Formação:
Execução de Dívidas e Providências Cautelares no Novo Código de Processo
Civil
DEBATES & DISCURSOS
7 de Março de 2014
Hotel MERCURE – PORTO
O novo CPC é (mais) eficaz
na cobrança de dívidas?
Sumário
O acordo com a Troika e as suas potencialidades para a eficácia da ação executiva
As novas soluções do CPC quanto à ação executiva
◦ Breve exposição sobre as novas soluções
◦ Comparação crítica entre o regime anterior e o atual
◦ Principais consequências do novo regime
Conclusões sobre as alterações da Ação Executiva
Análise estatística
Procedimentos cautelares (notas breves)
Formação:
Execução de Dívidas e Providências Cautelares no Novo Código de Processo
Civil
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7 de Março de 2014
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O novo CPC é (mais) eficaz na cobrança de dívidas?
1. O acordo com a Troika e as
suas potencialidades para a
eficácia da ação executiva
O acordo com a Troika e as suas potencialidades
para a eficácia da ação executiva
Medidas relevantes do Acordo no que respeita à ação executiva
(http://economico.sapo.pt/public/uploads/memorando_troika_23-05-2011.pdf)
“7.1. Intensificar a implementação de medidas propostas ao abrigo do Novo Mapa Judiciário.
◦ Realizar uma auditoria dos processos pendentes, a fim de definir medidas mais precisas [final de Junho de 2011].
◦ Eliminar as pendências nos tribunais até ao T2‐2013.”
O acordo com a Troika e as suas potencialidades
para a eficácia da ação executiva
“7.2. Com base na auditoria, definir melhor as medidas
existentes e avaliar a necessidade de medidas adicionais para acelerar a resolução das pendências [T2‐2011].
As medidas adicionais a ser consideradas incluem, entre outras:
(i) estabelecer secções ou equipas separadas vocacionadas para resolver processos em atraso,
(ii) reestruturar os registos do tribunal para retirar registos indevidos de casos pendentes;
(iii) agregar processos semelhantes de acções executivas de pequenos montantes;
O acordo com a Troika e as suas potencialidades
para a eficácia da ação executiva
(iv) reforçar e fazer cumprir os regulamentos existentes que permitem que os casos parados sejam retirados dos registos dos tribunais;
(v) impor custas e sanções adicionais aos devedores não cooperantes nos processos executivos;
(vi) introduzir uma estrutura de custas judiciais extraordinárias para litígios prolongados desencadeados pelas partes litigantes sem justificação manifesta; e
(vii) nomear gestores judiciais especiais para gerir a agenda/audiências em tribunais, permitindo assim aos juízes concentrarem‐se na decisão dos processos.”
O acordo com a Troika e as suas potencialidades
para a eficácia da ação executiva
“7.8. Adoptar medidas que dêem
prioridade nos tribunais a processos
de execução de decisões provenientes
da resolução alternativa de litígios.
[T4‐2011]”
O acordo com a Troika e as suas potencialidades
para a eficácia da ação executiva
“7.13. O Governo irá rever o Código de Processo Civil e
preparará uma proposta até ao final de 2011, identificando as áreas‐chave para aperfeiçoamento, nomeadamente
(i) consolidando legislação para todos os processos de execução presentes a tribunal;
(ii) conferindo aos juízes poderes para despachar processos de forma mais célere;
(iii) reduzindo a carga administrativa dos juízes e;
(iv) impondo o cumprimento de prazos legais para os processos judiciais e em particular, para os procedimentos de injunção e para processos executivos e de insolvência. [T4‐2011]”
Em suma, o âmbito do acordo sugeria as seguintes alterações essenciais: 1. Eliminar a pendência (excessiva)
2. Dar prioridade aos processos de execução
3. Reduzir a carga administrativa dos juízes poderes para despachar processos de forma mais célere
4. Consolidar legislação para a ação executiva
5. Impor o cumprimento de prazos judiciais
6. Reestruturar e reforçar o registo estatístico correto dos processos executivos
7. Agregar ações executivas semelhantes de pequenos montantes e estabelecer secções especializadas para resolver processos em atraso
O acordo com a Troika e as suas potencialidades
para a eficácia da ação executiva
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O novo CPC é (mais) eficaz na cobrança de dívidas?
1I. As novas soluções do CPC
quanto à ação executiva
Alterações introduzidas:
1. Forma única de processo declarativo (existiam
3) e divisão da ação executiva em 6 formas
processuais (ordinária, sumária, no próprio processo,
para prestação de fato, para entrega de coisa certa e
procedimento especial de despejo)
As novas soluções do CPC quanto à ação
executiva
A execução será ordinária nas execuções (artigo
550.º CPC): Em que ƒƒa obrigação haja de ser liquidada na fase executiva,
seja alternativa ou condicional;
Fundadas em título extrajudicial de obrigação pecuniária (???)
vencida cujo valor exceda o dobro da alçada do tribunal de 1.ª
instância (10.000€);
(???) Letras, Livranças, Cheques, Atas de condomínio, etc.
Nesta forma de execução há sempre lugar a despacho liminar e
citação prévia, competindo o recebimento do requerimento
executivo à secretaria.
As novas soluções do CPC quanto à ação
executiva
A execução será sumária nas execuções (artigo 550.º CPC): Fundadas em decisão arbitral ou judicial nos casos em
que esta não deva ser executada no próprio processo;
Em requerimento de injunção ao qual tenha sido aposta fórmula executória;
Em título extrajudicial de obrigação pecuniária vencida, garantida por hipoteca ou penhor;
Em título extrajudicial de obrigação pecuniária vencida cujo valor não exceda o dobro da alçada do tribunal de 1.ª instância (10.000€) – antes 30.000€ – artigo 812.º-C
A execução sumária é recebida pelo agente de execução, dispensando-se o despacho liminar e a citação prévia
As novas soluções do CPC quanto à ação
executiva
A execução será no próprio processo nas
execuções (artigo 626.º CPC): Fundadas em decisão arbitral ou judicial nos casos
em que esta deva ser executada no próprio
processo (pode ser para pagamento quantia certa,
prestação de fato ou entrega de coisa certa).
O anterior artigo 675.º-A era muito mais limitado:
Execuções para pagamento quantia certa;
Apenas após o trânsito em julgado;
Dava oportunidade para pagamento em 20 dias.
As novas soluções do CPC quanto à ação
executiva
Execução para entrega de coisa certa
(artigo 550.º, n.º 4 e 859.º e ss CPC):
Execução para prestação de fato (artigo
550.º, n.º 4 e 868.º e ss CPC)
Procedimento especial de despejo (Lei n.º
31/2012 e Portaria n.º 9/2013)
As novas soluções do CPC quanto à ação
executiva
2. Diminuição do número de títulos executivos (deixam de
ser título executivo os documentos particulares, assinados pelo
devedor, que importem constituição ou reconhecimento de
obrigações pecuniárias, cujo montante seja determinado ou
determinável por simples cálculo aritmético de acordo com as
cláusulas dele constantes, ou de obrigação de entrega de coisa ou
de prestação de facto)
(Acordos de pagamento, confissão de dívida, contratos e outros documentos
semelhantes, ainda que com assinaturas reconhecidas, deixam de constituir
título executivo).
As novas soluções do CPC quanto à ação
executiva
3. Acordo de pagamento global com exequente, executado
e credores reclamantes (artigo 806.º e ss).
◦ Este acordo poderá materializar-se:
ƒƒnuma simples moratória;
ƒƒnum perdão total ou parcial da dívida;
ƒƒna substituição ou constituição de novas garantias.
◦ O acordo de pagamento em prestações (título executivo especial?):
Extingue a execução, podendo o exequente ou qualquer credor
reclamante requerer a renovação da execução extinta, em caso de
incumprimento.
Converte automaticamente a penhora em hipoteca ou penhor, como
garantia do cumprimento do acordo celebrado, sempre que o exequente
declare não prescindir da penhora já feita na execução.
As novas soluções do CPC quanto à ação
executiva
4. Apenas aquando do pagamento das quantias devidas ao
Agente de Execução a título de honorários e despesas se
considera apresentado o requerimento executivo
5. Quando a execução se baseie em título de crédito o
respetivo original tem que ser enviado para tribunal nos
10 dias seguintes à distribuição
6. A penhora começa pelos bens cujo valor pecuniário seja
de mais fácil realização e se mostrem adequados ao
montante do crédito do exequente
◦ O agente de execução deve respeitar as indicações do exequente
sobre os bens que pretenda ver prioritariamente penhorados
As novas soluções do CPC quanto à ação
executiva
7. ƒƒPenhora de saldos bancários deixa de estar dependente
de despacho judicial
8. Passou a prever-se expressamente que são
impenhoráveis 2/3 da parte líquida do vencimento ou
rendimentos de natureza semelhante;
9. A penhora de veículos automóveis passa a poder ser
precedida de imobilização, evitando-se o registo de
penhora sobre veículos que acabam por nunca serem
apreendidos
As novas soluções do CPC quanto à ação
executiva
10. ƒƒComunicabilidade das dívidas ao cônjuge
◦ Sendo o título diverso de sentença, o exequente, no requerimento executivo
ou até ao início das diligência para venda ou adjudicação, pode alegar
fundamentadamente que a dívida é comum, podendo o executado, em sede de
oposição à penhora, alegar igualmente que a dívida é comum, especificando os
bens que podem ser objeto de penhora
11. ƒƒA venda de bens móveis e imóveis passa (??) a ser feita,
preferencialmente, mediante leilão eletrónico, com
exceção dos que devam ser vendidos em mercados
regulamentados e os que tenham de ser objeto de venda
direta
◦ Artigo 907.ºB do CPCv já previa esta regra
◦ Não está regulado
As novas soluções do CPC quanto à ação
executiva
12. Exceção à regra geral de aplicabilidade das normas do
NCPC a todas as execuções pendentesƒƒ
Lei n.º 41/2013, de 26 de Junho
Artigo 6.º
Ação executiva
1 - O disposto no Código de Processo Civil, aprovado em anexo à presente lei,
aplica-se, com as necessárias adaptações, a todas as execuções pendentes à data da
sua entrada em vigor.
2 - Nas execuções instauradas antes de 15 de setembro de 2003 os atos que, ao
abrigo do Código de Processo Civil, aprovado em anexo à presente lei, são da
competência do agente de execução competem a oficial de justiça.
3 - O disposto no Código de Processo Civil, aprovado em anexo à presente lei,
relativamente aos títulos executivos, às formas do processo executivo, ao
requerimento executivo e à tramitação da fase introdutória só se aplica às
execuções iniciadas após a sua entrada em vigor.
4 - O disposto no Código de Processo Civil, aprovado em anexo à presente lei,
relativamente aos procedimentos e incidentes de natureza declarativa apenas se
aplica aos que sejam deduzidos a partir da data de entrada em vigor da presente lei.
As novas soluções do CPC quanto à ação
executiva
Exceção à regra geral de aplicabilidade das normas do NCPC
a todas as execuções pendentesƒƒ
Portaria n.º 282/2013, de 28 de Agosto:
“aplica-se aos processos pendentes à data da sua entrada em vigor.” artigo 62.º n.º 1
“os artigos 43.º a 55.º [relativos à remuneração do Agente de Execução] apenas se
aplicam aos processos iniciados a partir da data de entrada em vigor da presente
portaria, continuando a aplicar -se aos processos pendentes a essa data, em matéria
de honorários e despesas dos agentes de execução pelo exercício das suas funções, o
regime aplicável a 31 de agosto de 2013”.
As novas soluções do CPC quanto à ação
executiva
13. Alargamento das categorias de agente de execução
(artigo 722.º CPCƒ)
◦ Qual a vantagem?
14. Destituição motivada do agente de execução (artigo
720.º n. º 4 CPC)
15. Redistribuição das competências entre juiz, secretaria e
agente de execução (artigos 719.º - 723.º CPC)
16. Possibilidade de citação eletrónica de pessoas singulares
(artigo 225º, n.º 2 al. a) CPC) – não regulada
17. Novo Regime de citação de pessoas coletivas (artigo
246º CPC – mais célere)
As novas soluções do CPC quanto à ação
executiva
18. Clarificação (?) dos fundamentos de oposição à execução
de injunção (artigo 857.º CPC)
◦ Que situações de justo impedimento? Não ter recebido a notificação? (artigo
140.º CPC)
◦ Falta de “citação” na injunção era sempre invocável – (artigo 729.º d) e 857.º,
n.º 1 CPC)
19. Alteração do estatuto processual do cônjuge do
executado (artigo 787.º CPC)
◦ Mais 10 dias (???)
20. Novo regime de remuneração do agente de execução
(Portaria n.º 282/2013)
As novas soluções do CPC quanto à ação
executiva
21. Alargamento do âmbito das consultas disponíveis aos
agentes de execução para identificar e localizar
executado e bens ◦ “(…) referindo -se expressamente dados que, de acordo com o regime legal até agora vigente, já
poderiam ser consultados” Preâmbulo Portaria n.º 350/2013
22. Clarificação e maior tutela do executado na penhora de
rendimentos (artigo 738.º CPC)
◦ rendimento líquido
◦ adjudicação imediata das quantias ao exequente e extinção (se não houver
mais bens) artigo 779.º, n.º 3 b) CPC
◦ Redução judicial – não objetiva / mais trabalho para o juiz
23. Prazo de 3 meses para consumar a execução, sob pena
de extinção artigo 750.º n.º 1 CPC
◦ (já era possível em 15 dias – artigo 833.º B, n.º 3 e 4)
◦ Porquê notificar simultaneamente?
◦ Não há citação edital do executado.
As novas soluções do CPC quanto à ação
executiva
24. Na venda mediante proposta em carta fechada o
exequente pode apresentar, no momento, proposta de
valor superior (artigo 820.º n.º 5 CPC)
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O novo CPC é (mais) eficaz na cobrança de dívidas?
1II. Conclusões sobre as
alterações da Ação Executiva
Eficácia face ao regime anterior
Forma única de processo declarativo (existiam 3) e divisão da
ação executiva em 6 formas processuais
Diminuição do número de títulos executivos
Acordo de pagamento extintivo e acordo global com exequente,
executado e credores reclamantes
Apenas aquando do pagamento das quantias devidas ao Agente
de Execução a título de honorários e despesas se considera
apresentado o requerimento executivo
Quando a execução se baseie em título de crédito o respetivo
original tem que ser enviado para tribunal nos 10 dias seguintes
à distribuição
A penhora começa pelos bens cujo valor pecuniário seja de
mais fácil realização e se mostrem adequados ao montante do
crédito do exequente mas o AE deve seguir as indicações do
exequente
Eficácia face ao regime anterior
Penhora de saldos bancários deixa de estar dependente de
despacho judicial
Passou a prever-se expressamente que são impenhoráveis 2/3
da parte líquida do vencimento ou rendimentos de natureza
semelhante
A penhora de veículos automóveis passa a poder ser precedida
de imobilização, evitando-se o registo de penhora sobre veículos
que acabam por nunca serem apreendidos
Comunicabilidade das dívidas ao cônjuge
A venda de bens móveis e imóveis passa (??) a ser feita,
preferencialmente, mediante leilão eletrónico, com exceção dos
que devam ser vendidos em mercados regulamentados e os que
tenham de ser objeto de venda direta
Exceção à regra geral de aplicabilidade das normas do NCPC a
todas as execuções pendentesƒƒ
Eficácia face ao regime anterior
Alargamento das categorias de agente de execução (artigo 722.º
CPCƒ)
Destituição motivada do agente de execução (artigo 722.º n. º 4
CPC)
Redistribuição das competências entre juiz, secretaria e agente
de execução (artigos 719.º - 723.º CPC)
Possibilidade de citação eletrónica de pessoas singulares (artigo
225º, n.º 2 al. a) CPC)
Novo Regime de citação de pessoas coletivas (artigo 246º CPC
– mais célere)
Clarificação (?) dos fundamentos de oposição à execução de
injunção (artigo 857.º CPC)
Eficácia face ao regime anterior
Alteração do estatuto processual do cônjuge do executado
(artigo 787.º CPC)
Novo regime de remuneração do agente de execução (Portaria
n.º 282/2013)
Alargamento do âmbito das consultas disponíveis aos agentes
de execução para identificar e localizar executado e bens
Clarificação e maior tutela do executado na penhora de
rendimentos (artigo 738.º CPC)
Prazo de 3 meses para consumar a execução, sob pena de
extinção artigo 750.º n.º 1 CPC
Na venda mediante proposta em carta fechada o exequente
pode apresentar, no momento, proposta de valor superior
(artigo 820.º n.º 5 CPC)
Eficácia face ao regime anterior
11
7
6
Comparação com o acordado com a Troika
Eliminar a pendência (excessiva)
Dar prioridade aos processos de execução
Reduzir a carga administrativa dos juízes poderes para
despachar processos de forma mais célere
Consolidar legislação para a ação executiva
Impor o cumprimento de prazos judiciais
Reestruturar e reforçar o registo estatístico correto dos
processos executivos
Agregar ações executivas semelhantes de pequenos montantes
e estabelecer secções especializadas para resolver processos em
atraso
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1V. Análise estatística
Movimento de ações executivas cíveis nos
tribunais judiciais de 1ª instância: (2005-2012)
http://www.sig.dgpj.mj.pt/DataVisualization/DataVisualization_Movime
nto_AccoesExecutivas.html
Em Suma:
http://www.dgpj.mj.pt/sections/siej_pt/destaques4485/estatisticas-
trimestrais4031/downloadFile/file/AcaoExecutiva_trimestral_20140131.pdf?nocache=1391192997.47
http://www.dgpj.mj.pt/sections/siej_pt/destaques4485/estatisticas-
trimestrais8704/downloadFile/file/Insolvencias_trimestral_20140131.pdf?nocache=1391193092.58
Insolvência
http://www.sig.dgpj.mj.pt/DataVisualization/DataVisualization_Movime
nto_AccoesExecutivas.html
http://www.dgpj.mj.pt/sections/siej_pt/destaques4485/sections/siej_pt/destaques4485/movimento-processual-
nos4889/downloadFile/file/Resultados%202012_20130424.pdf?nocache=1367334305.04
Evolução previsível…
Diminuição significativa (15/20%) da AEs entradas por efeito da alteração dos títulos executivos.
Aumento das ações cíveis declarativas entradas e pendentes (+/-10%) – por efeito das custas a repercussão é inferior
Diminuição a curto prazo das execuções pendentes por efeito das medidas de 2008 e das extraordinárias (mas podia ser feito mais – GL e CPEE)
Evolução previsível…
http://www.sig.dgpj.mj.pt/DataVisualization/DataVisualization_Movime
nto_AccoesExecutivas.html
Aumento a longo prazo das execuções
pendentes por efeito das novas formas
processuais
Diminuição e estabilização a médio prazo
da % de recuperação (por efeito da
situação económica)
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O novo CPC é (mais) eficaz na cobrança de dívidas?
Em suma…
Em Suma:
O sucesso das alterações introduzidas com
maior potencial de eficácia face ao regime
anterior (6 em 24), dependerá, acima de
tudo, da forma como os agentes da justiça
as interiorizem e implementem o que
implica, necessariamente, uma alteração
de paradigma e de mentalidades (em
especial dos próprios exequentes).
Em Suma:
Dependerá muito da fiscalização e da ação
da CPEE (futura CAAJ) e da adequação
de meios humanos e materiais dos
tribunais alocados à AE.
Em Suma:
Face ao acordado com a Troika o novo
CPC, na parte da ação executiva, ficou
muito aquém do que seria expectável.
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1V. Procedimentos cautelares
– Breves Notas
Inversão do Contencioso nos Procedimentos Cautelares
◦ O juiz passou a poder, na decisão sobre a providência requerida, dispensar o requerente da propositura da ação principal mediante o preenchimento de determinados requisitos.
◦ O pedido de inversão do contencioso está sujeito à verificação dos seguintes requisitos: ƒƒa matéria de facto constante dos autos deve ser suficiente para permitir ao tribunal
formar convicção segura acerca do direito acautelado;
ƒƒa natureza da providência decretada deve ser adequada a realizar a composição definitiva do litígio, ou seja, a providência requerida deve ter carácter antecipatório (excluindo-se a possibilidade da inversão do contencioso no arresto, no arrolamento e no arbitramento de reparação provisória).
Uma vez decretada a providência e invertido o contencioso, o requerido pode recorrer de ambas as decisões ou apenas da decisão que decretou a providência mas a decisão sobre a inversão do contencioso não é recorrível autonomamente.
Se o recurso que impende sobre a inversão do contencioso for considerado procedente – mesmo que o tribunal superior mantenha a decisão referente à providência decretada – cabe ao requerente intentar a acção principal, sob pena de caducidade da providência decretada, contando-se o prazo para a interposição desta acção a partir da notificação do trânsito em julgado do acórdão do tribunal superior.
As novas soluções do CPC: ação executiva e
procedimentos cautelares
Se o requerido não recorrer da decisão que decretou a providência, ambas as decisões transitam em julgado e o requerido é notificado para intentar a ação principal destinada a impugnar a existência do direito acautelado no prazo de 30 dias a contar dessa notificação; se não o fizer, a providência decretada torna-se definitiva.
Uma vez que a ação principal tem como objectivo impugnar a existência do direito acautelado, poderão surgir dúvidas quando o ónus da prova:
◦ (i) será que se aplica a regra geral segundo a qual aquele que invocar um direito cabe fazer a prova dos factos constitutivos do direito alegado;
◦ (ii) ou poderá entender-se que a prova dos factos constitutivos do direito cabe ao réu (antes requerente) e não ao autor (requerido) aplicando-se, neste caso, o regime da prova das ações de simples apreciação ou declaração negativa previsto no artigo 343.º do Código Civil.???
As novas soluções do CPC: ação executiva e
procedimentos cautelares
Tendo em conta que a ação principal a intentar pelo requerido visa a impugnação de um direito invocado pelo requerente, entendemos que ao caso deve ser aplicável o regime da prova nas ações de simples apreciação ou declaração negativa. Porém, certamente esta matéria será objeto de apreciação por parte dos tribunais superiores, uma vez que o legislador não deixou clara esta questão, não obstante ter aberto uma porta no artigo 371.º, n.º 1 do NCPC, ao referir “sem prejuízo das regras sobre a distribuição do ónus da prova”.
Por fim, intentada a ação principal, se a mesma for procedente, tal determina a caducidade da providência decretada.
Entendemos que a introdução deste regime significa uma alteração substancial no regime das providências cautelares, alterando, por completo, a forma como as mesmas serão encaradas. Porém, tememos que este regime desvirtue a essência da providência cautelar, convertendo-a em verdadeiras ações principais em que o Requerente alega factos e apresenta provas que não se coadunam com o carácter urgente e provisório, característicos das providências cautelares.
As novas soluções do CPC: ação executiva e
procedimentos cautelares
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