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Page 1: Alimentação Saudável

Plantar inhame

Mastruz ou erva de santa maria – usar como purgante para limpar o intestino

Óleo de mamona para o intestino

Ovo

Banha de porco

Carnes fritas

Diminuir frutas

Coalhadas naturais

Paes naturais (pegar receita fermentação natural)

Chá de ameixa preta

Pâncreas responsável pela insulina

Page 2: Alimentação Saudável

A grande estrela desse meu país na transversal do tempo...*

Thaís Leão Vieira

Com um enredo homenageando Elis Regina a escola de samba de São Paulo Vai Vai que apresentou o samba enredo “Simplesmente Elis – a fábula de uma voz na transversal do tempo” confunde a história de uma grande artista com a história do país, em especial, nesse caso, mescla-se com a do Bixiga, bairro de italianos que migraram para a cidade fundamentalmente entre o final do século XIX e início do século XX, onde se situa a sede da escola de samba campeã.

Ao cantar sobre Elis, a Vai Vai narrou a história dos processos migratórios no Brasil. A historiadora Zuleika Alvim ao discutir sobre as experiências e condições de vida em seus países de origem, revela que os imigrantes optaram por construir um pequeno país no Brasil, prática que auxiliou tanto a concentração de estrangeiros de uma mesma região em determinadas localidades, quanto contribuiu para a construção de redes de solidariedade e sobrevivência. Diferente de outras regiões de migrantes oriundos da Itália, os que se deslocaram para o Bixiga em sua maioria eram do sul da Itália, das regiões da Calábria e não eram miseráveis (Anna Lucia Duarte Lana), viabilizando a manutenção em atividades relacionadas a serviços e não em um bairro hegemonicamente industrial.

Compreender os sentidos construídos em processos de deslocamento significa refletir sobre as sensibilidades em torno de como a cidade de São Paulo se relacionou com esses imigrantes de diferentes grupos sociais. Ao narrar a história de Elis, a Vai Vai nos revela um pouco sobre essa sensibilidade. Transferindo-se para São Paulo em 1964, como tantos outros artistas Elis Regina, eleita musa de Milton Nascimento, a pimentinha brasileira, mesclava desenvoltura vocal, performance e atitude. Seu virtuosismo vocal e suas interpretações perduram na memória coletiva marcada por momentos como a lendária interpretação de Arrastão no Festival de Música Popular Brasileira, O Bêbado e o Equilibrista, além dos antológicos espetáculos Falso Brilhante (1975), Na Transversal do tempo (1978) e Trem Azul (1981) para citar apenas alguns.

Participou de diversas polêmicas da MPB nos anos 1960, como com Nara Leão, considerada a musa da bossa nova. Considerando que no período havia grande polarização na MPB, artistas engajados politicamente na canção de cunho nacional-popular, entusiastas da jovem guarda, tropicalistas, Elis Regina rivalizou por diversos com eles, seja com a jovem guarda, participando da famosa passeata contra as guitarras elétricas ao lado de artistas como Jair Rodrigues, Gilberto Gil dentre outros. A partir disso, podemos considerar que Elis participou ativamente do caráter polissêmico da MPB e sua voz representou um projeto estético politico por meio de uma interpretação melódica que contariava os ideais bossa novistas de leveza e brandura na voz, podemos dizer que essa foi em diversas fases, a maneira como Elis se inseriu tensionando critica social, romantismo, dor e alegria, que marcaram a singularidade de Elis.

Com homenagem a Elis Vai Vai nos faz recordar uma das marcas constitutivas dessa cidade...a pluralidade... que, por não ser homogênea, nos revela a força, a raça e o sonho sempre!

* Para Rosangela Patriota