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Área Temática: Abordagens e técnicas de gestão ambiental

Estratégias para a redução de impactos ambientais no Ciclo de Vida de Computadores:

Análise crítica e estudo de caso.

Mirieli A. Zanetti

RESUMO

Os produtos eletroeletrônicos apresentam consideráveis impactos ambientais em todo o ciclo

de vida. Para a manufatura de um computador, cerca de 20 metais, 10 tipos de polímeros,

vários tipos de óxidos e aditivos são utilizados. Além do esgotamento de reservas para

obtenção, alguns materiais são altamente tóxicos. No final de vida, a grande variedade de

materiais, presentes em pequenas quantidades, e, sem uma rotulagem adequada ou uma

concepção que facilite o reaproveitamento, dificultam o tratamento adequado dos resíduos.

Problemas econômicos, relacionados aos custos da logística reversa e do processamento e

separação dos materiais também contribuem para que esta etapa não atraia os investimentos

necessários. O presente trabalho analisa criticamente as estratégias de redução de impactos no

ciclo de vida de computadores e apresenta um estudo de caso com alternativas para os

usuários dos equipamentos. Dados do gerenciamento de 5140 computadores, no período de

2005 a 2009, são apresentados. O tempo de utilização foi triplicado em relação à média, e

evitado a geração de 18 t de resíduos eletrônicos. Os resultados econômicos, ambientais e

sociais obtidos com o prolongamento da vida útil de computadores em uma Universidade são

apresentados como exemplos de ações ambientais que podem ser praticadas por usuários

corporativos.

Palavras-chave: Análise do Ciclo de Vida, prolongamento da vida útil, resíduos eletrônicos.

ABSTRACT

The electronic products have considerable environmental impacts throughout its life cycle.

For a computer manufacture, about 20 metals, 10 polymers, various kinds of oxides and

additives are necessary. In addition of reserves depletion on extraction, some materials are

highly toxic. At the product end-of-life, the wide variety of materials, present in small

quantities, without proper labeling or a design for reuse, avoid the proper treatment of waste.

The problems related to the costs of reverse logistics and processing and separation of

materials also contribute to not attract the necessary investments. On this paper the strategies

to reduce impacts on the computers life cycle are discussed. It is also presented a case study

of alternatives for the computers users. Data from the management program of 5140

computers, on the 2005-2009 are presented. The useful life time was tripled in the average,

the generation of 18 tons of electronic waste was avoided. The economics, environmental and

social achievements, resulting from the university program to extend the computers life time,

are presented as an example of environmental action that can be adopted by corporative users.

Key Words: LCA, extended life time, electronic waste.

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1 INTRODUÇÃO

As evoluções tecnológicas, mais especificamente aquelas relacionadas aos sistemas de

informação e seus recursos, têm gerado grande preocupação ambiental devido,

principalmente, aos impactos ocasionados pela significativa produção e a breve vida útil dos

equipamentos, que se tornam obsoletos muito rapidamente, provocando grande incremento na

geração de resíduos (WIDMER et al., 2005). As preocupações ambientais também se

estendem aos impactos gerados pelos resíduos de eletro-eletrônicos que são descartados sem

tratamento adequado. Este tipo de resíduo é nocivo ao meio ambiente e à saúde humana, pois

apresenta metais pesados e outras substâncias perigosas na sua composição, que se não

tratados de forma adequada, podem comprometer o solo, as águas superficiais e subterrâneas,

além de afetar a flora e a fauna.

Além do descarte prematuro, todo o ciclo de vida dos equipamentos eletroeletrônicos

ocasiona danos ambientais, pois nos processos envolvidos, desde a extração de matérias

primas, produção e uso destes bens, até seu descarte, são consumidos recursos naturais não

renováveis, água e energia, emitidas substâncias tóxicas em todas as etapas (WIDMER et al.,

2005; TURNER; CALLAGHAN, 2006).

Diante deste panorama, merecem destaque as ações da iniciativa pública e privada que

possibilitam a diminuição do problema, tendo em vista que a solução completa é improvável

em curto prazo, pois a utilização de equipamentos eletro-eletrônicos continuará a sua

tendência de crescimento (RODRIGUES, 2007). As soluções viáveis são a produção mais

limpa, o prolongamento da vida útil, a utilização de materiais e tecnologias que permitam o

reaproveitamento e/ou a reciclagem dos componentes ao final da vida útil e a orientação ao

consumo ambientalmente responsável que motive a escolha desses produtos. Portanto, é

necessário avaliar não somente uma parte do problema, mas, toda a cadeia: concepção,

produção, uso, final da vida útil, identificando os impactos ambientais e apresentando

alternativas para minimizá-los.

O presente trabalho apresenta os impactos ambientais do ciclo de vida de um

computador, as estratégias de redução de impactos, e detalha, como estudo de caso, as

alternativas adotadas pela equipe de TI de uma Universidade em Curitiba, PR – Brasil, para

maximizar a vida útil dos computadores através de um programa de reutilização destes

equipamentos.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 OS COMPUTADORES E AS QUESTÕES AMBIENTAIS

A crescente produção e consumo de produtos associados à tecnologia da informação

traz consigo uma série de impactos ambientais que podem ser observados em todas as etapas

do ciclo de vida destes produtos, que vão desde a extração da matéria prima até o momento do

descarte quando o ciclo teoricamente se encerra (IPU, 1998; DUAN et al., 2009).

Se por um lado ocorre o desenvolvimento de novas tecnologias e equipamentos,

trazendo associados novos impactos ambientais, por outro lado, ocorre também o

desenvolvimento de métodos para melhor compreender e enfrentar estes impactos. Um dos

métodos que merecem ser destacados é a Análise do Ciclo de Vida (ACV) que possibilita o

inventário dos recursos necessários para a fabricação e utilização, bem como as alternativas

de final de vida e os impactos ambientais, caracterizados no esgotamento das reservas, e

impactos na saúde humana e para o ecossistema (TEKWAWA et al., 1997; SOCOLOF et al.,

2001; CROWE et al., 2003).

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Ao escolher uma estratégia ao final da vida útil para os resíduos de eletroeletrônicos,

diversas questões logísticas, econômicas e ambientais devem ser analisadas, levando em conta

a composição característica destes equipamentos, que é apresentada na Tab. 1.

Tabela 1 - Composição e índice de reciclabilidade dos materiais presentes em um computador

(MMC, 1998; EUROPEAN COMMISSION. 2003).

Materiais / Substâncias

Quantidades por computador (%) de Reciclabilidade

Localização no Computado Massa (kg) Massa (%)

Sílica 5,9224 25,749 0 Vidro

Plástico 5,4726 23,793 20 Cabos e gabinetes

Ferro 4,8729 21,186 80 Gabinete, CRT

Alumínio 3,3735 14,667 80 Gabinetes, CRT

Cobre 1,6493 7,171 90 CRT, PCI, condutores

Chumbo 1,4993 6,519 5 CRT, PCI (soldas)

Zinco 0,5248 2,282 60 CRT, PCI

Estanho 0,2399 1,043 70 CRT, PCI

Níquel 0,2024 0,880 80 Gabinete, CRT, PCI

Bário 0,0075 0,033 0 Painel de vidro CRT

Manganês 0,0075 0,033 0 Gabinete, CRT, PCI

Prata 0,0045 0,020 98 PCI, conectores, condutores

Tântalo 0,0037 0,016 0 Capacitores/PCI

Berílio 0,0037 0,016 0 PCI, conectores

Titânio 0,0037 0,016 0 Gabinete

Cobalto 0,0037 0,016 85 Gabinete, CRT PCI

Antimônio 0,0022 0,010 0 Gabinete, CRT, PCI

Cádmio 0,0022 0,010 0 Bateria, semicondutores

Bismuto 0,0015 0,007 0 Placas de circuito impresso

Cromo 0,0015 0,007 0 Gabinete/proteção corrosão

Mercúrio 0,0005 0,002 0 Bateria, termostatos

Germânio 0,0004 0,002 0 Placas de circuito impresso

Índio 0,0004 0,002 60 Placas de circuito impresso

Ouro 0,0004 0,002 99 PCI, conectores, condutores

Rutênio 0,0004 0,002 80 Placas de circuito impresso

Selênio 0,0004 0,002 70 Placas de circuito impresso

Gálio 0,0003 0,001 0 Placas de circuito impresso

Arsênio 0,0003 < 0,001 0 Placas de circuito impresso

Paládio 0,0001 < 0,001 95 PCI, conectores

Vanádio < 0,0001 < 0,001 0 Tubos de raios catódicos

Ródio < 0,0001 < 0,001 50 Tubos de raios catódicos

Platina < 0,0001 < 0,001 95 PCI, conectores, condutores

Total (kg) 23,80

Alguns estudos (IPU, 1998; WILLIAMS; KUEHR, 2003, AHLUWALIA, 2007; DUAN et

al., 2009) indicam que os impactos ambientais mais significativos do ciclo de vida de um

computador, ocorrem durante as fases de utilização do mesmo. Na sequência, são listadas as

etapas de extração de matérias-primas e de disposição final. Isto significa que, estratégias

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adequadas no final da vida útil, podem influenciar nas outras fases, possibilitando a redução

dos impactos em todo o ACV de um computador. O reaproveitamento de materiais ao final da

vida útil pode proporcionar ganhos econômicos, sociais e ambientais ao se re-inserir na cadeia

os materiais já processados, evitando desta forma desperdício de energia e matéria-prima.

Várias das substâncias incorporadas aos computadores, conforme Tab. 1, podem trazer

riscos à saúde humana devido aos efeitos toxicológicos em diferentes níveis, quando em

contato com o ser humano, seja no momento da fabricação, utilização ou descarte.

No caso da destinação em aterros, os resíduos poderão causar sérios problemas, pois

as águas ácidas que se encontram com freqüência em aterros dissolvem quantidades

significativas de metais pesados, como por exemplo, o chumbo proveniente do vidro dos

tubos de raios catódicos (CROWE et al., 2003). Os plásticos contendo retardantes de chama à

base de bromo como os PBB e PBDE apresentam-se 200 vezes mais solúveis nos lixiviados

de aterro do que em água destilada, podendo desta forma atingir um nível considerável de

dispersão no ambiente (CE, 2000).

Além disso, a incineração destes materiais pode promover emissões de metais e de

substâncias químicas como dioxinas e furanos, que apresentam um elevado nível de

toxicidade. E quando determinados dispositivos são destruídos, como por exemplo, os

monitores LCD pode ocorrer a liberação do mercúrio, que é volátil e extremamente tóxico

(CE, 2000).

2.2 IMPACTOS AMBIENTAIS NO CICLO DE VIDA DE UM COMPUTADOR

Alguns estudos de ACV de computadores (IPU, 1998; GREEN ELECTRONICS

COUNCIL, 2009; WILLIAMS; KUEHR, 2003, DUAN et al., 2009), permitem observar que a

utilização e a montagem (incluindo a extração e transformação de matérias-primas e a

produção componentes) geram significativamente mais impactos do que as demais etapas,

conforme mostra a Fig. 1.

Figura 1 – Identificação das etapas da ACV de maior impacto ambiental e as pontuações

atribuídas a cada uma delas (DUAN et al., 2009).

A utilização, considerando cinco anos de vida útil, é considerada a etapa de maior

impacto por alguns autores (IPU, 1998; HIKWAMA, 2005; DUAN et al., 2009) devido ao

consumo de energia elétrica, que nesta etapa é significativamente maior do que nas outras

etapas do ciclo de vida do produto. No cálculo dos impactos são contempladas todas as

formas de geração, transformação e distribuição energia elétrica utilizada. E os impactos

ambientais e sociais resultantes (IPU, 1998; HIKWAMA, 2005). Todavia, o impacto gerado

nesta etapa não está somente nas formas de geração de energia e suas respectivas matrizes,

-20

-10

0

10

20

30

40

50

Montagem Distribuição Utilização Final Vida Útil

Pt

Saúde Humana Ecossistema Recursos

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mas sim na energia consumida, que depende da quantidade de horas de utilização e da

eficiência energética dos componentes de um computador.

A manufatura é a etapa que representa o segundo maior risco ao meio ambiente, pois

são considerados a extração das matérias-primas e seu processamento, a produção dos

componentes e finalmente a montagem dos computadores (IPU, 1998; HIKWAMA, 2005;

DUAN et al., 2009).

Quanto à etapa final da vida útil, pesquisas realizadas indicam que esta etapa requer

um estudo em particular, relacionando todos os impactos envolvidos nas diferentes

alternativas de descarte e toda a logística envolvida no processo, bem como as diferentes

opções de tratamento (IPU, 1998; GREEN ELECTRONICS COUNCIL, 2009). Por este

motivo, é assumida como sendo uma etapa incerta, em especial quanto à fração do

computador que é reciclada, sendo provavelmente superestimada na maioria dos casos

(DUAN et al., 2009).

Devido a estas incertezas, a maioria dos estudos assume o padrão europeu para cálculo

dos cenários de disposição, onde 63% dos PCs são enviados para aterros, 22% para

incineração e 15% para reciclagem. (IPU, 1998; GREEN ELECTRONICS COUNCIL, 2009;

WILLIAMS; KUEHR, 2003, DUAN et al., 2009). Este percentual de reciclagem assumido

nos estudos ACV de computadores é responsável pela pontuação negativa apresentada na Fig.

1, denominado “crédito”, que se refere à reinserção dos materiais na cadeia através da

reciclagem evitando desta forma a extração e tratamento de novos materiais e suas respectivas

emissões, minimizando os impactos decorrentes desta etapa (HISCHIER et al., 2005).

Porém, segundo Hischier et al. (2005), mesmo que este percentual de reciclagem não

ocorresse, ainda assim esta etapa seria menos impactante que as etapas de utilização e

manufatura.

3. METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho, foi realizada pesquisa de natureza aplicada sendo a

abordagem qualitativa e quantitativa, com objetivo exploratório e na forma de um estudo de

caso. A Fig. 2 apresenta uma representação da metodologia aplicada ao trabalho

desenvolvido.

Figura 2 - Esquema representativo da metodologia aplicada ao trabalho desenvolvido

T T T

ACV

Manufatura Distribuição UtilizaçãoFinal da

Vida Útil

Reuso Reciclagem Incineração Aterro

Identificação de

alternativa específica

Estudo

de

Caso

Quais são os

ganhos com o

programa de

reutilização

dos

computadores

da UP?

Coleta de dados - Inventário

Resultados e Discussão

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3.1 Escopo, Coleta e Tratamento dos Dados

O estudo contemplou todos os computadores do campus da Universidade no período

de 2005 a 2009 e a quantidade de alunos matriculados neste período. Também foi realizado

um levantamento sobre o número de computadores para uso acadêmico, como salas de aula e

laboratórios e aqueles alocados para uso de funcionários e professores e suas respectivas

configurações técnicas. Foram utilizados registros históricos da equipe de TI da Universidade,

responsável pelo parque tecnológico da Instituição. Foram analisadas planilhas, documentos

financeiros, planejamentos de compras e bancos de dados dos sistemas de estoque e

patrimonial para obtenção de informações sobre a rotatividade dos computadores no campus.

Para isso, foram analisados os registros sobre as quantidades de computadores

reutilizados; ou seja, a destinação interna dada a cada computador movimentado no período

analisado. Também foram obtidos dados sobre o número de computadores novos adquiridos

no período e também aqueles removidos do programa, destinados à venda para funcionários

ou para empresas especializadas em reciclagem.

Com a finalidade de se vislumbrar o ganho ambiental ao se reduzir a geração de

resíduos, foi multiplicado o número total de computadores removidos no período pela massa

de um computador. Os ganhos econômicos foram avaliados pelo capital que a Universidade

deixou de investir na aquisição de computadores novos através da reutilização, multiplicando-

se o número de computadores reutilizados no período por um custo médio de U$ 700,00.

4. RESULTADOS

4.1 Estratégias disponíveis para a Redução de Impactos dos Computadores

Para a redução dos impactos ambientais relacionados ao ciclo de vida (ACV) dos

computadores, merecem destaque as seguintes alternativas:

Produção Limpa: a substituição de resíduos perigosos como o chumbo e os

retardadores de chamas indicados pela Diretiva RoHs na manufatura é uma alternativa que

contribui para a minimização dos impactos ambientais e danos s à saúde humana. Duan et al.

(2009), apontam que as substâncias perigosas mesmo em pequenas quantidades, têm potencial

para causar graves danos ambientais. Sobre as substâncias perigosas, Eugster (2008) também

pondera que, mesmo após a entrada em vigor da Diretiva RoHs, ainda teremos problemas

com os resíduos perigosos nas próximas décadas.

Eco-projeto: Projeto para o Meio Ambiente (Design for Environmental - DfE) é o

termo utilizado para designar o desenvolvimento de produtos sustentáveis desde a sua

concepção até a sua disposição final. Manzini e Vezzoli (2005) indicam a necessidade de se

aprimorar os processos e os produtos na etapa de manufatura, através do projeto sustentável

de computadores (Eco-projeto). Projetos ecológicos visam um menor uso de materiais,

diminuindo massa e volume e contribuindo igualmente para a redução das embalagens e

transporte na fase de distribuição. É também meta do Eco-projeto melhorias contínuas e a

facilidade de posterior desmontagem dos equipamentos, gerando ganhos ambientais pela

utilização eficiente e racional, prolongamento da vida útil e recuperação dos recursos, como

matéria-prima e energia.

Reciclagem: é uma das alternativas de destinação final que permite a recuperação de

metais e menor consumo de energia no processo, conforme afirma Duan et al. (2009). A

presença de substâncias tóxicas nos computadores dificulta a recuperação do valor

econômico, como, por exemplo, dos metais raros e preciosos. A presença em pequenas

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quantidades nos componentes, e a dificuldade de desmontagem, torna muitas vezes a

recuperação de materiais inviável, além dos riscos de contaminação ambiental das pessoas

que os manejam. As principais preocupações ambientais são referentes às emissões e à

geração de resíduos (IPU, 1998; WILLIAMS; KUEHR, 2003; GREEN ELECTRONICS

COUNCIL, 2009).

Reutilização – Extensão da Vida Útil: Segundo Crowe et al. (2003), as partes podem

ser reutilizadas para a mesma função anterior ou para uma nova atribuição. Segundo

Rodrigues (2007), entre as estratégias para a redução da geração de resíduos, discute-se a

questão do prolongamento da vida útil como forma de desaceleração dos ciclos de produção,

consumo e descarte. O reuso, portanto, pode ser entendido como uma opção sustentável na

fase de descarte, uma vez que o equipamento que tenha sido reparado ou remanufaturado

deixaria a condição de resíduo, passando a ter uma segunda vida útil. O estudo realizado pela

comunidade européia (IPU, 1998), recomenda há mais de uma década a extensão da vida útil

e a utilização dos princípios do Eco-projeto, cujos efeitos representam ganhos ambientais em

todas as etapas da ACV. Um argumento que se opõe à reutilização é o fato de que os maiores

impactos ambientais são gerados durante a etapa de utilização e que a reutilização implica no

uso de equipamentos obsoletos, na maioria das vezes com eficiência energética reduzida, que

continuam em funcionamento por vários anos (FONSECA, 2007).

Eficiência energética: Conforme apontado por alguns estudos ACV de computadores

já desenvolvidos (IPU, 1998; WILLIAMS; KUEHR, 2003; GREEN ELECTRONICS

COUNCIL, 2009; DUAN et al., 2009), a redução do consumo de energia é a principal

estratégia de minimização de impactos. Entre as alternativas se recomenda a fabricação de

computadores e monitores com melhor eficiência energética e uma ampla e efetiva

conscientização dos consumidores sobre os danos causados ao utilizar os computadores de

forma indiscriminada, devido ao desperdício de energia. A redução também é possibilitada

através da configuração dos equipamentos para permitir acionar um modo de economia de

energia quando ficam sem utilização acima de um tempo pré-estabelecido (WILLIAMS;

KUEHR, 2003; HIKWAMA, 2005; DUAN et al., 2009).

Lógistica Reversa: Leite (2003) comenta que a Logística Reversa surge como

importante ferramenta no gerenciamento integrado dos resíduos sólidos e possibilita que os

materiais, antes depositados em aterros ou lixões, sejam reintroduzidos na cadeia de produção.

Desta forma, a Logística Reversa acrescenta três movimentações potenciais à logística da

cadeia de suprimentos: a reutilização e recuperação dos produtos e a reciclagem de materiais

– que podem significar a redução no uso de recursos e um meio para retorno e reuso de

resíduos gerados. Porém, problemas econômicos, relacionados aos custos da logística reversa

e do processamento e separação dos materiais, além da ausência de legislação específicas,

também contribuem para que esta etapa não atraia os investimentos necessários.

4.2.1 Resultados do Estudo de Caso

A universidade possuía em dezembro de 2009 um total de 2.556 computadores,

distribuídos em 52 laboratórios de informática (1670 computadores), 183 salas de aula (183

computadores), biblioteca e administração (703 computadores).

O programa de gerenciamento descrito neste trabalho visa a reutilização dos

computadores através de remanejamentos entre usuários, realizado mediante estudo técnico

prévio em relação ao padrão tecnológico, associados às exigências dos softwares utilizados

por cada um dos 26 cursos de graduação ofertados pela instituição. Alguns cursos necessitam

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de softwares específicos para controle de equipamentos e para algumas práticas laboratoriais,

demandando computadores de maior velocidade de processamento, capacidade de memória e

armazenamento. Através deste planejamento são tomadas as decisões de compra e

reutilização de computadores para os diversos cursos. Para exemplificar o estudo técnico

realizado pela equipe de TI da Universidade, o Quadro 1 mostra quais são os requisitos

recomendáveis de hardware de acordo com a indicação dos fabricantes dos softwares

utilizados.

Nível de

Utilização

Requisitos de hardware para

os softwares utilizados

Configuração típica por

categoria de computador

Exemplos de

Softwares

1

- Processador 64 bits (Core 2

Duo, Quad ou superior)

- 2 GB de RAM (memória)

- 80 GB de HD

- Placa de Vídeo com 256MB

- Processador Core 2 Quad

- 4 GB de RAM

- HD 160GB

- Placa de Vídeo com 1GB

- Windows XP

- Unigraphics

- Solid Egde

- Catia

- 3D Studio

2

- Processador 32 bits (Celeron,

Pentium IV ou Dual Core)

- 1 GB de RAM (memória)

- 40 GB de HD

- Placa de Vídeo com 64MB

- Processador Pentium IV

- 2 GB de RAM

- 80 GB de HD

- Placa de Vídeo de 256MB

- Windows XP

- Corel Draw

- Photoshop

- Indesign

- Illustrator

3

- Processador 32 bits (Celeron,

Pentium IV ou Dual Core)

- 1 GB de RAM (memória)

- 40 GB de HD

- Processador Celeron N2*

- 2 GB de RAM

- 160 GB de HD

- Windows XP

- Office 2007

- Visio 2007

- Internet Explorer 7

*Celeron Nova Geração: Equivalente a um Processador Pentium IV 1.8GHz

Quadro 1 - Estudo técnico dos requisitos recomendáveis de hardware.

A metodologia desenvolvida pela equipe de TI é baseada em níveis de organização e

distribuição dos computadores, os quais são divididos em três níveis hierárquicos:

Nível alto de exigência: são os computadores que executam programas robustos e que

precisam de um excelente desempenho do equipamento. Estes computadores são utilizados

principalmente nos cursos de engenharia e desenho.

Nível moderado de exigência: são os computadores que necessitam de uma

configuração convencional (médio), pois os programas utilizados não exigem muito

desempenho de hardware. Estes computadores são utilizados, por exemplo, nos cursos de

administração e direito.

Nível básico de exigência: são os computadores com a configuração básica ou de

menor desempenho, que não necessitam de programas específicos, sendo utilizados somente

como ferramentas de trabalho na confecção de planilhas eletrônicas, redação de textos e

acesso ao correio interno e internet. São exemplos de usuários destes computadores os

funcionários administrativos.

O reuso dos computadores é praticado entre os diferentes níveis de utilização, pois

computadores que não atendem mais os usuários que demandam máquinas com alto

desempenho são remanejados para aplicações com demanda moderada (intermediários).

Ainda é possível, e efetivamente praticado para muitos computadores, uma terceira

reutilização, quando os computadores passam de usuários intermediários para usuários cujas

necessidades são atendidas por computadores com configuração básica.

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A partir do segundo ano de utilização, os computadores de alto desempenho recebem

atualizações a fim de substituírem os computadores de médio desempenho, e estes por sua

vez, os de baixo desempenho. Finalmente, após seis anos de uso, em média, os computadores

são descartados através de doações, ou são vendidos a preços simbólicos para funcionários

objetivando a inclusão digital, ou então são vendidos para empresas de reciclagem

especializadas em eletroeletrônicos. As peças provenientes de computadores obsoletos e

removidos, desde que estejam em boas condições de uso e que sejam compatíveis com os

demais equipamentos, são reutilizadas em outros equipamentos ainda em uso. O método

descrito é ilustrado pelo fluxograma da Fig. 3.

Figura 3 - Fluxograma dos processos de aquisição, reutilização e

destinação dos computadores da Universidade.

Os resultados obtidos através do programa podem ser analisados na Tabela 2, que

apresenta um resumo dos dados para o período de 2005 a 2009.

Através dos dados da Tabela 2 é possível observar que dentro do período analisado, o

programa conseguiu reutilizar praticamente o mesmo número de computadores que foram

removidos. Com essa política, as aquisições de computadores novos permaneceram, em

média, cerca de 50% do total de computadores movimentados no período. Estes valores

refletem o esquema apresentado na Figura 3 mostrando que, com o programa integrado,

ocorre um prolongamento da vida útil do computador de quatro a seis anos. Além da redução

de resíduos, ocorre uma economia significativa de recursos devido à redução do número de

aquisições de equipamentos novos.

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Tabela 2 - Aquisições, reutilizações e remoções de computadores na Universidade no período

de 2005 a 2009.

Ano Alunos Computadores Total

PCs

Taxa Crescimento

Novos Reutilizados Removidos Computadores Alunos

Número cumulativo (anos anteriores) 1400

2005 9583 286 124 72 1614 - 5,7

2006 9574 539 153 324 1829 13,3 5,6

2007 9476 499 319 344 1984 22,9 4,5

2008 10210 524 163 356 2152 33,3 12,6

2009 10762 710 421 306 2556 58,4 18,7

Totais no Período 2558 1180 1402 5140

% em relação ao

total 49,8 23,0 27,3 100,0

Esta alternativa pode ser adotada sem prejudicar o desempenho dos computadores e as

necessidades dos usuários, pois estes recebem novos equipamentos ou atualizações em média

a cada dois anos. Este é o tempo de vida médio para computadores comerciais de acordo com

alguns estudos (WIDMER et al., 2005). A Figura 4 apresenta os dados do período, destacando

as tendências no período para cada tipo de ação adotada pelo programa. As barras negativas

indicam o número de computadores removidos do campus neste mesmo período, subtraindo-

se do total de computadores que permaneceram.

(a) (b)

Figura 4 - Quantidades de computadores novos, reutilizados e removidos no período de 2005-

2009. (a) números totais em cada ano; (b) médias (%) no período.

Na Fig. 4 é possível observar a linha de tendência da taxa de crescimento no número

de computadores da Universidade no período analisado, partindo de 1614 computadores em

2005 para um total de 2556 computadores em 2009. Também é possível observar que o

programa permitiu diminuir a aquisição de computadores novos, embora, no período, o

número total de computadores teve uma taxa de aumento maior do que o número total de

alunos.

1614

1829

1989

2152

2556

-600

-400

-200

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

2005 2006 2007 2008 2009

Removidos

Remanejados

Novos

Total

me

rod

e C

om

pu

tad

ore

s

% do total Reutilizados

23%

% do TotalNovos50%

% do Total Removidos

27%

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Ganhos Ambientais do Programa

O programa de gerenciamento, além de promover o aumento da vida útil dos

computadores de até seis anos, também promoveu a economia de recursos, evitando em 50%

as aquisições de novos computadores. Outro aspecto relevante, do ponto de vista ambiental, é

a redução da quantidade de resíduos, demonstrada na Tabela 4. Estes dados confirmam a

estratégia de gerenciamento de resíduos conhecida como “três Rs”: reduzir, reutilizar e

reciclar, cuja prioridade é a não geração ou a redução dos resíduos.

Tabela 4 - Quantidades de resíduos provenientes de computadores removidos e reutilizados

no período 2005 a 2009.

Ano Massa PCs

Removidos (kg)

Massa PCs

Reutilizados (kg)

Massa PCs

novos (kg)

2005 1.714 1 3.947

2006 7.712 3.642 7.438

2007 8.188 7.593 6.886

2008 8.474 3.880 7.231

2009 7.284 10.021 9.798

Total 33.371 28.087 35.300

Os dados da Tabela 4 mostram que no período, a geração de resíduos provenientes dos

computadores removidos foi de 33 t. O programa de reutilização possibilitou uma redução

considerável na geração de resíduos eletrônicos, ao evitar que 28 t fossem descartados entre

2005 a 2009. Os números da tabela 4 impressionam, uma vez que estas quantidades

dificilmente são visualizadas, tendo em vista que, como acontece na maioria das empresas, a

substituição de equipamentos não ocorre de uma só vez, mas de maneira gradual ao longo do

período.

O papel potencial da extensão da vida útil na redução da utilização de recursos e

diminuição da geração de resíduos deve ser discutido e melhor explorado. Apesar das

vantagens, o tema tem atraído relativamente pouco interesse de pesquisadores até o

momento, permanecendo ainda confusa a discussão sobre se a comunidade acadêmica o

considera central ou periférico para a sustentabilidade (COOPER, 2005).

4.3.3.2 Contabilização dos Ganhos Sociais e Econômicos do Programa

Os ganhos econômicos podem ser avaliados pelo capital que a Universidade deixou de

investir na aquisição de computadores novos através da reutilização, que no período somam

um total de 1180 equipamentos, onde o custo (U$) médio do período (2005 – 2009) na

aquisição de um novo foi de aproximadamente U$ 700,00. Ou seja, a Universidade evitou um

gasto de U$ 826.000,00.

Os resultados obtidos mostram que os ganhos vão além da esfera ambiental, uma vez

que 90% dos computadores removidos são vendidos a custos mínimos aos funcionários, ou

então são doados para ONGs, contribuindo para a inclusão digital. Sobre os ganhos sociais,

algumas questões pertinentes devem ser questionadas, como é o caso da possibilidade da

inclusão digital, onde muitas vezes esta prática pode ser interpretada como uma forma

simplista e mal intencionada de resolver a questão dos resíduos provenientes de computadores

(CROWE et al., 2003). Além disso, deve estar relacionada com a motivação e à capacidade

para a utilização das tecnologias da informação de forma crítica e empreendedora. Também

deve favorecer a apropriação da tecnologia de forma consciente, de modo que o indivíduo

possa usufruir de seus recursos de maneira plena (FONSECA, 2007).

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Frente a estas afirmações, este artigo questiona a ação social adotada pela

Universidade ao repassar os seus computadores obsoletos aos funcionários ou outras

organizações. Se por um lado exercita a responsabilidade social e proporciona a aquisição de

tecnologias, por outro lado não fornece subsídios técnicos e assistência quando da aquisição

do equipamento e também não informa sobre as possibilidades de um descarte adequado.

5 CONCLUSÃO

Os principais impactos ambientais de computadores, de acordo com a Análise do

Ciclo de Vida, estão na fase de utilização, decorrentes da utilização de energia. Entre as

estratégias de redução de danos ambientais, este trabalho recomenda a fabricação de

computadores com melhor eficiência energética e uma ampla e efetiva conscientização dos

consumidores. O consumidor pode contribuir na fase de utilização do computador, evitando o

desperdício que representa deixá-lo ligado de forma desnecessária. O consumidor pode ainda

contribuir nas outras etapas, fazendo escolha por produtos que obedeçam as diretivas

ambientais, prolongando o tempo de vida útil e impedindo o descarte inadequado ao final do

ciclo. Os resultados também indicam a necessidade, por parte dos fabricantes, de se aprimorar

os processos e os produtos na etapa de manufatura, através de projetos sustentáveis de

computadores (Eco-projeto). Projetos ecológicos visam um menor uso de materiais, e a

produção de equipamentos que permitam melhorias contínuas, prolongamento da vida útil e a

facilidade de posterior desmontagem e recuperação de recursos. A substituição de resíduos

perigosos como o chumbo e os retardadores de chamas indicados pela Diretiva RoHs na

manufatura é uma alternativa que contribui para a minimização dos impactos ambientais e

danos causados à saúde humana.

O trabalho indica também alternativas para o setor corporativo, ao apresentar,

como estudo de caso, o programa de gerenciamento de computadores realizado pelo

Departamento de Informática de uma Universidade. Foram detalhados os resultados obtidos

para o período de cinco anos (2005–2009). O programa propicia o prolongamento da vida útil

dos computadores, cuja média corporativa de 2 anos é ampliada para 6 anos, ao se reutilizar

cerca de 25% do total de computadores utilizados no período. Ao evitar a demanda de novas

aquisições, foi possível uma economia de aproximadamente U$ 826.000,00, e a redução de 28

t na geração de resíduos eletrônicos.

Assim, a reutilização de computadores, é uma alternativa viável, de fácil implementação, que

não ocasiona prejuízo nas demandas técnicas das máquinas, permitindo minimizar os danos

causados ao longo do ciclo de vida dos computadores e obter ganhos ambientais, sociais e

econômicos. A inclusão digital de funcionários e comunidade faz parte dos ganhos sociais,

pois 90% dos computadores removidos do campus no período analisado foram doados ou

repassados a funcionários.

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