garibaldi para sócio correspondente, nem sua cidade de
residência e qualificações.
78
6.17 Zacarias Gomes Martins (05 de setembro de 2005)
Consta de ata: ―Foi indicado o nome de Zacarias
Martins de Gurupi, capital de Tocantins [sic] como membro
correspondente‖ (LA6, 05 set. 2005, fls. 65f/vº). Não consta se
houve aprovação dos acadêmicos do nome indicado nem se
foi expedida correspondência para comunicá-lo. A capital de
Tocantins é Palmas e, não, Gurupi.
Em 20 de fevereiro de 2006, é feita outra menção ao
suposto acadêmico: ―O secretário geral Aníbal Albuquerque,
informou sobre o recebimento de uma correspondência do Sr.
Zacarias Martins, nosso correspondente de Gurupi, pedindo
para ser dispensado de sua posse aqui em Varginha, e,
solicitando que seu diploma seja enviado pelo Correio (LA6,
20 fev. 2006, fls. 70f/vº). Não consta da ata se tal solicitação
foi aprovada e atendida pelos acadêmicos.
6.18 Dario Teixeira Cotrim (04 de dezembro de 2006)
Consta da ata de 04 de dezembro de 2006: ―Nos foi
comunicado que (...) o Sr. Dario Teixeira Cotrim, de Montes
Claros, [e outros] aceitaram o convite para membros
correspondentes‖ (LA6, 04 dez. 2006, fls. 79vº e 80f). Não há
referência sobre as qualificações da pessoa convidada.
79
Dario Cotrim (1949-) é advogado, historiador e
pesquisador, membro de várias Academias de Letras, do
Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais e do Instituto
Histórico e Geográfico de Montes Claros. Algumas de suas
obras publicadas: A Casa Grande de Mãe-Véia e outras
poesias. Poesias (1985); Doce Encanto - poemas eróticos
(1990); Pocema - Poesias (1993); Guanambi, aspectos
históricos e genealógicos (1994); O Distrito de Paz do Gentio
e a história sucinta de sua decadência (1997); As Artesãs do
Barro - Documentário (1999); Frei Clemente, o missionário de
Deus. Biografia (1999); Setembros para Júlia - Poesias
(1999); Ensaio Histórico sobre o Distrito de Serra Nova –
Município de Rio Pardo de Minas (2000); Breves notas sobre
a origem do município de Guanambi, Ensaio (2001); História
Primitiva de Montes Claros e outros aspectos históricos do
médio São Francisco (2003); Gurungas (Seleta de Sonetos) –
Poesia (2004);
6.19 José Tavares de Lima (31 de janeiro de 2011)
Sobre José Tavares de Lima, consta de ata: ―Em
seguida, mostra os livros que ela recebeu: ―Confidências de
um Rio – poemas‖, e a revista artesanal ―Jardim News‖ de
José Tavares de Lima, um poeta, escritor e jornalista de 84
80
anos, membro correspondente da AVLAC em Recife‖ (LA7, 31
jan. 2011, fl. 51f).
Da ata do dia 28 de março de 2011, consta: ―O
acadêmico Moacyr Vallim Filho entrega à Presidente Vânia
Vinhas Cardoso, livros que recebeu (...) do Sr. José Tavares
de Limas, membro correspondente da AVLAC, em Recife‖
(LA7, 28 mar. 2011, fl. 52vº).
Da ata do dia 27 de junho de 2011, consta: ―(...)
recebemos mais um exemplar do informativo Jardim News,
edição 14 do nosso membro correspondente Sr. José Tavares
de Lima, onde se encontra publicado uma página com
poemas do acadêmico Aníbal Albuquerque‖ (LA7, 27 jun.
2011, fl. 61vº).
Não há referência em ata sobre a indicação de Lima,
aprovação de seu nome e entrega do Diploma de Acadêmico.
7 PERFIL ACADÊMICO DOS MEMBROS
CORRESPONDENTES SEGUNDO O GÊNERO
No período de 21 de fevereiro de 1960 a 21 de
fevereiro de 2015, a Academia Varginhense de Letras, Artes e
Ciências teve 40 membros correspondentes, sendo 25 do
sexo masculino e 15 do sexo feminino, conforme especificado
no Quadro 4 abaixo:
81
QUADRO 4
MEMBROS CORRESPONDENTES DA AVLAC, SEGUNDO
O GÊNERO, 21/02/1960 A 21/02/2015.
HOMENS MULHERES TOTAL
25 15 40
Fonte: AVLAC Livros de atas nº. 1 a 8, 21/02/1960 a 21/02/2015.
A seguir, apresentamos o perfil acadêmico dos
membros correspondentes da Academia Varginhense de
Letras, Artes e Ciências no período estudado, segundo o
gênero.
7.1 Homens
Os homens membros correspondentes
desempenhavam/desempenham as funções de jornalista,
advogado, promotor de justiça, juiz de direito, desembargador,
delegado, político (deputado estadual; deputado federal),
médico (sanitarista; oncologista), historiador, filólogo e
linguista, poeta e escritor.
82
7.2 Mulheres
As mulheres membros correspondentes
desempenhavam/desempenham as funções de jornalista,
professora de Português e Literatura Brasileira, pedagoga,
pintora, cantora lírica, cronista, poetisa e escritora.
8 SÓCIOS BENEMÉRITOS E HONORÁRIOS
Benemérito ou benemerente é o ―indivíduo que têm
mérito para receber louvores e recompensas‖ ou ―que é
merecedor de honras e louvores por serviços relevantes
prestados‖ (DICIONÁRIO HOUAISS, 2001, p. 433).
Honorário é o ―que, após ter deixado de exercer
função, cargo, emprego etc., conserva o título e as
prerrogativas‖ ou ―que não implica qualquer prestação de
serviço ou vencimento, que conserva somente a honra‖
(DICIONÁRIO HOUAISS, 2001, p. 1549).
Em toda a história da Academia Varginhense de
Letras, Artes e Ciências, apenas a Irmã Maria Júlia, do
Colégio dos Santos Anjos, de Varginha e o deputado Geraldo
Freire receberam, respectivamente, o título de sócio honorário
e sócio benemérito em homenagem às contribuições
prestadas à Academia.
83
Em 15 de abril de 1970 registra-se a primeira menção
a sócio honorário da Academia Varginhense de Letras, Artes
e Ciências. Trata-se da Irmã Maria Júlia, do Colégio Normal
dos Santos Anjos: ―Pediu, também, o Sr. Presidente que se
mandasse um ofício à Irmã Maria Júlia, comunicando-lhe a
escolha para membro honorário de nossa Academia‖ (LA3, 15
abr. 1970, fl. 78vº).
Em 23 de maio de 1970, o deputado Geraldo Freire foi
indicado para sócio benemérito. Diz a ata:
Propôs o presidente [Manoel Rodrigues de Souza], com assentimento geral, a indicação do nome do deputado o acadêmico Geraldo Freire, para nosso sócio benemérito, em vista do auxílio que vem dando à Academia através das verbas de que dispõe e da promessa de nos doar a quantia necessária para a construção de uma sede própria (LA3, 23 maio 1970, fl. 82vº).
84
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em Minas Gerais, os membros correspondentes da
Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências
residiam/residem nos municípios de Belo Horizonte,
Alvinópolis, Boa Esperança, Campos Gerais Itajubá, Itamonte,
Itanhandu, Montes Claros, Patos de Minas, Poços de Caldas
e Três Corações.
Nas demais unidades da federação, em Belém (PA),
Bragança Paulista (SP), Brasília (DF), Fortaleza (CE), Gurupi
(GO), Joinville (SC), Niterói (RJ), Porto Alegre (RS), Recife
(PE), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Socorro (SP).
No exterior, em Queluz, Portugal.
A ―Revista Acadêmica : Edição Comemorativa 1960-
2010‖ da Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências
(2010, 80p.) apresenta no item ―12. Membros
Correspondentes‖ (p. 10) uma lista com os nomes de vinte
correspondentes.
Conseguimos localizar nos Livros de Atas nº. 1 a 7 as
citações a todos esses membros correspondentes.
Identificamos, também, mais seis nomes que não foram
citados na lista:
85
Aurélia Rubião 10/05/1963
José Rodrigues Crespo 27/02/1966
Carlyle de Figueiredo Martins 02/10/1964
José Spártaco Pompeu 02/10/1964
Geraldo Freire da Silva 02/10/1964
Maria de Lourdes Filgueira Balassiano 15/10/1997
Da referida lista da Academia não consta, obviamente,
o nome do acadêmico Victor Emmanuel Evangelista da Silva.
Ele comunicou à Academia sua decisão de mudar-se de
Varginha em 27 de junho de 2011 (LA7, fls. 60vº a 62f.,
relatora: Sueli Aparecida Teixeira). Na ocasião, os
acadêmicos votaram em plenário por unanimidade que Victor
Emmanuel continuasse a pertencer aos quadros da Academia
na condição de membro efetivo e não na de membro
correspondente. Em 26 de março de 2012, no entanto, os
acadêmicos consideraram que a decisão anterior feria o
Estatuto de 2002 e deliberaram em decisão registrada em ata
que Victor Emmanuel deveria passar à categoria de membro
correspondente. O Estatuto de 2002 estabeleceu:
Art. 8º (...) §1º - O membro efetivo da Academia deve obrigatoriamente residir no município de Varginha. §2º O membro efetivo que fixar residência em outro município passará à categoria de membro correspondente.
86
Posteriormente, o Estatuto de 2013 estabeleceu que o
membro efetivo ―que fixar residência em outro município
passará à categoria de membro correspondente, sem
vacância de cadeira. No caso de retornar a fixar residência em
Varginha, retomará o posto de membro efetivo‖ (§1º e 2º do
art. 8º).
Por último, cabe alertar que na lista dos membros
correspondentes constante da ―Revista Acadêmica : Edição
Comemorativa 1960-2010‖ (p. 10), vários acadêmicos são
citados como correspondentes em determinados municípios,
mas, residiam/residem em outros. A informação válida,
obviamente, é a que consta dos livros de atas e se encontra
aqui reproduzida.
ÍNDICE ONOMÁSTICO
Este índice onomástico apresenta em ordem alfabética
os nomes de todos os membros correspondentes e os nomes
de todas as pessoas indicadas ou citadas como membro
correspondente, mesmo sem comprovação do recebimento do
Diploma Acadêmico. As datas correspondem à da primeira
citação em livro de atas.
87
QUADRO 5
ÍNDICE ONOMÁSTICO DOS MEMBROS
CORRESPONDENTES 21/02/1960 A 21/02/2015
Nº NOME DATA
1 Ailton Donizeti Rocha 25/08/2008
2 Aires da Mata Machado Filho 09/04/1967
3 Alfredo Marques Vianna de Góes 09/04/1967
4 Ana Teresinha Drumond Machado 25/08/2008
5 Ângela Benedita Mota Torino Paletti 25/08/2008
6 Augusto Linhares 04/10/1963
7 Aurélia Rubião 08/04/1961
8 Cândido Martins de Oliveira Júnior 09/04/1967
9 Carlyle de Figueiredo Martins 02/10/1964
10 Cláudia Lemos Moraes 25/05/2009
11 Cristina Lúcia Dias Vaz 25/08/2008
12 Dario Teixeira Cotrim 04/12/2006
13 Dilza Pinho Nilo 22/04/1970
14 Edméa Sodré de Azevedo Carvalho 25/08/2008
15 Eurydice Meimei Carvalho Corrêa 25/08/2008
16 Ferrer Lopes 27/07/1968
17 Garibaldi, Dr. 24/03/1973
18 Geraldo Freire da Silva 02/10/1964
19 Henriette Effenberger 25/08/2008
88
20 Hilo Andrade 26/03/1965
21 Jorge Azevedo 16/05/1970
22 José Keitel Ribeiro 25/08/2008
23 José Rodrigues Crespo 18/09/1964
24 José Spártaco Pompeu 02/10/1964
25 José Tavares de Lima 31/01/2011
26 Lamartine Miranda Filho 25/08/2008
27 Maria da Costa Lage 01/10/1969
28 Maria de Lourdes Filgueira
Balassiano
15/10/1997(1)
28/04/2014(2)
29 Milton Xavier de Carvalho 05/02/1965
30 Neide Barros Rego 04/12/2006
31 Newton Freire Maia 05/02/1965
32 Nordestino Filho 09/04/1967
33 Otávio Alvarenga 05/02/1965
34 Paulo Basileu, Irmão 31/05/1969
35 Rita Bernadete Sampaio Veloso 25/08/2008
36 Sílvia Benedetti 25/10/2000
37 Terezinha Ofélia Nascimento Rennó 25/08/2008
38 Uriel Zanon 25/08/2008
39 Waldemar de Moura Santos 27/07/1968
40 Zacarias Gomes Martins 05/09/2005
Notas: (1)
Data do Diploma de Acadêmico. (2)
Data do reconhecimento do diploma em ata.
89
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACADEMIA VARGINHENSE DE LETRAS, ARTES E
CIÊNCIAS. Livro de Atas nº 1, 21/02/1960 a 18/11/1961.
ACADEMIA VARGINHENSE DE LETRAS, ARTES E
CIÊNCIAS. Livro de Atas nº 2, 03/12/1961 a 12/02/1964.
ACADEMIA VARGINHENSE DE LETRAS, ARTES E
CIÊNCIAS. Livro de Atas nº 3, 28/02/1964 a 19/02/1972.
ACADEMIA VARGINHENSE DE LETRAS, ARTES E
CIÊNCIAS. Livro de Atas nº 4, 29/04/1972 a 10/04/1978.
ACADEMIA VARGINHENSE DE LETRAS, ARTES E
CIÊNCIAS. Livro de Atas nº 5, 26/04/1980 a 18/07/1981;
09/09/1993 a 25/04/2001.
ACADEMIA VARGINHENSE DE LETRAS, ARTES E
CIÊNCIAS. Livro de Atas nº 6, 03/05/2001 a 31/03/2008.
ACADEMIA VARGINHENSE DE LETRAS, ARTES E
CIÊNCIAS. Livro de Atas nº 7, 28/04/2008 a 26/08/2013.
90
ACADEMIA VARGINHENSE DE LETRAS, ARTES E
CIÊNCIAS. Livro de Atas nº 8, 26/08/2013 – atual (em uso).
ACADEMIA VARGINHENSE DE LETRAS, ARTES E
CIÊNCIAS. Livro Termo de Posse de Novos Acadêmicos –
LTPNA, não numerado, 17/09/1969 a 07/08/1976.
DICIONÁRIO HOUAISS DA LÍNGUA PORTUGUESA. 1ª
edição. Rio de Janeiro : Objetiva, 2001. 2925p.
VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA
PORTUGUESA. Academia Brasileira de Letras. São Paulo :
Global, 2009. 877p.