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AULA 02: RECEITA PÚBLICA – PRIMEIRA PARTE: CONCEITOS, CLASSIFICAÇÃO E CATEGORIA ECONÔMICA Prezado(a) amigo(a) estudante! Desejo-lhe muita paz e tranqüilidade na condução de seus estudos. Sucesso nos estudos para o concurso da CGU e que o resultado do seu esforço seja “premiado” com a conquista de sua vaga! Esta nota de aula aborda apenas a primeira parte da receita pública. Foi necessário dividir o assunto em virtude da extensão de seu conteúdo. Por favor! Estude-a com a melhor boa vontade possível porque esse assunto irá fazer a diferença na hora da prova. Ânimo e muita força de vontade para a conquista de seu sonho! As dificuldades ensinam e fortalecem; as facilidades iludem e enfraquecem". (Arnon de Mello) "Coragem é resistência ao medo, domínio do medo e não, ausência de medo". (Mark Twain) Vamos ao nosso estudo! 1. Receita pública 1.1. Introdução O termo receita é uma linguagem universal da contabilidade e é utilizada para evidenciar a variação ativa resultante do aumento de ativos ou da redução de passivos de uma entidade. A receita pública representa, em sua essência, a expressão monetária resultante do poder de tributar do estado ou do agregado de bens ou serviços produzidos ou prestados. Síntese dos conceitos: Variação ativa resultante do aumento de ativos

Aumenta o patrimônio. Exemplo: construção de um prédio, aquisição de bens, nascimento de semoventes etc.

Variação ativa resultante da redução de passivos

Aumenta o patrimônio. Exemplo: perdão de dívidas ou outras obrigações do Estado.

Para cumprir com suas finalidades de prestar serviços à população atendendo as demandas da sociedade, o Estado necessita da obtenção de recursos (receitas) para realizar as despesas necessárias. É a denominada atividade financeira do Estado.

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A atividade financeira do Estado objetiva atender às necessidades públicas da coletividade. O Estado financia suas atividades por meio da obtenção de ingressos ou receitas, denominados de disponibilidades. O estudo das finanças públicas está ligado aos fenômenos da obtenção de receitas e da execução de despesas públicas realizadas pelos governos. O Direito Financeiro, inserido nesse contexto, é o conjunto de normas que regula a atividade financeira do Estado – arrecadação de receitas, dispêndio de recursos, orçamento, crédito, avais, garantias, empréstimos etc.. Resumidamente, a atividade financeira do estado está pautada em obter (receita pública), criar (crédito público), gerir (orçamento público) e despender (despesa pública) os recursos indispensáveis às necessidades sociais. Nesse sentido, as receitas públicas, objeto desta abordagem, em sentido amplo é toda e qualquer entrada de recursos nos cofres públicos. Em sentido estrito, receita pública é o ingresso de dinheiro nos cofres públicos efetivado de modo permanente, ingressando definitivamente no caixa único do Tesouro, sem caráter devolutivo, ou seja, sem quaisquer compromissos reservas ou obrigatoriedade do estado. No Brasil, as receitas arrecadadas pelo Estado estão previstas em legislação, em especial, no Código tributário Nacional – CTN, e são arrecadadas pelo poder público de forma contínua com a finalidade de atender as necessidades ou demandas da população. Porém, em se tratando de matéria orçamentária, as receitas a serem arrecadas no período de um ano devem ser previstas na Lei orçamentária Anual – LOA. Conforme determina a Carta Magna, o Poder público deverá planejar, todos os anos, conforme parâmetros técnicos estabelecidos em norma infraconstitucionais, as receitas previstas para serem arrecadadas anualmente, ou seja, de 01/01 a 31/12. O planejamento para a arrecadação de receitas e realização de despesas públicas no Brasil é obrigatório, conforme previsão em normas cogentes (obrigatórias), em especial, na Constituição Federal, Lei nº. 4.320/64 e na Lei de responsabilidade Fiscal. Assim sendo, objetivando atender ao princípio da legalidade, o Estado deverá planejar a arrecadação de receitas e a realização de despesas e

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submeter à apreciação do Poder Legislativo, verdadeiro e legítimo representante do povo. Normas regulamentadoras do planejamento público: CF/88: “Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado” (art. 74). LRF: “A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar” (art. 1º, § 1º). Lei nº. 4.320/64: “A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade” (art. 2º) 1.2. Diferença entre ingresso de recursos e receita pública orçamentária Existe diferença entre os conceitos de receita pública e ingresso de recursos. Para fins de concursos deve-se entender essa sutil diferença. O ingresso de recurso representa o somatório de todos os recursos arrecadados, ou seja, todos os fluxos financeiros, abrangendo o campo das receitas correntes e de capital, bem como os valores de terceiros (receitas extra-orçamentárias). Receita Pública é representada pelo ingresso de recursos com caráter não devolutivo auferida pelo poder público, em qualquer esfera governamental, para alocação e cobertura das despesas públicas. Dessa forma, todo ingresso orçamentário constitui uma receita pública, pois tem como finalidade atender às despesas públicas. Síntese dos conceitos:

Ingresso de recurso Somatório de todos os valores arrecadados. Exemplo: receitas orçamentárias e extra-orçamentárias.

Receita pública Ingresso de recursos com caráter não devolutivo. Exemplo: Receitas orçamentárias.

Atenção! As receitas extra-orçamentárias são consideradas simples entrada de recursos em caixa com caráter devolutivo, portanto, em princípio são recursos de

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terceiros. 1.3. Receita pública na visão orçamentária e doutrinária Receita pública é o ingresso que integra ao patrimônio público de forma permanente, acrescendo ao seu vulto como elemento novo e positivo. Portanto, denomina-se receita pública todo ingresso permanente de recursos no patrimônio do Estado, não se sujeitando à devolução ou correspondente baixa patrimonial. Dentro dessa visão conceitual, o produto de ingressos provenientes de caução, fiança, empréstimo, alienação de bens, não seriam considerados como receita pública, uma vez que representam apenas movimentação de fundos, não se incorporando ou alterando o patrimônio público. “Stritu sensu”, a receita pública é constituída pelos ingressos orçamentários pertencentes ao ente público, arrecadados exclusivamente para aplicação em programas e ações governamentais A doutrina classifica as receitas públicas em dois grandes grupos: receitas originárias e receitas derivadas. Receita pública originária: é aquela proveniente do patrimônio público, ou seja, o Estado aufere receita através de seu patrimônio (bens e direitos) colocados à disposição da sociedade mediante cobrança de determinado preço. Em outras palavras, é a receita pública efetiva oriunda das rendas produzidas pelos ativos do poder público, pela cessão remunerada de bens e valores, aluguéis e ganhos em aplicações financeiras ou em atividades econômicas - produção, comércio ou serviços. Atenção! As receitas originárias também são denominadas de receitas de economia privada ou de direito privado e são divididas em dois grandes grupos: Patrimoniais: são as receitas que provêm das rendas geradas pelo patrimônio do próprio Estado (mobiliário e imobiliário), tais como as rendas de aluguéis, títulos públicos etc. Empresariais: são aquelas provenientes das atividades empresariais realizadas pelo Estado, seja no âmbito comercial, industrial ou de prestação de serviços. Exemplo de receitas originárias:

� Receitas Patrimoniais; � Receitas Agropecuárias; � Receitas Comerciais; � Receitas de Serviço; � Participações e dividendos; � Receita de aluguel de imóveis pertencentes ao INSS e que não esteja em utilização; etc.

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Receita pública derivada: O próprio nome já diz tudo. Esse tipo de receita deriva do patrimônio da sociedade. O governo exerce a sua competência ou o poder de tributar os rendimentos ou o patrimônio da população. Em outras palavras, são aquelas obtidas pelo Estado mediante seu poder coercitivo. Assim sendo, o Estado exige que o particular entregue uma determinada quantia na forma de tributos ou de multas. Em suma, é a receita pública efetiva obtida pelo Estado, em função de sua soberania, por meio de tributos, penalidades, indenizações e restituições. Exemplo de receitas derivadas: Foi cobrado em concurso: (FCC – AUDITOR TCE-PI/2005) A multa imposta em contrato não cumprido por parte de licitante vencedor é: a) Movimento de caixa. b) Receita derivada não tributária. c) Receita de cunho tributário. d) Receita originária. e) Contribuição. Resolução Vamos aos conceitos: Receita pública derivada é aquela obtida pelo Estado, em função de sua soberania, por meio de tributos, penalidades, indenizações e restituições etc. Esse tipo de receita deriva do patrimônio da sociedade. O governo exerce a sua competência ou o poder de tributar os rendimentos ou o patrimônio da população. Receita pública originária é aquela oriunda das rendas produzidas pelos ativos do poder público, pela cessão remunerada de bens e valores, aluguéis e ganhos em aplicações financeiras ou em atividades econômicas - produção, comércio ou serviços etc. É a receita proveniente do patrimônio público, ou seja, o Estado obtém receitas

� Receita Tributária; � Receita de Contribuições; � Taxas de serviços; � Multas etc.

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através de seu patrimônio colocado à disposição da sociedade mediante pagamento de um preço. Pelos conceitos acima podemos observar que a opção “b” é a correta. Ou seja, a multa imposta em contrato não cumprido por parte de licitante vencedor é receita derivada não tributária. E mais, é uma receita orçamentária porque incorpora definitivamente ao patrimônio público, sem qualquer correspondência no passivo. Atenção! As receitas orçamentárias são divididas em categorias econômicas (receitas correntes e receitas de capital). Dentro das receitas orçamentárias de capital, uma de suas ESPÉCIES denomina-se operações de crédito (empréstimos). Essa receita, apesar de ser orçamentária, ela representa um empréstimo, ou seja, ingressa nos cofres públicos com reservas, condições ou correspondência no passivo. O que seriam essas “reservas, condições ou correspondência no passivo”? É porque as receitas de operações de crédito são obtidas através de empréstimos. No momento de seu recebimento, debita-se uma entrada de dinheiro em bancos e, em contrapartida, existe um crédito no passivo (obrigação do estado para pagamento futuro da dívida). Assim sendo, esse tipo de receita apresenta correspondência no passivo. Portanto, as receitas de operações de crédito estão inseridas no conceito de receita pública orçamentária, porém, são receitas “sui genris”, posto que possuem correspondência, reservas ou condições no passivo (obrigação de pagamento). Foi cobrado em concurso! (CESPE – ACE/TCU – 2004) Receita orçamentária é a entrada que é acrescida ao patrimônio público como elemento novo e positivo, integrando-se a ele sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo. Resolução A primeira parte do comando da questão menciona corretamente o conceito doutrinário de receita pública orçamentária. Porém, como é de costume, o CESPE incluiu uma “pegadinha” na segunda parte do enunciado, informando que essa receita integra-se ao patrimônio público “sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo”. Dessa forma, o CESPE excluiu da receita orçamentária – operações de crédito, haja vista que essa receita integra ao patrimônio público, porém, com correspondência no passivo (obrigação de pagar o empréstimo no futuro). Portanto, opção incorreta.

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1.4. Conceito legal de receita pública O Manual de Procedimentos da Receita Pública aprovado pela Portaria STN nº 340, de 26 de abril de 2006 apresenta novos conceitos acerca da receita pública. Esses novos conceitos têm sido objeto de questionamento nos últimos concursos realizados pela ESAF e pelo CESPE. Portanto, fiquem atentos a esses novos conceitos que iremos discorrer! “Receita Pública é uma derivação do conceito contábil de Receita agregando outros conceitos utilizados pela administração pública em virtude de suas peculiaridades. No entanto, essas peculiaridades não interferem nos resultados contábeis regulamentados pelo Conselho Federal de Contabilidade – CFC, por meio dos Princípios Fundamentais, até porque, a macro missão da contabilidade é atender a todos os usuários da informação contábil, harmonizando conceitos, princípios, normas e procedimentos às particularidades de cada entidade”. “Receitas Públicas são todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidas pelo poder público, em qualquer esfera governamental, para alocação e cobertura das despesas públicas. Dessa forma, todo o ingresso orçamentário constitui uma receita pública, pois tem como finalidade atender às despesas públicas”. Pode-se observar que a Portaria STN nº 340/06 adotou o conceito doutrinário de receita pública orçamentária. Portanto, o parágrafo precedente apresenta o conceito “estritu sensu” de receita pública orçamentária. Assim sendo, para fins de concurso deve-se conhecer tanto o conceito genérico quanto o específico de receita pública, ou seja, diferenciar um conceito do outro. É fácil diferenciar! O conceito “genérico ou latu sensu” é o adotado pela Lei nº 4.320/64 e inclui todos os ingressos de recursos ao patrimônio do Estado. O porquê do conceito adotado pela Lei nº 4.320/64! É porque contabilmente todo ingresso de recurso é uma receita. Esse também é o entendimento da Secretaria do Tesouro Nacional – STN. Contabilmente significa “registro contábil”. Portanto, para a STN todo e qualquer ingresso de recurso haverá registro contábil. Princípio da oportunidade. Portanto, existe ingresso de recurso que representa apenas entrada provisória e esporádica nos cofres públicos. Nessa situação, essa entrada de dinheiro não pertence ao poder público, posto que posteriormente deva devolver ao verdadeiro dono (terceiro). Assim sendo, mesmo que essa entrada de recursos seja contabilizada como uma receita, o valor não pertence ao governo, portanto, efetivamente não é receita pública, a exemplo das receitas extra-orçamentárias, tais como os depósitos, cauções em dinheiro, etc.

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Em outras palavras, “ingresso de caráter não devolutivo” representa receita pública orçamentária e o devolutivo, receita extra-orçamentária. Exemplo: Se um servidor público recebe R$ 3.000,00 de vencimentos brutos e se houver retenção do Imposto de Renda na Fonte de R$ 250,00, este valor, no momento da retenção será registrado como receita extra-orçamentária. Posteriormente, no recolhimento do valor retido de R$ 250,00 para o caixa único, haverá um lançamento contábil de despesa extra-orçamentária. Assim sendo, pode-se verificar que o ingresso dos R$ 250,00 teve caráter devolutivo. Mesmo que esse valor permaneça por apenas uma hora, até o recolhimento, deve ser registrado como receita extra-orçamentária. As receitas extra-orçamentárias não alteram o patrimônio, ou seja, não aumenta o saldo patrimonial ou patrimônio líquido. Analisando o exemplo acima, percebe-se que há um registro de entrada da receita extra-orçamentária e de forma concomitante, uma contrapartida no passivo, obrigação de devolução ou recolhimento do recurso retido. Diante do exposto, os ingressos extra-orçamentários geram obrigações para o poder público, portanto, especificamente não são receitas públicas. Ao contrário, a arrecadação de uma receita de Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU, não existe nenhuma obrigatoriedade de devolução e essa receita incorpora definitivamente ao patrimônio público, alterando positivamente a composição patrimonial. É o conceito específico de receita pública. Portanto, até o presente vimos que existem dois tipos de receita: ORÇAMENTÁRIAS E EXTRA-ORÇAMENTÁRIAS. E ainda, que as receitas orçamentárias estão inseridas no conceito específico de receita pública e as extra-orçamentárias, como entrada compensatória de recursos no patrimônio público Foi cobrado em concurso! (ESAF- ACE-TCU – 2000) De acordo com as regras da contabilidade pública nacional, é correto afirmar, quanto à forma de registro da receita, que: a) todas as receitas são fatos modificativos. b) todos os ingressos são considerados receitas.

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c) o regime contábil é o da competência. d) operações de crédito não são consideradas receitas. e) todas as receitas são orçamentárias. Resolução a) Incorreta. A arrecadação de receita de capital gera fato permutativo (permuta de valores entre as contas). b) Correta. Observe que o comando da questão pede quanto à forma de registro. Todos os ingressos de recursos são registrados como receitas pela contabilidade pública, porém, o simples ingresso não se enquadra no conceito específico de receita, haja vista seu caráter devolutivo, ou seja, são ingressos de terceiros. c) Incorreta. O regime contábil é o de caixa para as receitas. d) Incorreta. As operações de crédito são receitas de capital. Observe que não foi especificado qual tipo de operação de crédito. As operações de crédito por antecipação da receita – ARO são receitas extra-orçamentárias. e) Incorreta. As operações de credito por antecipação da receita – ARO são consideradas receitas para fins de registro, porém, não são orçamentárias, mas sim, extra-orçamentárias. 1.5. Conceito de receita orçamentária na Lei nº 4.320/64 A Lei nº. 4.320/64 menciona que os ingressos de disponibilidades dos Entes da Federação são classificados em dois grupos: orçamentários e extra-orçamentários. Repetindo, os ingressos orçamentários são aqueles pertencentes ao ente público, arrecadados exclusivamente para aplicação em programas e ações governamentais. Esses ingressos são denominados Receita Pública. Os ingressos extra-orçamentários são aqueles pertencentes a terceiros e são denominados de recursos de terceiros. Uma observação! O conceito de receita pública “estritu sensu” apresentado no campo doutrinário não é o adotado pela Lei nº 4.320/64, que institui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Essa norma emprega o termo receita em sentido amplo, ou seja, compreendendo tanto as receitas orçamentárias quanto as extra-orçamentárias, ou seja, abrangendo toda e qualquer entrada de recursos nos cofres públicos. O art. 9º da lei nº. 4.320/64 estabelece que “Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito público, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da Constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinando-se o seu produto ao

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custeio de atividades gerais ou específicas exercidas por essas entidades.” O art. 11 da norma citada classifica a receita pública em duas categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. Estabelece no § 1º do art. 11 que: “São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes.” Nesse mesmo artigo o seu § 2o prevê que: “São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.” Ainda, o § 3o do art. 11 menciona que o superávit do orçamento corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, não constituirá item de receita orçamentária. Esse parágrafo 3º será comentado e exemplificado em tópico específico nesta nota de aula. Temos a considerar ainda que o art. 57 da Lei nº 4.320/64 estabelece acerca da receita pública da seguinte forma: “Ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 3º desta Lei, serão classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no orçamento”. Importante! O parágrafo único do art. 3º em referência estabelece que as Operações de Crédito por Antecipação da Receita – ARO (antecipação de receita orçamentária). As AROs são receitas extra-orçamentárias. Analisando o conceito da norma supracitada pode-se perceber a receita, para ser considerada orçamentária, não necessariamente deverá estar prevista na lei orçamentária. Observe a frase: “ainda que não previstas no orçamento”. Fique atento a esses conceitos! Demonstração dos reflexos patrimoniais das receitas orçamentárias e extra-orçamentárias: A arrecadação de uma receita tributária (receita orçamentária), no valor de R$ 10.000,00 e de uma receita referente ao depósito para garantia de participação em processo licitatório (receita extra-orçamentária), de R$ 1.000,00, causariam as seguintes variações no patrimônio:

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Recebimento de receita orçamentária (receita tributária): BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Ativo financeiro Passivo financeiro Bancos-------------------10.000,00 Não existe obrigação (contrapartida) Recebimento de receita extra-orçamentária (depósito): BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Ativo financeiro Passivo financeiro Bancos----------------------1.000,00 Depósitos-------------------1.000,00 A conta “depósitos” é a contrapartida de arrecadação de receitas extra-orçamentárias (obrigação de devolução). É por isso que as receitas extra-orçamentárias são denominadas de recursos de terceiros. Essa é apenas uma demonstração do efeito desses fatos no patrimônio. Na prática, a arrecadação dessas receitas causaria diversos lançamentos, realizados dentro dos sistemas da contabilidade pública (orçamentário, financeiro, patrimonial e de compensação). Verifica-se que no recebimento de receita extra-orçamentária gera apenas um fato permutativo no patrimônio, ao passo que no recebimento de receita orçamentária o fato contábil é modificativo aumentativo, posto que, em tese, não existe obrigação de devolução do recurso, passando a integrar definitivamente ao patrimônio público. Digo “em tese” porque, conforme comentado existe receita orçamentária (operação de crédito) que a sua arrecadação gera fato permutativo e não altera o patrimônio líquido ou saldo patrimonial. No exemplo acima, ao licitante não vencedor do certame, o governo irá devolver o valor de R$ 1.00,00. Aí está o porquê de ter sido registrada uma obrigação no passivo, através da conta “depósitos”. Essa conta confunde muitos candidatos! Pensam que é uma conta do ativo. Fique atento! A conta “depósitos” é a contrapartida do recurso que entrou na conta “bancos”, obrigação de devolução de receitas extra-orçamentárias. Atenção! Repetindo, existe um tipo de receita orçamentária (operações de crédito), que causa efeito semelhante às receitas extra-orçamentárias, ou seja, na arrecadação, existe contrapartida, registro no passivo permanente (obrigação de longo prazo).

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Exemplo: Recebimento de receita orçamentária – receita de capital (operações de crédito): BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Ativo financeiro Passivo permanente Bancos----------------------1.000,00 Dívida fundada---------------1.000,00 1.6. Detalhamento das receitas orçamentárias e extra-orçamentárias Receitas orçamentárias: São os recursos arrecadados pelo poder público e que geralmente não possuem correspondência no passivo, integrando definitivamente ao patrimônio público estejam ou não previstas na Lei orçamentária. Atenção! O termo “geralmente não possuem correspondência no passivo” é porque existem exceções, a exemplo das receitas de operações de crédito. Essa receita é orçamentária, porém, possui correspondência no passivo. São receitas de capital arrecadadas através de empréstimos internos ou externos. Existe receita orçamentária sem estar prevista na LOA? Sim, toda receita arrecadada e que integra definitivamente ao patrimônio público, mesmo que não esteja prevista na LOA, é receita orçamentária. Observe novamente o que prevê o art. 57 da Lei nº 4.320/64: “Ressalvado o disposto no parágrafo único do art.3º desta Lei, serão classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no orçamento”. O pior é que muitos autores argumentam que as receitas orçamentárias são somente aquelas previstas na LOA. Exemplo de receita orçamentária não prevista na lei orçamentária: Suponha-se que a LOA foi aprovada e publicada sem previsão de empréstimos. No ano seguinte, durante a execução do orçamento, o governo passou a ter dificuldades financeiras, ou seja, sem recursos suficientes para a realização de investimentos inadiáveis. Diante de tal situação o governo solicitou ao Congresso Nacional, a contratação de empréstimos junto ao Fundo Monetário Internacional – FMI. Autorizado pelo congresso, o governo contratou um empréstimo de 10 bilhões. Esse empréstimo (receita de capital) entra como receita orçamentária, mesmo sem estar previsto na LOA.

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Ah! Lembrando que o governo iria realizar os gastos relativos a esse empréstimo através da abertura de créditos adicionais e indicando como fonte de recursos à contratação de operações de crédito. Assim sendo, o fato de uma receita não estar prevista na LOA não significa que ela não possa ser orçamentária. Conceito de receitas extra-orçamentárias: São aquelas que não constam na LOA e compreendem as entradas de caixa ou créditos de terceiros que o Estado tem a obrigação de devolução ou recolhimento. Em outras palavras, o ingresso extra-orçamentário possui caráter temporário, não se incorporando ao patrimônio público. Não integra o orçamento público, uma vez que a sua execução não se vincula à execução do orçamento e também não constitui renda do Estado, sendo este (o Estado) mero depositário dos valores assim recebidos. Atenção! Uma receita prevista na LOA não pode ser considerada extra-orçamentária. São exemplos de receitas extra-orçamentárias: � Depósitos diversos: São os valores depositados esporadicamente, a exemplo de um depósito de garantia para participação em um procedimento licitatório. � Restos a pagar do exercício: São classificados do lado das receitas no balanço financeiro, para compensar a sua inclusão na despesa. Exemplo: Suponhamos a seguinte situação hipotética: Um Órgão “X” realizou durante o exercício de 2005 os seguintes fatos econômicos: Receitas previstas 500 Despesas fixadas 500 Receitas arrecadadas 800 Despesas executadas 800 Suponha-se que das despesas executadas, $ 650 foram empenhadas, liquidadas e pagas e o restante ($ 150), foram empenhadas, liquidadas e não pagas. Em conseqüência, os $ 150 não pagos foram inscritos em restos a pagar em 31/12/2005, encerramento do exercício financeiro.

� Depósitos diversos; � Restos a pagar do exercício; � Valores arrecadados de forma transitória – cauções, depósitos judiciais, provisões para cheques não resgatados no exercício. � Serviço da dívida a pagar; � Operações de crédito por antecipação da receita – ARO (débitos de tesouraria) etc.

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Vamos elaborar o balanço financeiro desse órgão em 31/12/2005, a partir dos dados acima? Balanço Financeiro – Órgão X em 31/12/2005. RECEITAS DESPESAS Orçamentárias Orçamentárias Receitas arrecadadas 800 Despesas executadas 800 Extra-orçamentárias Extra-orçamentárias

Restos a pagar 150 Saldo que passa para o exercício seguinte 150

Total 950 Total 950 Analisando primeiramente o lado das despesas pode-se observar que sobrou um saldo de $ 150. Este valor será transferido para o exercício de 2006, ou seja, em 01/01/2006 o órgão “abre” suas contas com esse saldo em caixa. Analisando o balanço acima pode-se verificar que do lado das despesas consta todo o valor de $ 800. Então, os $ 150 que não foram desembolsados estão incluídos (computados) no total da despesa. Portanto, para compensar, os $ 150 são registrados no lado da receita (receita extra-orçamentária). Aí está o porquê dos restos a pagar serem considerados receita extra-orçamentária. Sabemos também que em 31/12/2005 sobrou um saldo de $ 150 e que deve ser destacado como “saldo que passa para o exercício seguinte”. Se os restos a pagar não fossem registrados do lado da receita, o balanço não fecharia, perceberam? Atenção! Alguns questionamentos de concursos costumam informar que os restos a pagar são receitas extra-orçamentárias. Isso é verdade, entretanto, o mais correto seria informar que os restos a pagar estão inseridos no lado das receitas extra-orçamentárias no balanço financeiro. Foi cobrado em concurso! (ESAF AFC – CGU – 2003/2004) Sobre o Balanço Financeiro, não podemos afirmar que: a) informa os créditos a disposição das Unidades Gestoras. b) informa o montante das contas de resultado. c) os valores relativos à inscrição de Restos a Pagar no exercício são computados como receita extra-orçamentária. d) como dispêndios extra-orçamentários no exercício são computados os pagamentos de Restos a Pagar inscritos no exercício anterior.

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e) oferece subsídios para o cálculo de Indicadores de Gestão. Resolução O gabarito é a letra “a”. Assim, a ESAF considera que os valores inscritos em Restos a Pagar no exercício são computados como receita extra-orçamentária. Isso ocorre porque os valores inscritos em restos a pagar são classificados do lado das receitas, no grupo das receitas extra-orçamentárias. A opção “a” foi considerada correta porque não podemos afirmar que o balanço financeiro informa os créditos à disposição das Unidades Gestoras. O crédito à disposição das unidades gestoras é informado no balanço patrimonial – ativo financeiro “disponível”. O balanço financeiro informa as contas de resultado, apresentando de um lado o total das receitas e do outro, o das despesas. A opção “c” nos informa que os valores relativos à inscrição de Restos a Pagar no exercício são computados como receita extra-orçamentária. É realmente assim que ocorre. A classificação dos Restos a Pagar inscritos no exercício como receita extra-orçamentária está previsto na Lei nº 4.320/64. É uma técnica contábil utilizada para compensar os valores inseridos no lado da despesa que ainda não foram pagos. Veja a legislação acerca do assunto: “Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias, bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extra-orçamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte. Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício serão computados na receita extra-orçamentária para compensar sua inclusão na despesa orçamentária”. A opção “d” informa que como dispêndios extra-orçamentários no exercício são computados os pagamentos de Restos a Pagar inscritos no exercício anterior. É assim mesmo que ocorre. Os valores inscritos em restos a pagar no exercício anterior e que estão sendo pagos no exercício atual são classificados como despesas extra-orçamentárias. Portanto, muito cuidado! O conhecimento de que restos a pagar são receitas extra-orçamentárias é importante para fins de concursos. � Serviço da dívida a pagar: O procedimento é igual ao dos restos a pagar. Essa conta é segregada para fins de controle contábil do quanto deverá ser pago, no exercício seguinte, de juros, encargos e amortização da dívida. Observe esta questão! (CESPE – ACE/TCU – 2004) A operação de crédito por antecipação da receita orçamentária, proibida no último ano de mandato do presidente, governador ou prefeito municipal, destina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro e deve cumprir, entre outras exigências, as seguintes: autorização em lei para a contratação;

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liquidação até o dia dez de dezembro de cada ano; previsão na receita orçamentária. Resolução Todo o enunciado da questão está correto, exceto da parte final, “previsão na receita orçamentária”. A operação de crédito por antecipação da receita orçamentária pode ser autorizada na LOA ou em lei especial. É um exemplo típico de receita extra-orçamentária. Essa receita é apenas um adiantamento do que já está previsto arrecadar na LOA. Se na LOA ela é orçamentária, seu adiantamento é extra-orçamentário. No Balanço Patrimonial, a obrigação de pagar essa antecipação de receita orçamentária – ARO é registrada como “débitos de tesouraria”, ou seja, ARO é sinônimo de débitos de tesouraria. Atenção! Não confundir operações de crédito com operações de crédito por antecipação da receita. A primeira é receita orçamentária, receita de capital, a segunda (operação de crédito por antecipação da receita – ARO), é receita extra-orçamentária. Transformação de receita extra-orçamentária em orçamentária (metamorfose da receita extra-orçamentária). Isso é possível? Sim, por exemplo, o recebimento de um depósito como garantia para participação em um processo licitatório. No momento do recebimento registra-se uma receita extra-orçamentária e, em contrapartida, uma obrigação no passivo (depósito de terceiros). Durante a execução do contrato, se o contratado descumprir cláusula contratual e for multado pela administração, o poder público seqüestra (retém) a garantia para pagamento da multa. Essa receita que era extra-orçamentária, se transforma em orçamentária, posto que integrará definitivamente ao patrimônio público. Qual seria a finalidade de se registrar (contabilizar) os recursos extra-orçamentários? É porque todos os recursos públicos arrecadados deverão ser registrados e recolhidos ao caixa único do Tesouro Nacional, independentemente de ser orçamentário ou extra-orçamentário. É o princípio da unidade de caixa ou de tesouraria, combinado com o princípio da oportunidade. Mesmo que o ingresso de um recurso permaneça por apenas um dia ou uma hora, deverá ser registrado contabilmente como receita. Cabe ainda ressaltar que os ingressos de recursos extra-orçamentários acarretam aumento das disponibilidades financeiras.

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Questão de concurso: (ESAF – TCE/ES–2001) Integra-se ao Patrimônio Público por mutação ou efetivamente, sem correspondência passiva. Estamos falando das(os) : a) ingressos no disponível. b) entradas no caixa. c) receitas extra-orçamentárias. d) receitas Públicas. e) receitas previstas. Resolução Análise dos termos: “por mutação ou efetivamente, sem correspondência passiva”. 1. A referência por mutação é para as receitas de capital e extra-orçamentárias. 2. O termo efetivamente refere-se às receitas correntes e de capital. 3. A referência, sem correspondência passiva inclui todas as receitas orçamentárias (correntes e de capital), exceto as operações de crédito, e exclui as receitas extra-orçamentárias. a) Incorreta. O ingresso de recursos no disponível pode ser através de receita extra-orçamentária. Esse tipo de receita causa correspondência passiva, obrigação de devolução do recurso. b) Incorreta. O caixa está dentro do disponível. É uma conta deste subgrupo do ativo financeiro, do balanço patrimonial. c) Incorreta. Idem ao comentário da opção “a”. d) Correta. Esse é o conceito de receita pública, que pode ser por mutação (receitas de capital) ou efetivamente (receitas correntes). A arrecadação de receitas correntes gera fato contábil modificativo e as de capital, fato permutativo. Observe que o “ou” é uma conjunção alternativa. e) Incorreta. Receitas previstas é apenas um estágio da receita, previsão na Lei Orçamentária Anual – LOA (não é estágio de execução da receita, é apenas um estágio estático). Atenção! Como muitos concursandos têm dúvidas em saber se a receita é orçamentária ou extra-orçamentária, aqui vão alguns MACETES: A arrecadação de receitas extra-orçamentárias gera correspondência no passivo financeiro do balanço patrimonial (contrapartida), ou seja, ao serem arrecadadas (ingresso nos cofres públicos), simultaneamente será registrada uma obrigação para posterior pagamento ou recolhimento do valor obtido. A receita extra-orçamentária não gera fato modificativo, mas sim, permutativo.

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Portanto, ao arrecadar uma receita, se houver contrapartida dessa receita, obrigação de devolução ou pagamento, ela não será orçamentária, caso contrário, se essa receita incorporar definitivamente ao patrimônio público, ela é orçamentária. Cuidado com a exceção! Receita orçamentária – operações de crédito (empréstimo). Relembrando! As receitas orçamentárias relativas a operações de crédito (empréstimos), no memento de sua arrecadação é registrado, em contrapartida, uma obrigação do poder público (valor a ser resgatado), mesmo assim, essa receita é orçamentária. Em caso de dúvida se a receita é ou não orçamentária, faça a seguinte pergunta! A receita em questão integra definitivamente ao patrimônio público? Se a resposta for sim, então é o caso de receita orçamentária, caso contrário, receita extra-orçamentária. Foi cobrado em concurso! (FCC – TRF 4ª/2001 – CONTADORIA) é receita extra-orçamentária: a) doação recebida em dinheiro. b) impostos arrecadados relativos a exercícios anteriores. c) empréstimo tomado para atender insuficiência de tesouraria. d) receita de serviços não prevista no orçamento. e) venda de sucata. Resolução a) Incorreta. Doação recebida em dinheiro é um ingresso definitivo e não existe contrapartida no passivo de devolução ou pagamento. Portanto, é um que aumenta o patrimônio público definitivamente. b) Incorreta. Toda receita arrecadada de impostos é orçamentária, ou seja, integra definitivamente aos cofres públicos sem correspondência no passivo e gera um fato contábil modificativo. c) Correta. Empréstimo tomado para atender insuficiência de tesouraria é sinônimo de operações de crédito por antecipação da receita – ARO ou débitos de tesouraria. d) Incorreta. Receita de serviços não prevista no orçamento ingressa definitivamente aos cofres públicos e não existe contrapartida. Também é fato contábil modificativo. Não se esqueça! Mesmo que a receita não esteja prevista no orçamento, ela poderá ser orçamentária. e) Incorreta. A receita de venda de sucata também gera fato contábil modificativo aumentativo e não existe obrigação de devolução do recurso. Algumas diferenças e similaridades entre as receitas orçamentárias e extra-orçamentárias: Receitas orçamentárias Receitas extra-orçamentárias

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A arrecadação e a amortização dependem de autorização Legislativa. Essa autorização é na LOA ou em lei especial.

A arrecadação e o pagamento independem de autorização Legislativa. Porém, as ARO são receitas extra-orçamentárias e dependem de autorização para sua arrecadação. A autorização pode ser na LOA ou em lei especial. As AROs sempre dependem de autorização legislativa para a sua arrecadação. Porém, para o pagamento não há necessidade.

Os valores previstos e recebidos devem constar nos balanços orçamentário e financeiro.

Todos os valores recebidos devem constar no balanço financeiro. Não passa pelo Balanço Orçamentário.

As receitas de operações de crédito (empréstimos a longo prazo), geram contrapartida no passivo permanente do balanço patrimonial, mas não perdem a característica de receita orçamentária.

Os depósitos de terceiros (receita extra-orçamentária), são classificados no balanço patrimonial como uma obrigação do ente público. Se esses depósitos não forem reclamados em tempo hábil, serão convertidos em receita orçamentária e incorporados definitivamente ao patrimônio público.

As receitas correntes causam modificação no patrimônio (saldo patrimonial ou patrimônio líquido).

São receitas transitórias e, em princípio, não causam impacto no saldo patrimonial, mas aumentam as disponibilidades financeiras.

Aumentam as disponibilidades financeiras, agregando definitivamente ao patrimônio público.

Também aumentam as disponibilidades financeiras, mas não agregam definitivamente ao patrimônio público. Podem vir a integrar.

A arrecadação é constante, ou seja, ocorre durante todo o exercício financeiro.

A arrecadação é esporádica e os valores são geralmente baixos.

É receita na essência do conceito. São apenas ingressos de recursos e não estão inseridas no conceito “específico” de receita, mas são registradas contabilmente como receitas.

As operações de créditos que não sejam ARO são receitas orçamentárias – receitas de capital.

As operações de crédito por antecipação da receita orçamentária – AROs são receitas extra-orçamentárias, denominadas de débitos de tesouraria.

Concluindo quanto das receitas orçamentárias e extra-orçamentárias. As receitas orçamentárias e extra-orçamentárias estão previstas na Lei nº 4.320/64? Sim, em diversos artigos a Lei nº 4.320/64 menciona acerca dos ingressos orçamentários e extra-orçamentários, a exemplo dos artigos. 103 e 104. Portanto, entendemos que a norma supracitada regulamenta os ingressos de disponibilidades de todos os entes da federação, classificando-os em dois grandes grupos: ◊ orçamentários; ◊ e extra-orçamentários.

Foi cobrado em concurso!

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(FCC – TRF 4ª/2001 – CONTADORIA) um ingresso de numerário será extra-orçamentário quando corresponder: a) à entrada compensatória no ativo e passivo financeiro. b) ao aumento de ativo financeiro realizável. c) à diminuição de passivo financeiro. d) à diminuição de ativo permanente. e) ao aumento de passivo permanente. Resolução a) Correta. Ao arrecadar receitas extra-orçamentárias, registra-se a entrada do recurso na conta “bancos”, no ativo financeiro e concomitante registro de “depósitos” no passivo financeiro. b) Incorreta. Aumenta sim o ativo financeiro, só que o disponível, e não o realizável. c) Incorreta. Ao contrário, há aumento do passivo financeiro através do registro da conta “depósitos”, obrigação de devolução dos recursos recebidos. d) Incorreta. O ativo permanente fica inalterado. e) Incorreta. Idem à opção “d”. Receita pública efetiva e não-efetiva 1.7. Receita pública efetiva e não efetiva Esses termos (receita efetiva e não-efetiva) têm visitado os concursos! A receita pública efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos não foram precedidos de registro de reconhecimento do direito e não constituem obrigações correspondentes e, por isso, alteram a situação líquida patrimonial (conceito do manual da receita pública – 3ª edição/2006) A receita pública não efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos foram precedidos de registro do reconhecimento do direito e, por isso, não alteram a situação líquida patrimonial (conceito do manual da receita pública – 3ª edição/2006). Interpretação dos termos: As receitas efetivas possuem as seguintes características próprias que as identificam: 1º. Ingressos de disponibilidades de recursos não foram precedidos de registro de reconhecimento do direito. Exemplo: As receitas provenientes de crédito inscrito na dívida ativa e de amortização de empréstimos foram precedidas de registro contábil de reconhecimento de direito. Ou seja, antes de sua arrecadação a administração pública procedeu ao registro de um direito a receber. Portanto as receitas oriundas da dívida ativa e amortização de empréstimos concedidos são receitas orçamentárias não-efetivas.

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Importante! A receita da dívida ativa é classificada na categoria econômica receitas correntes – outras receitas correntes. 2º. Não constituem obrigações correspondentes. Exemplo: As receitas de capital originadas de operações de crédito geram obrigações para a administração pública, posto que representam dívidas contraídas para a realização de despesas públicas. Assim sendo, são receitas não-efetivas. Pode-se perceber, a partir dos conceitos acima, que todas as receitas correntes, exceto aquelas provenientes de créditos inscritos na dívida ativa, são receitas efetivas e as receitas de capital, não-efetivas. Características das receitas efetivas: Ingresso de recursos não precedidos de registro de reconhecimento de direito; Receita arrecadada sem obrigações ou correspondências passivas; Basicamente arrecadada de forma contínua e permanente, exceção quanto as receitas financeiras; Incluem-se basicamente todas as receitas correntes, exceto as provenientes da dívida ativa.

Características das receitas não efetivas: Ingresso de recursos precedidos de registro de reconhecimento de direito; Receita arrecadada com obrigações ou correspondências passivas; Arrecadação esporádica ou não permanente; Receitas arrecadadas por mutação patrimonial; Incluem-se basicamente todas as receitas de capital, tais como empréstimos (operações de crédito), amortização de empréstimos concedidos, alienação de bens, inclusive privatizações etc.

Foi cobrado em concurso! (ESAF - AFC STN/2005 - Área: Contábil-Financeira) Na execução do Orçamento Geral da União importa registrar todos os atos e fatos relativos à realização da receita e da despesa, mesmo que essas não sejam efetivas. Assinale, a seguir, a opção que indica uma receita não efetiva e uma despesa efetiva, respectivamente. a) Recebimento de imposto de renda e pagamento de pessoal. b) Recebimento de dívida ativa e aquisição de material de consumo. c) Recebimento de operação de crédito e pagamento de serviços de terceiros – pessoa jurídica. d) Recebimento de contribuições previdenciárias e aquisição de veículos. e) Recebimento de receitas de serviços e pagamento de empréstimos. Resolução Receita efetiva é aquela proveniente das funções próprias do setor público na qualidade de agente arrecadador. Ou seja, são aquelas receitas provenientes dos tributos e tarifas públicas para a realização das despesas de custeio e investimento. São denominadas de receitas

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próprias, provenientes de tributos, receitas patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, além de outras receitas correntes. Para a despesa, podemos definir como efetiva aquela que representa os gastos permanentes e contínuos com a manutenção da máquina administrativa, onde são utilizadas receitas efetivas. São despesas realizadas pela administração direta e indireta na prestação de serviços públicos. Depois dos comentários acima, podemos afirmar que: Opção “a” = receita efetiva e despesa efetiva Opção “b” = receita não efetiva e despesa efetiva (caso houvesse informação de estoque em almoxarifado seria despesa não efetiva) Opção “c” = receita não efetiva e despesa efetiva Opção “d” = receita efetiva e despesa não efetiva Opção “e” = receita efetiva e despesa não efetiva

Conclusão: a questão deveria ter sido anulada porque as opções “b” e “c” estão corretas, haja vista que ambas representam, respectivamente, receita não efetiva e despesa efetiva. Com relação à opção “b”, em especial (aquisição de material de consumo), esse é um exemplo de despesa corrente não efetiva, desde que haja trânsito (estoque) no almoxarifado. Essa informação não consta na questão. Assim sendo pode-se interpretá-la tanto como despesa efetiva quanto despesa não efetiva. 1.8. Classificações da receita A classificação da receita orçamentária é sustentada por conceitos próprios, sem nenhuma ligação com os princípios fundamentais de contabilidade. Qualquer semelhança de terminologias é mera coincidência. O fato de os conceitos e os princípios orçamentários serem diferentes dos conceitos e princípios contábeis não elimina a condição de serem refletidos harmonicamente pela contabilidade. Dentro do planejamento orçamentário a receita pública pode ser estudada, hierarquicamente, da seguinte forma: Receita orçamentária; Natureza da receita; Categoria econômica da receita; Origem; Espécie; Rubrica; Alínea; Subalínea.

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Após estudarmos os conceitos de receita orçamentária e extra-orçamentária, originária e derivada, efetiva e não efetiva, iremos abordar acerca dos outros elementos, conforme a seqüência do quadro acima. Natureza da receita A classificação da receita por natureza busca a melhor identificação da origem do recurso segundo seu fato gerador. Face à necessidade de constante atualização e melhor identificação dos ingressos aos cofres públicos, o esquema inicial de classificação foi desdobrado em seis níveis, que formam o código identificador da natureza de receita, conforme apresentado a seguir: Atenção! O sistema de classificação de receitas obedecia a seguinte codificação: Categoria X Fonte Y Subfonte Z Rubrica W Alínea TT Subalínea KK Com a finalidade de melhorar o entendimento dessa codificação, a mesma foi substituída pela codificação a seguir: Categoria X Origem Y Espécie Z Rubrica W Alínea TT Subalínea KK Atenção! O quadro acima demonstra a classificação atualizada da receita conforme o Manual Técnico de Orçamento – MTO/2008 e o Ementário de Classificação das Receitas Orçamentárias aprovado pela Portaria SOF nº. 21 de 28 de julho de 2006. O Ementário de Classificação das Receitas Orçamentárias tem por finalidade consolidar as informações relativas às classificações orçamentárias das receitas arrecadadas pelos entes da Federação - União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Contudo, o enfoque está voltado para as receitas dos orçamentos fiscal e da seguridade social da União. Observa-se que esta atual classificação substitui a anterior em relação aos itens (códigos) Y e Z, em que esses eram classificados como fonte e subfonte, respectivamente. Importante! Ainda existem muitos livros desatualizados quanto a essa classificação, portanto, fique atento!

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Toda essa codificação acima é denominada de natureza da receita. Categoria econômica da receita - X Legalmente as receitas orçamentárias são classificadas em dois grandes grupos ou categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital (art. 11, da Lei nº 4.320/64). Portanto, a receita é classificada em duas categorias econômicas, com os seguintes códigos: 1. Receitas Correntes: classificam-se nessa categoria aquelas receitas oriundas do poder impositivo do Estado e são as seguintes: tributária e de contribuições; da exploração de seu patrimônio – patrimonial; da exploração de atividades econômicas - agropecuária, industrial e de serviços; as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em despesas correntes – transferências correntes; e as demais receitas que não se enquadram nos itens anteriores – outras receitas correntes. Segundo o Manual de Procedimentos da Receita Pública: “São os ingressos de recursos financeiros oriundos das atividades operacionais, para aplicação em despesas correspondentes, também em atividades operacionais, correntes ou de capital, visando ao alcance dos objetivos constantes dos programas e ações de governo. São denominadas de receitas correntes porque não têm suas origens em operações de crédito, amortização de empréstimos e financiamentos nem alienação de componentes do ativo permanente. Elas são derivadas do poder de tributar ou resultantes da venda de produtos ou serviços colocados à disposição dos usuários. Têm características intrínsecas de atividades que contribuem para a finalidade fundamental dos órgãos ou entidades públicas, quer sejam operacionais ou não operacionais”. 2. Receitas de Capital: de acordo com o art. 11, § 2º da Lei nº 4.320/64, com redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.939/82, são as seguintes: Provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em despesas de capital e, ainda, o superávit do orçamento corrente. As receitas de capital são representadas por mutações patrimoniais que nada acrescentam ao patrimônio público, só ocorrendo uma troca de elementos patrimoniais, isto é, um aumento no sistema financeiro (entrada de recursos financeiros) e uma baixa no sistema patrimonial (saída do patrimônio em troca de recursos financeiros).

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Segundo o Manual de Procedimentos da Receita Pública: “São os ingressos de recursos financeiros oriundos de atividades operacionais ou não operacionais para aplicação em despesas operacionais, correntes ou de capital, visando ao alcance dos objetivos traçados nos programas e ações de governo. São denominados receita de capital porque são derivados da obtenção de recursos mediante a constituição de dívidas, amortização de empréstimos e financiamentos ou alienação de componentes do ativo permanente, constituindo-se em meios para atingir a finalidade fundamental do órgão ou entidade, ou mesmo, atividades não operacionais visando ao estímulo às atividades operacionais do ente”. Importante! Cabe ainda destacar a distinção entre receita de capital e receita financeira. O conceito de receita financeira surgiu com a adoção pelo Brasil da metodologia de apuração do resultado primário, oriundo de acordos com o Fundo Monetário Internacional - FMI. Assim sendo, passou-se a denominar como receitas financeiras àquelas receitas que não são consideradas na apuração do resultado primário, como as derivadas de aplicações no mercado financeiro ou da rolagem e emissão de títulos públicos, assim como as provenientes de privatizações, entre outras. Portanto, a codificação da categoria econômica da receita orçamentária está estabelecida da seguinte forma: (1) para receitas correntes e (2) para receitas de capital. Foi cobrado em concurso! (ESAF – CONTADOR – PREFEITURA/RECIFE - 2003)- A Despesa Pública é classificada nas seguintes Categorias Econômicas: a) Despesas com Pessoal e Despesas Financeiras b) Despesas de Administração Direta e Despesas Administrativas Indiretas c) Despesas Correntes e Despesa de Capital d) Transferências Correntes e Despesas Financeiras e) Transferências Públicas e Despesas Correntes Resolução Questão fácil e que poucos candidatos erram! A despesa, assim como a receita, é classificada em duas categorias econômicas, com os seguintes códigos: 3 - Despesas Correntes: classificam-se nessa categoria todas as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital; 4 - Despesas de Capital: classificam-se nessa categoria aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.

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Portanto, segundo o Manual Técnico de Orçamento – MTO/2008, a despesa classifica-se conforme segue:

Opção “C”. Origem da receita - Y A origem refere-se ao detalhamento da classificação econômica das receitas, ou seja, ao detalhamento das receitas correntes e de capital de acordo com a Lei nº 4.320/64. A mudança da atual nomenclatura (de “fonte” para “origem”) deveu-se à imprecisão do conceito existente entre a fonte a que se refere esse classificador de receitas e a fonte relacionada com o financiamento das despesas constantes da programação orçamentária. Importante! Em realidade a ORIGEM é uma subdivisão das receitas correntes e de capital: Os códigos da origem para as receitas correntes e de capital são respectivamente: Receitas Correntes 1. Receita tributária; 2. Receita de contribuições; 3. Receita patrimonial; 4. Receita agropecuária; 5. Receita industrial; 6. Receita de serviços;

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7. Transferências correntes; 9. Outras receitas correntes.

Atenção! São exemplos de outras receitas correntes: Outras Receitas Correntes: Registra o valor total da arrecadação de outras receitas correntes tais como multas, juros, restituições, indenizações, receita da dívida ativa, aplicações financeiras e outras.

Receitas de Capital 1. Operações de crédito; 2. Alienação de bens; 3. Amortização de empréstimos; 4. Transferências de capital; 5. Outras receitas de capital.

Atenção! São exemplos de outras receitas de capital: Integralização do Capital Social: Registra o valor total dos recursos recebidos pelas empresas públicas, ou sociedades de economia mista, como participação em seu capital social. Integralização com Recursos do Tesouro: Registra o valor da arrecadação de receita da integralização de recursos do Tesouro recebidos pelas empresas públicas ou sociedades de economia mista, como participação em seu capital social. Resultado do Banco Central do Brasil: Registra o valor da receita com os resultados positivos do Banco Central do Brasil operados em seus balanços semestrais. Os recursos destinam-se à amortização da dívida pública federal. Remuneração das Disponibilidades do Tesouro Nacional: Registra o valor da remuneração do saldo diário dos depósitos da União existentes no Banco Central, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal pela Taxa Referencial – TR. Receita da Dívida Ativa Proveniente de Amortização de Empréstimos e Financiamentos: Registra o valor da arrecadação com receita da dívida ativa proveniente de amortização de empréstimos e financiamentos. Espécie de receita - Z A espécie constitui um maior detalhamento da categoria anterior (origem). Essa classificação não está relacionada à Lei nº 4.320/64. Essa classificação foi adotada pela Secretaria de Orçamento Federal - SOF/STN (classificação discricionária). No caso dos tributos, a espécie relaciona os tipos de tributos previstos na Constituição Federal. A mudança da atual nomenclatura (de “subfonte” para “espécie”) deveu-se também à imprecisão daquele conceito, uma vez que alguns entendiam que se tratava de especificação

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das fontes de recursos relacionadas ao financiamento das despesas constantes da programação orçamentária. A ESPÉCIE da receita representa o nível de detalhamento vinculado à origem, composto por títulos que permitem especificar com maior detalhe a origem da receita. Em outras palavras, é a espécie de receita. Rubrica da receita - W A rubrica é o nível que detalha a espécie com maior precisão, especificando a origem dos recursos financeiros. Agrega determinadas receitas com características próprias e semelhantes entre si. Resumindo, é o nível que detalha a espécie de receita com maior precisão, especificando a origem dos recursos financeiros. Agrega determinadas receitas com características próprias e semelhantes entre si. Alínea - TT A alínea é o nível que apresenta o nome da receita propriamente dita e que recebe o registro pela entrada de recursos financeiros. Subalínea - KK A subalínea constitui o nível mais analítico da receita, o qual recebe o registro de valor, pela entrada do recurso financeiro, quando houver necessidade de maior detalhamento da alínea. Exemplo de natureza da receita: Suponha-se a seguinte codificação: 1.1.1.2.04.10 1. Receitas correntes Categoria econômica - X 1. Receitas tributárias Origem - Y 1. Impostos Espécie - Z 2. Impostos sobre o patrimônio e a renda Rubrica - W

04. Impostos sobre a renda e proventos de qualquer natureza

Alínea - TT

10. Pessoas físicas Subalínea - KK 1.7. Classificações especiais da receita Por fonte de recursos A receita pública ainda possui classificação orçamentária de acordo com a sua fonte de recursos. Conforme mencionamos, a classificação da receita por natureza da receita busca a melhor identificação da origem dos recursos segundo seu fato gerador. Entretanto, existe a necessidade de classificar a receita conforme a destinação legal dos recursos arrecadados.

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Assim sendo, foi instituído pelo Governo Federal um mecanismo denominado “fontes de recursos”. As fontes de recursos constituem-se de determinados agrupamentos de naturezas de receitas, atendendo a uma determinada regra de destinação legal, e servem para indicar como são financiadas as despesas orçamentárias. Entende-se por fonte de recursos a origem ou a procedência dos recursos que devem ser gastos com uma determinada finalidade. É necessário, portanto, individualizar esses recursos de modo a evidenciar sua aplicação segundo a determinação legal. Portanto, as atuais fontes de recursos são: 1 - Recursos do tesouro – exercício corrente; 2 - Recursos de outras fontes - exercício corrente; 3 - Recursos do tesouro – exercícios anteriores; 6 - Recursos de outras fontes - exercícios anteriores; 9 - Recursos condicionados.

Receitas primárias A receita é classificada, ainda, como Primária (P) quando seu valor é incluído na apuração do Resultado Primário e Não-Primária ou Financeira (F) quando não é incluída nesse cálculo. Exemplo de receitas primárias: são as provenientes dos tributos, contribuições, patrimoniais, agropecuárias, industriais, de serviços etc. Receitas financeiras As receitas financeiras são basicamente as provenientes de operações de crédito (endividamento), de aplicações financeiras e de juros, em consonância com o Manual de Estatísticas de Finanças Públicas do Fundo Monetário Internacional – FMI, de 1986. Receitas não-financeiras São as receitas oriundas de tributos, contribuições, patrimoniais, agropecuárias, industriais, serviços e outras. Receita compartilhada Receita orçamentária pertencente a mais de um beneficiário independente da forma de arrecadação e distribuição. Exemplo: Receita proveniente da CIDE – Combustíveis. Essa contribuição é repartida entre a União, estados e Municípios. Receita vinculada É a receita arrecadada com destinação específica estabelecida na Constituição federal ou em dispositivos legais. A vinculação da receita

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torna a programação financeira menos flexível, deixando parte dos recursos disponíveis apenas a uma destinação certa. Exemplo: Contribuições sociais incidentes sobre a folha de salário das empresas. Essas receitas são destinadas exclusivamente ao pagamento de benefícios previdenciários do INSS. Renúncia de receita É a não arrecadação de receita em função da concessão de isenções, anistias ou subsídios. Deve-se atentar, na renúncia de receita, ao disposto pela Lei nº. 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal, art. 14, que determina critérios a serem observados quanto a esse fato. Atenção! Assunto novo! Receitas Intra-orçamentárias Conforme comentado, a Lei nº 4.320/64, em seu artigo 11, classifica a receita pública orçamentária em duas categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. Com a edição da Portaria Interministerial STN/SOF n° 338 de 26 de abril de 2006, essas categorias econômicas foram detalhadas em Receitas Correntes Intra-Orçamentárias e Receitas de Capital Intra- Orçamentárias. Essa especificação deveu-se à necessidade de se evidenciar as receitas decorrentes de operações intra-orçamentárias, ou seja, operações que resultem, de um lado, de despesa de órgãos, fundos ou entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social, e, de outro lado, receita de outros órgãos, fundos ou entidades também constantes desses orçamentos no âmbito da mesma esfera de governo. Portanto, Receita de operações intra-orçamentárias: São ingressos oriundos de operações realizadas entre órgãos e demais entidades da administração pública integrantes dos orçamentos de uma mesma esfera de governo. As receitas intra-orçamentárias constituem contrapartida das despesas realizadas na Modalidade de Aplicação 91 – aplicação direta decorrente de operação entre órgãos, fundos e entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social, incluída na Portaria Interministerial STN/SOF n° 163/2001 pela Portaria Interministerial STN/SOF nº 688, de 14 de outubro de 2005. Assim sendo, na consolidação das contas públicas, essas despesas e receitas poderão ser identificadas, de modo que se anulem os efeitos das duplas contagens decorrentes de sua inclusão no orçamento.

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Receitas Correntes Intra-Orçamentárias Receitas correntes de órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social decorrentes do fornecimento de materiais, bens e serviços, recebimentos de impostos, taxas e contribuições, além de outras operações, quando o fato que originar a receita decorrer de despesa de órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal dependente ou outra entidade constante desses orçamentos, no âmbito da mesma esfera de governo. As receitas correntes intra-orçamentárias serão classificadas da mesma forma das receitas correntes. Porém, atendem à especificidade de se referirem a operações entre órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social da mesma esfera governamental. Receitas de Capital Intra-Orçamentárias Receitas de capital de órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social decorrentes do fornecimento de materiais, bens e serviços, recebimentos de impostos, taxas e contribuições, além de outras operações, quando o fato que originar a receita decorrer de despesa de órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal dependente ou outra entidade constante desses orçamentos, no âmbito da mesma esfera de governo. As receitas de capital intra-orçamentárias são classificadas da mesma forma que as receitas de capital. Porém, atendem à especificidade de se referirem a operações entre órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social da mesma esfera governamental. As rubricas das receitas intra-orçamentárias deverão ser identificadas a partir dos seguintes códigos: 7000.00.00 – Receitas Correntes Intra-Orçamentárias; 8000.00.00 – Receitas Intra-Orçamentárias de Capital O mecanismo de formação do código dessas receitas consiste em substituir a categoria econômica da natureza pelos dígitos 7, se receita intra-orçamentária corrente, e 8, se receita intra-orçamentária de capital. Os demais níveis deverão ser mantidos, conforme a conta original.

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As classificações incluídas não constituem novas categorias econômicas de receita, mas sim, meras especificações das categorias corrente e de capital, a fim de possibilitar a identificação das respectivas operações intra-orçamentárias. Foi cobrado em concurso! A Lei n.º 4.320/1964, em seu artigo 11, classifica a receita orçamentária em duas categorias econômicas: receitas correntes e receitas de capital. Com a Portaria Interministerial STN/SOF nº. 338/2006, essas categorias econômicas foram detalhadas em receitas correntes intra-orçamentárias e receitas de capital intra-orçamentárias. A respeito da função das receitas intra-orçamentárias, julgue o próximo item. (CESPE – ACE/TCU – 2007) Como se destinam ao registro de receitas provenientes de órgãos pertencentes ao mesmo orçamento do ente público, as contas de receitas intra-orçamentárias não têm a mesma função da receita original, sendo criadas a partir de base própria pela Secretaria do Tesouro Nacional. Resolução As receitas correntes e de capital intra-orçamentárias são classificadas da mesma forma que as receitas correntes e de capital, ou seja, das receitas originais. Porém, atendem à especificidade de se referirem a operações entre órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social da mesma esfera governamental. Essas receitas não são criadas a partir de base própria pela Secretaria do Tesouro Nacional, mas sim a partir da codificação abaixo: 7000.00.00 – Receitas Correntes Intra-Orçamentárias; 8000.00.00 – Receitas Intra-Orçamentárias de Capital Item ERRADO. Para encerrar essa abordagem da primeira parte da receita pública iremos incluir algumas questões de concursos. 2. Questões de concursos públicos 1. (FCC - TRT 24ª Região – Analista Judiciário – Contabilidade – 2006) O lançamento BANCOS a DÉBITOS DE TESOURARIA é consignado para registrar uma (A) receita extra-orçamentária. (B) receita orçamentária. (C) despesa orçamentária. (D) despesa extra-orçamentária. (E) despesa de capital. Resolução

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(A) Correta. Débitos de tesouraria é sinônimo de operações de crédito por antecipação da receita orçamentária – AROs. As AROs são receitas extra-orçamentárias. Por ocasião de sua arrecadação debita-se a conta bancos e credita – débitos de tesouraria – obrigação – conta do passivo financeiro no balanço patrimonial. (B) Incorreta. Contrário da opção “a”. (C) Incorreta. Mesmo que não conhecia o lançamento e o nome das contas não marcaria essa, haja vista que no enunciado existe débito na conta bancos, ou seja, entrada de recursos em bancos, portanto, não poderia ser despesa. (D) Incorreta. Serve o comentário da opção ‘c”. (E) Incorreta. Idem ao comentário da opção “c”. 2. (ESAF ACE – TCU/2006) Receitas Tributárias são receitas correntes oriundas da competência do Estado de tributar. Assim, não se pode afirmar com relação à receita tributária brasileira que a) as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico podem ter alíquotas específicas ou ad valorem e não incidem sobre as receitas decorrentes da exportação. b) o Imposto sobre Produtos Industrializados é um imposto não cumulativo e não-incidente sobre os produtos industrializados destinados ao exterior. c) o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários é um imposto regulatório de competência da União. d) o Salário-Educação é uma contribuição econômica que se destina a financiar parcialmente as despesas com o ensino fundamental. e) a Taxa de Utilização do Sistema de Controle de Arrecadação do Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante, tem como fato gerador a utilização do Sistema Eletrônico de Controle de Arrecadação do Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante. Resolução O comando da questão pede o que não se pode afirmar em relação à receita tributária. a) Podemos afirmar que as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico podem ter alíquotas específicas ou ad valorem e não incidem sobre as receitas decorrentes da exportação (art. 149, § 2º da CF). b) Podemos afirmar que o Imposto sobre Produtos Industrializados é um imposto não cumulativo e não-incidente sobre os produtos industrializados destinados ao exterior (art. 153, § 3º da CF). c) Podemos afirmar que o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários é um imposto

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regulatório (não possui a finalidade de arrecadar tributos) e é de competência da União. d) O § 5º do art.212 da CF estabelece que o ensino fundamental público terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996). Portanto, Não podemos afirmar que o Salário-Educação é uma contribuição econômica. O Salário-Educação é uma contribuição social que se destina a financiar parte das despesas com o ensino fundamental. Essa é a opção correta porque não podemos afirmar que o Salário-Educação é uma contribuição econômica. e) O Decreto nº 5.324/04, em seu art. 1º regulamenta o art. 37 da Lei no 10.893, de 13 de julho de 2004, que dispõe sobre a Taxa de Utilização do Sistema Eletrônico de Controle da Arrecadação do Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante. O art. 2o prevê que o recolhimento da Taxa de Utilização do MERCANTE é devido por ocasião da emissão do CE-MERCANTE, à razão de R$ 20,00 (vinte reais) por unidade, a partir de 1o de janeiro de 2005, e deverá ser efetuado no próprio Sistema, junto com a solicitação de pagamento do Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante - AFRMM. O § único do art. 11 da Lei nº 10.893/04, que dispõe sobre o Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante - AFRMM e o Fundo da Marinha Mercante - FMM, e dá outras providências, determina que o pagamento do AFRMM, acrescido das taxas de utilização do Sistema Eletrônico de Controle de Arrecadação do Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante - MERCANTE, será efetuado pelo contribuinte antes da liberação da mercadoria pela Secretaria da Receita Federal. Portanto, podemos afirmar que essa opção é verdadeira. 3. (ESAF ACE – TCU/2006) Consoante o disposto na Lei Federal n. 4.320/64 a receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. Aponte a opção falsa com relação a esse tema. a) As Receitas de Capital são as provenientes de operações de crédito, cobrança de multas e juros de mora, alienação de bens, de amortização de empréstimos concedidos, de indenizações e restituições, de transferências de capital e de outras receitas de capital. b) São Receitas Correntes as receitas tributárias, patrimonial, agropecuária, industrial, de contribuições, de serviços e diversas e, ainda, as transferências correntes. c) Os tributos são receitas que a doutrina classifica como derivadas.

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d) Conceitua-se como Receita Tributária a resultante da cobrança de tributos pagos pelos contribuintes em razão de suas atividades, suas rendas e suas propriedades. e) Será considerada Receita de Capital o superávit do Orçamento Corrente, segundo disposição da Lei Federal n. 4.320/64. Resolução O comando da questão pede a opção falsa em relação ao tema receitas públicas. a) Essa é a opção correta porque é falso afirmar que a cobrança de multas e juros de mora e indenizações e restituições são receitas de capital, mas sim, receitas correntes. As receitas e despesas públicas são classificadas por categoria econômica (corrente e de capital). b) Essa opção é verdadeira porque todas as receitas enumeradas são correntes. c) Essa opção é verdadeira porque receita pública derivada é aquela que deriva do patrimônio da sociedade. O governo exerce a sua competência ou o poder de tributar os rendimentos ou o patrimônio da população. Em suma, é a receita pública efetiva obtida pelo Estado, em função de sua soberania, por meio de tributos, penalidades, indenizações e restituições. Exemplo de receitas derivadas: d) Essa opção é verdadeira porque receita tributária é a resultante da cobrança de tributos pagos pelos contribuintes em razão de suas atividades, suas rendas e suas propriedades. e) Essa opção é verdadeira porque o superávit do orçamento corrente é uma receita de capital extra-orçamentária (art. 11, § 2º e 3º, da Lei 4.320/64). Esse item é bastante cobrado em concurso. “Cai” em quase todos! 4. (Analista de Finanças e Controle - AFC - STN – 2005) Assinale a opção falsa em relação à receita pública, de acordo com o que dispõe o Manual de Procedimentos da Receita Pública, de que trata a Portaria STN nº 219, de 29.04.2004. a) Receita pública são todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidos pelo poder público. b) A receita pública efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos não foram precedidos de registro de reconhecimento do direito e não constituem obrigações correspondentes. c) Os ingressos provenientes da prestação de serviços são classificados como Receitas Correntes.

� Receita Tributária; � Receita de Contribuições, � Taxas de serviços, etc.

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d) A receita pública pode ou não provocar variação na situação patrimonial líquida. e) As receitas de capital somente podem ser aplicadas em despesa de capital. Resolução O comando da questão pede a opção falsa em relação às receitas públicas. a) Incorreta. Este é o conceito doutrinário e adotado pela STN para receita pública. Ou seja, são todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidos pelo poder público. b) Incorreta. Este é o conceito do Manual da Receita Pública, onde estabelece que receita pública efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos não foram precedidos de registro de reconhecimento do direito e não constituem obrigações correspondentes. Repito! Fique atento aos novos conceitos. A ESAF e o CESPE gostam de novidades. Exemplo do termo “os ingressos de disponibilidades de recursos não foram precedidos de registro de reconhecimento do direito e não constituem obrigações correspondentes”: As receitas de capital (empréstimos) foram precedidos de um contrato, portanto, foi precedido de um registro do reconhecimento do direito de receber o empréstimo. E ainda, esse empréstimo constitui obrigação de pagamento posterior. Assim, esse tipo de receita não é EFETIVA. c) Incorreta. Perfeito, os ingressos provenientes da prestação de serviços são classificados na categoria econômica - Receitas Correntes. d) Incorreta. Corretíssimo a receita pública pode ou não provocar variação na situação patrimonial líquida. As receitas correntes sempre provocam e as de capital apenas causam mutação patrimonial. e) Correta. Essa opção é falsa porque não existe obrigatoriedade de que as receitas de capital sejam aplicadas em despesas de capital. Assim sendo, as receitas correntes podem ser aplicadas em despesas de capital. 5. (ESAF – AFC/CGU – 2006) No que diz respeito à receita pública, indique a opção falsa. a) A Lei n. 4.320/64 classifica receita pública em orçamentária e extra-orçamentária, sendo que esta apresenta valores que não constam do orçamento. b) A receita orçamentária divide-se em dois grupos: correntes e de capital. c) As receitas correntes compreendem as receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, agropecuárias, industriais, de serviços, de alienação de bens, de transferências e outras.

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d) A receita pública é definida como os recursos auferidos na gestão, que serão computados na apuração do resultado financeiro e econômico do exercício. e) A receita extra-orçamentária não pertence ao Estado, possuindo caráter de extemporaneidade ou de transitoriedade nos orçamentos. Resolução O comando da questão pede a opção falsa. a) Incorreta. É simplesmente isso mesmo que a Lei nº 4.320/64 classifica a receita pública. Em orçamentária e extra-orçamentária, sendo que a receita extra-orçamentária não constam na lei orçamentária. b) Incorreta. Os grupos que se fala nessa opção são as categorias econômicas da receita! Ah! Cuidado! Não fique procurando “chifre em cabeça de cavalo” na hora da prova. O termo grupo não tem nada demais. c) Correta. Até que começou bem, mas alienação de bens é receita de capital. d) Incorreta. Todas as receitas públicas orçamentárias e extra-orçamentárias serão computados na apuração dos resultados financeiro e econômico do exercício. e) Incorreta. A receita extra-orçamentária realmente não pertence ao Estado e possui caráter de extemporaneidade ou de transitoriedade durante a execução do orçamento. O termo “transitoriedade nos orçamentos nos orçamentos” quer dizer execução orçamentária. 6. (CESPE – 2004 – Contador - Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará) De acordo com a classificação por categorias econômicas, são receitas correntes as receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e ainda as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em despesas correntes. Resolução As receitas são classificadas em duas categorias econômicas: receitas correntes e receitas de capital. As receitas (corrente e de capital), segundo sua natureza são classificadas em: Categoria econômica X Origem Y Espécie Z Rubrica W Alínea TT Subalínea KK Essa é a classificação atual. Segundo a sua origem as receitas estão assim classificadas e codificadas;

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Receitas Correntes 1. Receita tributária; 2. Receita de contribuições; 3. Receita patrimonial; 4. Receita agropecuária; 5. Receita industrial; 6. Receita de serviços; 7. Transferências correntes; 9. Outras receitas correntes.

Receitas de Capital 1. Operações de crédito; 2. Alienação de bens; 3. Amortização de empréstimos; 4. Transferências de capital; 5. Outras receitas de capital.

Assim sendo, a opção está corretíssima. 7. (CESPE – Perito Criminal Federal – 1997) Quanto á categoria econômica, a receita pública orçamentária pode ser classificada em receitas correntes e de capital. A respeito dessa receitas, julgue os itens seguintes. 1 – São exemplos de receitas correntes: impostos, aluguéis de máquinas, equipamentos ou veículos, dividendos, serviços de comercialização de produtos agropecuários e receita da dívida ativa não-tributária. 2 – A receita corrente tributária é composta de impostos, taxas, contribuições sociais, contribuições econômicas e contribuições de melhoria. 3 – Juros de empréstimos é uma receita corrente de serviços resultante das taxas de juros aplicadas a empréstimos concedidos, diferenciando-se dos juros classificados na receita corrente patrimonial, por se tratar de receita operacional das instituições financeiras. 4 – A venda de bens móveis é uma receita pública orçamentária, representando uma característica das receitas de capital, mas também pode ser encontrada entre as receitas correntes. 5 – As operações de crédito e a amortização de empréstimos são itens da receita pública orçamentária de capital, e em ambas as transações o governo assume a posição de devedor. Resolução 1. Correta. Todos os exemplos apresentados são receitas correntes. Atenção! “Dividendos” é um exemplo de receita patrimonial – receita de valores mobiliários “dividendos”.

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2. Correta. Acho que essa ninguém tem dúvida! São as espécies de tributos. 3. Errada. Juros de empréstimos realmente é uma receita corrente de serviços resultante das taxas de juros aplicadas a empréstimos concedidos, porém, não diferencia dos juros classificados na receita corrente patrimonial. 4. Errada. A venda de bens móveis é uma receita pública orçamentária de capital, jamais poderá ser corrente. 5.Errada. Na amortização de empréstimos o governo assume a posição de credor, ou seja, é um empréstimo concedido pelo governo e que agora está sendo amortizado pelo devedor. As operações de crédito realmente o governo assume a posição de devedor. 8. (FCC – Analista de Orçamento/MPU – 2007) É exemplo de receita de capital: (A) receita decorrente de prestação de serviços. (B) Receita industrial. (C) Receita da venda de títulos da dívida pública. (D) Receita decorrente da exploração de atividade agropecuária. (E) Receita de aluguéis, foros e laudêmios. Resolução A opção “c” apresenta uma receita de capital proveniente da conversão, em espécie, de bens e direitos. Os títulos da dívida pública brasileira representam bens públicos e a sua venda enquadra-se como uma receita orçamentária de capital. Todas as outras opções apresentam receitas correntes. 9. (FCC – Analista Administrativo/MPU – 2007) É exemplo de receita de capital: (A) Receita de alienação de bens. (B) Receita patrimonial. (C) Inscrição de dívida ativa do ente público. (D) dissociação do conceito de planejamento e alocação de recursos. (E) inexistência de mensuração dos resultados das atividades desenvolvidas. Resolução A opção “a” apresenta um exemplo clássico de receita de capital. Alienação de bens e direitos é sinônimo de conversão, em espécie, de bens e direitos. Em outras palavras, receita de alienação de bens refere-se à venda de bens públicos, portanto, receita de capital não efetiva. 10. (FCC – Técnico de Orçamento/MPU – 2007) É um exemplo de receita extra-orçamentária: (A) aluguéis recebidos pelo ente público.

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(B) foros e laudêmios. (C) recebimento de depósitos judiciais. (D) receita de alienação de imóveis. (E) juros e multas sobre a dívida ativa. Resolução a) Incorreta. Aluguéis recebidos pelo ente público é exemplo de receita corrente orçamentária – receita patrimonial. b) Incorreta. Foros e laudêmios são receitas orçamentárias correntes – outras receitas correntes. c) Correta. O recebimento de depósitos judiciais representa um tipo de receita transitória que pertence a terceiros, pelo menos enquanto não for julgado o mérito da ação. d) Incorreta. Receita de alienação de bens é receita orçamentária de capital. e) Incorreta. Juros e multas sobre a dívida ativa representam receitas orçamentárias correntes - outras receitas correntes. Por enquanto é só! Na próxima nota de aula prosseguiremos abordando a segunda parte da receita pública. Sucesso, muita paz e tranqüilidade. Um forte abraço. Prof. Deusvaldo Carvalho