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Page 1: AGITAÇÃO MECANICA

Jéssika RochaClaudemir Santos

Paula RenéeCaio Jambo

Agitação Mecânica

Brasil

2015

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Jéssika RochaClaudemir Santos

Paula RenéeCaio Jambo

Agitação Mecânica

Trabalho solicitado pelo Professor João Nu-nes, referente à obtenção de nota para a dis-ciplina de Engenharia Bioquímica.

Universidade Federal de Alagoas – UFAL

Centro de Tecnologia

Departamento de Engenharia Química

Brasil2015

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Sumário

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2 PRINCÍPIOS DA AGITAÇÃO MECÂNICA . . . . . . . . . . . . . . 42.1 Classificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52.2 Tipo de Fluxo em Tanque Agitados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52.3 Tipos de Agitador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS EM AGITAÇÃO MECÂNICA . . . 73.1 O Tanque Agitado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73.2 Design de um Equipamento de Agitação . . . . . . . . . . . . . . . . 10

4 AGITAÇÃO MECÂNICA NA INDUSTRIAS . . . . . . . . . . . . . . 124.1 Aplicação de Agitação Mecânica nos Processos Fermentativos . . . 134.2 Medicamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134.3 Produção de Margarinas e Maioneses . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134.3.1 Margarinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134.3.2 Maionese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134.3.3 Produção de Cerveja . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144.4 Processamento de Sorvetes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144.5 Processament de Açúcar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154.6 Processamento de Tijolos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

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1 Introdução

Na indústria de processamento de alimentos, muitas operações dependem daagitação e mistura de fluidos. Usualmente a agitação refere-se ao movimento induzido emum fluido por meios mecânicos em um recipiente. O fluido pode circular no recipiente ouapresentar outro padrão de fluxo. A mistura está normalmente relacionada a duas ou maisfases inicialmente separadas que são aleatoriamente distribuídas dentro ou através uma daoutra.

Para ilustrar esta diferença temos como exemplo, um tanque contendo água friaque pode ser agitado para trocar calor com uma serpentina, mas não pode ser misturadoaté que algum outro material seja adicionado a ele como, por exemplo, partículas de algumsólido.

Desta forma, entende-se que os processos de agitação diferem dos processos demistura, uma vez que ao tratarmos de agitação iremos considerar uma única fase e nosprocessos de mistura consideraremos que os componentes se apresentam em duas ou maisfases.

A agitação dos fluidos não implica necessariamente numa distribuição homogêneados fluidos ou partículas, isto é, com agitação, a mistura pode não ser conseguida.

A seguir será explicitado as características que determinam as melhoras escolhasem termos de agitadores, hélices, e velocdades de agitação para diferentes tipos de produtodesejado.

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2 Princípios da Agitação Mecânica

Ao projetarmos um misturador, devemos levar em conta a finalidade que temos noprocesso, assim poderemos ter as seguintes necessidades:

• Promover a suspensão de sólidos

• Homogeneização ou mistura de líquidos miscíveis

• Desenvolver uma emulsão

• Transferência de energia

• Promover reações químicas entre sólidos, líquidos e gases

Muitas vezes, um sistema de agitação poderá desenvolver um ou mais destes itens,e não raro, ser necessário todos eles em um único reator químico. Neste tipo de mistura, énecessário que haja uma agitação intensa no meio, para que seja conseguida uma eficientedispersão das partículas no sistema. Neste tipo de operação, podemos dizer como necessáriopara as seguintes aplicações:

• Reações químicas entre sólidos e líquidos

• Reações químicas com catalisadores sólidos

• Dissolução de sólidos

• Extrações liquido / líquido com suporte em fase sólida

• Operações de absorção

É necessário um controle severo no processo de agitação, pois o excesso de agitaçãopode reduzir a viabilidade celular.

As propriedades mais importantes dos materiais, que podem influenciar a facilidadeda mistura para fluidos e sólidos são indicadas a seguir.

Fluidos: viscosidade, massa específica, relação entre as massas específicas e mis-cibilidade; Sólidos: finura, massa específica, relação entre as massas específicas, forma,aderência e molhabilidade.

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Capítulo 2. Princípios da Agitação Mecânica 5

2.1 ClassificaçãoSão dividido em duas classes: fluxo axial e fluxo radial.

• Fluxo axial: correntes paralelas ao eixo do agitador;

• Fluxo radial: correntes tangenciais ou na direção perpendicular ao eixo do agitador.

2.2 Tipo de Fluxo em Tanque AgitadosA maneira como um líquido se move dentro de um vaso depende de muitas coisas,

como:

• Tipo de lâmina, agitador;

• Características do fluido;

• Tamanho e proporções do tanque, placas defletoras (chicanas) e agitadores.

A velocidade do fluido também é um componente importante do fluxo. E possuitrês componentes:

• radial (correntes perpendiculares ao eixo do agitador),

• axial ou longitudinal (correntes paralelas ao eixo do agitador)

• tangencial ou rotacional (correntes tangentes ao eixo do agitador; responsável pelaformação do vórtice. Deve ser evitada).

2.3 Tipos de AgitadorPara adquirir os tipos de hélice corretos é necessário analisar alguns fatores im-

portantes como a viscosidade da amostra, velocidade a ser utilizada no processo e acompatibilidade química com o material de composição da hélice. Por exemplo, um fluídode alta viscosidade necessitará de uma hélice mais resistente, que suporte essa demandae, consecutivamente, a velocidade do processo será menor. O tipo de hélice pode variartambém de acordo com sua funcionalidade, como por exemplo, hélices para dissolver eagitar um determinado tipo de amostra. Além disso, a hélice deve ser compatível com ofluído a ser agitado:

• Hélice de 3 e 4 palas: geram um fluxo axial, podem ser utilizadas em processos deamostras com baixa viscosidade e que demandem altas velocidades.

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Capítulo 2. Princípios da Agitação Mecânica 6

• Hélices tipo turbina: geram fluxo axial e são usadas para processar fluídos de médiae baixa viscosidade com velocidades médias e altas. Pode ser utilizada, por exemplo,em atividades que não podem gerar aeração na amostra.

• Hélices para Dissolver: Geralmente utilizadas quando há dificuldade em dissolver aamostra para torná-la homogênea. Seu uso é recomendado em processos de velocidademédia e baixa e para fluídos com viscosidade também média e baixa. Também geramfluxo radial.

• Hélices tipo Centrifugação: São dobráveis e se abrem com aumento da velocidade.Recomendadas para frascos cujo diâmetro superior é pequeno e para fluídos de baixaviscosidade.

• Hélices tipo Pá: indicadas para amostras com alta viscosidade, atuam em fluxotangencial e velocidade baixa.

• Hélices tipo Âncora: geram fluxo tangencial, ideais para fluídos de média para altaviscosidade e devem ser usadas em velocidades baixas.

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3 Equipamentos Utilizados em agitação Me-cânica

O processo de agitação ocorre em tanques ou vasos de agitação, o qual costumaapresentar acessórios usados para realizar a agitação, tais como pás e impelidores. Duranteo processo de projeto e construção de um tanque as proporções podem variar muito, essasvariáveis costumam ser definidas baseado na função que o agitador vai desenvolver.

Segundo (URENHA, 2007), o conjunto conhecido como tanque agitado cosistenormalmente em um tanque cilíndrico portador de um eixo vertical, um ou mais impelidores,um motor e usualmente chicanas. Alguns tanques são providos de serpentinas ou camisaspara promover a troca de calor.

3.1 O Tanque AgitadoAs principais medidas usadas para a construção de um tanque agitado são o

diâmetro interno (T), o diâmetro do impelidor (D), a largura da pá do impelidor (w), adistância entre o fundo e o impelidor (C), a altura do líquido (Z) e a largura das chicanas(B). Na figura 1 apresenta um esquema de tanque agitado convencional.

Figura 1 – Ilustração de um tanque agitado convencional.

Fonte: (URENHA, 2007)

D/T= de 1/4 a 1/2 (1/3 é o mais comum)

Z/T= 1

C/T= de 1/6 a 1/2 (1/3 é o mais comum)

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Capítulo 3. Equipamentos Utilizados em agitação Mecânica 8

B/T= de 1/10 a 1/12

w/D= de 1/4 a 1/6

As relaçõe geométricas descritas acima não são adequadas para todos os tipos detanques, mas são as configurações comuns em diverss agitadores industriais.

No tanque apresentado anteriormente é possível encontrar chicanas, que são aces-sórios no formato de placas planas posicionadas no tanque, são geralmente posicionadasdiretamente à parede ou fixadas por uma haste. As chicanas são responsáveis por provocaralgum distúrbio ou redirecionar o fluxo durante o processo, em particular, para evitar aformação de um vórtice, tal fenômeno pode causar a formação de espuma pela incorporaçãode ar no processo, se o vórtice for muito grande pode causar instabilidades no eixo doagitador, para se estabeler o uso de chicanas num processo de agitação é necessário analisarvariáveis como o volume do tanque e viscosidade do fluido. Existem diversos tipos dechicana, como por exemplo, chicanas de fundo e de superfície, no entanto, o tipo maisutilizado é o o tipo chapa. A posição desse acessório pode variar de acordo com o processo(Ver figura 2).

Figura 2 – Posicionamento das chicanas: (a) ângulo favorável ao fluxo para diminuir aresistência ao movimento, (b) distância da parede igual a largura da chicanapara existir fluxo de líquido na borda do tanque, e (c) junto à parede paralíquidos com baixa viscosidade.

Fonte: (MARTINI, 2010)

O fundo do tanque varia de acordo com o processo no qual será utilizado, porexemplo, para suspensão de sólidos não é adequado usar um tanque de fundo plano, poisem fundos planos haverá uma tendência de acúmulo de sólidos nos cantos. É possívelencontrar tanques agitados industrialmente com fundos planos, cônicos e elípticos (figura3). De forma geral os tanques que possuem fundos arredondados costumam consumirmenos potência que outras geometrias, segindo (UFSC, 2010) isto se deve ao fato de játermos uma configuração que facilita as correntes de fluxo. Recipientes com fundo plano,como mencionado anteriormente são inadequados para certas operações pois possuem baixaeficiência nos cantos entre a parede e o fundo, o mesmo problema também é observadonas extremidades do fundo cônico.

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Figura 3 – Esquema de vasos cilindricos com diferentes fundos. (a) fundo plano, (b) fundocônico, (c) fundo elíptico.

Fonte: (UFSC, 2010)

Já os impelidores costumam ser selecionados de acordo com o regime do processo.Para escoamento laminar o diâmetro do impelidor é próximo do diâmetro do tanque, poiso transporte de quantidade de movimento é baixo, pelo mesmo motivo utilizam-se chicanasem escoamento laminar. Na figura 4 é possível observar um tipo de impelidor conhecidocomo âncora. Para regime turbulento são utilizados, principalmente, o tipo naval, o tipopás e o tipo turbina (ver figura 5).

Figura 4 – Impelidores utilizados em escoamento laminar: os impelidores tipo âncora pos-suem uma forte componente de velocidade tangencial e uma fraca componenteaxial, e podem ainda atuar com raspadores.

Fonte: (URENHA, 2007)

Figura 5 – Impelidores utilizados em escoamento turbulento. (a) tipo naval, (b) tipo pás e(c) tipo turbina

Fonte: (URENHA, 2007)

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Capítulo 3. Equipamentos Utilizados em agitação Mecânica 10

Em resumo (ENGENDRAR, 2010) define a lista abaixo para classificar de formageral um tanque ou vaso de agitação industrial.

Características:

• Tanques cilíndricos, verticais, abertos ou fechados para o ar

• Base do tanque arredondada, para evitar regiões mortas ou cantos

• Altura do líquido igual ao diâmetro do tanque

• Agitador na parte superior

Acessórios:

• Local para termômetro

• Entrada/saída

• Serpentina ou camisa de aquecimento ou resfriamento

• Agitadores fazem o líquido circular através do vaso

• chicanas para modificar o movimento tangencial

Agitadores:

• Fluxo axialcorrentes paralelas ao eixo do agitador

• Fluxo radialcorrentes tangenciais ou na direção perpendicular ao eixo do agitador

3.2 Design de um Equipamento de AgitaçãoExistem quatro principais fatores responsáveis por influenciar na escolhar de um

equipamento de agitação, tais fatores podem ser listados em ordem de importância como:

• As necessidades do processo;

• As propriedades do fluido;

• Os custos do equipamento;

• Os materiais de construção necessários.

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Capítulo 3. Equipamentos Utilizados em agitação Mecânica 11

Em teoria o melhor equipamento precisa ter um baixo custo e atender a todasas outras necessidades, no entanto não existe um guia 100% satisfatório par arealizar aescolha de um agitador industrial, segundo (FRANK et al., 2008) o que se faz é seguiralgumas recomendações para realizar a escolha baseado nos tipos de impelidores e suarelação com o diâmetro do tanque e possíveis acessórios a serem adicionados ao tanque.

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4 Agitação Mecânica na Industrias

O engenheiro capacitado escolhe, dimensiona e específica os equipamentos queo processo necessita para estas finalidades. Tamanho, velocidade e consumo de energiaprecisam ser fixados como critérios, porque eles guardam uma estreita relação com oresultado pretendido, assim como o tipo de material para agitação. agitação, além decolaborar no controle da temperatura, pode também ajudar na homogeneização do leito.

A mistura de líquidos miscíveis é um dos processos mais comuns e pode ter oobjetivo de efetuar uma mistura homogênea entre dois líquidos (processamento físico)ou promover uma reação química entre duas matérias-primas que se encontram na faselíquida (processamento químico) como é possível observar na Tabela 1.

Tabela 1 – Processos de agitação, mistura e dispersão.

Aplicação Processamento Físico Processamento QuímicoLíquido-sólido Suspensão DissoluçãoLíquido-gás Dispersão Absorção

Líquidos imissíveis Emulsão ExtraçãoLíquidos Missíveis Mistura Reação

Movimentação de Fluido Bombeamento Transferência de calor

Por exemplo, na aplicação líquido-sólido, a concentração de sólidos na suspensãopode ser medida através de parâmetros físicos, enquanto na dissolução o material sólidopassa da fase sólida para a fase líquida, o que denota, portanto, um processo de transferênciade massa.

No caso da aplicação líquido-gás, a dispersão é caracterizada pela distribuição físicado gás no líquido, enquanto a absorção é um processo de transferência de massa como,por exemplo, no caso de uma fermentação, em que há o transporte do oxigênio do ar paradentro do líquido.

Um exemplo de processamento físico é a produção de emulsões estáveis, como oxampu. A produção de emulsões instáveis, envolvendo a transferência de massa entre doislíquidos é um exemplo de processamento químico.

Outros fluidos que não apresentam a relação linear entre o gradiente de velocidade,onde a viscosidade seja função da taxa de deformação são chamados de não-Newtonianos.Grande número de fluidos, em vários ramos da indústria, apresenta esse comportamento.De maneira geral, alguns fluidos não-Newtonianos uma vez longe do impelidor adquiremcomportamento que dificulta a movimentação do produto com a redução gradativa da taxade circulação por isto prefere-se impelidores com grande área de contato com o produto.

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4.1 Aplicação de Agitação Mecânica nos Processos FermentativosNos processos fermentativos, os agitadores têm como funções, em geral, a dispersão

dos gases injetados, a homogeneização do meio de cultura, a suspensão de sólidos e atransferência de calor.

Outro aspecto ligado à agitação é o cisalhamento provocado pelos impelidores.Cada microrganismo tolera diferentes tensões de cisalhamento. Cisalhamento acima dotolerado leva à destruição da célula. As bactérias e leveduras são em geral menos sensíveisao cisalhamento que os bolores. Células animais, vegetais e de insetos são muito sensíveisao cisalhamento.

4.2 MedicamentosA taxa de dissolução é diretamente afetada pela velocidade de agitação, uma

vez que a espessura da camada de difusão é inversamente proporcional à velocidade deagitação (BANAKAR, 1992). Varios fatores e as características de cada formulação podeminfluenciar a extensão em que a velocidade de agitação afeta a dissolução (ABDOU, 1989).

4.3 Produção de Margarinas e Maioneses

4.3.1 Margarinas

O processamento moderno de margarinas que geralmente são efetuadas em equi-pamentos contínuos, envolve inicialmente a preparação da fase oleosa e da aquosa e asseguintes operações,:

Emulsificação: as duas fases, aquecidas à temperaturas suficientes para mantera gordura em estado líquido são misturadas com agitação necessária para formar umaemulsão.

Resfriamento: a emulsão é resfriada rapidamente em trocadores de calor de altaeficiência, sob agitação constante, a temperaturas abaixo do ponto de cristalização da faseoleosa.

Cristalização: a emulsão resfriada e parcialmente cristalizada é transferida paraoutra unidade onde, ainda sob agitação constante, o processo de cristalização continua.

4.3.2 Maionese

A maionese tradicional é uma emulsão do tipo "óleo em água"ou seja , é formadapela dispersão de gotículas de óleo na água que é a fase contínua. A estabilidade dadispersão é mantida pela gema do ovo que contem lecitina e colesterol como emulsificantes.

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Na fabricação da maionese, a fase aquosa é colocada em um recipiente dotado deum agitador ou misturador de alta velocidade. A fase aquosa contém vinagre, gema deovo, sal e outros condimentos hidrossolúveis. Com o agitador ligado, o óleo é adicionadolentamente, até que a emulsão atinja a consistência desejada. Industrialmente, a emulsãoé refinada em moinhos coloidais.

A gema de ovo, além de agir como emulsificante, contribui para a cor e o sabor. Ovinagre, alem de contribuir para o sabor, age como preservativo, aumentando a acidez. Oóleo deve ser refinado, claro, de sabor neutro e permanecer líquido sob refrigeração.

4.3.3 Produção de Cerveja

Uma etapa relevante no processo de produção de cerveja é a agitação do mosto.Assim, quanto maior a agitação, mais eficiente será a desejada reação enzimática. Damesma forma, ao agitar o mosto a temperatura fica mais uniforme.

A última aplicação é uma categoria geral, na qual a descrição da necessidade daagitação é dada em termos da movimentação do fluido. A aplicação física refere-se aoconhecimento da capacidade de bombeamento do impelidor, bem como do escoamento dofluido ao redor do impelidor, do fundo do tanque e das chicanas. A transferência de calorfoi colocada na coluna do processamento químico porque, geralmente, a necessidade detroca de calor se dá em sistemas onde ocorrem reações químicas.

4.4 Processamento de SorvetesOs sorvetes também podem ser classificados de acordo com o seu processo de

fabricação ou apresentação. Durante o congelamento a calda sofre agitação provocandoincorporação de ar. A aeração também é conhecida como overun, e através dela sabemos orendimento da produção. Quanto maior o overun, mais leve e suave o sorvete se torna. É oexemplo do sorvete de massa industrial, cujo processo de fabricação consiste em agitaçãovigorosa da massa, incorporando desta maneira, mais ar, o que proporciona um sorvetemais leve. Quando a calda é passada pelo homogeneizador, durante a pasteurização, seusglóbulos de gordura se rompem, deixando a calda mais homogênea acarretando num sorvetede textura mais macia e de melhor rendimento (overun mínimo de 80%). A agitação dacalda durante o processo de fabricação do sorvete de massa da linha artesanal não é tãovigorosa, o que resulta um sorvete com mais corpo, mais denso. O seu overun varia de 40a 80%.

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4.5 Processament de AçúcarNa produção de açúcar, em varias das etapas possuem um misturador. Na etapa

de calagem tem se um destaque por preparar uma mistura, uma suspensão de cal comágua, denominada leite de cal, que é enviada através de bombas para o tanque dotado demisturador onde é misturado com o caldo, que tem como finalidade corrigir o pH com issoneutralizar os ácidos orgânicos e também a formação de sulfitos e fosfatos de cálcio queao se sedimentarem no decantador, arrastam as impurezas presentes no caldo. Tambémse destaca a etapa de cristalização onde os agitadores assume grande importância, poisgarantem o crescimento dos cristais em tamanho, de forma individual.

4.6 Processamento de TijolosOs processos de fabricação empregados pelos diversos segmentos cerâmicos assemelham-

se parcial ou totalmente. O setor que mais se diferencia quanto a esse aspecto é o dovidro, embora exista um tipo de refratário (eletrofundido), cuja fabricação se dá através defusão, ou seja, por processo semelhante ao utilizado para a produção de vidro ou de peçasmetálicas fundidas. Esses processos de fabricação podem diferir de acordo com o tipo depeça ou material desejado. De um modo geral eles compreendem as etapas de preparaçãoda matéria-prima e da massa, formação das peças, tratamento térmico e acabamento. Noprocesso de fabricação muitos produtos são submetidos a esmaltação e decoração.

Grande parte das matérias-primas utilizadas na indústria cerâmica tradicional énatural, encontrando-se em depósitos espalhados na crosta terrestre. Após a mineração, osmateriais devem ser beneficiados, isto é desagregados ou moídos, classificados de acordo coma granulometria e muitas vezes também purificadas. O processo de fabricação, propriamentedito, tem início somente após essas operações. As matérias-primas sintéticas geralmentesão fornecidas prontas para uso, necessitando apenas, em alguns casos, de um ajuste degranulometria.

Os materiais cerâmicos geralmente são fabricados a partir da composição de duas oumais matérias-primas, além de aditivos e água ou outro meio. Mesmo no caso da cerâmicavermelha, para a qual se utiliza apenas argila como matéria-prima, dois ou mais tipos deargilas com características diferentes entram na sua composição. Raramente emprega-seapenas uma única matéria-prima.

Dessa forma, uma das etapas fundamentais do processo de fabricação de produtoscerâmicos é a dosagem das matérias-primas e dos aditivos, que deve seguir com rigoras formulações de massas, previamente estabelecidas. Os diferentes tipos de massas sãopreparados de acordo com a técnica a ser empregada para dar forma às peças. De modogeral, as massas podem ser classificadas em:

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• suspensão, também chamada barbotina, para obtenção de peças em moldes de gessoou resinas porosas;

• massas secas ou semi-secas, na forma granulada, para obtenção de peças por prensa-gem;

• massas plásticas, para obtenção de peças por extrusão, seguida ou não de torneamentoou prensagem.

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Referências

ABDOU, H. M. Dissolution, Bioavability and Bioequivalence. [S.l.]: Easton: MackPublishing Company, 1989. 554p. p. Citado na página 13.

AVILA, J. F. G. Sistema de agitação. [S.l.], 2012. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAANwkAD/agitadores>. Acesso em: 28 mar. 2015.Nenhuma citação no texto.

BANAKAR, U. V. Pharmaceutical Dissolution Testing. New York: Marcel Dekker Inc,1992. 437p. p. Citado na página 13.

ENGENDRAR. Beneficiamento - Agitação Mecânica. [S.l.], 2010. Disponível em:<http://www.engendrar.com.br/arquivos/boletim/Beneficiamento-Agitacao.pdf>. Acessoem: 20 mar. 2015. Citado na página 10.

FRANK, T. C. et al. Perry’s Chemical Engineers’ Handbook. 8. ed. [S.l.], 2008. Citadona página 11.

LABOR, S. Acessórios para agitadores mecânicos IKA. [S.l.], 2010. Dispo-nível em: <http://www.splabor.com.br/blog/equipamentos-para-laboratorio/acessorios-para-o-agitador-mecanico-ika-helices>. Acesso em: 28 mar. 2015. Nenhumacitação no texto.

MARTINI, T. L. de. Influência dos impelidores e condições de mistura na produçãode insumos químicos para o setor coureiro. Dissertação (Monografia de Graduação) —Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2010. Citado na página 8.

UFSC. Agitação e Mistura. [S.l.], 2010. Citado 2 vezes nas páginas 8 e 9.

URENHA, C. F. J. J. . E. C. . J. R. N. . L. C. Agitação e Mistura na Indústria. 1. ed. Riode Janeiro: LTC Editora, 2007. Citado 2 vezes nas páginas 7 e 9.