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Era um menino que sonhava demais, e um dia sonhou que havia uma folha especial, uma folha tão especial que fazia com que tudo o que lá se escrevesse ganhasse vida e fosse real, o menino adorou a ideia e foi contar aos pais:

- Você está maluco.

Mas o menino era um menino que sonhava demais e não desistia de sonhar, e em vez de desistir da ideia aumentou a ideia, é essa a vantagem de ser um menino e sonhar, quando se é um menino e se sonha em vez de se parar perante o sonho aumenta-se o sonho, sonha-se ainda mais maior, ainda mais grande:

- e se em vez de uma folha fosse um caderno inteiro.

E o menino correu na livraria, pediu duas folhas do papel mais barato que havia, os sonhos não têm de ser caros e o menino sabia, afinal de contas os melhores brinquedos que tinha não eram brinquedos, uma bola de trapos, um parafuso que para ele é a Torre Eiffel, um taco de madeira que ele transformou num automóvel:

- Vruum!

Ele e a folha em branco, a magia pela primeira vez, ali pode inventar o que quiser porque inventou a folha mágica, basta escrever e acontece, ele não sabe muitas letras nem muitas palavras, entrou há pouco tempo na escola, escreve o que sabe e que no fundo é o que quer:

- Pai.

Depois olha e gosta, apaga um ou outro risco, põe direitinho para nada falhar, para que a magia aconteça como tem de ser, olha outra vez, agora está perfeito, só mais uma palavra e pode ser que a magia aconteça:

- Mãe.

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Basta arrancar a folha e vai acontecer a magia, é agora que vai testar a sua invenção:

- Pai!

- Mãe!

E eles chegam, o menino arrancou a folha, leu as palavras várias vezes, e eles apareceram, talvez preocupados com ele, talvez sem saber o que aconteceu, mas na verdade é que aconteceu, a magia aconteceu, o menino explica aos pais outra vez que inventaram a folha mágica primeiro e o caderno mágico depois, os pais respiraram fundo primeiro e responderam depois

- Não volte a nos assustar assim.

O menino não compreendeu, que mal tem sonhar?, e continuou na sua invenção que iria mudar o mundo, bastava escrever e o mundo mudava, imagine o que não se poderia fazer com isso, pensou em mil e uma coisas para escrever , mil e uma coisas para inventar, mas percebeu então que não sabia escrever e tinha de saber escrever para que a folha fizesse o seu trabalho, podia chorar e ser como todos os outros meninos que não têm o que querem e choram e param, mas este menino nisso era diferente e quando tinha um sonho não chorava e fazia.

- Por favor me ensine a escrever até começarem os desenhos animados

A irmã mais velha riu mas não resistiu, ao fim do dia, quando chegavam da escola, lá iam os dois para o quarto, ninguém sabia o que iam fazer, diziam que havia trabalhos para fazer e havia, mas o menino estava só lutando pelo sonho, a irmã gostou de brincar de professora e lhe ensinou tudo, as letras todas, e vinte ou trinta dias depois o menino que só queria sonhar já tinha todas as ferramentas para criar o seu sonho.

- Era uma vez...

Começou assim porque lhe pareceu que era assim que começavam todos os sonhos, e foi escrevendo, frase a frase, invenção a invenção, e aos poucos foi percebendo que aquele seu caderno era mais mágico ainda do que aquilo que ele tinha inventado, afinal nem precisava arrancar a folha para existir, ele ia escrevendo e à medida que ia escrevendo sentia tudo acontecer, o príncipe que queria voar, a princesa que

queria ser salva, o menino foi escrevendo e aquilo tudo foi acontecendo, ele via ali, à sua frente, dentro de si, mesmo dentro de si, todas as emoções, ria, sorria, até chorava, vejam lá:

- Como podem dizer que não existe se me faz chorar?

E quando muitos anos depois, centenas de adultos e de crianças de uma escola primária diante de si, ele apresentou mais um dos seus livros, resolveu oferecer um presente especial a cada um deles:

- É um caderno com superpoderes!

E passou para a mão deles um monte de folhas em branco igualzinho ao que mudou a sua vida:

- O que vocês escreverem nele acontece mesmo .

Todos riram menos as crianças, que começaram imediatamente a experimentá-lo.

*FREITAS, Pedro Chagas. Prometo Falhar - Ribeirão Preto, SP: Novo Conceito Editora, 2015. pp. 17-19

Este texto do escritor português Pedro Chagas Freitas é dedicado a todos que estão chegando na UFRGS com seu caderno em branco e seu sonho na mente, e que começam a preencher o seu caderno com outros sonhos e desejos.

Claudia Boettcher Diretora do Departamento de Difusão Cultural

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M O S T R A F R A N C E S E S C O N T E M P O R Â N EO S: C I N E M A

Em março, a Sala Redenção – Cinema Universitário, em parceria com Aliança Francesa de Porto Alegre, Cinemateca da Embaixada da França e Institut Français, apresentam a mostra Franceses Contemporâneos: cinemas. A mostra contempla filmes de realizadores contemporâneos, muitos deles pouco conhecidos pelo grande público brasileiro. Do diretor e roteirista Sébastien Betbeder será exibido 2 Outonos, 3 Invernos (2013), selecionado para a programação da ACID, no Festival de Cannes 2013, e premiado pelo júri especial no Festival de Turim. Betbeder construi uma sólida trajetória de direção de curtas, antes de realizar longas-metragens. Da diretora, roteirista e atriz Pascale Ferran – conhecida pelo público brasileiro ao dirigir Lady Chatterley (2006), ganhador de cinco César, incluindo o de melhor filme – exibiremos Pessoas-Pássaro (2014).

O longa participou da competição Un Certain Regard do Festival de Cannes e apresentado pela primeira vez no Brasil no Festival de Cinema do Rio de Janeiro, em 2014. A Bela Vida (2013), do diretor, ator e cenarista Jean Denizot, estreou no Brasil na 39 Mostra Internacional de São Paulo. O ciclo contempla também Minha Alma por ti Liberta (2013) de François Dupeyron. Falecido em fevereiro de 2016, Dupeyron é um cineasta que se manteve um pouco à parte do sistema de cinema francês das grandes produções. Defensor de um cinema de tomada de posição, seus filmes tratam de temas espinhosos, como em Clandestino (2014), sobre um jovem curdo que quer chegar à Inglaterra. Minha Alma por ti Liberta narra a história de um personagem que luta contra a miséria do mundo após ter herdado da mãe o dom de curar com as mãos.

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De Lucas Belvaux exibiremos Não é meu tipo (2013); Suzanne (2013), da realizadora e cenarista Katell Quillevéré também está presente na mostra. Segunda longa-metragem da cineasta, foi exibido no Festival de Cannes 2013, nas sessões especiais, tendo uma boa recepção. Exibiremos também Os conquistadores (2013), segundo longa-metragem do escritor, diretor e cenarista Xabi Molia, que em 2009 havia realizado 8 Fois Debout, premiado no Festival Internacional de Tokyo. Exibiremos também Seraphine (2008), com direção de Martin Provost, que participou em várias categorias no Festival de Cannes; Maestro (2013) da diretora, roteirista e atriz suíça Léa Fazer. Com uma trajetória marcada pelo teatro clássico e pela televisão, é com seu filme Bienvenue en Suisse, exibido no Festival de Cannes, em 2004, na mostra competitiva Un certain Regard,

que a realizadora inicia sua participação no cinema. Maestro, seu último filme, realizado em 2014, é uma homenagem ao ator Jocelyn Quivrin, morto em 2009, que trabalhou com cineastas como Eric Rohmer, entre outros realizadores. Os filmes exibidos na mostra Franceses contemporâneos: cinemas foram programados por Thomas Sparfel, da Cinemateca da Embaixada da França.

Tânia Cardoso de Cardoso

Coordenadora e curadora da Sala Redenção – Cinema Universitário

Foto: Pessoas-Pássaro

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MARÇO

Cinemas

2 OUTONOS, 3 INVERNOS 7 de março- segunda-feira – 16h10 de março- quinta-feira – 16h21 de março- segunda-feira – 19h22 de março- terça-feira – 16h(2 Automnes, 3 Hivers, França, 2013, 93min) Dir. Sébastien BetbederArman (Vincent Macaigne) tem 33 anos e resolve mudar de vida. Para começar, inicia a correr no parque aos sábados. No primeiro dia, conhece Amélie (Maud Wyler). A primeira impressão é de um choque, a segunda será uma punhalada no coração. Benjamin (Bastien Bouillon) é o melhor amigo de Arman. Entre dois outonos e três invernos as vidas de Amélie, Arman e Benjamin se cruzam.

PESSOAS-PÁSSARO 7 de março- segunda-feira – 19h8 de março- terça-feira – 16h22 de março- terça-feira – 19h23 de março- quarta-feira – 16h(Bird People, França, 2014, 127min) Dir. Pascale FerranApós chegar em Paris, um engenheiro de informática americano (Josh Charles), submetido a pressões familiares e profissionais, desliga seu celular e seus aparelhos eletrônicos e decide mudar radicalmente o curso de sua

vida.

A BELA VIDA 8 de março- terça-feira – 19h9 de março- quarta-feira – 16h24 de março- quinta-feira – 19h28 de março- segunda-feira – 16h(La Belle Vie, França, 2013, 93min) Dir. Jean DenizotSylvain e Pierre fogem da lei desde que uma batalha de custódia com sua mãe levou seu pai, Yves, a se esconder dez anos atrás. Mas agora que estão mais velhos, os dois irmãos estão cansados da estrada e ansiosos para aproveitar o início da vida adulta.

MINHA ALMA POR TI LIBERTA 10 de março- quinta-feira – 19h11 de março- sexta-feira – 16h28 de março- segunda-feira – 19h(Mon âme par toi Guérie, França, 2013, 124min) Dir. François DupeyronQuando a mãe de Frédi morreu, legou-lhe um dom: o de curar outras pessoas usando nada mais do que as suas mãos. Mas ele está longe de se rever no papel de curandeiro. Preferia levar a existência simples de um homem normal e trabalhador, de preferência ao volante da sua moto. No entanto, vive num dilema, porque também quer honrar a memória da mãe e não lhe parece correcto desperdiçar aquele imenso poder de ajudar o

próximo.

NÃO É MEU TIPO 11 de março- sexta-feira – 19h14 de março- segunda-feira – 16h29 de março- terça-feira – 16h(Pas Son Genre, França, 2013, 111min) Dir. Lucas BelvauxClément, professor de filosofia em Paris, é transferido para uma região distante, onde conhece e se apaixona por Jennifer, uma cabeleireira. O sentimento é recíproco, mas o abismo cultural e social entre os dois impede que o relacionamento evolua.

Mostra Franceses Contemporâneos

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SUZANNE14 de março- segunda-feira – 19h15 de março- terça-feira – 16h21 de março- segunda-feira – 16h29 de março- terça-feira – 19h(Suzanne, Bélgica/ França 2013, 91min) Dir. Katell QuillevéréA história de uma família contada através da jornada de Suzanne (Sara Forestier), uma jovem mulher. Ela e sua irmã perderam a mãe quando crianças e foram criadas

somente pelo pai.

OS CONQUISTADORES 15 de março- terça-feira – 19h16 de março- quarta-feira – 16h30 de março- quarta-feira – 16h(Les Conquérants, França, 2013, 96 min)Dir. Xabi MoliaMeios-irmãos, Galaad e Noé não têm muito em comum, a não ser uma coleção de fracassos pessoais. Convencidos que são amaldiçoados desde que o pai afanou uma relíquia sagrada, Galaad convence Noé a tomar uma atitude.

SERAPHINE17 de março- quinta-feira – 16h18 de março- sexta-feira – 19h24 de março- quinta-feira – 16h

31 de março- quinta-feira – 19h(Seraphine, Alemanha/Bélgica/França, 2008, 125 min)Dir. Martin ProvostFilme conta a história de vida da pintora francesa Seraphine de Senlis que, apesar de ter crescido na pobreza, aprendeu sozinha a arte da pintura. Descoberta por um colecionador, Seraphine tem seu talento reconhecido, mas é prejudicada pela Grande Depressão e suas condições de saúde.

MAESTRO 17 de março- quinta-feira – 19h18 de março- sexta-feira – 16h31 de março- sexta-feira – 16h(Maestro, França, 2013, 85 min) Dir. Léa FazerHenri, um jovem ator que sonha em trabalhar na franquia Velozes e Furiosos, acaba conseguindo trabalhar em um filme de Cédric Ròvere, mestre supremo do Cinema Autoral.

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S UA H I S T Ó R I A : A M I N H A R E A L I Z A D O R A S B R A S I L E I R A S C O N T E M P O R Â N E A S

A Sala Redenção – Cinema Universitário, em parceria com o projeto Academia das Musas, do grupo de estudos Aurora, e Sesc/RS, apresentam sessões comentadas de documentários de cineastas brasileiras. Quatro longas e quatro curtas serão exibidos nas quartas-feiras do mês de março, todo eles seguidos de debates.

Na programação teremos a exibição de Bruta Aventura em Versos (2011), de Letícia Simões, sobre a poeta brasileira Ana Cristina Cesar, nome de destaque da poesia produzida no Brasil no final dos anos 1970 e início dos 1980. O longa de Simões parte de depoimentos de escritores e amigos da poeta que, na leitura de seus versos, tentam desvendar os caminhos criativos de Ana C., que colocou em xeque a questão da subjetividade na escrita e os limites entre ficção e realidade, ao apresentar poemas vazados em forma de diários, cartas e cartões postais. Na sessão também exibiremos o vídeo-carta intitulado Uma Carta (2015), de Bruna Giuliatti, que tem na leitura de Ana C. e nos efeitos dela sua grande influência para a realização da obra.

O segundo longa-metragem programado é Diário de uma busca (2011), de Flávia Castro. Tal documentário nasce do desejo da realizadora de contar a história de seu pai, um militante de esquerda dos anos de chumbo, durante a ditadura militar no Brasil. O que impressiona no documentário de Castro não é tanto a construção da história e as escolhas para dar conta da narrativa fílmica, mas, antes, os desencontros, o processo em si das filmagens, em constante desconstrução, da história do pai (e do pai), que era seu projeto inicial. Será exibido também o 2003 (2011), dirigido pela brasileira Melissa Dullius, que vive em Berlim onde produz diversos filmes em parceria com Gustavo Jahn, com quem integra o grupo Distruktur. A dupla apresentou Muito Romântico, seu filme mais recente este ano no Festival de Berlim.

Olmo e a gaivota (2015) com direção de Petra Costa, e codireção da dinamarquesa Lea Glob, é o terceiro longa a ser exibido. Classificado como documentário, o filme, na verdade, explora a fronteira entre ficção e realidade e como isso acontece em uma obra fílmica. Dois atores do Théâtre du Soleil, Olivia Corsini e Serge Nicolaï, representam a si mesmos na experiência da gravidez real da atriz, e experiência da encenação

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da peça A Gaivota, do russo Tchekhov. O curta da sessão é o Madrepérola (2015), de Deise Hauenstein, premiado nos Festivais de Gramado e Tiradentes. O documentário trata dos padrões de beleza impostos pela sociedade e a descoberta da beleza real pelas mulheres.

Para encerrar o ciclo, exibiremos Os dias com ele (2013) de Maria Clara Escobar, que também trata do desejo de uma cineasta de realizar um documentário sobre a vida pouco conhecida de seu pai, um intelectual preso e torturado na época da ditadora militar. Embora de forma diferente, o filme de Escobar se aproxima, de certa forma, do longa de Castro. Importante é justamente analisar o processo de realização de cada uma das cineastas para dar conta da narrativa. O curta–metragem que acompanha a sessão é Ivan (2015), de Larissa Lewandoski, realizadora porto-alegrense. Em meio ao campo, libertações são retratadas, no curta.

Sua história: a minha. Realizadoras brasileiras contemporâneas conta com a curadoria de três integrantes do grupo de pesquisa Academia das Musas, que se propõe pesquisar a obra de cineastas

mulheres na história do cinema, sobretudo no cinema nacional. Não se trata de investigar um “olhar feminino” nas obras estudadas, nem de analisar a representação da mulher no cinema, mas sim de mapear a produção de diretoras, assistir, discutir e ampliar o acesso a seus filmes e divulgar suas cinematografias.

Bruna Giuliatti, Juliana Costa e Tânia Cardoso de Cardoso, curadoras da mostra e integrantes do

grupo de pesquisa Academia das Musas.

Foto: Uma Carta

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Mostra Sua História: Minha

09 de março – quarta-feira – 19h

BRUTA AVENTURA EM VERSO (Brasil, 2011, 74min) Dir. Letícia SimõesA escritora Ana Crisitina Cesar foi um ícone da poesia marginal dos anos 70 no Rio de Janeiro. Partindo da apropriação de sua obra por outros artistas, o documentário procurava captar a beleza e a originalidade de sua escrita através do olhar de autores, dançarinos, poetas e amigos – todos seus leitores.

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UMA CARTA (Brasil, 2015, 2min) Dir. Bruna GiuliattiCarta pessoal da diretora apresentada em formato de vídeo que dialoga com a obra de Ana Cristina Cesar.

Após a sessão, debate com Tânia Cardoso de Cardoso, coordenadora e curadora da Sala Redenção e Bruna Giuliatti, diretora do curta Uma Carta.

16 de março – quarta-feira – 19h

DIÁRIO DE UMA BUSCA (Brasil, 2011, 110min) Dir. Flávia CastroO jornalista Celso Afonso Gay de Castro morreu na cidade de Porto Alegre em circunstâncias suspeitas. O militante político de esquerda foi exilado durante a ditadura militar brasileira. Uma vida marcada pela história da luta armada, exílio e ausência. Sua repentina morte

deixou seus familiares com um vazio e um mistério, que a filha Flavia tenta desvendar.

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2003(Berlim, 2009, 5min)Dir. Melissa DulliusAmantes aquáticos navegam em uma tempestade de verão.

Após a sessão, debate com Marina Ludemann, Diretora Executiva do Instituto Goethe de Porto Alegre e com Isabel Waquil, produtora

cultural do Instituto Goethe.

23 de março – quarta-feira – 19h

O OLMO E A GAIVOTA (Brasil, França, Dinamarca, Portugal, 2015, 90min) Dir. Petra Costa e Lea GlobOlívia (Olivia Corsini) é uma atriz que está ensaiando a peça A Gaivota, de Anton Tchekov, quando descobre que está grávida. Enquanto a produção avança, o bebê dentro dela cresce e um acidente a afasta da montagem, que tem seu companheiro como protagonista.

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MADREPÉROLA(Brasil, 2015, 14min)Dir. Deise HauensteinEm uma maré alheia à diversidade vivem ostras que são afetadas por serem consideradas fora dos padrões e medidas. Essa é a uma história de como as pérolas se formam.

Após a sessão, Debate com Martha Perrone, atriz e corroteirista de Olmo e a Gaivota; e com Bibiana Osório, jornalista, produtora audiovisual e mestranda em Comunicação.

30 de março- quarta-feira – 19h

OS DIAS COM ELE (Brasil, 2014, 100min)Dir. Maria Clara EscobarMaria Clara mergulha no passado quase desconhecido de seu pai, Carlos Henrique Escobar. As descobertas e frustrações de acessar a memória de um homem e de um período da história brasileira cheio de lacunas.

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IVAN(Brasil, 2015, 11 min) Dir. Larissa LewandoskiEm meio ao campo, “libertações” são retratadas.

Após a sessão, debate com Maria Clara Escobar, diretora de Os dias com ele; Juliana Costa, integrante do grupo Academia das Musas; e Alice Castiel, produtora audiovisual.

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M A R C A S D A M E M Ó R I AA Sala Redenção – Cinema Universitário, em parceria com Sesc/RS e o grupo de pesquisa Constitucionalismo e Justiça de Transição na América Latina, da Faculdade de Direito da UFRGS, convida o público para uma reflexão sobre um dos períodos mais nebulosos de nossa história: a ditadura civil-militar brasileira. A preservação da memória histórica coletiva é definidora para o fortalecimento da democracia e crescimento social do ponto de vista humano. Em se tratando de ditadura militar, os relatos populares, pessoais e artísticos das fontes alternativas de mídia daquele período são de suma importância em razão do conhecido controle sofrido pelos veículos de comunicação da época, do impositivo discurso oficial e da violenta perseguição às vozes dissonantes. Tais fontes alternativas de resgate histórico, como a literatura, a música e o próprio cinema se mostraram ferramentas mais do que poderosas de restauração da memória e, em relação a um período tão estéril de esclarecimentos e pluralidade, elas tem um papel fundamental de resistência e de justiça para com as realidades suprimidas. A fim de apresentar ao público elementos que permitam resgatar as memórias desse período, A Sala Redenção – Cinema Universitário, o Sesc/RS e o grupo de pesquisa Constitucionalismo e Justiça de Transição na América Latina, da Faculdade de Direito da UFRGS, uniram-se para a exibição dos filmes contemplados na mostra.

Marcas da Memória é um projeto da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, que tem por finalidade fomentar iniciativas culturais que permitam o acesso do público à memória e à verdade dos fatos ocorridos durante os regimes de exceção da América do Sul, tendo como maior parte de suas obras o exemplo brasileiro, para que se possa de forma coletiva e plural recuperar a memória histórica e política de nosso país. O projeto nos oportuniza obras que trazem à tona os fatos encobertos pelos regimes ditatoriais, dando espaço para as narrativas daqueles que tanto lutaram, sofreram, e, inclusive, foram privados de suas vidas na busca pelo reconhecimento de direitos essenciais à vida e à democracia. Em cada um dos filmes presentes na mostra, encontramos uma história pessoal de superação, sofrimento, coragem e perda, mas, principalmente, de luta e de esperança. Uma a uma, as histórias contadas rompem o silêncio e nos fazem perceber a importância do gesto de resistência de pessoas e do reconhecimento da identidade nacional. Tornar público os acontecimentos reais da história é tarefa de máxima importância para a história das sociedades. Mais do que isso, é a única forma de impedir o retrocesso, de impedir o declínio. É preciso resgatar a verdade histórica de modo constante e atento para, assim, olhar com mais lucidez para o passado, a fim de que nos tornemos cada vez mais fortes.

Roxanne Albanus, graduanda em ciências jurídicas sociais e integrante do grupo de pesquisa.

Foto: Diário de Uma Busca

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ABRIL

Mostra Marcas da Memória

1964 - UM GOLPE CONTRA O BRASIL 1 de abril- sexta-feira – 16h5 de abril- terça-feira – 19h(Brasil, 2013, 145 min., 10 anos) Dir. Alípio FreireO documentário aborda a memória do período de conspiração do golpe de Estado, fazendo uma breve retrospectiva desde o final da II Guerra Mundial, além dos primeiros dias da ditadura civil-militar de 1964-1985, dentro do contexto internacional da época, com seus autores e suas motivações.

UMA DOR SUSPENSA NO TEMPO 1 de abril- sexta-feira – 19h4 de abril- segunda-feira – 16h(Brasil, 95 min, 12 anos) Dir. Vera RottaO documentário é rodado em cinco países: Paraguai, Brasil, Uruguai, Argentina e Chile relata a história de vítimas da ditadura militar no Cone Sul entre 1954 e 1990. É possível verificar as semelhanças e diferenças que caracterizam cada regime militar e as reações

populares em cada país.

A MEMÓRIA QUE ME CONTAM 4 de abril- segunda-feira – 19h5 de abril- terça-feira – 16h(Brasil, 2013, 95 min, 14 anos) Dir. Lúcia MuratNarrado como um quebra-cabeça, numa sequência de emoções e sensações, o filme expõe as contradições de um grupo de amigos, que resistiram à ditadura militar, e que hoje se reencontram na sala de um hospital para acompanhar a internação de Ana, uma antiga companheira.

AINDA HOJE EXISTEM PERSEGUIDOS POLÍTICOS 6 de abril- quarta-feira – 19h7 de abril- quinta-feira – 16h(Brasil, 2012, 57 min, 10 anos)Dir. Coletivo CatarseO documentário tem por objetivo fomentar o debate sobre a ausência de uma efetiva transição democrática no Brasil, pós Ditadura Civil-Militar implantada no País a partir de 1964. Identifica semelhanças no agir do Estado no passado e atualmente, demonstrando que a cultura do autoritarismo permanece arraigada em algumas instituições do Estado

brasileiro.

INFÂNCIA CLANDESTINA 7 de abril- quinta-feira – 19h8 de abril- sexta-feira – 16h(Argentina, Brasil, Espanha, 2012, 112 min, 14 anos) Dir. Benjamín ÁvilaFilme baseado em fatos reais sobre o período de ditadura militar, a partir da visão de um menino que descobre o primeiro amor.

DUAS HISTÓRIAS 8 de abril- sexta-feira – 19h13 de abril- quarta-feira – 16h(Brasil, 2012, 52 min, 12 anos) Dir. Angela Zoé Narra duas experiências diferentes, pois diferentes eram as concepções políticas que orientavam a resistência à ditadura. Mas são iguais na coragem, na dor, na

sobrevivência e superação.

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NO13 de abril- quarta-feira – 19h14 de abril- quinta-feira – 16h(Chile, EUA, 2012, 117 min, 12 anos) Dir. Pablo LarraínNo momento em que o povo chileno é chamado para votar em um referendo pela permanência do General Augusto Pinochet no poder, o publicitário René Saavedra recebe o convite para integrar a equipe do “Não”. Sua missão: criar filmes e materiais promocionais que convençam a maioria do povo chileno a votar “No”.

14 de abril- quinta-feira – 19h15 de abril- sexta-feira – 16h

LABIRINTO DE PAPEL (Brasil, 2014, 29 min) Dir. André Araújo, Roberto GiovannettiUm grupo de pesquisadores do Tocantins busca elucidar eventos envolvendo militantes e o exército durante o período da ditadura civil-militar brasileira na região do então

norte de Goiás.

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LUA NOVA DO PENAR (Brasil, 2013, 27 min,10 anos) Dir. Leila Jinkings, Sidnei PiresA família de Hiram de Lima Pereira tinha na música e na poesia um elemento central e unificador. Jornalista, ator e poeta, membro do Comitê Central do Partido Comunista, desaparecido político. As filhas cantam a música que Hiram compôs na prisão e as músicas que a mãe, musicista, deixou

MEMÓRIA PARA USO DIÁRIO 15 de abril- sexta-feira – 19h18 de abril- segunda-feira – 16h(Brasil, 2007, 94 min) Dir. Beth FormagginiMemória Para Uso Diário é um filme que documenta a luta do grupo Tortura Nunca Mais a partir de pessoas comuns que, apesar das memórias traumáticas, fazem questão de lembrar e de fazer com que suas histórias não sejam esquecidas.

MUROS E PONTES: MEMÓRIA PROTESTANTE NA DITADURA 6 de abril – quarta-feira – 16h18 de abril- segunda-feira – 19h(Brasil, 64 min) Realização KOINONIANo imaginário nacional contemporâneo, o golpe militar de 1964 marca um mergulho no período conhecido como “os anos de chumbo”. Contrariando esta percepção atualmente mais dominante – mas nem por isso livre de ameaças -, à época, muitos foram os setores da sociedade brasileira a saudar o golpe como uma espécie de salvação para nosso país.

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DIÁRIOS DE UMA BUSCA 19 de abril- terça-feira – 16h(Brasil, 2011, 108 min) Dir. Flávia Castro Celso Castro, jornalista com uma longa história de militância de esquerda, é encontrado morto no apartamento de um ex-oficial nazista. O episódio é o ponto de partida de Flavia, filha de Celso e diretora do filme que decide reconstruir a história da vida e da morte do homem singular que foi o seu pai.

CIDADÃO BOILESEN 19 de abril- terça-feira – 19h20 de abril- quarta-feira – 16h(Brasil, 2009, 92 min) Dir. Chaim Litewski Através de diversos depoimentos, o documentário revela as ligações de Henning Albert Boilesen (1916-1971), presidente do famoso grupo Ultra, da Ultragaz, com a ditadura militar.

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UM GOLPE, 50 OLHARES 20 de abril- quarta-feira – 19h22 de abril- sexta-feira – 16h(Brasil, 54 min) Produzido pela ONG Criar BrasilO filme é uma produção colaborativa, que busca retratar o olhar da sociedade brasileira sobre os anos de chumbo no Brasil passados 50 anos de golpe civil militar. Para tanto, reúne 50 vídeos de 1 minuto de duração produzidos por realizadores de diferentes estados do país.

O DIA QUE DUROU 21 ANOS 22 de abril- sexta-feira – 19h25 de abril- segunda-feira – 16h(Brasil, 2013, 77 min) Dir. Camilo TavaresO documentário mostra a influência do governo dos Estados Unidos no Golpe de Estado no Brasil em 1964. A ação militar que deu início a ditadura contou com a ativa participação de agências como CIA e a própria Casa Branca.

NOSSAS HISTÓRIAS 25 de abril- segunda-feira – 19h26 de abril- terça-feira – 16h(Brasil, 2014, 77 min, 12 anos)Dir. Angela ZoéO documentário Nossas Histórias relata histórias pessoais de três pessoas anônimas que lutaram e resistiram de forma heróica à ditadura militar brasileira.

RETRATOS DE IDENTIFICAÇÃO 26 de abril- terça-feira – 19h27 de abril- quarta-feira – 16h(Brasil, 2014, 71 min, 12 anos) Dir. Anita LeandroNa época da ditadura militar, os presos políticos eram fotografados em diferentes situações: desde investigações e prisões até em torturas, exames de corpo de delito e necropsias. Hoje, dois sobreviventes à tortura vêem, pela primeira vez, as fotografias relativas as suas prisões

OS DIAS COM ELE 28 de abril- quinta-feira – 16h(Brasil, 2014, 107 min) Dir. Maria Clara EscobarMaria Clara mergulha no passado quase desconhecido de seu pai, Carlos Henrique Escobar. As descobertas e frustrações de acessar a memória de um homem e de um período da história brasileira cheio de lacunas.

BETINHO- A ESPERANÇA EQUILIBRISTA 28 de abril- quinta-feira – 19h29 de abril- sexta-feira – 16h(Brasil, 2015, 90 min) Dir. Victor LopesO documentário aborda a vida do sociólogo Hebert de Souza, conhecido como Betinho.

C I N E M A

BETINHO- A ESPERANÇA EQUILIBRISTA 28 de abril- quinta-feira – 19h29 de abril- sexta-feira – 16h(Brasil, 2015, 90 min) Dir. Victor LopesO documentário aborda a vida do sociólogo Hebert de Souza,

conhecido como Betinho.

29 de abril- sexta-feira – 19h

NAU INSENSATA(Brasil, 2014, 15 min, livre)Dir. Cristiano SidotiCinquenta anos depois da ditadura militar, ex-presos narram o drama que sofreram na prisão dentro da embarcação Raul Soares, que serviu como presídio político durante a ditadura no Porto de Santos. +

JUVENTUDES E LUTAS ECUMÊNICAS (Brasil, 21 min, 2015) Dir. Juliana RadlerO Documentário “Juventude e Lutas Ecumênicas” mostra como jovens de várias tradições religiosas têm se mobilizado para, por meio de suas concepções sobre a prática da fé, transformar a realidade.

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C I N E M A

Sala Redenção – Cinema Universitário convida para a exibição de A Vizinhança do Tigre (2014), direção de Affonso Uchoa na programação do projeto Cinemas em Rede. O filme estreou na 17ª Mostra de Cinema de Tiradentes, no qual foi vencedor do Prêmio Itamaraty de Melhor Filme pelo Júri da Crítica e pelo Júri Jovem. O filme recebeu também o prêmio de melhor longa-metragem no 5º Cachoeira Doc (Bahia) e no 18º fórum doc.BH (Minas Gerais). A Vizinhança do Tigre ganhou ainda o Prêmio da Crítica Abraccine no 2º Olhar de Cinema Festival Internacional de Curitiba/PR e os Prêmios de Melhor Diretor e Melhor Filme pelo Júri Jovem no 1º Fronteira - Festival Internacional do Filme Documentário e Experimental (Goiânia/GO). Fora do Brasil, foi exibido em Portugal (FESTIN Festival de Cinema Itinerante de Língua Portuguesa - Lisboa), Argentina (Festival Internacional Cosquin - Córdoba) onde recebeu menção honrosa do júri oficial; Equador (Festival EDOC) e Alemanha (Festival de Cinema de Hamburgo).Cinemas em Rede é um projeto inovador de compartilhamento e difusão de conteúdos audiovisuais, pela internet de alta capacidade, via CiPê, coordenado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa- RNP em

C I N E M A S E M R E D E

parceria com os Ministérios da Cultura (MinC) e Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). 12 Instituições participam do Projeto: Cinemateca Brasileira (SP), a UFRGS (Sala Redenção - Cinema Universitário); USP (CINUSP e Escola de Comunicação e Artes-ECA); UFBA (Saladearte Cinema da UFBA); a Fundação Joaquim Nabuco - FUNDAJ, em Recife; a UFG (Cinema da UFG); a UFES (Cine Metrópolis); a UFSCAR (CineUFSCar); a UFPB (Cinema da UFPB); a UFPel (Cinema UFPel); a UFOP (Cine Vila Rica) e a UFF (Cinema da UFF).

A VIZINHANÇA DO TIGRE12 de abril – terça-feira – 19h(Brasil, 2014, 95min) Dir. Affonso UchoaJuninho, Menor, Neguinho, Adilson e Eldo são jovens moradores do bairro Nacional, periferia de Contagem (MG). Divididos entre o trabalho e a diversão, o crime e a esperança, cada um deles terá de encontrar modos de superar as dificuldades e domar o tigre que carregam dentro das veias.

Foto: A Vizinhança do Tigre

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PA R C E I R O S D A S A L A R E D E N Ç Ã O

8° Festival Escolar de Cinema

C I N E M A

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul, através da FACED/ Prorext/ Sala Redenção tem o renovado prazer em apresentar a 8ª edição do Festival Escolar de Cinema, a partir de 12 de abril até 13 de maio de 2016. Ação do Programa de Alfabetização Audiovisual e realização con-junta da Prefeitura de Porto Alegre- Secretaria Municipal da Cultura e Secretaria Municipal da Educação, junta-mente com a Secretaria da Educação do Estado do RS, o Festival Escolar de Cinema constitui uma marca no iní-cio do ano letivo das escolas públicas porto alegrenses. Esta edição, com financiamento do Ministério da Cultura, através da Secretaria de Educação e Formação Artística e Cultural renova e ratifica o compromisso de interação da educação e da cultura. São mundos tão extensos quanto diversos e inegavelmente ligados. A ação do Ministério da Cultura- Secretaria de Formação Artística e Cultural rei-tera o compromisso da Cultura com o universo escolar e a UFRGS, através do Departamento de Difusão Cultural e da Sala Redenção abre as portas do audiovisual para os estudantes e professores da escola pública .

Será um mês de uma presença maciça de estudantes de todas as idades e escolaridades, desde os pequenos da Educação Infantil, até a Educação de Jovens e Adultos, incluindo as Escolas Especiais, e as Bilíngües ( LIBRAS) e seus professores que num gesto afirmativo são rece-bidos na Universidade reiterando seu compromisso de ensino público, gratuíto e de qualidade.

Maria Angélica dos Santos, coordernadora do Festival Escolar.

Horários: 12 a 15 de abril – 9h e 14h 20 a 26 de abril – 9h e 14h 27, 28, 29 abril – 14h

Foto: Divulgação

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CineDHebate Direitos Humanos

O CineDHebate Direitos Humanos é uma iniciativa pioneira no gênero e consolidada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul mediante parceria firmada entre a Liga dos Direitos Humanos da Faculdade de Educação da UFRGS e a Sala Redenção – Cinema Universitário. O objetivo do projeto é propiciar uma reflexão crítica e fomentar debates abertos à comunidade universitária e à comunidade em geral sobre múltiplos temas em direitos humanos, em um diálogo com a linguagem e a mídia cinematográfica. A aproximação entre cinema e direitos humanos é uma importante forma de educação e promoção de uma cultura de direitos humanos, o que tem se demonstrado em cada debate público realizado nos ciclos anteriores do CineDHebate, todos de grande enriquecimento cultural.Em 2016, a série CineDHebate: Documentários é um excelente meio para chamar a atenção quanto às violações cometidas aos direitos humanos, e para dar visibilidade a pessoas esquecidas ou à margem da sociedade. Como se originaram, então, os documentários? Como eles ganharam esse poder universalmente difundido e reconhecido? O impacto

PA R C E I R O S D A S A L A R E D E N Ç Ã O

SESSÃO DE CURTAS DOS IRMÃOS LUMIÈRE 27 de abril – quarta-feira – 19h(França, década de 90 do século XIX, 60min) Dir. Irmãos Lumière

da imagem cinematográfica é maior porque mostra uma situação do mundo ao invés de descrevê-la. O Cinedhebate; Documentários oferecerá uma seleção quintaessencial sobre o documentarismo cinematográfico com filmes mudos da década de 20, do período do segundo cinema (1916-1930). O ciclo será uma verdadeira experiência cinematográfica, porque possibilitaremos “todo o prazer de se ver a imagem sem som [...] a imagem pura” (De Faria, ano, p. 59). Exibiremos filmes silenciosos, que não foram produzidos originalmente com trilha sonora. Apresentaremos também os irmãos Lumière, precursores do cinema e do gênero do documentário, por conta de suas atualidades. Exibiremos também o Homem das Novidades com Buster Keaton (1928), filme cômico, altamente reflexivo sobre as desventuras do gênero humano e dos meandros das atualidades, ainda filmadas e exibidas nos anos 20.

Giancarla Brunetto e Nykolas Friedrich Motta, coordenação e curadoria

*FARIA, Otavio de. Significação do Far-West. Ministério da Educação e Saúde: Rio de Janeiro, 1952.

Foto: Divulgação

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MARISTANY DE TRIAS (1885-1964)Vendedores de Laranjas – Navegantes, década de 1940Óleo sobre tela, 90x120cm

Convidado por Tasso Corrêa (1901–1977) a ser professor do Instituto de Belas Artes em 1938, dois anos após a integração deste à então Universidade de Porto Alegre (UPA, hoje Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS), Luiz Maristany de Trias (Barcelona, Espanha, 1885 – Porto Alegre, RS, 1964) permanece como professor dessa instituição até o ano de 1955. Sua tese de cátedra para a entrada na Universidade foi intitulada Anatomia artística no ensino superior. Antes de se fixar em Porto Alegre, porém, Maristany percorreu várias cidades: Paris, Buenos Aires, Rio de Janeiro. Em 1940, já professor do IBA, participa do II Salão de Belas Artes, organizado pela instituição, quando recebe o Prêmio Barão de Santo Ângelo pela pintura em destaque, Vendedores de Laranjas – Navegantes.

Assim como no tríptico Abrindo a Av. Borges de Medeiros (sem data, pertencente à Pinacoteca Aldo Locatelli da Prefeitura Municipal de Porto Alegre), a obra traz a cidade de Porto Alegre, onde Maristany vivia, como a grande protagonista. Entretanto, aqui, o artista não está interessado em registrar as transformações urbanas, mas algo que, naquele momento, começava a se tornar cada vez mais raro: os trabalhadores simples, despojados, fazendo algo prazenteiro e de modo frugal. Também ao contrário da maioria das obras do período, cujo tema residia nos operários e trabalhadores, não temos a expressão de uma crítica social. Há o olhar do artista para uma faceta ainda calma e bucólica da cidade, com seus personagens: pescadores e vendedores de laranjas. Outras pinturas de Maristany, como Belém Novo (sem data) e Barco no Estaleiro (1939), apresentam ambiente e atmosfera semelhantes.

E N S A I O - A R T E S P L Á S T I C A S

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Pelo título, sabemos que o lugar representado é um ancoradouro junto ao Bairro Navegantes, na Zona Norte da capital gaúcha. A identificação da cidade se dá tanto pela escrita em um dos cascos, como pela massa pictórica ao fundo, na linha do horizonte, revelando o sutil, porém notório contorno proporcionado pelos edifícios centrais e pelos armazéns na região portuária.

Suave, a pintura é marcada pelos tons róseos e violáceos, enquanto a pincelada solta mostra-se em aparente. A composição, quase fotográfica, é estruturada em linhas diagonais, que conferem uma leve dinâmica à cena.

Carolina OliveiraAluna do Instituto de Artes da UFRGS

Esta obra faz parte do acervo do Instituto de Artes da UFRGS e está na exposição “Pinacoteca Barão de Santo Ângelo nos 80 anos da UFRGS – Módulo I”, localizada no antigo Salão de Festas, no 2º andar do prédio da Reitoria.

O texto está presente no recente Catálogo Geral da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo, que contou com vasta colaboração dos alunos do Instituto de Artes.

Para agendamentos, contato pelo email [email protected]

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U N I F O T O

Exposição Tramas

A exposição está vinculada à V Semana Nacional do Cérebro e tem como objetivo desafiar o expectador a estabelecer correlações entre obras artísticas e imagens científicas e discutir as interfaces entre ciência e arte. As obras presentes foram selecionadas de duas maneiras. Encontramos obras artísticas previamente selecionadas por meio da observação (com reconhecimento em profundidade variável) de características e semelhanças entre a expressão visual e imagens científicas relacionadas ao sistema nervoso, sendo que o artista não teve a intenção de fazer esta correlação no momento da criação. A outra maneira foi através do convite de artistas à criação, levando em consideração temas como cérebro, sistema nervoso, neurociência e neurônios. Este contexto envolveu investigação e/ou impressões dos artistas, onde descobrimos uma reestruturação em que a respectiva aplicação ou entrelaçamento de certos métodos ou meios artísticos ou científicos oriundos da sua experiência representam o processo criativo no tema.

Abertura: 01 de março – 18hVisitação: de 02 a 31 de marçoHorário: das 08h às 18h Local: Saguão da Reitoria da UFRGS | Av. Paulo Gama, 110

Foto: Lichtman Lab, Harvard University / Caption by: Leslie Katz

A exposição apresentará texto de Flávio Oliveira e trabalhos de Agda Gravina (arte em vidro), Rodrigo Núñez (desenho), Clovis Dariano, Elinaldo Meira, Eneida Serrano, Luis Eduardo Robinson Achutti, Sebastião Salgado e Waldemar Max (fotografias) e Esther Bianco, Heverton Crisóstomo, Leonel Muniz, Menelaw Sete e Yuri Pysar (telas). Como curadores, participaramCuradore: Adriana Daccache, Carmem Gottfried, Luis Eduardo Robinson Achutti, e Rodrigo Núñez.

Carmem Gottfried

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U N I F O T OExperiência urbana

Significados presentes na paisagem urbana podem ser encontrados no uso que as pessoas fazem dele. Nessa mostra vemos refletidos os olhares daqueles que se movem pelas ruas das cidades e sobre elas projetam os seus desejos de encontro e de estranhamento, recortando dessa vivência (Erlebnis) a complexidade da vida em nossos dias. Transformando-a em experiência, situada na coemergencia do que é singular e daquilo que é coletivo, a Erfahrung Benjaminiana é aqui compartilhada por meio de imagens que indicam uma tradição e fazem emergir algo que também nos afeta.

Quando recebi o convite para expor minhas fotografias da série Guaritas (2005-2007) fiquei pensando no que me mobilizava naquela época e em como eu hoje poderia trazer para a Universidade uma experiência recente. Então desejei fazer uma curadoria com uma ideia que me persegue há dois

anos – uma mostra com o tema da cidade. Convidei dez artistas pesquisadores que tem como um de seus interesses - o espaço urbano e os usos que fazemos dele, são também viajantes por vocação e praticam a captura do olhar através da câmera, sejam fotografias ou vídeos ou ainda áudios: Alexandre de Nadal, Giordano Toldo, Leo Caobelli, Letícia Lampert, Luciane Bucksdricker, Lu Rabello, Klaus W. Eisenlohr, Marco Antonio Filho, Marion Velasco e Viviane Gueller.

As imagens que apresentamos foram capturadas em diferentes países Brasil, China, Espanha, Estados Unidos, Portugal e Turquia, O desenho da exposição organizado em quatro eixos: Zona, Recitar, Anomalias e Escombros é uma estratégia para aproximar diferenças e possibilitar descontinuidades.

Elaine Tedesco,Curadora da exposição

Visitação: de 01 de abril a 09 de maioHorário: das 07h30min às 22h Local: Pátio Central | Campus Centro da UFRGS

Foto: Letícia Lampert

‘Quem faz uma viagem traz sempre alguma coisa para contar’, diz a voz do povo ao pensar o narrador

como alguém que vem de longe’

Walter Benjamin

A R T E S V I S U A I S

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U N I F O T O

Na Porto Alegre da Copa, os ritmos de uma construção destrutiva ou destruição construtiva

Em 2013 e 2014 o Núcleo de Antropologia Visual da UFRGS desenvolveu oficina de formação em pesquisa com suportes audiovisuais com o objetivo de etnografar os processos de transformações urbanas em Porto Alegre (RS) gerenciados em prol do megaevento esportivo Copa 2014 com instrumentos fotográficos, videográficas e sonoros. Realizando etnografia nas ruas, percorremos os bairros de maior intervenção do forte processo de gentrification, de inserção de equipamentos urbanos em claro privilegio ao processo de espetacularização a ocorrer na cidade. O foco temático é estudar a memória coletiva dos habitantes em contextos citadinos nas múltiplas feições de crises e durações. As grandes metrópoles contemporâneas são causas daquilo que elas próprias produzem, e não resultam apenas das ações de seus habitantes. Neste projeto coletivo temos por meta captar esta dialética das durações

nas pesquisas de etnografia para compreender as grandes metrópoles desde suas complexidades, que para Edgar Morin consiste efetivamente no tecido de acontecimentos, ações, interações, retroações, determinações, acasos, que constituem nosso mundo.

Cornelia Eckert

Visitação: de 05 de abril a 06 de maioHorário: das 08h às 18hLocal: Saguão da Reitoria da UFRGS | Av. Paulo Gama, 110.

Foto: divulgação

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Em continuidade ao projeto Presença da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo nos 80 Anos da UFRGS, que esta em cartaz no Salão de Festas da Reitoria da UFRGS, apresentamos agora, na sede do Museu Universitário, a segunda parte desse projeto que tem como foco as obras realizadas sobre papel. O Módulo II obedece aos mesmos requisitos da mostra anterior, qual seja, o de trazer somente artistas professores do IA/UFRGS, que já cumpriram seu tempo de atividade acadêmica junto a esta universidade.

A Pinacoteca Barão do Santo Ângelo, formada desde a criação do Instituto de Artes em 1908, possui 1.485 obras catalogadas, produzidas entre o final do século XIX e a atualidade, contando com nomes de expressão artística local e nacional, que abrangem vários suportes. Nesta condição ela tem sido um significativo agente na formação do campo artístico e cultural entre nós, marcando sua importância desde sua criação. Vale registrar que em 2015 foi lançado o catálogo geral da Pinacoteca Barão do Santo Ângelo, em dois volumes, realização a muito esperada e que não só consolida o acervo, mas também afirma sua importância como instituição de referência universitária no País.

Abertura: dia 13 de abril, às 19hPeríodo: de 14 de abril até 17 de junhoHorário: das 8h às 20hLocal: Museu da UFRGS

Pinacoteca Barão de Santo Ângelo nos 80 Anos da UFRGS – Módulo II expõe no espaço do Museu da UFRGS obras sobre papel, abarcando um amplo recorte temporal, pois lá estão desde desenhos que datam do último quarto do século XIX até aqueles atuais; também podemos apreciar fotografias da década de setenta que consolidaram o reconhecimento desta categoria no meio artístico local, assim como gravuras de artistas professores que inovaram e ampliaram as perspectivas do campo. Assim, nesta exposição propomos um percurso que amplia e complementa o Módulo I da amostragem da produção dos professores do Departamento de Artes Visuais.

Expor mais este segmento do Acervo do Instituto de Artes, no centro administrativo da UFRGS, é além da oportunidade de divulgar nosso patrimônio artístico, para o grande público que freqüenta o local, também a ocasião de mostrar a coleção que está entre as mais representativas e consideradas dentre aquelas pertencentes a universidades brasileiras.

Blanca Brites e Paulo Gomes Curadores

P I N A C O T EC A B A R Ã O D E S A N T O Â N G E L O N O S 8 0 A N O S D A U F R G S – M Ó D U L O I I

A R T E S V I S U A I S

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P R O G R A M A Ç Ã O E S P E C I A L - I I I E N C O N T R O D E C I D A D E S E U N I V E R S I D A D E S

P R O G R A M A Ç Ã O C U LT U R A L D O I I I E N C O N T R O D E C I D A D E S E U N I V E R S I D A D E S

Em 2016, Porto Alegre - por intermédio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) - sediará o III Encontro de Universidades e Cidades, durante os dias 11, 12 e 13 e de abril, com atividades culturais em seus campi e em diversos espaços da cidade.

Estimulado pelas premissas que estruturam a Rede de Mercocidades, sintetizadas no objetivo de fomentar a participação das cidades associadas ao processo de integração regional do Mercosul, a proposta da programação cultural para o encontro se baseia no conceito de “Conhecimento e Reconhecimento das Cidades e Universidades em Rede”.

A programação estará organizada em três eixos: Descobrindo as UniverCidades, Percursos pela Cidade e Expressões pela Cidade, englobando atividades

artístico-culturais com ações que estarão destinadas aos integrantes do Grupo de Cultura, estruturado a partir dos representantes das universidades associadas e, também, da comunidade local.

Porto Alegre como palco e objeto das vivências a serem instigadas.

Desenvolvida ao longo dos três dias do encontro, a proposta da programação sustenta a arte e a cultura como esferas essenciais ao pleno desenvolvimento regional do Mercosul, sendo os tempos e espaços das trocas culturais momentos de excelência na constituição de um modo de ser estritamente comprometido com o respeito à diversidade e aos direitos culturais, elementos essenciais à experiência democrática.

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P R O G R A M A Ç Ã O E S P E C I A L - I I I E N C O N T R O D E C I D A D E S E U N I V E R S I D A D E S

D E S C O B R I N D O A S U N I V E R C I D A D E S

Videoinstalação Cidades e Universidades

Durante o período em que ocorre o encontro, serão apresentados videorrelatos de pessoas ou coletivos que participarão do Encontro, tendo como tema a apresentação livre de sua cidade.

Ao longo do encontro, estes videorrelatos serão reunidos e difundidos em display interativo, disposto no Saguão da Reitoria da UFRGS. Ao término do encontro, as distintas contribuições resultarão em videos-postais, a serem disponibilizados no site do evento. Curadoria e Coordenação Paulo Reyes.

Data: 11, 12 e 13 de abril.Horário: das 9h às 18h30min.Local: Saguão do Salão de Atos da UFRGS.

Foto: Luiz AchuttiProjeto Visual: Christiano Pozzer

Exposição - Na Porto Alegre da Copa, os ritmos de uma construção destrutiva ou destruição construtiva.

Esta exposição é resultado da oficina de formação em pesquisa com suportes audiovisuais desenvolvida pelo Núcleo de Antropologia Visual da UFRGS entre 2013 e 2014 com o objetivo de etnografar os processos de transformações urbanas em Porto Alegre (RS).

Curadoria Cornélia Eckert (Navisual-PPGAS-UFRGS).

Data: de 05 de abril a 06 de maioHorário: das 08 às 18hsLocal: Saguão da Reitoria da UFRGS.

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Ciclo de Filmes Cidades e Universidades

A Sala Redenção – Cinema Universitário contará com uma programação para promover o debate e a reflexão sobre a relação entre o espaço(cidade) e as pessoas. Queremos reunir por meio de diferentes materiais audiovisuais, diversas iniciativas de grupo e organizações da sociedade civil nas cidades e universidades par ao desenvolvimento e a melhoria da vivência no espaço urbano.

Data: 11 e 12 de abril Horário: 16 e 19 horasLocal: Sala Redenção – Cinema Universitário

Exposição - Experiência Urbana

Em sintonia com a imersão do Campus Centro da UFRGS na malha urbana de Porto Alegre e o consequente trânsito da comunidade acadêmica e da população local, será realizado uma exposição coletiva a céu aberto, tendo por tema a experiência urbana contemporânea. Curadoria e Coordenação Elaine Tedesco (PPGAV – UFRGS)

Data: de 01 de abril a 09 de maioHorário: das 7h30min às 22h30min.Local: Pátio Central do Camus Centro da UFRGS.

P R O G R A M A Ç Ã O E S P E C I A L - I I I E N C O N T R O D E C I D A D E S E U N I V E R S I D A D E S

Nas margens da cidade em transição

Realização de percurso fotográfico às zonas em transição na cidade, às bordas do rio e ao 4o. Distrito da cidade. A atividade, coordenada por Elaine Tedesco (PPGAV -UFRGS), busca recriar um mosaico de imagens de zonas da cidade, trazendo os distintos pontos de vista dos participantes e constituindo um acervo de imagens compartilhadas de Porto Alegre.

P E R C U R S O S P E L A C I D A D E

Focado em promover a interação, este eixo de ações articulam workshops destinados aos participantes do Grupo de Trabalho em Cultura presente no Encontro. Organizado por professoras do Instituto de Artes da UFRGS, a metodologia privilegia a atuação ativa dos convidados e a imersão em parte da malha urbana da cidade de Porto Alegre, onde a Universidade Federal do Rio Grande do Sul está incorporada. Com duração de um turno no dia que antecede a abertura oficial do Encontro, além das atividades distintas, o eixo prevê momento de encontro de todos os participantes para a troca de impressões.

Cidade Invisível

Percurso a lugares de Porto Alegre, no entorno do Campus Centro da UFRGS. Partiremos da cidade concreta, a que se apresenta como experiência urbana em tempo real, lançando um olhar sobre a Porto Alegre invisível, a cidade revelada pelos seus fragmentos, seus lugares públicos e narrativas. A atividade será coordenada por Maria Ivone dos Santos (PPGAV-UFRGS).

Campus como Espaço Público

Reflexão, orientada por Cláudia Zanatta (DAV-UFRGS), sobre as potencialidades dos espaços de seus campi de origem, levantando características e particularidades. Que espaços comuns as universidades podem fomentar seus campi? Como criar zonas de encontro e de pausa, espaçamentos entre as atividades de ensino e pesquisa?

Data: 11 de abril. Horário: às 9 horasLocal: Salão de Atos da UFRGS.

Cidade Proibida

A cidade não se faz só de ruas, anúncios, sinais, esquinas e muros, é também um espaço de memória, relação e convívio. Existe uma arquitetura sentimental, uma cartografia urbana subjetiva marcada no concreto e oculta na velocidade. Essa arquitetura invisível é feita de redes de relações; a cidade é um espaço compartilhado com o outro. No entanto, o espaço público é um lugar em constante ameaça, se entendemos público como esse conjunto de redes de participação e autonomia que conformam o território “de todos”, na diversidade dos seus aspectos sensíveis.

Mais que um espetáculo, propõe-se a invenção de microterritórios de convívio em lugares públicos que à noite passam a ser de ninguém, no desejo de propor contribuições para futuros renovados.

Cidade Proibida foi contemplado com o Prêmio Funarte Artes Cênicas na Rua 2012.

Data: 11 de abrilHorário: às 20 horas.Local: Praça Professor Ernani Fiori - em frente a Reitoria da UFRGS.

E X P R E S S Õ E S P E L A C I D A D E

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Intervenção artística Ocupa Tapumes Tamboreiros

Exposição Pinacoteca Barão de Santo Ângelo nos 80 anos da UFRGS - Módulo II

Signatores – espetáculo teatral Alice no País das Maravilhas

O projeto OCUPA - Tapumes trata-se de um conjunto de proposições artísticas que serão realizadas por artistas locais e internacionais que trabalham com o espaço público e por professores e alunos das Universidades que integram o Grupo Montevidéu. O local escolhido para esta intervenção é o extenso tapume que isola o canteiro das obras de revitalização da orla do Lago Guaíba e o entorno. O projeto propõe a execução de intervenções artísticas pintadas ou aplicadas sobre a superfície dos tapumes, previamente definidas ou elaboradas pelos participantes após a visita e o reconhecimento do local.

As proposições buscam relacionar-se com a cidade, considerando a comunicação pela arte como um meio de atuação capaz de provocar rupturas nas significações do espaço público e como uma forma de resistência que impacta o imaginário social.

Além de acentuar a evidente ligação às tradições, à cultura e à presença afro-brasileira em Porto Alegre, o objetivo dessa atividade é demonstrar a diversidade de ritmos e instrumentos, genericamente referidos como tambores (atabaques, sopapos, alfaias, n’gomas, surdos e etc), atuando em conjunto.

A constituição de um coletivo de tamboreiros, das mais diferentes origens, músicos, executantes em cerimônias religiosas, em rodas de capoeira, profissionais e amadores, homens e mulheres, idosos, adultos, jovens e crianças, ajudaria a assinalar a importância da presença negra na conformação de nossa cidade pela referência ao instrumento, e não pela cor da pele.

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul, idealizou em 2014, o projeto “Pinacoteca Barão de Santo Ângelo nos 80 anos da UFRGS”, composto de exposição, publicação de um catálogo com o registro de todo o acervo artístico e a restauração de esculturas, pinturas, gravuras, desenhos e fotografias para apreciação do grande público em oportunidade singular. Considerada uma das primeiras, senão a primeira, coleção pública de arte do Estado, nascida com a criação do então Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul em 1908, o conjunto de obras da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo integra o patrimônio artístico e cultural da UFRGS, ilustra a história das artes no Rio Grande do Sul e a centenária existência dessa instituição que é referência nas artes do Estado e no país. No encontro inauguraremos o módulo II da exposição com o enfoque na gravura, desenho e fotografia. Oportunizando aos países participantes o contato com as obras pertencentes ao nosso acervo.

Um dos maiores clássicos da literatura mundial, Alice no País das Maravilhas comemorou 150 anos de publicação em 2015 ganhando uma adaptação teatral rara. Com um elenco composto por atores surdos, a peça é apresentada em Língua Brasileira de Sinais (libras) pelo Signatores – único grupo composto por atores surdos na região Sul do Brasil. A peça é destinada a todos os públicos – até mesmo aqueles que não sabem libras – pois há o acompanhamento de dois atores, que fazem a narração dos acontecimentos e das falas.

Alice no País das Maravilhas inverte a lógica de montagens para ouvintes com acessibilidade para surdos. Desta vez, o espetáculo é feito para surdos, com acessibilidade para ouvintes, criando um espaço de plateia compartilhada, onde a inclusão deixa de ser um conceito teórico para se transformar em prática.

Data: 11 de abrilHorário: às 20 horas.Local: Praça Professor Ernani Fiori - em frente a Reitoria da UFRGS.

Data: 12 de abril.Horário: às 17 horas.Local: Margens do Guaíba, próximo à Usina do Gasômetro.

Período: de 14 de abril até 17 de junhoHorário: às 13 horas.Local: Museu da UFRGS.

Data: 12 de abrilHorário: às 20 horas.Local: Sala 2 - Salão de Atos

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VA L E VA L E!

Ao longo do ano de 2015 trabalhamos a identidade do projeto Vale Vale! em todos os nossos veículos de difusão dos projetos. Trabalhamos apostando em uma fruição combinada e concebida através de al-guns conceitos que o reconhecimento de alteridades nos possibilita.

O projeto Vale Vale! Continua em 2016 complexifican-do a temática “Resgate da Comunidade Universitária” radicalizando o significado da extensão universitária no que se refere à formação acadêmica e integral dos sujeitos. Capilarizaremos as atividades para outros espaços proporcionando outros reconhecimentos.

Estar-junto-com, experienciar a estética do estar-jun-to-solidário e promover outras sinergias e solidarie-dades são o tema gerador do Vale Vale! 2016.

Serão realizados espetáculos de música com grupos locais que farão oficinas para acadêmicos da UFRGS e em espaços outros ( Casa dos Cataventos, FASE) sempre com o intuito de compartilhar conhecimen-tos, proporcionar reflexões através da arte e da ci-ência. Realizaremos Espetáculos Musicais, Saraus Literários, Espetáculos de Dança, Exposição de Artes Visuais, oficinas de aquarela e exibição de filmes.

Iniciaremos a nossa conversa com o grupo “Traba-lhos Espaciais Manuais”, grupo que tem uma trajetó-ria bela e inspiradora deste estar-junto que prospecta-mos no Vale Vale 2016!

VALE VALE! TRABALHOS ESPECIAIS MANUAISData: 23 de março – quarta-feiraHorário: 17h30minLocal: Palco Grego – Campus do Vale

Trabalhos Especiais Manuais

Abrindo a programação de 2016, o Projeto Vale Vale! traz o Coletivo de Música Instrumental TEM, o Cole-tivo busca valorizar a expressão da música popular brasileira em formato de baile show, com músicas au-torais mescladas com sessões de improvisos coleti-vos, inspirados no maracatu, Samba e baião, em uma conexão com o funk e o Afrobeat. A banda procura brincar, brindar e bradar a comunhão proporcionada pela música, sendo compartilhada e dançada, sem se preocupar com sua origem, valorizando seu movi-mento colorido e comunitário.

O projeto TEM Baile Show propõe uma intervenção cênica, tendo o baile show como o ápice. A inspira-ção para este projeto surge das noites black dos anos 1970, onde o baile era o foco da execução musical, proporcionando uma atmosfera dançante. Além da apresentação musical, a TEM realiza um cortejo no início de cada show, convocando os corpos dançan-tes para iniciar o ritual que culmina em um grande baile.

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VALE VALE! OFICINAData: 23 de março – quarta-feiraHorário: 13h30minLocal: Palco Grego – Campus do Vale

Oficina de produção musical independente

Esta oficina propõe um diálogo sobre os formatos da produção musical independente em diversas facetas. Trata-se de explorar este universo tanto nos sentidos estéticos quanto nos desdobramentos sociais impli-cados neste tipo de trabalho. Abordaremos questões referentes a escolha de repertório, formação de iden-tidade visual, divulgação, planejamento de ensaios, contatos com casas de shows e planejamento de carreira. A oficina terá formato aberto, com exercícios imaginativos para buscar uma apreensão e constru-ção de modos diversos de realizar a produção inde-pendente das bandas.

Tempo de duração: 4h

Público Alvo: Músicos profissionais e amadores, iniciantes em produção.

VALE VALE! BRINCANTES DO PARALELO 30 CULTURA E FOLCLOREData: 13 de abril – quarta-feiraHorário: 17h30minLocal: Palco Grego – Campus do Vale

Vamos dançar?

O “Grupo de Brincantes do Paralelo 30 – Folclore e Cultura Popular” é formado por artistas que são pro-fissionais de diversas áreas. A partir de uma perspec-tiva transdisciplinar, dedica-se ao estudo e aplicação prática de diversas manifestações da cultura popular brasileira como Danças, Folguedos, Músicas, Poesias e Jogos.

Desde sua fundação, participou de diversos eventos locais, regionais, nacionais e internacionais como festivais de folclore, mostras, eventos acadêmicos, dentre outros. Em 2010, tornou-se um projeto de ex-tensão do Curso de Licenciatura em Dança da Univer-sidade Federal do Rio Grande do Sul.

Além destes quadros, público é convidado para dan-çar e cantar à cadência de Cocos, Cirandas, Quadri-lhas, Afoxés, etc.. Esta é uma característica marcante dos Brincantes do Paralelo 30: propor ao máximo, dentro das condições locais, a interação do público com o grupo.

Jair Felipe Ulmann Diretor

M Ú S I C A

Foto: Coletivo TEM Foto: Paralelo 30

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul

ReitorCarlos Alexandre Netto Vice-Reitor e Pró-Reitor de Coordenação AcadêmicaRui Vicente Oppermann Pró-Reitora de ExtensãoSandra de Deus

Vice-Pró-Reitora de ExtensãoClaudia Porcellis Aristimunha

Diretora do Departamento de Difusão Cultural Claudia Mara Escovar Alfaro Boettcher

Equipe do DDCCarla Bello – Coordenadora de Projetos EspeciaisEdgar Wolfram Heldwein – Administrador da Sala Redenção – Cinema UniversitárioLígia Petrucci – Coordenadora e curadora do Projeto UnimúsicaRafael Derois – Coordenador do Projeto UnifotoSinara Robin – Coordenadora e curadora do Projeto Vale Vale! e do Projeto ReflexãoTânia Cardoso – Coordenadora e curadora da Sala Redenção – Cinema Universitário

BolsistasGabriela MarluceGuilherme BragançaLaura LuccheseNaiane WebberRenan SanderVeridiane BoniattiVitor Cunha

Difunda essa culturade forma conscienteLEIA E PASSE ADIANTE

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Projeto gráfico Katia Prates

DiagramaçãoLaura Lucchese

Fotografia de capa

Klaus W. Eisenloh

Ilustração pág. 2 e 3

Laura Lucchese

Parceria:

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PASSEIO CICLÍSTICO Data: 17 de abril de 2016 – domingoHorário: 10hModalidade: Livre

Inscrições: até dia 8 de abril, das 9h às 17h30min, Secretaria da PRAE - Rua Paulo Gama nº 110 - Prédio 12105 - Ex. Prédio da Filosofia - Anexo III da Reitoria. Porto Alegre

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Universidade Federal do Rio Grande do SulPró-Reitoria de Extensão

Departamento de Difusão CulturalMezanino do Salão de Atos UFRGS

Av. Paulo Gama, 110 Porto Alegre – RS (51) 3308.3034 e 3308.3933

[email protected] www.difusaocultural.ufrgs.br