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Os pais so os primeiros personagens na vida do filho, e a relao com ele funciona como origem das imagens que a criana faz dela mesma. O que os pais querem para os filhos? Ouvi, outro dia, um trecho bem interessante de uma conversa entre um pai e seu filho de mais ou menos nove anos, que viajavam ao meu lado. O garoto afirmava ao pai, com convico, que neste ano ele queria ser um bom aluno, que queria tirar boas notas e que no se comportaria do mesmo modo que no ano passado. O pai no levou o assunto diante, e o menino perguntou se ele tambm queria que fosse bom aluno. O pai devolveu de imediato sua resposta: O que importa, filho, no o que eu quero para voc, mas o que voc quer para a sua vida. Aps essa interveno do pai, o garoto emudeceu. Claro que os pais querem coisas para os filhos, e muitas. Querem que os filhos sejam felizes, querem que os filhos sejam bons no que fazem, que tenham muitos amigos e sejam solicitados por eles, que sejam timos alunos, que tenham um bom preparo para o futuro etc. Do mesmo modo, no querem que os filhos sofram com frustraes e rejeies, que enfrentem dificuldades e obstculos sozinhos, entre outras tantas coisas. na relao com os filhos que os pais expressam esses anseios todos, que estreita ligao com a cultura do mundo em que vivemos. A felicidade, os pais acreditam que possvel comprar: tudo ou quase tudo o que os filhos querem, os pais do. E mais: os pais tentam at adivinhar o que os filhos podem querer e, por isso, esto quase sempre um passo frente deles. As decepes, frustraes e rejeies que os filhos, inevitavelmente, tm a enfrentar nas mais diversas situaes que a vida lhes impe, os pais acham que possvel impedir. Entre outros motivos, por essa razo que muitos pais relutam em dizer no aos filhos quando eles pedem ou querem algo. As encrencas que os filhos arrumam que se transformam em problemas a solucionar ou a enfrentar, os pais no conseguem delegar a eles: quase sempre intervm decisivamente, poupando os filhos dos dissabores das situaes nas quais se envolveram. (...). Pois : tudo o que os pais querem para os filhos, eles realizam ou tentam realizar. Mas os filhos querem tambm e, sobretudo, que seus pais sejam os depositrios iniciais de seus deveres e anseios para que, depois, se tornem seus. Entretanto, isso tem sido bem difcil de os pais bancarem. Principalmente porque essa atitude soa, aos pais, como autoritarismo. No exemplo citado no incio, o pai disse ao filho que no importava o que ele queria, e sim o que o filho queria. Mas os filhos podem passar a querer determinadas coisas justamente porque os pais querem que ele queira; alm disso, os pais precisam tambm ajuda-los a realizar esse querer, claro. Ao delegar totalmente ao filho a responsabilidade por querer ir bem na escola e por realizar tal fato, o pai simplesmente se absteve de qualquer responsabilidade diante dessa questo da vida do filho. Para muitas crianas pode ser um fardo pesado demais. Os pais so os primeiros personagens na vida do filho, e a relao de pertencimento familiar que com ele constroem funciona como origem das imagens que a criana faz dela mesma: isso identificao.(...). Dizer ao seu filho eu quero que voc seja assim ou quero que faa tal coisa ou o contrrio no autoritarismo nem tira a liberdade do filho. um norte, uma referncia que aponta um rumo: o da famlia. Na maturidade o filho ir encarar essa direo como uma opo de escolha, entre outras tantas que descobrir por conta prpria. Isso liberdade, coisa, alis, para gente grande e responsvel. Roseli Sayo.

"Honrar Pai e Me"

Lya LuftSe as relaes familiares no fossem intrinsecamente complicadas, no existiria o mandamento "Honrars pai e me". Comentrio de grande sabedoria. Assunto inesgotvel. Como educar, como cuidar neste mundo maravilhoso e tresloucado, com tanta seduo e tanta informao um mundo no qual, sobretudo na juventude, nem sempre h o necessrio discernimento para escolher bem?" Saber distinguir o melhor do pior, ser capaz de observar e argumentar, so o melhor legado que famlia e escola podem dar. Na famlia, fica abaixo s do afeto e da segurana emocional. Na escola, importa mais do que o acmulo de informaes e o espao das brincadeiras, num sistema que aprendeu erroneamente que se deve ensinar como se o aluno no tivesse de aprender. Fora disso, meus caros, no h salvao. Isso e professores supervalorizados e bem pagos, escola para todos no mais milhes de crianas e jovens em casas cujo ptio barro misturado a esgoto, ou na rua, com o crack e a prostituio. Um ensino que d muito e exija bastante: ou camos na farra e no despreparo para a vida, que inclui graves decises pessoais e um mercado de trabalho cruel. Bem antes da escola vem o fundamental, o ambiente em casa, que marca o indivduo pelo resto de sua jornada. Se esse ambiente for positivo, amoroso, a criana acreditar que amor e harmonia so possveis, que ela pode ter e construir isso, e far nesse sentido suas futuras escolhas pessoais. Se o clima for de ressentimento, frieza, mgoas ocultas e desejos negativos, o cho por onde o indivduo vai caminhar ser esburacado. Mais ir tropear, mais ir quebrar a cara e escolher para si mesmo o pior. Dificuldades familiares no tm a ver s com o natural conflito de geraes, mas tambm com a atitude geral dos pais. Eles tm entre si uma relao de lealdade, carinho, alegria? So realmente interessados, tentam assumir suas responsabilidades grandes e difceis? Foi-se o patriarcado, em que havia regras rgidas. Eu no quereria estar na pele dos infratores de ento, os filhos que ousavam discordar. Em lugar da anterior rigidez e distncia, estabeleceu-se a alegre baguna, com mais demonstraes de afeto, mais liberdade, mais respeito pelas individualidades muitas vezes com resultados dramticos. Lembro a frase que j escrevi nesta coluna, do psiclogo que me revelou: "A maior parte dos jovens perturbados que atendo no tem em casa pai e me, tem um gato e uma gatinha". Talvez tenham uma me que no troca cabeleireiro e academia por horas de afeto com os filhos, ou um pai que corre atrs do dinheiro necessrio para manter a famlia acima de suas possibilidades, por iluso sua ou desejo de status de uma mulher frvola.Crianas de 11 anos freqentam festinhas em que rola o inenarrvel: onde esto pai e me? Adolescentezinhos rodam de madrugada pelas ruas, dirigindo bbados ou drogados: onde esto pai e me? Quase crianas passam fins de semana em casas de serra e praia reais ou fictcios, com adultos irresponsveis ou s entre outras crianas, transando precocemente, drogando-se, engravidando, semeando infelicidade, culpa, desorientao pela vida afora. Onde esto os pais? Ter filho talvez a maior fonte de alegria, mas tambm ser responsvel, ah sim! Nisso sou rigorosa e pouco simptica, eu sei. Esse o dilema fundamental numa sociedade que prega a liberalidade, o "divirta-se", o "cada um na sua", como num pr-apocalipse. Mais grave ainda num momento em que a honradez de figuras pblicas (que deveriam ser nossos guias e modelos) quase uma extravagncia. Pais bonzinhos so to danosos quanto pais indiferentes: o amor no se compra com presentes, nem permitindo tudo, nem fingindo no saber ou no querendo saber, muito menos desviando o olhar quando ele devia estar vigilante. Quem ama cuida: velho princpio inegvel, incontornvel e imortal, tantas vezes violado. Retirado da revista Veja da edio de 11 de junho de 2008

Lina bo bardi

'Nome completo Nascimento Morte Nacionalidade Ocupao Projetos significantes Movimento arquitetnico Lina Bo Bardi 5 de dezembro de 1914 Roma 20 de maro de 1992 (77 anos) So Paulo Italiana arquiteto Museu de Arte de So Paulo moderno

Achillina Bo, mais conhecida como Lina Bo Bardi, (Roma, 5 de dezembro de 1914 So Paulo, 20 de maro de 1992) foi uma arquiteta modernista talo-brasileira. Foi casada com o crtico de arte Pietro Maria Bardi e sua obra mais conhecida o projeto da sede do MASP, Museu de Arte de So Paulo.

Biografia

SESC Pompeia, conhecida obra de Lina Bo Bardi. Lina estudou na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma durante a dcada de 1930 mas mudou-se para Milo, onde trabalha para Gi Ponti, editor da revista Domus. Ganha certa notoriedade e estabelece escritrio prprio, mas durante a II Guerra Mundial enfrenta um perodo de poucos servios, chegando a ter o escritrio bombardeado. Conhece o escritor e arquiteto Bruno Zevi, com quem funda a revista semanal A cultura della vita. Neste perodo Lina ingressa no Partido Comunista Italiano e participa da resistncia ocupao alem.

Casa-se com o jornalista Pietro Maria Bardi em 1946 e neste ano, em parte devido aos traumas da guerra e sensao de destruio, parte para o Brasil, pas que acolher como lar e onde passar o resto da vida (em 1951 naturaliza-se brasileira). No Brasil, Lina encontra uma nova potncia para suas idias. Existe, para a arquiteta, uma possibilidade de concretizao das idias propostas pela arquitetura moderna (da qual Lina insere-se diretamente), num pas com uma cultura recente, em formao, diferente do pensamento europeu. Ao chegar no Brasil, Lina deseja morar no Rio de Janeiro. Encanta-se com a natureza da cidade e o edifcio moderno do Ministrio da Educao e Sade Pblica (Edifcio Gustavo Capanema, projetado por uma equipe de jovens arquitetos liderados por Lucio Costa que tiveram consultoria de Le Corbusier). Instala-se porm em So Paulo, projetando e construindo, mais tarde, uma casa no bairro do Morumbi, a Casa de Vidro. No Pas, Lina desenvolve uma imensa admirao pela cultura popular, sendo esta uma das principais influncias de seu trabalho. Inicia ento uma coleo de arte popular e sua produo adquire sempre uma dimenso de dilogo entre o Moderno e o Popular. Lina fala em um espao a ser construdo pelas prprias pessoas, um espao inacabado que seria preenchido pelo uso, pelo uso popular cotidiano. Os Bardi tornam-se personagens constantes na vida intelectual do pas, relacionando-se com personalidades diversas da cultura brasileira. Tendo conhecido Assis Chateubriand neste perodo, Lina aceita o pedido do projeto da sede um museu sugerido pelo jornalista. No final dos anos 1950, aceitando um convite de Digenes Rebouas, vai para Salvador proferir uma srie de palestras. o incio de uma temporada na Bahia, onde dirigiu o Museu de Arte Moderna e fez o projeto de recuperao do Solar do Unho. Dona Lina, como os baianos a chamavam, permaneceu em Salvador at 1964. No final da dcada de 1970 executou uma das obras mais paradigmticas, o SESC Pompia, que se tornou uma forte referncia para a histria da arquitetura na segunda metade do sculo XX. Lina manteve intensa produo cultural at o fim da vida, em 1992. Faleceu, porm, realizando o antigo sonho de morrer trabalhando, deixando inacabado o projeto de reforma da Prefeitura de So Paulo

Tenho horror de projetar casa para madame, que infrige como ser a piscina, as cortinas. S projeto casas para pessoas que tenho relao afetiva.

Lina Bo Bardi

A frase mostra o estilo pessoal de Lina. Uma mulher independente, com horror burguesia, futilidade e ao luxo. Seus projetos refletem essa marcante caracterstica, como a casa cirell e o sesc pompia. Completemente antifeminista, afirmava "Como ser feminista? As feministas tem voz de galinha e falta de contedo"

[editar] Obra

Alm das obras de arquitetura, Lina produziu para o teatro, cinema, artes plsticas, cenografia, desenho de mobilirio, entre outros. Tambm participou da curadoria de diversas exposies.

[editar] Principais obras

MASP, a mais conhecida obra de Lina Bo Bardi. No campo da arquitetura, entre suas obras de destaque se encontram:

Instituto Pietro Maria Bardi, So Paulo, 1951 - originalmente a residncia do casal, o edifcio conhecido como a Casa de Vidro. Museu de Arte de So Paulo, So Paulo, 1958 - considerada sua obra prima. Projetou a Casa da Cultura, Recife 1963 - No acompanhou as atividades da reforma do prdio, que abrigava a antiga deteno da cidade. Igreja do Esprito Santo do Cerrado, Minas Gerais, 1976 Museu de Arte Moderna da Bahia Teatro Oficina, So Paulo, 1990. SESC Pompia - Fbrica , So Paulo, 1990. Reforma do Palcio das Indstrias, So Paulo 1992 - inconclusa.

Lina Bo BardiArquiteta brasileira de origem italiana (1914-1992). responsvel por inovaes estticas importantes na arquitetura nacional, entre elas o desenho arrojado, o uso de novos revestimentos, como concreto ou tijolo aparentes, e a exposio de fiaes e conexes. Nasce em Roma e forma-se em arquitetura em 1946. Vem para o Brasil em seguida, acompanhando o marido, Pietro Maria Bardi, convidado para dirigir o Museu de Arte de So Paulo (Masp). Entre 1955 e 1959 desenha mveis e d aulas na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de So Paulo (USP).

Nos dez anos seguintes encarrega-se do projeto e da construo da nova sede do Masp, totalmente estruturada em concreto e vidro sobre um vo livre de 70 metros de altura, o maior do mundo na poca. A partir dos anos 70 participa de vrios planos de restaurao de prdios histricos em Salvador, alm de desenhar o Museu de Arte Moderna da Bahia. Em 1977 torna-se a pioneira da "arqueologia industrial" no Brasil ao iniciar a restaurao de uma antiga fbrica do incio do sculo em So Paulo, transformando-a em centro cultural e esportivo - o Sesc Fbrica da Pompia. Morre em So Paulo. Biografia Achillina Bo Bardi (Roma, Itlia 1914 - So Paulo SP 1992). Arquiteta, designer, cengrafa, editora, ilustradora. Aps estudar desenho no Liceu Artstico, forma-se, em 1940, na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma. A faculdade, dirigida pelo arquiteto tradicionalista Marcello Piacentini (1881 - 1960), privilegia uma tendncia histrico-classicizante, que Lina chama de "nostalgia estilstico-ulica". Em desacordo com essa orientao valorizada pelo fascismo, predominante em Roma, ela se transfere para Milo, onde trabalha com o arquiteto Gi Ponti (1891 - 1979), lder do movimento pela valorizao do artesanato italiano e diretor das Trienais de Milo e da revista Domus. Em pouco tempo ela prpria passa a dirigir a revista e a atuar politicamente integrando a resistncia ocupao alem durante a Segunda Guerra Mundial (19391945), e colaborando com o Partido Comunista Italiano - PCI, ento clandestino.1 Ainda em Milo, funda, ao lado do crtico Bruno Zevi (1918 - 2000), a revista A-Cultura della Vita. Em 1946, aps o fim da guerra, casa-se com o crtico e historiador da arte Pietro Maria Bardi (1900 - 1999), com quem viaja para o Brasil - pas no qual o casal decide se fixar, e que Lina chama de "minha ptria de escolha".2 No ano seguinte, Pietro Maria Bardi convidado pelo jornalista Assis Chateaubriand (1892 - 1968) a fundar e dirigir o Museu de Arte de So Paulo Assis Chateaubriand - Masp, em So Paulo. Lina projeta as instalaes do museu, em que se destaca a cadeira dobrvel de madeira e couro para o auditrio, considerada "a primeira cadeira moderna do Brasil". Em 1948, funda com o arquiteto italiano Giancarlo Palanti (1906) o Studio d'Arte Palma, voltado produo manufatureira de mveis de madeira compensada e materiais "brasileiros populares", como a chita e o couro. Sua insero mais efetiva no meio arquitetnico nacional se d, inicialmente, pela atuao editorial, quando cria, em 1950, a revista Habitat, que dura at 1954. Projeta em 1951 sua prpria residncia, no bairro do Morumbi, em So Paulo, apelidada de "casa de vidro", e considerada uma obra paradigmtica do racionalismo artstico no pas. Esse papel de destaque se completa em 1957, quando inicia o projeto para a nova sede do Masp, na avenida Paulista (completado apenas em 1968), que mantm a praa-belvedere aberta no piso trreo, suspendendo o edifcio com um arrojado vo de 70 metros.

Em 1958, transfere-se para Salvador, convidada pelo governador Juracy Magalhes a dirigir o Museu de Arte da Moderna da Bahia - MAM/BA. Na capital baiana, realiza tambm o projeto de restauro do Solar do Unho, um conjunto arquitetnico do sculo XVI tombado na dcada de 1940 pelo Servio do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional - Sphan, e se relaciona criativamente com uma srie de importantes artistas vanguardistas, como o fotgrafo e etnlogo francs Pierre Verger (1902 - 1996) e o cineasta Glauber Rocha (1938 - 1981). De volta a So Paulo aps o golpe militar, em 1964, incorpora em seus projetos o legado da temporada nordestina na forma de uma radical "experincia de simplificao" da linguagem. Sua obra a partir da assume contundentemente o carter do que qualifica como "arquitetura pobre". So exemplares importantes dessa ltima fase de sua carreira os suportes museogrficos da exposio A Mo do Povo Brasileiro, 1969, feitos de tbuas de pinho de segunda; o edifcio do Sesc Pompia, 1977, adaptao de uma antiga fbrica de tambores; e o Teatro Oficina, 1984, construo que dissolve a rigidez da relao palco-platia pela criao de um teatropista, como um sambdromo.

LUCIO COSTA Histria de vidaPioneiro da arquitetura modernista no Brasil, ficou conhecido mundialmente pelo projeto do Plano Piloto de Braslia. Devido s atividades oficiais de seu pai, o almirante Joaquim Ribeiro da Costa, morou em diversos pases, o que lhe rendeu uma formao pluralista. Estudou na Royal Grammar School em Newcastle, no Reino Unido, e no Collge National em Montreux, na Sua. Retornou ao Brasil em 1917 e, mais tarde, passou a frequentar o curso de arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes, que ainda aplicava um programa neoclssico de ensino. Apesar de praticar uma arquitetura neoclssica durante seus primeiros anos (defendendo em certos momentos uma arquitetura neocolonial), rompeu com essa formao historicista e passou a receber influncias da obra do arquiteto franco-suo Le Corbusier. Iniciou parceria com o arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik, que construiu a primeira residncia considerada moderna no Brasil. Em 1930, nomeado ministro da Educao e Sade o jurista Francisco Campos, chamou para seu chefe de gabinete Rodrigo Melo Franco de Andrade de grande influncia entre os modernistas de So Paulo e Rio de Janeiro. Por indicao deste, foi nomeado para dirigir a Escola Nacional de Belas Artes, o jovem arquiteto Lcio Costa, com a misso de renovar o ensino das artes plsticas e implantar um curso de arquitetura moderna. Alteraes introduzidas por Lcio Costa mudaram a estrutura e o esprito do salo anual. Apareceram pela primeira vez na velha escola, ao lado dos antigos frequentadores, artistas ligados corrente moderna, na sua maioria vindos da capital paulista. A trigsima oitava Exposio Geral (1931), foi por isso chamada de Salo revolucionrio. Entre os alunos da renovada escola de arquitetura estava o jovem Oscar Niemeyer.

Sabendo da importncia de sua gerao na mudana dos rumos culturais do pas, Costa convenceu Le Corbusier a vir ao Brasil em 1936 para uma srie de conferncias (enquanto colaborava no projeto da sede do recm-criado Ministrio da Educao e da Sade Pblica). A arquitetura moderna do projeto ia ao encontro dos objetivos da ditadura Vargas, ao passar ares de modernidade e progresso ao pas. Costa, embora convidado a projetar o edifcio sozinho, preferiu dividir o projeto com uma equipe que inclua o seu antigo aluno Oscar Niemeyer e os seus scios Carlos Leo, Ernani Vasconcellos, Jorge Moreira e Affonso Eduardo Reidy. Em 1939 foi co-autor do pavilho brasileiro para a Feira Universal de Nova Iorque juntamente com Oscar Niemeyer e Paul Lester Wiener. Em 1957, ao ser lanado o concurso para a nova capital do pas, Costa enviou ideia para um anteprojeto, contrariando algumas normas do concurso. Apesar disso, venceu por quase unanimidade (apenas um jurado no votou nele), sofrendo diversas acusaes dos concorrentes. Desenvolveu o Plano Piloto de Braslia e, como Niemeyer, passou a ser conhecido em todo o mundo como autor de grande parte dos prdios pblicos. O projeto de Lcio Costa punha em prtica os conceitos modernistas de cidade: o automvel no topo da hierarquia viria, facilitando o deslocamento na cidade (apesar disso em seus projetos ele tambm criou a Estao Rodoferroviria de Braslia), os blocos de edifcios afastados, em pilotis sobre grandes reas verdes. Braslia possui diretrizes que remetem aos projetos de Le Corbusier na dcada de 1920 e ainda ao seu projeto para a cidade de Chandigarh, pela escala monumental dos edifcios governamentais. A cidade de Lcio Costa tambm possui conceitos semelhantes aos dos estudos de Hilberseimer. Veja o relatrio encaminhado por Lcio Costa Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).. Aps Braslia, recebeu convites para coordenar vrios planos urbansticos, no Brasil e no exterior. Foi colaborador e diretor do Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional (IPHAN). Faleceu na capital fluminense, onde residiu a maior parte da vida. Deixou duas filhas, Maria Elisa Costa, arquiteta, e Helena.

[editar] ControvrsiasEm 1975 ele se recusou a assinar o ato de tombamento do Palcio Monroe, a sede anterior do Senado brasileiro construda em 1906. A construo foi marcada para demolio para a construo da linha do metr, porm devido s reclamaes da sociedade, a companhia responsvel pela obra modificou o trajeto. Mesmo assim isso de nada adiantou, devido negao de tombamento, sendo prdio demolido logo em seguida. Outra questo polmica foi o favorecimento que Lcio Costa deu herana da colonizao portuguesa acima de outras influncias culturais brasilianas, com exceo

apenas dos seus projetos modernistas. Devido a essa viso, arraigado tambm em preservacionistas mais jovens devido influncia de Lcio Costa nas escolas de arquitetura do Brasil, muito da arquitetura dos sculos 19 e comeo do 20, incluindo a alem, japonesa e italiana, se perdeu para a renovao urbana dos anos 1960 e 1970 de Lcio Costa. J em 1936, quando houve a competio para a construo do Ministrio de Educao e Sade, o vencedor foi um design ecltico do arquiteto Arquimedes Memria. Lcio Costa ento fez uso de suas conexes polticas com o governo para modificar o resultado da competio e formar um novo projeto a partir de um grupo formado por ele mesmo e Le Corbusier,, alm de outros membros como os irmos Roberto e Oscar Niemeyer. Ao longo dos anos houve muita discusso a respeito de quem teria sido o verdadeiro mentor do projeto, Lcio Costa ou Le Corbusier.

[editar] Principais obras

Fachada norte do Ministrio da Educao e Sade Pblica.

1936 - Projeto do edifcio-sede do Ministrio da Educao e Sade Pblica, atual Palcio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, com equipe de arquitetos cariocas; 1937 - Projeto para o museu em So Miguel das Misses, no Rio Grande do Sul; Projeto para rampas do outeiro da Glria, no Rio de Janeiro; 1939 - Pavilho do Brasil na Feira Internacional de Nova York; Residncia Hungria Machado (atual consulado da Rssia), no Rio de Janeiro Casa de veraneio do baro de Saavedra, em Petrpolis; 1944 - Park Hotel So Clemente, em Nova Friburgo; Parque Guinle, em Laranjeiras, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro; 1952 - Projeto da Casa do Brasil, na Cit Internationale Universitaire de Paris de Paris; 1956 - Sede social do Jockey Club do Brasil, no centro da cidade do Rio de Janeiro; 1957 - Braslia, a capital brasileira e um dos marcos do urbanismo do sculo XX; 1967 - Barra da Tijuca, plano piloto da expanso da regio metropolitana do estado do Rio de Janeiro.

editarProduo bibliogrfica

1939 - Razes da Nova Arquitetura 1945 - Consideraes sobre o Ensino da Arquitetura 1952 - O Arquiteto e a Sociedade Contempornea 1962 - Lcio Costa: Sobre Arquitetura 1995 - Registro de uma Vivncia. So Paulo: Empresa das Artes

Lucio Costa nasceu em Toulon, Frana, em 27 de fevereiro de 1902, filho de brasileiros em servio no exterior. Seu pai era o almirante Joaquim Ribeiro da Costa. Estudou na Royal Grammar School de Newcastle (Reino Unido) e no Collge National, em Montreux (Sua). Aps retornar ao Brasil, em 1917, estudou pintura e arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes, diplomando-se em 1924. Quatro anos depois, casou-se com Julieta Guimares. Em 1930 nomeado diretor da Escola Nacional de Belas Artes, onde introduz mudanas no sistema de ensino. No ano seguinte, reformula o 38 Salo Nacional de Belas Artes, nomeando para o jri, entre outros, Manuel Bandeira e Anita Malfatti. Em 1936 consegue convencer Le Corbusier a vir ao Brasil avaliar o projeto para o edifcio-sede do Ministrio da Educao, no Rio de Janeiro. Em 1938 projeta, ao lado de Oscar Niemeyer, o pavilho brasileiro da New York World's Fair. Em 1954 perde a mulher num acidente automobilstico, do qual ele se julgaria culpado, por dirigir o carro em que viajavam. Em 1957 vence o concurso nacional para a elaborao do Plano Piloto de Braslia. No ano de 1960 recebe o ttulo de professor "honoris causa" da universidade de Harvard (EUA). Quatro anos depois, chamada para chefiar a equipe que projetou a recuperao de Florena (Itlia), afetada por uma inundao. Em 1969 inicia a elaborao do Plano Diretor da Barra da Tijuca (Rio). Em 1976 participa, a convite dos escritrios Nervi e Lotti de Roma, da concorrncia para a construo da nova capital da Nigria (Abuja). A proposta no levada adiante. Em 1987 apresenta um trabalho intitulado Braslia Revisitada, no qual pede que se respeitem as quatro escalas que estiveram na concepo da cidade (monumental, residencial, gregria e buclica). Em 13 de junho de 1998, falece em sua residncia no Leblon, na cidade do Rio de Janeiro. Obs: o nome completo do urbanista seria Lucio Maral Ferreira Ribeiro de Lima e Costa. A grafia correta seria "Lucio Costa", sem acento no "u". Contudo, em vrias publicaes oficiais, e tambm em enciclopdias, se encontra "Lcio Costa". Esta informao sobre o nome correto nos foi passada por Haroldo de Queiroz, arquiteto, Presidente do IAB/DF.

A seguir, transcrevemos alguns pargrafos da publicao "Braslia" Governo do DF - Edies Alumbramento, 1986:

"O arquiteto Lcio Costa nasceu em Toulon, na Frana, em 1902, filho do engenheiro naval Joaquim Ribeiro da Costa. Em 1917 veio para o Brasil, matriculandose no curso de arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes, turma de 1922. Em 1931 era diretor da Escola quando tentou a reestruturao do ensino e conferiu feio nova ao Salo desse mesmo ano. Lcio Costa deu fundamental contribuio preservao do nosso patrimnio artstico e renovao arquitetnica. Na poca em que era coordenador do grupo de arquitetos responsvel pela elaborao do projeto do prdio do Ministrio da Educao pediu, pessoalmente, ao ento Presidente Getlio Vargas a vinda de Le Corbusier - famoso arquiteto francs que "enfrentou os falsos conceitos e a incompreenso acadmica, acrescentando palavra escrita e falada a constante surpresa de sua prpria criao", no dizer de Lcio Costa. Autor dos textos "Documentao necessria", 1937; "Notas sbre a evoluo do mobilirio luso-brasileiro", 1939, e "Arquitetura jesutica no Brasil", 1942. Em 1960 recebeu o ttulo de Doutor Honoris Causa da Universidade de Harvard. Mereceu ainda o prmio Calouste Gulbenkian e foi agraciado pelo governo francs com Legio de Honra no grau de Comandeur. A convite do governo italiano, participou dos debates visando o futuro urbanstico da cidade de Florena, aps a inundao de 1964. E a famlia Kennedy chamou-o aos Estados Unidos para debater o projeto de construo de uma biblioteca em memria de John Kennedy. Como arquiteto e urbanista autor dos edifcios do Parque Guinle, no Rio, do Parque Hotel de Friburgo, das residncias Hungria Machado, no Rio, Baro de Saavedra, em Correas, da urbanizao da Barra da Tijuca, na Baixada de Jacarepagu, e do Plano Piloto de Braslia, em 1957."

Todos os textos a seguir foram extrados de edio do jornal "Correio Braziliense":Rio de Janeiro Foi a ltima entrevista do arquiteto e urbanista Lucio Costa, pai de Braslia, em seis de outubro de 1997, logo aps a histrica visita do papa Joo Paulo II ao Rio de Janeiro. Tinha, ento, 95 anos. Em seu apartamento no Leblon, Zona Sul do Rio, o criador da capital do pas foi muito atencioso. No deixou pergunta sem resposta. Falou baixinho e, quase sempre, pausadamente. A morte j era uma fixao. Essa a minha ltima entrevista, previu. Quais so seus planos para o futuro?, indaguei. Morrer, simplesmente. Sonho com uma sepultura no cemitrio So Joo Batista, que j existe. Comprei duas sepulturas no So Joo Batista, para minha me e meu pai. Pretendo ficar l,, respondeu. Nas mais de duas horas em que falou ao Correio Braziliense, o criador de Braslia abriu o jogo: lcido, condenou as propostas de se transformar as superquadras da capital da Repblica em condomnios fechados; disse que o aumento da populao nas cidadessatlites algo bom, pois retira a presso populacional sobre o Plano Piloto; revelou-se contrrio s tentativas de se aumentar o gabarito dos prdios residenciais para mais de seis andares e assegurou que, se tivesse a chance de fazer novamente a capital do pas, faria tudo outra vez, do mesmo jeito. Filho do engenheiro naval baiano Joaquim Ribeiro da Costa e de Alina Ferreira, uma amazonense, Lucio Costa nasceu na Frana, em Toulon. Viveu na Inglaterra e na Sua, durante a Primeira Guerra Mundial. Voltou ao Brasil em 1918. Meu pai, sem me

consultar, me matriculou na Escola Nacional de Belas-Artes e deu incio a tudo, recorda. Doutor Honoris Causa pela Universidade de Harvard, desde 1960; scio honorrio de instituies profissionais de vrios pases Acadmie DArchitecture da Frana, Royal Institute of British Architets e do American Institute of Architets, em 1970 Lucio Costa recebeu do presidente George Pompidou a maior honraria do governo francs, a Legio de Honra, no grau de Commandeur . So ttulos que engrandecem o currculo de um dos maiores urbanistas da histria do Brasil, que no chegou a ganhar, segundo revelou em sua ltima entrevista, o ttulo de Cidado de Braslia. Isso no me preocupa, desdenhou. POBREZA Lucio Costa nunca enriqueceu na profisso. Nos ltimos anos de vida sobreviveu com sua aposentadoria de R$ 1,4 mil que recebia como ex-funcionrio pblico.Eu sempre vivi de salrio, garantiu. O urbanista do Brasil no escondeu sua mgoa, tambm, com a demolio de vrias casas por ele projetadas, principalmente no Rio de Janeiro, com o avano dos megaedifcios. No sou capitalista nem socialista, no sou religioso nem ateu, afirma Lucio Costa, repetindo um axioma de sua vida. Sentado numa velha poltrona estufada, com as mos entrelaadas, Lucio Costa exps um trao marcante de sua personalidade a humildade que caracterizou toda a sua trajetria profissional. Ser o responsvel pelo projeto da capital da Repblica foi, na sua avaliao, algo que estava escrito nas estrelas. Eu no me sinto responsvel por nenhuma obra especial seno a criao de uma cidade nova, a capital. E foi por concurso pblico. De modo que no foi um capricho, disse. Lucio Costa lembrou que estava no exterior quando decidiu participar do concurso para a construo de Braslia. Eu estava voltando dos Estados Unidos, por mar. Durante a viagem eu comecei a me interessar pelo projeto de criar uma cidade nova uma capital. Muita gente criticava ferozmente. Diziam que era um gasto intil, no gostavam do nome. Tinha gente que dizia que Braslia era nome de cozinheira, recorda. O criador de Braslia garantiu que no seguiu modelos externos para elaborar seu projeto. Tudo em Braslia foi criao, foi tirado da minha cabea mesmo. No me baseei em nada a no ser na minha formao de arquiteto e de urbanista, afirmou. Entendo que Braslia valeu a pena e, com o tempo, ganhar cada vez mais contedo humano e consistncia urbana, firmando-se como legtima capital democrtica do pas. Ela foi concebida e nasceu como capital democrtica e a conotao de cidade autocrtica que lhe pretenderam atribuir, em decorrncia do longo perodo de governo autoritrio, passar. INCHAO O inchao de Braslia projetada para ter 500 mil habitantes at o ano 2000 e hoje com quase 2 milhes de pessoas, surpreendeu Lucio Costa. Braslia cresceu muito mais rpido do que eu previ. Eu recomendaria p no freio. Acho que Braslia no deve se transformar numa metrpole assim no sentido de grande cidade. uma cidade nova que j criou razes. Braslia j reconhecida como uma grande capital do pas por todos os brasileiros. Apesar de reconhecer que os monumentos do arquiteto Oscar Niemeyer deram caracterstica prpria a Braslia, Lucio Costa no divide a paternidade sobre a criao da capital. Eu criei a cidade, o projeto meu! Eu comecei pelo princpio: a capital so os trs poderes. De modo que essa cidade teria que ser caracterizada, de nascena, por essas circunstncias, de ser a capital da Repblica. E hoje todo mundo conhece a Praa dos Trs Poderes, formada por um tringulo equiltero, equivalente, porque os poderes so independentes e, teoricamente, autnomos. Ento, a Praa dos Trs Poderes foi o ponto de partida. Lembra que nem mesmo o presidente Juscelino Kubitschek deu piteco sobre o projeto urbanstico da nova capital.Juscelino no deu palpite nenhum, nenhum mesmo! Juscelino deu todo apoio ao meu projeto e o nome da cozinheira se consolidou. Para Lucio Costa, Juscelino Kubistschek foi o melhor presidente brasileiro. Juscelino, com a colaborao de Israel Pinheiro, construiu Braslia, justifica. ABSURDOS Lucio Costa condenou com veemncia projetos apresentados na Cmara Legislativa da Capital de se transformar as superquadras do Plano Piloto em condomnios

fechados isso um absurdo, inteiramente fora de propsito e considerou normalssimo que Braslia hoje enfrente grandes engarrafamentos no trfego de veculos, apesar de suas extensas e bem pavimentadas avenidas os eixos. Isso inevitvel em qualquer cidade de certo porte, que ter horas de engarrafamento. So horas em que a populao toda quer se deslocar. De modo que isso faz parte da concepo urbanstica contempornea. No h modo de fazer uma cidade isenta de engarrafamentos naquelas horas em que a populao quer se deslocar, na entrada e na sada do trabalho. De uma coisa, porm, Lucio Costa estava convicto em sua ltima entrevista: se recebesse a misso de projetar uma nova capital da Repblica, faria tudo outra vez, sem qualquer alterao. Eu sou uma pessoa s. O que eu tinha que fazer, fiz. O que tambm surpreendeu Lucio Costa foi o inchao das cidades-satlites do Distrito Federal, como Ceilndia e Taguatinga, que hoje tm populaes superiores do Plano Piloto. muito bom que essas cidades-satlites existam para que o Plano Piloto no seja sobrecarregado. Como capital, Braslia precisa ter personalidade prpria, uma certa monumentalidade no sentido bom da palavra, no no sentido pejorativo. Uma cidade que j nasceu com aquela pinta onde qualquer brasileiro, paulista ou de outro estado, que, chegando l, sente que est na capital do pas e no numa cidade de provncia. Isso era fundamental na concepo do projeto. O lago Parano, na avaliao de Lucio Costa, deu o toque de graa, fundamental para a consolidao da capital. O lago Parano foi fundamental desde o incio e no foi proposta minha. Quando foi escolhido o local da nova capital j havia a possibilidade de se fechar aquela garganta e criar o lago. De modo que o lago foi uma pea fundamental na proposta da nova capital. Acho, de fato, que se deve tornar o lago mais acessvel para a maioria da populao. O que aborreceu o pai de Braslia foi a comparao feita por vrias pessoas, de que a capital foi idealizada como se fosse um avio. No tem nada de avio! como se fosse uma borboleta. Jamais foi um avio! Coisa ridcula! Seria inteiramente imbecil fazer uma cidade com forma de avio. Do tringulo da Praa dos Trs Poderes, que a cabea da cidade, surgiu a Esplanada para receber esses prdios destinados aos Ministrios. Surgiu o Eixo Monumental, no num sentido pretensioso, numa plataforma mais elevada.

Em quase sete dcadas de trabalho, Lucio Costa, dos maiores arquitetos brasileiros, forjou um legado de modstia e inteligncia, preciso e talento. Braslia, sua obra mais conhecida, foi concebida com estas quatro escalas: monumental, residencial, gregria e buclica. Filho de brasileiros em servio no exterior, ele nasceu na Frana. Devido s atividades do pai (o almirante Joaquim Ribeiro da Costa), estudou em Newcastle (Inglaterra) e Montreux (Sua). Em 1917, voltou para o Brasil. Estudou pintura e arquitetura na Escola Nacional de Belas-Artes, formando-se em 1924 e sendo nomeado diretor da mesma instituio em 1930. O arquiteto casou-se com Julieta Guimares em 1928 (ela morreria num acidente automobilstico sofrido pelo casal em 1954). Em 1936, Lucio Costa convidou o arquiteto suo Le Corbusier para vir avaliar o projeto do edifcio-sede do Ministrio da Educao, no Rio de Janeiro. Em 1938, projetou (ao lado de Oscar Niemeyer) o pavilho brasileiro da Feira Universal de Nova York.

Em 1957, venceu o concurso nacional para a elaborao do Plano-Piloto de Braslia, o que o tornou conhecido no mundo inteiro. Passou ento a receber convites para projetar diversos planos urbansticos. Em 1960, recebeu o ttulo de professor "honoris causa" da Harvard University (EUA). Quatro anos depois, foi convidado a integrar a equipe de reconstruo da cidade de Florena, atingida por uma inundao. Lucio Costa escreveu os livros "Documentao Necessria", "Notas Sobre a Evoluo do Mobilirio Luso-Brasileiro" e "Arquitetura Jesutica no Brasil". Pela obra de toda uma vida, recebeu diversas honrarias, entre os quais a Legio de Honra (Frana) e o Prmio Calouste Gulbenkian (Portugal). Morreu em casa, aos 96 anos. Deixou uma filha, Ana Elisa Costa, tambm arquiteta

AssisFrancisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, mais conhecido por Assis Chateaubriand ou por Chat (depois da biografia de Fernando Morais), foi um dos homens mais influentes do Brasil nas dcadas de 1940 e 50. Dono de um imprio jornalstico - os Dirios Associados -, que chegou a reunir dezenas de jornais, revistas e estaes de rdio, foi tambm pioneiro da televiso no Brasil, criando a TV Tupi em 1950. Assis Chateaubriand estudou no Ginsio Pernambucano, em Recife, e aos 15 anos entrou para a Faculdade de Direito, onde viria a se tornar professor de filosofia do direito. Iniciou sua carreira jornalstica escrevendo para a "Gazeta do Norte", o "Jornal Pequeno" e o "Dirio de Pernambuco". Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1915 e colaborou com o "Correio da Manh". Em 1924, assumiu a direo de "O Jornal", embrio da maior cadeia de imprensa do pas, os Dirios Associados: 34 jornais, 36 emissoras de rdio, 18 estaes de televiso, uma agncia de

notcias, uma revista semanal ("O Cruzeiro"), uma mensal ("A Cigarra"), revistas infantis e uma editora. Com a Aliana Liberal, Chateaubriand apoiou o movimento revolucionrio de 1930, que levou Getlio Vargas ao poder. Durante o Estado Novo, conseguiu de Getlio a promulgao de um decreto que lhe deu direito guarda de uma filha, aps a separao da mulher. Agia social e empresarialmente com uma tica prpria: chantageou empresas, publicou poesias de anunciantes e irritou inimigos. Apesar disso, Chat teve relaes cordiais (e interesseiras) com pessoas influentes, como o conde Francisco Matarazzo, Alexander Mackenzie (presidente da Light & Power), o empresrio americano Percival Farquhar e o prprio Getlio Vargas. Em 1941 promoveu a Campanha Nacional de Aviao, com o lema "Dem asas ao Brasil". Embora fosse um dos representantes da emergente burguesia nacional, no deixou de assumir posies favorveis ao capital estrangeiro. Chat deu oportunidades a escritores e artistas desconhecidos em sua poca. Entre eles, podem-se citar Graa Aranha, Millr Fernandes, Anita Malfatti, Di Cavalcanti e Cndido Portinari. Com seu esprito inquieto e empreendedor, fundou o Museu de Arte de So Paulo (Masp), em 1947, com uma coleo de obras de grandes artistas, adquiridas na Europa do ps-guerra graas colaborao de Pietro Maria Bardi. Em 1952 foi eleito senador pela Paraba e, em 1955, pelo Maranho. Renunciou ao mandato para assumir a embaixada do Brasil na Inglaterra. Eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1954, ocupou a cadeira deixada por Getlio Vargas. Com o tempo, Chateaubriand foi dando menos importncia aos jornais e voltando sua ateno para o rdio e a televiso, sempre investindo em novas tecnologias. Na dcada de 1960, porm, o maior imprio das telecomunicaes no pas estava endividado. Chat sofreu uma trombose que o deixou paralisado e o fez comunicar-se atravs de uma mquina de escrever adaptada. Em 10 de agosto de 1967, entregou Fundao Universidade Regional do Nordeste (hoje UEPB) o primeiro acervo do Museu Regional de Campina Grande (PB). O acervo foi chamado de "Coleo Assis Chateaubriand" e o museu de artes recebeu o seu nome. Chateaubriand morreu em 1968 e foi velado ao lado de duas pinturas: um cardeal de Velzquez e um nu de Renoir, simbolizando, segundo Bardi, as trs coisas que mais amou: o poder, a arte e a mulher

O primeiro captulo narra a passagem de Assis Chateaubriand, um dos homens mais poderosos do Brasil, num hospital, onde esteve internado por problemas de Trombose.

Chat como era chamado Assis Chateaubriand, no gostava de religiosos. Mesmo durante sua lenta agonia, Chat no se entregava facilmente. Era dotado de uma bondade sem igual, pois doara a 22 empregados seus, 49% do controle acionrio do maior imprio de comunicaes da Amrica do Sul, que se estendia do alto do Rio Madeira, nos confins da selva amaznica, at Santa Maria da Boca do Monte, perto do Uruguai. Chat no perdia seu humor, mesmo nas situaes mais difceis. No gostava de mdicos, principalmente dos que suspeitavam de sua fraqueza circulatria. Foi Embaixador do Brasil na Inglaterra. Embora fosse um adversrio pblico da mudana de capital do Brasil, do Rio de Janeiro para Braslia. Era tambm um crtico da obra de Kubitschek. Nada o empolgava mais do que criticar o ex-presidente, que o mantinha longe do Brasil. Chamava Kubitschek de Pateta Alvar, porque o presidente prometera por fim condio de fornecedor de matrias-primas para os pases industrializados. Chat era admirado e respeitado em todo o pas, no pela afeio, mas pelo medo que muitas vezes impunha. Ningum podia ignor-lo, se fosse seu inimigo seu inimigo seria perigoso at mesmo para o governo. Indiferente s advertncias, que sofria, seguia sua vida como se nada o ameaasse. Se Kubitschek preferiu mandar-lhe para a Inglaterra, menos mau, pensava Chat, que preferiu colocar no seu cargo de embaixador, o ministro-conselheiro Antnio Borges Leal Castello Branco. queles que o criticavam por isto, simplesmente xingava-os de comunistas ou ndios botocudos. Atacava constantemente o jornal O Estado de So Paulo, por este negar tudo que Kubitschek fez pelo Brasil. Embora Kubitschek lhe oferecesse o melhor cargo do Brasil, na poca, Chat no poupava esforos para critic-lo. No captulo 2 retratada a infncia de Chat. Era feio, raqutico e alm de tudo, gago. Custou a falar e tinha problemas na escola. Sua gaguice o transformou num tmido incurvel, arredio e envergonhado. Parecia um bicho dizia seu av. Quando foi escola, nem chegou a completar a primeira semana de aula. Era constantemente vtima de deboches, de gago ele conseguiu se transformar em mudo. Chat demorou a aprender a ler e aos dez anos permanecia analfabeto. Para cura de sua gaguice, permanecia sentado em cima de uma pedra falando sozinho, ocasio em que criou vrios personagens imaginrios. Quando foi morar com o av, sofreu influncias de ms companhias da regio e acabou se tornando um canalhinha, capaz de desmoralizar a famlia. S aprendeu a ler quando foi morar com o tio Chateaubriand. Teve timas influncias de seu tio e a 22 de novembro de 1904, com doze anos, ele aprendeu a ler. Os dois captulos retratam os dois extremos de sua vida: um infncia, e outro beira de sua morte. Quanto sua infncia, pode-se observar que no era um menino prodgio como se esperava que fosse, mas apenas, um menino feio, malcriado e gago. Sua infncia foi aparentemente normal, com traquinagens normais da idade. beira de morte, mesmo estando doente, estava sempre escrevendo e tinha intensa atividade poltica. No se limitava a uma vida bitolada e sem nexo. Era extremamente criativo e dedicado em suas obras. Contrrio s idias de Kubitschek, porm, no molestado por este, que inclusive o respeitava muito. Tinha muitas divergncias com Kubitschek, a quem criticava severamente. Em certa ocasio escreveu: o presidente deveria se dedicar a arranjar titica de galinha para adubar nossos cafezais. Trabalhe duro, forte e feio em titica de galinha, presidente, que o melhor que pode haver em matria de esterco para a recuperao dos nossos cafezais. Esta e outras passagens, demonstram a expontaneidade de seus escritos. Ao ser impedido de entrar numa recepo, Chat no se conformou e ofendeu

copiosamente os guardas que no lhe deixaram entrar. Era assim, Chat, irreverente, crtico, corajoso e no se deixava levar por aparncias. Irreverente porque no tinha medo de falar e escrever. Crtico porque ofendia at o presidente Kubitschek. Corajoso, porque queria esclarecer, explicar, ir a fundo com suas notcias. No conhecia barreiras que o intimidassem. Sua enfermidade era acompanhada com pesar pelos polticos e autoridades. Sua morte causou grande impacto no Brasil. Querido por uns e odiado por outros, Chat foi um grande brasileiro, que soube amar sua ptria be dar a ela o que muitos ocultam: a verdade.

PIETRO BADIPietro Maria Bardi (La Spezia, 21 de fevereiro de 1900 So Paulo, 10 de outubro de 1999) foi jornalista, historiador, crtico, colecionador, expositor e negociador de obras de arte. Pietro Maria Bardi ou simplesmente P.M. Bardi foi, junto com Assis Chateaubriand, o responsvel pela criao do Museu de Arte de So Paulo (MASP), sendo seu diretor por 45 dedicados anos consecutivos.

[editar] InfnciaSegundo de quatro irmos, diziam que era de poucos amigos e que sua vida escolar foi bastante acidentada. O prprio Bardi declarou, em inmeras entrevistas, ter sido reprovado quatro vezes na terceira srie do ensino fundamental. Abandonou a escola, desanimado pelo insucesso, e atribua sua inteligncia a um acidente domstico: aps uma queda em que feriu a cabea, tomou gosto pela leitura. Lia absolutamente tudo que podia durante sua adolescncia, hbito que o acompanhou por toda a vida.

[editar] JornalismoAinda rapaz, Bardi trabalhou como operrio assistente no Arsenale Marittimo e, em seguida, tornou-se aprendiz em um escritrio de advocacia. Em 1917 foi convocado para integrar o exrcito italiano e partiu de La Spezia para no mais retornar. nessa fase que ele iniciou de fato sua carreira jornalstica, antes j esboada em alguns artigos e colaboraes a jornais como Gazzetta di Genova e o Indipendente e com a publicao, aos 16 anos, de seu primeiro livro, um ensaio sobre colonialismo. Instalado em Brgamo desde a baixa na carreira militar, Bardi encontrou trabalho no Giornale di Bergamo. Mais tarde, integrou a equipe do Popolo di Bergamo, Secolo, Corriere della Sera, Quadrante, Stile e muitos outros. Escrever foi sua principal atividade profissional at a morte, a maneira encontrada para manifestar seu estilo polmico e a crtica baseada no conhecimento profundo e na vivncia cotidiana da arte, da poltica e principalmente da arquitetura.

[editar] ArteEm 1924, Bardi transferiu-se para Milo e casou-se com Gemma Tortarolo, com quem teve duas filhas, Elisa e Fiorella. Foi em Milo que ele comeou uma aventura como marchand e crtico de arte, com a aquisio da Galleria dell'Esame. Em 1929 tornou-se diretor da Galleria d'Arte di Roma e mudou-se para a capital. Trazendo uma exposio a Buenos Aires, passou pelo Brasil pela primeira vez em 1933. Foi nessa ocasio que viu a Avenida Paulista, futuro endereo do MASP. Aps a Segunda Guerra Mundial, Bardi conheceu a arquiteta Lina Bo no Studio d'Arte Palma, em Roma, onde ambos trabalhavam. Ele divorciou-se e casou-se com Lina em 1946. No mesmo ano, atiraram-se aventura da vinda para o Brasil, pas com a perspectiva de prosperidade e cenrio de uma arquitetura talentosa e promissora, situao oposta da Europa, que amargava a reconstruo nos anos ps-guerra. O casal alugou o poro de um navio cargueiro, o Almirante Jaceguay. Partiram de Gnova trazendo uma significativa coleo de obras de arte e peas de artesanato que seriam organizadas numa srie de mostras. Transportaram tambm a enorme biblioteca do marchand. Chegaram ao Rio de Janeiro em 17 de outubro do mesmo ano. Com as obras trazidas da Itlia, Bardi organizou a Exposio de Pintura Italiana Moderna, em cujos sales conheceu o empresrio Assis Chateaubriand, que o convidou para montarem juntos um museu h muito tempo idealizado. De 1947 a 1996 Bardi criou e comandou o Museu de Arte de So Paulo, MASP. Paralelamente, manteve sua atividade de ensasta, crtico, historiador, pesquisador, galerista e marchand. Publicou, em 1992, seu 50 e ltimo livro, Histria do MASP. Em 1996, j adoecido, afastou-se do comando do museu. Fundou, ao lado de Massimo Bontempelli, a revista Quadrante, importante peridico no qual diversos arquitetos modernos italianos, como Giuseppe Terragni, puderam publicar suas obras. Abatido e com sua sade debilitada desde a morte de Lina, em 1992, faleceu em 10 de outubro de 1999, tendo cumprido quase um sculo de vida a provar sua definio de si prprio, em resposta ao parceiro Chateaubriand: "Sim, sou um aventureiro".

egundo de quatro irmos, Pietro Maria Bardi nasceu a 21 de fevereiro de 1900 em La Spezia, pequena cidade italiana no Golfo de Gnova. Diziam que era de poucos amigos e que sua vida escolar foi bastante acidentada. O prprio Bardi declarou, em inmeras entrevistas, ter sido reprovado quatro vezes na terceira srie do ensino fundamental. Abandonou a escola, desanimado pelo insucesso, e atribua sua inteligncia a um acidente domstico: aps uma queda em que feriu a cabea, tomou gosto pela leitura. Lia absolutamente tudo que podia durante sua adolescncia, hbito que o acompanhou por toda a vida. Ainda rapaz, Bardi trabalha como operrio assistente no Arsenale Marittimo e, em seguida, torna-se aprendiz em um escritrio de advocacia. Em 1917 convocado para integrar o exrcito italiano e parte de La Spezia para no mais retornar. nessa fase que ele inicia de fato sua carreira jornalstica, antes j esboada em alguns artigos e colaboraes a jornais como Gazzetta di Genova e o Indipendente e com a publicao, aos 16 anos, de seu primeiro livro, um ensaio sobre colonialismo. Instalado em Brgamo desde a baixa na carreira militar, Bardi encontra trabalho no Giornale di Bergamo. Mais tarde, integra a equipe do Popolo di Bergamo, Secolo, Corriere della Sera, Quadrante, Stile e muitos outros. Escrever foi sua principal atividade profissional at a morte, a maneira encontrada para manifestar seu estilo polmico e a crtica baseada no conhecimento profundo e na vivncia cotidiana da arte, da poltica e principalmente da arquitetura. Em 1924, Bardi transfere-se para Milo e casa-se com Gemma Tortarolo, com quem tem duas filhas, Elisa e Fiorella. em Milo que ele comea uma aventura como marchand e crtico de arte, com a aquisio da Galleria dell'Esame. Em 1929 torna-se diretor da Galleria d'Arte di Roma e muda-se para a capital. Trazendo uma exposio a Buenos Aires, passa pelo Brasil pela primeira vez em 1933. nessa ocasio que v a Avenida Paulista, futuro endereo do MASP. Aps a II Guerra Mundial, Bardi conhece a arquiteta Lina Bo no Studio d'Arte Palma, em Roma, onde ambos trabalham. Ele divorciase e casa-se com Lina em 1946. No mesmo ano, atiram-se aventura da vinda para o Brasil, pas com a perspectiva de prosperidade e cenrio de uma arquitetura talentosa e promissora, situao oposta da Europa, que amarga a reconstruo nos anos ps-guerra. O casal aluga o poro de um navio cargueiro, o Almirante Jaceguay. Partem de Gnova trazendo uma significativa coleo de obras de arte e peas de artesanato que devero ser organizadas numa srie de mostras. Transportam tambm a enorme biblioteca do marchand. Chegam ao Rio de Janeiro em 17 de outubro do mesmo ano. Com as obras trazidas da Itlia, Bardi organiza a "Exposio de pintura italiana moderna", em cujos sales conhece o empresrio Assis Chateaubriand, que o convida para montarem juntos um museu h muito tempo idealizado. De 1947 a 1996 Bardi cria e comanda o Museu de Arte de So Paulo, MASP. Paralelamente, mantm sua atividade de ensasta, crtico, historiador, pesquisador, galerista e marchand. Publica, em 1992, seu 50 e ltimo livro, "Histria do MASP". Em 1996, j adoecido, afasta-se do comando do museu. Abatido e com sua sade debilitada desde a morte de Lina, em 1992, falece em 10 de outubro de 1999, tendo cumprido quase um sculo de vida a provar sua definio de si prprio, em resposta ao parceiro Chateaubriand: "Sim, sou um aventureiro".

P.M. Bardi e a Diana Adormeci Foto de Juvena

"Sim, sou um aventureiro", foi a definio que Pietro Maria Bardi deu de si mesmo ao magnata da imprensa Assis Chateaubriand, que lhe propunha a aventura de criar um

grande museu de arte em So Paulo. Segundo de quatro irmos, Pietro Maria Bardi nasceu numa pequena cidade no golfo de Gnova. De poucos amigos, sua vida escolar foi bastante acidentada, tendo sido reprovado quatro vezes na terceira srie do ensino fundamental. Desanimado, abandonou a escola. Ele atribua sua inteligncia a um acidente domstico: aps uma queda em que feriu a cabea, tomou gosto pela leitura. Passou a ler tudo o que encontrava pela frente, durante a adolescncia, um hbito que o acompanhou por toda a vida. Ainda jovem, Bardi trabalhou como operrio assistente no Arsenal Martimo de sua terra e, em seguida, tornou-se aprendiz em um escritrio de advocacia. Em 1917 foi convocado pelo exrcito italiano e partiu de sua cidade natal. Nessa fase iniciou sua carreira jornalstica, antes j esboada em algumas colaboraes a jornais como "Gazzetta di Genova" e o "Indipendente" e com a publicao, aos 16 anos, de seu primeiro livro, um ensaio sobre colonialismo. Quando deu baixa na carreira militar, Bardi se instalou em Brgamo e encontrou trabalho em publicaes como "Giornale di Bergamo". Mais tarde, integrou a equipe do "Popolo di Bergamo", "Secolo", "Corriere della Sera", "Quadrante", "Stile" e muitas outras. Escrever foi uma de suas principais atividades profissionais at a morte, a maneira encontrada para manifestar seu estilo polmico e a crtica baseada no conhecimento profundo e na vivncia cotidiana da arte, da arquitetura e da poltica. Em 1924, Bardi transferiu-se para Milo e casou-se com Gemma Tortarolo, com quem teve duas filhas. L comeou como marchand e crtico de arte, com a aquisio da Galleria dell'Esame. Em 1929, tornou-se diretor da Galleria d'Arte di Roma e mudou-se para a capital italiana. Ao levar uma exposio a Buenos Aires em 1933, na passagem pelo Brasil, pela primeira vez, conheceu a Avenida Paulista, que se tornaria, mais de uma dcada depois, o endereo do MASP - Museu de Arte de So Paulo, por ele organizado. Aps a Segunda Guerra Mundial, Bardi conheceu a arquiteta Lina Bo no Studio d'Arte Palma, em Roma, onde ambos trabalhavam e casou-se com ela em 1946. No mesmo ano, eles decidem vir para o Brasil, pas com a perspectiva de prosperidade e cenrio de uma arquitetura talentosa e promissora, ao contrrio da Europa, retrada nos anos psguerra. O casal alugou o poro de um navio cargueiro, o Almirante Jaceguay, e partiu de Gnova trazendo uma significativa coleo de obras de arte e peas de artesanato que deveriam ser organizadas numa srie de mostras. Transportaram tambm a enorme biblioteca de Pietro e chegaram ao Rio de Janeiro em 17 de outubro de 1946. Com as obras trazidas da Itlia, Bardi organizou a "Exposio de pintura italiana moderna", onde conheceu o empresrio Assis Chateaubriand, que o convidou para

montarem juntos um museu h muito tempo idealizado. De 1947 a 1996 Bardi criou e comandou o MASP. Paralelamente, manteve sua atividade de ensasta, crtico, historiador, pesquisador, galerista e marchand. Em 1992 publicou seu 50 e ltimo livro, "Histria do MASP". No mesmo ano perdeu sua esposa Lina. Em 1996, abatido, afastou-se do comando do museu.

Jornalista, antiqurio e marchand, Pietro desembarcou no Brasil em 1946. Um ano depois, conhecendo Assis Chateaubriand durante exposio em que tentava vender 54 telas italianas do sculo 13 e 19, no saguo do prdio do Ministrio da Educao do Rio de Janeiro, foi convidado do dia para a noite a fundar e dirigir o Museu de Arte Moderna de So Paulo (Masp), cuja sede definitiva, inaugurada em 1969, foi concebida arquitetonicamente por sua mulher Lina Bo Bardi. O marchand, dono do Studio dArte Palma, em Roma, estivera pela primeira vez no Brasil, em 1936, quando em viagem a Buenos Aires. Retornara com o propsito de vender os quadros e passar a lua-de-mel com sua mulher. Logo depois do notrio encontro, mesmo sem qualquer experincia em museologia, passou a orientar o excntrico jornalista brasileiro na compra de quadros, escolhendo as obras e certificando-se de suas autenticidades. A dupla, utilizando-se do dinheiro de banqueiros, cafeicultores e milionrios industriais paulistanos e aproveitando-se principalmente das tradicionais famlias europias, que estavam se recompondo dos estragos causados pela Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), reuniu um acervo estimado em cerca de 1,2 bilho de dlares. Os primeiros quadros foram dois Tintoretto, um Botticelli, um Murillo, um Francesco Francia e um Magnasco. Naturalizado brasileiro em 1951, Bardi presidiu, com conservadorismo, rigor e exigncia, o museu por 44 anos, tornando-o o mais importante centro de artes da Amrica Latina.Tomie take

Tomie Ohtake considerada a dama das artes plsticas brasileiras pela carreira consagrada, construda ao longo dos ltimos cinqenta anos, e pelo estilo mpar de enfrentar a obra e a vida, nas quais fora e suavidade tm o mesmo significado. A fama conquistada, desde a dcada de 60, nunca modificou o desafio a que se prope: o eterno reinventar. A capacidade de renovao de Tomie est expressa nas diferentes fases de sua pintura e nas suas composies de gravura e escultura. dessa inteno intuitiva permanente que brotam o frescor e o esplendor de sua arte celebrada pela crtica e pelo

pblico at hoje, com sua vigorosa produo recente. Sua potica ao invs de declinar, germina em outras direes e aos 89 anos, de Tomie Ohtake pode-se dizer que o outono cede espao primavera, escreve o crtico Agnaldo Farias (abril, 2003). Nascida no Japo (Kioto/1913), Tomie chega ao Brasil em 1936 e s comea a pintar aos 40 anos de idade, construindo uma trajetria como poucos artistas brasileiros conseguiram. Os anos 60, quando se naturalizou brasileira, foram decisivos para a sua maturao como pintora originria da abstrao informal. O domnio da esfera tcnica de seu trabalho foi ento confluindo com sua personalidade, passando a servi-la plenamente. O controle do processo coincidiu com uma nova orientao dada progressivamente ao trabalho, segundo o qual ela foi substituindo a imaterialidade aparente de suas telas pelo estudo da relao forma-cor.

Entre formas ovais, retangulares, cruciformes, quadradas - sugerindo a idealidade de uma figura geomtrica ou de um signo qualquer - colocadas isoladamente, justapostas ou em srie, ficava sempre preservada a ambigidade perturbadora entre elas e o espao da tela. Efeito que se obtm, por exemplo, na tenso entre a forma que se agiganta at praticamente encobrir o espao; na maneira como este espao insinua-se pelas frestas da forma; enfim, no confronto incessante entre esses dois termos e que se acentua, j nos anos 70, quando finalmente o espao branco tomado pela cor e se apresenta como forma. A linha curva, em associao a uma refinada fatura cromtica, mais difusa e csmica, como a ela se refere o crtico Miguel Chaia, introduz sobretudo a partir dos anos 80, novas referncias ao trabalho da artista: da aluso natureza e suas formas orgnicas; do cu s sementes; da paisagem s frutas; do sensual ao francamente sexual. As telas, ao invs dos planos coloridos chapados, so compostas de manchas justapostas e sobrepostas, soluo que as transforma em campos em transformao constante. Dos anos 90 em diante, a transparncia e a profundidade se acentuam e a pintura de

Tomie parece emanar do espao sideral

Tomie Ohtake (Quioto, 21 de novembro de 1913) uma pintora japonesa naturalizada brasileira. Aos vinte e um anos de idade emigrou para o Brasil, iniciando sua carreira aos quarenta anos. uma das principais representantes do abstracionismo informal. Sua obra abrange pinturas, gravuras e esculturas, muitas delas expostas em locais pblicos, principalmente na cidade de So Paulo, como pode ser visto no Auditrio Ibirapuera.

Obra de Tomie Ohtake, em frente ao MAC-USP. Tomie Ohtake a me do arquiteto Ruy Ohtake.

A fora do destinoEla veio para o Brasil com 23 anos de idade, s para visitar um irmo. Ficaria um ano ou dois, se tanto, para em seguida voltar ao Japo, sua terra natal, o nico lugar que conhecia, e onde pretendia ficar por toda vida. Durante sua estada aqui, a situao do outro lado do oceano comeou ficar incerta, com nuvens negras toldando a paz mal costurada com tratados secretos entre as potncias, os quais se transformaram em bombas de efeito retardado que, a qualquer momento poderiam explodir. Seu irmo impediu o quanto pode o retorno dela ptria, esperando que os cus da Europa e da sia se desanuviassem. Mas, ao contrrio, o furor da guerra se desencadeou com toda sua fora, primeiro num pacto entre a Alemanha e a Itlia, depois, - aquilo que mais se temia - com a aliana do Japo com esses dois pases, formando o eixo Berlim-Roma-Tquio. Foi assim, que Tomie Ohtake, aquela frgil nipnica, pouco mais que uma adolescente, se viu forada a prolongar sua permanncia no Brasil. A guerra acabou, Tomie casou-se aqui mesmo com um engenheiro agrnomo e, a partir de ento, tomou o Brasil por sua segunda ptria, caindo, gostosamente, na cilada que o destino lhe aprontou.

Se predestinao existe, Tomie, mais do que ningum, sentiu-a em si mesma, dirigida que foi, pela vida afora, por uma fora externa que lhe encaminharia os passos, abrindo as portas sua frente e fixando-lhe os rumos.

O encontro com a pinturaTomie Ohtake nasceu em 1913 em Quioto (Japo). Desde criana, como acontece em sua terra, tomou contato com a arte da caligrafia, indispensvel para se expressar com clareza usando caracteres e ideogramas orientais. Da caligrafia ao desenho, foi um passo. Sem nada que a reprimisse, mas tambm sem ningum que a incentivasse, rabiscava a todo instante, procurando figurar tudo o que estivesse ao seu redor. Se no Japo, nunca teve sua frente um professor de pintura, no Brasil pior ainda. Casada em tenra idade, tornou-se uma dona de casa, em uma sociedade fechada, de costumes milenares, onde a mulher era submissa e limitada a um crculo restrito de amizades e de participao. Assim, sua ndole artstica ficou hibernando at os 31 anos, quando o acaso ps sua frente o professor de arte e pintor Keisuke Sugano, recm-chegado do Japo, e que se achava apenas de passagem por So Paulo. Auxiliada por ele, Tomie fez seus primeiros quadros, simples pinturas figurativas, depois, algumas paisagens com inclinao para o fauvismo e outras experincias j com a presena do cubismo. A maior parte dos quadros pintados nessa primeira fase artstica perdeu-se numa das enchentes, to comuns em certas regies de So Paulo, e que destruiu quase tudo que possua.

O primeiro brilho de uma estrelaSe o aprendizado com o pintor Keisuke Sugano, elementar e de curta durao, no lhe rendeu maiores dividendos, pelo menos, trouxe a vantagem de tirar Tomie do isolamento em que se encontrava. Ningum mais lhe negava o mrito, ningum lhe obstava os passos, podendo seguir, com relativa liberdade, o destino que lhe estava traado. O encontro com o professor deu-se em 1951 e, desse ano, datam seus primeiros quadros, ainda tmidos e vacilantes. Dois anos depois, l est ela participando de uma exposio do Grupo Seibi (Seibikai, em japons), uma associao de japoneses na zona sul de So Paulo, com existncia legal desde o ano de 1935 e bastante prestigiada pela colnia. O Seibikai trazia uma restrio, que era a de aceitar nica e to somente obras de artistas japoneses ou descendentes. Mas trazia, tambm, uma amplitude no comum em exposies, pois, ao mesmo tempo em que expunha quadros de pintores j consagrados, aceitava tambm obras de iniciantes. Os primeiros atraiam o pblico para a exposio, os outros se beneficiavam dessa

presena credenciada de visitantes, entre eles jornalistas e crticos de arte japoneses, radicados no Brasil. Sua primeira apario pde ser suficientemente notada, recebendo do jri meno honrosa. Sua presena tambm foi marcante nas mostras dos anos seguintes, chegando a receber, em duas ocasies, medalhas de ouro.

Desenvolvimento ordenadoO desabrochar da arte de Tomie, em 1951, se deu com a fase figurativista, o que perfeitamente compreensvel, pela influncia de seu primeiro e nico professor, crtico severo de seu trabalho, condicionando-lhe, de certa maneira a fluidez do estilo. No tardou em seguir seu caminho prprio, fazendo experincias fauvistas, cubistas e enveredando, depois, para o concretismo, e mergulhando por inteiro no abstrato, onde permaneceria definitivamente, mas sempre fiel forma, ao desenho bem caracterizado, aplicao das cores de uma maneira racional e organizada. Resulta dessa preocupao uma pintura agradvel de ver, podendo ser apreciada e reconhecida mesmo por aqueles que torcem o nariz para o abstracionismo. H, pois, uma fcil e completa interao entre o observador e a obra, independentemente de seus conhecimentos tcnicos ou de sua familiaridade com o estilo.

A tcnica assimilada com naturalidadeA naturalidade com que Tomie se aproximava da tcnica, assimilando-a sem esforo nem afetao, fez dela uma artista singular, em breve notada e reverenciada nos Sales de que participou, dentro e fora do pas. Em 1957, seis anos depois de comear a pintar, j realizava sua primeira individual no Museu de Arte Moderna de So Paulo. Foi presena constante de exposies anuais dentro e fora do pas. Em 1986, o Museu de Arte de So Paulo realizou uma retrospectiva de sua obra. Igual feito foi repetido em 1996 pela Bienal de So Paulo. Contribuiu para isso, entre outros atributos, a naturalidade e simplicidade com que sempre encarou a arte, transferindo para a tela o que lhe ia pela alma, sem concesses a modismos de curta durao e sem se curvar a imposies do mercado. A permanncia indelvel entre os mais bem sucedidos artstas, nessa segunda metade do Sculo 20, j encerrado, demonstra que sua fidelidade aos prprios conceitos, sua honestidade para consigo mesma, renderam-lhe justos dividendos. (Texto de Paulo Victorino)

TOMIE OHTAKE

Tomie Ohtake, natural de Kyoto (Japo) chega ao Brasil em 1936 e fixa-se em So Paulo. Inicia seus estudos de pintura em 1952, com o artista plstico japons Keisuke Sugano. Em 1953, integra o Grupo Seibi ao lado de FlvioShir, Kaminagai, Manabu Mabe, Tikashi Fukushima, entre outros. Em

1969, comea a trabalhar com serigrafia e posteriormente executa litografias e gravuras em metal. Realiza diversas obras pblicas, como o painel pintado no Edifcio Santa Mnica, na Ladeira da Memria, em So Paulo; a escultura Estrela do Mar, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro; a escultura em homenagem aos oitenta anos da imigrao japonesa no Brasil e painis para o Memorial da Amrica Latina. Em 2000, lanado em So Paulo o Instituto Tomie Ohtake, idealizado e coordenado por Ricardo Ohtake e projetado por Ruy Ohtake.

A seu respeito escreveu Clarival do Prado Valladares: De acordo com alguns crticos, a pintura de Tomie Ohtake corresponde a um dos pontos mais elevados do abstracionismo j produzido no Brasil. (...) Quando observamos as grandes manchas das telas de Tomie Ohtake percorrerem quase o imensurvel das variaes tonais de uma cor bsica, ocupando uma superfcie como se todo universo se resolvesse naquela experincia e naquele momento, sentimo-nos bem prximos de uma exegese da pintura.

CRONOLOGIA

1913 Nasce em Kyoto, no Japo, em 21 de novembro. Naturaliza-se brasileira em 1940.

1920/1935 - Realiza estudos bsicos.

1952 - Inicia estudos de pintura com o artista plstico japons Keisuke Sugano, So Paulo.

- 2 Salo Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia, So Paulo.

1953 - 2 Salo do Grupo Seibi de Artistas Plsticos - meno honrosa, So Paulo.

1954 - 3 Salo Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia, So Paulo.

1955 - 4 Salo Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia, So Paulo.

1956 - 5 Salo Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia, So Paulo.

1957 - Doze Pintores Abstratos, no MAM/SP.

- 6 Salo Nacional de Arte Moderna Rio de Janeiro.

- 6 Salo Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - medalha de bronze, So Paulo.

- Individual, no MAM/SP.

1958 - 4 Exposio do Grupo Guanabara, na ACM, So Paulo.

- 7 Salo Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia, So Paulo.

- 9 Pintores de So Paulo, na Galeria Antgona, Buenos Aires (Argentina).

- Salo do Grupo Seibi de Artistas Plsticos - prmio aquisio, So Paulo.

1959 - Individual, na Galeria de Arte da Folha, So Paulo.

- 5 Exposio do Grupo Guanabara, na ACM, So Paulo.

- 8 Salo Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - pequena medalha de ouro, So Paulo.

- Prmio Leirner de Arte Contempornea, na Galeria de Arte da Folha meno honrosa, So Paulo.

- Salo do Grupo Seibi de Artistas Plsticos, So Paulo.

1960 - Individual, no MAM/SP.

- 9 Salo Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ - certificado de iseno de jri

- 9 Salo Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia, So Paulo.

- Contribuio da Mulher s Artes Plsticas no Brasil, no MAM/SP

- Mostra Probel, no MAM/SP - 1 prmio

- Salo do Grupo Seibi de Artistas Plsticos - pequena medalha de ouro

1961 - 16 Salo de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte, no MAP, Belo Horizonte.

- 2 Salo de Arte Moderna do Paran - grande prmio, Curitiba.

- 6 Bienal Internacional de So Paulo, no MAM/SP.

- 1 O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana, Rio de Janeiro.

- Salo do Grupo Seibi de Artistas Plsticos, So Paulo.

1962 - 11 Salo Paulista de Arte Moderna - grande medalha de ouro, So Paulo.

- 11 Salo Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro.

- 3 Salo do Paran, na Biblioteca Pblica do Paran aquisio, Curitiba.

- Salo do Grupo Seibi de Artistas Plsticos, So Paulo.

1963 - 7 Bienal Internacional de So Paulo, na Fundao Bienal.

- Brazilian Art Today, no Royal College of Art e no Angewandt Kunst, Londres (Inglaterra), Viena (ustria) e Bruxelas (Blgica).

- Salo do Grupo Seibi de Artistas Plsticos, So Paulo.

1964 - 13 Salo Paulista de Arte Moderna, So Paulo.

- 2 Bienal Americana de Arte, Crdoba (Argentina).

- Coletiva, na Galeria NT, So Paulo.

- Salo do Grupo Seibi de Artistas Plsticos, So Paulo.

- Individual, na Galeria So Lus, So Paulo.

1965 - 1 Salo Pan Americano de Pintura, Cali (Colmbia).

- 2 Salo de Arte Moderna do Distrito Federal - Prmio Nacional de Pintura, Braslia.

- 8 Bienal Internacional de So Paulo, na Fundao Bienal - prmio aquisio do Itamaraty, So Paulo.

- Exposio do Grupo Seibi, no Pan American Union, Washington e Oakland (Estados Unidos) e Tquio (Japo).

- Resumo de Arte JB, no MAM/RJ.

- Salo do Grupo Seibi de Artistas Plsticos, So Paulo.

- 21 Salo de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte, no MAP, Belo Horizonte.

1966 - Brazilian Art Today, no Beethonvenhalle, Bonn (Alemanha).

- 1 Bienal Nacional de Artes Plsticas - prmio aquisio, Salvador.

- 21 Salo Nacional de Arte de Belo Horizonte - primeiro prmio, Belo Horizonte.

- 3 Salo de Arte Moderna do Distrito Federal - sala especial, Braslia.

- Exposio Comemorativa ao Centenrio de Ruben Dario, Mangua (Nicargua).

- 10 Salo do Grupo Seibi de Artistas Plsticos, na Sociedade Paulista de Cultura Japonesa, So Paulo.

- Trs Premissas, no MAB/Faap, So Paulo.

1967 - 9 Bienal Internacional de So Paulo, na Fundao Bienal - Prmio Itamaraty, So Paulo.

1968 - Individual, na Galeria Cosme Velho, So Paulo.

- Individual, na Pan American Union, Washington (Estados Unidos).

- Individual, no Brazilian Government Trade Bureau, Nova York (Estados Unidos).

- Amrica Latina - Aspectos da Pintura Brasileira - organizada pelo Itamaraty

- Salo do Grupo Seibi de Aristas Plsticos - grande medalha de ouro, So Paulo.

1969 - Individual, na Associao de Amigos do MAM/SP.

- Individual, na Petite Galerie, Rio de Janeiro.

- 10 Salo de Arte Moderna do Paran - 2 prmio de gravura, Curitiba.

- 19 Artistas Nipo-Brasileiros, no MAC/USP.

- 1 Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP.

- Dinamarca, Sucia e Finlndia - Art Latin American

- Salo de Arte de Jundia - 1 prmio de gravura, Jundia.

1970 - Individual, na Galeria Aki, So Paulo.

- 2 Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP.

- 2 Bienal de Arte de Medelln, no Museu de Antioquia.

- Antonio Henrique Amaral, Odetto Guersoni, Tomie Ohtake, Pedro Tort, Gerda Brentani, na Galeria Alberto Bonfiglioli, So Paulo.

- Arte Braziliana Contempornea, no Consulado do Brasil, Milo (Itlia).

- Arte Contempornea Brasileira, no Banco de Boston - 1 prmio, Rio de Janeiro.

- Pinacoteca do Estado de So Paulo: 1970, na Pesp.

- 8 Resumo de Arte JB, no MAM/RJ.

1971 - Individual, na Universidade Federal de Porto Rico, Mayaguz (Porto Rico).

- Japan Art Festival, no MAM/RJ.

- 28 Salo Paranaense, na Biblioteca Pblica do Paran.

1972 - Individual, na Galeria Cosme Velho, So Paulo.

- 36 Bienal de Veneza - Sala Grfica DOggi

- Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio, So Paulo.

1973 - 5 Salo Nacional de Arte de Belo Horizonte, no MAP, Belo Horizonte.

- Art Gallery of the Brazilian, no Brazilian American Cultural Institute, Washington (Estados Unidos).

- Japanese Artists in America, no The Tokyo Museum e National Museum of Kyoto, Tquio e Kyoto (Japo).

- 5 Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP.

1974 - Pintura de Tomie Ohtake, na Galeria Arte Global.

- Acervo de Arte Brasileira do Museu de Ontrio-Canad, no MAM/SP e MAM/RJ

- Bienal de Tquio, no Museu de Arte Moderna, Tquio e Kyoto (Japo).

- Festival Internacional de Pintura, Cannes (Frana).

1975 - Individual, na Galeria de Arte da Embaixada do Brasil, Roma (Itlia).

- 13 Bienal Internacional de So Paulo, na Fundao Bienal

- 2 Bienal do Uruguai

- Exposio da Pintura Brasileira, no Birmingham Museum of Art, Birmingham (Estados Unidos).

1976 - Individual, na Graffiti Galeria de Arte, Rio de Janeiro.

- Individual, no Brazilian American Cultural Institute, Washington (Estados Unidos).

- Individual, no Centro Cultural talo-Brasileiro, Milo (Itlia).

- 10 Salo de Arte Contempornea de Campinas, no Museu de Arte Contempornea Jos Pancetti

- 20 Artistas Brasileos, no CAYC e no Museu de Belas Artes de Bahia Blanca, Buenos Aires e Bahia Blanca (Argentina).

- 8 Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP.

1977 - Arte Actual Iberoamericana, no Instituto de Cultura Hispnica, Madri (Espanha).

1978 - As Bienais e a Abstrao: a dcada de 50, no Museu Lasar Segall, So Paulo.

1979 - Individual, na Grifo Galeria de Arte, So Paulo.

- 11 Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - 1 prmio de pintura

- 1 Trienal Latinoamericana del Grabado, nas Salas Nacionales de Exposicin e no Museo de Arte Moderno, Buenos Aires e Mendonza (Argentina).

- Escultores Brasileiros, na Galeria Aktuel, Rio de Janeiro.

1980 - Individual, na Galeria 9, Lima (Peru).

- Destaque Hilton de Pintura, no MAM/RJ.

- Homenagem a Mrio Pedrosa, na Galeria Jean Boghici, Rio de Janeiro.

- Mestres do Abstracionismo Lrico no Brasil, na Galeria Eugnie Villien, So Paulo.

1981 - 3 Bienal de La Paz.

- Arte Transcendente, no MAM/SP.

- 4 Bienal de Medelln, no Museo de Antioquia

- Osaka (Japo) - Exposio Latino-Americana de Arte Contempornea Brasil/Japo, no Museu Nacional de Arte de Osaka

1982 - Women Artists of the America, no Center for Inter American Relations, Nova York (Estados Unidos).

1983 - Retrospectiva, no Masp, So Paulo.

- 14 Panorama de Arte Atual Brasileira: Pinturas, no MAM/SP.

- 4 Escultores Pintores, 4 Pintores Escultores, na Galeria Aktuel.

- 6 Exposio de Belas Artes Brasil-Japo, na Fundao Mokiti Okada So Paulo SP, Rio de Janeiro RJ, Tquio, Kyoto e Atami (Japo).

- Arte na Rua, So Paulo.

1984 - Tomie Ohtake: pinturas, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte, Braslia.

- 1 Bienal de Havana

- Coleo Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato na arte brasileira, no MAM/SP.

- Mestres do Abstracionismo Brasileiro, Buenos Aires (Argentina), Paris (Frana), Londres (Inglaterra), Roma e Milo (Itlia), Haia.

- Pintura Brasileira Atuante, no Espao Petrobrs, Rio de Janeiro.

- Tradio e Ruptura: sntese de arte e cultura brasileiras, na Fundao Bienal.

1985 - Individual, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud, So Paulo.

- 100 Obras Ita, no Masp.

- 18 Bienal Internacional de So Paulo, na Fundao Bienal.

- 7 Exposio de Belas Artes Brasil-Japo, na Fundao Brasil-Japo de Artes Plsticas, So Paulo, Rio de Janeiro, Tquio, Kyoto e Atami (Japo).

- 8 Salo Nacional de Artes Plsticas, no MAM/RJ.

- Artistas Japoneses na Coleo do MAC, no MAC/USP.

- Destaques da Arte Contempornea Brasileira, no MAM/SP.

- Encontros, na Petite Galerie.

- Quatro Mestres: quatro, na Simes de Assis Galeria de Arte, Curitiba.

- Seis Dcadas de Arte Moderna. Coleo Roberto Marinho, no Pao Imperial, Rio de Janeiro.

- Sete Artistas, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud, So Paulo.

1986 - 17 Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP.

- 2 Bienal de Havana.

- Trienal Latino Americana de Arte sobre Papel, no CAYC Buenos Aires (Argentina).

1987 - Individual, na Thomas Cohn Arte Contempornea, Rio de Janeiro.

- Tapetes Orientais, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte, So Paulo.

- Abstracionismo Geomtrico e Informal: aspectos da vanguarda brasileira dos anos 50, na Funarte, Rio de Janeiro.

- Algumas Mulheres, na Galeria de Arte Ipanema, Rio de Janeiro.

- Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand , no MAM/RJ.

- Modernidade: arte brasileira do sculo XX, no Muse dArt Moderne de la Ville de Paris

- O Ofcio da Arte: pintura, no Sesc, So Paulo.

1988 - Retrospectiva, no Hara Museum of Contemporary Art, Tquio (Japo).

- 80 Anos da Imigrao Japonesa no Brasil, no Masp.

- Arte Brasileira Contempornea, no Museu Charlottenburg, Copenhague (Dinamarca).

- Herana do Japo: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, na Fundao Cultural do Distrito Federal, na Pinacoteca do Estado, na Fundao Rmulo Maiorana, na Fundao Joaquim Nabuco, no MAB/Faap, no MAC/PR e no Margs, Braslia, Manaus, Belm, Recife, So Paulo, Curitiba e Porto Alegre.

- Modernidade: arte brasileira do sculo XX, no MAM/SP.

- Os Ritmos e as Formas: arte brasileira contempornea, no Sesc.

- Vida e Arte dos Japoneses no Brasil, no Masp, So Paulo.

1989 - 20 Bienal Internacional de So Paulo - Pintura Abstrata - Efeito Bienal 1954-1963, na Fundao Bienal.

- 20 Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP.

- Acervo, na Galeria de Arte So Paulo.

- Arte Brasileira dos Sculos XIX e XX nas Colees Cearenses: pinturas e desenhos, no Espao Cultural da Unifor, Fortaleza.

- Herana do Japo: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, no MNBA, Rio de Janeiro.

- Os Ritmos e as Formas: arte brasileira contempornea, no Museu Charlottenborg, Copenhague (Dinamarca).

- Seis Dcadas de Arte Moderna Brasileira: Coleo Roberto Marinho, na Fundao Calouste Gulbenkian/Centro de Arte Moderna, Lisboa (Portugal).

1990 - 1 Bienal Brasileira de Design, Curitiba.

- 9 Exposio Brasil-Japo de Arte Contempornea, na Fundao BrasilJapo de Artes Plsticas - So Paulo, Tquio, Atami e Sapporo (Japo).

1991 - Individual, na Thomas Cohn Arte Contempornea, Rio de Janeiro.

- Individual, na Galeria GB, Rio de Janeiro.

- Individual, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud, So Paulo.

- Tomie Ohtake, no Palcio Itamaraty, Braslia.

- 3 Bienal Nacional de Santos, no Centro Cultural Patrcia Galvo.

1992 - 2 Salo Paraense de Arte Contempornea, na Secretaria de Estado da Cultura, Belm.

- 7 Salo Brasileiro de Arte, na Fundao Mokiti Okada, So Paulo.

- Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contempornea da Universidade de So Paulo, na Casa de Cultural de Poos de Caldas

- Branco Dominante, Galeria de Arte So Paulo.

- Rio de Janeiro RJ - Eco Art, no MAM/RJ.

1993 - Individual, na Croqui Galeria de Arte, Campinas.

- Tomie Ohtake: novas pinturas, no MAM/RJ.

- Tomie Ohtake: novas gravuras, na Mnica Filgueiras Galeria de Arte, Museu de Arte de Ribeiro Preto, Croqui Galeria de Arte, Galeria Tina Presser, Simes Assis Galeria de Arte, Gesto Grfico Galeria de Arte, Pinacoteca Galeria de Arte, Caesar Park Hotel, Artespao, Escritrio de Arte da Bahia e no Senado Federal So Paulo, Ribeiro Preto e Campinas, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Goinia, Fortaleza, Recife, Salvador e Braslia.

- Athos Bulco, Rubem Valentim, Tomie Ohtake, no Centro Cultural 508, Braslia.

- Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA..

- Eram Brasileiros os que Ficaram, na Pesp, So Paulo.

- Paixo do Olhar, no MAM/RJ.

- 23 Panorama da Arte Atual Brasileira: Pintura, no MAM/SP.

- Portugal-Japo: mares navegados, no MAB/Faap.

1994 - Individual, no Bass Museum of Art, Miami (Estados Unidos).

- Tomie Ohtake: new paintings, na Councourse Gallery Barbican Center, Londres (Inglaterra).

- Arte Moderna Brasileira: uma seleo da Coleo Roberto Marinho, no Masp.

- Bienal Brasil Sculo XX, na Fundao Bienal.

- Potica da Resistncia: aspectos da gravura brasileira, na Galeria de Arte do Sesi.

1995 - Individual, no American Society, Nova York (Estados Unidos).

- Individual, no Art Museum of the Americas - Organization of American States, Washington (Estados Unidos).

- Projeto Contato, na Galeria Sesc/Paulista

- Rio: mistrios e fronteiras, no Muse de Pully, Lausanne (Sua).

- United Artists I, na Casa das Rosas.

1996 - 23 Bienal Internacional de So Paulo - sala especial, na Fundao Bienal.

- 5 Bienal Internacional de Cuenca - sala especial pintura, Cuenca (Equador).

- Arte Brasileira: 50 anos de histria no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP.

- Ex Libris/Home Page, no Pao das Artes, So Paulo.

- Exposio dos Pintores Nipo-Brasileiros Contemporneos, no Masp.

- Mulheres Artistas no Acervo do MAC, no MAC/USP.

- Rio: mistrios e fronteiras , no MAM/RJ.

- Individual, na Fundao Guayasamin, Quito (Equador).

- Individual, no Museu Antropolgico do Banco do Pacfico, Guayaqui (Equador).

1997 - Arte Suporte Computador, na Casa das Rosas, So Paulo.

- Exposio do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa, So Paulo e Porto Alegre.

- Exposio dos Pintores Nipo-Brasileiros Contemporneos, na Oficina de Artes Santa Helena Jacare e Japo.

1998 - 24 Bienal Internacional de So Paulo, na Fundao Bienal.

- Exposio do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa, Curitiba e Rio de Janeiro.

- Grupo Seibi, na Jo Slaviero Galeria de Arte, So Paulo.

- Impresses: a arte da gravura brasileira, no Espao Cultural BanespaPaulista, So Paulo.

- Os Colecionadores - Guita e Jos Mindlin: matrizes e gravuras, na Galeria de Arte do Sesi, So Paulo.

- So Paulo: viso dos nipo-brasileiros, no Museu Lasar Segall.

- Traos e Formas, na Jo Slaviero Galeria de Arte, So Paulo.

1999 - Gravuras de Tomie Ohtake, no Instituto Cultural Villa Maurina, Rio de Janeiro.

- Traos e Formas, na Jo Slaviero Galeria de Arte, So Paulo.

2000 - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Moderna, na Fundao Bienal.

- O Bardi dos Artistas, no Memorial da Amrica Latina e no Espao Cultural dos Correios, So Paulo e Rio de Janeiro.

- O Lpis e o Papel, na Galeria Nara Roesler, So Paulo.

- Sculo 20: arte do Brasil, na Fundao Calouste Gulbenkian. Centro de

Arte Moderna Jos de Azeredo Perdigo, Lisboa (Portugal).

- Tomie Ohtake: retrospectiva, no CCBB, Rio de Janeiro.

Ohtake, Tomie (1913)Biografia

Tomie Ohtake (Kyoto, Japo 1913). Pintora, gravadora, escultora. Vem para o Brasil em 1936, fixando-se em So Paulo. Em 1952, inicia-se em pintura com o artista Keisuke Sugano. No ano seguinte, integra o Grupo Seibi, do qual participam Manabu Mabe (1924 - 1997), Tikashi Fukushima (1920 - 2001), Flavio - Shir (1928) e Tadashi Kaminagai (1899 - 1982), entre outros. Aps um breve perodo de arte figurativa, a artista define-se pelo abstracionismo. A partir dos anos 1970, trabalha com serigrafia, litogravura e gravura em metal. Surgem em suas obras as formas orgnicas e a sugesto de paisagens. Na dcada de 1980, passa a utilizar uma gama cromtica mais intensa e contrastante. Dedica-se tambm escultura, e realiza algumas delas para espaos pblicos. Recebe, em Braslia, o Prmio Nacional de Artes Plsticas do Ministrio da Cultura - Minc, em 1995. Em 2000, criado o Instituto Tomie Ohtake, em So Paulo.

*FOTO: Catlogo Odorico Tavares - A Minha Casa Baiana: Sonhos e Desejos de um Colecionador (pg. 310). Imprensa Oficial do Estado de So Paulo. So Paulo, 2005. 2001-2011 Pinturabrasileira.com Todos os direitos reservados. Melhor visualizado em 800x600.

Calvalcante Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, mais conhecido como Di Cavalcanti (Rio de Janeiro, 6 de setembro de 1897 Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1976) foi um pintor, desenhista, ilustrador e caricaturista brasileiro.

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1 Biografia o 1.1 Dcada de 60 o 1.2 Dcada de 70 2 Centenrio 3 Cronologica 4 Referncias 5 Bibliografia 6 Ver tambm 7 Ligaes externas

[editar] BiografiaEmiliano Di Cavalcanti nasceu em 6 de setembro de 1897, no Rio de Janeiro, na casa de Jos do Patrocnio, que era casado com uma tia do futuro pintor. Quando seu pai morreu em 1914, Di Cavalcanti obriga-se a trabalhar e faz ilustraes para a revista Fon-Fon. Antes que os trepidantes anos 20 se inaugurem, vamos encontr-lo estudando Direito. Em 1916, transferindo-se para So Paulo, ingressa na Faculdade de Direito do Largo de So Francisco. Segue fazendo ilustraes e comea a pintar. O jovem Di Cavalcanti frequenta o atelier do impressionista George Fischer Elpons e torna-se amigo de Mrio e Oswald de Andrade. Entre 11 e 18 de fevereiro de 1922 idealiza e organiza a Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de So Paulo, criando para essa ocasio as peas promocionais do evento: catlogo e programa. Faz sua primeira viagem Europa em 1923, permanecendo em Paris at 1925. Frequenta a Academia Ranson. Expe em diversas cidades: Londres, Berlim, Bruxelas, Amsterd e Paris. Conhece Picasso, Lger, Matisse, Eric Satie, Jean Cocteau e outros intelectuais franceses. Retorna ao Brasil em 1926 e ingressa no Partido Comunista. Segue fazendo ilustraes. Faz nova viagem a Paris e cria os painis de decorao do Teatro Joo Caetano no Rio de Janeiro.

Os anos 30 encontram um Di Cavalcanti imerso em dvidas quanto sua liberdade como homem, artista e dogmas partidrios. Inicia suas participaes em exposies coletivas, sales nacionais e internacionais como a International Art Center em Nova Iorque. Em 1932, funda em So Paulo, com Flvio de Carvalho, Antonio Gomide e Carlos Prado, o Clube dos Artistas Modernos. Sofre sua primeira priso em 1932 durante a Revoluo Paulista. Casa-se com a pintora Nomia Mouro. Publica o lbum A Realidade Brasileira, srie de doze desenhos satirizando o militarismo da poca. Em Paris, em 1938, trabalha na rdio Diffusion Franaise nas emisses Paris Mondial. Viaja ao Recife e Lisboa onde expe no salo O Sculo; ao retornar preso novamente no Rio de Janeiro. Em 1936 esconde-se na Ilha de Paquet e preso com Nomia. Libertado por amigos, segue para Paris, l permanecendo at 1940. Em 1937 recebe medalha de ouro com a decorao do Pavilho da Companhia Franco-Brasileira, na Exposio de Arte Tcnica, em Paris. Com a iminncia da Segunda Guerra deixa Paris e retorna ao Brasil, fixando-se em So Paulo. Um lote de mais de quarenta obras despachadas da Europa no chegam ao destino, extraviando-se. Passa a combater abertamente o abstracionismo atravs de conferncias e artigos. Viaja para o Uruguai e Argentina, expondo em Buenos Aires. Conhece Zulia, que se torna uma de suas modelos preferidas. Em 1946 retorna a Paris em busca dos quadros desaparecidos; nesse mesmo ano expe no Rio de Janeiro, na Associao Brasileira de Imprensa. Ilustra livros de Vincius de Morais, lvares de Azevedo e Jorge Amado. Em 1947 entra em crise com Nomia Mouro - "uma personalidade que se basta, uma artista, e de temperamento muito complicado". Participa com Anita Malfatti e Lasar Segall do jri de premiao de pintura do Grupo dos 19. Segue criticando o abstracionismo. Expe na Cidade do Mxico em 1949. convidado e participa da I Bienal de So Paulo, 1951. Faz uma doao generosa ao Museu de Arte Moderna de So Paulo, constituda de mais de quinhentos desenhos. Beryl passa a ser sua companheira. Nega-se a participar da Bienal de Veneza. Recebe a lurea de melhor pintor nacional na II Bienal de So Paulo, prmio dividido com Alfredo Volpi. Em 1954 o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro realiza exposio retrospectiva de seus trabalhos. Faz novas exposies na Bacia do Prata, retornando a Montevidu e Buenos Aires. Publica Viagem de minha vida. 1956 o ano de sua participao na Bienal de Veneza e recebe o I Prmio da Mostra Internacional de Arte Sacra de Trieste. Adota Elizabeth, filha de Beryl. Seus trabalhos fazem parte de exposio itinerante por pases eu


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