Download pdf - AFO TUDÃO

Transcript

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

1

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

Estimados(as) Concurseiros(as),

Sou Erick Moura, moro em Brasília e tenho 40 anos. Estou no

serviço público federal desde fevereiro de 1988, quando ingressei na Marinha

do Brasil, por meio de concurso público prestado para o Colégio Naval.

Graduei-me em Ciências Navais, pela Escola Naval, no ano de 1994.

Nesses mais de 24 anos de serviço público, o estudo sempre foi

presente em minha vida. Assim, não poderia deixar de ser diferente o gosto

pelo desafio dos Concursos Públicos nos quais colecionei sucessos ao longo de

minha trajetória.

Atualmente, após alguns concursos prestados, estou na

Controladoria-Geral da União - CGU, onde exerço o cargo de Analista de

Finanças e Controle, considerado um dos melhores e mais respeitados

cargos do serviço público federal.

Após algum tempo em exercício na CGU, decidi contribuir para as

pessoas que ainda não obtiveram êxito em alcançar a aprovação em um

concurso público.

Desta forma, iniciei trabalhos de coordenação em renomados

cursos preparatórios de Brasília e do Rio de Janeiro, onde convivi com

candidatos e professores, muitos destes autores de livros nos quais estudei.

Neste convívio aprendi muito com todos, principalmente com os

alunos, e vi o quanto é importante o auxílio de alguém que queira

efetivamente contribuir.

Durante essa experiência gratificante, recebi da família, dos

amigos, dos alunos, dos professores e dos diretores de cursos um grande

incentivo para iniciar uma nova trajetória: ministrar aulas.

Assim, avalio que é chegada a nossa hora de fazermos um trabalho

de colaboração, em uma via de duas mãos, onde estaremos juntos na busca

de um objetivo: aprender a fazer prova.

Isso mesmo! Concurseiro(a) não precisa aprender a matéria,

precisa aprender a FAZER A PROVA DE DETERMINADA MATÉRIA!

É bom que o(a) Concurseiro(a) se conscientize de outra regra

básica: NÃO PODE “BRIGAR” COM A BANCA! Torne-a sua amiga.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

2

Veja suas tendências de abordagens. Não seja teimoso em deixar

que sua visão seja a mais brilhante de todas, pois é preciso ter humildade ao

se fazer uma prova de concurso público.

Então, humildemente me proponho a iniciar um trabalho com vocês

em ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA - AFO PARA

ANALISTA E FINANÇAS E CONTROLE DA CGU – CONHECIMENTOS

ESPECÍFICOS COMUM A TODAS AS ÁREAS.

Aceitam o convite?

Nosso Curso será baseado no último edital de AFC da CGU e

abrangerá os conhecimentos relacionados a todas as áreas do concurso de

2008.

Considero esse curso como de nível intermediário, pois foi uma

disciplina exigida em comum para todas as áreas, mas que atende também

aos iniciantes no assunto.

No concurso passado, tivemos 15 questões, sendo que o peso

atribuído para a disciplina foi 2,0.

Em 2008, o concurso disponibilizou vagas para as seguintes áreas:

Auditoria e Fiscalização/Saúde

Auditoria e Fiscalização/Obras Públicas

Auditoria e Fiscalização/Estatística e Cálculos Atuariais

Auditoria e Fiscalização/Controle Interno

Correição

Tecnologia da Informação/Infra-Estrutura de TI

Tecnologia da Informação/Desenvolvimento de Sistemas da

Informação

Desenvolvimento Institucional

Prevenção da Corrupção

Em razão de dispositivos legais, a Banca do Concurso é a ESAF.

Além disso, o concurso para a CGU não se submete às restrições da legislação

eleitoral.

Erick, esse curso abrange a parte de Conhecimentos

Especializados para a Área de Auditoria e Fiscalização/Controle

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

3

Interno?

De certa forma, esse curso dá uma boa base para o entendimento

mais profundo do que será cobrado na parte de ORÇAMENTO PÚBLICO que

interessa para a Área de Controle Interno.

A sequência do material se adequou à melhor didática para

compreensão do assunto. E para melhorar nosso curso, incluímos alguns

temas em função dos editais mais recentes da ESAF.

Desta forma, espero colaborar para a aquisição de um

conhecimento compatível para esse concurso.

Ao todo serão oito capítulos cuja sequência será a seguinte:

CAPÍTULO 1 – Conceitos Básicos de AFO. Conceito, estágios e

classificação econômica da Receita Pública.

CAPÍTULO 2 - Conceito, estágios e classificação econômica da Despesa

pública.

CAPÍTULO 3 - Fundamentos de AFO na CF, Conceitos de Orçamento

Público. Orçamento Público: elaboração, acompanhamento e fiscalização.

Créditos adicionais, especiais, extraordinários, ilimitados e suplementares.

CAPÍTULO 4 - Orçamento segundo a Constituição de 1988: Plano

Plurianual - PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Financeiras - LDO e Lei

Orçamentária Anual - LOA.

CAPÍTULO 5 - Processo orçamentário. Métodos, técnicas e instrumentos

do Orçamento Público. Normas legais aplicáveis ao Orçamento Público.

CAPÍTULO 6 - Considerações sobre a Execução Orçamentária e

Financeira.

CAPÍTULO 7 - Receita pública: fontes; dívida ativa. Despesa pública:

Suprimento de fundos, Restos a Pagar, Despesas de exercícios anteriores. A

conta única do Tesouro. SIDOR, SIAFI.

CAPÍTULO 8 - Princípios orçamentários. Lei de Responsabilidade Fiscal

(Lei Complementar n.º 101/2000): princípios, objetivos, efeitos no

planejamento e no processo orçamentário; limites para despesas de pessoal;

limites para a dívida; mecanismos de transparência fiscal.

Todos prontos? Então vamos nessa!

Antes, uma pequena introdução.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

4

INTRODUÇÃO

Erick, afinal, do que a disciplina ADMINISTRAÇÃO

FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO trata?

Vamos definir o que é AFO antes de iniciarmos o assunto?

Então...

Em síntese, a disciplina AFO é intrinsecamente relacionada ao

Direito Financeiro e às atividades financeiras do Estado.

Erick, do que Direito Financeiro trata?

Segundo Luiz Emydio F. da Rosa Júnior, ele é o "ramo do Direito

Público que estuda o ordenamento jurídico das finanças do Estado e as

relações jurídicas decorrentes de sua atividade financeira e que se

estabeleceram entre o Estado e o particular".

Outra ótica é a de que ele representa o estudo dos princípios

jurídicos da atuação estatal relativos à obtenção de recursos financeiros para o

financiamento das despesas públicas.

A autonomia do Direito Financeiro no Brasil é reconhecida na

CF/88, tendo em vista o disposto no art. 24, incisos e parágrafos, no art. 30, I

e II, e nos arts. 145 a 169.

Ok, ERICK, mas e a Atividade Financeira do Estado?

Bem, o Estado necessita de numerário para atender às suas

necessidades de realizar obras e prestar serviços à sociedade, certo?

Daí, em uma ótica inicial, a atividade financeira do Estado, que se

desdobra em receita, despesa, orçamento e crédito público, consiste em obter,

aplicar, criar e gerir o dinheiro indispensável às necessidades, cuja satisfação o

Estado assumiu.

Ela não objetiva diretamente à satisfação de uma necessidade

coletiva do Estado, mas cumpre uma função instrumental de grande valia. Seu

desenvolvimento regular é condição indispensável para o desempenho das

demais atividades.

Há mais conceitos e estudos que aprofundam essa definição, mas

que não nos interessam para a prova.

Coloquei nessa Aula Demonstrativa um tema recorrente em provas

de concursos. Ele será revisto e ampliado posteriormente, mas me permiti

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

5

antecipá-lo, pois é um assunto que nos dá uma visão razoável da disciplina.

A seguir, um pequeno quadro sobre a Atividade Financeira do

Estado que facilita e fundamenta boa parte de nossa disciplina.

Erick, e a tal disciplina de FINANÇAS PÚBLICAS?

Apesar de não constar no edital, muitos alunos me perguntam para

passar um conceito geral sobre a disciplina de FINANÇAS PÚBLICAS, que se

relaciona, em parte, com AFO.

Em síntese, a disciplina FINANÇAS PÚBLICAS trata dos gastos do

setor público, bem como das formas de financiamento desses gastos.

Sob um viés econômico, as finanças públicas são materializadas na

chamada política fiscal que se constitui, sem dúvida, em um dos principais

instrumentos disponíveis pelo governo para intervir na atividade econômica.

Caracteriza-se principalmente pelo aumento ou corte das despesas

do governo e pelo aumento ou redução do nível de impostos.

Há mais conceitos e estudos que aprofundam essa definição, mas

que não nos interessam para a prova.

DESPESA PÚBLICA

(APLICAR RECURSOS)

ORÇAMENTO PÚBLICO

(GERIR

RECURSOS)

CRÉDITO PÚBLICO

(CRIAR RECURSOS)

RECEITA PÚBLICA

(OBTER

RECURSOS)

ATIVIDADE

FINANCEIRA

DO ESTADO

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

6

CAPÍTULO 1

1 - Conceitos Básicos de AFO. Conceito, estágios e classificação

econômica da Receita Pública.

A primeira parte deste capítulo, sobre os conceitos básicos de AFO,

já foi apresentada na introdução, ok?

Em relação aos temas relacionados à Receita Pública, vamos iniciar

com algumas considerações.

Como esse assunto é amplo vamos abordar esse tópico na linha da

classificação das Receitas e Despesas Públicas segundo a finalidade, a natureza

e o agente.

1.1 - RECEITAS PÚBLICAS - CONCEITOS

Iremos iniciar a abordagem deste curso pelo conceito e pelas

classificações de RECEITAS PÚBLICAS, segundo a doutrina.

Segundo o Manual de Procedimentos de Receitas Públicas da STN:

1.1.1 - CONCEITO – ENFOQUE PATRIMONIAL

Receita é um termo utilizado mundialmente pela contabilidade para

evidenciar a variação positiva da situação líquida patrimonial resultante do

aumento de ativos ou da redução de passivos de uma entidade.

Por esse enfoque, as receitas podem ser classificadas em:

Receitas Públicas – aquelas auferidas pelos entes públicos;

Receitas Privadas – aquelas auferidas pelas entidades privadas.

1.1.2 - CONCEITO – ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO

Receita, pelo enfoque orçamentário, são todos os ingressos

disponíveis para cobertura das despesas públicas, em qualquer esfera

governamental.

1.1.3 - CLASSIFICAÇÕES DA RECEITA PÚBLICA

De acordo com a doutrina, a Receita Pública pode ser classificada

nos seguintes aspectos: quanto à natureza, quanto ao poder de tributar,

quanto à coercitividade, quanto à afetação patrimonial e quanto à

regularidade.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

7

1.1.3.1 - Quanto à natureza:

É a classificação que estabelece a utilização ou não para o

financiamento dos dispêndios do setor público.

a) Receitas Extraorçamentárias: conforme § único do art. 3º da

Lei nº 4.320/64, a melhor definição seria a de que são entradas

compensatórias no ativo e no passivo financeiros. Além desta definição,

podemos considerar que elas são ingressos financeiros de caráter meramente

temporário e que não tenham como foco o financiamento da execução de

despesas públicas.

Ex. de Receitas Extraorçamentárias: cauções recebidas em

dinheiro; recebimento de depósitos judiciais; emissões de papel-moeda;

ingressos provenientes de antecipação de Receita Orçamentária (ARO).

b) Receitas Orçamentárias: simplificando o assunto, seriam as

que não são extraorçamentárias. Não é apenas o conceito de que são as que

estão no orçamento, mas sim a ideia de que é todo e qualquer ingresso que

tem como objetivo o financiamento dos dispêndios orçamentários.

Observe que no Art. 57 da Lei nº 4.320/64 definiu-se que

“Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3º desta lei serão

classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias,

todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações

de crédito, ainda que não previstas no Orçamento.”

Ex. de Receitas Orçamentárias: Receitas Tributárias, Receitas

de Contribuições, Receitas Patrimoniais (essas 3 na categoria econômica

“Corrente”), bem como as Receitas de Alienação de Bens e as Receitas de

Operações de Crédito (essas 2 na categoria econômica “de Capital”).

IMPORTANTE!

Somente as Receitas Orçamentárias e Intra-orçamentárias (e não as

Receitas Públicas) são classificadas em Categorias Econômicas, ou

seja, Receita Orçamentária/Intra-orçamentária Corrente e Receita

Orçamentária/Intra-orçamentária de Capital.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

8

Ok Erick, mas o que são receitas Intra-orçamentárias?

Esse conceito adveio de uma definição nova adotada pela Portaria

Interministerial STN/SOF n° 338, de 26 de abril de 2006.

As receitas intra-orçamentárias são ingressos provenientes do

pagamento das despesas realizadas na aplicação direta devido a uma eventual

operação entre órgãos, fundos e entidades integrantes dos Orçamentos Fiscal

e da Seguridade Social.

Assim, ao se consolidarem as contas públicas, essas despesas e

receitas são identificadas, a fim de se evitarem as duplas contagens

decorrentes de sua inclusão no orçamento.

Esse artifício contábil faz com que as classificações intra-

orçamentárias não constituam novas categorias econômicas de

receita.

Na verdade, têm a mesma função da receita original, só que se

diferem pelo fato de se destinarem ao registro de receitas provenientes de

órgãos que pertencem ao mesmo orçamento.

Exemplificamos para vocês:

Suponhamos que a Imprensa Nacional publique determinado edital

de licitação do Ministério da Defesa no Diário Oficial da União. Esse serviço é

cobrado, claro.

Quando ela recebe pelo serviço prestado ao Ministério, estamos

diante de uma receita intra-orçamentária para a Imprensa Nacional. De outro

lado, a contrapartida é uma despesa intra-orçamentária por parte do Ministério

da Defesa.

1.1.3.2 - Quanto ao poder de tributar:

Referem-se às Receitas Públicas de acordo com o PODER DE

TRIBUTAR previsto na CF/88, ou seja, abrangem as Receitas Públicas conforme

a competência tributária de cada ente da Federação. Dividem-se em:

a) Federal. Ex.: Imposto sobre importação de produtos

estrangeiros (II), Imposto sobre produtos industrializados (IPI), Contribuição

de intervenção no domínio econômico, etc.

b) Estadual. Ex.: Imposto sobre a propriedade de veículos

automotores (IPVA), Imposto sobre operações relativas à circulação de

mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

9

intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se

iniciem no exterior (ICMS), etc.

c) Municipal. Ex.: Imposto sobre a propriedade predial e

territorial urbana (IPTU), Contribuição, na forma das respectivas leis, para o

custeio do serviço de iluminação pública, etc.

1.1.3.3 - Quanto à coercitividade ou classificação Alemã ou

quanto à origem:

É a classificação de Receitas Públicas que decorre do poder de

coerção do Estado, ou seja, do seu Poder de Império. Dividem-se em:

a) Receitas Derivadas ou Receitas de Economia Pública ou

Receitas de Direito Público: são as que derivam do poder impositivo da

soberania do Estado sobre o patrimônio alheio, ou seja, é unilateral e obriga o

particular a “contribuir” e pagar determinado valor.

Nesta classificação, Estado e particular se encontram em

patamares distintos, onde a coercitividade do Estado prevalece.

Para reforçar essa classificação, o Art. 9º da Lei nº 4.320/64,

reafirma essa classificação ao dizer que: “Tributo é a receita derivada

instituída pelas entidades de direito publico, compreendendo os

impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das

leis vigentes em matéria financeira, destinado-se o seu produto ao

custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas

entidades.”

Ex.: Receitas provenientes de impostos, de empréstimos

compulsórios e de contribuições sociais.

b) Receitas Originárias ou Receitas de Economia Privada ou

Receitas de Direito Privado: são as que se originam de atos negociais, onde

o Estado não exerce o seu Poder de Império, pois Estado e particular se

encontram em um mesmo patamar.

Em síntese, também são as Receitas Públicas originadas do uso de

bens e de empresas de propriedade do Estado, em sua atuação como produtor

de bens e serviços.

Ex.: Receitas provenientes da alienação de bens e de aluguéis

recebidos pelo Estado.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

10

1.1.3.4 - Quanto à afetação patrimonial:

É a classificação que observa se houve ou não alteração na

situação líquida patrimonial do Estado.

a) Efetivas: são as Receitas Públicas em que o Estado “enriquece”

em razão de um ingresso no qual não há contrapartida de aumento do passivo

ou de redução do ativo, o que faz o patrimônio estatal alterar positivamente

sua situação líquida.

Ex.: ingressos provenientes de impostos, de aluguéis, de multas.

b) Não-Efetivas ou por permutação patrimonial ou por

mutação patrimonial: neste caso, são as que não alteram a situação líquida

de determinado patrimônio estatal, ou seja, são meras permutações contábeis

relacionadas ao ingresso de disponibilidades no “Caixa” público.

As Receitas Públicas Não-Efetivas correspondem a ingressos ou

alterações nas partes que constituem o patrimônio líquido do ente estatal e

que nada acrescentam na situação líquida patrimonial.

Ex.: ingressos provenientes da contratação de operações de crédito

(“entrada de $” no Caixa, mas gerou-se uma obrigação, que é uma dívida),

venda de um bem público (“entrada de $” no Caixa, mas gerou-se a “perda do

bem”), etc.

1.1.3.5 - Quanto à regularidade ou duração:

Classificação que se refere à disposição de tempo simétrica ou não

em relação a um exercício financeiro.

a) Ordinária: é a Receita Pública que se obtém regularmente em

cada exercício financeiro, com características de continuidade e que

correspondem a ingresso permanente de valores nos cofres públicos.

Ex.: Receitas de tributos.

b) Extraordinária: é aquela obtida de forma excepcional,

esporádica e que não apresentam caráter de continuidade.

Ex.: Receitas de alienação de bens, receitas obtidas de doações.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

11

IMPORTANTE!

Receita Pública. Qual o seu sentido principal?

Encontramos com o Profº D’Ávila a informação de que, segundo a

doutrina dois são os principais sentidos do termo Receita Pública: Amplo (ou

lato sensu) e Restrito (ou strictu sensu).

AMPLO = simples entradas, ingressos ou recolhimentos de

disponibilidades nos cofres do Estado com ou sem contrapartida no

passivo ou devolução por parte de terceiros.

RESTRITO = entradas de disponibilidades ou direitos, sem existir a

devolução a posteriori, o que faz se incorporar de forma definitiva ao

patrimônio.

CAIU NA PROVA !

1- (ESAF/APO/MPOG/2008) A Receita da Administração Pública pode ser

classificada nos seguintes aspectos: quanto à natureza, quanto ao poder de

tributar, quanto à coercitividade, quanto à afetação patrimonial e quanto à

regularidade. Quanto à sua regularidade, as receitas são desdobradas em:

a) receitas efetivas e receitas por mutação patrimonial.

b) receitas orçamentárias e receitas extraorçamentárias.

c) receitas ordinárias e receitas extraordinárias.

d) receitas originárias e receitas derivadas.

e) receitas de competência Federal, Estadual ou Municipal.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (c).

A questão queria verificar os aspectos que classificam as Receitas

Públicas no Brasil segundo a doutrina.

Conforme o que explicamos até aqui, segue um quadro resumo da

correspondência entre a alternativa e a classificação:

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

12

OPÇÃO CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA QUANTO À (AO):

(a) afetação patrimonial

(b) natureza

(d) coercitividade ou Alemã ou origem

(e) poder de tributar

2 - (ESAF/CGU/2006) No que diz respeito à receita pública, indique a opção

falsa.

a) A Lei n. 4.320/64 classifica receita pública em orçamentária e extra-

orçamentária, sendo que esta apresenta valores que não constam do

orçamento.

b) A receita orçamentária divide-se em dois grupos: correntes e de capital.

c) As receitas correntes compreendem as receitas tributárias, de contribuições,

patrimoniais, agropecuárias, industriais, de serviços, de alienação de bens, de

transferências e outras.

d) A receita pública é definida como os recursos auferidos na gestão, que serão

computados na apuração do resultado financeiro e econômico do exercício.

e) A receita extra-orçamentária não pertence ao Estado, possuindo caráter de

extemporaneidade ou de transitoriedade nos orçamentos.

Comentários:

O gabarito é a alternativa (c).

Esta é uma questão que mescla AFO, Contabilidade Pública e Finanças

Públicas.

Vamos logo ao erro da alternativa (c):

Receitas de alienação de bens são RECEITAS DE CAPITAL. Para ser

mais preciso ainda (mesmo que isso não seja uma regra para a ESAF), é mais

correto dizer TRANSFERÊNCIAS CORRENTES e OUTRAS RECEITAS

CORRENTES.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

13

Segundo o §4º do art. 11 da Lei nº 4.320/64, as RECEITAS

CORRENTES compreendem:

RECEITA TRIBUTÁRIA

Impostos

Taxas

Contribuições de Melhoria

RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES

RECEITA PATRIMONIAL

RECEITA AGROPECUÁRIA

RECEITA INDUSTRIAL

RECEITA DE SERVIÇOS

TRANSFERÊNCIAS CORRENTES

OUTRAS RECEITAS CORRENTES

DICA

Para ajudar a guardar, vamos a um famoso bizu:

“TCPAISTransOu”

Por fim, o mesmo parágrafo 4º do art. 11 define como RECEITAS DA

CAPITAL:

OPERAÇÕES DE CRÉDITO

ALIENAÇÃO DE BENS (DE CAPITAL)

AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS

TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL

OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL

DICA

Outro bizu para ajudar a guardar:

“AOAmorTransOu”

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

14

A opção (a) tem um conceito perigoso que pode confundir o

entendimento do concurseiro. O fato de não estarem no orçamento, por si só

não configura se são ou não receitas extraorçamentárias. É uma alternativa

“menos errada”, se compararmos com a (c).

Vejamos o que diz o art. 57 da Lei nº 4.320/64:

“Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo

3º desta lei serão classificadas como receita orçamentária, sob as

rubricas próprias, tôdas as receitas arrecadadas, inclusive as

provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas

no Orçamento.”

E o que diz mesmo o art. 3ª e seu § único da Lei nº 4.320/64 ?

“Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá tôdas as receitas,

inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.

Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as

operações de credito por antecipação da receita, as emissões de

papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ativo e

passivo financeiros.”

Esta parte destacada serve como um “mantra” para entendermos o que

são as receitas e despesas extraorçamentárias (entendidas estas como

”saídas compensatórias, no ativo e passivo financeiro”).

Para a opção (b) basta lembrar que:

Somente as Receitas Orçamentárias e Intra-orçamentárias

(e não as Receitas Públicas) são classificadas em Categorias

Econômicas, ou seja, Receita Orçamentária/Intra-

orçamentária Corrente e Receita Orçamentária/Intra-

orçamentária de Capital.

A opção (d), decorre da interpretação dos 2 conceitos de RECEITA

PÚBLICA apresentados aqui, ou seja:

CONCEITO – ENFOQUE PATRIMONIAL

Termo utilizado mundialmente pela contabilidade para evidenciar a

variação positiva da situação líquida patrimonial resultante do aumento de

ativos ou da redução de passivos de uma entidade.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

15

Receitas Públicas – aquelas auferidas pelos entes públicos

CONCEITO – ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO

Todos os ingressos disponíveis para cobertura das despesas públicas, em

qualquer esfera governamental.

Na alternativa (e), basta conjugarmos o art. 57 com o § único do art.

3º da Lei nº 4.320/64, como transcrevemos no comentário da opção (a).

3 - (ESAF/CGU/2004) A receita da administração pública pode ser

classificada quanto à natureza, ao poder de tributar, à coercitividade, quanto à

afetação patrimonial e quanto à regularidade. Marque a opção falsa.

a) Quanto à afetação patrimonial, as receitas são classificadas em

orçamentárias e extra-orçamentárias.

b) Quanto ao poder de tributar, a receita é dividida conforme a discriminação

constitucional das rendas, em federal, estadual e municipal.

c) Quanto à coercitividade, as receitas podem ser divididas em originárias e

derivadas.

d) Quanto à regularidade, as receitas podem ser desdobradas em ordinárias e

extraordinárias.

e) Na classificação quanto à natureza, diz-se que as receitas tributárias e as

receitas de contribuições são exemplos de receitas correntes.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (a).

As Receitas Públicas de classificam, quanto à sua natureza, em

Receitas Extraorçamentárias e Receitas Orçamentárias.

Novamente (e parece mesmo um “mantra” da banca), temos que:

Somente as Receitas Orçamentárias e Intra-orçamentárias (e não

as Receitas Públicas) são classificadas em Categorias Econômicas, ou

seja, Receita Orçamentária/Intra-orçamentária Corrente e Receita

Orçamentária/Intra-orçamentária de Capital.

Como vimos nas dicas do comentário da questão anterior, as RECEITAS

CORRENTES compreendem e se “subclassificam” em: “TCPAISTransOu” e

as RECEITAS DA CAPITAL: “AOAmorTransOu”.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

16

4 - (ESAF/ATRFB/2009) A respeito da classificação orçamentária da receita,

é correto afirmar:

a) alienação de bens de qualquer natureza integrantes do ativo redunda em

receita de capital.

b) receitas de contribuições integram as receitas de capital quando oriundas de

intervenção no domínio econômico.

c) as receitas agropecuárias se originam da tributação de produtos agrícolas.

d) as receitas intraorçamentárias decorrem de pagamentos efetuados por

entidades integrantes do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social.

e) receitas correntes para serem aplicadas em despesa de capital dependem

da inexistência de receitas de capital no exercício.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (d).

Vamos comentar cada uma das alternativas.

Item (a) – a alienação de BENS DE CAPITAL é que redunda em RECEITA

DE CAPITAL.

Erick, o que são BENS DE CAPITAL?

De forma sintética, bens de capital são aqueles capazes de produzirem

outro bem, ou seja, são bens que geram riqueza.

Temos como exemplos clássicos as máquinas e os equipamentos.

Voltando à alternativa (a), temos o erro no fato de nem todos os bens

de qualquer natureza integrantes do ativo podem gerar uma um receita

de capital quando de sua alienação.

Erick, pode me dar um exemplo?

Vamos imaginar uma ovelha nascida em decorrência das atividades de

pesquisa da EMBRAPA.

Ao ser eventualmente alienada ela não irá resultar em uma RECEITAL DE

CAPITAL, pois a ovelha não é um bem de capital.

Captaram ?

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

17

Vamos adiante.

Item (b) – como destacamos antes, as receitas de contribuições

correspondem a uma RECEITA CORRENTE.

Relembremos de nosso bizu:

RECEITAS CORRENTES

Para ajudar a guardar, vamos a um famoso bizu:

“TCPAISTransOu”

Item (c) – receitas que derivam da tributação são as RECEITAS

TRIBUTÁRIAS.

As RECEITAS AGROPECUÁRIAS decorrem das receitas auferidas da

atividade agropecuária do Estado, tais como a receita decorrente da

produção vegetal e a receita decorrente da produção animal e seus

derivados.

Item (d) – a alternativa é polêmica, pois o art. 1º da PORTARIA

INTERMINISTERIAL STN/MPOG Nº 338/2006 assim estabelece:

“Art. 1o Definir como intra-orçamentárias as operações que

resultem de despesas de órgãos, fundos, autarquias, fundações,

empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos

orçamentos fiscal e da seguridade social decorrentes da aquisição de

materiais, bens e serviços, pagamento de impostos, taxas e

contribuições, quando o recebedor dos recursos também for órgão,

fundo, autarquia, fundação, empresa estatal dependente ou outra

entidade constante desses orçamentos, no âmbito da mesma esfera de

governo.”

Já o Manual Técnico do Orçamento - MTO coloca o seguinte:

Ingressos Intra-Orçamentários:

São receitas oriundas de operações realizadas entre órgãos

e demais entidades da Administração Pública integrantes do

orçamento fiscal e da seguridade social de uma mesma esfera de

governo.

A discussão ficou em relação ao texto da alternativa (d) que não

constava o termo “entre”, mas sim “por”.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

18

Aí está um típico exemplo de QUESTÃO DA ESAF. Aparentemente, todos

os itens estão incorretos.

Mas você quer brigar com a Banca ou sentar na baia da CGU próxima a

mim?

NÃO BRIGUEM COM A BANCA!

A alternativa (d), apesar de incompleta, não está errada, pois ela quis

dizer que somente as entidades integrantes do Orçamento Fiscal e da

Seguridade Social é que podem efetuar pagamentos de natureza

intraorçamentária.

Para a alternativa ser completa, poderia estar descrito que as receitas

intraorçamentárias ocorrem entre entidades integrantes do Orçamento Fiscal e

da Seguridade Social.

Assim, não há a possibilidade de receita intraorçamentária para uma

entidade que não integre tais orçamentos.

Captaram?

Item (e) – Pessoal, não confundam com o conceito da Regra de Ouro que

veremos ao longo de nosso curso.

Não falaremos agora desta Regra, mas gostaria apenas que fixassem a

seguinte idéia:

Receitas Correntes para serem aplicadas em despesa de capital

INDEPENDEM da inexistência de receitas de capital no exercício.

Aliás, o que mais se observa nas esferas de governo, é a aplicação de

RECEITAS CORRENTES em gastos com despesas de capital, como, por

exemplo, a construção de uma escola municipal em um Município X.

Um Município, em regra, não consegue auferir receitas de capital

suficientes para arcar com as despesas na construção de uma escola.

As receitas correntes dos Municípios, especialmente as Tributárias, é que

vão dar base para a construção da hipotética escola.

1.2 – ESTÁGIOS OU FASES OU ETAPAS DA RECEITA

Em relação às Receitas Públicas na esfera federal, devemos observar que

o Banco do Brasil é o agente financeiro da Secretaria do Tesouro Nacional, a

qual recolhe o valor arrecadado junto à Conta Única do Tesouro (Princípio

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

19

da Unidade de Caixa, conforme art. 56 da Lei nº 4.320/64).

Para registrar, de acordo com a doutrina e com o MTO 2012, os

estágios ou fases da receita são a Previsão, o Lançamento, a

Arrecadação e o Recolhimento, mnemônico “PLAR”, ou ainda, de acordo

com os arts. 53, 55 e 56 da Lei nº 4.320/64, o Lançamento, a Arrecadação

e o Recolhimento, mnemônico “PLAR”.

Cabe ressaltarmos que o MTO 2012 considera a Fase da Previsão como

parte do Planejamento e as Fases do “LAR” (Lançamento, Arrecadação e

o Recolhimento) com parte integrante da Execução da Receita.

No quadro a seguir, destrinchamos as respectivas Fases com conceitos

fundamentais sobre cada uma delas.

P revisão – planejar e estimar a arrecadação das receitas que constará na

proposta orçamentária;

L ançamento – ato da repartição competente, que verifica a procedência do

crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta (art.

56 da Lei nº 4.320/64);

A rrecadação – ato em que os contribuintes comparecem junto aos agentes

arrecadadores e liquidam seus compromissos perante ao Tesouro (arts. 35

e 55 da Lei nº 4.320/64);

R ecolhimento - ato em que os agentes arrecadadores transferem o produto

da arrecadação à Conta Única do Tesouro, tornando-o disponível para o

Tesouro.

Vamos adiante com a exemplificação de como ocorre o processo, no que

se refere às Receitas.

A SOF, entre outras informações, prevê, junto com os subsídios

apresentados pela RFB, a receita de determinado exercício financeiro e a

coloca na proposta orçamentária anual.

Iniciado o exercício, a RFB faz o lançamento, por exemplo, do IR devido

de determinado contribuinte. Este “vai ao banco” (na prática é retido na fonte)

para concretizar a arrecadação da receita pública.

Por fim, o banco deste contribuinte encaminha o valor desta receita

pública arrecadada à Conta Única do Tesouro.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

20

Comentários adicionais sobre estágios da receita:

Lançamento

- É o ato administrativo que busca liquidar a obrigação tributária, por

meio da identificação do fato gerador ocorrido, onde se determina o sujeito

passivo, mensura-se a base de cálculo e se verifica a aplicação de alíquota;

- Desta forma, individualizam-se os contribuintes e se discriminam a

espécie, o valor e o vencimento do imposto de cada contribuinte.

Arrecadação

- Ocorre quando os contribuintes comparecem junto aos agentes

arrecadadores (públicos ou privados), com vistas à liquidação de suas

obrigações perante o Estado;

- Corresponde ao recebimento do imposto do contribuinte pelas

repartições competentes e está sob a imediata fiscalização das respectivas

chefias. Manifesta-se em forma de dinheiro, conforme previsto nas leis e nos

regulamentos em vigor.

- É um procedimento em que, após o estágio do lançamento dos

respectivos tributos, ocorre o recolhimento aos cofres públicos;

- Consiste basicamente em cobrar os tributos, recebê-los e guardar o

numerário respectivo;

- Os tipos de arrecadação se classificam em:

=> Direta: por coleta, por unidades administrativas e por via bancária.

=> Indireta: arrendamento, retenção na fonte e estampilha.

Recolhimento

- Ocorre quando os agentes arrecadadores (públicos ou privados) fazem

diariamente a entrega do que fora arrecadado para a Conta Única do Tesouro

Nacional;

- É a remessa das receitas arrecadadas pelos agentes administrativos ou

pelos bancos autorizados ou Banco do Brasil para crédito do na Conta Única do

Tesouro Nacional.

Pessoal, queria registrar uma alteração importante que o MTO-2012

trouxe em relação à Receita Pública, especialmente em relação a seus

estágios.

Os Estágios ou Fases da Receita, do ponto de vista ORÇAMENTÁRIO,

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

21

segundo o MTO-2012, são os seguintes:

Ressalte-se que nem todas as referidas Etapas da Receita irão ocorrer

para os tipos existentes de receitas orçamentárias.

Por exemplo, na hipótese de ocorrer uma doação em espécie para algum

ente público, estaríamos diante da arrecadação de uma receita que não foi

prevista, ou seja, que não passou pela etapa da previsão, assim como também

não foi “lançada”.

De qualquer forma, para a doutrina, os estágios permanecem como

sendo o “PLAR” e o próprio MTO-2012 ratifica isso.

Podemos dizer que o LANÇAMENTO corresponde a um

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DO FISCO, pois, de acordo com o art.

142 do Código Tributário Nacional - CTN, tal Etapa da Receita corresponde ao

procedimento administrativo que:

verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação

correspondente

determina a matéria tributável

calcula o montante do tributo devido

identifica o sujeito passivo

propõe a aplicação da penalidade cabível, se for o caso

Com base no estabelecido nos arts. 142 a 150 do CTN, podemos verificar

que a referida Etapa se encontra inserida no conjunto que constitui o crédito

tributário, ou seja, abarca impostos, taxas e contribuições de melhoria.

De acordo com o que vimos anteriormente, podemos observar que as

receitas patrimoniais (Ex.: as oriundas de concessões e permissões) e as

receitas empresariais (Ex.: venda de produtos agrícolas e pecuários) não se

sujeitam à Etapa do lançamento, pois são receitas entram diretamente na

Etapa da Arrecadação.

No entanto, as receitas tributárias e de contribuições necessitam do

respectivo procedimento administrativo antes de ingressarem no estágio da

“arrecadação”.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

22

Os estágios da receita sob o aspecto orçamentário, conforme previsto no

MTO, possuem os conceitos que traremos no quadro a seguir.

ESTÁGIOS DA RECEITA, SEGUNDO O MTO-2012 => “PLAR”

ESTÁGIO CONCEITO MTO 2012

PR

EV

IS

ÃO

corresponde à ideia de planejar e estimar a arrecadação das

receitas que será inserida na proposta orçamentária

tem que se realizar em consonância com as normas técnicas e

legais correlatas, especialmente, de acordo com as

disposições constantes na LRF

Na União, a metodologia que se utiliza para projetar receitas

serve para assimilar o comportamento da arrecadação de

determinada receita em exercícios anteriores, com o intuito de

projetá-la para o período seguinte, mediante a utilização de

modelos estatísticos e matemáticos

A busca do modelo adequado depende do comportamento da

série histórica de arrecadação, assim como de informações

fornecidas pelos órgãos orçamentários ou pelas unidades

arrecadadoras envolvidos no processo

Corresponde à etapa anterior à fixação do montante de

despesas que constará nas leis de orçamento

É a base para se estimar as necessidades de financiamento do

governo e para se fixar a despesa orçamentária

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

23

Erick, e na prova?

Você deve seguir comando da questão para que saiba qual é o

entendimento pedido pela Banca, ok?

Se for “De acordo com a Lei nº 4.320/64.....” é o “PAR”, se for “De

acordo com a doutrina.....” ou “De acordo com o MTO.....” é o “PLAR”.

LA

AM

EN

TO

Corresponde ao ato da repartição competente, que verifica a

procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e

inscreve o débito desta

É procedimento administrativo que:

verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação

correspondente

determina a matéria tributável

calcula o montante do tributo devido

identifica o sujeito passivo

propõe a aplicação da penalidade cabível, se for o caso

É uma etapa que se aplica a impostos, taxas e contribuições

de melhoria

Os objetos de lançamento as rendas com vencimento

determinado em lei, regulamento ou contrato

AR

RE

CA

DA

ÇÃ

O

É a entrega dos recursos devidos ao Tesouro Nacional pelos

contribuintes ou devedores, por meio de:

agentes arrecadadores; ou

instituições financeiras autorizadas pelo ente

Ressalte-se que pertencem ao exercício financeiro as receitas

nele arrecadadas, ou seja, que representa a adoção do

regime de caixa para o ingresso das receitas públicas

REC

OLH

IM

EN

TO

Refere-se à transferência dos valores arrecadados à conta

específica do Tesouro Nacional, responsável pela

administração e controle da arrecadação e pela programação

financeira, observando-se o princípio da unidade de tesouraria

ou de caixa, conforme determina o art. 56 da Lei nº 4.320/64

É apenas nesse estágio que ocorre a efetiva entrada dos

recursos financeiros arrecadados nos cofres públicos

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

24

Pessoal, antes de seguirmos, trago um pequeno resumo sobre as

categorias das Receitas Orçamentárias.

Vamos praticar.....

5 – (CESGRANRIO/AUDITOR DA FUNASA/2009) Considerando o disposto

na legislação vigente e ainda o adotado pela doutrina majoritária, os estágios

da receita pública denominam-se:

a) fixação; empenho; liquidação; pagamento.

b) orçamento; arrecadação; recolhimento; registro.

c) orçamento; lançamento; pagamento; recolhimento.

d) previsão; registro; liquidação; pagamento.

e) previsão; lançamento; arrecadação; recolhimento.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

A questão queria verificar os aspectos que classificam os estágios das

Receitas Públicas no Brasil, segundo a doutrina.

Dessa forma, como visto anteriormente, “De acordo com a doutrina.....”

os estágios são os que compõem nosso mnemônico “PLAR” –

PLANEJAMENTO – LANÇAMENTO – ARRECADAÇÃO - RECOLHIMENTO.

RECEITAS CORRENTES RECEITAS DE CAPITAL

Receita Tributária

Receita de Contribuições

Receita Patrimonial

Receita Agropecuária

Receita Industrial

Receita de Serviços

Transferências Correntes

Outras Receitas Correntes

Operações de Crédito

Alienação de Bens

Amortização de Empréstimos

Transferências de Capital

Outras Receitas de Capital

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

25

6 – (CESGRANRIO/AGENTE ADMINISTRATIVO – TCE-RO/2007) As

receitas correntes do setor público são recursos financeiros oriundos das

atividades operacionais do setor público. Fazem parte do conjunto de receitas

correntes as receitas:

a) tributárias, de juros e alocativas.

b) tributárias, de contribuições e patrimoniais.

c) de juros, industriais e de operações de crédito.

d) de alienação de bens, patrimoniais e transferências de capital.

e) de contribuições, amortização de empréstimos e industriais.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (b).

Vimos nessa aula que, quanto à Classificação em Categorias Econômicas,

o §4º do art. 11 da Lei nº 4.320/64, estabelece que as RECEITAS

CORRENTES compreendem (destaque para as que constam na questão):

RECEITA TRIBUTÁRIA

Impostos

Taxas

Contribuições de Melhoria

RECEITA DE CONTRIBUIÇOES

RECEITA PATRIMONIAL

RECEITA AGROPECUÁRIA

RECEITA INDUSTRIAL

RECEITA DE SERVIÇOS

TRANSFERÊNCIAS CORRENTES

OUTRAS RECEITAS CORRENTES

Relembrem nosso mnemônico:

RECEITAS CORRENTES

Para ajudar a guardar, vamos a um famoso bizu:

“TCPAISTransOu”

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

26

Dessa forma, as seguintes receitas que constam na questão são

RECEITAS DE CAPITAL:

OPERAÇÕES DE CRÉDITO

ALIENAÇÃO DE BENS

AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS

TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL

OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL

RECEITAS DE CAPITAL

Outro bizu para ajudar a guardar:

“AOAmorTransOu”

Por fim, as Receitas Alocativas correspondem a uma invenção da Banca.

7 – (CESGRANRIO/AGENTE ADMINISTRATIVO – TCE-RO/2007) Os

estágios da receita pública são:

a) deliberação, estruturação, recebimento e utilização.

b) previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento.

c) fixação, empenho, arrecadação e recebimento.

d) fixação, aprovação, recolhimento e liquidação.

e) provisão, alocação, recolhimento e distribuição.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (b).

Observem como as questões se repetem....

Dessa forma, os estágios são os que compõem nosso mnemônico

“PLAR” – PLANEJAMENTO – LANÇAMENTO – ARRECADAÇÃO -

RECOLHIMENTO.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

27

A respeito da administração financeira e orçamentária, julgue o item

que se segue.

8 – (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/2009) O estágio de execução da receita

classificado como arrecadação ocorre com a transferência dos valores

devidos pelos contribuintes ou devedores à conta específica do

Tesouro.

Comentários:

Gabarito da questão: ERRADA.

A assertiva não se coaduna com o conceito do estágio da arrecadação,

pois quando ocorre a transferência dos valores devidos pelos contribuintes ou

devedores à conta específica do Tesouro estamos diante do estágio do

RECOLHIMENTO.

Observe que a Banca não colocou o estágio do Recolhimento na questão

e nem precisávamos saber se ela pedia o enfoque da Lei, do MTO ou da

doutrina, ok?

Com base na doutrina e nas legislações orçamentária e financeira

públicas, julgue os itens.

9 – (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO–STF/2008) Receitas imobiliárias e de

valores mobiliários constituem receita patrimonial, que se classifica como

receita corrente, para qualquer esfera da administração.

Comentários:

Gabarito da questão: CERTA

Segundo o Manual da Receita Nacional da STN, Receitas Patrimoniais

são as referentes ao ingresso proveniente de rendimentos sobre investimentos

do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em operações de

mercado e outros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes.

Desta forma, receitas imobiliárias e as de valores mobiliários são

classificadas como Receitas Orçamentárias em sua categoria econômica

“Receitas Correntes”.

Lembrem-se do nosso mnemônico: “TCPAISTransOu”.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

28

10 - (FCC/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE-SE/2009) Quanto

à natureza, a receita Pública é classificada como

a) corrente e de capital.

b) orçamentária e extra-orçamentária.

c) ordinária e extraordinária.

d) originária e patrimonial.

e) financeira e patrimonial.

Comentários:

O gabarito é a alternativa (b).

Vamos montar um quadro com a correspondência das classificações.

OPÇÃO CLASSIFICAÇÃO

A ECONÔMICA

B QUANTO À NATUREZA

C QUANTO À REGULARIDADE OU DURAÇÃO

D ORIGINÁRIA: QUANTO À COERCITIVIDADE

PATRIMONIAL: ECONÔMICA (RECEITA CORRENTE)

E FINANCEIRA: ECONÔMICA (É A RECEITA DE JUROS QUE

É UMA RECEITA CORRENTE)

PATRIMONIAL: ECONÔMICA (RECEITA CORRENTE)

11 - (FCC/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE-SE/2009) Quanto

à regularidade, a receita pública arrecadada permanentemente pelo tesouro do

estado classifica-se como

a) derivada.

b) orçamentária.

c) ordinária.

d) corrente.

e) originária.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

29

Comentários:

O gabarito é a alternativa (c).

Quanto à REGULARIDADE OU DURAÇÃO, as RECEITAS PÚBLICAS se

classificam em:

a) Ordinária

b) Extraordinária

12 - (FCC/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE-SE/2009) A

receita pública obtida pelo Estado, resultante do seu poder de tributar o

patrimônio da coletividade, segundo a classificação doutrinária, denomina-se:

a) derivada.

b) ordinária.

c) originária.

d) patrimonial.

e) industrial.

Comentários:

O gabarito é a alternativa (a).

Em relação ao à coercitividade ou classificação Alemã ou

classificação quanto à origem, as receitas públicas se classificam em:

a) Receitas Derivadas ou Receitas de Economia Pública ou Receitas de

Direito Público

são as que derivam do poder impositivo da soberania do Estado

sobre o patrimônio alheio, ou seja, é unilateral e obriga o particular a

“contribuir” e pagar determinado valor.

b) Receitas Originárias ou Receitas de Economia Privada ou Receitas

de Direito Privado

são as que se originam de atos negociais, onde o Estado não exerce o

seu Poder de Império, pois Estado e particular se encontram em um

mesmo patamar.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

30

13 - (FCC/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE-SE/2009) O

procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador

da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o

montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso,

propor a aplicação da penalidade cabível, corresponde ao estágio da receita

pública denominado

a) recolhimento.

b) arrecadação.

c) previsão.

d) lançamento.

e) fixação.

Comentários:

O gabarito é a alternativa (d).

Observe que esta banca já colocou o Lançamento como sendo um

procedimento administrativo, sendo que, no comando da questão, considerou-

o como sendo estágio, ou seja, adotou a linha de pensamento doutrinário

sobre o tema. Relembrando....

ESTÁGIOS DA RECEITA PÚBLICA

P revisão – é o planejado pela Fazenda Pública;

L ançamento – ato da repartição competente, que verifica a

procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e

inscreve o débito desta (art. 56 da Lei nº 4.320/64);

A rrecadação – ato em que os contribuintes comparecem junto aos

agentes arrecadadores e liquidam seus compromissos perante ao

Tesouro (arts. 35 e 55 da Lei nº 4.320/64);

R ecolhimento - ato em que os agentes arrecadadores transferem o

produto da arrecadação à Conta Única do Tesouro, tornando-o

disponível para o Tesouro.

A etapa da FIXAÇÃO se refere a um dos ESTÁGIOS DA DESPESA

PÚBLICA, que veremos mais adiante.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

31

14 - (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRF – 5ª REGIÃO/2008) A Receita

pública classifica-se em dois grupos denominados receitas:

a) correntes e de capital.

b) orçamentária e extra-orçamentária.

c) patrimonial e extra-orçamentária.

d) patrimonial e tributária.

e) orçamentária e de capital.

Comentários:

O gabarito é a alternativa (b).

No item (a), as Receitas Correntes e de Capital correspondem à

classificação econômica das receitas orçamentárias.

No item (b), em termos doutrinários, a Banca adotou o pensamento

minoritário de João Angélico que classifica a RECEITA PÚBLICA em 2 grupos:

RECEITA ORÇAMENTÁRIA

RECEITA EXTRAORÇAMENTÁRIA

Nos demais itens, vamos classificar sinteticamente cada uma das

receitas.

PATRIMONIAL: Receita Corrente, ou seja, classificação

econômica das receitas orçamentárias

TRIBUTÁRIA: Receita Corrente, ou seja, classificação

econômica das receitas orçamentárias

DE CAPITAL: Classificação econômica das receitas

orçamentárias

15 - (FCC/TÉCNICO DE ORÇAMENTO/MPU/2007) Os estágios da receita

pública são, em ordem cronológica,

a) lançamento, previsão, recolhimento e arrecadação.

b) lançamento, previsão, arrecadação e recolhimento.

c) previsão, lançamento, recolhimento e arrecadação.

d) previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento.

e) arrecadação, lançamento, previsão e recolhimento.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

32

Comentários:

O gabarito é a alternativa (d).

Os estágios da receita são o “PLAR” (de acordo com a doutrina) ou “LAR”

(de acordo com os arts. 53, 55 e 56 da Lei nº 4.320/64) ou “PAR” (de cordo

com o MTO).

Observe que se a Banca colocou 4 estágios, significa dizer que ela quis o

enfoque da doutrina, ok?

Assim, temos, na sequência cronológica, Previsão => Lançamento =>

Arrecadação => Recolhimento

16 - (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRF 1ª REGIÃO/2006) A receita

pública percorre fases claramente identificadas de procedimentos

administrativos e contábeis. Pode-se afirmar que a proposição está

a) parcialmente correta, visto que, embora existam etapas, não são

claramente identificadas.

b) correta, sendo que as fases são: lançamento, arrecadação e recolhimento.

c) correta, pois a receita percorre a etapa de liquidação, contribuição e

recolhimento.

d) incorreta, dado o fato que o regime de caixa é o que determina a

contabilização da receita.

e) parcialmente incorreta, pois as fases distinguem-se contabilmente e não

administrativamente.

Comentários:

O gabarito é a alternativa (b).

Os ESTÁGIOS DA RECEITA PÚBLICA correspondem a atos

administrativos com reflexos contábeis.

Observe que a Banca nesta questão adotou os estágios previstos na Lei

nº 4.320/1964.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

33

17 - (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE – RN/2005) A receita pública é

classificada em dois grupos:

a) patrimonial e serviços.

b) patrimonial e tributária.

c) serviços e tributária.

d) orçamentária e tributária.

e) orçamentária e extra-orçamentária.

Comentários:

O gabarito é a alternativa (e).

Observe mais uma vez que a FCC adotou o pensamento minoritário de

João Angélico que classifica a RECEITA PÚBLICA em 2 grupos:

RECEITA ORÇAMENTÁRIA

RECEITA EXTRAORÇAMENTÁRIA

18 - (FCC/ASSESSOR JURÍDICO/TCE – PI/2002) A respeito de receita

pública é correto afirmar que as receitas

a) correntes são as provenientes de realização de recursos financeiros oriundos

de constituição de dívidas.

b) derivadas são as provenientes de receitas tributárias, patrimonial,

agropecuária, industrial e de serviços.

c) derivadas advém da exploração, pelo Estado, da atividade econômica.

d) originárias caracterizam-se pelo constrangimento legal para sua

arrecadação, como exemplo, os tributos.

e) podem ser compreendidas como todo o ingresso de recursos financeiros ao

tesouro nacional, com ou sem contrapartida no passivo e independentemente

de aumento de capital.

Comentários:

O gabarito é a alternativa (e).

Observe a troca de conceitos em cada alternativa.

Antes, cabe o registro de que no item (e) temos associado o conceito de

RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS E EXTRAORÇAMENTÁRIAS.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

34

CORREÇÃO DOS ITENS

ITEM CORREÇÃO

A DE CAPITAL são as provenientes de realização de recursos

financeiros oriundos de constituição de dívidas.

B CORRENTES são as provenientes de receitas tributárias,

patrimonial, agropecuária, industrial e de serviços.

C ORIGINÁRIAS advém da exploração, pelo Estado, da atividade

econômica.

D DERIVADAS caracterizam-se pelo constrangimento legal para

sua arrecadação, como exemplo, os tributos.

19 - (FCC/SUBPROCURADOR/TCE – SE/2002) No que concerne à

classificação da receita pública, é correto afirmar que na Lei nº 4.320/64

a) a receita tributária é instituída pelas entidades estatais e autárquicas,

compreendendo os impostos, as taxas e as tarifas.

b) são receitas correntes as receitas tributárias, patrimonial, industrial e

diversas.

c) são receitas correntes as provenientes de recursos financeiros oriundos de

constituição de dívida.

d) são receitas de capital as receitas tributárias, de contribuições, patrimonial,

agropecuária, industrial, de serviços e outras.

e) são receitas correntes as provenientes da conversão, em espécie, de bens e

direitos.

Comentários:

O gabarito é a alternativa (b).

Vamos corrigir os itens:

Item (a) – Receita Tributária é aquela instituída pela União, pelos

Estados, Distrito Federal e Municípios, compreendendo os impostos, as

taxas e contribuições de melhoria, nos termos da Constituição e das leis

vigentes em matéria financeira.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

35

Item (b) – As Receitas Correntes correspondem ao nosso mnemônico

“TCPAISTransOu”, onde DIVERSAS, no contexto da questão, corresponde a

OUTRAS RECEITAS CORRENTES.

Item (c) – As RECEITAS DE CAPITAL são as provenientes de realização

de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas

Item (d) – São RECEITAS CORRENTES as receitas tributárias, de

contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras.

Item (e) - São RECEITAS DE CAPITAL as provenientes da conversão,

em espécie, de bens e direitos.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

36

CAPÍTULO 2

2 – Conceito, estágios e classificação econômica da Despesa pública

2.1 - DESPESAS PÚBLICAS - CONCEITOS

Agora, passaremos a abordar o conceito e as classificações de

DEPSESAS PÚBLICAS, segundo a doutrina.

Segundo o Manual de Despesa Nacional (1ª Edição) da STN:

2.1.1 - CONCEITO – ENFOQUE PATRIMONIAL

Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o

período contábil sob a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou

incremento em passivos, que resultem em decréscimo do patrimônio líquido e

que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários da entidade.

(Definição baseada na Resolução do CFC 1.121/2008).

Relembra-se que, de acordo com os princípios da Contabilidade,

registra-se a despesa quando ocorrer do seu fato gerador, ocorrendo ou não o

seu pagamento.

Desta forma, segundo o Manual a despesa pública sob o enfoque

patrimonial pode ser assim classificada:

a) Quanto à entidade que apropria a despesa:

- Despesa Pública – aquela efetuada por entidade pública.

- Despesa Privada – aquela efetuada pela entidade privada.

b) Quanto à dependência da execução orçamentária:

- Despesa resultante da execução orçamentária – aquela que

depende de autorização orçamentária para acontecer. Exemplo: despesa com

salário, despesa com serviço, etc.

- Despesa independente da execução orçamentária – aquela que

independe de autorização orçamentária para acontecer. Exemplo: constituição

de provisão, despesa com depreciação, etc.

2.1.2 - CONCEITO – ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO

Importante destacar que orçamento representa o fluxo de

ingressos e aplicação de recursos em determinado período, o que o torna um

instrumento fundamental de planejamento para qualquer entidade, pública ou

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

37

privada.

Assim, Despesa ou Dispêndio orçamentário pode ou não diminuir a

situação líquida patrimonial, em razão do fluxo que deriva da utilização de

crédito consignado no orçamento da entidade.

De acordo com o Manual, a despesa orçamentária pode ser assim

classificada:

a) Quanto às entidades destinatárias do orçamento:

- Despesa Orçamentária Pública – aquela executada por

entidade pública e que depende de autorização legislativa para sua

realização, por meio da Lei Orçamentária Anual ou de Créditos

Adicionais, pertencendo ao exercício financeiro da emissão do

respectivo empenho.

- Despesa Orçamentária Privada – aquela executada por entidade

privada e que depende de autorização orçamentária aprovada por ato de

conselho superior ou outros procedimentos internos para sua consecução.

b) Quanto ao impacto na situação líquida patrimonial:

- Despesa Orçamentária Efetiva – aquela que, no momento da sua

realização, reduz a situação líquida patrimonial da entidade. Constitui fato

contábil modificativo diminutivo.

- Despesa Orçamentária Não-Efetiva – aquela que, no momento da

sua realização, não reduz a situação líquida patrimonial da entidade e constitui

fato contábil permutativo. Neste caso, além da despesa orçamentária, registra-

se concomitantemente conta de variação ativa para anular o efeito dessa

despesa sobre o patrimônio líquido da entidade.

2.1.3 - OUTROS CONCEITOS DE DESPESA PÚBLICA

Conforme J. Teixeira Machado Júnior:

EM SENTIDO LATO: obrigações a se assumirem quando se

adquirirem bens e serviços por empenhos, a fim de se aplicarem nas

atividades que serão desenvolvidas ou executadas nas diversas áreas de

atuação governamental.

EM SENTIDO ESTRITO: consumo efetivo dos bens e serviços que

se destinam às atividades executadas ou desenvolvidas nas diversas áreas de

atuação do governo, ou seja, trata-se de despesa real ou custo efetivamente

incorrido.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

38

Em um viés mais voltado para Finanças Públicas, Alberto Deodato

define assim:

É o gasto da riqueza pública autorizado pelo poder competente,

com o fim de socorrer a uma necessidade pública.

2.2 - ESTÁGIOS DA DESPESA PÚBLICA

Como havíamos comentado sobre os estágios da receita pública em

nossa AULA DEMONSTRATIVA, cabe aqui também descrevermos as fases ou

estágios da despesa pública que são o “FELP” (de acordo com a doutrina) ou

“ELP” (de acordo com os arts. 58, 63 e 62 da Lei nº 4.320/64).

Nada melhor do que resumirmos em um quadro.

ESTÁGIOS DA DESPESA PÚBLICA

Fixação – é a estimativa que o Poder Público faz de quanto será

destinado para um fim específico, em cada quantia consignada em

orçamento ou em crédito adicional para fazer frente a determinada despesa;

Empenho – é o ato emanado de autoridade competente que cria

para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de

condição (art. 58 da Lei nº 4.320/64);

Liquidação – consiste na verificação do direito adquirido pelo

credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo

crédito (arts. 63 da Lei nº 4.320/64);

Pagamento – é efetuado quando ordenado após sua regular

liquidação (arts. 62 da Lei nº 4.320/64).

Antes de comentar mais algumas questões de prova, queria alertar

que os tópicos dessa aula são cobrados de forma repetida nos últimos

concursos.

A ideia é fazermos as questões resolvidas, eventualmente de

outras Bancas, pois assim iremos economizar tempo de estudo e verificarmos

que as Bancas têm trazido os mesmas abordagens.

Isso mesmo, como me ensinaram os grandes mestres que tive, a

melhor coisa é fazermos questões resolvidas !

De qualquer forma, ao final das aulas, iremos deixar as questões

“limpas” para os que ainda não se adaptaram poderem testar essa

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

39

metodologia. Claro, no final, teremos o gabarito, sem os comentários.

Dito isso, vamos em frente.

CAIU NA PROVA !

20 – (FCC/MPE-SE/2009) De acordo com a doutrina majoritária, são

estágios da despesa orçamentária:

a) previsão, lançamento, empenho e pagamento.

b) fixação, reserva, empenho e liquidação.

c) previsão, empenho, fixação e pagamento.

d) fixação, liquidação, pagamento e cancelamento.

e) fixação, empenho, liquidação e pagamento.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (e).

As fases ou estágios da despesa pública que são o “FELP” (de acordo

com a doutrina) ou “ELP” (de acordo com os arts. 58, 63 e 62 da Lei nº

4.320/64).

21 - (FCC/TÉCNICO DE CONTROLE INTERNO I - TCE-MG/2007) A

despesa pública é processada na seguinte ordem:

a) ordem de pagamento, empenho, pagamento e liquidação.

b) empenho, liquidação, ordem de pagamento e pagamento.

c) liquidação, empenho, pagamento e ordem de pagamento.

d) ordem de pagamento, liquidação, pagamento e empenho.

e) pagamento, liquidação, empenho e ordem de pagamento.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (b).

É o que preveem, respectivamente, os arts. 58, 63, 64 e 62 da Lei nº

4.320/64. Não falamos antes, mas a ordem de pagamento é o despacho

exarado por autoridade competente, o qual determina que a despesa seja

paga.

Mnemônico: “ELP” ou “FELP” a depender do comando da questão ou

das alternativas disponíveis.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

40

22 - (FCC/TÉCNICO DE CONTROLE INTERNO – MPU/2007) Os estágios

da despesa pública são, em ordem cronológica,

a) fixação, liquidação, empenho e pagamento.

b) previsão, lançamento, empenho e pagamento.

c) previsão, empenho, fixação e liquidação.

d) fixação, empenho, liquidação e pagamento.

e) arrecadação, lançamento, previsão e recolhimento.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (d).

Observemos que o enfoque foi outro para o tema. Como há a previsão

em uma das alternativas, a banca explorou nosso mnemônico “FELP”

(enfoque doutrinário).

2.3 - CLASSIFICAÇÕES DA DESPESA PÚBLICA

A doutrina classifica a Despesa Pública da seguinte forma: quanto à

natureza, quanto à afetação patrimonial e quanto à regularidade.

2.3.1 - Quanto à natureza:

É a que se relaciona à autorização ou não por parte do Poder

Legislativo, a fim de se financiarem os dispêndios públicos.

a) Despesas Extraorçamentárias: em adaptação ao parágrafo

único do art. 3º da Lei nº 4.320/64, seriam as saídas compensatórias no ativo

e no passivo financeiros, decorrentes de receitas extraorçamentárias.

Também podemos definir como dispêndios que NÃO DEPENDEM

de autorização legislativa, ou seja, cuja execução corre fora da lei do

orçamento.

Outro enfoque seria que, geralmente, são valores devolvidos pelo

Estado em razão de estarem temporariamente em poder estatal. Assim,

quando o Estado desembolsa ou “devolve” os valores que se classificaram

como receitas extraorçamentária, estaremos diante de uma DESPESA

EXTRAORÇAMENTÁRIA.

Ex. de Despesas Extraorçamentárias: devolução de cauções,

saques de depósitos judiciais, resgates de operações de ingresso provenientes

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

41

de antecipação de Receita Orçamentária (ARO).

b) Despesas Orçamentárias: são as que não podem se efetivar

sem crédito orçamentário correspondente e que DEPENDEM de autorização do

Poder Legislativo para sua realização.

Diz-se que no orçamento público a Despesa é fixada por estar

determinada neste instrumento de planejamento.

Outra definição transversa de Despesa Orçamentária é a que diz

não ser uma Despesa Extraorçamentária, em razão da definição desta.

Ex. de Despesas Orçamentárias: despesa de custeio, juros e

encargos da dívida (essas na categoria econômica “Despesa Corrente”),

assim como as Despesas de Investimento e as Despesas de Inversões

Financeiras (classificadas na categoria econômica “Despesa de Capital”).

IMPORTANTE!

Somente as Despesas Orçamentárias e Intra-orçamentárias são

classificadas quanto às Categorias Econômicas, ou seja, Despesa

Orçamentária/Intra-orçamentária Corrente e Despesa

Orçamentária/Intra-orçamentária de Capital.

Vamos a um quadro que resume as Despesas Correntes e as

Despesas de Capital.

DESPESAS

CORRENTES

PeJOu

Pessoal e Encargos Sociais

Juros e Encargos da Dívida

Outras Despesas Correntes

DESPESAS DE

CAPITAL

IIA

Investimentos

Inversões Financeiras

Amortização da Dívida

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

42

MNEMÔNICO

“A Despesa do PeJOu, ele IIA”

Colocaremos as definições, segundo a Lei nº 4.320/64 e a Portaria

Interministerial nº 163/2001, de cada uma dessas despesas.

DESPESAS CORRENTES

PESSOAL E

ENCARGOS SOCIAIS

(PORTARIA)

Despesas de natureza remuneratória decorrentes:

do efetivo exercício de cargo, emprego ou

função de confiança no setor público

do pagamento dos proventos de aposentadorias,

reformas e pensões

das obrigações trabalhistas de responsabilidade

do empregador, incidentes sobre a folha de

salários, contribuição a entidades fechadas de

previdência, outros benefícios assistenciais

classificáveis neste grupo de despesa

de soldo, gratificações, adicionais e outros

direitos remuneratórios, pertinentes a este

grupo de despesa, previstos na estrutura

remuneratória dos militares

do ressarcimento de pessoal requisitado

das despesas com a contratação temporária

para atender a necessidade de excepcional

interesse público

das despesas com contratos de terceirização de

mão-de-obra que se refiram à substituição de

servidores e empregados públicos, em

atendimento ao disposto no art. 18, § 1º , LRF

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

43

JUROS E ENCARGOS DA

DÍVIDA (PORTARIA)

Despesas com o pagamento:

de juros, comissões e outros encargos de

operações de crédito internas e externas

contratadas

da dívida pública mobiliária

OUTRAS DESPESAS

CORRENTES (PORTARIA)

Despesas com:

aquisição de material de consumo

pagamento de:

diárias

contribuições

subvenções

auxílio-alimentação

auxílio-transporte

outras despesas da categoria econômica

"Despesas Correntes" não classificáveis nos

demais grupos de natureza de despesa

DESPESAS DE

CUSTEIO (LEI Nº 4.320)

Dotações para:

manutenção de serviços anteriormente

criados

atender a obras de conservação e adaptação

de bens imóveis

TRANSFERÊNCIAS CORRENTES

(LEI Nº 4.320)

Dotações para:

despesas as quais não corresponda

contraprestação direta em bens ou serviços

contribuições e subvenções destinadas a

atender à manifestação de outras entidades

de direito público ou privado

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

44

Em relação às Despesas de Capital, temos o seguinte quadro:

DESPESAS DE CAPITAL

INVESTIMENTOS (PORTARIA E LEI

Nº 4.320/64)

Despesas com:

o planejamento e a execução de obras

e também com a aquisição de imóveis

considerados necessários à realização das

obras

aquisição de instalações, equipamentos e

material permanente

programas especiais de trabalho - PET

constituição ou aumento do capital de

emprêsas que não sejam de caráter

comercial ou financeiro

INVERSÕES FINANCEIRAS

(PORTARIA E LEI Nº 4.320/64)

Despesas com:

aquisição de imóveis ou bens de capital já

em utilização

aquisição de títulos representativos do

capital de empresas ou entidades de

qualquer espécie, já constituídas, quando a

operação não importe aumento do capital

constituição ou aumento do capital de

empresas que visem a objetivos comerciais

ou financeiros, inclusive operações

bancárias ou de seguros

AMORTIZAÇÃO DA

DÍVIDA (PORTARIA)

Despesas com:

pagamento e/ou refinanciamento do

principal e da atualização monetária ou

cambial da dívida pública interna e externa,

contratual ou mobiliária

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

45

TRANSFERÊNCIAS

DE CAPITAL (LEI Nº 4.320/64)

Dotações para:

investimentos ou inversões financeiras que

outras pessoas de direito público ou

privado devam realizar,

independentemente de contraprestação

direta em bens ou serviços, constituindo

essas transferências auxílios ou

contribuições, segundo derivem

diretamente da Lei de Orçamento ou de lei

especialmente anterior

amortização da dívida pública

CAIU NA PROVA !

23 – (ESAF / ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANA / 2009) Considerada a

categorização da despesa pública, classificam-se como investimentos as

despesas com o:

a) planejamento e a execução de obras.

b) aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização.

c) aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de

qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do

capital.

d) constituição ou aumento do capital de empresas.

e) pagamento de contribuições e subvenções.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (a).

Observem que a Banca procurou verificar os conceitos previstos na Lei

nº 4.320/64 mesclados com os da Portaria Interministerial nº 163/2001.

Além disso, temos no art. 12, § 4º, da Lei nº 4.320/64, a seguinte

definição sobre INVESTIMENTOS.

“Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento

e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis

considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os

programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

46

material permanente e constituição ou aumento do capital de emprêsas que

não sejam de caráter comercial ou financeiro.”

Vamos comentar cada uma das alternativas.

Itens (b), (c) e (d) – são hipóteses de INVERSÃO FINANCEIRA, previstas

no art. 12, § 5º, I, da Lei nº 4.320/64, transcrito a seguir:

“Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:

I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;

II - aquisição de títulos representativos do capital de emprêsas ou

entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não

importe aumento do capital;

III - constituição ou aumento do capital de entidades ou emprêsas

que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações

bancárias ou de seguros.”

Observem que nosso quadro resumo já nos facilitou bastante.

Item (e) – os pagamentos da alternativa se referem a Transferências

Correntes, segundo o art. 12, § 2º, da Lei nº 4.320/64, transcrito a seguir:

“Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para

despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou

serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à

manifestação de outras entidades de direito público ou privado.”

No entanto, a definição da Portaria 163 é a que facilita a resolução da

questão.

“Outras Despesas Correntes são despesas com aquisição de material de

consumo, pagamento de diárias, contribuições, subvenções,

auxílioalimentação, auxílio-transporte, além de outras despesas da categoria

econômica "Despesas Correntes" não classificáveis nos demais grupos de

natureza de despesa.”

ERICK, você pode falar sobre o que são Despesas Intra-

orçamentárias?

Então... Da mesma forma que as receitas intra-orçamentárias, esse

conceito de despesas intra-orçamentárias decorreu da Portaria Interministerial

STN/SOF n° 338, de 26 de abril de 2006.

Ocorrem despesas intra-orçamentárias quando órgãos, fundos,

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

47

autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades

integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social efetuam aquisições de

materiais, bens e serviços, realizam pagamento de impostos, taxas e

contribuições, além de outras operações.

Para ser intra-orçamentária, o recebedor dos recursos do outro

lado tem que ser também órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal

dependente ou outra entidade constante do orçamento fiscal e da seguridade

social, no âmbito da mesma esfera de governo.

Basta lembrarmo-nos do exemplo que comentamos antes para

vocês:

Para o Ministério da Defesa publicar determinado edital de licitação

no Diário Oficial da União, ele realizará uma despesa intra-orçamentária

simultaneamente a uma receita intra-orçamentária junto à Imprensa Nacional.

Quando esta recebe pelo serviço prestado ao Ministério, estamos

diante de uma receita intra-orçamentária para a Imprensa Nacional. De outro

lado, a contrapartida é uma despesa intra-orçamentária por parte do Ministério

da Defesa.

Assim, guardemos que ao ocorrer uma despesa intra-orçamentária,

obrigatoriamente ocorrerá uma receita intra-orçamentária em órgão integrante

do Orçamento Fiscal e Seguridade Social.

Os registros dessas receitas e despesas intra-orçamentárias não

ocorrerão no mesmo momento, em razão de se reconhecer a despesa no

momento da apropriação e a receita na hora da arrecadação.

Seguindo adiante.....

2.3.2 - Quanto à afetação patrimonial:

Na mesma linha da receita pública, é nesta classificação que se

observa se houve ou não alteração na situação líquida patrimonial do Estado.

a) Efetivas: são as Despesas Públicas em que o Estado

“empobrece” em razão de um dispêndio no qual não há contrapartida de

aumento do ativo ou de redução do passivo, o que faz o patrimônio estatal

reduzir sua situação líquida.

Ex.: despesas de pessoal, juros da dívida pública, etc.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

48

OBSERVAÇÃO

As despesas correntes, em regra, são despesas efetivas, já que

reduzem o patrimônio líquido estatal.

Exceção se faz para os dispêndios efetuados na aquisição de

materiais para a formação de estoques, pois este fato é permutativo, ou seja,

“sai $, mas entra material no estoque” (desculpem-me os contabilistas, mas é

só para facilitar o raciocínio).

b) Não-Efetivas ou por permutação patrimonial ou por

mutação patrimonial: no mesmo raciocínio, são as despesas que não

alteram a situação líquida de determinado patrimônio estatal, ou seja, são

meras permutações contábeis relacionadas a um dispêndio público.

Correspondem a saídas ou alterações compensatórias nas partes

que constituem o patrimônio líquido do ente estatal, ou seja, são fatos

permutativos e em nada acrescentam na situação líquida patrimonial.

Ex.: empréstimos concedidos, aquisição de bens, pagamento do

principal da dívida pública, aquisição de material de consumo, etc.

OBSERVAÇÃO

As despesas de capital, em regra, são despesas não-efetivas, pois

não acarretam decréscimo no patrimônio líquido do Estado.

Exceção: nas Transferências de Capital para outras instituições (é

uma espécie do gênero Despesa de Capital). É o que ocorre quando a União

transfere, por Convênio, recursos para determinado Município construir um

hospital municipal.

Como o hospital passa a ser do Município, essa despesa de capital

é uma Despesa Efetiva, pois não gerou, para a União, uma contrapartida de

natureza patrimonial, mas contribuiu para um decréscimo no patrimônio

líquido federal.

2.3.3 - Quanto à regularidade ou duração:

Refere-se à constância ou não de uma Despesa Pública ao longo de um

exercício financeiro.

a) Ordinária: é a que se obtém constantemente em cada exercício

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

49

financeiro, com características de continuidade e que correspondem a

dispêndios de valores nos cofres públicos que se repetem em todos os

exercícios.

Ex.: Despesas com serviços prestados por terceiros, despesas com

pessoal.

b) Extraordinária: é obtida esporadicamente e que não

apresentam caráter de continuidade, pois surgem de circunstâncias

excepcionais.

Ex.: Despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública.

CAIU NA PROVA!

24 – (ESAF / AUDITOR TCE-GO / 2007) De acordo com a Lei n. 4.320, de

1964, assinale a opção que representa uma transferência corrente.

a) Juros da Dívida Pública.

b) Despesa com serviços de terceiros.

c) Despesa com pessoal civil.

d) Serviços em regime de programação especial.

e) Concessão de empréstimos.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (a).

Observem que a Banca procurou verificar os conceitos previstos na Lei

nº 4.320/64.

Além disso, nosso quadro apresentado anteriormente nos servirá como

um mantra para resolvermos questões dessa abordagem.

Temos no art. 12, § 2º, da Lei nº 4.320/64, a seguinte definição sobre

TRANSFERÊNCIAS CORRENTES.

“Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para

despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou

serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à

manifestação de outras entidades de direito público ou privado.”

No entanto, somente com o previsto na Portaria nº 163 é que

poderíamos matar a questão.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

50

Ela define Juros e Encargos da Dívida como sendo as despesas com

o pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações de crédito

internas e externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária.

Observe que a Portaria interpretou a Lei nº 4.320/64, sendo que esta

define Transferências Correntes, em síntese, como sendo “as que não são

Despesas Correntes de Custeio”.

Em razão disso, o PAGAMENTO DOS JUROS DA DÍVIDA PÚBLICA é

considerada uma TRANSFERÊNCIA CORRENTE.

Vamos comentar cada uma das alternativas.

Itens (b) e (c) – são hipóteses de DESPESAS DE CUSTEIO

Observem que nosso quadro resumo já nos facilitou bastante.

Item (d) – o art. 13 da Lei nº 4.320/64 classifica os Serviços em regime

de programação especial como sendo um INVESTIMENTO, ou seja, é uma

DESPESA DE CAPITAL.

Cabe um destaque para falarmos sobre o regime de programação

especial, mais conhecido como PROGRAMA ESPECIAL DE TRABALHO –

PET.

A Lei nº 4.320/64 estabelece o conceito do PET em seu art. 20, § único,

conforme a seguir trancrito.

“Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não

possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução

da despesa poderão ser custeadas por dotações globais, classificadas entre as

Despesas de Capital.”

Exemplo de um programa especial de trabalho: despesas de caráter

emergencial para as vítimas das enchentes em Santa Catarina.

Neste exemplo, não há como se prever no orçamento uma tragédia. Em

razão disso, as despesas que a União efetuará em socorro às vítimas não

observam o rito normal e são denominadas “PETs”.

Item (e) – concerder empréstimos é uma despesa de capital, conforme

consta no rol do art. 13 da Lei nº 4.320/64.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

51

25 – (ESAF / AUDITOR TCE-GO / 2007) A dotação orçamentária destinada

a amortização da dívida pública externa classifica-se como

a) transferência corrente.

b) transferência de capital.

c) inversão financeira.

d) despesa de custeio.

e) investimento.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (b).

De acordo com o rol do art. 14 da Lei nº 4.320/64, AMORTIZAÇÃO DA

DÍVIDA é uma TRNASFERÊNCIA DE CAPITAL.

Vamos resumir o rol dos artigos 13 e 14 que consta na Lei nº 4.320/64.

ROL DAS DESPESAS CORRENTES – ART. 13 – LEI Nº 4.320/64

DESPESAS DE CUSTEIO

o Pessoal Civil

o Pessoal Militar

o Material de Consumo

o Serviços de Terceiros

o Encargos Diversos

TRANSFERÊNCIAS

CORRENTES

o Subvenções Sociais

o Subvenções Econômicas

o Inativos

o Pensionistas

o Salário Família e Abono Familiar

o Juros da Dívida Pública

o Contribuições de Previdência

Social

o Diversas Transferências

Correntes

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

52

ROL DAS DESPESAS DE CAPITAL – ART. 14 – LEI Nº 4.320/64

INVESTIMENTOS

o Obras Públicas

o Serviços em Regime de

Programação Especial

o Equipamentos e Instalações

o Material Permanente

o Participação em Constituição ou

Aumento de Capital de Emprêsas

ou Entidades Industriais ou

Agrícolas

INVERSÕES

FINANCEIRAS

o Aquisição de Imóveis

o Participação em Constituição ou

Aumento de Capital de Emprêsas

ou Entidades Comerciais ou

Financeiras

o Aquisição de Títulos

Representativos de Capital de

Emprêsa em Funcionamento

o Constituição de Fundos Rotativos

o Concessão de Empréstimos

o Diversas Inversões Financeiras

TRANSFERÊNCIAS DE

CAPITAL

o Amortização da Dívida Pública

o Auxílios para Obras Públicas

o Auxílios para Equipamentos e

Instalações

o Auxílios para Inversões Financeiras

o Outras Contribuições

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

53

26 – (ESAF / AUDITOR TCE-GO / 2007) Quanto ao aspecto legal, a

despesa orçamentária pode ser estudada de acordo com os enfoques jurídico,

econômico e administrativo-legal. Identifique a única opção falsa no que diz

respeito ao enfoque econômico.

a) A despesa orçamentária é dividida em duas categorias básicas, que são as

despesas correntes e as despesas de capital.

b) As despesas de capital são despesas sem as quais a máquina administrativa

e de serviços do Estado não funcionaria e, neste item, são incluídas as

despesas do governo relacionadas com o pagamento dos encargos da dívida

pública.

c) Por meio das despesas por categorias econômicas, é possível apurar a

capacidade de poupança do governo e o peso de cada componente na

estrutura de gastos.

d) As despesas correntes são as que se referem a desembolsos ou aplicações

das quais não resulta compensação patrimonial e, conseqüentemente, geram

diminuição no patrimônio.

e) Os gastos governamentais por categorias econômicas são apresentados nos

balanços gerais de cada unidade que compõe a estrutura governamental.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (b).

Questão que abarca conhecimentos doutrinários sobre o tema.

Item (a) – como vimos nesta aula, as categorias econômicas da despesa

orçamentária são DESPESAS CORRENTES e DESPESAS DE CAPITAL.

Item (b) – uma forma correta de corrgir o item seria dizer assim:

“As DESPESAS CORRENTES (OU DE CUSTEIO => DA MÁQUINA DO

GOVERNO) são despesas sem as quais a máquina administrativa e de

serviços do Estado não funcionaria e, neste item, são incluídas as despesas do

governo relacionadas com o pagamento dos encargos da dívida pública, POIS

ESTAS SE CLASSIFICAM COMO DESPESAS CORRENTES. “

Item (c) – está exatamente sintetizado o conceito econômico que a

doutrina utiliza sobre o assunto. É o que assistimos nas notícias e debates

constantes entre governo e sociedade.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

54

Item (d) – é uma concequência da definição das despesas de CUSTEIO.

Custear nã representa qualquer contrapartida patrimonial para o Estado.

Item (e) – tais balanços são conhecidos como Balanços Orçamentários.

27 - (ESAF/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR – ENAP/2006) Classifica-se

como despesa de capital:

a) o pagamento de juros e encargos da dívida pública.

b) o pagamento de salários a ativos.

c) o pagamento de salários a inativos.

d) a amortização da dívida pública.

e) o recolhimento de encargos sociais.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (d).

Observem que as questões se repetem.

Os itens (a), (b), (c) e correspondem a exemplos de Despesas

Correntes e o item (e) é uma Receita Corrente.

Sendo mais preciso em relação ao art. 13 da Lei nº 4.320/64, os itens

(a) e (c) correspondem a Despesas Correntes – TRANSFERÊNCIAS

CORRENTES. Já o item (b) é uma Despesa Corrente – DESPESAS DE CUSTEIO

Vamos a um extrato do rol das despesas de capital previstas na Lei nº

4.320/64.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

55

EXTRATO DO ROL DAS DESPESAS DE CAPITAL – ART. 14 – LEI

Nº 4.320/64

TRANSFERÊNCIAS DE

CAPITAL

o Amortização da Dívida Pública

o Auxílios para Obras Públicas

o Auxílios para Equipamentos e

Instalações

o Auxílios para Inversões Financeiras

o Outras Contribuições

Pessoal, vamos debater alguns tópicos preliminares de nosso curso

para podermos desenvolver melhor nossos conceitos e entendimentos.

Como dissemos antes, vamos inserir alguns tópicos adicionais de

forma a darmos melhor conhecimento à matéria.

2.4 - AGENTES DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO

FEDERAL

Antes de abordarmos esse tópico, precisamos comentar sobre o

que são Programas e sua Estrutura Programática.

Foi importante que se padronizasse o orçamento para que seja

elaborado, aprovado, executado, controlado e avaliado adequadamente.

Assim, adota-se atualmente no Brasil a Estrutura Funcional-

Programática, na qual toda ação do Governo está estruturada em programas

orientados para a realização dos objetivos estratégicos definidos para o

período de quatro anos do Plano Plurianual – PPA.

2.4.1 - E o que são PROGRAMAS?

São instrumentos de organização da atuação do governo que

articula um conjunto de ações que visam concretizar determinado objetivo

comum estabelecido previamente.

Os programas são mensurados por indicadores instituídos no plano

que concorrem para a solução de algum problema ou para atender

determinada demanda ou necessidade expressada pela sociedade, por meio de

mecanismos democráticos.

Enfim, os programas são orientados para o alcance dos objetivos

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

56

estratégicos definidos para o período de determinado PPA.

IMPORTANTE !

Nos Manuais Técnicos do Orçamento mais recentes, vigora uma nova

classificação para os tipos de programa. Esta classificação está sendo adotada

no PPA do quadriênio 2012-2015.

Assim, questões de provas anteriores a 2008, inclusive,

abordando os tipos ou modalidades de programas, não devem ser

consideradas em seus estudos, pois a classificação em vigor é a seguinte:

- Programas Temáticos: retratam no PPA a agenda de governo organizada

pelos Temas das Políticas Públicas e orienta a ação governamental. Sua

abrangência deve ser a necessária para representar os desafios e organizar a

gestão, o monitoramento, a avaliação, as transversalidades, as

multissetorialidades e a territorialidade. O Programa Temático se desdobra em

objetivos e iniciativas.

- Programas de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: são

instrumentos do Plano que classificam um conjunto de ações destinadas ao

apoio, à gestão e à manutenção da atuação governamental, bem como as

ações não tratadas nos Programas Temáticos por meio de suas iniciativas.

Conforme a última versão do Manual Técnico do Orçamento – MTO,

entre as diretrizes oriundas do programa de governo, destaca-se a visão

estratégica, que indica em termos gerais o País almejado em um

horizonte de longo prazo e estabelece, ainda, os macrodesafios para o

alcance dessa nova realidade de País.

Agora sim, podemos falar nos AGENTES DO SISTEMA DE

PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO FEDERAL.

A Secretaria de Orçamento Federal – SOF, entre outras atribuições,

atua principalmente no que se refere à elaboração, à coordenação e à

consolidação da proposta do orçamento federal, o que compreende os

orçamentos fiscal e da seguridade social.

Em síntese, sua tarefa pressupõe a permanente articulação entre

os agentes envolvidos na missão de elaborar as propostas orçamentárias

setoriais das diversas instâncias da Administração Federal, bem como dos

demais Poderes da União.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

57

Tais agentes correspondem aos órgãos e entidades indicados pela

CF/88, que, ao dispor sobre a Lei Orçamentária Anual – LOA, assim abarca:

- orçamento fiscal: relacionado aos Poderes da União, seus

fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive

fundações instituídas e mantidas pelo poder público;

- orçamento da seguridade social: abrange todas as entidades e

órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os

fundos e fundações instituídos e mantidos pelo poder público; e

- orçamento de investimento das empresas em que a União,

direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.

No âmbito federal, esses órgãos e entidades constam dos

orçamentos da União e são identificados na classificação institucional, que

relaciona os órgãos orçamentários e suas respectivas unidades orçamentárias.

Eles são os componentes naturais do Sistema de Planejamento e

de Orçamento Federal.

OBSERVAÇÃO:

Nem sempre, um órgão orçamentário - OO ou unidade

orçamentária - UO corresponde a uma estrutura administrativa, pois

pode existir para individualizar determinado conjunto de despesas, de modo a

atender à necessidade de clareza e transparência orçamentária.

Exemplos de OO's e UO's “virtuais”, ou seja, que não são uma

estrutura administrativa:

“Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios”;

“Encargos Financeiros da União”;

“Operações Oficiais de Crédito”;

“Refinanciamento da Dívida Pública Mobiliária Federal”; e

“Reserva de Contingência”.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

58

CAIU EM PROVA!

28 - (ESAF / ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANEEL / 2006) O estágio

da despesa denominado liquidação consiste em

a) emissão da Nota de Empenho com o valor a ser pago ao fornecedor.

b) verificação do direito adquirido pelo credor ou entidade beneficiária.

c) emissão do documento ordem de liquidação para pagamento.

d) verificação do montante de créditos a serem comprometidos com o

fornecedor.

e) emissão de documento bancário para a liquidação de obrigação em banco.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (b).

As fases ou estágios da despesa pública que são o “FELP” (de acordo

com a doutrina) ou “ELP” (de acordo com os arts. 58, 63 e 62 da Lei nº

4.320/64).

Além disso, temos as seguintes definições:

Fixação – é a estimativa que o Poder Público faz de quanto será

destinado para um fim específico, em cada quantia consignada em orçamento

ou em crédito adicional para fazer frente a determinada despesa;

Empenho – é o ato emanado de autoridade competente que cria

para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de

condição (art. 58 da Lei nº 4.320/64);

Liquidação – consiste na verificação do direito adquirido pelo

credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo

crédito (arts. 63 da Lei nº 4.320/64);

Pagamento – é efetuado quando ordenado após sua regular

liquidação (arts. 62 da Lei nº 4.320/64).

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

59

CAPÍTULO 3

1 – Orçamento: conceito, elaboração e regimes orçamentários

1.1 – INTRODUÇÃO

Erick, o que é um ORÇAMENTO PÚBLICO?

Inicialmente, seria interessante termos uma ideia do que é um

orçamento em sua concepção simplista.

Na essência, até mesmo para uma pessoa comum, um orçamento

é uma espécie de planejamento em que se avaliam desejos e necessidades

com valores associados a uma previsão do que se tem para gastar.

Legal Erick, mas ainda não captei a ideia.

Vamos usar um exemplo de nosso dia-a-dia.

Em casa precisamos fazer um planejamento para confrontarmos o

que temos de recursos e quais são nossos gastos. Assim, separamos nossas

receitas para podermos pagar as despesas.

Se houver aumento de despesa, nossa “sobra” vai diminuir a

capacidade de fazermos investimentos pessoais. Vejamos um quadro

orçamentário hipotético de uma família para fixarmos melhor a ideia de um

orçamento.

Os nomes dos personagens a seguir colocados são apenas para

exemplificar. Qualquer semelhança é mera coincidência...... (já vi isso em

algum lugar).

MÊS: NOVEMBRO/2011

INGRESSOS GASTOS

Salário – João $ 1.800,00

Salário – Maria $ 2.000,00 Renda de aluguéis $ 1.200,00

Escola dos filhos $ 1.600,00

Luz, Telefone, Gás $ 700,00 Supermercado $ 2.000,00

Empregada e INSS $ 900,00 Venda de um Terreno $ 12.000,00 Empréstimos obtidos no Banco

$ 10.000,00 Pagamento recebido de

empréstimos concedidos $ 5.000,00

Reforma da casa $ 2.000,00 Prestação da casa $ 3.800,00

Compra de carro $ 25.000,00

TOTAL: $ 32.000,00 TOTAL: $ 36.000,00

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

60

Neste exemplo, vimos que o planejamento não foi adequado, o que

gerou um “furo” orçamentário de $ 4.000,00.

É possível perceber que alguns ingressos e dispêndios, sob o ponto

de vista econômico, têm certa aparência em comum.

Por exemplo, na parte de cima da tabela, os salários são recebidos

como forma de retribuição de uma prestação de serviço mensal. Além disso,

são ingressos usuais, comuns, correntes.

Na parte de cima do outro lado, temos que alguns gastos são

utilizados para o custeamento da família, ou seja, são dispêndios para

manutenção, custeio, ou seja, classificam-se como gastos correntes. Na parte

de baixo do quadro, temos ingressos e dispêndios relacionados ao uso do

capital.

Sob a ótica econômica, capital significa, em síntese, o conjunto de

bens produzidos que participam da produção de outros bens.

Capital também é uma espécie de recurso, em moeda, investido ou

disponível para investimento ou, ainda, pode ser um fundo em dinheiro ou o

patrimônio de uma empresa.

Com isso, podemos concluir que a família hipotética não soube

planejar o orçamento de forma para que ele ficasse equilibrado. No caso,

haverá a necessidade de se captar recursos de empréstimos ou de se cortar

algum gasto.

E o mais importante: É preciso ter transparência e responsabilidade

nesse orçamento familiar, para que essas pessoas possam ter uma vida mais

tranquila e poderem alcançar melhorias.

Acho que agora já conseguimos ver, com esse exemplo de um

orçamento cotidiano, alguns conceitos do que os governos devem fazer.

Beleza Erick, mas e o tal do Orçamento Público?

No caso do governo, temos algo semelhante ao que ocorre em

nosso cotidiano. Vejamos como exemplo uma obra que consiste na construção

de uma ponte para ligar duas cidades que ficam separadas por um rio.

Os Prefeitos das cidades provavelmente não vão possuir recursos

que possam arcar com a obra. Não se arrecada, em regra, o suficiente para

construir uma ponte. Isto porque os municípios têm suas despesas correntes

com servidores, entre outros, e de capital como, por exemplo, o asfaltamento

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

61

de uma rua, que correm no orçamento municipal.

Daí, essa demanda pela ponte gera necessidade de

complementação de recursos para fazer frente a essa despesa. Geralmente,

União e Estados entram com esse complemento.

Então....., do mesmo jeito que se deseja construir a piscina em

uma casa, o governo também precisa fazer alguma despesa para que se

atenda à necessidade da coletividade. Para esse objetivo, é preciso ter

responsabilidade.

E como se dá isso na esfera governamental?

A essência da resposta, em nossa disciplina, está no fato de que as

RECEITAS precisam estar PREVISTAS, enquanto que as DESPESAS têm que

ser FIXADAS.

Também é preciso lembrar da concepção do que é a Atividade

Financeira do Estado. Esta se desdobra em receita, despesa, orçamento e

crédito público e consiste em obter, aplicar, criar e gerir o dinheiro

indispensável às necessidades, cuja satisfação o Estado assumiu.

Para isso, precisamos de um plano financeiro autorizado legal e

formalmente, que consiste, em resumo, em uma pauta de dotações

associada a uma realidade problematizada.

Mas temos outras abordagens sobre o tema.

Atualmente no Brasil, Orçamento Público é o documento do

Poder Executivo, aprovado pelo Legislativo, que estima receitas e

despesas para o período de um ano, que envolve todos os órgãos

integrantes da estrutura governamental.

Sob a ótica política, podemos dizer que corresponde ao contrato

formulado anualmente entre governo, administração e sociedade sobre as

ações a se implementarem pelo Poder Público.

Não estranhem o fato de termos colocado que a despesa no

orçamento público também é estimada. No ordenamento jurídico brasileiro o

que mais se vê é a frase: “PREVISÃO DE RECEITAS e FIXAÇÃO DA DESPESA”.

No entanto, para se fixar a Despesa, temos que estimá-la o que não invalida

este termo.

Temos ainda o entendimento de que o Orçamento Público é o

instrumento pelo qual o governo controla as finanças públicas e

executa as ações governamentais, ensejando o objetivo estatal do bem

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

62

comum.

No Brasil, abrange a elaboração e a execução de três leis – o

plano plurianual (PPA), as diretrizes orçamentárias (LDO) e o orçamento

anual (LOA) – que, juntas, concretizam o planejamento e a execução das

políticas públicas federais.

Bem, agora vamos adiante!

1.2 – ORÇAMENTO PÚBLICO – CONCEITOS, OBJETIVOS E CONTEÚDO

Antes de aprofundarmos, vamos inserir alguns comentários sobre a

essência de um Orçamento Público.

Sob uma visão histórica, percebe-se que o orçamento público

evoluiu ao longo do tempo. Isto decorreu da maior atenção que se deu à

economia como um todo, bem como no aumento do tamanho da

participação dos governos na vida de uma nação.

1.2.1 - CONCEITO DE ORÇAMENTO PÚBLICO NO BRASIL

O Orçamento Público, em sentido amplo, é um documento

legal (aprovado por lei) contendo a previsão de receitas e a estimativa

de despesas a serem realizadas por um Governo em um determinado

exercício (geralmente de um ano).

1.2.2 - OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE OS OBJETIVOS E

CONTEÚDOS DOS ORÇAMENTOS:

Quais os objetivos de uma política orçamentária ?

Basicamente, são os seguintes:

corrigir as falhas de mercado e as distorções, a fim de

se manter a estabilidade,

melhorar a distribuição de renda; e

alocar os recursos com mais eficiência.

Além disso, o Orçamento também tem a função de:

regular o mercado; e

coibir abusos.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

63

Assim, o Orçamento tem o objetivo de reduzir as falhas de

mercado e as externalidades negativas. Estas seriam os fatores adversos

causados pela produção, tal como a poluição, os problemas urbanos, entre

outros.

Sabemos que o Governo intervém no mercado de várias formas.

Por exemplo, por meio da política fiscal e da política monetária, controlam-se

preços, salários, inflação, bem como se restringe a demanda ou se impõem

choques na oferta.

A Política Fiscal, a Política Regulatória e a Política Monetária

são instrumentos e recursos que o Governo utiliza para intervir na

Economia.

Vamos destrinchá-las.

Política Fiscal - envolve a geração e a administração de

receitas. Também se refere com o cumprimento de metas e

objetivos governamentais no orçamento. Utiliza-se este

instrumento para a alocação, a distribuição de recursos e a

estabilização da economia. Desta forma, com a política fiscal é

possível aumentar a renda e o PIB, além de aquecer a economia,

por meio de uma distribuição melhor da renda.

Política Regulatória – utiliza medidas legais, tais como

decretos, leis, portarias, etc., expedidas como alternativa para se

alocarem e se distribuírem os recursos, a fim de se

estabilizar a economia. Com a utilização das normas, diversas

condutas podem ser banidas, como, por exemplo, as práticas

abusivas, a poluição. Desta forma, também se evita a criação de

monopólios ou de cartéis.

Política Monetária – abrange o controle da oferta de moeda,

da taxa de juros e do crédito em geral. Tem como objetivo a

estabilização da economia e também influenciar na decisão

de consumidores e produtores. Com a política monetária, pode-

se, entre outros fatores, restringir a demanda e controlar a

inflação e os preços.

Diante disso, observamos que o Orçamento Público funciona

como uma baliza na Economia. Caso existam altos investimentos

orçamentários do governo, é possível que o número de empregos aumente,

bem como poderá haver um aumento da renda agregada.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

64

De outra forma, uma política orçamentária com baixos

investimentos provocará, inevitavelmente, falta de emprego, queda ou

desaceleração da economia, assim como redução do produto interno bruto -

PIB.

Além disso, as políticas de governo é que irão resultar em

orçamentos recessivos ou em orçamentos expansionistas. Na recente crise

econômica mundial, observamos diversas posturas dos governos dos países

para ajustar suas economias e seus orçamentos.

As principais funções do Estado consolidadas no Orçamento

Público estão no quadro a seguir.

FUNÇÃO DO ESTADO CARACTERÍSTICAS

ALOCATIVA

Objetiva ofertar serviços e bens que o mercado

não oferece ou que possa oferecer em condições

ineficientes;

Cria meios para que se ofereçam bens privados

ao mercado por produtores, por investimentos ou

mediante intervenções, em razão do alto risco e

do elevado custo;

Retifica imperfeições no sistema de mercado, tais

como oligopólios e monopólios;

Corrige os efeitos negativos de externalidades.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

65

DISTRIBUTIVA

Busca tornar a sociedade menos desigual em

termos de renda e riqueza;

Utiliza, em regra, os seguintes mecanismos:

Tributação;

Transferências financeiras;

Subsídios;

Incentivos fiscais;

Alocação de recursos em camadas mais

pobres da população, etc.

ESTABILIZADORA

Procura ajustar o nível geral de preços e o nível

de emprego;

Objetiva dar estabilidade à moeda, por meio de

instrumentos de política fiscal, cambial e

monetária;

Busca também outras medidas de intervenção

econômica, tais como controles mais rigorosos e

estabelecimento de limites, ambos estabelecidos

por normas legais.

Após essas noções básicas, que espero serem de utilidade para

todos, vamos ao passo seguinte.

2 – Orçamento Público: elaboração, acompanhamento e fiscalização

2.1 – ELABORAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO

Este tema basicamente se refere ao CICLO ORÇAMENTÁRIO no

Brasil, onde temos as seguintes etapas: Elaboração, Aprovação, Execução,

Controle e Avaliação.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

66

MANTRA!

O CICLO ORÇAMENTÁRIO SE RESUME NO “EAECA”:

ELABORAÇÃO – APROVAÇÃO – EXECUÇÃO – CONTROLE – AVALIAÇÃO

Alguns autores e algumas bancas tentam confundir o candidato na

hora da prova, mas trarei outras subfases dentro dessas etapas para não gerar

dúvidas.

Ok, Erick, gostei do seu mantra, mas me explique.

Então....., vamos colocar definições básicas sobre estas fases, pois,

conforme nossa programação, na aula seguinte iremos aprofundá-las.

ELABORAÇÃO

É incumbência do Poder Executivo, por meio do Ministério do

Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG, consolidar e elaborar o

orçamento. Neste instrumento deve existir compatibilidade com os planos e

diretrizes já submetidos ao Poder Legislativo.

MANTRA!

Prazo para encaminhamento do projeto de lei orçamentária

anual – LOA elaborado pelo Executivo:

até 31 de agosto do exercício financeiro corrente; ou

até 4 meses antes do término do exercício financeiro corrente.

Não se esqueçam de que é um prazo só, mas dito de duas formas

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

67

diferentes. Isto decorre do texto do inciso III, § 2°, art. 35 do ADCT da CF/88

em conjunto com o art. 34 da Lei n° 4.320/64, conforme a seguir transcritos.

Inciso III, § 2°, art. 35 do ADCT da CF/88:

“(.....)

III - o projeto de lei orçamentária da União será

encaminhado até quatro meses antes do encerramento

do exercício financeiro e devolvido para sanção até o

encerramento da sessão legislativa.”

Art. 34 da Lei n° 4.320/64:

“Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano

civil.”

Por fim, no Brasil, considera-se ano civil o período compreendido

entre o dia 1° de janeiro de um ano ao dia 31 de dezembro deste mesmo ano.

Essa interpretação decorre da lacuna de uma Lei Complementar

que ainda não existe no ordenamento jurídico brasileiro. Veja que embora

exista a LRF, esta não supre o que se prevê no § 9° do art. 165 da CF/88, a

seguir transcrito:

“(.....)

§ 9º - Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os

prazos, a elaboração e a organização do plano

plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei

orçamentária anual;

II - estabelecer normas de gestão financeira e

patrimonial da administração direta e indireta bem

como condições para a instituição e funcionamento de

fundos.”

CAIU NA PROVA!

29 - (ESAF / ANALISTA – SEFAZ - CE / 2007) A respeito da elaboração do

Orçamento Geral da União, é correto afirmar, exceto:

a) o Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional

propondo a alteração do projeto de lei orçamentária a qualquer tempo.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

68

b) é prerrogativa do Presidente da República a iniciativa dos projetos de lei

orçamentária.

c) as emendas parlamentares aos projetos de lei orçamentária anual não

poderão indicar como despesas a serem anuladas as destinadas ao pagamento

de pessoal e seus encargos.

d) na fase de tramitação no Congresso Nacional, cabe a uma comissão mista

de Senadores e Deputados examinar e emitir parecer sobre os projetos de lei

que tratam de orçamento.

e) a proposta orçamentária para o exercício seguinte deverá ser enviada ao

Congresso Nacional até 31 de agosto do ano anterior.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (a).

Vamos corrigir o item, antes de passarmos as referências dos demais

itens.

“O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso

Nacional propondo a alteração do projeto de lei orçamentária, DESDE QUE

NÃO INICIADA A VOTAÇÃO DA MATÉRIA PROPOSTA.”

Segue a correspondência dos itens na CF/88.

Item a art. 166, § 5º

Item b art. 165, III

Item c art. 166, §3º, II, a

Item d art. 166, § 1º, I, 1ª parte

Item e art. 35, § 2º, III do ADCT

APROVAÇÃO (APRECIAÇÃO, DISCUSSÃO, APRESENTAÇÃO DE

EMENDAS, VOTAÇÃO, SANÇÃO E PUBLICAÇÃO):

Aqui é interessante nos remetermos ao Processo Legislativo

Orçamentário que tem características próprias. Como disse antes, por

enquanto, vamos trazer algumas ideias básicas. Posteriormente em nosso

curso, aprofundaremos o tema com pinceladas de importantes conceitos de

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

69

Direito Constitucional.

Aliás, uma orientação importante para vocês: não vejam nossa

matéria de forma isolada. As disciplinas AFO, Orçamento Público e Finanças

Públicas são complexas, pois também se relacionam com outras. Talvez seja

por isso que elas estejam tão recorrentes nos concursos mais recentes.

As bancas adoram matérias multidisciplinares ! As que mais se

relacionam com nosso tema, guardadas as devidas proporções, são Direito

Constitucional, Contabilidade Pública, Direito Administrativo, Administração

Pública e Economia.

Vamos fazer um pacto de forma a relacionarmos essas disciplinas

durante nosso curso, para que possamos assimilar melhor o conteúdo e termos

um excelente desempenho nas provas, ok ?

Após essa orientação/break, vamos seguir...

Na fase de APROVAÇÃO, não se vê tanta harmonia entre o Governo

e o Congresso, pois os interesses são conflitantes. Por isso, é fundamental

existir muita negociação entre as partes envolvidas. Nesta fase, a

governabilidade vai decidir os rumos orçamentários do país.

O Poder Executivo tenta harmonizar a proposta orçamentária

durante a fase de elaboração. Assim, procura-se evitar ao máximo qualquer

desgaste ou prejuízos aos interesses públicos colocados junto ao Governo.

É bem verdade que essa harmonia não ocorre na prática, pois os

parlamentares no Brasil procuram colocar suas promessas de campanha e

demais interesses políticos em primeiro lugar.

Diante disso, cabe descrever a etapa de APROVAÇÃO em conjunto

com suas subfases que são:

APRECIAÇÃO;

DISCUSSÃO;

APRESENTAÇÃO DE EMENDAS;

VOTAÇÃO;

SANÇÃO OU VETO (REJEIÇÃO PELO EXECUTIVO); E

PUBLICAÇÃO DO ORÇAMENTO.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

70

A fase de APROVAÇÃO é a mais lenta e desgastante de todo o ciclo

orçamentário.

Quando o projeto orçamentário elaborado pelo Poder Executivo

chega ao Legislativo, ele é encaminhado a uma Comissão Mista de

senadores e deputados federais a que se refere o parágrafo 1º do art.

166 da CF/88. Esta Comissão é comumente chamada de Comissão Mista de

Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização.

O Presidente dessa Comissão designa um Relator-Geral o qual cabe

submeter um parecer à Comissão. Neste documento preliminar fixam-se

parâmetros que irão nortear a elaboração dos relatórios parciais e setoriais,

inclusive quanto à eventuais formulações de emendas.

Os relatórios setoriais, no âmbito das Subcomissões, irão

consolidar os relatórios parciais, que cuidarão de partes da proposta,

correspondentes a um ou mais órgãos e unidades orçamentárias.

Estes relatórios vão à discussão e votação nas Subcomissões.

Cabe ao Relator-Geral fazer a adequação dos pareceres setoriais aprovados em

cada Subcomissão.

É neste momento que ocorrem as barganhas e emendas

eleitoreiras por parte dos parlamentares. No entanto, nada impede que eles

apresentem propostas de emendas ao projeto de LOA, desde que

estejam compatíveis com o PPA e a LDO.

No Plenário da Comissão, discute-se e vota-se o Relatório-Geral

que, posteriormente, é submetido ao Plenário do Congresso Nacional. Com a

aprovação da redação final, o projeto de LOA é então encaminhado à

sanção do Presidente da República. Não podemos nos esquecer de que

este tem prerrogativa de vetar ou não o texto apresentado.

No Brasil, a devolução para sanção deve ocorrer até o

encerramento da sessão legislativa. Consequentemente, não se poderia

encerrar a sessão sem a aprovação e o encaminhamento do projeto de LOA ao

Poder Executivo.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

71

MANTRA!

Prazo para DEVOLUÇÃO do projeto de LOA pelo Legislativo:

até 22 de dezembro do exercício financeiro corrente; ou

até o término da sessão legislativa.

Aqui temos como fundamento o art. 57 da CF/88, com a redação

dada pela Emenda Constitucional n° 50, de 2006. Mais uma vez, não se

esquecer de que é um prazo só, mas dito de duas formas diferentes.

Em razão de nossa programação de aulas, vamos aprofundar os

temas PPA, LDO e LOA mais adiante.

EXECUÇÃO:

Com a publicação da LOA, desencadeia-se o processo de

execução do Orçamento do Governo Federal. Posteriormente, faremos

considerações sobre a possibilidade de se executar o orçamento sem uma LOA

publicada.

Na fase de preparação do orçamento para a execução, a

alocação dos créditos nos elementos de despesa é atribuição da setorial

orçamentária.

É importante que se destaque que a execução é orçamentária e

financeira. A “primeira parte”, a execução orçamentária, refere-se ao que

está planejado e ao que consta no orçamento. Na “parte” da execução

financeira, a referência está no fluxo de caixa do Tesouro Nacional.

Destaquei “parte” só para efeitos de compreensão, pois ambas andam

juntas.

Nesta fase, no âmbito federal, os órgãos e as entidades de toda

União executam os programas governamentais contemplados na LOA. Isto se

faz por meio de uma série de decisões e atividades financeiras de forma a se

atingirem metas e objetivos expressos formalmente no orçamento-

programa anual. Não podemos nos esquecer de que este orçamento deve

se harmonizar com o PPA e a LDO.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

72

A elaboração e a administração orçamentária e financeira se

desenvolvem dentro do exercício definido como o ano civil, como se prevê no

art. 34 da Lei nº 4.320/64.

A execução orçamentária constitui um tema complexo, mas que

não se cobrou muito nos últimos concursos para a CGU. No entanto, cabe o

registro de que a execução influencia e molda a tomada de decisões

governamentais.

CONTROLE:

A Administração procura obter informações físico-financeiras

no transcurso do processo de execução orçamentária e financeira. Desta

forma, possibilita-se o controle e a avaliação dos planos e programas a

serem executados, em execução ou já executados, que constam na

LOA.

O controle e a avaliação constituem a última fase do ciclo

orçamentário, mas de forma alguma a menos importante. Só para relembrar,

conforme art. 6º do Decreto-Lei nº 200/67, o controle representa um dos

cinco princípios fundamentais que norteiam a Administração Pública

Federal.

Os seguintes princípios fundamentais estão previstos no art. 6°:

“Art. 6º As atividades da Administração Federal

obedecerão aos seguintes princípios fundamentais:

I - Planejamento.

II - Coordenação.

III - Descentralização.

IV - Delegação de Competência.

V - Controle.”

MNEMÔNICO: PC2D2

No Brasil, existem dois tipos de controle:

INTERNO

EXTERNO

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

73

Chama-se controle interno quando exercido por agentes do

mesmo Poder. Já o controle externo se exerce por órgãos independentes

desse Poder.

Em relação ao Controle Externo, a CF/88, nos artigos 70 e 71,

assim sintetiza o tema:

CONTROLE EXTERNO

O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o

auxílio do TCU.

A fiscalização ”COFOP” (contábil, financeira, orçamentária, operacional

e patrimonial):

da União e

das entidades da administração direta e indireta

quanto à “LLEAR”

(legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia

de receitas)

será exercida pelo

Congresso Nacional, mediante controle externo; e

Sistema de Controle Interno de cada Poder.

A CF/88 aloca o art. 74 quanto ao tema Controle Interno. Vamos a

um quadro sintético:

CONTROLE INTERNO

PODERES

Legislativo + Executivo + Judiciário

manterão sistema de controle interno de forma integrada

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

74

FINALIDADES

avaliar:

o cumprimento das metas previstas no PPA;

a execução dos programas de governo e dos

orçamentos da União.

comprovar a legalidade e avaliar os resultados,

quanto:

à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária,

financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da

administração federal;

à aplicação de recursos públicos por entidades de

direito privado.

exercer o controle dos (as):

operações de crédito;

avais;

garantias;

direitos; e

haveres.

apoiar o controle externo no exercício de sua missão

institucional.

OBSERVAÇÃO

Se os responsáveis pelo controle interno tomarem

conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade,

deverão dar ciência ao TCU, sob pena de responsabilidade

solidária.

AVALIAÇÃO:

O ideal seria que o controle fosse prévio, para que houvesse

uma avaliação mais eficiente do cumprimento das metas instituídas. No

entanto, o mais recorrente é a avaliação sobre o processo da despesa que

já se realizou.

Por fim, no processo de controle e avaliação orçamentária,

identificam-se as seguintes etapas:

da UNIÃO

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

75

A. comparação dos resultados obtidos e efeitos

produzidos;

B. comparação dos resultados e efeitos obtidos com os

objetivos e metas programadas;

C. análise dos problemas observados e determinações de

suas causas;

D. definição e tipificação das medidas corretivas que se

devam tomar; e

E. aplicação das medidas corretivas.

Assim temos os seguintes critérios de avaliação da gestão

governamental: ECONOMICIDADE - EFICIÊNCIA – EFICÁCIA –

EFETIVIDADE. A seguir, sintetizaremos cada um deles.

ECONOMICIDADE:

Menor custo, com qualidade

EFICIÊNCIA:

Gastar bem

Controle de desperdícios

Aprimoramento de práticas administrativas e operacionais

EFICÁCIA:

Atingir os objetivos e metas programados

EFETIVIDADE:

Impacto quantitativo e qualitativo gerado na comunidade

e se as suas necessidades foram satisfeitas

Continuidade dos resultados alcançados

Avaliação custo/benefício(grau de sucesso do programa)

OBSERVAÇÃO

As fases de CONTROLE e AVALIAÇÃO também são conhecidas como

ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

76

CAIU NA PROVA !

30 – (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO –

MPOG/2010) Assinale a opção falsa a respeito do ciclo orçamentário no

Brasil.

a) É um processo integrado de planejamento das ações e compreende a

elaboração do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias e da Lei

Orçamentária Anual, bem como a execução e avaliação desses instrumentos.

b) É o processo de elaboração da Lei Orçamentária Anual, que se inicia no

envio da proposta de orçamento ao Congresso Nacional e se encerra na sanção

da lei.

c) Na elaboração dos instrumentos que compõem o ciclo orçamentário, o

Congresso Nacional tem competência para realizar modificações nas propostas

a ele encaminhadas.

d) É um processo contínuo, dinâmico e flexível para a elaboração, aprovação,

execução, controle e avaliação dos programas do setor público.

e) A Comissão Mista de Orçamento tem papel importante nas etapas de

elaboração e fiscalização.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (b).

O ciclo orçamentário compreende as fases do “EAECA”, ou seja, não se

encerra com a sanção da lei, pois ainda temos as fases da EXECUÇÃO, o

CONTROLE e a AVALIAÇÃO, após a SANÇÃO DA LEI, que é uma subfase que

encerra a fase da ELABORAÇÃO do orçamento.

31 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Analise as

afirmações a seguir, relativas à elaboração, acompanhamento e fiscalização do

orçamento público no Brasil.

I. O projeto de lei orçamentária anual deverá ser encaminhado pelo Chefe do

Poder Executivo ao Poder Legislativo até 31 de agosto do exercício financeiro

corrente.

II. Os parlamentares poderão apresentar emendas ao projeto de lei

orçamentária anual, desde que sejam compatíveis com o plano plurianual e a

lei de diretrizes orçamentárias.

III. O Presidente da República deverá sancionar o projeto de lei orçamentária

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

77

aprovado pelo Congresso Nacional, estando impedido de vetá-lo, no todo ou

em parte.

IV. O controle externo das contas públicas da União está a cargo do Congresso

Nacional e será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União.

É correto o que consta APENAS em:

a) I e II.

b) I e III.

c) II e III.

d) III e IV.

e) I, II e IV.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (e).

O erro da assertiva III reside no fato de que o Presidente da República

NÃO ESTÁ IMPEDIDO DE VETAR, NO TODO OU EM PARTE, o projeto de

LOA aprovado pelo Congresso Nacional.

32 - (ESAF/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2004) O

sistema de controle interno tem por objetivo manter a integridade do

patrimônio da entidade e, portanto, deve a sua organização, implantação e

implementação definir prioritariamente quatro fatores. Aponte a opção não-

pertinente.

a) Definir a área a controlar.

b) Definir um sistema de controle pessoal, ou seja, um controle que permita

desenvolver a administração por exceção.

c) Definir quem informa quem, ou seja, o nível hierárquico que deve prestar

informações e o que deve recebê-las, analisá-las e providenciar medidas

necessárias para manter operante a administração.

d) Definir o que deve ser informado, ou seja, o objeto da informação.

e) Definir o período em que as informações devem ser prestadas.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (b).

O item fere o princípio da Impessoalidade. Não existem meios no

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

78

ordenamento jurídico nos quais se permita um sistema de controle pessoal, ou

seja, um controle que desenvolva a administração por exceção.

Além disso, a questão destaca nos demais itens que devemos prezar pela

transparência em relação ao sistema de controle interno, de forma a se manter

a integridade do patrimônio da entidade.

Assim, os 4 fatores prioritários para se definir a organização, a

implantação e a implementação de forma a se manter íntegro o patrimônio de

uma entidade são:

1) a área a controlar.

2) o fluxo de informações.

3) o objeto da informação.

4) o período em que se prestam as informações.

3 – Créditos adicionais, especiais, extraordinários, ilimitados e

suplementares

3.1 – TIPOS DE CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS

A autorização legislativa para a realização da despesa

constitui crédito orçamentário, que poderá ser inicial ou adicional.

É interessante esse tópico no edital passado, pois o candidato já

recebe de cara uma importante dica: OS CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS NÃO

SÃO ILIMITADOS.

Assim, não precisamos pesquisar nada sobre créditos ilimitados. A

própria Banca facilita, mas ao mesmo tempo tenta confundir.

O fundamento desse assunto se encontra no inciso VII, art. 167 da

CF/88, como a seguir transcrito:

“ Art. 167. São vedados:

(.....)

VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

(.....)”

Vamos a um quadro para facilitar o entendimento inicial sobre o

tema CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

79

CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS (NÃO SÃO ILIMITADOS)

TIPOS INICIAIS OU ORDINÁRIOS

ADICIONAIS

ADICIONAIS

ESPECIAIS

SUPLEMENTARES

EXTRAORDINÁRIOS

Um ponto interessante a destacar é que as alterações de

planejamento no PPA e na LDO se fazem por meio de leis ordinárias

“comuns”.

Destaquei para diferenciarmos que, no caso da LOA, essas

alterações também se dão por leis. No entanto, mais precisamente, elas são

chamadas de LEIS DE CRÉDITOS ADICIONAIS.

O orçamento anual consigna importância (dotação) para atender

determinada despesa de forma a executar ações planejadas pelo

governo.

Quando ocorre a aprovação da LOA ela se apresenta sob a forma

de um texto seguida de anexos nos quais constam diversos programas de

trabalho associados, cada um deles, a uma dotação inicial.

Segundo Taylor, o Princípio do Planejamento da

Administração deve buscar a substituição de métodos empíricos por

procedimentos científicos, de forma a se planejar mais adequadamente um

trabalho.

Assim, as LEIS DE CRÉDITOS ADICIONAIS se consideram

exceções a tal princípio quando alteram a LOA. Observem que este

princípio não é orçamentário. Além disso, deve-se entender o termo

Administração como Administração Acadêmica e não Administração Pública.

3.2 – CRÉDITOS INICIAIS OU ORDINÁRIOS

Correspondem à dotação inicial designada para determinado

programa de trabalho. Constituem a primeira autorização legislativa para a

realização de determinada despesa.

MNEMÔNICO ESE

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

80

Representam os créditos orçamentários iniciais aprovados pela

LOA, na qual constam os orçamentos fiscal, da seguridade social e de

investimento das empresas estatais.

3.3 – CRÉDITOS ADICIONAIS

São leis específicas que objetivam a alteração na LOA em

relação aos créditos orçamentários que estavam em vigor anteriormente. Os

créditos adicionais podem alterar os créditos iniciais ou os adicionais que

porventura alteraram outro crédito.

O art. 40 da Lei n° 4.320/64 define os créditos adicionais como

autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente

dotadas na LOA.

Como vimos no quadro anterior, os 3 tipos de créditos adicionais

são: ESE = ESPECIAIS – SUPLEMENTARES – EXTRAORDINÁRIOS.

Ok Erick, mas quais as fontes desses créditos adicionais ?

Para a abertura de créditos suplementares e especiais, as

fontes são as seguintes:

FONTES DE CRÉDITOS ADICIONAIS REFERÊNCIA

S Superávit financeiro apurado em balanço

patrimonial do exercício anterior

Lei n° 4.320/64:

Art. 43, § 1°, I

E

Excesso de arrecadação proveniente do saldo

positivo das diferenças acumuladas mês a mês

entre a arrecadação prevista e a realizada,

considerando-se, ainda, a tendência do exercício.

Lei n° 4.320/64:

Art. 43, § 1°, II

R

Reserva de contingência: dotação global não

especificamente destinada a determinado órgão,

unidade orçamentária, programa ou categoria

econômica, cujos recursos serão utilizados para

abertura de créditos adicionais.

Decreto-Lei n°

200/67:

Art. 91

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

81

O

o produto de operações de credito autorizadas,

em forma que juridicamente possibilite ao poder

executivo realizá-las.

Lei n° 4.320/64:

Art. 43, § 1°, IV

B

“Buracos do projeto de LOA”: são os recursos

que porventura, em decorrência de VETO,

EMENDA ou REJEIÇÃO do projeto de LOA, ficam

sem despesas correspondentes e que poderão ser

utilizados, conforme o caso, mediante créditos

especiais ou suplementares, com prévia e

específica autorização legislativa.

Lei n° 4.320/64:

Art. 43, § 1°, I

A

os resultantes de Anulação parcial ou total de

dotações orçamentárias ou de créditos

adicionais, autorizados em Lei.

CF/88:

Art. 166, § 8°

CAIU NA PROVA!

33 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Na lei

orçamentária anual, o termo Reserva de Contingência designa uma dotação

orçamentária que:

a) pode ser utilizada como fonte de recurso para a abertura de créditos

suplementares.

b) somente pode ser destinada à amortização das dívidas flutuante e fundada.

c) pode ser utilizada pelo Poder Executivo da forma que lhe convier.

d) é fonte de recurso para despesas com indenização de imóveis para fins de

reforma agrária.

e) destina-se a atender créditos extraordinários não previstos no orçamento.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (a).

De acordo com o mnemônico “SEROBA” a Reserva de Contingência é

uma das fontes de recursos adicionais, nas espécies suplementares e

especiais, conforme art. 91, do Decreto-Lei 200/67.

Vamos comentar a seguir, mas cabe destaque o fato de que o item (e)

está errado pelo fato de que a Reserva de Contingência poder ser uma fonte

de recursos extraordinários, ou seja, é permitida, mas não é obrigatória.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

82

Seguiremos adiante.

Observem que os créditos adicionais extraordinários não

necessitam de indicação de recursos, pois de acordo com o inciso V, art. 167,

da CF/88:

“Art. 167. São vedados:

(.....)

V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem

prévia autorização legislativa e sem indicação dos

recursos correspondentes;

(.....)”

No entanto, na União, é comum estarem especificadas as fontes de

recursos desses créditos extraordinários nas Medidas Provisórias.

E na prova ? As bancas têm colocado que é desnecessária a

indicação de recursos, mas nada impede que se faça. Antes de mais nada,

devemos atentar para o comando da questão.

É importante destacar que, ao se cancelarem os créditos

extraordinários, não podemos utilizá-los como fontes recurso para a abertura

de novos créditos adicionais.

34 – (ESAF / ANALISTA ADMINISTRATIVO / ANA / 2009) Considerados

mecanismos retificadores do orçamento, os créditos adicionais obedecem a

regras específicas, sendo correto afirmar o que segue:

a) todos os créditos adicionais necessitam de autorização legislativa prévia.

b) sua utilização também é requerida nos casos de retificação da Lei de

Diretrizes Orçamentárias e do Plano Plurianual.

c) os créditos suplementares cujo ato de autorização for promulgado nos

últimos 4 meses do exercício podem ser reabertos nos limites dos seus saldos

e viger até o final do exercício subsequente.

d) os créditos especiais acompanham a vigência do orçamento, extinguindo-se

ao final do exercício financeiro.

e) a abertura de créditos extraordinários faz-se, necessariamente, mediante a

adoção de medida provisória.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

83

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (e).

Vamos corrigir cada item errado.

Item (a) - NEM todos os créditos adicionais necessitam de autorização

legislativa prévia, pois os EXTRAORDINÁRIOS fogem dessa regra.

Item (b) - sua utilização NÃO é requerida nos casos de retificação da Lei

de Diretrizes Orçamentárias e do Plano Plurianual, pois créditos adicionais são

autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na

LOA.

Item (c) - os créditos ESPECIAIS E EXTRAORDINÁRIOS cujo ato de

autorização for promulgado nos últimos 4 meses do exercício podem ser

reabertos nos limites dos seus saldos e viger até o final do exercício

subsequente.

Item (d) - os créditos SUPLEMENTARES acompanham a vigência do

orçamento, extinguindo-se ao final do exercício financeiro.

Como os créditos SUPLEMENTARES são para reforço da dotação, eles

devem se encerrar juntamente com os créditos iniciais a que suplementarem

suas dotações.

Além disso, só os ESPECIAIS e os EXTRAORDINÁRIOS é que podem viger

até o final do exercício subsequente, desde que o ato de autorização for

promulgado nos últimos 4 meses do exercício.

Por fim, o item (e) está de acordo com o art. 167, § 3º, da CF/88.

Segue a correspondência dos itens da questão.

Item a art. 167, § 3º, da CF/88

Item b art. 40 da Lei nº

4.320/64

Item c art. 167, §2º, da CF/88

Item d art. 45 c/c art. 41, I, da

Lei nº 4.320/64

Item e art. 167, § 3º, da CF/88

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

84

35 – (ESAF / PROCURADOR – TCE – GO / 2007) O Poder Executivo, para

executar despesa cuja dotação orçamentária seja insuficiente, deve

a) abrir crédito extraordinário mediante autorização legislativa.

b) obter autorização legislativa prévia e justificar a abertura de crédito

extraordinário para execução da despesa sem dotação orçamentária específica.

c) abrir crédito suplementar por decreto, após autorização legislativa.

d) remanejar recursos de outras dotações e abrir crédito especial destinado a

reforço da dotação orçamentária específica.

e) abrir crédito especial por decreto e dar imediato conhecimento ao Poder

Legislativo.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (c).

De acordo com o art. 41, inciso I, da Lei nº 4.320/64, os CRÉDITOS

SUPLEMENTARES são utilizados para REFORÇO DA DOTAÇÃO.

Além disso, o art. 42 da Lei nº 4.320/64 estabelece que os créditos

SUPLEMENTARES E ESPECIAIS serão:

AUTORIZADOS por LEI

ABERTOS por DECRETO EXECUTIVO

“Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:

I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária;

(.....)

Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por

lei e abertos por decreto executivo.”

36 – (ESAF / ANALISTA – SEFAZ – CE/ 2007) Assinale a opção falsa em

relação às regras impostas pela Constituição Federal/88 para a abertura de

créditos adicionais.

a) Admite-se a reabertura, no exercício seguinte, dos saldos remanescentes

dos créditos especiais e extraordinários independentemente da data em que

tenham sido abertos.

b) Os créditos especiais destinam-se às despesas para as quais não existe

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

85

dotação específica.

c) Os créditos suplementares podem ser abertos mediante cancelamento de

outros créditos consignados em lei.

d) Créditos Extraordinários podem ser abertos por Medida Provisória.

e) Na abertura de créditos extraordinários não é necessário indicar a fonte de

recursos.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (a).

No item (a), o correto seria dizer: “Admite-se a reabertura, no exercício

seguinte, dos saldos remanescentes dos créditos especiais e extraordinários,

DESDE QUE O ATO DE AUTORIZAÇÃO SEJA PROMULGADO NOS

ÚLTIMOS 4 MESES DO EXERCÍCIO.”

Segue a correspondência na CF/88 dos itens da questão.

Item a art. 167, § 2º

Item b art. 167, V

Item c art. 166, §8º

Item d art. 167, § 3º, da CF/88

Item e art. 166, § 8º

Observem que os itens (b) e (e), podem ser melhor vizualizados,

respectivamente, pelos textos dos artigos 41, II, e 43, § 1º da Lei nº

4.320/64.

Seguindo adiante.....

Outro ponto que pode gerar interrogações é o referente ao termo

SUPERÁVIT FINANCEIRO. Vou trazer conceitos básicos de Contabilidade

Pública para elucidar sinteticamente esse ponto.

No art. 43, § 2°, da Lei n° 4.320/64, temos o seguinte:

“Art. 43. (.....)

§ 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença

positiva entre o ativo financeiro e o passivo

financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

86

créditos adicionais transferidos e as operações de

credito a eles vinculadas.

(.....)”

O primeiro ponto a observar, que parece óbvio, mas as bancas

adoram explorar, é que não é qualquer diferença. A diferença entre o ativo

financeiro e o passivo financeiro tem que ser POSITIVA para ser um

superávit financeiro - SF.

Estaremos diante de uma assertiva falsa, se na prova vier que o

superávit financeiro – SF é a diferença entre o ativo financeiro e o

passivo financeiro. Essa diferença pode ser negativa e não estaríamos diante

de um superávit e sim de um déficit financeiro.

MANTRA!

SUPERÁVIT FINANCEIRO é a DIFERENÇA POSITIVA entre o

ativo financeiro e o passivo financeiro, apurada no BALANÇO

PATRIMONIAL (e não no balanço financeiro), em 31/12 do exercício

anterior.

Adicionam-se a essa diferença positiva o seguinte:

os saldos dos créditos adicionais transferidos – CAT

(são os créditos adicionais reabertos); e

as operações de credito vinculadas a estes saldos

referentes aos créditos reaberto - OCR.

SUPERÁVIT FINANCEIRO

SF = (AF-PF) – CAT + OCR

Para concluir esse aparte, temos o conceito de balanço

patrimonial que, segundo o art. 105, contém o seguinte:

“Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará:

I - O Ativo Financeiro;

II - O Ativo Permanente;

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

87

III - O Passivo Financeiro;

IV - O Passivo Permanente;

V - O Saldo Patrimonial;

VI - As Contas de Compensação.

§ 1º O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e

valores realizáveis independentemente de autorização

orçamentária e os valores numerários.

§ 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens,

créditos e valores, cuja mobilização ou alienação

dependa de autorização legislativa.

§ 3º O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas

fundadas e outros pagamentos independa de

autorização orçamentária.

§ 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas

fundadas e outras que dependam de autorização

legislativa para amortização ou resgate.

§ 5º Nas contas de compensação serão registrados os

bens, valores, obrigações e situações não

compreendidas nos parágrafos anteriores e que,

imediata ou indiretamente, possam vir a afetar o

patrimônio.”

Vamos apresentar um diagrama sintético de um balanço

patrimonial.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO FINANCEIRO = 600

PASSIVO FINANCEIRO = 400

PASSIVO PERMANENTE = 1000

ATIVO PERMANENTE = 1100 SALDO PATRIMONIAL = 300

ATIVO COMPENSADO = 100 PASSIVO COMPENSADO = 100

TOTAL = 1800 TOTAL = 1800

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

88

De acordo com o exemplo, o SUPERÁVIT FINANCEIRO é de $600-

$400 = $200. Não confundir com o saldo patrimonial que é de

($600+$1100+$100)-($400+$1000+$100) = $300.

OBSERVAÇÃO

O SUPERÁVIT FINANCEIRO é um saldo financeiro e não uma nova

receita a se registrar.

CAIU NA PROVA!

37 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) São

considerados recursos, para fins de financiamento dos créditos adicionais,

a) as receitas industriais.

b) as operações de crédito por antecipação de receita.

c) os excessos de arrecadação.

d) os ativos permanentes em valor superior aos passivos permanentes.

e) as arrecadações de encargos sobre a dívida ativa.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (c).

De acordo com o mnemônico “SEROBA” o Excesso de arrecadação é

uma fonte de recursos adicionais, nas espécies suplementares e especiais,

conforme art. 43, § 1°, II, da Lei 4.320/64.

Os itens (a) e (e) representam uma receita corrente (TCPAISTransOu).

Lembrar que a dívida ativa é uma receita corrente, subclassificada em Outras

Receitas Correntes.

O erro do item (b) está no fato de que as operações de crédito por ARO

não são fontes, pois só são fontes as OPERAÇÕES DE CRÉDITO “COMUNS”, ou

seja, as autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder

executivo realizá-las.

Por fim, o item (d) não representa fonte, pois entende-se por

superávit financeiro (que é uma das fontes de créditos adicionais) a

diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

89

Passemos a diante.

Com base nos arts. 62, §1°, d; 166, §8°; 167, V, §§ 2° e 3°, da

CF/88 e nos arts. 40 a 46 da Lei n° 4.320/64 vamos destrinchar as

características desses créditos adicionais com mais um quadro.

PERGUNTA ESPECIAIS SUPLEMENTARES EXTRAORDINÁRIOS

DESTINA-SE A

despesas para as

quais não haja

dotação

orçamentária

específica

reforço de dotação

orçamentária

despesas

imprevisíveis e

urgentes, tais como em

caso de guerra, comoção

intestina ou calamidade

pública (rol

exemplificativo),

observado o art. 62 da

CF/88.

PRÉVIA

AUTORIZAÇÃO

LEGISLATIVA

SIM

em lei específica

SIM

em lei específica ou

na própria LOA

NÃO

INSTRUMENTO DE

ABERTURA

Decreto do Poder

Executivo

Decreto do Poder

Executivo

Decreto do Poder

Executivo ou MP, onde

houver, com imediato

envio ao Poder

Legislativo

COMO INCORPORA

NO ORÇAMENTO

Conserva-se a

especificidade do

crédito especial

Adicionam-se à

dotação orçamentária

a que se destinou o

reforço

Conserva-se a

especificidade do crédito

extraordinário

PRECISA INDICAR

FONTE DE

RECURSOS

SIM

Consta na lei que

autoriza e no

decreto que

autoriza a abertura

SIM

Consta na lei que

autoriza e no decreto

que autoriza a

abertura

NÃO

INSTRUMENTO

QUE INDICA O

LIMITE

lei que autoriza o

crédito e no decreto

que autoriza a

abertura

lei que autoriza o

crédito e no decreto

que autoriza a

abertura

decreto ou MP, conforme

o caso, que autoriza a

abertura

PRORROGA

SIM

Só para o exercício

seguinte, desde que

a autorização seja

promulgada nos

últimos 4 meses do

exercício

NÃO SIM

Só para o exercício

seguinte, desde que a

autorização (decreto ou

MP) se dê nos últimos 4

meses do exercício

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

90

VIGÊNCIA

Até 31/dez do

exercício da

abertura ou até

31/dez do exercício

em que ocorre a

reabertura (vigência

plurianual)

Somente até 31/dez

do exercício da

abertura

Até 31/dez do exercício

da abertura ou até

31/dez do exercício em

que ocorre a reabertura

(vigência plurianual)

POSSIBILIDADE

DE VIGÊNCIA

PLURIANUAL

SIM

Incorporam-se os

saldos, por decreto,

à LOA seguinte

NÃO SIM

Incorporam-se os saldos,

por decreto, à LOA

seguinte

OBSERVAÇÃO

Observem que uma lei ou decreto ou MP (onde houver previsão

constitucional ou orgânica) autorizam determinado crédito.

No entanto, sua abertura se dá em outro ato, por meio de decreto ou MP

(onde houver previsão constitucional ou orgânica) do poder executivo.

Assim temos 2 instantes: a autorização do crédito e a autorização para

sua abertura.

Em relação aos termos “IMPREVISTAS” e “IMPREVISÍVEIS”,

vamos a algumas considerações.

Consideram-se IMPREVISTAS as despesas que PODIAM ATÉ

SER PREVISTAS, MAS QUE NÃO SE COLOCARAM NO ORÇAMENTO.

As IMPREVISÍVEIS são as despesas que NÃO HÁ QUALQUER

CONDIÇÃO DE SE PREVER.

Joia Erick, mas pode exemplificar ?

Sem problemas. Mas vou exemplificar somente o termo

IMPREVISTAS, pois as despesas IMPREVISÍVEIS já são exemplificadas no texto

da própria legislação.

Vamos supor que a LOA vigente não contemple um programa de

trabalho com uma dotação para o FUNCIONAMENTO DE NUCLEOS DE ESPORTE

RECREATIVO E DE LAZER em determinado Estado.

No entanto, no decorrer do ano, o Estado viu a necessidade de

realizar despesas com esse programa de trabalho, a fim de atender a demanda

da sociedade local.

Neste caso, estamos diante de uma despesa IMPREVISTA, pois até

seria possível estar previsto na LOA vigente, já que essa é uma demanda

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

91

latente, mas não se fez inicialmente.

Desta forma, seria viável a abertura de um CRÉDITO ADICIONAL

ESPECIAL, de forma a contemplar tal demanda.

Um outro exemplo seria a abertura de crédito adicional especial

para atender a um programa novo não previsto na LOA em vigor.

38 – (ESAF/ANALISTA TRIBUTÁRIO – RFB/2010) Assinale a opção falsa

a respeito dos créditos adicionais.

a) A abertura de crédito suplementar está condicionada à existência de

despesa já pré-empenhada no exercício.

b) A abertura de créditos especiais exige a indicação da fonte dos recursos.

c) Os créditos adicionais aumentam a disponibilidade de crédito para a emissão

de empenho ou descentralização.

d) É permitida a reabertura de créditos especiais e extraordinários no exercício

seguinte ao da abertura.

e) Créditos extraordinários têm sua abertura submetida a restrições de

natureza constitucional.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (a).

Toda abertura de crédito suplementar, ordinário, especial ou

extraordinário é considerada uma DESPESA ORÇAMENTÁRIA e está

condicionada à existência de recursos e de prévio empenho.

Observem que PRÉVIO EMPENHO não corresponde a um pré-empenho.

Despesa Orçamentária Pública é aquela executada por entidade

pública e que depende de autorização legislativa para sua realização, por meio

da Lei Orçamentária Anual ou de Créditos Adicionais, pertencendo ao

exercício financeiro da emissão do respectivo empenho.

Vejam o erro do item com a correção do texto: “A abertura de crédito

suplementar está condicionada à existência de RECURSOS

DISPONÍVEIS PARA OCORRER A DESPESA E SERÁ PRECEDIDA DE

EXPOSIÇÃO JUSTIFICATIVA.“

Essa interpretação decorre do art. 43, combinado com o art. 60, ambos

da Lei nº 4.320/64:

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

92

“Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da

existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será

precedida de exposição justificativa.”

“Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.”

Reparem que o item (b) está correto também em decorrência do art. 43 da Lei nº 4.320/64.

Erick, o que é o pré-empenho?

Em síntese, é um bloqueio no SIAFI da dotação orçamentária realizado

no início de um processo de licitação, a fim de se garantir os recursos

orçamentários da eventual despesa decorrente do processo licitatório.

O pré-empenho, como o próprio nome diz, ainda não corresponde à

etapa do EMPENHO, razão pela qual, na questão anterior, o item também está

errado.

Além disso, a abertura de crédito suplementar está condicionada à indicação

da fonte de recursos que podem ser o mnemônico “SEROBA”.

Vamos comentar os demais itens.

Item (b) – decorre do art. 43, §1º e incisos:

“Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da

existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida

de exposição justificativa.

§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não

comprometidos:

I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício

anterior;

II - os provenientes de excesso de arrecadação;

III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações

orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei;

IV - o produto de operações de credito autorizadas, em forma que

juridicamente possibilite ao poder executivo realiza-las.”

Assim temos que os créditos especiais se inserem nessas fontes,

conforme previsto no art. 166, § 8°, da CF/88, no art. 43, § 1°, I a IV, da Lei

n° 4.320/64 e no art. 91, do Decreto-Lei n° 200/67.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

93

Item (c) – a finalidade de créditos adicionais é sempre o aumento

da disponibilidade. Se assim não fora, não existiriam.

Observem que item não afirma que a disponibilidade total é aumentada.

Assim, mesmo que haja anulação de créditos para a emissão dos

créditos adicionais, haverá o aumento da disponibilidade.

Por fim, essa interpretação vem do art. 40, da Lei nº 4.320/64:

“Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não

computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento.”

Por fim, temos que uma das consequências naturais da abertura dos

créditos adicionais é o aumento da disponibilidade de crédito para a emissão

de empenho de uma despesa ou para a descentralização de um crédito

orçamentário.

Item (d) – decorre da interpretação do art. 45 da Lei nº 4.320/64:

“Art. 45 - Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício

financeiro em que forem abertos, salvo expressa disposição legal em

contrário, quanto aos especiais e extraordinários.”

Além disso, vejamos a redação do art. 167, § 2°, da CF/88: “

“Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no

exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de

autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele

exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão

incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente.”

Item (e) – é o que está previsto no art. 167, § 3º da CF/88:

“§ 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida

para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de

guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto

no art. 62.”

39 - (ESAF/ANALISTA – ÁREAS ADMINISTRATIVA E ORÇAMENTO –

MPU/2004) De acordo com a classificação dos créditos adicionais, assinale a

opção correta em relação a créditos extraordinários.

a) São autorizados para cobertura de despesas eventuais ou essenciais e, por

isso mesmo, não considerados na Lei do Orçamento.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

94

b) São os destinados a despesas urgentes e imprevistas, como em caso de

guerra, comoção intestina ou calamidade pública.

c) São os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária

específica.

d) São autorizações abertas por decreto do Poder Executivo até o limite

estabelecido em lei.

e) Destinam-se ao reforço de dotações orçamentárias.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (b).

O item (b) vem do art. 167, § 3°, da CF/88: “A abertura de crédito

extraordinário somente será admitida para atender a despesas

imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção

interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.”.

No entanto, a banca se utilizou do texto do art. 41, III, da Lei 4.320/64:

“extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em

caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.”

O mais correto seria interpretar a Lei de acordo com o texto da CF/88,

ou seja: “são créditos extraordinários, os destinados a despesas

urgentes e imprevisíveis, tais como, em caso de guerra, comoção

intestina ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.”

Este seria um item menos incorreto na questão, pois os demais itens

estão flagrantemente incorretos. É o que dissemos na apresentação: “NÃO

BRIGUE COM A BANCA !”

O item (a) é confuso, mas se assemelha à característica essencial dos

CRÉDITOS ESPECIAIS. Estes se destinam a despesas para as quais não haja

dotação orçamentária específica. Desta forma, justificamos também o erro

do item (c).

No item (d) o erro reside no fato de que a abertura de créditos

extraorçamentários PODE se fazer por meio de DECRETO ou MP, a depender

do texto constitucional ou orgânico do ente. Na União, por exemplo, se faz por

Medida Provisória.

Finalizamos com o item (e), cujo erro está no fato de estarmos diante da

definição de CRÉDITO SUPLEMENTAR, conforme o art. 41, I, da Lei

4.320/64. (REFORÇO=SUPLEMENTO)

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

95

REPESCAGEM !

Os CRÉDITOS SUPLEMENTARES são a única espécie de créditos

adicionais em que é possível a autorização na própria LOA. Além

disso, esse crédito tem limite de valor para reforço de um crédito

preexistente.

Os CRÉDITOS ESPECIAIS e os EXTRAORDINÁRIOS são as únicas

exceções ao Princípio Orçamentário da Anualidade, pois são

CRÉDITOS PLURIANUAIS, ao contrário dos CRÉDITOS

SUPLEMENTARES.

Só se reabrem os CRÉDITOS ESPECIAIS e EXTRAORDINÁRIOS,

pois são créditos com possibilidade de serem plurianuais.

Os CRÉDITOS EXTRAORDINÁRIOS são uma exceção ao Princípio

da Legalidade, pois podem ser abertos por meio de Decreto ou MP,

conforme o caso.

Não se apura o SUPERÁVIR FINANCEIRO no balanço financeiro, mas

sim no BALANÇO PATRIMONIAL.

Os CRÉDITOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS abertos sem indicação de

recursos serão diminuídos quando do cálculo do EXCESSO DE

ARRECADAÇÃO, conforme a fórmula seguinte:

Onde,

EA: EXCESSO DE ARRECADAÇÃO;

RR: RECEITA REALIZAD

RP: RECEITA PREVISTA

CEOAE: CRÉDITO EXTRAORÇAMENTÁRIO APURADO NO EXERCÍCIO

Para relaxar, vamos fazer uma ginástica mental com uma série de

questões comentadas a seguir.

EA = (RR - RP) - CEOAE

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

96

MAIS QUESTÕES DE PROVA!

Pessoal, a partir de agora faremos questões adicionais de revisão.

40 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) É uma

das características dos créditos especiais:

a) independerem de autorização legal para sua consecução.

b) serem destinados a reforço de dotação orçamentária já existente.

c) abertura por decreto legislativo.

d) dependerem de recursos disponíveis para financiar a despesa.

e) serem previstos na lei orçamentária anual.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (d).

Os créditos adicionais especiais e suplementares têm como fontes de

recursos o mnemônico “SEROBA”. Além disso, é obrigatória a indicação de

recursos disponíveis para financiar a despesa.

O art. 167, V, da CF/88, preconiza que “É vedada a abertura de

crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e

sem indicação dos recursos correspondentes”.

Com este fundamento, o item (a) está errado.

O item (b) se refere ao CRÉDITO SUPLEMENTAR, conforme o art. 41,

I, da Lei 4.320/64.

O erro do item (c) está no fato de que a abertura dos créditos especiais

se dá por meio de decreto do Poder Executivo.

Por fim, no item (e) não são os créditos especiais que estão previstos na

LOA, mas sim os CRÉDITOS SUPLEMENTARES.

Conforme art. 165, § 8°, da CF/88, “A LOA não conterá dispositivo

estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo

na proibição a autorização para abertura de CRÉDITOS

SUPLEMENTARES e contratação de operações de crédito, ainda que por

antecipação de receita, nos termos da lei.”

Assim, estamos diante de uma das exceções ao Princípio Orçamentário

da Exclusividade. Esse assunto será retomado na última aula quando

entraremos com o tópico Princípios Orçamentários.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

97

41 - (FCC/ANALISTA – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) Os

créditos adicionais destinados a despesas para as quais haja insuficiência de

recursos na dotação orçamentária específica são denominados:

a) Extraordinários.

b) Suplementares.

c) Especiais.

d) Complementares.

e) Ilimitados.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (b).

O item (b) se refere ao art. 41, I, da Lei 4.320/64, que define CRÉDITO

SUPLEMENTAR.

Em relação aos itens (a), (c) e (d), segue um resumo explicativo:

CRÉDITOS ADICIONAIS DESTINAM-SE A

ESPECIAIS despesas para as quais não haja dotação

orçamentária específica

SUPLEMENTARES reforço de dotação orçamentária

EXTRAORDINÁRIOS

despesas imprevisíveis e urgentes, tais como

em caso de guerra, comoção intestina ou

calamidade pública (rol exemplificativo),

observado o art. 62 da CF/88.

E no item (e), lembrar que NÃO EXISTEM CRÉDITOS ILIMITADOS,

conforme previsto no art. 167, VII, da CF/88: “É vedada a concessão ou

utilização de créditos ilimitados”.

42 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Os créditos

adicionais especiais têm por característica:

a) independerem de autorização legislativa.

b) dependerem da existência de recursos para financiá-los.

c) destinarem-se ao reforço de dotação orçamentária insuficiente.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

98

d) serem previstos na lei orçamentária anual.

e) atenderem a despesas de caráter urgente e imprevisto.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (b).

Essa questão é parecida com a de número 18, mas ela inverteu alguns

itens e inclui outro. De qualquer forma, segue o comentário completo.

O art. 167, V, da CF/88, preconiza que “É vedada a abertura de

crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e

sem indicação dos recursos correspondentes”.

Com este fundamento, o item (a) está errado e o (b) correto.

O item (c) se refere ao CRÉDITO SUPLEMENTAR, conforme o art. 41,

I, da Lei 4.320/64.

Por fim, no item (d) não são os créditos especiais que estão previstos na

LOA, mas sim os CRÉDITOS SUPLEMENTARES, conforme art. 165, § 8°, da

CF/88 (uma das exceções ao Princípio Orçamentário da Exclusividade).

O erro do item (e) está no fato de que ele se refere parcialmente aos

créditos extraordinários, que se destinam a atender despesas imprevisíveis

e urgentes, tais como em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade

pública (rol exemplificativo), observado o art. 62 da CF/88.

43 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) Os

créditos extraordinários têm por característica:

a) independerem de prestação de contas ao Poder Legislativo.

b) serem destinados ao reforço de dotação orçamentária já existente.

c) atenderem a programas novos, não previstos na lei orçamentária anual.

d) independerem de prévia autorização legislativa.

e) dependerem da existência de recursos disponíveis para seu financiamento.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (d).

O item (d) decorre da interpretação, por eliminação, do art. 167, V, da

CF/88: “É vedada a abertura de crédito suplementar ou especial sem

prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

99

correspondentes”.

Assim, no texto da CF/88 não há remissão aos créditos

extraorçamentários quanto à necessidade de autorização em lei. Por isso,

autorizam-se e abrem-se estes tipos de créditos adicionais por meio de decreto

ou MP, conforme previsão constitucional ou orgânica do ente.

Com este fundamento, o item (e) está errado, pois já destacamos que os

reditos extraorçamentários independem da indicação de fonte de recursos.

O item (a) fere o previsto no art. 70, § único, e no art. 71, caput,

transcritos a seguir:

“Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou

privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre

dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou

que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

“O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será

exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União (...)”

No item (b) temos a definição de CRÉDITO SUPLEMENTAR, conforme o

art. 41, I, da Lei 4.320/64.

Por fim, o item (c) refere-se ao CRÉDITO ESPECIAL, conforme o art.

41, II, da Lei 4.320/64.

44 - (CESPE / ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANAC / 2009) A

contabilidade aplicada ao setor público, assim como qualquer outro ramo da

ciência contábil, obedece aos princípios fundamentais de contabilidade. Dessa

forma, aplica-se, em sua integralidade, o princípio da competência, tanto para

o reconhecimento da receita quanto para a despesa.

Comentários:

Gabarito da questão: CERTO.

Observem que a questão não mencionou sob que ótica ela queria a

resposta.

No entanto, ela revela que quer o novo posicionamento do assunto ao se

referir desta forma: “A contabilidade aplicada ao setor público, assim como

qualquer outro ramo da ciência contábil, obedece aos princípios

fundamentais de contabilidade.”

E foi justamente por meio deste entendimento que a STN editou a

Portaria Conjunta STN/SOF nº 3/2008.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

100

Além disso, a questão foi tirada dos Procedimentos Contábeis

Orçamentários, página 93, aprovados pela Portaria Conjunta STN/SOF nº

2/2009.

Vejamos o trecho extraído desses Procedimentos em um quadro:

OBSERVAÇÃO

“A Contabilidade Aplicada ao Setor Público, assim como qualquer

outro ramo da ciência contábil, obedece aos Princípios Fundamentais

de Contabilidade.

Dessa forma, aplica-se o princípio da competência em sua

integralidade, ou seja, os efeitos das transações e outros eventos são

reconhecidos quando ocorrem, e não quando os recursos financeiros

são recebidos ou pagos.”

Para encerrarmos o tema sobre o REGIME DAS RECEITAS E

DESPESAS, vamos a um mantra.

MANTRA!

REGIME DAS RECEITAS E DESPESAS

DOUTRINA REGIME ORÇAMENTÁRIO MISTO

PORTARIA CONJUNTA REGIME DE COMPETÊNCIA PATRIMONIAL

45 – (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ-PI/2009) Em relação ao ciclo

orçamentário, é correto afirmar:

a) A Lei de Diretrizes Orçamentárias deve preceder cronologicamente o Plano

Plurianual e a Lei Orçamentária Anual.

b) A Secretaria de Orçamento Federal (SOF) coordena e elabora a proposta

orçamentária da União.

c) A Lei Orçamentária Anual da União poderá ser remetida ao Congresso

Nacional sob a forma de Medida Provisória.

d) O Poder Legislativo está impedido de propor emendas ao projeto de lei

orçamentária, por se tratar de matéria de competência exclusiva do Poder

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

101

Executivo.

e) O Poder Judiciário brasileiro não goza de autonomia administrativa e

financeira que lhe permita elaborar sua própria proposta orçamentária.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (b).

No item (a) o correto seria dizer que a LDO precede à LOA, pois o art.

165, § 2º, da CF/88 determina que a LDO orientará a elaboração da lei

orçamentária anual.

Como vimos antes, a proposta orçamentária é consolidada pelo Poder

Executivo, cuja competência cabe ao Ministério do Planejamento, Orçamento e

Gestão - MPOG.

No âmbito do MPOG, é a Secretaria de Orçamento Federal – SOF que

coordena e elabora a proposta orçamentária da União.

Assim fundamentamos o item (b).

O item (c) tem vedação expressa no art. 62, § 1º, inciso I, alínea d), c/c

o art. 167, § 3º, da CF/88.

O fundamento do item (d) é o art. 166, §§ 2º e 3º, da CF/88, ou seja, há

condições estabelecidas no texto constitucional que permitem o Poder

Legislativo apresentar emendas ao PLOA.

Além disso, o orçamento no Brasil é do tipo MISTO.

No item (e), vimos no art. 99, da C/88 que o Poder Judiciário tem

autonomia administrativa e financeira que permite a iniciativa de elaborar sua

própria proposta orçamentária.

46 - (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ-PI/2009) Com relação à

elaboração, discussão, votação e aprovação da proposta de lei orçamentária da

União, é correto afirmar:

a) Somente o Poder Executivo tem autonomia para elaborar sua proposta

orçamentária.

b) A Secretaria de Orçamento e Finanças do Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão é que deve tomar a iniciativa de encaminhar o projeto de

lei orçamentária ao Congresso Nacional.

c) O projeto de lei orçamentária deve ser analisado pelas duas casas do

Congresso Nacional em separado, devendo obter maioria simples em cada uma

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

102

delas.

d) O Congresso Nacional pode apresentar emenda ao Orçamento para

aumentar a despesa fixada para um órgão público, desde que apresente

proposta de elevação de tributação para compensar o acréscimo na despesa.

e) A principal diretriz orçamentária para a elaboração do projeto de lei do

orçamento nos últimos anos até 2008 é a meta pretendida de resultado

primário.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (e).

Vê-se muito na mídia o tema RESULTADO PRIMÁRIO. Ainda não vamos

aprofundá-lo, mas cabe o registro sobre o fundamento do assunto que consta

no art. 4º, § 1º, da LRF, no que tange ao ANEXO DE METAS FISCAIS – AMF.

Pelos conhecimentos debatidos até aqui, poderíamos resolver a questão

sem problemas. Vamos corrigir os demais itens

Item (a) – TODOS os Poderes e o Ministério Público tem autonomia para

elaborar sua proposta orçamentária.

Item (b) - a proposta orçamentária é consolidada pelo Poder

Executivo, cuja competência cabe ao Ministério do Planejamento, Orçamento

e Gestão - MPOG.

No âmbito do MPOG, é a Secretaria de Orçamento Federal – SOF que

coordena e elabora a proposta orçamentária da União, mas quem

ENCAMINHA a proposta é o CHEFE DO PODER EXECUTIVO.

Item (c) - O PLOA é analisado pelas duas casas do Congresso Nacional

em CONJUNTO e na FORMA DO REGIMENTO COMUM, devendo obter

maioria simples em cada uma delas.

Item (d) – conforme art. 166, § 3º, inciso II, da CF/88, o Congresso

Nacional pode apresentar emenda ao Orçamento para aumentar a despesa

fixada para um órgão público, desde que indiquem os recursos

necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de

despesa, excluídas as que incidam sobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;

b) serviço da dívida;

c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e DF.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

103

47 – (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO –

MPOG/2010) Assinale a opção que indica uma afirmação verdadeira a

respeito da conceituação e classificação da receita orçamentária.

a) As receitas orçamentárias são ingressos de recursos que transitam pelo

patrimônio do poder público, podendo ser classificadas como efetivas e não-

efetivas.

b) As receitas orçamentárias decorrem de recursos transferidos pela sociedade

ao Estado e são classificadas como permanentes e temporárias.

c) Todos os ingressos de recursos, financeiros e não-financeiros, são

classificados como receita orçamentária, porque transitam pelo patrimônio

público.

d) As receitas orçamentárias restringem-se aos ingressos que não geram

contrapartida no passivo do ente público.

e) Recursos financeiros de qualquer origem são registrados como receitas

orçamentárias para que possam ser utilizados pelos entes públicos.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (a).

O correto seria “As receitas orçamentárias são classificadas, segundo sua

categoria econômica em RECEITAS CORRENTES ou RECEITAS DE CAPITAL”.

Nos itens (c) e (e), nem todos os ingresso de recursos são classificados

como RECEITA ORÇAMENTÁRIA, pois também há os que se classificam como

RECEITA EXTRAORÇAMENTÁRIA.

As RECEITAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS são “entradas compensatórias no

ativo e no passivo financeiros”, razão pela qual o item (d) também está errado.

48 – (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO –

MPOG/2010) Assinale a opção em que a despesa realizada não pode ser

classificada como despesa corrente, segundo dispõe as normas de classificação

da despesa no âmbito federal.

a) Amortização do principal da dívida pública.

b) Aquisição de material de consumo mediante suprimento de fundos.

c) Pagamento da remuneração a servidores.

d) Aquisição de gêneros alimentícios para estoque regulador.

e) Pagamento de serviços de manutenção predial.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

104

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (a).

A Amortização do principal da dívida pública é uma DESPESA DE

CAPITAL e todos os demais itens são DESPESAS CORRENTES relativas ao

custeio da Administração Pública.

49 – (ESAF/ANALISTA TRIBUTÁRIO – RFB/2010) A respeito da

classificação orçamentária da receita, é correto afirmar:

a) alienação de bens de qualquer natureza integrantes do ativo redunda em

receita de capital.

b) receitas de contribuições integram as receitas de capital quando oriundas de

intervenção no domínio econômico.

c) as receitas agropecuárias se originam da tributação de produtos agrícolas.

d) as receitas intraorçamentárias decorrem de pagamentos efetuados por

entidades integrantes do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social.

e) receitas correntes para serem aplicadas em despesa de capital dependem

da inexistência de receitas de capital no exercício.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (d).

Conforme previsto na Portaria Interministerial STN/SOF n° 338, de 26 de

abril de 2006, somente as entidades integrantes do Orçamento Fiscal e

da Seguridade Social é que podem realizar pagamentos de natureza

intraorçamentária.

50 – (ESAF/ANALISTA-TRIBUTÁRIO – RFB/2009) Assinale a opção

correta a respeito do ciclo orçamentário no âmbito da Administração Federal

brasileira.

a) Em razão das vedações constitucionais, não é possível fazer ajustes no

orçamento sem trâmite pelo Poder Legislativo.

b) A elaboração das propostas orçamentárias é de responsabilidade exclusiva

da Secretaria de Orçamento Federal.

c) Na fase de aprovação, as Comissões de Finanças e Tributação das duas

casas do Congresso Nacional têm a palavra final.

d) Na fase de preparação do orçamento para a execução, a alocação dos

créditos nos elementos de despesa é atribuição da setorial orçamentária.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

105

e) A abertura de créditos extraordinários, em razão da sua especificidade,

somente pode ser feita por lei complementar.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (d).

Vimos o item (d) na parte em que tratamos da EXECUÇÃO

ORÇAMENTÁRIA.

O item (a) está errado pelo fato de que é possível fazer ajustes na LOA

sem trâmite pelo Poder Legislativo, já que os CRÉDITOS

EXTRAORDINÁRIOS são abertos por meio de Decreto do Poder Executivo

ou MP, conforme o caso.

No (b), o erro está no fato de que a SOF do MPOG consolida todas as

propostas orçamentárias encaminhadas pelos órgãos e entidades de todos os

poderes da União.

Assim a responsabilidade exclusiva da SOF se refere à

CONSOLIDAÇÃO da proposta de LOA da União.

Em relação ao item (c), temos o erro no nome da Comissão que é a

Comissão Mista de senadores e deputados federais a que se refere o

parágrafo 1º do art. 166 da CF/88.

Esta Comissão é comumente chamada de Comissão Mista de Planos,

Orçamentos Públicos e Fiscalização.

Por fim, no item (e) fica correto se o escrevermos assim: “A abertura

de créditos extraordinários, em razão da sua especificidade, não pode

ser feita por lei complementar” ou “A abertura de créditos

extraordinários, em razão da sua especificidade, somente pode ser

feita por decreto do Poder Executivo ou Medida Provisória, conforme

for o caso”.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

106

CAPÍTULO 4

1 - O Plano Plurianual – PPA.

1.1 – INTRODUÇÃO

Erick, quais os instrumentos de planejamento orçamentário

no Brasil?

Bem, o Plano Plurianual – PPA, a Lei de Diretrizes

Orçamentárias – LDO e a Lei Orçamentária Anual – LOA são os

instrumentos de planejamento em matéria orçamentária no Brasil.

O PPA e a LDO são inovações trazidas pela CF/88, ao passo

que a LOA já fora prevista em textos constitucionais e legais anteriores.

Importante destacar que a Lei Complementar nº 101/2000,

conhecida como a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, também trata desses

instrumentos em seu texto.

A LDO é o instrumento de integração entre o PPA e a LOA. No

entanto, o Programa de Trabalho é que sintetiza o elo entre o PPA e a LOA, ou

seja, o Programa de Trabalho é o módulo de integração entre o plano e

o orçamento.

Para facilitar este entendimento, vamos revisar o conceito de

PROGRAMA.

O PROGRAMA serve, em síntese, para alocar uma dotação

inicial a um programa de trabalho, a fim de se buscar a solução de um

problema a resolver. Alguns autores chamam este processo de Realidade

Problematizada, ou seja, uma demanda/problema da sociedade descrita em

um programa de trabalho e associada a uma dotação inicial.

Ainda não falamos nisso, mas cabe registrar que a técnica do

orçamento-programa foi introduzida no Brasil por meio da Lei nº

4.320/64 e do Decreto-Lei nº 200/67.

A CF/88 veio implantar definitivamente essa técnica no Brasil

quando se estabeleceu a normatização da matéria orçamentária mediante os

instrumentos PPA, LDO e LOA.

Ainda não vamos aprofundar no tema LRF, mas cabe destacar que

esta Lei Complementar não é a prevista no art. 165, § 9º da CF/88. Vejamos:

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

107

“§ 9º - Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência,

os prazos, a elaboração e a organização do plano

plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei

orçamentária anual;

II - estabelecer normas de gestão financeira e

patrimonial da administração direta e indireta bem

como condições para a instituição e funcionamento de

fundos. “

Enquanto não existe essa Lei Complementar, cujo projeto ainda

está em elaboração, a Lei nº 4.320/64, junto com a LDO e com o ADCT, supre

a lacuna que se deixou, mesmo a LDO não sendo uma Lei Complementar.

A Lei nº 4.320/64 ora trata de assuntos de Lei Complementar, ora

de assuntos de Lei Ordinária. Vejam que essa Lei estabelece, juntamente com

o ADCT da CF/88, o exercício financeiro e os prazos para o PPA, a LDO e a

LOA.

Na verdade, a Lei nº 4.320/64 tangencia superficialmente esses

temas previstos no texto do art. 165, § 9º da CF/88 e a LDO é que vai dar

maior profundidade. É curioso, mas essa validade dada à LDO está no art. 165,

§ 2º da CF/88, combinado com o Capítulo II da LRF.

Outro ponto a se destacar é quanto ao aspecto formal de todas

essas leis que instrumentalizam o orçamento público no Brasil. E mais,

a LOA é uma Lei de efeitos concretos, cujo projeto de lei segue rito

especial. A este processo se aplica, subsidiariamente, o rito de processo

legislativo ordinário previsto no art. 166, § 7º da CF/88.

Na próxima aula vamos abordar o processo legislativo

orçamentário. Levantaremos também, entre outras, algumas possibilidades

quanto ao envio ou não da proposta orçamentária pelo Executivo, bem como

quanto à possibilidade ou não de aprovação nos prazos pelo Legislativo.

Vamos apresentar um quadro para podermos verificar o objeto de

cada uma dessas leis, por meio de suas ementas.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

108

LEI EMENTA

4.320/64

Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para

elaboração e contrôle dos orçamentos e balanços

da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito

Federal.

LRF

Estabelece normas de finanças públicas voltadas

para a responsabilidade na gestão fiscal e dá

outras providências

PPA EX.: Dispõe sobre o Plano Plurianual para o

período 20XX/20XX + 3

LDO

EX.: Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração e

execução da Lei Orçamentária de 20XX e dá outras

providências

LOA EX.: Estima a receita e fixa a despesa da União

para o exercício financeiro de 20XX

CRÉDITO ESPECIAL

EX.: Abre ao Orçamento da Seguridade Social da

União, em favor do Ministério do Desenvolvimento

Social e Combate à Fome, crédito especial no valor

de R$ 1.720.000,00, para os fins que especifica.

CRÉDITO

SUPLEMENTAR

EX.: Abre ao Orçamento Fiscal da União, em favor

do Ministério da Educação, crédito suplementar no

valor de R$ 14.500.000,00, para reforço de

dotação constante da Lei Orçamentária vigente.

CRÉDITO

EXTRAORDINÁRIO

EX.: Abre crédito extraordinário, em favor de

diversos órgãos do Poder Executivo, no valor

global de R$ 1.217.677.730,00, para os fins que

especifica.

Bem, agora vamos adiante.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

109

1.2 – O Plano Plurianual - PPA – CONCEITOS, OBJETIVOS E CONTEÚDO

O fundamento constitucional para o PPA está no art. 165, inciso I e

§ 1º, mas o PPA também tem importância no art. 165, §§ 4º e 7º, art. 166,

caput e § 6º e art. 167 § 1º.

Antes de prosseguirmos, um registro interessante quanto ao texto

do art. 165, § 4º, da CF/88:

“§ 4º - Os planos e programas nacionais,

regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão

elaborados em consonância com o plano plurianual e

apreciados pelo Congresso Nacional.”

Legal Erick, mas onde estão esses planos e programas ?

Eles estão previstos no art. 48, inciso IV, da CF/88. Vejamos:

“Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a

sanção do Presidente da República, não exigida esta

para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre

todas as matérias de competência da União,

especialmente sobre:

(.....)

IV - planos e programas nacionais, regionais e

setoriais de desenvolvimento;

(.....).”

Então, não há problema algum se um desses planos for de

duração superior a determinado PPA como, por exemplo, o PPA 2008-

2011. Só que esses planos ou programas têm que estar de acordo com os

ditames do PPA em vigor. Se o plano ficar incompatível com determinado PPA,

temos que alterá-lo.

O Plano Plurianual 2008-2011 apresentou, sob a forma de anexos,

uma alteração importante que vinha sendo colocada nos Manuais Técnicos do

Orçamento – MTO: os Programas Finalísticos e os Programas de Apoio às

Políticas Públicas e Áreas Especiais.

É importante observarmos que um PPA organiza a atuação

governamental em Programas orientados para o alcance dos objetivos

estratégicos definidos para o período do próprio PPA.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

110

Assim, temos mais uma concepção de Programa: instrumento

de organização da ação governamental que articula um conjunto de

ações, a fim de concretizar o objetivo nele estabelecido.

Como dissemos antes, os programas se classificam como:

a) Programas Finalísticos: pela sua implementação são

ofertados bens e serviços diretamente à sociedade e são gerados

resultados passíveis de aferição por indicadores; e

b) Programas de Apoio às Políticas Públicas e Áreas

Especiais: são voltados para a oferta de serviços ao Estado, para a

gestão de políticas e para o apoio administrativo.

Erick, o que são ações ?

São instrumentos de programação que contribuem para

atender ao objetivo de um programa. Elas podem ser orçamentárias ou

não-orçamentárias. As ações orçamentárias se classificam, de acordo com

sua natureza, em:

a) Projeto: instrumento de programação para alcançar o objetivo

de um programa. Envolve um conjunto de operações, limitadas no

tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão

ou aperfeiçoamento da ação de governo;

b) Atividade: instrumento de programação para alcançar o

objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se

realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um

produto necessário à manutenção da ação de governo;

c) Operação Especial: despesas que não contribuem para a

manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações do governo

federal, das quais não resulta um produto, e não gera

contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

CAIU NA PROVA!

51 – (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO – SEFAZ-SP/2009) Assinale a

opção verdadeira a respeito dos programas de governo.

a) Programa é o conjunto de ações de uma unidade orçamentária e visa à

integração do plano de governo do ente ao orçamento.

b) Programa é um módulo integrador entre o plano e o orçamento e tem como

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

111

instrumento de sua realização as ações de governo.

c) Um programa, do ponto de vista orçamentário, é o conjunto de atividades e

projetos relacionados a uma determinada função de governo com vistas ao

cumprimento da finalidade do Estado.

d) É o conjunto de ações de caráter continuado com vista à prestação de

serviços à sociedade.

e) Os programas de governo são considerados temporários e permanentes,

dependendo das condições de perenidade das ações desenvolvidas pelo ente

público.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (b).

No item (a), temos o erro no trecho que trata da “unidade

orçamentária”, pois o correto seria o governo, por meio de órgão ou unidade

responsável.

O programa é o instrumento de organização da atuação

governamental que articula um conjunto de ações que concorrem para a

concretização de um objetivo comum preestabelecido, mensurado por

indicadores instituídos no plano, visando à solução de um problema ou o

atendimento de determinada necessidade ou demanda da sociedade.

Além disso, é muito importante (e isso está certo no item) sabermos que

programa é o módulo comum integrador entre o plano e o orçamento. Assim,

justificamos o item (b).

O item (c) trata parcialmente da classificação, quanto à natureza, das

AÇÕES.

Vamos ampliar o conceito de ações: são operações das quais resultam

produtos (bens ou serviços), que contribuem para atender ao objetivo de um

programa. Incluem-se também no conceito de ação as transferências

obrigatórias ou voluntárias a outros entes da federação e a pessoas físicas e

jurídicas, na forma de subsídios, subvenções, auxílios, contribuições, etc, e os

financiamentos.

O item (d), além de apresentar um conceito incompleto de programas,

peca pelo fato de colocar somente as ações de caráter continuado, sem citar as

de caráter temporário.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

112

Além disso, a Banca tentou incluir um conceito completamente errado

sobre os Programas de Apoio às Políticas Públicas e Áreas Especiais.

Esses são programas voltados aos serviços típicos de Estado, ao

planejamento, à formulação de políticas setoriais, à coordenação, à avaliação

ou ao controle dos programas finalísticos, resultando em bens ou serviços

ofertados ao próprio Estado, podendo ser composto inclusive por despesas de

natureza tipicamente administrativas.

No item (e), o correto seria TEMPORÁRIOS e CONTÍNUOS.

Um programa pode ser de natureza contínua mesmo que parte de suas

ações seja de natureza temporária.

No caso de programas temporários, serão informados o mês e ano de

início e de término previstos, e o seu valor global estimado.

O término previsto a ser considerado é o do programa, ainda que se

situe aquém ou além do período de vigência do PPA.

1.3 – A gestão do PPA da União

A Gestão do Plano Plurianual federal observa os princípios da

eficiência, eficácia e efetividade. Além disso, essa gestão também abrange a

implementação, o monitoramento, a avaliação e a revisão de programas.

No âmbito federal, o Poder Executivo mantém um sistema de

informações gerenciais e de planejamento, a fim de apoiar a gestão do PPA,

com características de um sistema estruturador de governo.

Na União, o Decreto nº 6.601/2008 estabelece normas

complementares para a gestão do PPA 2008-2011. Além disso, o Poder

Executivo federal manterá na Internet o conjunto de informações necessárias

ao acompanhamento da gestão do Plano.

Erick, mas esse Decreto não está no edital do concurso !

É verdade, mas ele tem aparecido de forma recorrente nos últimos

editais e resolvemos incluir alguns tópicos relacionados, ok ?

Além disso, ele dá uma boa base de entendimento sobre o

funcionamento e a gestão do PPA.

Vamos seguir.

Com base nos princípios de eficiência, eficácia e efetividade, a

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

113

Gestão do PPA é orientada para resultados. Além disso, ela se compõe de

dois níveis: estratégico e tático-operacional.

nível estratégico: compreende os objetivos de governo e

os objetivos setoriais.

nível tático-operacional: compreende os programas e

ações.

Cabe ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão:

coordenar os processos de monitoramento, de avaliação e de

revisão do PPA.

disponibilizar metodologia, orientação e apoio técnico para a

gestão do PPA.

manter as informações necessárias ao acompanhamento da

gestão do PPA atualizadas na Internet.

coordenar a gestão do PPA em conjunto com os demais

órgãos do Poder Executivo.

No nível tático-operacional, a gestão conjunta do PPA

compreende os Gerentes de Programa, os Gerentes-Executivos de

Programa, os Coordenadores de Ação e os Coordenadores Executivos

de Ação.

O Gerente de Programa, junto com o Gerente-Executivo é o

responsável pela gestão de programa do PPA. Já o Coordenador de Ação,

em conjunto com o Coordenador-Executivo de Ação, tem a

responsabilidade da gestão da ação.

Importante destacar que o Gerente de Programa é o titular da

unidade administrativa no qual o programa se vincula. Por conseguinte,

o Coordenador de Ação é o titular da unidade administrativa à qual se

vincula a ação.

Um último tópico do PPA em vigor é o relativo aos Projetos de

Grande Vulto.

Projetos de Grande Vulto: são ações orçamentárias do tipo

projeto financiadas com recursos:

a) do orçamento de investimento das estatais, de

responsabilidade de empresas de capital aberto ou de suas

subsidiárias, cujo valor total estimado seja igual ou superior

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

114

a cem milhões de reais;

b) dos orçamentos fiscal e da seguridade social, ou com

recursos do orçamento das empresas estatais que não se

enquadrem no disposto no inciso anterior, cujo valor total

estimado seja igual ou superior a vinte milhões de reais.

O início da execução dos projetos de grande vulto fica

condicionado à avaliação favorável de sua viabilidade técnica e

socioeconômica.

1.4 – O PPA na Carta Magna de 1988

Este item é o mais esperado do Tópico 1, pois é o que tem sido

mais cobrado nas provas. Aliás, em relação ao PPA, à LDO e à LOA, temos

observado muitas questões que cobram a literalidade da CF e da LRF.

Ainda, é importante destacarmos que os 3 instrumentos de

planejamento orçamentário do Brasil são leis ordinárias, de iniciativa do Poder

Executivo e são aprovados por maioria simples pelo Poder Legislativo.

Em termos gerais, as bancas se referem ao termo planejamento

em alusão ao PPA, assim como diretrizes à LDO. Por fim, o termo orçamento

se refere à LOA.

MANTRA !

PPA

O PPA estabelece: => de forma regionalizada

as diretrizes, objetivos e metas => “DOM”

da administração pública federal para:

as despesas de capital

outras decorrentes dessas despesas de capital

as despesas relativas aos programas de duração continuada

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

115

Então, vamos definir cada uma das partes do PPA. Lembrar que se

conhece o PPA como sendo um planejamento estratégico de médio prazo.

FORMA REGIONALIZADA: busca reduzir as desigualdades

regionais, ou seja, as regiões mais ricas serão menos

favorecidas no PPA em relação às regiões mais necessitadas.

“DOM”:

o DIRETRIZ: é a orientação quanto ao sentido da ação

de governo.

O OBJETIVO: é o resultado final que se pretende

alcançar com a realização das ações governamentais.

o META: é a especificação e a quantificação física de

objetivos ou, ainda, o indicador físico do desempenho

de um projeto/atividade orçamentário.

DESPESAS DE CAPITAL: e a classificação, segundo sua

categoria econômica, das despesas que a Administração

Pública realiza, a fim de se formar um bem de capital ou

adicionar valor a um bem já existente. Assim também se

considera a transferência, por compra ou outro meio de

aquisição, a propriedade entre entidades do setor público ou

do setor privado para o público. São classificadas em

Investimentos, Inversões Financeiras e Transferências

de Capital.

OUTRAS DESPESAS DECORRENTES DAS DESPESAS DE

CAPITAL: São as despesas correntes ou de capital que decorrem de

uma despesa de capital “principal”.

Ex.: Na construção de uma Universidade Federal, devem-se incluir

no PPA as despesas correntes de pessoal relativas aos futuros

funcionários, além da despesa de capital “principal”, que é a construção

propriamente dita.

DESPESAS RELATIVAS AOS PROGRAMAS DE DURAÇÃO

CONTINUADA: São as ações permanentes da Administração Pública,

que não se relacionam com a manutenção de suas atividades. Temos

como exemplo, os programas sociais ou a prestação de serviços públicos,

que devem ser considerados no projeto do PPA.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

116

Por fim, falta falarmos dos prazos relativos ao projeto de PPA e da

vigência do PPA.

Antes, cabe um comentário sobre a LRF, pois nela houve veto

quanto ao PPA. Isso não significa que há problemas, mas se a questão vier

dizendo que “o PPA, segundo a LRF.....”=> MARQUE FALSO e siga para a

posse....

MANTRA !

PPA

TEMPO DE VIGÊNCIA: 4 ANOS

do 2º ano do mandato presidencial vigente ao 1º ano do mandato

presidencial seguinte

Ex.: PPA 2008-2011

MANDATO ATUAL: 2007-2010 => PPA atual abrange 3 anos, com 1

ano do PPA 2004-2007

MANDATO SEGUINTE: 2011-2014 => PPA atual abrange 1 ano

Prazo para o Executivo encaminhar o projeto consolidado de

PPA:

até 31 de agosto do exercício financeiro do 1º ano do mandato

presidencial corrente; ou

até 4 meses antes do término do exercício financeiro do 1º ano

do mandato presidencial corrente.

Ex.: Para o PPA 2012-2015

MANDATO PRESIDENCIAL SEGUINTE: 2011-2014

PRAZO PARA O EXECUTIVO ENCAMINHAR => 31/AGOSTO/2011

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

117

Prazo para DEVOLUÇÃO do projeto de PPA pelo Legislativo:

até 22 de dezembro do exercício financeiro do 1º ano do mandato

presidencial corrente; ou

até o término da sessão legislativa do 1º ano do mandato

presidencial corrente.

Ex.: Para o PPA 2012-2015

MANDATO PRESIDENCIAL SEGUINTE: 2011-2014

PRAZO DE DEVOLUÇÃO PELO LEGISLATIVO=>

22/DEZEMBRO/2011

CAIU NA PROVA !

52 – (ESAF/ANALISTA TRIBUTÁRIO – RFB/2009) Segundo a Constituição

Federal, um dos instrumentos em que se materializa o processo de

planejamento do Governo Federal é o Plano Plurianual – PPA. Assinale a opção

em que a afirmação se aplica inteiramente a esse instrumento.

a) Embora de natureza constitucional, o PPA não abrange todos os projetos do

ente, em razão das emergências não possíveis de serem previstas em lei.

b) O PPA tem seu foco nos programas de governo, seu período de abrangência

é de quatro anos podendo ser revisado a cada ano.

c) A elaboração do PPA é feita no nível de cada órgão e sua submissão ao

Congresso Nacional se dá por intermédio da presidência de cada um dos

Poderes da República.

d) O PPA, embora fundamentado em programas de governo, tem como

objetivo definir as modalidades de aplicação de recursos que priorizam o

cumprimento das políticas públicas.

e) A inclusão de novos programas no PPA se dá na revisão anual e está

condicionada ao cumprimento das metas anteriormente aprovadas.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (b).

O erro do item (a) se deve pelo fato de que não é unção do PPA

abrangem todos os projetos de determinado ente. Essa função de suprir as

emergências não possíveis de serem previstas em lei cabe mais às Leis de

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

118

Créditos Adicionais, em especial aos Créditos Extraorçamentários.

No item (b), que está correto, reforça-se a concepção fundamental do

PPA que são os programas de governo. O prazo de vigência é mesmo de 4

anos e há a possibilidade de revisão anual do PPA. Aproveito esse raciocínio

para comentar o erro do item (e).

A alteração, a exclusão ou a inclusão de novos programas não se dão

somente durante a revisão, pois pode aparecer uma situação que necessite da

pronta intervenção do governo. Em síntese, a revisão se dá, após uma

avaliação do que está em andamento.

A proposta de revisão deve ser encaminhada pelo Poder executivo ao

Congresso Nacional até o dia 31/agosto de cada ano. Já a proposta de

alteração, inclusão ou exclusão é encaminhada a qualquer momento e segue

condições estabelecidas no próprio PPA.

Assim, o erro do item (e) é o fato de que o item coloca que a revisão se

dá mediante o cumprimento das metas anteriormente aprovadas, o que não é

verdade. Não há essa obrigatoriedade de se cumprir as metas estabelecidas

previamente.

No item (c), temos que a elaboração do PPA se dá pelo poder Executivo,

após recebimento das propostas de cada órgão ou entidade dos demais

poderes e do Ministério Público.

Assim, não há qualquer submissão ao Congresso Nacional, pois este não

tem a prerrogativa de elaborar a proposta do PPA da União. No entanto, em

seu caso, também subsidia o Executivo quanto às suas próprias necessidades

relativas ao PPA. Além disso, sua função principal é a de discutir, votar,

aprovar/rejeitar a proposta consolidada e encaminhada pelo Executivo.

Por fim, no item (d), o instrumento que define as modalidades de

aplicação de recursos é a LOA, após a LDO priorizar o cumprimento das

políticas públicas.

2 – Diretrizes Orçamentárias e a LDO.

2.1 – A Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO – CONCEITOS,

OBJETIVOS E CONTEÚDO

O fundamento constitucional para a LDO está no art. 165, inciso II

e § 2º, mas a LDO também tem importância na Lei Complementar nº

101/2000, a LRF.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

119

Um destaque especial para a diferença entre o PPA e a LDO,

quanto ao prazo. Enquanto o PPA é plurianual, ou seja, de médio prazo, e

se refere a um planejamento estratégico, a LDO trata de um planejmento

de curto prazo, pois sua vigência é anual.

As emendas ao seu projeto de lei devem ser compatíveis com

o PPA. A LDO deve servir, entre outras funções, como farol para a LOA.

Daí temos que a LDO é o INSTRUMENTO de ligação entre o PPA e

a LOA. Não confundir com o PROGRAMA que é o MÓDULO INTEGRADOR

entre o plano e o orçamento.

2.2 – A LDO na Constituição Federal de 1988

Já comentamos muitos detalhes sobre a LDO e a LOA juntamente

com o tópico do PPA, desta forma, vamos a mais um mantra.....

MANTRA!

LDO

A LDO compreende

as metas e prioridades => “MP” + as despesas de capital

para o exercício financeiro subseqüente

da administração pública federal

A LDO orienta

a elaboração da lei orçamentária anual

A LDO dispõe sobre

as alterações na legislação tributária

A LDO estabele

a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento – “AFOF”

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

120

Agora vamos definir cada uma das partes da LDO. Lembrar que a

LDO é considerada como um planejamento de curto prazo com vigência anual.

“MP”

META: é a especificação e a quantificação física de

objetivos, feitas PARA O PERÍODO DE UM ANO, ou,

ainda, o indicador físico do desempenho de um

projeto/atividade orçamentário, estabelecido PARA O

PERÍODO DE UM ANO.

Ex.: No PPA consta a meta de se construir 20 universidades

federais no período de vigência do PPA, que é de 4 anos. Na

LDO do ano corrente, estabeleceu-se a meta de se construírem

6 dessas universidades.

Notamos aqui que a LDO colocou uma meta de um ano,

enquanto que o PPA estabeleceu o período plurianual de 4 anos.

PRIORIDADE: Ação apontada como mais importante

de acordo com critérios objetivos (valor, prazo,

população beneficiada, antiguidade do problema etc.)

ou subjetivos (avaliação política, capacidade de

mobilização comunitária etc.) de comparação. Assim,

conforme o art. 165, § 2º, da CF/88, cabe à LDO, e

não ao PPA e à LOA, explicitar as prioridades da

Administração Pública.

DESPESAS DE CAPITAL: Já comentamos antes esse conceito,

mas não podemos esquecer que aqui o horizonte temporal é de

1 ano.

OBSERVAÇÃO

As “MP” e as despesas de capital que constam da LDO se

referem AO EXERCÍCIO SEGUINTE e não ao em vigor !

ORIENTA A ELABORAÇÃO DA LOA: a LDO norteia, orienta

a Loa como INSTRUMENTO de ligação entre o PPA e a LOA.

Assim, a LDO dispõe sobre a estrutura e a organização dos

orçamentos, bem como estabelece também as diretrizes para

a elaboração e execução dos orçamentos da União e suas

alterações.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

121

DISPÕE SOBRE AS ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO

TRIBUTÁRIA: Não significa atuar em competências das leis

relacionadas ao Direito Tributário.

A LDO em vigor, nesse aspecto, dispõe que o projeto de lei

ou medida provisória que conceda ou amplie incentivo ou

benefício de natureza tributária somente será aprovado ou

editada, respectivamente, se atendidas as exigências do art. 14

da LRF. Este artigo trata especificamente da Renúncia de

Receitas.

ESTABELECE A POLÍTICA DE APLICAÇÃO (DE

RECURSOS) DAS “AFOF”: E o que são Agências Financeiras

Oficiais de Fomento – “AFOF”s ?

São entidades governamentais que buscam desenvolver

(fomentar) o crescimento sustentável da economia do país.

Como exemplo, temos o BNDES, o BANCO DO BRASIL e a CAIXA

ECONÔMICA FEDERAL.

Assim, em Capítulo próprio da própria lei, a LDO estabelece a

política de aplicação de recursos em vigor, ao reservar as

orientações, as metas e as prioridades para essas “AFOF”s.

OBSERVAÇÃO

Outros temas e capítulos que constam na LDO:

A dívida pública federal;

As despesas da União com pessoal e encargos sociais; e

A fiscalização pelo Poder Legislativo sobre as obras e serviços com

indícios de irregularidades graves.

E qual o fundamento? A LRF.

2.3 – A LDO na Lei de Responsabilidade Fiscal

Passaremos direto aos tópicos mais importantes sobre a LDO na

LRF, de forma a darmos alguma base sobre eventuais conexões que a Banca

poderá fazer.

Erick, como assim?

A Banca tem perguntado se determinado tema está ou não previsto

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

122

na CF/88, enquanto que na verdade está na LRF.

A LDO disporá também sobre:

equilíbrio entre receitas e despesas;

critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas

hipóteses previstas na LRF;

normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos

resultados dos programas financiados com recursos dos

orçamentos;

demais condições e exigências para transferências de recursos

a entidades públicas e privadas.

O Anexo de Metas Fiscais integrará o projeto de LDO, em que serão

estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes,

relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e

montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e

para os dois seguintes.

Segundo critérios fixados na LDO, ao se verificar, ao final de um

bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o

cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas

no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público

promoverão, por ato administrativo próprio e nos montantes

necessários, nos 30 dias seguintes, limitação de empenho e de

movimentação financeira.

A LDO conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os

passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas

públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se

concretizem.

Somente no âmbito da União, a LRF estabelece ainda o

encaminhamento de um anexo específico, junto com a mensagem que

encaminhar o projeto da LDO federal. Neste anexo constarão os

objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial (POLÍTICAS

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

123

MoCreCam), bem como os parâmetros e as projeções para seus

principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o

exercício subseqüente.

Destacamos algumas outras responsabilidades dadas à LDO,

segundo a LRF:

Publicação da avaliação financeira e atuarial dos regimes

geral de previdência social e próprio dos servidores civis e

militares;

Avaliação financeira do Fundo de Amparo ao Trabalhador e

projeções de longo prazo dos benefícios da Lei Orgânica de

Assistência Social – LOAS;

Margem de expansão das despesas obrigatórias de natureza

continuada.

Por fim, falaremos dos prazos relativos ao projeto de LDO e da

vigência da LDO.

MANTRA!

LDO

VIGÊNCIA: MAIS DE 1 ANO * (MAIS DE 1 EXERCÍCIO FINANCEIRO)

de 17/julho do exercício financeiro da aprovação a 31/dezembro do

exercício financeiro subseqüente à sua aprovação

Prazo para o Executivo encaminhar o projeto consolidado de

LDO referente ao exercício financeiro seguinte:

até 15 de abril do exercício financeiro corrente; ou

até 8 meses e meio antes do término do exercício financeiro

corrente.

Prazo de DEVOLUÇÃO para sanção do projeto de LDO pelo Legislativo:

até 17 de julho do exercício financeiro corrente; ou

até o término do 1º período da sessão legislativa em vigor.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

124

OBSERVAÇÕES

A LDO, na prática, tem vigência superior a um ano, pois ela entra

formalmente em vigor antes do início do exercício financeiro

subseqüente, ou seja, 17/julho do exercício financeiro anterior.

A LDO é o único dos instrumentos que possuem uma espécie de

penalidade ao Legislativo. De acordo com o art. 57, § 2º, da

CF/88, a sessão legislativa não será interrompida sem a

aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.

O Anexo de Metas Fiscais, o Anexo de Gestão fiscal e o Anexo

Específico para a União, todos atrelados à LDO, não têm previsão

constitucional, logo constituem inovações trazidas pela LRF.

O Relatório Resumido da Execução Orçamentária - RREO é um

INSTRUMENTO DE TRANSPARÊNCIA DA GESTÃO FISCAL que está

previsto no art. 165, § 3º, da CF/88 e no art. 48, da LRF. Sua

publicação é feita pelo Poder Executivo se dá em até 30 dias após

o término de cada bimestre.

Outro INSTRUMENTO DE TRANSPARÊNCIA DA GESTÃO FISCAL é o

Relatório de Gestão Fiscal – RGF com previsão apenas na LRF.

Emitem esse RGF, ao final de cada quadrimestre, os titulares dos

Poderes e outros órgãos previstos na LRF.

O PPA, a LDO e a LOA também são INSTRUMENTOS DE

TRANSPARÊNCIA DA GESTÃO FISCAL.

CAIU NA PROVA!

53 – (ESAF/ANALISTA – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2004) No

que diz respeito à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) não se pode afirmar

que:

a) dispõe sobre as alterações na legislação tributária.

b) orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA), bem como sua

execução.

c) compreende as metas e prioridades da administração, incluindo as despesas

de capital para o exercício financeiro subseqüente.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

125

d) estabelece diretrizes, objetivos e metas da administração pública para

programas de duração continuada, sendo componente básico de planejamento

estratégico governamental.

e) estabelece a política de aplicação das agências oficiais de fomento.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (d).

O item (d) se refere ao PPA, art. 165, § 1º, da CF/88, logo está

incorreto. Os demais itens se referem ao , art. 165, § 2º, da Carta Magna de

88.

54 – (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO – SEFAZ-SP/2009) O modelo

de elaboração orçamentária, nas três esferas de governo, foi sensivelmente

afetado pelas disposições introduzidas pela Constituição Federal de 1988.

Anualmente, o Poder Executivo encaminha ao Poder Legislativo o projeto de

Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que contém:

a) a receita prevista para o exercício em que se elabora a proposta.

b) a receita arrecadada nos três últimos exercícios anteriores àquele em que

se elaborou a proposta.

c) as metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas de

capital para o exercício financeiro subsequente.

d) o orçamento fiscal, o orçamento da seguridade social e os investimentos das

empresas.

e) a despesa realizada no exercício imediatamente anterior.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (c).

O item (c) trata da parte inicial de nosso mantra sobre a LDO. Refoço o

entendimento de que as “MP” e as despesas de capital se referem ao exercício

financeiro subsequente.

Os itens (a) e (d) se referem ao tema LOA que veremos adiante. E os

itens (b) e (e) se referem à subsídios que são considerados na elaboração da

proposta orçamentária.

55 – (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO – SEFAZ-SP/2009) Assinale a

opção que apresenta uma das principais características da lei de diretrizes

orçamentárias, segundo a Constituição Federal de 1988.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

126

a) Especifica as alterações da legislação tributária e do PPA.

b) Define a política de atuação dos bancos estatais federais.

c) Determina os valores máximos a serem transferidos, voluntariamente, aos

Estados, Distrito Federal e Municípios.

d) Define as metas e prioridades da administração pública federal.

e) Orienta a formulação das ações que integrarão o orçamento do exercício

seguinte.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (d).

Mais uma vez, nosso mantra para matar a questão, por isso, o item (d)

está correto.

No item (a), é incorreto que a LDO especifica, mas sim DISPÕE SOBRE

AS ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. É um norte e na uma

especificação a ser dada pela LDO.

A LDO em vigor, nesse aspecto, dispõe que o projeto de lei ou medida

provisória que conceda ou amplie incentivo ou benefício de natureza tributária

somente será aprovado ou editada, respectivamente, se atendidas as

exigências do art. 14 da LRF. Este artigo trata especificamente da Renúncia de

Receitas.

O item (b) seria correto se estivesse escrito política de APLICAÇÃO DE

RECURSOS pelas “AFOF”s e não a política de atuação dos bancos estatais

federais.

Além disso, os bancos têm política de atuação estabelecida por legislação

e regulamentos próprios. Isso não é uma política estabelecida entre as

competências da LDO.

Em relação ao item (c), é a LRF que estabelece LIMITAÇÃO e não limites

em valores, em caso de descumprimento de determinadas regras.

O erro do item (e) reside no fato de que a LDO não orienta a formulação

das ações que integrarão o orçamento do exercício seguinte. Quem orienta as

ações é o PPA, por meio dos programas de trabalho. E ainda, orienta-se por

um período de 4 anos.

A LDO dispõe sobre a estrutura e a organização dos orçamentos, bem

como estabelece também as diretrizes para a elaboração e execução dos

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

127

orçamentos da União e suas alterações.

56 – (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO –

MPOG/2003) A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) instituída pela

Constituição de 1988 é o instrumento norteador da Lei Orçamentária Anual

(LOA). A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), de 04 de maio de 2000, atribuiu

à LDO a responsabilidade de tratar também de outras matérias. Indique qual

opção não representou uma responsabilidade adicional às criadas pela LRF.

a) A avaliação de riscos fiscais.

b) A fixação de critérios para a limitação de empenho e movimentação

financeira.

c) A publicação da avaliação financeira e atuarial dos regimes geral de

previdência social e próprio dos servidores civis e militares.

d) O estabelecimento de prioridades e metas da administração pública federal.

e) O estabelecimento de metas fiscais.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (d).

Questão interessante, pois os itens (a), (b), (c) e (e) são inovações

previstas na Lei Complementar nº 101/2000, Lei de Responsabilidade Fiscal –

LRF.

O item (d) apresenta a parte inicial do art. 165, § 2º, da CF/88, só que

com uma inversão. Apesar de colocar PM (prioridades e metas) e não MP

(metas e prioridades), o item se refere ao texto constitucional de 1988.

Ocorre que a questão só pedia o item que não significava uma

responsabilidade adicional criadas pela LRF, por isso, a resposta é o item (d).

Como é que estamos? Vamos adiante.....

3 – O Projeto de Lei Orçamentária Anual – PLOA: Elaboração,

acompanhamento e fiscalização.

3.1 – A Lei Orçamentária Anual - LOA – CONCEITOS, OBJETIVOS E

CONTEÚDO

A LOA tem como fundamento constitucional o art. 165, inciso III e

§§ 5º a 8º. Além disso, há previsão na Lei Complementar nº 101/2000, a LRF.

Pela didática que trabalhamos na Aula 1 e nessa Aula 2, temos

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

128

muitos conhecimentos adquiridos quanto ao tema LOA. Vamos aprofundar o

assunto ao longo desse tópico e, por isso, passaremos logo ao item 3.2.

3.2 – A LOA na Constituição Federal de 1988

Começaremos com mais um mantra.....

MANTRA!

A LOA compreende

I - o orçamento fiscal - OI

relativo aos

Poderes da União

Fundos da União

Órgãos e entidades da administração direta e indireta

Incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público

II - o orçamento de investimento das empresas - OIEE

em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital

social com direito a voto (são as empresas estatais)

III - o orçamento da seguridade social - OSS

abrange

todas as entidades e órgãos vinculados à seguridade social =>

da administração direta ou indireta

e também os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo

Poder Público da União.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

129

Temos assim definida a LOA e suas 3 “subespécies” de

orçamento OF, OIEE e OSS. Isso significa que o orçamento é UNO. Assim,

a LOA obedece ao Princípio Orçamentário da Unidade.

Esse desdobramento se faz, a fim de se tornarem mais visíveis os

programas do governo em cada área. Por isso, o modelo orçamentário adotado

a partir da CF/88, com base no art. 165, § 5º, consiste em elaborar um

orçamento único, desmembrado em OF, OIEE e OSS.

Não podemos esquecer que a LOA COMO UM TODO TEM QUE

SER COMPATÍVEL COM O PPA E A LDO !

Atenção para não confundir na prova a observação a seguir, que

consta do art. 165, § 7º, da CF/88.

OBSERVAÇÕES

O orçamento fiscal – OI + o orçamento de investimento das

empresas estatais – OIEE

além de terem que ser compatíveis com o PPA

terão, entre outras, a função de reduzir desigualdades inter-regionais,

segundo critério populacional

O Orçamento da Seguridade Social - OSS NÃO TEM ESSA FUNÇÃO

mas tem que ser compatível com o PPA

As Bancas trocam CRITÉRIO POPULACIONAL, por critério

geográfico, que está errado.

Ainda quanto ao texto constitucional, cabem algumas outras

considerações sobre a LOA, conforme constam no art. 165, §§ 6º e 8º e no

art. 167, inciso I. Nesse assunto, destacamos as ideias principais, nas quais as

Bancas tentam aplicar “pegadinhas”.

Um demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e

despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e

benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia, acompanha o

projeto de LOA – PLOA (não vem junto com a LOA e sim com o

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

130

PLOA).

A LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à

fixação da despesa – Princípio Orçamentário da Exclusividade.

MNEMÔNICO: “A LOA NÃO ESTRANHA PR / FD”

Exceções a este Princípio (ou seja, PODEM CONSTAR NA LOA):

1. a autorização para abertura de créditos

suplementares;

2. contratação de operações de crédito, ainda que por

antecipação de receita – ARO, nos termos da lei (LDO e

LRF); e

3. emissão de títulos da dívida agrária - TDA, conforme

previsto no art. 184, § 4º, da CF/88.

É vedado o início de programas ou projetos não incluídos na LOA.

Vamos avançar.

Para ajudar a visualizar a estrutura de uma LOA, colocamos a

seguir um extrato, por tópicos, da Lei nº 11.897/2008, que estima a receita e

fixa a despesa da União para o exercício financeiro de 2009.

“CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

CAPÍTULO II

DOS ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL

Seção I

Da Estimativa da Receita

Seção II

Da Fixação da Despesa

Seção III

Da Autorização para a Abertura de Créditos Suplementares

CAPÍTULO III

DO ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO

Seção I

Das Fontes de Financiamento

Seção II

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

131

Da Fixação da Despesa

Seção III

Da Autorização para a Abertura de Créditos Suplementares

CAPÍTULO IV

DA AUTORIZAÇÃO PARA CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO E EMISSÃO DE

TÍTULOS DA DÍVIDA AGRÁRIA

CAPÍTULO V

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS”

Destacamos os pontos mais importantes para essa visualização.

Observem que o OF e o OSS estão juntos em um mesmo capítulo. No entanto,

só o OF e o OIEE terão entre suas funções a de reduzir desigualdades

inter-regionais, segundo critério populacional.

Ao olhar esse extrato da LOA, lembramos de uma discussão

anterior: o Orçamento é um texto, cujos anexos são uma pauta que contém

receitas e despesas.

Vamos ao mantra dos prazos relativos ao PLOA e da vigência da

LOA.

MANTRA!

LOA

VIGÊNCIA: 1 ANO (ou 1 exercício financeiro)

1º/janeiro a 31/dezembro do exercício financeiro vigente

Prazo para o Executivo encaminhar o PLOA consolidado:

até 31 de agosto do exercício financeiro anterior ao do exercício

financeiro vigente; ou

até 4 meses antes do término do exercício financeiro anterior ao do

exercício financeiro vigente.

Ex.: Para a LOA 201O

PRAZO PARA O EXECUTIVO ENCAMINHAR => 31/AGOSTO/2009

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

132

Prazo para DEVOLUÇÃO do projeto de LOA pelo Legislativo:

até 22 de dezembro do exercício financeiro anterior ao do exercício

financeiro vigente; ou

até o término da sessão legislativa do exercício financeiro anterior

ao do exercício financeiro vigente.

Ex.: Para a LOA 2010

PRAZO DE DEVOLUÇÃO PELO LEGISLATIVO=> 22/DEZEMBRO/2009

Agora já podemos fazer um quadro resumo relativo às leis

orçamentárias.

LEIS ORÇAMENTÁRIAS

PPA

LDO

LCA (Lei de Créditos

Adicionais)

Créditos Especiais

Créditos Suplementares

Créditos Extraordinários

LOA

OF

OIEE

OSS

3.3 – A LOA na Lei de Responsabilidade Fiscal

Estaremos apenas a colocar alguns tópicos da LRF a título informativo,

pois a Banca pode afirmar que determinado assunto está previsto na CF/88,

enquanto que está previsto na LRF.

O projeto de LOA, elaborado de forma compatível com o PPA, com a LDO

segue as seguintes normas previstas na LRF:

conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

133

programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes

do ANEXO DE METAS FISCAIS - AMF da LDO em vigor.

será acompanhado do Relatório Resumido de Execução

Orçamentária - RREO, além das medidas de compensação a

renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de

caráter continuado – DOCCs.

conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante,

definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos

na LDO, destinada ao atendimento de passivos contingentes e

outros riscos e eventos fiscais imprevistos.

constarão da LOA todas as despesas relativas à dívida pública,

mobiliária ou contratual, e as receitas que as atenderão.

constará, separadamente na LOA e nas LCAs, o refinanciamento da

dívida pública.

não consignará dotação para investimento com duração maior que

um exercício financeiro que não esteja previsto no PPA ou em lei

que autorize a sua inclusão no PPA => vide art. 167, § 1º da CF/88.

serão incluídas na LOA, as despesas do BACEN relativas a pessoal e

encargos sociais, custeio administrativo, inclusive os destinados a

benefícios e assistência aos servidores, e a investimentos.

NÃO CONFUNDA !

É VEDADO consignar na LOA crédito com finalidade imprecisa ou

com dotação ilimitada. => ESSE TEXTO É DA LRF (Art. 5º, §4º).

É VEDADA a concessão ou utilização de créditos ilimitados =>

ESSE TEXTO É DA CF/88 (Art. 157, inciso VII).

AS BANCAS FAZEM A “PEGADINHA” DE TROCAR OS TEXTOS !

“De acordo com o texto constitucional, é vedado consignar na LOA crédito

com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada.” => É FALSO !

“De acordo com a LRF, é vedada a concessão ou utilização de créditos

ilimitados.” => É FALSO !

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

134

OUTRAS CONSIDERAÇÕES

1) Reservas de Contingência são despesas orçamentárias destinadas

ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos, bem como

eventos fiscais imprevistos, inclusive para a abertura de créditos

adicionais.

Os valores financeiros das Reservas de Contingência constarão

na LOA.

O montante percentual e a forma de utilização das Reservas de

Contingência contarão na LDO.

2) A duração de um Exercício Financeiro é diferente da de um Ciclo

Orçamentário.

Exercício Financeiro: 1 ano

Ciclo Orçamentário: maior que 1 ano, pois o “EAECA” ultrapassa

um exercício financeiro

3) Os Estados e Municípios não se obrigam a seguirem os prazos

estabelecidos no ADCT da CF/88, quanto ao envio para o Congresso

Nacional e para devolução para sanção.

Isso se deve em razão do pacto federativo, além de se atender às

peculiaridades da realidade de cada ente federado.

A doutrina entende que, caso não haja previsão nas Constituições

Estaduais e nas Leis Orgânicas, prevalecem os prazos do ADCT

federal.

3.4 – A CF/1988 e os Projetos de LOA do Poder Judiciário, do

Ministério Público da União e das Defensorias Públicas da União e dos

Estados.

3.4.1 – PLOA do Poder Judiciário

O Poder Judiciário tem sua autonomia administrativa e financeira

assegurada pela CF/88.

Assim, todos os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias

dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na LDO.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

135

O encaminhamento da proposta do Poder Judiciário para o Poder

Executivo respectivo, ouvidos os demais tribunais interessados, compete:

NA UNIÃO: aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e

dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos

tribunais.

NOS ESTADOS E NO DO DISTRITO FEDERAL E

TERRITÓRIOS: aos Presidentes dos Tribunais de Justiça,

com a aprovação dos respectivos tribunais.

Inovações da Emenda Constitucional nº 45/2004:

Se os respectivos órgãos não encaminharem as propostas

orçamentárias dentro do prazo estabelecido na LDO:

o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da

proposta orçamentária anual, os valores aprovados na LOA

em vigor, ajustados de acordo com os limites estipulados na

LDO.

Se as propostas orçamentárias forem encaminhadas em desacordo

com os limites estipulados na LDO:

o Poder Executivo fará os ajustes necessários, a fim de se

consolidar a proposta orçamentária anual.

Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a

realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites

estabelecidos na LDO.

Exceção: se autorizadas previamente, por meio da

abertura de créditos suplementares ou especiais.

3.4.2 – Os PRECATÓRIOS

Referem-se aos pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas

Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em razão de sentença judiciária.

Estes pagamentos se fazem exclusivamente na ordem cronológica

de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos.

É vedada a designação de casos ou de pessoas nas dotações

orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.

É o Poder Judiciário que insere em seu orçamento os precatórios

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

136

devidos, pois as dotações orçamentárias e os créditos abertos serão

consignados diretamente ao Judiciário.

Cabe ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão determinar o

pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente

para os casos de preterimento de seu direito de precedência ou de não

alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o

sequestro da quantia respectiva.

O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou

omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios

incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o

Conselho Nacional de Justiça.

3.4.3 – PLOA do Ministério Público

O Ministério Público também tem sua autonomia administrativa e

financeira assegurada pela CF/88.

O Ministério Público elabora sua proposta orçamentária dentro dos

limites estabelecidos na LDO, a fim de encaminhá-la para o Poder Executivo.

Inovações da Emenda Constitucional nº 45/2004:

Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta

orçamentária dentro do prazo estabelecido na LDO:

o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da

proposta orçamentária anual, os valores aprovados na LOA

em vigor, ajustados de acordo com os limites estipulados na

LDO.

Se a proposta orçamentária for encaminhada em desacordo com os

limites estipulados na LDO:

o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para

fins de consolidação da proposta orçamentária anual.

Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a

realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites

estabelecidos na LDO.

Exceção: se autorizadas previamente, por meio da

abertura de créditos suplementares ou especiais.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

137

3.4.4 – PLOA das Defensorias Públicas da União e dos Estados

Em relação à Defensoria Pública da União - DPU, a CF/88 não

estabeleceu regras. A DPU está ligada ao Ministério da Justiça, logo ela

encaminha sua proposta diretamente ao Poder Executivo da União.

Inovação da Emenda Constitucional nº 45/2004:

Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia

funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro

dos limites estabelecidos na LDO e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º.

CAIU NA PROVA!

57 - (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO – SEFAZ-SP/2009) A

Constituição da República confere ao orçamento a natureza jurídica de:

a) lei de efeito concreto.

b) lei material.

c) lei formal e material.

d) lei extraordinária.

e) lei abstrata.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (a).

Por produzir efeitos concretos, a LOA é uma lei formal com natureza

jurídica de lei de efeito concreto.

58 - (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO – SEFAZ-SP/2009) O

orçamento público pode ser entendido como um conjunto de informações que

evidenciam as ações governamentais, bem como um elo capaz de ligar os

sistemas de planejamento e finanças. A elaboração da Lei Orçamentária Anual

(LOA), segundo a Constituição Federal de 1988, deverá espelhar:

a) exclusivamente os investimentos.

b) as metas fiscais somente para as despesas.

c) a autorização para a abertura de créditos adicionais extraordinários.

d) as estimativas de receita e a fixação de despesas.

e) a autorização para criação de novas taxas.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

138

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (d).

Conforme um de nossos mantras e de acordo com a parte inicial o art.

165, § 8º, da CF/88, a LOA reflete a PR/FD, ou seja, a

PREVISÃO/ESTIMATIVA DA RECEITA e a FIXAÇÃO DA DESPESA.

MAIS QUESTÕES DE PROVA!

59 - (ESAF / ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANA / 2009) No contexto

do processo orçamentário, tal como prevê a Constituição Federal, é correto

afirmar:

a) a Lei Orçamentária Anual é de iniciativa conjunta dos Poderes Legislativo e

Executivo.

b) a execução do orçamento é feita mediante acompanhamento dos controles

interno e externo.

c) ao Presidente da República é proibido vetar alterações no projeto de lei do

Plano Plurianual que tenham sido aprovadas pelo Congresso Nacional em dois

turnos de votação.

d) o Plano Plurianual possui caráter meramente normativo, não sendo utilizado

como instrumento de planejamento governamental.

e) a Lei de Diretrizes Orçamentárias compreende os orçamentos fiscal, da

seguridade social e de investimento das empresas estatais.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (b).

Vamos rever os pontos sobre a etapa do ciclo orçamentário denominada:

CONTROLE:

A Administração procura obter informações físico-financeiras no

transcurso do processo de execução orçamentária e financeira. Desta

forma, possibilita-se o controle e a avaliação dos planos e programas a

serem executados, em execução ou já executados, que constam na

LOA.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

139

No Brasil, existem dois tipos de controle:

INTERNO

EXTERNO

Chama-se controle interno quando exercido por agentes do mesmo

Poder. Já o controle externo se exerce por órgãos independentes desse

Poder.

No item (a), o erro se dá pelo fato de que a Lei Orçamentária Anual é de

iniciativa PRIVATIVA DO PODER EXECUTIVO, confome previsto no art. 84,

inciso XXII da CF/88.

Correção do item (c) - ao Presidente da República é PERMITIDO vetar

alterações no projeto de lei do Plano Plurianual que tenham sido aprovadas

pelo Congresso Nacional em dois turnos de votação.

Correção do item (d) - o Plano Plurianual NÃO possui caráter meramente

normativo, SENDO UTILIZADO COMO INSTRUMENTO DE PLANEJAMENTO

GOVERNAMENTAL.

Correção do item (e) - a LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL compreende os

orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimento das empresas

estatais.

60 - (ESAF / ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – CGU / 2008) De

acordo com a Constituição Federal, foi reservada à Lei de Diretrizes

Orçamentárias a função de:

a) definir, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos, as metas e

prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital

para o exercício financeiro subseqüente.

b) estabelecer critérios e forma de limitação de empenho, nos casos previstos

na legislação.

c) disciplinar as transferências de recursos a entidades públicas e privadas.

d) dispor sobre alterações na legislação tributária.

e) dispor sobre o equilíbrio entre receitas e despesas.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

140

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (d).

A referência é o art. 165, § 2º da CF/88 que assim diz:

“A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades

da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o

exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária

anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá

a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.”

Observem que dispor sobre a legislação trobutária não singnifica alterar

a legislação tributária, mas sim estabelecer metas e prioridades também em

relação as alterações na legislação tributária de forma a facilitar a arrecadação

de receitas pelo governo.

O item (a) se refere ao PPA.

No item (b), conforme previsto no art. 9º da LRF, atos dos Poderes e do

Ministério Público é que estabelecerão critérios e forma de limitação de

empenho, nos casos previstos na legislação.

O item (c) é previsão do art. 4º, inciso I, alínea “f”, da LRF, enquanto

que o item (e) está no art. 4º, inciso I, alínea “a”, da LRF.

61 - (ESAF / PROCURADOR – TCO – GO / 2009) O orçamento é um

instrumento fundamental de governo e seu principal documento de políticas

públicas. Por meio dele, os governantes selecionam prioridades, decidindo

como gastar os recursos extraídos da sociedade e como distribuí-los entre

diferentes grupos sociais, conforme seu peso ou força política. No que diz

respeito a orçamento, indique a opção falsa.

a) Nas decisões orçamentárias, os problemas centrais de uma ordem

democrática como representação estão presentes.

b) A Constituição de 1988 trouxe inegável avanço na estrutura institucional

que organizou o processo orçamentário brasileiro.

c) A Constituição de 1988 não só introduziu o processo de planejamento no

ciclo orçamentário, medida tecnicamente importante, mas, sobretudo, reforçou

o Poder Legislativo.

d) A Constituição de 1988 indica que, por iniciativa do Poder Legislativo,

devem ser estabelecidas, além do Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

141

Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).

e) O Plano Plurianual é um instrumento de Planejamento no qual são

apresentados, de quatro em quatro anos, os objetivos e as metas

governamentais.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (d).

O correto seria assim dizer: “A Constituição de 1988 indica que, por

iniciativa do PODER EXECUTIVO, devem ser estabelecidas, além do Plano

Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária

Anual (LOA).”

A referência está no art. 84, inciso XXII da CF/88, que assim diz:

“Compete privativamente ao Presidente da República enviar ao

Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes

orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição”

62 - (ESAF / ANALISTA – SEFAZ - CE / 2007) Assinale a opção falsa em

relação à Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO prevista no art. 165 da

Constituição Federal.

a) A iniciativa da lei é prerrogativa do Poder Executivo.

b) Deverá orientar a elaboração da lei orçamentária anual.

c) A LDO deverá trazer as modificações na legislação tributária que impactarão

a arrecadação do exercício seguinte.

d) Compreenderá as metas de despesa de capital para o exercício financeiro

subseqüente.

e) Estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de

fomento.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (d).

O correto seria assim dizer: “incluindo as despesa de capital (e não

sua metas de despesa de capital) para o exercício financeiro

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

142

subseqüente.”

63 - (ESAF / ANALISTA JURÍDICO – SEFAZ - CE / 2007) Consoante a

Constituição Federal, leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão - o

plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais. Assinale

a opção incorreta.

a) A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as

diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas

de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de

duração continuada.

b) A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da

administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício

financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual,

disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de

aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

c) Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta

Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e

apreciados pelo Congresso Nacional.

d) O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada

trimestre, relatório resumido da execução orçamentária.

e) O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo

regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções,

anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e

creditícia.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (d).

De acordo com o art. 165, § 3º, da CF/88, seria correto assim: “O Poder

Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada BIMESTRE,

relatório resumido da execução orçamentária.”

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

143

64 - (FCC/ TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ-PI/2009) O Plano Plurianual de um

Estado da Federação:

a) somente pode ser aprovado por lei complementar estadual.

b) deve ser elaborado por iniciativa da Assembléia Legislativa Estadual, que o

submeterá à sanção do Governador do Estado.

c) tem vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato

governamental subsequente.

d) deve ser elaborado de cinco em cinco anos.

e) conterá as diretrizes, objetivos e metas da administração pública estadual

para as despesas correntes dos quatro anos de sua vigência.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (c).

Com base em um de nossos mantras, vimos que o PPA tem vigência até

o final do primeiro exercício financeiro do mandato governamental

subsequente.

O erro do item (a) está no fato de que o PPA, a LDO e a LOA serem

LEIS ORDINÁRIAS e não leis complementares.

A iniciativa de elaboração dos projetos de PPA, LDO e LOA é do Poder

Executivo, por isso o item (b) está incorreto. Além disso, quem aprecia,

discute e vota é o Poder Legislativo, para devolução posterior e sanção/veto

pelo Chefe do Poder Executivo.

O erro do item (d) deve-se ao fato de que a periodicidade é de 4 anos.

E no item (e), a lei que instituir o PPA estabelecerá, de forma

regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal

para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as

relativas aos programas de duração continuada.

65 – (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) A vigência do

Plano Plurianual de Investimentos é de ___I__ anos, iniciando-se no __II__

exercício financeiro do mandato do Chefe do Poder Executivo e terminando no

__III__ exercício financeiro do mandato subseqüente. Preenchem respectiva e

corretamente as lacunas I, II e III:

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

144

a) três, primeiro, segundo.

b) quatro, primeiro, segundo.

c) quatro, segundo, primeiro.

d) cinco, primeiro, segundo.

e) cinco, segundo, primeiro.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (c).

Vamos ao mantra parcial do PPA:

VIGÊNCIA: 4 ANOS

do 2º ano do mandato presidencial vigente ao 1º

ano do mandato presidencial seguinte

Ex.: PPA 2008-2011

MANDATO PRESIDENCIAL ATUAL: 2007-2010

MANDATO PRESIDENCIAL SEGUINTE: 2011-2014

66 – (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) A política de

aplicação das agências financeiras oficiais de fomento é estabelecida na Lei:

a) orçamentária anual (LOA).

b) de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar no 100/2000).

c) de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

d) específica aprovada pela maioria absoluta do Congresso Nacional.

e) que aprovar o Plano Plurianual de Investimentos.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (c).

O item (c) se fundamenta na parte final do art. 165, § 2º, da Carta

Política de 88.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

145

67 – (FCC/ TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ-PI/2009) Na Lei de Diretrizes

Orçamentárias, são discriminadas as:

a) despesas de capital para o exercício subsequente.

b) receitas de capital do exercício corrente, apenas.

c) receitas de capital e as despesas de capital do exercício corrente.

d) receitas correntes e de capital para o exercício subsequente.

e) receitas correntes e de capital para o exercício corrente.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (a).

A resposta do item (a) se fundamenta na parte inicial do art. 165, § 2º,

da CF/88. Os demais itens não têm correspondência adequada aos intrumentos

PPA, LDO e LOA.

68 – (FCC/ASSESSOR JURÍDICO – TJ-PI/2009) NÃO é vedada edição de

medida provisória sobre a seguinte matéria:

a) Planos plurianuais.

b) Diretrizes orçamentárias.

c) Créditos extraordinários.

d) Créditos adicionais.

e) Créditos suplementares.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (c).

O fundamento de toda a questão está no art 62, § 1º, inciso I, alínea d):

“Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o

Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força

de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

146

matéria:

I – relativa a:

(.....)

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias,

orçamento e créditos adicionais e suplementares,

ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;

(.....)”

Desta forma, matéria relacionada à LDO não pode ser objeto de Medida

Provisória.

69 – (FCC/OFICIAL DE CHANCELARIA – MRE/2009) Faz parte integrante

da Lei das Diretrizes Orçamentárias:

a) a autorização para contratação de operações de crédito.

b) o orçamento da seguridade social.

c) o anexo das metas fiscais.

d) o montante estimado das despesas de pessoal do Banco Central do Brasil.

e) o montante de despesas correntes para o exercício seguinte.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (c).

Os itens (a), (b), (d) constam da LOA, cujo tópico será visto mais

adiante.

O fundamento do item (c) é o art. 4º, § 1º da Lei Complementar nº

101/2000 - LRF.

O item (e) erra pelo fato de que, conforme art. 165, § 2º, da CF/88,

integram a LDO o montante de despesas de capital para o exercício

seguinte.

70 – (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) A

consolidação do projeto de lei orçamentária anual da União é de

responsabilidade:

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

147

a) do Ministério da Fazenda.

b) da Secretaria do Tesouro Nacional.

c) da Secretaria da Receita Federal.

d) do Ministério da Indústria e do Comércio.

e) do Ministério do Planejamento.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (e).

Questão de simples resolução. A proposta orçamentária é consolidada

pelo Poder Executivo, cuja competência cabe ao Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão - MPOG.

No âmbito do MPOG, é a Secretaria de Orçamento Federal – SOF que

coordena e elabora a proposta orçamentária da União.

71 - (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ-PI/2009) A Lei Orçamentária Anual

da União compreenderá:

a) apenas o orçamento fiscal da União.

b) o orçamento fiscal da União e o orçamento de investimento das empresas

estatais, apenas.

c) créditos com finalidade imprecisa ou dotação ilimitada, desde que incluídos

na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

d) as despesas de pessoal, inclusive encargos sociais, as despesas de custeio e

de investimento das empresas estatais.

e) o orçamento fiscal da União, o orçamento de investimento das empresas

estatais e o orçamento da seguridade social.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (e).

O art. 165, § 5º, incisos I, II e III, fundamentam os itens (a), (b), (d) e

(e), pois LOA compreende:

o o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos,

órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive

fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

o o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta

ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

148

e

o o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e

órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como

os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

O item (c) é uma vedação que consta no art. 5º, § 4º, da LRF.

72 - (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – TRT-16ª REGIÃO/2009) Considere

as seguintes afirmativas:

I. a lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da

receita e fixação da despesa, não se incluindo a autorização para abertura de

créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por

antecipação de receita, nos termos da lei;

II. O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo

regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrentes de isenções,

anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e

creditícia;

III. A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da

administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício

financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual,

disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de

aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

Está correto o que se afirma em:

a) I, II e III.

b) I e III, apenas.

c) I e II, apenas.

d) II, apenas.

e) I, apenas.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (a).

Os fundamentos da questão estão todos previstos na CF/88 e constam,

respectivamente, no art. 165, § 8º; art. 165, § 6º; e no art. 165, § 2º.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

149

73 - (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ECONOMIA - TJ-PA/2009) No

Brasil, em relação à lei orçamentária, é correto afirmar que:

a) poderá conter autorização para contratação de operações de crédito, exceto

as efetuadas por antecipação de receita.

b) integrará seu projeto de lei o Anexo de Metas Fiscais, em que serão

estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a

receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida

pública.

c) deverá conter normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos

resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos.

d) seu projeto de lei deverá ser acompanhado de demonstrativo regionalizado

do efeito decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de

natureza financeira, tributária e creditícia.

e) deverá discriminar também as despesas de capital para o exercício

seguinte, desde que em consonância com a lei das diretrizes orçamentárias.

Comentários:

Gabarito da questão: alternativa (d).

No item (a), com base no art. 166, § 8º, da CF/88, a LOA NÃO poderá

conter autorização para contratação de operações de crédito, exceto as

efetuadas por antecipação de receita.

No item (b), é a LDO que terá o AMF integrado ao seu projeto de lei,

conforme preconiza o art. 4º, § 1º, da LRF. Atenção que não há previsão do

AMF na CF/88.

O erro do item (c) deve-se ao fato de que é a LDO que deverá conter

normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos

programas financiados com recursos dos orçamentos, conforme preconiza o

art. 4º, inciso I, alínea e), da LRF.

O fundamento do item (d) está previsto no art. 165, § 6º, da CF/88.

No item (e), conforme art. 165, § 2º, da CF/88, é a própria LDO que

discriminar também as despesas de capital para o exercício seguinte, desde

que em consonância com o PPA.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

150

CAPÍTULO 5

INTRODUÇÃO

EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Vamos a um breve resumo histórico sobre os orçamentos públicos.

Fareoms isso, pois se observa que ultimamente as bancas de prova têm

colocado questões com o enfoque histórico.

Houve necessidade de se organizar um orçamento desde que os

governos, entre outras atribuições, se constituíram como arrecadadores de

receitas para fazerem frente às exigências demandadas, muitas vezes em

benefício próprio.

No entanto, sabe-se que, historicamente, o marco jurídico do

orçamento público foi o artigo 12 da conhecida Magna Carta de 1215,

outorgada pelo Rei João Sem Terra da Inglaterra.

Tal artigo dizia assim:

“Não lançaremos taxas ou tributos sem o consentimento do

Conselho Geral do Reino, a não ser para resgate da nossa pessoa, para

armar cavaleiro o nosso filho mais velho e para celebrar, mas uma única vez o

casamento da nossa filha mais velha; e esses tributos não excederão limites

mais razoáveis. De igual maneira se procederá quanto aos impostos da cidade

de Londres.”

Neste embrião, percebe-se que já havia certa preocupação em

limitar o poder discricionário do Rei, por meio do Conselho Comum ou

Conselho Geral do Reino. Em termos de matéria tributária, percebe-se que o

enfoque ainda se dava no controle das receitas públicas.

Isso é a essência do que vemos hoje: o Governo apresenta o

orçamento e os parlamentares aprovam, emendam ou rejeitam a proposta.

Esse tipo de controle político do Legislativo sobre o Executivo,

implica em deixar nas mãos dos representantes do povo a discussão principal:

O que a sociedade quer desembolsar para atender as necessidades

do governo ?

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

151

Ainda na Inglaterra, depois do conflito entre o Rei Carlos II e o

Parlamento na chamada “Revolução Gloriosa” surge o “Bill of Rights” ou a

Declaração de Direitos de 1689.

Este documento, em seu item 4, veio reforçar o que fora pactuado

em 1215 pelo Rei João Sem Terra da Inglaterra, senão vejamos:

“é ilegal toda cobrança de impostos para a Coroa sem o

concurso do Parlamento, sob pretexto de prerrogativa, ou em época e modo

diferentes dos designados por ele próprio.”

Neste mesmo “Bill of Rights”, estabeleceu-se a distinção entre as

finanças do Estado (no caso, o Reino inglês) e as finanças da Coroa.

As primeiras passaram a serem organizadas, para o período de

uma ano, na chamada “Lista Civil” sob aprovação do Parlamento.

Legal, Erick, mas onde entram as despesas públicas nesse

assunto ?

É verdade que até aqui não há uma concepção completa sobre o

orçamento público, pois só colocamos o assunto sob o enfoque das receitas.

No entanto, em 1822, o Chanceler do Erário da Inglaterra

apresentou ao Parlamento uma exposição que FIXAVA A RECEITA E A

DESPESA.

Segundo a doutrina, temos aí o marco inicial do orçamento público

desenvolvido em sua plenitude. É também o primeiro registro histórico sobre a

autorização/controle sobre as despesas públicas.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ORÇAMENTO PÚBLICO NO BRASIL

Em 1808, com a abertura dos portos no Brasil, foi preciso

disciplinar a cobrança de tributos alfandegários. Assim se criou o regime de

contabilidade e o Erário Público ou Tesouro.

Mas somente com a Constituição de 1824 é que surge a

obrigatoriedade para a elaboração de orçamentos formais por parte do

governo.

Observem quanto que o art. 172 dessa Carta representou um

preceito avançado para a época:

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

152

“Art. 172. O Ministro de Estado da Fazenda, havendo recebido

dos outros Ministros os orçamentos relativos ás despezas das suas

Repartições, apresentará na Camara dos Deputados annualmente, logo

que esta estiver reunida, um Balanço geral da receita e despeza do

Thesouro Nacional do anno antecedente, e igualmente o orçamento

geral de todas as despezas publicas do anno futuro, e da importancia

de todas as contribuições, e rendas publicas.”

Não decorem o texto negritado. Apenas assimilem que o destaque

se fez com o intuito de se observarem os pontos relevantes para nosso estudo.

Alguns doutrinadores consideram a Lei de 14/12/1827 como a

primeira lei orçamentária brasileira, mas que apresentava muitas deficiências

de comunicação, em razão das longas distâncias entre as províncias.

Desta forma, a maior parte dos autores considera o Decreto

Legislativo de 15/12/1830 como o precursor das Leis Orçamentárias no Brasil.

Neste, se FIXAVA A DESPESA e se ORÇAVA A RECEITA das províncias imperiais

para o período de 01/01/1831 a 30/06/1832.

Com a Constituição Republicana de 1891, ocorreram algumas

alterações relevantes. A primeira delas se refere à elaboração do orçamento

que passou a ser competência privativa do Congresso Nacional, com a

iniciativa da Câmara dos Deputados.

Nela também se legitimou a necessidade de Tomada de Contas do

Poder Executivo, além do surgimento de um Tribunal de Contas, em auxílio ao

Congresso, com roupagem de controle. E, ainda, os Estados e Municípios

ganharam autonomia até mesmo no aspecto orçamentário.

Com o passar do tempo, o costume demonstrou que o Executivo

precisava auxiliar o Congresso na elaboração do orçamento. Em 1922, sob a

aprovação do Legislativo, surge o Código de Contabilidade da União.

Tal peça técnica organizou vários procedimentos de natureza

contábil, patrimonial, financeiro e orçamentário, além de legitimar o que

acontecia na prática: o Poder Executivo passava ao Legislativo os subsídios, as

informações e os dados para elaborar o orçamento.

Com a Revolução de 1930, surge a Carta outorgada de 1934 que

destacou o orçamento em um espaço particular. Esta Constituição Republicana

colocou o Executivo encarregado pela elaboração do projeto de lei

orçamentária.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

153

Ela também colocou o Legislativo livre para propor emendas à

proposta do Executivo e isso fez com que ambos os poderes participassem em

conjunto do processo de elaboração.

Com o Estado Novo, decreta-se uma nova Constituição em 1937

que, em seu texto, manteve destaque ao tema orçamentário. Pelo caráter

ditatorial do regime, tirou-se a autonomia dos Estados e Municípios.

Na prática, durante a égide desta Carta, o orçamento se elaborava

por um departamento administrativo ligado à Presidência da República. Por

fim, o Chefe do Poder Executivo decretava o orçamento para colocá-lo em

execução.

Com o advento da Constituição de 1946, o orçamento retorna ao

tipo misto, assim como era a de 1934. Em um momento de redemocratização,

esse novo ordenamento permitiu que o Executivo elaborasse e encaminhasse o

projeto de lei orçamentária para que o Legislativo pudesse discuti-lo e votá-lo.

Ela também destacou o papel do Tribunal de Contas e permitiu que

as emendas parlamentares dessem um tom de co-participação entre os

poderes. Nela surgem as primeiras referências aos princípios orçamentários.

Na Constituição autoritária de 1967, que fora outorgada, deu-se

destaque à matéria orçamentária com inclusão de novos princípios e regras

quanto à fiscalização e elaboração do orçamento.

No entanto, esta Carta limitou o poder de proposta de alteração

por parte dos legisladores. Desta forma, não havia possibilidade de rejeição

pelo Legislativo, nem de possível proposição de emendas durante a fase de

elaboração da proposta.

Com isso, o Congresso Nacional tinha função meramente de

aprovação da proposta do Executivo, pois não havia como começar um período

orçamentário sem um orçamento aprovado.

Apesar do enrijecimento do regime militar, a Emenda

Constitucional n° 1, de 1969, considerada por muitos autores como uma nova

Carta, manteve as limitações impostas ao Legislativo na promulgada de 1967.

Na Carta Cidadã de 1988, recuperaram-se as prerrogativas

retiradas pelo regime militar. Incorporaram-se novos conceitos e regras, bem

como se consagraram normas e princípios tradicionais da matéria

orçamentária.

Houve a devolução ao Congresso da possibilidade de emenda nas

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

154

despesas públicas, após o encaminhamento da proposta do Executivo.

Também merece destaque o fato de se deixar clara a diversidade

organizacional da Administração Pública. Isso fez com que se ampliasse o

universo de aplicação de receitas e despesas no orçamento público brasileiro.

Outra novidade na Carta atual foi prescrever ao Executivo para

que, ano a ano, se encaminhe projeto de lei de diretrizes orçamentárias ao

Legislativo, com o intuito de orientar a elaboração da lei do orçamento, entre

outras determinações.

Ao longo dos anos, as Constituições brasileiras apresentaram

os seguintes tipos de orçamento: Tipo misto (1934 e 1946), Tipo

Executivo (1937, 1967 e 1969) e Tipo Legislativo (1891 e 1988).

No aspecto infraconstitucional, merecem destaque a Lei n°

4.320/1964, o Decreto-Lei n° 200/1967 e a Lei Complementar n° 101/2000,

mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. Não se preocupem

que essas normas serão inseridas em nosso curso, conforme o tema que

iremos abordar.

Não podíamos perder essa oportunidade de conhecermos a

evolução histórica do Orçamento, pois as técnicas ou métodos ou instrumentos

do Orçamento Público decorrem dessas evoluções pelas quais passou o tema

Bem, agora vamos adiante!

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

155

1 – Métodos, técnicas e instrumentos do Orçamento Público.

1.1 – ORÇAMENTO PÚBLICO – MÉTODOS, TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

Conforme apresentamos no tópico sobre a evolução histórica,

percebe-se que o orçamento público evoluiu ao longo do tempo. Isto decorreu

da maior atenção que se deu à economia como um todo, bem como no

aumento do tamanho da participação dos governos na vida do país.

Em termos conceituais, existem dois gêneros de orçamento: o

TRADICIONAL e o MODERNO.

O ORÇAMENTO TRADICIONAL tem como função principal o

controle político e destaque nos aspectos contábil e financeiro, pois tal controle

decorre desses aspectos.

De acordo com alguns doutrinadores, o orçamento público

apresenta algumas características. Estas variam sob os enfoques

administrativo, técnico, jurídico, político, econômico, financeiro, contábil, etc.

Desses aspectos, o mais relevante é o jurídico, que se divide em 3

elementos:

o cunho material da lei orçamentária;

demonstrar a diferença entre o cunho autorizativo ou impositivo

do orçamento;

confirmar se se criam direitos subjetivos na lei do orçamento.

A maioria da doutrina converge no sentido de que a Lei do

Orçamento é uma Lei formal, pois passa por um processo legislativo específico.

Como vimos em aula passada, a Lei do Orçamento é uma Lei cuja

natureza jurídica é de efeitos concretos. Desta forma, ela não é Lei Material,

pois não tem caráter genérico e abstrato como é o caso do Código Civil.

Não podemos esquecer que o projeto de lei é de iniciativa do Poder

Executivo, passa pelo Poder Legislativo e volta para sanção, a fim de se tornar

Lei do Orçamento.

Sob outro aspecto, a maior parte dos doutrinadores defende que a

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

156

lei orçamentária é ato-administrativo ou ato-condição.

Entende-se por ato-condição aquele que em nada amplia o que

contém a lei e que não dá base para se obrigar a obter receita ou a realizar

gastos. Assim, o orçamento é apenas indicativo, ou seja, um rumo a se seguir.

Vamos fazer um “alongamento” em Direito Constitucional e rever

um assunto.

Para atacarmos atos administrativos, temos o Mandado de

Segurança. Já para Leis de natureza jurídica MATERIAL, ou seja, com caráter

abstrato e genérico, utilizamos as ADINs, ok ?

A LOA é predominantemente uma lei de efeitos concretos, mas o

PPA e a LDO possuem alguns aspectos de Lei Material.

Desta forma, temos que ficar atentos a esse aspecto e verificarmos

o comando da questão, antes de respondermos na prova.

Queremos dizer que é possível recair uma ADIN sobre as leis

orçamentárias, desde que o objeto impugnado da lei tenha caráter abstrato e

genérico, apesar delas possuírem natureza predominante de lei de efeitos

concretos.

Vamos seguir adiante.

Das corrente que temos, ora se discute o caráter autorizativo, ora

o impositivo.

No Brasil, o pensamento dominante é a de que as autorizações que

constam na lei do orçamento são fronteiras que o administrador ou gestor

público possui para a obediência quanto à aplicação dos recursos em prol da

sociedade.

Mas há outros autores que defendem que somente uma lei poderia

desautorizar um gasto, já que uma lei o autorizou. Assim, seria necessário

outro “processo legislativo inverso” para desabonar o que se autorizou

anteriormente.

A doutrina, na parte final do aspecto jurídico do orçamento, define

que a lei orçamentária não gera direitos subjetivos para os que sejam seus

destinatários. Assim, não há como se socorrer ao Judiciário se determinada

autorização no orçamento não se cumprir.

E para a prova?

É importante estar atento ao comando da questão. Poderíamos

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

157

assentar o seguinte, quanto ao aspecto jurídico do ORÇAMENTO

TRADICIONAL:

A Lei Orçamentária é:

Lei Formal;

Ato-Condição; e

Não cria Direitos Subjetivos.

Interessante destacar que o ORÇAMENTO TRADICIONAL definiu o

Orçamento Público como a “Lei dos Meios”, termo muito usado nas provas de

concursos.

Erick, mas por que esse nome?

É que o orçamento possui um caráter de inventário dos “meios”

que os governos possuem para poderem alcançar suas tarefas. Em outras

palavras, é como se utilizam os meios para se atingirem os devidos fins.

E o ORÇAMENTO MODERNO?

Os Estados evoluíram de tal forma que passaram a intervir no

sistema para corrigir distorções e impulsionar programas de desenvolvimento.

Como o orçamento era disposto em uma pauta de autorizações, o

modelo tradicional não acompanhava essa nova função do Estado.

Assim, alguns países desenvolveram a linha do ORÇAMENTO

MODERNO. Sua função principal passou a ser a de um instrumento de

administração.

Surge então o conceito do Orçamento de Desempenho. Nele se

apresentam:

intenções e objetivos para os quais os créditos se

fazem necessários;

os custos dos programas propostos para o alcance dos

respectivos objetivos; e

informações quantitativas que possam mensurar as

realizações e a efetividade de cada programa.

No ORÇAMENTO MODERNO, dá-se muita importância ao

aspecto econômico do país, pois o orçamento passou a ser constantemente

usado como instrumento da política fiscal dos governos.

Em síntese, age-se para que se estabilizem ou se ampliem os

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

158

índices da atividade econômica de um país.

E como se integrar planejamento e orçamento?

Com o surgimento, na década de 1960, do que se chamou de

PPBS, sigla de Program-Planning-Budgeting System, que se traduz em

Sistema de Planejamento, Programação e Orçamento.

O PPBS trabalha com três elementos: Planejamento,

Programação e Orçamentação.

Estes constituem os procedimentos pelos quais os objetivos e os

recursos, e suas inter-relações, são considerados, a fim de se obter um

programa de ação coerente e compreensível para toda a Administração do

governo.

Apesar da semente de ideias, o PPBS fracassou, mas não significou

um retrocesso ao Orçamento Tradicional, nem abalou o conceito de orçamento

moderno.

Para os governos ficou a ideia de que se a fase for expansionista,

o planejamento ganha importância. Se a fase é de contração, dá-se

ênfase para o controle. Reparem que este aspecto deve compor qualquer

processo orçamentário, mas em épocas de retração, ele ganha maior

importância.

O conceito de Orçamento Base-Zero – OBZ surge nos EUA. Ele

foca na avaliação e na tomada de decisões sobre as despesas. Desta

forma, o OBZ não significa uma técnica de organizar ou apresentar o

orçamento público pura e simplesmente.

No início da década de 1990, surge o Novo Orçamento de

Desempenho em que se dá importância aos resultados alcançados sob os

aspectos econômicos e sociais.

Nesta técnica, também se dá ênfase na responsabilização dos

agentes. Vejamos os 2 elementos básicos desta técnica:

a) a compreensão de programa e o delineamento da estrutura

programática; e

b) os mecanismos de mensuração de custos.

Após essa explanação, vamos nos deter em 4 tipos ou técnicas de

orçamento mais cobradas nas provas de concurso, conforme resumimos nos

quadros a seguir.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

159

CARACTERÍSTICAS DO ORÇAMENTO TRADICIONAL

“versão refeita” do orçamento do ano anterior;

ocasiona diversos vícios administrativos;

a alocação de recursos tem como referência as demandas

financeiras das unidades administrativas;

dissociação do conceito de planejamento e alocação de recursos;

inexistência de mensuração dos resultados das atividades

desenvolvidas;

alocam-se recursos para se obterem os meios;

foco nos aspectos contábeis da gestão e no controle externo das

despesas;

despesas se classificam sob os aspectos institucional e por

elementos;

não se medem os resultados;

objetivo do controle: avaliação da probidade dos agentes

públicos e da legalidade ao seu cumprir o orçamento;

direitos adquiridos sobre verbas orçamentárias anteriormente

outorgadas;

aumentam-se os gastos em relação ao orçamento anterior.

CARACTERÍSTICAS DO ORÇAMENTO DE DESEMPENHO

busca identificar as realizações do governo, no que é feito;

é uma evolução do Orçamento Tradicional;

as despesas se classificam de acordo com funções, atividades e

projetos;

foco na realização, no processo, no objetivo;

instrumentalizar a ação gerencial dos governos;

apresenta:

informações quantitativas que mensuram o que fora

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

160

realizado e o esforço para realizar cada programa.

a ligação e os objetivos para a utilização dos recursos

necessários.

o esforço/dispêndio dos programas para alcançar os

objetivos estabelecidos.

CARACTERÍSTICAS DO ORÇAMENTO BASE-ZERO – OBZ

justificativa, em cada ano, de todas as atividades a serem

desenvolvidas;

revisão crítica dos gastos tradicionais de cada unidade

orçamentária;

cada unidade da Administração Pública deve justificar anualmente

por que deve gastar os recursos que estão sendo pleiteados;

benefícios:

melhoria do processo orçamentário;

aperfeiçoamentos posteriores; e

desenvolvimento de pessoal.

só precisa justificar o aumento que estão pedindo em relação à

dotação do ano anterior;

o que já se gasta geralmente é aceito como necessário;

a não existência de direitos adquiridos da unidade orçamentária

em relação às verbas autorizadas no orçamento anterior,

cabendo a ela justificar todas as atividades que desenvolverá no

exercício corrente.

CARACTERÍSTICAS DO ORÇAMENTO-PROGRAMA

o objetivo da classificação econômica deste tipo de orçamento-

programa é indicar a natureza do gasto, se despesa corrente ou

de capital;

constitui um dos instrumentos do planejamento governamental;

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

161

o objetivo da classificação funcional no orçamento-programa é

indicar a ação do governo que se pretende implantar com o

recurso;

o controle orçamentário tem por objetivo avaliar a eficiência e a

eficácia das atividades;

integra-se ao processo administrativo e de planejamento;

alocam-se recursos para o atingimento de metas e objetivos;

tomam-se decisões baseadas na avaliação de todas as

alternativas disponíveis;

enfatizam-se, nas decisões, os custos dos programas, incluídos

os que passam do exercício financeiro;

despesas se classificam sob o aspecto funcional-programático;

possui indicadores e padrões de medição dos esforços, bem

como dos resultados;

quantificam-se metas e objetivos;

permite uma relação entre o fator de produção (insumo) e o

produto;

estudam-se alternativas para o alcance dos objetivos dos

programas;

há acompanhamento físico-financeiro e avaliação de resultados;

atribuem-se responsabilidades ao gestor público;

objetivo do controle: avaliar a eficência, eficácia e efetividade

das ações de governo.

CAIU NA PROVA!

74 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) É

característica do orçamento base-zero:

a) ênfase no acréscimo de gastos em relação ao orçamento anterior.

b) decisões considerando as necessidades financeiras das unidades

operacionais.

c) justificativa, em cada ano, de todas as atividades a serem desenvolvidas.

d) dissociação do conceito de planejamento e alocação de recursos.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

162

e) inexistência de mensuração dos resultados das atividades desenvolvidas.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (c).

A questão queria verificar os aspectos que caracterizam o OBZ ou

Orçamento Base-Zero.

Os itens “a”, “b”, “d” e “e” são características que predominam no

Orçamento Tradicional.

O item “c”, resposta da questão, é a essência do OBZ, pois é uma

inovação doutrinária trazida pelos autores. Observa-se que se dá ênfase na

avaliação e na tomada de decisões sobre as despesas.

75 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO - MPU/2007) O tipo de

orçamento cujas principais características são a decisão de alocações de

recursos baseada no volume de necessidades financeiras das unidades

administrativas e o controle da legalidade do cumprimento do disposto na lei

orçamentária anual é o orçamento:

a) tradicional.

b) base-zero.

c) programa.

d) de desempenho.

e) pragmático.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (a).

Como vimos em nossos quadros, o ORÇAMENTO TRADICIONAL possui,

PREDOMINANTEMENTE, as características citadas na questão.

Por fim, cabe ressaltar que não existe o orçamento pragmático. Isso foi

criação da Banca!

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

163

76 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO - MPU/2007) O

objetivo da classificação econômica no orçamento-programa é indicar:

a) o tipo de receita que financiará o gasto.

b) a unidade orçamentária beneficiária do recurso.

c) a natureza do gasto, se despesa corrente ou de capital.

d) a ação do governo que se pretende implantar com o recurso.

e) as pessoas encarregadas de gerir os projetos.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (c).

Temos aqui uma questão que se baseou em nossos quadros e em nossa

Aula Demonstrativa.

Cabe aqui citarmos quais são as despesas correntes e quais são as

despesas de capital, segundo a Lei nº 4.320/64.

DESPESAS CORRENTES

Despesas de Custeio

Transferências Correntes

DESPESAS DE CAPITAL

Investimentos

Inversões Financeiras

Transferências de Capital

Podemos defini-las inicialmente assim:

Despesas Orçamentárias Correntes

São as que não contribuem, diretamente, para a formação ou

aquisição de um bem de capital.

Despesas Orçamentárias de Capital

São aquelas que contribuem diretamente para a formação ou

aquisição de um bem de capital.

Bem de capital: é aquele que, em síntese, serve para a produção de

outro bem.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

164

77 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO - MPU/2007) É característica

da técnica de elaboração orçamentária denominada orçamento base-zero:

a) dissociação dos processos de planejamento e programação.

b) revisão crítica dos gastos tradicionais de cada unidade orçamentária.

c) ênfase aos aspectos contábeis da gestão e controle externo dos gastos.

d) avaliação da integridade dos agentes governamentais e legalidade no

cumprimento do orçamento.

e) direitos adquiridos sobre verbas orçamentárias anteriormente outorgadas.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (b).

Vamos comentar os demais itens, com o resumo a seguir.

ITEM ORÇAMENTO

(a) TRADICIONAL

(b) BASE-ZERO

(c) TRADICIONAL

(d) TRADICIONAL

(e) TRADICIONAL

78 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO - MPU/2007) Em

relação ao orçamento-programa, é correto afirmar que:

a) seu único critério de classificação de despesas são as unidades

administrativas.

b) é totalmente dissociado do processo de planejamento.

c) sua estrutura enfatiza os aspectos contábeis da gestão.

d) sua prioridade é respeitar as necessidades financeiras das unidades

orçamentárias.

e) constitui um dos instrumentos do planejamento governamental.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

165

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

Mais uma questão em que todos os itens se referem ao ORÇAMENTO

TRADICIONAL, exceto o item (e) que é a síntese de um ORÇAMENTO-

PROGRAMA.

O ORÇAMENTO-PROGRAMA se constitui em um dos instrumentos do

planejamento governamental, cujo módulo integrador é o PROGRAMA.

79 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO - MPU/2007) O tipo de

orçamento cuja principal característica é a não existência de direitos adquiridos

da unidade orçamentária em relação às verbas autorizadas no orçamento

anterior, cabendo a ela justificar todas as atividades que desenvolverá no

exercício corrente é o orçamento:

a) tradicional.

b) financeiro.

c) de desempenho.

d) pragmático.

e) base zero.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

Observem que essa técnica trouxe como uma de suas inovações a

necessidade de se justificarem todas as atividades que a se desenvolverem no

exercício corrente.

Por ser uma inovação em relação ao Orçamento Tradicional, a técnica do

OBZ apresentou como principal característica a não existência de direitos

adquiridos da unidade orçamentária em relação às verbas autorizadas no

orçamento anterior.

80 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO - MPU/2007) Em relação ao

orçamento-programa, é correto afirmar que:

a) é totalmente dissociado do processo de planejamento.

b) seu único critério de classificação de despesas são as unidades

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

166

administrativas.

c) sua estrutura enfatiza os aspectos contábeis da gestão.

d) o controle orçamentário tem por objetivo avaliar a eficiência e a eficácia das

atividades.

e) sua prioridade é respeitar as necessidades financeiras das unidades

orçamentárias.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (d).

Os itens (a), (b), (c) e (e) são características que predominam no

ORÇAMENTO TRADICIONAL.

Assim, no item (d) temos que o ORÇAMENTO-PROGRAMA preconiza,

entre outras características, que o controle orçamentário tem por objetivo

avaliar a eficiência e a eficácia das atividades.

Desta forma, o ORÇAMENTO-PROGRAMA inovou ao adicionar a eficiência,

a eficácia, a efetividade e a economicidade das atividades ao caráter

tradicionalista que apenas avaliava a integridade dos agentes governamentais,

bem como a legalidade no cumprimento do orçamento.

81 - (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – CIÊNCIAS CONTÁBEIS – TJ-

PA/2009) Os movimentos de transformação do Estado e, mais

especificamente, da administração pública, inevitavelmente, foram

acompanhados por mudanças significativas na concepção do orçamento

público, cuja trajetória evolutiva evidencia que em cada momento histórico foi

enfatizada uma de suas funções ou instrumentalidades: controle, gerência ou

planejamento. O orçamento-programa reflete a concepção moderna do

orçamento público e se caracteriza:

a) pela utilização sistemática de indicadores e padrões de medição do trabalho

e dos resultados.

b) por sua estrutura dar ênfase aos aspectos contábeis de gestão.

c) por usar como principais critérios de classificação das despesas unidades

administrativas e elementos.

d) por estar dissociado dos processos de planejamento e programação das

ações públicas.

e) pela alocação de recursos visar à aquisição de meios e às necessidades das

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

167

unidades organizacionais.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (a).

Como dissemos antes, ao pregar pela inovações decorrentes da evolução

dos orçamentos, a técnica do ORÇAMENTO-PROGRAMA estabeleceu como uma

de suas características a eficiência, a eficácia, a efetividade e a economicidade

das atividades.

Só para lembrarmos:

ECONOMICIDADE:

Menor custo, com qualidade

EFICIÊNCIA:

Gastar bem

Controle de desperdícios

Aprimoramento de práticas administrativas e operacionais

EFICÁCIA:

Atingir os objetivos e metas programados

EFETIVIDADE:

Impacto quantitativo e qualitativo gerado na comunidade

e se as suas necessidades foram satisfeitas

Continuidade dos resultados alcançados

Avaliação custo/benefício(grau de sucesso do programa)

Ainda nessa questão, o item (b) se refere ao ORÇAMENTO TRADICIONAL.

Os itens (c), (d), e (e) estão incorretos, pois apresentam,

respectivamente, as seguintes imprecisões em relação ao ORÇAMENTO

TRADICIONAL:

por usar como principais critérios de classificação das despesas os

aspectos institucional e por elementos.

por estar dissociado dos processos de planejamento e programação dos

recursos públicos.

pela alocação de recursos visar à aquisição de meios e às necessidades

financeiras das unidades administrativas.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

168

82 - (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ECONOMIA – TJ-PA/2009) Analise

as informações abaixo em relação ao orçamento público.

I. No orçamento tradicional, a decisão da alocação dos recursos toma por base

as necessidades financeiras das unidades organizacionais.

II. O principal objetivo do orçamento-programa é permitir que o Poder

Legislativo autorize e controle adequadamente a receita e o gasto público.

III. No orçamento base zero, os gestores das unidades orçamentárias somente

precisam justificar os acréscimos e os decréscimos dos gastos realizados no

exercício anterior.

IV. Uma das características do orçamento-programa é a ênfase dada aos

objetivos do planejamento governamental e as metas que se pretende

alcançar com a alocação dos recursos públicos.

É correto o que se afirma APENAS em:

a) I e II.

b) I e IV.

c) II e III.

d) II e IV.

e) III e IV.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (d).

O erro do item I está na parte final do texto, pois, no Orçamento

Tradicional, a base é nas necessidades financeiras das UNIDADES

ADMINISTRATIVAS. Em AFO, não existe o termo que consta na questão, até

porque em Administração Geral, os significados são diferentes.

O item III, estaria correto se dissesse que “no orçamento base zero, os

gestores das unidades orçamentárias somente precisam justificar os

acréscimos dos gastos realizados no exercício anterior.”

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

169

1.2 – ORÇAMENTO-PROGRAMA – PRINCIPAIS CONCEITOS

ASSOCIADOS: PROGRAMA – AÇÕES – PROJETOS – ATIVIDADES –

OPERAÇÕES ESPECIAIS

Para não perder a oportunidade, vamos rever e ampliar esses

conceitos, a fim de nos preparamos para o tema final dessa aula.

Vamos sintetizar os principais conceitos associados ao

ORÇAMENTO-PROGRAMA.

Programa

instrumento de organização da atuação do Governo o qual une um

conjunto de ações de forma a se concretizar um objetivo comum

estabelecido previamente.

é por indicadores disciplinados em um plano, com o intuito de solucionar

um problema ou para atender uma demanda ou necessidade

estabelecida pela sociedade.

é o módulo comum integrador entre o plano e o orçamento, pois

conferem certa integração desde a origem. Assim, o plano termina no

programa e o orçamento começa no programa.

as ações são instrumentos de realização dos programas.

organizar as ações governamentais em programas, tem como objetivo

propiciar mais racionalidade e eficiência.

amplia a visibilidade dos resultados e benefícios gerados para a

sociedade.

eleva a transparência na aplicação dos recursos públicos.

Problema

situação não desejável declarada como evitável, por alguma autoridade.

alguma necessidade que a sociedade identifica e que, no momento, não

está sendo atendida.

formula-se em condição negativa, evitando-se enunciar a ausência de

alguma solução específica.

Objetivo do programa

expressa o resultado que se almeja, ou seja, a mudança na situação a

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

170

qual o programa se propôs modificar.

deve-se expressar de modo conciso, sem generalidades.

passa a ideia do que é pretendido de forma determinante, categórica e

firme.

Exemplo:

Programa - Acesso à Alimentação

Objetivo: Garantir à população em situação de insegurança alimentar o

acesso à alimentação digna, regular e adequada à nutrição e manutenção da

saúde humana.

Público-alvo

segmento específico da sociedade a que se destina o programa e que se

beneficia legítima e diretamente com sua execução.

grupos de pessoas, instituições, comunidades ou setores os quais se

atingirão diretamente pelos resultados do programa.

é importante defini-lo, a fim de se identificar e focar as ações que devem

compor o programa.

Exemplo:

Programa - Acesso à Alimentação

Público Alvo: Famílias com renda familiar per capita menor ou igual a ½

salário mínimo.

Indicador

instrumento para medir o desempenho do programa.

deve ser:

aferível;

coerente com o objetivo definido;

flexível à contribuição das principais ações;

apurável a posteriori.

A depender da situação, permite medir a eficácia, eficiência ou

efetividade atingida com a execução do programa.

é obrigatória a existência de haver ao menos um indicador, para cada

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

171

um dos programas finalísticos.

em relação aos programas de apoio às políticas e áreas especiais, é

facultada a presença de indicadores.

Exemplo:

Objetivo: "Reduzir o analfabetismo no País"

Indicador: "Taxa de analfabetismo" (relação percentual entre a

população não-alfabetizada e a população total).

O indicador possui os seguintes atributos:

Denominação

Unidade de medida

Índice de referência

Índices esperados ao longo do PPA

Índice ao final do programa (só em casos de programas

temporários)

Fonte

Periodicidade

Base geográfica

Fórmula de cálculo.

Ação

são operações que resultam produtos, ou seja, bens ou serviços, a fim

de contribuir para o atendimento do objetivo de um programa.

também são ações, nesse contexto, as transferências obrigatórias ou

voluntárias a outros entes da federação e a pessoas físicas e jurídicas, na

forma de subsídios, subvenções, auxílios, contribuições, etc, bem como

os financiamentos.

de acordo com a situação, as ações orçamentárias se classificam em:

Atividade: instrumento de programação utilizado com o

intuito de alcançar o objetivo de um programa. Envolve um

conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e

permanente e que resulta em um produto ou um serviço

necessário à manutenção da ação de Governo.

Exemplo: “Fiscalização e Monitoramento das

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

172

Operadoras de Planos e Seguros Privados de Assistência à

Saúde”.

Projeto: instrumento de programação utilizado com o intuito

de alcançar o objetivo de um programa. Envolve um conjunto

de operações, limitadas no tempo, cujo resultado é um

produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento

da ação de Governo.

Exemplo: “Implantação da rede nacional de bancos de

leite humano”.

Operação Especial: são despesas que não contribuem para a

manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de

governo, das quais não resulta um produto, nem gera

contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

Produto

serviço ou bem resultante da ação, destinado a um público-alvo.

investimento para a produção de um serviço ou bem.

cada ação deve ter um único produto.

em situações especiais, expressa a quantidade de beneficiários atendidos

pela ação.

Exemplos: "Servidor treinado" e "Estrada construída".

CAIU NA PROVA!

83 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) O

instrumento de ação governamental que é utilizado para alcançar o objetivo de

um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo

contínuo e permanente, necessárias à manutenção da referida ação, é

denominado:

a) subfunção.

b) função.

c) operação especial.

d) projeto.

e) atividade.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

173

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

Acabamos de comentar os itens (c), (d) e (e).

Muito cuidado apenas para não confundir os conceitos de “POA”.

Em relação às Operações Especiais, não há como confundir o conceito,

ou seja, estas “não servem para nada”, pois não resulta um produto, nem gera

contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

Exemplo: a ação "Contribuição à Organização das Nações Unidas para a

Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO".

Segue um mnemônico para não confundirmos o “PoA”.

P = PARA (do

verbo parar) PROJETO

limitadas no

tempo (que Param

no tempo)

exPansão ou o

aPerfeiçoamento da

ação

A

= AINDA

NÃO PARA

(do verbo

parar)

ATIVIDADE

modo contínuo e

permanente (que

Ainda não param

no tempo)

à mAnutenção

da ação

Os itens (a) e (b) se referem à Classificação Funcional da Despesa,

que se divide por funções e subfunções.

Esta classificação busca responder a pergunta “em que área de ação

governamental a despesa será realizada ?”

Cada atividade, projeto e operação especial identificarão a função e a

subfunção às quais se vinculam.

Trata-se de uma classificação independente dos programas.

A classificação funcional vigente instituiu-se pela Portaria nº 42/1999,

do então Ministério do Orçamento e Gestão.

Este documento normativo se compõe de uma lista de funções e

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

174

subfunções prefixadas que orientam a agregação dos gastos públicos por área

de ação governamental nas três esferas de Governo.

Por fim, essa Portaria permite a consolidação nacional dos gastos

do setor público, pois é de aplicação comum e obrigatória, no âmbito dos

Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União.

Vamos adiante com nossa aula...

Função

é o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor

público.

relaciona-se com a missão institucional do órgão.

deve-se adotar como função aquela que é típica ou principal do órgão.

Exemplo: cultura, educação, saúde, defesa => guardam relação com os

respectivos Ministérios.

Subfunção

representa um nível de agregação imediatamente inferior à função e

deve evidenciar cada área da atuação governamental, por intermédio da

agregação de determinado subconjunto de despesas e identificação da

natureza básica das ações que se aglutinam em torno das funções.

as subfunções podem ser combinadas com funções diferentes daquelas

às quais estão relacionadas na Portaria nº 42/1999.

as ações devem estar sempre conectadas às subfunções que

representam sua área específica.

PRINCÍPIO DA MATRICIALIDADE (não é um princípio orçamentário):

é a possibilidade de matricialidade na conexão entre função e

subfunção, ou seja, combinar qualquer função com qualquer

subfunção, mas não na relação entre ação e subfunção.

assim, em regra, a programação de um órgão se classifica em uma única

função, ao passo que a subfunção é alocada de acordo com a

especificidade de cada ação.

há exceção à essa matricialidade, conforme encontramos, por exemplo,

na função 28 – Encargos Especiais e suas subfunções típicas, pois elas só

poderão ser utilizadas de forma conjugada.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

175

84 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) O objetivo da

classificação funcional no orçamento-programa é indicar:

a) a unidade orçamentária beneficiária do recurso.

b) a natureza do gasto, se despesa corrente ou de capital.

c) as pessoas encarregadas de gerir os projetos.

d) o tipo de receita que financiará o gasto.

e) a ação do governo que se pretende implantar com o recurso.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

Como vimos em questão anterior, o objetivo desta classificação é, em

síntese, responder a pergunta “em que área de ação governamental a

despesa será realizada ?”, ou seja, em que ação o governo pretende

implantar o recurso.

2 – Normas legais aplicáveis ao Orçamento Público.

Ao longo de nosso curso, estamos a tratar das principais normas

legais aplicadas ao Orçamento Público.

Nesse momento, vamos dar uma ampliada nas demais normas,

onde incluiremos portarias e outros atos normativos, mas que produzem

efeitos em matéria de Orçamento Público.

Erick, mas tenho que decorar isso tudo?

Não é necessário. Estamos a trabalhar as legislações mais

recorrentes em prova, e só colocamos essa coletânea completa para eventuais

consultas, ok?

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 – Seção II – DOS ORÇAMENTOS,

Artigos 165 a 169.

LEIS COMPLEMENTARES:

Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000

Lei de Responsabilidade Fiscal – Estabelece normas de

finanças públicas voltadas para a responsabilidade na

gestão fiscal e dá outras providências.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

176

Lei nº 4320, de 17 de Março de 1964

Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para

elaboração e controle dos orçamentos e balanços da

União, dos Estados, dos Municípios e do DF.

ATENÇÃO!

A Lei nº 4320/64 também tem matéria e forma de Lei

Ordinária.

A Lei nº 4320/64 não atende na sua plenitude o dispositivo

previsto no art. 165, § 9º, da CF/88.

As Bancas gostam de dizer DE FORMA ERRADA que a Lei nº

4320/64 não é de aplicação a todos os entes da Federação.

Observe que ela estabelece Normas Gerais de Direito

Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e

balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do DF.

LEIS ORDINÁRIAS:

PPAs, LDOs, LOAs e LCAs.

Lei nº 10.180 de 6 de fevereiro de 2001.

Organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento e de

Orçamento Federal, de Administração Financeira

Federal, de Contabilidade Federal e de Controle Interno

do Poder Executivo Federal, e dá outras providências.

Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967.

Dispõe sobre a organização da Administração Federal,

estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e

dá outras providências.

DECRETOS:

Decretos anuais que dispõem sobre a programação

orçamentária e financeira e estabelecem o cronograma

mensal de desembolso do Poder Executivo para o

exercício financeiro

Exemplo: Decreto nº 6.752, de 28 de janeiro de 2009

Decreto nº 93.872/86

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

177

Dispõe sobre a unificação dos recursos de caixa do

Tesouro Nacional, atualiza e consolida a legislação

pertinente e dá outras providências.

Decreto nº 3.590/2000

Dispõe sobre o Sistema de Administração Financeira

Federal e dá outras providências.

PORTARIAS ESPECÍFICAS DO MPOG E MIN. DA FAZENDA:

Portaria SOF nº 9, de 27 de junho de 2001

Dispõe sobre a classificação orçamentária por natureza

de receita.

Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 4 de maio

de 2001

Dispõe sobre normas gerais de consolidação das

Contas Públicas no âmbito da União, Estados, Distrito

Federal e Municípios e dá outras providências.

Portaria SOF nº 1, de 19 de fevereiro de 2001

Dispõe sobre a classificação orçamentária por fontes de

recursos.

Portaria MOG nº 42, de 14 de abril de 1999

Atualiza a discriminação da despesa por funções de que

tratam o inciso I do § 1o do art. 2o e § 2o do art. 8o,

ambos da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964,

estabelece os conceitos de função, subfunção,

programa, projeto, atividade, operações especiais, e dá

outras providências.

MANUAIS

Manual Técnico do Orçamento – MTO

Manual de Despesa Nacional da Secretaria do Tesouro

Nacional - 1ª Edição (Portaria Conjunta STN/SOF nº 3,

de 2008.)

Manual de Receita Nacional da Secretaria do Tesouro

Nacional - 1ª Edição (Portaria Conjunta STN/SOF nº 3,

de 2008.)

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

178

Manual de Procedimentos das Receitas Públicas da

Secretaria do Tesouro Nacional - 4ª Edição (Portaria

Conjunta STN/SOF nº 2, de 2007.)

Manual de Demonstrativos Fiscais - 2ª Edição (Portaria

STN nº 462, de 2009.)

Manual de Contabilidade Aplicada no Setor Público - 2ª

(Portaria Conjunta STN/SOF nº 2, de 2009.)

Como é que estamos? Vamos adiante.....

3 – Noções de Execução Orçamentária e Financeira.

3.1 – A PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA E O

ESTABELECIMENTO DO CRONOGRAMA MENSAL DE DESEMBOLSO DO

PODER EXECUTIVO PARA UM EXERCÍCIO FINANCEIRO.

Vamos começar pelos assuntos polêmicos que constam no art. 47,

da Lei nº 4.320/64, mas que devem ser interpretados de acordo com o art. 8º

da LRF.

Vejamos os textos legais:

“Art. 47. Imediatamente após a promulgação da

Lei de Orçamento e com base nos limites nela fixados, o

Poder Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais

da despesa que cada unidade orçamentária fica autorizada a

utilizar.”

“Art. 8o Até trinta dias após a publicação dos

orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes

orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I

do art. 4o, o Poder Executivo estabelecerá a programação

financeira e o cronograma de execução mensal de

desembolso.”

As primeiras considerações que faremos se referem ao veto à

alínea c do inciso I do art. 4o, da LRF. Como há essa “lacuna” (na verdade não

existe “partes em branco” na Lei, mas sim vetos), o que ocorre na prática é a

previsão que cada LDO faz anualmente.

Destacamos em negrito os pontos polêmicos. Observem que o

texto da LRF é o que está em vigor. O que temos visto é que algumas Bancas

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

179

fazem questões literais do art. 47, da Lei nº 4.320/64.

No entanto, questões mais comuns trocam os prazos e os termos,

ou seja, alguma coisa parecida com:

“Imediatamente após a publicação dos orçamentos, nos

termos em que dispuser a LDO, os Poderes estabelecerão a programação

financeira e o cronograma de execução trimestral de desembolso.”

Vamos aos erros:

1. é até trinta dias após a publicação (e não promulgação);

2. é o PODER EXECUTIVO que estabelece a programação

financeira e o cronograma de desembolso;

3. o cronograma de desembolso é mensal.

Afinal, quais os objetivos de se fixarem cotas mensais de

desembolso:

assegurar às unidades orçamentárias em tempo útil a

soma de recursos necessários e suficientes a melhor

execução do seu programa anual de trabalho;

manter, durante o exercício, na medida do possível, o

equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa

realizada, de modo a reduzir ao mínimo eventuais

insuficiências de tesouraria.

Interessante destaque ao art. 85 da Lei nº 4.320/64 quando

estabelece, entre outras atribuições, que os serviços de contabilidade serão

organizados de forma a permitirem o acompanhamento da execução

orçamentária.

Erick, mas por que você falou isso ?

É o que veremos no tópico seguinte.

3.2 – O DECRETO DE PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA.

3.2.1 – INTRODUÇÃO

A Administração Pública buscou, ao longo dos tempos, realizar a

programação orçamentária e financeira, assim como a execução das suas

despesas.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

180

Isso se fez em atendimento aos dispositivos previstos em lei que

estabeleceram metas fiscais, bem como maior controle em cima dos gastos

públicos. O objetivo principal se deu tanto para equilibrar os orçamentos como

para indicar transparência dos compromissos governamentais com a dívida

pública.

Assim, deve-se ter o pronto conhecimento e correção das

discrepâncias entre receita e despesas primárias, assim como deve-se

monitorar o cumprimento das metas de superávit primário.

Superávit primário, em resumo, é o quanto de receita a União, os

Estados, os Municípios e as empresas estatais economizam, sem computarmos

os gastos com os juros da dívida.

Lembrar que juros da dívida são gastos financeiros. Já Superávit

Primário é a diferença positiva entre as Receitas NÃO-FINANCEIRAS e as

Despesas NÃO-FINANCEIRAS.

RP = RÑF – DÑF

Onde: RP => RESULTADO PRIMÁRIO

RÑF => RECEITAS NÃO-FINANCEIRAS

DÑF => DESPESAS NÃO-FINANCEIRAS

A Lei nº 4.320/64 evidenciou previamente a preocupação do

legislador quanto ao fiel cumprimento do equilíbrio entre receitas e despesas

no orçamento.

Desta forma, ao estipular cotas para a execução da despesa, ela

permitiu que o Poder Executivo se organizasse, a fim de se prevenirem

eventuais oscilações que aconteceriam ao longo de um exercício financeiro.

No ano 2000, a LRF incorporou a necessidade de se estabelecerem

metas de resultado fiscal. Ainda, em razão de possíveis descompassos entre

receitas e despesas, estabeleceu mecanismos, com o intuito de equilibrar o

orçamento em tempo hábil e não prejudicar o desempenho do governo nas

esferas federal, estadual e municipal.

Por fim, as LDOs complementam a LRF e a Lei nº 4.320/64, em

especial quanto à determinação do controle fiscal e dos recursos

disponibilizados.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

181

Elas estabelecem, entre outras características:

qual será a base de contenção;

as despesas que não são passíveis de contingenciamento;

demonstrativos das metas de resultado primário e sua periodicidade.

3.2.2 – ESTRUTURA E OBJETIVOS DO DECRETO DE

PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA.

O Decreto de Programação Orçamentária e Financeira ou

“Decreto de Contingenciamento” é o instrumento que o Governo

Federal utiliza para se limitarem os gastos.

Os valores autorizados para movimentação e empenho, assim

como para pagamentos ao decorrer de um exercício financeiro são detalhados

por meio de uma Portaria Interministerial.

Os principais assuntos que o Decreto traz são os seguintes:

Programação e Execução Orçamentária;

Execução Financeira;

Operações de Crédito;

Competência para alterações de limites;

Despesas com Pessoal;

Vedações, Esclarecimentos e Informações; e

Metas Fiscais.

Não podemos nos esquecer de que esses assuntos que o Decreto

traz são interdependentes.

Por fim, seus objetivos são:

estabelecimento de normas específicas de

execução orçamentária e financeira para um

exercício financeiro;

estabelecimento de um cronograma de

compromissos (empenhos) e de liberação

(pagamento) dos recursos financeiros relativos

ao Governo Federal;

cumprimento da Legislação Orçamentária (Lei

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

182

4.320/1964 e LRF); e

assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas

ao longo do exercício financeiro, assim como

proporcionar o cumprimento da meta de

resultado primário.

3.3 – A LIMITAÇÃO DE EMPENHO.

Falamos no início do curso que as fases ou estágios da despesa são

o “FELP”: FIXAÇÃO – EMPENHO – LIQUIDAÇÃO – PAGAMENTO.

Então, como estamos a tratar de programação orçamentária e

financeira, iremos destacar o que se preconiza no art. 9º, §§ 1º e 2º, da LRF.

Em relação a esse assunto, devemos relembrar o art. 165, § 3º, da

CF/88 que tratou do Relatório Resumido de Execução Orçamentária - RREO:

“O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o

encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução

orçamentária.”

Assim, com o RREO de parâmetro, o Governo verifica se, ao final

de cada bimestre, a realização da receita comportará ou não o cumprimento

das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas

Fiscais – AMF.

Se ocorrerem problemas com essas metas, os Poderes e o

Ministério Público promovem limitação de empenho e de movimentação

financeira, de acordo com os critérios estabelecidos na LDO.

Observemos que são 2 atitudes:

limitar o empenho;

limitar a movimentação financeira.

Dessa forma, podem existir créditos disponíveis para a Unidade

Gestora, mas os valores não podem ser movimentados financeiramente

quando ocorrer alguma limitação.

Em outro viés, também não pode ser feito empenho de qualquer

espécie de despesa.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

183

IMPORTANTE!

A limitação se faz por ato próprio e nos valores necessários, nos 30 dias

seguintes.

Se for restabelecida a previsão de receita, mesmo que em valores

parciais, ou seja, em razão da tendência de arrecadação

as dotações cujos empenhos foram limitados serão recompostas de forma

proporcional às reduções realizadas pela limitação anterior

Não podem ser limitadas as despesas que constituam obrigações

constitucionais e legais do ente, inclusive as relacionadas ao pagamento

do serviço da dívida,bem como as ressalvas que a LDO estabelecerá.

3.4 – A NECESSIDADE DE FINANCIAMENTO PELO GOVERNO FEDERAL.

Monitora-se continuamente o cumprimento das metas fiscais e

ocorre ao longo de todo o processo de elaboração e execução orçamentária.

Desta forma, faz-se necessário calcular a NECESSIDADE DE

FINANCIMANTO PELO GOVERNO FEDERAL, a fim de se ter um parâmetro que

evidencie a trajetória dos principais itens de receita e despesa primárias, ou

seja, sem considerar os juros.

Repercute-se em todo processo alocativo do Governo, quando

ocorrem fatos supervenientes que implicam alteração dos valores estimados

previamente. Assim, de forma usual, demanda-se uma revisão dos limites

orçamentários da programação da despesa.

Se ocorrer uma redução da receita estimada em determinado

momento, faz-se necessário um rearranjo da despesa, para que não se

comprometam as metas previamente assumidas na LDO

O cálculo das Necessidades de Financiamento serve como

rumo para acompanhamento dos principais agregados de receita e

despesa públicas primárias, ao longo do ciclo orçamentário.

Em síntese, o que limita a fixação do nível das demais

despesas públicas são os seguintes fatores:

meta de resultado primário;

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

184

previsão das receitas contabilizadas; e

as estimativas das despesas primárias obrigatórias

(ou despesas compulsórias).

3.5 – AS ALTERAÇÕES NA PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E

FINANCEIRA.

A flexibilidade é uma das principais características do

ORÇAMENTO-PROGRAMA.

Assim, ao longo de um exercício financeiro, necessita-se

acompanhar a arrecadação das receitas primárias, além de se verificar o nível

de execução das despesas primárias, de forma a se monitorar o processo de

cumprimento das metas de superávit primário.

Se esse acompanhamento indicar o não cumprimento das metas

fixadas, o Governo providencia a redução dos limites orçamentários e

financeiros, pois isso evita extrapolar as metas.

No caso de já existir alguma limitação de empenho logo após a

sanção da LOA ou ao final de determinado bimestre, os limites estabelecidos

pelo Decreto serão recompostos na mesma proporção dos cortes efetivados

por Poder e pelo Ministério Público, conforme disposto no art. 9º, § 1º, da LRF.

No entanto, os Órgãos Setoriais podem solicitar a

flexibilização dos limites orçamentários no decorrer do exercício, com

o intuito de atender às suas programações.

As solicitações enviadas pelos Órgãos Setoriais devem conter todas

as informações indispensáveis para a análise do pedido de aumento de limite.

Além disso, o Poder Executivo analisa o cenário fiscal no exercício

corrente e verifica se é viável ou não o atendimento à solicitação.

3.6 – CONSIDERAÇÕES RELEVANTES.

Como vemos em nosso dia-a-dia, o cumprimento das metas de

superávit primário é uma preocupação constante da área econômica do

Governo.

É uma política que visa minimizar os efeitos negativos da

dívida pública, além de racionalizar os gastos públicos.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

185

Essa atuação governamental propicia a melhoria constante das

condições macroeconômicas, além de aumentar a credibilidade e a segurança.

Assim, criam-se condições favoráveis para atração de investidores internos e

externos.

Destaque especial para a Secretaria de Orçamento Federal – SOF

cujo papel é essencial nesse cenário. É a SOF que gerencia os recursos

orçamentários de maneira eqüitativa

Desta forma, ela destina os recursos aos diversos órgãos

governamentais, com o intuito de possibilitar as realizações essenciais de cada

Pasta e na busca de se atingirem as metas estabelecidas.

3.7 – A DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA.

Para executarmos o orçamento, é preciso realizar a

DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA.

Ela consiste em 2 planos, com as seguintes ideias:

DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA => descentralizam-se

CRÉDITOS

DESCENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA => descentralizam-se RECURSOS

FINANCEIROS ($)

Devemos atentar que pelo Princípio da Segregação de Funções, os

órgão e pessoas responsáveis por cada um desses “PLANOS” são distintos, ou

seja, não podem acumular suas funções.

Teceremos comentários sobre os conceitos de ÓRGÃO SETORIAL,

UNIDADE ORÇAMENTÁRIA, UNIDADE ADMINISTRATIVA e UNIDADE GESTORA.

3.7.1 – ÓRGÃO SETORIAL

Desempenha o papel de articulador no seu âmbito ao atuar de

forma vertical no processo decisório, além de integrar os produtos gerados

no nível subsetorial, que são coordenados pelas unidades orçamentárias.

3.7.2 – UNIDADE ORÇAMENTÁRIA - UO

Coordena o processo de elaboração da proposta orçamentária

no seu âmbito de atuação, assim como integra e articula o trabalho das

unidades administrativas componentes.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

186

É de suma importância a consistência da proposta do órgão, no que

se refere a metas, valores e justificativas que fundamentam a programação.

As UOs são responsáveis pela apresentação da programação

orçamentária detalhada da despesa por programa, ação orçamentária

e subtítulo.

3.7.3 – UNIDADE ADMINISTRATIVA - UA

É a componente da estrutura da Administração Pública.

3.7.4 – UNIDADE GESTORA - UG

É a que efetivamente realiza o gasto, ou seja, a que executa a

despesa orçamentária.

CAIU NA PROVA!

85 - (ESAF/ANALISTA TRIBUTÁRIO – RFB/2009) Assinale a opção que

indica uma exceção aos objetivos do decreto de programação financeira, no

âmbito federal.

a) Cumprir a Legislação Orçamentária.

b) Estabelecer normas específicas de execução orçamentária e financeira para

o exercício.

c) Limitar o volume de recursos destinados a investimentos colocados à

disposição das unidades orçamentárias.

d) Estabelecer um cronograma de compromissos (empenhos) e de liberação

(pagamento) dos recursos financeiros para o Governo Federal.

e) Assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas ao longo do exercício

financeiro e proporcionar o cumprimento da meta de resultado primário.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (c).

O Decreto de Programação financeira, no âmbito federal, possui os

seguintes objetivos:

estabelecimento de normas específicas de execução

orçamentária e financeira para um exercício financeiro;

estabelecimento de um cronograma de compromissos

(empenhos) e de liberação (pagamento) dos recursos

financeiros relativos ao Governo Federal;

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

187

cumprimento da Legislação Orçamentária (Lei

4.320/1964 e LC nº 101/2000 – LRF); e

assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas ao

longo do exercício financeiro, assim como proporcionar

o cumprimento da meta de resultado primário.

Assim, o item (c) peca pelo fato de que a limitação do volume de

recursos destinados a investimentos colocados à disposição das unidades

orçamentárias implica em uma “paralisia” do Estado.

O que se prega no Decreto, entre outros aspectos, é que se assegure o

equilíbrio entre receitas e despesas ao longo de um exercício financeiro, além

de proporcionar o cumprimento da meta de resultado primário.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

188

CAPÍTULO 6

1 – Considerações sobre a Execução Orçamentária e Financeira.

1.1 – A DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA

Pessoal, vamos falar de novo sobre a LOA e lembrar que devemos

encarar o tema EXECUÇÃO em 2 PLANOS: ORÇAMENTÁRIO e FINANCEIRO.

A LOA confere DOTAÇÕES do orçamento às UNIDADES SETORIAS

ORÇAMENTÁRIAS, ou simplesmente UNIDADES ORÇAMENTÁRIAS – UOs.

No entanto, elas terão que ser descentralizadas, a fim de que as

UNIDADES ADMINISTRATIVAS – UAs executem efetivamente o orçamento.

As descentralizações de créditos orçamentários ocorrem

quando for efetuada movimentação de parte do orçamento, mantidas as

classificações institucional, funcional, programática e econômica, para

que as UAs possam executar a despesa orçamentária.

As descentralizações de créditos orçamentários não se confundem

com transferências e transposição, pois:

não modificam a programação ou o valor de suas dotações

orçamentárias (créditos adicionais); e

não alteram a unidade orçamentária (classificação institucional)

detentora do crédito orçamentário aprovado na lei orçamentária ou em

créditos adicionais.

Assim, todos os CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS, bem como os

ADICIONAIS, se descentralizam das seguintes formas:

1) quando a descentralização de CRÉDITOS envolver unidades gestoras

de um mesmo órgão tem-se a descentralização interna de CRÉDITOS,

também chamada de PROVISÃO.

2) quando ocorrer entre unidades gestoras de órgãos ou entidades de

estrutura diferente, ter-se-á uma descentralização externa de CRÉDITOS,

também denominada de DESTAQUE

Na descentralização de CRÉDITOS, as dotações serão

empregadas obrigatória e integralmente para se atingir o objetivo previsto

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

189

pelo programa de trabalho pertinente.

Deve-se respeitar integralmente a classificação funcional e a

estrutura programática. Desta forma, a diferença se dá pelo fato de que a

execução da despesa orçamentária será realizada por outro órgão ou entidade.

Importante destacar que a descentralização de crédito externa

dependerá de celebração de convênio ou instrumento congênere. Estes devem

disciplinar como se atingir o objetivo pretendido, bem como as obrigações e as

relações entre as partes.

De acordo com o disposto no art. 35 da Lei nº 10.180/2001, a

execução de despesas por meio de descentralização a outro ente da Federação

processar-se-á conforme os mesmos procedimentos adotados para as

transferências voluntárias.

Assim teremos empenho, liquidação e pagamento na unidade

descentralizadora do crédito orçamentário e inclusão na receita e na

despesa do ente recebedor dos recursos-objeto da descentralização,

identificando-se como recursos de convênios ou similares.

IMPORTANTE!

As descentralizações de créditos orçamentários devem ocorrer

em projetos ou atividades.

Em regra, as transferências voluntárias realizadas entre entes da

Federação que devem ser classificadas como operações

especiais.

Erick, você falou em classificações institucional, funcional,

programática e econômica. O que é isso?

Então.....Vamos destrinchar.

1.1.1 – CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL DA DESPESA

Ela reflete a estrutura organizacional de alocação dos créditos

orçamentários, e está estruturada em dois níveis hierárquicos: ÓRGÃO

ORÇAMENTÁRIO e UNIDADE ORÇAMENTÁRIA - UO.

De acordo com o artigo 14 da Lei nº 4.320/64, unidade

orçamentária é o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo

órgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

190

As dotações de CRÉDITO são confiadas às unidades orçamentárias

responsáveis pela realização das ações. No caso da União, o código da

classificação institucional compõe-se de cinco dígitos, sendo os dois

primeiros reservados à identificação do órgão e os demais à unidade

orçamentária.

Exemplo: 39250 Agência Nacional de Transportes Terrestres –

ANTT

3 9 2 5 0

ÓRGÃO ORÇAMENTÁRIO UNIDADE ORÇAMENTÁRIA

Sendo que, no exemplo:

Órgão Orçamentário => MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES

Unidade Orçamentária => AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES

TERRESTRES – ANTT

Relembrem do que colocamos em encontros passados. Uma UO

não corresponde necessariamente a uma estrutura administrativa. Temos

como exemplos os fundos especiais e as Unidades Orçamentárias

“Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios”, “Encargos Financeiros

da União”, “Operações Oficiais de Crédito”, “Refinanciamento da Dívida Pública

Mobiliária Federal” e “Reserva de Contingência”.

1.1.2 – CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DA DESPESA

A classificação funcional divide as dotações orçamentárias em

funções e subfunções, a fim de se “responder” à pergunta:

“Em que área de ação governamental a despesa será realizada ?”

A Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999, do então Ministério do

Orçamento e Gestão estabeleceu a atual classificação funcional da despesa no

Brasil.

Tal classificação se compõe de um rol de funções e subfunções

prefixadas, com o intuito de se agregarem os gastos públicos por área de ação

governamental nas três esferas de Governo.

Trata-se de classificação de aplicação comum e obrigatória, no

âmbito da União, dos Estados, do DF e dos Municípios, o que permite a

consolidação nacional dos gastos do setor público.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

191

Também se representa a classificação funcional por meio de cinco

dígitos. Os dois primeiros referem-se à função. Os três últimos dígitos

representam a subfunção, que podem ser traduzidos como agregadores das

diversas áreas de atuação do setor público, nas esferas legislativa, executiva e

judiciária.

Já falamos antes sobre a definição de FUNÇÃO e SUBFUNÇÃO, de

modo que não iremos reprisar os conceitos, mas apenas dar um exemplo com

os códigos.

Exemplo: 12365 – Despesa relacionada com a Educação Infantil

no âmbito do Ministério da Educação

1 2 3 6 5

FUNÇÃO SUBFUNÇÃO

Sendo que, no exemplo:

FUNÇÃO => MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SUBFUNÇÃO => EDUCAÇÃO INFANTIL

Destacamos que a função “Encargos Especiais” (atenção para

não confundir com Operações Especiais) é uma AGREGAÇÃO NEUTRA, pois

abarca as despesas orçamentárias em relação às quais não se pode associar

um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como:

Dívidas

Ressarcimentos.

Indenizações.

Outras afins.

No âmbito da União, as ações dos ENCARGOS ESPECIAIS

estarão relacionadas aos programas do tipo "Operações Especiais" que

constarão apenas da LOA, não integrando o PPA.

Conforme art. 91 do Decreto-Lei nº 200/67, utiliza-se a dotação

global denominada “Reserva de Contingência” como fonte de recursos para

abertura de créditos adicionais e para o atendimento ao disposto no inciso III

do art 5º, LRF.

Como o DL 200/67 só cita a Reserva de Contingência da União,

permite-se no Brasil que atos das demais esferas de Governo também

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

192

estabeleçam essa Reserva.

Sob a coordenação do órgão responsável pela destinação da

Reserva de Contingência, esta será identificada nos orçamentos de todas as

esferas de Governo pelo código “99.999.9999.xxxx.xxxx”, no que se refere às

classificações por função e subfunção, bem como à estrutura programática.

O “x” no código acima representa a codificação da ação e o

respectivo detalhamento.

Para consolidarmos, as RESERVAS DE CONTINGÊNCIA são as

despesas que se destinam ao atendimento de passivos contingentes e

outros riscos.

Também se incluem como RESERVAS DE CONTINGÊNCIA as

despesas destinadas a fazer frente a eventos fiscais imprevistos e à

abertura de créditos adicionais.

OBSERVAÇÃO

O BRASIL ADOTA A CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DA

ESTRUTURA PROGRAMÁTICA.

(Não existe a classificação funcional-programática no Brasil)

CAIU NA PROVA!

86 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Na Portaria nº

42, de 14/04/1999, as despesas em relação às quais não se possa associar um

bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente são denominadas:

a) encargos especiais.

b) despesas adicionais.

c) reservas de contingências.

d) despesas derivadas.

e) encargos extraordinários.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (a).

A referência é o § 2º, do art. 1º, da Portaria nº 42/1999, que assim

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

193

reza:

“A função "Encargos Especiais" engloba as despesas em relação

às quais não se possa associar um bem ou serviço a ser gerado no

processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos,

indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação

neutra.”

1.1.3 – ESTRUTURA PROGRAMÁTICA

Este assunto já foi amplamente discutido em nossas aulas, mas

cabe uma breve revisão para nos situarmos no assunto.

Falamos que toda ação do Governo se estrutura em programas que

são voltados para a realização dos objetivos estratégicos definidos no Plano

Plurianual – PPA para o período de quatro anos.

A compreensão do orçamento exige o conhecimento de sua

estrutura e organização, que são implementadas por meio de um sistema de

classificação.

Esse sistema está estruturado com o intuito de atender às

exigências de informação demandadas pelos os poderes públicos, as

organizações públicas e privadas e os cidadãos em geral.

O art. 3º da Portaria MOG nº 42/1999 estabelece que a União, os

Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão, em atos próprios,

suas estruturas de programas, códigos e identificação, respeitados os

conceitos e determinações nela contidos.

Em respeito ao pacto federativo e às peculiaridades de cada

membro da Federação, todos os entes devem ter seus trabalhos organizados

por programas. Assim, cada um estabelecerá sua estrutura própria de

acordo com o que autoriza a referida Portaria.

A Estrutura Programática se divide em:

Programa (já visto)

Ação (já visto)

Subtítulo/Localizador do Gasto

Vamos ver o que está faltando:

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

194

SUBTÍTULO/LOCALIZADOR DE GASTO

A Portaria MOG nº 42/1999 não estabelece critérios para a

indicação da localização física das ações.

No entanto, a correta localização do gasto permite ter maior

controle governamental e social sobre a implantação das políticas públicas

alocadas, bem como evidencia o foco, os impactos e os custos da ação

governamental.

No âmbito federal, detalham-se as atividades, os projetos e as

operações especiais em subtítulos.

Os subtítulos são utilizados, especialmente, a fim de se identificar a

localização física da ação. Desta forma, não se pode alterar a finalidade da

ação, do produto e das metas estabelecidas.

A localização do gasto poderá ser nacional, abranger o exterior,

poderá ser por Região (NO, NE, CO, SD, SL), por Estado ou Município ou,

excepcionalmente, por um critério específico, se for necessário.

IMPORTANTE

Se a localização do gasto for identificável, é vedada na

especificação do subtítulo referência a mais de uma

localidade, área geográfica ou beneficiário.

O subtítulo representa o MENOR NÍVEL de categoria de

programação

O produto e a unidade de medida de um SUBTÍTULO serão os

mesmos da ação orçamentária. O SUBTÍTULO será detalhado por:

esfera orçamentária (fiscal, seguridade e investimento)

grupo de natureza de despesa

modalidade de aplicação

identificador de resultado primário

identificador de uso

fonte de recursos

Vamos ver como é a Estrutura Programática do Orçamento

completa:

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

195

Para consolidar, segue um exemplo:

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

196

Erick, quais são os componentes da programação física?

São as METAS FÍSICAS.

Meta física é a resposta da pergunta: “Quanto se pretende

desenvolver?”

Podemos entendê-la também como a quantidade de produto a ser

ofertado por ação, de forma regionalizada, se for o caso, num determinado

período e instituída para cada ano.

Elas são indicadas em nível de subtítulo e agregadas de acordo

com os respectivos projetos, atividades ou operações especiais.

Destacamos que o critério para regionalização de metas é o da

localização dos beneficiados pela ação.

Exemplo: No caso da vacinação de crianças, a meta será

regionalizada pela quantidade de crianças a serem vacinadas ou de vacinas

empregadas em cada Estado, ainda que a campanha seja de âmbito nacional e

a despesa seja paga de forma centralizada.

Para encerrarmos o tema ESTRUTURA PROGRAMÁTICA,

colocaremos a diferenciação entre Programação Qualitativa e

Programação Quantitativa, por meio de mais um quadro sinótico.

PROGRAMAÇÃO

QUALITATIVA

O Programa de Trabalho, que define

qualitativamente a programação

orçamentária, deve responder, de maneira

clara e objetiva, às perguntas clássicas que

caracterizam o ato de estimar o orçamento.

Do ponto de vista operacional, o Programa de

Trabalho, ou Programa, compõe-se dos

seguintes blocos de informação:

Classificação por Esfera.

Classificação Institucional.

Classificação Funcional.

Estrutura Programática.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

197

QUANTITATIVA

A programação física define:

QUANTO se pretende desenvolver do

produto.

A programação financeira define:

O QUE adquirir, com quais recursos.

CAIU NA PROVA!

87 - (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO – SEFAZ-SP/2009) Assinale a

opção verdadeira a respeito da programação qualitativa do orçamento público

no Brasil.

a) É a organização do gasto público de forma a proporcionar a identificação

dos programas com a classificação funcional e econômica da despesa.

b) É a organização do orçamento em uma estrutura funcional e econômica de

forma a permitir ao administrador público o cumprimento das políticas

públicas.

c) É a organização do orçamento em projetos claramente definidos, inclusive

com as especificações dos montantes financeiros a eles alocados.

d) É a organização do orçamento em programas orçamentários, que são

compostos por esfera, classificação institucional, classificação funcional e

estrutura programática.

e) A programação qualitativa está relacionada com o alinhamento dos gastos

aos programas e às políticas públicas.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (d).

A referência do item (d) está no tópico 2.2.1.1 do Manual Técnico do

Orçamento – MTO, versão 2010.

1.1.4 – CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA

Vimos na aula demonstrativa que a DESPESA PÚBLICA se

classifica, quanto à natureza econômica, em DESPESA CORRENTE e DESPESA

DE CAPITAL.

De acordo com o art. art. 12 da Lei nº 4.320/64, a despesa será

classificada nas seguintes categorias econômicas:

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

198

DESPESAS CORRENTES

Despesas de Custeio

Transferências Correntes

DESPESAS DE CAPITAL

Investimentos

Inversões Financeiras

Transferências de Capital

Antes de defini-las, vamos colocar um novo esquema para

podermos revisar o tema.

Erick, mas você disse que as Despesas Correntes se dividiam

em Despesas de Custeio e Transferências Correntes.

Vocês têm razão, mas essa é a definição da Lei nº 4.320/64 e

temos que estar atento ao comando e à abordagem da questão.

As Despesas de Custeio se dividem, segundo os manuais da

Secretaria do Tesouro Nacional - STN, em Pessoal e Encargos Sociais e

Juros e Encargos da Dívida. De outra forma, as Transferências Correntes

correspondem às Outras Despesas Correntes.

Ok Erick, mas você também disse que Despesas Correntes

se dividiam em Investimentos, Inversões Financeiras e Transferências

de Capital

Estão com a razão de novo, mas vai depender do que falamos

sobre o que a Banca pedirá.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

199

As Transferências de Capital correspondem à Amortização da

Dívida, de acordo com o que consta nos manuais da STN.

Antes de fazermos nossos esquemas sinóticos, vamos a um

mnemônico que facilita para guardarmos a classificação econômica das

DESPESAS PÚBLICAS, de acordo com a STN.

DESPESAS

CORRENTES

PeJOu

Pessoal e Encargos Sociais

Juros e Encargos da Dívida

Outras Despesas Correntes

DESPESAS DE

CAPITAL

IIA

Investimentos

Inversões Financeiras

Amortização da Dívida

Frase completa: “A Despesa do PeJOu, ele IIA”

Agora sim, todos prontos para as definições? Vamos nessa....

DESPESAS

CORRENTES ÓTICA CONCEITO

Despesas de

Custeio Lei

dotações para manutenção de serviços

anteriormente criados.

além das dotações destinadas a atender a

obras de conservação e adaptação de bens

imóveis.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

200

Pessoal e

Encargos

Sociais

STN

decorrem do efetivo exercício, no setor

público, de:

cargo

emprego ou

função de confiança

decorrem do pagamento referentes a

proventos de:

aposentadorias

reformas

pensões

decorrem das obrigações trabalhistas de

responsabilidade do empregador, incidentes

sobre a folha de salários

decorrem da contribuição a entidades

fechadas de previdência.

decorrem de outros benefício assistenciais,

tais como:

soldo

gratificações

adicionais

outros direitos remuneratórios, previstos na

estrutura remuneratória dos militares

decorrem do ressarcimento de pessoal

requisitado.

decorrem da contratação temporária para

atender a necessidade de excepcional

interesse público.

decorrem dos contratos de terceirização de

mão-de-obra que se refiram à substituição de

servidores e empregados públicos, em

atendimento ao disposto no art. 18, § 1o, da

LRF.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

201

Juros e

Encargos da

Dívida

STN

são as despesas relativas ao pagamento de:

juros.

comissões.

outros encargos relativos aos contratos

decorrentes de operações de crédito

internas e externas.

dívida pública mobiliária.

Transferências

Correntes Lei

dotações para despesas as quais não

corresponda contraprestação direta em bens

ou serviços.

incluem as dotações para contribuições e

subvenções destinadas a atender à

manifestação de outras entidades de direito

público ou privado.

Outras

Despesas

Correntes

STN

decorrem da:

aquisição de material de consumo

pagamento de diárias

contribuições

subvenções

auxílio-alimentação

auxílio-transporte

outras despesas da categoria econômica

"Despesas Correntes" não classificáveis nos

demais grupos de natureza de despesa.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

202

CAIU NA PROVA!

88 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) É

exemplo de despesa corrente:

a) Aquisição de imóveis.

b) Juros da dívida pública.

c) Inversões financeiras.

d) Amortização de empréstimos recebidos.

e) participação no capital de empresas.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (b).

Basta lembrarmos de nosso mnemônico: “A Despesa do PeJOu, ele

IIA”.

PeJOu

Pessoal e Encargos Sociais

Juros e Encargos da Dívida

Outras Despesas Correntes

IIA

Investimentos

Inversões Financeiras

Amortização da Dívida

Os itens (a), (c), (d) e (e) se referem à DESPESAS DE CAPITAL.

89 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Os juros e

encargos da dívida interna e externa do ente público são um exemplo de:

a) despesa extraordinária.

b) por mutação patrimonial.

c) de capital.

d) extra-orçamentária.

e) despesa corrente.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

203

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

Mais uma questão para matarmos com o mnemônico: “A Despesa do

PeJOu, ele IIA”.

90 - (FCC/TÉCNICO – CONTROLE INTERNO – MPU/2007) Os estágios da

despesa pública são, em ordem cronológica,

a) fixação, liquidação, empenho e pagamento.

b) previsão, lançamento, empenho e pagamento.

c) previsão, empenho, fixação e liquidação.

d) fixação, empenho, liquidação e pagamento.

e) arrecadação, lançamento, previsão e recolhimento.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (d).

Essa questão é para relembrarmos a AULA DEMONSTRATIVA e do

mnemônico relacionado às fases ou estágios da despesa que são: “FELP” =

FIXAÇÃO – EMPENHO – LIQUIDAÇÃO - PAGAMENTO.

No caso dos estágios da receita, temos o “PLAR” = PREVISÃO –

LANÇAMENTO – ARRECADAÇÃO – RECOLHIMENTO.

91 - (FCC/TÉCNICO – ORÇAMENTO – MPU/2007) É exemplo de despesa

corrente:

a) encargo da dívida pública.

b) aquisição de imóveis.

c) constituição ou aumento de capital de empresas comerciais ou financeiras.

d) constituição ou aumento de capital de empresas industriais.

e) amortização da dívida pública.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (a).

Mnemônico: “A Despesa do PeJOu, ele IIA”.

Os itens (b), (c), (d) e (e) se referem à DESPESAS DE CAPITAL.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

204

92 - (FCC/TÉCNICO – ORÇAMENTO – MPU/2007) As dotações para

manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a

atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis, são classificadas

no orçamento como:

a) investimentos.

b) inversões financeiras.

c) transferências correntes.

d) despesas adicionais.

e) despesas de custeio.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

Vide art. 12, da Lei nº 4.320/64. Lembrar que a idéia de CUSTEIO se

relaciona com MANUTENÇÃO.

Erick, e o que são SUBVENÇÕES ?

São as transferências destinadas a cobrir despesas de custeio de

alguma entidade beneficiada.

As subvenções se dividem em:

SUBVENÇÕES SOCIAIS: destinam-se a:

instituições públicas

instituições privadas

SUBVENÇÕES ECONÔMICAS: destinam-se a:

empresas públicas

empresas privadas

Devemos observar que quem tem FINALIDADE LUCRATIVA NÃO

PODE RECEBER SUBVENÇÕES SOCIAIS, por isso destacamos no esquema

anterior.

caráter assistencial ou cultural

SEM finalidade

lucrativa

COM finalidade

lucrativa

caráter industrial,

comercial, agrícola ou pastoril

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

205

O nosso cérebro acha que uma subvenção é uma forma de auxílio

ou contribuição, o que não é verdade.

Assim, as Bancas têm abordado o tema querendo confundir ao

dizer que: “EMPRESAS COM FINS LUCRATIVOS NÃO PODEM RECEBER

SUBVENÇÕES”. Isso é ERRADO, pois PODEM RECEBER SUBVENÇÕES

ECONÔMICAS.

Além disso, conforme temos no inciso VIII, do art. 167, da CF/88,

HÁ A NECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA ESPECÍFICA para a

utilização de recursos orçamentários para se conceder subvenções com o

intuito de suprirem necessidades ou déficit de empresas, fundações ou fundos.

A Lei nº 4.320/64, no art. 19, reforça esse entendimento ao

registrar que o orçamento NÃO CONSIGNARÁ AJUDA FINANCEIRA, a

qualquer título, a EMPRESA DE FINS LUCRATIVOS.

EXCETO: se se tratar de SUBVENÇÕES cuja CONCESSÃO tenha

sido expressamente AUTORIZADA em LEI ESPECIAL.

93 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) As

dotações destinadas ao pagamento de bonificações a produtores de

determinados gêneros ou materiais são consideradas como:

a) investimentos.

b) inversões financeiras.

c) subvenções econômicas.

d) transferências de capital.

e) despesas de custeio.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (c).

De acordo com a alínea “b”, do § único do art. 18, da Lei nº 4.320/64,

temos o seguinte:

“Consideram-se, igualmente, como subvenções econômicas:

a) as dotações destinadas a cobrir a diferença entre os preços de mercado

e os preços de revenda, pelo Governo, de gêneros alimentícios ou outros

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

206

materiais;

b) as dotações destinadas ao pagamento de bonificações a

produtores de determinados gêneros ou materiais.”

Pessoal, não deixem de ler os arts. de 16 a 18 da Lei nº 4.320/64,

pois eles eventualmente têm sido cobrados em sua literalidade nas

provas de concursos.

94 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) As transferências

efetuadas pelo ente público destinadas a cobrir despesas de custeio de

instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem

finalidade lucrativa, são denominadas:

a) subvenções sociais.

b) suprimentos de fundos.

c) variações passivas.

d) restos a pagar.

e) transferências de capital.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (a).

De acordo com o inciso I, do § 3º do art. 12, da Lei nº 4.320/64, temos

o seguinte:

“Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências

destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas,

distinguindo-se como:

I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas

ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade

lucrativa;”

Agora vamos às DESPESAS DE CAPITAL.....

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

207

DESPESAS DE

CAPITAL ÓTICA CONCEITO

Investimentos Lei

dotações para:

o planejamento e a execução de obras

obras relativas à aquisição de imóveis

considerados necessários à realização de

outras obras

os programas especiais de trabalho – PETs

(Ex.: créditos extraorçamentários voltados

exclusivamente para as vítimas de uma

enchente).

aquisição de:

instalações

equipamentos

material permanente

constituição ou aumento do capital de

empresas

que NÃO sejam de caráter COMERCIAL ou

FINANCEIRO.

Investimentos STN

decorrem de despesas com:

softwares

planejamento e a execução de obras

a aquisição de imóveis considerados

necessários à realização de outras obras

a aquisição de:

instalações

equipamentos

material permanente

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

208

Inversões

Financeiras Lei

dotações para a:

aquisição de imóveis ou de bens de capital

JÁ EM UTILIZAÇÃO

aquisição de títulos representativos do capital

de empresas ou entidades de qualquer

espécie

JÁ CONSTITUÍDAS

DESDE QUE A OPERAÇÃO NÃO IMPORTE

AUMENTO DO CAPITAL

constituição ou aumento do capital de

entidades ou empresas

QUE POSSUEM OBJETIVOS COMERCIAIS

OU FINANCEIROS

INCLUSIVE OPERAÇÕES BANCÁRIAS OU

DE SEGUROS

Inversões

Financeiras STN

decorrem de despesas orçamentárias com a:

aquisição de imóveis ou bens de capital => já

em utilização

aquisição de títulos representativos do capital

de empresas ou entidades de qualquer espécie

=> já constituídas => desde que a

operação não importe aumento do capital

constituição ou aumento do capital de

empresas

outras despesas classificáveis como Inversões

Financeiras.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

209

Transferências

de Capital Lei

dotações para:

amortização da dívida pública

investimentos ou inversões financeiras

que outras pessoas de direito público ou privado

devam realizar

independentemente de contraprestação direta em

bens ou serviços

Amortização

da Dívida STN

decorrem de despesas com o pagamento e/ou

refinanciamento do:

principal

atualização monetária

atualização cambial

OBSERVAÇÃO

Considera-se MATERIAL PERMANENTE o material de

DURAÇÃO SUPERIOR A DOIS ANOS.

95 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) Para

efeito de classificação da despesa, considera-se material para consumo o de

duração inferior a:

a) dois meses.

b) três meses.

c) seis meses.

d) um ano.

e) dois anos.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

da DÍVIDA

PÚBLICA

- Interna

- Externa - Contratual - Mobiliária

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

210

A referência é o § 2º, do art. 15, da Lei nº 4.320/64, que dispõe

exatamente o que está na questão.

96 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007)

Classificam-se como despesas de capital os encargos relativos:

a) às despesas de exercícios anteriores.

b) à aquisição de imóvel já em utilização.

c) ao pagamento de juros sobre a dívida pública.

d) ao suprimento de fundos.

e) à manutenção de bens imóveis.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (b).

Item (a) e (d) – as despesas de exercícios anteriores – DEA e os

suprimentos de fundos são assuntos que veremos mais adiante. Mas, mesmo

que não saibamos no momento, registramos que a DEA pode ser uma despesa

de capital ou uma despesa corrente. Para tal, teremos verificar qual foi a

origem da DEA.

No entanto, os suprimentos de fundos são se referem a despesas

correntes, pois a legislação assim determina.

Por favor, revejam essa questão após comentarmos os 2 assuntos.

Os itens (c) e (e) se referem a despesas correntes.

97 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) As

dotações destinadas à constituição ou ao aumento do capital de entidades ou

empresas, que visem a objetivos comerciais ou financeiros, são classificadas

no orçamento como:

a) despesas de custeio.

b) investimentos.

c) inversões financeiras.

d) transferências correntes.

e) despesas adicionais.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

211

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (c).

Questão fundamentada no inciso III, do § 5º, do art. 12, da Lei nº

4.320/64.

98 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) As

dotações para amortização da dívida pública constituem:

a) transferências de capital.

b) subvenções sociais.

c) subvenções econômicas.

d) despesas extra-orçamentárias.

e) superveniências passivas.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (a).

O fundamento da questão fundamentada está na parte final do § 6º, do

art. 12, da Lei nº 4.320/64.

99 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) As dotações para

investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público

ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em

bens ou serviços para o ente público que fornecerá os recursos, são

denominadas:

a) subvenções econômicas.

b) transferências de capital.

c) subvenções sociais.

d) transferências correntes.

e) despesas extra-orçamentárias.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (b).

O fundamento da questão fundamentada está nas partes inicial e

intermediária do § 6º, do art. 12, da Lei nº 4.320/64.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

212

Observem que as Bancas adoram os conceitos de SUBVENÇÕES

ECONÔMICAS, INVERSÕES FINANCEIRAS e TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL,

pois seus conceitos não são de simples assimilação.

Mas com vocês, isso não vai acontecer, ok ?

1.2 - A PROGRAMAÇÃO E A DESCENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA

Esses assuntos estão ligados de forma intrínseca ao tema da

EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA.

1.2.1 - A PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA

Considera-se PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA o conjunto de ações

voltadas para o estabelecimento do FLUXO DE CAIXA do TESOURO para o

período de um exercício financeiro.

Seu principal objetivo é garantir às UOs os RECURSOS

FINANCEIROS necessários e suficientes para que se executem e

alcancem as finalidades propostas pelo PROGRAMA DE TRABALHO.

Assim, a PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA busca alcançar o

equilíbrio entre a RECEITA ARRECADADA e a DESPESA REALIZADA.

Para tal, adotam-se como referências a RECEITA ESTIMADA (ou

PREVISTA), os limites e a demanda orçamentários da despesa, bem como se

haverá déficit ou superávit, ou seja, a tendência do resultado.

A Secretaria do Tesouro Nacional – STN administra o sistema de

programação financeira da União. Além disso, os Órgãos Setoriais de

Programação Financeira – OSPF e as Unidades Gestoras compõem o sistema.

A Programação Financeira é composta por 2 fases que são a

SOLICITAÇÃO e a APROVAÇÃO.

A SOLICITAÇÃO se faz por meio de um documento formal chamado

de Proposta de Programação Financeira – PPF. As unidades executoras fazem

suas solicitações juntos aos seus órgãos SETORIAS que, por sua vez, o fazem

junto ao ÓRGÃO CENTRAL (STN).

A APROVAÇÃO dos RECURSOS FINANCEIROS solicitados cabe à

STN que os libera para os ÓRGÃOS SETORIAS.

Estes, após aprovação em seu nível, autorizam os valores às

unidades que executam efetivamente o orçamento, ou seja, as UGs.

Na fase de APROVAÇÃO, o documento utilizado entre os atores

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

213

envolvidos se chama Proposta de Programação Aprovada – PPA.

Em termos contábeis, ou seja, no âmbito da CONTABILIDADE

PÚBLICA, o registro dessas etapas da programação se dá por meio da NOTA

DE PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA – NF.

1.2.2 - A DESCENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA

Ao se passar pelas fases de solicitação e aprovação, efetuam-se as

DESCENTRALIZAÇÕES DE RECURSOS FINANCEIROS. Nesse momento, as

unidades e órgãos que fazem parte do sistema de programação financeira

transacionam as disponibilidades.

Essa movimentação de se descentralizar RECURSOS

FINANCEIROS, possui 3 tipos de procedimentos (“CoReS”), que são:

COTA:

é a fase que inicia a descentralização financeira.

é a transferência de disponibilidades do órgão central da

programação financeira para os órgãos setoriais do sistema.

depende de arrecadação efetiva de disponibilidades pelo

Tesouro Nacional.

é condicionada ao montante de compromissos/vínculos de

recursos financeiros adotados pelo órgão.

REPASSE:

é a descentralização dos recursos financeiros que se vinculam

ao orçamento e que foram recebidos da STN sob a forma de

COTAS.

ocorre quando os órgãos setoriais do sistema de

programação financeira transferem as disponibilidades a

outro órgão.

SUBREPASSE:

é a descentralização dos recursos financeiros que se vinculam

ao orçamento, sendo efetuada pelos órgão setoriais para UOs

ou UAs integrantes de sua própria estrutura.

Para encerrarmos, vamos trazer um diagrama que consolida os 2

planos da EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

214

MNEMÔNICO

Do De

P

DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA

DoDeP

DESCENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA

CoReS

MNEMÔNICO

Co Re

S

DESCENTRALIZAÇÃO

ORÇAMENTÁRIA ÓRGÃO CENTRAL

SOF

FINANCEIRA ÓRGÃO CENTRAL

STN

UNIDADE ORÇAMENTÁRIA

A

UNIDADE ORÇAMENTÁRIA

B

UNIDADE

ADMINISTRATIVA

A

UNIDADE

ADMINISTRATIVA

A

UNIDADE ORÇAMENTÁRIA

A

UNIDADE ORÇAMENTÁRIA

B

UNIDADE

ADMINISTRATIVA

B

UNIDADE

ADMINISTRATIVA

B

DO

TA

ÇÃ

O

DO

TA

ÇÃ

O

CO

TA

PR

OV

ISÃO

PR

OV

ISÃO

SUB

-REP

ASSE

SUB

-REP

ASSE

CO

TA

REPASSE DESTAQUE

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

215

DICA: Basta lembrar que a “cor do dinheiro é verde” e associar à

descentralização de $$$.

CAIU NA PROVA!

100 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO - MPU/2007) Na execução

orçamentária e financeira, os termos destaque e repasse estão relacionados,

respectivamente, com:

a) obtenção de autorização para créditos extraordinários e créditos especiais.

b) fixação da reserva de contingências e liberação financeira de créditos

adicionais.

c) autorização de despesa orçamentária e previsão de receita extra-

orçamentária.

d) autorização orçamentária e transferência de recursos financeiros.

e) autorização de despesa extra-orçamentária e arrecadação de receita

orçamentária.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (d).

Depois de nosso esquema e de nossos mnemônicos, fica fácil de

responder essa. Não se esqueçam de fixarem os 2 planos: ORÇAMENTÁRIO e

FINANCEIRO.

Pessoal, vamos tratar do assunto “COMPONENTES DA

PROGRAMAÇÃO FÍSICA E DA PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA DOS GASTOS

PÚBLICOS”.

Logo de cara, segue um mantra....

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

216

MANTRA!

COMPONENTES DA PROGRAMAÇÃO FÍSICA E DA PROGRAMAÇÃO

FINANCEIRA DOS GASTOS PÚBLICOS

COMPONENTE DA PROGRAMAÇÃO FÍSICA

META FÍSICA

COMPONENTES DA PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA

NATUREZA DE DESPESA - CGME

C - CATEGORIA ECONÔMICA DA DESPESA

G – GRUPO DE NATUREZA DA DESPESA

M - MODALIDADE DE APLICAÇÃO

E – ELEMENTO DE DESPESA

IDENTIFICADOR DE USO – IDUSO

IDENTIFICADOR DE DOAÇÃO E DE OPERAÇÃO DE CRÉDITO – IDOC

IDENTIFICADOR DE RESULTADO PRIMÁRIO

Para o entendimento inicial, devemos rever o quadro que

apresentamos sobre a Estrutura Programática do Orçamento completa.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

217

Com esse quadro, iremos iniciar a descrição dos conceitos que

ainda não abordamos e que fazem parte dos COMPONENTES DA

PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA.

NATUREZA DE DESPESA - ND

De acordo com os arts. 8º, 12 e 13 da Lei nº 4.320/64, combinado

com o Anexo II da Portaria Interministerial nº 163/2001, a classificação por

natureza de despesa é o conjunto de informações orçamentárias que formam

um código decimal.

Este código identifica a discriminação da despesa orçamentária. Ele

é composto pelos números que informam a categoria econômica, o grupo a

que pertence, a modalidade de aplicação e o elemento da despesa

(mnemônico: “CGME”).

No sistema orçamentários, a ND tem o seguinte código composto

por 6 algarismos:

Dígito

Dígito

Dígito

Dígito

Dígito

Dígito

C G M E

C - CATEGORIA ECONÔMICA DA DESPESA

G – GRUPO DE NATUREZA DA DESPESA

M - MODALIDADE DE APLICAÇÃO

E – ELEMENTO DE DESPESA

FRASE MNEMÔNICA

“A NATUREZA DE DESPESA É O COMANDO GERAL

DO MINISTÉRIO ESTADUAL”

(ND => CGME)

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

218

CATEGORIA ECONÔMICA DA DESPESA

Nesse assunto já estamos mestrados.... Mesmo assim, cabe o

registro dos códigos da CATEGORIA ECONÔMICA DAS DESPESAS, que são:

3 - Despesas Correntes

4 - Despesas de Capital

Ainda temos outro código da Categoria Econômica. De acordo com

o art. 8º da Portaria Interministerial SOF-STN nº163/2001, para efeito de

identificação, utiliza-se a Categoria Econômica “9” como Reserva de

Contingência.

Por favor, não se esqueçam de sempre olhar o modelo que

passamos, a fim de facilitar o entendimento de nossas explicações.

GRUPO DE NATUREZA DA DESPESA - GND

É um agregador de elementos de despesa com as mesmas

características quanto ao objeto de gasto.

Vejamos os códigos do GND:

1 - Pessoal e Encargos Sociais

2 - Juros e Encargos da Dívida

3 - Outras Despesas Correntes

4 - Investimentos

5 - Inversões financeiras

6 - Amortização da Dívida

9 - Reserva de Contingência

MODALIDADE DE APLICAÇÃO - MA

Destina-se a indicar se os recursos serão ou não aplicados por

meio de transferência financeira.

Incluem-se nesse conceito as transferências decorrentes de

descentralização orçamentária para:

outras esferas de Governo

seus órgãos ou entidades

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

219

descentralização orçamentária direta para:

entidades privadas sem fins lucrativos

outras instituições

descentralização orçamentária direta para:

unidade detentora do crédito orçamentário

outro órgão ou entidade no âmbito do mesmo nível de Governo.

Seu principal objetivo é a eliminação da dupla contagem dos

recursos descentralizados ou dos transferidos.

Os códigos da Modalidade de Aplicação são:

20 - Transferências à União

30 - Transferências a Estados e ao Distrito Federal

40 - Transferências a Municípios

50 - Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos

60 - Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos

70 - Transferências a Instituições Multigovernamentais

71 - Transferências a Consórcios Públicos

80 - Transferências ao Exterior

90 - Aplicações Diretas

91 - Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e

Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social

99 - A Definir

A partir de agora, mostraremos algumas definições de Modalidades

de Aplicação para facilitarmos o entendimento.

20 - Transferências à União

São as despesas orçamentárias realizadas pelos Estados,

Municípios ou pelo Distrito Federal, por meio de transferência de recursos

financeiros à União. Incluem-se nessas transferências, as realizadas para as

entidades da administração indireta da União.

71 - Transferências a Consórcios Públicos

São as despesas efetuadas por meio de transferência de recursos

financeiros a entidades criadas sob a forma de consórcios públicos nos termos

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

220

da Lei nº 11.107/2005. Tais transferências objetivam a execução dos

programas e ações dos respectivos entes consorciados.

90 - Aplicações Diretas

Ocorre quando as Unidades Orçamentárias - UOs utilizam/aplicam

diretamente os créditos alocados para as UOs.

Também abrangem os créditos oriundos de descentralização de

outras entidades integrantes ou não dos Orçamentos Fiscal ou da Seguridade

Social, desde que ocorra no âmbito da mesma esfera de governo.

99 - A Definir

É uma Modalidade de utilização exclusiva do Poder Legislativo ou

para classificação orçamentária da Reserva de Contingência e da Reserva do

Regime Previdenciário Próprio dos Servidores.

Enquanto não houver sua definição, é proibida a execução

orçamentária, pois é uma “Modalidade Provisória”. Ao se definir, ela entra em

um dos códigos anteriores.

ELEMENTO DE DESPESA

Seu objetivo é a identificação dos objetos de gasto. Citamos como

exemplos:

vencimentos e vantagens fixas

juros

diárias

material de consumo

serviços de terceiros prestados sob qualquer forma

subvenções sociais

obras e instalações

equipamentos e material permanente

auxílios

amortização

outros que a administração pública utiliza para atingir suas finalidades.

Os códigos dos elementos de despesa estão definidos no Anexo II

da Portaria Interministerial nº 163/2001.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

221

Trazemos alguns exemplos para ilustrar o assunto.

01 - Aposentadorias e Reformas

Despesas orçamentárias com pagamentos de inativos civis,

militares reformados e segurados do plano de benefícios da previdência social.

03 - Pensões

Despesas orçamentárias com pensionistas civis e militares;

pensionistas do plano de benefícios da previdência social; pensões concedidas

por lei específica ou por sentenças judiciais.

04 - Contratação por Tempo Determinado

Despesas orçamentárias com a contratação de pessoal por tempo

determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse

público, de acordo com legislação específica de cada ente da Federação,

inclusive obrigações patronais e outras despesas variáveis, quando for o caso.

92 - Despesas de Exercícios Anteriores

Despesas orçamentárias com o cumprimento do disposto no art. 37

da Lei nº 4.320/1964, que assim estabelece:

“Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento

respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las,

que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar

com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o

encerramento do exercício correspondente, poderão ser pagas à conta de

dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elemento,

obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica”.

99 - A Classificar

Elemento transitório que deverá ser utilizado enquanto se aguarda

a classificação em elemento específico, vedada a sua utilização na execução

orçamentária.

IDENTIFICADOR DE USO – IDUSO

Seu objetivo é completar a informação relativa à aplicação dos

recursos.

Além disso, visa indicar se os recursos compõem contrapartida

nacional de empréstimos ou de doações ou destinam-se a outras aplicações,

constando da lei orçamentária e de seus créditos adicionais.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

222

IDENTIFICADOR DE DOAÇÃO E DE OPERAÇÃO DE CRÉDITO -

IDOC

Identifica as doações de entidades internacionais ou operações de

crédito contratuais alocadas nas ações orçamentárias, com ou sem

contrapartida de recursos da União.

O número do IDOC também é utilizado nas ações de pagamento de

amortização, juros e encargos, a fim de identificar a operação de crédito a que

se referem os pagamentos.

Quando os recursos não se destinarem a contrapartida nem se

referirem a doações internacionais ou operações de crédito, o IDOC será 9999.

CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA POR IDENTIFICADOR DE

RESULTADO PRIMÁRIO

Tem caráter indicativo e seu objetivo é auxiliar a apuração do

resultado primário previsto na LDO.

Este identificador deve constar no PLOA e na respectiva LOA em

todos os grupos de natureza da despesa – GNDs.

De acordo com o § 5º do art. 7º do LDO 2010, nenhuma ação terá,

ao mesmo tempo, dotações destinadas a despesas financeiras e primárias,

exceto as relativas à reserva de contingência.

OBSERVAÇÃO

Na base do Sistema Orçamentário de programação, a Ação e o Subtítulo

(Localizador de Gasto) são identificados por um código alfanumérico de

8 dígitos.

O 1º desses dígitos identificará o tipo de ação, conforme o seguinte:

1, 3,5 ou 7 = Projeto “(ímPares)”

2, 4, 6 ou 8 = Atividade “(pAres)”

0 = Operação Especial “(zero lembra O)”

9 = Ação não Orçamentária (ação sem dotação nos

orçamentos na União, mas que participa dos programas

do PPA)

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

223

CAIU NA PROVA!

101 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007)

Considere o seguinte código de um programa de trabalho:

36 Ministério da Saúde

211 Fundação Nacional da Saúde

10 Saúde

302 Assistência Hospitalar e Ambulatorial

0004 Qualidade e Eficiência do SUS

3863 Implantação/Ampliação de Unidade de Saúde do SUS

O número que designa o projeto é:

a) 3863

b) 302

c) 211

d) 10

e) 0004

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (a).

Pessoal, nesse tipo de questão não precisamos saber os números, mas

sim a sequência do código, como veremos nas explicações a seguir.

De acordo com os tópicos 2.2.1.3 e 2.2.2.3.5 do MTO-2010, temos a

seguinte correspondência entre os código apresentados.

ÓRGÃO: 36 Ministério da Saúde

UNIDADE ORÇAMENTÁRIA: 211 Fundação Nacional da Saúde

FUNÇÃO: 10 Saúde

SUBFUNÇÃO: 302 Assistência Hospitalar e Ambulatorial

PROGRAMA: 0004 Qualidade e Eficiência do SUS

AÇÃO: 3863 Implantação/Ampliação de Unidade de Saúde do SUS

Por fim, devemos lembrar que, se a AÇÃO tem seu 1º dígito como um nº

ímpar (3), estaremos diante de um PROJETO.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

224

102 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007)

Considere o seguinte código de um programa de trabalho:

39 Ministério dos Transportes

201 Departamento Nacional de Estradas de Rodagem

26 Transporte

782 Transporte Rodoviário

0663 Segurança nas Rodovias Federais

2324 Manutenção da Sinalização Rodoviária

O número que designa a subfunção é :

a) 39

b) 26

c) 782

d) 0663

e) 2324

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (a).

De acordo com os tópicos 2.2.1.3 e 2.2.2.3.5 do MTO-2010, temos a

seguinte correspondência entre os códigos apresentados.

ÓRGÃO: 39 Ministério dos Transportes

UNIDADE ORÇAMENTÁRIA: 201 Departamento Nacional de Estradas de

Rodagem

FUNÇÃO: 26 Transporte

SUBFUNÇÃO: 782 Transporte Rodoviário

PROGRAMA: 0663 Segurança nas Rodovias Federais

AÇÃO: 2324 Manutenção da Sinalização Rodoviária

Nesta questão a AÇÃO tem seu 1º dígito como um nº par (2), logo

estamos diante de uma ATIVIDADE.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

225

103 - (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO – SEFAZ-SP/2009) São

componentes da programação financeira dos gastos públicos:

a) funcional programática, classificação econômica e modalidade de aplicação.

b) projeto e/ou atividade, programa e classificação econômica.

c) órgão central de programação financeira, órgão setorial financeiro e unidade

executora.

d) natureza da despesa, categoria de programação financeira e modalidade de

aplicação.

e) natureza da despesa, modalidade de aplicação, grupo de natureza da

despesa e categoria econômica.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

O item (e) está de acordo com o tópico 2.2.3 do Manual Técnico do

Orçamento - MTO 2010.

1.3 – DESPESA PÚBLICA: RELACIONAMENTO DO REGIME

ORÇAMENTÁRIO COM O REGIME DE COMPETÊNCIA

Precisamos entrar um pouco na área da Contabilidade Pública de

forma a aprofundarmos esse tema.

É comum encontrarmos na doutrina contábil a interpretação do

artigo 35 da Lei nº 4.320/1964, de que na área pública o regime contábil é um

regime misto, ou seja, regime de competência para a despesa e de Caixa para

a receita.

No entanto, a Contabilidade Aplicada ao Setor Público, assim como

qualquer outro ramo da ciência contábil, obedece aos princípios fundamentais

de contabilidade.

Assim, aplica-se o princípio da competência em sua

integralidade, ou seja, tanto na receita quanto na despesa.

Na verdade, o artigo 35 da Lei nº 4.320/1964 refere-se ao regime

orçamentário e não à contabilidade aplicável ao setor governamental. É a

partir do artigo 83 é que a referida Lei trata da Contabilidade.

Desta forma, a Lei nº 4.320/1964, em seus artigos 85, 89, 100 e

104, determina que as variações patrimoniais deverão ser evidenciadas, sejam

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

226

elas independentes ou resultantes da execução orçamentária.

Observa-se que, além do registro dos fatos ligados à execução

orçamentária, exige-se a evidenciação dos fatos ligados à execução financeira

e patrimonial.

Além disso, os fatos modificativos terão que ser levados à conta de

resultado e que as informações contábeis permitam o conhecimento da

composição patrimonial e dos resultados econômicos e financeiros de

determinado exercício.

Logo, com o objetivo de evidenciar o impacto no Patrimônio, deve

haver o registro da despesa em função do fato gerador, observando os

Princípios da Competência e da Oportunidade.

No entanto, em alguns casos, como no registro de despesas

antecipadas, deve ocorrer o registro do empenho, da liquidação e do

pagamento em contas específicas antes da ocorrência do fato gerador.

Além disso, deve-se observar a proibição de se efetuar a realização

de despesa sem prévio empenho.

Porém, é possível compatibilizar e evidenciar, de maneira

harmônica, as alterações patrimoniais e as alterações orçamentárias ocorridas

na entidade, cumprindo assim, os Princípios Fundamentais de Contabilidade e

o disposto na Lei nº 4.320/64.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

227

CAPÍTULO 7

1 – Receita pública: fontes; dívida ativa.

1.1 – A CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA POR NATUREZA

Pessoal, esse tópico possui alguns temas atrelados que iremos

tratar a partir de agora. Estamos dando de lambuja uma série de informações

complementares para todos fazermos um bom estudo desse nosso curso.

Então..... Essa classificação visa alcançar a melhor forma de

identificar a origem do recurso, de acordo com seu fato gerador.

Em razão da constante necessidade de atualização e de melhor

identificação das entradas/ingressos aos cofres públicos, a classificação se

desdobrou em seis níveis.

Esses níveis, segundo o esquema apresentado a seguir, compõem

o código identificador de 8 DÍGITOS da natureza de receita.

X Y Z W TT KK

CATEGORIA

ECONÔMICA ORIGEM ESPÉCIE RUBRICA ALÍNEA SUBALÍNEA

MNEMÔNICO

COERAS

Não podemos nos esquecer de que o “AS” tem 2 dígitos cada.

Passamos agora aos comentários relativos a cada nível desses 8

DÍGITOS identificadores da natureza da receita.

1.1.1 - CATEGORIA ECONÔMICA DA RECEITA

Já vimos que a receita pública se classifica em duas categorias

econômicas: RECEITAS CORRENTES e RECEITAS DE CAPITAL.

Além dessas, para efeitos de codificação, temos as RECEITAS

CORRENTES INTRA-ORÇAMENTÁRIAS e as RECEITAS DE CAPITAL INTRA-

ORÇAMENTÁRIAS.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

228

Os códigos são os seguintes:

1 - Receitas Correntes

2 - Receitas de Capital

7 - Receitas Correntes Intra-Orçamentárias

8 - Receitas de Capital Intra-Orçamentárias

Aproveitamos a oportunidade para fazermos um parênteses, a fim

de, adicionalmente, destacar a diferença entre Receita de Capital e Receita

Financeira.

A concepção de Receita Financeira apareceu quando o Brasil

passou a adotar a metodologia de apuração do RESULTADO PRIMÁRIO, em

razão de acordos com o Fundo Monetário Internacional - FMI.

Assim, denominam-se Receitas Financeiras aquelas que não são

consideradas na apuração do resultado primário. São exemplos:

as derivadas de aplicações no mercado financeiro

as relativas à rolagem e emissão de títulos públicos

as provenientes de privatizações, entre outras

Como novidade, a Portaria Interministerial nº 338/2006, que

alterou o Anexo I da Portaria 163/2001, criou, a partir do exercício de 2007,

uma nova classificação: as Receitas Correntes Intra-Orçamentárias e as

Receitas de Capital Intra-Orçamentárias.

Essas novas classificações NÃO CONSTITUEM NOVAS

CATEGORIAS ECONÔMICAS DE RECEITA.

Erick, então o que elas são ?

São apenas especificações das categorias corrente e de capital, de

forma que possibilite a identificação das respectivas operações intra-

orçamentárias e, dessa forma, evitar a dupla contagem de tais receitas.

CAIU NA PROVA!

104 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) É um

exemplo de receita extra-orçamentária:

a) receitas industriais.

b) cauções em dinheiro.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

229

c) receitas patrimoniais.

d) receitas de capital.

e) amortizações de empréstimos concedidos.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (b).

Temos que relembrar que RECEITAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS são

“ENTRADAS COMPENSATÓRIAS NO ATIVO E NO PASSIVO FINANCEIRO”. Logo,

as CAUÇÕES EM DINHEIRO são consideradas RECEITAS

EXTRAORÇAMENTÁRIAS.

Os demais itens se referem aos Mnemônicos: ”TCPAISTransOu” e

”AOAmorTransOu”.

Os itens (a) e (c) são RECEITAS CORRENTES e os itens (d) e (e) são

RECEITAS DE CAPITAL.

105 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Os estágios da

receita pública são, em ordem cronológica,

a) lançamento, previsão, recolhimento e arrecadação.

b) lançamento, previsão, arrecadação e recolhimento.

c) previsão, lançamento, recolhimento e arrecadação.

d) previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento.

e) arrecadação, lançamento, previsão e recolhimento.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (d).

Essa questão é para relembrarmos a AULA DEMONSTRATIVA e do

mnemônico relacionado às fases ou estágios da receita que são, NA

SEQUÊNCIA: “PLAR” = PREVISÃO – LANÇAMENTO – ARRECADAÇÃO –

RECOLHIMENTO.

No caso dos estágios da despesa, temos o “FELP” = FIXAÇÃO –

EMPENHO – LIQUIDAÇÃO - PAGAMENTO.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

230

106 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Trata-se de

uma receita derivada:

a) receitas de aluguéis de imóveis de propriedade do ente público.

b) dividendos recebidos de empresas estatais.

c) receitas de atividades industriais promovidas pelo ente público.

d) receitas de contribuições sociais.

e) doações recebidas pelo ente público.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (d).

Os itens (a), (b), (c) e (e) são RECEITAS ORIGINÁRIAS.

Para revisarmos:

a) Receitas Derivadas ou Receitas de Economia Pública ou

Receitas de Direito Público: são as que derivam do poder impositivo da

soberania do Estado sobre o patrimônio alheio, ou seja, é unilateral e obriga o

particular a “contribuir” e pagar determinado valor.

Nesta classificação, Estado e particular se encontram em patamares

distintos, onde a coercitividade do Estado prevalece.

Para reforçar essa classificação, o Art. 9º da Lei nº 4.320/64, reafirma

essa classificação ao dizer que: “Tributo é a receita derivada instituída

pelas entidades de direito publico, compreendendo os impostos, as

taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes

em matéria financeira, destinado-se o seu produto ao custeio de

atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades.”

Ex.: Receitas provenientes de impostos, de empréstimos

compulsórios e de contribuições sociais.

b) Receitas Originárias ou Receitas de Economia Privada ou

Receitas de Direito Privado: são as que se originam de atos negociais, onde

o Estado não exerce o seu Poder de Império, pois Estado e particular se

encontram em um mesmo patamar.

Em síntese, também são as Receitas Públicas originadas do uso de bens

e de empresas de propriedade do Estado, em sua atuação como produtor de

bens e serviços.

Ex.: Receitas provenientes da alienação de bens e de aluguéis

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

231

recebidos pelo Estado.

107 - (ESAF/ANALISTA – ÁREA ADMINSTRATIVA – MPU/2004) Com

base na classificação da receita pública por fonte, indique a única opção que

não é incluída nas receitas correntes.

a) Operações de Crédito.

b) Receita Agropecuária.

c) Receita Tributária.

d) Receita Patrimonial.

e) Receita de Contribuições.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (a).

Mnemônicos: ”TCPAISTransOu” e ”AOAmorTransOu”

Assim, temos que os demais itens se referem a receitas correntes.

1.1.2 - ORIGEM

Está relacionada ao detalhamento da classificação econômica

das receitas.

Assim, de acordo com a Lei nº 4.320/64, essa classificação tem por

finalidade a identificação da origem das receitas no momento em que elas

ingressam no patrimônio público.

Em relação às receitas correntes, essa classificação serve para

identificar se as receitas são:

compulsórias (como no caso dos tributos e das contribuições)

provenientes das atividades em que o Estado atua diretamente na

produção (agropecuárias, industriais ou de prestação de serviços)

decorrentes da exploração do seu próprio patrimônio (receitas

patrimoniais)

decorrentes de transferências destinadas ao atendimento de

despesas correntes ou de outros ingressos

Quanto às receitas de capital, a origem identifica as receitas

decorrentes:

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

232

de operações de crédito

da alienação de bens

da amortização dos empréstimos

das transferências destinadas ao atendimento de despesas de

capital

Adotam-se os seguintes códigos da origem para as receitas

correntes e de capital:

1.1.3 - ESPÉCIE

Refere-se ao nível de classificação que está atrelado à Origem

e que é composto por títulos. Estes permitem qualificar com maior detalhe o

fato gerador de tais receitas.

Exemplo: Origem: 1-Receita Tributária (receita proveniente de

tributos).

Assim, podemos identificar as suas espécies da seguinte forma:

impostos

taxas

contribuições de melhoria

Desta forma, cada uma dessas receitas tributárias possui uma

espécie de tributo diferente das demais.

RECEITAS CORRENTES RECEITAS DE CAPITAL

1. Receita Tributária

2. Receita de Contribuições

3. Receita Patrimonial

4. Receita Agropecuária

5. Receita Industrial

6. Receita de Serviços

7. Transferências Correntes

9. Outras Receitas Correntes

1. Operações de Crédito

2. Alienação de Bens

3. Amortização de Empréstimos

4. Transferências de Capital

5. Outras Receitas de Capital

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

233

1.1.4 - RUBRICA

Refere-se ao nível da classificação da receita que detalha a

espécie com maior precisão. Ela especifica a origem dos recursos

financeiros.

Além disso, agrega determinadas receitas com características

próprias e semelhantes entre si.

1.1.5 - ALÍNEA

É o nível que apresenta o nome da receita propriamente dita.

Esse nome corresponde ao registro decorrente da entrada de recursos

financeiros.

1.1.6 - SUBALÍNEA

Corresponde ao nível mais analítico da receita, o qual recebe o

registro de valor, pela entrada do recurso financeiro, quando houver

necessidade de maior detalhamento da alínea.

Exemplo de Natureza da Receita: CÓDIGO 1.1.1.2.04.10

EXEMPLO

CÓDIGO DE NATUREZA DA RECEITA

1.1.1.2.04.10

1 = RECEITA CORRENTE

1 = RECEITA TRIBUTÁRIA

1 = IMPOSTOS

2 = IMPOSTO SOBRE O PATRIMÔNIO E A RENDA

04 = IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS

DE QUALQUER NATUREZA

10 = PESSOA FÍSICA

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

234

1.2 – A CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA POR FONTES DE RECURSOS

Como vimos no tópico anterior, a classificação por natureza da

receita visa a melhor identificação da origem do recurso, segundo seu fato

gerador.

Porém, há a necessidade de classificar a receita de acordo com a

destinação legal dos recursos arrecadados. Em razão disso, o Governo Federal

instituiu um mecanismo chamado “fontes de recursos”.

Essas fontes de recursos são formadas por determinados

agrupamentos de naturezas de receitas. As fontes atendem a uma

determinada regra de destinação legal. Elas servem para indicar como são

financiadas as despesas orçamentárias.

Entende-se por fonte de recursos a origem ou a procedência

dos recursos que devem ser gastos com uma determinada finalidade. Desta

forma, é necessária a individualização desses recursos, a fim de se evidenciar

sua aplicação segundo a determinação legal.

A classificação de fontes de recursos consiste de um código de três

dígitos. O 1º dígito define o GRUPO DE FONTES DE RECURSOS. Os 2º e 3º

dígitos correspondem às ESPECIFICAÇÕES DAS FONTES DE RECURSOS.

Exemplo: Fonte 100

RECURSOS DO TESOURO - EXERCÍCIO CORRENTE (1)

RECURSOS ORDINÁRIOS (00)

s de Recursos

1.3 – A CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA POR GRUPOS

É a classificação que busca identificar quais são os agentes

arrecadadores, fiscalizadores e administradores da receita e qual o nível de

vinculação das mesmas.

No Orçamento da União utilizam-se os seguintes grupos:

Receitas Próprias

Receitas Administradas

Receitas de Operações de Crédito

Receitas Vinculadas

Demais Receitas

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

235

1.3.1 - RECEITAS PRÓPRIAS

São do grupo de receitas cuja arrecadação tem origem no esforço

próprio dos órgãos e demais entidades governamentais.

Referem-se às atividades:

de fornecimento de bens

de serviços facultativos

relativas à exploração econômica do patrimônio remunerada por preço

público ou tarifas

relativas ao produto da aplicação financeira dos recursos anteriormente

citados

Via de regra, são receitas que têm como fundamento legal os

contratos firmados entre as partes, amparados pelo Código Civil e legislação

correlata.

Elas não possuem destinação específica e são vinculadas à unidade

orçamentária arrecadadora. Além disso, são arrecadadas mediante Guia de

Recolhimento da União – GRU e centralizadas em uma conta de referência do

Tesouro Nacional mantida junto ao Banco do Brasil.

Destaca-se que o banco tem dois dias para repassar os recursos

para a conta única do Tesouro.

1.3.2 - RECEITAS ADMINISTRADAS

São as auferidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil -

SRFB com amparo legal no Código Tributário Nacional e leis conexas.

A SRFB é o órgão competente para fiscalizar e administrar esses

recursos. Essas receitas são arrecadadas por meio de Documento de

Arrecadação de Receitas Federais - DARF ou Guia da Previdência Social – GPS,

junto aos bancos arrecadadores credenciados pela SRFB.

1.3.3 - RECEITAS DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO

Decorrem da colocação de títulos públicos ou da contratação de

empréstimos e financiamentos obtidos junto a entidades estatais ou privadas.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

236

1.3.4 - RECEITAS VINCULADAS

Relacionam-se aos recursos provenientes de concessões,

autorizações e permissões para uso de bens da União ou para exercício de

atividades de competência da União.

Compõem esse grupo as receitas vinculadas por determinação legal

e que a fiscalização, a administração e o manuseio ficam a cargo das entidades

com autorização legal para arrecadar.

São receitas que apresentam destinação previamente estabelecida,

em função da legislação, e que são vinculadas a uma finalidade específica.

1.3.5 - DEMAIS RECEITAS

Grupo destinado ao atendimento das receitas previstas em Lei ou

contrato, e que não se enquadram em nenhum dos grupos anteriores.

1.4 – DÍVIDA ATIVA

Erick, DÍVIDA é receita?

A DÍVIDA ATIVA É UMA RECEITA, por isso se chama ATIVA, já

que se refere a um direito potencial que o governo tem à sua disposição.

Ela abarca os créditos a favor da Fazenda Pública, desde que a

certeza e liquidez tenham sido apuradas, em razão de não terem sido

efetivamente recebidos nas datas previstas.

Como dissemos, é uma fonte potencial de fluxos de caixa, com

impacto positivo pela recuperação de valores. Significam créditos a receber,

e que são contabilmente reconhecidos no Ativo.

Atenção para não confundirmos com a Dívida Passiva.

Esta corresponde às obrigações do Ente Público para com terceiros.

Neste caso, são contabilmente registradas no Passivo e denominam-se Dívida

Pública.

Faz-se necessário registrar, dentro do Ativo dos Entes federados,

os créditos a favor da Fazenda Pública com prazos estabelecidos para

recebimento.

Destacamos que a Dívida Ativa corresponde a um conjunto de

créditos ou direitos de naturezas distintas em favor da Fazenda Pública. Esses

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

237

direitos e créditos possuem prazos estabelecidos na legislação pertinente, que

vencidos e não pagos pelos devedores, serão “cobrados” por meio de órgão ou

unidade específica instituída em lei.

Desta forma, a inscrição de créditos em Dívida Ativa representa um

fato permutativo que resulta da transferência de um valor não recebido no

prazo estabelecido.

Além disso, contabilizam-se juros e atualização monetária ou

quaisquer outros encargos aplicados sobre o valor inscrito em Dívida Ativa.

A inscrição em Dívida Ativa, em termos jurídicos, é um ato formal

de caráter declaratório da existência do crédito liquido e certo em favor da

Fazenda Pública.

Observem que a INSCRIÇÃO DA DÍVIDA ATIVA é uma receita

governamental, após a apuração da liquidez e certeza. Ela representa um

aumento da situação líquida patrimonial. Isso não quer dizer que sua

inscrição não poderá ser cancelada posteriormente.

CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO DA DÍVIDA ATIVA

O eventual cancelamento, por qualquer motivo, do

crédito inscrito em Dívida Ativa representa a sua

extinção e provoca diminuição na situação líquida

patrimonial, pois decorre da baixa do direito.

Também se consideram cancelamentos da inscrição da dívida

ativa, ou seja, que representem diminuição dos valores originalmente inscritos

em Dívida Ativa, os registros de:

abatimentos

anistia

outros valores

IMPORTANTE

A Dívida Ativa integra o grupamento de Contas a Receber e

constitui uma parcela do Ativo de grande destaque na

estrutura patrimonial de qualquer órgão ou entidade pública

Vamos montar um quadro sinótico sobre o tema DÍVIDA ATIVA.

diminuição não decorra do

efetivo recebimento da

dívida ativa

Desde que a

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

238

DÍVIDA ATIVA

é uma receita, quando ocorrer sua inscrição

classifica-se economicamente como OUTRAS

RECEITAS CORRENTES

tem NATUREZA TRIBUTÁRIA ou NÃO-

TRIBUTÁRIA, a depender de onde se originou

abrange os valores correspondentes à

respectiva atualização monetária, à multa e

juros de mora e encargos

no âmbito da União, é apurada e inscrita na

Procuradoria da Fazenda Nacional - PGFN

A Dívida Ativa é uma espécie de crédito público, cuja matéria é

tratada exaustivamente no art. 39 da Lei 4320/64.

É nessa base legal que devemos destacar um ponto

importantíssimo. A DÍVIDA ATIVA TEM ou NATUREZA TRIBUTÁRIA ou

NATUREZA NÃO-TRIBUTÁRIA.

Erick, mas por que isso ?

O motivo é simples. Vamos analisar com exemplos.

Os créditos que um Ente possui em relação à DÍVIDA ATIVA podem

decorrer de:

um imposto atrasado (NATUREZA TRIBUTÁRIA)

um serviço prestado pelo Ente, mas que não foi pago

(NATUREZA NÃO-TRIBUTÁRIA)

valores referentes a:

juros

multa

atualização monetária

encargos

Vamos distinguir a DÍVIDA ATIVA TRIBUTÁRIA da NÃO-

TRIBUTÁRIA?

DE UMA DÍVIDA

ATIVA TRIBUTÁRIA OU

NÃO-TRIBUTÁRIA

DECORRENTES

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

239

CARACTERÍSTICAS

DÍVIDA ATIVA

TRIBUTÁRIA

decorre de obrigação legal relativa a tributos, bem

como a adicionais e multas atrelados a estes

DÍVIDA ATIVA

NÃO-TRIBUTÁRIA

corresponde aos demais créditos da Fazenda Pública

decorre de obrigação prevista em lei, regulamento

ou contrato.

corresponde as decorrentes de:

empréstimos compulsórios

contribuições estabelecidas em lei

multa de qualquer origem ou natureza =>

EXCETO as tributárias

foros

laudêmios

aluguéis ou taxas de ocupação

custas processuais

preços de serviços prestados por

estabelecimentos públicos

indenizações

reposições

restituições

alcances dos responsáveis julgados em definitivo

créditos decorrentes de:

obrigações em moeda estrangeira

sub-rogação de:

hipoteca

fiança

aval

outra garantia, de contratos em geral

ou de outras obrigações legais

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

240

Legenda de alguns dos termos relacionados ao Direito Civil que

colocamos no quadro anterior:

FOROS: privilégios, direitos

LAUDÊMIOS: pagamento devido e que se refere à alienação de

propriedade imobiliária usufruída em regime de enfiteuse.

ENFITEUSE: Corresponde a um aforamento. Também se refere a um

direito real alienável e transmissível aos herdeiros. Além disso, confere a

alguém o pleno gozo do imóvel mediante a obrigação de não deteriorá-lo

e de pagar um foro anual, em numerário ou em frutos.

Erick, você também falou sobre créditos decorrentes de

obrigações em moeda estrangeira. Como é que funciona isso?

Se o crédito da Fazenda Nacional estiver em moeda

estrangeira, esta observará as seguintes regras:

a autoridade administrativa competente

na data da notificação ou intimação do devedor

converte ao correspondente valor na moeda nacional

à taxa cambial oficial PARA COMPRA

Caso não se faça por autoridade administrativa, a conversão será

feita na data da inscrição da Dívida Ativa.

IMPORTANTE: A data de CONVERSÃO é a referência para a

atualização monetária e os juros de mora.

1.4.1 - PRESUNÇÃO DE CERTEZA E LIQUIDEZ E INSCRIÇÃO EM DÍVIDA

ATIVA

Cabe um registro interessante sobre o ato da inscrição. É ele que

confere legalidade ao crédito como dívida passível de ser cobrada.

Ainda, a Dívida Ativa inscrita goza da presunção de certeza e

liquidez. A inscrição tem equivalência de prova pré-constituída contra o

devedor.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

241

No entanto, a iniciativa do processo judicial de execução é

facultada ao Ente Público, representado pelos respectivos órgãos competentes.

1.4.2 - FORMAS DE RECEBIMENTO DA DÍVIDA ATIVA

O pagamento dos valores inscritos pode ser efetuado em dinheiro

ou em bens. Aplicando-se de forma geral os dispositivos constantes no Código

de Processo Civil e no Código Civil.

1.4.3 - DESPESAS RELACIONADAS À DÍVIDA ATIVA

Cobrar valores relacionados à DÍVIDA ATIVA gera um custo de

cobrança, o que acarrete em uma despesa.

No entanto, as despesas decorrentes de cobrança pela Fazenda

Pública deverão ser reconhecidas e pagas pelo processo normal, SEM

TRÂNSITO PELAS CONTAS RELATIVAS À DÍVIDA ATIVA.

Além disso, despesas acessórias ou de pequena monta,

relacionadas aos processos de cobrança, também deverão ser apropriadas

como encargos, SEM REFLEXO NA DÍVIDA ATIVA.

CAIU NA PROVA!

108 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) É

exemplo de receita de capital:

a) Receita de alienação de bens.

b) Receita patrimonial.

c) Inscrição de dívida ativa do ente público.

d) Receita industrial.

e) Aluguéis de imóveis públicos.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (a).

Mnemônico: ”AOAmorTransOu”

Importante destacar que a inscrição da dívida ativa do ente público (item

c) é considerada “OUTRAS RECEITAS CORRENTES”.

Os itens (b), (d) e (e) se referem a receitas correntes.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

242

109 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) É exemplo de

receita de capital:

a) receita decorrente de prestação de serviços.

b) receita industrial.

c) receita da venda de títulos da dívida pública.

d) receita decorrente da exploração de atividade agropecuária.

e) receita de aluguéis, foros e laudêmios.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (c).

Mnemônicos: ”TCPAISTransOu” e ”AOAmorTransOu”

Quando o governo vende títulos da dívida pública, ele está obtendo uma

RECEITA DECORRENTE DA “EXPLORAÇÃO” DE SEU CAPITAL.

Assim, temos que os demais itens se referem a receitas correntes.

Destaque para o item (e) que se refere a uma receita corrente PATRIMONIAL.

110 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) É

exemplo de receita corrente:

a) superávit do orçamento corrente.

b) receita de amortização de empréstimos concedidos pelo ente público.

c) receita de operações de crédito por antecipação de receita.

d) receita da alienação de bens.

e) juros e encargos sobre a dívida ativa.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

Não podemos esquecer que a dívida ativa também gera juros, se ela não

for paga após sua inscrição. Como é classificada como OUTRAS RECEITAS

CORRENTES, seus juros também o são.

Item (a) – é fonte de CRÉDITOS ADICIONAIS, apesar de sua natureza

corrente.

Item (b) – é RECEITA DE CAPITAL

Item (c) – é RECEITA DE CAPITAL

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

243

Item (d) – é RECEITA DE CAPITAL

111 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) É um exemplo

de receita extra-orçamentária:

a) aluguéis recebidos pelo ente público.

b) foros e laudêmios.

c) recebimento de depósitos judiciais.

d) receita de alienação de imóveis.

e) juros e multas sobre a dívida ativa.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (c).

De novo, RECEITAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS são “ENTRADAS

COMPENSATÓRIAS NO ATIVO E NO PASSIVO FINANCEIRO”.

Os RECEBIMENTOS DECORRENTES DE DEPÓSITOS JUDICIAIS são uma

das formas de se fazer uma CAUÇÃO EM DINHEIRO junto aos cofres públicos.

Desta forma, são consideradas RECEITAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS.

Os demais itens se referem aos Mnemônicos: ”TCPAISTransOu” e

”AOAmorTransOu”.

O item (a), (b) e (e) são RECEITAS CORRENTES e o item (d) é uma

RECEITA DE CAPITAL.

112 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Classificam-se

como receitas de capital as receitas:

a) industriais.

b) de operações de crédito.

c) provenientes da cobrança da dívida ativa.

d) patrimoniais.

e) decorrentes de indenizações recebidas pelo ente público.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (b).

Matamos os itens (a) e (d) por meio de nosso Mnemônico:

”TCPAISTransOu”.

O item (c) se refere a “OUTRAS RECEITAS CORRENTES”, como vimos em

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

244

questões anteriores.

No item (e), entendemos como uma receita corrente, pois as

indenizações, de acordo com o § 1º do art. 11, da Lei nº 4.320/64, são

provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito

público ou privado.

113 - (FCC/ANALISTA – CONTROLE INTERNO – MPU/2007) Integram a

Dívida Ativa Tributária os créditos da Fazenda Pública provenientes de:

a) foros, laudêmios ou taxas de ocupação.

b) preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos.

c) créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de sub-rogação

de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia.

d) empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei e aluguéis de

bens imóveis.

e) multas por descumprimento de obrigação legal relativa a tributos.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

Como vimos em quadro anterior, os itens (a), (b), (c) e (d) se referem à

DÍVIDA ATIVA DE NATUREZA NÃO-TRIBUTÁRIA

==============================================

Pessoal, antes de passarmos para o próximo tópico, lembramos

que nos editais anteriores o tópico da DÍVIDA ATIVA está na parte da

RECEITA. Logo, para não termos mais dúvida alguma: DÍVIDA ATIVA

CORRESPONDE A UMA RECEITA!

Vamos pegar um gancho desse raciocínio para passarmos ao tópico

seguinte. Assim registramos que SUPRIMENTOS DE FUNDOS, RESTOS A

PAGAR e DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES (DEA) SÃO

DECORRENTES DE DESPESAS !

Sigamos em frente.....

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

245

2 - Despesa pública: Suprimento de fundos, Restos a Pagar, Despesas

de exercícios anteriores.

2.1 – SUPRIMENTOS DE FUNDOS

Caracterizam-se como SUPRIMENTOS DE FUNDOS os

adiantamentos de valores a um servidor para futura prestação de contas.

Esse REGIME DE ADIANTAMENTO importa em uma despesa

orçamentária. Desta forma, para conceder o recurso ao agente suprido, faz-se

necessário percorrer os três estágios da despesa orçamentária: empenho,

liquidação e pagamento.

Erick, quais são os agentes envolvidos nos SUPRIMENTOS

DE FUNDOS?

São os seguintes:

ORDENADOR DE DESPESA

AGENTE SUPRIDO

Em termos patrimoniais, no momento da concessão não há

redução no patrimônio líquido. Assim, o SUPRIMENTO DE FUNDOS não

representa uma despesa pelo enfoque patrimonial, justamente por não haver

essa alteração.

Em relação ao objeto do gasto a ser efetuado pelo agente suprido,

na liquidação da despesa orçamentária, há 2 ocorrências simultâneas:

o registro de um passivo

a incorporação de um ativo, que representa:

o direito de receber um bem ou serviço

a devolução do numerário adiantado

Os SUPRIMENTOS DE FUNDOS se aplicam de forma OBRIGATÓRIA

à União, Estados, DF e Municípios, pois sua previsão legal está nos arts. 68 e

69 da Lei nº 4.320/64.

Não podemos esquecer que a Lei nº 4.320/64 estabelece NORMAS

GERAIS DE DIREITO FINANCEIRO para elaboração e controle dos orçamentos e

balanços DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DOS MUNICÍPIOS E DO DISTRITO

FEDERAL.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

246

Desta forma, cada Ente federado deve regulamentar o seu regime

de adiantamento, em observância às peculiaridades de seu sistema de controle

interno, a fim de se garantir a correta aplicação do dinheiro público.

Vamos ilustrar.

MANTRA !

SUPRIMENTOS DE FUNDOS

SUPRIMENTOS DE FUNDOS (REGIME DE ADIANTAMENTO)

corresponde à entrega de numerário a servidor

SEMPRE precedida de empenho na dotação própria

finalidade

realizar despesas que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação

NÃO SE PODE EFETUAR ADIANTAMENTO a:

responsável por dois adiantamentos

servidor que tenha a seu cargo a guarda ou utilização do material

a adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor

responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo,

não tenha prestado contas de sua aplicação

servidor declarado em alcance

REGRAS BÁSICAS:

Utiliza-se o suprimento de fundos nos seguintes casos:

para atender despesas eventuais, inclusive em viagem e com serviços

especiais, que exijam pronto pagamento

quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se

classificar em regulamento

para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas

cujo valor, em cada caso, não ultrapassar limite estabelecido em ato

normativo próprio (R$ 4.000,00 para a União)

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

247

Erick, o que é um servidor em alcance?

É aquele que:

no prazo estabelecido, não efetuou a comprovação dos recursos

recebidos

embora tenha apresentado a prestação de contas dos recursos, a

mesma tenha sido impugnada total ou parcialmente

CAIU NA PROVA!

114 - (FCC/ANALISTA – ORÇAMENTO – MPU/2007) Consiste na entrega

de numerário a servidor para realização de despesa que, por sua natureza ou

urgência, não possa subordinar-se ao processo normal da execução

orçamentária e financeira. Trata-se de:

a) empenho por estimativa.

b) suprimento de fundos.

c) restos a pagar.

d) diárias.

e) empenho global.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (b).

Em relação à definição de SUPRIMENTOS DE FUNDOS ou REGIME DE

ADIANTAMENTO, a referência do item (b) está no art. 68, da Lei nº 4.320/64.

Empenho GLOBAL e POR ESTIMATIVA são uma das formas de emissão

de empenho.

Os restos a pagar, que veremos a seguir, correspondem às despesas

orçamentárias empenhadas e não pagas, ao final de um exercício financeiro.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

248

115 - (FCC/TÉCNICO – CONTROLE INTERNO – MPU/2007) O suprimento

de fundos é:

a) o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação

de pagamento.

b) a verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e

documentos comprobatórios do respectivo crédito.

c) o produto de receitas especificadas que, por lei, se vinculam à realização de

determinados objetivos ou serviços.

d) o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a

despesa seja paga.

e) a modalidade de pagamento de despesa por meio de adiantamento a

servidor, que prestará contas posteriormente.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

Seguem as demais correspondências com os conceitos e os artigos da Lei

nº 4.320/64.

Item (a) – conceito de EMPENHO – art. 58

Item (b) – conceito de LIQUIDAÇÃO – art. 63

Item (c) – conceito de FUNDOS ESPECIAIS – art. 71

Item (d) – conceito de ORDEM DE PAGAMENTO – art. 64

2.2 – RESTOS A PAGAR OU RESÍDUOS PASSIVOS

Ao final de um exercício financeiro, as despesas orçamentárias

empenhadas e não pagas serão inscritas em Restos a Pagar e constituirão a

Dívida Flutuante.

Erick, o que é a Dívida Flutuante?

Ela faz parte da DÍVIDA PÚBLICA, que abarca também a dívida

fundada (ou consolidada). Na aula sobre LRF iremos rever esse assunto.

Consiste em dívida flutuante os compromissos exigíveis, cujo

pagamento NÃO DEPENDE de autorização orçamentária.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

249

Desta forma, compõem a DÍVIDA FLUTUANTE:

os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida

os serviços da dívida

os depósitos, inclusive consignações em folha

as operações de crédito por antecipação de receita

o papel-moeda ou moeda fiduciária

Entende-se por SERVIÇOS DA DÍVIDA os pagamentos de juros e

das parcelas vencidas de um empréstimo, financiamento, etc.

Em síntese, os SERVIÇOS DA DÍVIDA se compõem de:

AMORTIZAÇÃO

JUROS

ENCARGOS

Vamos voltar aos Restos a Pagar – RP.

Distinguem-se dois tipos de Restos a Pagar - RP: os

PROCESSADOS (OU LIQUIDADOS) – RPP e os NÃO-PROCESSADOS – RPÑP

(OU NÃO-LIQUIDADOS).

EMPENHO LIQUIDAÇÃO PAGAMENTO

Temos também a definição de restos a pagar correspondem à

parcela da despesa orçamentária que se encontrar em qualquer fase de

execução posterior à emissão do Empenho e anterior ao Pagamento, quando

do encerramento do exercício.

(PAGAMENTO AINDA NÃO REALIZADO)

RPÑP RPP 31/DEZ 01/JAN

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

250

MANTRA!

RPP e RPÑP

RPP e RPÑP - CARACTERÍSTICAS

RESTOS A PAGAR

PROCESSADOS

(RPP)

são os RP em que a despesa orçamentária

percorreu os estágios de empenho e liquidação,

restando pendente, apenas, o estágio do

pagamento.

não podem ser cancelados, pois o fornecedor de

bens/serviços cumpriu com a obrigação de fazer

=> a administração não poderá deixar de

cumprir com a obrigação de pagar sob pena de

estar deixando de cumprir o Princípio da

Moralidade

seu cancelamento caracteriza enriquecimento

ilícito, de acordo com o Parecer nº 401/2000 da

Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional - PGFN.

RESTOS A PAGAR

NÃO-PROCESSADOS

(RPÑP)

sua inscrição é realizada da seguinte forma:

1º) depuram-se as despesas que tiveram seus

empenhos cancelados no exercício financeiro de

sua emissão.

2º) verificam-se quais despesas interessam em

serem inscritas em Restos a Pagar.

3º) anulam-se as demais.

4º) inscrevem-se as despesas remanescentes em

Restos a Pagar não-processados do exercício.

É importante ressaltar que só se inscrevem em Restos a Pagar as

despesas de competência do exercício financeiro correspondente. A forma

correta de ler seria RESTOS A PAGAR DO EXERCÍCIO.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

251

Diz-se por DESPESA LIQUIDADA quando:

o serviço, obra ou material contratado

tenha sido prestado ou entregue

e

aceito pelo contratante

De outra forma, considera-se DESPESA NÃO LIQUIDADA, porém

de competência do exercício, aquela em que:

1º HIPÓTESE

o serviço ou material contratado tenha sido prestado ou entregue

e que em 31/12 de cada exercício financeiro

se encontre em fase de verificação do direito adquirido pelo credor

ou

2ª HIPÓTESE

quando o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor

estiver vigente.

pagamento de RP é despesa extrorçamentária

Ressaltamos que a inscrição de Restos a Pagar deverá observar aos

limites e condições de modo a prevenir riscos e corrigir desvios capazes de

afetar o equilíbrio das contas públicas, conforme estabelecido na LRF.

Por questão de prudência, a inscrição de despesas orçamentárias

em Restos a Pagar não-processados deverá observar a disponibilidade de caixa

e a competência da despesa.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

252

MANTRA !

SÃO DESPESAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS

INSCRIÇÃO DE RESTOS A PAGAR NÃO PROCESSADOS

– RPÑPs

PAGAMENTO DOS RPP E DOS RPÑP

Pessoal, vamos demonstra o porquê desse MANTRA. Se não

conseguir pescar a idéia, encha minha caixa postal de emails ou decore e

pronto.

Os RPÑPs são “SAÍDAS COMPENSATÓRIAS DO ATIVO E DO

PASSIVO FINANCEIRO”, logo são DESPESAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS.

Na inscrição dos RPÑPs, “SAEM AS OBRIGAÇÕES

FINANCEIRAS RELATIVAS AO PAGAMENTO DA DESPESA”, já que elas

deixaram de ser pagas.

Além disso, “SOBRAM RECURSOS FINANCEIROS EM RAZÃO

DO NÃO PAGAMENTO DOS RPÑPs”.

Só que, no caso dos RPÑPs, o governo quer “levar adiante” o

compromisso feito anteriormente, pois não interessa cancelá-lo.

Assim, temos que há um “vazio inventado” que corresponde

contabilmente a um “passivo fictício”

Então, configuramos assim uma SAÍDA COMPENSATÓRIA NO

ATIVO E PASSIVO FINANCEIROS.

(NÃO CONFUNDIR COM CANCELAMENTO DA DESPESA, QUE

OCORRE QUANDO O GOVERNO NÃO QUER MAIS SEGUIR ADIANTE COM O

GASTO.)

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

253

CAIU NA PROVA!

116 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) É um

exemplo de despesa extra-orçamentária:

a) aluguéis pagos pelo ente público.

b) inversões financeiras.

c) pagamento de restos a pagar.

d) transferências para assistência e previdência social.

e) amortização da dívida pública.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (c).

Os itens (a), (b), (d) e (e) se referem a DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS,

sendo (a) e (d) DESPESAS CORRENTES (ou DE CUSTEIO). Os itens (b) e (e)

são DESPESAS DE CAPITAL.

Lembrem-se de que o PAGAMENTO DOS RPs é uma “SAÍDA

COMPENSATÓRIA DO ATIVO E PASSIVO FINANCEIROS”

117 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) As

despesas orçamentárias empenhadas e não pagas até o último dia do ano

financeiro são denominadas:

a) despesas de exercícios anteriores.

b) débitos de tesouraria.

c) resíduos ativos.

d) restos a pagar.

e) despesas não processadas.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (d).

A referência está no art. 36 da Lei nº 4.320/64. Importante destacar que

RESTOS A PAGAR também são chamados de RESÍDUOS PASSIVOS.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

254

118 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) São

receitas classificadas como orçamentárias:

a) depósitos para garantia de participação em processo licitatório.

b) restos a pagar do exercício.

c) provisões para cheques não recebidos no exercício.

d) receitas patrimoniais.

e) operações de crédito por antecipação de receita.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (d).

Apesar de ainda não termos visto que os restos a pagar do exercício são

uma despesa, poderíamos matar a questão sem esse conhecimento, em razão

do que vimos até aqui.

Item (a) – RECEITA EXTRAORÇAMENTÁRIA

Item (b) – DESPESA EXTRAORÇAMENTÁRIA

Item (c) – conta retificadora de uma RECEITA ORÇAMENTÁRIA

Item (e) - DESPESA EXTRAORÇAMENTÁRIA

2.3 – DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES – DEA (OU DESPESAS

DE EXERCÍCIOS ENCERRADOS)

As Despesas de Exercícios Anteriores - DEAs ou Despesas de

Exercícios Encerrados são aquelas fixadas, no orçamento em vigor, as quais

decorrem de compromissos assumidos em exercícios anteriores ao que deveria

ocorrer o pagamento.

Também se consideram DEAs as despesas para as quais o

orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para

atendê-las, e que não se tenham processado (não liquidados) na época

própria.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

255

IMPORTANTE

AS DEAs NÃO SE CONFUNDEM COM RESTOS A PAGAR

POIS NEM CHEGARAM A SER EMPENHADAS

OU

SE FORAM EMPENHADAS

TIVERAM SEUS EMPENHOS ANULADOS OU CANCELADOS.

Destaca-se que a autoridade competente para empenhar a despesa

é a responsável pelo reconhecimento da obrigação de pagamento das despesas

com exercícios anteriores - DEAs.

Seguimos com algumas outras considerações, com especial

atenção ao art. 37 da Lei nº 4.320/64.

“Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as

quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo

suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época

própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os

compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício

correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica

consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida,

sempre que possível, a ordem cronológica.”

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

256

poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no

orçamento

discriminada por elementos

obedecida a ordem cronológica

sempre que possível

Entendemos como “despesas que não se tenham processado

na época própria” como aquelas em que se considera o empenho

insubsistente e é anulado ao final do exercício correspondente, mas que o

credor tenha cumprido sua obrigação dentro do prazo estabelecido.

Os ”restos a pagar com prescrição interrompida”

correspondem aos que foram cancelados, mas no qual o direito do credor

ainda está vigente.

Os ”compromissos reconhecidos após o encerramento do

exercício” são aqueles cuja obrigação de pagamento foi criada em virtude de

lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante após o encerramento do

exercício correspondente.

DEAs

+

Restos a Pagar com

prescrição interrompida +

Compromissos reconhecidos após o

encerramento do exercício correspondente

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

257

3 - A conta única do Tesouro.

3.1 – CONTA ÚNICA

A Conta Única, implantada em setembro de 1988, representou

uma mudança radical no controle de caixa do Tesouro Nacional, em virtude da

racionalização na movimentação dos recursos financeiros no âmbito do

Governo Federal.

Com ela, todas as Unidades Gestoras “ON LINE” do SISTEMA

INTEGRADO DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DO GOVERNO FEDERAL

- SIAFI passaram a ter os seus saldos bancários registrados e

controlados pelo sistema, sem contas escriturais no Banco do Brasil.

Assim, a Conta Única é uma conta mantida junto ao Banco

Central do Brasil – BACEN.

Destina-se a acolher, de acordo com o disposto no art. 164 da

CF/88, as disponibilidades financeiras da União que se encontram à

disposição das Unidades Gestoras “on line”, nos limites financeiros

previamente definidos.

Pelo SIAFI, portanto, é que se faz o controle desses saldos e a

transferência de recursos entre as Unidades Gestoras.

No caso de pagamento de despesas entre unidades gestoras o

sistema efetua instantaneamente o crédito de recursos à Unidade Gestora

favorecida e o débito à Unidade Gestora emitente, por meio de Ordens

Bancárias – OB.

Conforme consta no art. 64 da Lei nº 4.320/64, os pagamentos são

autorizados por meio de uma ORDEM DE PAGAMENTO que corresponde ao

despacho feito pela autoridade competente, no qual se determina o

pagamento da despesa.

As OB emitidas para outros favorecidos que não são Unidades

Gestoras on line são consolidadas diariamente até o fechamento do SIAFI. Isso

se faz em um arquivo magnético o qual é enviado ao Banco do Brasil para

processamento e realização dos créditos aos respectivos favorecidos.

Em relação à sistemática de depósito direto, o Banco do Brasil

remete todos os dias à Secretaria do Tesouro Nacional – STN, até às 07 horas,

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

258

arquivo magnético contendo os documentos de transferência de recursos

recebidos na rede bancária para a Conta Única, a fim de efetuar o respectivo

registro no SIAFI.

Logo após, esse arquivo é processado, realizando-se assim os

créditos às respectivas Unidades Gestoras favorecidas no SIAFI.

A arrecadação das receitas administradas pela Secretaria da

Receita Federal do Brasil - SRFB e pelo INSS é repassada para a Conta Única

pela rede bancária credenciada. Faz-se isso diariamente por meio de

mensagens específicas constantes do catálogo de mensagens do Sistema de

Pagamentos Brasileiro – SPB.

Algumas modalidades de OBs, relativas a pagamentos de

Precatórios, Resgate de Títulos, Depósitos Judiciais e Folha de Pagamento,

também são enviadas diretamente à instituição financeira favorecida por meio

do SPB, sem trânsito pelo agente financeiro.

Nesses casos, a STN solicita ao BACEN que seja efetuado o débito

da Conta Única e o crédito da reserva bancária das instituições favorecidas.

Assim, os saques de recursos são realizados por OB diretamente no

SIAFI, logo após a STN autorizar o BACEN a realizar o saque na Conta Única e

disponibilizar os recursos ao Banco do Brasil para os pagamentos

correspondentes.

Em relação à entrada de recursos, essa ocorre por meio de

depósitos na Conta Única efetuados junto ao Banco do Brasil e encaminhados

ao BACEN, com registro no SIAFI.

Desenvolveu-se, dentro do SIAFI, um processo alternativo à Conta

Única. Ele é acionado quando há necessidade para que se viabilize a atuação

de outros bancos, previamente autorizados pelo Ministério da Fazenda, como

agentes financeiros do Tesouro.

A Conta Única do Tesouro Nacional, mantida no BACEN,

acolhe todas as disponibilidades financeiras da União, de suas

autarquias e fundações, bem como de seus fundos.

A Conta Única constitui importante instrumento de controle

das finanças públicas. Ela permite a racionalização da administração dos

recursos financeiros, reduzindo a pressão sobre a caixa do Tesouro,

além de agilizar os processos de transferência e descentralização

financeira e os pagamentos a terceiros.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

259

O Decreto-Lei nº 200/67, que promoveu a organização da

Administração Federal e estabeleceu as diretrizes para Reforma Administrativa,

determinou ao Ministério da Fazenda que implementasse a unificação dos

recursos movimentados pelo Tesouro Nacional.

Também se determinou que esse unificação se fizesse por meio de

sua Caixa junto ao agente financeiro da União, a fim de garantir maior

economia operacional, bem como a racionalização dos procedimentos relativos

a execução da programação financeira de desembolso.

Tal determinação legal só foi integralmente cumprida com a

promulgação da CF/88. Assim, todas as disponibilidades do Tesouro

Nacional, existentes nos diversos agentes financeiros, foram transferidas para

o BACEN, em Conta Única centralizada, exercendo o Banco do Brasil a

função de agente financeiro do Tesouro.

O Decreto nº. 93.872/86 passou a estabelecer as regras sobre a

unificação dos recursos do Tesouro Nacional em Conta Única.

3.2 – UMA OUTRA ABORDAGEM SOBRE A CONTA ÚNICA

Para atender ao princípio da unidade de tesouraria (ou unidade de

caixa) previstos nos Decreto-Lei nº 200/67 (art. 92 e 93) e Decreto nº

93.872/86 (arts. 1º a 8º), na Lei 4.320/64 (art. 56) e na CF 88 (§3º, art.

164), a União implantou a conta única do tesouro nacional.

A conta única é mantida no BACEN com a finalidade de acolher as

disponibilidades financeiras da União a serem movimentadas pelas Unidades

Gestoras - UG da Administração Federal, Direta e Indireta e outras entidades

integrantes do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo

Federal - SIAFI, na modalidade “on-line”.

A operacionalização da Conta Única do Tesouro Nacional

será efetuada por intermédio do Banco do Brasil S/A, ou,

excepcionalmente, por outros agentes financeiros autorizados pelo

Ministério da Fazenda.

Assim, a conta única é mantida no Banco Central do Brasil, tendo o

Banco do Brasil S/A como agente financeiro, e é administrada pela STN

(secretaria do Tesouro Nacional.

A finalidade da conta única é acolher todas as disponibilidades de

caixa da União, porém existem algumas receitas que não transitam nessa

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

260

conta única, como, por exemplo, os rendimentos de aplicações financeiras de

fundos e convênios que deverão ser revertidas para as respectivas contas

correntes.

Por força do art. 5º, do Decreto nº 93.872/86, o pagamento de

todas as despesas deverá ser feito mediante saques contra a conta do Tesouro

Nacional, dentro dos limites autorizados pelo Ministro da Fazenda ou

autoridade delegada (§ único do art. 92, do decreto 200/67).

RESUMINDO

A conta única do tesouro nacional é mantida no BACEN

A operacionalização da conta única será efetuada pelo Banco do

Brasil e, excepcionalmente, por outros agentes financeiros

autorizados pelo Ministério da Fazenda

Toda a receita arrecadada pela União deverá ser recolhida ao caixa

único do tesouro nacional

Todas as receitas próprias, orçamentárias e extraorçamentárias, de

todos os órgãos e poderes da União também deverão ser

recolhidos á conta única do tesouro nacional

A STN é a responsável pela movimentação dos recursos e pela

regulamentação da conta única (programação finaceira)

A movimentação da conta única será efetuada pelos seguintes

documentos do SIAF:

Ordem Bancária – OB

DARF-Eletrônico – DF

GRPS – Eletrônica

Nota de Sistema – NS

Nota de Lançamento - NL

O pagamento das despesas será feito mediante saques contra a

conta do Tesouro Nacional

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

261

CAIU NA PROVA!

119 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) A ordem de

pagamento é:

a) o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação

de pagamento.

b) a verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e

documentos comprobatórios do respectivo crédito.

c) o produto de receitas especificadas que, por lei, se vinculam à realização de

determinados objetivos ou serviços.

d) o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a

despesa seja paga.

e) o documento emitido pela Fazenda Pública, em virtude de sentença judicial.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (d).

Seguem as demais correspondências com os conceitos e os artigos da Lei

nº 4.320/64.

Item (a) – conceito de EMPENHO – art. 58

Item (b) – conceito de LIQUIDAÇÃO – art. 63

Item (c) – conceito de FUNDOS ESPECIAIS – art. 71

Item (e) – conceito de PRECATÓRIOS – art. 67

3.2 – OS HAVERES DA UNIÃO

Vamos aproveitar a oportunidade para falarmos sobre os HAVERES

DA UNIÃO. Esse termo aparece em alguns normativos e precisamos esclarecê-

lo.

A STN é o órgão responsável pela administração dos haveres

da União junto a terceiros.

Os HAVERES DA UNIÃO, que possuem natureza mobiliária, se

referem a créditos decorrentes de:

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

262

reestruturação da dívida externa garantida pela União

programas de saneamento financeiro de Estados e Municípios

retorno de financiamento/refinanciamento de operações de

estímulo às exportações e aos setores agropecuário e

agroindustrial

operações estruturadas amparadas por regulamentação

específica

participações acionárias no capital de empresas públicas da União

retornos das participações acionárias, sob a forma de dividendos

pagos como percentual do lucro apurado pelas referidas

empresas e cuja distribuição decorre de deliberação de

Assembléia Geral de Acionistas

Com relação à administração dos HAVERES DA UNIÃO, compete

ainda à STN coordenar e operacionalizar os pagamentos de compromissos

decorrentes de contratos firmados sob sua responsabilidade.

Além disso, a STN contabiliza os saldos e pagamentos (amortização

de principal e encargos) em sistemas de registros.

4 – SIOP (SIDOR), SIAFI

4.1 – SISTEMA INTEGRADO DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DO

GOVERNO FEDERAL – SIOP

Pessoal, trouxe esse tema, pois o SIDOR “está migrando” para o

novo Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do Governo Federal –

SIOP.

A Secretaria de Orçamento Federal - SOF/MP, em parceria com a

Secretaria de Planejamento e Investimento - SPI/MP e o Departamento de

Empresas Estatais - DEST/MP, desenvolveu e colocou em operação o SIOP.

O objetivo principal do SIOP é integrar os atuais sistemas

utilizados na elaboração e acompanhamento do Plano Plurianual e do

Orçamento da União.

Além disso, com o advento do SIOP, os órgãos setoriais e as

unidades orçamentárias do Governo Federal passam a ter um único

sistema para alimentar o cadastro de programas e ações.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

263

Com isso, o SIOP permite aos usuários ter mais agilidade e

qualidade no processo de captação da Proposta Orçamentária.

Antes, esse processo se fazia por meio de preenchimento manual

de formulários. Em razão disso, algumas vezes, ocorriam incompatibilidades

nas informações.

Outra vantagem do novo sistema é que ele permite ao usuário o

acesso via internet.

Atualmente existem duas fontes cadastrais:

o Sistema de Informações Gerenciais e de Planejamento - SIGPLAN que

gerencia o PPA, acessado via internet

o Sistema Integrado de Dados Orçamentários - SIDOR, cujo acesso do

cadastro de ações é exclusivo aos servidores do Ministério do

Planejamento.

O objetivo é que no futuro o SIOP substitua integralmente os

sistemas hoje existentes.

Só se substituiu a parte que se relaciona ao cadastro de programas

e ações. Pretende-se também disponibilizar módulos para acesso pelo cidadão

e outros órgãos, como o Congresso Nacional e o Tribunal de Contas da União -

TCU.

Para conhecimento, o SIOP encontra-se disponível na página

http://www.siop.planejamento.gov.br/siop/

Informações técnicas

O SIOP é desenvolvido totalmente em software livre. Ele se utiliza

da linguagem Java e do banco de dados Postgresql. Sua hospedagem se faz

em servidores que utilizam sistema operacional Linux, servidor de aplicações

JBOSS e servidor Web Apache.

CAIU NA PROVA!

120 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) O sistema

onde é estruturada e organizada a proposta orçamentária anual e o

acompanhamento, realizado exclusivamente por usuários autorizados, da

execução orçamentária em terminais de vídeo com acesso pela Internet é o:

a) SISBACEN.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

264

b) STN.

c) SIAFI.

d) SIDOR.

e) SELIC.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (d).

Pessoal, as questões relativas ao SIDOR estão aqui apenas para reforçar

sua utilização, apesar de estarmos com o SIOP na praça.

Então, essas questões ficam apenas para registro do assunto como era

abordado anteriormente.

121 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Sobre o SIDOR,

é correto afirmar:

a) É administrado pela Secretaria do Tesouro Nacional.

b) Agiliza o registro dos dados contábeis das unidades orçamentárias.

c) Utiliza o sistema de partidas simples.

d) Controla os limites financeiros de cada unidade gestora.

e) Facilita a elaboração da proposta orçamentária.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

Além disso, como vimos, o objetivo principal do SIOP é integrar os

atuais sistemas utilizados na elaboração e acompanhamento do Plano

Plurianual e do Orçamento da União.

4.2 – SISTEMA INTEGRADO DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DO

GOVERNO FEDERAL – SIAFI

O Governo Federal convivia, até o exercício de 1986, com uma

série de problemas de natureza administrativa. Elas dificultavam a adequada

gestão dos recursos públicos e a preparação do orçamento unificado.

As principais dificuldades eram as seguintes:

Emprego de métodos rudimentares e inadequados de trabalho, onde, na

maioria dos casos, os controles de disponibilidades orçamentárias e

financeiras eram exercidos sobre registros manuais;

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

265

Falta de informações gerenciais em todos os níveis da Administração

Pública e utilização da Contabilidade como mero instrumento de registros

formais;

Defasagem na escrituração contábil de pelo menos, 45 dias entre o

encerramento do mês e o levantamento das demonstrações

Orçamentárias, Financeiras e Patrimoniais, inviabilizando o uso das

informações para fins gerenciais;

Inconsistência dos dados utilizados em razão da diversidade de fontes de

informações e das várias interpretações sobre cada conceito,

comprometendo o processo de tomada de decisões;

Despreparo técnico de parte do funcionalismo público, que desconhecia

técnicas mais modernas de administração financeira e ainda concebia a

contabilidade como mera ferramenta para o atendimento de aspectos

formais da gestão dos recursos públicos;

Inexistência de mecanismos eficientes que pudessem evitar o desvio de

recursos públicos e permitissem a atribuição de responsabilidades aos

maus gestores;

Estoque ocioso de moeda dificultando a administração de caixa,

decorrente da existência de inúmeras contas bancárias, no âmbito do

Governo Federal. Em cada Unidade havia uma conta bancária para cada

despesa. Exemplo: Conta Bancária para Material Permanente, Conta

bancária para Pessoal, conta bancária para Material de Consumo, etc.

Para o Governo Federal à época, a solução desses problemas

representava um verdadeiro desafio.

No entanto, com a criação da Secretaria do Tesouro Nacional -

STN, em 10/03/1986, deu-se o primeiro passo de forma a auxiliar o

Ministério da Fazenda na execução de um orçamento unificado a partir

do exercício de 1987.

Por sua vez, a STN identificou a necessidade de obter informações

que permitissem aos gestores dar agilidade ao processo decisório. Essas

informações qualificadas passaram e ser chamadas de informações gerenciais.

Assim, decidiu-se pelo desenvolvimento e implantação de um

sistema informatizado. Ele teria que fornecer informações gerenciais,

confiáveis e precisas para todos os níveis da Administração.

Além disso, teria que integrar os sistemas de programação

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

266

financeira, de execução orçamentária e de controle interno do Poder Executivo

Federal.

Dessa forma, a STN definiu e desenvolveu, em menos de um ano,

juntamente com o SERPRO, o Sistema Integrado de Administração Financeira

do Governo Federal – SIAFI.

O SIAFI foi implantado em janeiro de 1987 com o intuito de suprir

o Governo Federal de um instrumento moderno e eficaz no controle e

acompanhamento dos gastos públicos.

Com o advento do SIAFI, solucionaram-se os problemas de

administração dos recursos públicos que apontamos anteriormente.

Atualmente, o Governo Federal tem uma Conta Única para gerir

onde ocorrem todas as saídas de dinheiro, bem como registra sua aplicação e

o servidor público que a efetuou.

Trata-se de uma ferramenta poderosa para executar, acompanhar

e controlar com eficiência e eficácia a correta utilização dos recursos da União.

O SIAFI Gerencial é um sistema, em ambiente Windows, que

possibilita a obtenção de informações, a partir dos dados da execução

orçamentária, financeira, contábil e patrimonial existentes no SIAFI

Operacional (que é o SIAFI da tela preta).

As formas de armazenamento dos dados nos ambientes

Operacional e Gerencial são diferentes. O Banco de Dados do SIAFI

Operacional é o ADABAS, enquanto que o do SIAFI Gerencial é o ORACLE.

Toda noite é executado um processo de migração dos dados do

ambiente Operacional para o Gerencial. Essa migração relaciona-se aos

lançamentos contábeis ocorridos durante o dia, e também às atualizações

ocorridas nas diversas tabelas do sistema.

Assim, toda manhã ao entrar em operação, o SIAFI Gerencial

possibilita consultas relativas a tudo o que ocorreu no SIAFI Operacional até o

dia anterior. Com isso, dizermos que há um processo “ontem-line”.

A característica básica do SIAFI Gerencial é a flexibilidade oferecida

ao usuário para obtenção das informações, tanto na forma de parametrização

dos filtros, quanto na forma de apresentação das mesmas.

Dessa forma, é um sistema que atende às necessidades dos

usuários de modo customizado e tempestivo.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

267

4.3 – OBJETIVOS DO SIAFI

O SIAFI é o principal instrumento utilizado para registro,

acompanhamento e controle da execução orçamentária, financeira e

patrimonial do Governo Federal.

Vamos aos seus principais objetivos:

OBJETIVOS PRINCIPAIS DO SIAFI

prover mecanismos adequados ao controle diário da execução

orçamentária, financeira e patrimonial aos órgãos da

Administração Pública Federal

fornecer meios para agilizar a programação financeira,

otimizando a utilização dos recursos do Tesouro Nacional,

através da unificação dos recursos de caixa do Governo Federal

permitir que a contabilidade pública seja fonte segura e

tempestiva de informações gerenciais destinadas a todos os

níveis da Administração Pública Federal

padronizar métodos e rotinas de trabalho relativas à gestão dos

recursos públicos, sem implicar rigidez ou restrição a essa

atividade, uma vez que ele permanece sob total controle do

ordenador de despesa de cada unidade gestora

permitir o registro contábil dos balancetes dos estados e

municípios e de suas supervisionadas

permitir o controle da dívida interna e externa, bem como o das

transferências negociadas

integrar e compatibilizar as informações no âmbito do Governo

Federal

permitir o acompanhamento e a avaliação do uso dos recursos

públicos

proporcionar transparência dos gastos do Governo Federal.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

268

4.4 – VANTAGENS DO SIAFI

Pedimos atenção a todos, para que não confundam as vantagens

com os objetivos, pois as Bancas adoram trocar os conceitos, ok ?

O SIAFI é um grande avanço para a contabilidade pública da União.

Chegou-se ao ponto dele ser reconhecido mundialmente e ser recomendado

inclusive pelo Fundo Monetário Internacional.

Sua performance transcendeu de tal forma as fronteiras brasileiras

que despertou a atenção no cenário nacional e internacional. Além disso,

muitos países e organismos internacionais enviam delegações à STN, a fim de

assimilar a tecnologia de forma a se implantar sistemas similares.

Vejamos os ganhos que a implantação do SIAFI trouxe para a

Administração Pública Federal:

GANHOS COM A IMPLANTAÇÃO DO SIAFI

Contabilidade: o gestor ganha tempestividade na informação,

qualidade e precisão em seu trabalho.

Finanças: agilização da programação financeira, otimizando a

utilização dos recursos do Tesouro Nacional, por meio da unificação

dos recursos de caixa do Governo Federal na Conta Única no BACEN.

Orçamento: a execução orçamentária passou a ser realizada

tempestivamente e com transparência, completamente integrada a

execução patrimonial e financeira.

Visão clara de quantos e quais são os gestores que executam o

orçamento

Desconto na fonte de impostos: hoje, no momento do pagamento,

já é recolhido o imposto devido

Auditoria: facilidade na apuração de irregularidades com o dinheiro

público

Transparência

Fim da multiplicidade de contas bancárias

Antes do advento do SIAFI, poucas pessoas tinham acesso às

informações sobre as despesas do Governo Federal.

Na época, a prática era tratar essas despesas como “assunto

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

269

sigiloso”. Hoje a história é outra, pois na democracia o cidadão é o grande

acionista do estado.

Com relação à multiplicidade de contas bancárias, os números da

época que se implantou o SIAFI indicavam 3.700 contas bancárias e o registro

de aproximadamente 9.000 documentos por dia.

Após sua implantação, constatou-se que existiam em torno de

12.000 contas bancárias e se registravam em média 33.000 documentos

diariamente.

Atualmente, 98% dos pagamentos são identificados de modo

instantâneo na Conta Única e 2% deles com uma defasagem de, no máximo,

cinco dias.

Além de tudo isso, o SIAFI apresenta inúmeras vantagens que o

distinguem de outros sistemas em uso no âmbito do Governo Federal. Vejamos

em mais um quadro sintético.

VANTAGENS DO SIAFI

Sistema disponível 100% do tempo e on-line

Sistema centralizado, o que permite a padronização de métodos e

rotinas de trabalho

Interligação em todo o território nacional

Utilização por todos os órgãos da Administração Direta (poderes

Executivo, Legislativo e Judiciário)

Utilização por grande parte da Administração Indireta

Integração periódica dos saldos contábeis das entidades que ainda

não utilizam o SIAFI, para efeito de consolidação das informações

econômico-financeiras do Governo Federal - à exceção das

Sociedades de Economia Mista, que têm registrada apenas a

participação acionária do Governo - e para proporcionar

transparência sobre o total dos recursos movimentados.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

270

MANTRA!

ATENÇÃO

A UTILIZAÇÃO DO SIAFI NÃO É PARA TODA A ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA, MAS SÓ PARA TODOS ÓRGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO

DIRETA E A GRANDE MAIORIA DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA !

CAIU NA PROVA!

122 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) O SIAFI é um

sistema da União que:

a) possui um banco de informações sobre as ações orçamentárias.

b) permite o controle e o acompanhamento da execução orçamentária.

c) registra a série histórica de despesas.

d) define as prioridades e metas da Lei das Diretrizes Orçamentárias.

e) identifica o perfil profissional dos servidores públicos.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (b).

Como vimos em quadro anterior, um dos objetivos do SIAFI é permitir

o controle e o acompanhamento da execução orçamentária no âmbito

da União.

Em relação aos sistemas, temos no item (a) uma das características do

SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS E DE PLANEJAMENTO - SIGPlan.

No item (e), estamos diante de uma das possibilidades do SISTEMA

INTEGRADO DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS – SIAPE.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

271

123 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) O

SIAFI é um sistema da União que:

a) permite a movimentação da conta única do Tesouro no Banco Central.

b) registra uma série histórica de despesas, em valores correntes e nominais.

c) define as prioridades e metas da Lei das Diretrizes Orçamentárias.

d) efetua a contabilização de todos os atos e fatos praticados pelos gestores

públicos.

e) identifica o perfil profissional dos servidores públicos, por região e faixa de

salários.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (b).

Considerações sobre os itens que não são invenções da Banca.

Item (a) – as Unidades Gestoras – UGs integrantes do SIAFI, sob a

forma de acesso on-line, é que permitem a movimentação da conta única do

Tesouro no BACEN.

Item (e) – trata-se de uma das possibilidades do SISTEMA INTEGRADO

DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS – SIAPE.

124 - (ESAF/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2004) A

implantação do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo

Federal (SIAFI) foi viabilizada a partir da criação da Secretaria do Tesouro

Nacional, vinculada ao Ministério da Fazenda. Indique a única opção falsa no

tocante aos objetivos do SIAFI.

a) Prover de mecanismos adequados e simplificados o registro e o controle

diário da gestão orçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos central,

setorial e seccional do Sistema de Controle Interno e dos órgãos executores.

b) Eliminar inconsistências de dados e defasagens na escrituração contábil.

c) Permitir a transparência dos gastos públicos à sociedade.

d) Fornecer meios para dar agilidade à programação financeira, buscando a

eficiência e eficácia da gestão pública e maximização dos custos.

e) Permitir a programação e o acompanhamento físico-financeiro do

orçamento, de modo analítico.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

272

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (d).

Tipo de questão que as Bancas adoram pegar a(o)s candidata(o)s, pois

colocam tudo correto e modificam apenas uma palavra.

Vamos à redação correta do item: fornecer meios para agilizar a

programação financeira, OTIMIZANDO A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS

do Tesouro Nacional, através da unificação dos recursos de caixa do

Governo Federal.

Se o objetivo fosse MAXIMIZAR OS CUSTOS, estaríamos diante de um

absurdo, considerando-se a função do SIAFI.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

273

CAPÍTULO 8

Estamos aqui para nosso último capítulo.....É verdade.....

Ah..........

Eu também gostei muito da companhia de vocês.....

Mas fiquem tranquilos, pois continuaremos juntos em outros

projetos de cursos gratuitos.

Em breve lançaremos outros cursos em nossa área. Caso tenham

gostado, solicito que divulguem aos seus familiares, amigos e colegas, pois

tenho certeza de que estarão na CGU em breve.

E lembrem-se de que não precisam piratear este material, pois sua

distribuição gratuita está autorizada por este autor que vos escreve.

Então..... Já estão se imaginando sentados em sua baia na CGU?

Imaginem a mesa de vocês cheia de processos, mas com uma

conta bancária mais gorda......

Em breve, alguns de vocês poderão estar sentados na mesma sala

que eu trabalho!

Outra coisa, o edital está no forno! Não percam tempo! Vocês

chegarão lá. Tenham fé!

E mais. Não se preocupem em que colocação vocês vão estar, o

importante é entrar, nem que seja você a pessoa que ficou com a maçaneta na

mão para fechar a porta.

É comum vermos a história de sucesso de muita(o)(s)

Concurseira(o)s, sempre dos primeiros colocados, certo?

Pois é, elas são motivantes, mas podem criar um bloqueio em

muitos. Provavelmente a maioria de vocês tenha passado por essa “Síndrome

do Patinho Feio”, não é ?

E é a esse grupo de não-primeiros colocados a que me dirijo: não

se impressione, você pode chegar lá. Não importa ser um dos primeiros, pois

isso é consequência natural para 1 ou outro.

Procurem histórias de não-primeiros, elas são maioria e são tão

felizes quanto as outras. Tenho filhos pequenos e consegui passar em mais de

um concurso cuidando deles junto com a mãe, a qual devo minha imensa

gratidão.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

274

Não precisamos ser “o 1º lugar”, precisamos DA VAGA. Fomos 1º

colocados quando fomos gerados, pois até em nossa concepção da vida

disputamos UMA vaga. E nessa vaga conseguimos sucesso no ventre de nossas

mães.

Para mim, o mais importante na vida é ser o 1º lugar no coração

dos meus filhos e de minha mulher amada. A vaga no concurso é algo que

almejamos para melhorarmos nossas vidas e a dessas pessoas as quais me

referi.

Não transforme essa jornada em uma guerra, por mais que tenham

que lutar contra vocês mesmo. A verdade é que somos nossos maiores

adversários.

Procurem fazer dessa preparação uma viagem prazerosa e de

persistência. O importante é não desistir.

Erick, por favor, vamos adiante.....

Ok, vamos em frente!

1 – Princípios Orçamentários.

Destacamos que estaremos a colocar os princípios mais recorrentes

nas Bancas de concursos.

Assim, o assunto não se esgota aqui. Nós apenas iremos nortear

vocês com os que são mais importantes e os mais aceitos pela maioria da

doutrina.

1.1 – PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA UNIDADE

De acordo com este princípio previsto no art. 2º da Lei nº

4.320/1964, cada ente da federação (União, Estado, Distrito Federal ou

Município) deve possuir apenas um orçamento, estruturado de maneira

uniforme.

Tal princípio é reforçado pelo princípio da “unidade de caixa”,

previsto no art. 56 da referida Lei, segundo o qual todas as receitas e despesas

convergem para um fundo geral (conta única), com o objetivo de se

evitar as vinculações de certos fundos a fins específicos.

O objetivo é apresentar todas as receitas e despesas numa só

conta, a fim de confrontar os totais e apurar o resultado: equilíbrio, déficit ou

superávit.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

275

Atualmente, o processo de integração planejamento-orçamento

tornou o orçamento necessariamente multi-documental, em virtude da

aprovação, por leis diferentes, de vários documentos (PPA, LDO e LOA), uns de

planejamento e outros de orçamento e programas.

Embora tais documentos sejam distintos, inclusive com datas de

encaminhamento diferentes para aprovação pelo Poder Legislativo, devem,

obrigatoriamente ser compatibilizados entre si, conforme definido na própria

CF.

Para melhor visibilidade dos programas do governo em cada área,

o modelo orçamentário adotado a partir da CF/88, com base em seu §5º do

art. 165, consiste em elaborar orçamento único, desmembrado em Orçamento

Fiscal, da Seguridade Social e de Investimento da Empresas Estatais.

O art. 165 da Constituição Federal define em seu parágrafo 5º o

que deverá constar em cada desdobramento do orçamento:

“§ 5º – A lei orçamentária anual compreenderá:

I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos,

órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações

instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II – o orçamento de investimento das empresas em que a União,

direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as

entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem

como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.”

1.2 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA UNIVERSALIDADE

Segundo os artigos 3º e 4º da Lei nº 4.320/1964, a Lei

Orçamentária deverá conter TODAS as receitas e despesas. Isso possibilita

controle parlamentar sobre todos os ingressos e dispêndios administrados pelo

ente público.

“Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas,

inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.

Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de

crédito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras

entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros.

Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

276

próprias dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por

intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no art. 2°.”

1.3 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DO ORÇAMENTO BRUTO

Este princípio é COROLÁRIO DO PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA

UNIVERSALIDADE, ou seja, tal princípio complementa-se pela “regra do

orçamento bruto”, definida no art. 6º da Lei nº 4.320/1964:

“Art. 6º. Todas as receitas e despesas constarão da lei de

orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.”

Erick, o que é esse “corolário”?

Quando vier o termo “corolário”, este deve ser entendido como

consequência, complemento, ok ?

Existem despesas que, ao serem realizadas, geram receitas ao

Ente Público.

Por outro lado, existem receitas que, ao serem arrecadadas, geram

despesas.

O princípio do orçamento bruto veda que as despesas ou receitas

sejam incluídas no orçamento, nos seus montantes líquidos.

Exemplo: Não poderá ser incluída, no orçamento, somente a

Despesa Pessoal Líquida (R$ 700.000,00), mas deverão ser previstas as

receitas de IRRF e a da Contribuição Social e autorizada a Despesa de Pessoal

Bruta (R$ 1.000.000,00).

Realização da Despesa de Pessoal

Valor (R$)

Despesa de Pessoal Bruta

(+) R$ 1.000.000,00

Receita de IRRF

(-) R$ 200.000,00

Receita de Contribuições Sociais

(-) R$ 100.000,00

Despesa de Pessoal Líquida

(=) R$ 700.000,00

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

277

1.4 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA ANUALIDADE OU

PERIODICIDADE

O orçamento deve ser elaborado e autorizado para um

determinado período de tempo, geralmente um ano. No Brasil, o

exercício financeiro coincide com o ano civil, conforme dispõe o art. 34 da Lei

nº 4.320/1964:

“Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.”

Observa-se, entretanto, que os créditos especiais e

extraordinários autorizados nos últimos quatro meses do exercício

podem ser reabertos, se necessário, e, neste caso, serão incorporados ao

orçamento do exercício subsequente, conforme estabelecido no § 3º do art.

167 da Carta Magna.

Assim, tais créditos, denominados créditos plurianuais, são

exceções ao Princípio da ANUALIDADE ou da PERIODICIDADE.

1.5 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA EXCLUSIVIDADE

Tal princípio tem por objetivo impedir a prática, muito comum no

passado, da inclusão de dispositivos de natureza diversa de matéria

orçamentária, ou seja, previsão da receita e fixação da despesa.

Previsto no art. 165, § 8º da CF, estabelece que a LOA não

conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da

despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de

créditos suplementares e a contratação de operações de crédito,

inclusive por antecipação de receita orçamentária - ARO, nos termos

da lei, bem como os Títulos da Dívida Agrária – TDAs, previstos no art.

184, § 4º, da CF/88.

Não se esqueçam de que as leis de créditos adicionais também

devem observar esse princípio.

1.6 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DO EQUILÍBRIO

Esse princípio estabelece que o montante da despesa

autorizada em cada exercício financeiro não poderá ser superior ao

total de receitas estimadas para o mesmo período.

Havendo reestimativa de receitas com base no excesso de

arrecadação e na observação da tendência do exercício, pode ocorrer a

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

278

abertura de crédito adicional.

Nesse caso, para fins de atualização da previsão, devem ser

considerados apenas os valores utilizados para a abertura de crédito adicional.

Conforme o caput do art. 3º da Lei nº 4.320/1964, a Lei de

Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de

crédito autorizadas em lei. Assim, o equilíbrio orçamentário pode ser obtido

por meio de operações de crédito.

Entretanto, conforme estabelece o art. 167, III, da CFl é vedada a

realização de operações de crédito que excedam o montante das

despesas de capital, dispositivo conhecido como “regra de ouro”.

De acordo com esta regra, cada unidade governamental deve

manter o seu endividamento vinculado à realização de investimentos e não à

manutenção da máquina administrativa e demais serviços.

A LRF também estabelece regras limitando o endividamento dos

entes federados, nos artigos 34 a 37:

“Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida

pública a partir de dois anos após a publicação desta Lei Complementar.

Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um

ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, autarquia,

fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da

administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou

postergação de dívida contraída anteriormente.

§ 1º Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as operações

entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação, inclusive suas

entidades da administração indireta, que não se destinem a:

I – financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;

II – refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição

concedente.

§ 2º O disposto no caput não impede Estados e Municípios de

comprar títulos da dívida da União como aplicação de suas disponibilidades.

Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição

financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na qualidade de

beneficiário do empréstimo.

Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

279

financeira controlada de adquirir, no mercado, títulos da dívida pública para

atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da

União para aplicação de recursos próprios.

Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:

I – captação de recursos a título de antecipação de receita de

tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido, sem

prejuízo do disposto no § 7o do art. 150 da Constituição;

II – recebimento antecipado de valores de empresa em que o

Poder Público detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com

direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da legislação;

III – assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou

operação assemelhada, com fornecedor de bens, mercadorias ou serviços,

mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando esta

vedação a empresas estatais dependentes;

IV – assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com

fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços.”

1.7 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA LEGALIDADE

Tem o mesmo fundamento do princípio da legalidade aplicado à

administração pública, segundo o qual cabe ao Poder Público fazer ou

deixar de fazer somente aquilo que a lei expressamente autorizar, ou

seja, se subordina aos ditames da lei.

A CF/88, no art. 37 estabelece os princípios da administração

pública, dentre os quais o da legalidade e, no seu art. 165 estabelece a

necessidade de formalização legal das leis orçamentárias:

“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I – o plano plurianual;

II – as diretrizes orçamentárias;

III – os orçamentos anuais.”

1.8 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA PUBLICIDADE

O princípio da publicidade está previsto no art. 37 da CF e também

se aplica às peças orçamentárias. Justifica-se especialmente no fato de o

orçamento ser fixado em lei, e esta, para criar, modificar, extinguir ou

condicionar direitos e deveres, obrigando a todos, há que ser publicada.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

280

Portanto, o conteúdo orçamentário deve ser divulgado nos

veículos oficiais para que tenha validade.

1.9 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA ESPECIFICAÇÃO OU

ESPECIALIZAÇÃO OU DA DISCRIMINAÇÃO

Segundo este princípio, as receitas e despesas orçamentárias

devem ser autorizadas pelo Poder Legislativo em parcelas

discriminadas e não pelo seu valor global, facilitando o acompanhamento

e o controle do gasto público.

Esse princípio está previsto no art. 5º da Lei nº 4.320/1964:

“Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais

destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material,

serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras [...]”

O princípio da especificação confere maior transparência ao

processo orçamentário, possibilitando a fiscalização parlamentar, dos órgãos

de controle e da sociedade, inibindo o excesso de flexibilidade na alocação dos

recursos pelo Poder Executivo.

Além disso, facilita o processo de padronização e elaboração dos

orçamentos, bem como o processo de consolidação de contas.

Temos uma exceção a este princípio que é a Reserva de

Contingência.

A Reserva de Contingência foi criada como uma dotação global

não especificamente destinada a determinado programa ou unidade

orçamentária, ou seja, é uma exceção ao Princípio Orçamentário da

Especificação

O art. 8º da Portaria Interministerial nº 163, de 04.05.2001, assim

determina, com nossos destaques:

"Art. 8º. A dotação global denominada "Reserva de

Contingência", permitida para a União no art. 91 do Decreto-Lei no 200, de

25 de fevereiro de 1967, ou em atos das demais esferas de Governo, a ser

utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais e

para o atendimento ao disposto no art. 5o, inciso III, da Lei

Complementar no 101, de 2000, sob coordenação do órgão responsável

pela sua destinação, será identificada nos orçamentos de todas as esferas de

Governo pelo código "99.999.9999.xxxx.xxxx", no que se refere às

classificações por função e subfunção e estrutura programática, onde o "x"

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

281

representa a codificação da ação e o respectivo detalhamento."

1.10 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA NÃO-AFETAÇÃO DA RECEITA

Tal princípio encontra-se consagrado, como regra geral, no inciso

IV do art. 167 da Constituição Federal de 1988, quando veda a vinculação

de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa:

“Art. 167. São vedados:

(...)

IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou

despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a

que se referem os artigos 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e

serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e

para realização de atividades da administração tributária, como determinado,

respectivamente, pelos artigos 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de

garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art.

165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela

Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003);

(...)

§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos

impostos a que se referem os artigos 155 e 156, e dos recursos de que tratam

os artigos 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou

contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. (Incluído

pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993).”

As ressalvas são estabelecidas pela própria Constituição e estão

relacionadas à repartição do produto da arrecadação dos impostos (Fundos de

Participação dos Estados – FPE e dos Municípios – FPM e Fundos de

Desenvolvimento das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste), à destinação

de recursos para as áreas de saúde e educação, além do oferecimento de

garantias às operações de crédito por antecipação de receitas.

Trata-se de medida de bom-senso, uma vez que possibilita ao

administrador público dispor dos recursos de forma mais flexível para o

atendimento de despesas em programas prioritários.

No âmbito federal, a Constituição reforça a não-vinculação das

receitas por meio do art. 76 do Ato das Disposições Constitucionais

Transitórias – ADCT, ao criar a “Desvinculação das Receitas da União – DRU”,

abaixo transcrito:

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

282

“Art. 76. É desvinculado de órgão, fundo ou despesa, até 31 de

dezembro de 2011, 20% (vinte por cento) da arrecadação da União de

impostos, contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico, já

instituídos ou que vierem a ser criados até a referida data, seus adicionais e

respectivos acréscimos legais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº

56, de 2007)

§ 1º O disposto no caput deste artigo não reduzirá a base de

cálculo das transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios na forma dos

artigos 153, § 5º; 157, I; 158, I e II; e 159, I, a e b; e II, da Constituição,

bem como a base de cálculo das destinações a que se refere o art. 159, I, c,

da Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de

19.12.2003)

§ 2º Excetua-se da desvinculação de que trata o caput deste artigo

a arrecadação da contribuição social do salário-educação a que se refere o art.

212, § 5o, da Constituição.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 27, de

2000).

IMPORTANTE

A NÃO VINCULAÇÃO É EM RELAÇÃO A RECEITA DE IMPOSTOS

ALÉM DISSO, A VEDAÇÃO É EM RELAÇÃO A DESPESA, ÓRGÃO

OU FUNDO => “NÃO DOF”

CAIU NA PROVA!

125 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) O

princípio orçamentário que estabelece que todas as receitas e despesas do

ente público devem compor o orçamento público é o princípio da:

a) Não afetação.

b) Unidade.

c) Exclusividade.

d) Especificação.

e) Universalidade.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

283

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

Pessoal, vejam que a ênfase na frase é em TODAS, ou seja, um

UNIVERSO. Ao observarmos esse detalhe, teremos mais facilidades em

diferenciar este princípio com o da UNIDADE.

126 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) O princípio

orçamentário da não afetação das receitas implica no fato de que:

a) todas as receitas devem estar previstas no orçamento.

b) as receitas devem estar equilibradas com as despesas.

c) as receitas devem constar do orçamento pelos seus valores brutos.

d) as receitas de capital devem ser superiores, em valor absoluto, às despesas

de capital.

e) as despesas não podem estar vinculadas às receitas, salvo exceções

previstas em lei.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

A questão coloca o Princípio da Não Vinculação das Receitas de

Impostos. “NÃO DOF”

Os demais itens estão associados como a seguir.

Item “a” PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE

Item “b” PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO

Item “c” PRINCÍPIO DO ORÇAMENTO BRUTO

Item “d” NÃO É PRINCÍPIO ALGUM, MAS APENAS UMA

TENTATIVA DE REGRA DE OURO (MAS NÃO É)

Item “e” PRINCÍPIO DA NÃO VINCULAÇÃO DAS RECEITAS

DE IMPOSTOS

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

284

127 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) A Lei

no 4.320/64, em seus artigos 3o e 4o, dispõe que a lei orçamentária anual

compreenderá todas as receitas e despesas do ente público. Esses dispositivos

legais consagram que o orçamento no Brasil atende ao princípio:

a) do equilíbrio.

b) da universalidade.

c) da exclusividade.

d) da unidade do caixa.

e) do orçamento bruto.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (b).

Mais uma questão que trata do PRINCÍPIO DA UNVERSALIDADE. As

Bancas gostam de confundir os princípios da UNIDADE com o da

UNIVERSALIDADE, mas aluno do Ponto não vai mais passar por isso, certo ?

A ênfase no Princípio da UNIVERSALIDADE é no termo “TODAS”. Já no

da UNIDADE a ênfase é em “UM SÓ”.

128 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) O

princípio orçamentário que veda que a receita de impostos esteja vinculada a

órgão, fundo, ou despesa, ressalvadas as exceções admitidas pela Constituição

Federal, é o princípio:

a) da clareza.

b) da discriminação.

c) do equilíbrio.

d) da unidade orçamentária.

e) da não-afetação.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

Mais uma vez, as frases se repetem.

A novidade na questão é a citação ao Princípio da Clareza.

Segundo tal princípio, a matéria orçamentária deve apresentar

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

285

linguagem de modo fácil para que o homem-médio, ou seja, o homem-comum,

possa compreendê-la.

Assim, o orçamento deve ser expresso de forma clara, ordenada e

completa.

129 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) A Lei no

4.320/64, em seu art. 6o, dispõe que todas as receitas e despesas constarão

da lei orçamentária anual pelos seus totais, sem quaisquer deduções. Esse

dispositivo legal consagra que o orçamento no Brasil atende ao princípio:

a) da publicidade.

b) da exclusividade.

c) da unidade do caixa.

d) do orçamento bruto.

e) do equilíbrio.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (d).

Não temos como fugir, as questões se repetem em relação ao tema

Princípios.

E a frase é basicamente a mesma: “todas as receitas e despesas

constarão da lei orçamentária anual pelos seus totais, sem quaisquer

deduções.”

130 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) O princípio

orçamentário que determina que as despesas e receitas devam aparecer de

forma detalhada no orçamento, para que se possa conhecer,

pormenorizadamente, as origens e aplicações dos recursos levantados junto à

sociedade é o princípio:

a) do equilíbrio.

b) da clareza.

c) da discriminação.

d) da não-afetação.

e) da unidade orçamentária.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

286

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (c).

A frase básica é a seguinte: “as receitas e despesas orçamentárias

devem ser autorizadas em parcelas discriminadas e não pelo seu valor

global, facilitando o acompanhamento e o controle do gasto público.”

Depois de tantas frases, vamos montar um quadro-MANTRA.

MANTRA !

PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

PRINCÍPIO IDEIA-CHAVE

UNIDADE

cada ente da federação (União, Estado,

Distrito Federal ou Município) deve

possuir apenas um orçamento,

estruturado de maneira uniforme

UNIVERSALIDADE a Lei Orçamentária deverá conter

TODAS as receitas e despesas

ORÇAMENTO BRUTO

Todas as receitas e despesas constarão

da lei de orçamento pelos seus totais,

vedadas quaisquer deduções

ANUALIDADE OU

PERIODICIDADE

O orçamento deve ser elaborado e

autorizado para um determinado

período de tempo, geralmente um ano

EXCLUSIVIDADE

A LOA não conterá dispositivo estranho

à previsão da receita e à fixação da

despesa, não se incluindo na proibição

a autorização para abertura de créditos

suplementares e a contratação de

operações de crédito, inclusive por

antecipação de receita orçamentária -

ARO, nos termos da lei, bem como os

Títulos da Dívida Agrária – TDAs,

previstos no art. 184, § 4º, da CF/88.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

287

EQUILÍBRIO

O montante da despesa autorizada em

cada exercício financeiro não poderá

ser superior ao total de receitas

estimadas para o mesmo período

É vedada a realização de operações de

crédito que excedam o montante das

despesas de capital, dispositivo

conhecido como “regra de ouro”

LEGALIDADE

Cabe ao Poder Público fazer ou deixar

de fazer somente aquilo que a lei

expressamente autorizar, ou seja, se

subordina aos ditames da lei

PUBLICIDADE

O conteúdo orçamentário deve ser

divulgado nos veículos oficiais para que

tenha validade

ESPECIFICAÇÃO OU

ESPECIALIZAÇÃO OU

DA DISCRIMINAÇÃO

As receitas e despesas orçamentárias

devem ser autorizadas pelo Poder

Legislativo em parcelas discriminadas e

não pelo seu valor global

Exceção a este princípio => Reserva de

Contingência: dotação global não

especificamente destinada a

determinado programa ou unidade

orçamentária

NÃO-AFETAÇÃO DA

RECEITA

A NÃO VINCULAÇÃO É EM RELAÇÃO A

RECEITA DE IMPOSTOS

A VEDAÇÃO É EM RELAÇÃO A DESPESA,

ÓRGÃO OU FUNDO => “NÃO DOF”

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

288

2 - Tópicos da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n.º

101/2000): princípios, objetivos, efeitos no planejamento e no

processo orçamentário.

2.1 – PRINCÍPIOS DA LRF

Os seguintes princípios da LRF são aceitos pela maioria da

doutrina: Planejamento + Transparência + Equilíbrio orçamentário +

Responsabilização

Temos os seguintes pressupostos da Responsabilidade na Gestão

Fiscal:

ação planejada e transparente => previnem-se riscos e corrigem desvios

capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas;

cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas

obediência a limites e condições em relação à:

=> renúncia de receita;

=> geração de despesas com:

- pessoal;

- seguridade social;

- outras.

=> dívidas consolidada e mobiliária;

=> operações de crédito, inclusive por antecipação de receita;

=> concessão de garantia; e

=> inscrição em Restos a Pagar.

2.2 – OBJETIVOS, EFEITOS NO PLANEJAMENTO E NO PROCESSO

ORÇAMENTÁRIO

Vamos tratar desse tema em conjunto com alguns conceitos

relacionados aos princípios da LRF, de forma a facilitarmos a abordagem.

Vamos adiante....

Qualificando-se a elaboração do orçamento público como uma

atividade realizada na administração da coisa pública, pode-se visualizar a

importância que os princípios gerais carregam como fonte de interpretação dos

dados e do uso direcionado do poder discricionário.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

289

Para compreender melhor a sistemática principiológica da Lei de

Responsabilidade Fiscal, convém explicitar a importância que os princípios

constitucionais do art. 37 exercem em toda seara administrativa, por serem

básicos a toda e qualquer administração pública, em qualquer um dos seus

setores.

A legalidade, enquanto princípio da administração, significa que o

administrador público está sujeito em toda sua atividade funcional aos

preceitos legais e às exigências do bem comum.

Assim também o é em nível orçamentário, tanto que os planos

passam pelo Poder Legislativo, quando da sua criação, vigendo sob a forma de

lei ordinária.

A CF e a legislação ordinária apontam para uma disciplina interior

da administração pública. A conformidade entre a atividade e o que foi

disciplinado chama-se moralidade administrativa.

Em outros termos, deve-se entender a moralidade administrativa

como um pressuposto de validade de todo ato da administração pública. Mas

não se trata apenas de uma questão legal, porque tange ao princípio da ética

nas instituições.

A impessoalidade da administração pública significa que o ato

produzido é imputável ao órgão ou entidade administrativa, como corolário da

finalidade impessoal do interesse público a que se presta a atividade

administrativa.

No momento em que se deixa de observar a finalidade pública do

ato administrativo, em detrimento de interesses pessoais, ocorre desvio de

finalidade, diferentemente de quando um ato é praticado com incompetência

ou abuso de poder.

Como requisito de eficácia e de moralidade da administração

pública, os seus atos devem ser públicos. Nesse sentido, avalia-se que o

princípio da publicidade não é formador do ato, é elemento necessário para

torná-lo eficaz.

No entanto, o constituinte não se contentou com a idéia de que os

atos devem ser legais, probos, impessoais e públicos. Esses princípios já

bastariam para conduzir a lisura e a idoneidade administrativa.

Mas faltaria ainda a prestreza, a correção, o rendimento funcional.

Para atender esses aspectos foi apontado o princípio da eficiência. Trata-se de

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

290

um princípio econômico, relativo à qualificação da atividade, levando em conta

a relação insumo/produto.

É na aplicação do direito financeiro onde mais consistentemente se

visualiza a sua aplicação.

Exatamente por que a atividade financeira e orçamentária faz parte

do conjunto dos atos administrativos, utilizam-se como fonte interpretativa e

direcional os princípios básicos da administração.

Seguindo a lógica de que nem todos os atos administrativos são

atos orçamentários, deve-se perquirir quais são os princípios atinentes à

própria função orçamentária, como base para a LRF.

Os princípios orçamentários são a exclusividade do orçamento, a

universalidade, o planejamento e o equilíbrio orçamentário.

A exclusividade do orçamento diz respeito ao conteúdo sobre o que

versam os instrumentos orçamentários.

Tendo em vista a finalidade a que se destina o orçamento público,

diz-se que o seu conteúdo deve versar tão-somente sobre matéria financeira.

Ou seja, devem ficar de fora todas as questões não atinentes aos créditos, às

despesas e as contas públicas.

Mas, se por um lado, fica vedado tratamento de questões exógenas

ao plano fiscal no orçamento – no sentido financeiro e de política fiscal –, por

outro, há o princípio da universalidade, que determina a abrangência de toda

atividade financeira pelo orçamento.

Em outros termos, nada que diga respeito ao plano financeiro pode

ficar de fora do orçamento.

O planejamento orçamentário surge com a missão de tratar de

todas as problemáticas financeiras, sem delas escapar.

O princípio do planejamento diz respeito a uma operação onde se

seguem rigorosamente a fase de definição do problema, a fase de pesquisa e a

fase de plano.

Além disso, o planejamento se divide em físico, econômico, social,

cultural, e de área.

Os planos orçamentários da União, dos Estados, dos Municípios e

do Distrito Federal são precipuamente econômicos, uma vez que os demais

nem sempre se prestam a finalidades financeiras e orçamentárias.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

291

Pode-se entender o planejamento como meio para atingir

finalidades administrativas. Uma delas já está insculpida como o princípio do

equilíbrio orçamentário.

Nesse sentido, um dos principais objetivos da LRF é estabelecer os

mecanismos pelos quais são efetivadas as metas de resultado para que se

preserve o equilíbrio entre despesas e receitas públicas.

Assim, temos o princípio da prevenção de déficit fiscal, ou seja,

mais do que o equilíbrio fiscal, deve-se prevenir contra os déficits financeiros.

Tenta-se, com isso, coibir a prática usual do endividamento público

irresponsável, onerando em demasia os cofres públicos. Por exemplo, a

prevenção se dá com a limitação dos gastos em períodos razoáveis de tempo.

Entre as inovações da LRF (acompanhamento, possibilidade de

sanção, e outras), destaca-se a transparência, por auxiliar na fundação

principiológica da nova maneira de criar e conduzir o orçamento.

A transparência vem ao encontro do mencionado princípio

constitucional da publicidade, mas ultrapassa o seu significado. Isso porque a

LRF não apenas exige a publicidade, mas dispõe sobre mecanismos a

ensejarem a transparência orçamentária.

Assim, fica determinada a gama de princípios gerais da

administração e específicos da área financeira que norteiam a LRF, pondo-se

em relevo a tríade planejamento, equilíbrio orçamentário e transparência,

como baluartes para a atividade administrativa e orçamentária.

CAIU NA PROVA!

131 - (ESAF / ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANA / 2009) De acordo

com a Lei de Responsabilidade Fiscal, constituem requisitos essenciais da

responsabilidade na gestão fiscal a instituição, a previsão e a efetiva

arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da

Federação. Nos casos em que um determinado ente deixe de observar tal

dispositivo, ser-lhe-á vedada:

a) a realização de transferências obrigatórias, qualquer que seja o tributo.

b) a realização de transferências obrigatórias, no que se refere aos impostos.

c) a realização de transferências voluntárias, qualquer que seja o tributo.

d) a realização de transferências voluntárias, no que se refere aos impostos.

e) a realização de transferências obrigatórias e voluntárias, no que se refere

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

292

aos impostos.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (d).

De acordo com o art. 11 da LRF, temos o seguinte:

“Art. 11. Constituem requisitos essenciais da

responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e

efetiva arrecadação de todos os tributos da competência

constitucional do ente da Federação.

Parágrafo único. É vedada a realização de

transferências voluntárias para o ente que não observe o

disposto no caput, no que se refere aos impostos.”

132 - (ESAF / ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – STN / 2008) A

Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000, no que se refere à

consignação na lei orçamentária de créditos com finalidade imprecisa ou com

dotação ilimitada:

a) autoriza, com restrições, vinculando-se a consignação à indicação de fontes

adicionais de recursos.

b) veda, explicitando proibição que não admite nenhuma exceção.

c) proíbe, excetuando-se consignações acompanhadas de justificativa do chefe

do Poder Executivo responsável pela execução orçamentária.

d) não recomenda, excetuando-se consignações instruídas com justificativa do

responsável pelo Poder proponente.

e) autoriza, conquanto que a consignação não alcance mais de um exercício

financeiro.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (b).

O § 4º do art. 5º da LRF assim estabelece:

“§ 4o É vedado consignar na lei orçamentária

crédito com finalidade imprecisa ou com dotação

ilimitada.”

Desta forma, não há qualquer exceção na LRF em relação à

consignação na lei orçamentária de créditos com finalidade imprecisa ou com

dotação ilimitada.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

293

3 - LRF: limites para despesas de pessoal; limites para a dívida;

mecanismos de transparência fiscal.

3.1 – ALGUNS ASPECTOS SOBRE A LRF

A LRF obriga: União, Estados, DF e Municípios.

Quando a LRF se refere à União, aos Estados, ao Distrito Federal e

aos Municípios, incluem-se:

o Poder Executivo, o Poder Legislativo (e os Tribunais de Contas), o

Poder Judiciário e o Ministério Público;

as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias,

fundações e empresas estatais dependentes.

O DF considera-se na LRF como Estado.

As referências aos Tribunais de Contas incluem:

o Tribunal de Contas da União;

o Tribunal de Contas do Estado;

o quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios;

o Tribunal de Contas do Município (só existem os dos RJ e SP).

Na LRF:

ENTE DA FEDERAÇÃO = União, cada Estado, o DF e cada

Município;

EMPRESA CONTROLADA = sociedade cuja maioria do

capital social com direito a voto pertença, direta ou

indiretamente, a ente da Federação;

EMPRESA ESTATAL DEPENDENTE = empresa controlada

que receba do ente controlador recursos financeiros para

pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral

ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles

provenientes de aumento de participação acionária.

RECEITA CORRENTE LÍQUIDA - RCL

É o somatório das receitas correntes, deduzidos:

=> na União: os valores transferidos aos Estados e

Municípios por determinação constitucional ou legal, e as

contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso

II do art. 195, e no art. 239 da CF;

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

294

=> nos Estados: as parcelas entregues aos Municípios

por determinação constitucional;

=> na União, nos Estados e nos Municípios: a

contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de

previdência e assistência social e as receitas provenientes da

compensação financeira citada no § 9° do art. 201 da CF.

IMPORTANTE !

A receita corrente líquida será apurada somando-se as

receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze

anteriores, excluídas as duplicidades.

CAIU NA PROVA!

133 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) A receita cujo

valor é deduzido para o cálculo da receita corrente líquida do ente público, cujo

conceito consta do art. 2o da Lei Complementar no 101/2000 (Lei da

Responsabilidade Fiscal), é a receita:

a) de aluguéis de imóveis de propriedade do ente público.

b) da contribuição para o financiamento da seguridade social.

c) decorrente das atividades industriais e agropecuárias do ente público.

d) da contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de

previdência.

e) da dívida ativa do ente público.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (d).

Observem que os itens correspondem a alguma das Receitas Correntes

do TCPAISTransOu e não são deduções que entram no cálculo da RCL.

O item (d) se refere à alínea c), do inciso IV, do art. 2º, da LRF.

Vamos aos demais itens.

(a) – Receita Patrimonial

(b) – Receita de Contribuições Sociais. Lembrem-se de que não é a

parte previdenciária dos servidores públicos. Estes, que possuem o

Regime de Previdência Próprio dos Servidores, cujas contribuições não

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

295

entram no cômputo da RCL, conforme observamos no item (d).

(c) – Receitas Industriais e Receitas Agropecuárias.

(e) – Outras Receitas Correntes, como vimos na parte do curso em que

tratamos sobre a Dívida Ativa.

Vamos comentar sobre o Anexo de Metas Fiscais - AMF e o Anexo

de Riscos Fiscais – ARF.

Anexo de Metas Fiscais - AMF e Anexo de Riscos Fiscais - ARF

São “pendurados” à LDO;

Há outro anexo à LDO, específico somente para a União que traz os

objetivos das políticas “MoCreCam” (monetária, creditícia e cambial); e

Se aplicam à União, Estado, DF e Municípios.

ARF

Traz passivos contingentes e outros riscos que afetam as contas

públicas;

Indica as providências para a redução dos passivos contingentes;

Tipos de riscos:

De orçamento = Ex.: caso haja redução de receitas, há medidas

necessárias para se reduzir a previsão de receitas orçamentárias.

Da dívida = Ex.: um fato futuro que pode impactar a dívida pública,

como o que ocorreu com a crise financeira.

AMF

Traz metas anuais em valores correntes e constantes para 3 exercícios: o

que se refere e os 2 seguintes;

Quais são as metas:

FISCAIS

de RESULTADO PRIMÁRIO=RECEITAS NÃO FINANCEIRAS –

DESPESAS NÃO FINANCEIRAS;

RP=RÑF-DÑF

de RESULTADO NOMINAL=RECEITAS – DESPESAS

(neste resultado se incluem os fatores financeiros, ou seja, os juros e

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

296

afins entram no cômputo deste resultado)

RN=R-D

CAIU NA PROVA!

134 - (ESAF / ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANA / 2009) Segundo a

Lei de Responsabilidade Fiscal, o Anexo de Metas Fiscais, em que serão

estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a

receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida

pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes, deverá

integrar o:

a) Relatório de Gestão Fiscal.

b) Relatório Resumido da Execução Orçamentária.

c) Projeto da Lei do Plano Plurianual.

d) Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

e) Projeto da Lei Orçamentária Anual.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (d).

Conforme se estabelece no § 1º do art. 4º da LRF, o projeto da LDO

trará o Anexo de Metas Fiscais – AMF.

Atenção que não é a LDO que traz o AMF, mas sim o PROJETO DA

LDO.

Além disso, tal anexo traz metas anuais, em valores correntes e

constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e

montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois

seguintes.

“§ 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes

orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão

estabelecidas metas anuais, em valores correntes e

constantes, relativas a receitas, despesas, resultados

nominal e primário e montante da dívida pública, para

o exercício a que se referirem e para os dois

seguintes.”

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

297

135 - (ESAF / ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – CGU / 2008)

Com a publicação da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n.

101/2000), a Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO assumiu novas

prerrogativas, entre as quais a de apresentar o Anexo de Metas Fiscais - AMF e

o Anexo de Riscos Fiscais - ARF. Em relação ao AMF e ARF não se pode

afirmar:

a) no ARF, serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de

afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso

se concretizem.

b) o AMF estabelece as metas de Receita, Despesa, Resultado Primário e

Nominal e montante da dívida pública a serem observadas no exercício

financeiro a que se refere, além de indicar as metas fiscais para os dois

exercícios seguintes.

c) de acordo com as últimas Leis de Diretrizes Orçamentárias da União, os

riscos fiscais podem ser classificados em duas grandes categorias: Riscos

orçamentários e Riscos de dívida.

d) faz parte do AMF o demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia

de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter

continuado.

e) considerando os riscos dos déficits atuariais dos sistemas de previdência, a

LRF determina que integre o ARF a avaliação da situação financeira e atuarial

do regime próprio dos servidores públicos.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

A LRF determinou que tal assunto estará no AMF, conforme consta no

art. 4º, § 2º, inciso IV, alínea “a”.

É verdade que tal avaliação se baseia nos riscos dos déficits atuariais dos

sistemas de previdência, mas o ARF não abarca tal tema.

De acordo com o art. 4º, § 3º da LRF, temos a atribuição do ARF.

“§ 3o A lei de diretrizes orçamentárias conterá

Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os

passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar

as contas públicas, informando as providências a serem

tomadas, caso se concretizem.”

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

298

136 - (FCC/ANALISTA – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007)

Segundo a Lei da Responsabilidade Fiscal, se verificado, ao final de um ......(I)

, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas

de resultado .....(II) estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o

Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários,

nos trinta dias subseqüentes, .....(III) de empenho e movimentação financeira,

segundo os critérios fixados pela lei .....(IV) .

Preenchem respectiva e corretamente as lacunas de I a IV:

a) Bimestre, primário ou nominal, limitação, de diretrizes orçamentárias.

b) Trimestre, primário ou operacional, sub-rogação, de diretrizes

orçamentárias.

c) Quadrimestre, operacional ou nominal, limitação, orçamentária anual.

d) Semestre, primário ou operacional, sub-rogação, orçamentária anual.

e) Ano, primário ou nominal, limitação, orçamentária anual.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (a).

O texto da assertiva que está no enunciado da questão tem como

fundamento para a resposta, que consta no item (a), o caput do art. 9º da

LRF.

Pessoal, vamos falar rapidamente sobre os temas Renúncia de

Receita e Geração da Despesa e Despesa Obrigatória de Caráter Continuado

que avaliamos serem fundamentais para nosso trabalho.

Renúncia de receita

Pessoal, vamos falar rapidamente sobre os temas Renúncia de

Receita e Geração da Despesa e Despesa Obrigatória de Caráter Continuado

que avaliamos ser fundamentais para nosso trabalho.

A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de

natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá:

acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro:

E, E+1, E+2 (exercícios que inicia a renúncia e os 2 seguintes

atender ao disposto na LDO e a pelo menos uma das seguintes

condições:

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

299

demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na

estimativa de receita da lei orçamentária e de que não afetará as

metas de resultados fiscais previstas no AMF;

estar acompanhada de medidas de compensação, no período de

vigência da renúncia e nos 2 seguintes, por meio do aumento de

receita, proveniente da:

- elevação de alíquotas;

- ampliação da base de cálculo;

- majoração ou criação de tributo ou contribuição.

Renúncia de receita é:

anistia;

remissão;

subsídio;

crédito presumido;

concessão de isenção em caráter não geral;

alteração de alíquota; ou

modificação de base de cálculo

Desde que impliquem:

redução discriminada de tributos ou contribuições; e

outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.

A Renúncia de Receita não se aplica:

às alterações das alíquotas do:

=> II;

=> IE;

=> IPI;

=> IOF.

ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos

respectivos custos de cobrança.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

300

CAIU NA PROVA!

137 - (ESAF / ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – STN / 2008) A

concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da

qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada:

a) de exposição de motivos que justifique politicamente a finalidade da

renúncia.

b) de decreto regulamentador que identifique exatamente o valor da receita

objeto da renúncia.

c) de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva

iniciar sua vigência e nos dois seguintes.

d) de estudo de impacto orçamentário-financeiro que comprove a necessidade

da renúncia, como instrumento de política fiscal que atenda ao plano

plurianual.

e) de portaria regulamentadora expedida por autoridade competente que

explicite, objetivamente, o valor da receita objeto da renúncia.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (c).

A referência é o caput do art. 14 da LRF.

“Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo

ou benefício de natureza tributária da qual decorra

renúncia de receita deverá estar acompanhada de

estimativa do impacto orçamentário-financeiro no

exercício em que deva iniciar sua vigência e nos

dois seguintes, atender ao disposto na lei de

diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das

seguintes condições: (.....)”

Geração da Despesa e Despesa Obrigatória de Caráter Continuado

Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao

patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação que não

atendam o disposto na LRF.

A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação

governamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado de:

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

301

estimativa do impacto orçamentário-financeiro (EIOF) no E, E+1 e E+2;

declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação

orçamentária e financeira com a LOA e compatibilidade com o PPA e a

LDO. (atenção para não confundir, pois a banca inverte os termos, por

isso o destaque nas letras de forma a facilitar a decoreba)

Adequada com a LOA: despesa objeto de dotação específica e

suficiente, ou que esteja abrangida por crédito genérico, de forma que

somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a realizar,

previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites

estabelecidos para o exercício.

Compatível com o PPA e a LDO: despesa que se conforme com

as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses instrumentos e

não infrinja qualquer de suas disposições.

A EIOF (estimativa do impacto orçamentário-financeiro) será

acompanhada das premissas e metodologia de cálculo utilizadas.

Não se consideram irregulares, não autorizadas e lesivas ao

patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação dita como

irrelevante, nos termos em que dispuser a LDO.

A “EIOF” no E, E+1 e E+2, bem como a declaração do ordenador

da despesa são condições prévias para:

empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução

de obras;

desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3o do art. 182

da CF/88.

Despesa Obrigatória de Caráter Continuado – DOCC

é uma despesa corrente derivada de:

lei;

MP; ou

ato administrativo normativo.

que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um

período superior a dois exercícios.

Os atos que criarem ou aumentarem a DOCC deverão:

ser instruídos com a “EIOF”;

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

302

demonstrar a origem dos recursos para seu custeio;

ser acompanhado de comprovação de que a DOCC criada ou aumentada

não afetará as metas de resultados fiscais previstas no AMF da LDO,

devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser

compensados:

pelo aumento permanente de receita; ou

pela redução permanente de despesa.

OBSERVAÇÃO

Estes comentários sobre os atos que criam ou aumentam a DOCC não

se aplicam às despesas destinadas ao serviço da dívida nem ao

reajustamento de remuneração de pessoal de que trata o inciso X do

art. 37 da CF/88.

Aumento permanente de receita:

elevação de alíquotas;

ampliação da base de cálculo;

majoração ou criação de tributo ou contribuição.

A DOCC não será executada antes da implementação das medidas

preliminares, as quais integrarão o instrumento que criar ou aumentar a

DOCC.

Aumento de despesa:

prorrogação daquela criada por prazo determinado.

Vedações

O BACEN não emite mais títulos da dívida pública desde maio de

2002.

É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da

Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou

empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da

administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou

postergação de dívida contraída anteriormente.

EXCEÇÃO: as operações entre instituição financeira estatal e outro

ente da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

303

se destinem a:

financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;

refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.

Não é vedado aos Estados e Municípios a compra de títulos da dívida da

União como aplicação de suas disponibilidades.

É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira

estatal e o ente da Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do

empréstimo.

EXCEÇÃO: instituição financeira controlada pode adquirir, no

mercado, títulos da dívida pública para atender investimento de seus clientes,

ou títulos da dívida de emissão da União para aplicação de recursos próprios.

Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:

a captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou

contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do

disposto no § 7o do art. 150 da CF;

o recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público

detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com direito

a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da legislação;

a assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação

assemelhada, com fornecedor de bens, mercadorias ou serviços,

mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando

esta vedação a empresas estatais dependentes;

a assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com

fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços.

CAIU NA PROVA!

138 - (ESAF / ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANA / 2009) De acordo

com a Lei de Responsabilidade Fiscal, considera-se obrigatória de caráter

continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato

administrativo normativo, que fixe para o ente a obrigação legal de sua

execução:

a) por um período superior a três exercícios.

b) por um período superior a dois exercícios.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

304

c) até o encerramento do Plano Plurianual vigente.

d) até o encerramento do Plano Plurianual subsequente.

e) por um período superior a um exercício.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (b).

A referência é o caput do art. 17 da LRF.

“Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter

continuado a despesa corrente derivada de lei, medida

provisória ou ato administrativo normativo que fixem

para o ente a obrigação legal de sua execução por um

período superior a dois exercícios.”

3.2 – MECANISMOS OU INSTRUMENTOS DE TRANSPARÊNCIA FISCAL

São instrumentos de transparência fiscal:

os planos (PPA e outros), orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias;

as prestações de contas e o respectivo parecer prévio;

o Relatório Resumido da Execução Orçamentária;

o Relatório de Gestão Fiscal; e

as versões simplificadas desses documentos.

Também se assegura a transparência pelo(a):

incentivo à participação popular e realização de audiências

públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos

planos (PPA e outros), LDO e Leis dos orçamentos;

ampla liberdade para o conhecimento e o acompanhamento da

sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a

execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de

acesso público; (Ex: Portal da Transparência da CGU);

adoção de sistema integrado de administração financeira e

controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido

pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A da LRF.

Art. 48-A da LRF: Para os fins a que se refere à liberação ao pleno

conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de

informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

305

meios eletrônicos de acesso público, os entes da Federação disponibilizarão a

qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a:

quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades

gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua

realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao

número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao

serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do

pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório

realizado;

quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita

das unidades gestoras, inclusive referente a recursos

extraordinários.

Qualquer: Cidadão + Partido político + Associação + Sindicato -

CiPAS

É parte legítima para denunciar o descumprimento da LRF ao:

=> respectivo Tribunal de Contas; e

=> órgão competente do Ministério Público.

3.3 – LIMITES PARA DESPESAS DE PESSOAL

Pessoal, sobre esse importante tema, temos que ter atenção aos

valores dos limites previstos na LRF. Vamos apresentar três tabelas de forma a

ajudar a sua memorização.

A primeira é a versão completa. A segunda está incompleta e é a

que possui valores com o algarismo comum “6”. Por fim, a terceira é a sem

valor algum para que vocês possam preencher a lápis para fixarem os valores.

Esse método não é único, serve apenas para ajudar vocês. Se

alguém possuir algum outro, não há problema algum.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

306

LIMITES DE PESSOAL EM % DA RECEITA CORRENTE LÍQUIDA - RCL:

UNIÃO ESTADOS

e DF MUNICÍPIOS

TOTAIS 50% 60% 60%

PODER

EXECUTIVO 40,9 49* 54

PODER

LEGISLATIVO 2,5 3* 6

PODER JUDICIÁRIO

6 6

MINISTÉRIO PÚBLICO

0,6 2

* Em Estados que possuem Tribunais de Contas dos Municípios,

acresce-se 0,4% da RCL no Poder Legislativo e diminuiu-se 0,4% da

RCL no Poder Executivo.

OBSERVAÇÃO: dos 40,9% da RCL na União, 3% são para:

MPDFT, TJDFT, PMDF, Polícia Civil do DF e Corpo de Bombeiros

Militar do DF; e

Pessoal que era da União e que servia nos ex-Territórios do AP

e RR.

Segue a 2ª tabela parcialmente preenchida com os valores que

apresentam o algarismo “6” repetido em seus limites.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

307

UNIÃO ESTADOS

e DF MUNICÍPIOS

TOTAIS 60% 60%

PODER

EXECUTIVO

PODER

LEGISLATIVO 6

PODER JUDICIÁRIO

6 6

MINISTÉRIO PÚBLICO

0,6

Por fim, a 3ª tabela para vocês treinarem os valores limites.

UNIÃO ESTADOS

e DF MUNICÍPIOS

TOTAIS

PODER

EXECUTIVO

PODER

LEGISLATIVO

PODER JUDICIÁRIO

MINISTÉRIO PÚBLICO

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

308

Ok, Erick, mas você ainda não me disse o que se considera

como despesa total com pessoal.

Beleza, vamos ver em um quadro, como a LRF trata desse tema no

seu art. 18.

DESPESA TOTAL COM PESSOAL

É somatório dos gastos do ente da Federação com:

ativos

inativos

pensionistas

relativos a mandatos eletivos

cargos

funções ou empregos

e também, membros de Poder

ou seja, gastos com quaisquer espécies remuneratórias, tais como:

vencimentos e vantagens, fixas e variáveis

subsídios

proventos da:

aposentadoria

reformas

pensões

encargos sociais

contribuições

CIVIS E MILITARES

INCLUSIVE

adicionais +

gratificações +

horas extras +

vantagens pessoais

de qualquer natureza

recolhidos pelo ente às

entidades de previdência

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

309

OUTRAS CONSIDERAÇÕES

Serão contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal" os

valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se

referem à substituição de servidores e empregados públicos

A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada

no mês em referência com as dos onze imediatamente anteriores,

adotando-se o regime de competência

CAIU NA PROVA!

139 - (ESAF / ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – STN / 2008) Nos

termos da lei de responsabilidade fiscal, e para os fins do disposto no caput do

art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de

apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da

receita líquida, a seguir discriminados:

a) União (40%), Estados (40%), Municípios (40%).

b) União (50%), Estados (50%), Municípios (50%).

c) União (60%), Estados (60%), Municípios (60%).

d) União (50%), Estados (40%), Municípios (30%).

e) União (50%), Estados (60%), Municípios (60%).

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

Facilitamos essa questão com nosso quadro em que constam os valores

de referência em relação à Receita Corrente Líquida, cujo extrato trazemos a

seguir.

UNIÃO ESTADOS e DF MUNICÍPIOS

50% 60% 60%

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

310

140 - (ESAF / ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – CGU / 2008) A

Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF instituiu mecanismos mais rigorosos para

a administração das finanças nas três esferas de governo e funciona como um

código de conduta para os administradores públicos, que devem obedecer às

normas e limites estabelecidos na lei. Com base na Lei de Responsabilidade

Fiscal, assinale a opção incorreta.

a) A LRF estabelece limites para gastos com pessoal, sendo que na União esse

limite chega a 50% do total das Receitas Correntes.

b) São princípios gerais da LRF o Planejamento, a Transparência e a

Responsabilização.

c) Estão sujeitos às disposições da LRF todos os entes da federação inclusive

suas empresas estatais dependentes na forma definida na Lei.

d) São exemplos de instrumentos de transparência da gestão fiscal, segundo a

LRF: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações

de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução

Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal.

e) A LRF proíbe a realização de operação de crédito entre entes da Federação,

inclusive por intermédio de fundo, ainda que sob a forma de novação de dívida

contraída anteriormente.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (a).

O erro é que a referência dos 50% recai sobre o total da Receita

Corrente Líquida – RCL, conforme temos no art. 19, inciso I da LRF.

“Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art.

169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em

cada período de apuração e em cada ente da

Federação, não poderá exceder os percentuais da

receita corrente líquida, a seguir discriminados:

I - União: 50% (cinqüenta por cento); (.....)”

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

311

141 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) A Lei

Complementar no 101/2000 (Lei da Responsabilidade Fiscal - LRF) estabeleceu

limites para as despesas de pessoal dos entes públicos com base em

percentuais definidos sobre a receita corrente líquida. Para a União esse

percentual é de:

a) 50,0%

b) 55,0%

c) 57,5%

d) 60,0%

e) 65,0%

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (a).

Questão de simples memorização que se fundamenta no inciso I, do art.

19, da LRF

142 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) A despesa

total com pessoal, em cada período de apuração, não poderá exceder os

seguintes percentuais da receita corrente líquida do ente da federação: __I__

(União), _II__(Estados) e __III__ (Municípios). Preenchem respectiva e

corretamente as lacunas I, II e III:

a) 70%, 70% e 70%

b) 60%, 70% e 70%

c) 60%, 60% e 60%

d) 60%, 50% e 50%

e) 50%, 60% e 60%

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

Questão de simples memorização que se fundamenta nos incisos I, II e

III do art. 19, da LRF.

Vejam que essas questões são fundamentais para serem resolvidas com

o auxílio de nossa tabela.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

312

3.3.1 – CONSIDERAÇÕES SOBRE AS DESPESAS COM A

SEGURIDADE SOCIAL

Pessoal, esse assunto está no art. 24 da LRF e avalio como

interessante para uma eventual cobrança pela Banca. Assim, nada melhor do

que resumirmos em um quadro.

A LRF E AS DESPESAS COM A SEGURIDADE SOCIAL

Nenhum

benefício ou

serviço relativo à seguridade social

poderá ser

o criado

o majorado ou

o estendido

sem a indicação da fonte de custeio total, conforme § 5o, art. 195 da CF/88

observadas ainda as exigências relacionadas às Despesas Obrigatórias de

Caráter Continuado – DOCCs

ao aumento de despesa decorrente de:

concessão de benefício a quem satisfaça as condições de habilitação

prevista na legislação pertinente

expansão quantitativa do atendimento e dos serviços prestados

reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de preservar o

seu valor real

Dispensam-se as compensações decorrentes do

o aumento permanente de receita ou

o da redução permanente de despesa

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

313

OBSERVAÇÃO

Também se aplicam essas regras ao benefício ou serviço de saúde,

previdência e assistência social, inclusive os destinados aos servidores

públicos e militares, ativos e inativos, e aos pensionistas.

CAIU NA PROVA!

143 - (ESAF / ANALISTA – SEFAZ - CE / 2007) Acerca das despesas com

a seguridade social, a Lei de Responsabilidade Fiscal não estabelece que é

a) obrigatória a indicação da fonte de recursos para o custeio total, em caso de

criação, majoração ou extensão de benefícios da seguridade social.

b) dispensado o aumento de receita ou redução de outras despesas para

compensar a concessão de aumento real ao valor do salário mínimo.

c) dispensado o aumento de receita ou redução de outras despesas para

compensar a concessão de benefício a quem satisfaça a legislação vigente.

d) dispensado o aumento de receita ou redução de outras despesas para

compensar a expansão quantitativa dos serviços de saúde.

e) obrigatório o aumento de receita ou redução de outras despesas para

compensar o reajustamento pela inflação dos proventos dos militares

reformados.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (b).

O erro da alternativa (b) decorre do fato que não existe tal

compensação em relação à concessão de aumento real ao valor do

salário mínimo.

Por fim, temos a seguinte referência das alternativas, no art. 24 da LRF:

Item a caput

Item c §1º, inciso I

Item d §1º, inciso II

Item e §1º, inciso III, c/c § 2º

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

314

3.4 – LIMITES PARA A DÍVIDA

A LRF trata da Dívida e do Endividamento no seu Capítulo VII,

especificamente nos artigos 29 a 42.

Vamos começar, enquadrando alguns conceitos.

CONCEITOS INICIAIS

DÍVIDA PÚBLICA

CONSOLIDADA OU

FUNDADA

montante total, apurado sem duplicidade, das

obrigações financeiras do ente da Federação,

assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou

tratados e da realização de operações de crédito, para

amortização em prazo maior que 12 meses

DÍVIDA PÚBLICA

MOBILIÁRIA

dívida pública representada por títulos emitidos pela

União (inclusive os títulos do BACEN), Estados e

Municípios

OPERAÇÃO DE

CRÉDITO

compromisso financeiro assumido em razão de mútuo,

abertura de crédito, emissão e aceite de título,

aquisição financiada de bens, recebimento antecipado

de valores provenientes da venda a termo de bens e

serviços, arrendamento mercantil e outras operações

assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos

financeiros

CONCESSÃO DE

GARANTIA

compromisso de adimplência de obrigação financeira

ou contratual assumida por ente da Federação ou

entidade a ele vinculada

REFINANCIAMENTO

DA DÍVIDA

MOBILIÁRIA

emissão de títulos para pagamento do principal

acrescido da atualização monetária

Continuemos com algumas considerações adicionais sobre o

assunto.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

315

CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS

Inclui-se na dívida pública consolidada da União aquela que se relaciona

com a emissão de títulos de responsabilidade do BACEN.

Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito

de prazo inferior a doze meses cujas receitas tenham constado do

orçamento.

Erick, já ouvi falar em uma tal Resolução do Senado Federal

que trata sobre os limites da dívida consolidada líquida.

É verdade. A Resolução do Senado Federal nº 40 de 2001 – RSF

40/2001 trata dos limites globais para o montante da dívida pública

consolidada e da dívida pública mobiliária dos Estados, do DF e dos Municípios.

Essa possibilidade de emissão de Resolução pelo Senado Federal

decorre do que está previsto no art. 52, VI e IX, da CF/1988.

Enfim, tal RSF estabelece algumas regras que têm sido cobradas

nas últimas provas. Observem que ela não trata da dívida da União, pois não o

é permitido.

ALGUMAS OUTRAS DEFINIÇÕES DA RESOLUÇÃO

EMPRESA ESTATAL DEPENDENTE - EED: empresa controlada pelo Estado, pelo DF

ou pelo Município, que tenha, no exercício anterior, recebido recursos financeiros de

seu controlador, destinados ao pagamento de despesas com pessoal, de custeio em

geral ou de capital, excluídos, neste último caso, aqueles provenientes de aumento de

participação acionária, e tenha, no exercício corrente, autorização orçamentária para

recebimento de recursos financeiros com idêntica finalidade.

DÍVIDA PÚBLICA CONSOLIDADA: montante total, apurado sem duplicidade, das

obrigações financeiras, inclusive as decorrentes de emissão de títulos, do Estado, do

DF ou do Município, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e

da realização de operações de crédito para amortização em prazo superior a 12 (doze)

meses, dos precatórios judiciais emitidos a partir de 05.05.2000 e não pagos durante

a execução do orçamento em que houverem sido incluídos, e das operações de

crédito, que, embora de prazo inferior a 12 (doze) meses, tenham constado

como receitas no orçamento

DÍVIDA PÚBLICA MOBILIÁRIA: dívida pública representada por títulos emitidos

pelos Estados, pelo DF ou pelos Municípios

DÍVIDA CONSOLIDADA LÍQUIDA: dívida pública consolidada deduzidas as

disponibilidades de caixa, as aplicações financeiras e os demais haveres

financeiros.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

316

Temos a seguir um resumo sobre os principais tópicos cobrados

sobre essa Resolução do Senado Federal – RSF nº 40/2001.

IMPORTANTE

A dívida consolidada líquida – DCL não inclui as obrigações

existentes entre as administrações diretas dos Estados, do DF ou

dos Municípios e seus respectivos fundos, autarquias, fundações e

empresas estatais dependentes, ou entre estes

A DCL dos Estados, do DF e dos Municípios, ao final do ano de 2016, não

poderá exceder, respectivamente, a:

no caso dos Estados e do DF: 2 (duas) vezes a receita

corrente líquida – RCL

no caso dos Municípios: a 1,2 (um inteiro e dois décimos)

vezes a RCL

Para não fazermos confusão em relação a esses valores da RCL,

minha sugestão é lembrarmos que um Município é menor do que um

Estado/DF.

Ainda temos que comentar sobre a Resolução do Senado Federal

nº 43/2001 – RSF 43/2001 que, entre outras, dispõe sobre as operações de

crédito interno e externo dos Estados, do DF e dos Municípios, inclusive

concessão de garantias, seus limites e condições de autorização.

Segundo seu art. 7º, temos o seguinte quadro.

LIMITES DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO INTERNO E EXTERNO DOS ESTADOS,

DO DF E DOS MUNICÍPIOS

o montante global das operações de Crédito Interno e Externo

realizadas em um exercício financeiro não poderá ser superior a 16%

da RCL

o comprometimento anual com amortizações, juros e demais encargos

da dívida consolidada, inclusive relativos a valores a desembolsar de

operações de crédito já contratadas e a contratar, não poderá exceder

a 11,5% da RCL

o montante da dívida consolidada não poderá exceder o teto

estabelecido pelo Senado Federal, conforme o disposto pela Resolução

nº 40/2001.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

317

CAIU NA PROVA!

144 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) O

limite fixado em Resolução do Senado Federal para a dívida consolidada líquida

dos Estados da Federação é de __I__ da receita corrente ___II___ , sendo que

o pagamento tanto do __III__ quanto __IV__ não pode ultrapassar __V__ da

receita corrente __VI__ .

Preenchem respectiva e corretamente as lacunas I a VI:

a) 200%; líquida; principal; dos juros; 11,5%; líquida.

b) 200%; líquida; juro; da atualização monetária; 16%; bruta.

c) 150%; bruta; juro; da atualização monetária; 16%; líquida.

d) 150%; bruta; principal; dos juros; 11,5%; bruta.

e) 120%; líquida; principal; dos juros; 11,5%; líquida.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (a).

O fundamento da questão está no inciso II, do art. 7º, da RSF nº

43/2001 e no inciso I, do art. 3º da RSF nº 40/2001.

Atenção que quando for em relação aos Estados/DF, o fator de correção

é 2,0 da RCL, ou seja, 200% da RCL.

Observem que tanto na LRF quanto nas RSF, temos referência a valores

LÍQUIDOS, como a seguir exposto.

RCL – RECEITA CORRENTE LÍQUIDA

DCL - DÍVIDA CONSOLIDADA LÍQUIDA

Assim, se tivermos em alguma questão o termo RECEITA

CORRENTE BRUTA ou DÍVIDA CONSOLIDADA BRUTA, pode marcar como

errada.

145 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) O limite fixado

em Resolução do Senado Federal para a dívida consolidada líquida dos

Municípios é de _I_ da receita corrente _II_ , sendo que o pagamento tanto do

__III__ quanto __IV__ não pode ultrapassar __V__ da receita corrente _VI__.

Preenchem correta e respectivamente as lacunas I a VI acima:

a) 200%; bruta; principal; da atualização monetária; 16%; líquida.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

318

b) 200%; líquida; juro; da atualização monetária; 11,5%; bruta.

c) 150%; bruta; juro; da atualização monetária; 16%; líquida.

d) 150%; bruta; principal; dos juros; 11,5%; bruta.

e) 120%; líquida; principal; dos juros; 11,5%; líquida.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

O fundamento da questão está no inciso II, do art. 7º, da RSF nº

43/2001 e no inciso II, do art. 3º da RSF nº 40/2001.

Atenção que quando for em relação aos Municípios, o fator de

correção é 1,2 da RCL, ou seja, 120% da RCL.

3.5 – A RECONDUÇÃO DA DÍVIDA AOS LIMITES

Pessoal, nesse tópico do curso vamos pedir um pouco mais de

atenção para guardarmos as principais considerações sobre o tema.

O art. 31 da LRF deve ser bem guardado, pois ele é fonte para

matarmos muitas questões de prova.

REGRAS SOBRE A RECONDUÇÃO DA DÍVIDA AOS LIMITES

Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o

respectivo limite

ao final de um quadrimestre

deverá reconduzir o limite até o término dos três quadrimestres

seguintes

reduzindo o excedente em pelo menos 25% no 1º quadrimestre

Por fim, ainda temos algumas considerações adicionais.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

319

OUTRAS CONSIDERAÇÕES RELEVANTES

Enquanto o ente da federação permanecer com o limite excedido:

estará proibido de realizar operação de crédito interna ou

externa, inclusive por ARO, EXCETO se for para o

refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária

terá que obter resultado primário necessário à recondução da

dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitação

de empenho, na forma do art. 9o da LRF (ATENÇÃO: A

LIMITAÇÃO DE EMPENHO SERÁ UMA DAS MEDIDAS)

e caso vença o prazo para retorno ao limite, ou seja, ainda

permaneça o limite excedido, o ente é proibido de receber

transferências voluntárias da União ou do Estado/DF

Tais restrições se aplicam ao ente de imediato caso o montante da

dívida exceder o limite no 1º quadrimestre do último ano do

mandato do Chefe do Poder Executivo.

Essas normas serão observadas nos casos de descumprimento

dos limites da dívida mobiliária e das operações de crédito

internas e externas.

146 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) A Lei da

Responsabilidade Fiscal, em seu art. 31, estabelece que, se a dívida

consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final

de um quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três

quadrimestres subsequentes. Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele

houver incorrido poderá:

a) Realizar operações de crédito somente por antecipação da receita.

b) Receber transferências voluntárias de outros entes públicos.

c) Promover a limitação dos empenhos.

d) Deixar de refinanciar o principal atualizado da dívida mobiliária.

e) Realizar operações de crédito externas.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

320

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (c).

A referência para o item (c) da questão está no inciso II, § 1º, art. 31 da

LRF.

Até há uma razão para se limitarem os empenhos: isso gera economia

de despesa, o que, em tese, significaria algum lastro para reconduzir a dívida

para abaixo dos limites estabelecidos.

Os demais itens, que são relativos a vedações em razão de se

ultrapassarem os limites com a dívida, serão referenciados a seguir.

Item (a) – é uma vedação prevista no inciso I, § 1º, art. 31 da LRF

Item (b) – outra vedação que consta no § 2º, art. 31 da LRF

Item (d) – mais uma vedação cuja referência está no inciso I, § 1º, art.

31 da LRF, ou seja, É PERMITIDO o refinanciamento do principal

atualizado da dívida mobiliária.

Item (e) – vedação com referência no inciso I, § 1º, art. 31 da LRF.

147 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Se a dívida

consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final

de um __I__ , deverá ser a ele reconduzida até o término dos __II__

subseqüentes, reduzindo o excedente em pelo menos _III__ no primeiro.

Preenchem respectiva e corretamente as lacunas I, II e III:

a) bimestre, dois, 10%

b) trimestre, três, 20%

c) quadrimestre, três, 25%

d) semestre, dois, 30%

e) ano, dois, 35%

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (c).

A referência para o item (c) da questão está no caput do art. 31 da LRF.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

321

148 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) No que

concerne aos preceitos emanados pela Lei da Responsabilidade Fiscal, analise:

I. É permitido ao titular de órgão público, nos últimos dois quadrimestres do

seu mandato, contrair obrigação de despesa que possa ser cumprida

integralmente dentro dele.

II. As operações de crédito por antecipação de receita são proibidas no último

ano de mandato do Presidente, do Governador ou do Prefeito Municipal.

III. É permitida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e

o ente da Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do

empréstimo, desde que autorizada por lei específica.

IV. Está proibida a destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir

necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas.

É correto o que consta APENAS em:

a) I e II.

b) I e III.

c) I e IV.

d) II e III.

e) II e IV.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (a).

Vamos comentar item a item.

Item I – a vedação, em relação aos limites com a dívida, se refere ao 1º

quadrimestre do último ano do mandato do Chefe do Poder Executivo,

conforme consta no § 3º, art. 31 da LRF.

Item II – o inciso I, § 1º, art. 31 da LRF determina que é vedada, E EM

QUALQUER HIPÓTESE, a contratação de operações de crédito,

INCLUSIVE POR “ARO”, EXCETO se for para refinanciar o principal

atualizado da dívida mobiliária.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

322

Item III – de acordo com o art. 36 da LRF, veda-se a operação de crédito

entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle,

na qualidade de beneficiário do empréstimo.

A exceção prevista se refere à aquisição, no mercado, de títulos da dívida

pública para atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de

emissão da União para aplicação de recursos próprios.

Item IV – conforme art. 26 da LRF não há essa vedação, pois, “a

destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir necessidades de

pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei

específica, atender às condições estabelecidas na LDO e estar prevista no

orçamento ou em seus créditos adicionais.”

3.6 – A RECONDUÇÃO AOS LIMITES DO GASTO COM PESSOAL

Deixamos esse tópico para agora de forma a aproveitarmos juntos

os 2 temas da recondução.

Erick, quando verificamos se um ente da Federação está

cumprindo os limites de gasto com pessoal?

Beleza. Essa verificação se faz a cada quadrimestre, assim como no

caso da dívida consolidada.

Então temos que concordar com o fato de que não há outro

parâmetro de verificação a não ser o QUADRIMESTRE, tanto para a DÍVIDA,

quanto para o GASTO COM PESSOAL.

Agora vamos à hipóteses de vedações em relação a alguns

percentuais do limite de gasto com pessoal.

Destaco antes um quadro que trata sobre quem incidem as

limitações.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

323

QUEM DEVERÁ RECONDUZIR OS LIMITES SE:

EXCEDER O LIMITE DA DÍVIDA

CONSOLIDADA

EXCEDER O LIMITE DE GASTO

COM PESSOAL

ENTE DA FEDERAÇÃO

PODER OU ÓRGÃO PREVISTO NO

ART. 20 DA LRF

VEDAÇÕES, CASO O PODER OU ÓRGÃO ULTRAPASSE OS 95% DO

LIMITE DE GASTO COM PESSOAL

VEDA-SE

concessão de:

vantagem

aumento

reajuste ou

adequação

criação de cargo, emprego ou função => “criação de CEF”

alteração de estrutura de carreira que implique aumento de

despesa => pode-se alterar, mas NÃO PODE AUMENTAR A

DESPESA

provimento de cargo público, admissão ou contratação de

pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de

aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de

educação, saúde e segurança

contratação de hora extra, salvo nas situações previstas na LDO

Pessoal, quando falamos dos 95% do limite, dizemos em relação

aos que cada poder ou órgão.

Esse limite de 95% é conhecido como LIMITE PRUDENCIAL.

Há um limite de 90% que se relaciona com o LIMITE DE ALERTA.

Quando este limite de 90% for superado, os Tribunais de Contas

ALERTARÃO aos Poderes ou órgãos para que tomem as medidas preventivas

de remuneração

a qualquer título

salvo as derivadas de

sentença judicial ou de determinação legal ou

contratual sendo permitida a

revisão prevista no inciso X do art. 37 da CF

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

324

para que evitem ultrapassar os limites de despesa total com pessoal e com a

dívida.

Importante é ressaltarmos que esses 90% se referem tanto a

LIMITES COM A DÍVIDA quanto a LIMITES COM A DESPESA TOTAL COM

O PESSOAL.

Por exemplo, o caso do Poder Executivo de um Município, esse

limite seria de 95% sobre os 54% da RCL, ok?

Outro detalhe importante:

“É nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da

despesa com pessoal expedido nos 180 dias anteriores ao final do

mandato do titular do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.”

SE O PODER OU ÓRGÃO ULTRAPASSAR OS LIMITES PREVISTOS

ALÉM DAS MEDIDAS ANTERIORES

O PERCENTUAL EXCEDENTE

terá de ser eliminado nos 2 quadrimestres seguintes

sendo pelo menos 1/3 no 1º quadrimestre

adotando-se, entre outras, as seguintes providências:

redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em

comissão e funções de confiança

exoneração dos servidores não estáveis

caso estas 2 medidas não forem suficientes

o servidor estável poderá perder o cargo

desde que

ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade

funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

325

Erick, e se o Poder ou órgão não conseguir reconduzir os

limites de gasto com pessoal?

Vamos resumir.

CASO NÃO SE ALCANCE A REDUÇÃO NO PRAZO E ENQUANTO

PERDURAR O EXCESSO

ATENÇÃO ESTA SANÇÃO SE APLICA AO ENTE DA FEDERAÇÃO !

O ENTE DA FEDERAÇÃO NÃO PODERÁ

receber transferências voluntárias

obter garantia, direta ou indireta, de outro ente

contratar operações de crédito

OBSERVAÇÃO:

1) podem ser contratadas operações de crédito com a

finalidade de se refinanciar a dívida mobiliária, bem como

para reduzir as despesas com pessoal

2) estas restrições aplicam-se de imediato, caso a despesa

total com pessoal exceda o limite no 1º do último ano do

mandato dos titulares de Poder ou órgão referidos no art. 20

149 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) De

acordo com a Lei da Responsabilidade Fiscal, se a despesa total com pessoal

da União ultrapassar o limite de __I__ da sua receita corrente líquida, o

percentual excedente terá de ser eliminado nos __II__ seguintes, sendo pelo

menos __III__ no primeiro.

Preenchem respectiva e corretamente as lacunas I, II e III:

a) 50%; dois trimestres; um quarto.

b) 50%; três trimestres; um terço.

c) 50%; dois quadrimestres; um terço.

d) 60%; dois quadrimestres; um terço.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

326

e) 60%; três quadrimestres; um quarto.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (c).

A referência do item (c) está no art. 23, caput, da LRF.

150 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Segundo a Lei

da Responsabilidade Fiscal, exclui-se da receita corrente líquida de um Estado

da Federação, para fins de determinação do limite de gastos com pessoal,

a) a receita do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis.

b) os juros e encargos recebidos em decorrência de dívida pública ativa.

c) a receita de aluguéis de bens imóveis de propriedade do Estado.

d) as parcelas entregues aos municípios por determinação constitucional.

e) as transferências recebidas do Fundo de Participação dos Estados.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (d).

Independente de ser gasto com pessoal ou de ser dívida consolidada, os

percentuais se referem sempre à Receita corrente Líquida – RCL.

Assim, de acordo com as alíneas (a) e (b), inciso IV, art. 2º da LRF, as

parcelas entregues aos municípios por determinação constitucional são

excluídas de forma a calcularmos a RCL.

151 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) De acordo com

a Lei da Responsabilidade Fiscal, se a despesa total com pessoal de um Estado

da Federação ultrapassar o limite de __I__ da sua receita corrente líquida, o

percentual excedente terá de ser eliminado nos __II__ seguintes, sendo pelo

menos __III__ no primeiro subseqüente.

Preenchem correta e respectivamente as lacunas I, II e III acima:

a) 50%; dois trimestres; um quarto.

b) 50%; três trimestres; um terço.

c) 60%; dois quadrimestres; um terço.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

327

d) 60%; três quadrimestres; um quarto.

e) 60%; dois semestres; um quarto.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (c).

A referência do item (c) está na combinação do inciso II, art. 19, com o

art. 23, caput, ambos da LRF.

3.7 – A REGRA DE OURO

Reta final de nosso curso! Vamos à bandeirada para a posse na

CGU!

A Regra de Ouro só é válida pelo o que consta no inciso III, art.

167 da CF/88, pois há a ADIN Nº 2.238-5 em que o STF suspendeu a eficácia,

em medida cautelar, do § 2º, art. 12 da LRF.

Desta forma, não há que se falar em Regra de Ouro na LRF até que

se defina o mérito do dispositivo previsto na LRF.

REC

EITA

S

CO

RR

EN

TES

TCPAISTransOu DESPESA CORRENTE

REC

EITA

S D

E C

AP

ITA

L

OPERAÇÕES DE CRÉDITO

(SÃO UMA DAS

RECEITAS DE CAPITAL)

DESPESA DE CAPITAL

AAmorTransOu

(SÃO AS DEMAIS

RECEITAS DE CAPITAL)

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

328

Observem as cores para visualizarmos o que está vinculado à

Regra de Ouro.

No entanto, tal vinculação não é absoluta, pois a parte final do

inciso III, art. 167 da CF/88 coloca as possibilidades, ou seja:

É PERMITIDA A RELIZAÇÃO DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO QUE

EXCEDAM O MONTANTE DAS DESPESAS DE CAPITAL DESDE QUE

sejam autorizações por meio de créditos suplementares ou

especiais

tenham finalidade precisa

sejam aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta

CAIU NA PROVA!

152 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) A

denominada "regra de ouro" da Lei da Responsabilidade Fiscal estabelece que:

a) as receitas de operações de crédito não poderão exceder o montante das

despesas de capital.

b) é inadmissível concessão de incentivo de natureza tributária da qual decorra

renúncia de receita.

c) as despesas obrigatórias de caráter continuado devem ser financiadas pelo

excesso de arrecadação.

d) é proibida a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da

Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira.

e) as despesas de pessoal com servidores ativos não poderão ser inferiores às

realizadas com servidores inativos.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (a).

Apesar da questão citar a LRF, devemos ler a “Regra de Ouro” conforme

o inciso III, art. 167 da CF/88.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

329

3.8 – A DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS PARA O SETOR

PRIVADO

Em relação a este tema, a LRF estabeleceu que a destinação de

recursos para, direta ou indiretamente, cobrir:

necessidades de pessoas físicas; ou

déficits de pessoas jurídicas

Deverá:

ser autorizada por lei específica;

atender às condições estabelecidas na lei de diretrizes

orçamentárias; e

estar prevista no orçamento ou em seus créditos adicionais.

O CAMPO DE APLICAÇÃO desta regra é o seguinte:

toda a administração indireta

fundações públicas

empresas estatais

EXCETO

as instituições financeiras

o Banco Central do Brasil

Incluem-se como destinações ao setor privado:

a concessão de empréstimos, financiamentos e

refinanciamentos, bem como suas respectivas prorrogações e

composições de dívidas

a concessão de subvenções

a participação em constituição ou aumento de capital

Os encargos financeiros, comissões e despesas congêneres não

serão inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação, caso ocorra a

concessão de crédito por ente da Federação a:

no exercício de suas atribuições precípuas

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

330

pessoa física ou

jurídica que não esteja sob seu controle direto ou indireto

IMPORTANTE

Dependem de autorização em lei específica:

as prorrogações e composições de dívidas decorrentes de

operações de crédito

a concessão de empréstimos ou financiamentos com

encargos financeiros, comissões e despesas congêneres

inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação

Para que isso ocorra, o subsídio governamental correspondente

deverá ser consignado na lei orçamentária

Além disso, temos algumas observações importantes:

OBSERVAÇÕES

EXCETO QUANDO AUTORIZADO POR MEIO DE LEI ESPECÍFICA

não poderão ser utilizados recursos públicos, inclusive de operações

de crédito, para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional,

ainda que mediante a concessão de empréstimos de recuperação ou

financiamentos para mudança de controle acionário

A prevenção de insolvência e outros riscos ficará a cargo de

fundos, e outros mecanismos, constituídos pelas instituições do

Sistema Financeiro Nacional, na forma da lei

Tais considerações não proíbem o BACEN de conceder às

instituições financeiras operações de redesconto e de

empréstimos de prazo inferior a 360 dias

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

331

CAIU NA PROVA!

153 - (ESAF / ANALISTA – SEFAZ - CE / 2007) Acerca da destinação de

recursos públicos para o setor privado, a Lei de Responsabilidade Fiscal não

estabelece:

a) as exigências de autorização em lei específica, atendimento à lei de

diretrizes orçamentárias e dotação orçamentária não se aplicam à

administração indireta e empresas estatais, com exceção das instituições

financeiras e do Banco Central.

b) é obrigatória a autorização em lei específica, bem como atendimento à lei

de diretrizes orçamentárias e existência de dotação orçamentária que a

suporte.

c) na concessão de crédito a pessoa física ou jurídica que não esteja sob

controle direto ou indireto, os encargos financeiros e demais despesas serão

iguais ou superiores aos definidos em lei ou ao custo de captação.

d) é permitida a utilização de recursos públicos para socorro a instituições do

Sistema Financeiro Nacional, mediante lei específica, mesmo que por

concessão de auxílios ou subvenções econômicas.

e) é permitido ao Banco Central, mesmo sem autorização legal específica,

conceder às instituições financeiras operações de redesconto e empréstimos

com prazo não superior a trezentos e sessenta dias.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (a).

Conforme art. 26, § 1º da LRF, o correto seria “as exigências de

autorização em lei específica, atendimento à lei de diretrizes orçamentárias e

dotação orçamentária SE APLICAM à administração indireta e empresas

estatais, com exceção das instituições financeiras e do Banco Central, no

exercício de suas atribuições precípuas.”

Temos a seguinte referência das alternativas, na LRF:

Item b art. 26, caput

Item c art. 27, caput

Item d art. 28, caput

Item e art. 28, § 2º

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

332

As questões que vimos até aqui servem como boa base para nossos

estudos.

Lembrem-se de que com o corpo e a mente em equilíbrio, o sucesso

chegará em breve!

Coloco-me à disposição para eventuais dúvidas e sugestões, pois elas

serão de muita valia para nosso trabalho em conjunto.

Utilizem nosso email [email protected] e coloquem no assunto

do email: Dúvida de AFO/CGU

Mãos à obra e saudações a todos.

Bons estudos!

Erick Moura

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

A) MANUAIS

- Manual Técnico do Orçamento – MTO;

- Manual de Despesa Nacional da Secretaria do Tesouro Nacional;

- Manual de Receita Nacional da Secretaria do Tesouro Nacional;

- Manual de Procedimentos das Receitas Públicas da Secretaria do

Tesouro Nacional;

- Manual de Demonstrativos Fiscais;

- Manual de Contabilidade Aplicada no Setor Público;

B) LIVROS

- ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA PARA CONCURSOS

– AFO – DIREITO FINANCEIRO SIMPLIFICADO – Fábio Furtado – Editora

Ferreira – 1ª Edição;

- ORÇAMENTO PÚBLICO – James Giacomoni – Editora Atlas – 14ª Edição;

- AFO & FINANÇAS PÚBLICAS - Antônio D’Ávila Jr. – Editora FDK– 1ª

Edição;

- GESTÃO DE FINANÇAS PÚBLICAS – Claudiano Albuquerque, Márcio

Medeiros e Paulo Henrique Feijó – Editora Gestão Pública - 2ª Edição.

- LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL COMENTADA. Flávio Cruz. Editora

Atlas.

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

333

- COMENTÁRIOS À LEI nº 4320. Flávio Cruz. Editora Atlas.

- FUNDAMENTOS DE ORÇAMENTO PÚBLICO E DIREITO FINANCEIRO.

Fernando Lima Gama Júnior. Editora Campus Concursos – 1ª Edição;

- DIREITO FINANCEIRO E ORÇAMETO PÚBLICO. Sérgio Jund. Editora

Campus Concursos – 2ª Edição;

- CONTABILIDADE PÚBLICA. João Angélico. Editora: Atlas – 8ª Edição.

MONTEIRO, J. V. Como Funciona o Governo: Escolhas Públicas na Democracia

Representativa (Rio de Janeiro: Editora FGV), 2007.

REZENDE, Fernando e CUNHA, Armando (Org.). Contribuintes e Cidadãos:

Compreendendo o Orçamento Federal. (FGV, 2002).

REZENDE, Fernando e CUNHA, Armando (Org.). Disciplina Fiscal e Qualidade

do Gasto Público: fundamentos da reforma orçamentária (FGV, 2005)

SILVA, Lino Martins da. Contabilidade Governamental: Um Enfoque

Administrativo.

KOHAMA, Heilio. Contabilidade Pública - Teoria e Prática. Editora Atlas. 10 ed.

2006.

C) LEGISLAÇÃO

- CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

(Título VI, Capítulo II, Seção II)

- Lei nº 4.320/64 - Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para

elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos

Municípios e do Distrito Federal.

- Decreto-Lei nº 200/67 - Dispõe sobre a organização da Administração

Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras

providências.

- Decreto nº 93.872/86 - Dispõe sobre a unificação dos recursos de caixa do

Tesouro Nacional, atualiza e consolida a legislação pertinente e dá outras

providências.

- Lei complementar nº 101/01 - Estabelece normas de finanças públicas

voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

- Portaria MPOG nº 42/1999 - Atualiza a discriminação da despesa por

funções de que tratam o inciso I do § 1º do art. 2º e § 2º do art. 8º, ambos da

AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA

Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR

334

Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, estabelece os conceitos de função,

subfunção, programa, projeto, atividade, operações especiais, e dá outras

providências.

- Decreto nº 3.590/2000 - Dispõe sobre o Sistema de Administração

Financeira Federal e dá outras providências.

- Lei nº 10.180/2001 - Organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento e

de Orçamento Federal, de Administração Financeira Federal, de Contabilidade

Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal, e dá outras

providências.

- Portaria Interministerial STN/MPOG nº 163/2001 - Dispõe sobre

normas gerais de consolidação das Contas Públicas no âmbito da União,

Estados, Distrito Federal e Municípios, e dá outras providências.