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AULA 3

ESPÉCIES DE ORÇAMENTO

E CRÉDITOS ADICIONAIS 1. INTRODUÇÃO Olá amigos! Como é bom estar aqui! Em um processo de planejamento e orçamento integrados, ressalta a imperiosa necessidade de que os fins e os meios orçamentários sejam tratados de uma forma equilibrada. Considerando que, desde o Decreto-lei n° 200, de 25 de fevereiro de 1967, a Administração Pública Federal estabeleceu o orçamento-programa anual como um instrumento de planejamento, a idéia de discriminar a despesa pública por objetivo, ou seja, de acordo com os seus fins, já é bastante familiar a todos nós que atuamos nessa área. Segundo Fabiano Core, os processos de planejamento e orçamento assumiram, a partir do exercício de 2000, uma feição especial. A nova concepção de Estado, aliada à abordagem crítica da experiência acumulada nessa área, deram ensejo a que se introduzisse uma maneira diferente de pensar o planejamento e a orçamentação. O Decreto n° 2.829/98 estabeleceu normas para a elaboração e execução do Plano Plurianual e dos orçamentos da União; a Portaria n° 117/98, substituída, posteriormente, pela Portaria n° 42, de 14 de abril de 1999, com a preservação dos seus fundamentos, atualizou a discriminação da despesa por funções da Lei 4.320/64 e revogou a Portaria n° 9, de 28 de janeiro de 1974 (Classificação Funcional - Programática); e a Portaria nº 51/98 instituiu o recadastramento dos projetos e atividades constantes do orçamento da União. Na verdade, tais modificações, que em razão da Portaria 42/99 assumiram uma abrangência nacional, com aplicação também para Estados, municípios e Distrito Federal, representam a segunda etapa de uma reforma orçamentária que se delineou pelos idos de 1989, sob a égide da nova ordem constitucional recém - instalada. A Constituição Federal de 1988, cumprindo a tradição das anteriores, ocupou-se profusamente de matéria orçamentária, chegando até a definir instrumentos de planejamento e orçamento com elevado grau de detalhe. A atual Constituição optou por um modelo fortemente centralizado, a partir da constatação de que

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havia uma excessiva fragmentação orçamentária, inclusive com importantes programações e despesas inteiramente (previdência social, por exemplo) fora da lei orçamentária, sem a observância, portanto, do princípio da universalidade. Nesse sentido, a Constituição de 1988, em seu art. 165, na seção denominada “Dos Orçamentos”, introduziu o que se pode chamar de um processo integrado de alocação de recursos, compreendendo as atividades de planejamento e orçamento, mediante a definição de três instrumentos. Para relembrar: I - Plano Plurianual (PPA), que estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e metas da Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes, e para as relativas aos programas de natureza continuada. II - Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que compreenderá as metas e prioridades da Administração Pública Federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da Lei Orçamentária Anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. III - Lei Orçamentária Anual (LOA), compreendendo o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público; o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; e o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo poder público. Na primeira parte de nossa aula trataremos do assunto Orçamento Público: conceitos e características do orçamento tradicional, orçamento de base zero, orçamento de desempenho e orçamento-programa. Na segunda parte estudaremos os Créditos Adicionais: suplementares, especiais e extraordinários. 2. ESPÉCIES DE ORÇAMENTO 2.1 Introdução Com o passar do tempo, o conceito, as funções e a técnica de elaboração do Orçamento Público foram alteradas. Acabaram por evoluir para que pudessem se aprimorar e racionalizar sua utilização, tornando-se um instrumento da moderna administração pública, com uma concepção de orçamento como um ato preventivo e autorizativo das despesas que o Estado deve efetuar para atingir objetivos e metas programadas.

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Essas alterações foram motivadas por novas teorias e técnicas que se difundiram ao redor do mundo, sendo chamadas de espécies ou por outros autores também de tipos de orçamento. Ainda segundo Fabiano Core, com base nas classificações utilizadas em um determinado processo orçamentário, é possível identificar o estágio da técnica adotada. Assim, um orçamento que se estrutura apenas com a informação de elemento de despesa ou objeto de gasto (o que será gasto ou adquirido), além, naturalmente, do aspecto institucional, caracteriza um orçamento tradicional ou clássico. Por apresentar somente uma dimensão, isto é, o objeto de gasto, também é conhecido como um orçamento unidimensional; já o orçamento em que, além do objeto de gasto, encontra-se presente a explicitação do programa de trabalho, representado pelas ações desenvolvidas (em que serão gastos os recursos), corresponderia a um orçamento bidimensional, também conhecido como orçamento de desempenho ou funcional; e o orçamento tridimensional seria aquele que agregaria ao tipo anterior uma outra dimensão, que seria o objetivo da ação governamental (para que serão gastos os recursos), o que tipifica um orçamento-programa. 2.2 Orçamento Tradicional ou Clássico A falta de planejamento da ação governamental é uma das principais características do orçamento tradicional. Constitui-se num mero instrumento contábil e baseia-se no orçamento do exercício anterior, ou seja, enfatiza atos passados. Demonstra uma despreocupação do gestor público com o atendimento das necessidades da população, pois considera apenas as necessidades financeiras das unidades organizacionais. Assim, nesta espécie de orçamento não há preocupação com a realização dos programas de trabalho do governo, importando-se apenas com as necessidades dos órgãos públicos para realização das suas tarefas, sem questionamentos sobre objetivos e metas. Predomina o incrementalismo. É uma peça meramente contábil – financeira, sem nenhuma espécie de planejamento das ações do governo. Portanto, somente um documento de previsão de receita e de autorização de despesas. 2.3 Orçamento de Desempenho ou Por Realizações O orçamento de desempenho ou por realizações enfatiza o resultado dos gastos e não apenas o gasto em si. A ênfase reside no desempenho organizacional. Caracteriza-se pela apresentação de dois quesitos: o objeto de gasto (secundário) e um programa de trabalho contendo as ações desenvolvidas.

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Neste tipo de orçamento, o gestor começa a se preocupar com os benefícios dos diversos gastos e não apenas com seu objeto. Apesar da evolução em relação ao orçamento clássico (tradicional), o orçamento de desempenho ainda se encontra desvinculado de um planejamento central das ações do governo, ou seja, nesse modelo orçamentário inexiste um instrumento central de planejamento das ações do governo vinculado à peça orçamentária. Apresenta, assim, uma deficiência, que é a desvinculação entre planejamento e orçamento. 2.4 Orçamento de Base Zero ou Por Estratégia O Orçamento de Base Zero consiste basicamente em uma análise crítica de todos os recursos solicitados pelos órgãos governamentais. Neste tipo de abordagem, na fase de elaboração da proposta orçamentária, haverá um questionamento acerca das reais necessidades de cada área, não havendo compromisso com qualquer montante inicial de dotação. O processo do Orçamento de Base Zero concentra a atenção na análise de objetivos e necessidades, o que requer que cada administrador justifique seu orçamento proposto em detalhe e cada quantia a ser gasta, aumentando a participação dos gerentes de todos os níveis no planejamento das atividades e na elaboração dos orçamentos. Este procedimento requer ainda que todas as atividades e operações sejam identificadas e classificadas em ordem de importância através de uma análise sistemática. São confrontados os novos programas pretendidos com os programas em execução, sua continuidade e suas alterações. Isso faz com que os gerentes de todos os níveis avaliem melhor a aplicação eficiente das dotações em suas atividades. Os órgãos governamentais deverão justificar anualmente, na fase de elaboração da sua proposta orçamentária, a totalidade de seus gastos, sem utilizar o ano anterior como valor inicial mínimo. Alguns autores consideram que o Orçamento de Base Zero é uma técnica do Orçamento-Programa. Caiu na prova: (ESAF – AFC/STN - 2008) Leia as afirmações I, II e III e depois assinale a afirmação correta. I. O chamado orçamento de base zero é a base sobre a qual se aplica a idéia de planejamento plurianual. II. O orçamento-programa propicia o controle político sobre as finanças públicas, mas não alinha as despesas dos diferentes órgãos do governo com o plano de trabalho do governo, suas políticas e estratégias. III. O orçamento desempenho é um avanço em relação ao orçamento tradicional ao buscar indicar os benefícios a serem alcançados pelos diversos gastos e assim possibilita medir o desempenho organizacional.

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a) I e III estão corretas. b) II e III estão corretas. c) I, II e III estão corretas. d) Apenas II está correta. e) Apenas III está correta. I) Errado. O elemento chave do Plano Plurianual é o programa, logo o orçamento-programa é a base sobre a qual se aplica a idéia de planejamento plurianual. II) Errado. Veremos que o orçamento-programa é um instrumento de planejamento da ação do governo, através da identificação dos seus programas de trabalho, projetos e atividades, com estabelecimento de objetivos e metas a serem implementados e previsão dos custos relacionados. Ele alinha as despesas dos diferentes órgãos com o plano de trabalho do governo, suas políticas e estratégias. III) Correto. O orçamento de desempenho é uma evolução em relação ao orçamento clássico. A ênfase reside no desempenho organizacional e no resultado dos gastos, e não apenas no gasto em si. Logo, apenas a alternativa III está correta. Resposta: Letra E 2.5 Orçamento-Programa O programa é o instrumento de organização da atuação governamental que articula um conjunto de ações que concorrem para a concretização de um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores instituídos no plano, visando à solução de um problema ou o atendimento de determinada necessidade ou demanda da sociedade. Assim, o orçamento-programa é um instrumento de planejamento da ação do governo, através da identificação dos seus programas de trabalho, projetos e atividades, com estabelecimento de objetivos e metas a serem implementados e previsão dos custos relacionados. O programa surgiu como o módulo comum integrador entre o plano e o orçamento. Em termos de estruturação o plano termina no programa e o orçamento começa no programa, o que confere a esses instrumentos uma integração desde a origem. O programa, como módulo integrador, e as ações, como instrumentos de realização dos programas. Logo, por meio do orçamento-programa, tem-se o estabelecimento de objetivos e a quantificação de metas, com a consequente formalização de programas visando ao atingimento das metas e alcance dos objetivos. Com este modelo passa a existir um elo entre o planejamento e as funções executivas da organização. É o tipo de orçamento utilizado no Brasil.

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A organização das ações do Governo sob a forma de programas visa proporcionar maior racionalidade e eficiência na administração pública e ampliar a visibilidade dos resultados e benefícios gerados para a sociedade, bem como elevar a transparência na aplicação dos recursos públicos. Portanto, o orçamento-programa procura levar os decisores públicos a uma escolha racional, que maximize o dinheiro do contribuinte, destinando os recursos públicos a programas e projetos de maior necessidade. Caiu na prova: (CESPE - Analista Judiciário – STF - 2008) O orçamento-programa, como atualmente concebido, é instrumento do planejamento e, desse modo, tem de se integrar aos planos e programas governamentais. A esse propósito, uma das condições para a aprovação de emendas aos projetos de lei do orçamento anual e de suas alterações é a de que sejam compatíveis com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Nossa questão afirma que o orçamento-programa, como atualmente concebido, é instrumento do planejamento e, desse modo, tem de se integrar aos planos e programas governamentais. E, segundo o art. 166 de nossa Constituição, uma das condições para aprovação de emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem é que sejam compatíveis com o PPA e a LDO. Resposta: Certa. Orçamento Tradicional X Orçamento-Programa Observa-se que o orçamento tradicional quase sempre aparece em contraponto a outro tipo de orçamento, normalmente com o orçamento-programa. Vamos às diferenças entre o orçamento tradicional e o orçamento-programa:

QUADRO ORÇAMENTO TRADICIONAL X ORÇAMENTO-PROGRAMA

TRADICIONAL PROGRAMA

Dissociação entre planejamento e

orçamento Integração entre planejamento e orçamento

Visa à aquisição de meios Visa a objetivos e metas

Consideram-se as necessidades

financeiras das unidades

Consideram-se as análises das alternativas

disponíveis e todos os custos

Ênfase nos aspectos contábeis Ênfase nos aspectos administrativos e de

planejamento

Classificação principal por unidades Classificação principal: funcional-

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administrativas e elementos programática

Acompanhamento e aferição de resultados

praticamente inexistentes

Utilização sistemática de indicadores para

acompanhamento e aferição dos resultados

Controle da legalidade e honestidade do

gestor público

Controle visa a eficiência, eficácia e

efetividade

Caiu na prova: (ESAF – AFC/CGU – Auditoria e Fiscalização - 2006) Indique a afirmativa incorreta com relação às diferenças entre o orçamento tradicional e o orçamento-programa. a) No orçamento tradicional, a estrutura do orçamento está voltada para os aspectos administrativos e de planejamento, enquanto no orçamento-programa a estrutura do orçamento dá ênfase aos aspectos contábeis de gestão. b) No orçamento tradicional, o processo orçamentário é dissociado dos processos de planejamento e programação, enquanto no orçamento-programa, o orçamento é o elo entre o planejamento e as funções executivas da organização. c) No orçamento tradicional, a alocação de recursos visa a aquisição de meios enquanto no orçamento programa a alocação de recursos visa a consecução de objetivos e metas. d) Na elaboração do orçamento tradicional, são consideradas as necessidades financeiras das unidades organizacionais, enquanto na elaboração do orçamento-programa são considerados todos os custos dos programas, inclusive os que extrapolam o exercício. e) No orçamento-programa, o principal critério de classificação das despesas é o funcional-programático, enquanto no orçamento tradicional os principais critérios classificatórios são as unidades administrativas e os elementos. a) É a incorreta. No orçamento-programa, a estrutura do orçamento está voltada para os aspectos administrativos e de planejamento, enquanto no orçamento tradicional a estrutura do orçamento dá ênfase aos aspectos contábeis de gestão. b) Correta. No orçamento tradicional, o processo orçamentário é dissociado dos processos de planejamento e programação. Já o programa surgiu como o módulo comum integrador entre o plano e o orçamento. Em termos de estruturação o plano termina no programa e o orçamento começa no programa, o que confere a esses instrumentos uma integração desde a origem. O programa, como módulo integrador, e as ações, como instrumentos de realização dos programas. Logo, por meio do orçamento-programa, tem-se o estabelecimento de objetivos e a quantificação de metas, com a consequente formalização de programas visando ao atingimento das metas e alcance dos objetivos. Com este modelo passa a existir um elo entre o planejamento e as funções executivas da organização c) Correta. No orçamento tradicional, a alocação de recursos visa à aquisição de meios. Já no orçamento-programa há planejamento da ação do governo, através da identificação dos seus programas de trabalho, projetos e atividades, com

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estabelecimento de objetivos e metas a serem implementados e previsão dos custos relacionados. d) Correta. Outra diferença: no orçamento tradicional, privilegiam-se as necessidades financeiras das unidades organizacionais, enquanto na elaboração do orçamento-programa são considerados todos os custos dos programas, inclusive os que extrapolam o exercício. e) Correta. No orçamento-programa, o principal critério de classificação das despesas é o funcional-programático. O programa é o instrumento de organização da atuação governamental que articula um conjunto de ações que concorrem para a concretização de um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores instituídos no plano, visando à solução de um problema ou o atendimento de determinada necessidade ou demanda da sociedade. Já no orçamento tradicional, os principais critérios classificatórios são as unidades administrativas e os elementos. Resposta: Letra A 2.6 Orçamento Participativo O orçamento participativo não se opõe ao orçamento-programa. Na verdade, trata-se de um instrumento que busca romper com a visão política tradicional e colocar o cidadão como protagonista ativo da gestão pública. Objetiva a participação real da população e a alocação dos recursos públicos de forma eficiente e eficaz segundo as demandas sociais. Dessa forma, democratiza-se a relação Estado e Sociedade. O processo de Orçamento Participativo tem a necessidade de um contínuo ajuste crítico, baseado em um princípio de auto-regulação, com o intuito de aperfeiçoar os seus conteúdos democráticos e de planejamento, e assegurar a sua não-estagnação. Assim, não possui uma metodologia única. Além disso, os problemas são diferentes de acordo com o tamanho dos municípios, principais implementadores do processo. Ressalta-se que, apesar de algumas experiências na esfera estadual, na experiência brasileira o Orçamento Participativo foi concebido e praticado inicialmente como uma forma de gerir os recursos públicos municipais. No nosso país, destaca-se a experiência da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Não há perda da participação do Legislativo e nem diretamente de legitimidade. Há um aperfeiçoamento da etapa que se desenvolveria apenas no Executivo. No orçamento participativo, a comunidade é considerada a parceira do Executivo no processo orçamentário. O que ocorre é que muitas vezes desigualdades socioeconômicas tendem a criar obstáculos à participação dos grupos sociais desfavorecidos.

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No entanto, há sim uma perda da flexibilidade. Ocorre uma maior rigidez na programação dos investimentos, pois se tem uma decisão compartilhada com a comunidade, ao contrário da decisão monopolizada pelo Executivo no processo tradicional. Caiu na prova: (CESPE – AFCE - TCU - 2008) Entre as maiores restrições apontadas em relação ao chamado orçamento participativo, destacam-se a pouca legitimidade, haja vista a perda de participação do Poder Legislativo, e a maior flexibilidade na programação dos investimentos. A nossa questão traz vários erros, pois não há pouca legitimidade, tampouco prejuízo na participação do Poder Legislativo. Além disso, ocorre maior rigidez na programação dos investimentos. Resposta: Errada. 3. CRÉDITOS ADICIONAIS 3.1 Introdução As alterações qualitativas e quantitativas do orçamento viabilizam a realização anual dos programas mediante a alocação de recursos para as ações orçamentárias ou para a criação de novos programas, e são de responsabilidade conjunta dos órgãos central e setoriais e das unidades orçamentárias (UO). A necessidade de alteração orçamentária pode ser identificada pela UO ou pelo Órgão Setorial. Em qualquer caso, a solicitação de alteração deverá ser elaborada de forma a atender as condições dispostas nas Portarias da Secretaria de Orçamento Federal (SOF) que estabelecem procedimentos e prazos para solicitação de alterações orçamentárias para o exercício. As solicitações de alterações orçamentárias que tiverem início na UO deverão ser elaboradas no momento específico para a UO, que em seguida deve encaminhar a solicitação para o respectivo Órgão Setorial. O Órgão Setorial correspondente procederá a uma avaliação global da necessidade dos créditos solicitados e das possibilidades de oferecer recursos compensatórios. Após a verificação do crédito e aprovação da sua consistência, os Órgãos Setoriais deverão encaminhar à SOF as solicitações de créditos adicionais de suas unidades. Ao receber a solicitação de crédito adicional a SOF elabora o pleito de créditos e, por meio de uma análise criteriosa da solicitação, decide por atendê-la ou não. Os Analistas de Planejamento e Orçamento (APO) da SOF verificam se a solicitação está em conformidade com a metodologia utilizada e se atende aos parâmetros legais vigentes, fazem os ajustes necessários e avaliam a viabilidade de

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atendimento da solicitação. Caso seja aprovado o pedido de crédito adicional, serão preparados os atos legais necessários à formalização da alteração no orçamento. O assunto desta parte de nossa aula são estes Créditos Adicionais. 3.2 Conceitos As dotações inicialmente aprovadas na LOA podem revelar-se insuficientes para realização dos programas de trabalho, ou pode ocorrer a necessidade de realização de despesa inicialmente não autorizada. Assim, a LOA poderá ser alterada no decorrer de sua execução por meio de créditos adicionais, que são autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na lei do Orçamento. Créditos adicionais são alterações qualitativas e quantitativas realizadas no orçamento. Segundo o art. 40 da Lei 4320/64, são créditos adicionais as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento. Relembro que segundo o art. 166 da CF, “os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum”. O ato que abrir o crédito adicional, que veremos abaixo que pode ser um decreto ou uma medida provisória, de acordo com sua classificação, deve indicar a importância, a espécie e a classificação da despesa até onde for possível. Segundo a Lei 4320/64: Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a espécie do mesmo e a classificação da despesa, até onde for possível. Os créditos adicionais classificam-se em:

• Suplementares: são os créditos destinados a reforço de dotação orçamentária;

• Especiais: são os créditos destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica;

• Extraordinários: são os créditos destinados a despesas urgentes e imprevisíveis, como em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.

3.3 Créditos Suplementares: São os destinados a reforço de dotação orçamentária. A LOA poderá conter autorização ao Poder Executivo para abertura de créditos suplementares até determinada importância ou percentual, sem a necessidade de submissão do

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crédito ao Poder Legislativo. Os créditos suplementares terão vigência limitada ao exercício em que forem abertos. São autorizados por Lei (podendo ser a própria LOA ou outra Lei especial), porém são abertos por decreto do Poder Executivo.

QUADRO CRÉDITOS SUPLEMENTARES

FINALIDADE Reforço de dotação orçamentária já prevista na LOA

AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA É anterior à abertura do crédito. São autorizados por lei

(podendo ser já na própria LOA ou outra lei específica)

ABERTURA Abertos por decreto do Poder Executivo

INDICAÇÃO DA ORIGEM DOS

RECURSOS Obrigatória

VIGÊNCIA Vigência limitada ao exercício em que forem abertos

3.4 Créditos Especiais: São os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica, devendo ser autorizados por lei. Note que sua abertura depende da existência de recursos disponíveis e de exposição que a justifique. Os créditos especiais não poderão ter vigência além do exercício em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, casos em que, reabertos nos limites dos seus saldos, poderão viger até o término do exercício financeiro subsequente. São autorizados por Lei especial (não pode ser na LOA), porém são abertos por decreto do Poder Executivo.

QUADRO CRÉDITOS ESPECIAIS

FINALIDADE Destinados a despesas para as quais não haja

dotação orçamentária específica

AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA É anterior à abertura do crédito. São autorizados

por Lei específica (não pode ser na LOA)

ABERTURA Abertos por decreto do Poder Executivo

INDICAÇÃO DA ORIGEM DOS

RECURSOS Obrigatória

VIGÊNCIA

Vigência limitada ao exercício em que forem

abertos, salvo se o ato de autorização for

promulgado nos últimos quatro meses daquele

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exercício, casos em que, reabertos nos limites dos

seus saldos, poderão viger até o término do

exercício financeiro subsequente.

Segundo nossa Constituição, em seu art. 168, os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues, em duodécimos, até o dia 20 de cada mês. O artigo ainda ressalta que será na forma da famosa Lei Complementar que ainda não foi editada. Caiu na prova: (CESPE – Analista Judiciário – Administrativo - TRE/GO – 2008) Um instrumento de alteração da lei orçamentária anual tem as seguintes características: • necessita de prévia autorização em lei especial; • aberto exclusivamente por decreto do Poder Executivo; • deve conter a indicação da fonte de recursos; • pode ter sua vigência prorrogada, desde que tenha sido autorizado nos últimos quatro meses do exercício financeiro. Esse instrumento recebe a denominação legal de: A) crédito suplementar. B) crédito especial. C) crédito extraordinário. D) crédito orçamentário. Observando o nosso quadro, o examinador trata exatamente do crédito especial: é autorizado por Lei especial (não pode ser na LOA), porém é aberto por decreto do Poder Executivo; sua abertura depende da existência de recursos disponíveis e pode ter sua vigência prorrogada, desde que tenha sido autorizado nos últimos quatro meses do exercício financeiro. Resposta: Letra B. 3.5 Créditos Extraordinários: São os destinados a despesas urgentes e imprevisíveis, tais como em caso de guerra ou calamidade pública, conforme o art. 167 da CF/88. Serão abertos por Medida Provisória, no caso federal e de entes que possuem tal instrumento, e por decreto do Poder Executivo para os demais entes, dando imediato conhecimento deles ao Poder Legislativo. Os créditos extraordinários não poderão ter vigência além do exercício em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, casos

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em que, reabertos nos limites dos seus saldos, poderão viger até o término do exercício financeiro subsequente.

QUADRO CRÉDITOS EXTRAORDINÁRIOS

FINALIDADE Destinados a despesas urgentes e imprevisíveis

AUTORIZAÇÃO

LEGISLATIVA

Independe de autorização legislativa prévia. Após a sua abertura

deve ser dado imediato conhecimento ao Poder Legislativo

ABERTURA

Abertos por Medida Provisória, no caso federal e de entes que

possuem previsão deste instrumento; e por decreto do Poder

Executivo, para os demais entes que não possuem medida

provisória.

INDICAÇÃO DA ORIGEM

DOS RECURSOS Facultativa

VIGÊNCIA

Vigência limitada ao exercício em que forem abertos, salvo se o ato

de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele

exercício, casos em que, reabertos nos limites dos seus saldos,

poderão viger até o término do exercício financeiro subsequente.

Caiu na prova: (ESAF – AFC/CGU - 2008) Ao longo do exercício financeiro, pode ocorrer a necessidade de abertura de créditos adicionais para cobrir despesas não-computadas ou insuficientemente dotadas. Com base na legislação vigente, relativa a esse assunto, identifique a opção incorreta. a) A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para atender à despesa e será precedida de exposição justificada. b) Somente será admitida a abertura de crédito extraordinário para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto na Constituição Federal. c) A vigência dos créditos especiais não pode ultrapassar o exercício financeiro em que foram autorizados, em respeito ao princípio orçamentário da anualidade. d) Terão vigência até o final do exercício financeiro os créditos extraordinários cujo ato de autorização tenha sido promulgado nos primeiros 4 (quatro) meses do exercício financeiro. e) Para fins de abertura de créditos suplementares e especiais, consideram-se recursos disponíveis os provenientes do excesso de arrecadação, ou seja, do saldo positivo das diferenças, acumuladas mês a mês, entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício.

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Vamos montar um quadro comparativo:

QUADRO COMPARATIVO DOS CRÉDITOS ADICIONAIS

CRÉDITOS

ADICIONAIS SUPLEMENTARES ESPECIAIS EXTRAORDINÁRIOS

FINALIDADE

Reforço de dotação

orçamentária já prevista

na LOA

Destinados a despesas para as

quais não haja dotação

orçamentária específica

Destinados a despesas

urgentes e imprevisíveis

AUTORIZAÇÃO

LEGISLATIVA

É anterior à abertura do

crédito. São autorizados

por lei (podendo ser já na

própria LOA ou em outra

lei específica)

É anterior à abertura do

crédito. São autorizados por

Lei específica (não pode ser

na LOA)

Independe de autorização

legislativa prévia. Após a sua

abertura deve ser dado

imediato conhecimento ao

Poder Legislativo

ABERTURA Abertos por decreto do

Poder Executivo

Abertos por decreto do

Poder Executivo

Abertos por Medida

Provisória, no caso federal e

de entes que possuem previsão

deste instrumento; e por

decreto do Poder Executivo,

para os demais entes que não

possuem medida provisória.

INDICAÇÃO DA

ORIGEM DOS

RECURSOS

Obrigatória Obrigatória Facultativa

VIGÊNCIA

Vigência limitada ao

exercício em que forem

abertos

Vigência limitada ao exercício

em que forem abertos, salvo

se o ato de autorização for

promulgado nos últimos

quatro meses daquele

exercício, casos em que,

reabertos nos limites dos seus

saldos, poderão viger até o

término do exercício

financeiro subsequente.

Vigência limitada ao exercício

em que forem abertos, salvo se

o ato de autorização for

promulgado nos últimos quatro

meses daquele exercício, casos

em que, reabertos nos limites

dos seus saldos, poderão viger

até o término do exercício

financeiro subsequente.

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A abertura de créditos adicionais ocorre em virtude da necessidade de cobrir despesas não-computadas ou insuficientemente dotadas na Lei Orçamentária Anual. A questão pede a opção incorreta sobre o assunto: a) Correta. Tanto para a abertura de créditos suplementares como para a abertura de créditos especiais é obrigatória a indicação dos recursos disponíveis. Ela deve, ainda, ser precedida de exposição justificada. b) Correta. Consoante dispõe a CF/88, a abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública. c) É a incorreta. A vigência dos créditos especiais é limitada ao exercício em que forem abertos, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, casos em que, reabertos nos limites dos seus saldos, poderão viger até o término do exercício financeiro subsequente. d) Correta. Se abertos nos primeiros 8 meses do ano, a vigência limite para os créditos extraordinários será até o final do exercício financeiro. e) Correta. Uma das possibilidades de fontes de recursos para a abertura de créditos suplementares e especiais é o excesso de arrecadação, que é o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. Resposta: Letra C 3.6 Fontes para abertura de Créditos Adicionais Para a abertura dos créditos suplementares e especiais, é necessária a existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa. Ela deve, ainda, ser precedida de exposição justificada. Segundo o art. 43 da Lei 4320/64, são considerados recursos para esse fim, desde que não comprometidos: I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior; II - os provenientes de excesso de arrecadação; III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei; IV - o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las. Superávit Financeiro é um conceito estudado na Contabilidade Pública, que corresponde a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de credito a eles vinculadas. Já excesso de arrecadação é o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício.

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Ressalta-se, ainda, que para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários abertos no exercício. A Portaria Interministerial SOF/STN 163/2001 define ainda como fonte de recursos para créditos adicionais a reserva de contingência, que são os destinados ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos: Art. 8º A dotação global denominada "Reserva de Contingência", permitida para a União no art.91 do Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, ou em atos das demais esferas de Governo, a ser utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais e para o atendimento ao disposto no art. 5º, inciso III, da Lei Complementar n° 101, de 2000, sob coordenação do órgão responsável pela sua destinação, será identificada nos orçamentos de todas as esferas de Governo pelo código "99.999.9999.xxxx.xxxx", no que se refere às classificações por função e subfunção e estrutura programática, onde o "x" representa a codificação da ação e o respectivo detalhamento. Temos ainda mais uma fonte de recursos, segundo o art.167 da CF: § 8º – Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

QUADRO FONTES DE RECURSOS PARA A ABERTURA DE

CRÉDITOS ADICIONAIS SUPLEMENTARES OU ESPECIAIS

Superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;

Excesso de arrecadação;

Anulação total ou parcial de dotações;

Operações de créditos;

Reserva de contingência;

Recursos sem despesas correspondentes.

Parte significativa das solicitações de créditos suplementares e especiais que chegam aqui na SOF para análise dos APOs referem-se a superávit financeiro, excesso de arrecadação e anulação parcial de dotações. Artigo importante da LDO: Segundo o art. 4º da LRF, integrará o projeto da LDO o anexo de metas fiscais, que conterá as metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e

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primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. Consoante esse dispositivo, as LDOs todos os anos dispõem que as alterações promovidas na programação orçamentária têm que se compatibilizar com a obtenção da meta de resultado primário estabelecida no Anexo de Metas Fiscais. O art. 56 da LDO-2010 determina: § 12. Os projetos de lei de créditos suplementares e especiais destinados a despesas primárias deverão conter demonstrativo de que não afetam o resultado primário anual previsto no Anexo de Metas Fiscais desta Lei, indicando, quando for o caso, os cancelamentos compensatórios. Caiu na prova: (CESPE - Analista Judiciário – STJ - 2008) Considere, por mera hipótese, que o presidente do STJ resolva abrir, ao orçamento fiscal do tribunal, crédito suplementar no valor de R$ 100.000,00 para atender ao pagamento de precatório de sentença judicial transitada em julgado. Em face dessa consideração, julgue o item subsequente. Os recursos para abertura do referido crédito suplementar podem ser constituídos pelo excesso de arrecadação, pelo superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior, do produto de operações de crédito autorizadas e pela anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais. Contudo, as alterações promovidas na programação orçamentária têm de compatibilizar-se com a obtenção da meta de resultado primário estabelecida no Anexo de Metas Fiscais da LDO. A questão é de 2008, mas podemos respondê-la pelo art. 56 da LDO-2010: § 12. Os projetos de lei de créditos suplementares e especiais destinados a despesas primárias deverão conter demonstrativo de que não afetam o resultado primário anual previsto no Anexo de Metas Fiscais desta Lei, indicando, quando for o caso, os cancelamentos compensatórios. Quanto às fontes para abertura de créditos suplementares e especiais, já vimos que podem ser constituídas pelo excesso de arrecadação, pelo superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior, pelo produto de operações de crédito autorizadas e pela anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais. Ainda se incluem como fontes para a abertura a reserva de contingência e os recursos que ficarem sem despesas correspondentes. Resposta: Certa. 4. Vedações Constitucionais em Matéria Orçamentária

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A CF/88 estabelece diversas vedações em matéria orçamentária. A maioria destas vedações nós já vimos durante nossas aulas, no entanto, vamos consolidá-las: São vedados:

• O início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual. Estudamos na aula sobre Instrumentos de Planejamento.

• A realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais. Estudamos nesta aula sobre Créditos Adicionais.

• A realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta. É a regra de ouro. Estudaremos na aula sobre LRF.

• A vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo. É o princípio da não-vinculação de receitas.

• A abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes. Estudamos nesta aula sobre Créditos Adicionais.

• A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa. É o princípio da proibição do estorno. Veremos abaixo os conceitos.

• A concessão ou utilização de créditos ilimitados. Estudamos na aula sobre Princípios Orçamentários, dentro do princípio da especificação ou discriminação.

• A utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º, o qual define que a LOA compreenderá os orçamentos fiscal, de investimentos das estatais e da seguridade social. Estudamos na aula sobre Instrumentos de Planejamento.

• A instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.

• A transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal

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ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

• A realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social com recursos provenientes das contribuições sociais a seguir: do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; e do trabalhador e dos demais segurados da previdência social.

A CF ainda ressalta que:

• Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. Vimos na aula sobre Instrumentos de Planejamento.

• Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente. Vimos nesta aula sobre Créditos Adicionais.

• A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública. Vimos também nesta aula sobre Créditos Adicionais.

• É permitida a vinculação para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, tudo da Constituição Federal. É uma das exceções ao princípio da não-vinculação de receitas.

Os termos remanejamento, transposição e transferência são relacionados pela Constituição Federal às situações de destinação de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro. Foram introduzidos na CF/88 em substituição à expressão estorno de verba, utilizada em constituições anteriores para indicar a mesma proibição. Daí o princípio da proibição do estorno. A doutrina considera que são conceitos que devem sem definidos em lei complementar, portanto não poderiam ser definidos por lei ordinária ou outro instrumento infra-legal. Outros doutrinadores consideram que não há distinção entre os termos.

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Para as provas, vamos adotar os seguintes conceitos: • Transposição: É a destinação de recursos de um programa de trabalho

para outro, por meio de realocações do ente público dentro do mesmo órgão. Por exemplo, o administrador decidir ampliar a construção da sede da secretaria de obras realocando recursos da abertura de uma estrada, com ambos projetos programados e incluídos no orçamento.

• Remanejamento: É a destinação de recursos de um órgão para outro, por meio de realocações do ente público. Por exemplo, a Administração pode realocar as atividades de um órgão extinto.

• Transferência: É a destinação de recursos dentro do mesmo órgão e do mesmo programa de trabalho, por meio de realocações de recursos entre as categorias econômicas de despesas. Na transferência as ações envolvidas permanecem em execução, por isso não se confunde com os créditos adicionais especiais, onde ocorre a implantação de uma despesa que não possuía dotação orçamentária. Por exemplo, o MPOG decide realocar recursos de manutenção de seu prédio para adquirir computadores para uma seção que funcionava com computadores antigos.

Caiu na prova: (FCC – Procurador de Contas – TCE/AL – 2008) Sobre as vedações constitucionais em matéria orçamentária, é correto afirmar: (A) É vedada a instituição de fundos de qualquer natureza, mesmo através de lei. (B) É vedada a concessão ou utilização de créditos limitados. (C) É vedada a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes. (D) A abertura dos créditos suplementares e especiais somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de calamidade pública. (E) É vedado o início de programa ou projetos incluídos na lei orçamentária anual. a) Errada. É vedada a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa. b) Errada. É vedada a concessão ou utilização de créditos ilimitados. c) Correta. É vedada a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes. d) Errada. A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública. e) Errada. É vedado o de início de programas ou projetos não incluídos na LOA. Resposta: Letra C. EXERCÍCIOS

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1) (ESAF – AFC/CGU - 2008) À medida que as técnicas de planejamento e orçamento foram evoluindo, diferentes tipos de orçamento foram experimentados, cada um com características específicas. Com relação a esse assunto, marque a opção incorreta. a) No orçamento tradicional, a ênfase se dá no objeto do gasto, sem preocupação com os objetivos da ação governamental. b) O orçamento Base Zero foi um contraponto ao orçamento incremental, e tem como característica principal a inexistência de direitos adquiridos sobre as dotações aprovadas no orçamento anterior. c) A grande diferença entre o orçamento de desempenho e o orçamento-programa é que o orçamento de desempenho não se relaciona com um sistema de planejamento das políticas públicas. d) O orçamento-programa se traduz no plano de trabalho do governo, com a indicação dos programas e das ações a serem realizados e seus montantes. e) O orçamento de Desempenho representou uma evolução do orçamento incremental, na busca de mecanismos de avaliar o custo dos programas de governo e de cada ação integrada ao planejamento. a) Correta. O orçamento tradicional enfatiza o objeto do gasto e o orçamento-programa enfatiza o objetivo do gasto. b) Correta. O orçamento de base-zero se contrapõe ao incrementalismo. Tem como característica a justificativa de todas as ações que serão desenvolvidas no exercício, o que acarreta na inexistência de direitos adquiridos sobre as dotações aprovadas no orçamento anterior. c) Correta. Importante: o orçamento de desempenho e o orçamento-programa diferem principalmente porque o orçamento de desempenho não se relaciona com um sistema de planejamento das políticas públicas. d) Correta. O elemento essencial do orçamento-programa é o programa, o qual é divido em ações a serem realizadas. e) É a incorreta. Apesar da evolução em relação ao orçamento incremental, o orçamento de desempenho ainda se encontra desvinculado de um planejamento central das ações do governo. Resposta: Letra E 2) (FCC – Assessor - MPE/RS – 2008) Considere as afirmações com relação à nova classificação orçamentária adotada no Brasil, a partir de 2000. I. Esse novo enfoque funcional-programático permitiu uma visão mais precisa do “que o governo compra”, o que tem significado bastante diferente do critério anterior que visualizava o “que o governo faz”. II. A partir do orçamento do ano 2000, diversas modificações foram estabelecidas na classificação vigente, procurando-se privilegiar o aspecto contábil do orçamento, com adoção de práticas de sistematização e controle prévio dos gastos públicos no âmbito federal. III. O eixo principal dessas modificações foi a interligação entre o Planejamento (Plano Plurianual – PPA) e o Orçamento, por intermédio da criação de

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Programas para todas as ações de governo, com um gerente responsável por metas e resultados concretos para a sociedade. IV. De acordo com a nova metodologia, uma vez definido o programa e suas respectivas ações, classifica-se a despesa de acordo com a especificidade de seu conteúdo e produto, em uma subfunção, independente de sua relação institucional, ou seja, independente de qual Ministério esteja localizada aquela ação. V. A adoção da classificação funcional-programática representou um grande avanço na técnica de apresentação orçamentária, permitindo a vinculação das dotações orçamentárias a objetivos de governo que, por sua vez, eram viabilizados pelos programas de governo. São verdadeiras APENAS as afirmações (A) II e IV. (B) III, IV e V. (C) III. (D) I, II, IV e V. (E) I, II e V. I) Errado. Esse enfoque funcional-programático permitiu uma visão do "que o governo faz", o que tinha significado bastante diferente do critério anterior que visualizava o "que o governo comprava". II) Errado. A partir do orçamento do ano 2000, diversas modificações foram estabelecidas na classificação vigente, procurando-se privilegiar o aspecto gerencial do orçamento, com a adoção de práticas simplificadoras e descentralizadoras. III) Correto. Toda ação do Governo está estruturada em programas, cujos gerentes são os responsáveis por metas e resultados concretos para a sociedade. O programa é a interligação entre o planejamento e o orçamento IV) Correto. A subfunção representa um nível de agregação imediatamente inferior à função e deve evidenciar cada área da atuação governamental, por intermédio da agregação de determinado subconjunto de despesas e identificação da natureza básica das ações que se aglutinam em torno das funções. As subfunções podem ser combinadas com funções diferentes daquelas às quais possuem relação institucional. As ações devem estar sempre conectadas às subfunções que representam sua área específica. Aprofundaremos no assunto na aula sobre classificações da despesa pública. V) Correto. A classificação funcional-programática permitiu a vinculação das dotações orçamentárias a objetivos de governo que, por sua vez, eram viabilizados pelos programas de governo. Desta forma, representou um grande avanço na técnica de apresentação orçamentária. Logo, apenas os itens III, IV e V estão corretos. Resposta: Letra B

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3) (ESAF – APO/MPOG - 2008) Com base nas características e aspectos do orçamento tradicional e do orçamento-programa, assinale a única opção incorreta. a) No orçamento-programa, há previsão das receitas e fixação das despesas com o objetivo de atender às necessidades coletivas definidas no Programa de Ação do Governo. b) No orçamento tradicional, as decisões orçamentárias são tomadas tendo em vista as necessidades das unidades organizacionais. c) Na elaboração do orçamento-programa, os principais critérios classificatórios são as unidades administrativas e elementos. d) No orçamento tradicional, inexistem sistemas de acompanhamento e medição do trabalho, assim como dos resultados. e) O orçamento-programa é um instrumento de ação administrativa para execução dos planos de longo, médio e curto prazo. a) Correta. A previsão das receitas e fixação das despesas no orçamento-programa tem por finalidade atender às necessidades da população definidas no Programa de Ação do Governo. b) Correta. No orçamento clássico ou tradicional, consideram-se as necessidades financeiras das unidades organizacionais para a tomada de decisão. Já no orçamento-programa, consideram-se as análises das alternativas disponíveis e todos os custos, inclusive os que extrapolam o exercício financeiro. c) É a incorreta. Na elaboração do orçamento tradicional, os principais critérios classificatórios são as unidades administrativas e elementos. No orçamento-programa o principal critério classificatório é o funcional-programático. d) Correta. No orçamento tradicional o acompanhamento, a medição do trabalho e a aferição de resultados são praticamente inexistentes. e) Correta. A elaboração de um orçamento-programa efetivo pressupõe planejamento de longo, médio e curto prazo. Resposta: Letra C. 4) (CESPE – AFCE – TCU – 2009) Um dos desafios do orçamento-programa é a definição dos produtos finais de um programa de trabalho. Certas atividades têm resultados intangíveis e que, particularmente na administração pública, não se prestam à medição, em termos quantitativos. A organização das ações do Governo sob a forma de programas visa proporcionar maior racionalidade e eficiência na administração pública e ampliar a visibilidade dos resultados e benefícios gerados para a sociedade, bem como elevar a transparência na aplicação dos recursos públicos. Portanto, o orçamento-programa procura levar os decisores públicos a uma escolha racional, que maximize o dinheiro do contribuinte, destinando os recursos públicos a programas e projetos de maior necessidade.

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No entanto, certas atividades também adicionam valores intangíveis, em complemento aos físicos, como uma ação de qualificação do servidor. O número de servidores qualificados é um resultado tangível, porém a capacidade de inovação, a melhora do processo de trabalho, a retenção de talentos no serviço público e a satisfação do cidadão atendido pelo servidor são metas bem mais subjetivas. É difícil para os sistemas contábeis mensurarem esse tipo de valor e particularmente, na administração pública, não se prestam à medição, em termos quantitativos. Resposta: Certa. 5) (ESAF - Analista Administrativo - ANA - 2009) A experiência brasileira em Orçamento Participativo, acumulada nas últimas décadas, caracteriza-se por: a) ainda ser afetada negativamente nos casos em que desigualdades socioeconômicas tendem a criar obstáculos à participação de certos grupos sociais. b) tornar o orçamento impositivo, e não meramente autorizativo, no que se refere às decisões tomadas pelos Conselhos de Participantes. c) possuir metodologia única, de aplicação obrigatória no âmbito dos Municípios. d) possuir metodologia única, de aplicação obrigatória no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. e) permitir ao cidadão comum o acesso direto ao processo decisório em matéria orçamentária nos níveis local, regional e nacional. a) Correta. As desigualdades socioeconômicas tendem a criar obstáculos à participação dos grupos sociais desfavorecidos. b) Errada. O orçamento permanece autorizativo, portanto não há imposição legal das decisões tomadas pelos conselhos. c) d) Erradas. Não há metodologia única, tampouco aplicação obrigatória em qualquer um dos entes. e) Errada. Na experiência brasileira, o Orçamento Participativo foi concebido e praticado inicialmente como uma forma de gerir os recursos públicos municipais. Resposta: Letra A 6) (FCC - Analista Judiciário – Administrativo - TRT- 2ª Região - 2008) Sobre créditos adicionais, é correto afirmar: (A) É vedada a abertura de créditos extraordinários sem prévia autorização legislativa. (B) A abertura de créditos especiais prescinde da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa. (C) O Poder Executivo não poderá realizar operações de crédito para financiar os créditos adicionais. (D) A aprovação de abertura de créditos adicionais será feita exclusivamente no Senado da República, por maioria simples. (E) Em caso de abertura de créditos extraordinários, há necessidade de indicação da importância, espécie dos créditos e classificação da despesa.

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a) Errada. A abertura de créditos extraordinários independe de prévia autorização legislativa. b) Errada. Prescindir é dispensar. Para a abertura de créditos especiais é obrigatória a existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa. c) Errada. Uma das fontes para abertura de créditos adicionais é o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las. d) Errada. Segundo o art. 166 da CF, “os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum”. e) Correta. Veja o artigo da Lei 4320: Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a espécie do mesmo e a classificação da despesa, até onde for possível. O estudante pode ficar na dúvida porque a alternativa fala de créditos extraordinários e a Lei fala em créditos adicionais. A alternativa está correta, pois realmente há a necessidade de indicação da importância, espécie dos créditos e classificação da despesa para os créditos extraordinários, assim como para os créditos suplementares e especiais; enfim, para qualquer que seja o tipo de crédito adicional. Resposta: Letra E. 7) (FGV – APO/PE - 2008) A respeito dos créditos adicionais, analise as afirmativas a seguir. I. Os créditos suplementares terão vigência no exercício em que forem abertos, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente. II. Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa. III. A abertura de crédito especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes somente será permitida para atender às despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública. IV. A abertura de créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para atender à despesa entre os quais se inclui o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior. Assinale: (A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (B) se somente as afirmativas I e IV estiverem corretas. (C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas.

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(E) se somente as afirmativas III e IV estiverem corretas. I) Errado. Os créditos especiais e extraordinários é que terão vigência no exercício em que forem abertos, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente. II) Correto. O item deve ser analisado com base no seguinte parágrafo da CF: Art. 166: § 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa. III) Errado. A abertura de crédito extraordinário sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes somente será permitida para atender às despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública. IV) Correto. Para a abertura de créditos suplementares e especiais é obrigatória a existência de recursos disponíveis para atender à despesa. Uma das alternativas é o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior. Logo, as alternativas II e IV estão corretas. Resposta: Letra D 8) (CESPE – Analista Administrativo - ANATEL – 2009) Suponha que, pouco antes do final do exercício, determinado ente, necessitando de crédito suplementar, apresente a seguinte situação:

• receita e despesa orçadas: R$ 3 bilhões; • estimativa da arrecadação até o final do exercício: R$ 3,2 bilhões; • despesa liquidada: R$ 2,6 bilhões; • empenhos a serem efetuados até o final do exercício: R$ 250 milhões,

anulando-se o saldo das dotações; • saldo do superávit financeiro do exercício anterior: R$ 80 milhões.

Com base nesses dados, é correto concluir que será possível abrir um crédito suplementar de até R$ 270 milhões. Vejamos as fontes de recursos para a abertura de créditos suplementares que temos na nossa questão:

• Excesso de arrecadação: tem-se a estimativa de R$ 3,2 bilhões que supera o que foi orçado de R$ 3 bilhões. Total: R$ 200 milhões.

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• Anulação parcial de dotação: o orçado foi R$ 3 bilhões e o que não for empenhado será anulado, conforme afirma a questão. Já foi liquidado R$ 2,6 bilhões e será empenhado R$ 250 milhões. Assim, o valor que será anulado é o resultado de R$ 3 bilhões - R$ 2,6 bilhões - R$ 250 milhões. Total = R$ 150 milhões.

• Superávit financeiro do exercício anterior: Total = R$ 80 milhões. Logo, será possível abrir um crédito suplementar de R$ 200 milhões + R$ 150 milhões + R$ 80 milhões. Total: R$ 430 milhões Resposta: Errada 9) (CESPE – Procurador – PGE/AL – 2008) As vedações constitucionais em matéria orçamentária não incluem: A) o início de programas não incluídos na LOA. B) a realização de despesas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais. C) a vinculação de receita de impostos para a realização de atividades da administração tributária. D) a abertura de crédito suplementar sem prévia autorização legislativa. E) a concessão de créditos ilimitados. A questão quer saber o que não é vedado: a) Errada. É vedado o início de programas ou projetos não incluídos na LOA. b) Errada. É vedada a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais. c) Correta. É autorizada a vinculação de receita de impostos para a realização de atividades da administração tributária, pois se trata de uma das exceções ao princípio da não-vinculação de receitas. d) Errada. É vedada a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes. e) Errada. É vedada a concessão ou utilização de créditos ilimitados. Resposta: Letra C 10) (ESAF - Analista Administrativo - ANA - 2009) Considerados mecanismos retificadores do orçamento, os créditos adicionais obedecem a regras específicas, sendo correto afirmar o que segue: a) todos os créditos adicionais necessitam de autorização legislativa prévia. b) sua utilização também é requerida nos casos de retificação da Lei de Diretrizes Orçamentárias e do Plano Plurianual. c) os créditos suplementares cujo ato de autorização for promulgado nos últimos 4 meses do exercício podem ser reabertos nos limites dos seus saldos e viger até o final do exercício subsequente. d) os créditos especiais acompanham a vigência do orçamento, extinguindo-se ao final do exercício financeiro. e) a abertura de créditos extraordinários faz-se, necessariamente, mediante a adoção de medida provisória.

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a) Errada. A abertura de créditos extraordinários independe de autorização legislativa prévia. Após a sua abertura deve ser dado imediato conhecimento ao Poder Legislativo b) Errada. Não existe requisição de utilização de créditos adicionais para retificação da LDO e do PPA. O que pode ocorrer é uma Lei sobre créditos especiais alterar o PPA. c) Errada. Os créditos suplementares sempre têm vigência limitada ao final do exercício financeiro, independente do período do ano que forem abertos. d) Errada. Os créditos especiais têm vigência limitada ao exercício em que forem abertos, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, casos em que, reaberto nos limites dos seus saldos, poderão viger até o término do exercício financeiro subsequente. e) Correta. A questão deveria ser clara que se trata da esfera federal. Na verdade, os créditos extraordinários são abertos por Medida Provisória, no caso federal e de entes que possuem previsão deste instrumento; e por decreto do Poder Executivo, para os demais entes que não possuem medida provisória. Por exclusão, teríamos que marcar esta alternativa como correta. Resposta: Letra E E aqui terminamos nossa aula 3. Na aula 4 falaremos do assunto Receitas Públicas, tema amplo e também muito exigido em concursos, cada vez com um detalhamento maior. Aprofundaremos nos conceitos e classificações da receita orçamentária brasileira. Forte abraço! Sérgio Mendes

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MEMENTO AULA 3

ESPÉCIES DE ORÇAMENTO:

Orçamento Tradicional ou Clássico: é uma peça meramente contábil – financeira, sem nenhuma

espécie de planejamento das ações do governo, baseando-se no orçamento anterior. Portanto,

somente um documento de previsão de receita e de autorização de despesas.

Orçamento de Base Zero: determina o detalhamento justificado de todas as despesas públicas a

cada ano, como se cada item da despesa fosse uma nova iniciativa do governo.

Orçamento de desempenho ou por realizações: ênfase reside no desempenho organizacional,

porém há desvinculação entre planejamento e orçamento.

Orçamento-programa: instrumento de planejamento da ação do governo, através da identificação

dos seus programas de trabalho, projetos e atividades, com estabelecimento de objetivos e metas a

serem implementados e previsão dos custos relacionados. Privilegia aspectos gerenciais e o alcance

de resultados.

Orçamento participativo: objetiva a participação real da população e a alocação dos recursos

públicos de forma eficiente e eficaz segundo as demandas sociais. Não se opõe ao orçamento-

programa e não possui uma metodologia única. No entanto, há perda da flexibilidade e maior

rigidez na programação dos investimentos. Experiência brasileira ocorreu nos municípios.

ORÇAMENTO TRADICIONAL X ORÇAMENTO-PROGRAMA

TRADICIONAL PROGRAMA

Dissociação entre planejamento e orçamento Integração entre planejamento e orçamento

Visa à aquisição de meios Visa a objetivos e metas

Consideram-se as necessidades financeiras das

unidades

Consideram-se as análises das alternativas

disponíveis e todos os custos

Ênfase nos aspectos contábeis Ênfase nos aspectos administrativos e de

planejamento.

Classificação principal por unidades

administrativas e elementos

Classificação principal: funcional-

programática

Acompanhamento e aferição de resultados

praticamente inexistentes

Utilização sistemática de indicadores para

acompanhamento e aferição dos resultados

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Controle da legalidade e honestidade do gestor

público

Controle visa a eficiência, eficácia e

efetividade

CRÉDITOS ADICIONAIS

CRÉDITOS

ADICIONAIS SUPLEMENTARES ESPECIAIS EXTRAORDINÁRIOS

FINALIDADE

Reforço de dotação

orçamentária já prevista

na LOA

Destinados a despesas para as

quais não haja dotação

orçamentária específica

Destinados a despesas urgentes e

imprevisíveis

AUTORIZAÇÃO

LEGISLATIVA

É anterior à abertura do

crédito. São autorizados

por lei (podendo ser já

na própria LOA ou em

outra lei específica)

É anterior à abertura do

crédito. São autorizados por

Lei específica (não pode ser

na LOA)

Independe de autorização

legislativa prévia. Após a sua

abertura deve ser dado imediato

conhecimento ao Poder Legislativo

ABERTURA Abertos por decreto do

Poder Executivo

Abertos por decreto do

Poder Executivo

Abertos por Medida Provisória, no

caso federal e de entes que possuem

previsão deste instrumento; e por

decreto do Poder Executivo, para os

demais entes que não possuem

medida provisória.

INDICAÇÃO

DA ORIGEM

DOS

RECURSOS

Obrigatória Obrigatória Facultativa

VIGÊNCIA

Vigência limitada ao

exercício em que forem

abertos

Vigência limitada ao exercício

em que forem abertos, salvo

se o ato de autorização for

promulgado nos últimos

quatro meses daquele

exercício, casos em que,

reabertos nos limites dos seus

saldos, poderão viger até o

término do exercício

financeiro subsequente.

Vigência limitada ao exercício em

que forem abertos, salvo se o ato de

autorização for promulgado nos

últimos quatro meses daquele

exercício, casos em que, reabertos

nos limites dos seus saldos, poderão

viger até o término do exercício

financeiro subsequente.

FONTES PARA A ABERTURA DE CRÉDITOS SUPLEMENTARES OU ESPECIAIS

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Superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;

Excesso de arrecadação;

Anulação total ou parcial de dotações;

Operações de créditos;

Reserva de contingência;

Recursos sem despesas correspondentes.

Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á

a importância dos créditos extraordinários abertos no exercício.

Na utilização do superávit financeiro deve-se conjugar os saldos dos créditos adicionais

transferidos (provenientes do exercício anterior) e as operações de credito a eles vinculadas

VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS EM MATÉRIA ORÇAMENTÁRIA

Início de programas ou projetos não incluídos na LOA

Realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários

ou adicionais

Realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as

autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo

Poder Legislativo por maioria absoluta.

Princípio da não-vinculação de receitas e Princípio da proibição do estorno

Utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade

social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos

Instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa

Transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de

receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de

despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do DF e dos Municípios.

Realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social

com recursos provenientes das contribuições sociais

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LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA I) QUESTÕES APRESENTADAS DURANTE A AULA 1) (ESAF – AFC/STN - 2008) Leia as afirmações I, II e III e depois assinale a afirmação correta. I. O chamado orçamento de base zero é a base sobre a qual se aplica a idéia de planejamento plurianual. II. O orçamento-programa propicia o controle político sobre as finanças públicas, mas não alinha as despesas dos diferentes órgãos do governo com o plano de trabalho do governo, suas políticas e estratégias. III. O orçamento desempenho é um avanço em relação ao orçamento tradicional ao buscar indicar os benefícios a serem alcançados pelos diversos gastos e assim possibilita medir o desempenho organizacional. a) I e III estão corretas. b) II e III estão corretas. c) I, II e III estão corretas. d) Apenas II está correta. e) Apenas III está correta. 2) (CESPE - Analista Judiciário – STF - 2008) O orçamento-programa, como atualmente concebido, é instrumento do planejamento e, desse modo, tem de se integrar aos planos e programas governamentais. A esse propósito, uma das condições para a aprovação de emendas aos projetos de lei do orçamento anual e de suas alterações é a de que sejam compatíveis com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias. 3) (ESAF – AFC/CGU – Auditoria e Fiscalização - 2006) Indique a afirmativa incorreta com relação às diferenças entre o orçamento tradicional e o orçamento-programa. a) No orçamento tradicional, a estrutura do orçamento está voltada para os aspectos administrativos e de planejamento, enquanto no orçamento-programa a estrutura do orçamento dá ênfase aos aspectos contábeis de gestão. b) No orçamento tradicional, o processo orçamentário é dissociado dos processos de planejamento e programação, enquanto no orçamento-programa, o orçamento é o elo entre o planejamento e as funções executivas da organização. c) No orçamento tradicional, a alocação de recursos visa a aquisição de meios enquanto no orçamento programa a alocação de recursos visa a consecução de objetivos e metas. d) Na elaboração do orçamento tradicional, são consideradas as necessidades financeiras das unidades organizacionais, enquanto na elaboração do orçamento-programa são considerados todos os custos dos programas, inclusive os que extrapolam o exercício.

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e) No orçamento-programa, o principal critério de classificação das despesas é o funcional-programático, enquanto no orçamento tradicional os principais critérios classificatórios são as unidades administrativas e os elementos. 4) (CESPE – AFCE - TCU - 2008) Entre as maiores restrições apontadas em relação ao chamado orçamento participativo, destacam-se a pouca legitimidade, haja vista a perda de participação do Poder Legislativo, e a maior flexibilidade na programação dos investimentos. 5) (CESPE – Analista Judiciário – Administrativo - TRE/GO – 2008) Um instrumento de alteração da lei orçamentária anual tem as seguintes características: • necessita de prévia autorização em lei especial; • aberto exclusivamente por decreto do Poder Executivo; • deve conter a indicação da fonte de recursos; • pode ter sua vigência prorrogada, desde que tenha sido autorizado nos últimos quatro meses do exercício financeiro. Esse instrumento recebe a denominação legal de: A) crédito suplementar. B) crédito especial. C) crédito extraordinário. D) crédito orçamentário. 6) (ESAF – AFC/CGU - 2008) Ao longo do exercício financeiro, pode ocorrer a necessidade de abertura de créditos adicionais para cobrir despesas não-computadas ou insuficientemente dotadas. Com base na legislação vigente, relativa a esse assunto, identifique a opção incorreta. a) A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para atender à despesa e será precedida de exposição justificada. b) Somente será admitida a abertura de crédito extraordinário para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto na Constituição Federal. c) A vigência dos créditos especiais não pode ultrapassar o exercício financeiro em que foram autorizados, em respeito ao princípio orçamentário da anualidade. d) Terão vigência até o final do exercício financeiro os créditos extraordinários cujo ato de autorização tenha sido promulgado nos primeiros 4 (quatro) meses do exercício financeiro. e) Para fins de abertura de créditos suplementares e especiais, consideram-se recursos disponíveis os provenientes do excesso de arrecadação, ou seja, do saldo positivo das diferenças, acumuladas mês a mês, entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. 7) (CESPE - Analista Judiciário – STJ - 2008) Considere, por mera hipótese, que o presidente do STJ resolva abrir, ao orçamento fiscal do tribunal, crédito

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suplementar no valor de R$ 100.000,00 para atender ao pagamento de precatório de sentença judicial transitada em julgado. Em face dessa consideração, julgue o item subsequente. Os recursos para abertura do referido crédito suplementar podem ser constituídos pelo excesso de arrecadação, pelo superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior, do produto de operações de crédito autorizadas e pela anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais. Contudo, as alterações promovidas na programação orçamentária têm de compatibilizar-se com a obtenção da meta de resultado primário estabelecida no Anexo de Metas Fiscais da LDO. 8) (FCC – Procurador de Contas – TCE/AL – 2008) Sobre as vedações constitucionais em matéria orçamentária, é correto afirmar: (A) É vedada a instituição de fundos de qualquer natureza, mesmo através de lei. (B) É vedada a concessão ou utilização de créditos limitados. (C) É vedada a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes. (D) A abertura dos créditos suplementares e especiais somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de calamidade pública. (E) É vedado o início de programa ou projetos incluídos na lei orçamentária anual. II) QUESTÕES APRESENTADAS NOS EXERCÍCIOS 1) (ESAF – AFC/CGU - 2008) À medida que as técnicas de planejamento e orçamento foram evoluindo, diferentes tipos de orçamento foram experimentados, cada um com características específicas. Com relação a esse assunto, marque a opção incorreta. a) No orçamento tradicional, a ênfase se dá no objeto do gasto, sem preocupação com os objetivos da ação governamental. b) O orçamento Base Zero foi um contraponto ao orçamento incremental, e tem como característica principal a inexistência de direitos adquiridos sobre as dotações aprovadas no orçamento anterior. c) A grande diferença entre o orçamento de desempenho e o orçamento-programa é que o orçamento de desempenho não se relaciona com um sistema de planejamento das políticas públicas. d) O orçamento-programa se traduz no plano de trabalho do governo, com a indicação dos programas e das ações a serem realizados e seus montantes. e) O orçamento de Desempenho representou uma evolução do orçamento incremental, na busca de mecanismos de avaliar o custo dos programas de governo e de cada ação integrada ao planejamento.

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2) (FCC – Assessor - MPE/RS – 2008) Considere as afirmações com relação à nova classificação orçamentária adotada no Brasil, a partir de 2000. I. Esse novo enfoque funcional-programático permitiu uma visão mais precisa do “que o governo compra”, o que tem significado bastante diferente do critério anterior que visualizava o “que o governo faz”. II. A partir do orçamento do ano 2000, diversas modificações foram estabelecidas na classificação vigente, procurando-se privilegiar o aspecto contábil do orçamento, com adoção de práticas de sistematização e controle prévio dos gastos públicos no âmbito federal. III. O eixo principal dessas modificações foi a interligação entre o Planejamento (Plano Plurianual – PPA) e o Orçamento, por intermédio da criação de Programas para todas as ações de governo, com um gerente responsável por metas e resultados concretos para a sociedade. IV. De acordo com a nova metodologia, uma vez definido o programa e suas respectivas ações, classifica-se a despesa de acordo com a especificidade de seu conteúdo e produto, em uma subfunção, independente de sua relação institucional, ou seja, independente de qual Ministério esteja localizada aquela ação. V. A adoção da classificação funcional-programática representou um grande avanço na técnica de apresentação orçamentária, permitindo a vinculação das dotações orçamentárias a objetivos de governo que, por sua vez, eram viabilizados pelos programas de governo. São verdadeiras APENAS as afirmações (A) II e IV. (B) III, IV e V. (C) III. (D) I, II, IV e V. (E) I, II e V. 3) (ESAF – APO/MPOG - 2008) Com base nas características e aspectos do orçamento tradicional e do orçamento-programa, assinale a única opção incorreta. a) No orçamento-programa, há previsão das receitas e fixação das despesas com o objetivo de atender às necessidades coletivas definidas no Programa de Ação do Governo. b) No orçamento tradicional, as decisões orçamentárias são tomadas tendo em vista as necessidades das unidades organizacionais. c) Na elaboração do orçamento-programa, os principais critérios classificatórios são as unidades administrativas e elementos. d) No orçamento tradicional, inexistem sistemas de acompanhamento e medição do trabalho, assim como dos resultados. e) O orçamento-programa é um instrumento de ação administrativa para execução dos planos de longo, médio e curto prazo.

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4) (CESPE – AFCE – TCU – 2009) Um dos desafios do orçamento-programa é a definição dos produtos finais de um programa de trabalho. Certas atividades têm resultados intangíveis e que, particularmente na administração pública, não se prestam à medição, em termos quantitativos. 5) (ESAF - Analista Administrativo - ANA - 2009) A experiência brasileira em Orçamento Participativo, acumulada nas últimas décadas, caracteriza-se por: a) ainda ser afetada negativamente nos casos em que desigualdades socioeconômicas tendem a criar obstáculos à participação de certos grupos sociais. b) tornar o orçamento impositivo, e não meramente autorizativo, no que se refere às decisões tomadas pelos Conselhos de Participantes. c) possuir metodologia única, de aplicação obrigatória no âmbito dos Municípios. d) possuir metodologia única, de aplicação obrigatória no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. e) permitir ao cidadão comum o acesso direto ao processo decisório em matéria orçamentária nos níveis local, regional e nacional. 6) (FCC - Analista Judiciário – Administrativo - TRT- 2ª Região - 2008) Sobre créditos adicionais, é correto afirmar: (A) É vedada a abertura de créditos extraordinários sem prévia autorização legislativa. (B) A abertura de créditos especiais prescinde da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa. (C) O Poder Executivo não poderá realizar operações de crédito para financiar os créditos adicionais. (D) A aprovação de abertura de créditos adicionais será feita exclusivamente no Senado da República, por maioria simples. (E) Em caso de abertura de créditos extraordinários, há necessidade de indicação da importância, espécie dos créditos e classificação da despesa. 7) (FGV – APO/PE - 2008) A respeito dos créditos adicionais, analise as afirmativas a seguir. I. Os créditos suplementares terão vigência no exercício em que forem abertos, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente. II. Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa. III. A abertura de crédito especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes somente será permitida para atender às despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.

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IV. A abertura de créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para atender à despesa entre os quais se inclui o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior. Assinale: (A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (B) se somente as afirmativas I e IV estiverem corretas. (C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas. (E) se somente as afirmativas III e IV estiverem corretas. 8) (CESPE – Analista Administrativo - ANATEL – 2009) Suponha que, pouco antes do final do exercício, determinado ente, necessitando de crédito suplementar, apresente a seguinte situação:

• receita e despesa orçadas: R$ 3 bilhões; • estimativa da arrecadação até o final do exercício: R$ 3,2 bilhões; • despesa liquidada: R$ 2,6 bilhões; • empenhos a serem efetuados até o final do exercício: R$ 250 milhões,

anulando-se o saldo das dotações; • saldo do superávit financeiro do exercício anterior: R$ 80 milhões.

Com base nesses dados, é correto concluir que será possível abrir um crédito suplementar de até R$ 270 milhões. 9) (CESPE – Procurador – PGE/AL – 2008) As vedações constitucionais em matéria orçamentária não incluem: A) o início de programas não incluídos na LOA. B) a realização de despesas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais. C) a vinculação de receita de impostos para a realização de atividades da administração tributária. D) a abertura de crédito suplementar sem prévia autorização legislativa. E) a concessão de créditos ilimitados. 10) (ESAF - Analista Administrativo - ANA - 2009) Considerados mecanismos retificadores do orçamento, os créditos adicionais obedecem a regras específicas, sendo correto afirmar o que segue: a) todos os créditos adicionais necessitam de autorização legislativa prévia. b) sua utilização também é requerida nos casos de retificação da Lei de Diretrizes Orçamentárias e do Plano Plurianual. c) os créditos suplementares cujo ato de autorização for promulgado nos últimos 4 meses do exercício podem ser reabertos nos limites dos seus saldos e viger até o final do exercício subsequente. d) os créditos especiais acompanham a vigência do orçamento, extinguindo-se ao final do exercício financeiro. e) a abertura de créditos extraordinários faz-se, necessariamente, mediante a adoção de medida provisória.

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GABARITO I

1 2 3 4 5 6 7 8 E C A E B C C C

GABARITO II 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 E B C C A E D E C E